Xavier Candido F Mãos Unidas

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  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    MOS UNIDAS

    FRANCISCO CNDIDO XAVIERDitados por

    Espritos Diversos

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    INDICE

    MOS UNIDAS

    A Chave Bendita

    A Caminho Do Cristo

    A Estranha Crise

    A Melhor Chave

    Abenoar E Compreender

    Abolio Do Mal

    Ante A Vida

    Antes Da Crise

    Auto-Aceitao

    Dever E CompromissoDiante Do Bem

    Eles, Os Outros

    Entendimento Com Jesus

    Entre Irmos

    Erros E Faltas

    Esperana Sempre

    F E Coragem

    Fiis Sempre

    Liberdade Alheia

    Mecanismo Do Auxlio

    Misso EspritaNa Boa Luta

    Na Trilha Da Felicidade

    Nossa Parcela

    Nota Da Esperana

    O Companheiro Oculto

    No Balano Das Provas

    No Corpo

    Orao Pelos Entes Queridos

    Pacincia E Trabalho

    Pacincia E Vida

    Pacincia Sempre

    Permuta Incessante

    Problema Em Servio

    Pronturio Da Alma

    Realidade E Ns

    Religio E Ns

    Resgate E Renovao

    Sem Esmorecer

    Sentimento, Idia E Ao

    Sobrevivncia

    Socorro E Soluo

    Sugestes E Parbolas

    Teu Livro

    Teu Privilgio

    Trabalha E Espera

    Tropeos E Desgostos

    Uma S Luz

    Verbo E Vida

    Vintns De Luz

    Vontade De Deus

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    A CHAVE BENDITA

    Emmanuel

    Efetivamente, muitos so os problemas que nos assediam a existncia.Dificuldades que no se esperam, tribulaes que nos espancam mentalmente deimprevisto, sofrimentos que se instalam conosco sem que lhes possamos calcular adurao, desajustes que valem por dolorosos constrangimentos.

    Se aspiras a obter soluo adequada s provas que te firam, no te guiespela rota do desespero.

    Tens contigo uma chave bendita, -A chave da humildade, cunhada no metalpuro da pacincia.Perante quaisquer tropeos da estrada, usa semelhante talento do

    esprito e alcanars para logo a equao de harmonia e segurana a que se pretendeschegar.

    Nada perders, deixando falar algum com mais autoridade do que aquelade que porventura disponhas; nunca te diminuirs por desistir de uma contendadesnecessria; em coisa alguma te prejudicars abraando o silncio de conceitosdeprimentes que te sejam desfechados; no sofrers prejuzo em te calando nesta ounaquela questo que diga respeito exclusivamente s tuas convenincias e interessespessoais; grandes lucros no campo ntimo te adviro da serenidade ou da complacnciacom que aceites desprestgios ou preterio; jamais te arrependers de abenoar aoinvs de reclamar, ainda mesmo em ocorrncias que te amarguem as horas; e a simpatiavibrar sempre em teu favor, toda vez que cedas de ti mesmo, a benefcio dos outros.

    Efetuemos os investimentos valiosos de paz e felicidade, suscetveis de

    serem capitalizados por ns, atravs de pequenos gestos de tolerncia e bondade e oprograma de trabalho a que a vida nos indique ganhar absoluta eficincia de execuo.

    Seja na vida particular ou portas a dentro de casa, no grupo de servio aque te vinculas ou na grande esfera social em que se te decorre a existncia, sempre quete vejas beira do ressentimento ou revide, rebeldia ou desnimo, nunca te entregues irritao.

    Tenta a humildade.

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    A CAMINHO DO CRISTO

    Emmanuel

    Carregar nossa cruz, a caminho do Cristo, ser abraar as responsabilidadesque nos cabem, no setor de trabalho que ele prprio nos confiou.E na adeso ao compromisso esposado, urge no esquecer que as nossas

    dificuldades podem ser modificadas, mas no extintas.Sem obstculos, cairamos na inrcia.E foroso avanar sem esmorecer para evoluir.Em quaisquer circunstncias, cumpre-nos trabalhar,aceitando-nos com as

    imperfeies que ainda trazemos, realizando o melhor ao nosso alcance, a perceberque sem o conhecimento de nossas prprias fraquezas, tombaramos no orgulho.

    Ouvir remoques e reprovaes, agentando os aguilhes candentes daacusao e da crtica, aprendendo que sem isso,no conseguiramos efetuar osnossos singelos exerccios de pacincia e de humildade.

    De quando a quando, ela nos sacode as construes espirituais, verificando-lhes a firmeza.

    E, s vezes, em semelhante prova, nos desnuda a solido.Entretanto, preciso seja assim.De tempos a tempos, imperioso atravessar a solido, a fim de que

    sejamos impulsionados ao esforo mximo, porque, sem esforo mximo,noobteramos a desejada renovao.

    Contradies teremos sempre, de vez que as contradies nos obrigam aoestudo e, sem estudo,o raciocnio se nos jaz ao nvel da rigidez espiritual.

    Chamados a amar e a auxiliar aos que se nos opem, necessrio am-lose auxili-los com a tolerncia e a bondade com que o Divino Mestre nos amou eauxiliou, incessantemente, enquanto nos opnhamos a ele.

    Para ns que aceitamos a jornada para a integrao com Jesus, no h

    possibilidade de recuo, porque a desistncia da luta pela vitria do bem significaperturbao e no equilbrio, rebeldia e no f.

    Em suma, carregar nossa cruz ser, desse modo, romper com os milnios deanimalidade em que se nos sedimenta a estrutura da alma, principiando poracender as possveis rstias de luz na selva de nossos prprios instintos,recebendo, pela fidelidade ao servio, a honra de trabalhar, em Seu Nome, noatravs de mritos que ainda no possumos, mas em razo da misericrdia, dapura misericrdia que Ele nos concedeu.

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    A ESTRANHA CRISE

    Emmanuel

    O mundo vem criando solues adequadas para a generalidade das crisesque o atormentam.A carncia do po, em determinados distritos, suprida, de imediato, pela

    superproduo de outras faixas de terra.Corrige-se a inflao, podando a despesa.O desemprego desaparece pela improvisao de trabalho.A epidemia sustada pela vacina.Existe, porm, uma crise estranha - e das que mais afligem os povos -

    francamente inacessvel interveno dos poderes pblicos, tanto quanto aosrecursos da cincia nas conquistas modernas. Referimo-nos crise da intolernciaque, desde o travo de amargura, que sugere o desnimo, violncia do dio, queimpele ao crime, vai minando as melhores reservas morais do Planeta, com adestruio conseqente de muitos dos mais belos empreendimentos humanos.

    Para a liquidao do problema que assume tremendo vulto em todas ascoletividades terrestres, o remdio no se forma de quaisquer ingredientes polticose financeiros, por ser encontrado to-somente na farmcia da alma, a exprimir-seno perdo puro e simples.

    O perdo o nico antibitico mental suscetvel de extinguir as infeces doressentimento no organismo do mundo. Perdo entre dirigentes e dirigidos, sbiose ignorantes, instrutores e aprendizes, benevolncia entre o pensamento quegoverna e o brao que trabalha, entre a chefia e a subalternidade.

    Consultem-se nos foros - autnticos hospitais de relaes humanas - osprocessos por demandas, questes salariais, divrcios e desquites baseados naintransigncia domstica ou na incompatibilidade de sentimentos, reclamaes,

    indenizaes e reivindicaes de toda ordem, e observe-se, para alm dos tribunaisde justia, a animosidade entre pais e filhos, a luta de classes, as greves demltiplas procedncias, as queixas de parentela, os duelos de opinio entre a

    juventude e a madureza, as divergncias raciais e os conflitos de guerra, everificaremos que, ou nos desculpamos uns aos outros, na condio de espritosfrgeis e endividados que ainda somos quase todos, ou a nossa agressividadeacabar expulsando a civilizao dos cenrios terrestres.

    Eis por que Jesus, h quase vinte sculos, nos exortou perdoarmos aos quenos ofendam setenta vezes sete, ou melhor, quatrocentos e noventa vezes.

    To-s nessa operao aritmtica do Senhor, resolveremos a crise daintolerncia, sempre grave em todos os tempos. Repitamos, no entanto, que apreciosidade do perdo no se adquire nos armazns, por que, na essncia, o

    perdo uma luz que irradia, comeando de ns.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    A MELHOR CHAVEEmmanuel

    Efetivamente, muitos so os problemas que nos assediam a existncia.

    Dificuldades que no se esperam tribulaes que nos espancam mentalmente deimprevisto, sofrimentos que se instalam conosco sem que lhes possamos calcular adurao, desajustes que valem por dolorosos constrangimentos.

    Se aspiras a obter soluo adequada s provas que te firam, no te guies pela rotado desespero.

    Tens contigo uma chave bendita, -A chave da humildade, cunhada no metal puroda pacincia. Perante quaisquer tropeos da estrada, usa semelhante talento do espritoe alcanars para logo a equao de harmonia e segurana a que se pretendes chegar.

    Nada perders, deixando fale algum com mais autoridade do que aquela de queporventura disponhas; nunca te diminuirs por desistir de uma contenda desnecessria;em coisa alguma te prejudicars abraando o silncio de conceitos deprimentes que tesejam desfechados; no sofrers prejuzo em te calando nesta ou naquela questo que

    diga respeito exclusivamente s tuas convenincias e interesses pessoais; grandes lucrosno campo ntimo te adviro da serenidade ou da complacncia com que aceitesdesprestgios ou preterio; jamais te arrependers de abenoar ao invs de reclamar,ainda mesmo em ocorrncias que te amarguem as horas; e a simpatia vibrar sempreem teu favor, toda vez que cedas de ti mesmo, a benefcio dos outros.

    Efetuemos os investimentos valiosos de paz e felicidade, suscetveis de seremcapitalizados por ns, atravs de pequenos gestos de tolerncia e bondade e o programade trabalho a que a vida nos indique ganhar absoluta eficincia de execuo.

    Seja na vida particular ou portas a dentro de casa, no grupo de servio a que tevinculas ou na grande esfera social em que se te decorre a existncia, sempre que tevejas beira do ressentimento ou revide, rebeldia ou desnimo, nunca te entregues irritao.

    Tenta a humildade.

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    ABENOAR E COMPREENDER

    Emmanuel

    Ressentimento no se constitui to-s do azedume que se nos introduz noesprito, quando a incompreenso nos torna intolerantes, frente das grandesdificuldades de algum.

    Existem igualmente os pequeninos contratempos do cotidiano que, sem aprecisa defesa da vigilncia, acabam por transformar-nos o corao em vaso defel, a expelir germes de obsesso e desequilbrio, ambientando a enfermidade oufavorecendo a morte.

    Analisemos essas diminutas irregularidades que nos ser lcito classificarcomo sendo cargas de sombra ntima:

    O descontentamento mesa porque a refeio no apresente o prato ideal;a impacincia ante a conduo retardada;a indisposio contra o clima;a contrariedade em servio;o constrangimento para desculpar um amigo;o mal-estar perante um desafeto;o melindre desperto, em ouvindo opinies que se nos mostrem

    desfavorveis;o desagrado nas compras;o desgosto injustificvel em famlia, unicamente pelo motivo desse ou

    daquele parente no pensar pela nossa cabea;os cuidados exagerados com obstculos naturais na experincia comum;a pressa e a agitao desnecessrias;o descontrole ante uma visita-problema;a exasperao diante de uma tarefa extraprograma;

    o desespero contra as provas inevitveis que a vida nos oferece a cada um.Tanto pesa na balana o quilo de chumbo em massa, quanto o quilo de

    paina depositado, de haste em haste.Meditemos, em torno disso, e reconheceremos que o perdo incondicional

    deve tambm alcanar as mnimas circunstncias que se nos faam adversas. Emsntese, para que a paz more conosco, assegurando-nos proveito e alegria, noscaminhos do tempo, foroso no apenas trabalhar e servir sempre, masigualmente compreender e abenoar.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    ABOLIO DO MAL

    Emmanuel

    Quem se refere perseguies e calnias, rixas e desgostos, na maior partedas circunstncias, est destacando a influncia do mal.* Quantos milhares de caminhos, entretanto, para equilbrio e restaurao,

    alegria e esperana se todos nos empenhssemos a extinguir impresses negativas nonascedouro!...

    Determinado amigo ter incorrido no erro de que o acusam, todavia se nosafastamos da censura que o envolve, anotando-lhe unicamente as qualidades nobres defilho de Deus, com possibilidades de recuperao iguais s nossas, mais depressa se verliberto da inquietao na sombra para readquirir a tranqilidade de conscincia.

    Certo acontecimento menos feliz haver sido indiscutivelmente um desastresocial, no entanto, se nos abstemos de coment-lo nos aspectos destrutivos, teremoscooperado para que se lhe pulverizem os destroos morais, sem piores conseqncias.

    Aquela injria assacada contra ns efetivamente nos haver queimado asentranhas do ser, entretanto desaparecer nas correntes profundas do tempo, se nosconsagramos a olvid-la, sem comunicar-lhe o fogo devorador aos entes queridos,atravs de alegaes menos edificantes.

    Essa confidncia amarga ter-nos- atingido o corao, por farpa invisvel, masno ferir outros, se nos dispusermos a esquec-la.

    * Reflitamos na contribuio da paz a que todos somos chamados e para a qualtodos somos capazes com segurana e eficincia.

    Para comear, porm, de maneira substanciosa e definitiva, preciso que o malcesse de agir, to logo nos alcance, encontrando em cada um de ns uma estaoterminal das trevas.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    ANTE A VIDA

    Emmanuel

    No h lugar em que nos vejamos sem algum benefcio a prestar oualguma coisa a fazer.Seja qual for a circunstncia da estrada, a encontramos a ocasio precisa

    para realizar o melhor.Por isso mesmo, o tempo o prodigioso indicador, descerrando-nos

    situaes inesperadas ao dom de compreender e de auxiliar.Ainda mesmo nas trilhas mais obscuras da prova ou da aflio, somos

    defrontados por ensejos valiosos e renovao e progresso.Se te vs, diante de rotinas deterioradas, conquanto a rotina seja abenoada

    escola de formao espiritual, necessrio reflitas nas possibilidades novas que se tedescortinam existncia.

    Se obstculos te surgem, amontoados na senda, reconsidera as prpriasatitudes e observa que haver chegado o instante para mais algo aproveitamento de teusrecursos, nos domnios da expresso de ti mesmo, ante a seara do mundo.

    Imagina o que seria a experincia na Terra sem a lei da mudana.Se a semente no fosse atirada solido, no seio da gleba, e se as

    rvores no renunciassem posse dos prprios frutos, impossvel seria acalentar a vidaplanetria. Se a infncia no marchasse para a juventude e se a juventude no sedirigisse para a madureza, a evoluo humana resultaria impraticvel.

    Quando te reconheas bica do desespero ou do desnimo, ergue-tesobre os motivos de tristeza ou desalento e contempla os quadros da natureza em torno.Novos minutos se despencam do corao das horas em teu benefcio, dezenas e centenasde criaturas aparecem por todos os flancos,a te enderearem sorrisos de esperana,

    tarefas mltiplas te pedem devotamento e os dias sempre renovados te apontam o Cu,de horizonte a horizonte,como sendo imensa porta libertadora, a Sabedoria do Senhor teconvida sem palavras a recomear e progredir, trabalhar e viver.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    ANTES DA CRISE

    Emmanuel

    No pice das grandes provaes, muitas vezes, tumultuam-se os que anseiamcompartilhar da prestao de servio.Ante um naufrgio, aparecem os candidatos ao concurso de urgncia, lanando

    peties inconsideradamente ou improvisando salva-vidas com os inadequados recursosque encontram.

    Se um incndio devora uma casa, comprometendo-lhe a segurana,habitualmente eis-nos lpidos na ao quase sempre descontrolada para que o fogo seextinga.

    Felizmente que assim na exaltao da solidariedade nas horas difceis.Benditos sejam os braos tocados de amor fraterno que se dedicam elevada

    misso do bem.Entretanto, na culminncia das grandes tribulaes, ser-nos- lcito meditar na

    importncia do auxlio das horas de paz. impossvel que as guas invasoras de uma represa esbarrondada nunca

    sassem do leito, criando dificuldades, se algum houvesse espontaneamente corrigido aobscura brecha inicialmente surgida na construo.

    Certos prdios talvez jamais se precipitassem no solo, ocasionando prejuzosenormes, se algum houvesse ajudado com humildade a retificar na planta que lhes deuorigem, esse ou aquele diminuto erro de clculo.

    Sabemos que as leis crmicas so positivas, no entanto, no desconhecemosque o amor e a renovao lhe refazem os efeitos.

    Pensemos nisso, a fim de valorizar os donativos de cooperao consideradosmnimos.

    Pequena demonstrao de bondade pode sustar o brao quase delinqente,impedindo o suplcio de vastos grupos domsticos.

    Um gesto de compreenso capaz de obstar a queda de algum natoxicomania, evitando milhares de dias amargos para diversas pessoas.

    Algumas horas de dilogo amigo, em muitos casos, apaga a ameaa de suicdioiminente, imunizando centenas de criaturas contra o pessimismo e desnimo.

    Singela colaborao amoedada suscetvel de apaziguar uma famlia empenria, frustrando aflitivas provas no nascedouro.

    A grande crise, no terreno individual ou coletivo, em muitas circunstncias, sedefine como sendo a grande soma das nossas pequeninas omisses na prtica do bem,gerando a condensao do mal.

    Justo nos comovamos, dispondo-nos a suprimi-la onde aparea, entretanto,importa refletir no valor das nossas pequeninas doaes de auxlio e compreenso, antesdela.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    AUTO-ACEITAO

    Emmanuel

    No captulo da insatisfao, urge considerar que dispomos atualmente, na Terra,de avanadas cincias psicolgicas, ensinando-nos a conhecer as deficincias e inibiesdos outros, entretanto, muito dificilmente reconhecemos com elas o impositivo deestudarmos, no apenas a fim de entend-las, mas igualmente com o objetivo deaceitar-nos tais quais somos.

    Admitimos os desajustes e desequilbrios alheios, todavia, em se tratando dosnossos, muito freqentemente calmos em aflio e rebeldia, aniquilando, tantas vezes,valiosas possibilidades de servio em nossas mos.

    Cada um de ns se coloca em determinado degrau de trabalho e de elevaopara atender aos Desgnios da Vida Superior, traados em auxlio a ns mesmos.

    Esse doente ainda; outro convalesce de longa enfermidade espiritual; aquelecarrega as conseqncias de antigos desequilbrios; aquele outro dispe de reduzida

    instruo; e aquele outro ainda transporta consigo prprio os resultados graves deinquietantes dbitos contrados.

    Todos somos, no entanto, filhos imortais de Deus e, pelos mecanismos daDivina Providncia, cada qual de ns est situado por si mesmo nas condies justas, nasquais venhamos a receber novas oportunidades de trabalho e aprendizagem,reajustamento e melhoria, reequilbrio e renovao.

    Ainda assim, se teimamos em no reconhecer a realidade que nos prpria,no somente perderemos tempo precioso, mas tambm correremos o risco de comprar inveja e ao cime, ao dio e ao desespero, sofrimento e problemas de que no temos amenor necessidade.

    Antes as provas e tribulaes que nos cerquem, aceitemo-nos como somos, afim de extrairmos de ns com sinceridade o mximo de bem de que sejamos capazes naampliao do bem geral, porque a vida um parque de promoes permanente paraquem trabalho e serve e todo esprito que se aceita qual , de modo a fazer de si omelhor que pode, para logo se desvencilhar de qualquer sombra, a fim de engajar-se na

    jornada bendita do prprio burilamento, partilhando a conquista incessante de luz e maisluz.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    DEVER E COMPROMISSO

    Emmanuel

    Cedeste ao equilbrio do lar as melhores foras da vida e tudo indica que os teus

    deveres surgem plenamente cumpridos, diante da prpria casa. Todavia, enquanto aconscincia te di ao pensar em te desfazeres dos laos domsticos, isso significa que astuas dvidas para com a equipe familiar ainda no atingiram resgate justo.

    Suportaste os piores agravos da parte de determinada pessoa e tudo indica queos teus compromissos para com ela se mostram perfeitamente sanados.

    Mas enquanto a conscincia te di ao pensar em te afastares dosaborrecimentos que essa criatura te impe, isso significa que ainda lhe deves excepcionalconsiderao e mais amplo carinho.

    Toleraste humilhaes e insultos, dificuldades e empeos, na sustentao docargo que exerces, da profisso que abraas, da obra a que te afeioas ou doempreendimento que realizas, e tudo indica que as tuas obrigaes para com eles seacham claramente executadas. Contudo, enquanto a conscincia te di ao pensar no

    desligamento das contrariedades e problemas em que te envolvem, isso significa que astuas vinculaes com semelhantes tarefas no alcanaram o fim.A lei de causa e efeito funciona notadamente dentro de ns.Em qualquer dvida, acerca de teu comportamento no bem perante o mal, ouve

    a mensagem da prpria conscincia.Possivelmente, para muitos daqueles que te rodeiam, a tua humildade e

    abnegao, pacincia e amor na desincumbncia das responsabilidades que assumiste jte havero outorgado passaporte na direo de empresas outras de liberdade erenovao, mas enquanto te di a conscincia ao pensar no afastamento de teussacrifcios pessoais, nos setores de trabalho em que te encontras, isso significa que teudbito para com eles ainda no terminou.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    DIANTE DO BEM

    Emmanuel

    Diante de cada dia que surge, reflitamos na edificao do bem a que somoschamados.Para isso, comecemos abenoando pessoas e acontecimentos, circunstncias e

    cousas, para que o melhor se realize.*

    De princpio costumam repontar no cotidiano os problemas triviais do institutodomstico. Habitualmente aparece o assunto palpitante da hora, solicitando-nos ateno.Saibamos subtrair-lhe a sombra provvel projetando nele a rstea de luz que sejamoscapazes de improvisar. Logo aps, de imediato, estamos quase sempre defrontado peloscontratempos de ordem familiar.

    Renteando com eles, usemos o verbo calmante e conciliador para que asengrenagens do lar funcionem lubrificadas em blsamo de harmonia.

    Mais adiante o grupo de trabalho com os pontos fracos mostra.Abracemos com pacincia e alegria as tarefas excedentes que se nos imponha,

    esquecendo essa ou aquela falha dos companheiros e trazendo ns sem queixa oucensura a obrigao que ficou por fazer. Em seguida o campo vasto das relaes, comas surpresas menos felizes que sobrevenham: o amigo modificado, a trama daincompreenso, a atitude mal interpretada, o irmo que se vai para longe de ns...

    *A cada ocorrncia menos agradvel procuremos responder com os nossos mais

    altos recursos de entendimento, justificando o amigo que se transforma, desfazendo semmgoa o emaranhado das trevas, removendo equvocos em pauta e apoiando o colegaque se afasta, oferecendo-lhe a ntima certeza com referncia continuidade de nossaestima. Tudo o que existe pea da vida e se aqui ou alm, a deficincia aparece, isso

    significa que a obra do bem, nessa ou naquela pea da vida est pedindo a nossacolaborao a fim de que lhe doemos o pedao de bem, que porventura ainda lhe falte.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    ELES, OS OUTROS

    Emmanuel

    Eles chegam de todas as direes, na moldura dos acontecimentos.So eles os outros, nossos irmos de caminho, que se transformam em caminho

    para o Mais Alto. por eles que a bondade do Senhor nos encontra, habilitando-nos para isso.No mundo, repontam no lar por parentes e associados no vnculo domstico que

    se nos fazem professores de burilamento espiritual.So amigos e nos ajudam a executar os encargos de que a vida nos encarrega

    ou so adversrios e nos radiografam os recessos da alma, fixando-nos os mnimosdefeitos e fim de que venhamos a corrigi-los.

    Aparecem na posio de necessitados, testando-nos o amor e o desprendimentoda posse, ou benfeitores que nos estendem o corao e os braos em forma de auxlio,afirmando-nos sem palavras que jamais nos achamos esquecidos de Deus.

    atravs deles, os outros, que efetivamente somos ns em ns.Os que brilham na vanguarda esto aptos a instruir-nos e os que se situam

    retaguarda so aqueles que nos avaliam as possibilidades de auxiliar.Os mais felizes so aqueles que j trabalham, de algum modo, em favor de

    muitos ou a benefcio de algum e, por este motivo, so os que constroem.Os menos felizes so aqueles outros que ainda no conseguem aceitar o valor

    do trabalho e a felicidade de servir e, por isto, so aqueles que esperam.Todos, porm, somos filhos da Sabedoria Divina necessitados uns dos outros.Observemos a nossa conduta, diante do prximo, porque, em verdade, os

    outros nos medem a altura espiritual, no dia-a-dia, trazendo-nos, segundo as nossasprprias necessidades, o ensinamento da justia e o socorro da bondade que se

    derramam das Leis da Vida. E a vida sempre uma escola para todos, mas urgeconsiderar que so os outros que nos traam a nota ao progresso e ao merecimento decada um, no currculo das lies.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    ENTENDIMENTO COM JESUS

    Emmanuel

    Todos podemos realmente dialogar com Jesus, atravs de seusensinamentos, a fim de que se nos descortinem os caminhos da paz e dailuminao espiritual, desde que nos adaptemos ao Senhor, sem exigir que ele seadapte a ns.

    As palavras do vocabulrio sero as mesmas da experincia comum, noentanto, o sentido surgir essencialmente diverso.

    Exaltaremos os grandes vultos da Terra, que se caracterizam pelo elevado

    gabarito de inteligncia ou de virtude. . .O Cristo acrescentar que sero eles efetivamente bem aventurados se

    forem humildes de esprito.Falaremos acerca da liberao do mal...Aditar o Eterno Benfeitor que alcanaremos isso desculpando e

    esquecendo todas as ofensas que se nos faam, perdoando-as no sete vezesmas setenta vezes sete vezes.

    Reportar-nos-emos s lutas e problemas que a todos nos desafiam nastrilhas do aperfeioamento e da evoluo . . .

    Responder ele que apenas no exerccio constante da pacincia queconquistaremos as nossas prprias almas.

    Comentaremos a necessidade do poder . . .Ele nos dir que disporemos de semelhante recurso, atravs da cruz, ou

    mais claramente pela aceitao de nossos conflitos e obstculos, edificando comeles o melhor ao nosso alcance.

    Referir-nos-emos aos que nos perseguem e injuriam . . .Acentuar o Excelso Amigo que nos compete colaborar em todo reajuste

    da harmonia e da segurana, orando pela tranqilidade e pelo progresso de todoseles.

    Solicitaremos talvez posies destacadas nesse ou naquele setor davida . . .

    Observar-nos- ele que o maior no Reino de Deus ser sempre aquele quese fizer o servidor de todos.

    No alegues desconhecer o que Jesus pretende de ti. Basta nos afinemos

    com os propsitos do Senhor, nas lies do Evangelho, e saberemosindubitavelmente tudo aquilo de justo e certo que nos cabe a cada um.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    ENTRE IRMOS

    Emmanuel

    Um tipo de beneficncia indispensvel ao xito nas tarefas de grupo: oentendimento entre os companheiros.No nos referimos ao entendimento de superfcie, mas compreenso de base,

    atravs da pacincia recproca, que se apresente, ma esfera do trabalho, para asuperao de todos os empeos.

    Acostumamo-nos a subestimar as exigncias pequeninas, como sejam asupresso de um equvoco, a reformulao de um pedido, uma frase calmante em horadifcil, o afastamento de uma queixa... E a tisna de sombra passa a enovelar-se emoutras tisnas de sombra; a breve espao, ei-las transformadas em bola de trevas,intoxicando o nimo da equipe com a obra ameaada de colapso ou desequilbrio.

    No ignoramos que um parafuso desarranjado numa roda em movimentocompromete a segurana do carro, que o curto-circuito em recanto esquecido

    suscetvel de incendiar e destruir edifcios inteiros... Mesmo assim, no sanamos,comumente, o mal-entendido, capaz de converter-se em agente de perturbao oudesordem, arrasando largas somas de servio, no qual se garante a paz da comunidade.Estabelecido o descontrole no mecanismo de nossas relaes uns com os outros,pausemos um minuto de meditao e prece, para observar com serenidade o desajusteem causa ou o hiato havido. Em seguida, aceitemos a mais elevada funo da palavra; ada construo do bem e saibamos esclarecer-nos, mutuamente, esculpindo o verbo emtolerncia e fraternidade, a fim de que a marcha eficiente do grupo no se interrompa.

    Certifiquemo-nos de que muito corao do caminho espera unicamente umtoque de gentileza para se descerrar alegria e ao trabalho, ao apaziguamento e renovao, lembrando certas portas de nobre e slida estrutura que agentam golpes emurros de violncia, sem se alterarem, mas que se abrem, de imediato, sob a doce

    presso de uma chave.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

    17/53

    ERROS E FALTAS

    Emmanuel

    Imaginemo-nos diante de uma falta alheia que nos fere e aborrece. Erroque nos humilha e estraga a tranqilidade.Provavelmente, o delito ter sido at mesmo perpetrado contra ns.Vale, porm, conscientizar atitudes antes de apresentar qualquer reao.Se te vs em condies de raciocinar, ser justo inquirir de ti prprio se a

    pessoa em falha permanece em harmonia consigo prpria.Dispor do equilbrio que, porventura, estejamos desfrutando para ajuizar

    com o possvel acerto em torno de acontecimentos e coisas? Que antecedentes lheditaram a mudana de conduta? Haver contato na existncia com as escoras afetivasque nos resguardam segurana, desde muito tempo? Que recursos de auto-educaorecebeu para evitar a queda em que se nos fez objeto de inquietao? Que foras lhepesam na mente para abraar comportamento contrrio nossa expectao e confiana?

    Se te dispuseres ao auto-exame indispensvel preservao daconscincia tranqila, sem nenhum obstculo, compreenders o ensinamento do Cristoque nos pede amor pelos inimigos e recomenda se perdoa a ofensa setenta vezes setevezes, sempre que nos bata porta ou nos visite o corao.

    E no basta unicamente observar a posio anmala em que os nossoscompanheiros tero agido. Razovel reconhecer que se vivemos, sentimos, pensamos,falamos e trabalhamos juntos, somos Espritos na mesma faixa de evoluo, uns mais frente e outros um tanto retaguarda do progresso, guardando todos a possibilidade deerrar pelos empeos morais que ainda nos caracterizam.

    A diferena entre aqueles que se transviam e aqueles que se conservamem linha reta que o companheiro ainda impecvel se mantm de freios seguros no

    carro da prpria vida e o outro, o que errou, perdeu temporariamente o controle dadireo.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

    18/53

    ESPERANA SEMPREEmmanuel

    Ningum sem esperana. Ningum sem Deus.

    Contempla o Cu, nos dias em que a sombra te invada o corao, e

    pensa na inalterabilidade do Amor Infinito que verte do Criador paratodas as criaturas.

    *

    O mesmo Sol que te aquece e nutre aquele mesmo Sol que nutriu

    e aqueceu bilhes de criaturas, na Terra, no curso dos sculosincessantes..

    Quase todas as estrelas que hoje se te descerram aos olhos so as

    mesmas que acompanharam os homens, na queda e no levantamento decivilizaes numerosas.

    Reflete nisso e no te deixes arrasar pelas aflies transitrias que

    te visitam com fins regenerativos ou edificantes.

    *

    provvel que tribulaes diversas te sigam no encalo.Agentas incompreenses e dificuldades em conta prpria; toleras

    lutas e problemas que no criaste; carregas compromissos econstrangimentos, a fim de auxiliar aos entes queridos; ou erraste, talvez,e sofres as conseqncias das prprias culpas.

    No importa, entretanto, o problema, embora sempre nos pesem

    as responsabilidades assumidas, quaisquer que sejam. Desliga-te, porm,de pessimismo e desnimo, recordando que a vida, mesmo na vida quedesfrutas, em suas origens profundas, no obra de tuas mos.

    O poder que te dotou de movimento, que te desenvolveu as

    percepes, que te induziu ao impulso irresistvel do amor e que teacendeu no pensamento luz do raciocnio, guarda recursos suficientespara retificar-te, suplementar-te as energias, amparar-te na soluo dequaisquer empresas difceis ou reaver-te de qualquer precipcio, ondehajas cado, em desfavor de ti mesmo. Esse mesmo poder da vida que

    regenera o verme contundido e reajusta as rvores podadas nunca terelegaria sombra da indiferena. Entretanto, para que lhe assimiles o

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

    19/53

    apoio plenamente, imperioso te integres no sistema do trabalho no bemde todos, sem te renderes inutilidade ou desero.

    Lembra-te de que o verme ferido e as rvores dilaceradas se

    refazem por permanecerem fiis ao trabalho que a sabedoria da vida lhesconferiu pela natureza.

    Recordemos isso e seja de que espcie for a provao que te

    amargue as horas, continua trabalhando na sustentao do bem geral,porquanto se te ajustas ao privilgio de servir, seja qual seja a prova emque te encontras, reconhecers, para logo, que o amor um sol a brilharpara todos e que ningum existe sem esperana e sem Deus.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

    20/53

    F E CORAGEM

    Emmanuel

    Proclamar as prprias convices, notadamente diante das criaturas que se nosfaam adversas, coragem de f, no entanto, semelhante afirmao de valor no serestringe a isso.

    O assunto apresenta outra face no menos importante: o desassombro datolerncia pelo qual venhamos a aceitar os outros como os outros so sem recusar-lhesauxlio.

    *

    Cunhar pontos de vista e veicul-los claramente sinal de espontaneidade e

    franqueza, marcando alma nobre.Compreender amigos e adversrios, simpatizantes ou indiferentes do caminho,

    estendendo-lhes paz e fraternidade, caracterstico de pacincia e bondade, indicandoalma herica.

    *

    Demonstra a prpria f, perante todos aqueles que te compartilham a estrada,

    mas no deixe de am-los e servi-los, quando se patenteiam distantes dos princpios quete norteiam.

    *

    Reportamo-nos a isso, porquanto, junto dos companheiros leais, surgiro

    sempre os companheiros difceis.Esse de quem esperava testemunhos de amor e bravura, nas horas graves, foi o

    primeiro que te deixou a ss, nos momentos de crise; aquele, em cujo corao plantastesinceridade e confiana, largou-te ao ridculo, quando a maioria mudou, transitoriamente,de opinio; aquele outro a quem deste mximo apreo te retribuiu com sarcasmo; eaquele outro, ainda, o que te criou problemas e inquietaes, depois de lhe haveresdado apoio e vida.

    Todos eles, porm, se nos erguem na escola do mundo por testes depersistncia no bem.

    *

    A coragem da f comear sempre atravs da veemncia com que exponhamos

    as prprias idias, diante da verdade, entretanto, s se realizar em ns e por ns,quando tivermos a necessria coragem para compreender todos os homens, - aindamesmo os nossos mais ferrenhos perseguidores, - como nossos verdadeiros irmos efilhos de Deus.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

    21/53

    FIIS SEMPRE

    Emmanuel

    Na equipe de servio ao prximo, em que o Senhor te situou, aceitars anobreza de servir.Muitos companheiros te falaro de obedincia, incentivando o dissdio e outros

    muitos se referiro prosperidade, apoiando a indolncia.Escutar vozes diversas, apregoando renovao para se apagarem depois em

    desequilbrio ou loucura e registrars comovedores apelos liberdade da parte de muitosque se encaminham para rebeldia ou licena.

    A nenhum deles censurars.Compadecer-te-s no apenas de semelhantes vtimas da iluso, mas

    igualmente dos empreiteiros do mal que entretecem, inadvertidamente, a rede desombra a que se precipitam nossos irmos, para despencarem, eles mesmos, um dia, nobojo das trevas expiatrias.

    Atravessando a ventania da discrdia ou da violncia, da incompreenso ou daindisciplina, guiars o barco da prpria f, assegurando lealdade ao rumo es colhido.

    Manters, por isso mesmo, a pacincia e a compaixo por alavancas de apoio notrabalho que o mundo te deu a efetuar e usars a ferramenta de ao de que o Senhor temuniu, na seara do bem, amparando e elevando sempre.

    De quando em quando, surgem os dias de tribulao maior na turma das boasobras, em cuja harmonia e eficincia deves colaborar.

    Esse irmo foi surpreendido pelo sofrimento e aquietou-se margem daestrada, sem coragem para seguir frente.

    Outro sonhou com realizaes fantasistas e largou a construo em andamento,a fim de aprender que o tempo no confere autenticidade s edificaes que no auxiliou

    a levantar.Aquele outro preferiu descansar nas ilhas de imaginrio repouso, atrasando o

    relgio da prpria evoluo.Outro ainda admitiu que a tarefa espiritual lhe desprestigiava a dignidade e

    abandonou a oficina, atendendo ao influxo de ambies desmedidas, de cujosdesencantos no futuro voltar para recomeo na cincia do bem.

    A todos bendirs e por todos orars, consciente de que nenhum de ns, atagora, se acha isento de precipitao nos mesmos erros.

    Em meio, porm, de todas as iluses e desvarios, sustentars o amor aoprximo, como sendo a luz de tua marcha e, leal prpria conscincia, ouvirs, a cadapasso, a voz do Eterno Amigo a repetir-te nos recessos do corao:

    - E, entre todos aqueles que me seguem ou me procuram, o maior ser sempreaquele que se fizer de todos o fiel servidor.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

    22/53

    LIBERDADE ALHEIA

    Emmanuel

    Sempre que exercemos influncia sobre algum que renteia conosco noscaminhos da madureza, seja na condio de pais ou mentores, familiares ou amigos, muito fcil ultrapassar os limites da convenincia travando naqueles que mais amamosos movimentos com que se dirigem para a liberdade.

    Pratiquemos, sim, a beneficncia da educao procurando orientar, instruir ecorrigir amando sempre, mas sem violentar e sem impor.

    +++Costumamos providenciar tudo a benefcio dos entes queridos quanto ao

    aprovisionamento de recursos naturais, esquecendo-nos, porm, bastas vezes, de doar-lhes a oportunidade de serem como devem ser.

    Nesse sentido, vasculhemos o prprio esprito e verificaremos quanto estimamos

    a faculdade de sermos ns prprios, de abraar as crenas que se nos mostrem maisconsentneas com a capacidade de discernir, de sermos respeitados nas decises queassumimos, de buscar o tipo de felicidade que mais se nos coadune com a paz doesprito, de escolher os amigos que nos paream mais dignos de ateno ou de afeto.

    Ainda quando nos enganemos, sabemos aproveitar a lio para subir na escalade nossa adaptao realidade, debitando-nos os erros e fracassos, com que sejamosdefrontados sem razo para nos queixarmos dos outros.

    +++Meamos a necessidade de emancipao no prximo pelo nosso prprio anseio

    de independncia e sempre que nos caia sob os olhos qualquer estudo em torno daindulgncia recordemos a ddiva preciosa que todos os nossos companheiros deexperincia esperam de ns em aflitivo silncio; a permisso de cogitarem do seu prprioaperfeioamento na escolha permanente da vida to autnticos e to livres como Deus osfez.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

    23/53

    MECANISMO DO AUXLIO

    Emmanuel

    Todos somos filhos de Deus e, nessa condio, de um modo ou de outro,carecemos todos ns do Amparo Divino.Meditando nisso, no teremos qualquer dificuldade para reconhecer o imperativo

    do apoio mtuo, em todos os processos de vivncia, j que no compreendemos emDeus justia sem bondade e nem bondade sem justia.

    Por essa mesma razo, fcil observar a necessidade do ajustamento entresocorro e cooperao. A fim de que o mecanismo do auxlio funcione com segurana,entre aquele que necessita de amparo e aquele que pode ajudar relativamente, indispensvel venha a surgir e fixar-se o auxlio daqueles outros que possam ajudar maisainda.

    O doente nas prescinde do tato e do entendimento de quem o assiste, a fim deque o mdico disponha de campo adequado atuao curativa.

    A criana reclama a vigilncia de pais ou tutores que a protejam para oprofessor, junto dela, encontre o clima propcio obra da educao.

    E criatura alguma, integrada nas responsabilidades prprias, se lembrar deperturbar o trabalho da recuperao fsica e do aprimoramento cultural, cominterferncias inoportunas.

    Assim ocorre quanto ao socorro espiritual.Os amigos que operam em mais elevado nvel de evoluo esto prontos

    prestao de servio, em favor dos companheiros em estgio educativo na Terra, maspara isso aguardam o concurso de irmos amadurecidos na experincia que se lheserijam em suportes as boas obras que lhes caibam realizar.

    Impossvel que os Instrutores da Paz consigam tranqilizar o ambiente humano,

    quando os que verificam o imperativo da paz agravam os problemas formados peladiscrdia.Impraticvel a ao dos Espritos Benfeitores na restaurao ntima de algum,

    quando aqueles que reconhecem imposio de semelhante reajuste descambam para acondenao.

    Se anelamos a libertao do mal, saibamos colaborar na extino do mal.Se nos propomos sanar o desequilbrio, procuremos rearmonizar.Amigos do mundo, sempre que buscardes o concurso daqueles amigos outros

    que se domiciliam na Vida Maior, recordai que lhes sois os pontos de apoio para que acolaborao deles se efetue.

    Em qualquer plano do Universo, toda vez que desejarmos realmente o bem, foroso nos convertamos em colunas vivas do bem.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

    24/53

    MISSO ESPRITA

    Emmanuel

    Ruge na Terra tormenta renovadora.O mundo social assemelha-se a grande cidade hesitando nos

    fundamentos.O colapso de valores seculares da civilizao, embora exprima ansiedade

    pelo que novo, lembra a destruio de antigo cais, efetuada imprudentemente, semconstrues que o substituam.

    A licena desafia o conceito de liberdade.A indisciplina procura nomear-se como sendo reviso de conduta. a tempestade de transio englobando lutas gigantescas e necessrias.No entrechoque das paixes e das sombras, a misso esprita h de ser

    equilbrio que sane a perturbao e luz que vena as trevas.

    * * * Para isso, se trazes o corao alerta na obra criativa e restauradora,recorda que no se te pedem exibies de grandeza na ribalta da experincia.

    S a frase calmante que diminui a aflio ou o copo de gua simples quealivie o tormento da sede.

    Inumerveis so as lgrimas, no as aumentes.Enormes so os males, no os agraves.Problemas enxameiam em toda parte, no os compliques.Sofrimentos abarrotam caminhos, no lhes alargues a extenso.Conflitos obscurecem a vida, em todos os setores, no os estendas.

    * * *

    Muita vez, perante as dificuldades dos tempos novos, solicitas aviso erumo do Plano Superior para o seguro desdobramento dos deveres que te cumpredesempenhar. E, sem dvida, os poderes da Vida Maior no te recusaro esclarecimentoe roteiro. Entretanto, justo ponderar que, se esperamos pelas Foras Divinas, as ForasDivinas igualmente esperam por ns. Saibamos, conseqentemente, prestigi-las eacolh-las, em nossa rea de trabalho e de ideal, estimulando a sementeira da paz efortalecendo o servio de elevao.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

    25/53

    NA BOA LUTA

    Emmanuel

    A seara do bem que Jesus nos descortina se revela por trabalho rduo,com alicerces no esprito de equipe. Servio de confraternizao e apoio mtuo em queos tarefeiros, de coraes interligados e mos unidas, so convocados a duro labor,comeando no burilamento de si mesmos.

    A face disso, cada ncleo de atividade esprita, evidenciando-se nacondio de posto avanado do Cristianismo redivivo, h de ser, por fora de suasprprias finalidades, um campo de peleja moral, onde os lidadores atuam, armados comrecursos da alma, quais sejam o entendimento e a tolerncia, a bondade e a pacincia, ahumildade e a abnegao, baseados no amor que o Cristo nos legou.

    Ponderemos, quanto a isso, e reconheamos a nossa obrigao detrabalhar pelo bem para que se faa, em toda a parte, o bem de todos. Lavrar o solo doesprito com os instrumentos do estudo, semear a compreenso, difundir os valores

    humanos, exemplificar lealdade aos compromissos esposados na oficina de elevao,espalhar para os outros, tanto quanto possvel, as bnos do Senhor.Justo que nessas linhas de batalha espiritual apaream ocorrncias menos

    felizes. De quando em quando, companheiros caem alvejados por inimigos da luz,atravs das brechas que eles mesmos formaram, requisitando amparo urgente naretaguarda; muitos recuam assustados, ao observarem a extenso da obra a fazer;outros exigem frias ou licenas indefinidas, receando obstculos; e outros, ainda, fogemamedrontados, ante os riscos da luta.

    Em favor de todos, Jesus Cristo, o Supremo Comandante das Hostes doBem, promove e promover sempre o socorro adequado, nas condies precisas;entretanto, a fim de compreendermos nossas prprias dificuldades, recordemos que, nogrupo constitudo por ele mesmo, Jesus, nos primeiros dias do Evangelho, conquanto a

    equipe se erigisse to somente com doze companheiros, no faltaram problemas edesarmonias, negaes e deseres.

    Reflitamos nisso e, aceitando as nossas responsabilidades de trabalhar e servir,estejamos com o Divino Mestre, nas provas e aflies da frente, seguindo para a frente.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    NA TRILHA DA FELICIDADE

    Emmanuel

    Falas comumente da felicidade, qual se te referisses deidade remota, quando esse filode alegria se te localiza ante os ps.*Felicidade, porm, no conquista fcil, prodgio de herana, episdio social ou bafejo dafortuna.Somos convidados pela vida a cri-la em ns e por ns, como sucede com todas asnossas aquisies humanas.*Plantas o milharal e o milharal te responde ao carinho com o tesouro da colheita.Instalas a usina, junto de foras determinadas da natureza, e essas foras da natureza teretribuem com vigorosos reservatrios de fora.No mesmo sentido, a felicidade atira as prprias sementes no caminho de todos,especialmente entre aqueles que jazem atormentados por desenganos e lgrimas e, abreve tempo, ei-la que te oferta messes valiosas de esperana e ventura, tranqilidade ecooperao.*Aqui, o prximo em penria te solicita singela fatia de reconforto; ali, se te pede ligeiroauxlio a favor de mes e crianas desamparadas; alm, irmos enfermos em desvaliaesperam de ti alguns minutos de ateno e bondade, categorizados por eles conta deapoio celeste; adiante, as vtimas das inquisies sociais esmolam-te simpatia ecompreenso num olhar de ternura; mais adiante, os cados em viciao e delinqnciasuplicam-te apenas uma palavra de encorajamento e de paz que lhes dulcifique ocorao; e, por toda a parte, amigos e adversrios, muitas vezes, aguardam de ti uma

    frase s de entendimento e generosidade, f e bno, que os auxilie a caminhar.Descerra a prpria alma influncia do Cristo que jamais se segou a criar o bem nosoutros e para os outros e, um dia, escutars de esprito jubiloso, ao te despedires dosnossos irmos da Terra:- "Bendito sejas, corao amigo!O mundo ficou melhor e mais feliz porque viveste."

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    NOSSA PARCELAEmmanuel

    Talvez no percebas. Entretanto, cada dia, acrescentas algo de ti ao campo davida.

    *

    As reas dos deveres que assumiste so aquelas em que deixas a tua marca,obrigatoriamente, mas possuis distritos outros de trabalho e de tempo, nos quais oSenhor te permite agir livremente, de modo a impregn-los com os sinais de tuapassagem.

    **

    Examina por ti mesmo as situaes com que te defrontas, hora a hora. Por todosos flancos, solicitaes e exigncias. Tarefas, compromissos, contatos, reportagens,acontecimentos, comentrios, informaes boatos. Queiras ou no queiras, a tua parcelade influncia conta na soma geral das decises e realizaes da comunidade, porque emmatria de manifestao, at mesmo o teu silncio vale.

    ***

    No nos referimos a isso para que te ergas, cada manh, em posio de alarme.Anotamos o assunto para que as circunstncias, sejam elas quais forem, nos encontremde alma aberta ao patrocnio e expanso do bem.

    ****

    Acostumemo-nos a servir e abenoar sem esforo, tanto quanto nos apropriamosdo ar, respirando mecanicamente. Compreender por hbito e auxiliar aos outros semidia de sacrifcio.

    Aprendemos e ensinamos caridade em todos os temas da necessidade humana.Faamos dela o po espiritual da vida.

    *****

    Acreditemos ou no, tudo o que sentimos, pensamos, dizemos ou realizamos nos

    define a contribuio diria no montante de foras e possibilidades felizes ou menosfelizes da existncia. Meditemos nisso. Reflitamos na parcela de influncia e de ao queimpomos vida, na pessoa dos semelhantes, porque de tudo o que dermos vida, a vidatambm nos trar.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    NOTA DA ESPERANA

    Emmanuel

    Nas horas de crise, reflitamos na prpria libertao espiritual, a fim deseguirmos, em paz, nas trilhas do cotidiano.Queixas-te, por vezes, de cansao e tenso, nervosismo e desencanto.A experincia terrestre, com as mutaes de que se caracteriza, atravs de

    impactos incessantes, freqentemente, martela-te o pensamento ou destrambelha-te asforas. Ainda assim, imperioso te refaas, dissolvendo todas as impresses negativasna fonte do entendimento.

    Comea por no te permitires a mnima excurso nos domnios obscuros dopessimismo ou da intolerncia.

    Observa as ocorrncias, por piores que sejam, cooperando em tua rea de ao,tanto quanto possvel, a benefcio de todos os que te cercam e aceita as criaturas comoso, sem exigir delas o figurino espiritual em que talhas o teu modo de ser.

    A diversidade estabelece a harmonia da natureza.O cravo e a rosa so flores sem se confundirem.O Sol e a vela acesa so luzes com funes diferentes. vista de semelhantes realidades, nos dias de inquietao, no te irrites contra

    os outros e nem firas a outrem, de modo algum.Muitas vezes, a aflio o sinnimo de nossa prpria intemperana mental,

    frente de abenoadas lies da vida.Faze, dessa forma, nas circunstncias difceis, o melhor que puderes sem o risco

    de perder a paz interior que te assegura o equilbrio.Sobretudo, saibamos entender para auxiliar.Se algum te impe amargura ou desapontamento, oferece em troca simpatia e

    colaborao ao invs de vinagre ou reproche.Se o empreendimento fracassa, reconsideremos o trabalho de novo com mais

    segurana.Ajuda e ajudar-te-o.D e receberas.Garante a luz e a luz clarear o caminho.Nada te prenda perturbao, a fim de que possas te desvencilhar facilmente

    da treva, de modo a avanar e servir.Por mais escura que seja a noite, o Sol tornar ao alvorecer. E por mais

    complicada ou sombria se nos faa a senda de provas, preciso lembrar que paratransp-la, todos temos, invariavelmente, em ns e por ns, a luz inapagvel de Deus.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    O COMPANHEIRO OCULTO

    Emmanuel

    Nos empeos de agora, reflete nos empeos outros que j te viste nacontingncia de atravessar.Inquire de ti como venceste as crises da estrada e verificars que a

    superao veio muito mais do amparo oculto que da tua capacidade de ver eprovidenciar.

    que detinhas ontem, quanto possuis hoje e ters sempre o companheiroencoberto que trabalha contigo em silncio...

    Lgrimas que te pareciam inestancveis desapareceram, um dia de tua face,enquanto que sorrisos de confiana te repontaram do rosto, maneira de rosas ase te enraizarem, incompreensivelmente, no corao.

    Dificuldades que te sitiavam a vida, feio de labaredas ameaadoras, portodos os lados, se extinguiram, como por encanto, qual se chuvas balsmicas

    jorrassem do cu, libertando-te a passagem para outros campos de interesse erealizao.

    Averses gratuitas te amargaram as horas, mas um instante apareceu emque os teus mais ferrenhos inimigos te brindaram com testemunhos desolidariedade e simpatia.

    Provaes necessrias te deixaram o esprito, lembrando gleba arrasada porpraga consumidora, entretanto, novas plantaes de afeto e de esperananasceram em derredor de teus passos, encaminhando-te lavoura doencorajamento e da paz.

    Se indagas de ti mesmo como e porque te sucederam semelhantesprodgios, no sabes explic-los na origem, dando-te conta unicamente de que teachavas no desempenho das prprias obrigaes, quando o apoio invisvel tesurpreendeu com luzes e benes renovadoras.

    Ainda hoje, se mgoas e obstculos te visitam,prossegue na rea dosdeveres que o mundo te conferiu, porque Deus, o companheiro que te sustenta e teinspira,permanece contigo, propiciando-te sentido tarefa e significao existncia.

    Na maior parte dos fracassos humanos, habitualmente, vemos o desesperode algum que no soube ou no quis aguardar a interveno oculta da DivinaProvidncia, nas horas de aflio ou indeciso.

    Por maiores as tuas dificuldades, no esmoreas.Prossegue trabalhando e esperando, na trilha das obrigaes que a vida te

    assinalou, porque Deus est agindo para resguardar-te em segurana e oferecer-teo melhor.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

    30/53

    NO BALANO DAS PROVAS

    Emmanuel

    No raro deitamos a culpa de nossos fracassos e aflies sobre os outros,todavia, acautelemo-nos contra semelhante atitude.Fixemo-nos, ao revs disso, em nossas infinitas possibilidades de ao e

    renovao.Provavelmente, em nossas fraquezas, teremos sido alguma vez defrontados pela

    tentao de acusar amigos e adversrios, quanto aos acontecimentos desagradveis quenos ocorrem, no entanto, basta investigar o ntimo para reconhecermos que as nossasfalhas e erros pertencem s opinies e decises que formamos por ns prprios. Todosestamos entrosados uns com os outros, atravs de vastas cadeias de relaes e reaes,no intercmbio espiritual e as experincias que nos so necessrias decorrem de nossavinculao com o prximo.

    Urge, porm, reconhecer que, seja endereando sugestes de algum ou

    recolhendo as sugestes de algum ou recolhendo as sugestes de algum,responderemos por nossas resolues. Na oferta ou no aceite de idias e emoes,formulamos compromissos, porquanto, os princpios de causa e efeito funcionamigualmente nos domnios da palavra empenhada.

    Abstenhamo-nos de atirar culpas e reprovaes nos ombros alheios, quando sefaz inarredvel nossa quota pessoal de dbitos na conta de obstculos e dificuldades quenos povoem a vida.

    Cada qual de ns se rodeia inelutavelmente pelos resultados das prprias obras.Verifiquemos a nossa parte de responsabilidade nas atribulaes do caminho e,

    abraando com resignao e serenidade as conseqncias de nossos gestos menosfelizes, refaamos escolhas e diretrizes sem necessidade de apontar as possveis faltasalheias.

    Pacifiquemos e aperfeioemos a nossa rea de ao e estejamos convencidos deque se dermos o melhor de ns, realizando o melhor que se nos faa acessvel ao esforoindividual, no campo da vida, o Senhor complementar-nos- o trabalho, fazendo o resto.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

    31/53

    NO CORPO

    Emmanuel

    H quem menospreze o corpo, alegando com isso honorificar a alma; noentanto, isso o mesmo que combater a escola, sob o estranho pretexto de beneficiar oaprendiz.

    Leve observao, porm, nos far lembrar a importncia da vida fsica.Diz-se, muitas vezes, que o corpo adversrio do esprito; contudo, no

    corpo que dispomos daquele bendito anestsico do esquecimento temporrio, com que acirurgia da vida, nos hospitais do tempo, nos suprime as chagas morais instaladas porns mesmos, no campo ntimo; nele, reencontramos os desafetos de passadasreencarnaes, nas teias da consanginidade ou nas obrigaes do grupo de servio paraa quitao necessria de nossos dbitos, perante a lei que nos governa os destinos; comele, entesouramos, pouco a pouco, os valores da evoluo e da cultura; auxiliados porele, perdemos os derradeiros resqucios de herana animal, que carregamos por fora da

    longa vivncia nos reinos inferiores da Criao, a fim de que nos elevemos aos topes dainteligncia; integrados nele, que somos pacientemente burilados pelos instrumentosda Natureza, ante a glria espiritual que a todos nos aguarda, no Infinito, na condio defilhos de Deus; e, finalmente, ainda no corpo que somos defrontados pelos grandesamores, a comear pela abnegao dos anjos maternais da Terra, que nos presidem oestgio no plano fsico, habilitando-nos para aquisio dos mais altos ttulos da escola daexperincia.

    Meditemos em tudo isso e saibamos ver no corpo a harpa sublime em quea sabedoria do Senhor nos ensina, sculo a sculo, existncia a existncia e dia por dia,a bendita cincia do crescimento e da ascenso para a Vida Imortal.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    ORAO PELOS ENTES QUERIDOS

    Emmanuel

    Senhor Jesus!Concedeste-nos os entes queridos por tesouros que nos empresta.Ensinai-nos a consider-los e aceit-los em sua verdadeira condio de filhos

    de Deus, tanto quanto ns, com necessidades e esperanas semelhantes s nossas.Faze-nos, porm, observar que aspiram a gneros de felicidade diferente da nossae ajuda-nos a no lhes violentar o sentimento em nome do amor, no propsitoinconsciente de escraviz-los aos nossos pontos de vista.

    Quando tristes, transforma-nos em bnos capazes de apoi-los narestaurao da prpria segurana e, quando alegres e triunfantes nos ideais queabraam, no nos deixe na sombra do egosmo ou da inveja, mas sim ilumina-noso entendimento para que lhes saibamos acrescentar a paz e a esperana.

    Conserva-nos no respeito que lhes devemos, sem exigir-lhes testemunhosde afeto ou de apreo, em desacordo com os recursos de que disponham.

    Auxilia-nos a ser gratos pelo bem que nos fazem, sem reclamar-lhesbenefcios ou vantagens, homenagens ou gratificaes que no nos possamproporcionar.

    Esclarece-nos para que lhe vejamos unicamente as qualidades, ajudando-nos a nos determos nisso, entendendo que os provveis defeitos de que semostram ainda portadores desaparecero no amparo de tua beno.

    E, se um dia, viermos a surpreender alguns deles em experincias menosfelizes, d-nos a fora de compreender que no ser reprovando ou condenandoque lhes conquistaremos os coraes, e sim entregando-os a Ti, atravs da orao,porque apenas Tu, Senhor, pode sondar o ntimo de nossas almas e guiar-nos opasso para o reequilbrio nas Leis de Deus.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    PACINCIA E TRABALHO

    Emmanuel

    Auxlio se baseia na comunicao e toda comunicao a fim de expressar-seroga caminho. Isso transparece dos processos mais simples da vivncia comum.O medicamento, via de regra, pede veculo para alcanar os mais entranhados

    redutos da vida orgnica.Fontes garantem cidades reclamando redes de canalizao.A fora eltrica para ser alavanca de atividade e progresso exige fios

    transmissores. E at mesmo o prprio pensamento materializado, no plano fsico, paraatingir a mente alheia necessita acomodar-se em estruturas verbais.

    O amparo do Mundo Superior no foge ao sistema.Pacincia com trabalho o clima indispensvel interveno da Providncia

    Divina pelos meios imprevisveis e mltiplos em que a Divina Providncia se manifesta.

    Observa semelhante lio por ti mesmo.Ante problemas que aparecem se te perdes no desespero sem pausa ou serecolhes obstculos cozinhando-os indefinidamente na queixa, nada mais conseguesseno tumultuar a prpria experincia, impedindo a presena da tranqilidadeimprescindvel ao apoio da Vida Maior.

    Quantos sofrimentos e provaes te batam porta, refugia-te na pacincia e notrabalho e verificars que agentes ocultos colaboram eficientemente contigo nasupresso de quaisquer dificuldades e sombras.

    Lembremo-nos disto: sem pacincia com trabalho nenhuma obra de elevao seconsolida, mas importante salientar que o trabalho sem a pacincia pode induzir adesequilbrio, tanto quanto a pacincia sem trabalho pode favorecer a ociosidade.

    Em todas as circunstncias, serve e espera sempre sem reclamar e adquirirs a

    certeza de que com a pacincia conjugada ao trabalho oferecers constantemente omelhor de ti mesmo em louvor ao prximo para receber o melhor dos outros, sem nuncaatrapalhar o concurso de Deus.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    PACINCIA E VIDA

    Emmanuel

    Estudo necessrio da pacincia: observar cada um de ns face a prpriaconduta nas relaes humanas e no reduto domstico.Sabemos compreender habitualmente os assaltos morais de inimigos

    gratuitos, obrigando-nos a refletir quanto melhor forma de auxili-los para que serenovem construtivamente em seus pontos de vista, e, em muitos casos,esbravejamos contra o desagrado de uma criana que a doena incomoda.

    Aprendemos a suportar com serenidade e entendimento, prejuzos enormesda parte de amigos, nos quais depositvamos confiana e carinho, buscandoencontrar modo seguro de ajud-los para o resgate preciso e, muitas vezes,condenamos asperamente pequenas despesas naturais de entes queridos, credoresinsofismveis de nosso reconhecimento e ternura.

    A tolerncia para com superiores e subalternos, colegas e associados,familiares e amigos ntimos realmente o recurso da vida em que se nos erige ometro do burilamento moral. Isso porque, conquanto a beneficncia se mostresempre sublime e respeitvel, em todas as suas manifestaes e atributos, sempre muito mais fcil colaborar em campanhas pblicas em auxlio daHumanidade ou prestigiar pessoascom as quais no estejamos ligados por vnculos de compromisso e obrigao quetolerar com calma e compreenso, os contratempos mnimos e as diminutashumilhaes no ambiente individual.

    Pacincia por isso mesmo, em sua luminosa autenticidade H de seraprendida, sentida, sofrida, exercitada e consolidada junto daqueles que nospovoam as reas do dia-a-dia, se quisermos esculpi-la por realizao imorredourano mundo da prpria alma.

    Preguemos e ensinemos quanto nos seja possvel os mritos da pacincia,

    no entanto, examinemos as prprias reaes da experincia ntima frente dequantos nos compartilham a luta cotidiana, na condio de scios da parentela e dotrabalho, do ideal e das tarefas de cada dia e, perguntemos com sinceridade a nsprprios se estamos usando de pacincia para com eles e para com todos os outroscompanheiros da Humanidade, assim como estamos incessantemente tolerados eamparados pela pacincia de Deus.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    PACINCIA SEMPRE

    Emmanuel

    Habitualmente, pacincia um artigo que aspiramos a adquirir deexportao alheia, na loja da vida.Para pesquisar, entretanto, a existncia desse talento em ns, urge

    observar as nossas reaes no cotidiano.Para isso, no a manifestao menos desejvel do prximo que nos

    favorecer o estudo preciso e sim o prprio comportamento analisado por ns mesmos.O chefe que se desmandou em gritaria ter encontrado motivos para agir

    assim, em vista das aflitivas questes que lhe esfogueiam o pensamento.O subordinado que aderiu rebeldia, entrou, possivelmente, em

    perturbao, induzido pelas constrangedoras necessidades materiais que lhe corroem omundo ntimo.

    O amigo que se aborreceu indebitamente conosco decerto abraousemelhante procedimento, impulsionado por lamentveis equvocos.

    O adversrio que se fez mais azedo, atirando-nos pesadas injurias, terdescido a crises mortais de dio, reclamando, por isso, mais ampla dose de compaixo.

    O companheiro que nos espanca mentalmente com o relho da clera jaz,sem dvida, ameaado de colapso nervoso, exigindo o socorro do silncio e da orao, afim de no cair em molstia mais grave. O irmo que abraou aventuras menos felizes,provavelmente haver resvalado na sombra de perigosa ao obsessiva, cujos meandrosde treva no somos ainda capazes de perceber.

    Pacincia tesouro que acumulamos, migalha a migalha de amor eentendimento, perante os outros; para conquist-lo, no entanto, foroso saibamos

    justificar com sinceridade a irritao e a hostilidade, sempre que surjam naqueles quenos rodeiam.Em sntese, se desejamos a prpria integrao com os ensinamentos do

    Cristo, imperioso compreender que todos os irmos destrambelhados em fadiga oudesfalecentes na prova, ainda incientes quanto s prprias responsabilidades, tm talvezrazo de perder o prprio equilbrio, menos ns.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    PERMUTA INCESSANTE

    Emmanuel

    Embora nem sempre se reconhea isto, de maneira consciente, nomundo, estamos constantemente trocando valores que a existncia nos confere porelementos que nos ajudam ou desajudam, enriquecendo a vida ou empobrecendo-a pornossa conta.

    Poder, fortuna, inteligncia, fora, cultura ou habilidade so recursos quea Divina Providncia nos situa nas mos.

    Tudo o que a Terra possui, em matria de bem ou de mal, luz ou treva resultado de permuta efetuada pelos homens, no curso do tempo, na utilizao dosmeios que Deus lhes confia.

    Em virtude disso, temos no plano fsico, os negcios materiais aliceradosem mercado terrestre e negcios da alma envolvendo interesses do esprito imperecvel.

    Uma casa, na essncia, fruto de uma transao. Aqueles quelevantaram deram trabalho e suor ao tempo e o tempo lhes retribui com a esperadarealizao.

    Um plano concretizado a justa equao de um convnio perfeito.A criatura insiste com os prprios anseios, junto s Leis do Universo, e as

    Leis do Universo lhe atendem aos anelos, dando-lhe forma aos pensamentos.Observa o que fazes de ti, em que te trocas.Ainda que o no reconheamos, de pronto, cada um de ns se d por

    aquilo que busca.Basta raciocines quanto responsabilidade de viver e percebers que a

    tua prpria existncia um ajuste incessante entre as escolhas que eleges e os agentesimponderveis da natureza que respondem s decises. Por isso mesmo, estamos hoje

    naquilo em que nos demos ontem e, naquilo em que nos traamos hoje, estaremosfatalmente amanh.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    PROBLEMA EM SERVIO

    Emmanuel

    No apenas quando irmos muito caros nos deixam a ss na Seara de Luz. Nosomente quando nos retiram da senda, abraando tarefas outras de que se acreditamnecessitados, em louvor da evoluo prpria.

    Igualmente quando se nos desligam do pensamento ou da comunho maisntima, embora continuem pessoalmente conosco, preciso compreender e auxiliar,abenoando-lhes o caminho.

    Freqentemente, afeioamo-nos aos nossos amigos, com tamanho fervor que osnossos ideais e as nossas foras se entranham com os deles, em regime de permutaincessante, de cujo crculo extramos, no raro, larga quota do estmulo de quecarecemos para trabalhar e viver.

    No entanto, por efeito das tarefas e provas que trazem existncia, em muitasocasies, separam-se psicologicamente de ns, para se entrosarem com outras situaese com outras criaturas.

    Chegado esse instante, imperioso ajud-los com o nosso apoio eentendimento.

    E de que modo julg-los em processo de censura se no dispomos de medidapara avaliar-lhes as necessidades e conflitos do corao?

    Esse atingiu as fronteiras da resistncia mental e no mais se harmoniza com onvel das tarefas que nos assinalam as esperanas.

    Outro provocou vantagens que no mais nos seduzem a vida.Aquele escutou desafios mudana que aceitou em pleno uso da liberdade de

    escolher.Aquele outro sofreu o impositivo de circunstncias constrangedoras, afastando-

    se-nos da trilha de alegrias mtuas, carregando transitoriamente aflitivos padecimentosmorais.

    Isso, porm, no pode impulsionar-nos desero do dever que nos cabe naSeara do Bem.

    A verdade a verdade e todos os nossos entes queridos comungaro conosco luz da verdade, seja hoje, amanh ou depois de amanh. E, quanto a permanecermossem eles, por algum tempo, na oficina das obrigaes que a vida nos deu a realizar,estejamos convencidos de que servir aos outros ser sempre, em primeiro lugar, servir ans mesmos, e de que se formos fiis ao trabalho do Bem, que essencialmente pertenceao Senhor, o prprio Senhor, atravs desse mesmo trabalho em tudo nos guardar e detudo nos prover.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    PRONTURIO DA ALMA

    Emmanuel

    Quanto mais se aperfeioam as tcnicas e processos de vivncia nacivilizao, mais se ampliam os dispositivos de proteo e defesa, a benefcio davida humana.

    Leis de trnsito previnem acidentes.Isoladores controlam cargas eltricas.Antibiticos extinguem infeces.Anestsicos frustram a dor.Recorda que o progresso do mundo te faculta igualmente criar um

    pronturio da alma, capaz de imunizar-te contra desespero e amargura, angstia einsatisfao.

    Referimo-nos ao binmio servio e esquecimento. Suscetvel de conferir-nos tranqilidade sempre que seja posto em ao.

    Quando aparea, o sofrimento nascido de supostas decepes ou ingratidesdo comportamento alheio, trabalha para o bem e olvida toda o mal

    Se entregarmos o corao em tais circunstncias ao fel do pessimismo ou sealugamos a palavra ao domnio da queixa, ser justo interrogar-nos quanto inconseqncia de nossa prpria atitude.

    Ressentimento ou desnimo de nossa parte traduziriam superestimao devalor, com respeito a ns mesmos, e esprito de irritao ou de azedumepressuporia, de nosso lado,a posse de uma superioridade ilusria.

    Foroso compreender que todos ns, os espritos em evoluo na Terra,estamos ainda longe do aprimoramento a que aspiramos chegar.

    E para a iniciao de semelhante burilamento ou mesmo para continuardentro dele depois de comeado, indispensvel contribuir na formao dafelicidade de outrem, sem que outrem nos deva retribuir.

    Em quaisquer dificuldades e males, procura a prtica do bem e, na lavouraincessante do bem, busca transpor obstculo a obstculo, na certeza de que assimliquidars problema a problema.

    Isso porque servir e esquecer sero sempre as base da harmonia e daelevao. E a vida assim ser constantemente porque se hoje somos chamados aagir em socorro aos outros, amanh provavelmente sero os outros chamados aagir em socorro a ns.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    REALIDADE E NS

    Emmanuel

    Aspiras unio com Jesus e, conseqentemente, vitria da paz em timesmo.Para conseguir semelhante realizao, ser preciso, porm, penetrar mais

    profundamente no significado das palavras do Cristo: e aquele que quiser vir emmeus passos, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.

    A fim de que liames inferiores da personalidade sejam desatados, de modo aempreendermos a marcha na direo do senhor, necessrio, entretanto,desarraig-los de nossa realidade e no da realidade dos outros.

    Por isso mesmo, se nos propomos renovar-nos, imperioso deixar demaislivremente se renovem.

    No tiveste o pai que desejarias e nem a progenitora que esperavas? Ama-os tais quais se revelam,e abenoa-os pelo bem que te fizeram, trazendo-te escola Humana.

    No achaste o esposo ou a esposa, na altura de teus ideais? Aceita ocompanheiro ou companheira que a vida te deu, exercendo a tolerncia e o amor,observando que todos somos ainda espritos incompletos, na oficina da evoluo.

    No possues nos filhos os seres afins com que sonhavas? Acolhe-os comoso e d-lhes a melhor ternura da prpria alma, na certeza de que tambm elesesto a caminho da perfeio que para ns todos ainda vem longe.

    No vs nos irmos e nos amigos os gnios de bondade e abnegao quesupunhas? Abraa0s, qual se mostram e oferece-lhes o apoio fraterno que te faapossvel, sem algem-los a pontos de vista.

    Cada criatura vive na realidade que lhe caracterstica. Em toda parte, cadaum de ns em sua luta, em sua dificuldade, em sua prova, em seu problema.

    Enquanto nos pomos a censurar, no conseguimos entender.

    Enquanto exigimos, no aprendemos a auxiliar.Deixemos cada companheiro ou companheira de caminho, na realidade que

    lhes toca e, amando e abenoando a todos, atendamos realidade que nos digarespeito, reconhecendo que no nos achamos no educandrio da experincia paradar as lies alheias e sim dar conta das lies outras que pelas aulas do dia-a-dia,a prpria vida confere a ns.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    RELIGIO E NS

    Emmanuel

    Religio, em tese, a presena do Criador na criatura, guiando a criatura norumo da perfeio.

    Compreendendo assim, reconhecemos que todos os assuntos de administraohumana so temas das leis humanas, que a todos nos compete respeitar e prestigiar.

    Entretanto, no mundo de ns mesmos, justo contar com a religio para

    resolver-nos os problemas da vida ntima.E, se a religio no nos ajuda a conduzir atitudes e sentimentos...Se no nos ampara, nas horas de crise ou de tentao, ensinando-nos a

    observar e raciocinar...Se no nos suprime os conflitos de origem sexual, esclarecendo-nos que a

    comunho afetiva se relaciona com a responsabilidade dos parceiros que a compartilham,baseando-se na lealdade aos compromissos assumidos e nas decises da conscincia decada um...

    Se no nos propicia entendimento e resignao diante da dor, demonstrando-nos com os princpios de causa e efeito que nunca feriremos a algum sem ferir a nsprprios...

    Se no nos imuniza contra a revolta, ante as aparentes desigualdades sociais,induzindo-nos a aceitar a Justia de Deus imanente nas menores ocorrncias da vida...

    Se no nos demonstra que a nossa renovao para o melhor pode acontecer emqualquer lugar e em qualquer tempo, tudo dependendo de nossa prpria vontade...

    Se no nos favorece com viso nova da vida, para alm do plano fsico,arrancando-nos ao desespero e sustentando-nos a paz e a conformidade, nos diascinzentos de adeus aos entes queridos, perante a separao temporria, frente do

    tmulo...Ento a religio ter fracassado, mas urge reconhecer que no fracassou e nem

    fracassar, em sua elevada misso de tutora maternal das criaturas terrestres,consolando-as e redimindo-as, nas mltiplas faixas de trabalho em que se especifica; e,por testemunho do que afirmamos, temos atualmente a Doutrina Esprita, entre oshomens, restaurando o Cristianismo e explicando as leis que regem o ser e o destino, avida e a morte, o sofrimento e a evoluo, em todas as frentes da Humanidade.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    RESGATE E RENOVAO

    Emmanuel

    A reencarnao no seria caminhada redentora se j houvesses atendido atodas as exigncias do aprimoramento espiritual.Enquanto na escola, somos chamados ao exerccio das lies.Ante a Lei do Renascimento, surpreenders no mundo dificuldades e lutas,

    espinhos e tentaes.Reencontrars afetos que a unio de milnios tornou inesquecveis, mas

    igualmente rentearo contigo velhos adversrios, no mais armados pelos instrumentosdo dio aberto, e sim trajados noutra roupagem fsica, devidamente acolhidos tuaconvivncia dificultando-lhe os passos, atravs da averso oculta. Sabers o que sejatranqilidade por fora e angstia por dentro. Desfrutars a amenidade do clima socialque te envolve com os mais elevados testemunhos de apreo e respirars, muitas vezes,no ambiente convulsionado de provaes entre as paredes fechadas do reduto

    domstico. Entenders, porm, que somos trazidos a viver, uns frente dos outros, paraaprender a amar-nos reciprocamente como filhos de Deus.

    Percebers, pouco a pouco, segundo dos princpios de causa e efeito, que asmos que te apedrejam so aquelas mesmas que ensinastes a ferir o prximo, em outraseras, quando o claro da verdade no te havia iluminado o discernimento e reconhecersnos lbios que te envenenam com apontamentos caluniosos aqueles mesmos queadestraste na injustia, entre as sendas do passado, a fim de te auxiliares no louvor condenao.

    Ergues-te hoje sobre a estima dos coraes com os quais te harmonizaste pelodever nobremente cumprido, entretanto, sofres o retorno das crueldades que tecaracterizavam em outras pocas por intermdio das ciladas e injrias que teespezinham o corao.

    Considera, porm, o apelo do amor a que somos convocados dia por dia edissolve na fonte viva da compaixo o fel da revolta e a nuvem do mal. Aceita noeducandrio da reencarnao a trilha de acesso ao teu prprio ajustamento com a vida,amando, entendendo a servindo sempre.

    Se algum te compreende, ama e abenoa.Se algum te injuria, abenoa e ama ainda.Seja qual seja o problema, nunca lhe conferirs soluo justa se no te

    dispuseres a amar e abenoar.Onde estiveres, ama e abenoa sem restries ante a conscincia tranqila e

    conquistars sem delongas o domnio do bem que vence todo mal.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    SEM ESMORECER

    Emmanuel

    Acompanhar tua f, traduzindo-a em servio aos semelhantes, como afonte que se confia ao prprio curso, guardando a bondade por destino.Grandes e pequena ocorrncias desfavorveis sobreviro, induzindo-te a

    instaurar mo mundo ntimo a revoluo dos instintos amotinados, qual se devessesquebrar, em sinistra crise de revolta, a escada que a vida te destinou escaladapara os Cus. Entretanto, ainda quando tenhas que comprar o teu equilbrio a preode lgrimas, pagars o tributo, sem perder a viso da eternidade que a todos nosenvolve em sua flama inextinguvel.

    No claro caminho que te foi reservado, percebers os lamentos e as injriasdaqueles que acreditaram na elevao sem trabalho e se acharam esbulhados pelaprpria rebeldia, na valado desencanto, e aqueles outros que transformaram aliberdade em passaporte para a demolio, acabando angustiados na descrena quegeraram para si mesmos.

    Transitars, auxiliando e construindo, entre os que se emparceiraram com aviolncia ou que se deterioraram pela cartilha da desagregao, e sers, por tua f,o alento dos que choram, a esperana dos tristes, a fasca de sol para os queatravessam a longa noite de penria, o apoio dos amargurados, a abnegao queno teme estender o brao providencial aos cados, o blsamo dos que tombaram ese feriram sem rumo...

    Concorda com os desgnios de Deus, que colocou a flor na erva com omesmo amor com que acendeu a estrela no firmamento, e segue adiante, em teuapostolado renovador, na certeza de que no h lugar e nem dificuldade que oTodo-Misericordioso desconhea.

    Tua f tua armadura e teu crisol. Com ela te defenders contra asarremetidas da sombra e, por ela, te purificars, atravs da lealdade ao Bem

    Eterno, tantas vezes marcada a fogo de sofrimento. Ser ela, por fim, o teu guiapara ingresso na suprema redeno, exigindo, todavia, para semelhante vitria,que te disponhas a abenoar incessantemente e a servir sem esmorecer.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    SENTIMENTO, IDIA E AO

    Emmanuel

    Adulterar significa tisnar, viciar, mentir. . .E nenhuma falta dessa espcie mais lamentvel que aquela de nossa deserodiante das Leis de Deus.

    No podemos olvidar, por isto, que toda negao do bem comea em nossontimo, transformando-se, logo aps, em idia, para exteriorizar-se, em seguida, nocampo da ao.

    Desse modo, podemos atender justa autocrtica, analisando as nossastendncias ocultas e retificando os prprios hbitos, compreendendo que os nossossentimentos fecundam, em nosso prejuzo, os resultados que nos caracterizam a marcha.

    assim que temos a preguia sustentando a ignorncia e a ignorncia nutrindoa misria . . .

    A malcia gerando a crueldade e a crueldade formando o crime . . .A suspeita criando a maledicncia e a maledicncia armando a calnia...A disciplina criando o trabalho e o trabalho presidindo o progresso . . .A bondade plasmando a cooperao e a cooperao construindo a beneficncia .

    . .O amor inspirando a renncia e a renncia garantindo a felicidade . . .No te esqueas, dessa forma, de que em ti mesmo se levanta o crcere de

    sofrimento a que te aprisionas ou se ergue o ninho de bnos em que te preparas frente de glorioso porvir.

    No basta te convertas em censor de conscincias alheias para que o

    reequilbrio do mundo se faa, vitorioso. indispensvel a nossa prpria defesa contra oassalto das trevas, consoante o ensinamento da Revelao Divina, que recomendavigiarmos o corao por situar-se nele o manancial das foras de nossa vida.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    SOBREVIVNCIA

    Emmanuel

    Enquanto encarnados no Planeta Terrestre, um tipo de sobrevivncia nosinteressa, sobremaneira, alm daquele para o qual se nos dirigem os pensamentos paral da morte fsica: - a sobrevivncia, depois de rudes golpes sofridos. Particularmente, nomundo moral, semelhantes provas repontam com freqncia.

    o prejuzo inesperado, a confiana escarnecida, a perseguio com que se nocontava, a incompreenso de pessoas queridas.

    Noutros lances da existncia, ruptura de laos afetivos, a transformaoviolenta que os desastres impem, o obstculo imprevisto, os pensamentos da solido.

    Em todos esses episdios amargos, lembrando trechos incendiados de caminho,a criatura habitualmente induzida a processos de angstia dos quais se retira, quasesempre em perigoso desgaste.

    Urge reconhecer que a serenidade nos deve partilhar a viagem terrena, a fim deque a aflio no se nos faa exaustor de energias.

    Abstenhamo-nos da tenso emocional, como quem se previne contra a incursode molstia grave; os agentes imunolgicos, nesse sentido, so sempre o amor quedesterra o dio, a pacincia que exclui a irritao, a humildade que afasta a inveja e aprestao de servio que anula a desconfiana.

    Aprendamos a observar que o desequilbrio precursor provvel de doena que,no raro, termina com a desencarnao prematura e procuremos certificar-nos de que,nas lutas com que somos testados, na Terra e fora da Terra, na escola da experincia, necessrio saibamos no somente a viver e aperfeioar, mas tambm a suportar esobreviver.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    SOCORRO E SOLUO

    Emmanuel

    Aflies, crises, provas, tentaes!...

    Quantas vezes ters procurado sofregamente o primeiro e seguro passo para sairdelas!

    Entretanto, uma alavanca mental existe, capaz de soerguer-te de qualquerprostrao, desde que te disponhas a manej-la.

    Antes de tudo, porm, foroso te desvencilhes de qualquer pensamento dederrotismo e inconformidade.

    No importa hajas atravessado penosos desenganos, onde se te concentravamtodas as esperanas...

    No importa te vejas margem dos melhores amigos, de esprito relegado incompreenso...

    No importa que ciclones de sofrimentos te hajam varrido os escaninhos da alma,

    arrebatando-te temporariamente o incentivo de trabalho e a alegria de viver...No importa estejas sob as conseqncias amargas dos erros cometidos...

    No importa que a maioria te menospreze as opinies, lanando-te aodescrdito...

    No importa que a injria te haja situado na faixa do desencanto...No importa que altos prejuzos te imponham espinhosos recomeos...

    No importa que dificuldades inmeras se acumulem ao redor de teus passos,impelindo-te o corao a complicados labirintos...

    Importa que te levantes em esprito, que aceites o impositivo do prprio reajustepara o equilbrio perfeito, que te esqueas do mal, consagrando-te ao servio do bem, eque abenoes todas as circunstncias da vida... Feito isso, por mais escabroso que seja o

    problema ou mais dolorosa a provao, se acionas a alavanca da f viva no Sbio eAmoroso Poder que dirige o Universo, percebers, de inesperado, que Deus te oferecesocorro e soluo.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    SUGESTES E PARBOLAS

    Emmanuel

    Habitualmente recorremos parbola do bom samaritano to-s paraexaltar a generosidade daquele viajante de alma nobre, frente do irmo menosfeliz; foroso, porm, salientar a expectativa humana com reflexes que ocompanheiro tombado no infortnio articulava decerto.

    Com que ansiedade aguardaria o socorro preciso!...Tendo visto o sacerdote e o levita que passaram de largo, possivelmente

    perguntou a si mesmo de que lhe valeriam a cultura e a preparao espiritual delesse o abandonavam ao prprio desvalimento: e, observando o samaritano que seaproximava, no indagou quem ele era, o que era o que sabia, o que detinha oupara onde se encaminhava... Com os olhos, suplicou-lhe amparo e, no silncio docorao, agradeceu-lhe a bno dos braos estendidos.

    A narrao de Jesus fala de dois homens evidentemente qualificados para aprestao de servio, que se deram pressa em se afastar, no resguardo dasprprias convenincias, e menciona outro, completamente desconhecido, que seconsagrou ao mister da solidariedade;com isso, o Divino Mestre nos conclama atodos para as tarefas do auxlio mtuo.

    Bastas vezes, perante os acidentados e espoliados do corpo e da alma,formulamos escapatrias, no s intuito de sonegar os tributos naturais dafraternidade. Em vrias ocasies, instados ao socorro por aqueles companheiros deexperincia que sofrem muito mais que ns,repetimos displicentemente: quem soueu?, no presto, sou um fardo de imperfeies ou quem me dera poder...

    Situemo-nos, porm, no lugar e na angustiosa expectativa do irmo cado

    na estrada e reconheceremos que Jesus nos espera como somos e como estamospara servir, portanto,servindo,acabaremos aprendendo que todos somos filhos de

    Deus e que, se hoje desfrutamos o privilgio de dar, talvez amanh estejamos comnecessidade de receber.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    TEU LIVRO

    Emmanuel

    A existncia na Terra um livro que ests escrevendo...Cada dia uma pgina...Cada hora uma afirmao de tua personalidade, atravs das pessoas e

    das situaes que te buscam.No menosprezes o ensejo de criar uma epopia de amor em torno de teu

    nome.As boas obras so frases de luz que endereas Humanidade inteira.Em cada resposta aos outros, em cada gesto para com os semelhantes,

    em cada manifestao dos teus pontos de vista e em cada demonstrao de tua alma,grafas com tinta perene, a histria de tua passagem.

    Nas impresses que produzes, ergue-se o livro dos teus testemunhos.

    A morte a grande colecionadora que recolher as folhas esparsas de tuabiografia, gravada por ti mesmo, nas vidas que te rodeiam.No desprezes a companhia da indulgncia, atravs da senha que o

    Senhor te deu a trilhar.Faze uma rea de amor ao redor do prprio corao, porque s o amor

    suficientemente forte e sbio para orientar-te a escritura individual, convertendo-a emcompndio de auxlio e esperana para quantos te seguem os passos.

    Vive com Jesus, na intimidade do corao, no te afastes dEle em tuasaes de cada dia e o livro de tua vida converter-se- num poema de felicidade e numtesouro de bnos.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    TRABALHA E ESPERA

    Emmanuel

    Nunca te suponhas, a ss, em servindo seara do bem.Os Mensageiros do Senhor esto sempre abenoando, secundando, apoiando e

    complementando-te o trabalho.E no precisam trombetas para se anunciarem e nem requisitam dispositivos de

    alarme para te entregarem o amparo de que se fazem portadores.Em silncio, sabem escolher oportunidades, processos, maneiras e pessoas para

    isso.Observa.Abeirava-te da exausto. No captulo das disponibilidades materiais para o

    sustento das boas obras, entretanto, no pice da necessidade, algum apareceu,estendendo-te o concurso preciso.

    Impedimentos domsticos passaram a obstar-te a cooperao no auxlio aossemelhantes, todavia, quando tudo se te afigurava entrave indissolvel, algo sucedeuquebrando-te as amarras e desanuviando-te o caminho.

    Doenas ameaavam-te com a paralisao das possibilidades de servir e atmesmo com a desencarnao, contudo, no instante mais grave, do mecanismo dascircunstncias repontaram o remdio providencial e a medida justa de que carecias paracontinuares em ao.

    Provaes do crculo ntimo te impuseram grande sobrecarga de tarefas,induzindo-te inquietao e ao sacrifcio, no entanto, quando a situao te pareciainsustentvel, providncias surgiram, de inesperado, em teu auxlio.

    Problemas diversos te afligiam a alma, acenando-te com a ruptura de tuasnobres realizaes em andamento, mas quando as tuas melhores esperanas se

    apresentavam como sendo claramente frustradas, acontecimentos imprevistos liquidaramcom eles e a estrada se te clareou novamente.Confia nos Mensageiros do Senhor, cujo amparo nunca falha.No entanto, seja qual seja o obstculo no te ds rebeldia ou lamentao e

    sim continua trabalhando e oferecendo vida o melhor que possas fazer.Os Mensageiros do Senhor esto junto de ns e por ns e jamais nos

    abandonam. Ainda assim, mesmo quando o auxlio de que careas se te afigure tardar,continua fiel ao dever de servir, porque o barulho da queixa ou a gritaria da revoltapodem talvez dificultar o socorro que vem vindo.

  • 8/7/2019 Xavier Candido F Mos Unidas

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    TROPEOS E DESGOSTOS

    Emmanuel

    Beneficncia raramente observada: poupar aos outros a participao nostropeos ou desgostos que nos afete