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7/25/2019 Www.sbpcnet.org.Br Livro 66ra Resumos Resumos 7819 http://slidepdf.com/reader/full/wwwsbpcnetorgbr-livro-66ra-resumos-resumos-7819 1/1 02/10/2015 www.sbpcnet.org.br /livro/66r a/r esumos/r esumos/7819.htm http://www.sbpcnet.org.br/livro/66ra/resumos/resumos/7819.htm 1/1 66ª Reunião Anual da SBPC Resumo aceito para apresentação na 66ª Reunião Anual da SBPC pela(o): SBPC - SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA G. Ciências Humanas - 5. História - 3. História Social Mercado Velho: conflitos e transformações na dinâmica do espaço Francimara Lourdes da Silva Lima - Universidade Federal do Acre-UFAC MARIA ARIADINA CIDADE ALMEIDA - Universidade Federal do Acre-UFAC INTRODUÇÃO: O Mercado Velho é um dos principais prédios construídos durante o governo de Hugo Carneiro, que marca o início do processo de urbanização da cidade de Rio Branco. Assim como nas demais capitais do Brasil, o século XX é conhecido por muitos estudiosos como século da modernidade, pois, as políticas de estado procurou vestir suas cidades a partir do olhar dos urbanistas e sanitaristas. Até as primeiras décadas do século XX, o Acre era organizado com base na cultura e modo de vida local, ou seja, hábitos e costumes trazidos do seringal, inclusive, no que concerne aos estilos de casas. Assim, era comum casas de madeira, prédios simples e improvisados, que no olhar dos sanitaristas, caracterizava-se como impróprios para o viver urbano OBJETIVO DO TRABALHO: Depois de sua inauguração, o prédio passou por muitas reformas e revitalizações, e cada transformação no seu espaço, modificou o cotidiano de trabalho de trabalhadores e consumidores que frequentavam aquele espaço. Este trabalho se propõe a pensar as dinâmicas espaciais, que provocaram tensões sociais entre trabalhadores, prefeitura e comunidade. MÉTODOS: A metodologia adotada para esta pesquisa será a consulta em acervos, que guardam fotos e documentos sobre o mercado velho, tais como alvará de funcionamento, fotos, licença para comercio de bebida e outros gêneros, reportagens sobre as revitalizações, e todo noticiaria que enfatize de que forma estas revitalizações alteraram as dinâmica de trabalho. E para compreender os usos da memória, serão entrevistados trabalhadores que ocupam ou ocuparam o mercado velho. A história oral se constituirá na memória viva daquele espaço, fundamental no entendimento de processos sociais e do cotidiano dos trabalhadores. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A construção de novos prédios previa, então, um redirecionamento dos modos de vida e praticas de trabalho que eram desenvolvidas naquela localidade. Muito antes da construção, trabalhadores de diversos ramos, utilizavam aquele espaço para comercialização dos seus produtos, funcionando como uma feira livre, servindo de espaço não apenas para o comércio, mas, para relações sociais de sociabilidade, negociações e disputas. O espaço erguido significou um enquadramento desse modo de vida específico, aos moldes da modernidade, que estabelece padrões a partir da acepção de civilizado/inculto/selvagem. O modo de vida do seringueiro, sua cultura e representações se distanciava do mundo ordenado, civilizado, e urbano. Suas praticas eram criminalizadas, o que as tornava impróprias para a cidade, válidas apenas para o viver na floresta. Após a inauguração do prédio, nem todos os trabalhadores foram incorporados ao novo espaço, possibilitando assim, que a organização de trabalho antiga, baseada na feira livre, se agrupasse ao entorno do mercado. CONCLUSÕES: Desta forma, o mercado velho é um espaço de memória, memórias plurais, que guardam de cada época traços mais significantes da experiência vivenciada naquele espaço, em defesa do seu espaço e do seu modo de vida, ou em defesa do seu realojamento nos projetos de urbanização que a cidade de Rio Branco passou Palavras-chave: Cultura, Trabalho, Mercado Velho.

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66ª Reunião Anual da SBPC

Resumo aceito para apresentação na 66ª Reunião Anual da SBPC pela(o):SBPC - SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA

G. Ciências Humanas - 5. História - 3. História Social

Mercado Velho: conflitos e transformações na dinâmica do espaço

Francimara Lourdes da Silva Lima - Universidade Federal do Acre-UFACMARIA ARIADINA CIDADE ALMEIDA - Universidade Federal do Acre-UFAC

INTRODUÇÃO:O Mercado Velho é um dos principais prédios construídos durante o governo de Hugo Carneiro, que marca o início doprocesso de urbanização da cidade de Rio Branco. Assim como nas demais capitais do Brasil, o século XX é conhecidopor muitos estudiosos como século da modernidade, pois, as políticas de estado procurou vestir suas cidades a partirdo olhar dos urbanistas e sanitaristas. Até as primeiras décadas do século XX, o Acre era organizado com base nacultura e modo de vida local, ou seja, hábitos e costumes trazidos do seringal, inclusive, no que concerne aos estilosde casas. Assim, era comum casas de madeira, prédios simples e improvisados, que no olhar dos sanitaristas,caracterizava-se como impróprios para o viver urbano

OBJETIVO DO TRABALHO:Depois de sua inauguração, o prédio passou por muitas reformas e revitalizações, e cada transformação no seuespaço, modificou o cotidiano de trabalho de trabalhadores e consumidores que frequentavam aquele espaço. Estetrabalho se propõe a pensar as dinâmicas espaciais, que provocaram tensões sociais entre trabalhadores, prefeiturae comunidade.

MÉTODOS:A metodologia adotada para esta pesquisa será a consulta em acervos, que guardam fotos e documentos sobre omercado velho, tais como alvará de funcionamento, fotos, licença para comercio de bebida e outros gêneros,reportagens sobre as revitalizações, e todo noticiaria que enfatize de que forma estas revitalizações alteraram asdinâmica de trabalho. E para compreender os usos da memória, serão entrevistados trabalhadores que ocupam ou

ocuparam o mercado velho. A história oral se constituirá na memória viva daquele espaço, fundamental noentendimento de processos sociais e do cotidiano dos trabalhadores.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:A construção de novos prédios previa, então, um redirecionamento dos modos de vida e praticas de trabalho queeram desenvolvidas naquela localidade. Muito antes da construção, trabalhadores de diversos ramos, utilizavamaquele espaço para comercialização dos seus produtos, funcionando como uma feira livre, servindo de espaço nãoapenas para o comércio, mas, para relações sociais de sociabilidade, negociações e disputas. O espaço erguidosignificou um enquadramento desse modo de vida específico, aos moldes da modernidade, que estabelece padrões apartir da acepção de civilizado/inculto/selvagem. O modo de vida do seringueiro, sua cultura e representações sedistanciava do mundo ordenado, civilizado, e urbano. Suas praticas eram criminalizadas, o que as tornava imprópriaspara a cidade, válidas apenas para o viver na floresta. Após a inauguração do prédio, nem todos os trabalhadoresforam incorporados ao novo espaço, possibilitando assim, que a organização de trabalho antiga, baseada na feiralivre, se agrupasse ao entorno do mercado.

CONCLUSÕES:Desta forma, o mercado velho é um espaço de memória, memórias plurais, que guardam de cada época traços maissignificantes da experiência vivenciada naquele espaço, em defesa do seu espaço e do seu modo de vida, ou emdefesa do seu realojamento nos projetos de urbanização que a cidade de Rio Branco passou

Palavras-chave: Cultura, Trabalho, Mercado Velho.