AFIAÇÃO DEFERRAMENTAS
versão preliminar
SENAI-RJ • Moveleira
AFIAÇÃO DEFERRAMENTAS
FIRJAN – Federação das Indústrias do Estado do Rio de JaneiroEduardo Eugenio Gouvêa VieiraEduardo Eugenio Gouvêa VieiraPresidente
Diretoria Corporativa OperacionalAugusto Cesar Franco de AlencarAugusto Cesar Franco de AlencarDiretor
SENAI – Rio de JaneiroFernando Sampaio Alves GuimarãesFernando Sampaio Alves GuimarãesDiretor Regional
Diretoria de EducaçãoAndréa Marinho de Souza FrancoAndréa Marinho de Souza FrancoDiretora
SENAI-RJ2003
AFIAÇÃO DEFERRAMENTAS
Afiação de Ferramentas2003
SENAI – Rio de JaneiroDiretoria de Educação
FICHA TÉCNICAFICHA TÉCNICA
Gerência de Educação Profissional Luis Roberto ArrudaGerência de Produto Carlos Bernardo Ribeiro SchlaepferProdução Editorial Vera Regina Costa AbreuPesquisa de Conteúdo e Redação Luiz Paiva da RochaRevisão Pedagógica Alda Maria da Glória Lessa BastosRevisão Gramatical e Editorial Mário Élber dos Santos CunhaColaboração Demetrius Vasques CruzProjeto Gráfico Artae Design & CriaçãoEditoração Eletrônica g-dés
Edição revista do material Coleção Básica do SENAI de Marcenaria, SENAI-DN.
Material para fins didáticosPropriedade do SENAI-RJ
Reprodução, total ou parcial, sob expressa autorização
SENAI-RJGEP – Gerência de Educação Profissional
Rua Mariz e Barros, 678 – Tijuca20270-903 – Rio de Janeiro – RJTel.: (0xx21) 2587-1116Fax: (0xx21) [email protected]://www.firjan.org.br
Sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................................11
UMA PALAVRA INICIAL ................................................................13
USANDO A TRAVADEIRA.............................................................17
Uma ferramenta especial ............................................................................................... 19
Travar e afiar serra e serrote ....................................................................................... 20
Praticando.......................................................................................................................... 22
Travar com travadeira simples ............................................................................................. 22
Travar com travadeira tipo alicate ou revólver................................................................ 25
Travar com repuxo e martelo.............................................................................................. 26
Afiar serra e serrote ............................................................................................................... 27
SERRAS EM PONTO DE CORTE...................................................31
Serras de fita: características e tipos........................................................................... 33
Praticando.......................................................................................................................... 34
Soldagem forte com aparelho elétrico ............................................................................... 34
Soldagem elétrica a topo........................................................................................................ 36
Afiação e travamento dos dentes ............................................................................... 37
Serras circulares: dentes e ângulos de corte ........................................................... 38
Afiação e travamento...................................................................................................... 40
Fresa: principais tipos e afiação .................................................................................... 46
1
2
PEDRAS QUE AMOLAM E AFIAM ................................................49
Esmerilhadora e rebolo.................................................................................................. 51
Pedra de afiar.................................................................................................................... 53
Praticando.......................................................................................................................... 54
Amolar e afiar ferramentas.................................................................................................... 54
Afiação de formão, bedame e goiva ............................................................................ 58
LIMAS PARA TRABALHO DE AFIAÇÃO.....................................61
Classificação e emprego................................................................................................. 63
Virador de fio ................................................................................................................... 66
Praticando.......................................................................................................................... 67
GUME AFIADO PARA APLAINAR E FURAR ..............................75
Ferramentas de aplainar................................................................................................. 77
Facas para plainas e desempenadeira .......................................................................... 78
Praticando.......................................................................................................................... 79
Afiar facas .................................................................................................................................. 79
Brocas e puas.................................................................................................................... 81
Praticando.......................................................................................................................... 81
Afiar broca helicoidal .............................................................................................................. 81
Afiar brocas paralelas.............................................................................................................. 84
Afiar puas................................................................................................................................... 86
3
4
5
Prezado aluno,
Quando você resolveu fazer um curso em nossa instituição, talvez não soubesse que, desse momento em diante, estaria fazendo parte do maior sistema de educação profi ssional do país: o SENAI. Há mais de sessenta anos, estamos construindo uma história de educação voltada para o desenvolvimento tecnológico da indústria brasileira e da formação profi ssional de jovens e adultos.
Devido às mudanças ocorridas no modelo produtivo, o trabalhador não pode continuar com uma visão restrita dos postos de trabalho. Hoje, o mercado exigirá de você, além do domínio do conteúdo técnico de sua profi ssão, competências que lhe permitam decidir com autonomia, proatividade, capa-cidade de análise, solução de problemas, avaliação de resultados e propostas de mudanças no processo do trabalho. Você deverá estar preparado para o exercício de papéis fl exíveis e polivalentes, assim como para a cooperação e a interação, o trabalho em equipe e o comprometimento com os resultados.
Soma-se, ainda, que a produção constante de novos conhecimentos e tecnologias exigirá de você a atualização continua de seus conhecimentos profi ssionais, evidenciando a necessidade de uma formação consistente que lhe proporcione maior adaptabilidade e instrumentos essenciais à auto-aprendizagem.
Essa nova dinâmica do mercado de trabalho vem requerendo que os sistemas de educação se organizem de forma fl exível e ágil, motivos esses que levaram o SENAI a criar uma estrutura educa-cional, com o propósito de atender às novas necessidades da indústria, estabelecendo uma formação fl exível e modularizada.
Essa formação fl exível tornará possível a você, aluno do sistema, voltar e dar continuidade à sua educação, criando seu próprio percurso. Além de toda a infra-estrutura necessária ao seu desenvolvi-mento, você poderá contar com o apoio técnico-pedagógico da equipe de educação dessa escola do SENAI para orientá-lo em seu trajeto.
Mais do que formar um profi ssional, estamos buscando formar cidadãos.
Seja bem-vindo!
Andréa Marinho de Souza FrancoDiretora de Educação
Afiação de Ferramentas – Apresentação
SENAI-RJ – 11
Apresentação
A dinâmica social dos tempos de globalização exige dos profi ssionais atualização constante. Mesmo as áreas tecnológicas de ponta fi cam obsoletas em ciclos cada vez mais curtos, trazendo desafi os, renovados a cada dia, e tendo como conseqüência para a educação a necessidade de encontrar novas e rápidas respostas.
Nesse cenário, impõe-se a educação continuada, exigindo que os profissionais busquem atualização constante durante toda a vida; e os docentes e alunos do SENAI-RJ incluem-se nessas novas demandas sociais.
É preciso, pois, promover, tanto para os docentes como para os alunos da educação profi ssional, as condições que propiciem o desenvolvimento de novas formas de ensinar e de aprender, favorecendo o trabalho de equipe, a pesquisa, a iniciativa e a criatividade, entre outros, ampliando suas possibilidades de atuar com autonomia, de forma competente.
São exatamente esses propósitos que nos levam, agora, ao seu encontro através do Curso de Afi ação de Ferramentas. Nosso desejo é o de que ele possa atender aos seus interesses tanto pessoais quanto profi ssionais.
Este material didático, de que ora você inicia a leitura, foi organizado com objetivo muito especial, ou seja, o de orientar seus estudos durante a realização do Curso. Por isso mesmo, nele constam os conteúdos básicos relativos às técnicas de afi ação de ferramentas, distribuídos em cinco partes, conforme você pode verifi car no Sumário.
Tal divisão em partes constitui apenas um recurso didático, ou melhor dizendo, uma forma de apresentação dos assuntos que permite ao aluno realizar uma leitura agradável, de fácil compreensão e, principalmente, que favorece a sua aprendizagem.
Enfi m, esperamos que você encontre, neste material, prazer pelo estudo e, é claro, que tenha sucesso no Curso e na vida profi ssional.
Afiação de Ferramentas – Uma Palavra Inicial
SENAI-RJ – 13
Meio ambiente...
Saúde e segurança no trabalho...
O que é que nós temos a ver com isso?
Antes de iniciarmos o estudo deste material, há dois pontos que merecem destaque: a relação entre o processo produtivo e o meio ambiente; e a questão da saúde e segurança no trabalho.
As indústrias e os negócios são a base da economia moderna. Produzem os bens e serviços necessários, e dão acesso a emprego e renda; mas, para atender a essas necessidades, precisam usar recursos e matérias-primas. Os impactos no meio ambiente muito freqüentemente decorrem do tipo de indústria existente no local, do que ela produz e, principalmente, de como produz.
É preciso entender que todas as atividades humanas transformam o ambiente. Estamos sempre retirando materiais da natureza, transformando-os e depois jogando o que “sobra” de volta ao ambiente natural. Ao retirar do meio ambiente os materiais necessários para produzir bens, altera-se o equilíbrio dos ecossistemas e arrisca-se ao esgotamento de diversos recursos naturais que não são renováveis ou, quando o são, têm sua renovação prejudicada pela velocidade da extração, superior à capacidade da natureza para se recompor. É necessário fazer planos de curto e longo prazo, para diminuir os impactos que o processo produtivo causa na natureza. Além disso, as indústrias precisam se preocupar com a recomposição da paisagem e ter em mente a saúde dos seus trabalhadores e da população que vive ao redor dessas indústrias.
Com o crescimento da industrialização e a sua concentração em determinadas áreas, o problema da poluição aumentou e se intensifi cou. A questão da poluição do ar e da água é bastante complexa, pois as emissões poluentes se espalham de um ponto fi xo para uma grande região, dependendo dos ventos, do curso da água e das demais condições ambientais, tornando difícil localizar, com precisão, a origem do problema. No entanto, é importante repetir que, quando as indústrias depositam no solo os resíduos, quando lançam efl uentes sem tratamento em rios, lagoas e demais corpos hídricos, causam danos ao meio ambiente.
O uso indiscriminado dos recursos naturais e a contínua acumulação de lixo mostram a falha básica de nosso sistema produtivo: ele opera em linha reta. Extraem-se as matérias-primas através de processos de produção desperdiçadores e que produzem subprodutos tóxicos. Fabricam-se produtos
Uma palavra inicial
Afiação de Ferramentas – Uma Palavra Inicial
14 – SENAI-RJ
de utilidade limitada que, fi nalmente, viram lixo, o qual se acumula nos aterros. Produzir, consumir e dispensar bens desta forma obviamente não é sustentável.
Enquanto os resíduos naturais (que não podem, propriamente, ser chamados de “lixo”) são absorvidos e reaproveitados pela natureza, a maioria dos resíduos deixados pelas indústrias não tem aproveitamento para qualquer espécie de organismo vivo e, para alguns, pode até ser fatal. O meio ambiente pode absorver resíduos, redistribuí-los e transformá-los. Mas, da mesma forma que a Terra possui uma capacidade limitada de produzir recursos renováveis, sua capacidade de receber resíduos também é restrita, e a de receber resíduos tóxicos praticamente não existe.
Ganha força, atualmente, a idéia de que as empresas devem ter procedimentos éticos que considerem a preservação do ambiente como uma parte de sua missão. Isto quer dizer que se devem adotar práticas que incluam tal preocupação, introduzindo processos que reduzam o uso de matérias-primas e energia, diminuam os resíduos e impeçam a poluição.
Cada indústria tem suas próprias características. Mas já sabemos que a conservação de recursos é importante. Deve haver crescente preocupação com a qualidade, durabilidade, possibilidade de conserto e vida útil dos produtos.
As empresas precisam não só continuar reduzindo a poluição como também buscar novas formas de economizar energia, melhorar os efl uentes, reduzir a poluição, o lixo, o uso de matérias-primas. Reciclar e conservar energia são atitudes essenciais no mundo contemporâneo.
É difícil ter uma visão única que seja útil para todas as empresas. Cada uma enfrenta desafi os diferentes e pode se benefi ciar de sua própria visão de futuro. Ao olhar para o futuro, nós (o público, as empresas, as cidades e as nações) podemos decidir quais alternativas são mais desejáveis e trabalhar com elas.
Infelizmente, tanto os indivíduos quanto as instituições só mudarão as suas práticas quando acreditarem que seu novo comportamento lhes trará benefícios – sejam estes fi nanceiros, para sua reputação ou para sua segurança.
A mudança nos hábitos não é uma coisa que possa ser imposta. Deve ser uma escolha de pessoas bem-informadas a favor de bens e serviços sustentáveis. A tarefa é criar condições que melhorem a capacidade de as pessoas escolherem, usarem e disporem de bens e serviços de forma sustentável.
Além dos impactos causados na natureza, diversos são os malefícios à saúde humana provocados pela poluição do ar, dos rios e mares, assim como são inerentes aos processos produtivos alguns riscos à saúde e segurança do trabalhador. Atualmente, acidente do trabalho é uma questão que preocupa os empregadores, empregados e governantes, e as conseqüências acabam afetando a todos.
De um lado, é necessário que os trabalhadores adotem um comportamento seguro no trabalho, usando os equipamentos de proteção individual e coletiva, de outro cabe aos empregadores prover a empresa com esses equipamentos, orientar quanto ao seu uso, fi scalizar as condições da cadeia produtiva e a adequação dos equipamentos de proteção.
A redução do número de acidentes só será possível, à medida que cada um – trabalhador, patrão e governo – assuma, em todas as situações, atitudes preventivas, capazes de resguardar a segurança de todos.
Afiação de Ferramentas – Uma Palavra Inicial
SENAI-RJ – 15
Deve-se considerar, também, que cada indústria possui um sistema produtivo próprio, e, portanto, é necessário analisá-lo em sua especifi cidade, para determinar seu impacto sobre o meio ambiente, sobre a saúde e os riscos que o sistema oferece à segurança dos trabalhadores, propondo alternativas que possam levar à melhoria de condições de vida para todos.
Da conscientização, partimos para a ação: cresce, cada vez mais, o número de países, empresas e indivíduos que, já estando conscientizados acerca dessas questões, vêm desenvolvendo ações que contribuem para proteger o meio ambiente e cuidar da nossa saúde. Mas, isso ainda não é sufi ciente... faz-se preciso ampliar tais ações, e a educação é um valioso recurso que pode e deve ser usado em tal direção.
Assim, iniciamos este material conversando com você sobre o meio ambiente, saúde e segurança no trabalho, lembrando que, no seu exercício profi ssional diário, você deve agir de forma harmoniosa com o ambiente, zelando também pela segurança e saúde de todos no trabalho.
Tente responder à pergunta que inicia este texto: meio ambiente, a saúde e a segurança no trabalho – o que é que eu tenho a ver com isso? Depois, é partir para a ação. Cada um de nós é responsável. Vamos fazer a nossa parte?
Usando atravadeira
Nesta Seção...
1
Uma ferramenta especial
Travar e afi ar serra e serrote
Praticando
Afiação de Ferramentas – Usando a Travadeira
SENAI-RJ – 19
Usando a travadeira
Travar e afi ar ferramentas faz parte do dia-a-dia do marceneiro, pois seus instrumentos de trabalho precisam estar sempre em perfeitas condições, para evitar atraso ou outros prejuízos no amolamento do serviço.
Para realizar esse tipo de operação, costuma-se usar, entre outros instrumentos, a travadeira. Seu princípio de funcionamento e principais características, além das formas de utilização da ferramenta, são os assuntos que vamos tratar daqui para a frente. Confi ra!
Uma ferramenta especial
A travadeira é uma ferramenta especial, com a qual se faz o travamento desejado dos dentes das serras e serrotes, assegurando, dessa forma, a sua simetria.
O tipo mais simples é constituído por uma capa de aço temperado, com vários rasgos, correspondendo às várias espessuras das lâminas de serra ou serrote, podendo ter, ainda, um cabo no seu prolongamento (Fig. 1).
Fig. 1
d2
d1
Afiação de Ferramentas – Usando a Travadeira
20 – SENAI-RJ
Seu princípio de funcionamento baseia-se na ação das alavancas, em que uma força pode ser multiplicada pela diferença dos braços d1 e d2 da Fig. 1. Assim, se d2 é três vezes maior que d1, a força na extremidade de d1 também é três vezes maior, portanto o esforço necessário para virar o dente acaba reduzido à mesma proporção.
Esse tipo, por sua simplicidade, requer certa habilidade ou prática, a fi m de obter um travamento uniforme, pois não há meios de controlar a inclinação dos dentes.
No entanto, existem outros tipos de travadeira mais aperfeiçoados, em que a travação é feita automática e semi-automaticamente, oferecendo vantagens no rendimento e uniformidade dos dentes. Geralmente, apresentam-se em forma de alicate ou revólver, com dispositivos de regulagem para as várias espessuras de lâminas e tamanhos de dentes, e que controlam automaticamente a inclinação deles, mediante o acionamento de uma alavanca ou gatilho. Esses tipos, embora bastante diferentes na sua forma, também estão baseados no mesmo princípio de funcionamento da travadeira simples, já descrito anteriormente (Figs. 2 e 3).
parafuso de regulagem
parafuso de regulagem
parafuso de regulagem
pino de pressão
gatilho
lâmina
rasgo
Travar e afi ar serra e serrote
Travar é inclinar os dentes alternadamente, uns para a esquerda e outros para a direita da lâmina (Fig. 4), de modo que o rasgo efetuado seja maior que a espessura da lâmina, fazendo com que ela possa correr livremente (Fig. 5).
Fig. 4 Fig. 5
Fig. 2 Fig. 3
Afiação de Ferramentas – Usando a Travadeira
SENAI-RJ – 21
O desgaste provocado pelo trabalho contínuo dos dentes da serra e do serrote faz com que percam o fi o, difi cultando o corte e apresentando um brilho em sua ponta.
Fig. 6
Afi ar, portanto, é fazer o fi o, aguçando a parte cortante dos dentes por meio de lima adequada, rebolo ou esmeril (Figs. 6, 7 e 8).
Geralmente, essas operações são executadas pelo marceneiro, que deve conhecê-las muito bem, pois a efi ciência das ferramentas depende de perfeita travação e de boa afi ação, sendo, em alguns casos, desnecessário travar, ao afiar. Todavia, é sempre preciso afiar, após travar as ferramentas.
No item seguinte, você vai encontrar uma série de procedimentos para travar e afi ar serra e serrote. Não deixe de adotá-los no seu dia-a-dia, pois as ferramentas precisam de cuidados, para ser efi cientes.
Fig. 7
Fig. 8
Afiação de Ferramentas – Usando a Travadeira
22 – SENAI-RJ
Praticando
Travar com travadeira simples
Faça assim...
• Prenda a lâmina, de modo que a travadeira possa ser usada convenientemente (Figs. 9, 10 e 11).
• Escolha o rasgo da travadeira de acordo com a espessura da lâmina.
• Coloque o rasgo da travadeira no primeiro dente e incline-o.
Fig. 9
Fig. 10
Fig. 11
mordente
Afiação de Ferramentas – Usando a Travadeira
SENAI-RJ – 23
• Para facilitar o trabalho e manter a uniformidade da trava, introduza o rasgo da travadeira somente até a metade do dente (Fig. 12).
Fig. 12
• Obedeça ao sentido da inclinação já existente nos dentes.
A inclinação deve ser, no máximo, a metade da espessura da lâmina, e deve-se
iniciar sempre do cabo para a ponta (Fig. 13). No caso de lâminas de serra de fi ta,
toma-se um ponto de referência, ao iniciar a travação.
Fig. 13
1/2 E
E
Afiação de Ferramentas – Usando a Travadeira
24 – SENAI-RJ
• Incline o segundo dente no sentido contrário ao do anterior (Fig. 14).
Fig. 14
• Prossiga o travamento até o fi nal, inclinando os outros dentes sucessiva e alternadamente.
• Trave os dentes que estão no trecho A do suporte, mudando, sempre que preciso, a posição do serrote.
Fig. 15
As serras só ficam bem-travadas, se as pontas dos seus dentes estão
simetricamente alinhadas (Fig. 16).
Fig. 16
2 E
E1/2 E 1/2 E
A
Afiação de Ferramentas – Usando a Travadeira
SENAI-RJ – 25
Travar com travadeira tipo alicate ou revólver
Faça assim...
• Regule a travadeira de acordo com a trava desejada.
• Coloque a travadeira sobre os dentes e ajuste a regulagem.
• Faça coincidir o pino de pressão com o primeiro dente, aperte o gatilho e trave na direção do cabo para a ponta.
• Vire a lâmina e trave o segundo dente (Fig. 17).
Fig. 17
• Repita a operação, até travar quatro ou cinco dentes.
• Verifi que se os dentes estão na inclinação desejada e corrija a regulagem, caso necessário.
• Continue travando dente sim, dente não (Fig. 18).
Fig. 18
• Vire a lâmina, para travar os demais dentes que ainda restam.
Esse tipo de travadeira serve, também, para travar dentes sem a necessidade
de prender a lâmina.
Afiação de Ferramentas – Usando a Travadeira
26 – SENAI-RJ
Travar com repuxo e martelo
Faça assim....
• Aperte ou apóie a lâmina (Figs. 19 e 20).
Fig. 19 Fig. 20
• Coloque o repuxo no lado do dente próximo à ponta (Fig. 21) e bata com o martelo dente sim, dente não (Fig. 22).
Fig. 21 Fig. 22
• Repita a operação anterior, batendo no lado contrário.
• Bata somente na parte apertada ou apoiada.
• Mantenha o alinhamento da trava com pancadas uniformes.
O repuxo de seção triangular pode ser feito de lima triangular usada.
lâmina apertadalâmina apoiada sobre
topo de madeira
Afiação de Ferramentas – Usando a Travadeira
SENAI-RJ – 27
Afi ar serra e serrote
Ao realizar essa operação, tome cuidado para não se ferir nos dentes do
serrote ou da serra.
• Prenda o serrote ou a serra.
• Coloque a lâmina com os dentes bem próximos ao suporte, a fi m de que não haja vibrações (Figs. 23 e 24).
Fig. 23
Fig. 24
Inicie a afi ação.
suporte
Afiação de Ferramentas – Usando a Travadeira
28 – SENAI-RJ
• Verifi que, com a régua, se os dentes estão na mesma altura (Fig. 25) e, se necessário, retifi que, usando lima chata murça, passando-a sobre os dentes (Fig. 26).
Fig. 25
Fig. 26
• Escolha a lima adequada para limar os dentes (Fig. 27).
Fig. 27
• Mantenha a posição da lima em ângulo reto com a lâmina (Figs. 28 e 29).
Fig. 28
Fig. 29
90º
90º
Afiação de Ferramentas – Usando a Travadeira
SENAI-RJ – 29
• Assente a lima corretamente no ângulo que será afi ado (Fig. 30).
Fig. 30
• Afi e, dando tantas passadas quantas forem necessárias, até o dente fi car com aresta cortante.
• Use o maior comprimento possível da lima.
A pressão da lima sobre a lâmina é feita apenas durante o avanço; no retorno,
a lima deve correr livremente.
• Termine a afi ação, limando da esquerda para a direita os demais dentes, sucessivamente (Fig. 31).
Use lima bem engastada no cabo.
Existem dentes cuja afi ação é feita em 60º, mais apropriados para serrar
madeiras no sentido transversal.
Fig. 31
• As lâminas de serras com dentes grandes podem ser afiadas manualmente, em rebolo apropriado (esmeril).
fi o
Serras emponto de corte
Nesta Seção...
2
Serras de fi ta: características e tipos
Praticando
Afi ação e travamento dos dentes
Serras circulares: dentes e ângulos de corte
Afi ação e travamento
Fresa: principais tipos e afi ação
Afiação de Ferramentas – Serras em Ponto de Corte
SENAI-RJ – 33
Serras em ponto de corteEfetuar recortes variados, TRAÇAR e REFIAR madeira, ou realizar cortes em linha reta são
tarefas que costumam ocupar boa parte do tempo do marceneiro. Por isso, é importante manter os instrumentos cortantes sempre bem-preparados e afi ados.
Nos itens que se seguem, você vai conhecer as principais características desses instrumentos bem como as maneiras corretas de proceder o travamento e a afi ação, o que vão deixá-los em ponto de corte.
Serras de fi ta: características e tipos
Constituem-se de lâminas dentadas, tipo sem-fi m, que se movimentam sobre dois volantes, um acionado e outro motriz (Fig. 1).
Fig. 1
Classificam-se em dois tipos segundo o seu emprego pela indústria madeireira: serras de fi ta estreitas, usadas principalmente em marcenarias, e serras de fi ta largas, mais utilizadas nas serrarias. Vamos, a seguir, conhecer um pouco mais a respeito do primeiro tipo devido ao largo emprego pelos marceneiros.
Afiação de Ferramentas – Serras em Ponto de Corte
34 – SENAI-RJ
Serras de fi ta estreitas
Possuem largura entre 6 e 50mm, destinando-se à execução rápida de recortes variados bem como a traçar e refi ar madeira.
Suas lâminas são fornecidas em rolos e, por esta razão, mesmo novas necessitam de emenda, para ser usadas. De outra forma, efetuam-se também emendas, quando as serras em uso são rompidas.
A execução de emendas é feita através de dois processos: soldagem forte, com prata ou latão, feita em extremidades chanfradas; soldagem elétrica a topo, feita em extremidades de topo. O item seguinte apresenta os procedimentos que você deve adotar em ambos os processos.
Praticando
Soldagem Forte com Aparelho Elétrico
Faça assim...
Preparação da emenda
• Corte e lime os topos da fi ta, de modo que numa das extremidades haja coincidência com o fundo do dente, e na outra, com a ponta (Fig. 2).
Fig. 2
fundo ponta
Afiação de Ferramentas – Serras em Ponto de Corte
SENAI-RJ – 35
Os chanfros, depois de prontos, devem ser protegidos contra gorduras ou
outras impurezas, bem como do contato manual.
Fig. 3
Fig. 4
• Junte as pontas, colocando uma sobre a outra com a diferença exata de um dente (Fig. 3), e lime, formando os chanfros (Fig. 4).
Fig. 5
– Soldagem
• Coloque as extremidades da lâmina no aparelho de solda, com o dorso perfeitamente alinhado e os chanfros exatamente superpostos, fi xando-as com grampos (Fig. 5).
Afiação de Ferramentas – Serras em Ponto de Corte
36 – SENAI-RJ
Em alguns aparelhos, o processo transcorre automaticamente, sendo o tempo
defi nido pelos diagramas de revenimento da cada máquina.
• Passe fl uxo de solda nos chanfros e intercale entre as duas superfícies uma fi ta de solda prata ou latão, com a mesma largura dos chanfros.
• Ligue a máquina, até derreter a solda; para, então, desligá-la, pressione o mordente sobre a emenda, enquanto se soltam os grampos laterais.
• Após esfriar, limpe os resíduos com lima e coloque a lâmina novamente no aparelho, ligando apenas por alguns segundos, até a emenda atingir a cor azulada, fazendo, assim, o revenimento.
• Finalmente, lime o excesso de solda das superfícies, deixando a emenda com espessura igual ao restante da lâmina.
Soldagem elétrica a topo
Este processo é muito empregado em serras de até 150mm de largura novas ou usadas.
Faça assim...
– Efetue a soldagem, usando uma corrente de baixa tensão e elevada intensidade transmitida às extremidades da lâmina, que devem fi car em perfeito contato e pressionadas uma contra a outra, quando incandescentes (Fig. 6).
Fig. 6
Realize, em seguida, o revenimento, ligando várias vezes o aparelho apenas por algumas frações de segundo, para que o resfriamento se processe lentamente.
Afiação de Ferramentas – Serras em Ponto de Corte
SENAI-RJ – 37
Afi ação e tratamento dos dentes
O formato e o tamanho dos dentes variam de acordo com o tipo de operação e a natureza da madeira a ser cortada, todavia os marceneiros, de modo geral, usam um único tipo de dente (Fig. 7).
Fig. 7
Sua afi ação e travamento podem ser feitos por processo manual, usando lima e travador simples, como defesa na afi ação dos serrotes ou em máquinas afi adoras especiais. As últimas possuem a grande vantagem de executar o trabalho com rapidez bem como efetuar afi ação e travamento mais uniformes, conforme vimos anteriormente.
Para afi ar serras estreitas, as máquinas afi adoras são geralmente equipadas com limas, e, para o tipo de dente já descrito na Fig. 7, usam-se limas triangulares com canto arredondado, que afi am simultaneamente o peito e o dorso do dente (Fig. 8).
Fig. 8
As propriedades de corte podem ser melhoradas, passando a lâmina duas vezes pela máquina. Na primeira passagem, os dentes são desbastados, e, na segunda, lima-se apenas levemente, para alisar as superfícies e eliminar as rebarbas.
0 a 5º
60º
25º
30º
Afiação de Ferramentas – Serras em Ponto de Corte
38 – SENAI-RJ
A altura da trava deve abranger apenas a metade da altura do dente, e a inclinação não deve ultrapassar a metade da espessura da fi ta (Fig. 9).
Fig. 9
Serras circulares: dentes e ângulos de corte
Enquanto as serras de fi ta têm como principal componente a lâmina dentada, as circulares possuem discos dentados.
Esses discos trabalham em máquinas muito solicitadas nas marcenarias, carpintarias e serrarias pela rapidez e perfeição na execução de cortes em linha reta. São usadas para efetuar cortes longitudinais, paralelos, transversais, oblíquos, etc.
As formas dos dentes bem como os ângulos de corte variam de acordo com o tipo de operação e natureza da madeira a ser serrada, conforme apresentado a seguir.
Dente bico-de-papagaio
Usa-se a forma de dente bico-de-papagaio para desdobrar e bitolar pranchas e tábuas. O ângulo de ataque dos dentes varia de 15º a 25º, sendo 15º para serrar madeira dura e seca, 20º para serrar madeira semi dura e 25º para madeira verde ou mole.
Fig. 10
h/2
h
e
e/2 e/2
Afiação de Ferramentas – Serras em Ponto de Corte
SENAI-RJ – 39
Os dentes no formato da Fig. 12, isto é, de destopadeira e, são indicados para serviços em que a serra deve cortar nos dois sentidos, para a frente ou para trás, a fi m de destopar a madeira, sendo empregados especialmente nas máquinas que usam serras pêndulas.
Na prática, estes ângulos são determinados, riscando retas que, partindo das pontas dos dentes, vão tangenciar círculos feitos ao redor do centro da serra (Fig. 11).
Dente destopadeira
Fig. 12
Dente inclinado
20º
25º
15º
Fig. 11
Destopadeira – máquina usada
para cortar o topo de tábuas,
regularizando-as ou atribuindo-lhes
inclinação conveniente
O tipo inclinado é usado para cortes em geral.
Fig. 13
Afiação de Ferramentas – Serras em Ponto de Corte
40 – SENAI-RJ
Afi ação e travamento
Esse tipo de operação pode ser feito tanto por processo manual quanto em afi adores especiais, conforme veremos a seguir.
Afi ar manualmente
O primeiro passo dessa operação é verifi car se todas as pontas dos dentes mantêm a mesma distância em relação ao centro da serra. Caso tal não aconteça, é preciso limar os dentes, até que, estando o disco de serra preso em seu eixo, e sendo movimentado para trás manualmente, todos os dentes toquem levemente uma lima apoiada num suporte sobre a mesa da máquina (Fig. 14).
Fig. 14
Outro processo também usado é inverter o disco de serra e fazê-lo girar normalmente em seu eixo, enquanto se atrita, contra os dentes, um bastão abrasivo. Deve-se, neste caso, movimentar transversalmente o bastão, para que não se formem sulcos, danifi cando as bordas dos dentes (Fig. 15). No entanto, esse último processo só deve ser executado por pessoa experiente e que tome todas as precauções necessárias para evitar acidentes.
Fig. 15
O passo seguinte é desbastar os dentes, dando-lhes a forma original para receber a trava.
Afiação de Ferramentas – Serras em Ponto de Corte
SENAI-RJ – 41
Para qualquer tamanho de serra circular, as dimensões do travamento devem
ser sempre iguais: 0,3 a 0,6mm de deslocamento lateral, para serrar madeiras
secas ou duras, e 0,6 a 0,8mm para madeiras verdes ou moles. A altura é sempre
a mesma, devendo limitar-se à ponta do dente, aproximadamente um terço da
sua altura (Fig. 19).
O travamento manual pode ser feito com um travador simples (Fig. 16), através de repuxo (Fig. 17), ou com aparelho manual de travar (Fig. 18).
Fig. 16 Fig. 17
Fig. 18
Fig. 19
Afiação de Ferramentas – Serras em Ponto de Corte
42 – SENAI-RJ
O peito do dente deve ser afi ado, formando um ângulo reto com a face da serra (Fig. 20), e a parte posterior precisa receber pequena inclinação, aproximadamente de 10º, somente para que a ponta travada sobressaia ligeiramente (Fig. 21).
Fig. 20 Fig. 21
O corte produzido por uma serra, com a face posterior do dente afi ada corretamente, deve apresentar uma aparência conforme a indicação da Fig. 22, e nunca da forma apresentada na Fig. 23, como geralmente acontece.
Fig. 22 Fig. 23
Outro defeito bastante comum, que ocorre quando se afiam circulares manualmente, é o apresentado nas Figs. 24, 25 e 26. Nelas, você pode observar que os ângulos de ataque e de incidência se apresentam ora maiores, ora menores do que o normal. Esse tipo de ocorrência deve ser evitado a todo custo, como também as descontinuidades no acabamento do fundo dos dentes, responsáveis pela formação de trincas.
Fig. 26Fig. 25Fig. 24
90º
Afiação de Ferramentas – Serras em Ponto de Corte
SENAI-RJ – 43
As circulares com dentes tipo inclinado possuem ângulo de ataque nulo e ângulo de incidência de 60º (Fig. 27). Ambos são afi ados simultaneamente e com inclinação lateral aproximadamente de 10º no sentido da trava.
Fig. 27
As circulares com dentes de destopadeira possuem ângulos negativos aproximadamente de 25º para ambos os lados (Fig. 28). Sua afi ação é feita com inclinação lateral, de cerca de 30º no sentido da trava.
Fig. 28
60º
10º
10º
25º 50º
30º
25º
Afiação de Ferramentas – Serras em Ponto de Corte
44 – SENAI-RJ
Afi ar usando máquina
A afi ação dos discos de serra com máquinas afi adoras especiais, dotadas de rebolos abrasivos, é bem mais prática, rápida e uniforme em todos os dentes (Fig. 29).
Atualmente, existem discos de serra com dentes de metal duro (Fig. 30).
Fig. 29
Fig. 30
Afiação de Ferramentas – Serras em Ponto de Corte
SENAI-RJ – 45
As referidas máquinas surgiram da necessidade de aumentar a resistência do gume das circulares para o corte de aglomerados, compensados, capas folheadas, bem como para obter cortes mais precisos e de melhor acabamento. Além dessas vantagens, há uma outra, ou seja, a duração do gume destas ferramentas é 10 a 20 vezes maior do que a das circulares comuns.
Sua afi ação, porém, só pode ser feita em afi adoras especiais e com a utilização de rebolos diamantados.
Apresentamos, a seguir, os principais tipos e ângulos recomendados para afi ação bem como as respectivas aplicações (Fig. 31).
Fig. 31
– Ângulo de corte: varia de 0º a 25º; para cortes longitudinais, usa-se um ângulo de 25º; para cortes transversais, 10º; para o corte de aglomerado, 15º; para chapas de fi bra, 25º.
– Ângulo de inclinação frontal: depende do tipo de material e da largura de corte. Em média, deve-se considerar um ângulo de 10º.
– Ângulo de folga ou incidência.
α
ε
γ
Afiação de Ferramentas – Serras em Ponto de Corte
46 – SENAI-RJ
Fresa: principais tipos e afi ação
São ferramentas de corte algo semelhantes às serras circulares, porém com menor número de dentes, usadas nas plainas, tupias e moldureiras, para a fabricação de assoalhos, forros, paredes, portas, janelas, etc. (Fig. 32).
Fig. 32
As fresas mais empregadas comportam quatro dentes, que cobrem a maior parte das necessidades. Existem, porém, fresas com seis, oito, doze e até dezesseis dentes, para os casos especiais em que haja problema de acabamento.
Tipos mais comuns
Fresa com dentes retos paralelos ao eixo – usada para executar rebaixos e canaletas em aglomerados e madeiras no sentido longitudinal (Fig. 33).
Fig. 33
Afiação de Ferramentas – Serras em Ponto de Corte
SENAI-RJ – 47
• Dentes cruzados – para abrir canaletas em madeira no sentido transversal (Fig. 34).
Fig. 34
• Fresa com dentes riscadores ou pré-cortadores – utilizada para a usinagem de materiais revestidos de plástico ou outro material mole (Fig. 35).
Fig. 35
• Fresas com dentes perfi lados – englobam todas as fresas para a fabricação de molduras usadas na construção civil, com as mais variadas formas (Fig. 36).
Fig. 36
dente reto riscador esquerdo
riscador direito
Afiação de Ferramentas – Serras em Ponto de Corte
48 – SENAI-RJ
A afi ação deve ser feita de modo que os ângulos originais da fresa sejam
mantidos.
No caso das fresas perfi ladas, afi a-se somente a parte frontal dos dentes.
Afi ação
A afi ação de fresas deve ser feita exclusivamente em afi adoras especiais (Fig. 37) ou na afi adora retifi cadora universal. A orientação técnica quanto ao procedimento é fornecida pelo manual de utilização que acompanha cada tipo de máquina.
Para as fresas de aço rápido, por exemplo, devem ser utilizados rebolos de óxido de alumínio ou carboneto de silício; já as fresas com dentes de metal duro devem ser afi adas com rebolos diamantados.
Fig. 37
Pedras queamolam e afi am
Nesta Seção...
3
Esmerilhadora e rebolos
Pedra de afi ar
Praticando
Afi ação de formão, bedame e goiva
Afiação de Ferramentas – Pedras que Amolam e Afiam
SENAI-RJ – 51
Pedras que amolam e afi amÉ sempre bom lembrar que, com o uso contínuo, as ferramentas acabam perdendo uma qualidade
essencial, ou seja, a de apresentar gume com fi o cortante e livre de rebarbas. E, quando isso acontece, é prejuízo certo: maior esforço físico do marceneiro e menor rendimento no trabalho.
Por isso, amolar e afiar as ferramentas, várias vezes durante o serviço, ainda é o melhor remédio. E uma das receitas que costuma dar bons resultados é o uso de pedras, sobre as quais vamos tratar daqui para a frente.
Esmerilhadora e Rebolo
A esmerilhadora ou máquina de esmerilhar também é chamada de esmeril (Fig. 1). No entanto, este último nome não é conveniente, pois o esmeril propriamente dito é um mineral granulado que, pela sua dureza, é usado, às vezes, nos trabalhos de desbaste por atrito.
Fig. 1
protetor contra fagulhas
rebolo
recipiente para água
apoio da ferramenta
articulação do apoio
chave do motor
motor elétrico
rebolo
caixa do rebolo
base
Afiação de Ferramentas – Pedras que Amolam e Afiam
52 – SENAI-RJ
Na máquina de esmerilhar, a potência do motor elétrico mais usual é de
1HP (o motor gira em alta velocidade), sendo a rotação mais usual de 1.450
e 1.750 rpm.
O rebolo, referido anteriormente, também é muito usado para amolar
ferramentas, porque oferece o ângulo de afi ação desejado (Fig. 2)
A esmerilhadora trabalha em alta rotação com rebolo de diâmetro proporcional bem como espessura e granulação adequadas, conforme veremos adiante.
Em virtude da alta rotação da máquina, deve-se evitar o aquecimento excessivo da ferramenta em desbaste, resfriando-a freqüentemente em água.
Fig. 2
No que diz respeito à sua natureza, os rebolos abrasivos são pedras circulares, constituídas de pó abrasivo agregado artifi cialmente. Esse pó e o aglomerante que o agrega são determinados em função do fi m a que se destinam as pedras. Assim, temos rebolos para aço comum, rebolos para metal duro, etc. Existe, ainda, grande variedade de formas de rebolos, algumas das quais você pode observar na Fig. 3.
furo
guarnição
Fig. 3
Afiação de Ferramentas – Pedras que Amolam e Afiam
SENAI-RJ – 53
Fig. 4
Pedra de afi ar
Outra ferramenta que se costuma usar, seja para desbaste, seja para assentar o fi o, é a pedra de afi ar, composta de abrasivos artifi ciais muito fi nos que, aglomerados e prensados, recebem as mais variadas formas (Fig. 4). Vejamos, a seguir, suas diversas utilidades.
As pedras usadas pelos marceneiros, para afi ar ferros de plaina, formões, raspadores, etc., têm forma retangular, aproximadamente com 200 � 50 � 25mm (Fig. 5).
Para a afi ação de goivas e ferramentas de tupia (ferros), os marceneiros costumam usar pedras cuja característica é possuir um bordo mais espesso que o outro e cantos arredondados (Fig. 6).
Fig. 5
Fig. 6
Afiação de Ferramentas – Pedras que Amolam e Afiam
54 – SENAI-RJ
Para que a afi ação seja perfeita, a superfície da pedra de afi ar deve ser
mantida plana, o que é conseguido utilizando toda a sua extensão, evitando,
assim, deformações. Mas, se a superfície da pedra deixar de ser plana, deverá ser
retifi cada em lixa de ferro, rebolo ou chão cimentado, com água e areia fi na.
Determinadas pedras artifi ciais apresentam duas faces de granulação diferente: uma serve para desbaste e a outra para assentar o fi o (Fig. 7).
Fig. 7
Lubrifi cantes para pedra de afi ar
Na afi ação das ferramentas, a pedra de afi ar só deve ser usada lubrifi cada. Essa lubrifi cação tem as seguintes fi nalidades: evitar que os poros da pedra sejam obstruídos, permitir a remoção das partículas de metal arrancadas pela ação do abrasivo e facilitar o deslize da ferramenta que está sendo afi ada.
No entanto, o lubrifi cante, varia conforme a natureza da pedra e seu grau de dureza, sendo especifi cado pelo fabricante. Usam-se, geralmente, óleo fi no, querosene, água, etc.
Praticando
Amolar e afi ar ferramentas
Esse tipo de operação deixa o gume com fi o cortante livre de rebarbas, permitindo, assim, que o marceneiro possa executar seu trabalho com menor esforço físico, melhor qualidade e menor rendimento.
Afiação de Ferramentas – Pedras que Amolam e Afiam
SENAI-RJ – 55
Faça assim...
Amolar a ferramenta
Fig. 8
Durante o trabalho do esmeril, o desbaste deve ser paralelo ao gume
(Fig. 9).
Termine de amolar, deixando um pequeno fi lete polido o mais próximo possível
do gume (Fig. 10).
Fig. 9 Fig. 10
rebolo
ferramenta
espera
fi lete polido
Não se descuide. Ao trabalhar no esmeril, use óculos ou máscara de proteção.
– Segure e encoste a ferramenta na espera, apoiando o chanfro no rebolo (Fig. 8).
– Faça uma leve pressão sobre a ferramenta.
Afiação de Ferramentas – Pedras que Amolam e Afiam
56 – SENAI-RJ
• Esfrie com freqüência em água para melhor rendimento bem como para evitar o aquecimento da ferramenta e a perda da têmpera.
• Mantenha a espera bem-regulada e o controle da ferramenta.
• Utilize o rebolo em toda a sua espessura, desgastando-o por igual (Fig. 11).
O controle do paralelismo deve ser feito desde o início.
Fig. 11
Afi ar a ferramenta
Cuide da sua segurança. Ao trabalhar no esmeril, use óculos ou máscara de
proteção.
espessura
Afiação de Ferramentas – Pedras que Amolam e Afiam
SENAI-RJ – 57
• Empunhe a ferramenta (Fig. 12), apóie o chanfro sobre a pedra (Fig. 13) e afi e, até perceber com o tato dos dedos pequena rebarba no gume pelo lado liso da ferramenta (Fig. 14).
Fig. 12 Fig. 14
Fig. 13
• Vire a ferramenta, colocando-a bem-apoiada e com o chanfro para cima (Fig. 15).
Fig. 15
• Repita os movimentos anteriores, até que a rebarba seja eliminada.
• Movimente a ferramenta em toda a extensão em círculos, a fi m de manter o desgaste por igual da pedra de afi ar.
Afiação de Ferramentas – Pedras que Amolam e Afiam
58 – SENAI-RJ
A pedra deve trabalhar umedecida com óleo afi nado com querosene.
Após várias afi ações da ferramenta, o chanfro fi cará abaulado, havendo
necessidade de amolar novamente.
Ao amolar a ferramenta, não a deixe queimar.
Não force demasiado a ferramenta contra o rebolo.
Afi ação de formões, bedames, goivas
Essas ferramentas de corte são muito usadas em marcenarias e carpintarias, na execução de encaixes em geral. Caracterizam-se pela forma e largura de suas lâminas (Figs. 16, 17 e 18).
Fig. 16
Fig. 17
Fig. 18
gume
chanfro lâmina anel
espiga anel de metal
caboencosto
gume
chanfrolâmina anel
cabo
anel de metal
haste
gume
chanfrolâmina
anel caboanel de metal
espiga
Afiação de Ferramentas – Pedras que Amolam e Afiam
SENAI-RJ – 59
O ângulo da cunha apropriado para estas ferramentas é de 25º a 30º, e o seu gume deve formar um ângulo reto com a sua borda (Figs. 19 e 20).
Fig. 19 Fig. 20
A afi ação do formão e do bedame pode ser feita tanto em rebolo simples como em esmerilhadora (Figs. 21 e 22).
Fig. 21 Fig. 22
25º
30º
90º
L
rebolo
ferramenta
espera
Afiação de Ferramentas – Pedras que Amolam e Afiam
60 – SENAI-RJ
A utilização da esmerilhadora faz com que haja necessidade de refrigerar várias vezes o gume da ferramenta, para evitar o aquecimento e a perda da têmpera.
Após o desbaste, o acabamento do gume deve ser feito, atritando a cunha da ferramenta sobre a superfície plana de uma pedra de afi ar, também já vista anteriormente. No entanto, os movimentos, devem ser feitos para a frente e para trás, ou, ainda, em círculos, utilizando toda a superfície da pedra, a fi m de manter um desgaste uniforme (Figs. 23 e 24).
Fig. 23
Fig. 24
Limas paratrabalho de afi ação
Nesta Seção...
4
Classifi cação e emprego
Virador de fi o
Praticando
Afiação de Ferramentas – Limas para Trabalho de Afiação
SENAI-RJ – 63
Limas para trabalho de afi açãoSão muitos os instrumentos de que o marceneiro pode dispor, para afi ar suas ferramentas.
Mas, cada qual tem suas particularidades e fi ns diferentes. As limas, por exemplo, são de diversos tipos, alguns dos quais se apresentam bastante efi cientes para a afi ação e, até mesmo, para ser aproveitados na construção do virador de fi os.
Todas essas características e formas de aplicação dessa ferramenta você vai conhecer logo a seguir.
Classifi cação e emprego
Ferramentas de aço temperado, com superfícies picadas em estrias ou dentes, as limas servem para desbastar material (Fig. 1).
Fig. 1
Dessa maneira, quando uma lima é atritada contra a superfície de um material mais macio, acaba por desgastá-lo, arrancando pequenas partículas.
São três os fatores que infl uem em sua classifi cação: picado; seção ou forma; comprimento.
Vamos vê-los a seguir.
ponta
picado borda talão
anel metálico
cabo de madeiraespiga
face
corpo
Afiação de Ferramentas – Limas para Trabalho de Afiação
64 – SENAI-RJ
Picado
Pode ser simples ou cruzado, sendo as limas classifi cadas em murça (Figs. 2 e 5), bastardinha (Figs. 3 e 6), bastarda (Figs. 4 e 7) e grosa (Fig. 8).
Seção ou forma
Observe, nas Figs. 9 a 16, os tipos mais usados, segundo o fator seção.
Fig. 9 – Lima paralela
Fig. 10 – Lima de bordos redondos
Fig. 11 – Lima quadrada
Fig. 12 – Lima meia-cana
Fig. 13 – Lima chata
Fig. 14 – Lima faca
Fig. 15 – Lima redonda
Fig. 16 – Lima triangular
Fig. 2 – Lima murça
Fig. 3 – Lima bastardinha
Fig. 4 – Lima bastarda
Fig. 5 – Lima murça
Fig. 6 – Lima bastardinha
Fig. 7 – Lima bastarda
Fig. 8 – Lima grosa
picado simples picado cruzado
Afiação de Ferramentas – Limas para Trabalho de Afiação
SENAI-RJ – 65
Comprimento
De acordo com tal fator, as limas mais usuais variam de quatro a doze polegadas.
No que diz respeito ao uso dessas ferramentas nos trabalhos de afi ação, a lima mais empregada é a murça de picado simples, porque permite obter um gume mais efi ciente e produzir acabamento liso.
É importante destacar ainda que, durante o trabalho com lima, os cavacos prendem-se entre as estrias do picado, difi cultando o corte. Torna-se necessário, portanto, removê-los com uma escova ou carda para lima (Fig. 17).
Adote os seguintes cuidados, para melhor conservar as limas.
• Não as coloque em contato com outras ferramentas, para que seus dentes
não se choquem nem se danifi quem.
• Proteja-as contra a oxidação (ferrugem).
• Mantenha a lima com o seu cabo bem engastado na espiga, para evitar
acidentes.
• Ao retirar o cabo, proceda conforme apresentado na Fig. 18.
Fig. 17
Fig. 18
Afiação de Ferramentas – Limas para Trabalho de Afiação
66 – SENAI-RJ
Virador de fi o
Também chamado de afi ador, é uma ferramenta usada para virar o fi o da lâmina raspadeira (raspador).
Na verdade, trata-se da própria técnica de afi ação da raspadeira, que consiste em puxar um fi o nas arestas da lâmina com o auxílio do afi ador (virador de fi o), para obter raspagem perfeita na madeira, quando restam imperfeições deixadas pelas máquinas ou pela plaina.
As Figs. 19, 20 e 21 mostram como se vira o fi o, passando o virador no gume da lâmina. Confi ra!
Fig. 19 Fig. 20 Fig. 21
O próprio marceneiro pode fazer o virador de fio. Nesse caso, costuma
aproveitar uma lima triangular ou redonda já usada, da qual retira o picado,
polindo-a em seguida.
As limas prestam-se muito bem para este fi m em função da têmpera que
possuem.
Observe, também, as Figs. 22 e 23, que ilustram o virador de fi o e as diferentes
seções que podem apresentar.
Fig. 22 Fig. 23
Afiação de Ferramentas – Limas para Trabalho de Afiação
SENAI-RJ – 67
A efi ciência do virador de fi o depende da superfície bem-polida, limpa e
protegida contra a oxidação ou ferrugem.
Praticando
Em marcenaria, são utilizados dois tipos de raspadeira ou raspador: o de quatro fi os (Fig. 24) e o de dois fi os (Fig. 25).
Fig. 24 Fig. 25
Para realizar essa operação, siga os passos apresentados a seguir. Observe que os procedimentos de números 1 a 6 se aplicam aos dois tipos de raspadeira e somente no último há uma distinção. Portanto, fi que atento.
Faça assim...
1º. Prenda a lâmina na prensa ou no suporte (Figs. 26 e 27).
Fig. 26 Fig. 27
fi ofi o
Afiação de Ferramentas – Limas para Trabalho de Afiação
68 – SENAI-RJ
2º. Lime, de modo que evite vibrações da lâmina (Figs. 28 e 29).
Fig. 28 Fig. 29
3º. Termine de limar, verifi cando com o esquadro se as extremidades estão levemente abauladas (Figs. 30, 31 e 32).
A pressão da lima é feita apenas durante o avanço; no retorno, deve correr
livremente, deslizando sobre o canto da lâmina.
O movimento deve ser dado apenas com os braços.
A lima deve estar livre de graxa e óleo.
Use lima chata murça de dez polegadas.
Cuidado para não ferir a mão no canto da lâmina.
Fig. 30
90º
Afiação de Ferramentas – Limas para Trabalho de Afiação
SENAI-RJ – 69
Fig. 31
Fig. 32
5º. Passe o canto limado na pedra de afi ar, até fi car polido (Figs. 33 e 34).
As arestas do canto limado devem ficar bem vivas (com rebarba), para
obter melhor fi o.
Fig. 33 Fig. 34
75º
ângulo limado
Afiação de Ferramentas – Limas para Trabalho de Afiação
70 – SENAI-RJ
5º. Assente a face da lâmina na pedra, movimentando-a, até retirar a rebarba (Fig. 36).
Verifi que se a pedra está bem fi rme sobre o banco.
Movimente em diversos sentidos, para não formar sulcos na pedra (Fig. 35).
Fig. 35
Fig. 36
Repita as operações anteriores, até que as arestas fi quem livres das rebarbas.
As últimas passadas devem ser feitas conforme as Figs. 33 e 34.
Afiação de Ferramentas – Limas para Trabalho de Afiação
SENAI-RJ – 71
6º. Assente o fi o com afi ador (virador), dando duas ou três passadas (Fig. 37).
Fig. 37
7º. Vire o fi o, pressionando com o afi ador (virador) em todo o comprimento da lâmina (Fig. 39).
Deve-se ter cuidado de passar o afi ador (virador) em todo o comprimento
paralelo à face da raspadeira (Fig. 38).
Fig. 38
Fig. 39
Afiação de Ferramentas – Limas para Trabalho de Afiação
72 – SENAI-RJ
• No raspador de quatro fi os, na primeira passada, o afi ador deve ser conservado em 90º em relação à face da lâmina, conforme você pode observar na Fig. 39. Nas seguintes, inclina-se um pouco o afi ador, de forma que, na última passada, ele esteja a 85º em relação à raspadeira (Fig. 40).
Fig. 40
• No raspador de dois fi os, na primeira passada, o afi ador deve ser conservado no ângulo do chanfro (Fig. 41). Nas seguintes, inclina-se um pouco o afi ador, de forma que, na última passada, ele esteja em 80º em relação à raspadeira (Fig. 42).
Fig. 41 Fig. 42
65º
ângulo do chanfro
80º
Afiação de Ferramentas – Limas para Trabalho de Afiação
SENAI-RJ – 73
• Encoste a lâmina na aresta do banco, de modo que o chanfro fi que virado para o afi ador (Figs. 43 e 44).
Fig. 43 Fig. 44
A lubrifi cação é essencial para o afi ador trabalhar sem atrito. Adote essa
prática!
Gume afi ado para aplainar e furar
Nesta Seção...
5
Ferramentas de aplainar
Facas para plainas e desempenadeira
Praticando
Brocas e puas
Praticando
Afiação de Ferramentas – Gume Afiado para Aplainar e Furar
SENAI-RJ – 77
Gume afi ado para aplainar e furarPlaina, rebote, garlopa, desbastador e brocas são ferramentas muito usadas pelo marceneiro e, por
isso mesmo, necessitam de cuidados especiais, a fi m de manter seus gumes sempre cortantes.
Somente assim, podem realizar os serviços de aplainamento e furação na medida certa. Os instrumentos de que você dispõe, para afi ar essas ferramentas, bem como as maneiras de usá-los são os assuntos de que vamos tratar daqui para a frente.
Ferramentas de aplainar
O ferro de plaina compoe-se de duas partes: capa ou contraferro (aço doce) e ferro propriamente dito, onde se faz o gume (lâmina de aço de baixo teor de carbono).
Observe, na Fig. 1, os ângulos determinados de posição e afi ação do ferro.
Fig. 1
O ângulo de afi ação equivale aproximadamente a 30º, e você pode obtê-lo,
fazendo um chanfro no ferro duas vezes maior que a sua espessura.
a
bc
d
a – ângulo de ataque
b – ângulo de corte
c – ângulo de afi ação
d – ângulo de folga
Afiação de Ferramentas – Gume Afiado para Aplainar e Furar
78 – SENAI-RJ
Facas para plainas e desempenadeira
São ferramentas de cortes usadas geralmente em cabeçotes rotativos de plainas, no aparelhamento de superfícies de madeira, através de cepilhamento mecânico (Figs. 2 e 3).
Fig. 2
Fig. 3
A afi ação de tais ferramentas é feita em máquinas especialmente projetadas para esse fi m: as afi adeiras de facas para plainas e desempenadeiras, bem como de fresas para tupia (Figs. 4 e 5).
Fig. 4
Afiação de Ferramentas – Gume Afiado para Aplainar e Furar
SENAI-RJ – 79
Fig. 5
Para operar esse tipo de máquina, você deve adotar os procedimentos indicados a seguir.
Praticando
Afi ar facas
Faça assim...
• Alinhe a faca e fi xe-a no suporte da máquina, dando a inclinação conforme o ângulo desejado.
• Ligue a máquina e aproxime a faca lentamente, até tocar o rebolo, movimentando o carro de uma à outra extremidade.
• Dê novo avanço a cada movimento de vaivém e em toda a extensão da faca, até completar a afi ação.
• Retire a faca da máquina e proceda ao acabamento, passando uma pedra de afi ar na face esmerilhada.
• Retoque, levemente, as duas faces que formam o gume até o desaparecimento completo das rebarbas.
Afiação de Ferramentas – Gume Afiado para Aplainar e Furar
80 – SENAI-RJ
As pesquisas demonstraram que a maior durabilidade do gume de uma faca é apresentada antes da afi ação. Portanto, tomando como base esse fator igual a 100%, têm-se os valores médios de durabilidade do gume que se seguem.
O ângulo de corte usado nas facas de plaina de corte rotativo pode variar de 38º
a 40º (Fig. 6). As cepilhadeiras com facas estáticas usam ângulo de 36º.
Fig. 6
Espessura retirada na afi ação Durabilidade Trabalho realizado
0mm 100% 20.000m
0,01mm 90% 18.000m
0,18N 0,24mm 30% 6.000m
0,45N 0,50mm 5% 1.000m
O gume perfeito das facas das plainas possui grande infl uência na obtenção de cepilhamento uniforme. Porém, no cepilhamento simples, a montagem das facas nos cabeçotes torna-se de vital importância para o resultado da operação.
Há vários aparelhos para a montagem e ajustamento de facas; mas, assim mesmo, difi cilmente se conseguem ajustagens com erro máximo de 0,01mm, a precisão necessária à operação. Existem diversos fatores de erro que o aparelho de ajuste não pode compensar totalmente. Pequenos erros
38º a 40º
Afiação de Ferramentas – Gume Afiado para Aplainar e Furar
SENAI-RJ – 81
ou defeitos das facas, chavetas e entalhes dos cabeçotes deformados, por exemplo, podem causar a modifi cação de posição das facas, quando se apertam os parafusos de fi xação.
A montagem correta é, portanto, tão importante quanto a própria afiação. Nota-se, daí, a necessidade de tirar o mínimo possível de material durante as afi ações.
Infelizmente, há que contar sempre com alguma perda de material, por ser impossível, na prática, ajustar todas as facas com as tolerâncias ideais, mesmo contando com ótimos aparelhos.
Facas semelhantes às das plainas são usadas também pelos tornos laminadores,
porém com ângulo de corte 22º.
Brocas e puas
Afi ar essas ferramentas é fazer com que o gume delas volte a cortar nas melhores condições possíveis. Tal operação costuma ser feita por meio do rebolo (esmeril) ou lima murça, que já estudamos anteriormente.
Sua afi ação requer do operador conhecimentos sobre os ângulos adequados e habilidade manual, para deixar as ferramentas em boas condições de corte. A seguir, você vai encontrar os procedimentos indicados para realizar a referida operação.
Praticando
Afi ar broca helicoidal
• Inicie a afi ação da broca.
• Encoste a broca no rebolo, girando-a convenientemente (Figs. 7 e 8).
Fig. 7 Fig. 8
Afiação de Ferramentas – Gume Afiado para Aplainar e Furar
82 – SENAI-RJ
Movimente a broca, conforme indica a Fig. 9, determinando seu ângulo.
Fig. 9
Use óculos ou máscaras de proteção (Figs. 10 e 11).
Fig. 10 Fig. 11
plástico
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SENAI-RJ – 83
• Verifi que o ângulo da broca, usando transferidor (Fig. 12).
Fig. 12
• Repita, se necessário, os itens anteriores tantas vezes quantas forem necessárias, até afi ar o primeiro gume.
• Se preciso, corrija a posição, para obter os ângulos desejados.
• Afi e o outro gume, fazendo a verifi cação e as correções fi nais (Fig. 13).
Fig. 13
0
4590
135
135
9045
45
135
90
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84 – SENAI-RJ
Afi ar brocas paralelas
• Prenda ou apóie a broca (Figs. 14 e 15).
Fig. 14 Fig. 15
• Afi e a broca com a lima murça de canto vivo.
• Lime na inclinação desejada (Fig. 16).
Fig. 16
mordente de cobre
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SENAI-RJ – 85
• O ângulo de ponta deve ser de 160º a 180º, e o ângulo de afi ação (gume), de 45º a 55º, de acordo com a dureza da madeira (Fig. 18).
O fio (gume) deve ficar ligeiramente abaulado para maior durabilidade
do corte (Fig. 17).
Fig. 17
Fig. 18
face
45º
160º
180ºa
45º a 55º
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86 – SENAI-RJ
Afi ar puas
• Segure a pua com a ponta para cima, apoiando-a no canto do banco (Fig. 19).
• Afi e as facas externas da pua (Fig. 20).
As facas externas devem ser afiadas pelo lado de dentro e mantidas na
mesma altura.
Afi e as facas internas, apoiando a ponta roscada a pua sobre o banco, e
limando-as (Fig. 21).
Fig. 19
Fig. 20
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SENAI-RJ – 87
• Lime o necessário, conservando o ângulo de afi ação.
• Mantenha o gume das facas internas na mesma altura.
Fig. 21
FIRJAN
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