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Page 1: Compreendendo o desenvolvimento motor - uma visão geral

COMPREENDENDO ODESENVOLVIMENTO-MOTOR: UMA VISAOGERAL

TERMOS-CHAVEMétodo longitudinalMétodo transversalMétodo longitudinal mistoIdade biológicaCrescimentoDesenvolvimentol\laturaçãoExperiênciaMotorAprendizadoAprendizado motorComportamento motorControle motorDesenvolvimento motorMovimentoPadrão de movimentoPadrão de movimento fundamentalHabilidade rnotoraHabilidade esportivaContexto ambiental

HABILIDADES DOCAPÍTULO

Ao término deste capítulo, você deve sercapaz de:

• Familiarizar-se com a pesquisa de vá-rios estudiosos históricos e cont crnporâ-neos sobre descnvolvirnciuo motor.

• Comparar e contrastar o desenvolvi-mento motor com outros estudos emcomportamento motor (uprcud izage mmotora c controle motor).

• Demonstrar conhecimento das variasformas ele análise que são usadas no es-tudo do desenvolvimento motor.

• Discutir vantagens e dcficiéncias dasprincipais mctcdologias associadas como estudo da mudança.

• Idcntificar métodos-chave de avalia-ção da maturidade biológica.

• Descrever problemas comuns asso-ciados com o estudo do desenvolvimentomotor.

• Listar as classificações de idade cro-nológica do desenvolvimento humano aolongo da vida.

• Definir termos pecu liares ao cresci-mento físico e à maturaçâo biológica.

• Discutir as vantagens e deficiênciasdos vários métodos de classificação dashabilidades motoras.

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CAl'ÍTULO I - (.'olllprcclIlh:lldu (I Desenvolvimento Motor: L'ruu Visão (;c.."ral

Dcscm-oh-imento 1//0101" ~ a contínuaalteração IlO coiuportamcnto motor aolongo do ciclo da vida, proporcionadapela intcraçâo entre as necessidades datarda, a biologia do indivíduo c as con-dições do ambiente.

O estudo do desenvolvimento hu-mano tem sido de grande inte-

resse para estudiosos c educadores hámuitos anos. O conhecimento dos pro-ccss os de desenvolvimento situa-se noâmago da educação, seja na sala de aula,no giná~io ou no campo de esportes. SemUlll profundo couhccimento dos aspec-(os do desenvolvimento do comporta-mcnto humano, os cducadprcs somentepodem supor as técnicas educacionais eO~ procedimentos de intervenção apro-priados. Os educadores que se baseiam110 modo dcsenvolvimcntista em seu en-sino incorporam expcriôncias de apren-dizado que são apropriadas não somenteàs idades cronológicas, mas também, demaneira mais importante, aos níveis dedesenvolvimento dos indivíduos que es-tão sendo ensinados. Os educadores de-scnvolvimcntistas reconhecem que, em-bora a instrução seja um aspecto impor-tante do processo ensino-aprendizagem,ela não explica o aprendizado, ao passoque o desenvolvimento o faz.

A instrução não explica o aprendiza-do; o desenvolvimento, sim.

Uma quantidade considerável de pes-quisas tem sido realizada e uma série detextos foi escrita sobre o processo de de-scnvolvimento. A pesquisa realizada so-

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bre os aspectos dcsenvolvirnent istas docomportamento motor foi, 110 passado,mais limitada no alcance c na magnitudedo que a pesquisa feita sobre os processoscognitivos e afetivos do desenvolvimento.I listoricamente, os psicólogos dcscnvol-virncntistas tenderam a mostrar-se apenasmarginalmente interessados no desenvol-vimento motor e, mesmo assim, só comoindicador visual do funcionamento cog-nitivo. Da mesma forma, os psicólogos so-ciais interessados no processo do desen-volvimento emocional deram somenteatenção superficial ao movimento e à in-fluência dele no desenvolvimento social cemocional do indivíduo. Visto que o im-pulso primário da pesquisa sobre desen-volvimento motor veio dos muitos ramosda psicologia, é natural que o desenvolvi-mento motor tenha sido freqüentementevisto em termos de suas influências po-tenciais sobre "Outras áreas do comporta-mento e como meio conveniente e pron-tamente observável de estudo do compor-tamento, em vez de um fenômeno dignode estudo por sua própria causa.

o estudo do desenvolvimento motor,no passado, foi ofuscado pelo interessenos processos cognitivos e afctivos dodesenvolvimento.

o estudo do desenvolvimento motor pe-los profissionais de educação física, comoum campo especializado de pesquisa aca-dêmica, não ganhou verdadeiro ímpetoaté os anos 70. O desenvolvimento motoré um campo de estudo legítimo que dis-seca as áreas de fisiologia do exercício,biornecânica, aprendizado motor e con-trole motor, bem como as áreas de psico-logia desenvolvimentista e psicologia so-ciaL A busca pela compreensão progre-

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4 UNIDADE I - Fundameutos

diu a passos lentos, mas firmes, nos anos60, e então começou a progredir velozmcn-te nos anos 70, quando cíncsiologistas cpsicólogos desenvolvimentistas mudaramseu foco da abordagem normativo-dcscri-tiva para o estudo dos processos dcsenvol-vimentistas subjacentcs.

Nos anos 80, um corpo dc pesquisasempre em expansão, composto por umanova geração de estudiosos, intensificouo interesse pelo estudo do desenvolvi-mento motor. Uma quantidade sem pre-cedentes de pesquisas, baseadas cm teo-rias, foi realizada desde a década de 1980até a de 1990, com desenvolvimentistas devárias áreas confrontando-se com os es-tudiosos de desenvolvimento motor. O cs-tudo do desenvolvimento motor ocupouseu lugar como área legítima de pesquisacientífica nos campos da cinesiologia e dapsicologia desenvohimcntista, Atualme n-te, os especialistas estão estudando tantoos processos subjacentes de desenvolvi-

INDIVlDUAL

Hereditariedade,Biologia,Natureza efatores 1ntrínsccos __,---o_

Exp(.·rií'llcia.Aprcnclizado.Encllr:~ja111('11111Fatores Ex, rínsl'coS

mcnto quanto seus muitos e variados pro-

dutos,Estudiosos do desell\'oh'illlcnto motor

reconhecem que as exigência,; físicas emotoras específicas de uma tarda motoraintcragcm com o indivíduo (fatores hioló-gieos) e ° ambiente (fatores de experiêll-cia ou aprendizagem). Os modelos tran-sacionais. corno o descrito na Figut'<l 1,1,concluem que os fatores relativos 11tare-fa, ao indivíduo c ao ambiente nâo sãoapenas influenciados (iutc ração). mastambém podem ser modificados (t rans-Iorrnaçâo) U1l\ pelo outro,

j\,; inf ormaçôcs sobre °processo de de-scnvolvim nto motor aqlli n:iculadas nãosão definitiva,;, mas !lone:-\tall1ente se pre-tende que sejam as mais rc cc ntcs. Vistoque a pesquisa e o estudo nesta área cs-tão crescendo rapidamente, é difícil en-globar tudo o que acontece nesse campoem expa nsão. i\luito do que se lê aquicorre o risco de ser lt1lrapa~sHdo em apc-

AMBIENTE

TAREFA

Fatores Físic-:vi cánicC'''

/FIGURA 1.1 -Análise transacional da causa no ri ~:::nvolvime'" rnot-

11:1';algllll'; anos. ('aso qucir.: ser de realvalor p:tr;1 11C:tIlI!,O prllfis,;iollal, 11estudod" dC';t'Il,'nh-i lIlclllo 11)(Itnr dCI"l'cn r"l':lr 11;-10sumcntc o cxccut.uuc luihil CIlI .unhicutcs1:t1lflratllriai" coutroludos, 1I1a,; t,lIl1héllldl"'L' :tll:tlis:lr e do 'Ulll .ntur o que o~ indi-I'Ídlloi'\ lk lodlls llS idadt,s ('1111';'gll '111fa-ZI'I',tlllltlll'llI ri rcui li'\l:ll1'ia~ 11I1f'llIlIi:l'OIIlOL'1l1('il'l'IIII~lillll'ias alllpli:ld:l~, :'\OSS:Ihasedl'\'IIIlIII'l'illll'1I10 l'~t:t l'II'SI'\'II(\lIl'\lIISt:tll-t 'IIH'IIII' I', Iltl: 1IInll 1111l'llqll:tlltIlL',;tL' t cx-to n\llí SI'IHln l'i'\I'1ito, 1111':1"Iri!'I')t ',;e,; e"-IllIl !'\ 'lIdll lnrtu ulurlus l' IlIl""'; conclusúcsSl'lldo til' ld"s das 'xl'cklltL'S pesquisas cruandam -ntu nu mundo intciru.

ESTUOO I'EIU\IANENTE NO PROCESSO

J)E~ENVOI'vI!lIENTISTA

() dcscnvolvimcnto ê lllll proccsso cnu-tínuu 'IUC SL'inicia lia cllnccp<;ão e cessaCOl1\a morte. () dCSCIII'Oh-iIlICllto incluitodos os aspectos do comportamc»to hu-numo c, t'1I1110resultado, somente artifi-cialmente pode ser separado em "áreas ","Iascs" ou "faixas ciárins". ,\ accu açâocrcsc .ntc do cone 'itll ti 'desclll'o!l'imclI-to "pcrman .ntc" é muito importante cdeve ser mant ida 1Ii! mente. Da I\lC~lI1aforma que o estudo do ;11lc ta treinado naadolescência c na idade adulta é impor-t ant c, assiin o é () estudo cio movimentono período nconatal na primeira infância,na infância e na vida posterior, i\ luito podeser gallho com o aprendizado do desen-volvimcnto motor em todas as idades ecom a análise desse desenvolvimentocomo um processo que dura toda a "ida,

Dcsenvolvime to é 11mprocesso per-I.rnancntc que se imcia na concepção ecessa somente na morte.

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l 'ma perspectiva permanente 1)i"U1con-siclcru o dCSCIII'Oh'iIlICllto como específi-co por áreas, por fases Oll dependente dcfaixa ct.iri». Em vez disso, tal perspectivasugcrc que "al~ulls" aspectos do dcscn-volviiucnto podem ser conceituados CI1lesferas de .ircas, estando relacionados aIuscs ou iI faixas ctárias. enquanto outrosnâo poclcm. Além disso, o conceito de de-sc nvolvimcnto pcrmanc nte inclui todaalteração dcscuvolvimc m ista - as IIlU-danças positivas geralmcntc associadas àillf:1I1cia c il adolescência c as mudançasque ocorrem eOIl1 o proecsso regressivodo envelhecimento.

() dcscuvolvirucnto II10tor é altamenteespecífico. :\ noção antcr iorrncntc aceitade hahilidadc motora "geral" foi refuta-da par:1 a satisfação da maioria dos estu-diosos da área. :\ habilidade superior CI1luma área motora não garante habilidadesimilar crn outras, O conceito obsoleto deque alguélll ou possui ou não possui ha-bilidade em atividades rnotoras foi subs-tituído pelo conceito de que cada pessoatem capacidades específicas em cada uma<I<IS muitas áreas de desempenho. VáriosFatores que envolvem habilidades moto-ras l' desempenho físico intcragem demanci ras complexas com o desenvolvi-mcnto cognitivo c afetivo. Cada um des-scs fatores é, por sua vez, afetado por umaampla variedade de exigências biológicas/arnbie ntais e relacionadas a tarefas espc-cííicas.

O processo de desenvolvimento e, maisespecificamente. o processo de desenvol-vimento motor, deve r ia lembrar-nosconstantemcnte da individualidade doaprendiz, Cada indiv.u o tem 'n tempo\1' culiar p~.. a aquisição e para o dcsen-volvimentr ~ habilidades mataras. Em-bora o "relógio biológico" seja bastanteespecífico quando se trata da seqüênciade aquisição de habilidades 1') oras, o

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nível c a cxtcnsáo cio dcscnvolviu rcnto siiodeter minados individ uu l c d ra mat ica-mente pelas e.:xigências da tarefa CIII si"Faixas ctárias típicas de dcscnvolvirncu-to sâo apenas isso: típicas c nada mais.,\5 faixas ctárias meramente representamescalas de tempo aproximadas, nas quuiscertos comportamentos podem ser ob-scrvados, O excesso de confiança nessesperíodos de tempo negaria os conceitos decont inuidadc, cspccificidade e individua-lidade do processo dcscnvolvirncutista.

o desenvolvimento é rc lacionado ;1idade, mas n.10 depende dela.

O estudo do desenvolvimento motor clataapenas do iníeio do século >-."'\.. Certo nú-mero de métodos de estudo evoluiu, e umavariedade de problemas influenciou tantoa quantidade quanto a qualidade das in-formações disponíveis. As seguintes se-çõcs, resumidamente, revêem a história,métodos de estudo e problemas encontra-dos no estudo do desenvolvimento motor"

História do desenvolvimento motor

As primeiras tentativas sérias de estudodo desenvolvimento motor foram feitas apartir de perspectiva maturacional, con-duzida por Arnold Gcsell (1928) e MyrtlcMcgraw (1935). Os aspectos dessa pers-pectiva argumentavam que o desenvolvi-mento é função de processos biológicosinatos que resultam, em seqüência univer-sal, na aquisição de habilidade matara in-fantil. Desde esses esforços pioneiros, osnomes de Gesell e lVlcgraw tornaram-selendários na pesquisa do desenvolvimen-to motor. De fato, muito do que nós sabe-mos sobre a seqüência da aquisição dehabilidades motoras infantis é baseado notrabalho descritivo de Gesell (1928) e

1\Icgnlll" ( I C) 35), hct 11e.:OIIlO 110Iraha lho de1\larv Shirley (I cJ3l) c 0:alle.:yBailc\" (I C)35)"() n iunuuuc de pesquisa qlle esse,; cst u-diosus efetuaram foi gralldclllcllte moti-vado pelo seu interesse 110 rclaciunamcu-to da mat uraçâo c de proe.:essos de apre.:n-dizado e.:OIIlo dcscuvolvimcnto e.:ogllitil"ll.Em seus estudos feitos separadamente,poréru notavcuncutc similares, esses pri-meiros pesquisadores relutaram as maisconhecidas seqüências do dcscnvolvimcn-to motor na iuíâucia. Suas observaçõesnaturalistas de crianças fornecem grandequantidade de informaçôcs sobre a pro-gn;ssão scqücncial do desenvolvimentonormal, desde a aquisição dos precocesmovimentos rudimentares até os padrõesmaduros de comportumcnto. Embora aproporção lia qual as crianças adquiriamhabilidades motoras sclccionadas varias-se de alguma lort na, essas pesquisas rcvc-laram que a seqüência da aquisição erauniversal c geralmente iuva riávcl "

São clássicos os estudos de Gcsc}l cThompson (1929, 1934) e 1\lcgra«: (193.~,1940) sobre o uso do método de controlegcminado de estudo do desenvolvimento.Essas pesquisas Ior nccer am esclareci-mento considerável a respeito da influén-"cia da prática restrita c aumentada na aqui-sição de várias habilidades motorus e le-vantaram numerosas questões quanto aosefeitos da prática prccocc. O comporta-mento moldado de Monica Wild (1938) foio primeiro estudo a abordar os padrõesmotores descnvolvimentistas em criançasna idade escolar. Infelizmente, após seuestudo, espetacular em termos dc prof un-didade e totalidade, houve pouco interes-se na exploração dos vários aspectos dodesenvolvimento motor até o final da Se-gunda Guerra Mundial.

Depois da Segunda Guerra Mundial,surgiu uma nova geração de desenvolvi-mentistas motores. Liderados por Anna

Espcnschade, Rut h Classo\\" e G" l .a-wr c n cc Ra ri ck (confofllle citado CIIIRarick, IC)i:lI), e.:~scs indivíduos cunce n-trarum-sc na dcscriçáo das capacidadesde dcse.:lllpelllto motor de crianças" I~ im-portante notar que todos os três erameducadores físicos c, corno tal, estavamiutcrcssados c n i compreender os rcsul-tados do desenvo""illlento motor por suaprópria causu. Além disso, seu trabalhoconcentrou-se na aquisição dc habilida-des motoras na idade escolar, em vez deconcentrar-se no desempenho motor in-fantil. Emhora a extensão ela pesquisanesse pcríodo Iossc limitada e () progres-so lento, o trabalho desses três prim~ir()slíderes fez muito para manter o descn-volviiucnto motor vivo CUIIIOárea legíti-ma de pesquisa escolar. De fato, Clarck e\\"!titall,( I98lJ) creditam a Espcnschade,Gl<ls501\"e Rarick o uparecimcntn do de-SCIll"o""imcllto motor como área de estu-cIo separada da Educação Física (cincsio-logia).

Desde I<Jü(J, a hasc de conhecimento doestudo de desenvolvimento motor temcrescido de maneira estável. O trabalho deLolas Halverson (1966) e vários dos seusalunos na Universidade de Wisconsin(Hah-erson e Roberton, 1966; I-Ialverson,Hoberton e Harpcr, 1973; Halverson eWilliarns, 1985) sobre a aquisição de pa-drões motores maduros fundamentais fezrcvivcr o interesse na pesquisa sobre crian-ças, por cnfatizar a identificação dos me-canismos subjacentes à aquisição dahabilidade, em vez de centrar-se na habi-lidade final em si. Padrões Motores FUI/-

damenta i: (1983), escrito por RalphWickstron, e a pesquisa realizada por VemSeefeldt (1972) e colaboradores (Branta,Haubenstricker e Seeíeldt, 1984; Seefeldte Haubenstricker, 1982), na UniversidadeEstadual de Miehigan, sobre a aquisiçãofundamental de habilidades motoras, ar-

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maram o cenário para a agitada" pesquisaela década de 1980 e dos anos scgu intcs.

Nas décadas de 1980 e 1990, a ênfase dosestudos do desenvolvimento motor mudoudramaticamente outra vez. Em vez de con-centrar-se no produto do dcsenvolvimen-to, como as outras abordagens norrnativas/descritivas das três décadas precedentes,a ênfase voltou-se para a compreensão dosprocessos subjaeentes envolvidos no de-senvolvimento motor. Pesquisadores con-duzidos pelo trabalho original de Kugler,Kelso e Turve)" (1980) formularam novosenquadramentos teóricos para o eontrolee o dcscnvolvimeni., do comportamentomotor" Desde então, o trabalho de EstherThclen e colaboradores (1986a, 1986b,1987a, 1987b, /991, 1994) e o de jane Clarkc colaboradores (1988, 1989) levaram à for-mulação da teoria de sistemas dinâmicosde desenvolvimento motor, a qual estáorientando grande parte da pesquisa rea-lizada atualmente.

Historicamente, o desenvolvimentomotor tem passado por períodos quecnfatizaram várias explicações do proces-so descnvolvimentista.

Em resumo, o período compreendidoentre 1930 e a Segunda Guerra Mundialpode ser caracterizado como "período deamad urecimento"; os anos a partir de 1946até a década de 1970, como "períodonormativo/descritivo" para o estudo do de-senvolvimento motor; a fase da década de1980 até o presente pode ser descrita eomo"período orientado para processos" (Clarke Whital!, 1989). De fato, o estudo do de-senvolvimento motor começou orientan-do-se para os processos (ou seja, o estudodos processos subjacentes que governam

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8 UNIDADE I ~ FtlTld"ll1l.·lltll~

a maturaçâo). depois mudou na direçãodos produtos [isto é, a descrição da me-cânica das várias Iascs de aquis içâo da ha-bilidade motora c u desenvolvimento decritérios normativos para uma variedadede medidas de desempenho motor) e, emseguida, voltou a orientar-se para os pro-cessos (quer dizer, a explicação dos pro-cessos causadores de alteração no com-portamento motor ao longo do tempo),Pesquisas importantes, cíctuadas em to-das as partes do mundo, estão agora abor-dando tópicos criticamente importantesdo desenvolvimento motor desde a pri-meira infância até a idade adulta,

Métodos de estudo dodesenvolvimento

O desenvolvimento motor é estudadode três maneiras: o estudo longitudinal,o estudo transversal e o estudo longitu-dinal misto. Visto que a pesquisa de de-senvolvimento motor envolve o estudo dasalterações que ocorrem no comporta-mento motor ao longo do tempo, o méto-do longitudinal de estudo é o ideal e oúnico meio real de estudar o desenvolvi-mento.

O método longitudinal de coleta dedados tenta explicar alterações de com-portamento ao longo do tempo (isto é,tempo desenvolvimentista) e envolve omapeamento de vários aspectos do com-portamento motor de um indivíduo porvários anos. A abordagem longitudinalpermite a observação de alterações em va-riáveis selecionadas ao longo do tempo e,embora consuma tempo, trata o estudodo desenvolvimento motor como funçãodo tempo, e não da idade (isto é, temporeal). O método longitudinal envolve oestudo de um único grupo de indivíduos,todos da mesma idade, ao longo de váriosanos. O principal objetivo do estudo 10 -gitudinal é medir as "alterações" relacio-

nadas il idade no comportamento, I':s~eestudo nâo permite, cntrctuntn, a meu-suraçâo de "difcrc nças" ctárias no dcscn-volvirncnto. Em suma, o método longitll-din a l permite () estudo de altera\'(lesint ra-i ndividuuis ao longo do tempo,

U Estudo sobre Crescimento de i\ Icni-nus de Mcdíord, rcnlizudo por 11. II"rri-son Clarkc (1971), de 195(1 a I<)(IK, é umdos mais completos estudos longitlldillai~já cfctuadns. O estudo do dcscuvolvimcn-to motor, iniciado e m I <)(dl por VcrnSce íe ldt na Universidade Es tad ual deMichigan e continuado durante mais detrinta anos, coletou extensos dadosantropométricos, bem como milhares dcrolos de filme de crianças dcscrnpcuhan-do habilidades motorus Iuudarnc nt aisselecionadas. O árduo trabalho de pes-quisa de Bcvcrly c Dalc Ulrich, da Uni-versidade de Indiana (1995), coletou da-dos extensos referentes ao princípio dacaminhada de qualidade em crianças comsíndrcme de Down. 'Ibdos são ótimosexemplos de estudos longitudinais c eledesenvolvimento motor,

Observa-se facilmente que o métodolongitudinal dc coleta de dado!' consomebastante tempo, Além disso, a taxa de eva-são é freqücntcrncnt alta, pois os parti-cipantes mudam, ficam doentes ou inca-pacitadoa.As im, um grande número dcparticipantes precisa ser testado a fim deobter-se amostragcrn representativa ao fi-nal do período de cinco li dez anos de es-tudo, Problemas na metodologia e no pro-jeto também podem ser obstáculos ao es-tudo longitudinal. Níveis variáveis deconfiabilidade e de objetividade no!'examinadores, no decorrer do período deestudo, podem causar problemas na inter-pretação dos dados, Os efeit s potenciaisde aprendizagem, rovenici, s cas re e-tiçõe Ir" üentes d LI1S , redidos, ta n-

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hérn se nnist r.uu, por vezes, prcjucliciai«ao cst ud«. Es:-:as dirintldade:-: lcvaru mllluilO:-: p 's'lui:-:adllre,; a optar pela ahllr-dagelll trnnsvcrsal.

() método de estudo transversal per-mitc ao pt':-:l)ui~adllr .olctur, si mulumcu-mente, dados de gn'l'os de pessoas de ,'a-rindus Iuixas ct;íria~, () Ilhjeti,'o princi-pal do estudo trall';" '1',;al é medir a,; di-fercn<;,ls relaciolladas ;1 idade 1111e{JIII-port a mc ntu. E:-:s' IIIl-todo lliio pcrm it cmedir "ult cruçáo" r 'laL'illnada ;1 idade,t c n do a t ru ído m ui t a cou t rové r s ia c m

anos recentes. Ila,;ieatllcllte, o métodotrunsvcrsal apresenta apc nas "d iferc n-ças " médias em gr11po,; llO decorrer dotempo dcse nvolvimc nt ist a.A conclusãohás ica subjacent c ao estudo t ra nsvc rs alé a de qllc a sc lcçâo randómica de parti-cipant cs da pesquisa [or ncccr á amostra-gcm rcp rcscntut iva da população paracada grupo ct ário t cstado. I~ qucst ioná-vcl, todavia, que essa conclusão possa seralcunçada na maioria das '"l'ZC:;, l'\a rca-lidadc, os estudos t ransvcrsais, emborasimples c diretos, apenas podem dcscrc-ver comportumcntns típico!' das idadescspccííicas abordadas. 01110resultado,eles não são considerados pela maioriaelos especialistas COlllO estudos dcscn-volvirncntistas reais. O problema é que,historicamente, a maior parte da pcsqui-sa de dcscnvolvimc nto motor tc m usadoa abordagem transversal.

Para superar a notória fraqueza da téc-nica transversal, os psicólogos dese nvol-virnentistas e pesquisadores do desen-volvimento motor começaram a olharcom mais atenção a combinação de pro-jctos de pesquisa longitudinais e trans-versais nas pesquisas de investigação in-dividuais, Esse método scqüe ncial deestudo elo desenvolvimento ou métodolongitudinal misto, como é freqüente-

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mcut c dellolllillado, cumhiu.t o~ mcIho-rcs a,;pcclos do,; métodus IOll).!itudiual ct runsvc rsn l, ahrangcndo todo,.; o,; dadll';IHb,;í,'ci,; que ,;i'lOncccss.irio» :1 de seri-\';111e/Illl il cxplicaçáo de dilc rcuças e dealtcraçtJes. no decorrer do tempo, t.uuoda,; fllllç'-le,; do dcscnvnlvimcnto eO!1lOunubcrn das Iunçócs ctárias. llasicamcn-te, o,; part icipantcs das pesquisas S;lU ,;c-lc c io n a d o s c c s t u dad o s de ma nc irat rausvc rsu l, mas também sâo acomp.i-n hud o s longitlldinal111t"l11e por v.i r io sa nos. Is so pcrm itc comparar o,; resulta-dos obtidos pelos dois métodos c servede base para validar ou para refutar altc-raçtJe,; rclaciouadus ;1 idade c as altcru-çóc s rculmcntc dcscnvolvimc ntistus. (:forllecida ao pesquisador, t am hé m. aoportunidadc de aprcsc nt ar em curtoperíodo análises preliminares dos dadosda pesquisa, c m vez de esperar cinco ouma is anos.

Enquanto alterações relacionadas àidade no comportamento motor podemser estudadas por projetos dc pesquisatransversal, a verdadeira alteração de-scnvolvimcntista somente pode ser e::-tudada por projetos longitudinais c lon-gitudinais mistos,

Os métodos de estudo longitudinal,transver-sal c longitudinal misto podemser aplicados a inúmeros formatos depesquisa, Esta pode assumir a forma deum estudo experimental, o método maispoderoso, por causa dos rígidos contro-les necessários, ou pode ser intercultural,envolvendo observação naturalista, pes-quisas de opinião, entrevistas, relatórioshistóricos de casos ou combinação des-

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10 'UNIDADE I - \.'UlIllaIlIL·II(Il:'

sas entrevistas técnica,;. ,\ '1~I\Jcla 1.1 for-IlCCCbreve Ilo<;üo desses fOrlllato,; para oestudo do dCSCln-olyilllClllo.

Conformc observado alltcriortnclltc,houve uma mudança do proccsso para oproduto no estudo do dcsenHIl\·imcnlOmotor c, mais rccclltclllClltc, voltou-separa u processo nOyalllcnlc. Os primei-rus pcsquisadorc,; cníat izuvum a uupor-tância da pl'sq/lim oricut adct 110m ()prlJ·ceSSIJ, isto é, para a Iorma c a fUIl\;ÜlI. 11.!\ l. lIah-crson (11)31, 1(37), Slúrlcy (1931)e \\·ild (193g) concentr,lram-sc na aqul-s içâo scqücucial de padrões mo to rcs.Suas sugestôes para o estudo do proces-so de deseln-olyimento das liabilidadcsmotoras pa;;!'aram quase despcn:eblda,;até a década de 1990, quando se rcvivcu liinteresse nesse estudo, o qual, desde c n-t ào, tem sido um Ioco da pcsquisa do de-

sCIl\·okilllentu motor. () emprego de ccr-.. . t 'r·lfl··1 "letrogo-tas teclllcas - cinema og' "~ _ .

niorncui» e eletrollliografia - e as análi-scs computaeiollais cada vez mais.aIHlra-das têm aumcntudo nosso conhecimentoa respeito do processo do movi~llcnto, deseus mecanislllos motores subjuccntcs eda resultante influência sobre o produtodo movimento (Robc rt o n e KOllczak,

2001).!\ pes(j/lislI oncutr«!« para ()prod/l/o ou

pesquisa sobre as eapacidades de (lesem-.pcnho dos indivíduos 101 rc a lizuda pOImuitos anos. Esse tipo de pcsquisu. upi-cnrncnt e , import:H;e com o resulta~o dodesempenho do indivíduo. ;\ disiáncraque a bola percorre, a \"eloe,da~ie com quepude ser chutada ou a que dlstallua.podl'-se saltar ,;~1O oxcmplos de avaliações de~le~el11pell ho motor. Força, rcsis tô nciu.

CAIJÍTULO 1 - ('ompn:clluclldo (I Dcscuvulvirucutc !\l<Jlor: Lm a "isão Cera!

energia, equilíbrio e flexibilidade, quan-do mcnsurudos por bateria particular detestes, são exemplos de avaliações de de-sempenho de aptidão física.

o desenvolvimento motor pode ser es-tudado segundo uma orientação para oproccsso ou para o produto.

Problemas no estudo dodesenvolvimento motor

1\ coleta de dados, seja orientada para oproduto ou para o processo, pode ser di-fícil quando bebês, crianças, adolescen-tes e adultos são estudados. Problemasna coleta de dados são a principal causada escassez de informações na pesquisade desenvolvimento motor sobre bebês ecrianças.

Bebês c crianças na Educação Infantiltendem a ser participantes desafiadores,a não ser que procedimentos que acomo-dem sua natural personalidade indepen-dente sejam adotados. Os dois problemasbásicos associados à boa coleta cJe dadossão o desempenho inibido ou exageradoe a inconsistência no desempenho. Pre-cauções especiais devem ser tomadas,tanto quanto possível, para eliminar aparcialidade potencial dos dados causa-da por esses fatores. Períodos de orienta-ção prolongados c procedimentos de co-leta de dados modificados para simularum ambiente mais natural são freqüen-temente emprcgados para coloear a cri-ança à vontade. Isso ainda não assegura-rá consistência no desempenho.

Por exemplo, quando se pede a umacriança pequena para "jogar a bola coma mão erguida tão longe quanto possa",ela pode jogar primeiro com a mão direi-ta e, então, casualmente começar a jogar

11

com a mão esquerda. Alguns arremessospodem atingir vários metros, outros, so-mente alguns centímetros. Alguns arre-messos podem aproximar-se intimamen-te de padrões de atividade desenvolvidos,enquanto outros podem parccer o movi-mento dc arremesso de granada. Ocxper irnentador deve ter considerávelpaciência e trabalhar com a criança atéque e la tenha demonstrado o que oexperimentador julga ser um esforçomáximo ou representativo, usando o pa-drão de movimento mais característico.Os problemas potenciais são sérios. Osfatores de fadiga e de aprendizado podemcontaminar os dados, como também oserros de julgamento do experimentador.

A coleta de dados desenvolvirne ntis-ta, por muitas razões, é freqüentemcnteum processo difícil que consome mui-to tempo.

Outro problema que assola o pesquisa-dor do desenvolvimento é a confiabilidadeentre os índices. É crucial, por exemplo, quea avaliação ernpírica seja sistematicamenteanalisada e que os observadores sejam cui-dadosamente treinados sobre como obser-var e o que procurar: Outro problema, eprovavelmente o mais sério que o pesqui-sador enfrenta, envolve a confiabilidade e avalidade de instrumentos de mensuração,Uma variedade de equipamentos para ava-liação do desenvolvimento motor está dis-ponível. Alguns foram meticulosamenteprojetados; outros são uma combinação demedidas de confiabilidade e validade semcomprovação.

Os benefícios obtidos com a pesquisasobre desenvolvimento motor superamem muito os problemas e as armadilhas

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12

que possam existir. Conforme as iníor-mações gradualmente se acumulam c rc-percutem, formamos um quadro mais pre-ciso do>; processos envolvidos no dcscn-volvimcnto motor. Os esforços de pcsqui-sa que empregam projetos honestos c rc-conhecem a necessidade de coleta de da-dos paciente e imparcial estão aumcntan-do nosso entendimento do dcscnvolvimcn-to motor ao longo da vida.

CLASSIFICAÇÕES ETÁRIAS DO

DESENVOLVIMENTO

Níveis de desenvolvimento podem serclassificados de muitas maneiras. O mé-todo mais popular, mas Ircqücntcmentco menos acurado, é a classificação pelaidade cronológica. A idade crouokigica oua idade do indivíduo em meses c/ou anosé de uso universal e constante. Conhe-cendo a data de nascimento de alguém,podemos facilmente calcular sua idadeem anos, meses e dias.

A Tabela 1.2 fornece uma classificaçãocronológica convencional, desde a con-cepção até a terceira idade. Note que,embora as idades cronológicas sejam al-tamente específicas nos primeiros anos,elas se tornam crescentcmente mais ge-neralizadas no decorrer da vida, Ao exa-minar essa tabela, tenha em mente que,embora o desenvolvimento esteja relaci-onado à idade, ele não é dependente dela.A idade cronológica meramente forneceestimativa aproximada do nível de desen-volvimento do indivíduo, que pode sermais precisamente determinado por ou-tros meios.

A idade biológica de um indivíduofornece um registro do índice de seu pro-gresso em direção à maturidade. Trata-se de uma idade variável que correspondeapenas aproximadamente à idade crono-lógica e pode ser determinada medindo-se: (1) a idade morfológica, (2) a idade

(í~sea, (3) a idade clcntul ou (-I) a idade~l'xtlal.

:\ ir/III/(' Jl/1J1.f!J/lígico (ornccc o talllalllloatillgido pelo indivíduo (altura c peso):<egulldo os pudrôcs normnt ivos. () tama-nho nor m a t ivn foi d c t c rm in a d o por"'etzel (10+8) pelo mapcamcnto cxuus-tivo de alturas l' de pesos de millmrcs deindivíduos. J\ escala de \Vetzel foi usudu,por muitos anos, pela maioria dos pedia-tras, como o meio hás icn de determinara idade lJ1orfol6giea de seus pacientes.Embora nâo seja tão usada atualmentepor causa de alterações sccu larcs (i,;tllé, mud.uiças ao longo de geraçüe:<) emaltura c peso, a escala \Vetzel foi, em cer-ta época, o método mais popular paradctcrmiuar a idade ll1orfolc'Jgica.1 Iojc, ospediatras usam gráficos de crescimento[ís ico desenvolvi los pelo 'entro Nacio-nal de Estat ísticas de Saúde (20DO). C6-pias desses gráfieo~ estão locul ixadas nocapítulo 6 (do nascirncnto ao: 3(J meses)e no capítulo 10 (de 2 a 20 anos) e tam-bém podem scr c nco nt radus IlO s it c,\'w\,'.cclc.gm'/nehs/.

;\ idade ássea fornece um registro da ida-de biológica do esqueleto em desenvolvi-mento. Podc ser determinada bastanteacuradamcnte por radiografias dos ossoscarpais da mão c do pulso. A idade óssea éusada atualmente como ferramenta depesquisa laboratorial c em casos de cres-cimento extremamente retardado ou acc-lerado. Ela é raramente usada como mcn-suraçâo da idade biológica Fora de insta-lações laboratoriais ou clínicas, por cau-sa do custo, inconveniência e pelos efei-tos cumulativos da radiação.

A idade dental é outro meio preciso, po-rém não freqüentemente usado para de-terminar a idade biológica. A seqüênciado desenvolvimento cios dentes, desde aaparição '- as pontas até fechamento daraízes, for ece a rnensuraçâo -1aidade C

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TABELA 1.2 é~S~FICAÇÃO':cô~~b~~~ i)A IDA"D~

CRONOLÓGICA .: t

12 - 24 meses, (2 ;-:ld'~no's)\'24 -'36 rncses'" :' .. :: ..

I. I " ••

..3 -~SarJOs" .-,6.~Ià';t;ÜS . .,

(10 - 20 anos)

10 - 12 ano, (F); I1 -13 ano, (\1)

12 - 18 anos (F); H - 20 anos (\1): (20 -"'40 anos) , ' .

, 2.0 ~ioa~b;.'30 i 40 ahÓ~~ ':(40 - (,Q anos)

A. t ransição para a meia-idade iO - 45 anos

Il. meia-idade 45 - 60 anosVII Terceira idade. -J" 1:.. ~ :: ;,; ..:''-'; .y~~'~.,'~ ; :(·6({iÍ:-an~~)' .L,

" . .J' .' .••.,.... '" •. ;\0-, ,-

A. infeio da t~réciríi .idaélc·,:~-:Ii',' ~')', r·'~i'·~·1.' J ~60':'70 a~os 1,~·:,--ri 1)•••••• .)"1.:;. •. it.(",F\ ?.~, ...•.•...,,~ '\~,,\l..~,~ ~"!t:.:.t:.~~..",.,.t.J • 1 :.;~,'r•. ~••.....•• :.o. pérfodo iritérmeaiário êhúeréeira iiláde'- '. '~70 :':'~80''ãrloS...:.' .

" ::C. '~en'llida~~~,~;:~,..,~::~"'~~.:~'~~"f'"', .~::;~:'?~):",~8'à~~~~:~~::::;,/~_:"'" ,

Período

I Vida pré-natalA.. pcrfodo de zigoto

B. pcrlodo cmbrionãrioC. período fctal

li Prinu-i rll infftncialI., pcríndu n('(Jli;tl;t\

Il. iní 'io dn inf:ineiaC. infâu ·ia posterior

111 Infância

A. período de aprendizagem

, B, infância precoce' ,

C. iuíâucia iutcrmcdiária/avançadaIVAdolescência

J\. pré-pubcscência

Il. pós-puhcscência

V Idade adulta jovem

A. pcrlodo de aprendizado

B. período de fixação\/1 Meia-idade

calcificação. lI. idade da erupção tambémpode ser cletcrminada pelo rnapcarnentoprogressivo dos dentes.

A idade sexual é um quarto métodopara determinar a idade biológica. Amaturação sexual é determinada pelo al-cance variável de características sexuais

_.márias e secundárias. J escala de ma-, .dade de Tann r (1962) é um meioeciso de avaliar a rnaturação sexual. Ela

Escala aproximada de idade•• ",: .• "'1. •••"7.>1"-\ .•• ": c.-· _..... r ..

,< ma'c'o'htepçãó'ílO;õaseimeiÍto) ,;.:~,:. ,,,, _.',-\0. ~.. "tfl....:..... -1 .••':.~--'":'~~,. '-. ~ '-

, Córícepç~o -·i Semana ~'i. ,'" ,,: ,:', .;. •. - .~ ,.•..... -.f.-:.~",;_~,,;, .-f.

2 s.emàn·ás·.J'8'sem~nâs:.i .: .,8 sem~na;~;nas~i~·e~-io ::,'

(Nascimento aos 2~ meses)nascimento - I mêsI- 12 meses

J' • r" ;

,"

é descrita no capítulo 15. Esse métodonão é usado frcqüenternentc por causa defatores culturais e sociais.

Existem vários outros métodos de clas-sificação etária. Eles incluem mensura-ções de: (1) idade emocional, (2) idademental, (3) idade do autoconccito c (4)idade pcrccptiva. A idade emocional é amedida da socialização e da habilidadepara funcionar dentro de um meio social/

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H- UNID r\DE I - l-uml.uucnro-,

cultural part icular.A ulculc: IIII'II/I/fê umumedida complexa do pot cucial mcutal deIIlll in d ivid u o COIIIO Iu n ç áo t a n t o douprcudizudo llllanto da auto-pcrccpçào.Ela sempre flutua durante u período devida do indivíduo .. \ idru!« do autoconcci-10 é uma medida da uvaliuçào pcs soal deum indivíduo sobre o seu valor ou digni-dudc .. \ idru!« pcrccptir« é a avaliaçào doíndice c da cxtcnsáo do desenvolvimentopcrccptivo do indivíduo.

Embora a idade cronológica seja omeio mais cornumcntc usado de classi-ficação ctária. ela é, Ircqücntcmcntc, amenos válida.

Todas as medidas de m.nuraçào são va-riávcis. Elas estão relacionadas i\ idadecronológica, mas náo são dependentesdela. Portanto, qualquer uni que traba-lhe com seres humanos, sejam eles be-bês, crianças, adolcsccnt cs ou adultos,deve evitar o excesso de confiauça na elas-sificação cronológica da idade simples-mente por causa de sua facilidade e con-vcniência.

TERMINOLOGIA USADANO

DESENVOLVIMENTO MOTOR

Obter um conhecimento funcional dostermos usados em qualquer área dc cs-tudo é importante. Scja essa árca a medi-cina ou o direito, a educação especial oua economia, existe um jargão típico paracada uma e o desenvolvimento motor nãoconstitui exceção. Inúmeros termos deuso comum são apresentados nesta se-ção. Como acontece com os jargões namaioria das áreas de estudos, a concor-dância sobre o significado de cada termo

IlÜI) é un ivc rsul. \:1')'; de\"cIIHI'; lutar pl)ruma cOIl,;i,;tl'lleia nurio r. COIII esse COIl-

. t:eitll c m mcut c, as ,;eguinlL',; dcfiniçúcs

súo aprc sc ntn dus.

Os termos transmitem couccitos crí-ticos essenciais il cornprcc nsáo do de-scnvolvime nto motor.

Crescimento e desenvolvimento

Os termos crescimento c desenvol-vimento são Ireqüe ntcmcntc usados empermuta, mas cada UI11implica diferençana êllfase.!\o seu sentido mais puro, crcs-cinu-uto fisico refere-se a Ulll aumento notamanho do corpo de um indivíduo namnturaçâo. Em outras palavras, o cresci-mento físico é um aumento da estruturado corpo causado pela multiplicação oupelo aumento das células. O termo rrcs-cimento, entretanto, é frequentementeusado para referir-se à totalidade da alte-ração física e, como resultado, ele se tor--na mais abrangente c assume o mesmosignificado que dcs c nvo lvimc n to. Emnossa discussão sobre crescimento, ado-tarcrnos o primeiro significado.

Dcsetn.ohintcuto, em seu sentido maispuro, refere-se a alterações no nível defuncionamento dc um indivíduo ao lon-go do tempo. Kcogh e Sugden (1985)definiram o desenvolvimento corno "al-teração adaptativa em direção à habilida-de". Tal definição implica que, no decor-rer da vida, é necessário ajustar, compen-sar ou mudar, a fim de obter ou manter ahabilidade. Por exemplo, o bebê que estáaprendendo a caminhar necessita com-pensar as alterações em sua base de apoioe em seu centro dc gravidade. Então, oadulto também precisa compensar a di-

CAPÍTULO 1 - Cunrpn ..·t.'IIlIcIlUO (I Desenvolvimento Motor: L'ma Yisáo (;cr:d

minuiçâo c a rcgrcssâu lia habilidade decaminhur, Ircqücrucmcntc causada pelaartrite c pela flexibilidade de articulaçõesrcduzida. Adotarcmus a definição deKeogh e Sugdcn ao longo do texto, pUI'-que ela, clara e objetivamente, afirma queo desenvolvimento é um processo perrna-nc ntc ele altcruçâo.

Embora () desenvolvimento seja maisIrcqücutcmcntc considerado C0l110o apa-recimento c a ampliação da habilidade deum indivíduo para funcionar em um ní-vel muis elevado, devemos reconhecer queo conceito de desenvolvimento é muitoamplo, e que ele é, de fato, um processopermanente. O estudo do desenvolvimen-to refere-se ao que ocorre, c como ocor-re, no urganislllo humano em sua jorna-da desde a concepção até a maturidade c,depois, a morte. O desenvolvimento é umproecs,;o contínuo, incluindo todas as di-mc nsõcs inter-rclacionadas de nossaexistência. Deve-se tomar cuidado paranão considerar essas dimensões como au-tônomas ou limitadas aos anos de cresci-mento da infância. Os adultos estão tãoenvolvidos no processo de desenvolvi-mento quanto as crianças pequenas.

Os elementos entrelaçados da matura-ção e da experiência desempenham pa-pel-chave no processo de desenvolvimen-to. Maturação refere-se a alteraçõesqualitativas que capacitam o indivíduo aprogredir para níveis mais altos de fun-cionamento. A maturaçâo, quando con-siderada na perspectiva biológica, é basi-camente inata, ou seja, ela é geneticamen-te determinada e resistente a influênciasexternas ou ambientais. A maturação é ca-racterizada por uma ordem fixa de pro-gressão, na qual o ritmo pode variar, masa seqüência do surgimento das caracte-"rísticas geralmente não varia. Por exem-plo, a progressão e as idades aproxima-das em que um bebê aprende a sentar,

IS

ficar em pé e caminhar são altamente in-fluenciadas pela maturação. !\ seqüênciado aparecimento dessas habilidades é fixae resistente à mudança, com apenas o ín-dice de aparecimento sendo alterado porinfluências ambientais de aprendizado eexperiência.

Experiência refere-se a Fatores do arn-bicnte que podem alterar o aparecimentode várias características desenvolvimentis-tas no decorrer do processo de aprendiza-do. As experiências de uma criança podemafetar o índice de aparecimento de certospadrões de comportamento,

Os aspectos desenvolvirnentistas tantoda maturação como da experiência estãoentrelaçados. Determinar a contribuiçãoem separado de cada um desses proces-sos é impossível. De fato, um acalorado de-bate quanto à relativa importância dos doisvem ocorrendo há mais de um século.Como resultado, o termo adaptaçâo en-trou em voga e é freqüentemente usadopara referir-se à complexa interaçâo entreas [orças do indivíduo e do ambiente,

Áreas do comportamento

A classificação das reações humanas emáreas do comportamento foi primeiramentepopularizada por 8100m e seus associados(1956) e por Krathwohl, Bloom e Masia(1964) em suas tentativas pioneiras deestabelecer a taxonornia dos objetivoseducacionais. Infelizmente, sua separa-ção do comportamento nas áreas cogni-tiva (comportamento intelectual), afetiva(comportamento sócio-emocional) epsicomotora (comportamento motor)fez que muitos lidassem com cada áreaespecífica como uma entidade do desen-volvimento humano independente. Nãodevemos perder de vista a natureza deinter-relação do desenvolvimento e astrês áreas do comportamento humano,mesmo que tenhamos a tendência desepará-Ias, por conveniência, em nossa

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16 UNIDADE I ~ Ftllld:llnl'lltll~

discussão C estudo do desenvolvimentohumano.

:\ área psicoutotora inclui os proccssosde alteração, estabilização c de regressãona estrutura física e na função ncuromus-cular, Na-área psicornotora, o movimentopode resultar: a) de processos coglliti\'osque ocorrem em centros cerebrais supe-riorcs (córtcx motor); b) da atividade rc-Ilcxa em centros cerebrais inferiores: ouc) de reações automáticas no sistema ncr-voso central. A área psicomotora inclui to-das as alterações físicas c fisiológicas nodecorrer da vida. Como conseqüência, aárea psicornotora pode ser catcgorizadano estudo do desempenho motor e no es-tudo das habilidades motoras.

Dt!sC'lIIpt!I/I/O II/%r é o termo frcqücn-temente usado para agrupar os várioscomponentes da aptidão física relaciona-dos à saúde (força muscular, resistênciamuscular, resistência aeróbia, Ilcxibilida-de das articulações e composição corpo-ral) e ao desempenho (velocidade de mo-vimento, agilidade, coordenação, equilí-brio c energia) conjuntamente. O descm-ponho motor está associado à capacidadede realizar tarefas motoras e seu estudobaseia-se no produto, em termos de: "aque distância?", "a que velocidade?","quantas vezes?".

Capacidades motora s é um te rmoabrangente que agrupa as três categoriasde movimento (locomoção, manipulaçãoe equilíbrio). O estudo das habilidadesmotoras orienta-se para o processo, com-preendendo a observação da mecânica domovimento e a tentativa de entender ascausas subjacentes que o alteram. Assim,pode-se estar interessado em um aspec-to da área psicomotora relaeionado à com-preensão do desempenho motor e tam-bém ao desempenho de variadas habili-dades motoras segundo a idade, o gêneroou a classe social.

,\ área ("(~~11/"ti7'(/ apli(;;llla ali l·:;llId" d"cumpurt.uucnto motor envolve a I"C];I<;;"I"funcional c n t rc a m c n t c c o l'orp" .. \intcraçâo recíproca da mente c do cor!,"tem sido explorada por muitos observa-e10ITs, incluindo desde Sc'lcra!cs c I'lat,i"até os teóricos dcscnvolvimcut islas d" sé-culo XX. jcan Piagct, cnnhccido por sllateoria de descnvolvimcuto eo~nitivo. é 11111exemplo ele teórico quc reconheceu o illl-portanto papel do movimento, part icular-mente nos primeiros anos de viela. () Ira-balho de I'iaget tem sido muito importan-te para disseminar as 1l0ÇtlCSde qllc (l de-scnvolvimcnto motor pcrccptivn c o COII-ceito de proutidâo podem ser intensifica-dos por meio do movimento.

() tertllO!l('/"{·Cplh 'o-II/olllr entrou CI11IIS"nas década. ele 19ÜOc I <J70 para exprl.:~-sar a importante influência que as dispo-sições sensoriais c o processo pcrccptivotêm sobre a atividade motora. EI11scnt idomais amplo, um ato pcrccptivo-motor équalquer movimento voluntário quc seapóia em dados sensoriais para processariuformações usadas no desempenho da-quclc ato. Em outras palavras. lodo movi-mcnto voluntário pode ser consideradocorno pcrceptivo-rnotor por natureza.

Os movimentos controlados subcort ical-mente (reflexos) são as únicas formas demovimento dos músculos csqucléticos quenão exigem elemento ele percepção.

Aârea afetn:a, em relação ao estudo domovimento humano, envolve sentimentose emoções quando aplicados ao próprioindivíduo e a outros por meio do movimcn-to. A confiança matara, o autoconceito c asocialização cultural são áreas de intcrcs-se para os estudantes de desenvolvimentomotor. A confiança utotora é a crença doindivíduo em sua I -' ilidadc de satisfazeras exi . ':'ncias de vár.a tar, •.s motoras. Ü

autoconceito é a aval açâc :iue o individr ofaz de seu próprio va or, s --10 jpfj,·':r:-: ~.-

do ]lllr muitos falor('~. COIIIOo 1lt()\·illlt"ll-10.:\ .,·()('ittli-::;II(ÚII crtlt n m] é () 11IvcI ele ill-Il.:nl,·:io ~(tl·i:tll','idelll·iado por 11111indiví-dun. () ·Olllllilrt:tI1ICl1tO j()CO~1lICIII 11mcnmpnucut c dvscnvolvirncntist« LJIICselIlallifesla lia altcraç,io do rc lnciuuan un-to entre pessoils próximas c em nive ismais sofist icudos de flllleillllillllclllo. Defalo, a hrin ·adeira é considcradu pe losbi611lg'0,.;l·OIlIlI .u ivid.ulc ,'ilal para o dl'-SCI1\'oh-illll'1I10 .crchral (F'lgl'l1. 19()2).

CONCEITO 1.11 '. '~{~

() CIlIIl]lortalnCl1lo humano pode ser·Ia~,.;iricad() CIII três áreas: eogl1iti'·a,

afeli,'a c psicomotora.

Essas ddiniçtlc,,; de áreas psicomororn,çOgl1iti,·a c afctiva, conforme influenciame s,io influcuciadas por processos dcscn-volvirncntistus, pcrmit crn-nos esclarecerlima vnricdadc de termos quc contém aspalavras II/O/U/"Ollll/lnill/C'II/U (veja 'Iabc-Ia 1.3). () que discutiremos a sl'g-lIir 11;10é um mero .xcrcício ele scmânt ica. Se aspalil\T,I~ r .Ilcrcm conceitos e transmitemidéias, é importante que determinemossignificados similares para elas porque atémCSI110 diferenças sutis nas definiçõespodem levar a confusões c à falta de cla-reza.

Desenvolvimento m.otor

O termo motor, quando usado sozinho,refere-se .IOS fatores biológicos e mccâ-nicos que influenciam o movimento. Otermo, entretanto, raramente é usado so-zinho, servindo de sufixo ou de prefixoem palavras COIllO:psicomotoi, percepth:o-ntottn; sensôrio-nmtrn; aprendizado II/%r

e, é c aro, de.\·t!/I'i'oh'ilJle/llo r=otr»: Os ter-'nos psicontotor, perceptrco-s-rnor e seu-w)rio-I/I%r ganh;:;-am )opuiaridade no-.-gâo de psicólogos e de educadores. Os

17

.'profissionais ele atividade fí~il"a, cm cun-t rupartida, tendem a limitar o IIso·de%csarixo,; a discu,;súc,.; que cn íocam aspcc-tos cspccifico-, do processo motor. Emoutras puluvras, o afixo "motor" é usadopara descrever áreas específicas de estu-do. Sl.:guc-~e breve dcscri<Jlu de várinstermos c de como eles ~eralmcntc S;lOclllpregados.

O aprendizado ~ um processo intcr-110quc procl uz altcraçôcs consistentes nocomportamento individual em decorrên-cia da intcração da experiência, da edu-cação c do treinamento com processosbiológicos. Sua construção tem fortes \·ín-culos com o estado de dc scnvolvimr-ntr,de um indivíduo, relacionando-se direta-mente com a prática, ou seja, o aprendi-zado é um fenômcno no qual a cxpcriên-cia é pré-rcquisito; o dcscll\'oh-imcnto,em oposição, é um processo que podeocorrer independentemente da cxperién-eia. O aprendizado motor, assim, cor-responde apenas a um aspecto no qual omovimento dcsernpcnhn parte principal.significando uma alteração relativamenteconstante no comportamento motor emFunção da prática Oll de experiências pas-sadas.

O comportamento motor, nesse con-texto, engloba altcrações no aprendizadoe no desenvolvimento, incluindo os pro-cessos rnaturacionais vinculados ao de-sempenho motor. A. pesquisa do compor-tamento motor envolve, pois, estudos re-ferentes ao aprendizado, ao controle e aodesenvolvimento.

O controle motor é urn aspecto doaprendizado e desenvolvimento que lidacom o estudo de tarefas isoladas em con-dições específicas. A pesquisa nessa árealeva em consideração os processos sub-jacentes envolvidos no desempenho deum ato de movimento que se torna con-sistente conforme a experiência de cada

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1& UNIDADE I - Fllllda'"l'IIIII'

indivíduos desde () pcrindo ucouatal aléa velhice. COIIIO um produto, o dcscnvol-vinic n to m ot o r pode ser co n s idc rn doCOIIIO descritivo ou normativo, sendo ana-lisado por fases (período nconatal, infân-cia, adolcscê nciu e idade ad ulta) que rc-[lct c m o particular interesse do pcsqui-sudor.

Os termos padt (/0 I//O/()/;padráo II/%r

[undunu-nra], I/(/hilidode motora e habili-doe/e pe,('cjJ/h.'o-l//%r(/ rcfcrcru-sc aosproecssus sensoriais, inicgrativos e dcci-sivos que precedem o desempenho de ummovimento obscrvávcl. A percepção e acognição são variáveis importantes porqueinllucnciam os processos motores subja-centos que estão envolvidos no dcscrnpc-nho de todo movimento voluntário.

19

u m movimento isolado que, em si, é de-masiadamente restrito para ser classifi-cado corno padrão de movimento funda-mental. Por exemplo, os padrões de mo-vimento do braço, antebraço ou das axi-las, sozinhos, não constituem o movimcu-to Iuudamcrual de arremessar ou de al-cançar um alvo, representando apenasuma série organizada de movimentos.

Um padrão de movimento funda-mental refere-se ao desempenho obscr-vávcl de movimentos básicos locomoto-rcs, manipulativos e estabilizadores, Ospadrões de movimentos fundamentaisenvolvem a combinação de padrões dedois ou mais segmentos corporais. Cor-rer, pular, derrubar, arremessar, girar cvirar são exemplos de padrões de movi-mentos fundamentais.

Embora os termos padrões de ntoi.i-

utento e habilidade 1/I010ra sejam f re-qücntemente usados um pelo outro, ha-bilidade motora é entendida aqui comoum padrão de movimento fundamentalrealizado com precisão, exatidão e con-trole maiores. Na habilidade matara, aprecisão é enfatizada e o movimentoext rínscco é limitado; em um padrão demovimento fundamental, o movimento éenfatizado, mas a precisão é limitada enão é necessariamente vista como o ob-jetivo.

Uma habilidade esportiva é o refi-namento ou a combinação de padrões demovimento fundamentais ou de habilida-des motoras para desempenhar ativida-de relacionada a um esporte. Os padrõesde movimento fundamentais de girar o,corpo e bater podem ser desenvolvidosem um grau superior de precisão e apli-cados, na forma horizontal, para o reba-timento no beisebol ou, na forma verti-cal, para jogar golfe ou sacar uma bola detênis. O desempenho de uma habilidadeesportiva requer que se façam alterações

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• .~~ -).:.!;i(, Elt•..••.:{.~,;'t~.;;;..•·~b#..:t~ '4' ~.':-~~L~f:C 1ot'"._~",~~.L~.t!.::sx •.•.•:-o •• ", .•

Comportamento motor: estudo de alterações no aprcudizado motor, controlemotor c desenvolvimento motor proporcionadas pela interação do aprendizado

;.~~J.=~?Sb~~~lfi~~~ ..:~i"-~"~#'·;~F.i,':fi:";.-:' ",.'r':.t~.-:r:'.~r.~:r::~~rF' ",:;":~'r_i~~~T':<:"";,~rCOtlli-ulé'lnol . !<!:açº,e~;'}?~:;:~~.ií:~,:~·;·.'!1preJ.li!!~af1o~/~IO.'OI,~~1tsr.a,Ç9P~,;~t~t':-·~~'~:?t~'"t-y" ~"'~.t'" r.'; :i-; ~r~.= '{',;''':'~' <>: r, '~""".'~..'.,;,;.~:'Q>-..;:' I," ':' t' ••• z .• ,..~ ..( ...•.r- 1,. f-

~ '!~~;tac_çn!~s>' em Çrih~",~!~J~',[;;::-.:~'~~fJ~~!:~1,~,e~,;?J,J..2~~~f~.~~:~~~Arg~P~'1;,,',1jl'~~~..pr ,':~~_erl'1ti~!"~';·."·~:,~~~':,::.ffi~,K;·::·,:"·,';"'<'~:.~·:;::~'·)'!'·.'1\~':1~~~~'·f'Desencoioimeuto 1/IO/U/': alterações progressivas do comportamento motor, nodecorrer do ciclo da vida, proporcionadas pela interação entre as exigências da

tarefa a biologia do indivíduo e as condições do ambiente _ .. ' . _,.'fiKfoi~ilóii:~~$tBJ~7g;(c~:qúé';',w.~~'~;~\Mo~i-';i~litqYQ~,~f~'op~~tVá.vc;í ~é 'I:ndye'~~.~C".:~~~~~ll.~~~:~ .i·~~ :*~~,;".;;.:~'~~~:~~:.~;~~~1f:;~~~i-,:'~:':;;""~~:\"'):~~~~~1f;'::~;!f.:~;·}H~;·{~,-{J,,\!f·:·~~":~:"Jr;ri!~[~~~i~~i~.·?f..~f1i:f etam 1b~ihovlmento ,:;tJ,t;:.;;:.'::r.3.~·~~:tiç~~,~~.~:-•.~~,·J'~,,·~~~~fD1\:.t.:l!;~~.;~~:~:~~'_~··~~;1:-:.;'~,~;.~:~,,:f.~,,:.·~~(J.~·a~-:,j,;.~.i\;~.'~

~/;~~j,;;'~I;;-;/~~~~~C~~~sbi~16gi'cos Padrão de ntouitneuto:série organizada

c mecânicos subjacentcs comuns de movimentos relacionados (pu rexemplo: um padrão lateral do braço)

&p~J,-âJ1~iÍJíci/Y;;r;id/l;~l/tal:' :;. ~'P~dr~~ode ~;ôvillle/l/f~'ii(;,;iqí~tÚli;i:_~érierfl~I~t~J~~li[~~~J;r.;é:i:~~~~~~i.~f~~i;_~~.i~:~:'~i~F.ivi~i.~nt.,:%~~~'~{N~.~~~~,~.!~~'o,iMm' éhto bãs lcàs<J~,:·'·'" ,~,:!,.",-,.; -, -;' ;, .-exemplo' bater) , -"~'~"_! ,-,- ":." .i:"~ "~"'- ~'._. \,1~~~~~A _'~_4~ .•G •.••-:C:+\;h"":.t •• :~~ !]:'B~'"':.'.{",_",,:,,.. ,'. ,." ', •..,,/,,:,"~'.••.' ..•.•~.",' ' ••••..• ,. -" .•

Habilidade motora: processo Habilidade II/O/U/,(I especializada: forma,subjacente comum de controle em precisão c controle no desempenho demovimento um movimento (pOI- exemplo: derrubar

um objeto que se arremessou em suadireção ou rachar lenha)

~~~ ;~ -~, -;;..,i.;. "1 r=« r~y·.·"··--...~:..:.~~~'7~.:;.\::I.!?fJ:1!••~. t :'f"~p!;:~~':..?" .~ ''''.!".-,~-<:".:--.~~.~F:..! ~~'" ""nlva';';;áéombI açao 't~-'E(iucàçaomotora:o pr9ces,sq. :'.'.v' "'_,.~),;- <

a "~"'~"''''-!:.~J".t..1' ';,.~:. .J".f.'~'.':-i',.~::,\!.f:f;~:.~;.~~f- ~~~7~:-:!;:(1:4~)~~~~!.~~:~~:::)?I .~~.~~

-a - oV;UIl~,I1tb .' Ç(nlªI)~Nl:c:;.P'~,~~.9~l,1ça,?Oj~~t ,,;,~,;ia~~_:. :.,;.t2...:.~*~.:"'~·t "'.~ "'~!.'!~ l;-.'''1~~\·,·.J.:(··t;..~~· ._,••..~'~':..á" r riiportamento motor:·prOPQfcl9.P'a Q'i'-f!>,,,;:.;! :..',f.!·c . !t~~ ..~'G':: ....?lj·11~·.-:-:;-,..tN5.' ...~;h·(d~.~"'''~~ '.;!~,j.~s[,~:~~;7~~';~1A';~'~~

",ph~ dç. ,rpa'~: ::,;;t.,'pe1a;,~'pr,e.n9Izage,I11,wotpra,7pe.~,ispntr9, ~.':,,}~. .~,~ :.•.-:::i'l"'ti';..9.: .\!,..: ':;:'. Y ';10"" • r:t_ -'', ••. ' ,";,}, 1. ••••• 1 ': .:"' ".' «, 1 ,,'.{., - : ~

,áãó eSPQr~c';~~;:'.:,:: iotorc e19 dGservo1vl1ncn~0 r.n~,tl!"':::-,,:;:g••.•. ..tl~ .•· t· v "';m'"." ,. , '':1. ''t'''; .,Iá;..... r, '"•••• ~Yt'1.'. t~" ' .•. ,!:fjlji, ~~..: ;-'.' r. /,.'~..~~!j.~.~': •.~{ r,.'<.

,lo r~'.1"·t'· ~l~ ••·.j>I~: ..::;;.~;1'i.~.r-:;~· "':j'~. ~!pJf.,','~~, <:!r;~4%l',P~'%if:! '" ..~"·~lo\t.~"'.,~c~r~~~~,~ .l;'~~~~.i;·~~l:~~k-", ..:,' •.:: .

tentativa. Grande parte da pesquisa atualdo desenvolvimento motor, especialmen-te a realizada sob a perspectiva de siste-mas dinâmicos, aborda o assunto a partirdo ponto de vista do controle motor.

O desenvolvimento motor é uma al-teração contínua no comportamento mo-

tor ao longo do ciclo da vida. Pode ser es-tudado como um processo ou como umproduto. Como um processo, o desenvol-vimento motor envolve as necessidadesbiológicas subjaccntes, ambientais eocupacionais, que influenciam o desem-penho motor e as habilidades motoras dos

() ('IJllljJli/1oll/C'II/() I/I%r é um termoahrangcutc que inclui áreas de estudoscOlllpkmentares, mas essencialmente di-[crentes, compreendidas pelo aprendiza-do, controle c desenvolvimento motores.

Formas de movimento

O termo movimento refere-se à alte-ração real obscrvável na posição de qual-quer parte do corpo. O movimento é O atoculminante dos processos motores sub-jacentes. A palavra mouiniento está fre-qüentcmente vinculada a outras paraampliar ou para esclarecer o seu signifi-cado, porém, em geral, ela Se refere aoato manifesto de mover-se. Segue-se umabreve descrição de alguns termos do mo-vimento, conforme são habitualmenteusados.

Um padrão de movimento é uma sé-rie organizada de movimentos relaciona-dos. Mais especificamente, um padrão demovimento representa o desempenho de

Page 10: Compreendendo o desenvolvimento motor - uma visão geral

20 UNIDADE I - FIIIllJilIIlClIltI,

Ircqücnterncnte precisas nos padrôcsbásicos do movimento para atingir níveissuperiores de habilidades.

!\. educação motora tem sido definidade muitas maneiras, as quais, de algulIIaforma, são restritivas c limitadas. Ela tem

sido definida cumn uru método, COIllO umprocesso c COlHO 11111 aspecto do progra-mu de educação física gcralllH:lltc limi-tado às crianças. l'ara o objetivo ele lIossadiscussão. cous idcrurctuos a educaçãomotora corno um processo pc rn ia nc nt c

(tamanho/

Habilidadesmotoras refinadas:usam pequenosmúsculos pararealizar uma tarefamotora comprecisão (escrever,digitar, tricotar,intar)

Habilidades morarasseriadas: séries dehabilidades discretasrealizadas numaseqüência rápida(quicar a bola nobasquete, abrir umaporta trancada)

(o contexto no qual (o propósito doo movimento movimento)

..,?:c~rt~~)'.'/,1 ".1',,0\·,(' r, '; •• - ~' .: , ,. -Hábilidades'rnotoras ,U 'àrefas de ,"

,. ~. ,.ç ~'. ,

Habilidades motorasfechadas: ocorremnum ambienteestável (golf,processamento depalavras nocomputador)

Tarefas locomotoras:levam o corpo de um

ponto a outro noespaço (rastejar,correr, realizar umsalto em altura noatletismo)

de altcra~'()l"s d" CIIllllHlrtalllelllu 11101111'

proporciollado pclos IHIIl"l'SSIIS lll- CIIII-

t rnlc , aprclldizad" c dCSCII\'lIh'iIlICllt"rnnturc«. (>ril"lIta~úo de t crapcut as , prll-

fessorcs c t rc in.idurcs hCIlI-qllalificado,;,TllOti\'a<,:iio c rcfor<,:o positi\"CIS, illst;I);I<J)(.:s

c Cljllip:llIll'nlos apropriados l' 11111:1111-hicnic fa\'or:Í\'l'l 1':1.ilit.uu o pr"n'sso daeducação 1I101"ra,

CLASSIFICA AO DAS 1I}\IIlLlOi\OES

MOTORAS

E:-;i~tc 11111:1vuri 'd"Lll' de csquciuus para'1i1~sifi 'ar :IS h:tllilidack-s 111C110r:IS.'Ii'adi-

ciouulmcnt c, li Illaioria tC11l ,;ido unidi-rncnsioual. ISlo 0, eles cous idcr.uu :lpCllasUIII aspCl'ICl d;1 hahilidadc motura dCIII roele 111I1allll,lo c~I'('cIJ'Il .. \~ 1;1:-;llnolllia~

hidimcnsinnni« S:-IOurcins mais ahrall~C'Il-t ·s ele classifica<,:rlo dl" h:lhilidadc mot oru.Amhas scnio cliscut idus 11:1'; scssôcs sc-gllilllCS.

21

movinu-ntos ,;;io geralmclltc c1:1s~ificados

cumo um 011 outru. l'lllll/Iwill/"II/U I"/((Ii-

1III'II/(II'CII\'oh"c o movuncuto dos gralldcs

11I1'I~CltlO~do corpo .. \ lI1:1ioria da,; huhili-lLldcs espllrti\'as é classificada C"IIHIlllO-virncntus rudimentares, talvez CIIIII a C:-;-T<,::-IOdo tiro :10 alvo, arco c flecha c .rl-

gUlls nut rus. l 'rn nuninte nto rciincul»cII\'"h"c I1Hl\'iI1IClIlos limitados dc' part cs

do corpo na rcaliz açâ» de movirucuto-,precisos. O,; movimcnto-, man ipul.uivos

de cost urar, escrever c digital' s;jo normal-1I1ClltC classificadus COl110 movi rucntusrcfin.rdos. Fisioterapeutas c professorcsele educação física siio O~ mais preocupa-do,; com a aprendiz auc m ou rcaprcndi-%agclIJ de l rab ilidudc s motoras rudimcu-inrcs. cnqua ntr: ter:1j)Cllla~ ocup.rcion.ri-,

e treinadores cst:io muis preocupadosct n n os aspcclos mot orcs refinados de umnH)\"iT1lCIlIo huhi lidnso.

.·}SpCCfOS/C'II/por(/is rio 1I/0'i.·ill/C'1I11)

Com base em seus aspectos temporais,o movimento tamhérn pode ser classifica-

do como discreto, seriado ou contfnuo. L m1//1I'l'ill/C'II/O discn-to tem começo e fim de-finidos. Lançar, pular ou chutar uma bola:,,;io exemplos de movimentos discretos.

.1!m:ill/C'lI/os seriados envolvem a realiza-ção de um único e discreto movimentovárias vezes numa rápida seqüência. Pular

corda com ritmo, driblc no basquete, nvolcio no f utcbol e o vôlei sâo típicas tare-

fas sc riadas. fUoz'i/JIel//os continuas sãomovimentos repetidos por um tempo cs-pccííico. Correr, nadar c andar de bicicle-ta são movimentos contínuos cornuns.

CONCEITO, 1.13 '\ ';.i~l(

Aspectos anibientais do 1l/01"i1//('1I/0

Padrões de movimento fundamentais c

habilidades motoras são geralmente elas-sificados como tarefas motoras abertas aLI

fechadas. Ür a tarefa aberta é aquela rea-

lizada num ambiente onde as condiçõcs

estão em constante mudança. Essas con-

Emhora haja inú mcrns csqucrnus unic hidillll'll~iollais úteis para a l'I,I,;,;ifiea-

~';ill do movimento, todos falham um

pnu 'o quando se trata de capturar int c-gralmentc a amplitude, a profundidadec a extensão do movimento humano.

Esquemas unidimensionais

Quatro formas unidirncnsinnais de clas-sificação dc habilidades motoras ganharam

popularidade com o tempo: (I) muscular,(2) temporal, (3) ambienta! e (4) funcio-nal. Cada uma é brevemente discutida nos

par:ígrafos a seguir e visualmente apresen-tadas na 'Tabela 1.4.

tpectos IíI11SclI[m es de 7.'i1l1('I//o

ão há uma delimitaç o clara entre os"ermos "rudimentar" e"refinado", mal' os

Page 11: Compreendendo o desenvolvimento motor - uma visão geral

UNIDADE I - FIIIIlI:III11.:l1lu:'

di,/Jt:s requerem que (l indivíduo L11':a a l-tl'ra<;úl's ou ajustl's 110 pallr,-,,) de 1I100'i-mc nto para at cudcr :1'; l':\igéllcia,; da ,;i-tuaçào. Plast icidudc 1\11Ilc xihilidudc IIUmovimento é IIcl'c,;súria lia n:aliza,,'-lo deuma hahilidudc aberta. ,\ mu inria elas ut i-vidadcs cru grupos 011duplas cuvolvc h.r-hilidadcs abertas quc dependem dej;,l'tl-luul: externo c interno para sua execuçãocorreta.Por exemplo, Ullla criança que par-ticipa de Ulll silllPlt.:S jogo de pega-pcga,que requer corrida e desvios para todas asdireções, nunca usa cx.u.uucutc o,; IllCS-Ill0S padrúc,; de movimento durante o jogo,:\ criança tem de se adaptar iIs demandasda atividade através de uniu v.uicdudc de

movimentos similares, porém diferentes,Realizar uma tarda u iotoru aberta diferecompletamente da rcalizaçáo de uma ati-vidade moiora fechada.

L'rna /OJ'l'}flj;'c!IIIl!1I é "aqut'la realiza-da num ambiente csuivc l ou prcvisívc londe a pessoa determina quando a açãodeve começar" (!\ lagill, 20n I, p,7), L' mahabilidade rnotora 011 padrão de movi-mento Iundamcntal fechado c:\ige umarigidez de dcscmpcn ho. l ss o dependemais da resposta cincstésica do q uc davisual ou auditiva na execução da tarefa,L'ma criança que realiza um tiro ao alvoou faz um salto vertical cst,í dcscmpc-nhaudo uma tarefa motor a fechada,

Fuuçá» intencional do nuniurcnto

As habilidades mot oras podem ser clas-sificadas de acordo com sua intenção,Embora todas as tarefas motoras cnvol-varri o elemento equilíbrio, movimentosnos quais o corpo a~sume ou mantémuma posição estável são chamados de/a-reJas de es/abilidade, Sentar ou ficar empé, equilibrar-se numa tral'e estreita, ro-lar o corpo e esquivar-se constam nessacategoria, como também fazer movimen-tos axiais, como curvar ou estender e tor-

ccr ou girar. 1\I1lI'ill\cl\tos com a iurcnçãode t ra ns po rt a r o corp" de um pOllto a"litro, COIIIOandar, correr 011realizar UI\1salto cm altura ou III1)a corrida COIl\obs-t áculos 110atlct ismo, ';'l() !IIU:!;IS !"(,(JII/II-

úJ/'IIS, Aquelas que envolvem exercer for-"a couua 11111objeto ou receber rlJl",a delIlIl objeto silo !(/I'ej;'s ele: /1/(lIlÍfJ/lI{/~'Ú" di'IIhj('/os, I .ançar, pt'gar, chutar a bola, fa-zer uma rebatida no beisebol ou drihlar110basquete silo habilidades ruanipulati-vas comuns.

() leitor lliio eleve ser arbitrário lia elas-si íicaçào do 1\100'i111e 11to em esq uc 111as UIliou bidimcnsiouais. .:\ scparuçâo e a elas-s ificaçâo prc cisus dos movimentos nàosâo sempre poss ivcis ou desejáveis. So-mos seres dinâmico» e móveis. qlle cnns-

t antcmcntc respondem a muitos fatoresambic nrais t' demandas de tardas moto-rus. :\ class ificaçú« arhitníria do movi-mcuto deve servir apenas para chamar aatenção para um aspecto específico ciomovimento em consideração.

Modelos bidimensionais

O,; modelos bidimcnsionais para a elas-si íicuçáo das habilidades motoras, cmbo-ra ainda dcscr itivos, são de alguma for-ma mais completos no reconhecimentoda complexidade do movimento humano,Eles oferecem meios mais sofisticados devisualizar o movimento num contin 11 11 11I

desde o mais simples até () mais comple-xo e do mais geral ao mais específico, Omodelo b id im c ns io n a l proposto porGentile (2000) se concentra no processode aprendizagem ele uma habilidademotora. Já o modelo proposto pelo autordeste texto (GaIlahue, vVerner e Luedke,1972, 1975; Gallahue, 1982) é centradono~ produtos do desenvolvimento motor,Ambos são discutidos brevemente nosparágrafos seguintes e são representadosnas Tabelas 1.5 e 1.6, respectivamente,

,"I'.

CAPÍTULO J - L'ourprccudcudu ti Ik:'l'!I\'oh'illlC:1I11l .\lutor: l '111;1 \"i:,;"" (;l'fid 23

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Page 12: Compreendendo o desenvolvimento motor - uma visão geral

24 UNIDADE J - Fundumcntus

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CAPÍTULO I - ('ClTlIpn.'l"IU.ll'lIdo li I h.·~l·I1V(lh·i1l1l'llto \llIlClr: l"ma \"i:õúo(;l'r:tl

IlIlJrll'IlJ l!irlil//t'l/silJl/t/1 rll' (;(,/lllk

(;elllilt: (2111111) roi uléru das alHlrtlagell';IIllidiIlIL'Il,;iollai,; ,Il- L'la,;,;iriL'a,;,'uIda,; Ila-hilidade,; u iot oras , Seu c squc n ia hidi-nlcn,;iollal leva C11lCOIISidcnl<,'õlo: (I) oCOlltCxtO õlllll1iL'lItal 110 qual a hahilidudcé rcalizada c (2) ';lIa rllll(,õ'llI.1-:1l111oraa ill'tell'Jio origill,d (k-,;ta taxollll1llia rO';';L'aju-dar li'; ri,;illtl'rall"lIta,; l'lll ';CII'; L,,;ron;lI'; dI.'rcahilita~'õlo, ('\;I tallll1élll oferece IIIlJa 1.',;-

uururn in ui lu í u nc inuul para orgallizar,;c,;,;ill''; d ' L''\L'rl'ÍL'io L' rotinas ele trcinu-rucnto ,,:Ira qualquer pc,;,;oa int crcssadaCJ1lc ns inn r hal1ilidadL'~ muioras.

:\ prilll\'ira dinlcll";,lo lida COIl1o contcx-to amhic ntu! da tarda motora a ser rcali-xadu. De acordo L'OIlI(;cntik-, o contextoambiental t1CI'Cter I'IIlItlivj('s J(:~'/II(/d(J·ras quc pndcru ser tanto l'sltíft'n,S COl1H1('1111I/1I7'illll'lI/II, como t.uubém ter taria-hi/ir/{/(/I' I'II/n' (IS rotiun» flulIlio. Se a,; con-diçócs rcguladora,; durante a rcalizaçõlo dahabilidade [nrcm estáticas cntáo o con-texto amhicntal 11;'0sofre mud.mças.Podcnão existir, entretanto, variabilidade cut rca,; rot inus, C01ll0 numa tarda 1110tor,IC01l1-plctamcnt c [cchad» C01ll0 sentar numacaclcir» e levantar, ou pode existir a varia-bilidadc, como 1111111;1turcfu motora mo-dcrudamc ntc ícchada corno s .ntar e ficarem pé em diferentes alturas, Por 0\111'0lado, se as condições reguladoras elo am-bicnt e cst ivcrcm e rn movimento, podetambém não haver variabilidade entre asrotinas. como numa habilidade mataramoderadamente aberta como sentar numagrande bola ele exercício, ou pode haver avariabilidade, como numa tarda motoracompletamente aberta, por exemplo sen-lar numa granelc bola dc exercício e equi-librar-se com os pés fora do chão.

A segunda dimensão do esquema bidi-mensional de classificação de habilieladesmotoras de Gcntile trata da função da ta-refa motora (ou seja, categoria do movi-

25" .

me nto). :\ orientação de um corpo deve secunccnt rur lia estabilidade 0\1 na locoruo-'JIO (Cl'nlik usa o termo "irausporrc docorpo"). quc ocorrem com ou SCIll muni-]'IJlac;iio JL' UIl1objeto. EsludL' UI11pouco aTabela 1.5 e os exemplos dados. lU umaprogrc:-\siio definida de dificuldade, COIIIL'-çando da esquerda para a direita L' de cimupara haixo nos exemplos de 1II0\·iIl1cn!();.1'01'exemplo, o quadrantc esquerdo supc-rior, o rucnos complexo, cnfatizu a esta-hilidadc do eorpo sem a manipulaçâo deUlll objeto c em condiçócs reguladorasc stncionár ias. SCIll variabilidade entre asrotinas. l lahilidadcs motorus completa-mente fechadas, corno sentar c levantar seencaixam aqui. Por sua vez, a,; habilidadesmotoras do qu.idrantc inferior direito. omais complexo. cnfatizam o transporte docor!,,, (locomoçâo) COJII a m.mipulaçào deum objeto c condições reguladoras arnhi-cntuis em movimento, corno também ,1presença de variahilidadc entre as rotinas.;\s habi Iidades motoras completamenteabertas, COIllOpular para pegar uma bolaou interceptar um passe no Futebol, sáoencontradas nessa parte da taxonornia.

O esquema bidimcnsional ele classifica-ÇõlOde hahilidades rnotorns de Ge nt ilcsoluciona muitos elos problemas encontra-dos nos esquemas unidimensionais, ldcn-tificando onde a tarefa matara desejada selocaliza ao longo das dczcsscis categorias,o tcrapcuta ou professor pode determinara qualidade do desempenho do indivíduoalternando progressivamente o contexto doambiente. Isso então permite uma seleçãoda progressão de aprendizagem mais apro-priada com base onde ele está, c não ondeele deveria estar (Magill, 2001).

Esquema Bidiinensional de Galiahn«

O tema central deste texto é baseado nomodelo bidimcnsional originalmente pro-posto pelo autor (Gallahue, Werner e

Page 13: Compreendendo o desenvolvimento motor - uma visão geral

UNIDADE 1- FlIlIllallll'lIlt1:'

Lucdkc, 1972, I')J,~, (;;dlall<IL', 1()K2), Ele,;cr,í mais l>CIIIc!al>orad(1 dur.uu c (I li\TO l'

ser.i apella,; brcvcmcutv cOlllclllad() ago-ra, E,;le modck) descritivo hidiurcusiouulde dcscnvolvimcmo IlIolcIr (ver capitulo -t)cuf.uiza: (I) a fllllC;;1IIda larefa IlIolora cx-pres,;a nas três categoria,; de 1II<J,'iIlICII-to: cstuhilidadc, 1(}('(JIIH1ç<lO C 1I/{/I/11m 111-

{'li,,; e (2) as fascs do dcscll,oh'illlcnlomotur cxpressa,; pc!a sua cornplc xidadcatravés dos termos: .!fIS(' 1I/010UI n-llc»;«,rlldillll'lIll1r,jill/(/(/1I1l'1I1111 c ('s!wci(/!i::.11 (/U ,

Resumidamente, nunnncutos u:fle,\'os

são subcort icalmcnt c con t ro lados ; purisso, sâo involuntárins. Embora todus IlÚ"possuamos uma variedade de rc Ilcxos pri-mitivos, eles têm uma import ância cspc-cial na Iormaçâo da postura nos primei-ros anos da infância. 0" reflexo" pos t uruissão rcprcscntudos nas suas [ormas está-vcl, locumotora c manipulat iva por meiode ações involuntárias. como os reflexoslabiríntieo c de equilíbrio do corpo (cs-iabilidadc). o reflexo dos primeiros pas-';0'; e o de rastcjamcnto (locomoção) c osreflexos de pegar com a mão e com o pé(manipulação).

O,; IIlo'l.'iIlWIII()s rudinu/utares são mo-vimcntos voluntários normalmente domi-nados na primeira infância, Eles /;;11\'01-

vem habilidades de estabilidade básicas,corno ter o controle dos músculos da ca-beça c do tronco: habilidades manipula-tivas, como alcançar, pegar e soltar objc-tos; e habilidades locomotoras, corno ras-tejar, engatinhar e andar com apoio.

(b 1111I7·ÚI/('/I/f1s./i/l/{lu/I/('/I/u/s S;III liahi-lidade,.; IlIolora,.; rudin rcuturcs cumuns 110

dia-a-dia c normalmente douuuuclas du-r.uuc a illf'·llIeia, Eles incluem nHJ,·iIlICII-to,.; de cstahilidade lund.uucu tais, comoscutnr, ficar c m pé, curvar, torcer c girar.Ele,; t.unbéru inclucui ações locomotorasIund.uncntais. COIIIOcorrer, saltar, pular,c larda,.; Iuud.u uc ntuis de mallipulaC;;lode objetos. eOIlHI lançar, pegar, chutar crebater.

Os mcnitucutos es!u:ciu!ic:;{/r!()S :;;10 IIHl-vimcntos hmdu mc nl ais que [uraiu refi-nados ou combinados COlIl outros movi-mc ntus c m Ioruuis mais complexas, Sãonormulmcutc dominados 110 final da in-f;\Ileia ou mais tarde e podem ser habili-dades complexas do dia-a-dia, de ativida-des recrcacionais e de esportes competi-tivos, Andar uuma superfície escorregadia,esquiar ou realizar rotinas de ginústieacornpct it iva na truvc de equilíbrio sãoexemplos de habilidades de estabilidadecspccializadas. l Iabilidadcs cspccializadasde locomoção e manipulação são cncon-iradas em at ivicladcs corriquciras. cornosubir escadas com uma mala, ou andar eleescada rolante COIll uma sacola cheia decompras. Elas também são cncontradus

, em jogos recreativos, como golfc c tênis eem esportes competitivos. corno futebol,futebol americano e basquete.

Estude um pouco a Tabela 1.6. Ela trazum resumo das seções quc mostram odesenvolvimento motor nos bebês, nascrianças, nos adolescentes e adultos.

CAPÍTULO 1 - ('UIII\HlTIH.h.:ndu u I Jcscuvolvimc ntu \tutor: t'lIla Yi~'-HJ Gc ral 27

Este cap it uln tratou de unia variedade detópicos gerais para oferecer uma "isão gcralda área de desenvolvimento motor. O estudodo desclI\'oh'imcllto humano pode ter mui-tas formas, sendo uma delas o estudo do de-senvoh'imcnto motor, que pode se dar demuitas maneiras. i\ ,írea passa por uma traje-tór ia interessante, deixando de ter uma abor-dagelll maturacional orientada ao processo,para uma abordugcrn dcscrit iva/nor mut ivaoriclllada ao produto, c que agora volta a serum processo de abordagem quc examina 05mccanjst nos subjaccrucs do dcscnvolvimcn-to motor.

As pesquisas c problemas IlOestudo do de-se nvolvimcuto motor foram discutidos eu-quanto rclucionados às abordagens longit u-dinal mista c: trausvcrsal de estudo. As varnu-gen5 e limituçócs 1.1ecada uma furam discuti-das, com a advcrtêucia de que somente osprojetos lougitudiual c IUllgitudillalmisto sãoestudos verdadeiros de desenvolvimento. Es-

scs projetos analisam a mudança 1\0 "tempode desenvolvimento" em vez do "tempo real",como ocorre no estudo transversal.

Várias classificações etárias de desenvolvi-monto foram examinadas com a intenção deapoiar o conceito de que, embora o deSCIl\'/II-vimento esteja rclaciouado com a idade, elenâo é dependente dela, i\ idade cronológica éa mais usada e (J indicador mais couvcucionulde mudança; porém, é o indicador de dcscn-volvimcnto menos preciso. ,\ idade não geraou causa o desenvolvimento, ela é somenteum indicador do que aconteceu devido aoprocesso dcscnvolvirncntista.

O capítulo termina com uma discussão so-bre a terminologia normalmente usada no

estudo das técnicas de desenvolvimento 1110-

LOrpara classificar as habilidades mot oras. Aintenção da discussão é ajudar você, leitor, eIlÚS,autores, a usar uma linguagem comumI'<lra muximizar o entendimento dos tópicose conceitos importantes do texto,

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