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A Falência da Segurança Públicano Brasil
www.bengochea.com.br
Sumário1. A Constituição Federal2. Conceitos3. A Preservação da Ordem Pública4. As Salvaguardas Jurídicas5. Brasil – Estado e Governo6. Insegurança e Impunidade7. Níveis de Criminalidade8. Conclusão - Visões
Estado de Defesa e Estado de Sítio Restabelecer a ordem pública ou a paz social; Decreto do Presidente e aval do Congresso. Congresso é o fiscal, deve acompanhar
Forças Armadas Defesa da Pátria, da lei e da ordem
Segurança Pública dever do Estado, direito e responsabilidade de
todos; é exercida para a preservação da ordem pública e
da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através do seguintes órgãos: PF, PRF,PFF,PC,CB e GM.
Estado (visão de Estado) Estado - Povo, Território e Governo soberano. Governo - são os Poderes de Estado:
Legislativo – função normativa; Judiciário - aplicação coativa das leis; Executivo - conversão das leis em ato individual e
concreto.
1
A Constituição FederalDa Defesa do Estado e das Instituições Democráticas - Título V art. 136 a 144
ORDEM PÚBLICAEstado de serenidade Apaziguamento, tranquilidade
pública decorrente da consonância com as leis e os preceitos que regulam uma coletividade.
Regras Formais – Coativas que emanam do
ordenamento jurídico de uma nação, tendo o escopo de regular as relações sociais e estabelecer um clima de convivência harmoniosa e pacífica.
“O amor por princípio, ordem por meio e
progresso por fim.” Augusto Comte
Lema Positivista
2A
Segurança PúblicaConstituição Federal
responsabilidade de todos (Governantes e Povo);
garantia da preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio;
É exercida por....Forças Policiais.
Um conjunto de processos políticos e jurídicosdestinados à garantir a ordem pública na
convivência de homens em sociedade (Moreira Netto)
2B
Segurança Pública
Segurança Pública (direito social) é um conjunto de ações e processos: administrativos (Executivo) jurídicos (Legislativo)judiciais (Judiciário)
As funções interagem e dão continuidade ao esforço do outro.
Finalidade: preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.
Harmonia, ligações e comprometimento
SISTEMA DE JUSTIÇA CRIMINAL - AÇÕES DE ESTADO (PODERES) -
GUARDA, CUSTÓDIA, REINCLUSÃO
PRISÃO/SOLTURA
JULGAMENTO
DENÚNCIA
INVESTIGAÇÃO
PREVENÇÃO/CONTENÇÃO Paz Social
Quebra da Ordem Pública
Restabelecimento da
Ordem Pública
Ações coativas de
Ordem Pública
3
SENTENÇA
Como funcionam os
processos e instrumentos
de preservação da ordem públicanas Unidades Federativas
do Brasil?Segurança Jurídica
A PIRÂMIDE DA ORDEM PÚBLICA
Segurança Pública
PREVENÇÃO/CONTENÇÃOprocesso e controvérsias
Policial Responsabilidade territorial, presença real e potencial
Educação Ensino científico, desportivo, artístico e técnico
Saúde pública Preventiva, drogas, desvios comportamentais
Sociais Distribuição de direitos
Poderes e Leis Leis e Autoridade respeitadas
3A
Sucateamento das Polícias Estaduais
Policial Civil Investigativo
Ostensivo
Pericial
Ciclo completo da atividade policial
Área de Convivência/ Ameaças
Instituto de Perícia
Policial Militar
A POLÍCIA OSTENSIVA DESVALORIZAÇÃO
Desmonte e depreciação salarial Ciclo policial ostensivo ilhado
PRIORIDADE Tecnologia em detrimento do policial de posto. Ocupação do espaço investigativo.
DESCOMPROMISSO Perda da responsabilidade territorial.
POLICIAMENTO COMUNITÁRIO Falta efetivo, relação de confiança comprometida.
BICO MORTAL Morte de policiais, prejuízo da folga, estresse, truculência, erros,
aliciamento.
INUTILIDADE DOS ESFORÇOS Somente 1% dos detidos pela PM são encaminhados à prisão.
INVESTIGAÇÃOBUROCRACIA
Cartorária, morosa, oitivas repetidas na justiça;Busca espaço no ciclo: volantes ostensivas.
IMPRODUTIVIDADE Apura só 2,5% dos homicídios de autoria desconhecida
POLÍCIA DISCRETA Ações com veículos e coletes caracterizados
RE-TRABALHO Prisão de foragidos e beneficiados pela justiça.
SEQUESTRO POLÍTICO DA PERÍCIA A perícia foi tirada da PC. No RS, é um órgão
independente.
3B
Inquérito Policial Uma peça acessória
Surgimento Lei 2.033 dec 20/09/1871;
Morosidade de 30 a 60 dias para conclusão e flagrante 5 a 24 horas,
ou mais.Sobrecarga
Precedência da prova testemunhal escrita à oralidade; Delegados, promotores e juízes tem de delegar tarefas.
Peça Informativa Tratamento dado pelo MP e Judiciário;Essenciais - Apenas o relatório e as provas periciais;RETRABALHO – Em juízo, as oitivas se repetem. Pode
ser nulo e ninguém é obrigado a depor (tortura);
DENÚNCIAMP NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
autonomia, independência financeira defesa da cidadania e meio ambiente; defesa da ordem jurídica, do regime democrático Defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis;
FISCAL DA LEI Denuncia dos ilícitos ESBARRA na morosidade da justiça
CONTROLADOR EXTERNO DAS POLÍCIAS Se mantém longe das corregedorias, só na observação;
INVESTIGAÇÃO busca por espaço - investigações e chefia de Forças Tarefas; Se torna cada vez mais burocrata e moroso.
DESESTRUTURA Falta de pessoal, sobrecarga burocrática e corporativismo impedem
maior relação e eficácia das suas tarefas legais;
3C
JULGAR, SENTENCIAR e PRENDERINTERVENÇÕES DO STF
Diverge e questiona as leis;Enfraquece TR e juizes naturais;
DESCRÉDITOA opinião pública não confia.
POSTURA JUDICIALAtua de forma aristocrática, mediadora e benevolente.Superlotação nos presídios - demora em julgar e falta de
supervisão. Prioriza medidas benevolentes, alternativas e terapêuticasEsquece a função precípua da aplicação coativa da lei (Dir.
Adm.)Juizados de Garantia – é o elo que falta. 60% dos juizes querem.
DEPENDÊNCIA Dependente da polícia judiciária (flagrantes e inquéritos)
3D
Processo judicial Modelo Burocrata
empolado e um dos mais fracos do mundo;
Distante das questões de Ordem Pública Relações de dependência e retrabalho – refaz o inquérito policial Divergências entre as instâncias e interpretações variadas
Morosidade Peça acessória, amplos prazos e diversos agravos e recursos e instâncias;
Legislação tolerante Se presta à váriadas interpretações, decisões e alternativas;
Demora e falta de defesa Defensorias desetruturadas e fora do sistema; Injustiça, prejuízos e danos morais irreparáveis; É ágil para ricos e poderosos.
Audiência e transporte de presos Escoltas colocam em perigo a sociedade. Nos EUA – o juiz e a polícia vão ao presídio. Salas especiais.
• TJE/RS tem 28.898 processos, sendo 7.311 para cada desembargador.
Justiça alega gastar tempo refazendo trabalho policial.(Veja 30/02/2002)
Processos - 90% do tempo no cartório e 10% com os juízes;
2001- TRF-RS recebeu 108.047 ações - total 241.728 e julgadas apenas 72.552
TRF-RS - Cada juíz tem mais de 1.700 processos p/ analisar e concluir.
PRISÃO A POLÍTICA PRISIONAL NA LEI
reeducação, reintegração social e ressocialização regionalização e a municipalização dos presidios colônias penais agrícolas, industriais escolarização e profissionalização dos presos
A DESORGANIZAÇÃO desestrutura, conflitos organizacionais. intervenções e desvios de função. distanciado e sem supervisão, controle e ação ativa do Poder Judiciário. falta uniforme, códigos de ética e disciplina; Na soltura do apenado, cessa a assistência do Estado.
A NEGLIGÊNCIA DO ESTADO Superpopulação – crime contra os DH, insegurança, ociosidade,
insalubridade, permissividade, promiscuidade, tortura, etc... Níveis de Segurança – inexistente para estabelecer um padrão; Trabalho obrigatório – vedado pela CF 1998.
3E
INDICADORES DO CAOS Massa carcerária
71,3 % a mais no RS em 2001 Número de agentes e policiais se manteve Judiciário, MP e Defensorias não evoluiram.
Direitos Humanos ZERO Celas 3 x 3 para 9 pessoas - um em cima dos outros; presos dormem em redes, embaixo da cama ou na latrina;
Discriminação Ociosidade x sobrevivência - não encontram trabalho; 60% dos presos que ganham a liberdade voltam ao crime; Abandono, falta de opção, medo, parcerias e compromissos;
Impunidade 1% dos condenados cumprem pena até o fim. 1/6 da pena estão soltos. Lei não permite mais de 30 anos de reclusão.
Morte de presos dentro dos presídios no Brasil 20o % de mortes nos últimos cinco anos. (Fonte: MJ)
DESMANDO, CRIME E NEGLIGÊNCIASuperlotação Prisional
Judiciário: Morosidade para processar e julgar Executivo: Violação de direitos humanos MP, Legislativo e Defensoria: omissos, coniventes e ausentes
Insegurança - comando paralelo domínio de galerias, extorsões, aliciamento descontrole e execuções de rivais.
Privilégios Licenças e benefícios amplos ; Sem monitoramento, controle ou assistência.
Saúde ineficiente dependências e desvios sem tratamento
Justiça de Pilatos - distante e benevolente Execução: supervisão e monitoramento inoperantes Paliativo: prefere interditar presídios e soltar presos. Terror: sacrifica a ordem pública, a vida e o patrimônio do cidadão.
- “Aqui tem jovens enterrados vivos.”
- “Se somos lixo, porque não reciclar.”
Presídios ou Navios Negreiros
TRATAR, MONITORAR E REINCLUIRONDE ESTÁ A SAÚDE?
Ausência do Estado para tratar dependências químicas e desviosInexistência de Criação de Centros de Tratamento e Reabilitação.
QUEM MONITORA AS LICENÇAS?Abandono da Justiça – o preso é entregue à própria sorte.Inexiste - Agente para monitorar e assistir os benefícios (EUA)
ONDE ESTÃO AS POLÍTICAS PENITENCIÁRIAS?Art. 137 CERS - reeducação, reintegração social e
ressocializaçãoCentros e Oficinas técnicas – iniciativas mínimas e isoladas;Abandono - o apenado solto ou em licença é abandonado. Reincidência - Soldado do Crime e retrabalho para a políciaDiscriminação - Desconfiança do povo e dos colaboradores.
3F
- “A pena tem duas funções: punição e regeneração. O sistema brasileiro esqueceu da última.”
Juiz Antonio Arruda - 24 e 25 abr 1999
Salvaguarda Jurídica Desordem Jurídica
- 245 artigos, 9 títulos e 70 art. transitórios - 20 anos: 63 reformas - 57 emendas e 6 revisões.
- + de 10 mil leis complexas e códigos de 1940.
Dispositivos desrespeitados e rejeitados- Utopia do salário mínimo e das garantias.
- Ação popular e mandado de injunção não tem vez. - Não observa urgência, relevancia ou emergência - Limites salariais não são cumpridos (art. 37, inciso XII)
Redação Confusa - mal redigida, detalhista, confusa, sem sistema e
detalhes impróprios ao texto constitucional (Meirelles)
Corporativista, Generosa e Benevolente - concede vários direitos e recursos. Justiça para os ricos.- privilégios aos membros do Legislativo, Judiciário e MP.
- STF intervém em todos os direitos.
Anacrônica e Policialesca- questão tributária, previdenciária, fiscal e trabalhista- Atribui a preservação da ordem pública apenas às forças policiais.
4
Publicação periódica
BRASIL - Estado e Governo Na lei e na teoria:
uno e indivisível se manifesta por Poderes de Estado
independentes e harmônicos; Cada um com funções precípuas
indelegáveis que se complementam; Poderes imanentes e estruturais do Estado. Governo é o resultante da interação dos
Poderes de Estado.
Na prática: divergentes, antagônicos e corporativistas; Não se complementam - um assume o papel
do outro; Separados por interesses corporativistas; A função de governo parece ser atribuição
apenas do Executivo; Minados pela corrupção e
improbidades; Desacreditados pelo povo.
Elementos de Estado: Povo, Território e Governo Soberano
Poderes de EstadoLegislativo - elaboração das leis;Executivo - conversão da lei em ato individual e concreto;Legislativo - aplicação coativa da lei aos litigantes.
5
IN SEG U R AN Ç A N O B R ASIL - C AU SAS E EFEITO S
Im punidade
M ídiaRepetitiva
Denunciassem resposta
ProtestosClam or
SociedadeIndignada
Im punidade
TráficoConsum o
PoderesParalelos
PobrezaDesemprego
Delitos contraa pessoa
Im punidade
CorrupçãoAliciam ento
Desvios recursosPublicos
PoderFinanceiro
Delitos contrapatrim ônio
Im punidade
DesconfiançaDivergências
CentralizaçãoDecisões
M orosidadeBurocracia
JustiçaM azelas
Im punidade
ResultadosInúteis
PartidáriosDesmoralizados
DivididosDepreciados
Seg PúblicaInstrum entos
INSEGURANÇA PÚBLIC A
MEDO Terror, Retaliações, Execuções.
INDIVIDUALISMO Enfraquece a ação comunitária Segurança privada – cara e ocupando espaço
MOBILIZAÇÕES E PROTESTOS PÚBLICOS Isolados, tímidos e ineficazes - obstruídos e desmoralizados.
VOTO OBRIGATÓRIO E PESSOAL Esperança individual - desconhecimento do programa partidário.
DESCONFIANÇA NO ESTADO Desconfiança - leis, justiça, polícia, partidos e políticos. Mau exemplo – corporativismo, nepotismo, corrupção, altos salários nos
Poderes Improbidade – corrupção minando o Estado Tributos e Custos - elevados e abusivos Opressão - poder criminoso e financeiro.
“Numa nação sem justiça nascem os bandidos, rebeldes e
justiceiros”.
Níveis de Criminalidade - Control Risks GroupNível CENÁRIO PREDOMINANTE
7 Terrorismo e Guerrilha. Incapacidade de manter a ordem
6 Crime de rua comum e tumultos violentos
5 Crime e seqüestros são ameaças constantes
4 Há áreas a ser evitadas. Risco de conflitos sociais
3 Baixo índice de violência. Ruas seguras durante o dia.
2 Pequenos delitos. Poucas áreas de risco.
1 Não existem áreas a ser evitadas. Situação de Paz Social.
Fonte: Veja ano 34 n° 23 – Especial – Sua Segurança
ConclusãoVisões de Segurança Pública
VISÃO MÍOPE VISÃO IDEAL