3Domingo, 4 de fevereiro de 2018
O destemor do cardeal que enfrentou a ditadura“Coragem! As Muitas Vidas do Cardeal Paulo Evaristo Arns” traz a história do arcebispo e um dos principais líderes a empreender resistência às violações dos direitos humanos
Quem atravessou a ditadu-ra brasileira jamais esquecerá a figura de dom Paulo Evaristo Arns (1921-2016). Arcebispo de São Paulo, foi um dos principais líderes a empreender resistên-cia firme e contínua às violações dos direitos humanos típicas das ditaduras. Daí não estranha o tí-
Documentário
“Malhação”Felipe Hintze celebra a repercussão de seu personagem na novela juvenil
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tulo do documentário de Ricar-do Carvalho em sua homena-gem: “Coragem! As Muitas Vidas do Cardeal Paulo Evaristo Arns”.
Coragem não lhe faltava ao conduzir seu arcebispado ao lon-go da fase mais sangrenta da di-tadura. E coragem era o que pe-dia aos que iam ao seu encontro.
OriginalidadeO filme vale-se de depoimentos muito bons, além da fala sem-pre carismática de dom Paulo. Clarice Herzog, o teólogo Leo-nardo Boff e o professor da PUC, Fernando Altemeyer, dão impor-tantes depoimentos. A narra-ção em off é do ator Paulo Bet-ti. O formato é convencional, um tipo de documentário que qua-se não mais é feito no Brasil ou em qualquer parte.
Documentário de Ricardo Carvalho destaca a coragem do arcebispo de São Paulo, que enfrentou a fase mais sangrenta da história
O SBT contará com cin-co dias de transmissão do Carnaval de Salvador. He-len Ganzarolli, Nadja Had-dad e Léo Sampaio estarão na cobertura do “SBT Folia 2018, que começa no dia 9.
A cantora Anitta está pres-tes a mostrar mais uma fa-ceta artística para o mun-do. Ela foi convidada para atuar no próximo filme do roteirista Rodrigo Pimentel, criador de “Tropa de Elite”.
Juan Alba fará uma parti-cipação em “O Outro Lado do Paraíso”. Na história, ele será o noivo de Lean-dra, papel de Mayana Nei-va. Recentemente, ele es-teve em “Tempo de Amar”.
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No interior
Lana Rhodes participará de “Se Eu Fechar os Olhos Agora”, nova minissérie da Globo. A atriz, inclusive, já está em Minas Gerais para as gravações. Produção é es-crita por Ricardo Linhares.
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Pais ou mães que tiveram filhos desaparecidos, religiosos perse-guidos pelo regime, jornalistas ameaçados. Coragem!, repetia, com a força moral dos que sa-bem que tudo nesta vida é pas-sageiro, mesmo quando parece destinado a se eternizar.
Sobrou bravura a dom Pau-lo e também a outros persona-gens, como o rabino Henry Sobel e a Audálio Dantas, então pre-sidente do Sindicato dos Jorna-listas, quando tiveram de reagir à morte de Vladimir Herzog nos porões da ditadura. Herzog foi interrogado, torturado e apare-ceu morto nas dependências do Doi-Codi, em São Paulo. Suicídio, segundo o laudo oficial. Assassi-nato, sabiam todos. Foi organi-zada uma missa ecumênica na Catedral da Sé, reunindo milha-res de pessoas, assustadas, po-rém corajosas, numa demons-
tração pública de repúdio ao regime. Há quem sustente que a ditadura começou a cair na-quela tarde cinzenta no centro de São Paulo.
Foi, talvez, o grande momen-to público de dom Paulo e, por isso mesmo, ocupa posição es-pecial no documentário. O filme, no entanto, ocupa-se da vida de dom Paulo em muitos outros as-pectos. Vai à cidade de Forquilhi-nha, em Santa Catarina, onde ele nasceu em 1921, em uma famí-lia de 13 irmãos, de origem ale-mã. Franciscano, fez seus estu-dos em Paris e foi arcebispo de São Paulo de 1970 a 1998. Além de sua presença em causas polí-ticas e dedicada aos Direitos Hu-manos, destacou-se por sua de-dicação às populações carentes da metrópole. Moradores de rua e da periferia encontraram em dom Paulo um ponto de apoio.