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Pr-Diagnstico das Prticas de Gesto de Resduos
Slidos da Escola de Engenharia da UFF: uma anlise
com base no Decreto 5.940/06 e na Lei 12.305/10
John Lennon Specht Altro
(LATEC/UFF)
Fernando Oliveira de Araujo
(LATEC/UFF)
Resumo: Apesar das instrues do Decreto Federal 5.940, de 25 de outubro de 2006, que institui a separao dos resduos reciclveis descartados pelos rgos pblicos federais, na fonte
geradora, e a sua destinao s associaes e cooperativas dos catadores de materiais reciclveis
e da Lei Federal 12.305, de agosto de 2010, que institui a Poltica Nacional de Resduos Slidos,
observa-se em Instituies Federais de Ensino Superior (IFES) da Regio Metropolitana do Rio
de Janeiro preocupante negligncia no que concerne observao das determinaes expressas
nos referidos instrumentos legais. O presente estudo de pesquisa pretende oferecer uma anlise
qualitativa sobre a gesto de resduos slidos atual do Campus da Escola de Engenharia da
UFF, visto que este no se encontra em conformidade com o Decreto e a Lei supracitados. Para
isto, o presente estudo baseia-se nos instrumentos legais aplicveis, alm de lanar mo da
observao direta das boas prticas presentes em casos de sucesso (benchmarks) de adoo de
prticas da coleta seletiva solidria no ambiente acadmico, como as iniciativas da Universidade
Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), com o intuito de representar estudo contributivo a outras IFES para inspirar a
implementao das prticas de coleta seletiva solidria. Como resultados desta pesquisa observa-
se o no atendimento a inmeros requisitos do Decreto 5940/2006 e Lei 12.305/2010.
Palavras-chaves: coleta seletiva solidria; gesto de resduos slidos; Instituies Federais de Ensino Superior; Decreto 5.940/ 2006; Lei 12.305/2010.
ISSN 1984-9354
IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELNCIA EM GESTO 20, 21 e 22 de junho de 2013
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Introduo
1. Consideraes iniciais
As preocupaes concernentes sustentabilidade tm se avolumado, sobretudo a partir da dcada
de 1990, inspiradas pelos resultados provenientes da Conferncia do Clima, realizada no Rio de
Janeiro, em 1992 (Eco 92). Mais contemporaneamente, governos, empresas, organizaes da
sociedade civil, entre outros atores, tm atribudo especial relevncia a repensarem suas prticas e
vises considerando oportunidades de melhoria de suas aes, com base em uma perspectiva de
perenidade.
Neste sentido, as Instituies de Ensino Superior (IES) assumem papel fundamental na preparao
dos futuros profissionais e cidados, por meio da oferta de saberes capazes de serem utilizados
para o desenvolvimento de uma sociedade mais sustentvel e justa. Segundo Tauchen e Brandli
(2006), isto se torna possvel, a partir da incorporao dos princpios e prticas da
sustentabilidade, seja para iniciar um processo de conscientizao em todos os nveis da
instituio ou para tomar decises fundamentais sobre planejamento, treinamento, operaes ou
atividades comuns compreendidas pela instituio.
Emlio Eigenheer (1989) no apenas afirma que as IES exercem um papel imprescindvel para a
realizao de trabalhos pioneiros que envolvam aes ambientais de amplo alcance social e
educaciona1, como vai alm; para o pesquisador a Universidade enquanto "territrio neutro"
pode facilitar enormemente a aglutinao de esforos dos mais diversos setores da sociedade
interessados em questes ambientais: comunidade, rgos pblicos, de pesquisa etc.
Contudo, Eigenheer (1989) indica as dificuldades da implementao de aes interdisciplinares
nas Universidades, sejam por questes polticas ou econmicas. Sob o prisma da comunidade
acadmica, observa-se, portanto, que, passadas mais de duas dcadas do estudo referenciando,
ainda hoje, estas questes justificam a inviabilidade de muitos projetos orientados ao
desenvolvimento de polticas e prticas orientadas sustentabilidade.
Apesar de o engajamento com a reconstruo de prticas e vises nas Universidades no ter
ocorrido no mesmo ritmo de outras organizaes, aquelas, de acordo com Brandli (2006) precisam
praticar aquilo que ensinam.
Para Careto & Vendeirinho (2003 apud Brandli, 2006), enquanto as universidades so
frequentemente vistas como instituies estagnadas e burocrticas, outras instituies
demonstraram ser capazes de, pelo menos, iniciar o caminho da sustentabilidade.
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Dessa forma, nota-se que o engajamento com a reconstruo de prticas e vises por parte dos
governos, empresas, entidades da organizao civil no ocorreu no mesmo ritmo das
Universidades do pas, onde este marco na tomada de iniciativas a cerca de aes mais
sustentveis partiu, sobretudo, de presses polticas externas. Estas fomentaram a criao de
polticas pblicas, recaindo inicialmente sobre organizaes com maior potencial de gerao de
resduos.
O surgimento de tais polticas, como o Decreto 5.940/2006 que institui a coleta seletiva solidria
e a Lei 12.305/2010, que trata da Poltica Nacional de Resduos Slidos, por sua vez, pressionam
as organizaes pblicas e privadas a adotarem medidas que zelem pela melhoria das condies de
vida a mdio e longo prazos. Apesar disso, a motivao das universidades para adotar novas
concepes sobre o ciclo de vida de um produto no se deu no mesmo compasso que nas demais
organizaes, corroborando a afirmao de Brandli & Careto (2003), visto que muitas
universidades ainda no comearam a implantar esse sistema.
Um exemplo disso a tmida aplicao do supracitado Decreto Federal no mbito das
Universidades Federais, com pontuais relatos de experincias no Centro Tecnolgico (CT) da
UFRJ, com o projeto Recicla CT (2009); na Universidade Federal de Viosa (UFV), com
iniciativas associadas compostagem (2010) e na Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC), que em 2011, obteve o comprometimento em estabelecer sua Agenda Ambiental na
Administrao Pblica (A3P).
O Decreto institui que a coleta seletiva solidria deve ser implantada sob a liderana de uma
comisso interna, responsvel por realizar o planejamento, implantao e monitoramento do
processo. Esta comisso deve ser composta por, no mnimo, trs servidores pblicos indicados
pelos respectivos titulares de rgos e entidades pblicas.
Em particular, no Estado do Rio de Janeiro, as Instituies Federais de Ensino tambm esto
comeando a se mobilizar a respeito da implantao de sistemas de gesto de resduos slidos de
maneira alinhada aos requisitos do Decreto Federal 5.940/06. Algumas iniciativas, j esto em
fase de implementao, como o caso do Programa Recosol, da UNIRIO, que tem papel
protagonista na sensibilizao de outros entres pblicos, como o CEFET/RJ, Colgio Pedro II e a
Universidade Federal Fluminense/ Escola de Engenharia, alvo do presente estudo.
As solues concernentes destinao final dada aos resduos slidos so complexas. Estes
compem uma grande diversidade de materiais, determinando solues heterogneas, especficas
e satisfatrias para sua gesto adequada. Geralmente as medidas de menor impacto so inviveis
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do ponto de vista econmico. Somente um gerenciamento ou sistema de gesto integrado de forma
eficaz, ir permitir e definir a melhor alternativa vivel, de acordo com as condies de cada
localidade (TORRES & RODRIGUES, 2006).
Torres & Rodrigues (2006) ainda afirmam que:
O objetivo central de um sistema de gesto de resduos slidos deve estar voltado no s
para a diminuio da quantidade final de resduos a ser eliminados como tambm, para o
impacto ambiental e as consequncias para sade da populao, causadas pela disposio
inadequada dos diferentes tipos de resduos.
A reciclagem de materiais tem ganhado espao no decorrer do tempo em funo de seus
benefcios associados, como: diminuio dos impactos ambientais, gerao de renda, reduo do
consumo de energia, entre outros. Contudo, ainda enfrenta grandes dificuldades para sua correta
implementao, como a falta de conscientizao das pessoas e a coleta de resduos ineficaz.
1.1. Descrio da situao-problema
As questes pertinentes sustentabilidade, sobretudo, quelas associadas minimizao de
impactos ambientais tm assumido importncia central no mbito das polticas pblicas.
Entretanto, apesar da determinao legal, at o momento, percebe-se somente aes incipientes
para implementao e adequao das prticas relacionadas coleta de resduos slidos em
Instituies Federais.
O presente estudo prov uma investigao prvia da situao das prticas da coleta seletiva na
Escola de Engenharia, situada no Centro Tecnolgico da Universidade Federal Fluminense (UFF),
no municpio de Niteri/ RJ, orientado a oferecer um panorama da atual gesto de resduos slidos
atual do Campus, contrapondo com os requisitos estipulados pela Lei 12.305/ 2010.
importante ressaltar que este estudo tem como premissa contribuir como base para a realizao
de um diagnstico mais aprimorado visando identificao de oportunidades de melhoria no que
diz respeito gesto dos resduos de maneira a atender aos requisitos do decreto federal na
referida Instituio.
1.2. Questes-problema
Como so as prticas relacionadas coleta seletiva de materiais inservveis no mbito da
Escola de Engenharia da UFF?
H aes em curso relacionadas dedicadas implementao de prticas de gesto de resduos
na EE/ UFF?
Quais so os principais desafios observados para a consolidao das prticas de gesto de
resduos na EE/UFF?
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1.3. Objetivo
Desenvolver um pr-diagnstico da gesto de resduos slidos atual da Escola de Engenharia da
UFF, visando a observar potencialidades, peculiaridades e desafios para a implantao de um
programa de gesto de resduos na Escola, a fim de entender como planejar e mobilizar a
implantao da Coleta Seletiva Solidria para a referida unidade acadmica e inspirar a
mobilizao de toda a Universidade.
2. Reviso da literatura
A Associao Brasileira de Normas Tcnicas define resduos slidos na Norma Brasileira
Registrada NBR 10.004 de 2004 como:
Resduos no estado slido ou semi-slido que resultam de atividade da comunidade de
origem industrial, domstica, hospitalar, comercial, agrcola, de servios e de varrio.
Ficam includos nesta definio os lodos provenientes de sistema de tratamento de gua,
aqueles gerados em equipamentos e instalaes de controle de poluio, bem como
determinados lquidos cujas particularidades inviabiliza o seu lanamento na rede pblica
de esgoto ou corpos dgua e que exigem solues tcnicas e economicamente inviveis
em face da melhor tecnologia disponvel.
Entretanto, este conceito pode variar de acordo com Calderoni (1998) conforme a poca e o lugar,
pois depende de fatores jurdicos, econmicos, ambientais, sociais e tecnolgicos. Em virtude da
ideia de reaproveitamento ou de reinsero do resduo na cadeia produtiva esta questo deve
sempre ser avaliada com suas particularidades, porque a destinao incorreta dos resduos
extremamente danosa para o meio ambiente.
Para Canassa (1992) o acondicionamento constitui a primeira etapa do processo de remoo dos
resduos slidos. Para isso so utilizados diversos recipientes para armazenamento, tais como:
vasilhas domiciliares, tambores, sacos plsticos, sacos de papel, containers comuns, conteiners
basculantes e outros.
A operao de coleta visa recolher todos os resduos slidos gerados pela comunidade de forma
organizada, segura e econmica, deposit-lo em locais de tratamento, em estaes de
transferncia, ou encaminh-los para a disposio final.
O processo de coleta dos resduos slidos engloba desde a sada do veculo, o roteiro de coleta at
a estao de transbordo ou de transferncia, podendo ser de vrias formas, conforme determina a
NBR 12.980: a convencional, a seletiva e a especial. Desterremo-nos apenas a coleta seletiva,
objeto de estudo desta pesquisa.
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Segundo Albuquerque et al.(2010), a coleta seletiva refere-se aos resduos que passaram pelo
processo de triagem na prpria fonte geradora ou nos centros de triagem, dos componentes que
podem ser recuperados, mediante um acondicionamento distinto para cada componente ou grupo
de componentes, para serem reutilizados ou reaproveitados como fonte de matria prima na
produo de novos produtos.
Albuquerque et al.(2010) ainda define a reciclagem como um [...] reprocessamento do resduo,
transformando-o num produto que retornar ao mercado, normalmente com caractersticas e
funes diferentes do produto inicial.
Entretanto, a reciclagem s ser possvel por meio do processo de logstica reversa defina pela Lei
12.305 como:
Instrumento de desenvolvimento econmico e social caracterizado por um conjunto de aes,
procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituio dos resduos slidos ao setor
empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra
destinao final ambientalmente adequada.
Teixeira & Zanin (2001, apud Albuquerque, 2010) concordam com esta afirmao, mencionando
que necessria a implantao de vrias etapas anteriores reciclagem, tais como: a separao
dos resduos reciclveis (que pode se dar na fonte geradora ou nas usinas de triagem),
armazenamento e transporte at as indstrias recicladoras.
Em 2006, no Dirio Oficial da Unio foi publicado o Decreto n 5.940, que institui a
obrigatoriedade da separao dos resduos reciclveis descartados pelos rgos e entidades da
administrao pblica federal direta e indireta, na fonte geradora, inserindo nesse processo, ao
mesmo tempo, o princpio da incluso social, haja vista que destinava esses materiais s
associaes e cooperativas dos catadores de materiais reciclveis.
A Lei 12.305/2010 define como gerenciamento de resduos slidos:
Conjunto de aes exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte,
transbordo, tratamento e destinao final ambientalmente adequada dos resduos slidos e
disposio final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com o plano municipal
de gesto integrada de resduos slidos ou com plano de gerenciamento de resduos
slidos exigidos na forma desta lei.
A Lei 12.305 define como principio da Poltica Nacional de Resduos Slidos por meio do inciso
VII do artigo 6 a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, ou seja, as
Universidades tambm so responsveis pela gesto adequada dos resduos gerados por elas
prprias.
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Alm disso, esta mesma lei define como objetivo, por meio do Inciso II do artigo 7, a no
gerao, reduo, reutilizao, reciclagem e tratamento dos resduos slidos, bem como disposio
final ambientalmente adequada dos rejeitos, indicando que, h pelo menos dois anos, qualquer
gerador deve buscar o alcance destas metas.
Em aderncia com o Decreto Federal 5.940/06, o inciso XII do mesmo artigo tem como objetivo a
integrao dos catadores de materiais reutilizveis e reciclveis nas aes que envolvam a
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos. Para isto, a Lei define como um
de seus instrumentos a coleta seletiva, comentado pelo decreto.
O inciso II do Art. 48 da Lei 12.305 veta a prtica de catao nas reas de disposio final de
resduos ou rejeitos, corroborando a importncia da implementao da Coleta Seletiva em acordo
com o decreto 5.940/06.
3. Metodologia
O presente estudo subsidiado por fontes de investigao diretas e provenientes de fontes
secundrias. No que concernem s fontes diretas, foram adotados os seguintes procedimentos,
entre os meses de Junho e Outubro de 2012:
Observao crtica da ambincia a ser investigada (Escola de Engenharia da UFF);
Visitas de campo ao Projeto Recicla CT (UFRJ), com entrevistas aos profissionais envolvidos
no desenvolvimento e gesto do processo;
Visita de campo cooperativa de catadores do Morro do Cu1, em Niteri/ RJ, que possui uma
parceria com a Companhia de Limpeza de Niteri (CLIN);
Anlise sistemtica das boas prticas adotadas na Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro (UNIRIO) e na UFRJ (benchmarks).
Participao das discusses pblicas mensais promovidas pela Comisso Central de Coleta
Seletiva Solidria (3C2S) da UNIRIO.
Em termos de fontes secundrias, a pesquisa levou em considerao a Lei 12.305/ 2010 e o
Decreto 5.940/ 2006, alm de relatrios provenientes das aes realizadas na UNIRIO, UFRJ,
UFRRJ, entre outros documentos que subsidiaram a reviso da literatura, tais como artigos
cientficos referentes a implantao de programas de gesto de resduos slidos e sistemas de
gesto ambiental em universidades e escolas.
1 Durante a visita ao local, notou-se que os resduos, eram destinados, primeiramente a uma rea descoberta onde estes
eram separados de acordo com o seu tipo de composio material, tais como vidro, papel, plstico, alumnio, entre
outros.
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3.1. Limitaes do mtodo
importante ressaltar que a observao direta do fenmeno, sofre, invariavelmente, o vis do
olhar da equipe de pesquisa, uma vez que se trata de uma pesquisa participante.
Adicionalmente, vlido destacar que apesar de amplamente utilizado na rea das cincias
humanas e mesmo nas cincias da engenharia, estudos de caso possuem outras limitaes. De
acordo com Silva & Spinola (2005), o mtodo deveras sujeito a anlises intuitivas, podendo ser
executado sem maior rigor metodolgico. Essa tcnica exige, portanto, maior esforo do
pesquisador no que concerne sua iseno fenomenolgica.
4. Anlise e discusso de resultados
Durante a anlise visual em reas comuns (externas e internas) ao campus da Escola de
Engenharia da UFF, realizada entre Junho e Outubro de 2012, notou-se a no aderncia dos
coletores existentes s boas prticas de coleta seletiva de resduos slidos, na maior parte destas
reas.
Visando endossar essa perspectiva, foram tiradas fotos que ilustram os sagues e outras reas
comuns da EE/ UFF, normalmente, com grande circulao de pessoas. Como se pode observar,
no se percebe a disposio de coletores especficos para tipos de resduos distintos e s vezes,
nenhum coletor.
A Figura 01 ilustra a entrada dos elevadores da Escola de Engenharia da UFF. Neste ponto nota-se
que no existe nenhum coletor de resduo que pudesse comportar os resduos descartados neste
local de grande circulao de pessoas. Enquanto isso, a Figura 02 ilustra o hall do mesmo prdio
onde est localizado o elevador retratado na Figura 01.
Figura 01 elevador do Bloco D da Escola de Engenharia (10/08/2012, foto: Arthur Barreto)
Figura 02 Hall do Bloco D da Escola de Engenharia (10/08/2012, foto: Arthur Barreto)
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As Figuras 03 e 04 ilustram o saguo do 2 andar do Bloco D e a cantina do mesmo prdio,
respectivamente. Enquanto na primeira imagem no se percebeu a presena de algum coletor
adequado para a coleta dos resduos descartados nesta regio, na segunda imagem no se notou a
presena de qualquer coletor.
Figura 03 Saguo localizado no 2 andar do bl. D da Escola de Engenharia (10/08/2012, foto: Arthur Barreto)
Figura 04 rea prxima cantina do Bloco D da Escola de Engenharia (10/08/2012, foto: Arthur Barreto)
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As Figuras 05 e 06 ilustram corredores do Bloco D da Escola de Engenharia. Realizando uma
anlise comparativa entre as duas imagens, nota-se que no h uma padronizao na disposio
dos coletores pelos corredores, quando h a presena de algum.
Figura 05 Corredor localizado no 2 andar do bloco D da Escola de Engenharia (10/08/2012, foto: Arthur Barreto)
Figura 06 Corredor localizado no 3 andar do bloco D da Escola de Engenharia (10/08/2012, foto: Arthur Barreto)
As Figuras 07 e 08, mostradas a seguir so referentes ao bloco E, e como indicam as Figuras 05 e
06, tambm no apresentam uma padronizao na disposio dos coletores pelos corredores. Em
alguns dos corredores deste prdio existem alguns coletores separados de acordo com o tipo de
resduo que estes foram destinados a captar.
Figura 07 Corredor localizado no 3 andar do bloco E da Escola de Engenharia (10/08/2012, foto: Arthur Barreto)
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Figura 08 corredor localizado no 2 andar do bloco E da Escola de Engenharia (10/08/2012, foto: Arthur Barreto)
Nas salas de aula tambm no se percebeu uma disposio padro para os coletores de resduos,
conforme Figuras 09 e 10. Alm disso, estes coletores recebem qualquer tipo de resduo.
Figura 09 Sala de aula localizada no 3 andar do bloco D da Escola de Engenharia (10/08/2012, foto: Arthur
Barreto)
Figura 10 Sala de aula localizada no 4 andar do bloco D da Escola de Engenharia (10/08/2012, foto: Arthur
Barreto)
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As imagens agrupadas na Figura 11 ilustram alguns coletores distribudos pelos prdios D e E.
Conforme discutido anteriormente, no h uma padronizao no layout dos coletores, tanto em seu
formato como em sua disposio nos locais. Alm disso, muitos deles no informam com clareza
o tipo de resduos que deveriam receber.
Figura 11 No homogeneizao dos tipos de coletores dos Prdios D e E da EE/ UFF (10/08/2012, fotos: Arthur
Barreto)
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A Figura 12 ilustra o local de destino para onde os bens patrimoniais da Universidade, atualmente,
tm sido descartados.
Figura12 Disposio de bens patrimoniados inservveis na Escola de Engenharia da UFF (14/08/12, fotos: Delean
Medeiros)
.
Com o intuito de oferecer uma sntese da atual adequao do campus da Escola de Engenharia da
UFF com relao observao dos dispostos no Decreto 5.940/ 2006 e da Lei 12.305/ 2010 foram
elaborados dois Quadros, indicando o atendimento ou no da referida Escola, referente s duas
diretrizes legais.
O Quadro 01 sumariza a no adequao da Escola de Engenharia a todos dos requisitos do
Decreto 5.940/ 2006, segundo as observaes realizadas pela equipe.
Quadro 01: apresentao de requisitos referentes ao Decreto 5.940/06, indicando o atendimento ou no atendimento
s disposies do respectivo instrumento:
Decreto 5.940/ 2006 Atende ao disposto
no Decreto?
# Requisitos Sim No
1 Observncia de uma comisso interna de coleta seletiva solidria, composta por no mnimo trs
servidores designados pelos respectivos titulares de rgos e entidades pblicas
X
2 Projeto de implantao de prticas referentes coleta seletiva solidria local
X
3 Implementao de prticas de coleta seletiva solidria local X
O Quadro 02 sumariza o no atendimento da Escola de Engenharia a nenhum dos requisitos
previstos na Lei 12.305/ 2010. Entretanto, cabe ressaltar, que em alguns casos foram observadas
aes pontuais em curso.
Quadro 02: requisitos atendidos ou no pela Escola de Engenharia de acordo com a Lei 12.305/ 2010
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Lei 12.305/10 Atende aos requisitos
da Lei?
# Dos objetivos da Lei Sim No
1 Proteo da sade pblica e da qualidade ambiental
X
2 No gerao, reduo, reutilizao, reciclagem e tratamento dos resduos slidos, bem como
disposio final ambientalmente adequada dos rejeitos X
3 Estmulo adoo de padres sustentveis de produo e consumo de bens e servios
X
4 Adoo, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de minimizar
impactos ambientais2 X
5 Incentivo industria de reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de matrias-primas e insumos
derivados de materiais reciclveis e reciclados3 X
6 Gesto integrada de resduos slidos
X
7 Integrao dos catadores de materiais reutilizveis e reciclveis nas aes que envolvam a
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos X
8 Estimulo implementao da avaliao do ciclo de vida do produto
X
9
Incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gesto ambiental e empresarial voltados para a
melhoria dos processos produtivos e ao reaproveitamento dos resduos slidos, includos a
recuperao e o aproveitamento energtico4
X
Lei 12.305/10 Atende aos requisitos
da Lei?
# Dos objetivos da Lei Sim No
Das Responsabilidades dos Geradores e do Poder Pblico
10
instituda a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, a ser implementada
de forma individualizada e encadeada, abrangendo os fabricantes, importadores, distribuidores e
comerciantes, os consumidores e os titulares dos servios pblicos de limpeza urbana e de manejo
de resduos slidos, consoante s atribuies e procedimentos previstos nesta Seo.
X
5. Concluses e Sugestes de Novos Estudos
Alm de ser obrigatria a implantao de programas de coleta seletiva solidria em rgos
pblicos nas trs esferas de governo, conforme dispe a Lei 12.305/ 2010, essa prtica um dos
2 Observaram-se algumas aes pontuais, tomando-se conhecimento de artigos cientficos referentes criao e
desenvolvimento de tecnologias limpas que foram publicados por alguns professores da Escola de Engenharia.
3 Observou-se outra ao pontual, na qual a UFF realiza uma parceria com a ONG Tem quem queira, para onde a
Instituio Federal destina seus resduos compostos de lonas provindas de banners de material publicitrio. A ONG,
por sua vez, realiza a reciclagem da matria-prima, produzindo artigos de moda, empregando mo de obra proveniente
de egressos do sistema penitencirio.
4 Por meio de pesquisas realizadas no Mestrado em Sistemas de Gesto, promovido pelo Laboratrio de Tecnologia,
Gesto de Negcios e Meio Ambiente (LATEC), na Escola de Engenharia, percebeu-se o incentivo ao
desenvolvimento de sistemas de gesto ambiental e empresarial voltados para a melhoria dos processos produtivos e
ao reaproveitamento dos resduos slidos, includos a recuperao e o aproveitamento energtico. Entretanto, v-se
esta prtica como uma ao pontual, no extensvel a toda Universidade.
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pilares da poltica socioambiental dos rgos, cuja elaborao se tornou impositiva para a
administrao pblica. Essa determinao est alinhada aos grandes desafios a serem enfrentados
em prol da sustentabilidade como a reduo do consumo de gua, energia e de materiais de
consumo, que somente sero possveis com uma mudana de comportamento e alterao no
padro de consumo de seus servidores e beneficirios da administrao pblica direta.
A adoo da prtica de coleta seletiva pela Universidade pode ser o primeiro passo para a prtica
da gesto ambiental nessa organizao. fundamental, portanto, que a Universidade adote
medidas mitigatrias que atenuem ou eliminem os impactos ambientais, buscando os efeitos
positivos, alinhados s premissas do desenvolvimento sustentvel.
Em vista do que fora observado, torna-se premente a necessidade da implantao de um sistema
eficiente de gesto de resduos slidos na Escola de Engenharia da Universidade Federal
Fluminense.
Como j havia sido colocado anteriormente, o Campus da Escola de Engenharia, ainda no est
alinhado com os dispositivos legais ao no realizar a gesto adequada de seus resduos, devendo,
num curto espao de tempo, promover aes relacionadas mobilizao de servidores, estudantes
e usurios, em geral, para um amplo dilogo sobre o problema, visando obteno de subsdios
capazes de conduzir ao desenvolvimento de um projeto capaz de responder aos requisitos legais e
alinhar-se s demandas sociais e ambientais, em sentido amplo.
O desenvolvimento desse projeto, a cooptao de servidores para a composio da comisso local
de coleta seletiva, a mobilizao de estudantes e a reviso dos contratos de prestao de servios
de limpeza do campus, tambm so aes que devem ser envidadas para contribuir com a
aderncia desse relevante ente pblico no tocante sua correta gesto de resduos slidos.
Enquanto pr-diagnstico que , o presente documento deve representar um primeiro esforo para
a compreenso da situao-problema, de maneira ampliada. Sugere-se, portanto, que novos
diagnsticos, mais especficos e detalhados devem ser compostos para fins do mapeamento
pormenorizado das oportunidades e desafios da Escola de Engenharia na conduo de seu
processo de planejamento e implementao de sua gesto de resduos slidos.
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Referncias
ABNT. NBR 10.004/04 - Resduos slidos: Classificao - 2 ed.
ABNT. NBR 12.980/93 - Coleta, varrio e acondicionamento de resduos slidos urbanos.
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Federal de Santa Catarina: os Programas Desenvolvidos pela Coordenadoria de Gesto
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