ENSINO DE TÓPICOS DO ELETROMAGNETISMO UTILIZANDO
RECURSOS TECNOLÓGICOS E MÉTODOS ATIVOS DE APRENDIZAGEM
Carlos Raul da Silva Lopes Neves
Macáe - RJ
2019
ENSINO DE TÓPICOS DO ELETROMAGNETISMO UTILIZANDO
RECURSOS TECNOLÓGICOS E MÉTODOS ATIVOS DE APRENDIZAGEM
Carlos Raul da Silva Lopes Neves
Dissertação de Mestrado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em Ensino de
Física, da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Campus Macaé-RJ, como parte dos
requisitos necessários à obtenção do título de
Mestre em Ensino de Física.
Orientadora: Prof. Dr. Valéria Belmonte
Co-orientador: Prof. Dr. Bernardo Tavares
Macaé - RJ 2019
Neves, Carlos Raul da Silva Lopes. Ensino de tópicos do Eletromagnetismo utilizando Recursos
Tecnológicos e Métodos ativos de Aprendizagem / Carlos Raul da Silva Lopes Neves - Macaé, RJ [s.n.], 2019.
128f. ; il. color. Orientadora: Prof. Dr. Valéria Belmonte Co-orientador: Prof. Dr. Bernardo Tavares Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Campus UFRJ-Macaé, Programa de Pós Graduação em Ensino de Física, 2019.
1. Eletromagnetismo. 2. Ensino Sob Medida. 3. Instrução por Colegas. 4. Kahoot. 5. Phet
2
ENSINO DE TÓPICOS DO ELETROMAGNETISMO UTILIZANDO
RECURSOS TECNOLÓGICOS E MÉTODOS ATIVOS
Carlos Raul da Silva Lopes Neves
Orientadora: Prof. Dr. Valéria Belmonte
Co-orientador: Prof. Dr. Bernardo Tavares
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Campus Macaé-RJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Ensino de Física.
Aprovado por:
__________________________________________________
Prof. Dra. Valéria Belmonte (orientador)
___________________________________________________
Prof.
____________________________________________________
Prof.
Macaé - RJ
2019
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus que me abençoou durante toda essa jornada
de graduação, minha família e minha esposa, Yara Carole, que sempre me
incentivaram e apoiaram. Agradeço a todos os profissionais da Universidade Federal
do Rio de Janeiro campus Macaé, os quais me proporcionaram um grande
crescimento ao longo do curso e tornaram essa experiência muito prazerosa.
Agradeço em especial a minha orientadora Doutora Valéria Belmonte e meu co-
orientador Bernardo Tavares, que com muito prazer, sempre estiveram dispostos a
me ajudar e apoiar mesmo em meio as dificuldades; além dos grandes conselhos
para o meu melhor crescimento como futuro mestre em física.
4
RESUMO
ENSINO DE TÓPICOS DO ELETROMAGNETISMO POR MEIO DE RECURSOS
TECNOLÓGICOS E MÉTODOS ATIVOS
Carlos Raul da Silva Lopes Neves
Orientadora: Prof. Dra. Valéria Belmonte
O trabalho em questão teve como objetivo desenvolver um produto didático
para o Ensino Médio sobre tópicos fundamentais do Eletromagnetismo, buscando
alterar o contexto tradicional em sala de aula, com aulas predominantemente
expositivas, ao inserir os alunos na construção do seu conhecimento e auxiliando-os
a concretizar os conceitos físicos abstratos. Os recursos adotados neste projeto
foram o quiz online do Kahoot e as simulações computacionais desenvolvidas pelo
Phet, combinados com duas metodologias ativas de ensino-aprendizagem: Ensino
sob Medida e Instrução por Colegas, tendo como principal foco mostrar a utilidade e
relevância dos novos recursos tecnológicos no ensino. Ressalte-se que as escolhas
dos métodos ativos e do recurso didático foram baseadas na Teoria da
Aprendizagem Significativa de Ausubel e na Teoria de Vygotsky, a fim de
proporcionar aos alunos aulas mais dinâmicas que modificassem o processo
tradicional de ensino, fazendo uso de meios para relacionar o seu conhecimento
prévio ou do cotidiano com os novos conceitos apresentados pelo professor.
Palavras Chaves: Eletromagnetismo, Ensino Sob Medida, Instrução por
Colegas, Kahoot e Phet.
5
ABSTRACT
ENSINO DE TÓPICOS DO ELETROMAGNETISMO POR MEIO DE RECURSOS
TECNOLÓGICOS E MÉTODOS ATIVOS
Carlos Raul da Silva Lopes Neves
Orientadora: Prof. Dra. Valéria Belmonte
___________________________________________________________________
The objective of this work was to develop a didactic product for High School
about fundamental topics of Electromagnetism, seeking to change the traditional
context in the classroom, with predominantly expositive classes, by inserting the
students in the construction of their knowledge and helping them to materialize
abstract physical concepts. The resources used in this project were the Kahoot online
quiz and the computer simulations developed by Phet, allied with two active teaching-
learning methodologies: Tailored Education and Colleague Instruction, with the main
focus being to show the usefulness and relevance of the new technological
resources in the teaching of electromagnetism. It should be noted that the choices of
active methods and didactic resource were based on Ausubel's Significant Learning
Theory and Vygotsky's Theory in order to provide students with more dynamic
lessons that modify the traditional teaching process, using means that relate their
previous or daily knowledge to the new concepts presented by the teacher.
Keywords: Teaching Electromagnetism; Tailored Education, Colleague Instruction,
Kahoot and Phet.
6
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Diagrama básico .............................................................................. 15
Figura 2: Modelo de mapeamento conceitual ................................................. 16
Figura 3: Zona de Desenvolvimento Proximal ................................................ 19
Figura 4: Diagrama do processo de implementação do método IpC .............. 22
Figura 5: Desenho esquemático de um Gerador ............................................ 26
Figura 6: Aplicação da Gaiola de Faraday ...................................................... 26
Figura 7: Pagina inicial do Kahoot .................................................................. 34
Figura 8: Pré-visualização do Kahoot ............................................................. 35
Figura 9: Início da utilização do Kahoot .......................................................... 36
Figura 10: Visualização do código de acesso ................................................. 37
Figura 11: A esquerda projeção do professor, a direita opções dos dispositivos
móveis ....................................................................................................................... 37
Figura 12: Feedback de resposta certa .......................................................... 38
Figura 13: Feedback de resposta errada ........................................................ 38
Figura 14: Resultado geral de uma questão ................................................... 38
Figura 15: Página inicial do Phet .................................................................... 39
Figura 18: Resultado geral do questionário prévio ......................................... 44
Figura 19: Resultado por aluno sobre carga elétrica e eletrização ................. 44
Figura 20: Resultado da questão 6 sobre Carga elétrica e eletrização .......... 45
Figura 21: Resultado da questão 8 sobre carga elétrica e eletrização ........... 45
Figura 22: Utilizando a simulação Balões do Phet .......................................... 46
Figura 23: Resultado geral do questionário em sala ....................................... 47
Figura 24: Resultado por aluno do questionário em sala ................................ 47
Figura 25: Resultado geral do questionário prévio ......................................... 49
Figura 26: Resultado por aluno ....................................................................... 50
Figura 27: Resultado das questões 2, 4 e 9. .................................................. 50
Figura 28: Placas paralelas ............................................................................ 51
Figura 29: Simulação “Hóquei no campo elétrico” .......................................... 53
Figura 30: Resultado geral do questionário sobre Força e Campo Elétrico .... 53
Figura 31: Resultado por aluno do questionário sobre Força e Campo Elétrico
.................................................................................................................................. 54
Figura 32: Resultados por questão ................................................................. 54
7
Figura 33: Resultado geral do questionário prévio sobre corrente e resistores
.................................................................................................................................. 55
Figura 34: Resultado por aluno ....................................................................... 56
Figura 35: Resultado das questões 9 e 10 do questionário prévio sobre
corrente e resistores elétricos ................................................................................... 56
Figura 36: Associação de resistores em série produzido por um dos alunos . 58
Figura 37: Associação de resistores em paralelo produzido por um dos alunos
.................................................................................................................................. 59
Figura 38: Circuito esquemático ..................................................................... 59
Figura 39: Circuito realista .............................................................................. 59
Figura 40: Alunos fazendo o login no Kahoot ................................................. 60
Figura 41: Resultado geral do questionário em sala ....................................... 60
Figura 42: Resultado por aluno do questionário em sala ................................ 61
Figura 43: Resultado da questão 2 sobre resistores e corrente elétrica ......... 62
Figura 44: Resultado da questão 3 sobre resistores e corrente elétrica ......... 62
Figura 45: Circuito elétrico com resistores em paralelo .................................. 63
Figura 46: Resultado da questão 10 sobre resistores e corrente elétrica ....... 63
Figura 47: Resultado geral do questio nário prévio ...................................... 64
Figura 48: Resultado por aluno ....................................................................... 64
Figura 50: Resultado geral do questionário em sala sobre Força e Campo
Elétrico ...................................................................................................................... 66
Figura 51: Resultado por aluno do questionário sobre Força e Campo Elétrico
.................................................................................................................................. 67
Figura 52: Resultados por questão ................................................................. 67
Figura 60: Dificuldades de acessar os recursos tecnológicos ........................ 68
Figura 61: Grau de dificuldade das questões prévias ..................................... 68
Figura 62: Grau de dificuldade das questões em sala .................................... 69
Figura 63: Colaboração da metodologia ......................................................... 69
Figura 64: Engajamento nas aulas ................................................................. 69
Figura 65: Dedicação aos estudos. ................................................................ 70
Figura 66: Colaboração nas questões difíceis ................................................ 70
Figura 67: Apreço em participar das atividades .............................................. 70
Figura 68: Apreço por mais aulas no formato ................................................. 70
8
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO ............................................................................................ 10
2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................. 14
2.1 Aprendizagem Significativa .............................................................. 14
2.2 Teoria Sociointerativa de Vygotski ................................................... 17
2.3 Ensino Sob Medida .......................................................................... 20
2.4 Instrução por Colegas ...................................................................... 21
3 – UM BREVE HISTÓRICO SOBRE A TEORIA ELETROMAGNÉTICA ........ 23
3.1 Primeiros passos do Eletromagnetismo ........................................... 23
3.2 Desenvolvimento do eletromagnetismo ........................................... 24
3.3 A Unificação Final ............................................................................ 26
4 – METODOLOGIA ......................................................................................... 28
4.1 Descrição da sequência didática das aulas ..................................... 28
4.2 Recursos tecnológicos ..................................................................... 32
4.2.1 Kahoot ............................................................................................. 33
4.2.2 Phet Simulations ............................................................................. 39
4.2.3 Plataforma Virtual ............................................................................ 41
4.3 Material Elaborado ........................................................................... 41
4.3.1 Textos de Apoio .............................................................................. 41
4.3.2 Questionários Prévios e em Aula .................................................... 41
4.3.3 Pesquisa de avaliação das aulas .................................................... 42
5 – RESULTADOS ........................................................................................... 43
Primeiro Encontro .................................................................................. 43
Segundo Encontro ................................................................................. 43
Terceiro Encontro .................................................................................. 49
Quarto Encontro .................................................................................... 55
9
Quinto Encontro ..................................................................................... 63
6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 71
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 73
ANEXO A – TEXTOS DE APOIO ..................................................................... 77
ANEXO B – QUESTIONÁRIOS PRÉVIOS ....................................................... 99
ANEXO C – QUESTIONÁRIOS EM SALA ..................................................... 112
ANEXO D – QUESTIONÁRIO DE SATISFAÇÃO .......................................... 126
10
1 - INTRODUÇÃO
O ensino de Ciências Naturais, e em especial em Física, é relativamente novo
na escola, e tem sido praticado de acordo com diferentes propostas pedagógicas
educacionais nas escolas de educação básica. Muitas práticas são baseadas, ainda
hoje, na mera transmissão de informações, tendo como recurso o livro didático e sua
transcrição na lousa. Tal fato é um reflexo da evolução histórica em que se construiu
o ensino de ciências, que sofreu diversas modificações, em razão das influências
social, política, econômica e cultural, a qual foi submetido.
Na década de 50, o contexto vivido de desenvolvimento industrial, tecnológico
e científico do período Pós-Segunda Guerra Mundial, se refletiu no Ensino de
Ciências Naturais (MARANDINO, 1998). Com isso, privilegiou-se um ensino
baseado nas experiências, com a intenção de formar novos cientistas.
Consequentemente, ao se buscar uma renovação do ensino, foi necessário deixar
de lado a utilização de uma prática predominantemente teórica, passiva e
memorística. Além disso, nessa década as aulas de Ciências Naturais eram
ministradas apenas nas duas últimas séries do antigo curso ginasial, atualmente
correspondem as duas últimas séries do ensino fundamental (Parâmetros
Curriculares Nacionais de Ciências Naturais, p. 19).
Já a década de 60 se caracterizou por ser um período de intensa participação
política, de tensões sociais e ideológicas. Apesar dos esforços de renovação
estarem em processo, o cenário escolar era dominado pelo ensino tradicional. No
saber escolar, o conhecimento científico era considerado um saber neutro, isento, e
a verdade científica, tida como inquestionável. Com o golpe militar de 1964,
enfatizou-se a pedagogia tecnicista, onde se privilegiava excessivamente a
tecnologia educacional e transformava professores e alunos em meros executores e
receptores de projetos elaborados de forma autoritária e sem qualquer vínculo com o
contexto social a que se destinavam, tudo isso ocorreu como justificativa para a
formação de mão-de-obra qualificada. Ainda nessa década, foi promulgada a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação (LDB) em 1961, lei esta que estendeu a
obrigatoriedade do ensino de Ciências Naturais a todas as séries do antigo ginasial,
e atualmente do 6° ao 9° ano do ensino fundamental. Por fim, este período
caracterizou-se pela convivência de tais tendências com experiências que
11
enfatizavam a experimentação, através do método científico, e com os cursos
técnicos que buscavam a formação técnico-científica.
A década 70, por sua vez, foi marcada pelo discurso ambiental e pela
abertura política no Brasil. Neste período, o Ensino de Ciências Naturais andava
junto com a política e a sociedade, assim como os outros. Porém mantinha um
ensino antigo, baseado nas aulas expositivas e de memorização, além das difíceis
condições de trabalho, tornando esse período complexo e incoerente.
A partir da década de 80 os esforços de renovação e as novas propostas
influenciaram o Ensino de Ciências Naturais e principalmente o de Física. Neste
período, o ensino de Ciências Naturais propôs analisar implicações sociais do
desenvolvimento científico e tecnológico, ou seja, pretendeu trazer mais
contextualizações para dentro da sala de aula. Já no ensino de Física, novamente a
temática da experimentação foi levantada. Porém os professores perceberam que a
experimentação sem uma atitude investigativa mais ampla, não garantia a
aprendizagem dos conhecimentos científicos (PCN de Ciências Naturais, p. 20).
A década de 90 foi um período complexo assim como os demais. A prática de
sala de aula recebeu influências dos temas apontados acima, mas continuou com
uma didática bastante tradicional, aulas excessivamente teóricas, sem preocupação
de fazer uso dos elementos oriundos de recentes pesquisas em ensino. As
pesquisas feitas nessa época, acerca do processo de ensino e aprendizagem
levaram a propostas reunidas sob a denominação do construtivismo, onde se
compreende que o aprendizado se dá pela interação
professor/estudante/conhecimento, ao se estabelecer um diálogo entre as ideias
prévias dos estudantes e a visão científica atual, com a mediação do professor,
entendendo que o estudante reelabora sua percepção anterior de mundo ao entrar
em contato com a visão trazida pelo conhecimento científico. (PCN de Ciências
Naturais, p. 21).
No século XXI algumas modificações estão começando a ser feitas no
Ensino de Física, por exemplo, verifica-se no Brasil um avanço do uso da Internet e
dos microcomputadores no ambiente educacional (MEDEIROS, 2002). Devido à
versatilidade e a sua adaptabilidade a diversas atividades, a informática pode
promover a integração curricular, a quebra de barreiras entre as disciplinas e entre
as diversas culturas, enriquecendo a formação dos alunos.
12
A informática é uma tecnologia que pode significar uma possibilidade de
transformar o processo de cópia, transmissão e imposição de conhecimentos
prontos, próprios do modelo tradicional de educação, num processo dinâmico de
estruturação, potencialização e fortalecimento de novas ideias, as quais podem
transformar a escola num espaço vivo de produção, recepção e socialização de
conhecimentos (MACEDO, 2011).
As pesquisas realizadas na última década a respeito do ensino de Física no
nível médio confirmam a preocupação quanto às tradicionais práticas desenvolvidas
em sala de aula (REZENDE; OSTERMANN; FERRAZ, 2009).
Dentre as possibilidades apontadas para o ensino de Física, um dos temas que
ganham destaque nos trabalhos publicados diz respeito ao uso das tecnologias
computacionais (ARAÚJO; VEIT, 2004). Os próprios PCNs apontavam para a
importância do reconhecimento da informática como uma ferramenta para novas
estratégias de aprendizagem que contribuem para a construção do conhecimento
das diversas áreas. Atualmente as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino
Médio (BRASIL, 2012), apontam para uma escola que privilegia a aprendizagem por
competências, a interdisciplinaridade, a contextualização, a autonomia de
pensamento e de ação e a diversidade como princípios fundamentais e inovadores
da sua organização curricular.
Neste contexto, recursos tecnológicos como a TV, data show, computador e
o celular dos quais algumas escolas e alunos já dispõem, porém nem sempre
utilizam adequadamente, precisam ser explorados de forma crítica e criativa,
contribuindo para tornar o ensino de Física mais próximo da realidade dos
educandos, além de mais dinâmico, rico e contextualizado.
Porém, integrar novas tecnologias à sala de aula ainda é pouco frequente e
um desafio para docentes. Em muitos casos, a formação não considera essas
tecnologias, e se restringe ao teórico, ou seja, o professor precisa buscar esse
conhecimento em outros lugares. Mas isso nem sempre funciona, pois frequentar
cursos de poucas horas nem sempre garante ao professor segurança e domínio
dessas tecnologias.
Esse trabalho investigou a eficácia do uso de recursos tecnológicos, como o
aplicativo Phet (simulações computacionais) e o aplicativo Kahoot (quiz online), na
criação de condições adequadas para a efetiva aprendizagem de conceitos de
Eletromagnetismo no Ensino Médio. Os recursos tecnológicos foram aplicados a
13
partir da combinação de duas metodologias ativas de ensino-aprendizagem, Ensino
sob Medida e Instrução por Colegas, tendo como principal foco mostrar a utilidade e
relevância desses recursos tecnológicos em seu ensino.
Para tanto, no próximo capítulo são apresentadas as teorias de
aprendizagem e os métodos ativos de ensino que orientaram o desenvolvimento do
trabalho. Primeiramente é apresentada a teoria de David Ausubel, que em seus
estudos se dedicou a investigar a forma como ocorre a aprendizagem de forma
significativa. Já na segunda parte deste capítulo são descritas as contribuições da
Teoria Sociointeracionista de Lev S. Vigotski para a aprendizagem dos alunos. Por
fim, na terceira e quarta parte são apresentados os métodos ativos Ensino sob
Medida (EsM) e Instrução por Colegas (IpC) que buscam envolver ainda mais os
alunos no processo de ensino-aprendizagem.
No terceiro capitulo, é exposto um breve estudo sobre o Eletromagnetismo,
partindo de seus primeiros passos através dos pensamentos filósofos de Tales de
Mileto, mesmo antes de Cristo até a unificação final com Maxwell. Posteriormente,
no quarto capítulo é apresentada a metodologia a ser aplicada no trabalho. Ainda
nesta seção é descrito, de maneira simples, quais foram os materiais elaborados
para aplicação do produto educacional, como os textos de apoio, questionários
prévios no Kahoot, questionários de avaliação em sala e pesquisa de avaliação das
aulas.
No quinto capítulo é apresentado o relato da aplicação do produto
educacional, juntamente com a discussão dos resultados de cada questionário
prévio e os aplicados em sala de aula, e análise da receptividade dos alunos ao
método aplicado. Por fim, no sexto capítulo, são feitas as considerações finais.
14
2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Aprendizagem Significativa
De acordo com Moreira e Masini (1982, p.3), o “cognitivismo procura
descrever, em linhas gerais, o que sucede quando o ser humano se situa,
organizando o seu mundo, de forma a distinguir sistematicamente o igual do
diferente”. Em outras palavras, a cognição “é o processo através do qual o mundo de
significados tem origem”.
Assim, pode-se afirmar que a psicologia cognitivista, segundo esses autores,
“preocupa-se com o processo de compreensão, transformação, armazenamento e
uso da informação envolvida na cognição, e tem como objetivo identificar os padrões
estruturados dessa transformação” (Moreira; Masini, 1982, p.3).
Nesse sentido, por ser um seguidor dessa concepção, Ausubel se propõe a
explicar o processo de aprendizagem do ponto de vista da teoria cognitivista,
embora também reconheça a importância das experiências afetivas.
De acordo com Ausubel, citado por Ronca (1980, p.56), a estrutura cognitiva
é o principal fator que influencia a aprendizagem. Para o autor, a aprendizagem é “o
conjunto de ideias presentes num indivíduo, bem como as suas propriedades
organizacionais, num assunto específico, num determinado momento”. Assim, ao
dispor de uma estrutura cognitiva organizada, a pessoa terá facilitada a
aprendizagem de um assunto novo.
Isso ocorre porque a estrutura cognitiva é hierarquicamente organizada, ou
seja, “conceitos e proposições mais inclusivos, como maior poder de generalização,
estão no topo da hierarquia e abrangem conceitos e proposições menos inclusivos,
com menor poder de generalização” (Ronca, 1980, p.59).
Observa-se na Figura 1, um exemplo de diagrama básico de hierarquia
conceitual.
15
conceitos mais gerais
mais inclusivos
conceitos intermediários
conceitos específicos
pouco inclusivos
Figura 1: Diagrama básico
Um dos maiores desafios dentro das escolas é que cada professor consiga
identificar em sua disciplina os conceitos mais abrangentes e que tenham o maior
poder de inclusividade, para depois chegar aos menos abrangentes. De acordo com
Ronca (1980, p.60), pautado em Ausubel, “uma das variáveis que mais influenciam a
aquisição de uma estrutura cognitiva adequada é o uso daqueles conceitos e
princípios essenciais, que, numa dada disciplina, tenham o mais amplo poder de
inclusão e generalidade”.
Ao adotar essa prática durante o planejamento das aulas, o professor
conseguirá, além de identificar a estrutura básica de sua disciplina, facilitar o sistema
de processamento de informações por parte do aluno, para que, possa aprender de
maneira significativa, assimilando as informações em sua estrutura cognitiva.
Outro modo de organizar o ensino é utilizando o que Ausubel denomina
mapas conceituais, que se constituem em diagramas que indicam a relação entre os
conceitos, conforme o modelo apresentado na Figura 2. Nas palavras de Moreira e
Masini, mapas conceituais “podem ser vistos como diagramas hierárquicos que
procuram refletir a organização conceitual de uma disciplina ou parte de uma
disciplina” (1982, p. 45).
16
Figura 2: Modelo de mapeamento conceitual
Fonte: Nogueira, 2018, p. 216.
É importante ressaltar que, ao realizar um mapa conceitual, é preciso que ele
seja claro e completo, pois seu principal objetivo é “mostrar as relações hierárquicas
entre os conceitos que estão sendo ensinados” (Moreira; Masini, 1982, p.50) e as
relações que possivelmente afetarão a aprendizagem de conceitos.
Percebe-se, então, a preocupação de Ausubel com o fato de que o aluno
tenha disponível na estrutura cognitiva as ideias mais amplas, que irão incluir as
mais concretas. Para atender tal prática, são necessários os organizadores prévios,
que de acordo com Ronca (1980, p.69), pautado em Ausubel:
o organizador é um material introdutório que é apresentado aos estudantes
antes do conteúdo que vai ser aprendido. [...] Consiste em informações
amplas e genéricas, que servirão como pontos de ancoragem para ideias
mais específicas, que virão no decorrer de um texto didático ou de uma
aula.
Destaca-se que os organizadores não podem ser confundidos com sumários
ou introduções, pois estes podem apresentar caráter superficial. O organizador é um
conceito que precede o conteúdo, fornecendo uma ideia para o aluno, para que ele
possa integrar as novas informações a serem estudadas. Portanto, como base em
Ausubel, citado por Ronca (1980), a principal função do organizador é estabelecer
uma ponte entre o que o aluno já sabe e aquilo que ele precisa saber.
17
Avançando um pouco mais, Ausubel assevera que, além de tais conceitos e
princípios, a aprendizagem significativa é composta por três tipos: aprendizagens de
representações, de proposições e de conceitos.
No primeiro tipo, a aprendizagem de representações, o aprendizado ocorre
apenas por símbolos e pelo que eles representam. Para o ser humano que acaba de
nascer, segundo Ronca (1980), o símbolo significa algo completamente
desconhecido. No decorrer de suas experiências com o ambiente, ele percebe que
diferentes nomes são atribuídos a diferentes objetos. O indivíduo “terá então
percebido que o som da palavra significa aproximadamente a mesma coisa que a
imagem e também a mesma coisa que o padrão desvinculado do estímulo” (Ronca,
1980, p.75). Posteriormente à aprendizagem dos símbolos, o ser humano começa a
dar significado aos símbolos e as ideias expressas; nesse sentido, a aprendizagem
de proposições ganha voz. Por fim, ocorre a aprendizagem de conceitos, em que o
indivíduo aprende os conceitos que cada símbolo carrega interiormente.
Portanto, é preciso destacar que a estratégia proposta por Ausubel para se
atingir uma aprendizagem significativa é desafiadora e exige muito estudo e
dedicação por parte dos educadores, para que seja possível ser colocada em
prática.
2.2 Teoria Sociointerativa de Vygotski
Com o objetivo de contribuir para a construção de uma nova psicologia,
Vigotski criticou as ideias presentes na psicologia reflexológica e propôs a criação de
uma psicologia baseada nos princípios do materialismo histórico e dialético. Suas
preocupações baseavam-se em uma nova concepção de homem, este não deveria
mais ser visto apenas como produto do meio, mas como ser historicamente
constituído e constituinte nas relações com a sociedade. É nessa relação de idas e
vindas que o homem internaliza o mundo material e o interpreta segundo a sua
subjetividade, já que, ao mesmo tempo em que é um ser histórico e social, também
é individual.
De acordo com Vigotski, parafraseado por Tuleski (2002, p.61),
a natureza determina que o homem tenha necessidades, e a história, por
sua vez, determina quais serão estas necessidades. Decorre, portanto, que
18
o conhecimento científico é o conhecimento da natureza, mas são as
relações sociais engendradas pelos homens em um determinado período
que determinam a forma de relação do homem com a natureza.
No que diz respeito ao ambiente escolar, Vigotski toma como ponto de partida
a ideia de que o aprendizado se inicia muito antes de se passar a frequentar a
escola, uma vez que, antes de qualquer aprendizado escolar, a criança tem sempre
uma história prévia ou um “aprendizado pré-escolar”, como diz Vigotski.
Todavia, quando pensamos em aplicar métodos de aprendizagem na escola,
dificilmente os educadores associam a aprendizagem dos conceitos científicos
àqueles já apropriados pelos alunos nos primeiros anos de sua vida. Com base
nisso, Vigotski procurou elucidar a dinâmica interna desse processo.
Segundo o autor, os conceitos não são formados repentinamente, mas no
decorrer do desenvolvimento da criança. Esta realiza processos mentais
diferenciados, os quais se estendem de um processo sincrético em relação aos
objetos e seus atributos até um nível mais aperfeiçoado, denominado potencial, que
permite o agrupamento de objetos semelhantes. Conforme Vigotski (1987, p.70),
os processos que levam à formação dos conceitos evoluem ao longo de
duas linhas principais. A primeira é a formação dos complexos [...]. A
segunda linha do desenvolvimento é a formação de “conceitos potenciais”,
baseado no isolamento de certos atributos comuns. Em ambos os casos, o
emprego da palavra é a parte integrante dos processos de
desenvolvimento, e a palavra conserva a sua função diretiva na formação
dos conceitos verdadeiro, aos quais esses processos conduzem.
O autor destaca que a formação de conceitos se inicia na infância e se
completa na puberdade, quando ocorre o desenvolvimento das funções intelectuais.
Afinal, para Vigotski, a adolescência é o período em que ocorre o aprimoramento do
pensamento conceitual verdadeiro. O jovem abandona os pensamentos mais
primitivos, denominados complexos, e os conceitos potenciais para apropriar-se de
novos conceitos, embora possa voltar a utilizá-lo quando achar necessário.
Assim sendo, concebe-se a ideia de que o aprendizado e o desenvolvimento
das funções mentais são imprescindíveis para o surgimento dos conceitos
científicos. Vigotski afirma, ainda, que para entender a relação entre estes últimos e
os conceitos cotidianos, é necessário analisar o período escolar.
19
Com base nesses elementos Vigotski formulou uma teoria que relacionasse a
aprendizagem ao desenvolvimento. Após as investigações, ficou claro o papel da
instrução escolar, já que comparou os conceitos cotidianos das diferentes áreas,
como: leitura, escrita e gramática, aritmética, ciências sociais e ciências naturais,
com os conceitos científicos. Posteriormente relatou que, mesmo com crianças da
mesma idade mental, se pode ter níveis de desenvolvimento diferenciados, os quais
podem ser observados quando elas resolvem problemas semelhantes, porém mais
difíceis, e com o auxilio de um adulto.
A solução desses problemas com a ajuda de um companheiro mais
experiente revela a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), que se caracteriza
pela distância entre o Nível de Desenvolvimento Real (NDR), o que a criança sabe
realizar sozinha, e o Nível de Desenvolvimento Potencial – NDP, que é o que a
criança faz com a mediação de um adulto. Essa ideia é fundamental para indicar o
aproveitamento da criança na escola.
De acordo com a figura 3, verifica-se que a ZDP define as funções que ainda
não amadureceram, mas que estão em processo de maturação. Compreende-se
que as funções a serem desenvolvidas não são processos vedados, que ocorrem
isoladamente, eles se transformam a todo o momento.
Figura 3: Zona de Desenvolvimento Proximal
Fonte: http://alunosdeletrasuerj.blogspot.com
Assim, ao tentar operacionalizar o conceito de ZDP na prática pedagógica,
estabelece-se um diagnóstico e um prognóstico dos estudantes, para planejar
estratégias educacionais que levem à superação do seu NDR (Martins, 2005).
Acompanhando essa linha de pensamento, Oliveira (1999) afirma que as
implicações da concepção de Vigotski para o ensino escolar devem ser imediatas,
pois “se o aprendizado impulsiona o desenvolvimento, então a escola tem um papel
20
essencial na construção do ser psicológico adulto dos indivíduos que vivem em
sociedades escolarizadas” (Oliveira, 1999, p. 61).
Por outro lado, para o estudante, o aprendizado constitui um elemento
fundamental para o seu desenvolvimento. Assim o professor deverá tomar como
ponto de partida o que o aluno já conhece e domina, o NDR, para então, atuar ou
interferir na ZDP, levando a criança a alcançar novas aprendizagens, que
impulsionam o desenvolvimento e concretizam outras novas aprendizagens.
Portanto, Vigotski construiu uma psicologia e, consequentemente, uma
maneira de ver o aprendizado dos estudantes, voltada para as relações existentes
entre o sujeito e o social.
2.3 Ensino Sob Medida
O método Ensino sob Medida (EsM) ou Just-in-Time Teaching (JiTT) foi
proposto em 1996 pelo professor Gregory M. Novak e colaboradores, com o objetivo
de utilizar a tecnologia para melhorar a aprendizagem de ciências em sala de aula
(NOVAK et al., 1999). O EsM foi projetado para desenvolver a habilidade de trabalho
em grupo entre os estudantes e a capacidade de comunicação oral e escrita
(NOVAK et al., 1999), dando responsabilidades aos alunos pela sua própria
aprendizagem e aumentando a retenção de conhecimento dos conteúdos a longo
prazo.
O Ensino sob Medida (EsM) (ARAUJO; MAZUR, 2013), requer que o aluno
assuma a responsabilidade de se preparar para a aula, realizando uma tarefa
anterior à aula, como a leitura de um texto, a visualização de um vídeo ou simulação
virtual. Após o estudo desse material, focado nos tópicos mais importantes a serem
discutidos em aula, os alunos devem responder eletronicamente, dentro de um prazo
estipulado pelo professor, algumas questões conceituais, que compõem aquilo que
Araújo e Mazur (2013) denominam de Tarefa de Leitura. As respostas dos alunos às
tarefas preparatórias compõem um feedback para o professor ajustar e organizar
sua aula, focando nas principais dificuldades manifestadas pelos alunos (NOVAK et
al., 1999; MAZUR, 1997).
21
2.4 Instrução por Colegas
O método Instrução pelos Colegas (IpC) (ARAUJO; MAZUR, 2013) ou Peer
Instruction (PI) (MAZUR, 1997), se caracteriza principalmente por promover a
discussão de questões conceituais, entre os alunos, em sala de aula. O IpC foi
proposto para o Ensino Superior em meados da década de 90 do século passado
pelo Prof. Eric Mazur, da Universidade de Harvard (EUA).
Esse método prevê que o professor faça a exposição inicial de um conceito ou
conteúdo em um primeiro momento, seguido de um Teste Conceitual de múltipla
escolha, a ser respondido individualmente pelos alunos (MAZUR, 1997). As
respostas dos alunos podem ser informadas ao professor de diversas maneiras,
entre elas encontram-se sistemas eletrônicos de respostas, cartelas coloridas,
computadores e outros dispositivos eletrônicos conectados à Internet.
Com base nas respostas informadas, mas ainda sem indicar a correta aos
alunos, o professor decide entre algumas opções:
I) Explicar a questão, reiniciar o processo de exposição dialogada e
apresentar uma nova questão conceitual sobre um novo tópico. Essa opção é
aconselhada se mais de 70% dos estudantes votarem na resposta correta;
II) Agrupar alunos em pequenos grupos (2-5 pessoas), preferencialmente que
tenham escolhido respostas diferentes, pedindo que eles tentem convencer uns aos
outros usando as justificativas pensadas ao responderem individualmente. Smith et
al. (2009) apontam que há ganhos de aprendizagem, mesmo quando há discussão
entre colegas, sem que um deles tenha escolhido a resposta correta previamente.
Após alguns minutos, o professor abre novamente o processo de votação e explica a
questão. Se julgar necessário, o professor pode apresentar novas questões sobre o
mesmo tópico, ou passar diretamente para a exposição do próximo tópico,
reiniciando o processo. Essa opção é aconselhada se o percentual de acertos
obtidos na primeira votação estiver entre 30% e 70%. O tempo despendido nesta
etapa costuma ser de três a cinco minutos, dependendo do nível de discussão
alcançada;
III) Revisitar o conceito explicado, através de nova exposição dialogada
buscando aclará-lo, apresentando outra questão conceitual ao final da explanação e
22
recomeçando o processo. Essa é a opção indicada se menos de 30% das respostas
estiverem corretas.
O diagrama mostrado na Figura 4 ilustra o processo de aplicação do método.
A parte em destaque compreende a essência do IpC.
Figura 4: Diagrama do processo de implementação do método IpC
Fonte: Araújo e Mazur, 2013.
23
3 – UM BREVE HISTÓRICO SOBRE A TEORIA ELETROMAGNÉTICA
Nos dias atuais sabe-se que os efeitos elétricos e magnéticos estão
interligados. Porém, para se chegar neste entendimento, muitos filósofos, cientistas,
matemáticos e tantos outros, tiveram que se empenhar arduamente para
compreender e sistematizar o conhecimento do eletromagnetismo. Nada aconteceu
de uma hora para a outra. A ciência não é estática, com o passar do tempo vem
sendo aprimorada. Segundo ISOLA (2012), mesmo antes de Cristo, Tales de Mileto
já conhecia os efeitos de atração e repulsão de uma pedra que continha
componentes de ferro, também chamada de magnetita (popularmente chamado de
imã). Também existem registros de que os chineses já utilizavam a bússola e
sabiam magnetizar o aço através de imãs naturais, mas não existia ainda teoria que
pudesse descrever o fenômeno.
3.1 Primeiros passos do Eletromagnetismo
Christian Oersted (1777-1825), físico dinamarquês, e seus contemporâneos
buscavam encontrar uma relação entre a eletricidade e o magnetismo. Muitas
experiências foram feitas buscando observar uma interação, por exemplo, observar
algum efeito da corrente elétrica em uma bússola, mas sem obter sucesso
(MARTINS, 1990).
Em 1820, Oersted publicou artigo intitulado “Experiências sobre o efeito do
conflito elétrico sobre a agulha magnética” em que descreve o resultado de seu
exigente e perseverante trabalho, onde obteve sucesso ao observar que uma agulha
imantada sofria deslocamento quando colocada próxima a um fio condutor por onde
circulava corrente elétrica. Após investigar e analisar a fundo o experimento, Oersted
comprovou que o efeito causado em seu experimento não era devido a forças
elétricas e sim a efeitos magnéticos, dessa forma, chegando à ideia de um campo
magnético circular atualmente conhecida (MARTINS, 1990).
Importante destacar que:
A partir de 1750, cresceu o número de análises teóricas que pretendiam esclarecer a natureza
da eletricidade e do magnetismo. Vários trabalhos surgidos na época pautavam-se em uma
visão mecanicista de natureza. Apesar das diferentes nuanças, podemos dizer que a
concepção mecanicista, que teve presença significativa naquele contexto, baseada na ciência
24
newtoniana, entendia a natureza como um conjunto de corpúsculos e de fluidos em movimento
(GUERRA, 2004).
Oersted não pautava seu modo de conceber a natureza em uma visão
mecanicista, mas sim na visão “Naturphilosophie” (Filosofia Natural Romântica), ou
seja, vivia em um ambiente que o impulsionava a buscar uma relação entre
eletricidade e magnetismo. Esta visão surgiu no fim do século XVIII, onde:
Para os adeptos, a natureza era um todo orgânico, a matéria e os fenômenos naturais seriam
resultados da polaridade e dualidade de forças de atração e repulsão. Esses filósofos não
assumiam a hipótese da existência de entidades materiais capazes de explicar os fenômenos.
Haveria na natureza um permanente conflito de forças, onde uma sempre se sobrepunha a
outra. De tal forma que, quando a tensão em uma manifestação como, por exemplo,
eletricidade, era muito intensa, ela não conseguiria permanecer contida nessa forma,
provocando o aparecimento de um outro fenômeno. Em resumo, os fenômenos da natureza
(químicos, biológicos, mecânicos, elétricos e magnéticos) tinham o mesmo princípio básico e
constituíam-se em manifestações distintas de uma mesma força definida como atividade pura.
Dessa forma, era possível que uma manifestação específica, como o calor, se convertesse em
outra, como o movimento (GUERRA, 2004).
Visando romper com a visão mecanicista predominante do século XVIII, no
início do século XIX o número de físicos, filósofos e cientistas que se empenharam
em desenvolver trabalhos utilizando a forma da “Naturphilsophie” de conceber a
natureza e sua prática científica aumentou consideravelmente. Nesse contexto, a
reação dos físicos foi de incredulidade perante o fenômeno analisado por Oersted.
Após mais experimentos, seus resultados foram rapidamente aceitos pela
comunidade científica, mostrando que durante a história a experimentação esteve e
precisa estar junto dos pensamentos filosóficos, pois a experimentação completa o
pensamento filosófico, assim como o pensamento filosófico completa a
experimentação.
3.2 Desenvolvimento do eletromagnetismo
Michael Faraday (1791-1867), físico inglês e um dos maiores
experimentalistas, compartilhava das ideias de Oersted e, assim como ele, teve
contato com a “Naturphilosophie”. Não teve uma formação escolar regular e iniciou
sua carreira científica como auxiliar do laboratório de Humphry Davy, também
adepto da “Naturphilosophie”.
Onze anos depois de Oersted ter demonstrado a relação entre a eletricidade
e o magnetismo, Faraday buscou uma maneira de gerar eletricidade através do
25
movimento. Enquanto estudava essas novas formas de gerar energia ele descobriu
que ao se ter um campo magnético variável ao redor de um fio condutor, uma
corrente era gerada neste fio. Este fato foi chamado de indução eletromagnética. A
partir de então, muitos motores foram construídos e outras maneiras de gerar
movimento através da eletricidade foram inventadas.
É interessante ressaltar que as descobertas de Faraday tiveram uma grande
influência no contexto histórico de sua época. Além de ampliar o conhecimento
científico de Física, inovou os meios de transformação de energia e modernizou as
máquinas industriais.
Analisando o contexto histórico que Faraday estava inserido, foi possível
perceber que os motores elétricos, transformadores elétricos e geradores elétricos
não foram necessariamente criados por ele. Engenheiros se apropriaram dos
conhecimentos demonstrados por Faraday e assim, aplicaram nas máquinas
industriais devido a uma grande comunicação mundial (ISOLA, 2012).
A influência social foi tão grande que até os tempos de hoje, século XXI,
utilizamos estes dispositivos criados no século XIX. Tais dispositivos passaram por
melhorias e atualizações visto que como já citado, a ciência está em evolução.
Alguns deles, como: transformador elétrico e geradores elétricos são indispensáveis
em nossa vida. E como seria viver em pleno século XXI sem energia elétrica?
A resposta a essa pergunta demonstra o quão importante é ensinar Física, e
neste caso o eletromagnetismo, explicitando as influências sociais e filosóficas que a
história nos atribui. A produção da energia que se consome é feita em usinas
elétricas através de um dispositivo chamado gerador elétrico. Um gerador elétrico
não é nada mais que um motor elétrico que funciona no sentido inverso, ou seja,
enquanto o motor elétrico transforma a energia elétrica em energia mecânica, o
gerador transforma energia mecânica em elétrica. A energia elétrica que chega às
residências e às muitas indústrias é obtida através de geradores que transformam
em energia elétrica a energia mecânica das quedas d'água, nas usinas hidrelétricas,
e a energia térmica oriunda da combustão de óleo, carvão ou gás natural, nas
usinas termoelétricas.
Um gerador elétrico funciona com base na indução eletromagnética, e é um
aparelho no qual a energia é fornecida por trabalho e é obtida por transmissão
elétrica. A Figura 5 demonstra o esquema interno de um gerador, onde temos uma
espira imersa em um campo magnético, ligada a uma manivela que possibilita sua
26
rotação em torno do eixo indicado através da realização de trabalho. Quando a
espira gira em torno do eixo de rotação, ocorre uma variação do fluxo do campo
magnético que a atravessa com o tempo, induzindo uma tensão (diferença de
potencial) e uma corrente que, dependendo da intensidade, faz com que a lâmpada
que está conectada à espira acenda.
Figura 5: Desenho esquemático de um Gerador
Fonte: NASCIMENTO, 2006.
Outro princípio eletromagnético demonstrado por Faraday e que continua
sendo utilizado no século XXI é a gaiola de Faraday. Este princípio diz que uma
superfície condutora ao receber uma descarga elétrica, tem suas cargas elétricas
distribuídas apenas na superfície externa, ou seja, o campo elétrico em seu interior é
nulo. Tal princípio está aplicado em carros e aviões, conforme ilustrado na Figura 6,
onde ao receberem uma descarga elétrica, permanecem com seus ocupantes
protegidos no seu interior.
Figura 6: Aplicação da Gaiola de Faraday
Fonte: Unesp
3.3 A Unificação Final
Baseando-se nos estudos de Michael Faraday, James Clerk Maxwell (1831–
1879) unificou, em 1864, os fenômenos elétricos e magnéticos observáveis em um
trabalho que estabeleceu conexões entre as várias teorias da época, derivando uma
das mais elegantes teorias já formuladas. Maxwell demonstrou matematicamente
que os fenômenos elétricos e magnéticos poderiam ser descritos em apenas quatro
27
equações, conhecidas atualmente como Equações de Maxwell. Essas equações
estão para o eletromagnetismo, assim como a Lei da Gravitação Universal e as três
Leis de Newton são fundamentais para a Mecânica Clássica. As equações de
Maxwell para o eletromagnetismo constam da unificação entre as Leis de Gauss,
para a eletricidade e para o magnetismo, a Lei de Ampère Generalizada e a Lei de
Faraday para a Indução eletromagnética. Segue então as equações de Maxwell:
I) Lei de Gauss para a eletricidade (∮ 𝑬. 𝒅 𝒔
= 𝒒
𝜺): Essa é a primeira das
quatro equações de Maxwell, proposta originalmente pelo matemático alemão Carl
Friedrich Gauss (1777-1855), é o equivalente à lei de Coulomb em situações
estáticas. Ela relaciona os campos elétricos e suas fontes, as cargas elétricas, e
pode ser aplicada mesmo para campos elétricos variáveis com o tempo.
II) Lei de Gauss para o magnetismo (∮ 𝑩. 𝒅 𝒔
= 0): Esta lei é equivalente à
primeira, mas aplicável aos campos magnéticos e evidenciando ainda a não
existência de monopolos magnéticos (não existe polo sul ou polo norte isolado). De
acordo com essa lei, as linhas de campo magnético são contínuas, ao contrário das
linhas de força de um campo elétrico que se originam em cargas elétricas positivas e
terminam em cargas elétricas negativas.
III) Lei de Faraday (∮ 𝑬. 𝒅𝒍 𝑪
= - 𝝏𝜱𝑩
𝝏𝒕): Descreve as características do campo
elétrico originando um fluxo magnético variável. Os campos magnéticos originados
são variáveis no tempo, gerando assim campos elétricos do tipo rotacionais.
IV) Lei de Ampère (∮ 𝑩. 𝒅𝒍 𝑪
= 𝝁𝒊 + 𝝁𝜺𝝏𝜱𝑬
𝝏𝒕): A lei de Ampère descreve a
relação entre um campo magnético e a corrente elétrica que o origina. Ela
estabelece que um campo magnético seja sempre produzido por uma corrente
elétrica ou por um campo elétrico variável. Essa segunda maneira de se obter um
campo magnético foi prevista pelo próprio Maxwell, com base na simetria de
natureza: se um campo magnético variável induz uma corrente elétrica, e
consequentemente um campo elétrico, então um campo elétrico variável deve
induzir um campo magnético.
28
4 – METODOLOGIA
O material elaborado neste trabalho foi aplicado no Centro Educacional Alexis
Novelino (CEAN) da rede privada de ensino, localizada na zona urbana no município
de Cabo Frio (RJ). Participaram do trabalho 13 alunos da 3ª série do Ensino Médio,
com uma faixa etária entre 17 e 18 anos.
Para realização deste trabalho utilizou-se como técnica de coleta de dados, a
observação dos participantes, leitura de textos, questionários e simulação
computacional.
A sequência didática foi desenvolvida com a finalidade de lecionar os seguintes
conteúdos: (I) carga elétrica e eletrização, (II) campo elétrico e força elétrica, (III)
corrente elétrica e resistores e (IV) imã e campo magnético. Cada tópico foi aplicado
em duas aulas com 50 minutos de duração cada, totalizando 1h e 40 min. Para
aplicação de cada tópico utilizou-se 4 (quatro) encontros, porém ao total foram 5
(cinco) encontros, visto que no primeiro encontro foi apresentado aos alunos quais
seriam os recursos tecnológicos utilizados, métodos de ensino e as tarefas prévias
que deveriam ser realizadas. A implementação se deu no período normal de aula
nos meses de outubro, novembro e dezembro do ano de 2018.
Contamos também com um site1 onde foram disponibilizados textos de apoio,
simulações computacionais desenvolvidas pelo Physics Education Technology
Project (PhET) e códigos para acesso aos questionários desenvolvidos no aplicativo
do Kahoot.
4.1 Descrição da sequência didática das aulas
A sequência didática proposta neste trabalho foi estruturada seguindo os
pressupostos teóricos de Ausubel e Vygotsky. Ela foi desenvolvida tendo como base
principal a utilização dos métodos ativos EsM e IpC, descritos no Capítulo 2 desta
dissertação, através do quiz online do aplicativo Kahoot entanto também utilizou-se
outros recursos de ensino, tais como, simulações computacionais, textos de apoio e
plataforma virtual. Para a elaboração desta sequência didática, optou-se por um
referencial teórico que valorizasse as concepções trazidas pelos alunos, o diálogo e
1 https://nevescarlosraul.wixsite.com/jovemdafisica
29
principalmente a autonomia do aluno de aprender para que se tornasse possível um
ambiente de aprendizagem diferente do tradicional, dando assim condições para
uma aprendizagem significativa.
Para aplicação da sequência didática proposta nesse trabalho foram
selecionados 5 encontros de 1 hora e 40 minutos cada um, conforme demostrado
na tabela 1.
Tabela 1: Organização da Sequência Didática
ENCONTROS CONTEÚDOS RESULTADOS DE
APRENDIZAGEM
ESPERADOS
ESTRATÉGIAS
1º Encontro:
Apresentação
aos alunos da
metodologia
aplicada,
recursos
tecnológicos a
serem utilizados
e aplicação do
1º questionário.
Todos os
conteúdos a
serem aplicados
ao longo da
sequência
didática.
- Apresentação oral sobre os
métodos ativos EsM e IpC.
- Explicação da utilização do
Kahoot e do Phet.
- Envio do link de acesso a
plataforma virtual onde estão
disponíveis os textos de
apoio, os códigos de acesso
para os questionários prévios
do Kahoot e as simulações
computacionais de cada
encontro.
2º Encontro:
Carga elétrica e
Eletrização
Princípio da atração e repulsão
Princípio da conservação das cargas elétricas
Condutores e Isolantes
Processos de eletrização
- Compreender o
princípio da
conservação das
cargas e como
ocorrem os processos
de eletrização de um
corpo.
- Diferenciar os
materiais condutores
e isolantes
- Aplicar o conceito de
atração e repulsão
- Apresentação e debate dos
resultados do 1º questionário
prévio
- Mini explanação oral do
conteúdo
- Aplicação da simulação
computacional Balões e
Eletricidade Estática do Phet
Simulations.
- Aplicação de um novo
questionário em sala através
do Kahoot.
30
das cargas elétricas - Debate em grupos das
questões com menos de 70
% de acerto
- Liberação na plataforma
digital do texto de apoio,
código de acesso para o
questionário prévio no
Kahoot e link do jogo
interativo chamado Hóquei
no campo elétrico do Phet
Simulations.
3º Encontro:
Força elétrica e
Campo elétrico
Lei de Coulomb
Conceito de campo elétrico
Cálculo do campo elétrico
Linhas de Forças
- Aplicar a lei de
Coulomb e o
movimento de cargas
elétricas, sob ação de
campos elétricos;
- Compreender o
conceito de campo
elétrico e linha de
força.
.
- Apresentação e debate dos
resultados do 2º questionário
prévio
- Mini explanação oral do
conteúdo
- Debate sobre a simulação
Hóquei no campo elétrico do
Phet Simulations
- Aplicação de um novo
questionário em sala através
do Kahoot.
- Debate em grupos das
questões com menos de 70
% de acerto
- Liberação na plataforma
digital do texto de apoio e
código de acesso para o
novo questionário prévio do
Kahoot
- Solicitação para montagem
de um circuito simples
através da simulação
chamada Kit para Montar
Circuito DC - Lab Virtual do
Phet Simulations, disponível
31
na plataforma virtual.
4º Encontro:
Corrente
elétrica, resistor
elétrico e
associação de
resistores
Conceito e cálculo de corrente elétrica
Conceito de resistor, gráfico de resistor ôhmico e não-ôhmico
Associação de resistores
- Identificar e descrever o sentido da corrente elétrica real e convencional; - Calcular e reconhecer as grandezas físicas e suas respectivas unidades de medida; - Identificar em um
circuito elétrico
simples quando
ocorre a passagem de
corrente elétrica.
- Diferenciar os tipos
de resistores e suas
aplicações no
cotidiano
- Apresentação e debate dos
resultados do 3º questionário
prévio
- Mini explanação oral do
conteúdo
- Debate sobre a simulação
Kit para Montar Circuito DC -
Lab Virtual do Phet
Simulations
- Aplicação de um novo
questionário em sala através
do Kahoot.
- Debate em grupos das
questões com menos de 70
% de acerto
- Liberação na plataforma
digital do código de acesso
para o novo questionário
prévio no Kahoot e link da
simulação Laboratório de
Eletromagnetismo de
Faraday do Phet Simulations.
5º Encontro:
Ímã e Campo
magnético
Propriedades dos ímãs
Conceito de campo magnético
Campo magnético terrestre
Linhas de campo magnético
Experiência de Oersted
Cálculo do campo magnético
- Identificar as
características de um
ímã;
- Compreender a
inexistência de
monopolos
magnéticos;
- Diferenciar polos
magnéticos e
geográficos;
- Compreender o
funcionamento de
- Apresentação e debate dos
resultados do 4º questionário
prévio
- Mini explanação oral do
conteúdo
- Debate sobre a simulação
Laboratório de
Eletromagnetismo de
Faraday Phet Simulations
- Aplicação de um novo
questionário em sala através
do Kahoot.
32
uma bússola;
- Destacar a relação
entre fenômenos
elétricos e magnéticos
da experiência de
Oersted;
- Aplicar a regra da
mão direita para os
diferentes condutores
percorridos por
corrente elétrica.
- Debate em grupos das
questões com menos de 70
% de acerto
- Link da pesquisa de
avaliação das aulas.
4.2 Recursos tecnológicos
O ensino de Física vem sofrendo inúmeras críticas nos últimos anos,
principalmente no que se refere a falta de motivação dos estudantes para o
aprendizado dessa ciência. Mesmo com o uso de experimentos durante as aulas
como um elemento motivador, visto que possibilita a observação de fenômenos
físicos. Segundo Borges (2002), é necessária uma mudança de foco no trabalho no
laboratório, com o objetivo de deslocar o núcleo das atividades dos estudantes da
exclusiva manipulação de equipamentos, preparação de montagens e realização de
medidas, para outras atividades que se aproximem mais do fazer ciência. Porém,
como a maioria das escolas não possui laboratório adequado para uma abordagem
experimental dos fenômenos, tendo em vista o alto custo de instalação e
manutenção de um laboratório didático para esse tipo de atividade, muitos alunos no
Brasil acabam não tendo contato significativo com a física experimental. Uma forma
de minimizar esse prejuízo é através do uso dos softwares educativos como auxílio
na apresentação dos problemas de Física, que em muitas situações pode despertar
o interesse dos alunos para o estudo das Ciências Exatas e ainda contribuir para a
difusão da cultura científica visando sempre à formação de um cidadão mais crítico.
Além disso, pode contribuir para fundamentar e ajudar a estruturar melhor uma aula,
possibilitando ampliar o horizonte de conhecimento, introduzindo tópicos
normalmente não abordados, contextualizando e enfocando as habilidades e
competências a serem desenvolvidas.
33
4.2.1 Kahoot
Os dispositivos móveis têm tido um crescimento exponencial não só em
número, mas também em capacidade e, de uma maneira geral, em qualidade. Os
alunos chegam à escola com estes dispositivos, mas a maioria desconhece os
benefícios da sua utilização em contexto educativo porque simplesmente
desconhecem que os dispositivos apresentam esta potencialidade (Carvalho, 2012;
Santos et al., 2014). Se os alunos atualmente não imaginam o mundo sem
computadores, em breve desconhecerão o que será o mundo sem dispositivos
móveis (Oomen-Early & Early, 2015), fato que levará a escola e, particularmente, os
professores a fazer um esforço acrescido de adaptação a esta realidade. A
tecnologia não exige apenas o repensar do papel do professor e da forma como
ensina, mas também uma reflexão acerca do modo como os alunos aprendem
(Underwood & Gayle, 2011, Zhang et al., 2012).
O aplicativo Kahoot permite que os dispositivos móveis dos alunos se
transformem em sistemas de votação eletrônica (clickers) e sua utilização é bastante
intuitiva, não necessitando de qualquer instalação prévia, nem por parte dos
professores, nem por parte dos alunos, tornando este aplicativo amigável e de custo
reduzido. Entretanto há poucos anos, atividades como estas eram demasiado
dispendiosas, por necessitarem de equipamento específico (Carvalho, 2012).
Este tipo de aplicativo é indicado para uso educativo, especialmente para a
implementação dos métodos ativos apresentados no Capítulo 2 deste trabalho, que
tem por principais pressupostos o estudo autónomo e prévio do aluno, através de
materiais selecionados e/ou realizados pelo professor, sendo o espaço de aula
reservado para tarefas práticas que poderão incluir a resolução de problemas,
exigindo-se ao professor um novo papel – o de orientador de aprendizagens
(Bergman & Sams, 2012; McGivney-Burelle & Xue, 2013; Butt, 2014; Love et al.,
2014).
O Kahoot é uma aplicativo que se encontra disponível em https://kahoot.com/
e que funciona com qualquer sistema operativo. Consiste num sistema online de
respostas, indicado para utilização em sala de aula. Para a criação de um Kahoot é
necessário um registo, gratuito, que se processa de forma muito intuitiva, bastando,
para tal, clicar em Sign up ou Sing up for free. Após este registo, a entrada na
34
aplicação processa-se através do canto superior direito, utilizando o botão Log in
(Figura 7).
Figura 7: Pagina inicial do Kahoot
Fonte: Kahoot.com
O aplicativo Kahoot apresenta três atividades possíveis: Quiz, Discussion e
Survey. A vertente Quiz, escolhida para ser aplicada neste trabalho, potencia aulas
animadas e dinâmicas, fomentando aprendizagens significativas nos alunos, através
da utilização da vertente jogo e da competição, em contexto educativo.
O Quiz deverá ser utilizado para colocar questões com o propósito de avaliar
conhecimentos, através de um sistema de respostas de escolha múltipla. Entre os
benefícios do Quis podemos destacar o fato de ser aplicado em tempo real, através
do uso de um data show um retorno imediato acerca do acerto ou não em cada
questão colocada possibilita a competição em sala de aula ao classificar por
colocação os nomes dos melhores alunos em função de seus acertos e tempo de
resposta.
O Quiz apresenta-se, assim, como a vertente mais dinâmica e atrativa da
aplicação, uma vez que com ele se pode preparar testes de conhecimentos em
vertente jogo e pode ser implementado por qualquer disciplina e professor. Deste
modo, o professor apenas terá de preparar previamente o seu Quiz ou teste e aplicá-
lo numa aula a determinar, para a qual os alunos se façam acompanhar pelo seu
dispositivo móvel. O entanto, na ausência de dispositivos móveis ou não permissão
de uso os alunos também poderão responder ao Quiz através de qualquer
computador com ligação à Internet.
35
A preparação de um Kahoot começa com a construção do Quiz, propriamente
dito começa através da elaboração de questões de múltipla escolha, sendo que o
número máximo de caracteres que podem ser utilizados na sua elaboração é de 95
caracteres. Em cada questão definem-se algumas preferências são definidas
nomeadamente: o tempo de resposta a apresentar, que varia de 5 a 120 segundos e
que está pré-definido para 20 segundos; a atribuição ou não de pontos às respostas
corretas; a associação ou não de uma imagem ou vídeo para tornar a questão mais
apelativa; o número de respostas possíveis a apresentar, varia de 2 a 4.
Na fase final de criação é dada a oportunidade de caracterizar o trabalho
efetuado em termos da: língua utilizada, do público-alvo, breve descrição, nível de
dificuldade, tags (etiquetas que facilitam a pesquisa do Kahoot por outros
utilizadores) e se este será público ou privado.
Após o término, a pronta para ser aplicada (Play now), pré-visualizada
(Preview), editada/alterada (Edit), compartilhada (Share with other users) ou dever
de casa (Challenge).
A opção de pré visualização (Preview) permite que se possa testar o Kahoot
desenvolvido como se fosse em contexto real, uma vez que possibilita a visualização
simultânea, da tela do computador do professor (do lado esquerdo), que é projetada
pelo data show, e dos dispositivos móveis dos alunos (do lado direito). Além disso,
serve de simulação à atividade, na medida em que gera um código de acesso, que
necessita de ser colocado na tela do dispositivo móvel, a criação de um nome
(nickname) do participante e a gestão da atividade, através da projeção da tela do
professor (Figura 8).
Figura 8: Pré-visualização do Kahoot
Fonte: create.kahoot.it
36
Após esta fase e depois de escolhido o Kahoot a utilizar, é chegado o
momento em que ele será implementado na aula. O professor terá de ter um
computador com acesso à Internet e com projeção numa tela. Os alunos terão de ter
um tablet, smartphone, ou em alternativa, um computador, com acesso à Internet.
Para entrar na aplicação, o professor terá de usar o endereço já mencionado
(https://create.kahoot.it/) e os alunos terão de acessar através do endereço
https://kahoot.it// ou baixar antecipadamente o aplicativo do Kahoot disponível para
Android e IOS.
Após feitos os acessos, os papéis de alunos e professor são muito distintos.
O professor terá de acessar ao kahoot selecionado, fazendo previamente o seu login
na aplicação. Selecionado o Kahoot pretendido, o professor terá de clicar em
clássico para iniciar a atividade (Figura 9). Repare-se ainda, na mesma figura, que o
professor, antes de dar início ao Kahoot, poderá tomar algumas decisões: se quer o
pin de acesso à atividade visível ao longo de todo o Kahoot, útil para alunos que
perdem o acesso momentâneo à Internet e que querem regressar ao jogo; se se
pretende que as questões e as respostas dentro de cada questão sejam
apresentadas de forma aleatória, útil quando se utiliza o mesmo Kahoot com os
mesmos alunos; se pretende que a música esteja disponível enquanto se espera
que os alunos se juntem à atividade.
Figura 9: Início da utilização do Kahoot
Fonte: Kahoot
37
Ao selecionar o estilo clássico, a aplicação gera um código de acesso que
será projetado para todos os alunos e que deverá ser colocado nos seus dispositivos
móveis, após estes terem entrado na aplicação em modo aluno, como visualizado
Figura 10.
Figura 10: Visualização do código de acesso
Fonte: Kahoot
Os alunos, nos seus dispositivos móveis, após colocarem o código de acesso
que foi projetado pelo professor, deverão colocar um apelido (nickname). Quando
todos os alunos estiverem online no Kahoot, cabe ao professor dar início à atividade,
bastando para tal clicar em Start.
Nota-se que à medida que os alunos se juntam ao Kahoot, os seus
nicknames vão aparecendo na tela projetado pelo professor. Se por algum motivo o
professor quiser que o aluno altere o seu nickname, basta clicar com o cursor em
cima do respetivo nome que este será excluído da atividade. Sendo o aluno será
obrigado a fazer novamente os procedimentos de acesso ao kahoot.
Conforme a Figura 11, o professor, durante a fase de implementação,
assumirá um papel de gestor da atividade, cabendo-lhe a responsabilidade de
avançar entre as várias questões e o aluno terá de responder às várias questões
clicando na cor correspondente à resposta que desejar selecionar.
Figura 11: A esquerda projeção do professor, a direita opções dos dispositivos
móveis
Fonte: https://create.kahoot.it/
38
À medida que a atividade avança o aluno terá retorno imediato acerca da sua
escolha ter sido correta ou não a cada questão, através da tela do seu dispositivo
móvel (Figuras 12 e 13) ou na tela principal projetada (Figura 14).
Figura 12: Feedback de resposta certa
Figura 13: Feedback de resposta errada
Figura 14: Resultado geral de uma questão
39
No final de um Quiz, o aluno saberá, no seu dispositivo móvel, se ficou em 1º
lugar ou num dos cinco primeiros lugares e ainda poderá partilhar o seu sucesso
através do Facebook ou do Twitter.
4.2.2 Phet Simulations
O software do Physics Education Technology Project (PhET) é um programa
da Universidade do Colorado, EUA, que pesquisa e desenvolve simulações na área
de ensino de ciências e as disponibiliza em seu portal para serem usadas on-line ou
serem baixadas gratuitamente pelos usuários que podem ser alunos, professores ou
mesmo curiosos. As simulações do PhET podem ser acessadas pelo site2 ou
aplicativo no celular. Nas simulações, o grupo procura conectar fenômenos diários
com a ciência que está por trás deles, oferecendo aos alunos modelos fisicamente
corretos de maneira acessível.
As simulações são apresentadas em várias seções: Simulações em destaque;
Novas simulações; Pesquisa de ponta; Simulações traduzidas em vários idiomas e
etc. Além dessas seções, as simulações também são agrupadas em seções
específicas de cada área como física, química, ciências da terra e matemática.
Todas as simulações são classificadas de acordo com o nível de ensino.
Figura 15: Página inicial do Phet
Fonte: PhET.
2 http://phet.colorado.edu.
40
Em física, as simulações são agrupadas em sete categorias: Movimento;
Trabalho, Energia e Potência; Som e Ondas; Calor e Termodinâmica; Eletricidade,
Magnetismo e Circuitos; Luz e Radiação; e Fenômenos Quânticos.
Um aspecto que merece destaque trata da facilidade de acesso e a
possibilidade de rodar a simulação em quase todos os notebook, netbook,
computador de mesa ou tablet. As simulações estão disponíveis em HTML5 ou em
JAVA (base para praticamente todos os tipos de aplicações em rede e é o padrão
global para o desenvolvimento e distribuição de aplicações móveis, jogos, conteúdo
baseado na Web e softwares corporativos) não havendo a necessidade de recursos
altamente específicos. Todas as simulações podem ser usadas diretamente na
página principal, mas também é permitido o download.
O grupo do PhET possui uma abordagem baseada em pesquisa, na qual as
simulações são planejadas, desenvolvidas e avaliadas antes de serem publicadas
no sítio. As entrevistas realizadas com diversos estudantes são fundamentais para o
entendimento de como eles interagem com simulações, o que as torna efetivas
educacionalmente. A principal função da simulação consiste em ser uma efetiva
ferramenta de aprendizagem, fortalecendo bons currículos e os esforços de
professores.
O uso pedagógico da simulação pode ajudar a introduzir um novo tópico,
construir conceitos ou competências, reforçar ideias ou fornecer reflexão e revisão
final. O uso dessa ferramenta por professores pode ser bastante variado como o
próprio grupo aponta: aulas expositivas, atividades em grupos na sala de aula,
tarefas em casa ou no laboratório.
O uso desse tipo de recurso possibilita aos professores que atuam em
escolas sem laboratórios didáticos, a realização de experimentos virtuais em sala de
aula. Com isso o professor enriquece sua aula, deixando-a diversificada e mais
atrativa.
Por fim, para que o Phet ou qualquer outro software possa contribuir de fato
com a educação e formação dos alunos é necessário que os professores utilizem os
mesmos como recursos que acrescentem em conhecimento para os alunos e não
apenas substituir o que seria escrito no quadro e agora será exposto no data show.
41
4.2.3 Plataforma Virtual
Como forma de elaborar atividades de acordo com as metodologias
propostas, foi criado um site (plataforma virtual) de Ensino de Física chamado Jovem
da Física, https://nevescarlosraul.wixsite.com/jovemdafisica.
Na plataforma foram disponibilizados textos de apoio, simulações
computacionais desenvolvidas pelo Phet e códigos para acesso aos questionários
prévios desenvolvidos no aplicativo do Kahoot.
4.3 Material Elaborado
4.3.1 Textos de Apoio
Foram elaborados 5 textos de apoio, um para cada tópico do eletromagnetismo
trabalhado nos encontros. Tomou-se o cuidado para que os textos estivessem de
acordo com o nível de estudo desejado e para ativar nos alunos os subsunçores
necessários para a aprendizagem significativa.
A medida que os encontros foram acontecendo, os textos foram sendo
publicados na plataforma virtual no formato pdf (portable document format). Os
alunos tiveram uma semana para ler cada capítulo elaborado. Com o objetivo de
alcançar a compreensão desejada dos conceitos apresentados, cada texto de apoio,
que se encontra no Anexo A, foi escrito com uma linguagem simples, várias figuras e
imagens ilustrativas.
4.3.2 Questionários Prévios e em Aula
Para cada um dos 5 (cinco) textos de apoio, descritos na seção anterior,
foram desenvolvidas 10 questões conceituais, que se encontram nos Anexos B e C,
através do aplicativo Kahoot para serem respondidas pelos alunos em casa
posteriormente a leitura do texto, conforme sugerido pelo método ativo EsM descrito
no capítulo 2.
Com base nas respostas obtidas após o uso do material do EsM, foi possível
planejar uma aula que atendesse a necessidade dos alunos. No decorrer da aula um
novo questionário baseado nos conhecimentos prévios dos alunos foi aplicado, em
um ambiente colaborativo aplicando assim o método IpC.
42
4.3.3 Pesquisa de avaliação das aulas
Foi elaborado um questionário, que se encontra no Anexo D, composto por 9
(nove) questões, com o intuito de avaliar o engajamento dos alunos nas aulas, o
envolvimento nas atividades propostas tanto para realização em casa como em sala,
a possibilidade de aprendizagem trocada entre os educandos, e avaliar o grau de
aceitação do trabalho em geral.
43
5 – RESULTADOS
Primeiro Encontro
O primeiro encontro foi marcado pelo início da aplicação do material
institucional, no primeiro momento foi apresentado aos alunos, de maneira oral, os
métodos ativos de ensino que seriam aplicados e a forma como seriam
desenvolvidos.
Posteriormente, os alunos tiveram a oportunidade de conhecer os aplicativos
que seriam utilizados no decorrer das aulas, como o Phet e o Kahoot. Destaca-se
que alguns alunos já os conheciam, porém, juntamente com os demais alunos,
puderam aprender um pouco mais a fundo sobre os aplicativos e várias funções que
eles possuem.
As aulas foram desenvolvidas na sala de informática do CEAN, conforme
apresentado no capítulo 4, onde se encontram 10 (dez) computadores com acesso a
internet. Também foi apresentado o link de acesso à plataforma virtual onde estavam
disponíveis os textos de apoio, a serem estudados previamente, os códigos de
acesso para os questionários prévios do Kahoot e as simulações computacionais de
cada encontro.
Além das informações transmitidas em aula durante o primeiro encontro, foi
disponibilizado aos alunos, caso julgassem necessário, o contato via Whattsapp para
solução de dúvidas sobre o link de acesso a plataforma, Phet ou Kahoot.
Ao final do primeiro encontro, foi solicitada a leitura do texto de apoio
entitulado título Carga Elétrica e Eletrização, disponibilizado para download no site
Jovem da Física, versão em pdf, como também o código de acesso ao primeiro
questionário prévio aplicado no Kahoot. Os questionários deveriam ser respondidos
até às 15 horas da tarde do dia anterior a aula.
Segundo Encontro
No início do segundo encontro, foram apresentados os resultados gerais da
turma, conforme demonstrado na Figura 18. Nota-se, que de modo geral, o índice
de acertos da turma foi bem elevado alcançando mais de 80%.
44
Figura 16: Resultado geral do questionário prévio
Com base na análise das respostas ao questionário (Figura 19), foi possível
organizar as mini explanações orais dos principais conteúdos e desenvolver um
novo questionário para ser aplicado em sala, a fim de solucionar as dificuldades
apresentadas e avançar para novos conhecimentos.
Figura 17: Resultado por aluno sobre carga elétrica e eletrização
do questionário prévio
Posteriormente, debateu-se as 2 questões com menor índice de acertos, são
elas:
84%
16%
Carga elétrica e Eletrização - Prévio
Acertos (%) Erros (%)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Aluno A Aluno B Aluno C Aluno D Aluno E Aluno F Aluno G Aluno H. Aluno I
Carga Elétrica e Eletrização - Prévio
Acertos Erros
45
Questão 6 - Após o processo de eletrização por atrito, os corpos ficam com cargas
de:
a) cargas de mesmo sinal
b) cargas de sinais opostos
c) cargas de sinal positivo
d) cargas de sinal negativo
Figura 18: Resultado da questão 6 sobre Carga elétrica e eletrização
do questionário prévio
A questão seis teve um taxa de erro de aproximadamente 44%, 4 alunos que
erraram informaram que a resposta correta seria a letra A.
Questão 8 – Após a eletrização por contato, os corpos ficam com cargas de:
a) cargas de mesmo sinal
b) cargas de sinais opostos
c) cargas de sinal positivo
d) cargas de sinal negativo
Figura 19: Resultado da questão 8 sobre carga elétrica e eletrização
56%
44%
Questão 6 - Prévio
Acertos Erros
22%
78%
Questão 8 - Prévio
Acertos Erros
46
A questão oito apresentou a maior porcentagem de erro aproximadamente
78%, dos 7 alunos que erraram aproximadamente 67% deles marcaram que a
resposta certa seria a letra B, cargas de sinais opostos, e os outros 33% informaram
que a resposta correta seria letra D, cargas de sinal negativo.
Dessa forma, foi notório que os estudantes estavam um pouco confusos a
respeito do ganho ou perda de elétrons nos processos de eletrização por atrito e por
contato.
Com objetivo de orientar os debates entre os alunos e o professor, foram
feitas reflexões sobre acontecimentos do cotidiano que envolvem os conteúdos
trabalhados. Exemplo prático disso é a eletrização do pente de cabelo por atrito,
após ser passado várias vezes no mesmo sentido no cabelo de uma pessoa. Se em
seguida aproxima-se o pente eletrizado de papéis picados, percebe-se uma atração
entre os papéis picados e o pente de tal maneira que chegam a se tocar,
caracterizando uma eletrização por parte dos papéis picados por indução. Com o
passar do tempo o contato entre o pente e os papéis irá cessar, visto que as cargas
contidas em ambos os objetos irão se equilibrar extinguindo a força elétrica que os
atraia.
Utilizou-se também a simulação computacional Balões do Phet,
disponibilizada no site Jovem da Física, para potencializar o entendimento dos
conceitos, conforme a Figura 22.
Figura 20: Utilizando a simulação Balões do Phet
Foi possível visualizar a ação da força elétrica entre as cargas durante a
dinâmica promovida pela simulação, contendo os balões que, dependendo da
distância em que estava da parede ou do casaco, era atraído por um ou pelo outro,
47
tornando notório que a força de atração entre as cargas tem relação com a
quantidade de carga e a distância entre elas.
Após os debates, mini explanações sobre o conteúdo e a utilização da
simulação do phet, foi aplicado um novo questionário com 10 questões em sala
através do Kahoot.
Figura 21: Resultado geral do questionário em sala
Analisando os dados da Figura 23 é possível ver que, de modo geral, os
alunos alcançaram resultado positivo com um rendimento de mais de 70% de
acertos. Mas em comparação com os resultados do questionário prévio da Figura
18, nota-se uma queda no percentual de acertos. Durante o questionário em sala os
alunos não puderam consultar ao material didático.
Figura 22: Resultado por aluno do questionário em sala
27%
73%
Carga Elétrica e Eletrização - Sala
Erros (%) Acertos (%)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Aluno B Aluno E Aluno F Aluno A Aluno D Aluno G Aluno C Aluno I Aluno H
Carga Elétrica e Eletrização - Sala
Acertos Erros
48
Na Figura 24 é possível notar que os dados não estão dispostos em ordem
alfabética, pois o ranquiamento é gerado não só pelos acertos, mas também pela
velocidade de resposta. Dessa forma, apesar dos alunos F e A terem acertado o
mesmo número de questões, o aluno F fica na frente por ter utilizado menos tempo
para responder as questões corretas. O Aluno H, por sua vez, errou as primeiras
quatro questões do questionário e não respondeu a mais nenhuma. Isso se deu ao
fato de sua internet ter sido interrompida durante a atividade, já que optou por utilizar
o aplicativo do Kahoot em seu próprio celular.
Quando a frequência de acertos de uma questão se situou entre 35% e 70%,
os alunos foram orientados a formar pequenos grupos e discutir por cerca de três
minutos, quando votam novamente. O objetivo é que os alunos reflitam
individualmente e, depois, discutam em grupo suas respostas, antes do professor
informar qual é a correta. Esse caso aconteceu durante a questão 10 (dez), onde
apenas 44% dos alunos optaram pela resposta correta.
Questão 10 – Qual é o conceito de carga elétrica?
a) Quantidade de elétrons em um corpo
b) Propriedade da matéria
c) É o que é transportado pela corrente
d) É o que se converte em energia elétrica em um circuito.
Entre os 5 alunos que erraram a questão, 40% deles optaram pela alternativa
A, quantidade de elétrons em um corpo. Os outros 60%, optaram pela alternativa C,
o que é transportado pela corrente.
Quando a frequência de acertos de uma questão é inferior a 35%, o professor
da uma pausa na atividade e busca através de uma nova exposição oral clarear os
conceitos correspondentes a questão, após sanadas as dúvidas retoma-se o
questionário. Essa necessidade foi observada na questão 9, onde todos os alunos
optaram pela alternativa incorreta.
Questão 9 – Qual nome do filósofo-físico a descobrir que quando objetos são
atritados contra o outro, adquirem a propriedade de atrair objetos leves?
a) J.J. Thomson
b) Lavoisier
49
c) Tales de Mileto
d) Charles Coulomb
Entre os 9 alunos que erraram a questão, 78% deles optaram pela alternativa
D, Charles Coulomb. Os outros 22%, optaram pela alternativa A, J.J. Thomson.
Possivelmente, os alunos associaram a resposta certa a Charles Coulomb por ser o
nome dado para a unidade de carga elétrica, que foi repetido por várias vezes ao
longo da aula. Diferentemente, o nome de Thales de Mileto é mencionado apenas
no princípio da aula, na primeira mini explanação.
Ao final do 2º encontro, foi liberado na plataforma digital o texto de apoio, para
ser lido ao longo da semana, o código de acesso para o segundo questionário prévio
no Kahoot e o link do jogo interativo chamado Hóquei no campo elétrico do Phet
Simulations.
Terceiro Encontro
No início do terceiro encontro, foram apresentados os resultados gerais da
turma ao segundo questionário prévio enviado no último encontro. Nota-se, que de
modo geral, o índice de acertos da turma foi menor que ao encontro anterior,
alcançando um pouco mais de 60% (Figura 25). Apesar disso, todos os alunos
acertaram mais do que erraram ou pelo menos na mesma quantidade (Figura 26).
Figura 23: Resultado geral do questionário prévio
62%
38%
Força e Campo Elétrico - Prévio
Acertos (%) Erros (%)
50
Figura 24: Resultado por aluno
Posteriormente, conforme a Figura 27, debateu-se as 3 questões com menor
índice de acertos, são elas:
Figura 25: Resultado das questões 2, 4 e 9.
Questão 2 – Sobre a força elétrica, se a distância entre cargas é dobrada?
a) a força é dobrada
b) a força diminui 2 vezes
c) a força diminui 3 vezes
d) a força diminui 4 vezes
A questão dois teve um taxa de erro de aproximadamente 89%, dos 8 (oito)
alunos que erraram, 75% deles informou que a resposta correta seria a letra B, a
0
2
4
6
8
10
ALUNOF
ALUNOA
ALUNOC
ALUNOK
ALUNOH
ALUNOE
ALUNOD
ALUNOG
ALUNOB
Força e Campo Elétrico - Prévio
Acertos Erros
11%
89%
Questões 2 , 4 e 9
Acertos Erros
51
força diminui 2 vezes, e os outros 25% que a resposta correta seria a letra A, a força
é dobrada.
Questão 5 – Num ponto da distância D de uma carga geradora negativa, o campo
elétrico é:
a) diretamente proporcional a distância D
b) diretamente proporcional ao ponto
c) diretamente proporcional a carga de prova
d) diretamente proporcional a carga geradora
A questão cinco apresentou a mesma porcentagem de erro da questão 2, dos
8 alunos que erraram aproximadamente 50% deles marcaram que a resposta certa
seria a letra C, diretamente proporcional a carga de prova, outros 38% informaram
que a resposta correta seria a letra A, diretamente proporcional a distância D, e 12%
não marcaram nenhuma alternativa.
Questão 9 – Sabendo que a partícula possui carga positiva, analise a figura
fornecida:
Figura 26: Placas paralelas
a) a partícula tende a ficar em repouso, primeira lei de Newton
b) a partícula entra em MRUV acelerado, segunda lei de Newton
c) a partícula descreve um movimento retilíneo uniforme
d) a partícula entra em MRUV retardado, segunda lei de Newton.
A questão nove, última da análise, também apresentou a mesma
porcentagem de erro da questão 2 (dois), dos 8 (oito) alunos que erraram
aproximadamente 88% deles marcaram que a resposta certa seria a letra C, a
52
partícula descreve um movimento retilíneo uniforme, já os outros 12% informaram
que a resposta correta seria a letra D, a partícula entra em MRUV retardado,
segunda lei de Newton.
Com base nos dados coletados, foi notório que os estudantes tiveram
dificuldade de interpretar e relacionar as proporcionalidades existente na Lei de
Coulomb e na equação do campo elétrico para uma partícula carregada apresentada
no texto de apoio 2, que se encontra no apêndice A.
No momento seguinte, foram feitas mini explanações sobre as várias
aplicações no cotidiano dos alunos e avanços tecnológicos. Por exemplo, o campo
elétrico possibilitou desenvolver técnicas e dispositivos importantes, em áreas como
informática, engenharia, medicina; como o eletrocardiograma, a eletrólise utilizada
na análise do sangue e até gravações e leituras de dados em HD e mídias como CD
e DVD.
Uma primeira aproximação da ideia de campo elétrico é associá-lo a uma
região que fica sujeita a ação de forças. O que os professores normalmente fazem é
utilizar os livros didáticos e a lousa para comparar o campo elétrico com o campo
gravitacional da Terra, onde, nesta região, qualquer corpo sofre a ação de uma força
chamada peso; esta força é de atração mútua, ou seja, tanto a Terra atrai o corpo
como ele atrai a Terra.
Porém esse tipo de exemplo, muitas vezes não é compreendido pelos
estudantes. Então, utilizou-se de um exemplo curioso do dia a dia: se alguma
pessoa aproximar um dos braços da tela de um televisor ligado ou de um encosto de
cadeira eletrizado, será possível notar que os pelos ficarão eriçados. Isso mostra
que as cargas elétricas presentes na tela do televisor geraram um campo elétrico.
Com isso, pode-se dizer que o campo elétrico é uma propriedade associada a uma
posição do espaço, criada por um ou vários corpos eletrizados a certa distância.
Dessa forma, outro corpo eletrizado colocado na região desse campo fica sujeito à
ação de uma força elétrica de repulsão ou atração.
Com o objetivo de motivar os estudantes a aprenderem física de uma maneira
descontraída e fora do padrão normalmente usado. Propôs-se um desafio para os
estudantes resolverem em casa. O desafio consistia em uma simulação que tem
estrutura de um jogo de hóquei, só que com cargas elétricas. A simulação do Phet
conhecida como ‘‘Hóquei no Campo Elétrico’’ tem como objetivo colocar as cargas
sobre o campo de jogo e, em seguida, tentar levar o disco (partícula positiva) ao gol.
53
É possível visualizar o campo elétrico, traçar o movimento do disco e tornar o jogo
mais difícil colocando até três paredes na frente do gol. O acréscimo de cada parede
significa um avanço de nível, conforme visualizado na Figura 29.
Esse recurso didático complementa o conhecimento que foi promovido
através da leitura do texto de apoio 2.
Figura 27: Simulação “Hóquei no campo elétrico”
Fonte: PhET
Após a análise das questões do questionário prévio, mini explanações sobre o
conteúdo e a utilização da simulação do Phet, foi aplicado um novo questionário com
10 questões em sala através do Kahoot.
Figura 28: Resultado geral do questionário sobre Força e Campo Elétrico
Analisando os dados da Figura 30 é possível ver que, de modo geral, os
alunos alcançaram resultado mediano com um rendimento de quase 50% de
48%
52%
Força elétrica e Campo elétrico - Sala
Acertos (%) Erros (%)
54
acertos. Durante esta atividade os alunos não puderam consultar ao material
didático.
Figura 29: Resultado por aluno do questionário sobre Força e Campo Elétrico
Durante este Kahoot alguns alunos, pela primeira vez, tiveram uma frequência
de erros superior a de acertos (Figura 31). No entanto, como por várias vezes a
porcentagem de acertos de uma questão se situou entre 35% e 70%, os alunos
frequentemente formaram pequenos grupos e discutiram sobre o assunto, gerando
um ganho de aprendizado através do debate entre os alunos e do compartilhamento
de seus conhecimentos.
Conforme o gráfico apresentado na Figura 32, percebe-se que esse caso se
repetiu durante 6 questões.
Figura 30: Resultados por questão
0
2
4
6
8
10
ALUNO K ALUNO A ALUNO F ALUNO B ALUNO C ALUNO D ALUNO H ALUNO G ALUNO J
Força e Campo Elétrico - Sala Acertos Erros
22%
55%
33%
0%
55% 67% 67%
33%
67%
44%
78%
45%
67%
100%
45% 33% 33%
67%
33%
56%
Questão1
Questão2
Questão3
Questão4
Questão5
Questão6
Questão7
Questão8
Questão9
Questão10
Força e Campo Elétrico - Sala
Acertos Erros
55
Já nas outras 4 questões a frequência de acertos foi inferior aos 35 %,
necessitando assim da intervenção do professor através de uma nova exposição oral
clarear os conceitos correspondentes a questão.
Ao final do 3º encontro, foi liberado na plataforma digital o texto de apoio 3,
para ser lido ao longo da semana e o código de acesso para o terceiro questionário
prévio no Kahoot. Por fim, foi solicitada a montagem de um circuito simples através
da simulação chamada Kit para Montar Circuito DC - Lab Virtual do Phet
Simulations, disponível na plataforma digital Jovem da Física.
Quarto Encontro
Novamente ao iniciar o encontro, foram apresentados os resultados gerais da
turma, conforme demonstrado na Figura 33. Neste encontro o índice de acertos da
turma foi extremamente elevado alcançando mais de 90%.
Figura 31: Resultado geral do questionário prévio sobre corrente e resistores
Com base na análise das respostas ao questionário (Figura 34), foi possível
organizar as mini explanações orais dos principais conteúdos, desenvolver um novo
questionário para ser aplicado em sala e conforme o resultado positivo avançar para
novos conhecimentos.
95%
5%
Corrente e Resistores elétricos - Prévio
Acertos (%) Erros (%)
56
Figura 32: Resultado por aluno
Na Figura 34 é possível notar que novamente os dados não estão dispostos
em ordem alfabética, pois além dos acertos o ranquiamento também é baseado pela
velocidade de resposta. Dessa forma, apesar do aluno D ter errado mais que o aluno
E, ele fica na frente por ter utilizado menos tempo para responder as questões
corretas.
Posteriormente, debateu-se as questões que tiveram erros, como as questões
9 e 10. Em ambas as questões apenas 2 alunos escolheram a alternativa errada
(Figura 35).
Figura 33: Resultado das questões 9 e 10 do questionário prévio sobre
corrente e resistores elétricos
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
AlunoH.
AlunoC
AlunoJ
AlunoK
AlunoL
AlunoF
AlunoG
AlunoA
AlunoI
AlunoD
AlunoE
AlunoB
Corrente e Resistores - Prévio
Acertos Erros
83%
17%
Questões 9 e 10 - Prévio
Acertos Erros
57
Questão 9 - O que acontece se um condutor for ligado do polo positivo de uma
bateria diretamente ao seu polo negativo?
a) Curto circuito
b) Nada, pois isso é algo normal
c) Um choque elétrico
d) Movimentação de prótons
Questão 10 – O pássaro abaixo está pousando em um condutor elétrico. Ele irá
levar choque?
Fonte: IFRN
a) Não, pois seus pés não possuem sangue.
b) Sim, pois a tensão é alta.
c) Não, pois ele está em um único condutor.
d) Sim, pois há diferença de potencial (ddp) entre seus pés.
Na questão 9, os 2 alunos que erraram informaram que a resposta correta
seria a letra B. Já na questão 10 os 2 alunos que erraram, informaram que a
resposta correta seria a letra A. Dessa forma, observa-se que as dúvidas da turma
eram pontuais e por parte de alguns alunos.
Com objetivo de sanar as dúvidas apresentadas, na sequência discutiu-se
outros exemplos de aplicações desse conteúdo no cotidiano dos alunos. Por
exemplo, quando acendemos uma lâmpada, um fluxo de elétrons atravessa o
filamento, diz-se que uma corrente elétrica passou pelo filamento. Do mesmo modo
ocorre quando se liga um chuveiro elétrico e temos água quente, um fluxo de
elétrons passou pelo resistor, ou seja, passou uma corrente elétrica. A partir desses
exemplos é possível desenvolver as partes constituintes do circuito.
Levando em consideração os exemplos apresentados acima, de modo geral
pode-se dizer que a corrente elétrica se constitui num fluxo de partículas eletrizadas
em movimento ordenado. A natureza das partículas eletrizadas depende do meio em
58
que se dá a passagem da corrente. Nos metais é constituída de elétrons, já nas
soluções líquidas os elétrons não fazem parte da corrente e sim, os cátions (+) e
aníons (-).
Para produzir uma corrente elétrica, não bastam apenas fios e lâmpadas,
necessita-se de uma fonte de tensão. Como por exemplo, as pilhas, bateria de
automóvel, bateria de celular, células fotovoltaicas, dentre outros. A fonte de tensão
é o aparelho que fornece energia aos elétrons para que estes se movimentem.
Tomando a pilha como exemplo, é uma fonte que possui dois polos, o positivo e o
negativo, ou seja, possui uma diferença de potencial elétrico.
O último dispositivo do circuito tratado em questão, o resistor, é todo elemento
de circuito cuja função exclusiva é transformar energia elétrica em energia térmica.
Todo resistor é constituído de um material condutor resistivo, isto é, que apresenta
uma certa dificuldade a passagem de elétrons. A medida dessa dificuldade é
denominada como resistência elétrica. Existem vários exemplos de aparelhos
elétricos que se utilizam de resistores para realizar sua função, como é o caso do
ferro de passar, chuveiro, torneira elétrica, torradeira, fogão elétrico, secador de
cabelo, e etc. Porém o mais conhecido é a lâmpada de filamento, esse filamento
aquece quando percorrido por corrente elétrica, emitindo luz.
Após os debates sobre os dispositivos que formam o circuito elétrico simples,
utilizou-se também a simulação chamada Kit para Montar Circuito DC - Laboratório
Virtual do Phet Simulations, disponibilizada no site Jovem da Física, para promover a
montagem de circuitos elétricos mais complexos, por exemplo, com mais de um
resistor. Enriquecendo o aprendizado e abrindo espaço para mais discussões sobre
a associação de resistores conforme as Figuras 36 e 37.
Figura 34: Associação de resistores em série produzido por um dos alunos
Fonte: PhET
59
Figura 35: Associação de resistores em paralelo produzido por um dos alunos
Fonte: PhET
Além disso, os circuitos podem se parecer com as imagens feitas na lousa
(Figura 38) ou se parecer com os dispositivos normalmente encontrados no cotidiano
de cada estudante (Figura 39), tornando claras as legendas das imagens feitas na
lousa durante as aulas e nos livros didáticos durante as futuras resoluções de
exercícios nos mesmos.
Figura 36: Circuito esquemático
Fonte: PhET
Figura 37: Circuito realista
Fonte: PhET.
60
Após as mini explanações e as discussões sobre circuitos elétricos, foi
aplicado um novo questionário com 10 questões em sala através do Kahoot. A
Figura 40 mostra o momento em que os alunos estavam inserindo o código de
acesso ao quiz do Kahoot em seus smartphones ou computadores.
Figura 38: Alunos fazendo o login no Kahoot
Analisando os dados da Figura 41, é possível ver que, de modo geral, os
alunos alcançaram um resultado elevado com um rendimento de um pouco mais de
80% de acertos.
Figura 39: Resultado geral do questionário em sala
sobre corrente e resistores elétricos
82%
18%
Corrente e Resistores - Sala
Acertos (%) Erros (%)
61
Figura 40: Resultado por aluno do questionário em sala
sobre resistores e corrente elétrica
Na Figura 42 é possível notar que o Aluno C apesar de ter errado uma das
dez questões do questionário ficou em primeiro lugar no ranking de pontuação entre
os alunos. Isso se deve ao fato de que, quanto mais rápido a pergunta é respondida,
mais pontos são obtidos.
Em nenhuma das questões os alunos obtiveram uma frequência de acertos
inferior a 35%, mas em 3 questões o índice de acerto foi abaixo de 70%, são elas:
Questão 2 - Os circuitos elétricos de residências são normalmente montados em:
a) paralelo, pois a ddp é dividida para todos os aparelhos.
b) série, pois a mesma corrente ligara os aparelhos.
c) paralelo, pois cada aparelho terá sua corrente independente.
d) série, pois a ddp será a mesma para todos os aparelhos.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
AlunoC
AlunoG
AlunoF
AlunoL
AlunoH
AlunoJ
AlunoA
AlunoB
AlunoD
AlunoK
Aluno I AlunoE
Corrente e Resistores - Sala
Acertos Erros
62
Figura 41: Resultado da questão 2 sobre resistores e corrente elétrica
Entre os 4 (quatro) alunos que erraram a questão, 100% deles optaram pela
alternativa A. Em vez da alternativa C que era a resposta correta.
Questão 3 – Num circuito, dois resistores estão ligados em série e possuem
resistências diferentes, logo:
a) i1=i2 e V1 ≠ V2
b) i1≠i2 e V1 ≠ V2
c) i1=i2 e V1 = V2
d) i1=i2 e V1 > V2
Figura 42: Resultado da questão 3 sobre resistores e corrente elétrica
Entre os 6 (seis) alunos que erraram a questão, 50% deles optaram pela
alternativa D, outros 33%, optaram pela alternativa C e os 17% restantes optaram
pela letra B.
67%
33%
Questão 2 - Sala
Acertos Erros
50% 50%
Questão 3 - Sala
Acertos Erros
63
Questão 10 – Informe o valor da corrente no resistor 1 (R1) e no resistor 2 (R2).
Figura 43: Circuito elétrico com resistores em paralelo
a) i1 = 1,3 A e i2= 1,3 A
b) i1 = 6 A e i2= 3 A
c) i1 = 4 A e i2= 2 A
d) i1 = 3,6 A e i2= 7,2 A
Figura 44: Resultado da questão 10 sobre resistores e corrente elétrica
Entre os 4 alunos que erraram a questão, 75% deles optaram pela alternativa
B, enquanto apenas 25% deles optou pela alternativa D ao invés da alternativa C
que era a resposta correta.
Ao final do 4º encontro, foi liberado na plataforma digital o texto de apoio 4,
para ser lido ao longo da semana, o código de acesso para o quarto questionário
prévio no Kahoot e o link da simulação Laboratório de Eletromagnetismo de Faraday
do Phet Simulations.
Quinto Encontro
No quinto encontro, o índice de acertos da turma ao questionário prévio foi
menor que ao encontro anterior, alcançando um pouco mais de 70% (Figura 47).
67%
33%
Questão 10 - Sala
Acertos Erros
64
Figura 45: Resultado geral do questio nário prévio
Figura 46: Resultado por aluno
Através da Figura 48, foi possível observar que apenas um aluno obteve
frequência de acertos abaixo de 60%. Portanto, a partir desses dados organizou-se
as mini explanações orais e se desenvolveu um novo questionário para ser aplicado
em sala, a fim de solucionar as dificuldades apresentadas.
Posteriormente, foram debatidas as três questões com menor índice de
acertos que, são:
Questão 1 – Um ímã possui?
a) um polo positivo e um polo negativo
b) um polo norte e um polo sul
c) dois polos positivos
d) dois polos de mesmo sinal
71%
29%
Ímã e Campo Magnético - Prévio
Acertos (%) Erros (%)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
ALUNOB
ALUNOC
ALUNOE
ALUNOA
ALUNOD
ALUNOM
ALUNOI
ALUNOK
ALUNOH
ALUNOF
Ímã e Campo Magnético - Prévio
Acertos Erros
65
A questão um teve uma taxa de erro de aproximadamente 50%, dos 5 alunos
que erraram, todos eles informaram que a resposta correta seria a letra A.
Questão 9 – Um polo magnético A de um imã atrai um polo B, que por sua vez atrai
uma polo sul, concluímos:
a) que A é um polo sul
b) que A e B possuem mesmo sinal
c) que A é um polo norte
d) que B não é um imã
A questão 9 apresentou uma porcentagem de erro de 60%, dos 6 alunos que
erraram aproximadamente 67% deles marcaram que a resposta certa seria a letra C
e os outros 33% informaram que a resposta correta seria a letra D.
Questão 10 – As linhas de indução de um ímã:
a) entram no polo norte e saem no polo sul
b) entram e saem no mesmo polo
c) entram no polo sul e saem no polo norte
d) entram no polo norte e saem no polo norte
A questão 10 apresentou a maior porcentagem de erro entre as três, 80% de
erro. Dentre os 8 alunos que erraram metade deles marcaram que a resposta certa
seria a letra A, já a outra metade informou que a resposta correta seria a letra B.
Com base nos dados coletados, foi possível notar que, de forma equivocada,
alguns alunos misturaram os conceitos da eletrostática e do magnetismo. Além
disso, apresentaram dificuldade nas questões que envolviam interpretação e
organização dos problemas.
No momento seguinte, foram feitas mini explanações sobre as várias
aplicações no cotidiano dos alunos e avanços tecnológicos que ocorreram por
influência do magnetismo. Por exemplo, o cartão com tarja magnética – cartões de
banco, de crédito ou de débito, para identificação em locais de acesso restrito
(laboratórios, escritórios, bancos e etc.), cartão para transporte urbano, são
exemplos de dispositivos muito comuns no cotidiano dos estudantes, que muitas
66
vezes nem repararam que estão fazendo uso de apenas uma das inúmeras
aplicações propiciadas pelo avanço do Eletromagnetismo. A tarja magnética de
cartões é feita de pequenas partículas de ferro num filme plástico, que podem ser
magnetizadas com orientações diferentes, e com isso se gravam as diversas
informações. Esses pequenos imãs exibem as mesmas propriedades dos imãs
maiores.
Por fim, utilizando a lousa, foram feitas anotações, desenvolvendo conceitos e
conhecimentos a respeito do campo magnético gerado por corrente elétrica e a regra
da mão direita.
Após a análise das questões do questionário prévio, mini explanações sobre o
conteúdo e debates sobre as aplicações do eletromagnetismo, foi aplicado um novo
questionário com 10 questões em sala através do Kahoot.
Figura 47: Resultado geral do questionário em sala sobre Força e Campo
Elétrico
Analisando os dados da Figura 50 é possível ver que, de modo geral, os
alunos alcançaram resultado mediano com um rendimento de quase 50% de
acertos, similar ao que aconteceu no terceiro encontro.
48%
52%
Ímã e Campo Magnético - Sala
Acertos (%) Erros (%)
67
Figura 48: Resultado por aluno do questionário sobre Força e Campo Elétrico
Como pode se observar na Figura 51, metade dos alunos tiveram uma
frequência de erros superior a de acertos. No entanto, assim como ocorreu no
terceiro encontro, após os momentos de discussões em grupos o índice de acertos
das questões aumentou consideravelmente. E nos casos em que os acertos foram
inferiores a 30%, ocorreu a intervenção do professor através de uma nova exposição
oral buscando suprir os problemas encontrados.
Figura 49: Resultados por questão
Conforme o gráfico apresentado na Figura 52 percebe-se que em apenas três
questões foi obtido porcentagem de acertos acima dos 70%. Em quatro questões o
percentual de acertos ficou entre 30% e 70%, já nas três questões restantes a
0
1
2
3
4
5
6
7
8
ALUNOA
ALUNOC
ALUNOB
ALUNOE
ALUNOM
ALUNOI
ALUNOK
ALUNOG
ALUNOF
ALUNOH
Ímã e Campo Magnético - Sala
Acertos Erros
80% 90%
50%
80%
50%
10%
40%
10%
40%
20% 20% 10%
50%
20%
50%
90%
60%
90%
60%
80%
Ímã e Campo Magnético - Sala
Acertos Erros
68
frequência de acertos foi inferior aos 30%, necessitando assim da intervenção do
professor.
Destaca-se que nas questões que apresentaram os menores índices de
acertos, foram utilizadas as equações de campo magnético gerado por corrente
elétrica, demonstrando a necessidade do uso de maior tempo e atenção para o
desenvolvimento do assunto.
Ao final do último encontro, após a aplicação do questionário em sala, foi
solicitado que os alunos respondessem um último questionário em casa, com o
intuito de analisar a receptividade dos alunos ao método aplicado, o engajamento
dos alunos nas aulas, o envolvimento nas atividades propostas tanto para realização
em casa como em sala, a possibilidade de aprendizagem trocada entre os
educandos e, também, como forma de avaliar o grau de aceitação do trabalho em
geral.
Conforme se observará abaixo, todos os 13 alunos participaram desse
questionário gerando os dados que se seguem abaixo:
Questão 1 - Quando estava fora da escola, teve dificuldade de acessar os recursos
tecnológicos como Kahoot, materiais de apoio e site do phet?
Figura 50: Dificuldades de acessar os recursos tecnológicos
Questão 2 - Em sua opinião, qual era o grau de dificuldade das questões
respondidas nos questionários prévios (antes da aula)?
Figura 51: Grau de dificuldade das questões prévias
69
Questão 3 - Em sua opinião, qual era o grau de dificuldade das questões
respondidas nos questionários em aula?
Figura 52: Grau de dificuldade das questões em sala
Questão 4 - Esta metodologia de ensino colaborou na sua aprendizagem sobre o
eletromagnetismo?
Figura 53: Colaboração da metodologia
Questão 5 - Através dessa metodologia seu engajamento nas aulas:
Figura 54: Engajamento nas aulas
Questão 6 - Através dessa metodologia, você se dedicou mais aos estudos?
70
Figura 55: Dedicação aos estudos.
Questão 7 - Em sua opinião, o que mais colaborou no entendimento das questões
difíceis?
Figura 56: Colaboração nas questões difíceis
Questão 8 - Gostou de participar das atividades propostas?
Figura 57: Apreço em participar das atividades
Questão 9 - Gostaria que mais aulas tivessem esse formato?
Figura 58: Apreço por mais aulas no formato
71
6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho buscou romper com o método tradicional frequentemente
utilizado no ensino de Física, no qual o professor mantêm uma prática de aula
predominantemente expositiva e com base em textos didáticos apenas, não
proporcionando uma aprendizagem que ressalte os conceitos abordados, ou mesmo
quando utiliza métodos não tradicionais, estes são introduzidos com objetivo
meramente lúdico ou ilustrativo, ou para comprovar teorias já anteriormente
apresentadas pelo método tradicional, sem maior preocupação em articular uma
discussão sobre o papel dos mesmos na construção do conhecimento.
Para tanto, objetivou-se apresentar e aplicar uma sequência didática que
promovesse um engajamento do aluno, uma aprendizagem colaborativa e,
consequentemente, uma aprendizagem significativa dos conteúdos de
eletromagnetismo. Além disso, pretende-se que esse produto auxilie outros
professores que buscam incorporar novos métodos de ensino em suas atividades
como docentes.
Ao fazer uso dos recursos tecnológicos do Kahoot e do Phet para lecionar
sobre os principais tópicos do eletromagnetismo, utilizou-se o método Ensino sob
Medida aliado ao método Instrução por Colegas, alcançando, ao final, resultados
bastante satisfatórios.
Baseado nos resultados do questionário de satisfação do produto educacional
foi possível concluir que a sequência didática aplicada nos encontros foi aprovada
pelos alunos, que demonstraram interesse em mais aulas com a mesma
metodologia. Frise-se que, apesar de somente a metade da turma ter apresentado
maior comprometimento com o estudo em casa, os alunos, unanimemente
consideraram a sequência didática aplicada como razão para o aumento do
engajamento dos mesmos nas aulas.
Constata-se, dessa forma, que a mera utilização de novos recursos
tecnológicos em propostas de aulas antigas não garante, por si só, um aprendizado
de qualidade aos alunos, concluindo-se, então, que o grande diferencial para o
sucesso do produto didático foi a junção dos novos recursos com a utilização do
método de Ensino sob Medida aliado ao método Instrução por Colegas, o que
resultou no desenvolvimento, por parte dos alunos, de habilidades como trabalhar
em equipe, organizar e expor ideias para debater em classe, bem como de
72
discutirem sobre os conceitos abordados no ensino de eletromagnetismo,
harmonizando-se perfeitamente aos pilares filosóficos deste trabalho, baseados na
teoria sociointerativa de Vygotski e na aprendizagem significativa de Ausubel.
73
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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da literatura sobre estudos relativos a tecnologias computacionais no ensino
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74
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<http://www.ifi.unicamp.br/~lunazzi/F530_F590_F690_F809_F895/F809/F809_sem1
_2006/Fellype_Lisandro-RF.pdf>. Acessado em 11 de maio de 2018.
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75
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NEWMAN, F.; HOLZMAN, F. Lev Vygotsky: cientista revolucionário. São Paulo:
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NOGUEIRA, Makeliny Oliveira Gomes. Teorias da Aprendizagem: um encontro
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NOVAK, G. M. et al. Just-in-time teaching: blending active learning with web
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76
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A.(Org.). Psicologia e ensino. São Paulo: Papelivros, 1980. P.59-83.
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Matemática: uma experiência com alunos do 8º ano no estudo de Geometria. In M.
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Tecnologia Educacional em Física (PHET); Pagina Inicial. Disponível em:
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TULESKI, S. C. Da revolução material à revolução psicológica: as bases da
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VIGOTSKI, L. S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: M. Fontes, 1987.
77
ANEXO A – TEXTOS DE APOIO
78
TEXTO DE APOIO 1 - CARGA ELÉTRICA E ELETRIZAÇÃO
PRINCÍPIOS DA ELETROSTÁTICA
Princípio da atração e repulsão
• Cargas elétricas de mesmo sinal repelem-se.
• Cargas elétricas de sinais opostos atraem-se.
Fonte: pH, 2014.
Princípio da conservação das cargas elétricas
Num sistema eletricamente isolado, a soma algébrica das quantidades de
cargas positivas e negativas é constante.
CORPO ELETRIZADO
É o corpo que possui excesso de elétrons (carga negativa) ou falta de elétrons
(carga positiva).
O valor da carga de um próton ou um elétron é chamado carga elétrica
elementar e simbolizado por e. A unidade de medida adotada internacionalmente
para a medida de cargas elétricas é o coulomb (C).
Podemos definir a carga elétrica de um corpo (Q) pela relação:
Q = n.e
Onde:
Q= Carga elétrica, medida em coulomb no SI
n= quantidade de cargas elementares, que é uma grandeza adimensional e têm
sempre valor inteiro (n=1, 2, 3, 4 ...)
e= carga elétrica elementar (1,6.10−19 C)
79
CONDUTORES E ISOLANTES
Condutores elétricos
Meios materiais nos quais as cargas elétricas movimentam-se com facilidade.
Isolantes elétricos ou dielétricos
Meios materiais nos quais as cargas elétricas não têm facilidade de
movimentação.
Elétrons livres: elétrons mais afastados do núcleo atômico, ligados fracamente
a ele. Os elétrons livres são os responsáveis pela condução de eletricidade nos
metais.
PROCESSOS DE ELETRIZAÇÃO
Eletrização por atrito
Os corpos atritados adquirem cargas de mesmo valor absoluto e de sinais
opostos:
Fonte: Ramalho, 2009.
Convenientemente foi elaborada uma lista em dada ordem que um elemento ao
ser atritado com o sucessor da lista fica eletrizado positivamente. Esta lista é
chamada série triboelétrica:
Fonte: pH, 2014.
80
Eletrização por contato
Os condutores adquirem cargas de mesmo sinal. Se os condutores tiverem
mesma forma e mesmas dimensões, a carga final será igual para os dois e dada
pela média aritmética das cargas iniciais:
Fonte: Ramalho, 2009.
Eletrização por indução
O condutor induzido adquire carga de sinal oposto à do condutor indutor. A
figura seguinte apresenta a sequência dos procedimentos no caso de o indutor ter
carga positiva.
O processo é dividido em três etapas:
I) Primeiramente um bastão eletrizado é aproximado de um condutor inicialmente
neutro:
Fonte: Só Física
II) O próximo passo é ligar o induzido à terra, ainda na presença do indutor.
Fonte: Só Física
81
III) Desliga-se o induzido da terra, fazendo com que sua única carga seja a do
sinal oposto ao indutor.
Fonte: Só Física
Após pode-se retirar o indutor das proximidades e o induzido estará eletrizado
com sinal oposto à carga do indutor e as cargas se distribuem por todo o corpo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FERRARO, Nicolau Gilberto; Ramalho Junior, Francisco; Soares, Paulo Toledo.
Física 3: Os Fundamentos da Física - 3º Ano. Editora MODERNA, 2009.
KAZUHITO, Yamamoto; FUKE, Luiz Felipe. Física para Ensino Médio: Eletricidade e
Física Moderna, 1° Ed - São Paulo: Saraiva 2010.
MENIN, Olavo Henrique. Ciências da Natureza: Eletrostática. São Paulo: Saraiva,
2015.
Pré-Vestibular Extensivo Física ph, Caderno 2. Editora Abril, 2014.
SAMPAIO, José Luiz; CALÇADA, Caio Sérgio. Física: volume único. 2º edição – São
Paulo: Atual, 2005.
SÓ FÍSICA. Disponível em:
<https://www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromagnetismo/Eletrostatica.php> Acesso
em: 02 de junho de 2018.
82
TEXTO DE APOIO 2 - FORÇA ELÉTRICA E CAMPO ELÉTRICO
FORÇA ELETRICA
Lei de Coulomb:
A intensidade da força de ação mútua entre duas cargas elétricas puntiformes
é diretamente proporcional ao produto dos valores absolutos das cargas e
inversamente proporcional ao quadrado da distância que as separa.
Fonte: Ramalho, 2009.
F = 𝐤.|𝐐𝟏.𝐐𝟐|
𝐝𝟐
K=constante eletrostática do meio onde estão as cargas
No vácuo: k = 9.109 N.m²/C².
No Sistema Internacional de Unidades (SI), a unidade de carga elétrica é o
coulomb (símbolo C).
Para se determinar se estas forças são de atração ou de repulsão utiliza-se o
produto de suas cargas, ou seja:
Q1.Q2 > 0 forças de repulsão
Q1.Q2 < 0 forças de atração
CONCEITO DE CAMPO ELÉTRICO
Uma carga elétrica puntiforme (Q) origina, na região que a envolve, um
campo de forças chamado campo elétrico. Uma carga elétrica puntiforme de prova
(q), colocada num ponto P dessa região, fica sob ação de uma força elétrica (Fe). A
carga elétrica (q) “sente” a presença da carga (Q) por meio do campo elétrico que Q
origina. Portanto, a força elétrica (Fe) é devida à interação entre o campo elétrico da
carga Q e a carga elétrica q.
83
Fonte: Ramalho, 2009.
Analogamente, a carga elétrica de prova q também produz um campo elétrico
que age sobre a carga elétrica Q.
Assim o campo elétrico desempenha o papel de transmissor de interações
entre as cargas elétricas.
Vetor campo elétrico ( )
A força elétrica (Fe) que age na carga elétrica (q) é dada pelo produto de dois
fatores:
• um escalar, que é a carga elétrica q;
• outro vetorial, que caracteriza a ação da carga Q, ou da distribuição de cargas, em
cada ponto P do campo. Este fator é indicado por E e recebe o nome de vetor campo
elétrico em P.
Assim, podemos escrever:
Fe = q.E
• Se q é positiva (q>0), Fe e E têm o mesmo sentido.
• Se q é negativa (q<0), Fe e E têm sentidos contrários.
• Fe e E têm sempre a mesma direção.
Fonte: Ramalho, 2009.
Unidade de intensidade do vetor campo elétrico no SI: newton por coulomb
(N/C).
84
CAMPO ELÉTRICO DE UMA CARGA PUNTIFORME Q FIXA
Fonte: Ramalho, 2009.
• Intensidade: 𝐄 =𝐤 .|𝐐|
𝐝²
• Direção: da reta que une a carga ao ponto P.
• Sentido: de afastamento se Q positiva (Q>0); de aproximação se Q negativa
(Q<0).
CAMPO ELÉTRICO DE VÁRIAS CARGAS PUNTIFORMES FIXAS
Fonte: Ramalho, 2009.
Er = E1 + E2 + E3 +...+ Em
Linhas de força
Linhas tangentes ao vetor campo elétrico em cada um de seus pontos. São
orientadas no sentido do vetor campo elétrico.
85
Fonte: Ramalho, 2009.
CAMPO ELÉTRICO UNIFORME
O vetor campo elétrico E é o mesmo em todos os pontos; as linhas de força
são retas paralelas igualmente espaçadas e de mesmo sentido.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FERRARO, Nicolau Gilberto; RAMALHO, Francisco Junior; SOARES, Paulo Toledo.
Física 3: Os Fundamentos da Física - 3º Ano. Editora MODERNA, 2009.
KAZUHITO, Yamamoto; FUKE, Luiz Felipe. Física para Ensino Médio: Eletricidade e
Física Moderna, 1° Ed - São Paulo: Saraiva 2010.
MENIN, Olavo Henrique. Ciências da Natureza: Eletrostática. São Paulo: Saraiva,
2015.
Pré-Vestibular Extensivo Física ph, Caderno 2. Editora Abril, 2014.
SAMPAIO, José Luiz; CALÇADA, Caio Sérgio. Física: volume único. 2º edição – São
Paulo: Atual, 2005.
86
SÓ FÍSICA. Disponível em:
<https://www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromagnetismo/Eletrostatica.php> Acesso
em: 02 de junho de 2018.
87
TEXTO DE APOIO 3 –
CORRENTE ELÉTRICA E RESISTORES ELÉTRICOS
CORRENTE ELÉTRICA (i)
Um condutor metálico, que tem a característica de ter elétrons livres, quando é
conectado a um polo positivo, e em sua outra extremidade a um polo negativo,
esses elétrons inicialmente livre e desordenados iniciam um movimento ordenado.
Assim podemos definir como movimento ordenado de cargas elétricas.
Sentido da Corrente Elétrica: Para o sentido da corrente temos que
diferenciar o sentido real do sentido convencional.
Fonte: Info Escola
Observando os elétrons que passam por uma secção transversal de um fio
podemos medir a quantidade média de elétrons que passam pelo fio, assim a
intensidade média da corrente elétrica i num condutor em um intervalo de tempo Δt,
é definido como:
𝐢 = 𝐐
𝚫𝐭
Assim para o sistema internacional temos que a corrente elétrica será definida
como ampère (A), daí:
A = [C/s]
Ampère é definido como Coulomb por segundo.
RESISTÊNCIA ELÉTRICA
Se fizermos uma ligação com diferentes fios condutores, a uma mesma fonte
de energia, veremos que as correntes obtidas serão diferentes umas das outras.
Isso se dá pelo fato de o próprio fio oferecer “dificuldades” à passagem da corrente
elétrica. Com a finalidade de medir essa “dificuldade”, definiu-se uma nova
grandeza: a resistência do condutor.
88
Os resistores são elementos de circuito que consomem energia elétrica,
convertendo-a em energia térmica. A conversão de energia elétrica em energia
térmica é chamada de Efeito Joule.
Os resistores podem ser encontrados em vários objetos, como por exemplo,
no chuveiro, na lâmpada, etc. A figura abaixo nos mostra como os resistores são
representados em um circuito elétrico.
Fonte: Brasil Escola
A resistência elétrica (R) pode ser definida pelas seguintes equações:
R = 𝐔
𝐢
ou
U = R.i
Na 1º Lei de Ohm acima, temos:
U = é a diferença de potencial (ddp) [V]
i = é a intensidade da corrente elétrica [A]
R = é a resistência elétrica [Ω]
A unidade, adotada pelo SI é o Ohm (Ω).
2º Lei de Ohm:
Esta lei descreve as grandezas que influenciam na resistência elétrica de um
condutor.
A resistência de um condutor homogêneo de secção transversal constante é
proporcional ao seu comprimento e da natureza do material de sua construção, e é
inversamente proporcional à área de sua secção transversal. Em alguns materiais
também depende de sua temperatura.
Sendo expressa por:
R = .𝐋
𝐀
Onde:
ρ= resistividade, depende do material do condutor e de sua temperatura (Ω.m)
L= largura do condutor (m)
A= área da secção transversal (m²)
89
ASSOCIAÇÃO EM SÉRIE
Associar resistores em série significa ligá-los em um único trajeto, ou seja:
Fonte: Só Física
Como existe apenas um caminho para a passagem da corrente elétrica esta é
mantida por toda a extensão do circuito. Já a diferença de potencial entre cada
resistor irá variar conforme a resistência deste, para que seja obedecida a 1ª Lei de
Ohm, assim:
U1 = R1.i
U2 = R2. I
U3 = R3.i
U4 = R4.i
Esta relação também pode ser obtida pela análise do circuito:
Fonte: Só Física
Sendo assim a diferença de potencial entre os pontos inicial e final do circuito é
igual à:
U = U1 + U2 + U3 + ... + Un
Analisando esta expressão, já que a tensão total e a intensidade da corrente
são mantidas, é possível concluir que a resistência equivalente é:
Req = R1 + R2 + R3 + ... + Rn
Ou seja, um modo de se resumir e lembrar-se das propriedades de um
circuito em série é:
Tensão ou ddp (U) = se divide
Corrente (i) = se conserva
Resistência equivalente (Req) = soma algébrica das resistências em cada resistor
90
ASSOCIAÇÃO EM PARALELO
Ligar um resistor em paralelo significa basicamente dividir a mesma fonte de
corrente, de modo que a ddp em cada ponto seja conservada.
Usualmente as ligações em paralelo são representadas por:
Fonte: Só Física
Como mostra a figura, a intensidade total de corrente do circuito é igual à soma
das intensidades medidas sobre cada resistor, ou seja:
i = i1 + i2 + i3 + ... + in
PELA 1ª LEI DE OHM:
𝐢 = 𝐔
𝐑𝟏+
𝐔
𝐑𝟐+
𝐔
𝐑𝟑+. . . +
𝐔
𝐑𝐧
E por esta expressão, já que a intensidade da corrente e a tensão são
mantidas, podemos concluir que a resistência total em um circuito em paralelo é
dada por:
𝟏
𝐑𝐭=
𝟏
𝐑𝟏+
𝟏
𝐑𝟐+
𝟏
𝐑𝟑+. . . +
𝟏
𝐑𝐧
Casos especiais:
I) Dois resistores diferentes
𝐑𝐞𝐪 = 𝐑𝟏. 𝐑𝟐
𝐑𝟏 + 𝐑𝟐
II) Vários resistores iguais
𝐑𝐞𝐪 = 𝐑
𝐍
Sendo N igual ao número de resistores iguais que estão repetidos.
91
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FERRARO, Nicolau Gilberto; Ramalho Junior, Francisco; Soares, Paulo Toledo.
Física 3: Os Fundamentos da Física - 3º Ano. Editora MODERNA, 2009.
INFOESCOLA. Disponível em: <https://www.infoescola.com/fisica/corrente-eletrica>
Acessado em: 03 de junho de 2018.
JÚNIOR, Joab Silas Da Silva. "O que são resistores?"; Brasil Escola. Disponível em
<https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/fisica/o-que-sao-resistores.htm>. Acesso em
03 de junho de 2018.
KAZUHITO, Yamamoto; FUKE, Luiz Felipe. Física para Ensino Médio: Eletricidade e
Física Moderna, 1° Ed - São Paulo: Saraiva 2010.
MENIN, Olavo Henrique. Ciências da Natureza: Eletrodinâmica. São Paulo: Saraiva,
2015.
Pré-Vestibular Extensivo Física ph, Caderno 3. Editora Abril, 2014.
SAMPAIO, José Luiz; CALÇADA, Caio Sérgio. Física: volume único. 2º edição – São
Paulo: Atual, 2005.
SÓ FÍSICA. Disponível em:
<https://www.sofisica.com.br/conteudos/Eletromagnetismo/Eletrodinamica.php>
Acesso em: 03 de junho de 2018.
92
TEXTO DE APOIO 4 – ÍMÃ E CAMPO MAGNÉTICO
As propriedades magnéticas foram observadas por civilizações antigas da
Ásia Menor. Os povos dessa região perceberam que algumas pedras atraíam outras.
Essas pedras eram constituídas por óxido de ferro e são conhecidas como ímãs
naturais. É possível, no entanto, transformar certos materiais, tais como, ferro, níquel
e ligas metálicas em ímãs por meio do processo de imantação. Esses ímãs são
conhecidos como ímãs artificiais.
PROPRIEDADES DOS ÍMÃS
I) Atraem fragmentos de ferro (limalha).
No caso de um ímã em forma de barra, os fragmentos de ferro aderem às
extremidades, que são denominadas polo do ímã.
Fonte: Ramalho, 2009.
II) Orientam-se aproximadamente na direção norte-sul geográfica do lugar.
Polo norte (N) do ímã é a região que se volta para o norte geográfico e polo
sul (S), a que se volta para o sul geográfico.
Fonte: Ramalho, 2009.
III) Exercem entre si forças de atração ou de repulsão.
A experiência mostra que polos de mesmo nome se repelem e polos de
nomes contrários se atraem.
Fonte: Ramalho, 2009.
93
IV) Inseparabilidade dos polos
Cortando-se um ímã transversalmente, cada parte constitui um ímã completo.
Fonte: Ramalho, 2009.
CAMPO MAGNÉTICO ( )
Um ímã origina um campo magnético na região que o envolve. Uma agulha
magnética colocada nessa região “sente” a presença do ímã por meio do campo que
ele origina.
Para se caracterizar a ação do campo, associa-se a cada ponto do campo um
vetor denominado vetor indução magnética, que é indicado por B.
A direção e o sentido
Ao colocarmos uma pequena agulha magnética num ponto P de um campo
magnético originado por um ímã, ela se orienta assumindo uma certa posição de
equilíbrio. A direção do campo magnético em P é a direção definida pelo eixo NS da
agulha magnética. O sentido do campo magnético é aquele para o qual o polo N da
agulha magnética aponta.
Fonte: Ramalho, 2009.
Intensidade
A intensidade do vetor indução magnética B é determinada por meio da força
magnética que age numa determinada carga elétrica q, lançada do ponto P do
campo magnético.
No Sistema Internacional de Unidades, a unidade de intensidade do vetor
indução magnética B denomina-se Tesla (símbolo T).
94
Linha de Indução
É toda linha que, em cada ponto, é tangente ao vetor B e orientada no seu
sentido. As linhas de indução saem do polo norte e chegam ao polo sul.
Fonte: Ramalho, 2009.
Campo Magnético Uniforme
É aquele no qual, em todos os pontos, o vetor B tem a mesma direção, o
mesmo sentido e a mesma intensidade. As linhas de indução de um campo
magnético uniforme são retas paralelas igualmente espaçadas e igualmente
orientadas.
Fonte: Ramalho, 2009.
CAMPO MAGNÉTICO GERADO POR CORRENTE ELÉTRICA
O físico dinamarquês Hans Christian Oersted descobriu, em 1820, que a
passagem da corrente elétrica por um fio condutor também produz fenômenos
magnéticos, tais como o desvio da agulha de uma bússola colocada nas
proximidades de um condutor.
Os fenômenos magnéticos não constituem, portanto, fenômenos isolados;
eles têm relação íntima com os fenômenos elétricos.
Chave aberta Chave fechada
Fonte: Ramalho, 2009.
95
Assim, além do campo magnético dos ímãs, também a corrente elétrica
origina um campo magnético, uma vez que ímãs e correntes produzem os mesmos
efeitos.
Portanto, um ímã ou um condutor percorrido por corrente originam na região
do espaço que os envolve um campo magnético. O campo magnético desempenha
o papel de transmissor das interações magnéticas.
CAMPO MAGNÉTICO DE UM CONDUTOR RETILÍNEO
O vetor indução magnética B num ponto P, à distância R do fio, tem as
seguintes características:
• Direção: tangente à linha de indução que passa pelo ponto P.
• Sentido: determinado pela regra da mão direita.
• Intensidade: 𝐁 = µ .𝐢
𝟐 𝛑 𝐑
Onde R é o raio da circunferência formada, i é a corrente elétrica e μ é a
permeabilidade magnética do vácuo.
No Sistema Internacional, ela vale: µ = 4.π.10-7 T.m/A
Regra da mão direita: o polegar da mão direita indica o sentido convencional da
corrente elétrica; e os outros dedos, ao envolverem o condutor por onde passa a
corrente, dão o sentido das linhas de campo magnético.
Fonte: Brasil Escola
CAMPO MAGNÉTICO NO CENTRO DE UMA ESPIRA CIRCULAR
O vetor indução magnética B no centro O da espira tem as seguintes
características:
• Direção: perpendicular ao plano da espira.
• Sentido: determinado pela regra da mão direita.
• Intensidade: B = µ .𝐢
𝟐 𝐑
96
Fonte: Brasil Escola
CAMPO MAGNÉTICO NO INTERIOR DE UM SOLENOIDE
No interior do solenoide, o vetor indução magnética B tem as seguintes
características:
• Direção: do eixo geométrico do solenoide.
• Sentido: determinado pela regra da mão direita.
• Intensidade: 𝐁 = µ 𝐍 𝐢
𝐥
Onde N é o número de espiras e l é o comprimento do solenoide.
Fonte: Ramalho, 2009.
Polaridade de uma espira e de um solenoide
Fonte: Ramalho, 2009.
97
ELETROÍMÃ
Eletroímã é um aparelho constituído de ferro, ao redor do qual é enrolado um
condutor. Ao passar corrente elétrica, o ferro se imanta; quando a corrente cessa, o
ferro perde a imantação. A inversão do sentido da corrente inverte a polaridade do
ferro.
Na figura abaixo se tem um eletroímã e um imã com suas respectivas linhas
de campo.
Fonte: Mundo Educação.
No eletroímã as linhas de campo entram em uma extremidade e saem na
outra, já no imã, elas entram em um polo (polo sul) e saem no outro (polo norte) de
maneira praticamente igual.
Por apresentar comportamento semelhante ao de um imã quando percorrido
por uma corrente elétrica, que esse dispositivo ficou conhecido como eletroímã.
Aplicações: guindaste eletromagnético e campainha elétrica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAVALCANTE, Kleber G. "Campo Magnético no Centro de uma Espira
Circular"; Brasil Escola. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/fisica/campo-
magnetico-no-centro-uma-espira-circular.htm>. Acesso em 03 de junho de 2018.
CAVALCANTE, Kleber G. "A Regra da Mão Direita"; Brasil Escola. Disponível em
<https://brasilescola.uol.com.br/fisica/a-regra-mao-direita.htm>. Acesso em 03 de
junho de 2018.
FERRARO, Nicolau Gilberto; Ramalho Junior, Francisco; Soares, Paulo Toledo.
Física 3: Os Fundamentos da Física - 3º Ano. Editora MODERNA, 2009.
FERREIRA, Nathan Augusto. “Eletroímã”; Mundo Educação. Disponível em:
<https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/eletroima.htm>. Acesso em 03 de
junho de 2018.
98
KAZUHITO, Yamamoto; FUKE, Luiz Felipe. Física para Ensino Médio: Eletricidade e
Física Moderna, 1° Ed - São Paulo: Saraiva 2010.
MENIN, Olavo Henrique. Ciências da Natureza: Eletrodinâmica. São Paulo: Saraiva,
2015.
Pré-Vestibular Extensivo Física ph, Caderno 3. Editora Abril, 2014.
SAMPAIO, José Luiz; CALÇADA, Caio Sérgio. Física: volume único. 2º edição – São
Paulo: Atual, 2005.
99
ANEXO B – QUESTIONÁRIOS PRÉVIOS
100
QUESTIONÁRIO PRÉVIO 1 –
CARGA ELÉTRICA E ELETRIZAÇÃO
Questão 1 – Qual o nome da carga positiva?
a) Elétron
b) Próton
c) Nêutron
d) Pósitron
Questão 2 – Qual o nome da carga negativa?
a) Elétron
b) Próton
c) Nêutron
d) Pósitron
Questão 3 – Qual o nome da carga elétrica de valor nulo?
a) Elétron
b) Próton
c) Nêutron
d) Pósitron
Questão 4 – Um corpo carregado positivamente possui:
a) mesma quantidade de prótons e nêutrons
b) maior quantidade de elétrons do que nêutron
c) maior quantidade de prótons do que de elétrons
d) maior quantidade de elétrons que de nêutrons
Questão 5 – Um corpo carregado negativamente possui:
a) mesma quantidade de prótons e nêutrons
b) maior quantidade de elétrons do que de prótons
c) maior quantidade de prótons do que de elétrons
d) maior quantidade de elétrons que de nêutrons
101
Questão 6 – Após o processo de eletrização por atrito, os corpos ficam com cargas
de:
a) cargas de mesmo sinal
b) cargas de sinais opostos
c) cargas de sinal positivo
d) cargas de sinal negativo
Questão 7 – A eletrização por contato só é possível se os corpos forem:
a) isolantes
b) neutros
c) carregados
d) condutores
Questão 8 – Após a eletrização por contato, os corpos ficam com cargas de:
a) cargas de mesmo sinal
b) cargas de sinais opostos
c) cargas de sinal positivo
d) cargas de sinal negativo
Questão 9 – Na eletrização por indução o induzido deve ser:
a) condutor
b) Isolante
c) semicondutor
d) anti condutor
Questão 10 – Para que ocorra atração entre corpos é necessário que:
a) um corpo seja isolante
b) um corpo seja condutor
c) um corpo seja descarregado
d) um corpo seja carregado
GABARITO
1- B
2- A
102
3- C
4- C
5- B
6- B
7- D
8- A
9- A
10- D
103
QUESTIONÁRIO PRÉVIO 2 –
FORÇA ELÉTRICA E CAMPO ELÉTRICO
Questão 1 – A força elétrica é diretamente proporcional:
a) ao valor das cargas
b) a distância
c) ao tempo
d) ao condutor
Questão 2 – Sobre a força elétrica, se a distância entre cargas é dobrada?
e) a força é dobrada
f) a força diminui 2 vezes
g) a força diminui 3 vezes
h) a força diminui 4 vezes
Questão 3 – Uma carga positiva gera um campo elétrico de:
a) afastamento
b) nulo
c) aproximação
d) maior que zero
Questão 4 – Uma carga negativa gera um campo elétrico de:
a) afastamento
b) nulo
c) aproximação
d) maior que zero
Questão 5 – Num ponto de distancia D de uma carga geradora negativa, o campo
elétrico é:
a) diretamente proporcional a distância D
b) diretamente proporcional ao ponto
c) diretamente proporcional a carga de prova
d) diretamente proporcional a carga geradora
104
Questão 6 – O que acontece com cargas de sinais iguais?
a) se atraem
b) se repelem
c) Não acontece nada
d) Aumentam de intensidade
Questão 7 – O que acontece com cargas de sinais opostos?
a) se atraem
b) se repelem
c) Não acontece nada
d) Aumentam de intensidade
Questão 8 – Conceitualmente, o campo elétrico pode ser entendido como?
a) Um alteração no espaço
b) Uma onda admensional
c) Uma região do espaço
d) Uma região onde se manifesta a força elétrica
Questão 9 – Sabendo que a partícula possui carga positiva, analise a figura
fornecida:
a) a partícula tende a ficar em repouso, primeira lei de Newton
b) a partícula entra em MRUV acelerado, segunda lei de Newton
c) a partícula descreve um movimento retilíneo uniforme
d) a partícula entra em MRUV retardado, segunda lei de Newton
105
Questão 10 – Com base nos seus conhecimentos, associe as cargas elétricas de
cada imagem.
a) elétron e elétron; próton e próton.
b) elétron e próton; próton e próton
c) próton e próton; elétron e elétron
d) próton e elétron; prótron e prótron
GABARITO
1- A
2- D
3- A
4- C
5- D
6- B
7- A
8- D
9- B
10- D
106
QUESTIONÁRIO PRÉVIO 3 –
CORRENTE ELÉTRICA E RESISTORES ELÉTRICOS
Questão 1 – O material que conduz melhor a eletricidade é a(o):
a) Ar
b) Metal
c) Plástico
d) Água
Questão 2 – Considerando, uma bateria, lâmpada incandescente e lâmpada
fluorescente. A corrente elétrica no interior de cada aparelho será constituída de:
a) íons - elétrons - elétrons
b) elétrons e íons – íons - elétrons
c) íons – elétrons – elétrons e íons
d) elétron – elétron – elétron
Questão 3 – Qual é o conceito de corrente elétrica?
a) é o movimento ordenado de cargas elétricas
b) é a resistência a passagem de elétrons
c) é a energia dada ao circuito
d) é a força eletromotriz
Questão 4 – Qual alternativa informa uma das funções dos resistores?
a) Transformar energia elétrica em energia térmica
b) Impedir a passagem de corrente elétrica
c) Gerar energia para o circuito
d) Armazenar energia elétrica
Questão 5 – Quais são as unidades no SI de corrente elétrica e resistência elétrica,
respectivamente:
a) V (volt), A (ampère)
b) A (ampère), Ω (ohm)
c) J (joule), C (coulomb)
d) V (volt), J (joule)
107
Questão 6 – Qual dos aparelhos abaixo não é chamado de resistor?
a) Chuveiro
b) Ferro de passar
c) Torradeira
d) Ventilador
Questão 7 – Qual ou quais dos gráficos abaixo informa um resistor ôhmico:
a) I, II e III
b) I e II
c) II e III
d) I
Questão 8 – O que acontece se um condutor for ligado a apenas um dos polos de
uma pilha?
a) Curto circuito
b) Nada, pois não há diferença de potencial (ddp)
c) Um choque elétrico
d) Um estouro
Questão 9 – O que acontece se um condutor for ligado do polo positivo de uma
bateria diretamente ao seu polo negativo?
a) Curto circuito
b) Nada, pois isso é algo normal
c) Um choque elétrico
d) Movimentação de prótons
108
Questão 10 – O pássaro abaixo está pousando em um condutor elétrico. Ele irá
levar choque?
a) Não, pois seus pés não possuem sangue
b) Sim, pois a tensão é alta
c) Não, pois ele está em um único condutor
d) Sim, pois há ddp entre seus pés.
GABARITO
1- B
2- C
3- A
4- A
5- B
6- D
7- D
8- B
9- A
10- C
109
QUESTIONÁRIO PRÉVIO 4 – ÍMÃ E CAMPO MAGNÉTICO
Questão 1 – Um ímã possui?
a) um polo positivo e um polo negativo
b) um polo norte e um polo sul
c) dois polos positivos
d) dois polos de mesmo sinal
Questão 2 – Um ímã em forma de barra possui maior campo magnético:
a) em sua extremidades
b) a uma distância muito grande do imã
c) na sua parte esterna próximo ao meio
d) no seu polo positivo
Questão 3 – Sobre as propriedades dos ímãs, podemos dizer que o polo sul de um
imã natural:
a) atrai o polo sul de outro ímã, desde que ele seja artificial
b) repele o polo norte de um ímã também natural
c) atrai o polo norte de todos os ímãs, naturais ou artificiais
d) atrai o polo sul de outro ímã, sejam naturais ou artificiais
Questão 4 – Uma bússola pode ajudar uma pessoa a se orientar devido a
existência, no planeta Terra, de:
a) um campo magnético
b) um mineral chamado magnetita
c) ondas eletromagnéticas
d) um campo polar
Questão 5 – Aproximadamente uma barra imantada de uma pequena bilha de aço,
observa-se que a bilha:
a) é atraída pelo polo norte e repelida pelo polo sul
b) é atraída pelo polo sul e repelida pelo polo norte
c) é atraída por qualquer dos polos
110
d) é repelida por qualquer dos polos
Questão 6 – Quando você move um prego para uma posição mais distante de um
ímã, sua atração ao ímã:
a) fica mais fraca
b) continua a mesma
c) torna-se uma repulsão
d) fica mais forte
Questão 7 - Polos magnéticos sempre ocorreram:
a) em grupos de quatro
b) em grupos de três
c) isoladamente
d) em pares
Questão 8 – Quando um imã em forma de barra é partido ao meio, observa-se que:
a) separamos o polo norte do polo sul
b) damos origem a dois novos ímãs
c) obtemos ímãs unipolares.
d) os corpos não mais possuem a propriedade magnética
Questão 9 – Um polo magnético A de uma imã atrai um polo B, que por sua vez
atrai uma polo sul, concluímos:
a) que A é um polo sul
b) que a e B possuem mesmo sinal
c) que A é um polo norte
d) que B não é um imã
Questão 10 – As linhas de indução de um ímã:
a) entram no polo norte e saem no polo sul
b) entram e saem no mesmo polo
c) entram no polo sul e saem no polo norte
d) entram no polo norte e saem no polo norte
111
GABARITO
1- B
2- A
3- C
4- A
5- C
6- A
7- D
8- B
9- A
10- C
112
ANEXO C – QUESTIONÁRIOS EM SALA
113
QUESTIONÁRIO EM SALA 1 –
CARGA ELÉTRICA E ELETRIZAÇÃO
Questão 1 – Quando os materiais adquirem cargas elétricas:
a) eles se repelem
b) eles ficam eletrizados
c) não acontece nada
d) eles perdem carga elétrica
Questão 2 – O que acontece com cargas de sinais iguais?
a) se atraem
b) se repelem
c) Não acontece nada
d) Aumentam de intensidade
Questão 3 – Qual dos materiais abaixo pode conduzir cargas elétricas?
a) Metal
b) Granito
c) Plástico
d) Madeira
Questão 4 – O núcleo é formado de que?
a) Só nêutrons
b) Elétrons
c) Prótons e nêutrons
d) Não existe núcleo no átomo
Questão 5 – Qual carga circula ao redor do núcleo do átomo?
a) Prótons e nêutrons
b) Elétrons e nêutrons
c) Elétrons
d) Prótons
114
Questão 6 – Qual é a principal função de um condutor elétrico.
a) Oferecer baixa resistência a passagem de cargas elétricas
b) Impedir a passagem de carga elétrica
c) Gerar energia
d) Nenhum
Questão 7 – O que é um corpo eletricamente neutro?
a) aquele que possui 1 volt de carga elétrica
b) É um condutor elétrico
c) É o corpo que possui mesma quantidade de prótons e elétrons
d) Não existem corpos eletricamente neutros
Questão 8 – Quando realizamos um aterramento nas residências para onde a
eletricidade é conduzida?
a) Para o ar
b) Para a corrente elétrica do poste
c) Para o solo
d) O fio terra não conduz eletricidade
Questão 9 – Qual nome do filósofo-físico a descobrir que quando objetos são
atritados contra o outro, adquirem a propriedade de atrair objetos leves?
a) J.J. Thomson
b) Lavoisier
c) Tales de Mileto
d) Charles Coulomb
Questão 10 – Qual é o conceito de carga elétrica?
a) Quantidade de elétrons em um corpo
b) Propriedade da matéria
c) É o que é transportado pela corrente
d) É o que se converte em energia elétrica em um circuito.
115
GABARITO
1- B
2- B
3- A
4- C
5- C
6- A
7- C
8- C
9- C
10- B
116
QUESTIONÁRIO EM SALA 2 –
FORÇA ELÉTRICA E CAMPO ELÉTRICO
Questão 1 – A figura mostra 3 cargas elétricas de mesmo sinal. A força resultante
sobre a carga A será:
a) Vertical para baixo, somente se as cargas forem negativas
b) vertical para cima, somente se as cargas forem positivas.
c) Vertical para cima, qualquer que seja o sinal.
d) Vertical para baixo, qualquer que seja o sinal das cargas.
Questão 2 – Para que a força resultante sobre a carga q3 tenha sentido da
esquerda para direita, os sinais de q1 e q2 são, respectivamente:
a) Negativo, negativo
b) Negativo, positivo
c) Positivo, negativo
d) Positivo, positivo
Questão 3 – Sabendo-se que as três cargas estão em equilíbrio e que q2 é positiva,
as cargas de q1 e q2 são, respectivamente:
117
a) Positiva, positiva
b) Positiva, negativa
c) Negativa, positiva
d) Negativa, negativa
Questão 4 – Analise as figuras e descubra as cargas elétricas de Q e q.
a) Figura 1: Q é POSITIVO e q é NEGATIVO
b) Figura 2: Q é NEGATIVO e q é POSITIVO
c) Figura 3: Q é NEGATIVO e q é NEGATIVO
d) Em todas as figuras: q é POSITIVO
Questão 5 – Sabendo-se que os módulos da cargas são iguais, o campo elétrico
resultante no centro do hexágono aponta para:
a) E
b) D
c) B
d) é nulo
118
Questão 6 – Para que a imagem seja possível, qual será o sinal de A e B,
respectivamente:
a) positivo e negativo
b) negativo e negativo
c) negativo e positivo
d) positivo e positivo
Questão 7 – Os pontos onde há maior possibilidade de o elétron(e) e o nêutron(n)
atingirem o anteparo são, respectivamente:
a) A e B
b) A e C
c) B e C
d) C e B
Questão 8 – Indique a imagem que melhor representa as linhas de campo entre as
cargas C e -C, representadas na figura.
119
a) imagem a
b) imagem b
c) imagem c
d) Nenhuma das imagens
Questão 9 – Os sinais das cargas 1 e 2 são, respectivamente:
a) negativo e negativo
b) negativo e positivo
c) positivo e positivo
d) positivo e negativo
Questão 10 – Quais são as unidades no SI de força elétrica e campo elétrico,
respectivamente:
a) V (volt), N/C (newton por coulomb)
b) F (farad), A (ampère)
c) N (newton), C (coulomb)
d) N (newton),N/C (newton por coulomb)
GABARITO
1- C
2- C
3- D
4- C
5- C
6- D
7- A
8- C
9- D
10- D
120
QUESTIONÁRIO EM SALA 3 –
CORRENTE ELÉTRICA E RESISTORES ELÉTRICOS
Questão 1 – O que acontece se uma das lâmpadas de um pisca-pisca, conectado
em série, queimar?
a) As demais continuam acesas
b) Metade fica acesa e as demais ficam apagadas
c) As demais se apagam
d) as demais entram em curto
Questão 2 - Os circuitos elétricos de residências são normalmente montados em:
a) paralelo, pois a ddp é dividida para todos os aparelhos
b) série, pois a mesma corrente ligara os aparelhos
c) paralelo, pois cada aparelho terá sua corrente independente
d) série, pois a ddp será a mesma para todos os aparelhos
Questão 3 – Num circuito, dois resistores estão ligados em série e possuem
resistências diferentes, logo:
a) i1=i2 e V1 ≠ V2
b) i1≠i2 e V1 ≠ V2
c) i1=i2 e V1 = V2
d) i1=i2 e V1 > V2
Questão 4 – Qual é o nome do dispositivo capaz de medir corrente elétrica?
a) Voltímetro
b) Dinamômetro
c) Manômetro
d) Amperímetro
Questão 5 – Qual é o nome do dispositivo capaz de medir a resistência elétrica?
a) Barômetro
b) Ohmímetro
c) Voltímetro
d) Resistímetro
121
Questão 6 – Qual dos dispositivos abaixo é capaz de medir ddp (diferença de
potencial) em um circuito?
a) Multímetro
b) Ohmímetro
c) Pontímetro
d) Amperímetro
Questão 7 – Com base no gráfico, informe o valor da resistência elétrica.
a) 1,0 Ω
b) 40 Ω
c) 22 Ω
d) 10 Ω
Questão 8 – Determine o valor de U e i no gráfico, respectivamente:
a) 15 V e 2 A
b) 12 V e 1 A
c) 14 V e 1,5 A
d) 18 V e 2 A
122
Questão 9 – Informe o resistor equivalente entre os pontos A e B do circuito abaixo:
a) 30 Ω
b) 11 Ω
c) 7 Ω
d) 2 Ω
Questão 10 – Informe o valor da corrente no resistor 1 (R1) e no resistor 2 (R2).
a) i1 = 1,3 A e i2= 1,3 A
b) i1 = 6 A e i2= 3 A
c) i1 = 4 A e i2= 2 A
d) i1 = 3,6 A e i2= 7,2 A
GABARITO
1- C
2- C
3- A
4- D
5- B
6- A
7- D
8- B
9- B
10- C
123
QUESTIONÁRIO EM SALA 4 – ÍMÃ E CAMPO MAGNÉTICO
Questão 1 – Por mais que cortemos um ímã, nunca conseguiremos separar seus
polos. Qual o nome deste fenômeno?
a) Desintegrabilidade dos polos
b) Magnetibilidade dos polos
c) Separabilidade dos polos
d) Inseparabilidade dos polos
Questão 2 – A unidade do campo magnético no sistema internacional é?
a) Ampere
b) Tesla
c) Volt
d) Ohm
Questão 3 – As linhas de indução de um imã, DENTRO DELE...
a) passam perpendicular aos polos.
b) não possuem uma orientação definida.
c) vão do polo sul para o polo norte.
d) vão do polo norte para o polo sul.
Questão 4 – Quanto ao Planeta Terra, podemos afirmar:
a) O norte geográfico é o norte magnético
b) O sul geográfico é o norte magnético
c) O sul geográfico é o sul magnético
d) Não possui propriedades magnéticas
Questão 5 – Verifica-se experimentalmente que P atrai S e repele T; Q repele U e
atrai S. Então, é possível concluir que:
a) PQ e TU são ímãs
b) PQ e RS são imãs
c) RS e TU são imãs
124
d) as três são imãs
Questão 6 – Quando uma barra de material ferromagnético é magnetizada, são:
a) acrescentados elétrons à barra
b) retirados elétrons da barra
c) acrescentados ímãs elementares à barra
d) ordenados os ímãs elementares da barra
Questão 7 - Ao passar corrente elétrica, as linhas de indução de seu campo
magnético seguem o esquema:
Questão 8 - Um fio condutor retilíneo e muito longo é percorrido por uma corrente
elétrica constante. Podemos afirmar que o campo magnético ao seu redor:
a) tem o mesmo sentido da corrente elétrica.
b) é paralelo ao fio.
c) aponta para o fio.
d) diminui à medida que a distância em relação ao condutor aumenta.
Questão 9 – Determine o sentido do campo magnético gerado no centro da espira
abaixo:
a) paralelo a espira para direita
b) perpendicular ao plano da espira, para fora.
c) perpendicular ao plano da espira, para dentro.
d) paralelo a espira para esquerda
125
Questão 10 - Se a corrente elétrica é de 5,0 A, o campo magnético no ponto P
distante 0,20 m do fio, vale: (μ= 4π10-7 T)
a) 1,0.10-5 T, orientado como a corrente i.
b) 1,0.10-5 T, perpendicular ao plano do papel, para fora.
c) 5,0.10-6 T, orientado contra a corrente i.
d) 5,0.10-6 T, perpendicularmente ao plano do papel, para dentro.
GABARITO
1- D
2- B
3- C
4- B
5- A
6- D
7- D
8- D
9- B
10- D
126
ANEXO D – QUESTIONÁRIO DE SATISFAÇÃO
127
PESQUISA DE SATISFAÇÃO DO PRODUTO EDUCACIONAL
Questão 1 - Quando estava fora da escola, teve dificuldades em acessar os
recursos tecnológicos, como Kahoot, materiais de apoio e site do Phet?
a) Sim
b) Não
c) Um pouco
Questão 2 - Em sua opinião, as questões respondidas nos questionários prévios
eram:
a) Fáceis
b) Médias
c) Difíceis
Questão 3 - Em sua opinião, as questões respondidas nos questionários em aula
eram:
a) Fáceis
b) Médias
c) Difíceis
Questão 4 - Esta proposta de trabalho colaborou na sua aprendizagem sobre
eletromagnetismo?
a) Muito
b) Médio
c) Pouco
d) Indiferente
Questão 5 - Através dessa proposta de aula, foi possível concluir que seu
engajamento nas aulas:
a) Aumentou
b) Permaneceu o mesmo
c) Diminuiu
128
Questão 6 - Com esse método, você se dedicou mais aos estudos?
a) Sim
b) Não
c) Permaneceu o mesmo
Questão 7 - Em sua opinião, o que colaborou mais no entendimento das questões
difíceis a explicação feita por um colega que acertou ou pelo professor?
a) Colega
b) Professor
c) Consegui aprender com a explicação de ambos
Questão 8 - Gostou de participar das atividades propostas?
a) Muito
b) Médio
c) Pouco
Questão 9 - Gostaria que mais aulas tivessem este formato?
a) Sim
b) Não
c) Tanto faz