UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO CURSO DE MESTRADO EM ORTODONTIA
ESTUDO DO DIAGRAMA DE ANDRADE COMO AUXILIAR NO DIAGNÓSTICO E PLANEJAMENTO ORTODÔNTICO, EM
PORTADORES DE CLASSE I, DE ANGLE
CIDNEY HIROAKI CATO
Dissertação apresentada à Universidade
Cidade de São Paulo, como parte dos
requisitos para a obtenção do título de
Mestre em Ortodontia.
São Paulo
2007
UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO CURSO DE MESTRADO EM ORTODONTIA
ESTUDO DO DIAGRAMA DE ANDRADE COMO AUXILIAR NO DIAGNÓSTICO E PLANEJAMENTO ORTODÔNTICO, EM
PORTADORES DE CLASSE I, DE ANGLE
CIDNEY HIROAKI CATO
Dissertação apresentada à Universidade
Cidade de São Paulo, como parte dos
requisitos para a obtenção do título de
Mestre em Ortodontia.
Orientador: Prof. Dr. Flávio Vellini-Ferreira
São Paulo
2007
Ficha Elaborada pela Biblioteca Prof. Lúcio de Souza UNICID C366e
Cato, Cidney Hiroaki. Estudo do diagrama de Andrade como auxiliar no diagnóstico e planejamento ortodôntico, em portadores de classe I, de Angle. / Cidney Hiroaki Cato. --- São Paulo, 2007. 114p.; anexos. Bibliografia Dissertação (Mestrado) – Universidade Cidade de São Paulo - Orientadora: Prof. Dr. Flávio Vellini Ferreira. 1. Ortodontia. 2. Maloclusão. 3. Diagnóstico. I. Ferreira, Flávio Vellini.
BLACK. D4
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE E COMUNICADA AO AUTOR A REFERÊNCIA DA CITAÇÃO. São Paulo, ____ / ____/ _____
Assinatura: _____________________________
e-mail:
FOLHA DE APROVAÇÃO
Cato, CH. Estudo do diagrama de Andrade como auxiliar no diagnóstico e planejamento ortodôntico, em portadores de Classe I, de Angle [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2007.
São Paulo, ____/____/_______
Banca Examinadora
1) ................................................................................... Julgamento: ......................................... Assinatura: .......................................
2) ................................................................................... Julgamento:.......................................... Assinatura: .......................................
3) ................................................................................... Julgamento:........................................... Assinatura: .......................................
Resultado: ...............................................
Dedicatória
Dedico esta obra a DEUS, fonte de
amor eterno, que nos permite uma
vida vitoriosa.
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Aos meus pais, Jorge e Keiko pelo amor, carinho e dedicação,
nunca medindo esforços para minha formação,
meus maiores mestres.
À minha noiva Patrícia, pelo incentivo,
paciência e amor.
Aos meus irmãos Alex e Ellen, pela amizade
e companheirismo.
SINCEROS AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu Orientador, Prof. Dr. Flavio Vellini Ferreira pela
disponibilidade e dedicação.
Agradeço a Profa. Dra. Rívea Inês Ferreira pela disponibilidade e
orientações.
Agradeço a Profa. Dra. Lúcia Teramoto pela disponibilidade e
orientações.
Minha gratidão a Profa. Dra. Stella Maria Ouvinhas Rossetini ,que
orientou a parte estatística desta Dissertação.
AGRADECIMENTOS
À Universidade Cidade de São Paulo – UNICID e à Universidade Estadual
Paulista – UNESP São José dos Campos que gentilmente nos cederam seus
laboratórios e equipamentos.
Aos professores do curso de Mestrado em Ortodontia pelos
ensinamentos transmitidos.
Aos colegas de curso pela amizade.
Aos funcionários do Departamento de Odontologia Social e Clínica
Infantil da Universidade Estadual Paulista – UNESP São José dos Campos.
Aos funcionários da Clínica de Odontologia da UNICID.
Cato, CH. Estudo do diagrama de Andrade como auxiliar no diagnóstico e planejamento ortodôntico, em portadores de Classe I, de Angle [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2007.
RESUMO
O objetivo desta pesquisa foi avaliar a aplicabilidade clínica do diagrama de Andrade
para predição da largura do arco dentário inferior e análise das discrepâncias de
modelo (DM) e cefalométrica (DC). A amostra consistiu de telerradiografias em
norma lateral e pares de modelos ortodônticos de pacientes, de ambos os gêneros,
portadores de maloclusão de Classe I (ângulo ANB entre 0º e 4º), que foram
tratados com (n = 20) e sem (n = 20) exodontia de pré-molares (XP). O diagrama do
arco ideal de Andrade foi construído, para cada paciente, por meio do traçado
cefalométrico e da mensuração da largura mésio-distal de incisivos e caninos
inferiores, ao início do tratamento. As medidas de DM, DC e largura do arco nas
regiões de caninos (33-43) e primeiros molares (36-46) foram obtidas pela
superposição do diagrama aos modelos iniciais e finais. As grandezas relativas aos
pacientes com e sem exodontia foram comparadas pelo test t de Student (p < 0,05).
Os grupos diferiram significativamente quanto às diferenças médias entre a largura
33-43 dos diagramas e dos modelos iniciais (sem XP = 0,74 mm; com XP = 2,19
mm) e finais (sem XP = 0,2 mm; com XP = 1,46 mm), o que não ocorreu para a
largura 36-46. Houve diferenças significativas entre os grupos com e sem XP para
DM inicial e final, nos lados direito e esquerdo. A medida DC foi de - 0,98 mm para o
grupo sem XP e de - 2,54 mm para o grupo com XP (p = 0,007). Conclui-se que o
diagrama de Andrade pode ser um eficiente auxiliar de diagnóstico para o
planejamento dos tratamentos ortodônticos da maloclusão de Classe I, indicando a
necessidade ou não de exodontia de pré-molares.
Palavras-chave: Diagnóstico; Planejamento; Ortodontia; Medidas; Arcada Dentária.
Cato, CH. Study of the andrade diagram as an adjunct for the orthodontic diagnosis and treatment planning, in Class I malocclusion patients [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2007.
ABSTRACT
The aim of this research was to assess the clinical applicability of the Andrade
Diagram for predicting mandibular dental arch width and analyzing the model (MD)
and cephalometric (CD) discrepancies. The sample consisted of lateral
teleradiographs and pairs of orthodontic models of patients of both gender, with
Class I malocclusion (ANB angle between 0º and 4º), who were treated with (n = 20)
and without (n = 20) premolar extraction (XP). Andrade's ideal arch diagram was
constructed for each patient, by means of cephalometric tracing and measurement of
the mesio-distal width of mandibular incisors and canines, before treatment began.
MD, CD and arc width measurements in the region of the canines (33-43) and first
molars (36-46) were obtained by superimposing the diagram on the initial and final
models. Variables relative to patients with and without extraction were compared by
the Student's-t test (p < 0.05). Groups differed significantly with regard to the mean
differences between the width 33-43 of the diagrams and those of the initial models
(without XP = 0.74mm; with XP = 2.19mm) and final (without XP = 0.2mm; with XP =
1.46mm), which did not occur for the width 36-46. There were significant differences
between the groups with and without XP for the initial and final MD, on the right and
left sides. The CD measurement was -0.98mm for the group without XP and -2.54mm
for the group with XP (p = 0.007). It was concluded that the Andrade diagram could
be an efficient diagnostic aid for planning the orthodontic treatments of Class I
malocclusion, indicating whether or not premolar extraction is required.
Key words: Diagnosis; Treatment; Planning; Orthodontics; Measures; Dental Arch.
LISTA DE TABELAS
p.
Tabela 2.1 - Valores propostos para os ângulos IMPA e FMIA, por Tweed, segundo variação do ângulo FMA.. ................................................... 13
Tabela 4.1 - Média, desvio-padrão das duas medições e teste “t” pareado e erro de Dahlberg para avaliar o erro sistemático e o erro casual na repetição das medidas ANB e Altura H.. ........................................... 40
Tabela 4.2 - Média, desvio-padrão das duas medições , e teste “t” pareado e erro de Dahlberg para avaliar o erro sistemático e o erro casual na comparação entre fotocópias e modelos.. ......................................... 41
Tabela 4.3 - Média, desvio padrão das duas medições , e teste “t” pareado e erro de Dahlberg para avaliar o erro sistemático e o erro casual na comparação entre as duas medições nas fotocópias.. ...................... 41
Tabela 5.1 - Médias das amostras sem e com extração quanto à idade, ângulo ANB, somatório mesio-distal de incisivos e caninos inferiores, distância do incisivo inferior até o ponto J e a altura h.. .................... 44
Tabela 5.2 - Médias das amostras sem e com extração quanto às distâncias intercaninos (3-3) e intermolares (6-6), nos modelos iniciais e finais, medidos em milímetros.. ......................................................... 47
Tabela 5.3 - Médias das amostras sem e com extração quanto às diferenças entre o diagrama e os modelos iniciais e finais nas regiões de caninos (3-3) e molares (6-6), medidos em milímetros...................... 49
Tabela 5.4 - Médias das amostras sem e com extração quanto às distâncias entre as mesiais dos primeiros molares e as distais dos segundos pré-molares no diagrama, para os lados direito e esquerdo, medidos em milímetros...................................................................... 54
Tabela 5.5 - Médias das amostras sem e com extração quanto às distâncias intercaninos (3-3) e intermolares (6-6), nos modelos iniciais e finais, medidos em milímetros.. ......................................................... 56
Tabela 5.6 - Médias das amostras sem e com extração quanto às diferenças entre o diagrama e os modelos iniciais e finais nas regiões de caninos (3-3) e molares (6-6), medidos em milímetros...................... 58
Tabela 5.7 - Médias das amostras sem e com extração quanto às distâncias entre as faces mesiais dos primeiros molares e as distais dos segundos pré-molares no diagrama, para os lados direito e esquerdo, medidos em milímetros..................................................... 60
Tabela 5.8 - Média, desvio padrão, mínimo e máximo, e comparação entre os grupos Com e Sem exodontia da variação entre as fases (Final – Inicial) pelo teste “t” de Student. ........................................................ 62
LISTA DE GRÁFICOS
p.
Gráfico 5.1 - Distribuição da distância do incisivo inferior até o ponto J (em milímetros), na amostra sem extrações de pré-molares. .................. 46
Gráfico 5.2 - Distribuição da distância do incisivo inferior até o ponto J (em milímetros), na amostra com extrações de pré-molares. .................. 46
Gráfico 5.3 - Distâncias intercaninos (3-3) e intermolares (6-6), nos modelos iniciais e finais, quanto às amostras sem e com extração.. .............. 48
Gráfico 5.4 - Diferenças entre o diagrama e os modelos iniciais nas regiões de caninos (3-3) das amostras sem e com extração de pré-molares. ... 50
Gráfico 5.5 - Diferenças entre o diagrama e os modelos iniciais nas regiões de molares (6-6) das amostras sem e com extração de pré-molares.. .. 51
Gráfico 5.6 - Diferenças entre o diagrama e os modelos finais nas regiões de caninos (3-3) das amostras sem e com extração de pré-molares.. .. 52
Gráfico 5.7 - Diferenças entre o diagrama e os modelos finais nas regiões de molares (6-6) das amostras sem e com extração de pré-molares. ... 53
Gráfico 5.8 - Diferenças entre o diagrama e os modelos iniciais e finais nas regiões de caninos (3-3) e molares (6-6), das amostras sem e com extração.. .......................................................................................... 53
Gráfico 5.9 - Distâncias entre as mesiais dos primeiros molares e as distais dos segundos pré-molares no diagrama, para os lados direito e esquerdo, nas amostras sem e com extração de pré-molares. ........ 55
Gráfico 5.10 - Distâncias intercaninos (3-3) e intermolares (6-6), nos modelos iniciais e finais, nas amostras sem e com extração de pré-molares. .......................................................................................... 57
Gráfico 5.11 - Diferenças entre o diagrama e os modelos iniciais e finais nas regiões de caninos (3-3) e molares (6-6), nas amostras sem e com extração de pré-molares......................................................... 59
Gráfico 5.12 - Distâncias entre as faces mesiais dos primeiros molares e as distais dos segundos pré-molares no diagrama, para os lados direito e esquerdo, nas amostras sem e com extração de pré-molares.. ......................................................................................... 61
LISTA DE FIGURAS
p.
Figura 4.1 - Fotografia do paquímetro digital da marca Mitutoyo®, de 150 mm com margem de erro de 0,01 mm (modelo 500-144B) ...................... 25
Figura 4.2 - Mensuração da distância inter-caninos. ............................................ 25
Figura 4.3 - Mensuração da distância intermolares. ............................................. 26
Figura 4.4 - Desenho anatômico, pontos cefalométricos, planos, linhas e localização do ponto J. ...................................................................... 29
Figura 4.5 - Compasso posicionado na linha perpendicular ao plano mandibular e tangente ao ponto Condílio, localizando o ponto J, na intersecção do plano oclusal com o semi-círculo que passa pelos pontos A e B. 29
Figura 4.6 - Traçado do Diagrama de Andrade: C-C’ (distância côndilo a côndilo); 1-O (metade da altura h); 1-O’, 1-3 e 1-3’ (somatória mésio-distal dos incisivos central, lateral e canino; distância mésio-distal dos primeiros (4 e 4’) e segundos (5 e 5’) pré-molares, ponto J (referência incisal coincidindo com 1) e ponto interincisivos coincidindo com o ponto J. ................................................................ 31
Figura 4.7 - Diagrama sobreposto à fotocópia do modelo, em que se verifica coincidência, portanto, o arco dentário apresenta forma ideal. ......... 32
Figura 4.8 - Diagrama sobreposto à fotocópia do modelo, em que se verifica atresia do arco dentário. .................................................................... 32
Figura 4.9 - Diagrama sobreposto à fotocópia do modelo, em que se verifica sobre-expansão do arco dentário.. .................................................... 33
Figura 4.10 - Mensuração da diferença entre o diagrama de Andrade e as fotocópias dos modelos de gesso, na região de caninos inferiores.. ........................................................................................ 33
Figura 4.11 - Mensuração da diferença entre o diagrama de Andrade e as fotocópias dos modelos de gesso, na região de molares inferiores. 33
Figura 4.12 - Diagrama de Andrade em que houve coincidência do ponto J com os incisivos inferiores, indicando bom posicionamento destes.. ...... 34
Figura 4.13 - Ponto J localizado vestibular-mente ao ponto interincisivos, indicando possibilidade de vestibulari-zação dos dentes ântero-inferiores. ......................................................................................... 35
Figura 4.14 - Mensuração da distância entre o ponto J, localizado vestibularmente ao ponto interincisivos, adotando-se valor positivo............................................................................................. 35
Figura 4.15 - Mensuração da distância entre o ponto J, localizado lingualmente ao ponto interincisivos, adotando-se valor negativo.. ...................... 35
Figura 4.16 - Mensuração da distância entre o ponto J, localizado lingualmente ao ponto interincisivos, diretamente no diagrama e adotando-se valor negativo................................................................................... 36
Figura 4.17 - Diagrama sobreposto ao modelo, demonstrando molares permanentes coincidindo com a linha de referência das distais dos segundos pré-molares (discrepância de modelos nula)................... 37
Figura 4.18 - Diagrama sobreposto ao modelo, evidenciando molares permanentes invadindo o espaço para caninos e pré-molares (discrepância negativa de modelos). ............................................... 37
Figura 4.19 - Diagrama sobreposto ao modelo, evidenciando molares permanentes aquém da linha de referência das distais dos segundos pré-molares (discrepância positiva de modelos). ............ 37
Figura 4.20 - Mensuração da distância da mesial dos primeiros molares permanentes à linha de referência das distais dos segundos pré-molares, neste caso uma discrepância positiva de modelos.. ......... 38
SUMÁRIO
p.
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 1
2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................ 5 2.1 Estudo da forma dos arcos dentários.................................................... 6 2.2 Posição ideal dos incisivos inferiores ................................................... 11 2.3 Discrepância de modelos........................................................................ 17
3 PROPOSIÇÃO.................................................................................................. 20
4 CASUÍSTICA, MATERIAL E MÉTODOS ......................................................... 22 41 Casuística................................................................................................. 23 4.2 Material ..................................................................................................... 23 4.3 Métodos .................................................................................................... 24 4.3.1 Desenho das estruturas anatômicas............................................... 26 4.3.2 Pontos cefalométricos..................................................................... 27 4.3.3 Planos e linhas................................................................................ 28 4.3.4 Obtenção do ponto J (Figuras 4.4 e 4.5)......................................... 28 4.3.5 Obtenção do Diagrama de Andrade (Figura 4.6) ............................ 30 4.3.6 Sobreposição do Diagrama de Andrade à fotocópia do modelo do
arco dentário inferior, para avaliar a forma do arco (Figuras 4.7 - 4.11)................................................................................................ 31
4.3.7 Sobreposição do Diagrama de Andrade ao cefalograma, para avaliação da discrepância cefalométrica (Figuras 4.12 – 4.16)....... 34
4.3.8 Sobreposição do Diagrama de Andrade ao modelo do arco dentário inferior, para avaliação da discrepância de modelos (Figura 4.17).................................................................................... 36
4.3.9 Análise estatística ........................................................................... 39
4.4 Cálculo do Erro (Anexos J-M)................................................................. 39
5 RESULTADOS ................................................................................................. 42 5.1 Comparação das idades, ângulo ANB, somatório mésio-distal de
incisivos central e lateral e canino inferiores, altura h e distância do incisivo inferior até o ponto J (Tabela 5.1 e Gráficos 5.1 e 5.2)........... 44
5.2 Comparação quanto às distâncias intercaninos (3-3) e intermolares (6-6), das amostras sem e com extração, nos modelos iniciais e finais, (Tabela 5.2 e Gráfico 5.3) ............................................................. 47
5.3 Comparação quanto às diferenças entre o diagrama e os modelos iniciais e finais nas regiões de caninos (3-3) e molares (6-6), nas amostras sem e com extração (Tabela 5.3 e Gráficos 5.4-5.8) ............ 49
5.4 Comparação quanto às distâncias entre as mesiais dos primeiros molares e as distais dos segundos pré-molares no diagrama, para as amostras sem e com extração e para os lados direito e esquerdo (Tabela 5.4 e Gráfico 5.9)......................................................................... 54
5.5 Comparação quanto às distâncias intercaninos (3-3) e intermolares (6-6), das amostras sem e com extração de pré-molares, nos modelos iniciais e finais (Tabela 5.5 e Gráfico 5.10) ............................ 56
5.6 Comparação quanto às diferenças entre o diagrama e os modelos iniciais e finais nas regiões de caninos (3-3) e molares (6-6), nas amostras sem e com extração de pré-molares (Tabela 5.6 e Gráfico 5.11)........................................................................................................... 58
5.7 Comparação quanto às distâncias entre as faces mesiais dos primeiros molares e distais dos segundos pré-molares no diagrama, para os lados direito e esquerdo, das amostras sem e com extração de pré-molares (Tabela 5.7 e Gráfico 5.12) .................... 60
5.8 Comparação quanto aos grupos Com e Sem exodontia da variação entre as fases (Final – Inicial), nas medidas, distância de caninos (3-3), distância de molares (6-6), diferenças entre o diagrama e os modelos nas regiões de caninos (3-3) e molares (6-6) e nas distâncias entre as faces mesiais dos primeiros molares e as distais dos segundos pré-molares no diagrama, para os lados direito e esquerdo (Tabela 5.8) .............................................................................. 62
6 DISCUSSÃO..................................................................................................... 64 6.1 Estudo da forma dos arcos dentários.................................................... 65 6.1.1 Comparação entre os arcos dentários sem e com exodontia de
pré-molares. .................................................................................... 66 6.1.2 Comparação entre o diagrama de Andrade e os arcos dentários
sem e com exodontia de pré-molares. ............................................ 68 6.2 Posição ideal dos incisivos inferiores ................................................... 71 6.3 Discrepância de modelos........................................................................ 73
7 CONCLUSÕES................................................................................................. 77
REFERÊNCIAS...................................................................................................... 79
ANEXOS ................................................................................................................ 84
INTRODUÇÃO
1
2 1 INTRODUÇÃO
O sucesso do tratamento ortodôntico depende de um diagnóstico bem
realizado, que chega a ser mais importante que a mecânica ou técnica ortodôntica
empregada para a correção da má oclusão.
Com o advento do cefalostato introduzido por BROADBENT (1931), houve a
padronização da tomada de telerradiografias em norma lateral, permitindo um
melhor diagnóstico da anomalia apresentada pelo paciente por meio das análises
cefalométricas, além de fornecer a comparação precisa das alterações ocorridas por
crescimento ou tratamento ortodôntico e dos posicionamentos dos dentes.
O tamanho e o formato dos arcos dentários têm implicação considerável
nesse diagnóstico ortodôntico e na elaboração do plano de tratamento, afetando o
espaço disponível, a estética dentofacial e a estabilidade da oclusão, tanto estática
como funcional.
Por mais de 100 anos, pesquisadores têm tentado definir o formato e a
dimensão ideal dos arcos dentários, freqüentemente utilizando-se o conceito de que
o mesmo deve ser simétrico na natureza e pode ser representado por fórmulas
matemáticas ou geométricas (FELTON et al., 1987). Estas fórmulas são utilizadas
com intuito de facilitar ou até mesmo definir o diagnóstico e o planejamento da
terapia a ser empregada em cada caso.
Esta preocupação com a forma do arco dentário vem desde a época de
BONWILL (1889), quando idealizou um diagrama para a melhor confecção de
próteses dentárias. ANGLE, em 1907, preconizava o alinhamento de todos os
dentes às custas de expansão lateral e sagital dos arcos dentários. Mas, tais
Introdução 3
procedimentos não resistiram às evidências clínicas, mesmo naquela época, devido
ao alto índice de insucesso estético facial e de estabilidade das correções obtidas.
Em 2001, VANARSDALL e WHITE preconizaram a utilização do diagnóstico
esqueletal tridimensional e análise da forma do arco dentário, para planejamento do
tratamento, oferecendo ao paciente mais estabilidade, resultado periodontal
favorável e aceitável estética dentofacial. E ainda citaram a publicação de
KETCHUM (1910), na Dental Cosmos, o artigo ‘‘A Nova Escola Ortodôntica está
praticando expansão excessiva?’’, que poderia ser aplicada na mecânica da
expansão ortodôntica dental até nos dias de hoje.
Além do formato, a dimensão do arco dentário também influi no planejamento
do tratamento, visando à estabilidade e à estética facial. Já em 1933, CARREA se
preocupava com a posição dos incisivos inferiores, ou seja, o limite anterior do arco
dentário inferior. A partir deste trabalho, vários autores propuseram análises na
tentativa de encontrar a melhor posição para os incisivos inferiores, para que estes
se mantivessem em equilíbrio e com uma estética facial agradável (ANDRADE,
1977; DOWNS, 1938; INTERLANDI, 1971; RICKETTS, 1984; TWEED, 1953 e
VIGORITO, 1974).
Outro método de avaliação envolve a análise de modelos em que se verifica a
diferença entre o espaço presente (EP), que corresponde ao perímetro do arco
dentário (de mesial a mesial dos primeiros molares permanentes inferiores) e o
espaço requerido (ER), que é o somatório mésio-distal dos dentes permanentes (de
segundo pré-molar de um lado ao segundo pré-molar do lado oposto), ou seja, a
discrepância de modelos. Esta é uma grande preocupação dos ortodontistas, e
desde 1947, NANCE propôs a mensuração do espaço presente com o auxílio de um
fio de latão e o espaço requerido, medindo-se a distância mésio-distal dos dentes
Introdução 4
permanentes irrompidos. Por meio de radiografias periapicais, obtinham-se estas
distâncias dos dentes não irrompidos. Com isso, pode-se observar a sobra ou a
necessidade de espaço para o correto alinhamento dos dentes e, às vezes, até a
indicação de exodontias no plano de tratamento. Pode-se citar também Andrade, em
1979; Lundstron, em 1952; Merrifield, em 1978; Moyers, em 1973 e Rossi, em 1994;
como autores que propuseram suas análises de modelos.
É patente a relevância de investigações científicas que abordem a correlação
do Diagrama de Andrade para o planejamento do tratamento ortodôntico, uma vez
que com a sua utilização é possível avaliar o formato do arco dentário, predizendo a
possibilidade de expansão do mesmo, fornecendo uma forma de obtenção de
espaços e evitando que se faça expansão em excesso, comprometendo a
estabilidade do tratamento ortodôntico. É possível ainda avaliar a discrepância
cefalométrica, pelo posicionamento do incisivo inferior do paciente em relação ao
ponto J e a discrepância de modelos pelas distâncias entre as mesiais dos primeiros
molares inferiores e a linha de referência dos segundos pré-molares no diagrama.
Assim, este trabalho teve como finalidade a comparação do Diagrama de Andrade
ao início e ao final do tratamento ortodôntico. Por conseguinte, os resultados
forneceram subsídios para se discutir a viabilidade dessa análise.
REVISÃO DE LITERATURA
2
6 2 REVISÃO DE LITERATURA
Em 1998, Teramoto defendeu em sua tese de doutorado apresentada na
Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP, o trabalho que forneceu as
diretrizes para realização desta dissertação, avaliou o diagrama de Andrade como
auxiliar no diagnóstico e planejamento ortodôntico, em 40 pacientes, de ambos os
sexos, tratados sem e com indicação de exodontia de pré-molares, só que
analisando pacientes portadores de má oclusão de Classe II divisão 1, de Angle.
Concluiu que o diagrama de Andrade pode ser empregado no estudo do formato do
arco dentário, auxiliar na indicação ou não de extração de pré-molares e na
quantificação da movimentação ortodôntica, na região anterior ou posterior.
2.1 Estudo da forma dos arcos dentários
Bonwill, em 1889, protesista da Filadélfia, foi o iniciador das medições
dentárias, com a utilização da geometria, física e mecânica. Tudo isso para
conseguir melhores condições estéticas na confecção de suas próteses. Com o
estudo de arcos dentários de 6000 crânios humanos e de 4000 indivíduos, concluiu
que a mandíbula apresentava uma forma semelhante a um triângulo eqüilátero, com
base na distância intercondilar e vértice no ponto interincisivos. Idealizou assim um
diagrama individualizado que permitia dar uma forma ao arco dentário, bem como
predizer o tamanho dos dentes posteriores, tanto no sentido mésio-distal como no
vestibulo-lingual. E com as distâncias mésio-distais dos dentes anteriores superiores
de um hemi-arco, concluiu que o diagrama individualizado é de forma parabólica,
que serviu de inspiração para muitos ortodontistas desenvolverem seus diagramas.
Revisão de literatura 7
Gysy (1895), também com finalidade protética, propôs um diagrama baseado
nos princípios de Bonwill, utilizou uma medida completamente arbitrária que permitiu
construir um diagrama com a forma e tamanho dos dentes de uma maxila normal de
tamanho médio e concluiu que a forma ideal para suas próteses seria a elíptica.
Pont (1909) propôs a correlação entre o somatório mésio-distal dos incisivos
superiores com a largura do arco. Essa medida teria uma relação constante com a
largura do arco na região de primeiros pré-molares e de primeiros molares
superiores. Para se chegar às dimensões ditas ``ideais´´, o somatório dos diâmetros
mésio-distais dos incisivos superiores é multiplicado por 100 e dividido pela distância
entre os pré-molares e molares superiores, chegando ao índice ou relação de 0,80
na região de pré-molares e de 0,64 na região de molares.
Em 1921, Gaillard preconizou arcos dentários de forma elíptica, para isso
realizou estudo em crânios humanos e construiu um diagrama baseado em dois
eixos, um maior, equivalente a quatro vezes o ``raio de Bonwill´´ (somatório mésio-
distal dos incisivos central e lateral e do canino superiores de um hemi-arco) e outro
igual a dois terços do eixo maior.
Weiss, também em 1921, sustentou que o arco dentário não era uma
parábola, e sim uma elipse completa. O diagrama é construído com a distância inter-
segundos molares, medida das vertentes vestíbulo-oclusais e da distância da face
distal do segundo molar ao ponto interincisivos, na porção mediana do arco dentário.
Ressaltou que não se pode, contudo, tomar como base da construção do diagrama
medidas interdentárias de bocas anormais.
Baseando-se no conceito de Bonwill do triângulo eqüilátero mandibular, em
1922, Carrea idealizou o seu diagrama, inicialmente, para estudar a forma dos arcos
Revisão de literatura 8 superior e inferior. Partindo dos diâmetros mésio-distais dos incisivos, um central,
um lateral e do canino inferiores, que equivalem a 1/6 do lado do triângulo equilátero
de Bonwill, multiplicou pela constante 0,954 denominada ``raio corda inferior´´. Tal
diagrama permite que tenhamos dois desenhos de arcos com forma elíptica, um
para o arco superior e um para o arco inferior. Após outros estudos, verificou que a
construção do diagrama contendo um só traçado era de mais fácil compreensão.
Então apresentou um novo diagrama de forma elíptica, que é empregado somente
no arco inferior, baseado ainda no ``raio corda inferior´´.
Valderrama (1924), afirmou que o ``raio de Bonwill´´, ou seja, o somatório
mésio-distal do incisivo central, do incisivo lateral e do canino de um hemi-arco
superior, multiplicado por quatro equivaleria à distância intercondilar ou ao lado do
triângulo equilátero de Bonwill, com isso, idealizou um diagrama com forma
parabólica para o arco dentário superior. Com a seqüência de seus estudos concluiu
que a forma ideal para o arco dentário era a hiperbólica, podendo ser empregada
para o arco dentário inferior, devendo ser tomadas as distâncias mésio-distais dos
dentes inferiores.
Hawley, em 1925, propôs um método geométrico para a determinação da
forma e dimensão dos arcos. O arco ideal era baseado em um triângulo eqüilátero,
com a base representando a distância intercondilar interna. Os dentes inferiores
seriam distribuídos em um arco de um círculo, com o raio determinado pela largura
combinada dos incisivos inferiores e caninos, os pré-molares e molares alinhados, e
os segundos e os terceiros molares girados em direção ao centro.
Izard, em 1926, afirmou que a forma do arco dentário ideal é a elíptica e pode
ser obtida traçando-se dois eixos, um sagital e outro transversal, correspondente ao
Revisão de literatura 9 comprimento e largura do arco dentário superior. Com base em seus trabalhos
analisando crânios normais, postulou duas leis: 1ª Lei: a largura máxima do arco
superior ou o eixo transversal devia ter como medida a metade da distância
bizigomática que, com a medição direta com um compasso deve ser descontado ±10
mm, referentes à espessura do tecido mole. 2ª Lei: o comprimento do arco dentário
superior, entre o ponto incisivo e o diâmetro transverso máximo é igual à metade do
raio aurículo-incisivo (centro da linha bi-auricular e o ponto incisivo).
Herbst (1953) afirmou que na maioria dos casos normais, os pré-molares e
molares não estão em linha reta, mas sim descrevem uma curvatura com
concavidade voltada para o centro da boca. Contrariando, assim, as idéias de
Bonwill e Hawley que indicavam a forma de parábola, propondo um diagrama com
formato elíptico.
Almeida, em 1976, ao constatar que os diagramas existentes necessitavam
de gráficos e dispositivos especiais e que os mesmos não satisfaziam plenamente a
individualização, propôs a construção de um método por meio do uso de radiografias
oclusais padronizadas. Utilizou 80 radiografias oclusais, dos arcos dentários
superiores e inferiores, obtidas de 40 indivíduos, sendo 20 portadores de má-
oclusão Classe I e Classe II divisão 1, de Angle, e 20 com oclusão normal,
independentemente do sexo, idade ou raça. Foi confeccionado um dispositivo para
ser acoplado ao aparelho de raios X, permitindo uma padronização das radiografias.
Foi considerada a posição do paciente na cadeira durante as tomadas radiográficas.
A amostra foi dividida em grupos experimental e controle. O grupo controle foi ainda
dividido de acordo com a necessidade de extrair ou não extrair dentes em um ou em
ambos os arcos dentários. No grupo experimental, as tomadas de radiografias foram
Revisão de literatura 10 realizadas após a montagem parcial do aparelho, ou seja, caninos e últimos molares.
Como as tomadas eram executadas para os arcos superior e inferior, não importou a
forma das mesmas, uma vez que elas eram individualizadas. Este realmente
constitui um diagrama individualizado, pois não houve preocupação com a forma se
parabólica, elíptica ou hiperbólica.
Andrade (1979), estudando 15 pacientes que não apresentavam desvio da
oclusão, cujos dentes estavam bem relacionados entre si e com a base óssea,
portanto, considerados em uma ``boa oclusão´´, verificou que os arcos
apresentavam uma forma elíptica e procurou por meio da geometria a maneira de
estudar a forma do arco e que a mesma pudesse ser comparada com alguns dados
do paciente, e não fosse somente os dentes como a maioria dos diagramas para
estudo da forma do arco dentário. Com base no triângulo eqüilátero de Bonwill,
construiu um diagrama individualizado, utilizando a telerradiografia em norma lateral
e o somatório mésio-distal dos incisivos central, lateral e canino de um hemi-arco.
Esse diagrama tem por objetivo mostrar o tamanho que o arco do paciente deve
possuir e ele o mostra, tanto no sentido ântero-posterior quanto transversalmente,
bastando superpor este diagrama ao modelo do paciente.
Oliveira, et al. em 2004, avaliou a prevalência de diferentes formas de arcos
em modelos de gesso, usados na documentação ortodôntica. Foram avaliadas 296
arcadas, através de análise visual, com o auxílio do template Ortho Form
desenvolvido pela empresa 3M-UNITEK®, com formatos cônico, quadrado e ovóide.
Teve como resultado que 49% (145) dos casos apresentaram o formato ovóide,
42,6% (126) dos casos apresentaram o formato cônico e 8,4% (25) dos casos
apresentaram o formato quadrado.
Revisão de literatura 11 2.2 Posição ideal dos incisivos inferiores
Carrea, em 1933, utilizou para avaliar a posição dos incisivos inferiores a
grandeza cefalométrica linha glabela-pogônio, de simples emprego e interpretação.
Quando a incisal do incisivo inferior estivesse à frente da linha glabela-pogônio,
considerava-se o dente protruído.
Schwarz (1936) idealizou um cefalograma com inúmeras grandezas
cefalométricas lineares e angulares, sendo que, recomendava que a inclinação do
incisivo inferior com o plano mandibular deveria ter 90°, para que houvesse
equilíbrio.
Margolis, em 1943, analisou diversos padrões faciais, por variáveis lineares e
angulares, e chegou à conclusão de que o ângulo formado entre o longo eixo do
incisivo inferior com o plano mandibular deveria ter uma inclinação de 90° ± 3°,
sendo que o traçado do plano mandibular tinha como referência a tangente à borda
inferior da mandíbula.
Tweed, em 1944, afirmou que para se obter estabilidade oclusal e boa
estética facial, o incisivo inferior deveria ter uma inclinação de 90° ± 5° em relação
ao plano mandibular e deveria estar bem posicionado na base óssea. E, em 1945,
utilizando telerradiografias em norma lateral, propôs o ângulo formado entre os
planos de Frankfurt e mandibular (FMA). De acordo com os valores desse ângulo, o
tratamento ortodôntico poderia ter um prognóstico mais ou menos favorável. Assim,
observam-se para valores de FMA os seguintes prognósticos: 16° a 18° = excelente
para bom, 28° a 32° = bom para regular, 32° a 35° = regular para desfavorável e
acima de 35° = desfavorável.
Revisão de literatura 12
Downs (1948) propôs sua análise cefalométrica e concluiu que a inclinação
ideal do incisivo inferior em relação ao plano mandibular era em média 91,4° ± 3,78°.
Em 1948, foi desenvolvida a análise de Northwestern, que preconizava
médias das grandezas cefalométricas para adultos e crianças. A inclinação do
incisivo inferior com o plano mandibular tinha como média de 93,09° ± 6,78° para
adultos e 93,52° ± 5,78° para crianças.
Em 1952, Tweed avaliou a variabilidade da inclinação do incisivo inferior e
propôs um padrão de normalidade para o triângulo de diagnóstico facial (Triângulo
de Tweed), formado pelo plano de Frankfurt, plano mandibular e longo eixo do
incisivo inferior. Os ângulos internos desse triângulo deveriam ter os seguintes
valores: 25° FMA (ângulo formado pelos planos de Frankfurt e mandibular, 65° FMIA
(ângulo formado pelo plano de Frankfurt e longo eixo do incisivo inferior) e 90° IMPA
(ângulo formado pelo plano mandibular e o longo eixo do incisivo inferior).
Dependendo da variação desses valores, obtém-se um prognóstico mais ou menos
favorável.
Tweed, em 1953, dando continuidade aos seus estudos, procurou a
correlação entre a inclinação do incisivo inferior com o ângulo FMA. Concluiu que
qualquer alteração do ângulo FMA provocaria uma inclinação maior ou menor nos
incisivos inferiores.
Em 1953 também, Steiner, estudando várias medidas cefalométricas, indicou
93° como média da inclinação do incisivo inferior com o plano mandibular.
Ricketts, em 1960, apresentou sua análise cefalométrica com finalidade de
avaliar o padrão dentofacial, composta de cinco medidas, dentre elas destaca-se a
Revisão de literatura 13 relação do incisivo inferior com a linha AP. O incisivo inferior poderia ficar 1 mm
anterior ou posterior à linha AP, podendo variar de –2 mm a +3 mm.
Tweed (1962) propôs uma tabela, em que de acordo com a variação de FMA,
obtém-se um valor médio para FMIA e IMPA.
Tabela 2.1 - Valores propostos para os ângulos IMPA e FMIA, por Tweed, segundo variação do ângulo FMA.
FMA FMIA IMPA
Menor que 20° -- Não ultrapassar 94°
entre 20° e 30° 68° --
Maior que 30° 65° --
Interlandi (1968) introduziu a linha ``I´´, que representa a posição ideal para o
incisivo inferior (referência incisal). Esta linha tem ± 1 cm, no cruzamento da linha P’-
E no plano oclusal, onde o ponto P’ se localiza na intersecção da linha NA com o
plano biespinhal e o ponto E é o ponto mais anterior do mento, tendo como
referência o plano mandibular. E em trabalhos de 1971 e 1977, Interlandi afirmou
que a linha ``I´´ deve coincidir com o ângulo inciso-lingual dos incisivos inferiores.
Vigorito, em 1975, propôs o seu diagrama cefalométrico em forma de régua,
com finalidade de orientar o diagnóstico e planejamento ortodônticos, pois daria
diretamente a discrepância cefalométrica. Ao colocar-se a régua na posição
recomendada, a leitura da posição ideal do incisivo inferior é mostrada diretamente.
Andrade, em 1977 e 1986, estudando a posição ideal do incisivo inferior, nos
pacientes com oclusão normal, propôs a referência incisal ponto ``J´´, que é obtida
traçando-se um semi-círculo que passa pelos pontos A e B, cujo centro se localiza
Revisão de literatura 14 em uma linha perpendicular ao plano mandibular e tangente à porção mais posterior
do côndilo.
Vigorito, em 1978, fez estudo comparativo das discrepâncias cefalométricas
de Tweed (T), Steiner (S), Interlandi (I) e Vigorito (V). Concluiu que as referências
incisais I e V tiveram menor variação do que T e S e foram as que mais se
aproximaram do incisivo inferior da amostra.
Em 1979, Patrick, avaliando um grupo de jovens com idades de 18 anos e
oclusão normal, concluiu que a distância do incisivo inferior à linha AP é em média
de 1,5 mm ± 2,29 mm.
Andrade, em 1979, fez um estudo comparativo das referências incisais de
Tweed (T), Interlandi (I), Vigorito (V) e Andrade (J) e concluiu que as referências
incisais J e V foram as que mais se aproximaram do incisivo inferior da amostra de
oclusão normal. E as referências I e T foram as que mais se afastaram.
Riger (1979) estudou um grupo de 50 jovens leucodermas, de ambos os
sexos, com idade entre 10 e 14 anos e oclusão normal. Concluiu que a distância do
incisivo inferior à linha AP era de 2,41 mm ± 1,52 mm e o ângulo formado pelo longo
eixo do incisivo inferior e a linha AP era de 25,58°.
Farret e Araújo (1981) estudaram 24 brasileiros leucodermas, com idades
entre 11 e 16 anos, portadores de má oclusão de Classe I de Angle. Concluíram que
a inclinação do incisivo inferior em relação ao plano mandibular deveria ser menor
do que 98°.
Martins, em 1981, aplicou as análises de Downs e Tweed em jovens brancos
brasileiros com oclusão normal. Concluiu que estas análises não deveriam ser
Revisão de literatura 15 empregadas em brasileiros, pois apresentaram médias bem diferentes das
propostas.
Em 1981, Bertoz e Martins avaliaram a referência incisal ``I´´ em 30 jovens
com oclusão normal, descendentes de pais e avós negros. Concluíram que havia
grande diferença nessa referência incisal entre os grupos de brancos e negros, e
que em média 1-I foi de - 7,35 mm ± 2,41 mm no grupo de negros.
Sato (1982) estudou 40 crianças, de ambos os sexos, de 12 a 17 anos e 1
mês, com oclusão normal, verificou a inclinação do incisivo inferior em relação à
linha AP. Concluiu que havia dimorfismo sexual e obteve médias de 3,2 mm ± 1,4
mm e 1,4 mm ± 1,79 mm; respectivamente, para meninos e meninas.
Platou e Zachrisson, em 1983, estudaram indivíduos escandinavos com
oclusão normal e concluíram que os incisivos inferiores estavam em média 2,5 mm à
frente da linha AP.
Em 1984, Andrade empregou o cefalograma de Schwarz e comparou as
referências incisais de Interlandi (I), Vigorito (V) e Andrade (J), em crianças
brasileiras, sendo 15 com oclusão normal e 82 com má oclusão (30 com Classe I, 30
com Classe II divisão 1 e 22 com Classe II divisão 2, de Angle). Concluiu que a
referência incisal J foi a que mais se aproximou do incisivo inferior.
Ricketts et al. (1984) verificaram que o incisivo inferior ficava 1 mm ± 2 mm à
frente da linha AP.
Marinho Filho, em 1985, realizou um estudo comparativo das referências
incisais de Tweed (T), Downs / Ricketts (D), Interlandi (I), Vigorito (V) e Andrade (J),
em três faixas etárias. Concluiu que as referências incisais tiveram o mesmo
Revisão de literatura 16 comportamento nos dois sexos e que a dispersão num ponto central, seguiu a
seqüência: ``J´´, ``V´´, ``I´´, ``D´´ e ``T´´, no sentido crescente.
Teles, em 1989, em sua análise cefalométrica com base em uma linha
perpendicular a SN, traçou uma reta partindo de S e perpendicular ao plano oclusal.
A partir desta intersecção é medida a distância até a porção mais vestibular do
incisivo inferior, e esta deveria ter em média 64 mm.
Em 1995, Nouer, em sua tese de Doutorado, comparou as seguintes
referências incisais: Andrade (Jr), Andrade (J), Interlandi (I), Vigorito (V), Ricketts
(AP) e Telles (T) e encontrou as seguintes médias, respectivamente: 1,19 mm, 1,58
mm, 2,46 mm, 1,92 mm, 1,86 mm e 3,86 mm. Concluiu que a referência incisal ``T´´
era significantemente diferente das demais e que as outras não apresentaram
diferenças.
Nouer et al. (1996) avaliaram 100 pacientes, 50 do sexo masculino e 50 do
feminino, com idades variando de 10 a 14 anos e portadores de ``oclusão normal´´
ou Classe I de Angle, com a finalidade de determinar o desvio do incisivo inferior em
relação às referências incisais preconizadas por Andrade (Jr), Andrade (J), Interlandi
(I), Vigorito (V), Ricketts (AP) e Telles (T). Concluíram que, pelos dados
encontrados, ´´Jr´´ se mostrou eficiente e de maior aplicação clínica pela sua
proximidade com a referência incisal, quando comparada às outras análises.
Madsen et al., em 2001, propuseram a utilização da linha A-B, ao invés da
linha A-P, que pode sofrer influência da proeminência ou retrusão do pogônio, para
avaliar o posicionamento dos incisivos. Avaliaram 85 telerradiografias em norma
lateral, de pacientes com idades entre 8 e 18 anos, portadores de má oclusão de
Classe I, com perfil harmônico, vedamento labial normal e boas sobremordida e
Revisão de literatura 17 sobressaliência. Concluíram que a distância da linha A-B até o terço incisal da face
vestibular dos incisivos superiores e inferiores seria de 7 mm e 4 mm,
respectivamente.
2.3 Discrepância de modelos
Nance, em 1947, propôs a mensuração do espaço presente com o auxílio de
um fio de latão. Este era posicionado, contornando o modelo de gesso do arco
dentário inferior, na altura do terço médio das coroas de mesial a mesial de primeiros
molares. E o espaço requerido, medindo-se a distância mésio-distal dos dentes
permanentes irrompidos, e por meio de radiografias periapicais obtinham-se estas
distâncias dos dentes não irrompidos.
Lundstrom, em 1952, denominou o espaço presente como ´´espaço relativo
do arco´´ e descreveu duas técnicas para mensuração de tal espaço. Uma,
utilizando uma linha que contornava externamente o arco dentário inferior, desde a
superfície distal do segundo pré-molar de um lado até a superfície distal do segundo
pré-molar do outro lado. E na outra técnica utilizando um compasso com duas
pontas secas, dividia o arco dentário em seis segmentos.
Ress, em 1953, para obter o espaço presente, traçou uma linha passando
pelos pontos de contato entre os incisivos centrais, descia essa linha em sentido
apical, até a margem gengival, e media da superfície mesial do primeiro molar
permanente de um lado à superfície mesial do outro lado, com o auxílio de uma fita
adesiva estendida de um lado ao outro. E a obtenção do espaço requerido, pela
somatória mésio-distal dos dentes anteriores até os primeiros molares permanentes.
Revisão de literatura 18
Em 1958, Foster e Wylie preconizaram para medir o espaço presente a
utilização de compasso de ponta seca e um cartão com uma linha reta. Sobre essa
linha era marcado o espaço ocupado por cada dente individualmente, de mesial do
primeiro molar permanente do lado direito até a mesial do primeiro molar
permanente do lado esquerdo. O espaço requerido era obtido com o somatório
mésio-distal de incisivos mais as distâncias mésio-distais de caninos e pré-molares,
e quando estes não estavam erupcionados, suas medidas eram determinadas por
radiografias periapicais.
Moyers, em 1973, para medir o espaço presente, empregou um compasso de
pontas secas e dividia o arco dentário em quatro segmentos: da mesial do incisivo
central até a distal do incisivo lateral e da distal do incisivo lateral até a mesial do
primeiro molar permanente, tanto do lado direito como do lado esquerdo. E para
determinação do espaço requerido, idealizou a tabela de probabilidade, que previa o
somatório mésio-distal dos dentes canino e pré-molares de um hemi-arco, em
função dos quatro incisivos inferiores.
Andrade, em 1977, estabeleceu a média de 7 mm para a distância mésio-
distal de pré-molares, no caso destes não estarem irrompidos. Caso os dentes
estivessem já irrompidos, a medida seria a do próprio dente no arco.
Merrifield (1978) idealizou a análise de espaço total da dentadura. Dividiu o
arco dentário em três segmentos: anterior, médio e posterior. Nos vários segmentos
da discrepância entre base óssea e dente, outras alterações são previstas, tais
como: no segmento anterior, a posição do incisivo inferior e a alteração do perfil
mole; no segmento médio, o nivelamento da curva de Spee e a mesialização dos
primeiros molares permanentes e no segmento posterior, a previsão de crescimento
Revisão de literatura 19 esperado, ou seja, quanto a região posterior ao último molar pode crescer do lado
direito e do lado esquerdo. O somatório dos valores obtidos nos segmentos
corresponderia ao espaço presente. Outro método utilizado pelo autor era a medição
do espaço presente através do fio de latão. Este era posicionado nas superfícies
oclusais dos dentes posteriores tendo como referência os pontos de contato e a
borda incisal dos dentes anteriores, de mesial de primeiro molar permanente de um
lado ao outro. O espaço requerido era obtido com a medida da distância mésio-distal
dos dentes permanentes mais algumas variáveis de acordo com os segmentos. No
segmento anterior, acrescentou a discrepância cefalométrica e a modificação do
tecido mole; no segmento médio, acrescentou a correção da curva de Spee.
Rossi, em 1994, para encontrar o espaço presente utilizava uma folha de
acetato com medidas de 10 x 10 cm, em que sobreposta ao modelo desenhava-se o
contorno do arco dentário inferior, de mesial de primeiro molar de um lado à mesial
de primeiro molar do outro lado. O traçado era executado de forma que compensava
as más posições individuais. O espaço requerido, medido diretamente no modelo do
arco dentário, compreendia a distância mésio-distal dos dentes permanentes.
PROPOSIÇÃO
3
21 3 PROPOSIÇÃO
Conforme a revisão da literatura, o emprego dos métodos de estimativa para
largura do arco dentário, discrepância de modelos e referência incisal, geram
controvérsia. Desse modo, o presente estudo teve como objetivos:
1. Avaliar o Diagrama de Andrade, para predição da largura do arco dentário
inferior, na região de caninos e primeiros molares;
2. Verificar a possibilidade da utilização do Diagrama de Andrade como auxiliar no
diagnóstico e planejamento ortodônticos, fornecendo também a discrepância de
modelo e cefalométrica (posição do incisivo inferior).
CASUÍSTICA, MATERIAL E MÉTODOS
4
23 4 CASUÍSTICA, MATERIAL E MÉTODOS
Este estudo obedece e está em conformidade com os preceitos e normas
adotados pela Comissão de Ética em Pesquisa da Universidade Cidade de São Paulo
- UNICID, tendo sido aprovado sob protocolo n. 13217804, em 2006 (ANEXO A).
4.1 Casuística
Para a presente pesquisa foram selecionadas 40 documentações
ortodônticas, com as telerradiografias da cabeça em norma lateral e os pares de
modelos ortodônticos em gesso, inicial e ao término do tratamento, totalizando 80
telerradiografias em norma lateral e 80 pares de modelos em gesso, pertencentes a
40 pacientes portadores de má oclusão de Classe I de Angle, de ambos os sexos,
selecionados do acervo do Curso de Pós-Graduação em Ortodontia da Universidade
Cidade de São Paulo - UNICID.
A seleção da amostra foi feita pela análise da ficha clínica, de acordo com a
classificação da maloclusão de Classe I de Angle, de pacientes que foram tratados
com ou sem indicação de extrações de pré-molares. A classificação da maloclusão
foi confirmada pela telerradiografia da cabeça em norma lateral, onde o ângulo ANB,
formado pelas linhas NA (násio-ponto A) e NB (násio-ponto B) deveria estar entre 0
e 4 graus (Anexos B e C).
4.2 Material
Para os traçados cefalométricos das telerradiografias da cabeça em norma
lateral do início do tratamento e para a construção do diagrama de Andrade foram
utilizados:
Casuística, material e métodos 24 Papel vegetal, tesoura, fita adesiva, lapiseira 0,5mm; borracha, régua, esquadros,
transferidor, compasso, compasso com duas pontas secas, papel para
transparência e caneta para retroprojetor.
Para a realização das mensurações lineares, das distâncias intercaninos, inter-
molares e do ponto J até a incisal dos incisivos centrais inferiores foi utilizado:
o Multifuncional da marca Epson® modelo Stylus CX 4500;
o Paquímetro digital da marca Mitutoyo®, de 150 mm com margem de erro de
0,01mm (modelo 500-144B), (Figura 4.1).
4.3 Métodos
A amostra foi dividida em dois grupos de 20 indivíduos, de acordo com o tipo
de tratamento realizado, com ou sem indicação de extrações de pré-molares.
Foram utilizadas fotocópias dos modelos de gesso do arco dentário inferior,
pelo escaneamento destes com a multifuncional da marca Epson® modelo Stylus CX
4500 e para medição da distância mésio-distal de incisivo central, lateral e canino de
um hemi-arco inferior; distância intercaninos e inter-molares permanentes, com o
auxílio do paquímetro digital da marca Mitutoyo®, de 150 mm com margem de erro
de 0,01mm (modelo 500-144B), Figura 4.1. Foram demarcadas nos modelos iniciais
e finais, as bordas incisais, pontas de cúspide dos caninos e vertentes vestibular dos
dentes posteriores, para facilitar a leitura quando da sobreposição do diagrama às
fotocópias dos modelos de gesso.
Casuística, material e métodos 25
Figura 4.1 - Fotografia do paquímetro digital da marca Mitutoyo®, de 150 mm com margem de erro de 0,01 mm (modelo 500-144B)
A distância mésio-distal de incisivo central, lateral e canino de um hemi-arco
inferior foi obtida na porção mais larga da coroa clínica.
A distância inter-caninos foi medida na altura das pontas de cúspide dos
caninos, de um lado ao outro do arco dentário (Figura 4.2).
Figura 4.2 - Mensuração da distância inter-caninos.
A distância intermolares foi obtida da ponta da cúspide mésio-vestibular dos
primeiros molares permanentes, de um lado ao outro do arco dentário inferior (Figura
4.3).
Casuística, material e métodos 26
Figura 4.3. Mensuração da distância intermolares.
Na telerradiografia da cabeça em norma lateral, foram obtidas as grandezas
cefalométricas para confecção do Diagrama de Andrade. Após desenho das
estruturas anatômicas e demarcação dos pontos cefalométricos e traçados de linhas
e planos de interesse.
4.3.1 Desenho das estruturas anatômicas
Sela turca: contorno anterior, inferior e posterior da sela turca, processo
clinóide, início dos degraus anterior e médio da base do crânio.
Perfil da glabela e ossos nasais.
Fissura pterigomaxilar: limite anterior da apófise pterigóide do osso
esfenóide e o limite posterior do túber da maxila.
Bordas inferiores das órbitas.
Maxila: da espinha nasal anterior até a espinha nasal posterior e limite
inferior do palato.
Casuística, material e métodos 27
Perfil alveolar: da espinha nasal anterior até a proximidade do limite amelo-
dentinário da imagem do incisivo.
Mandíbula: limite anterior e posterior da sínfise, borda inferior do corpo da
mandíbula, face posterior do corpo e côndilo.
Dentes incisivos superior e inferior, mais anteriorizados.
Dentes molares superior e inferior, últimos molares em oclusão.
Perfil tegumentar: nível superior da glabela acima da linha sela-násio (2 cm)
até a parte inferior do mento.
4.3.2 Pontos cefalométricos
Ponto N: situado entre o perfil da glabela e ossos nasais.
Ponto A: ponto mais profundo da curvatura do perfil alveolar superior.
Ponto B: ponto mais profundo do perfil alveolar inferior.
Ponto Cd (condílio): ponto mais superior e posterior do côndilo.
Ponto Me (mentoniano): ponto mais inferior da sínfise mentoniana.
Ponto Go (gônio): ponto mais inferior e posterior do ângulo da mandíbula
(localizado pelo método das tangentes, tendo como referências os pontos Co
e Me, técnica proposta por Andrade).
Ponto J: intersecção da circunferência que passa pelos pontos A e B com
o plano oclusal, com o centro da circunferência localizado na linha auxiliar
perpendicular ao plano mandibular e tangente à parte posterior do côndilo.
Casuística, material e métodos 28 4.3.3 Planos e linhas
Plano mandibular: plano que passa pelo Go e tangente ao mento.
Linha auxiliar: linha perpendicular ao plano mandibular e tangente à parte
posterior do côndilo.
Plano oclusal: linha que passa pelo ponto mais distal de contato dos
últimos molares e a ponta incisal do incisivo inferior.
Altura h: corresponde à distância do ponto Cd ao ponto J e corresponde à
altura de um triângulo eqüilátero.
C-C’: linha que corresponde ao lado do triângulo eqüilátero e equivale à
distância de um côndilo ao outro.
4.3.4 Obtenção do ponto J (Figuras 4.4 e 4.5)
Após realizado o desenho anatômico e localizados os pontos N, A, B, Cd, Go,
Me e traçados os planos oclusal e mandibular. É traçada a linha auxiliar
perpendicular ao plano mandibular e tangente à parte posterior do côndilo, nessa
linha se localizará o centro da circunferência que passa pelos pontos A e B, onde a
intersecção dessa circunferência com o plano oclusal resultará no ponto J
(referência incisal), Figuras 4.4 e 4.5.
Casuística, material e métodos 29
Figura 4.4 - Desenho anatômico, pontos cefalométricos, planos, linhas e localização do ponto J.
Figura 4.5. Compasso posicionado na linha perpendicular ao plano mandibular e tangente ao ponto Condílio, localizando o ponto J, na intersecção do plano oclusal com o semi-círculo que passa pelos pontos A e B.
Casuística, material e métodos 30 4.3.5 Obtenção do Diagrama de Andrade (Figura 4.6)
Traça-se uma linha horizontal C-C’, de tamanho igual à altura h multiplicada
pela constante 1,155 (que é o mesmo que calcular o lado de um triângulo eqüilátero
quando se possui sua altura);
Marca-se o ponto médio dessa linha (ponto O) e levanta-se uma
perpendicular com tamanho equivalente à metade da altura h e é marcado na sua
extremidade o ponto 1;
Com um compasso com abertura igual ao somatório mésio-distal dos incisivos
central, lateral e canino de um hemi-arco inferior e com a ponta seca apoiada no
ponto 1 é marcado o ponto O’ na perpendicular a C-C’;
Com essa mesma abertura do compasso e com a ponta seca centrada em O’,
traça-se um semi-círculo que deverá passar pelo ponto 1;
Com a mesma abertura do compasso ainda, a ponta seca é posicionada no
ponto 1, para se marcar à direita e à esquerda do semi-círculo os pontos 3 e 3’;
Com a ponta seca do compasso apoiada no ponto C e com abertura até o
ponto 3’, traça-se um semi-círculo de 3’ até a linha C-C’;
Com a mesma abertura agora a ponta seca do compasso apoiada no ponto C’
e com abertura até o ponto 3, traça-se um semi-círculo de 3 até a linha C-C’,
completando assim o diagrama;
Une-se com uma reta os pontos 3-3’ que corresponderão às superfícies
distais dos caninos;
Com as medidas das distâncias mésio-distais dos primeiros pré-molares
inferiores direito e esquerdo marcam-se os pontos 4 e 4’ a partir de 3 e 3’;
Casuística, material e métodos 31
E com as medidas das distâncias mésio-distais dos segundos pré-molares
inferiores direito e esquerdo, marcam-se os pontos 5 e 5’ a partir de 4 e 4’;
Sobre a linha 1-O é marcado o ponto interincisivos ( 1’ ), que corresponde à
distância do ponto J até incisivos inferiores, observado na telerradiografia da cabeça
em norma lateral, respeitando-se o seu posicionamento para vestibular ou para
lingual do ponto J.
Assim é completado o Diagrama de Andrade, que permitirá estudar a forma
do arco dentário inferior, a discrepância cefalométrica e a discrepância de modelos.
Figura 4.6 - Traçado do Diagrama de Andrade: C-C’ (distância côndilo a côndilo); 1-O (metade da altura h); 1-O’, 1-3 e 1-3’ (somatória mésio-distal dos incisivos central, lateral e canino; distância mésio-distal dos primeiros (4 e 4’) e segundos (5 e 5’) pré-molares, ponto J (referência incisal coincidindo com 1) e ponto interincisivos coincidindo com o ponto J.
4.3.6 Sobreposição do Diagrama de Andrade à fotocópia do modelo do arco dentário inferior, para avaliar a forma do arco (Figuras 4.7 - 4.11)
De posse do diagrama individualizado, o mesmo foi sobreposto à fotocópia do
modelo de gesso e avaliada a forma do arco, utilizando-se como referências as
bordas incisais dos dentes anteriores, centralizado na linha média dos incisivos
centrais, e as vertentes vestibulares das cúspides vestibulares dos dentes
posteriores, para verificar quais dentes coincidem com o diagrama, como observado
na Figura 4.7.
Casuística, material e métodos 32
A forma e o tamanho ideal do arco, segundo Andrade (1986), deve coincidir
com as bordas incisais dos dentes anteriores, cúspides dos caninos e vertentes
vestibulares dos dentes posteriores. Nos casos em que não existe a coincidência do
diagrama com o modelo de gesso, poderão se observar duas situações: o diagrama
pode ser maior que o arco dentário, indicando atresia do arco ou o diagrama pode
ser menor que o arco dentário, indicando expansão do arco (Figuras 4.8 e 4.9).
Nas Figuras 4.10 e 4.11, podem ser observados como foram realizadas as
mensurações das diferenças entre o diagrama de Andrade e as fotocópias dos
modelos de gesso, nas regiões entre os caninos inferiores (3-3) e entre os molares
inferiores (6-6).
Figura 4.7 - Diagrama sobreposto à fotocópia do modelo, em que se verifica coincidência, portanto, o arco dentário apresenta forma ideal.
Figura 4.8 - Diagrama sobreposto à fotocópia do modelo, em que se verifica atresia do arco dentário.
Casuística, material e métodos 33
Figura 4.9 - Diagrama sobreposto à fotocópia do modelo, em que se verifica sobre-expansão do arco dentário.
Figura 4.10 - Mensuração da diferença entre o diagrama de Andrade e as fotocópias dos modelos de gesso, na região de caninos inferiores.
Figura 4.11 - Mensuração da diferença entre o diagrama de Andrade e as fotocópias dos modelos de gesso, na região de molares inferiores.
Casuística, material e métodos 34 4.3.7 Sobreposição do Diagrama de Andrade ao cefalograma, para avaliação da
discrepância cefalométrica (Figuras 4.12 – 4.16).
Para a avaliação da discrepância cefalométrica, coloca-se o diagrama
centralizado na linha mediana, fazendo coincidir o ponto correspondente ao ponto
interincisivos do diagrama com o ponto interincisivos do modelo escaneado.
Quando o ponto J coincide com o ponto interincisivos do diagrama, os
incisivos inferiores se encontram na posição ideal, ou seja, a discrepância
cefalométrica é zero, não havendo necessidade de modificação do posicionamento
dos incisivos (Figura 4.12). Nos casos em que o ponto J se localiza vestibularmente
ao ponto interincisivos, deve-se concluir que a discrepância cefalométrica é positiva,
Figuras 4.13 e 4.14, e se pode vestibularizar os dentes anteriores. Nos casos em
que o ponto J se localiza lingualmente ao ponto interincisivos, conclui-se que a
discrepância cefalométrica é negativa, e é necessário lingualizar os dentes
anteriores para que estes fiquem em equilíbrio com a base óssea (Figuras 4.15 e
4.16).
Figura 4.12 - Diagrama de Andrade em que houve coincidência do ponto J com os incisivos inferiores, indicando bom posicionamento destes.
Casuística, material e métodos 35
Figura 4.13 - Ponto J localizado vestibular-mente ao ponto interincisivos, indicando possibilidade de vestibulari-zação dos dentes ântero-inferiores.
Figura 4.14. Mensuração da distância entre o ponto J, localizado vestibularmente ao ponto interincisivos, adotando-se valor positivo.
Figura 4.15 - Mensuração da distância entre o ponto J, localizado lingualmente ao ponto interincisivos, adotando-se valor negativo.
Casuística, material e métodos 36
Figura 4.16 - Mensuração da distância entre o ponto J, localizado lingualmente ao ponto interincisivos, diretamente no diagrama e adotando-se valor negativo.
4.3.8 Sobreposição do Diagrama de Andrade ao modelo do arco dentário inferior, para avaliação da discrepância de modelos (Figura 4.17)
O diagrama individualizado foi posicionado da mesma maneira do estudo da
forma do arco. Se observará a posição dos primeiros molares permanentes, mais
precisamente à sua face mesial, verificando-se a sua coincidência com a linha
correspondente à face distal dos segundos pré-molares. Com isso, se obterá a
discrepância de modelo. Esta será nula quando houver coincidência da face mesial
dos primeiros molares com a linha correspondente á distal dos segundos pré-
molares, Figura 4.17, ou seja, há espaço suficiente para o alinhamento dos dentes
anteriores aos primeiros molares. Nos casos em que a linha correspondente à distal
dos segundos pré-molares se situa sobre a face oclusal dos primeiros molares
permanentes, existe uma discrepância de modelo negativa (Figura 4.18), ou seja, há
falta de espaço suficiente para o alinhamento dos dentes anteriores aos primeiros
molares. E quando a linha correspondente à distal dos segundos pré-molares se
Casuística, material e métodos 37 situa sobre a face oclusal dos segundos pré-molares ou dos segundos molares
decíduos, Figuras 4.19 e 4.20, indicará discrepância de modelos positiva.
Figura 4.17 - Diagrama sobreposto ao modelo, demonstrando molares permanentes coincidindo com a linha de referência das distais dos segundos pré-molares (discrepância de modelos nula).
Figura 4.18 - Diagrama sobreposto ao modelo, evidenciando molares permanentes invadindo o espaço para caninos e pré-molares (discrepância negativa de modelos).
Figura 4.19 - Diagrama sobreposto ao modelo, evidenciando molares permanentes aquém da linha de referência das distais dos segundos pré-molares (discrepância positiva de modelos).
Casuística, material e métodos 38
Figura 4.20 - Mensuração da distância da mesial dos primeiros molares permanentes à linha de referência das distais dos segundos pré-molares, neste caso uma discrepância positiva de modelos.
Neste estudo foram obtidos os seguintes dados para tratamento estatístico:
1. Somatório mésio-distal dos dentes: incisivos central e lateral e do canino de um
hemi-arco inferior, esta medida foi adotada como a média dos dois hemi-arcos;
2. Distância intercaninos, medida de ponta à ponta dos caninos;
3. Distância interprimeiros molares, medida de ponta à ponta de cúspide mésio-
vestibular dos primeiros molares;
4. Altura h;
5. Ponto J;
6. Coincidência do diagrama com o arco dentário, em que serão demarcados os
dentes que se situarão lingual ou vestibularmente ao diagrama;
7. Posição dos primeiros molares em relação à linha correspondente à distal dos
segundos pré-molares.
Casuística, material e métodos 39 4.3.9 Análise estatística
O planejamento estatístico foi realizado em duas etapas: a primeira
correspondendo ao Cálculo do Erro, que determinará o erro cometido durante os
dois momentos (antes e após), com a finalidade de se obter maior confiabilidade na
totalidade dos traçados e das medidas obtidas. A segunda etapa correspondeu ao
método estatístico para o cálculo das médias aritméticas e dos desvios-padrão para
cada uma das medidas estudadas nas amostras. Empregou-se o teste t de Student,
ao nível de 5%, com o intuito de avaliar a significância estatística das comparações
entre os grupos avaliados. E utilizou-se o teste t de Student pareado, ao nível de
5%, dentro dos grupos para detectar diferença significante.
4.4 Cálculo do Erro (Anexos J-M)
Para verificar o erro sistemático foi utilizado o teste “t” pareado. Na
determinação do erro casual utilizou-se o cálculo de erro proposto por Dahlberg
(Houston, 1983).
nerro d
2
2∑=
onde, d = diferença entre 1a. e 2a. medições n = número de repetições
Foram selecionados aleatoriamente cinco pacientes de cada grupo (sem e
com exodontia de pré-molares), para esse cálculo. E os resultados das avaliações
do erro sistemático, avaliado pelo teste “t” pareado, e do erro casual medido pela
fórmula de Dahlberg estão mostrados nas Tabelas 4.1, 4.2 e 4.3.
Casuística, material e métodos 40
Na Tabela 4.1, apresentada a seguir, estão as comparações para o ângulo
ANB e a altura h, onde foram refeitos os traçados cefalométricos e as medições,
com um intervalo de pelo menos um mês entre uma e outra aferição.
Para o ângulo ANB, foram obtidas médias de 2,65° para a primeira medição e
de 2,80° para a segunda medição, não apresentando diferença. E apresentando um
erro casual (Dahlberg) de 0,56°.
Para a altura h, as médias foram de 98,49 mm e 98,73 mm, para a primeira
medição e a segunda medição, respectivamente. E essa diferença não foi
significante. E erro casual, segundo Dahlberg, de 0,37 mm.
Tabela 4.1 - Média, desvio-padrão das duas medições e teste “t” pareado e erro de Dahlberg para avaliar o erro sistemático e o erro casual na repetição das medidas ANB e Altura H.
1a. Medição (n=10) 2a. Medição
(n=10) Medida
média dp média dp t p
Erro
ANB (graus) 2,65 1,20 2,80 1,03 0,580 0,576ns 0,56
Altura H (mm) 98,49 3,27 98,73 3,07 1,511 0,165ns 0,37
ns – diferença estatisticamente não significante Na Tabela 4.2, exibida a seguir, estão expressos os dados para o cálculo do
erro sistemático e o erro casual na comparação das mensurações realizadas entre
as fotocópias e os modelos. Para as distâncias 3-3 e 6-6 iniciais e finais, assim
como, a medida 1-J, a fim de verificar a possibilidade de alterações ao se digitalizar
as imagens dos modelos. Em todas as comparações não ocorreram diferenças
significantes. E o erro casual, calculado pela fórmula de Dahlberg, ficou entre 0,10
mm e 0,30 mm.
Casuística, material e métodos 41 Tabela 4.2 - Média, desvio-padrão das duas medições , e teste “t” pareado e erro de Dahlberg para avaliar o erro sistemático e o erro casual na comparação entre fotocópias e modelos.
Fotocópias (n=10) Modelos (n=10) Medida (mm) média dp Média dp
t p
Erro
Dist. 3-3 ini 26,77 1,41 26,80 1,44 0,669 0,521ns 0,10
Dist. 6-6 ini 43,83 2,57 43,87 2,70 0,315 0,760ns 0,26
Dist. 3-3 fin 27,13 1,13 27,14 1,34 0,159 0,877ns 0,21
Dist. 6-6 fin 42,85 2,48 42,76 2,22 0,671 0,519ns 0,30
Dist 1-J -1,44 1,75 -1,52 1,68 0,602 0,562ns 0,28
ns – diferença estatisticamente não significante
Na Tabela 4.3, exibida a seguir, estão expressos os dados para o cálculo do
erro sistemático e o erro casual na comparação das mensurações realizadas entre
as fotocópias em uma primeira medição e outra realizada com intervalo de um mês
após a inicial. Para as distâncias 3-3 e 6-6 iniciais e finais, assim como, a medida 1-
J. Todas as comparações apresentaram diferenças não significantes. E o erro casual
(Dahlberg), ficou entre 0,09 mm e 0,14 mm.
Tabela 4.3 - Média, desvio padrão das duas medições , e teste “t” pareado e erro de Dahlberg para avaliar o erro sistemático e o erro casual na comparação entre as duas medições nas fotocópias.
1a. Medição (n=10) 2a. Medição
(n=10) Medida (mm)
média dp média dp t p
Erro
Dist. 3-3 ini 26,77 1,41 26,74 1,44 0,366 0,723ns 0,12
Dist. 6-6 ini 43,83 2,57 43,85 2,57 0,265 0,797ns 0,14
Dist. 3-3 fin 27,13 1,13 27,20 1,17 2,125 0,063ns 0,09
Dist. 6-6 fin 42,85 2,48 42,89 2,40 0,644 0,535ns 0,14
Dist 1-J -1,44 1,75 -1,41 1,72 0,825 0,431ns 0,10
ns – diferença estatisticamente não significante
RESULTADOS
5
43 5 RESULTADOS
Os dados coletados das amostras, segundo o tipo de tratamento realizado,
sem exodontia dos pré-molares ou com exodontia dos pré-molares, foram tabulados
e apresentados em anexos neste trabalho (Anexos B-M). Esses dados foram
analisados e comparados pelo teste t de Student, segundo o tipo de tratamento
realizado e as medidas iniciais com as finais de tratamento, ao nível de significância
de 5 % (p < 0,05).
Resultados 44 5.1 Comparação das idades, ângulo ANB, somatório mésio-distal de
incisivos central e lateral e canino inferiores, altura h e distância do incisivo inferior até o ponto J (Tabela 5.1 e Gráficos 5.1 e 5.2)
Na Tabela 5.1, apresentada a seguir, encontra-se exposto o resultado da
comparação quanto às idades. As amostras tiveram idades médias de 160,95 meses
(13 anos e 5 meses) para o grupo sem exodontia de pré-molares e de 156,8 meses
(13 anos e 1 mês) para o grupo com exodontia de pré-molares. Não houve diferença
estatisticamente significante, apesar do desvio padrão da amostra sem extração
possuir um valor maior quando comparado ao outro grupo.
Tabela 5.1 - Médias das amostras sem e com extração quanto à idade, ângulo ANB, somatório mesio-distal de incisivos e caninos inferiores, distância do incisivo inferior até o ponto J e a altura h.
Grupos (n=20) Média dp Campo de
variação t p
Sem exo 160,95 37,96 107 a 288 Idade (meses) Com exo 156,8 25,36 130 a 214
0,41 0,687
Sem exo 2,65 1,25 0 a 4 ANB (graus) Com exo 2,42 1,2 0 a 4
0,58 0,567
Sem exo 37,08 1,7 34,47 a 41,21 Somatório 123 (mm) Com exo 39,31 1,68 34,88 a 43,05
-4,17 0,000
Sem exo -0,98 1,60 -3,53 a 2,16 1-J (mm) Com exo -2,54 1,87 -5,76 a 1,72
2,84 0,007
Sem exo 99,54 4,18 89,19 a 107,66 Altura h (mm) Com exo 100,28 5,24 90 a 106,82
-0,49 0,624
Os dados referentes às médias demonstraram que em relação ao ANB, as
amostras apresentaram a mesma variação dos valores entre 0 e 4 graus. Para o
grupo sem extração, a média foi de 2,65° e para o grupo com extração, de 2,42°,
não apresentando diferença estatisticamente significante, como observado na
Tabela 5.1.
Resultados 45
Na Tabela 5.1, encontra-se exposto o resultado da comparação quanto à
altura h. Os grupos sem e com extração apresentaram valores médios de 99,54 mm
e 100,28 mm, respectivamente, sendo os campos de variação bem próximos, não
apresentando diferença estatisticamente significante.
Quanto ao somatório das medidas mésio-distais de incisivos e canino
inferiores, os grupos apresentaram valores médios de 37,08 mm e 39,31 mm,
respectivamente, para os grupos sem e com extração e foi possível observar valores
maiores, tanto na média como no campo de variação, para o grupo com exodontia
de pré-molares (Tabela 5.1). Com isso, contatou-se uma diferença estatisticamente
significante.
Ainda na Tabela 5.1, encontra-se exposto o resultado da comparação quanto
à distância do incisivo central inferior até o ponto J (1-J). Foi observado que, na
média, para o grupo sem extração, os incisivos inferiores se apresentavam mais
próximos do ponto J, quando comparado ao grupo com exodontia (– 0,98 mm versus
– 2,54 mm). Esta diferença foi significativa (p = 0,07). No grupo sem exodontia, os
valores ficaram mais próximos dos preconizados pela análise de Andrade, sendo
que de 20 modelos analisados, oito coincidiram ao diagrama e no grupo com
exodontia apenas dois modelos coincidiram com a análise de Andrade; outros 17
modelos apresentavam valores negativos, onde os incisivos se apresentavam à
frente da referência incisal de Andrade, indicando a necessidade de retração desses
incisivos para lingual, como observado nos Gráficos 5.1 e 5.2 e nos Anexos B e C.
Resultados 46
Gráfico 5.1 - Distribuição da distância do incisivo inferior até o ponto J (em milímetros), na amostra sem extrações de pré-molares.
Gráfico 5.2 - Distribuição da distância do incisivo inferior até o ponto J (em milímetros), na amostra com extrações de pré-molares.
-6 -5 -4 -3 -2 -1 0
1
2
milímetros
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Pacientes
1-J
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
milímetros
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Pacientes
1-J
Resultados 47 5.2 Comparação quanto às distâncias intercaninos (3-3) e intermolares (6-6),
das amostras sem e com extração, nos modelos iniciais e finais, (Tabela 5.2 e Gráfico 5.3)
Na Tabela 5.2, encontra-se exposto o resultado da comparação quanto à
distância de 3-3 no modelo inicial. Não houve diferença significativa nos valores
médios dos grupos sem e com extração (26,48 mm e 26,58 mm, respectivamente).
Mas, na variação, o grupo com exodontia dos pré-molares apresentou valores
ligeiramente menores.
A mesma situação anterior ocorreu na distância de 6-6 no modelo inicial,
sendo que a média para o grupo com extração também foi menor (44,31 mm versus
43,14 mm) e também não ocorreu diferença significante estatisticamente, como
observado na Tabela 5.2.
Na Tabela 5.2, observa-se que para a distância de 3-3 no modelo final, os
grupos apresentaram valores médios bem próximos (27,09 mm e 27,27 mm,
Tabela 5.2 - Médias das amostras sem e com extração quanto às distâncias intercaninos (3-3) e intermolares (6-6), nos modelos iniciais e finais, medidos em milímetros.
Distância (mm)
Grupos (n=20) Média dp Campo de
variação t p
Sem exo 26,48 1,65 23,1 a 30,17 3-3 inicial
Com exo 26,58 1,98 22,52 a 29,59 -0,17 0,867
Sem exo 27,09 1,01 25,45 a 28,86 3-3 final
Com exo 27,27 1,28 23,9 a 29,44 -0,51 0,612
Sem exo 44,31 2,64 39,24 a 49,22 6-6 inicial
Com exo 43,14 2,72 35,14 a 46,49 1,38 1,177
Sem exo 44,76 2,55 39,9 a 49 6-6 final
Com exo 40,86 1,28 38,5 a 43,19 6,09 0,000
Resultados 48 respectivamente, para os grupos sem e com extração), não havendo diferença
estatisticamente significante. A variação no grupo com exodontia demonstrou uma
amplitude maior.
Para a distância de 6-6 no modelo final, a Tabela 5.2 demonstra que os
grupos apresentaram valores médios distintos (44,76 mm e 40,86 mm,
respectivamente, para os grupos sem e com extração). Nesse caso, ocorreu
diferença estatisticamente significante e no grupo com exodontia, o campo de
variação apresentou valores menores quando comparado ao outro grupo.
Gráfico 5.3 - Distâncias intercaninos (3-3) e intermolares (6-6), nos modelos iniciais e finais, quanto às amostras sem e com extração.
05
1015202530354045
Dist. 3-3mod ini
Dist. 3-3mod fin
Dist. 6-6mod ini
Dist. 6-6mod fin
Sem exoCom exo
Resultados 49 5.3 Comparação quanto às diferenças entre o diagrama e os modelos
iniciais e finais nas regiões de caninos (3-3) e molares (6-6), nas amostras sem e com extração (Tabela 5.3 e Gráficos 5.4-5.8)
Na Tabela 5.3, encontra-se exposto o resultado da comparação quanto à
diferença de 3-3 do diagrama ao modelo inicial. Os grupos apresentaram valores
médios bem distintos (0,74 mm e 2,19 mm, sem exodontia e com exodontia,
respectivamente), apresentando diferença estatisticamente significante. No grupo
sem exodontia os valores ficaram mais próximos dos preconizados pela análise de
Andrade, sendo que, de 20 modelos analisados, sete coincidiram ao diagrama e
para outros seis a diferença não foi maior do que 1,0 mm. No grupo com exodontia,
foram obtidos valores discrepantes em relação aos preconizados pelo diagrama de
Andrade, sendo que, de 20 modelos, apenas dois coincidiram com o diagrama e
para outros quatro a diferença não foi maior do que 1,0 mm, como pode ser
observado no Gráfico 5.4 e nos Anexos F e G. No grupo com exodontia, houve uma
amplitude de variação maior quando comparada ao grupo sem extração, - 1,06 a
6,07 mm e – 0,98 a 3,61 mm, respectivamente.
Tabela 5.3 - Médias das amostras sem e com extração quanto às diferenças entre o diagrama e os modelos iniciais e finais nas regiões de caninos (3-3) e molares (6-6), medidos em milímetros.
Diferença (mm)
Grupos (n=20) Média dp Campo de
variação t p
Sem exo 0,74 1,12 -0,98 a 3,61 3-3 inicial
Com exo 2,19 2 -1,06 a 6,07 -2,18 0,009
Sem exo 0,2 0,7 -1 a 1,76 3-3 final
Com exo 1,46 1,29 -1,07 a 3,78 -3,81 0,001
Sem exo 1,43 1,87 -2,68 a 5,5 6-6 inicial
Com exo 2,98 3,27 -2,66 a 10,17 -1,84 0,076
Sem exo 1,04 2,07 -3,05 a 4,53 6-6 final
Com exo 2,27 2,01 -1,65 a 7,82 -1,91 0,064
Resultados 50
-2-101234567
Milímetros
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Pacientes
Diferença 3-3 diag-mod inicial
Sem exodontia
Com exodontia
-2-101234567
Milímetros
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Pacientes
Diferença 3-3 diag-mod inicial
Sem exodontia
Com exodontia
Sem exodontiaSem exodontia
Com exodontiaCom exodontia
Gráfico 5.4 - Diferenças entre o diagrama e os modelos iniciais nas regiões de caninos (3-3) das amostras sem e com extração de pré-molares.
Para a diferença de 6-6 do diagrama ao modelo inicial, o grupo sem exodontia
apresentou valor médio duas vezes menor quando comparado ao grupo com
exodontia (1,43 mm e 2,98 mm, respectivamente), mas mesmo assim, não houve
diferença estatisticamente significante (Tabela 5.3). No grupo sem exodontia, os
valores ficaram mais próximos dos preconizados pela análise de Andrade, sendo
que, de 20 modelos analisados, seis coincidiram ao diagrama e para outros dois a
diferença não foi maior do que 1,0 mm. O grupo com exodontia apresentou valores
discrepantes em relação aos preconizados pelo diagrama de Andrade, sendo que,
de 20 modelos, apenas um coincidiu com o diagrama, como observado no Gráfico
5.5 e nos Anexos F e G. Neste grupo, a amplitude de variação foi maior quando
comparada ao grupo sem extração, de – 2,66 a 10,17 mm e de – 2,68 a 5,5 mm,
respectivamente.
Resultados 51
-4-202468
1012
Milímetros
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Pacientes
Diferença 6-6 diag-mod inicial
Sem exodontia
Com exodontia
Gráfico 5.5 - Diferenças entre o diagrama e os modelos iniciais nas regiões de molares (6-6) das amostras sem e com extração de pré-molares.
Para a diferença de 3-3 do diagrama ao modelo final, pode-se observar na
Tabela 5.3 que os grupos apresentaram valores médios bem distintos (0,2 mm e
1,46 mm, sem exodontia e com exodontia, respectivamente), havendo diferença
estatisticamente significante. No grupo sem exodontia, os valores ficaram mais
próximos dos preconizados pela análise de Andrade, sendo que, de 20 modelos
analisados, sete coincidiram ao diagrama e para outros oito a diferença não foi maior
do que 1,0 mm. No grupo com exodontia, ocorreram valores discrepantes em
relação aos preconizados pelo diagrama de Andrade, sendo que, de 20 modelos,
apenas três coincidiram com o diagrama e para outros quatro a diferença não foi
maior do que 1,0 mm (Anexos F e G). A variação no grupo com exodontia
apresentou uma amplitude maior quando comparada ao grupo sem extração, - 1,07
a 3,78 mm e – 0,67 a 1,76 mm, respectivamente.
Resultados 52
Gráfico 5.6 - Diferenças entre o diagrama e os modelos finais nas regiões de caninos (3-3) das amostras sem e com extração de pré-molares.
Na Tabela 5.3, observa-se que para a diferença de 6-6 do diagrama ao
modelo final, o grupo sem exodontia apresentou, também, valor médio duas vezes
menor quando comparado ao grupo com exodontia (1,04 mm e 2,27 mm,
respectivamente), e mesmo assim, não apresentou diferença significante
estatisticamente. No grupo sem exodontia, os valores ficaram mais próximos dos
preconizados pela análise de Andrade, sendo que, de 20 modelos analisados,
quatro coincidiram ao diagrama e para outros três a diferença não foi maior do que
1,0 mm. No grupo com exodontia, foram constatados valores discrepantes em
relação aos preconizados pelo diagrama de Andrade e nenhum dos modelos
coincidiu com o diagrama (Anexos F e G). A variação no grupo com exodontia
apresentou uma amplitude maior quando comparada ao grupo sem extração, de –
1,65 a 7,82 mm e de – 3,05 a 4,53 mm, respectivamente.
Sem exodontia
Com exodontia
-2
-1
0
12
3
4
Milímetros
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Pacientes
Diferença 3-3 diag-mod final
Resultados 53
Gráfico 5.7 - Diferenças entre o diagrama e os modelos finais nas regiões de molares (6-6) das amostras sem e com extração de pré-molares.
Gráfico 5.8 Diferenças entre o diagrama e os modelos iniciais e finais nas regiões de caninos (3-3) e molares (6-6), das amostras sem e com extração.
Sem exodontia
Com exodontia
-4
-2
0
2
4
6
8
Milímetros
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Pacientes
Diferença 6-6 diag-mod final
00,5
11,5
22,5
3
Dif. 3-3diag-mod
ini
Dif. 3-3diag-mod
fin
Dif. 6-6diag-mod
ini
Dif. 6-6diag-mod
fin
Sem exo
Com exo
Resultados 54 5.4 Comparação quanto às distâncias entre as mesiais dos primeiros
molares e as distais dos segundos pré-molares no diagrama, para as amostras sem e com extração e para os lados direito e esquerdo (Tabela 5.4 e Gráfico 5.9)
Na Tabela 5.4, encontram-se expostos os resultados da comparação quanto à
distância da mesial dos primeiros molares inferiores até a linha da distal dos
segundos pré-molares do diagrama. Quando comparado no modelo inicial,
observou-se que no grupo sem extração a média foi de – 0,02 mm e no grupo com
exodontia, de – 1,57 mm para o lado direito (p = 0,003). No lado esquerdo, os
valores médios foram de – 0,18 mm e – 1,59 mm para os grupos sem exodontia e
com exodontia, respectivamente (p = 0,005).
Tabela 5.4 - Médias das amostras sem e com extração quanto às distâncias entre as mesiais dos primeiros molares e as distais dos segundos pré-molares no diagrama, para os lados direito e esquerdo, medidos em milímetros.
Distância (mm)
Grupos (n=20) Média dp Campo de
variação t p
Sem exo -0,02 0,82 -2,17 a 1,49 l.direito inicial Com exo -1,57 1,91 -7 a 1,76
3,33 0,003
Sem exo 0,04 0,19 0 a 0,86 l.direito final
Com exo -6,26 1,04 -8,42 a -4,6 26,58 0,000
Sem exo -0,18 0,76 -1,7 a 1,77 l.esquerdo inicial Com exo -1,59 1,92 -5,27 a 1,87
3,06 0,005
Sem exo 0,03 0,14 0 a 0,63 l.esquerdo final Com exo -6,11 1,15 -7,67 a -3,76
23,62 0,000
A avaliação da distância da mesial dos primeiros molares inferiores no modelo
final até a linha da distal dos segundos pré-molares do diagrama, demonstrou no
grupo sem extração média de 0,04 mm e no grupo com exodontia média de – 6,26
mm para o lado direito (p = 0,000). No lado esquerdo, 0,03 mm e – 6,11 mm,
respectivamente, para os grupos sem e com exodontia de pré-molares (p = 0,000).
Resultados 55
Gráfico 5.9 - Distâncias entre as mesiais dos primeiros molares e as distais dos segundos pré-molares no diagrama, para os lados direito e esquerdo, nas amostras sem e com extração de pré-molares.
Foi realizado test t de Student pareado para análise dentro dos grupos sem
exodontia de pré-molares e com exodontia de pré-molares dos valores iniciais e
finais das medidas obtidas.
-7-6-5-4-3-2-101
Dist. Molar-distal 5diag l. dir ini
Dist. Molar-distal 5diag l. esq ini
Dist. Molar-distal 5diag l. dir fin
Dist. Molar-distal 5diag l. esq fin
Sem exoCom exo
Resultados 56
5.5 Comparação quanto às distâncias intercaninos (3-3) e intermolares (6-6), das amostras sem e com extração de pré-molares, nos modelos iniciais e finais (Tabela 5.5 e Gráfico 5.10)
Na Tabela 5.5, encontram-se expostos os resultados da comparação no
grupo sem extração em relação à distância de 3-3. No modelo inicial, foi observado
26,48 mm e no modelo final 27,09 mm de médias. A distância média de 6-6 no
modelo inicial foi de 44,31 mm e no modelo final, 44,76 mm. Para as duas distâncias
não houve diferenças estatisticamente significantes.
Tabela 5.5 - Médias das amostras sem e com extração quanto às distâncias intercaninos (3-3) e intermolares (6-6), nos modelos iniciais e finais, medidos em milímetros.
Grupos (n=20)
Distância (mm) Média dp Campo de
variação t p
3-3 inicial 26,48 1,65 23,1 a 30,17
3-3 final 27,09 1,01 25,45 a 28,86 -1,86 0,078
6-6 inicial 44,31 2,64 39,24 a 49,22 Sem exo
6-6 final 44,76 2,55 39,9 a 49 -1,23 0,233
3-3 inicial 26,58 1,98 22,52 a 29,59
3-3 final 27,27 1,28 23,9 a 29,44 -1,45 0,164
6-6 inicial 43,14 2,72 35,14 a 46,49 Com exo
6-6 final 40,86 1,28 38,5 a 43,19 4,55 0,000
No grupo com extração, em relação à distância de 3-3, obtiveram-se os
valores de 26,58 mm e 27,27 mm, respectivamente, nos modelos inicial e final, não
apresentando diferença estatisticamente significante. Para a distância de 6-6 no
modelo inicial, a média foi de 43,14 mm e no modelo final, de 40,86 mm (p = 0,000).
Resultados 57
Gráfico 5.10 - Distâncias intercaninos (3-3) e intermolares (6-6), nos modelos iniciais e finais, nas amostras sem e com extração de pré-molares.
0
10
20
30
40
50
Sem exo Com exo
Dist. 3-3 mod ini
Dist. 3-3 mod fin
Dist. 6-6 mod ini
Dist. 6-6 mod fin
Resultados 58 5.6 Comparação quanto às diferenças entre o diagrama e os modelos
iniciais e finais nas regiões de caninos (3-3) e molares (6-6), nas amostras sem e com extração de pré-molares (Tabela 5.6 e Gráfico 5.11)
No grupo sem extração, a diferença de 3-3 do diagrama ao modelo inicial foi
de 0,74 mm e no modelo final foi de 0,2 mm. A diferença de 6-6 do diagrama ao
modelo inicial foi de 1,43 mm e no modelo final, de 1,04 mm. Tanto na região de
caninos como na região de molares, as medidas ao início do tratamento e ao final do
tratamento não apresentaram diferenças estatisticamente significantes.
No grupo com extração, a diferença de 3-3 do diagrama ao modelo inicial foi
de 2,19 mm e em relação ao modelo final foi de 1,46 mm. A diferença de 6-6 do
diagrama ao modelo inicial foi de 2,98 mm e para o modelo final, de 2,27 mm. Como
no grupo sem extração, as comparações das medidas na região de caninos e na
região de molares, no início do tratamento e ao final do tratamento não
apresentaram diferenças estatisticamente significantes (Tabela 5.6).
Tabela 5.6 - Médias das amostras sem e com extração quanto às diferenças entre o diagrama e os modelos iniciais e finais nas regiões de caninos (3-3) e molares (6-6), medidos em milímetros.
Grupo (n=20)
Diferença (mm) Média dp Campo de
variação t p
3-3 inicial 0,74 1,12 -0,98 a 3,61
3-3 final 0,2 0,7 -1 a 1,76 1,69 0,108
6-6 inicial 1,43 1,87 -2,68 a 5,5 Sem exo
6-6 final 1,04 2,07 -3,05 a 4,53 1,10 0,285
3-3 inicial 2,19 2 -1,06 a 6,07
3-3 final 1,46 1,29 -1,07 a 3,78 1,53 0,142
6-6 inicial 2,98 3,27 -2,66 a 10,17 Com exo
6-6 final 2,27 2,01 -1,65 a 7,82 1,44 0,165
Resultados 59
Gráfico 5.11 - Diferenças entre o diagrama e os modelos iniciais e finais nas regiões de caninos (3-3) e molares (6-6), nas amostras sem e com extração de pré-molares.
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
Sem exo Com exo
Dif. 3-3 diag-mod ini
Dif. 3-3 diag-mod fin
Dif. 6-6 diag-mod ini
Dif. 6-6 diag-mod fin
Resultados 60 5.7 Comparação quanto às distâncias entre as faces mesiais dos primeiros
molares e distais dos segundos pré-molares no diagrama, para os lados direito e esquerdo, das amostras sem e com extração de pré-molares (Tabela 5.7 e Gráfico 5.12)
Na Tabela 5.7, encontram-se expostos os resultados da comparação no
grupo sem extração, da distância da face mesial dos primeiros molares inferiores até
a linha da distal dos segundos pré-molares do diagrama. Para o lado direito, foram
obtidas médias de – 0,02 mm e 0,04 mm, respectivamente, nos modelos inicial e
final. Para o lado esquerdo, foram observados valores médios de – 0,18 mm e 0,03
mm, respectivamente, nos modelos inicial e final. A análise estatística não revelou
diferença estatisticamente significante para ambos os lados.
Tabela 5.7 - Médias das amostras sem e com extração quanto às distâncias entre as faces mesiais dos primeiros molares e as distais dos segundos pré-molares no diagrama, para os lados direito e esquerdo, medidos em milímetros.
Grupo (n=20)
Distância (mm) Período Média dp Campo de
variação t p
inicial -0,02 0,82 -2,17 a 1,49 Lado direito final 0,04 0,19 0 a 0,86
-0,33 0,742
inicial -0,18 0,76 -1,7 a 1,77 Sem exo Lado
esquerdo final 0,03 0,14 0 a 0,63
-1,14 0,268
inicial -1,57 1,91 -7 a 1,76 Lado direito final -6,26 1,04 -8,42 a -4,6
9,19 0,000
inicial -1,59 1,92 -5,27 a 1,87 Com exo Lado
esquerdo final -6,11 1,15 -7,67 a -3,76 8,63 0,000
No grupo com extração, a distância média da face mesial dos primeiros
molares inferiores até a linha da distal dos segundos pré-molares do diagrama, para
o lado direito, foi de – 1,57 mm no modelo inicial e de - 6,26 mm no modelo final.
Para o lado esquerdo, foram obtidos valores médios de - 1,59 mm e – 6,11 mm,
Resultados 61 respectivamente, nos modelos inicial e final. A análise estatística revelou diferença
significante para ambos os lados (Tabela 5.7).
Gráfico 5.12 - Distâncias entre as faces mesiais dos primeiros molares e as distais dos segundos pré-molares no diagrama, para os lados direito e esquerdo, nas amostras sem e com extração de pré-molares.
-7
-6
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
Sem exo Com exo
Dist. Molar-distal 5 diag l. dir ini
Dist. Molar-distal 5 diag l. dir fin
Dist. Molar-distal 5 diag l. esq ini
Dist. Molar-distal 5 diag l. esq fin
Resultados 62 5.8 Comparação quanto aos grupos Com e Sem exodontia da variação entre
as fases (Final – Inicial), nas medidas, distância de caninos (3-3), distância de molares (6-6), diferenças entre o diagrama e os modelos nas regiões de caninos (3-3) e molares (6-6) e nas distâncias entre as faces mesiais dos primeiros molares e as distais dos segundos pré-molares no diagrama, para os lados direito e esquerdo (Tabela 5.8)
Na Tabela 5.8, encontram-se expostos os resultados da comparação entre os
grupos sem e com exodontia de pré-molares, nas diferenças entre as fases (Final -
Inicial). Para a distância intercaninos (3-3), os grupos apresentaram médias das
diferenças de 0,61 mm e 0,70 mm, respectivamente, para sem exodontia e com
exodontia. E não ocorreu diferença estatisticamente significante.
Tabela 5.8 - Média, desvio padrão, mínimo e máximo, e comparação entre os grupos Com e Sem exodontia da variação entre as fases (Final – Inicial) pelo teste “t” de Student.
Variação (Final - Inicial)
Grupo (n=20) média dp mínimo máximo t p
Sem exo 0,61 1,46 -2,28 3,91 Dist. 3-3
Com exo 0,70 2,15 -3,11 6,92 0,154 0,879 ns
Sem exo 0,45 1,63 -2,80 3,65 Dist. 6-6
Com exo -2,28 2,24 -5,09 3,36 4,403 <0,001*
Sem exo -0,54 1,43 -3,61 1,94 Dif. Diagrama 3-3 Com exo -0,73 2,14 -6,79 2,81
0,336 0,739 ns
Sem exo -0,39 1,60 -3,87 2,75 Dif. Diagrama 6-6 Com exo -0,71 2,19 -4,21 3,93
0,522 0,605ns
Sem exo 0,07 0,90 -1,49 2,17 Lado direito
Com exo -4,69 2,28 -8,42 1,44 8,678 <0,001*
Sem exo 0,21 0,83 -1,77 2,04 Lado esquerdo
Com exo -4,52 2,34 -8,83 -0,59 8,515 <0,001*
ns – diferença estatisticamente não significante * - diferença estatisticamente significante (p<0,05)
Resultados 63
Para a distância intermolares (6-6), os grupos apresentaram valores médios
de 0,45 mm para o grupo sem exodontia e de - 2,28 mm para o grupo com exodontia
(p < 0,001).
Para a comparação da diferença entre o diagrama e os modelos iniciais e
finais, na região de caninos, obtiveram-se médias de - 0,54 mm e - 0,73 mm, sem
exodontia e com exodontia, respectivamente. Na região de molares médias de - 0,39
mm versus – 0,71 mm, respectivamente para sem exodontia e com exodontia de
pré-molares. E nas duas comparações não houve diferença estatítisca.
Para a comparação da distância da face mesial dos primeiros molares
inferiores até a linha da distal dos segundos pré-molares do diagrama, obteve-se
médias de 0,07 mm e - 4,69 mm, para os grupos sem exodontia e com exodontia,
respectivamente, para o lado direito. E para o lado esquerdo, médias de 0,21 mm
para o grupo sem exodontia e - 4,52 mm para o grupo com exodontia. Havendo
diferenças estatisticamente significantes para os dois lados.
DISCUSSÃO
6
65 6 DISCUSSÃO
6.1 Estudo da forma dos arcos dentários
O estudo da forma dos arcos dentários é de suma importância na Ortodontia,
seja para se realizar o diagnóstico e planejamento da correção da má oclusão ou
para servir de referência para o contornamento dos arcos metálicos durante a fase
de correção com aparelhos fixos.
No planejamento ortodôntico, muitas vezes se faz necessária a obtenção de
espaços para o correto alinhamento e nivelamento dos dentes, e a expansão dos
arcos dentários é uma aliada nessa conquista de espaço, desde a época de Angle.
O diagrama de Andrade pode orientar a quantidade de expansão para cada
paciente, sem que se corra o risco de realizar tal procedimento em demasia,
comprometendo a estabilidade do caso. Bastando para tanto, sobrepor o diagrama
de Andrade no modelo inicial e quantificar a medida necessária para que estes
fiquem coincidentes.
O fato do diagrama de Andrade ser individualizado é uma característica
importante, pois cada paciente terá seu formato ideal para os arcos dentários, muitos
diagramas utilizados para se contornar os arcos metálicos foram desenvolvidos
baseados em médias, formatos pré-determinados ou com medidas obtidas
diretamente nos arcos dentários e, muitas vezes, poderiam perpetuar a condição
preexistente do paciente ou limitar a obtenção de espaços, como no caso de arcos
atrésicos.
Discussão 66 6.1.1 Comparação entre os arcos dentários sem e com exodontia de pré-molares
Para o somatório das medidas mésio-distais de incisivos e caninos inferiores,
foi possível observar valores maiores na média no grupo com exodontia de pré-
molares (37,08 mm e 39,31 mm, respectivamente, para os grupos sem e com
extração), (Tabela 5.1). Apresentando diferença estatisticamente significante e
demonstrando que os pacientes do grupo com exodontia apresentam medidas
mésio-distais maiores do que no grupo sem exodontia de pré-molares, com isso o
grau de apinhamento é maior, indicando o tratamento com exodontia para a
correção da má oclusão.
Em relação às distâncias intercaninos (3-3) e intermolares (6-6) no modelo
inicial (Tabela 5.2) os valores médios de (3-3) foram de 26,48 mm e 26,58 mm,
respectivamente, para os grupos sem e com extração. Para a distância de 6-6, a
média para o grupo com extração foi menor (44,31 mm e 43,14 mm respectivamente
para os grupos sem e com extração), não havendo diferenças significantes, mas na
variação o grupo com exodontia dos pré-molares apresentou valores levemente
menores. Com isso, pode-se observar que inicialmente os arcos dentários do grupo
com exodontia são ligeiramente atrésicos na região posterior, em relação ao grupo
sem exodontia, que pode estar associado a outros fatores, como respiração bucal,
que devem ser pesquisados ao se fazer a anamnese, para o correto diagnóstico,
evitando assim, recidiva futura após a finalização do tratamento.
No modelo final, para a distância de 3-3, os grupos apresentaram valores
médios bem próximos (27,09 mm e 27,27 mm, respectivamente, para os grupos sem
e com extração), não apresentando diferença significante. Para a distância de 6-6,
os grupos apresentaram valores médios distintos (44,76 mm e 40,86 mm,
Discussão 67 respectivamente, para os grupos sem e com extração), nesse caso apresentou-se
diferença estatisticamente significante. Essa diferença ocorre devido à perda de
ancoragem que ocorre durante a mecânica de tratamento, nos casos com extração
de pré-molares, os molares sofrem mesialização e ocupam uma região mais estreita
do arco dentário.
Para análise dentro dos grupos sem exodontia de pré-molares e com
exodontia de pré-molares, os valores iniciais e finais das medidas obtidas estão
expostos na Tabela 5.5. Para o grupo sem extração, em relação à distância de 3-3,
no modelo inicial foram observados 26,48 mm e no modelo final 27,09 mm de
médias. Para a distância de 6-6 no modelo inicial, 44,31 mm e no modelo final 44,76
mm de médias. Nas duas distâncias não houve diferenças significantes. O grupo
com extração, em relação à distância de 3-3, obtiveram-se os valores de 26,58 mm e
27,27 mm, respectivamente, nos modelos inicial e final, não apresentando diferença
significante. Na distância de 6-6, no modelo inicial, a medida foi de 43,14 mm e no
modelo final a medida foi de 40,86 mm, nesse caso apresentou-se diferença
significante.
É possível observar que em todas as medidas houve um aumento transversal,
demonstrando que durante o tratamento ortodôntico houve uma ligeira expansão
dos arcos dentários, exceto na distância de 6-6 no grupo com extração, devido à
perda de ancoragem dos primeiros molares, como explicado anteriormente.
Na Tabela 5.8, encontram-se expostos os resultados da comparação entre os
grupos sem e com exodontia de pré-molares, nas diferenças entre as fases (Final –
Inicial). Na distância intercaninos (3-3), os grupos apresentaram médias das
Discussão 68 diferenças de 0,61 mm e 0,70 mm, respectivamente, para sem exodontia e com
exodontia. E não ocorreu diferença significante.
Para a distância intermolares (6-6), os grupos apresentaram valores médios
de 0,45 mm para o grupo sem exodontia e de - 2,28 mm para o grupo com exodontia
(p < 0,001). Com isso, se observa que em todas as medidas houve um aumento
transversal, pois as diferenças entre a fase final menos a fase inicial apresentaram
valores positivos, exceto na distância de 6-6 no grupo com extração. Houve uma
ligeira expansão dos arcos dentários durante o tratamento ortodôntico, exceto na
distância de 6-6 no grupo com extração. E essas comparações estão de acordo com
o que foi discutido anteriormente.
6.1.2 Comparação entre o diagrama de Andrade e os arcos dentários sem e com exodontia de pré-molares
A diferença entre o diagrama de Andrade e os arcos dentários inferiores ao
início e ao final do tratamento, para os grupos sem e com exodontia de pré-molares,
apresentaram valores positivos (Tabela 5.3), indicando que em todos os casos,
segundo a análise de Andrade, é possível expandir os arcos dentários para se
chegar ao formato e à largura ideais e, conseqüentemente, ganhar espaço para o
alinhamento correto dos dentes.
Na diferença de 3-3 do diagrama ao modelo inicial, os grupos apresentaram
valores médios bem distintos (0,74 mm e 2,19 mm sem exodontia e com exodontia
respectivamente), apresentando diferença significante. No grupo sem exodontia, os
valores ficaram mais próximos dos preconizados pela análise de Andrade, sendo
que de 20 modelos analisados sete coincidiram ao diagrama e para outros seis a
Discussão 69 diferença não foi maior do que 1,0 mm, percentualmente 65% dos pacientes se
encontram dentro do preconizado pelo diagrama de Andrade. No grupo com
exodontia, apresentaram valores discrepantes em relação aos preconizados pelo
diagrama de Andrade, sendo que de 20 modelos apenas dois coincidiram com o
diagrama e para outros quatro a diferença não foi maior do que 1,0 mm,
percentualmente apenas 30% dos pacientes estão de acordo com o diagrama.
Na diferença de 6-6 do diagrama ao modelo inicial, o grupo sem exodontia
apresentou valor médio duas vezes menor quando comparado ao grupo com
exodontia (1,43 mm e 2,98 mm; respectivamente), mas mesmo assim, não
apresentou diferença significante. No grupo sem exodontia, os valores ficaram mais
próximos dos preconizados pela análise de Andrade, sendo que de 20 modelos
analisados seis coincidiram ao diagrama e para outros dois a diferença não foi maior
do que 1,0 mm, percentualmente 40% dos pacientes estão em concordância com o
diagrama. No grupo com exodontia, apresentaram valores discrepantes em relação
aos preconizados pelo diagrama de Andrade, sendo que de 20 modelos apenas um
coincidiu com o diagrama.
Na diferença de 3-3 do diagrama ao modelo final, os grupos apresentaram
valores médios bem distintos (0,2 mm e 1,46 mm, sem exodontia e com exodontia,
respectivamente), havendo diferença significante. E no grupo sem exodontia, os
valores ficaram mais próximos dos preconizados pela análise de Andrade, sendo
que de 20 modelos analisados sete coincidiram ao diagrama e para outros oito a
diferença não foi maior do que 1,0 mm, percentualmente 75% dos pacientes se
encontram dentro do preconizado pelo diagrama de Andrade. No grupo com
exodontia, apresentaram valores discrepantes em relação aos preconizados pelo
Discussão 70 diagrama de Andrade, sendo que de 20 modelos apenas três coincidiram com o
diagrama e para outros quatro a diferença não foi maior do que 1,0 mm,
percentualmente 35% dos pacientes se encontram dentro do preconizado pelo
diagrama de Andrade.
Na diferença de 6-6 do diagrama ao modelo final, o grupo sem exodontia
apresentou, também, valor médio duas vezes menor quando comparado ao grupo
com exodontia (1,04 mm e 2,27 mm; respectivamente), e mesmo assim, não
apresentou diferença significante. No grupo sem exodontia, os valores ficaram mais
próximos dos preconizados pela análise de Andrade, sendo que de 20 modelos
analisados quatro coincidiram ao diagrama e para outros três a diferença não foi
maior do que 1,0 mm, percentualmente 35% dos pacientes se encontram dentro do
preconizado pelo diagrama de Andrade. No grupo com exodontia, apresentaram
valores discrepantes em relação aos preconizados pelo diagrama de Andrade e
nenhum dos modelos coincidiu com o diagrama.
Foi realizado test-t pareado para análise dentro dos grupos sem exodontia de
pré-molares e com exodontia de pré-molares em relação aos valores iniciais e finais
das medidas obtidas (Tabela 5.6).
No grupo sem extração, a diferença de 3-3 do diagrama ao modelo inicial foi
de 0,74 mm e a mesma diferença no modelo final foi de 0,2 mm. A diferença de 6-6
do diagrama ao modelo inicial foi de 1,43 mm e no modelo final de 1,04 mm. No
grupo com extração, a diferença de 3-3 do diagrama ao modelo inicial foi de 2,19
mm e no modelo final foi de 1,46 mm. A diferença de 6-6 do diagrama ao modelo
inicial foi de 2,98 mm e no modelo final de 2,27 mm. A comparação tanto na região
de caninos como na região de molares, para as medidas ao início do tratamento e
Discussão 71 ao final do tratamento não apresentaram diferenças estatisticamente significantes.
Em todas as medidas houve uma redução na diferença entre o diagrama e os
modelos iniciais e finais, demonstrando que durante o tratamento ortodôntico houve
uma expansão dos arcos dentários, se aproximando da medida indicada pela
análise de Andrade.
Com a observação desses resultados, é possível afirmar que a amostra
empregada no trabalho apresenta o formato do arco dentário elíptico, conforme
preconizado pelo diagrama de Andrade. Forma concordante com os trabalhos de
Gysi (1895), Gaillard (1921), Weiss (1921), Carrea (1922), Izard (1926), Herbst
(1953), Teramoto (1998), Almeida (1976) e Oliveira et al. (2004), muito embora os
dois últimos trabalhos preconizassem ou avaliassem vários formatos de arco
dentário, dentre eles o elíptico. Já Bonwill (1889), Pont (1909) e Valderrama (1924)
postulavam o formato parabólico para os arcos dentários, discordando assim do
diagrama de Andrade.
6.2 Posição ideal dos incisivos inferiores
O ideal, segundo a análise de Andrade, é que a ponta incisal dos incisivos
inferiores na telerradiografia coincida com a referência incisal ponto J. Nas amostras,
a distância do incisivo central inferior até o ponto J (1-J), em média, no grupo sem
extração, indicou que os incisivos inferiores se apresentavam mais próximos do
ponto J quando comparado ao grupo com exodontia, médias de – 0,98 mm e – 2,54
mm, respectivamente (Tabela 5.1). E houve diferença significante estatisticamente.
No grupo sem exodontia os valores ficaram mais próximos dos preconizados pela
análise de Andrade, sendo que de 20 modelos analisados oito coincidiram à análise
Discussão 72 (40%) e, no grupo com exodontia, apenas dois modelos coincidiram com a análise
de Andrade (10%) e outros dezessete modelos apresentavam valores negativos
(85%), onde os incisivos se apresentavam à frente da referência incisal de Andrade,
ou seja, vestibularizados (Anexos B-C), indicando a necessidade de retração desses
incisivos para lingual, para correção da discrepância cefalométrica.
O fato da análise de Andrade ser individualizada confere um maior grau de
confiabilidade para o posicionamento correto dos incisivos inferiores, pois não se
baseia em médias angulares, da inclinação do incisivo inferior com o plano
mandibular como proposto por Schwarz (1936), Margolis (1943), Tweed (1944 e
1945), Downs (1948), Northwestern (1948), Tweed (1952 e 1953), Steiner (1953) e
Farret & Araújo (1981). Uma vez que para a obtenção do ponto J, a utilização dos
pontos A e B como referência para sua localização, confere menor variação e por
serem pontos nas bases ósseas dos dentes anteriores superiores e inferiores, não
sofrem interferência direta da inclinação do plano mandibular.
Seguindo essa mesma linha de pensamento, a utilização do ponto B em
detrimento do ponto P, como preconizado por Ricketts (1960), que por se localizar
na porção mais anterior do mento, pode apresentar grande variação de forma e
tamanho de paciente para paciente, produzindo assim resultados variados na
distância do incisivo inferior em relação à linha A-P como observado nas pesquisas
de Patrick (1978), Riger (1979), Bertoz e Martins (1981), Sato (1982), Platou e
Zachrisson (1983) e Ricketts (1984). Por isso, Madsen (2001) propõe a utilização da
linha A-B ao invés da linha A-P, por esta não sofrer influência de protrusão ou
retrusão do pogônio.
Discussão 73
Os achados concordam com os trabalhos de Andrade (1979 e 1984), Marinho
Filho (1985), Nouer (1995 e 1996) e Teramoto (1998), em que o ponto J apresentava
mais proximidade com os incisivos inferiores, principalmente na amostra sem
exodontia de pré-molares, em relação ao proposto por Downs (1948), Steiner (1953),
Tweed (1962), Interlandi (1977) e Vigorito (1978). E ratifica o achado de Martins
(1981) de que as análises de Downs e Tweed não têm aplicabilidade na população
brasileira.
6.3 Discrepância de modelos
A discrepância de modelos é a diferença do espaço presente, que
corresponde ao perímetro do arco dentário (de mesial de primeiro molar permanente
a mesial de primeiro molar permanente) menos o somatório mésio-distal de segundo
pré-molar a segundo pré-molar, espaço requerido. Com o diagrama de Andrade, a
quantificação dessa discrepância pode ser lida diretamente, bastando superpor o
diagrama no modelo, e fazer a leitura da mesial do primeiro molar inferior com a
linha de referência correspondente à distal dos segundos pré-molares do diagrama.
Nas amostras, a distância da mesial dos primeiros molares inferiores até a
linha da distal dos segundos pré-molares do diagrama (Tabela 5.4), quando
comparada no modelo inicial, no grupo sem extração, apresentou média de – 0,02
mm e no grupo com exodontia, média de – 1,57 mm, para o lado direito. Para o lado
esquerdo, valores médios de – 0,18 mm e – 1,59 mm nos grupos sem exodontia e
com exodontia, respectivamente. Houve diferenças significantes para ambos os
lados quando comparados os dois grupos. Esses resultados demonstram que, no
início do tratamento, o grupo com exodontia necessitou de uma quantidade 15,8
Discussão 74 vezes maior de espaço para o correto alinhamento dos dentes quando comparado
com o outro grupo (- 0,2 mm versus – 3,16 mm, respectivamente para sem e com
exodontia), confirmando o planejamento e a terapia adotada para correção.
Quando comparada, no modelo final, a distância da mesial dos primeiros
molares inferiores até a linha da distal dos segundos pré-molares do diagrama
(Tabela 5.4), observou-se que no grupo sem extração obteve-se média de 0,04 mm
e no grupo com exodontia média de – 6,26 mm para o lado direito. E no lado
esquerdo, 0,03 mm e – 6,11 mm, respectivamente, para os grupos sem e com
exodontia de pré-molares. Houve diferenças significantes para ambos os lados
quando comparados os dois grupos. Depois de realizada a correção ortodôntica, a
discrepância de modelo no grupo sem exodontia foi praticamente nula em toda a
amostra (95%), como pode ser visto no Anexo H, enquanto que no grupo com
exodontia, houve mesialização dos molares durante o tratamento, invadindo assim o
espaço para os segundos pré-molares.
Foi realizado test-t pareado para análise dentro dos grupos sem exodontia de
pré-molares e com exodontia de pré-molares, considerando os valores iniciais e
finais das medidas obtidas (Tabela 5.7).
No grupo sem extração, a distância da mesial dos primeiros molares inferiores
até a linha da distal dos segundos pré-molares do diagrama, quando comparada no
lado direito, apresentaram médias de – 0,02 mm e 0,04 mm, respectivamente, nos
modelos inicial e final, e para o lado esquerdo observou-se valores médios de – 0,18
mm e 0,03 mm, respectivamente, para modelo inicial e modelo final. A análise
estatística não revelou diferença significante para ambos os lados. A discrepância de
modelo nesse grupo foi corrigida e ocorreu uma ligeira distalização dos primeiros
Discussão 75 molares em um dos pacientes (Anexo H), gerando uma média ao final do tratamento
positiva. No grupo com extração, a distância da mesial dos primeiros molares
inferiores até a linha da distal dos segundos pré-molares do diagrama, quando
comparada no lado direito, apresentaram média de – 1,57 mm no modelo inicial e de
- 6,26 mm no modelo final. Para o lado esquerdo, valores médios de - 1,59 mm e –
6,11 mm; respectivamente no modelo inicial e no modelo final. E nesse grupo a
análise estatística revelou diferença significante para ambos os lados. Houve
mesialização dos primeiros molares de ambos os lados como resultado do
tratamento ortodôntico (Anexo I).
Para a comparação da distância da face mesial dos primeiros molares
inferiores até a linha da distal dos segundos pré-molares do diagrama, entre os
grupos sem e com exodontia de pré-molares, nas diferenças entre as fases (Final –
Inicial) obteve-se médias de 0,07 mm e - 4,69 mm, para os grupos sem exodontia e
com exodontia, respectivamente, no lado direito. E para o lado esquerdo, médias de
0,21 mm para o grupo sem exodontia e - 4,52 mm para o grupo com exodontia.
Houve diferenças significantes para os dois lados. E esses resultados ratificam o que
foi discutido anteriormente.
A simples superposição do diagrama de Andrade ao modelo (Figura 4.17-20)
e a mensuração da distância da mesial dos primeiros molares inferiores até a linha
da distal dos segundos pré-molares do diagrama para o lado direito somado à
medida do lado esquerdo confere a discrepância de modelos diretamente, sem a
necessidade de auxílio de outros dispositivos para se medir o espaço presente,
discordando de Nance (1947), Lundstrom (1952), Ress (1953), Foster e Wilie (1958),
Moyers (1973), Merrifield (1978) e Rossi (1994). Em relação ao espaço requerido,
Discussão 76 não há muito que se discutir, pois as amostras apresentavam dentadura permanente
e é o somatório mésio-distal de segundo pré-molar a segundo pré-molar. Pode gerar
alguma dúvida na sua mensuração nos casos em que os pré-molares não se
encontrem erupcionados, mas a adoção da medida mésio-distal média de 7 mm
para os pré-molares como proposto por Andrade, em 1977, fornece valores mais
confiáveis do que a tabela de probabilidade proposta por Moyers (1973). E os
resultados concordam com os encontrados no trabalho de Teramoto (1998).
CONCLUSÃO
7
78 7 CONCLUSÕES
Com base nos resultados obtidos e na metodologia utilizada, no que tange à
utilização do diagrama de Andrade como auxiliar no diagnóstico e planejamento
ortodôntico, em portadores de má oclusão de Classe I de Angle, julga-se lícito
concluir que:
1. O estudo da forma dos arcos dentários por meio do diagrama de Andrade pode
ser utilizado tanto no grupo sem indicação de exodontia de pré-molares como no
grupo com indicação de exodontia de pré-molares, servindo também como
parâmetro para a quantidade de expansão necessária para os arcos dentários;
2. O diagrama de Andrade pode ser um eficiente auxiliar de diagnóstico para o
planejamento dos tratamentos ortodônticos da maloclusão de Classe I;
3. Indicando a necessidade ou não de exodontia de pré-molares, bastando para
isso superpor o diagrama ao modelo inferior e avaliar o posicionamento ideal dos
incisivos inferiores (discrepância cefalométrica) e a distância da mesial dos
primeiros molares inferiores até a linha da distal dos segundos pré-molares do
diagrama (discrepância de modelo).
REFERÊNCIAS
80
REFERÊNCIAS∗
Almeida MHC. Determinação de arcos individualizados por meio de radiografias oclusais. [Dissertação de Mestrado]. Faculdade de Odontologia de Piracicaba: Universidade Estadual de Campinas; 1976.
Andrade NJ. Estudo cefalométrico da localização da ponta do incisivo central inferior, em relação ao tamanho da mandíbula. Rev Fac Odont São José dos Campos. 1977;6(1/2):105-6.
Andrade NJ. Diagrama individualizado do arco dental, com base em telerradiografia perfil; suas aplicações. ARS CVRANDI Odont. São Paulo-SP. 1979;6(4):23-42.
Andrade NJ. Aplicação das referências incisais de Tweed, Vigorito e Junqueira no cefalograma de Schwarz. [Trabalho de Dissertação]. Plano Trienal de Pesquisa, Faculdade de Odontologia de São José dos Campos: UNESP; 1984.
Andrade NJ. Ortodontia: Análise por superposição de arcos. São José dos Campos; 1986.
Angle EH. Malocclusion of the teeth. 7ed. S.S. Philadelphia: White Dental Manufact Co, 1907.
Bertoz FA, Martins DR. Determinação da linha ``I´´ em melanodermas brasileiros, masculino de 12 a 17 anos, com oclusão normal. Ortodontia. 1981;14(3):186-98.
Bezkin, E. Cefalometria Clínica. Buenos Aires; 1966.
Bonwill WGA. Scientific articulation of the human teeth as founded in geometried mathematical laws. Dent Items. 1889;21.
Broadbent BH. A new x-ray technique and its application to Orthodontics. Angle Orthod. 1931;1:45-66.
Carrea JV apud Monti A. Tratado de Ortodoncia. 2 ed. El Ateneo, Buenos Aires; 1953.
Carrea JV. Odontometria facial. Buenos Aires: El Odontólogo, 1933.
Cato CH, Ursi JWS, Araújo AM, Nicoló R. Avaliação do tamanho dentário e das dimensões dos arcos, de acordo com o índice de Pont, em más-oclusões de classe I e II, de Angle. J Bras Ortodon Ortop Facial. 2001;(6)32:156-66.
Downs WB. Mesial Drift. Angle Orthod. 1938;8(2):77-99.
* Referências bibliográficas segundo o estilo VANCOUVER. Abreviaturas dos periódicos de acordo com MEDLINE.
Referências 81 Downs WB. Variation in facial relationship: their significance in treatment and prognosis. Am J Orthod Oral Surg. 1948;34(10):812-40.
Farret MMB, Araújo MCM. Comportamento da análise de Tweed em casos tratados ortodonticamente. Ortodontia. 1981;14(1):41-9.
Felton JM, et al. A computerized analysis of the shape and stability of mandibular arch form. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1987;92:478-83.
Foster HR. e Wylie WL. Arch length deficiency in the mixed dentition. Am J Orthod. 1958;44(6):464-76.
Gaillard apud Monti A. Tratado de Ortodoncia. 2 ed. El Ateneo, Buenos Aires; 1953.
Gysi apud Monti A. Tratado de Ortodoncia. 2 ed. El Ateneo, Buenos Aires; 1953.
Hawley CA. The principles and art of retention. Int J Orthod. 1925;11:315-26.
Herbst apud Monti A. Tratado de Ortodoncia. 2 ed. El Ateneo, Buenos Aires; 1953.
Interlandi S. O cefalograma padrão do curso de pós-graduação de Ortodontia da Faculdade de Odontologia da USP. Rev Fac Odont São Paulo. 1968;6(1):63-74.
Interlandi S. Linha´´I´´ na análise morfodiferencial para o diagnóstico ortodôntico. Ortodontia. 1971;4(3):161-85.
Interlandi S. Análises cefalométricas. In:- Ortodontia bases para iniciação. São Paulo. Artes Médicas; 1977.
Izard G. Orthodontie. In: La pratique stomatologique. Paris; 1950.
Lundstrom A. On the correlation between the thooth-size and the irregularities of the teeth (crowding spacing). Arch Orthod. 1952;1:29-33.
Lundstrom A. Intermaxillary tooth width ratio and tooth alignment and occlusion. Acta Odont Scand. 1954;12:265-92.
Ketchum apud Vanarsdall RL, White RP. Arch form and emerging treatment options. Int J Adult Orthod Orthog Surg. 2001;16(1):5.
Madsen R. Relating the incisor to points A and B in cephalometric, model and clinical analysis. J Clin Orthod. 2001;35(5):315-20.
Margolis HI. The axial inclination of the mandibular incisors. Am J Orthod Oral Surg. 1943;29(10):571-94.
Marinho Filho AV. Estudo cefalométrico das referências incisais de Tweed, Downs/Ricketts, Interlandi, Vigorito e Andrade, em três faixas etárias, em portadores de ‘oclusão normal’. [Tese de Livre-docência]. Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP; 1985.
Referências 82 Martins DR. Estudo comparativo dos valores cefalométricos das análises de Downs e Tweed, com os adolescentes brasileiros, leucodermas, de origem mediterrânea. Ortodontia. 1981;14(2):101-116.
Merrifield LL. Differencial diagnosis with total space analysis. J Charles H Tweed Int Found. Tucson. 1978;6:10-5.
Monti A. Tratado de Ortodoncia. 2 ed. El Ateneo, Buenos Aires; 1953.
Moyers RE. Development of the dentition and the occlusion, In:- Handbook of Orthodontics. 3 ed. Chicago, Year Book Medical Publ. 1973.
Nance HN. The limitations of orthodontic treatment. I. Mixed dentition diagnosis and treatment. Am J Orthod Oral Surg. 1947;33(4):177-223.
Northwestern apud Krogman WM. E Sassouni V. Syllabus in roentgenographic cephalometry. Library of Congress, Filadelfia; 1957.
Nouer Jr PRA. Uma nova proposta de mensuração de referência incisal através do ângulo goníaco em telerradiografia lateral. [Tese de Doutorado]. Faculdade de Odontologia: Universidade Federal do Rio de Janeiro; 1995.
Nouer Jr PRA. Uma nova proposta de mensuração de referência incisal através do ângulo goníaco em telerradiografia lateral. Rev Paul Odontol. 1996;18(5):14-22.
Oliveira DA., Cotrim-Ferreira FA, Valle-Corotti KM, Vellini-Ferreira F, Scavone Júnior H, Nahás ACR et al. Avaliação das formas dos arcos dentários em jovens brasileiros portadores de más oclusões. Rev Odontol UNICID 2004 set-dez;16(3):223-8.
Patrick IB. A roetgenographic cephalometric of a group of young adult Australian males. Aust Orthod J. 1979;6(1):5-10
Platou C, Zachrisson BV. Incisor position in scandinavian children with ideal occlusion; a comparison with the Ricketts and Steiner standards. Am J Orthod. 1983;83(4):341-52.
Pont apud Cato CH, Ursi JWS, Araújo AM, Nicoló R. Avaliação do tamanho dentário e das dimensões dos arcos, de acordo com o índice de Pont, em más-oclusões de classe I e II, de Angle. J Bras Ortodon Ortop Facial. 2001;(6)32:156-66
Rees DJ. A method for assessing the proportional relation of apical and contact diameters of the teeth. Am J Orthod. 1953;39:695-707.
Ricketts RM. A foundation for cephalometric communication. Am J Orthod. 1960;46(5):330-57.
Ricketts RM., et al. Orthodontic diagnosis and planning. Rocky Mountain. V.1; 1984.
Riger MJ. Use of an incisor diagnostic triangle for evaluating incisor positionsRelative to the APO line. Am J Orthod. 1979;76(3):324-38.
Referências 83 Rossi NJ. Integração entre a Ortopedia Funcional, a Ortodontia Interceptativa e a Ortodontia Corretiva: diagnóstico, planejamento e tratamento. São Paulo: Am Méd; 1994.
Sato K. Estudo cefalométrico radiográfico de padrões crânio-faciais em norma lateral e frontal em adolescentes brasileiros leucodermas, com oclusão dentária normal. [Dissertação de Mestrado]. Faculdade de Odontologia: Universidade de São Paulo; 1982.
Schwarz AM apud Bezkin, E. Cefalometria Clínica. Buenos Aires; 1966.
Steiner CC. Cephalometrics for you and me. Am J Orthod. 1953;39(10):729-55.
Teles CS. Uma análise cefalométrica do perfil crânio-facial no diagnóstico ortodôntico. Acad Brás de Odont. Resumo: Rio de Janeiro; p.134-71, 1989.
Teramoto L. Estudo do diagrama de Andrade como auxiliar no diagnóstico e planejamento ortodôntico. [Tese de Doutorado]. Faculdade de Odontologia de Piracicaba: Universidade de Campinas; 1998.
Tweed CH. Indications for the extraction of teeth in orthodontic procedure. Am J Orthod Oral Surg. 1944;30(8):405-28.
Tweed CH. Why I extract teeth in certain types malocclusion. Alpha Omegan. 1952;46(1):93-104.
Tweed CH. Evolutionary trends in orthodontics, past, present and future. Am J Orthod. 1953;39(2):81-108.
Tweed CH. Clinical Orthodontics. St. Louis, Mosby; 1969.
Tweed CH. Was the development of the diagnosis facial triangle as an accurate analysis based on fact or fancy? Am J Orthod. 1962;48(11):823-40.
Valderrama apud Monti A. Tratado de Ortodoncia. 2 ed. El Ateneo, Buenos Aires; 1953.
Vanarsdall RL, White RP. Arch form and emerging treatment options. Int J Adult Orthod Orthog Surg. 2001;16(1):5.
Vigorito JW. Proposição de uma análise cefalométrica para o diagnóstico e plano de tratamento ortodôntico. Ortodontia. 1974;7(2):141-52.
Vigorito JW. Diagrama cefalométrico idealizado para orientar o diagnóstico e plano de tratamento ortodônticos. Ortodontia. 1975;8(1):47-57.
Vigorito JW. Estudo comparativo entre as discrepâncias cefalométricas das análises de Tweed, Steiner, Interlandi e Vigorito. [Tese de Livre-docência]. Faculdade de Odontologia de São Paulo; 1978.
Weiss apud Monti A. Tratado de Ortodoncia. 2 ed. El Ateneo, Buenos Aires; 1953.
ANEXOS
Anexo 85 ANEXO A -–Parecer da Comissão de Ética
Anexo 86 ANEXO B - Dados colhidos da amostra sem extração quanto à idade, sexo,
ângulo ANB, somatório mesio-distal de incisivos e caninos inferiores, distância do incisivo inferior até o ponto J e a altura h.
Pacientes Idade Sexo ANB (graus)
Somatório 123 (mm) 1-J (mm) Altura h
(mm)
1 12a M 4 37,35 0 89,19
2 16a F 4 35,17 0 98
3 14a 1m F 4 36,31 0 100,69
4 11a 6m F 3,5 36,07 -1,83 100,12
5 8a 11m F 2 35,87 -1,04 93,57
6 10a 9m M 4 36,33 0 103,96
7 12a 3m F 4 36,78 -3,39 98,95
8 12a 4m F 3,5 37,89 -1,91 99,72
9 12a 2m M 1 34,9 2,16 100,32
10 15a 3m F 3 34,47 0 101,08
11 12a 8m F 2 36,33 0 95,2
12 11a 8m F 4 36,08 1,1 97,67
13 24a F 1 35,71 -0,65 104,11
14 11a 10m M 0 38,16 0 95,94
15 14a M 3 37,62 -3,53 107,66
16 12a 11m M 2 39,25 0 101,48
17 17a 10m M 2 38,81 -3,15 99,95
18 12a 9m M 1 41,21 -1,72 100,09
19 13a 10m M 2 39,2 -3,39 97,88
20 11a 6m M 3 38,11 -2,26 105,25
Anexo 87 ANEXO C - Dados colhidos da amostra com extração quanto à idade, sexo,
ângulo ANB, somatório mesio-distal de incisivos e caninos inferiores, distância do incisivo inferior até o ponto J e a altura h.
Pacientes Idade Sexo ANB (graus)
Somatório 123 (mm) 1-J (mm) Altura h
(mm)
1 14a 3m F 0 39,35 0 96,35
2 13a 9m F 2 34,88 -1,11 98,08
3 10a 11m F 4 38,14 -1,68 97,73
4 14a 3m F 2,5 38,03 -2,5 102,39
5 16a 10m M 3 41,76 -2,6 111,55
6 12a 8m F 1 40,1 -1,35 100,31
7 12a 4m F 2,5 38,71 -2,37 90
8 12a 3m M 2 39,35 -2,13 94,7
9 17a 10m F 1 39,95 -3,03 93,61
10 10a 10m F 2,5 39,81 -4,46 98
11 13a 1m M 2 39,15 0 100,1
12 14a 10m F 3 40,25 -2,29 106,52
13 11a 5m F 3,5 39,23 -3,37 102,68
14 15a 1m F 4 38,97 -5,76 105,92
15 10a 10m F 1 40,39 -4,72 96,25
16 11a 2m F 3,5 36,95 -2 98,48
17 10a 11m F 4 43,05 -4,5 99,31
18 11a 10m F 2 39,74 -4,79 106,82
19 11a F 4 39,96 -3,87 100,48
20 15a 3m F 1 38,41 1,72 106,36
Anexo 88 ANEXO D - Valores iniciais e finais, para os casos sem extração de
pré-molares, nas distâncias intercaninos (3-3) e intermolares (6-6) medidos em milímetros
Distância 3-3 (mm) Distância 6-6 (mm) Pacientes
inicial final inicial final
1 23,1 27,01 40,37 39,9
2 24,85 25,56 43,44 43,29
3 25,29 27,37 43,21 42,14
4 25,31 26,84 42,58 42,94
5 25,47 26,15 43,33 45,04
6 25,49 27 42,9 46,55
7 25,61 27,79 41,88 41,66
8 25,87 28,5 43,54 44,39
9 25,97 25,7 41,96 45,01
10 26,02 25,97 43,15 45,47
11 26,03 27,32 47,34 47,8
12 26,26 26,37 44,8 43,8
13 26,49 25,45 39,24 40,89
14 26,78 26,42 46,83 44,03
15 27,02 28,08 44,81 46,1
16 27,64 27,33 45,33 44,65
17 28,39 28,86 46,88 48,23
18 28,65 28,13 47,79 48,87
19 29,21 28,05 47,61 45,45
20 30,17 27,89 49,22 49
Anexo 89 ANEXO E - Valores iniciais e finais, para os casos com extração de
pré-molares, nas distâncias intercaninos (3-3) e intermolares (6-6) medidos em milímetros.
Distância 3-3 (mm) Distância 6-6 (mm) Pacientes
inicial final inicial final
1 22,52 29,44 40,42 40,76
2 23 23,9 43,64 39,19
3 24,51 27,37 43,97 39,44
4 24,87 27,51 42,21 40,7
5 24,88 27,19 35,14 38,5
6 25,04 27,2 43,39 40,48
7 25,84 26,66 43,82 40,57
8 26,19 28,64 44,4 40,11
9 26,4 26,16 43,82 42,2
10 26,65 26,02 42,15 42,51
11 26,9 26,06 46,49 41,62
12 27 27,25 41,21 38,75
13 27,36 28,68 46,21 42,4
14 27,65 26,28 42,92 40,6
15 28,17 28,64 46,26 41,17
16 28,52 27,32 46,44 43,19
17 28,6 28,24 45,92 41,88
18 28,85 27,87 42,89 41,92
19 29,03 28,62 40,26 40,92
20 29,59 26,48 41,23 40,32
Anexo 90 ANEXO F - Valores iniciais e finais, para os casos sem extração de
pré-molares, nas diferenças entre o diagrama e os modelos, nas distâncias intercaninos (3-3) e intermolares (6-6) medidos em milímetros.
Diferenças entre o diagrama e os modelos
Distância 3-3 (mm) Distância 6-6 (mm) Pacientes
inicial final inicial final
1 3,61 0 4,05 4,53
2 0,48 0 0 0,47
3 1,72 -0,67 2,42 2,98
4 1,36 0 1,81 1,58
5 0,51 -0,3 0,75 0
6 1,78 0 3,87 0
7 2,11 0 3,43 3,72
8 2,42 -0,28 2,5 1,88
9 0 0,4 1,49 -1,36
10 -0,5 -0,3 0,55 -1,79
11 0 0 -2,68 -3,05
12 0 0 0 0,87
13 0 1,04 5,5 3,83
14 0,76 1,2 0 2,75
15 0 -1 1,89 0,72
16 0,39 0,62 2,12 3,13
17 0 -0,51 0 -1,42
18 1,17 1,76 1,05 0
19 0 1,13 0 2,06
20 -0,98 0,96 0 0
Anexo 91 ANEXO G - Valores iniciais e finais, para os casos com extração de
pré-molares, nas diferenças entre o diagrama e os modelos, nas distâncias intercaninos (3-3) e intermolares (6-6) medidos em milímetros.
Diferenças entre o diagrama e os modelos
Distância 3-3 (mm) Distância 6-6 (mm) Pacientes
inicial final inicial final
1 5,72 -1,07 1,68 1,61
2 1,15 0,53 -2,66 1,27
3 4,72 1,63 0 2,55
4 4,33 1,45 3,31 2,32
5 6,07 3,69 10,17 7,82
6 3,9 1,72 2,4 2,16
7 2,9 2,1 2,13 2,37
8 2,57 0 1,46 2,66
9 0,48 0,7 1,1 -0,69
10 2,92 3,78 4,66 1,82
11 1,85 2,6 -1,56 1,07
12 3,27 2,95 6,6 6,05
13 1,88 0,61 1,37 1,18
14 0,48 1,83 5,35 3,14
15 0,5 0 1,59 1,31
16 -1,06 0 -1,24 -1,65
17 1,31 1,74 4,18 3,19
18 0 0,98 6,28 2,14
19 0,82 1,12 7,26 3,05
20 0 2,81 5,65 2,18
Anexo 92 ANEXO H - Valores iniciais e finais, para os casos sem extração de
pré-molares, nas distâncias entre as mesiais dos primeiros molares e as distais dos segundos pré-molares no diagrama, para os lados direito e esquerdo, medidos em milímetros.
Diferenças entre os modelos e o diagrama
Lado direito (mm) Lado esquerdo (mm) Pacientes
inicial final inicial final
1 -1 0,86 -1,41 0,63
2 0 0 0 0
3 1,26 0 0 0
4 -0,75 0 0 0
5 0 0 0 0
6 0 0 0 0
7 0 0 0 0
8 0 0 0 0
9 -0,8 0 -1,7 0
10 0 0 0 0
11 0 0 -1,27 0
12 0 0 0 0
13 0 0 0 0
14 -2,17 0 -1,39 0
15 0 0 0 0
16 0 0 0 0
17 0 0 0 0
18 0 0 0 0
19 1,49 0 0,41 0
20 1,49 0 1,77 0
Anexo 93 ANEXO I - Valores iniciais e finais, para os casos com extração de
pré-molares, nas distâncias entre as mesiais dos primeiros molares e as distais dos segundos pré-molares no diagrama, para os lados direito e esquerdo, medidos em milímetros.
Diferenças entre os modelos e o diagrama
Lado direito (mm) Lado esquerdo (mm) Pacientes
inicial final inicial final
1 -3,57 -6,9 -4,07 -4,82
2 -1,56 -5,65 -0,76 -4,72
3 -2,83 -5,8 -2,8 -6,56
4 -1,72 -7,52 -1,5 -5,8
5 -4,03 -4,76 -3,17 -3,76
6 -1,77 -6,74 -2,56 -6,36
7 -2,01 -5,15 0 -4,75
8 -1,54 -6,64 -3,4 -6,91
9 -1,7 -6,6 -1,24 -7,45
10 0 -4,6 -1,31 -4,18
11 -2,54 -6,92 -4,63 -6,41
12 -1,08 -6,06 -1,18 -6,24
13 0 -6,5 0 -5,75
14 0,85 -5,51 1,87 -6,96
15 -1,01 -5,64 0 -7,5
16 -1,79 -7,19 -2,29 -7,49
17 0 -7,94 0 -7,67
18 1,76 -5,22 1,48 -5,76
19 0 -8,42 -1,08 -6,7
20 -7 -5,56 -5,27 -6,51
Anexo 94 ANEXO J - Valores para o ângulo ANB e a altura h para os casos sem e com
extração de pré-molares, na 1ª medição e na 2ª medição, para o cálculo do erro.
ANB (graus) Altura h (mm) Pacientes
1ª medição 2ª medição 1ª medição 2ª medição
1 2 1 93,57 94,08
2 1 2 104,11 104,33
3 3 4 101,08 101,37
4 2 2 95,2 95,16
Sem exo
5 4 3 97,67 98,43
6 1 2 100,31 99,92
7 2 3 94,7 95,88
8 4 4 100,48 100,04
9 3,5 3 98,48 98,47
Com exo
10 4 4 99,31 99,61
Anexo 95 ANEXO K - Valores para as distâncias intercaninos (3-3) e intermolares (6-6),
nos modelos iniciais, para os casos sem e com extração de pré-molares, onde a 1ª medição foi realizada em fotocópia do modelo, a 2ª medição realizada um mês após a inicial e a 3ª medição realizada diretamente no modelo, medidos em milímetros.
Dist. 3-3 mod inicial (mm) Dist. 6-6 mod inicial (mm)
Pacientes 1ª medição
2ª medição
3ª medição
1ª medição
2ª medição
3ª medição
1 25,47 25,62 25,68 43,33 43,3 43,06
2 26,49 26,55 26,38 39,24 39,28 39,21
3 26,02 26,23 26,13 43,15 42,96 42,3
4 26,03 25,9 26,11 47,34 47,29 47,34
Sem exo
5 26,26 26,12 26,1 44,8 44,81 44,87
6 25,04 25,04 25,1 43,39 43,86 43,81
7 26,19 25,78 26,01 44,4 44,05 44,66
8 29,03 29,14 29,16 40,26 40,3 40,3
9 28,52 28,41 28,49 46,44 46,51 46,82
Com exo
10 28,6 28,65 28,79 45,92 46,09 46,28
Anexo 96 ANEXO L - Valores para as distâncias intercaninos (3-3) e intermolares (6-6),
nos modelos finais, para os casos sem e com extração de pré-molares, onde a 1ª medição foi realizada em fotocópia do modelo, a 2ª medição realizada um mês após a inicial e a 3ª medição realizada diretamente no modelo, medidos em milímetros.
Dist. 3-3 mod final (mm) Dist. 6-6 mod final (mm)
Pacientes 1ª medição
2ª medição
3ª medição
1ª medição
2ª medição
3ª medição
1 26,15 26,3 25,94 43,94 43,97 44,15
2 25,45 25,52 25,07 40,89 40,83 40,75
3 25,97 25,77 25,54 45,47 45,49 45,14
4 27,32 27,34 27,77 47,8 47,67 47,01
Sem exo
5 26,37 26,49 26,4 43,8 43,69 43,52
6 27,2 27,28 27,22 40,48 40,52 40,62
7 28,64 28,68 28,43 40,11 40,13 40,01
8 28,62 28,78 29,01 40,92 41,52 41,78
9 27,32 27,45 27,66 43,19 43,15 42,86
Com exo
10 28,24 28,39 28,4 41,88 41,93 41,72
Anexo 97 ANEXO M - Valores para a distância do incisivo inferior até o ponto J (1-J), para
os casos sem e com extração de pré-molares, onde a 1ª medição foi realizada no traçado cefalométrico, a 2ª medição realizada um mês após a inicial e a 3ª medição realizada no diagrama, medidos em milímetros.
Distância1-J (mm) Pacientes
1ª medição 2ª medição 3ª medição
1 -1,04 -0,94 -0,76
2 -0,65 -0,65 -0,57
3 0 0 0
4 0 0 0
Sem exo
5 1,1 1,02 0
6 -1,35 -1,05 -1,09
7 -2,13 -2,06 -2,03
8 -3,87 -3,68 -3,76
9 -2 -2,19 -2,15
Com exo
10 -4,5 -4,53 -4,85