O nascimento da Filosofia*
•A Filosofia nasceu na Grécia por volta do século VI
ou VII a.C.
•Nasceu procurando desenvolver o logos ( saber
racional) em contraste com o mito ( saber alegórico)
•Os primeiros filósofos gregos compartilharam
crenças míticas, enquanto desenvolviam o
conhecimento racional que caracterizaria a filosofia.
Período Pré-Socrático
• A filosofia pré-socrática se caracteriza pela preocupação com
a natureza do mundo exterior.
• O período pré-socrático abrange o conjunto de reflexões
filosóficas desenvolvidas desde Tales de Mileto (623-546 a.C)
até o aparecimento de Sócrates (468-399 a.C).
• Os filósofos mais expressivos desse período foram: Tales de
Mileto, Anaximandro de Mileto, Anaxímenes de Mileto,
Pitágoras de Samos, Heráclito de Éfeso e Parmênides de
Eleia, Zenão de Eleia, Empédocles de Agrigento, Demócrito e
Abdera.
O princípio de todas as coisas
• “ A maioria dos primeiros filósofos queria encontrar o princípio de todas as coisas existentes” ( Aristóteles)
• Os filósofos pré-socráticos buscavam descobrir uma arché, um principio primordial para tudo que existe no cosmos.
Tales de Mileto (623-546 a.C)
– É considerado o primeiro pensador grego “o pai da filosofia”
– Astrônomo : previu a eclipse total do Sol ocorrido em 28 de Maio
585 a.C.
– Fugindo das explicações mitológicas sobre a criação do mundo,
queria descobrir um elemento físico que fosse constante em
tdoas as coisas. Algo que fosse o princípio unificador de todos
os seres.
– Concluiu que a água é o princípio de todas as coisas. Para ele,
somente a água permanece basicamente a mesma, em todas as
transformações dos corpos, apesar de assumir diferentes
estados – sólido, líquido e gasoso.
Anaximandro de Mileto ( 610-547 a.C)
• Em meio a tantos elementos observáves ( agua, fogo, ar, etc);acreditava não ser possível eleger uma única substânciamaterial como princípio primordial de todos os seres, a arché.
• Para Anaximandro, esse princípio é algo que transcende oslimites do observável, ou seja, não se situa numa realidade aoalcance dos sentidos.
• Assim, denominou de ápeiron, termo grego que significa “oindeterminado” , o “infinito” como sendo a “massa geradora”dos seres, contendo em si todos os elementos contrários.
Anaxímenes de Mileto (588-524 a.C)
• Admitia que a origem de todas as coisas era
indeterminada. Mas, não admitia o caráter oculto de
elemento situado fora dos limites da observação e da
experiência sensível.
• Tentando uma conciliação entre as concepções de Tales
de Mileto e Anaximandro, concluiu ser o Ar o princípio de
todas as coisas.
• O ar representa um elemento “invisível e imponderável,
quase inobservável e, no entanto é observável; o ar é a
própria vida, a força vital, a divindade que “anima” o
mundo
PITÁGORAS DE SAMOS ( 570-490 a.C)
• Para Pitágoras, a essência de todas as coisas reside
nos números, os quais representam a ordem e a
harmonia.
HERÁCLITO
• É considerado um dos mais importantes filósofos pré-socráticos. A data deseu nascimento e morte são desconhecidas. Há referências históricas deque tenha vivido 500 a.C.
• É considerado o primeiro representante do pensamento dialético.
• Concebia a realidade do mundo como algo dinâmico, em permanentetransformação.
• Daí sua escola filosófica ser chamada de mobilista ( de movimento).
• Para ele, a vida era um fluxo constante, impulsionada pela luta de forçascontrárias: a ordem e a desordem, o bem e o mal, o belo e o feio, aconstrução e a destruição, a justiça e a injustiça, etc.
HERÁCLITO
• “Não podemos entrar duas vezes no mesmo rio, poissuas águas se renovam a cada instante. Nãotocamos duas vezes o mesmo ser, pois estemodifica continuamente sua condição”.
Heráclito
• Heráclito, imaginava a realidade dinâmica do mundo soba forma de fogo, com chamas vivas e eterna,governando o constante movimento dos seres.
• Para Heráclito, a arché é o fogo.
HERÁCLITO
• Heráclito utilizava-se de frases marcantes, para
ilustrar suas concepções sobre o fluxo e a
movimentação das coisas, o constante vir a ser, a
eterna mudança , também chamada devir;
• “Tudo flui, nada persiste, nem permanece o mesmo.
O ser não é mais que o vir a ser”
Heráclito
PARMÊNIDES (510-470 a.C)
• Nasceu em Eléia, na Magna Grécia, tornou-se célebre por terfeito oposição a Heráclito.
• Criticou a filosofia heraclitiana.
• Para Parmênides, o ser é único, imutável, infinito e imóvel.
• Não há, como negar a existência do movimento no mundo quepercebemos, onde as coisas nascem e morrem, mudam de lugare se expõem em infinita multiplicidade.
• Para Parmênides, o movimento existe apenas no mundosensível, a percepção levada a efeito pelos sentidos éilusória.
Zenão de Eleia (488-430 a.C)
• Discípulo de Parmênides.
• Elaborou argumentos para defender a doutrina de seu mestre.
Empédocles de Agrigento (490-430 a.C)
• Defendia a existência de quatro elementos primordiais, que
constituem as raízes de todas as coisas percebidas: o fogo, a
terra, a água e o ar.
• Esses elementos são movidos e misturados de diferentes
maneiras em função de dois princípios universais opostos:
• Amor : responsável pela força de atração e união e pelo
movimento de crescentre harmonização das coisas.
• Ódio: responsável pela força de repulsão e desagregação e
pelo movimento de decadência, dissolução e separação das
coisas.
• Para ele todas as coisas existentes na realidade estão
submetidas às forças cíclicas desses dois princípios.
Demócrito de Abdera (460-370 a.C)
• Para esse filósofo, todas as coisas eram constituídas
por partículas invisíveis e indivisíveis, chamadas de
átomos.
• Principal contribuição:
• Concepção mecanicista, segundo a qual “tudo o que
existe no universo nasce do acaso ou da necessidade”.
Isto é, “nada nasce do nada, nada retorna ao nada”.
Tudo tem um causa. E os átomos são a causa última do
mundo.
OS SOFISTAS • O período pré-socrático, como vimos, foi dominado, em
grande parte, pela investigação da natureza. Os
filósofos, buscavam explicações racionais para o
universo, procuravam o princípio primordial de todas as
coisas, a arché.
• A esse período, seguiu-se uma nova fase da filosofia,
caracterizada pelo interesse no próprio homem e nas
relações políticas do homem com a sociedade.
• Essa fase, inicialmente, foi marcada pelos Sofistas.
OS SOFISTAS • Os Sofistas era professores viajantes que por
determinado preço, vendiam ensinamentos práticos de
filosofia. Levando em consideração os interesses dos
alunos, davam aulas de eloquência e de sagacidade
mental.
• O momento histórico, favoreceu o desenvolvimento
dessa atividade: lutas políticas e intenso conflito de
opiniões nas assembleias.
• Assim, os cidadãos mais ambiciosos sentiam
necessidade de aprender a arte de argumentar em
público e, com isso, fazer prevalecer seus interesses.
Os Sofistas
• As lições dos Sofistas tinhas como objetivo o desenvolvimento daargumentação, da habilidade retórica, do conhecimento dedoutrinas divergentes.
• Os Sofistas, transmitiam todo um jogo de palavras raciocínios econcepções que seriam utilizados na arte de convencer pessoas,driblando a tese dos adversários.
• Essas características dos ensinamentos Sofistas favoreceram osurgimento de concepções filosóficas relativistas sobre as coisas.
• Segundo o relativismo, não há uma única verdade, objetiva eabsoluta. Assim, tudo seria relativo aos indivíduos ou grupossociais, inseridos em momentos histórico , marcados po umconjunto de fatores e circunstâncias que molda a sociedade.
SÓCRATES (469-399 a.C)
• Nasceu em Atenas, na Grécia.
• Não deixou nada por escrito, suas ideias foram
divulgadas pelos seus discípulos. Principalmente por
PLATÃO.
• Filho de um escultor e de uma parteira.
SÓCRATES (469-399 a.C)
• Tanto quanto os Sofistas, abandonou a preocupação
dos filósofos pré-socráticos em explicar a natureza e se
concentrou na problemática do homem.
• Opunha-se aos Sofistas quanto ao “relativismo” em
relação à questão da moralidade e ao uso da retórica
para atingir interesses particulares.
• Procurava um fundamento último para as interrogações
humanas ( O que é o bem? O que é a virtude? O que é
justiça?”)
SÓCRATES (469-399 a.C)
• A pergunta essencial que Sócrates tentava responderera : o que é a essência do homem? Ele respondiadizendo que o homem é a sua alma, entendendo-se“alma” como a sede da razão, o nosso eu consciente,que inclui a consciência intelectual e a consciênciamoral, e que portanto, distingue o ser humano detodos os outros seres da natureza.
• O termo consciência, em seu sentido moral, é uma habilidade, capacidade, intuição, ou julgamento do intelecto que distingue o certo do errado.
SÓCRATES (469-399 a.C)
• Assim, o autoconhecimento era um dospontos básicos da filosofia socrática.
• “Conhece-te a ti mesmo”, frase inscrita noOráculo de Delfos, era a recomendação básicafeita por Sócrates à seus discípulos.
SÓCRATES (469-399 a.C)
• Desenvolvia seu saber em praças públicas, para : ricos,
pobres, escravos, cidadãos. Não importava a condição
social e sim, as qualidades interiores, psicológicas de
cada pessoa, pois essas eram as condições
indispensáveis para o autoconhecimento.
• Perguntava a cada um : “ Você sabe o que é isso que é
que você está dizendo?” “Você sabe o que é isso em
que você acredita?” “Você acha que conhece realmente
aquilo em que acredita?”
SÓCRATES (469-399 a.C)
• Sócrates, com suas perguntas , fazia com que os
atenienses pensassem, refletissem e assim as dúvidas
iam surgindo, não somente com o que os atenienses
julgavam certo ou errado com relação a si mesmos mas
também com relação a polis.
• Assim, Sócrates incomodou os poderosos de Atenas.
Representava uma ameaça social. Interessado na
prática da virtude e na busca da verdade, contrariava os
valores dominantes da sociedade ateniense.
SÓCRATES (469-399 a.C)
• Foi acusado de ser injusto com os deuses da cidade e
de corromper a juventude.
• Foi preso, julgado e condenado a beber cicuta (veneno
extraído de uma planta do mesmo nome)
• Mesmo diante da morte, assumiu uma postura viril,
imperturbável, de quem nada teme. Permanecia em paz
com sua consciência.
• Sócrates, construiu uma personalidade corajosa e,
guiando sua conduta pelo seu critério de justiça, viveu
conforme sua própria consciência. Morreu sem ter
renunciado a seus mais caros valores morais.
SÓCRATES (469-399 a.C)
• Sócrates, desenvolvia sua filosofia mediante diálogos críticoscom seus discípulos, que podem ser divididos em doismomentos: a ironia e a maiêutica.
• A Ironia
• Ironia, em grego, quer dizer : interrogação.
• Seu método começa pela parte considerada “destrutiva”. Nasdiscussões, Sócrates, afirma nada saber diante do oponenteque se diz conhecedor de determinado assunto.
• Sócrates, com hábeis perguntas, desmonta as certezas do seuinterlocutor até este reconhecer a sua ignorância.
SÓCRATES (469-399 a.C)
• Assim, ao fazer continuamente esses questionamentos,Sócrates, era capaz de expor as contradições na forma depensar do indivíduo, com o objetivo de fazê-lo chegara conclusões mais sólidas.
• Por meio de perguntas, Socrátes destrói o saber construídopara reconstruí-lo na procura da definição do conceito.
• O objetivo da ironia socrática é purificar uma ideia.
• Nem sempre Sócrates tinha a resposta. Nem sempre asdiscussões chegavam a conclusões definitivas.
SÓCRATES (469-399 a.C)
• A Maiêutica
• Após reconhecerem as contradições na sua forma de pensar,seus discípulos poderiam então reconstruir, purificar suaspróprias ideias.
• Novamente Sócrates propunha uma série de questõeshabilmente colocadas.
• Nesta fase, o objetivo de Sócrates era ajudar seus discípulos aconceberem suas próprias ideias.
• Essa fase é chamada de Maiêutica, termo grego, que significa“arte de trazer à luz”, em homenagem à sua mãe que foiparteira.
PLATÃO (428-347 a.C.)
• Nasceu em Atenas e foi discípulo de Sócrates,pertencia a uma das mais nobres famílias atenienses.
• Fundou uma das primeiras instituições de ensinosuperior do mundo ocidental – a Academia. Umaespécie de universidade pioneira dedicada à pesquisacientífica e filosófica, além de se tornar um centro deformação política.
• Sócrates foi tema dos melhores escritos de Platão eprotagonista dos seus 36 diálogos.
PLATÃO (428-347 a.C.)
• A Teoria das Ideias, com a qual procura explicar como
se desenvolve o conhecimento humano é um dos
aspectos mais importantes da filosofia de Platão.
• Segundo ele, o processo de conhecimento se
desenvolve por meio da passagem progressiva do
mundo das sombras e aparências para o mundo das
ideias e essências.
PLATÃO (428-347 a.C.)
• Na filosofia de Platão existem dois mundos:
– o primeiro é o Mundo Sensível: aquele que podemosperceber ao nosso redor, com os cinco sentidos, émutável.
As impressões sensíveis, são responsáveis pelaopinião que temos da realidade.
– O outro é o Mundo das Ideias, onde tudo é perfeito eimutável. Não podemos tocá-lo, ele não é concreto.Só o pensamento pode nos levar até lá.
PLATÃO (428-347 a.C.)
• Para Platão, a alma é imortal, reencarna várias vezes,
antes de reencarnar tem a possibilidade de contemplar o
mundo das ideias, o modelo perfeito das coisas.
• Com o trauma do nascimento esse conhecimento é
perdido e é posteriormente despertado pela observação
das coisas.
PLATÃO (428-347 a.C.)
• Para Platão, conhecer é para a alma, lembrar o que já
se sabia antes de encarnar um corpo.
• A alma é imortal, renasce muitas vezes e em contato
com o mundo se recorda o que outrora já aprendeu e
posteriormente esqueceu.
• Para Platão, procurar e aprender são, no seu
conjunto reminiscências.
PLATÃO (428-347 a.C.)
• Como penetrar na esfera racional da sabedoria,no mundo das ideias?
• O conhecimento para ser autêntico, deveultrapassar a esfera das impressões sensoriais, oplano da opinião, e penetrar na esfera dasabedoria, no mundo das ideias. Para tanto, ohomem precisa possuir um “amor ao saber”(filosofia)
• O método proposto por Platão para atingir oconhecimento autêntico é a dialética.
PLATÃO (428-347 a.C.)
• A dialética consiste na contraposição de
uma opinião com a crítica que dela
podemos fazer, ou seja, na afirmação de
uma tese qualquer seguida de uma
discussão e negação dessa tese, com o
objetivo de purifica-la dos erros e
equívocos
PLATÃO (428-347 a.C.)
• Somente quando saímos do mundo sensível e atingimoso mundo inteligível das ideias é que alcançamostambém o domínio do ser absoluto, eterno e imutável.
• Nesse mundo das ideias só podemos entrar, segundoPlatão, através do conhecimento racional, científico oufilosófico.
PLATÃO (428-347 a.C.)
Assim, chegamos à conclusão de que a opiniãose forma no mundo apresentado pelos sentidos,enquanto o conhecimento é de um mundoeterno; a opinião, por exemplo, trata de coisas belasdeterminadas; o conhecimento ocupa-se dabeleza em si.
Russel, B. História da filosofia ocidental, v. 1 p.140
PLATÃO (428-347 a.C.)MITO DA CAVERNA
• Platão, criou uma alegoria conhecida como Mito daCaverna, que serve para explicar o processo da evolução doconhecimento.
• Segundo ele, a maioria dos seres humanos se encontra decostas para a abertura luminosa da caverna. Será?
• Qual o papel do filósofo?
• A figura do filósofo e as suas tarefas são delineadas pormeio de metáforas.
PLATÃO (428-347 a.C.)MITO DA CAVERNA
• A caverna escura é o nosso mundo; osescravos acorrentados são os homens; ascorrentes são as paixões e a ignorância; asimagens ao fundo das caverna são aspercepções sensoriais; a libertação do escravoé a ação liberatória da filosofia; a aventura doescravo fora da caverna é a experiênciafilosófica; o mundo fora da cavernacorresponde ao mundo das ideias; o único,verdadeiro;
PLATÃO (428-347 a.C.)MITO DA CAVERNA
• O sol que ilumina o mundo verdadeiro é aideia do Bem, que conduz ao conhecimento; oregresso do escravo é o dever do filósofo deenvolver a sociedade na experiência daverdade; a incapacidade do escravo emreadaptar-se à vida na caverna é ainadequação social dos filósofos; o escárniodo escravo é o destino reservado ao escravo; amorte final do escravo-filósofo é a morte deSócrates.
BIBLIOGRAFIA
• ARANHA, M. L. A.; MARTINS, M. H. P.Filosofando: introdução à Filosofia. 2ª ed. SãoPaulo
• COTRIM, GILBERTO. Fundamento da Filosofia –História e Grandes Temas. Editora Saraiva.
• KLEINMAN, PAUL. Tudo o que você precisa sabersobre Filosofia.Editora Gente. 3ª. Ed.
• NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia:das origens à idade moderna. São Paulo, EditoraGlobo, 2005.