O ENSINO DA LNGUA INGLESA NA ESCOLA PBLICA: PRTICAS DE LETRAMENTO
Elke Sanches (PDE)
RESUMO
Este artigo relata resultados obtidos com a implementao de um material
didtico para o ensino de lngua inglesa junto a alunos do ensino Mdio de
uma escola pblica. Objetivando o desenvolvimento da leitura e letramento
crticos, o estudo descreve como os alunos se posicionam como sujeitos
diante de um problema social. Como contribuio, este trabalho se apresenta
como base para pesquisa, reflexo e incentivo para futuros com a mesma
finalidade: desenvolver a conscincia crtica dos alunos.
Palavras-chave: leitura crtica, conscincia crtica, letramento crtico
ABSTRACT
This paper reports on results obtained from the implementation of a didactic
material for the teaching of English to high school students of a public school.
Aiming at the development of critical reading and critical literacy, the study
describes how students take their positions as subjects in regard to a social
problem. As contribution, this article presents itself as a base for research,
reflection and motivation for further assignments with the same purpose: to
develop the critical awareness of students.
Keywords: critical reading, critical awareness, critical literacy
1
INTRODUO
As Orientaes Curriculares do Ensino Mdio (OCEM) bem como as
Diretrizes Curriculares Estaduais (DCE) destacam o papel do ensino da Lngua
Estrangeira Moderna na formao do cidado, dando nfase ao
desenvolvimento do aluno quanto a sua capacidade crtica e senso de
cidadania atravs da compreenso e reflexo do lugar que ocupa na
sociedade.
Seguindo esse pensamento, e sob a orientao da Prof Dr Simone
Reis, realizei, como professora-pesquisadora, experincia pedaggica em
uma turma de ensino Mdio. Seus resultados sero apresentados
sistematicamente neste artigo.
Tendo em vista a leitura de textos que pretendia levar os alunos a
refletir sobre a realidade, os objetivos da presente pesquisa so:
1. identificar respostas que se encaixam em uma dimenso crtica;
2. constatar, com base nos recursos discursivos, se os alunos se
colocam como agentes na luta e transformao da sociedade.
Este estudo de caso descreve e analisa respostas de um grupo de
alunos buscando compreender como estes se constituem como sujeitos dentro
da prtica social e em quais relaes, diante de textos relacionados a
problemas sociais.
O artigo est organizado em quatro sees: (1) referencial terico; (2)
metodologia; (3) resultados, e (4) consideraes finais.
Por meio desta pesquisa, espera-se contribuir para a reflexo de uma
educao voltada formao da conscincia crtica do aluno, com a finalidade
de formar verdadeiros cidados atuantes na sociedade.
2
1. REFERENCIAL TERICO
1.1. A Leitura
A leitura um dado cultural: o homem poderia viver sem ela e, durante sculos, foi assim que aconteceu. Todavia, depois que os sons foram
transformados em sinais grficos, a humanidade, sem dvida, enriqueceu-se
culturalmente. Surgiu a possibilidade de guardar o conhecimento adquirido e
transmiti-lo s novas geraes.
Inicialmente, na histria da leitura, ler baseava-se na decodificao de letras e sons. Mas, bastar algum decifrar palavras para acontecer a leitura?
Muitas vezes no acrescentamos ao ato de ler algo mais de ns alm do gesto
mecnico de decifrar sinais. As habilidades decodificativas e cognitivas
executam importante papel, mas no so o suficiente para desenvolver no
educando o senso de cidadania.
Com isso, percebeu-se a necessidade de uma prtica pedaggica que
abandonasse mtodos de aprendizagem repetitivos, de forma
descontextualizada, onde a leitura fosse capaz de trazer liberdade e realizao
ao ser humano, tornando-o um cidado crtico para atuar na sociedade em que
vive. Saber ler tornou-se cada vez mais importante para o homem.
No sculo XX, a leitura recebeu, por parte daqueles preocupados com a
educao e a pesquisa educacional, ateno maior do que qualquer um dos
outros processos lingusticos.
Ampliar a noo de leitura pressupe transformaes na viso de mundo
em geral e na cultura em particular, pois estamos presos a um conceito de
cultura muito ligado produo escrita.
A qualidade do ato da leitura no medida pela qualidade intrnseca do
texto, mas pela qualidade de reao do leitor. A riqueza da leitura est na
experincia do leitor ao processar o texto; no na sua mensagem, mas na
srie de acontecimentos que este texto desencadeia na mente do leitor.
As teorias mais recentes, muitas influenciadas por Freire, propem uma
concepo de leitura que se distancia dos conceitos tradicionais, defendendo
que a leitura comea na compreenso do contexto em que se vive: A leitura do
3
mundo precede a leitura da palavra, da que a posterior leitura desta no
possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se
prendem dinamicamente. A compreenso do texto a ser alcanada por sua
leitura crtica implica a percepo das relaes entre o texto e o contexto
(FREIRE, 1983).
A leitura, entendida como um processo de construo de sentido que
acontece na relao das informaes explcitas no texto com o conhecimento
prvio do leitor, pressupe uma multiplicidade de sentidos que so
estabelecidos por elementos histricos sociais do escritor, do texto e do leitor.
Essa construo de significados envolve habilidades capazes de possibilitar o
(KLEIN; MESCKA, 2009).
Ler significa ser questionado pelo mundo e por si mesmo, significa
construir uma resposta que integra parte das novas informaes ao que j se
. O ato de ler deve ter carter libertador, pois o leitor obtm a capacidade de
perceber que o exerccio de sua conscincia sobre o material escrito, no
simplesmente reter ou memorizar, mas compreender e criticar. Dessa forma,
ele capaz de reagir, questionar, problematizar, apreciar com criticidade. Sob
essa concepo, h a leitura crtica e o letramento crtico.
1.2. Leitura Crtica
A leitura crtica refere-se abordagem de textos que objetivam preparar os alunos para o mundo, mostrando-os como questionar, refutar as
idias trazidas pelos autores. Ler criticamente aprender a desafiar o texto e
agir contra as idias que desejam manipulao (CORADIM, 2008).
Nos dias de hoje, as pessoas precisam lidar frequentemente com
complicados assuntos pblicos e polticos, tomar decises e resolver
problemas. Para fazer isto de forma eficiente e efetiva, os cidados devem ser
capazes de avaliar criticamente o que eles veem, ouvem e leem.
Ler criticamente um processo que vai alm da decodificao de
informaes, com finalidade de desenvolver outros nveis de interpretao.
Vrios so os pesquisadores que desenvolvem estudos a respeito da
leitura crtica. Scott (1988) sugere que duas questes muito importantes na
4
leitura de textos sejam analisadas: quem ganha e quem perde ao se publicar
os textos e o que no foi mencionado nos textos. A reflexo torna o leitor
capaz de responder essas questes. Dessa forma, categorias de interesse do
leitor so extradas. O autor afirma haver a possibilidade de agrupar outras
categorias, como vantagens e desvantagens.
Para Meurer (apud CORADIM, 2008), ler de forma crtica significa
estabelecer, a partir de um determinado texto, associaes mentais que
possibilitem compreender que em diferentes prticas discursivas os indivduos
criam, recriam e/ou transformam estruturas sociais de dominao,
desigualdade e discriminao.
Ainda, para Meurer, preciso ver o processo de leitura na sua
abrangncia social e no apenas na sua dimenso cognitiva. Para o autor, h
uma urgente necessidade de desenvolver e testar formas de incentivar os
alunos, professores e indivduos, em geral, a se interessarem em contestar ou
quebrar o crculo do senso comum, daquilo que parece natural, no
problemtico, mas recria e refora formas de desigualdade e discriminao
(BRAHIM,2007).
Taglieger (2000) explica queMuitos professores pensam que as crianas desenvolvero as habillidades de pensar e ler criticamente de forma automtica conforme crescem e se tornam mais experientes em diferentes campos do conhecimento atravs da leitura na escola, e atravs de sua prpria vivncia. Mas esta viso tem sido contestada por vrios estudiosos desta esfera. Stauffer, por exemplo, da opinio que o pensamento crtico deve e pode ser ensinado aos estudantes, e isto , de fato, a responsabilidade da escola em desenvolver cidados que tero habilidade para ler e pensar criticamente. Esta viso sustentada por vrias autoridades no assunto (Mcmillan & Gentile, 1988; Cioffi, 1989; Nickerson, 1989; Wlison,1988; e outros).
Miquelante (apud CORADIM, 2008) adota a concepo de leitura
crtica com base na pedagogia crtica freireana e na anlise crtica do discurso,
de Fairclough.
1.2.1. Conscincia Crtica da Linguagem
Tambm conhecida pelos linguistas crticos por conscincia crtica da
linguagem, a anlise crtica do discurso tem como foco o elo entre linguagem
5
e sociedade, considerando aspectos sociopolticos e culturais do discurso, um
novo degrau na mais tradicional descrio e elucidao dos fenmenos
relacionados linguagem. Estudiosos nessa rea esto interessados no
somente em descrever os diferentes tipos de discurso atravs da anlise de
elementos lingusticos explcitos no texto, bem como mostrar como estes
discursos reforam e so reforados pelo status quo e pela estrutura scio-
econmica da sociedade. Os principais propsitos desses estudos so tornar
as pessoas conscientes de como a linguagem usada para dominar ou
reforar desigualdades sociais, tais como aquelas entre pessoas de diferentes
grupos tnicos, sociais, econmicos ou intelectuais, e analisar mudanas que
acontecem em organizaes sociais.
Dentre os estudiosos da anlise crtica da linguagem, Fairclough
merece destaque. Ele afirma que o significado de um texto construdo no
apenas a partir das palavras impressas no papel, mas tambm de como estas
palavras so usadas em um contexto social particular.
O autor acredita que, para realizar uma anlise crtica do discurso de
qualquer evento discursivo, preciso focar trs diferentes dimenses: o texto,
a prtica discursiva e a prtica scio-cultural. A anlise do texto consiste no
estudo de macro e microestruturas da linguagem produzidas em um certo
momento discursivo. Nessa anlise, que parte de perspectivas sociais, pois
leva em conta todo e qualquer evento de linguagem, a gramtica sistmico-
funcional de Halliday e Hasan utilizada. A anlise da prtica social a
investigao do evento discursivo em termos do que est acontecendo em um
certo tempo e em um certo contexto scio-cultural. As dimenses do texto e da
prtica social so mediadas pela prtica discursiva, que se refere ao processo
da produo, consumo e distribuio do texto.
Fairclough declara que as pessoas interagem dentro de convenes
sociolingusticas, recheadas de ideias baseadas em senso comum. Cabe
conscincia crtica da linguagem esmiuar o discurso, trazer tona as
convenes sociais e revelar ideias do senso comum que produzem as
interaes lingusticas e criam o carter das relaes sociais, mantendo
poderes conquistados ou rebelando-se contra eles. Esta a conscincia crtica
da linguagem que no apenas desvenda o que est por trs do discurso, mas
6
tambm habilita o falante/ouvinte e escritor/leitor a escolher o seu prprio
discurso (BRAHIM,2007).
1.3. Letramento e Letramento Crtico
Vivemos tempos nos quais muito se fala em excluso. Em termos
educacionais, Leffa (1999, p.10) comenta sobre esta problemtica:
A leitura como comportamento social validado pela comunidade coloca em questo o problema da excluso do leitor, dentro e fora da sala se aula. Na sala de aula, o aluno muitas vezes solicitado a ler um texto que no foi escrito para ele ou seja, um texto que exige pr-requisitos que a prpria instituio escolar e a sociedade sonegaram a determinados alunos. Na medida em que no tem o domnio das prticas sociais previstas pelo discurso hegemnico, o aluno no tem como se inserir na comunidade dos consumidores de texto (leitores e escritores) e permanece um excludo, geralmente condenado reprovao e ao fracasso escolar.
Tal problemtica faz com que aqueles indivduos que esto margem
da sociedade, que no dominam a leitura e a escrita, ou que esto mais
distanciados dos bens culturais, tenham a necessidade de utilizarem as
prticas letradas, para que sobrevivam com maior igualdade e possam
defender seus direitos. Dessa forma, a relao letramento e sociedade torna-
se estreita, pois o letramento interfere de forma favorvel na realidade scio-
cultural do indivduo, exercendo uma forte influncia sobre o papel da leitura e
da escrita para sua auto-afirmao na sociedade em que vive.
O letramento visto como um conjunto de prticas de discurso, ou
seja, como formas de uso da linguagem e de fazer sentido tanto na fala como
na escrita. Essas prticas discursivas esto ligadas a vises particulares de
mundo (crenas e valores) de grupos sociais ou culturais especficos (GEE,
1986).
No existe um conceito nico para letramento, pois sua concepo
modificou-se ao longo do tempo, em diferentes momentos histricos.
Gee (apud FIGUEIREDO, 2000, p.143), assim como outros
estudiosos do assunto, debate o mito do letramento propondo uma viso que
7
inerentemente poltica, no sentido de envolver relaes de ordem e poder
entre as pessoas.
Cervetti (apud JORDO) explica que o letramento crtico envolve uma
concepo diferente em relao leitura. Os alunos do letramento crtico
abordam o processo de significao textual como um processo de construo,
e no de extrao: ns atribumos sentidos a um texto ao invs de extrairmos
os significados dele.
Para Baynham (apud Brahim, 2007, p.16), o letramento crtico pode ser uma ferramenta poderosa para desenvolver o pensamento crtico
simplesmente porque a lngua poderosa como prtica social. [...] as
instituies e organizaes sociais so mantidas e reproduzidas atravs da
linguagem, sendo a mesma o veculo que apresenta o ser humano nas ordens
sociais.
Este pensamento vai ao encontro do que propem as Diretrizes
Curriculares, como podemos constatar: espera-se que o aluno compreenda
que os significados so sociais e historicamente construdos e, portanto,
passveis de transformao na prtica social (p.12).
Fairclough (apud CORADIM), ao desenvolver pesquisas na rea do
discurso, tambm contribuiu com pesquisas na rea de letramento crtico. O
termo letramento crtico para esse autor, est relacionado aos discursos
produzidos pelo indivduo na sociedade atravs de leituras que contribuam
para o desenvolvimento da sua conscincia crtica e posicionamento frente s
ideologias sociais. Ao desenvolver tal viso, o indivduo consegue perceber o
poder que est atrelado s ideologias vigentes, no havendo dissociao entre
linguagem-discurso-poder. O objetivo do autor contribuir para o estudo da
linguagem enquanto meio crucial para as relaes de poder e para o
desenvolvimento de uma conscincia crtica na formao de indivduos
emancipados.
8
2. METODOLOGIA
A presente pesquisa teve a durao de dois bimestres sendo realizada em uma turma de 2 srie do Ensino Mdio do perodo matutino do
Colgio Estadual Unidade Polo. Situado na rea central do municpio de
Arapongas, o colgio atende alunos do Ensino Fundamental II, Ensino Mdio e
Educao de Jovens e Adultos. Foram selecionados dados de 29 alunos com
idade entre 15 e 17 anos, cuja maioria dos pais de classe operria. Alguns
destes alunos trabalham meio perodo em lojas comerciais.
A direo e a equipe pedaggica do colgio sabendo da importncia
deste trabalho, autorizou, por meio de declarao, a efetivao da pesquisa no
estabelecimento (Apndice 1). Pais ou responsveis dos alunos forneceram
termo de consentimento livre e esclarecido (Apndice 2). A pesquisa ocorreu
em trs momentos. No primeiro momento, deu-se o incio da experimentao e
os alunos responderam oito questes relacionadas a um texto autntico em
lngua inglesa, retirado da internet (Apndice 3).
No segundo momento, ocorreu implementao didtica do caderno
pedaggico.
Finalizando, no terceiro momento, houve novamente a leitura de um
texto autntico, tambm extrado da Internet sobre o qual os alunos
responderam perguntas (Apndice 4).
Posteriormente, houve o levantamento das respostas observando-se
o primeiro e segundo momentos para a identificao de respostas crticas e
percepo de agentes presentes (Apndice 5).
A coleta de dados foi efetuada por meio de instrumentos naturalsticos
e pedaggicos. Para este estudo de caso, utilizei apenas dados extrados dos
questionrios pertencentes ao primeiro e terceiro momentos. Tanto os textos
autnticos como o caderno pedaggico citados acima abordam o tema social
Trabalho Infantil. Elaborado pela professora-pesquisadora e entitulado
Reading the World, o caderno pedaggico utilizado no segundo momento
constitudo de 24 pginas e composto das seguintes sees:
Exploring the Picture and making guesses;
Checking predictions;
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Exploring a theme across the movie;
Understanding grammar;
Building world knowledge;
Identifying talks;
Making comparisons;
Talking about child labor;
Reading graphics;
Making social actions plans.
Para efeito de anlise, apresentada na prxima seo, baseei-me na
questo nmero 8, do primeiro momento, e na questo nmero 5, do segundo
momento (Do you think such social problem can be solved? Who can solve
it?). Elas so idnticas e tm como objetivo responder as seguintes perguntas:
a) Que respostas dadas pelos alunos se encaixam dentro de uma
dimenso crtica diante de textos que pretendem lev-los a refletir sobre
problemas sociais?
b) O aluno tem a capacidade de se colocar como agente na luta e
transformao da sociedade?
Para a realizao das atividades, os alunos fizeram uso do dicionrio
e apesar de demonstrarem dficit lingustico, esforaram-se em respond-las
em lngua inglesa. Portanto, pode-se observar respostas em lngua inglesa,
portuguesa e mistas. Os excertos so mantidos com a escrita original dos
alunos. Todos foram consideradas desde que apresentassem sentido. Neste
caso, o enfoque foi a compreenso do texto e reflexo sobre a realidade que
os cerca.
Como professora-pesquisadora, graduei-me em Letras Anglo-
Portuguesas pela Faculdade de Cincias e Letras de Arapongas (FAFICLA)
em 1987 e especializei-me em Leitura e Produo Textual em Lngua
Portuguesa pela Faculdade de Cincias e Letras de Jandaia do Sul (FAFIJAN)
no ano de 2000. Atuo como professora de lngua estrangeira na rede estadual
desde 1992 e em lngua portuguesa desde 2003.
10
3. RESULTADOS
Nesta seo, apresentam-se os resultados relativos ao
desenvolvimento de leitura e letramento crtico dos alunos a respeito do tema
Trabalho Infantil.
Inicialmente, extraiu-se, analisou-se e classificou-se em quatro
categorias, respostas relativas questo: Do you think such social problem
can be solved? Who can solve it? do primeiro e terceiro momentos:
Tabela 1: ocorrncia de categorias de respostas dos alunos.
_____________________________________________________________ Momento I Momento III _____________________________________________________________
Branco 03 01
Nula 01 01
Parcial 07 00
Integral 18 27
_____________________________________________________________
Conforme foi esclarecido em seo anterior, no segundo momento
houve a aplicao do caderno pedaggico com atividades voltadas leitura
crtica. Portanto, no houve coleta de dados nesse momento.
Nas respostas dos alunos coletadas no primeiro e no segundo
momentos, foram identificadas quatro categorias: (1) branco, (2) nula, (3)
parcial e (4) integral. Em relao ao nmero de respostas classificadas como
branco e nula, observa-se uma pequena incidncia, revelando interesse por
parte do aluno em responder a questo apresentada. Analisando o nmero de
respostas parcias e de respostas integrais do primeiro para o terceiro
momento, percebe-se considervel progresso, pois verificou-se que os alunos
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no apresentaram dificuldade de argumentao, deixando assim, de
ocorrerem respostas parciais no terceiro momento.
Como respostas nulas, exemplificam-se: Can be solved for that refused. (Ariane). Sim. Can be solved hard family. (Bruna).
Como respostas parciais: Yes. (Flvia).
E como integrais: Sim. Poderia conversar com sua famlia ou com o juizado de menores. (Ivan) Yes, everybody. (Danubia).
As respostas nulas dos alunos demonstram dificuldade lingustica. Os
alunos recorreram ao dicionrio para responder a questo, porm copiaram
palavras sem observarem seu sentido lexical dentro do contexto. Embora
tivessem compreendido a pergunta, faltara-lhes conhecimento para
expressarem-se de forma coerente na escrita.
As respostas parciais so assim denominadas pela extenso
correspondente de resposta questo. Ao responder a pergunta, o aluno
demonstrara compreenso lingustica, mas no habilidade argumentativa. Para
emitir sua resposta, o aluno utilizou um mnimo de conhecimento lingustico.
J as respostas integrais so aquelas em que o aluno responde a
questo de forma integral, revelando maior habilidade de argumentao.
3.1. Respostas Integrais
Respondendo a primeira pergunta: Que respostas dadas pelos alunos se encaixam dentro de uma dimenso crtica diante de textos que pretendem lev-los a refletir sobre problemas sociais?, pode-se observar:
12
Tabela 2: sntese de categorias de respostas______________________________________________________________ Resposta Integral Acrtica Resposta Integral Crtica_______________________________________________________________
Momento I 06 12_______________________________________________________________
Momento III 05 22_______________________________________________________________
Na tabela acima, observa-se que o foco foram as respostas integrais,
classificadas em acrticas e crticas. As respostas acrticas, apesar de
apresentarem maior habilidade de argumentao do que as parciais, denotam
ausncia de criticidade por parte dos alunos. Eles demonstraram estar alheios
aos fatos da realidade que os cerca e total falta de comprometimento na busca
de solues para o problema apresentado. Exemplos:
No, nobody can solve. (Joice). Yes, Dieusibon. (Bruna).
Das cinco respostas acrticas do terceiro momento, quatro acreditam
que ningum pode resolver o problema social do trabalho infantil. Tal resposta
demonstra falta de perspectiva, de discurso emancipatrio que possa contribuir
para a transformao social, algo que Fairclough se refere em seus estudos de
forma incisiva.
No que se refere s respostas crticas, pode-se ilustrar:
Yes, I think. I think all the people in the world can solved it, doing the children didnt work. (Pamela).Sim, o governo, dando maior oportunidade de emprego, mais escolas pblicas, moradias, etc... (Alisson).
Todas as respostas integrais crticas revelam o entendimento das
prticas de linguagem como prticas de (re)significar o mundo e o que
acontece em sua volta, a forma de perceber a realidade. Uma mudana das
prticas discursivas os leva a uma mudana de identidade e a diferentes
leituras do mundo (JORDO, 2007, p.87)
13
Verificou-se tambm o aumento de respostas integrais crticas do
primeiro (12) para o terceiro momento (22), concluindo-se assim que, no
segundo momento, por meio da utilizao do caderno pedaggico, os alunos
puderam desenvolver seu senso crtico. Isso sugere que o letramento crtico
pode ser usado como instrumento fundamental para que a conscincia crtica
seja desenvolvida em um contexto social e que as salas de aula so locais
ideais para tal prtica.
3.2. Alunos agentes
Respondendo a segunda pergunta, O aluno tem a capacidade de se
colocar como agente na luta e transformao da sociedade?, observam-se as
seguintes ocorrncias:
Tabela 3: Incidncia de respostas dos alunos a uma pergunta visando a observar o papel do aluno na transformao da sociedade.
_______________________________________________________________
Agente ausente Agente presente
_______________________________________________________________
Momento I 05 07
_______________________________________________________________
Momento II 11 11
_______________________________________________________________
Denomina-se agente ausente aquele aluno que ainda no se deu
conta de seu papel ativo na transformao da sociedade, de sua capacidade
de tambm perceber-se enquanto sujeito crtico, capaz de agir sobre o mundo
e seus sentidos. As seguintes respostas dadas pelos alunos podem ilustrar:
Sim... as pessoas. (Alison). Yes, Conselho tutelar. (Slvia).
14
Tais respostas denotam total alienao, passividade e ausncia de
comprometimento com os problemas que o cercam. Ele acredita que aquele
que pode resolver o problema o outro ou os outros, ele no se v como
agente transformador, como atuante. As respostas so apresentadas em
terceira pessoa.
O agente presente aquele que enxerga de forma crtica o que
acontece ao seu redor e na sociedade, que capaz de transformar aquilo que
v e o mais importante: que percebe sua capacidade de agir sobre o mundo.
Essa prtica pode ser reconhecida, segundo Street (1995, apud
CORADIM, 2008), nas trs dimenses de finalidade do letramento crtico: 1)
para tornar o cidado consciente da realidade; 2) para promover
transformao; 3) para dar acesso (incluso).
Exemplo de respostas onde o aluno se coloca no papel de agente
presente:
Yes. All of us.(Pablo).Sure, everybody can solve this problem, having at the thought that is social problem makes children works. (Denise).Sim. Boa parte da conscincia dos pais, outra do governo, pois s vezes a necessidade fala mais alto na explorao. Mas eu acho que mais a conscincia de todos. (Ariane).
Enquanto o agente ausente expressa-se usando a terceira pessoa do
discurso, demonstrando certa frieza e distanciamento diante de um problema
social, o agente presente utiliza os pronomes ns, todos. Ele se une aos outros
na luta pela soluo de um problema social, assumindo caractersticas de
grupo, unio, companheirismo.
O agente presente constroi sua posio de sujeito revelando-nos que
conhecimentos, relaes sociais e identidades esto sendo constitudos e
reconstitudos nas prticas sociais. Esse pensamento o mesmo de
Fairclough (2001, apud TOSCHI, 2008), quando ele diz que nenhum discurso
neutro, mesmo em uma comunicao informal do cotidiano, cada palavra traz
uma carga ideolgica scio-culturalmente constituda a ser considerada na
anlise do discurso.
15
4. CONSIDERAES FINAIS Esse artigo apresentou resultados para tipos de resposta que os alunos produzem em situao pedaggica voltada para a prtica do letramento
crtico. De acordo com a anlise realizada, conclui-se que existe potencial para
a leitura crtica dos alunos ser trabalhada e que pode-se obter um resultado
promissor, um resultado positivo. Os alunos, em sua maioria, demonstraram
considervel progresso, mostrando-se maduros e conscientes dos problemas
sociais, provando atravs de suas interpretaes que foram alm da
decodificao. Fato de grande satisfao, foi observar a evoluo da aluna
Ariane, citada anteriormente em dois exemplos, cuja resposta, no momento I,
foi classificada como nula e, no momento III, como integral crtica. Isso prova
que o papel do professor na formao do indivduo e no desenvolvimento da
cidadania real e possvel.
Com os resultados obtidos, confirma-se o pensamento de Fairclough
(apud CORADIM, p. 26) que acredita que ler criticamente significa
compreender o mundo atravs de determinadas relaes e ideologias. Ele
afirma que todo discurso carrega uma ideologia, pois a ideologia perpassa
nossas prticas discursivas e sociais e est implcita nas formas de ver,
pensar, compreender, recriar ou desafiar e tambm em mudar maneiras de
falar e agir.
A ao do professor em tornar seus alunos conscientes de sua
participao na sociedade, de torn-los agentes presentes diante dos
problemas sociais fundamental para que o valor educacional da
aprendizagem de uma lngua estrangeira v alm de simplesmente capacitar o
aprendiz a usar uma lngua estrangeira para fins comunicativos. Esse , alis,
um valor social a ser desenvolvido no apenas no estudo de lnguas
estrangeiras, mas nas vrias disciplinas escolares (OCEM, 2009).
O letramento crtico possibilita que os alunos faam suas prprias
construes: ler uma informao e construir sentidos a partir dela de forma
legtima parte do processo de experimentar uma cidadania ativa da qual
podemos nos beneficiar. atravs da conscientizao de aspectos discursivos
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da vida humana que a noo de cidadania pode ser experimentada pelos
nossos alunos, nas escolas e na sociedade em geral (JORDO, 2007).
Que este trabalho aponte uma nova perspectiva e faa com que o
professor reflita criticamente sobre sua prtica pedaggica, superando limites e
que futuras pesquisas possam investigar o ensino da lngua estrangeira por meio do letramento crtico.
5. REFERNCIAS
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TOSCHI, I. P. A construo dos sujeitos e das relaes sociais em eventos de leituras de anncios. Londrina, 2008. Disponvel em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/598-4.pdf. Acesso
em 07 set. 2009.
18
Apndice 1
COLGIO ESTADUAL UNIDADE POLO - ENSINO FUNDAMENTAL E MDIOR. Pavo, 831 Centro Fone/Fax: (43) 252-2741 CEP: 86701-290 Arapongas Paran
Arapongas, 05 de fevereiro de 2009 .
Profa. Dra. Simone ReisDepartamento de Letras Estrangeiras ModernasUniversidade Estadual de LondrinaCaixa Postal 600186051-990 Londrina-PRFax (43) 3371-4408
Ref.: Autorizao para realizao da pesquisa O Ensino da Lngua Inglesa na Escola Pblica: Prticas de Letramento.
Professora Simone:
Pela presente, autorizo ELKE SANCHES, professora deste colgio, a realizar a
pesquisa sob sua orientao, intitulada O Ensino da Lngua Inglesa na Escola
Pblica: Prticas de Letramento, nos termos de seu projeto em fase final de
aprovao nessa universidade.
Atenciosamente,
Maria Aparecida GreccoDiretor
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Apndice 2
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Arapongas, 13 de maro de 2009.
Senhores Pais/Responsveis:
Como proponente do projeto de pesquisa intitulado O Ensino da Lngua Inglesa na Escola Pblica: Prticas de Letramento, orientado pela profa. Dra. Simone Reis, da Universidade Estadual de Londrina, pretendo realizar coleta de dados em uma ou mais turmas de 2 sries do Ensino Mdio deste Colgio. Meu interesse particular estudar a aprendizagem dos alunos, e, assim fazendo, construir uma base de conhecimento sobre minha prpria prtica. Pesquisarei a aprendizagem dos alunos nas minhas aulas durante o perodo em que estiver utilizando o material didtico elaborado por mim visando a prtica da leitura. Para isso, peo sua permisso para coletar dados junto turma na qual estuda o(a) aluno(a) sob sua responsabilidade.
A pesquisa pode requerer a gravao (udio ou udio e vdeo) de algumas aulas, conversas informais e tambm examinar materiais escritos pelos alunos, incluindo provas. Quando a anlise estiver pronta, comunicarei os principais resultados e podemos conversar sobre eles, inclusive com a participao dos alunos. Se for necessrio, gravarei essa conversa a respeito dos resultados.
Fica garantida a liberdade do sujeito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento em qualquer fase da pesquisa, sem penalizao alguma e sem prejuzo ao seu cuidado ou acompanhamento escolar.
Fica assegurado que quaisquer dvidas podero ser esclarecidas pela pesquisadora signatria do presente documento e pela orientadora desta pesquisa (vide endereo e telefone abaixo).
As gravaes em udio e vdeo da coleta de dados da pesquisa sero utilizadas com finalidade especfica para este estudo e sero destrudas aps 5 anos da data da ltima publicao de seus resultados.
Caso permita a utilizao de dados da aprendizagem do(a) aluno(a) sob sua responsabilidade, peo assinar este documento, em suas trs vias.
Atenciosamente,
Assinatura___________________________________________________ Elke Sanches Schmidtke Professora de Lngua Inglesa
Colgio Estadual Unidade Polo Rua Pavo, 831 Arapongas PR
Telefone: (43) 3252-2741
Orientadora da PesquisaProfa. Dra. Simone Reis
Universidade Estadual de LondrinaDepartamento de Letras Estrangeiras Modernas
Rodovia Celso Garcia Cid, km 380Caixa Postal 6001 CEP 86051-990 Londrina PR
Telefone: (43) 3371-4468Eu, ___________________________________________________________________
responsvel pelo(a) aluno(a)___________________________________________________
estou ciente do contedo deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e concordo que
ele(a) participe da pesquisa sob orientao e responsabilidade da profa. Dra. Simone Reis.
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Apndice 3
COLGIO ESTADUAL UNIDADE POLO - ENSINO FUNDAMENTAL E MDIOR. Pavo, 831 Centro Fone/Fax: (43) 252-2741 CEP: 86701-290 Arapongas
Paran
Name:___________________________________________________ grade:______
Read the text and answer the questions:
Case Studies from around the world:
*Dieusibon Haiti
"When I first moved to Port-au-Prince I cleaned dishes, the house, everything. My 'aunt' would beat me whenever I didn't get water. I worked so hard that my body ached and I couldn't move, but she would beat me if I didn't do more work. Her three children went to school...One day my aunt sent me to fetch water. I refused, so she took a pot of boiling water and threw it at me and burned my face and slammed the hot cooking pot on my hand."
Dieusibon*, 14, ran away and found help from a shelter in Haiti. *Name changed
http://www.antislavery.org 1) This text is about a social problem. What is it?
_____________________________________________________________________
2) Who is Dieusibon? _________________________________________________________________
3) Why is the word aunt between quotation marks?
_________________________________________________________________
4) Her three children went to school... In your opinion, why did Dieusibon mention this sentence? __________________________________________________________________
5) Why did Dieusibon run away from Port-au-Prince? Do you think there was a good reason for that?
_________________________________________________________________
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6) The author of the text wants to: ( ) convince readers that to live with aunts is not good ( ) tell she was exploited ( ) compare her life to the life of her aunts children. ( ) explain her life in Port-au-Prince.
7) What effects can such social problem create in the world?
_______________________________________________________________
8) Do you think such social problem can be solved? Who can solve it?
_______________________________________________________________
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Apndice 4
COLGIO ESTADUAL UNIDADE POLO - ENSINO FUNDAMENTAL E MDIOR. Pavo, 831 Centro Fone/Fax: (43) 252-2741 CEP: 86701-290 Arapongas PR
Name: __________________________________________number: ____ grade:____
Child Labour in Brazil : Leandra: Off on a new journey
The scorching rays of the sun burn 12-year old Leandra Cristina Da Silva's back as she bends over to pick up something at her feet. She spots an important find. What is so valuable is not a trinket or a toy, but a piece of garbage - a filthy can, rotting food or a soiled rag.
Until recently, Leandra worked hard for a living. Instead of playing in her backyard or attending school, she labored seven days a week, coated with dust and grime in the filth of the Olinda garbage dump on the outskirts of the coastal town of Recife in northern Brazil. ()
()
Leandra is now a full-time student. Instead of rummaging through mountains of trash, she spends mornings in class and afternoons at Jornada ("Journey"), an arts and crafts course. Her brother and sister are also in school and the family lives in a new house. The garbage dump is out of sight and her mother no longer scrounges for bottles and cans. Leandra is happy at the thought of how far she has come. She is full of hope knowing that from now on, life holds many opportunities. "I feel like a different person. Now my life is changing. I hope it will change even more."
http://www.un.org/works
Answer the questions:
1) This text is about a social problem. What is it? ___________________________________________________________________
2) Who is Leandra? ___________________________________________________________________
3) What is so valuable is not a trincket or a toy, but a piece of garbage Explain this sentence._____________________________________________________________________
4) Why is Leandra full of hope now?
_____________________________________________________________________
5) Do you think such social problem can be solved? Who can solve it?____________________________________________________________________
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Apndice 5
Respostas dos alunos tarefa de identificar respostas crticas e agentes presentes
N NOME MOMENTO I MOMENTO III01 Aline Yes. Every bary. Esse problema pode ser
resolvido se o governo
ajudasse todas as famlias que
precisam mais. 02 Alison Yes... As pessoas. Yes. The government.03 Alisson Henrique Yes. We. Sim, o governo, dando maior
oportunidade de emprego,
mais escolas pblicas,
moradias, etc...04 Allan Yes. As pessoas. Yes. The government.05 Altieres A sua prpria famlia. Yes, I do. The people with
power.06 Ana Carolina Yes. Aunt of the boy. Yes, I do. Everybody.07 Ariane Can be solved for that
refused.
Sim. Boa parte da conscincia
dos pais, outra do governo,
pois s vezes a necessidade
fala mais alto na explorao.
Mas acho que mais a
conscincia de todos.08 Bruna Yes. Dieusibon. Si. Can be solved hard family.09 Camila (em branco) Yes, with more support of the
politicians, foundation and
even we can help.10 Danubia The government. Yes. Everybody.11 Denise Yes, can be solved and we
can to save this problem.
Sure, everybody can solve this
problem, having at the thought
that is social problem makes
children works. 12 Flvia Yes. Yes. Everybody.13 Franciele Yes. Yes. Everybody.14 Grace Yes, as authority. No, because nobody can
solve.15 Yes. Yes. Yes, this problem social pode
such resolved.
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16 Isadora Yes. Dieusibon. Yes. Wast a problem social to be able being to resolve with help of her society.
17 Ivan Sim. Poderia conversar com sua famlia ou com o juizado de menores.
Yes, I do. The people with power.
18 Jenifer Yes. Yes. Everybody.19 Jessica Yes. Dieusibon. Pode sim! Isso vai a partir de
Leandra e o conselho tutelar da criana.
20 Joice Yes. No. Because nobody can solve.
21 Marcos (em branco) (em branco)22 Mariana (em branco) No. Because nobody can
solve.23 Pablo Can be solves without
violence. Ourselves.Yes. All of us.
24 Pamela Yes, I think. I think all the people in the world can solved it, doing the children didnt work.
Yes, I do. The government.
25 Rodrigo Yes. We all resolved. Yes, I do. The people with power.
26 Silivia Yes. Yes. Conselho tutelar.27 Vanessa Yes. No, nobody can solve.28 Willian Can be solved without
violence.Yes. Government wanted.
29 Isabel Yes. All of us. Yes. Everybody.
25
Child Labour in Brazil : Leandra: Off on a new journey