INTERVENÇÃO PRECOCE
do paradigma à prática
INTERVENÇÃO PRECOCE
do paradigma à prática
Adalgisa Portugal 26/01/2013
Intervir precocemente é estar a tento a múltiplos fatores que potencialmente podem gerar alterações no desenvolvimento, é prestar atenção aos sinais de alerta, às angústias e apelos trazidos pelos pais, educadores e outros técnicos de forma a minorar e colmatar as situações quotidianas.
O que é…
Um dos principais objetivos da IP é aumentar o potencial intelectual da criança com ganhos ao nível locomotor, pessoal/social, linguagem e comunicação.
Um programa de intervenção precoce deve ser fundamentado com rigor, manter um processo de avaliação contínua e ter continuidade de forma a não abranger só as crianças, mas sim todos os elementos intervenientes, a fim de se poderem obter resultados positivos.
Crianças dos 0 aos 6 anos de idade que prenunciem atraso no desenvolvimento
Risco estabelecido
Risco biológico Risco ambiental
A quem se destinaA quem se destina
Crianças que apresentam alterações biológicas comprovadas, metabólicas, estruturais ou cromossómicas causadoras de atrasos de desenvolvimento psicomotor, cognitivo ou social (Trissomia 21, XFrágil, alterações sensoriais, microcefalias, paralisia cerebral…)
Risco Estabelecido…
Abarca crianças com possíveis alterações no desenvolvimento como consequência de condições pré, peri ou pós natais. • muito baixo peso à nascença (<1,500g)• prematuridade (<33 semanas)• anóxia• doença metabólica (Fenilcetonúria…)
Risco Biológico …
Risco Ambiental …
refere-se a situações ou condições de vida da criança que podem interferir com um desenvolvimento saudável.
• mãe adolescente• má nutrição• abusos físicos ou psicológicos• pais ou prestador de cuidados dependente de substâncias ilícitas ou álcool• alterações na vinculação• isolamento social, cultural ou físico
• Decreto Lei 281/2009 de 6 de Outubro (Regulamenta a Intervenção Precoce na Infância).
• Decreto Lei 3/2008 de 7 de Janeiro ( Regulamenta os apoios especializados nos vários ciclos de ensino ).
Legislação
Organizar uma rede de agrupamentos de escolas de referência para IPI;
Assegurar, através da rede de agrupamentos de escolas de
referência, a articulação com os serviços de saúde e de segurança
social;
Assegurar o cumprimento das medidas educativas previstas no PIIP através dos docentes da rede de agrupamentos de escolas de referência que, nestes casos, integram as equipas locais de intervenção precoce;
Assegurar através dos docentes da rede de agrupamentos de escola de referência, a transição das medidas previstas no PIIP para o Programa Educativo Individual (PEI), de acordo com o determinado no artigo 8.º do Decreto -Lei n.º 3/2008, sempre que a criança venha a frequentar a educação pré –escolar.( Art.º 4 – decreto lei n.º 281/99)
COMPETÊNCIAS DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA
A implementação de programas de IP neste contexto tem um grande potencial, no entanto, para que tenha sucesso devem ser reunidas algumas condições fundamentais como a colaboração entre serviços.
O sucesso da intervenção depende de um processo de comunicação estruturada entre todos os intervenientes. Este processo implica respeito mútuo pelo trabalho de todos e uma colaboração ativa de entre as partes.
O papel da Creche e Jardim-de-infância
DESFAZER MITOS
Uma criança que beneficia / beneficiou de um
programa de Intervenção Precoce NÃO É
obrigatoriamente uma criança com
Necessidades Educativas Especiais!
Assim, importa verificar se:A criança evidencia disfunções nas funções do corpo?A criança apresenta limitações em algum órgão, membro ou outra estrutura do corpo?A criança apresenta dificuldades na execução das tarefas ou ações devido a essas disfunções/limitações?
Que crianças podem ser abrangidos pela educação especial?
Para efeitos de elegibilidade para a educação especial deve-se, antes de mais, ter presente o grupo – alvo ao qual esta se destina “…alunos com limitações significativas ao nível da atividade e da participação, num ou vários domínios de vida, decorrentes de alterações funcionais e estruturais, de carácter permanente…”
(Decreto-Lei n.º 3/2008).
APRESENTAÇÃO DE DOIS CASOS
Criança referenciada pela educadora do jardim de infância
MeninaData nasc.: 01/06/2007
Caso 1
Caso 2Criança referenciada pelo serviço de pediatria
MeninoData nasc.: 01/05/2007
Visita domiciliária
Preenchimento dum formulário
Ficha de caracterização da criança/família
Informação ao referenciador
-Crianças com critérios de elegibilidade para uma avaliação
Risco estabelecido (1.2)
Trissomia 21
Risco ambiental (2.2)
Mãe adolescentePrematura
Desorganização familiar
Agendamento da avaliação
Encarregado de educação /Cuidador é informado telefonicamente ou através de carta
Reunião de equipa de avaliação
- Recolha de informação através de câmara vídeo- Análise, pela equipa da ELI, da informação recolhida- Reunião com o encarregado de educação
Elaboração do Plano Individual de Intervenção Precoce (PIIP)
Nomeação do gestor de caso
Caso 1 – educadora da infânciacolaboração da TF e TO
Caso 2 – técnica serviço socialColaboração da TO
Caso 1 - Atraso de Desenvolvimento por Condições
Específicas – Trissomia 21
Contexto educativo
JI Particular
JI Rede Pública
Caso 1
Avaliação especializada por referência à CIF, pelos técnicos da ELI em colaboração com a instituição.
Definição do Perfil de Funcionalidade da criança
Elaboração do Programa Educativo Individual
Jardim de Infância Particular
O gestor de caso pode ser a educadora da IP
Referenciação da criança para os serviços da educação especial, pela educadora titular do grupo
Avaliação especializada por referência à CIF, pelos serviços da educação especial com a colaboração dos técnicos da IP
Definição do Perfil de Funcionalidade da criança
Elaboração do Programa Educativo Individual
Jardim de Infância Público
O gestor de caso NÃO pode ser a educadora da IP
A criança será apoiada pela educação especial do agrupamento a que pertence
Caso 1 - Atraso de Desenvolvimento por
Condições Específicas – Trissomia 21
Caso 2 - Atraso global de desenvolvimento -
Criança exposta a fatores de risco ambiental
e social
A transição para o 1.º ciclo é feita normalmente
Pode ser solicitado, pelo encarregado de educação, o adiamento de matrícula no 1.º ciclo até 31 de Maio(Decreto-Lei n.º 176/2012 e Decreto-Lei n.º 3/2008)
Se estiver num JI particular o pedido deve ser dirigido à direção regional de educação.
Se estiver num JI oficial o pedido deve ser dirigido ao órgão de gestão do agrupamento aonde a criança está matriculada.
Revisão do Programa Educativo Individual
Jardim de Infância Particular
Deve anexar ao boletim de matrícula cópia do relatório circunstanciado / final e do Programa Educativo Individual
Jardim de Infância Oficial
Deve anexar ao boletim de matrícula cópia do relatório circunstanciado / final e do Programa Educativo Individual
Constrangimentos
Escassez de recursos humanos face às reais necessidades diagnosticadas;
Impossibilidade das educadoras de IP intervencionarem crianças inscritas em jardins de infância da rede pública;
Aceitação da intervenção da ELI pelos pais/cuidadores, umas vezes por desconhecimento e outras por não aceitação da problemática da criança;
Dificuldade no acesso dos técnicos às instituições por desconhecimento do SNIPI.
Acreditamos Que…
…Cada Criança é Única e Especial
Toda a criança aprende de uma forma especial.
Toda a educação deve ser especial por se dirigir
a seres peculiares e originais, quer sejam
deficientes ou não.
INTERVENÇÃO PRECOCEdo paradigma à prática
INTERVENÇÃO PRECOCEdo paradigma à prática
Adalgisa Portugal 26/01/2013