Ibirité-MG2016
TATIANE GODINHO GUIMARÃES
SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADOLETRAS
AS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS
Ibirité-MG2016
AS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS
Trabalho de Letras apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média Semestral nas disciplinas de Filosofia da Educação e Pensamento Pedagógico, Organização do Trabalho Pedagógico e Psicologia da Educação e da Aprendizagem.
Orientadores: Mari Clair Moro, Marlizete C. B. Steinle, Regina Célia Adamuz, Reinaldo B. Nishikawa.
TATIANE GODINHO GUIMARÃES
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................3
2 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS LIBERAIS.............................................................4
3 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PROGRESSISTAS...............................................6
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................7
4 REFERÊNCIAS........................................................................................................8
1. INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho é verificar tendências e as implicações no fazer
pedagógico ao longo da história na prática escolar brasileira, numa tentativa de
contribuir, teoricamente, para a formação continuada de professores.
Dentre as práticas sociais e históricas, encontramos a educação, seja do tipo
escolar ou não, é influenciada por fatores políticos, econômicos, sociais e culturais.
Assim, justifica-se o presente estudo, tendo em vista que o modo como os
professores realizam o seu trabalho na escola tem a ver com esses pressupostos
teóricos, explícita ou implicitamente.
Iremos empregar nesse estudo, a teoria de José Carlos Libâneo, que classifica as
tendências pedagógicas em dois grupos: “liberais” e “progressistas”. No primeiro
grupo, estão incluídas a tendência “tradicional”, a “renovada progressivista”, a
“renovada não-diretiva” e a “tecnicista”. No segundo, a tendência “libertadora”, a
“libertária” e a “crítico-social dos conteúdos”.
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2. TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS LIBERAIS
O teórico LIBÂNEO (1990) identifica as tendências pedagógicas da educação,
sendo a pedagogia liberal que sustenta a idéia de que a escola tem por finalidade
preparar os alunos para o desempenho de papéis sociais, reunindo um conjunto de
características indicativas das habilidades próprias do indivíduo, que o torna capaz
de adquirir algum conhecimento específico, ou seja, a capacidade de aprender. Isso
quer dizer que o indivíduo precisa adaptar-se aos valores e normas da sociedade de
classe, através do desenvolvimento da cultura individual. Devido a essa ênfase no
aspecto cultural, as diferenças entre as classes sociais não são consideradas, pois,
embora a escola tenha a idéia de igualdade de oportunidades, não leva em conta a
desigualdade de condições.
2.1. TENDÊNCIA LIBERAL TRADICIONAL
Segundo esse quadro teórico, a tendência liberal tradicional é caracterizada por
acentuar o ensino humanístico, de cultura geral. De acordo com essa escola
tradicional, o aluno é educado para atingir sua plena realização através do próprio
esforço. Dessa forma, as diferenças de classe social não são consideradas e toda a
prática escolar não tem nenhuma relação com o cotidiano do aluno. O método de
aprendizagem da idéia de que o ensino consiste em que a capacidade de
assimilação da criança é idêntica à do adulto, não leva em conta as características
de cada idade. A criança é vista, assim, como um adulto em miniatura, apenas
menos desenvolvida. O professor se preocupa em ensinar bem, pois acredita bastar
a sua explicação para ter como consequencia a apendizagem. O aluno tem um
papel de receptor e reprodutor de informações e as avaliações são para medir o
quanto o aluno absorveu dos conteúdos, no intuito de produzir escores.
2.2 TENDÊNCIA LIBERAL RENOVADA PROGRESSIVISTA
Segundo Libâneo, a tendência liberal renovada progressivista acentua o sentido da
cultura como desenvolvimento das aptidões individuais. A escola continua a preparar
o aluno para assumir seu papel de cidadão, adaptando as necessidades do meio
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social e atividade pedagógica é centrada no aluno, valorizando as tentativas
experimentais, o estudo do meio natural e social, etc... Dessa forma aprender se
torna uma atividade de descoberta, é uma auto-aprendizagem, sendo o ambiente
apenas um meio estimulador. Aprender é aprender a aprender. O aluno está
mentalmente ativo e o professor é facilitador. A avaliação é para diagnosticar as
dificuldades e orientar o aluno a supera-las.
2.3. TENDÊNCIA LIBERAL RENOVADA NÃO-DIRETIVA
Nessa tendência, o papel da escola está na formação de atitudes, razão pela qual
deve estar mais preocupada com os problemas psicológicos do que com os
pedagógicos ou sociais. Todo o esforço deve visar a uma mudança dentro do
indivíduo. O ensino respeita as capacidades inatas e o aluno é responsável pela
própria aprendizagem. A retenção se dá pela relevância do aprendido em relação ao
“eu”, o que torna a avaliação escolar sem sentido, privilegiando-se a autoavaliação,
onde se proporciona a análise do próprio desenvolvimento.
2.4. TENDÊNCIA LIBERAL TECNICISTA
A escola liberal tecnicista atua no aperfeiçoamento do sistema capitalista,
articulando-se para a mudança de comportamento. Seu interesse principal é
produzir indivíduos “competentes” para o mercado de trabalho, não se preocupando
com as mudanças sociais. O ensino é planejado e organizado, a aprendizagem tem
como objetivo atingir o comportamento planejado, onde o professor propõe
exercícios de treinamento e o aluno executa as tarefas. A avaliação tem o intuito de
verificar o grau de mudança de comportamento.
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3. TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PROGRESSISTAS
As Tendências Progressistas surgiram também na França mas a partir de 1968. No
Brasil coincide com o início da abertura política e com a efervescência cultural.
3.1. TENDÊNCIA PROGRESSISTA LIBERTADORA
O ensino da Tendência Progressista Libertadora promove a consciência política e o
aprender é para conhecer a realidade concreta, onde o professor é coordenador de
debates e o aluno liberdade de expressão e é um sujeito ativo no grupo. A avaliação
consiste em promover o progresso do grupo a partir de um programa definido
coletivamente e a autoavaliação é referente ao compromisso assumido com o grupo.
3.2. TENDÊNCIA PROGRESSISTA LIBERTÁRIA
A escola progressista libertária dá ênfase na aprendizagem informal, via grupo, e a
negação de toda forma de repressão, visam a favorecer o desenvolvimento de
pessoas mais livres. O professor é conselheiro junto ao grupo e ensina como
promover a autogestão, o aluno participa ativamente da gestão da aprendizagem e
aprende a gerir a própria aprendizagem. A avaliação não prevê nenhum tipo de
avaliação dos conteúdos, ela ocorre nas situações vividas e experimentadas.
3.3. TENDÊNCIA PROGRESSISTA CRÍTICO-SOCIAL DOS CONTEÚDOS
A atuação da Tendência Progressiva Crítico-Social consiste na preparação do aluno
para o mundo adulto e suas contradições, fornecendo-lhe um instrumento, por meio
de conteúdos e da socialização, para uma participação organizada e ativa na
democratização da sociedade. O professor atua como mediador, ensinando a
favorecer a apropriação da cultura, já o aluno interfere conscientemente na realidade
e aprende a reelaborar criticamente os saberes. A avaliação tem como objetivo
promover diferentes situações para conhecer e compreender os conteúdos e a
forma da aprendizagem, para, em decorrência conceber e implementar
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intervenções.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com esse quadro teórico de José Carlos Libâneo, deduz-se que as
tendências pedagógicas liberais, ou seja, a tradicional, a renovada e a tecnicista, por
se declararem neutras, não compromisso com as transformações da sociedade,
embora, na prática, procurassem legitimar a ordem econômica e social do sistema
capitalista. Já as tendências pedagógicas progressistas, diferente das liberais, têm
em comum a análise crítica do sistema capitalista.
Vimos que foram instauradas no meio dos movimentos sociais, em tempos e
contextos históricos particulares e diferentes. Descobrimos que elas influenciaram e
ainda influenciam as práticas pedagógicas. Conhecemos o papel da escola, do
aluno, o que significa o conhecimento, que metodologia era aplicada na tendência,
que conteúdos eram transmitidos ou construídos, como era avaliada a
aprendizagem dos alunos e com quais objetivos em cada uma das principais
tendências, sejam de cunho liberal ou progressista. E por fim, podemos ficar mais
preparados para fazermos as melhores escolhas e darmos o nosso melhor em sala
de aula, visando sempre a aprendizagem dos nossos alunos.
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5. REFERÊNCIAS
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da Educação. São Paulo : Editora
Moderna, 1998.
COSTA, Marisa Vorraber et al. O Currículo nos Limiares do Contemporâneo.
Rio de Janeiro : DP&A editora, 1999.
GADOTTI, Moacir. Pensamento Pedagógico Brasileiro. São Paulo : Ática, 1988.
LIBÂNEO, Jose Carlos. Tendências Pedagógicas na prática escolar. In:
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da Educação. São Paulo: cortez, 1991
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. Campinas; SP.Ed. Papirus, 1990.
MATUI, Jiron. Construtivismo. São Paulo : Editora Moderna, 1998.
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