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COMPREENDENDO O DESENVOLVIMENTO - MOTOR: UMA VISAO GERAL TERMOS-CHAVE Método longitudinal Método transversal Método longitudinal misto Idade biológica Crescimento Desenvolvimento l\laturação Experiência Motor Aprendizado Aprendizado motor Comportamento motor Controle motor Desenvolvimento motor Movimento Padrão de movimento Padrão de movimento fundamental Habilidade rnotora Habilidade esportiva Contexto ambiental HABILIDADES DO CAPÍTULO Ao término deste capítulo, você deve ser capaz de: • Familiarizar-se com a pesquisa de vá- rios estudiosos históricos e cont crnporâ- neos sobre descnvolvirnciuo motor. • Comparar e contrastar o desenvolvi- mento motor com outros estudos em comportamento motor (uprcud izage m motora c controle motor). • Demonstrar conhecimento das varias formas ele análise que são usadas no es- tudo do desenvolvimento motor. • Discutir vantagens e dcficiéncias das principais mctcdologias associadas com o estudo da mudança. • Idcntificar métodos-chave de avalia- ção da maturidade biológica. • Descrever problemas comuns asso- ciados com o estudo do desenvolvimento motor. • Listar as classificações de idade cro- nológica do desenvolvimento humano ao longo da vida. • Definir termos pecu liares ao cresci- mento físico e à maturaçâo biológica. • Discutir as vantagens e deficiências dos vários métodos de classificação das habilidades motoras. . t' CAl'ÍTULO I- (.'olllprcclIlh:lldu (I Desenvolvimento Motor: L'ruu Visão (;c.."ral Dcscm-oh-imento 1//0101" ~ a contínua alteração IlO coiuportamcnto motor ao longo do ciclo da vida, proporcionada pela intcraçâo entre as necessidades da tarda, a biologia do indivíduo c as con- dições do ambiente. O estudo do desenvolvimento hu- mano tem sido de grande inte- resse para estudiosos c educadores muitos anos. O conhecimento dos pro- ccss os de desenvolvimento situa-se no âmago da educação, seja na sala de aula, no giná~io ou no campo de esportes. Sem Ulll profundo couhccimento dos aspec- (os do desenvolvimento do comporta- mcnto humano, os cducadprcs somente podem supor as técnicas educacionais e O~ procedimentos de intervenção apro- priados. Os educadores que se baseiam 110 modo dcsenvolvimcntista em seu en- sino incorporam expcriôncias de apren- dizado que são apropriadas não somente às idades cronológicas, mas também, de maneira mais importante, aos níveis de desenvolvimento dos indivíduos que es- tão sendo ensinados. Os educadores de- scnvolvimcntistas reconhecem que, em- bora a instrução seja um aspecto impor- tante do processo ensino-aprendizagem, ela não explica o aprendizado, ao passo que o desenvolvimento o faz. A instrução não explica o aprendiza- do; o desenvolvimento, sim. Uma quantidade considerável de pes- quisas tem sido realizada e uma série de textos foi escrita sobre o processo de de- scnvolvimento. A pesquisa realizada so- 3 bre os aspectos dcsenvolvirnent istas do comportamento motor foi, 110 passado, mais limitada no alcance c na magnitude do que a pesquisa feita sobre os processos cognitivos e afetivos do desenvolvimento. I listoricamente, os psicólogos dcscnvol- virncntistas tenderam a mostrar-se apenas marginalmente interessados no desenvol- vimento motor e, mesmo assim, só como indicador visual do funcionamento cog- nitivo. Da mesma forma, os psicólogos so- ciais interessados no processo do desen- volvimento emocional deram somente atenção superficial ao movimento e à in- fluência dele no desenvolvimento social c emocional do indivíduo. Visto que o im- pulso primário da pesquisa sobre desen- volvimento motor veio dos muitos ramos da psicologia, é natural que o desenvolvi- mento motor tenha sido freqüentemente visto em termos de suas influências po- tenciais sobre "Outras áreas do comporta- mento e como meio conveniente e pron- tamente observável de estudo do compor- tamento, em vez de um fenômeno digno de estudo por sua própria causa. o estudo do desenvolvimento motor, no passado, foi ofuscado pelo interesse nos processos cognitivos e afctivos do desenvolvimento. o estudo do desenvolvimento motor pe- los profissionais de educação física, como um campo especializado de pesquisa aca- dêmica, não ganhou verdadeiro ímpeto até os anos 70. O desenvolvimento motor é um campo de estudo legítimo que dis- seca as áreas de fisiologia do exercício, biornecânica, aprendizado motor e con- trole motor, bem como as áreas de psico- logia desenvolvimentista e psicologia so- ciaL A busca pela compreensão progre-

Compreendendo o desenvolvimento motor - uma visão geral

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Page 1: Compreendendo o desenvolvimento motor - uma visão geral

COMPREENDENDO ODESENVOLVIMENTO-MOTOR: UMA VISAOGERAL

TERMOS-CHAVEMétodo longitudinalMétodo transversalMétodo longitudinal mistoIdade biológicaCrescimentoDesenvolvimentol\laturaçãoExperiênciaMotorAprendizadoAprendizado motorComportamento motorControle motorDesenvolvimento motorMovimentoPadrão de movimentoPadrão de movimento fundamentalHabilidade rnotoraHabilidade esportivaContexto ambiental

HABILIDADES DOCAPÍTULO

Ao término deste capítulo, você deve sercapaz de:

• Familiarizar-se com a pesquisa de vá-rios estudiosos históricos e cont crnporâ-neos sobre descnvolvirnciuo motor.

• Comparar e contrastar o desenvolvi-mento motor com outros estudos emcomportamento motor (uprcud izage mmotora c controle motor).

• Demonstrar conhecimento das variasformas ele análise que são usadas no es-tudo do desenvolvimento motor.

• Discutir vantagens e dcficiéncias dasprincipais mctcdologias associadas como estudo da mudança.

• Idcntificar métodos-chave de avalia-ção da maturidade biológica.

• Descrever problemas comuns asso-ciados com o estudo do desenvolvimentomotor.

• Listar as classificações de idade cro-nológica do desenvolvimento humano aolongo da vida.

• Definir termos pecu liares ao cresci-mento físico e à maturaçâo biológica.

• Discutir as vantagens e deficiênciasdos vários métodos de classificação dashabilidades motoras.

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CAl'ÍTULO I - (.'olllprcclIlh:lldu (I Desenvolvimento Motor: L'ruu Visão (;c.."ral

Dcscm-oh-imento 1//0101" ~ a contínuaalteração IlO coiuportamcnto motor aolongo do ciclo da vida, proporcionadapela intcraçâo entre as necessidades datarda, a biologia do indivíduo c as con-dições do ambiente.

O estudo do desenvolvimento hu-mano tem sido de grande inte-

resse para estudiosos c educadores hámuitos anos. O conhecimento dos pro-ccss os de desenvolvimento situa-se noâmago da educação, seja na sala de aula,no giná~io ou no campo de esportes. SemUlll profundo couhccimento dos aspec-(os do desenvolvimento do comporta-mcnto humano, os cducadprcs somentepodem supor as técnicas educacionais eO~ procedimentos de intervenção apro-priados. Os educadores que se baseiam110 modo dcsenvolvimcntista em seu en-sino incorporam expcriôncias de apren-dizado que são apropriadas não somenteàs idades cronológicas, mas também, demaneira mais importante, aos níveis dedesenvolvimento dos indivíduos que es-tão sendo ensinados. Os educadores de-scnvolvimcntistas reconhecem que, em-bora a instrução seja um aspecto impor-tante do processo ensino-aprendizagem,ela não explica o aprendizado, ao passoque o desenvolvimento o faz.

A instrução não explica o aprendiza-do; o desenvolvimento, sim.

Uma quantidade considerável de pes-quisas tem sido realizada e uma série detextos foi escrita sobre o processo de de-scnvolvimento. A pesquisa realizada so-

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bre os aspectos dcsenvolvirnent istas docomportamento motor foi, 110 passado,mais limitada no alcance c na magnitudedo que a pesquisa feita sobre os processoscognitivos e afetivos do desenvolvimento.I listoricamente, os psicólogos dcscnvol-virncntistas tenderam a mostrar-se apenasmarginalmente interessados no desenvol-vimento motor e, mesmo assim, só comoindicador visual do funcionamento cog-nitivo. Da mesma forma, os psicólogos so-ciais interessados no processo do desen-volvimento emocional deram somenteatenção superficial ao movimento e à in-fluência dele no desenvolvimento social cemocional do indivíduo. Visto que o im-pulso primário da pesquisa sobre desen-volvimento motor veio dos muitos ramosda psicologia, é natural que o desenvolvi-mento motor tenha sido freqüentementevisto em termos de suas influências po-tenciais sobre "Outras áreas do comporta-mento e como meio conveniente e pron-tamente observável de estudo do compor-tamento, em vez de um fenômeno dignode estudo por sua própria causa.

o estudo do desenvolvimento motor,no passado, foi ofuscado pelo interessenos processos cognitivos e afctivos dodesenvolvimento.

o estudo do desenvolvimento motor pe-los profissionais de educação física, comoum campo especializado de pesquisa aca-dêmica, não ganhou verdadeiro ímpetoaté os anos 70. O desenvolvimento motoré um campo de estudo legítimo que dis-seca as áreas de fisiologia do exercício,biornecânica, aprendizado motor e con-trole motor, bem como as áreas de psico-logia desenvolvimentista e psicologia so-ciaL A busca pela compreensão progre-

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4 UNIDADE I - Fundameutos

diu a passos lentos, mas firmes, nos anos60, e então começou a progredir velozmcn-te nos anos 70, quando cíncsiologistas cpsicólogos desenvolvimentistas mudaramseu foco da abordagem normativo-dcscri-tiva para o estudo dos processos dcsenvol-vimentistas subjacentcs.

Nos anos 80, um corpo dc pesquisasempre em expansão, composto por umanova geração de estudiosos, intensificouo interesse pelo estudo do desenvolvi-mento motor. Uma quantidade sem pre-cedentes de pesquisas, baseadas cm teo-rias, foi realizada desde a década de 1980até a de 1990, com desenvolvimentistas devárias áreas confrontando-se com os es-tudiosos de desenvolvimento motor. O cs-tudo do desenvolvimento motor ocupouseu lugar como área legítima de pesquisacientífica nos campos da cinesiologia e dapsicologia desenvohimcntista, Atualme n-te, os especialistas estão estudando tantoos processos subjacentes de desenvolvi-

INDIVlDUAL

Hereditariedade,Biologia,Natureza efatores 1ntrínsccos __,---o_

Exp(.·rií'llcia.Aprcnclizado.Encllr:~ja111('11111Fatores Ex, rínsl'coS

mcnto quanto seus muitos e variados pro-

dutos,Estudiosos do desell\'oh'illlcnto motor

reconhecem que as exigência,; físicas emotoras específicas de uma tarda motoraintcragcm com o indivíduo (fatores hioló-gieos) e ° ambiente (fatores de experiêll-cia ou aprendizagem). Os modelos tran-sacionais. corno o descrito na Figut'<l 1,1,concluem que os fatores relativos 11tare-fa, ao indivíduo c ao ambiente nâo sãoapenas influenciados (iutc ração). mastambém podem ser modificados (t rans-Iorrnaçâo) U1l\ pelo outro,

j\,; inf ormaçôcs sobre °processo de de-scnvolvim nto motor aqlli n:iculadas nãosão definitiva,;, mas !lone:-\tall1ente se pre-tende que sejam as mais rc cc ntcs. Vistoque a pesquisa e o estudo nesta área cs-tão crescendo rapidamente, é difícil en-globar tudo o que acontece nesse campoem expa nsão. i\luito do que se lê aquicorre o risco de ser lt1lrapa~sHdo em apc-

AMBIENTE

TAREFA

Fatores Físic-:vi cánicC'''

/FIGURA 1.1 -Análise transacional da causa no ri ~:::nvolvime'" rnot-

11:1';algllll'; anos. ('aso qucir.: ser de realvalor p:tr;1 11C:tIlI!,O prllfis,;iollal, 11estudod" dC';t'Il,'nh-i lIlclllo 11)(Itnr dCI"l'cn r"l':lr 11;-10sumcntc o cxccut.uuc luihil CIlI .unhicutcs1:t1lflratllriai" coutroludos, 1I1a,; t,lIl1héllldl"'L' :tll:tlis:lr e do 'Ulll .ntur o que o~ indi-I'Ídlloi'\ lk lodlls llS idadt,s ('1111';'gll '111fa-ZI'I',tlllltlll'llI ri rcui li'\l:ll1'ia~ 11I1f'llIlIi:l'OIIlOL'1l1('il'l'IIII~lillll'ias alllpli:ld:l~, :'\OSS:Ihasedl'\'IIIlIII'l'illll'1I10 l'~t:t l'II'SI'\'II(\lIl'\lIISt:tll-t 'IIH'IIII' I', Iltl: 1IInll 1111l'llqll:tlltIlL',;tL' t cx-to n\llí SI'IHln l'i'\I'1ito, 1111':1"Iri!'I')t ',;e,; e"-IllIl !'\ 'lIdll lnrtu ulurlus l' IlIl""'; conclusúcsSl'lldo til' ld"s das 'xl'cklltL'S pesquisas cruandam -ntu nu mundo intciru.

ESTUOO I'EIU\IANENTE NO PROCESSO

J)E~ENVOI'vI!lIENTISTA

() dcscnvolvimcnto ê lllll proccsso cnu-tínuu 'IUC SL'inicia lia cllnccp<;ão e cessaCOl1\a morte. () dCSCIII'Oh-iIlICllto incluitodos os aspectos do comportamc»to hu-numo c, t'1I1110resultado, somente artifi-cialmente pode ser separado em "áreas ","Iascs" ou "faixas ciárins". ,\ accu açâocrcsc .ntc do cone 'itll ti 'desclll'o!l'imclI-to "pcrman .ntc" é muito importante cdeve ser mant ida 1Ii! mente. Da I\lC~lI1aforma que o estudo do ;11lc ta treinado naadolescência c na idade adulta é impor-t ant c, assiin o é () estudo cio movimentono período nconatal na primeira infância,na infância e na vida posterior, i\ luito podeser gallho com o aprendizado do desen-volvimcnto motor em todas as idades ecom a análise desse desenvolvimentocomo um processo que dura toda a "ida,

Dcsenvolvime to é 11mprocesso per-I.rnancntc que se imcia na concepção ecessa somente na morte.

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l 'ma perspectiva permanente 1)i"U1con-siclcru o dCSCIII'Oh'iIlICllto como específi-co por áreas, por fases Oll dependente dcfaixa ct.iri». Em vez disso, tal perspectivasugcrc que "al~ulls" aspectos do dcscn-volviiucnto podem ser conceituados CI1lesferas de .ircas, estando relacionados aIuscs ou iI faixas ctárias. enquanto outrosnâo poclcm. Além disso, o conceito de de-sc nvolvimcnto pcrmanc nte inclui todaalteração dcscuvolvimc m ista - as IIlU-danças positivas geralmcntc associadas àillf:1I1cia c il adolescência c as mudançasque ocorrem eOIl1 o proecsso regressivodo envelhecimento.

() dcscuvolvirucnto II10tor é altamenteespecífico. :\ noção antcr iorrncntc aceitade hahilidadc motora "geral" foi refuta-da par:1 a satisfação da maioria dos estu-diosos da área. :\ habilidade superior CI1luma área motora não garante habilidadesimilar crn outras, O conceito obsoleto deque alguélll ou possui ou não possui ha-bilidade em atividades rnotoras foi subs-tituído pelo conceito de que cada pessoatem capacidades específicas em cada uma<I<IS muitas áreas de desempenho. VáriosFatores que envolvem habilidades moto-ras l' desempenho físico intcragem demanci ras complexas com o desenvolvi-mcnto cognitivo c afetivo. Cada um des-scs fatores é, por sua vez, afetado por umaampla variedade de exigências biológicas/arnbie ntais e relacionadas a tarefas espc-cííicas.

O processo de desenvolvimento e, maisespecificamente. o processo de desenvol-vimento motor, deve r ia lembrar-nosconstantemcnte da individualidade doaprendiz, Cada indiv.u o tem 'n tempo\1' culiar p~.. a aquisição e para o dcsen-volvimentr ~ habilidades mataras. Em-bora o "relógio biológico" seja bastanteespecífico quando se trata da seqüênciade aquisição de habilidades 1') oras, o

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nível c a cxtcnsáo cio dcscnvolviu rcnto siiodeter minados individ uu l c d ra mat ica-mente pelas e.:xigências da tarefa CIII si"Faixas ctárias típicas de dcscnvolvirncu-to sâo apenas isso: típicas c nada mais.,\5 faixas ctárias meramente representamescalas de tempo aproximadas, nas quuiscertos comportamentos podem ser ob-scrvados, O excesso de confiança nessesperíodos de tempo negaria os conceitos decont inuidadc, cspccificidade e individua-lidade do processo dcscnvolvirncutista.

o desenvolvimento é rc lacionado ;1idade, mas n.10 depende dela.

O estudo do desenvolvimento motor clataapenas do iníeio do século >-."'\.. Certo nú-mero de métodos de estudo evoluiu, e umavariedade de problemas influenciou tantoa quantidade quanto a qualidade das in-formações disponíveis. As seguintes se-çõcs, resumidamente, revêem a história,métodos de estudo e problemas encontra-dos no estudo do desenvolvimento motor"

História do desenvolvimento motor

As primeiras tentativas sérias de estudodo desenvolvimento motor foram feitas apartir de perspectiva maturacional, con-duzida por Arnold Gcsell (1928) e MyrtlcMcgraw (1935). Os aspectos dessa pers-pectiva argumentavam que o desenvolvi-mento é função de processos biológicosinatos que resultam, em seqüência univer-sal, na aquisição de habilidade matara in-fantil. Desde esses esforços pioneiros, osnomes de Gesell e lVlcgraw tornaram-selendários na pesquisa do desenvolvimen-to motor. De fato, muito do que nós sabe-mos sobre a seqüência da aquisição dehabilidades motoras infantis é baseado notrabalho descritivo de Gesell (1928) e

1\Icgnlll" ( I C) 35), hct 11e.:OIIlO 110Iraha lho de1\larv Shirley (I cJ3l) c 0:alle.:yBailc\" (I C)35)"() n iunuuuc de pesquisa qlle esse,; cst u-diosus efetuaram foi gralldclllcllte moti-vado pelo seu interesse 110 rclaciunamcu-to da mat uraçâo c de proe.:essos de apre.:n-dizado e.:OIIlo dcscuvolvimcnto e.:ogllitil"ll.Em seus estudos feitos separadamente,poréru notavcuncutc similares, esses pri-meiros pesquisadores relutaram as maisconhecidas seqüências do dcscnvolvimcn-to motor na iuíâucia. Suas observaçõesnaturalistas de crianças fornecem grandequantidade de informaçôcs sobre a pro-gn;ssão scqücncial do desenvolvimentonormal, desde a aquisição dos precocesmovimentos rudimentares até os padrõesmaduros de comportumcnto. Embora aproporção lia qual as crianças adquiriamhabilidades motoras sclccionadas varias-se de alguma lort na, essas pesquisas rcvc-laram que a seqüência da aquisição erauniversal c geralmente iuva riávcl "

São clássicos os estudos de Gcsc}l cThompson (1929, 1934) e 1\lcgra«: (193.~,1940) sobre o uso do método de controlegcminado de estudo do desenvolvimento.Essas pesquisas Ior nccer am esclareci-mento considerável a respeito da influén-"cia da prática restrita c aumentada na aqui-sição de várias habilidades motorus e le-vantaram numerosas questões quanto aosefeitos da prática prccocc. O comporta-mento moldado de Monica Wild (1938) foio primeiro estudo a abordar os padrõesmotores descnvolvimentistas em criançasna idade escolar. Infelizmente, após seuestudo, espetacular em termos dc prof un-didade e totalidade, houve pouco interes-se na exploração dos vários aspectos dodesenvolvimento motor até o final da Se-gunda Guerra Mundial.

Depois da Segunda Guerra Mundial,surgiu uma nova geração de desenvolvi-mentistas motores. Liderados por Anna

Espcnschade, Rut h Classo\\" e G" l .a-wr c n cc Ra ri ck (confofllle citado CIIIRarick, IC)i:lI), e.:~scs indivíduos cunce n-trarum-sc na dcscriçáo das capacidadesde dcse.:lllpelllto motor de crianças" I~ im-portante notar que todos os três erameducadores físicos c, corno tal, estavamiutcrcssados c n i compreender os rcsul-tados do desenvo""illlento motor por suaprópria causu. Além disso, seu trabalhoconcentrou-se na aquisição dc habilida-des motoras na idade escolar, em vez deconcentrar-se no desempenho motor in-fantil. Emhora a extensão ela pesquisanesse pcríodo Iossc limitada e () progres-so lento, o trabalho desses três prim~ir()slíderes fez muito para manter o descn-volviiucnto motor vivo CUIIIOárea legíti-ma de pesquisa escolar. De fato, Clarck e\\"!titall,( I98lJ) creditam a Espcnschade,Gl<ls501\"e Rarick o uparecimcntn do de-SCIll"o""imcllto motor como área de estu-cIo separada da Educação Física (cincsio-logia).

Desde I<Jü(J, a hasc de conhecimento doestudo de desenvolvimento motor temcrescido de maneira estável. O trabalho deLolas Halverson (1966) e vários dos seusalunos na Universidade de Wisconsin(Hah-erson e Roberton, 1966; I-Ialverson,Hoberton e Harpcr, 1973; Halverson eWilliarns, 1985) sobre a aquisição de pa-drões motores maduros fundamentais fezrcvivcr o interesse na pesquisa sobre crian-ças, por cnfatizar a identificação dos me-canismos subjacentes à aquisição dahabilidade, em vez de centrar-se na habi-lidade final em si. Padrões Motores FUI/-

damenta i: (1983), escrito por RalphWickstron, e a pesquisa realizada por VemSeefeldt (1972) e colaboradores (Branta,Haubenstricker e Seeíeldt, 1984; Seefeldte Haubenstricker, 1982), na UniversidadeEstadual de Miehigan, sobre a aquisiçãofundamental de habilidades motoras, ar-

I;

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maram o cenário para a agitada" pesquisaela década de 1980 e dos anos scgu intcs.

Nas décadas de 1980 e 1990, a ênfase dosestudos do desenvolvimento motor mudoudramaticamente outra vez. Em vez de con-centrar-se no produto do dcsenvolvimen-to, como as outras abordagens norrnativas/descritivas das três décadas precedentes,a ênfase voltou-se para a compreensão dosprocessos subjaeentes envolvidos no de-senvolvimento motor. Pesquisadores con-duzidos pelo trabalho original de Kugler,Kelso e Turve)" (1980) formularam novosenquadramentos teóricos para o eontrolee o dcscnvolvimeni., do comportamentomotor" Desde então, o trabalho de EstherThclen e colaboradores (1986a, 1986b,1987a, 1987b, /991, 1994) e o de jane Clarkc colaboradores (1988, 1989) levaram à for-mulação da teoria de sistemas dinâmicosde desenvolvimento motor, a qual estáorientando grande parte da pesquisa rea-lizada atualmente.

Historicamente, o desenvolvimentomotor tem passado por períodos quecnfatizaram várias explicações do proces-so descnvolvimentista.

Em resumo, o período compreendidoentre 1930 e a Segunda Guerra Mundialpode ser caracterizado como "período deamad urecimento"; os anos a partir de 1946até a década de 1970, como "períodonormativo/descritivo" para o estudo do de-senvolvimento motor; a fase da década de1980 até o presente pode ser descrita eomo"período orientado para processos" (Clarke Whital!, 1989). De fato, o estudo do de-senvolvimento motor começou orientan-do-se para os processos (ou seja, o estudodos processos subjacentes que governam

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8 UNIDADE I ~ FtlTld"ll1l.·lltll~

a maturaçâo). depois mudou na direçãodos produtos [isto é, a descrição da me-cânica das várias Iascs de aquis içâo da ha-bilidade motora c u desenvolvimento decritérios normativos para uma variedadede medidas de desempenho motor) e, emseguida, voltou a orientar-se para os pro-cessos (quer dizer, a explicação dos pro-cessos causadores de alteração no com-portamento motor ao longo do tempo),Pesquisas importantes, cíctuadas em to-das as partes do mundo, estão agora abor-dando tópicos criticamente importantesdo desenvolvimento motor desde a pri-meira infância até a idade adulta,

Métodos de estudo dodesenvolvimento

O desenvolvimento motor é estudadode três maneiras: o estudo longitudinal,o estudo transversal e o estudo longitu-dinal misto. Visto que a pesquisa de de-senvolvimento motor envolve o estudo dasalterações que ocorrem no comporta-mento motor ao longo do tempo, o méto-do longitudinal de estudo é o ideal e oúnico meio real de estudar o desenvolvi-mento.

O método longitudinal de coleta dedados tenta explicar alterações de com-portamento ao longo do tempo (isto é,tempo desenvolvimentista) e envolve omapeamento de vários aspectos do com-portamento motor de um indivíduo porvários anos. A abordagem longitudinalpermite a observação de alterações em va-riáveis selecionadas ao longo do tempo e,embora consuma tempo, trata o estudodo desenvolvimento motor como funçãodo tempo, e não da idade (isto é, temporeal). O método longitudinal envolve oestudo de um único grupo de indivíduos,todos da mesma idade, ao longo de váriosanos. O principal objetivo do estudo 10 -gitudinal é medir as "alterações" relacio-

nadas il idade no comportamento, I':s~eestudo nâo permite, cntrctuntn, a meu-suraçâo de "difcrc nças" ctárias no dcscn-volvirncnto. Em suma, o método longitll-din a l permite () estudo de altera\'(lesint ra-i ndividuuis ao longo do tempo,

U Estudo sobre Crescimento de i\ Icni-nus de Mcdíord, rcnlizudo por 11. II"rri-son Clarkc (1971), de 195(1 a I<)(IK, é umdos mais completos estudos longitlldillai~já cfctuadns. O estudo do dcscuvolvimcn-to motor, iniciado e m I <)(dl por VcrnSce íe ldt na Universidade Es tad ual deMichigan e continuado durante mais detrinta anos, coletou extensos dadosantropométricos, bem como milhares dcrolos de filme de crianças dcscrnpcuhan-do habilidades motorus Iuudarnc nt aisselecionadas. O árduo trabalho de pes-quisa de Bcvcrly c Dalc Ulrich, da Uni-versidade de Indiana (1995), coletou da-dos extensos referentes ao princípio dacaminhada de qualidade em crianças comsíndrcme de Down. 'Ibdos são ótimosexemplos de estudos longitudinais c eledesenvolvimento motor,

Observa-se facilmente que o métodolongitudinal dc coleta de dado!' consomebastante tempo, Além disso, a taxa de eva-são é freqücntcrncnt alta, pois os parti-cipantes mudam, ficam doentes ou inca-pacitadoa.As im, um grande número dcparticipantes precisa ser testado a fim deobter-se amostragcrn representativa ao fi-nal do período de cinco li dez anos de es-tudo, Problemas na metodologia e no pro-jeto também podem ser obstáculos ao es-tudo longitudinal. Níveis variáveis deconfiabilidade e de objetividade no!'examinadores, no decorrer do período deestudo, podem causar problemas na inter-pretação dos dados, Os efeit s potenciaisde aprendizagem, rovenici, s cas re e-tiçõe Ir" üentes d LI1S , redidos, ta n-

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,\

hérn se nnist r.uu, por vezes, prcjucliciai«ao cst ud«. Es:-:as dirintldade:-: lcvaru mllluilO:-: p 's'lui:-:adllre,; a optar pela ahllr-dagelll trnnsvcrsal.

() método de estudo transversal per-mitc ao pt':-:l)ui~adllr .olctur, si mulumcu-mente, dados de gn'l'os de pessoas de ,'a-rindus Iuixas ct;íria~, () Ilhjeti,'o princi-pal do estudo trall';" '1',;al é medir a,; di-fercn<;,ls relaciolladas ;1 idade 1111e{JIII-port a mc ntu. E:-:s' IIIl-todo lliio pcrm it cmedir "ult cruçáo" r 'laL'illnada ;1 idade,t c n do a t ru ído m ui t a cou t rové r s ia c m

anos recentes. Ila,;ieatllcllte, o métodotrunsvcrsal apresenta apc nas "d iferc n-ças " médias em gr11po,; llO decorrer dotempo dcse nvolvimc nt ist a.A conclusãohás ica subjacent c ao estudo t ra nsvc rs alé a de qllc a sc lcçâo randómica de parti-cipant cs da pesquisa [or ncccr á amostra-gcm rcp rcscntut iva da população paracada grupo ct ário t cstado. I~ qucst ioná-vcl, todavia, que essa conclusão possa seralcunçada na maioria das '"l'ZC:;, l'\a rca-lidadc, os estudos t ransvcrsais, emborasimples c diretos, apenas podem dcscrc-ver comportumcntns típico!' das idadescspccííicas abordadas. 01110resultado,eles não são considerados pela maioriaelos especialistas COlllO estudos dcscn-volvirncntistas reais. O problema é que,historicamente, a maior parte da pcsqui-sa de dcscnvolvimc nto motor tc m usadoa abordagem transversal.

Para superar a notória fraqueza da téc-nica transversal, os psicólogos dese nvol-virnentistas e pesquisadores do desen-volvimento motor começaram a olharcom mais atenção a combinação de pro-jctos de pesquisa longitudinais e trans-versais nas pesquisas de investigação in-dividuais, Esse método scqüe ncial deestudo elo desenvolvimento ou métodolongitudinal misto, como é freqüente-

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mcut c dellolllillado, cumhiu.t o~ mcIho-rcs a,;pcclos do,; métodus IOll).!itudiual ct runsvc rsn l, ahrangcndo todo,.; o,; dadll';IHb,;í,'ci,; que ,;i'lOncccss.irio» :1 de seri-\';111e/Illl il cxplicaçáo de dilc rcuças e dealtcraçtJes. no decorrer do tempo, t.uuoda,; fllllç'-le,; do dcscnvnlvimcnto eO!1lOunubcrn das Iunçócs ctárias. llasicamcn-te, o,; part icipantcs das pesquisas S;lU ,;c-lc c io n a d o s c c s t u dad o s de ma nc irat rausvc rsu l, mas também sâo acomp.i-n hud o s longitlldinal111t"l11e por v.i r io sa nos. Is so pcrm itc comparar o,; resulta-dos obtidos pelos dois métodos c servede base para validar ou para refutar altc-raçtJe,; rclaciouadus ;1 idade c as altcru-çóc s rculmcntc dcscnvolvimc ntistus. (:forllecida ao pesquisador, t am hé m. aoportunidadc de aprcsc nt ar em curtoperíodo análises preliminares dos dadosda pesquisa, c m vez de esperar cinco ouma is anos.

Enquanto alterações relacionadas àidade no comportamento motor podemser estudadas por projetos dc pesquisatransversal, a verdadeira alteração de-scnvolvimcntista somente pode ser e::-tudada por projetos longitudinais c lon-gitudinais mistos,

Os métodos de estudo longitudinal,transver-sal c longitudinal misto podemser aplicados a inúmeros formatos depesquisa, Esta pode assumir a forma deum estudo experimental, o método maispoderoso, por causa dos rígidos contro-les necessários, ou pode ser intercultural,envolvendo observação naturalista, pes-quisas de opinião, entrevistas, relatórioshistóricos de casos ou combinação des-

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10 'UNIDADE I - \.'UlIllaIlIL·II(Il:'

sas entrevistas técnica,;. ,\ '1~I\Jcla 1.1 for-IlCCCbreve Ilo<;üo desses fOrlllato,; para oestudo do dCSCln-olyilllClllo.

Conformc observado alltcriortnclltc,houve uma mudança do proccsso para oproduto no estudo do dcsenHIl\·imcnlOmotor c, mais rccclltclllClltc, voltou-separa u processo nOyalllcnlc. Os primei-rus pcsquisadorc,; cníat izuvum a uupor-tância da pl'sq/lim oricut adct 110m ()prlJ·ceSSIJ, isto é, para a Iorma c a fUIl\;ÜlI. 11.!\ l. lIah-crson (11)31, 1(37), Slúrlcy (1931)e \\·ild (193g) concentr,lram-sc na aqul-s içâo scqücucial de padrões mo to rcs.Suas sugestôes para o estudo do proces-so de deseln-olyimento das liabilidadcsmotoras pa;;!'aram quase despcn:eblda,;até a década de 1990, quando se rcvivcu liinteresse nesse estudo, o qual, desde c n-t ào, tem sido um Ioco da pcsquisa do de-

sCIl\·okilllentu motor. () emprego de ccr-.. . t 'r·lfl··1 "letrogo-tas teclllcas - cinema og' "~ _ .

niorncui» e eletrollliografia - e as análi-scs computaeiollais cada vez mais.aIHlra-das têm aumcntudo nosso conhecimentoa respeito do processo do movi~llcnto, deseus mecanislllos motores subjuccntcs eda resultante influência sobre o produtodo movimento (Robc rt o n e KOllczak,

2001).!\ pes(j/lislI oncutr«!« para ()prod/l/o ou

pesquisa sobre as eapacidades de (lesem-.pcnho dos indivíduos 101 rc a lizuda pOImuitos anos. Esse tipo de pcsquisu. upi-cnrncnt e , import:H;e com o resulta~o dodesempenho do indivíduo. ;\ disiáncraque a bola percorre, a \"eloe,da~ie com quepude ser chutada ou a que dlstallua.podl'-se saltar ,;~1O oxcmplos de avaliações de~le~el11pell ho motor. Força, rcsis tô nciu.

CAIJÍTULO 1 - ('ompn:clluclldo (I Dcscuvulvirucutc !\l<Jlor: Lm a "isão Cera!

energia, equilíbrio e flexibilidade, quan-do mcnsurudos por bateria particular detestes, são exemplos de avaliações de de-sempenho de aptidão física.

o desenvolvimento motor pode ser es-tudado segundo uma orientação para oproccsso ou para o produto.

Problemas no estudo dodesenvolvimento motor

1\ coleta de dados, seja orientada para oproduto ou para o processo, pode ser di-fícil quando bebês, crianças, adolescen-tes e adultos são estudados. Problemasna coleta de dados são a principal causada escassez de informações na pesquisade desenvolvimento motor sobre bebês ecrianças.

Bebês c crianças na Educação Infantiltendem a ser participantes desafiadores,a não ser que procedimentos que acomo-dem sua natural personalidade indepen-dente sejam adotados. Os dois problemasbásicos associados à boa coleta cJe dadossão o desempenho inibido ou exageradoe a inconsistência no desempenho. Pre-cauções especiais devem ser tomadas,tanto quanto possível, para eliminar aparcialidade potencial dos dados causa-da por esses fatores. Períodos de orienta-ção prolongados c procedimentos de co-leta de dados modificados para simularum ambiente mais natural são freqüen-temente emprcgados para coloear a cri-ança à vontade. Isso ainda não assegura-rá consistência no desempenho.

Por exemplo, quando se pede a umacriança pequena para "jogar a bola coma mão erguida tão longe quanto possa",ela pode jogar primeiro com a mão direi-ta e, então, casualmente começar a jogar

11

com a mão esquerda. Alguns arremessospodem atingir vários metros, outros, so-mente alguns centímetros. Alguns arre-messos podem aproximar-se intimamen-te de padrões de atividade desenvolvidos,enquanto outros podem parccer o movi-mento dc arremesso de granada. Ocxper irnentador deve ter considerávelpaciência e trabalhar com a criança atéque e la tenha demonstrado o que oexperimentador julga ser um esforçomáximo ou representativo, usando o pa-drão de movimento mais característico.Os problemas potenciais são sérios. Osfatores de fadiga e de aprendizado podemcontaminar os dados, como também oserros de julgamento do experimentador.

A coleta de dados desenvolvirne ntis-ta, por muitas razões, é freqüentemcnteum processo difícil que consome mui-to tempo.

Outro problema que assola o pesquisa-dor do desenvolvimento é a confiabilidadeentre os índices. É crucial, por exemplo, quea avaliação ernpírica seja sistematicamenteanalisada e que os observadores sejam cui-dadosamente treinados sobre como obser-var e o que procurar: Outro problema, eprovavelmente o mais sério que o pesqui-sador enfrenta, envolve a confiabilidade e avalidade de instrumentos de mensuração,Uma variedade de equipamentos para ava-liação do desenvolvimento motor está dis-ponível. Alguns foram meticulosamenteprojetados; outros são uma combinação demedidas de confiabilidade e validade semcomprovação.

Os benefícios obtidos com a pesquisasobre desenvolvimento motor superamem muito os problemas e as armadilhas

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12

que possam existir. Conforme as iníor-mações gradualmente se acumulam c rc-percutem, formamos um quadro mais pre-ciso do>; processos envolvidos no dcscn-volvimcnto motor. Os esforços de pcsqui-sa que empregam projetos honestos c rc-conhecem a necessidade de coleta de da-dos paciente e imparcial estão aumcntan-do nosso entendimento do dcscnvolvimcn-to motor ao longo da vida.

CLASSIFICAÇÕES ETÁRIAS DO

DESENVOLVIMENTO

Níveis de desenvolvimento podem serclassificados de muitas maneiras. O mé-todo mais popular, mas Ircqücntcmentco menos acurado, é a classificação pelaidade cronológica. A idade crouokigica oua idade do indivíduo em meses c/ou anosé de uso universal e constante. Conhe-cendo a data de nascimento de alguém,podemos facilmente calcular sua idadeem anos, meses e dias.

A Tabela 1.2 fornece uma classificaçãocronológica convencional, desde a con-cepção até a terceira idade. Note que,embora as idades cronológicas sejam al-tamente específicas nos primeiros anos,elas se tornam crescentcmente mais ge-neralizadas no decorrer da vida, Ao exa-minar essa tabela, tenha em mente que,embora o desenvolvimento esteja relaci-onado à idade, ele não é dependente dela.A idade cronológica meramente forneceestimativa aproximada do nível de desen-volvimento do indivíduo, que pode sermais precisamente determinado por ou-tros meios.

A idade biológica de um indivíduofornece um registro do índice de seu pro-gresso em direção à maturidade. Trata-se de uma idade variável que correspondeapenas aproximadamente à idade crono-lógica e pode ser determinada medindo-se: (1) a idade morfológica, (2) a idade

(í~sea, (3) a idade clcntul ou (-I) a idade~l'xtlal.

:\ ir/III/(' Jl/1J1.f!J/lígico (ornccc o talllalllloatillgido pelo indivíduo (altura c peso):<egulldo os pudrôcs normnt ivos. () tama-nho nor m a t ivn foi d c t c rm in a d o por"'etzel (10+8) pelo mapcamcnto cxuus-tivo de alturas l' de pesos de millmrcs deindivíduos. J\ escala de \Vetzel foi usudu,por muitos anos, pela maioria dos pedia-tras, como o meio hás icn de determinara idade lJ1orfol6giea de seus pacientes.Embora nâo seja tão usada atualmentepor causa de alterações sccu larcs (i,;tllé, mud.uiças ao longo de geraçüe:<) emaltura c peso, a escala \Vetzel foi, em cer-ta época, o método mais popular paradctcrmiuar a idade ll1orfolc'Jgica.1 Iojc, ospediatras usam gráficos de crescimento[ís ico desenvolvi los pelo 'entro Nacio-nal de Estat ísticas de Saúde (20DO). C6-pias desses gráfieo~ estão locul ixadas nocapítulo 6 (do nascirncnto ao: 3(J meses)e no capítulo 10 (de 2 a 20 anos) e tam-bém podem scr c nco nt radus IlO s it c,\'w\,'.cclc.gm'/nehs/.

;\ idade ássea fornece um registro da ida-de biológica do esqueleto em desenvolvi-mento. Podc ser determinada bastanteacuradamcnte por radiografias dos ossoscarpais da mão c do pulso. A idade óssea éusada atualmente como ferramenta depesquisa laboratorial c em casos de cres-cimento extremamente retardado ou acc-lerado. Ela é raramente usada como mcn-suraçâo da idade biológica Fora de insta-lações laboratoriais ou clínicas, por cau-sa do custo, inconveniência e pelos efei-tos cumulativos da radiação.

A idade dental é outro meio preciso, po-rém não freqüentemente usado para de-terminar a idade biológica. A seqüênciado desenvolvimento cios dentes, desde aaparição '- as pontas até fechamento daraízes, for ece a rnensuraçâo -1aidade C

13

TABELA 1.2 é~S~FICAÇÃO':cô~~b~~~ i)A IDA"D~

CRONOLÓGICA .: t

12 - 24 meses, (2 ;-:ld'~no's)\'24 -'36 rncses'" :' .. :: ..

I. I " ••

..3 -~SarJOs" .-,6.~Ià';t;ÜS . .,

(10 - 20 anos)

10 - 12 ano, (F); I1 -13 ano, (\1)

12 - 18 anos (F); H - 20 anos (\1): (20 -"'40 anos) , ' .

, 2.0 ~ioa~b;.'30 i 40 ahÓ~~ ':(40 - (,Q anos)

A. t ransição para a meia-idade iO - 45 anos

Il. meia-idade 45 - 60 anosVII Terceira idade. -J" 1:.. ~ :: ;,; ..:''-'; .y~~'~.,'~ ; :(·6({iÍ:-an~~)' .L,

" . .J' .' .••.,.... '" •. ;\0-, ,-

A. infeio da t~réciríi .idaélc·,:~-:Ii',' ~')', r·'~i'·~·1.' J ~60':'70 a~os 1,~·:,--ri 1)•••••• .)"1.:;. •. it.(",F\ ?.~, ...•.•...,,~ '\~,,\l..~,~ ~"!t:.:.t:.~~..",.,.t.J • 1 :.;~,'r•. ~••.....•• :.o. pérfodo iritérmeaiário êhúeréeira iiláde'- '. '~70 :':'~80''ãrloS...:.' .

" ::C. '~en'llida~~~,~;:~,..,~::~"'~~.:~'~~"f'"', .~::;~:'?~):",~8'à~~~~:~~::::;,/~_:"'" ,

Período

I Vida pré-natalA.. pcrfodo de zigoto

B. pcrlodo cmbrionãrioC. período fctal

li Prinu-i rll infftncialI., pcríndu n('(Jli;tl;t\

Il. iní 'io dn inf:ineiaC. infâu ·ia posterior

111 Infância

A. período de aprendizagem

, B, infância precoce' ,

C. iuíâucia iutcrmcdiária/avançadaIVAdolescência

J\. pré-pubcscência

Il. pós-puhcscência

V Idade adulta jovem

A. pcrlodo de aprendizado

B. período de fixação\/1 Meia-idade

calcificação. lI. idade da erupção tambémpode ser cletcrminada pelo rnapcarnentoprogressivo dos dentes.

A idade sexual é um quarto métodopara determinar a idade biológica. Amaturação sexual é determinada pelo al-cance variável de características sexuais

_.márias e secundárias. J escala de ma-, .dade de Tann r (1962) é um meioeciso de avaliar a rnaturação sexual. Ela

Escala aproximada de idade•• ",: .• "'1. •••"7.>1"-\ .•• ": c.-· _..... r ..

,< ma'c'o'htepçãó'ílO;õaseimeiÍto) ,;.:~,:. ,,,, _.',-\0. ~.. "tfl....:..... -1 .••':.~--'":'~~,. '-. ~ '-

, Córícepç~o -·i Semana ~'i. ,'" ,,: ,:', .;. •. - .~ ,.•..... -.f.-:.~",;_~,,;, .-f.

2 s.emàn·ás·.J'8'sem~nâs:.i .: .,8 sem~na;~;nas~i~·e~-io ::,'

(Nascimento aos 2~ meses)nascimento - I mêsI- 12 meses

J' • r" ;

,"

é descrita no capítulo 15. Esse métodonão é usado frcqüenternentc por causa defatores culturais e sociais.

Existem vários outros métodos de clas-sificação etária. Eles incluem mensura-ções de: (1) idade emocional, (2) idademental, (3) idade do autoconccito c (4)idade pcrccptiva. A idade emocional é amedida da socialização e da habilidadepara funcionar dentro de um meio social/

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H- UNID r\DE I - l-uml.uucnro-,

cultural part icular.A ulculc: IIII'II/I/fê umumedida complexa do pot cucial mcutal deIIlll in d ivid u o COIIIO Iu n ç áo t a n t o douprcudizudo llllanto da auto-pcrccpçào.Ela sempre flutua durante u período devida do indivíduo .. \ idru!« do autoconcci-10 é uma medida da uvaliuçào pcs soal deum indivíduo sobre o seu valor ou digni-dudc .. \ idru!« pcrccptir« é a avaliaçào doíndice c da cxtcnsáo do desenvolvimentopcrccptivo do indivíduo.

Embora a idade cronológica seja omeio mais cornumcntc usado de classi-ficação ctária. ela é, Ircqücntcmcntc, amenos válida.

Todas as medidas de m.nuraçào são va-riávcis. Elas estão relacionadas i\ idadecronológica, mas náo são dependentesdela. Portanto, qualquer uni que traba-lhe com seres humanos, sejam eles be-bês, crianças, adolcsccnt cs ou adultos,deve evitar o excesso de confiauça na elas-sificação cronológica da idade simples-mente por causa de sua facilidade e con-vcniência.

TERMINOLOGIA USADANO

DESENVOLVIMENTO MOTOR

Obter um conhecimento funcional dostermos usados em qualquer área dc cs-tudo é importante. Scja essa árca a medi-cina ou o direito, a educação especial oua economia, existe um jargão típico paracada uma e o desenvolvimento motor nãoconstitui exceção. Inúmeros termos deuso comum são apresentados nesta se-ção. Como acontece com os jargões namaioria das áreas de estudos, a concor-dância sobre o significado de cada termo

IlÜI) é un ivc rsul. \:1')'; de\"cIIHI'; lutar pl)ruma cOIl,;i,;tl'lleia nurio r. COIII esse COIl-

. t:eitll c m mcut c, as ,;eguinlL',; dcfiniçúcs

súo aprc sc ntn dus.

Os termos transmitem couccitos crí-ticos essenciais il cornprcc nsáo do de-scnvolvime nto motor.

Crescimento e desenvolvimento

Os termos crescimento c desenvol-vimento são Ireqüe ntcmcntc usados empermuta, mas cada UI11implica diferençana êllfase.!\o seu sentido mais puro, crcs-cinu-uto fisico refere-se a Ulll aumento notamanho do corpo de um indivíduo namnturaçâo. Em outras palavras, o cresci-mento físico é um aumento da estruturado corpo causado pela multiplicação oupelo aumento das células. O termo rrcs-cimento, entretanto, é frequentementeusado para referir-se à totalidade da alte-ração física e, como resultado, ele se tor--na mais abrangente c assume o mesmosignificado que dcs c nvo lvimc n to. Emnossa discussão sobre crescimento, ado-tarcrnos o primeiro significado.

Dcsetn.ohintcuto, em seu sentido maispuro, refere-se a alterações no nível defuncionamento dc um indivíduo ao lon-go do tempo. Kcogh e Sugden (1985)definiram o desenvolvimento corno "al-teração adaptativa em direção à habilida-de". Tal definição implica que, no decor-rer da vida, é necessário ajustar, compen-sar ou mudar, a fim de obter ou manter ahabilidade. Por exemplo, o bebê que estáaprendendo a caminhar necessita com-pensar as alterações em sua base de apoioe em seu centro dc gravidade. Então, oadulto também precisa compensar a di-

CAPÍTULO 1 - Cunrpn ..·t.'IIlIcIlUO (I Desenvolvimento Motor: L'ma Yisáo (;cr:d

minuiçâo c a rcgrcssâu lia habilidade decaminhur, Ircqücrucmcntc causada pelaartrite c pela flexibilidade de articulaçõesrcduzida. Adotarcmus a definição deKeogh e Sugdcn ao longo do texto, pUI'-que ela, clara e objetivamente, afirma queo desenvolvimento é um processo perrna-nc ntc ele altcruçâo.

Embora () desenvolvimento seja maisIrcqücutcmcntc considerado C0l110o apa-recimento c a ampliação da habilidade deum indivíduo para funcionar em um ní-vel muis elevado, devemos reconhecer queo conceito de desenvolvimento é muitoamplo, e que ele é, de fato, um processopermanente. O estudo do desenvolvimen-to refere-se ao que ocorre, c como ocor-re, no urganislllo humano em sua jorna-da desde a concepção até a maturidade c,depois, a morte. O desenvolvimento é umproecs,;o contínuo, incluindo todas as di-mc nsõcs inter-rclacionadas de nossaexistência. Deve-se tomar cuidado paranão considerar essas dimensões como au-tônomas ou limitadas aos anos de cresci-mento da infância. Os adultos estão tãoenvolvidos no processo de desenvolvi-mento quanto as crianças pequenas.

Os elementos entrelaçados da matura-ção e da experiência desempenham pa-pel-chave no processo de desenvolvimen-to. Maturação refere-se a alteraçõesqualitativas que capacitam o indivíduo aprogredir para níveis mais altos de fun-cionamento. A maturaçâo, quando con-siderada na perspectiva biológica, é basi-camente inata, ou seja, ela é geneticamen-te determinada e resistente a influênciasexternas ou ambientais. A maturação é ca-racterizada por uma ordem fixa de pro-gressão, na qual o ritmo pode variar, masa seqüência do surgimento das caracte-"rísticas geralmente não varia. Por exem-plo, a progressão e as idades aproxima-das em que um bebê aprende a sentar,

IS

ficar em pé e caminhar são altamente in-fluenciadas pela maturação. !\ seqüênciado aparecimento dessas habilidades é fixae resistente à mudança, com apenas o ín-dice de aparecimento sendo alterado porinfluências ambientais de aprendizado eexperiência.

Experiência refere-se a Fatores do arn-bicnte que podem alterar o aparecimentode várias características desenvolvimentis-tas no decorrer do processo de aprendiza-do. As experiências de uma criança podemafetar o índice de aparecimento de certospadrões de comportamento,

Os aspectos desenvolvirnentistas tantoda maturação como da experiência estãoentrelaçados. Determinar a contribuiçãoem separado de cada um desses proces-sos é impossível. De fato, um acalorado de-bate quanto à relativa importância dos doisvem ocorrendo há mais de um século.Como resultado, o termo adaptaçâo en-trou em voga e é freqüentemente usadopara referir-se à complexa interaçâo entreas [orças do indivíduo e do ambiente,

Áreas do comportamento

A classificação das reações humanas emáreas do comportamento foi primeiramentepopularizada por 8100m e seus associados(1956) e por Krathwohl, Bloom e Masia(1964) em suas tentativas pioneiras deestabelecer a taxonornia dos objetivoseducacionais. Infelizmente, sua separa-ção do comportamento nas áreas cogni-tiva (comportamento intelectual), afetiva(comportamento sócio-emocional) epsicomotora (comportamento motor)fez que muitos lidassem com cada áreaespecífica como uma entidade do desen-volvimento humano independente. Nãodevemos perder de vista a natureza deinter-relação do desenvolvimento e astrês áreas do comportamento humano,mesmo que tenhamos a tendência desepará-Ias, por conveniência, em nossa

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16 UNIDADE I ~ Ftllld:llnl'lltll~

discussão C estudo do desenvolvimentohumano.

:\ área psicoutotora inclui os proccssosde alteração, estabilização c de regressãona estrutura física e na função ncuromus-cular, Na-área psicornotora, o movimentopode resultar: a) de processos coglliti\'osque ocorrem em centros cerebrais supe-riorcs (córtcx motor); b) da atividade rc-Ilcxa em centros cerebrais inferiores: ouc) de reações automáticas no sistema ncr-voso central. A área psicomotora inclui to-das as alterações físicas c fisiológicas nodecorrer da vida. Como conseqüência, aárea psicornotora pode ser catcgorizadano estudo do desempenho motor e no es-tudo das habilidades motoras.

Dt!sC'lIIpt!I/I/O II/%r é o termo frcqücn-temente usado para agrupar os várioscomponentes da aptidão física relaciona-dos à saúde (força muscular, resistênciamuscular, resistência aeróbia, Ilcxibilida-de das articulações e composição corpo-ral) e ao desempenho (velocidade de mo-vimento, agilidade, coordenação, equilí-brio c energia) conjuntamente. O descm-ponho motor está associado à capacidadede realizar tarefas motoras e seu estudobaseia-se no produto, em termos de: "aque distância?", "a que velocidade?","quantas vezes?".

Capacidades motora s é um te rmoabrangente que agrupa as três categoriasde movimento (locomoção, manipulaçãoe equilíbrio). O estudo das habilidadesmotoras orienta-se para o processo, com-preendendo a observação da mecânica domovimento e a tentativa de entender ascausas subjacentes que o alteram. Assim,pode-se estar interessado em um aspec-to da área psicomotora relaeionado à com-preensão do desempenho motor e tam-bém ao desempenho de variadas habili-dades motoras segundo a idade, o gêneroou a classe social.

,\ área ("(~~11/"ti7'(/ apli(;;llla ali l·:;llId" d"cumpurt.uucnto motor envolve a I"C];I<;;"I"funcional c n t rc a m c n t c c o l'orp" .. \intcraçâo recíproca da mente c do cor!,"tem sido explorada por muitos observa-e10ITs, incluindo desde Sc'lcra!cs c I'lat,i"até os teóricos dcscnvolvimcut islas d" sé-culo XX. jcan Piagct, cnnhccido por sllateoria de descnvolvimcuto eo~nitivo. é 11111exemplo ele teórico quc reconheceu o illl-portanto papel do movimento, part icular-mente nos primeiros anos de viela. () Ira-balho de I'iaget tem sido muito importan-te para disseminar as 1l0ÇtlCSde qllc (l de-scnvolvimcnto motor pcrccptivn c o COII-ceito de proutidâo podem ser intensifica-dos por meio do movimento.

() tertllO!l('/"{·Cplh 'o-II/olllr entrou CI11IIS"nas década. ele 19ÜOc I <J70 para exprl.:~-sar a importante influência que as dispo-sições sensoriais c o processo pcrccptivotêm sobre a atividade motora. EI11scnt idomais amplo, um ato pcrccptivo-motor équalquer movimento voluntário quc seapóia em dados sensoriais para processariuformações usadas no desempenho da-quclc ato. Em outras palavras. lodo movi-mcnto voluntário pode ser consideradocorno pcrceptivo-rnotor por natureza.

Os movimentos controlados subcort ical-mente (reflexos) são as únicas formas demovimento dos músculos csqucléticos quenão exigem elemento ele percepção.

Aârea afetn:a, em relação ao estudo domovimento humano, envolve sentimentose emoções quando aplicados ao próprioindivíduo e a outros por meio do movimcn-to. A confiança matara, o autoconceito c asocialização cultural são áreas de intcrcs-se para os estudantes de desenvolvimentomotor. A confiança utotora é a crença doindivíduo em sua I -' ilidadc de satisfazeras exi . ':'ncias de vár.a tar, •.s motoras. Ü

autoconceito é a aval açâc :iue o individr ofaz de seu próprio va or, s --10 jpfj,·':r:-: ~.-

do ]lllr muitos falor('~. COIIIOo 1lt()\·illlt"ll-10.:\ .,·()('ittli-::;II(ÚII crtlt n m] é () 11IvcI ele ill-Il.:nl,·:io ~(tl·i:tll','idelll·iado por 11111indiví-dun. () ·Olllllilrt:tI1ICl1tO j()CO~1lICIII 11mcnmpnucut c dvscnvolvirncntist« LJIICselIlallifesla lia altcraç,io do rc lnciuuan un-to entre pessoils próximas c em nive ismais sofist icudos de flllleillllillllclllo. Defalo, a hrin ·adeira é considcradu pe losbi611lg'0,.;l·OIlIlI .u ivid.ulc ,'ilal para o dl'-SCI1\'oh-illll'1I10 .crchral (F'lgl'l1. 19()2).

CONCEITO 1.11 '. '~{~

() CIlIIl]lortalnCl1lo humano pode ser·Ia~,.;iricad() CIII três áreas: eogl1iti'·a,

afeli,'a c psicomotora.

Essas ddiniçtlc,,; de áreas psicomororn,çOgl1iti,·a c afctiva, conforme influenciame s,io influcuciadas por processos dcscn-volvirncntistus, pcrmit crn-nos esclarecerlima vnricdadc de termos quc contém aspalavras II/O/U/"Ollll/lnill/C'II/U (veja 'Iabc-Ia 1.3). () que discutiremos a sl'g-lIir 11;10é um mero .xcrcício ele scmânt ica. Se aspalil\T,I~ r .Ilcrcm conceitos e transmitemidéias, é importante que determinemossignificados similares para elas porque atémCSI110 diferenças sutis nas definiçõespodem levar a confusões c à falta de cla-reza.

Desenvolvimento m.otor

O termo motor, quando usado sozinho,refere-se .IOS fatores biológicos e mccâ-nicos que influenciam o movimento. Otermo, entretanto, raramente é usado so-zinho, servindo de sufixo ou de prefixoem palavras COIllO:psicomotoi, percepth:o-ntottn; sensôrio-nmtrn; aprendizado II/%r

e, é c aro, de.\·t!/I'i'oh'ilJle/llo r=otr»: Os ter-'nos psicontotor, perceptrco-s-rnor e seu-w)rio-I/I%r ganh;:;-am )opuiaridade no-.-gâo de psicólogos e de educadores. Os

17

.'profissionais ele atividade fí~il"a, cm cun-t rupartida, tendem a limitar o IIso·de%csarixo,; a discu,;súc,.; que cn íocam aspcc-tos cspccifico-, do processo motor. Emoutras puluvras, o afixo "motor" é usadopara descrever áreas específicas de estu-do. Sl.:guc-~e breve dcscri<Jlu de várinstermos c de como eles ~eralmcntc S;lOclllpregados.

O aprendizado ~ um processo intcr-110quc procl uz altcraçôcs consistentes nocomportamento individual em decorrên-cia da intcração da experiência, da edu-cação c do treinamento com processosbiológicos. Sua construção tem fortes \·ín-culos com o estado de dc scnvolvimr-ntr,de um indivíduo, relacionando-se direta-mente com a prática, ou seja, o aprendi-zado é um fenômcno no qual a cxpcriên-cia é pré-rcquisito; o dcscll\'oh-imcnto,em oposição, é um processo que podeocorrer independentemente da cxperién-eia. O aprendizado motor, assim, cor-responde apenas a um aspecto no qual omovimento dcsernpcnhn parte principal.significando uma alteração relativamenteconstante no comportamento motor emFunção da prática Oll de experiências pas-sadas.

O comportamento motor, nesse con-texto, engloba altcrações no aprendizadoe no desenvolvimento, incluindo os pro-cessos rnaturacionais vinculados ao de-sempenho motor. A. pesquisa do compor-tamento motor envolve, pois, estudos re-ferentes ao aprendizado, ao controle e aodesenvolvimento.

O controle motor é urn aspecto doaprendizado e desenvolvimento que lidacom o estudo de tarefas isoladas em con-dições específicas. A pesquisa nessa árealeva em consideração os processos sub-jacentes envolvidos no desempenho deum ato de movimento que se torna con-sistente conforme a experiência de cada

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1& UNIDADE I - Fllllda'"l'IIIII'

indivíduos desde () pcrindo ucouatal aléa velhice. COIIIO um produto, o dcscnvol-vinic n to m ot o r pode ser co n s idc rn doCOIIIO descritivo ou normativo, sendo ana-lisado por fases (período nconatal, infân-cia, adolcscê nciu e idade ad ulta) que rc-[lct c m o particular interesse do pcsqui-sudor.

Os termos padt (/0 I//O/()/;padráo II/%r

[undunu-nra], I/(/hilidode motora e habili-doe/e pe,('cjJ/h.'o-l//%r(/ rcfcrcru-sc aosproecssus sensoriais, inicgrativos e dcci-sivos que precedem o desempenho de ummovimento obscrvávcl. A percepção e acognição são variáveis importantes porqueinllucnciam os processos motores subja-centos que estão envolvidos no dcscrnpc-nho de todo movimento voluntário.

19

u m movimento isolado que, em si, é de-masiadamente restrito para ser classifi-cado corno padrão de movimento funda-mental. Por exemplo, os padrões de mo-vimento do braço, antebraço ou das axi-las, sozinhos, não constituem o movimcu-to Iuudamcrual de arremessar ou de al-cançar um alvo, representando apenasuma série organizada de movimentos.

Um padrão de movimento funda-mental refere-se ao desempenho obscr-vávcl de movimentos básicos locomoto-rcs, manipulativos e estabilizadores, Ospadrões de movimentos fundamentaisenvolvem a combinação de padrões dedois ou mais segmentos corporais. Cor-rer, pular, derrubar, arremessar, girar cvirar são exemplos de padrões de movi-mentos fundamentais.

Embora os termos padrões de ntoi.i-

utento e habilidade 1/I010ra sejam f re-qücntemente usados um pelo outro, ha-bilidade motora é entendida aqui comoum padrão de movimento fundamentalrealizado com precisão, exatidão e con-trole maiores. Na habilidade matara, aprecisão é enfatizada e o movimentoext rínscco é limitado; em um padrão demovimento fundamental, o movimento éenfatizado, mas a precisão é limitada enão é necessariamente vista como o ob-jetivo.

Uma habilidade esportiva é o refi-namento ou a combinação de padrões demovimento fundamentais ou de habilida-des motoras para desempenhar ativida-de relacionada a um esporte. Os padrõesde movimento fundamentais de girar o,corpo e bater podem ser desenvolvidosem um grau superior de precisão e apli-cados, na forma horizontal, para o reba-timento no beisebol ou, na forma verti-cal, para jogar golfe ou sacar uma bola detênis. O desempenho de uma habilidadeesportiva requer que se façam alterações

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Comportamento motor: estudo de alterações no aprcudizado motor, controlemotor c desenvolvimento motor proporcionadas pela interação do aprendizado

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~ '!~~;tac_çn!~s>' em Çrih~",~!~J~',[;;::-.:~'~~fJ~~!:~1,~,e~,;?J,J..2~~~f~.~~:~~~Arg~P~'1;,,',1jl'~~~..pr ,':~~_erl'1ti~!"~';·."·~:,~~~':,::.ffi~,K;·::·,:"·,';"'<'~:.~·:;::~'·)'!'·.'1\~':1~~~~'·f'Desencoioimeuto 1/IO/U/': alterações progressivas do comportamento motor, nodecorrer do ciclo da vida, proporcionadas pela interação entre as exigências da

tarefa a biologia do indivíduo e as condições do ambiente _ .. ' . _,.'fiKfoi~ilóii:~~$tBJ~7g;(c~:qúé';',w.~~'~;~\Mo~i-';i~litqYQ~,~f~'op~~tVá.vc;í ~é 'I:ndye'~~.~C".:~~~~~ll.~~~:~ .i·~~ :*~~,;".;;.:~'~~~:~~:.~;~~~1f:;~~~i-,:'~:':;;""~~:\"'):~~~~~1f;'::~;!f.:~;·}H~;·{~,-{J,,\!f·:·~~":~:"Jr;ri!~[~~~i~~i~.·?f..~f1i:f etam 1b~ihovlmento ,:;tJ,t;:.;;:.'::r.3.~·~~:tiç~~,~~.~:-•.~~,·J'~,,·~~~~fD1\:.t.:l!;~~.;~~:~:~~'_~··~~;1:-:.;'~,~;.~:~,,:f.~,,:.·~~(J.~·a~-:,j,;.~.i\;~.'~

~/;~~j,;;'~I;;-;/~~~~~C~~~sbi~16gi'cos Padrão de ntouitneuto:série organizada

c mecânicos subjacentcs comuns de movimentos relacionados (pu rexemplo: um padrão lateral do braço)

&p~J,-âJ1~iÍJíci/Y;;r;id/l;~l/tal:' :;. ~'P~dr~~ode ~;ôvillle/l/f~'ii(;,;iqí~tÚli;i:_~érierfl~I~t~J~~li[~~~J;r.;é:i:~~~~~~i.~f~~i;_~~.i~:~:'~i~F.ivi~i.~nt.,:%~~~'~{N~.~~~~,~.!~~'o,iMm' éhto bãs lcàs<J~,:·'·'" ,~,:!,.",-,.; -, -;' ;, .-exemplo' bater) , -"~'~"_! ,-,- ":." .i:"~ "~"'- ~'._. \,1~~~~~A _'~_4~ .•G •.••-:C:+\;h"":.t •• :~~ !]:'B~'"':.'.{",_",,:,,.. ,'. ,." ', •..,,/,,:,"~'.••.' ..•.•~.",' ' ••••..• ,. -" .•

Habilidade motora: processo Habilidade II/O/U/,(I especializada: forma,subjacente comum de controle em precisão c controle no desempenho demovimento um movimento (pOI- exemplo: derrubar

um objeto que se arremessou em suadireção ou rachar lenha)

~~~ ;~ -~, -;;..,i.;. "1 r=« r~y·.·"··--...~:..:.~~~'7~.:;.\::I.!?fJ:1!••~. t :'f"~p!;:~~':..?" .~ ''''.!".-,~-<:".:--.~~.~F:..! ~~'" ""nlva';';;áéombI açao 't~-'E(iucàçaomotora:o pr9ces,sq. :'.'.v' "'_,.~),;- <

a "~"'~"''''-!:.~J".t..1' ';,.~:. .J".f.'~'.':-i',.~::,\!.f:f;~:.~;.~~f- ~~~7~:-:!;:(1:4~)~~~~!.~~:~~:::)?I .~~.~~

-a - oV;UIl~,I1tb .' Ç(nlªI)~Nl:c:;.P'~,~~.9~l,1ça,?Oj~~t ,,;,~,;ia~~_:. :.,;.t2...:.~*~.:"'~·t "'.~ "'~!.'!~ l;-.'''1~~\·,·.J.:(··t;..~~· ._,••..~'~':..á" r riiportamento motor:·prOPQfcl9.P'a Q'i'-f!>,,,;:.;! :..',f.!·c . !t~~ ..~'G':: ....?lj·11~·.-:-:;-,..tN5.' ...~;h·(d~.~"'''~~ '.;!~,j.~s[,~:~~;7~~';~1A';~'~~

",ph~ dç. ,rpa'~: ::,;;t.,'pe1a;,~'pr,e.n9Izage,I11,wotpra,7pe.~,ispntr9, ~.':,,}~. .~,~ :.•.-:::i'l"'ti';..9.: .\!,..: ':;:'. Y ';10"" • r:t_ -'', ••. ' ,";,}, 1. ••••• 1 ': .:"' ".' «, 1 ,,'.{., - : ~

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,lo r~'.1"·t'· ~l~ ••·.j>I~: ..::;;.~;1'i.~.r-:;~· "':j'~. ~!pJf.,','~~, <:!r;~4%l',P~'%if:! '" ..~"·~lo\t.~"'.,~c~r~~~~,~ .l;'~~~~.i;·~~l:~~k-", ..:,' •.:: .

tentativa. Grande parte da pesquisa atualdo desenvolvimento motor, especialmen-te a realizada sob a perspectiva de siste-mas dinâmicos, aborda o assunto a partirdo ponto de vista do controle motor.

O desenvolvimento motor é uma al-teração contínua no comportamento mo-

tor ao longo do ciclo da vida. Pode ser es-tudado como um processo ou como umproduto. Como um processo, o desenvol-vimento motor envolve as necessidadesbiológicas subjaccntes, ambientais eocupacionais, que influenciam o desem-penho motor e as habilidades motoras dos

() ('IJllljJli/1oll/C'II/() I/I%r é um termoahrangcutc que inclui áreas de estudoscOlllpkmentares, mas essencialmente di-[crentes, compreendidas pelo aprendiza-do, controle c desenvolvimento motores.

Formas de movimento

O termo movimento refere-se à alte-ração real obscrvável na posição de qual-quer parte do corpo. O movimento é O atoculminante dos processos motores sub-jacentes. A palavra mouiniento está fre-qüentcmente vinculada a outras paraampliar ou para esclarecer o seu signifi-cado, porém, em geral, ela Se refere aoato manifesto de mover-se. Segue-se umabreve descrição de alguns termos do mo-vimento, conforme são habitualmenteusados.

Um padrão de movimento é uma sé-rie organizada de movimentos relaciona-dos. Mais especificamente, um padrão demovimento representa o desempenho de

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20 UNIDADE I - FIIIllJilIIlClIltI,

Ircqücnterncnte precisas nos padrôcsbásicos do movimento para atingir níveissuperiores de habilidades.

!\. educação motora tem sido definidade muitas maneiras, as quais, de algulIIaforma, são restritivas c limitadas. Ela tem

sido definida cumn uru método, COIllO umprocesso c COlHO 11111 aspecto do progra-mu de educação física gcralllH:lltc limi-tado às crianças. l'ara o objetivo ele lIossadiscussão. cous idcrurctuos a educaçãomotora corno um processo pc rn ia nc nt c

(tamanho/

Habilidadesmotoras refinadas:usam pequenosmúsculos pararealizar uma tarefamotora comprecisão (escrever,digitar, tricotar,intar)

Habilidades morarasseriadas: séries dehabilidades discretasrealizadas numaseqüência rápida(quicar a bola nobasquete, abrir umaporta trancada)

(o contexto no qual (o propósito doo movimento movimento)

..,?:c~rt~~)'.'/,1 ".1',,0\·,(' r, '; •• - ~' .: , ,. -Hábilidades'rnotoras ,U 'àrefas de ,"

,. ~. ,.ç ~'. ,

Habilidades motorasfechadas: ocorremnum ambienteestável (golf,processamento depalavras nocomputador)

Tarefas locomotoras:levam o corpo de um

ponto a outro noespaço (rastejar,correr, realizar umsalto em altura noatletismo)

de altcra~'()l"s d" CIIllllHlrtalllelllu 11101111'

proporciollado pclos IHIIl"l'SSIIS lll- CIIII-

t rnlc , aprclldizad" c dCSCII\'lIh'iIlICllt"rnnturc«. (>ril"lIta~úo de t crapcut as , prll-

fessorcs c t rc in.idurcs hCIlI-qllalificado,;,TllOti\'a<,:iio c rcfor<,:o positi\"CIS, illst;I);I<J)(.:s

c Cljllip:llIll'nlos apropriados l' 11111:1111-hicnic fa\'or:Í\'l'l 1':1.ilit.uu o pr"n'sso daeducação 1I101"ra,

CLASSIFICA AO DAS 1I}\IIlLlOi\OES

MOTORAS

E:-;i~tc 11111:1vuri 'd"Lll' de csquciuus para'1i1~sifi 'ar :IS h:tllilidack-s 111C110r:IS.'Ii'adi-

ciouulmcnt c, li Illaioria tC11l ,;ido unidi-rncnsioual. ISlo 0, eles cous idcr.uu :lpCllasUIII aspCl'ICl d;1 hahilidadc motura dCIII roele 111I1allll,lo c~I'('cIJ'Il .. \~ 1;1:-;llnolllia~

hidimcnsinnni« S:-IOurcins mais ahrall~C'Il-t ·s ele classifica<,:rlo dl" h:lhilidadc mot oru.Amhas scnio cliscut idus 11:1'; scssôcs sc-gllilllCS.

21

movinu-ntos ,;;io geralmclltc c1:1s~ificados

cumo um 011 outru. l'lllll/Iwill/"II/U I"/((Ii-

1III'II/(II'CII\'oh"c o movuncuto dos gralldcs

11I1'I~CltlO~do corpo .. \ lI1:1ioria da,; huhili-lLldcs espllrti\'as é classificada C"IIHIlllO-virncntus rudimentares, talvez CIIIII a C:-;-T<,::-IOdo tiro :10 alvo, arco c flecha c .rl-

gUlls nut rus. l 'rn nuninte nto rciincul»cII\'"h"c I1Hl\'iI1IClIlos limitados dc' part cs

do corpo na rcaliz açâ» de movirucuto-,precisos. O,; movimcnto-, man ipul.uivos

de cost urar, escrever c digital' s;jo normal-1I1ClltC classificadus COl110 movi rucntusrcfin.rdos. Fisioterapeutas c professorcsele educação física siio O~ mais preocupa-do,; com a aprendiz auc m ou rcaprcndi-%agclIJ de l rab ilidudc s motoras rudimcu-inrcs. cnqua ntr: ter:1j)Cllla~ ocup.rcion.ri-,

e treinadores cst:io muis preocupadosct n n os aspcclos mot orcs refinados de umnH)\"iT1lCIlIo huhi lidnso.

.·}SpCCfOS/C'II/por(/is rio 1I/0'i.·ill/C'1I11)

Com base em seus aspectos temporais,o movimento tamhérn pode ser classifica-

do como discreto, seriado ou contfnuo. L m1//1I'l'ill/C'II/O discn-to tem começo e fim de-finidos. Lançar, pular ou chutar uma bola:,,;io exemplos de movimentos discretos.

.1!m:ill/C'lI/os seriados envolvem a realiza-ção de um único e discreto movimentovárias vezes numa rápida seqüência. Pular

corda com ritmo, driblc no basquete, nvolcio no f utcbol e o vôlei sâo típicas tare-

fas sc riadas. fUoz'i/JIel//os continuas sãomovimentos repetidos por um tempo cs-pccííico. Correr, nadar c andar de bicicle-ta são movimentos contínuos cornuns.

CONCEITO, 1.13 '\ ';.i~l(

Aspectos anibientais do 1l/01"i1//('1I/0

Padrões de movimento fundamentais c

habilidades motoras são geralmente elas-sificados como tarefas motoras abertas aLI

fechadas. Ür a tarefa aberta é aquela rea-

lizada num ambiente onde as condiçõcs

estão em constante mudança. Essas con-

Emhora haja inú mcrns csqucrnus unic hidillll'll~iollais úteis para a l'I,I,;,;ifiea-

~';ill do movimento, todos falham um

pnu 'o quando se trata de capturar int c-gralmentc a amplitude, a profundidadec a extensão do movimento humano.

Esquemas unidimensionais

Quatro formas unidirncnsinnais de clas-sificação dc habilidades motoras ganharam

popularidade com o tempo: (I) muscular,(2) temporal, (3) ambienta! e (4) funcio-nal. Cada uma é brevemente discutida nos

par:ígrafos a seguir e visualmente apresen-tadas na 'Tabela 1.4.

tpectos IíI11SclI[m es de 7.'i1l1('I//o

ão há uma delimitaç o clara entre os"ermos "rudimentar" e"refinado", mal' os

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UNIDADE I - FIIIIlI:III11.:l1lu:'

di,/Jt:s requerem que (l indivíduo L11':a a l-tl'ra<;úl's ou ajustl's 110 pallr,-,,) de 1I100'i-mc nto para at cudcr :1'; l':\igéllcia,; da ,;i-tuaçào. Plast icidudc 1\11Ilc xihilidudc IIUmovimento é IIcl'c,;súria lia n:aliza,,'-lo deuma hahilidudc aberta. ,\ mu inria elas ut i-vidadcs cru grupos 011duplas cuvolvc h.r-hilidadcs abertas quc dependem dej;,l'tl-luul: externo c interno para sua execuçãocorreta.Por exemplo, Ullla criança que par-ticipa de Ulll silllPlt.:S jogo de pega-pcga,que requer corrida e desvios para todas asdireções, nunca usa cx.u.uucutc o,; IllCS-Ill0S padrúc,; de movimento durante o jogo,:\ criança tem de se adaptar iIs demandasda atividade através de uniu v.uicdudc de

movimentos similares, porém diferentes,Realizar uma tarda u iotoru aberta diferecompletamente da rcalizaçáo de uma ati-vidade moiora fechada.

L'rna /OJ'l'}flj;'c!IIIl!1I é "aqut'la realiza-da num ambiente csuivc l ou prcvisívc londe a pessoa determina quando a açãodeve começar" (!\ lagill, 20n I, p,7), L' mahabilidade rnotora 011 padrão de movi-mento Iundamcntal fechado c:\ige umarigidez de dcscmpcn ho. l ss o dependemais da resposta cincstésica do q uc davisual ou auditiva na execução da tarefa,L'ma criança que realiza um tiro ao alvoou faz um salto vertical cst,í dcscmpc-nhaudo uma tarefa motor a fechada,

Fuuçá» intencional do nuniurcnto

As habilidades mot oras podem ser clas-sificadas de acordo com sua intenção,Embora todas as tarefas motoras cnvol-varri o elemento equilíbrio, movimentosnos quais o corpo a~sume ou mantémuma posição estável são chamados de/a-reJas de es/abilidade, Sentar ou ficar empé, equilibrar-se numa tral'e estreita, ro-lar o corpo e esquivar-se constam nessacategoria, como também fazer movimen-tos axiais, como curvar ou estender e tor-

ccr ou girar. 1\I1lI'ill\cl\tos com a iurcnçãode t ra ns po rt a r o corp" de um pOllto a"litro, COIIIOandar, correr 011realizar UI\1salto cm altura ou III1)a corrida COIl\obs-t áculos 110atlct ismo, ';'l() !IIU:!;IS !"(,(JII/II-

úJ/'IIS, Aquelas que envolvem exercer for-"a couua 11111objeto ou receber rlJl",a delIlIl objeto silo !(/I'ej;'s ele: /1/(lIlÍfJ/lI{/~'Ú" di'IIhj('/os, I .ançar, pt'gar, chutar a bola, fa-zer uma rebatida no beisebol ou drihlar110basquete silo habilidades ruanipulati-vas comuns.

() leitor lliio eleve ser arbitrário lia elas-si íicaçào do 1\100'i111e 11to em esq uc 111as UIliou bidimcnsiouais. .:\ scparuçâo e a elas-s ificaçâo prc cisus dos movimentos nàosâo sempre poss ivcis ou desejáveis. So-mos seres dinâmico» e móveis. qlle cnns-

t antcmcntc respondem a muitos fatoresambic nrais t' demandas de tardas moto-rus. :\ class ificaçú« arhitníria do movi-mcuto deve servir apenas para chamar aatenção para um aspecto específico ciomovimento em consideração.

Modelos bidimensionais

O,; modelos bidimcnsionais para a elas-si íicuçáo das habilidades motoras, cmbo-ra ainda dcscr itivos, são de alguma for-ma mais completos no reconhecimentoda complexidade do movimento humano,Eles oferecem meios mais sofisticados devisualizar o movimento num contin 11 11 11I

desde o mais simples até () mais comple-xo e do mais geral ao mais específico, Omodelo b id im c ns io n a l proposto porGentile (2000) se concentra no processode aprendizagem ele uma habilidademotora. Já o modelo proposto pelo autordeste texto (GaIlahue, vVerner e Luedke,1972, 1975; Gallahue, 1982) é centradono~ produtos do desenvolvimento motor,Ambos são discutidos brevemente nosparágrafos seguintes e são representadosnas Tabelas 1.5 e 1.6, respectivamente,

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CAPÍTULO J - L'ourprccudcudu ti Ik:'l'!I\'oh'illlC:1I11l .\lutor: l '111;1 \"i:,;"" (;l'fid 23

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Page 12: Compreendendo o desenvolvimento motor - uma visão geral

24 UNIDADE J - Fundumcntus

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CAPÍTULO I - ('ClTlIpn.'l"IU.ll'lIdo li I h.·~l·I1V(lh·i1l1l'llto \llIlClr: l"ma \"i:õúo(;l'r:tl

IlIlJrll'IlJ l!irlil//t'l/silJl/t/1 rll' (;(,/lllk

(;elllilt: (2111111) roi uléru das alHlrtlagell';IIllidiIlIL'Il,;iollai,; ,Il- L'la,;,;iriL'a,;,'uIda,; Ila-hilidade,; u iot oras , Seu c squc n ia hidi-nlcn,;iollal leva C11lCOIISidcnl<,'õlo: (I) oCOlltCxtO õlllll1iL'lItal 110 qual a hahilidudcé rcalizada c (2) ';lIa rllll(,õ'llI.1-:1l111oraa ill'tell'Jio origill,d (k-,;ta taxollll1llia rO';';L'aju-dar li'; ri,;illtl'rall"lIta,; l'lll ';CII'; L,,;ron;lI'; dI.'rcahilita~'õlo, ('\;I tallll1élll oferece IIIlJa 1.',;-

uururn in ui lu í u nc inuul para orgallizar,;c,;,;ill''; d ' L''\L'rl'ÍL'io L' rotinas ele trcinu-rucnto ,,:Ira qualquer pc,;,;oa int crcssadaCJ1lc ns inn r hal1ilidadL'~ muioras.

:\ prilll\'ira dinlcll";,lo lida COIl1o contcx-to amhic ntu! da tarda motora a ser rcali-xadu. De acordo L'OIlI(;cntik-, o contextoambiental t1CI'Cter I'IIlItlivj('s J(:~'/II(/d(J·ras quc pndcru ser tanto l'sltíft'n,S COl1H1('1111I/1I7'illll'lI/II, como t.uubém ter taria-hi/ir/{/(/I' I'II/n' (IS rotiun» flulIlio. Se a,; con-diçócs rcguladora,; durante a rcalizaçõlo dahabilidade [nrcm estáticas cntáo o con-texto amhicntal 11;'0sofre mud.mças.Podcnão existir, entretanto, variabilidade cut rca,; rot inus, C01ll0 numa tarda 1110tor,IC01l1-plctamcnt c [cchad» C01ll0 sentar numacaclcir» e levantar, ou pode existir a varia-bilidadc, como 1111111;1turcfu motora mo-dcrudamc ntc ícchada corno s .ntar e ficarem pé em diferentes alturas, Por 0\111'0lado, se as condições reguladoras elo am-bicnt e cst ivcrcm e rn movimento, podetambém não haver variabilidade entre asrotinas. como numa habilidade mataramoderadamente aberta como sentar numagrande bola ele exercício, ou pode haver avariabilidade, como numa tarda motoracompletamente aberta, por exemplo sen-lar numa granelc bola dc exercício e equi-librar-se com os pés fora do chão.

A segunda dimensão do esquema bidi-mensional de classificação de habilieladesmotoras de Gcntile trata da função da ta-refa motora (ou seja, categoria do movi-

25" .

me nto). :\ orientação de um corpo deve secunccnt rur lia estabilidade 0\1 na locoruo-'JIO (Cl'nlik usa o termo "irausporrc docorpo"). quc ocorrem com ou SCIll muni-]'IJlac;iio JL' UIl1objeto. EsludL' UI11pouco aTabela 1.5 e os exemplos dados. lU umaprogrc:-\siio definida de dificuldade, COIIIL'-çando da esquerda para a direita L' de cimupara haixo nos exemplos de 1II0\·iIl1cn!();.1'01'exemplo, o quadrantc esquerdo supc-rior, o rucnos complexo, cnfatizu a esta-hilidadc do eorpo sem a manipulaçâo deUlll objeto c em condiçócs reguladorasc stncionár ias. SCIll variabilidade entre asrotinas. l lahilidadcs motorus completa-mente fechadas, corno sentar c levantar seencaixam aqui. Por sua vez, a,; habilidadesmotoras do qu.idrantc inferior direito. omais complexo. cnfatizam o transporte docor!,,, (locomoçâo) COJII a m.mipulaçào deum objeto c condições reguladoras arnhi-cntuis em movimento, corno também ,1presença de variahilidadc entre as rotinas.;\s habi Iidades motoras completamenteabertas, COIllOpular para pegar uma bolaou interceptar um passe no Futebol, sáoencontradas nessa parte da taxonornia.

O esquema bidimcnsional ele classifica-ÇõlOde hahilidades rnotorns de Ge nt ilcsoluciona muitos elos problemas encontra-dos nos esquemas unidimensionais, ldcn-tificando onde a tarefa matara desejada selocaliza ao longo das dczcsscis categorias,o tcrapcuta ou professor pode determinara qualidade do desempenho do indivíduoalternando progressivamente o contexto doambiente. Isso então permite uma seleçãoda progressão de aprendizagem mais apro-priada com base onde ele está, c não ondeele deveria estar (Magill, 2001).

Esquema Bidiinensional de Galiahn«

O tema central deste texto é baseado nomodelo bidimcnsional originalmente pro-posto pelo autor (Gallahue, Werner e

Page 13: Compreendendo o desenvolvimento motor - uma visão geral

UNIDADE 1- FlIlIllallll'lIlt1:'

Lucdkc, 1972, I')J,~, (;;dlall<IL', 1()K2), Ele,;cr,í mais l>CIIIc!al>orad(1 dur.uu c (I li\TO l'

ser.i apella,; brcvcmcutv cOlllclllad() ago-ra, E,;le modck) descritivo hidiurcusiouulde dcscnvolvimcmo IlIolcIr (ver capitulo -t)cuf.uiza: (I) a fllllC;;1IIda larefa IlIolora cx-pres,;a nas três categoria,; de 1II<J,'iIlICII-to: cstuhilidadc, 1(}('(JIIH1ç<lO C 1I/{/I/11m 111-

{'li,,; e (2) as fascs do dcscll,oh'illlcnlomotur cxpressa,; pc!a sua cornplc xidadcatravés dos termos: .!fIS(' 1I/010UI n-llc»;«,rlldillll'lIll1r,jill/(/(/1I1l'1I1111 c ('s!wci(/!i::.11 (/U ,

Resumidamente, nunnncutos u:fle,\'os

são subcort icalmcnt c con t ro lados ; purisso, sâo involuntárins. Embora todus IlÚ"possuamos uma variedade de rc Ilcxos pri-mitivos, eles têm uma import ância cspc-cial na Iormaçâo da postura nos primei-ros anos da infância. 0" reflexo" pos t uruissão rcprcscntudos nas suas [ormas está-vcl, locumotora c manipulat iva por meiode ações involuntárias. como os reflexoslabiríntieo c de equilíbrio do corpo (cs-iabilidadc). o reflexo dos primeiros pas-';0'; e o de rastcjamcnto (locomoção) c osreflexos de pegar com a mão e com o pé(manipulação).

O,; IIlo'l.'iIlWIII()s rudinu/utares são mo-vimcntos voluntários normalmente domi-nados na primeira infância, Eles /;;11\'01-

vem habilidades de estabilidade básicas,corno ter o controle dos músculos da ca-beça c do tronco: habilidades manipula-tivas, como alcançar, pegar e soltar objc-tos; e habilidades locomotoras, corno ras-tejar, engatinhar e andar com apoio.

(b 1111I7·ÚI/('/I/f1s./i/l/{lu/I/('/I/u/s S;III liahi-lidade,.; IlIolora,.; rudin rcuturcs cumuns 110

dia-a-dia c normalmente douuuuclas du-r.uuc a illf'·llIeia, Eles incluem nHJ,·iIlICII-to,.; de cstahilidade lund.uucu tais, comoscutnr, ficar c m pé, curvar, torcer c girar.Ele,; t.unbéru inclucui ações locomotorasIund.uncntais. COIIIOcorrer, saltar, pular,c larda,.; Iuud.u uc ntuis de mallipulaC;;lode objetos. eOIlHI lançar, pegar, chutar crebater.

Os mcnitucutos es!u:ciu!ic:;{/r!()S :;;10 IIHl-vimcntos hmdu mc nl ais que [uraiu refi-nados ou combinados COlIl outros movi-mc ntus c m Ioruuis mais complexas, Sãonormulmcutc dominados 110 final da in-f;\Ileia ou mais tarde e podem ser habili-dades complexas do dia-a-dia, de ativida-des recrcacionais e de esportes competi-tivos, Andar uuma superfície escorregadia,esquiar ou realizar rotinas de ginústieacornpct it iva na truvc de equilíbrio sãoexemplos de habilidades de estabilidadecspccializadas. l Iabilidadcs cspccializadasde locomoção e manipulação são cncon-iradas em at ivicladcs corriquciras. cornosubir escadas com uma mala, ou andar eleescada rolante COIll uma sacola cheia decompras. Elas também são cncontradus

, em jogos recreativos, como golfc c tênis eem esportes competitivos. corno futebol,futebol americano e basquete.

Estude um pouco a Tabela 1.6. Ela trazum resumo das seções quc mostram odesenvolvimento motor nos bebês, nascrianças, nos adolescentes e adultos.

CAPÍTULO 1 - ('UIII\HlTIH.h.:ndu u I Jcscuvolvimc ntu \tutor: t'lIla Yi~'-HJ Gc ral 27

Este cap it uln tratou de unia variedade detópicos gerais para oferecer uma "isão gcralda área de desenvolvimento motor. O estudodo desclI\'oh'imcllto humano pode ter mui-tas formas, sendo uma delas o estudo do de-senvoh'imcnto motor, que pode se dar demuitas maneiras. i\ ,írea passa por uma traje-tór ia interessante, deixando de ter uma abor-dagelll maturacional orientada ao processo,para uma abordugcrn dcscrit iva/nor mut ivaoriclllada ao produto, c que agora volta a serum processo de abordagem quc examina 05mccanjst nos subjaccrucs do dcscnvolvimcn-to motor.

As pesquisas c problemas IlOestudo do de-se nvolvimcuto motor foram discutidos eu-quanto rclucionados às abordagens longit u-dinal mista c: trausvcrsal de estudo. As varnu-gen5 e limituçócs 1.1ecada uma furam discuti-das, com a advcrtêucia de que somente osprojetos lougitudiual c IUllgitudillalmisto sãoestudos verdadeiros de desenvolvimento. Es-

scs projetos analisam a mudança 1\0 "tempode desenvolvimento" em vez do "tempo real",como ocorre no estudo transversal.

Várias classificações etárias de desenvolvi-monto foram examinadas com a intenção deapoiar o conceito de que, embora o deSCIl\'/II-vimento esteja rclaciouado com a idade, elenâo é dependente dela, i\ idade cronológica éa mais usada e (J indicador mais couvcucionulde mudança; porém, é o indicador de dcscn-volvimcnto menos preciso. ,\ idade não geraou causa o desenvolvimento, ela é somenteum indicador do que aconteceu devido aoprocesso dcscnvolvirncntista.

O capítulo termina com uma discussão so-bre a terminologia normalmente usada no

estudo das técnicas de desenvolvimento 1110-

LOrpara classificar as habilidades mot oras. Aintenção da discussão é ajudar você, leitor, eIlÚS,autores, a usar uma linguagem comumI'<lra muximizar o entendimento dos tópicose conceitos importantes do texto,

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