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JANEIRO/
Palestra
Procedimentos Contábeis e Pontos de
Atenção no Controle por Subcontas
Elaborado por:
André Eduardo Marcelli
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Agosto/2016
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Programa da PalestraConceituação de planos de contas e plano de contasreferencial; A importância do plano de contas para asempresas; Entendendo a Lei nº 12.973/2014 - tornaobrigatório controle em subcontas; IN RFB nº 1515/2014 -Detalhamento do uso das subcontas; Quais empresasestão obrigadas a implantação das subcontas;Procedimentos contábeis e pontos de atenção no controledas subcontas; Interação do plano de contas com oscontroles fiscais; Tratamento das diferenças no Livro deapuração do lucro real.
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1. Introdução
“Dispõe sobre a determinação e o pagamento do imposto sobre a renda eda contribuição social sobre o lucro líquido das pessoas jurídicas,disciplina o tratamento tributário da Contribuição para o PIS/Pasep e daCofins no que se refere às alterações introduzidas pela Lei nº 12.973, de13 de maio de 2014, e dá outras providências.”
Lei 11.638/07
(CPC)
Lei 11.941/09
(RTT)
IN RFB1.397/13
Lei 12.973/14
(Extinção RTT)
IN RFB1.515/14
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2. Adoção inicial
Opção pela extinção do RTT:
Opção pela Antecipação
(Art. 75 da L12973)
NÃO Opção pela Antecipação
(Art. 75 da L12973)
Aplicação a partir de
01/01/2014
Opção e Não Opção:
DCTF de dez/14 (confirmação ou alteração)
- Prazo: FEV/15
Aplicação a partir de
01/01/2015
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Descrição Até 2013 Após 2013
Dividendos Balanço fiscal ou Societário
Balanço Societário
JCP Balanço fiscal ou Societário
Balanço Societário
Equiv. Pat. Balanço fiscal ou Societário
Balanço Societário
Opção pela Antecipação
(Art. 75 da L12973)
Descrição Até 2014 Após 2014
Dividendos Balanço Societário(Risco)
Balanço Societário
JCP Balanço fiscal ou Societário
Balanço Societário
Equiv. Pat. Balanço fiscal ou Societário
Balanço Societário
NÃO Opção pela Antecipação
(Art. 75 da L12973)
Atenção: IN 1.397 (Lucros Calculados em 2014):Dividendos Isentos somente c/ base no Balanço “Fiscal”
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3. Plano de ContasControle Subconta
Plano de Contas ReferencialO plano de contas é um dos instrumentos fundamentais para acontabilidade e, juntamente com a correta classificação doslançamentos contábeis, proporciona maior qualidade nasinformações e na análise que os usuários desenvolverão a partir dasdemonstrações e dos relatórios contábeis.Muito provavelmente a Receita Federal também deve ter pensadodesta maneira quando instituiu o Plano de Contas Referencial.Na verdade são O(s) Plano(s) de Conta(s) Referencial (is) visto queestão segregados de acordo com o tipo de entidade (PJ em geral,Instituições Financeiras ou Entidades Imunes/Isentas) e com oregime de tributação.
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Importância do Plano de Contas Referencial
Consideramos relevante alertar para a importância da corretaestruturação do Plano de Contas Referencial no Registro I051,que tem por finalidade estabelecer uma relação (DE-PARA) entreas contas analíticas do plano de contas da pessoa jurídica e umplano de contas padrão (referencial).
Muitas empresas não dão a devida atenção a esta correlaçãoentre o plano de contas da empresa e o plano de contasreferencial. Em verdade, um “DE-PARA” mal feito gera distorçõesno balanço e na DRE, podendo colocar a empresa em situação derisco perante a fiscalização.
A subconta não altera as informações societárias. Não cria dois ativos ou passivos distintos. A subconta somente destaca a diferença entre a base
fiscal e a base societária relativa a determinado ativo oupassivo.
(...) É útil, inclusive, para se determinar o ativo ou passivofiscal diferido. A soma dos valores das subcontas com osaldo da conta do ativo ou passivo a está vinculada,resultará no valor do ativo ou passivo mensurado deacordo com as regras societárias.
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Exemplo:Abertura de outro nível no Plano de Contas1.2.01.0003 Terrenos1.2.01.0003.01 AVJ Terrenos
ERRADO!1.2.01.0003 Terrenos1.2.01.0004 Veículos1.2.01.0005 AVJ Terrenos = SUBCONTAO controle por subcontas não pode ser substituído por controle em livros auxiliares.
4. Obrigações Acessórias
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OPTANTES pela antecipação (adoção em 2014):
2014 2015ECD ECDECF ECF
Demonstrativo: ECD x Fcont (2014)
Demonstrativo: ECD x Fcont (2015)
Controle em subcontas (opcional)
Controle em subcontas
NÃO OPTANTES pela antecipação (vigência em 2015):
2014 2015FCONT FCONT
ECD ECDECF ECF
Demonstrativo: ECD x Fcont (2015)
Controle em subcontas
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5. Novo Conceito Receita Bruta
(+) O produto da venda de bens nas operações de conta própria(+) O preço da prestação de serviços em geral(+) O resultado auferido nas operações de conta alheia(+) As receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica, nãocompreendidas nos itens anteriores
= Receita Bruta
(-) Devoluções e vendas canceladas(-) Descontos concedidos incondicionalmente(-) Tributos sobre ela incidentes(-) Valores decorrentes de ajuste a valor presente do ativo vinculado àreceita bruta
= Receita Líquida
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6. Ajuste a valor presente (AVP) do ativo
Apuração do IRPJ e CSLL:
AVP s/ Receita Bruta: Adição
Receita Financeira: Exclusão
Apuração de PIS/COFINS:
AVP s/ Receita Bruta: não deduz da base de cálculo
Receita Financeira (AVP): não tributa
Controle na Parte B do LALUR
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Exemplo de AVP do Ativo:
Venda de equipamento em 12/03/2015 por R$ 120.000 pararecebimento em 30/06/2016.
Valor presente do Recebível em 12/03/2015: R$ 100.000.
Juros a apropriar em 2015 e 2016: R$ 13.000 e R$ 7.000,respectivamente.
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7. Ajuste a valor presente (AVP) do passivo
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Regras da Lei 12.973/14 - MOMENTO DE RECONHECIMENTO NO LUCRO REALI- o bem for revendido, no caso de aquisição a prazo de bem pararevenda;II - o bem for utilizado como insumo na produção de bens ou serviços, nocaso de aquisição a prazo de bem a ser utilizado como insumo naprodução de bens ou serviços;III - o ativo for realizado, inclusive mediante depreciação, amortização,exaustão, alienação ou baixa, no caso de aquisição a prazo de ativo nãoclassificável nos incisos I e II do caput;IV - a despesa for incorrida, no caso de aquisição a prazo de bem ouserviço contabilizado diretamente como despesa; eV - o custo for incorrido, no caso de aquisição a prazo de bem ou serviçocontabilizado diretamente como custo de produção de bens ou serviços.(...)
• Atenção: Nas hipóteses previstas nos incisos I, II e III do caput, os valoresdecorrentes do ajuste a valor presente deverão ser evidenciadoscontabilmente em subconta vinculada ao ativo.
Apuração do IRPJ e CSLL:
Despesa Financeira: Adição
Depreciação da Subconta de Equipamentos: Exclusão
Apuração de PIS/COFINS:
Despesa Financeira: Sem Efeito
Depreciação da Subconta de Equipamentos: Não reduzCréditos
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*A soma do saldo da subconta como saldo da conta do ativo ou passivo a que a subconta estávinculada resultará no valor do ativo ou passivo mensurado de acordo com as disposições daLei nº 6.404, de 1976. (art. 33, §1º da IN nº 1.515)
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8. Ajuste a valor justo (AVJ)
A Lei nº 12.973/14 e a IN 1.515/14autorizam o diferimento da tributaçãodos ganhos (e perdas) desde que osvalores sejam evidenciados em“subcontas”.
O ganho (ou perda) evidenciadocontabilmente em subcontas” serácomputado no lucro real na medida queo ativo é realizado.
AVJ não é tributável pelo PIS e pelaCOFINS
Controle na Parte B doLalur
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Exemplo:
Aquisição de imóvel em 02/02/2015 por R$ 100.000classificado como propriedade para investimento.
Após reconhecimento inicial, imóvel passar a sermensurado pelo valor justo.
Valor justo em 31/12/2015: R$ 120.000. Imóvel vendidoem 2016: R$ 120.000.
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Regras gerais:
Não poderá ultrapassar o custo de aquisição do bem
Bens móveis e imóveis intrinsecamente relacionados com aprodução ou comercialização dos bens e serviços
Não será admitida quota de depreciação referente aterrenos
IN RFB nº 1.556, de 31/03/2015, acresce o §6º ao art. 65:
“§6º Se o contribuinte deixar de deduzir a depreciação de um bem depreciáveldo ativo imobilizado em determinado período de apuração, não poderáfazê-lo acumuladamente fora do período em que ocorreu a utilização dessebem, tampouco os valores não deduzidos poderão ser recuperadosposteriormente através da utilização de taxas superiores às máximaspermitidas.”
Taxa Anual de Depreciação: Regra: prazo de vida útil dos Anexos I e II da INSRF nº 162/1998
Direito do contribuinte computar a quota efetivamenteadequada, desde que faça a prova dessa adequação
Contribuinte ou RFB: possibilidade de solicitação de períciado Instituto Nacional de Tecnologia (INT), ou de outra entidadeoficial de pesquisa científica ou tecnológica
Quota de Depreciação contábil menor que a fiscal Até custo de aquisição (-) Exclusão da diferença no Lalur
(registro parte B)
Após o custo de aquisição (+) Adição da depreciação contábil (baixa parte B)
Atenção: ausência de regra de neutralidade para PIS/COFINS- contabilizaçãomenor que taxa fiscal pode gerar créditos menores.
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Exemplo:
Aquisição de equipamento em janeiro/2013 por R$ 60.000 à vista
Vida útil para fins societários: 6 anos
Vida útil para fins fiscais: 4 anos
2013 2014 2015 2016 2017 2018Societário -10.000,00 -10.000,00 -10.000,00 -10.000,00 -10.000,00 -10.000,00
RTT/Exclusão -5.000,00 -5.000,00 -5.000,00 -5.000,00 -5.000,00 -5.000,00
Adição -2.500,00 -2.500,00 -2.500,00 -2.500,00
Efeito Fiscal -15.000,00 -15.000,00 -12.500,00 -12.500,00 -12.500,00 -12.500,00
Adoção inicial Lei nº 12.973
Di ferença Depreciação - R$ 10.000,00
10. Impairment
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Conceito de Impairment (Pronunciamento Técnico CPC nº 01):
Os valores contabilizados como impairment somentepoderão ser reconhecidos para fins tributários quando ocorrera alienação ou baixa do bem correspondente.
Parte B LALUR
11. Custo com empréstimos
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Ativo qualificável:demanda um período de tempo substancial para ficar pronto para seu uso ou venda.Ex: estoques de longa maturação; propriedade para investimentos; ativo imobilizado; ou ativo intangível.
Custo do ativo:juros e outros encargos, associados a empréstimos contraídos para financiar aaquisição, construção ou produção destes bens
1. Os juros e outros encargos incorridos poderão ser capitalizados até o momento em que oativo estiver pronto para venda ou uso. Neste caso, a dedução fiscal se dará pelarealização do ativo.
2. Alternativamente, os juros e outros encargos poderão ser excluídos na apuração do lucroreal quando incorridos, devendo ser adicionados quando o respectivo ativo forrealizado, inclusive mediante depreciação, amortização, exaustão, alienação ou baixa.
Impossibilidade de tomada de créditos de PIS/COFINS
Construção ou Produção do Ativo
Uso e Realização do Ativo
LUCRO REAL
Lucro Contábil
Adição
Juros e Encargos
Incorpora
Exclusão
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12. Arrendamento mercantil financeiro
O leasing financeiro é a operação de arrendamentomercantil que transfere ao arrendatário substancialmentetodos os riscos inerentes ao uso do bem arrendado., comoobsolescência tecnológica, desgastes, etc.
Qual a diferença entre o leasing financeiro e oleasing operacional?
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Arrendamento mercantil financeiro a modalidade em que:I - as contraprestações e demais pagamentos previstos no contrato,devidos pela arrendatária, sejam normalmente suficientes para que aarrendadora recupere o custo do bem arrendado durante o prazocontratual da operação e, adicionalmente, obtenha um retorno sobreos recursos investidos ;
II - as despesas de manutenção, assistência técnica e serviçoscorrelatos a operacionalidade do bem arrendado sejam deresponsabilidade da arrendatária;
III - o preço para o exercício da opção de compra seja livrementepactuado, podendo ser, inclusive, o valor de mercado do bemarrendado."
Arrendamento mercantil operacional a modalidade em que:
I - as contraprestações a serem pagas pela arrendatária contemplamo custo de arrendamento do bem e os serviços inerentes à suacolocação a disposição da arrendatária, não podendo o valorpresente dos pagamentos ultrapassar 90% (noventa por cento) docusto do bem;
II - o prazo contratual seja inferior a 75%(setenta e cinco porcento)do prazo de vida útil econômica do bem;
III - o preço para o exercício da opção de compra seja o valor demercado do bem arrendado. IV - não haja previsão de pagamento devalor residual garantido."
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Arrendamento Mercantil - Financeiro
Deve-se reconhecer para fins de apuração do Lucro Real , o resultadorelativo à operação de Arrendamento Mercantil proporcionalmente aovalor de cada contraprestação durante o período de vigência docontrato.
Aplica-se as operações que há transferência Dos riscos e benefíciosreferentes ao ativo.
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LALUR LUCRO LÍQUIDO CONTÁBIL R$ 2.807.032, 15 (+) ADIÇÕES Depreciação no Período R$ 67.000,00 Encargos Financeiros Apropriados R$ 89.302,00 (-) EXCLUSÕES Valores Pagos – Contraprestação R$ 390.234,00 = LUCRO REAL R$ 2.572.830,15
14. Juros sobre o capital próprio
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Contas do PL: capital social; reservas de capital; reservas de lucros;ações em tesouraria; e prejuízos acumulados.
Ajustes de Av. Patrimonial
Patrimônio Líquido
Não considera ajuste de avaliaçãopatrimonial.
Cálculo efetuado sobre balançosocietário.
A dedução dos JCP somente poderáocorrer no ano-calendário a que serefere o lucro do qual são decorrentes(vedação de JCP retroativo)
Exclusão via LALUR, se nãocontabilizado como despesa