A Influência Dos Terceiros Molares No Tratamento Ortodôntico - Provas - Klebermarques

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    A influncia dos terceiros molares no tratamentoortodntico

    A INFLUNCIA DOS TERCEIROS MOLARES NO TRATAMENTO

    ORTODNTICO

    Muria-MG

    2006

    RESUMO

    O autor pesquisa os vrios aspectos controversos, de interesse ortodntico,

    relacionados ao terceiros molares. Entre estes aspectos encontram-se a

    questo destes dentes exercerem ou no influncia em apinhamentos na

    regio anterior da arcada dentria; a verificao do espao destinado

    erupo dos terceiros molares atravs de anlises radiogrficas para predizer

    a probabilidade de impactao destes dentes e assim finalmente avaliar as

    vantagens ou desvantagens daindicao da extrao precoce dos terceiros

    molares.

    Constata-se que os terceiros molares no exercem uma influncia significativa

    na ocorrncia de apinhamentos na regio anterior da arcada dentria e que

    existem outros fatores mais importantes relacionados a este fato. Em relao

    s extraes precoces de terceiros molares, a manuteno destes dentes na

    arcada parece ser uma medida mais prudente e propicia vantagens

    considerveis.

    SUMMAMRY

    STUDY OF THE INFLUENCE OF THE THIRD MOLARS IN THE

    ORTHODONTICS DIAGNOSIS AND TREATMENT

    The author researches the several controversial aspects, of ortodntic interest,

    related to the third molars. Among these aspects they meet the subject of these

    teeth they exercise or non influence in anterior dental crowding, the verification

    of the space destined to the eruption of the third molars through radiographic

    analyses to predict the impactation probability of these teeth and like this finally

    to evaluate the advantages or disadvantages of the indication of the precocious

    extraction of the third molars.

    It is verified that the third molars

    don't exercise a significant influence in the anterior dental crowding occurrence

    and that other more important causes related to this fact exist. In relation to the

    precocious extractions of third molars, the maintenance of these teeth in the

    arcade seems to be a measured more careful and it propitiates considerable

    advantages.

    1 INTRODUO

    H muito tempo os terceiros molares tm sido objeto de controvrsias no que

    26 Pginas dezembro de 2013

    12 Pginas abril de 2014

    10 Pginas abril de 2013

    12 Pginas setembro de 2013

    151 Pginas dezembro de 2012

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    ocluso de um indivduo e, conseqentemente, em suas implicaes para o

    sucesso do tratamento ortodntico.

    Na formao da dentio permanente os terceiros molares se desenvolvem

    numa posio equivalente quela ocupada anteriormente pelos primeiros

    molares e, em seguida, pelos segundos molares. Geralmente, aos doze anos

    de idade, os segundos molares permanentes irrompem por distal dos

    primeiros molares permanentes, utilizando-os como guias para alcanarem

    uma posio correta e entrar em funo; processo tambm relacionado

    erupo do terceiro molar, pois tambm no h correspondente decduo quesirva de guia para sua erupo (MOYERS32, 1991; FERREIRA21, 1996).

    Mas, o fato que, comparando-se o desenvolvimento dentro do grupo

    dentrio, morfolgica e funcionalmente semelhante, h caractersticas

    singulares que acompanham os terceiros molares, tais como: poca

    relativamente variada de erupo, porcentagem de erupo ectpica,

    reteno, impactao e associao com algumas patologias. Dentre as

    patologias mais comumente associadas, esto: pericoronarites, cistos, cries,

    reabsores patolgicas do segundo molar e anomalias como

    agenesias, alteraes de tamanho e forma dentria (DACHI; HOWELL15,

    1961; LASKIN27, 1971; LANGLADE26, 1995).

    Alm disso, a fase de desenvolvimento dentrio est ligada poca de surto

    de crescimento puberal, o que significa um perodo importantssimo de

    mudanas para o estabelecimento das caractersticas morfolgicas e

    funcionais do indivduo e fundamentais para um correto diagnstico do

    tratamento ortodntico (FERREIRA21, 1996).

    Entre as implicaes relacionadas ao tratamento ortodntico esto a influncia

    dos terceiros molares no alinhamento da dentio na regio anterior, pr ou

    ps-tratamento ortodntico; critrios para extrao de terceiros molares;

    previso do espao disponvel para erupo dos terceiros molares e

    aproveitamento do terceiro molar aps perda ou extrao de primeiro ou

    segundo molar.

    Como exemplo do relacionamento destes dentes com a mecnica ortodntica,

    os terceiros molares superiores, mal posicionados e em contato ntimo com a

    regio de tuberosidade maxilar, so constantemente um empecilho, sempre

    que se deseja a distalizao do segundo molar (ARVYSTAS2, 1985;

    KUHLBERG25, 1997).

    Assim, alguns profissionais indicam como medida preventiva e profiltica, a

    remoo precoce dos terceiros molares, a fim de evitar futuras complicaes.

    A finalidade deste estudo analisar a influncia dos terceiros molares nas

    alteraes dentofaciais ligadas fase de seu desenvolvimento e contribuir

    para o estabelecimento de um correto diagnstico, quando o sucesso do

    tratamento ortodntico for influenciado por uma indicao precisa da extrao

    ou no dos terceiros molares.

    2 REVISO DE LITERATURA

    DEWEY17, em 1917,

    relatou que, em alguns casos, o terceiro molar em erupo, pode sofrer a

    interferncia do segundo molar e ficar impactado, ocorrendo ento condies

    patolgicas locais. Em outros, ir promover um deslocamento dos dentes para

    anterior, resultando em apinhamento na regio anterior, uma vez que os

    incisivos esto mantidos em posio no arco pelos contatos proximais.

    Em 1937, segundo GRAY54, os terceiros molares podem causar um efeito

    prejudicial em casos da malocluses tratados ou no. Em casos sem

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    ra amen o, uma par e a rreguar a e ex s en e po e ser ev o a es es

    dentes. Os apinhamentos na regio de incisivos e premolares podem ser

    causados, pelo menos em parte, por terceiros molares. O autor sustenta que a

    remoo prvia de terceiros molares, mesmo no impactados, um

    procedimento sbio, pois considera que qualquer influncia que tende a

    dificultar o tratamento realizado pelo ortodontista deve ser eliminada.

    GRIEVE54, em 1937, concluiu que os terceiros molares em erupo so

    freqentemente responsveis pelos distrbios na ocluso, e que muitos

    ortodontistas no percebem que esta influncia freqentemente exercida

    tambm pelos segundos e primeiros molares. Em outras palavras, amalocluso geralmente o resultado do deslocamento mesial dos dentes.

    Quanto impactao do terceiro molar, o autor comenta que ela ocorre por um

    crescimento insuficiente da maxila e mandbula para acomodar todos os

    dentes e que a presena de apinhamento dos dentes anteriores aos molares

    acontece devido a um deslocamento mesial de todos os dentes como

    conseqncia das tentativas dos terceiros molares de encontrarem um espao

    nas arcadas

    dentrias. O autor comenta que em civilizaes isoladas na Sua e os

    esquims, onde h uma dieta alimentar que requer uma mastigao maisvigorosa, a presena de malocluso muito pequena ou inexistente. Parece

    ser evidente que a falta de crescimento na maxila e na mandbula nas grandes

    populaes devido mudana de hbito alimentar e ausncia de funo

    necessria para provocar o crescimento normal.

    Em 1937, HUMPHREY54, acreditando que a presena de terceiros molares

    impactados tenha uma influncia negativa em casos tratados ou no

    ortodonticamente, concluiu que quando existe volume dentrio incompatvel

    com a estrutura ssea que deveria acomod-lo, indica-se extrao dos

    terceiros molares.Para KELSEY54 (1937), a populao moderna, em decorrncia da utilizao

    de uma alimentao mais bem preparada, no apresenta uma mastigao

    intensa, o que predispe a um desenvolvimento da maxila e da mandbula

    muito aqum do normal, numa grande porcentagem de indivduo. Alguns

    destes casos podero apresentar uma malocluso nos estgios iniciais do

    desenvolvimento da dentio, enquanto outros podero apresentar um bom

    alinhamento e um bom relacionamento entre os arcos at a erupo de todos

    os dentes, s ocorrendo o distrbio da ocluso na poca de erupo dos

    terceiros molares, pois estes, na tentativa de obter espao no arco para sua

    erupo, podem provocar o apinhamento dos dentes anteriores. Em muitos

    casos, os terceiros molares em fase de erupo irrompem parcialmente na

    cavidade bucal, sendo revestidos por tecidos que formaro uma bolsa, na qual

    as secrees da boca penetram e formam um meio de cultura ideal para

    bactrias,

    provocando um quadro de infeco e inflamao, inchao e dor.

    Atravs da observao de seus casos clnicos, LOURIE54, em 1937, afirmou

    que o terceiro molar em erupo tem sido a causa de grande nmero de

    malocluses ocorridas em arcos dentrios que at aquele momento

    apresentavam-se normais. Os terceiros molares parecem contribuir com a

    mesializao dos dentes anteriores, facilitando o aparecimento de

    apinhamentos nessa regio. Por outro lado, segundo o autor, em alguns casos,

    os terceiros molares so injustamente culpados por estas condies e

    tambm por recidivas aps o tratamento ortodntico.

    Para McCOY54, (1937), a formao e erupo dos terceiros molares,

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    principalmente os inferiores, freqentemente altera ou prejudica o alinhamento

    dos dentes. Porm, para o autor, os terceiros molares tambm podem exercer

    uma funo til em certos casos, especialmente nos quais h uma deficincia

    no crescimento vertical. Portanto, o autor no recomenda a extrao de

    terceiros molares numa idade precoce, at dezesseis ou dezoito anos. Nesta

    poca, se for realmente necessria a remoo de terceiros molares, eles

    podem ser removidos com maior facilidade do que quando a cirurgia feita

    com os dentes parcialmente formados.

    Ao pesquisar jovens entre as idades de quatorze a vinte anos, NOYES54

    (1937), verificou que o apinhamento agravou, apesar da remoo dos

    terceiros molares. Assim, com relao sua influncia em casos tratados,

    especialmente na recidiva do apinhamento na regio antero-posterior, o autor

    acredita que devem existir outros fatores que expliquem o fato mais

    satisfatoriamente.

    Para ROGERS54 (1937), em alguns casos, o mau

    alinhamento dos quatro incisivos inferiores seria atribudo, pelo menos em

    parte, aos terceiros molares impactados, com presso de erupo por mesial.

    Porm, salienta que devemos considerar o indivduo e sua estrutura geral, pois

    alguns tero incisivos apinhados, apesar de todos os recursos que pudermos

    aplicar. So indivduos jovens que mostram um volume sseo insuficiente;

    crianas com calcificao deficiente devido a problemas nutricionais e

    indivduos com cspides muito agudas, agravado principalmente se o

    desenvolvimento sseo for insuficiente.

    SELMER-OLSEN45 (1937), estudou a influncia de terceiros molares nos

    apinhamentos anteriores observando hemiarcos com a presena dos terceiros

    molares e hemiarcos com ausncia destes dentes. O autor constatou que a

    ausncia dos terceiros molares unilateralmente pode provocar uma diferena

    na posio dos dentes entre os lados direito e esquerdo,anteroposteriormente, sendo notado maior grau de apinhamento no lado onde

    havia presena de terceiro molar e at, em alguns casos, ocorrendo desvio de

    linha mediana.

    SIPPY54, em 1937, reconhece que, dos doze aos quatorze anos, estando o

    paciente com todos os dentes irrompidos e em ocluso normal e tendo se

    submetido ou no ao tratamento ortodntico, pode ocorrer um desequilbrio da

    ocluso por influncia dos terceiros molares, em funo da inclinao que

    apresenta quando em desenvolvimento. Mas o desequilbrio ou recidiva so,

    na verdade, conseqncias de uma ocluso no estvel, existindo ento umaresistncia insuficiente para combater a fora do terceiro molar. O autor

    acrescenta ainda que o movimento de erupo do terceiro molar inicia-se

    logo aps o trmino do tratamento ortodntico, da a importncia de uma

    conteno adequada e de durao suficiente para a estabilidade ps-

    tratamento.

    SPENCER54, em 1937, mencionou que apenas uma pequena porcentagem

    dos arcos pode acomodar o nmero normal de dentes em bom alinhamento, e

    que, mesmo nestes, existe freqentemente, a irritao dos tecidos moles ao

    redor dos terceiros molares. A falta de crescimento suficiente do arco pode ser

    considerada como a causa que contribui para a impactao e,

    conseqentemente, causar o apinhamento os dentes anteriores. Mesmo com

    a evidncia de perodos de crescimento da maxila e mandbula durante a

    erupo dos dentes, parece que ocorre com menos freqncia ou menor

    extenso para a erupo desejada dos terceiros molares. o autor acredita que

    algumas pessoas tm ou sempre tero espao para os terceiros molares e

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    no indica uma remoo precoce do dente at que se promova uma ampla e

    cuidadosa observao dos sintomas locais. Alm disso, a extrao dos

    terceiros molares tambm depende da forma, tamanho e localizao destes

    dentes.

    A influncia dos terceiros molares sobre os dentes anteriores a eles,

    provocando apinhamento e/ou protuso, segundo WALDRON54 (1937), pode

    ocorrer tanto na maxila quanto na mandbula. Para o autor, a extrao de

    terceiros molares favorvel para tratamentos de malocluses com

    apinhamentos dentrios. O autor no recomenda a remoo de segundos

    molares, a menos que seja absolutamente impossvel remover os terceiros

    molares sem danos para os dentes vizinhos.

    WILLET54, em 1937, afirmou, baseado em sua experincia clnica, que os

    terceiros molares so responsveis

    em grande parte pela recidiva dos casos tratados ortodondicamente.

    Observando esta situao, atravs da remoo dos terceiros molares e com o

    retratamento em pacientes que apresentaram recidivas, o autor relata que

    houve maior estabilidade da ocluso.

    Em seu trabalho, BROADBENT11 (1943), revela que na poca em que as

    coroas dos terceiros molares esto formadas, a falta de um crescimento

    esqueltico adequado impede sua erupo. Este crescimento insuficiente

    (para a acomodao dos terceiros molares) semelhante ao que ocorre na

    regio anterior e que impede os incisivos, principalmente, os inferiores, de

    manterem sua posio normal na linha de ocluso. Dessa forma, a presena

    do terceiro molar impactado ou em fase de erupo, no seria a causa do

    apinhamento anterior, mas sim, ambos seria conseqncia de uma falta de

    crescimento do esqueleto facial. Ao prosseguir sua pesquisa, o autor estudou

    radiografias cefalomtricas seriadas de 1000 pacientes, dirigindo sua ateno

    para a poro posterior da maxila e da mandbula para verificar as

    modificaes na posio relativa dos molares. Observou que, por volta dos

    nove anos de idade, verifica-se o aparecimento das criptas, nas quais, os

    terceiros molares superiores e inferiores iro se calcificar. A localizao de

    origem dos terceiros molares em relao mandbula idntica quela dos

    primeiros e segundos molares. Observando as radiografias de cada paciente,

    o autor verificou que, se o crescimento facial for normal nessa idade, haver

    espao suficiente na maxila e na mandbula para todos os dentes ocuparem

    sua posio normal. Por outro lado, um desenvolvimento esqueltico

    insuficiente ter como conseqncia a impactao do terceiro molar e oapinhamento na regio antero-posterior.

    BROWN; DAUGAARF-JENSEN12, em 1951, realizaram um estudo em

    pacientes com idade entre dez e vinte anos, concluindo que existe uma

    tendncia para o fechamento dos espaos e um maior apinhamento, com o

    aumento da idade, nos pacientes no submetidos ao tratamento ortodntico.

    Segundo as observaes de DOWNS19, em 1952, o apinhamento ocorre

    freqentemente, com o crescimento normal, e est relacionado com

    velocidades diferentes de crescimento, e talvez anormais, das bases apicais.

    Em estudo realizado por BJRK et al7 (1956), o autor afirma que, quando adireo do crescimento mandibular horizontal, a mandbula "empurrada"

    contra a musculatura facial, os incisivos so verticalizados, e a reduo normal

    do comprimento do arco ocorre sem a migrao do molar. O mento

    desenvolve-se no por aposio ssea, mas pelo movimento dos incisivos

    para lingual. A reduo contnua do comprimento do arco e o apinhamento

    anterior, observado depois dos quinze anos, esto provavelmente mais

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    , p q , p

    relacionados com este "desenvolvimento do mento" no adolescente que a

    erupo dos terceiros molares. Quanto aos fatores que podem influenciar o

    espao avaliado para o terceiro molar, o autor estudou a relao entre a

    avaliao do espao para o terceiro molar e sua impactao. Em casos de

    impactao o espao distal alveolar at o segundo molar est reduzida em

    90% dos casos. O pesquisador identificou trs fatores esquelticos que,

    separadamente, influenciam a impactao do terceiro molar: 1) comprimento

    mandibular reduzido; 2) direo de crescimento

    vertical do cndilo; e 3) erupo da dentio inferior em direo distal

    influenciada pela prognatismo da mandbula.

    A explicao de MOORE31 (1960), sobre o apinhamento dos incisivos

    anteriores em jovens, por volta de dezoito anos, baseia-se no crescimento

    diferencial dos centros de crescimento facial. O autor diz que, se o

    crescimento do cndilo mandibular continua aps o trmino do crescimento

    geral do indivduo, podem ocorrer mudanas na posio relativa antero-

    posterior da maxila e da mandbula. O movimento relativo da mandbula para a

    frente carregar com ele os dentes inferiores, os quais esto ocluindo com os

    superiores, que no esto sendo levados para a frente pelo crescimento. Os

    dentes superiores poderiam, presumivelmente, reter os dentes anteriores e

    inferiores, atravs da tenso muscular, medida que eles estivessem sendo

    colocados para a frente, produzindo o apinhamento dos incisivos.

    BERGSTRM; JENSEN3, em 1961, realizaram um estudo em modelos de

    gesso de sessenta estudantes, dos quais trinta apresentavam aplasia

    unilateral do terceiro molar superior, vinte e sete do inferior, e em trs

    indivduos um terceiro molar estava ausente, tanto na maxila quanto na

    mandbula. Os resultados encontrados sugeriram que existe maior

    apinhamento no quadrante com presena do terceiro molar, em comparao

    com o quadrante com ausncia deste. Observaram tambm um deslocamento

    mesial do segmento lateral inferior nos casos com presena do terceiro molar.

    A presena de um terceiro molar, aparentemente, no afetou a linha mdia.

    Pareceu, porm, exercer alguma influncia no desenvolvimento do arco

    dentrio, mas no numa extenso tal

    que a remoo do germe ou extrao do terceiro molar fosse recomendvel,

    exceto em situaes excepcionais.

    CHIPMAN14, em 1961, estudou o papel dos segundos e terceiros molares na

    terapia ortodntica. Basicamente tratando da substituio dos segundos

    molares pelos terceiros molares, quando e se tal substituio necessria. As

    necessidades envolvem a estabilizao da dentio, condio de

    apinhamento no arco, substituies de dentes perdidos por leses cariosas e

    restauraes extensas e remoo para casos de perdas de ancoragem. As

    indicaes para a substituio de segundos molares por terceiros molares,

    so: 1) terceiros molares de tamanho e forma adequados, com possibilidade

    de bom desenvolvimento da poro radicular; 2) tuberosidades maxilares

    reduzidos, restringindo a possibilidade de interferncia com movimento para

    distal; 3) segundos molares erupcionados vestibularmente; 4) segundos

    molares com cries extensas, problemas de calcificao ou com restauraes

    extensas; 5) terceiros molares em posio e angulao favorvel em relao

    ao segundo molar e tuberosidade; 6) terceiros molares superiores em

    relao favorvel com o segundo molar inferior; 7) perda da ancoragem. Em

    geral, as contra-indicaes sero o oposto dos critrios das indicaes, mas

    alguns devem ser enfatizados: 1) terceiros molares em posio muito alta ou

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    segundos molares; 3) angulao desfavorvel em relao aos segundos

    molares e tuberosidade; 4) envolvimento do terceiro molar com a parede

    posterior do seio maxilar; 5) tamanho e forma inadequados ou com

    possibilidade de

    formao de raiz pequena.

    DACHI; HOWELL15 (1961), realizaram um estudo detalhando sobre dentes

    retidos. Em 3874 radiografias estudadas, encontraram incidncia de, pelo

    menos, um dente retido em 16,7% dos pacientes. Sobre a ocorrncia de

    reteno em diferentes grupos de dentes, a maior freqncia de reteno emordem decrescente foi: terceiro molar superior, terceiro molar inferior, caninos

    superiores e premolares inferiores. Do nmero total de pacientes onde se

    notou a presena de todos os terceiros molares, 29,9% dos terceiros molares

    superiores e 17,5% dos terceiros molares inferiores estavam retidos. Quanto a

    prevalncia da reteno dos dentes em relao aos sexos masculino e

    feminino, os autores no encontraram diferenas significantes, resultado

    tambm semelhante quando feitas as comparaes sobre a porcentagem de

    dentes retidos em relao aos hemiarcos direito e esquerdo. Dos terceiros

    molares superiores, entre os 15% que apresentavam reas radiolcidas foram

    diagnosticados cistos dentgeros em 2,1% dos casos. Nos terceiros molares

    inferiores, dos 37% que apresentavam radiolucidez ao redor da coroa, em

    3,8% foram diagnosticados cistos dentgeros.

    SHANLEY46, em 1962, atravs de um estudo em quarenta e quatro indivduos,

    dividiu-os em trs grupos: o primeiro constitudo dos casos com terceiros

    molares impactados bilateralmente; o segundo, de casos com terceiros

    molares irrompidos bilateralmente; e o terceiro com os molares inferiores

    congenitalmente ausentes. Verificou que no existe diferena significativa

    entre a quantidade de apinhamento nos trs grupos. Os resultados indicam

    que os terceiros molares exercem pequena

    influncia no apinhamento ou protuso dos dentes antero-inferiores.

    Em 1962, VEGO53, observando um grupo de vinte e cinco casos que

    apresentavam ausncia congnita dos terceiros molares inferiores e quarenta

    casos com dentio completa, que compuseram o segundo grupo, obteve o

    modelo de gesso nos quais mediu o permetro do arco em duas fases: aps a

    erupo dos segundos molares, at treze anos e aps os dezessete anos de

    idade, at dezenove anos. Em nenhum dos casos, os pacientes haviam sido

    tratados ortodonticamente. Em todos os casos, o autor encontrou uma

    diminuio do permetro do arco para o segundo modelo. O permetro perdido

    foi, em mdia, 0,8mm maior nos casos com a presena dos terceiros molares

    do que nos casos com ausncia destes dentes. Por este valor estatisticamente

    significante, a presena de terceiros molares foi considerada um fator

    importante na presena de apinhamentos na arcada. Como tambm houve

    diminuio do permetro do arco nos casos em que no havia presena de

    terceiros molares, o autor considera que existem mltiplos fatores envolvendo

    a ocorrncia de apinhamentos.

    Observando 195 recrutas com idades entre dezessete e vinte e cinco anos,

    KEENE24 (1964), concluiu que o apinhamento mais freqente no arco

    inferior que no superior. Nos casos com ausncia congnita dos terceiros

    molares, a freqncia de diastemas em ambos os arcos era maior que a de

    apinhamento, e estas relaes eram mais pronunciadas quando os quatro

    terceiros molares estavam ausentes.

    BIGGERSTAFF4, em 1967, estudou os fatores que originam as foras que

  • 5/24/2018 A Influncia Dos Terceiros Molares No Tratamento Ortodntico - Provas - Klebermarques

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    provocam a m gra o os enes para aner or e ap n amenos. s ev nc as

    encontradas pelo autor sugerem que h causas intrnsecas e extrnsecas. Entre

    os fatores intrnsecos so citadas relaes incompatveis entre o tamanho do

    arco e dos dentes, a posio dos dentes no arco e a diferena de crescimento

    da maxila e mandbula. Entre os fatores extrnsecos dos apinhamentos esto

    os hbitos anormais, mutilao da dentio e funo muscular alterada.

    Realizando um trabalho com implantes metlicos para estudar o crescimento

    facial e a erupo dentria, BJRK8, em 1969, concluiu que o surto de

    crescimento dos cndilos e suturas faciais ocorrem ao mesmo tempo, ou um

    pouco mais tarde que o surto de crescimento corpreo. O crescimento a partirdas suturas cessa, em mdia, dois anos antes e o crescimento condilar um

    pouco mais tarde que o crescimento corporal. Os apinhamentos estariam,

    portanto, mais relacionados a este crescimento diferencial das bases apicais.

    Ao comentar os problemas relacionados aos terceiros molares no irrompidos

    ou impactados, LASKIN28 (1969), citou que a extrao dos terceiros molares

    durante ou aps o tratamento ortodntico est freqentemente recomendada

    por um grande nmero de autores, os quais acreditam que a erupo deste

    dente exerce uma fora no sentido mesial, promovendo alterao dos pontos

    de contato e conseqente apinhamento dos incisivos inferiores. O autorprocura explicar estes fenmenos baseado em outros aspectos; se uma fora

    para anterior se originasse de um terceiro molar em erupo, deveria ocorrer

    um deslocamento para anterior de todos os dentes posteriores, a fim de

    transmitir esta fora aos incisivos. Alm disso, o local mais provvel para o

    rompimento do

    contato a regio dos caninos. O fato de relacionamento entre os dentes

    posteriores superiores e inferiores no mudar o apinhamento, geralmente

    afeta a regio dos incisivos, levando discusso a respeito do papel do

    terceiro molar na etiologia do processo. O autor apresenta como explicao oaumento da instabilidade do osso alveolar e do ligamento periodontal que

    acompanham as mudanas hormonais durante a adolescncia e ocorrem

    simultaneamente erupo do terceiro molar. Desde que os incisivos esto

    localizados numa posio pouco estvel, equilibrados entre as foras da lngua

    e lbio, qualquer aumento na instabilidade do osso alveolar pode resultar no

    deslocamento dos dentes. A favor deste conceito est o fato de que o

    apinhamento pode ser observado mesmo nos casos de ausncia congnita

    dos terceiros molares ou nos casos em que estes dentes tenham sido

    removidos precocemente. Apresenta ainda como explicao a interferncia da

    sobremordida profunda no desenvolvimento anterior ao arco inferior e a

    tendncia natural dos incisivos inferiores a se verticalizarem com a idade.

    Finalmente, em alguns pacientes tratados, o apinhamento pode ser uma

    recidiva, devido ao posicionamento incorreto dos incisivos.

    SHENEMAN48, em 1969, observou os efeitos dos terceiros molares sobre os

    dentes anteriores inferiores em vrios grupos de pacientes pr e ps-

    tratamento ortodntico. Dos casos estudados, o autor encontrou maior

    estabilidade ps-tratamento nos pacientes com ausncia congnita dos

    terceiros molares do que naqueles onde o terceiro molar estava presente.

    FASTLICHT20, em 1970, estudando as causas de apinhamentos na regio

    dos

    incisivos, relatou que este fenmeno era um processo de adaptao

    anatmico-fisiolgico observado em casos tratados ortodonticamente, como

    tambm em casos sem tratamento, e que so resultados da combinao de

    vrios fatores como sexo, dimenso vertical da face, discrepncias de

  • 5/24/2018 A Influncia Dos Terceiros Molares No Tratamento Ortodntico - Provas - Klebermarques

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    tamanho dentrio, overbite exagerado, extruso de caninos, reduo da

    dimenso intercanina, envelhecimento e funo muscular. Houve menor grau

    de apinhamento nos casos tratados ortodonticamente, predominncia de

    apinhamentos no sexo masculino, no houve correlao com terceiros

    molares, a idade foi um fator secundrio no apinhamento e foi notada maior

    prevalncia na mandbula do que na axila.

    Em 1971, LASKIN27 estudou as complicaes relacionadas aos terceiros

    molares retidos e impactados. Considerando que existem pontos de vista

    diferentes entre ortodontistas e cirurgies a respeito de tratamentos

    envolvendo os terceiros molares, pode ser prejudicial dividir arbitrariamente os

    problemas relacionados a estes dentes entre as duas especialidades.

    WEINSTEIN55, em 1971, relatou que na evoluo do terceiro molar, seu

    relacionamento com toda a regio bucofacial deve ser levado em

    considerao. Particularmente em relao ocluso, o autor analisa alguns

    fatos: a ausncia de um antagonista ao terceiro molar; o papel de terceiros

    molares em mordida aberta e sua influncia na formao de malocluso,

    particularmente em relao aos apinhamentos. Assim como Angle considerou

    o primeiro molar superior como chave da ocluso, o autor considera ainda a

    importncia do terceiro molar como papel de uma chave potencial de

    malocluso.

    BJRK; SKIELLER9, em 1972, estudaram o

    crescimento facial e a erupo dentria em vinte e um indivduos durante,

    aproximadamente, seis anos, no perodo de puberdade. Com respeito ao

    apinhamento secundrio, os autores comentam que este pode ocorrer na

    puberdade ou na idade adulta. Esse apinhamento na arcada inferior, em

    muitos indivduos, pode ser atribudo ao complicado desenvolvimento facial, da

    mesma forma que o apinhamento na arcada superior pode ser essencialmente

    devido rotao da maxila para frente. Neste estudo no encontraramevidncias que comprovassem ser a erupo dos terceiros molares o fator

    responsvel pelo apinhamento. A maioria dos casos apresentou um

    encurtamento de ambos os arcos, que manifestou-se antes que as razes dos

    terceiros apresentassem um desenvolvimento considervel. Esta diminuio

    do arco considerada pelos autores como conseqncia da erupo dos

    segundos molares.

    Em 1974, KAPLAN23 observou quinze pacientes tratados ortodonticamente,

    com o propsito de avaliar a influncia dos terceiros molares inferiores na

    mudana do arco dentrio ps-tratamento e, especialmente, na recidiva doapinhamento anterior. Os casos foram divididos em trs grupos: 1 grupo

    (trinta casos) com ambos os terceiros molares irrompidos em bom

    alinhamento, tamanho e forma normais; 2 grupo (vinte casos) com terceiros

    molares impactados bilateral ou parcialmente irrompidos; 3 grupo (vinte e

    cinco casos) com agenesia bilateral dos terceiros molares. O perodo mdio

    de observao ps-conteno foi de nove anos e trs meses. Atravs dos

    resultados obtidos, o autor chegou s seguintes concluses: 1) a presena dos

    terceiros molares no parece ter influncia

    significante nas modificaes ps-tratamento ortodntico, no que diz respeito

    ao comprimento do arco, posio do molar inferior, posio dos incisivos

    inferiores ou inclinao axial dos incisivos inferiores; 2) a recidiva do

    apinhamento antero-inferior no foi significantemente diferentes nos trs

    grupos; e 3) o apinhamento antero-inferior ocorreu mesmo nos casos de

    agenesia dos terceiros molares. Portanto, a presena destes dentes no

    parece produzir maior grau de apinhamento.

  • 5/24/2018 A Influncia Dos Terceiros Molares No Tratamento Ortodntico - Provas - Klebermarques

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    De acordo com SAFIRSTEIN42 (1974), embora a impactao de terceiros

    molares inferiores seja comum, a impactao de segundos molares est

    sendo relatada com freqncia crescente. A movimentao dos primeiros

    molares para mesial com finalidade ortodntica pode influenciar o segundo

    molar a uma direo de erupo anormal. As tcnicas para liberar molares

    inferiores impactados influem separadores metlicos, arcos linguais e

    aparelhos removveis que liberem a movimentao destes dentes.

    Segundo SCHULHOF44 (1976), analisando o trabalho de outros autores,

    aproximadamente 45% da populao apresentam terceiros molares inferiores

    impactados. Para esta parcela da populao, a extrao do terceiro molar

    pode ser dolorida e ocasionalmente resultar em fratura da mandbula ou danos

    estrutura do segundo molar. Desta forma, um mtodo menos traumtico para

    a extrao do terceiro molar inferior seria bem-vindo. Para o dentista clnico

    geral, os terceiros molares inferiores podem representar aspectos positivos e

    negativos. Do lado positivo, estes dentes podem ser usados para reposio

    de um primeiro ou segundo molar perdido, promover suporte vertical para a

    articulao temperomandibular ou pode ser usado como apoio em trabalhos

    protticos. Como aspecto negativo, sua localizao dificulta a higienizao,

    contribuindo para evoluo de doenas periodontais, sendo freqentemente

    local de dor e inflamao e na pior das hipteses, o remanescente epitelial

    pode se diferenciar em carcinoma. Para o ortodontista, os terceiros molares

    apresentam vrios aspectos. Os pacientes informam que os apinhamentos

    coincidem com a erupo de terceiros molares. A erupo dos terceiros

    molares culpada pela recidiva em muitos casos. As extraes de premolares

    j foram justificadas para criao de espao para a erupo dos terceiros

    molares e problemas na articulao temporomandibular tambm foram

    informados ao ortodontista, tanto na presena de terceiros molares mal

    posicionados, como na ausncia deles.

    As extraes de dentes permanentes para o alvio de apinhamento uma

    parte essencial do tratamento ortodntico. Em 1980, STEPGENS51 estudou o

    efeito da remoo de terceiros molares no espao de extrao de premolares

    em arcadas inferiores. Este espao freqentemente se reduz

    espontaneamente pela tendncia mesializao dos dentes, mas embora o

    valor da perda do espao do premolar seja varivel e possa, algumas vezes,

    no se consumar, tm sido objeto de estudos srios. O autor concluiu que a

    presena do terceiro molar contribui inicialmente para a perda de espao na

    regio de premolares, porm, sua remoo tambm foi responsvel pelarecuperao do espao perdido.

    DORIS et al18, em 1981, realizaram um estudo comparando larguras de

    dentes entre um grupo de pacientes que apresentava bom alinhamento na

    arcada

    e outro com apinhamentos, sendo que estes ltimos, com mais de 4mm de

    falta de espao. O tamanho do dente, junto com outros fatores como largura e

    permetro de arco dentrio, mostra grande variabilidade entre as amostras

    com ou sem grau de apinhamento. O tamanho dental e a forma diferem de

    acordo com o sexo, sendo a mdia maior no sexo masculino e de forma maisquadrada do que no sexo feminino. Em comparao nos dois grupos

    estudados, o tamanho dos dentes foi maior nos arcos com apinhamento.

    Certos dentes apresentaram-se particularmente maiores nos arcos com

    apinhamento (incisivos laterais superiores, segundo premolares superiores e

    caninos inferiores). O autor chegou concluso de que o tamanho dos dentes,

    junto com outros fatores como largura de arco e permetro de arco, mostra-se

  • 5/24/2018 A Influncia Dos Terceiros Molares No Tratamento Ortodntico - Provas - Klebermarques

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    j g p ,

    importantes na presena ou no de apinhamentos.

    OLIVE; BASFORD33, em 1981, estudaram tcnicas para a predio de

    impactao dos terceiros molares inferiores. Estas tcnicas para predio de

    erupo ou impactao de terceiros molares inferiores so baseadas em

    medies de espao entre o segundo molar e o ramo mandibular. Este estudo

    foi realizado para investigar a confiabilidade e validade das tcnicas

    radiogrficas freqentemente utilizadas para conferir este espao. Como

    concluses, os autores conferiram que a radiografia panormica, a radiografia

    interproximal e a telerradiografia com 60 de rotao em relao ao crnio so

    superiores telerradiografia lateral para examinar a confiabilidade das

    tcnicas radiogrficas utilizadas para estimar o espao disponvel erupo

    dos terceiros molares (proporo espao/largura). Esta proporo

    avaliada dividindo-se a distncia do segundo molar at o ramo mandibular e a

    largura msio-distal do terceiro molar inferior.

    Em outro estudo OLIVE; BASFORD34 (1981), verificaram o espao presente

    entre o segundo molar inferior e a poro anterior do ramo mandibular

    medidos a partir do plano oclusal em telrradiografias frontais e laterais e

    relacionaram com a impactao dos terceiros molares inferiores. Os autores

    observaram que terceiros molares impactados estavam mais freqentemente

    relacionados com uma diminuio destes valores.

    LINDQVIST; THILANDER29, em 1982, fizeram um estudo sobre extraes de

    terceiros molares em casos de apinhamento precoce em arcadas inferiores,

    com o propsito de verificar se o terceiro molar em combinao com outras

    variveis, como a morfologia facial e condies de espao na arcada, podem

    contribuir ocorrncia e agravar o apinhamento. Analisaram cinqenta e dois

    pacientes com idade entre treze a dezenove anos com terceiros molares

    impactados em ambos os lados da mandbula, realizando extrao em apenas

    um dos lados e utilizando o lado de no extrao como controle. Observaram

    que, apesar das anlises das muitas variveis, o estudo no pde predizer

    quais pacientes mais se favoreceriam com a remoo do terceiro molar para

    os casos de apinhamento precoce; em 70% dos casos houve ganho de

    espao no lado de extrao em relao ao lado controle, podendo indicar

    extrao em casos de apinhamento severo; em extrao de ambos os lados o

    deslocamento da linha mediana foi reduzido e contatos proximais corretos

    parecem ser um fator importante por manter o espao alcanado atravs da

    extrao do terceiro

    molar.

    BISHARA; ANDREASEN5, em 1983, realizaram um amplo estudo sobre os

    terceiros molares baseados em trabalhos de vrios outros pesquisadores com

    o propsito de discutir algumas das principais consideraes e controvrsias

    presentes entre os ortodontistas que cercam os terceiros molares. Entre estes

    assuntos, os autores analisaram a influncia dos terceiros molares na

    formao de apinhamentos na regio anterior, a questo da indicao da

    extrao dos terceiros molares, a prevalncia de impactao e agenesia, o

    espao disponvel erupo dos terceiros molares e as alteraes

    patolgicas associadas a estes dentes. Os pesquisadores no encontraram

    nenhuma evidncia conclusiva para acusar os terceiros molares de serem os

    principais causadores de apinhamentos dos incisivos em casos ps-

    tratamento ortodntico.

    HOWE et al22, em 1983, estudaram a relao entre o apinhamento e o

    tamanho e dimenso do arco dentrio em dois grupos: um com cinqenta

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    apresentavam apinhamento. Compararam o dimetro dental mediodistal

    individual e coletivo, permetros de arcos dentais e larguras de arcos dentais.

    Os autores no encontraram nenhuma diferena significante em tamanhos

    dentrios entre os grupos com e sem apinhamento. Porm, foram observadas

    diferenas quanto s dimenses de arco que incluram largura, permetro e

    arco dental. Os arcos dentrios sem apinhamento apresentavam uma

    dimenso maior se comparado ao grupo com apinhamento. Tanto em relao

    largura, rea e comprimento do arco, as dimenses foram maiores no grupo

    sem apinhamento do que no grupo queapresentava apinhamento dentrio.

    SAMPSON et al43, em 1983, realizaram estudos cefalomtricos em pacientes

    sem tratamento ortodntico em dois estgios de crescimento mandibular: o

    primeiro estgio com dentio completa sem erupo do terceiro molar e

    outro estgio cinco anos aps, com dentio completa e vidncias

    radiogrficas da proximidade de erupo do terceiro molar ou 3/4 da raiz do

    terceiro molar formados. Verificaram que os indivduos que desenvolveram

    terceiros molares impactados apresentaram maior grau de apinhamento no

    primeiro estgio, com reduo da distncia intercanina e menor espao na

    distal do primeiro molar.

    Em 1985, ARVYSTAS2 relata alguns casos clnicos de tratamento de

    malocluso de Classe II realizados sem extrao. Devido aos numerosos

    mtodos de tratamento e s vrias caractersticas da malocluso, cada caso

    deve ser solucionado detalhadamente. Os tratamentos sem extrao

    particularmente so mais indicados em fases de crescimento e

    desenvolvimento. Uma vez completado o crescimento, a opo para

    tratamento o movimento de distalizao dos dentes, sendo necessrio

    observar, entre outros fatores, a presena e o posicionamento dos terceiros

    molares. a chave em tratamento ortodntico o diagnstico e no a aplicao

    indiscriminada de uma nica e universal tcnica de aplicao para uma

    maioria de pacientes.

    RICHARDSON37, em 1985, realizou um estudo em indivduos com terceiros

    molares impactados e com terceiros molares irrompidos. O autor chegou a

    algumas concluses, entre elas: 1) encontrou menor crescimento mandibular

    nos casos com terceiros molares impactados; 2) observou uma leve tendncia

    aos terceiros

    molares impactados serem maiores que os irrompidos; 3) havia uma ligeira

    tendncia no grupo com terceiros molares de exibir maior apinhamento que o

    grupo com terceiros molares impactados.

    DERMAUT et al16, em 1986, realizaram um trabalho sobre os apinhamentos

    em grupos de pacientes com ausncia congnita de dentes em comparao

    com pacientes com dentio completa. Entre os dados observados, os

    autores constataram que a maior freqncia de agenesia foi encontrada entre

    os incisivos laterais superiores e segundos premolares inferiores, seguidos de

    segundos premolares superiores e terceiros molares. o grau de apinhamento

    na regio anterior foi significativamente maior no grupo com dentio completa

    do que no grupo com agenesia. Agenesias de terceiros molares so

    freqentemente associadas com agenesia de outros dentes e com

    calcificao atrasada dos dentes posteriores (premolares e molares). Alm

    disso, houve relao significativa entre agenesia de terceiros molares e

    reduo no tamanho de cspides de molares e tamanho de incisivos.

    Para ORTON; JONES35 (1987), a impactao mesial de segundos ou

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    erce ros mo ares n erores um pro ema c n co req ene. ex ra o e

    segundos molares para aliviar apinhamentos uma prtica comum que

    freqentemente resulta em impactao mesial dos terceiros molares.

    RICHARDSON38, em 1987, relata que vrios fatores foram sugeridos como

    contribuintes para o desenvolvimento do espao para o desenvolvimento do

    terceiro molar. Entre estes fatores esto a reabsoro ssea da borda anterior

    do ramo da mandbula, o movimento para anterior da dentio, o crescimento

    mandibular para cima, para trs e

    sagitalmente e a direo de erupo sagital da dentio.

    Em 1988, MARZOLA30 publicou um trabalho sobre reteno dental,caracterizando as condies de reteno dental, classificaes, freqncias,

    causas, transtornos e indicaes de tratamento. Os fatores implicados na

    elaborao do plano de tratamento ortodntico e/ou cirrgico foram abordados

    de forma global. Particularmente, quanto aos problemas que envolvem sua

    extrao, o autor considera que a poca ideal para interveno cirrgica dos

    terceiros molares de 2/3 da formao radicular, pois facilitaria a extrao e

    evitaria complicaes.

    De acordo com RICHARDSON41 (1989), h vrias razes para o

    desenvolvimento ou aumento do grau de apinhamento em arcos dentrios semtratamento no perodo aps a fase de adolescncia. H algumas evidncias

    de que o apinhamento tardio causado por presso da regio posterior do

    arco. Contudo, esta presso resultante do desenvolvimento do terceiro molar e

    do componente anterior das foras derivadas da ocluso nos dentes

    inclinados mesialmente no clara. A causa do apinhamento tardio pode

    variar de um indivduo a outro ou pode haver mais de um fator contribuindo

    para o desenvolvimento do apinhamento em um nico indivduo.

    Em 1989, SHEAR47 publicou um estudo detalhado sobre os cistos da regio

    bucomaxilofacial, analisando os vrios tipos de cistos quanto etiologia,prevalncia, caractersticas clnicas e radiogrficas. O autor verificou que os

    cistos dentgeros se desenvolvem ao redor de dentes no irrompidos,

    impedindo assim a sua erupo. A prevalncia destes cistos ocorre na grande

    maioria entre os terceiros molares inferiores ou

    superiores, sendo que a freqncia de impactao na populao estudada foi

    semelhante a da formao do cisto.

    ADES et al1, em 1990, realizaram um longo estudo sobre a relao dos

    terceiros molares e as mudanas no arco mandibular um dos problemas de

    conteno mais difceis que os ortodontistas enfrentam. Devido a natureza

    multifatorial e varivel destas mudanas, os profissionais procuram impedir a

    recidiva atravs de conteno rgida a longo prazo e tratamento com

    sobrecorreo. Para os autores, o profissional deve tomar decises relativas a

    cada caso quanto poca de extrao de terceiros molares, com base no

    potencial de desenvolvimento de patologias, consideraes tcnicas dos

    procedimentos cirrgicos e implicaes periodontais a longo prazo ao invs

    de observar somente o potencial de apinhamento anterior relacionados a

    estes doentes. Num estudo sobre a relao dos terceiros molares e as

    mudanas no arco mandibular, noventa e sete pacientes foram avaliados

    cefalometriamente pr-tratamento, ps-tratamento e ps-conteno e que

    foram divididos em quatro subgrupos: 1) com terceiros molares irrompidos

    normalmente em bom alinhamento e de tamanho e forma anormais; 2)

    terceiros molares impactados bilateralmente; 3) agenesia bilateral de terceiros

    molares; e 4) extrao bilateral de terceiros molares aps concluso de

    tratamento ortodntico ativo e pelo menos dez anos antes dos registros de

  • 5/24/2018 A Influncia Dos Terceiros Molares No Tratamento Ortodntico - Provas - Klebermarques

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    ps-conteno. Dos achados deste estudo, os autores no encontraram

    mudanas significativas no arco entre os grupos observados.

    BRAMANTE10, em 1990, estudou alguns assuntos que causam controvrsias

    na ortodontia, como tratamentos com ou

    sem extrao e a influncia dos terceiros molares inferiores nos apinhamentos

    anteriores. O autor cita uma pesquisa realizada entre 600 ortodontistas e 700

    cirurgies, onde 65% destes profissionais acreditam que os terceiros molares

    inferiores podem causar algumas vezes apinhamentos na regio anterior.

    Aps uma reviso de vrios outros estudos, o autor conclui que a causa dos

    apinhamentos multifatorial e que os terceiros molares, provavelmente,

    exercem uma fora insignificante no arco dental durante sua erupo, portanto,

    os terceiros molares no influenciam significantemente o apinhamento dos

    incisivos inferiores.

    Com relao idia de que a erupo do terceiro molar causa apinhamento

    dos dentes antero-inferiores, MOYERS32 (1991), acredita que o quadro

    confundido pela ocorrncia simultnea dos seguintes fenmenos: diminuio

    do permetro do arco; aumento do apinhamento dos incisivos inferiores;

    desenvolvimento do terceiro molar e crescimento maior da mandbula em

    relao maxila. O autor no adota uma posio definitiva, mas prefere no

    culpar o terceiro molar, baseado, entre outras coisas, no fato de que a

    extrao deste dente no diminui o apinhamento. Afirma que o apinhamento

    est mais relacionado ao crescimento mandibular, sugerindo que o maior

    crescimento da mandbula em relao maxila "joga" os incisivos inferiores

    contra a face palatina dos incisivos superiores, produzindo o apinhamento.

    Observa ainda que o grau de apinhamento maior no sexo masculino,

    provavelmente porque o crescimento terminal da mandbula maior.

    Em 1991, SOUTHARD et al50, estudaram as foras mesiais que exercem os

    terceiros molares noerupcionados em vinte pacientes. Os autores introduziram uma tira de ao na

    face proximal dos dentes e retiraram com um tensimetro. A tenso de contato

    entre os dentes foi relacionada fora friccional que resistiu retirada da tira

    de ao. A tenso de todos os contatos diminuiu bilateralmente aps a extrao

    unilateral dos terceiros molares. A diminuio da tenso foi mais significativa

    na rea entre o primeiro molar e segundo premolar, na rea entre o canino e

    primeiro premolar do lado de extrao e na rea de primeiro molar e segundo

    premolar do lado de no extrao. Como no houve diferenas significativas

    da tenso entre o lado de extrao e o de no extrao, no foi detectada umafora mesial proveniente do terceiro molar. Alm disso, houve uma diminuio

    da tenso nos contatos interproximais movendo o paciente de uma posio

    vertical para a posio de supina, levando a crer que a tenso nos contatos

    interproximais no uma caracterstica esttica da ocluso, podendo variar

    amplamente em funo da postura do corpo ao longo do dia e possivelmente

    apenas com a cabea. Os autores concluram que a remoo de terceiros

    molares no alivia significativamente a tenso nos contatos proximais, mas um

    simples movimento partindo de vertical para supina alivia esta tenso. Podem

    existir razes vlidas para extrao de terceiros molares, porm, os resultados

    deste estudo indicam que, extraindo estes dentes com o propsito exclusivo

    de aliviar as tenses nos contatos interproximais para prevenir apinhamentos

    anteriores no parecem estar comprovados.

    RIOCHARDSON36, em 1992, verificou as mudanas na posio dos terceiros

    molares inferiores em quarenta e um pacientes, entre dezoito e vinte e um

    anos de idade. Como resultado encontrou em 31% dos casos que os terceiros

  • 5/24/2018 A Influncia Dos Terceiros Molares No Tratamento Ortodntico - Provas - Klebermarques

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    molares tinham erupcionado aos dezoito anos; entre dezoito e vinte e um anos,

    muitos dos terceiros molares no erupcionados haviam mudado de posio

    apesar do desenvolvimento avanado da raiz; apenas em alguns casos a

    mudana de posio resultante do espao inadequado resultou em erupo e

    improvvel que muitos dos terceiros molares inferiores erupcionem no futuro,

    devido ao grau de impactao observado no material de estudo.

    RICHARDSON; RICHARDSON39, em 1993, pesquisaram o desenvolvimento

    dos terceiros molares aps a extrao de segundos molares. Os autores

    examinaram sessenta e trs pacientes que foram tratados com extrao de

    segundos molares. Entre suas concluses, os terceiros molares inferiores

    classificados como tendo tamanhos normais podem substituir adequadamente

    os segundos molares na maioria dos casos; a angulao mesiodistal de um

    mais terceiro molar inferior antes da extrao do segundo molar no parece

    influenciar em sua posio final; a tendncia para alguns terceiros molares

    inferiores de mesializao e de impactao mesial diminui com a extrao de

    segundos molares; os terceiros molares inferiores tendem a verticalizar no

    sentido vestbulo-lingual aps a extrao do segundo molar, portanto, a

    inclinao lingual de um terceiro molar no parece ser uma contra-indicao

    para a extrao de segundo molar; a presena de espao entre um terceiro

    molar em desenvolvimento e o segundo molar adjacente no parece ser uma

    contra-indicao da extrao de segundo molar e

    finalmente a poca da extrao do segundo molar em relao ao estgio de

    desenvolvimento do terceiro molar no crtica, porm, provvel que a

    extrao de segundos molares em fases iniciais de desenvolvimento do

    terceiro molar resulte em uma erupo mais tardia.

    BISHARA et al6, em 1994, investigaram as mudanas dentofaciais entre vinte

    e cinco e quarenta e seis anos de idade em uma amostra de trinta indivduos

    que no haviam se submetido ao tratamento ortodntico. As mudanas que

    aconteceram eram em mdia, de magnitude pequena, mas era

    estatisticamente significante. Tanto no sexo masculino como no feminino,

    ocorreram mudanas no sentido antero-posterior e vertical continuamente

    entre vinte e cinco e quarenta e seis anos de idade. No aspecto dentrio,

    notaram um aumento significativo do apinhamento em ambas as arcadas. A

    severidade do apinhamento difere em cada arco e em cada sexo, porm,

    mais pronunciado no segmento anterior.

    Em 1994, RICHARDSON40 estudou a etiologia do apinhamento tardio na

    arcada inferior. Como causa deste apinhamento, so citados o crescimentotardio da mandbula, a estrutura esqueltica, a maturao dos tecidos moles,

    as foras periodontais, estrutura dental e fatores oclusais. Portanto, h uma

    base multifatorial para o apinhamento tardio na arcada inferior. H tambm o

    relato de diminuio na dimenso do arco e que pode variar de uma pessoa

    para outra, pode ser mais severo, agir continuamente ou em diferentes

    estgios de desenvolvimento.

    Segundo THURNWALD et al52 (1994), o conceito de que o terceiro molar

    gera uma fora direcionada anteriormente ao longo da arcada, tendo como

    causa uma perda de espaoe resultando em apinhamento anterior no novo. Em seu estudo, o autor

    analisou as arcadas de quarenta e cinco indivduos, com idade mdia de vinte

    e quatro anos e trs meses e concluiu que o aumento em largura da arcada

    inferior significante na regio de segundos molares, aps a remoo do

    terceiro molar, o maior aumento em largura na arcada inferior foi observado

    em casos onde houve remoo de terceiros molares impactados no sentido

  • 5/24/2018 A Influncia Dos Terceiros Molares No Tratamento Ortodntico - Provas - Klebermarques

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    p

    mesial; a maior movimentao dental aps a cirurgia foi observada nos casos

    onde havia uma inclinao lingual do segundo molar, presente antes da

    remoo do terceiro molar; a influncia do terceiro molar em afetar a posio

    dos dentes na arcada parece estar limitada aos segundos molares adjacentes,

    portanto, somente numa direo lingual e finalmente o autor no detectou

    diferenas significativas no comprimento da arcada aps a cirurgia de

    extrao do terceiro molar.

    LANGLADE26, em 1995, num trabalho minucioso sobre o problema cirrgico-

    ortodntico de dentes inclusos, analisou a freqncia, as indicaes e contra-

    indicaes do tratamento ortodntico frente presena destes dentes, a

    etiopatogenia e os problemas teraputicos relacionados. Entre estas

    dificuldades, o autor cita: os problemas de visualizao radiolgica e anlise

    radiogrfica, o diagnstico, os problemas cirrgicos e ortodnticos, as

    patologias associadas e a conteno ps-tratamento.

    Em 1997, KUHLBERG25 descreveu algumas consideraes sobre o plano de

    tratamento em pacientes adultos. Uma diferena bvia entre um paciente

    adulto e um adolescente a ausncia de crescimento no adulto. Sem

    crescimento, o sucesso do tratamento

    mais difcil, mas no impossvel. Os mecanismos do tratamento influenciados

    pelo crescimento no so vlidos para o paciente adulto, portanto, o

    tratamento ortodntico praticamente depende de movimentao dentria,

    devendo observar cuidadosamente o posicionamento de incisivos e molares

    que, certamente, influenciaro o posicionamento labial e a dimenso vertical.

    3 DISCUSSO

    As controvrsias envolvendo a influncia dos terceiros molares nas mudanas

    que ocorrem no complexo dentofacial, so numerosas. No foram esperadas

    unanimidade de opinies, mesmo porque a maioria dos relatos est baseada

    em observaes e experincias clnicas que, devido ao material biolgico,

    muitas vezes no possibilita uma organizao correta e objetiva dos dados. As

    palavras de SCHULHOF44 (1976) reproduzem bem este fato: "Como toda

    pesquisa biolgica, o desgnio da experincia e a interpretao de dados

    podem dar respostas aparentemente contraditrias s mesmas perguntas".

    A seguir, sero analisados vrios itens que relacionam a importncia dos

    terceiros molares no diagnstico e tratamento ortodntico:

    3.1 Etiopatogenia de reteno dental

    Entre as razes pelas quais um dente no erupciona normalmente na cavidade

    bucal, LANGLADE26 (1995), cita causas que so de ordem geral ou local.

    Como causas gerais, o autor considera as alteraes nos germes dentais de

    ordem hereditria ou congnita e distrbios patolgicos de origem sistmica

    pr ou ps-natal (ex. raquitismo). Entre as causas locais esto as anomalias

    dentrias de nmero, tamanho e forma; anquilose; traumatismos; tumores

    locais e a morfologia ssea neste caso, a maxila se presta mais

    facilmente reteno dos dentes por causa da presena de cavidades

    pneumticas e de osso esponjoso muito vascularizado, gerando uma

    instabilidade na localizao dos germes dentrios. Esta causa refora os

    dados relatados por DACHI; HOWELL15, em 1961, onde encontraram uma

    maior prevalncia de terceiros molares superiores retidos em relao aos

    inferiores. MARZOLA30 (1988) cita ainda osso muito condensado (enostose)

    e perda prematura do dente vizinho como causa de reteno dental.

    3.2 Terceiros molares e apinhamentos na regio anterior

    A influncia dos terceiros molares no apinhamento anterior tem sido objeto de

  • 5/24/2018 A Influncia Dos Terceiros Molares No Tratamento Ortodntico - Provas - Klebermarques

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    .Basicamente podemos encontrar trs diferentes correntes de opinies sobre a

    participao dos terceiros molares neste aspecto:

    3.2.1 A primeira corrente de pensamento formada por autores que acreditam

    que os terceiros molares exercem uma influncia importante na instabilidade

    de posicionamento dos dentes, provocando apinhamentos. Compem os

    relatos mais antigos e so formados principalmente por profissionais que se

    apoiaram em suas experincias clnicas.

    Segundo as observaes clnicas de DEWEY17 (1917); GRAY54;

    HUMPHREY54; LOURIE54 e McCOY54 (1937), o estabelecimento demalocluses, particularmente apinhamentos na regio anterior em arcadas at

    ento em condies aparentemente normais tratados ou no

    ortodonticamente, na fase de erupo dos terceiros molares, comprovam o

    fato de que estes exercem uma influncia na posio dos dentes anteriores,

    atravs de uma fora resultante para mesial que transmitida pelos contatos

    proximais e que causa o

    apinhamento na regio anterior. Para reforar este fato, WALDRON54 (1937),

    cita um caso de um paciente tratado ortodonticamente e finalizado numa fase,

    onde, radiograficamente, pde constatar que havia uma tendncia para

    impactao dos terceiros molares. Alguns anos aps o tratamento,

    examinando este mesmo paciente, o autor notou apinhamento e protuso dos

    incisivos, alm de constatar que os terceiros molares estavam impactados. J

    SELMER-OLSEN45 (1937) notou que havia um maior grau de apinhamento

    em hemiarcos onde o terceiro molar estava presente, comparando-se queles

    em que havia ausncia destes dentes. Isso tambm foi observado por

    KEENE24 (1964) numa pesquisa onde se constatou que a presena de

    espaos era maior em arcadas com ausncia congnita dos terceiros

    molares. Porm, nestes casos, o pesquisador tambm constatou que a

    dimenso mdio-distal das coroas dos primeiros molares apresentaram-se

    menores em arcadas com agenesia de terceiros molares e isso talvez possa

    ter contribudo para a reduo do apinhamento. SHENEMAN48 (1969)

    observou maior estabilidade em casos tratados ortodonticamente, onde os

    terceiros molares estavam congenitamente ausentes.

    KELSEY54 (1937) e GRIEVE54 (1937) tambm acreditam que os terceiros

    molares em erupo, no esforo de conseguir um lugar na arcada dental,

    provocam um deslocamento anterior de todos os dentes, podendo causar

    apinhamentos. Os dois autores salientam ainda que o tipo de alimentao

    influencia no crescimento e desenvolvimento da maxila e mandbula e que uma

    mastigao pouco vigorosa devido dieta moderna faz com que ocorra um

    crescimento deficiente para acomodao de todos os

    dentes.

    3.2.2 Um segundo grupo de autores no cr que os terceiros molares possam

    influenciar na formao de apinhamentos na arcada e procuram explicar este

    fenmeno atravs de outros fatos.

    A opinio de SIPPY54 (1937) de que as alteraes na arcada atribudas aos

    terceiros molares, na realidade so conseqncias de uma ocluso no

    estvel, caracterizada pela forma do arco dental, estruturas dentais no

    homogneas, ngulos anormais de razes dos dentes que provocam um

    desequilbrio da ocluso na poca de desenvolvimento e erupo dos

    terceiros molares. Para NOYES54 (1937), os terceiros molares possuem um

    lugar normal e definido do desenvolvimento da dentio. Especialmente no

    que diz respeito ao surgimento de apinhamentos na regio anterior da arcada

  • 5/24/2018 A Influncia Dos Terceiros Molares No Tratamento Ortodntico - Provas - Klebermarques

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    ena , o auor o servou que es e ap n ameno progre u, mesmo ap s a

    extrao dos terceiros molares. Portanto, no acredita que haja influncia

    destes dentes na formao de apinhamento e que outros fatores possam

    existir para explicar este processo. Esta teoria reforada por SHANLEY46

    (1962) que no encontrou diferenas no grau de apinhamentos comparando

    arcadas com presena unilateral, bilateral ou ausncia congnita de terceiros

    molares.

    A falta de crescimento suficiente de arcada considerada fator determinante

    para a impactao dos terceiros molares e apinhamentos na regio anterior,

    segundo SPENCER54 (1937) e BROADBENT11 (1943). Este ltimo,analisando cefalometricamente radiografias de pacientes onde se notava a

    presena de trs ou quatro terceiros molares impactados, constatou que as

    dimenses da face eram menores do que nos pacientes que apresentaram

    erupo

    normal dos terceiros molares. Com isso, o autor concluiu que os terceiros

    molares no so a causa primordial dos apinhamentos na regio anterior.

    Para DOWNS19 (1952), o tipo de crescimento facial explica o surgimento de

    apinhamentos na regio anterior da mandbula. O apinhamento poder ocorrer

    se houver diferenas na velocidade de crescimento das bases apicais. Almdisso, segundo MOORE; HOPKINS31 (1960) e BJRK8 (1969), um

    crescimento tardio no cndilo mandibular tambm pode gerar uma alterao

    no relacionamento antero-posterior da maxila e da mandbula. Os incisivos

    posteriores sofrem uma inclinao lingual para que os superiores se

    sobreponham e propiciem uma quantidade adequada de trespasse, podendo

    ocorrer assim apinhamentos nessa regio. BIGGERSTAFF4 (1967) e

    MOYERS32 (1991) salientam que este processo uma adaptao fisiolgica

    que ocorre quando os incisivos inferiores encontram como barreira a face

    palatina dos dentes superiores e que pode ser resultado de um crescimentomaior da mandbula ou um crescimento deficiente da maxila.

    Ainda em relao ao crescimento mandibular, quando esta projetada para

    frente encontra um anteparo tambm da musculatura facial fazendo com que

    se altere a inclinao dos incisivos inferiores para lingual. O movimento dos

    dentes acompanhado pela reabsoro na superfcie externa da regio

    alveolar acima do mento e aposio na superfcie lingual. Desse modo, nessa

    regio, o osso alveolar se move para traz caracterizando uma reduo do

    comprimento do arco e podendo causar apinhamentos (BJRK et al7, 1956;

    CAPELOZZA FILHO; SILVA FILHO13, 1986). Em outro estudo realizado por

    BJRK; SKIELLER9

    (1972), esta perda do comprimento do arco foi observada antes que os

    terceiros molares apresentassem um desenvolvimento radicular considervel,

    portanto, no poderiam estar exercendo foras anteriores que contribussem

    ao surgimento de apinhamentos.

    Outros autores procuram explicar este fenmeno baseados em evidncias que

    no incluem os terceiros molares como principais agentes. Algumas

    evidncias podem ser ci tadas:

    No se observa obrigatoriamente um deslocamento anterior dos dentes

    posteriores, transmitindo foras aos incisivos (LASKIN28, 1969;

    BRAMANTE10 1990; SOUTHARD et al50, 1991).

    Se as foras de deslocamento anterior fossem transmitidas desde os

    terceiros molares at os incisivos, devido curvatura dos arcos dentrios, o

    provvel local de rompimento de contatos proximais seria nos caninos e no

    nos incisivos (LASKIN28, 1969).

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    Os apinhamentos podem ser observados mesmo em casos de ausncia

    congnita de terceiros molares (SHANLEY46, 196; LASKIN28, 1969;

    FASTLICH20, 1970; KAPLAN23, 1974, ADES et al1, 1990).

    Os incisivos se equilibram numa regio pouco estvel do rebordo alveolar,

    situado entre duas foras musculares (lngua e lbios). (LASKIN28, 1969;

    MOYERS32, 1991).

    Com o mesmo tempo, freqentemente h um aumento da i rregularidade no

    alinhamento de incisivos considerando que o rompimento de arco e a largura

    intercanina diminuem (ADES et al1, 1990).

    3.2.3 Existe um outro grupo de pesquisadores que acreditam que os terceiros

    molares so elementos coadjuvantes dentro de um processo multifatorial como

    causa de apinhamentos anteriores.

    Embora seja aceito por estes autores o fato de que os terceiros

    molares possam causar apinhamento na regio anterior da arcada dentria,

    muitas vezes h um excesso de responsabilidade em torno destes dentes,

    enquanto existem outros fatores importantes relacionados a este processo.

    ROGERS54 (1937) acrescenta entre as causas de apinhamentos um

    crescimento esqueltico insuficiente e problemas de calcificao de ordem

    nutricional.

    Atravs de um trabalho estudado a partir de comparaes do permetro do

    arco e grau de apinhamento em pacientes com dentio completa ou com

    agenesia de um ou mais terceiros molares, VEGO53 (1962) comprovou que a

    diminuio do permetro do arco tambm foi observada em casos com

    agenesia destes dentes, embora notadamente maior quando h presena de

    terceiros molares, provando assim a existncia tambm de outras causas no

    apinhamento. STEPHENS51 (1980) e LINDQVIST; THILANDER29 (1982),

    verificaram que o terceiro molar junto com as caractersticas faciais e

    condies de espao na arcada tm influncia na ocorrncia ou agravamentodo apinhamento e que aps extrao de terceiro molar h um ganho de

    espao na regio anterior da arcada. SAMPSON et al43 (1983), constataram

    que h uma diminuio da distncia intercanina em casos de apinhamento, e

    que nestes casos tambm h uma maior freqncia de terceiros molares

    impactados. RICHARDSON41 (1989) observou que h uma certa influncia

    por parte da regio posterior do arco dentrio em apinhamentos, como o

    desenvolvimento dos terceiros molares, componente anterior de foras

    derivadas da mastigao e inclinao axial dos dentes.

    Entre outros fatores etiolgicos, DORIS et al18 (1981 e HOWE et al22 (1983),verificaram que existe uma

    certa diferena nas dimenses dos arcos dentrios e tamanho dos dentes em

    casos com ou sem apinhamento. A mdia do tamanho dos dentes maior e

    as dimenses dos arcos so menores em situaes de apinhamento dentrio.

    Particularmente, em relao aos terceiros molares, segundo RICHARDSON37

    (1985), a mdia de tamanho dos dentes impactados maior do que em casos

    onde os terceiros molares encontram-se irrompidos, mesmo tendo sido

    observado maior grau de apinhamento na ultima situao.

    3.3 Impactao de terceiros molares

    Embora no seja possvel afirmar num perodo precoce, com certeza absoluta,

    se um terceiro molar estiver retido e impactado futuramente, existem alguns

    estudos que analisam este aspecto, tais como:

    Medidas de espao destinado a estes dentes de forma que possibilita

    estimar a maior ou menor probabilidade de impactao;

    Porcentagem de reteno de terceiros molares segundo a prevalncia na

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    populao, sexo e localizao na arcada (DACHI; HOWELL15, 1961).

    Os mtodos mais conhecidos de avaliao do espao para erupo dos

    terceiros molares inferiores estudam a distncia do ponto Xi at distal de

    segundos molares, ou a distncia da borda anterior do ramo at distal do

    segundo molar, dividida pela dimenso msio-distal do terceiro molar

    (BJRK7, 1956; SCHULHOF44, 1976; OLIVE; BASFORD33, 1981; OLIVE,

    BASFORD34, 1981).

    Os estudos de OLIVE, BASFORD33 (1981), indicam o segundo mtodo como

    mais confivel. Segundo os autores, a localizao do ponto Xi e as distores

    dos diferentes mtodos radiogrficos influenciam negativamente para a

    confiabilidade do primeiro mtodo.

    Tambm pode ser avaliado o espao do terceiro

    molar em radiografias frontais (OLIVE; BASFORD34, 1981), tomado a partir

    do plano oclusal, do ponto de interseo com a borda anterior do ramo

    mandibular at o ponto mais lateral da superfcie vestibular das coroas dos

    segundos molares inferiores. A importncia deste mtodo pode ser ilustrada a

    partir dos achados de THURNWALD et al52 (1994). O autor constatou que h

    um aumento em largura significante na regio de segundos molares aps

    remoo de terceiro molar impactado, sendo este aumento maior em casos

    de inclinao lingual acentuada do segundo molar e em casso onde o dente

    removido estava impactado mesialmente.

    Quanto prevalncia de dentes retidos, dos estudos de DACHI; HOWELL15

    (1961) podem ser notados resultados importantes. Na populao estudada a

    prevalncia de, pelo menos, um dente retido chega a 16,7%. A maior

    porcentagem de dentes retidos, em ordem decrescente, de terceiro molar

    superior, terceiro molar inferior, caninos superiores e premolares inferiores.

    No h prevalncia de reteno em relao ao sexo, nem predisposio

    unilateral ou bilateral.

    Amparados em estudos radiogrficos, existem classificaes da reteno de

    terceiros molares baseados na relao do longo eixo dos terceiros molares

    com o dos segundos molares e estruturas adjacentes (MARZOLA30, 1981).

    Para os terceiros molares inferiores, uma das classificaes a seguinte:

    Posio vertical quando o longo eixo do terceiro molar inferior estiver

    paralelo ao longo eixo do segundo molar inferior;

    Posio medial quando o longo eixo do terceiro molar inferior estiver em

    posio medial, relacionado com o segundo molar inferior;

    Posiodistal quando o longo eixo do terceiro molar inferior estiver em posio distal

    ao segundo molar inferior;

    Posio labial quando o longo eixo do terceiro molar inferior estiver em

    posio labial quele do segundo molar inferior;

    Posio lingual quando o longo eixo do terceiro molar inferior estiver em

    posio lingual do segundo molar inferior;

    Posio horizontal quando o longo eixo do terceiro molar inferior estiver

    perpendicular ao do segundo molar inferior;

    Posio invertida quando a coroa do terceiro molar inferior estiver emposio contrria do segundo molar inferior.

    Para os molares superiores, a classificao semelhante.

    Por outro lado, a freqncia ou prevalncia de terceiros molares tambm tem

    sido motivo de especulao, pois estes dentes parecem estar fadados ao

    desaparecimento, tornando-se simples vestgios nas raas mais evoludas.

    Segundo BISHARA, ANDREASEN5 (1983), a porcentagem de pessoas com,

  • 5/24/2018 A Influncia Dos Terceiros Molares No Tratamento Ortodntico - Provas - Klebermarques

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    g , ( ), p g p ,

    pelo menos, um terceiro molar ausente, de 9 a 20%. Existe uma maior

    prevalncia de agenesia no sexo feminino do que no masculino, numa

    proporo de 3:2. Para DERMAUT et al16 (1986), agenesias de terceiros

    molares, freqentemente esto associados com a agenesia de outros dentes

    na arcada.

    3.4 Extraes precoces de terceiros molares

    As extraes precoces ou enucleao de terceiros molares podem trazer

    vantagens e desvantagens ao paciente.

    Entre as vantagens, aps um diagnstico ortodntico completo, se h uma

    probabilidade de menos de 10% do terceiro molar erupcionar normalmente, o

    paciente pode ser poupado de um trauma considervel atravs da enucleao.

    Alm disso, pode prevenir alguma

    possibilidade de dano ao segundo molar e diminuir probabilidade de causar

    recidivas aps tratamento ortodntico (SCHULHOF44, 1976).

    Tambm possibilita evitar outras complicaes como pericoronarites, cries e

    cistos. As patologias envolvendo os terceiros molares, geralmente ocorrem

    numa idade mais avanada (LASKIN28, 1969; LASKIN27, 1971;

    SCHULHOF44, 1976; BISHARA; ANDREASEN5, 1983; MARZOLA30, 1988).

    O tratamento ortodntico pode ser favorecido se a extrao promover ganho

    de espao na arcada, se necessita movimento distal de segundos molares ou

    preparo de ancoragem (WEINSTEIN55, 1971; SCHULHOF44, 1976;

    KUHLBERG25, 1997).

    HUMPHREY54 (1937), WILLET54 (1937) e GRAY54 (1937) afi rmam que a

    erupo e impactao dos terceiros molares causam um efeito danoso no

    alinhamento dos dentes em malocluses tratados ou no ortodonticamente e

    recomendam uma remoo precoce dos terceiros molares.

    Segundo MARZOLA30 (1981), as dificuldades que envolvem a extrao de

    segundos molares aumentam consideravelmente conforme a idade. Alm

    disso, a extrao dos terceiros molares inferiores dificultada por

    impedimentos mecnicos representados pelos segundos molares, pela

    calcificao acentuada no corpo da mandbula a seu nvel e pelo difcil acesso

    regio de interveno. Para o autor, a extrao precoce dos terceiros

    molares e a poca ideal justamente aquela em que 2/3 a 3/4 da raiz esto

    formados, evitando assim as dilaceraes apicais, a hipercementose, alm de

    facilitar o apoio quando da aplicao de extratores.

    Em relao s desvantagens da extrao precoce, os terceiros molares

    representariam uma reserva natural de dentes em substituio a

    uma perda de primeiro ou segundo molar por cries severas que geralmente

    se desenvolvem na adolescncia e se houver probabilidade de que os

    terceiros molares erupcionem normalmente, um dente perfeitamente til estaria

    sendo perdido (SCHULHOF44, 1976; SLODOV et al49, 1989; RICHARDSON;

    RICHARDSON39, 1993).

    Os terceiros molares tambm so necessrios para manter a dimenso

    vertical (SCHULHOF44, 1976; WEINSTEIN55, 1971). Ainda segundo

    SCHULHOF44 (1976), sempre haver a possibilidade de trauma ou

    complicaes durante a cirurgia de extrao de terceiros molares, tanto em

    idade precoce ou no.

    Do ponto de vista ortodntico, a deciso de remoo de terceiros molares

    preferencialmente deveria ser tomada em conjunto com um cirurgio

    (CHIPMAN14, 1961). Esta deciso deveria ser adiada at que o plano de

    tratamento ortodntico fosse completado, desde que no haja nenhuma outra

  • 5/24/2018 A Influncia Dos Terceiros Molares No Tratamento Ortodntico - Provas - Klebermarques

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    , .Para McCOY54 (1937), a extrao precoce do terceiro molar um

    procedimento relativamente mais complexo do que quando a extrao

    realizada numa idade mais avanada, por isso no indica sua remoo

    precoce. SPENCER54 (1937), BERGSTON; JENSEN3 (1961), tambm no

    indicam a extrao precoce dos terceiros molares. para os autores,

    necessrio que se faa um diagnstico completo, observando e

    acompanhando o caso a longo prazo. ADES et al1 (1990), salientam que a

    extrao precoce de terceiros molares com a nica finalidade de prevenir

    apinhamentos a longo prazo pode no ser justificada, pois a recidiva tambmpode ocorrer em casos onde o terceiro molar estava ausente congenitamente.

    Alm disso, SOUTHARD

    et al50 (1991), comprovaram que, mesmo realizando extraes de terceiros

    molares, no existe um alvio de tenses nos contatos interproximais e,

    portanto, no h indcios de que os terceiros molares exeram ma fora de

    deslocamento anterior dos dentes ao longo da arcada dentria.

    Em particular quanto possibilidade de substituio dos segundos molares

    pelos terceiros molares, RICHARDSON; RICHARDSON39 (1993) constatou

    que os terceiros molares de tamanho e forma normais podem substituir

    adequadamente os segundos molares, havendo uma melhora final na posio,

    inclinao e diminuio da impactao dos terceiros molares na maioria dos

    casos. Para ORTON; JONES35 (1987), porm, a extrao do segundo molar,

    muitas vezes, pode agravar a impactao dos terceiros molares dependendo

    da posio inicial destes dentes.

    Para que este processo de substituio seja favorvel existem alguns critrios

    que devem ser observados, segundo CHIPMAN14 (1961):

    Tamanho e forma dos terceiros molares que devem ser adequados e com

    possibilidade de bom desenvolvimento radicular;

    Casos onde se necessita movimentao distal, onde uma tuberosidade

    maxilar reduzida pode restringir a possibilidade de interferncia com terapia

    ortodntica;

    Posio de erupo dos segundos molares;

    Presena de cries extensas, problemas de calcificao ou com

    restauraes extensas nos segundos molares;

    Posio e angulao relativa dos terceiros molares em relao ao segundo

    molar e Pa tuberosidade;

    Situao dos terceiros molares em relao ao antagonista;

    Perda de ancoragem.

    Uma outra questo sobre as extraes precoces dos terceiros molares se a

    enucleao destes dentes influi no crescimento sseo das bases apicais

    posteriormente. Para SCHULHOF44 (1976) no h evidncias de que a

    presena dos terceiros molares seja necessria para o crescimento.

    Algumas outras situaes precisam de ateno especial, como foi descrito por

    BISHARA; ANDREASEN5, em 1983:

    Em alguns casos de malocluso de Classe II com mordida aberta, onde no

    h mais crescimento, no plano de tratamento ortodntico indicam-se extraes

    de segundos molares ao invs de terceiros molares;

    Se os premolares inferiores so perdidos ou esto ausentes congenitamente

    e se no plano de tratamento indica-se o fechamento de espao no arco inferior

    sem extrao no arco superior, a relao de primeiros molares pode se tornar

    Classe III. O segundo molar superior ter um pequeno ou nenhum papel de

    funo oclusal com o antagonista inferior e, nestes casos, a preservao dos

  • 5/24/2018 A Influncia Dos Terceiros Molares No Tratamento Ortodntico - Provas - Klebermarques

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    erce ros moares n er ores r perm r que a a um engrenamen o com os

    segundos molares superiores.

    3.5 Complicaes relacionadas aos terceiros molares

    Tanto para o ortodontista quanto para o cirurgio, as consideraes a respeito

    dos terceiros molares so baseadas em seus pontos de vista a partir de cada

    paciente e do tipo de tratamento a ser realizado. De um modo geral, o

    ortodontista convive na maioria dos casos com pacientes em idades jovens,

    acompanhando os terceiros molares em fase de desenvolvimento e em seu

    tratamento considera quais so as tendncias destes dentes influrem nos

    resultados finais de terapia. Por outro lado, o cirurgio freqentemente lidacom uma populao com idade mais avanada e acompanha as principais

    complicaes

    criadas ou associadas a estes dentes (LASKIN27, 1971; MARZOLA30, 1988).

    Entre as complicaes relacionadas aos terceiros molares, as principais

    sero relacionadas a seguir: (LASKIN27, 1971; SHEAR47, 1989;

    MARZOLA30, 1988; LANGLADE26, 1995).

    Pericoronarite: as pericoronarites so as patologias mais comumente

    encontradas envolvendo os terceiros molares. Quando a periconarite se

    desenvolve, h uma tendncia em ser um processo de ocorrncia intermitentequando a erupo normal no possvel. Alm de ser um processo

    extremamente doloroso e desconfortvel devido sua incidncia repetitiva,

    pode resultar em destruio ssea entre o segundo e o terceiro molares

    (LASKIN28, 1969; LASKIN27, 1971; MARZOLA30, 1988);

    Periodontite: esta inflamao e perda ssea podem ocorrer como resultado

    de uma impactao alimentar constante entre o terceiro molar parcialmente

    erupcionado e o segundo molar adjacente. Atravs da formao de bolsas

    periodontais e da extenso da infeco pode ocorrer o comprometimento da

    polpa do segundo molar (LASKIN28, 1969; LASKIN27, 1971); Cries: quando um terceiro molar encontra-se parcialmente exposto na

    cavidade oral, a susceptibilidade crie aumenta devido ao acmulo de

    restos alimentares e dificuldade de higienizao adequada na regio. Muitas

    vezes, praticamente impossvel realizar a restaurao do dente e este

    processo pode aumentar a incidncia de cries no segundo molar adjacente

    (LASKIN28, 1969; LASKIN27, 1971; LANGLADE26, 1995);

    Reabsores patolgicas: a presso da coroa do terceiro molar em erupo

    sobre a superfcie radicular do segundo molar, algumas vezes pode resultar

    em reabsores

    patolgicas (LASKIN28, 1969; LASKIN27, 1971);

    Formao de cistos: os terceiros molares inferiores so os dentes que esto

    mais freqentemente associados formao de cistos dentgeros. So leses

    freqentemente assintomticas que se desenvolvem por um longo perodo. Em

    casos mais avanados podem produzir um inchao na regio intra ou extra

    oral, ou causar dor devido compresso do nervo alveolar inferior (LASKIN27,

    1971; MARZOLA30, 1988; SHEAR47, 1989; LANGLADE26, 1995);

    Associao com neoplasias: ameloblastomas e carcinomas podem se

    originar a partir da parede dos cistos dentgeros envolvendo o terceiro molar.

    Das seqelas que podem causar, certamente a mais sria (LASKIN27,

    1971; MARZOLA30, 1988; SHEAR47, 1989; LANGLADE26, 1995);

    Dores idiopticas: dores na regio dos terceiros molares podem ser

    resultado de algumas das complicaes j observadas. Ocasionalmente,

    porm, o paciente pode relatar dor na regio e, tanto clnica ou

    radiograficamente no aparentar aspectos de anormalidade (LASKIN27,

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    1971; MARZOLA30, 1988);

    Envolvimento em fraturas sseas: a presena de terceiros molares

    impactados enfraquece consideravelmente a regio posterior da mandbula.

    Com isso, aps um trauma facial, h maior probabilidade de ocorrer fraturas

    sseas na regio (LASKIN28, 1969; LASKIN27, 1971; MARZOLA30, 1988).

    4. CONCLUSES

    Atravs da discusso estabelecida, conclumos que:

    1 Apinhamentos na regio anterior da arcada dentria so alteraes

    freqentemente relacionadas com a erupo dos terceiros molares, porm,

    constatou-se que a causa deste processo multifatorial e que os terceiros

    molares exercem uma influncia no

    significativa, frente a outros fatores de maior importncia na ocorrncia destes

    apinhamentos.

    2 As anlises radiogrficas que avaliam o espao para erupo dos

    terceiros molares no podem predizer com certeza absoluta se ocorrer ou

    no a impactao do dente. Mas associados ao conhecimento da prevalncia

    de impactaes, so itens valiosos ao diagnstico.

    3 A extrao precoce dos terceiros molares apenas com intuito de prevenir

    recidivas no tratamento ortodntico no se justifica e a indicao por razes

    profilticas parece ser uma medida relativamente radical. Um

    acompanhamento com exames rotineiros a longo prazo pode evitar muitas

    complicaes e a manuteno dos terceiros molares proporciona vantagens

    considerveis ao tratamento ortodntico em eventuais substituies a outros

    molares na arcada.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    1. ADES, A.G.; JOONDEPH, D.R.; LITTE, R.M.; CHAPKO, M.K. A long-term

    of the relationship of third molars to changes in the mandibular dental arch. Am

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    malocclusions. Am J Orthod, v. 33, p.380-395, nov. 1985.

    3. BERGSTRM, K.; JENSEN, R. the significance of third molars in the

    aetiology of crowding. Dent Abst, v.6, p.544-545, 1961.

    4. BIGGERSTAFF, R.H. The anterior migration of