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AULA DEMONSTRATIVA
Discursiva para TCE CE
Olá pessoal,
Eu sou o professor Patrik Loz. Sou Auditor Fiscal do Trabalho e será uma
satisfação estar com vocês nessa batalha pela aprovação no Concurso para Auditor de
Controle Externo – área finalística: Atividade Jurídica.
O edital prevê 01 discursiva sobre conhecimentos específicos. A Prova
Discursiva de Conhecimentos Específicos II para todas as
Áreas/Especialidades/Orientações dos cargos de Analista de Controle Externo, de
caráter eliminatório e classificatório, consistirá de uma questão discursiva e/ou
relatório e/ou estudo de caso, relacionada aos conteúdos programáticos de
Conhecimentos Específicos I e II da respectiva Área/Especialidade/Orientação. 2.1 A
Prova Discursiva de Conhecimentos Específicos II será avaliada em uma escala de 0
(zero) a 100 (cem) pontos. Constará da avaliação da Prova Discursiva de
Conhecimentos Específicos II o domínio técnico do conteúdo aplicado, a correção
gramatical e a adequação vocabular, considerados os mecanismos básicos de
constituição do vernáculo e os procedimentos de coesão e argumentação.
Notem que a discursiva poderá ser questão discursiva, relatório ou estudo de
caso e que a banca quer que seja demonstrado conhecimento técnico. Não há maiores
informações quanto a forma de correção. Mas também não seria necessário. As bancas
tem sempre pontuado aquele candidato que responde as questões de forma direta,
imediata e objetiva. Que demonstre o conhecimento técnico do assunto.
Quanto ao nosso curso, esse constará de um curso temático com correções
individuais. Digo temático, pois iremos ensinar a como construir uma discursiva por
meio de questões de provas passadas ou temas inéditos (conforme assuntos específicos
do edital) elaborando padrões de resposta. Mas não apenas elaborando os padrões de
resposta, e sim explicando parágrafo a parágrafo como construir uma discursiva. Isso
facilita o aprendizado, pois o aluno além de aprender a fazer a discursiva ainda tem
disponível o modelo de resposta e o estudo do conteúdo. Por fim, iremos corrigir 02
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discursivas de cada aluno. Na nossa correção, também fazemos as considerações
necessárias ponto a ponto, e não apenas observações gerais.
Os conhecimentos específicos constante do edital para a área jurídica são: Controle
Externo; Direito Constitucional; Direito Administrativo; Direito Processual Civil;
Direito Previdenciário; Direito Financeiro. Iremos trazer temas, conforme possível, de
todas as matérias.
Destaco que não devem se preocupar em tentar “adivinhar” o que irá cair na
prova. Isso porque em questões discursivas para Tribunais em que há estudos de caso
ou relatórios, os fatos fictícios serão sempre inéditos. Cada narrativa tem a sua própria
peculiaridade. Então o importante é estudar os conhecimentos específicos de forma
aprofundada, pois a banca poderá cobrar qualquer um dos assuntos constantes no
edital. Durante o curso vocês notarão que para se fazer uma excelente discursiva não
há necessidade de se criar nada novo, de abordagens aprofundadas, decorar parágrafos
de livros, trazerem linguagem com palavras “bonitas” etc. Mesmo sendo um concurso
para a área jurídica não há necessidade de usar a linguagem comum no meio jurídico
(expressões, palavras, abordagens etc.). Todo o texto deve ser muito simples, direto,
imediato, objetivo e claro.
POR FIM, MUITO IMPORTANTE DESTACAR QUE NOSSO CURSO NÃO
SERÁ UM CURSO GRAMATICAL. NÃO IREI FAZER CORREÇÕES DE
GRAMÁTICA. O CURSO IRÁ ELABORAR PADRÕES DE RESPOSTA PARA
TEMAS DE CONCURSOS PASSADOS (DA FCC) E TEMAS INÉDITOS
(QUANDO NECESSÁRIO), ENSINADO A ELABORAR UMA DISCURSIVA POR
MEIO DE EXPLICAÇÕES DO PASSO A PASSO DE COMO SE ELABOROU O
MODELO DE RESPOSTA.
Sem demora, vamos iniciar a aula.
Sendo objetivo, podemos de forma geral observar o seguinte roteiro para
resolução de uma discursiva:
1) Observe atentamente o que cada um dos tópicos está pedindo: atente-se para
cada uma das palavras contidas na pergunta. Às vezes em uma pergunta há mais uma
ou duas contidas nela. Fique atento aos verbos. Ainda note se o examinador pede que
responda com base na legislação, doutrina ou jurisprudência. Caso ele não fale,
sempre fundamente a resposta na lei, jurisprudência ou doutrina (de preferência nessa
ordem).
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2) Siga a sequência determinada pelo examinador nos tópicos. Quando ele for
corrigir tenderá a procurar as respostas na mesma sequência. Isso facilitará a correção,
tendo em vista que ele não precisará procurar as respostas de forma esparsa no texto.
3) Cada tópico deve ser respondido em parágrafos separados. Não misture os
assuntos. Na correção o examinador irá atribuir nota a cada uma das respostas. Não
misture mais de uma resposta em um mesmo tópico. Assuntos diferentes devem ser
escritos em parágrafos diferentes. Atente para o fato de que se alguma resposta
necessitar de mais de um parágrafo, não tem problema. Ou caso contrário, uma
resposta seja extremamente objetiva, não ocupando muitas linhas, se responder mais
de uma pergunta em um mesmo parágrafo, faça em orações separadas, de forma que
fique claro que as frases respondem a mais de uma pergunta. Isso é feito usando as
palavras chave de cada pergunta.
4) Sempre use nas respostas palavras chave da pergunta, e se possível inicie o
parágrafo com elas. Isso é essencial para a clareza do texto, de forma que fique
evidente a sua resposta. A sua resposta deve ser imediata, direta e de forma afirmativa.
Você deve afirmar a sua resposta e nunca deixar de forma implícita. Já na primeira
frase resposta ao tópico e em seguida os argumentos que sustentam a sua afirmação
(sempre com base em fontes formais: Constituição, Legislação, jurisprudência etc.).
5) Fique atento à coerência nas respostas e aos elementos de coesão entre os
parágrafos.
Destaco que devemos seguir uma estrutura textual com objetividade, ordenação
e clareza de idéias. Façam parágrafos mais ou menos do mesmo tamanho, de forma
que o texto fique apresentável visualmente. O que primeiro visualiza o examinador é a
forma como o texto estar disposto na folha de resposta. Por fim, veja se seu texto não
ficou confuso. Tente ler como se você fosse um terceiro e note se as idéias ficaram
claras.
As bancas têm favorecido ao candidato que vai direto ao que está sendo pedido,
ao núcleo da questão. O candidato não deve fazer introduções que abordem a questão
de modo superficial e tardar a responder ao núcleo do que está sendo pedido. A
resposta deve ser imediata. As palavras chave de cada tópico devem ser retomadas na
resposta de cada um deles. Isso para que fique visível ao examinador que em cada um
dos parágrafos está sendo respondido um tópico específico. Cada tópico deve estar
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especificamente respondido em um parágrafo separado, de forma clara, objetiva e
direta. Os parágrafos devem estar dispostos na mesma sequência dada pelo
examinador.
Estou sendo um pouco repetitivo de forma proposital para que vocês fixem bem
os passos que devem ser seguidos.
Vamos aos temas e padrões de resposta nos quais vocês poderão observar cada
um desses passos.
Nessa aula iremos abordar as questões dissertativas. Ressalto que em textos de
concursos e da forma como a banca dispõe no edital (que a discursiva será referente
aos assuntos específicos) não há necessidade de seguir a forma tradicional: introdução,
desenvolvimento e conclusão. Apenas responda aos tópicos de forma imediata. Caso
faça uma introdução, essa deve ser extremamente pertinente ao tema central.
O examinador não é um especialista no assunto. Ele terá um padrão de resposta
e irá atribuir pontuação maior para o candidato que mais se aproxime do modelo de
resposta que ele tem. Dessa forma, ele não está procurando textos que o faça chorar de
emoção.
MUITO IMPORTANTE: NÃO FIQUEM ATENTOS APENAS AO
CONTEÚDO QUE ESTÁ SENDO EXPOSTO. OBSERVEM OS DETALHES
DE COMO ESTRUTURAMOS A RESPOSTA. NOTEM TODOS OS PASSOS
DO ROTEIRO QUE TROUXEMOS ACIMA. EM CORREÇÕES VEJO QUE
MUITOS ALUNOS TÊM CONHECIMENTO TÉCNICO MAIS ERRAM NA
FORMA DE EXPOR OU DEIXAM DE RESPONDER TÓPICOS POR FALTA
DE ATENÇÃO. EM UMA PROVA VALENDO 100 PONTOS E QUE
CONTENHA, POR EXEMPLO, CINCO TÓPICOS NÃO ESTRUTURADOS
(DIGO QUE NÃO FORAM NUMERADOS PELO EXAMINADOR, MAS
APENAS TRAZ TUDO EM FORMA DE UM TEXTO CORRIDO) E VOCÊ
ESQUECER DE RESPONDER UM, VOCÊ PERDERÁ 20 PONTOS. SIMPLES
ASSIM. POR EXEMPLO: CONCEITUE E DÊ EXEMPLOS DE TAL
ASSUNTO. NOTE QUE SÃO DOIS TÓPICOS: UM É CONCEITUAR O
OUTRO É DAR EXEMPLOS. POR MAIS QUE VOCÊ RESPONDA OS
OUTROS 5 OU 6 TÓPICOS, POR EXEMPLO, QUE ELE TENHA TRAZIDO,
CONCEITUE DE FORMA PERFEITA O ASSUNTO, MAS NÃO DÊ
EXEMPLOS, VOCÊ IRÁ PERDER PONTOS PROPORCIONAIS À
QUANTIADE DE PERGUNTAS. SE ERAM 05, E A PROVA VALE 100
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PONTOS VOCÊ IRÁ PERDER 20 PONTOS. VEJA AINDA, MAIS SUTIL
AINDA, QUE ELE FALA EXEMPLOS, NO PLURAL. SE VOCÊ DER
APENAS UM EXEMPLO VOCÊ PERDERÁ 10 PONTOS.
TEMA 01
Tribunais de Contas - Concurso: TCE-CE - Ano: 2006 - Banca: FCC -
Disciplina: Direito Constitucional - Assunto: Fiscalização Contábil, Financeira e
Orçamentária -
Tribunais de Contas –
Qual é o papel dos Tribunais de Contas? Quais são os objetos de fiscalização?
Quais são as formas de controle administrativo? Como é feito o julgamento das
contas? É possível criação de novos Tribunais de Contas Municipais?
NOTEM QUE O EXAMINADOR TROUXE PERGUNTAS CLARAS E
OBJETIVAS. DESSA FORMA, APENAS RESPONDA CADA UMA DAS PERGUNTAS
DE FORMA DIRETA E OBJETIVA E USANDO AS PALAVRAS CHAVE PARA
INICIAR A RESPOSTA OU O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL.
PADRÃO DE RESPOSTA
Conforme determina a Constituição Federal no seu artigo 70 em conjunto com o artigo 75, o
papel dos Tribunais de Contas é a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial do Poder Executivo e das entidades da administração direta e indireta.
Por sua vez, são objetos de fiscalização a legitimidade, legalidade, economicidade, aplicação
das subvenções e renúncias de receitas. Estarão sujeitos à fiscalização dos Tribunais de Contas
quaisquer pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, que utilize, arrecade, guarde, gerencie
ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União, Estados e Municípios
respondam, ou que, em nome destes, assuma obrigações de natureza pecuniária.
Quanto às formas de controle administrativo, no âmbito da União, dos Estados e dos
Municípios essas podem ser: a. Externo: realizado pelo Poder Legislativo das várias esferas de
Governo, com auxilio dos respectivos Tribunais de Contas; b. Interno: realizado pelos próprios
Poderes da Federação em relação aos seus servidores e órgãos.
Já no que se refere ao julgamento das contas, esse é feito sempre pelo Tribunal e não
constitui decisão judiciária, a decisão é administrativa. Ressalve-se que no caso das contas
prestadas anualmente pelo Presidente da República, o Tribunal de Contas da União, apenas
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apreciará as contas e emitira parecer prévio. Ainda podemos destacar que há consequências legais
decorrentes da desaprovação das contas, como a aplicação das sanções previstas em lei, multa
proporcional, assinação de prazo, sustação do ato impugnado e representação ao órgão
competente.
Por fim, não é possível a criação de novos Tribunais de Contas Municipais. Isso porque a
Constituição Federal è explicita quanto à vedação de se criar Tribunais, Conselhos ou órgãos de
Contas Municipais.
ANALISEMOS O PADRÃO DE RESPOSTA. VEJAM QUE INICIAMOS CADA
UM DOS PARÁGRAFOS COM AS PALAVRAS CHAVE CONTIDAS NAS
PERGUNTAS FEITAS PELO PRÓPRIO EXAMINADOR. DESSA FORMA, NÃO
PERDEMOS TEMPO PENSANDO EM COMO INICIAR E ABORDAR CADA
RESPOSTA E AINDA DEIXAMOS CLARO QUAL PARÁGRAFO RESPONDE CADA
PERGUNTA. POR FIM, OBSERVE QUE NO INÍCIO DE CADA PARÁGRAFO
USAMOS ELEMENTOS DE COESÃO (JÁ NO QUE SE REFERE; QUANTO À; POR
FIM), E DEIXAMOS O TEXTO CLARO E COERENTE.
TEMA 02
Tribunais de Contas - Concurso: TCE-AP - Ano: 2011 - Banca: FCC -
Disciplina: Direito Administrativo - Assunto: Atos Administrativos –
Defina o que significa a convalidação de ato administrativo? É cabível em casos
de ato com desvio de finalidade?
DE INÍCIO PODEMOS EVIDENCIAR QUE A QUESTÃO É BEM SIMPLES E
SEM MAIORES DIFICULDADES. AO RESPONDER QUESTÕES ASSIM, CASO
TRAGA INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES, ESCREVA APENAS O QUE TENHA
EXTREMA RELAÇÃO COM O ASSUNTO EXPOSTO NA QUESTÃO. LEMBRE-SE
DE SEMPRE PRIMEIRAMENTE RESPONDER A PERGUNTA DE FORMA DIRETA
E DEPOIS TRAZER OS FUNDAMENTOS QUE SUSTENTAM A SUA RESPOSTA.
SEMPRE QUE POSSÍVEL TRAGA FONTES OFICIAIS (LEGISLAÇÃO OU
JURISPRUDÊNCIA).
PADRÃO DE RESPOSTA
Convalidação é o ato administrativo pelo qual é suprido o vício existente em um ato ilegal,
com efeitos retroativos à data em que este foi praticado. Busca materializar os princípios da
legalidade, da segurança jurídica, da boa – fé das relações com os administrados, bem como da
presunção de validade e legitimidade dos atos administrativos. Destina-se a aproveitar atos
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administrativos com vícios superáveis, de forma a confirmá-los. A convalidação está prevista na Lei
9.784 (Lei do Processo Administrativo) que assim preconiza: em decisão na qual evidencie não
acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos
sanáveis poderão ser convalidados pela própria administração.
Quando o ato administrativo for praticado com vício de finalidade não é possível a
convalidação. Isto porque se o ato foi praticado contra o interesse público ou com finalidade diversa
da que decorre da lei, não é possível a sua correção. Ora, um ato cuja finalidade se encontra
desvirtuada é um ato que desatende ao fim em razão do qual foi editado, vale dizer, não cumpre o
objetivo jurídico próprio de sua categoria. Exemplo: a finalidade do ato que interdita um prédio sem
condições de segurança é a segurança pública. Assim, a interdição de um prédio em condições de
uso, por motivos de inimizade política, constitui desvio de finalidade e não pode ser convalidada.
ANALISANDO O QUE FIZEMOS, PODEMOS PERCEBER QUE USAMOS AS
PALAVRAS CHAVE LOGO NO INÍCIO DE CADA PARÁGRAFO E RESPONDEMOS
DE FORMA IMEDIATA A PERGUNTA. EM SEGUIDA TROUXEMOS TODOS OS
FUNDAMENTOS QUE AFIRMAM A NOSSA RESPOSTA.
TEMA 03
Tribunais de Contas - Concurso: TCE-RO - Ano: 2010 - Banca: FCC -
Disciplina: Direito Administrativo - Assunto: Ato Administrativo –
Em que difere o ato administrativo vinculado do ato administrativo
discricionário, e como se distinguem anulação e revogação do ato administrativo?
NO CASO DE QUESTÕES COMO ESSA QUE PEDEM QUE DIFERENCIE
DOIS INSTITUTOS, RECOMENDO QUE NÃO APENAS CONCEITUE OS DOIS,
MAS TAMBÉM DEIXEM EVIDENTE A DIFERECIAÇÃO. TODAVIA, HÁ
QUESTÕES QUE A SIMPLES CONCEITUAÇÃO DOS INSTITUTOS JÁ SÃO
SUFICIENTES PARA ISSO. DEPENDERÁ DA ANÁLISE DO CANDIDATO. NESSA
QUESTÃO EU FIZ A DIFERENCIAÇÃO APÓS O CONCEITO. JÁ NO TEMA 06 A
DEFINIÇÃO JÁ FOI SUFICIENTE.
PADRÃO DE RESPOSTA
Os atos vinculados são aqueles que têm o procedimento limitado por disposição de lei,
enquanto os discricionários são aqueles em que o dispositivo normativo permite certa margem de
liberdade para a atividade pessoal do agente público, especialmente no que tange à conveniência e
oportunidade, elementos do chamado mérito administrativo. A discricionariedade como poder da
Administração deve ser exercida consoante determinados limites, não se constituindo em opção
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arbitrária para o gestor público, razão porque, desde há muito, doutrina e jurisprudência repetem
que os atos de tal espécie são vinculados em vários de seus aspectos, tais como a competência,
forma e fim.
Dessa forma, o que difere o ato administrativo vinculado do ato administrativo
discricionário é a margem de liberdade que o agente tem no ato discricionário e não tem no
vinculado, que tem todos os seus requisitos – competência, finalidade, forma, motivo e objeto –
determinados pela lei.
Já quanto ao que distingue anulação de revogação, a anulação se funda em motivos de
legalidade, enquanto a revogação, em motivos de conveniência e oportunidade. Ainda distingue-se
quanto aos seus efeitos, enquanto a anulação tem efeito “ex tunc” e, em regra, não há direito
adquirido, ressalvando-se os terceiros de boa-fé, a revogação tem efeitos “ex nunc” e não pode
atingir direito adquirido.
TEMA 04
Procuradoria Municipal - Concurso: PGM/Recife-PE - Ano: 2014 - Banca: FCC
(adaptada) - Disciplina: Direito Administrativo - Assunto: Administração Direta e
Indireta –
Sobre as duas espécies de empresas estatais reconhecidas pelo ordenamento
jurídico vigente, esclareça: a) a natureza jurídica e o enquadramento das mesmas no
âmbito da Administração Pública; b) as características comumente presentes nessas
espécies e em razão das quais elas se assemelham e se diferenciam entre si e em
relação a outras espécies da Administração descentralizada.
NESSA QUESTÃO TEMOS QUE REDOBRAR A ATENÇÃO. ISSO PORQUE
VEJAM QUE O ITEM B TEM 05 TÓPICOS PRESENTES: SOLICITA AS
CARACTERÍSTICAS ENTRE AS SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA E AS
EMPRESAS PÚBLICAS; COMO ELAS SE ASSEMELHAM ENTRE SI; COMO SE
DIFERENCIAM ENTRE SI; COMO ELAS SE ASSEMELHAM COM OUTRAS
ESPÉCIES DA ADMINSTRAÇÃO DESCENTRALIZADA; COMO SE DIFERENCIAM
COM OUTRAS ESPÉCIES DA ADMINISTRAÇÃO DESCENTRALIZADA. ESSA
ATENÇÃO ESTÁ PRESENTE NO NOSSO ROTEIRO. LER A QUESTÃO COM
ATENÇÃO. COM ATENÇÃO E ORGANIZAÇÃO NÃO HAVERÁ PROBLEMAS
INDEPENDENTE DA QUANTIDADE DE ASSUNTOS ABORDADOS PELA
QUESTÃO.
PADRÃO DE RESPOSTA
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As duas espécies de empresas estatais reconhecidas pelo ordenamento jurídico são as
empresas públicas e as sociedades de economia mista. A natureza jurídica dessas empresas é de
direito privado e se enquadram como entidades dotadas de personalidade jurídica própria,
integrantes da Administração Pública indireta dos entes que as instituem.
Como características das empresas públicas podemos destacar: são instituídas pelo poder
público mediante autorização de lei específica;são constituídas sob qualquer forma jurídica, como
limitada ou sociedade anônima, por exemplo; seu capital é exclusivamente público. Por sua vez, as
características das sociedades de economia mista são: instituídas pelo poder público mediante
autorização legal; são constituídas sob a forma de sociedade anônima; possuem capitais públicos e
privados.
Já como semelhanças podemos destacar que ambas são entidades da administração pública
indireta;suas falências só podem ser decretadas por meio de dispositivo legal; estão isentas de
impostos relacionados a patrimônio, rendas ou serviços relativos às finalidades essenciais destas
empresas; necessitam de concurso público para admissão de seus empregados. Em relação às
diferenças o que distingue a empresa pública da sociedade de economia mista é que, naquela, o
capital é exclusivo das entidades governamentais, ao passo que nas sociedades de economia mista
existe colaboração entre o Estado e os particulares.
As outras espécies da Administração descentralizadas são as fundações e as autarquias. As
sociedades de economia mista e as empresas públicas com elas se assemelham por fazerem parte da
administração pública indireta; apenas poderem ser extintas por meio de dispositivo legal e por
haver necessidade de concurso público para admissão de servidores. Por fim, diferenciam-se porque
as autarquias e fundações são, em contraste com as sociedades de economia mista e fundações
públicas, em regra, de direito público; contratos celebrados precedido de licitação; os bens são
impenhoráveis, imprescritíveis e inalienáveis.
OBSERVEM COMO RESPONDEMOS CADA UM DOS TÓPICOS EM
PARÁGRAFOS SEPARADOS E USANDO SEMPRE AS PALAVRAS CHAVE PARA
FAZER A CORRETA DIFERENCIAÇÃO NAS RESPOSTAS DE CADA ITEM
SOLICITADO PELA BANCA.
TEMA 05
Ministério Público Estadual - Concurso: MPE-CE - Ano: 2009 - Banca: FCC -
Disciplina: Direito Administrativo - Assunto: Contratos Públicos –
Responda, justificadamente, quais os fundamentos constitucionais dos contratos
administrativos, abordando a legitimidade de suas cláusulas exorbitantes e a distinção
entre reajuste e revisão de preços e tarifas, assim como os motivos determinantes e a
pessoalidade na execução desses ajustes.
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NESSA QUESTÃO A BANCA NÃO NUMEROU OS TÓPICOS. ENTÃO
DEVEMOS ORGANIZAR OS TÓPICOS. 1) QUAIS OS FUNDAMENTOS
CONSTITUCIONAIS DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS (NOTEM QUE SÃO
OS FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS, E NÃO LEGAIS. CASO RESPONDA
COM OS FUNDAMENTOS LEGAIS A BANCA IRÁ ATRIBUIR NOTA ZERO AO
TÓPICO). 2) LEGITIMIDADE DE SUAS CLÁUSULAS EXORBITANTES. 3)
DISTINÇÃO ENTRE REAJUSTE E REVISÃO DE PREÇOS E TARIFAS. 4) OS
MOTIVOS DETERMINANTES DOS AJUSTES. 5) PESSOALIDADE NA EXECUÇÃO
DESSES AJUSTES. POR FIM, VEJA QUE A BANCA DETERMINA QUE
RESPONDA JUSTIFICADAMENTE.
VEJAM QUE A PRÓPRIA REDAÇÃO DA QUESTÃO FICOU MEIO
CONFUSA NO SEU FINAL. OS MOTIVOS DETERMINANTES SÃO DO AJUSTES. E
QUE AJUSTES SÃO ESSES? SÃO OS REAJUSTES E REVISÃO DE PREÇOS E
TARIFAS. E A BANCA QUER SABER QUAL PESSOALIDADE QUE O
CONTRATADO DEVE EXERCER NA EXECUÇÃO DESSES AJUSTES. AQUI O
CANDIDATO CONHECENDO A MATÉRIA TINHA QUE ENTENDER QUE SE
REFERE À POSSIBILIDADE DE SUBCONTRATAÇÃO. POR ISSO, EM QUESTÕES
ASSIM, EM QUE A PRÓPRIA BANCA TRAZ UMA REDAÇÃO CONFUSA, O
CANDIDATO DEVE LER COM MUITA ATENÇÃO PARA TER CERTEZA QUE
ENTENDEU (OU ADIVINHOU) O QUE O EXAMINADOR QUER. MUITO
INTERESSANTE ESSAS QUESTÃO POR ESSE FATO, QUE PODE
NORMALMENTE ACONTECER,
NO DIA DA PROVA VOCÊ PODE NUMERAR NO PRÓPRIO CADERNO DE
RESPOSTA. NUNCA NA FOLHA DE RESPOSTA.
PADRÃO DE RESPOSTA
Os fundamentos dos contratos administrativos estão previstos na Constituição Federal, essa
determina, em seu artigo 22, que compete privativamente à União legislar sobre normas gerais de
licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas,
autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, e para as empresas
públicas e sociedades de economia mista.
Já no seu artigo 37, dispõe que as obras, serviços, compras e alienações serão contratados
mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes. Por fim, ainda encontra fundamento no artigo 173, ao dispor que nos casos de
exploração direta de atividade econômica pelo Estado, a lei estabelecerá a forma de licitação e
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contratação de obras, serviços, compras e alienações das empresas públicas, das sociedades de
economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica ou prestação de serviços.
As cláusulas exorbitantes encontram legitimidade na própria Constituição Federal, conforme
disposto acima, e no interesse público. As cláusulas exorbitantes possibilitam estabelecer a distinção
entre os contratos de direito público daqueles de direito privado. Exorbitantes porque ultrapassam
as cláusulas comuns do direito privado, alterando, por ato unilateral da Administração, as
condições pré-estabelecidas e, determinadas cláusulas contratuais, a exemplo das alterações
qualitativas e quantitativas do objeto do ajuste, previstas na Lei 8.666, visando atender o interesse
público, sendo inadmissíveis nos contratos de direito privado, eis que inviabilizam a igualdade
jurídica entre as signatárias dos ajustes dessa espécie.
Quanto à distinção entre reajuste e revisão de preços e tarifas e seus motivos determinantes,
esses objetivam a manutenção do equilíbrio econômico financeiro dos contratos administrativos,
sendo que o reajuste decorre da previsibilidade de inflação razão pela qual o edital da licitação e
respectivo contrato devem estabelecer as condições de reajuste, inclusive a correspondente
periodicidade, se for o caso, bem assim o correspondente índice a ser aplicado. Por outro lado, a
revisão tem lugar quando a Administração altera, unilateralmente, as cláusulas de execução do
contrato, abalando a equação econômica original, ou quando algum evento externo ao contrato,
modifica de forma extraordinária os custos de sua execução.
Por fim, ao que se refere À execução pessoal em face da possibilidade de subcontratação de
parte do objeto contratual, a natureza pessoal dos contratos administrativos não admite, em regra, a
subcontratação, ou seja, o contratado não pode cometer a terceiros a execução do objeto contratual.
Entretanto, o diploma legal disciplinador dos ajustes administrativos admite a subcontratação
parcial do objeto contratual, desde que essa condição esteja prevista no edital da licitação e no
respectivo contrato, observado os limites estabelecidos pela Administração.
PERCEBAM QUE GRANDE PARTE DO TRABALHO DESSA DISCURSIVA
ESTAVA EM ORGANIZAR OS TÓPICOS SOLICITADOS PELO EXAMINADOR.
APÓS ORGANIZAR, APENAS DEVEMOS SEGUIR A SEQUÊNCIA, RESPONDER
USANDO AS PALAVRAS CHAVE (SE POSSÍVEL INICIANDO OS PARÁGRAFOS),
USAR OS ELEMENTOS DE COESÃO (JÁ NO QUE SE REFERE À, QUANTO À,
POR FIM ETC); RESPONDER PRIMEIRO A PERGUNTA E COMPLEMENTAR E
FUNDAMENTAR DEPOIS; FUNDAMENTAR EM FONTES OFICIAIS. E
LOGICAMENTE, MUITO CONHECIMENTO TÉCNICO.
TEMA 06
Ministério Público Estadual - Concurso: MPE-AL - Ano: 2012 - Banca: FCC -
Disciplina: Direito Administrativo - Assunto: Improbidade Administrativa –
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Caracterize os atos de improbidade administrativa, distinguindo dos ilícitos
penais e das demais infrações administrativas e diferencie os atos de improbidade
administrativa que importam enriquecimento ilícito, dos que causam lesão ao erário e
dos que atentam contra os princípios da administração pública, explicitando quais as
respectivas consequências para seus autores e qual procedimento a ser adotado no
processo a que se sujeitam.
ASSIM COMO A QUESTÃO ANTERIOR, NESSA TEMOS QUE ORGANIZAR
OS TÓPICOS. 1) CARACTERIZAR OS ATOS DE IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA; 2) DISTINGUIR DOS ILÍCITOS PENAIS E DAS DEMAIS
INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS; 3) DIFERENCIAR OS ATOS DE
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE IMPORTAM ENRIQUECIMENTO
ILÍCITO, DOS QUE CAUSAM LESÃO AO ERÁRIO E DOS QUE ATENTAM
CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA; 4) EXPLICITAR
QUAIS AS RESPECTIVAS CONSEQUÊNCIAS PARA SEUS AUTORES E QUAL
PROCEDIMENTO A SER ADOTADO NO PROCESSO A QUE SE SUJEITAM.
ESSA ORGANIZAÇÃO, SENDO MUITO REPETITIVO, É EXTREMAMENTE
IMPORTANTE PARA QUE SE TENHA CERTEZA QUE TUDO FOI RESPONDIDO.
UM ÚNICO FATO QUE NÃO TENHA RESPOSTA, POR MAIS SIMPLES E
APARENTEMENTE SEM IMPORTANCIA QUE SEJA, PODE SIGNIFICAR A
PERDA DE MUITOS PONTOS. NORMALMENTE A BANCA DIVIDE A NOTA PELA
QUANTIDADE DE TÓPICOS.
PADRÃO DE RESPOSTA
Umas das principais características dos atos e improbidade administrativa é que o sujeito
passivo deve ser entidade da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de entidade para cuja
criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do
patrimônio ou da receita anual e entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou
creditício, de órgão público, ou aqueles para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou
concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes
casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. Por
sua vez, o ativo seja agente público das entidades referidas ou pessoa que não sendo servidor,
induza ou concorra para a prática do ato ou dele se beneficie.
Ainda podemos destacar como características o fato que deve haver a ocorrência de ato
danoso, causador de enriquecimento ilícito para o sujeito ativo ou de prejuízo para o erário, ou que
atente contra os princípios da Administração Pública, e por fim, o elemento subjetivo culpa ou dolo.
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Distingue-se dos ilícitos penais, porque estes são definidos em tipos e não se confundem com
as demais infrações administrativas que não acarretem os atos danosos referidos na Lei 8429/92,
embora contrárias à lei.
Já as diferenças entre as espécies de atos de improbidade administrativa podem ser expostas
da seguinte forma: as que importam em enriquecimento ilícito são as que o agente auferi qualquer
tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício do cargo, emprego ou função pública
ou no âmbito das demais entidades que podem ser sujeito passivo; as que causam lesão ao erário
são as que qualquer ação ou omissão dolosa ou culposa enseje perda patrimonial, desvio,
apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades acima referidas; e
as que atentam contra os princípios da administração pública são as que, por ação ou omissão,
viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade as instituições públicas.
Quanto às respectivas consequências, essas são: no caso de enriquecimento ilícito, perda dos
bens acrescidos ilicitamente, indenização, perda de função e suspensão dos direitos políticos e
pagamento de multa civil;em se tratando de lesão ao erário, ressarcimento integral, perda da
função, suspensão dos direitos políticos e pagamento de multa civil;e sendo casos que atentam
contra os princípios da administração, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos e
pagamento de multa civil. O enquadramento pode dar-se isoladamente, ou cumulativamente em duas
ou nas três modalidades de infrações.
Por fim, o procedimento a ser adotado, esse pode ser administrativo, na conformidade da Lei
8.112/90, ou judicial, quando necessária aplicação de sanções pecuniárias ou perdimento de bens.
Nesses casos, cabe o sequestro cautelar de bens e a ação principal seguirá o rito ordinário.
FAÇO MAIS UMA OBSERVAÇÃO. COMO DITO NO TEMA 03, NORMALMENTE
QUANDO A BANCA PEDE PARA DIFERENCIAR DOIS INSTITUTOS,
CARACTERIZAMOS, DEFINIMOS ESSES INSTITUTOS SEPARADAMENTE.
SENDO POSSÍVEL, APÓS DEFINIR TRAGA A PRINCIPAL DIFERENÇA.
TODAVIA, QUANDO A PRÓPRIA DEFINIÇÃO É A DIFERENÇA ENTRE OS
INSTITUTOS, COMO NO CASO DA QUESTÃO EM ANÁLISE, A BANCA TEM
PONTUADO NORMALMENTE E NÃO HÁ NECESSIDADE DESSA
DIFERENCIAÇÃO EXPRESSA. MAS SEMPRE USE AS PALAVRAS CHAVE. NOTE
QUE INICIO O PARÁGRAFO DIZENDO:JÁ AS DIFERENÇAS...
TEMA 07
Procurador Autárquico - Concurso: ARCE - Ano: 2012 -
Banca: FCC - Disciplina: Direito Constitucional - Assunto: Controle de
Constitucionalidade –
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Os pressupostos constitucionais de urgência e relevância das medidas
provisórias editadas pelo Presidente da Republica podem ser analisados pelo Supremo
Tribunal Federal em sede de controle de constitucionalidade concentrado? Explique.
QUESTÃO COM PERGUNTA ÚNICA. MAS DEVE SER MUITO BEM
FUNDAMENTADA. O EXAMINADOR CERTAMENTE IRÁ DIVIDIR OS PONTOS
DA QUESTÃO ENTRE O ACERTO DA RESPOSTA E A FUNDAMENTAÇÃO. POR
LÓGICA, A RESPOSTA E A FUNDAMENTAÇÃO ESTÃO EXTREMAMENTE
VINCULADOS. O PROBLEMAS DESSE TIPO DE QUESTÃO É QUE SE A
RESPOSTA FOR SIM E VOCÊ RESPONDER NÃO, A BANCA PODE ATRIBUIR
NOTA ZERO À SUA DISCURSIVA. EM QUESTÕES COM VÁRIOS TÓPICOS VOCÊ
SÓ PERDE OS PONTOS REFERENTES AO TÓPICO.
PADRÃO DE RESPOSTA
Os pressupostos constitucionais de urgência e relevância das medidas provisórias editadas
pelo Presidente da República podem ser analisados pelo Supremo Tribunal Federal em sede de
controle de constitucionalidade concentrado. Todavia, pelo fato de esta analise estar, inicialmente,
no campo da discricionariedade política, o STF exerce sua competência jurisdicional de maneira
excepcional, apenas se constatar, objetivamente, que há abuso de poder de legislar ou desvio de
finalidade na edição de medida provisória, a fim de impedir o desequilíbrio entre os Poderes do
Estado e, dessa forma, cumprir seu papel de guardião dos princípios constitucionais.
Ao editar uma medida provisória, o Presidente da Republica realiza uma função atípica.
Assim, o exercício dessa competência legislativa é excepcional e se justifica mediante a presença
dos pressupostos constitucionais de urgência e relevância quando da edição desses atos normativos.
Portanto, o Presidente da República, por meio de sua discricionariedade política, é quem primeiro
aponta a existência de urgência e relevância a justificar a edição de uma medida provisória.
Posteriormente, caberá ao Congresso Nacional, também com base em sua
discricionariedade política, confirmar a presença dos pressupostos constitucionais da MP. Segundo
o art. 62, da CF/68 a deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito
das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos
constitucionais. Portanto, o Congresso Nacional é o fiscal político que ratifica a presença de
urgência e relevância na edição de uma medida provisória e, caso entenda que estes pressupostos
constitucionais não estão presentes, devera rejeitar a MP. Então apenas excepcionalmente o STF
pode analisar os pressupostos constitucionais.
Agora irei trazer 04 temas inéditos. Criei esses temas, não pela importância do
conteúdo, mas pela forma de abordagem, que considero uma das mais difíceis, quando
a banca simplesmente pede para discorrer sobre determinado assunto e nada mais.
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Nesse tipo de questão a atenção deve ser redobrada pois é o próprio candidato que
deverá decidir o que tem importância ou não.
TEMA 08
Questão inédita. Assunto: garantias fundamentais.
Discorra sobre o “habeas corpus”.
PADRÃO DE RESPOSTA * Bibliografia: Professor Roberto Troncoso
A Constituição dispõe em seu art. 5º que será concedido "habeas-corpus" sempre que alguém
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder. Assim, o habeas corpus é uma ação usada para proteger o direito de
ir e vir, o direito de liberdade. No “habeas corpus” há a figura do impetrante, do paciente e do
impetrado.
O impetrante é o nome de quem entra com a ação, é o legitimado ativo para entrar com o
habeas corpus. Assim, pode-se entrar com habeas corpus para proteger o direito de liberdade
próprio ou de terceiros. Além disso, qualquer pessoa pode entrar com essa ação: pessoa física,
jurídica, nacional, estrangeira, capaz ou não, Ministério Público. Não há necessidade dessas
pessoas serem representadas por advogado. No habeas corpus, não existe qualquer formalidade
processual ou instrumental.
Por sua vez, o paciente é a pessoa em favor de quem se entra com o habeas corpus. Como
paciente, só se admite que sejam pessoas físicas. Assim, não cabe o HC para proteger pessoa
jurídica, pois o direito de liberdade não se aplica a elas.
Já o impetrado é o legitimado passivo da ação, ou seja, contra quem se entra com a ação. O
legitimado passivo pode ser autoridade pública que cometa ilegalidade ou abuso de poder ou o
particular que cometa ilegalidade. Como exemplo de particular contra quem pode ser impetrado o
“habeas corpus”, temo o caso de retenção ilegal de paciente em hospital particular em que se
encontra internado até que seja paga a conta.
O “habeas corpus” pode ser usado para proteger a liberdade de alguém antes ou depois
desse direito ser indevidamente violado. Assim, se alguém já teve sua liberdade indevidamente
restrita, o HC se chama repressivo ou liberatório. Por outro lado, quando alguém está prestes a ter
sua liberdade indevidamente violada, o HC será chamado de preventivo ou salvo conduto. Para
garantir uma maior proteção a esse direito sensível, o HC é sempre gratuito e é cabível contra ato
omissivo ou comissivo.
COMENTÁRIOS:
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TROUXE ESSA QUESTÃO PORQUE ESSE TIPO DE QUESTÃO É UMA DAS
MAIS DIFÍCEIS DE ESTRUTURAR (ELABORAR) UMA RESPOSTA. TANTO QUE
NO ROTEIRO QUE FIZEMOS, E QUE VOCÊS DEVEM SEGUIR, CONSTAM
VÁRIOS ITENS QUE DEVEM SER SEGUIDOS PARA QUESTÕES EM QUE O
EXAMINADOR TRAZ UMA QUESTÃO COM TEMA CENTRAL E PEDE QUE
SEJAM ABORDADOS ALGUNS ITENS. ESSE TIPO DE QUESTÃO É A MAIS
COMUM. NO ENTANTO, O EXAMINADOR PODE APENAS DIZER: DISCORRA
SOBRE TAL ASSUNTO. CONSIDERO DIFÍCIL PORQUE VOCÊ NÃO TEM UMA
SEQUÊNCIA DE ASSUNTOS QUE O EXAMINADOR QUER QUE VOCÊ ABORDE.
VOCÊ QUE DEVERÁ DECIDIR QUAIS OS ASPECTOS QUE SÃO MAIS
IMPORTANTES E QUE DEVERÃO SER ABORDADOS.
EM CASOS ASSIM, VOCÊ PODE INICIAR CONCEITUANDO OU
CARACTERIZANDO O TEMA CENTRAL DA QUESTÃO (LEMBRE-SE DE SEMPRE
TRAZER O FUNDAMENTO FORMAL DA SUA RESPOSTA). ASSIM, NOTE QUE
INICIAMOS COM A CARACTERIZAÇÃO DO “HABEAS CORPUS” CONSTANTE
NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E EM SEGUIDA TROUXEMOS ALGUNS
ASPECTOS QUE FORAM ABORDADOS (COMPLEMENTADOS) NOS
PARÁGRAFOS POSTERIORES. DESSA FORMA, RESPONDEMOS TRAZENDO
TODOS OS ASPECTOS QUE CARACTERIZAM O “HABEAS CORPUS”. TODAS AS
INFORMAÇÕES ESSENCIAIS FORAM ABORDADAS. VEJAM QUE APESAR DE
NÃO HAVER ITENS QUE DEVERIAM SER ABORDADOS, NA INTRODUÇÃO,
CRIAMOS EM PARTE OS ITENS QUE ESTRUTURARAM OS PARÁGRAFOS
SEGUINTES (CRIAMOS OS TÓPICOS). O TEXTO FICOU COERENTE E TEM
UMA SEQUÊNCIA LÓGICA. A RESPOSTA FOI CLARA E OBJETIVA. PREFIRO
NÃO FAZER ABORDAGENS HISTÓRICAS, SOCIAIS ETC. TEMOS QUE SER
OBJETIVOS E DIRETOS. O QUE QUERO DIZER É QUE EM UMA LEITURA
SOBRE “HABEAS CORPUS” SEMPRE SERÃO ENCONTRADAS ESSAS
INFORMAÇÕES, POIS É ISSO QUE CARACTERIZA ESSE INSTITUTO. MUITA
ATENÇÃO NESSE TIPO DE QUESTÃO. EM SÍNTESE, NESSE TIPO DE QUESTÃO,
CONCEITUE, CARACTERIZE, DELIMITE O TEMA CENTRAL E DESENVOLVA OS
PARÁGRAFOS SEGUINTES COM OS ELEMENTOS ESSENCIAIS DO INSTITUTO.
CRIE OS TÓPICOS E ASPECTOS QUE VOCÊ IRÁ ABORDAR. SIGA UMA
SEQUÊNCIA LÓGICA, COERENTE E COESA.
SEGUEM OUTROS TEMAS COM ESSA MESMA CARACTERÍSTICA. NÃO
IREMOS FAZER COMENTÁRIOS TENDO EM VISTA QUE SERIA REPETITIVO.
MAS COMO JÁ DITO, NÃO APENAS LEIAM O PADRÃO DE RESPOSTA, E SIM,
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PROCUREM NOTAR QUE SEGUIMOS EXATAMENTE O QUE ENSINAMOS ATÉ
AGORA PARA ELABORAR O MODELO DE RESPOSTA.
TEMA 09 – Questão inédita. Assunto: garantias fundamentais.
Discorra sobre o “habeas data”.
PADRÃO DE RESPOSTA * Bibliografia: Professor Roberto Troncoso
A Constituição dispõe em seu art. 5º, dispõe que será concedido "habeas-data" para
assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros
ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; e para a retificação de
dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.
Pode entrar com o habeas data qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira
que pretenda acessar, retificar ou complementar informações relativas à sua pessoa constantes de
banco de dados público ou de caráter público.
Em regra, esta ação é personalíssima, ou seja, somente pode entrar com o HD no Poder
Judiciário o titular do direito. No entanto, excepcionalmente, o cônjuge e os herdeiros do falecido
podem impetrá-lo quando se pretende acessar, retificar ou complementar informações relativas a
pessoas já falecidas. Ressalte-se que para se impetrar um Habeas Data é necessário um advogado.
Por sua vez, o legitimado passivo do habeas data é a pessoa jurídica de direito público ou
privado que controla o banco de dados.
Destaque-se que o princípio do livre acesso ao Judiciário garante que, em regra, não é
necessário que se entre na via administrativa para que se possa entrar no Poder Judiciário. No
entanto, o habeas data é uma exceção a essa regra. É necessário que, antes de se entrar com HD,
haja a recusa na via administrativa.
O habeas data ainda é diferente dos direitos de certidão e de petição. Desse modo, ele não
serve para se obter uma declaração ou mesmo para pedir algum direito, como é o direito de
certidão e petição. O HD se presta para acessar, retificar ou complementar informações relativas à
pessoa do impetrante, que estejam em um banco de dados públicos ou de caráter público.
TEMA 10 – Questão inédita – Assunto: garantias fundamentais.
Discorra sobre o mandado de segurança.
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PADRÃO DE RESPOSTA * Bibliografia: Professor Roberto Troncoso
A Constituição dispõe em seu art. 5º, LXIX será concedido mandado de segurança para
proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica
no exercício de atribuições do Poder Público.
O legitimado ativo do mandado de segurança é o detentor do direito líquido e certo. Dessa
forma podem ser pessoas físicas e jurídicas, órgãos públicos despersonalizados com capacidade
processual , universalidades de bens e direitos que não possuem personalidade, mas possuem
capacidade processual, agentes políticos, Ministério Público e órgãos públicos de grau superior na
defesa de suas atribuições. Para entrar com MS o legitimado ativo necessitará sempre de advogado.
Já o legitimado passivo do mandado de segurança é a autoridade coatora, ou seja, quem
praticou o ato ilegal. Caso tenha havido delegação para a execução de algum ato, o sujeito passivo
será sempre a autoridade DELEGADA e nunca o delegante.
Importante destacarmos que cabe mandado de segurança contra lesão a um direito liquido e
certo ou contra uma ameaça de lesão. assim, o ms poderá ser repressivo ou preventivo. Outra
observação importante é que o direito tem que ser líquido e certo em relação à matéria de fato. Já a
matéria de direito, por mais complexa que seja, pode ser analisada em mandado de segurança.
Ressalte-se que não cabe mandado de segurança para atacar decisão judicial se existe outro
meio eficaz de sanar a lesão, ou seja, não cabe MS contra decisão judicial da qual caiba recurso
com efeito suspensivo. De igual modo, também não cabe MS contra decisão judicial transitada em
julgado, em respeito à segurança jurídica. Em regra, não cabe MS contra lei em tese. No entanto,
excepcionalmente, cabe MS contra lei de efeitos concretos.
TEMA 12 – Questão inédita - Assunto: responsabilidade civil do Estado.
Discorra sobre a evolução doutrinária das teorias de responsabilidade civil do
Estado.
PADRÃO DE RESPOSTA
A responsabilidade civil do Estado é aquela que gera a obrigação de reparar danos
causados a terceiros em decorrência de comportamentos comissivos ou omissivos, materiais ou
jurídicos, lícitos ou ilícitos imputáveis aos agentes públicos. Sua evolução doutrinária vai da teoria
da irresponsabilidade do Estado, passando pelas teorias da responsabilidade com culpa civil do
Estado; teoria da culpa administrativa ou culpa anônima; teoria do risco administrativo, até a
teoria do risco integral.
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No início vigorava a teoria da irresponsabilidade do Estado, o Estado não era civilmente
responsabilizado pelos danos causados pelos seus agentes. Essa teoria era adotada na época dos
estados absolutistas, despóticos.
No entanto, essa teoria foi superada e surgiu a teoria da responsabilidade com culpa civil do
Estado. Segundo essa teoria, o Estado responderia apenas pelos prejuízos decorrentes de seus atos
de gestão, desprovidos de supremacia estatal, praticados pelos seus agentes, não respondendo,
contudo, pelos atos de império, regidos por normas de direito especial, exorbitantes do direito
comum. Ressalte-se que o Estado apenas respondia pelos danos causados por seus agentes com
culpa ou dolo destes.
Por sua vez, a teoria da culpa administrativa ou culpa anônima, representou uma evolução
da responsabilidade civil do Estado. O principal acréscimo na construção teórica foi quanto à
desnecessidade de se fazer diferença entre os atos de império e os de gestão. Independentemente de
qual categoria de ato se tratasse, ocorrendo o prejuízo, o Estado responderia por este, desde que
possuísse culpa quanto à situação.
Já a teoria do risco administrativo diz que o Estado tem o dever de indenizar o dano sofrido
por terceiro causado pelo Estado, independente da falta do serviço ou de culpa dos agentes
públicos. Essa teoria tem fundamento na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 37. Segundo a
CF/88 as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Por fim, a teoria do risco integral consiste em uma modalidade extrema da teoria risco
administrativo. No risco integral, a Administração fica obrigada a indenizar os prejuízos suportados
por terceiros, ainda que resultantes de culpa exclusiva da vítima, de eventos da natureza, ou de fato
exclusivo de terceiros. De acordo com essa teoria, o Estado tem o dever de indenizar o dano sofrido
de forma injusta pelo particular, independente de falta do serviço ou de culpa dos agentes públicos.
Comentários:
Observem que definimos o tema central e em seguida já criamos a estrutura que
deveríamos seguir para os próximos parágrafos (Sua evolução doutrinária vai da
teoria da irresponsabilidade do Estado, passando pelas teorias da responsabilidade
com culpa civil do Estado; teoria da culpa administrativa ou culpa anônima; teoria
do risco administrativo, até a teoria do risco integral). Em seguida escrevemos em
parágrafos separados sobre cada uma das teorias. O texto ficou coerente e coeso.
Usamos os elementos de coesão: no entanto, por sua vez, por fim. Importante: o
conhecimento do conteúdo é de extrema importância. Saber como estruturar e expor
seu conhecimento não será o bastante se o conteúdo não for estudado. Da mesma
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forma, estudar todo o conteúdo e não saber como estruturar e expor as ideias, você
corre o risco de não atingir o mínimo necessário para a aprovação.
TEMAS DE OUTRAS BANCAS
TEMA 01
(2010/Auditor-Fiscaldo Trabalho) O artigo 2.º da Constituição da República
Federativa do Brasil assim dispõe: “São Poderes da União, independentes e
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.
A partir do dispositivo constitucional supra, deve o candidato discorrer sobre o tema
INDEPENDÊNCIA E HARMONIA ENTRE OS PODERES, abordando
obrigatoriamente os seguintes tópicos:
a) harmonia entre os poderes – divisão de funções entre os órgãos de poder – princípio
da indelegabilidade de funções – absoluta ou relativa?
b) independência entre os poderes – absoluta ou relativa?
c) sistema de freios e contrapesos;
d) exceções ao princípio da divisão dos Poderes – Exemplos
Extensão: de 15 a 30 linhas.
Observem que temos 04 tópicos a serem abordados e objetivamente
respondidos. E aqui faço mais uma observação. Porque eu digo objetivamente
respondido. Digo isso porque o examinador não quer que você faça um texto que
depois vire um Best-seller. O examinador não quer chorar de emoção ao ler a sua
discursiva. Ele apenas quer que você responda a questão conforme foi pedido. Por
isso, vá direto ao que o examinador está pedindo. Responda a questão sem fazer
invenções.
Sempre fundamente a sua resposta. Demonstre que a resposta é técnica, baseada
em fontes “oficiais”. Use frases como, por exemplo: conforme determina a CF/88; de
acordo com a Lei 8.666; conforme vem decidindo o STF; de acordo com decisões
recentes do STF. Por isso, é importante que os temas centrais da legislação, doutrina e
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jurisprudência sejam aprendidos, para que na hora da prova discursiva você tenha
segurança em fazer as afirmações.
Vamos ao modelo de resposta com os comentários:
MODELO DE RESPOSTA
A República Federativa do Brasil é um Estado Democrático de Direito, determinando a
Constituição Federal de 1988 (CF/88) que são Poderes da União, independentes e harmônicos
entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Como se depreende, há independência e
HARMONIA ENTRE OS PODERES, acarretando uma DIVISÃO DE FUNÇÕES ENTRE OS
ÓRGÃOS DE PODER. Dessa forma, de acordo com a melhor doutrina, o Executivo é o responsável
pela execução das políticas e programas de governo; o Judiciário em dizer de forma definitiva qual
o direito a ser aplicado; e o Legislativo em fiscalizar e criar as leis.
As FUNÇÕES típicas de cada Poder são INDELEGÁVEIS, de acordo com a clássica
tripartição de poderes de Montesquieu. Essas funções estatais legislativa, judicial e executiva
deveriam ser distribuídas de forma rígida ou absoluta por órgãos distintos e independentes, não
podendo um Poder delegar a outro uma competência que lhe é essencial. No entanto, no atual
sistema constitucional brasileiro o PRINCÍPIO DA INDELEGABILIDADE de funções não é
absoluto, mas relativo, sendo exemplo disso a possibilidade de o Legislativo delegar ao Executivo a
responsabilidade de legislar determinadas matérias, conforme prevê a CF/88.
Vamos analisar os parágrafos que acabamos de estruturar.
Observe que respondemos a questão com fundamento em fontes “oficiais”.
Inicio deixando manifesto que a afirmação está contida na Constituição Federal de 88
(CF/88). Logo no parágrafo seguinte ao falar da indelegabilidade de funções cito
Montesquieu que foi o grande teórico do assunto tratado na questão. Ainda foi
possível encerrar o parágrafo dizendo “conforme prevê a CF/88”. Dessa forma, você
demonstra ao examinador que você tem conhecimento sobre o assunto que está
escrevendo.
Veja também as palavras em letras maiúsculas. São as palavras chave constantes
na questão. Dessa forma fica facilmente perceptível ao examinador a resposta
correspondente de cada tópico por ele solicitado. Como o primeiro tópico continha
dois assuntos, separamos cada um num parágrafo. Não misture assuntos diferentes
num mesmo parágrafo.
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Uma dificuldade muito comum quando estamos fazendo uma prova discursiva é
como iniciar a questão. E aqui digo que é muito simples. Inicie a questão com as
palavras contidas no próprio tema proposto. Você não precisa inventar algo novo. Vá
direto ao assunto. Use palavras e expressões já constantes no texto trazido pelo
examinador. Note que foi exatamente o que eu fiz no início do primeiro parágrafo.
Começo praticamente apenas repetindo o que o examinador trouxe na questão. Alias,
assim recomendo que façam. Não inventem. Com isso superamos a fase inicial e
podemos prosseguir com mais tranquilidade.
Ainda chamo a atenção de vocês para mais uma coisa. Temos no tópico “a”
praticamente 04 temas. A princípio pode parecer (numa leitura mais apressada,
principalmente no calor da prova) que você deve falar somente sobre “harmonia entre
os poderes” e “princípio da indelegabilidade”. Mas temos que falar ainda sobre a
“divisão de funções entre os órgãos de poder” e “se a indelegabilidade de funções é
absoluta ou relativa”. É percebível que no primeiro parágrafo começo falando da
“harmonia entre os poderes” e termino com a “divisão de funções entre os órgãos de
poder”. Já no segundo parágrafo inicio sobre a “indelegabilidade de funções” e fecho
com se essa é relativa ou absoluta. Analisando os 02 parágrafos reparem que tudo o
que o examinador pediu foi respondido. Com a prática essas análises e a sequência do
roteiro que passei ficam automáticas.
No segundo tópico temos: b) independência entre os poderes – absoluta ou relativa?
MODELO DE RESPOSTA
A independência entre os Poderes não ocorre de forma absoluta, pois o que de fato acontece
é uma interdependência e harmonia, como bem determina a CF/88, demonstrando que a
independência entre eles é apenas relativa. Um Poder limita o outro na medida em que a própria
CF/88 criou mecanismos de controle de um Poder sobre o outro. Todavia, como já decidiu o STF
inúmeras vezes, essa independência é relativa apenas nas hipóteses constitucionalmente previstas.
Nos casos não previstos na Constituição não pode um Poder interferir no outro.
Analisemos mais esse parágrafo.
O tópico pergunta objetivamente se a independência entre os poderes é absoluta
ou relativa. Sendo assim, respondemos de forma objetiva e direta. Note que já
iniciamos respondendo: “A independência entre os Poderes não ocorre de forma
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absoluta”. Não demore a responder o que o examinador perguntou. Sempre que
possível já responda na primeira linha. O restante do parágrafo apenas irá sustentar sua
afirmação. Alias você deve AFIRMAR. Não deixe a sua resposta subentendida. Note
ainda que todo o parágrafo é alicerçado em fontes “oficiais”. No caso, sustentamos
nossa resposta na Constituição e em decisões do STF.
No tópico seguinte temos: c) sistema de freios e contrapesos;
MODELO DE RESPOSTA
Esses mecanismos de controle, supracitados, que a doutrina passou a chamar de sistema de
freios e contrapesos, são responsáveis em manter o Estado Democrático de Direito. Esse sistema faz
com que haja o devido equilíbrio capaz de evitar que um Poder extrapole ao exercer sua função.
Como exemplo do sistema de freios e contrapesos temos: o controle de constitucionalidade exercido
pelo Judiciário sobre às normas criadas pelo Legislativo; a fiscalização exercida pelo Legislativo,
por meio do Tribunal de Contas, sobre os atos do Judiciário e do Executivo; a possibilidade de o
Legislativo constituir Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar ações do Executivo ou
Judiciário; a sanção exercida pelo Executivo quanto às leis elaboradas pelo Legislativo.
Por último temos: d) exceções ao princípio da divisão dos Poderes – Exemplos
MODELO DE RESPOSTA
No sistema brasileiro há várias exceções ao princípio da divisão dos Poderes. Como
exemplo, podemos citar: as medidas provisórias publicadas pelo Poder Executivo; o julgamento do
Presidente da República pelo Senado Federal nos crimes de responsabilidade; a iniciativa de lei aos
tribunais superiores nos casos previstos na CF/88; o exercício da função executiva pelo Judiciário e
Legislativo quando esses organizam seus serviços internos.
Nos dois últimos parágrafos, mais uma vez, é fácil notar que fomos direto às
respostas. Constate que já na primeira ou no máximo na segunda linha as palavras
chave, núcleo da pergunta do examinador, são repetidas. Não há dificuldade em
localizar em que parágrafo ou em que parte do texto está a resposta a cada tópico.
Trazemos agora a resposta completa para melhor observação:
(2010/Auditor-Fiscaldo Trabalho) O artigo 2.º da Constituição da República Federativa do
Brasil assim dispõe: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.
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A partir do dispositivo constitucional supra, deve o candidato discorrer sobre otema
INDEPENDÊNCIA E HARMONIA ENTRE OS PODERES, abordando obrigatoriamente os
seguintes tópicos:
a)harmonia entre os poderes – divisão de funções entre os órgãos de poder – princípio da
indelegabilidade de funções – absoluta ou relativa?
b)independência entre os poderes – absoluta ou relativa?
c)sistema de freios e contrapesos;
d)exceções ao princípio da divisão dos Poderes – Exemplos
A República Federativa do Brasil é um Estado Democrático de Direito, determinando
a Constituição Federal de 1988 (CF/88) que são Poderes da União, independentes e harmônicos
entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Como se depreende, há independência e
HARMONIA ENTRE OS PODERES, acarretando uma DIVISÃO DE FUNÇÕES ENTRE OS
ÓRGÃOS DE PODER. Dessa forma, de acordo com a melhor doutrina, o Executivo é o responsável
pela execução das políticas e programas de governo; o Judiciário em dizer de forma definitiva qual
o direito a ser aplicado; e o Legislativo em fiscalizar e criar as leis.
As FUNÇÕES típicas de cada Poder são INDELEGÁVEIS de acordo com a clássica
tripartição de poderes de Montesquiel. Essas funções estatais legislativa, judicial e executiva
deveriam ser distribuídas de forma rígida ou absoluta por órgãos distintos e independentes, não
podendo um Poder delegar a outro uma competência que lhe é essencial. No entanto, no atual
sistema constitucional brasileiro o PRINCÍPIO DA INDELEGABILIDADE de funções não é
absoluto, mas relativo, sendo exemplo disso a possibilidade de o Legislativo delegar ao Executivo a
responsabilidade de legislar determinadas matérias, conforme prevê a CF/88.
A independência entre os Poderes não ocorre de forma absoluta, pois o que de fato acontece
é uma interdependência e harmonia, como bem determina a CF/88, demonstrando que a
independência entre eles é apenas relativa. Um Poder limita o outro na medida em que a própria
CF/88 criou mecanismos de controle de um Poder sobre o outro. Todavia, como já decidiu o STF
inúmeras vezes, essa independência é relativa apenas nas hipóteses constitucionalmente previstas.
Nos casos não previstos na Constituição não pode um Poder interferir no outro.
Esses mecanismos de controle, supracitados, que a doutrina passou a chamar de sistema de
freios e contrapesos, são responsáveis em manter o Estado Democrático de Direito. Esse sistema faz
com que haja o devido equilíbrio capaz de evitar que um Poder extrapole ao exercer sua função.
Como exemplo do sistema de freios e contrapesos temos: o controle de constitucionalidade exercido
pelo Judiciário sobre às normas criadas pelo Legislativo; a fiscalização exercida pelo Legislativo,
por meio do Tribunal de Contas, sobre os atos do Judiciário e do Executivo; a possibilidade de o
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Legislativo constituir Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar ações do Executivo ou
Judiciário; a sanção exercida pelo Executivo quanto às leis elaboradas pelo Legislativo.
No sistema brasileiro há várias exceções ao princípio da divisão dos Poderes. Como
exemplo, podemos citar: as medidas provisórias publicadas pelo Poder Executivo; o julgamento do
Presidente da República pelo Senado Federal nos crimes de responsabilidade; a iniciativa de lei aos
tribunais superiores nos casos previstos na CF/88; o exercício da função executiva pelo Judiciário e
Legislativo quando esses organizam seus serviços internos.
TEMA 02 CESPE 2008
A Constituição de 1988 consagrou uma série de princípios e estabeleceu um
conjunto de regras atinentes à relação entre a administração e os servidores. Um
dos aspectos mais relevantes diz respeito à investidura em cargo ou emprego público,
seja mediante concurso público, seja para os chamados cargos em comissão.
Considerando que o texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um
texto dissertativo acerca do ingresso no serviço público a partir dos princípios da
administração. Em seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:
a) principais princípios da administração pública na Constituição Federal;
b) formas principais de ingresso no serviço público;
c) relações entre formas de ingresso e princípios da administração
descritos.
Extensão máxima: 30 linhas.
MODELO DE RESPOSTA
Os principais princípios da administração pública estão previstos no art. 37 da Constituição
Federal de 1988 (CF/88). São eles a legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência. A legalidade determina que a administração deve seguir os ditames constantes na lei; a
impessoalidade está relacionada à isonomia, garantindo a todos iguais direitos e oportunidades; a
moralidade liga-se à ética, à honestidade e à probidade que deve guiar os atos públicos; a
publicidade orienta que os atos da administração devem ser públicos; a eficiência atribui o dever da
administração zelar pela melhor aplicação dos recursos disponíveis. Outro princípio de grande
relevância previsto na CF/88 é o princípio do concurso público. Esse apenas não será observado
nos casos constitucionalmente previstos.
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As formas principais de ingresso no serviço público, além do concurso público, são: o
exercício de mandato eletivo – legislativo e chefes do executivo; quinto constitucional para ingresso
de magistrados nos tribunais; processo seletivo simplificado para os agentes de endemias; serviços
público temporário no caso de relevância necessidade; os cargos em comissão.
As formas de ingresso se relacionam diretamente com os princípios da administração
pública descritos. Ao seguir apenas os casos constitucionalmente previstos para ingresso no serviço
público o administrador respeita o principio da legalidade. A impessoalidade será atendida, pois os
servidores não são escolhidos de maneira livre pelo administrador, ressalvados os casos de livre
nomeação e exoneração. Dessa forma, a administração será mais eficiente, tendo em vista que para
ingressar no serviço é necessário que haja mérito, e não a simples troca de favores ou indicações
políticas.
Todas as formas de ingresso devem seguir formas determinadas de divulgação aos
interessados e publicados seus resultados. Sendo assim, temos a moralização da administração
pública que passa a seguir a finalidade pública e não aos interesses particulares. De maneira a
melhor expressar os princípios da eficiência, moralidade e impessoalidade o Supremo Tribunal
Federal publicou súmula vinculante que proíbe o exercício de cargos comissionados a parentes das
autoridades nomeantes, inclusive nos casos de nomeações cruzadas.
Vamos analisar o que fizemos. Note que não fizemos introdução nem
conclusão. Isso porque o assunto abordado é extenso. Há muita coisa que se pode falar
sobre princípios e formas de ingresso na Administração Pública. Fomos direto à
resposta. Sem demora. Iniciamos cada parágrafo exatamente usando as mesmas
palavras de cada tópico. Dessa forma, o examinador terá facilidade em achar as
respostas.
No primeiro tópico falamos e descrevemos cada um dos principais princípios
previstos na Constituição Federal bem como em que artigo se encontra. O fundamento
é a própria Constituição. No segundo parágrafo trouxemos as principais formas de
ingresso no serviço público. Todos estão previstos na Constituição (fundamento da
resposta). No terceiro e quarto parágrafos fizemos a relação entre as formas de
ingresso no serviço público com os princípios da administração. E ainda trouxemos
súmula do STF sobre o assunto.
Qualquer pessoa mesmo que não conheça o assunto consegue encontrar a
resposta a cada pergunta. Tanto pelas palavras chave usadas no início de cada
parágrafo quanto por seguir a mesma sequência trazida pelo examinador. Dessa forma,
Página 27
você não terá problemas em estruturar a sua dissertação. Não terá problemas nem
dúvidas de como iniciá-la.
TEMA 03 CESPE
Considerando sinônimos os conceitos de “Administração centralizada” e
“Administração direta”, bem como a identidade de significado entre os termos
“Administração descentralizada” e “Administração indireta”:
a) descreva 02 (dois) elementos distintivos entre a descentralização e a
desconcentração administrativa;
b) discorra sobre a existência de relação hierárquica ou de controle ou tutela
entre a Administração central e os respectivos entes administrativos descentralizados,
e
c) indique um exemplo de desconcentração administrativa no âmbito da
organização da estrutura administrativa federal brasileira.
Extensão máxima: 20 linhas.
MODELO DE RESPOSTA
A Administração Pública realiza suas atribuições de forma direta ou centralizada, por meio
dos próprios órgãos, num processo de desconcentração, exemplo dos vários Ministérios, na esfera
federal; ou de forma indireta ou descentralizada, nesse caso por intermédio de novas pessoas
jurídicas, exemplo das autarquias e fundações públicas.
Dois dos principais elementos distintivos entre a descentralização e a desconcentração
administrativa são que nessa a distribuição do exercício de funções ocorre dentro do próprio ente
ou da mesma pessoa jurídica enquanto naquela é criada uma nova pessoa jurídica ou transferida a
execução do serviço à particular por meio de concessão, permissão ou autorização. Outro elemento
distintivo é que na desconcentração há hierarquia entre os órgãos e na descentralização essa
hierarquia não existe.
Não há existência de relação hierárquica entre a Administração central e os respectivos
entes administrativos descentralizados. Todavia, ocorre controle ou tutela do ente central sobre os
entes descentralizados. Isso acontece porque é o ente central o responsável pelos serviços, tendo
Página 28
apenas transferido a execução a terceiros. Ressalte-se, que esse controle ou tutela é realizado nos
devidos limites da lei.
Como exemplo de desconcentração administrativa no âmbito da organização da estrutura
administrativa federal brasileira tem-se a desconcentração realizada da União para os Ministérios.
Esse tipo de desconcentração é denominado por matéria e acontece pelo fato de haver uma grande
variedade de serviços a cargo da União.
TEMA 04 CESPE
Redija um texto dissertativo, acerca do tema seguinte:
AGÊNCIAS REGULADORAS CRIADAS PELA UNIÃO:
CARACTERÍSTICAS E FINALIDADES.
Em sua dissertação, devem ser contemplados, necessariamente, os seguintes
aspectos:
a) natureza jurídica;
b) especialização técnica;
c) independência;
d) poder normativo.
Extensão máxima: 20 linhas.
MODELO DE RESPOSTA
Com a transferência de serviços públicos do âmbito da União para o particular, houve a
necessidade de serem criadas as agências reguladoras com a finalidade de fiscalizar e controlar o
setor a que a lei lhe atribuiu. (INTRODUÇÃO)
A natureza jurídica das agências reguladoras é de autarquia sob o regime especial. Esse
regime ocorre pelo fato de as agências terem maior autonomia, independência e prerrogativas que
as autarquias em geral. (RESPOSTA TÓPICO “A”. INICIANDO COM AS PALAVRAS CHAVE)
As agências reguladoras são dotadas de grande especialização técnica, sendo dotadas de
corpo de funcionários com alta capacidade técnica. Isso ocorre porque as agências são
responsáveis por regular setores da economia que demanda conhecimentos aprofundados do setor
regulado. Dessa forma, seus agentes e seus dirigentes, inclusive, devem possuir grande
Página 29
conhecimento da atividade regulada pela agência. (RESPOSTA TÓPICO “B”. PALAVRAS CHAVE
PRESENTE JÁ NA PRIMEIRRA LINHA DO PARÁGRAFO: ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA)
De forma a melhor exercerem suas finalidades as agências desfrutam de grande
independência. Isso é notável pelos seguintes fatos: seus dirigentes possuem mandatos fixos só
podendo perder o cargo nos casos previstos em lei; seus atos não são passíveis de revisão pelo ente
que a criou, ressalvados os casos previstos em lei, não havendo assim, hierarquia entre esse e a
agência reguladora; há autonomia administrativa e financeira. (RESPOSTA TÓPICO “C”.
PALAVRA CHAVE PRESENTE NA PRIMEIRA FRASE: INDEPENDÊNCIA)
Ainda destaca-se, o poder normativo que possui as agências. Essas podem regular o setor
conforme definido em lei principalmente no que diz respeito aos conceitos técnicos. Ressalte-se, que
não é permitido às agências inovarem no mundo jurídico. (RESPOSTA TÓPICO “D”. PALAVRA
CHAVE PRESENTE NA PRIMEIRA LINHA: PODER NORMATIVO)
TEMA 05 CESPE – 2007 – PROCURADOR FEDERAL
Redija, DE FORMA FUNDAMENTADA, texto dissertativo acerca da
contratação de empregados pela administração pública direta federal. Em seu texto,
aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:
a) possibilidade jurídica da referida contratação;
b) requisitos constitucionais para a validade da contratação e consequências da
não observância desses requisitos;
c) garantias contra a dispensa e existência de estabilidade;
d) competência para apreciar as controvérsias decorrentes desse contrato de
trabalho.
Extensão: 40 a 60 linhas.
Para que a administração pública brasileira possa atingir sua finalidade é necessária a
contratação de servidores públicos. Essa contratação poderá ser efetuada, por exemplo, por meio de
concurso público, contratação temporária de excepcional necessidade pública, contratação de livre
nomeação e exoneração. Os regimes jurídicos adotados podem ser de natureza estatutária ou
celetista. (INTRODUÇÃO)
Quanto à POSSIBILIDADE JURÍDICA de a administração pública federal contratar
empregados, a Constituição Federal de 1988 (CF/88) previu de forma originária que a
administração direta adotaria regime jurídico único, sendo no caso o regime estatutário. No
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entanto, a emenda constitucional 19 de 1998 (EC 19/98) determinou a possibilidade de a
administração pública adotar o regime estatutário ou celetista. (RESPOSTA DO TÓPICO “A”.
PALAVRA CHAVE NA PRIMEIRA LINHA: POSSIBILIDADE JURÍDICA)
Ressalte-se que a possibilidade de contratar sob o regime celetista apenas pode ocorrer,
conforme orientação do Supremo Tribunal Federal (STF), para as atividades não finalísticas do
estado. Essa orientação se consolidou em decisão na qual o STF determinou que as agências
reguladoras somente podem contratar sob o regime estatutário, por se tratar de atividade finalística
do estado. (CONTINUAÇÃO DA RESPOSTA DO TÓPICO “A”. REPAREM QUE A QUESTÃO
PEDE DE FORMA FUNDAMENTADA. TROUXE FUNDAMENTOS DA CONSTITUIÇÃO E
DO STF. POR FAVOR MUITA ATENÇÃO A ISSO)
OS REQUISITOS CONSTITUCIONAIS PARA A VALIDADE DA CONTRAÇÃO estão
definidos na CF/88. Essa determina que a contratação seja realizada por meio de concurso público
de provas ou de provas e títulos. Poderão concorrer os brasileiros e os estrangeiros, esses na forma
da lei. A NÃO OBSERVÂNCIA DESSES REQUISITOS ACARRETARÁ COMO
CONSEQUÊNCIA a nulidade da contratação com a responsabilização de quem tenha dado causa.
Conforme jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (TST) a nulidade do contrato por não
atendimento do requisito do concurso público acarreta para administração o dever de recolher em
nome do empregado o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). (RESPOSTA DO
TÓPICO “B”. NOTE QUE SÃO DUAS PERGUNTAS. TRAZEMOS AS PALAVRAS CHAVE DE
CADA UMA DELAS EM NEGRITO. AINDA FUNDAMENTAMOS NA CONSTITUIÇÃO E NO
TST)
No que diz respeito às GARANTIAS CONTRA A DISPENSA E EXISTÊNCIA DE
ESTABILIDADE, o empregado da administração pública direta federal não dispõe de estabilidade
na forma que é garantida ao funcionário público estatutário. Isso, no entanto, não significa que o
empregado não tenha garantias contra dispensa. O empregado público da administração direta
federal só poderá ser dispensado nos casos legalmente previstos, como por exemplo, em caso de
cometimento de falta grave. Nesse caso, será garantida o devido processo legal e o contraditório e a
ampla defesa. (RESPOSTA DO TÓPICO “C”. PALAVRAS CHAVE NA PRIMEIRA LINHA:
GARANTIAS CONTRA A DISPENSA E EXISTÊNCIA DE ESTABILIDADE)
Apesar de todo o exposto até aqui, o Supremo Tribunal Federal, em liminar de ação direta
de inconstitucionalidade, declarou a inconstitucionalidade formal da EC 19/98 fazendo retornar a
obrigatoriedade do regime jurídico único na administração pública. O STF afirmou ainda que a
decisão valeria “ex nunc”, ou seja, os casos consolidados antes da decisão continuariam com
eficácia até a decisão de mérito. Dessa forma, enquanto não sobressair decisão definitiva do STF a
administração pública direta federal não poderá contratar empregados sob o regime celetista.
(AQUI TROUXEMOS UMA IMPORTANTE DECISÃO DO STF SOBRE O ASSUNTO EM
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ANÁLISE. HAVENDO ESPAÇO ISSO É IMPORTANTE PARA DEMONSTRAR O
CONHECIMENTO DO ALUNO QUANTO A JURISPRUDÊNCIA).
A COMPETÊNCIA PARA APRECIAR AS CONTROVÉRSIAS DECORRENTES DOS
CONTRATOS DE TRABALHO é da justiça do trabalho, conforme determina o artigo 114 da
CF/88. Sendo assim, mesmo nos casos em que uma das partes seja a administração pública direta
federal a competência continua sendo da justiça do trabalho. Ressalve – se, que nos casos de regime
jurídico estatutário a competência será da justiça comum. (RESPOSTA DO TÓPICO “D”.
PALAVRAS CHAVE INICIANDO A RESPOSTA: A COMPETÊNCIA PARA APRECIAR AS
CONTROVÉRSIAS DECORRENTES DOS CONTRATOS DE TRABALHO).
Assim como na resposta das outras questões, observem que cumprimos todos os
passos do nosso roteiro. O edital não diz a quantidade de linhas que irá constar na
questão, mas observem que se tivermos organização e seguirmos os passos
corretamente podemos fazer textos de todos os tamanhos com a mesma facilidade. Os
ensinamentos servem para um texto de 20 ou de 120 linhas.
TEMA 06 ESAF
(2010/Auditor Fiscal do Trabalho) O estudo dos atos administrativos é elemento
fundamental a possibilitar a adequada situação dos servidores públicos e da
própria Administração. A produção de tais atos demanda uma avaliação de
aspectos atinentes à regularidade do ato, bem assim à conveniência e à
oportunidade em sua expedição. Nesse contexto, pergunta-se uma vez expedidos,
existem atos administrativos que não podem ser revogados?
À luz da DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA PÁTRIAS, justifique sua
resposta, indicando:
a) os fundamentos que confirmam a inexistência de atos administrativos
irrevogáveis: OU
b) no caso de resposta afirmativa à pergunta, as hipóteses de irrevogabilidade de
atos administrativos.
15 a 30 linhas.
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Importante que observem qual o cerne da questão. Temos a pergunta chave:
“uma vez expedidos, existem atos administrativos que não podem ser revogados?”
Atenção especial. O tópico “a” deve ser respondido caso a resposta seja negativa:
“inexistência de atos administrativos irrevogáveis”. Nesse caso, traremos os
fundamentos que confirmam a inexistência de atos administrativos irrevogáveis. Ou
no caso de resposta afirmativa à pergunta, as hipóteses de irrevogabilidade de atos
administrativos. Se for afirmativa traremos as hipóteses de irrevogabilidade.
Vamos seguir a seguinte estrutura: INTRODUÇÃO: faremos uma pequena
introdução e já respondemos a pergunta de forma direta, sem demora (a resposta a
pergunta é afirmativa, o que nos leva ao tópico “b”). Um parágrafo com o principal
caso de ato administrativo irrevogável que é o ato administrativo vinculado. Um
segundo parágrafo com as hipóteses de irrevogabilidade de atos administrativos
conforme a doutrina. E um terceiro parágrafo com as hipóteses de irrevogabilidade de
atos administrativos de acordo com a jurisprudência. Um parágrafo com a conclusão.
MODELO DE RESPOSTA
O ato administrativo é a maneira pela qual a Administração Pública materializada a função
administrativa. Depois de expedidos, os atos administrativos podem ser anulados, por serem ilegais,
ou revogados, por oportunidade e conveniência da Administração. Entretanto, existem atos
administrativos que uma vez expedidos não podem ser revogados. (RESPOSTA A PERGUNTA
CENTRAL. EXISTEM ATOS ADMINISTRATIVOS QUE UMA VEZ EXPEDIDOS NÃO PODE
SER REVOGADOS? RESPOSTA AFIRMATIVA A PERGUNTA. NOS LEVA AO TÓPICO “B”.
HIPÓTESES DE IRREVOGABILIDADE DE ATOS ADMINISTRATIVO).
A principal HIPÓTESE DE ATO ADMINISTRATIVO IRREVOGÁVEL são os atos
administrativos vinculados, que é quando a lei determina todos os procedimentos a serem seguidos.
Dessa forma, uma vez expedido o ato esse não pode mais ser revogado, pois a revogação envolve
oportunidade e conveniência o que não existente nos atos vinculados.
Os doutrinadores, como Di Pietro, nos lista algumas HIPÓTESES DE ATOS
ADMINISTRATIVOS IRREVOGÁVEIS: os atos integrantes de um procedimento administrativo,
por que a prática do ato sucessivo acarreta a preclusão do ato anterior (p. ex.: a celebração de
contrato administrativo impede a revogação do ato de adjudicação); os meros atos administrativos,
como são os atestados, os pareceres e as certidões, porque os efeitos são prefixados pelo legislador;
os atos complexos, porque tais atos são formados pela conjugação de vontades de órgãos diversos,
logo a vontade de um dos órgãos não pode desfazer o ato que a lei impõe a integração de vontades
para a formação; e, ainda, a revogação não pode ser promovida quando se exauriu a competência
relativamente ao objeto do ato.
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A súmula 473 do STF dispõe que a Administração pode anular seus próprios atos quando
ilegais, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos. Assim, a jurisprudência do STF nos traz pelo menos mais uma HIPÓTESE DE
IRREVOGABILIDADE DE ATOS ADMINISTRATIVOS: os que contêm direitos adquiridos.
Por todo o exposto, percebemos que os poderes da Administração Pública em revogar os
atos administrativos não são ilimitados. Em várias situações a Administração, tendo em vista o
interesse público, pode revogar o ato administrativo por oportunidade e conveniência. Todavia,
alguns atos uma vez expedidos não admitem revogação.
TEMA 07 CESPE
Discorra sobre a aplicação da exceção de contrato não cumprido (exceptio non
adimpleti contractus) em contratos administrativos com a administração pública,
abordando, necessariamente os seguintes aspectos:
< aplicação da cláusula exceptio non adimpleti; [valor: 3,50 pontos]
< princípio da continuidade dos serviços públicos; [valor: 2,50 pontos]
< aplicação da exceção em face de culpa da administração. [valor: 3,50 pontos]
30 LINHAS
Na teoria geral dos contratos, como regra, nenhum dos contratantes pode, antes de cumprida
a sua própria obrigação, exigir o implemento da do outro. Além disso, se uma das partes deixar de
dar cumprimento à sua prestação, a outra poderá, em função disso, deixar de cumprir a sua, afinal,
o acordo não estará sendo executado conforme o combinado. Trata-se da exceção do contrato não
cumprido (exceptio non adimpleti contractus).
(INTRODUÇÃO EXTREMAMENTE VINCULADA AO ASSUNTO ABORDADO.
DESSA FORMA, A RESPOSTA AO PRIMEIRO TÓPICO TEREMOS COERENCIA E
COESÃO NO DECORRER DO TEXTO. COMO INTRODUÇÃO A DEFINIÇÃO DO
ASSUNTO ABORDADO PELO EXAMINADOR PODE SER UMA BOA OPÇÃO)
TÓPICO 01. Discorra sobre a aplicação da exceção de contrato não cumprido
(exceptio non adimpleti contractus) em contratos administrativos com a administração
pública, abordando, necessariamente os seguintes aspectos: < aplicação da cláusula
exceptio non adimpleti.
Todavia, a aplicação da cláusula exceptio non adimpleti não se aplica, em princípio, aos
contratos administrativos, quando a falta é da administração. Esta, todavia, pode arguir a exceção
em seu favor, diante da inadimplência do particular contratado.
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(ELEMENTO DE COESÃO E PALAVRAS CHAVE EM NEGRITO)
TÓPICO 02. Princípio da continuidade dos serviços públicos.
A não aplicação da cláusula exception non adimpleti em face da Administração Pública
ocorre com fundamento no princípio da continuidade do serviço público. Esse visa impedir a
arguição por parte do particular, visto que veda a paralisação da execução do contrato mesmo
diante da omissão ou atraso da administração no cumprimento das prestações a seu cargo. Nos
contratos administrativos, a execução é substituída pela subsequente indenização dos prejuízos
suportados pelo particular, ou, ainda, pela rescisão por culpa da administração. O que não se
admite é a paralisação sumária da execução, sob pena de inadimplência do particular contratado,
ensejadora da rescisão contratual.
(OBSERVE EM NEGRITO QUE ALÉM DAS PALAVRAS CHAVE DO TÓPICO FIZEMOS
A DEVIDA COESÃO DO TEXTO E MANTIVEMOS A COERENCIA)
TÓPICO 03. Aplicação da exceção em face de culpa da administração.
Entretanto, já se aceita a aplicação da exceção em face de culpa da administração. O
particular pode invocar contra a administração, embora sem a mesma amplitude com que se
apresenta no direito privado. Em regra, o particular deve dar continuidade à execução do contrato,
uma vez que a rescisão unilateral é prerrogativa da administração. No entanto, o particular pode
pleitear a rescisão, administrativa ou judicialmente.
Essa regra admite exceção pela aplicação da teoria do fato da administração, quando sua
conduta tornar impossível a execução do contrato ou causar ao contratado um desequilíbrio
econômico extraordinário, que não seria razoável exigir que suportasse. Um exemplo do
abrandamento do rigor da inoponibilidade da exceptio non adimpleti contractus contra a
administração está na Lei n.º 8.666/1993, que contempla alguns casos em que o particular pode
invocar a exceção do contrato não cumprido, ao possibilitar, expressamente, que o particular
solicite a rescisão do contrato ou suspenda seu cumprimento até a normalização da situação.
TEMA 08
O Sistema de Registro de Preços está disciplinado na Lei n.º 12.462/2011 (art.
32) e no Decreton.º 7.581/2011 (arts. 87 a 108). Esse sistema estabelece regras
vinculantes para a administração pública e um particular relativamente a contratações
futuras, em condições predeterminadas.
Tendo o texto acima como referência inicial, redija um texto dissertativo
apresentando as vantagens [valor: 4,75 pontos] e desvantagens
Página 35
[valor: 4,75 pontos] da implementação de um sistema de registro de preços como meio
de suporte ao regime diferenciado de contratação.
15 LINHAS
PADRÃO DE RESPOSTA
Sistema de Registro de Preços é um conjunto de procedimentos para registro formal de
preços relativos à prestação de serviços e aquisição de bens, para contratações futuras. Esse
sistema tem proporcionado várias vantagens para a Administração Pública, entretanto, também traz
algumas desvantagens.
(COMO JÁ DISSE DEFINIR O TEMA CENTRAL É UMA BOA ALTERNATIVA PARA
A INTRODUÇÃO. ENTRETANTO LEMBRE-SE DE JÁ FAZER A LIGAÇÃO COM A
RESPOSTA DOS TÓPICOS, COMO ASSIM FIZEMOS)
TÓPICO 01. Tendo o texto acima como referência inicial, redija um texto dissertativo
apresentando as vantagens da implementação de um sistema de registro de preços
como meio de suporte ao regime diferenciado de contratação.
Ao que se refere às vantagens da implementação de um sistema de registro de preços como
meio de suporte a regime diferenciado de contratação temos como as principais: redução do
número de licitações a serem realizadas pela administração; produção de ganhos econômicos pela
ampliação da escala de fornecimento; utilização por outros órgãos da administração que não
apenas o licitante, o que tende a promover a redução dos preços; possibilidade de solução para o
atendimento de necessidades variáveis.
(OBSERVE A COERENCIA E O ELEMENTO DE COESÃO ENTRE A
INTRODUÇÃO E O PARÁGRAFO QUE RESPONDE O PRIMEIRO TÓPICO BEM COMO
O USO DAS PALÁVRAS CHAVE. UMA OBSERVAÇÃO A MAIS: QUANDO FOR
RELACIONAR ITENS – NO CASO AQUI UMA SÉRIE DE VANTAGENS – PARA
SEPARAR UMA VANTAGEM DE OUTRA USAMOS PONTO E VIRGULA E COMO
DISSEMOS QUE ESSAS SÃO AS PRINCIPAIS NA ULTIMA VANTAGEM NÃO USAMOS
“E” E SIM PONTO E VIRGULA NOVAMENTE. ISSO PORQUE FICA IMPLICITO QUE
TEM OUTRAS VANTAGENS ALÉM DAS QUE CITAMOS)
TÓPICO 01. e desvantagens da implementação de um sistema de registro de preços
como meio de suporte ao regime diferenciado de contratação.
Já quanto às desvantagens destacamos: possibilidade de perdas de economia de escala;
estabelecimento de quantitativos mínimos e máximos por fornecimento; ganhos de escala advindos
da conjugação de necessidades diversas em uma única licitação; prática de um preço médio – o
Página 36
preço total obtido seria inferior se a administração se valesse de uma licitação única, fixando os
quantitativos exatos que pretende adquirir; desatualização dos dados; existência de única solução
com resultado disponível para uma pluralidade de contratações futuras; risco de variações nos
preços de mercado e da qualidade dos produtos.
TEMA 09 CESPE
Redija um texto dissertativo acerca do pregão, abordando, necessariamente, os
seguintes aspectos:
< objeto da contratação realizada por meio dessa modalidade de licitação;
< possibilidade de aplicação do princípio da oralidade no pregão presencial;
< formalização e controle do pregão.
PADRÃO DE RESPOSTA
Pregão é definido como sendo a modalidade de licitação em que a disputa é feita em sessão
pública, por meio de propostas de preços escritas e lances verbais. Diferentemente da concorrência,
tomada de preços e convite, em que a modalidade é estabelecida em função do valor do objeto, o
pregão é usado tendo como restrição apenas o tipo de objeto.
(NA INTRODUÇÃO DEFINIMOS O TEMA CENTRAL PREGÃO, QUE
COMO DITO, É UMA BOA OPÇÃO. EM SEGUIDA FIZEMOS A
DIFERENCIAÇÃO COM AS DEMAIS MODALIDADES DE LICITAÇÃO, JÁ
DEIXANDO PREPARADO DE FORMA COERENTE A RESPOSTA AO
PRIMEIRO TÓPICO)
Tópico 01. Objeto da contratação realizada por meio dessa modalidade de licitação.
Sendo assim, o objeto da contratação realizada por meio da modalidade de licitação pregão
é a aquisição de bens e contratação de serviços comuns, estando fora, por conseguinte, as hipóteses
de contratação de obras públicas e de bens e serviços não qualificados como comuns. Em termos
legais, conforme a Lei 10.520/2002, os bens e serviços comuns são aqueles cujos padrões de
desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações
usuais no mercado.
No que tange ao valor do futuro contrato, não há, no pregão, como dito, qualquer restrição
quanto ao valor a ser pago, vale dizer, não importa o vulto dos recursos necessários ao pagamento
do fornecedor. Logo, ressalvada a hipótese de dispensa ou inexigibilidade de licitação, a
contratação de bens e serviços comuns pode ser precedida do pregão, independentemente de seu
custo.
Página 37
(AO RESPONDER O PRIMEIRO TÓPICO USAMOS O ELEMENTO DE
COESÃO – SENDO ASSIM –, BEM COMO AS PALAVRAS CHAVE. VEJA QUE
COMO A RESPOSTA USARIA MUITAS LINHAS, FICANDO O PARÁGRAFO
MUITO FRANDE, DIVIDIMOS A RESPOSTA DO TÓPICO EM DOIS
PARÁGRAFOS. ISSO PODE SER PERFEITAMENTE FEITO. APENAS EVITE O
CONTRÁRIO, RESPONDER DOIS TÓPICOS NUM MESMO PARÁGRAFO. A
NÃO SER QUE SEJA NECESSÁRIO. QUANTO A RESPOSTA NOTE QUE
FOMOS DIRETO E OBJETIVO. TROUXEMOS O NÚMERO DA LEI QUE
SERVIU DE FUNDAMENTO À RESPOSTA. NO SEGUNDO PARÁGRAFO
NOTE QUE TROUXEMOS UMA INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR – QUE O
PREGÃO NÃO TEM RESTRIÇÃO DE PREÇO – QUE ERA NECESSÁRIA PARA
RESPONDER AO TÓPICO. NO ENTANTO, HÁ TAMBÉM QUESTÕES
JURISPRUDÊNCIAIS DO TCU. COMO A RESPOSTA TEVE COMO
FUNDAMENTO A PRINCIPAL FONTE FORMAL, E AINDA CONSIDERANDO
QUE A BANCA É A FCC E NÃO EXIGIU RESPOSTA COM FUNDAMENTO NA
JURISPRUDÊNCIA, NÃO SERIA NECESSÁRIO ACRESCENTAR A
JURISPRUDÊNCIA. HAVENDO AINDA LINHAS SUFICIENTES O ASSUNTO
PODERIA SER ABORDADO)
Tópico 02. Possibilidade de aplicação do princípio da oralidade no pregão presencial;
Quanto à possibilidade de aplicação do princípio da oralidade no pregão presencial, esse
pode ser aplicado de forma parcial. Enquanto nas formas comuns de licitação a manifestação de
vontade dos proponentes se formaliza sempre por meio de documentos escritos (propostas), no
pregão poderão os participantes oferecer outras propostas verbalmente na sessão pública destinada
à escolha. Por outro lado, a lei admite a atuação dos interessados através de lances. Propostas e
lances são hipóteses diversas. Propostas retratam a oferta a ser apresentada pelo interessado, ao
passo que lances são ofertas sucessivas e progressivas. Nos lances, as ofertas são apresentadas uma
após a outra, sendo os valores progressivamente decrescentes, de forma a se chegar ao mínimo
preço a ser proposto para a compra ou serviço.
(RESPOSTA AO SEGUNDO TÓPICO. NOTE QUE, NA GRANDE
MAIORIA, SEMPRE CONSEGUIMOS USAR AS PALAVRASA CHAVE LOGO
NA PRIMEIRA FRASE BEM COMO JÁ, PRATICAMENTE, RESPONDER AO
TÓPICO. ISSO PORQUE NÃO DEMORAMOS A RESPODER. SEMPRE
FAZEMOS DE FORMA DIRETA, IMEDIATA E OBJETIVA. APÓS
RESPONDERMOS TROUXEMOS INFORMAÇÕES QUE COMPLETAM A
RESPOSTA, NÃO FAZENDO PURA E SIMPLESMENTE UMA AFIRMAÇÃO.
APÓS AFIRMAR, JÁ RESPONDENDO AO TÓPICO, DISCORREMOS SOBRE O
TEMA PARA QUE A RESPOSTA FIQUE COMPLETA E CLARA)
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Tópico 03. Formalização e controle do pregão.
Já ao que diz respeito à formalização e controle do pregão, a despeito da visível
simplificação do procedimento do pregão em relação às modalidades previstas no Estatuto Geral, é
necessário que haja controle da atuação administrativa. Para propiciar o controle, exige-se que os
atos essenciais do pregão, ainda quando oriundos de meios eletrônicos, sejam formalizados no
processo respectivo. Trata-se de processo administrativo, indispensável à observância do princípio
da publicidade e à função de auditoria e controle exercida pelos órgãos competentes.
(MAIS UMA VEZ USAMOS OS ELEMENTOS DE COESÃO E VEJA QUE
O TEXTO, COMO UM TODO, ESTÁ COERENTE, COM RESPOSTAS CLARAS.
DOS COMENTÁRIOS FEITOS PARÁGRAFO A PARÁGRAFO, FICA EVIDENTE
QUE AS REGRAS QUE TEMOS QUE SEGUIR PARA ESTRUTURAR UMA
DISCURSIVA SÃO MUITO SIMPLES. SENDO ASSIM, A PARTE MAIS
IMPORTANTE É O CONHECIMENTO DO CONTEÚDO. O EDITAL TRAZ
INUMEROS NORMATIVOS QUE DEVEM SER ESTUDADOS COM MUITA
ATENÇÃO, POIS É O PRINCIPAL FUNDAMENTO TRATANDO-SE DE TEMAS
JURÍDICOS. AINDA MAIS SENDO A BANCA A FCC)
PADRÃO DE RESPOSTA SEGUIDO
Pregão é definido como sendo a modalidade de licitação em que a disputa é feita em sessão
pública, por meio de propostas de preços escritas e lances verbais. Diferentemente da concorrência,
tomada de preços e convite, em que a modalidade é estabelecida em função do valor do objeto, o
pregão é usado tendo como restrição apenas o tipo de objeto.
Sendo assim, o objeto da contratação realizada por meio da modalidade de licitação pregão
é a aquisição de bens e contratação de serviços comuns, estando fora, por conseguinte, as hipóteses
de contratação de obras públicas e de bens e serviços não qualificados como comuns. Em termos
legais, conforme a Lei 10.520/2002, os bens e serviços comuns são aqueles cujos padrões de
desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações
usuais no mercado.
No que tange ao valor do futuro contrato, não há, no pregão, como dito, qualquer restrição
quanto ao valor a ser pago, vale dizer, não importa o vulto dos recursos necessários ao pagamento
do fornecedor. Logo, ressalvada a hipótese de dispensa ou inexigibilidade de licitação, a
contratação de bens e serviços comuns pode ser precedida do pregão, independentemente de seu
custo.
Quanto à possibilidade de aplicação do princípio da oralidade no pregão presencial, esse
pode ser aplicado de forma parcial. Enquanto nas formas comuns de licitação a manifestação de
vontade dos proponentes se formaliza sempre por meio de documentos escritos (propostas), no
pregão poderão os participantes oferecer outras propostas verbalmente na sessão pública destinada
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à escolha. Por outro lado, a lei admite a atuação dos interessados através de lances. Propostas e
lances são hipóteses diversas. Propostas retratam a oferta a ser apresentada pelo interessado, ao
passo que lances são ofertas sucessivas e progressivas. Nos lances, as ofertas são apresentadas uma
após a outra, sendo os valores progressivamente decrescentes, de forma a se chegar ao mínimo
preço a ser proposto para a compra ou serviço.
Já ao que diz respeito à formalização e controle do pregão, a despeito da visível
simplificação do procedimento do pregão em relação às modalidades previstas no Estatuto Geral, é
necessário que haja controle da atuação administrativa. Para propiciar o controle, exige-se que os
atos essenciais do pregão, ainda quando oriundos de meios eletrônicos, sejam formalizados no
processo respectivo. Trata-se de processo administrativo, indispensável à observância do princípio
da publicidade e à função de auditoria e controle exercida pelos órgãos competentes.
TEMA 10 CESPE
Observando os parâmetros fixados pela Lei n.º 8.666/1993, determinado ente da
administração indireta realizou licitação, na modalidade tomada de preços, a fim de contratar
serviços de execução da reforma do edifício sede da entidade, no valor estimado de R$
1.200.000,00. Observados os parâmetros de legalidade, a licitação ocorreu de forma regular.
Contudo, em data próxima à da conclusão do contrato, um grande alagamento em toda a região da
cidade em que se localizava o edifício público danificou grande parte das obras realizadas, que teve
de ser refeita pela empresa contratada. A conclusão das obras, em razão do acidente, aumentou o
custo dos serviços em R$ 400.000,00.
Considerando a situação hipotética apresentada e o disposto na Lei n.º 8.666/1993,
responda, de maneira fundamentada, aos seguintes questionamentos.
< Qual é o fundamento legal para a celebração de termo aditivo contratual para aumentar o valor
do contrato?
< O aumento do valor contratual poderá ultrapassar o limite de valor para a realização da licitação
na modalidade tomada de preços?
Em questões com situação hipotética, podemos fazer um resumo da situação e
usar como introdução. Nesse caso, os pontos centrais e que tenham correlação com o
que é pedido nos tópicos a seguir, devem constar no resumo. Como já dito, devemos
sempre ler a questão com muita atenção. Veja que numa simples leitura, percebemos
que apesar de o texto trazer muitos detalhes, os tópicos em que o examinador exige
resposta não trazem maiores complicações. Podemos responder com base na Lei
8.666/93, sem maiores problemas. Observe que o tema central é a celebração de termo
aditivo e que o fato principal foi o alagamento, não causado por nenhuma das partes,
que danificou parte da obra.
PADRÃO DE RESPOSTA
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Em conformidade com a Lei n.º 8.666/1993, foi realizada licitação, na modalidade tomada
de preços, a fim de contratar serviços de execução de reforma de edifício, no valor estimado de R$
1.200.000,00. Próxima à conclusão, um alagamento em toda a região da cidade em que se
localizava o edifício danificou parte das obras, que teve de ser refeita pela empresa contratada.
Aumentando o custo dos serviços em R$ 400.000,00.
(USAMOS COMO INTRODUÇÃO UM RESUMO DO TEXTO. NOTE QUE
TODAS AS INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS FORAM MANTIDAS –
LICITAÇÃO REALIZADA PARA REFORMA DE EDIFICIO E QUE UM
ALAGAMENTO, NÃO CAUSADO POR NENHUMA DAS PARTES, DANIFICOU
PARTE DA OBRA)
Tópico 01. Qual é o fundamento legal para a celebração de termo aditivo contratual para aumentar
o valor do contrato?
O fundamento legal para a celebração de termo aditivo contratual para aumentar o valor
do contrato é a possibilidade de aumento dada a ocorrência de acidente natural que caracteriza
força maior, em face do reequilíbrio econômico do contrato. Aumento dos encargos do contratado
em razão da força maior implica desequilíbrio da equação econômico-financeira do contrato, o que
exige sua adequação. Esse fundamento está contido na Lei 8.666/93. A Lei prevê que os contratos
regidos por ela poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos casos nela previstos. A
situação em análise é uma das prevista na lei.
(RESPOSTA DIRETA USANDO AS PALAVRAS CHAVE DO TÓPICO.
NOTE QUE AINDA DISSEMOS QUAL O NORMATIVO QUE CONTEM A
POSSIBILIDADE PREVISTA PARA O AUMENTO DO VALOR DO CONTRATO)
Tópico 02. O aumento do valor contratual poderá ultrapassar o limite de valor para a realização da
licitação na modalidade tomada de preços?
Quanto ao aumento do valor contratual, esse poderá ultrapassar o limite de valor para a
realização da licitação na modalidade tomada de preços. Isso porque a alteração do valor
contratual pode implicar extrapolação do limite estabelecido para a modalidade de licitação
realizada, dado que a Lei de Licitações exige apenas que esse limite seja observado com base no
valor estimado da contratação, não se aplicando à fase contratual (art. 23).
(AFIRMAMOS A RESPOSTA DE FORMA DIRETA JÁ NA PRIMEIRA
FRASE E DEPOIS TROUXEMOS A FUNDAMENTAÇÃO)
PADRÃO DE RESPOSTA SEGUIDO
Em conformidade com a Lei n.º 8.666/1993, foi realizada licitação, na modalidade tomada
de preços, a fim de contratar serviços de execução de reforma de edifício, no valor estimado de R$
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1.200.000,00. Próxima à conclusão, um alagamento em toda a região da cidade em que se
localizava o edifício danificou parte das obras, que teve de ser refeita pela empresa contratada.
Aumentando o custo dos serviços em R$ 400.000,00.
O fundamento legal para a celebração de termo aditivo contratual para aumentar o valor
do contrato é a possibilidade de aumento dada a ocorrência de acidente natural que caracteriza
força maior, em face do reequilíbrio econômico do contrato. Aumento dos encargos do contratado
em razão da força maior implica desequilíbrio da equação econômico-financeira do contrato, o que
exige sua adequação. Esse fundamento está contido na Lei 8.666/93. A Lei prevê que os contratos
regidos por ela poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos casos nela previstos. A
situação em análise é uma das prevista na lei.
Quanto ao aumento do valor contratual, esse poderá ultrapassar o limite de valor para a
realização da licitação na modalidade tomada de preços. Isso porque a alteração do valor
contratual pode implicar extrapolação do limite estabelecido para a modalidade de licitação
realizada, dado que a Lei de Licitações exige apenas que esse limite seja observado com base no
valor estimado da contratação, não se aplicando à fase contratual (art. 23).
Bom pessoal, por enquanto ficamos por aqui.
Até a próxima aula.
Att.
Patrik Loz