ISSN 1679-2645
Federação daS INdúStrIaS do eStado da BahIa SIStema FIeB aNo XVIII Nº 218 jaNeIro 2012
Bahia
Em 2011, a indústria derrapou. Mas, mesmo com a crise, é possível voltar aos trilhos. Basta que sejam criadas
condições favoráveis
É possívelcrescer com
robustez?
� Bahia Indústria
Razões para otimismo; outras, nem tantoAs estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)
brasileiro para 2012 foram recentemente revisadas para baixo,
projetadas em 3%. Se mantida essa perspectiva, o desempe-
nho do ano ficará abaixo dos índices previstos para a economia
mundial e para os países emergentes, de 4% e 6,1%, respecti-
vamente. Mas, apesar do cenário pouco promissor e do impacto
dos fatores externos sobre a economia brasileira, a indústria
nacional deverá apresentar uma moderada recuperação, fe-
chando o ano com uma expansão de 2,3%.
No âmbito estadual, a Superintendência de Estudos Econômi-
cos e Sociais (SEI), da Secretaria do Planejamento da Bahia, esti-
ma que, em 2011, o PIB estadual alcançou crescimento de 2,5%,
contra 2,8% do país. A situação, no entanto, ainda não deverá
se reverter no curto prazo. Essa guinada depende da efetivação
de investimentos em áreas como a petroquímica e petróleo e gás
(em especial na expansão da RLAM), bem como do aumento da
demanda por produtos locais no mercado externo.
A Federação das Indústrias do Estado da Bahia levanta a pre-
ocupação com a baixa competitividade da indústria de transfor-
mação do Brasil. Ainda assim, prevê que, na Bahia, áreas como
as da construção civil, automotiva e de alimentos e bebidas de-
verão crescer este ano.
O mercado consumidor interno também se manterá fortalecido
e em ascensão, o que, somado ao menor índice de desemprego e
ao aumento da renda real, concorre para manter a economia aque-
cida e a favorecer alguns segmentos produtivos. No caso do setor
automotivo as projeções positivas se devem ao desenvolvimento
de um modelo global de automóvel pela Ford, que deverá concor-
rer para fortalecer a balança comercial no quesito exportação.
Entre perspectivas conservadoras para alguns segmentos e
estimativas otimistas para outros, o país continuará, no entan-
to, sem resolver um de seus principais entraves ao desenvolvi-
mento econômico: o excesso de carga tributária que penaliza
os diversos segmentos da economia brasileira, em especial, o
industrial. A cunha tributária, bem como a baixa qualidade da
educação e as deficiências de infraestrutura, são desafios que
o país terá pela frente, além de lidar com as adversidades dos
mercados internacionais.
eDItorIAl
O mercado consumidor interno se manterá fortalecido e em ascensão, o que, somado ao menor índice de desemprego e ao aumento da renda real, concorre para manter a economia aquecida
Obras de infraestrutura
voltadas para a Copa
de 2014 estão entre os
fatores que vão alavancar a
economia nacional em 2012
joão a
lvarEz
� Bahia Indústria
SindicatoS filiadoS à fiEBSindicato da indúStria do açúcar e do Álcool no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Fiação
e tecelagem no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do taBaco no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do curtimento de couroS e PeleS no eStado da Bahia,[email protected] / Sindicato da
indúStria do VeStuÁrio de SalVador, lauro de FreitaS, SimõeS Filho, candeiaS, camaçari, diaS d’ÁVila e Santo amaro, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS grÁFicaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de extração de
ÓleoS VegetaiS e animaiS e de ProdutoS de cacau e BalaS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da
cerVeja e de BeBidaS em geral no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do PaPel, celuloSe, PaPelão,
PaSta de madeira Para PaPel e arteFatoS de PaPel e PaPelão no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúS-
triaS do trigo, milho, mandioca e de maSSaS alimentíciaS e de BiScoitoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato
da indúStria de mineração de calcÁrio, cal e geSSo do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da conS-
trução do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de calçadoS, SeuS comPonenteS e arteFatoS
no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico do
eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de cerâmica e olaria do eStado da Bahia, [email protected] /
Sindicato daS indúStriaS de SaBõeS, detergenteS e ProdutoS de limPeza em geral e VelaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de SerrariaS, carPintariaS, tanoariaS e marcenariaS de SalVador, SimõeS Filho, lauro
de FreitaS, camaçari, diaS d’ÁVila, Sto. antônio de jeSuS, Feira de Santana e Valença, [email protected] / Sindicato daS
indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de PaniFicação e conFeitaria
da cidade do SalVador, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS QuímicoS, PetroQuímicoS e reSinaS Sintéti-
caS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de material PlÁStico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS de cimento no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da
indúStria de mineração de Pedra Britada do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de ProdutoS Quími-
coS Para FinS induStriaiS e de ProdutoS FarmacêuticoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de
mÁrmoreS, granitoS e SimilareS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria alimentar de congeladoS,
SorVeteS, SucoS, concentradoS e lioFilizadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de carneS
e deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do VeStuÁrio da região de Feira de Santana, [email protected] / Sindicato da indúStria do moBiliÁrio do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria
de reFrigeração, aQuecimento e tratamento de ar do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de
conStrução ciVil de itaBuna e ilhéuS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de caFé do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de laticínioS e ProdutoS deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindica-
to daS indúStriaS de aParelhoS elétricoS, eletrônicoS, comPutadoreS, inFormÁtica e SimilareS doS municíPioS de ilhéuS e
itaBuna, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução de SiStemaS de telecomunicaçõeS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico de Feira de Santana,
[email protected] / Sindicato daS indúStriaS de reParação de VeículoS e aceSSÓrioS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato nacional da indúStria de comPonenteS Para VeículoS automotoreS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de
coSméticoS e de PerFumaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de arteFatoS de PlÁSticoS,
BorrachaS, têxteiS, ProdutoS médicoS hoSPitalareS, [email protected]
fiEBPresidente josé de Freitas Mascarenhas. 1º ViCe-
Presidente: victor Fernando ollero ventin. ViCe-
Presidentes Carlos Gilberto Cavalcante Farias;
Emmanuel Silva Maluf; reinaldo Dantas Sampaio;
vicente Mário visco Mattos. diretOres titulares alberto Cânovas ruiz; antonio ricardo alvarez al-
ban; andré régis andrade; Carlos Henrique jorge
Gantois; Claudio Murilo Micheli Xavier; Eduardo Ca-
tharino Gordilho; josair Santos Bastos; leovegildo
oliveira De Souza; luiz antonio de oliveira; Manuel
ventin ventin; Maria Eunice de Souza Habibe; re-
ginaldo rossi; Sérgio Pedreira de oliveira Souza;
Wilson Galvão andrade. diretOres suPlentes adal-
berto de Souza Coelho; alexi Pelagio Gonçalves
Portela júnior; Carlos alberto Matos vieira lima;
juan josé rosário lorenzo; Marcos Galindo Pereira
lopes; Mário augusto rocha Pithon; Noêmia Pinto
de almeida Daltro; Paulo josé Cintra Santos; ricar-
do de agostini lagoeiro
conSElhoSCOnselhO de eCOnOmia e desenVOlVimentO in-
dustrial antônio Sérgio alípio; COnselhO Para
O desenVOlVimentO emPresarial estratégiCO Clóvis Torres júnior; COnselhO de assuntOs Fis-
Cais e tributáriOs Cláudio Murilo Micheli Xavier; COnselhO de COmérCiO exteriOr reinaldo Dantas
Sampaio; COnselhO da miCrO e Pequena emPresa
industrial Carlos Henrique jorge Gantois; COn-
selhO de inFraestrutura Marcos Galindo Pereira
lopes; COnselhO de meiO ambiente Irundi Sam-
paio Edelweiss; COmitê de PetróleO e gás Edu-
ardo rappel; COnselhO de inOVaçãO e teCnOlOgia josé luís Gonçalves de almeida; COnselhO de
resPOnsabilidade sOCial emPresarial Marconi
andraos oliveira; COnselhO de relações traba-
Editada pela Superintendência
de Comunicação Institucional
do Sistema Fieb
COnselhO editOrial Irundi Ede-
lweiss, Maurício Castro, Cleber
Borges e Mônica Mello. editOr
Cleber Borges. estagiáriO Fábio
araujo. PrOjetO gráFiCO e dia-
gramaçãO ana Clélia rebouças.
ilustraçãO e inFOgraFia Bamboo
Editora. tratamentO de imagem Marcelo Campos.
imPressãO Stilo Gráfica e Editora FederaçãO das indÚstrias
dO estadO da bahiarua Edístio Pondé, 342 –
Stiep, CEP.: 41770-395 / Fone: 71
3343-1280 /
www.f ieb.org.br/bahia_ indus-
tria_online
as opiniões contidas em artigos
assinados não refletem necessa-
riamente o pensamento da FIEB.
Filiada à
Bahialhistas Homero ruben rocha arandas; COmitê de
POrtOs reinaldo Dantas Sampaio
ciEBdiretOr-Presidente josé de Freitas Mascarenhas.
ViCe-Presidentes josé Carlos Boulhosa Baqueiro;
Irundi Sampaio Edelweiss; Marco aurélio luiz
Martins. diretOres titulares Carlos antônio Bor-
ges Cohim Silva; Clovis Torres junior; Fernando
Elias Salamoni Cassis; joão de Teive e argollo;
luís Fernando Galvão de almeida; luiz antunes
athayde andrade Nery; Marconi andraos oliveira;
roberto Fiamenghi; rogelio Golfarb; ronaldo Mar-
quez alcântara; diretOres suPlentes Davidson de
Magalhães Santos; Erwin reis Coelho de araujo;
Givaldo alves Sobrinho; Heitor Morais lima; jor-
ge robledo de oliveira Chiachio; josé luiz Poças
leitão Filho; Mauricio lassmann diretOr regiOnal
Oeste Pedro ovídio Tassi
SESi
Presidente dO COnselhO e diretOr regiOnal josé
de Freitas Mascarenhas. suPerintendente josé Wagner Fernandes
SEnaiPresidente dO COnselhO josé de Freitas Masca-
renhas. diretOr regiOnal: leone Peter
iElPresidente dO COnselhO e diretOr regiOnal josé
de Freitas Mascarenhas. suPerintendente arman-
do da Costa Neto
diretOr exeCutiVO dO sistema Fieb roberto de Miranda Musser
Para informações sobre a atuação e os serviços oferecidos pelas entidades do Sistema FIEB, entre em contato
Unidades do Sistema FIEB
sesi – serViçO sOCial da indÚstria
sede: 3343-1301@Educação de Jovens e Adultos – RMS - (71) 3343-1429 @Responsabilidade Social - (71) 3343-1490@Camaçari – (71) 3205 1801 / 3205 1805@Candeias - (71) 3601-2013 / 3601-1513@Itapagipe - (71) 3254-9930@Itaigara - (71) 3444-4250 / 4251 / 4253@Lucaia - (71) 3205-1801@Piatã - (71) 3503 7401@Retiro - (71) 3234 8200 / 3234 8221@Rio Vermelho - (71) 3616 7080 / 3616 7081@Simões Filho - (71) 3296-9300 / 3296-9330@Eunápolis - (73) 8822-1125@Feira de Santana - (75) 3602 9762@Sul - (73) 3639 9331 / 3639 9326@Jequié - (73) 3526-5518@Norte - (74) 2102-7114 / 2102 7133@Valença- (75) 3641 3040@Sudoeste - (77) 3422-2939
senai – serViçO naCiOnal de aPrendizagem industrial
sede- 71 3534-8090@Cimatec - (71) 3534-8090@Dendezeiros - (71) 3534-8090 @Cetind - (71) 3534-8090@Feira de Santana - (73)3639-9302 @Ilhéus - (73) 3639-9302 @Luís Eduardo Magalhães - (77) 3628-5609@Barreiras - (77) 3612-2188
iel – institutO euValdO lOdi
sede - 71 3343-1384/1328/1256@Barreiras -77 3611-6136@Camaçari – 71 3621- 0774@Eunápolis - 73 3281- 7954@Feira de Santana - 75 3229- 9150@Ilhéus – 73 3639-1720@Itabuna – 3613-5805@Jacobina - 74 3621-3502@Juazeiro -74 3611-0155@Teixeira de Freitas -733291-0621@Vitória da Conquista - 77 3424-2558
Cieb - CentrO das indÚstrias dO estadO da bahia
sede - 71 3343-1214
sistema fieb nas mídias sociais
Projeto SESI Enem vai possibilitar que
trabalhadores da indústria e alunos da
unidade Djalma Pessoa acessem
conteúdos do exame nacional por meio
de portal didático na internet
Formação nos tempos da web
SENAI oferece
especialização e
MBA voltados
para o setor
industrial
pós-graduação
Parceria do SESI Itapagipe com a
Neojibá viabiliza a implantação do
primeiro Núcleo de Prática da Orquestra
Juvenil fora do Teatro Castro Alves com
alunos do Ensino Fundamental
projeto educacional com um toque de arte
Irundi Edelweiss
destaca os
principais pontos
da nova Lei
Ambiental
menos burocracia
Cenário de crise
internacional e
aquecimento do
mercado interno
sinalizam quais
as principais
perspectivas
para o setor
a indústria em 2012
sumárIo jan 2012
16
FoTo
S jo
ão a
lvarEz
Foto de joão alvarez
28
joão alvarEz
16
6 14
� Bahia Indústria
a Bahia deu um passo determinante na mo-
dernização da gestão ambiental do Estado
com a aprovação da Lei nº 12.377/2011, no
dia 20 de dezembro, pela Assembleia Legis-
lativa. A nova legislação, que altera as leis de Meio
Ambiente e de Recursos Hídricos da Bahia, já está em
vigor e foi bem recebida pelo setor produtivo, que en-
xerga na iniciativa a perspectiva de menos burocra-
cia na liberação de novos projetos e na renovação de
licenças. “O setor produtivo tinha no procedimento
de licenciamento ambiental um grande entrave para
a expansão atividade produtiva”, explica o vice-pre-
sidente do Centro das Indústrias do Estado da Bahia
(CIEB), Irundi Edelweiss.
De fato, explica o secretário estadual de Meio Am-
biente, Eugênio Spengler, há um ano havia 14 mil
processos no passivo, entre licenciamento e outorga.
“Durante o ano de 2011, realizamos mutirões que per-
mitiram a redução desse passivo”, explica o gestor,
que aposta na nova legislação ambiental para garan-
tir agilidade no processo de licenciamento, além do
aprofundamento da gestão compartilhada entre es-
tados e municípios para atividades de impacto local.
“São estratégias que garantirão maior capacidade de
atendimento pelo órgão de meio ambiente”, acrescen-
ta o secretário.
Modernização e menos entraves burocráticosProcesso de licenciamento de empreendimentos de pequeno e médio portes vai se tornar mais ágil, permitindo mais dedicação aos casos de maior impacto ambiental
por Patrícia Moreira Foto João alvarez
nOva lei aMbiental
De acordo com Irundi Ede-
lweiss, o processo de concessão
de licenças, tal qual vigorava an-
teriormente, podia levar de dois a
cinco anos para ser concluído, já
que a atividade industrial requer
vários tipos de autorização: licen-
ças de implantação, operação e de
renovação. Com um volume de 4
mil empreendimentos em opera-
ção no estado, conforme o Guia In-
dustrial, da Federação das Indús-
trias do Estado da Bahia (FIEB), a
tendência era a situação se agravar
com a implantação de novas plan-
tas. “No meu entendimento, não
haveria um exército de analistas
capaz de dar conta deste estoque
de processos. Esta situação gerava
um grande desconforto para o se-
tor produtivo com relação à antiga
lei”, traduz Edelweiss.
PrinciPais mudançasA nova legislação ambiental
traz entre seus principais benefí-
cios a simplificação do processo
de licenciamento. Antes, o empre-
endedor precisava recorrer a três
órgãos distintos na Secretaria de
Meio Ambiente para obter uma li-
cença. Agora, a nova lei fundiu e
concentrou tudo em um só órgão,
no Instituto do Meio Ambiente e
Recursos Hídricos (Inema), e tirou
do Conselho Estadual de Proteção
Ambiental (Cepram) a competên-
cia de analisar os processos de
concessão. “Um grande avanço,
considerando que o conselho mui-
tas vezes impunha condicionantes
de menor importância, que aca-
bavam gerando pedidos de vista,
levando a diligenciamentos e à ex-
tensão do prazo de autorização”,
explica Edelweiss.
Para o vice-presidente do CIEB,
o atual secretário de Meio Ambien-
te teve a sensibilidade de perceber
que a simplificação do processo de
concessão de licenças não implica
em permissividade em relação à
Bahia Indústria �
Para irundi
edelweiss, a
Fieb advoga
que se
promova o
crescimento
da forma mais
sustentável
possível
proteção do meio ambiente. Ao contrário, com a no-
va ênfase, o papel do Cepram na fiscalização passa a
ser mais preponderante. “Todo crescimento traz des-
gaste ambiental, mas é também fundamental prover
emprego, porque ninguém se sente confortável sem
trabalho. Há, portanto, uma conta a ser paga. Mas a
FIEB não advoga que se promova o crescimento de
qualquer jeito, mas da forma mais sustentável pos-
sível. Não queremos promover desgaste ambiental
desnecessário”, ressalta Irundi Edelweiss.
Além da descentralização e simplificação do proce-
dimento de licenciamento, Edelweiss, que, ao lado do
presidente da FIEB, José Mascarenhas, esteve à frente
da criação do primeiro Centro Ambiental da Bahia, em
1973, quando da implantação do Polo de Camaçari,
também aponta outras inovações da nova lei, como a
possibilidade de licenciar distritos industriais ou pro-
gramas, a exemplo dos grandes empreendimentos ha-
bitacionais, como o Minha Casa, Minha Vida.
A nova lei criou a Licença por Programas e Proje-
tos, que visa licenciar programas governamentais; a
Licença por Adesão e Compromisso, que será emitida
por meio eletrônico, para empreendimentos de bai-
xo e médio potencial e, para a área rural, foi adotada
a Licença por Território ou Bacia Hidrográfica, que
analisará os impactos no conjunto das propriedades.
“Isso viabilizará ao órgão uma maior dedicação na
análise dos empreendimentos com significativos im-
pactos ambientais”, observa Eugênio Spengler.
Irundi Edelweiss observa ainda que os críticos da
nova lei argumentam que ela esvaziou o poder do
Cepram. Mas ele lembra que tanto o Cepram quanto
o CRA nasceram dentro do antigo Ceped, órgão que
analisava os processos, mas também vendia serviços
à indústria. “Oito anos após a criação do Ceped, che-
gou-se à conclusão de que havia algo incestuoso na-
quela relação. Será que no Cepram atual não persiste
este tipo de conflito?”, pondera. [bi]
� Bahia Indústria
a Bahia destaca-se no cenário
nacional entre os estados com
maior potencial de produção de
energia eólica. Para assegurar o prota-
gonismo industrial na exploração desta
fonte energética, o governo do Estado
da Bahia assinou, em 16 de dezembro
de 2011, o convênio de nº 11/2011, com
o Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial (SENAI-Bahia) para mapea-
mento do potencial eólico da Bahia. O
Estado, por intermédio da Secretaria de
Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e
da Secretaria de Infraestrutura do Esta-
do da Bahia (Seinfra), encarrega o SE-
NAI de criar uma plataforma web para
divulgação dos resultados do estudo,
montar um atlas de potencial eólico,
além de promover projetos de desenvol-
vimento tecnológico e de capacitação
técnica.
A proposta é que o levantamento, pre-
visto para ser realizado ao longo dos pró-
ximos dois anos, subsidie a atração de
novos investimentos a partir do forneci-
mento de dados técnicos de localização
das principais jazidas de vento do estado
a uma altura entre 100 e 150 metros, novo
patamar de desenvolvimento e produção
de equipamentos de maior potência dos
fabricantes internacionais.
Atualmente, os principais parques
eólicos em atividade na Bahia estão si-
tuados na região da Chapada Diaman-
tina e a geração de energia se dá com
equipamentos que atingem o máximo
de 80 metros de altura. Com o mapea-
mento, a Bahia estará criando condi-
SENaI vai produzir atlas eólico da BahiaConvênio com a Secti e a Seinfra permitirá mapear as jazidas de ventos acima dos 100 metros de altura
ções para atrair novos investimentos.
O secretário da Ciência, Tecnologia e
Inovação, Paulo Câmera, vê boas pers-
pectivas para esta nova matriz energé-
tica no estado: “A Bahia, de acordo com
especialistas, tem pelo menos duas Itai-
pus em potencial eólico nas jazidas aci-
ma de 120 metros de altura”. A opção pe-
lo SENAI na condução do levantamento
técnico, observou o secretário, é conse-
quência do histórico de serviços presta-
dos pela entidade à secretaria: “O SENAI
tem demonstrado grande expertise na
sua atuação e, com este projeto, estamos
agregando ao sistema mais uma área de
conhecimento.”
Para atender ao convênio, explica
Alex Álisson, coordenador do projeto
no âmbito da FIEB, o SENAI Cimatec co-
locará em campo uma equipe de 10 a 15
técnicos e especialistas. “A ideia é que
possamos emitir relatórios a cada seis
meses a partir das medições e análises
realizadas, que funcionarão como uma
espécie de cartão de visitas para atração
de novos projetos industriais.” De acor-
do com Álisson, a Bahia está autorizada
pela Aneel a produzir 1 giga watts de po-
tência em energia.
A expertise do SENAI Cimatec tam-
bém estará a serviço da Secti para im-
plantação de uma rede de informações
acessível ao público em geral e ao mer-
cado pela internet. O trabalho de acom-
panhamento técnico vai permitir ainda
a transferência de tecnologia, favore-
cendo a formação de técnicos especia-
lizados. [bi]
Parque eólico de
brotas de macaúbas,
região da Chapada
diamantina
alBErTo CouTINHo/SECoM
circuito por cleber borges
Bahia Indústria �
brasileiro rejeita novo imposto para saúdeO brasileiro rejeita a criação de
impostos para melhorar a
qualidade da saúde no país. Essa
é a conclusão a que chega a
pesquisa Retratos da Sociedade
Brasileira: Saúde Pública,
realizada pela Confederação
Nacional da Indústria, que ouviu
2.002 pessoas em 141 municípios.
Do total, 96% são contra criar
impostos para a saúde, apesar de
95% acreditarem que o setor
precisa de investimentos e 61%
reprovarem o SUS. Para 82% dos
entrevistados, a alternativa para
conseguir mais recursos é acabar
com a corrupção (82%), reduzir
desperdícios (53%) ou transferir
dinheiro de outras áreas para a
saúde (18%).
novas oportunidadesDesde 2009, o Brasil acumulou
um déficit no comércio bilateral
com os Estados Unidos da ordem
de US$ 20,5 bilhões. Até então, o
resultado da balança era
favorável a nosso país. Muitos
atribuem essa mudança à política
de diversificação de mercados
adotada desde o primeiro governo
do presidente Lula. Mas a ida da
presidente Dilma Rousseff em
março, aos EUA, pode reverter a
atual tendência, criando
oportunidades para produtos
brasileiros como energia, aviação,
petroquímica e inovação.
Protecionismo argentinoA Argentina acumula déficit
comercial com o Brasil desde
2004. Em 2011, o déficit ficou em
torno de US$ 6 bilhões. Agora,
resolveu dificultar ainda mais as
importações de produtos
brasileiros e dos demais países
vizinhos. Passa a exigir dos seus
importadores declaração formal
que antecipa a programação de
compras no exterior. Para a CNI,
esse é mais um retrocesso para o
comércio no Mercosul, pois
aumenta a insegurança jurídica
sobre as regras da política
comercial argentina. Além de
reduzir as exportações brasileiras
para aquele país. Desde 2010, o
governo argentino anuncia
medidas para proteger seu
mercado, inclusive retirando
vários produtos do regime de
licença automática.
“NINGuéM CoNSEGuIu EXPlICar Por quE oS MauS INvESTIMENToS No PaSSaDo EXIGEM o DESEMPrEGo DE BoNS TraBalHaDorES No PrESENTE.”
Paul Krugman, Prêmio Nobel de Economia, criticando países desenvolvidos, que combatem efeitos da crise com políticas austeras que provocam desemprego
exportações recordesMesmo com o câmbio desfavorável e a retração do
mercado europeu, em 2011 a Bahia exportou US$ 11
bilhões (4,3% do total brasileiro, sendo o 9º estado
no ranking nacional). O saldo comercial alcançou
US$ 3,2 bilhões. É o melhor resultado histórico do
comércio exterior baiano. As exportações
cresceram 24% em relação a 2010, devido
principalmente aos preços favoráveis das
commodities agrícolas e minerais, a exemplo de
petróleo, soja, algodão, ouro e café.
mineraçãO terá rOyalty maiOr O segmento mineral brasileiro deve se preparar para pagar mais impostos em 2012. Consta que a presidente Dilma Rousseff está prestes a aprovar o novo texto do Código de Mineração, que há três anos está em discussão no governo federal. Entre as novidades está o aumento de 2% para 4% dos royalties sobre a exploração mineral, com empresas da área passando a pagar percentuais iguais aos da exploração de petróleo. O objetivo é somente um: aumento da arrecadação.
10 Bahia Indústria
sindicatos
joão alvarEz
Doze sindicatos filiados à FIEB estão participan-
do do Projeto Mais Indústria, que tem por obje-
tivo ampliar a base sindical, com a prospecção
de novas empresas industriais pelos sindicatos
integrantes do projeto. Sob a coordenação do
Compem – Conselho da Micro e Pequena Em-
presa Industrial –, o projeto será implementado
graças a uma salutar parceria entre a FIEB e o
Sebrae, que auxiliará os sindicatos na amplia-
ção do seu quadro de associados, garantindo o
seu fortalecimento e contribuindo para o incre-
mento da produtividade e da competitividade
das indústrias, sobretudo as de micro e peque-
no porte. As MPEs industriais são as que mais
precisam estar amparadas pelos seus sindicatos
e representam mais de 90% do universo das in-
dústrias baianas.
Estimativas apontam que, na Bahia, a repre-
sentatividade sindical é de menos de 15%. Este
número representa o percentual médio de em-
presas de cada segmento industrial associadas
aos sindicatos que integram o projeto.
Segundo o presidente do Sinprocim-BA e co-
ordenador do Compem, Carlos Gantois, o Projeto
Mais Indústria, se bem produzido, garantirá um
significativo crescimento dos sindicatos inte-
grantes. “Vivemos, hoje, no Brasil e na Bahia,
uma crise de representatividade do sindicalis-
mo patronal que pode e deve ser revertido. Para
tanto, é fundamental a prospecção de novos as-
sociados, principalmente no interior do estado,
para onde deve caminhar a industrialização.”
A primeira ação do Mais Indústria acontecerá
entre março e abril. Está prevista a apresentação
do Plano de Ação durante a reunião ordinária do
Compem, no dia 8 de fevereiro.
“O projeto, se bem engendrado, representará
uma ‘revolução’ industrial e sindical, garantin-
do, assim, uma distribuição de riquezas mais
equânime. Isto, em última análise, significa
contribuir para o desenvolvimento econômico e
social do estado da Bahia”, conclui Gantois.
Sindicatos buscam ampliar representatividade
sinduscon e senai juntos em nova parceria
O Sinduscon-BA e o SENAI desenvolverão diversas
ações em 2012. Pelo Projeto de Inovação Tecnológica
(PIT) será realizado o curso de Gestão da Inovação
na Construção Civil e também lançados os cursos da
Escola Móvel para Inovação na Construção, quando
uma unidade será deslocada e instalada nos canteiros
de obra para realizar atividades de aperfeiçoamento.
Além disso, serão oferecidas novas consultorias em
Construção Sustentável e Lean Construction (Cons-
trução Enxuta), promovendo o aumento da competi-
tividade do setor, informa Tatiana Ferraz, gerente da
área de Construção Civil do SENAI Dendezeiros. As
empresas interessadas em obter mais informações
sobre estes projetos podem entrar em contato com o
SENAI Dendezeiros pelo telefone (71) 3310-9900.
A parceria vai viabilizar ainda a oferta de cursos
gratuitos de qualificação profissional, que apoiarão o
setor na formação da mão de obra para atender à cres-
cente demanda na construção civil. Algumas turmas já
foram iniciadas e as inscrições estão abertas no SENAI
Dendezeiros. O objetivo é formar trabalhadores para o
mercado de trabalho. Informações sobre os cursos na
Central de Atendimento, pelo telefone (71) 3534-8090.
tatiana Ferraz,
gerente da área
de Construção
Civil do senai
dendezeiros
Bahia Indústria 11
sindical-ba acompanha mudanças no setor mineralO ano de 2012 começou com promessas de mudança na legislação para
o setor de mineração. No final de 2011, o Ministério de Minas e Energia
apresentou um arcabouço de reforma intitulada Proposta de Marco Regu-
latório da Mineração. O Sindicato da Indústria de Mineração, Calcário, Cal
e Gesso no Estado da Bahia (Sindical-BA) vem acompanhando as discus-
sões no Congresso Nacional com atenção, já que entre os principais pontos
está um possível aumento das alíquotas de Compensação Financeira pela
Exploração de Recursos Minerais (CFEM). De acordo com o presidente do
Sindical-BA, Sérgio Pedreira Souza, a incerteza sobre o conteúdo do pa-
cote de medidas gera apreensão por parte dos empresários e pode causar
instabilidade no mercado. “Um dos nossos principais focos de atuação
neste início de ano é justamente acompanhar a definição dessas normas,
pois existe o risco de algumas taxas dobrarem de valor, o que deve preju-
dicar o desempenho do setor na Bahia”, afirma Souza.
Parceria incentiva prática de esportes entre os trabalhadoresO Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon-BA) e o SESI realizaram, nos dias 3 e 4 de dezembro, a 5ª
edição da Olimpíada da Construção, no SESI Simões Filho. O evento é pensado para promover a qualidade de vida dos partici-
pantes – trabalhadores e dirigentes do setor – e incentivar a prática de esportes. O tema desta edição foi Construindo o Cidadão
Através do Esporte e os participantes concorreram em 18 modalidades. Nada mais simbólico do que o exemplo do eletricista e
atleta Carlos Alberto Barbosa do Santos, de 63 anos, que leu o Juramento do Atleta durante a cerimônia da abertura. “O esporte só
me trouxe alegria. Pratico atletismo e treino mais ou menos uma hora todos os dias, isso faz bem para a mente, me deixa alegre,
me mantém em forma e ainda faço amizades”, comentou.
mPes terão apoio conjunto da Fieb e do sebrae
Apoiar o desenvolvimento
das micro e pequenas empresas
(MPEs) industriais é o objetivo de
programa desenvolvido pelo Sis-
tema FIEB e o Sebrae/BA visando
à competitividade do segmento, a
ser implementado de 2012 a 2015. O
programa, em fase de elaboração,
deverá ter três linhas de trabalho:
inovação e difusão tecnológica;
Acesso a mercado e fortalecimen-
to sindical. Por meio de capacita-
ções e transferência de tecnologia,
a proposta é oferecer apoio às
MPEs, principalmente no interior,
fortalecendo o associativismo. As
ações serão implementadas se-
torialmente, por intermédio e a
partir da demanda dos sindicatos.
Para formular o plano de ação, fo-
ram criados um Grupo Técnico e
um Comitê Gestor, formados por
representantes das entidades en-
volvidas.
O superintendente de Rela-
ções Institucionais da FIEB, Cid
Vianna, reforça a importância das
linhas de ação propostas no pro-
jeto, especialmente para o forta-
lecimento dos sindicatos filiados.
“As parcerias são importantes pa-
ra potencializarmos os recursos,
com vistas ao fortalecimento das
MPEs industriais e suas entidades
de representação”, afirma.MaNu DIaS/SECoM
mina de níquel
em mirabela:
incerteza sobre
mudanças na
legislação gera
apreensão
no setor de
mineração
1� Bahia Indústria
O Instituto Euvaldo Lodi
(IEL) conclui, em feverei-
ro, a seleção de 190 novos
estagiários para atuar nas unida-
des da Petrobras. A oferta de va-
gas mais que dobrou desde 2005,
quando foi fechada a parceria en-
tre o instituto e a estatal para sele-
ção e capacitação de estagiários.
A gerente de Estágio e Formação
de Talentos do IEL, Edneide Lima,
explica que o programa com a Pe-
trobras começou com 70 estagiá-
rios. “Desenhamos um programa
de excelência de estágio na Unida-
de Operacional Bahia (UO Bahia),
do Itaigara, que agora será esten-
dido a todas as unidades da Petro-
IEl amplia a parceria com a PetrobrasProjeto, premiado pelo nível de excelência, passa a oferecer 190 vagas e é ampliado para as unidades do Norte e Nordeste da estatal
PETroBraS/DIvulGação
tiago Pestana,
armando neto
(iel) e enéas
Furtado, a
partir da
direita, na
premiação
melhores
Práticas de
estágio
bras do Norte e Nordeste”, explica
Edneide, o que justifica a amplia-
ção das vagas ofertadas. O progra-
ma também recebeu o Prêmio Me-
lhores Práticas de Estágio, concedi-
do pelo Fórum de Estágio da Bahia,
pelos resultados alcançados. Por
esta razão, a Bahia é líder nacional
em qualidade de estágios alocados
entre as regionais do IEL.
No caso da Petrobras, o progra-
ma foi criado a partir de uma pro-
posta social que alia nível de ren-
da, educação e acompanhamento
do estagiário. O papel do IEL é fa-
zer o monitoramento dos estudan-
tes e supervisores. Participam da
seleção atual mais de mil candida-
tos. Na segunda fase do processo,
eles serão encaminhados para en-
trevista na Petrobras.
Os estagiários começam a de-
sempenhar suas atividades em
março, no caso dos selecionados
para a UO Bahia, e em abril, nas
demais unidades, por um período
que varia de 8 a 9 meses. A depen-
der do nível de escolaridade, eles
terão que cumprir uma carga ho-
rária entre 4 a 8 horas, a primeira
para os de nível médio e os demais
de nível superior.
Quem atesta os resultados da
experiência é Tiago Cabral Santos
Pestana, 23 anos, que participou
do programa em 2011. Estudante
de Engenharia Mecânica da Uni-
versidade Federal da Bahia, Tiago
e seu supervisor Manoel Barreto de
Almeida Filho receberam o Prêmio
Melhores Práticas de Estágio por
um estudo de simulação do método
gás-lift de elevação de petróleo.
Para Tiago, no programa “há
uma preocupação com o estagiário
no sentido de que ele se desenvol-
va”. O coordenador de estágio da
UO Bahia, Enéas Góes Furtado,
observa que a parceria com o IEL,
além de subsidiar a Petrobras, dan-
do mais lisura e transparência à se-
leção de estagiários, também con-
tribui para melhorar o programa.
O IEL encaminhou 36.469 estu-
dantes para estágio em 2011, 58%
somente no interior do Estado. [bi]
Bahia Indústria 13
Contribuir para a qualidade de vida do indus-
triário promovendo acesso à informação e à
saúde. Esta é a função das 12 unidades mó-
veis do SESI-BA, que oferecem serviços nas áreas de
educação continuada, inclusão digital, cultura, saú-
de ocupacional e odontologia, além de práticas de
leitura. Este ano, o atendimento itinerante será am-
pliado, no intuito de responder à crescente demanda
das empresas e ampliar a atuação do Sistema FIEB
no interior do estado. Até o fim do primeiro semes-
tre, outras 15 unidades entrarão em funcionamento,
beneficiando cerca de 35 mil trabalhadores.
“As unidades permitirão colocar à disposição das
indústrias, da forma mais capilarizada possível, so-
luções que atendam às suas necessidades. Tudo isso
para levar mais comodidade e agilidade ao atendi-
mento, além de contribuir para o aumento da com-
petitividade da indústria”, afirma o gerente de Qua-
lidade de Vida do SESI, Amélio Miranda Júnior.
As unidades móveis também são utilizadas para
realizar ações de programas do SESI, a exemplo do
Cozinha Brasil. Executado em parceria com o Minis-
tério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome,
o Programa tem o apoio das federações de indústrias
e departamentos regionais do SESI de todo o país.
Com infraestrutura, equipamentos modernos e
ambientes climatizados, as unidades móveis reali-
zam serviços aos quais os trabalhadores das indús-
trias têm dificuldade de acesso, suprindo carências
em diversas áreas. Para conhecer melhor como
funcionam os serviços itinerantes e solicitá-los, as
empresas do setor industrial podem entrar em con-
tato com a unidade do Serviço Social da Indústria,
Departamento Regional da Bahia mais próxima ou
solicitar uma visita de profissionais da instituição
pelo e-mail [email protected] ou via portal FIEB
(www.fieb.org.br/sesi). [bi]
Programa
Cozinha brasil
também
desenvolve
ações
itinerantes
Novas unidades móveis do SESI levarão serviços de saúde e educação às empresas
Mais próximo do trabalhador
unidades móveisárea tipo de atendimento/serviço
Realização de exames de audiometria.
Educação continuada Inclusão digital e biblioteca itinerante para
possibilitar aos trabalhadores e dependentes
atendidos na Rede SESI de Educação o acesso
às tecnologias da informação e comunicação,
através do computador e acervo literário.
Saúde bucal Consultórios odontológicos equipados para
realização de avaliações de saúde bucal, ações
educativas, procedimentos preventivos e
tratamentos odontológicos.
Saúde ocupacional Realização de consultas ocupacionais, teste
visual, exames de espirometria,
eletrocardiograma, coleta de material
biológico para análise laboratorial.
Saúde ocupacional
joão alvarEz
1� Bahia Indústria
a música faz bem aos ouvi-
dos, mas na Escola Comen-
dador Bernardo Martins Ca-
tharino, do SESI Itapagipe, além
de agradar aos sentidos, ela deve
também auxiliar no estímulo ao
aprendizado de alunos do ensino
fundamental.
Para isso, a Federação das In-
dústrias do Estado da Bahia im-
plantou, no segundo semestre de
2011, o Núcleo de Prática Orques-
tral na unidade e acaba de adqui-
rir uma orquestra completa, um
investimento de R$ 429 mil em
equipamentos que serão entregues
no início do mês de fevereiro.
Cláudia Libório, gerente da
unidade de Educação de Itapagi-
cultural com artistas do Neojibá.
E, em 18 de dezembro, 63 alunos do
coral integraram as 450 vozes que
se apresentaram na 4ª edição do
Concerto de Natal do Neojibá, na
Concha Acústica do TCA.
Um dos pré-requisitos para o
aluno fazer parte do projeto é o
interesse em estudar música, es-
colhendo entre o coral, as oficinas
de flauta doce ou as aulas de ini-
ciação musical. “O objetivo maior
é que o aluno obtenha melhores
resultados na escola, adquirindo
uma disciplina que o auxilie nas
atividades educacionais”, explica
Cláudia Libório.
Em setembro de 2011, foram se-
lecionados 204 estudantes, sendo
110 para a orquestra e os demais
para o coral e as oficinas de flauta
doce. O objetivo é chegar, ao fim
de 2012, com 400 alunos da esco-
la, que atende 1300 estudantes do
ensino fundamental I e II, partici-
pando do núcleo, que prevê ainda
a inclusão dos alunos com neces-
sidades especiais.
Os estudantes selecionados em
2011 retornam às aulas em 6 de fe-
vereiro, quando também iniciam-
se os testes para novas turmas.
Para estas, as aulas começam em
março. Com uma equipe de 10 pro-
fessores do Neogibá, as aulas acon-
tecem sempre no turno oposto ao
ensino convencional, de segunda a
sexta-feiras, das 10 às 15 horas. [bi]
O Concerto
de natal do
neojibá teve
a participação
de 63 alunos
do núcleo de
Coral do sesi
itapagipe
Projeto alia música e ação pedagógicaSESI Itapagipe implanta orquestra juvenil e aposta no estímulo ao desempenho escolar dos alunos
joão alvarEz
pe, explica que a instituição foi
buscar a expertise da Orquestra
Juvenil Neogibá, um exemplo bem
sucedido de inserção musical, que
se tornou referência no país e já le-
vou os jovens músicos baianos pa-
ra apresentações em prestigiadas
salas de concerto internacional.
Com aulas práticas realizadas no
turno oposto ao do ensino conven-
cional, os alunos do Núcleo de Práti-
ca Orquestral e Coral também expe-
rimentam o desafio de se apresentar
em público. Em 31 de outubro, 170
alunos do projeto mostraram suas
habilidades para professores do
Conservatório de Música e da Hau-
te École de Musique de Genebra,
que participavam de intercâmbio
Bahia Indústria 15
além de possibilitar que trabalhadores da in-
dústria baiana tenham a oportunidade de
cursar a alfabetização, o ensino fundamen-
tal e o médio, o SESI incluiu a educação pro-
fissionalizante na formação dos alunos, realizada de
forma gratuita, em parceria com o SENAI. O progra-
ma, chamado de EBEP – Educação Básica articulada
à Educação Profissional, conta hoje com 127 alunos
matriculados, distribuídos entre Salvador e Juazeiro.
Em 2012 o objetivo é consolidar a oferta de cursos e
ampliar a atuação para outras cidades onde o SESI
está presente.
Em Salvador foram matriculados 20 trabalhadores
na turma do empreendimento Brisas, da Cyrela Nor-
deste. Os alunos cursaram o Ensino Fundamental I (1º
ao 5º ano) e complementaram a qualificação profissio-
nal com um curso de pedreiro, ministrado no local da
obra, o que estimula a frequência às aulas. Flávio Trin-
dade, engenheiro do Brisas, vê o programa do SESI co-
mo de extrema importância para o desenvolvimento da
construção civil. “É a oportunidade de humanizarmos
os nossos canteiros e enfrentarmos as dificuldades na
obtenção de mão de obra qualificada”, diz.
Para Érica dos Anjos Pereira, professora do Brisas,
a qualificação profissional dentro da obra possibili-
tou uma ligação maior com os conteúdos trabalhados,
permitindo que a educação básica crie um elo com as
atividades do dia-a-dia. O ajudante de pedreiro Fer-
nando dos Santos, 32, considerou o curso como uma
grande experiência. “É muito interessante pra gente
que ficou muito tempo fora do colégio. Quero conti-
nuar e aprender cada vez mais, sempre incentivando
para que outros colegas participem também”, diz.
interiorNa Unidade Norte do SESI Bahia, o início da expe-
riência contou com a participação de 107 alunos, que
têm aulas do ensino regular e do curso de costureiro
Educação profissionalizanteno canteiro de obrasPrograma realizado em parceria entre o SESI e o SENaI apresenta bons resultados, ao aliar educação básica e capacitação técnica para trabalhadores da indústria
joão alvarEz
industrial, iniciado no segundo semestre de 2011, com
duração de dois anos. A repercussão foi tão boa que
mobilizou empresários a encaminhar à Prefeitura de
Juazeiro proposta de criação de um polo de confec-
ção. Os alunos iniciaram em 2011 os estudos voltados
à indústria têxtil, cursando módulos práticos como
noções de modelagem básica e prática operacional.
Para 2012, o curso oferece 80 novas vagas.
Carlos Neiva, secretário de Desenvolvimento de
Juazeiro, comenta que o curso de costureiro indus-
trial tornou-se um dos pilares para o crescimento das
indústrias da região, além de ser modelo de como se
deve trabalhar com instituições parceiras do projeto.
O EBEP é coordenado pelas áreas de Educação de Jo-
vens e Adultos das Unidades do SESI. Mais informa-
ções no site www.fieb.org.br/sesi. [bi]
Para o ajudante
de pedreiro,
Fernando dos
santos, 32,
o curso foi
uma excelente
experiência
1� Bahia Indústria
Pós-graduação afinada com
o mercado
a obtenção do diploma uni-
versitário, embora muita
gente encare como a con-
clusão de uma etapa de
formação, muitas vezes, é apenas
um começo. Com o surgimento
acelerado de novas tecnologias e a
modernização das práticas de ges-
tão, a demanda por profissionais
cada vez mais qualificados vem-se
amplificando.
Foi pensando em atender a es-
tas necessidades e oferecer aos
profissionais da indústria baiana
a oportunidade de acompanhar
estas transformações sem perder
a conexão com o mercado que as
Faculdades de Tecnologia do SE-
NAI, Cimatec, Cetind e Dendezei-
ros estão oferecendo 18 cursos de
Faculdades SENaI oferecem 18 cursos voltados para o segmento industrial
especialização e MBA, que estão
com inscrições abertas até 29 de
fevereiro. As pós-graduações ofe-
recem entre 30 e 40 vagas por cur-
so, com duração que varia de 18 a
24 meses, com o início das aulas
em março.
Alex Álisson, gerente da Facul-
dade SENAI Cimatec, explica que
o SENAI está sempre buscando
acompanhar o desenvolvimento
industrial da Bahia, monitorando
o mercado para atender às suas
expectativas. “Como a maioria
das faculdades não tem o foco na
indústria, o SENAI atende a estas
demandas, o que levou ao surgi-
mento de novos cursos, como é o
caso da especialização em Políme-
ros”, revela.
As especializações em Siste-
mas Elétricos de Potência e em
Engenharia Automotiva, além
dos MBAs em Gestão de Projetos
e Gestão da Produção e Logística
estão entre os mais procurados.
Mas Alex Álisson também chama
a atenção para a especialização
em Engenharia de Soldagem, que
obteve em 2011 certificação do In-
ternational Institute of Welding
(IIW), entidade com sede em 13
países. A demanda elevada pelos
cursos de Logística e Gestão da
Produção e de Gestão de Projetos,
explica Álisson, se deve ao fato
de elas habilitarem o profissional
para atuar em qualquer indústria,
enquanto outras formações aten-
dem a algumas especialidades.
especialização
em engenharia
de soldagem
obteve em 2011
certificação do
international
institute of
Welding (iiW)
por Patrícia MoreiraFotos João alvarez
Bahia Indústria 1�
márcio huff,
da indústria
santeno, faz
especialização
em Polímeros e
elogia o corpo
docente
Qualidade e foco na prática
Tecnologia e Gerenciamento de Obras 360 horas
Automação, Controle e Robótica 464 horas
Sistemas Elétricos de Potência 452 horas
Eficiência Energética 464 horas
Refrigeração e Ar Condicionado 464 horas
Engenharia da Confiabilidade 464 horas
Engenharia de Soldagem 18 meses
Design de Produtos Industriais 18 meses
Engenharia Automotiva 18 meses
Polímeros 18 meses
Soluções e Tecnologias Ambientais 432 horas
Gestão Integrada de Qualidade, Saúde,
Meio Ambiente e Segurança do
Trabalho – QSMS 400 horas
Monitoramento de Recursos Hídricos 432 horas
Educomunicação Socioambiental 432 horas
mba
Gestão da Manutenção 476 horas
Executivo em Gestão de Projetos 370 horas
Executivo em Gestão da Produção
e Logística 380 horas
Executivo em Gestão Portuária 390 horas
segundo semestreO SENAI Dendezeiros está oferecendo neste pri-
meiro semestre de 2012 o curso de Tecnologia e Geren-
ciamento de Obras, implantado em 2011 para atender
às necessidades de gestão e inovação na Construção
Civil. Mas, para o segundo semestre, será oferecida a
especialização em tecnologia BIM (Bilding Informa-
tion Modeling), que permite projetar em três dimen-
sões e também atende à demanda do segmento da
construção civil. “O BIM permite simular os projetos
e as edificações; é um sistema inovador e uma ten-
dência no setor e a oferta da especialização vai pre-
encher esta lacuna”, observa Patrícia Evangelista,
gerente da unidade SENAI Dendezeiros.
Para o segundo semestre, Patrícia Evangelista tam-
bém anuncia a abertura de vagas para especializações
na área de ciência e tecnologia de alimentos: Qualida-
de e PCP (Planejamento e Controle da Produção), que
visam melhorar o processo produtivo deste ramo da
indústria. Mais informações, no site do SENAI-BA.
pós-graduação senaiConfira as especializações e MBA com inscrições abertas
especialização duração
Márcio André Huff, 45 anos, está próximo de con-
cluir especialização em Polímeros. Líder da unidade
de negócios da Santeno, empresa do grupo Nortene,
de São Paulo, sediada em Simões Filho, que atua na
produção de mangueiras, filmes e telas para o setor
agrícola, ele avalia como extremamente produtiva
a experiência de cursar uma das pós-graduações
oferecidas pelo SENAI. “O curso me deu uma visão
mais ampla de conhecimento técnico”, revela Huff,
formado em Engenharia Química.
Quem também apostou em um dos novos cursos
de especialização do SENAI Cimatec foi a engenhei-
ra de produção Taiana Almeida Ferreira dos Santos,
de 27 anos, que há dois anos trabalha na Ford. Ela
optou pelo curso de Engenharia Automotiva. “Senti
a necessidade de me aperfeiçoar e recorri ao SENAI.
No curso, tive acesso a acadêmicos experientes que
traziam exemplos práticos que facilitavam o apren-
dizado”, conta. Taiana não pensa em parar por aí
e pretende fazer uma especialização em Gestão de
Projetos que ela julga fundamental para o seu de-
senvolvimento. [bi]
1� Bahia Indústria
PersPeCtivas Para a indústria eM 2012
Bahia Indústria 1�
por cleber borges e carolina MendonçaFotos João alvarez
Crises na economia mundial, situação econômica brasileira e problemas locais de infraestrutura compõem cenário para o setor na Bahia
O presidente
da Fieb, josé
mascarenhas,
apresenta os
números e as
projeções do
setor industrial
em coletiva de
imprensa
a indústria eM 2012
�0 Bahia Indústria
economia brasileira crescerá este
ano, mas o desempenho continu-
ará limitado pela crise das econo-
mias avançadas e também pela
menor expansão das economias
emergentes. O Produto Interno
Bruto (PIB) do Brasil terá expan-
são de 3%, abaixo do que se projeta hoje para a eco-
nomia mundial (4%) e, mais ainda, do que se estima
para os emergentes (6,1%). Nesse cenário, a indústria
brasileira, que cresceu apenas 1,8% em 2011, deverá
apresentar uma moderada recuperação, fechando es-
te ano com uma expansão de 2,3%.
Essa avaliação, feita pelo presidente da Federa-
ção das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), José
de Freitas Mascarenhas, mostra que o setor não terá
um caminho fácil pela frente este ano. Fatores con-
junturais e estruturais negativos conspiram nessa
direção. “Essa é a tendência nacional, infelizmente.
Uma condição de baixa competitividade da indústria
de transformação do Brasil. As empresas estão, em
nome de sua sobrevivência, importando mais produ-
tos intermediários, o que faz com que se mantenha o
faturamento alto, mas com perda de produção”, afir-
ma Mascarenhas.
No âmbito conjuntural, há a redução da demanda
internacional por bens industriais e commodities mi-
nerais, resultante da crise europeia e da desacelera-
ção da economia chinesa; o câmbio valorizado, que
inibe as exportações e facilita a entrada de concor-
rentes importados; redução do investimento estran-
geiro direto de US$ 60 bilhões em 2011 para US$ 45
bilhões em 2012, resultante da incerteza na zona do
euro; e as importações predatórias incentivadas por
pelo menos dez estados brasileiros, os quais dão in-
centivo fiscal a importadores que usam suas instala-
ções portuárias.
De acordo com o economista Armando Avena, o
cenário econômico brasileiro é
positivo, mas está condicionado
ao comportamento dos mercados
externos. Caso a crise europeia
se agrave, sofreremos impacto no
crescimento nacional e o governo
terá que adotar medidas, como a
redução de impostos para alguns
segmentos, por exemplo. “Por ou-
tro lado, a economia americana
parece dar sinais de recuperação
e, na China, apesar da desacelera-
ção, o ritmo deve se manter estabi-
lizado”, analisa Avena.
triButaçãoNo âmbito estrutural, devem
comprometer o desempenho in-
dustrial fatores como a alta car-
ga tributária – segundo o Banco
Mundial, os 85 tributos existentes
no Brasil chegam a consumir 69%
do lucro das empresas –, a baixa
produtividade do trabalho, que
cresceu apenas 2,6% entre 1995 e
2010, enquanto na China alcançou
17,3% e na Índia 10,5%; além do
baixo investimento em infraestru-
tura. Em relação a esse aspecto,
cabe destacar que, apesar de se
prever crescimento acima de 5%
da Formação Bruta de Capital Fi-
xo em 2012, chegando, de acordo
com a Confederação Nacional da
Indústria (CNI), a quase 20% do
PIB, a taxa ainda está muito abai-
xo do necessário para sustentar o
crescimento econômico. A título
Obras para a
Copa 2014,
como a
construção
da arena
Fonte nova,
impulsionam a
construção civil
Bahia Indústria �1
de comparação, na China, os in-
vestimentos equivalem a 45% do
PIB; na Índia, a 30%.
Nem tudo conspira negativa-
mente. Aspectos importantes,
conjunturais e estruturais surgem
como condicionantes favoráveis
ao crescimento. Conjunturalmen-
te, o mercado interno está em cres-
cimento, devido ao baixo nível de
desemprego (6%), à previsão de
crescimento da renda real em rit-
mo maior que em 2011 (o Dieese
estima que o aumento de 14% do
salário mínimo injetará R$ 47 bi-
lhões na economia) e à política fis-
cal expansionista estimulada pelo
ano eleitoral.
Além disso, especialistas acre-
ditam que a inflação fechará este
ano em torno de 5% (contra em
torno de 6,5% em 2011); os juros
estarão em queda e haverá mais
crédito (o Serasa Experian prevê
aumento de 15%).
Existem aspectos estruturais
que também autorizam certo oti-
mismo. Um deles, a ascensão da
classe média, com o aumento
de renda de populações pobres,
criando um mercado consumidor
mais robusto. Segundo o Institu-
to de Pesquisas Econômicas Apli-
cadas (IPEA), entre 2004 e 2008,
mais de 11 milhões de brasileiros
foram alçados à classe média.
Há também o compromisso do
governo federal com a estabilida-
�� Bahia Indústria
de fiscal e monetária, o que afasta
os riscos de aumento do gasto pú-
blico em ano eleitoral. A CNI, por
exemplo, projeta que o superávit
primário ficará este ano acima de
3% do PIB e a dívida pública con-
tinuará em trajetória de queda. O
Banco Central, por sua vez, segue
com compromisso à estabilidade
da moeda.
cenÁrio na BaHiaTendo em conta o comporta-
mento de 2011, é provável que, na
Bahia, a economia tenha um resul-
tado mais conservador. Segundo a
Superintendência de Estudos Eco-
nômicos e Sociais (SEI), da Secre-
taria do Planejamento da Bahia,
o PIB estadual deve ter alcançado
em 2011 um crescimento de 2,5%,
contra 2,8% do país.
Além disso, ainda que nos dez
primeiros meses de 2011 a produ-
ção industrial brasileira tenha
crescido apenas 0,7%, quando
comparada com igual período do
ano anterior, na Bahia, estima-se
que o desempenho do setor seja
ainda pior: o resultado final de
2011 deve encolher 4,1%, devido
à influência da conjuntura in-
ternacional e em decorrência do
“apagão” de energia ocorrido em
fevereiro do ano passado, que pa-
ralisou por vários dias a produção
do Polo Industrial de Camaçari.
“Na indústria baiana, alguns
dos segmentos mais expressivos,
de química e petroquímica e pa-
pel e celulose, têm um forte com-
ponente exportador, o que atrela
o desempenho ao comportamen-
to dos mercados externos. Além
disso, temos problemas de infra-
estrutura, a exemplo dos portos e
de saturação de rodovias, que são
verdadeiros gargalos e comprome-
tem a competitividade”, afirma o
economista Armando Avena.
Segmentando o setor industrial
baiano e levando-se em conta su-
as áreas de maior participação
no PIB estadual, o presidente do
Sistema FIEB, José Mascarenhas,
prevê que áreas como a constru-
ção civil, automotiva e de alimen-
tos e bebidas devem crescer este
ano. O segmento automotivo está
impulsionado pela produção de
um modelo global da Ford fabrica-
do na Bahia.
A construção está aquecida em
razão das obras de infraestrutura
e do programa Minha Casa, Minha
Vida, incluídos no PAC, além de
investimentos preparativos para a
Copa de 2014. O presidente do Sin-
dicato da Indústria da Construção
do Estado da Bahia (Sinduscon-
BA), Carlos Alberto Vieira Lima,
confirma o cenário positivo con-
O setor de
refino de
petróleo e
produção de
álcool, que
representa
4,1% do total
do Pib da
bahia, crescerá
“de lado”
Bahia Indústria �3
O segmento
de papel e
celulose deve
ser um dos
mais afetados
com a queda
da demanda
internacional
tando com a continuidade de medidas de incentivo por
parte do governo federal. “Começamos 2012 em plena
crise europeia e dos Estados Unidos, que já se reflete
em nossa economia, mas se o governo brasileiro fizer
a sua parte e mantiver o investimento na promoção
do setor de Construção, com oferta de crédito, redu-
ção de taxas de juro e qualificação dos trabalhadores,
seremos, mais uma vez, parceiros no enfrentamento
desta nova crise, eliminando o cenário de incertezas
e até crescendo, como em 2008. No campo empresa-
rial, nosso papel é investir em modernização de gestão
e em inovação tecnológica, tornando as construtoras
competitivas em cada nicho de atuação”, diz.
A indústria de alimentos e bebidas está favorecida
pelo incremento da renda do nordestino. “O segmen-
to já cresce naturalmente com o aumento da popu-
lação. Este ano, as perspectivas não são tão maravi-
lhosas como em anos anteriores, mas são positivas,
principalmente por conta da valorização salarial. O
aumento do salário mínimo foi de 14%, o que refle-
te diretamente no aquecimento do mercado interno,
do consumo. Estimamos que o PIB do segmento seja
o dobro do índice nacional”, projeta o presidente do
Sindicato das Indústrias de Laticínios e Derivados de
2,5%
do pib
>Perspectiva de
queda no preço
das resinas no
mercado
internacional
diante da crise
europeia
>Em função da
base de
comparação
deprimida (efeito
apagão), a
produção deverá
crescer
Participação dos principais segmentos da indústria no Produto Interno Bruto e perspectiva de desempenho destes setores para 2012, face a uma projeção de crescimento do PIB da ordem de 3%
indústria baiana – cenários
7,5%
do pib
>Aumento das
obras do PAC e
das concessões
>Investimentos
para a Copa
2014
>Retomadas das
obras do Minha
Casa, Minha
Vida
construção civil
celulose e papel
1,1%
do pib
>Previsão de queda
da demanda e dos
preços no mercado
internacional
automotivo
1,7%
do pib
>Previsão de
crescimento nas
vendas com o
lançamento de
novo modelo global
de automóvel
químico / petroquímico
metalurgia básica
1,9%
do pib
>Previsão de
queda na
demanda por
commodities
metálicas
>Queda deve
ser
compensada
no mercado
internacional
pela
valorização do
preço do cobre
(escassez), que
tem grande
peso no setor
4,1%
do pib
>Modernização da
Rlam ainda não
concluída
>Início dos
investimentos de
US$ 9,4 bilhões do
plano de negócios
da Petrobras até
2015
refino de petróleo e
produção de álcool
alimentos e bebidas
1,1%
do pib
>Expectativa de
aumento nas
vendas de bens
finais básicos
destinados ao
mercado interno
>Favorecida pelo
crescimento do
nível de renda em
regiões como o
Nordeste
�� Bahia Indústria
ações do sistema fieb para o período 2012-2016
O Sistema FIEB definiu prioridades para os próximos quatro anos, parte do Plano Estratégico 2012-2016, que tem como meta a construção de um novo ciclo de desenvolvimento sustentável no Estado
Leite, Paulo Cintra Santos.
Outro aspecto que deve se so-
mar ao quadro positivo do seg-
mento é o resultado das safras
agropecuárias, que tendem a ba-
ter recordes em 2012, de acordo
com Armando Avena.
De acordo com o doutor em
Economia e professor da Univer-
sidade Federal da Bahia, Oswal-
do Guerra, outros investimentos
impulsionam o setor no estado.
“Importantes projetos industriais
como Basf, Braskem, JAC Motors,
Boticário, empresas produtoras
de energia eólica e outros foram
anunciados no ano passado. De-
vido ao seu caráter estruturante e
pelo fato de ser o principal marco
do renascimento do setor naval
baiano, o Estaleiro Enseada do
Paraguaçu, que deve iniciar suas
operações em 2013, também me-
rece ser mencionado. O Ministério
de Desenvolvimento, Indústria e
Comércio colocou a Bahia em 4°
lugar no ranking de estados bra-
sileiros em atração de projetos pri-
educação
> Melhoria da Educação Básica do
trabalhador: educação à distância e
Programa de Articulação da Educação Básica
a Educação Profissional (EBEP).
> Implantação do Centro Universitário das
Faculdades SENAI.
> Criação do Centro de Desenvolvimento de
Tecnologia, que concentrará as pesquisas
das unidades CIMATEC, CETIND e
Dendezeiros do SENAI.
> Pronatec: O SENAI vai oferecer 18 mil
vagas em cursos de Educação Profissional e
Tecnológica na Bahia.
> Projeto de Estágio: ampliação do serviço
de intermediação do Instituto Euvaldo Lodi
entre empresas e estudantes com 27 mil
estagiários alocados.
inovação
> Fórum de Inovação: criação de um espaço
interinstitucional de discussão e proposição
de políticas, programas, projetos e ações
voltadas ao aumento da dinâmica da
Inovação no setor produtivo baiano.
> Melhorias e expansão do Campus do
SENAI (ampliação das unidades Cimatec e
Cetind e reforma da unidade Dendezeiros).
> Fortalecimento do Polo de Informática de
Ilhéus por meio da Unidade Sul.
> Projeto Aliança: articulação
interinstitucional da Petrobras, da
Secretaria da Indústria, Comércio e
Mineração do Estado da Bahia, da FIEB e
do IEL, coordenador do projeto. Tem por
objetivo desenvolver atividades de
suporte à implantação de projetos
estruturantes, com ações de mobilização
de agentes da sociedade, definição de
planos estratégicos de desenvolvimento
industrial e regional, ações de apoio ao
processo de licenciamento ambiental e
realização de estudos voltados à
implantação dos planos de investimentos.
> Embrapii: Inserção do SENAI Cimatec
como um dos três centros de pesquisa
apoiados pela Empresa Brasileira de
Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii)
para operacionalização do projeto piloto.
> Indústria Ecoeficiente: iniciativa do IEL
Bahia para promover a transferência de
tecnologia e a implementação de boas
práticas em ecoeficiência para micro,
pequenas e médias empresas (MPMEs).
infraestrutura
> Promover discussões e proposições para
obras de infraestrutura no Estado, visando
colaborar com as políticas públicas em
transportes (Projeto Nordeste Competitivo
da CNI), portos, energia e mobilidade
urbana.
desenvolvimento sustentável
> Prover o desenvolvimento, atentando para
a execução de uma política sustentável em
meio ambiente e responsabilidade social.
internacionalização
> Promover a inserção da indústria nos
mercados internacionais por meio do Centro
Internacional de Negócios (CIN), que
oferece serviços e produtos às empresas.
interiorização
> Escalonar a execução do Programa
Integrado de Interiorização para as diversas
regiões. Serão ofertados para as empresas
industriais serviços em áreas como
qualificação de mão de obra, educação,
saúde, lazer e apoio à inovação, realizados
pelo CIEB, SESI, SENAI e IEL.
> Intensificar a atuação do Sistema FIEB no
interior do Estado focando as ações na
melhoria do ambiente de negócios, por
meio de programas que fortaleçam o
associativismo e a assistência à atividade
profissional.
> Identificar lideranças regionais por meio
do CIEB.
Bahia Indústria �5
vados. Ainda que o cronograma de
dispêndios se estenda para além
de 2012, uma parte do efeito mul-
tiplicador desses investimentos já
será observada este ano”, pontua.
Para Armando Avena, os inves-
timentos no Polo Acrílico, em Ca-
maçari, e o anúncio da instalação
e do início das operações de várias
empresas no estado demonstram
que “a política de atração deslan-
chou na Bahia”, acredita.
Outros segmentos não terão o
mesmo desempenho. O de refino
de petróleo e produção de álcool
(que representa 4,1% do total do
PIB da Bahia) crescerá “de lado”,
uma vez que este ano não se espera
que esteja concluído o investimen-
to na modernização da RLAM, en-
quanto que os demais investimen-
tos previstos no plano de negócios
da Petrobras, que somam US$ 9,4
bilhões no Estado, estarão apenas
se iniciando.
Já o segmento de papel e celulo-
se enfrentará em 2012 um cenário
adverso, com preços e demanda
internacionais em queda, por con-
ta do agravamento da crise inter-
nacional.
desemPenHoDois outros segmentos – o quí-
mico/petroquímico e a metalurgia
básica – terão comportamento se-
melhante. O primeiro, apesar da
expectativa de maior demanda in-
terna por plásticos, terá de enfren-
tar a tendência de queda no preço
internacional das resinas diante
da crise europeia. O câmbio valo-
rizado também favorece as impor-
tações de petroquímicos básicos
(resinas, fibras, etc.) e na forma
de produtos transformados, por
meio dos chamados “portos incen-
tivados” (concessão de incentivos
fiscais do ICMS com relação aos
produtos e mercadorias desemba-
raçadas nos portos situados em
seus respectivos territórios), em
vários Estados.
O desempenho na área petro-
química só não será pior em fun-
ção da base de comparação de-
primida de 2011. Já a metalurgia
básica experimentará queda na
demanda por commodities metáli-
cas, a qual deve ser parcialmente
compensada pela manutenção dos
preços internacionais do cobre, de
grande peso no segmento.
“No entanto, acreditamos que
o governo brasileiro irá atuar com
brevidade na questão dos portos
incentivados e as medidas econô-
micas já implantadas de incen-
tivo ao consumo, como as redu-
ções da taxa de juros, e de cres-
cimento, através de projetos de
infraestrutura, vão fazer com que
2012 encerre com um crescimento
positivo do setor, que prevê for-
tes investimentos de atualização
tecnológica de seu parque fabril e
de crescimento da capacidade de
produção”, afirma o presidente do
Sindicato das Indústrias de Pro-
dutos Químicos para Fins Indus-
triais, Petroquímicas e de Resinas
Sintéticas de Camaçari, Candeias
e Dias D’Ávila (Sinpeq), Manoel
Carnaúba Cortes. [bi]
a unidade
da Ford na
bahia será
impulsionada
pela produção
de modelo
global
recentemente
anunciado
�� Bahia Indústria
InDIcADores Números da Indústria
Produção industrial volta a cair na bahia
em novembro, a taxa anua-
lizada da produção física
da indústria de transfor-
mação da Bahia caiu 5,1%,
mantendo a trajetória descendente
iniciada no último trimestre do ano
passado. Com esse resultado, ficou
em antepenúltimo lugar no ranking
dos 13 estados que participam da
pesquisa mensal do IBGE que ava-
lia a produção física da indústria
de transformação, acima apenas
do Espírito Santo e do Ceará.
O resultado negativo de no-
vembro pode ser atribuído à retra-
ção de cinco dos oito segmentos
pesquisados: Metalurgia Básica
(-12,2%), Produtos Químicos/Pe-
troquímicos (-10,7%), Veículos Au-
tomotores (-7,2%), Refino de Petróleo e Produção de
Álcool (-7%), e Celulose e Papel (-0,9%). Por outro
lado, os segmentos de Alimentos e Bebidas (7,3%),
Minerais não-metálicos (5,6%) e Borracha e Plástico
(4%) apresentaram resultados positivos.
Na comparação do acumulado de janeiro a no-
vembro de 2011 com igual período do ano anterior, a
produção física da indústria de transformação baia-
na registrou queda de 4,5% (contra uma alta de 0,3%
da média nacional), refletindo, principalmente, a
interrupção do fornecimento de energia elétrica que
atingiu o Nordeste no início de fevereiro, com maior
impacto sobre o Polo Petroquímico de Camaçari.
Apresentaram resultados negativos os segmentos:
Metalurgia Básica (-11,7%, queda na produção de
alumínio não ligado em forma bruta, por conta do fe-
chamento da planta da Novelis no final de 2010, e de
ouro em barras), Refino de Petróleo (-8,2%, redução
na fabricação de naftas para petroquímica e óleo die-
Com redução nos principais segmentos, o mau resultado do estado só foi superado pelos verificados no Ceará e Espírito Santo
Bahia Indústria ��
sel), Produtos Químicos/Petro-
químicos (-8%, menor fabricação
de etileno não-saturado, polieti-
leno de alta e baixa densidade e
polipropileno, ainda influenciado
pela parada provocada pelo des-
ligamento do sistema elétrico da
Região Nordeste em fevereiro),
Veículos Automotores (-6,3%), e
Celulose e Papel (-1,3%). Por outro
lado, registraram resultados posi-
tivos: Alimentos e Bebidas (7,5%,
aumento na produção de refrige-
rantes, cerveja e chope), Minerais
não-metálicos (5,5%) e Borracha
e Plástico (4,4%).
Queda em noVemBroNa comparação de novembro
de 2011 com igual mês do ano
anterior, a produção física da
indústria de transformação baia-
na apresentou queda de 3,9%
(contra uma queda de 2,9% da
média nacional). Apenas três
dos oito segmentos da Indústria
de Transformação registraram
crescimento da atividade, como
segue: Produtos Químicos/Petro-
químicos (20,9%, influenciado
pela maior produção de etileno
Veículos Automotores (-36,3%, re-
dução influenciada pela concessão
de férias coletivas em importante
empresa automobilística), Refino de
Petróleo e Prod. de Álcool (-28,1%,
decorrente da paralização técnica
parcial em unidade produtiva do
setor), Metalurgia Básica (-12,4%,
redução na fabricação de alumínio
não ligado em forma bruta e de bar-
ras e vergalhões de cobre), Celulose
e Papel (-8,5%, devido à redução da
produção de celulose) e Minerais
não-metálicos (-7,6%).
A queda na produção de pe-
troquímicos representou uma in-
fluência negativa para o agregado
da indústria de transformação da
Bahia, em virtude principalmente
da interrupção do fornecimento
de energia elétrica verificada em
fevereiro, comprometendo o resul-
tado do agregado na análise anua-
lizada. As quedas dos segmentos
de Metalurgia Básica e Veículos
Automotores também foram deter-
minantes para a redução da produ-
ção industrial do estado. Por outro
lado, a atividade dos segmentos
produtores de bens de consumo
tem-se mantido aquecida. [bi]
Brasil -2,9 0,3 0,4
amazonas 0,5 4,1 4,4
pará -6,7 -1,9 -1,4
ceará -6,8 -12,1 -11,9
pernambuco 1,9 -0,4 -0,4
Bahia -3,9 -4,5 -5,1
minas gerais 2,5 0,3 0,6
espírito santo -4,6 -5,0 -5,5
rio de janeiro -0,3 3,2 3,0
paraná 9,1 5,6 5,2
santa catarina -7,7 -4,6 -3,9
rio grande do sul -3,4 1,8 1,6
goiás 14,8 6,6 6,9
São Paulo -4,9 0,5 0,5
produção física por estados: indústria de transformação
Fonte IBGe; elaboração Fieb/SdI
estadOs varIação (%)
nOV11/ jan-nOV11/ dez10-nOV11/ nOV10 jan-nOV10 dez09-nOV10
não saturado, polietileno de alta
densidade, propeno não saturado
e benzeno, e pelo efeito da base de
comparação baixa, decorrente da
paralização parcial da produção
de importante empresa do setor
em novembro de 2010), Alimen-
tos e Bebidas (7,8%) e Borracha e
Plástico (5,8%).
No entanto, cinco segmentos
registraram queda na atividade:
JAN
JUL
FEV
MA
R
AB
R
MA
I
JUN
AGO
SET
OU
T
NO
V
DEZ
130
135
140
125
120
115
110
105
100
95
Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral (CNAE 10, 11, 13 e 14); base = 100 (média 2002)
BAHIA - PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (2009 - 2011)
2009
2011
2010
�� Bahia Indústria
Parceria do SESI com empresa de conteúdos educativos disponibiliza material relacionado ao Enem via rede
internet a favor da educaçãopor carolina Mendonça Fotos João alvarez
Conquistar o emprego na
indústria pode ser a meta
de muitos jovens e adul-
tos. Mas e depois que se
chega lá? Se o objetivo é crescer
profissionalmente, é preciso apos-
tar em qualificação. A fim de con-
tribuir com o processo de forma-
ção dos industriários, o SESI-BA
vai oferecer acesso, pela internet,
a conteúdos didáticos preparató-
rios para o Exame Nacional do En-
sino Médio (Enem). A depender da
pontuação na prova (veja quadro
ao lado), o candidato poderá obter
o certificado de conclusão do En-
sino Médio e até concorrer a uma
bolsa de graduação em faculdades
privadas, por meio do Programa
Universidade para Todos (Prouni).
“O acesso aos conteúdos vai
contribuir na formação, dando
suporte ao desenvolvimento de
competências para um mundo em
constantes mudanças e alcance
de habilidades que transcendem
as capacidades técnicas, como a
atuação em grupo e a criatividade
para empreender mudanças, fo-
mentando a inovação em produ-
tos e processos”, afirma a gerente
de Educação do SESI, Cléssia Lobo de Morais, que
explica que o curso virtual também será disponibi-
lizado para alunos da unidade Djalma Pessoa, em
Piatã, a título de complementação dos conhecimen-
tos escolares.
Cléssia defende ainda que o curso é um esforço
para suprir carências no ensino básico de jovens e
adultos que tiveram a educação substituída pela ne-
cessidade de trabalhar, mas que precisam se preparar
para atender à demanda da indústria por trabalhado-
res qualificados. “O SESI já tinha uma boa atuação
na formação continuada, mas percebemos que era
preciso melhorar a qualidade em todos os níveis da
educação formal. E isso se dará também com o inves-
timento em diferentes espaços de aprendizagem.”
ParceriaO projeto SESI Enem é fruto de uma parceria com a
Abaís Conteúdos Educativos Produções Culturais, em-
presa responsável pelo portal Rede Educa (redeeduca.
com.br/novo), projeto idealizado pelo professor de
português Jorge Portugal. O site oferece um sistema de
ensino a distância por meio de aulas em vídeo. “Fun-
ciona como uma sala de aula, com a vantagem de que
as explanações dos professores podem ser assistidas
quantas vezes o aluno quiser”, conta Jorge Portugal.
O curso, que está previsto para ser oferecido a par-
tir de março, prevê 100 aulas e dura, em média, dez
meses. Mas, o tempo depende do ritmo de cada alu-
no, que pode precisar rever os vídeos para apreender
os conteúdos. A avaliação é realizada por uma equi-
pe pedagógica, que acompanha o
aproveitamento dos testes aplica-
dos também no portal.
“Há um controle de quantas ve-
zes o aluno acessou certos conteú-
dos e quais atividades realizou. A
interação com a ferramenta virtual
gera um relatório que vai permitir
ao SESI o acompanhamento deste
processo preparatório”, garante
a consultora pedagógica do Rede
Educa, Ana Cristina Nascimento.
Quanto a possíveis dificulda-
des dos trabalhadores em lidar
com computadores e internet, Ana
Cristina acredita que serão rapida-
mente superadas. Ela explica que
o site é simples e de fácil navega-
ção. “Feito o primeiro registro de
acesso, o participante terá uma
única senha, que utilizará sempre
que entrar no site.”
Bahia Indústria ��
O SESI vai distribuir 10 mil senhas de acesso a trabalhadores das indústrias
da capital e do interior interessados no projeto. As aulas em vídeo
contemplam conteúdos básicos (língua portuguesa, matemática, história e
geografia do Ensino Fundamental e Médio), trabalhados de forma
transversal com temas da atualidade. Os conteúdos do projeto possuem
uma ordem pré-estabelecida de alimentação no site Rede Educa. Com isso,
o processo preparatório para o Enem ocorrerá da seguinte forma:
segunda-feira > Postagem de Aula Inédita
terça-feira > Reprise e revisão da aula de segunda-feira
quarta-feira > Postagem de Aula Inédita
quinta-feira > Reprise e revisão da aula de quarta-feira
sexta-feira > Aplicação do quiz (teste) e prova semanal contendo os
assuntos estudados nas aulas postadas durante a semana.
sábado > Liberação do acesso intermitente das aulas inéditas da semana
domingo > Postagem do Programa Planeta Estudante na TV Web
Os estudantes poderão tirar dúvidas on-line, por meio de chat (espaço de
conversação com os professores) ou através de e-mail, além de solicitar
aulas extras com reforço para assuntos de maior dificuldade.
COmO Vai FunCiOnar jorge Portugal,
criador do
rede educa,
explica que o
portal funciona
como uma sala
de aula
Para obter o certificado de conclu-
são do Ensino Médio, o candida-
to (com idade a partir de 18 anos
completos) deve fazer o mínimo
de 400 pontos em cada uma das
áreas do conhecimento (ciências
da natureza e suas tecnologias;
ciências humanas e suas tecnolo-
gias; linguagens, códigos e suas
tecnologias; matemática e suas
tecnologias e redação) e 500 pon-
tos na redação.
Para concorrer às bolsas inte-
grais do Prouni, o candidato deve
ter renda familiar de até um sa-
lário mínimo e meio por pessoa.
Para as bolsas parciais (50%), a
renda familiar deve ser de até três
salários mínimos por pessoa.
FoNte: http://prouNIportal.mec.GoV.Br/
Certificado depende do desempenho
Cléssia lobo:
“suporte ao
desenvolvimen-
to de compe-
tências”
30 Bahia Indústria
senai-ba seleciona profissionais
O SENAI Bahia está com
processo seletivo aberto
para preencher 180
vagas voltadas para as
equipes que irão atuar
nas ações da instituição
no âmbito do Programa
Nacional de Acesso ao
Ensino Médio e ao
Emprego (Pronatec) e da
Empresa Brasileira de
Pesquisa e Inovação
Industrial (Embrapii).
Para o Pronatec, serão
contratados cerca de 150
profissionais, entre
educadores, assistentes
administrativos e de
tecnologia da
informação, para iniciar
as atividades ainda no
mês de fevereiro. Já os 30
profissionais que atuarão
na Embrapii,
engenheiros com
mestrado e/ou
doutorado, começam a
trabalhar em março.
Para participar destes e
de outros processos
seletivos, os interessados
devem cadastrar seus
currículos na página
Trabalhe Conosco
(http://www.fieb.org.br/
trabalhe_conosco/),
lançada em janeiro pela
FIEB. O sistema de
cadastro de currículos,
disponibilizado no
portal da organização,
viabiliza a prospecção e
identificação de talentos
no mercado.
SENAI Dendezeiros oferece formação e capacitação em várias áreas, entre elas, a de confecção
joão alvarEz
Convênio de cooperação beneficia o interiorO SENAI está colocando sua expertise a serviço da Superintendência de Desenvolvimento
Industrial e Comercial (Sudic), da Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração (SICM),
para levar serviços tecnológicos e de qualificação a 15 municípios, graças a um convênio
que começa a ser executado em fevereiro. A gerente do SENAI Dendezeiros, Patrícia
Evangelista, explica que a entidade coloca a serviço da Sudic toda a sua tradição em
capacitação nas quatro áreas nas quais a unidade atua. Ela ressalta que a iniciativa vai
ao encontro dos objetivos do Sistema FIEB: “É uma excelente oportunidade de atingir o
objetivo de interiorização e de apoio tecnológico à indústria, ao promover a melhoria dos
processos e dos produtos”, afirma Patrícia Evangelista. Serão beneficiados os municípios
de Boa Nova, Itapetinga, Wanderley, Planaltino, Itiúba, Central, Tucano, Ribeira do
Pombal, Piritiba, Pedrão, Tapiramutá, Jacobina, Livramento de Nossa Senhora e
Itapitanga, que integram as unidades produtivas de alimentos, couro, calçados,
confecção, têxtil e vestuário e o polo moveleiro de Teixeira de Freitas.
recorde de inscritos para cursos técnicos Até 15 candidatos por vaga. Esta foi a concorrência registrada para a seleção dos Cursos
Técnicos do SENAI-BA 2012.1 no período de inscrições, encerrado no dia 30 de dezembro
do ano passado. O resultado é o melhor dos últimos processos seletivos realizados pela
instituição. Foram mais de 5 mil candidatos inscritos em 23 cursos, sendo que o de maior
procura foi o de Edificações (noturno), oferecido no SENAI Dendezeiros, seguido pelos de
Petróleo e Gás (matutino) e Segurança do Trabalho (noturno), oferecidos na unidade
Cetind, em Lauro de Freitas.
painel
Bahia Indústria 31
joão alvarEz
Atividades de lazer e a oferta de práticas esportivas fazem parte da proposta do SESI Verão
lazer e esporte no sesi VerãoIndustriários e dependentes podem aproveitar os dias de sol do verão para participar
das atividades programadas no SESI Verão 2012. São ações de lazer, esportes, cultura e
entretenimento, desenvolvidas nas unidades da instituição em Salvador/Região
Metropolitana (Simões Filho e Itapagipe) e no interior do estado (Ilhéus, Feira de
Santana e Valença). Competições esportivas de futsal, vôlei de areia, atletismo, natação,
tênis de campo, dentre outras; oficinas de swing baiano, forró, jump e de teatro;
iniciação musical, dança; pintura e desenho; Caminhada do Bem-estar, baile de
Carnaval, luau e colônia de férias para crianças, são algumas das muitas atividades
previstas pelo SESI. A programação se estende até o final de março, à exceção de Ilhéus,
que conclui no final de fevereiro.
iel promove workshop sobre gestão da inovação Micro e pequenos
empresários industriais são
o público-alvo do workshop
Gestão da Inovação na
Indústria, que será
promovido pelo Instituto
Euvaldo Lodi (IEL), de 1º a 9
de fevereiro, em Salvador,
Vitória da Conquista,
Eunápolis e Teixeira de
Freitas. O projeto é uma
iniciativa da CNI, no
âmbito da Mobilização
Empresarial pela Inovação
(MEI) que, na Bahia, é
coordenado pelo IEL. O
objetivo é fomentar a
implantação de planos de
gestão da Inovação
por meio de ações de
capacitação e assessoria.
Os eventos abordarão
conceitos de inovação,
apresentação das etapas
dos projetos de gestão na
área e cases de empresas
locais com exemplos de
práticas bem sucedidas.
Os interessados devem
fazer as inscrições por
telefone ou por e-mail. Os
eventos são gratuitos e
acontecerão sempre das 18h
às 20h30.
Eunápolis: (73) 3281-7954/
Email: [email protected].
br; Teixeira de Freitas: (73)
3291-0621/ Email:
Vitória da Conquista: (73)
3291-0621/ E-mail: ielvca@
fieb.org.br; Salvador: (71)
3343-1288/ Email: iel.
Cieb aumenta presença em Feira de santanaCom o objetivo de fomentar a competitividade e a sustentabilidade das empresas de Feira de
Santana e região, o Centro das Indústrias do Estado da Bahia (CIEB) vem intensificando sua
presença junto aos empresários locais. Em novembro, representantes do setor puderam
conhecer as linhas de crédito e serviços do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). Já
em janeiro, o CIEB coordenou visitas técnicas gratuitas em que foram oferecidas informações
sobre eficiência energética e o Programa de Eficiência Energética do SENAI. O serviço pode ser
solicitado por qualquer empresário do setor industrial que queira conhecer o projeto e realizar
consultorias técnicas na área. Se associado ao centro, o interessado poderá contratar o serviço
com 90% de desconto, por meio Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec), projeto do governo
federal conduzido pelo IEL na Bahia.
3� Bahia Indústria
joão alvarEz
reposicionar a marca da empresa no mercado, investindo
em novos produtos de qualidade. Este era o objetivo da
Panure quando procurou o SENAI-BA para desenvolver
sua granola, a Granure. Entre a concepção da mistura de cere-
ais e a aprovação final dos sócios da panificadora foram seis
meses de trabalho, mas o resultado agradou: obteve-se uma
combinação de grãos, fibras, castanhas e frutas totalmente ve-
getal e com 0% de colesterol.
“É um produto bastante rico, com 11 itens, e mais saudável
do que alguns disponíveis no mercado, pois não utiliza qual-
quer tipo de gordura animal”, explica o engenheiro de alimen-
tos e coordenador do núcleo de Pesquisa Aplicada do SENAI
Dendezeiros, Silmar Nunes, responsável técnico pelo projeto.
A granola atendeu à necessidade da empresa de oferecer pro-
dutos que tivessem uma vida de prateleira mais longa, em mé-
dia seis meses. Além disso, a mistura de cereais segue uma ten-
dência de bem-estar e saúde que vem crescendo na sociedade.
“Baseados em pesquisas e experiências empíricas, chegamos à
conclusão de que o mercado consumidor encontrava-se aqueci-
do no ramo de produtos naturais, portanto, havia espaço para
a comercialização, mesmo com várias outras marcas no merca-
do”, conta um dos sócios da Panure, Natanael Bittencourt.
Além da granola, que começou a ser comercializada em de-
zembro, a panificadora vai produzir e comercializar separada-
mente os itens do mix, entre eles, aveia integral, gérmen de
trigo, uva passa, castanha de caju e semente de linhaça.
A mistura de cereais foi desenvolvida a partir das modali-
dades Otimização de Processos e Desenvolvimento de produ-
tos do Sibratec, projeto do Ministério de Ciência Tecnologia e
Inovação (MCTI) que disponibiliza recursos às indústrias baia-
nas visando agregar valor a produtos e processos. Coordenado
pela Gerência de Inovação e Projetos Especiais do Instituto
Euvaldo Lodi (IEL), oferece aos empresários soluções técnicas
e tecnológicas para que estes cresçam em competitividade no
mercado.
“Um dos pontos interessantes do Sibratec é que este permite
que micro, pequenos e médios empresários consigam obter o
suporte técnico e tecnológico de alta qualidade a custos bai-
xos, já que os projetos são subsidiados em até 90% pelo MCTI e
instituições parceiras”, explica a gerente de Inovação e Proje-
tos Especiais do IEL, Fabiana Carvalho. Para conhecer as mo-
dalidades do Sibratec na Bahia, acesse a página http://www.
fieb.org.br/iel/sibratec/index.html. [bi]
apoio à inovaçãoProjeto do SENaI amplia oferta de produtos de empresa panificadora
silmar nunes,
coordenador do núcleo
de Pesquisa aplicada
do senai, apresenta
granola desenvolvida
no laboratório
Bahia Indústria 33
IDeIAs
por Heitor Ferrari MarbacK
A escassez dos recursos naturais,
o aquecimento global, o consumo
consciente e tantas outras situa-
ções relacionadas à sustentabili-
dade tornaram-se discussões fre-
quentes no mundo empresarial. A
adoção de processos sustentáveis
deixou de ser diferencial, passan-
do a ser incorporados por marcas
e produtos, uma questão de sobre-
vivência.
Empresas que investem em sus-
tentabilidade já ganham a prefe-
rência do consumidor. Segundo a
Pesquisa Responsabilidade Social
das Empresas – Percepção do Con-
sumidor Brasileiro, dos Institutos
Akatu e Ethos, de dezembro de
2010, dois em cada cinco brasilei-
ros (41%) já concordam pagar um
pouco mais por produtos de mar-
cas que tenham posturas susten-
táveis.
Para ser correta, do ponto de
vista ambiental, uma empresa pre-
cisa estar preocupada com todo o
processo produtivo. Inclusive com
embalagens e resíduos dos pro-
dutos pós-consumo. Não dá para
dizer que isso é uma moda. É ten-
dência. Em 2003, durante o evento
SPdesign, seis tendências para o
segmento de embalagens foram
apontadas. É bom relembrar:
tamanho• Cada vez mais os es-
paços serão reduzidos nas prate-
leiras, em função do aumento da
oferta de produtos concorrentes.
As embalagens se tornarão cada
vez menores. Assim, a diferencia-
ção passará a ser importante para
qualquer produto. Funcionalidade
Embalagens e sustentabilidade
e conveniência das embalagens
serão mais valorizadas.
embalagem global• Cada vez
mais as embalagens passarão a
ter menos palavras, utilizando
símbolos e figuras universais para
auxiliar na fixação da imagem dos
produtos em qualquer parte do
mundo. Com a globalização dos
mercados, as embalagens também
passam a ser globais.
holografia• Já acontece nos
EUA e no Japão e deverá passar
a ser também uma realidade pa-
ra outros países, principalmente
quando se trata de produtos com
elevado valor agregado. Funciona
também no combate à pirataria.
embalagem que “fala”• Em
breve, boa parte das embalagens
ao ser aberta deverá “falar” ao
cliente informações sobre o pro-
duto. Já são encontrados hoje no
mercado embalagens que trazem
indicadores de tempo e tempera-
tura (TTI).
embalagem ecológica• Com o
crescimento da consciência ecoló-
gica, a produção de embalagens
recicláveis e recicladas, de refis e
de embalagens que após descar-
tadas ocupem menos espaço nos
aterros sanitários passa a ser uma
realidade.
embalagem autodestrutível• A
engenharia de materiais terá gran-
des avanços no sentido de ofertar,
dentro de pouco tempo, materiais
que possam consolidar desta ten-
dência.
heitor Ferrari marback, mestre em administração estratégica e especialista em marketing, é professor assistente da Faculdade de tecnologia senai cimatec e trabalha no núcleo de gestão da Produção, Logística e Qualidade
Para ser correta do ponto de vista ambiental uma empresa precisa estar preocupada comtodo o processo produtivo
“Das seis tendências apontadas,
duas estão diretamente ligadas às
questões ambientais. Portanto, é
fundamental que a sua empresa re-
pense todo o tempo sobre essa situ-
ação. Seja por consciência ambien-
tal, seja por exigência legal. A Po-
lítica Nacional de Resíduos Sólidos
já é uma realidade e regulamenta
a destinação pós-consumo de em-
balagens e resíduos de alguns seto-
res da indústria brasileira (pneus,
lâmpadas, lubrificantes, agrotóxi-
cos, pilhas e baterias). Enquanto a
logística tradicional trata do fluxo
dos produtos fábrica x cliente, a
logística reversa trata do retorno
de produtos, materiais e peças do
consumidor final ao processo pro-
dutivo da empresa.
É provável que em pouco tempo
as regras devam envolver outros se-
tores produtivos. Para onde vão as
embalagens dos seus produtos de-
pois do consumo? Em que medida
elas agridem ao meio ambiente? A
logística reversa já é uma realidade.
Não é apenas um diferencial. [bi]
livros
leitura&entretenimento
Bahia Indústria 3�
O Culto do amador Por mais mal-informado que seja, qualquer
pessoa pode criar um blog, postar vídeos
no YouTube ou alterar informações na
Wikipédia e tudo de forma anônima. O que
põe em dúvida a confiabilidade da
informação. Com isso a distinção entre
especialista e amador torna-se cada vez
mais ambígua. Oferecendo soluções
concretas que permitiriam frear a
atmosfera inconsequente e narcisista da
web, O Culto do Amador é um alerta
dirigido a cada um de nós.
um Velório muito estranhoCom direção de Fernando Marinho, protagonista da recente
montagem Camila Baker, trata-se de um espetáculo com muito
humor e citações que fazem referência a algumas
personalidades do mundo atual. O texto de Um Velório Muito
Estranho explora o universo de uma Bahia engraçada em seus
jargões e gírias, misturando ficção e realidade com críticas
inteligentes e um jeito inusitado de enfrentar a vida. Na
história, a governanta Soledad descobre que a matriarca está
morta. A partir daí ,a trama se desenrola em torno dos
preparativos do velório que toma um rumo inusitado e diferente
de tudo o que se esperaria de uma cerimônia fúnebre.
Comportamento humanoQuanto um CEO pode realmente afetar o
desempenho de uma empresa? Salários
mais altos fazem as pessoas trabalharem
mais e com maior dedicação? Se você acha
que as respostas a essas perguntas são uma
questão de bom senso, pense novamente.
Duncan Watts mostra neste livro que as
explicações para o que observamos na vida
são menos úteis do que parecem e
conspiram para nos fazer acreditar que
entendemos mais sobre o comportamento
humano do que de fato entendemos.
O Culto do Amador - Como Blogs, Myspace, Youtube e a Pirataria Digital Estão Destruindo Nossa Economia Cultura e ValoresKeen, andrew, editora jorge Zahar, 208p. R$ 42
Tudo É Óbvio - Quando Você Sabe a Respostaduncan j. Watts, editora paz e terra, 328p. R$ 31,90
DIvulGação
CESar vIlaS BoaS/DIvulGação
quem Pode, PódioAtravés de 30 trabalhos do cartunista Nildão, a Caixa
Cultural apresenta o trabalho do artista ao longo de sua
carreira nos jornais baianos. Originada e partir do livro
homônimo, a exposição conta com cartuns atemporais e de
um colorido marcante, o que marca as obras. Entre os
diversos temas, a noite é quem tem mais destaque, sempre
acompanhada dos astros e estrelas, envolvida em inusitadas
situações. O objetivo de Nildão é estimular o riso, refinar
sensibilidades e deixar o visitante mais suave diante das
incertezas humanas.
não percA Visitação de ter. a dom., 9h às 18h, na Caixa Cultural Salvador, até 4 de março. Entrada gratuita, livre. Informações: (71) 3241-4200.
não percA Teatro SESC Casa do Comércio, toda sexta-feira, até 23 de março. R$ 50 (inteira) e R$25 (meia). Mais informações: (71) 3273-8543
teatro
exposição
Bahia Indústria 35
3� Bahia Indústria