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Page 1: Apresentação  tracoma   atualizado

PROGRAMA DE VIGILÂNCIA E CONTROLE DO TRACOMA NO

MUNICÍPIO DE CRATEÚS - OFICINA DE CAPACITAÇÃO PARA PROFISSIONAIS DE

SAÚDE -

Juracir Bezerra Pinho Médico Veterinário

Coordenador de Vigilância à Saúde

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ANATOMIA DO GLOBO OCULAR

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A DOENÇA

- Afecção inflamatória ocular crônica (ceratoconjuntivite crônica);

- Infecções repetidas, produz cicatrizes na conjuntiva palpebral;

- Entrópio → triquíase → Cegueira

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A DOENÇA

41 milhões de pessoas com tracoma ativo; 8 milhões de pessoas com triquíase tracomatosa; 1,8 milhões de casos de cegueira

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TRACOMA: ASPECTOS GERAIS

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Egito, 1900 A.C. Papiro de Ebers

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Grécia, 431 a 404 A.C. Guerra do Peloponeso

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Grécia, 200 A.C. Hipócrates e Galeno (corpus hippocraticum)

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Roma, 60 A.C. – Dioscórides (“Materia Medica”) – “Trácomas” Rugoso

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Iraque: 1000 - Al-Mawsili – “Escolhas no Tratamento das doenças dos Olhos”

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Europa/Oriente Médio, 1095 - Cruzadas

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Guerras Napoleônicas (1798) - Inglaterra – 1801

- França - 1802

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Áustria, 1823 – Wilhelm Werneck (Transmissão por meio de secreção

purulenta)

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Leis de Controle de Imigração (Canadá (1902), Brasil (SP – 1904), EUA (1905),

Portugal (1914))

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Alemanha, 1907 - Halberstaedter e Prowazek (Corpúsculos de Prowazek)

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1937 – Sulfonamidas; 1940 – Penicilina;

1943 – Estreptomicina.

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1978 – Programa de Prevenção da Cegueira; 1987 – Esquema de Classificação Simplificado;

1998 – Azitromicina; 1997/1999 – 2020 Para a eliminação global do tracoma

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Brasil – Colonização Séc. XVIII – Foco do Cariri

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Sec. XIX – Foco de SP e RS

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Sec. XX – Expansão da fronteira agrícola

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1943- Departamento Nacional de Saúde Pública “Campanha Federal Contra o Tracoma",

1956 – DNERu 1970 – SUCAM

1990 - FNS

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DISTRIBUIÇÃO MUNDIAL

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INQUÉRITO EPIDEMIOLÓGICO NO BRASIL 1974 A 1976

Fonte: MS

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PREVALÊNCIA NO BRASIL 2002 A 2007

Fonte: MS

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PREVALÊNCIA NO BRASIL 2007 A 2013

EXAMINADOS: 265.000 POSITIVOS: 11.242 (4,2%)

Fonte: MS

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PREVALÊNCIA NO CEARÁ 2002

Fonte: MS

14,55

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INQUÉRITO 2013 EXAMINADOS: 125

INFECTADOS: 01 (0,80%) EXAMINADOS: 71

INFECTADOS: 01 (1,41%)

EXAMINADOS: 121 INFECTADOS: 01 (0,83)

EXAMINADOS: 133 INFECTADOS: 01 (0,75%)

EXAMINADOS: 37 INFECTADOS: 00 (0,00%)

EXAMINADOS: 487 INFECTADOS: 04 (0,82%)

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AGENTE ETIOLÓGICO:

Chlamydia Trachomatis (A, B, Ba e C = Tracoma, A e K = conjuntivite, uretrites e cervicites, L1, L2 e L3 = Linfog. Venéreo): - Células do epitélio colunar; - 2 estágios de vida: Corpo elementar e Corpo Reticulado

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AGENTE ETIOLÓGICO: Corpo Elementar (CE) - Extracelular

Fagocitose do CE

CE

-Reorganização do DNA; - Síntese de RNA; - Síntese Proteica

Corpo Reticular (CR)

-Reorganização do DNA; - Síntese de RNA; - Síntese Proteica; - Formação de antígenos de membrana

-Condensação do DNA CR CE

- Elevação no número de CE

Ruptura da membrana celular

Tempo (Horas)

Valores aproximados

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RESERVATÓRIOS

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VETORES:

Hippelates sp.

Musca domestica

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TRANSMISSÃO:

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INCUBAÇÃO E TRANSMISSIBILIDADE:

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SUSCETIBILIDADE E IMUNIDADE*:

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HISTÓRIA NATURAL

INFECÇÃO CONJUNTIVITE

MUCUPURULENTA LEVE AUTOLIMITADA

7 a10 dias REINFECÇÕES

INFLAMAÇÃO CRÔNICA (FORMAÇÃO DE

FOLÍCULOS E HIPERTORFIA DA

CONJUNTIVA TARSAL)

FIBROSE E FORMAÇÃO DE TECIDO CICATRICIAL

NA CONJUNTIVA SUBTARSAL

RETRAÇÃO E INVERSÃO DA MARGEM

PALPEBRAL (ENTRÓPIO)

CÍLIOS EM ATRITO COM A CÓRNEA E

CONJUNTIVA (TRIQÍASE)

NEOVASCULARIZAÇÃO, CERATOCONJUNTIVETE,

OPACIFICAÇÃO DA CÓRNEA E CEGUEIRA

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PATOLOGIA - Linfócitos B;

- Linfócitos T (CD8);

Infiltrado Inflamatório ( células plasmáticas, células

dendrídicas, macrófagos, leucócitos, PMN)

Células de Goblet

-Perda das Células de Goblet Atrofia da conjuntiva tarsal;

- Formação de tecido cicatrivial (substituição do colágeno tipo I

e III pro colágeno tipo IV e V)

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CASO SUSPEITO:

- história de “conjuntivite prolongada” ou referirem sintomatologia ocular de longa duração (ardor, prurido, sensação de corpo estranho, fotofobia, lacrimejamento e secreção

ocular) especialmente na faixa etária de 1 a 10 anos.

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FORMAS ATIVAS:

Inflamação Tracomatosa Folicular (TF)

Inflamação Tracomatosa Intensa (Ti)

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FORMAS SEQUELARES:

Cicatrização Conjuntival Tracomatosa (TS)

Triquíase tracomatosa (TT)

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FORMAS SEQUELARES:

Opacificação Corneana (CO)

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INFLAÇÃO TRACOMATOSA

• Lacrimejamento;

• Sensação de corpo estranho;

• Fotofobia Leve;

• Prurido;

• Secreção purulenta.

SINTOMATOLOGIA:

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FORMAS SEQUELARES

• Dor;

• Fotofobia intensa;

• Turvação e perda da acuidade visual.

SINTOMATOLOGIA:

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• Foliculoses;

• Conjuntivite folicular tóxica;

• conjuntivites foliculares agudas e crônicas de

qualquer etiologia (ex.: herpes simples, Adenovírus, molusco contagioso, conjuntivite de inclusão do adulto).

DIAGNÓTICO DIFERENCIAL

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S URGERY

A NTOBIOTICS

F ACIAL CLEANLINESS

E VIRONMENTAL IMPROVEMENT

ESTRATÉGIA SAFE

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CIRURGIA:

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AZITROMICINA: < 12 ANOS: 20 mg/Kg

ADULTOS: 1 g

ANTIBIÓTICOS

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EDUCAÇÃO EM SAÚDE

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SANEAMENTO BÁSICO

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INQUÉRITO EPIDEMIOLÓGICO DO TRACOMA NO MUNICÍPIO DE

CRATEÚS 2014

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• Crianças de 5 a 14 anos de idade;

• Contactantes de casos suspeitos ou confirmados;

PÚBLICO ALVO:

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OBJETIVO

• Identificar casos suspeitos de tracoma mediante busca ativa em escolares de ensino público fundamental e tratamento dos positivos e seus contatos domiciliares, com o medicamento azitromicina.

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META

• Realizar no mínimo 80% de tratamento dos casos positivos de tracoma e de seus contatos de acordo com normas padronizadas pelo MS.

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• Mapeamento das escolas a serem trabalhadas; • Sensibilização e capacitação dos profissionais de saúde; • Sensibilização e capacitação dos profissionais da

educação; • Formação da equipe de inquérito (1/ESF); • Realização de inquérito em escolares, e em crianças na

faixa etária alvo fora da escola (Jul/Ago 2014); • Notificação de casos (Jul/Ago 2014); • Busca ativa de contactantes (Ago 2014); • Tratamento (Jul/Ago 2014); • Referenciamento de casos de TT para atendimento

especializado/cirurgia (Ago a dez/2014)

ESTRATÉGIA

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- Cada olho deve ser examinado e avaliado separadamente; - Use lupas binoculares (x2, 5) e iluminação adequada (Iluminação própria da lupa, lanterna ou luz solar); - As pálpebras e córnea são observados primeiro para pesquisa de cílios invertidos para conjuntiva ocular ou córnea e opacidade desta. - As pálpebras superiores são então invertidas para examinar a conjuntiva tarsal.

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TÉCNICA DE EXAME

Inversão e inspeção da conjuntiva subtarsal

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CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO:

- Conjuntiva de cor rosada, fina e transparente; - Toda a área da conjuntiva tarsal apresenta, normalmente, vários vasos sanguíneos profundos que correm verticalmente; - Ausência de folículos, nodulações ou de tecido cicatricial.

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CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO:

Inflamação Tracomatosa Folicular (TF): Presença de 5 (cinco) ou mais folículos na

conjuntiva tarsal superior.

Inflamação Tracomatosa Intensa (Ti): Pronunciado espessamento inflamatório

da conjuntiva tarsal, mucosa se apresenta vermelha, espessada e áspera. Observam-se inúmeros folículos os quais

estão, geralmente, recobertos pela mucosa espessada

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Cicatrização Conjuntival Tracomatosa (TS): Presença de

cicatrizes, com a conjuntiva tarsal superior com aparência esbranquiçada, fibrosa com bordas retas, angulares ou

estreladas

Triquíase Tracomatosa (TT): quando pelo menos um dos cílios atrita o globo ocular ou

há evidência de recente remoção de cílios, associados à

presença de cicatrizes na conjuntiva tarsal superior (TS).

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO:

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Opacificação Corneana (CO): Caracteriza-se pela sua nítida visualização sobre a pupila de área opaca com intensidade suficiente para obscurecer pelo menos

uma parte da margem pupilar.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO:

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FLUXO 01: INQUÉRITO ESCOLAR INQUÉRITO

FORMAS ATIVAS - SE PREV < 10% = TRT

INDIVIDUAL - SE PREV > 10% = TRT

COLETIVO

COMUNICAÇÃO DE CASO À ESF DA ÁREA DE

RESIDÊNCIA DO PACIENTE

BUSCA ATIVA DOMICILIAR

CASO DETECTADO

PREENCHIMENTO DA FICHA DE INQUÉRITO

FORMAS SEQUELARES

(referência ) -Cirurgia (TT); -

Avaliação da acuidade visual (CO)

NOTIFICAÇÃO (Ficha de inquérito)

NOTIFICAÇÃO (Ficha de domiciliar)

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FLUXO 01: INQUÉRITO DOMICILIAR

INQUÉRITO

NOTIFICAÇÃO (Ficha de inquérito)

FORMAS ATIVAS - SE PREV < 10% = TRT

INDIVIDUAL - SE PREV > 10% = TRT

COLETIVO

CASO DETECTADO

FORMAS SEQUELARES

(referência ) -Cirurgia (TT); -

Avaliação da acuidade visual (CO)

PREENCHIMENTO DA FICHA DE INQUÉRITO E

FICHA DOMICILIAR

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PROTOCOLO DE TRATAMENTO

• AZITROMICINA:

Crianças < 12 anos: 20 mg/Kg

Adultos e > 50 Kg: 1 g

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CONTROLE DO TRATAMENTO

• 6 meses e 1 ano;

• Se necessário, realizar retratamento.

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CRITÉRIOS DE ALTA

TRACOMA ATIVO: quando transcorridos 6 meses após o início do tratamento e não se evidenciam sinais clínicos do tracoma inflamatório (TF/TI).

ALTA CURADA SEM CICATRIZES: ocorre quando, após 12 meses de início do tratamento, não se evidenciam sinais clínicos do tracoma inflamatório – TF/TI , nem estão presentes as formas cicatriciais do tracoma.

ENCERRAMENTO DE CASO: alta curado sem cicatrizes, situação em que o caso sai do sistema de informação.

FORMAS SEQUELARES: sempre serão casos positivos de tracoma sequelar e permanecem em registro no sistema de informação.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS: RECIDIVA DO CASO Deve-se considerar recidiva quando o caso apresenta sinais de tracoma inflamatório/ativo (TF/TI), após ter recebido alta clínica na visita de controle anterior. Neste caso, deve-se repetir o tratamento. REINFECÇÃO DO CASO Deve-se considerar reinfecção quando o caso recebeu alta por cura e for constatada a presença de sinais clínicos de tracoma em novo exame ocular. Nesta situação, deve se registrar o caso, como caso novo e reiniciar todo o processo de registro, tratamento e controle.


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