Exames laboratoriais de interesse para a clínica odontológica
Exames ComplementaresINTRODUÇÃO
• O Cirurgião-Dentista, em decorrência de sua atuação, desfruta de uma posição estratégica podendo ser o primeiro profissional da saúde a suspeitar, ou mesmo diagnosticar, graves doenças , contribuindo para um diagnóstico precoce e possibilitando um prognóstico melhor.
Exames Complementares
INTRODUÇÃO
• Alguns sinais são comuns a várias patologias, dificultando o diagnóstico;
• Exames complementares;
Relacionados a hemostasiaRelacionados a hemostasiaHemograma Hemograma
Exames sorológicos e bioquímicosExames sorológicos e bioquímicos
Exames Complementares de Interesse em Odontologia
Exames Complementares
INTRODUÇÃOConhecimento do grau de especificidade de um determinado
exame => perda de tempo e gastos desnecessários.• Atividade clínica do CD:- Hematológicos (Hemograma e o Coagulograma);- Sorológicos - Bioquímicos (pesquisam a quantidade presente de determinada
substância)
Exames Hematológicos
HEMOGRAMA• É o exame complementar mais requerido;• Na realidade é uma bateria de exames realizada com a
finalidade de obter um conjunto de dados que permite uma visão panorâmica;
• Avalia qualitativa e quantitativamente os elementos celulares do sangue.
• Não fornece a topografia e a etiologia do processo que causou a alteração hematológica.
Coagulação
Hemostasia
Vasodilatação
Agregação
Anticoagulação
Antiagregação
Fagocitose
Antifibrinólise
Fibrinólise
Vasoconstrição
Hemograma
O hemograma consiste na avaliação da parte sólida (celular) do sangue: glóbulos brancos e glóbulos vermelhos
HEMOGRAMA COMPLETO
• A medula óssea está produzindo um número suficiente de células maduras de diferentes linhhagens?
• Os processos de diferenciação e aquisição de funções de cada tipo celular estão se desenvolvendo de maneira adequada em todas as linhagens celulares?
HEMOGRAMA COMPLETO•
Eritrograma • Eritrócitos• Hemoglobina• Hematócrito• MorfologiaLeucograma
contagem total Fórmulas especiais Valor absoluto Morfologia Plaquetas
Estimativa do número Morfologia
HEMOGRAMHEMOGRAMAA
SÉRIE VERMELHA• Eritrócitos ou Hemácias
• Avaliado em milhões por mm3. Varia de acordo com a altitude. Quando seu número está abaixo do normal, chama-se eritropenia, e acima, eritrocitose.
• Hb - Hemoglobina• Medida em g/dl. Usada para definir se há ou não um estado
anêmico• Ht - Hematócrito
• Avaliado em percentagem (%) e representa a proporção dos glóbulos em cada 100 ml de sangue.
SÉRIE VERMELHA
• VCM – VOLUME CORPUSCULAR MÉDIO
• Serve para avaliar os tipos de anemia que se manifestam com hemácias de diferentes tamanhos. MICRO/NORMO/MACRO
•• CHCM - CONCENTRAÇÃO DE HEMOGLOBINA CORPUSCULAR
MÉDIA
• Índice calculado a partir do valor da hemoglobina e hematócrito, que significa quanto de hemoglobina média percentualmente está contida em cada hemácia.
•• RDW – MEDIDA DE DISPERSÃO DO VOLUME DOS ERITRÓCITOS
• Avalia o grau de variação no tamanho das hemácias. Útil para diferenciar as anemias com deficiência de ferro das talassemias.
ERITROGRAMA• Indicação
• Diagnósticos de anemias e eritrocitoses.• Método de exame
• Material biológico• Sangue total
• Metodologia • Contagem de eritrócitos• Determinação do hematócrito (Ht)
ERITROGRAMA• Anemias hemorrágicas• Anemias hemolíticas por defeitos nas membranas de eritrócitos• Alcoolismo• Hepatopatias• Neoplasias• Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
VCM – VOLUME CORPUSCULAR MÉDIO
• Anemias macrocíticas não megaloblásticas Alcoolismo Doença hepática Hipertireoidismo Pós esplenectomia Leucemia crônica Radioterapia Síndrome de Down
CHCM – CONCENTRAÇÃO HEMOGLOBÍNICA CORPUSULAR MÉDIA
• Indicação• Tecnologia primitiva, na qual a contagem de eritrócitos é
insatisfatória.•
• Método de Exame• É a concentração de Hb nos eritrócito
• CHCM = Hemoglobina / Hematócrito
•
• Interpretação• Valores normais
• 32 – 35 g/dl
Exame que sofre muita interferência.
RDW – MEDIDA DA DISPERSÃO DO VOLUME DOS ERITRÓCITOS
• Indicação• Classificação das anemias (+ VCM)• Detecção precoce de Fe e folato
•
• Método de Exame• Meio eletrônico, desvio padrão de VCM
•
• Interpretação• Valores normais
• 11,5 – 14,5 %
•
RDW – MEDIDA DA DISPERSÃO DO VOLUME DOS ERITRÓCITOS
• Os valores podem estar elevados em• Excessiva heteregeneidade da população
Anemias…. Def. vitamina B12 Hemólise Alcoolismo Drogas Hemoglobinopatias
LEUCOGRAMA• Indicação
• Diagnóstico e seguimento de processos infecciosos e inflamatórios
• Investigação de doença hematológica
• Método de Exame• Sangue total • A contagem matinal é influenciada pelo número de horas de
sono e pela atividade da noite anterior• A contagem matutina é 5% - 10% inferior à contagem vespertina
DESVIO PARA ESQUERDA • INTERPRETAÇÕES DOS DESVIOS
• Desvio para esquerda• Consiste no aparecimento de elementos situados à esquerda dos
bastonetes; formas imaturas, bastões e metamielócitos.
• Agravamento de leucocitose e de desvio já presentes: • agravamento de infecção aguda ou complicação.
• Agravamento de leucocitose e aparecimento de desvio: • complicação de caráter agudo sobre uma infecção de caráter
relativamente benigno
NEUTRÓFILOS• Valores normais
• 1.500 – 7.500/µl
• Os valores podem estar aumentados em• Infecções agudas• Doenças reumáticas e auto-imunes• Doenças neoplásicas• Trauma
Lesão térmica Lesão elétrica Colisões Hipotermia
• Necrose tecidual
NEUTRÓFILOS• Os valores podem estar diminuídos em
• Infecções bacterianas• Doenças hematológicas
Anemia aplásica Leucemia
LINFÓCITOS• Valores normais
• 2.000 – 4.000/µl
• Os valores podem estar elevados em• Infecções virais
HIV Varicela Coqueluche
• Outras doenças Tuberculose Sífilis Toxoplasmose
• Doenças neoplásicas Carcinoma Leucemia
LINFÓCITOS• Os valores podem estar diminuídos em
• Produção diminuída Anemia aplásica Infecções virais
• Destruição ou perda de linfócitos HIV Estresse Circulação extra corporea Quimioterapia Radioterapia
• Alteração de trânsito Trauma Hemorragia Cirurgia
EOSINÓFILOS• Valores normais
• 0 – 700/µl
• Os valores podem estar elevados em• Doenças alérgicas
Eosinofilias ligadas a drogas
• Doenças infecto-parasitárias Helmintos Micoses
• Outras infecções HIV Hanseniase
• Doença neoplásica
EOSINÓFILOS• Os valores podem estar diminuídos em
• Mais comumente representa mecanismos de redistribuição resultantes de Estresse Infecções agudas Neoplasias disseminadas
• Em pacientes com infecção aguda, a ausência de eosinopenia deve, suspeitar de Lesão adrenal Doença mieloproliferativa
BASÓFILOS• Valores normais
• 100 – 1.000/µl
• Os valores podem estar aumentados em• Infecções virais• Condições inflamatórias
Sinusites
• Outras causas Irradiações
PLAQUETAS• São de pequeno tamanho na observação
microscópica, forma discóide e inativas, podendo ser ativadas para exercer funções de proteção vascular.
• Podem participar de processos trombóticos se forem ativadas excessivamente.
PLAQUETAS, CONTAGEM DE• Indicação
• Disturbios de coagulação sugeridos pela anamnese e pelo exame físico.
• Método de Exame• Contadores eletrônicos
• Interpretação• Valores normais
• 140.000 – 360.000/µl
PLAQUETAS, CONTAGEM DE• Os valores podem estar elevados
• Doenças mieloproliferativas Leucemia
• Trombocitose reativa Recuperação de infecção aguda Anemia hemolítica Hemorragia aguda Doenças inflamatórias crônicas Resposta ao exercício e estresse Abstinência ao alcool
• Os valores podem estar diminuídos em• Diminuição da produção laquetária
Anemia aplásica Leucemias Destruição periférica
Exames Hematológicos
COAGULOGRAMA
TTPA – TEMPO DE TROMBOPLASTINA PARCIAL ATIVADA
• Indicação• Rastreamento de anormalidades envolvendo os fatores da via intrínseca
(XII, XI, IX, VII) e da via comum (X, V, protrombina, fibrinogênio)• Detecção de inibidores da coagulação• Monitorização de pacientes heparinizados
• Contra-indicação• Não há
• Método de Exame• Sangue citratado, colhido antes da próxima medicação
• Interpretação• Valores normais
• < 60 seg
TTPA – TEMPO DE TROMBOPLASTINA PARCIAL ATIVADA
Mede a atividade de todos os fatores de coagulação, exceto fator VII
Teste simples
Dos inibidores da coagulação, o que mais comumente altera o TTPA é o anticoagulante Lúpico, associado mais frequentemente a infecção por HIV, e doenças proliferativas.
TP – TEMPO DE PROTROMBINA• Indicação
• Monitorização de anticoagulação com cumarínicos • Ratreamento de distúrbios do sistema de coagulação• Avaliação da função hepática
•
• Método de Exame• Plasma citrato• Jejum de 4 h, exceto casos de urgência
TS – TEMPO DE SANGRAMENTO
• Reflete os componentes vascular e plaquetário da coagulação, permanecendo com valores normais nos defeitos de coagulação
• É prolongado quando as plaquetas estào abaixo de 90.000 ou quando as mesmas apresentam alguma alteração de funcionalidade
Exames Sorológicos e Bioquímicos
Os exames sorológicos visam avaliar no plasma sanguíneo do paciente a presença de proteínas séricas com atividade imunológica. Estas proteínas imunológicas ativas, denominam-se imunoglobulinas ou anticorpos.
Os exames bioquímicos visam avaliar os componentes químicos do sangue.
GLICEMIA EM JEJUM• Indicação
• Diagnóstico e monitorização de pacientes com DM• Investigar hiper e hipoglicemia• Rastreamento de fatores de risco cardiovascular
• Interpretação• Valores normais
• 70 – 110 mg/dl
•
GLICEMIA EM JEJUM• Os valores podem estar elevados em
• DM• Intolerância a glicose• Estresse físico ou psicológico• Uso de drogas
• Os valores podem estar diminuídos em• Uso de drogas
AÁcool Insulina
• Doenças críticas
GLICEMIA EM JEJUM
• DeficiÊncias hormonais
Medidas > 126 mg/dl, em duas medidas, confirmam DM.
110 – 126 mg/dl alterações de glicemia em jejum
CREATININA, DOSAGEM SÉRICA DE
• Indicação• Avaliação em pacientes com suspeita de insuficiência renal
•
• Método de Exame• Soro, após jejum de 4 h
• Interpretação• Valores normais
• Homens 0,6 – 1,3 mg/dl• Mulheres 0,5 – 1,2 mg/dl
CREATININA, DOSAGEM SÉRICA DE
• Os valores podem estar elevados em• Dieta rica em creatina• Drogas
AAS
• Tratamento dialítico prolongado
• Os valores podem estar diminuídos em• Gestação • Hepatopatias crônicas
URÉIA , DOSAGEM SÉRICA DE• Indicação
• Suspeita de hemorragia intestinal
• Interpretação• Valores normais
• 15 – 45 mg/dl
URÉIA , DOSAGEM SÉRICA DE
• Osvalores podem estar elevados em• Aumento da ingestão protéica• Hemorragia digestiva• Estresse
Trauma Infecção
• Os valores podem estar diminuídos em • Dieta pobre em proteína• Desnutrição• Insuficiência hepática
Expressa o equilíbrio entre a produção do catabólito protéico e a excreção renal.
FOSFATASE ALCALINA• Indicação
• Destruição ou remodelagem óssea• Gestação • Doença hepatobiliar
• Interpretação• Valores normais
• Em adultos 40 – 130 UI/I• Em gestantes 40 – 200 UI/I
FOSFATASE ALCALINA• Os valores podem estar elevados
• Causas hepatobiliares• Outras causas
Doença ósseas Neoplasias Hipertireoidismo Gravidez
• Os valores podem estar diminuídos em• Perdas renais ou intestinais
Raramente há um aumento de FA na ausência de doenças hepática ou óssea.
• “… 30 a 60 % de todas as anormalidades insuspeitas detectadas em exames laboratoriais pré cirurgico nào
são sequer notadas ou investigadas antes da cirurgias, e além disso, uma alteração chama para o profissional
maiores responsabilidades pela não observação.”• ROIZEN, 2000
Exames sorológicos
Os exames sorológicos visam demonstrar, no plasma sanguíneo, a presença de anticorpos específicos por meio de reação cruzada com antígenos do agente causal da doença suspeita.
• Quando esses anticorpos estão presentes => contato passado ou atual com o antígeno
Exames sorológicosSífilis• Doença infecciosa causada pelo Treponema
Pallidum;• Congênita/ Adquirida
Exames sorológicos
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida• Sinais clínicos:- Exame bucal: lesão compatível com
tumor maligno (Sarcoma de Kaposi); infecções oportunistas (candidíase); herpes simples, leucoplasia pilosa, guna .
• Sintomas: febre, fadiga, diarréia, “emagrecimento”.
Exames sorológicos
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
Principais exames:- Eliza: detecta anticorpos para o vírus
através de métodos enzimáticos;- Western-Blot;- Beta-2-Microglobulina;- Hemoaglutinação.
EXAMES de IMAGEM
Farage , Idiopathic inflammatory pseudotumor of the carotid sheath , Arq Neuropsiquiatr. 2007
EXAMES COMPLEMENTARES
CASO CLÍNICO, HGA
ULTRASSONOGRAFIA
HEMANGIOMA EM PARÓTIDA
POLISSONOGRAFIAPOLISSONOGRAFIA
LABORATÓRIO DE SONOLABORATÓRIO DE SONO
Identificação do padrão de sono:Identificação do padrão de sono:
EEG, ECG, sinais vitais, movimentosEEG, ECG, sinais vitais, movimentos
Atividades autonômicas, muscularesAtividades autonômicas, musculares
Alterações oromotoras:Alterações oromotoras:
bruxismobruxismo
apnéiaapnéia
• “…embora tenham um poder diagnóstico limitado, nas mãos de um profissional que conheça as funções patológicas e as bases fisiopatológicas das doenças, é um importante instrumento em diversas situações, como no diagnóstico e evolução de doenças hematológicas, detecção de quadros infecciosos e no monitoramento terapêutico.”
GROTO HZT, 2009
•Obrigada!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• Genovese, W J. Exames Complementares na Clínica Odontológica. Editora: Fundação Petrópolis. 1996;
• Failace, R. Hemograma – manual de interpretação.