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ArtigoBrasil pode colher a maior safra de Cana da história
MUNDO CaNa ano 04 | número 08 | março 2013
CenturionPotencializa os níveis de Atr e a rentabilidade da atividade
iEA E SoMArPrevisões otimistaspara o mercado
“indústria do futuro terá foco exclusivo na moagem da Cana”ENTREVISTA Ismael Perina Jr., diretor-presidente da ORPLANA
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MUNDO CaNa
pág. 5
ENTREVISTAIsmael Perina Junior – orplanaTendências em remuneração e modelo de negócios
pág. 16
MERCADO LATINOAMERICANO
Brasil, méxico e Colômbiase destacam na cultura da Cana
pág. 10
uSINAJalles machado (Go)nutrição vegetal e controle no manejo da Cana
pág. 12
uSINAVista alegre (mS)Uso combinado de defensivostraz bons resultados
pág. 8
fORNECEDORESCopercanaarysta aumenta sua participação na Cooperativa
ano 04 - número 08março 2013
a revista mundo Cana é o veículo decomunicação oficial da arysta LifeScience
para o mercado sucroalcooleiro.
Coordenação Geralantonio Carlos Costa
Claudine DivitisJosé renato Gambassi
ProduçãoTexto assessoria de Comunicações
Jornalista Responsávelaltair albuquerque (mTb 17.291)
Redaçãonadia andrade
alexandre Franco
fotosTexto assessoria de Comunicações
arquivo arysta
Projeto Gráfico e Designronaldo albuquerque
Tiragem2.000 exemplares
Arysta LifeScience do Brasilrua Jundiaí, 50 – 4º andar
São Paulo/SP – Brasil CeP.: 04001-904
Telefone: 55 11 3054-5000 Fax: 55 11 3057-0525
pág. 21
ARTIGOmarcos Fava neves
Brasil pode colher a maiorsafra de Cana de sua história
03
MUNDO CaNa
pág. 18
CAPAmaturador Centurion
arysta reúne setor produtivopara lançamento em SP
MERCADOIea e Somar
Previsão otimista parao setor sucroalcooleiro
18
pág. 14pág. 4
EDITORIALJosé renato GambassiGerente de Produtos e mercado Cana da arysta LifeScience
105
Àmedida que realizávamos as entrevistas para a oitava edição da Revista Mundo
Cana fomos identificando um cenário promissor do mercado sucroalcooleiro,
bem como um sentimento forte de perspectiva de recuperação por parte dos
diferentes elos da cadeia produtiva.
O otimismo pode ser percebido no resultado da safra de Cana 2012/2013, nas previsões
climáticas para as regiões Centro-Sul e Nordeste, nas estimativas de exportação
de etanol e açúcar, na utilização de máquinas colheitadeiras, na retomada de
investimentos e, especialmente, na projeção para a próxima safra, que poderá ser a
maior da história, conforme vocês lerão no artigo de Marcos Fava Neves, professor de
planejamento e estratégia na FEA-USP.
Análise recente do Instituto de Economia Agrícola (IEA) reforça a tendência positiva para
a safra 2013/2014, com potencial para ser melhor em produção e produtividade. A diretora
técnica do IEA afirmou à Mundo Cana que o cenário que se constrói é de aumento da
produção associado à boa recuperação da produtividade. A expectativa de clima mais
amigável também está detalhada nessa matéria sobre o panorama do mercado.
O governo tem participação na construção da previsão positiva para o mercado
sucroalcooleiro ao anunciar o aumento da gasolina e do percentual de etanol misturado
à gasolina (de 20% para 25%), o que trará benefícios uma vez que substituiremos
gasolina importada com produto nacional e aumentaremos os preços do açúcar no
mercado mundial, recebendo mais pelas nossas exportações.
Para o início de safra é um excelente pacote de notícias positivas. A Arysta vem
trabalhando no desenvolvimento de tecnologias capazes de melhorar a qualidade e
a produtividade dos canaviais, auxiliando os produtores a aproveitar ao máximo o
cenário de boas perspectivas e não perder nenhuma oportunidade.
Levamos nosso desafio muito a sério. O mercado de Cana-de-açúcar é estratégico para
a Arysta e investimos forte para oferecer soluções de qualidade em todas as etapas da
cultura. São 35 profissionais atuando na equipe, seja no desenvolvimento e evolução
dos produtos, na assistência técnica ou no pós-venda.
É por esse motivo que a agradável receptividade que tivemos em nosso recente
lançamento do maturador Centurion, em São Paulo, com a presença de mais de 75 usinas
de diferentes estados, além de fornecedores, distribuidores e cooperativas, nos deixa
realmente muito honrados e motivados, mostrando que estamos no caminho certo.
Aproveitem a leitura.
Editorial
José Renato Girotti Gambassi,
Gerente de Produtos e mercado Cana
#08
Recuperação e Produtividade
04
Engenheiro agrônomo pela Unesp
de Jaboticabal (SP), Ismael Perina
Junior, de 54 anos, é diretor-pre-
sidente da Organização de Plan-
tadores de Cana da Região Cen-
tro-Sul do Brasil (Orplana), com
sede em Piracicaba (SP), comple-
tando seis anos de representativi-
dade a frente da entidade.
Ismael, que também faz parte do
Conselho de Administração do
Centro de Tecnologia Canavieira
(CTC) e da Câmara Setorial do
Açúcar e do Etanol, explica por-
que, em um futuro próximo, a
remuneração ao fornecedor de
Cana poderá ir além do índice de
ATR (sacarose).
Ele também aborda tendências
para o segmento sucroenergético,
opina sobre o Código Florestal e
considera que, em menos de uma
década, o setor registrou perdas
importantes em função da visão
equivocada e desmazelos do go-
verno federal.
Futuro prevê mudanças na remuneração e no modelo de negócios do mercado sucroalcooleirotendência traz remuneração agregada ao valor da energia da biomassa e grupo de fornecedores tecnicamente bem atualizados, destinando sua matéria-prima para uma indústria preocupada, exclusivamente, com a moagem de Cana
te
xto
Qual é a sua visão de futuro para
a Orplana? A Organização tem man-
tido, nestes 37 anos de atividades, a
missão de trabalhar e defender inte-
resses do setor junto aos órgãos pri-
vados e públicos, na esfera federal
ou estadual. E agora, prestes a ser
eleita uma nova diretoria executi-
va, estou certo de que haverá con-
tinuidade dessa tarefa prestigiosa de
auxiliar as atuais 34 associações vin-
culadas, que representam 18 mil for-
necedores de Cana dos cinco Estados
05
Entrevista Ismael Perina Junior
>
que formam a região Centro-Sul (São
Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do
Sul, Minas Gerais e Goiás). Estados
que constituem o maior polo produ-
tor do Brasil, respondendo por mais
de 80% do volume de Cana plan-
tada, colhida e processada no País.
Continuaremos a trabalhar neste
propósito de difundir o conhecimen-
to e atualidades entre as associações
reunidas e fomentar ações que me-
lhorem as condições e políticas que
regulamentam o setor.
Temos um modelo de produção bem sucedido, que agrega alto desempenho na mecanização, alta tecnologia e eficiência dos defensivos”
“
Qual sua avaliação sobre o paga-
mento ao produtor baseado no teor
de sacarose? O sistema foi uma das
maiores transformações desde 1983 e
vem sendo um significativo ganho ao
setor, uma vez que o produtor passou
a não só se preocupar com a produtivi-
dade por tonelada de Cana produzida
por hectare, mas também com o teor
de sacarose produzida por tonelada/
hectare, sistema que permanece até os
dias atuais sob a regulamentação do
Conselho dos Produtores de Cana-de-
-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de
São Paulo (Consecana).
Considero o modelo importante e
que deve ser mantido. Ele contempla
a qualidade. Já em termos de futuro
deste sistema de pagamento, tudo
vai depender das adaptações que o
próprio mercado irá fazer no decorrer
dos anos, por exemplo, os empreen-
dimentos agroindustriais podem vir a
ajustar essa remuneração não apenas
pela energia da sacarose, mas, tam-
bém, pela energia da biomassa (ba-
gaço da Cana e da palha da Cana).
Quais as principais ações que me-
recem menção nesses seis anos de
reivindicações e direcionamentos
do setor pela Orplana, junto ao
governo federal? Percebo que neste
período houve certo distanciamento
do governo federal e visão equivo-
cada em relação ao segmento sucro-
energético. O setor não conseguiu ter
a margem esperada de lucratividade
em relação ao etanol, principalmente,
porque a administração federal focou
muito na questão da precificação da
gasolina e deixou o etanol concorrer
no mercado livre. Com isso, a conta
não fecha. Nos últimos seis anos, tive-
ximo, mas, em minha opinião, demo-
rou demais para voltar e, acredito que
não foi propriamente pelo setor e sim
uma medida tampão para beneficiar,
principalmente, as equações econô-
micas da Petrobras.
Quais os impactos das decisões so-
bre o novo Código Florestal? E para
o setor produtivo da Cana, qual é
seu parecer? Este foi um assunto
que foi debatido por mais de 10 anos
no Congresso Nacional e a Orplana
participou deste processo de discus-
sões. Nossa linha sempre foi mostrar
os problemas que um código florestal
pode desencadear ao ser elaborado
no âmbito de uma discussão muito
acirrada com simpatizantes e órgãos
ambientalistas que estão inseridos
no contexto. Isso levou a discussão
a prevalecer no lado excessivamente
MUNDO CaNa
06
te
xto
mos um aumento brutal de custo de
produção, de mão-de-obra, de insu-
mos e dos transportes, e que de al-
guma maneira tivemos que absorver.
O Governo errou quando extinguiu a
Contribuição de Intervenção no Do-
mínio Econômico (CIDE), que incide
sobre a importação e a comerciali-
zação de petróleo e seus derivados e
álcool etílico combustível, o que equi-
librava a competitividade do etanol.
Também se equivocou ao assinar o
decreto, em agosto de 2011, determi-
nando a diminuição do percentual de
etanol na gasolina de 25% para 20%,
o que causou um grande transtorno
para as usinas. Tal decisão desenca-
deou, na época, um efeito de concor-
rência com a importação do etanol e
fez o preço do produto nacional ir lá
pra baixo. Agora, a mistura de 25%
volta a vigorar a partir de maio pró-
MUNDO CaNa
ambiental e deixou de contemplar o
que deveria ter mais peso, que é o
de trabalhar a produção sustentável
em nossas áreas de agronegócio, que
mais geram divisas ao País.
Apesar disso, eu aponto o Artigo 68,
que regulamenta os 20% de mata na-
tiva a serem preservados para cada
propriedade no caso do Centro-Sul
do Brasil, como principal destaque.
O Artigo 68 livra dessa recomposição
quem tiver desmatado conforme a
legislação vigente na ocasião, e que,
no caso das usinas, foi uma delibera-
ção sensata de maneira a se preservar
os contratos vigentes. A medida vem
preservar essa continuidade no de-
senvolvimento e aprimoramento das
áreas que já estão em produção, sem
mais impactos ambientais.
Como você avalia a evolução do
corte mecanizado? Como os mé-
dios e pequenos estão se organi-
zando nesse sentido? Está ocor-
rendo uma união ou não? Por
quê? Esta também é uma questão
discutida desde longa data, não pelo
fato da mecanização em si, mas sim
porque, ao longo dos anos, tornou-se
uma tendência, como ocorreu com as
grandes culturas mundiais, como a
Soja, o Milho, o Café e o Algodão.
Como o Brasil é o maior produtor de
Cana mundial, reunindo fatia muito
significativa no mercado global, esse
próximo passo pela mecanização
foi se desencadeando naturalmente
e vem somando avanços com a in-
corporação, adaptações e melhorias
importantes. Por outro lado, deman-
da um pouco mais de tempo, prin-
cipalmente porque, entre os grandes
produtores, o problema está pratica-
no, médio ou grande produtor, cada
um precisará ter capacidade técnica
e outras formas de gerenciamento
para que permaneça fornecendo,
numa escala razoável, para as indús-
trias do setor.
Tenho como grande modelo para o
futuro, grupos de fornecedores tecni-
camente super bem atualizados e que
destinarão sua matéria-prima para
uma indústria preocupada, única e
exclusivamente, na moagem de Cana.
Como você avalia o papel de empre-
sas como a Arysta que auxiliam no
fomento de tecnologias para pro-
dução com competitividade? E por
quê? Temos, hoje, um bem sucedido
modelo de produção que agrega o alto
desempenho na mecanização aliado à
alta tecnologia e eficiência dos defen-
sivos agrícolas aplicados na cultura da
Cana, por exemplo, os promotores de
crescimento, os maturadores químicos
e herbicidas de última geração. Sem
isso, nós não conseguiríamos os ga-
nhos de produtividade necessários.
Outro ponto que às vezes não aparece
na hora da comercialização e é muito
importante, é a pesquisa de produto
que se faz antes de colocá-lo em esca-
la comercial, além dos ensaios expe-
rimentais e testes de campo que são
realizados no desenvolvimento de mo-
léculas cada vez mais ambientalmen-
te favoráveis. Então, é fundamental a
participação destas empresas, dos cen-
tros de pesquisas e da parceria com os
fornecedores e produtores neste im-
portante caminho por novas alternati-
vas e gerações de produtos.
mente resolvido, mas não podemos
esquecer que temos um contingente
muito grande de pequenos e médios
fornecedores. Por isso, para eles, o
processo de mecanização não é tão
simples assim e pede necessárias in-
corporações graduais, principalmen-
te para aqueles produtores que ocu-
pam canaviais em áreas em declive,
onde a mecanização é mais difícil de
ser trabalhada.
07
Colaborou nesta matéria Carlos Correa
Consultor técnico Comercial - Sertãozinho (SP)
O governo errou quando extinguiu a CIDE e reduziu o percentual de etanol na gasolina”
“Olhando para frente, como obser-
va o futuro do produtor de Cana?
Em sua opinião, há concentração
do setor? A concentração é pública
e notória e somam-se a esse cená-
rio, os desmazelos do governo fe-
deral que não tem olhado com mais
atenção para o setor como deveria.
Abriu-se uma porteira forte com a
entrada de capital estrangeiro por in-
termédio de investimentos de grupos
internacionais que passam a marcar
presença no setor. Eu não sei se, com
esta tendência, vai sobrar espaço
para o pequeno produtor trabalhar.
Há 20 anos, o produtor conseguia
sobreviver da atividade, mas, hoje,
ele tem muita dificuldade de sobrevi-
vência. Quanto ao futuro da ativida-
de, observo que, seja para o peque-
Atuar no mercado fornecedor de insumos
em parceria com empresas especiali-
zadas e consolidadas no agronegócio,
oferecendo produtos eficientes e de qualida-
de. É com este foco que as ações de difusão de
tecnologias para o campo e de comercialização
de adubos, fertilizantes e defensivos agrícolas,
tornaram-se referencial da Cooperativa dos
Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São
Paulo (Copercana), em Sertãozinho (SP).
Frederico Dalmaso, gerente comercial da Co-
percana, afirma que entre as empresas que se
destacam neste elo comercial bem sucedido
com a cooperativa está a Arysta LifeScience.
O gerente revela que, desde que o primeiro
produto da Arysta (Dinamic) foi incluído, há
seis anos, na família de defensivos agrícolas
da cooperativa, a escala comercial vem cres-
cendo a cada ano entre os produtores coope-
rados da região.
Na comparação entre as safras 2010/2011 e
2012/2013, os produtos Dinamic, Biozyme e
Lava 800 WG registraram incremento de 134%
na movimentação comercial da cooperativa.
DINAmIc é O PRINcIPAL heRbIcIDA cOmeRcIALIzADO PeLA cOOPeRAtIvA
08
frederico Dalmaso:
Entre as usinas da região, Dinamic é um exemplo de fidelização
Copercana aumenta em mais de 100% a comercialização de produtos Arysta
MUNDO CaNa
texto
Fundada em 19 de maio de 1963, a
Copercana comemora o seu cinquen-
tenário em 2013. Em conjunto com as
festividades, a atual gestão, comandada
por Antônio Eduardo Tonielo (diretor-
-presidente); Manoel Ortolan (diretor-
-superintendente) e Pedro Bighetti
(diretor-secretário), trabalha com os
preparativos para a realização da IX
Agronegócios Copercana e VII Agroca-
na, eventos que acontecem em junho
e setembro, respectivamente. Em 2012,
só a feira Agronegócios movimentou R$
120 milhões em três dias. Os eventos
são realizados anualmente para propor-
cionar aos produtores melhores condi-
ções de financiamento, preços e quali-
dade na aquisição de insumos.
“Além da realização das feiras, traba-
lhamos para inaugurar, ainda esse ano,
um posto de combustível em Jabotica-
bal (SP) e expandir a rede de supermer-
cados Copercana”, destaca Pedro Esrael
Bighetti, diretor secretário da Coper-
cana. Atualmente, o Sistema Coperca-
na reúne duas entidades vinculadas: a
Canaoeste (fornecedores) e a Sicoob
Cocred (instituição de crédito), com 7
mil cooperados ativos, mais de 1.200
colaboradores e 18 filiais Copercana,
sendo 15 em municípios do interior de
São Paulo e três em Minas Gerais.
Copercana completa meio século em 2013
Ele destaca também que, em
geral, é comum que o produ-
tor fidelize determinada marca
devido a sua qualidade, efici-
ência e relação custo/benefí-
cio. “Entre as usinas da região,
Dinamic é um exemplo claro
desse cenário”.
Os produtos da Arysta são
consumidos, principalmente,
entre médios e grandes agricultores, que estão
mais habituados a investir em tecnificação no
campo e possuem, em média, áreas superiores
a 40 hectares.
O gerente comercial informa que, além do Di-
namic, segue na mesma linha de crescimento
e fidelização de uso, outros produtos forneci-
dos pela empresa. É o caso do maturador Cen-
turion, o mais recente integrante da lista de
produtos da Arysta. “Posso dizer que quem já
usou gostou do maturador, é um novo produto
que foi bem aceito”, confirma Dalmaso.
MUNDO CaNa
09
giovanni rossanez e
Pedro Bighetti:
gerente financeiro e diretor-secretário
da Copercana
Colaborou nesta matéria Carlos Correa
Consultor técnico Comercial - Sertãozinho (SP)
“O volume representou salto de 100 mil Kg/
litros para 234 mil Kg/litros de defensivos agrí-
colas da Arysta, apenas de uma safra para ou-
tra”, revela o gerente comercial. No decorrer
da safra 2013/2014, a cooperativa projeta al-
cançar volume de 300 mil Kg/litros, incremento
de 28% em relação à safra anterior.
Os trabalhos em conjunto com a Arysta foram
desenvolvidos a partir de 2007, com a abertu-
ra da comercialização do herbicida Dinamic.
“Desde então, Dinamic passou a integrar nossa
família de defensivos e continua como o prin-
cipal herbicida comercializado entre nossos co-
operados”, diz Dalmaso.
Desde a chegada de Dinamic, há seis anos, a escala comercial cresce a cada ano entre os cooperados”
“
Construção do prédio matriz da cooperativa em Sertãozinho
te
xto
div
ulg
aç
ão
Ocultivo da Cana-de-açúcar se desta-
ca como uma das mais antigas ativi-
dades agrícolas do Brasil, datada de
1532. Desde então, se desenvolveu, se pro-
fissionalizou, se tecnificou e se consolidou, le-
vando o país à condição de líder mundial na
produção da Cana.
Nas usinas, a cada safra encontramos inves-
timentos em novas possibilidades de uso de
tecnologias que auxiliem no ganho da pro-
dutividade.
A assistência técnica no campo é uma das ferra-
mentas tecnológicas de destaque cada vez mais
presente e valorizada na realidade das usinas.
Pertencentes ao Grupo Otávio Lage, a Usina
Jalles Machado e a unidade Otávio Lage pos-
suem 55 mil hectares ocupados com a cultura
da Cana. Desde 2007, a Usina recebe suporte
a campo da Arysta LifeScience para o uso de
tecnologias em defensivos agrícolas.
Para Patrícia Rezende Fontoura, gestora de
planejamento agrícola, pesquisa e desenvolvi-
mento da usina, o desafio do grupo sempre foi
o perfilhamento, devido aos grandes períodos
de seca e ao tradicional perfil da região de solo
pouco fértil.
MUNDO CaNa
JALLes mAchADO INcORPORA sOLuções efIcIeNtes à estRAtégIA De mANeJO DA cANA PARA meLhORAR A PRODuçãO DO cANAvIAL
Manejo inteligente pede nutrição vegetal e controle de plantas daninhas
10
>
arquivo arysta
Jalles Machado:
Desde o início buscando alternativas para melhorar o estande do canavial
divulgação
de e rentabilidade na cultura da Cana. Hoje,
Dinamic e Biozyme estão entre os produtos
mais usados na usina”, reconhece Patrícia.
PRONUTIVA – O aumento da área planta-
da tornou-se necessidade para os produtores
brasileiros, assim como o alcance de máximo
desempenho, produtividade e rentabilidade.
Atenta a esse cenário, a Arysta LifeScience de-
senvolveu o conceito Pronutiva, com produtos
de proteção (Dinamic) e nutrição vegetal (Bio-
zyme) que oferecem ganhos na produtividade
da Cana-de-açúcar, ao proporcionar o suces-
so no estabelecimento inicial do plantio e o
consequente melhor fechamento do canavial,
o que por sua vez in-
fluencia positivamen-
te o controle de plan-
tas daninhas realizado
pelo herbicida.
Essa é a estratégia que
vem sendo emprega-
da na Usina Jalles Ma-
chado. Para Patrícia
Rezende, o manejo da
cultura em termos de
nutrição e proteção é muito importante para o
sucesso de um bom plantio. “Sempre tivemos
um importante apoio de campo da equipe da
Arysta e foi justamente em função deste ótimo
relacionamento que chegamos aos bons resul-
tados. Por meio da experimentação foi possí-
vel aprender mais sobre o conceito Pronutiva e
o posicionamento do produto, além de obter
mais confiança para utilizá-lo”, conclui.
Com a integração de diferentes estratégias de
manejo, a gestora da usina revela que a ex-
pectativa para a próxima safra prevê ganhos
ao redor de oito toneladas por hectare. Nessa
safra, a projeção é que a Jalles Machado atin-
ja a produtividade média de 76 toneladas por
hectare e a produção alcance 3,3 milhões de
toneladas.
“Em função dos grandes desafios, desde o
princípio de nossas atividades temos buscado
alternativas para melhorar o estande de nos-
sos canaviais e o fertilizante foliar Biozyme foi
uma boa alternativa para obter ganhos de pro-
dutividade”, diz Patrícia.
O primeiro produto da Arysta que, há seis anos,
passou a ser incorporado à estratégia de mane-
jo da usina foi o herbicida Dinamic, utilizado
no combate de plantas daninhas de difícil con-
trole. O resultado foi o impacto significativo na
melhora em termos de ocupação e controle de
área para desenvolvimento da Cana planta e,
consequentemente, a Cana soca.
Em 2010, para reforçar as ações de incremen-
to de produtividade
nos canaviais da Jalles
Machado, a equipe
técnica da Arysta e o
departamento de pes-
quisa da usina pas-
saram a monitorar
uma área experimen-
tal com aplicação do
Biozyme, reconhecido
por potencializar a
brotação das mudas de Cana. Do mesmo modo
como aconteceu com Dinamic, um ano depois,
o Biozyme, já aprovado em testes de campo,
passou a ser incorporado em escalas gradativas
no plantio da usina. “Atualmente, utilizamos o
fertilizante foliar em 100% do plantio conven-
cional da usina”, revela Patrícia.
Ela conta que o principal ganho com o uso
de Biozyme é a melhoria da performance do
plantio, proporcionando maior número de
perfilho por metro e a diminuição das falhas
no plantio. A aplicação, tanto no período mais
seco ou mais úmido, vem sendo realizada pra-
ticamente na mesma dosagem de, em média,
0,4 litro/hectare.
“É comum avaliarmos os impactos de produti-
vidade antes de incorporar uma nova tecnolo-
gia em escala comercial à nossa estratégia de
manejo e, em ambos os produtos, pudemos
constatar ganhos significativos de produtivida-
MUNDO CaNa
11
Colaborou nesta matéria Ângelo Volpato
Consultor técnico Comercial - goiânia (go)
Realizamos a nutrição vegetal com Biozyme em 100% do plantio
convencional”
“Patrícia
Rezende:
O desafio do grupo sempre foi
o perfilhamento
te
xto
Mário Márcio e Silvio Janegitz Jr. mostram a qualidade do canavial da Vista Alegre
MUNDO CaNa
usINA vIstA ALegRe APOstA NA sINeRgIA De bONs ResuLtADOs cOm RetORNO De PRODutIvIDADe
12
Versatilidade no uso combinado de defensivos agrícolas é positiva
te
xto
>
OGrupo Tonon, que controla a Usina
Vista Alegre, em Maracaju (MS), tem
se destacado por realizar trabalho di-
ferenciado e eficiente no trato e controle da
braquiária em áreas cultivadas com Cana-de-
-açúcar, no Mato Grosso do Sul.
Considerado um dos mais importantes clientes
da Arysta naquele estado, o Grupo Tonon re-
conhece a versatilidade do uso combinado das
moléculas dos defensivos agrícolas da Arysta,
com ótimo sinergismo de resultados.
“Há três safras utilizamos Dinamic, potenciali-
zando a ação do produto com outras moléculas
associadas, de acordo com a flexibilidade na
época de aplicação”, conta o supervisor de tra-
tos culturais da usina, Mário Márcio Martinho.
Entre agosto e novembro, por exemplo, a usi-
na opta pelo uso associado dos herbicidas Di-
namic (Amicarbazone) e Lava 800 (Tebuthiu-
ron). Outra combinação interessante, capaz de
levar à redução de 20% nos custos, é a mistura
de Dinamic e Dizone (Hexazinona + Diuron).
Essa estratégia é utilizada, geralmente, entre
março e maio (final do período das chuvas),
reforçando a ação de controle da braquiária e,
em menor proporção, em áreas de controle de
plantas daninhas de folhas largas, como a cor-
da-de-viola e a mamona. “Além disso, depen-
dendo do período, é possível acrescentar um
terceiro produto, alcançando ótimo resultado
econômico com as misturas e mantendo retor-
no de produtividade plenamente satisfatório”.
Márcio acrescenta que, neste tipo de combina-
ção, por exemplo, trabalha com dosagens de
Dinamic variando entre 1 Kg por hectare (solos
mais leves) a 1,4 Kg por hectare (solos mais
pesados). Ele lembra que, nestas estratégias de
uso combinado de defensivos agrícolas, é mui-
to importante a usina ter histórico detalhado,
levando em conta fatores como o tipo de solo,
a época de aplicação, a variedade da cultura e
a matologia da área.
“A mensagem chave é a seguinte: produto caro é
aquele que não funciona e isso, em geral, acon-
tece quando o defensivo agrícola não é bem tra-
balhado, não se define o alvo do tratamento, há
gargalos na execução da aplicação ou quando
as recomendações na aplicação não foram intei-
ramente respeitadas”, argumenta o supervisor.
A Usina Vista Alegre também está obtendo re-
gerente agrícola da unidade, Silvio Janegitz Jr.,
revela que a capacidade instalada de moagem
é de 2,5 milhões de toneladas/safra, com área
de Cana de 41,3 mil hectares. A capacidade de
produção de etanol é de 96 mil m3/safra, de
açúcar 173 mil toneladas/safra e de geração
de energia elétrica 30 Mw (Megawatts).
Na última safra, a
Vista Alegre alcançou
2,17 milhões de to-
neladas produzidas
em área de colheita
de 28 mil hectares e
produtividade média
de 77,42 toneladas
por hectare. Do total
desta produção, 63%
da Cana moída foram
destinados à produ-
ção de açúcar e os ou-
tros 37% para etanol.
Para o ciclo 2013/2014, a estimativa é que a
unidade alcance 2,48 milhões de toneladas de
produção e ocupe área de 38,7 mil hectares
(sendo 31,7 mil hectares de Cana plantada e
mais sete mil hectares de plantio), com a meta
de atingir a produtividade média de 81,6 to-
neladas por hectare.
Colaborou nesta matéria Ulisses Santos
Consultor técnico Comercial - Dourados (MS)
sultados positivos com aplicações do fertilizan-
te foliar Biozyme em Cana planta, mas nota
que, nas áreas onde o produto foi aplicado,
a rebrota da Cana soca é mais vigorosa. Se-
gundo Martinho, o incremento proporcionado
pelo produto é de 10% de produtividade no
canavial. “O padrão da usina é de 109 tonela-
das por hectare, mas nas áreas aplicadas com
o fertilizante foliar, a produtividade registrada
alcançou 120 toneladas por hectare”.
A novidade virá com o uso do maturador Cen-
turion, lançado recentemente pela Arysta, que
a usina começará a trabalhar mais significa-
tivamente nesta safra. “Faremos a apuração
comparativa dos resultados levando em conta
os padrões utilizados pela usina e, com isso, o
produto tende a ser incorporado progressiva-
mente na prática de manejo de nossa unida-
de”, revela Patric Araújo, supervisor de desen-
volvimento agronômico da Vista Alegre.
Patric revela outra ação importante feita pelo
Grupo Tonon que é o
investimento e a ma-
nutenção de mão-de-
-obra qualificada. Em
2012, a Vista Alegre
investiu em sete treina-
mentos internos com
empresas parceiras,
especialmente, como
a Arysta LifeScience,
com a qual comparti-
lhou o Programa Apli-
que Bem.
Longevidade – O Grupo Tonon também
completa 50 anos em 2013. Há meio século,
nascia um grupo familiar constituído por seis
primos-irmãos que começaram suas primeiras
atividades com um pequeno alambique em
Bocaina (SP), local onde hoje está instalada
a Usina Santa Cândida, também pertencente
ao grupo.
Na Usina Vista Alegre, a unidade mais nova do
grupo, que iniciou suas operações em 2006, o
MUNDO CaNa
13
Grupo Tonon:
Investimento e manutenção de
mão-de-obra qualificada
No uso combinado de defensivos é preciso
atentar ao tipo de solo, época de aplicação,
variedade da cultura e matologia da área”
“
Usina Vista Alegre (MS)
>
texto
O mais recente levantamento de cam-
po do Instituto de Economia Agrícola
(IEA) para o setor sucroalcooleiro esti-
ma produção de 532 milhões de toneladas na
safra 2012/2013. O volume é 2,60% superior
às previsões realizadas no início de 2012.
De acordo com o IEA, já a safra 2013/2014,
que se inicia entre março e abril, tende a ser
ainda melhor em produção e produtividade,
com possibilidade de superar o atual volume
produzido. “O cenário que se constrói é de au-
mento da produção associado à boa recupe-
ração da produtividade em São Paulo, maior
polo produtor de Cana do País. Já temos usinas,
por exemplo, anunciando que terão aumento
da produção de Cana para a próxima safra de
até 30% em alguns casos, o que ampliará a
oferta de etanol e açúcar”, afirma Marli Dias
Mascarenhas Oliveira, diretora técnica do De-
MUNDO CaNa
partamento do Instituto de Economia Agrícola.
Se depender do clima na região Centro-Sul,
o anúncio de aumento da produção de safra
pode se confirmar. O agrometeorologista Mar-
co Antonio dos Santos, da Somar Meteorolo-
gia, explica que, nesse ano, a estação do ou-
tono não terá ausência total nem volume alto
de chuvas como ocorreu nos meses de maio e
junho de 2012. Portanto, o período não será
tão seco, com condições tipicamente na média
para a região Centro-Sul.
“Devemos ter o primeiro semestre com clima
dentro da normalidade, com chuvas esporádi-
cas e temperaturas um pouco mais baixas, sem
indicativos de geadas, pois estamos em um ano
neutro, sem fenômenos como la niña e el niño
atuando”, avalia o agrometeorologista.
No Nordeste, que inicia agora o período de
entressafra, deverá voltar a chover em março,
mas ainda abaixo da média de final de verão e
início de outono. O cenário, portanto, irá pro-
piciar, ainda que parcialmente, a recuperação
dos canaviais. “A quantidade de chuva no inicio
do outono não será suficiente para reverter to-
talmente o quadro de seca que se acumulou ao
longo de 2012 na região, especialmente por-
que o déficit hídrico é muito alto e a redução de
chuvas no Nordeste volta nos meses de junho e
julho desse ano”, explica Marco Antonio.
O setor também desfruta de transformações in-
teressantes, como os novos investimentos que
estão avançando para outras áreas produtoras
importantes, como nos Estados de Mato Grosso
do Sul, Mato Grosso e Goiás. “Na região Sul do
ANáLIse DO IeA DestAcA AumeNtO De PRODuçãO, RecuPeRAçãO De PRODutIvIDADe e tRANsfORmAções NAs RegIões PRODutORAs
14
Previsão otimista e de recuperação para o setor sucroalcooleiro
Marli Oliveira:
Transformações interessantes no setor
div
ulg
aç
ão
nergética gera mais de US$ 28 bilhões. O se-
tor, que reúne mais de 70 mil agricultores, gera
mais de 3,6 milhões de empregos diretos e in-
diretos no país.
Embora o mercado interno continue em expan-
são com o aumento das vendas de veículos flex,
não há, ainda, reflexo no aumento do consu-
mo de etanol, pelo contrário, houve queda de
17,8% em relação a 2011.
“Em contrapartida, a lacuna de consumo de
etanol foi suprida pelo aumento da gasolina.
E com o aumento do percentual de etanol mis-
turado à gasolina de 20% para 25%, a partir
do dia 1º de maio, o cenário pode melhorar”,
destaca Marli.
Já as exportações de etanol tiveram acréscimo de
26,7% em relação a 2011, mas bem aquém do
volume exportado em 2006 e 2008, quando o
país bateu recorde de volume de exportação de
etanol com 3,5 bilhões de litros exportados. Para
o açúcar, o cenário é diferente, com queda de
15,6% nas vendas em 2012, em relação a 2011.
“As exportações de açúcar devem continuar em
alta neste primeiro trimestre de 2013, puxadas
por embarques de negócios fixados quando os
preços estavam mais altos e pela necessidade
de escoar a produção excedente da atual safra.
A commodity passa por um momento delicado,
uma vez que a expectativa de grande safra no
Brasil vem pressionando as cotações internacio-
nais do açúcar”, completa.
Colaborou nesta matéria José renato girotti gambassi
gerente de Produtos e Mercado Cana
Brasil, o Paraná já é o segundo maior produ-
tor de Cana-de-açúcar do País. No Sudeste, a
forte expansão em São Paulo ocorre no Noro-
este e Oeste do Estado. A expansão é evidente
também nos estados de Rio de Janeiro, Minas
Gerais e Espírito Santo, bem como no Nordeste
do Brasil - nos estados da Bahia e Maranhão”,
revela Marli.
Para o final da safra 2012/2013, a produção
de açúcar deverá totalizar 34,05 milhões de
toneladas, 4,13% acima do volume projetado
anteriormente. No caso do etanol, a produção
estimada é de 21,33 bilhões de litros, sendo
12,48 bilhões de hidratado e 8,85 bilhões de
anidro: crescimento de 6,63% sobre a projeção
de setembro de 2012.
Do total de 532 milhões de toneladas estima-
das, o Estado de São Paulo será responsável
pela produção de quase 425 milhões de tone-
ladas, volume 4,6% superior ao estimado em
2010/11. Destaque também para o aumento
em 2,9% da produtividade paulista (média de
79,3 t/ha), devido às condições climáticas fa-
voráveis. Em relação à área total cultivada, o
crescimento foi de 3,5%, enquanto a área para
corte registrou expansão de 1,6%.
“Esse aumento é atribuído, particularmente,
à ampliação dos níveis de reforma dos cana-
viais, o que impacta na diminuição da idade e
promove produtividade superior. O crescimen-
to não retoma os números históricos das safras
passadas, mas já é um avanço que sinaliza recu-
peração”, diz Marli Mascarenhas.
Outra transformação relevante observada pelo
IEA é a grande mudança estrutural do segmento
nos últimos anos, que vem alterando o perfil cul-
tural e corporativo da indústria sucroalcooleira
energética, com a entrada de grupos estrangeiros
e também a chegada da indústria petrolífera.
Mercado interno versus exportação
Os números mostram que o agronegócio su-
croalcooleiro nacional fatura, direta e indireta-
mente, R$ 40 bilhões por ano, o equivalente
a 2,35% do PIB nacional. Já a cadeia sucroe-
MUNDO CaNa
15
Há usinas anunciando aumento de até 30% na
produção de Cana para a próxima safra”
“Marco
Antonio (Somar
Meteorologia):
Primeiro semestre com
clima dentro da normalidade
div
ulg
aç
ão
O setor sucroalcooleiro nacional tem im-
portantes desafios nos próximos anos
com foco no aumento da produção,
produtividade, eficiência e retomada de inves-
timentos. São metas ambiciosas para garantir
a expansão da indústria e confirmar o cenário
favorável da produção de açúcar e etanol no
próximo ciclo 2013/14.
De acordo com a presidente da Única (União da
Indústria de Cana-de-Açúcar), Elizabeth Farina,
a expansão do mercado mundial de açúcar e ál-
cool tem estimulado o aumento de investimen-
tos internos. No período entre 2006 e 2009,
foram mais de US$ 20 bilhões direcionados ao
setor e outras captações semelhantes já estão
em curso para as próximas safras.
Nesse cenário, o Brasil segue absoluto no topo
do ranking mundial dos maiores países produ-
tores de Cana-de-açúcar e como a principal na-
ção na implantação em larga escala do etanol,
combustível renovável alternativo ao petróleo.
Atualmente, o Brasil é também o maior expor-
tador mundial de açúcar e álcool, exercendo
forte influência na determinação dos preços in-
ternacionais destas commodities. Como líder na
produção mundial de açúcar, o país concentra
MUNDO CaNa
efIcIêNcIA PRODutIvA DA cOLômbIA, AumeNtO De INvestImeNtOs NO bRAsIL e cRescImeNtO DAs exPORtAções NO méxIcO RefLetem ceNáRIO AquecIDO DO meRcADO NA AméRIcA LAtINA
Vocação canavieira une Brasil, México e Colômbia
Açúcar e Álcool:
Expansão do mercado mundial tem estimulado aumento de investimentos internos
16
25% da produção global e 50% da exportação
mundial e, como o 2º maior produtor mundial
de etanol, detém 20% da produção mundial e
20% da exportação global.
Segundo a FAO (Food Agriculture Organization),
a Cana-de-açúcar ocupa, no mundo, área em
torno de 22 milhões de hectares, com produção
total de 155,7 bilhões de toneladas. Dos 121
países produtores, 15 possuem juntos 86% da
área e 87% da produção. São eles: Brasil, Índia,
China, Tailândia, Paquistão, México, Cuba, Co-
lômbia, Austrália, EUA, Filipinas, África do Sul,
Argentina, Mianmar e Bangladesh.
Além do Brasil, a Arysta LifeScience está presen-
te no México e na Colômbia, importantes países
com vocação sucroalcooleira e que despontam
como grandes inovadores e disseminadores de
novas tecnologias.
México - Sexto maior produtor mundial de
Cana, o México tem no açúcar seu principal
produto agrícola. Sua produção de açúcar para
a safra 2012/13 segue na expectativa de ligei-
ro aumento de 2% em relação à safra passada,
com a estimativa de alcançar 5,45 milhões de
toneladas, ante as 5,34 milhões de toneladas
da safra anterior.
Já a previsão de exportação de açúcar mexi-
cano nesta próxima safra é de, aproximada-
mente, 1,4 milhão de toneladas, superando os
embarques da safra 2011/12, de 1,15 milhão
de toneladas. O consumo interno mexicano de
açúcar para alimentação doméstica e industrial
também deve registrar crescimento, superan-
do 5 milhões de toneladas/ano.
O Comitê Nacional Mexicano para o Desenvol-
vimento Sustentável da Cana-de-Açúcar (Co-
nadesuca) aponta que a área de plantio, nesta
safra, ocupa cerca de 760 mil hectares, peque-
no aumento em relação a 2011/12, e que de-
penderá das condições climáticas, mudanças de
custos de produção e do nível de investimento
contínuo por parte das usinas.
O setor bioenergético mexicano reúne mais de
50 usinas em 15 diferentes estados, com desta-
que ao Estado de Veracruz. No total, a atividade
gera número superior a 1 milhão de empregos.
Colômbia - A Colômbia destaca-se como a oi-
tava maior fornecedora de açúcar no mundo e
está entre as mais eficientes produtoras de Cana
da América Latina, com 120 toneladas por hec-
tare. Nos últimos anos, o Centro de Pesquisa de
Cana-de-Açúcar da Colômbia (Cenicaña) tem
trabalhado no desenvolvimento de programas
de manejo e gestão da terra por áreas específi-
cas para aumentar a produtividade. A indústria
sucroalcooleira espera que, com essa iniciativa,
seja possível alcançar incremento significativo
na produção de Cana, saltando das atuais 120
toneladas por hectare/ano para 160 toneladas
por hectare/ano, a partir de 2020, o que a leva-
rá ao topo no ranking dos países recordistas em
produtividade média.
Na safra 2012/2013, a produção estimada de
açúcar colombiano é de 2,31 milhões de tone-
ladas, número equivalente ao da safra anterior.
MUNDO CaNa
17
A Cana ocupa área de 22 milhões de hectares no mundo, com
produção total de 155,7 bilhões/t”“
O consumo interno de açúcar está estimado em
1,64 milhão de toneladas.
Atualmente, a Colômbia tem 13 usinas de açú-
car, todas localizadas no Valle de Cauca. Em
2011, por exemplo, a área de Cana plantada na
região foi calculada em 239 mil hectares. Desse
total, 20% são dedicados à produção de etanol,
que ocorre em cinco das 13 usinas de Cauca.
Aproximadamente 70 mil propriedades (entre
fazendas e unidades de arrendamentos de todos
os portes) destinam áreas de plantio e empre-
gam mais de 120 mil produtores em todo o país.
Em 2013, a produção de etanol deve regis-
trar novo aumento de 300 mil litros por dia,
impactando, inclusive, na exportação de açúcar.
Três novos projetos estão em desenvolvimento
no país e gerarão acréscimo na produção de
1,05 bilhão de litros/ano, com a meta de atingir
2,2 bilhões de litros/ano a partir de 2014.
A Arysta LifeScience tem fábrica nos três paí-
ses. Assim como no Brasil, possui, no México
e na Colômbia, equipe de atendimento dedi-
cada, assistência técnica e oferta de produtos
para a cultura da Cana.
Colaborou nesta matériaArysta LifeScience América Latina
AArysta LifeScience acaba de apresentar
ao setor sucroalcooleiro o maturador
Centurion, capaz de potencializar os
níveis de ATR (açúcar total recuperado - saca-
rose) e aumentar a rentabilidade da atividade.
O produto, que passa a integrar o portfólio da
empresa para o mercado de Cana-de-açúcar,
foi lançado em grande estilo no dia 21 de fe-
vereiro, em São Paulo, para mais de 75 usinas
de diferentes estados, além de fornecedores,
distribuidores e representantes de cooperati-
vas, reunindo público superior a 100 pessoas
altamente tecnificadas.
Na abertura do evento, Antonio Carlos Costa,
Diretor de Marketing da Arysta para a Améri-
ca Latina, destacou a importância do mercado
de Cana para a empresa, que investe cada vez
mais em sua equipe, hoje composta por 35
profissionais; e na pesquisa e desenvolvimento
de mercado para estar presente, com soluções
de qualidade, em todas as fases da cultura.
Já o Gerente de Produtos e Mercado Cana da
Arysta, José Renato Girotti Gambassi, salientou
a importância de uma parceria equilibrada
entre usinas e indústria para desenvolvimen-
to e uso de novas tecnologias em defensivos
agrícolas. “Conseguimos reunir nesse encontro
uma seleta plateia de representantes de vários
segmentos do setor sucroalcooleiro do Brasil, o
que nos dá muita honra em trocar experiências
bem sucedidas de tecnificação no campo. Isso
porque são os produtores os principais reali-
zadores e responsáveis para que novas tecno-
logias cheguem ao campo com a proposta de
melhorar os índices econômicos e produtivos
da lavoura”, disse Gambassi.
Com o tema “Energia em Alta”, conceito que
simboliza o poder da sacarose, a apresentação
sobre o maturador Centurion focou na capa-
cidade do produto em aumentar os níveis de
açúcar, entregando mais vitalidade para a in-
dústria da Cana em menor tempo. Centurion
trabalha no processo de antecipação da ma-
turação da Cana no início da safra ou como
mantenedor da maturação no final da safra
(aplicação entre 15 a 45 dias antes do corte).
“Trata-se de um defensivo de alta eficiência e
MUNDO CaNa
mAIs De 75 usINAs DO PAís PRestIgIAm eveNtO “eNeRgIA em ALtA” em sP
Arysta reúne setor produtivo para o lançamento de Centurion
18
Fotos: arquivo arysta
Lançamento Centurion:
Produto aumenta rentabilidade da atividade
Na exposição de seu case de sucesso, Bombo-
natti apresentou comparativos das avaliações
feitas em maio de 2012 entre a área testemu-
nha e a área tratada, como a realizada na Fa-
zenda São Francisco, em Colina (SP), onde foi
utilizada a variedade RB 86 7515. De acordo
com o experimento, em 17 dias após aplicação
com o maturador Centurion, o ganho obtido
foi de 9,2% em relação ao lote testemunha
com 107 Kg/ATR por tonelada; e aos 36 dias
de aplicação, o ganho
foi de 31,3% em re-
lação ao lote testemu-
nha, de 106,4 Kg/ATR
por tonelada.
No comparativo com a
média histórica da usi-
na, que é de 111,4 Kg/
ATR por tonelada para
o período, com ganho
médio de 18,7%, hou-
ve ganho, ao final de 36 dias de maturação, de
22,1 Kg/ATR por tonelada.
“Com certeza este é um produto novo e dife-
renciado que veio para ficar. Seus ganhos são
comprovadamente garantidos segundo as prá-
ticas de manejo recomendadas e já na segun-
da semana posterior à aplicação, os ganhos de
ATR começam a aparecer”, completou Bom-
bonatti.
Também palestrante do evento, o engenheiro
agrônomo Antonio Marcos Iaia, responsável
amplamente testado a campo, que entra para
a linha de produtos inovadores da Arysta, que
aposta e investe forte no setor canavieiro”,
completa José Renato.
Presente no evento, Celso Luiz Martins Arakaki,
gerente agrícola da Alcoeste Destilaria, de Fer-
nandópolis (SP), acredita que Centurion é uma
ferramenta indispensável para alcançar o teor
de sacarose ideal. De acordo com Arakaki, é
fato que o setor canavieiro está usando cada
vez mais maturadores
químicos para aumen-
tar a rentabilidade e
alcançar níveis dese-
jáveis do ATR, e com
a qualidade esperada
pela indústria.
“Como estamos come-
çando muito cedo a
safra - este ano inicia-
remos em abril, a Cana
acaba não chegando ao teor ideal de sacarose
e é aí que entra o uso de maturadores quími-
cos, trabalhando a favor dessa otimização do
ATR”, diz.
Arakaki revela que, na última safra, uma área
de quatro mil hectares recebeu a aplicação do
Centurion e, para este ano, a meta é chegar a
cinco mil hectares com o produto.
Angelo Eduardo Bombonatti, responsável pela
área técnica de defensivos agrícolas da Usina
Viralcool, do Grupo Irmãos Tonielo, de Vira-
douro (SP), participou do evento apresentan-
do os resultados obtidos com experimentações
a campo feitas com o maturador Centurion,
entre 2011 e 2012.
Nesse período, foram aplicadas áreas significa-
tivas e a expectativa para a safra 2013/2014 é
partir para volume comercial mais abrangente.
“Fizemos a aplicação aérea de Centurion entre
15 e 45 dias antes da colheita e já com 17 a
20 dias tivemos resposta rápida no incremento
do ATR e, mesmo depois de 30 dias da aplica-
ção, continuamos com ganhos nos resultados”,
destacou.
MUNDO CaNa
Centurion aumenta os níveis de açúcar entregando
mais vitalidade para a indústria da Cana”
“
19
Angelo Bombonatti:
Resultados positivos com
novo maturador
>
do os canaviais da região Centro-Sul e, conse-
quentemente, o teor de ATR, que é a principal
forma de pagamento pela qualidade da cana.
“É exatamente um maturador químico como
Centurion que pode ser utilizado como com-
plemento da estratégia de manejo da usina
nesse processo de incremento da industrializa-
ção da safra”, pontuou Antonio Marcos Iaia.
Os participantes também puderam acompa-
nhar a apresentação do
especialista em merca-
do de açúcar e etanol
Andy Duff, do Food &
Agribusiness Research
do Rabobank Brasil,
que ministrou a pales-
tra “Perspectivas para
o setor de Cana, Açú-
car e Etanol no Brasil e
no Mercado de Expor-
tação”. O especialista
destacou a crescente
curva mundial no consumo do etanol e falou
sobre as perspectivas para o Brasil nos próximos
anos. “Considero um retrato mais animador em
longo prazo. O foco será de concentração na
produtividade com o uso intensivo de tecno-
logias ao invés da multiplicação de unidades.
O que importará não será mais a quantidade e
sim a eficiência das usinas”, disse.
Com intensa programação técnica, o evento
permitiu aos participantes a troca de experiên-
cias, conhecimento e relacionamento entre as
usinas, que tiveram a oportunidade de conhe-
cer como diferentes regiões estão trabalhan-
do as tecnologias e obtendo ganhos de pro-
dutividade. Atualmente, o mercado de cana
representa 25% dos negócios da Arysta, que
detém 4% do mercado nacional de defensivos
agrícolas. Com um de seus principais produtos
para Cana-de-açúcar, Dinamic, está presente
em 15% de toda a cana plantada no País, o
equivalente a 1,3 milhão de hectares.
Colaboraram nesta matéria José renato girotti gambassi
gerente de Produtos e Mercado Canae Caio giusti - gerente do Centro de Negócios Cana
20
MUNDO CaNa
pelo Programa de Melhoramento Genético da
Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento
Sucroenergético de Mato Grosso (Ridesa-MT),
falou sobre o uso de maturadores químicos na
cultura da Cana-de-açúcar em situação de clima
seco ou úmido.
O pesquisador destacou algumas das diversas
características desejáveis do maturador. Por
exemplo, a vantagem de manter a brotação da
soqueira e ação rápi-
da de absorção foliar,
devido a sua baixa in-
terferência no desen-
volvimento vegetativo
da planta após a apli-
cação e seu tempo de
carência reduzido, au-
mentando a ação do
produto e melhorando
a qualidade da maté-
ria-prima.
Por outro lado, salien-
tou alguns fatores que podem interferir na
eficiência do produto, como a quantidade de
massa do canavial, características da varieda-
de, idade da planta, precipitação, superdosa-
gem e sobreposição de faixa e canaviais com
acamamento.
O agrônomo lembrou, por exemplo, que entre
as safras recentes, a de 2009/2010 foi uma das
mais chuvosas, o que acabou comprometen-
Na aplicação aérea do Centurion, entre 15 a 45 dias antes da colheita, já tivemos
uma resposta rápida no incremento do ATR”
“
Público selecionado superior a 100 profissionais no evento “Energia em Alta”
>
Aprodução da safra de Cana
2012/2013, encerrada em li-
geira recuperação, traz previ-
sões otimistas sobre a próxima safra.
A moagem no Centro-Sul, de aproxi-
madamente 540 milhões de tonela-
das, reflete crescimento ao redor de
7% em relação à safra anterior, porém,
com produtividade 1% menor em ATR.
Diante desse cenário, a próxima safra
de Cana (2013/2014), que se inicia
em abril/maio deste ano, deve chegar
a 580/590 milhões de toneladas. Des-
se total, com safra esperada em quase
60 milhões de toneladas no Nordeste,
o Brasil colherá a maior safra de Cana
da história, de cerca de 640 milhões de
toneladas. O volume, porém, ainda está
aquém do potencial de consumo exis-
tente na frota flex e do necessário para
voltarmos a conquistar mais de 50% do
mercado mundial de açúcar.
Tanto o clima como os investimentos
feitos em renovação vêm contribuindo
para que possamos ter melhor produti-
vidade, alcançando patamares próximos
de 80 toneladas/hectare, o que, conse-
quentemente, levará a alguma redução
nos custos de produção, que se torna-
ram insustentáveis nos últimos anos.
Existe previsão de superávit de cerca
de 7 milhões de toneladas no mercado
mundial de açúcar, que deve contri-
buir para manter os preços próximos
a US$ 20 cents/libra peso. O consu-
mo segue forte na Ásia, devido ao seu
crescimento econômico e urbanização,
e devemos ter boas importações vin-
Brasil pode colher a maior safra de Cana de sua história
21
MUNDO CaNa
das da China, Indonésia e outros países.
Estima-se, inclusive, que já neste ano, a
Indonésia pode se tornar o maior im-
portador mundial, com mais de 3 mi-
lhões de toneladas. Suas importações
estão crescendo 10% ao ano. Como
sempre, resta torcer pelo consumo, uma
vez que o mundo deve crescer mais em
2013 que no conturbado ano de 2012.
A produção de etanol na safra que se
encerra no Centro-Sul foi de pouco
mais de 21 bilhões de litros, quase 4%
a mais que no ciclo anterior. Foram
quase 9 bilhões de litros no anidro (cer-
ca de 18% a mais que em 11/12) e 12
bilhões para o hidratado. Foi uma safra
em que 50,3% da Cana foram destina-
dos ao etanol.
Há boas perspectivas de continuar a ex-
portação de etanol para os EUA, merca-
do de quase 50 bilhões de litros, onde o
Brasil ocupou pouco mais de 3 bilhões de
litros em 2012, representando importan-
tes US$ 2,2 bilhões na balança comercial
nacional. Especialistas em clima dizem >
cLImA e INvestImeNtOs em ReNOvAçãO cONtRIbuem PARA O AumeNtO DA PRODutIvIDADe
artigo por marcos fava Neves*
2013. Tal como se observou no setor de
suco de laranja, carne bovina e frango,
é uma empresa do Brasil avançando na
comercialização mundial.
Uma boa notícia é que a mecanização
já atingiu 85% da colheita e 53% do
plantio no Centro-Sul do Brasil. De
acordo com o Centro de Tecnologia
Canavieira (CTC), o setor de Cana já
investiu R$ 14 bilhões neste processo,
o que mostra o compromisso da Cana
com o setor público e com a moderni-
dade, mesmo que a um custo e com
perdas elevadas de produtividade, que
foram totalmente absorvidas pelo se-
tor privado.
Para concluir,
acredito que su-
peramos o fundo
do poço no pri-
meiro semestre
de 2012 e que
2013 será me-
lhor. Com o re-
cente anuncio
do aumento da
gasolina e da mistura do etanol para
25%, haverá maior consumo do hidra-
tado em quase 2 bilhões de litros. Mais
benefícios serão colhidos na balança
comercial brasileira, pois substituire-
mos gasolina importada com produto
nacional e aumentaremos os preços
do açúcar no mercado mundial, rece-
bendo mais pelas nossas exportações.
Pode-se até receber o mesmo volume
de recursos exportando menor quanti-
dade de açúcar. Fora isso, trará a reto-
mada de investimentos, revigorando o
setor de bens de capital, gerando em-
pregos e desenvolvimento no interior
do Brasil.
ainda que remota, de racionamento de
energia no Brasil. Talvez esse risco de
apagão e o enorme custo político que
isso trará possa sensibilizar o governo
para a questão da eletricidade vinda da
Cana. Estima-se que o setor possa, hoje,
fornecer 6,5 mil Mw, mas oferece cerca
de 10% desse potencial. O impressio-
nante é que em toda a crise que aí está
colocada pouco se fala da capacidade do
setor sucroenergético de suprir uma Itai-
pu ou três Belo-Montes.
Com todas as dificuldades existentes,
foi anunciado pela Adecoagro um
greenfield para processar 4 milhões
de toneladas de
Cana, na cida-
de de Ivinhema
(MS). O grupo,
que espera moer
9,3 milhões de to-
neladas em 2014,
obteve financia-
mento do BNDES,
na casa de US$
480 milhões. É
um sinal de que os investimentos estão
voltando. O BNDES também deu de-
clarações que espera para 2013 a volta
de investimentos. Não é possível que
um setor tão crucial para o desenvolvi-
mento brasileiro tenha tido, em 2012,
desembolso pelo BNDES de R$ 4,2 bi-
lhões, quase 30% a menos que o valor
investido em 2011.
Vale destacar também os movimentos
feitos pela Copersucar, que com sua
controlada trading Eco-Energy nos EUA,
já conta com quase 20 usinas (com con-
tratos de exclusividade na comercia-
lização do etanol). Um volume de 10
bilhões de litros levou a empresa a ter
participação mundial de 12% no eta-
nol comercializado em 2012, deven-
do chegar a 12,5 bilhões de litros em
que a seca que atingiu a área produtora
de milho americana em 2012 será mais
frequente e os estoques de grãos estão re-
lativamente baixos, o que deverá manter
os preços do milho em patamares mais
altos. O USDA estima produção de eta-
nol 10% menor nos EUA, em 2013, algo
próximo a 12,6 bilhões de galões, abrin-
do importante janela para a colocação
de etanol brasileiro.
De tal forma, acredito que um impul-
so no etanol e uma safra bem mais
alcooleira, pode interferir já nos preços
do açúcar e trazê-los de volta a patama-
res remuneradores, o que seria um alen-
to para o setor e para as exportações.
Outro fator que deve ser favorável é
que a Índia está iniciando um programa
de adição de 5% de etanol em sua ga-
solina, o que também pode contribuir
para a redução na oferta de Cana.
No tocante à cogeração, estamos mais
uma vez frente a uma possibilidade,
Colaborou nesta matéria José renato girotti gambassi
gerente de Produtos e Mercado Cana
* MArCoS FAVA NEVES é professor titular de planejamento e estratégia na FEA/USP Campus ribeirão Preto e coordenador científico do Markestrat
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MUNDO CaNa
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Podemos alcançar 640 milhões de toneladas
com as safras do Centro-Sul e Nordeste”
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