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Retinopatia da Retinopatia da prematuridade (RP)prematuridade (RP)

Maria isabel de Sousa MeloMaria isabel de Sousa Melo

Hospital Regional da Asa SulHospital Regional da Asa Sul

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Retinopatia da prematuridadeRetinopatia da prematuridade

• Conceito: • É uma doença vasoproliferativa de etiologia

multifatorial, que acomete a retina dos prematuros principalmente. Uso racional de oxigênio. Maior sobrevida dos RN abaixo de 1.000g. Efeito detrimental da hiperoxia sobre os vasos da retina em crescimento.

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Retinopatia da prematuridadeRetinopatia da prematuridade

• Cessação da angiogênese normal da retina e subseqüente resposta neovascular hiperproliferativa a isquemia retiniana.

• Ocorre na presença de uma vascularização imatura da retina.

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Retinopatia da prematuridadeRetinopatia da prematuridade Globo ocular• Aparentemente esférico, é o acoplamento de

duas calotas de diferentes raios, uma branca opaca que é a esclera e a transparente é a córnea;

• Um corte sagital encontra-se as seguintes estruturas: córnea, íris,pupila, estas duas câmeras estão preenchidas por humor aquoso. Atrás do cristalino encontra-se o humor vítreo.

• Forrado internamente o globo ocular encontra-se a retina, camada neurossensorial, e a coróide camada vascular entre retina e esclera.

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• A retina é comparável à película sensível de um filme fotográfico, constituída por elementos sensoriais responsáveis pela transmissão da luz.

• O fundo de olho mostra uma coloração roxo-avermelhada, sendo visível à rede vascular da coróide devido a essa pigmentação da retina.

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Retinopatia da prematuridadeRetinopatia da prematuridade

• Dividida em 3 zonas

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Retinopatia da prematuridadeRetinopatia da prematuridade

• Incidência: • inversamente ao peso de nascimento e idade

gestacional.• RN pré-termo < 1.250g- 66%• RN pré-termo <1.000g- incidência de 80%• A cura é espontânea em 90% dos casos, porém

6% chegam a necessitar de tratamento cirúrgico.

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• Silverman descobriu que 82% dos RN com RP eram com peso abaixo de 1500g ao nascimento.

• Em 1981, Phelps estimou que o número de lactentes afetados pela RP (2100), 500 ficaram cegos.

• A teoria atual associa multifatores a doença.

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• O oxigênio e a imaturidade retiniana são os fatores de maior risco;

• A imaturidade é avaliada pela idade gestacional e pelo peso ao nascer;

• RN com peso<1.000g e IG<30 semanas tem 15 vezes mais risco e 6 vezes;

Outros fatores associados: asfixia perinatal, persistência do canal arterial e crises de apnéia;

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• Fator de risco estatístico detectado pela autora foi ventilação mecânica;

• Estreita correlação entre a presença de RP e hemotransfusão;

• Fisiopatologia:• Até 16 semanas, a retina do feto permanece

avascular. • A partir desse estágio, células fusiformes se

proliferam em direção a ora serrata, dando origem a uma densa rede de capilares;

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• Do lado temporal, o processo é mais lento, demorando até 40 semanas para alcançar a sua extensão máxima.

• A lesão promove a destruição dos vasos recém-formados do mesênquima. Artérias e veias já maduras formam um shunt arteriovenoso mesenquimal apresentando como uma linha de demarcação;

• Quanto maior a extensão, mais grave a lesão;

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• As células que compõe o tecido do shunt evolui de duas formas: sofrem diferenciação, transformando-se em endotélio capilar suprindo a retina avascular, ou sem diferenciação, as células multiplicam-se, atravessando a membrana limitante interna da retina crescendo para o vítreo sobre a superfície da retina. Pode descolar a retina;

• Na presença de hipóxia ocorre alterações metabólicas e bioquímicas formando junções lacunares, estimulando a neovascularização;

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Retinopatia PrematuridadeRetinopatia Prematuridade

• Fisiopatologia

A hiperoxia vasoc obliteração

Vasos obliterados = cel endotelias e alteração das paredes vasculares

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Retinopatia PrematuridadeRetinopatia Prematuridade

• Altas doses de oxigênio

• Alterações Metabólicas-Bioquímicas

• Efeito Tóxico de Oxigênio ou Vasocc

• Alt Células Fusiformes

• Defeitos de Junção Cel Fusiformes

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Marinho RC, Lessa NP.Retinopatia da PrematuridadeIn. Margotto PR. Assistência ao Recém-Nascido de Risco, Hospital Anchieta, Brasília, 2006, p. 389-393

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• A extensão das lesões é avaliada por meio do grau de acometimento vascular nasal e temporal em número de horas em um mostrador de relógio;

• A fase de desenvolvimento das lesões pode ser divididas em cinco estágios progressivos, sem limite nítido;

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• Estágio I – linha de demarcação: linha branca situada no plano da retina, que representa a transição entre retina vascular e avascular.

• Estágio II – prega cresce vai do branco ao róseo. Vasos retinianos deixam a retina para entrar nessa prega;

• Estágio III – prega com proliferação fibrovascular extra-retiniana;

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• Estágio IV – descolamento parcial da retina. • IV a – deslocamento subtotal da retina não

envolvendo a fóvea. O descolamento ocorre na periferia, não envolvendo a mácula, melhor prognóstico;

• IV b –deslocamento subtotal da retina envolvendo a fóvea. Forma-se uma prega até a zona III. \prognóstico reservado;

• Estágio V – deslocamento total da retina. Mal prognóstico.

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• Designação adicional indica um grau mais severo. Há uma dilatação e tortuosidade vascular no pólo posterior, podendo ser associado a ingurgitamento vascular da íris, rigidez da pupila e névoa vítrea.

• Retinopatia limítrofe – acometimento de 5 ou mais horas contínuas ou 8 horas acumulativas no estágio III, com mais doença na zona I e II.

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• Diagnóstico e triagem: É feito através do exame de fundo de olho e o momento depende da idade gestacional. O exame deverá ser seriado até que complete a maturidade total.

• O rastreamento deve-se iniciar após 4 a 6 semanas pós-natal, sendo que qto maior a Idade gestacional (IG), , mais precoce deve ser o exame. O primeiro Fundo de Olho (FO) deve-se ser feito com IG de 31 a 33 semana pós concepção. Se houver a RP, a freqüência dependerá da severidade da mesma.

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• Triagem: esta deve-se ser feita para todos os RN:

• Peso ao nascer <1.500g;• Uso de oxigênio prolongado;• Idade gestacional<32 semanas;• Idade gestacional< 35 semanas se ocorreram

complicações neonatais:

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• Acompanhamento: quinzenalmente até a vascularização atingir a zona III;

• Semanalmente, se houver doença, até a sua regressão;

• Semestralmente, até um ano em casos leves ou quando não há RP;

• Anualmente até o quinto ano de vida.

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• Complicações tardias: • Miopias;• Estrabismos;• Ambliopia;• Estigmatismo;• Hemorragia vítrea;• Glaucoma;• Microftalmia;• Catarata;• Descolamento tardio de retina.

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• Tratamento clínico:• Vitamina E: 25 a 50 mg/dia- manipular 25mg/ml

e administrar 2 tomadas. Deverá ser feito um controle sérico. O prognóstico visual pode ser melhorado, bloqueando a progressão da neovascularização na RP.

• Cirúrgico:• Toda RP em estágio III nas zonas I e II;

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• Crioterapia: congelamento da retina com o uso de sonda fria, por fora do olho, atingindo a retina anormal (avascular) por fora do olho.Pode haver complicações intra-operatórias como hematoma e laceração conjutivais, hemorragia retiniana, pré-retiniana e vítrea, oclusão transitória da artéria central da retina, congelamento inadvertido da área alvo.

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• Fotocoagulação com laser: praticada com laser de de diodo portátil, apresentando menor incidência de complicações e alta incidência de boa acuidade pós-operatórias;

• Estágios mais avançados: introflexão escleral e virectomia, indicada para refixar a retina;

• A Sociedade brasileira de pediatria sugere a realização de exame oftalmológico na própria unidade pelo neonatologista.

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• O exame precoce antes dos três meses de idade detecta diagnósticos precoces de patologias como catarata congênita ou glaucoma.

• A pesquisa do reflexo vermelho deverá ser buscada. O exame busca a presença de um reflexo branco-amarelado, significando diferenças no poder refrativos dos olhos (leucocoria).

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Pesquisa do reflexo vermelho

Prevenção da cegueira no RN pré-termo

Autor(es): Rosa Maria Graziano (SP).Realizado por Paulo R. Margotto

       

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• Terapias Futuras• -Pesquisas para desenvolver moléculas capazes de

inibir o FCEV e sua ação neovascular• -Desenvolvimento de moléculas capazes de modificar

a interface vítreo-retina• -Genes que regulem o desenvolvimento vascular,

maturação e neovascularização conhecidos como polimórficos (pode predizer o risco de resposta a isquemia retiniana)

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• O exame é feito na penumbra com oftalmoscópio e uma lanterna.

• Assistência de enfermagem:• A participação conjunta de toda equipe é fundamental

para prevenir a cegueira infantil.• Observar a marcação dos pareceres;• Observar os resultados e comunicação com o

neonatologista;• Caso necessite de cirurgia, observar o jejum pré-

operatório, horário da cirurgia, como outros cuidados;

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• Assistência de enfermagem:• Realizar uma hora antes do exame fundoscopia a

dilatação da pupila Mydracyl a 0,5% (tropicamide) 1gt e fenilefrina 2,5% 1 gt alternar de 5 em 5 minutos as gotas;

• Todo processo de desenvolvimento da visão está na dependência do estímulo visual. Até que a acuidade visual esteja totalmente estabelecida, qualquer obstáculo à formação de imagens nítidas em cada olho pode levar a um mal desenvolvimento visual

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