REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE
Ministério das Obras Públicas e Habitação
ABASTECIMENTO DE ÁGUA E APOIO INSTITUCIONAL Identificação do Projecto: P0104566
Estudos Ambientais e Sociais para o Sistema de Abastecimento de Água do Grande
Maputo
Estudo Especializado de Água Superficial
Relatório Final
Janeiro 2013
COWI
Contacto do Proponente
Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água (FIPAG)
Avenida Felipe Samuel Magaia, Nº 1291
Maputo, Moçambique
Tel: +258 21308840 / 308815
Fax: +258 21 308881
www.fipag.co.mz
Contactos dos Consultores
De forma a garantir a sustentabilidade ambiental das actividades neste Projecto, o
FIPAG seleccionou através de um concurso público a FICHTNER em parceria com a
COWI (Moçambique) como consultores para realizar o Projecto de Abastecimento de
Água e Apoio Institucional.
Rev No. Data-rev Conteúdo/alterações Preparado/revisto Verificado/aprovado
0 Relatório do projecto apresentado para
comentários Norma Olivares Barreto/Back
1 25.01.2013 Relatório Final apos realização das consultas
Públicas e comentários do FIPAG Norma Olivares Barreto/Back
Duração: de Fevereiro de 2012 a Janeiro de 2013
FICHTNER
Sarweystraße 3 ● 70191 Stuttgart
Postfach 10 14 54 ● 70013 Stuttgart
Tel.: 0711 8995-418 (Dr. Miller)
Fax: 0711 8995-459
www.fichtner.de
Contacto Directo:
Dr Hans G. Back (Project Manager)
Tel: +258 82 66 85 002
E-Mail: [email protected]
COWI (Mozambique)
Av. Zedequias Manganhela, N.º 95
1.º Andar
Maputo-Cidade, Moçambique
Tel.: +258 21 358 351
Fax: +258 21 307 369
Telemóvel: 82 315 1190/82 311 6530
Contacto Directo:
Yara Barreto (Líder da Equipe)
Tel.: +258 2103580320
E-Mail: [email protected]
O conjunto de relatórios de impacto ambiental contém os seguintes volumes: Vol. 1: Resumo Não Técnico (NTS)
Vol. 2: Avaliação de Impacto Ambiental e Social (AIAS)
Vol. 3: Plano de Gestão Ambiental e Social (PGAS)
Vol. 4: Estudo Biofísico Especializado
Vol. 5: Estudo Socioeconómico Especializado
Vol. 6: Estudo de Saúde e de Segurança Especializada
Vol. 7: Estudo Especializado de Águas Superficiais
Vol. 8: Relatório sobre o Processo de Participação Pública
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Eng.ª Norma Olivares – Eng.º Frederico Pereira iv
INDICE 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1
1.1 Objectivo do trabalho ......................................................................................... 1 1.2 Abordagem do trabalho ...................................................................................... 1
1.3 Metodologia ....................................................................................................... 1 1.4 Limitações do Relatório ..................................................................................... 2
2. BREVE DESCRIÇÃO DO PROJECTO ................................................................... 3 2.1 Abastecimento de Água ao Grande Maputo ...................................................... 3
2.2 Abastecimento à Katembe .................................................................................. 4 2.3 Obras hidráulicas a construir no rio Incomati .................................................... 4
2.4 Infra estruturas para o presente Projecto ............................................................ 5 2.5 Volume de uso previsto para o presente Projecto .............................................. 5
3. CONTEXTO LEGAL................................................................................................ 6 4. SITUAÇÃO DE REFERENCIA ................................................................................ 8
4.1 Barragem de Corumana ...................................................................................... 8 4.1.1 Volumes de Armazenamento ...................................................................... 9 4.1.2 Volume calculado para regadios em estudos anteriores ........................... 10
4.2 Dados hidrológicos da Bacia do rio Incomati .................................................. 11 4.2.1 Principais estações hidrométricas ............................................................. 11
4.2.2 Caudais Máximos no rio Incomati ............................................................ 11 4.2.3 Bacia do Rio Incomati .............................................................................. 12
4.2.4 Dados climáticos da Bacia Internacional do Incomati .............................. 14 4.2.5 Escoamentos do rio Incomati provenientes da África do Sul ................... 14
4.2.6 Aumento dos consumos a montante no curso principal do Incomati ....... 17 4.3 Bacia do rio Sabie ............................................................................................ 17
4.3.1 Precipitações - P137 e P1261 (na Corumana) ........................................... 17 4.3.2 Escoamento anual do Sabié ...................................................................... 20 4.3.3 Qualidade de água do rio Sabie ................................................................ 20
4.4 Disponibilidade de água da Bacia do Incomati incluindo o curso principal e o
Rio Sabie ..................................................................................................................... 22
4.4.1 Negociações entre os 3 países sobre a água do Incomati .......................... 22 4.4.2 Infra-estruturas hidráulicas do lado moçambicano ................................... 23
4.5 Volume estimado para caudal ambiental ......................................................... 24
4.6 Caudal no Sabié a montante da Barragem de Corumana ................................. 24 4.7 Balanço Hídrico da Albufeira de Corumana .................................................... 25 4.8 Percurso da conduta ......................................................................................... 28
4.8.1 Estacão de Tratamento de Agua (ETA) .................................................... 28 4.8.2 Cruzamento da conduta no rio Incomati ................................................... 29 4.8.3 Cruzamento da conduta no rio Matola ...................................................... 30
5. IDENTIFICAÇÃO DE IMPACTOS E MEDIDAS DE MITIGAÇÃO RELACIONADAS ......................................................................................................... 32
5.1 Metodologia de Classificação dos Impactos .................................................... 32 5.2 Avaliação de acordo com as fases do projecto ................................................. 35 5.3 Identificação e Avaliação dos Impactos da Hidrologia superficial .................. 35
5.3.1 FASE DE CONSTRUÇÃO ...................................................................... 35 5.3.2 FASE DE OPERAÇÃO ............................................................................ 38
5.3.3 FASE DE ENCERRAMENTO................................................................. 41 6. MEDIDAS DE MONITORIZAÇÃO E FREQUÊNCIA ............................................. 42
Programa de Monitorização Ambiental ...................................................................... 42 7. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 44
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 46 Índice de Gráficos
Gráfico 4-1: Escoamentos mensais ................................................................................... 9 Gráfico 4-2: Curva de Armazenamento da Corumana ..................................................... 9 Gráfico 4-3: Escoamento Afluente a Ressano Garcia em Milhões de m
3 ...................... 16
Gráfico 4-4: Períodos de Escoamentos da E23 (106 m
3) ................................................ 16
Gráfico 4-5: Escoamentos Anuais do rio Sabie .............................................................. 20 Índice de Tabelas
Tabela 4-1: Análise dos Volumes de Corumana ............................................................... 9
Tabela 4-2.Consumo calculado de água para rega .......................................................... 10 Tabela 4-3: Principais sub-bacias, áreas em valores e percentagens .............................. 12 Tabela 4-4.Escoamentos na fronteira de Ressano Garcia, na E23 (em milhões de m
3) . 15
Tabela 4-5: Registos das Estacões de Sabie e Corumana ............................................... 18
Tabela 4-6: Precipitação média mensal .......................................................................... 19 Tabela 4-7: Dados de Escoamentos Anuais do Sabié ..................................................... 20
Tabela 4-8: Sabié – E30 .................................................................................................. 21
Tabela 4-9.Escoamentos anuais afluentes ....................................................................... 22
Tabela 4-10: Balanço Hídrico da Albufeira da Barragem de Corumana ........................ 26 Tabela 4-11: Indicadores para Hidro-electricidade ......................................................... 27 Tabela 6-1: Monitorização e Frequência ....................................................................... 43 Índice de Ilustrações
Ilustração 4-1: Local previsto para a ETA ...................................................................... 29
Ilustração 4-2: Local previsto para o desvio em época seca .......................................... 30 Ilustração 4-3: Bacia do rio Matola ................................................................................ 31
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Lista de Abreviaturas
Abreviatura Definição
AA Abastecimento de Água
DNA Direcção Nacional de Águas
DNAIA Direcção Nacional de Avaliação de Impacto Ambiental
DPCA-Matola Direcção Provincial para Coordenação da Acção Ambiental, Matola
DPS-Matola Direcção Provincial da Saúde, Matola
DS-Cidade Direcção da Saúde da Cidade de Maputo
EF Empresa Fiscalizadora
EM Empreiteiro
EO Empresa Operadora do Sistema
ETA Estação de Tratamento de Água
FIPAG Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água
SMEC Empresa de consultoria
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1. INTRODUÇÃO
1.1 Objectivo do trabalho
O presente trabalho tem como objectivo a identificação dos impactos ambientais que
incidem no Meio Físico, no que respeita às águas superficiais e relacionados com a
instalação da conduta adutora para abastecimento de água, proposta pelo Projecto do
Sistema de Abastecimento de Água ao Grande Maputo.
1.2 Abordagem do trabalho
O presente Relatório analisa os impactos sobre as seguintes situações relevantes ao
longo da conduta adutora de abastecimento de água:
a) Captação de água da barragem de Corumana
b) Impactos resultantes da ETA a construir
c) Cruzamentos da conduta nos rios Incomáti e Matola.
1.3 Metodologia
Para atingir o objectivo enunciado foi necessário conhecer a situação de referência
(baseline) existente para realizar esta captação, no respeitante à Barragem de
Corumana.
Com base no Estudo de Viabilidade elaborado tinham-se colocado duas possíveis
alternativas de captação de água para o abastecimento de água deste Projecto:
i. a partir da barragem de Corumana
ii. a partir dum açude a construir-se a jusante da barragem, no rio Incomati.
No Estudo de Pré-avaliação e Definição do Âmbito (EPDA), da consultora
FICHNER/COWI, no ponto 4.3-Alternativas do Projecto, pag.49, manifestam que o
Banco Mundial, em Junho de 2012, decidiu que a primeira alternativa acima descrita
seria a melhor opção sobre as outras colocadas.
Por esta razão, a abordagem do presente trabalho partiu da base estabelecida que a
captação de água para este projecto será construída na Barragem de Corumana.
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1.4 Limitações do Relatório
Indicam-se algumas limitações e suposições que são incluídas neste Relatório e que
se referem ao seguinte:
Este Relatório é baseado na Descrição do Projecto e em diversos Estudos
Técnicos especializados anteriores (ver Referências Bibliográficas).
Este Relatório utilizou essas e outras fontes de informação, publicações e
relatórios sectoriais, que se assume terem dados correctos. Estes documentos
são listados na Bibliografia, mas desde já se alerta para o facto de que existem
bastantes dados em conflito entre as diversas fontes consultadas.
Se bem que alguns desses dados e enfoques contraditórios sejam de diminuta
importância, há outros que são realmente preocupantes. Serão apenas
referidos os que pareçam mais importantes, fazendo-se uma chamada de
atenção futura, já que não é objecto deste trabalho gerar conflitos entre os
autores dos diversos estudos de engenharia.
Uma opção lógica seria a de considerar que o Estudo mais actualizado será o
mais válido relativamente aos anteriores. Por exemplo, no caso da Hidrologia,
seriam as séries com mais anos, os consumos de irrigação mais actuais, etc.
Mas, neste caso, o critério de "mais moderno é o melhor" não resulta, dado que
tem diferentes enfoques desenvolvendo aspectos diferentes (o referido
enfoque).
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2. BREVE DESCRIÇÃO DO PROJECTO
2.1 Abastecimento de Água ao Grande Maputo
Nos últimos anos tem-se começado a verificar que o rio Umbeluzi, mesmo já com a
Barragem dos Pequenos Libombos, não conseguirá garantir, no futuro, 100% do
Abastecimento de Água ao Maputo.
Apesar de se prever a continuidade do seu aproveitamento e mesmo algum reforço da
sua utilização para esse fim, sacrificando alguns potenciais usos (irrigação,
principalmente), está claro que é necessário encontrar outras grandes fontes de
produção de água.
A opção estratégica, a longo prazo, é regularizar o curso principal do Incomáti, com
base na barragem da Moamba Major. Alternativamente, a nível mais imediato, o
aproveitamento do afluente Sabié já regularizado pela barragem da Corumana, agora
em vias de aumentar a sua capacidade pela eminente colocação das comportas do
Descarregador de Cheias e outras obras complementares.
Depois da elaboração dum conjunto de estudos nos últimos anos, a opção escolhida
foi a captação de 120 000 m3/dia na albufeira da Corumana, que, durante os anos
seguintes à construção duma Adutora para o efeito, completará o fornecimento do
Umbelúzi até à construção da barragem Moamba Major, que de alguma forma
aproveitará posteriormente a maior parte da mesma Adutora e outras infra-estruturas
do AA (ETA, principalmente) previstas construir agora.
Essa decisão, de aproveitamento imediato da Corumana, foi inspirada pela nova
legislação de Gestão de Recursos Hídricos, essencialmente, a Estratégia para a
Gestão de Recursos Hídricos, de Agosto de 2007. Este documento foi produzido
com o objectivo principal de garantir a implementação da Política Nacional de
Águas (nova, de 2007), que apresenta as prioridades dos seus objectivos: cobrir as
necessidades básicas de abastecimento de água para o consumo humano,
saneamento melhorado, uso eficiente de água para o desenvolvimento económico,
ambiente de conservação de água, redução da vulnerabilidade a cheias e secas, e
promoção da paz e integração regional, e para garantir os recursos hídricos para o
desenvolvimento de Moçambique.
Esta Estratégia aborda todos aspectos dos sistemas hídricos naturais, incluindo a
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água pluvial e subterrânea, qualidade da água, protecção dos ecossistemas contra a
poluição, uso de água em todos os sectores da economia nacional, enquadramento
legal e institucional, questões de capacitação e institucionais ligadas ao
desenvolvimento nacional e de integração regional (Conselho de Ministros, 2007).
2.2 Abastecimento à Katembe
Estes últimos Estudos e Projectos, infelizmente, não foram a tempo de acompanhar
uma nova realidade – o início da construção da Ponte para a Katembe que unirá as
duas principais partes da cidade do Maputo, até aqui separadas pelo estuário. Apesar
dos recentes Estudos de Engenharia e dos correspondentes estudos ambientais
referidos, a previsão dos futuros consumos da Katembe e sua importância é diminuta
em comparação com as previsões actuais: entre 300 000 a 400 000 habitantes, a
médio prazo.
Esta é uma questão a abordar em futuros estudos e não se encontra dentro do âmbito
deste trabalho. Eventualmente uma possível solução será o uso do rio Maputo.
O rio Maputo, que nasce na África do Sul e que é chamado de Usutho até à fronteira
com Moçambique, é um rio permanente, bastante regularizado pela barragem de
Pongola e outras (nos países vizinhos). O seu uso em Abastecimento de Água
justifica-se, pelo menos, para o Distrito da Katembe.
2.3 Obras hidráulicas a construir no rio Incomati
No curso principal do Incomati, para reforço a mais longo prazo do Abastecimento de
Água ao Grande o Maputo, prevê-se a construção da barragem da Moamba Major.
Programada já há vários anos, sob a gestão (engenharia financeira) da empresa
brasileira Andrade Gutierrez, parece também estarem finalmente reunidas condições
de financiamento para o seu início. A barragem terá uma altura de 40 m, um
desenvolvimento do coroamento de 6 030 m e um volume de armazenamento total de
1150 Mm3. Terá ainda uma potência instalada de 60 Mw.
Quando se construir a Moamba Major será possível resolver também o problema de
água para alguns projectos de irrigação que terão que esperar a existência desta
Barragem para arrancarem.
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2.4 Infra estruturas para o presente Projecto
No caso presente as infraestruturas que serão construídas, no âmbito do projecto, são
as seguintes:
Uma captação de reforço do Sistema de Abastecimento de água, aproveitando
a regularização da Corumana, para o urgente reforço do Sistema do Grande
Maputo.
A essa captação está associada uma nova ETA completa.
Uma adutora de diâmetro nominal Ø 1800 que transportará a água desde a
captação na barragem da Corumana até à Central Elevatória da Machava.
2.5 Volume de uso previsto para o presente Projecto
Os estudos elaborados determinaram um caudal de uso para o abastecimento de
água, desde a Barragem de Corumana até ao Centro Distribuidor de Machava, que
será de 120.000 m3 por dia. Isto representa um volume mensal de água de 3,6 Mm3 e
43,8 Mm3 por ano.
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3. CONTEXTO LEGAL
Em termos de Enquadramento Legal, todas as obras a serem construídas ao longo da
área actualmente proposta para o empreendimento, estão cobertas pela Lei-Quadro
do Ambiente N.º 20/97, de 1 de Outubro e pelo Regulamento sobre o Processo de
Avaliação de Impacto Ambiental, Decreto N.º 45/2004, de 29 de Setembro.
Directiva Geral para Estudos de Impacto Ambiental (Diploma Ministerial Nº 129/2006)
fornece um conjunto de orientações e parâmetros para a realização de Estudos de
Impacto Ambiental (EIA), tendo como principal objectivo a normalização dos
procedimentos a adoptar e dotar os vários intervenientes de directrizes para a
realização de estudos ambientais.
Decreto nº 13/2006 de 15 de Junho — Regulamento sobre a Gestão de Resíduos
estabelece as regras aplicadas à gestão de resíduos. O Artigo 18, 19 e 20 manifestam
claramente sobre o processo de identificação, recolha, movimentação e
acondicionamento na disposição final do resíduo perigoso,
O Decreto nº 11/2006 de 15 de Junho – Regulamento sobre Inspecção Ambiental,
estabelece a necessidade de controlo sobre as actividades de supervisão, e
fiscalização ambiental com o objectivo de dar cumprimento às medidas de mitigação,
propostas no âmbito da avaliação ambiental.
A Lei de Águas nº 16/91, de 3 de Agosto, estabelece os recursos hídricos que
pertencem ao domínio público, os princípios de gestão de águas, o regime geral de
utilização e as prioridades a ter em conta.
O Decreto Ministerial nº 180/2004 de 15 de Setembro, Regulamento sobre Qualidade
da Água para o Consumo Humano, estabelece no Capitulo III os parâmetros que
definem a qualidade das águas do domínio publico, em função da sua categoria. No
caso presente é aplicável a categoria a) do ponto 2 do Artigo 11 a qual estabelece os
parâmetros de aplicação (Artigo 12) e de controlo da qualidade (Artigo 13).
O Diploma Legislativo nº 1977, de 10 de Maio de 1960 - Regulamento sobre
Edificações Urbanas, impõe as condições legalmente definidas que devem ser
observadas na execução de obras de Engenharia. Estas condições devem também
ser determinadas pelas especificações técnicas do Projecto e reflectidas nos
documentos de Concurso a serem elaborados em conformidade com o Regulamento
de Contratação de Empreitadas de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e
Prestação de Serviços ao Estado, aprovado pelo Decreto nº 54/2005, de 13 de
Dezembro.
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A Lei nº 19/97 - Lei de Terras e o Decreto nº 66/98 - Regulamento da Lei de Terras
são dois dispositivos legais que estabelecem os termos em que se opera a
constituição, exercício, modificação, transmissão e extinção do direito de uso e
aproveitamento da terra. Definem zonas de protecção parcial e total, com vista à
conservação ou preservação da natureza e de defesa e segurança do Estado. O
exercício de quaisquer actividades nas zonas de protecção total e parcial é licenciado
pela entidade responsável nos termos da Lei em vigor.
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4. SITUAÇÃO DE REFERENCIA
4.1 Barragem de Corumana
A barragem de Corumana encontra-se no rio Sabié, sendo até hoje a única
infraestrutura hidráulica existente no lado moçambicano da Bacia. Foi promovida pela
DNA, terminada em 1988 e é gerida por um organismo criado depois da sua
construção, a Administração Regional de Águas do Sul (ARA-Sul), subordinado
tecnicamente à DNA. As Administrações de Águas têm a função de fazer a gestão dos
Recursos Hídricos das Bacias hidrográficas.
A barragem da Corumana está situada a 140 km do Maputo e destina-se a regularizar
os caudais do rio Sabié, principalmente para fins de rega e contribuir para a redução
das pontas de cheia a jusante. É ainda usada para produção de energia eléctrica.
É uma barragem de terra com 45 m de altura, 3050 m de comprimento do coroamento,
e que, depois da colocação de comportas no descarregador de cheias terá uma
capacidade de armazenamento total de 1240 Mm3. No que se refere à parte eléctrica,
a potência instalada é de 14,5 Mw.
Depois de muitos anos de atraso, por falta de financiamento, prevê-se o início imediato
da colocação das referidas comportas no descarregador de cheias e de outras obras
que permitirão elevar o nível de armazenamento da cota 111, o limite actual, para a
cota 117 m. Isso traduz-se num aumento do volume armazenável actual de 720 Mm3
para os referidos 1240 Mm3, isto é, um aumento de cerca de 70%. Este Projecto,
financiado pelo Banco Mundial (com a DNA – Direcção Nacional de Águas) está agora
finalmente no bom caminho.
Com o total da capacidade instalada prevê-se que a Barragem poderá regar cerca de
39.000 hectares, valor muito acima dos regadios existentes. Note-se que este valor
poderá ser aumentado se houver uma melhoria do rendimento actual da exploração
dos regadios no que respeita a perdas de água que actualmente são elevadas
(SMEC).
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Gráfico 4-1: Escoamentos mensais
É de destacar que esta barragem se mantém até à data sem comportas no
descarregador de superfície.
4.1.1 Volumes de Armazenamento
Apresenta-se a curva de armazenamento da Barragem de Corumana, e os volumes
resultantes de diversas cotas.
Tabela 4-1: Análise dos Volumes de Corumana
Cota (m)
85 87,5 90 92,5 95 97,5 100 102 104 106 107 108 109 110 111 117
Volume (Mm
3)
13 27 52 90 140 205 284 360 446 544 598 654 714 777 843 1325
Gráfico 4-2: Curva de Armazenamento da Corumana
Curva de Volumes da Corumana
y = 1E-26x14,111
R2 = 0,9676
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
80 90 100 110 120
Cota
Mm
3
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4.1.2 Volume calculado para regadios em estudos anteriores
Apresenta-se, em seguida, um resumo numa tabela extraída de um Estudo da SMEC,
2011. Nesse estudo, essencialmente de suporte para justificar a colocação das
comportas na Corumana, indicava-se:
Tabela 4-2.Consumo calculado de água para rega
Ano Área Consumo de Água
(ha) Mm³/ano
até 2011 22,936 213.26
Futuro 57,936.70 577.47
No que se segue, considera-se o seguinte:
A maioria destes consumos de água é/ será captado do curso do rio Incomati a
jusante da confluência entre o Sabie e o Incomati;
O curso principal do Incomati, apesar de não regularizado, no período das chuvas
transporta uma boa quantidade de água (inclui mesmo alguns casos de cheias
excepcionais que vão para o mar, provocando ou não grandes estragos);
Neste período, pode-se considerar que os regadios serão alimentados por essa
água do Incomati e proveniente de Ressano Garcia, não sendo necessárias
descargas da Corumana. Nessa altura esta poderá aproveitar para o seu
reenchimento com base em caudais provenientes do Sabié. Note-se que, na
prática, estando a funcionar a central hidro-eléctrica, a água desta passará para o
rio Sabié a jusante e pode considerar-se um consumo real, mesmo que os
regadios não tenham necessidade da mesma. Considerou-se 4 meses do período
de chuvas, do lado da segurança.
No período seco já a situação é diferente. Considerando o pressuposto atrás
indicado, que se crê realista, de que não haverá contribuição do Incomati, será a
Corumana a suportar integralmente as necessidades dos regadios.
Considerando todos estes aspectos, e porque o Balanço se fará com valores médios
de afluências e não com base em Tempos de Retorno correspondentes a ocorrências
de anos secos, com uma exigência de garantia de 98% das necessidades para
abastecimento de água e electricidade, não se poderá garantir os quase 58 000 ha de
regadios.
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As premissas que foram consideradas no balanço apresentado foram as seguintes:
Garantir a rega dos cerca de 23 000 hectares existentes.
Garantir no futuro, quando se tornem efectivos, uns 6 000 hectares adicionais já
solicitados ou de água usada sem os correspondentes registos legais ou
pagamento na ARA Sul.
Neste contexto, o cálculo apresentado no balanço hidrológico mais adiante, inclui
somente a água necessária para garantir a rega de cerca de 39 000 hectares. Mesmo
assim, isso representa um grande acréscimo em relação à situação presente, pois
significa um aumento de cerca de 70%.
A distribuição por meses desse fornecimento de água para rega foi baseada num
estudo recente sobre rega em Beloluane (Pereira, DHV Lda, 2012).
4.2 Dados hidrológicos da Bacia do rio Incomati
4.2.1 Principais estações hidrométricas
Apontam-se as seguintes as estacões hidrométricas de maior relevância localizadas
em Moçambique:
E23 na fronteira de Ressano Garcia;
E30, no rio Sabié
Outras: E22, Moamba e E43, Magude.
Os dados das duas primeiras estações citadas são os aproveitados neste estudo, por
terem maior fiabilidade e terem curvas de vazão de qualidade razoável que permitem
estimar os caudais efectivos que nelas passam.
Já na parte final do Incomati existe um pequeno açude, a jusante da lagoa Chuali,
essencialmente usado para rega pela companhia Açucareira do Incomati. Este açude
teve várias rupturas nos últimos anos mas, actualmente, está a funcionar. Estudos
recentes (SEED, 2007) mostraram a não viabilidade do seu alteamento.
4.2.2 Caudais Máximos no rio Incomati
Chama-se a atenção para o caudal de cheia do ano 2000 (ano hidrológico 1999/2000),
a que depois de análise estatística de diversos estudos se atribui um tempo de
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Retorno de 200 anos. Por ter sido um acontecimento relativamente recente apenas se
refere.
A cheia ocorrida em 1984, consequência do ciclone Demoina, foi estimada em 5000
m3/s embora existam estimativas da DNA que indicam um valor maior. Caso tenha
sido do referido valor, corresponderia a um tempo de retorno de 16 anos.
4.2.3 Bacia do Rio Incomati
Nesta bacia, temos o uso potencial do curso principal do Incomati, com base na futura
barragem da Moamba Major. Conforme antes referido, uma alternativa a nível mais
imediato, é o aproveitamento do afluente Sabié, já regularizado pela barragem da
Corumana.
A bacia do Rio Incomati, é uma importante bacia internacional que se distribui por 3
países: África do Sul, Suazilândia e Moçambique. As áreas ocupadas pelas principais
sub-bacias apresentam-se em seguida na Tabela 3:
Tabela 4-3: Principais sub-bacias, áreas em valores e percentagens
Rio Africa do Sul (km2)
Suazilândia (km2)
Moçambique (km2)
Total (km2)
Em percentagem
Komati/ Incomati
8500 2600 6000 17100 37%
Crocodile 10500 10500 23%
Sabié 6400 700 7100 15%
Outros 3300 8200 11500 25%
Total 28700 2600 14900 46200 Em percentagem 62% 6% 32%
Aos dois países vizinhos corresponde uma área de 31 300 Km2, quase toda
correspondente à África do Sul, ocupando a parte moçambicana 14 900 km2, cerca de
32% do total (46 200 km2). No entanto, a essa relativamente grande componente de
área moçambicana não corresponde um valor proporcional de recursos hídricos
próprios, já que se trata duma das zonas mais secas de Moçambique, sendo este
apenas cerca de 4-5% do total. Por outras palavras, a quase totalidade de água do
Incomáti provem da África do Sul (estando incluído neste valor a pequena parte da
(sub)bacia do Komati da Suazilândia).
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Para compreender melhor a complexidade desta Bacia referem-se as suas sub-bacias
principais:
Bacia do rio Komati e o curso principal do rio Incomáti, com um total de
11,100km2, incluindo a parte da Suazilândia. Tem um comprimento total até à
foz de 714 km, correspondendo o curso moçambicano a 283 km, desde
Ressano Garcia a Marracuene. Pouco antes de entrar em Moçambique, ao
curso principal do até aí chamado Komáti junta-se outro rio muito importante, o
Crocodile. É pouco depois dessa união que o rio passa a chamar-se Incomati.
Bacia do rio Crocodile, com 10 500 km2. Comparando-a com a sub-bacia do
Komati. Pode-se dizer que as duas sub-bacias são de igual dimensão.
Bacia do Sabié, com uma área de 6 400 km2 na Africa do Sul é outro
importante rio sul-africano que se junta ao Incomati já em território
moçambicano. Na zona fronteiriça, do lado de Moçambique, foi construída a
importante barragem da Corumana. Este rio tem um caudal muito importante,
cerca de 1/4 da totalidade afluente à fronteira.
As Bacias/ rios indicados como “Outros”, 11 500 km2, são essencialmente:
Duas bacias de menor importância que nascem na África do Sul, perto da
fronteira com Moçambique: o Uanetze e o Massintonto. A maior parte destas
Bacias são moçambicanas sendo a sua contribuição para o escoamento do
Incomati muito baixa. Confluem no Incomati, o primeiro, em Magude, e, o
segundo, no distrito da Manhiça.
A bacia moçambicana do Mazimechopes, que conflui na já referida lagoa
Chuali, ao Norte do distrito da Manhiça. Com as duas anteriores forma um trio
que normalmente pouca contribuição dá para o escoamento do Incomati,
especialmente na época seca. Mas a sua contribuição tem provocado algumas
surpresas em algumas cheias que se verificaram, já que quando há grandes
inundações da bacia vizinha do Limpopo, as duas se interligam, passando uma
parte da água para o Mazimechopes.
Apesar da área ocupada por estas bacias ser bastante grande, cerca de 25% do total
da bacia, a sua contribuição para o escoamento total da bacia do Incomati é quase
insignificante, especialmente nos períodos secos, em que não transportam nenhum
caudal.
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Portanto, simplificadamente, a grande contribuição para o escoamento do Incomati é
assegurada pelos caudais que afluem à fronteira em Ressano Garcia e Sabié (já com
a Corumana), do Komati /Crocodile e do Sabie, de cerca de 96%.
4.2.4 Dados climáticos da Bacia Internacional do Incomati
A maior parte do resumo climático a seguir apresentado são dados do Departamento
de Engenharia Agrícola do Natal obtidos através do Centro Informático de
Investigação de Água (CCWR). São complementados com dados obtidos em
Moçambique, através das suas instituições mais importantes, o INAM e a DNA.
O clima da bacia do Incomati varia entre cálido a quente. A temperatura média anual
varia entre 22,5º na planície costeira moçambicana e cerca de 15º na parte do
Highveld sul-africano no sudoeste da bacia.
Toda a bacia tem um período quente chuvoso, durando a estação chuvosa de Outubro
a Março. A precipitação média anual é de cerca de 736 m, variando entre 1400 mm no
Middleveld sul-africano, a cerca de 600 mm no interior da parte moçambicana. O
número de dias anuais de chuva varia entre 75 dias a Oeste e 45 dias a Este.
A média da evaporação em tina classe A é de cerca de 1900 mm, variando entre os
extremos regionais de 2100 e 1700 mm.
A média da duração dos períodos com sol varia entre 45% (Inverno) a 70% (Verão) no
Este, e, 60% e 80% no Oeste, nos mesmos períodos.
O vento é normalmente fraco no interior da bacia. No entanto a parte Este é propensa
a tempestades ciclónicas tropicais.
4.2.5 Escoamentos do rio Incomati provenientes da África do Sul
Apresentam-se em seguida, na Tabela 4, os escoamentos históricos na fronteira de
Ressano Garcia, na E23 (em milhões de m3). O escoamento em Ressano Garcia
engloba a parte sul-africana e suazi do Komati e a totalidade do rio Crocodile
ecorresponde a 21 600 km2 de área.
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Tabela 4-4.Escoamentos na fronteira de Ressano Garcia, na E23 (em milhões de m3)
Uma análise rápida da Tabela 4-4 permite concluir que os valores de escoamento
mais antigos eram maiores do que os verificados nos últimos anos. Essa situação
pode melhor visualizar-se melhor no gráfico a seguir apresentado, Gráfico 4-3.
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Gráfico 4-3: Escoamento Afluente a Ressano Garcia em Milhões de m3
Para perceber melhor o que se passou ao longo dos 46 anos desta Série de dados, dividiu-se a mesma em 5 períodos. Para melhor visualizar estes 5 períodos apresenta-se um gráfico a seguir, Gráfico 4-4,
com dados anuais de escoamento.
Gráfico 4-4: Períodos de Escoamentos da E23 (106 m
3)
Analisando o que se passou ao longo destes 5 períodos, verifica-se que, com
excepção do período de 1960/70, a partir da década de 80 a tendência foi sempre
decrescente e num grau muito elevado.
Com base em informações existentes a conclusão é que a redução dos caudais na
fronteira de Ressano Garcia é irreversível, causada por um grande aumento de
consumos irreversíveis a montante da E23. O fenómeno, não se repete na E30, rio
Sabié, pelo menos nessa dimensão.
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4.2.6 Aumento dos consumos a montante no curso principal do Incomati
Recolhendo informação do desenvolvimento que ocorreu nesses períodos históricos
nessa sub-bacia, refere-se o seguinte:
No território sul-africano existiam em finais da década de 90, cerca de 73 300
ha de regadios (Fonte: JIBS Fase 2, 2000);
No território Suazi, encontram-se mais de 13 800 ha de regadios que vão
buscar água ao Komati. Parte da água do Komati é trasvasada para sistemas
de irrigação localizados na vizinha bacia do Mbeluzi (Umbeluzi).
Na Africa do Sul, de 1972 a 1991, a quantidade de hectares plantada com
árvores exóticas, entre as quais eucaliptos, passou de 18 779 para 23 791 ha.
Na Suazilândia o número de hectares nesses dois anos de referência manteve-
se em 2940 hectares;
Por estes cursos de água serem sazonais, a maior parte desses regadios foi
acompanhado pela construção de inúmeras pequenas barragens com fins agrícolas,
sendo a evaporação das suas albufeiras, por si só, um consumo importante.
Foram ainda construídas algumas grandes barragens no território sul-africano. De
entre elas destaca-se a de Driekoppies.
Sem considerar ainda outros consumos (indústrias, centrais térmicas arrefecidas a
carvão, consumo doméstico) estima-se que só o conjunto do consumo de irrigação e
as barragens se aproxima a cerca de 1000 Mm3 anuais.
4.3 Bacia do rio Sabie
4.3.1 Precipitações - P137 e P1261 (na Corumana)
A Tabela 4-5 a seguir, apresenta estas duas estações com uma diferença significativa
entre elas, tendo a do Sabié, um valor médio anual de 635,7 mm.
A da Corumana, criada posteriormente, tem um valor mais baixo (575 mm anuais),
sendo a média bruta da totalidade de dados destas 2 estações de 602 mm.
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Tabela 4-5: Registos das Estacões de Sabie e Corumana
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Existe um período que se destaca pela sua secura que é o de 1960/70. Mas os que se
seguem são mais pluviosos do que os mais antigos.
Apresenta-se em seguida a Tabela 4-6 com dados mensais da P137, do Sabie.
Tabela 4-6: Precipitação média mensal
Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
1950/51 14 59 227 7 0 93 79 45 0 2 24 46 596
1951/52 54 4 54 70 67 47 4 14 43 12 4 0 373
1952/53 29 102 199 134 124 59 66 7 0 1 5 29 969
1953/54 36 2 197 16 17 28 0 0 17 95
1954/55 71 143 87 166 92 121 43 31 3 6 0 0 763
1955/56 56 134 85 58 160 105 3 31 12 4 11 65 724
1956/57 8 0 115 106 26 22 5 39 34 17
1957/58 47 33 112 135 79 14 30 0 11 2 2 43 508
1958/59 17 98 205 80 22 18 44 84 2 20 4 71 665
1959/60 21 9 63 47 122 33 115 17 7
1960/61 2 115 76 33 81 60 24 42 7 8 9 69 526
1961/62 117 0 53 140 2 55 35 40 0 13 54 67 576
1962/63 123 239 169 34 2 0 11 0 0 0 12 0 590
1963/64 14 0 254 67 0 0 37
1964/65 166 58 33 22 0 23 8 2 6 6 7 17 348
1965/66 27 46 47 341
1966/67 6 6 2
1967/68 0 19 42 71 81 38 37 11 24 15 8 4 350
1968/69 5 65 25 102 21 12 27 4
1969/70 147 30 49 19 12 13 0 1 19 1 5 15 311
1970/71 23 43 74 168 32 117 43 31 11 7 9
1971/72 181 56 106 115 143 118 54 99 0 0 0 3
1972/73 58 28 19 49 48 83 105 6 8 221
1973/74 52 83 122 123 28 104 123 7 9 1 21
1974/75 27 74 128 109 57 57 16 118 18 1 0 1 606
1975/76 15 26 194 187 93 43 25 4 4 0 0 18 609
1976/77 40 46 39 163 363 173 8 0 1 0 17 65 915
1977/78 1 20 209 196 165 56 4 55 235
1978/79 128 82 74 81 0 18 42 15 5 9 15 7 476
1979/80 59 53 81 75 114 3 42 0 0 8 103 95 633
1980/81 23 200 60 213 129 169 34 31 7 21 76
1981/82 96 101 89 92 11 108 109 7 0 0 21 13 647
1982/83 14 0 29 128 0 66 35 16 41 0 21 0 350
1983/84 34 150 118 343 147 125 69 13 5 208 5 45 1262
1984/85 98 81 68 150 215 99 34 1 15 2 5 20 788
1985/86 58 53 75
1986/87
1987/88 128 0 66 35 43 41 0 21 0
1988/89 34 150 117
1989/90
1990/91
1991/92
1992/93 30 185 0
1993/94
1994/95
1995/96 2 6 3 5 2 3 0 0 11 0
1996/97 2 0 7 95 31 111 41 0 5 2 2 36 332
1997/98 50 86 125 123 54 5 25 0 0 0 0 25 493
1998/99 50 130 109 82 200 55 67 40 0 1 5 25 764
1999/00 38 170 20 304 373 251 9 36 61 5 0 88 1355
2000/01 26 145 49 42 238 52 79 37
Media 50,3 72,4 87,0 119,5 93,1 72,4 40,4 23,8 11,6 11,4 18,8 35,8 636,6
Media DNA* 50,2 67,6 88,2 113,2 81 70 39,9 23,7 11,2 13 13,1 38,1 609,2
Diferenca 0,1 4,8 -1,2 6,3 12,1 2,4 0,5 0,1 0,4 -1,6 5,7 -2,3 635,7
P137 Mes Total
Fonte : Direcção Nacional de Águas (DNA), dados impressos.
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4.3.2 Escoamento anual do Sabié
Apresenta-se a seguir a Tabela 4-7, com os dados referidos no título: Tabela 4-7: Dados de Escoamentos Anuais do Sabié
Ano 1953 1954 1955 1956 1957 1958 1959 1960 1961 1962
Escoamento 611,7 1132,3 1256,6 461,5 1100,6 462,1 751,9 1037,5 339,0 386,0
Ano 1963 1964 1965 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972
Escoamento 197,6 322,64 285,77 665,52 204,06 306,33 187,76 353,24 1069,9 255,09
Ano 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982
Escoamento 1283,8 664,78 1583,4 920,6 1331 174,18 403,67 912,89 198,55 70,308
Ano 1983 1984 1985 1986 1987
Escoamento 326,84 447,49 273,65 106,68 240,95
E sob a forma de gráfico para melhor visualização.
Gráfico 4-5: Escoamentos Anuais do rio Sabie
4.3.3 Qualidade de água do rio Sabie
A directiva relevante que estipula os requisitos para a qualidade da água potável é o
Diploma Ministerial 180/2004 emitido pelo Ministério da Saúde ‘Regulamento sobre a
Qualidade de Água para o Consumo Humano’. Nesta directiva as concentrações
y = -10.877x + 776.54 R² = 0.0718
Series1
Series2
Linear (Series2)
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máximas permitidas são dadas para parâmetros microbiológicos, compostos orgânicos
e parâmetros físicos e químicos.
Na parte sul-africana dispõe-se de um grande conjunto de análises de água da bacia,
feitas até 1994, o que não acontece com a parte moçambicana da bacia. Na parte sul-
africana não parece haver problemas a registar.
Não existem dados bacteriológicos actuais do rio, mas tudo faz prever a existência de
coliformes em número superior ao admitido pelo MISAU (10 colónias por 100 ml). Pelo
menos a água para consumo humano deverá ser objecto dum tratamento
bacteriológico adequado.
4.3.4 Escoamentos mensais do Sabié Apresenta-se em seguida uma tabela, Tabela 4-8, com os escoamentos mensais do rio Sabié, na antiga estação situada na fronteira. Tabela 4-8: Sabié – E30
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4.4 Disponibilidade de água da Bacia do Incomati incluindo o curso principal e o Rio Sabie
Considerando as duas origens de recursos hídricos na fronteira, teríamos a evolução
da situação expressa na Tabela 4-9 a seguir apresentada.
Tabela 4-9.Escoamentos anuais afluentes
Ressano Garcia E23 (Milhões de m
3)
Sabié, E30 (Milhões de m
3)
Total (Milhões de m
3)
Histórico (década 70/80)
2340
804
3144
Década 1990/97
513
322,2*
835
Percentagem dessa década em relação aos valores históricos
21
40
25
*Ultimo período com dados, de 1980 a 1987
Não se apresenta um período mais actual do Sabié porque a E30 deixou de funcionar
com a existência da Barragem da Corumana e os dados obtidos posteriormente são
indirectos, processados com base no balanço hídrico da nova albufeira, com algumas
falhas e muitos dados duvidosos.
Outra hipótese seria tomar em conta só os caudais em Ressano Garcia e considerar a
contribuição do Sabié como um indicador baseado nos dados da E23 atrás
apresentados.
Reconhece-se, com base em dados mais actuais, que o aumento de consumo da
bacia do Sabié, do lado sul-africano, é bastante inferior ao da restante parte da Bacia
neste país, por corresponder a grandes reservas naturais e zonas de protecção
ambientais, incluindo o Krueger Park.
4.4.1 Negociações entre os 3 países sobre a água do Incomati
Tendo consciência clara do aumento de consumos no curso principal do Incomati, a
montante, Moçambique procurou negociar com os países vizinhos uma melhoria ou
pelo menos um não agravamento desta situação Essas negociações culminaram em
Fevereiro de 1991 com um Acordo em que a Africa do Sul se comprometia a garantir
no período seco um mínimo de 2 m3/s, que correspondia à satisfação das localidades
de Ressano Garcia e Moamba e da população ribeirinha, até à confluência com o
Sabié.
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O Acordo apesar de parecer ser limitado mostrou-se de muito difícil cumprimento dada
a existência das referidas inúmeras barragens de agricultores que bloqueiam
completamente a maioria dos pequenos afluentes, com represas sem órgãos que
permitam descarregar quantidades de água. Por estas rezões o valor indicado
frequentemente não tem sido cumprido.
Foi criada posteriormente uma Comissão Tripartida e no início dos anos 2000 chegou-
se a um Acordo mais ampliado que incluiu também o rio Maputo. Posteriormente, com
financiamento do Governo Holandês iniciou-se o Projecto PRIMA, ainda a decorrer,
que procura dinamizar e pôr a funcionar uma Comissão Técnica de implementação do
Acordo.
Na prática a África do Sul não consegue cumprir o Acordo, sendo a expectativa real
de caudais entrados no período seco em Ressano Garcia nos próximos anos, próxima
de zero, e, é com esse Cenário pessimista que se fará o Balanço apresentado mais
adiante.
O rio Incomati é considerado hoje, pelo menos a nível da Africa Austral, o caso mais
paradigmático sobre o conflito do uso de rios internacionais.
4.4.2 Infra-estruturas hidráulicas do lado moçambicano
Desde há muito que existe consciência de que a única hipótese de melhorar a
situação desta zona seca de Moçambique é a construção de Grandes Barragens
estando antes e depois da Independência a procurar-se construir duas: a Corumana e
a Moamba Major.
A construção dessas barragens permite e permitirá aproveitar a água das grandes e
médias cheias que continuam a verificar-se com bastante frequência no território
moçambicano, e, que até agora se perde quase completamente no mar. Não se
garante na situação de escassez de água dos últimos anos que as barragens encham
anualmente, mas será um grande passo em frente sem qualquer dúvida.
Como elemento principal para a análise que as seguir se apresenta, aponta-se que os
propósitos de regularização do rio Sabie com a construção dabarragem, de Corumana,
foram:
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1° - Garantir água para irrigação, como primeira prioridade
2° - Aproveitar dos caudais armazenados para produção de energia hidroeléctrica,
usando a mesma água que a despejada para regadios.
3º - Minimizar grandes cheias na bacia moçambicana. Esse papel é relativo, por se
situar num simples, embora, importante afluente.
Embora na altura da elaboração do Projecto esses aspectos ambientais não fossem
muito destacados, pretendia-se minimizar a intrusão marinha, na altura das marés
altas da baía do Maputo, evitando que em grandes períodos de secas, com o rio
Incomati quase seco, entrasse água salgada quase até à Manhiça. Isso pressupunha
que, no período seco, um caudal mínimo "ambiental" fosse permanentemente
fornecido pela Corumana.
4.5 Volume estimado para caudal ambiental
Os valores usados no Balanço Hidrológico foram baseados no Estudo JIBS2, feito por
um consórcio que incluía a BKS e a Consultec. Este estudo refere valores que vão
entre 20% a 40% dependendo do período do ano, condições climáticas da região em
estudo e outros factores.
Neste caso, foram usados valores entre 20% e 30%, e, considerou-se fornecimento
zero no período de chuvas (a não ser que surjam situações de anos excepcionais de
secura).
4.6 Caudal no Sabié a montante da Barragem de Corumana
Foi considerado no balanço afluentes de 580,74 Mm3 anuais. Esse valor é baseado
em dados da DNA (Machava, J. DNA, 1998/9).
O estudo referido tem as seguintes vantagens sobre outros estudos mais recentes:
Ser um estudo baseado em dados reais, até 1988, da ainda Estacão Hidrométrica
E30, destruída com o alagamento provocado pela Albufeira. As medições de
alturas do rio e as medições de caudal feitas com frequência, permitiam uma
qualidade de dados que depois, com a guerra, nunca mais voltou a haver.
Depois disso, todos os estudos posteriores foram feitos, na melhor das hipóteses,
com base no Balanço Hídrico da albufeira, com muitas faltas na recolha de dados
e com preenchimento de falhas feita de forma aleatória. Recorda-se que num
balanço duma albufeira em lugar de uma simples leitura de alturas do rio e
medições directas de caudal, entram meia dúzia de parâmetros, alguns deles com
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um carácter de estimativa. A utilização de Modelos com base em softwares
modernos, limitam-se muitas vezes a extrapolar esses erros (ou estimativas
descuidadas) e a generalizá-los. E o desconhecimento de parte deles
impossibilita habitualmente a sua justa validação por alguém estranho à sua
elaboração.
Citam-se dadps indicados em alguns dos estudos consultados, com critério positivo:
Todos os estudos indicam que o caudal afluente não se reduziu de forma
significativa nos últimos anos, com ou sem a famosa variação climática;
A Coba /Consultec (2012) indica um escoamento médio de 487,77 Mm3;
A Lahmeyer International (2003) no seu estudo de viabilidade apresenta 555 Mm3,
aproximadamente, de escoamento médio.
A diferença entre estes dois últimos valores e o considerado no balanço não é muito
diferente. No entanto, ao fazer a comparação entre os quase 488 Mm3 e o de 581 Mm3
aqui apresentado, manifesta-se alguma preocupação.
Por esta razão, será deixada uma folga ou reserva de cálculo, como se chamará a
seguir.
Apresenta-se de seguida o balanço anunciado. Alguns outros comentários e
esclarecimentos serão incluídos a seguir.
4.7 Balanço Hídrico da Albufeira de Corumana
Da análise hídrica efectuada e pesquisas da bibliografia consultada, foram obtidos os
inputs e consumos que a albufeira de Corumana sustentará, incluindo agora a
captação para o Projecto proposto. Apresenta-se o resultado obtido na Tabela 4-10 a
seguir.
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26
Tabela 4-10: Balanço Hídrico da Albufeira da Barragem de Corumana
OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SETTOTAL
ANUAL
Inflow / Afluente 16,04 22,87 60,35 90,49 139,82 100,13 53,42 32,95 21,18 17,85 13,38 12,26 580,74
Precipitacao media* 2,65 3,57 4,66 5,98 4,28 3,70 2,11 1,25 0,59 0,69 0,69 2,01 32,20
Subtotal Entrados 18,69 26,44 65,01 96,48 144,10 103,83 55,53 34,20 21,78 18,54 14,07 14,28 612,94
Outra fonte irrigacao a
jusante (Incomati)15,53 16,06 29,19 31,13 91,89
Evaporacao albufeira 4,45 4,79 4,79 4,79 4,79 4,79 4,79 4,79 4,33 4,37 5,33 4,82
Total perdas incl Evap 12,49 13,47 13,47 13,47 13,47 13,47 13,47 13,47 12,16 12,27 14,98 13,55 159,75
A. Agua Maputo 3,72 3,60 3,72 3,72 3,36 3,72 3,60 3,72 3,60 3,72 3,72 3,60 43,80
Irrigacao abastecida pela
Corumana37,24 35,90 31,34 36,84 35,32 39,52 42,92 37,01 296,11
Caudal Ambiental 4,81 4,57 0,00 0,00 0,00 0,00 16,03 9,89 4,24 3,57 2,68 2,45 48,23
Total Consumos mais
perdas 58,27 57,55 48,54 17,19 16,83 17,19 33,10 63,92 55,32 59,08 64,29 56,61 547,89
Balanco da Albufeira -39,58 -31,11 16,48 79,29 127,27 86,64 22,43 -29,71 -33,55 -40,54 -50,22 -42,34 65,05
Inputs e Consumos
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3
*Precipitação na zona da albufeira, valor anual tomado; distribuição mensal de acordo com as series pluviométricas reais da P137
As percentagens da componente AA em relação a valores globais são as seguinte: 7,1% = O consumo do presente Projecto em relação ao escoamento afluente e outras entradas. 11,3% = O consumo do presente Projecto em relação ao Total de Consumos da albufeira.
Em relação aos restantes valores tem-se o que a seguir se menciona: Os 65 Mm3 indicados são a já referida Reserva de cálculo.
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27
O valor da Evaporação fez-se com base numa estimativa muito grosseira. Por esta razão não se apresenta o dado na célula do Total Anual, mas foi considerado para o Total das "Perdas da Albufeira incluindo evaporação" (43,8 Mm3 só para Perdas, no Estudo da C. Lotti et all). O Total de Consumos (abastecimento de água do actual projecto + irrigação + caudal ambiental) = 389,06 Mm3. No Balanço Final aparecem números a vermelho. Começam em Maio e acumulando-os até Novembro, dão um total de 228 Mm3. Esse é o valor que se extrairá do stock de água da barragem num ano médio, que corresponde a um ano seco. Este output em ano seco responde à finalidade da regulação do rio. Na análise foram excluídas as descargas previstas com fins hidro-eléctricos, mas analisa-se este output em separado, na Tabela 4-11 que a seguir se apresenta..
Tabela 4-11: Indicadores para Hidro-electricidade
Inputs e Consumos
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3
OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET TOTAL ANUAL
Electricidade com 10 m3/s
26,78 25,92 26,78 26,78 24,19 26,78 25,92 26,78 25,92 26,78 26,78 25,92 315,36
Descargas (Outputs) Históricas Medias Mensais de 28,7 m3/s *
27,09 22,58 32,05 26,80 28,70 28,70 28,70 33,45 32,32 29,49 27,56 26,78 344,22
* Dados de Out. 1990 a Nov. 2010 (SMEC). No período de passagem das cheias (muita vai para o mar), optou-se por usar o valor médio mensal
Os 315,36 Mm3 anuais são susceptíveis de serem utilizados em electricidade depois dum estudo mais aprofundado. Note-se que no período de
chuvas seria possível a utilização de um valor superior. Os valores dos outros meses seriam os enviados para cumprir os dois objectivos
complementares ao do Abastecimento de agua (agora o objectivo primário) que passam a ser – Irrigação e Caudal ambiental.
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Definições com Base no Balanço Hídrico
Destaca-se que neste balanço hídrico efectuado para efeitos de comprovar os
impactos ambientais pelo consumo de água, se estabelece apenas desde o ponto de
vista de um armazenamento estimado segundo as cotas estabelecidas para Nível
Normal de Exploração (NNE) e Nível Mínimo de Exploração (NME).
O armazenamento da albufeira, a cota 117, com comportas colocadas, e com um
volume pleno =1240 x 106 m3 admite:
1°. Primeira prioridade = Consumo para o Sistema de Abastecimento de Água (actual
Projecto)= 43,8x106 m3
2°. Consumo para irrigação = 296,11x106 m3
3°. Descarga para manter o caudal ambiental (media 20%) = 48,23 x 106 m3
4°. Descarga para Energia = 315,36 x 106 m3
Isto significa que o propósito inicial de construção da Barragem de Corumana, foi
modificado, assegurando água para Abastecimento de água em primeiro lugar e para
irrigação em segunda posição, para aproximadamente 39.000 ha.
4.8 Percurso da conduta
Relativamente à caracterização da situação de referência no que respeita à rota da
conduta a ser construída, do ponto de vista dos recursos hídricos superficiais, foram
identificados como pontos de relevância os cruzamentos que a conduta terá que fazer
através dos rios Incomati numa primeira instância, e no rio Matola, antes de chegar a o
Centro de Distribuição da Machava.
4.8.1 Estacão de Tratamento de Agua (ETA)
Imediatamente após a captação de água na albufeira, uma conduta transportará o
recurso hídrico a uma estação de tratamento (ETA), localizada numa área próxima.
Estudos Ambientais e Sociais do Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Estudo Especializado de Água Superficial
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Ilustração 4-1: Local previsto para a ETA
A água será tratada pelo processo de floculação utilizando sulfato de alumínio e cal.
A disposição final dos lodos resultantes do processo de tratamento, serão colocados
numa área de 5 ha próxima destinada a armazenamento e desidratação, uma vez que
são resíduos resultantes da depuração da água.
De modo a evitar contaminação dos solos e dos aquíferos por percolação, a base da
área de armazenagem será revestida com uma membrana plástica.
4.8.2 Cruzamento da conduta no rio Incomati
De acordo com a informação disponível, foram estudadas duas alternativas de
cruzamento do rio Incomáti pela conduta, das quais serão analisados os potenciais
impactos resultantes. Estas alternativas são:
1. Desvio do rio para trabalhar a seco na colocação da conduta. Construção da vala,
colocação da tubagem, revestimento da mesma com cimento e recondução do rio ao
seu leito normal.
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Ilustração 4-2: Local previsto para o desvio em época seca
2. Aproveitamento da estrutura da ponte existente atravessando o rio através da ponte
ou atravessando a conduta apoiada em pilares de suporte alinhados com os
existentes..
4.8.3 Cruzamento da conduta no rio Matola
O Rio Matola tem a sua origem numa área pantanosa no nordeste do distrito de
Moamba, estendendo-se o seu curso por cerca de 70 km. A sua foz está localizada na
parte interna do estuário de Espírito Santo, perto da confluência com os Rios Umbeluzi
e Tembe. A água é salgada, proveniente do estuário, ou salobra até muito para o
interior. O Rio Matola é sazonal, possuindo a montante apenas água durante a
estação chuvosa.
O leito do rio é arenoso e rochoso na maior parte da área (a montante). A jusante, as
margens do rio são mangais que se estendem entre a sua foz no estuário até a
Fabrica de Fundição de Alumínio de Beleluane (MOZAL). Estas áreas são muito
utilizadas para a produção de sal, tendo em conta o número de salinas que foram
construídas, no passado. Recentemente, a área a jusante ao longo do Rio Matola
também experimentou um intenso desenvolvimento dos assentamentos com a
industrialização diversificada e urbanização. O cruzamento pelo rio Matola foi
analisado na base da sua realização durante a época seca, uma vez que este é de
regime sazonal, apresentando escoamentos quase nulos ou mesmo nulos neste
período, o que facilitará os trabalhos.
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Ilustração 4-3: Bacia do rio Matola
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5. IDENTIFICAÇÃO DE IMPACTOS E MEDIDAS DE MITIGAÇÃO RELACIONADAS
5.1 Metodologia de Classificação dos Impactos
O objectivo principal deste capítulo é de identificar e avaliar os potenciais impactos
que podem ocorrer com o sistema de abastecimento de água para a Área do Grande
Maputo, nas fases de construção, operação/manutenção e encerramento.
Este projecto inclui a análise de aspectos físicos, mais concretamente os relacionados
com a água superficial. Os impactos significativos das diferentes fases do Projecto
foram identificados de acordo com critérios pré-determinados da natureza, extensão,
duração e intensidade do impacto, probabilidade de ocorrência e significado.
A essência da análise de impactos é a preparação e comparação de diferentes
cenários ambientais. O quadro ambiental sem o projecto serviu como base (situação
de base), contra o qual o único cenário foi comparado, que considera as tendências
ambientais com a implantação do Projecto, para permitir a:
Identificação de impactos - definição dos potenciais impactos associados às
actividades propostas na área do Projecto;
Determinação das principais características e magnitude dos impactos -
caracterização e determinação da importância de cada impacto em relação ao
factor ambiental afectado quando analisados separadamente, e
Identificação de medidas de mitigação, incluindo alternativas.
Considerando a optimização dos recursos necessários para a realização deste estudo
e para identificar e analisar os impactos do Projecto foram adoptados os seguintes
métodos:
Revisão da literatura de estudos semelhantes;
Analogias com casos semelhantes e experiência adquirida em estudos
semelhantes;
Reconhecimento de campo das áreas potencialmente afectadas;
Listas de controlo e matrizes de interacções;
Consulta a equipa de engenharia responsável pela concepção dos
componentes de engenharia do Projecto;
Consulta contínua de outros estudos relevantes para a área de Projecto; e
Observações directas.
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A análise preliminar dos impactos do projecto foi feita com base nos pontos indicados
acima e outras informações, tais como as características do local e os aspectos
ambientais considerados críticos e/ou sensíveis e resiliência do meio ambiente, entre
outros.
Os impactos foram avaliados de acordo com os seguintes critérios internacionalmente
aceites: natureza, extensão, duração, intensidade do impacto, probabilidade de
ocorrência e significância (ver Tab 5-1.):
Natureza: descreve a natureza do impacto que pode ser positiva ou negativa;
Extensão: descreve a extensão da área afectada pelo Projecto;
Duração: descreve o tempo de vida em que o impacto será sentido;
Intensidade: descreve a magnitude do impacto na área do Projecto.
Tab. 5-1: Critérios usados para a avaliação dos impactos
Critério Classificação Descrição Avaliação
Natureza
Positivo Mudanças que beneficiam o ambiente
-
Negativo Mudanças ambientais adversas
-
Extensão
Local Área proposta para o Projecto
1
Regional Distritos ou províncias vizinhos
2
Nacional & Internacional
Moçambique e/ou países vizinhos
3
Duração
Curta duração
Dentro de um período de 18 meses
1
Média duração
Dentro de um período de 18 meses a 5 anos
2
Longa duração
Mais do que 5 anos 3
Intensidade
Baixa
Processos naturais/sociais e funções do local são pequenas e a perturbação é quase insignificante
1
Moderada
Processos naturais/sociais e as funções do local continuam, mas com algumas mudanças
2
Alta Os processos naturais/sociais e funções do local mudam
3
A consequência é calculada como a soma de todos os critérios mencionados acima:
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Consequência = (Extensão + Duração + Intensidade)
Dependendo de que intervalo o resultado se refere, a consequência da ocorrência do impacto irá variar.
Classificação da consequência
Intervalo
Muito Baixa 3-4
Baixa 5
Media 6
Alta 7-9
A Probabilidade descreve a probabilidade de um impacto ocorrer e varia de acordo com a Tabela abaixo.
Classificação da Probabilidade
Descrição
Improvável Improvável de ocorrer
Provável Pode ocorrer
Altamente Provável Maior probabilidade de ocorrer
Permanente Ira ocorrer
A significância é avaliada através da síntese de todos os critérios acima:
Probabilidade
Improvável Provável Altamente Provável
Permanente
Consequência
Muito Baixa
Insignificante
Insignificante
Baixa Baixa
Baixa Baixa Baixa Moderada Moderada
Média Moderada Moderada Alta Alta
Alta Alta Alta Muito Alta Muito Alta
As actividades relacionadas com o projecto com potencial de causar alterações
ambientais foram estudadas com detalhe utilizando técnicas adequadas para
sistematizar a análise e avaliações de impacto. Assim, foi efectuada uma análise
combinada dos seguintes elementos:
Resultados da fase de EPDA para aspectos críticos e áreas sensíveis, em
conformidade com as características do projecto;
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A situação de referência ambiental, especialmente de áreas sensíveis e
aspectos ambientais críticos, e
Informações sobre o Projecto, particularmente com referência às actividades
com potencial de causar impactos importantes durante as fases de construção
e operação.
Todas as alterações relevantes em relação à situação ambiental de referência e as
perspectivas futuras de evolução, directa ou indirectamente relacionadas com a
implementação do projecto proposto são consideradas impactos. Foi adoptada uma
abordagem selectiva para esta fase de estudos de acordo com a metodologia para a
definição do escopo, que visa identificar os impactos de acordo com seu significado.
Esta abordagem é a base para avaliar a sustentabilidade ambiental do Projecto.
Os impactos são apresentados de acordo com as fases do projecto, ou seja,
construção, operação/manutenção e fases de encerramento.
5.2 Avaliação de acordo com as fases do projecto
A presente avaliaçãodos impactos identificados foi realizada para diferentes períodos
de execução do projecto.
Assim, os impactos foram identificados e avaliados de acordo com as seguintes fases:
Fase de construção;
Fase de operação
Fase de encerramento das infraestruturas propostas para o abastecimento de
água.
5.3 Identificação e Avaliação dos Impactos da Hidrologia superficial
5.3.1 FASE DE CONSTRUÇÃO
A. Impacto: Perturbação da quantidade e qualidade da água a jusante do
atravessamento dos rios
O desvio do rio para permitir o atravessamento do rio é um trabalho muito delicado e
requere uma boa organização logística por parte do empreiteiro.
Durante a duração do desvio dos rios a serem cruzados pela conduta de adução,
podem ser afectadas as pessoas que utilizam água deste rio a jusante para usos
diversos, devendo este trabalho realizar-se em época de estiagem.
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Uma outra resultante do desvio dos rios será a turvação que, nessa altura, a água
apresentará, provocada pela movimentação e levantamento de partículas dos solos.
Todavia, deve ser definido, com muito cuidado, o nível dos taludes de protecção e de
contenção do desvio do rio, dado que eventuais cheias inesperadas, com níveis
superiores aos esperados e, que provoquem um transbordo das águas, poderão
afectar o ecossistema circunvizinho ou mesmo pôr em perigo as pessoas que vivem
nas proximidades do rio.
Classificação do impacto:
Na
ture
za
Pro
ba
bil
ida
de
Ex
ten
são
Du
raçã
o
Inte
nsi
da
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iga
ção
Sig
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ica
nci
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com
mit
iga
ção
Negativo Provável 2 2 2 Alta Moderada
Medidas de Mitigação
O atravessamento dos rios pela conduta deve ser projectado de forma a evitar a
estabilidade e funcionamento da mesma a longo prazo;
A conduta deve ser instalada sob o curso de água a uma profundidade tal que não
seja afectada pela erosão do leito do rio;
O atravessamento dos rios deverá ser construído perpendicularmente ao eixo do
leito do rio desde que do ponto de vista de engenharia e de rota da conduta isso
seja possível;
O caudal ecológico a jusante deverá ser mantido e serão tomadas medidas para
minimizar o aumento de sedimento dno rio;
Recomenda-se uma forte sinalização de toda a área onde se realizará a obra para
evitar acidentesdeverão existir outros sinais a não menos de 30 metros do local da
obra e ao longo da área do projecto.
Deve afastar-se, tanto quanto possível, toda a circulação de pessoas, animais ou
veículos da área da obra, para segurança relativamente a transbordo ou roturas
que possam acontecer nos taludes de protecção do desvio do rio.
B. Impacto: Perturbação na circulação de pessoas e veículos pela ponte do
rio Incomati
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A conduta de água atravessa o rio junto à ponte existente. Esta ponte, construída para
trânsito veicular e pedonal, possui uma largura aproximada de 10.metros e uma
extensão de 300 metros. O tabuleiro da ponte assenta em 11 pilares.
O peso da conduta na infra-estrutura construída ou a ser construída, assim como as
vibrações que produzem, devido à passagem do cauda ao longo da tubagem, devem
ser considerados. A exposição da conduta a condições atmosféricas de altas
temperaturas ou ventos fortes, pode ocasionar diversas ocorrências de alto impacto
relativamente às pessoas e aos seus bens.
Classificação do impacto:
Na
ture
za
Pro
ba
bil
ida
de
Ex
ten
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Du
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o
Inte
nsi
da
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Sig
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com
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ção
Negativo Provável 2 1 2 Baixa Insignificante
Medidas de Mitigação
Devem ser observadas medidas construtivas que assegurem a devida fixação da
conduta, ao longo da estrutura de suporte, contando com as vibrações resultantes
da passagem da água pela tubagem.
Devem considerar-se medidas de resguardo referentes a revestimentos adequados
de protecção da conduta.
Devem implementar-se medidas de precaução para a circulação de viaturas.
C. Impacto: Perturbação da qualidade da água dos rios devido a corrosão da
conduta
A rota da conduta prevê o atravessamento do Rio Matola.
A conduta atravessará um meio húmido, com permanente movimentação de água com
arraste de pedras e sedimentos.
Classificação do impacto:
Na
ture
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Pro
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Ex
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Du
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Sig
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ção
Negativo Provável 1 1 2 Insignificante Insignificante
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Medidas de Mitigação:
Devem considerar-se, neste troço da construção da conduta enterrada,
características construtivas especiais como medidas de protecção particulares no
revestimento para evitar a corrosão e desgaste que a conduta poderá sofrer,
devido á passagem de água e aos sedimentos de arraste e também devido à
composição química das águas.
Caso haja necessidade de levar a depósito terras sobrantes da escavação da vala
de assentamento da conduta, a selecção dessas zonas de depósito devem excluir
as seguintes áreas:
Áreas do domínio hídrico;
Áreas inundáveis;
Zonas de protecção de águas subterrâneas (áreas de elevada infiltração);
Perímetros de protecção de captações;
Áreas com estatuto para conservação;
Locais sensíveis do ponto de vista geotécnico;
Locais sensíveis do ponto de vista paisagístico;
Áreas de ocupação agrícola;
Proximidade de áreas urbanas e/ou turísticas;
Zonas de protecção do património.
5.3.2 FASE DE OPERAÇÃO
A. Impacto: Contaminação do solo por lodos da ETA
No processo de tratamento da água, para que a sedimentação das partículas finas
(areia, argila e orgânicas) decantem, será usado o método de floculação. O catalisador
químico incorporado será o sulfato de alumínio. Este produto químico junta-se com os
sedimentos sólidos resultantes, ou seja, com os lodos que resultam do processo.
Estes lodos serão armazenados e desidratados em zonas próximas, devidamente
protegidas na sua base por uma membrana plástica (geo-membrana).
Classificação do impacto:
Na
ture
za
Pro
ba
bil
ida
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Du
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Eng.ª Norma Olivares – Eng.º Frederico Pereira 39
Negativo Provável 1 3 2 Moderada Baixa
Medidas de Mitigação:
Considerando que os lodos resultantes do processo de tratamento das águas
estão contaminados, a principal recomendação será a de manter o controlo e
monitorização da geo-membrana, uma vez que se têm reportado situações de
rotura de membranas por diferentes motivos.
Recomenda-se que a zona de armazenamento e desidratação dos lodos seja
construída tendo em conta as normas ambientais exigidas para uma zona de
resíduos perigosos.
Para minimizar os riscos de contaminação, pelo manuseamento e pelo contacto
directo, que possam vir a ter os trabalhadores com lodos contaminados,
recomenda-se o seguinte:
Medidas de protecção especial, para os trabalhadores envolvidos nesta
tarefa, tais como fardas isolantes, luvas e botas;
Manter-se, com disponibilidade imediata, um kit de medicamentos de
primeiros socorros para situações de ferimentos simples do pessoal.
B. Impacto: Alteração da qualidade de água distribuída
Considerando que a conduta de água vai atravessar o rio Incomáti e o rio Matola, bem
como outras zonas húmidas, e que o percurso total da mesma será de quase 100 km,
a conduta estará exposta à corrosão.
Mesmo que sejam utilizadas protecções exteriores na conduta, esta transporta
um líquido com a presença de cloridos estando, por isso, exposta a um
processo de detioração.
Classificação do impacto:
Na
ture
za
Pro
ba
bil
ida
de
Ex
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são
Du
raçã
o
Inte
nsi
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nci
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sem
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ção
Sig
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Negativo Altamente
Provável 1 3 2 Alta Moderada
Medida de Mitigação
Estudos Ambientais e Sociais do Sistema de Abastecimento de Água do Grande Maputo Estudo Especializado de Água Superficial
Eng.ª Norma Olivares – Eng.º Frederico Pereira 40
As medidas de controlo especiais da conduta devem realizar-se com a maior
responsabilidade e eficiência, uma vez que o risco de corrosão se apresenta alto.
Os controlos devem realizar-se com uma alta frequência, para determinar, em cada
observação, o estado da protecção da tubagem.
Deve efectuar-se um registo escrito das inspecções realizadas, relatando cada
visita. Estes relatórios devem ressaltar qualquer alteração observada na conduta.
C. Impacto: Danos nos equipamentos
Na fase de operação pode existir a intervenção de terceiros, alheios ao pessoal
designado oficialmente pela entidade operadora do Sistema de Abastecimento de
Água, em acção propositada ou acidental. Os danos resultantes desta actividade
poderão ser de alto risco e podem traduzir-se em rupturas da conduta e /ou nas infra
estruturas envolvidas no Sistema de Abastecimento de Água.
Classificação do impacto:
Na
ture
za
Pro
ba
bil
ida
de
Ex
ten
são
Du
raçã
o
Inte
nsi
da
de
Sig
nif
icâ
nci
a
sem
mit
iga
ção
Sig
nif
icâ
nci
a
com
mit
iga
ção
Negativo Altamente
Provável 1 3 2 Alta Moderada
Medidas de Mitigação
Para evitar estas acções a entidade operadora deverá manter a área de servidão
(caminhos de inspecção) perfeitamente limpa e visível, com indicadores de zona
interdita a estranhos e colocação de marcos visíveis e identificativos do percurso
da conduta.
Notificar todas as repartições de serviços da existência da conduta e percurso dos
troços da conduta, quando enterrada, juntando mapas de localização.
Divulgar os números telefónicos para onde as pessoas poderão ligar a avisar, no
caso de detectarem perdas de água ou observarem actividades próximas da
conduta.
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5.3.3 FASE DE ENCERRAMENTO
A. Impacto: Visual
Na fase de encerramento do sistema de abastecimento de água, a conduta e todas as
infra-estruturas que se usaram para realizar este serviço, ficam expostas a todo tipo de
inconvenientes, seja do ponto de vista de uso da terra e paisagístico, nos troços à
superfície, seja como local de crias de espécies animais perigosas (cobras, lacraus e
outros) afectando o meio humano nos locais vizinhos da conduta e/ou infra-estruturas
expostas à superfície.
Classificação do impacto:
Na
ture
za
Pro
ba
bil
ida
de
Ex
ten
são
Du
raçã
o
Inte
nsi
da
de
Sig
nif
icâ
nci
a
sem
mit
iga
ção
Sig
nif
icâ
nci
a
com
mit
iga
ção
Negativo Altamente
Provável 1 2 2 Moderada Baixa
Medidas de Mitigação
Para evitar os inconvenientes que se ocasionariam depois do encerramento do
serviço, devem-se removidas todas as infra-estruturas desactivadas e a própria
conduta, de modo a libertar o uso da terra.
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6. MEDIDAS DE MONITORIZAÇÃO E FREQUÊNCIA
Programa de Monitorização Ambiental
Como parte integrante e fundamental do Plano de Gestão Ambiental, a Empresa
responsável pela Operação do Sistema de Abastecimento de Água ao Grande Maputo
deve efetuar a monitorização das questões ambientais significativas duma forma
evolutiva e contínua, estabelecendo um plano de aplicação permanente para
monitorização. A monitorização pode ser feita mediante inspeções regulares, na fase
de construção e de operação-manutenção, de todas as obras envolvidas neste
Projecto.
Os relatórios de monitorização devem ser canalizados periodicamente ao MICOA e a
outras entidades interessadas e/ou afectadas. As exigências relativas à monitorização
serão determinadas à medida que a informação da situação ambiental de referência
se encontre disponível, ou em função do aspecto a monitorar.
Na Tabela 13, a seguir, são mostradas as medidas de monitorização de relevância e
Frequência em que devem ser observados os parâmetros de controlo. Outros pontos
de detalhe, devem ser incorporados pela Empresa Fiscalizadora do Sistema.
É de destacar que este Plano deve tomar-se com carácter dinâmico e flexível e de
melhoria permanente, de modo a ajustar-se ao longo da vida útil do Projecto e
funcionar de uma maneira eficaz.
Para cada parâmetro de Monitoria foram determinados os responsáveis envolvidos
nessa acção.
As siglas que se apresentam correspondem às respectivas instituições envolvidas,
descritas na Lista de abreviaturas.
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Tabela 6-1: Monitorização e Frequência
Controlo da
turbidez da
água
semanalmenteControlo de
caudaisFIPAG - EF
Disposição
Final dos lodos
da ETA
Durante a acção Condições e
estado do
aterro
sanitário
FIPAG/EF - EO
Controlo da
Qualidade da
Água
Uma vez por mês Avaliação
Quimica e
Fisicas
FIPAG/EF - EO
Estado das
Infaestruturas
Uma vez por mês Condições e
estado das
obras
FIPAG/EF - EO
Medição dos
Caudais
Quinzenal Controlo dos
caudaisFIPAG/EF - EO
Controlo da
turbidez da
água
Durante a acção
Controlo de
caudais FIPAG/EF - EO
Controlo da
quantidade e
qualidade do
caudal
Uma vez por mês
Controlo de
caudaisFIPAG/EF - EO
FASE DE CONSTRUÇÃO
FASE DE ENCERRAMENTO
RE
CU
RS
OS
H
ÍDR
ICO
S E
Á
GU
AS
S
UP
ER
FIC
IAIS
FASE DE OPERAÇÃO
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7. CONCLUSÕES
Da avaliação efectuada para o Projecto de Abastecimento de Água ao Grande
Maputo, no que respeita à componente hidrológica e de recursos hídricos, estudados
para o presente Relatório, conclui-se que os impactos negativos de maior significância
são os seguintes:
A. Fase de construção: os cruzamentos da conduta nos rios Incomáti e Matola terão
uma significância muito alta. Por esse motivo será necessário um plano muito bem
elaborado, quer seja realizado o desvio do rio para enterrar a conduta quer o
atravessamento da conduta seja realizado ao nível da ponte existente, requerendo-se
boas medidas de sinalização e divulgação das obras.
Outros impactos negativos se farão sentir nesta fase1 e têm a ver com uma obra que
irá ocorrer desde a barragem da Corumana até ao Centro de Distribuição da Machava.
Esses impactos negativos serão fundamentalmente os que a seguir se enumeram:
Emissão de poeiras na construção;
Emissões de ruídos pela movimentação na fase de construção, embora não
ultrapasse os limites legais;
Geração de resíduos sólidos e líquidos;
Impactos adversos à saúde e segurança às comunidades próximas ao longo do
percurso em que existem bairros densamente povoados.
B. Fase de Operação: o principal impacto tem a ver com os lodos resultantes do
processo de purificação da água, na ETA a ser construída.
Apesar da quantidade particular de cada deposição não conter níveis altos de sulfato
de alumínio, no entanto, a concentração destes lodos na zona de armazenamento e
desidratação elevará a dose do produto químico em questão.
Deve considerar-se, com muita rigor e atenção, a membrana plástica de
revestimento dos solos na base do aterro.
O maior impacto positivo está associado à Fase de Operação do Sistema de
Abastecimento de Água e tem a ver com o uso pleno da água da albufeira de
Corumana.
O elevado conjunto de benefícios que significa dotar de água às comunidades, terá
muito maior efeito com uma eficiente gestão, manutenção e operação do Sistema.
1 Não avaliados neste Estudo por estarem relacionados com outros ecossistemas
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Do ponto de vista da avaliação da hidrologia superficial, confrontados os impactos
negativos com os impactos positivos, conclui-se que a avaliação deste
empreendimento proposto resulta positiva.
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
C.LOTTI & ASSOCIATI / SIM Spa GICO Branch – “Consulting Services for the Preparation of a Master Plan for the Greater Maputo Water Supply System” – Annex 1 – Water Demand Report. April 2011 C.LOTTI & ASSOCIATI / SIM Spa GICO Branch – “Consulting Services for the Preparation of a Master Plan for the Greater Maputo Water Supply System” – Annex 2 – Water Resources Analysis. April 2011 CONSULTEC / BKS ACRES – “Joint Inkomati Basin Study” – Annexure 4: Environmental aspect-Phase 2 Draft June 2000 LAHMEYER INTERNATIONAL / CNSULTEC / AUSTRAL “ Reasing of the full Supply Level of Corumana Dam” Feasibility Study Report. January 2002 Volume 1: Main Report / Volume 2 : Appendices / Volume 3 : Hydrology Data Annexes SMEC INTERNATIONAL – Hydrological Study –Appendix A – “Water Demands Assessments”. July 2011 COBA / CONSULTEC "Technical Feasibility Studies for Greater Maputo Water Supply Scheme" Final Options Report . July 2012