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WiMAX Oportunidades e desafios em um mundo wireless Julho de 2005 Elaborado por: Michael W. Thelander Signals Research Group, LLC Relatório desenvolvido pelo Grupo de Desenvolvimento de CDMA (CDG – CDMA Development Group) A Signals Research Group, LLC desenvolveu uma análise e uma avaliação independentes sobre WiMAX. As conclusões iniciais foram documentados no boletim informativo Signals Ahead da consultoria de pesquisa, com data 24 de janeiro de 2005. Este relatório oficial dá mais detalhes sobre as descobertas e conclusões que foram publicadas pela primeira vez neste boletim informativo para seus assinantes e agora, são colocadas à disposição do público.

WiMAX FINAL Port - eletrica.ufpr.br · forma significativa o rendimento de pontos de acesso com redes sem fio Wi-Fi ... operadoras estão planejando fazer ... o serviço poderia precisar

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WiMAXOportunidades e desafios em um

mundo wireless

Julho de 2005

Elaborado por: Michael W. ThelanderSignals Research Group, LLC

Relatório desenvolvido pelo Grupo de Desenvolvimento de CDMA(CDG – CDMA Development Group)

A Signals Research Group, LLC desenvolveu uma análise e uma avaliação independentes sobre WiMAX. Asconclusões iniciais foram documentados no boletim informativo Signals Ahead da consultoria de pesquisa, com data

24 de janeiro de 2005. Este relatório oficial dá mais detalhes sobre as descobertas e conclusões que foram publicadaspela primeira vez neste boletim informativo para seus assinantes e agora, são colocadas à disposição do público.

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1. Resumo das descobertas

Nos últimos dois anos, houve uma grande quantidade de publicidade e confusão em torno deWiMAX (Worldwide Interoperability for Microwave Access - Interoperabilidade Mundial paraAcesso por Microondas), nome comercial dado a um grupo de tecnologias sem fio baseadas nopadrão IEEE 802.16. Infelizmente, esta publicidade e confusão causaram muitas expectativasque o WiMAX dificilmente conseguirá cumprir, apesar de ter uma ótima performance.

Além disso, devido às altas expectativas, em particular com relação ao tema da mobilidade doWiMAX, vêm sendo feitas comparações do WiMAX com tecnologias celulares baseadas em 3G.Em alguns casos, foi chegou-se a conclusão de que o WiMax iria concorrer com a 3G e,inclusive, substituí-la.

A realidade do WiMAX é algo diferente, embora a tecnologia ainda possa desempenhar umafunção valiosa no “ecossistema” de wireless.

O WiMAX é uma solução confiável para uma série de problemas que têm invadido a indústriawireless fixa desde seus primórdios, como a falta de um padrão aberto, ausência defornecedores de silício e provedores de equipamentos. Quando os equipamentos certificados doWiMAX estiverem disponíveis, poderá existir uma maior concorrência e, conseqüentemente,poderão ser oferecidos preços mais atraentes.

Se o WiMAX continuar tendo o apoio da indústria, também poderá proporcionar acesso debanda larga em regiões remotas e países em desenvolvimento, onde o acesso básico de voz oubanda larga depende de linha fixa, o que não é economicamente viável. Além disso, o WiMAXpode ser usado para prover backhaul em redes celulares ou pode ser usado para melhorar deforma significativa o rendimento de pontos de acesso com redes sem fio Wi-Fi (WirelessFidelity) aumentando o rendimento na rede backhaul e tornando mais fácil e econômico instalarpontos de acesso Wi-Fi.

O WiMAX também está desenvolvendo um padrão "móvel" que não é compatível com a soluçãode base fixa. O padrão "móvel" teoricamente significa que WiMAX pode prover acesso sem fiode banda larga num meio veicular. Embora seja possível oferecer este serviço tecnicamente(com algumas ressalvas importantes que são detalhadas mais adiante neste documento), asnegociações para tal oferta são o maior desafio, já que a expectativa é de que ocorra, nomáximo, um impacto leve sobre o crescimento e o uso de serviços 3G. Pontos Wi-Fipublicamente acessíveis já estão disponíveis, especialmente em hotéis, aeroportos e campiuniversitários. Os pontos de acesso Wi-Fi também estão disponíveis cada vez mais de formagratuita para consumidores como um diferencial oferecido por restaurantes e bares, e comoserviço público grátis das prefeituras locais.

Além disso, quando a versão móvel de WiMAX estiver disponível para os usuários, em grandesquantidades e vindo de uma série de provedores, as redes de dados 3G avançadas que usam1xEV-DO e HSDPA já estarão amplamente disponíveis em um “ecossistema” consolidado. Paraque o WiMAX concorra de maneira bem-sucedida no ambiente móvel, precisará oferecerserviços mais eficientes do que os oferecidos pela combinação 3G/Wi-Fi e/ou precisará oferecero mesmo nível de serviço a um preço mais atraente.

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A instalaçãode uma rede deacesso de rádio

WiMAX, capaz de serutilizada como

portadora, tem umcusto

aproximadamenteigual ao custo deinstalação de umarede de acesso derádio 3G e é muito

superior ao custo deuma rede Wi-Fi

comum.

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Devido a fatores agnósticos da tecnologia, tais como a aquisição de lugares e os custos depreparação, para não mencionar os requisitos de energia, tanto de RF quanto elétricos, ainstalação de uma rede de acesso de rádio WiMAX tem um custo aproximadamente igual aocusto de instalação de uma rede de acesso de rádio 3G e muito superior ao custo de uma redeWi-Fi comum. Obviamente, a cobertura Wi-Fi seria muito mais limitada ao passo que o WiMAXpuder aproveitar os beneficios com relação aos custos associados a uma rede núcleo –baseada em IP. Mais ainda, os cartões de dados Wi-Fi ou as soluções Wi-Fi incorporadas jáestão atingindo preços extremamente atraentes enquanto que as soluções 3G estão atingindoquedas significativas de preços. É provável que as soluções 3G e Wi-Fi sejam mais atraentesnos próximos dois anos.

Os principais fornecedores de notebooks também reconhecem que só podem servir um númerolimitado de soluções RF (radiofreqüência) em seus notebooks. Para que um notebook tenhauma solução WiMAX incorporada, deverá ocorrer a substituição de uma tecnologia sem fio jáconhecida. As soluções 3G incorporadas já estão disponíveis, e mais soluções devem estardisponíveis até o final deste ano; as soluções Wi-Fi são quase onipresentes agora, e espera-seque continuem evoluindo à medida que IEEE 802 complete seu trabalho no 802.11n.

O WiMAX ainda deve cobrir completamente os serviços, e em ausência do conteúdo e dosserviços exclusivos do WiMAX, os consumidores que já utilizam serviços 3G e Wi-Fi se sentirãomenos motivados em adotar WiMAX. Os que fizerem a mudança provavelmente seguirão seusprovedores de serviços celulares, o que no melhor dos casos, indica que WiMAX complementa3G enquanto tenta concorrer com os serviços WI-Fi que já são econômicos, e complementame/ou concorrem com serviços de banda larga de acesso tradicional (wireline).

As operadoras, que representam uma boa parcela de potenciais provedores de WiMAX, queforam entrevistados para este estudo, estão de acordo sobre o fato de que o WiMAXpotencialmente pode prover uma função em sua oferta de serviço global. A maioria dessasoperadoras estão planejando fazer testes de campo mais adiante em 2005 ou 2006concentrando-se em serviços wireless para telefonia fixa, já que é prematuro demais avaliarseriamente o WiMAX como uma oferta de serviço portátil ou móvel. Ao contrário do Wi-Fi, aadoção inicial do WiMAX, sua tendência para oferta de preços atraentes e para utilização globaldependem amplamente do êxito do modelo de negócios da operadora.

As opiniões de vários dos possíveis provedores do serviço sugerem que quando o WiMAXestiver comercialmente disponível, a economia já existente, combinada com algumasqualificações muito importantes com relação às características e rendimentos do padrão, farãocom que seja um desafio para a tecnologia alcançar êxito global, em especial dentro dospróximos dois anos.

[Nota: para este trabalho, definimos como sendo “fixa” uma solução na qual não é logisticamente possívelusar o serviço a partir de mais de uma localização. Por exemplo, o serviço poderia precisar de uma antenamontada ou um CPE (equipamento de usuário) que não pode ser facilmente transportado. Um serviçonômade usa um cartão de dados ou um CPE comparável que pode ser facilmente transportado e usadoem outra localização. Contudo, uma solução portátil está um passo mais perto da mobilidade; asvelocidades veiculares são relativamente lentas e os handoffs ininterruptos entre localizações de célulasnão são possíveis. Finalmente, uma solução móvel implica altas velocidades veiculares (60-120km/h) ehandoffs ininterruptos entre localizações de células.]

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Asoportunidades de

mercado para WiMAXlevarão tempo para

se desenvolverenquanto a economia

e o rendimento datecnologia,

particularmente emambiente móvel,

forem menosseguras.

O FórumWiMAX promove o

padrão IEEE 802.16,da mesma maneiraque a Aliança Wi-Fi

promove o IEEE802.11.

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2. Introdução

WiMAX (Worldwide Interoperability for Microwave Access - Interoperabilidade Mundial paraAcesso de Microondas) é o nome comercial de um grupo de tecnologias sem fio queemergeram da família de padrões WirelessMAN (Wireless Metropolitan Area Network – Rede deÁrea Metropolitana Sem Fio) IEEE 802.16. Apesar do termo WiMAX só ter alguns anos, opadrão 802.16 existe desde o final da década de 1990, primeiro com a adoção do padrão802.16 (10-66GHz) e depois com o 802.16a (2-11GHz) em janeiro de 2003. Apesar daconsolidação do padrão 802.16a, o mercado do FWA (fixed wireless access – acesso fixo semfio) nunca saiu do mercado, embora valha a pena mencionar que durante este período toda aindústria das telecomunicações esteve lutando para que isso acontecesse.

Em 2001, foi criado o Fórum WiMAX para promover o padrão e para ajudar a assegurar acompatibilidade e a interoperabilidade através de múltiplos vendedores, algo parecido com oque a Aliança Wi-Fi faz pela família de padrões IEEE 802.11x. Uma etapa importante doprocesso dos padrões IEEE, que é analisado com mais detalhes mais adiante, que está limitadoàs camadas Físicas e MAC (Medium Access Control–Controle de Acesso ao Meio), e que nãofaz nada para garantir a interoperabilidade, as restrições de RF ou os níveis mínimos derendimento. Nesse aspecto, o Fórum WiMAX cumpre com um requisito muito necessário.

O IEEE 802.16a foi praticamente esquecido já que recentemente o foco de atenção foi o IEEE802.16-2004, que também é conhecido como 802.16REVd ou .16-2004. O 802.16-2004 é umamelhoria do padrão .16a que foi certificado em outubro de 2004. Por outra parte, também está oIEEE 802.16e, outra variação do WiMAX que segue o padrão 802.16-2004, mas que éincompatível com ele. O único que estes dois padrões propostos têm em comum é que utilizama mesma faixa de freqüência (sub 11GHz).

Em suas primeiras épocas, o Fórum WiMAX estava composto apenas de alguns provedores deequipamentos relativamente pequenos que costumavam prover equipamentos sem fio fixos aum mercado relativamente pequeno, e duas empresas semicondutoras: Intel e Fujitsu. Nenhumdos principais OEM (Origina Equipment Manufacturer – Fabricante do Equipamento Original)estava presente, embora a Nokia estivesse em certa medida associada com o fórum, eorganizações como Motorola acreditavam que era melhor perseguir estas oportunidades comsua solução Canopy patentada. Da mesma maneira, a tecnologia carecia do apoio de umoperador, de grande ou pequeno porte.

Sem potenciais clientes e com um padrão pouco desenvolvido que estava a caminho de adotarqualquer uma e todas as técnicas de acesso (duas variações de OFDM, TDD, FDD, ponto-ponto, ponto-a-multiponto, rede (mesh), etc.), era difícil imaginar como WiMAX poderia ter êxito.

Hoje, existem aproximadamente 300 companhias que participam do Fórum WiMAX, incluindoalgumas operadoras e vários fabricantes: Alcatel, Ericsson, Lucent, Motorola, Nortel e Siemens,entre outros. Neste ano o WiMAX anunciou que os equipamentos finalmente poderiam serdisponibilizados, demonstrando que os céticos estavam enganados.

Este estudo pretende descrever o WiMAX de forma simples. A partir disso, vamos examinaralguns dos obstáculos técnicos que devem ser superados antes que o WiMAX possa sercomercializado, e também explicar o como seria a estratégia de negócios para serviços fixos e

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IEEE 802.16-2004 é uma tecnologia

de acesso sem fiodesenhada para servircomo um substituto doDSL sem fio ou uma

tecnologia deextensão.

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móveis / portáteis. Finalmente, será feita uma análise sobre a relação entre WiMAX e outrosserviços sem fio, incluindo WLAN (wireless local area network – rede de área local sem fio), eos serviços 3G.

3. A família dos padrões WiMAX

Muitas vezes se pensa que WiMAX é uma tecnologia homogênea quando, de fato, é o nomecomercial de um grupo de padrões sem fio IEEE. Nesse ponto, o WiMAX e o Wi-Fi sãosimilares. O Wi-Fi não é um padrão, mas sim um nome comercial que pode ser aplicado a umasérie de padrões 802.11 IEEE, incluindo o 802.11b, 802.11a e o 802.11g. Supõe-se que o termoWi-Fi será também aplicado ao 802.11n quando esse padrão for aprovado.

O projeto geral de WiMAX atualmente inclui o 802.16-2004 e o 802.16e. O 802.16-2004 utilizaMultiplexação Ortogonal por Divisão de Freqüência (OFDM), para servir múltiplos usuários aomesmo tempo de forma cíclica, mas oferecida com altas velocidades de modo que os usuáriostenham a sensação de que sempre estão transmitindo ou recebendo dados. O 802.16e utilizaMultiplexação Ortogonal por Divisão de Freqüência (OFDMA) e pode servir simultaneamentediversos usuários, designando grupos de “tons” para cada um.

3.1 IEEE 802.16-2004IEEE 802.16-2004 é uma tecnologia recente de acesso sem fio fixo, o que significa que estádesenhada para servir como uma tecnologia de substituição do DSL sem fio, para concorrercom os provedores de fio de banda larga, ou para prover acesso básico de voz e banda largaem áreas remotas onde não exista nenhuma outra tecnologia de acesso; os exemplos incluempaíses em desenvolvimento e áreas rurais de países desenvolvidos onde o fio de cobre não temsignificado econômico. O 802.16-2004 também é uma solução viável para o backhaul sem fiopara pontos de acesso Wi-Fi ou potencialmente para redes celulares, em particular se é usado oespectro que requer licença. Finalmente, em certas configurações, o WiMAX Fixo pode serusado para prover altas taxas de transmissão de dados e, portanto, pode ser usado como umaopção de substituição de T-1 para assinantes corporativos.

Em geral, o CPE (consumer premise equipment – Equipamento de Usuário) consiste em umaunidade exterior (antena, etc.) e um modem interior, o que significa que é necessário que umtécnico consiga que um assinante residencial ou comercial esteja conectado à rede. Em certoscasos, pode ser usada uma unidade interior auto-instalável, em particular quando o assinanteestá perto da estação transmissora. É provável que a tendência a ter unidades interiores auto-instaláveis se desenvolva mais notoriamente nos próximos anos. Enquanto o faz, a tecnologiasem fio fixa introduziria um grau de capacidade móvel já que o assinante poderia viajar com oCPE e usá-lo em outras localizações fixas: escritório, hotel, bar, etc. Além disso, os CPE auto-instaláveis deveriam fazer com que o 802.16-2004 fosse economicamente mais viável já queuma grande parte do custo de aquisição do cliente (instalação; CPE) sofre uma redução drásticade custos. Embora seja tecnicamente possível designar um cartão de dados do 802.16-2004, osdispositivos portáteis com uma solução 802.16-2004 incorporada não parecem ser umaprioridade para a indústria neste momento.

A versão fixa do padrão WiMAX foi aprovada em junho de 2004, embora a prova deinteroperabilidade não começará ainda 2005. Está em curso um projeto para instalar microfonesno padrão publicado, e espera-se que esteja finalizado em setembro de 2005. Também, os

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O WiMAXteoricamente podeentregar 70Mbps,

mas o maiorproblema está nos

detalhes

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chipsets da estação base e dos CPE dos vendedores estão atingindo o ponto em que ospotenciais clientes estarão testando os terminais. A Fujitsu anunciou seu primeiro chipsetWiMAX este ano.

3.2 IEEE 802.16eIEEE 802.16e ainda é um padrão não publicado que está desenhado para oferecer umacaracterística chave da qual carece o 802.16-2004: portabilidade e, com o tempo, mobilidade atoda escala. Este padrão requer uma nova solução de hardware/software já que não écompatível com o anterior 802.16-2004, o qual não é necessariamente uma coisa boa para osoperadores que estão planejando instalar o.16-2004 e depois evoluir para o .16e.

Outra diferença importante entre os padrões .16-2004 e .16e é que o padrão .16-2004 estábaseado, em parte, numa série de soluções sem fio fixas testadas e patenteadas; portanto,existem grandes probabilidades de que a tecnologia atinja suas metas de rendimento. O padrão.16e, por outro lado, tenta incorporar diversas tecnologias propostas, algumas maisconsolidadas do que outras. Em virtude de que houve uma só justificativa de característicaspropostas, sobre a base de dados de rendimento, e a composição final destas tecnologias nãofoi determinada por completo, é difícil saber se uma característica em particular conseguirámelhorar o rendimento.

O padrão 802.16e foi programado para ser aprovado em meados de 2005. Contudo, essa dataagora já passou e, parece que, será aprovado nos últimos meses do ano. Vários vendedoresestão prometendo provas de campo e de mercado no início de 2006, embora ainda reste muitotrabalho para ser feito fora do corpo dos padrões e, por isso, é cedo demais para dizer quando atecnologia estará pronta para implementações comerciais.

3.3 WiBro

Outra sigla que vale a pena mencionar é WiBro (Wireless Broadband – Banda larga sem fio).WiBro é uma iniciativa da Coréia do Sul e uma oportunidade para que o país estabeleça umatecnologia sem fio local, uma coisa parecida com o que os chineses estão fazendo com TD-SCDMA. O WiBro provavelmente será incluído no projeto geral do.16e, tornando-se outro perfilpotencial de WiMAX. Especificamente, o WiBro é um sistema baseado em TDD que opera numcanal de rádio de 9MHz a 2.3GHz com OFDMA como sua tecnologia de acesso. De acordo comaqueles que o propõem, o WiBro suporta usuários navegando a velocidades de até120km/h(anteriormente foi publicado que estava limitado a 60km/h) e velocidades máximas de usuáriode 3Mbps no downlink (uplink [enlace ascendente] = 1Mbps) e 18Mbps de rendimento máximodo setor no downlink (uplink = 6Mbps). As velocidades de transmissão de dados de usuários emmédia são superiores a 512kbps, e com o raio da célula limitado a 1km, possibilitará ainstalação em áreas densamente povoadas. Inicialmente, o WiBro foi recebido como umasolução portátil, mesmo quando não podia suportar usuários móveis, já que a tecnologia nãosuportava handoffs de células ininterruptas. Com sua potencial futura adoção dentro da famíliade perfis de WiMAX, poderia existir um desejo de introduzir mobilidade veicular, ou handoffsquase ininterruptos.

Não está totalmente claro como WiMAX/WiBro evoluirão, mas é previsível que a tecnologiaprimeiro tentará incorporar características portáteis limitadas e depois, conforme a demanda dosclientes, os avanços da tecnologia e a economia já existente de uma solução inerentementemais cara, se deslocará mais para uma “mobilidade ininterrupta”, termo que a Motorola foi a

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primeira a utilizar. A Korea Telecom, junto com a Samsung, está prometendo serviços comerciaisWiBro para abril de 2006, enquanto a joint-venture Nortel e LG WiBro, anunciada em marçodeste ano, quer iniciar os testes com clientes na segunda metade de 2006. Dado o intervaloentre a infra-estrutura e os CPE, o serviço “comercial” provavelmente carecerá de CPEscomercialmente viáveis até pelo menos o final de 2006.

4. WiMAX em mais detalhes: rendimento e características

Como analisamos numa seção prévia, o WiMAX é uma solução sem fio fixa (.16-2004) e umasolução portátil / móvel (.16e). Uma vez que existem mais diferenças do que similaridades entreas duas soluções, é natural que exista certa confusão. Contudo, esta confusão também criouuma considerável quantidade de publicidade do mercado cujo resultado foi aumentar asexpectativas em relação ao que o WiMax pode oferecer. maiores expectativas que será difícil,se não impossível, que WiMAX alcance.

O primeiro ponto de confusão tem a ver com o rendimento real, tanto com relação à distânciaquanto ao aproveitamento. Por exemplo, o WiMAX originalmente foi anunciado como umatecnologia que pode atingir 70Mbps e estender a cobertura a 50 quilômetros. A maioria dasmatérias publicadas na imprensa também sustentava a tese que 70Mbps poderiam seralcançados em qualquer parte, incluindo no limite da célula. Em grande parte, não se fez muitopara corrigir estes conceitos errados.

Para conseguir este nível de rendimento, é necessária uma tecnologia ponto a ponto sem fiofixa com localizações LOS (line of sight-linha de vista) e antenas direcionais, o que significa quetoda a energia está essencialmente dedicada a suportar essa única conexão, uma aplicaçãobastante cara e pouco prática para WiMAX na maioria dos cenários. O backhaul sem fio e oacesso sem fio a PYMES são exceções notáveis onde o custo da assinatura à oferta de serviçopoderia justificar os recursos dedicados. Atingir 70Mbps num ambiente móvel com WiMAX nãoserá possível e nem econômico num futuro próximo.

Também, quando se demonstrou a velocidade de dados de 70Mbps num ambiente de LOS(linha de vista) ponto a ponto fixo, foi usado um canal de rádio de 20MHz de largura de banda.Mais recentemente, outras companhias como a Nortel, confirmaram que a velocidade de dadoscomparáveis numa largura de banda de canal mais estreita com o uso de tecnologias deantenas inteligentes, mas novamente era um cenário fixo e a uma freqüência mais baixa. Alémdo mais, ainda existe uma compensação inerente entre as velocidades de dados e a distânciacom as velocidades de dados mais altas somente atingíveis perto do centro da célula. Emoutras palavras, a fim de atingir velocidades de dados de 70Mbps através de toda uma célula,seriam necessários raios de célula muito pequenos. Este nível de rendimento não éextraordinário.

Existem também várias soluções que não são WiMAX, como soluções de radio de microondas,que podem transmitir um sinal ponto a ponto que suporta centos de megabits por segundo oumais. Trata-se simplesmente de ligá-lo e dar-lhe espectro, e practicamente qualquer coisa épossível.

Estas altas velocidades de dados podem estar limitadas a cenários fixos em certas condiçõesespeciais, similares às proporcionadas acima. É muito mais difícil atingir altas velocidades dedados em ambientes móveis.

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WiMAX numaimplementação fixa

oferece aosoperadores outra

alternativatecnológica, embora

não necessariamenteuma tecnologia commelhor rendimento.

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4.1 Perfis de WiMAXDado que o 802.16-2004 está dirigido a toda a faixa de freqüência sub-11GHz, existe umanecessidade inerente de uma série de soluções diferentes ou perfis para usar o idioma doFórum WiMAX. Neste momento, o Fórum WiMAX identificou pelo menos cinco perfis para o802.16-2004 que permitem que a tecnologia acomode-se às diferentes bandas de freqüência,largura de bandas de canais e processos de duplicação (TDD/FDD). O interessante, é que ocanal de rádio de 20MHz que foi necessário para atingir uma produção de 70Mbps não é umdos pontos centrais neste momento. Alguns provedores de equipamentos também estãoatualmente apontando para uma solução de 700MHz para usar em instalações rurais, emborareste saber quando, ou se um perfil é desenvolvido para este espectro. (Nota: 700MHz é umespectro muito favorável para uso móvel.) O uso de perfis claramente é necessário a fim desuportar uma ampla faixa de opções de instalação, em particular reduz muitas opções a umnúmero que se pode administrar e também faz com que a indústria se concentre nesses perfisque deveriam ser implementados primeiro.

4.2 Características do rendimento do 802.16-2004Sobre a base do modelo levado a cabo por um dos defensores da tecnologia, o 802.16-2004, aversão fixa do padrão WiMAX, deveria poder alcançar um rendimento de 11Mbps, supondo ouso de uma antena exterior e que lhe sejam dados canais em pares de 3.5MHz1 na banda deespectro de 3.5GHz. Com NLOS (non-LOS), o rendimento médio diminui para 8Mbps com umraio de célula de 100 metros numa área urbana densa e alcança uns quantos quilômetros numainstalação rural. O. 802.16-2004 também pode suportar VoIP (Voice over Internet Protocol-Vozsobre IP), e supondo que seja usado o codec G.729 (8kbps), foi informado que suporta até 96chamadas de voz simultâneas num canal de raio de 3.5MHz.

Como comparação, o CDMA2000 1X atualmente pode suportar de 90 a 100 chamadas parasistemas desdobrados numa configuração de um WLL (wireless local loop-acesso fixo sem fio)com uma alocação de 2.5 MHz de espectro em pares, o equivalente de dois canais de rádio empares de 1.25 MHz. Para redes móveis, o CDMA2000 1X suporta uma capacidade de 70-80usuários que estão na mesma largura de banda, já que precisa prover um overhead adicionalassociado com handoffs de software e mobilidade.

Estas cifras (teóricas versus reais) indicam que o rendimento de WiMAX fixo (.16-2004) sobreuma base comparativa está equiparado às tecnologias WWAN existentes, o que sugere queWiMAX oferece aos potenciais operadores uma tecnologia alternativa que considerar, mas nãonecessariamente uma tecnologia com um maior rendimento. Dadas estas cifras comparativas, éimprovável que um operador móvel alguma vez utilize WiMAX para oferecer serviços VoIP semfio. Os operadores móveis poderiam considerar o WiMAX para os usuários significativo dedados ; entretanto, o mais provável é que esperem a implementação de WiMAX, 802.16e. Alémdisso, os operadores não tradicionais ou licenciados do espectro compatível de WiMAXpoderiam levar em consideração o WiMAX para oferecer estes serviços.

No passado, companhias como Winstar tentaram concorrer neste mercado com pouco êxito.Entretanto, com a introdução do padrão WiMAX, a interoperabilidade de múltiplos vendedorespoderia levar à concorrência e alto volume que, por sua vez, poderia acarretar preços mais

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1 O espectro em pares é usado para transmissões FDD. O ponto chave é que o FDD precisa de um canal de rádio separado para oenlace ascendente e um canal de rádio separado para o enlace descendente; daí que um canal em pares de 3.5MHz em realidade temum espectro de 7MHz, mais uma “banda protetora” que separa os canais do enlace ascendente e o descendente a fim de impedir ainterferência.

Aimplementação

móvel de WiMAX(802.16e) não é

compatível com aanterior

implementação fixa(802.16d).

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atraentes. Lembremos que ser um padrão não necessariamente significa preços mais baixos; sódepois que são alcançados os volumes altos podem ser atingidos preços mais baixos.

Alternativamente, o 802.16-2004 poderia usar um espectro que não precise de licença, que emcertos cenários, como as áreas rurais, pode não sofrer níveis inaceitáveis de interferência, aopasso que no espectro com licença, a natureza fixa do sistema poderia facilitar uma maiorcobertura. A compensação se traduz em maiores perdas de trajetos a freqüências como5.8GHz. É improvável que um operador use 2.4GHz para oferecer serviços de voz devido àmaior probabilidade de que desenvolva interferência (os simples fornos de microondas irradiamRF na banda de 2.4GHz).

4.3 Características do 802.16e IEEE 802.16e é a versão portátil ou móvel de WiMAX, que promete suportar sessões de voz edados a velocidades veiculares de até 120 quilômetros por hora. A estratégia atual dentro doFórum WiMAX é lançar o 802.16e com características portáteis visando chegar ao mercado deforma rápida. À medida que amadurece a tecnologia e as oportunidades de mercado, o Fórumtem a intenção de introduzir mobilidade a toda escala. Além do fator portátil / mobilidade, sesabe menos acerca do rendimento real do padrão, mais do que nada devido a que o padrão nãofoi aprovado. Mesmo assim, é reconhecido amplamente que o 802.16e não é compatível com o802.16-2004.

A razão principal desta incompatibilidade é que o 802.16e usa S-OFDMA (scalable-OFDMA-OFDMA escalável) tanto no download como upload. S-OFDMA significa que o número de tonsOFDM aumenta, ou escala (de 128 tons até 2.048 tons), baseando-se na qualidade do sinal deRF para um usuário em particular, os requerimentos do usuário e a largura de canal de rádioque se usa. S-OFDMA permite a múltiplos usuários transmitir dados ao mesmo tempo, comresultados mais eficientes e uma melhor experiência do usuário. Entretanto, não existe umaopção de 256 tons; o 802.16-2004 está rigorosamente estabelecido em 256 tons. Não está clarose a exclusão de uma opção de 256 tons foi feita por razões políticas ou técnicas, mas o fato éque a falta de uma opção de 256 tons impedirá que o 802.16e seja compatível com o 802.16-2004.

Além disso, a camada do 802.16e MAC introduz nova informação de cabeceira que é essencialpara suportar a mobilidade (handoffs de célula, etc.). Embora existisse uma opção de 256 tonscom o 802.16e, as diferenças entre as duas camadas MAC impediriam que as versões fixa emóvel trabalhassem juntas.

Para o futuro, estão sendo planejados os chipsets de modo dual, bem como hoje há chipsetsmultimodo e multibanda de CDMA2000. Mesmo assim, esta incompatibilidade coloca umasurdina natural à oportunidade do mercado fixo, isto é, para aqueles operadores que estãointeressados em oferecer uma solução portátil / móvel.

5. As oportunidades de mercado para WiMAX

Existem várias oportunidades de mercado para WiMAX, algumas mais viáveis do que outras.Em muitas instâncias, estas oportunidades hoje se encaram mediante soluções patenteadas depequenas companhias, o que sugere que não se está criando uma nova oportunidade demercado, senão que se está redefinindo.

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O primeiroequipamento WiMAX

verdadeiramentecompatível para a

implementação fixadeveria estar

disponível a princípiosde 2006, depois da

prova deinteroperabilidade.

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A indústria FWA de banda larga tem lutado durante anos para ganhar força com um mercadototal que na atualidade é de uns poucos centos de milhões de dólares. Ao se unirem e criar umpadrão, mais companhias entraram no mercado, aumentando deste modo a concorrência e,com o tempo, levando a preços mais baixos. Quando os chipsets WiMAX da Intel, Fujitsu eoutras empresas estiverem comercialmente prontos, os provedores poderão reduzir seus custosBOM (bill of material – lista de materiais) o que, por sua vez também ajudará a impulsionar omercado de acesso sem fio fixo. Finalmente, quando o processo de certificação de WiMAX parao padrão sem fio fixo comece na segunda metade de 2005, deveria ser possível ainteroperabilidade de múltiplos vendedores a princípios de 2006, o que significa que osoperadores já não terão que se limitar aos produtos de um único vendedor.

Como nota à parte, os equipamentos “WiMAX-ready" (por ex., versão patenteada) baseados no802.16-2004 que está sendo entregue hoje podem ou não ser facilmente melhorados paracumprir com o padrão 802.16, embora alguns vendedores digam que só devem ser requeridasmudanças de software para que seus equipamentos cumpram totalmente com o padrão e sejaminteroperáveis com equipamentos de outros vendedores. Esta afirmação é um pouco polêmicacom a maioria das companhias e Signals Research Group acha que serão necessários novosASIC (circuitos integrados para aplicações específicas) em particular para os CPE. Como foidemonstrado pela história com outras tecnologias sem fio, o tempo necessário para completar aprova de interoperabilidade sempre é mais extenso do previsto.

Com exceção da oferta de serviço portátil / móvel, as oportunidades de mercado analisadasmais adiante nesta seção poderiam ser satisfeitas mediante o padrão .16-2004 (fixo) ou o .16e(portátil / móvel). Em outras palavras, o padrão portátil / móvel (.16e) pode ser usado paraoferecer serviços fixos / nômades, mas o padrão fixo (.16-2004) pode não suportar um usoportátil e definitivamente também não serviços móveis. Dado que a maioria da indústria aoparecer está concentrada em desenvolver o padrão .16e, o mais provável é que o serviço semfio fixo possa utilizar o padrão .16e, devido à disponibilidade de mais soluções e uma maiorconcorrência (melhor ambiente de preços). Contudo, ainda é cedo demais para poder afirmá-locom algum grau de certeza.

5.1 Mercados desenvolvidos e subabastecidosEm várias regiões do mundo, o cabo de cobre até uma casa ou uma empresa simplesmentenão existe. Nessas situações, uma oferta sem fio fixa baseada num padrão aberto pode ter ummelhor sentido econômico que instalar cabos de cobre que podem ser facilmente roubados erevendidos no mercado aberto. Várias das companhias que foram membros fundadores doFórum WiMAX têm estado fornecendo estações base sem fio e CPE a estes mercados durantealguns anos. O mercado total até o momento foi relativamente pequeno, mas as tecnologiasforneceram uma oferta de serviço muito necessária nesses países.

5.2 Substituição e extensão de DSL e cable modem Mesmo em mercados em desenvolvimento, tais como os Estados Unidos e Canadá, existemregiões do país onde a economia de instalar cabos ou por DSLAM não tem sentido. Nessescasos, uma tecnologia de acesso sem fio de banda larga fixa poderia ser mais apropriada. Já háuma série de WISP (Wireless Internet Service Providers- Provedores de Serviço de InternetSem Fio) no centro da nação, e até em áreas muito urbanas, usando algumas das tecnologiaspatenteadas antes mencionadas.

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Nem todos estes WISP têm sido bem-sucedidos; os custos de infra-estrutura total e o númerode assinantes foram muito modestos. Entretanto, a disponibilidade de equipamentos WiMAX emgrandes volumes de um número de provedores poderia ajudar a melhorar a economia e, aomesmo tempo, aumentar todo o mercado total destinatário.

Na Europa, a British Telecom (BT) atualmente está instalando uma modesta rede pré-WiMAXsem fio fixa a 5.8GHz na Irlanda do Norte para dirigir-se a este segmento particular do mercado.O operador, porém, não está adotando uma atitude agressiva para instalar a tecnologia até quetenha acesso a equipamentos que possam ser melhorados facilmente para suportar a soluçãoportátil/móvel.

5.3 Backhaul sem fio numa rede celularOs rádios de microondas foram usados praticamente desde o começo da indústria celular paraprover backhaul, ou transporte de tráfego de voz e dados de localizações de células distantes àrede núcleo do operador. Em geral, os operadores utilizam cobre, enlaces de fibra ou rádios demicroondas que operam a freqüências muito mais altas que as de WiMAX, mas isso nãosignifica que os operadores no futuro não venham a estar abertos à idéia de usar WiMAX.

Em grande parte, a decisão do operador estará baseada na disponibilidade de um espectrosuficiente como para cumprir com los requisitos de seu backhaul, em particular com os maioresrequerimentos como resultado dos serviços de dados 3G. Alguns operadores inclusive atépoderiam considerar usar WiMAX num espectro que não precisa de licença para asnecessidades de seu backhaul, mas este cenário é improvável na maioria dos casos pois apossibilidade de interferência existiria e esta interferência poderia impactar de forma negativasobre a qualidade da rede total.

Provavelmente, o maior desafio que WiMAX terá com relação a se transformar numa solução debackhaul sem fio numa rede celular será aceder a um espectro suficiente, em particular se umoperador quer fazer uma interconexão, ou combinar o tráfego de vários locais de células numrádio enlace WiMAX

5.4 Backhaul sem fio numa rede Wi-FiUm cenário mais provável é que WiMAX seja usado para prover backhaul numa rede Wi-Fi.Uma das maiores limitações com o serviço Wi-Fi público é a restrição do backhaul em que umainterface aérea de 11Mbps ou 54Mbps é alimentada numa linha T-1 de 500kbps ou 1.5Mbps.Nesse caso, a frase “uma corrente é tão forte quanto seu elo mais fraco” se aplica aqui, já queuma conexão de banda larga de outra maneira impressionante na interface de ar se reduzdrasticamente quando atinge o ponto estreito do backhaul. Vale a pena salientar que asvelocidades de dados de Wi-Fi antes mencionadas são velocidades de dados máximas teóricase que assim que desaparece o overhead, as velocidades de dados reais se reduzemaproximadamente à metade. Também, a interface aérea e o backhaul poderiam sercompartilhados por múltiplos usuários, diminuindo deste modo a velocidade de dados de algumusuário.

Outra limitação com a Wi-Fi pública é o custo e a inconveniência associada com o backhaul dewireline. Atualmente, um ponto de acesso Wi-FI só pode ser localizado onde já existe acessowireline, ou onde se pode instalar o acesso wireline. Além disso, apesar de que o serviço DSLou banda larga por cabo é relativamente econômico, não é assim alugar uma linha T-1.Dependendo do modelo de negócio do operador, o uso de WiMAX pode ser apropriado. Pelo

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WiMAX podeinstalar-se emespectros que

requerem licença e emaqueles que não a

requerem por debaixode 11GHZ, embora o

Fórum WiMAX seconcentrará numaspoucas bandas de

freqüênciaselecionadas.

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menos, o rendimento da rede poderia aumentar drasticamente por um custo muito menor doque seria possível com cobre ou fibra.

5.5 Cobertura portátil ou móvelGrande parte do centro de interesse da comunidade WiMAX é o cenário onde o assinante,pareceria que tem uma conexão sem fio de banda larga ubíqua que pode proporcionarconectividade num ambiente portátil e até móvel. Esta oferta de serviço requeriria cartões dedados habilitados por WiMAX para PC e potencialmente conduziria a soluções incorporadas e anovos tipos de dispositivos. Este cenário de uso é o mais atraente, pois implica um acesso abanda larga e outros serviços de voz e dados a qualquer momento e em qualquer lugar. Aomesmo tempo, implementar uma solução portátil / móvel também é um maior desafio e não seráa primeira solução WiMAX que ingresse no mercado.

6. Conforme os números. Disponibilidade do espectro WiMAX

Como foi analisado anteriormente neste trabalho, WiMAX abrange uma faixa de espectrodebaixo de 11GHz. Também, existe a possibilidade de instalar WiMAX em bandas de celular ?seestivesse permitido? e nas bandas 700MHz. Apesar da suposta abundância de espectros,alguns destes espectros disponíveis apresentam seus próprios problemas. Além disso, umaampla variedade de opções de espectros também tem como resultado a incompatibilidade ou anecessidade de dispositivos multibanda.

Dentro desta faixa de freqüências, o espectro mais provável está disponível em 2.3GHz,2.4GHz, 2.5GHz, 3.5GHz, 5.8GHz e, potencialmente, em 700MHz. Por conseguinte, paraassegurar a interoperabilidade mundial, os CPE, cartões de dados ou soluções com chipsincorporados de WiMAX deveriam suportar até 5 bandas de freqüência. Quer seja isso ou aindústria inicialmente se concentra em apenas um par de bandas do espectro em cujo caso éprovável que 3.5GHz receba parte da atenção inicial.

O espectro disponível se divide em duas categorias distintivas: sem licença e com licença.

6.1 Sem licençaNa maioria dos mercados, o espectro que não precisa de licença que poderia ser utilizado paraWiMAX é 2.4GHz e 5.8GHz. Devido a que o espectro não requer licença, a barreira paraingressar é baixa, motivo pelo qual torna mais fácil que um possível operador comece a oferecerserviços utilizando o espectro. Em alguns casos, isto pode ser vantajoso por razões óbvias.Infelizmente, também existem várias desvantagens. Em certos países, em particular na Europa,rege o conceito de espectro “com licença light”, o que significa que o usuário tem queapresentar sua intenção de usar o espectro que não requer licença. Por sua vez, os entesreguladores têm uma melhor noção de quem está utilizando o espectro, e controlam aquantidade de licenciados e minimizam potencialmente o impacto de interferências.

Existem quatro desvantagens principais relacionadas com o uso do espectro que não requerlicença.

Interferências: devido a que o espectro que não requer licença pode ser utilizado por vários sistemas diferentes de RF, há altas probabilidades de que se produzam interferências. Os sistemas de RF que não requerem licença podem incluir desde as redes rivais de WiMAX ou os pontos de acesso de Wi-Fi. Os telefones sem fios e Bluetooth (sólo 2.4GHz) também

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Osoperadores de

celulares dos EUAque têm espectrosdisponíveis estãoconsiderando a

implementação fixade WiMAX, emboraainda não tenhamconsiderado com

seriedade suaimplementação

móvel.

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usam este espectro. Tanto WiMAX quanto Wi-Fi suportam a DFS (Dynamic Frequency Selection – Seleção Dinâmica de Freqüência) que permite que seja utilizado um novo canal se for necessário (por exemplo, quando são detectadas interferências). Não obstante, DFS também pode introduzir uma maior latência que, por sua vez, afeta as aplicações em tempo real como VoIP.

Maior concorrência: Os operadores que utilizam o espectro que não requer licença têm que assumir que outro operador facilmente poderia ingressar no mercado utilizando o mesmo espectro. Em grande medida, o número relativamente alto de pontos de acesso públicos Wi-Fi se deve a este fato. Entretanto, as despesas de capital relacionadas com a instalação de um ponto de acesso Wi-Fi de caráter comercial são relativamente triviais (centos de dólares, no máximo) em comparação com o custo relacionado com desdobrar uma rede WiMAX, que poderia ser equivalente ao custo de desdobrar uma rede celular. Os custos de desdobrar de WiMAX são analisados em outra seção.

Potência limitada: Outra desvantagem do espectro que não requer licença é que os entes reguladores do governo em geral limitam a quantidade de potência que pode ser transmitida. Esta limitação é especialmente importante em 5.8GHz, onde a maior potência poderia compensar a perda de propagação relacionada com o espectro em freqüências mais altas (mais adiante se falará com mais detalhe sobre este tema).

Disponibilidade: Apesar de que o espectro 2.4GHz está disponível universalmente, na atualidade o espectro 5.8GHz não está disponível em vários países.

Dadas estas desvantagens, os operadores avaliarão cuidadosamente o uso potencial doespectro que não requer licença, em particular 2.4GHz, antes de instalar uma rede. Háexceções, entre as quais se incluem as regiões rurais ou remotas, onde há menosprobabilidades de interferência e concorrência.

6.2 Com licençaO espectro que requer licença tem um preço potencialmente alto, mas o vale, em especialquando a oferta do serviço requer uma alta qualidade de serviço. A maior vantagem de ter oespectro que requer licença é que o licenciado tem uso exclusivo do espectro. Está protegido dainterferência externa, enquanto seus concorrentes só podem ingressar no mercado se tambémpossuem ou têm um leasing do espectro.

O espectro que requer licença se encontra em 700MHz, 2.3GHz, 2.5GHz e 3.5GHz; destas, asúltimas duas bandas de freqüência são as que na atualidade recebem maior atenção.

6.2.1 2.5GHZA banda do espectro 2.5GHz é mais interessante já que está disponível para uso terrestre naAmérica do Norte, América Latina e, eventualmente, na Europa quando a banda de extensão3G sair a licitação nos próximos anos. Quanto à Europa, devem ser colocadas duas importantesperguntas. Os operadores europeus pagarão uma grande quantia de dinheiro pelo espectro edepois o utilizarão para WiMAX, em especial quando é possível que precisem utilizar o espectrolimitado para a capacidade de voz e dados 3G? Permitirão que WiMAX seja utilizada numabanda de freqüência que foi desenhada para 3G? Se a resposta a alguma das perguntas fossenão, WiMAX em 2.5GHz não se utilizará na Europa. Alguns potenciais operadores de WiMAX na

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Europa também estão fazendo campanha para que os entes reguladores da Grã Bretanha lhespermitam desdobrar WiMAX em 2.5GHz –- espectro que poderia ser adquirido numa próximalicitação. Se este cenário tivesse lugar, o licenciado da 2.5GHz ainda teria que decidir usar oespectro para WiMAX e não para sua oferta de serviço celular 3G.

Nos Estados Unidos, Sprint-Nextel passará a ser um dos maiores possuidores do espectro2.5GHz supondo que a fusão que está pendente se leve a cabo. Vale a pena advertir que umagrande parte dos holdings do espectro do operador é dado em leasing por outras entidades, oque significa que, em última instância, talvez não tenha controle total do espectro. Segundo aNextel, o operador se concentra em 1xEVDO Rev 0 e depois Rev A para seu espectro PCS(Personal Communications Systems – Sistema de Comunicação Pessoal), enquanto queconsidera o espectro 2.5GHz para complementar sua oferta de banda larga PCS Entretanto,visando usar o espectro, Sprint-Nextel primeiro teria que limpar grande parte do espectro e isolaros canais para que não haja interferências com os outros usuários do espectro (Igreja Católica,etc.). O que é ainda mais importante é que ainda existiria necessidade de que se eduquerespeito de qualquer oferta potencial de serviço de banda larga; os operadores indicaram que écedo demais para avaliar WiMAX por outros motivos que não sejam seu backhaul sem fio.

Sprint-Nextel tem várias opções e de nenhuma maneira era de prever que selecionaria WiMAX,ainda que provavelmente avalie a tecnologia. Em todo caso, poderão passar vários anos antesde que a entidade em fusão faça alguma coisa respeito de seu espectro 2.5GHz.

Cingular Wireless, outro grande possuidor do espectro 2.5GHz, também está avaliando susoportunidades WiMAX. Dito isto, o operador está avaliando WiMAX com uma tendência a usar atecnologia para proporcionar backhaul sem fio para seus AP Wi-Fi e sua rede celular. CingularWireless, por exemplo, na atualidade usa rádio de microondas no Garden State Parkway deNova Jersey.

6.2.2 3.5GHzA banda de freqüência 3.5GHz na atualidade está disponível em quase todos os países, comexceção dos Estados Unidos. Além dos desafios de propagação RF inerentes a esta bandamuitas licenças européias restringem a maneira em que se pode usar o espectro, dado quenesta banda particular na atualidade não se permitem handoffs entre células, o que não resultaideal quando se tenta oferecer um serviço móvel de voz e de dados que requer um serviçoininterrupto para as chamadas de voz. O Fórum WiMAX na atualidade está solicitando aosentes reguladores que modifiquem esta política. Além disso, em algumas regiões do mundocomo o Japão e a Coréia, estão sendo usadas porções do espectro para oferecer serviçossatelitais. A maioria dos defensores de WiMAX também acham que 3.5GHz não é adequadapara a mobilidade, em grande parte devido à propagação de RF nesta freqüência.

6.2.3 700MHzNeste momento, não há um perfil WiMAX para o espectro 700MHz, entretanto, pelo menosexiste certo interesse dentro da comunidade de WiMAX de introduzir WiMAX nesta banda defreqüência.

A banda do espectro 700MHz é muito utilizada em muitas regiõs do mundo, entre elas Américado Norte e a maior parte da Europa. Na atualidade, este espectro está sendo utilizado poremissoras análogas de TV o que significa que a capacidade de desdobrar WiMAX ou qualqueroutra tecnologia sem fio nesta banda do espectro na atualidade está limitada devido às

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preocupações acerca da possibilidade de que haja interferências entre os serviços. Com atransição para a TV digital, as emissoras da América do Norte finalmente esvaziarão esteespectro e o liberarão para outros possíveis usos.

Não se sabe quando acontecerá isto, mas poderia ser já no ano 2007 ou poderia se demorarvários anos mais. Como é analisado numa seção posterior, 700MHz é uma banda do espectromuito atraente em regiões remotas devido às condições de propagação favoráveis que existemnesta freqüência mais baixa (quanto mais baixa é a freqüência, mais longe se pode propagar osinal, se as demais condições forem as mesmas).

6.2.4 2.3GHzO uso da banda do espectro 2.3GHz está muito limitado neste momento a certas aplicações daCoréia do Sul (WiBro), Austrália, Nova Zelândia e os Estados Unidos. Nos Estados Unidos,TeraBeam, Verizon e Bellsouth são alguns dos maiores possuidores do espectro enquanto quena Nova Zelândia, Woosh Wireless possui uma marca em 2.3GHz em toda a nação, embora naatualidade esteja desdobrando TD-CDMA no espectro 2.1GHz. Apesar de existir um espectro2.3GHz disponível nos Estados Unidos, não é atraente para WiMAX, em especial porque o usonos canais adjacentes limita a largura de banda disponível.

7. WiMAX. Desafios técnicos e comerciais

Todas as tecnologias emergentes fazem frente a seus próprios desafios que devem superarpara se transformar num êxito técnico e comercial. Acontece o mesmo com WiMAX. ParaWiMAX, os desafios incluem uma propagação de freqüência radial (RF) desfavorável noespectro relativamente alto que se considera em algumas situações, a quantidade de trabalhosem acabar que deve ser realizado, além dos padrões do IEEE, para que os equipamentostenham a certificação WiMAX, e seus méritos econômicos em relação a 3G e outros serviçossem fios de banda larga que existem na atualidade.

7.1 A propagação da RF em freqüências mais altas é mais desafiadoraComo regra de ouro, o raio efetivo da célula em 700/800MHz é o duplo do que seria em1.9GHz, o que significa que são necessárias quatro vezes mais estações base em 1.9GHzrespeito de 700/800MHz. Entre 1.9GHz e 2.5GHz se aplicam os mesmos múltiplos, e o mesmoacontece entre 2.5GHz e 3.5GHz. Interpolando estes números, uma rede instalada em 3.5GHzpoderia requerer quase entre sessenta e oitenta por cento mais locais de célula do querequereria em 2.1GHz (espectro UMTS), se o resto das condições fossem as mesmas. WiMAXpoderia incluir o uso de tecnologias de antenas inteligentes, apesar de que isto provavelmentenão bastaria para compensar a perda. As tecnologias de antenas inteligentes também podemresultar onerosas e poderiam não ser adequadas para suportar um usuário que se desloca emseu veículo a 120km/h ou, inclusive, muito mais lentamente.

7.2 Os custos da instalação não são triviaisA maior quantidade de localizações de célula, como resultado do uso de bandas de freqüênciamais altas, eleva os custos de aquisição/leasing e de construção dos locais, independentementeda tecnologia que se instalar. O custo de adquirir um local na América do Norte facilmente podeascender aos $25.000, além dos custos de leasing que paga, enquanto que um operadorpoderia ter que investir até $75.000 em custos de construção para desenhar e fazer funcionar olocal, se supomos que o operador começa de zero. Também, os desafios logísticos de conseguirsuficientes localizações para instalar uma rede móvel ubíqua podem ser importantes,

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Depois queseja ratificado o

padrão .16e, aindadevem ser abordadosoutros temas, entreeles a definição daarquitetura da rede,

antes de que aimplementação móvelesteja pronta para as

provas iniciais.

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independentemente do fator custo. Os operadores da Europa agora estão tentando procurarsuficientes locais para suas redes UMTS que se estão superpondo a suas redes 900/1800MHzGSM. Por conseguinte, é natural que a logística de encontrar suficientes locais para uma redeWiMAX móvel ininterrupta em 3.5GHz, sem mencionar o impacto nos custos, seja inclusive maisdesalentadora. Esta é uma das razões pelas quais os potenciais operadores WiMAX queremusar bandas de freqüências mais baixas (por exemplo, 2.5GHz e mais baixas).

Dito isto, é provável que WiMAX tenha uma estrutura de menor custo respeito da rede núcleoou a porção da rede que se encontra “detrás” das estações base. Especificamente, WiMAXutiliza um núcleo todo IP o que significa que é escalável e, portanto, pode suportar um maiornível de tráfego de usuários para uma quantidade dada de recursos da rede. Além disso,WiMAX usa routers comerciais por oposição a uma combinação de interruptores de circuitos eoutros componentes da rede que, embora sejam similares aos routers comerciais, foramdesenhados especialmente para que se utilize uma rede celular. É importante destacar, contudo,que 3G também está em transição para um núcleo todo IP, momento em que reduzirásignificativamente sua própria estrutura de custos e obterá maior escalabilidade da que épossível na atualidade.

7.3 Tarefas sem terminar

Apesar de que o padrão .16E pode terminar-se para fins de 2005, isso não sugerenecessariamente que a tecnologia esteja pronta nesse então para seu desdobramentocomercial. Inclusive para o padrão .16d, as provas de interoperabilidade entre múltiplosvendedores, em geral chamadas “Plugfests” ainda não tiveram lugar, embora se espere quecomecem já começado este ano.

7.3.1 Interface aérea incompletaPara aqueles que começam, em sua pressa por finalizar o padrão, é possível que o organismoencarregado de estabelecer os padrões do IEEE não tenha dado suficiente tempo para que aspropostas sejam revisadas e analisadas adequadamente antes de ser votadas e,potencialmente, adotadas no padrão. Além disso, no princípio do ano se apresentou umaquantidade de propostas ao fórum para sua revisão e possível aceitação no padrão. Aexperiência demonstrou que quando se realiza tanto trabalho em relação a um padrão, éinevitável que surjam problemas imprevistos, se não é agora, durante o período dedesenvolvimento e prova. O exemplo mais documentado talvez seja UMTS que foi ratificado noano 2001, mas que nunca conseguiu sua primeira medida verdadeira de maturidade técnica eêxito comercial até passados dois ou três anos.

7.3.2 Arquitetura incompleta da redeO padrão .16e só se refere às camadas físicas (PHY) e de controle de acesso ao meio (MAC), edepende do Fórum WiMAX abordar temas tais como o controle de chamadas, administração desessões, segurança, arquitetura da rede, roaming, etc. Para pôr as coisas em perspectiva, talcomo está redigido o padrão na atualidade, cada estação base WiMAX é quase alheia àsestações base que a rodeiam, enquanto que a camada MAC só tem placeholders para o tráfegode mensagens relacionado com a implementação de um handover. Por conseguinte, a noçãode mobilidade ininterrupta não existe, enquanto que os assuntos relacionados com aadministração da potência poderiam ter como resultado um menor rendimento, em particularpara os usuários que se encontram no limite da célula (25-35% da rede) onde a interferênciaentre células seria mais evidente.

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O Fórum WiMAX criou um grupo de trabalho para a arquitetura da rede em fins de 2004 paraabordar alguns destes assuntos não resolvidos, mas não é realista esperar que se solucionemtodos, e menos que sejam provados e verificados nuns poucos meses. Dependendo dasituação, se programa que a primeira revisão da especificação da rede finalize para fim de ano.

Como medida interina, o Fórum WiMAX está tentando implementar, em primeiro lugar, umasolução portátil que carece de parte da inteligência da rede requerida para suportar velocidadesveiculares mais altas (até 120km/h) e handoffs ininterruptos. Em lugar de aplicações e serviços,como a voz, que requerem handoffs ininterruptos e a falta de uma cobertura generalizada, umaconexão de banda larga portátil satisfaria adequadamente as necessidades dos usuários dedados de banda larga alta.

7.3.3 Disponibilidade de chipsets WiMAXOutra grande incerteza é a disponibilidade de chipsets. Além da Intel e Fujitsu, váriascompanhias privadas também estão prometendo soluções chipset .16e muito convincentes e éprovável que, de fato, cheguem ao mercado antes que os provedores de silício maiores.Independentemente de quem chegar primeiro ao mercado, resultará um desafio o fato de quehaja silício disponível para provas num curto prazo. Para começar, o padrão móvel não estaráterminado até os primeiros meses do ano 2005 e os perfis iniciais ainda não foramselecionados, o que significa que apesar de que é possível fazer certo trabalho na atualidade,os detalhes técnicos mais precisos não poderão ser implementados até depois de que o padrãotenha sido totalmente ratificado.

Também é importante que as principais companhias semicondutoras que são de importânciapara o êxito de WiMAX não necessariamente têm que chegar a ser os primeiros provedores dechipsets sem fios (as tecnologias Wi-Fi e celular são dois exemplos). Dados alguns dosrequisitos para a solução móvel WiMAX, poderia ser necessário algo a mais para fabricar umchipset que suporte os perfis iniciais de WiMAX e o faça com um rendimento adequado(tamanho, requerimentos de potência, etc.).

7.3.4 Prova de interoperabilidade e provas de campo no mercadoA prova de interoperabilidade sempre requer mais tempo que o previsto, em particular se estáprovando um padrão completamente novo e se participam companhias que, em geral, não estãoacostumadas a este tipo de atividade. Se supomos que a prova de interoperabilidade é bem-sucedida e que há disponíveis soluções comercialmente viáveis (por ex, cartões de dados), ospotenciais operadores poderiam passar meses realizando provas de campo antes de passar àprova de mercado e, depois, possivelmente a uma instalação comercial de maior escala.Clearwire, com um investimento de 20 milhões de dólares da Intel, cujo maior investidor (deClearwire ) também é proprietário do provedor de equipamento (NextNet), é uma exceção.Clearwire anunciou seus planos de desdobrar uma solução sem fio fixa NextNet numaquantidade de mercados dos Estados Unidos no ano 2005.

Resulta interessante notar que os planos atuais de realizar as “plugfests” de WiMAX são paracertificar o equipamento em relação com um dos muitos perfis alvo do WiMAX. Dado que oFórum aponta a múltiplos perfis para diferentes regiões e aplicações, serão requeridas muitasatividades de interoperabilidade. Também, as “plugfests” ponta a ponta não podem serrealidade até que as estações base WiMAX e os CPE WiMAX estejam disponíveis. Se a históriaserve de guia, as estações base WiMAX estarão prontas para as provas de interoperabilidademuito antes de que os CPE estejam prontos.

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O êxito deWi-Fi, que demorouanos em acontecer,não se baseou nummodelo comercialimpulsionado pelo

operador.

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7.4 Economias incertasTal como acontece com outras tecnologias sem fios, a economia de utilizar WiMAX paraoferecer serviços sem fios fixos em regiões do mundo onde os desdobramentos wireline aindanão tiveram lugar ou onde há pouca concorrência, é atraente. Ao eliminar a necessidade deusar cobre ou fibra, um operador pode reduzir significativamente suas despesas de capitaliniciais enquanto que, ao mesmo tempo, reduz o risco de que haja problemas com o serviço,causados pelo vandalismo ou pelo roubo dos fios colocados sob a terra. Quando osconsumidores podem instalar por si próprios o CPE, os custos de instalação se tornan inclusivemais convincentes.

Não é claro se é possível dizer o mesmo com relação a outras oportunidades do mercado, emespecial quando o operador da rede está desenhando sua rede para suportar a mobilidade e avoz ininterruptas: são necessárias muitas mais estações base, independentemente da interfaceaérea que seja utilizada. Entretanto, se o operador desdobra sua rede WiMAX em áreasselecionadas, por maiores que sejam geograficamente, onde o tráfego de dados portátil / móvelpor banda larga é maior e se não tenta oferecer uma cobertura ubíqua dentro dessa zona, suaestrutura de custos se reduzirá.

Expresso de maneira simples, desdobrar uma rede móvel não é uma proposta econômica e,devido à abundância de operadores móveis que existe na maioria dos países, é possível queestas regiões não possam suportar outro operador móvel Greenfield. Não obstante, estasregiões poderiam suportar um serviço que se diferenciasse dos demais oferecendo velocidadesde dados mais altas que se compensariam na forma de uma cobertura reduzida e de menorqualidade de serviço: handoffs ininterruptos, suporte veicular a alta velocidade, etc.

7.4.1 WiMAX num mundo Wi-FiCom freqüência, se compara WiMAX com Wi-Fi com a conseqüência de que WiMAX seguirá ocaminho de Wi-Fi e se transformará num tremendo êxito de um dia para o outro. Wi-Fi demorouanos em conseguir sua recente popularidade, embora a mesma banda de freqüência estivessedisponível em quase todos os países (2.4GHz). Além disso, seu êxito não tem dependido de ummodelo comercial impulsionado por um operador, já que a maioria dos usuários Wi-Fi rara vez,se o fizerem, se assinam a um serviço Wi-Fi público. Aqueles que pagam para usar AP (AccessPoints – Pontos de Acesso) públicos primeiro adquiriram Wi-Fi e o utilizaram em seus lares edepois no escritório antes de migrar ao serviço no qual se paga de acordo com o uso que se lhedá.

Mais recentemente, 802.11a (5.8GHz) esteve captando certa atenção, mas não é um fenômenouniversal e seu éxito nem se assemelha ao êxito de 802.11b/g. Também não se pode fazer casoomisso de que quando se introduziu 54Mbps 802.11g como uma melhoria da solução 11Mbps802.11B também incluía um modo que o fazia compatível com o anterior 802.11b. Como foimencionado anteriormente neste trabalho, não existe tal compatibilidade pelo momento entre asversões fixa e móvel de WiMAX.

Os defensores de WiMAX asseguram que no longo prazo, os usuários migrarão sua tecnologiasem fio de Wi-Fi para WiMAX. Com relação aos provedores de serviços, poderia haver umamigração de Wi-Fi para WiMAX, mas levará mais tempo do que sugerem a maioria daspredições, já que a migração nem sequer vai começar até depois de que a tecnologia tenhafuncionado corretamente nas provas de campo. O quadro se vê ainda mais complicado pelo fato

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Os operadoresmóveis não

tradicionais, como asemissoras de cabo eprovedores de DSL,

representam asorganizações que

mais provavelmenteinstalem a versão

nômade / móvel deWiMAX.

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WiMAX

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de que Wi-Fi continuará evoluindo para se tornar mais eficaz, e quando se complete 802.11n,Wi-Fi oferecerá velocidade de dados inclusive mais altas e, também, maiores faixas.

Nas primeiras etapas, os desdobramentos WiMAX provavelmente estejam limitados até que sedemonstre o caso comercial. Cometa Networks, com sua visão de uma rede Wi-Fi nacional comdezenas de milhares de AP, é um exemplo clássico de que pode ir mal se não se segue umcronograma prudente de instalação. Ao mesmo tempo, a adoção rápida dos consumidores nãopode acontecer até depois de que seja possível uma cobertura ubíqua, não só sobre uma baselocalizada, senão que num âmbito regional, nacional ou internacional. Se este cenário tivesselugar (cobertura ubíqua, pontos atraentes quanto a preços), poderia ter sentido incluir WiMAXnos notebooks.

7.4.2 WiMAX num mundo 3G

7.4.2.1 Os operadores estão no modo avaliaçãoNa atualidade, uma quantidade de operadores está considerando WiMAX, mas a maioriaindicou que apesar de não descartar o potencial portátil / móvel de WiMAX, seu principalinteresse neste momento é o potencial que WiMAX oferece respeito do backhaul (Wi-Fi ecelular) e o serviço sem fio fixo.

Telecom da França (Orange), por exemplo, é membro do Fórum WiMAX e na atualidade estáavaliando a tecnologia para seu uso potencial em 3.5GHZ a fim de complementar sua oferta deWi-Fi e oferecer um backhaul sem fio. Neste ponto, o operador acha que a versão portátil /móvel do padrão WiMAX não está o suficientemente avançada como para que o operador ocompare com HSDPA ou outras tecnologias sem fios de banda larga centradas em IP, emboraseus defensores pensem que WiMAX é algo que “se deve ter”.

Numa apresentação realizada no início de 2005, Vodafone comparou o rendimento previsto deWiMAX com o da solução TD-CDMA existente. Afirmou que há “pouca diferença entre atecnologia do modo TDD ?TDCDMA? e WiMAX, do ponto de vista do rendimento”. É provávelque haja mais avanços de TD-CDMA nos próximos anos, entre os que se inclui a detecçãoavançada multiusuário e MIMO, que melhorarão ainda

Os operadores móveis não tradicionais, como as emissoras de TV por assinatura e osfornecedores DSL, e os operadores de linhas fixas, como a British Telecom, são asorganizações que têm maiores probabilidades de instalar a versão portátil / móvel de WiMAX.Com esta suposição como pano de fundo, seria possível afirmar sem dificuldades que WiMAXconcorrerá e/ou será um complemento dos fornecedores de serviços wireline de banda largaexistentes e não dos operadores tradicionais de 3G.

Como foi dito anteriormente, BT já está instalando quantidades limitadas de “pré-WiMAX” e estáanalisando seriamente a instalação de uma solução portátil que depois possa ser aperfeiçoadapara suportar a mobilidade total. Sendo um importante provedor de Wi-Fi, o operador reconhecetambém que seria possível dar argumentos para instalar apenas mais pontos de acesso Wi-Fi erenunciar à necessidade de uma nova rede WiMAX portátil / móvel. Dito isso, o operadortambém acredita que Wi-Fi não é adequado para dar uma cobertura completa caso isso se torneum requisito, e para oferecer um serviço diferenciado, o operador quer que os usuáriosexperimentem uma velocidade de dados de ?500Kbps num âmbito portátil / móvel.

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7.4.2.2 As aplicações e os serviços 3G continuam sendo convincentes e ainda são necessáriosDo ponto de vista do consumidor, para que haja uma necessidade convincente de adquirir umdispositivo habilitado pelo WiMAX e para depois assinar a oferta do serviço, o serviço WiMAXdeve oferecer algo que os serviços existentes não possam oferecer ou deve oferecer o mesmonível de serviço por um preço mais interessante.

A versão portátil / móvel do WiMAX está ainda em suas primeiras etapas e é necessário muitotrabalho para definir a tecnologia, sem falar do fato de estabelecer os serviços e as aplicaçõesque utilizarão a rede WiMAX. Por outra parte, a indústria celular tem introduzido mais aplicaçõescom valor agregado durante mais de uma década. Os usuários de celulares adquirem serviçosde voz ubíquos e sem limites, entre os que com certeza se encontra o roaming nacional einternacional. Estes assinantes, ao mesmo tempo, dependem de seu telefone móvel para estarem constante comunicação com sua casa ou escritório. Com a introdução da ordem E-911 nosEstados Unidos e ordens similares em outros países do mundo, o telefone móvel tem a funçãotambém de inestimável ferramenta de segurança que pode ser utilizada para solicitar ajudaquando a pessoa não sabe exatamente onde se encontra. É muito difícil imaginar este mesmonível de serviço e de inteligência de rede numa rede WiMAX.

Os dados móveis representam outro elemento obrigatório dos serviços celulares, que se tornaainda mais obrigatório com a chegada das tecnologias avançadas 3G. Nesse contexto, há umatendência a comparar as velocidades máximas e médias de dados para determinar qual é a“melhor “ tecnologia. Entretanto, a realidade é que há uma compensação intrínseca entre asvelocidades de dados mais altas e outras características do rendimento, como a mobilidade emescala total e as características de funcionamento da rede, como os serviços de voz de grandequalidade. Os consumidores têm expectativas e reclamam quando esses serviços não ossatisfazem.

Os operadores móveis temem transformar-se num canal de banda larga inútil, e por issoutilizam suas redes 3G (UMTS, 1xEV-DO) para oferecer uma combinação de conteúdo eaplicações dirigidos aos usuários de empresas e aos consumidores cotidianos. Por outraspalavras, sem um portfólio convincente de conteúdo e serviços, provavelmente 3G não teria tidoo êxito que tem agora. Em ausência destes tipos de conteúdos e serviços, o aspecto portátil /móvel do WiMAX corre o risco de se tornar um serviço marginalizado atraente apenas para umabase limitada de clientes; uma base de clientes que já tem acesso a uma cobertura de dados3G, que se vê aumentada por pontos de acesso Wi-Fi nesses lugares para onde com freqüênciaconvergem os usuários das estações.

7.4.2.3 As diferenças de custo entre WiMAX e 3G não são significativasQuanto ao custo, já não há dúvidas de que a instalação de uma rede de acesso de rádioWiMAX não é basicamente mais econômico que a de uma rede Greenfield 3G, em especialquando se considera que o custo atual da infra-estrutura (estações base, etc.) representaapenas um modesto percentual das despesas totais de capital: os custos de aquisição do locale de preparação são tecnologicamente agnósticos e, em geral, custam muito mais que oequipamento instalado no local. Há economias inerentes na rede núcleo devido a que WiMAXadota uma infra-estrutura totalmente IP. Entretanto, a rede de acesso de rádio representa emgeral 60-70% das despesas de capital de um operador, das quais a rede núcleo representaapenas 15-20% do total dos custos de instalação.2 Dito isso, 3GPP e 3GPP2 definem todos os

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2 Normalmente, os custos de transmissão representam 10% da despesa geral de uma operadora.

WiMAX e 3Gconcorrerão por um

espaço noscomputadoresnotebook; os

computadoresnotebook com

capacidade 3G têm avantagem de ter

chegado antes aomercado.

A instalaçãode WiMAX não é,

basicamente, menoscara que a de 3G, em

particular é precisolevar em conta que o

custo da infra-estrutura representaapenas um modesto

percentual da despesatotal de capital.

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núcleos IP para WCDMA e CDMA2000. Estes operadores móveis terão as mesmas economiasde custos no longo prazo.

Além disso, o custo do equipamento do usuário, que se inicia com os cartões de dados epossivelmente continue até incluir notebooks e outros dispositivos terminais (por ex., iPAQ) comtecnologia WiMAX incorporada, estabelecerá um preço elevado em relação com Wi-Fi ou comdispositivos habilitados por 3G, que serão provocados, em grande parte, pela simples falta devolume. O efeito combinado de altas despesas de capital e o custo de CPE serão o maiordesafio para WiMAX quando busque se estabelecer como outra opção de oferta de dados semfios portátil / móvel.

Como já foi dito acima, a quantidade de estações base requeridas para dar suporte àmobilidade total é muito mais alta que a quantidade requerida para dar suporte a uma oferta deserviço fixo / nômade. Como tal, os operadores de WiMAX, que na maior parte dos casos nãoserão operadores móveis titulares, enfrentarão o grande desafio de encontrar e obter acesso alocalizações adequadas para suas estações base. Ademais, estes operadores “não tradicionais”deverão ter acesso a recursos financeiros substancialmente mais altos, devido aos maiorescustos próprios, relacionados com a instalação e a manutenção de uma rede “móvel” capaz deser utilizada como portadora.

Com uma oferta de serviço fixo / nômade, os clientes podem aceitar pequenas quantidades de“zonas mortas”, e é possível que não percebam a interrupção do serviço quando se deslocamentre células. Ora bem, se a mobilidade é publicitada, e em especial se o operador estáoferecendo um serviço de voz (VoIP), os assinantes esperarão o mesmo nível de serviço,incluindo tarifas por chamadas mais baixas em apenas uns poucos pontos percentuais, aosquais estão habituados com 2G ou 3G. Portanto, os operadores de WiMAX não poderãosimplificar as coisas quando instalarem suas redes, ao mesmo tempo eles assumem um riscoimportante, visto que suas redes poderão oferecer um nível de serviço proporcional ao fato deestar baseado numa tecnologia da próxima geração.

7.4.2.4 Incluir WiMAX nos dispositivos não é algo trivialDo ponto de vista do dispositivo, os principais fabricantes de notebooks neste momento estãoavaliando WiMAX. Mas, além de ter um placeholder para um ponto de entrada do produto parameados de 2007, pelo menos desta vez alguns desses fabricantes não estão comprometendo-se com a tecnologia. Seria preciso indicar que alguns dos principais fabricantes de notebooksnão participam do Fórum WiMAX, mas participam de outras entidades de padrões sem fios (Wi-Fi, Alliance, WiMedia, 3GPP, etc.)

Uma de suas preocupações é o modelo comercial subjacente e quem venderá a oferta doserviço. Embora estas companhias reconheçam que os clientes móveis querem mais de aquiloque os hot spots (pontos de acesso) sem fios podem oferecer, estes fabricantes afirmamtambém que os serviços 3G já estão disponíveis em muitos lugares. Portanto, alguns destesfabricantes provavelmente introduzam seus primeiros notebooks com tecnologia 3G incorporadajá avançado o ano 2005 ou no início de 2006. A Sony já anunciou seu primeiro notebook 3G.

No caso de que haja demanda do WiMAX, é muito provável que estes fabricantes de notebooksofereçam uma solução WiMAX incorporada. O desafio, entretanto, é que os notebooks podem

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A necessidadede modelos

comerciais bem-sucedidos

direcionados pelooperador é algo mais

duvidosa e, afinal,poderia ser o pior

prejuízo para WiMAX

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conter uma quantidade limitada de soluções RF. Wi-Fi é quase ubíqua em todos os notebookque se entregam; e outras soluções RF, entre as que se incluem UWB, Bluetooth e 802.11x jáestão disponíveis ou estarão disponíveis antes que WiMAX.

A fim de que WiMAX seja incluído nesta lista, a tecnologia terá que substituir uma das soluçõesincorporadas para liberar suficiente espaço. Parece que 3G seria o candidato mais provável, jáque esta tecnologia tem mais coisas em comum com WiMAX: as duas têm uma ampla coberturade área. Então, falta saber se haverá suficiente demanda para WiMAX numa freqüênciaparticular (devemos lembrar que há diversas opções) fora da demanda de 3G, para justificaruma oferta separada do produto. A resposta poderia ser afirmativa, mas se os clientes se vêemforçados a escolher entre WiMAX e uma oferta 3F/Wi-Fi preexistente, a adoção de WiMAX nomercado poderia ver-se limitada, afetando ainda mais o já discutível modelo comercial deoperador. Afinal, sem os operadores, WiMAX não pode ter êxito.

Apesar de alguns dos desafios que WiMAX enfrentará num mundo 3G, ele cria umaoportunidade de mercado para os operadores não tradicionais que querem fazer uma oferta deserviços de banda larga portátil / móvel, e dada a dependência de WiMAX no modelo comercialimpulsionado pelo operador, o êxito comercial da tecnología dependerá destes operadores.

Conclusão

A versão fixa do padrão WiMAX 802.16-2004 atende uma necessidade particular do mercado,que é a disponibilidade de uma solução de baixo custo baseada em padrões e que possa daracesso de banda larga e de voz básicos em regiões do mundo onde a economia de um serviçowireline fixo não faz sentido. Aliás, o padrão fixo pode servir para impulsionar a proliferação depontos de acesso de Wi-Fi enquanto que, ao mesmo tempo, reduz os custos de operação?backhaul? e melhora a experiência do usuário através de velocidades de dados mais altas.

Apesar de que estas oportunidades de mercado estão facilmente disponíveis e vale a penabuscá-las, grande parte da atenção da indústria se concentra no padrão portátil / móvil 802.16e,e seu potencial para oferecer um serviço sem fios de banda larga móvel. Nesta conjuntura, restaainda muito trabalho a fazer antes de que o padrão .16e esteja comercialmente pronto e antesde que os operadores possam pensar seriamente em utilizar a tecnologia. Na medida em queWiBro possa considerar-se dentro da família WiMAX (poderia se dizer que está), a Coréia doSul poderia ter a primeira rede disponível no início de 2006, embora a disponibilidade dedispositivos para o usuário final produza grande incerteza.

Assim, é importante reconhecer que inclusive depois que seja ratificado o padrão portátil /móvel, resta muito trabalho a fazer já que é preciso ainda desenvolver os chipsets, seguidos dasestações base e CPE, é preciso definir ainda a arquitetura da rede e as questões relacionadascom a segurança, e a tecnologia deve ser testada numa prova de campo. Depois que osfornecedores de equipamentos tenham realizado provas de campo com êxito, a tecnologiaestará preparada para provas extensivas do operador que poderá então conduzir a instalaçõescomerciais de maior escala. Não é necessário dizer que os testes dos operadores nem sempreconduzem à implementação comercial.

A possibilidade de saltar à mobilidade total é ainda um pouco fraca, inclusive depois de que opadrão .16e seja ratificado. É muito provável que o fato de que a tecnologia seja comercial eeconomicamente viável demore muito mais tempo que o que se diz agora: o momento depende,

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em boa medida, da complexidade final da arquitetura da rede. Devido à falta de conteúdos eserviços convincentes, os clientes que já utilizam os serviços 3G e Wi-Fi dificilmente sejampressionados a abandonar seu fornecedor de serviço celular e a adotar WiMAX. Aqueles queadotarem WiMAX como canal de dados (data pipe) de banda larga, provavelmente continuemutilizando seu fornecedor de serviço celular, opção que, no melhor dos casos, indica queWiMAX complementa 3G enquanto tenta concorrer com os serviços Wi-Fi que já sãoeconômicos. Em certa forma, WiMAX também terá que concorrer com a combinação 3G /Wi-Fipara encontrar espaço nos notebooks da próxima geração.

Os operadores não tradicionais que atualmente carecem de uma oferta móvel são os candidatoscom maiores probabilidades de utilizar as capacidades WiMAX. Ora bem, deverão enfrentartambém a necessidade de equipamentos para usuários habilitados por WiMAX e, em algumasinstâncias, a falta de um espectro adequado. Além disso, esses operadores deverão enfrentaros obstáculos técnicos próprios da instalação de uma nova tecnologia sem fios e os desafioseconômicos relacionados com a oferta de um serviço que deve atrair o interesse dosconsumidores que já estão familiarizados com a combinação de serviços 3G/Wi -Fi. Em últimainstância, é possível enfrentar os desafios técnicos e começar a desenvolver a oportunidadecomercial para o serviço WiMAX portátil / móvel. O êxito de WiMAX no mercado, por sua grandedependência da necessidade de modelos comerciais bem-sucedidos direcionados pelooperador, é algo mais duvidosa e, afinal, poderia ser o maior prejuízo.

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