1ª ediçãoMatão, SP
2017
CARTAS AO ACASO
Capa: Equipe O ClarimProjeto gráfico: Equipe O Clarim
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FICHA CATALOGRÁFICA
Dorothy Jungers Abib, pelo Espírito AmadeusCartas ao Acaso1ª edição: Abril/2017 - 6.000 exemplaresMatão/SP: Casa Editora O Clarim288 páginas – 14 x 21 cmISBN – 978-85-7357-159-2 CDD – 133.9
Índice para catálogo sistemático:
133.9 Espiritismo133.901 Filosofia e Teoria133.91 Mediunidade133.92 Fenômenos Físicos133.93 Fenômenos Psíquicos
Impresso no BrasilPresita en Brazilo
Nota Explicativa
Amadeus é o autor espiritual desta obra, a segunda que ele escreve pela médium.
Na primeira obra, Retalhos de Vida, fui procurar na internet se teria havido alguém com este nome e para minha surpresa, vi uma biografia, com foto, exatamente do espírito que observara.
Apesar disso, para satisfazer a simples curiosidade de quem se interessar, alguns dados biográficos dele:
Curiosa com a identificação do espírito, como Ama-deus, procurei no Google e encontrei. O primeiro nome que aparece é Ernst Theodor Amadeus Wilhelm Hof-fmann, escritor, caricaturista, pintor, compositor, jurista, nascido em Königsberg em 24/1/1776 e desencarnado em Berlim em 25/6/1822. Soube, mais tarde, que ele foi o ins-pirador do Schumann e que sua esposa, Clara Schumann, era grande admiradora de suas histórias. Isto me deu uma grande alegria, porque confirmou tudo o que eu vira.
Em 06/3/2012 tive uma conversa mental com a enti-dade e perguntei-lhe se ele era realmente Hoffmann. Ele me respondeu que assinara a primeira folha porque não queria
o anonimato, mas o que ele fora não importava; o que ele é agora é o que importa.
Nesta simples frase ele me ensinou que o passado não tem importância para o espírito; o que importa é o que ele é após ter percorrido um longo processo evolutivo.
E o que ele é supõe o bem a que ele se dedica hoje.Analisando as histórias de Amadeus, em Retalhos de
Vida, percebi como são ricas, apesar de singelas. Têm uma variedade infinita. Seus personagens são homens, mulheres, crianças, jovens, adultos, velhos. Abrangem uma extensa fa-tia do tempo: desde a época de Jesus até fatos declaradamen-te atuais, como a 2ª Guerra Mundial. Seus cenários também abarcam os mais diversos lugares, desde a região polar, às áreas ressequidas, mares, florestas, cidades e aldeias.
As suas histórias, neste tempo de convivência de trabalho, me comoveram e me ensinaram muito sobre o ser humano.
Nas cartas deste volume, ele fala inicialmente dos defeitos do ser humano e depois fala sobre as virtudes, tudo em uma linguagem simples, sem sofisticação, mas nem por isso menos profundas.
Aprendi com elas muito sobre a nossa alma, sobre as suas fraquezas, como lidar com elas e sobre as virtudes por adquirir ou já adquiridas.
Embora tenha apenas sido médium, como leitora apreciei e aprendi muito com este trabalho de Amadeus.
19/2/2016
Cartas ao Acaso | 9
Sumário
Introdução - O Sonho Realizado ...............................................14
1a Carta - Sobre a Mentira ..........................................................19
2a Carta - Sobre a Preguiça .........................................................22
3a Carta - Sobre a Ociosidade ....................................................26
4a Carta - Sobre o Medo ..............................................................29
5a Carta - Sobre a Ansiedade .....................................................32
6a Carta - Sobre a Maledicência .................................................36
7a Carta - Sobre a Intolerância ...................................................39
8a Carta - Sobre a Inveja ..............................................................42
9a Carta - Sobre a Ingratidão ......................................................45
10a Carta - Sobre a Ira .................................................................48
11a Carta - Sobre a Traição .........................................................51
12a Carta - Sobre a Impaciência .................................................54
13a Carta - Sobre o Ciúme ..........................................................57
14a Carta - Sobre a Intemperança ..............................................60
10 | Dorothy Jungers Abib, pelo Espírito Amadeus
15a Carta - Sobre a Desconfiança ...............................................63
16a Carta - Sobre a Desesperança ..............................................66
17a Carta - Sobre a Cólera ...........................................................68
18a Carta - Sobre a Indiferença ..................................................71
19a Carta - Sobre o Melindre ......................................................74
20a Carta - Sobre a Tristeza ........................................................77
21a Carta - Sobre a Inquietação ..................................................80
22a Carta - Sobre a Miséria .........................................................83
23a Carta - Sobre a Luxúria ........................................................85
24a Carta - Sobre a Calúnia ........................................................88
25a Carta - Sobre a Ignorância ...................................................91
26a Carta - Sobre a Maldade .......................................................94
27a Carta - Sobre a Imundície ....................................................97
28a Carta - Sobre a Usura..........................................................100
29a Carta - Sobre a Indisciplina ...............................................103
30a Carta - Sobre Fanatismo .....................................................106
31a Carta - Sobre a Impertinência ............................................109
32a Carta - Sobre a Irreverência ...............................................112
33a Carta - Sobre a Insatisfação ...............................................115
34a Carta - Sobre a Displicência ...............................................118
35a Carta - Sobre a Injustiça .....................................................121
36a Carta - Sobre o Descontrole ...............................................124
37a Carta - Sobre Intransigência ..............................................127
Cartas ao Acaso | 11
38a Carta - Sobre o Vício ...........................................................130
39a Carta - Sobre a Incúria ........................................................133
40a Carta - Sobre a Irresponsabilidade ...................................136
41a Carta - Sobre a Insídia ........................................................139
42a Carta - Sobre a Gula ............................................................142
43a Carta - Sobre a Ambição ....................................................145
44a Carta - Sobre o Egoísmo .....................................................148
45a Carta - Sobre a Vaidade .....................................................151
46a Carta - Sobre o Orgulho .....................................................154
47a Carta - Sobre a Humildade ................................................157
48a Carta - Sobre o Altruísmo ..................................................160
49a Carta - Sobre a Generosidade ............................................163
50a Carta - Sobre a Esperança ..................................................166
51a Carta - Sobre a Amizade ....................................................169
52a Carta - Sobre a Paciência ....................................................172
53a Carta - Sobre a Justiça .........................................................175
54a Carta - Sobre a Compaixão ................................................178
55a Carta - Sobre a Doçura .......................................................181
56a Carta - Sobre a Fé ................................................................183
57a Carta - Sobre a Cultura .......................................................186
58a Carta - Sobre a Sabedoria ...................................................188
59a Carta - Sobre a Tolerância ..................................................190
60a Carta - Sobre a Confiança ..................................................193
12 | Dorothy Jungers Abib, pelo Espírito Amadeus
61a Carta - Sobre a Modéstia ....................................................196
62a Carta - Sobre a Simpatia .....................................................198
63a Carta - Sobre a Honestidade ..............................................201
64a Carta - Sobre a Criatividade ..............................................204
65a Carta - Sobre a Luminosidade ...........................................207
66a Carta - Sobre a Compreensão ............................................210
67a Carta - Sobre o Desprendimento ......................................213
68a Carta - Sobre o Ideal ...........................................................216
69a Carta - Sobre a Simplicidade .............................................219
70a Carta - Sobre a Temperança ..............................................221
71a Carta - Sobre a Autoestima ................................................223
72a Carta - Sobre a Piedade ......................................................226
73a Carta - Sobre a Fortaleza Moral ........................................228
74a Carta - Sobre a Compostura ..............................................230
75a Carta - Sobre a Gratidão .....................................................233
76a Carta - Sobre a Sinceridade ...............................................236
77a Carta - Sobre o Perdão ........................................................238
78a Carta - Sobre a Cumplicidade ...........................................241
79a Carta - Sobre o Entusiasmo ...............................................243
80a Carta - Sobre o Compromisso ...........................................246
81a Carta - Sobre o Acolhimento .............................................249
82a Carta - Sobre o Bom Ânimo ...............................................252
83a Carta - Sobre a Alegria .......................................................255
Cartas ao Acaso | 13
84a Carta - Sobre a Gentileza ...................................................258
85a Carta - Sobre a Perseverança .............................................260
86a Carta - Sobre o Silêncio ......................................................262
87a Carta - Sobre a Transparência ...........................................265
88a Carta - Sobre a Dignidade ..................................................268
89a Carta - Sobre a Responsabilidade .....................................271
90a Carta - Sobre a Calma .........................................................273
91a Carta - Sobre a Caridade ....................................................276
92a Carta - Sobre o Amor ..........................................................280
Considerações Finais ................................................................283
14 | Dorothy Jungers Abib, pelo Espírito Amadeus
IntroduçãoO Sonho Realizado
Nasci em Marselha, e como tantos, filho de mari-nheiro e mãe solteira. Minha mãe se encantou, adoles-cente ainda, por um marinheiro que aportara ali e que depois desaparecera, sem nunca mais dar a ela sinal de vida.
Ela me criou sozinha, costurando para as mulheres ricas da cidade. E diga-se, também, deu-me muito amor, paralelamente a uma educação rígida, pois se preocu-pava muito com o meu futuro e me obrigou sempre a estudar.
Eu, menino, crescendo num porto e também estalei-ro, adorava viver na rua, brincando por entre marinhei-ros que ali faziam escalas e adoravam contar bravatas.
Eu ficava seduzido pelas histórias que eles conta-vam, de suas viagens e principalmente de suas terras dis-tantes. Gostava imensamente de conhecer, através deles, vária terras e povos distantes, com costumes e línguas diferentes.
Cartas ao Acaso | 15
Mas tinha obrigações de que minha saudosa mãe nunca me dispensava: estudar era, claro, a mais impor-tante e depois, fazer compras, ajudá-la em pequenos ser-viços caseiros. Só depois de todas as obrigações realiza-das, eu ficava livre para conviver com os marinheiros.
Aí, nem via o tempo passar. Ficava, às vezes, até tar-de da noite esquecido de tudo, embevecido com as histó-rias, que muitas vezes eram ditas em línguas estranhas, que eu me esforçava por entender.
Assim, comecei a conhecer muitas línguas, falan-do de modo estropiado, mas entendendo o que me fa-lavam. Deste modo, fiquei sabendo de muitos idiomas, o que me foi muito útil no meu primeiro emprego, já no início da adolescência, numa loja de fazendas e ar-marinhos, da qual minha mãe era freguesa. O casal, dono da loja, me viu crescer, indo e vindo comprar ali o material que minha mãe necessitava para exercer bem a sua profissão.
Assim que comecei a trabalhar na loja meu tempo escasseou e a minha vadiagem entre os marinheiros já não era tão frequente. Ainda assim, ficava encantado com suas histórias, especialmente as que falavam de um lugar distante, na África, no outro lado do Mar Mediter-râneo: era a Argélia, país de povo de língua árabe, e à beira do maior deserto do mundo, o Saara.
Mas o que mais me atraía neste país era que lá havia a Legião Estrangeira. Isto sim era o que mais me interessava.
16 | Dorothy Jungers Abib, pelo Espírito Amadeus
Imaginava-me lá, servindo na Legião Estrangeira, falando várias línguas e o árabe, e ao mesmo tempo, ser-vindo a minha pátria, a França.
Nunca me cansava de ouvir as histórias da Legião Estrangeira, um grupo paramilitar que defendia os in-teresses de lá, do meu país, além de acolher homens de qualquer nação que quisessem trabalhar naquele local como mercenários.
E de tanto ouvir estas histórias comecei a sonhar em ir à Argélia quando crescesse, mas minha pobre mãe não queria nem me ouvir falar nisso.
Quando tinha dezesseis anos, minha mãe começou a apresentar sinais de uma doença insidiosa, a tuberculo-se, que rapidamente a consumiu, levando-a à morte.
Fiquei sozinho no mundo, sem nenhum parente, embora tivesse muitos amigos, ou melhor, conhecidos. Eu não estava preparado para a solidão e viver na nossa casinha, alugada, sozinho, foi demais para mim.
Assim, decidi ser marinheiro, mas não achava ne-nhum navio que fizesse as rotas que eu queria. Até que um belo dia, chegou ao porto um navio que iria para a Argélia e não tive dúvidas: apresentei-me ao coman-dante, mentindo a minha idade, dizendo-lhe que tinha dezoito anos e roguei-lhe que me levasse à Argélia, enquanto eu trabalharia no navio, para pagar a minha passagem.
Era um navio de carga, de bandeira espanhola e cujo nome era Nereida; o capitão do navio aceitou-me a
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bordo e eu, levando tudo o que tinha – que era quase nada – embarquei rumo à realização do meu sonho.
No navio, eu fazia as funções de grumete, o rapaz que fazia de tudo um pouco, desde servir ao capitão até fazer a limpeza do convés.
A viagem, para mim, passou-se rapidamente, tal era a minha ansiedade. Chegamos finalmente à Argélia.
Lá, com pouco dinheiro, consegui logo saber para onde deveria ir: o lugar onde ficava o quartel da Legião Estrangeira. Era uma pequena cidade, ao sudoeste de Ar-gel: Sidi Bel Abbès. De Argel saíam muitas caravanas para todos os lugares. Estas caravanas transportavam, em ca-melos, uma infinidade de mercadorias e alguns viajantes faziam parte delas. Eu logo me juntei a uma que iria aonde eu queria. E assim comecei a minha aventura pelo deserto.
Durante a viagem com a caravana, conheci vários homens, que, como eu, buscavam a Legião Estrangeira. Eram homens já feitos, com fundas marcas no rosto, de quem já havia vivido e sofrido muito. Logo fiz-me amigo deles, pois a minha facilidade com línguas me ajudava muito nestes contatos.
Ao chegarmos, fomos ao forte que abrigava a Le-gião e como ela nunca dispensava voluntários, fomos logo aceitos.
E assim começou a minha nova vida, a vida com que sonhara desde sempre.
Com o desenrolar do tempo, no entanto, fui ficando meio desiludido: as aventuras não aconteciam todos os
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dias, o calor era insuportável e os legionários eram ho-mens, na maioria brutos, e grande parte deles criminosos que fugiam de suas terras para não serem presos.
Apesar de tudo, eu fazia amigos, mas me isolava muito, pois sempre gostei de escrever. Escrevia minhas impressões e percebi, então, que os homens caçoavam do meu “diário”. Abandonei, então, o meu caderno de registros e como escrever era para mim tão necessário como respirar, comecei a escrever cartas.
Sim, escrevia cartas, mas para quem, se eu não tinha viva alma no mundo para quem pudesse escrever? Às vezes, escrevia para um ou outro companheiro analfabe-to, que tinha família distante, mas no geral, extravasava no papel as minhas reflexões sobre tudo. Eram cartas sem destinatários, mais solilóquios do que outra coisa, mas escrevia-as sempre.
E, nem sei como, minhas cartas acabavam caindo nas mãos de uns e outros e, em pouco tempo, todos queriam lê-las.
Assim foi a minha vida na Legião Estrangeira: pou-cas aventuras, ações, mas muitas, muitas cartas.
Estas são algumas cartas a esmo que escrevi durante toda a vida.
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1a CartaSobre a Mentira
Meu amigo,Você já foi vítima da mentira? Se foi, sabe do que
estou falando.Esta senhora, a mentira, é uma das mais traiçoeiras.
Pega-nos muitas vezes desprevenidos e faz conosco coisas incríveis, deixando-nos, afinal, muito machucados.
Ser uma vítima dela é muito doloroso. Às vezes, traiçoeira como ela é, pega-nos de surpresa e nos leva de roldão, através de situações muito difíceis.
Quando ela cai sobre nós, acaba conosco: estraga amizades, deixa-nos desacreditados, perdemos a con-fiança nas outras pessoas, ficamos à deriva, sem norte, não sabemos mais como nos conduzir.
Enfrentamos olhares frios e rígidos, que nos culpam e julgam por coisas que não fizemos.
Sermos vítimas de injustiças faz crescer dentro de nós a revolta e o desejo de vingança.
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De humanos que somos, vemo-nos, de uma hora para outra, transformados em criaturas irracionais, tão violentamente que somos atingidos por ela.
Os piores sentimentos nos afloram na alma e nos tornamos pessoas completamente diferentes.
Afastamo-nos do convívio com os outros, em todos procuramos sentir o que pensam sobre nós e em todos descobrimos uma reserva que antes não existia, porque já não confiam em nós.
Tudo o que falamos ou fazemos passa por uma sele-ção rigorosa e afinal sempre somos reprovados.
O guerreiro mais dedicado e corajoso se acovarda tristemente diante dela.
Os esposos mais amorosos acabam relações dura-douras, por causa dela.
Pais se afastam de filhos e filhos de pais, envolvidos nas tramas desta senhora.
Empregos são tirados de pessoas honestas e dignas.Amizades se pulverizam.Oportunidades escapam pelos dedos.Enfim, vidas são destruídas completamente e algu-
mas de suas vítimas chegam até a pôr um fim na existên-cia, de tanto sofrimento provocado pela mentira.
Mas tudo isso não é o pior.O pior é quando não somos vítimas dela, mas fa-
zemos dos outros nossas vítimas, usando-a como uma arma torpe e vil.
Cartas ao Acaso | 21
Quando usamos a mentira, por um motivo fútil ou por um motivo maior, como a ambição, por exemplo, es-tamos nos fazendo amigos dela, desta senhora cruel.
Esta amizade é o pior que nos poderia acontecer: faz-nos mal ao caráter, sufoca em nós a nobreza de senti-mentos, iguala-nos à pior espécie de gente.
A mentira, por mais insignificante que seja, sempre acarreta um mal, para a vítima dela, mas principalmente para aquele que a usou.
Esta arma torpe, invariavelmente, se volta contra aquele que dela se apropriou.
E por mais espantoso que pareça, todos os sofri-mentos causados pela mentira se voltam para aquele que a usa, que passa a ser uma nova vítima.
Mas agora a intensidade da dor provocada é muito maior, porque além de tudo somos aferroados pela nossa consciência, que nos acusa, sem misericórdia.
Por isso, meu amigo, lhe faço nesta carta estas ad-vertências, para que se acautele diante desta senhora, que sabe disfarçar-se de graciosa e até de salvadora, quando na verdade é uma bruxa muito má.
Era isto o que tinha a dizer-lhe.