Ementa
Analisar os fundamentos para a seleção, dispensação,
administração, uso racional e prescrição de medicamentos,
permitindo ao farmacêutico traçar uma abordagem correta de
atendimento ao paciente, garantindo a segurança no
tratamento.
Objetivo: Utilizar método para avaliar a farmacoterapia já em
uso pelo paciente e para selecionar medicamentos no ato daprescrição.
Marianne Sardenberg Costa
• Bacharel Farmácia UFMG (ênfase Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde).
• Capacitação para cuidado farmacêutico de pacientes diabéticos na rede
Farmácia de Minas.
• Responsável Técnica CAPS, colaboradora implantação do serviço de GTM no
município de Lagoa Santa – MG (janeiro a agosto/2014).
• Responsável pelo serviço de GTM na Unimed BH (setembro/2014 - 2016).
• Cursando especialização em Farmacologia Clínica e Prescrição
Farmacêutica pelo Centro Universitário UNA.
• Membro Centro de Estudos em Atenção Farmacêutica da UFMG (CEAF).
Para conhecer vocês e conversar...
Qual o seu cenário de prática? (drogaria, hospital, PSF ...)
Quais são as dificuldades para o farmacêutico atuar
clinicamente?
Quais são os principais desafios para fazer uma prescrição?
Quais estão relacionadas ao ambiente?
Quais estão relacionadas ao profissional?
Regulamentação CFF
Resolução CFF
585/2013
Resolução CFF
586/2013
Atribuições Clínicas
Prescrição Farmacêutica
Regulamentação Atribuições Clínicas
Farmácia Clínica: surgiu no âmbito hospitalar (Brasil -1979)
Resolução CFF 585/2013 incorpora o conceito do
Pharmaceutical Care.
(CIPOLLE, STRAND, MORLEY, 2012)
Filosofia
Processo
de Gestão
Processo de
Cuidado
Regulamentação da prescrição
farmacêutica
Resolução CFF
586/2013
“Esta resolução encerra a concepção de prescrição como a ação de
recomendar algo ao paciente.”
Prescrição Farmacêutica
Regulamentar a prescrição:
Atribui maior responsabilidade ao profissional;
Documentar e sistematizar o processo;
Maior segurança e respaldo;
Aumenta a credibilidade frente ao paciente e outros
profissionais da saúde;
Uma nova atribuição... Um novo profissional!!!
O que é prescrição?
“Conjunto de ações documentadas relativas ao cuidadoà saúde, visando à promoção, proteção e recuperação
da saúde, e à prevenção de doenças.”
CFF, Resolução 586/2013
Medicamentos Intervenções não
farmacológicas
Orientações
Encaminhamento
Prescrição de Medicamentos
“Ato pelo qual o prescritor seleciona, inicia, adiciona,
substitui, ajusta, repete ou interrompe a farmacoterapia do paciente e documenta essas ações, visando à
promoção, proteção e recuperação da saúde, e a
prevenção de doenças e de outros problemas de
saúde.
CFF, Resolução 586/2013
Prescrição Farmacêutica
“Ato pelo qual o farmacêutico seleciona e documenta
terapias farmacológicas e não farmacológicas, e
outras intervenções relativas ao cuidado à saúde do paciente, visando à promoção, proteção e
recuperação da saúde, e à prevenção de doenças e
de outros problemas de saúde.”
CFF, Resolução 586/2013
selecionar, iniciar, adicionar, substituir,
ajustar, repetir ou interromper a farmacoterapia
Então...
O ato de prescrever:
Está correlacionado ao ato de cuidar;
Envolve decisão clínica;
Envolve registro dessa decisão.
Mas o que é
cuidar?Define
responsabilidades
Atividades básicas para o cuidado ao
paciente
Planejar e prestar assistência a cada paciente;
Monitorar o paciente no entendimento dos resultados do cuidado;
Modificar o cuidado quando necessário;
Prestar o cuidado e planejar o acompanhamento.
(CONSÓRCIO BRASILEIRO DE ACREDITAÇÃO, 2000).
Sendo assim: cuidar é um processo!
Processo de cuidado
Semelhante para todas as profissões de saúde; Envolve processo de decisão clínica e registro.
Avaliação
Plano de cuidado
Avaliação de
resultados
Processo de cuidado
No acompanhamento farmacêutico:
Avaliação
Plano de cuidado
Avaliação de
resultados
• Uso no cotidiano
• Necessidades na terapia
• Objetivos
terapêuticos
• Intervenções
• Progresso do paciente
• Reformular plano
Prescrição
Garante o
cuidado
Processo da prescrição farmacêutica
Prescrição farmacêutica é sempreresultante de uma consulta
Processo
de Cuidado
Processo da prescrição farmacêutica
ETAPAS
1 Identificação das necessidades do paciente relacionadas
à saúde.
2 Definição do objetivo terapêutico.
3 Seleção da terapia ou intervenções relativas ao cuidado à
saúde, com base em sua segurança, eficácia, custo e conveniência, dentro do plano de cuidado.
4 Redação da prescrição.
5 Orientação ao paciente.
6 Avaliação dos resultados.
7 Documentação do processo de prescrição.
CFF, Resolução 586/2013
Competências gerais para o cuidado
Semiologia: Anamnese, avaliação de sinais e sintomas
Habilidades de comunicação
Habilidades para registro clínico
Habilidades para compartilhamento de cuidado
Prática holística e centrada no paciente
Competências específicas:
Domínio sobre a farmacoterapia
Conhecer INDICAÇÃO clínica e as diferentes opções terapêuticas
para cada condição de saúde;
Reconhecer o tempo de uso para EFETIVIDADE do tratamento ao
definir objetivos terapêuticos de forma personalizada;
Conhecer o perfil de SEGURANÇA dos medicamentos;
Assegurar que o paciente concorda, compreende, tem acesso e
consegue utilizar conforme pretendido, garantindo a
CONVENIÊNCIA do tratamento.
Por que usar método?
Imagine que vamos fazer um bolo:
A ordem do “fazer” é definida no passo a passo da receita;
Modificar essa ordem, altera o resultado.
MÉTODO ESTÁ NO COTIDIANO!
Por que usar método?
O método organiza a solução de problemas e racionaliza a
busca de causalidade (MARCONI; LAKATOS, 2010).
É um norte, um
caminho para seguir!
Diagnosticar PRM
usando método
Permite busca racional da causa
Organiza a proposta de solução
Na consulta farmacêutica...
Como avaliar a farmacoterapia já em uso pelo paciente?
Como selecionar o medicamento com possibilidade de ser o
mais efetivo, seguro e conveniente?
Como saber o que perguntar?
Como organizar toda a informação fornecida pelo paciente?
Método para a tomada
de decisão em
farmacoterapia
Raciocínio
clínico
Raciocínio clínico
Identificar e Resolver PRM
Conhecimento
farmacologia
Raciocínio
Clínico
Categorias
de PRM
Farmacodinâmica INDICAÇÃO
1 Medicamento desnecessário
2 Necessidade de medicamento
adicional
Eficácia
comprovada em
ensaios clínicos
EFETIVIDADE3 Medicamento não efetivo
4 Dose baixa
Toxicidade e
efeitos
indesejáveis
SEGURANÇA5 RAM
6 Dose alta
FarmacocinéticaCONVENIÊNCIA 7 Não adesão
Experiência
subjetiva
Raciocínio clínico
Processo sistemático de solução de problemas: ética,
reprodutibilidade e consistência;
Demarca qual é a responsabilidade do farmacêutico clínico;
Proporciona um vocabulário consistente com o de outros
profissionais da saúde e entre a classe farmacêutica;
Coloca as reações adversas, as interações medicamentosas e
a não adesão a farmacoterapia na perspectiva clínica
correta.
Torna o processo científico, fora do senso
comum e diferencia dos demais
profissionais.
Imagine a seguinte situação...
Você está em um dia
normal da sua rotina de
trabalho quando uma
senhora de 68 anos
pede sua ajuda...
Imagine a seguinte situação...
Ela conta que tem HAS há 15 anos e DM2 há 5 anos. É
casada e mora com o marido, de 78 anos, acamado
há 5 anos em razão de um AVE sofrido. Por isso, ela é
responsável pelos cuidados do marido, o que toma
quase todo o seu tempo.
"Acho que essas dores que sinto no corpo também são
de pegar peso" (sic).
Fez consulta recente com cardiologista, que incluiu a
insulina em sua receita, ela gostaria de orientações do
farmacêutico.
Imagine a seguinte situação...
Durante a conversa, ela conta que usa losartana
apenas pela manhã, por entender que sua PA está
ótima.
Relata que começou a sentir mais dor após ter
desenvolvido herpes zoster. As dores aliviaram um
pouco com o uso do tramadol, mas agora, quase não
tem utilizado esse medicamento, já que uma vizinha
informou que “isso é igual morfina e não pode usar
direto, mas tem dias que não tem jeito preciso tomar”
(sic).
Imagine a seguinte situação...
Iniciou, há uma semana o uso da insulina. Aplica
apenas na perna (parte interna da coxa), não gosta de
aplicar no abdome. Seu pai faleceu há 15 anos por
complicações do DM. Em poucos anos de uso desse
medicamento, ele iniciou a diálise. Isso é o que mais a
preocupa em relação ao início da insulinização.
Imagine a seguinte situação...
Para o controle dos problemas de saúde tem prescrição de:
1. Metformina 500 mg XR (1-1-1)
2. Glibenclamida 5 mg (1-0-1)
3. Insulina NPH (10-0-8)
4. Losartana 50 mg (1-0-1)
5. Hidroclorotiazida 25mg (1-0-0)
6. AAS 100mg (0-1-1)
7. Tramadol R 100 mg (1-0-0)
Imagine a seguinte situação...
Ela mostra o último exame de sangue de 23/06/2016:
Glicemia de jejum: 225 mg/dL; HBA1c: 7,5%.
Aferição PA= 130/70 mmHg.
Ao final, ela queixa-se de fraqueza, irritabilidade,
formigamentos nas pernas e mãos e solicita um
medicamento para dor.
O que você faria para ajudar a paciente?
(Favor justificar cada conduta).
Para guiar a análise do caso
Se PA = 130x70 faz sentido insistir usar losartana BID?
Insulina é indicada para paciente idosa com
HbA1c 7,5%?
Qual medicamento mais efetivo para o tipo de dor
apresentada pela paciente?
Onde farmacêutico pode prescrever?
Pode ocorrer em diferentes estabelecimentos e
níveis de atenção à saúde;
Onde farmacêutico pode prescrever?
Respeitar o princípio da confidencialidade e a privacidade do paciente no atendimento.
Local e ambiente adequado
*Proprietário não tem obrigatoriedade de disponibilizar local.
O que o farmacêutico pode prescrever?
MIP/OTC
Graduação em
farmácia
Graduação +
Especialização
Medicamentos ausentes
na LMIP
Plantas medicinais
Drogas vegetais
Outros produtos
terapêuticos IP
Medicamentos tarjados
Preparações magistrais
dinamizadas
Preparações
magistrais alopáticas
O que TODO farmacêutico pode
prescrever?
Medicamentos isentos de prescrição médica (MIP/OTC);
Lista de Grupos e
Indicações Terapêuticas
Especificadas (GITE)
RDC nº 138, 2003
(Anvisa)
RDC nº 98, 2016
(Anvisa)
Atualização!
Lista de Medicamentos
Isentos de Prescrição
(LMIP)
RDC nº 98, 2016 - LMIP
Define procedimentos para inclusão de novos produtos e
remoção de outros;
Define 7 regras para que o medicamento passa ser
considerado MIP:
1. Tempo de comercialização
2. Perfil de segurança
3. Indicação para tratamento de doenças não graves
4. Indicação de uso por curto período
5. Ser manejável pelo paciente
6. Baixo potencial de risco em situações de mau uso ou abuso
7. Não apresentar potencial de dependência
RDC nº 98, 2016 - LMIP
http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?
jornal=1&pagina=99&data=30/09/2016
RDC nº 98, 2016 - LMIP
Grupo
Terapêutico
Indicações
Terapêuticas
Observações
Antiacidos,
antieméticos,
eupépticos,
enzimas
digestivas
Acidez estomacal, azia, dor de estômago,
dispepsia, enjoo, náusea, vômito,
epigastralgia, má digestão, queimação,
pirose, esofagite péptica, distensão
abdominal, cinetose, hérnia de hiato
Restrições:Metoclopramida,
Bromoprida, Mebeverina,
Inibidor da bomba de próton
Antidiarreicos Diarréia, disenteriaRestrições:Loperamida infantil,
Opiáceos
Anti-
inflamatórios
Lombalgia, mialgia, torcicolo, dor articular,
artralgia, Inflamação da garganta, dor
muscular, dor na perna, dor varicosa,
contusão, hematomas, entorses, tendinites,
cotovelo de tenista
Permitidos: Naproxeno,
ibuprofeno, cetoprofeno. Tópicos
não esteroidais
Aminoácidos,
Vitaminas,
Minerais
Suplemento vitamínico e/ou mineral pós-cirúrgico/cicatrizante, nas anemias
carenciais, em dietas restritivas e inadequadas, em doenças
crônicas/convalescença, em idosos, na gestação e aleitamento, recém-
nascidos, lactentes e crianças em fase de crescimento, prevenção do
raquitismo, prevenção/tratamento desmineralização óssea pré e pós
menopausal, antioxidantes, prevenção de cegueira noturna/xeroftalmia,
auxiliar do sistema imunológico
Laxantes,
CatárticosPrisão de ventre, obstipação intestinal, constipação intestinal, intestino preso
ATENÇÃO!
A lista possui observações contemplando indicações e
restrições;
O que não está descrito é de venda sob prescrição médica;
Qualquer medicamento administrado via parenteral está
excluído da lista.
Associações medicamentosas: se algum dos princípios ativos
não estiver especificado, não é permitida a venda sem
prescrição.
RDC nº 98, 2016 - LMIP
O que TODO farmacêutico pode
prescrever?
Soro fisiológico, protetor solar, bolsa térmica etc.
Outros produtos com finalidade terapêutica isentos de
prescrição;
O que TODO farmacêutico pode
prescrever?
Plantas medicinais: espécie vegetal
Drogas vegetais: planta medicinal ou
suas partes processadas (coleta,
estabilização, secagem)
Preparações magistrais:
medicamentos alopáticos
Fitoterápicos: Disciplina de fitoterapia com
carga horária 60 h + estágio120 h
manipulação e/ou dispensação
de plantas medicinais e
fitoterápicos.
*RESOLUÇÃO Nº 546 DE 21 DE JULHO DE 2011
Dispõe sobre a indicação farmacêutica de plantas medicinais
e fitoterápicos isentos de prescrição e o seu registro.
O que TODO farmacêutico pode
prescrever?
Prescrição que exige
FORMAÇÃO ESPECÍFICA:
Preparações magistrais: Medicamentos dinamizados
Especialista em Homeopatia ou Antroposofia
Medicamentos tarjados + modificações na prescrição
PRÉ-REQUISITOS:
Instituições/prescritores
Comunicar sempre!
Prescrição que exige
FORMAÇÃO ESPECÍFICA:
Especialista na área clínica
Diagnóstico prévio;
Previsto em programas, protocolos,
diretrizes ou normas técnicas;
Acordos de colaboração
formalizados.
O que NÃO pode
“É vedado ao farmacêutico modificar a prescrição de medicamentos do paciente, emitida por outro
prescritor, salvo quando previsto em acordo de
colaboração, sendo que, neste caso, a modificação,
acompanhada da justificativa correspondente, deverá
ser comunicada ao outro prescritor.”
CFF, Resolução 586/2013
Lembrar
MIP são isentos de prescrição, mas não deveriam ser
isentos de orientação, pois não deixam de gerar riscos
a saúde de seus usuários
AINES
100.000 hospitalizações: 7.000 – 10.000 mortes por complicações
OMS: Automedicação responsável
prática dos indivíduos em tratar seus próprios
sintomas com medicamentos aprovados e
disponíveis sem prescrição médica, que são
seguros quando usados segundo as instruções.
Componentes da prescrição
1. Identificação do estabelecimento ou do serviço de saúde;
2. Nome completo e contato do paciente;
3. Terapia farmacológica:
a) nome do medicamento ou formulação,
concentração/dinamização, forma farmacêutica e via de
administração;
b) dose, frequência de administração e duração do
tratamento;
c) instruções adicionais
Componentes da prescrição
4. Descrição da terapia não farmacológica ou de outra
intervenção relativa ao cuidado do paciente;
5. Nome completo do farmacêutico, assinatura e número de
registro no CRF;
6. Local e data da prescrição.
Dados
paciente
Terapia
Farmacológica
Terapia
não farmacológica
v Outras
orientações
Local e data
Identificação do
profissional
Ao redigir a prescrição
Usar Denominação Comum Brasileira (DCB):
www.anvisa.gov.br/farmacopeiabrasileira/dcb.htm
Pode ser feita em uma única via;
Não pode ser cobrada, não é meio de publicidade;
A consulta pode ser cobrada.
Documentação
Armazenar durante 5 anos!
Registrar todo o atendimento.
Prontuário do paciente (manual ou digital).
Garantir sigilo das informações.
Resolução CFF nº 555/2011: Regulamenta o registro,
a guarda e o manuseio de informações resultantes
da prática da assistência farmacêutica nos serviços
de saúde.
Documentação
Há várias formas de registrar consultas.
Ex: SOAP
Subjetivo: Sintomas do paciente
Objetivo: Sinais, parâmetros clínicos
Avaliação: interpretação do problema
Plano: Ações para solucionar e acompanhar o
problema
Anexos
Coletando informações
ATENÇÃO: sua maior fonte
de dados é o paciente!
As informações coletadas
direcionam sua decisão!
Não há pergunta certa ou errada, mas...
o que você pergunta e
a forma como você questiona
influenciam a resposta do paciente.
Coletando informações
Sugestão para perguntas:
Fazer perguntas abertas;
Buscar compreender e explorar correlações, experiências
e crenças que o paciente traz;
Perguntas fechadas e diretas para complementar
informações clínicas precisas e direcionadoras de decisão;
Busque confirmar suas conclusões com o paciente;
Evite sugestionar, não faça julgamentos;
Empatia sempre!
Qual a sua conduta?
Registre o atendimento
Elabore a prescrição farmacêutica
Caso clínico 1
Garota de 16 anos leva o irmão de 5 anos a
farmácia apresentando quadro de diarreia e
vômitos há 2 dias, mas não apresentou febre. A
garota alega que a mãe está viajando e como
precisa ir para seu estágio pede um medicamento
para prender o intestino do irmão, para que elapossa deixá-lo na escolinha.
Caso clínico 2
Geraldo, 56 anos, é representante de vendas em
uma empresa de tecidos. “Minha vida é corrida,
estou sempre viajando, mas eu me lembro de levar
essas porcarias comigo, sei que preciso delas”
referindo-se aos medicamentos. Queixa de
constipação “Eu to com um problema de intestino,
tá acontecendo direto, faz 4 dias que não vou ao
banheiro... mas não quero esses remédios de planta
não! Me deu uma cólica danada!”
Caso clínico 2
Na conversa, relatou ser muito alérgico e ter uma
tosse chata, por isso faz uso frequente de xarope.
Relatou ter abandonado a metformina, pois
apresentava diarreia, mesmo usando nas
refeições. Alega que quando precisa dirigir por
muito tempo ou está em um dia mais apertado,
não usa glimepirida “eu fico esquisito demais,
lerdo, com uma fraqueza, as vezes eu sinto isso até
em dia normal quando uso”. Preferiu não contar
ao médico “ele ia falar que eu preciso de
qualquer jeito”.
Caso clínico 2
Alega ser muito agitado e ansioso, “isso que fez
minha pressão ir nas alturas, quando descobri tava
160x110”. Geraldo acredita que pelo mesmo motivo,
o remédio que usa há mais de 10 anos para dormir já
não está mais funcionando, mesmo tendo
aumentando por conta própria para 2 cp.
Na consulta: PA 130x80, Glicemia capilar 70 mg/dL
Qual a sua conduta?
Elabore a prescrição farmacêutica
Elabore o encaminhamento
Caso clínico 3
Marilene, 76 anos, chega à farmácia queixando
muita dor e rigidez nos joelhos. Tem “reumatismo” e
por tomar conta dos netos, sua rotina em casa fica
pesada “as crianças deixam muitos brinquedos
espalhados pelo chão, preciso de outro remédio
para essas dores”.
Começou a acompanhar com ortopedista em
janeiro, quando foram prescritos paracetamol e a
nimesulida. Ela percebeu certo alívio da dor, mas
tem receio de usar esses medicamentos “isso fazmal para o estômago, eu já sinto umas coisas”.
Caso clínico 3
É hipertensa há 6 anos, nos últimos meses controlada.
Apresenta também osteoporose, diagnosticada em
2015, mas iniciou tratamento há 1 mês.
Marilene é alfabetizada, tem baixo poder aquisitivo,
atendida pelo SUS. Nega tabagismo e etilismo.
Sedentária. Faz uso de chinelos de dedo sem presilha
atrás. Ingere meio copo de leite ao dia, pois sente
desconforto abdominal com produtos lácteos. Come
verduras verdes a vontade. Baixa exposição ao sol,
pois apresenta pele muito branca e tem históriafamiliar de câncer de pele.
Exame físico realizado pelo farmacêutico:
PA 120x70, pulso 85 bpm, IMC 31, glicemia capilar 80 mg/dL.
Exames laboratoriais 10/11/2016:
Potássio 4,5 (VR 3,0-5,0);
Creatinina 1,0 (VR até 1,3);
Microalbuminuria < 30 mg/24h (VR < 30 mg/24h);
ALT 25 (VR até 32); AST 24 (VR até 32);
Sangue oculto nas fezes: negativo (VR negativo).
Caso clínico 3
Medicamentos em uso:
1) Hidroclorotiazida 25 mg 1-0-0
2) Enalapril 20 mg 1-0-0
3) AAS 100 mg 0-1-0
4) Paracetamol 500 mg 1 cp até 6/6h
5) Nimesulida 100 mg 1-0-1
6) Carbonato de cálcio 500 mg + Vitamina D 400 UI 1-0-0
após refeições
7) Alendronato de sódio 70 mg 1-0-0 semanal, em jejum,
com água, não reclina após uso.
Caso clínico 3
Concluindo...
Identificar, resolver e prevenir PRM é uma forma de
operacionalizar as atribuições clínicas do farmacêutico.
“promover do uso racional de medicamentos e
otimizar a farmacoterapia, com o propósito de
alcançar resultados definidos que melhorem a
qualidade de vida do paciente”
Resolução CFF 585/2013
Quero realizar consultas... Mas como me
organizar e conquistar espaço?
Elaborar projeto:
Justificativa ressaltando benefícios para o estabelecimento:
fidelização do cliente, indicações entre clientes...
Recursos necessários (materiais, físicos e humanos);
Indicadores de avaliação de processos e resultados;
Cronograma.
É preciso refletir sobre:
Qualificação para oferecer esse serviço.
Avaliar carga horária para atendimento clínico.
Estabelecer critérios de elegibilidade.
Delegar funções - capacitar equipe.
Buscar parcerias.
Dicotomia:
Comércio x Ambiente de cuidado
Leituras obrigatórias para abrir
consultório farmacêutico
Resoluções 585 e 586 do CFF, ambas de
agosto 2013
RDC-ANVISA 44, de 17 de agosto de 2009:
prestação de serviços farmacêuticos em
farmácias e drogarias.
Lei 13.021, de 08 de agosto de 2014:
Farmácia como estabelecimento de saúde.
Observações importantes
Em farmácias e drogarias: atualizações da
documentação quanto às atividades desenvolvidas
para os estabelecimentos junto à Vigilância Sanitária
local.
Código para enquadramento da atividade econômica
na Classificação Nacional de Atividades Econômicas –
CNAE
Não há regulamentação sanitária específica da Anvisa
que normatize a infraestrutura mínima e as atividades de
consultórios farmacêuticos independentes.
Referências BibliográficasConsórcio Brasileiro de Acreditação. Manual de padrões de acreditação hospitalar. Rio de Janeiro, 2000.
CIPOLLE, R. J.; STRAND, L. M.; MORLEY, P. C. Pharmaceutical Care Practice: the patient centered approach to medication management. 3 ed. New York: McGraw-Hill, 2012. 697 p
RAMALHO DE OLIVEIRA, D. Atenção Farmacêutica: da filosofia ao gerenciamento da terapia medicamentosa. São Paulo: RCN, 2011, 327 p.
SIMMONS, B. Clinical reasoning: concept analysis. Journal of Advanced Nursing, v. 66, n. 5, p. 1151–1158, 2010.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Ementa: Regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e
dá outras providências. Resolução n. 585, de 29 de agosto de 2013.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA. Ementa: Regula a prescrição farmacêutica e dá outras
providências. Resolução n. 586, de 29 de agosto de 2013
WELLS, B.G.; DIPIRO, J. T.; SCHWINGHAMMER, T. L.; DIPIRO, C. V. Manual de farmacoterapia. Porto Alegre: McGraw-Hill education Artmed, 2016. 964 p.
DIPIRO, J. T. et al. Pharmacotherapy – a patohphysiologic approach. 9 a ed. New York: McGraw-Hill Education. 2014, 5378 p.
BERARDI, R. R., ALLEN, L. V., DESIMONE, E. M. et al. Handbook of nonprescription drugs: an interactive approach to self care. 15 ed. Washington: American Pharmaceutical Association, 2006. 1235p.