82
Tratamento de Água (ETA), a Reserva de Gurjaú possui uma área de 1.077,10
ha definida pela Lei Estadual Nº 9.989 de 1987. Apresenta-se como uma área
típica de uma mata, ainda bem conservada, com vegetação de grande porte
associada à vegetação de médio e pequeno porte. O local encontra-se
bastante ameaçado, não só em decorrência da exploração canavieira, como do
uso indiscriminado pelos posseiros para pecuária, fruticulltura e agricultura de
subsistência. O trabalho foi realizado nas matas do Mané do Doce, Cuxio e de
Secupema.
MÉTODOS DE AMOSTRAGEM DA AVIFAUNA
Amostragem Quantitativa.
O levantamento quantitativo foi realizado no horário compreendido entre 5h e
30 min às 9h e 30min, durante cinco dias consecutivos. As observações foram
realizadas em uma trilha pré-existente na Reserva, com cerca de 4.000 metros,
abrangendo o interior e a borda da mata. Além das espécies já registradas no
levantamento da trilha, foram realizadas caminhadas pelo interior e pela borda
dos fragmentos com pontos de escuta e observação (Almeida et al. 1999),
durante cinco dias, das 15h às 17h e 30min. Os ambientes adjacentes aos
fragmentos foram considerados nesta amostragem. Foram anotadas as
espécies com o tipo de registro (visual ou escuta), estrato ocupado (dossel,
sub-bosque ou solo), local do registro (interior, borda ou áreas adjacentes),
observações gerais sobre o comportamento dos indivíduos e algumas
condições ambientais relevantes. As observações foram realizadas com
binóculos 8mm x 30mm e as vocalizações registradas através de gravador
AIWA modelo TP560 com microfone externo para casos dúbios.
CAPTURAS
Foram utilizadas 20 redes de neblina de 36mm de malha, 12 m de
comprimento e 2,5m de altura. Essas redes foram dispostas em linhas de rede,
em uma seqüência única, segundo a metodologia adotada por Bierregaard Jr. e
Lovejoy (1989). Foram armadas desde o interior da mata até atingir a borda e
83
área adjacente, amostrando os ambientes da área (Figura 23). A captura
ocorreu em cinco dias consecutivos a cada mês amostrado, permanecendo as
redes abertas das 5h às 10h, e das 15h às 17h, horários que concentram maior
número de indivíduos ativos (Figura 24).
A Identificação das espécies foi realizada através de referências básicas e
guias de campo ilustrados (Dunning 1987, Ridgely & Tudor 1994a, b e Sick
1997) e as vocalizações gravadas foram comparadas às existentes no arquivo
sonoro dos pesquisadores. A separação de indivíduos machos e fêmeas foi
realizada através da análise da plumagem.
AMOSTRAGEM QUALITATIVA
Foram consideradas para a elaboração da listagem específica as espécies
registradas nos levantamentos quantitativos, nas capturas e os registros visuais
e auditivos de aves através de caminhadas realizadas pelos diversos
fragmentos de mata de Gurjaú.
Figura 23 - Mata da Reserva de Gurjaú evidenciando as Matas do Cuxió e Secupema, locais de captura e de levantamento quantitativo para o grupo aves.
84
Figura 24 -: Rede de captura (rede de neblina) armada na Mata do Cuxió na Reserva de Gurjaú, detalhando um indivíduo de Leptopogon amaurocephalus no momento da captura em 2 de outubro de 2002.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram relacionadas 225 espécies de aves para a reserva de Gurjaú, com um
total de 14 ameaçadas, de acordo com a listagem apresentada pelo Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis em 2003. As
espécies ameaçadas relacionadas para Gurjaú foram: Thalurania watertonii,
Momotus momota macgraviana, Picumnus exilis pernambucensis,
Conopophaga liineata cearae, Conopophaga melanops nigrifons, Curaeus
forbesi, Tangara cyanocephala corallina, Tangara fastuosa, Xenops minutus
alagoanus, Myrmeciza ruficauda, Pyriglena leuconota pernambucensis,
Thamnophilus aethiops distans, Thamnophilus caerulesces, Platyrinchus
mystaceus niveigularis (Figuras de 25 a 28).
No que se refere ao censo, foram registradas 177 espécies, correspondendo a
78,67% do total de espécies catalogadas para a área. A freqüência de
ocorrência variou de 0,09% a 8,36% para os não Passeriformes; de 0,03% a
9,46% para os Passeriformes Suboscines e de 0,04% a 14,55% para os
Passeriformes Oscines (Tabela 12).
As espécies mais abundantes dos não Passeriformes foram: Laterallus viridis,
Porphyrula martinica, Jacana jacana, Pionus maximiliani, Piayia cayana,
85
Crotophaga ani, Glaucis hirsuta, Phaethornis ruber e Galbula ruficauda. (Figura
29). Para os Passeriformes Suboscines os mais abundantes foram:
Herpsilochmus rufimarginatus, Formicivora grisea, Sittasomus griseicapillus,
Zimmerius gracilipes, Elaenia flavogaster, Hemitriccus zosterops, Todirostrum
cinereum, Tolmomyias flaviventris, Pitangus sulphuratus, Myiozetetes similis,
Legatus leucophaius, Tyrannus melancholicus, Chiroxiphia pareola e Manacus
manacus (Figura 30). Os Passeriformes Oscines mais abundantes foram:
Thryothorus genibarbis, Troglodytes musculus, Ramphocaenus melanurus,
Turdus leucomelas, Cyclarhis gujanensis, Vireo chivi, Coereba flaveola,
Thraupis palmarum, Euphonia violacea, Arremon taciturnus e Saltator maximus
(Figura 31)
Foi registrada a presença da placa de incubação em algumas aves capturadas
na reserva de Gurjaú. Segundo Sick (1997), a placa incubatória costuma ser
restrita às fêmeas, entretanto, Davis (1945) registrou a presença da placa de
choco em machos de tiranídeos. A tabela 13 relaciona as aves, sexo, e os
períodos que foram observados o sinal de choco. Os exemplares da tabela 13,
sem dimorfimo sexual aparecem com o sexo indeterminado. Foram registrados
Camptostoma obsoletum, Coereba flaveola, transportando material para
construção do ninho em um arbusto em 13 de setembro de 2002. Estas
observações sugerem o mês de setembro como parte do período reprodutivo
destas espécies.
Trabalhos desenvolvidos nas matas da Estação Ecológica de Tapacurá
detectaram o período de maio a outubro para a reprodução de algumas aves
de mata (Azevedo Júnior e Serrano 1987 e Azevedo Júnior 1990). Em Gurjaú,
o período reprodutivo foi de setembro a fevereiro com registro em março e
outro em junho.
Foram observados na beira da Mata Mané do Doce, um bando com cinco
Tangara fastuosa e um Tangara cyanocephala corallina, em 28 de agosto de
2002. Em 14 de setembro, dois indivíduos de Tangara fastuosa foram vistos
comendo frutos de bananeira na borda da mata acima citada. Comumente
essas aves são observadas em beira de mata e são muito apreciadas por
passarinheiros (Sick, 1997).
86
Os beija-flores: Glucis hirsuta, Phaethornis ruber, Eupetomena macroura,
Amazilia vesicolor e Heliothrix aurita foram observados visitando o “mangará”
das bananeiras na mata do Mané do Doce. Na mesma localidade, Euphonia
violacea, Tangara fastuosa, Tangara cyanocephala, Dacnis cayana, Cyanerpes
cyaneus e Saltator maximus, alimentavam-se de bananas cultivadas entre os
fragmentos de mata da reserva de Gurjaú.
A riqueza da avifauna de Gurjaú constituída por 225 espécies, com
representantes ameaçados e endêmicos reforça a necessidade da implantação
de uma unidade de conservação que proteja esses recursos, considerando,
sobretudo, a pressão antrópica do desmatamento, da implantação de culturas
agrícolas e da caça de comercialização.
As Matas do Mané do Doce, Cuxio e do Secupema, em função da ocorrência
de exemplares ameaçados e endêmicos, deveriam ser interligadas por
corredores, acelerando o processo de restauração.
76
64
3754
88
77
4843
34
Laterallus viridis
Porphyrula martinica
Jacana jacana
Pionus maximiliani
Piaya cayana
Crotophaga ani
Glaucis hirsuta
Phaethornis ruber
Galbula ruficauda
Figura 25 - Freqüência de ocorrência das espécies de aves mais abundantes (Não Passeriformes), quantificadas entre agosto de 2002 a abril de 2003 na Reserva de Gurjaú, Pernambuco.
87
111
108
119
251
178
136290
171
119
126
212103117
157
Herpsilochmus rufimarginatusFormicivora griseaSittasomus griseicapillusZimmerius gracilipes Elaenia flavogaster Hemitriccus zosterops Todirostrum cinereum Tolmomyias flaviventrisPitangus sulphuratusMyiozetetes similis Legatus leucophaius Tyrannus melancholicus Chiroxiphia pareola
Figura 26 - Freqüência de ocorrência das espécies de aves mais abundantes (Passeriformes: Suboscines), quantificadas entre agosto de 2002 a abril de 2003 na Reserva de Gurjaú, Pernambuco.
162
126
142
192
147
247223
341
96
103
173Thryothorus genibarbis Troglodytes aedonRamphocaenus melanurusTurdus leucomelas Cyclarhis gujanensis Vireo chivii Coereba flaveola Thraupis palmarum Euphonia violaceaArremon taciturnus Saltator maximus
Figura 27 - Freqüência de ocorrência das espécies de aves mais abundantes (Passeriformes: Oscines), quantificadas entre agosto de 2002 a abril de 2003 na Reserva de Gurjaú, Pernambuco.
88
Figura 28 - Tangara fastuosa capturado na Mata do Mané do Doce, Reserva de Gurjaú em 13 de setembro de 2002 (espécie ameaçada)
Figura 29 - Conopophaga melanops (macho) capturado na Mata do Secupema, Reserva de Gurjaú em 2 de outubro de 2002 (espécie ameaçada).
89
Figura 30 - Conopophaga melanops (fêmea) capturado na Mata do Secupema, Reserva de Gurjaú em 3 de outubro de 2002 (espécie ameaçada).
Figura 31 – Platyrhynchos mystaceus capturado na Mata do Sucupema, Reserva de Gurjaú em 3 de outubro de 2002 (espécie ameaçada).
90
Tabela 12 – Listagem das aves da reserva de Gurjaú apresentando a freqüência de ocorrência (FO) das espécies relacionadas.
ORDEM/FAMÍLIA/ESPÉCIE NOME POPULAR FOORDEM TINAMIFORMES FAMÍLIA TINAMIDAE
001 Crypturellus soui nhambu-mata-cachorro 0,47002 Crypturellus parvirostris nhambu-espanta-boiada 0,28003 Crypturellus tataupa nhambu-de-pé-roxo004 Nothura boraquira codorna-de-cabeça-preta 0,19
ORDEM PODICIPEDIFORMES FAMÍLIA PODICIPEDIDAE
005Tachybaptus dominicus mergulhão-pequeno
006 Podilymbus podiceps mergulhão-caçador 0,19 ORDEM CICONIIFORMES FAMÍLIA ARDEIDAE
007 Casmerodius albus garça-branca-grande008 Egretta thula garça-branca-pequena 0,09009 Bulbucus ibis garça-vaqueira 0,85010 Butorides striatus socozinho 0,09011 Tigrisoma lineatum socó-boi 0,47012 Ixobrychus exilis socoí-vermelho013 Botaurus pinatus socó-boi-marron 0,09
FAMÍLIA CATHARTIDAE 014 Coragyps atratus urubú-de-cabeça-preta 1,71015 Cathartes aura urubú-de-cabeça-vermelha 1,8 016 Cathartes burrovianus urubú-de-cabeça-amarela
ORDEM ANSERIFORMES FAMÍLIA ANATIDAE
017 Dendrocygna viduata irerê018 Amazonetta brasiliensis patarrona019 Nomonyx dominicus bico-roxo
ORDEM FALCONIFORMES FAMÍLIA ACCIPITRIDAE
020 Elanus leucurus gavião-peneira021 Gampsonyx swainsonii gavião-pombo022 Leptodon cayanensis gavião-de-cabeça-cinza 1,04
91
023 Buteo albicaudatus gavião-de-cauda-branca 024 Asturina nitida gavião-pedrez 0,19025 Buteo brachyurus gavião-de-cauda-curta 0,28026 Rupornis magnirostris gavião-carijó 2,37027 Buteogallus urubutinga gavião-preto 0,09028 Spizaetus tyrannus gavião-pega-macaco 0,28
FAMÍLIA FALCONIDAE
029 Herpetotheres cachinnans acauã 0,47030 Micrastur semitorquatus gavião-relógio 0,09031 Micrastur gilvicollis gavião-mateiro 0,28032 Milvago chimachima carrapateiro 0,19033 Caracara plancus carcará 0,28
ORDEM GALLIFORMES FAMÍLIA CRACIDAE
034 Ortalis araucuan aracuã ORDEM GRUIFORMES FAMÍLIA ARAMIDAE
035 Aramus guarauna carão 0,19Continuação da Tabela 12
Ordem/Família/Espécie Nome Popular FoFAMÍLIA RALLIDAE
036 Aramides cajanea três-potes 0,28037 Porzana albicollis sanã-carijó038 Laterallus viridis saracura-marron 3,23039 Gallinula chloropus frango-d'água-preta040 Porphyrula martinica frango-d'água-azul 7,22
ORDEM CHARADRIIFORMES FAMÍLIA JACANIDAE
041 Jacana jacana jaçanã 6,08 FAMÍLIA CHARADRIIDAE
042 Vanellus chilensis tetéu 0,38 ORDEM COLUMBIFORMES FAMÍLIA COLUMBIDAE
043 Columbina passerina rolinha-cinzenta044 Columbina minuta rolinha-cafofa 0,85
92
045 Columbina talpacoti rolinha-caudo-de-feijão 0,76046 Leptotila rufaxilla juriti 7,5 047 Geotrygon montana parari 1,04
ORDEM PSITTACIFORMES FAMÍLIA PSITTACIDAE
048 Aratinga leucophthalmus maritaca 0,09049 Aratinga cactorum gangarra 0,19050 Forpus xanthopterygius tuim 0,95051 Touit surda apuim-de-cauda-amarela 1,61052 Pionus maximiliani maitaca-de-maximiliano 3,51
ORDEM CUCULIFORMES FAMÍLIA CUCULIDAE
053 Piaya cayana alma-de-gato 4,56054 Crotophaga ani anu-preto 4,08055 Guira guira anu-branco056 Tapera naevia peitica 0,19
ORDEM STRIGIFORMES FAMÍLIA STRIGIDAE
057 Otus choliba corujinha-do-mato058 Pulsatrix perspicillata murucututu 059 Glaucidium brasilianum caburé 0,09
ORDEM CAPRIMULGIFORMES FAMÍLIA NYCTIBIIDAE
060Nyctibius griseus mãe-da-lua FAMÍLIA CAPRIMULGIDAE
061 Nictidromus albicollis bacurau 0,09062 Hydropsalis brasiliana bacurau-rabo-de-tesoura
ORDEM APODIFORMES FAMÍLIA APODIDAE
063 Reinarda squamata tesourinha 0,57 FAMÍLIA TROCHILIDAE
064 Glaucis hirsuta balança-rabo-de-bico-torto 5,13065 Phaethornis pretrei rabo-branco-de-sobre-amarelo 0,47066 Phaethornis ruber besourinho-da-mata 8,36067 Eupetomena macroura beija-flor-rabo-de-tesoura 0,66
93
068
Melanotrochilus fuscus beija-flor-de-rabo-preto-e-branco
069 Anthracothorax nigricollis beija-flor-de-veste-preta 1,23070 Chrysolampis mosquitus beija-flor-vermelho 1,52071
Chlorestes notatus beija-flor-safira-de-garganta-azul 2,47
072 Chlorostilbon aureoventris besourinho-de-bico-vermelho 0,28073 Thalurania watertonii * beija-flor-das-costas-violeta 1,14074 Hylocharis cyanus beija-flor-roxo 0,47075 Amazilia versicolor beija-flor-de-banda-branca 0,09076 Amazilia fimbriata beija-flor-de-garganta-branca 0,19077 Amazilia leucogaster beija-flor-de-barriga-branca 0,19078 Heliothryx aurita beija-flor-de-bochecha-azul 0,38079 Heliactin cornuta chifre-de-ouro
ORDEM TROGONIFORMES FAMÍLIA TROGONIDAE
080 Trogon viridis surucuá-de-barriga-amarela 0,28081 Trogon curucui surucuá-de-coroa-azul 0,76
ORDEM CORACIFORMES FAMÍLIA ALCEDINIDAE
082 Ceryle torquata martin-pescador-grande083 Chloroceryle amazona martin-pescador-verde 0,19084 Chloroceryle americana martin-pescador-pequeno 1,52085 Chloroceryle aenea martin-pescador-anão 0,09
FAMÍLIA MOMOTIDAE
086 Momotus momota * udu-de-coroa-azul
ORDEM PICIFORMES FAMÍLIA GALBULIDAE
087 Galbula ruficauda bico-de-agulha 7,31 FAMÍLIA BUCCONIDAE
088 Nystalus maculatus joão-bobo 0,38 FAMÍLIA RAMPHASTIDAE
089 Pteroglossus aracari araçari-de-bico-branco 2,75090 Pteroglossus inscriptus araçari-miúdo-de-bico-riscado 0,85
FAMÍLIA PICIDAE
94
091 Picumnus cirratus pica-pau-anão-barrado 0,76092 Picumnus exilis * pica-pau-anão-dourado 2,56093 Picumnus fulvescens pica-pau-anão-de-pernambuco 2,09094 Dryocopus lineatus pica-pau-de-banda-branca 0,09095 Veniliornis passerinus pica-pau-pequeno 0,76096 Veniliornis affinis pica-pau-de-asa-vermelha 1,61
ORDEM PASSERIFORMES FAMÍLIA FORMICARIIDAE
097 Taraba major cancão-de-fogo 098 Thamnophilus doliatus choca-barrada099 Thamnophilus palliatus choca-listrada 0,36100 Thamnophilus caerulescens * espanta-raposa 0,42101 Thamnophilus aethiops * choca-lisa 0,82102 Dysithamnus mentalis choquinha-lisa 0,39103 Thamnomanes caesius ipecuá 0,39104 Myrmotherula axillaris choquinha-de-flancos-brancos 2,61105 Herpsilochmus rufimarginatus chorozinho-de-asa-ruiva 3,36106 Herpsilochmus atricapillus chorozinho-de-chapéu-preto 0,49107 Formicivora grisea papa-formiga-pardo 3,62108 Pyriglena leuconota * papa-taoca 109 Myrmeciza ruficauda * papa-formiga-de-cauda-ruiva 0,36110 Conopophaga melanops * chupa-dente-de-máscara-preta 111 Conopophaga lineata * chupa-dente
FAMÍLIA FURNARIIDAE 112 Furnarius leucopus amassa-barro113 Synallaxis frontalis tio-antônio 0,36114 Poecilurus scutatus estrelinha-preta 0,13115 Certhiaxis cinnamomea casaca-de-couro 0,33116 Phacellodomus rufifrons ferreiro 0,88117 Xenops minutus * bico-virado-miúdo 0,42118 Xenops rutilans bico-virado-carijó 0,1
FAMÍLIA DENDROCOLAPTIDAE 119 Sittasomus griseicapillus arapaçu-verde 3,52120 Xiphorhynchus picus arapaçu-de-bico-branco 2,41121 Lepdocolaptes angustirostris arapaçu-do-cerrado 0,03122 Lepdocolaptes fuscus arapaçu-rajado 0,55
FAMÍLIA TYRANNIDAE
123 Zimmerius gracilipes poairo-de-sobrancelha 3,88
95
124 Camptostoma obsoletum risadinha 1,11125 Phaeomyias murina bagageiro126 Myiopagis viridicata guaracava-esverdiada 127 Myiopagis gaimardii maria-pechim 0,49128 Elaenia flavogaster maria-já-é-dia 8,18129 Elaenia spectabilis guaracava-grande 0,1 130 Elaenia mesoleuca gordinho 0,06131 Elaenia cristata papa-enxeico 0,03132 Mionectes oleagineus abre-asas 0,23133 Leptopogon amaurocephalus cabeçudo 2,09134 Capsiempis flaveola marianinha 1,21135 Hemitriccus zosterops sebinho-olho-branco 5,8 136 Hemitriccus margaritaceiventer sebinho-olho-de-ouro 0,42137 Todirostrum cinereum relojinho 4,43138 Poecilotriccus fumifrons ferreirinho 0,07139 Ryncocyclus olivaceus bico-chato-olivaceo 0,68140 Tolmomyias sulphurescens bico-chato-de-orelha-preta 0,1 141 Tolmomyias poliocephalus bico-chato-de-cabeça-cinza 0,78142 Tolmomyias flaviventris bico-chato-amarelo 5,12143 Platyrinchus mystaceus patinho144 Myiobius barbatus assadinho-de-peito-dourado 0,03145 Myiophobus fasciatus felipe-de-peito-riscado 0,23146 Lathrotriccus euleri enferrujado 0,1 147 Cnemotriccus fuscatus guaracavuçu 0,03148 Fluvicola nengeta lavadeira 1,01149 Arundinicola leucoephala viuvinha150 Machetornis rixosus bem-te-vi-do-gado 0,13151 Rhytipterna simplex planadeira 0,16152 Myiarchus ferox mané-besta 0,52153 Miyarchus tyrannulus mané-besta 0,16154 Myiarchus swainsoni irrê 0,16155 Myiarchus tuberculifer maria-cavaleira-pequena 2,41156 Pitangus sulphuratus bem-te-vi 9,46157 Megarhynchus pitangua bem-te-vi-de-bico-de-gamela 1,04158
Myiozetetes similisbem-te-vizinho-de-coroa-vermelha 5,58
159 Myiodynastes maculatus bem-te-vi-rajado 0,03160 Legatus leucophaius bem-te-vi-pirata 3,88161 Empidonomus varius peitica 0,03162 Tyrannus melancholicus suiriri 4,11163 Pachyramphus viridis caneleiro-verde 0,03164 Pachyramphus polichopterus caneleiro-preto 1,24165 Pachyramphus validus caneleiro-de-chapéu-preto 0,1
96
FAMÍLIA PIPRIDAE
166 Pipra rubrocapilla cabeça-encarnada 2,28167 Chiroxiphia pareola tangará 6,91168 Manacus manacus rendeira 3,81169 Neopelma pallescens fruxu 0,16170 Schiffornis turdinus flautin-marron 0,03
FAMÍLIA HYRUNDINIDAE 171 Tachycineta albiventer andorinha-do-rio 2,05172 Progne chalybea andorinha-doméstica-grande173 Alopochelidon fucata andorinha-morena 0,04174 Stelgidopteryx ruficollis andorinha-serrador 2,01175 Hirundo rustica andorinha-de-bando 0,13
FAMÍLIA TROGLODYTIDAE
176 Donacobius atricapillus chauá 1,83177 Thryothorus genibarbis garrinchão-pai-avô 6,91178 Troglodytes musculus cambaxirra 5,38
FAMÍLIA MUSCICAPIDAE 179 Ramphocaenus melanurus balança-rabo-de-bico-curvo 6,06180 Polioptila plumbea balança-rabo-de-chapéu-preto 0,77181 Turdus rufiventris sabiá-laranjeira 1,37182 Turdus leucomelas sabiá-branca 8,19183 Turdus amaurochalinus sabiá-poca 0,04184 Turdus fumigatus sabiá-da-mata 0,09
FAMÍLIA VIREONIDAE
185 Cyclarhis gujanensis pitiguari 6,27186 Vireo chivi juruviara 10,5187 Hylophilus poicilotis verdinho-coroado 0,04
FAMÍLIA EMBEREZIDAE 188 Basileuterus flaveolus canário-do-mato 0,64189 Basileuterus culicivorus pula-pula190 Coereba flaveola sebito 9,51191 Cissopis leveriana pêga192 Thlypopsis sordida saíra-canário 0,04193 Nemosia pileata saíra-de-chapéu-preto 0,38194 Tachyphonus cristatus tiê-galo 0,68195 Tachyphonus rufus joão-moleque 0,3 196 Ramphocelus bresilius sangue-de-boi
97
197 Thraupis sayaca sanhaçu-de-bananeira 0,43198 Thraupis palmarum sanhaçu-de-coqueiro 14,5199 Euphonia chlorotica vem-vem 0,64200 Euphonia violacea guriatã 4,1 201 Tangara fastuosa * pintor202 Tangara cyanocephala * verdelin203 Tangara cayana frei-vicente 1,96204 Tangara velia saíra-diamante205 Dacnis cayana saí-azul 0,81206 Cyanerpes cyaneus saíra-beija-flor 0,55207 Sicalis luteola mané-mago208 Volatinia jacarina tiziu 0,34209 Sporophila lineola bigode210 Sporophila nigricollis papa-capim ou cabeça-preta 0,04211 Sporophila albogularis golado212 Sporophilla leucoptera patativa-chorona 0,09213 Sporophila bouvreuil caboclinho214 Tiaris fuliginosa cigarra-de-coqueiro215 Arremon taciturnus tico-tico-da-mata 4,39216 Paroaria dominicana galo-de-campina217 Saltator maximus trinca-ferro 7,38218 Cacicus solitarius bauá219 Icterus cayanensis xexéu 0,3 220 Icterus jamacaii concriz 0,09221 Leistes superciliaris espanta-boiada222 Curaeus forbesi * papa-arroz 0,3 223 Molothrus bonariensis chopim, galdério
FAMILIA PASSERIDAE
224 Passer domesticus pardal 0,64 FAMÍLIA ESTRILDIDAE
225 Estrilda astrild bico-de-lacre 0,13
*Espécies ameaçadas de acordo com IBAMA (2003)
Tabela 13 – Presença de placa de incubação em aves capturadas no centro da mata de Secupema (08 13 33,3” S , 35 03 44,1” W), na Reserva de Gurjaú, Pernambuco.
Espécie Quantidade Sexo PeríodoTurdus leucomela 5 Indeterminados 01-10-2002Manacus manacus 2 Fêmeas 01-10-2002\\Chiroxiphia pareola 2 Fêmeas 01-10-2002Gluacis hirsuta 2 Indeterminados 02-10-2002
98
Turdus rufiventris 1 Indeterminado 02-10-2002Leptopogon 1 Indeterminado 02-10-2002Conopophaga cearae 1 Indeterminado 02-10-2002Myrmotherula axilaris 1 Macho 03-10-2002Manacus manacus 1 Fêmea 03-10-2002Hemitriccus zosterops 1 Indeterminado 03-10-2002Pipra rubrocapilla 1 Fêmea 03-10-2002Rhynchocyclus olivaceus 1 Indeterminado 03-10-2002Myrmotherula axillaris 1 Macho 04-10-2002Myrmotherula axillaris 1 Fêmea 04-10-2002Chiroxiphia pareola 1 Fêmea 05-11-2002Platyrinchus mystaceus 1 Fêmea 05-11-2002Glaucis hirsuta 1 Indeterminado 05-11-2002Manacus manacus 1 Fêmea 05-11-2002Conopophaga cearae 1 Indeterminado 06-11-2002Manacus manacus 4 Fêmeas 07-11-2002Pipra rubrocapilla 6 Fêmeas 06-12-2002Manacus manacus 1 Fêmea 06-12-2002Mionectes oleagineus 1 Indeterminado 07-12-2002Tolmomyias flaviventris 1 Indeterminado 07-12-2002Veniliornis affinis 1 Indeterminado 07-12-2002Chiroxiphia pareola 2 Fêmeas 08-12-2002Saltator maximus 1 Indeterminado 08-12-2002Neopelma pallescens 1 Fêmea 08-12-2002Pipra rubrocapilla 1 Fêmea 16-01-2003Chiroxiphia pareola 1 Fêmea 16-01-2003Glaucis hirsuta 1 Indeterminado 16-01-2003Manacus manacus 3 Fêmeas 17-01-2003Myiobius barbatus 1 Indeterminado 15-02-2003Rhynchocyclus olivaceus 1 Indeterminado 15-02-2003Thamnophilus aethiops 1 Fêmea 16-02-2003Neopelma pallescens 1 Fêmea 23-03-2003*Rhynchocyclus olivaceus 2 Indeterminado 17-06-2003
* Foram capturados ao mesmo tempo na mesma rede. Esta informação sugere que seja um casal com o macho também apresentando a placa de incubação. Davis (1945) relata a observação de placa em macho de alguns tiranídeos.
4.2.4 Levantamento de Mamíferos
Introdução
De acordo com Meyrs et al. (2000) a Mata Atlântica apresenta 250 espécies de
mamíferos, das quais 55 são endêmicas. A fragmentação tem produzido
graves conseqüências para este grupo, em particular para as espécies de
maior porte, verificando-se o desaparecimento total de algumas delas em
99
certas regiões e localidades. A conjunção desses fatores levou a inclusão de
69 dessas na lista oficial de espécies da fauna brasileira ameaçadas de
extinção (MMA, 2003).
Poucas Unidades de Conservação (UC) localizadas em áreas de Mata
Atlântica, particularmente no Nordeste brasileiro, foram inventariadas de modo
satisfatório, havendo consideráveis lacunas no conhecimento taxonômico e
biogeográfico da maioria dos gêneros e espécies, de forma que novas espécies
e novas localidades de ocorrência são freqüentemente registradas a cada novo
estudo. As listas de espécies ameaçadas constituem-se nas ferramentas mais
apropriadas para guiar as ações governamentais e políticas públicas com
vistas à preservação. O controle do tráfico e comércio ilegal de animais,
também não pode prescindir dessas listas (MMA/SBF, 2002b). Daí a
importância da realização do inventário da biodiversidade das matas do
Sistema Gurjaú que servirá de subsídio para a recategorização e embasará o
plano de manejo desta UC.
Assim, o presente estudo objetivou inventariar a mastofauna terrestre existente
em Gurjaú. Esse trabalho inicial deverá também dar origem a futuros estudos
de monitoramento, que possibilitem o acompanhamento da dinâmica das
populações de mamíferos da área (Monteiro da Cruz, 1998), principalmente
daquelas espécies cuja instabilidade populacional possa comprometer a
sobrevivência das mesmas nos fragmentos desta UC.
METODOLOGIA
Área de Estudo
Preparaçãoda Área
O presente estudo foi desenvolvido em vários fragmentos da RESG (Figura
32). As capturas dos animais foram antecedidas pela abertura de novas trilhas
e mapeamento das trilhas já existentes, com o uso de GPS (para
georreferenciamento das localidades de amostragem), e bússola e trenas para
a definição dos pontos de coleta, devidamente identificados através de fitas
plásticas, e distantes 50m um do outro. Para cada área de amostragem
100
selecionada foi utilizada de uma a duas trilhas cuja extensão variou entre 300m
e 1000m.
Inventário
Para o levantamento da mastofauna foram utilizadas quatro metodologias: 1)
captura com armadilhas metálicas (do tipo Tomahawk); 2) visualização em
campo; 3) identificação através de vestígios; 4) entrevistas com a comunidade
local (Wilson et al., 1996). Foram realizadas excursões mensais com duração
de 04 a 06 dias consecutivos cada, entre agosto de 2002 e abril de 2003. A
classificação taxonômica adotada neste estudo foi a de Wilson e Reeder
(1992).
Captura e Processamento
Nas capturas, foram utilizadas armadilhas de dois tamanhos (45X15X15cm e
75X30X30cm), dispostas em cada ponto de coleta, em número de 01 a 03,
procurando-se, quando possível, colocar ao menos uma no solo e outra
suspensa (a cerca de 1,5m - 2,0m do solo). Como iscas, foram utilizados frutos
(banana e abacaxi) e paçoca de amendoim, sendo as armadilhas iscadas e
revisadas a cada 24 horas. O esforço de captura, no presente estudo, foi
calculado adotando-se a fórmula: EF = NA X NC, onde EF= esforço de captura,
NA= número de armadilhas utilizadas e NC= número de dias de captura. As
armadilhas foram colocadas em 03 fragmentos: Mata da Zabé (01 trilha), Mata
do Cuxio (02 trilhas) e Mata Gurjaú-Secupema (02 trilhas), como pode ser visto
na Figura 32. Além disso, em apenas uma ocasião, fez-se uma amostragem na
região próxima à Estação de Tratamento de Água (ETA) da Compesa.
Os animais capturados foram levados a uma sala de processamento onde
foram anestesiados com Cloridrato de Quetamina (50mg/ml), para em seguida
serem processados. A dosagem do anestésico (10 a 30mg/Kg de peso) variou
de acordo com a espécie e a classe etária de cada animal. Os dados de
morfometria, peso, estado clínico e reprodução foram coletados e anotados em
fichas individuais. Além disso, todos os indivíduos foram marcados através de
tatuagem na cauda. Os animais cuja identificação não foi possível foram
sacrificados, após anestesia, e adequadamente conservados para posterior
101
identificação, através de chaves taxonômicas específicas para cada grupo, ou
por comparação com material depositado nas coleções da UFPE e UFRPE. Os
espécimens assim coletados encontram-se depositados na coleção de
mamíferos do Departamento de Biologia, Área de Zoologia, da UFRPE.
Visualizações em Campo
As visualizações em campo dos mamíferos (avistamentos), foram feitas
durante os percursos realizados no transecto Gúrjaú/Secupema (a pé ou de
carro) e nas trilhas de diversos fragmentos de mata (a pé), em diferentes
horários (Figura 32). Para os animais avistados foram anotados os nomes da
espécie, o horário e o local da observação, além do número de indivíduos. Aqui
foram consideradas não apenas as visualizações feitas pela equipe de
mastofauna, mas também àquelas realizadas pelos componentes das demais
equipes de levantamento de fauna.
Identificação Através de Vestígios
Durante os percursos, também foram realizadas observações de vestígios dos
animais: pegadas, restos alimentares, fezes, pêlos e carcaças. Além dos
fragmentos de mata onde foram realizadas as capturas, a busca de vestígios
também foi realizada em outros fragmentos da região percorridos pela equipe
de mastofauna e no transecto Gurjaú/Secupema de 4Km de extensão
(Figura 32). As pegadas e carcaças encontradas foram fotografadas e
identificadas com o auxílio de guias específicos (Becker e Dalponte 1991;
Emmons e Feer, 1999).
Entrevistas com a Comunidade Local
Foi utilizado um questionário para as entrevistas com a comunidade local,
dividido em três partes: identificação, grau de conhecimento/consciência sobre
a situação da flora e fauna locais e informação sobre as prováveis espécies
que existem ou já existiram na área (sob foco qualitativo e quantitativo). Para
esta última parte, foram utilizados desenhos e pranchas coloridas (Emmons e
102
Feer, 1999; Eisenberg e Redford, 1999) para orientar os entrevistados quanto à
identificação dos animais. Deu-se prioridade às pessoas que moram na área há
muitos anos, e àquelas que já praticaram ou ainda praticam a caça. A segunda
parte do questionário inclui a coleta de informações sobre o estado de
conservação do bioma e da biota atual e remota da UC, e buscou indícios
sobre a pressão de caça a que está submetida à mastofauna local. Para
inclusão de espécies citadas nas entrevistas na lista de mamíferos das matas
do Sistema Gurjaú, levou-se em consideração a confiabilidade nas respostas
dos entrevistados e a porcentagem de citações (a partir de 70% de
concordância).
Figura 32 – Matas do Sistema Gurjaú
Resultados
Durante o período do estudo foram inventariadas 32 espécies de mamíferos
para as matas do Sistema Gurjaú, pertencentes às ordens Didelphimorphia (04
gêneros, 06 espécies), Xenarthra (05 gêneros, 05 espécies), Rodentia (11
103
gêneros, 11 espécies), Lagomorpha (01 gênero e 01 espécie), Carnivora (08
gêneros, 08 espécies) e Primates (01 gênero, 01 espécie), como pode ser
constatado na Tabela 15. Dentre estas, o gato-do-mato (Leopardus tigrinus)
encontra-se na lista oficial da fauna brasileira ameaçada de extinção, na
categoria vulnerável (MMA, 2003). Além disso, vale ressaltar, a existência de
uma espécie endêmica do Nordeste brasileiro, Callithrix jacchus (sagüi), e de
um pequeno marsupial, Monodelphis americana (Figura 33), endêmico da Mata
Atlântica. Os resultados obtidos através de cada uma das metodologias
adotadas se encontram pormenorizados a seguir.
Capturas
Ao longo do estudo, através da utilização das armadilhas metálicas, ocorreram
44 capturas e 04 recapturas de mamíferos de pequeno porte (Tabela 14). Além
disso, 04 marsupiais caíram nas armadilhas montadas para répteis, do tipo pit-
fall, e 01 tamanduá-mirim, Tamandua tetradactyla (Figura 34), foi capturado
manualmente por uma pessoa da comunidade, e encaminhado à equipe de
pesquisadores. As espécies mais capturadas foram Didelphis albiventris e
Marmosa murina (Figura 35), com 10 e 9 indivíduos, respectivamente. Durante
o processamento dos espécimens capturados, constatatou-se que 01 de
Didelphis albiventris e 03 fêmeas de Didelphis marsupialis tinham filhotes no
marsúpio (Figura 36).
Figura 33 – Monodelphis americana capturado na Mata Secupema em novembro de 2002
104
Figura 34 – Tamandua tetradactyla encontrado na Mata Secupema em março de 2003.
Figura 35 – Marmosa murina capturada na Mata da Zabé em setembro de 2002.
105
Figura 36 – Didelphis marsupialis com filhote capturado na Mata do Cuxiu em dezembro de 2002.
Visualizações em Campo
Através das visualizações em campo, pôde-se observar 07 espécies de
mamíferos, das quais 02 também foram capturadas. Assim, os avistamentos
permitiram a inclusão de 05 espécies diferentes na lista (Tabela 15), das
ordens Xenarthra (01), Rodentia (02), Lagomorpha (01) e Carnivora (01).
Identificação Através de Vestígios
A maioria dos vestígios encontrados constitui-se de pegadas. Quatro espécies
(03 roedores e 01 carnívoro) puderam ser identificadas e acrescentadas à lista
através dos rastros. Além disso, duas carcaças de Bradypus variegatus foram
encontradas flutuando no Lago Gurjaú (Tabela 15).
Durante o trabalho de campo, também foi possível constatar a existência da
atividade de caça nos vários fragmentos de mata percorridos, através da
106
presença de “esperas”, “fojos”, armadilhas para tatus, cápsulas de balas de
espingarda, tiros de arma de fogo, presença e latido de cães e perfuração à
bala na mandíbula de uma das carcaças de preguiça. Além disso, observou-se
a existência de grandes canis de cães de caça (da raça Fox Hunter) em várias
propriedades e posses da área.
Foram também identificados indícios de caça associada à venda de animais,
especificamente a capivara – Hydrochaeris hydrochaeris – a maior espécie
vivente de roedor do planeta. Em uma ilhota (com menos de 01ha), no açude
de Secupema, um tipo de armadilha grande foi construída para a captura de
capivaras, em local escondido da visão de quem faz o percurso de carro ou a
pé na margem do açude. Cultivou-se um milharal, cercado com arame e
estacas resistentes, limitado por apenas dois acessos em forma de “fojo” – um
tipo de armadilha artesanal para captura de animais vivos, semelhante a um
alçapão – que, no caso específico, correspondia a valas de 1,0m X 1,0m X
1,5m, cobertas por uma base estrutural de gravetos, forrada por materiais da
serrapilheira local. Pelo alto investimento do empreendimento, questionou-se
sobre a possibilidade de que esta captura não se limitasse à caça para
alimentação ou criação do animal como pet (animal de estimação) pela
comunidade local, mas pudesse estar associada ao comércio ilegal da espécie.
Entrevistas com a Comunidade Local
No total, foram realizadas 32 entrevistas. A partir das informações contidas nos
questionários, foi possível listar mais 11 espécies de mamíferos (06 carnívoros,
02 roedores e 03 tatus), como pode ser observado na Tabela 15. Constatou-se
ainda que, há cerca de 30 anos atrás, existiam macacos-prego (Cebus apella),
veados (Mazama gouazoupira) e porcos-do-mato (Tayassu tajacu), que hoje se
encontram extintos na região.
Também através das entrevistas foi possível tomar conhecimento de quão
grande é a pressão de caça local, que não se limita aos caçadores da própria
comunidade mais inclui também os provenientes dos municípios do entorno.
Os mamíferos mais caçados são, sobretudo, cutias, tatus e pacas, secundados
por quatis, raposas e capivaras. O método tradicional de se caçar na região é
107
através do uso de espingardas, cães de caça e construção de “esperas”,
seguido do uso de armadilhas artesanais. A caça geralmente serve para ser
comida como petisco, acompanhada por bebidas alcoólicas (principalmente a
cachaça), e mais raramente para servir de animal de estimação (cutia, papa-
mel, quati, tatu, coelho, paca, capivara).
Foi unânime e enfaticamente negada, a caça comercial de animais vivos,
apesar dos indícios levantados nesta pesquisa. Foram freqüentes os relatos de
que a “caça à raposa” vem sendo praticada há muitos anos como esporte,
utilizando-se inclusive, afora cães farejadores e espingardas, de cavalos de
montaria. Segundo os entrevistados, esta modalidade de esporte tem sido
praticada, quase que exclusivamente, pelas classes mais abastadas da
população.
Tabela 14 – Áreas de amostragem, esforço de captura, número de animais capturados com respectivas ordens, da mastofauna inventariada nas matas do Sistema Gurjaú.
EXCURSÃO ÁREAS ESFORÇO DE CAPTURA
NÚMERO DE ANIMAIS
CAPTURADOS
ORDENS
1 ETA, Mata da Zabé 30 X 2 = 60 7 Rodentia e
Didelphimorphia
2 Mata da Zabé, Mata
Gurjaú/Secopema
60 X 3 = 180 1 Didelphimorphia
3 Mata Gurjaú/Secopema 60 X 3 = 180 3 Didelphimorphia e
Primates
4 Mata Gurjaú/Secopema 73 X 2 = 146 4 Didelphimorphia
5 Mata Gurjaú/Secopema 73 X 6 = 438 8 Rodentia e
Didelphimorphia
6 Mata Gurjaú/Secopema 73 X 6 = 438 5 Rodentia e
Didelphimorphia
7 Mata Gurjaú/Secopema,
Mata do Cuxiu
54 X 3 = 162 6 Rodentia e
Didelphimorphia
8 Mata Gurjaú/Secopema,
Mata do Cuxiu
74 X 4 = 296 10 Rodentia,
Didelphimorphia e
Primates
9 Mata Gurjaú/Secopema,
Mata do Cuxiu
74 X 4 = 296 4 Rodentia,
Didelphimorphia e
Primates
TOTAL ETA, Mata da Zabé,
Mata Gurjaú/Secopema,
Mata do Cuxiu
2196 48 Rodentia,
Didelphimorphia e
Primates
108
Tabela 15 – Lista da mastofauna inventariada nas matas do Sistema Gurjaú
ORDEM FAMÍLIA ESPÉCIE NOME VULGAR
MÉTODO DE AMOSTRAGEM
Didelphimorph
ia
Didelphidae Didelphis albiventris (Lund, 1840)
Timbú C, E
D. marsupialis(Linnaeus, 1758)
Cachorro do
mato
C, E
Marmosa murina(Linnaeus, 1758)
Cuíca C
Monodephis domestica (Wagner, 1842)
C
M. americana (Müller,
1776)
C
Micoureus demerarae (Thomas, 1905)
Rato fidalgo C, E
Xenarthra Bradypodidae Bradypus variegatus (Schinz, 1825)
Preguiça VC, A, E
Dasypodidae Dasypus novemcinctus(Linnaeus, 1758)
Tatu
verdadeiro
E
Euphractus sexcinctus (Linnaeus, 1758)
Tatu peba E
Cabassous unicinctus(Linnaeus, 1758)
Tatu rabo de
couro
E
Myrmecophagida
e
Tamandua tetradactyla
(Linnaeus, 1758) Tamanduá
mirim
C, VP, E
Rodentia Muridae Rattus sp. (Fisher,
1803)
Ratazana,
rato
C, E
Mus
musculus
(Linnaeus, 1758)
Catita C, E
Nectomys sp. (Peters,
1861)
Rato d’água C
Akodon sp. (Meyen,
1833)
Rato C, A
Holochilus sp. (Brandt, 1835)
Rato de cana E
Agoutidae Agouti paca (Linnaeus,1766)
Paca E
Dasyproctaprymnolopha (Wagler,
1831)
Cutia VP, E
Cavidae Cavia aperea(Erxleben, 1777)
Preá A, E
Erethizontidae Coendu prehensilis (Linnaeus, 1758)
Coendu VP, E
Sciuridae Sciurus aestuans Paracatota A, E
109
(Linnaeus, 1766)
Hydrochaeridae Hydrochaerishydrochaeris(Linnaeus, 1766)
Capivara VP, E
Lagomorpha Leporidae Sylvilagus brasiliensis (Linnaeus, 1758)
Coelho do
mato
A, E
Carnivora Canidae Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766)
Raposa A, E
Felidae Leopardus tigrinus(Schreber, 1775)
Gato
maracajá
E
Felis yagouarondi (Lacépède, 1809)
Raposa de
gato
E
Mustelidae Eira barbara (Linnaeus, 1758)
Papa mel E
Galictis vittata (Schreber, 1776)
Furão E
Lontra longicaudis (Olfers, 1818)
Lontra E
Procyonidae Procyon cancrivorus (G. Cuvier, 1798)
Guará de
cana
VP, E
Nasua nasua (Linnaeus, 1766)
Quati E
Primates Callitrichidae Callithrix jacchus
(Linnaeus, 1758) Sagüi C, A, E
Legenda: C = Captura; VC = Vestígio/carcaça; VP = Vestígio/pegadas; A = Avistamento; E = Entrevista
DISCUSSÃO
A diversidade da mastofauna terrestre encontrada nas matas do Sistema
Gurjaú assemelha-se às de outros estudos realizados em remanescentes de
Mata Atlântica no estado de Pernambuco como, por exemplo, o Parque
Estadual Dois Irmãos, a Estação Ecológica de Tapacurá, a Estação Ecológica
de Caetés e a Área Piloto RBMA-Complexo Igarassu/Itapissuma/Itamaracá
(Monteiro da Cruz et al., 2002); também é bastante similar àquela do inventário
de mamíferos realizado por Fernandes (2003) em fragmentos de mata no
estado de Alagoas.
Apesar da quantidade de espécies registradas (32) ter sido razoável, o número
de capturas (48, ocorrendo 04 recapturas) foi pequeno em relação ao esforço
de captura realizado (2196). Vale salientar que apenas 12 espécies foram
capturadas em armadilhas; 09 foram adicionadas à lista através de vestígios
e/ou avistamentos e outras 11, através das entrevistas com a comunidade.
110
Provavelmente o uso de outros tipos de armadilhas, como as de Sherman
(para animais bem pequenos), ou laços e grades pit-fall (para animais de médio
e grande porte) (Wilson et al., 1996), possibilitaria o aumento do número de
indivíduos capturados, mas não necessariamente o de espécies.
O fato da maioria dos mamíferos encontrados constituir-se de animais de
pequeno porte era um resultado já esperado para a região estudada. Isto se
deve, provavelmente, ao alto grau de fragmentação da área, que encontra-se
próxima a centros urbanos, apresentando uma grande pressão antrópica e
conseqüente uso dos recursos naturais, de maneira desordenada. A presença
de assentamentos humanos pode agir como meio de introdução de espécies
exóticas e domésticas que passam a competir, ou até mesmo predar, as
espécies nativas de plantas e animais (Miller e Hobbs, 2002). No caso
específico dos mamíferos, a caça e o desmatamento exacerbados são os
prováveis agentes responsáveis pelo seu desaparecimento gradual nas matas
de Gurjaú, pois estes, segundo How e Dell (2000), são os vertebrados em
maior desvantagem nos remanescentes de mata urbanos. De acordo com
Miller e Hobbs (2002), os assentamentos humanos representam inúmeras
barreiras para o deslocamento dos vertebrados terrestres, especialmente no
caso das espécies de mamíferos que possuem uma grande área de uso e que
acabam confrontando com pessoas. Pimentel (2000), em estudo realizado na
Costa Rica, também aponta os fatores caça e desmatamento como causas da
diminuição da mastofauna terrestre da região.
Observou-se também que a maioria das espécies inventariadas estão bem
adaptadas a áreas perturbadas, sobretudo àquelas próximas a cursos d`água,
plantações e pastagens (Emmons e Feer, 1999; Eisenberg e Redford, 1999), o
que é comum de se encontrar em Gurjaú. De acordo com Terborgh (1984 apud
Pimentel, 2000), em florestas perturbadas, observa-se o desaparecimento de
mamíferos de grande porte e o estabelecimento de espécies generalistas e de
menor tamanho, sem muito valor de caça. Assim, espécies como Leopardus
tigrinus e Felis yagouarondi, essencialmente carnívoras e bastante caçadas,
terão poucas chances de continuar existindo na região. Um fato preocupante
em relação à atividade de caça local de mamíferos, é que esta não é de
111
subsistência, servindo como uma forma de lazer para a comunidade, além de
haver indícios do comércio ilegal de algumas espécies. A falta de fiscalização é
resultado, inequivocamente, do descaso do proprietário da área, o próprio
governo.
Espirito Santo (2002) fala sobre um consenso, amplamente aceito hoje, de que
áreas protegidas não podem ser administradas isoladas do que ocorre no seu
entorno. Ele propõe vários modos de abordagem para que a comunidade do
entorno passe a se responsabilizar pela preservação da área, pois, de acordo
com Shutkin (2000, apud Miller e Hobbs, 2002), os esforços para proteção de
habitats obtêm melhores resultados quando a comunidade local se mantém
informada e envolvidos no processo, do que quando as ordens e
regulamentações vêm de um órgão superior.
Pelo potencial que as matas do Sistema Gurjaú demonstram ter, nesta rápida
avaliação ecológica, e pelo nível de ameaça que parte considerável de sua
mastofauna vem sofrendo, sugerimos que sejam contemplados no seu Plano
de Manejo a implantação de corredores ecológicos, em curto prazo,
concebidos a partir de novos cenários para a conservação de sua
biodiversidade.
4.2.5 Levantamento da vegetação
Introdução
As florestas tropicais são ecossistemas que abrigam alta biodiversidade,
englobando cerca de dois terços do total de espécies existentes no planeta. O
Brasil graças as suas duas grandes florestas – a amazônica e a atlântica – se
destaca como um dos países possuidores da maior biodiversidade do mundo,
possuindo cerca de 357 milhões de hectares de florestas, 30% de todas as
florestas tropicais do planeta, mais que o dobro da área de quem ocupa o
segundo lugar, a Indonésia (Almeida, 2000).
Sendo o Brasil detentor da maior biodiversidade que se conhece, dos cerca de
1,4 milhão de organismos conhecidos pela ciência, 10% vivem em território
brasileiro (Mittermeier et al, 1992), é imperativo que a população nordestina se
conscientize sobre o valor ambiental e sócio-econômico da biodiversidade.
112
Entretanto este bioma vem sendo destruído pela ação antrópica onde grande
parte de sua diversidade está sendo extinta antes mesmo que se conheça o
potencial ecológico, genético e a importância econômica das espécies.
Alguns grandes fragmentos ainda estão conservados, como é o caso da
reserva ora em estudo que é a de Gurjaú, que apresenta uma biodiversidade
incomparável à de outras reservas faltando apenas que o governo do estado
de Pernambuco defina urgentemente uma forma de preservar e conservar
aquela unidade.
METODOLOGIA
Localização
A área em estudo localiza-se no litoral sul de Pernambuco entre os municípios
do Jaboatão dos Guararapes e Cabo de St° Agostinho, ditando 40 Km do
centro de Recife entre a latitude 8°13’33” e longitude 35°13’44” oeste de
Greenwich e XXX ocupando uma área de 1070 hectares.
Clima
Os municípios de Jaboatão dos Guararapes e Cabo de St° Agostinho
apresentam na classificação de Köeppen clima do tipo Am’s que pode ser
definido como clima tropical chuvoso de monção com verão seco e menos de
60mm no mês mais seco, com precipitação pluviométrica anual total muito
elevada (SUDENE, 1973).
No litoral sul, o domínio absoluto da massa equatorial atlântica caracterizada
pelos ventos alísios do hemisfério sul que sofrem reforço com as invasões das
massas polares ocasionam as chuvas de inverno. Os meses mais chuvosos
são junho e julho, enquanto os meses mais secos são outubro, novembro e
dezembro. A precipitação anual total atinge valores acima de 2000mm
(SUDENE 1973).
113
PROCEDIMENTO DE CAMPO E LABORATÓRIO
Flora
Conforme metodologia apresentada, as visitas a campo foram realizadas duas
vezes ao mês seguindo a sistemática das trilhas existentes. Como também
novas trilhas implantadas para observações e coletas. O período de coleta
ainda se estendera por 5 a 6 meses devido a maioria das espécies arbóreas e
arbustivas não se encontrarem na fase reprodutiva.
As espécies botânicas foram classificadas seguindo o sistema de Cronquist
(1998). Cada indivíduo que foi coletado recebe um único número de coleta cujo
respectivo registro constará na caderneta de campo. Nestas cadernetas foram
anotadas todas as observações relativas ao hábito de crescimento e
características específicas (cor da flor, odor, presença de látex ou resina no
caule e algumas características no fruto), isto é, características florais e
vegetativas que possam ser modificadas e processo de secagem das
amostras. O número de duplicatas coletadas foram sempre três. Observaram-
se também os nomes vulgares dados pelo mateiro, que foram anotados e
comparados com os já existentes na literatura. O material foi processado
segundo o método de Mori et al (1989) e incorporados aos acervos dos
herbários IPA e UFRPE.
No laboratório, o material foi secado em estufa a 60°C e identificado usando-se
como auxílio, microscópio esterioscópico binocular tipo lupa, comparando-se
com espécies do acervo do herbário e usando literatura especificada.
Resultados
Os resultados encontrados estão além do esperado, principalmente com
relação à quantidade e qualidade das espécies, de importância da preservação
da flora, interesse econômico para a região tais sejam: formação de bancos de
sementes de espécies madeireiras a serem usadas para produção de mudas
no reflorestamento com espécies nativas, plantas alimentícias, ornamentais,
extração de cipós para uso em artesanato (Figuras 36 a 39).
114
Lista das Espécies
As espécies foram coletadas nos diversos fragmentos existentes na área em
estudo, onde foram separadas nas diversas matas que possuem nomes locais
denominados pelo mateiro que nos acompanha e população local (Tabela 16 e
17).
115
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