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Yûki Mukai Universidade de Brasília À luz da “Aquisição de Segunda Língua”: até onde e como influenciariam os fatores variáveis individuais (crenças) dos agentes engajados no ensino-aprendizagem de japonês como LE no Brasil? XXII ENPULLCJ / IX CONGRESSO INTERNACIONAL DE ESTUDOS JAPONESES NO BRASIL 30 e 31 de agosto de 2012 – UFPR

Yûki Mukai Universidade de Brasília · A “Aquisição de Segunda Língua” – uma das subáreas da Linguística Aplicada – busca revelar os mecanismos e processos complexos

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Yûki Mukai

Universidade de Brasília

À luz da “Aquisição de Segunda Língua”: até onde e como

influenciariam os fatores variáveis individuais (crenças)

dos agentes engajados no ensino-aprendizagem de

japonês como LE no Brasil?

XXII ENPULLCJ / IX CONGRESSO INTERNACIONAL

DE ESTUDOS JAPONESES NO BRASIL

30 e 31 de agosto de 2012 – UFPR

Page 2: Yûki Mukai Universidade de Brasília · A “Aquisição de Segunda Língua” – uma das subáreas da Linguística Aplicada – busca revelar os mecanismos e processos complexos

CRENÇAS no ensino-aprendizagem de Línguas

2

Opiniões e ideias que alunos e

professores têm a respeito dos

processos de ensino e

aprendizagem de línguas (BARCELOS, 2001).

Page 3: Yûki Mukai Universidade de Brasília · A “Aquisição de Segunda Língua” – uma das subáreas da Linguística Aplicada – busca revelar os mecanismos e processos complexos

Crença de um professor

3

Creio que ...

a) Deve-se dar mais ênfase à estrutura do que ao significado.

b) A memorização do diálogo é importante.

c) O estudo da língua(gem) é voltado para a aquisição de pronúncia correta e de vocabulário.

d) Espera-se uma pronúncia correta como um falante nativo.

e) O ensino é centralizado nos exercícios de repetição.

Abordagem audiolingual

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Objetivos do workshop Na 1ª parte do workshop (teoria):

(1) Discutir brevemente a questão terminológica na área da “Aquisição

de Segunda Língua” (por ex., língua estrangeira/segunda língua,

aquisição/aprendizagem, etc.) e os variáveis individuais dos agentes

(professores, alunos, coordenadores, diretores);

(2) Refletir a importância de crenças dos agentes e suas implicações

para o processo de ensino-aprendizagem de japonês como língua

estrangeira;

Na 2ª parte do workshop (prática):

(3) Analisar o BALLI (Inventário de Crenças sobre Aprendizagem de

Línguas) (HORWITZ, 1987) adaptado;

(4) Elaborar BALLI adaptado de acordo com a nossa realidade.

4

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1ª Parte do Workshop (Teoria)

5

1. Linguística Aplicada

2. Aquisição

de L2

3. Diferenças individuais

4. Crenças

Page 6: Yûki Mukai Universidade de Brasília · A “Aquisição de Segunda Língua” – uma das subáreas da Linguística Aplicada – busca revelar os mecanismos e processos complexos

2ª parte do Workshop (Prática)

6

5. Metodologia

e BALLI

6. Análise do BALLI

adaptado

7. Elaboração de BALLI adaptado

8. Sugestões para futuras

pesquisas

Page 7: Yûki Mukai Universidade de Brasília · A “Aquisição de Segunda Língua” – uma das subáreas da Linguística Aplicada – busca revelar os mecanismos e processos complexos

Introdução

7

Você, como professor principiante, está preocupado demais com o

conteúdo e a maneira como se ensina o japonês?

Você, como professor veterano, está confiante demais ao lecionar?

Alguma vez, levou em consideração os fatores variáveis individuais

dos aprendizes em sala de aula?

Você, como aluno, refletiu, alguma vez, seu estilo de

aprendizagem de japonês?

Você, como coordenador, respeita as opiniões e ideias dos

professores/alunos de seu curso?

Page 8: Yûki Mukai Universidade de Brasília · A “Aquisição de Segunda Língua” – uma das subáreas da Linguística Aplicada – busca revelar os mecanismos e processos complexos

OBJETIVOS dos estudos de crenças

8

a) Melhoria do curso, da prática de ensino,

do aprendizado de línguas;

b) (Auto)Reflexão e conscientização

sobre as ações dos agentes (professor, aluno,

coordenador, diretor) engajados no ensino-

aprendizagem de línguas.

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1. Linguística Aplicada 応用言語学

9

LINGUÍSTICA APLICADA é um campo interdisciplinar de

estudo que identifica, investiga e oferece soluções para problemas

relacionados com a linguagem da vida real.

É o estudo de questões da prática social envolvendo o uso de

linguagem.

Por exemplo: questão pedagógica, contexto escolar, ensino-

aprendizagem de línguas, professor-aluno, aprendizes não nativos,

interlíngua, etc.

Page 10: Yûki Mukai Universidade de Brasília · A “Aquisição de Segunda Língua” – uma das subáreas da Linguística Aplicada – busca revelar os mecanismos e processos complexos

Por exemplo...

10

Por que os alunos / professores estão desmotivados?

Por que os alunos têm dificuldade em pronunciar ごはん corretamente?

Por que os alunos produzem comumente as expressões

おもしろいじゃない, 赤いの車?

Qual método de ensino seria mais adequado para alunos?

Por que o professor “X” age assim em sala de aula?

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1.1 Associações de Linguística

Aplicada 応用言語学会

12

American Association for Applied Linguistics (AAAL)

Association Internationale de Linguistique Appliquée (AILA)

The British Association for Applied Linguistics (BAAL)

Associação de Linguística Aplicada do Brasil (ALAB)

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1.2 Subáreas de LA (Associação Americana

de Linguística Aplicada)

Análise do Discurso e

Interação

Avaliação

Educação bilíngue,

minoritária, Imersão, Língua

de Herança

Linguística de Corpus

Linguística Educacional

Linguagem e Cognição

Linguagem e Ideologia

Linguagem e Tecnologia

13

• Política e Planejamento

linguístico

• Língua, Cultura e Socialização

• Pragmática

• Leitura, Escrita e Letramento

• Pedagogia de Segunda Língua e Língua Estrangeira

• Aquisição de Segunda

Língua, Aquisição da

Linguagem, Atrito linguístico

• Sociolinguística

• Análise de Texto (Discurso

escrito)

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2. Aquisição de Segunda Língua (L2)

第2言語習得研究

14

A “Aquisição de Segunda Língua” – uma das subáreas da

Linguística Aplicada – busca revelar os mecanismos e

processos complexos de aquisição, aprendizagem e

ensino de línguas (língua estrangeira [LE] e segunda

língua [L2]).

Page 14: Yûki Mukai Universidade de Brasília · A “Aquisição de Segunda Língua” – uma das subáreas da Linguística Aplicada – busca revelar os mecanismos e processos complexos

15

Afinal, “Segunda” em

“Aquisição de

Segunda Língua” se

refere a quê?

Page 15: Yûki Mukai Universidade de Brasília · A “Aquisição de Segunda Língua” – uma das subáreas da Linguística Aplicada – busca revelar os mecanismos e processos complexos

2. Aquisição de Segunda Língua

(L2) 第2言語習得研究

16

No sentido AMPLO, o termo ‘segunda’ é usado para se

referir a qualquer outra língua que não seja a primeira

(ELLIS, 1994).

L2

(Termo abrangente)

Língua estrangeira(LE)

Língua alvo Língua adicional

L1

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(Foreign Language vs Second Language)

No sentido restrito, as noções “Língua Estrangeira (LE)” e “Segunda Língua (L2)” se

diferenciam com base no CONTEXTO onde se aprende uma língua

estrangeira:

caso se aprenda japonês nos países ou comunidade em que se fala/utiliza essa mesma

língua como meio de comunicação, considera-a como

segunda língua (L2) 第2言語;

caso se aprenda japonês nos países ou comunidade em que NÃO se fala/utiliza essa

mesma língua como meio de comunicação, considera-a como

língua estrangeira (LE) 外国語.

2.1 LE (Língua Estrangeira) vs L2

(Segunda Língua) (no sentido RESTRITO)

17

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2.2 JLE versus JL2

18

a) Japanese as a Foreign Language 外国語としての日本語

Japonês como LE (JLE)

b) Japanese as a Second Language第2言語としての日本語

Japonês como L2 (JL2)

(1) Pedro aprendeu japonês na UnB.

(2) Paulo aprendeu japonês em Tóquio.

(3) Ken aprendeu a falar japonês em casa (numa comunidade

nipônica) no Brasil.

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Contexto de L2 Contexto de LE

Contexto Extraclasse (casa,

comunidade), sala de aula

(imersão)

Sala de aula, Professor,

Livro didático

Foco Comunicação em si Aspectos do sistema linguístico

Tipo de

aquisição

Aquisição natural Aquisição instruída

Aquisição espontânea Aquisição guiada

19

2.3 Ensino-aprendizagem baseado no

contexto

高そう / 高いそう

(Sistematização nossa baseada em ELLIS , 1994)

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Essa distinção é importante?

20

É importante (1) para quem trabalha com

variáveis individuais dos participantes da

pesquisa;

(2) considerando o contexto e o background na

aquisição/aprendizagem de línguas. ← Crenças do professor (issei) de japonês (JL1)

Crenças do professor (nisei) de japonês (JL2)

Crenças do professor brasileiro de japonês (JLE)

Estilo de aprendizagem de alunos de JLE (Japonês como LE)

Estilo de aprendizagem de alunos de JL2 (Japonês como L2)

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(acquisition vs learning) (KRASHEN, 1987) →

2.4 Aquisição vs Aprendizagem

21

Tipo Processo de

aquisição/aprendizagem Contexto

Acquisition

Aquisição

習得

processo subconsciente

(É como se fosse aprender a

língua materna.)

Onde se fala a

língua alvo como

meio de

comunicação

L2

Learning

Aprendizagem

学習

processo consciente Sala de aula LE

Qual é a forma TE do

verbo “書く”?

Page 21: Yûki Mukai Universidade de Brasília · A “Aquisição de Segunda Língua” – uma das subáreas da Linguística Aplicada – busca revelar os mecanismos e processos complexos

(ELLIS, 1994)

1) Descrição das características da interlíngua dos aprendizes;

2) Fatores internos do aprendiz (processo cognitivo);

3) Fatores externos do aprendiz (contexto);

4) Diferenças individuais dos aprendizes.

23

2.6 Subáreas da Aquisição de L2

Aquisição de L2

Descrição Fatores internos

Fatores externos

Diferenças individuais

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Fatores cognitivos

1) Inteligência 知性;

2) Aptidão 言語適性;

3) Estilo de aprendizagem 学習スタイル;

Fatores afetivos

4) Personalidade 性格 (extroversão, inibição, ansiedade, autoconfiança, autoestima, etc.);

5) Motivação 動機付け

6) Atitude 態度;

Fatores socioculturais

7) Identidade アイデンティティ;

8) Crença ビリーフ;

Outros fatores

9) Idade 年齢

10) Sexo 性別 24

3. Diferenças individuais dos aprendizes de

LE/L2 学習者の個人差

← (p.25) ←(p.35)

Fatores extralinguísticos

Page 23: Yûki Mukai Universidade de Brasília · A “Aquisição de Segunda Língua” – uma das subáreas da Linguística Aplicada – busca revelar os mecanismos e processos complexos

25

Crenças

Personalidade

Estilo de aprendizagem

Identidade Motivação /

atitude

Aptidão

As variáveis individuais não existem de forma independente uma da

outra, mas sim de forma interligada e complexa. (LIGHTBOWN;

SPADA, 2006)

Page 24: Yûki Mukai Universidade de Brasília · A “Aquisição de Segunda Língua” – uma das subáreas da Linguística Aplicada – busca revelar os mecanismos e processos complexos

3.1 Posição dos estudos de “Crenças” na LA

26

Aquisição de L2

Descrição Fatores internos

Fatores externos

Diferenças individuais

Linguística Aplicada

Crenças

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3.2 Background do surgimento dos estudos sobre

as diferenças individuais

27

A abordagem comunicativa coloca o aluno no centro do processo

de ensino-aprendizagem de línguas.

Abordagem

audiolingual Abordagem

comunicativa

FORMA (fatores

linguísticos)

SIGNIFICADO e fatores

extralinguísticos

ALUNO

Prof.

Sala de aula

Livro

Língua

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3.3 Perguntas básicas p/ reflexão

28

Na aprendizagem de LE/L2, por que alguns

aprendizes são mais habilidosos e outros não?

As variáveis individuais são importantes no

ensino-aprendizagem de LE/L2?

Se sim, quais são as variáveis individuais que

afetam mais no ensino-aprendizagem de LE/L2?

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3.4 Importância de Crenças dos agentes

engajados no âmbito pedagógico

29

As CRENÇAS podem exercer na prática pedagógica dos

professores e na aprendizagem dos alunos.

Os educadores de professores, além dos próprios

professores, devem estar conscientes de suas crenças e de

como essas afetam suas ações em sala de aula (BARCELOS,

2004) porque

(Na prática: 反復練習、翻訳、ペアワーク、ロールプレイ, etc.)

(Na aprendizagem: 漢字、語彙、発音、文法、インターネット、辞書, etc.)

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3.5 Relação entre crenças dos agentes e sua

decisão/ação

(Sistematização baseada em SCRIVENER, 1994)

As CRENÇAS dos agentes se configuram como BASE da atitude/intenção, decisão/ação executada pelos mesmos.

30

Decisão,

ação

Atitude e intenção

Crenças dos agentes engajados no ensino-

aprendizagem de LEs

Na prática de ensino-

aprendizagem

Por isso, “Crença” é uma das variáveis individuais mais importantes.

Page 29: Yûki Mukai Universidade de Brasília · A “Aquisição de Segunda Língua” – uma das subáreas da Linguística Aplicada – busca revelar os mecanismos e processos complexos

3.6 Importância dos estudos de crenças

(Do ponto de vista de prof.)

31

Para o ensino-apredizagem de LE/L2 bem sucedido, é

importante

1) RECONHECER suas crenças e as dos colegas e dos

alunos a respeito do ensino-aprendizagem de JLE;

2) ter em mente as ações que você considera “boas” e ter

CONSCIÊNCIA da razão por que você pensa assim

(McKAY, 2003);

3) REFLETIR se realmente suas ações são adequadas para

seus alunos (KAWAGUCHI; YOKOMIZO, 2005).

Page 30: Yûki Mukai Universidade de Brasília · A “Aquisição de Segunda Língua” – uma das subáreas da Linguística Aplicada – busca revelar os mecanismos e processos complexos

32

Se existe uma diferença grande entre as crenças de

professores e as de alunos em relação ao ensino-

aprendizagem de línguas?

As frustrações podem impedir o desenvolvimento saudável

do ensino-aprendizagem de LEs, causando:

a) Conflito entre professor e alunos;

b) Aumento de ansiedade;

c) Diminuição de motivação.

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3.7 Um exemplo da discrepância de

crenças entre professor e alunos

33

O professor adotou a abordagem comunicativo-

interativa, mas

os alunos preferiram que o professor adotasse a

abordagem gramatical, feedback corretivo e ensino

centrado no professor.

Quais são as crenças do professor?

=> Os alunos não gostam da gramática.

=> Os alunos não gostam de ser corrigidos.

Page 32: Yûki Mukai Universidade de Brasília · A “Aquisição de Segunda Língua” – uma das subáreas da Linguística Aplicada – busca revelar os mecanismos e processos complexos

34

4. Afinal, o que são

“crenças”

(Belief,ビリーフ) ?

Page 33: Yûki Mukai Universidade de Brasília · A “Aquisição de Segunda Língua” – uma das subáreas da Linguística Aplicada – busca revelar os mecanismos e processos complexos

4.1 Crenças dos agentes no Ensino de LEs

35

1) Crença dos aprendizes;

2) Crença dos professores;

3) Crença do diretor, coordenador, etc. (SILVA, 2010)

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4.2 Crenças

36

• atitudes, valores, julgamentos, opiniões,

ideologias, percepções, concepções, sistemas

conceituais, preconceitos, teorias pessoais,

estratégias de ação, regras de prática, princípios

de prática, perspectivas entre outros. (PAJARES,1992)

Variáveis individuais

Page 35: Yûki Mukai Universidade de Brasília · A “Aquisição de Segunda Língua” – uma das subáreas da Linguística Aplicada – busca revelar os mecanismos e processos complexos

4.2 Crenças no ensino-aprendizagem

de LEs

37

Dizem respeito às opiniões e ideias que

alunos e professores têm a respeito dos

processos de ensino e aprendizagem de

línguas (BARCELOS, 2001).

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4.3 Crenças e Contexto

38

As crenças são pessoais (→), contextuais, episódicas e têm origem nas nossas experiências, na cultura e no folclore (...) inconsistentes e contraditórias (BARCELOS, 2001).

O feijão é bom para ...

Como você sabe?

Origina-se da nossa experiência anterior.

どのように漢字を勉強しましたか。

Ex. Crenças de

professor issei

Crenças de professor

sansei

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39

Mas, lembre-se que

crenças não são provindas de valores

de julgamento de certo e errado

(DEWEY, 2010 [1933]).

Page 38: Yûki Mukai Universidade de Brasília · A “Aquisição de Segunda Língua” – uma das subáreas da Linguística Aplicada – busca revelar os mecanismos e processos complexos

4.4 Formação de Crenças

40

Crenças como ideias preexistentes

(HORWIZ, 1987), fixas e padronizadas.

“As mulheres são

melhores do que os

homens na aprendizagem

de LE.”

“Não se aprende inglês

na escola pública.”

Page 39: Yûki Mukai Universidade de Brasília · A “Aquisição de Segunda Língua” – uma das subáreas da Linguística Aplicada – busca revelar os mecanismos e processos complexos

4.4 Formação de Crenças

41

Crenças se formam com base na interação e

adaptação dos indivíduos a seus ambientes” (KALAJA, 1995; BARCELOS, 2006, 2007)

=> Por isso, as crenças são consideradas como

processo sociocultural.

Crenças estão sempre em processo de

transformação, sendo formadas.

Page 40: Yûki Mukai Universidade de Brasília · A “Aquisição de Segunda Língua” – uma das subáreas da Linguística Aplicada – busca revelar os mecanismos e processos complexos

42

Crenças

Experiências presentes

Adaptações

Experiências passadas

Interações

CONTEXTOS

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4.5 Exemplos: Crenças dos

professores

43

a) A gramática é mais importante no ensino de japonês.

⇒ Crença sobre o conteúdo do ensino (syllabus).

b) Em sala de aula, o trabalho em dupla é mais importante.

⇒ Crença sobre as atividades em sala de aula.

c) Os materiais para compreensão de leitura são mais

importantes.

⇒ Crença sobre materiais didáticos.

Page 42: Yûki Mukai Universidade de Brasília · A “Aquisição de Segunda Língua” – uma das subáreas da Linguística Aplicada – busca revelar os mecanismos e processos complexos

4.6 Exemplos: Crenças dos aprendizes

44

a) A conversação é mais importante na aula.

⇒ Crença sobre o método de ensino.

b) A habilidade de “compreensão auditiva” é mais

importante na aprendizagem.

⇒ Crença sobre 4 habilidades linguísticas.

c) Os materiais autênticos são melhores.

⇒ Crença sobre materiais didáticos.

Page 43: Yûki Mukai Universidade de Brasília · A “Aquisição de Segunda Língua” – uma das subáreas da Linguística Aplicada – busca revelar os mecanismos e processos complexos

2ª parte do Workshop (Prática)

45

5. METODOLOGIA para

estudos de crenças

Um dos objetivos do wrokshop é elaborar um

questionário BALLI adaptado, visando aplicação

no ensino-aprendizagem de JLE.

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5.1 OBJETIVOS dos estudos de crenças

46

a) Melhoria do curso, da prática de ensino,

do aprendizado de línguas;

b) (Auto)Reflexão e conscientização sobre

as ações dos agentes engajados no ensino-

aprendizagem de línguas.

Page 45: Yûki Mukai Universidade de Brasília · A “Aquisição de Segunda Língua” – uma das subáreas da Linguística Aplicada – busca revelar os mecanismos e processos complexos

47

Como coletar dados

sobre as crenças?

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5.2 Instrumentos de coleta de dados

para estudos de crenças

48

Questionários;

Entrevistas;

Auto-relatos; Narrativas (escritas ou orais);

Observação de aulas;

Notas de campo;

Diários;

Gravação em áudio ou vídeo;

Desenhos;

Metáforas. Triangulação

Validação e

veracidade

Questionários

Observação de

aulas Entrevista

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日本語を教えることとは。。。

49

<Metáfora>

指揮者 ser regente de uma orquestra

植物を育てる cultivar uma planta

暗い家の窓を開ける abrir a janela de uma casa escura

テニスをする jogar tênis

ストロガノフを作る fazer estrogonofe

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5.3 Tipos de QUESTIONÁRIO

51

Questionário com itens FECHADOS

Questionário com itens em ESCALA

Questionário com itens ABERTOS

Questionário MISTO

BALLI=> Questionário com itens em ESCALA

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5.4 QUESTIONÁRIOS

52

“Os questionários envolvem questões pré-

determinadas apresentadas na forma escrita. (...)

embora sejam fáceis de aplicar (...) os

questionários requerem muito tempo e cuidado

para a sua elaboração.” (VIEIRA-ABRAHÃO,

2006)

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5.5 INVENTÁRIOS (na área de Linguística

Aplicada)

53

a) Escala para a Ansiedade de sala de aula de Língua Estrangeira

(Foreign Language Classroom Anxiety Scale –FLCAS)

(HORWITZ; HORWITZ; COPE, 1986);

b) Inventário de Crenças sobre Aprendizagem de Línguas (Beliefs

About Language Learning Inventory - BALLI) (HORWITZ,

1987);

c) Inventário de Estratégias para Aprendizagem de Língua

Estrangeira (Strategy Inventory for Language Learning – SILL)

(OXFORD, 1989);

d) Inventário de Estratégia para Aprendizagem de Kanji (Strategy

Inventory for Learning Kanji - SILK) (BOURKE, 2006).

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54

O que é “BALLI”?

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5.6 Inventário de Crenças sobre

Aprendizagem de Línguas (BALLI)

Elaborado por Horwitz (1987) originalmente para

investigar as crenças de estudantes de Inglês como L2

nos EUA.

=> Precisa-se de adaptação.

Composto de 34 questões relacionadas à aptidão,

grau de dificuldade na aprendizagem, estratégias

comunicativas e de aprendizagem e motivação entre

outros.

55

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Variáveis individuais

56

Crenças

Personalidade

Estilo de aprendizagem

Identidade Motivação /

atitude

Aptidão •Crenças sobre a

motivação

•Crenças sobre a

identidade

•Crenas sobre a

personalidade

•Crenas sobre o

estilo de

aprendizagem

Page 54: Yûki Mukai Universidade de Brasília · A “Aquisição de Segunda Língua” – uma das subáreas da Linguística Aplicada – busca revelar os mecanismos e processos complexos

BALLI - QUESTIONÁRIO ESCRITO FECHADO

COM ESCALAS

57

Leia atentamente cada afirmação e então decida-se:

(1) Concordo totalmente, (2) concordo, (3) não concordo

nem discordo, (4) discordo, (5) discordo totalmente.

Não existem respostas certas ou erradas. Estamos apenas

interessados em sua opinião. As questões de número 3 e 10

são ligeiramente diferentes e você deve marcá-lo como

indicado.

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6. Perguntas e Análise do BALLI

adaptado

58

(1) Concordo totalmente, (2) concordo, (3) não concordo nem discordo, (4)

discordo, (5) discordo totalmente.

1. É mais fácil para as crianças do que os adultos aprender uma língua

estrangeira, no caso aqui, a língua japonesa. ( )

→ Crenças sobre Aquisição infantil, idade, período crítico.

2. Algumas pessoas têm uma habilidade especial para aprender língua japonesa.

( )

→ Aptidão

3. Japonês é uma língua:

(a) muito difícil ( ) (b) difícil ( )

(c) nem difícil nem fácil ( ) (d) fácil ( )

(e) muito fácil ( )

→ Sobre a língua japonesa de modo geral.

Partes vermelhas

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(1) Concordo totalmente, (2) concordo, (3) não concordo

nem discordo, (4) discordo, (5) discordo totalmente.

59

4. Acredito que vou falar japonês muito bem ao final do curso. ( )

→ Personalidade: autoconfiança, autoestima.

5. É importante falar japonês com uma pronúncia excelente. ( )

→ Método audiolingual.

6. É necessário saber sobre a cultura japonesa para se falar japonês. ( )

→ Questão da relação entre língua e cultura.

7. Não se deve falar nada em japonês até que possa dizê-lo corretamente. ( )

→ Behaviorismo (comportamentalismo); método audiolingual.

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(1) Concordo totalmente, (2) concordo, (3) não concordo nem

discordo, (4) discordo, (5) discordo totalmente.

60

8. É melhor aprender japonês no Japão. ( )

→ L2 versus LE; imersão.

9. É melhor praticar japonês com os nativos. ( )

→ Método audiolingual; motivação.

10. Se alguém passou uma hora por dia estudando a língua japonesa,

quanto tempo levaria para aprender muito bem:

(a) menos de um ano ( ) (b) 1 a 2 anos ( )

(c) 3 a 5 anos ( ) (d) 5 a 10 anos ( )

(e) não se aprende um idioma estudando uma hora por dia. ( )

→ Estilo de aprendizagem.

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(1) Concordo totalmente, (2) concordo, (3) não concordo

nem discordo, (4) discordo, (5) discordo totalmente.

61

11. Eu tenho uma habilidade especial para aprender japonês. ( )

→ Aptidão; Personalidade: autoconfiança, autoestima.

12. A parte mais importante de aprender japonês é saber muito vocabulário. ( )

→ Estilo de aprendizagem; estratégia de aprendizagem.

13. É importante repetir e praticar muito. ( )

→ Método audiolingual.

14. As mulheres são melhores que os homens na aprendizagem de línguas

estrangeiras. ( )

→ Sexo (uma das variáveis individuais).

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(1) Concordo totalmente, (2) concordo, (3) não concordo

nem discordo, (4) discordo, (5) discordo totalmente.

62

15. Eu me sinto tímido falar em japonês com outras pessoas. ( )

→ Personalidade: inibição, ansiedade.

16. Se aos alunos iniciantes é permitido cometer erros, será difícil para eles

falarem corretamente em japonês mais tarde. ( )

→ Behaviorismo (comportamentalismo); método audiolingual.

17. A parte mais importante de aprender japonês é aprender a gramática. ( )

→ Estilo de aprendizagem; estratégia de aprendizagem.

18. Eu gostaria de aprender japonês para que eu possa conhecer melhor os

japoneses. ( )

→ Questão da relação entre língua e cultura; motivação.

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(1) Concordo totalmente, (2) concordo, (3) não concordo

nem discordo, (4) discordo, (5) discordo totalmente.

63

19. É mais fácil falar em japonês do que entender. ( )

→ 4 habilidades linguísticas.

20. É importante praticar com CD e DVD. ( )

→ Método audiolingual; Materiais didáticos; Estilo de aprendizagem: aprendiz

“auditivo”.

21. Aprender japonês é diferente de aprender outras matérias acadêmicas. ( )

→ Questão da disciplinaridade (A língua japonesa é / não é especial).

22. A parte mais importante da aprendizagem de japonês é aprender a traduzir

da minha língua nativa. ( )

→ Estilo de aprendizagem; estratégia de aprendizagem.

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(1) Concordo totalmente, (2) concordo, (3) não concordo

nem discordo, (4) discordo, (5) discordo totalmente.

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23. Se eu aprender japonês muito bem, terei oportunidade para

um bom trabalho. ( )

→ Motivação instrumental.

24. As pessoas que falam mais de um idioma são muito

inteligentes. ( )

→ Inteligência: QI (Quociente de inteligência)

25. Eu quero aprender a falar bem japonês. ( )

→ Motivação; 4 habilidades linguísticas.

26. Eu gostaria de ter amigos japoneses. ( )

→ Motivação (integrativa)

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(1) Concordo totalmente, (2) concordo, (3) não concordo

nem discordo, (4) discordo, (5) discordo totalmente.

65

27. Todo mundo pode aprender a falar

japonês. ( )

→ Aptidão.

28. É mais fácil ler e escrever do que falar e

entender. ( )

→ 4 habilidades linguísticas

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66

7. Elaboração de BALLI

adaptado

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7.1 Objetivos específicos

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a) Problematização (Ex. Qual problema existe na sua escola, no seu curso de

japonês?) ou Motivação (Quero pesquisar sobre X).

b) Para quê? (Ex. Para melhorar a aprendizagem de kanji.)

c) Investigar as crenças de quem?

d) A respeito de quê?

(1) Exemplo 1:

• Investigar as crenças dos alunos de JLE a respeito da aprendizagem de kanji.

(2) Exemplo 2:

• Investigar as crenças dos alunos de JLE a respeito da autonomia na

aprendizagem de japonês.

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Exemplos:

Questionário com itens em ESCALA

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(1) Concordo totalmente, (2) concordo, (3) não

concordo nem discordo, (4) discordo, (5) discordo

totalmente.

1) Para a aprendizagem de kanji, o mais importante é repetir

e praticar muito. ( )

→ Aprendizagem de kanji

2) Eu posso aprender a língua japonesa sozinho, através de

recursos de multimídia (animê, mangá, música, filmes e

internet). ( )

→ Autonomia

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7.2 Para elaboração de questionários (Exemplo)

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Problematização

/ Motivação

Objetivo Crenças de

quem?

A respeito de

quê?

Exemplos de questões

Os alunos não

fazem deveres de

casa;

não estudam fora da

sala de aula.

Para

desenvolver a

autonomia dos

alunos.

Alunos Autonomia;

Estilos e

estratégias de

aprendizagem

• É importante estudar japonês

fora da sala de aula.

• É necessário fazer revisão da

lição em casa.

Parece que os

alunos não estão

motivados.

Para investigar

a motivação

dos alunos.

Alunos Motivação • Eu gosto de ouvir as músicas

japonesas.

•É importante ler textos sobre

XX em japonês.

Há discrepâncias de

opiniões entre

colegas/professores a

respeito da

aprendizagem de kanji.

Para investigar

(identificar) as

crenças de

colegas.

Professores/

coordenador Método de

ensino;

Avaliação

• Os alunos devem aprender

sozinho os kanji.

• É importante fazer avaliação

de kanji ao final de cada lição.

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7.3 Elaboração de questionários

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Problematização

/ Motivação

Objetivo Crenças de

quem?

A respeito de

quê?

Exemplos de questões

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8. Sugestões para futuras pesquisas:

Crenças específicas

71

Crenças de alunos sobre autonomia na aprendizagem de

JLE;

Crenças de alunos sobre o método de tradução no

ensino;

Crenças de alunos/professores a respeito de aspectos

específicos:

avaliação, gramática, vocabulário, leitura, o papel do

aluno, o papel do professor.

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8. Crenças específicas

72

Crenças de professores em contextos

específicos:

professores em serviço;

professores em formação;

formadores de professores.

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8. Crenças específicas

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Crenças de professores sobre as crenças de seus alunos

Influências das crenças dos professores nas crenças dos

alunos

Crenças de alunos em diferentes níveis de proficiência

Crenças sobre a identidade no discurso do coordenador

de um curso de línguas.

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9. Considerações finais: as VANTAGENS dos

estudos de crenças

74

As pesquisas sobre crenças possibilitam que

os agentes (professor, aluno, coordenador,

diretor) consigam ver-se e refletir sobre suas

ações e origens no âmbito pedagógico;

conscientizar os alunos sobre seus estilos e

estratégias de aprendizagem (ÔZEKI, 2010).

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