Centro de Convenções Ulysses Guimarães Brasília/DF – 16, 17 e 18 de abril de 2013
CONTRATANDO COM INTELIGÊNCIA: NOVO MODELO PARA CONTRATAÇÃO
Natalia Maciel Lessa Chapermann Renilda dos Santos Matos
Wesckley Faria Gomes Zelia Maria de M. Souza M. Apostolo
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Painel 40/150 O ciclo de entrada no serviço público
CONTRATANDO COM INTELIGÊNCIA:
NOVO MODELO PARA CONTRATAÇÃO
Natalia Maciel Lessa Chapermann Renilda dos Santos Matos
Wesckley Faria Gomes Zelia Maria de M. Souza M. Apostolo
RESUMO O presente trabalho trata da criação de um sistema informatizado, utilizado pelo Governo do Estado de Sergipe, na realização de Processos Seletivos Simplificados, para seleção de servidores temporários, contratados em situações excepcionais, previamente determinadas em lei, visando celeridade e lisura em seus procedimentos. Apresenta as principais razões que levaram a Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão – SEPLAG, órgão responsável pela formulação de políticas e diretrizes para a administração de recursos humanos, a viabilizar a criação do sistema, atendo-se, especialmente, ao fato de que programas como o apresentado, aliados à qualificação técnica dos servidores, permite maior transparência na apresentação dos dados fornecidos, facilitando a análise e efetividade na divulgação dos resultados e diminuindo consideravelmente o índice de erros humanos. Defende a necessidade de cada vez mais utilizar mecanismos que facilitem a divulgação de resultados nos processos seletivos temporários, especialmente, diminuindo os gastos com contratações de empresas terceirizadas para realizar o processo seletivo, quando é feito pela própria Administração Pública Estadual, com menor força de trabalho e materiais alocados, beneficiando, diretamente, os próprios profissionais contratados e a Administração Estadual de forma geral. Palavras-chave: Contratação temporária. Processo seletivo. Sistema informatizado.
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INTRODUÇÃO
Os direitos e deveres dispostos na legislação pátria devem ser
observados de modo que todo o cidadão possa efetivamente exercê-los, bem como
compreenda a importância da atuação do Estado na defesa dos interesses da
coletividade, especialmente através da instituição de um Estado Democrático de
Direito, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a
liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça
como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos.
O fundamento da atuação estatal é precipuamente as disposições
estabelecidas na Constituição Federal de 1988 e é a mesma que determina, em seu
art. 37, inciso II, que a investidura em cargo ou emprego público depende de
aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo
com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei,
ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração.
Tem-se que a realização de concurso público, após a Carta Federal de 1988, é a
forma adequada de ingresso nos quadros públicos. No entanto, existem situações ou
momentos de crise, a exemplo de uma iminente calamidade pública, que obrigam o
administrador a fornecer respostas rápidas. Em casos desse jaez, a demora para
realização de um concurso público pode ser extremamente maléfica, ao ponto de
tornar ineficazes as medidas tomadas.
A realidade fática e jurídica, objeto do presente estudo, é referente tais
situações excepcionais nas quais o ente público se encontra frente a necessidade
de contratação urgente de agentes públicos a fim de realizar determinada atividade.
Vale ressaltar que a contratação temporária foi abarcada pela Carta
Magna, em seu art. 37, inciso, IX, e deve ser utilizada nos entes federados, não
como burla ao concurso público, mas sim como um instrumento legal que permita ao
administrador público a contratação de pessoal em situações atípicas, nas quais se
exige do Estado, maior celeridade na prestação de serviços públicos. .
Para tanto, de forma mais específica, toma-se como base a experiência
do Estado de Sergipe, através da sua Secretaria de Estado do Planejamento,
Orçamento e Gestão - Seplag, que buscou formas de viabilizar a continuidade do
serviço público de forma direta e eficiente ante a excepcionalidade de situações
transitórias, porém, não menos importantes.
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Para tanto, observar-se-ão as disposições da Constituição Federal de
1988; a Lei nº 2.148, de 21 de dezembro de 1977 (Estatuto do Servidor Público Civil
do Estado de Sergipe); a Lei nº 6.691, de 23 de setembro de 2009 (Lei de
Contratação Temporária); Lei nº 7.116, de 25 de março de 2011 (Lei de estrutura
organizacional básica da Administração Pública Estadual), onde se busca manter a
lisura do procedimento administrativo ao tempo que visa atender de forma célere a
continuidade do serviço e manutenção das necessidades da coletividade.
Desse modo, a análise em comento é de relevância jurídica,
administrativa e social, uma vez que permite a Administração Estadual contratar
profissionais em caráter excepcional, de forma temporária, observando seus direitos
e deveres, além de atender aos anseios da coletividade.
No caso de Sergipe, a atual lei de contratação temporária centralizou a
realização de processos seletivos simplificado na Seplag, que por sua vez optou por
realizá-los diretamente, dispensando a contratação de empresas organizadoras de
concurso público.
Contudo, as primeiras seleções demoravam muito para serem finalizadas,
pois exigiam bastante trabalho manual, o que tornou imprescindível a criação de
uma nova metodologia de trabalho e sistema informatizado para os novos editais,
objetivando maior credibilidade, transparência e ainda reduzindo para até dois dias o
tempo de seleção, a depender do montante da contratação a ser realizada.
A criação de um sistema informatizado que torna célere a
correspondência entre a inscrição, seleção e a efetiva contratação, tornando todo o
recrutamento de pessoal eficaz, diminuiu, além do tempo gasto no processo seletivo,
a utilização excessiva de força de trabalho e gasto de materiais, uma vez que todo o
procedimento era realizado de forma manual, garantindo, inclusive, a diminuição de
possíveis falhas técnicas ao fim do processo.
Ademais, é um estudo que também oferece relevância social na medida
que traz segurança a toda a classe de trabalhadores públicos, ainda que
temporários, de que a Administração Pública Estadual está procurando garantir a
legalidade, impessoalidade, moralidade, e eficiência, onde os candidatos facilitam e
fiscalizam o trabalho da banca examinadora na medida que já inserem os dados
para validação do seu curriculum vitae apresentado, fazendo cumprir todos os
direitos a que fazem jus e especificados no edital do processo seletivo simplificado.
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Em uma abordagem multifacial, utilizou-se método estatístico, no sentido
de que a análise quantitativa das inscrições para processos seletivos em caráter de
contratação excepcional e temporária permite uma previsão do tempo de duração do
referido processo, fazendo um paralelo com o resultado do trabalho após
implementação do sistema informatizado, bem como se observa a presença do
método experimental, haja vista que para se alcançar o sucesso do projeto,
empreendeu-se diversos cases a fim de garantir a eficiência em sua implementação
e garantir a mínima incidência de erros humanos no processo.
Dessa forma, espera-se que com o presente artigo seja possível a
realização de uma reflexão mais aprofundada sobre o tema proposto com o escopo
precípuo de evoluir para a aplicabilidade de medidas semelhantes a implementação
de sistemas informatizados, tendo como principal objetivo a celeridade e eficiência
na contratação temporária do servidor público estadual, ou seja, garantindo a lisura
do processo de recrutamento, observando os anseios da coletividade, e como
objetivos específicos, a diminuição do número de erros no processo e alocação
desnecessária da força de trabalho por longo tempo, havendo, com isso, uma
proposta de discussão para oferecer subsídios a reflexões sobre a necessidade de
criação de outros sistemas informatizados que atinjam outros níveis de segurança e
confiabilidade na inserção e utilização dos dados dos candidatos e suas respectivas
pontuações, celeridade e admitindo melhor controle e fiscalização pelos próprios
candidatos e pela sociedade em geral, seguindo tal linha de raciocínio.
I A FORMA DE INGRESSO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA APÓS A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 E O SERVIDOR PÚBLICO DO ESTADO DE SERGIPE
Antes de se ater profundamente ao objeto do presente estudo, necessário
se faz trazer a lume o conceito de agente público trazido pela Lei nº 8.429/921, que
em seu artigo 2° traz a seguinte definição:
Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.
1 BRASIL. Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8429.htm . Acessado em: 07 de março de 2013.
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Agente público é o gênero, que abrange como espécie os agentes
políticos, agentes particulares colaboradores, agentes de fato e servidores públicos.
Servidores públicos são assim conceituados:
Servidores públicos são todos os agentes que, exercendo com caráter de permanência uma função pública em decorrência de relação de trabalho, integram o quadro funcional das pessoas federativas, das autarquias e das fundações públicas de natureza autárquica. (FILHO, 2008, p.535)
Servidores públicos em sentido amplo em nosso entender, são todos os agentes públicos que se vinculam à Administração Pública, direta e indireta, do Estado, sob o regime jurídico estatutário regular, geral ou peculiar, ou administrativo especial, ou celetista (regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho) de natureza profissional e empregatícia. (MEIRELLES, 2002, p. 288).
Pelo conceito acima exposto por Meirelles, é de fácil intelecção que os
servidores públicos tanto podem ser estatutários, regidos por estatutos e ocupantes
de cargos públicos, como celetistas, regidos pela CLT e ocupantes de emprego
público.
Maria Sylvia Z. Di Pietro (2002, p. 434), elucida que os estatutários
submetem-se ao regime estatutário, não havendo qualquer possibilidade de
modificação das normas vigentes por meio de contrato, ainda que com concordância
da Administração e do servidor, uma vez que se trata de normas de ordem pública,
cogentes, não derrogáveis pelas partes, enquanto os celetistas são os contratados
sob regime da legislação trabalhista, que é aplicável com as alterações decorrentes
da Constituição Federal.
Antes da promulgação da Carta Federal de 1988, não havia exigência de
que a contratação de servidor fosse sempre precedida de concurso público, não
havia a regra constitucional definida expressamente no art. 37, II. CF/882:
Art. 37 - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Alterado pela EC-000.019-1998)
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (Alterado pela EC-000.019-1998)
2BRASIL. Constituição Federal de 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm . Acessado em 07 de março de 2013.
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Desse modo, com a promulgação da Carta Magna, em 1988, e com a
regra assim esculpida, tornou-se obrigatório que o ingresso de servidores públicos
na Administração Pública, fosse ela direta e indireta de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, deveria ser observada a
realização de concurso público, garantindo, com isso, os princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, tendo a mesma disposição
sido replicada na Constituição Estadual de Sergipe, no art. 25, inciso XVI.
A legislação estadual segue os parâmetros determinados pela
Constituição Federal de 1988, onde sua aplicabilidade é igualitariamente conferida a
todos, onde no caso presente, trata-se de todos os servidores públicos estaduais.
Conforme é possível observar, por meio do Art. 2º da Lei nº 2.148/19773
(Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado de Sergipe), funcionário público
é pessoa legalmente investida em cargo público e que mantém com o Estado
vínculo de profissionalidade de natureza administrativa e não contratual, ou seja,
podemos dizer que são todos aqueles que dedicam seus esforços, conhecimentos
técnicos e experiências profissionais com a missão de servir a sociedade e
ocupam cargo público.
São noções básicas, por exemplo, que podem vir a confundir o servidor.
Vejamos:
O cargo é o conjunto de responsabilidades, conhecimentos técnicos e
competências permanentes cometidas a um funcionário, definidas de acordo com a
dimensão, complexidade e relevância das ações e dos respectivos resultados
esperados pelo governo estadual, que, mediante lei, seja criado com denominação
própria, número certo e vencimento a ser pago pelo Estado.
O cargo relaciona-se, ainda, ao agrupamento de funções de
complexidade semelhante dentro da estrutura organizacional sob uma mesma
denominação.
Carreira é o trajeto que um servidor pode percorrer dentro da estrutura de
cargos do Governo do Estado, aliado às competências dos servidores. Como já dito,
as carreiras gerais são regidas basicamente pelo Estatuto do Servidor Público
estadual, enquanto as carreiras específicas possuem legislação própria.
3 BRASIL. Lei nº 2.148/1977. Disponível em:
http://www.al.se.gov.br/Detalhe_Lei.asp?Numerolei=5765. Acesso em 23 de fevereiro de 2013.
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Além dos servidores públicos estaduais que tiveram sua forma de
ingresso na Administração Pública regular através de concurso público de provas ou
de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, a Carta Federal,
antevendo situações excepcionais, dispôs em seu art. 37, IX, que a lei estabelecerá
os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público.
Assim, de acordo com José dos Santos Carvalho Filho, são três os
pressupostos que inafastáveis para o regime de contratação por tempo determinado,
ou temporariamente, são eles:
A determinabilidade temporal = fixação de um prazo determinado para
o contrato, em que a regra consiste na indeterminação do prazo da
relação de trabalho a exemplo dos regimes estatutários e trabalhista.
Temporariedade = significa que a função e o serviço devem ser
temporários, ou seja, se a necessidade passar a ser permanente, a
Administração Pública deve admitir ingresso de servidores pelos
demais regimes de contratação.
Todavia, não se pode olvidar que, em sede da Ação Direta de
Inconstitucionalidade n° 3.068-0, o STF, em votação de desempate, entendeu que a
contratação temporária pode ser feita para o desempenho das atividades de caráter
regular e permanente, desde que presente a "necessidade temporária de
excepcional interesse público", nos termos do art.37, inciso IX, da Constituição
Federal, conforme a seguinte ementa:
O art. 31, IX, da Constituição do Brasil autoriza contratações, sem concurso público, desde que indispensáveis ao atendimento de necessidade temporária de excepcional interesse público, quer para o desempenho das atividades de caráter eventual, temporário ou excepcional, quer para o desempenho das atividades de caráter regular e permanente. A alegada inércia da Administração não pode ser punida em detrimento do interesse público, que ocorre quando colocado em risco o princípio da continuidade da atividade estatal. (ADI 3.068, Rei. p/ o ac. Min. Eros Grau, julgamento em 24-2-06, DJ de 23-9-05).
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Excepcionalidade do Interesse Público = tem-se que excepcional é
algo fora do comum e, em perfeita definição, Celso Antônio Bandeira
de Mello4, leciona que o interesse público é:
É que, na verdade, o interesse público, o interesse do todo, do conjunto social, nada mais é que a dimensão pública dos interesses individuais, ou seja, dos interesses de cada indivíduo enquanto partícipe da Sociedade (entifiçada juridicamente no Estado), nisto se abrigando também o depósito intertemporal destes mesmos interesses, vale dizer, já agora, encarados eles em sua continuidade histórica, tendo em vista a sucessividade das gerações de seus nacionais. (...)
Donde, o interesse público deve ser conceituado como o interesse resultante do conjunto dos interesses que os indivíduos pessoalmente têm quando considerados em sua qualidade de membros da Sociedade e pelos simples fato de o serem.
Os servidores públicos, de uma forma geral, no Estado de Sergipe, são
regidos pela Lei nº 2.148, de 21 de dezembro de 1977. Tais servidores pertencem
ao que se convencionou chamar de Tabela Geral. Alem desses, grande maioria do
quadro, existem as carreiras específicas que são regidas por leis específicas, a
exemplo da Lei Complementar nº 16, de 28 de dezembro de 1994, Estatuto do
Magistério5, que possui alguns dispositivos aplicáveis ao quadro da Tabela Geral.
Entretanto, ocorre que algumas carreiras possuem legislação específica
que, em alguns casos, instituem vantagens e obrigações que não atingem os
servidores da Tabela Geral, a exemplo das Carreiras do Magistério, Delegado de
Polícia, Auditor Técnico de Tributos, Carreiras de Atividades Periciais, Escrivão,
Agente e Agente Auxiliar de Polícia, Vistoriador de Trânsito e Assistente de Trânsito,
Carreiras de Segurança do Sistema Prisional, Magistério, Médico, Procurador de
Estado, Técnico em Políticas Públicas e Gestão Governamental.
Diante do exposto, é importante ressaltar que atendendo ao disposto
na Constituição Federal de 1988, no art. 37, inciso IX, há regulamentação estadual
a respeito de contratação temporária e excepcional, qual seja, a Lei nº 6.691, de
23 de setembro de 2009, que preceitua em seu art. 11, que aos contratados
nessas condições, “estarão sujeitos aos mesmos deveres e proibições, inclusive
quanto a acumulação de cargos, empregos e funções, e ao mesmo regime
de responsabilidade, vigentes para os demais servidores públicos estaduais, no
que couber”. 4 MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 13ª Edição. Malheiros
Editores, São Paulo, 2001, págs. 58 e 59. 5 BRASIL. Lei Complementar nº 16/1994. Disponível em:
http://www.al.se.gov.br/Detalhe_Lei_comp.asp?Numerolei=8. Acessado em 25 de abril de 2012.
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Desse modo, os servidores públicos contratados temporariamente são
ocupantes de cargo público, porém não compõem quadro de carreira, apesar de, no
que couber, serem possuidores de deveres, obrigações e direitos dos servidores que
ingressaram permanentemente nos quadros da Administração Pública Estadual por
concurso público e que tem inclusive, em alguns casos, legislação específica.
Em uma análise geral, essa norma aplica o Princípio Constitucional da
Igualdade que pode ser utilizado para conferir vantagens a determinados servidores
públicos de natureza contratual (temporária) que desenvolvam atividades
semelhantes a servidores públicos do quadro permanente, a fim de sua condição
poder se igualar a quem, a princípio, estaria em condição superior.
II A CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE PROFISSIONAIS NO ESTADO DE SERGIPE
Como observado anteriormente, a regra geral é a investidura em cargo ou
emprego público condicionada à aprovação prévia em concurso público de provas
ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
comissão, declarado em lei de livre nomeação e exoneração.
Todavia, também é fato que, em casos excepcionais, a Administração
Pública pode contratar profissionais para exercerem atividades de caráter temporário
e, nesses casos, a Constituição Federal de 1988 determinou, em seu art. 37, inciso
IX, que “a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para
atender a necessidade temporária de excepcional interesse público”.
Desse modo, o Estado de Sergipe, por meio do órgão de competência
legislativa, criou, inicialmente, a Lei nº 2.781, de 02 de janeiro de 19906, que não tinha
vasto conteúdo, mas autorizava a Administração Pública Direta e Indireta, inclusive
fundacional, do Estado de Sergipe, a contratar servidores, por tempo determinado,
para atender necessidade temporária do serviço, em casos de excepcional interesse
público, onde a referida contratação deveria ser devidamente autorizada por despacho
fundamentado do Chefe do Poder Executivo, em que se declararia a necessidade do
serviço e o interesse público, após manifestação expressa dos órgãos ou entidade
envolvidas, justificando a excepcionalidade da medida.
6 BRASIL. Lei nº 2.781, de 02 de janeiro de 1990. Disponível em:
http://www.al.se.gov.br/Detalhe_Lei.asp?Numerolei=3 . Acessado em: 07 de março de 2013.
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Ademais, determinava que o prazo do contrato não poderia ser superior a
1 (um) ano, podendo haver sua prorrogação, desde que não excedesse a 2 (dois)
anos. Asseverava ainda que os servidores contratados perceberiam salário igual ao
vencimento-base dos respectivos cargos dos funcionários do Quadro de Pessoal do
Poder Executivo, cujas funções, atribuições e responsabilidades seriam iguais ou
análogas, observada a respectiva carga horária de trabalho.
Anos mais tarde, a Lei nº 5.887, de 26 de maio de 20067, alterou a Lei nº
2.781/90, mas pouco foi acrescentado ao texto original. O novel texto discriminava
que a remuneração, carga horária e jornada de trabalho fossem fixadas no
instrumento de contrato, de acordo, se fosse o caso, com o quanto que estipulado
no edital ou convocação de seleção a que tiverem se submetido os servidores.
Ao artigo foi acrescentado parágrafo único determinando que para a
estipulação de remuneração, carga horária e jornada de trabalho nos editais ou
convocações de seleção, se houver, a Administração deveria tomar como referência
a respectiva remuneração total ou ganhos totais dos servidores do Quadro de
Pessoal do Poder Executivo, cujas funções e atribuições fossem iguais ou análogas,
observadas as cargas horárias efetivas de trabalho dos respectivos profissionais e
as peculiaridades de cada caso.
É importante observar que a expressão “se houver” funcionava como um
“salvo conduto” ao gestor que preferisse contratar servidores temporários sem a
realização de seleção. Não é demais repetir que o texto de lei, extremamente
conciso e carente de regulamentação, além de não prever padrões e procedimentos,
deixava ao arbítrio de cada secretário ou dirigente de órgão, a escolha de realizar ou
não processo seletivo, alem do método a ser seguido. Sem parâmetros e com
controle incipiente, a sociedade sergipana descria na imparcialidade da seleção.
Apenas no final de 2009 foi promulgada a atual legislação. Finalmente,
encontra-se em vigor, a respeito do tema, a Lei nº 6.691, de 23 de setembro de 2009,
com conteúdo mais específico, revogando disposições em contrário e determinando
que os contratos temporários em vigor se adequassem às suas disposições.
7 BRASIL. Lei nº 5.887, de 26 de maio de 2006. Disponível em:
http://www.al.se.gov.br/Detalhe_Lei.asp?Numerolei=6737 . Acessado em: 07 de março de 2013.
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A partir de então, a referida contratação excepcional passou a depender
de processo seletivo simplificado, devidamente publicado no Diário Oficial do
Estado, através de edital, que se iniciará com a proposta e justificação expressa do
titular ou dirigente do órgão ou entidade interessada, e será feita depois de
devidamente autorizada por despacho fundamentado do Governador do Estado, em
que declarará a necessidade do serviço e o interesse público, ouvida a atual
Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão - SEPLAG, antiga
Secretaria de Estado de Administração - SEAD, para prestação de eventuais
esclarecimentos, devendo a autorização, com a respectiva fundamentação legal, ser
publicada no Diário Oficial do Estado, e o titular ou dirigente do órgão interessado
deverá fazer levantamento detalhado da quantidade e especialidades dos
profissionais a serem contratados temporariamente, evitando a contratação
fracionada8.
Além disso, a legislação em comento definiu, expressamente, em seu art.
2º, quais os casos que poderiam ser realizadas as contratações temporárias,
a saber:
I – calamidade pública;
II – inundações, enchentes, desabamentos, incêndios, epidemias e surtos de doenças;
III – campanhas de saúde pública;
IV – força maior ou caso fortuito que ocasione descontinuidade na prestação de serviço público essencial;
V – caso de emergência, desde que caracterizada a urgência e/ou inadiabilidade de atendimento de situação que possa comprometer a realização de eventos de interesse público, ou, ainda, prejudicar a prestação de serviços ou ocasionar prejuízos quanto à saúde, à educação ou à segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos ou outros bens, públicos ou privados, ou mesmo à execução de medidas preventivas e sócio-educativas de atenção a crianças e adolescentes;
VI – necessidade de pessoal, em decorrência de dispensa, demissão, exoneração, falecimento e aposentadoria, nas unidades de prestação de serviços essenciais, estando em tramitação processo ou procedimento para realização de concurso.
Manteve-se o prazo de duração do contrato em um ano, bem como a
possível renovação, desde que não se excedesse dois anos. No entanto, para que
haja a renovação, de acordo com o art. 4º, §1º, é preciso que:
8 BRASIL. Art. 1º, §§§ 1º, 2º e 3º, da Lei nº 6.691, de 23 de setembro de 2009. Disponível em:
http://www.al.se.gov.br/Detalhe_Lei.asp?Numerolei=7244 . Acessado em 07 de março de 2013.
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I – persistam os motivos que deram origem à contratação inicial; II – haja obstáculo legal ou judicial para realização de concurso; III – o prazo da contratação inicial seja inferior ao máximo estabelecido no § 2º do art. 1º desta Lei, caso em que a renovação poderá ser efetuada por até aquele limite.
Dentre inúmeros outros acréscimos que foram feitos, a fim de garantir a
moralidade e lisura na contratação temporária pela Administração Pública Estadual,
o Art. 5º, da referida lei, determina que o recrutamento do pessoal a ser contratado
seja feito mediante Processo Seletivo Simplificado - PSS, sujeito a ampla
divulgação, inclusive através do Diário Oficial do Estado, além de proibir a
contratação de servidores do quadro do órgão demandante do PSS.
Corroborando para a centralização de procedimentos na Seplag, a Lei nº
7.116, de 25 de março de 20119, que dispõe sobre a estrutura organizacional básica
da Administração Pública Estadual, e dá providências correlatas, em seu art. 22,
determina as competências da Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e
Gestão - SEPLAG, e dentre elas, constam as seguintes:
formulação de políticas e diretrizes para a administração de recursos humanos, inclusive quanto à seguridade social, aos benefícios, às relações de trabalho, às carreiras, à remuneração, ao dimensionamento da força de trabalho e à realização de concurso público; (...) a formulação de políticas gerais, diretrizes, projetos estruturantes e estratégicos de tecnologia da informação e certificação digital no âmbito da Administração Pública Estadual; bem como outras atividades necessárias ao cumprimento de suas finalidades, nos termos das respectivas normas legais e/ou regulamentares.
Logo, é de responsabilidade da SEPLAG a realização do procedimento de
seleção desses profissionais. Pelo fluxograma abaixo, é possível observar as etapas
que precedem a realização de seleção de contratação temporária pela Secretaria de
Planejamento, Orçamento e Gestão do Estado de Sergipe:
9 BRASIL. Lei nº 7.116, de 25 de março de 2011. Disponível em:
http://www.al.se.gov.br/Detalhe_Lei.asp?Numerolei=7704. Acessado em 07 de março de 2013.
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Contratação Temporária
CASA CIVILCRAFIÓRGÃO SEAD PGE
Elabora justificativa da
contratação (art. 6º da
Lei 6.691/2009)
+impacto financeiro +
minuta de edital + minuta
do contrato
Processo de
contratação
temporária
Aprovação
Reprovação
Analisa conteúdo das
minutas de edital e de
contrato;
Verifica impacto na folha de
pagamentos;
Verifica se há cargos vagos
e/ou concurso válido.
Verifica a incidência de
uma das hipóteses
previstas na Lei 6.691/
2009;
Demais análises
jurídicas.
Autorização
Encaminha autorização
governamental para
publicação
Constitui comissão
mista para
acompanhamento da
seleção
Realiza seleção
simplificada
Convoca os candidatos
aptos para assinatura
dos contratos
temporários.
Encaminha contratos para
assinatura do gestor do
órgão.
Encaminha candidatos
para órgão solicitante para
início das suas funções
Processo retorna
para órgão de
origem para
eventuais ajustes
Início da execução do
contrato temporário
Encaminha processo
para autorização
governamental
Convoca os candidatos
selecionados para
perícia e apresentação
de documentos
Inicialmente, a Secretaria utilizava um procedimento totalmente manual, o
que demandava muito tempo, gasto excessivo de materiais e de recursos humanos
e materiais. Em busca da celeridade do processo de seleção, economia com os
gastos realizados no processo seletivo, segurança do procedimento, bem como
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diminuição dos erros no resultado a secretaria inovou, além de realizar o processo
seletivo sem a contratação de empresas terceirizadas, criou um sistema
informatizado que facilita o desenrolar do processo.
III SISTEMA INFORMATIZADO UTILIZADO PARA CONTRATAÇÃO DE SERVIDORES TEMPORÁRIOS PELA SECRETARIA DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO DO ESTADO DE SERGIPE - SEPLAG
O sistema desenvolvido pela Secretaria do Planejamento, Orçamento e
Gestão do Estado de Sergipe – SEPLAG teve como principal objetivo a automação e
celeridade do processo de contratação temporária de servidores, a fim de
proporcionar uma metodologia de trabalho de forma que os candidatos pudessem se
inscrever pela internet e, através dos dados coletados, fosse gerada a classificação,
divulgando de forma extremamente rápida o resultado na web.
O sistema foi construído de forma simplificada para que os candidatos
não sentissem dificuldades na momento da inscrição. Além disso, a Secretaria
disponibilizou um “passo a passo”, a fim de auxiliar os candidatos, que mostra como
realizar a inscrição na tela inicial.
Para que seja possível a realização das inscrições pela internet, é
necessário que haja uma preparação do sistema feita pela parte administrativa dos
concursos. Nesta etapa o sistema é alimentado com informações a respeito do
concurso como nome, data de validade, entre outros campos que se julguem
necessários.
A partir de então, conforme apresentado na figura 1, são cadastradas as
vagas que serão ofertadas no PSS preenchendo-se o local de atuação (que tanto
pode ser o município como a Diretoria Regional de Educação – DRE, no caso dos
professores), cargo, disciplina ou área de atuação e o número de vagas. Vale
ressaltar que o sistema está preparado para trabalhar com candidatos especiais
como deficientes, quilombolas e indígenas.
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Figura 1: Cadastro de vagas ofertadas
Após o cadastro das vagas, o próximo passo é informar os títulos que
compõem cada vaga. Nesta etapa, o gestor informa o título, previamente
cadastrado, a pontuação unitária, a pontuação máxima e a unidade de pontuação
conforme apresentado na figura 2. Essa é uma das partes mais importantes do
processo, visto que é a partir dessas informações que o sistema faz os cálculos para
gerar a classificação. Terminada esta etapa, o sistema está pronto para ser
acessado pelos candidatos interessados.
Figura 2: Cadastro de títulos por vaga
O sistema está disponível na página da SEPLAG
(http://www.seplag.se.gov.br) e pode ser acessado através do CPF do usuário. O
momento em que o candidato entra no sistema é facilmente visualizado pela figura
3, onde a tela inicial é o cadastro básico do candidato que consiste em nome,
endereço, estado civil, entre outros.
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É válido ressaltar que os dados já estarão preenchidos caso o candidato
já tenha se cadastrado antes e que os campos preenchidos no cadastro básico são
semelhantes ao do SIPES – Sistema Integrado de Pessoal, que é responsável pela
folha de pagamento do Estado, o que torna automático o cadastro dos servidores
não havendo assim atraso no salário devido a demora no cadastramento.
Figura 3: Cadastro básico de candidato
Após a realização do cadastro básico, o candidato está apto a escolher a
vaga que deseja concorrer e preencher a titulação que possui. A figura 4 apresenta
a tela onde o candidato informa a quantidade de documentos a serem apresentados
na confirmação da inscrição, ou a quantidade de semestres se for avaliado o tempo
de experiência que possui.
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Figura 4: Cadastro de títulos
Após salvar, o candidato imprime a inscrição e leva-a junto aos
documentos necessários devidamente encadernados à SEPLAG no dia de
confirmação de inscrição conforme apresentado na figura 5. O candidato pode
verificar os documentos necessários na tela inicial do sistema, que são basicamente,
curriculum vitae, número da carteira de identidade, inscrição no cadastro de pessoas
físicas, diploma, certificados e declarações.
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Figura 5: Comprovante de inscrição
No dia da confirmação da inscrição, o candidato leva os documentos na
SEPLAG, onde são analisadas e verificadas a veracidade das informações. Após
este passo, o gestor do sistema informa quem está aprovado e quem está reprovado
conforme apresentado na figura 6.
Figura 6: Resultado do processo
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A próxima etapa é gerar a classificação dos candidatos aprovados. O
sistema faz isso automaticamente baseando-se no cálculo das informações
cadastradas anteriormente, levando em consideração também idade e deficiência.
Após gerada a classificação, ela já pode ser visualizada na lista de candidatos
apresentada na figura 7 e então ser trabalhada com o trâmite normal do sistema,
com convocações, exonerações, entre outros.
Figura 7: Consulta de candidatos
De acordo com o exposto acima, é fácil verificar a velocidade com que é
feito o processo seletivo. A aplicação também foi projetada para trabalhar com mais
de um concurso por vez.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com os fatos acima mencionados, então, observa-se que o
projeto proposto pela Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão do Estado
de Sergipe é eficaz, uma vez que analisou o motivo que levava a ter um gasto de
tempo excessivo, alta demanda de pessoal e de material e alta probabilidade de erro
no resultado final do processo seletivo de contratação temporária e excepcional de
servidores públicos, e através do sistema informatizado elevou em alto nível a
técnica utilizada para o processo seletivo.
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Assim sendo, a presente pesquisa demonstrou como também é de
interesse público garantir ao servidor público estadual a permanente atualização de
seu conhecimento e a busca pela inovação técnica trazida com a revolução trazidas
por programas de computador e aplicabilidade deles na vida cotidiana e profissional.
Pode-se aferir, ainda, que o projeto proposto não apenas trata sobre
especificamente essa técnica, mas demonstra o sucesso da utilização de métodos
diversos de aplicação, que se mantenham abertos à mudança, o que é
imprescindível para evitar superação e a obsolescência.
Com isso, o Estado pretende apresentar a sociedade toda a gama de
benefícios que ele tem a sua disposição fazendo parte de seus quadros, ainda que
transitoriamente, desde a contratação, bem como lembrar dos deveres que devem
cumpridos para a efetiva prestação administrativa aos cidadãos em geral,
diminuindo, assim, o tempo e aumentando a confiabilidade do sistema.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 05 de outubro d 1988. SP: Saraiva, 2006. BRASIL. Constituição do Estado de Sergipe. Disponível em: http://www.al.se.gov.br/constituicao_estadual.asp . Acessado em: 07 de março de 2013. BRASIL. Lei 2.781, de 02 de janeiro de 1990. Disponível em: http://www.al.se.gov.br/Detalhe_Lei.asp?Numerolei=3 . Acessado em: 07 de março de 2013. BRASIL. Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8429.htm . Acessado em: 07 de março de 2013. BRASIL. Lei nº 5.887, de 26 de maio de 2006. Disponível em: http://www.al.se.gov.br/Detalhe_Lei.asp?Numerolei=6737 . Acessado em: 07 de março de 2013. BRASIL. Art. 1º, §§§ 1º, 2º e 3º, da Lei nº 6.691, de 23 de setembro de 2009. Disponível em: http://www.al.se.gov.br/Detalhe_Lei.asp?Numerolei=7244 . Acessado em 07 de março de 2013.
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BRASIL. Lei nº 7.116, de 25 de março de 2011. Disponível em: http://www.al.se.gov.br/Detalhe_Lei.asp?Numerolei=7704. Acessado em 07 de março de 2013. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanela. Direito Administrativo, 20ª ed, SP: Atlas, 2007. FILHO, José dos Santos Carvalho Filho. Manual de Direito Administrativo, 19ª ed., RJ: Lumen Júris, 2008. MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 27ª ed., SP: Malheiros, 2002. MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 13ª Edição. Malheiros Editores, São Paulo, 2001.
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AUTORIA
Natalia Maciel Lessa Chapermann – Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Endereço eletrônico: [email protected] Renilda dos Santos Matos – Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Endereço eletrônico: [email protected] Wesckley Faria Gomes – Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Endereço eletrônico: [email protected] Zelia Maria de M. Souza M. Apostolo – Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Endereço eletrônico: [email protected]