UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Iury Maycon da Silva Sales
ANÁLISE DE CUSTOS AMBIENTAIS: Estudo sobre a relevância dos
gastos do sistema de gestão ambiental, em uma distribuidora de
combustíveis
NATAL/RN
2016
Iury Maycon da Silva Sales
ANÁLISE DE CUSTOS AMBIENTAIS: Estudo sobre a relevância dos gastos do
sistema de gestão ambiental, em uma distribuidora de combustíveis
Monografia apresentada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, como requisito parcial à obtenção do grau de bacharel em Ciências Contábeis. Orientador(a): Profª Drª Aneide Oliveira Araujo
NATAL/RN
2016
Catalogação da Publicação na Fonte.
UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA
Sales, Iury Maycon da Silva.
Análise de custos ambientais: estudo sobre a relevância dos gastos do
sistema de gestão ambiental, em uma distribuidora de combustíveis/ Iury
Maycon da Silva Sales. - Natal, RN, 2016.
103f. : il.
Orientador: Profa. Dra. Aneide Oliveira Araujo.
Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) - Universidade Federal
do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas.
Departamento de Ciências Contábeis.
1. Contabilidade Ambiental - Monografia. 2. Custos Ambientais -
Monografia. 3. Custeio por Atividade - Monografia. 4. Distribuidora de
Combustíveis - Monografia. I. Araujo, Aneide Oliveira. II. Universidade
Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.
RN/BS/CCSA
CDU 657
ANÁLISE DE CUSTOS AMBIENTAIS: Estudo sobre a relevância dos gastos do
sistema de gestão ambiental, em uma distribuidora de combustíveis
Monografia apresentada para obtenção do grau de bacharel em Ciências Contábeis, no curso de graduação em Ciências Contábeis bacharelado da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN.
Aprovado em:
Natal/RN, 14 de Dezembro de 2016
BANCA EXAMINADORA
Profª Drª Aneide Oliveira Araujo - UFRN Orientador
Prof. Ms. Atelmo Ferreira de Oliveira - UFRN
Examinador
Profª. Msª. Giovanna Tonetto Segantini - UFRN
Examinador
TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE
Declaro, para todos os fins de Direito e que se fizerem necessários que assumo total
responsabilidade pelo material aqui apresentado, isentando a Universidade Federal
do Rio Grande do Norte – UFRN, a Coordenação do Curso, a Banca Examinadora e
o Orientador de toda e qualquer responsabilidade acerca do aporte ideológico
empregado ao mesmo.
Conforme estabelece o Código Penal Brasileiro, concernente aos crimes contra a
propriedade intelectual o artigo, n.º 184 – afirma que: Violar direito autoral: Pena –
detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. E os seus parágrafos 1º e 2º
consignam, respectivamente:
§ 1º Se a violação consistir em reprodução, por qualquer meio, no todo ou em parte,
sem autorização expressa do autor ou de quem o represente, (...): Pena – reclusão,
de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, (...).
§ 2º Na mesma pena do parágrafo anterior incorre quem vende, expõe à venda, aluga,
introduz no País, adquire, oculta, empresta, troca ou tem em depósito, com intuito de
lucro, original ou cópia de obra intelectual, (...), produzidos ou reproduzidos com
violação de direito autoral.
Diante do que apresenta o artigo nº. 184 do Código Penal Brasileiro, estou ciente que
poderei responder civil, criminalmente e/ou administrativamente, caso seja
comprovado plágio integral ou parcial do trabalho.
Natal/RN, 14 de Dezembro de 2016
Iury Maycon da Silva Sales
Dedico este trabalho em primeiro lugar a
Deus, pois sem ele não teria forças para
superar essa longa jornada, em segundo
lugar a minha mãe pelo esforço, pelo
carinho e pela esperança depositada no
meu futuro.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus por sempre ter me conduzido por sua mão,
agindo de forma providente nos momentos mais difíceis e colocando em meu caminho
pessoas certas que partilharam das minhas angustias e agora dividem comigo a
alegria da conquista, sem seu auxílio não teria conseguido concluir meu curso.
Agradeço imensamente a minha família por todo apoio, suporte e
principalmente incentivo de todos que torcem por meu sucesso, em primeiro lugar
minha mãe, amiga que depositou sua esperança em meu futuro e hoje me orgulho em
ter correspondido às expectativas dela.
Aos amigos e mestres da universidade deixo minha gratidão por terem
contribuído de forma incalculável com o conhecimento que adquiri ao longo desses
cinco anos, sendo essencial o quinteto formado por este autor, Daniel, Elizangela,
Gisely e Maiane, e as professoras Danielle, Aparecida Marques, Lis Bessa e Aneide
Araújo que são inspirações por sua dedicação ao ensino e agradeço por terem
marcado de forma positiva o início da minha vida acadêmica.
Agradeço também a empresa que faço parte por ter me autorizado acessos
aos dados e incentivado a realização do estudo de caso, destaco minha gestora
Gabriela Marcelino que durante todo o período me incentivou e me deu forças com
seus conselhos de sabedoria, e aos colegas de equipe pela parceria em todos os
momentos.
Sabemos o quão é difícil chegar a este ponto, superar problemas, virar a
página do livro da vida todos os dias, tendo sempre a esperança que o amanhã será
melhor que hoje.
RESUMO
Esse trabalho tem por objetivo analisar a relevância dos gastos das atividades relacionadas à questão ambiental no ano de 2015, promovidas por uma distribuidora de combustíveis avaliando a relação custo benefício das ações ambientais praticadas. Atualmente ela não define critérios para mensuração dos custos ambientais, e dessa forma não consegue concluir se as ações implementadas atenderam as expectativas no que refere-se à viabilidade econômico financeira da companhia. A metodologia utilizada foi a pesquisa descritiva, quanto aos objetivos propostos, classifica-se como estudo de caso no que compete aos procedimentos, e pela abordagem enquadra-se como qualitativa. Foram analisados normativos internos, realizadas entrevistas e visitas em unidades da empresa de forma a mapear as ações ambientais, para mensuração a pesquisa baseia-se no método de custeio ambiental por atividade definidos por Hansen e Mowen (2001), definindo índices ou critérios de mensuração a partir do fato gerador para que fossem alocados os devidos custos. As atividades foram reunidas por ações do Sistema de Gestão Ambiental – SGA classificadas em: planejamento, execução, certificação, e verificação, acrescentando-se: outras ações ambientais e aplicação de multas e taxas, que não integram o sistema ambiental, totalizando para o ano de referência 4,4 milhões de reais. Com as ações são gerados benefícios atrelados à qualidade dos procedimentos e de cunho econômico na redução de riscos, de tal modo pode-se afirmar que as ações ambientais desenvolvidas por uma distribuidora de combustíveis, possuem efeito positivo representando pouco mais que 0,04% de seu faturamento no ano, dada a sua eficácia de gestão certificada de acordo com as Normas Brasileiras de Regulamentação – NBR.
Palavras-chave: Contabilidade Ambiental. Custos Ambientais. Custeio por Atividade. Distribuidora de Combustíveis.
ABSTRACT
The objective of this study is to analyze the relevance of the expenditures of the activities related to the environmental issue in the year 2015, promoted by a fuel distributor, evaluating the cost benefit relation of the environmental actions practiced. Currently, it does not define criteria for measuring environmental costs, and thus can not conclude whether the implemented actions met expectations regarding the economic viability of the company. The methodology used was the descriptive research, regarding the proposed objectives, it is classified as a case study in what concerns the procedures, and the approach is classified as qualitative. Internal norms were analyzed, interviews and visits were carried out in company units in order to map the environmental actions. For measurement, the research is based on the environmental costing method by activity defined by Hansen and Mowen (2001), defining indexes or measurement criteria From the generating fact so that the necessary costs were allocated. The activities were gathered by actions of the Environmental Management System (SGA) classified in: planning, execution, certification, and verification, adding: other environmental actions and application of fines and fees, which are not part of the environmental system, totaling for the year Reference amount 1.1 million dollars. With the actions generated are benefits linked to the quality of the procedures and economic aspects in the reduction of risks, so it can be said that the environmental actions developed by a fuel distributor have a positive effect representing little more than 0.04% of Its revenues in the year, given its management effectiveness certified in accordance with the Brazilian Regulation Norms - NBR. Keywords: Environmental Accounting. Environmental Costs. Activity-Based Costing. Fuel distributor.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Trajetória da atividade de distribuição no Brasil ............................... 18
Figura 2 - Diagrama da Cadeia Produtiva do Petróleo ..................................... 19
Figura 3 - Participação de Mercado por Distribuidora - 2015 ........................... 21
Figura 4 - Marketing Share: Postos Revendedores de Combustíveis Líquidos 22
Figura 5 - Petróleo no Oceano ......................................................................... 27
Figura 6 - Frota de Veículos Automotores no Brasil – 2001 e 2012 ................. 30
Figura 7 - Evolução das emissões veiculares de poluentes no Estado de São
Paulo ................................................................................................................ 31
Figura 8 - Macro Fluxo dos Processos de Comercialização de Combustíveis . 45
Figura 9 - Macro Processos e Escopo de Trabalho do SGA ............................ 48
Figura 10 - Classificação dos Gastos com Licenciamento Ambiental .............. 55
Figura 11 - Custos totais por Critério de Apropriação ...................................... 61
Figura 12 - Custo das Ações Ambientais ......................................................... 64
Figura 13 - Evolução Média dos Resultados Obtidos nas Inspeções Invisíveis 66
Figura 14 - Croqui das Instalações de uma Base de Distribuição .................... 76
Figura 15 - Análise e Avaliação dos Riscos Ambientais ................................... 78
Figura 16 - Análise de Significância do Risco .................................................. 82
Figura 17 - Matriz para decisão quanto à tomada de ações ............................ 83
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Requisitos Federais Ambientais Aplicados à Empresa Alvo ................... 33
Quadro 2 - Classificação de Custos Ambientais por Controle ................................... 39
Quadro 3 - Treinamentos Obrigatórios ...................................................................... 74
Quadro 4 - Matriz de Riscos Ambientais ................................................................... 78
Quadro 5 - Matriz para análise de consequências .................................................... 80
Quadro 6 - Matriz para análise de frequências e probabilidades .............................. 80
Quadro 7 - Matriz para avaliação da eficácia dos controles ...................................... 82
Quadro 8 - Cronograma do Programa de Responsabilidade Ambiental ................... 84
Quadro 9 - Caracterização dos Resíduos Gerados na Empresa Estudada .............. 90
Quadro 10 - Atividades e Responsabilidade no Processo de Licenciamento ........... 95
Quadro 11 - Classificação do Resultado da Auditoria Interna ................................... 97
Quadro 12 - Recomendações de Resultado da Inspeção Invisível ........................... 98
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Base de Mensuração das Ações Ambientais ........................................... 52
Tabela 2 - Total de Custo Direto ............................................................................... 57
Tabela 3 - Custo com Recurso Humano SSMA ........................................................ 58
Tabela 4 - Custos com Outros Recursos Humanos .................................................. 61
Tabela 5 - Custo das Ações Ambientais ................................................................... 63
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANP Agência Nacional do Petróleo
CAE Central de Apoio a Emergência
CETESB Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
CNP Comissão Nacional do Petróleo
COF Consumidor Final
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
CT Caminhão Tanque
DENATRAN Departamento Nacional de Trânsito
DSS Diálogo Semanal de Segurança
EAD Ensino a Distância
EBC Empresa Brasileira de Comunicação
ETE Estação de Tratamento e Efluentes
FA Frota Associada
FEEMA Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente
FOB Free on Board
FP Frota Própria
GLP Gás Liquefeito de Petróleo
GNV Gás Natural Veicular
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
ISO International Standard Organization
LIRA Lista Interna de Requisitos Aplicáveis
MMA Ministério do Meio Ambiente
NBR Normas Brasileiras de Regulamentação
PCE Plano de Controle de Emergências
PCR Proposta Cliente Revendedor
PET Plano de Emergência em Transportes
PLQ Programa Ligados na Qualidade
PRA Programa de Responsabilidade Ambiental
PT Permissão para Trabalho
SASC Sistema de Armazenamento Subterrâneo de Combustíveis
SCI Sistema de Combate a Incêndios
SGA Sistema de Gestão Ambiental
SGI Sistema de Gestão Integrada
SGQ Sistema de Gestão da Qualidade
SINDICOM Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis
SOGI Sistema Online de Gestão Integrada;
SSO Segurança e Saúde Ocupacional
TRR Transportador, Retira Retalhista
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14
1.1 OBJETIVOS ...................................................................................................... 16
1.2 RELEVÂNCIA DO ESTUDO ............................................................................... 17
2 REFERENCIAL TÉORICO ..................................................................................... 18
2.1 ATIVIDADE DE DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL ................... 18
2.2 ATIVIDADE DE DISTRIBUIÇÃO E A RELAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE ...... 22
2.3 AÇÕES DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL ........................................................ 28
2.4 MENSURAÇÃO DE AÇÕES DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL ........................ 36
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 41
3.1 TIPOLOGIA 41 ......................................................................................................
3.2 COLETA E TRATAMENTO DE DADOS ............................................................. 42
3.3 ANÁLISE DOS DADOS ....................................................................................... 43
4 RESULTADOS ....................................................................................................... 45
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA OBJETO DE ESTUDO .............................. 45
4.2 AÇÕES DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL ................................................ 47
4.3 CUSTOS DAS AÇÕES DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL ........................ 50
4.4 BENEFÍCIOS DAS AÇÕES DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL ................. 64
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 67
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 69
APÊNDICE A ........................................................................................................... 73
APENDICE B ............................................................................................................ 78
APENDICE C ............................................................................................................ 87
APENDICE D ............................................................................................................ 96
ANEXO A ................................................................................................................ 100
14
1 INTRODUÇÃO
A utilização desenfreada dos recursos naturais1 está presente desde o
início da evolução da humanidade, pois o Homem, agindo de forma egoísta ou com
desídia, sempre optou em multiplicar riquezas extraindo do meio ambiente, recursos
sem se preocupar com a reposição dos mesmos, ou com os resíduos gerados em
ambiente produtivo.
Por muito tempo as empresas, geridas por esses Homens, também
permaneceram omissas às questões ambientais e, sem controle, expandiram sua
produção, campos de atuação, tecnologias, e resultados. Em todo esse caminho ficou
um rastro de, devastação, poluição, infertilização ao solo, agressões à fauna/flora,
consequentemente ocasionando doenças, extinção de recursos naturais como
também extinção de vida, dentre outros.
Contudo, a partir da década de 60, com o aumento da população e do
consumo e a ocorrência de grandes incidentes ecológicos, começou a ter visibilidade
a problemática da relação empresa/meio ambiente (MOURA, 1998 apud SILVA,
2003).
Com o advento da defesa ao meio ambiente começaram a surgir
organismos internacionais e consequentemente nacionais, criados com a missão
primeira de conscientizar a população em geral, mas principalmente as empresas, e
logo em seguida propor legislações e regulamentos/normativos que venham a cobrar
maior compromisso delas em: recuperar as marcas deixadas por esse caminho
trilhado sem a condução ambiental adequada, como também seguir adiante com o
progresso na busca de resultados de forma sustentável.
Hoje tem-se maior difusão sobre práticas de desenvolvimento sustentável,
não ocorrendo com o processo de distribuição de combustíveis no Brasil. Que, mesmo
sendo uma atividade com foco principal na logística, pertence à cadeia produtiva do
principal agressor do meio ambiente.
1 Os recursos naturais conforme descrito por Lustosa (2002, p.22), “podem ser renováveis ou não renováveis. Os não renováveis são finitos “... que, em escala de tempo humana, uma vez consumido(s) não possa(m) ser renovado(s)” (Lima-e-Silva et alii,1999:194 apud Lustosa 2002:22). Pertencem a esta categoria os minerais e os combustíveis fósseis. Os renováveis não podem ser totalmente consumidos dada sua capacidade de reprodução – como a fauna e a flora – ou de regeneração – como a água e o ar. Entretanto, os recursos renováveis podem ser depletados, pois sua velocidade de exploração pode ser maior do que sua capacidade de renovação”.
15
A atividade de distribuição de combustíveis no Brasil começou há cerca de
104 (cento e quatro) anos, tendo iniciado no ano de 1912, quando a Standard Oil,
futura Esso, chegou ao Brasil para atuar no ramo, conforme divulgado pelo Sindicato
Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes – SINDICOM.
Mas foi apenas pouco antes, há duas décadas atrás, que houve os principais avanços
na atividade petroleira, em nível nacional, referentes ao meio ambiente.
O ano de 1980 marca o início da comercialização do etanol hidratado,
agregando no rol de combustíveis fosseis um produto renovável. Em 1991 é
inaugurado o primeiro posto de Gás Natural Veicular – GNV, extraído juntamente com
petróleo, ao invés de ser desprezado diretamente na atmosfera, tornou-se produto
para a revenda. O GNV não é renovável, mas tem destaque ambiental, pois agora o
mesmo é utilizado antes de ser liberado ao ambiente.
Nos últimos anos os avanços ocorreram principalmente na redução do teor
de enxofre no diesel e na gasolina. Em 2008 dá-se início a mistura obrigatória do
biodiesel ao diesel mineral que, atualmente, é de 7%. Em 2012 torna-se obrigatório o
diesel S-50 no lugar do diesel S-1800, comercializado até o final do estoque, o que
ocorreu em 2014 e em 2013 o S-50 é substituído obrigatoriamente pelo diesel S-10.
O diesel S-1800 tem 1.800 partículas por milhão de enxofre, o S-50 tem 50 partículas
por milhão de enxofre e o S-10 tem 10 partículas por milhão enxofre. Outro avanço
em 2014 foi a redução de enxofre também na gasolina, antes comercializada com
800mg/kg e passando para 50mg/kg, um grande ganho para o meio ambiente, como
também para a população em geral.
A empresa estudada atua em posição de destaque no mercado nacional
estando entre as maiores do ranking nacional. Desde seu início já manifestava
preocupação com saúde, segurança e meio ambiente, implementando em seus
primeiros anos o Sistema de Gestão Integrada – SGI, que abrange os três sistemas:
Sistema de Gestão da Qualidade – SGQ, Segurança e Saúde Ocupacional – SSO, e
o foco desse estudo, o SGA.
Ao longo desses anos, de forma estratégica, a empresa implementou varias
ações e projetos visando a redução de riscos ambientais, a adequação aos padrões
exigidos por leis e/ou normas ambientais, certificações de conformidade, como
também a promoção de uma cultura sustentável entre todos os colaboradores e
parceiros, por meio de canais de comunicação interna, treinamentos e debates em
ambiente de trabalho mensais ou semanais. São ações como estas que levam ao
16
pioneirismo na distribuição do biodiesel e nas certificações conforme as NBR, ISO –
9001 para sistemas de gestão de qualidade, ISO – 14001 para sistemas de gestão
ambiental, e a OHSAS 18001 para sistemas de gestão em segurança e saúde
ocupacional.
As diversas ações e projetos ambientais realizados pela empresa, em sua
maioria, concentram-se, e são controladas no SGI, no entanto, existem ações que vão
além escopo definido no sistema integrado, de grande relevância para a companhia,
que são geridas e executadas por outros setores, independentemente do SGA. A
empresa não define critérios para mensuração dos custos ambientais, desse modo à
gestão não consegue concluir se as ações implementadas atenderam as expectativas
no que refere-se a viabilidade econômico/financeira da companhia.
Mensurar evidencias de benefícios advindos com as ações implementadas
é essencial na análise de eficácia dos custos ambientais, e esses benefícios podem
ser medidos pela economia que ocasionaram a atividade da empresa, com os
históricos negativos do passado que hoje não se repetem pelas ações de controle de
risco ambiental, pela prevenção de estimativas de riscos futuros e pelo atendimento a
legislação ambiental em vigor, que no contraditório acarretariam penalidades sobre a
companhia.
Diante do exposto, tem-se como questão que orienta o presente estudo:
Qual o efeito das ações ambientais desenvolvidas por uma distribuidora de
combustíveis no resultado econômico do ano de 2015?
A contabilidade contribui significativamente para o processo de adequação
ambiental das organizações, segundo Ribeiro (1992). Enquanto instrumento de
comunicação, age na conscientização dos usuários da informação contábil,
influenciando condutas administrativas e operacionais quanto à preservação dos
recursos naturais.
1.1 OBJETIVOS
De modo a analisar os resultados das ações de cunho ambiental
promovidas pela empresa a que refere-se este estudo, e para que ao final possa
concluir sobre a relevância dos gastos necessário para ela adequar-se e promover um
desenvolvimento sustentável com o meio em que atua, o trabalho tem como objetivo
geral: Avaliar a relação custo benefício das ações pro sustentabilidade implementadas
em uma distribuidora de combustíveis com atuação nacional.
17
Para tanto, define-se como objetivos específicos:
a) Mapear as atividades ligadas à prevenção e redução de riscos
ambientais;
b) Mensurar os custos destas atividades;
c) Identificar e mensurar os benefícios gerados com as atividades de cunho
ambiental.
1.2 RELEVÂNCIA DO ESTUDO
O ramo de distribuição de combustíveis, como parte da cadeia produtiva
que explora combustíveis fósseis, preocupa-se como sua imagem perante a
sociedade repassando ao cliente e, consequentemente, ao consumidor final uma
atitude responsável de respeito à sociedade, esperando que tais ações revertam
favoravelmente no resultado da empresa.
A regularidade dessas ações pode implicar diretamente na continuidade
das empresas, como discorre Vellani (2011) as empresas que são mais poluidoras
assumem riscos que ocorrendo em grandes proporções podem inviabilizar o negócio.
Além de reforçar a importância de práticas de preservação ambiental, o
presente estudo preocupa-se em evidenciar a sustentabilidade econômico financeira
das mesmas quanto ao seu potencial de geração de benefícios que contribuam para
a melhoria dos resultados empresariais.
18
2 REFERENCIAL TÉORICO
2.1 ATIVIDADE DE DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL
A atividade de distribuição de combustíveis no Brasil, conforme ilustra a
Figura 1, começou no ano de 1912, quando a empresa americana Standard Oil
Company (futura Esso), fundada em 1870, chega ao país para atuar no ramo de
distribuição. A líder mundial e primeira multinacional do petróleo abriu as portas do
mercado brasileiro para que outras empresas nos anos seguintes iniciassem suas
atuações em território brasileiro.
Figura 1 - Trajetória da atividade de distribuição no Brasil
Fonte: Elaboração própria
Nos anos de 1913 e 1915 iniciaram suas atividades no país,
respectivamente, a Anglo-Mexican Petroleum Products Company (futura Shell) e a
Texas Company South American (futura Texaco). Os principais mercados para estas
empresas eram a indústria e a aviação.
Atualmente, os mercados abastecidos diretamente pela distribuidora, sem
a intervenção de revendedores são chamados de Consumidor Final – COF, ou
Transportador, Retira Retalhista – TRR. A distribuição, de venda direta da bomba de
combustível ao tanque do veículo, iniciou em quase 10 (dez) anos após a instalação
da primeira distribuidora, no ano de 1921, sendo a primeira bomba de rua instalada
no centro do Rio de Janeiro. Em 1928 surgem os primeiros postos de gasolina nas
cidades brasileiras e consolida-se a atividade de revenda de combustíveis.
1912
inicio da atividade de distribuição
no Brasil
1921
Venda direta ao
consumidor.
Primeira bomba de rua
no Rio de Janeiro
1937
Primeira refinaria no
Brasil
1953
Fundação da
Petrobrás
19
Em 1937 a primeira refinaria do país é instalada no Rio Grande do Sul, por
uma empresa privada nacional, a Ipiranga S.A Cia. Brasileira de Petróleo. No ano
seguinte, em 29 de abril foi promulgado o Decreto-lei nº 395, criando o Conselho
Nacional do Petróleo – CNP, que além de regulamentar e acompanhar o
desenvolvimento do setor petroleiro prevê a nacionalização de todas as atividades já
em curso, e a aplicação de um rígido controle governamental sobre a indústria do
petróleo (FGV, 2016).
No ano de 1953 é fundada a Petrobras, empresa de economia mista, com
o controle de seu capital pelo governo. Mas as atividades de exploração já tinham sido
iniciadas pelo governo brasileiro no ano de 1919, e em 1939 foi descoberto o primeiro
poço de petróleo brasileiro próximo aos arredores de Salvador/BA. A fundação da
Petrobras foi um marco para a campanha nacionalista2 que iniciou em 1948 titulada
de: O petróleo é nosso3!
Figura 2 - Diagrama da Cadeia Produtiva do Petróleo
Fonte: Federação das Industrias do Estado do Paraná (FIEPR, 2016, não paginado)
2 “O nacionalismo em torno do petróleo crescia e o Decreto-lei no 3.236 de 1941 estabeleceu que as jazidas de petróleo e gás natural existentes em território nacional eram de propriedade da União, exigindo que acionistas e sócios das empresas de extração de petróleo fossem de nacionalidade brasileira” (LUSTOSA, 2002, p. 125). 3 Objetivando evitar que o cartel formado em Londres em 1934 pelas Sete Irmãs ou Majors, sete maiores companhias de petróleo transnacionais, dominasse o setor de petróleo brasileiro. A campanha não influenciou nas negociações do cartel, pois as mesmas já controlavam cerca de 90% das reservas mundiais de petróleo (PINTO JR.; FERNANDES, 1998 apud LUSTOSA, 2002).
20
A Figura 2, de forma simplificada, demonstra a cadeia da atividade
petroleira onde nota-se um processo de verticalização, de acordo com Lustosa (2002),
que impulsionou o desenvolvimento da indústria do petróleo, atrelado principalmente
a incorporação da atividade de transporte de seus derivados. A autora divide a cadeia
em três fases: exploração, que refere-se ao processo de extração bruta, a fase de
refino onde ocorre a produção de derivados e a fase secundária onde ocorre a
ramificação para desenvolvimento ou comercialização direta dos produtos, onde
inclui-se a atividade das distribuidoras com foco principal na logística.
Ao longo desses 104 anos de distribuição de combustíveis o mercado
permitiu espaço para que diversas empresas, nacionais e estrangeiras, começassem
sua atuação no setor, como também nesse período ocorreram movimentações
estratégicas de aquisições, incorporações e fusões, objetivando melhor participação
no setor.
Atualmente o setor está bastante aquecido. Conforme os dados
disponibilizados pelo SINDICOM, em 2015 houve a maior distribuição de etanol
hidratado dos últimos dez anos. Foram 138 distribuidoras comercializando este
produto totalizando o volume de 17,9 milhões de m³, aproximadamente 5 milhões de
m³ a mais que o ano anterior. Com a Gasolina tipo C e o Óleo Diesel, apesar da
redução em comparação ao ano anterior, 2015 ficou na terceira posição quando
considerados os últimos dez anos, foram 140 distribuidoras comercializando a
gasolina tipo C, totalizando 41,1 milhões de m³, e 136 distribuidoras comercializando
o óleo diesel totalizando 57,2 milhões de m³, demonstrado na Figura 3.
21
Figura 3 - Participação de Mercado por Distribuidora - 2015
Fonte: SINDICOM (2016, [n.p.])
A figura 3 representa a participação das principais distribuidoras no
mercado de combustíveis, referente ao ano de 2015. Nele pode-se perceber os
principais combustíveis comercializados, como também que as três maiores
distribuidoras do mercado atual se mantêm desde o início da atividade no país neste
ranking.
De acordo com a Agência Nacional do Petróleo – ANP, no boletim de
abastecimento com dados atualizados em maio de 2016, existem 178 distribuidoras
de combustíveis líquidos, 23 distribuidoras de solvente, 19 distribuidora de Gás
Liquefeito de Petróleo – GLP, conhecido como gás de cozinha, 27 distribuidoras de
asfaltos e 6 distribuidoras de combustíveis de aviação.
Na figura 4, apresentada abaixo, está sendo demonstrado o marketing
share em número de postos. Os dados atuais revelam que existem 41.014 em todo
território nacional, grande parte estão vinculados a marca das distribuidoras, porém
não se dá de forma absoluta, cerca de 40% dos revendedores não possuem marca
vinculada e são chamados de bandeira branca, tendo liberdade para comprar
combustível em qualquer distribuidora, no entanto esses postos deixam de receber
investimentos em imagem e equipamentos por parte das distribuidoras.
22
Figura 4 - Marketing Share: Postos Revendedores de Combustíveis Líquidos
Fonte: ANP (2016, [n.p.])
Baseado no marketing share apresentado, conclui-se que ainda há
bastante espaço para expansão da fidelização de novos clientes no setor de
distribuição. Para atingir esse mercado outros fatores estratégicos além do preço são
avaliados, que não são alvos nessa pesquisa, mas destaca-se a importância da
imagem de responsabilidade social da distribuidora e os benefícios econômicos
futuros advindos desta, pois quando um revendedor adere à determinada marca atrai
para seu negócio a opinião que o cliente tem sobre ela.
2.2 ATIVIDADE DE DISTRIBUIÇÃO E A RELAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE
As atividades do ramo de distribuição de combustíveis estão relacionadas
a compra, carregamento, armazenamento, distribuição, e comercialização de
combustíveis para todos os revendedores. Em todas estas existem responsabilidades
com o meio ambiente, pois trata-se de produtos que possuem em sua grande maioria
os principais elementos químicos poluentes ao meio ambiente.
Os principais avanços na relação com o meio ambiente começaram a surgir
em decorrência para toda a cadeia produtiva do petróleo por volta do ano de 1980
quando começou a ser comercializado o etanol hidratado. A comercialização de um
23
produto de fonte renovável teve maior impulso com o primeiro fator que foram as duas
grandes crises do barril de petróleo sofridas mundialmente, a primeira em 1973 e a
segunda em 1979, nesse momento o mercado brasileiro se abre para pesquisas na
busca de combustíveis de fontes renováveis, reduzindo o risco de insuficiência no
setor.
O segundo fator que contribuiu significativamente foi a publicação da Lei
nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 que dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação. As empresas
começaram então a rever suas responsabilidades com o meio ambiente, que é
definido no art. 3º como: “o conjunto de condições, leis, influências e interações de
ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas
formas” (BRASIL, 1981, [n.p.]).
Ainda que com responsabilidades bastante abrangentes a diversos setores
de nossa economia a Lei nº 6.938 em seu art. 4º impõe: “ao poluidor e ao predador,
da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da
contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos” (BRASIL,
1981, [n.p.]). Por este motivo, estabelece-se a condição poluidor = pagador, se há
riscos ambientais, então tem que haver contra partida da parte beneficiária na
prevenção desses riscos, e não existem dúvidas que em qualquer ramo da atividade
petroleira há riscos ambientais.
A atividade de distribuição de combustíveis assume maior parte desses
riscos, pois seu campo de atuação é bastante amplo em consideração as demais
atividades petroleiras. Como demonstrado na Figura 02: Cadeia Produtiva do
Petróleo, tanto as atividades que antecedem a distribuição, extração e o refino, quanto
as que ocorrem após a distribuição, revenda ou consumo final, ambas restringem-se
a um local delimitado e especifico, já na distribuição, o campo de atuação é ampliado
pois além do espaço delimitado para a armazenagem, que são as bases de
distribuição, existe a parte de logística e transferência de combustíveis, feita por
caminhões, navios ou dutos condutores de combustíveis.
A referida Lei também propôs a criação do Conselho Nacional do Meio
Ambiente - CONAMA, a quem compete estabelecer, mediante sugestões do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, os critérios
e normas para o licenciamento das atividades. Em 31 de dezembro de 1993 por meio
24
da Resolução nº 16, o CONAMA no art. 3º torna publico a obrigatoriedade de
licenciamento ambiental para as distribuidoras de combustíveis (CONAMA, 1993).
Caso a entidade não atenda aos critérios exigidos para obtenção do
licenciamento ambiental incorrerá as seguintes penalidades presentes nos art. 12º,
14º e 15º da Lei 6.938 de 1981: não aprovação em solicitações de financiamentos e
incentivos governamentais, aplicação de multa, perda de benefícios e incentivos já
concedidos pelo poder público, e à suspensão da atividade.
O terceiro fator que impulsiona práticas sustentáveis nas empresas que
atuam no ramo petroleiro com o meio ambiente é a propensão da atividade para a
ocorrência de acidentes ambientais. O histórico desses acidentes demonstram que
eles podem ocorrer em todos os ramos, principalmente na exploração, refino e
produção, transporte, transferência, e armazenamento sendo de diversas formas,
incêndios, explosões, liberações toxicas, contaminação do solo e/ou da água, gerando
danos ambientais, morte de humanos e animais, indenizações, multas, dispêndio de
recursos para reparo ambientais, perdas ou danos patrimoniais, além de exposição
na mídia, transmitindo à sociedade de forma negativa a atuação do setor, dessa forma
é desencadeado o quarto fator a ser explanado posteriormente.
O Portal da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC, 2016)4, divulgou em
28 de novembro de 2015, os principais desastres ambientais ocorridos no Brasil. Dos
dez de maiores impactos, listados na matéria, dois foram decorrentes de atividades
de mineração, um pela indústria de celulose, um por efeitos de radiação, um por
acidente natural devido à chuvas, os outros cincos restantes foram decorrentes as
atividades presentes na cadeia produtiva do petróleo, e serão utilizados como base
para a argumentação da necessidade de adequar-se aos padrões ambientais.
Lustosa (2002) evidencia em seu estudo os principais acidentes ambientais
na cadeia produtiva do petróleo que ocorreram de 1957 até o ano de 2001, a tese
discorre sobre meio ambiente, inovação e competitividade na indústria brasileira
relacionada às atividades petroleiras, e a coleta dos dados foi com base nas
divulgações de grandes mídias. Serão destacados da tese os acidentes com as
plataformas P-36 e P-7 no ano de 2001, que não foram mencionados na divulgação
da EBC, mas demonstra que os custos com acidentes ambientais não estão restritos
a multas e reparos.
4 Empresa pública que possui um conglomerado de mídia no Brasil. Criada em 2007 para gerir as emissoras de rádio e televisão públicas federais.
25
Em 1984 durante o processo de distribuição de combustíveis na Petrobras
nos arredores da Vila Socó, em Cubatão (SP), ocorreu um vazamento nos dutos
subterrâneos espalhando 700 mil litros de gasolina. O vazamento deu origem a um
incêndio, destruindo grande parte da comunidade e matando 93 pessoas, sendo a
maioria moradores da região, não foram localizadas divulgações acerca dos custos
com multas e reparos ambientais.
O segundo acidente ambiental citado pela EBC, evolvendo atividades
petroleiras, ocorreu em janeiro do ano 2000 por vazamento de óleo na Baía de
Guanabara no Rio de Janeiro devido ao rompimento do duto que ligava a refinaria em
Duque de Caxias ao terminal de distribuição na baía, espalhando 1,29 milhão de
toneladas de óleo in natura, causando morte da fauna local e poluição do solo/água.
O IBAMA aplicou para este caso duas multas totalizando R$ 51,5 milhões.
Outros acidentes ocorreram na Baía de Guanabara ainda no ano 2000,
ensejando na aplicação das maiores multas já praticadas até aquele ano. Como
discorre Gazeta Mercantil (2000 apud LUSTOSA, 2002, p.170), em junho, durante o
bombeamento de petróleo bruto para um navio, ocorreu um derrame, apesar de não
terem sido registrados prejuízos ambientais a refinaria foi autuada pela Fundação
Estadual de Engenharia do Meio Ambiente – FEEMA5, ainda no mês de junho outro
vazamento ocorreu derramando 380 mil litros no entorno da Baía, a Petrobras foi
multada em R$ 500 mil pela Prefeitura do Rio de Janeiro e em R$ 50 milhões pela
FEEMA por ser reincidente.
O terceiro acidente registrado pela EBC na matéria aconteceu no mês de
julho, também no ano 2000, em Araucária no Paraná, cerca de 4 milhões de litros de
óleo vazaram da refinaria Presidente Getúlio Vargas, para este caso a multa foi
triplicada pela reincidência, totalizando três autuações somando R$ 168 milhões.
Gazeta Mercantil (2000 apud LUSTOSA, 2002, p.170), estima que até
agosto ocorreram 10 casos de vazamentos envolvendo a Petrobras e foram aplicadas
multas que somam mais de R$ 300 milhões. Este ano sem dúvida marcou a empresa
que investia anualmente cerca de R$ 200 milhões em sua política de proteção
ambiental e, por este motivo, iniciou um processo de revisão da mesma, como também
os órgãos ambientais, que aplicaram as maiores multas até então. Além das multas a
5 Órgão de controle ambiental da Secretaria de Estado do Ambiente e Desenvolvimento Urbano do Estado do Rio de Janeiro, criado pelo Decreto-Lei nº 39 de 24 de março de 1975, logo após a fusão do Estado da Guanabara com o Estado do Rio de Janeiro.
26
tese de Lustosa (2002) ainda cita gastos com recuperação de imagem da empresa
sobre os casos no Rio de Janeiro na ordem de 1 milhão, e para o caso de Araucária
cerca de R$ 14 milhões com recuperação do meio ambiente.
Em 2001, apesar de não ter sido mencionado pela EBC, na análise dos 10
maiores acidentes ambientais até 2015, onde cinco decorrentes de atividades de
petróleo, complemento nesse referencial com os acidentes em março e abril com as
plataformas P-36 e P-7, respectivamente, na Bacia de Campos no Rio de Janeiro
baseado no estudo de Lustosa (2002), a maior plataforma móvel do mundo, P-36,
afundou em março, derramando 1,2 milhão de litros de óleo diesel e 340 mil litros de
petróleo bruto no mar, ocasionando a morte de 11 trabalhadores, prejuízo estimado
em US$ 535 milhões, indenizações de R$ 500 milhões, não mencionando
recuperação ambiental e baixa na produção. A P-7 provocou um vazamento de 26 mil
litros de petróleo, acarretando em R$ 20 milhões em multa pelo IBAMA.
Dois impactos são citados por Lustosa (2002) o primeiro são as baixas das
ações da empresa, que impactam apenas a empresa, mas não se pode prever, dado
o histórico, quando elas retornarão ao ponto de equilíbrio, e o segundo que não é
mensurável, pois afetou todo o mercado brasileiro, foi com os custos de contratação
de seguros em toda a cadeia petroleira, que aumentaram quase 600%, contribuído
também por ocorrências internacionais de sinistros na atividade petroleira.
A EBC destaca que o quarto caso, ocorreu no ano de 2011 com o
vazamento de 3,7 mil barris de petróleo na Bacia de Campos pela Chevron, o IBAMA
aplicou duas multas somando R$ 60 milhões. A mancha de óleo no mar chegou ao
tamanho de quase metade da Baía de Guanabara. A empresa americana foi
condenada pelo governo brasileiro a pagar uma indenização de R$ 95 milhões
compensando os danos ambientais.
No ano de 2015 a EBC relata o quinto caso envolvendo empresas
petroleiras com acidentes ambientais. Dessa vez foi um incêndio da empresa
Ultracargo no Terminal Alemoa em Santos/SP. Efluentes líquidos foram lançados no
meio ambiente, a poluição prejudicou a rotina logística das empresas que atuam no
terminal, como também a vida dos moradores da região. A empresa foi multada em
R$ 22,5 milhões além de gastos com perdas e danos no ativo, teve paralisação das
atividades com perdas de faturamento.
Além desses grandes acidentes ambientais e seus impactos para a
sociedade, o setor provoca danos ambientais silenciosos e de grande proporção. A
27
seguir, a figura 05 demonstra, por meio de percentual, a participação da contaminação
de óleo nos oceanos, ambiente mais impactado citado neste referencial.
Figura 5 - Petróleo no Oceano
Fonte: Sales (2016) elaborado a partir do Instituto Oceanográfico Woods Hole (2016)
Os derramamentos da figura 5 são resultantes de várias circunstancias:
uma é o caso dos navios tanques que, ao descarregar, precisam repor com a água do
mar os compartimentos vazios a fim de manter a estabilidade do navio, misturando
com os resíduos do óleo e lançados ao mar diariamente por sua operação; outro ainda
mais silencioso ocorre no escoamento por terra, como os vazamentos nas tubulações
presentes nos postos e bases de abastecimento e armazenamento, por falta de
manutenção ou substituição, como verificado em Natal no trabalho liderado pelo
Ministério Público de adequação ambiental em todos os postos de combustíveis da
cidade. Conforme relata Dias (2012), apenas um posto não apresentou vazamento,
estimando o dano ao meio ambiente de 316.397 (trezentos e dezesseis mil, trezentos
e noventa e sete) litros de combustível – gasolina, álcool e óleo diesel – lançado
anualmente por falta de reparos, manutenção ou substituição nas tubulações.
As citações dessas ocorrências não integram esse trabalho com o objetivo
de historiar e quantificar os acidentes ambientais envolvendo empresas ligadas a
atividade do petróleo no Brasil, nem cita todos, apenas os de maior representatividade
nacional elencado pela grande mídia, mas tem o objetivo de contextualizar inúmeros
28
impactos, mensuráveis ou não, que os acidentes ambientais, de diversos tipos, podem
causar às próprias empresas, à sociedade e ao meio ambiente, justificando o terceiro
fator que levam as empresas a desembolsar recursos nas atividades de prevenção
ambiental, pois quando ocorre um acidente, ainda que inesperado, muitas vezes os
valores das multas são bem inferiores aos valores de perdas e reparos no patrimônio,
sejam perdas tangíveis ou intangíveis.
Nesse contexto, a conscientização ambiental dos consumidores assume o
quarto fator fundamental na decisão das empresas em adotarem práticas pro
sustentabilidade em defesa do meio ambiente, com diferenciais no mercado e
conquistando a confiança dos consumidores em uma marca consciente e
responsável, incentivando assim o consumo. Na visão de Barbieri (1997, p.199):
O crescimento da consciência ambiental, ao modificar os padrões de consumo, constitui uma das mais importantes armas em defesa do meio ambiente. Quando a empresa busca capturar oportunidades através do crescente contingente de consumidores responsáveis através de ações legítimas e verdadeiras, essas ações tendem a reforçar ainda mais a consciência ambiental, criando um círculo virtuoso, na qual a atuação mercadológica, marketing verde, como querem alguns, torna-se um instrumento de educação ambiental.
Esse círculo virtuoso cada vez mais se fortalece em nossa sociedade, e se
sustenta pela concorrência de mercado, e pelas ações que a sociedade detém das
empresas, gerando a obrigatoriedade das que possuem capital aberto, principais no
ramo do petróleo, na contrapartida em relação aos diferenciais praticados na
organização e na manutenção do patrimônio, sobre uma gestão que evita riscos e
maximiza resultados.
2.3 AÇÕES DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
A principal poluição de todas as atividades petroleiras, apesar de citadas
as de maiores impactos e repercussão nacional, estão relacionadas com o consumo
final do combustível. Por meio dele são expelidos os principais componentes tóxicos
ao meio ambiente onde se destacam as emissões de enxofre e carbono.
Pautado sobre essa ótica as ações de preservação ambiental praticada
pelo setor petroleiro no Brasil moveu-se por força de legislação, regulamentos e,
principalmente, normas do Ministério do Meio Ambiente - MMA por meio do IBAMA
em parceria com a ANP. A agência busca conciliar a relação das empresas com os
29
órgãos ambientais e o meio ambiente, sendo o principal ganho dessa relação à
redução de componentes altamente nocivos à sociedade no óleo diesel e na gasolina.
Para Drumm et al (2014) os efeitos da poluição atmosférica decorrente do
consumo de combustíveis fósseis geram impactos locais, regionais e globais. Os
efeitos locais são verificados nas regiões em torno da emissão dos poluentes
causando sérios danos a saúde humana como problemas respiratórios e
cardiovasculares, irritação nos olhos e baixa da imunidade; os efeitos regionais são
obsevados em distâncias maiores do poluidor, sendo o principal as chuvas ácidas,
formadas pelos gases expelidos na queima dos combustíveis fósseis, prejudicial ao
solo, vegetação e agricultura; os efeitos globais são aqueles que afetam todo o
planeta, o efeito estufa é causado principalmente pela combustão dos derivados de
petróleo, sendo o setor responsável por 22% das emissões mundiais, aqui no Brasil a
participação do setor é de 32% na emissão dos poluentes, acima da média mundial.
No Brasil, de acordo com os dados do Departamento Nacional de Transito
- DENATRAN, publicados em 12 de fevereiro de 2015 na revista Veja, a frota brasileira
de veículos em dez anos saiu de 24,5 milhões de carros para 50,2 milhões, o aumento
foi onze vezes maior que o da população conforme demonstrado na figura a seguir.
30
Figura 6 - Frota de Veículos Automotores no Brasil – 2001 e 2012
Fonte: Elaborado pelo Observatório das Metrópoles com dados do DENATRAN
(REVISTA VEJA, 2015)
O MMA esteve atento a esse crescimento ao longo da última década e em
parceria com o IBAMA a ANP vêm demonstrando resultados positivos, como na
retirada do chumbo da gasolina, a adição de álcool à gasolina e as reduções que vem
ocorrendo gradativamente nos últimos anos dos níveis de enxofre na gasolina e
principalmente no óleo diesel.
Desde o inicio de sua comercialização o chumbo esteve presente na
composição da gasolina, com o crescimento da preocupação com meio ambiente
campanhas a nível internacional começaram a surgir para encontrar uma forma para
substituir o elemento químico, grande agressor do meio ambiente. O governo
brasileiro, por meio da Petrobras, já que a ANP ainda não tinha sido criada, no ano de
1989 decide retirar o chumbo de suas gasolinas. Hoje ele somente é utilizado no
combustível para aviação e é altamente prejudicial aos motores modernos.
A ANP publicou a resolução nº 65, de 9 de dezembro de 2011, que tem
como objetivo garantir a redução do teor de enxofre no diesel. Até o ano de 2012 o
diesel produzido no Brasil foi o S-1800, que possuía 1800 partes por milhão de enxofre
na composição do óleo. A resolução obriga a parar a produção do derivado de petróleo
a partir do ano seguinte da sua publicação e permite a comercialização do produto até
zerar os estoques.
A partir do ano de 2012 a produção do diesel S-1800 foi substituído pelo S-
50, que possui apenas 50 partículas por milhão de enxofre, a redução vem ocorrendo
31
gradativamente pois sabe-se que o objetivo da ANP é comercializar somente o diesel
S-10. Em 2013 a produção do diesel S-50 passou a ser substituída pelo S-10 e a
comercialização será permitida também até o final do estoque.
Em 2014 os estoques do diesel S-1800 finalizaram e atualmente o mercado
comercializa apenas o S-50 e o S-10, ambos com apenas 2,78% e 0,56%,
respectivamente, do diesel comercializado até então. Ainda no ano de 2014 o segundo
avanço do ano ocorreu com a composição da gasolina, para atender a
regulamentação do CONAMA, a gasolina teve uma redução de 94% a menos de
enxofre, que a comercializada até o momento conforme descreve a ANP (2016).
A figura 7 demonstra a evolução da emissão de poluentes, apenas para o
estado de São Paulo, estado brasileiro com maior frota veicular, considerando o
período de 2006 à 2014.
Figura 7 - Evolução das emissões veiculares de poluentes no Estado de São Paulo
Fonte: Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB, 2015, [n.p.])
A partir da figura 7 acima é possível concluir que as ações propostas pelo
MMA (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE), IBAMA, CONAMA e ANP obtiveram
eficiência, ainda com o crescimento acentuado no número de veículos na última
década, as emissões dos principais poluentes da atmosfera reduziram, no ano de
2014 a redução ocorreu drasticamente na emissão de SO2, devido às reduções do
teor de enxofre tanto no diesel, principal produto comercializado no país, quanto na
gasolina.
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32
Observando as atividades do setor de distribuição de combustíveis de
forma isolada na cadeia produtiva do petróleo, além dos riscos anteriormente
elucidados, que são pertencentes à cadeia como um todo, percebe-se que o
armazenamento e o carregamento/distribuição estão mais propicias a gerar riscos
ambientais, pois tendem, caso não tenham um controle e manutenção eficaz, a
ocasionarem vazamentos e consequentemente contaminação do solo, incêndios, e
danos à saúde humana.
Os vazamentos podem ocorrer por falhas construtivas ou por falhas
operacionais, sendo falhas decorrentes da construção aquelas como: oriundas de falta
de manutenção, corrosão/oxidação em tubulações e tanques de armazenamento, a
ausência de pavimentação ou barreiras de contenção; e falhas que ocorrem durante
a operação de distribuição e carregamento, como: vazamento no carregamento do
caminhão tanque, vazamentos por falha técnica ao não travar as válvulas após o
processo de carregamento, no momento da distribuição nos postos revendedores a
contaminação do produto, ou o vazamento por não adotar todos os processos de
segurança obrigatórios e necessários no processo de descarregamento.
Além de se adequar as alterações citadas sobre a redução de enxofre e
chumbo propostas pela ANP e pelo governo brasileiro, as distribuidoras de
combustíveis aderiram a projetos ambientais, que auxiliam na divulgação da
responsabilidade ambiental, como também a adesão a implantação do SGA e da
certificação ISO 14001 resultado de adequação aos requisitos legais obrigatórios.
As normas e as legislações ambientais no Brasil são inúmeras, com
abrangências em nível federal, estadual e municipal, e como ação de sustentabilidade
as empresas precisam estar atentas às mesmas para evitarem transtornos futuros, e
na maioria dos casos contratam empresas ou escritórios para assumirem a atividade
de manter atualizados os procedimentos obrigatórios e passiveis de multas e sanções
administrativas.
No Quadro 01, estão descritos apenas os requisitos federais obrigatórios
controlados pelo SGA da empresa estudada. Entre todos eles serão destacadas a Lei
6.938 de 31 de agosto de 1931, e as Resoluções 09 e 273 do CONAMA.
33
Quadro 1 - Requisitos Federais Ambientais Aplicados à Empresa Alvo
Data de promulgação
Publicação Tema Observações
14/08/1975 Decreto-lei nº 1.413 Efluentes / emissões atmosféricas / resíduos / ruído ambiental / poluição sonora
Controle da poluição ao meio ambiente em atividades industriais
31/08/1981 Lei nº 6.938 Licenciamento ambiental / cadastro técnico federal / segurança na cadeia logística
Dispõe sobre a política nacional do meio ambiente, proíbe a poluição e obriga o licenciamento. Regulamentada pelo decreto 99.274
24/01/1986 Resolução
CONAMA nº 06 Licenciamento ambiental
Dispõe sobre licenciamento ambiental, estabelece o prazo para as conseções e a validade das licenças.
10/04/1989 Decreto nº 97.634 Resíduos Comercialização do mercúrio metálico
06/06/1990 Decreto nº 99.274 Infrações administrativas/licenciamento ambiental
Regulamenta a lei nº 6.938 de 1981 sobre a política nacional do meio ambiente
28/06/1990 Resolução
CONAMA nº 03 Emissões atmosféricas
Estabelece padrões da qualidade do ar, previstas no PRONAR - programa nacional de cotrole da qualidade do ar. O monitoramento da qualidade do ar é atribuído aos estados e pode Sr exigido em licenças ambientais de operação.
31/08/1993 Resolução
CONAMA nº 09 Resíduos
Regulamenta o descarte de óleo lubrificante, proibindo o descarte diretamente em solos, águas, sistemas de esgotos, ou qualquer forma de eliminação que venha a provocar contaminação atmosférica, e obriga a reciclagem de todo óleo utilizado em território nacional.
08/01/1997 Lei nº 9.433 Outorga Institui a política nacional de recursos hídricos. Institui a cobrança pelo uso da água. Sujeita a captação de águas públicas à outorga do órgão competente.
12/02/1998 Lei nº 9.605 Crime ambiental / fiscalizações ambientais / infrações administrativas
Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Regulamentada pelo decreto nº 6.514 de 2008
27/04/1999 Lei nº 9.795 Educação ambiental/treinamento
Dispõe sobre educação ambiental, atribuindo as instituições, o dever de promover programas destinados à capacitação dos trabalhadores em ações e projetos de educação ambiental, definidos na resolução CONAMA 422, de 2010.
14/09/2000 Resolução
CONAMA nº 267 Resíduos
Dispõe sobre os procedimentos e prazos para a eliminação da produção e do consumo das substâncias que destroem a camada de ozônio.
29/11/2000 Resolução
CONAMA nº 273 Licenciamento ambiental
Regulamenta que a construção, localização, instalação, ampliação e operação dos postos revendedores, dependerão de prévio licenciamento do órgão ambiental competente, e dá outras providências.
34
25/04/2001 Resolução
CONAMA nº 275 Resíduos
Estabelece o código das cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva.
12/07/2001 Resolução
CONAMA nº 281 Licenciamento ambiental Dispõe sobre os modelos de publicação de pedidos de licenciamento
10/01/2002 Lei nº 10.406 Recursos hídricos Institui o código civil, contendo normas sobre o solo, uso da propriedade, direitos de vizinhança, bens e sobre uso das águas.
25/06/2002 Decreto nº 4.281 Educação ambiental/treinamento Política nacional de educação ambiental
03/04/2008 Resolução
CONAMA nº 281 Recursos hídricos
Dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas e dá outras providências. Aplicando-se a empresas que façam uso dessas águas ou que possuam área com potencial para a contaminação
02/08/2010 Lei nº 12.305 Resíduos Institui a política nacional de resíduos sólidos
23/12/2010 Decreto nº 7.404 Resíduos Regulamenta a política nacional de resíduos sólidos
15/03/2013 Instrução normativa
IBAMA nº 6 Cadastro técnico federal
Regulamenta o cadastro técnico federal de atividades poluidoras e utilizadores de recursos naturais
27/05/2013 Instrução normativa
IBAMA nº 10 Cadastro técnico federal
Regulamenta o cadastro técnico federal de atividades e instrumentos de defesa ambiental
24/03/2014 Instrução normativa
IBAMA nº 6 Cadastro técnico federal
Regulamenta a emissão do relatório anual de atividades poluidoras e utilizadores de recursos naturais
06/10/2014 Instrução normativa
IBAMA nº 15 Acidente ambiental Institui o SIEMA - sistema nacional de acidentes ambientais
Fonte: Sales (2016) elaborado a partir de Requisitos Federal Ambiental. (SGI, 2016).
35
A Lei nº 6.938 publicada em 1981, desde sua publicação já sofreu diversas
alterações e atualizações, de forma a contemplar a todas as categorias e atividades
de cunho econômico ou não, haja vista que é a principal referência em matéria
ambiental. A referida Lei tem vasta abrangência em matéria ambiental e delimita
desde o desenvolvimento de preservação ambiental até a punição para o poluidor,
como também determina os responsáveis pela fiscalização e acompanhamento de
liberação de licenças. Por causa de sua abrangência a empresa estudada, logo em
seus primeiros anos, implanta o SGI, com foco primeiramente no atendimento de
requisitos mínimos e obrigatórios para obtenção e renovação de licenças.
O CONAMA, criado a partir da lei citada acima, tem a finalidade de
assessorar, estudar e propor diretrizes de políticas governamentais para o meio
ambiente e emitir normas compatíveis com o meio ambiente.
Uma das principais normas que alteraram o fluxo das atividades de
distribuição de combustíveis e lubrificantes foi a resolução nº 09 de 1993, que
regulamenta o descarte de óleo lubrificante, proibindo o descarte diretamente em
solos, águas, sistemas de esgotos, ou qualquer forma de eliminação que venha a
provocar contaminação atmosférica e obriga a reciclagem de todo óleo utilizado em
território nacional. Foi então criado o programa Jogue Limpo, um sistema de logística
reversa de embalagens plásticas de lubrificantes usadas, estruturado e disponibilizado
pelos fabricantes associados ao SINDICOM, gratuitamente, para os pontos geradores
cadastrados, onde as embalagens serão recicladas. Desde 2005, quando programa
deu inicio, já foram recicladas mais de 520 mil embalagens que se lançadas ao meio
ambiente precisariam de mais de 400 anos para serem degradadas.
Outra resolução do CONAMA que alterou os procedimentos nas
distribuidoras foi a nº 273 de 29 de novembro de 2000. A mesma regulamenta que a
construção, localização, instalação, ampliação e operação dos postos revendedores,
dependerão de prévio licenciamento do órgão ambiental competente, sendo
necessárias três licenças, a chamada Licença Prévia, concedida na fase
preliminar, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos; a
Licença de Instalação que autoriza a instalação do empreendimento com as
especificações constantes dos planos; e por último a Licença de Operação
autorizando a operação da atividade, após a verificação do efetivo cumprimento do
que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e
condicionantes determinados para a operação. Após essa resolução torna-se
36
necessário a avaliação ambiental durante o processo de negociação com novos
clientes, postos revendedores pois, se não houver, pode ocorrer embargos na obra
prejudicando o contrato assumido com as distribuidoras.
2.4 MENSURAÇÃO DE AÇÕES DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
A ciência contábil, pertencente ao grupo das ciências sociais aplicadas, tem
por objetivo fornecer informações úteis para a tomada de decisão. Assim também
ocorre com as informações socioambientais, que tem grande relevância tanto para os
usuários internos de forma decisória, quanto para os usuários externos, no formato
consultivo, agregando valor à imagem da instituição para investidores, clientes e
fornecedores, bem como a sociedade em geral.
O ciclo virtuoso, já citado anteriormente, onde a sociedade sente a
necessidade de organizações cada vez mais responsáveis com o meio em que atua,
e por outro lado entidades assumem essa responsabilidade e transformam em
marketing verde suas ações, permitiu a introdução da ciência contábil na matéria
socioambiental em concordância com seu objetivo geral:
O objetivo da contabilidade pode ser estabelecido como sendo o de fornecer informação estruturada de natureza econômica, financeira e, subsidiariamente, física, de produtividade e social, aos usuários internos e externos à entidade objeto da Contabilidade (IUDÍCIBUS; MARION, 2000, p.53).
A partir desse conceito torna-se claro o papel da contabilidade ambiental,
ramo em que são mensurados, informações da empresa que interfiram no meio
ambiente, seja como bens e direitos adquiridos em função da prevenção ambiental,
como obrigações ambientais contraídas voluntária ou involuntariamente, ou ainda
como acréscimo ou consumo de recursos da entidade em função do meio ambiente,
auxiliando na elaboração do planejamento estratégico, servindo de parâmetro para
gerenciamento de atividades alvos, e fornecendo informações de prestação de contas
dessas atividades.
A contabilidade ambiental é definida como:
A contabilização dos benefícios e prejuízos que o desenvolvimento de um produto ou serviço pode trazer ao meio ambiente, tendo por objetivo, portanto, demonstrar as ações da empresa quanto à sua preocupação com o meio ambiente. Pois tão importante quanto cuidar do meio ambiente é demonstrar o que é feito (ROSA; LUNKES, 2005, p.13).
37
Apesar de não modificar o objetivo geral da contabilidade, o ramo ambiental
ainda encontra dificuldades na maioria das empresas, de cunho teórico, mas
principalmente na forma empírica da contabilidade ambiental. Essas dificuldades
podem surgir pela ausência de conhecimento dos contadores e gestores com poder
decisório nas organizações, ocasionando a dificuldade de segregação das
informações de natureza ambiental e na correta classificação e avaliação contábil, e
a transparência da empresa em divulgar danos provocados em seu patrimônio.
Uma pesquisa realizada para avaliar o nível de conhecimento dos
profissionais contábeis na grande Florianópolis sobre a contabilidade ambiental,
Martendal et al (2013) concluiu que os contadores da região não possuem
conhecimento satisfatório sobre o tema pois apenas 6,71% da amostra afirmaram
possuir entendimento sobre o tema e mais de 71% da pesquisa responderam que
desconhecem ou não possuem conhecimento da matéria.
Com isso muitas empresas aplicam práticas ambientais de forma
compulsória seja por legislação ou para apenas ter a renovação do licenciamento,
como também práticas de forma facultativas por cobrança do mercado consumidor,
para evitar danos ao patrimônio com base em fatos passados, ou pela própria política
da empresa, mas não aplicam a contabilidade ambiental e deixam de evidenciar os
impactos das ações junto ao meio ambiente, seja em situações de investimentos para
prevenção e melhor uso de recursos ambientais; não demonstram os passivos
ambientais; e não mensuram resultados positivos ou não oriundos de ações de
sustentabilidade e meio ambiente.
Para completar o arcabouço teórico são apresentados os conceitos de
ativo, passivo e receita ambientais, no entanto, o presente trabalho tem como foco
aos custos e despesas ambientais.
Ativos ambientais, são considerados elementos incorporados ao patrimônio
da empresa com o objetivo de serem utilizados de forma duradoura em sua atividade
e cuja finalidade principal seja a minimização do impacto ambiental, proteção e
melhora do meio ambiente, incluindo a redução e eliminação da contaminação futura
das operações da entidade. De acordo com Ribeiro (2006) os ativos ambientais são
constituídos por todos os bens e direitos possuídos pelas empresas, que tenham
capacidade de geração de benefício econômico em períodos futuros e que visem à
preservação, proteção e recuperação ambiental.
38
Os passivos ambientais normalmente são contingências formadas em
longo período, muitas vezes por práticas exercidas onde não se observava o risco
ambiental que tal ação poderia gerar no futuro. Segundo Paiva (2009), há três
condições essenciais para o reconhecimento do passivo, que se relacionam com as
obrigações legais, justas ou construtivas. As legais, como o próprio nome diz, são
relacionadas ao cumprimento da lei ou decisão jurídica aplicada à empresa; as justas,
são obrigações relacionadas à moral ou à ética da empresa; e as construtivas, são
atividades desenvolvidas na cidade auxiliando na educação ambiental da comunidade
entre outras atividades.
As receitas ambientais decorrem, conforme Tinoco e Kraemer (2008), de
prestação de serviços especializados em gestão ambiental; venda de produtos
elaborados de sobras de insumos com o processo produtivo; venda de produtos
reciclados; receita de aproveitamento de gases e calor; redução do consumo de
matérias-primas; redução do consumo de água; redução do consumo de energia;
participação no faturamento total da empresa com o reconhecimento de sua
responsabilidade com o meio ambiente, considerando, também, o ganho de mercado
que a empresa adquire no momento de reconhecimento da opinião pública sobre sua
política preservacionista, dando preferência a seus produtos.
Os custos ambientais compreendem os gastos relacionados com a
proteção ao meio ambiente e fazem parte de um subconjunto de um mais vasto
universo de custos necessários a uma adequada tomada de decisões. Eles não são
um tipo de custos distintos, mas fazem parte de um sistema integrado de fluxos
materiais e monetários que percorrem as empresas que praticam a contabilidade
ambiental.
De acordo com a Divisão para o Desenvolvimento Sustentável das Nações
Unidas (ONU, 2002), os custos de salvaguarda ambiental incluem os gastos de
prevenção, deposição, planejamento, controle, alterações e reparação de lesões
ambientais e da saúde humana. Tais custos compreendem todas as atividades que
satisfaçam a conformidade regulamentar, compromissos próprios ou voluntários,
relacionados com empresas, governos ou pessoas, e podem ser divididos em custos
de controle e custos por falta de controle, conforme pode ser visualizado no quadro 2
abaixo.
39
Quadro 2 - Classificação de Custos Ambientais por Controle
Sub Divisão dos Custos Ambientais
Grupos Sub
Grupos Definição
Cu
sto
s c
om
co
ntr
ole
Pre
ven
ção
Neste grupo são alocados todos gastos que visão prevenir a entidade de danos ambientais futuros no processo produtivo da mesma.
Avali
ação
Os custos aqui agrupados são despendidos para manter os níveis de qualidade ambiental da empresa, por meio de trabalhos de avaliações do sistema de gestão ambiental. Assumem-se os custos com inspeções, testes, auditorias da qualidade ambiental e despesas similares.
Cu
sto
s p
or
falt
a d
e c
on
tro
le
Falh
as
inte
rnas
Resultando de ações internas da empresa, seja da gestão ao operacional, os custos atribuídos a este grupo estão ligados a erros durante a atividade da empresa, por falta de conhecimento técnico ou por desídia na função. Podem ser alocados os custos com desperdícios de material, de energia, de água e outros recursos naturais, além de tempos de operação paralisadas por não licenciamento, recuperação de áreas internas degradadas, dentre outros.
Falh
as
Exte
rnas
Compreende aos gastos ocasionados por fatores que são tangentes aos controles da entidade ou ainda que provocado pela empresa os efeitos tenham afetado além dos limites dela. Recuperação de áreas externas contaminadas pela atividade da empresa, pagamento de multas decorrentes de ações legais resultantes de transporte de produtos tóxicos, inflamáveis, corrosivos, e similares fazem parte desse grupo.
Inta
ng
íveis
Os custos desse grupo são de difíceis quantificação, embora sua existência seja nítida. Eles são identificados pela associação de um resultado a uma medida de prevenção adotada, como ocorre com as ações da empresa, concorrência de mercado em função do marketing verde, dentre outros.
Fonte: Elaboração própria
40
Outro formato de classificação de custos ambientais é indicado por Hansen
e Mowen (2001), a atribuição dos custos baseados em atividades, sendo mais
indicado para empresas que não possuam gerenciamento dos custos ambientais e
necessitam rastrear as atividades ambientais, e para mensuração dos custos utiliza-
se os relacionamentos causais do mesmo.
No formato aplicado por Hansen e Mowen 2001) para cada atividade serão
atribuídos índices que são usados para mensurar os custos ambientais. Seguindo este
modelo no momento do rastreio das ações ambientais é preciso identificar se haverá
apenas uma atividade ou múltiplas atividades, havendo múltiplas é preciso admitir
para cada uma delas dado a sua participação na ação ambiental, dessa forma ele
complementa: “Simplesmente identificamos as atividades ambientais associadas e
seus custos, calculamos um índice de atividade e atribuímos esses custos aos
respectivos produtos” (HANSEN; MOWEN,2001, p.577), mais a frente ele menciona
que pode ser um processo ao invés de produto.
Desta forma é possível emitir um relatório analítico por ações e atividades
ambientais permitindo a avaliação da relevância baseada em sua representatividade
econômica para a entidade a partir das ações desenvolvidas.
41
3 METODOLOGIA
Os itens seguintes descrevem quais os procedimentos realizados para o
alcance do objetivo do presente estudo.
3.1 TIPOLOGIA
Segundo Raupp e Beuren (2006), as pesquisas aplicadas em
contabilidade, considerando suas particularidades, quanto à tipologia são definidas e
agrupadas de acordo com os seguintes fatores: quanto aos objetivos da pesquisa,
conforme os procedimentos que foram utilizados, e quanto à abordagem do problema.
A pesquisa aqui proposta, baseada na definição acima, classifica-se como
descritiva quanto a seus objetivos, uma vez que se propõe a descrever as atividades
ligadas à prevenção e redução de riscos ambientais, mensurando os custos dessas
atividades e identificando no longo do período analisado, os benefícios gerados com
elas. Para Gil (2002), as pesquisas descritivas objetivam descrever as características
de determinada população, fenômeno ou estabelecer relações entre variáveis.
Quanto aos procedimentos, classificam-se como estudo de caso. De
acordo com Gil (2002), os estudos de casos são caracterizados pelo formato de
análises exaustivas sobre determinado tema permitindo maior conhecimento dos
dados analisados com vista à totalidade de uma situação. Ao centrar o estudo
pretendido em uma única empresa, espera-se identificar e mensurar os custos com
as ações ambientais desenvolvidas na empresa estudada para o ano de referência
desse estudo. Embora tenha franqueado todas as informações necessárias para o
estudo, os gestores solicitaram a omissão do nome da organização, o que foi atendido,
acreditando-se ser relevante poder estudar o fenômeno, mesmo sem identificação dos
seus atores.
Por fim, no que se refere à abordagem do problema, a pesquisa enquadra-
se como qualitativa, pois, apesar de serem empregados instrumentos estatísticos
simples no processo de análise e interpretação dos dados, intenciona-se aqui
descrever e compreender a complexidade dos processos dinâmicos realizados na
empresa relacionados, especificamente, com relevância dos gastos ambientais à
relação de custo benefício das ações pró-sustentabilidade implementadas, por meio
da interação entre informações qualitativas correlatas, o que acaba por tornar esse
processo de análise mais profundo e, até mesmo, subjetivo.
42
3.2 COLETA E TRATAMENTO DE DADOS
Ao longo do desenvolvimento do trabalho, buscou-se entender como ocorre
a dinâmica das ações ambientais desenvolvidas na empresa estudada, tendo início
com a pesquisa bibliográfica e documental, obtendo-se conhecimento sobre o tema e
sobre os avanços ocorridos com o setor de distribuição de combustíveis de forma
geral e também com a evolução da preocupação ambiental da sociedade e do governo
exercida pelas leis e regulamentos propostos pelos diversos órgãos regulatórios
existentes.
Inicialmente, a pesquisa bibliográfica e documental mostrou-se necessária
para fundamentação e estruturação de conceitos relativos ao tema abordado,
embasamento em estudos relacionados à contabilidade ambiental presentes na
literatura, além da busca de informações em outros trabalhos e mídias que justifiquem
a necessidade das empresas em adotarem práticas ambientais e as registrarem em
contabilidade específica para uma melhor gestão ambiental.
A pesquisa documental também se deu em documentos internos da
empresa estudada, pertencentes ao SGA, disponíveis a todos os seus usuários
internos. Esta etapa teve como objetivo subsidiar a etapa seguinte, identificando a
prioridade de informações adequadas ao problema de pesquisa.
Após o entendimento teórico acerca da problemática do trabalho, a qual
forneceu subsídios para seleção das informações que deveriam ser buscadas, a
coleta de dados em campo teve como principal finalidade conhecer a atividade de
distribuição de combustíveis e como as ações de preservação ambiental estão
presentes em cada etapa da operação logística.
Como instrumento de coleta de dados, recorreu-se a uma série de
entrevistas, com os responsáveis pelo setor de SGI que cuidam do processo de
auditorias internas, onde se integra o SGA da companhia, com os responsáveis pelo
setor de Saúde Segurança e Meio Ambiente – SSMA que trabalham na prevenção e
correções ambientais, com os responsáveis pelo acompanhamento das leis,
resoluções e normativos ambientais por meio do Sistema Online de Gestão Integrada
– SOGI, com os responsáveis pela Segurança Patrimonial que realizam as inspeções
invisíveis realizando o check list de cumprimento as normas ambientais e de
segurança, e ainda visitas técnicas a base de distribuição, presenciando o simulado
de incêndios, carregamentos dos caminhões tanque e também a um posto revendedor
43
no momento de entrega do combustível e descarregamento dos produtos, podendo
preencher o check list citado acima.
A terceira etapa consiste em tratar os dados disponibilizados pela empresa
mensurando os custos das atividades observadas na coleta de dados citadas no
parágrafo anterior em consonância com a análise bibliográfica.
3.3 ANÁLISE DOS DADOS
A análise dos dados se deu pela descrição das atividades realizadas
auxiliando na junção de elementos que permitem a mensuração dos custos
ambientais da empresa em que esse estudo se aplica, observando a relevância de
tais ações para a entidade e a necessidade de atendimento aos requisitos legais.
A partir da coleta dos dados no sistema contábil e financeiro da empresa
estudada e do sistema de folha de pagamento foram identificados critérios de
mensuração correlacionados com os procedimentos adotados nas ações ambientais.
Desta forma a análise baseia-se no método apresentado por Hansen e
Mowen (2001), rastreando atividades, definindo índices ou critérios de mensuração a
partir do fato gerador para que fossem alocados os devidos custos.
Para as ações cujos custos tinham alocação direta, após a coleta dos
lançamentos nos ano de 2015, todos os gastos foram tratados, classificando também
lançamentos que só ocorreriam em função da ação ambiental como, por exemplo,
alocar na atividade de licenciamento ambiental a publicação em diário oficial de uma
licença expedida pelo órgão regulamentador.
Nos casos de apropriação indireta, os custos foram apurados apenas com
base na despesa com pessoal, e os critérios foram definidos com base no recurso
humano utilizado, assim explicado:
Recurso Humano de SSMA: A partir do head count6 do setor entende-se
que 35% das atividades são de cunho ambiental, as demais estão
ligadas à saúde e segurança. E que de todo o tempo de trabalho
desenvolvido com ações ambientais, 70% estão descritos nesta
pesquisa. Foram aplicados pesos 1, 2, e 3 para cada atividade realizada
por SSMA que respectivamente consumam maior tempo de
acompanhamento, execução ou monitoramento, definindo então o fator
6 Estabelece a relação de atividades de trabalho em função do tempo.
44
de aplicação a ser incidido sobre 35% do custo com pessoal de SSMA
em 2015.
Outros Recursos Humanos: Foram definidos critérios individuais
baseado no tempo de execução observado, dada à particularidade de
cada ação.
A mensuração dos benefícios obtidos das ações ambientais será pautada,
em sua grande maioria, na observância a legislação ambiental, no que compete as
atividades obrigatórias para o funcionamento.
45
4 RESULTADOS
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA OBJETO DE ESTUDO
A empresa objeto de estudo é uma sociedade de distribuição de
combustíveis criada, a partir da fusão entre outras duas empresas do ramo, está entre
as maiores distribuidoras de combustíveis do Brasil, compreendendo 50 unidades
administrativas e bases de distribuição em 21 estados de Norte a Sul do país.
Esta estrutura é responsável pela comercialização de 300 a 400 milhões
de litros de combustíveis por mês, com destaque no ranking nacional por seus clientes
ativos e contribui positivamente com a geração de empregos diretos e indiretos no
país.
Os produtos comercializados são: Gasolina Premium Comum e Aditivada,
Gasolina C Comum e aditivada, Diesel B S10 Comum e Aditivado, Diesel B S500
Comum e Aditivado, Etanol Hidratado, Diesel Marítimo e Querosene Iluminante.
Figura 8 - Macro Fluxo dos Processos de Comercialização de Combustíveis
Fonte: Manual interno de SGI 2016. Atualizado em 15 abr. 2016.
A figura 8, construída a partir dos normativos internos e da prática
observada, demonstra como ocorre à dinâmica da atividade operacional na empresa
46
estudada para que o combustível seja liberado para entrega obedecendo à qualidade
exigida em cada processo.
A trajetória de sucesso dessa empresa se assemelha nos valores das duas
que deram sustentação a esse percurso. Ambas conquistaram espaço como
empresas que aderiram às práticas de governança corporativa, com foco na qualidade
dos produtos e excelência nos serviços, com a valorização dos colaboradores e a
construção de um relacionamento flexível, franco e transparente com os
revendedores.
No ano 2000 uma delas conquistou a certificação de Qualidade ISO 9001
em seus processos e unidades, já a outra em 2003 implementou o Sistema de Gestão
Ambiental e conquistou a ISO 14001 na sua maior base de distribuição, tornando-se
pioneira no setor com a certificação.
Após a fusão, a empresa decidiu pela implantação do seu SGI, incluindo
neste processo também a certificação de Segurança OHSAS 18001. O SGI abrange
os três sistemas: SGQ, SSO, e o SGA, mantendo assim a certificação integrada nos
seus principais escritórios e bases, dando prioridade à ética, à segurança, à saúde e
à preservação do meio ambiente. Tendo como principais diretrizes em sua política
interna de SGI os quesitos abaixo:
Ser reconhecida por seus parceiros e percebida pelo mercado de
combustíveis como a empresa mais ágil e flexível para se relacionar do
país;
Alcançar participação representativa no mercado brasileiro, na
distribuição de combustíveis e garantir a rentabilidade do negócio para
os clientes e acionistas;
Qualificar, treinar e envolver todos seus colaboradores e fornecedores
aumentando a cada dia o comprometimento deles quanto à saúde, a
segurança das atividades, a conscientização ambiental e o bem estar
social;
Trabalhar em parceria com seus fornecedores buscando a melhoria
contínua na qualidade da entrega de combustíveis;
Cumprir os requisitos legais e outros requisitos do setor de distribuição
de combustíveis, segurança, saúde ocupacional, trabalhista e meio
ambiente;
47
Minimizar os riscos significativos de sua atividade de distribuição de
combustíveis como forma de prevenir lesões e doenças e garantir o bom
desempenho de segurança e saúde;
Reduzir a poluição, identificando e controlando os aspectos e os
impactos causados ao meio ambiente através de programas de
gerenciamento ambiental;
Não permitir em sua área de atuação práticas de trabalho infantil,
trabalho forçado, discriminação e punições ilegais;
Proporcionar um ambiente seguro e transparente, promovendo os
direitos humanos e a cidadania.
Essas ações demonstram o interesse da empresa em ser um diferencial no
mercado, comprometida com o desenvolvimento e eficácia do seu sistema de gestão,
definido e acompanhado pela alta direção.
4.2 AÇÕES DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
A empresa estudada utiliza e desenvolveu, em 2015, uma série de ações
em respeito ao meio ambiente, de forma a atender aos órgãos reguladores por meio
da legislação e normativos, como também transmitir aos seus parceiros, clientes e
colaboradores, a segurança em seus processos, evitando riscos e adicionando pontos
positivos à sua marca.
Essas ações estão presentes, em sua grande maioria, no SGA da empresa
e são acompanhadas pelo SGI. No entanto, existem outras ausentes do SGA, mas
que possuem relevância para a gestão, conforme descrito pela assessora de auditoria
interna sênior da companhia, como é o caso de ações promovidas pelo marketing,
que agregam valor a marca, o acompanhamento dos programas ligados na qualidade
no cliente revendedor, e o acompanhamento preliminar do setor de engenharia nos
processos de abertura de um novo posto ou adesão à bandeira da empresa, reduzindo
o risco solidário.
O fluxo de processos e escopo do SGA definido na Figura 9 foi elaborado
com base nas normas internas, diretrizes da gestão integrada e dinâmica operacional
observada.
48
Figura 9 - Macro Processos e Escopo de Trabalho do SGA
Fonte: Elaboração própria
49
As fases do SGA definidas na figura 9 dividem-se quatro ações ambientais:
planejamento (P), execução (E), certificação dos procedimentos (C), e revisão dos
processos com sugestão de melhorias (R). Além dessas descritas existem ações que
são tratadas em itens a parte por não compor o SGA e os processos de apoio.
Os processos de apoio exercem papel fundamental para execução das
ações do SGA, pois subsidiam as fases do sistema, por meio do Controle de
documentos e registros gerados, Comunicação interna e externa, Treinamentos e
conscientização e Manutenção, detalhado no Apêndice A.
Na fase de planejamento são elaborados planos, diretrizes e metas de
forma a prevenir ou reduzir a ocorrência de sinistros ambientais, cumprir os requisitos
legais, e atender aos planos da alta gestão para cada ano, tais como Matriz de Riscos,
Programa de Responsabilidade ambiental, Plano de Controle de Emergências e Plano
de Emergências em Transportes, detalhado no Apêndice B.
Na fase de análise, execução e controle, são praticadas: Investigação
Ambiental Preliminar, Sistema Operacional de Gestão Integrada, Gerenciamento de
Resíduos, Diálogo Semanal de Segurança, Simulados de Prevenção, Controles de
Efluentes, Testes de Estanqueidade, Registro de Práticas Inseguras e Quase
Acidente, Registro de Práticas Inseguras e Quase Acidente, detalhadas no Apêndice
C.
Na fase de Monitoramento e de Certificações são realizadas Auditoria de
obtenção/manutenção de certificados, Auditorias internas de prevenção de melhorias,
Monitoramento do SSMA e Programa de Inspeções invisíveis, detalhados no
Apêndice D.
A fase de Revisão de Processos Ambientais completa o ciclo dos
procedimentos presentes no SGA, momento que geralmente ocorre no final de cada
ano onde são apresentados para a alta gestão da empresa os dados coletados a partir
das ações ambientais e de segurança. Nesse momento são definidas as diretrizes
para elaboração das metas do ano seguinte, e avalia-se o que ficou pendente e o que
será acrescentado nos procedimentos de execução ou validação ambiental, em
interface dos setores de SSMA, SGI, Compliance no jurídico, Segurança
Organizacional e membros da diretoria.
Outras ações que não estão presentes no SGA da empresa e são
desenvolvidas com maior foco no marketing verde ou maior segurança aos
50
stakeholders, como por exemplo: Jogue Limpo, Programa Ligados na Qualidade e
Seguros ambientais.
O Jogue limpo é uma parceria entre a distribuidora e o Instituto Jogue
Limpo, que recolhe as embalagens plásticas de lubrificantes usadas. O programa é
custeado pelos fabricantes das embalagens e atua em mais de 42 mil pontos
cadastrados no país. Desde 2005, quando criado, o instituto já reciclou mais de 524
milhões de embalagens, ao todo são mais de 900 postos de combustíveis,
pertencentes à rede da empresa estudada, participantes do programa.
O Programa Ligados na Qualidade tem a finalidade de garantir a
especificação dos combustíveis recebidos e distribuídos, através laboratórios móveis
e de ensaios físico químicos realizados em amostras de produtos dos postos
revendedores, além de agregar valor a visita oferecendo serviços de suporte e apoio
a revenda. Em matéria ambiental auxilia com a realização de check list de estrutura e
instalações do posto, que não será apresentado neste trabalho por questão de
confidencialidade, e ao final é dado feedback para o revendedor e caso necessário
aos setores de engenharia e meio ambiente. Se ao final da vistoria o posto atingir mais
de 80% é considerado clean, caso contrário é caracterizado como não clean. No total
de 44 itens observados, 8 enquadram-se em matéria ambiental. No ano de 2015 foram
aplicados 5.165 check list.
Quanto aos Seguros Ambientais a empresa possui uma apólice com
cobertura ambiental, dado o risco que já exposto nesse trabalho. A cobertura do
seguro é de até 500 mil para danos ambientais, mais 500 mil para tratamento da carga
e 50 mil reais para custas advocatícias. A empresa possui outras apólices que em
casos de sinistros tem cobertura da estrutura patrimonial, visto que a apólice citada
neste estudo cobre apenas danos ambientais.
4.3 CUSTOS DAS AÇÕES DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
Neste momento dá-se resposta ao segundo objetivo específico dessa
pesquisa e são mensurados os custos das ações ambientais da empresa estudada
transcorridos no ano de 2015. Deve-se ressaltar que atualmente a empresa não aplica
procedimentos de contabilidade ambiental no gerenciamento de suas informações
contábeis, não possui plano de contas de forma a separar seus gastos ambientais, e
os dados divulgados foram coletados e tratados do sistema contábil financeiro da
empresa a partir do fato gerador e da indicação de fornecedores em cada ação,
51
também foram coletados dados do sistema de folha de pagamento para mensuração
do custo com pessoal.
Os custos com as ações de sustentabilidade ambiental são mensurados de
forma individual para cada atividade, preservando as particularidades de cada uma
delas, conforme demonstra a tabela 1, referente a gastos de prevenção e detecção, e
falhas internas, e ao final são acrescidos os gastos decorrentes de sanções penais,
decorrentes de falhas externas.
A tabela 1 demonstra como se dá a mensuração dos custos aplicados às
ações ambientais da empresa estudada, tendo como pressuposto o método de custeio
por atividades, que conforme sugerido por Hansen e Mowen (2001) se mostra mais
adequado para gestão dos custos ambientais, tendo em vista que ainda não se dispõe
de direcionadores obtidos por rastreio utilizou-se o fator de aplicação, que indica
quanto do total dos recursos são atribuídos aos custos ambientais da empresa
estudada.
52
Tabela 1 - Base de Mensuração das Ações Ambientais
Ações Atividades Ambientais Recursos Critério de
Apropriação Peso
Fator de Aplicação
Ações Ambientais de Planejamento
Matiz de Riscos* 35% Despesa de Pessoal com SSMA Indireto 3 11,67%
Programa de Responsabilidade Ambiental
35% Despesa de Pessoal com SSMA Indireto 2 7,78%
Plano de Controle de Emergências 35% Despesa de Pessoal com SSMA Indireto 2 7,78%
Plano de Emergências em Transportes 35% Despesa de Pessoal com SSMA Indireto 2 7,78%
Ações Ambientais de
Análises, Execução e
Controle
Investigação Ambiental Preliminar Contratos de Prestador do Serviço Direta - 100,00%
Sistema Operacional de Gestão Integrada - SOGI
Faturas mensais - Direito de uso do software
Direta - 100,00%
Gerenciamento de Resíduos Pagamentos a Transportador 35% Despesa de Pessoal com SSMA
Direto Indireto
- 3
100% 11,67%
Diálogo Semanal de Segurança- DSS** Outros Recursos Humanos Indireto - 20,00%
Simulados de Prevenção*** Outros Recursos Humanos Indireto - 100,00%
Controles de Efluentes e Emissão de Gases
Contratos de Prestador do Serviço Direta - 100,00%
Teste de Estanqueidade Contratos de Prestador do Serviço Direta - 100,00%
Registros de Práticas Inseguras e Quase Acidentes
35% Despesa de Pessoal com SSMA Indireto 2 7,78%
Acompanhamento do Licenciamento Ambiental
Consultorias Específicas / Taxas Ambientais / Publicações em DO's
Direta - 100,00%
Ações de Monitoramento e de Certificações
Ambientais
Auditoria de Obtenção/Manutenção das Certificações
Contratos de Prestador do Serviço Direta - 100,00%
Auditorias Internas de Prevenção e de Melhorias
Contratos de Prestador do Serviço Direta
- 100,00%
Monitoramento SSMA e do Sistema de Combate a Incêndios - SCI
Manutenção do SIC 35% Despesa de Pessoal com SSMA
Direta Indireta
- 3
100% 11,67
Programa de Inspeções Invisíveis Outros Recursos Humanos Indireto - 100,00%
53
Ações de Revisão de Processos Ambientais
Reunião de interface anual 35% Despesa de Pessoal com SSMA Indireto
1 3,89%
Outras Ações Ambientais
Jogue Limpo Não há custos Não há custos - -
Programa Ligados na Qualidade**** Outros Recursos Humanos Indireto - 18,18%
Seguros Ambientais Prêmio da Apólice Ambiental Direta - 100,00%
Assinatura de Revista Ambiental Faturas mensais Direta - 100,00%
Total
*O fator de aplicação de SSMA é calculado tendo por base que 70% das atividades estão presentes neste estudo, aplicando pesos de 1 a 3 nas ações. Os outros 30% das atividade ambientais referem-se a horas de treinamento, solicitações pontuais e/ou urgentes.
**Fator obtido com base no percentual de temas ambientais definidos em norma interna;
***Apenas os simulados ocorridos nas 6 bases de distribuição são mensurados nesse trabalho, dado o risco ambiental apresentados em todos os simulados. Nos escritórios tem foco definido na saúde e segurança dos colaboradores;
****Fator definido com base no percentual de itens ambientais inspecionados. São 8 itens ambientais em um total de 44.
Fonte: Elaboração própria
54
Quando o critério de apropriação se dá de forma direta o fator de aplicação
dos custos é utilizado em 100% do total de recuso aplicado na atividade, dessa forma
abaixo estão definidas as composições do cálculo para análise do resultado:
Investigação Ambiental Preliminar: A mensuração dessa ação será
atribuída de forma direta, os valores rastreados no sistema contábil
informam que o total gasto com investigação técnica, adequação
ambiental e teste de estanqueidade para novos clientes no ano de 2015
foram de R$ 406.390,41.
Sistema Operacional de Gestão Integrada – SOGI: Para mensuração
dos custos com o SOGI, reuniu-se os pagamentos mensais por direito
de uso de software que somam R$ 86.016,00, acrescendo neste valor
os gastos com treinamentos e customizações da ferramenta de R$
5.285,72, incorridos no ano de 2015 totalizando R$ 91.301,72.
Gerenciamento de Resíduos: Foram identificados em pesquisa no
sistema contábil financeiro da empresa estudada o lançamento de R$
28.500,00 em despesas com o gerenciamento de resíduos sobre a
responsabilidade técnica de terceiros.
Controle de Efluentes e Emissão de Gases: Foram identificados os
custos com essa ação a partir de pesquisa no sistema financeiro por
pagamentos ao fornecedor que valida o inventário de efluentes, o
dispêndio total foi R$ 14.734,85.
Testes de Estanqueidade: Conforme já mencionado na listagem das
atividades os testes de estanqueidade deve seguir a periodicidade legal
definida pelos estados e caso eles se omitam o CONAMA indica a
realização a cada 5 anos. Foram encontrados os lançamentos no ativo
imobilizado da empresa no montante de R$ 27.167,46.
Acompanhamento do Licenciamento Ambiental: A composição dos
custos para esta ação divide-se em quatro grupos: consultorias
específicas, taxas ambientais de operação, taxas ambientais de
transportes, e publicações em diários oficiais e jornais quando obrigado.
A empresa não dispõe em seu plano de contas contábeis uma rubrica
apropriada para os gastos com o licenciamento ambiental, o que dificultou a coleta de
dados e pode reduzir o valor real, dado que foram encontrados lançamentos de gastos
55
para obtenção da licença ambiental em 6 contas contábeis distintas no ano de 2015,
e não estão inseridos outros custos indiretos como passagens aéreas, hospedagens,
conduções, alimentação, que foram incorridos para obtenção da licença.
Foram localizados os seguintes custos: R$ 231.672,78 com consultorias
para licenciamentos, R$ 103.716,95 com licenças de operação, R$ 25.642,07 com
licenças de transportes, e R$ 10.645,00 com publicações do licenciamento totalizando
R$ 371.676,80 pagos no ano de 2015.
Figura 10 - Classificação dos Gastos com Licenciamento Ambiental
Fonte: Elaboração própria
O gráfico acima demonstra como estão dispostos os custos com o
licenciamento ambiental, é perceptível que os gastos com consultorias superam em
mais da metade todos os demais, admitindo-se a normalidade para tal fato, pois se
não concedida existem implicações que podem chegar à interdição e paralisação da
operação na unidade.
Auditoria de Obtenção/Manutenção das Certificações: No ano de 2015
ocorreu apenas a manutenção da certificação pela empresa
certificadora. Como a empresa não adota os princípios da contabilidade
ambiental os custos com a certificação em 2014 foi lançado diretamente
no resultado, incorrendo para 2015 apenas a manutenção.
A manutenção da certificação resultou para a empresa o dispêndio de R$
21.916,10, não sendo possível mensurar custos indiretos tais como passagens
aéreas, hospedagens, conduções, alimentação para a auditoria.
Auditorias Internas de Prevenção e de Melhorias: Foram realizadas
auditorias internas validando: a conformidade ambiental e requisitos
56
legais aplicados à empresa, auditoria sobre o SGI, sobre o plano de
emergências em transportes, e auditoria prévia nas unidades
certificadas, totalizando R$ 151.163,89 no ano de 2015.
Monitoramento SSMA e do Sistema de Combate a Incêndios – SCI: Para
o SCI foi feita a busca no sistema contábil financeiro pelos serviços e
aquisições de extintores, hidrantes e mangueiras totalizando o gasto de
R$ 57.896,88.
Seguros: Para mensuração foram considerado o total de apropriações
com a apólice ambiental lançado na conta de despesa com seguros,
totalizando R$ 72.930,80.
Assinatura de Revista Ambiental: O custo foi mensurado a partir dos
lançamentos das faturas, totalizando R$ 14.415,00
57
Tabela 2 - Total de Custo Direto
Atividades Ambientais -
Custeio Direto
Total por atividade
(%) Ações
Ambientais Total por Ação (%)
Investigação Ambiental Preliminar
406.390,41
31%
Análises, Execução e
Controle
977.663,16 73%
Sistema Operacional de Gestão Integrada - SOGI
91.301,72
7%
Gerenciamento de Resíduos
66.391,92 5%
Controles de Efluentes e Emissão de Gases
14.734,85
1%
Teste de Estanqueidade
27.167,46 2%
Acompanhamento do Licenciamento Ambiental
371.676,80
28%
Auditoria de Obtenção/Manutenção das Certificações
21.916,10
2%
Monitoramento e de
Certificações
268.868,79 20%
Auditorias Internas de Prevenção e de Melhorias
151.163,89
11%
Monitoramento SSMA e do Sistema de Combate a Incêndios - SCI
95.788,80
7%
Seguros Ambientais 72.930,80
6% Outras Ações Ambientais
87.345,80 7% Assinatura de Revista Ambiental
14.415,00 1%
Total Geral 1.333.877,75
100% 1.333.8775 100%
Fonte: Elaboração própria
A tabela acima resume todos os custos diretos atribuíveis às atividades e
as ações ambientais a que estão inseridas. O segundo menor custo direto está
atribuído ao processo de certificação, isso não conclui que a empresa investe pouco
nesta atividade, mas justifica-se, pois, no ano estudado ocorreu apenas a manutenção
da certificação.
Os custos indiretos, são definidos como os Recurso Humano de SSMA ou
Outros Recursos Humanos Internos, compreendem todos os gastos em folha de
pagamento com salários, periculosidade, encargos, férias, 13º salário, participação
nos lucros, e verbas variáveis como horas extras, adicional de transferência e noturno.
A despesa total de pessoal em 2015 com SSMA totalizaram R$ 927.965,58, o salário
58
hora médio de um consultor de qualidade em 2015 foi de R$ 19,78, o de um assessor
patrimonial R$ 27,53.
A apuração dos custos com o Recurso Humano de SSMA, são mensurados
conforme determinado na metodologia desta pesquisa, empregando o fator de
aplicação sobre o resultado de 35% da despesa total, pois 35% das atividades de
SSMA são voltadas ao meio ambiente.
O fator de aplicação é calculado de forma ponderada considerando os
pesos definidos na tabela 1, totalizando 70%, pois o setor de SSMA estima em seu
head count 30% das atividades ambientais são atribuídas à treinamentos, e
solicitações pontuais ou urgentes. Desta forma pela atribuição de atividades 35% da
despesa com pessoal em 2015 resulta em R$ 324.787,95, sendo alocado nesta
pesquisa 70% deste valor, totalizando R$ 227.351,57.
Tabela 3 - Custo com Recurso Humano SSMA
Atividades Ambientais
Peso Fator de
Aplicação Total por
atividade (R$) Ações
Ambientais Total por Ação
(R$) (%)
Matiz de Riscos 3 11,67% 37.891,93
Planejamento
113.675,78 50%
Programa de Responsabilidade Ambiental 2 7,78%
25.261,29
Plano de Controle de Emergências 2 7,78%
25.261,29
Plano de Emergências em Transportes 2 7,78%
25.261,29
Gerenciamento de Resíduos 3 11,67%
37.891,93 Análises,
Execução e Controle
63.153,21 28% Registros de Práticas Inseguras e Quase Acidentes 2 7,78%
25.261,29
Monitoramento SSMA e do Sistema de Combate a Incêndios - SCI 3 11,67%
37.891,93
Monitoramento e de
Certificações
37.891,93 17%
Reunião de interface anual 1 3,89% 12.630,64
Revisão de Processos
12.630,64 6%
70% 227.351,57 227.351,57 100%
Fonte: Elaboração própria
A partir dos custos por ações ambientais da área de SSMA, percebe-se que
o setor é responsável integralmente pelas atividades das ações de planejamento e
revisão dos processos, e ambos tem posição opostas pois enquanto as atividades de
planejamento representam o maior gasto do setor, a ação de revisão representa o
59
menor, isso ocorre devido aos processos ambientais na empresa estarem
consolidados dado o tempo de implantação, possivelmente os custos com revisões
eram bastante elevados na fase de implantação do SGA.
Os outros recursos humanos são mensurados a partir da apropriação
indireta, com definição de itens específicos para formulação do cálculo, segue abaixo
a forma de mensuração a partir da metodologia aplicada:
Diálogo Semanal de Segurança- DSS: Sabendo-se que a atividade tem
duração média de 5 minutos e realização com periodicidade definida
semanalmente nas bases e mínimo mensal nos escritórios. Em 2015 foi
divulgada na apresentação de resultados da área de SSMA a realização
de 2.279 DSS realizados nas bases e 38 DSS realizados nos escritórios,
a participação dos funcionários supera os 70% quando excluídos do
cálculo os colaboradores do comercial externo, que não desenvolve
suas atividades em posto fixo nas nossas unidades.
Desse modo o cálculo será feito em dois grupos, bases e escritórios,
somando-se o salário hora com os reflexos dos encargos trabalhistas, aplicando o
percentual de participação dos colaboradores de 70%, multiplicado pela fração de
hora 0,08 correspondente ao tempo médio utilizado para diálogo, multiplicando no final
pela quantidade de DSS realizados no grupo e pelo percentual de temas ambientais.
Sabendo que o salário hora dos colaboradores das bases, com reflexo dos
encargos, somavam em 2015 R$ 13.160,96, calcula-se para o grupo 1: Salário hora
R$ 13.160,96 x percentual de participação 70% x fração de tempo dos diálogos 0,08h
x quantidade de DSS nas bases 2.279, totalizando no grupo 1 no ano de 2015 R$
1.679.654,35.
Nos escritórios o salário hora em 2015 somaram R$ 22.222,81 x percentual
de participação 70% x fração de tempo dos diálogos 0,08h x quantidade de 38 DSS
nos escritórios totalizando no grupo 2 R$ 482.857,21.
Somam-se então os gastos dos dois grupos com os colaboradores para
DSS R$ 2.162.511,56, considerando a partir dos temas propostos na norma interna
107, que 20% são temas ambientais, pode-se inferir que os custos ambientais no ano
de 2015 com os DSS foram de R$ 432.502,31.
Simulados de Prevenção: Os simulados ocorridos em 2015 nos
escritórios não são mensurados nesse trabalho, pois foi discutida a
60
temática de saúde ocupacional, dessa forma são mensurados os 72
simulados, um por mês, que ocorreram nas 6 bases de distribuição no
ano de referência. Para que ocorra a mensuração admite-se que os
simulados tem duração média de 30 minutos, a participação média de
80% dos colaboradores da filial, haja vista que os motoristas não
participam em sua totalidade, pois estão seguindo as atividades de
entrega fora das bases e o somatório do salário hora dos colaboradores
das unidades abrangidas no programa.
Desta forma calcula-se o somatório do salário hora, com reflexos de
encargos, das 6 unidades R$ 5.730,76 x percentual de 80% de participação x fração
de tempo dos simulados 0,5 x quantidade de 72 simulados no ano, totalizando R$
165.045,89.
Inspeções Invisíveis: No ano de referência desse estudo foram
realizadas 343 inspeções invisíveis, a mensuração dessas ações
baseia-se na mão de obra utilizada para realização do check list, dada a
dificuldade de associar os custos indiretos quando incorridos como
condução, alimentação e hospedagem.
Dessa forma será utilizada a média de salário hora, com reflexo de
encargos, dos quatro assessores que realizam o procedimento. Cada check list tem
duração de aplicabilidade média de 6 horas, tempo em que o motorista do CT
distribuirá combustível aos clientes, mais cerca de 2 horas para finalização do relatório
e emissão do parecer. Calcula-se que o custo com a ação é: salário hora médio R$
27,53 x 8 horas em cada inspeção x 343 inspeções no ano, totalizando R$ 75.542,32.
Programa Ligados na Qualidade: O método de custeio aplicado a este
item observa o salário hora médio dos consultores de qualidade,
incluindo os reflexos de encargos, adota-se o tempo médio de 1 hora
para a realização do check list, considerando o total de inspeções ano
de 2015, observando no final o fator de aplicação descrito no quadro 12.
O salário hora médio em 2015 R$ 19,78 x 1 hora para execução da
vistoria x 5.165 check list aplicados em 2015 x 18,18% de fator de
aplicação, totalizando R$ 18.573,36.
61
Com os dados da tabela 4, conclui-se que os custos indiretos que não são
atribuídos a SSMA têm maior expressividade com a mensuração de atividades que
mobilizam as unidades da empresa, destacando-se o DSS como o maior custo dada
a sua frequência e abrangência.
Tabela 4 - Custos com Outros Recursos Humanos
Atividades Ambientais (%) Total por
Atividade (R$) Ações
Ambientais
Total por Ação (R$) (%)
Diálogo Semanal de Segurança- DSS
62,53% 432.502,31 Análises,
Execução e Controle
597.548,20 86%
Simulados de Prevenção 23,86% 165.045,89
Programa de Inspeções Invisíveis
10,92% 75.542,32 Monitoramento e de Certificações
75.542,32 11%
Programa Ligados na Qualidade
2,69% 18.573,36 Outras Ações Ambientais
18.573,36 3%
691.663,88 691.663,88 100%
Fonte: Elaboração própria
A figura 11 resume os custos apresentados com as atividades ambientais
de acordo com a aplicação dos custos, sendo com alocação direta com as atividades
desenvolvidas por terceiros e indireta com as despesas de pessoal.
Figura 11 - Custos totais por Critério de Apropriação
Fonte: Elaboração própria
1.333.878
691.664
227.352
0
200.000
400.000
600.000
800.000
1.000.000
1.200.000
1.400.000
1.600.000
Custo com terceiros Outros RecursosHumanos Internos
Recurso HumanoSSMA
Total
62
De acordo com o gráfico presente na figura 11 a maior participação dos
custos ambientais da empresa estão sendo direcionados para terceiros, superando
59% dos gastos totais, e o menor custo está atribuído ao setor de SSMA com pouco
mais de 10%, desta forma pode-se inferir que os prestadores de serviço exercem alta
influência no desempenho do SGA da companhia, o que pode ser um risco em
potencial se eles não partilharem da política de gestão integrada da empresa
estudada.
Ainda no ano de 2015 outros custos são atribuíveis a gestão ambiental e
não foram mencionados anteriormente pois não estão inclusos nas ações promovidas
pela empresa em benefício ao meio ambiente, foram as multas fiscais ambientais
aplicadas no exercício somando R$ 110.241,47 e a Taxa de Controle e Fiscalização
Ambiental, paga ao Ibama trimestralmente por exercer atividades potencialmente
poluidoras ou utilizadoras de recursos naturais totalizando no referido ano R$
227.020,77, verificou-se também no relatório financeiro a divulgação de uma
contingência com as taxas de licenciamento no valor de R$ 1.882.000,00.
De modo geral o tabela 5 a seguir descreve o custo total da empresa com
atividades ligadas ao meio ambiente.
63
Tabela 5 - Custo das Ações Ambientais
Ações Custo das Ações Ambientais (R$)
(%)
Ações Ambientais de Planejamento 113.675,78 3%
Matriz de Riscos 37.891,93
Plano de Controle de Emergências 25.261,29
Plano de Emergências em Transportes 25.261,29
Programa de Responsabilidade Ambiental 25.261,29
Ações Ambientais de Análises, Execução e Controle 1.600.472,65 36%
Acompanhamento do Licenciamento Ambiental 371.676,80
Controles de Efluentes e Emissão de Gases 14.734,85
Diálogo Semanal de Segurança- DSS 432.502,31
Gerenciamento de Resíduos 66.391,92
Investigação Ambiental Preliminar 406.390,41
Registros de Práticas Inseguras e Quase Acidentes 25.261,29
Simulados de Prevenção 165.045,89
Sistema Operacional de Gestão Integrada - SOGI 91.301,72
Teste de Estanqueidade 27.167,46
Ações de Monitoramento e de Certificações Ambientais 344.411,11 8%
Auditoria de Obtenção/Manutenção das Certificações 21.916,10
Auditorias Internas de Prevenção e de Melhorias 151.163,89 Monitoramento SSMA e do Sistema de Combate a Incêndios -
SCI 95.788,80
Programa de Inspeções Invisíveis 75.542,32
Ações de Revisão de Processos Ambientais 12.630,64 0,3%
Reunião de interfaceanual 12.630,64
Outras Ações Ambientais 105.919,16 2%
Jogue Limpo 0,00
Programa Ligados na Qualidade 18.573,36
Seguros Ambientais 72.930,80
Assinatura de Revista Ambiental 14.415,00
Aplicação de Taxas, Multas e Contingências 2.219.262,24 50%
Multa Ambiental Fiscal 110.241,47
Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental 227.020,77
Contingência com Taxas de Licenciamento 1.882.000,00
Total geral 4.396.371,58 100%
Fonte: Elaboração própria
O tabela 5 apresenta a partir do mapeamento feito e dos critérios de
mensuração por atividade definidos na metodologia, de forma resumida e
consolidada, relatando quanto custa para a empresa estudada no ano de 2015 para
adequar-se as normas ambientais e promover ações de sustentabilidade totalizando
R$ 4.396.371,58.
64
Na figura 12 tem-se de forma nítida a concentração dos custos nas ações
ambientais da empresa estudada.
Figura 12 - Custo das Ações Ambientais
Fonte: Elaboração própria
Os dados comprovam atual situação do SGA, desde sua implantação o
mesmo vem recebendo melhorias e certificações o que o leva a estar mais
consolidado, necessitando de mais execução e menos revisão, como ocorre para esta
empresa, gasta-se mais na execução, em seguida na certificação, no planejamento e
por fim na revisão.
4.4 BENEFÍCIOS DAS AÇÕES DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
Com as ações de sustentabilidade ambientais implementadas pela
empresa estudada são gerados benefícios atrelados à qualidade dos procedimentos
e de cunho econômico na redução de riscos, com passivos ambientais futuros,
atrelados ao patrimônio, produtos, multas e outras sanções administrativas aplicadas
pelos órgãos reguladores.
No ano de 2015 foram elaborados cinco planos de ações a partir das ações
de planejamento da matriz de riscos, obtendo 100% de eficácia e cumprimento dos
prazos propostos, como também não ocorreram acidentes ambientais envolvendo a
empresa estudada, o Art. 75 da Lei 9.605 de 1998 define o mínimo de R$ 50 reais e
máximos de R$ 50 milhões de multa para cada infração ambiental cometida, podendo
3%
36%
8%0,3%2%
50%
Ações Ambientais dePlanejamento
Ações Ambientais de Análises,Execução e Controle
Ações de Monitoramento e deCertificações Ambientais
Ações de Revisão de ProcessosAmbientais
Outras Ações Ambientais
Aplicação de Taxas, Multas eContingências
65
incorrer ainda gastos com reparação do dano, não havendo limite de valores conforme
prevê o Art. 225 da Constituição Federal (BRASIL, 1988).
Quanto às ações de análises, execuções e controles implementadas, o
maior benefício é obtido na manutenção da regularidade na para o licenciamento
ambiental e no acompanhamento dos quesitos legais pelo SOGI, pois o não
licenciamento incorre, como prevê o Art. 14 da Lei 6.938 de 31 de agosto de 1981, na
suspensão das atividades do estabelecimento, ocasionado baixas no faturamento. Na
empresa objeto desse estudo, em 2015 sua maior base de distribuição teve
faturamento médio mensal de R$ 143 milhões, o impacto diário máximo para empresa
poderia chegar a R$ 4,7 milhões por dia, e caso descumprisse de acordo com o Art.
66 do Decreto nº 6.514 de 22 de julho de 2008, a multa varia de 500 reais a 10 milhões
de reais. Para o descumprimento de exigências legais ambientais na comercialização
de produtos o Art. 64, do decreto supra citado, fixou a multa de 500 a 2 milhões de
reais.
Na gestão de resíduos realizada pela companhia do total de resíduos
gerados no ano base desse estudo 68% foram destinados corretamente e os outros
32% permaneceram em estoque para serem destinados posteriormente, quando
analisado isoladamente os resíduos perigosos e os não perigosos foram destinados
corretamente 78% e 40%, respectivamente, permanecendo os demais em estoque,
atendendo as condições exigidas na legislação. A Lei 9.605 de 1998, em seu artigo
56, pune com reclusão, de um a quatro anos, o empreendedor que produzir,
processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer, transportar,
armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou substância tóxica, perigosa
ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências
estabelecidas em leis ou nos seus regulamentos.
Na fase de monitoramento e de certificações a empresa obtém maior
benefício com a certificação ISO 14.001, gerando benefícios não mensuráveis, pois,
segundo a empresa estudada a certificação promove uma melhoria da imagem da
empresa junto ao mercado e clientes, a melhoria do desempenho organizacional e
aumento da competitividade, e a melhoria do clima organizacional e aumento da
produtividade.
Com o programa de inspeções invisíveis foram gerados benefícios na
conformidade dos processos, como demonstra a figura 13, a partir da evolução média
66
dos resultados desde sua implantação em 2013 validando procedimentos na Frota
Própria – FP e Frota Associada – FA.
Figura 13 - Evolução Média dos Resultados Obtidos nas Inspeções Invisíveis
Fonte: Elaboração própria
A figura 13 foi elaborada com base nos dados disponibilizados pela
coordenação de segurança patrimonial da empresa.
As demais atividades que não foram citados os benefícios diretos,
contribuem com os benefícios já mencionados e também com a conscientização
ambiental dos colaboradores podendo ocasionar melhoria na sociedade em geral por
meio do conhecimento e rotina disseminada pela empresa sobre o tema.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2013 2014 2015 2016
67%76%
83% 85%
71%80%
88% 90%
FA
FP
67
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Essa pesquisa teve como objetivo mensurar o gasto das ações ambientais
implementadas na empresa no ano de 2015, e a partir da quantificação dessas
atividades poder analisar com os benefícios gerados avaliando a relação custo
benefício.
Percebe-se, ao final desse estudo, a necessidade de identificação no
sistema financeiro da empresa para lançamentos que tenham relação com a
sustentabilidade ambiental, pois determinados custos indiretos não foram inseridos ao
custo total da adequação ambiental às leis vigentes e promoção de atividades de
sustentabilidade, por terem sido feitos em classificações contábeis distintas, ainda que
possivelmente não apresentem valor significativo a modificar a avaliação de
resultados da pesquisa.
Outra dificuldade com que se deparou na pesquisa foi quanto à relação
com todas as ações ambientais praticadas pela empresa, apesar de haver para a
grande maioria normativos internos é importante para a gestão da empresa ter essa
relação, independente se pertencente ao SGA, com o acompanhamento de gastos
por período para a tomada de decisão.
A importância dessas duas recomendações se refletirá no futuro caso a
empresa decida seguir a tendência das demais no setor e emitir relatórios de
sustentabilidade, agregando valor de responsabilidade social a sua marca e de
eficiência da gestão econômica sobre tais ações, definindo por meio de custos e
resultados as diretrizes e prioridades de execução.
A esse estudo não compete avaliar o método de aplicação das ações
ambientais, compete justificar o que leva a empresa a desembolsar recursos para a
promoção de tais ações, como e quais são as atividades implementadas, mensurar o
custo total e avaliar quais os benefícios oriundos delas.
Dessa forma, ficou evidente por meio dos objetivos das ações ambientais
descritas nesta pesquisa que a empresa investe em ações ambientais visando o
atendimento a legislação, dada à expressividade dos valores máximos das multas
ambientais por descumprimento; a redução da propensão das atividades operacionais
para a ocorrência de acidentes ambientais, mediante a probabilidade do impacto que
eles poderiam causar visto que a empresa não teve em sua história acidentes de
grandes proporções e veiculação em grande mídia; e com objetivo no marketing
68
verde, visto que a empresa foi pioneira em alguns assuntos ambientais envolvendo a
distribuição de combustíveis e no apoio de ações que vinculem sua marca.
Quanto ao custeio foram definidos critérios observados de como ocorrem à
realização das ações ambientais na pratica, baseando-se em entrevistas com os
setores envolvidos, e na análise de normas e manuais de procedimentos ambientais.
Com a definição do método de custeio foi possível concluir que para a empresa
atender seus objetivos de implantação das ações ambientais, custo no ano de 2015
mais de R$ 4,3 milhões.
Dada à necessidade e o objetivo de cada ação ambiental é possível inferir
quais os benefícios gerados por elas, para tal foram considerados os efeitos
disponibilizados pela empresa com algumas delas, e o impacto imediato, para ter
efeito comparativo em 2015, se não houvessem ações mensuradas que são
obrigatórias.
De tal modo pode-se afirmar que as ações ambientais desenvolvidas por
uma distribuidora de combustíveis, mensuradas nesta pesquisa, possui efeito positivo
representando pouco mais que 0,04% de seu faturamento no ano, dada a sua eficácia
de gestão certificada de acordo com a NBR, a não ocorrência de acidentes ambientais
pela eficácia das ações de controle, e avaliando as penalidades passiveis a empresa
se não houvesse tais ações, comprova-se que a relação custo benefício é bastante
sustentável.
Quanto a realização de futuras pesquisas, visando empreender mais
passos rumo a uma melhor compreensão da contabilidade, sugere-se a replicação
desta pesquisa num estudo multicasos a fim de obter resultados passíveis de
generalização a um segmento maior das distribuidoras de combustíveis.
69
REFERÊNCIAS
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______. Óleo diesel S10, de baixo teor de enxofre. Disponível em: http://www.anp.gov.br/?pg=59129 Acesso em: 07 set. 2016.
BARBIERI, José Carlos. Competitividade Internacional e Normalização Ambiental. In Anais IV Encontro Nacional sobre Gestão Empresarial e Meio Ambiente, São Paulo, nov. 1997.
BRASIL. Constituição. Brasília: Senado Federal,1988.
______. Decreto º 6.514, de 22 de julho de 2008. Dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio ambiente, estabelece o processo administrativo federal para apuração destas infrações, e dá outras providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/decreto/D6514.htm Acesso em: 01 dez. 2016
______. Lei 9.605 de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9605.htm acesso em 01 dez. 2016
______. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm acesso em 16 set. 2016
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72
APÊNDICES
73
APÊNDICE A - PROCESSOS DE APOIO
Controle de documentos e registros gerados
São considerados registros os documentos que demonstram a obtenção
requerida e a efetiva operação do SGI. O controle destes está estabelecido em norma
interna, que determina como identificar, armazenar, proteger, recuperar, reter por um
tempo definido e descartar, quando apropriado, os registros. Cada unidade é
responsável por seu quadro de controle de registros, utilizando o modelo padrão
disponibilizado em norma.
Comunicação interna e externa
A empresa mantém mecanismos de comunicação externos e internos, de
modo a facilitar a divulgação das informações necessárias do sistema de gestão
sendo eles:
o Mecanismos Internos:
Jornal interno com periodicidade bimestral;
Comitê de gestão semanal entre as diretorias;
Entrega de cartilhas informativas;
Portal ambiental na intranet;
Reuniões de membros da CIPA;
Diálogo Semanal de Segurança – DSS nas bases e escritórios;
Canal de TV corporativa;
Treinamento para visitantes com apresentação de vídeo de
segurança e entrega de folders.
o Mecanismos Externos:
Programa Ligados na Qualidade – PLQ, verificando a conformidade
dos produtos vendidos nos postos revendedores ativos na rede;
Ouvidoria;
Canal de atendimento ao cliente;
Central de Apoio a Emergência – CAE;
Sites e redes sociais.
74
Treinamentos e conscientização
Anualmente são definidas as principais necessidades de treinamentos e desenvolvimento de programas de
conscientização com foco nas diretrizes estratégicas da organização, esse levantamento contempla os cursos e treinamentos
obrigatórios, definidos em norma interna, conforme quadro abaixo:
Quadro 3 - Treinamentos Obrigatórios
Curso Validade Itens Contemplados Tipo do
Treinamento Indicação
Integração para funcionários
Permanente
• Conhecendo a Empresa e sua história • Armazenagem e Distribuição de Produtos • Produtos Comercializados • Certificação:ISO 9001 / 14001 OHSAS 18001
• Serviços • Recursos Humanos • Benefícios • Segurança da Informação • Meio Ambiente • Segurança • Saúde
EAD Todos funcionários
novatos
Brigada de Incêndio (Primeiros Socorros,
Prevenção e Controle de Incêndio e Plano de
Emergência)
Anual
• Condições gerais • Parada respiratória • Parada cardíaca • Classes de incêndio • Tipo de extintores • EPI’s necessários • Uso de mangueiras
• Queimaduras • Ferimentos • Fraturas • Uso de espuma • Casa de fumaça • Equipamentos energizados • Aula Prática
Externo Socorristas/ Brigadistas
Direção Defensiva Permanente • Segurança nas estradas • Procedimentos da empresa • Condições adversas
EAD Funcionários que
utilizam os veículos da empresa
Procedimento Padrão de Transportes
Permanente • Transporte de combustíveis da base de distribuição ao posto • Procedimentos de descarga segura • Normas de conduta para o transporte
EAD Motoristas de CT's
Carga e Descarga Permanente
• Procedimento de carregamento e descarregamento no posto • Utilização dos EPI’s • Sinalização do local • Aterramento do CT
EAD Motoristas de CT's
75
NR 35 - Trabalho em Altura
Bienal De acordo com o conteúdo programático da NR 35 Externo Operadores de
bases e motoristas de CT's
Emissão de Permissão para Trabalho - PT
Bienal
• Condições gerais • Conceituação
• Aplicação • Emissão de PT
Interno Encarregados de
Bases e do setor de compras
NR 05 – CIPA (Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes) Anual De acordo com o conteúdo programático da NR 05.
Interno ou externo
Cipeiros e Designados
NR 20 - Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
Básico Trienal
De acordo com o conteúdo programático da NR 20. Interno ou
externo
Colaboradores das bases
próprias
Intermediário Bienal
Colaboradores de bases próprias que possuem o básico e motoristas de CT's
Avançado I Anual
Colaboradores de bases próprias que
possuem o Intermediário
Fonte: Elaboração própria
Dos treinamentos obrigatórios citados no quadro 3 apenas três, direção defensiva, NR 35 e Emissão de PT, não
apresentam discussão ambiental, indicando que em cerca de 68% dos cursos o assunto ambiental é abordado. No ano de 2015
foram realizados 233 treinamentos obrigatórios pela companhia com 92% de satisfação por parte dos colaboradores.
76
Manutenção
Os ambientes de trabalho são mantidos em condições adequadas quanto
à limpeza, organização, temperatura confortável, luminosidade e mobiliário de modo
à não prejudicar a produtividade necessária à distribuição de combustíveis e nem à
saúde dos funcionários e terceiros.
As bases são providas de sistema de drenagem, constituído de drenos de
bacia e drenos pluviais e dotado de válvulas de bloqueio, e bacias de contenção. Os
pisos da plataforma de enchimento, bacias de contenção e dos depósitos provisórios
são impermeabilizado em toda sua extensão com canaletas de retenção para a
hipótese de derrames.
Os laboratórios das bases visitadas atendem a legislação vigente, com
sistema de exaustão, drenagem para caixas secas, escritório separado da sala de
análises, com iluminação à prova de explosão. Os resíduos de sobras das análises
são retornados para os tanques e a água oleosa segregada para destinação
adequada. Em todas as unidades os dispositivos de segurança são bem sinalizados
e de fácil acesso para casos de sinistros.
Figura 14 - Croqui das Instalações de uma Base de Distribuição
Fonte: Sales (2016) elaborado a partir do registro interno salvo em 02 de março de 2016
1 - Quiosque 10 - Lajes futuras de ECT's 19 - Sistema de Combate a Incêndio
2 - Estacionamento de CT's 11 - Escritório Administrativo 20 - Caixa de Água Potável
3 - Bacia de Tanques 12 - Central de Ar Condicionado 21 - Estacionamento Externo
4 - Praça de Bombas - DCT's 13 - Estacionamento Interno de Veículos 22 - Sistema Recuperador de Vapor
5 - Caixa Separadora de Água e Óleo 14 - Prédio de Serviços Complementares 23 - Central de Resíduos
6 - Lajes de DCT's 15 - Arquivo Inativo 24 - Praça Biodiesel
7 - Quadro de Distribuição 16 - Conforto dos Motoristas 25 - Posto de Abastecimento Frota Própria
8 - Praça de Bombas - ECT's 17 - Portaria 26 - Caixa Separadora
9 - Plataforma de ECT's 18 - Tanque de Água Combate a Incêndio 27 - CCM
Botoeira de Emergência
Legenda:
77
A figura 14 foi coletada do arquivo interno de uma das bases visitadas, e
dispõe sobre a estrutura que é mantida para operação da atividade de distribuição,
sobre a qual a manutenção de todos os vinte e sete pontos referenciados é primordial
para desenvolvimento de outras ações ambientais.
78
APENDICE B - AÇÕES AMBIENTAIS DE PLANEJAMENTO
Matriz de Riscos
Foi estabelecido em normativo interno o procedimento da matriz de riscos
para continuamente identificar o fator de risco, avaliar e implementar medidas de
controle para todos os riscos das atividades existentes, incluindo atividades realizadas
por terceiros, conforme quadro 4.
Quadro 4 - Matriz de Riscos Ambientais
Fonte: Normativo Interno nº 113. Avaliação de perigos e riscos. Atualizado em 27 abr. 2015
A matriz definida no quadro 4 é elaborada para cada uma das sete unidades
certificadas na empresa, dadas às particularidades individuais delas, contendo os
perigos e riscos identificados pelos membros do comitê de SSMA associados aos
requisitos legais presentes no SOGI, cuja analise e avaliação se processa conforme
ilustra o quadro 4
Figura 15 - Análise e Avaliação dos Riscos Ambientais
Fonte: Normativo Interno nº 113. Avaliação de perigos e riscos. Atualizado em
27 abr. 2015
79
80
As análises e avaliações dos riscos ambientais são realizadas a partir da
matriz de riscos da unidade, avaliando a significância desses riscos e definindo a
necessidade de ações adicionais ao controle existente.
Ao ser identificado o aspecto ambiental é preciso listar quais os impactos
ambientais a este atrelados e, em seguida, é preciso classificar o risco observando a
extensão das consequências deste impacto, descritas no quadro 5, e também
classificar quanto à ocorrência, se os impactos já ocorreram deve-se observar a
frequência do dano, ou em caso contrário a classificação de ocorrência será definida
pelo grau de probabilidade, ambas descritas no quadro 6.
Quadro 5 - Matriz para análise de consequências
Fonte: Normativo Interno nº 113. Avaliação de perigos e riscos. Atualizado em 27 abr. 2015
Quadro 6 - Matriz para análise de frequências e probabilidades
Fonte: Normativo Interno nº 113. Avaliação de perigos e riscos. Atualizado em 27 abr. 2015
Descrição Consequências ao Meio Ambiente
CríticaMesmo com significativa intervenção, as consequências nas áreas impactadas perduram a longo prazo (mais de 01
ano). Exemplo: explosão de mais de um tanque de armazenamento de combustível.
Maior
Os impactos ambientais requerem grande intervenção para recuperação das áreas impactadas e as consequências
permanecem a médio prazo (entre 03 meses e 01 ano). Exemplo: derrame de combustível de 50.000 litros em solo
permeável, durante transporte.
Moderada
Os impactos ambientais requerem moderada intervenção para recuperação das áreas impactadas e não deixam
consequências a médio ou longo prazo (abaixo de 03 meses para resolução). Exemplo: derrame de combustível em
área com boa possibilidade de recuperação.
MenorOs impactos ambientais são absorvidos pelas áreas afetadas, que se recuperam espontaneamente e em curto
espaço de tempo. Exemplo: pequenos derrames de combustível.
Insignificante Não há impacto ambiental perceptível Exemplo: Consumo de energia elétrica nas bombas do SCI.
Nota Descrição Significado Descrição Significado
5Quase Certo Certamente ocorrerá na maioria das vezes. Constante
A consequência ocorrerá sempre que o
aspecto ambiental ou perigo existir.
4
Provável
Provavelmente ocorrerá na maioria das
vezes. Muito Frequente
Ocorrerá em mais de 50% dos casos em que
o aspecto ambiental ou perigo existir.
3
Possível
Deverá ocorrer alguma vez. Por
exemplo, uma vez por ano. Frequente
Ocorrerá entre 30 e 50% dos casos que o
aspecto ambiental ou perigo existir.
2Improvável
Poderá ocorrer alguma vez. Por exemplo,
uma vez a cada dez anos. Pouco Frequente
Ocorrerá entre 5 e 30% dos casos que o
aspecto ambiental ou perigo existir.
1Raro
Poderá ocorrer somente em circunstâncias
excepcionais. Raro
Ocorrerá abaixo de 5% dos casos que o
aspecto ambiental ou perigo existir.
Probabilidade (P)
(Para impactos ambientais e danos potenciais)
Frequência (F)
(Para impactos ambientais e danos reais)
81
82
Como demonstra a figura 13, a análise de significância é dada pela
combinação entre frequência ou probabilidade e o nível de consequências. Na
empresa estudada os riscos ambientais tem valor significativo se o nível de
significância for maior ou igual a 10, caso seja igual a 8 ou 9 é classificado como
moderado, e se o os níveis forem inferior a 8 os riscos são considerados como
aceitáveis.
Figura 16 - Análise de Significância do Risco
Fonte: Normativo Interno nº 113. Avaliação de perigos e riscos. Atualizado em
27 abr. 2015
Após a análise do risco ambiental e do seu valor para a companhia, é
descrito na matriz de riscos quais os controles que estão sendo aplicados para a
contenção do mesmo, como também é medida a eficácia desses controles, conforme
Quadro 7.
Quadro 7 - Matriz para avaliação da eficácia dos controles
Fonte: Normativo Interno nº 113. Avaliação de perigos e riscos. Atualizado em 27 abr. 2015
Nota Descrição Eficácia dos Controles Aplicados
5 Nenhum Nenhum controle está sendo aplicado e/ou os controles aplicados não surtem nenhum efeito
4 Deficiente
Os controles atualmente em uso não conseguem reduzir as probabilidades/frequências nem reduzir as
consequências a um nível aceitável na maioria das vezes, demonstrado pela existência de muitas falhas
associadas aos controles.
3 ModeradoOs controles atualmente em uso conseguem reduzir as probabilidades/frequências e/ou reduzir as
consequências a um nível aceitável algumas vezes, mas apresentam falhas.
2 EficienteOs controles atualmente em uso conseguem reduzir as probabilidades/frequências e/ou reduzir as
consequências a um nível aceitável na maioria das vezes, com poucas falhas.
1 Muito EficienteOs controles atualmente em uso conseguem reduzir as probabilidades/frequências e/ou reduzir as
consequências a um nível aceitável praticamente todas as vezes.
83
O quadro 7 descreve como devem ser classificados os controles aplicados
aos riscos ambientais da unidade. De acordo com a norma interna a avaliação deve
se basear em testes, constatações de auditorias ou outros monitoramentos e
resultados de sua aplicação real. A partir destas informações o quadro acima é
utilizado.
Uma vez definido o nível de significância do risco ambiental para a
companhia e a eficácia dos controles, a empresa faz uma avaliação da necessidade
de ações adicionais aos controles já existentes, podendo definir um plano de ação a
partir da avaliação.
Figura 17 - Matriz para decisão quanto à tomada de ações
Fonte: Normativo Interno nº 113. Avaliação de perigos e riscos. Atualizado em
27 abr. 2015
A figura 17 relaciona o nível de significância do risco com a eficácia dos
controles, e conforme definido em norma interna, orienta quanto aos procedimentos
que deverão ser aplicados, se necessário. Abaixo segue as orientações para cada
nível:
I. A Atividade deve ser interrompida ou não deve ser iniciada até que medidas de
controle sejam implementadas. Após a implementação dos controles, deve
haver nova avaliação;
II. Devem ser tomadas medidas de controle no prazo mais rápido possível;
III. A aplicação de controles adicionais ou revisão nos controles existentes devem
considera o custo para implantação. Se a redução da significância for vantajosa
relacionando com o custo, os controles serão aplicados;
IV. Nenhuma medida adicional de controle é necessária.
84
Admitindo-se a necessidade de implantação de controles adicionais,
deverão ser elaborados planos de ação obedecendo à sistemática americana 5W1H,
que traduzida ao português significa: o quê, quando, quem, onde, porquê e como.
Programa de Responsabilidade Ambiental
O Programa de Responsabilidade Ambiental - PRA consiste em propor
iniciativas de conscientização ambiental e desenvolvimento social, com foco em ações
que venham disseminar os bons hábitos para a preservação do meio ambiente, dando
abrangência a todos colaboradores, prestadores de serviços e na comunidade local.
O quadro 8 apresenta as ações pertencentes ao programa que foram realizadas no
ano de 2015.
Quadro 8 - Cronograma do Programa de Responsabilidade Ambiental
Fonte: Adaptado de Programa de Responsabilidade Ambiental. Atualizado em: 13 maio. 2016
O comitê de SSMA é responsável por definir anualmente o cronograma de
execução do programa e o setor de auditoria interna do SGI de acompanhar se as
ações planejadas no PRA estão sendo executadas.
Plano de Controle de Emergências
O Plano de Controles de Emergências – PCE tem por finalidade manter a
integridade material e física das unidades da empresa e de seus funcionários, visando
fornecer-lhes um embasamento teórico simples, de fácil compreensão e adaptado às
Ação Abrangência Realização
DSS de conscientização sobre o consumo consciente da água. Todos os colaboradores Março/2015
Campanha interna de eficiência energética e do consumo
consciente da água e energia.Unidades certificadas Abril/2015
DSS sobre a política de SGI. Todos os colaboradores Abril/2015
News no blog do revendedor sobre meio ambiente. Postos revendedores Maio/2015
Campanha interna de conscientização sobre reciclagem de
resíduos.Todos os colaboradores Maio/2015
Campanha interna de conscientização ambiental, em
comemoração ao dia mundial do meio ambiente.Unidades certificadas Junho/2015
DSS sobre consumo consciente de energia. Todos os colaboradores Setembro/2015
Palestras na comunidade em torno das unidades certificadas
sobre coleta seletiva e reaproveitamento do lixo.Comunidade
Outubro à
Dezembro/2015
85
necessidades, que, aliado aos treinamentos práticos, será uma ferramenta eficaz no
combate de possíveis situações de emergências que possam ocorrer.
O documento atende a ISO 14001 em seu requisito 4.4.7 que trata sobre
os procedimentos realizados para resposta de acidentes ou situações potenciais com
forma de prevenir ou mitigar, analisar periodicamente e testar quando exequível.
Atende também ao Decreto 4.085 que dispõe sobre a prevenção de acidentes
industriais fundamentando o documento em situações com ocorrência de emergência
em toda esfera química, exigindo os procedimentos para o planejamento preventivo
com atendimento a situações emergenciais.
Estão presentes no PCE de cada unidade um conjunto de procedimentos
e métodos que tem por objetivo o controle dos mais variados tipos de emergências
que possam ocorrer, tais como: incêndios, acidentes com vítimas, derrames,
vazamentos, manifestações, violências como assalto ou rendição, conforme os
impactos significativos.
O PCE está disponível a todos os colaboradores por meio da intranet e
impresso em locais estratégicos da unidade com a relação de brigadistas7 que tem
amplo conhecimento sobre o plano e em casos de emergências devem ser acionados.
Está contido no plano:
Descrição dos recursos disponíveis:
o Humanos e materiais da unidade;
o Combate a incêndio;
o Primeiros socorros;
o Recursos humanos externos, como bombeiros e outros;
Responsabilidades nas ações de resposta a situação de emergência;
Definição do fluxo das comunicações:
o Internas;
o Órgãos ambientais reguladores;
o Externas – Sociedade em geral;
Cenários de situações de emergências e pós emergências;
Cronograma de treinamentos e simulados de emergências;
7 Colaboradores que fizeram o treinamento da brigada de incêndio para auxiliar em casos emergenciais e de primeiros socorros.
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Plano de Emergências em Transportes
O Plano de Emergências em Transportes - PET define a atuação da
empresa estudada e das demais transportadoras participantes, em situações de
emergências envolvendo o transporte de combustíveis oriundos ou adquirido na
distribuidora estudada.
Em casos de acidentes envolvendo o transporte de combustíveis na
modalidade CIF a empresa estudada assume de forma total ou solidariamente os
riscos envolvidos a operação, por esse motivo as transportadoras associadas, que
prestam esse serviço, de forma compulsória precisam integrar ao PET assinando
formalmente o termo de adesão proposto em cláusula contratual.
O plano fundamenta-se em hipóteses acidentais relevantes, considerando-
se os riscos presentes no transporte, padronizando as medidas de segurança a serem
adotadas pelos participantes. As hipóteses acidentais mostram os elementos críticos,
os eventos indesejáveis, possíveis causas e ações de controles.
Tendo em vista a possibilidade de materialização de consequências
significativas tais como incêndios, vazamentos e outras, e em função da probabilidade
de suas ocorrências, o plano define os principais eventos acidentais das operações
de transportes de combustíveis:
Evento 1: Incêndio ou explosão em caminhão-tanque, carregado ou vazio;
Evento 2: Vazamento e/ou derrame do produto transportado em caminhão-
tanque, com potencial de gerar explosão, incêndio ou poluição ambiental;
Evento 3: Colisão em trânsito com caminhão-tanque, carregado ou vazio. Que
ofereça riscos às pessoas ou ao meio ambiente.
Para cada uma das hipóteses acidentais foram desenvolvidas medidas de
mitigação do risco e são constantemente avaliadas nas inspeções invisíveis e em caso
de descumprimento medidas administrativas são aplicadas.
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APENDICE C - AÇÕES AMBIENTAIS DE ANÁLISES, EXECUÇÃO E CONTROLE
Investigação Ambiental Preliminar
Com o intuito de reduzir os casos de passivos ambientais na rede de
clientes da empresa estudada e também diminuir as responsabilizações sobre
passivos ambientais pré existentes perante aos órgãos ambientais, foi criado um
padrão para investigações ambientais pré contratuais que obrigatoriamente devem
ser realizadas em todos os casos de Proposta Cliente Revendedor – PCR8 de troca
de bandeira e uso de imagem.
A investigação ambiental está prevista no normativo interno nº 031,
devendo ser contratada pelo setor de engenharia da distribuidora e as verbas
disponibilizadas em PCR. Se o posto já tiver contratado a investigação, o setor de
engenharia deve analisá-la, e caso não atenda aos padrões técnicos mínimos
exigidos, a investigação será devolvida e deverá ser refeita, obrigatoriamente, com as
empresas homologadas pela companhia.
O escopo utilizado na investigação divide-se em duas etapas, a primeira de
investigação técnica e a segunda consiste na realização de testes de estanqueidade.
Abaixo segue os procedimentos padrões que devem ser seguidos pela consultoria
contratada na íntegra:
Investigação Técnica Padrão:
o Caracterização geral do posto;
o Reconhecimento da área para um trabalho seguro;
o Caracterização do entorno num raio de 100 metros;
o Histórico operacional do empreendimento;
o Inventário das instalações;
o Geologia e hidrologia regional;
o Classificação do posto de acordo com norma ABNT 13786;
o Estudo de Soil Gas Survey em malha regular;
o A Sondagem para coleta de solo e água deverá seguir até 15 metros
de profundidade ou até atingir o lençol freático;
8 Proposta financeira elaborada pelo setor comercial da empresa quando um cliente pretende abrir um posto novo, trocar de bandeira, realizar um contrato de uso da marca, definindo investimentos em relação ao volume mensal previsto na negociação.
88
o Coleta de solo e água para análise laboratoriais nos parâmetros BTEX
e PAH (podendo a critério da companhia solicitar TPH e Etanol);
o Registro fotográfico completo das instalações, mínimo de 08 fotos;
o Interpretação dos resultados em função dos principais regulamentos
ambientais aplicáveis: conclusões, recomendações e confecções de
relatório técnico.
Teste de Estanqueidade:
o Realizado por empresas certificadas na Portaria Inmetro nº 259;
o Deverá conter Anotação de Responsabilidade Técnica – ART assinada
por um engenheiro mecânico.
Caso sejam identificadas alterações nos testes citados acima ou o posto já
possua passivos ambientais, será solicitada a investigação ambiental detalhada, que
tem por objetivo quantificar o risco a saúde humana e determinar a necessidade de
intervir em uma área contaminada.
Após o resultado o setor de engenharia emitirá seu parecer quanto a
liberação da negociação, caso o parecer não seja favorável o jurídico e o setor
comercial tem autoridade para aprovar a negociação mediante os riscos colocados.
Sistema Operacional de Gestão Integrada
Com o objetivo de manter a sistemática para identificação, análise, acesso
e atualização da legislação e os requisitos aplicáveis às atividades de negócio da
empresa estudada, no que diz respeito à matéria de segurança e meio ambiente, foi
adquirida a licença de uso do software.
A equipe de analistas da Verde Ghaia, empresa responsável pelo sistema,
realiza o levantamento preliminar da legislação relativa às atividades, produtos e
serviços da organização, com base no ramo de atividade da empresa, nos âmbitos
federal, estadual e municipal.
As informações coletadas durante o processo de identificação são lançadas
na planilha Lista Interna de Requisitos Aplicáveis – LIRA, disponível no sistema para
ser controlado e acompanhado o atendimento à legislação. São mais de 5.000
dispositivos legais atualizados e acompanhados pela Verde Ghaia e a área de
compliance no setor jurídico da empresa estudada, responsável também por monitorar
e garantir os prazos estabelecidos.
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Gerenciamento de Resíduos
Para atendimento dos dispositivos legais referente aos resíduos gerados
nos processos operacionais, a distribuidora em análise realiza o gerenciamento
visando também minimizar os riscos de contaminação ambiental e preservar a
segurança de seus funcionários, meio ambiente e das instalações.
O programa de gerenciamento da empresa estudada é definido em norma
interna atribuindo responsabilidades ao coordenador da unidade, com o dever
principal de preencher corretamente a planilha de gerenciamento e monitorar a
transferência dos resíduos, o setor de SSMA em avaliar o monitoramento mensal, e
ao setor jurídico a verificação ao atendimento das normas aplicáveis ao tema.
90
Quadro 9 - Caracterização dos Resíduos Gerados na Empresa Estudada
Item Resíduo Estado Físico Classe Geração Frequência Tipo de Armazenagem Destinação
1Óleo derramado ou residual da CSAO ou Água oleosa proveniente de
contaminação.
Líquido/Pasto
soI Processo Eventual Tambor de 200 Litros Empresa Especializada
2 Panos de limpeza contaminados com óleos, graxas ou tintas Sólido I Manutenção e Limpeza Contínua Tambor de 200 Litros Empresa Especializada
3 Frascos vazios e contaminados com aditivos /marcadores Sólido I Processo Contínua Caixas de PapelãoFornecedor / Empresa
Especializada
4Vasilhames contaminados com tintas e óleos em geral, exceto óleo
vegetalSólido I Obra Eventual A granel Empresa Especializada
5 Resíduo de caixa de gordura + fossa séptica Pastoso I Diversos ContínuaO resíduo permanece na
mesma até recolhimentoEmpresa Especializada
6 Equipamentos diversos contaminados com combustíveis Sólido I Processo Eventual Tambor de 200 Litros Empresa Especializada
7 Resíduos de areia com combustível Sólido IManutenção e
ProcessoEventual Tambor de 200 Litros Empresa Especializada
8Resíduos de Limpeza de tanque/ Drenagem de tanque processo
bombeio.Pastoso I Manutenção Eventual Tambor de 200 Litros Empresa Especializada
9Óleo lubrificante, óleo hidraúlico usados e outros óleos, exceto óleo
vegetalLíquido I Manutenção Contínua Tambor de 200 Litros Empresa Especializada
10 EPIs inservíveis Sólido I / II B Diversos Contínua Tambor de 200 Litros Empresa Especializada
11 Resíduos de vidro contaminados com produtos perigosos Sólido I Diversos Eventual Tambor de 200 Litros Empresa Especializada
12 Lâmpadas fluorescentes inservíveis Sólido I Iluminação Eventual Tambor de 200 Litros Empresa Especializada
13 Pilhas Usadas Sólido I Atividade administrativa Eventual Tambor de 200 Litros Empresa Especializada
14 Outros resíduos contaminados com produtos perigosos* Sólido I Diversos Eventual Tambor de 200 Litros Empresa Especializada
15 Sobras de papelão + sobras de papel Sólido II A Coleta Seletiva DiáriaColetores plásticos
tampadosReciclagem
16 Sobras Resíduos de plástico Líquido II A Coleta Seletiva DiáriaColetores plásticos
tampadosReciclagem
17 Objetos alumínio Sólido II A Coleta Seletiva EventualColetores plásticos
tampadosReciclagem
18 Restos de Vidro Sólido II A Coleta Seletiva EventualColetores plásticos
tampadosReciclagem
19 Restos de alimentos Sólido II B Alimentação Eventual Bombonas Plásticas Aterro / Compostagem
20 Restos de Óleo vegetal usado Sólido II A Alimentação Eventual Bombonas Plásticas Reaproveitamento
21 Pneus inservíveis Sólido II B Manutenção Eventual A granel Fornecedor
22 Toners e cartuchos de tinta para impressoras Sólido II B Atividade administrativa Eventual Coletor Plástico Reciclagem
23 Restos de vegetais e /ou podas de árvores Sólido II B Manutenção Eventual Caçambas Abertas Reciclagem
24 Entulhos de construção civil* + pallets e madeira Sólido II B Manutenção Eventual Caçambas Abertas Reciclagem
25 Sucata Metais Ferrosos, exceto alumínio Sólido II B Diversos Eventual Caçambas Abertas Reciclagem
26 Produtos eletroeletrônicos e seus componentes Sólido II B Atividade administrativa Eventual A granel Aterro / Reciclagem
Caracterização dos Resíduos
Legenda:
Classe I - Perigosos
Classe II A - Não Perigosos e Não Inertes
Classe II B - Não Perigosos e Inertes
* Em caso de dúvida consulte a resolução CONAMA 307 ou entre em contato com à Coordenação de SSMA.
91
Fonte: Normativo Interno nº 118. Gerenciamento de Resíduos. Atualizado em: 11 jan. 2016
Item Resíduo Estado Físico Classe Geração Frequência Tipo de Armazenagem Destinação
1Óleo derramado ou residual da CSAO ou Água oleosa proveniente de
contaminação.
Líquido/Pasto
soI Processo Eventual Tambor de 200 Litros Empresa Especializada
2 Panos de limpeza contaminados com óleos, graxas ou tintas Sólido I Manutenção e Limpeza Contínua Tambor de 200 Litros Empresa Especializada
3 Frascos vazios e contaminados com aditivos /marcadores Sólido I Processo Contínua Caixas de PapelãoFornecedor / Empresa
Especializada
4Vasilhames contaminados com tintas e óleos em geral, exceto óleo
vegetalSólido I Obra Eventual A granel Empresa Especializada
5 Resíduo de caixa de gordura + fossa séptica Pastoso I Diversos ContínuaO resíduo permanece na
mesma até recolhimentoEmpresa Especializada
6 Equipamentos diversos contaminados com combustíveis Sólido I Processo Eventual Tambor de 200 Litros Empresa Especializada
7 Resíduos de areia com combustível Sólido IManutenção e
ProcessoEventual Tambor de 200 Litros Empresa Especializada
8Resíduos de Limpeza de tanque/ Drenagem de tanque processo
bombeio.Pastoso I Manutenção Eventual Tambor de 200 Litros Empresa Especializada
9Óleo lubrificante, óleo hidraúlico usados e outros óleos, exceto óleo
vegetalLíquido I Manutenção Contínua Tambor de 200 Litros Empresa Especializada
10 EPIs inservíveis Sólido I / II B Diversos Contínua Tambor de 200 Litros Empresa Especializada
11 Resíduos de vidro contaminados com produtos perigosos Sólido I Diversos Eventual Tambor de 200 Litros Empresa Especializada
12 Lâmpadas fluorescentes inservíveis Sólido I Iluminação Eventual Tambor de 200 Litros Empresa Especializada
13 Pilhas Usadas Sólido I Atividade administrativa Eventual Tambor de 200 Litros Empresa Especializada
14 Outros resíduos contaminados com produtos perigosos* Sólido I Diversos Eventual Tambor de 200 Litros Empresa Especializada
15 Sobras de papelão + sobras de papel Sólido II A Coleta Seletiva DiáriaColetores plásticos
tampadosReciclagem
16 Sobras Resíduos de plástico Líquido II A Coleta Seletiva DiáriaColetores plásticos
tampadosReciclagem
17 Objetos alumínio Sólido II A Coleta Seletiva EventualColetores plásticos
tampadosReciclagem
18 Restos de Vidro Sólido II A Coleta Seletiva EventualColetores plásticos
tampadosReciclagem
19 Restos de alimentos Sólido II B Alimentação Eventual Bombonas Plásticas Aterro / Compostagem
20 Restos de Óleo vegetal usado Sólido II A Alimentação Eventual Bombonas Plásticas Reaproveitamento
21 Pneus inservíveis Sólido II B Manutenção Eventual A granel Fornecedor
22 Toners e cartuchos de tinta para impressoras Sólido II B Atividade administrativa Eventual Coletor Plástico Reciclagem
23 Restos de vegetais e /ou podas de árvores Sólido II B Manutenção Eventual Caçambas Abertas Reciclagem
24 Entulhos de construção civil* + pallets e madeira Sólido II B Manutenção Eventual Caçambas Abertas Reciclagem
25 Sucata Metais Ferrosos, exceto alumínio Sólido II B Diversos Eventual Caçambas Abertas Reciclagem
26 Produtos eletroeletrônicos e seus componentes Sólido II B Atividade administrativa Eventual A granel Aterro / Reciclagem
Caracterização dos Resíduos
Legenda:
Classe I - Perigosos
Classe II A - Não Perigosos e Não Inertes
Classe II B - Não Perigosos e Inertes
* Em caso de dúvida consulte a resolução CONAMA 307 ou entre em contato com à Coordenação de SSMA.
92
O quadro 9 apresenta a relação de todos os resíduos gerados nas unidades
da empresa bem como outras características como origem e classe do resíduo de
acordo com a ISO 14000. Os resíduos devem ser estocados temporariamente para
aguardar a destinação final, devendo ser recolhidos, identificados e segregados em
recipientes adequados, em bom estado de conservação e apropriados ao tipo de
resíduo.
Na destinação de resíduos são emitidas três vias do comprovante padrão
exigido pela empresa, sendo a 1ª para a geradora, a 2ª para a transportadora e a 3ª
para a empresa receptora. Com esse comprovante é alimentada a planilha de
acompanhamento mensal da geração de resíduos.
Diálogo Semanal de Segurança
O Diálogo Semanal de Segurança – DSS foi criado como meio de
conscientização de todos os colaboradores, visando à manutenção do estado seguro
de trabalho e do acidente zero, apoiando o corpo gerencial da empresa na tarefa de
condução das conversações de segurança e no envolvimento da equipe.
O DSS é realizado em horário de trabalho com as pessoas presentes na
empresa, durando em média 5 minutos. Os temas são pré definidos pelo setor de
SSMA e comum a todas as filiais que recebem subsídios teóricos para a discussão.
Ao final de cada DSS é passada uma lista de presença para controle da abrangência
dos diálogos.
Em 2015, ano de referência desse estudo, foram realizados nas bases de
distribuição 2.064 e nos escritórios 52 diálogos de segurança, somando mais de 44
mil participações. De acordo com os dados disponibilizados cerca de 20% estão
relacionados com a questão socioambiental.
Simulados de Prevenção
Os simulados de prevenção estão inseridos no plano de controle de
emergência da empresa e são conduzidos pela equipe de brigadistas, com a
finalidade de representar providências necessárias em uma situação de risco.
São realizados nas unidades certificadas com periodicidade mensal e nos
escritórios a cada semestre, totalizando no ano de 2015: 78 simulados sendo 72 nas
bases de distribuição e 4 nos escritórios, eles possuem duração média de 30 minutos
e são previstos anualmente na elaboração do cronograma do PCE.
93
Após a execução do simulado para ocorrer o restabelecimento das
atividades nas unidades operacionais, é avaliado com os participantes os pontos
positivos e negativos, proporcionando pontos de melhorias para as ações realizadas
no simulado.
Controles de Efluentes
O controle de efluentes da empresa estudada é realizado apenas em uma
base de distribuição. O estado de Minas Gerais ainda é o único a listar a análise de
efluentes como requisito obrigatório para emissão do licenciamento ambiental entre
as filiais da distribuidora.
A unidade possui uma Estação de Tratamento de Efluentes – ETE, que é
analisada mensalmente por uma empresa especializada e cabe à unidade coletar as
informações desse monitoramento encaminhando para o setor de SSMA, este último
estará realizando a avaliação crítica e o monitoramento dos parâmetros analisados de
modo a verificar a conformidade ou a necessidade de intervenção para ajustes de
procedimentos.
Testes de Estanqueidade
O teste de estanqueidade tem o objetivo de validar a situação de
integridade no Sistema de Armazenamento Subterrâneo de Combustíveis – SASC, e
são realizados no inicio do contrato de revenda, previsto em PCR, como também
durante o contrato em periodicidade estabelecida pelos órgãos ambientais de cada
estado ou município.
A renovação dos testes é conduzida pela área de engenharia e está
definida na periodicidade descrita no Anexo A baseado nos requisitos legais locais.
Nos casos em que seja detectada a não estanqueidade em algum dos
compartimentos ou componentes do SASC, deverá ser executado os reparos
necessários e realizar um novo ensaio de estanqueidade de todo o conjunto. Em
casos de tanque comprovadamente não estanque por furo, problema estrutural de
chapas e/ou flange da boca de visita, o revendedor será orientado a através da área
comercial a retirar o produto do tanque, não mais abastecer esse tanque, inutilizando
temporariamente, até que sejam tomadas as providencias definitivas. Nesse caso,
será necessário dar o encaminhamento para a retirada ou substituição desse tanque
94
em negociação comercial através de PCR ou para que o revendedor providencie a
contratação para a troca.
As causas mais frequentes encontradas na empresa citadas pelo setor de
engenharia são: a corrosão interna ou externa das chapas dos tanques, falhas nas
partes soldadas dos tanques, e erros na instalação e manutenção nos tanques.
Registro de Práticas Inseguras e Quase Acidente
Essa ação tem por objetivo estabelecer os procedimentos necessários para
a comunicação, análise e tratamento dos incidentes e práticas inseguras, visando
atuar preventivamente, a fim de evitar à ocorrência de acidentes que possam gerar
danos às pessoas, ao patrimônio e ao meio ambiente.
Os registros ocorrem pela intranet da empresa ou pelas urnas distribuídas
em todas as unidades posicionada em locais estratégicos e de fácil acesso. Em 2015
foram realizados mais de 800 registros, conforme divulgado na apresentação das
demonstrações financeiras do ano estudado.
Acompanhamento do Licenciamento Ambiental
Conforme regulamenta o IBAMA o licenciamento ambiental é obrigatório
antes da instalação de qualquer empreendimento ou atividade potencialmente
poluidora ou degradadora do meio ambiente, e a manutenção desse licenciamento é
importante para a continuidade dessas operações.
Para a empresa estudada, o licenciamento ambiental ocorre em: bases
operacionais de armazenagem de combustíveis e derivados de petróleo, e nas bases
administrativas e escritórios conforme critério do órgão ambiental local, ambas
emitidas pelos órgãos regulamentadores locais; e o licenciamento da frota própria de
transporte de cargas e produtos perigosos, que conforme Resolução Conama
237/1997 o controle ambiental compete a União quando as atividades são localizadas
ou desenvolvida em dois ou mais estados da federação.
95
Quadro 10 - Atividades e Responsabilidade no Processo de Licenciamento
Atividade Setor Responsável
Orientação sobre aspectos legais envolvidos no licenciamento
Setor Jurídico
Orientação sobre aspectos técnicos relacionados as condicionantes ambientais
SSMA, Engenharia, Operações, Transportes
Recolhimento dos documentos necessários para o processo de obtenção ou renovação de licenciamentos
Setor Jurídico com apoio do SSMA, Engenharia, Operações, Transportes.
Contratação de empresas especializadas para realização de estudos e outros serviços necessários ao licenciamento
Para o caso de novas bases operacionais ou de obras de ampliação/alteração, terá apoio da Engenharia. Se envolver planos e estudos ambientais, o SSMA participará na análise e contratação.
Criação e posterior checagem de um processo de due diligence para os licenciamentos ambientais e ainda na avaliação, acompanhamento, monitoramento e consultoria dos processos de licenciamento junto aos órgãos ambientais.
Consultor externo com acompanhamento do Setor Jurídico e SSMA. Para o caso de novas bases operacionais ou de obras de ampliação/alteração, terá o apoio do Setor de Engenharia.
Acompanhamento do andamento do processo de obtenção ou renovação de licenciamentos
Setor Jurídico
Providenciar a publicidade dos pedidos de licenciamento, na forma da lei
Setor Jurídico
Controle do cumprimento dos condicionantes das licenças ambientais
SSMA, Operações, Engenharia, Transportes e Jurídico, de acordo com a natureza da obrigação a ser cumprida.
Controle e observação do prazo de validade das Licenças Ambientais
Setor Jurídico
Arquivamento dos documentos originais de licenciamento
Coordenação/Supervisão da unidade
Fonte: Elaboração própria
O quadro 10 apresenta a responsabilidade de cada setor no processo de
obtenção ou renovação do licenciamento na empresa, e foi elaborado de acordo com
normativos internos e entrevistas aos setores responsáveis.
Além das licenças ambientais das unidades ou dos veículos
transportadores de combustíveis, e empresa acompanha o processo de licenciamento
de seus prestadores de serviços e exige em casos de transporte na modalidade FOB
a licença ambiental da empresa e do veículo além de verificar se o motorista possui
os cursos MOPP, NR-20 e NR-35, pois a mesma reconhece que é responsável
solidária pela reparação aos danos ambientais provocados por terceiros que tenham
sido por ela contratados para o exercício de atividades meio que esteja associada à
sua atividade fim. Nesse aspecto, os prestadores de serviço são obrigados a manter
a comprovação do licenciamento ambiental.
96
APENDICE D - AÇÕES DE MONITORAMENTO E DE CERTIFICAÇÕES
AMBIENTAIS
Auditoria de Obtenção/Manutenção das Certificações
A certificação está definida no manual de SGI da empresa como o processo
de recebimento de um certificado, concedido por um organismo credenciado,
mediante comprovação por evidências objetivas, de que a empresa atende aos
requisitos de gestão de forma padronizada.
A entidade certificadora que avaliou o processo de gestão ambiental nas
oito unidades certificadas foi a Bureau Veritas, de acordo com o escopo definido,
quanto às atividades de: armazenamento, carregamento, compra, logística,
distribuição, comercialização de combustíveis para todos os revendedores e avaliação
da conformidade do combustível nos postos revendedores bandeira própria; e quanto
a geografia definida pela alta gestão em 6 cases de distribuição e 2 escritórios
administrativos.
Em 11 de Julho de 2014 foi aprovada a certificação no escopo definido
acima com validade de 3 anos. Uma vez conquistada a certificação a empresa passará
anualmente por auditorias de manutenção da certificação pela mesma empresa que
emitiu a certificação. Os itens avaliados estão contidos na padronização internacional
de normas e procedimentos aprovadas pelas NBR’s ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS
18001.
Auditorias Internas de Prevenção e de Melhorias
As auditorias internas de prevenção e melhorias têm dois objetivos
principais, o primeiro é avaliar se o SGI contempla as normas NBR ISO 9001, NBR
ISO 14001 e OHSAS 18001, e o segundo objetivo consiste em periodicamente
verificar a continuidade das ações certificadas em cumprimento dos requisitos da
legislação aplicável e identificando pontos de melhorias no escopo.
As auditorias tem frequência anual e podem ser conduzidas pelo setor de
auditoria interna ou por entidade não certificadora especializada em auditoria ou
implantação de Sistemas de Gestão Integrada, de forma que os resultados serão
reportados à alta gestão da empresa.
97
Quadro 11 - Classificação do Resultado da Auditoria Interna
Tipo Descrição Prioridade
Não Conformidades Reais Quando constitui um fato real que tenha ocorrido, indicando a correção imediata
Maior prioridade
Não Conformidades Potenciais
Quando ainda não ocorreu, mas existe uma possibilidade que venha a ocorrer. Não haverá correção imediata para este registro
Média prioridade
Oportunidades de Melhorias
Considerado melhorias quando o processo está funcionando, porém com implementação de ajustes poderá otimizar ainda mais o processo
Menor prioridade
Fonte: Elaboração própria
Ao final da auditoria é exigida a emissão do relatório final contendo a
classificação exposta no Quadro 10, elaborado conforme normativo interno. As
indicações de ajustes são repassadas aos setores responsáveis para que regularizem
no prazo estabelecido. De forma a pressionar a correção, as ações são
acompanhadas em ferramenta com acesso pela alta gestão.
Monitoramento SSMA
O setor de SSMA, responsável pelo monitoramento da segurança, do meio
ambiente e da saúde ocupacional nas instalações da empresa estudada, realiza
procedimentos em periodicidade mensal, de forma a garantir o atendimento à
legislação e a conformidade com os controles estabelecidos nas normas internas.
Com equipe presente apenas em quatro unidades, o setor de SSMA conta
com o apoio dos encarregados das bases e membros da CIPA para verificação dos
monitoramentos, arquivamento dos registros solicitados, e regularização de itens não
conforme após o consolidado das informações.
Programa de Inspeções Invisíveis
O programa de inspeções invisíveis da empresa estudada foi criado com o
objetivo de verificar a conformidade nas atividades de transportes e de descarga de
combustíveis pela frota própria ou associada nos revendedores.
O check list é aplicado pela equipe de segurança patrimonial que conta com
4 integrantes, e seguem o percurso do motorista ou do associado em carro menor
fazendo a coleta de registros e de evidências em casos de descumprimento até a
finalização da descarga.
98
Por trata-se de informações sigilosas não será apresentado aqui o itens
avaliados no check list, composto por 25 itens de avaliação classificados por pesos
para obtenção do resultado máximo de 100% de aproveitamento.
Quadro 12 - Recomendações de Resultado da Inspeção Invisível
Fonte: Coordenação de segurança patrimonial da empresa estudada. Atualizado em: 11 jan.
2016
Após verificação do check list deverá ser elaborado o relatório de inspeção
invisível contendo ao final a recomendação presente no quadro 11. A avaliação do
quadro 11 poderá ser alterada caso seja constatada alguma atividade ilícita do
condutor, onde deverá ser aplicado a rescisão por justa causa, caso ocorra pela
terceira vez resultado inferior a 50%, sendo recomendada a demissão, e em todos os
casos em o resultado foi inferior 95% o colaborador ou associado deverá realizar
novamente o curso padrão de transportes.
Conforme divulgado no relatório da administração em 2015, foram
realizadas mais de 700 inspeções invisíveis desde sua aplicação em 2013, e 81% dos
casos estiveram dentro da conformidade, sendo no ano de 2015 realizadas 343 com
frota própria e associada.
Frota Própria: Frota Associada:
Nota = < 20% => Demissão do Colaborador Nota = < 20% => Exclusão do Motorista da Operação
20% < Nota =< 50% => Suspensão do Colaborador (03 dias) 20% < Nota =< 50% => Suspensão do Motorista e Bloqueio do CT (03 dias)
50% < Nota = < 80% => Advertência por Escrito 50% < Nota = < 80% => Bloqueio do Motorista (02 dias)
80% < Nota = < 95% => Advertência Verbal 80% < Nota = < 95% => Notificação Verbal a Transportadora
Nota > 95% => Menção de referência elogiosa
Frota Própria: Frota Associada:
Nota = < 20% => Demissão do Colaborador Nota = < 20% => Exclusão do Motorista da Operação
20% < Nota =< 50% => Suspensão do Colaborador (05 dias) 20% < Nota =< 50% => Suspensão do Motorista e Bloqueio do CT (05 dias)
50% < Nota = < 80% => Suspensão do Colaborador (03 dias) 50% < Nota = < 80% => Suspensão do Motorista e Bloqueio do CT (03 dias)
80% < Nota = < 95% => Advertência Verbal 80% < Nota = < 95% => Notificação Verbal a Transportadora
Nota > 95% => Menção de referência elogiosa
Critérios de Avaliação (REINSPEÇÃO)
Nota > 95% => Menção de referência elogiosa
Critérios de Avaliação (INSPEÇÃO)
Nota > 95% => Menção de referência elogiosa
99
ANEXO
100
ANEXO A – Periodicidade Legal para os Testes de Estanqueidade
UF Periodicidade Legal - Teste de Estanqueidade Dispositivo Legal
TO
O Estado de TO não dispõe de norma especial para a periodicidade e obrigatoriedade dos testes de estanqueidade do SASC e dos tanques de combustíveis. Por essa razão, a norma a ser seguida é a federal geral Resolução CONAMA 273/2000, que prevê a periodicidade não maior do que 5 anos para realização e comprovação de inexistência de de falhas e ou vazamentos, conforme dispõe a Norma ABNT NBR 13784.
Resolução CONAMA 273/2000
SC
O Estado de SC não dispõe de norma especial para a periodicidade e obrigatoriedade dos testes de estanqueidade do SASC e dos tanques de combustíveis. Por essa razão, a norma a ser seguida é a federal geral Resolução CONAMA 273/2000, que prevê a periodicidade não maior do que 5 anos para realização e comprovação de inexistência de de falhas e ou vazamentos, conforme dispõe a Norma ABNT NBR 13784.
Resolução CONAMA 273/2000
SP
De acordo com o Portal de Licenciamento Ambiental - LPA dos postos de combustíveis, a renovação de suas licenças apenas se dará mediante a apresentação dos testes anuais de estanqueidade nas linhas e tanques do empreendimento, dos últimos cinco anos.
Portal de Licenciamento Ambiental - LPA CETESB, instruções para Renovação da Licença Ambiental dos Postos Revendedores.
MG
Ensaio de estanqueidade do SASC, conforme ABNT/NBR 13784, válido a partir da data de sua realização, exigido conforme classificação e periodicidade abaixo: - SASC com tanque que não atenda as especificações das Normas NBR 13212, 13312 ou 13785 deverá ser testado a cada 12 meses; - SASC com tanque de parede simples, conforme Normas NBR 13212 ou NBR 13312, ou parede dupla, conforme Norma NBR 13785* (substituída pela NBR16161, de 03/2013), sem monitoramento eletrônico intersticial, deverão seguir as seguintes diretrizes: - Com tanques instalados há mais de 10 (dez) anos, deverá ser testado a cada 12 meses. - Com tanques instalados há menos de 10 (dez) anos, deverá ser testado a cada 24 meses. - SASC com tanque de parede dupla, conforme NBR 13785, e monitoramento eletrônico intersticial contínuo, deverá ser testado a cada 60 meses. Além disso, as tubulações de aço galvanizado deverão ser testadas a cada 12 meses, independentemente da característica e data de instalação dos tanques. A estanqueidade do SASC deverá ser testada conforme: I - SASC com tanque de parede simples: a cada 12 meses; II - SASC com tanque de parede dupla, conforme NBR 13785* (*NBR substituída pela 16161) e monitoramento eletrônico intersticial contínuo: a cada 60 meses.
Deliberação COPAM n.º 108/07
RJ
1. Tanques fabricados até 10 anos: a) parede simples: anual; b) parede dupla sem espaço intersticial: bienal; c) parede dupla com espaço intersticial, sem monitoramento eletrônico: bienal; d) parede dupla com espaço intersticial e monitoramento eletrônico: quinquenal. 2. Tanques fabricados entre 10 e 20 anos: a) parede simples: a cada 06 (seis) meses; b) parede dupla sem espaço intersticial: anual; c) parede dupla com espaço intersticial, sem monitoramento eletrônico: anual; d) parede dupla com espaço intersticial e monitoramento eletrônico: quinquenal. 3. Tamques fabricados há mais de 20 anos: a) parede simples: a cada 03 (três) meses; b) parede dupla sem espaço intersticial: a cada 06 (seis) meses; c) parede dupla com espaço intersticial, sem monitoramento eletrônico: a cada 06 (seis) meses; d) parede dupla com espaço intersticial e monitoramento eletrônico: quinquenal.
Resolução CONEMA Nº 46 DE 10/05/2013
101
RS
O Estado de TO não dispõe de norma especial para a periodicidade e obrigatoriedade dos testes de estanqueidade do SASC e dos tanques de combustíveis. Por essa razão, a norma a ser seguida é a federal geral Resolução CONAMA 273/2000, que prevê a periodicidade não maior do que 5 anos para realização e comprovação de inexistência de de falhas e ou vazamentos, conforme dispõe a Norma ABNT NBR 13784.
Resolução CONAMA 273/2000
PE
O Laudo de Estanqueidade não será exigido dos Postos cujos tanques de armazenamento de combustíveis possuírem equipamento fixo de controle e detecção de vazamento, para os demais, de acordo com as renovações das licenças.
Instrução Normativa n.º 05/06 CPRH
GO
Tanque de acordo com a NB 190 ou sem norma de referência: anual; Tanque de acordo com a NBR 13312 (parede simples): bienal; Tanque de acordo com a NBR 13785 (jaquetado) s/ monitoramento: bienal; Tanque de acordo com a NBR 13785 (jaquetado) c/ monitoramento: dispensado.
Instrução Normativa SEMMA n.º 23/06 / Portaria AGMA n.º 84/2005
RN
a) SASC com tanque de parede simples e Sistema Subterrâneo de Armazenamento de Óleo Usado: a cada 12 meses. b) SASC com tanque de parede dupla, conforme NBR 13.785: a cada 60 meses. Obs.: Durante o transcurso do prazo concedido para adequação dos SASCs do art. 17, para os tanques com idade superior a 10 (dez) anos, os testes de estanqueidade deverão ser realizados anualmente.
Resolução CONEMA Nº 6 DE 14/12/2011
BA Parede simples: 2 anos; Parede dupla: 3 anos da instalação e/ou a cada renovação de licença; Parede dupla com monitoramento intersticial contínuo: 5 anos da instalação.
RESOLUÇÃO CEPRAM Nº 3656 DE 25 DE AGOSTO DE 2006
DF
Ensaio de estanqueidade a ser realizado de acordo com a ABNT NBR 13.784 e suas alterações. A idade limite para troca de tanques é de 30 anos a partir da data de fabricação, desde que os equipamentos sejam jaquetados ou de parede dupla, possuam acesso à boca de visita e sensor de interstício. Tanques de parede simples têm vida útil máxima de 15 anos a contar da data de fabricação e devem ser substituídos conforme determinação desta Instrução. A idade dos tanques deverá ser comprovada por meio da data de fabricação afixada na boca de visita do tanque ou, em sua ausência, por documento hábil apresentado pelo interessado. A substituição de tanques de parede simples fabricados conforme ABNT NBR 13.312 e 13.212 e estiverem em área urbana conforme Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) vigente deverá ser realizada nos seguintes prazos: 18 (dezoito) meses para tanques com idade superior a 20 (vinte) anos; 03 (três) anos para tanques com idade entre 15 (quinze) e 20 (vinte) anos; 04 (quatro) anos para tanques com até 15 (quinze) anos ou até que se completem os 15 (quinze) anos, o que for maior. A substituição de tanques de parede simples fabricados conforme ABNT NBR 13.312 e 13.212 e estiverem em área rural conforme Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) vigente deverá ser realizada nos seguintes prazos: 18 (dezoito) meses para tanques com idade superior a 20 (vinte) anos; 3 (três) anos para tanques com idade entre 15 (quinze) e 20 (vinte) anos;
Instrução IBRAM Nº 213 DE 25/10/2013
ES
Para SASC com idade superior a 15 (quinze) anos ou que não tiverem comprovação de idade, os testes de estanqueidade (tanques e tubulação) devem ser realizados, anualmente; Para os demais casos, os testes de estanqueidade do SASC (inclusive tubulações) deverão ser executados, seguindo procedimentos padronizados, sempre acompanhado de ART do responsável técnico, em um período não superior a 04 (quatro) anos ou quando houver indícios de vazamento identificados/ registrados.
INSTRUÇÃO NORMATIVA IEMA No 12, DE 25 DE OUTUBRO DE 2006
102
AL
O Estado de AL não dispõe de norma especial para a periodicidade e obrigatoriedade dos testes de estanqueidade. Por essa razão, a norma a ser seguida é a federal geral Resolução CONAMA 273/2000, que prevê a periodicidade não maior do que 5 anos para realização e comprovação de inexistência de de falhas e ou vazamentos, conforme dispõe a Norma ABNT NBR 13784.
Resolução CONAMA n.º 273/00
CE
Teste de Estanqueidade, emitido por empresa ou profissional habilitado, acompanhado da devida ART, do Sistema de Armazenamento Subterrâneo de Combustível (SASC), conforme NBR 13784/2011 da ABNT ou outra norma que venha a substituí-la. Os Testes de Estanqueidade deverão ser realizados com a seguintes frequências: - Tanques com até cinco anos: Quinquenal; - Tanques de cinco a dez anos: Bienal; - Tanques com mais de dez anos: Anual. OBS: Caso não seja possível identificar a data de fabricação do tanque, considera-se o tanque com mais de dez anos.
Instruções para Licenciamento Ambiental - SEMACE
PR
Deverão ser apresentados testes de estanqueidade completos em periodicidade a ser estabelecida pelo IAP, não superior a 05 (cinco) anos, inclusive aqueles com sistema de monitoramento eletrônico, considerando-se os princípios de fabricação e idade dos equipamentos e a localização do empreendimento. - Para postos já implantados, comprovadamente isentos de passivos ambientais ou em processo de remediação do local e que não possuam sistema de detecção de vazamentos por monitoramento intersticial, poderá ser emitida a Licença de Operação, mediante a apresentação de teste de estanqueidade anual do SASC até a expiração da vida útil dos equipamentos.
Resolução SEMA/PR n.º 21/11