Upload
buidan
View
214
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE DE LISBOA
FACULDADE DE MEDICINA DENTAacuteRIA
FRACTURAS MANDIBULARES NA EXTRACCcedilAtildeO DE
TERCEIROS MOLARES
Ana Rita Mendes Moio
MESTRADO INTEGRADO
2011
UNIVERSIDADE DE LISBOA
FACULDADE DE MEDICINA DENTAacuteRIA
FRACTURAS MANDIBULARES NA EXTRACCcedilAtildeO DE
TERCEIROS MOLARES
Ana Rita Mendes Moio
Dissertaccedilatildeo orientada por
Dr Andreacute Tsou Chen
MESTRADO INTEGRADO
2011
Agradecimentos
Este espaccedilo eacute dedicado a todos aqueles que contribuiacuteram para que este trabalho fosse
possiacutevel
Assim gostaria desde logo de agradecer ao Dr Andreacute Chen pela iniciativa e pelo
empenho em tornar este projecto uma realidade assim como pelo exemplar modo como
soube orientar o meu trabalho
O meu obrigado aos meus Pais pela paciecircncia e carinho e ao meu Irmatildeo pelo apoio e
amizade sempre presente mesmo estando longe
A todos os Colegas e Amigos que fiz na FMDUL e que sempre recordarei
Aos meus grandes Amigos
ii
Resumo
A extracccedilatildeo de terceiros molares eacute uma das cirurgias mais frequentemente
realizadas nas consultas de cirurgia oral Fracturas mandibulares associadas a este
procedimento satildeo complicaccedilotildees que raramente ocorrem No entanto haacute determinados
factores que podem aumentar a predisposiccedilatildeo para o seu desenvolvimento Neste
sentido o presente trabalho destina-se agrave realizaccedilatildeo de uma revisatildeo bibliograacutefica com o
intuito de determinar estes possiacuteveis factores e qual a melhor abordagem perante tal
complicaccedilatildeo operatoacuteria As fracturas mandibulares associadas agrave exodontia de terceiros
molares podem ser intra ou poacutes-operatoacuterias e geralmente ocorrem em pacientes acima
dos 25 anos de idade do sexo masculino totalmente dentados ou pouco cooperantes
Estas caracteriacutesticas associadas a fragilidade oacutessea mandibular preacute-existente ou poacutes-
ciruacutergica aumentam o risco O enfraquecimento mandibular pode ser devido a atrofia
fisioloacutegica condiccedilotildees sisteacutemicas ou locais patoloacutegicas como a osteoporose ou a
presenccedila de quistos ou tumores Um dente muito impactado ou com morfologia que
requer grande remoccedilatildeo oacutessea tambeacutem aumenta a predisposiccedilatildeo para fractura Estas
caracteriacutesticas devem ser avaliadas atraveacutes de um bom exame cliacutenico e radioloacutegico e
um cuidadoso planeamento ciruacutergico deve ser elaborado incluindo esclarecimento e
informaccedilatildeo ao paciente A utilizaccedilatildeo improacutepria dos instrumentos ou a aplicaccedilatildeo de forccedila
excessiva no osso devem ser evitados Como diagnoacutestico da fractura mandibular o
exame radiograacutefico eacute essencial no entanto a linha de fractura nem sempre eacute visiacutevel na
primeira suspeita Por outro lado um som tipo estalido reportado pelo paciente
geralmente duas semanas apoacutes a cirurgia eacute um indicador fundamental O meacutedico
dentista apoacutes exame cliacutenico e radioloacutegico apropriado deve reduzir e estabilizar a
fractura Se necessaacuterio o paciente deve ser encaminhado para um cirurgiatildeo maxilo-
facial
Palavras-chave fracturas mandibulares extracccedilatildeo de terceiros molares fractura
mandibular iatrogeacutenica tratamento de fracturas mandibulares complicaccedilotildees apoacutes
remoccedilatildeo dos terceiros molares
iii
Abstract
The extraction of third molars is one of the most frequent procedures in oral
surgery Mandibular fractures associated with this surgery are complications that rarely
occur However there are certain factors that may increase the predisposition to their
development This work is intended to conduct a literature review in order to determine
these possible factors and how to approach this complication before surgery The
fractures associated with mandibular third molar extraction can be intra or postoperative
and usually occur in patients over 25 years old male fully dentate or uncooperative
These characteristics associated with pre-existent or post-surgical mandibular bone
fragility increase the risk The reduction of bone strength may be caused by
physiological atrophy systemic conditions or pathologic processes such as osteoporosis
or the presence of cysts or tumours A very impacted tooth or with a morphology that
requires excessive bone removal also increases the predisposition to fracture These
factors should be evaluated by a thorough clinical and radiological examination and a
careful surgical plan shall be developed including clarifying and informing the patient
The improper use of instruments or the application of excessive force on the bone shall
be avoided As a diagnosis of mandibular fracture the radiographic examination is
essential however the fracture line is not always visible at first On the other hand a
cracking noise reported by the patient usually two weeks after surgery is a fundamental
indicator The dentist shall reduce and stabilize the fracture after proper clinical and
radiological examinations If necessary the patient should be transferred to a
maxillofacial surgeon
Key-words mandibular fractures third molar extraction iatrogenic mandibular
fracture mandibular fractures treatment complications after third molar removal
iv
Iacutendice
Agradecimentos i
Resumo ii
Abstract iii
Iacutendice iv
Introduccedilatildeo 1
1 Fracturas mandibulares 4
11 Taxas de incidecircncia 5
12 Fracturas imediatas vs Fracturas tardias 6
2 Factores predisponentes ou de risco 6
21 Idade 7
22 Geacutenero 8
23 Quantidade de dentes remanescentes 8
24 Grau de empactaccedilatildeo 9
25 Angulaccedilatildeo 10
26 Comprimento das raiacutezes e sua relaccedilatildeo com o canal dentaacuterio inferior 11
27 Volume relativo da mandiacutebula ocupado pelo dente () 11
28 Lesotildees preacute-ciruacutergicas 12
29 Experiecircncia do profissional 13
210 Teacutecnica utilizada 14
211 Tempo decorrido apoacutes a cirurgia 14
212 Parafunccedilotildees 15
213 Lado esquerdo ou direito da mandiacutebula 16
214 Actividade fiacutesica 16
215 Doenccedilas sisteacutemicas e medicaccedilatildeo 16
3 Diagnoacutestico 18
4 Tratamento 21
5 Medidas preventivas 24
Conclusatildeo 26
Bibliografia 28
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory I
Anexo 2 - Classificaccedilatildeo de Winter II
1
Introduccedilatildeo
A fractura mandibular associada a exodontias eacute uma complicaccedilatildeo rara Por outro
lado a remoccedilatildeo dos terceiros molares eacute um dos procedimentos mais comummente
realizado na praacutetica ciruacutergica de Medicina Dentaacuteria Eacute um processo que requer um
planeamento cuidado e o meacutedico dentista deve apresentar-se apto para realizar tal
cirurgia Bodner et al em 2010 analisaram vaacuterios estudos que reportavam casos de
fractura da mandiacutebula relacionada com a extracccedilatildeo dentaacuteria e de acordo com estes
autores a extracccedilatildeo de terceiros molares inferiores eacute a que estaacute mais associada a este
tipo de fractura
Embora a empactaccedilatildeo de terceiros molares possa ser assintomaacutetica a
probabilidade de estes causarem problemas eacute muito alta As complicaccedilotildees preacute-
operatoacuterias podem ser dor desenvolvimento de doenccedila periodontal ou reabsorccedilatildeo
radicular no segundo molar ou sintomas de disfunccedilatildeo da ATM Eacute de referir que as
principais satildeo a formaccedilatildeo de abcesso fractura espontacircnea da mandiacutebula e quistos ou
tumores odontogeacutenicos sendo a complicaccedilatildeo preacute-operatoacuteria mais frequente a
pericoronarite (Chiapasco et al 1993)
A necessidade de extracccedilatildeo dos terceiros molares eacute vista de forma diferente por
parte de cada profissional (Knutsson 1992 Hazelkorn e Macek 1994 Adeyemo
2006) De acordo com Adeyemo a decisatildeo sobre a extracccedilatildeo natildeo deve ser generalizada
mas individualizada e limitada aos dentes com indicaccedilotildees meacutedicas ciruacutergicas e
patoloacutegicas bem definidas (Adeyemo 2006)
Algumas indicaccedilotildees foram estabelecidas numa conferecircncia pela ldquoNational
Institutes of Healthrdquo em 1980 nos Estados Unidos da Ameacuterica e nestas incluem-se os
terceiros molares inclusos associados a pericoronarite recorrente lesatildeo quiacutestica ou de
caacuterie natildeo restauraacutevel ou que causem problemas periodontais no segundo molar No
entanto hoje em dia estas indicaccedilotildees ainda satildeo questionadas (Hazelkorn e Macek 1994
Glosser e Campbell 1999)
Actualmente de acordo com Chrcanovic et al a remoccedilatildeo profilaacutectica dos
terceiros molares eacute justificada com base na hipoacutetese de que os sisos natildeo apresentam
qualquer funccedilatildeo na cavidade oral na diminuiccedilatildeo do risco de desenvolver patologias
(quistos e tumores) associadas ao dente (Glosser e Campbell 1999 Guumlven 2000
Baykul et al 2005) na reduccedilatildeo do risco de fractura traumaacutetica do acircngulo da mandiacutebula
devido agrave presenccedila do dente incluso (Ugboko et al 2000 Hanson et al 2004 Iida et
2
al 2005 Inaoka et al 2009) e no facto da dificuldade da cirurgia aumentar com a
idade do paciente (Baykul et al 2005)
Em casos de grande empactaccedilatildeo nem sempre eacute recomendada a remoccedilatildeo do
dente excepto em casos de patologia ou infecccedilatildeo sendo suficiente um controlo
radiograacutefico (Kwon et al 2006) A maioria dos problemas patoloacutegicos sintomaacuteticos
que resultam de terceiros molares inclusos ocorre devido a dentes parcialmente
erupcionados e menos comummente a empactaccedilotildees oacutesseas completas (Werkmeister et
al 2005)
Contar et al em 2010 concluiacuteram que o risco de complicaccedilotildees na cirurgia de
terceiros molares estaacute sempre presente aumentando proporcionalmente com a
dificuldade desta e por sua vez a dificuldade da cirurgia aumenta proporcionalmente
com a idade do paciente (Baykul et al 2005) Numerosos estudos foram recentemente
realizados no sentido de identificar possiacuteveis factores de risco para as complicaccedilotildees
intra e poacutes-operatoacuterias nas quais se incluem as fracturas mandibulares As
complicaccedilotildees intra-operatoacuterias satildeo aquelas que ocorrem durante o acto ciruacutergico
propriamente dito e as poacutes-operatoacuterias satildeo as que surgem apoacutes este (Brauer 2009)
A prevalecircncia de complicaccedilotildees relacionadas com a remoccedilatildeo dos terceiros
molares situa-se entre os 26 e os 309 Estas variam desde edema e dor ateacute
situaccedilotildees de lesatildeo do nervo fracturas mandibulares ou mesmo casos de infecccedilatildeo que
podem colocar a vida do paciente em risco (Brauer 2009) As complicaccedilotildees mais
comuns associadas agrave extracccedilatildeo de terceiros molares satildeo a alveolite seca infecccedilatildeo lesatildeo
do nervo hemorragia e dor (Iizuka et al 1997 Woldenberg et al 2007) As
complicaccedilotildees raras ou pouco comuns satildeo definidas por Brauer como aquelas que
apresentam uma taxa de incidecircncia inferior a 1 e destas fazem parte as fracturas
mandibulares (Brauer 2009) De acordo com Woldenberg et al as complicaccedilotildees
menos comuns satildeo o trismus severo lesatildeo iatrogeacutenica do segundo molar adjacente e a
fractura mandibular iatrogeacutenica
Citando Bruce et al Al-Belasy e colaboradores referem que na remoccedilatildeo
convencial de terceiros molares 2 a 4 das cirurgias resulta em fractura oacutessea
iatrogeacutenica no entanto satildeo fracturas do processo alveolar ou da parede lingual Por
outro lado na remoccedilatildeo ciruacutergica de terceiros molares empactados geralmente eacute
necessaacuteria grande remoccedilatildeo oacutessea para se ter acesso ao dente (Kwon et al 2006) Nestes
casos a remoccedilatildeo oacutessea pode enfraquecer a mandiacutebula predispondo-a a fractura (Iizuka et
al 1997)
3
Um dente empactado eacute aquele que natildeo consegue erupcionar dentro do tempo
esperado ateacute agrave sua posiccedilatildeo normal na mandiacutebula A empactaccedilatildeo ocorre porque eacute
dificultada pelos dentes adjacentes por um denso revestimento oacutesseo ou por excesso de
tecido mole O termo dente incluso eacute mais abrangente pois inclui tanto os dentes
empactados como os dentes em erupccedilatildeo (Peterson et al 2000)
Embora as taxas de incidecircncia reportadas sejam baixas as fracturas
mandibulares satildeo consideradas como complicaccedilotildees major ou seja que necessitam de
um tratamento posterior e podem desenvolver consequecircncias irreversiacuteveis (Krimmel e
Reinert 2000 Brauer 2009) Por esta razatildeo o meacutedico dentista deve estar preparado
para resolver este tipo de lesatildeo e o paciente deve ser devidamente informado sobre esta
possibilidade De acordo com Perry e Goldberg a praacutetica de cirurgia oral
contemporacircnea e maxilo-facial inclui a obtenccedilatildeo de um consentimento informado Os
pacientes devem receber em termos compreensiacuteveis uma informaccedilatildeo completa a
respeito do diagnoacutestico tratamento e prognoacutestico da sua condiccedilatildeo patoloacutegica por parte
do profissional de sauacutede O paciente deve reconhecer as implicaccedilotildees em caso de recusa
ao tratamento e tambeacutem deve ter conhecimento dos custos e existecircncia de tratamentos
alternativos (Palomer L 2009) Os riscoscomplicaccedilotildees preacute e poacutes operatoacuterios mesmo
os relativamente incomuns devem estar incluiacutedos na discussatildeo riscobenefiacutecio e nas
instruccedilotildees dadas ao paciente Eacute necessaacuterio afirmar que o consentimento deve ser livre
esclarecido renovaacutevel e revogaacutevel (Maluf et al 2007)
Sendo esta uma cirurgia comum eacute importante compreender a natureza das
complicaccedilotildees e conhecer os vaacuterios factores que associados agrave extracccedilatildeo de terceiros
molares contribuem para o desenvolvimento de fracturas mandibulares O uso de forccedila
improacutepria uma empactaccedilatildeo dentaacuteria muito acentuada casos de osteoporose ou outras
desordens metaboacutelicas ou lesotildees como quistos e tumores aumentam a probabilidade
da ocorrecircncia de fractura mandibular A presenccedila de um dente empactado numa
mandiacutebula muito atroacutefica ou uma infecccedilatildeo que envolve os tecidos periodontais
nomeadamente o osso tambeacutem aumentam esta predisposiccedilatildeo
Poucos satildeo os relatos de casos de ocorrecircncia de fracturas mandibulares
associados agrave remoccedilatildeo de terceiros molares no entanto apesar da baixa taxa de
incidecircncia natildeo se deve descartar a possibilidade de surgir uma complicaccedilatildeo como esta
Quando ocorre uma fractura o meacutedico dentista tem que estar preparado saber
reconhecer a lesatildeo com recurso a meios de diagnoacutestico apropriados bem como adoptar
as medidas mais adequadas para soluccedilatildeo do problema
4
1 Fracturas mandibulares
Apesar de ser considerado o osso mais forte e riacutegido da face a mandiacutebula eacute o
osso facial mais comummente fracturado (36-70) e parece ser devido agrave sua
localizaccedilatildeo exposta e proeminente Estas fracturas traumaacuteticas afectam principalmente
pessoas do sexo masculino entre os 16 e os 30 anos de idade (Hanson et al 2004) As
fracturas mandibulares podem classificar-se quanto agrave localizaccedilatildeo anatoacutemica quanto agrave
condiccedilatildeo dos fragmentos oacutesseos (galho verde simples cominutiva e composta) e
podem ser favoraacuteveis ou desfavoraacuteveis consoante a angulaccedilatildeo da fractura e a forccedila de
tracccedilatildeo muscular proximal ou distalmente agrave fractura (Peterson et al 2000) A maior
percentagem de fracturas quanto agrave localizaccedilatildeo encontra-se ao niacutevel do acircngulo cocircndilo e
regiatildeo sinfisaacuteria sendo que estas zonas podem ser consideradas mecanicamente como
pontos fracos (Mitsukawa et al 2004)
De acordo com Ferre e colaboradores citados por Libersa et al as fracturas no
acircngulo da mandiacutebula satildeo frequentes devido a vaacuterias razotildees nomeadamente o facto de
esta ser uma aacuterea de baixa resistecircncia com uma anatomia oacutessea especiacutefica (bordo
superior fino e osso basilar estreito) a sua localizaccedilatildeo que corresponde agrave regiatildeo entre o
ramo e o corpo da mandiacutebula e nalguns casos a presenccedila de terceiros molares inclusos
(Krimmel e Reinert 2000 Libersa et al 2002 Inaoka et al 2009)
De acordo com Rudderman e colaboradores citados por Chrcanovic et al
existem alguns factores que influenciam a localizaccedilatildeo das fracturas mandibulares
incluindo a direcccedilatildeo local e severidade da forccedila e impacto bem como caracteriacutesticas
intriacutensecas do osso Krimmel e Reinert referem que as fracturas mandibulares ocorrem
quando a resistecircncia do osso e as forccedilas exercidas neste natildeo satildeo compatiacuteveis Estes
autores defendem que a diminuiccedilatildeo da resistecircncia oacutessea pode ser causada por atrofia
fisioloacutegica osteoporose processos patoloacutegicos (ie lesotildees quiacutesticas lesotildees malignas
processos inflamatoacuterios) ou pode ser secundaacuteria a uma intervenccedilatildeo ciruacutergica (De Silva
1984) O stress exercido na mandiacutebula pode ser devido a forccedilas traumaacuteticas ou forccedilas
excessivas exercidas durante a extracccedilatildeo dentaacuteria (Krimmel e Reinert 2000)
Apesar da elevada percentagem de fracturas traumaacuteticas da mandiacutebula as
fracturas mandibulares como complicaccedilatildeo associada agrave extracccedilatildeo de terceiros molares
apresentam taxas de incidecircncia baixas (Krimmel e Reinert 2000)
Iizuka et al referem que a fractura mandibular natildeo ocorre apenas devido agrave forccedila
realizada durante a cirurgia mas tambeacutem devido ao enfraquecimento da regiatildeo do
acircngulo da mandiacutebula preacute-existente ou que surgiu apoacutes remoccedilatildeo do dente O tipo de
5
fractura decorrido apoacutes as extracccedilotildees no estudo de Iizuka et al confirma tambeacutem a
existecircncia de um enfraquecimento mecacircnico na regiatildeo preacute-angular da mandiacutebula Isto
porque todas as fracturas decorridas nesta anaacutelise eram fracturas preacute-angulares
Tambeacutem no estudo de Wagner et al de 2005 foram detectadas fracturas preacute-angulares
em 15 dos 17 casos o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo
eixo do dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula Nos restantes dois
casos foram detectadas fracturas angulares com uma linha de fractura paralela agrave
bissectriz do acircngulo mandibular De acordo com estes autores as fracturas na zona preacute
angular tecircm sido descritas como as tiacutepicas da fractura mandibular patoloacutegica associada a
extracccedilatildeo de terceiros molares
11 Taxas de incidecircncia
As fracturas da mandiacutebula apoacutes remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos satildeo
consideradas complicaccedilotildees raras com percentagens entre os 00046 e os 00075
(Woldenberg et al 2007)
Libersa et al em 2002 no seu estudo que abordava 27 casos de fractura
mandibular 17 intraoperatoacuterias e 10 poacutes-operatoacuterias obtiveram 00049 de taxa de
incidecircncia Outros autores Perry e Goldberg em 2000 basearam-se em questionaacuterios
efectuados a 84 cirurgiotildees orais e maxilo-faciais obtendo uma incidecircncia de fracturas
mandibulares tardias de 00046 ou seja 28 fracturas num total de 611 000 molares
empactados removidos
No estudo de Wagner et al de 2005 14 das 17 fracturas analisadas ocorreram
poacutes-operatoriamente Em 2010 na anaacutelise de vaacuterios estudos abordando um total de 189
casos Bodner e colaboradores reportaram 22 de casos de fracturas mandibulares
iatrogeacutenicas intra-operatoacuterias e 78 poacutes-operatoacuterias Neste sentido as fracturas tardias
parecem ser as mais frequentes
Dunstan e Sugar citados por Woldenberg et al referem que a verdadeira
incidecircncia de fracturas mandibulares poacutes-operatoacuterias como resultado da extracccedilatildeo eacute
dificil de estabelecer pois existem casos reportados de fracturas traumaacuteticas poacutes-
operatoacuterias que poderiam ter ocorrido numa mandiacutebula intacta e assim a ocorrecircncia
destas duas situaccedilotildees ser apenas uma coincidecircncia
6
12 Fracturas imediatas vs Fracturas tardias
As fracturas mandibulares podem ocorrer durante ou apoacutes o acto ciruacutergico
sendo consideradas complicaccedilotildees intra-operatoacuterias ou poacutes-operatorias respectivamente
As fracturas intra-operatoacuterias (imediatas) podem ocorrer devido a vaacuterios
factores sendo muitas vezes associadas agrave utilizaccedilatildeo de forccedila excessiva aplicada no osso
ou uso improacuteprio de instrumentos (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000 Libersa
et al 2002 Woldenberg et al 2007 Brauer 2009) O autor Harnisch citado por
Iizuka et al assume que a utilizaccedilatildeo descuidada da alavanca durante a extracccedilatildeo causa
forccedilas excessivas e inapropriadas no osso podendo provocar uma fractura imediata
Este autor refere tambeacutem que a fractura poacutes-operatoacuteria eacute pouco comum na ausecircncia de
infecccedilatildeo ou historial de trauma no entanto e baseando-se no seu estudo defende que a
fractura mandibular espontacircnea tambeacutem pode ocorrer e nestes casos com mais
frequecircncia nas duas semanas apoacutes a cirurgia Estes dados referem que a fractura
mandibular natildeo ocorre apenas devido agrave forccedila realizada durante a cirurgia mas tambeacutem
devido ao enfraquecimento oacutesseo que pode ter surgido apoacutes esta
No estudo de Perry e Goldberg de 2000 a fractura mandibular tardia eacute
considerada como aquela que ocorre a qualquer altura a partir do momento em que o
paciente abandona o consultoacuterio ou sala operatoacuteria sendo consideradas como resultado
indirecto da cirurgia De acordo com Bodner et al cuja anaacutelise abordou vaacuterios estudos
as fracturas poacutes-operatoacuterias ocorrem com mais frequecircncia
2 Factores predisponentes ou de risco
Como qualquer outro acto ciruacutergico podem surgir complicaccedilotildees na extracccedilatildeo
dos terceiros molares ou complicaccedilotildees que advecircm desta algum tempo mais tarde O
tipo de complicaccedilatildeo eacute bastante variaacutevel estando relacionado com muacuteltiplos factores
Neste sentido para os meacutedicos dentistas que realizam extracccedilotildees de terceiros molares
com frequecircncia eacute importante compreender a causa destas complicaccedilotildees
Em 2010 Bodner et al analisaram diversos artigos e relacionaram dados
relativos ao paciente e agrave sua condiccedilatildeo dentaacuteria com o desenvolvimento de fracturas
mandibulares Constataram que antes da exodontia alguns destes factores por
indicarem alto risco de desenvolvimento de fracturas mandibulares devem ser
cuidadosamente avaliados
Chrcanovic et al e Woldenberg et al enumeraram alguns factores de risco ou
factores predisponentes que devem ser analisados Nestes incluem-se magnitude de
7
empactaccedilatildeo tipo de angulaccedilatildeo raiacutezes longas idade do paciente idade e experiecircncia do
cirurgiatildeo presenccedila de quisto ou tumor relacionado com o dente empactado doenccedila
sisteacutemica ou medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea infecccedilotildees preacute-operatoacuterias
no local do dente a ser extraiacutedo avaliaccedilatildeo preacute-operatoacuteria inadequada volume relativo
do dente na mandiacutebula ponto temporal apoacutes a cirurgia infecccedilotildees preacute-operatoacuterias na
regiatildeo do terceiro molar extraiacutedo sexo feminino ou masculino presenccedila de
parafunccedilotildees pacientes praticantes de desporto e teacutecnica ciruacutergica
Woldenberg et al tambeacutem enfatizam o facto de ser possiacutevel reduzir o risco desta
complicaccedilatildeo adoptando medidas preventivas e Perry e Goldberg mencionam tambeacutem a
importacircncia do cumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias nomeadamente a
manutenccedilatildeo de uma dieta mole apoacutes a cirurgia
De acordo com os autores atraacutes mencionados a ocorrecircncia de fracturas
mandibulares eacute multifactorial (Al-Belasy et al 2009 Woldenberg et al 2007 Iisuka et
al 1997 Krimmel e Reinert 2000) estando relacionada com um conjunto de possiacuteveis
factores de risco Estes aparentam ter impacto na possibilidade de desenvolver este tipo
de complicaccedilatildeo
21 Idade
A idade do paciente eacute um dado importante uma vez que as fracturas
mandibulares geralmente sucedem em pacientes mais velhos O pico de incidecircncia
ocorre em indiviacuteduos com mais de 25 anos nomeadamente pacientes que rondam os 40
e os 50 anos de idade (Krimmel e Reinert 2000 Perry e Goldberg 2000 Libersa et al
2002 Wagner et al 2005) Esta relaccedilatildeo pode justificar-se pelo facto deste tipo de
fracturas ocorrer quando o osso natildeo eacute forte o suficiente para resistir a determinadas
forccedilas que actuam sobre ele O enfraquecimento da mandiacutebula como resultado da
diminuiccedilatildeo da elasticidade oacutessea que ocorre ao longo da vida pode ser a causa da
elevada taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares em pacientes mais velhos (Iizuka
et al 1997 Woldenberg et al 2007 Bodner et al 2010)
Krimmel e Reinert com base na anaacutelise de 6 casos de fractura mandibular
obtiveram uma meacutedia de idade de 45 anos Justificaram este valor referindo que nesta
idade se inicia uma desmineralizaccedilatildeo oacutessea secundaacuteria agrave osteoporose enfraquecendo o
sistema esqueleacutetico e simultaneamente intensificando o estreitamento do ligamento
periodontal Portanto comparativamente com os pacientes mais jovens os dentes
8
empactados necessitam de ser mais libertos do osso envolvente necessitando maior
ostectomia
A anquilose de dentes empactados nestes pacientes tambeacutem pode complicar a
extracccedilatildeo e enfraquecer a mandiacutebula devido agrave necessidade de efectuar maior remoccedilatildeo
oacutessea Deste modo perante este tipo de situaccedilatildeo eacute extremamente recomendado efectuar
odontossecccedilatildeo para facilitar a extracccedilatildeo do dente anquilosado e evitar futuras
complicaccedilotildees (Krimmel e Reinert 2000 Wagner et al 2005 Bodner et al 2010)
A elevada taxa de incidecircncia de fracturas em indiviacuteduos mais velhos devido agrave
diminuiccedilatildeo da elasticidade oacutessea e presenccedila de osteoporose estaacute de acordo com os
estudos que referem percentagens elevadas de complicaccedilotildees intra e poacutes-operatoacuterias na
remoccedilatildeo de terceiros molares empactados em pacientes numa faixa etaacuteria mais
avanccedilada Perante esta evidecircncia torna-se importante avaliar cada caso cuidadosamente
ou seja ter em conta a idade avanccedilada do indiviacuteduo e ponderar sobre a necessidade de
extracccedilatildeo ou natildeo dos dentes empactados nestes pacientes (Iizuka et al 1997)
22 Geacutenero
O facto de o paciente ser do sexo masculino ou feminino tambeacutem eacute um factor a
ter em conta pois aparenta ter especial importacircncia nas fracturas mandibulares poacutes-
operatoacuterias (Libersa et al 2002) Os homens mostram niacuteveis significativamente mais
elevados de forccedila mastigatoacuteria quando comparados com as mulheres (Miyaura et al
1999) Ao mastigar a forccedila requerida para quebrar os alimentos antes de os deglutir
pode causar forccedilas de stress consideraacuteveis nos ossos que estatildeo enfraquecidos pela
cirurgia e ainda natildeo recuperaram ou calcificaram (Perry e Goldberg 2000)
Deste modo devido agrave maior forccedila exercida no osso os homens apresentam
maior probabilidade de desenvolver fracturas mandibulares poacutes-operatoacuterias (Libersa et
al 2002 Brauer 2009)
23 Quantidade de dentes remanescentes
De acordo com Bodner et al as percentagens mais elevadas de fracturas
mandibulares ocorrem em pacientes parcialmente dentados ou totalmente dentados em
oposiccedilatildeo aos desdentados independentemente do sexo Tal como acontece nos
pacientes do sexo masculino discutido anteriormente indiviacuteduos com uma denticcedilatildeo
mais completa tambeacutem vatildeo exercer maiores forccedilas mastigatoacuterias Deste modo as forccedilas
exercidas na mandiacutebula durante a mastigaccedilatildeo apoacutes remoccedilatildeo de dentes inclusos causam
9
maior stress Assim pacientes com menos ausecircncias dentaacuterias apresentam maior risco
de desenvolvimento de fracturas mandibulares posteriormente agrave extracccedilatildeo
No estudo de Krimmel e Reinert independentemenre da idade todos os
pacientes que sofreram fracturas mandibulares apresentavam denticcedilatildeo completa Este
resultado parece estar relacionado com a aplicaccedilatildeo de forccedilas oclusais maacuteximas
posteriormente ao iniacutecio da cicatrizaccedilatildeo e reduccedilatildeo da dor e edema Consequentemente
cinco dos seis pacientes reportaram ouvir um estalido enquanto mastigavam dias apoacutes a
cirurgia
24 Grau de empactaccedilatildeo
Bodner e colaboradores referem que dentes totalmente empactados em osso
apresentam maior incidecircncia de fracturas mandibulares presumivelmente devido agrave
quantidade de osso que eacute necessaacuteria remover durante o acto ciruacutergico para a sua
extracccedilatildeo pois geralmente ocupam um maior volume de osso mandibular (Perry e
Goldberg 2000 Libersa et al 2002) No estudo de Libersa et al em 27 casos de
fractura mandibular 22 estavam completamente envolvidos por osso e 5 eram casos de
empactaccedilatildeo parcial
No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo na anaacutelise de Bodner et al a
quantidade de fracturas mandibulares associadas a dentes totalmente empactados foi o
dobro das fracturas em mandiacutebulas que continham dentes parcialmente empactados O
resultado apoacutes a extracccedilatildeo eacute a criaccedilatildeo de uma estrutura oacutessea ou parede cortical fina e
fraca criando uma mandiacutebula mais fraacutegil com possibilidades de sofrer fractura poacutes-
operatoacuteria (Perry e Goldberg 2000)
Na anaacutelise dos 6 casos de fractura mandibular por Krimmel e Reinert os dentes
foram classificados de acordo com o sistema de Pell amp Gregory (Anexo 1) Assim
apenas um molar se encontrava na classe I os restantes cinco em classe II e nenhum
dente foi categorizado com classe III A empactaccedilatildeo vertical era de classe B em dois
casos e classe C nos restantes quatro casos De acordo com estes resultados os autores
concluiacuteram que a posiccedilatildeo antero-posterior do terceiro molar parece natildeo ter influecircncia na
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular No entanto quanto maior a empactaccedilatildeo em
termos verticais maior a probabilidade da fractura ocorrer
Iizuka et al em 1997 analisaram as radiografias panoracircmicas de todos os
pacientes envolvidos nas fracturas mandibulares ocorridas no estudo Determinaram o
10
grau de empactaccedilatildeo e a posiccedilatildeo do terceiro molar de acordo com o sistema Pell amp
Gregory (Anexo 1) a angulaccedilatildeo do dente e tambeacutem o grau de dificuldade
O grau de dificuldade era atribuiacutedo por pontos consoante as classes do sistema
Pell amp Gregory em que o dente se encontrava e tambeacutem a sua angulaccedilatildeo um ponto para
classificaccedilotildees A I e mesioangulaccedilatildeo dois pontos para classes B II e posiccedilatildeo horizontal
trecircs pontos para classes C III e posiccedilatildeo vertical e ainda quatro pontos para dentes
distoangulados Neste sentido a classificaccedilatildeo maacutexima que poderia ser obtida era de 10
pontos correspondendo a um grau de dificuldade maacuteximo Os resultados obtidos
variaram de 5 a 9 pontos natildeo se verificando caracteriacutesticas predispodentes relevantes
No entanto como esta classificaccedilatildeo se baseou em trecircs paracircmetros os autores justificam
este resultado com base nas variaccedilotildees de angulaccedilatildeo encontradas no estudo Excluindo
este dado todos os casos excepto um se encontravam nas classes BC e IIIII Neste
sentido a remoccedilatildeo de dentes definidos nas classes BC e IIIII eacute considerada difiacutecil e
com predisposiccedilatildeo para fractura (Iizuka et al 1997)
25 Angulaccedilatildeo
De acordo com Xavier et al e com base na classificaccedilatildeo de Winter (Anexo 2) a
posiccedilatildeo dos terceiros molares inferiores mais frequentemente observada eacute a vertical e a
mesioangular (Vasconcellos et al 2002 Inaoka et al 2009 Santos e Quesada 2009)
Os dentes inclusos distoangulados satildeo considerados normalmente como os mais
difiacuteceis de extrair e que requerem maior remoccedilatildeo oacutessea Tambeacutem jaacute foi descrito que
uma posiccedilatildeo distoangular estaacute associada a uma posiccedilatildeo mais lingual sendo assim esta
parede cortical encontra-se bastante fina Neste sentido ao realizar uma abordagem ao
niacutevel da parede cortical vestibular coloca uma maior predisposiccedilatildeo para a ocorrecircncia de
fractura mandibular nestes casos de angulaccedilatildeo devido ao defeito oacutesseo criado (Iizuka et
al 1997 Chrcanovic et al 2010)
Iizuka e colaboradores definiram quatro grupos de dentes consoante o acircngulo
formado entre o eixo vertical do dente e o plano oclusal Para determinar a angulaccedilatildeo
dos terceiros molares foram efectuados quatro grupos dentes verticais quando o acircngulo
se encontra entre 80ordm e 100ordm mesioangular quando acircngulo estaacute entre 10ordm e 80ordm
distoangular quando o acircngulo eacute maior que 100ordm e horizontal quando o acircngulo se
encontra entre 350ordm e 10ordm Nos pacientes sem dentes mesialmente ao terceiro molar foi
desenhado um plano oclusal arbitraacuterio para definir a angulaccedilatildeo deste No estudo
depararam-se com cinco dentes mesioangulados um horizontal quatro distoangulados e
11
trecircs verticais Embora estes autores concordem com o que foi citado anteriormente
baseando-se na sua anaacutelise natildeo encontraram qualquer associaccedilatildeo entre o tipo de
angulaccedilatildeo e a predisposiccedilao para fractura mandibular
26 Comprimento das raiacutezes e sua relaccedilatildeo com o canal dentaacuterio inferior
O mecanismo pelo qual os terceiros molares com raiacutezes longas foram
relacionados com o aumento de risco de ocorrecircncia de fracturas angulares deve-se ao
espaccedilo oacutesseo que este ocupa na mandiacutebula Hanson et al suportando esta hipoacutetese
referem que as fracturas mandibulares podem ocorrer apoacutes remoccedilatildeo do terceiro molar
com raiacutezes muito compridas pois o acircngulo mandibular torna-se uma regiatildeo
enfraquecida
Nos casos de fractura analisados por Iizuka et al as raiacutezes dos dentes estavam
sobrepostas ao canal dentaacuterio inferior em 10 casos ou seja 77 dos casos Nos trecircs
casos restantes as raiacutezes estavam adjacentes ao canal Em nenhuma situaccedilatildeo foi
verificado radiograficamente um afastamento das raiacutezes em relaccedilatildeo ao canal Estes
autores concluiacuteram que raiacutezes sobrepostas ou adjacentes ao canal dentaacuterio inferior numa
radiografia panoracircmica representam paracircmetros importantes para a predisposiccedilatildeo para
fractura mandibular
27 Volume relativo da mandiacutebula ocupado pelo dente ()
Woldenberg et al consideram a porccedilatildeo relativa de volume ocupada pelo dente
na mandiacutebula um factor importante a ter em conta Este raacutecio pode ser determinado
atraveacutes de exames complementares antes de efectuar a extracccedilatildeo como a tomografia
computadorizada (TC) atraveacutes da reconstruccedilatildeo e visualizaccedilatildeo do dente e osso no
sentido vestibulo-lingual
Se esta relaccedilatildeo de volume relativo ocupado pelo dente for igual ou superior a
50 o risco de fractura eacute alto e recomenda-se especial cuidado durante a cirurgia
(Woldenberg et al 2007)
Iisuka e colaboradores obtiveram na sua anaacutelise radiograacutefica dos casos de
fractura mandibular ocorridos um raacutecio que variava entre 44 a 84 E Wagner et al
em 2005 obtiveram um raacutecio meacutedio de 62plusmn4 sendo considerado um valor
desfavoraacutevel Em ambos os estudos foram utilizadas radiografias panoracircmicas para
adquirir a percentagem de aacuterea que o dente ocupa no osso Na anaacutelise de Iizuka et al o
12
espaccedilo que os terceiros molares ocupam no osso foi avaliado com base na altura
mandibular
28 Lesotildees preacute-ciruacutergicas
Para aleacutem da quantidade diminuiacuteda de osso remanescente apoacutes uma cirurgia de
terceiros molares existem tambeacutem outros factores que provocam fragilidade
mandibular como eacute o caso de alteraccedilotildees patoloacutegicas no osso secundaacuterias a um quisto
ou tumor abrangente Iizuka et al no seu estudo referem que mesmo pequenas
alteraccedilotildees como uma pericoronarite ou um foliacuteculo aumentado podem enfraquecer a
mandiacutebula (Iizuka et al 1997)
Apesar de nas indicaccedilotildees para remoccedilatildeo dos sisos estar incluiacuteda a possibilidade
de desenvolver quistos ou tumores associados a estes dentes Adeyemo refere que a
incidecircncia destas patologias em terceiros molares inclusos eacute baixa Citados no estudo de
Chrcanovic et al Bruce et al reportaram uma incidecircncia de 62 sendo esta
percentagem superior em pacientes mais velhos com uma meacutedia de idade de 465 anos
No mesmo artigo de acordo com Girod et al quanto mais tempo a empactaccedilatildeo
persistir maior o risco de desenvolver quistos ou tumores
Na anaacutelise de 2010 por Bodner et al cerca de 27 dos pacientes tinham
historial de infecccedilotildees preacute-ciruacutergicas na zona do dente a extrair Portanto pressupocircs-se
uma associaccedilatildeo entre lesotildees oacutesseas preacute-existentes associadas ao dente em questatildeo com a
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular As infecccedilotildees relatadas foram a doenccedila
periodontal quistos ou pericoronarites recorrentes capazes de criar defeitos que
enfraquecem a mandiacutebula (Woldenberg et al 2007) Estas lesotildees satildeo frequentemente
encontradas em pacientes com mais de 40 anos de idade (Lysell e Rohlin 1988)
Na anaacutelise de Perry e Goldberg de 2000 tambeacutem incluiacuteda no estudo de Bodner
et al a severidade e a duraccedilatildeo das infecccedilotildees natildeo foram obtidas no entanto referem que
uma infecccedilatildeo croacutenica e profunda provoca descalcificaccedilatildeo e destruiccedilatildeo oacutessea
contribuindo para a probabilidade de desenvolvimento de fracturas tanto imediatas
como tardias
Geralmente as infecccedilotildees nos jovens surgem quando uma pequena parte da coroa
erupciona e por isso nos pacientes mais velhos as infecccedilotildees associadas agrave empactaccedilatildeo
do terceiro molar satildeo diferentes pois o dente muitas vezes estaacute totalmente envolvido
por osso Assim a reabsorccedilatildeo oacutessea eacute geralmente a causa destas infecccedilotildees De acordo
com Osaki a periodontite presente nos segundos molares tambeacutem pode ser a causa de
13
infecccedilatildeo associada aos terceiros molares Nestes casos o osso alveolar entre o dente
empactado e o segundo molar eacute frequentemente destruiacutedo pela periodontite croacutenica
(Osaki et al 1995) Os resultados obtidos por estes autores sugerem que os dentes
inclusos em pacientes de idade avanccedilada com reabsorccedilatildeo oacutessea fisioloacutegica em torno da
coroa associada agrave irritaccedilatildeo causada pelas proacuteteses dentaacuterias e estando em relaccedilatildeo com
um ligamento periodontal bastante alargado do dente adjacente tecircm maior tendecircncia
para desenvolver infecccedilotildees
De acordo com Indresano et al e Leone et al citados por Chrcanovic et al a
formaccedilatildeo de abcessos profundos nos molares inferiores estaacute mais associada aos dentes
parcialmente empactados Isto deve-se ao facto de existir um risco aumentado de
pericoronarites agudas em dentes erupcionados verticalmente posicionados ao niacutevel ou
acima do plano oclusal e que se encontram parcialmente cobertos por tecidos moles ou
duros Werkmeister et al confirmam os dados anteriores considerando a existecircncia de
maior risco para densenvolver infecccedilotildees nos terceiros molares parcialmente
empactados As citaccedilotildees anteriores em conjunto com a presenccedila de osso remanescente
reduzida ao niacutevel do acircngulo mandibular pressupotildee um risco elevado de fractura
mandibular em cirurgias nestes casos (Fuselier et al 2002)
29 Experiecircncia do profissional
Pode pensar-se que a fractura mandibular bem como qualquer outra
complicaccedilatildeo decorrente do acto ciruacutergico possa estar relacionada com a utilizaccedilatildeo de
teacutecnicas incorrectas ou com a experiecircncia do meacutedico dentista
Woldenberg et al em 2007 referiram que as fracturas imediatas que ocorrem
principalmente por utilizaccedilatildeo improacutepria dos instrumentos ou forccedila excessiva ocorrem
com maior probabilidade quando as cirurgias satildeo realizadas por profissionais mais
novos ou menos experientes como acontece no caso reportado neste estudo
No entanto nos artigos analisados por Bodner et al as operaccedilotildees foram
realizadas por meacutedicos dentistas generalistas especialistas e cirurgiotildees maxilo-faciais e
nenhuma diferenccedila significativa foi encontrada em relaccedilatildeo agraves taxas de incidecircncia De
acordo com estes autores eacute difiacutecil estabelecer uma relaccedilatildeo entre a experiecircncia do
meacutedico e o desenvolvimento de complicaccedilotildees uma vez que eacute necessaacuterio ter em conta
outros factores que podem dificultar a extracccedilatildeo e condicionar o resultado do acto
ciruacutergico bem como o periacuteodo poacutes-operatoacuterio No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo
14
no de Bodner et al apenas 4 das 28 fracturas ocorreram em pacientes abordados por
dentistas com experiecircncia igual ou inferior a 5 anos
210 Teacutecnica utilizada
A teacutecnica ciruacutergica para extracccedilatildeo de terceiros molares poderaacute afectar o
desenrolar do procedimento ciruacutergico bem como condicionar o desenvolvimento de
futuros problemas Caso seja aconselhaacutevel a abordagem com realizaccedilatildeo de retalho
como eacute o caso de dentes inclusos com lesatildeo periapical extensa dentes isolados na
mandiacutebula de pacientes idosos dentes com alteraccedilatildeo anatoacutemica das raiacutezes ou presenccedila
de corticais oacutesseas riacutegidas existem vaacuterias teacutecnicas que podem ser utilizadas tais como a
abordagem vestibular lingual ou mesmo um acesso extra-oral em casos de empactaccedilatildeo
muito proacutexima do bordo inferior da mandiacutebula (Bodner et al 2010) No entanto a
ostectomia vestibular eacute a mais frequentemente utilizada (Juacutenior et al 2006)
As fracturas intra-operatoacuterias podem ocorrer devido agrave utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos (Iizuka et al 1997
Krimmel e Reinert 2000 Libersa et al 2002 Woldenberg et al 2007) Este risco
pode ser diminuiacutedo quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando existe uma
boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada Adicionalmente
devem adoptar-se medidas conservadoras de remoccedilatildeo oacutessea bem como a realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo quando necessaacuterio (Al-Belasy et al 2009)
A classificaccedilatildeo dos terceiros molares de acordo com a sua posiccedilatildeo tem a
finalidade de auxiliar o planeamento ciruacutergico pois de certa forma determina a
complexidade do caso Juacutenior e colaboradores referem que quanto maior o grau de
inclusatildeo dentaacuteria maior a necessidade de emprego de uma teacutecnica ciruacutergica mais
invasiva Portanto uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e radiograacutefica do caso eacute muito importante para
a determinaccedilatildeo da teacutecnica ciruacutergica mais apropriada
211 Tempo decorrido apoacutes a cirurgia
Como foi referenciado anteriormente as fracturas mandibulares podem ocorrer
durante o acto cliacutenico (imediatas) ou apoacutes a cirurgia (tardias)
Bodner et al referiram em 2010 com base nos artigos estudados que o tempo
decorrido entre a extracccedilatildeo do dente e o diagnoacutestico da fractura se encontrava entre uma
a cinco semanas reportando que 86 dos casos de fractura ocorreram entre a primeira e
a terceira semana apoacutes cirurgia com maior taxa de incidecircncia na segunda e na terceira
15
semana Brauer apoia este facto referindo que a maioria das fracturas poacutes-operatoacuterias
ocorre durante a mastigaccedilatildeo entre o 13ordm e 21ordm dia apoacutes a cirurgia (Libersa et al 2002)
Estes factos podem ser explicados com base nos processos histoloacutegicos uma vez
que este periacuteodo de tempo corresponde a processos de cicatrizaccedilatildeo nomeadamente a
substituiccedilatildeo de tecido de granulaccedilatildeo por tecido conjuntivo no alveacuteolo e dois terccedilos do
alveacuteolo ainda natildeo estatildeo formados por osteoacuteide ou osso ateacute ao 38ordm dia (Amler et al
1960 Amler et al 1977 Libersa et al 2002) Para aleacutem disso no final da segunda
semana a dor desapareceu os pacientes jaacute se sentem melhor e capazes de mastigar
normalmente podendo causar forccedilas muito elevadas numa mandiacutebula enfraquecida
(Libersa et al 2002) Bodner et al explicam a elevada percentagem de fracturas poacutes-
operatoacuterias e o periacuteodo em que ocorrem como o resultado de forccedilas mastigatoacuterias
excessivas ou pequenos traumas sofridos por uma mandiacutebula enfraquecida
No estudo de Perry e Goldberg 18 das 28 fracturas ocorridas surgiram durante a
mastigaccedilatildeo A forccedila mastigatoacuteria requerida para quebrar os alimentos pode produzir
forccedilas de stress consideraacuteveis numa mandiacutebula enfraquecida apoacutes cirurgia natildeo se
encontrando completamente reconstruiacuteda e calcificada Nos casos relatados todos os
pacientes receberam as mesmas instruccedilotildees sobre a dieta a efectuar no entanto perante
os resultados os autores defendem que talvez natildeo tenha sido dado ecircnfase suficiente em
relaccedilatildeo agrave qualidade e duraccedilatildeo da dieta mole Tambeacutem propotildeem a falta de cooperaccedilatildeo
por parte do paciente em cumprir as instruccedilotildees fornecidas pelo meacutedico como uma
possiacutevel causa
Por oposiccedilatildeo Al-Belasy e seus colaboradores concluiacuteram que em pacientes
totalmente dentados ou com uma ou duas ausecircncias com idades superiores a 25 anos e
sem atrofia oacutessea ou doenccedilas sisteacutemicas a mastigaccedilatildeo parece natildeo afectar a possibilidade
de ocorrecircncia de fracturas mandibulares tardias apoacutes remoccedilatildeo ciruacutergica de terceiros
molares empactados sem lesotildees associadas
212 Parafunccedilotildees
Eacute compreensiacutevel que pacientes com parafunccedilotildees como o bruxismo o
apertamento dentaacuterio (ldquoclenchingrdquo) e hipertrofia dos muacutesculos masseacuteteres apresentem
maior predisposiccedilatildeo para as fracturas mandibulares apoacutes cirurgia de terceiros molares
quando a mandiacutebula se encontra enfraquecida Kraszewski et al citados por
Chrcanovic et al apontam como possiacutevel justificaccedilatildeo o facto de estas patologias
afectarem a forccedila de mastigaccedilatildeo
16
No entanto no estudo de Al-Belasy et al fizeram parte sete pacientes com
hipertrofia masseteacuterica e 11 pacientes que realizavam apertamento dentaacuterio eou
bruxismo e em nenhum destes pacientes ocorreu fractura mandibular apoacutes a extracccedilatildeo
213 Lado esquerdo ou direito da mandiacutebula
Apesar de Wagner et al terem verificado uma distribuiccedilatildeo desequilibrada de
fracturas mandibulares entre o lado esquerdo e o direito da mandiacutebula pois 70 dos
casos ocorreram no lado esquerdo Bodner se seus colaboradores apoacutes anaacutelise de vaacuterios
artigos chegaram a outras conclusotildees Nos casos onde era feita referecircncia ao lado da
mandiacutebula em que foi efectuada a extracccedilatildeo verificaram que natildeo existe relaccedilatildeo
significativa entre o lado da mandiacutebula abordado e a ocorrecircncia de fractura 48 dos
casos foram afectados no lado direito e 52 no lado esquerdo Os resultados de Wagner
et al podem ser explicados pelo facto de o profissional estando na posiccedilatildeo normal de
trabalho ter melhor visualizaccedilatildeo e melhor controlo da forccedila aplicada no lado direito
comparativamente ao lado esquerdo (Woldenberg et al 2007) resultando numa
ostectomia menos extensa (Wagner et al 2005)
214 Actividade fiacutesica
As lesotildees maxilo-faciais representam um risco elevado em praticantes de
desporto e as fracturas satildeo uma sequela bastante comum No final da segunda semana
apoacutes cirurgia dos terceiros molares os pacientes normalmente jaacute se sentem bem devido
ao desaparecimento da dor poacutes-operatoacuteria (Libersa et al 2002) Esta diminuccedilatildeo do
desconforto daacute uma falsa sensaccedilatildeo de seguranccedila que pode levar os pacientes que satildeo
atletas activos a voltarem a praticar deporto intenso aumentando o risco de fractura
mandibular tardia na regiatildeo do acircngulo mandibular fragilizada pela cirurgia O risco de
fracturas maxilo-faciais relacionadas com desporto eacute consideravelmente mais elevado
em desportos de contacto por apresentarem bastante popularidade e por falta de
protecccedilatildeo facial (Chrcanovic et al 2010)
215 Doenccedilas sisteacutemicas e medicaccedilatildeo
Krimmel e Reinert defendem que as fracturas mandibulares ocorrem quando a
resistecircncia do osso e as forccedilas exercidas neste natildeo satildeo compatiacuteveis Muitos pacientes
sujeitos a procedimentos ciruacutergicos estatildeo condicionados a terapia medicamentosa e a
doenccedilas sisteacutemicas que podem afectar a resistecircncia oacutessea
17
De acordo com Kirwan citado por Chrcanovic um destes exemplos eacute a terapia
com corticosteroides utilizada no tratamento de algumas doenccedilas como a artrite
reumatoacuteide e doenccedilas relacionadas como a asma brocircnquica neurodermite e por vezes
apoacutes transplante de oacutergatildeos em dosagens mais elevadas Alguns autores como Adachi e
Weinstein referem que um dos efeitos secundaacuterios desta terapia eacute a raacutepida perda de
osso e o aumento de risco de fractura oacutessea sendo este risco duas vezes superior
comparativamente a pessoas sem qualquer terapia e eacute mais elevado apoacutes exposiccedilatildeo
prolongada a estes medicamentos
A osteoporose eacute uma condiccedilatildeo que afecta grandemente a resistecircncia do osso e
pode justificar o aumento da taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares com o
aumento da idade (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000) Eacute comum em
pacientes do sexo feminino pois a diminuiccedilatildeo de estrogeacutenios no periacuteodo poacutes-
menopausa aumenta o ritmo de perda oacutessea Poreacutem tambeacutem pode ocorrer nos homens
estando relacionada com mecanismos ligados essencialmente ao envelhecimento como
a deficiecircncia de vitamina D a absorccedilatildeo diminuiacuteda de caacutelcio e aumento dos niacuteveis de
hormona paratiroideia (PTH) (Yazbek e Neto 2008) Nos homens a testosterona
funciona da mesma forma que os estrogeacutenios na mulher sendo que pacientes com
hipogonadismo tambeacutem experienciam perdas oacutesseas aceleradas (Chrcanovic et al
2010) O osso apresenta composiccedilatildeo normal mas fica diminuiacutedo em quantidade e esta
diminuiccedilatildeo da massa oacutessea frequentemente resulta em fracturas das veacutertebras anca e
antebraccedilo (Do Lee et al 2005) De acordo com Law e Klemetti citados por Do Lee a
osteoporose pode resultar em diminuiccedilatildeo da massa oacutessea da mandiacutebula bem como
provocar alteraccedilotildees na estrutura deste osso especialmente do bordo inferior No mesmo
artigo satildeo citados alguns autores como Shrout e Kashima que referem existir uma
ligaccedilatildeo entre a osteoporose e alteraccedilotildees radiograacuteficas verificadas no padratildeo trabecular
da mandiacutebula
Existem outras patologias que tambeacutem diminuem a forccedila oacutessea como a doenccedila
gastrointestinal pois diminui a absorccedilatildeo de vitamina D De acordo com Ebeling citado
por Chrcanovic a osteoporose nos homens pode estar relacionada com algumas
condiccedilotildees como a hipercalceacutemia nefrolitiacutease terapia com anticonvulsivantes
tirotoxicose doenccedila renal e do fiacutegado mieloma muacuteltiplo ou mastocitose sisteacutemica
Bechtold e Felin citados na anaacutelise de Chrcanovic e colaboradores mencionam
a artrite idiopaacutetica juvenil como a doenccedila reumaacutetica mais comum na aacuterea da pediatria
18
Alguns estudos demonstraram a existecircncia de deficiecircncias significativas da densidade
volumeacutetrica trabecular no osso mineral e massa oacutessea cortical nestes pacientes
Os pacientes com doenccedila renal croacutenica padecem de vaacuterios distuacuterbios no
metabolismo do foacutesforo caacutelcio e ossos Estas alteraccedilotildees devem-se a factores que
contribuem para o aumento da reabsorccedilatildeo oacutessea como a diminuiccedilatildeo da absorccedilatildeo de
caacutelcio pelo intestino excessiva produccedilatildeo de PTH e alteraccedilotildees no metabolismo da
vitamina D (McPhee 2007) De acordo com Chrcanovic et al os ossos satildeo mais
gravemente afectados em casos de doenccedila renal croacutenica do que em casos saudaacuteveis
onde apenas satildeo afectados pelas consequecircncias da idade avanccedilada
A massa oacutessea eacute uma caracteriacutestica principalmente determinada geneticamente
no entanto tambeacutem eacute alterada sob a influecircncia do ambiente Indiviacuteduos com muita
massa muscular e que praticam actividade fiacutesica apresentam maior massa oacutessea do que
por exemplo pacientes fumadores ou com problemas de alcoolismo (Chrcanovic et al
2010) Estas duas uacuteltimas condiccedilotildees satildeo tambeacutem consideradas factores de risco para a
osteoporose (McPhee 2007)
3 Diagnoacutestico
31 Preacute-Ciruacutergico
Uma vez indicada a extracccedilatildeo de dentes inclusos eacute fundamental a realizaccedilatildeo de
um planeamento ciruacutergico baseado em exames cliacutenicos e radioloacutegicos Atraveacutes do
exame cliacutenico obtecircm-se dados especiacuteficos da sauacutede geral do paciente histoacuteria meacutedica e
dentaacuteria e o niacutevel de complexidade e dificuldade operatoacuteria pode ser analisado no
exame radiograacutefico Deste modo o dentista consegue prevenir possiacuteveis acidentes
durante a cirurgia ou no periacuteodo poacutes-operatoacuterio muitas vezes relacionados com a
posiccedilatildeo e localizaccedilatildeo do dente incluso (Juacutenior et al 2006)
As classificaccedilotildees dos dentes inclusos satildeo feitas a partir da anaacutelise radiograacutefica e
com cuidadosa classificaccedilatildeo o dentista pode abordar a cirurgia de forma ordenada e
prever se alguma abordagem ciruacutergica fora do comum precisaraacute ser adoptada (Juacutenior et
al 2006 Xavier et al 2010) Para a maioria dos casos a radiografia periapical eacute a
radiografia de eleiccedilatildeo pois fornece informaccedilatildeo mais detalhada Por outro lado a
ortopantomografia mostra uma imagem mais exacta da anatomia da regiatildeo e pode ser
usada como substituto apropriado (Xavier et al 2010) Aliaacutes na grande maioria satildeo
19
estas as radiografias utilizadas pois eacute possiacutevel visualizar correctamente o longo eixo do
segundo molar o ramo ascendente da mandiacutebula e o niacutevel oacutesseo que satildeo utilizados
como paracircmetros (Juacutenior et al 2006)
Os sistemas de classificaccedilatildeo permitem avaliar a dificuldade da cirurgia e nestes
incluem-se a angulaccedilatildeo (classificaccedilatildeo de Winter ndash Anexo 2) relaccedilatildeo com o bordo
anterior do ramo ascendente (Sistema de Pell amp Gregory I II e III ndash Anexo 1) e relaccedilatildeo
com o plano oclusal (Sistema de Pell amp Gregory A B e C ndash Anexo 1) Outros factores a
ter em conta na anaacutelise radiograacutefica fazem parte de alguns factores predisponentes jaacute
abordados como eacute o caso da morfologia radicular e relaccedilatildeo das raiacutezes com o canal
dentaacuterio inferior a densidade oacutessea que eacute mais elevado em pacientes com mais de 35
anos diminuindo a flexidade e capacidade de expansatildeo do osso e a natureza do tecido
envolvente pois o tipo de empactaccedilatildeo pode ser por tecido mole oacutesseo parcial ou oacutesseo
total (Peterson et al 2000)
A tomografia computadorizada (TC) tem-se tornado muito uacutetil em certas
situaccedilotildees como na avaliaccedilatildeo da proximidade dos dentes inclusos a estruturas
anatoacutemicas na avaliaccedilatildeo da profundidade de empactaccedilatildeo e espessura das paredes
corticais inclinaccedilatildeo vestibulo-lingual e morfologia da coroa e raiacutezes do dente
empactado (Bodner et al 1994)
Como as fracturas mandibulares associadas agrave cirurgia satildeo raras natildeo se justifica
usar a TC como exame complementar preacute-ciruacutergico No entanto em casos especiacuteficos
apoacutes avaliaccedilatildeo criteriosa dos factores predisponentes que aparentam ter um elevado
risco de desenvolvimento de fractura mandibular este exame torna-se vantajoso (Bodner
et al 1994) Pode tambeacutem ser utilizada para determinar o volume oacutesseo relativo da
mandiacutebula ocupado pelo dente (Woldenberg et al 2007)
32 Poacutes-ciruacutergico
Apoacutes ou durante a cirurgia o meacutedico dentista tem que estar alerta para os sinais e
sintomas presenciados pelo paciente que podem indicar a ocorrecircncia de fractura
mandibular
Nos casos que se encontram no periacuteodo poacutes-operatoacuterio natildeo muito prolongado o
principal alerta para a possibilidade de fractura mandibular eacute ouvir um estalido algumas
semanas apoacutes a cirurgia (Woldenberg et al 2007) Considera-se que a mandiacutebula
fractura no momento em que o som eacute ouvido Jaacute nos casos em que decorreu bastante
tempo apoacutes a cirurgia o diagnoacutestico eacute mais complicado O atraso da cicatrizaccedilatildeo e a
20
presenccedila de osteomielite podem ser a causa destas fracturas e quando a cicatrizaccedilatildeo se
prolonga demasiado deve-se sempre considerar o risco de fractura apresentando assim
indicaccedilatildeo para controlo radiograacutefico perioacutedico (Iizuka et al 1997)
O som de um estalido reportado pelo paciente deve ser considerado como
indicativo de uma possiacutevel fractura mesmo que esta natildeo seja detectada inicialmente na
radiografia (Woldenberg et al 2007) Se assim acontecer recomenda-se a realizaccedilatildeo de
radiografias de controlo (Wagner et al 2005) Libersa et al bem como Perry e
Goldberg confirmam este som distinto pois a maioria dos pacientes reportou um som
tipo estalido enquanto mastigavam acompanhado por dor intensa Na anaacutelise de
Krimmel e Reinert todos os pacientes reportaram o mesmo som excepto um que
apenas presenciou um novo episoacutedio de dor
Para aleacutem da dor suacutebita outros sinais cliacutenicos a ter em conta satildeo a presenccedila de
parestesia disestesia ou anestesia relacionadas com o nervo dentaacuterio inferior e as
alteraccedilotildees na oclusatildeo que satildeo um forte indicador de possiacutevel fractura mandibular (Laub
Jr 2009) Poderaacute tambeacutem surgir edema (Wagner et al 2005)
No caso reportado por Woldenberg foi realizada radiografia panoracircmica poacutes-
operatoacuteria imediata apoacutes se ter presenciado um estalido durante a extracccedilatildeo do 38 Na
radiografia verficou-se uma linha radioluacutecida desde o alveacuteolo ateacute ao bordo inferior da
mandiacutebula compatiacutevel com linha de fractura Foi notificada tambeacutem a presenccedila de
parestesia do laacutebio inferior do lado correspondente agrave fractura
No estudo realizado por Wagner et al em 2005 13 dos 17 pacientes que
sofreram fractura mandibular tambeacutem reportaram um som tipo estalido mas nem
sempre associado a sensaccedilatildeo dolorosa imediata No entanto foi reportada
frequentemente a presenccedila de inchaccedilo na zona do acircngulo mandibular respectivo A
meacutedia de dias decorridos entre a cirugia e a fractura foi de 19plusmn4 dias O tempo
decorrido ateacute diagnoacutestico radioloacutegico com conhecimento da data da fractura foi de
10plusmn4 dias
Como jaacute foi referido as fracturas mandibulares nem sempre satildeo diagnosticadas
radiologicamente (Iizuka et al 1997) principalmente se natildeo houver deslocamento
patoloacutegico dos fragmentos (Wagner et al 2007) No estudo de Iizuka et al todas as
fracturas que ocorreram num estado poacutes-operatorio relativamente cedo eram fracturas
sem deslocamento Uma vez que este tipo de fractura natildeo eacute imediatamente reconhecido
um achado radiograacutefico negativo apoacutes suspeita natildeo deve exluir de imediato a presenccedila
de fractura Nestes casos eacute recomendada uma dieta mole e a execuccedilatildeo de radiografias de
21
controlo nos dias seguintes (Iizuka et al 1997) Aliaacutes no estudo de Iizuka et al um dos
pacientes reportou um estalido ao comer no sexto dia poacutes-operatoacuterio cuja radiografia
efectuada nesse mesmo dia natildeo revelou qualquer fractura Quatro semanas depois o
paciente voltou ao consultoacuterio devido a uma dor persistente no local da extracccedilatildeo onde
se verificou atraveacutes da radiografia uma fractura evidente
De acordo com alguns autores na radiografia pode verificar-se uma fractura preacute-
angular o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo eixo do
dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula ou fracturas angulares
com uma linha de fractura paralela agrave bissectriz do acircngulo mandibular (Iizuka et al
1997 Wagner et al 2005)
Em casos de suspeita de fractura sem deslocamento e cujos achados radioloacutegicos
atraveacutes das radiografias convencionais como a ortopantomografia sejam negativos a
tomografia computadorizada (TC) e a tomografia computadorizada de feixe coacutenico
podem ser utilizadas como exames adicionais
De acordo com Roth e colaboradores a TC apresenta resultados superiores aos
da radiografia panoracircmica Este facto justifica-se pelas suas ferramentas de
melhoramento de imagem melhor qualidade de imagem sensibilidade equivalente na
identificaccedilatildeo de fracturas menor erro de interpretaccedilatildeo e opiniotildees mais concordantes
entre os meacutedicos na identificaccedilatildeo das fracturas mandibulares (Roth et al 2005) Outros
estudos suportam a contribuiccedilatildeo dos achados radiograacuteficos na TC para o manuseamento
ciruacutergico de traumas (Eggers et al 2008) No entanto existem algumas desvantagens
nomeadamente o elevado custo a disponibilidade e a elevada exposiccedilatildeo de radiaccedilatildeo
Estes factores promovem a tomografia computadorizada de feixe coacutenico como uma
aceitaacutevel alternativa na avaliaccedilatildeo de fracturas maxilofaciais (Scarfe et al 2006
Shintaku et al 2009)
4 Tratamento
As opccedilotildees de tratamento para as fracturas mandibulares associadas a extracccedilotildees
seguem os princiacutepios do tratamento das fracturas traumaacuteticas do acircngulo da mandiacutebula
As fracturas mandibulares podem ser tratadas realizando-se a reduccedilatildeo
contenccedilatildeo e imobilizaccedilatildeo dos segmentos fracturados sendo que a orientaccedilatildeo da oclusatildeo
dentaacuteria levaraacute a uma perfeita consolidaccedilatildeo dos segmentos fracturados com boa
recuperaccedilatildeo funcional e esteacutetica (Gomes et al 2001) Eacute fundamental identificar e
22
assegurar a correcta oclusatildeo antes de recorrer agrave reduccedilatildeo da fractura (Custoacutedio et al
2007)
O tratamento das fracturas mandibulares iatrogeacutenicas reportado por diversos
estudos na anaacutelise de Bodner et al baseou-se numa reduccedilatildeo fechada da fractura em
40 dos casos reduccedilatildeo aberta em 35 dos pacientes e em 25 dos casos natildeo foi
efectuado qualquer tipo de tratamento Este autor natildeo faz referecircncia ao sucesso dos
tratamentos
Os tratamentos que utilizam apenas fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo chamados reduccedilotildees
fechadas porque natildeo envolvem a abertura directa exposiccedilatildeo e a manipulaccedilatildeo da aacuterea
fracturada Uma reduccedilatildeo aberta inclui exposiccedilatildeo directa e reduccedilatildeo da fractura atraveacutes de
incisatildeo ciruacutergica (Custoacutedio et al 2007)
No estudo de Chrcanovic et al foram analisados 128 casos de fractura
mandibular sendo dois destes relatados por experiecircncia proacutepria No primeiro caso a
paciente ouviu um estalido e na avaliaccedilatildeo da ortopantomografia verificou-se uma
fractura sem deslocamento As possiacuteveis opccedilotildees de tratamento foram discutidas com a
paciente Devido a vaacuterias razotildees nomeadamente a ausecircncia de infecccedilatildeo e deslocamento
entre os segmentos a presenccedila de uma boa oclusatildeo com todos os dentes presentes e o
devido consentimento da paciente foi realizada apenas fixaccedilatildeo intermaxilar Apoacutes trecircs
meses verificou-se radiologicamente uniatildeo oacutessea
No caso reportado por Woldenberg et al durante a extracccedilatildeo do dente 38
verificou-se na panoracircmica uma linha de fractura Foi colocada fixaccedilatildeo intermaxilar e
posteriomente foram realizados novos exames uma panoracircmica e uma TC que
demonstraram bons resultados com aproximaccedilatildeo da linha de fractura Apoacutes duas
semanas a paciente recuperou a sensibilidade ao niacutevel do nervo dentaacuterio inferior
esquerdo Seis semanas apoacutes a cirurgia a fixaccedilatildeo intermaxilar foi removida e a paciente
sujeita a dieta mole por mais quatro semanas Nos dois trecircs e seis meses apoacutes a cirugia
foram realizadas radiografias panoracircmicas Estas revelaram formaccedilatildeo contiacutenua de osso
ao niacutevel do alveacuteolo e da linha de fractura
No estudo de Iizuka et al em seis casos foi realizada reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo
interna em dois efectuou-se fixaccedilatildeo intermaxilar e nos restantes trecircs apenas dieta mole
Todos os pacientes foram submetidos a terapia antibioacutetica durante pelo menos uma
semana simultaneamente com o tratamento da fractura que decorreu sem complicaccedilotildees
Todavia a obtenccedilatildeo de uma boa estabilidade parece ser a protecccedilatildeo mais segura contra
23
a infecccedilatildeo e atraso da cicatrizaccedilatildeo mais do que a terapia antibioacutetica (Mehra e Murad
2008)
De acordo com a literatura hoje em dia o tratamento mais eficaz das fracturas
mandibulares baseia-se na reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo interna no entanto os artigos
abordados cuja fractura estaacute relacionada com a extracccedilatildeo de terceiros molares parecem
ter obtido bons resultados com a utilizaccedilatildeo de fixaccedilatildeo intermaxilar e realizaccedilatildeo de dieta
mole Iizuka et al referem que nos casos de diagnoacutestico precoce e ausecircncia de
sintomatologia eacute adequado um tratamento conservador com fixaccedilatildeo intermaxilar e
nalguns casos a prescriccedilatildeo de dieta mole
No entanto evitar o uso de fixaccedilatildeo intermaxilar no transoperatoacuterio eacute mais
econoacutemico em tempo e custo e mais confortaacutevel para o paciente De acordo com Sorel
citado por Laub Jr alguns dos problemas associados agrave fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo a maacute
alimentaccedilatildeo com perda de peso dificuldades na respiraccedilatildeo e foneacutetica maacute higiene oral e
problemas sociais Em contraste a fixaccedilatildeo interna permite restauraccedilatildeo da funccedilatildeo e
mobilidade mais cedo e aumento do conforto para o paciente com melhoria dos
aspectos atraacutes mencionados Os autores Gomes et al referem que a fixaccedilatildeo intermaxilar
natildeo eacute usualmente necessaacuteria na reduccedilatildeo de fracturas confinadas agrave mandiacutebula
De acordo com Calloway et al citados por Moreno et al o desenvolvimento de
diferentes sistemas de fixaccedilatildeo interna na traumatologia facial e sua aplicaccedilatildeo no
tratamento das fracturas mandibulares conduziu a mudanccedilas nos criteacuterios de realizaccedilatildeo
de imobilizaccedilatildeo poacutes-ciruacutergica Tambeacutem tornou possiacutevel um retorno agrave funccedilatildeo normal
mais raacutepido Esta teacutecnica utiliza placas e parafusos na regiatildeo da fractura para se obter
contenccedilatildeo estaacutevel e eficaz promovendo cicatrizaccedilatildeo oacutessea primaacuteria sem que seja
necessaacuteria a extensatildeo do uso de fixaccedilatildeo intermaxilar A eliminaccedilatildeo desta ou uso por
periacuteodo miacutenimo geralmente resulta em maior satisfaccedilatildeo para o paciente (Gomes et al
2001 Custoacutedio et al 2007) Nesta modalidade o acesso agrave aacuterea da fractura pode ser
conseguido atraveacutes de abordagem intra-oral ou extra-oral (Mehra e Murad 2008)
As fracturas com grande grau de deslocamento ou fracturas cominutivas
necessitam de uma abordagem extra-oral para correcta reduccedilatildeo e visualizaccedilatildeo ao
colocar as estruturas de fixaccedilatildeo interna Por esta razatildeo e por natildeo haver comunicaccedilatildeo
com o meio intra-oral este meacutetodo apresenta baixo iacutendice de contaminaccedilatildeo A reduccedilatildeo
aberta com abordagem intra-oral pode ser utilizada nos casos de ausecircncia ou ligeiro
deslocamento dos fragmentos pacientes pouco cooperantes ou que necessitam de
restabelecimento imediato da funccedilatildeo mastigatoacuteria (Custoacutedio et al 2007)
24
A utilizaccedilatildeo de meacutetodos de fixaccedilatildeo interna nas fracturas mandibulares parece ser
o meacutetodo de tratamento mais aceitaacutevel (Moreno et al 2000) No entanto
independentemente do meacutetodo utilizado a finalidade baacutesica do tratamento das fracturas
deve ser o restabelecimento da oclusatildeo funcional e a continuidade mandibular
promovendo a restauraccedilatildeo das funccedilotildees mastigatoacuterias do paciente com o miacutenimo de
sequelas possiacutevel (Custoacutedio et al 2007)
5 Medidas preventivas
Perante avaliaccedilatildeo cliacutenica e posterior suspeita de ser um paciente de alto risco de
desenvolvimento de fractura mandibular algumas medidas devem ser ponderadas com
especial atenccedilatildeo Chrcanovic et al apontam mesmo a inadequada avaliaccedilatildeo preacute-
operatoacuteria como um factor de risco ou factor predisponente para o desenvolvimento de
fracturas Portanto este seria o primeiro ponto a ter em conta para um adequado
procedimento ciruacutergico com medidas atenuantes do risco de complicaccedilotildees A
identificaccedilatildeo de dentes que representam elevado risco de complicaccedilotildees relacionadas
com a cirurgia eacute a chave para o desenvolvimento de medidas profilaacutecticas com o
objectivo de evitar fracturas mandibulares Todos os indicadores de risco devem ser
bem analisados
Bodner e colaboradores descreveram algumas medidas preventivas para reduzir
a possibilidade de ocorrecircncia de fracturas mandibulares iatrogeacutenicas Estas incluem os
seguintes passos informar o paciente sobre a existecircncia do risco de fractura e da
importacircncia da sua cooperaccedilatildeo (Libersa et al 2002) a remoccedilatildeo oacutessea quando
necessaacuteria deve ser miacutenima e se possiacutevel efectuar odontossecccedilatildeo reduzindo a aacuterea
oacutessea removida se o dente empactado se encontrar perto do bordo inferior da
mandiacutebula considerar a abordagem extra-oral pacientes devem realizar dieta mole nas
quatro semanas seguintes agrave cirurgia (Wagner et al 2005 Woldenberg et al 2007)
embora Iizuka et al refiram apenas duas semanas e limitar a forccedila mastigatoacuteria durante
dois meses (Libersa et al 2002) o meacutedico dentista deve dar ecircnfase agrave qualidade e
duraccedilatildeo da dieta mole (Perry e Goldberg 2000) informar o paciente sobre os sinais
cliacutenicos e sintomas de uma fractura poacutes-operatoacuteria alertar o paciente para a
possibilidade de ouvir um som tipo estalido que pode indicar a presenccedila de fractura natildeo
sendo no entanto facilmente detectaacutevel radiologicamente com necessidade de
posteriores radiografias (Iizuka et al 1997)
25
Obiechina et al citados por Al-Belasy et al referem que perante as
dificuldades inerentes a esta cirurgia eacute recomendado que esta seja efectuada antes dos
25 anos Aliaacutes de acordo com Libersa et al a remoccedilatildeo profilaacutectica de terceiros molares
antes dos 20 anos de idade pode atenuar o risco de fractura
De acordo com Chrcanovic et al em casos em que a extracccedilatildeo de terceiros
molares inclusos eacute recomendada o risco de desenvolver uma fractura mandibular intra-
operatoacuteria pode ser evitada quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando
existe uma boa visualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada (Al-Belasy et al 2009)
Estes autores referem que o risco de fracturas mandibulares tanto imediatas como
tardias pode ser evitado pelo diagnoacutestico preciso e bem elaborado nos seguintes casos
pacientes com mais de 25 anos de idade principalmente homens pacientes com
bruxismo atletas activos raiacutezes do terceiro molar sobrepostas ou adjacentes ao canal
dentaacuterio inferior visualizadas na panoracircmica pacientes com patologia local ou
sisteacutemica ou sob medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea
26
Conclusatildeo
As taxas de incidecircncia da fractura traumaacutetica mandibular satildeo elevadas
principalmente quando comparadas com as fracturas mandibulares associadas a
exodontias que rondam os 00046 Apesar de rara a possibilidade de ocorrer e os
sinais e sintomas que acarreta devem ser destacados na informaccedilatildeo e esclarecimento ao
paciente A remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos eacute a cirurgia mais associada a estas
fracturas e as indicaccedilotildees quanto agrave sua realizaccedilatildeo ainda satildeo um pouco questionadas
Cada caso deve ser bem avaliado com os meacutetodos cliacutenicos e radiograacuteficos necessaacuterios
Quando eacute decidida a realizaccedilatildeo de extracccedilatildeo a radiografia periapical eacute
considerada um exame de eleiccedilatildeo no entanto a radiografia panoracircmica eacute um bom
substituto e permite utilizar sistemas de classificaccedilatildeo que podem ajudar o dentista na
determinaccedilatildeo do grau de complexidade e dificuldade do procedimento Por outro lado a
tomografia computadorizada (TC) pode ser utilizada em casos muito especiacuteficos com
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos factores predisponentes agrave ocorrecircncia de fractura mandibular
associada agrave exodontia
As fracturas podem ocorrer durante ou apoacutes a cirurgia sendo estas uacuteltimas as
mais frequentes Pacientes com mais de 25 anos geralmente entre os 40 e 50 anos
aparentam ter maior predisposiccedilatildeo provavelmente devido agrave diminuiccedilatildeo da elasticidade
oacutessea e dificuldades na expansatildeo alveolar durante a cirurgia A osteoporose tambeacutem
pode estar relacionada com o enfraquecimento da estrutura oacutessea
As fracturas imediatas estatildeo geralmente associadas a utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos Esta forccedila aplicada numa
mandiacutebula enfraquecida por razotildees preacute-ciruacutergicas aumenta a predisposiccedilatildeo para
fractura A fragilidade mandibular pode ser fisioloacutegica mas pode tambeacutem estar
relacionada com factores locais ou sisteacutemicos como doenccedilas ou medicamentos que
afectam a resistecircncia oacutessea As infecccedilotildees e lesotildees quiacutesticas ou tumorais bem como a
terapia com corticosteroacuteides e a osteoporose satildeo exemplos destes factores Durante o
procedimento deve-se optar pela remoccedilatildeo oacutessea miacutenima e se possiacutevel realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo obtenccedilatildeo de boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e aplicaccedilatildeo de forccedila
guiada e controlada As fracturas mandibulares tardias geralmente estatildeo associadas a um
enfraquecimento da mandiacutebula que surgiu apoacutes a extracccedilatildeo sendo a remoccedilatildeo oacutessea
excessiva um factor relacionado Quanto maior a quantidade de osso removido maior o
defeito oacutesseo criado maior a fragilidade mandibular e consequentemente o risco de
fractura aumenta Deste modo dentes inclusos com grande empactaccedilatildeo e envolvimento
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
UNIVERSIDADE DE LISBOA
FACULDADE DE MEDICINA DENTAacuteRIA
FRACTURAS MANDIBULARES NA EXTRACCcedilAtildeO DE
TERCEIROS MOLARES
Ana Rita Mendes Moio
Dissertaccedilatildeo orientada por
Dr Andreacute Tsou Chen
MESTRADO INTEGRADO
2011
Agradecimentos
Este espaccedilo eacute dedicado a todos aqueles que contribuiacuteram para que este trabalho fosse
possiacutevel
Assim gostaria desde logo de agradecer ao Dr Andreacute Chen pela iniciativa e pelo
empenho em tornar este projecto uma realidade assim como pelo exemplar modo como
soube orientar o meu trabalho
O meu obrigado aos meus Pais pela paciecircncia e carinho e ao meu Irmatildeo pelo apoio e
amizade sempre presente mesmo estando longe
A todos os Colegas e Amigos que fiz na FMDUL e que sempre recordarei
Aos meus grandes Amigos
ii
Resumo
A extracccedilatildeo de terceiros molares eacute uma das cirurgias mais frequentemente
realizadas nas consultas de cirurgia oral Fracturas mandibulares associadas a este
procedimento satildeo complicaccedilotildees que raramente ocorrem No entanto haacute determinados
factores que podem aumentar a predisposiccedilatildeo para o seu desenvolvimento Neste
sentido o presente trabalho destina-se agrave realizaccedilatildeo de uma revisatildeo bibliograacutefica com o
intuito de determinar estes possiacuteveis factores e qual a melhor abordagem perante tal
complicaccedilatildeo operatoacuteria As fracturas mandibulares associadas agrave exodontia de terceiros
molares podem ser intra ou poacutes-operatoacuterias e geralmente ocorrem em pacientes acima
dos 25 anos de idade do sexo masculino totalmente dentados ou pouco cooperantes
Estas caracteriacutesticas associadas a fragilidade oacutessea mandibular preacute-existente ou poacutes-
ciruacutergica aumentam o risco O enfraquecimento mandibular pode ser devido a atrofia
fisioloacutegica condiccedilotildees sisteacutemicas ou locais patoloacutegicas como a osteoporose ou a
presenccedila de quistos ou tumores Um dente muito impactado ou com morfologia que
requer grande remoccedilatildeo oacutessea tambeacutem aumenta a predisposiccedilatildeo para fractura Estas
caracteriacutesticas devem ser avaliadas atraveacutes de um bom exame cliacutenico e radioloacutegico e
um cuidadoso planeamento ciruacutergico deve ser elaborado incluindo esclarecimento e
informaccedilatildeo ao paciente A utilizaccedilatildeo improacutepria dos instrumentos ou a aplicaccedilatildeo de forccedila
excessiva no osso devem ser evitados Como diagnoacutestico da fractura mandibular o
exame radiograacutefico eacute essencial no entanto a linha de fractura nem sempre eacute visiacutevel na
primeira suspeita Por outro lado um som tipo estalido reportado pelo paciente
geralmente duas semanas apoacutes a cirurgia eacute um indicador fundamental O meacutedico
dentista apoacutes exame cliacutenico e radioloacutegico apropriado deve reduzir e estabilizar a
fractura Se necessaacuterio o paciente deve ser encaminhado para um cirurgiatildeo maxilo-
facial
Palavras-chave fracturas mandibulares extracccedilatildeo de terceiros molares fractura
mandibular iatrogeacutenica tratamento de fracturas mandibulares complicaccedilotildees apoacutes
remoccedilatildeo dos terceiros molares
iii
Abstract
The extraction of third molars is one of the most frequent procedures in oral
surgery Mandibular fractures associated with this surgery are complications that rarely
occur However there are certain factors that may increase the predisposition to their
development This work is intended to conduct a literature review in order to determine
these possible factors and how to approach this complication before surgery The
fractures associated with mandibular third molar extraction can be intra or postoperative
and usually occur in patients over 25 years old male fully dentate or uncooperative
These characteristics associated with pre-existent or post-surgical mandibular bone
fragility increase the risk The reduction of bone strength may be caused by
physiological atrophy systemic conditions or pathologic processes such as osteoporosis
or the presence of cysts or tumours A very impacted tooth or with a morphology that
requires excessive bone removal also increases the predisposition to fracture These
factors should be evaluated by a thorough clinical and radiological examination and a
careful surgical plan shall be developed including clarifying and informing the patient
The improper use of instruments or the application of excessive force on the bone shall
be avoided As a diagnosis of mandibular fracture the radiographic examination is
essential however the fracture line is not always visible at first On the other hand a
cracking noise reported by the patient usually two weeks after surgery is a fundamental
indicator The dentist shall reduce and stabilize the fracture after proper clinical and
radiological examinations If necessary the patient should be transferred to a
maxillofacial surgeon
Key-words mandibular fractures third molar extraction iatrogenic mandibular
fracture mandibular fractures treatment complications after third molar removal
iv
Iacutendice
Agradecimentos i
Resumo ii
Abstract iii
Iacutendice iv
Introduccedilatildeo 1
1 Fracturas mandibulares 4
11 Taxas de incidecircncia 5
12 Fracturas imediatas vs Fracturas tardias 6
2 Factores predisponentes ou de risco 6
21 Idade 7
22 Geacutenero 8
23 Quantidade de dentes remanescentes 8
24 Grau de empactaccedilatildeo 9
25 Angulaccedilatildeo 10
26 Comprimento das raiacutezes e sua relaccedilatildeo com o canal dentaacuterio inferior 11
27 Volume relativo da mandiacutebula ocupado pelo dente () 11
28 Lesotildees preacute-ciruacutergicas 12
29 Experiecircncia do profissional 13
210 Teacutecnica utilizada 14
211 Tempo decorrido apoacutes a cirurgia 14
212 Parafunccedilotildees 15
213 Lado esquerdo ou direito da mandiacutebula 16
214 Actividade fiacutesica 16
215 Doenccedilas sisteacutemicas e medicaccedilatildeo 16
3 Diagnoacutestico 18
4 Tratamento 21
5 Medidas preventivas 24
Conclusatildeo 26
Bibliografia 28
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory I
Anexo 2 - Classificaccedilatildeo de Winter II
1
Introduccedilatildeo
A fractura mandibular associada a exodontias eacute uma complicaccedilatildeo rara Por outro
lado a remoccedilatildeo dos terceiros molares eacute um dos procedimentos mais comummente
realizado na praacutetica ciruacutergica de Medicina Dentaacuteria Eacute um processo que requer um
planeamento cuidado e o meacutedico dentista deve apresentar-se apto para realizar tal
cirurgia Bodner et al em 2010 analisaram vaacuterios estudos que reportavam casos de
fractura da mandiacutebula relacionada com a extracccedilatildeo dentaacuteria e de acordo com estes
autores a extracccedilatildeo de terceiros molares inferiores eacute a que estaacute mais associada a este
tipo de fractura
Embora a empactaccedilatildeo de terceiros molares possa ser assintomaacutetica a
probabilidade de estes causarem problemas eacute muito alta As complicaccedilotildees preacute-
operatoacuterias podem ser dor desenvolvimento de doenccedila periodontal ou reabsorccedilatildeo
radicular no segundo molar ou sintomas de disfunccedilatildeo da ATM Eacute de referir que as
principais satildeo a formaccedilatildeo de abcesso fractura espontacircnea da mandiacutebula e quistos ou
tumores odontogeacutenicos sendo a complicaccedilatildeo preacute-operatoacuteria mais frequente a
pericoronarite (Chiapasco et al 1993)
A necessidade de extracccedilatildeo dos terceiros molares eacute vista de forma diferente por
parte de cada profissional (Knutsson 1992 Hazelkorn e Macek 1994 Adeyemo
2006) De acordo com Adeyemo a decisatildeo sobre a extracccedilatildeo natildeo deve ser generalizada
mas individualizada e limitada aos dentes com indicaccedilotildees meacutedicas ciruacutergicas e
patoloacutegicas bem definidas (Adeyemo 2006)
Algumas indicaccedilotildees foram estabelecidas numa conferecircncia pela ldquoNational
Institutes of Healthrdquo em 1980 nos Estados Unidos da Ameacuterica e nestas incluem-se os
terceiros molares inclusos associados a pericoronarite recorrente lesatildeo quiacutestica ou de
caacuterie natildeo restauraacutevel ou que causem problemas periodontais no segundo molar No
entanto hoje em dia estas indicaccedilotildees ainda satildeo questionadas (Hazelkorn e Macek 1994
Glosser e Campbell 1999)
Actualmente de acordo com Chrcanovic et al a remoccedilatildeo profilaacutectica dos
terceiros molares eacute justificada com base na hipoacutetese de que os sisos natildeo apresentam
qualquer funccedilatildeo na cavidade oral na diminuiccedilatildeo do risco de desenvolver patologias
(quistos e tumores) associadas ao dente (Glosser e Campbell 1999 Guumlven 2000
Baykul et al 2005) na reduccedilatildeo do risco de fractura traumaacutetica do acircngulo da mandiacutebula
devido agrave presenccedila do dente incluso (Ugboko et al 2000 Hanson et al 2004 Iida et
2
al 2005 Inaoka et al 2009) e no facto da dificuldade da cirurgia aumentar com a
idade do paciente (Baykul et al 2005)
Em casos de grande empactaccedilatildeo nem sempre eacute recomendada a remoccedilatildeo do
dente excepto em casos de patologia ou infecccedilatildeo sendo suficiente um controlo
radiograacutefico (Kwon et al 2006) A maioria dos problemas patoloacutegicos sintomaacuteticos
que resultam de terceiros molares inclusos ocorre devido a dentes parcialmente
erupcionados e menos comummente a empactaccedilotildees oacutesseas completas (Werkmeister et
al 2005)
Contar et al em 2010 concluiacuteram que o risco de complicaccedilotildees na cirurgia de
terceiros molares estaacute sempre presente aumentando proporcionalmente com a
dificuldade desta e por sua vez a dificuldade da cirurgia aumenta proporcionalmente
com a idade do paciente (Baykul et al 2005) Numerosos estudos foram recentemente
realizados no sentido de identificar possiacuteveis factores de risco para as complicaccedilotildees
intra e poacutes-operatoacuterias nas quais se incluem as fracturas mandibulares As
complicaccedilotildees intra-operatoacuterias satildeo aquelas que ocorrem durante o acto ciruacutergico
propriamente dito e as poacutes-operatoacuterias satildeo as que surgem apoacutes este (Brauer 2009)
A prevalecircncia de complicaccedilotildees relacionadas com a remoccedilatildeo dos terceiros
molares situa-se entre os 26 e os 309 Estas variam desde edema e dor ateacute
situaccedilotildees de lesatildeo do nervo fracturas mandibulares ou mesmo casos de infecccedilatildeo que
podem colocar a vida do paciente em risco (Brauer 2009) As complicaccedilotildees mais
comuns associadas agrave extracccedilatildeo de terceiros molares satildeo a alveolite seca infecccedilatildeo lesatildeo
do nervo hemorragia e dor (Iizuka et al 1997 Woldenberg et al 2007) As
complicaccedilotildees raras ou pouco comuns satildeo definidas por Brauer como aquelas que
apresentam uma taxa de incidecircncia inferior a 1 e destas fazem parte as fracturas
mandibulares (Brauer 2009) De acordo com Woldenberg et al as complicaccedilotildees
menos comuns satildeo o trismus severo lesatildeo iatrogeacutenica do segundo molar adjacente e a
fractura mandibular iatrogeacutenica
Citando Bruce et al Al-Belasy e colaboradores referem que na remoccedilatildeo
convencial de terceiros molares 2 a 4 das cirurgias resulta em fractura oacutessea
iatrogeacutenica no entanto satildeo fracturas do processo alveolar ou da parede lingual Por
outro lado na remoccedilatildeo ciruacutergica de terceiros molares empactados geralmente eacute
necessaacuteria grande remoccedilatildeo oacutessea para se ter acesso ao dente (Kwon et al 2006) Nestes
casos a remoccedilatildeo oacutessea pode enfraquecer a mandiacutebula predispondo-a a fractura (Iizuka et
al 1997)
3
Um dente empactado eacute aquele que natildeo consegue erupcionar dentro do tempo
esperado ateacute agrave sua posiccedilatildeo normal na mandiacutebula A empactaccedilatildeo ocorre porque eacute
dificultada pelos dentes adjacentes por um denso revestimento oacutesseo ou por excesso de
tecido mole O termo dente incluso eacute mais abrangente pois inclui tanto os dentes
empactados como os dentes em erupccedilatildeo (Peterson et al 2000)
Embora as taxas de incidecircncia reportadas sejam baixas as fracturas
mandibulares satildeo consideradas como complicaccedilotildees major ou seja que necessitam de
um tratamento posterior e podem desenvolver consequecircncias irreversiacuteveis (Krimmel e
Reinert 2000 Brauer 2009) Por esta razatildeo o meacutedico dentista deve estar preparado
para resolver este tipo de lesatildeo e o paciente deve ser devidamente informado sobre esta
possibilidade De acordo com Perry e Goldberg a praacutetica de cirurgia oral
contemporacircnea e maxilo-facial inclui a obtenccedilatildeo de um consentimento informado Os
pacientes devem receber em termos compreensiacuteveis uma informaccedilatildeo completa a
respeito do diagnoacutestico tratamento e prognoacutestico da sua condiccedilatildeo patoloacutegica por parte
do profissional de sauacutede O paciente deve reconhecer as implicaccedilotildees em caso de recusa
ao tratamento e tambeacutem deve ter conhecimento dos custos e existecircncia de tratamentos
alternativos (Palomer L 2009) Os riscoscomplicaccedilotildees preacute e poacutes operatoacuterios mesmo
os relativamente incomuns devem estar incluiacutedos na discussatildeo riscobenefiacutecio e nas
instruccedilotildees dadas ao paciente Eacute necessaacuterio afirmar que o consentimento deve ser livre
esclarecido renovaacutevel e revogaacutevel (Maluf et al 2007)
Sendo esta uma cirurgia comum eacute importante compreender a natureza das
complicaccedilotildees e conhecer os vaacuterios factores que associados agrave extracccedilatildeo de terceiros
molares contribuem para o desenvolvimento de fracturas mandibulares O uso de forccedila
improacutepria uma empactaccedilatildeo dentaacuteria muito acentuada casos de osteoporose ou outras
desordens metaboacutelicas ou lesotildees como quistos e tumores aumentam a probabilidade
da ocorrecircncia de fractura mandibular A presenccedila de um dente empactado numa
mandiacutebula muito atroacutefica ou uma infecccedilatildeo que envolve os tecidos periodontais
nomeadamente o osso tambeacutem aumentam esta predisposiccedilatildeo
Poucos satildeo os relatos de casos de ocorrecircncia de fracturas mandibulares
associados agrave remoccedilatildeo de terceiros molares no entanto apesar da baixa taxa de
incidecircncia natildeo se deve descartar a possibilidade de surgir uma complicaccedilatildeo como esta
Quando ocorre uma fractura o meacutedico dentista tem que estar preparado saber
reconhecer a lesatildeo com recurso a meios de diagnoacutestico apropriados bem como adoptar
as medidas mais adequadas para soluccedilatildeo do problema
4
1 Fracturas mandibulares
Apesar de ser considerado o osso mais forte e riacutegido da face a mandiacutebula eacute o
osso facial mais comummente fracturado (36-70) e parece ser devido agrave sua
localizaccedilatildeo exposta e proeminente Estas fracturas traumaacuteticas afectam principalmente
pessoas do sexo masculino entre os 16 e os 30 anos de idade (Hanson et al 2004) As
fracturas mandibulares podem classificar-se quanto agrave localizaccedilatildeo anatoacutemica quanto agrave
condiccedilatildeo dos fragmentos oacutesseos (galho verde simples cominutiva e composta) e
podem ser favoraacuteveis ou desfavoraacuteveis consoante a angulaccedilatildeo da fractura e a forccedila de
tracccedilatildeo muscular proximal ou distalmente agrave fractura (Peterson et al 2000) A maior
percentagem de fracturas quanto agrave localizaccedilatildeo encontra-se ao niacutevel do acircngulo cocircndilo e
regiatildeo sinfisaacuteria sendo que estas zonas podem ser consideradas mecanicamente como
pontos fracos (Mitsukawa et al 2004)
De acordo com Ferre e colaboradores citados por Libersa et al as fracturas no
acircngulo da mandiacutebula satildeo frequentes devido a vaacuterias razotildees nomeadamente o facto de
esta ser uma aacuterea de baixa resistecircncia com uma anatomia oacutessea especiacutefica (bordo
superior fino e osso basilar estreito) a sua localizaccedilatildeo que corresponde agrave regiatildeo entre o
ramo e o corpo da mandiacutebula e nalguns casos a presenccedila de terceiros molares inclusos
(Krimmel e Reinert 2000 Libersa et al 2002 Inaoka et al 2009)
De acordo com Rudderman e colaboradores citados por Chrcanovic et al
existem alguns factores que influenciam a localizaccedilatildeo das fracturas mandibulares
incluindo a direcccedilatildeo local e severidade da forccedila e impacto bem como caracteriacutesticas
intriacutensecas do osso Krimmel e Reinert referem que as fracturas mandibulares ocorrem
quando a resistecircncia do osso e as forccedilas exercidas neste natildeo satildeo compatiacuteveis Estes
autores defendem que a diminuiccedilatildeo da resistecircncia oacutessea pode ser causada por atrofia
fisioloacutegica osteoporose processos patoloacutegicos (ie lesotildees quiacutesticas lesotildees malignas
processos inflamatoacuterios) ou pode ser secundaacuteria a uma intervenccedilatildeo ciruacutergica (De Silva
1984) O stress exercido na mandiacutebula pode ser devido a forccedilas traumaacuteticas ou forccedilas
excessivas exercidas durante a extracccedilatildeo dentaacuteria (Krimmel e Reinert 2000)
Apesar da elevada percentagem de fracturas traumaacuteticas da mandiacutebula as
fracturas mandibulares como complicaccedilatildeo associada agrave extracccedilatildeo de terceiros molares
apresentam taxas de incidecircncia baixas (Krimmel e Reinert 2000)
Iizuka et al referem que a fractura mandibular natildeo ocorre apenas devido agrave forccedila
realizada durante a cirurgia mas tambeacutem devido ao enfraquecimento da regiatildeo do
acircngulo da mandiacutebula preacute-existente ou que surgiu apoacutes remoccedilatildeo do dente O tipo de
5
fractura decorrido apoacutes as extracccedilotildees no estudo de Iizuka et al confirma tambeacutem a
existecircncia de um enfraquecimento mecacircnico na regiatildeo preacute-angular da mandiacutebula Isto
porque todas as fracturas decorridas nesta anaacutelise eram fracturas preacute-angulares
Tambeacutem no estudo de Wagner et al de 2005 foram detectadas fracturas preacute-angulares
em 15 dos 17 casos o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo
eixo do dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula Nos restantes dois
casos foram detectadas fracturas angulares com uma linha de fractura paralela agrave
bissectriz do acircngulo mandibular De acordo com estes autores as fracturas na zona preacute
angular tecircm sido descritas como as tiacutepicas da fractura mandibular patoloacutegica associada a
extracccedilatildeo de terceiros molares
11 Taxas de incidecircncia
As fracturas da mandiacutebula apoacutes remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos satildeo
consideradas complicaccedilotildees raras com percentagens entre os 00046 e os 00075
(Woldenberg et al 2007)
Libersa et al em 2002 no seu estudo que abordava 27 casos de fractura
mandibular 17 intraoperatoacuterias e 10 poacutes-operatoacuterias obtiveram 00049 de taxa de
incidecircncia Outros autores Perry e Goldberg em 2000 basearam-se em questionaacuterios
efectuados a 84 cirurgiotildees orais e maxilo-faciais obtendo uma incidecircncia de fracturas
mandibulares tardias de 00046 ou seja 28 fracturas num total de 611 000 molares
empactados removidos
No estudo de Wagner et al de 2005 14 das 17 fracturas analisadas ocorreram
poacutes-operatoriamente Em 2010 na anaacutelise de vaacuterios estudos abordando um total de 189
casos Bodner e colaboradores reportaram 22 de casos de fracturas mandibulares
iatrogeacutenicas intra-operatoacuterias e 78 poacutes-operatoacuterias Neste sentido as fracturas tardias
parecem ser as mais frequentes
Dunstan e Sugar citados por Woldenberg et al referem que a verdadeira
incidecircncia de fracturas mandibulares poacutes-operatoacuterias como resultado da extracccedilatildeo eacute
dificil de estabelecer pois existem casos reportados de fracturas traumaacuteticas poacutes-
operatoacuterias que poderiam ter ocorrido numa mandiacutebula intacta e assim a ocorrecircncia
destas duas situaccedilotildees ser apenas uma coincidecircncia
6
12 Fracturas imediatas vs Fracturas tardias
As fracturas mandibulares podem ocorrer durante ou apoacutes o acto ciruacutergico
sendo consideradas complicaccedilotildees intra-operatoacuterias ou poacutes-operatorias respectivamente
As fracturas intra-operatoacuterias (imediatas) podem ocorrer devido a vaacuterios
factores sendo muitas vezes associadas agrave utilizaccedilatildeo de forccedila excessiva aplicada no osso
ou uso improacuteprio de instrumentos (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000 Libersa
et al 2002 Woldenberg et al 2007 Brauer 2009) O autor Harnisch citado por
Iizuka et al assume que a utilizaccedilatildeo descuidada da alavanca durante a extracccedilatildeo causa
forccedilas excessivas e inapropriadas no osso podendo provocar uma fractura imediata
Este autor refere tambeacutem que a fractura poacutes-operatoacuteria eacute pouco comum na ausecircncia de
infecccedilatildeo ou historial de trauma no entanto e baseando-se no seu estudo defende que a
fractura mandibular espontacircnea tambeacutem pode ocorrer e nestes casos com mais
frequecircncia nas duas semanas apoacutes a cirurgia Estes dados referem que a fractura
mandibular natildeo ocorre apenas devido agrave forccedila realizada durante a cirurgia mas tambeacutem
devido ao enfraquecimento oacutesseo que pode ter surgido apoacutes esta
No estudo de Perry e Goldberg de 2000 a fractura mandibular tardia eacute
considerada como aquela que ocorre a qualquer altura a partir do momento em que o
paciente abandona o consultoacuterio ou sala operatoacuteria sendo consideradas como resultado
indirecto da cirurgia De acordo com Bodner et al cuja anaacutelise abordou vaacuterios estudos
as fracturas poacutes-operatoacuterias ocorrem com mais frequecircncia
2 Factores predisponentes ou de risco
Como qualquer outro acto ciruacutergico podem surgir complicaccedilotildees na extracccedilatildeo
dos terceiros molares ou complicaccedilotildees que advecircm desta algum tempo mais tarde O
tipo de complicaccedilatildeo eacute bastante variaacutevel estando relacionado com muacuteltiplos factores
Neste sentido para os meacutedicos dentistas que realizam extracccedilotildees de terceiros molares
com frequecircncia eacute importante compreender a causa destas complicaccedilotildees
Em 2010 Bodner et al analisaram diversos artigos e relacionaram dados
relativos ao paciente e agrave sua condiccedilatildeo dentaacuteria com o desenvolvimento de fracturas
mandibulares Constataram que antes da exodontia alguns destes factores por
indicarem alto risco de desenvolvimento de fracturas mandibulares devem ser
cuidadosamente avaliados
Chrcanovic et al e Woldenberg et al enumeraram alguns factores de risco ou
factores predisponentes que devem ser analisados Nestes incluem-se magnitude de
7
empactaccedilatildeo tipo de angulaccedilatildeo raiacutezes longas idade do paciente idade e experiecircncia do
cirurgiatildeo presenccedila de quisto ou tumor relacionado com o dente empactado doenccedila
sisteacutemica ou medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea infecccedilotildees preacute-operatoacuterias
no local do dente a ser extraiacutedo avaliaccedilatildeo preacute-operatoacuteria inadequada volume relativo
do dente na mandiacutebula ponto temporal apoacutes a cirurgia infecccedilotildees preacute-operatoacuterias na
regiatildeo do terceiro molar extraiacutedo sexo feminino ou masculino presenccedila de
parafunccedilotildees pacientes praticantes de desporto e teacutecnica ciruacutergica
Woldenberg et al tambeacutem enfatizam o facto de ser possiacutevel reduzir o risco desta
complicaccedilatildeo adoptando medidas preventivas e Perry e Goldberg mencionam tambeacutem a
importacircncia do cumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias nomeadamente a
manutenccedilatildeo de uma dieta mole apoacutes a cirurgia
De acordo com os autores atraacutes mencionados a ocorrecircncia de fracturas
mandibulares eacute multifactorial (Al-Belasy et al 2009 Woldenberg et al 2007 Iisuka et
al 1997 Krimmel e Reinert 2000) estando relacionada com um conjunto de possiacuteveis
factores de risco Estes aparentam ter impacto na possibilidade de desenvolver este tipo
de complicaccedilatildeo
21 Idade
A idade do paciente eacute um dado importante uma vez que as fracturas
mandibulares geralmente sucedem em pacientes mais velhos O pico de incidecircncia
ocorre em indiviacuteduos com mais de 25 anos nomeadamente pacientes que rondam os 40
e os 50 anos de idade (Krimmel e Reinert 2000 Perry e Goldberg 2000 Libersa et al
2002 Wagner et al 2005) Esta relaccedilatildeo pode justificar-se pelo facto deste tipo de
fracturas ocorrer quando o osso natildeo eacute forte o suficiente para resistir a determinadas
forccedilas que actuam sobre ele O enfraquecimento da mandiacutebula como resultado da
diminuiccedilatildeo da elasticidade oacutessea que ocorre ao longo da vida pode ser a causa da
elevada taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares em pacientes mais velhos (Iizuka
et al 1997 Woldenberg et al 2007 Bodner et al 2010)
Krimmel e Reinert com base na anaacutelise de 6 casos de fractura mandibular
obtiveram uma meacutedia de idade de 45 anos Justificaram este valor referindo que nesta
idade se inicia uma desmineralizaccedilatildeo oacutessea secundaacuteria agrave osteoporose enfraquecendo o
sistema esqueleacutetico e simultaneamente intensificando o estreitamento do ligamento
periodontal Portanto comparativamente com os pacientes mais jovens os dentes
8
empactados necessitam de ser mais libertos do osso envolvente necessitando maior
ostectomia
A anquilose de dentes empactados nestes pacientes tambeacutem pode complicar a
extracccedilatildeo e enfraquecer a mandiacutebula devido agrave necessidade de efectuar maior remoccedilatildeo
oacutessea Deste modo perante este tipo de situaccedilatildeo eacute extremamente recomendado efectuar
odontossecccedilatildeo para facilitar a extracccedilatildeo do dente anquilosado e evitar futuras
complicaccedilotildees (Krimmel e Reinert 2000 Wagner et al 2005 Bodner et al 2010)
A elevada taxa de incidecircncia de fracturas em indiviacuteduos mais velhos devido agrave
diminuiccedilatildeo da elasticidade oacutessea e presenccedila de osteoporose estaacute de acordo com os
estudos que referem percentagens elevadas de complicaccedilotildees intra e poacutes-operatoacuterias na
remoccedilatildeo de terceiros molares empactados em pacientes numa faixa etaacuteria mais
avanccedilada Perante esta evidecircncia torna-se importante avaliar cada caso cuidadosamente
ou seja ter em conta a idade avanccedilada do indiviacuteduo e ponderar sobre a necessidade de
extracccedilatildeo ou natildeo dos dentes empactados nestes pacientes (Iizuka et al 1997)
22 Geacutenero
O facto de o paciente ser do sexo masculino ou feminino tambeacutem eacute um factor a
ter em conta pois aparenta ter especial importacircncia nas fracturas mandibulares poacutes-
operatoacuterias (Libersa et al 2002) Os homens mostram niacuteveis significativamente mais
elevados de forccedila mastigatoacuteria quando comparados com as mulheres (Miyaura et al
1999) Ao mastigar a forccedila requerida para quebrar os alimentos antes de os deglutir
pode causar forccedilas de stress consideraacuteveis nos ossos que estatildeo enfraquecidos pela
cirurgia e ainda natildeo recuperaram ou calcificaram (Perry e Goldberg 2000)
Deste modo devido agrave maior forccedila exercida no osso os homens apresentam
maior probabilidade de desenvolver fracturas mandibulares poacutes-operatoacuterias (Libersa et
al 2002 Brauer 2009)
23 Quantidade de dentes remanescentes
De acordo com Bodner et al as percentagens mais elevadas de fracturas
mandibulares ocorrem em pacientes parcialmente dentados ou totalmente dentados em
oposiccedilatildeo aos desdentados independentemente do sexo Tal como acontece nos
pacientes do sexo masculino discutido anteriormente indiviacuteduos com uma denticcedilatildeo
mais completa tambeacutem vatildeo exercer maiores forccedilas mastigatoacuterias Deste modo as forccedilas
exercidas na mandiacutebula durante a mastigaccedilatildeo apoacutes remoccedilatildeo de dentes inclusos causam
9
maior stress Assim pacientes com menos ausecircncias dentaacuterias apresentam maior risco
de desenvolvimento de fracturas mandibulares posteriormente agrave extracccedilatildeo
No estudo de Krimmel e Reinert independentemenre da idade todos os
pacientes que sofreram fracturas mandibulares apresentavam denticcedilatildeo completa Este
resultado parece estar relacionado com a aplicaccedilatildeo de forccedilas oclusais maacuteximas
posteriormente ao iniacutecio da cicatrizaccedilatildeo e reduccedilatildeo da dor e edema Consequentemente
cinco dos seis pacientes reportaram ouvir um estalido enquanto mastigavam dias apoacutes a
cirurgia
24 Grau de empactaccedilatildeo
Bodner e colaboradores referem que dentes totalmente empactados em osso
apresentam maior incidecircncia de fracturas mandibulares presumivelmente devido agrave
quantidade de osso que eacute necessaacuteria remover durante o acto ciruacutergico para a sua
extracccedilatildeo pois geralmente ocupam um maior volume de osso mandibular (Perry e
Goldberg 2000 Libersa et al 2002) No estudo de Libersa et al em 27 casos de
fractura mandibular 22 estavam completamente envolvidos por osso e 5 eram casos de
empactaccedilatildeo parcial
No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo na anaacutelise de Bodner et al a
quantidade de fracturas mandibulares associadas a dentes totalmente empactados foi o
dobro das fracturas em mandiacutebulas que continham dentes parcialmente empactados O
resultado apoacutes a extracccedilatildeo eacute a criaccedilatildeo de uma estrutura oacutessea ou parede cortical fina e
fraca criando uma mandiacutebula mais fraacutegil com possibilidades de sofrer fractura poacutes-
operatoacuteria (Perry e Goldberg 2000)
Na anaacutelise dos 6 casos de fractura mandibular por Krimmel e Reinert os dentes
foram classificados de acordo com o sistema de Pell amp Gregory (Anexo 1) Assim
apenas um molar se encontrava na classe I os restantes cinco em classe II e nenhum
dente foi categorizado com classe III A empactaccedilatildeo vertical era de classe B em dois
casos e classe C nos restantes quatro casos De acordo com estes resultados os autores
concluiacuteram que a posiccedilatildeo antero-posterior do terceiro molar parece natildeo ter influecircncia na
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular No entanto quanto maior a empactaccedilatildeo em
termos verticais maior a probabilidade da fractura ocorrer
Iizuka et al em 1997 analisaram as radiografias panoracircmicas de todos os
pacientes envolvidos nas fracturas mandibulares ocorridas no estudo Determinaram o
10
grau de empactaccedilatildeo e a posiccedilatildeo do terceiro molar de acordo com o sistema Pell amp
Gregory (Anexo 1) a angulaccedilatildeo do dente e tambeacutem o grau de dificuldade
O grau de dificuldade era atribuiacutedo por pontos consoante as classes do sistema
Pell amp Gregory em que o dente se encontrava e tambeacutem a sua angulaccedilatildeo um ponto para
classificaccedilotildees A I e mesioangulaccedilatildeo dois pontos para classes B II e posiccedilatildeo horizontal
trecircs pontos para classes C III e posiccedilatildeo vertical e ainda quatro pontos para dentes
distoangulados Neste sentido a classificaccedilatildeo maacutexima que poderia ser obtida era de 10
pontos correspondendo a um grau de dificuldade maacuteximo Os resultados obtidos
variaram de 5 a 9 pontos natildeo se verificando caracteriacutesticas predispodentes relevantes
No entanto como esta classificaccedilatildeo se baseou em trecircs paracircmetros os autores justificam
este resultado com base nas variaccedilotildees de angulaccedilatildeo encontradas no estudo Excluindo
este dado todos os casos excepto um se encontravam nas classes BC e IIIII Neste
sentido a remoccedilatildeo de dentes definidos nas classes BC e IIIII eacute considerada difiacutecil e
com predisposiccedilatildeo para fractura (Iizuka et al 1997)
25 Angulaccedilatildeo
De acordo com Xavier et al e com base na classificaccedilatildeo de Winter (Anexo 2) a
posiccedilatildeo dos terceiros molares inferiores mais frequentemente observada eacute a vertical e a
mesioangular (Vasconcellos et al 2002 Inaoka et al 2009 Santos e Quesada 2009)
Os dentes inclusos distoangulados satildeo considerados normalmente como os mais
difiacuteceis de extrair e que requerem maior remoccedilatildeo oacutessea Tambeacutem jaacute foi descrito que
uma posiccedilatildeo distoangular estaacute associada a uma posiccedilatildeo mais lingual sendo assim esta
parede cortical encontra-se bastante fina Neste sentido ao realizar uma abordagem ao
niacutevel da parede cortical vestibular coloca uma maior predisposiccedilatildeo para a ocorrecircncia de
fractura mandibular nestes casos de angulaccedilatildeo devido ao defeito oacutesseo criado (Iizuka et
al 1997 Chrcanovic et al 2010)
Iizuka e colaboradores definiram quatro grupos de dentes consoante o acircngulo
formado entre o eixo vertical do dente e o plano oclusal Para determinar a angulaccedilatildeo
dos terceiros molares foram efectuados quatro grupos dentes verticais quando o acircngulo
se encontra entre 80ordm e 100ordm mesioangular quando acircngulo estaacute entre 10ordm e 80ordm
distoangular quando o acircngulo eacute maior que 100ordm e horizontal quando o acircngulo se
encontra entre 350ordm e 10ordm Nos pacientes sem dentes mesialmente ao terceiro molar foi
desenhado um plano oclusal arbitraacuterio para definir a angulaccedilatildeo deste No estudo
depararam-se com cinco dentes mesioangulados um horizontal quatro distoangulados e
11
trecircs verticais Embora estes autores concordem com o que foi citado anteriormente
baseando-se na sua anaacutelise natildeo encontraram qualquer associaccedilatildeo entre o tipo de
angulaccedilatildeo e a predisposiccedilao para fractura mandibular
26 Comprimento das raiacutezes e sua relaccedilatildeo com o canal dentaacuterio inferior
O mecanismo pelo qual os terceiros molares com raiacutezes longas foram
relacionados com o aumento de risco de ocorrecircncia de fracturas angulares deve-se ao
espaccedilo oacutesseo que este ocupa na mandiacutebula Hanson et al suportando esta hipoacutetese
referem que as fracturas mandibulares podem ocorrer apoacutes remoccedilatildeo do terceiro molar
com raiacutezes muito compridas pois o acircngulo mandibular torna-se uma regiatildeo
enfraquecida
Nos casos de fractura analisados por Iizuka et al as raiacutezes dos dentes estavam
sobrepostas ao canal dentaacuterio inferior em 10 casos ou seja 77 dos casos Nos trecircs
casos restantes as raiacutezes estavam adjacentes ao canal Em nenhuma situaccedilatildeo foi
verificado radiograficamente um afastamento das raiacutezes em relaccedilatildeo ao canal Estes
autores concluiacuteram que raiacutezes sobrepostas ou adjacentes ao canal dentaacuterio inferior numa
radiografia panoracircmica representam paracircmetros importantes para a predisposiccedilatildeo para
fractura mandibular
27 Volume relativo da mandiacutebula ocupado pelo dente ()
Woldenberg et al consideram a porccedilatildeo relativa de volume ocupada pelo dente
na mandiacutebula um factor importante a ter em conta Este raacutecio pode ser determinado
atraveacutes de exames complementares antes de efectuar a extracccedilatildeo como a tomografia
computadorizada (TC) atraveacutes da reconstruccedilatildeo e visualizaccedilatildeo do dente e osso no
sentido vestibulo-lingual
Se esta relaccedilatildeo de volume relativo ocupado pelo dente for igual ou superior a
50 o risco de fractura eacute alto e recomenda-se especial cuidado durante a cirurgia
(Woldenberg et al 2007)
Iisuka e colaboradores obtiveram na sua anaacutelise radiograacutefica dos casos de
fractura mandibular ocorridos um raacutecio que variava entre 44 a 84 E Wagner et al
em 2005 obtiveram um raacutecio meacutedio de 62plusmn4 sendo considerado um valor
desfavoraacutevel Em ambos os estudos foram utilizadas radiografias panoracircmicas para
adquirir a percentagem de aacuterea que o dente ocupa no osso Na anaacutelise de Iizuka et al o
12
espaccedilo que os terceiros molares ocupam no osso foi avaliado com base na altura
mandibular
28 Lesotildees preacute-ciruacutergicas
Para aleacutem da quantidade diminuiacuteda de osso remanescente apoacutes uma cirurgia de
terceiros molares existem tambeacutem outros factores que provocam fragilidade
mandibular como eacute o caso de alteraccedilotildees patoloacutegicas no osso secundaacuterias a um quisto
ou tumor abrangente Iizuka et al no seu estudo referem que mesmo pequenas
alteraccedilotildees como uma pericoronarite ou um foliacuteculo aumentado podem enfraquecer a
mandiacutebula (Iizuka et al 1997)
Apesar de nas indicaccedilotildees para remoccedilatildeo dos sisos estar incluiacuteda a possibilidade
de desenvolver quistos ou tumores associados a estes dentes Adeyemo refere que a
incidecircncia destas patologias em terceiros molares inclusos eacute baixa Citados no estudo de
Chrcanovic et al Bruce et al reportaram uma incidecircncia de 62 sendo esta
percentagem superior em pacientes mais velhos com uma meacutedia de idade de 465 anos
No mesmo artigo de acordo com Girod et al quanto mais tempo a empactaccedilatildeo
persistir maior o risco de desenvolver quistos ou tumores
Na anaacutelise de 2010 por Bodner et al cerca de 27 dos pacientes tinham
historial de infecccedilotildees preacute-ciruacutergicas na zona do dente a extrair Portanto pressupocircs-se
uma associaccedilatildeo entre lesotildees oacutesseas preacute-existentes associadas ao dente em questatildeo com a
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular As infecccedilotildees relatadas foram a doenccedila
periodontal quistos ou pericoronarites recorrentes capazes de criar defeitos que
enfraquecem a mandiacutebula (Woldenberg et al 2007) Estas lesotildees satildeo frequentemente
encontradas em pacientes com mais de 40 anos de idade (Lysell e Rohlin 1988)
Na anaacutelise de Perry e Goldberg de 2000 tambeacutem incluiacuteda no estudo de Bodner
et al a severidade e a duraccedilatildeo das infecccedilotildees natildeo foram obtidas no entanto referem que
uma infecccedilatildeo croacutenica e profunda provoca descalcificaccedilatildeo e destruiccedilatildeo oacutessea
contribuindo para a probabilidade de desenvolvimento de fracturas tanto imediatas
como tardias
Geralmente as infecccedilotildees nos jovens surgem quando uma pequena parte da coroa
erupciona e por isso nos pacientes mais velhos as infecccedilotildees associadas agrave empactaccedilatildeo
do terceiro molar satildeo diferentes pois o dente muitas vezes estaacute totalmente envolvido
por osso Assim a reabsorccedilatildeo oacutessea eacute geralmente a causa destas infecccedilotildees De acordo
com Osaki a periodontite presente nos segundos molares tambeacutem pode ser a causa de
13
infecccedilatildeo associada aos terceiros molares Nestes casos o osso alveolar entre o dente
empactado e o segundo molar eacute frequentemente destruiacutedo pela periodontite croacutenica
(Osaki et al 1995) Os resultados obtidos por estes autores sugerem que os dentes
inclusos em pacientes de idade avanccedilada com reabsorccedilatildeo oacutessea fisioloacutegica em torno da
coroa associada agrave irritaccedilatildeo causada pelas proacuteteses dentaacuterias e estando em relaccedilatildeo com
um ligamento periodontal bastante alargado do dente adjacente tecircm maior tendecircncia
para desenvolver infecccedilotildees
De acordo com Indresano et al e Leone et al citados por Chrcanovic et al a
formaccedilatildeo de abcessos profundos nos molares inferiores estaacute mais associada aos dentes
parcialmente empactados Isto deve-se ao facto de existir um risco aumentado de
pericoronarites agudas em dentes erupcionados verticalmente posicionados ao niacutevel ou
acima do plano oclusal e que se encontram parcialmente cobertos por tecidos moles ou
duros Werkmeister et al confirmam os dados anteriores considerando a existecircncia de
maior risco para densenvolver infecccedilotildees nos terceiros molares parcialmente
empactados As citaccedilotildees anteriores em conjunto com a presenccedila de osso remanescente
reduzida ao niacutevel do acircngulo mandibular pressupotildee um risco elevado de fractura
mandibular em cirurgias nestes casos (Fuselier et al 2002)
29 Experiecircncia do profissional
Pode pensar-se que a fractura mandibular bem como qualquer outra
complicaccedilatildeo decorrente do acto ciruacutergico possa estar relacionada com a utilizaccedilatildeo de
teacutecnicas incorrectas ou com a experiecircncia do meacutedico dentista
Woldenberg et al em 2007 referiram que as fracturas imediatas que ocorrem
principalmente por utilizaccedilatildeo improacutepria dos instrumentos ou forccedila excessiva ocorrem
com maior probabilidade quando as cirurgias satildeo realizadas por profissionais mais
novos ou menos experientes como acontece no caso reportado neste estudo
No entanto nos artigos analisados por Bodner et al as operaccedilotildees foram
realizadas por meacutedicos dentistas generalistas especialistas e cirurgiotildees maxilo-faciais e
nenhuma diferenccedila significativa foi encontrada em relaccedilatildeo agraves taxas de incidecircncia De
acordo com estes autores eacute difiacutecil estabelecer uma relaccedilatildeo entre a experiecircncia do
meacutedico e o desenvolvimento de complicaccedilotildees uma vez que eacute necessaacuterio ter em conta
outros factores que podem dificultar a extracccedilatildeo e condicionar o resultado do acto
ciruacutergico bem como o periacuteodo poacutes-operatoacuterio No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo
14
no de Bodner et al apenas 4 das 28 fracturas ocorreram em pacientes abordados por
dentistas com experiecircncia igual ou inferior a 5 anos
210 Teacutecnica utilizada
A teacutecnica ciruacutergica para extracccedilatildeo de terceiros molares poderaacute afectar o
desenrolar do procedimento ciruacutergico bem como condicionar o desenvolvimento de
futuros problemas Caso seja aconselhaacutevel a abordagem com realizaccedilatildeo de retalho
como eacute o caso de dentes inclusos com lesatildeo periapical extensa dentes isolados na
mandiacutebula de pacientes idosos dentes com alteraccedilatildeo anatoacutemica das raiacutezes ou presenccedila
de corticais oacutesseas riacutegidas existem vaacuterias teacutecnicas que podem ser utilizadas tais como a
abordagem vestibular lingual ou mesmo um acesso extra-oral em casos de empactaccedilatildeo
muito proacutexima do bordo inferior da mandiacutebula (Bodner et al 2010) No entanto a
ostectomia vestibular eacute a mais frequentemente utilizada (Juacutenior et al 2006)
As fracturas intra-operatoacuterias podem ocorrer devido agrave utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos (Iizuka et al 1997
Krimmel e Reinert 2000 Libersa et al 2002 Woldenberg et al 2007) Este risco
pode ser diminuiacutedo quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando existe uma
boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada Adicionalmente
devem adoptar-se medidas conservadoras de remoccedilatildeo oacutessea bem como a realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo quando necessaacuterio (Al-Belasy et al 2009)
A classificaccedilatildeo dos terceiros molares de acordo com a sua posiccedilatildeo tem a
finalidade de auxiliar o planeamento ciruacutergico pois de certa forma determina a
complexidade do caso Juacutenior e colaboradores referem que quanto maior o grau de
inclusatildeo dentaacuteria maior a necessidade de emprego de uma teacutecnica ciruacutergica mais
invasiva Portanto uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e radiograacutefica do caso eacute muito importante para
a determinaccedilatildeo da teacutecnica ciruacutergica mais apropriada
211 Tempo decorrido apoacutes a cirurgia
Como foi referenciado anteriormente as fracturas mandibulares podem ocorrer
durante o acto cliacutenico (imediatas) ou apoacutes a cirurgia (tardias)
Bodner et al referiram em 2010 com base nos artigos estudados que o tempo
decorrido entre a extracccedilatildeo do dente e o diagnoacutestico da fractura se encontrava entre uma
a cinco semanas reportando que 86 dos casos de fractura ocorreram entre a primeira e
a terceira semana apoacutes cirurgia com maior taxa de incidecircncia na segunda e na terceira
15
semana Brauer apoia este facto referindo que a maioria das fracturas poacutes-operatoacuterias
ocorre durante a mastigaccedilatildeo entre o 13ordm e 21ordm dia apoacutes a cirurgia (Libersa et al 2002)
Estes factos podem ser explicados com base nos processos histoloacutegicos uma vez
que este periacuteodo de tempo corresponde a processos de cicatrizaccedilatildeo nomeadamente a
substituiccedilatildeo de tecido de granulaccedilatildeo por tecido conjuntivo no alveacuteolo e dois terccedilos do
alveacuteolo ainda natildeo estatildeo formados por osteoacuteide ou osso ateacute ao 38ordm dia (Amler et al
1960 Amler et al 1977 Libersa et al 2002) Para aleacutem disso no final da segunda
semana a dor desapareceu os pacientes jaacute se sentem melhor e capazes de mastigar
normalmente podendo causar forccedilas muito elevadas numa mandiacutebula enfraquecida
(Libersa et al 2002) Bodner et al explicam a elevada percentagem de fracturas poacutes-
operatoacuterias e o periacuteodo em que ocorrem como o resultado de forccedilas mastigatoacuterias
excessivas ou pequenos traumas sofridos por uma mandiacutebula enfraquecida
No estudo de Perry e Goldberg 18 das 28 fracturas ocorridas surgiram durante a
mastigaccedilatildeo A forccedila mastigatoacuteria requerida para quebrar os alimentos pode produzir
forccedilas de stress consideraacuteveis numa mandiacutebula enfraquecida apoacutes cirurgia natildeo se
encontrando completamente reconstruiacuteda e calcificada Nos casos relatados todos os
pacientes receberam as mesmas instruccedilotildees sobre a dieta a efectuar no entanto perante
os resultados os autores defendem que talvez natildeo tenha sido dado ecircnfase suficiente em
relaccedilatildeo agrave qualidade e duraccedilatildeo da dieta mole Tambeacutem propotildeem a falta de cooperaccedilatildeo
por parte do paciente em cumprir as instruccedilotildees fornecidas pelo meacutedico como uma
possiacutevel causa
Por oposiccedilatildeo Al-Belasy e seus colaboradores concluiacuteram que em pacientes
totalmente dentados ou com uma ou duas ausecircncias com idades superiores a 25 anos e
sem atrofia oacutessea ou doenccedilas sisteacutemicas a mastigaccedilatildeo parece natildeo afectar a possibilidade
de ocorrecircncia de fracturas mandibulares tardias apoacutes remoccedilatildeo ciruacutergica de terceiros
molares empactados sem lesotildees associadas
212 Parafunccedilotildees
Eacute compreensiacutevel que pacientes com parafunccedilotildees como o bruxismo o
apertamento dentaacuterio (ldquoclenchingrdquo) e hipertrofia dos muacutesculos masseacuteteres apresentem
maior predisposiccedilatildeo para as fracturas mandibulares apoacutes cirurgia de terceiros molares
quando a mandiacutebula se encontra enfraquecida Kraszewski et al citados por
Chrcanovic et al apontam como possiacutevel justificaccedilatildeo o facto de estas patologias
afectarem a forccedila de mastigaccedilatildeo
16
No entanto no estudo de Al-Belasy et al fizeram parte sete pacientes com
hipertrofia masseteacuterica e 11 pacientes que realizavam apertamento dentaacuterio eou
bruxismo e em nenhum destes pacientes ocorreu fractura mandibular apoacutes a extracccedilatildeo
213 Lado esquerdo ou direito da mandiacutebula
Apesar de Wagner et al terem verificado uma distribuiccedilatildeo desequilibrada de
fracturas mandibulares entre o lado esquerdo e o direito da mandiacutebula pois 70 dos
casos ocorreram no lado esquerdo Bodner se seus colaboradores apoacutes anaacutelise de vaacuterios
artigos chegaram a outras conclusotildees Nos casos onde era feita referecircncia ao lado da
mandiacutebula em que foi efectuada a extracccedilatildeo verificaram que natildeo existe relaccedilatildeo
significativa entre o lado da mandiacutebula abordado e a ocorrecircncia de fractura 48 dos
casos foram afectados no lado direito e 52 no lado esquerdo Os resultados de Wagner
et al podem ser explicados pelo facto de o profissional estando na posiccedilatildeo normal de
trabalho ter melhor visualizaccedilatildeo e melhor controlo da forccedila aplicada no lado direito
comparativamente ao lado esquerdo (Woldenberg et al 2007) resultando numa
ostectomia menos extensa (Wagner et al 2005)
214 Actividade fiacutesica
As lesotildees maxilo-faciais representam um risco elevado em praticantes de
desporto e as fracturas satildeo uma sequela bastante comum No final da segunda semana
apoacutes cirurgia dos terceiros molares os pacientes normalmente jaacute se sentem bem devido
ao desaparecimento da dor poacutes-operatoacuteria (Libersa et al 2002) Esta diminuccedilatildeo do
desconforto daacute uma falsa sensaccedilatildeo de seguranccedila que pode levar os pacientes que satildeo
atletas activos a voltarem a praticar deporto intenso aumentando o risco de fractura
mandibular tardia na regiatildeo do acircngulo mandibular fragilizada pela cirurgia O risco de
fracturas maxilo-faciais relacionadas com desporto eacute consideravelmente mais elevado
em desportos de contacto por apresentarem bastante popularidade e por falta de
protecccedilatildeo facial (Chrcanovic et al 2010)
215 Doenccedilas sisteacutemicas e medicaccedilatildeo
Krimmel e Reinert defendem que as fracturas mandibulares ocorrem quando a
resistecircncia do osso e as forccedilas exercidas neste natildeo satildeo compatiacuteveis Muitos pacientes
sujeitos a procedimentos ciruacutergicos estatildeo condicionados a terapia medicamentosa e a
doenccedilas sisteacutemicas que podem afectar a resistecircncia oacutessea
17
De acordo com Kirwan citado por Chrcanovic um destes exemplos eacute a terapia
com corticosteroides utilizada no tratamento de algumas doenccedilas como a artrite
reumatoacuteide e doenccedilas relacionadas como a asma brocircnquica neurodermite e por vezes
apoacutes transplante de oacutergatildeos em dosagens mais elevadas Alguns autores como Adachi e
Weinstein referem que um dos efeitos secundaacuterios desta terapia eacute a raacutepida perda de
osso e o aumento de risco de fractura oacutessea sendo este risco duas vezes superior
comparativamente a pessoas sem qualquer terapia e eacute mais elevado apoacutes exposiccedilatildeo
prolongada a estes medicamentos
A osteoporose eacute uma condiccedilatildeo que afecta grandemente a resistecircncia do osso e
pode justificar o aumento da taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares com o
aumento da idade (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000) Eacute comum em
pacientes do sexo feminino pois a diminuiccedilatildeo de estrogeacutenios no periacuteodo poacutes-
menopausa aumenta o ritmo de perda oacutessea Poreacutem tambeacutem pode ocorrer nos homens
estando relacionada com mecanismos ligados essencialmente ao envelhecimento como
a deficiecircncia de vitamina D a absorccedilatildeo diminuiacuteda de caacutelcio e aumento dos niacuteveis de
hormona paratiroideia (PTH) (Yazbek e Neto 2008) Nos homens a testosterona
funciona da mesma forma que os estrogeacutenios na mulher sendo que pacientes com
hipogonadismo tambeacutem experienciam perdas oacutesseas aceleradas (Chrcanovic et al
2010) O osso apresenta composiccedilatildeo normal mas fica diminuiacutedo em quantidade e esta
diminuiccedilatildeo da massa oacutessea frequentemente resulta em fracturas das veacutertebras anca e
antebraccedilo (Do Lee et al 2005) De acordo com Law e Klemetti citados por Do Lee a
osteoporose pode resultar em diminuiccedilatildeo da massa oacutessea da mandiacutebula bem como
provocar alteraccedilotildees na estrutura deste osso especialmente do bordo inferior No mesmo
artigo satildeo citados alguns autores como Shrout e Kashima que referem existir uma
ligaccedilatildeo entre a osteoporose e alteraccedilotildees radiograacuteficas verificadas no padratildeo trabecular
da mandiacutebula
Existem outras patologias que tambeacutem diminuem a forccedila oacutessea como a doenccedila
gastrointestinal pois diminui a absorccedilatildeo de vitamina D De acordo com Ebeling citado
por Chrcanovic a osteoporose nos homens pode estar relacionada com algumas
condiccedilotildees como a hipercalceacutemia nefrolitiacutease terapia com anticonvulsivantes
tirotoxicose doenccedila renal e do fiacutegado mieloma muacuteltiplo ou mastocitose sisteacutemica
Bechtold e Felin citados na anaacutelise de Chrcanovic e colaboradores mencionam
a artrite idiopaacutetica juvenil como a doenccedila reumaacutetica mais comum na aacuterea da pediatria
18
Alguns estudos demonstraram a existecircncia de deficiecircncias significativas da densidade
volumeacutetrica trabecular no osso mineral e massa oacutessea cortical nestes pacientes
Os pacientes com doenccedila renal croacutenica padecem de vaacuterios distuacuterbios no
metabolismo do foacutesforo caacutelcio e ossos Estas alteraccedilotildees devem-se a factores que
contribuem para o aumento da reabsorccedilatildeo oacutessea como a diminuiccedilatildeo da absorccedilatildeo de
caacutelcio pelo intestino excessiva produccedilatildeo de PTH e alteraccedilotildees no metabolismo da
vitamina D (McPhee 2007) De acordo com Chrcanovic et al os ossos satildeo mais
gravemente afectados em casos de doenccedila renal croacutenica do que em casos saudaacuteveis
onde apenas satildeo afectados pelas consequecircncias da idade avanccedilada
A massa oacutessea eacute uma caracteriacutestica principalmente determinada geneticamente
no entanto tambeacutem eacute alterada sob a influecircncia do ambiente Indiviacuteduos com muita
massa muscular e que praticam actividade fiacutesica apresentam maior massa oacutessea do que
por exemplo pacientes fumadores ou com problemas de alcoolismo (Chrcanovic et al
2010) Estas duas uacuteltimas condiccedilotildees satildeo tambeacutem consideradas factores de risco para a
osteoporose (McPhee 2007)
3 Diagnoacutestico
31 Preacute-Ciruacutergico
Uma vez indicada a extracccedilatildeo de dentes inclusos eacute fundamental a realizaccedilatildeo de
um planeamento ciruacutergico baseado em exames cliacutenicos e radioloacutegicos Atraveacutes do
exame cliacutenico obtecircm-se dados especiacuteficos da sauacutede geral do paciente histoacuteria meacutedica e
dentaacuteria e o niacutevel de complexidade e dificuldade operatoacuteria pode ser analisado no
exame radiograacutefico Deste modo o dentista consegue prevenir possiacuteveis acidentes
durante a cirurgia ou no periacuteodo poacutes-operatoacuterio muitas vezes relacionados com a
posiccedilatildeo e localizaccedilatildeo do dente incluso (Juacutenior et al 2006)
As classificaccedilotildees dos dentes inclusos satildeo feitas a partir da anaacutelise radiograacutefica e
com cuidadosa classificaccedilatildeo o dentista pode abordar a cirurgia de forma ordenada e
prever se alguma abordagem ciruacutergica fora do comum precisaraacute ser adoptada (Juacutenior et
al 2006 Xavier et al 2010) Para a maioria dos casos a radiografia periapical eacute a
radiografia de eleiccedilatildeo pois fornece informaccedilatildeo mais detalhada Por outro lado a
ortopantomografia mostra uma imagem mais exacta da anatomia da regiatildeo e pode ser
usada como substituto apropriado (Xavier et al 2010) Aliaacutes na grande maioria satildeo
19
estas as radiografias utilizadas pois eacute possiacutevel visualizar correctamente o longo eixo do
segundo molar o ramo ascendente da mandiacutebula e o niacutevel oacutesseo que satildeo utilizados
como paracircmetros (Juacutenior et al 2006)
Os sistemas de classificaccedilatildeo permitem avaliar a dificuldade da cirurgia e nestes
incluem-se a angulaccedilatildeo (classificaccedilatildeo de Winter ndash Anexo 2) relaccedilatildeo com o bordo
anterior do ramo ascendente (Sistema de Pell amp Gregory I II e III ndash Anexo 1) e relaccedilatildeo
com o plano oclusal (Sistema de Pell amp Gregory A B e C ndash Anexo 1) Outros factores a
ter em conta na anaacutelise radiograacutefica fazem parte de alguns factores predisponentes jaacute
abordados como eacute o caso da morfologia radicular e relaccedilatildeo das raiacutezes com o canal
dentaacuterio inferior a densidade oacutessea que eacute mais elevado em pacientes com mais de 35
anos diminuindo a flexidade e capacidade de expansatildeo do osso e a natureza do tecido
envolvente pois o tipo de empactaccedilatildeo pode ser por tecido mole oacutesseo parcial ou oacutesseo
total (Peterson et al 2000)
A tomografia computadorizada (TC) tem-se tornado muito uacutetil em certas
situaccedilotildees como na avaliaccedilatildeo da proximidade dos dentes inclusos a estruturas
anatoacutemicas na avaliaccedilatildeo da profundidade de empactaccedilatildeo e espessura das paredes
corticais inclinaccedilatildeo vestibulo-lingual e morfologia da coroa e raiacutezes do dente
empactado (Bodner et al 1994)
Como as fracturas mandibulares associadas agrave cirurgia satildeo raras natildeo se justifica
usar a TC como exame complementar preacute-ciruacutergico No entanto em casos especiacuteficos
apoacutes avaliaccedilatildeo criteriosa dos factores predisponentes que aparentam ter um elevado
risco de desenvolvimento de fractura mandibular este exame torna-se vantajoso (Bodner
et al 1994) Pode tambeacutem ser utilizada para determinar o volume oacutesseo relativo da
mandiacutebula ocupado pelo dente (Woldenberg et al 2007)
32 Poacutes-ciruacutergico
Apoacutes ou durante a cirurgia o meacutedico dentista tem que estar alerta para os sinais e
sintomas presenciados pelo paciente que podem indicar a ocorrecircncia de fractura
mandibular
Nos casos que se encontram no periacuteodo poacutes-operatoacuterio natildeo muito prolongado o
principal alerta para a possibilidade de fractura mandibular eacute ouvir um estalido algumas
semanas apoacutes a cirurgia (Woldenberg et al 2007) Considera-se que a mandiacutebula
fractura no momento em que o som eacute ouvido Jaacute nos casos em que decorreu bastante
tempo apoacutes a cirurgia o diagnoacutestico eacute mais complicado O atraso da cicatrizaccedilatildeo e a
20
presenccedila de osteomielite podem ser a causa destas fracturas e quando a cicatrizaccedilatildeo se
prolonga demasiado deve-se sempre considerar o risco de fractura apresentando assim
indicaccedilatildeo para controlo radiograacutefico perioacutedico (Iizuka et al 1997)
O som de um estalido reportado pelo paciente deve ser considerado como
indicativo de uma possiacutevel fractura mesmo que esta natildeo seja detectada inicialmente na
radiografia (Woldenberg et al 2007) Se assim acontecer recomenda-se a realizaccedilatildeo de
radiografias de controlo (Wagner et al 2005) Libersa et al bem como Perry e
Goldberg confirmam este som distinto pois a maioria dos pacientes reportou um som
tipo estalido enquanto mastigavam acompanhado por dor intensa Na anaacutelise de
Krimmel e Reinert todos os pacientes reportaram o mesmo som excepto um que
apenas presenciou um novo episoacutedio de dor
Para aleacutem da dor suacutebita outros sinais cliacutenicos a ter em conta satildeo a presenccedila de
parestesia disestesia ou anestesia relacionadas com o nervo dentaacuterio inferior e as
alteraccedilotildees na oclusatildeo que satildeo um forte indicador de possiacutevel fractura mandibular (Laub
Jr 2009) Poderaacute tambeacutem surgir edema (Wagner et al 2005)
No caso reportado por Woldenberg foi realizada radiografia panoracircmica poacutes-
operatoacuteria imediata apoacutes se ter presenciado um estalido durante a extracccedilatildeo do 38 Na
radiografia verficou-se uma linha radioluacutecida desde o alveacuteolo ateacute ao bordo inferior da
mandiacutebula compatiacutevel com linha de fractura Foi notificada tambeacutem a presenccedila de
parestesia do laacutebio inferior do lado correspondente agrave fractura
No estudo realizado por Wagner et al em 2005 13 dos 17 pacientes que
sofreram fractura mandibular tambeacutem reportaram um som tipo estalido mas nem
sempre associado a sensaccedilatildeo dolorosa imediata No entanto foi reportada
frequentemente a presenccedila de inchaccedilo na zona do acircngulo mandibular respectivo A
meacutedia de dias decorridos entre a cirugia e a fractura foi de 19plusmn4 dias O tempo
decorrido ateacute diagnoacutestico radioloacutegico com conhecimento da data da fractura foi de
10plusmn4 dias
Como jaacute foi referido as fracturas mandibulares nem sempre satildeo diagnosticadas
radiologicamente (Iizuka et al 1997) principalmente se natildeo houver deslocamento
patoloacutegico dos fragmentos (Wagner et al 2007) No estudo de Iizuka et al todas as
fracturas que ocorreram num estado poacutes-operatorio relativamente cedo eram fracturas
sem deslocamento Uma vez que este tipo de fractura natildeo eacute imediatamente reconhecido
um achado radiograacutefico negativo apoacutes suspeita natildeo deve exluir de imediato a presenccedila
de fractura Nestes casos eacute recomendada uma dieta mole e a execuccedilatildeo de radiografias de
21
controlo nos dias seguintes (Iizuka et al 1997) Aliaacutes no estudo de Iizuka et al um dos
pacientes reportou um estalido ao comer no sexto dia poacutes-operatoacuterio cuja radiografia
efectuada nesse mesmo dia natildeo revelou qualquer fractura Quatro semanas depois o
paciente voltou ao consultoacuterio devido a uma dor persistente no local da extracccedilatildeo onde
se verificou atraveacutes da radiografia uma fractura evidente
De acordo com alguns autores na radiografia pode verificar-se uma fractura preacute-
angular o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo eixo do
dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula ou fracturas angulares
com uma linha de fractura paralela agrave bissectriz do acircngulo mandibular (Iizuka et al
1997 Wagner et al 2005)
Em casos de suspeita de fractura sem deslocamento e cujos achados radioloacutegicos
atraveacutes das radiografias convencionais como a ortopantomografia sejam negativos a
tomografia computadorizada (TC) e a tomografia computadorizada de feixe coacutenico
podem ser utilizadas como exames adicionais
De acordo com Roth e colaboradores a TC apresenta resultados superiores aos
da radiografia panoracircmica Este facto justifica-se pelas suas ferramentas de
melhoramento de imagem melhor qualidade de imagem sensibilidade equivalente na
identificaccedilatildeo de fracturas menor erro de interpretaccedilatildeo e opiniotildees mais concordantes
entre os meacutedicos na identificaccedilatildeo das fracturas mandibulares (Roth et al 2005) Outros
estudos suportam a contribuiccedilatildeo dos achados radiograacuteficos na TC para o manuseamento
ciruacutergico de traumas (Eggers et al 2008) No entanto existem algumas desvantagens
nomeadamente o elevado custo a disponibilidade e a elevada exposiccedilatildeo de radiaccedilatildeo
Estes factores promovem a tomografia computadorizada de feixe coacutenico como uma
aceitaacutevel alternativa na avaliaccedilatildeo de fracturas maxilofaciais (Scarfe et al 2006
Shintaku et al 2009)
4 Tratamento
As opccedilotildees de tratamento para as fracturas mandibulares associadas a extracccedilotildees
seguem os princiacutepios do tratamento das fracturas traumaacuteticas do acircngulo da mandiacutebula
As fracturas mandibulares podem ser tratadas realizando-se a reduccedilatildeo
contenccedilatildeo e imobilizaccedilatildeo dos segmentos fracturados sendo que a orientaccedilatildeo da oclusatildeo
dentaacuteria levaraacute a uma perfeita consolidaccedilatildeo dos segmentos fracturados com boa
recuperaccedilatildeo funcional e esteacutetica (Gomes et al 2001) Eacute fundamental identificar e
22
assegurar a correcta oclusatildeo antes de recorrer agrave reduccedilatildeo da fractura (Custoacutedio et al
2007)
O tratamento das fracturas mandibulares iatrogeacutenicas reportado por diversos
estudos na anaacutelise de Bodner et al baseou-se numa reduccedilatildeo fechada da fractura em
40 dos casos reduccedilatildeo aberta em 35 dos pacientes e em 25 dos casos natildeo foi
efectuado qualquer tipo de tratamento Este autor natildeo faz referecircncia ao sucesso dos
tratamentos
Os tratamentos que utilizam apenas fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo chamados reduccedilotildees
fechadas porque natildeo envolvem a abertura directa exposiccedilatildeo e a manipulaccedilatildeo da aacuterea
fracturada Uma reduccedilatildeo aberta inclui exposiccedilatildeo directa e reduccedilatildeo da fractura atraveacutes de
incisatildeo ciruacutergica (Custoacutedio et al 2007)
No estudo de Chrcanovic et al foram analisados 128 casos de fractura
mandibular sendo dois destes relatados por experiecircncia proacutepria No primeiro caso a
paciente ouviu um estalido e na avaliaccedilatildeo da ortopantomografia verificou-se uma
fractura sem deslocamento As possiacuteveis opccedilotildees de tratamento foram discutidas com a
paciente Devido a vaacuterias razotildees nomeadamente a ausecircncia de infecccedilatildeo e deslocamento
entre os segmentos a presenccedila de uma boa oclusatildeo com todos os dentes presentes e o
devido consentimento da paciente foi realizada apenas fixaccedilatildeo intermaxilar Apoacutes trecircs
meses verificou-se radiologicamente uniatildeo oacutessea
No caso reportado por Woldenberg et al durante a extracccedilatildeo do dente 38
verificou-se na panoracircmica uma linha de fractura Foi colocada fixaccedilatildeo intermaxilar e
posteriomente foram realizados novos exames uma panoracircmica e uma TC que
demonstraram bons resultados com aproximaccedilatildeo da linha de fractura Apoacutes duas
semanas a paciente recuperou a sensibilidade ao niacutevel do nervo dentaacuterio inferior
esquerdo Seis semanas apoacutes a cirurgia a fixaccedilatildeo intermaxilar foi removida e a paciente
sujeita a dieta mole por mais quatro semanas Nos dois trecircs e seis meses apoacutes a cirugia
foram realizadas radiografias panoracircmicas Estas revelaram formaccedilatildeo contiacutenua de osso
ao niacutevel do alveacuteolo e da linha de fractura
No estudo de Iizuka et al em seis casos foi realizada reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo
interna em dois efectuou-se fixaccedilatildeo intermaxilar e nos restantes trecircs apenas dieta mole
Todos os pacientes foram submetidos a terapia antibioacutetica durante pelo menos uma
semana simultaneamente com o tratamento da fractura que decorreu sem complicaccedilotildees
Todavia a obtenccedilatildeo de uma boa estabilidade parece ser a protecccedilatildeo mais segura contra
23
a infecccedilatildeo e atraso da cicatrizaccedilatildeo mais do que a terapia antibioacutetica (Mehra e Murad
2008)
De acordo com a literatura hoje em dia o tratamento mais eficaz das fracturas
mandibulares baseia-se na reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo interna no entanto os artigos
abordados cuja fractura estaacute relacionada com a extracccedilatildeo de terceiros molares parecem
ter obtido bons resultados com a utilizaccedilatildeo de fixaccedilatildeo intermaxilar e realizaccedilatildeo de dieta
mole Iizuka et al referem que nos casos de diagnoacutestico precoce e ausecircncia de
sintomatologia eacute adequado um tratamento conservador com fixaccedilatildeo intermaxilar e
nalguns casos a prescriccedilatildeo de dieta mole
No entanto evitar o uso de fixaccedilatildeo intermaxilar no transoperatoacuterio eacute mais
econoacutemico em tempo e custo e mais confortaacutevel para o paciente De acordo com Sorel
citado por Laub Jr alguns dos problemas associados agrave fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo a maacute
alimentaccedilatildeo com perda de peso dificuldades na respiraccedilatildeo e foneacutetica maacute higiene oral e
problemas sociais Em contraste a fixaccedilatildeo interna permite restauraccedilatildeo da funccedilatildeo e
mobilidade mais cedo e aumento do conforto para o paciente com melhoria dos
aspectos atraacutes mencionados Os autores Gomes et al referem que a fixaccedilatildeo intermaxilar
natildeo eacute usualmente necessaacuteria na reduccedilatildeo de fracturas confinadas agrave mandiacutebula
De acordo com Calloway et al citados por Moreno et al o desenvolvimento de
diferentes sistemas de fixaccedilatildeo interna na traumatologia facial e sua aplicaccedilatildeo no
tratamento das fracturas mandibulares conduziu a mudanccedilas nos criteacuterios de realizaccedilatildeo
de imobilizaccedilatildeo poacutes-ciruacutergica Tambeacutem tornou possiacutevel um retorno agrave funccedilatildeo normal
mais raacutepido Esta teacutecnica utiliza placas e parafusos na regiatildeo da fractura para se obter
contenccedilatildeo estaacutevel e eficaz promovendo cicatrizaccedilatildeo oacutessea primaacuteria sem que seja
necessaacuteria a extensatildeo do uso de fixaccedilatildeo intermaxilar A eliminaccedilatildeo desta ou uso por
periacuteodo miacutenimo geralmente resulta em maior satisfaccedilatildeo para o paciente (Gomes et al
2001 Custoacutedio et al 2007) Nesta modalidade o acesso agrave aacuterea da fractura pode ser
conseguido atraveacutes de abordagem intra-oral ou extra-oral (Mehra e Murad 2008)
As fracturas com grande grau de deslocamento ou fracturas cominutivas
necessitam de uma abordagem extra-oral para correcta reduccedilatildeo e visualizaccedilatildeo ao
colocar as estruturas de fixaccedilatildeo interna Por esta razatildeo e por natildeo haver comunicaccedilatildeo
com o meio intra-oral este meacutetodo apresenta baixo iacutendice de contaminaccedilatildeo A reduccedilatildeo
aberta com abordagem intra-oral pode ser utilizada nos casos de ausecircncia ou ligeiro
deslocamento dos fragmentos pacientes pouco cooperantes ou que necessitam de
restabelecimento imediato da funccedilatildeo mastigatoacuteria (Custoacutedio et al 2007)
24
A utilizaccedilatildeo de meacutetodos de fixaccedilatildeo interna nas fracturas mandibulares parece ser
o meacutetodo de tratamento mais aceitaacutevel (Moreno et al 2000) No entanto
independentemente do meacutetodo utilizado a finalidade baacutesica do tratamento das fracturas
deve ser o restabelecimento da oclusatildeo funcional e a continuidade mandibular
promovendo a restauraccedilatildeo das funccedilotildees mastigatoacuterias do paciente com o miacutenimo de
sequelas possiacutevel (Custoacutedio et al 2007)
5 Medidas preventivas
Perante avaliaccedilatildeo cliacutenica e posterior suspeita de ser um paciente de alto risco de
desenvolvimento de fractura mandibular algumas medidas devem ser ponderadas com
especial atenccedilatildeo Chrcanovic et al apontam mesmo a inadequada avaliaccedilatildeo preacute-
operatoacuteria como um factor de risco ou factor predisponente para o desenvolvimento de
fracturas Portanto este seria o primeiro ponto a ter em conta para um adequado
procedimento ciruacutergico com medidas atenuantes do risco de complicaccedilotildees A
identificaccedilatildeo de dentes que representam elevado risco de complicaccedilotildees relacionadas
com a cirurgia eacute a chave para o desenvolvimento de medidas profilaacutecticas com o
objectivo de evitar fracturas mandibulares Todos os indicadores de risco devem ser
bem analisados
Bodner e colaboradores descreveram algumas medidas preventivas para reduzir
a possibilidade de ocorrecircncia de fracturas mandibulares iatrogeacutenicas Estas incluem os
seguintes passos informar o paciente sobre a existecircncia do risco de fractura e da
importacircncia da sua cooperaccedilatildeo (Libersa et al 2002) a remoccedilatildeo oacutessea quando
necessaacuteria deve ser miacutenima e se possiacutevel efectuar odontossecccedilatildeo reduzindo a aacuterea
oacutessea removida se o dente empactado se encontrar perto do bordo inferior da
mandiacutebula considerar a abordagem extra-oral pacientes devem realizar dieta mole nas
quatro semanas seguintes agrave cirurgia (Wagner et al 2005 Woldenberg et al 2007)
embora Iizuka et al refiram apenas duas semanas e limitar a forccedila mastigatoacuteria durante
dois meses (Libersa et al 2002) o meacutedico dentista deve dar ecircnfase agrave qualidade e
duraccedilatildeo da dieta mole (Perry e Goldberg 2000) informar o paciente sobre os sinais
cliacutenicos e sintomas de uma fractura poacutes-operatoacuteria alertar o paciente para a
possibilidade de ouvir um som tipo estalido que pode indicar a presenccedila de fractura natildeo
sendo no entanto facilmente detectaacutevel radiologicamente com necessidade de
posteriores radiografias (Iizuka et al 1997)
25
Obiechina et al citados por Al-Belasy et al referem que perante as
dificuldades inerentes a esta cirurgia eacute recomendado que esta seja efectuada antes dos
25 anos Aliaacutes de acordo com Libersa et al a remoccedilatildeo profilaacutectica de terceiros molares
antes dos 20 anos de idade pode atenuar o risco de fractura
De acordo com Chrcanovic et al em casos em que a extracccedilatildeo de terceiros
molares inclusos eacute recomendada o risco de desenvolver uma fractura mandibular intra-
operatoacuteria pode ser evitada quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando
existe uma boa visualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada (Al-Belasy et al 2009)
Estes autores referem que o risco de fracturas mandibulares tanto imediatas como
tardias pode ser evitado pelo diagnoacutestico preciso e bem elaborado nos seguintes casos
pacientes com mais de 25 anos de idade principalmente homens pacientes com
bruxismo atletas activos raiacutezes do terceiro molar sobrepostas ou adjacentes ao canal
dentaacuterio inferior visualizadas na panoracircmica pacientes com patologia local ou
sisteacutemica ou sob medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea
26
Conclusatildeo
As taxas de incidecircncia da fractura traumaacutetica mandibular satildeo elevadas
principalmente quando comparadas com as fracturas mandibulares associadas a
exodontias que rondam os 00046 Apesar de rara a possibilidade de ocorrer e os
sinais e sintomas que acarreta devem ser destacados na informaccedilatildeo e esclarecimento ao
paciente A remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos eacute a cirurgia mais associada a estas
fracturas e as indicaccedilotildees quanto agrave sua realizaccedilatildeo ainda satildeo um pouco questionadas
Cada caso deve ser bem avaliado com os meacutetodos cliacutenicos e radiograacuteficos necessaacuterios
Quando eacute decidida a realizaccedilatildeo de extracccedilatildeo a radiografia periapical eacute
considerada um exame de eleiccedilatildeo no entanto a radiografia panoracircmica eacute um bom
substituto e permite utilizar sistemas de classificaccedilatildeo que podem ajudar o dentista na
determinaccedilatildeo do grau de complexidade e dificuldade do procedimento Por outro lado a
tomografia computadorizada (TC) pode ser utilizada em casos muito especiacuteficos com
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos factores predisponentes agrave ocorrecircncia de fractura mandibular
associada agrave exodontia
As fracturas podem ocorrer durante ou apoacutes a cirurgia sendo estas uacuteltimas as
mais frequentes Pacientes com mais de 25 anos geralmente entre os 40 e 50 anos
aparentam ter maior predisposiccedilatildeo provavelmente devido agrave diminuiccedilatildeo da elasticidade
oacutessea e dificuldades na expansatildeo alveolar durante a cirurgia A osteoporose tambeacutem
pode estar relacionada com o enfraquecimento da estrutura oacutessea
As fracturas imediatas estatildeo geralmente associadas a utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos Esta forccedila aplicada numa
mandiacutebula enfraquecida por razotildees preacute-ciruacutergicas aumenta a predisposiccedilatildeo para
fractura A fragilidade mandibular pode ser fisioloacutegica mas pode tambeacutem estar
relacionada com factores locais ou sisteacutemicos como doenccedilas ou medicamentos que
afectam a resistecircncia oacutessea As infecccedilotildees e lesotildees quiacutesticas ou tumorais bem como a
terapia com corticosteroacuteides e a osteoporose satildeo exemplos destes factores Durante o
procedimento deve-se optar pela remoccedilatildeo oacutessea miacutenima e se possiacutevel realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo obtenccedilatildeo de boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e aplicaccedilatildeo de forccedila
guiada e controlada As fracturas mandibulares tardias geralmente estatildeo associadas a um
enfraquecimento da mandiacutebula que surgiu apoacutes a extracccedilatildeo sendo a remoccedilatildeo oacutessea
excessiva um factor relacionado Quanto maior a quantidade de osso removido maior o
defeito oacutesseo criado maior a fragilidade mandibular e consequentemente o risco de
fractura aumenta Deste modo dentes inclusos com grande empactaccedilatildeo e envolvimento
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
Agradecimentos
Este espaccedilo eacute dedicado a todos aqueles que contribuiacuteram para que este trabalho fosse
possiacutevel
Assim gostaria desde logo de agradecer ao Dr Andreacute Chen pela iniciativa e pelo
empenho em tornar este projecto uma realidade assim como pelo exemplar modo como
soube orientar o meu trabalho
O meu obrigado aos meus Pais pela paciecircncia e carinho e ao meu Irmatildeo pelo apoio e
amizade sempre presente mesmo estando longe
A todos os Colegas e Amigos que fiz na FMDUL e que sempre recordarei
Aos meus grandes Amigos
ii
Resumo
A extracccedilatildeo de terceiros molares eacute uma das cirurgias mais frequentemente
realizadas nas consultas de cirurgia oral Fracturas mandibulares associadas a este
procedimento satildeo complicaccedilotildees que raramente ocorrem No entanto haacute determinados
factores que podem aumentar a predisposiccedilatildeo para o seu desenvolvimento Neste
sentido o presente trabalho destina-se agrave realizaccedilatildeo de uma revisatildeo bibliograacutefica com o
intuito de determinar estes possiacuteveis factores e qual a melhor abordagem perante tal
complicaccedilatildeo operatoacuteria As fracturas mandibulares associadas agrave exodontia de terceiros
molares podem ser intra ou poacutes-operatoacuterias e geralmente ocorrem em pacientes acima
dos 25 anos de idade do sexo masculino totalmente dentados ou pouco cooperantes
Estas caracteriacutesticas associadas a fragilidade oacutessea mandibular preacute-existente ou poacutes-
ciruacutergica aumentam o risco O enfraquecimento mandibular pode ser devido a atrofia
fisioloacutegica condiccedilotildees sisteacutemicas ou locais patoloacutegicas como a osteoporose ou a
presenccedila de quistos ou tumores Um dente muito impactado ou com morfologia que
requer grande remoccedilatildeo oacutessea tambeacutem aumenta a predisposiccedilatildeo para fractura Estas
caracteriacutesticas devem ser avaliadas atraveacutes de um bom exame cliacutenico e radioloacutegico e
um cuidadoso planeamento ciruacutergico deve ser elaborado incluindo esclarecimento e
informaccedilatildeo ao paciente A utilizaccedilatildeo improacutepria dos instrumentos ou a aplicaccedilatildeo de forccedila
excessiva no osso devem ser evitados Como diagnoacutestico da fractura mandibular o
exame radiograacutefico eacute essencial no entanto a linha de fractura nem sempre eacute visiacutevel na
primeira suspeita Por outro lado um som tipo estalido reportado pelo paciente
geralmente duas semanas apoacutes a cirurgia eacute um indicador fundamental O meacutedico
dentista apoacutes exame cliacutenico e radioloacutegico apropriado deve reduzir e estabilizar a
fractura Se necessaacuterio o paciente deve ser encaminhado para um cirurgiatildeo maxilo-
facial
Palavras-chave fracturas mandibulares extracccedilatildeo de terceiros molares fractura
mandibular iatrogeacutenica tratamento de fracturas mandibulares complicaccedilotildees apoacutes
remoccedilatildeo dos terceiros molares
iii
Abstract
The extraction of third molars is one of the most frequent procedures in oral
surgery Mandibular fractures associated with this surgery are complications that rarely
occur However there are certain factors that may increase the predisposition to their
development This work is intended to conduct a literature review in order to determine
these possible factors and how to approach this complication before surgery The
fractures associated with mandibular third molar extraction can be intra or postoperative
and usually occur in patients over 25 years old male fully dentate or uncooperative
These characteristics associated with pre-existent or post-surgical mandibular bone
fragility increase the risk The reduction of bone strength may be caused by
physiological atrophy systemic conditions or pathologic processes such as osteoporosis
or the presence of cysts or tumours A very impacted tooth or with a morphology that
requires excessive bone removal also increases the predisposition to fracture These
factors should be evaluated by a thorough clinical and radiological examination and a
careful surgical plan shall be developed including clarifying and informing the patient
The improper use of instruments or the application of excessive force on the bone shall
be avoided As a diagnosis of mandibular fracture the radiographic examination is
essential however the fracture line is not always visible at first On the other hand a
cracking noise reported by the patient usually two weeks after surgery is a fundamental
indicator The dentist shall reduce and stabilize the fracture after proper clinical and
radiological examinations If necessary the patient should be transferred to a
maxillofacial surgeon
Key-words mandibular fractures third molar extraction iatrogenic mandibular
fracture mandibular fractures treatment complications after third molar removal
iv
Iacutendice
Agradecimentos i
Resumo ii
Abstract iii
Iacutendice iv
Introduccedilatildeo 1
1 Fracturas mandibulares 4
11 Taxas de incidecircncia 5
12 Fracturas imediatas vs Fracturas tardias 6
2 Factores predisponentes ou de risco 6
21 Idade 7
22 Geacutenero 8
23 Quantidade de dentes remanescentes 8
24 Grau de empactaccedilatildeo 9
25 Angulaccedilatildeo 10
26 Comprimento das raiacutezes e sua relaccedilatildeo com o canal dentaacuterio inferior 11
27 Volume relativo da mandiacutebula ocupado pelo dente () 11
28 Lesotildees preacute-ciruacutergicas 12
29 Experiecircncia do profissional 13
210 Teacutecnica utilizada 14
211 Tempo decorrido apoacutes a cirurgia 14
212 Parafunccedilotildees 15
213 Lado esquerdo ou direito da mandiacutebula 16
214 Actividade fiacutesica 16
215 Doenccedilas sisteacutemicas e medicaccedilatildeo 16
3 Diagnoacutestico 18
4 Tratamento 21
5 Medidas preventivas 24
Conclusatildeo 26
Bibliografia 28
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory I
Anexo 2 - Classificaccedilatildeo de Winter II
1
Introduccedilatildeo
A fractura mandibular associada a exodontias eacute uma complicaccedilatildeo rara Por outro
lado a remoccedilatildeo dos terceiros molares eacute um dos procedimentos mais comummente
realizado na praacutetica ciruacutergica de Medicina Dentaacuteria Eacute um processo que requer um
planeamento cuidado e o meacutedico dentista deve apresentar-se apto para realizar tal
cirurgia Bodner et al em 2010 analisaram vaacuterios estudos que reportavam casos de
fractura da mandiacutebula relacionada com a extracccedilatildeo dentaacuteria e de acordo com estes
autores a extracccedilatildeo de terceiros molares inferiores eacute a que estaacute mais associada a este
tipo de fractura
Embora a empactaccedilatildeo de terceiros molares possa ser assintomaacutetica a
probabilidade de estes causarem problemas eacute muito alta As complicaccedilotildees preacute-
operatoacuterias podem ser dor desenvolvimento de doenccedila periodontal ou reabsorccedilatildeo
radicular no segundo molar ou sintomas de disfunccedilatildeo da ATM Eacute de referir que as
principais satildeo a formaccedilatildeo de abcesso fractura espontacircnea da mandiacutebula e quistos ou
tumores odontogeacutenicos sendo a complicaccedilatildeo preacute-operatoacuteria mais frequente a
pericoronarite (Chiapasco et al 1993)
A necessidade de extracccedilatildeo dos terceiros molares eacute vista de forma diferente por
parte de cada profissional (Knutsson 1992 Hazelkorn e Macek 1994 Adeyemo
2006) De acordo com Adeyemo a decisatildeo sobre a extracccedilatildeo natildeo deve ser generalizada
mas individualizada e limitada aos dentes com indicaccedilotildees meacutedicas ciruacutergicas e
patoloacutegicas bem definidas (Adeyemo 2006)
Algumas indicaccedilotildees foram estabelecidas numa conferecircncia pela ldquoNational
Institutes of Healthrdquo em 1980 nos Estados Unidos da Ameacuterica e nestas incluem-se os
terceiros molares inclusos associados a pericoronarite recorrente lesatildeo quiacutestica ou de
caacuterie natildeo restauraacutevel ou que causem problemas periodontais no segundo molar No
entanto hoje em dia estas indicaccedilotildees ainda satildeo questionadas (Hazelkorn e Macek 1994
Glosser e Campbell 1999)
Actualmente de acordo com Chrcanovic et al a remoccedilatildeo profilaacutectica dos
terceiros molares eacute justificada com base na hipoacutetese de que os sisos natildeo apresentam
qualquer funccedilatildeo na cavidade oral na diminuiccedilatildeo do risco de desenvolver patologias
(quistos e tumores) associadas ao dente (Glosser e Campbell 1999 Guumlven 2000
Baykul et al 2005) na reduccedilatildeo do risco de fractura traumaacutetica do acircngulo da mandiacutebula
devido agrave presenccedila do dente incluso (Ugboko et al 2000 Hanson et al 2004 Iida et
2
al 2005 Inaoka et al 2009) e no facto da dificuldade da cirurgia aumentar com a
idade do paciente (Baykul et al 2005)
Em casos de grande empactaccedilatildeo nem sempre eacute recomendada a remoccedilatildeo do
dente excepto em casos de patologia ou infecccedilatildeo sendo suficiente um controlo
radiograacutefico (Kwon et al 2006) A maioria dos problemas patoloacutegicos sintomaacuteticos
que resultam de terceiros molares inclusos ocorre devido a dentes parcialmente
erupcionados e menos comummente a empactaccedilotildees oacutesseas completas (Werkmeister et
al 2005)
Contar et al em 2010 concluiacuteram que o risco de complicaccedilotildees na cirurgia de
terceiros molares estaacute sempre presente aumentando proporcionalmente com a
dificuldade desta e por sua vez a dificuldade da cirurgia aumenta proporcionalmente
com a idade do paciente (Baykul et al 2005) Numerosos estudos foram recentemente
realizados no sentido de identificar possiacuteveis factores de risco para as complicaccedilotildees
intra e poacutes-operatoacuterias nas quais se incluem as fracturas mandibulares As
complicaccedilotildees intra-operatoacuterias satildeo aquelas que ocorrem durante o acto ciruacutergico
propriamente dito e as poacutes-operatoacuterias satildeo as que surgem apoacutes este (Brauer 2009)
A prevalecircncia de complicaccedilotildees relacionadas com a remoccedilatildeo dos terceiros
molares situa-se entre os 26 e os 309 Estas variam desde edema e dor ateacute
situaccedilotildees de lesatildeo do nervo fracturas mandibulares ou mesmo casos de infecccedilatildeo que
podem colocar a vida do paciente em risco (Brauer 2009) As complicaccedilotildees mais
comuns associadas agrave extracccedilatildeo de terceiros molares satildeo a alveolite seca infecccedilatildeo lesatildeo
do nervo hemorragia e dor (Iizuka et al 1997 Woldenberg et al 2007) As
complicaccedilotildees raras ou pouco comuns satildeo definidas por Brauer como aquelas que
apresentam uma taxa de incidecircncia inferior a 1 e destas fazem parte as fracturas
mandibulares (Brauer 2009) De acordo com Woldenberg et al as complicaccedilotildees
menos comuns satildeo o trismus severo lesatildeo iatrogeacutenica do segundo molar adjacente e a
fractura mandibular iatrogeacutenica
Citando Bruce et al Al-Belasy e colaboradores referem que na remoccedilatildeo
convencial de terceiros molares 2 a 4 das cirurgias resulta em fractura oacutessea
iatrogeacutenica no entanto satildeo fracturas do processo alveolar ou da parede lingual Por
outro lado na remoccedilatildeo ciruacutergica de terceiros molares empactados geralmente eacute
necessaacuteria grande remoccedilatildeo oacutessea para se ter acesso ao dente (Kwon et al 2006) Nestes
casos a remoccedilatildeo oacutessea pode enfraquecer a mandiacutebula predispondo-a a fractura (Iizuka et
al 1997)
3
Um dente empactado eacute aquele que natildeo consegue erupcionar dentro do tempo
esperado ateacute agrave sua posiccedilatildeo normal na mandiacutebula A empactaccedilatildeo ocorre porque eacute
dificultada pelos dentes adjacentes por um denso revestimento oacutesseo ou por excesso de
tecido mole O termo dente incluso eacute mais abrangente pois inclui tanto os dentes
empactados como os dentes em erupccedilatildeo (Peterson et al 2000)
Embora as taxas de incidecircncia reportadas sejam baixas as fracturas
mandibulares satildeo consideradas como complicaccedilotildees major ou seja que necessitam de
um tratamento posterior e podem desenvolver consequecircncias irreversiacuteveis (Krimmel e
Reinert 2000 Brauer 2009) Por esta razatildeo o meacutedico dentista deve estar preparado
para resolver este tipo de lesatildeo e o paciente deve ser devidamente informado sobre esta
possibilidade De acordo com Perry e Goldberg a praacutetica de cirurgia oral
contemporacircnea e maxilo-facial inclui a obtenccedilatildeo de um consentimento informado Os
pacientes devem receber em termos compreensiacuteveis uma informaccedilatildeo completa a
respeito do diagnoacutestico tratamento e prognoacutestico da sua condiccedilatildeo patoloacutegica por parte
do profissional de sauacutede O paciente deve reconhecer as implicaccedilotildees em caso de recusa
ao tratamento e tambeacutem deve ter conhecimento dos custos e existecircncia de tratamentos
alternativos (Palomer L 2009) Os riscoscomplicaccedilotildees preacute e poacutes operatoacuterios mesmo
os relativamente incomuns devem estar incluiacutedos na discussatildeo riscobenefiacutecio e nas
instruccedilotildees dadas ao paciente Eacute necessaacuterio afirmar que o consentimento deve ser livre
esclarecido renovaacutevel e revogaacutevel (Maluf et al 2007)
Sendo esta uma cirurgia comum eacute importante compreender a natureza das
complicaccedilotildees e conhecer os vaacuterios factores que associados agrave extracccedilatildeo de terceiros
molares contribuem para o desenvolvimento de fracturas mandibulares O uso de forccedila
improacutepria uma empactaccedilatildeo dentaacuteria muito acentuada casos de osteoporose ou outras
desordens metaboacutelicas ou lesotildees como quistos e tumores aumentam a probabilidade
da ocorrecircncia de fractura mandibular A presenccedila de um dente empactado numa
mandiacutebula muito atroacutefica ou uma infecccedilatildeo que envolve os tecidos periodontais
nomeadamente o osso tambeacutem aumentam esta predisposiccedilatildeo
Poucos satildeo os relatos de casos de ocorrecircncia de fracturas mandibulares
associados agrave remoccedilatildeo de terceiros molares no entanto apesar da baixa taxa de
incidecircncia natildeo se deve descartar a possibilidade de surgir uma complicaccedilatildeo como esta
Quando ocorre uma fractura o meacutedico dentista tem que estar preparado saber
reconhecer a lesatildeo com recurso a meios de diagnoacutestico apropriados bem como adoptar
as medidas mais adequadas para soluccedilatildeo do problema
4
1 Fracturas mandibulares
Apesar de ser considerado o osso mais forte e riacutegido da face a mandiacutebula eacute o
osso facial mais comummente fracturado (36-70) e parece ser devido agrave sua
localizaccedilatildeo exposta e proeminente Estas fracturas traumaacuteticas afectam principalmente
pessoas do sexo masculino entre os 16 e os 30 anos de idade (Hanson et al 2004) As
fracturas mandibulares podem classificar-se quanto agrave localizaccedilatildeo anatoacutemica quanto agrave
condiccedilatildeo dos fragmentos oacutesseos (galho verde simples cominutiva e composta) e
podem ser favoraacuteveis ou desfavoraacuteveis consoante a angulaccedilatildeo da fractura e a forccedila de
tracccedilatildeo muscular proximal ou distalmente agrave fractura (Peterson et al 2000) A maior
percentagem de fracturas quanto agrave localizaccedilatildeo encontra-se ao niacutevel do acircngulo cocircndilo e
regiatildeo sinfisaacuteria sendo que estas zonas podem ser consideradas mecanicamente como
pontos fracos (Mitsukawa et al 2004)
De acordo com Ferre e colaboradores citados por Libersa et al as fracturas no
acircngulo da mandiacutebula satildeo frequentes devido a vaacuterias razotildees nomeadamente o facto de
esta ser uma aacuterea de baixa resistecircncia com uma anatomia oacutessea especiacutefica (bordo
superior fino e osso basilar estreito) a sua localizaccedilatildeo que corresponde agrave regiatildeo entre o
ramo e o corpo da mandiacutebula e nalguns casos a presenccedila de terceiros molares inclusos
(Krimmel e Reinert 2000 Libersa et al 2002 Inaoka et al 2009)
De acordo com Rudderman e colaboradores citados por Chrcanovic et al
existem alguns factores que influenciam a localizaccedilatildeo das fracturas mandibulares
incluindo a direcccedilatildeo local e severidade da forccedila e impacto bem como caracteriacutesticas
intriacutensecas do osso Krimmel e Reinert referem que as fracturas mandibulares ocorrem
quando a resistecircncia do osso e as forccedilas exercidas neste natildeo satildeo compatiacuteveis Estes
autores defendem que a diminuiccedilatildeo da resistecircncia oacutessea pode ser causada por atrofia
fisioloacutegica osteoporose processos patoloacutegicos (ie lesotildees quiacutesticas lesotildees malignas
processos inflamatoacuterios) ou pode ser secundaacuteria a uma intervenccedilatildeo ciruacutergica (De Silva
1984) O stress exercido na mandiacutebula pode ser devido a forccedilas traumaacuteticas ou forccedilas
excessivas exercidas durante a extracccedilatildeo dentaacuteria (Krimmel e Reinert 2000)
Apesar da elevada percentagem de fracturas traumaacuteticas da mandiacutebula as
fracturas mandibulares como complicaccedilatildeo associada agrave extracccedilatildeo de terceiros molares
apresentam taxas de incidecircncia baixas (Krimmel e Reinert 2000)
Iizuka et al referem que a fractura mandibular natildeo ocorre apenas devido agrave forccedila
realizada durante a cirurgia mas tambeacutem devido ao enfraquecimento da regiatildeo do
acircngulo da mandiacutebula preacute-existente ou que surgiu apoacutes remoccedilatildeo do dente O tipo de
5
fractura decorrido apoacutes as extracccedilotildees no estudo de Iizuka et al confirma tambeacutem a
existecircncia de um enfraquecimento mecacircnico na regiatildeo preacute-angular da mandiacutebula Isto
porque todas as fracturas decorridas nesta anaacutelise eram fracturas preacute-angulares
Tambeacutem no estudo de Wagner et al de 2005 foram detectadas fracturas preacute-angulares
em 15 dos 17 casos o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo
eixo do dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula Nos restantes dois
casos foram detectadas fracturas angulares com uma linha de fractura paralela agrave
bissectriz do acircngulo mandibular De acordo com estes autores as fracturas na zona preacute
angular tecircm sido descritas como as tiacutepicas da fractura mandibular patoloacutegica associada a
extracccedilatildeo de terceiros molares
11 Taxas de incidecircncia
As fracturas da mandiacutebula apoacutes remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos satildeo
consideradas complicaccedilotildees raras com percentagens entre os 00046 e os 00075
(Woldenberg et al 2007)
Libersa et al em 2002 no seu estudo que abordava 27 casos de fractura
mandibular 17 intraoperatoacuterias e 10 poacutes-operatoacuterias obtiveram 00049 de taxa de
incidecircncia Outros autores Perry e Goldberg em 2000 basearam-se em questionaacuterios
efectuados a 84 cirurgiotildees orais e maxilo-faciais obtendo uma incidecircncia de fracturas
mandibulares tardias de 00046 ou seja 28 fracturas num total de 611 000 molares
empactados removidos
No estudo de Wagner et al de 2005 14 das 17 fracturas analisadas ocorreram
poacutes-operatoriamente Em 2010 na anaacutelise de vaacuterios estudos abordando um total de 189
casos Bodner e colaboradores reportaram 22 de casos de fracturas mandibulares
iatrogeacutenicas intra-operatoacuterias e 78 poacutes-operatoacuterias Neste sentido as fracturas tardias
parecem ser as mais frequentes
Dunstan e Sugar citados por Woldenberg et al referem que a verdadeira
incidecircncia de fracturas mandibulares poacutes-operatoacuterias como resultado da extracccedilatildeo eacute
dificil de estabelecer pois existem casos reportados de fracturas traumaacuteticas poacutes-
operatoacuterias que poderiam ter ocorrido numa mandiacutebula intacta e assim a ocorrecircncia
destas duas situaccedilotildees ser apenas uma coincidecircncia
6
12 Fracturas imediatas vs Fracturas tardias
As fracturas mandibulares podem ocorrer durante ou apoacutes o acto ciruacutergico
sendo consideradas complicaccedilotildees intra-operatoacuterias ou poacutes-operatorias respectivamente
As fracturas intra-operatoacuterias (imediatas) podem ocorrer devido a vaacuterios
factores sendo muitas vezes associadas agrave utilizaccedilatildeo de forccedila excessiva aplicada no osso
ou uso improacuteprio de instrumentos (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000 Libersa
et al 2002 Woldenberg et al 2007 Brauer 2009) O autor Harnisch citado por
Iizuka et al assume que a utilizaccedilatildeo descuidada da alavanca durante a extracccedilatildeo causa
forccedilas excessivas e inapropriadas no osso podendo provocar uma fractura imediata
Este autor refere tambeacutem que a fractura poacutes-operatoacuteria eacute pouco comum na ausecircncia de
infecccedilatildeo ou historial de trauma no entanto e baseando-se no seu estudo defende que a
fractura mandibular espontacircnea tambeacutem pode ocorrer e nestes casos com mais
frequecircncia nas duas semanas apoacutes a cirurgia Estes dados referem que a fractura
mandibular natildeo ocorre apenas devido agrave forccedila realizada durante a cirurgia mas tambeacutem
devido ao enfraquecimento oacutesseo que pode ter surgido apoacutes esta
No estudo de Perry e Goldberg de 2000 a fractura mandibular tardia eacute
considerada como aquela que ocorre a qualquer altura a partir do momento em que o
paciente abandona o consultoacuterio ou sala operatoacuteria sendo consideradas como resultado
indirecto da cirurgia De acordo com Bodner et al cuja anaacutelise abordou vaacuterios estudos
as fracturas poacutes-operatoacuterias ocorrem com mais frequecircncia
2 Factores predisponentes ou de risco
Como qualquer outro acto ciruacutergico podem surgir complicaccedilotildees na extracccedilatildeo
dos terceiros molares ou complicaccedilotildees que advecircm desta algum tempo mais tarde O
tipo de complicaccedilatildeo eacute bastante variaacutevel estando relacionado com muacuteltiplos factores
Neste sentido para os meacutedicos dentistas que realizam extracccedilotildees de terceiros molares
com frequecircncia eacute importante compreender a causa destas complicaccedilotildees
Em 2010 Bodner et al analisaram diversos artigos e relacionaram dados
relativos ao paciente e agrave sua condiccedilatildeo dentaacuteria com o desenvolvimento de fracturas
mandibulares Constataram que antes da exodontia alguns destes factores por
indicarem alto risco de desenvolvimento de fracturas mandibulares devem ser
cuidadosamente avaliados
Chrcanovic et al e Woldenberg et al enumeraram alguns factores de risco ou
factores predisponentes que devem ser analisados Nestes incluem-se magnitude de
7
empactaccedilatildeo tipo de angulaccedilatildeo raiacutezes longas idade do paciente idade e experiecircncia do
cirurgiatildeo presenccedila de quisto ou tumor relacionado com o dente empactado doenccedila
sisteacutemica ou medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea infecccedilotildees preacute-operatoacuterias
no local do dente a ser extraiacutedo avaliaccedilatildeo preacute-operatoacuteria inadequada volume relativo
do dente na mandiacutebula ponto temporal apoacutes a cirurgia infecccedilotildees preacute-operatoacuterias na
regiatildeo do terceiro molar extraiacutedo sexo feminino ou masculino presenccedila de
parafunccedilotildees pacientes praticantes de desporto e teacutecnica ciruacutergica
Woldenberg et al tambeacutem enfatizam o facto de ser possiacutevel reduzir o risco desta
complicaccedilatildeo adoptando medidas preventivas e Perry e Goldberg mencionam tambeacutem a
importacircncia do cumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias nomeadamente a
manutenccedilatildeo de uma dieta mole apoacutes a cirurgia
De acordo com os autores atraacutes mencionados a ocorrecircncia de fracturas
mandibulares eacute multifactorial (Al-Belasy et al 2009 Woldenberg et al 2007 Iisuka et
al 1997 Krimmel e Reinert 2000) estando relacionada com um conjunto de possiacuteveis
factores de risco Estes aparentam ter impacto na possibilidade de desenvolver este tipo
de complicaccedilatildeo
21 Idade
A idade do paciente eacute um dado importante uma vez que as fracturas
mandibulares geralmente sucedem em pacientes mais velhos O pico de incidecircncia
ocorre em indiviacuteduos com mais de 25 anos nomeadamente pacientes que rondam os 40
e os 50 anos de idade (Krimmel e Reinert 2000 Perry e Goldberg 2000 Libersa et al
2002 Wagner et al 2005) Esta relaccedilatildeo pode justificar-se pelo facto deste tipo de
fracturas ocorrer quando o osso natildeo eacute forte o suficiente para resistir a determinadas
forccedilas que actuam sobre ele O enfraquecimento da mandiacutebula como resultado da
diminuiccedilatildeo da elasticidade oacutessea que ocorre ao longo da vida pode ser a causa da
elevada taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares em pacientes mais velhos (Iizuka
et al 1997 Woldenberg et al 2007 Bodner et al 2010)
Krimmel e Reinert com base na anaacutelise de 6 casos de fractura mandibular
obtiveram uma meacutedia de idade de 45 anos Justificaram este valor referindo que nesta
idade se inicia uma desmineralizaccedilatildeo oacutessea secundaacuteria agrave osteoporose enfraquecendo o
sistema esqueleacutetico e simultaneamente intensificando o estreitamento do ligamento
periodontal Portanto comparativamente com os pacientes mais jovens os dentes
8
empactados necessitam de ser mais libertos do osso envolvente necessitando maior
ostectomia
A anquilose de dentes empactados nestes pacientes tambeacutem pode complicar a
extracccedilatildeo e enfraquecer a mandiacutebula devido agrave necessidade de efectuar maior remoccedilatildeo
oacutessea Deste modo perante este tipo de situaccedilatildeo eacute extremamente recomendado efectuar
odontossecccedilatildeo para facilitar a extracccedilatildeo do dente anquilosado e evitar futuras
complicaccedilotildees (Krimmel e Reinert 2000 Wagner et al 2005 Bodner et al 2010)
A elevada taxa de incidecircncia de fracturas em indiviacuteduos mais velhos devido agrave
diminuiccedilatildeo da elasticidade oacutessea e presenccedila de osteoporose estaacute de acordo com os
estudos que referem percentagens elevadas de complicaccedilotildees intra e poacutes-operatoacuterias na
remoccedilatildeo de terceiros molares empactados em pacientes numa faixa etaacuteria mais
avanccedilada Perante esta evidecircncia torna-se importante avaliar cada caso cuidadosamente
ou seja ter em conta a idade avanccedilada do indiviacuteduo e ponderar sobre a necessidade de
extracccedilatildeo ou natildeo dos dentes empactados nestes pacientes (Iizuka et al 1997)
22 Geacutenero
O facto de o paciente ser do sexo masculino ou feminino tambeacutem eacute um factor a
ter em conta pois aparenta ter especial importacircncia nas fracturas mandibulares poacutes-
operatoacuterias (Libersa et al 2002) Os homens mostram niacuteveis significativamente mais
elevados de forccedila mastigatoacuteria quando comparados com as mulheres (Miyaura et al
1999) Ao mastigar a forccedila requerida para quebrar os alimentos antes de os deglutir
pode causar forccedilas de stress consideraacuteveis nos ossos que estatildeo enfraquecidos pela
cirurgia e ainda natildeo recuperaram ou calcificaram (Perry e Goldberg 2000)
Deste modo devido agrave maior forccedila exercida no osso os homens apresentam
maior probabilidade de desenvolver fracturas mandibulares poacutes-operatoacuterias (Libersa et
al 2002 Brauer 2009)
23 Quantidade de dentes remanescentes
De acordo com Bodner et al as percentagens mais elevadas de fracturas
mandibulares ocorrem em pacientes parcialmente dentados ou totalmente dentados em
oposiccedilatildeo aos desdentados independentemente do sexo Tal como acontece nos
pacientes do sexo masculino discutido anteriormente indiviacuteduos com uma denticcedilatildeo
mais completa tambeacutem vatildeo exercer maiores forccedilas mastigatoacuterias Deste modo as forccedilas
exercidas na mandiacutebula durante a mastigaccedilatildeo apoacutes remoccedilatildeo de dentes inclusos causam
9
maior stress Assim pacientes com menos ausecircncias dentaacuterias apresentam maior risco
de desenvolvimento de fracturas mandibulares posteriormente agrave extracccedilatildeo
No estudo de Krimmel e Reinert independentemenre da idade todos os
pacientes que sofreram fracturas mandibulares apresentavam denticcedilatildeo completa Este
resultado parece estar relacionado com a aplicaccedilatildeo de forccedilas oclusais maacuteximas
posteriormente ao iniacutecio da cicatrizaccedilatildeo e reduccedilatildeo da dor e edema Consequentemente
cinco dos seis pacientes reportaram ouvir um estalido enquanto mastigavam dias apoacutes a
cirurgia
24 Grau de empactaccedilatildeo
Bodner e colaboradores referem que dentes totalmente empactados em osso
apresentam maior incidecircncia de fracturas mandibulares presumivelmente devido agrave
quantidade de osso que eacute necessaacuteria remover durante o acto ciruacutergico para a sua
extracccedilatildeo pois geralmente ocupam um maior volume de osso mandibular (Perry e
Goldberg 2000 Libersa et al 2002) No estudo de Libersa et al em 27 casos de
fractura mandibular 22 estavam completamente envolvidos por osso e 5 eram casos de
empactaccedilatildeo parcial
No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo na anaacutelise de Bodner et al a
quantidade de fracturas mandibulares associadas a dentes totalmente empactados foi o
dobro das fracturas em mandiacutebulas que continham dentes parcialmente empactados O
resultado apoacutes a extracccedilatildeo eacute a criaccedilatildeo de uma estrutura oacutessea ou parede cortical fina e
fraca criando uma mandiacutebula mais fraacutegil com possibilidades de sofrer fractura poacutes-
operatoacuteria (Perry e Goldberg 2000)
Na anaacutelise dos 6 casos de fractura mandibular por Krimmel e Reinert os dentes
foram classificados de acordo com o sistema de Pell amp Gregory (Anexo 1) Assim
apenas um molar se encontrava na classe I os restantes cinco em classe II e nenhum
dente foi categorizado com classe III A empactaccedilatildeo vertical era de classe B em dois
casos e classe C nos restantes quatro casos De acordo com estes resultados os autores
concluiacuteram que a posiccedilatildeo antero-posterior do terceiro molar parece natildeo ter influecircncia na
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular No entanto quanto maior a empactaccedilatildeo em
termos verticais maior a probabilidade da fractura ocorrer
Iizuka et al em 1997 analisaram as radiografias panoracircmicas de todos os
pacientes envolvidos nas fracturas mandibulares ocorridas no estudo Determinaram o
10
grau de empactaccedilatildeo e a posiccedilatildeo do terceiro molar de acordo com o sistema Pell amp
Gregory (Anexo 1) a angulaccedilatildeo do dente e tambeacutem o grau de dificuldade
O grau de dificuldade era atribuiacutedo por pontos consoante as classes do sistema
Pell amp Gregory em que o dente se encontrava e tambeacutem a sua angulaccedilatildeo um ponto para
classificaccedilotildees A I e mesioangulaccedilatildeo dois pontos para classes B II e posiccedilatildeo horizontal
trecircs pontos para classes C III e posiccedilatildeo vertical e ainda quatro pontos para dentes
distoangulados Neste sentido a classificaccedilatildeo maacutexima que poderia ser obtida era de 10
pontos correspondendo a um grau de dificuldade maacuteximo Os resultados obtidos
variaram de 5 a 9 pontos natildeo se verificando caracteriacutesticas predispodentes relevantes
No entanto como esta classificaccedilatildeo se baseou em trecircs paracircmetros os autores justificam
este resultado com base nas variaccedilotildees de angulaccedilatildeo encontradas no estudo Excluindo
este dado todos os casos excepto um se encontravam nas classes BC e IIIII Neste
sentido a remoccedilatildeo de dentes definidos nas classes BC e IIIII eacute considerada difiacutecil e
com predisposiccedilatildeo para fractura (Iizuka et al 1997)
25 Angulaccedilatildeo
De acordo com Xavier et al e com base na classificaccedilatildeo de Winter (Anexo 2) a
posiccedilatildeo dos terceiros molares inferiores mais frequentemente observada eacute a vertical e a
mesioangular (Vasconcellos et al 2002 Inaoka et al 2009 Santos e Quesada 2009)
Os dentes inclusos distoangulados satildeo considerados normalmente como os mais
difiacuteceis de extrair e que requerem maior remoccedilatildeo oacutessea Tambeacutem jaacute foi descrito que
uma posiccedilatildeo distoangular estaacute associada a uma posiccedilatildeo mais lingual sendo assim esta
parede cortical encontra-se bastante fina Neste sentido ao realizar uma abordagem ao
niacutevel da parede cortical vestibular coloca uma maior predisposiccedilatildeo para a ocorrecircncia de
fractura mandibular nestes casos de angulaccedilatildeo devido ao defeito oacutesseo criado (Iizuka et
al 1997 Chrcanovic et al 2010)
Iizuka e colaboradores definiram quatro grupos de dentes consoante o acircngulo
formado entre o eixo vertical do dente e o plano oclusal Para determinar a angulaccedilatildeo
dos terceiros molares foram efectuados quatro grupos dentes verticais quando o acircngulo
se encontra entre 80ordm e 100ordm mesioangular quando acircngulo estaacute entre 10ordm e 80ordm
distoangular quando o acircngulo eacute maior que 100ordm e horizontal quando o acircngulo se
encontra entre 350ordm e 10ordm Nos pacientes sem dentes mesialmente ao terceiro molar foi
desenhado um plano oclusal arbitraacuterio para definir a angulaccedilatildeo deste No estudo
depararam-se com cinco dentes mesioangulados um horizontal quatro distoangulados e
11
trecircs verticais Embora estes autores concordem com o que foi citado anteriormente
baseando-se na sua anaacutelise natildeo encontraram qualquer associaccedilatildeo entre o tipo de
angulaccedilatildeo e a predisposiccedilao para fractura mandibular
26 Comprimento das raiacutezes e sua relaccedilatildeo com o canal dentaacuterio inferior
O mecanismo pelo qual os terceiros molares com raiacutezes longas foram
relacionados com o aumento de risco de ocorrecircncia de fracturas angulares deve-se ao
espaccedilo oacutesseo que este ocupa na mandiacutebula Hanson et al suportando esta hipoacutetese
referem que as fracturas mandibulares podem ocorrer apoacutes remoccedilatildeo do terceiro molar
com raiacutezes muito compridas pois o acircngulo mandibular torna-se uma regiatildeo
enfraquecida
Nos casos de fractura analisados por Iizuka et al as raiacutezes dos dentes estavam
sobrepostas ao canal dentaacuterio inferior em 10 casos ou seja 77 dos casos Nos trecircs
casos restantes as raiacutezes estavam adjacentes ao canal Em nenhuma situaccedilatildeo foi
verificado radiograficamente um afastamento das raiacutezes em relaccedilatildeo ao canal Estes
autores concluiacuteram que raiacutezes sobrepostas ou adjacentes ao canal dentaacuterio inferior numa
radiografia panoracircmica representam paracircmetros importantes para a predisposiccedilatildeo para
fractura mandibular
27 Volume relativo da mandiacutebula ocupado pelo dente ()
Woldenberg et al consideram a porccedilatildeo relativa de volume ocupada pelo dente
na mandiacutebula um factor importante a ter em conta Este raacutecio pode ser determinado
atraveacutes de exames complementares antes de efectuar a extracccedilatildeo como a tomografia
computadorizada (TC) atraveacutes da reconstruccedilatildeo e visualizaccedilatildeo do dente e osso no
sentido vestibulo-lingual
Se esta relaccedilatildeo de volume relativo ocupado pelo dente for igual ou superior a
50 o risco de fractura eacute alto e recomenda-se especial cuidado durante a cirurgia
(Woldenberg et al 2007)
Iisuka e colaboradores obtiveram na sua anaacutelise radiograacutefica dos casos de
fractura mandibular ocorridos um raacutecio que variava entre 44 a 84 E Wagner et al
em 2005 obtiveram um raacutecio meacutedio de 62plusmn4 sendo considerado um valor
desfavoraacutevel Em ambos os estudos foram utilizadas radiografias panoracircmicas para
adquirir a percentagem de aacuterea que o dente ocupa no osso Na anaacutelise de Iizuka et al o
12
espaccedilo que os terceiros molares ocupam no osso foi avaliado com base na altura
mandibular
28 Lesotildees preacute-ciruacutergicas
Para aleacutem da quantidade diminuiacuteda de osso remanescente apoacutes uma cirurgia de
terceiros molares existem tambeacutem outros factores que provocam fragilidade
mandibular como eacute o caso de alteraccedilotildees patoloacutegicas no osso secundaacuterias a um quisto
ou tumor abrangente Iizuka et al no seu estudo referem que mesmo pequenas
alteraccedilotildees como uma pericoronarite ou um foliacuteculo aumentado podem enfraquecer a
mandiacutebula (Iizuka et al 1997)
Apesar de nas indicaccedilotildees para remoccedilatildeo dos sisos estar incluiacuteda a possibilidade
de desenvolver quistos ou tumores associados a estes dentes Adeyemo refere que a
incidecircncia destas patologias em terceiros molares inclusos eacute baixa Citados no estudo de
Chrcanovic et al Bruce et al reportaram uma incidecircncia de 62 sendo esta
percentagem superior em pacientes mais velhos com uma meacutedia de idade de 465 anos
No mesmo artigo de acordo com Girod et al quanto mais tempo a empactaccedilatildeo
persistir maior o risco de desenvolver quistos ou tumores
Na anaacutelise de 2010 por Bodner et al cerca de 27 dos pacientes tinham
historial de infecccedilotildees preacute-ciruacutergicas na zona do dente a extrair Portanto pressupocircs-se
uma associaccedilatildeo entre lesotildees oacutesseas preacute-existentes associadas ao dente em questatildeo com a
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular As infecccedilotildees relatadas foram a doenccedila
periodontal quistos ou pericoronarites recorrentes capazes de criar defeitos que
enfraquecem a mandiacutebula (Woldenberg et al 2007) Estas lesotildees satildeo frequentemente
encontradas em pacientes com mais de 40 anos de idade (Lysell e Rohlin 1988)
Na anaacutelise de Perry e Goldberg de 2000 tambeacutem incluiacuteda no estudo de Bodner
et al a severidade e a duraccedilatildeo das infecccedilotildees natildeo foram obtidas no entanto referem que
uma infecccedilatildeo croacutenica e profunda provoca descalcificaccedilatildeo e destruiccedilatildeo oacutessea
contribuindo para a probabilidade de desenvolvimento de fracturas tanto imediatas
como tardias
Geralmente as infecccedilotildees nos jovens surgem quando uma pequena parte da coroa
erupciona e por isso nos pacientes mais velhos as infecccedilotildees associadas agrave empactaccedilatildeo
do terceiro molar satildeo diferentes pois o dente muitas vezes estaacute totalmente envolvido
por osso Assim a reabsorccedilatildeo oacutessea eacute geralmente a causa destas infecccedilotildees De acordo
com Osaki a periodontite presente nos segundos molares tambeacutem pode ser a causa de
13
infecccedilatildeo associada aos terceiros molares Nestes casos o osso alveolar entre o dente
empactado e o segundo molar eacute frequentemente destruiacutedo pela periodontite croacutenica
(Osaki et al 1995) Os resultados obtidos por estes autores sugerem que os dentes
inclusos em pacientes de idade avanccedilada com reabsorccedilatildeo oacutessea fisioloacutegica em torno da
coroa associada agrave irritaccedilatildeo causada pelas proacuteteses dentaacuterias e estando em relaccedilatildeo com
um ligamento periodontal bastante alargado do dente adjacente tecircm maior tendecircncia
para desenvolver infecccedilotildees
De acordo com Indresano et al e Leone et al citados por Chrcanovic et al a
formaccedilatildeo de abcessos profundos nos molares inferiores estaacute mais associada aos dentes
parcialmente empactados Isto deve-se ao facto de existir um risco aumentado de
pericoronarites agudas em dentes erupcionados verticalmente posicionados ao niacutevel ou
acima do plano oclusal e que se encontram parcialmente cobertos por tecidos moles ou
duros Werkmeister et al confirmam os dados anteriores considerando a existecircncia de
maior risco para densenvolver infecccedilotildees nos terceiros molares parcialmente
empactados As citaccedilotildees anteriores em conjunto com a presenccedila de osso remanescente
reduzida ao niacutevel do acircngulo mandibular pressupotildee um risco elevado de fractura
mandibular em cirurgias nestes casos (Fuselier et al 2002)
29 Experiecircncia do profissional
Pode pensar-se que a fractura mandibular bem como qualquer outra
complicaccedilatildeo decorrente do acto ciruacutergico possa estar relacionada com a utilizaccedilatildeo de
teacutecnicas incorrectas ou com a experiecircncia do meacutedico dentista
Woldenberg et al em 2007 referiram que as fracturas imediatas que ocorrem
principalmente por utilizaccedilatildeo improacutepria dos instrumentos ou forccedila excessiva ocorrem
com maior probabilidade quando as cirurgias satildeo realizadas por profissionais mais
novos ou menos experientes como acontece no caso reportado neste estudo
No entanto nos artigos analisados por Bodner et al as operaccedilotildees foram
realizadas por meacutedicos dentistas generalistas especialistas e cirurgiotildees maxilo-faciais e
nenhuma diferenccedila significativa foi encontrada em relaccedilatildeo agraves taxas de incidecircncia De
acordo com estes autores eacute difiacutecil estabelecer uma relaccedilatildeo entre a experiecircncia do
meacutedico e o desenvolvimento de complicaccedilotildees uma vez que eacute necessaacuterio ter em conta
outros factores que podem dificultar a extracccedilatildeo e condicionar o resultado do acto
ciruacutergico bem como o periacuteodo poacutes-operatoacuterio No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo
14
no de Bodner et al apenas 4 das 28 fracturas ocorreram em pacientes abordados por
dentistas com experiecircncia igual ou inferior a 5 anos
210 Teacutecnica utilizada
A teacutecnica ciruacutergica para extracccedilatildeo de terceiros molares poderaacute afectar o
desenrolar do procedimento ciruacutergico bem como condicionar o desenvolvimento de
futuros problemas Caso seja aconselhaacutevel a abordagem com realizaccedilatildeo de retalho
como eacute o caso de dentes inclusos com lesatildeo periapical extensa dentes isolados na
mandiacutebula de pacientes idosos dentes com alteraccedilatildeo anatoacutemica das raiacutezes ou presenccedila
de corticais oacutesseas riacutegidas existem vaacuterias teacutecnicas que podem ser utilizadas tais como a
abordagem vestibular lingual ou mesmo um acesso extra-oral em casos de empactaccedilatildeo
muito proacutexima do bordo inferior da mandiacutebula (Bodner et al 2010) No entanto a
ostectomia vestibular eacute a mais frequentemente utilizada (Juacutenior et al 2006)
As fracturas intra-operatoacuterias podem ocorrer devido agrave utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos (Iizuka et al 1997
Krimmel e Reinert 2000 Libersa et al 2002 Woldenberg et al 2007) Este risco
pode ser diminuiacutedo quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando existe uma
boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada Adicionalmente
devem adoptar-se medidas conservadoras de remoccedilatildeo oacutessea bem como a realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo quando necessaacuterio (Al-Belasy et al 2009)
A classificaccedilatildeo dos terceiros molares de acordo com a sua posiccedilatildeo tem a
finalidade de auxiliar o planeamento ciruacutergico pois de certa forma determina a
complexidade do caso Juacutenior e colaboradores referem que quanto maior o grau de
inclusatildeo dentaacuteria maior a necessidade de emprego de uma teacutecnica ciruacutergica mais
invasiva Portanto uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e radiograacutefica do caso eacute muito importante para
a determinaccedilatildeo da teacutecnica ciruacutergica mais apropriada
211 Tempo decorrido apoacutes a cirurgia
Como foi referenciado anteriormente as fracturas mandibulares podem ocorrer
durante o acto cliacutenico (imediatas) ou apoacutes a cirurgia (tardias)
Bodner et al referiram em 2010 com base nos artigos estudados que o tempo
decorrido entre a extracccedilatildeo do dente e o diagnoacutestico da fractura se encontrava entre uma
a cinco semanas reportando que 86 dos casos de fractura ocorreram entre a primeira e
a terceira semana apoacutes cirurgia com maior taxa de incidecircncia na segunda e na terceira
15
semana Brauer apoia este facto referindo que a maioria das fracturas poacutes-operatoacuterias
ocorre durante a mastigaccedilatildeo entre o 13ordm e 21ordm dia apoacutes a cirurgia (Libersa et al 2002)
Estes factos podem ser explicados com base nos processos histoloacutegicos uma vez
que este periacuteodo de tempo corresponde a processos de cicatrizaccedilatildeo nomeadamente a
substituiccedilatildeo de tecido de granulaccedilatildeo por tecido conjuntivo no alveacuteolo e dois terccedilos do
alveacuteolo ainda natildeo estatildeo formados por osteoacuteide ou osso ateacute ao 38ordm dia (Amler et al
1960 Amler et al 1977 Libersa et al 2002) Para aleacutem disso no final da segunda
semana a dor desapareceu os pacientes jaacute se sentem melhor e capazes de mastigar
normalmente podendo causar forccedilas muito elevadas numa mandiacutebula enfraquecida
(Libersa et al 2002) Bodner et al explicam a elevada percentagem de fracturas poacutes-
operatoacuterias e o periacuteodo em que ocorrem como o resultado de forccedilas mastigatoacuterias
excessivas ou pequenos traumas sofridos por uma mandiacutebula enfraquecida
No estudo de Perry e Goldberg 18 das 28 fracturas ocorridas surgiram durante a
mastigaccedilatildeo A forccedila mastigatoacuteria requerida para quebrar os alimentos pode produzir
forccedilas de stress consideraacuteveis numa mandiacutebula enfraquecida apoacutes cirurgia natildeo se
encontrando completamente reconstruiacuteda e calcificada Nos casos relatados todos os
pacientes receberam as mesmas instruccedilotildees sobre a dieta a efectuar no entanto perante
os resultados os autores defendem que talvez natildeo tenha sido dado ecircnfase suficiente em
relaccedilatildeo agrave qualidade e duraccedilatildeo da dieta mole Tambeacutem propotildeem a falta de cooperaccedilatildeo
por parte do paciente em cumprir as instruccedilotildees fornecidas pelo meacutedico como uma
possiacutevel causa
Por oposiccedilatildeo Al-Belasy e seus colaboradores concluiacuteram que em pacientes
totalmente dentados ou com uma ou duas ausecircncias com idades superiores a 25 anos e
sem atrofia oacutessea ou doenccedilas sisteacutemicas a mastigaccedilatildeo parece natildeo afectar a possibilidade
de ocorrecircncia de fracturas mandibulares tardias apoacutes remoccedilatildeo ciruacutergica de terceiros
molares empactados sem lesotildees associadas
212 Parafunccedilotildees
Eacute compreensiacutevel que pacientes com parafunccedilotildees como o bruxismo o
apertamento dentaacuterio (ldquoclenchingrdquo) e hipertrofia dos muacutesculos masseacuteteres apresentem
maior predisposiccedilatildeo para as fracturas mandibulares apoacutes cirurgia de terceiros molares
quando a mandiacutebula se encontra enfraquecida Kraszewski et al citados por
Chrcanovic et al apontam como possiacutevel justificaccedilatildeo o facto de estas patologias
afectarem a forccedila de mastigaccedilatildeo
16
No entanto no estudo de Al-Belasy et al fizeram parte sete pacientes com
hipertrofia masseteacuterica e 11 pacientes que realizavam apertamento dentaacuterio eou
bruxismo e em nenhum destes pacientes ocorreu fractura mandibular apoacutes a extracccedilatildeo
213 Lado esquerdo ou direito da mandiacutebula
Apesar de Wagner et al terem verificado uma distribuiccedilatildeo desequilibrada de
fracturas mandibulares entre o lado esquerdo e o direito da mandiacutebula pois 70 dos
casos ocorreram no lado esquerdo Bodner se seus colaboradores apoacutes anaacutelise de vaacuterios
artigos chegaram a outras conclusotildees Nos casos onde era feita referecircncia ao lado da
mandiacutebula em que foi efectuada a extracccedilatildeo verificaram que natildeo existe relaccedilatildeo
significativa entre o lado da mandiacutebula abordado e a ocorrecircncia de fractura 48 dos
casos foram afectados no lado direito e 52 no lado esquerdo Os resultados de Wagner
et al podem ser explicados pelo facto de o profissional estando na posiccedilatildeo normal de
trabalho ter melhor visualizaccedilatildeo e melhor controlo da forccedila aplicada no lado direito
comparativamente ao lado esquerdo (Woldenberg et al 2007) resultando numa
ostectomia menos extensa (Wagner et al 2005)
214 Actividade fiacutesica
As lesotildees maxilo-faciais representam um risco elevado em praticantes de
desporto e as fracturas satildeo uma sequela bastante comum No final da segunda semana
apoacutes cirurgia dos terceiros molares os pacientes normalmente jaacute se sentem bem devido
ao desaparecimento da dor poacutes-operatoacuteria (Libersa et al 2002) Esta diminuccedilatildeo do
desconforto daacute uma falsa sensaccedilatildeo de seguranccedila que pode levar os pacientes que satildeo
atletas activos a voltarem a praticar deporto intenso aumentando o risco de fractura
mandibular tardia na regiatildeo do acircngulo mandibular fragilizada pela cirurgia O risco de
fracturas maxilo-faciais relacionadas com desporto eacute consideravelmente mais elevado
em desportos de contacto por apresentarem bastante popularidade e por falta de
protecccedilatildeo facial (Chrcanovic et al 2010)
215 Doenccedilas sisteacutemicas e medicaccedilatildeo
Krimmel e Reinert defendem que as fracturas mandibulares ocorrem quando a
resistecircncia do osso e as forccedilas exercidas neste natildeo satildeo compatiacuteveis Muitos pacientes
sujeitos a procedimentos ciruacutergicos estatildeo condicionados a terapia medicamentosa e a
doenccedilas sisteacutemicas que podem afectar a resistecircncia oacutessea
17
De acordo com Kirwan citado por Chrcanovic um destes exemplos eacute a terapia
com corticosteroides utilizada no tratamento de algumas doenccedilas como a artrite
reumatoacuteide e doenccedilas relacionadas como a asma brocircnquica neurodermite e por vezes
apoacutes transplante de oacutergatildeos em dosagens mais elevadas Alguns autores como Adachi e
Weinstein referem que um dos efeitos secundaacuterios desta terapia eacute a raacutepida perda de
osso e o aumento de risco de fractura oacutessea sendo este risco duas vezes superior
comparativamente a pessoas sem qualquer terapia e eacute mais elevado apoacutes exposiccedilatildeo
prolongada a estes medicamentos
A osteoporose eacute uma condiccedilatildeo que afecta grandemente a resistecircncia do osso e
pode justificar o aumento da taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares com o
aumento da idade (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000) Eacute comum em
pacientes do sexo feminino pois a diminuiccedilatildeo de estrogeacutenios no periacuteodo poacutes-
menopausa aumenta o ritmo de perda oacutessea Poreacutem tambeacutem pode ocorrer nos homens
estando relacionada com mecanismos ligados essencialmente ao envelhecimento como
a deficiecircncia de vitamina D a absorccedilatildeo diminuiacuteda de caacutelcio e aumento dos niacuteveis de
hormona paratiroideia (PTH) (Yazbek e Neto 2008) Nos homens a testosterona
funciona da mesma forma que os estrogeacutenios na mulher sendo que pacientes com
hipogonadismo tambeacutem experienciam perdas oacutesseas aceleradas (Chrcanovic et al
2010) O osso apresenta composiccedilatildeo normal mas fica diminuiacutedo em quantidade e esta
diminuiccedilatildeo da massa oacutessea frequentemente resulta em fracturas das veacutertebras anca e
antebraccedilo (Do Lee et al 2005) De acordo com Law e Klemetti citados por Do Lee a
osteoporose pode resultar em diminuiccedilatildeo da massa oacutessea da mandiacutebula bem como
provocar alteraccedilotildees na estrutura deste osso especialmente do bordo inferior No mesmo
artigo satildeo citados alguns autores como Shrout e Kashima que referem existir uma
ligaccedilatildeo entre a osteoporose e alteraccedilotildees radiograacuteficas verificadas no padratildeo trabecular
da mandiacutebula
Existem outras patologias que tambeacutem diminuem a forccedila oacutessea como a doenccedila
gastrointestinal pois diminui a absorccedilatildeo de vitamina D De acordo com Ebeling citado
por Chrcanovic a osteoporose nos homens pode estar relacionada com algumas
condiccedilotildees como a hipercalceacutemia nefrolitiacutease terapia com anticonvulsivantes
tirotoxicose doenccedila renal e do fiacutegado mieloma muacuteltiplo ou mastocitose sisteacutemica
Bechtold e Felin citados na anaacutelise de Chrcanovic e colaboradores mencionam
a artrite idiopaacutetica juvenil como a doenccedila reumaacutetica mais comum na aacuterea da pediatria
18
Alguns estudos demonstraram a existecircncia de deficiecircncias significativas da densidade
volumeacutetrica trabecular no osso mineral e massa oacutessea cortical nestes pacientes
Os pacientes com doenccedila renal croacutenica padecem de vaacuterios distuacuterbios no
metabolismo do foacutesforo caacutelcio e ossos Estas alteraccedilotildees devem-se a factores que
contribuem para o aumento da reabsorccedilatildeo oacutessea como a diminuiccedilatildeo da absorccedilatildeo de
caacutelcio pelo intestino excessiva produccedilatildeo de PTH e alteraccedilotildees no metabolismo da
vitamina D (McPhee 2007) De acordo com Chrcanovic et al os ossos satildeo mais
gravemente afectados em casos de doenccedila renal croacutenica do que em casos saudaacuteveis
onde apenas satildeo afectados pelas consequecircncias da idade avanccedilada
A massa oacutessea eacute uma caracteriacutestica principalmente determinada geneticamente
no entanto tambeacutem eacute alterada sob a influecircncia do ambiente Indiviacuteduos com muita
massa muscular e que praticam actividade fiacutesica apresentam maior massa oacutessea do que
por exemplo pacientes fumadores ou com problemas de alcoolismo (Chrcanovic et al
2010) Estas duas uacuteltimas condiccedilotildees satildeo tambeacutem consideradas factores de risco para a
osteoporose (McPhee 2007)
3 Diagnoacutestico
31 Preacute-Ciruacutergico
Uma vez indicada a extracccedilatildeo de dentes inclusos eacute fundamental a realizaccedilatildeo de
um planeamento ciruacutergico baseado em exames cliacutenicos e radioloacutegicos Atraveacutes do
exame cliacutenico obtecircm-se dados especiacuteficos da sauacutede geral do paciente histoacuteria meacutedica e
dentaacuteria e o niacutevel de complexidade e dificuldade operatoacuteria pode ser analisado no
exame radiograacutefico Deste modo o dentista consegue prevenir possiacuteveis acidentes
durante a cirurgia ou no periacuteodo poacutes-operatoacuterio muitas vezes relacionados com a
posiccedilatildeo e localizaccedilatildeo do dente incluso (Juacutenior et al 2006)
As classificaccedilotildees dos dentes inclusos satildeo feitas a partir da anaacutelise radiograacutefica e
com cuidadosa classificaccedilatildeo o dentista pode abordar a cirurgia de forma ordenada e
prever se alguma abordagem ciruacutergica fora do comum precisaraacute ser adoptada (Juacutenior et
al 2006 Xavier et al 2010) Para a maioria dos casos a radiografia periapical eacute a
radiografia de eleiccedilatildeo pois fornece informaccedilatildeo mais detalhada Por outro lado a
ortopantomografia mostra uma imagem mais exacta da anatomia da regiatildeo e pode ser
usada como substituto apropriado (Xavier et al 2010) Aliaacutes na grande maioria satildeo
19
estas as radiografias utilizadas pois eacute possiacutevel visualizar correctamente o longo eixo do
segundo molar o ramo ascendente da mandiacutebula e o niacutevel oacutesseo que satildeo utilizados
como paracircmetros (Juacutenior et al 2006)
Os sistemas de classificaccedilatildeo permitem avaliar a dificuldade da cirurgia e nestes
incluem-se a angulaccedilatildeo (classificaccedilatildeo de Winter ndash Anexo 2) relaccedilatildeo com o bordo
anterior do ramo ascendente (Sistema de Pell amp Gregory I II e III ndash Anexo 1) e relaccedilatildeo
com o plano oclusal (Sistema de Pell amp Gregory A B e C ndash Anexo 1) Outros factores a
ter em conta na anaacutelise radiograacutefica fazem parte de alguns factores predisponentes jaacute
abordados como eacute o caso da morfologia radicular e relaccedilatildeo das raiacutezes com o canal
dentaacuterio inferior a densidade oacutessea que eacute mais elevado em pacientes com mais de 35
anos diminuindo a flexidade e capacidade de expansatildeo do osso e a natureza do tecido
envolvente pois o tipo de empactaccedilatildeo pode ser por tecido mole oacutesseo parcial ou oacutesseo
total (Peterson et al 2000)
A tomografia computadorizada (TC) tem-se tornado muito uacutetil em certas
situaccedilotildees como na avaliaccedilatildeo da proximidade dos dentes inclusos a estruturas
anatoacutemicas na avaliaccedilatildeo da profundidade de empactaccedilatildeo e espessura das paredes
corticais inclinaccedilatildeo vestibulo-lingual e morfologia da coroa e raiacutezes do dente
empactado (Bodner et al 1994)
Como as fracturas mandibulares associadas agrave cirurgia satildeo raras natildeo se justifica
usar a TC como exame complementar preacute-ciruacutergico No entanto em casos especiacuteficos
apoacutes avaliaccedilatildeo criteriosa dos factores predisponentes que aparentam ter um elevado
risco de desenvolvimento de fractura mandibular este exame torna-se vantajoso (Bodner
et al 1994) Pode tambeacutem ser utilizada para determinar o volume oacutesseo relativo da
mandiacutebula ocupado pelo dente (Woldenberg et al 2007)
32 Poacutes-ciruacutergico
Apoacutes ou durante a cirurgia o meacutedico dentista tem que estar alerta para os sinais e
sintomas presenciados pelo paciente que podem indicar a ocorrecircncia de fractura
mandibular
Nos casos que se encontram no periacuteodo poacutes-operatoacuterio natildeo muito prolongado o
principal alerta para a possibilidade de fractura mandibular eacute ouvir um estalido algumas
semanas apoacutes a cirurgia (Woldenberg et al 2007) Considera-se que a mandiacutebula
fractura no momento em que o som eacute ouvido Jaacute nos casos em que decorreu bastante
tempo apoacutes a cirurgia o diagnoacutestico eacute mais complicado O atraso da cicatrizaccedilatildeo e a
20
presenccedila de osteomielite podem ser a causa destas fracturas e quando a cicatrizaccedilatildeo se
prolonga demasiado deve-se sempre considerar o risco de fractura apresentando assim
indicaccedilatildeo para controlo radiograacutefico perioacutedico (Iizuka et al 1997)
O som de um estalido reportado pelo paciente deve ser considerado como
indicativo de uma possiacutevel fractura mesmo que esta natildeo seja detectada inicialmente na
radiografia (Woldenberg et al 2007) Se assim acontecer recomenda-se a realizaccedilatildeo de
radiografias de controlo (Wagner et al 2005) Libersa et al bem como Perry e
Goldberg confirmam este som distinto pois a maioria dos pacientes reportou um som
tipo estalido enquanto mastigavam acompanhado por dor intensa Na anaacutelise de
Krimmel e Reinert todos os pacientes reportaram o mesmo som excepto um que
apenas presenciou um novo episoacutedio de dor
Para aleacutem da dor suacutebita outros sinais cliacutenicos a ter em conta satildeo a presenccedila de
parestesia disestesia ou anestesia relacionadas com o nervo dentaacuterio inferior e as
alteraccedilotildees na oclusatildeo que satildeo um forte indicador de possiacutevel fractura mandibular (Laub
Jr 2009) Poderaacute tambeacutem surgir edema (Wagner et al 2005)
No caso reportado por Woldenberg foi realizada radiografia panoracircmica poacutes-
operatoacuteria imediata apoacutes se ter presenciado um estalido durante a extracccedilatildeo do 38 Na
radiografia verficou-se uma linha radioluacutecida desde o alveacuteolo ateacute ao bordo inferior da
mandiacutebula compatiacutevel com linha de fractura Foi notificada tambeacutem a presenccedila de
parestesia do laacutebio inferior do lado correspondente agrave fractura
No estudo realizado por Wagner et al em 2005 13 dos 17 pacientes que
sofreram fractura mandibular tambeacutem reportaram um som tipo estalido mas nem
sempre associado a sensaccedilatildeo dolorosa imediata No entanto foi reportada
frequentemente a presenccedila de inchaccedilo na zona do acircngulo mandibular respectivo A
meacutedia de dias decorridos entre a cirugia e a fractura foi de 19plusmn4 dias O tempo
decorrido ateacute diagnoacutestico radioloacutegico com conhecimento da data da fractura foi de
10plusmn4 dias
Como jaacute foi referido as fracturas mandibulares nem sempre satildeo diagnosticadas
radiologicamente (Iizuka et al 1997) principalmente se natildeo houver deslocamento
patoloacutegico dos fragmentos (Wagner et al 2007) No estudo de Iizuka et al todas as
fracturas que ocorreram num estado poacutes-operatorio relativamente cedo eram fracturas
sem deslocamento Uma vez que este tipo de fractura natildeo eacute imediatamente reconhecido
um achado radiograacutefico negativo apoacutes suspeita natildeo deve exluir de imediato a presenccedila
de fractura Nestes casos eacute recomendada uma dieta mole e a execuccedilatildeo de radiografias de
21
controlo nos dias seguintes (Iizuka et al 1997) Aliaacutes no estudo de Iizuka et al um dos
pacientes reportou um estalido ao comer no sexto dia poacutes-operatoacuterio cuja radiografia
efectuada nesse mesmo dia natildeo revelou qualquer fractura Quatro semanas depois o
paciente voltou ao consultoacuterio devido a uma dor persistente no local da extracccedilatildeo onde
se verificou atraveacutes da radiografia uma fractura evidente
De acordo com alguns autores na radiografia pode verificar-se uma fractura preacute-
angular o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo eixo do
dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula ou fracturas angulares
com uma linha de fractura paralela agrave bissectriz do acircngulo mandibular (Iizuka et al
1997 Wagner et al 2005)
Em casos de suspeita de fractura sem deslocamento e cujos achados radioloacutegicos
atraveacutes das radiografias convencionais como a ortopantomografia sejam negativos a
tomografia computadorizada (TC) e a tomografia computadorizada de feixe coacutenico
podem ser utilizadas como exames adicionais
De acordo com Roth e colaboradores a TC apresenta resultados superiores aos
da radiografia panoracircmica Este facto justifica-se pelas suas ferramentas de
melhoramento de imagem melhor qualidade de imagem sensibilidade equivalente na
identificaccedilatildeo de fracturas menor erro de interpretaccedilatildeo e opiniotildees mais concordantes
entre os meacutedicos na identificaccedilatildeo das fracturas mandibulares (Roth et al 2005) Outros
estudos suportam a contribuiccedilatildeo dos achados radiograacuteficos na TC para o manuseamento
ciruacutergico de traumas (Eggers et al 2008) No entanto existem algumas desvantagens
nomeadamente o elevado custo a disponibilidade e a elevada exposiccedilatildeo de radiaccedilatildeo
Estes factores promovem a tomografia computadorizada de feixe coacutenico como uma
aceitaacutevel alternativa na avaliaccedilatildeo de fracturas maxilofaciais (Scarfe et al 2006
Shintaku et al 2009)
4 Tratamento
As opccedilotildees de tratamento para as fracturas mandibulares associadas a extracccedilotildees
seguem os princiacutepios do tratamento das fracturas traumaacuteticas do acircngulo da mandiacutebula
As fracturas mandibulares podem ser tratadas realizando-se a reduccedilatildeo
contenccedilatildeo e imobilizaccedilatildeo dos segmentos fracturados sendo que a orientaccedilatildeo da oclusatildeo
dentaacuteria levaraacute a uma perfeita consolidaccedilatildeo dos segmentos fracturados com boa
recuperaccedilatildeo funcional e esteacutetica (Gomes et al 2001) Eacute fundamental identificar e
22
assegurar a correcta oclusatildeo antes de recorrer agrave reduccedilatildeo da fractura (Custoacutedio et al
2007)
O tratamento das fracturas mandibulares iatrogeacutenicas reportado por diversos
estudos na anaacutelise de Bodner et al baseou-se numa reduccedilatildeo fechada da fractura em
40 dos casos reduccedilatildeo aberta em 35 dos pacientes e em 25 dos casos natildeo foi
efectuado qualquer tipo de tratamento Este autor natildeo faz referecircncia ao sucesso dos
tratamentos
Os tratamentos que utilizam apenas fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo chamados reduccedilotildees
fechadas porque natildeo envolvem a abertura directa exposiccedilatildeo e a manipulaccedilatildeo da aacuterea
fracturada Uma reduccedilatildeo aberta inclui exposiccedilatildeo directa e reduccedilatildeo da fractura atraveacutes de
incisatildeo ciruacutergica (Custoacutedio et al 2007)
No estudo de Chrcanovic et al foram analisados 128 casos de fractura
mandibular sendo dois destes relatados por experiecircncia proacutepria No primeiro caso a
paciente ouviu um estalido e na avaliaccedilatildeo da ortopantomografia verificou-se uma
fractura sem deslocamento As possiacuteveis opccedilotildees de tratamento foram discutidas com a
paciente Devido a vaacuterias razotildees nomeadamente a ausecircncia de infecccedilatildeo e deslocamento
entre os segmentos a presenccedila de uma boa oclusatildeo com todos os dentes presentes e o
devido consentimento da paciente foi realizada apenas fixaccedilatildeo intermaxilar Apoacutes trecircs
meses verificou-se radiologicamente uniatildeo oacutessea
No caso reportado por Woldenberg et al durante a extracccedilatildeo do dente 38
verificou-se na panoracircmica uma linha de fractura Foi colocada fixaccedilatildeo intermaxilar e
posteriomente foram realizados novos exames uma panoracircmica e uma TC que
demonstraram bons resultados com aproximaccedilatildeo da linha de fractura Apoacutes duas
semanas a paciente recuperou a sensibilidade ao niacutevel do nervo dentaacuterio inferior
esquerdo Seis semanas apoacutes a cirurgia a fixaccedilatildeo intermaxilar foi removida e a paciente
sujeita a dieta mole por mais quatro semanas Nos dois trecircs e seis meses apoacutes a cirugia
foram realizadas radiografias panoracircmicas Estas revelaram formaccedilatildeo contiacutenua de osso
ao niacutevel do alveacuteolo e da linha de fractura
No estudo de Iizuka et al em seis casos foi realizada reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo
interna em dois efectuou-se fixaccedilatildeo intermaxilar e nos restantes trecircs apenas dieta mole
Todos os pacientes foram submetidos a terapia antibioacutetica durante pelo menos uma
semana simultaneamente com o tratamento da fractura que decorreu sem complicaccedilotildees
Todavia a obtenccedilatildeo de uma boa estabilidade parece ser a protecccedilatildeo mais segura contra
23
a infecccedilatildeo e atraso da cicatrizaccedilatildeo mais do que a terapia antibioacutetica (Mehra e Murad
2008)
De acordo com a literatura hoje em dia o tratamento mais eficaz das fracturas
mandibulares baseia-se na reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo interna no entanto os artigos
abordados cuja fractura estaacute relacionada com a extracccedilatildeo de terceiros molares parecem
ter obtido bons resultados com a utilizaccedilatildeo de fixaccedilatildeo intermaxilar e realizaccedilatildeo de dieta
mole Iizuka et al referem que nos casos de diagnoacutestico precoce e ausecircncia de
sintomatologia eacute adequado um tratamento conservador com fixaccedilatildeo intermaxilar e
nalguns casos a prescriccedilatildeo de dieta mole
No entanto evitar o uso de fixaccedilatildeo intermaxilar no transoperatoacuterio eacute mais
econoacutemico em tempo e custo e mais confortaacutevel para o paciente De acordo com Sorel
citado por Laub Jr alguns dos problemas associados agrave fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo a maacute
alimentaccedilatildeo com perda de peso dificuldades na respiraccedilatildeo e foneacutetica maacute higiene oral e
problemas sociais Em contraste a fixaccedilatildeo interna permite restauraccedilatildeo da funccedilatildeo e
mobilidade mais cedo e aumento do conforto para o paciente com melhoria dos
aspectos atraacutes mencionados Os autores Gomes et al referem que a fixaccedilatildeo intermaxilar
natildeo eacute usualmente necessaacuteria na reduccedilatildeo de fracturas confinadas agrave mandiacutebula
De acordo com Calloway et al citados por Moreno et al o desenvolvimento de
diferentes sistemas de fixaccedilatildeo interna na traumatologia facial e sua aplicaccedilatildeo no
tratamento das fracturas mandibulares conduziu a mudanccedilas nos criteacuterios de realizaccedilatildeo
de imobilizaccedilatildeo poacutes-ciruacutergica Tambeacutem tornou possiacutevel um retorno agrave funccedilatildeo normal
mais raacutepido Esta teacutecnica utiliza placas e parafusos na regiatildeo da fractura para se obter
contenccedilatildeo estaacutevel e eficaz promovendo cicatrizaccedilatildeo oacutessea primaacuteria sem que seja
necessaacuteria a extensatildeo do uso de fixaccedilatildeo intermaxilar A eliminaccedilatildeo desta ou uso por
periacuteodo miacutenimo geralmente resulta em maior satisfaccedilatildeo para o paciente (Gomes et al
2001 Custoacutedio et al 2007) Nesta modalidade o acesso agrave aacuterea da fractura pode ser
conseguido atraveacutes de abordagem intra-oral ou extra-oral (Mehra e Murad 2008)
As fracturas com grande grau de deslocamento ou fracturas cominutivas
necessitam de uma abordagem extra-oral para correcta reduccedilatildeo e visualizaccedilatildeo ao
colocar as estruturas de fixaccedilatildeo interna Por esta razatildeo e por natildeo haver comunicaccedilatildeo
com o meio intra-oral este meacutetodo apresenta baixo iacutendice de contaminaccedilatildeo A reduccedilatildeo
aberta com abordagem intra-oral pode ser utilizada nos casos de ausecircncia ou ligeiro
deslocamento dos fragmentos pacientes pouco cooperantes ou que necessitam de
restabelecimento imediato da funccedilatildeo mastigatoacuteria (Custoacutedio et al 2007)
24
A utilizaccedilatildeo de meacutetodos de fixaccedilatildeo interna nas fracturas mandibulares parece ser
o meacutetodo de tratamento mais aceitaacutevel (Moreno et al 2000) No entanto
independentemente do meacutetodo utilizado a finalidade baacutesica do tratamento das fracturas
deve ser o restabelecimento da oclusatildeo funcional e a continuidade mandibular
promovendo a restauraccedilatildeo das funccedilotildees mastigatoacuterias do paciente com o miacutenimo de
sequelas possiacutevel (Custoacutedio et al 2007)
5 Medidas preventivas
Perante avaliaccedilatildeo cliacutenica e posterior suspeita de ser um paciente de alto risco de
desenvolvimento de fractura mandibular algumas medidas devem ser ponderadas com
especial atenccedilatildeo Chrcanovic et al apontam mesmo a inadequada avaliaccedilatildeo preacute-
operatoacuteria como um factor de risco ou factor predisponente para o desenvolvimento de
fracturas Portanto este seria o primeiro ponto a ter em conta para um adequado
procedimento ciruacutergico com medidas atenuantes do risco de complicaccedilotildees A
identificaccedilatildeo de dentes que representam elevado risco de complicaccedilotildees relacionadas
com a cirurgia eacute a chave para o desenvolvimento de medidas profilaacutecticas com o
objectivo de evitar fracturas mandibulares Todos os indicadores de risco devem ser
bem analisados
Bodner e colaboradores descreveram algumas medidas preventivas para reduzir
a possibilidade de ocorrecircncia de fracturas mandibulares iatrogeacutenicas Estas incluem os
seguintes passos informar o paciente sobre a existecircncia do risco de fractura e da
importacircncia da sua cooperaccedilatildeo (Libersa et al 2002) a remoccedilatildeo oacutessea quando
necessaacuteria deve ser miacutenima e se possiacutevel efectuar odontossecccedilatildeo reduzindo a aacuterea
oacutessea removida se o dente empactado se encontrar perto do bordo inferior da
mandiacutebula considerar a abordagem extra-oral pacientes devem realizar dieta mole nas
quatro semanas seguintes agrave cirurgia (Wagner et al 2005 Woldenberg et al 2007)
embora Iizuka et al refiram apenas duas semanas e limitar a forccedila mastigatoacuteria durante
dois meses (Libersa et al 2002) o meacutedico dentista deve dar ecircnfase agrave qualidade e
duraccedilatildeo da dieta mole (Perry e Goldberg 2000) informar o paciente sobre os sinais
cliacutenicos e sintomas de uma fractura poacutes-operatoacuteria alertar o paciente para a
possibilidade de ouvir um som tipo estalido que pode indicar a presenccedila de fractura natildeo
sendo no entanto facilmente detectaacutevel radiologicamente com necessidade de
posteriores radiografias (Iizuka et al 1997)
25
Obiechina et al citados por Al-Belasy et al referem que perante as
dificuldades inerentes a esta cirurgia eacute recomendado que esta seja efectuada antes dos
25 anos Aliaacutes de acordo com Libersa et al a remoccedilatildeo profilaacutectica de terceiros molares
antes dos 20 anos de idade pode atenuar o risco de fractura
De acordo com Chrcanovic et al em casos em que a extracccedilatildeo de terceiros
molares inclusos eacute recomendada o risco de desenvolver uma fractura mandibular intra-
operatoacuteria pode ser evitada quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando
existe uma boa visualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada (Al-Belasy et al 2009)
Estes autores referem que o risco de fracturas mandibulares tanto imediatas como
tardias pode ser evitado pelo diagnoacutestico preciso e bem elaborado nos seguintes casos
pacientes com mais de 25 anos de idade principalmente homens pacientes com
bruxismo atletas activos raiacutezes do terceiro molar sobrepostas ou adjacentes ao canal
dentaacuterio inferior visualizadas na panoracircmica pacientes com patologia local ou
sisteacutemica ou sob medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea
26
Conclusatildeo
As taxas de incidecircncia da fractura traumaacutetica mandibular satildeo elevadas
principalmente quando comparadas com as fracturas mandibulares associadas a
exodontias que rondam os 00046 Apesar de rara a possibilidade de ocorrer e os
sinais e sintomas que acarreta devem ser destacados na informaccedilatildeo e esclarecimento ao
paciente A remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos eacute a cirurgia mais associada a estas
fracturas e as indicaccedilotildees quanto agrave sua realizaccedilatildeo ainda satildeo um pouco questionadas
Cada caso deve ser bem avaliado com os meacutetodos cliacutenicos e radiograacuteficos necessaacuterios
Quando eacute decidida a realizaccedilatildeo de extracccedilatildeo a radiografia periapical eacute
considerada um exame de eleiccedilatildeo no entanto a radiografia panoracircmica eacute um bom
substituto e permite utilizar sistemas de classificaccedilatildeo que podem ajudar o dentista na
determinaccedilatildeo do grau de complexidade e dificuldade do procedimento Por outro lado a
tomografia computadorizada (TC) pode ser utilizada em casos muito especiacuteficos com
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos factores predisponentes agrave ocorrecircncia de fractura mandibular
associada agrave exodontia
As fracturas podem ocorrer durante ou apoacutes a cirurgia sendo estas uacuteltimas as
mais frequentes Pacientes com mais de 25 anos geralmente entre os 40 e 50 anos
aparentam ter maior predisposiccedilatildeo provavelmente devido agrave diminuiccedilatildeo da elasticidade
oacutessea e dificuldades na expansatildeo alveolar durante a cirurgia A osteoporose tambeacutem
pode estar relacionada com o enfraquecimento da estrutura oacutessea
As fracturas imediatas estatildeo geralmente associadas a utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos Esta forccedila aplicada numa
mandiacutebula enfraquecida por razotildees preacute-ciruacutergicas aumenta a predisposiccedilatildeo para
fractura A fragilidade mandibular pode ser fisioloacutegica mas pode tambeacutem estar
relacionada com factores locais ou sisteacutemicos como doenccedilas ou medicamentos que
afectam a resistecircncia oacutessea As infecccedilotildees e lesotildees quiacutesticas ou tumorais bem como a
terapia com corticosteroacuteides e a osteoporose satildeo exemplos destes factores Durante o
procedimento deve-se optar pela remoccedilatildeo oacutessea miacutenima e se possiacutevel realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo obtenccedilatildeo de boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e aplicaccedilatildeo de forccedila
guiada e controlada As fracturas mandibulares tardias geralmente estatildeo associadas a um
enfraquecimento da mandiacutebula que surgiu apoacutes a extracccedilatildeo sendo a remoccedilatildeo oacutessea
excessiva um factor relacionado Quanto maior a quantidade de osso removido maior o
defeito oacutesseo criado maior a fragilidade mandibular e consequentemente o risco de
fractura aumenta Deste modo dentes inclusos com grande empactaccedilatildeo e envolvimento
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
ii
Resumo
A extracccedilatildeo de terceiros molares eacute uma das cirurgias mais frequentemente
realizadas nas consultas de cirurgia oral Fracturas mandibulares associadas a este
procedimento satildeo complicaccedilotildees que raramente ocorrem No entanto haacute determinados
factores que podem aumentar a predisposiccedilatildeo para o seu desenvolvimento Neste
sentido o presente trabalho destina-se agrave realizaccedilatildeo de uma revisatildeo bibliograacutefica com o
intuito de determinar estes possiacuteveis factores e qual a melhor abordagem perante tal
complicaccedilatildeo operatoacuteria As fracturas mandibulares associadas agrave exodontia de terceiros
molares podem ser intra ou poacutes-operatoacuterias e geralmente ocorrem em pacientes acima
dos 25 anos de idade do sexo masculino totalmente dentados ou pouco cooperantes
Estas caracteriacutesticas associadas a fragilidade oacutessea mandibular preacute-existente ou poacutes-
ciruacutergica aumentam o risco O enfraquecimento mandibular pode ser devido a atrofia
fisioloacutegica condiccedilotildees sisteacutemicas ou locais patoloacutegicas como a osteoporose ou a
presenccedila de quistos ou tumores Um dente muito impactado ou com morfologia que
requer grande remoccedilatildeo oacutessea tambeacutem aumenta a predisposiccedilatildeo para fractura Estas
caracteriacutesticas devem ser avaliadas atraveacutes de um bom exame cliacutenico e radioloacutegico e
um cuidadoso planeamento ciruacutergico deve ser elaborado incluindo esclarecimento e
informaccedilatildeo ao paciente A utilizaccedilatildeo improacutepria dos instrumentos ou a aplicaccedilatildeo de forccedila
excessiva no osso devem ser evitados Como diagnoacutestico da fractura mandibular o
exame radiograacutefico eacute essencial no entanto a linha de fractura nem sempre eacute visiacutevel na
primeira suspeita Por outro lado um som tipo estalido reportado pelo paciente
geralmente duas semanas apoacutes a cirurgia eacute um indicador fundamental O meacutedico
dentista apoacutes exame cliacutenico e radioloacutegico apropriado deve reduzir e estabilizar a
fractura Se necessaacuterio o paciente deve ser encaminhado para um cirurgiatildeo maxilo-
facial
Palavras-chave fracturas mandibulares extracccedilatildeo de terceiros molares fractura
mandibular iatrogeacutenica tratamento de fracturas mandibulares complicaccedilotildees apoacutes
remoccedilatildeo dos terceiros molares
iii
Abstract
The extraction of third molars is one of the most frequent procedures in oral
surgery Mandibular fractures associated with this surgery are complications that rarely
occur However there are certain factors that may increase the predisposition to their
development This work is intended to conduct a literature review in order to determine
these possible factors and how to approach this complication before surgery The
fractures associated with mandibular third molar extraction can be intra or postoperative
and usually occur in patients over 25 years old male fully dentate or uncooperative
These characteristics associated with pre-existent or post-surgical mandibular bone
fragility increase the risk The reduction of bone strength may be caused by
physiological atrophy systemic conditions or pathologic processes such as osteoporosis
or the presence of cysts or tumours A very impacted tooth or with a morphology that
requires excessive bone removal also increases the predisposition to fracture These
factors should be evaluated by a thorough clinical and radiological examination and a
careful surgical plan shall be developed including clarifying and informing the patient
The improper use of instruments or the application of excessive force on the bone shall
be avoided As a diagnosis of mandibular fracture the radiographic examination is
essential however the fracture line is not always visible at first On the other hand a
cracking noise reported by the patient usually two weeks after surgery is a fundamental
indicator The dentist shall reduce and stabilize the fracture after proper clinical and
radiological examinations If necessary the patient should be transferred to a
maxillofacial surgeon
Key-words mandibular fractures third molar extraction iatrogenic mandibular
fracture mandibular fractures treatment complications after third molar removal
iv
Iacutendice
Agradecimentos i
Resumo ii
Abstract iii
Iacutendice iv
Introduccedilatildeo 1
1 Fracturas mandibulares 4
11 Taxas de incidecircncia 5
12 Fracturas imediatas vs Fracturas tardias 6
2 Factores predisponentes ou de risco 6
21 Idade 7
22 Geacutenero 8
23 Quantidade de dentes remanescentes 8
24 Grau de empactaccedilatildeo 9
25 Angulaccedilatildeo 10
26 Comprimento das raiacutezes e sua relaccedilatildeo com o canal dentaacuterio inferior 11
27 Volume relativo da mandiacutebula ocupado pelo dente () 11
28 Lesotildees preacute-ciruacutergicas 12
29 Experiecircncia do profissional 13
210 Teacutecnica utilizada 14
211 Tempo decorrido apoacutes a cirurgia 14
212 Parafunccedilotildees 15
213 Lado esquerdo ou direito da mandiacutebula 16
214 Actividade fiacutesica 16
215 Doenccedilas sisteacutemicas e medicaccedilatildeo 16
3 Diagnoacutestico 18
4 Tratamento 21
5 Medidas preventivas 24
Conclusatildeo 26
Bibliografia 28
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory I
Anexo 2 - Classificaccedilatildeo de Winter II
1
Introduccedilatildeo
A fractura mandibular associada a exodontias eacute uma complicaccedilatildeo rara Por outro
lado a remoccedilatildeo dos terceiros molares eacute um dos procedimentos mais comummente
realizado na praacutetica ciruacutergica de Medicina Dentaacuteria Eacute um processo que requer um
planeamento cuidado e o meacutedico dentista deve apresentar-se apto para realizar tal
cirurgia Bodner et al em 2010 analisaram vaacuterios estudos que reportavam casos de
fractura da mandiacutebula relacionada com a extracccedilatildeo dentaacuteria e de acordo com estes
autores a extracccedilatildeo de terceiros molares inferiores eacute a que estaacute mais associada a este
tipo de fractura
Embora a empactaccedilatildeo de terceiros molares possa ser assintomaacutetica a
probabilidade de estes causarem problemas eacute muito alta As complicaccedilotildees preacute-
operatoacuterias podem ser dor desenvolvimento de doenccedila periodontal ou reabsorccedilatildeo
radicular no segundo molar ou sintomas de disfunccedilatildeo da ATM Eacute de referir que as
principais satildeo a formaccedilatildeo de abcesso fractura espontacircnea da mandiacutebula e quistos ou
tumores odontogeacutenicos sendo a complicaccedilatildeo preacute-operatoacuteria mais frequente a
pericoronarite (Chiapasco et al 1993)
A necessidade de extracccedilatildeo dos terceiros molares eacute vista de forma diferente por
parte de cada profissional (Knutsson 1992 Hazelkorn e Macek 1994 Adeyemo
2006) De acordo com Adeyemo a decisatildeo sobre a extracccedilatildeo natildeo deve ser generalizada
mas individualizada e limitada aos dentes com indicaccedilotildees meacutedicas ciruacutergicas e
patoloacutegicas bem definidas (Adeyemo 2006)
Algumas indicaccedilotildees foram estabelecidas numa conferecircncia pela ldquoNational
Institutes of Healthrdquo em 1980 nos Estados Unidos da Ameacuterica e nestas incluem-se os
terceiros molares inclusos associados a pericoronarite recorrente lesatildeo quiacutestica ou de
caacuterie natildeo restauraacutevel ou que causem problemas periodontais no segundo molar No
entanto hoje em dia estas indicaccedilotildees ainda satildeo questionadas (Hazelkorn e Macek 1994
Glosser e Campbell 1999)
Actualmente de acordo com Chrcanovic et al a remoccedilatildeo profilaacutectica dos
terceiros molares eacute justificada com base na hipoacutetese de que os sisos natildeo apresentam
qualquer funccedilatildeo na cavidade oral na diminuiccedilatildeo do risco de desenvolver patologias
(quistos e tumores) associadas ao dente (Glosser e Campbell 1999 Guumlven 2000
Baykul et al 2005) na reduccedilatildeo do risco de fractura traumaacutetica do acircngulo da mandiacutebula
devido agrave presenccedila do dente incluso (Ugboko et al 2000 Hanson et al 2004 Iida et
2
al 2005 Inaoka et al 2009) e no facto da dificuldade da cirurgia aumentar com a
idade do paciente (Baykul et al 2005)
Em casos de grande empactaccedilatildeo nem sempre eacute recomendada a remoccedilatildeo do
dente excepto em casos de patologia ou infecccedilatildeo sendo suficiente um controlo
radiograacutefico (Kwon et al 2006) A maioria dos problemas patoloacutegicos sintomaacuteticos
que resultam de terceiros molares inclusos ocorre devido a dentes parcialmente
erupcionados e menos comummente a empactaccedilotildees oacutesseas completas (Werkmeister et
al 2005)
Contar et al em 2010 concluiacuteram que o risco de complicaccedilotildees na cirurgia de
terceiros molares estaacute sempre presente aumentando proporcionalmente com a
dificuldade desta e por sua vez a dificuldade da cirurgia aumenta proporcionalmente
com a idade do paciente (Baykul et al 2005) Numerosos estudos foram recentemente
realizados no sentido de identificar possiacuteveis factores de risco para as complicaccedilotildees
intra e poacutes-operatoacuterias nas quais se incluem as fracturas mandibulares As
complicaccedilotildees intra-operatoacuterias satildeo aquelas que ocorrem durante o acto ciruacutergico
propriamente dito e as poacutes-operatoacuterias satildeo as que surgem apoacutes este (Brauer 2009)
A prevalecircncia de complicaccedilotildees relacionadas com a remoccedilatildeo dos terceiros
molares situa-se entre os 26 e os 309 Estas variam desde edema e dor ateacute
situaccedilotildees de lesatildeo do nervo fracturas mandibulares ou mesmo casos de infecccedilatildeo que
podem colocar a vida do paciente em risco (Brauer 2009) As complicaccedilotildees mais
comuns associadas agrave extracccedilatildeo de terceiros molares satildeo a alveolite seca infecccedilatildeo lesatildeo
do nervo hemorragia e dor (Iizuka et al 1997 Woldenberg et al 2007) As
complicaccedilotildees raras ou pouco comuns satildeo definidas por Brauer como aquelas que
apresentam uma taxa de incidecircncia inferior a 1 e destas fazem parte as fracturas
mandibulares (Brauer 2009) De acordo com Woldenberg et al as complicaccedilotildees
menos comuns satildeo o trismus severo lesatildeo iatrogeacutenica do segundo molar adjacente e a
fractura mandibular iatrogeacutenica
Citando Bruce et al Al-Belasy e colaboradores referem que na remoccedilatildeo
convencial de terceiros molares 2 a 4 das cirurgias resulta em fractura oacutessea
iatrogeacutenica no entanto satildeo fracturas do processo alveolar ou da parede lingual Por
outro lado na remoccedilatildeo ciruacutergica de terceiros molares empactados geralmente eacute
necessaacuteria grande remoccedilatildeo oacutessea para se ter acesso ao dente (Kwon et al 2006) Nestes
casos a remoccedilatildeo oacutessea pode enfraquecer a mandiacutebula predispondo-a a fractura (Iizuka et
al 1997)
3
Um dente empactado eacute aquele que natildeo consegue erupcionar dentro do tempo
esperado ateacute agrave sua posiccedilatildeo normal na mandiacutebula A empactaccedilatildeo ocorre porque eacute
dificultada pelos dentes adjacentes por um denso revestimento oacutesseo ou por excesso de
tecido mole O termo dente incluso eacute mais abrangente pois inclui tanto os dentes
empactados como os dentes em erupccedilatildeo (Peterson et al 2000)
Embora as taxas de incidecircncia reportadas sejam baixas as fracturas
mandibulares satildeo consideradas como complicaccedilotildees major ou seja que necessitam de
um tratamento posterior e podem desenvolver consequecircncias irreversiacuteveis (Krimmel e
Reinert 2000 Brauer 2009) Por esta razatildeo o meacutedico dentista deve estar preparado
para resolver este tipo de lesatildeo e o paciente deve ser devidamente informado sobre esta
possibilidade De acordo com Perry e Goldberg a praacutetica de cirurgia oral
contemporacircnea e maxilo-facial inclui a obtenccedilatildeo de um consentimento informado Os
pacientes devem receber em termos compreensiacuteveis uma informaccedilatildeo completa a
respeito do diagnoacutestico tratamento e prognoacutestico da sua condiccedilatildeo patoloacutegica por parte
do profissional de sauacutede O paciente deve reconhecer as implicaccedilotildees em caso de recusa
ao tratamento e tambeacutem deve ter conhecimento dos custos e existecircncia de tratamentos
alternativos (Palomer L 2009) Os riscoscomplicaccedilotildees preacute e poacutes operatoacuterios mesmo
os relativamente incomuns devem estar incluiacutedos na discussatildeo riscobenefiacutecio e nas
instruccedilotildees dadas ao paciente Eacute necessaacuterio afirmar que o consentimento deve ser livre
esclarecido renovaacutevel e revogaacutevel (Maluf et al 2007)
Sendo esta uma cirurgia comum eacute importante compreender a natureza das
complicaccedilotildees e conhecer os vaacuterios factores que associados agrave extracccedilatildeo de terceiros
molares contribuem para o desenvolvimento de fracturas mandibulares O uso de forccedila
improacutepria uma empactaccedilatildeo dentaacuteria muito acentuada casos de osteoporose ou outras
desordens metaboacutelicas ou lesotildees como quistos e tumores aumentam a probabilidade
da ocorrecircncia de fractura mandibular A presenccedila de um dente empactado numa
mandiacutebula muito atroacutefica ou uma infecccedilatildeo que envolve os tecidos periodontais
nomeadamente o osso tambeacutem aumentam esta predisposiccedilatildeo
Poucos satildeo os relatos de casos de ocorrecircncia de fracturas mandibulares
associados agrave remoccedilatildeo de terceiros molares no entanto apesar da baixa taxa de
incidecircncia natildeo se deve descartar a possibilidade de surgir uma complicaccedilatildeo como esta
Quando ocorre uma fractura o meacutedico dentista tem que estar preparado saber
reconhecer a lesatildeo com recurso a meios de diagnoacutestico apropriados bem como adoptar
as medidas mais adequadas para soluccedilatildeo do problema
4
1 Fracturas mandibulares
Apesar de ser considerado o osso mais forte e riacutegido da face a mandiacutebula eacute o
osso facial mais comummente fracturado (36-70) e parece ser devido agrave sua
localizaccedilatildeo exposta e proeminente Estas fracturas traumaacuteticas afectam principalmente
pessoas do sexo masculino entre os 16 e os 30 anos de idade (Hanson et al 2004) As
fracturas mandibulares podem classificar-se quanto agrave localizaccedilatildeo anatoacutemica quanto agrave
condiccedilatildeo dos fragmentos oacutesseos (galho verde simples cominutiva e composta) e
podem ser favoraacuteveis ou desfavoraacuteveis consoante a angulaccedilatildeo da fractura e a forccedila de
tracccedilatildeo muscular proximal ou distalmente agrave fractura (Peterson et al 2000) A maior
percentagem de fracturas quanto agrave localizaccedilatildeo encontra-se ao niacutevel do acircngulo cocircndilo e
regiatildeo sinfisaacuteria sendo que estas zonas podem ser consideradas mecanicamente como
pontos fracos (Mitsukawa et al 2004)
De acordo com Ferre e colaboradores citados por Libersa et al as fracturas no
acircngulo da mandiacutebula satildeo frequentes devido a vaacuterias razotildees nomeadamente o facto de
esta ser uma aacuterea de baixa resistecircncia com uma anatomia oacutessea especiacutefica (bordo
superior fino e osso basilar estreito) a sua localizaccedilatildeo que corresponde agrave regiatildeo entre o
ramo e o corpo da mandiacutebula e nalguns casos a presenccedila de terceiros molares inclusos
(Krimmel e Reinert 2000 Libersa et al 2002 Inaoka et al 2009)
De acordo com Rudderman e colaboradores citados por Chrcanovic et al
existem alguns factores que influenciam a localizaccedilatildeo das fracturas mandibulares
incluindo a direcccedilatildeo local e severidade da forccedila e impacto bem como caracteriacutesticas
intriacutensecas do osso Krimmel e Reinert referem que as fracturas mandibulares ocorrem
quando a resistecircncia do osso e as forccedilas exercidas neste natildeo satildeo compatiacuteveis Estes
autores defendem que a diminuiccedilatildeo da resistecircncia oacutessea pode ser causada por atrofia
fisioloacutegica osteoporose processos patoloacutegicos (ie lesotildees quiacutesticas lesotildees malignas
processos inflamatoacuterios) ou pode ser secundaacuteria a uma intervenccedilatildeo ciruacutergica (De Silva
1984) O stress exercido na mandiacutebula pode ser devido a forccedilas traumaacuteticas ou forccedilas
excessivas exercidas durante a extracccedilatildeo dentaacuteria (Krimmel e Reinert 2000)
Apesar da elevada percentagem de fracturas traumaacuteticas da mandiacutebula as
fracturas mandibulares como complicaccedilatildeo associada agrave extracccedilatildeo de terceiros molares
apresentam taxas de incidecircncia baixas (Krimmel e Reinert 2000)
Iizuka et al referem que a fractura mandibular natildeo ocorre apenas devido agrave forccedila
realizada durante a cirurgia mas tambeacutem devido ao enfraquecimento da regiatildeo do
acircngulo da mandiacutebula preacute-existente ou que surgiu apoacutes remoccedilatildeo do dente O tipo de
5
fractura decorrido apoacutes as extracccedilotildees no estudo de Iizuka et al confirma tambeacutem a
existecircncia de um enfraquecimento mecacircnico na regiatildeo preacute-angular da mandiacutebula Isto
porque todas as fracturas decorridas nesta anaacutelise eram fracturas preacute-angulares
Tambeacutem no estudo de Wagner et al de 2005 foram detectadas fracturas preacute-angulares
em 15 dos 17 casos o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo
eixo do dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula Nos restantes dois
casos foram detectadas fracturas angulares com uma linha de fractura paralela agrave
bissectriz do acircngulo mandibular De acordo com estes autores as fracturas na zona preacute
angular tecircm sido descritas como as tiacutepicas da fractura mandibular patoloacutegica associada a
extracccedilatildeo de terceiros molares
11 Taxas de incidecircncia
As fracturas da mandiacutebula apoacutes remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos satildeo
consideradas complicaccedilotildees raras com percentagens entre os 00046 e os 00075
(Woldenberg et al 2007)
Libersa et al em 2002 no seu estudo que abordava 27 casos de fractura
mandibular 17 intraoperatoacuterias e 10 poacutes-operatoacuterias obtiveram 00049 de taxa de
incidecircncia Outros autores Perry e Goldberg em 2000 basearam-se em questionaacuterios
efectuados a 84 cirurgiotildees orais e maxilo-faciais obtendo uma incidecircncia de fracturas
mandibulares tardias de 00046 ou seja 28 fracturas num total de 611 000 molares
empactados removidos
No estudo de Wagner et al de 2005 14 das 17 fracturas analisadas ocorreram
poacutes-operatoriamente Em 2010 na anaacutelise de vaacuterios estudos abordando um total de 189
casos Bodner e colaboradores reportaram 22 de casos de fracturas mandibulares
iatrogeacutenicas intra-operatoacuterias e 78 poacutes-operatoacuterias Neste sentido as fracturas tardias
parecem ser as mais frequentes
Dunstan e Sugar citados por Woldenberg et al referem que a verdadeira
incidecircncia de fracturas mandibulares poacutes-operatoacuterias como resultado da extracccedilatildeo eacute
dificil de estabelecer pois existem casos reportados de fracturas traumaacuteticas poacutes-
operatoacuterias que poderiam ter ocorrido numa mandiacutebula intacta e assim a ocorrecircncia
destas duas situaccedilotildees ser apenas uma coincidecircncia
6
12 Fracturas imediatas vs Fracturas tardias
As fracturas mandibulares podem ocorrer durante ou apoacutes o acto ciruacutergico
sendo consideradas complicaccedilotildees intra-operatoacuterias ou poacutes-operatorias respectivamente
As fracturas intra-operatoacuterias (imediatas) podem ocorrer devido a vaacuterios
factores sendo muitas vezes associadas agrave utilizaccedilatildeo de forccedila excessiva aplicada no osso
ou uso improacuteprio de instrumentos (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000 Libersa
et al 2002 Woldenberg et al 2007 Brauer 2009) O autor Harnisch citado por
Iizuka et al assume que a utilizaccedilatildeo descuidada da alavanca durante a extracccedilatildeo causa
forccedilas excessivas e inapropriadas no osso podendo provocar uma fractura imediata
Este autor refere tambeacutem que a fractura poacutes-operatoacuteria eacute pouco comum na ausecircncia de
infecccedilatildeo ou historial de trauma no entanto e baseando-se no seu estudo defende que a
fractura mandibular espontacircnea tambeacutem pode ocorrer e nestes casos com mais
frequecircncia nas duas semanas apoacutes a cirurgia Estes dados referem que a fractura
mandibular natildeo ocorre apenas devido agrave forccedila realizada durante a cirurgia mas tambeacutem
devido ao enfraquecimento oacutesseo que pode ter surgido apoacutes esta
No estudo de Perry e Goldberg de 2000 a fractura mandibular tardia eacute
considerada como aquela que ocorre a qualquer altura a partir do momento em que o
paciente abandona o consultoacuterio ou sala operatoacuteria sendo consideradas como resultado
indirecto da cirurgia De acordo com Bodner et al cuja anaacutelise abordou vaacuterios estudos
as fracturas poacutes-operatoacuterias ocorrem com mais frequecircncia
2 Factores predisponentes ou de risco
Como qualquer outro acto ciruacutergico podem surgir complicaccedilotildees na extracccedilatildeo
dos terceiros molares ou complicaccedilotildees que advecircm desta algum tempo mais tarde O
tipo de complicaccedilatildeo eacute bastante variaacutevel estando relacionado com muacuteltiplos factores
Neste sentido para os meacutedicos dentistas que realizam extracccedilotildees de terceiros molares
com frequecircncia eacute importante compreender a causa destas complicaccedilotildees
Em 2010 Bodner et al analisaram diversos artigos e relacionaram dados
relativos ao paciente e agrave sua condiccedilatildeo dentaacuteria com o desenvolvimento de fracturas
mandibulares Constataram que antes da exodontia alguns destes factores por
indicarem alto risco de desenvolvimento de fracturas mandibulares devem ser
cuidadosamente avaliados
Chrcanovic et al e Woldenberg et al enumeraram alguns factores de risco ou
factores predisponentes que devem ser analisados Nestes incluem-se magnitude de
7
empactaccedilatildeo tipo de angulaccedilatildeo raiacutezes longas idade do paciente idade e experiecircncia do
cirurgiatildeo presenccedila de quisto ou tumor relacionado com o dente empactado doenccedila
sisteacutemica ou medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea infecccedilotildees preacute-operatoacuterias
no local do dente a ser extraiacutedo avaliaccedilatildeo preacute-operatoacuteria inadequada volume relativo
do dente na mandiacutebula ponto temporal apoacutes a cirurgia infecccedilotildees preacute-operatoacuterias na
regiatildeo do terceiro molar extraiacutedo sexo feminino ou masculino presenccedila de
parafunccedilotildees pacientes praticantes de desporto e teacutecnica ciruacutergica
Woldenberg et al tambeacutem enfatizam o facto de ser possiacutevel reduzir o risco desta
complicaccedilatildeo adoptando medidas preventivas e Perry e Goldberg mencionam tambeacutem a
importacircncia do cumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias nomeadamente a
manutenccedilatildeo de uma dieta mole apoacutes a cirurgia
De acordo com os autores atraacutes mencionados a ocorrecircncia de fracturas
mandibulares eacute multifactorial (Al-Belasy et al 2009 Woldenberg et al 2007 Iisuka et
al 1997 Krimmel e Reinert 2000) estando relacionada com um conjunto de possiacuteveis
factores de risco Estes aparentam ter impacto na possibilidade de desenvolver este tipo
de complicaccedilatildeo
21 Idade
A idade do paciente eacute um dado importante uma vez que as fracturas
mandibulares geralmente sucedem em pacientes mais velhos O pico de incidecircncia
ocorre em indiviacuteduos com mais de 25 anos nomeadamente pacientes que rondam os 40
e os 50 anos de idade (Krimmel e Reinert 2000 Perry e Goldberg 2000 Libersa et al
2002 Wagner et al 2005) Esta relaccedilatildeo pode justificar-se pelo facto deste tipo de
fracturas ocorrer quando o osso natildeo eacute forte o suficiente para resistir a determinadas
forccedilas que actuam sobre ele O enfraquecimento da mandiacutebula como resultado da
diminuiccedilatildeo da elasticidade oacutessea que ocorre ao longo da vida pode ser a causa da
elevada taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares em pacientes mais velhos (Iizuka
et al 1997 Woldenberg et al 2007 Bodner et al 2010)
Krimmel e Reinert com base na anaacutelise de 6 casos de fractura mandibular
obtiveram uma meacutedia de idade de 45 anos Justificaram este valor referindo que nesta
idade se inicia uma desmineralizaccedilatildeo oacutessea secundaacuteria agrave osteoporose enfraquecendo o
sistema esqueleacutetico e simultaneamente intensificando o estreitamento do ligamento
periodontal Portanto comparativamente com os pacientes mais jovens os dentes
8
empactados necessitam de ser mais libertos do osso envolvente necessitando maior
ostectomia
A anquilose de dentes empactados nestes pacientes tambeacutem pode complicar a
extracccedilatildeo e enfraquecer a mandiacutebula devido agrave necessidade de efectuar maior remoccedilatildeo
oacutessea Deste modo perante este tipo de situaccedilatildeo eacute extremamente recomendado efectuar
odontossecccedilatildeo para facilitar a extracccedilatildeo do dente anquilosado e evitar futuras
complicaccedilotildees (Krimmel e Reinert 2000 Wagner et al 2005 Bodner et al 2010)
A elevada taxa de incidecircncia de fracturas em indiviacuteduos mais velhos devido agrave
diminuiccedilatildeo da elasticidade oacutessea e presenccedila de osteoporose estaacute de acordo com os
estudos que referem percentagens elevadas de complicaccedilotildees intra e poacutes-operatoacuterias na
remoccedilatildeo de terceiros molares empactados em pacientes numa faixa etaacuteria mais
avanccedilada Perante esta evidecircncia torna-se importante avaliar cada caso cuidadosamente
ou seja ter em conta a idade avanccedilada do indiviacuteduo e ponderar sobre a necessidade de
extracccedilatildeo ou natildeo dos dentes empactados nestes pacientes (Iizuka et al 1997)
22 Geacutenero
O facto de o paciente ser do sexo masculino ou feminino tambeacutem eacute um factor a
ter em conta pois aparenta ter especial importacircncia nas fracturas mandibulares poacutes-
operatoacuterias (Libersa et al 2002) Os homens mostram niacuteveis significativamente mais
elevados de forccedila mastigatoacuteria quando comparados com as mulheres (Miyaura et al
1999) Ao mastigar a forccedila requerida para quebrar os alimentos antes de os deglutir
pode causar forccedilas de stress consideraacuteveis nos ossos que estatildeo enfraquecidos pela
cirurgia e ainda natildeo recuperaram ou calcificaram (Perry e Goldberg 2000)
Deste modo devido agrave maior forccedila exercida no osso os homens apresentam
maior probabilidade de desenvolver fracturas mandibulares poacutes-operatoacuterias (Libersa et
al 2002 Brauer 2009)
23 Quantidade de dentes remanescentes
De acordo com Bodner et al as percentagens mais elevadas de fracturas
mandibulares ocorrem em pacientes parcialmente dentados ou totalmente dentados em
oposiccedilatildeo aos desdentados independentemente do sexo Tal como acontece nos
pacientes do sexo masculino discutido anteriormente indiviacuteduos com uma denticcedilatildeo
mais completa tambeacutem vatildeo exercer maiores forccedilas mastigatoacuterias Deste modo as forccedilas
exercidas na mandiacutebula durante a mastigaccedilatildeo apoacutes remoccedilatildeo de dentes inclusos causam
9
maior stress Assim pacientes com menos ausecircncias dentaacuterias apresentam maior risco
de desenvolvimento de fracturas mandibulares posteriormente agrave extracccedilatildeo
No estudo de Krimmel e Reinert independentemenre da idade todos os
pacientes que sofreram fracturas mandibulares apresentavam denticcedilatildeo completa Este
resultado parece estar relacionado com a aplicaccedilatildeo de forccedilas oclusais maacuteximas
posteriormente ao iniacutecio da cicatrizaccedilatildeo e reduccedilatildeo da dor e edema Consequentemente
cinco dos seis pacientes reportaram ouvir um estalido enquanto mastigavam dias apoacutes a
cirurgia
24 Grau de empactaccedilatildeo
Bodner e colaboradores referem que dentes totalmente empactados em osso
apresentam maior incidecircncia de fracturas mandibulares presumivelmente devido agrave
quantidade de osso que eacute necessaacuteria remover durante o acto ciruacutergico para a sua
extracccedilatildeo pois geralmente ocupam um maior volume de osso mandibular (Perry e
Goldberg 2000 Libersa et al 2002) No estudo de Libersa et al em 27 casos de
fractura mandibular 22 estavam completamente envolvidos por osso e 5 eram casos de
empactaccedilatildeo parcial
No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo na anaacutelise de Bodner et al a
quantidade de fracturas mandibulares associadas a dentes totalmente empactados foi o
dobro das fracturas em mandiacutebulas que continham dentes parcialmente empactados O
resultado apoacutes a extracccedilatildeo eacute a criaccedilatildeo de uma estrutura oacutessea ou parede cortical fina e
fraca criando uma mandiacutebula mais fraacutegil com possibilidades de sofrer fractura poacutes-
operatoacuteria (Perry e Goldberg 2000)
Na anaacutelise dos 6 casos de fractura mandibular por Krimmel e Reinert os dentes
foram classificados de acordo com o sistema de Pell amp Gregory (Anexo 1) Assim
apenas um molar se encontrava na classe I os restantes cinco em classe II e nenhum
dente foi categorizado com classe III A empactaccedilatildeo vertical era de classe B em dois
casos e classe C nos restantes quatro casos De acordo com estes resultados os autores
concluiacuteram que a posiccedilatildeo antero-posterior do terceiro molar parece natildeo ter influecircncia na
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular No entanto quanto maior a empactaccedilatildeo em
termos verticais maior a probabilidade da fractura ocorrer
Iizuka et al em 1997 analisaram as radiografias panoracircmicas de todos os
pacientes envolvidos nas fracturas mandibulares ocorridas no estudo Determinaram o
10
grau de empactaccedilatildeo e a posiccedilatildeo do terceiro molar de acordo com o sistema Pell amp
Gregory (Anexo 1) a angulaccedilatildeo do dente e tambeacutem o grau de dificuldade
O grau de dificuldade era atribuiacutedo por pontos consoante as classes do sistema
Pell amp Gregory em que o dente se encontrava e tambeacutem a sua angulaccedilatildeo um ponto para
classificaccedilotildees A I e mesioangulaccedilatildeo dois pontos para classes B II e posiccedilatildeo horizontal
trecircs pontos para classes C III e posiccedilatildeo vertical e ainda quatro pontos para dentes
distoangulados Neste sentido a classificaccedilatildeo maacutexima que poderia ser obtida era de 10
pontos correspondendo a um grau de dificuldade maacuteximo Os resultados obtidos
variaram de 5 a 9 pontos natildeo se verificando caracteriacutesticas predispodentes relevantes
No entanto como esta classificaccedilatildeo se baseou em trecircs paracircmetros os autores justificam
este resultado com base nas variaccedilotildees de angulaccedilatildeo encontradas no estudo Excluindo
este dado todos os casos excepto um se encontravam nas classes BC e IIIII Neste
sentido a remoccedilatildeo de dentes definidos nas classes BC e IIIII eacute considerada difiacutecil e
com predisposiccedilatildeo para fractura (Iizuka et al 1997)
25 Angulaccedilatildeo
De acordo com Xavier et al e com base na classificaccedilatildeo de Winter (Anexo 2) a
posiccedilatildeo dos terceiros molares inferiores mais frequentemente observada eacute a vertical e a
mesioangular (Vasconcellos et al 2002 Inaoka et al 2009 Santos e Quesada 2009)
Os dentes inclusos distoangulados satildeo considerados normalmente como os mais
difiacuteceis de extrair e que requerem maior remoccedilatildeo oacutessea Tambeacutem jaacute foi descrito que
uma posiccedilatildeo distoangular estaacute associada a uma posiccedilatildeo mais lingual sendo assim esta
parede cortical encontra-se bastante fina Neste sentido ao realizar uma abordagem ao
niacutevel da parede cortical vestibular coloca uma maior predisposiccedilatildeo para a ocorrecircncia de
fractura mandibular nestes casos de angulaccedilatildeo devido ao defeito oacutesseo criado (Iizuka et
al 1997 Chrcanovic et al 2010)
Iizuka e colaboradores definiram quatro grupos de dentes consoante o acircngulo
formado entre o eixo vertical do dente e o plano oclusal Para determinar a angulaccedilatildeo
dos terceiros molares foram efectuados quatro grupos dentes verticais quando o acircngulo
se encontra entre 80ordm e 100ordm mesioangular quando acircngulo estaacute entre 10ordm e 80ordm
distoangular quando o acircngulo eacute maior que 100ordm e horizontal quando o acircngulo se
encontra entre 350ordm e 10ordm Nos pacientes sem dentes mesialmente ao terceiro molar foi
desenhado um plano oclusal arbitraacuterio para definir a angulaccedilatildeo deste No estudo
depararam-se com cinco dentes mesioangulados um horizontal quatro distoangulados e
11
trecircs verticais Embora estes autores concordem com o que foi citado anteriormente
baseando-se na sua anaacutelise natildeo encontraram qualquer associaccedilatildeo entre o tipo de
angulaccedilatildeo e a predisposiccedilao para fractura mandibular
26 Comprimento das raiacutezes e sua relaccedilatildeo com o canal dentaacuterio inferior
O mecanismo pelo qual os terceiros molares com raiacutezes longas foram
relacionados com o aumento de risco de ocorrecircncia de fracturas angulares deve-se ao
espaccedilo oacutesseo que este ocupa na mandiacutebula Hanson et al suportando esta hipoacutetese
referem que as fracturas mandibulares podem ocorrer apoacutes remoccedilatildeo do terceiro molar
com raiacutezes muito compridas pois o acircngulo mandibular torna-se uma regiatildeo
enfraquecida
Nos casos de fractura analisados por Iizuka et al as raiacutezes dos dentes estavam
sobrepostas ao canal dentaacuterio inferior em 10 casos ou seja 77 dos casos Nos trecircs
casos restantes as raiacutezes estavam adjacentes ao canal Em nenhuma situaccedilatildeo foi
verificado radiograficamente um afastamento das raiacutezes em relaccedilatildeo ao canal Estes
autores concluiacuteram que raiacutezes sobrepostas ou adjacentes ao canal dentaacuterio inferior numa
radiografia panoracircmica representam paracircmetros importantes para a predisposiccedilatildeo para
fractura mandibular
27 Volume relativo da mandiacutebula ocupado pelo dente ()
Woldenberg et al consideram a porccedilatildeo relativa de volume ocupada pelo dente
na mandiacutebula um factor importante a ter em conta Este raacutecio pode ser determinado
atraveacutes de exames complementares antes de efectuar a extracccedilatildeo como a tomografia
computadorizada (TC) atraveacutes da reconstruccedilatildeo e visualizaccedilatildeo do dente e osso no
sentido vestibulo-lingual
Se esta relaccedilatildeo de volume relativo ocupado pelo dente for igual ou superior a
50 o risco de fractura eacute alto e recomenda-se especial cuidado durante a cirurgia
(Woldenberg et al 2007)
Iisuka e colaboradores obtiveram na sua anaacutelise radiograacutefica dos casos de
fractura mandibular ocorridos um raacutecio que variava entre 44 a 84 E Wagner et al
em 2005 obtiveram um raacutecio meacutedio de 62plusmn4 sendo considerado um valor
desfavoraacutevel Em ambos os estudos foram utilizadas radiografias panoracircmicas para
adquirir a percentagem de aacuterea que o dente ocupa no osso Na anaacutelise de Iizuka et al o
12
espaccedilo que os terceiros molares ocupam no osso foi avaliado com base na altura
mandibular
28 Lesotildees preacute-ciruacutergicas
Para aleacutem da quantidade diminuiacuteda de osso remanescente apoacutes uma cirurgia de
terceiros molares existem tambeacutem outros factores que provocam fragilidade
mandibular como eacute o caso de alteraccedilotildees patoloacutegicas no osso secundaacuterias a um quisto
ou tumor abrangente Iizuka et al no seu estudo referem que mesmo pequenas
alteraccedilotildees como uma pericoronarite ou um foliacuteculo aumentado podem enfraquecer a
mandiacutebula (Iizuka et al 1997)
Apesar de nas indicaccedilotildees para remoccedilatildeo dos sisos estar incluiacuteda a possibilidade
de desenvolver quistos ou tumores associados a estes dentes Adeyemo refere que a
incidecircncia destas patologias em terceiros molares inclusos eacute baixa Citados no estudo de
Chrcanovic et al Bruce et al reportaram uma incidecircncia de 62 sendo esta
percentagem superior em pacientes mais velhos com uma meacutedia de idade de 465 anos
No mesmo artigo de acordo com Girod et al quanto mais tempo a empactaccedilatildeo
persistir maior o risco de desenvolver quistos ou tumores
Na anaacutelise de 2010 por Bodner et al cerca de 27 dos pacientes tinham
historial de infecccedilotildees preacute-ciruacutergicas na zona do dente a extrair Portanto pressupocircs-se
uma associaccedilatildeo entre lesotildees oacutesseas preacute-existentes associadas ao dente em questatildeo com a
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular As infecccedilotildees relatadas foram a doenccedila
periodontal quistos ou pericoronarites recorrentes capazes de criar defeitos que
enfraquecem a mandiacutebula (Woldenberg et al 2007) Estas lesotildees satildeo frequentemente
encontradas em pacientes com mais de 40 anos de idade (Lysell e Rohlin 1988)
Na anaacutelise de Perry e Goldberg de 2000 tambeacutem incluiacuteda no estudo de Bodner
et al a severidade e a duraccedilatildeo das infecccedilotildees natildeo foram obtidas no entanto referem que
uma infecccedilatildeo croacutenica e profunda provoca descalcificaccedilatildeo e destruiccedilatildeo oacutessea
contribuindo para a probabilidade de desenvolvimento de fracturas tanto imediatas
como tardias
Geralmente as infecccedilotildees nos jovens surgem quando uma pequena parte da coroa
erupciona e por isso nos pacientes mais velhos as infecccedilotildees associadas agrave empactaccedilatildeo
do terceiro molar satildeo diferentes pois o dente muitas vezes estaacute totalmente envolvido
por osso Assim a reabsorccedilatildeo oacutessea eacute geralmente a causa destas infecccedilotildees De acordo
com Osaki a periodontite presente nos segundos molares tambeacutem pode ser a causa de
13
infecccedilatildeo associada aos terceiros molares Nestes casos o osso alveolar entre o dente
empactado e o segundo molar eacute frequentemente destruiacutedo pela periodontite croacutenica
(Osaki et al 1995) Os resultados obtidos por estes autores sugerem que os dentes
inclusos em pacientes de idade avanccedilada com reabsorccedilatildeo oacutessea fisioloacutegica em torno da
coroa associada agrave irritaccedilatildeo causada pelas proacuteteses dentaacuterias e estando em relaccedilatildeo com
um ligamento periodontal bastante alargado do dente adjacente tecircm maior tendecircncia
para desenvolver infecccedilotildees
De acordo com Indresano et al e Leone et al citados por Chrcanovic et al a
formaccedilatildeo de abcessos profundos nos molares inferiores estaacute mais associada aos dentes
parcialmente empactados Isto deve-se ao facto de existir um risco aumentado de
pericoronarites agudas em dentes erupcionados verticalmente posicionados ao niacutevel ou
acima do plano oclusal e que se encontram parcialmente cobertos por tecidos moles ou
duros Werkmeister et al confirmam os dados anteriores considerando a existecircncia de
maior risco para densenvolver infecccedilotildees nos terceiros molares parcialmente
empactados As citaccedilotildees anteriores em conjunto com a presenccedila de osso remanescente
reduzida ao niacutevel do acircngulo mandibular pressupotildee um risco elevado de fractura
mandibular em cirurgias nestes casos (Fuselier et al 2002)
29 Experiecircncia do profissional
Pode pensar-se que a fractura mandibular bem como qualquer outra
complicaccedilatildeo decorrente do acto ciruacutergico possa estar relacionada com a utilizaccedilatildeo de
teacutecnicas incorrectas ou com a experiecircncia do meacutedico dentista
Woldenberg et al em 2007 referiram que as fracturas imediatas que ocorrem
principalmente por utilizaccedilatildeo improacutepria dos instrumentos ou forccedila excessiva ocorrem
com maior probabilidade quando as cirurgias satildeo realizadas por profissionais mais
novos ou menos experientes como acontece no caso reportado neste estudo
No entanto nos artigos analisados por Bodner et al as operaccedilotildees foram
realizadas por meacutedicos dentistas generalistas especialistas e cirurgiotildees maxilo-faciais e
nenhuma diferenccedila significativa foi encontrada em relaccedilatildeo agraves taxas de incidecircncia De
acordo com estes autores eacute difiacutecil estabelecer uma relaccedilatildeo entre a experiecircncia do
meacutedico e o desenvolvimento de complicaccedilotildees uma vez que eacute necessaacuterio ter em conta
outros factores que podem dificultar a extracccedilatildeo e condicionar o resultado do acto
ciruacutergico bem como o periacuteodo poacutes-operatoacuterio No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo
14
no de Bodner et al apenas 4 das 28 fracturas ocorreram em pacientes abordados por
dentistas com experiecircncia igual ou inferior a 5 anos
210 Teacutecnica utilizada
A teacutecnica ciruacutergica para extracccedilatildeo de terceiros molares poderaacute afectar o
desenrolar do procedimento ciruacutergico bem como condicionar o desenvolvimento de
futuros problemas Caso seja aconselhaacutevel a abordagem com realizaccedilatildeo de retalho
como eacute o caso de dentes inclusos com lesatildeo periapical extensa dentes isolados na
mandiacutebula de pacientes idosos dentes com alteraccedilatildeo anatoacutemica das raiacutezes ou presenccedila
de corticais oacutesseas riacutegidas existem vaacuterias teacutecnicas que podem ser utilizadas tais como a
abordagem vestibular lingual ou mesmo um acesso extra-oral em casos de empactaccedilatildeo
muito proacutexima do bordo inferior da mandiacutebula (Bodner et al 2010) No entanto a
ostectomia vestibular eacute a mais frequentemente utilizada (Juacutenior et al 2006)
As fracturas intra-operatoacuterias podem ocorrer devido agrave utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos (Iizuka et al 1997
Krimmel e Reinert 2000 Libersa et al 2002 Woldenberg et al 2007) Este risco
pode ser diminuiacutedo quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando existe uma
boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada Adicionalmente
devem adoptar-se medidas conservadoras de remoccedilatildeo oacutessea bem como a realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo quando necessaacuterio (Al-Belasy et al 2009)
A classificaccedilatildeo dos terceiros molares de acordo com a sua posiccedilatildeo tem a
finalidade de auxiliar o planeamento ciruacutergico pois de certa forma determina a
complexidade do caso Juacutenior e colaboradores referem que quanto maior o grau de
inclusatildeo dentaacuteria maior a necessidade de emprego de uma teacutecnica ciruacutergica mais
invasiva Portanto uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e radiograacutefica do caso eacute muito importante para
a determinaccedilatildeo da teacutecnica ciruacutergica mais apropriada
211 Tempo decorrido apoacutes a cirurgia
Como foi referenciado anteriormente as fracturas mandibulares podem ocorrer
durante o acto cliacutenico (imediatas) ou apoacutes a cirurgia (tardias)
Bodner et al referiram em 2010 com base nos artigos estudados que o tempo
decorrido entre a extracccedilatildeo do dente e o diagnoacutestico da fractura se encontrava entre uma
a cinco semanas reportando que 86 dos casos de fractura ocorreram entre a primeira e
a terceira semana apoacutes cirurgia com maior taxa de incidecircncia na segunda e na terceira
15
semana Brauer apoia este facto referindo que a maioria das fracturas poacutes-operatoacuterias
ocorre durante a mastigaccedilatildeo entre o 13ordm e 21ordm dia apoacutes a cirurgia (Libersa et al 2002)
Estes factos podem ser explicados com base nos processos histoloacutegicos uma vez
que este periacuteodo de tempo corresponde a processos de cicatrizaccedilatildeo nomeadamente a
substituiccedilatildeo de tecido de granulaccedilatildeo por tecido conjuntivo no alveacuteolo e dois terccedilos do
alveacuteolo ainda natildeo estatildeo formados por osteoacuteide ou osso ateacute ao 38ordm dia (Amler et al
1960 Amler et al 1977 Libersa et al 2002) Para aleacutem disso no final da segunda
semana a dor desapareceu os pacientes jaacute se sentem melhor e capazes de mastigar
normalmente podendo causar forccedilas muito elevadas numa mandiacutebula enfraquecida
(Libersa et al 2002) Bodner et al explicam a elevada percentagem de fracturas poacutes-
operatoacuterias e o periacuteodo em que ocorrem como o resultado de forccedilas mastigatoacuterias
excessivas ou pequenos traumas sofridos por uma mandiacutebula enfraquecida
No estudo de Perry e Goldberg 18 das 28 fracturas ocorridas surgiram durante a
mastigaccedilatildeo A forccedila mastigatoacuteria requerida para quebrar os alimentos pode produzir
forccedilas de stress consideraacuteveis numa mandiacutebula enfraquecida apoacutes cirurgia natildeo se
encontrando completamente reconstruiacuteda e calcificada Nos casos relatados todos os
pacientes receberam as mesmas instruccedilotildees sobre a dieta a efectuar no entanto perante
os resultados os autores defendem que talvez natildeo tenha sido dado ecircnfase suficiente em
relaccedilatildeo agrave qualidade e duraccedilatildeo da dieta mole Tambeacutem propotildeem a falta de cooperaccedilatildeo
por parte do paciente em cumprir as instruccedilotildees fornecidas pelo meacutedico como uma
possiacutevel causa
Por oposiccedilatildeo Al-Belasy e seus colaboradores concluiacuteram que em pacientes
totalmente dentados ou com uma ou duas ausecircncias com idades superiores a 25 anos e
sem atrofia oacutessea ou doenccedilas sisteacutemicas a mastigaccedilatildeo parece natildeo afectar a possibilidade
de ocorrecircncia de fracturas mandibulares tardias apoacutes remoccedilatildeo ciruacutergica de terceiros
molares empactados sem lesotildees associadas
212 Parafunccedilotildees
Eacute compreensiacutevel que pacientes com parafunccedilotildees como o bruxismo o
apertamento dentaacuterio (ldquoclenchingrdquo) e hipertrofia dos muacutesculos masseacuteteres apresentem
maior predisposiccedilatildeo para as fracturas mandibulares apoacutes cirurgia de terceiros molares
quando a mandiacutebula se encontra enfraquecida Kraszewski et al citados por
Chrcanovic et al apontam como possiacutevel justificaccedilatildeo o facto de estas patologias
afectarem a forccedila de mastigaccedilatildeo
16
No entanto no estudo de Al-Belasy et al fizeram parte sete pacientes com
hipertrofia masseteacuterica e 11 pacientes que realizavam apertamento dentaacuterio eou
bruxismo e em nenhum destes pacientes ocorreu fractura mandibular apoacutes a extracccedilatildeo
213 Lado esquerdo ou direito da mandiacutebula
Apesar de Wagner et al terem verificado uma distribuiccedilatildeo desequilibrada de
fracturas mandibulares entre o lado esquerdo e o direito da mandiacutebula pois 70 dos
casos ocorreram no lado esquerdo Bodner se seus colaboradores apoacutes anaacutelise de vaacuterios
artigos chegaram a outras conclusotildees Nos casos onde era feita referecircncia ao lado da
mandiacutebula em que foi efectuada a extracccedilatildeo verificaram que natildeo existe relaccedilatildeo
significativa entre o lado da mandiacutebula abordado e a ocorrecircncia de fractura 48 dos
casos foram afectados no lado direito e 52 no lado esquerdo Os resultados de Wagner
et al podem ser explicados pelo facto de o profissional estando na posiccedilatildeo normal de
trabalho ter melhor visualizaccedilatildeo e melhor controlo da forccedila aplicada no lado direito
comparativamente ao lado esquerdo (Woldenberg et al 2007) resultando numa
ostectomia menos extensa (Wagner et al 2005)
214 Actividade fiacutesica
As lesotildees maxilo-faciais representam um risco elevado em praticantes de
desporto e as fracturas satildeo uma sequela bastante comum No final da segunda semana
apoacutes cirurgia dos terceiros molares os pacientes normalmente jaacute se sentem bem devido
ao desaparecimento da dor poacutes-operatoacuteria (Libersa et al 2002) Esta diminuccedilatildeo do
desconforto daacute uma falsa sensaccedilatildeo de seguranccedila que pode levar os pacientes que satildeo
atletas activos a voltarem a praticar deporto intenso aumentando o risco de fractura
mandibular tardia na regiatildeo do acircngulo mandibular fragilizada pela cirurgia O risco de
fracturas maxilo-faciais relacionadas com desporto eacute consideravelmente mais elevado
em desportos de contacto por apresentarem bastante popularidade e por falta de
protecccedilatildeo facial (Chrcanovic et al 2010)
215 Doenccedilas sisteacutemicas e medicaccedilatildeo
Krimmel e Reinert defendem que as fracturas mandibulares ocorrem quando a
resistecircncia do osso e as forccedilas exercidas neste natildeo satildeo compatiacuteveis Muitos pacientes
sujeitos a procedimentos ciruacutergicos estatildeo condicionados a terapia medicamentosa e a
doenccedilas sisteacutemicas que podem afectar a resistecircncia oacutessea
17
De acordo com Kirwan citado por Chrcanovic um destes exemplos eacute a terapia
com corticosteroides utilizada no tratamento de algumas doenccedilas como a artrite
reumatoacuteide e doenccedilas relacionadas como a asma brocircnquica neurodermite e por vezes
apoacutes transplante de oacutergatildeos em dosagens mais elevadas Alguns autores como Adachi e
Weinstein referem que um dos efeitos secundaacuterios desta terapia eacute a raacutepida perda de
osso e o aumento de risco de fractura oacutessea sendo este risco duas vezes superior
comparativamente a pessoas sem qualquer terapia e eacute mais elevado apoacutes exposiccedilatildeo
prolongada a estes medicamentos
A osteoporose eacute uma condiccedilatildeo que afecta grandemente a resistecircncia do osso e
pode justificar o aumento da taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares com o
aumento da idade (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000) Eacute comum em
pacientes do sexo feminino pois a diminuiccedilatildeo de estrogeacutenios no periacuteodo poacutes-
menopausa aumenta o ritmo de perda oacutessea Poreacutem tambeacutem pode ocorrer nos homens
estando relacionada com mecanismos ligados essencialmente ao envelhecimento como
a deficiecircncia de vitamina D a absorccedilatildeo diminuiacuteda de caacutelcio e aumento dos niacuteveis de
hormona paratiroideia (PTH) (Yazbek e Neto 2008) Nos homens a testosterona
funciona da mesma forma que os estrogeacutenios na mulher sendo que pacientes com
hipogonadismo tambeacutem experienciam perdas oacutesseas aceleradas (Chrcanovic et al
2010) O osso apresenta composiccedilatildeo normal mas fica diminuiacutedo em quantidade e esta
diminuiccedilatildeo da massa oacutessea frequentemente resulta em fracturas das veacutertebras anca e
antebraccedilo (Do Lee et al 2005) De acordo com Law e Klemetti citados por Do Lee a
osteoporose pode resultar em diminuiccedilatildeo da massa oacutessea da mandiacutebula bem como
provocar alteraccedilotildees na estrutura deste osso especialmente do bordo inferior No mesmo
artigo satildeo citados alguns autores como Shrout e Kashima que referem existir uma
ligaccedilatildeo entre a osteoporose e alteraccedilotildees radiograacuteficas verificadas no padratildeo trabecular
da mandiacutebula
Existem outras patologias que tambeacutem diminuem a forccedila oacutessea como a doenccedila
gastrointestinal pois diminui a absorccedilatildeo de vitamina D De acordo com Ebeling citado
por Chrcanovic a osteoporose nos homens pode estar relacionada com algumas
condiccedilotildees como a hipercalceacutemia nefrolitiacutease terapia com anticonvulsivantes
tirotoxicose doenccedila renal e do fiacutegado mieloma muacuteltiplo ou mastocitose sisteacutemica
Bechtold e Felin citados na anaacutelise de Chrcanovic e colaboradores mencionam
a artrite idiopaacutetica juvenil como a doenccedila reumaacutetica mais comum na aacuterea da pediatria
18
Alguns estudos demonstraram a existecircncia de deficiecircncias significativas da densidade
volumeacutetrica trabecular no osso mineral e massa oacutessea cortical nestes pacientes
Os pacientes com doenccedila renal croacutenica padecem de vaacuterios distuacuterbios no
metabolismo do foacutesforo caacutelcio e ossos Estas alteraccedilotildees devem-se a factores que
contribuem para o aumento da reabsorccedilatildeo oacutessea como a diminuiccedilatildeo da absorccedilatildeo de
caacutelcio pelo intestino excessiva produccedilatildeo de PTH e alteraccedilotildees no metabolismo da
vitamina D (McPhee 2007) De acordo com Chrcanovic et al os ossos satildeo mais
gravemente afectados em casos de doenccedila renal croacutenica do que em casos saudaacuteveis
onde apenas satildeo afectados pelas consequecircncias da idade avanccedilada
A massa oacutessea eacute uma caracteriacutestica principalmente determinada geneticamente
no entanto tambeacutem eacute alterada sob a influecircncia do ambiente Indiviacuteduos com muita
massa muscular e que praticam actividade fiacutesica apresentam maior massa oacutessea do que
por exemplo pacientes fumadores ou com problemas de alcoolismo (Chrcanovic et al
2010) Estas duas uacuteltimas condiccedilotildees satildeo tambeacutem consideradas factores de risco para a
osteoporose (McPhee 2007)
3 Diagnoacutestico
31 Preacute-Ciruacutergico
Uma vez indicada a extracccedilatildeo de dentes inclusos eacute fundamental a realizaccedilatildeo de
um planeamento ciruacutergico baseado em exames cliacutenicos e radioloacutegicos Atraveacutes do
exame cliacutenico obtecircm-se dados especiacuteficos da sauacutede geral do paciente histoacuteria meacutedica e
dentaacuteria e o niacutevel de complexidade e dificuldade operatoacuteria pode ser analisado no
exame radiograacutefico Deste modo o dentista consegue prevenir possiacuteveis acidentes
durante a cirurgia ou no periacuteodo poacutes-operatoacuterio muitas vezes relacionados com a
posiccedilatildeo e localizaccedilatildeo do dente incluso (Juacutenior et al 2006)
As classificaccedilotildees dos dentes inclusos satildeo feitas a partir da anaacutelise radiograacutefica e
com cuidadosa classificaccedilatildeo o dentista pode abordar a cirurgia de forma ordenada e
prever se alguma abordagem ciruacutergica fora do comum precisaraacute ser adoptada (Juacutenior et
al 2006 Xavier et al 2010) Para a maioria dos casos a radiografia periapical eacute a
radiografia de eleiccedilatildeo pois fornece informaccedilatildeo mais detalhada Por outro lado a
ortopantomografia mostra uma imagem mais exacta da anatomia da regiatildeo e pode ser
usada como substituto apropriado (Xavier et al 2010) Aliaacutes na grande maioria satildeo
19
estas as radiografias utilizadas pois eacute possiacutevel visualizar correctamente o longo eixo do
segundo molar o ramo ascendente da mandiacutebula e o niacutevel oacutesseo que satildeo utilizados
como paracircmetros (Juacutenior et al 2006)
Os sistemas de classificaccedilatildeo permitem avaliar a dificuldade da cirurgia e nestes
incluem-se a angulaccedilatildeo (classificaccedilatildeo de Winter ndash Anexo 2) relaccedilatildeo com o bordo
anterior do ramo ascendente (Sistema de Pell amp Gregory I II e III ndash Anexo 1) e relaccedilatildeo
com o plano oclusal (Sistema de Pell amp Gregory A B e C ndash Anexo 1) Outros factores a
ter em conta na anaacutelise radiograacutefica fazem parte de alguns factores predisponentes jaacute
abordados como eacute o caso da morfologia radicular e relaccedilatildeo das raiacutezes com o canal
dentaacuterio inferior a densidade oacutessea que eacute mais elevado em pacientes com mais de 35
anos diminuindo a flexidade e capacidade de expansatildeo do osso e a natureza do tecido
envolvente pois o tipo de empactaccedilatildeo pode ser por tecido mole oacutesseo parcial ou oacutesseo
total (Peterson et al 2000)
A tomografia computadorizada (TC) tem-se tornado muito uacutetil em certas
situaccedilotildees como na avaliaccedilatildeo da proximidade dos dentes inclusos a estruturas
anatoacutemicas na avaliaccedilatildeo da profundidade de empactaccedilatildeo e espessura das paredes
corticais inclinaccedilatildeo vestibulo-lingual e morfologia da coroa e raiacutezes do dente
empactado (Bodner et al 1994)
Como as fracturas mandibulares associadas agrave cirurgia satildeo raras natildeo se justifica
usar a TC como exame complementar preacute-ciruacutergico No entanto em casos especiacuteficos
apoacutes avaliaccedilatildeo criteriosa dos factores predisponentes que aparentam ter um elevado
risco de desenvolvimento de fractura mandibular este exame torna-se vantajoso (Bodner
et al 1994) Pode tambeacutem ser utilizada para determinar o volume oacutesseo relativo da
mandiacutebula ocupado pelo dente (Woldenberg et al 2007)
32 Poacutes-ciruacutergico
Apoacutes ou durante a cirurgia o meacutedico dentista tem que estar alerta para os sinais e
sintomas presenciados pelo paciente que podem indicar a ocorrecircncia de fractura
mandibular
Nos casos que se encontram no periacuteodo poacutes-operatoacuterio natildeo muito prolongado o
principal alerta para a possibilidade de fractura mandibular eacute ouvir um estalido algumas
semanas apoacutes a cirurgia (Woldenberg et al 2007) Considera-se que a mandiacutebula
fractura no momento em que o som eacute ouvido Jaacute nos casos em que decorreu bastante
tempo apoacutes a cirurgia o diagnoacutestico eacute mais complicado O atraso da cicatrizaccedilatildeo e a
20
presenccedila de osteomielite podem ser a causa destas fracturas e quando a cicatrizaccedilatildeo se
prolonga demasiado deve-se sempre considerar o risco de fractura apresentando assim
indicaccedilatildeo para controlo radiograacutefico perioacutedico (Iizuka et al 1997)
O som de um estalido reportado pelo paciente deve ser considerado como
indicativo de uma possiacutevel fractura mesmo que esta natildeo seja detectada inicialmente na
radiografia (Woldenberg et al 2007) Se assim acontecer recomenda-se a realizaccedilatildeo de
radiografias de controlo (Wagner et al 2005) Libersa et al bem como Perry e
Goldberg confirmam este som distinto pois a maioria dos pacientes reportou um som
tipo estalido enquanto mastigavam acompanhado por dor intensa Na anaacutelise de
Krimmel e Reinert todos os pacientes reportaram o mesmo som excepto um que
apenas presenciou um novo episoacutedio de dor
Para aleacutem da dor suacutebita outros sinais cliacutenicos a ter em conta satildeo a presenccedila de
parestesia disestesia ou anestesia relacionadas com o nervo dentaacuterio inferior e as
alteraccedilotildees na oclusatildeo que satildeo um forte indicador de possiacutevel fractura mandibular (Laub
Jr 2009) Poderaacute tambeacutem surgir edema (Wagner et al 2005)
No caso reportado por Woldenberg foi realizada radiografia panoracircmica poacutes-
operatoacuteria imediata apoacutes se ter presenciado um estalido durante a extracccedilatildeo do 38 Na
radiografia verficou-se uma linha radioluacutecida desde o alveacuteolo ateacute ao bordo inferior da
mandiacutebula compatiacutevel com linha de fractura Foi notificada tambeacutem a presenccedila de
parestesia do laacutebio inferior do lado correspondente agrave fractura
No estudo realizado por Wagner et al em 2005 13 dos 17 pacientes que
sofreram fractura mandibular tambeacutem reportaram um som tipo estalido mas nem
sempre associado a sensaccedilatildeo dolorosa imediata No entanto foi reportada
frequentemente a presenccedila de inchaccedilo na zona do acircngulo mandibular respectivo A
meacutedia de dias decorridos entre a cirugia e a fractura foi de 19plusmn4 dias O tempo
decorrido ateacute diagnoacutestico radioloacutegico com conhecimento da data da fractura foi de
10plusmn4 dias
Como jaacute foi referido as fracturas mandibulares nem sempre satildeo diagnosticadas
radiologicamente (Iizuka et al 1997) principalmente se natildeo houver deslocamento
patoloacutegico dos fragmentos (Wagner et al 2007) No estudo de Iizuka et al todas as
fracturas que ocorreram num estado poacutes-operatorio relativamente cedo eram fracturas
sem deslocamento Uma vez que este tipo de fractura natildeo eacute imediatamente reconhecido
um achado radiograacutefico negativo apoacutes suspeita natildeo deve exluir de imediato a presenccedila
de fractura Nestes casos eacute recomendada uma dieta mole e a execuccedilatildeo de radiografias de
21
controlo nos dias seguintes (Iizuka et al 1997) Aliaacutes no estudo de Iizuka et al um dos
pacientes reportou um estalido ao comer no sexto dia poacutes-operatoacuterio cuja radiografia
efectuada nesse mesmo dia natildeo revelou qualquer fractura Quatro semanas depois o
paciente voltou ao consultoacuterio devido a uma dor persistente no local da extracccedilatildeo onde
se verificou atraveacutes da radiografia uma fractura evidente
De acordo com alguns autores na radiografia pode verificar-se uma fractura preacute-
angular o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo eixo do
dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula ou fracturas angulares
com uma linha de fractura paralela agrave bissectriz do acircngulo mandibular (Iizuka et al
1997 Wagner et al 2005)
Em casos de suspeita de fractura sem deslocamento e cujos achados radioloacutegicos
atraveacutes das radiografias convencionais como a ortopantomografia sejam negativos a
tomografia computadorizada (TC) e a tomografia computadorizada de feixe coacutenico
podem ser utilizadas como exames adicionais
De acordo com Roth e colaboradores a TC apresenta resultados superiores aos
da radiografia panoracircmica Este facto justifica-se pelas suas ferramentas de
melhoramento de imagem melhor qualidade de imagem sensibilidade equivalente na
identificaccedilatildeo de fracturas menor erro de interpretaccedilatildeo e opiniotildees mais concordantes
entre os meacutedicos na identificaccedilatildeo das fracturas mandibulares (Roth et al 2005) Outros
estudos suportam a contribuiccedilatildeo dos achados radiograacuteficos na TC para o manuseamento
ciruacutergico de traumas (Eggers et al 2008) No entanto existem algumas desvantagens
nomeadamente o elevado custo a disponibilidade e a elevada exposiccedilatildeo de radiaccedilatildeo
Estes factores promovem a tomografia computadorizada de feixe coacutenico como uma
aceitaacutevel alternativa na avaliaccedilatildeo de fracturas maxilofaciais (Scarfe et al 2006
Shintaku et al 2009)
4 Tratamento
As opccedilotildees de tratamento para as fracturas mandibulares associadas a extracccedilotildees
seguem os princiacutepios do tratamento das fracturas traumaacuteticas do acircngulo da mandiacutebula
As fracturas mandibulares podem ser tratadas realizando-se a reduccedilatildeo
contenccedilatildeo e imobilizaccedilatildeo dos segmentos fracturados sendo que a orientaccedilatildeo da oclusatildeo
dentaacuteria levaraacute a uma perfeita consolidaccedilatildeo dos segmentos fracturados com boa
recuperaccedilatildeo funcional e esteacutetica (Gomes et al 2001) Eacute fundamental identificar e
22
assegurar a correcta oclusatildeo antes de recorrer agrave reduccedilatildeo da fractura (Custoacutedio et al
2007)
O tratamento das fracturas mandibulares iatrogeacutenicas reportado por diversos
estudos na anaacutelise de Bodner et al baseou-se numa reduccedilatildeo fechada da fractura em
40 dos casos reduccedilatildeo aberta em 35 dos pacientes e em 25 dos casos natildeo foi
efectuado qualquer tipo de tratamento Este autor natildeo faz referecircncia ao sucesso dos
tratamentos
Os tratamentos que utilizam apenas fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo chamados reduccedilotildees
fechadas porque natildeo envolvem a abertura directa exposiccedilatildeo e a manipulaccedilatildeo da aacuterea
fracturada Uma reduccedilatildeo aberta inclui exposiccedilatildeo directa e reduccedilatildeo da fractura atraveacutes de
incisatildeo ciruacutergica (Custoacutedio et al 2007)
No estudo de Chrcanovic et al foram analisados 128 casos de fractura
mandibular sendo dois destes relatados por experiecircncia proacutepria No primeiro caso a
paciente ouviu um estalido e na avaliaccedilatildeo da ortopantomografia verificou-se uma
fractura sem deslocamento As possiacuteveis opccedilotildees de tratamento foram discutidas com a
paciente Devido a vaacuterias razotildees nomeadamente a ausecircncia de infecccedilatildeo e deslocamento
entre os segmentos a presenccedila de uma boa oclusatildeo com todos os dentes presentes e o
devido consentimento da paciente foi realizada apenas fixaccedilatildeo intermaxilar Apoacutes trecircs
meses verificou-se radiologicamente uniatildeo oacutessea
No caso reportado por Woldenberg et al durante a extracccedilatildeo do dente 38
verificou-se na panoracircmica uma linha de fractura Foi colocada fixaccedilatildeo intermaxilar e
posteriomente foram realizados novos exames uma panoracircmica e uma TC que
demonstraram bons resultados com aproximaccedilatildeo da linha de fractura Apoacutes duas
semanas a paciente recuperou a sensibilidade ao niacutevel do nervo dentaacuterio inferior
esquerdo Seis semanas apoacutes a cirurgia a fixaccedilatildeo intermaxilar foi removida e a paciente
sujeita a dieta mole por mais quatro semanas Nos dois trecircs e seis meses apoacutes a cirugia
foram realizadas radiografias panoracircmicas Estas revelaram formaccedilatildeo contiacutenua de osso
ao niacutevel do alveacuteolo e da linha de fractura
No estudo de Iizuka et al em seis casos foi realizada reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo
interna em dois efectuou-se fixaccedilatildeo intermaxilar e nos restantes trecircs apenas dieta mole
Todos os pacientes foram submetidos a terapia antibioacutetica durante pelo menos uma
semana simultaneamente com o tratamento da fractura que decorreu sem complicaccedilotildees
Todavia a obtenccedilatildeo de uma boa estabilidade parece ser a protecccedilatildeo mais segura contra
23
a infecccedilatildeo e atraso da cicatrizaccedilatildeo mais do que a terapia antibioacutetica (Mehra e Murad
2008)
De acordo com a literatura hoje em dia o tratamento mais eficaz das fracturas
mandibulares baseia-se na reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo interna no entanto os artigos
abordados cuja fractura estaacute relacionada com a extracccedilatildeo de terceiros molares parecem
ter obtido bons resultados com a utilizaccedilatildeo de fixaccedilatildeo intermaxilar e realizaccedilatildeo de dieta
mole Iizuka et al referem que nos casos de diagnoacutestico precoce e ausecircncia de
sintomatologia eacute adequado um tratamento conservador com fixaccedilatildeo intermaxilar e
nalguns casos a prescriccedilatildeo de dieta mole
No entanto evitar o uso de fixaccedilatildeo intermaxilar no transoperatoacuterio eacute mais
econoacutemico em tempo e custo e mais confortaacutevel para o paciente De acordo com Sorel
citado por Laub Jr alguns dos problemas associados agrave fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo a maacute
alimentaccedilatildeo com perda de peso dificuldades na respiraccedilatildeo e foneacutetica maacute higiene oral e
problemas sociais Em contraste a fixaccedilatildeo interna permite restauraccedilatildeo da funccedilatildeo e
mobilidade mais cedo e aumento do conforto para o paciente com melhoria dos
aspectos atraacutes mencionados Os autores Gomes et al referem que a fixaccedilatildeo intermaxilar
natildeo eacute usualmente necessaacuteria na reduccedilatildeo de fracturas confinadas agrave mandiacutebula
De acordo com Calloway et al citados por Moreno et al o desenvolvimento de
diferentes sistemas de fixaccedilatildeo interna na traumatologia facial e sua aplicaccedilatildeo no
tratamento das fracturas mandibulares conduziu a mudanccedilas nos criteacuterios de realizaccedilatildeo
de imobilizaccedilatildeo poacutes-ciruacutergica Tambeacutem tornou possiacutevel um retorno agrave funccedilatildeo normal
mais raacutepido Esta teacutecnica utiliza placas e parafusos na regiatildeo da fractura para se obter
contenccedilatildeo estaacutevel e eficaz promovendo cicatrizaccedilatildeo oacutessea primaacuteria sem que seja
necessaacuteria a extensatildeo do uso de fixaccedilatildeo intermaxilar A eliminaccedilatildeo desta ou uso por
periacuteodo miacutenimo geralmente resulta em maior satisfaccedilatildeo para o paciente (Gomes et al
2001 Custoacutedio et al 2007) Nesta modalidade o acesso agrave aacuterea da fractura pode ser
conseguido atraveacutes de abordagem intra-oral ou extra-oral (Mehra e Murad 2008)
As fracturas com grande grau de deslocamento ou fracturas cominutivas
necessitam de uma abordagem extra-oral para correcta reduccedilatildeo e visualizaccedilatildeo ao
colocar as estruturas de fixaccedilatildeo interna Por esta razatildeo e por natildeo haver comunicaccedilatildeo
com o meio intra-oral este meacutetodo apresenta baixo iacutendice de contaminaccedilatildeo A reduccedilatildeo
aberta com abordagem intra-oral pode ser utilizada nos casos de ausecircncia ou ligeiro
deslocamento dos fragmentos pacientes pouco cooperantes ou que necessitam de
restabelecimento imediato da funccedilatildeo mastigatoacuteria (Custoacutedio et al 2007)
24
A utilizaccedilatildeo de meacutetodos de fixaccedilatildeo interna nas fracturas mandibulares parece ser
o meacutetodo de tratamento mais aceitaacutevel (Moreno et al 2000) No entanto
independentemente do meacutetodo utilizado a finalidade baacutesica do tratamento das fracturas
deve ser o restabelecimento da oclusatildeo funcional e a continuidade mandibular
promovendo a restauraccedilatildeo das funccedilotildees mastigatoacuterias do paciente com o miacutenimo de
sequelas possiacutevel (Custoacutedio et al 2007)
5 Medidas preventivas
Perante avaliaccedilatildeo cliacutenica e posterior suspeita de ser um paciente de alto risco de
desenvolvimento de fractura mandibular algumas medidas devem ser ponderadas com
especial atenccedilatildeo Chrcanovic et al apontam mesmo a inadequada avaliaccedilatildeo preacute-
operatoacuteria como um factor de risco ou factor predisponente para o desenvolvimento de
fracturas Portanto este seria o primeiro ponto a ter em conta para um adequado
procedimento ciruacutergico com medidas atenuantes do risco de complicaccedilotildees A
identificaccedilatildeo de dentes que representam elevado risco de complicaccedilotildees relacionadas
com a cirurgia eacute a chave para o desenvolvimento de medidas profilaacutecticas com o
objectivo de evitar fracturas mandibulares Todos os indicadores de risco devem ser
bem analisados
Bodner e colaboradores descreveram algumas medidas preventivas para reduzir
a possibilidade de ocorrecircncia de fracturas mandibulares iatrogeacutenicas Estas incluem os
seguintes passos informar o paciente sobre a existecircncia do risco de fractura e da
importacircncia da sua cooperaccedilatildeo (Libersa et al 2002) a remoccedilatildeo oacutessea quando
necessaacuteria deve ser miacutenima e se possiacutevel efectuar odontossecccedilatildeo reduzindo a aacuterea
oacutessea removida se o dente empactado se encontrar perto do bordo inferior da
mandiacutebula considerar a abordagem extra-oral pacientes devem realizar dieta mole nas
quatro semanas seguintes agrave cirurgia (Wagner et al 2005 Woldenberg et al 2007)
embora Iizuka et al refiram apenas duas semanas e limitar a forccedila mastigatoacuteria durante
dois meses (Libersa et al 2002) o meacutedico dentista deve dar ecircnfase agrave qualidade e
duraccedilatildeo da dieta mole (Perry e Goldberg 2000) informar o paciente sobre os sinais
cliacutenicos e sintomas de uma fractura poacutes-operatoacuteria alertar o paciente para a
possibilidade de ouvir um som tipo estalido que pode indicar a presenccedila de fractura natildeo
sendo no entanto facilmente detectaacutevel radiologicamente com necessidade de
posteriores radiografias (Iizuka et al 1997)
25
Obiechina et al citados por Al-Belasy et al referem que perante as
dificuldades inerentes a esta cirurgia eacute recomendado que esta seja efectuada antes dos
25 anos Aliaacutes de acordo com Libersa et al a remoccedilatildeo profilaacutectica de terceiros molares
antes dos 20 anos de idade pode atenuar o risco de fractura
De acordo com Chrcanovic et al em casos em que a extracccedilatildeo de terceiros
molares inclusos eacute recomendada o risco de desenvolver uma fractura mandibular intra-
operatoacuteria pode ser evitada quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando
existe uma boa visualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada (Al-Belasy et al 2009)
Estes autores referem que o risco de fracturas mandibulares tanto imediatas como
tardias pode ser evitado pelo diagnoacutestico preciso e bem elaborado nos seguintes casos
pacientes com mais de 25 anos de idade principalmente homens pacientes com
bruxismo atletas activos raiacutezes do terceiro molar sobrepostas ou adjacentes ao canal
dentaacuterio inferior visualizadas na panoracircmica pacientes com patologia local ou
sisteacutemica ou sob medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea
26
Conclusatildeo
As taxas de incidecircncia da fractura traumaacutetica mandibular satildeo elevadas
principalmente quando comparadas com as fracturas mandibulares associadas a
exodontias que rondam os 00046 Apesar de rara a possibilidade de ocorrer e os
sinais e sintomas que acarreta devem ser destacados na informaccedilatildeo e esclarecimento ao
paciente A remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos eacute a cirurgia mais associada a estas
fracturas e as indicaccedilotildees quanto agrave sua realizaccedilatildeo ainda satildeo um pouco questionadas
Cada caso deve ser bem avaliado com os meacutetodos cliacutenicos e radiograacuteficos necessaacuterios
Quando eacute decidida a realizaccedilatildeo de extracccedilatildeo a radiografia periapical eacute
considerada um exame de eleiccedilatildeo no entanto a radiografia panoracircmica eacute um bom
substituto e permite utilizar sistemas de classificaccedilatildeo que podem ajudar o dentista na
determinaccedilatildeo do grau de complexidade e dificuldade do procedimento Por outro lado a
tomografia computadorizada (TC) pode ser utilizada em casos muito especiacuteficos com
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos factores predisponentes agrave ocorrecircncia de fractura mandibular
associada agrave exodontia
As fracturas podem ocorrer durante ou apoacutes a cirurgia sendo estas uacuteltimas as
mais frequentes Pacientes com mais de 25 anos geralmente entre os 40 e 50 anos
aparentam ter maior predisposiccedilatildeo provavelmente devido agrave diminuiccedilatildeo da elasticidade
oacutessea e dificuldades na expansatildeo alveolar durante a cirurgia A osteoporose tambeacutem
pode estar relacionada com o enfraquecimento da estrutura oacutessea
As fracturas imediatas estatildeo geralmente associadas a utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos Esta forccedila aplicada numa
mandiacutebula enfraquecida por razotildees preacute-ciruacutergicas aumenta a predisposiccedilatildeo para
fractura A fragilidade mandibular pode ser fisioloacutegica mas pode tambeacutem estar
relacionada com factores locais ou sisteacutemicos como doenccedilas ou medicamentos que
afectam a resistecircncia oacutessea As infecccedilotildees e lesotildees quiacutesticas ou tumorais bem como a
terapia com corticosteroacuteides e a osteoporose satildeo exemplos destes factores Durante o
procedimento deve-se optar pela remoccedilatildeo oacutessea miacutenima e se possiacutevel realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo obtenccedilatildeo de boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e aplicaccedilatildeo de forccedila
guiada e controlada As fracturas mandibulares tardias geralmente estatildeo associadas a um
enfraquecimento da mandiacutebula que surgiu apoacutes a extracccedilatildeo sendo a remoccedilatildeo oacutessea
excessiva um factor relacionado Quanto maior a quantidade de osso removido maior o
defeito oacutesseo criado maior a fragilidade mandibular e consequentemente o risco de
fractura aumenta Deste modo dentes inclusos com grande empactaccedilatildeo e envolvimento
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
iii
Abstract
The extraction of third molars is one of the most frequent procedures in oral
surgery Mandibular fractures associated with this surgery are complications that rarely
occur However there are certain factors that may increase the predisposition to their
development This work is intended to conduct a literature review in order to determine
these possible factors and how to approach this complication before surgery The
fractures associated with mandibular third molar extraction can be intra or postoperative
and usually occur in patients over 25 years old male fully dentate or uncooperative
These characteristics associated with pre-existent or post-surgical mandibular bone
fragility increase the risk The reduction of bone strength may be caused by
physiological atrophy systemic conditions or pathologic processes such as osteoporosis
or the presence of cysts or tumours A very impacted tooth or with a morphology that
requires excessive bone removal also increases the predisposition to fracture These
factors should be evaluated by a thorough clinical and radiological examination and a
careful surgical plan shall be developed including clarifying and informing the patient
The improper use of instruments or the application of excessive force on the bone shall
be avoided As a diagnosis of mandibular fracture the radiographic examination is
essential however the fracture line is not always visible at first On the other hand a
cracking noise reported by the patient usually two weeks after surgery is a fundamental
indicator The dentist shall reduce and stabilize the fracture after proper clinical and
radiological examinations If necessary the patient should be transferred to a
maxillofacial surgeon
Key-words mandibular fractures third molar extraction iatrogenic mandibular
fracture mandibular fractures treatment complications after third molar removal
iv
Iacutendice
Agradecimentos i
Resumo ii
Abstract iii
Iacutendice iv
Introduccedilatildeo 1
1 Fracturas mandibulares 4
11 Taxas de incidecircncia 5
12 Fracturas imediatas vs Fracturas tardias 6
2 Factores predisponentes ou de risco 6
21 Idade 7
22 Geacutenero 8
23 Quantidade de dentes remanescentes 8
24 Grau de empactaccedilatildeo 9
25 Angulaccedilatildeo 10
26 Comprimento das raiacutezes e sua relaccedilatildeo com o canal dentaacuterio inferior 11
27 Volume relativo da mandiacutebula ocupado pelo dente () 11
28 Lesotildees preacute-ciruacutergicas 12
29 Experiecircncia do profissional 13
210 Teacutecnica utilizada 14
211 Tempo decorrido apoacutes a cirurgia 14
212 Parafunccedilotildees 15
213 Lado esquerdo ou direito da mandiacutebula 16
214 Actividade fiacutesica 16
215 Doenccedilas sisteacutemicas e medicaccedilatildeo 16
3 Diagnoacutestico 18
4 Tratamento 21
5 Medidas preventivas 24
Conclusatildeo 26
Bibliografia 28
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory I
Anexo 2 - Classificaccedilatildeo de Winter II
1
Introduccedilatildeo
A fractura mandibular associada a exodontias eacute uma complicaccedilatildeo rara Por outro
lado a remoccedilatildeo dos terceiros molares eacute um dos procedimentos mais comummente
realizado na praacutetica ciruacutergica de Medicina Dentaacuteria Eacute um processo que requer um
planeamento cuidado e o meacutedico dentista deve apresentar-se apto para realizar tal
cirurgia Bodner et al em 2010 analisaram vaacuterios estudos que reportavam casos de
fractura da mandiacutebula relacionada com a extracccedilatildeo dentaacuteria e de acordo com estes
autores a extracccedilatildeo de terceiros molares inferiores eacute a que estaacute mais associada a este
tipo de fractura
Embora a empactaccedilatildeo de terceiros molares possa ser assintomaacutetica a
probabilidade de estes causarem problemas eacute muito alta As complicaccedilotildees preacute-
operatoacuterias podem ser dor desenvolvimento de doenccedila periodontal ou reabsorccedilatildeo
radicular no segundo molar ou sintomas de disfunccedilatildeo da ATM Eacute de referir que as
principais satildeo a formaccedilatildeo de abcesso fractura espontacircnea da mandiacutebula e quistos ou
tumores odontogeacutenicos sendo a complicaccedilatildeo preacute-operatoacuteria mais frequente a
pericoronarite (Chiapasco et al 1993)
A necessidade de extracccedilatildeo dos terceiros molares eacute vista de forma diferente por
parte de cada profissional (Knutsson 1992 Hazelkorn e Macek 1994 Adeyemo
2006) De acordo com Adeyemo a decisatildeo sobre a extracccedilatildeo natildeo deve ser generalizada
mas individualizada e limitada aos dentes com indicaccedilotildees meacutedicas ciruacutergicas e
patoloacutegicas bem definidas (Adeyemo 2006)
Algumas indicaccedilotildees foram estabelecidas numa conferecircncia pela ldquoNational
Institutes of Healthrdquo em 1980 nos Estados Unidos da Ameacuterica e nestas incluem-se os
terceiros molares inclusos associados a pericoronarite recorrente lesatildeo quiacutestica ou de
caacuterie natildeo restauraacutevel ou que causem problemas periodontais no segundo molar No
entanto hoje em dia estas indicaccedilotildees ainda satildeo questionadas (Hazelkorn e Macek 1994
Glosser e Campbell 1999)
Actualmente de acordo com Chrcanovic et al a remoccedilatildeo profilaacutectica dos
terceiros molares eacute justificada com base na hipoacutetese de que os sisos natildeo apresentam
qualquer funccedilatildeo na cavidade oral na diminuiccedilatildeo do risco de desenvolver patologias
(quistos e tumores) associadas ao dente (Glosser e Campbell 1999 Guumlven 2000
Baykul et al 2005) na reduccedilatildeo do risco de fractura traumaacutetica do acircngulo da mandiacutebula
devido agrave presenccedila do dente incluso (Ugboko et al 2000 Hanson et al 2004 Iida et
2
al 2005 Inaoka et al 2009) e no facto da dificuldade da cirurgia aumentar com a
idade do paciente (Baykul et al 2005)
Em casos de grande empactaccedilatildeo nem sempre eacute recomendada a remoccedilatildeo do
dente excepto em casos de patologia ou infecccedilatildeo sendo suficiente um controlo
radiograacutefico (Kwon et al 2006) A maioria dos problemas patoloacutegicos sintomaacuteticos
que resultam de terceiros molares inclusos ocorre devido a dentes parcialmente
erupcionados e menos comummente a empactaccedilotildees oacutesseas completas (Werkmeister et
al 2005)
Contar et al em 2010 concluiacuteram que o risco de complicaccedilotildees na cirurgia de
terceiros molares estaacute sempre presente aumentando proporcionalmente com a
dificuldade desta e por sua vez a dificuldade da cirurgia aumenta proporcionalmente
com a idade do paciente (Baykul et al 2005) Numerosos estudos foram recentemente
realizados no sentido de identificar possiacuteveis factores de risco para as complicaccedilotildees
intra e poacutes-operatoacuterias nas quais se incluem as fracturas mandibulares As
complicaccedilotildees intra-operatoacuterias satildeo aquelas que ocorrem durante o acto ciruacutergico
propriamente dito e as poacutes-operatoacuterias satildeo as que surgem apoacutes este (Brauer 2009)
A prevalecircncia de complicaccedilotildees relacionadas com a remoccedilatildeo dos terceiros
molares situa-se entre os 26 e os 309 Estas variam desde edema e dor ateacute
situaccedilotildees de lesatildeo do nervo fracturas mandibulares ou mesmo casos de infecccedilatildeo que
podem colocar a vida do paciente em risco (Brauer 2009) As complicaccedilotildees mais
comuns associadas agrave extracccedilatildeo de terceiros molares satildeo a alveolite seca infecccedilatildeo lesatildeo
do nervo hemorragia e dor (Iizuka et al 1997 Woldenberg et al 2007) As
complicaccedilotildees raras ou pouco comuns satildeo definidas por Brauer como aquelas que
apresentam uma taxa de incidecircncia inferior a 1 e destas fazem parte as fracturas
mandibulares (Brauer 2009) De acordo com Woldenberg et al as complicaccedilotildees
menos comuns satildeo o trismus severo lesatildeo iatrogeacutenica do segundo molar adjacente e a
fractura mandibular iatrogeacutenica
Citando Bruce et al Al-Belasy e colaboradores referem que na remoccedilatildeo
convencial de terceiros molares 2 a 4 das cirurgias resulta em fractura oacutessea
iatrogeacutenica no entanto satildeo fracturas do processo alveolar ou da parede lingual Por
outro lado na remoccedilatildeo ciruacutergica de terceiros molares empactados geralmente eacute
necessaacuteria grande remoccedilatildeo oacutessea para se ter acesso ao dente (Kwon et al 2006) Nestes
casos a remoccedilatildeo oacutessea pode enfraquecer a mandiacutebula predispondo-a a fractura (Iizuka et
al 1997)
3
Um dente empactado eacute aquele que natildeo consegue erupcionar dentro do tempo
esperado ateacute agrave sua posiccedilatildeo normal na mandiacutebula A empactaccedilatildeo ocorre porque eacute
dificultada pelos dentes adjacentes por um denso revestimento oacutesseo ou por excesso de
tecido mole O termo dente incluso eacute mais abrangente pois inclui tanto os dentes
empactados como os dentes em erupccedilatildeo (Peterson et al 2000)
Embora as taxas de incidecircncia reportadas sejam baixas as fracturas
mandibulares satildeo consideradas como complicaccedilotildees major ou seja que necessitam de
um tratamento posterior e podem desenvolver consequecircncias irreversiacuteveis (Krimmel e
Reinert 2000 Brauer 2009) Por esta razatildeo o meacutedico dentista deve estar preparado
para resolver este tipo de lesatildeo e o paciente deve ser devidamente informado sobre esta
possibilidade De acordo com Perry e Goldberg a praacutetica de cirurgia oral
contemporacircnea e maxilo-facial inclui a obtenccedilatildeo de um consentimento informado Os
pacientes devem receber em termos compreensiacuteveis uma informaccedilatildeo completa a
respeito do diagnoacutestico tratamento e prognoacutestico da sua condiccedilatildeo patoloacutegica por parte
do profissional de sauacutede O paciente deve reconhecer as implicaccedilotildees em caso de recusa
ao tratamento e tambeacutem deve ter conhecimento dos custos e existecircncia de tratamentos
alternativos (Palomer L 2009) Os riscoscomplicaccedilotildees preacute e poacutes operatoacuterios mesmo
os relativamente incomuns devem estar incluiacutedos na discussatildeo riscobenefiacutecio e nas
instruccedilotildees dadas ao paciente Eacute necessaacuterio afirmar que o consentimento deve ser livre
esclarecido renovaacutevel e revogaacutevel (Maluf et al 2007)
Sendo esta uma cirurgia comum eacute importante compreender a natureza das
complicaccedilotildees e conhecer os vaacuterios factores que associados agrave extracccedilatildeo de terceiros
molares contribuem para o desenvolvimento de fracturas mandibulares O uso de forccedila
improacutepria uma empactaccedilatildeo dentaacuteria muito acentuada casos de osteoporose ou outras
desordens metaboacutelicas ou lesotildees como quistos e tumores aumentam a probabilidade
da ocorrecircncia de fractura mandibular A presenccedila de um dente empactado numa
mandiacutebula muito atroacutefica ou uma infecccedilatildeo que envolve os tecidos periodontais
nomeadamente o osso tambeacutem aumentam esta predisposiccedilatildeo
Poucos satildeo os relatos de casos de ocorrecircncia de fracturas mandibulares
associados agrave remoccedilatildeo de terceiros molares no entanto apesar da baixa taxa de
incidecircncia natildeo se deve descartar a possibilidade de surgir uma complicaccedilatildeo como esta
Quando ocorre uma fractura o meacutedico dentista tem que estar preparado saber
reconhecer a lesatildeo com recurso a meios de diagnoacutestico apropriados bem como adoptar
as medidas mais adequadas para soluccedilatildeo do problema
4
1 Fracturas mandibulares
Apesar de ser considerado o osso mais forte e riacutegido da face a mandiacutebula eacute o
osso facial mais comummente fracturado (36-70) e parece ser devido agrave sua
localizaccedilatildeo exposta e proeminente Estas fracturas traumaacuteticas afectam principalmente
pessoas do sexo masculino entre os 16 e os 30 anos de idade (Hanson et al 2004) As
fracturas mandibulares podem classificar-se quanto agrave localizaccedilatildeo anatoacutemica quanto agrave
condiccedilatildeo dos fragmentos oacutesseos (galho verde simples cominutiva e composta) e
podem ser favoraacuteveis ou desfavoraacuteveis consoante a angulaccedilatildeo da fractura e a forccedila de
tracccedilatildeo muscular proximal ou distalmente agrave fractura (Peterson et al 2000) A maior
percentagem de fracturas quanto agrave localizaccedilatildeo encontra-se ao niacutevel do acircngulo cocircndilo e
regiatildeo sinfisaacuteria sendo que estas zonas podem ser consideradas mecanicamente como
pontos fracos (Mitsukawa et al 2004)
De acordo com Ferre e colaboradores citados por Libersa et al as fracturas no
acircngulo da mandiacutebula satildeo frequentes devido a vaacuterias razotildees nomeadamente o facto de
esta ser uma aacuterea de baixa resistecircncia com uma anatomia oacutessea especiacutefica (bordo
superior fino e osso basilar estreito) a sua localizaccedilatildeo que corresponde agrave regiatildeo entre o
ramo e o corpo da mandiacutebula e nalguns casos a presenccedila de terceiros molares inclusos
(Krimmel e Reinert 2000 Libersa et al 2002 Inaoka et al 2009)
De acordo com Rudderman e colaboradores citados por Chrcanovic et al
existem alguns factores que influenciam a localizaccedilatildeo das fracturas mandibulares
incluindo a direcccedilatildeo local e severidade da forccedila e impacto bem como caracteriacutesticas
intriacutensecas do osso Krimmel e Reinert referem que as fracturas mandibulares ocorrem
quando a resistecircncia do osso e as forccedilas exercidas neste natildeo satildeo compatiacuteveis Estes
autores defendem que a diminuiccedilatildeo da resistecircncia oacutessea pode ser causada por atrofia
fisioloacutegica osteoporose processos patoloacutegicos (ie lesotildees quiacutesticas lesotildees malignas
processos inflamatoacuterios) ou pode ser secundaacuteria a uma intervenccedilatildeo ciruacutergica (De Silva
1984) O stress exercido na mandiacutebula pode ser devido a forccedilas traumaacuteticas ou forccedilas
excessivas exercidas durante a extracccedilatildeo dentaacuteria (Krimmel e Reinert 2000)
Apesar da elevada percentagem de fracturas traumaacuteticas da mandiacutebula as
fracturas mandibulares como complicaccedilatildeo associada agrave extracccedilatildeo de terceiros molares
apresentam taxas de incidecircncia baixas (Krimmel e Reinert 2000)
Iizuka et al referem que a fractura mandibular natildeo ocorre apenas devido agrave forccedila
realizada durante a cirurgia mas tambeacutem devido ao enfraquecimento da regiatildeo do
acircngulo da mandiacutebula preacute-existente ou que surgiu apoacutes remoccedilatildeo do dente O tipo de
5
fractura decorrido apoacutes as extracccedilotildees no estudo de Iizuka et al confirma tambeacutem a
existecircncia de um enfraquecimento mecacircnico na regiatildeo preacute-angular da mandiacutebula Isto
porque todas as fracturas decorridas nesta anaacutelise eram fracturas preacute-angulares
Tambeacutem no estudo de Wagner et al de 2005 foram detectadas fracturas preacute-angulares
em 15 dos 17 casos o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo
eixo do dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula Nos restantes dois
casos foram detectadas fracturas angulares com uma linha de fractura paralela agrave
bissectriz do acircngulo mandibular De acordo com estes autores as fracturas na zona preacute
angular tecircm sido descritas como as tiacutepicas da fractura mandibular patoloacutegica associada a
extracccedilatildeo de terceiros molares
11 Taxas de incidecircncia
As fracturas da mandiacutebula apoacutes remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos satildeo
consideradas complicaccedilotildees raras com percentagens entre os 00046 e os 00075
(Woldenberg et al 2007)
Libersa et al em 2002 no seu estudo que abordava 27 casos de fractura
mandibular 17 intraoperatoacuterias e 10 poacutes-operatoacuterias obtiveram 00049 de taxa de
incidecircncia Outros autores Perry e Goldberg em 2000 basearam-se em questionaacuterios
efectuados a 84 cirurgiotildees orais e maxilo-faciais obtendo uma incidecircncia de fracturas
mandibulares tardias de 00046 ou seja 28 fracturas num total de 611 000 molares
empactados removidos
No estudo de Wagner et al de 2005 14 das 17 fracturas analisadas ocorreram
poacutes-operatoriamente Em 2010 na anaacutelise de vaacuterios estudos abordando um total de 189
casos Bodner e colaboradores reportaram 22 de casos de fracturas mandibulares
iatrogeacutenicas intra-operatoacuterias e 78 poacutes-operatoacuterias Neste sentido as fracturas tardias
parecem ser as mais frequentes
Dunstan e Sugar citados por Woldenberg et al referem que a verdadeira
incidecircncia de fracturas mandibulares poacutes-operatoacuterias como resultado da extracccedilatildeo eacute
dificil de estabelecer pois existem casos reportados de fracturas traumaacuteticas poacutes-
operatoacuterias que poderiam ter ocorrido numa mandiacutebula intacta e assim a ocorrecircncia
destas duas situaccedilotildees ser apenas uma coincidecircncia
6
12 Fracturas imediatas vs Fracturas tardias
As fracturas mandibulares podem ocorrer durante ou apoacutes o acto ciruacutergico
sendo consideradas complicaccedilotildees intra-operatoacuterias ou poacutes-operatorias respectivamente
As fracturas intra-operatoacuterias (imediatas) podem ocorrer devido a vaacuterios
factores sendo muitas vezes associadas agrave utilizaccedilatildeo de forccedila excessiva aplicada no osso
ou uso improacuteprio de instrumentos (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000 Libersa
et al 2002 Woldenberg et al 2007 Brauer 2009) O autor Harnisch citado por
Iizuka et al assume que a utilizaccedilatildeo descuidada da alavanca durante a extracccedilatildeo causa
forccedilas excessivas e inapropriadas no osso podendo provocar uma fractura imediata
Este autor refere tambeacutem que a fractura poacutes-operatoacuteria eacute pouco comum na ausecircncia de
infecccedilatildeo ou historial de trauma no entanto e baseando-se no seu estudo defende que a
fractura mandibular espontacircnea tambeacutem pode ocorrer e nestes casos com mais
frequecircncia nas duas semanas apoacutes a cirurgia Estes dados referem que a fractura
mandibular natildeo ocorre apenas devido agrave forccedila realizada durante a cirurgia mas tambeacutem
devido ao enfraquecimento oacutesseo que pode ter surgido apoacutes esta
No estudo de Perry e Goldberg de 2000 a fractura mandibular tardia eacute
considerada como aquela que ocorre a qualquer altura a partir do momento em que o
paciente abandona o consultoacuterio ou sala operatoacuteria sendo consideradas como resultado
indirecto da cirurgia De acordo com Bodner et al cuja anaacutelise abordou vaacuterios estudos
as fracturas poacutes-operatoacuterias ocorrem com mais frequecircncia
2 Factores predisponentes ou de risco
Como qualquer outro acto ciruacutergico podem surgir complicaccedilotildees na extracccedilatildeo
dos terceiros molares ou complicaccedilotildees que advecircm desta algum tempo mais tarde O
tipo de complicaccedilatildeo eacute bastante variaacutevel estando relacionado com muacuteltiplos factores
Neste sentido para os meacutedicos dentistas que realizam extracccedilotildees de terceiros molares
com frequecircncia eacute importante compreender a causa destas complicaccedilotildees
Em 2010 Bodner et al analisaram diversos artigos e relacionaram dados
relativos ao paciente e agrave sua condiccedilatildeo dentaacuteria com o desenvolvimento de fracturas
mandibulares Constataram que antes da exodontia alguns destes factores por
indicarem alto risco de desenvolvimento de fracturas mandibulares devem ser
cuidadosamente avaliados
Chrcanovic et al e Woldenberg et al enumeraram alguns factores de risco ou
factores predisponentes que devem ser analisados Nestes incluem-se magnitude de
7
empactaccedilatildeo tipo de angulaccedilatildeo raiacutezes longas idade do paciente idade e experiecircncia do
cirurgiatildeo presenccedila de quisto ou tumor relacionado com o dente empactado doenccedila
sisteacutemica ou medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea infecccedilotildees preacute-operatoacuterias
no local do dente a ser extraiacutedo avaliaccedilatildeo preacute-operatoacuteria inadequada volume relativo
do dente na mandiacutebula ponto temporal apoacutes a cirurgia infecccedilotildees preacute-operatoacuterias na
regiatildeo do terceiro molar extraiacutedo sexo feminino ou masculino presenccedila de
parafunccedilotildees pacientes praticantes de desporto e teacutecnica ciruacutergica
Woldenberg et al tambeacutem enfatizam o facto de ser possiacutevel reduzir o risco desta
complicaccedilatildeo adoptando medidas preventivas e Perry e Goldberg mencionam tambeacutem a
importacircncia do cumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias nomeadamente a
manutenccedilatildeo de uma dieta mole apoacutes a cirurgia
De acordo com os autores atraacutes mencionados a ocorrecircncia de fracturas
mandibulares eacute multifactorial (Al-Belasy et al 2009 Woldenberg et al 2007 Iisuka et
al 1997 Krimmel e Reinert 2000) estando relacionada com um conjunto de possiacuteveis
factores de risco Estes aparentam ter impacto na possibilidade de desenvolver este tipo
de complicaccedilatildeo
21 Idade
A idade do paciente eacute um dado importante uma vez que as fracturas
mandibulares geralmente sucedem em pacientes mais velhos O pico de incidecircncia
ocorre em indiviacuteduos com mais de 25 anos nomeadamente pacientes que rondam os 40
e os 50 anos de idade (Krimmel e Reinert 2000 Perry e Goldberg 2000 Libersa et al
2002 Wagner et al 2005) Esta relaccedilatildeo pode justificar-se pelo facto deste tipo de
fracturas ocorrer quando o osso natildeo eacute forte o suficiente para resistir a determinadas
forccedilas que actuam sobre ele O enfraquecimento da mandiacutebula como resultado da
diminuiccedilatildeo da elasticidade oacutessea que ocorre ao longo da vida pode ser a causa da
elevada taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares em pacientes mais velhos (Iizuka
et al 1997 Woldenberg et al 2007 Bodner et al 2010)
Krimmel e Reinert com base na anaacutelise de 6 casos de fractura mandibular
obtiveram uma meacutedia de idade de 45 anos Justificaram este valor referindo que nesta
idade se inicia uma desmineralizaccedilatildeo oacutessea secundaacuteria agrave osteoporose enfraquecendo o
sistema esqueleacutetico e simultaneamente intensificando o estreitamento do ligamento
periodontal Portanto comparativamente com os pacientes mais jovens os dentes
8
empactados necessitam de ser mais libertos do osso envolvente necessitando maior
ostectomia
A anquilose de dentes empactados nestes pacientes tambeacutem pode complicar a
extracccedilatildeo e enfraquecer a mandiacutebula devido agrave necessidade de efectuar maior remoccedilatildeo
oacutessea Deste modo perante este tipo de situaccedilatildeo eacute extremamente recomendado efectuar
odontossecccedilatildeo para facilitar a extracccedilatildeo do dente anquilosado e evitar futuras
complicaccedilotildees (Krimmel e Reinert 2000 Wagner et al 2005 Bodner et al 2010)
A elevada taxa de incidecircncia de fracturas em indiviacuteduos mais velhos devido agrave
diminuiccedilatildeo da elasticidade oacutessea e presenccedila de osteoporose estaacute de acordo com os
estudos que referem percentagens elevadas de complicaccedilotildees intra e poacutes-operatoacuterias na
remoccedilatildeo de terceiros molares empactados em pacientes numa faixa etaacuteria mais
avanccedilada Perante esta evidecircncia torna-se importante avaliar cada caso cuidadosamente
ou seja ter em conta a idade avanccedilada do indiviacuteduo e ponderar sobre a necessidade de
extracccedilatildeo ou natildeo dos dentes empactados nestes pacientes (Iizuka et al 1997)
22 Geacutenero
O facto de o paciente ser do sexo masculino ou feminino tambeacutem eacute um factor a
ter em conta pois aparenta ter especial importacircncia nas fracturas mandibulares poacutes-
operatoacuterias (Libersa et al 2002) Os homens mostram niacuteveis significativamente mais
elevados de forccedila mastigatoacuteria quando comparados com as mulheres (Miyaura et al
1999) Ao mastigar a forccedila requerida para quebrar os alimentos antes de os deglutir
pode causar forccedilas de stress consideraacuteveis nos ossos que estatildeo enfraquecidos pela
cirurgia e ainda natildeo recuperaram ou calcificaram (Perry e Goldberg 2000)
Deste modo devido agrave maior forccedila exercida no osso os homens apresentam
maior probabilidade de desenvolver fracturas mandibulares poacutes-operatoacuterias (Libersa et
al 2002 Brauer 2009)
23 Quantidade de dentes remanescentes
De acordo com Bodner et al as percentagens mais elevadas de fracturas
mandibulares ocorrem em pacientes parcialmente dentados ou totalmente dentados em
oposiccedilatildeo aos desdentados independentemente do sexo Tal como acontece nos
pacientes do sexo masculino discutido anteriormente indiviacuteduos com uma denticcedilatildeo
mais completa tambeacutem vatildeo exercer maiores forccedilas mastigatoacuterias Deste modo as forccedilas
exercidas na mandiacutebula durante a mastigaccedilatildeo apoacutes remoccedilatildeo de dentes inclusos causam
9
maior stress Assim pacientes com menos ausecircncias dentaacuterias apresentam maior risco
de desenvolvimento de fracturas mandibulares posteriormente agrave extracccedilatildeo
No estudo de Krimmel e Reinert independentemenre da idade todos os
pacientes que sofreram fracturas mandibulares apresentavam denticcedilatildeo completa Este
resultado parece estar relacionado com a aplicaccedilatildeo de forccedilas oclusais maacuteximas
posteriormente ao iniacutecio da cicatrizaccedilatildeo e reduccedilatildeo da dor e edema Consequentemente
cinco dos seis pacientes reportaram ouvir um estalido enquanto mastigavam dias apoacutes a
cirurgia
24 Grau de empactaccedilatildeo
Bodner e colaboradores referem que dentes totalmente empactados em osso
apresentam maior incidecircncia de fracturas mandibulares presumivelmente devido agrave
quantidade de osso que eacute necessaacuteria remover durante o acto ciruacutergico para a sua
extracccedilatildeo pois geralmente ocupam um maior volume de osso mandibular (Perry e
Goldberg 2000 Libersa et al 2002) No estudo de Libersa et al em 27 casos de
fractura mandibular 22 estavam completamente envolvidos por osso e 5 eram casos de
empactaccedilatildeo parcial
No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo na anaacutelise de Bodner et al a
quantidade de fracturas mandibulares associadas a dentes totalmente empactados foi o
dobro das fracturas em mandiacutebulas que continham dentes parcialmente empactados O
resultado apoacutes a extracccedilatildeo eacute a criaccedilatildeo de uma estrutura oacutessea ou parede cortical fina e
fraca criando uma mandiacutebula mais fraacutegil com possibilidades de sofrer fractura poacutes-
operatoacuteria (Perry e Goldberg 2000)
Na anaacutelise dos 6 casos de fractura mandibular por Krimmel e Reinert os dentes
foram classificados de acordo com o sistema de Pell amp Gregory (Anexo 1) Assim
apenas um molar se encontrava na classe I os restantes cinco em classe II e nenhum
dente foi categorizado com classe III A empactaccedilatildeo vertical era de classe B em dois
casos e classe C nos restantes quatro casos De acordo com estes resultados os autores
concluiacuteram que a posiccedilatildeo antero-posterior do terceiro molar parece natildeo ter influecircncia na
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular No entanto quanto maior a empactaccedilatildeo em
termos verticais maior a probabilidade da fractura ocorrer
Iizuka et al em 1997 analisaram as radiografias panoracircmicas de todos os
pacientes envolvidos nas fracturas mandibulares ocorridas no estudo Determinaram o
10
grau de empactaccedilatildeo e a posiccedilatildeo do terceiro molar de acordo com o sistema Pell amp
Gregory (Anexo 1) a angulaccedilatildeo do dente e tambeacutem o grau de dificuldade
O grau de dificuldade era atribuiacutedo por pontos consoante as classes do sistema
Pell amp Gregory em que o dente se encontrava e tambeacutem a sua angulaccedilatildeo um ponto para
classificaccedilotildees A I e mesioangulaccedilatildeo dois pontos para classes B II e posiccedilatildeo horizontal
trecircs pontos para classes C III e posiccedilatildeo vertical e ainda quatro pontos para dentes
distoangulados Neste sentido a classificaccedilatildeo maacutexima que poderia ser obtida era de 10
pontos correspondendo a um grau de dificuldade maacuteximo Os resultados obtidos
variaram de 5 a 9 pontos natildeo se verificando caracteriacutesticas predispodentes relevantes
No entanto como esta classificaccedilatildeo se baseou em trecircs paracircmetros os autores justificam
este resultado com base nas variaccedilotildees de angulaccedilatildeo encontradas no estudo Excluindo
este dado todos os casos excepto um se encontravam nas classes BC e IIIII Neste
sentido a remoccedilatildeo de dentes definidos nas classes BC e IIIII eacute considerada difiacutecil e
com predisposiccedilatildeo para fractura (Iizuka et al 1997)
25 Angulaccedilatildeo
De acordo com Xavier et al e com base na classificaccedilatildeo de Winter (Anexo 2) a
posiccedilatildeo dos terceiros molares inferiores mais frequentemente observada eacute a vertical e a
mesioangular (Vasconcellos et al 2002 Inaoka et al 2009 Santos e Quesada 2009)
Os dentes inclusos distoangulados satildeo considerados normalmente como os mais
difiacuteceis de extrair e que requerem maior remoccedilatildeo oacutessea Tambeacutem jaacute foi descrito que
uma posiccedilatildeo distoangular estaacute associada a uma posiccedilatildeo mais lingual sendo assim esta
parede cortical encontra-se bastante fina Neste sentido ao realizar uma abordagem ao
niacutevel da parede cortical vestibular coloca uma maior predisposiccedilatildeo para a ocorrecircncia de
fractura mandibular nestes casos de angulaccedilatildeo devido ao defeito oacutesseo criado (Iizuka et
al 1997 Chrcanovic et al 2010)
Iizuka e colaboradores definiram quatro grupos de dentes consoante o acircngulo
formado entre o eixo vertical do dente e o plano oclusal Para determinar a angulaccedilatildeo
dos terceiros molares foram efectuados quatro grupos dentes verticais quando o acircngulo
se encontra entre 80ordm e 100ordm mesioangular quando acircngulo estaacute entre 10ordm e 80ordm
distoangular quando o acircngulo eacute maior que 100ordm e horizontal quando o acircngulo se
encontra entre 350ordm e 10ordm Nos pacientes sem dentes mesialmente ao terceiro molar foi
desenhado um plano oclusal arbitraacuterio para definir a angulaccedilatildeo deste No estudo
depararam-se com cinco dentes mesioangulados um horizontal quatro distoangulados e
11
trecircs verticais Embora estes autores concordem com o que foi citado anteriormente
baseando-se na sua anaacutelise natildeo encontraram qualquer associaccedilatildeo entre o tipo de
angulaccedilatildeo e a predisposiccedilao para fractura mandibular
26 Comprimento das raiacutezes e sua relaccedilatildeo com o canal dentaacuterio inferior
O mecanismo pelo qual os terceiros molares com raiacutezes longas foram
relacionados com o aumento de risco de ocorrecircncia de fracturas angulares deve-se ao
espaccedilo oacutesseo que este ocupa na mandiacutebula Hanson et al suportando esta hipoacutetese
referem que as fracturas mandibulares podem ocorrer apoacutes remoccedilatildeo do terceiro molar
com raiacutezes muito compridas pois o acircngulo mandibular torna-se uma regiatildeo
enfraquecida
Nos casos de fractura analisados por Iizuka et al as raiacutezes dos dentes estavam
sobrepostas ao canal dentaacuterio inferior em 10 casos ou seja 77 dos casos Nos trecircs
casos restantes as raiacutezes estavam adjacentes ao canal Em nenhuma situaccedilatildeo foi
verificado radiograficamente um afastamento das raiacutezes em relaccedilatildeo ao canal Estes
autores concluiacuteram que raiacutezes sobrepostas ou adjacentes ao canal dentaacuterio inferior numa
radiografia panoracircmica representam paracircmetros importantes para a predisposiccedilatildeo para
fractura mandibular
27 Volume relativo da mandiacutebula ocupado pelo dente ()
Woldenberg et al consideram a porccedilatildeo relativa de volume ocupada pelo dente
na mandiacutebula um factor importante a ter em conta Este raacutecio pode ser determinado
atraveacutes de exames complementares antes de efectuar a extracccedilatildeo como a tomografia
computadorizada (TC) atraveacutes da reconstruccedilatildeo e visualizaccedilatildeo do dente e osso no
sentido vestibulo-lingual
Se esta relaccedilatildeo de volume relativo ocupado pelo dente for igual ou superior a
50 o risco de fractura eacute alto e recomenda-se especial cuidado durante a cirurgia
(Woldenberg et al 2007)
Iisuka e colaboradores obtiveram na sua anaacutelise radiograacutefica dos casos de
fractura mandibular ocorridos um raacutecio que variava entre 44 a 84 E Wagner et al
em 2005 obtiveram um raacutecio meacutedio de 62plusmn4 sendo considerado um valor
desfavoraacutevel Em ambos os estudos foram utilizadas radiografias panoracircmicas para
adquirir a percentagem de aacuterea que o dente ocupa no osso Na anaacutelise de Iizuka et al o
12
espaccedilo que os terceiros molares ocupam no osso foi avaliado com base na altura
mandibular
28 Lesotildees preacute-ciruacutergicas
Para aleacutem da quantidade diminuiacuteda de osso remanescente apoacutes uma cirurgia de
terceiros molares existem tambeacutem outros factores que provocam fragilidade
mandibular como eacute o caso de alteraccedilotildees patoloacutegicas no osso secundaacuterias a um quisto
ou tumor abrangente Iizuka et al no seu estudo referem que mesmo pequenas
alteraccedilotildees como uma pericoronarite ou um foliacuteculo aumentado podem enfraquecer a
mandiacutebula (Iizuka et al 1997)
Apesar de nas indicaccedilotildees para remoccedilatildeo dos sisos estar incluiacuteda a possibilidade
de desenvolver quistos ou tumores associados a estes dentes Adeyemo refere que a
incidecircncia destas patologias em terceiros molares inclusos eacute baixa Citados no estudo de
Chrcanovic et al Bruce et al reportaram uma incidecircncia de 62 sendo esta
percentagem superior em pacientes mais velhos com uma meacutedia de idade de 465 anos
No mesmo artigo de acordo com Girod et al quanto mais tempo a empactaccedilatildeo
persistir maior o risco de desenvolver quistos ou tumores
Na anaacutelise de 2010 por Bodner et al cerca de 27 dos pacientes tinham
historial de infecccedilotildees preacute-ciruacutergicas na zona do dente a extrair Portanto pressupocircs-se
uma associaccedilatildeo entre lesotildees oacutesseas preacute-existentes associadas ao dente em questatildeo com a
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular As infecccedilotildees relatadas foram a doenccedila
periodontal quistos ou pericoronarites recorrentes capazes de criar defeitos que
enfraquecem a mandiacutebula (Woldenberg et al 2007) Estas lesotildees satildeo frequentemente
encontradas em pacientes com mais de 40 anos de idade (Lysell e Rohlin 1988)
Na anaacutelise de Perry e Goldberg de 2000 tambeacutem incluiacuteda no estudo de Bodner
et al a severidade e a duraccedilatildeo das infecccedilotildees natildeo foram obtidas no entanto referem que
uma infecccedilatildeo croacutenica e profunda provoca descalcificaccedilatildeo e destruiccedilatildeo oacutessea
contribuindo para a probabilidade de desenvolvimento de fracturas tanto imediatas
como tardias
Geralmente as infecccedilotildees nos jovens surgem quando uma pequena parte da coroa
erupciona e por isso nos pacientes mais velhos as infecccedilotildees associadas agrave empactaccedilatildeo
do terceiro molar satildeo diferentes pois o dente muitas vezes estaacute totalmente envolvido
por osso Assim a reabsorccedilatildeo oacutessea eacute geralmente a causa destas infecccedilotildees De acordo
com Osaki a periodontite presente nos segundos molares tambeacutem pode ser a causa de
13
infecccedilatildeo associada aos terceiros molares Nestes casos o osso alveolar entre o dente
empactado e o segundo molar eacute frequentemente destruiacutedo pela periodontite croacutenica
(Osaki et al 1995) Os resultados obtidos por estes autores sugerem que os dentes
inclusos em pacientes de idade avanccedilada com reabsorccedilatildeo oacutessea fisioloacutegica em torno da
coroa associada agrave irritaccedilatildeo causada pelas proacuteteses dentaacuterias e estando em relaccedilatildeo com
um ligamento periodontal bastante alargado do dente adjacente tecircm maior tendecircncia
para desenvolver infecccedilotildees
De acordo com Indresano et al e Leone et al citados por Chrcanovic et al a
formaccedilatildeo de abcessos profundos nos molares inferiores estaacute mais associada aos dentes
parcialmente empactados Isto deve-se ao facto de existir um risco aumentado de
pericoronarites agudas em dentes erupcionados verticalmente posicionados ao niacutevel ou
acima do plano oclusal e que se encontram parcialmente cobertos por tecidos moles ou
duros Werkmeister et al confirmam os dados anteriores considerando a existecircncia de
maior risco para densenvolver infecccedilotildees nos terceiros molares parcialmente
empactados As citaccedilotildees anteriores em conjunto com a presenccedila de osso remanescente
reduzida ao niacutevel do acircngulo mandibular pressupotildee um risco elevado de fractura
mandibular em cirurgias nestes casos (Fuselier et al 2002)
29 Experiecircncia do profissional
Pode pensar-se que a fractura mandibular bem como qualquer outra
complicaccedilatildeo decorrente do acto ciruacutergico possa estar relacionada com a utilizaccedilatildeo de
teacutecnicas incorrectas ou com a experiecircncia do meacutedico dentista
Woldenberg et al em 2007 referiram que as fracturas imediatas que ocorrem
principalmente por utilizaccedilatildeo improacutepria dos instrumentos ou forccedila excessiva ocorrem
com maior probabilidade quando as cirurgias satildeo realizadas por profissionais mais
novos ou menos experientes como acontece no caso reportado neste estudo
No entanto nos artigos analisados por Bodner et al as operaccedilotildees foram
realizadas por meacutedicos dentistas generalistas especialistas e cirurgiotildees maxilo-faciais e
nenhuma diferenccedila significativa foi encontrada em relaccedilatildeo agraves taxas de incidecircncia De
acordo com estes autores eacute difiacutecil estabelecer uma relaccedilatildeo entre a experiecircncia do
meacutedico e o desenvolvimento de complicaccedilotildees uma vez que eacute necessaacuterio ter em conta
outros factores que podem dificultar a extracccedilatildeo e condicionar o resultado do acto
ciruacutergico bem como o periacuteodo poacutes-operatoacuterio No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo
14
no de Bodner et al apenas 4 das 28 fracturas ocorreram em pacientes abordados por
dentistas com experiecircncia igual ou inferior a 5 anos
210 Teacutecnica utilizada
A teacutecnica ciruacutergica para extracccedilatildeo de terceiros molares poderaacute afectar o
desenrolar do procedimento ciruacutergico bem como condicionar o desenvolvimento de
futuros problemas Caso seja aconselhaacutevel a abordagem com realizaccedilatildeo de retalho
como eacute o caso de dentes inclusos com lesatildeo periapical extensa dentes isolados na
mandiacutebula de pacientes idosos dentes com alteraccedilatildeo anatoacutemica das raiacutezes ou presenccedila
de corticais oacutesseas riacutegidas existem vaacuterias teacutecnicas que podem ser utilizadas tais como a
abordagem vestibular lingual ou mesmo um acesso extra-oral em casos de empactaccedilatildeo
muito proacutexima do bordo inferior da mandiacutebula (Bodner et al 2010) No entanto a
ostectomia vestibular eacute a mais frequentemente utilizada (Juacutenior et al 2006)
As fracturas intra-operatoacuterias podem ocorrer devido agrave utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos (Iizuka et al 1997
Krimmel e Reinert 2000 Libersa et al 2002 Woldenberg et al 2007) Este risco
pode ser diminuiacutedo quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando existe uma
boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada Adicionalmente
devem adoptar-se medidas conservadoras de remoccedilatildeo oacutessea bem como a realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo quando necessaacuterio (Al-Belasy et al 2009)
A classificaccedilatildeo dos terceiros molares de acordo com a sua posiccedilatildeo tem a
finalidade de auxiliar o planeamento ciruacutergico pois de certa forma determina a
complexidade do caso Juacutenior e colaboradores referem que quanto maior o grau de
inclusatildeo dentaacuteria maior a necessidade de emprego de uma teacutecnica ciruacutergica mais
invasiva Portanto uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e radiograacutefica do caso eacute muito importante para
a determinaccedilatildeo da teacutecnica ciruacutergica mais apropriada
211 Tempo decorrido apoacutes a cirurgia
Como foi referenciado anteriormente as fracturas mandibulares podem ocorrer
durante o acto cliacutenico (imediatas) ou apoacutes a cirurgia (tardias)
Bodner et al referiram em 2010 com base nos artigos estudados que o tempo
decorrido entre a extracccedilatildeo do dente e o diagnoacutestico da fractura se encontrava entre uma
a cinco semanas reportando que 86 dos casos de fractura ocorreram entre a primeira e
a terceira semana apoacutes cirurgia com maior taxa de incidecircncia na segunda e na terceira
15
semana Brauer apoia este facto referindo que a maioria das fracturas poacutes-operatoacuterias
ocorre durante a mastigaccedilatildeo entre o 13ordm e 21ordm dia apoacutes a cirurgia (Libersa et al 2002)
Estes factos podem ser explicados com base nos processos histoloacutegicos uma vez
que este periacuteodo de tempo corresponde a processos de cicatrizaccedilatildeo nomeadamente a
substituiccedilatildeo de tecido de granulaccedilatildeo por tecido conjuntivo no alveacuteolo e dois terccedilos do
alveacuteolo ainda natildeo estatildeo formados por osteoacuteide ou osso ateacute ao 38ordm dia (Amler et al
1960 Amler et al 1977 Libersa et al 2002) Para aleacutem disso no final da segunda
semana a dor desapareceu os pacientes jaacute se sentem melhor e capazes de mastigar
normalmente podendo causar forccedilas muito elevadas numa mandiacutebula enfraquecida
(Libersa et al 2002) Bodner et al explicam a elevada percentagem de fracturas poacutes-
operatoacuterias e o periacuteodo em que ocorrem como o resultado de forccedilas mastigatoacuterias
excessivas ou pequenos traumas sofridos por uma mandiacutebula enfraquecida
No estudo de Perry e Goldberg 18 das 28 fracturas ocorridas surgiram durante a
mastigaccedilatildeo A forccedila mastigatoacuteria requerida para quebrar os alimentos pode produzir
forccedilas de stress consideraacuteveis numa mandiacutebula enfraquecida apoacutes cirurgia natildeo se
encontrando completamente reconstruiacuteda e calcificada Nos casos relatados todos os
pacientes receberam as mesmas instruccedilotildees sobre a dieta a efectuar no entanto perante
os resultados os autores defendem que talvez natildeo tenha sido dado ecircnfase suficiente em
relaccedilatildeo agrave qualidade e duraccedilatildeo da dieta mole Tambeacutem propotildeem a falta de cooperaccedilatildeo
por parte do paciente em cumprir as instruccedilotildees fornecidas pelo meacutedico como uma
possiacutevel causa
Por oposiccedilatildeo Al-Belasy e seus colaboradores concluiacuteram que em pacientes
totalmente dentados ou com uma ou duas ausecircncias com idades superiores a 25 anos e
sem atrofia oacutessea ou doenccedilas sisteacutemicas a mastigaccedilatildeo parece natildeo afectar a possibilidade
de ocorrecircncia de fracturas mandibulares tardias apoacutes remoccedilatildeo ciruacutergica de terceiros
molares empactados sem lesotildees associadas
212 Parafunccedilotildees
Eacute compreensiacutevel que pacientes com parafunccedilotildees como o bruxismo o
apertamento dentaacuterio (ldquoclenchingrdquo) e hipertrofia dos muacutesculos masseacuteteres apresentem
maior predisposiccedilatildeo para as fracturas mandibulares apoacutes cirurgia de terceiros molares
quando a mandiacutebula se encontra enfraquecida Kraszewski et al citados por
Chrcanovic et al apontam como possiacutevel justificaccedilatildeo o facto de estas patologias
afectarem a forccedila de mastigaccedilatildeo
16
No entanto no estudo de Al-Belasy et al fizeram parte sete pacientes com
hipertrofia masseteacuterica e 11 pacientes que realizavam apertamento dentaacuterio eou
bruxismo e em nenhum destes pacientes ocorreu fractura mandibular apoacutes a extracccedilatildeo
213 Lado esquerdo ou direito da mandiacutebula
Apesar de Wagner et al terem verificado uma distribuiccedilatildeo desequilibrada de
fracturas mandibulares entre o lado esquerdo e o direito da mandiacutebula pois 70 dos
casos ocorreram no lado esquerdo Bodner se seus colaboradores apoacutes anaacutelise de vaacuterios
artigos chegaram a outras conclusotildees Nos casos onde era feita referecircncia ao lado da
mandiacutebula em que foi efectuada a extracccedilatildeo verificaram que natildeo existe relaccedilatildeo
significativa entre o lado da mandiacutebula abordado e a ocorrecircncia de fractura 48 dos
casos foram afectados no lado direito e 52 no lado esquerdo Os resultados de Wagner
et al podem ser explicados pelo facto de o profissional estando na posiccedilatildeo normal de
trabalho ter melhor visualizaccedilatildeo e melhor controlo da forccedila aplicada no lado direito
comparativamente ao lado esquerdo (Woldenberg et al 2007) resultando numa
ostectomia menos extensa (Wagner et al 2005)
214 Actividade fiacutesica
As lesotildees maxilo-faciais representam um risco elevado em praticantes de
desporto e as fracturas satildeo uma sequela bastante comum No final da segunda semana
apoacutes cirurgia dos terceiros molares os pacientes normalmente jaacute se sentem bem devido
ao desaparecimento da dor poacutes-operatoacuteria (Libersa et al 2002) Esta diminuccedilatildeo do
desconforto daacute uma falsa sensaccedilatildeo de seguranccedila que pode levar os pacientes que satildeo
atletas activos a voltarem a praticar deporto intenso aumentando o risco de fractura
mandibular tardia na regiatildeo do acircngulo mandibular fragilizada pela cirurgia O risco de
fracturas maxilo-faciais relacionadas com desporto eacute consideravelmente mais elevado
em desportos de contacto por apresentarem bastante popularidade e por falta de
protecccedilatildeo facial (Chrcanovic et al 2010)
215 Doenccedilas sisteacutemicas e medicaccedilatildeo
Krimmel e Reinert defendem que as fracturas mandibulares ocorrem quando a
resistecircncia do osso e as forccedilas exercidas neste natildeo satildeo compatiacuteveis Muitos pacientes
sujeitos a procedimentos ciruacutergicos estatildeo condicionados a terapia medicamentosa e a
doenccedilas sisteacutemicas que podem afectar a resistecircncia oacutessea
17
De acordo com Kirwan citado por Chrcanovic um destes exemplos eacute a terapia
com corticosteroides utilizada no tratamento de algumas doenccedilas como a artrite
reumatoacuteide e doenccedilas relacionadas como a asma brocircnquica neurodermite e por vezes
apoacutes transplante de oacutergatildeos em dosagens mais elevadas Alguns autores como Adachi e
Weinstein referem que um dos efeitos secundaacuterios desta terapia eacute a raacutepida perda de
osso e o aumento de risco de fractura oacutessea sendo este risco duas vezes superior
comparativamente a pessoas sem qualquer terapia e eacute mais elevado apoacutes exposiccedilatildeo
prolongada a estes medicamentos
A osteoporose eacute uma condiccedilatildeo que afecta grandemente a resistecircncia do osso e
pode justificar o aumento da taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares com o
aumento da idade (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000) Eacute comum em
pacientes do sexo feminino pois a diminuiccedilatildeo de estrogeacutenios no periacuteodo poacutes-
menopausa aumenta o ritmo de perda oacutessea Poreacutem tambeacutem pode ocorrer nos homens
estando relacionada com mecanismos ligados essencialmente ao envelhecimento como
a deficiecircncia de vitamina D a absorccedilatildeo diminuiacuteda de caacutelcio e aumento dos niacuteveis de
hormona paratiroideia (PTH) (Yazbek e Neto 2008) Nos homens a testosterona
funciona da mesma forma que os estrogeacutenios na mulher sendo que pacientes com
hipogonadismo tambeacutem experienciam perdas oacutesseas aceleradas (Chrcanovic et al
2010) O osso apresenta composiccedilatildeo normal mas fica diminuiacutedo em quantidade e esta
diminuiccedilatildeo da massa oacutessea frequentemente resulta em fracturas das veacutertebras anca e
antebraccedilo (Do Lee et al 2005) De acordo com Law e Klemetti citados por Do Lee a
osteoporose pode resultar em diminuiccedilatildeo da massa oacutessea da mandiacutebula bem como
provocar alteraccedilotildees na estrutura deste osso especialmente do bordo inferior No mesmo
artigo satildeo citados alguns autores como Shrout e Kashima que referem existir uma
ligaccedilatildeo entre a osteoporose e alteraccedilotildees radiograacuteficas verificadas no padratildeo trabecular
da mandiacutebula
Existem outras patologias que tambeacutem diminuem a forccedila oacutessea como a doenccedila
gastrointestinal pois diminui a absorccedilatildeo de vitamina D De acordo com Ebeling citado
por Chrcanovic a osteoporose nos homens pode estar relacionada com algumas
condiccedilotildees como a hipercalceacutemia nefrolitiacutease terapia com anticonvulsivantes
tirotoxicose doenccedila renal e do fiacutegado mieloma muacuteltiplo ou mastocitose sisteacutemica
Bechtold e Felin citados na anaacutelise de Chrcanovic e colaboradores mencionam
a artrite idiopaacutetica juvenil como a doenccedila reumaacutetica mais comum na aacuterea da pediatria
18
Alguns estudos demonstraram a existecircncia de deficiecircncias significativas da densidade
volumeacutetrica trabecular no osso mineral e massa oacutessea cortical nestes pacientes
Os pacientes com doenccedila renal croacutenica padecem de vaacuterios distuacuterbios no
metabolismo do foacutesforo caacutelcio e ossos Estas alteraccedilotildees devem-se a factores que
contribuem para o aumento da reabsorccedilatildeo oacutessea como a diminuiccedilatildeo da absorccedilatildeo de
caacutelcio pelo intestino excessiva produccedilatildeo de PTH e alteraccedilotildees no metabolismo da
vitamina D (McPhee 2007) De acordo com Chrcanovic et al os ossos satildeo mais
gravemente afectados em casos de doenccedila renal croacutenica do que em casos saudaacuteveis
onde apenas satildeo afectados pelas consequecircncias da idade avanccedilada
A massa oacutessea eacute uma caracteriacutestica principalmente determinada geneticamente
no entanto tambeacutem eacute alterada sob a influecircncia do ambiente Indiviacuteduos com muita
massa muscular e que praticam actividade fiacutesica apresentam maior massa oacutessea do que
por exemplo pacientes fumadores ou com problemas de alcoolismo (Chrcanovic et al
2010) Estas duas uacuteltimas condiccedilotildees satildeo tambeacutem consideradas factores de risco para a
osteoporose (McPhee 2007)
3 Diagnoacutestico
31 Preacute-Ciruacutergico
Uma vez indicada a extracccedilatildeo de dentes inclusos eacute fundamental a realizaccedilatildeo de
um planeamento ciruacutergico baseado em exames cliacutenicos e radioloacutegicos Atraveacutes do
exame cliacutenico obtecircm-se dados especiacuteficos da sauacutede geral do paciente histoacuteria meacutedica e
dentaacuteria e o niacutevel de complexidade e dificuldade operatoacuteria pode ser analisado no
exame radiograacutefico Deste modo o dentista consegue prevenir possiacuteveis acidentes
durante a cirurgia ou no periacuteodo poacutes-operatoacuterio muitas vezes relacionados com a
posiccedilatildeo e localizaccedilatildeo do dente incluso (Juacutenior et al 2006)
As classificaccedilotildees dos dentes inclusos satildeo feitas a partir da anaacutelise radiograacutefica e
com cuidadosa classificaccedilatildeo o dentista pode abordar a cirurgia de forma ordenada e
prever se alguma abordagem ciruacutergica fora do comum precisaraacute ser adoptada (Juacutenior et
al 2006 Xavier et al 2010) Para a maioria dos casos a radiografia periapical eacute a
radiografia de eleiccedilatildeo pois fornece informaccedilatildeo mais detalhada Por outro lado a
ortopantomografia mostra uma imagem mais exacta da anatomia da regiatildeo e pode ser
usada como substituto apropriado (Xavier et al 2010) Aliaacutes na grande maioria satildeo
19
estas as radiografias utilizadas pois eacute possiacutevel visualizar correctamente o longo eixo do
segundo molar o ramo ascendente da mandiacutebula e o niacutevel oacutesseo que satildeo utilizados
como paracircmetros (Juacutenior et al 2006)
Os sistemas de classificaccedilatildeo permitem avaliar a dificuldade da cirurgia e nestes
incluem-se a angulaccedilatildeo (classificaccedilatildeo de Winter ndash Anexo 2) relaccedilatildeo com o bordo
anterior do ramo ascendente (Sistema de Pell amp Gregory I II e III ndash Anexo 1) e relaccedilatildeo
com o plano oclusal (Sistema de Pell amp Gregory A B e C ndash Anexo 1) Outros factores a
ter em conta na anaacutelise radiograacutefica fazem parte de alguns factores predisponentes jaacute
abordados como eacute o caso da morfologia radicular e relaccedilatildeo das raiacutezes com o canal
dentaacuterio inferior a densidade oacutessea que eacute mais elevado em pacientes com mais de 35
anos diminuindo a flexidade e capacidade de expansatildeo do osso e a natureza do tecido
envolvente pois o tipo de empactaccedilatildeo pode ser por tecido mole oacutesseo parcial ou oacutesseo
total (Peterson et al 2000)
A tomografia computadorizada (TC) tem-se tornado muito uacutetil em certas
situaccedilotildees como na avaliaccedilatildeo da proximidade dos dentes inclusos a estruturas
anatoacutemicas na avaliaccedilatildeo da profundidade de empactaccedilatildeo e espessura das paredes
corticais inclinaccedilatildeo vestibulo-lingual e morfologia da coroa e raiacutezes do dente
empactado (Bodner et al 1994)
Como as fracturas mandibulares associadas agrave cirurgia satildeo raras natildeo se justifica
usar a TC como exame complementar preacute-ciruacutergico No entanto em casos especiacuteficos
apoacutes avaliaccedilatildeo criteriosa dos factores predisponentes que aparentam ter um elevado
risco de desenvolvimento de fractura mandibular este exame torna-se vantajoso (Bodner
et al 1994) Pode tambeacutem ser utilizada para determinar o volume oacutesseo relativo da
mandiacutebula ocupado pelo dente (Woldenberg et al 2007)
32 Poacutes-ciruacutergico
Apoacutes ou durante a cirurgia o meacutedico dentista tem que estar alerta para os sinais e
sintomas presenciados pelo paciente que podem indicar a ocorrecircncia de fractura
mandibular
Nos casos que se encontram no periacuteodo poacutes-operatoacuterio natildeo muito prolongado o
principal alerta para a possibilidade de fractura mandibular eacute ouvir um estalido algumas
semanas apoacutes a cirurgia (Woldenberg et al 2007) Considera-se que a mandiacutebula
fractura no momento em que o som eacute ouvido Jaacute nos casos em que decorreu bastante
tempo apoacutes a cirurgia o diagnoacutestico eacute mais complicado O atraso da cicatrizaccedilatildeo e a
20
presenccedila de osteomielite podem ser a causa destas fracturas e quando a cicatrizaccedilatildeo se
prolonga demasiado deve-se sempre considerar o risco de fractura apresentando assim
indicaccedilatildeo para controlo radiograacutefico perioacutedico (Iizuka et al 1997)
O som de um estalido reportado pelo paciente deve ser considerado como
indicativo de uma possiacutevel fractura mesmo que esta natildeo seja detectada inicialmente na
radiografia (Woldenberg et al 2007) Se assim acontecer recomenda-se a realizaccedilatildeo de
radiografias de controlo (Wagner et al 2005) Libersa et al bem como Perry e
Goldberg confirmam este som distinto pois a maioria dos pacientes reportou um som
tipo estalido enquanto mastigavam acompanhado por dor intensa Na anaacutelise de
Krimmel e Reinert todos os pacientes reportaram o mesmo som excepto um que
apenas presenciou um novo episoacutedio de dor
Para aleacutem da dor suacutebita outros sinais cliacutenicos a ter em conta satildeo a presenccedila de
parestesia disestesia ou anestesia relacionadas com o nervo dentaacuterio inferior e as
alteraccedilotildees na oclusatildeo que satildeo um forte indicador de possiacutevel fractura mandibular (Laub
Jr 2009) Poderaacute tambeacutem surgir edema (Wagner et al 2005)
No caso reportado por Woldenberg foi realizada radiografia panoracircmica poacutes-
operatoacuteria imediata apoacutes se ter presenciado um estalido durante a extracccedilatildeo do 38 Na
radiografia verficou-se uma linha radioluacutecida desde o alveacuteolo ateacute ao bordo inferior da
mandiacutebula compatiacutevel com linha de fractura Foi notificada tambeacutem a presenccedila de
parestesia do laacutebio inferior do lado correspondente agrave fractura
No estudo realizado por Wagner et al em 2005 13 dos 17 pacientes que
sofreram fractura mandibular tambeacutem reportaram um som tipo estalido mas nem
sempre associado a sensaccedilatildeo dolorosa imediata No entanto foi reportada
frequentemente a presenccedila de inchaccedilo na zona do acircngulo mandibular respectivo A
meacutedia de dias decorridos entre a cirugia e a fractura foi de 19plusmn4 dias O tempo
decorrido ateacute diagnoacutestico radioloacutegico com conhecimento da data da fractura foi de
10plusmn4 dias
Como jaacute foi referido as fracturas mandibulares nem sempre satildeo diagnosticadas
radiologicamente (Iizuka et al 1997) principalmente se natildeo houver deslocamento
patoloacutegico dos fragmentos (Wagner et al 2007) No estudo de Iizuka et al todas as
fracturas que ocorreram num estado poacutes-operatorio relativamente cedo eram fracturas
sem deslocamento Uma vez que este tipo de fractura natildeo eacute imediatamente reconhecido
um achado radiograacutefico negativo apoacutes suspeita natildeo deve exluir de imediato a presenccedila
de fractura Nestes casos eacute recomendada uma dieta mole e a execuccedilatildeo de radiografias de
21
controlo nos dias seguintes (Iizuka et al 1997) Aliaacutes no estudo de Iizuka et al um dos
pacientes reportou um estalido ao comer no sexto dia poacutes-operatoacuterio cuja radiografia
efectuada nesse mesmo dia natildeo revelou qualquer fractura Quatro semanas depois o
paciente voltou ao consultoacuterio devido a uma dor persistente no local da extracccedilatildeo onde
se verificou atraveacutes da radiografia uma fractura evidente
De acordo com alguns autores na radiografia pode verificar-se uma fractura preacute-
angular o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo eixo do
dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula ou fracturas angulares
com uma linha de fractura paralela agrave bissectriz do acircngulo mandibular (Iizuka et al
1997 Wagner et al 2005)
Em casos de suspeita de fractura sem deslocamento e cujos achados radioloacutegicos
atraveacutes das radiografias convencionais como a ortopantomografia sejam negativos a
tomografia computadorizada (TC) e a tomografia computadorizada de feixe coacutenico
podem ser utilizadas como exames adicionais
De acordo com Roth e colaboradores a TC apresenta resultados superiores aos
da radiografia panoracircmica Este facto justifica-se pelas suas ferramentas de
melhoramento de imagem melhor qualidade de imagem sensibilidade equivalente na
identificaccedilatildeo de fracturas menor erro de interpretaccedilatildeo e opiniotildees mais concordantes
entre os meacutedicos na identificaccedilatildeo das fracturas mandibulares (Roth et al 2005) Outros
estudos suportam a contribuiccedilatildeo dos achados radiograacuteficos na TC para o manuseamento
ciruacutergico de traumas (Eggers et al 2008) No entanto existem algumas desvantagens
nomeadamente o elevado custo a disponibilidade e a elevada exposiccedilatildeo de radiaccedilatildeo
Estes factores promovem a tomografia computadorizada de feixe coacutenico como uma
aceitaacutevel alternativa na avaliaccedilatildeo de fracturas maxilofaciais (Scarfe et al 2006
Shintaku et al 2009)
4 Tratamento
As opccedilotildees de tratamento para as fracturas mandibulares associadas a extracccedilotildees
seguem os princiacutepios do tratamento das fracturas traumaacuteticas do acircngulo da mandiacutebula
As fracturas mandibulares podem ser tratadas realizando-se a reduccedilatildeo
contenccedilatildeo e imobilizaccedilatildeo dos segmentos fracturados sendo que a orientaccedilatildeo da oclusatildeo
dentaacuteria levaraacute a uma perfeita consolidaccedilatildeo dos segmentos fracturados com boa
recuperaccedilatildeo funcional e esteacutetica (Gomes et al 2001) Eacute fundamental identificar e
22
assegurar a correcta oclusatildeo antes de recorrer agrave reduccedilatildeo da fractura (Custoacutedio et al
2007)
O tratamento das fracturas mandibulares iatrogeacutenicas reportado por diversos
estudos na anaacutelise de Bodner et al baseou-se numa reduccedilatildeo fechada da fractura em
40 dos casos reduccedilatildeo aberta em 35 dos pacientes e em 25 dos casos natildeo foi
efectuado qualquer tipo de tratamento Este autor natildeo faz referecircncia ao sucesso dos
tratamentos
Os tratamentos que utilizam apenas fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo chamados reduccedilotildees
fechadas porque natildeo envolvem a abertura directa exposiccedilatildeo e a manipulaccedilatildeo da aacuterea
fracturada Uma reduccedilatildeo aberta inclui exposiccedilatildeo directa e reduccedilatildeo da fractura atraveacutes de
incisatildeo ciruacutergica (Custoacutedio et al 2007)
No estudo de Chrcanovic et al foram analisados 128 casos de fractura
mandibular sendo dois destes relatados por experiecircncia proacutepria No primeiro caso a
paciente ouviu um estalido e na avaliaccedilatildeo da ortopantomografia verificou-se uma
fractura sem deslocamento As possiacuteveis opccedilotildees de tratamento foram discutidas com a
paciente Devido a vaacuterias razotildees nomeadamente a ausecircncia de infecccedilatildeo e deslocamento
entre os segmentos a presenccedila de uma boa oclusatildeo com todos os dentes presentes e o
devido consentimento da paciente foi realizada apenas fixaccedilatildeo intermaxilar Apoacutes trecircs
meses verificou-se radiologicamente uniatildeo oacutessea
No caso reportado por Woldenberg et al durante a extracccedilatildeo do dente 38
verificou-se na panoracircmica uma linha de fractura Foi colocada fixaccedilatildeo intermaxilar e
posteriomente foram realizados novos exames uma panoracircmica e uma TC que
demonstraram bons resultados com aproximaccedilatildeo da linha de fractura Apoacutes duas
semanas a paciente recuperou a sensibilidade ao niacutevel do nervo dentaacuterio inferior
esquerdo Seis semanas apoacutes a cirurgia a fixaccedilatildeo intermaxilar foi removida e a paciente
sujeita a dieta mole por mais quatro semanas Nos dois trecircs e seis meses apoacutes a cirugia
foram realizadas radiografias panoracircmicas Estas revelaram formaccedilatildeo contiacutenua de osso
ao niacutevel do alveacuteolo e da linha de fractura
No estudo de Iizuka et al em seis casos foi realizada reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo
interna em dois efectuou-se fixaccedilatildeo intermaxilar e nos restantes trecircs apenas dieta mole
Todos os pacientes foram submetidos a terapia antibioacutetica durante pelo menos uma
semana simultaneamente com o tratamento da fractura que decorreu sem complicaccedilotildees
Todavia a obtenccedilatildeo de uma boa estabilidade parece ser a protecccedilatildeo mais segura contra
23
a infecccedilatildeo e atraso da cicatrizaccedilatildeo mais do que a terapia antibioacutetica (Mehra e Murad
2008)
De acordo com a literatura hoje em dia o tratamento mais eficaz das fracturas
mandibulares baseia-se na reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo interna no entanto os artigos
abordados cuja fractura estaacute relacionada com a extracccedilatildeo de terceiros molares parecem
ter obtido bons resultados com a utilizaccedilatildeo de fixaccedilatildeo intermaxilar e realizaccedilatildeo de dieta
mole Iizuka et al referem que nos casos de diagnoacutestico precoce e ausecircncia de
sintomatologia eacute adequado um tratamento conservador com fixaccedilatildeo intermaxilar e
nalguns casos a prescriccedilatildeo de dieta mole
No entanto evitar o uso de fixaccedilatildeo intermaxilar no transoperatoacuterio eacute mais
econoacutemico em tempo e custo e mais confortaacutevel para o paciente De acordo com Sorel
citado por Laub Jr alguns dos problemas associados agrave fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo a maacute
alimentaccedilatildeo com perda de peso dificuldades na respiraccedilatildeo e foneacutetica maacute higiene oral e
problemas sociais Em contraste a fixaccedilatildeo interna permite restauraccedilatildeo da funccedilatildeo e
mobilidade mais cedo e aumento do conforto para o paciente com melhoria dos
aspectos atraacutes mencionados Os autores Gomes et al referem que a fixaccedilatildeo intermaxilar
natildeo eacute usualmente necessaacuteria na reduccedilatildeo de fracturas confinadas agrave mandiacutebula
De acordo com Calloway et al citados por Moreno et al o desenvolvimento de
diferentes sistemas de fixaccedilatildeo interna na traumatologia facial e sua aplicaccedilatildeo no
tratamento das fracturas mandibulares conduziu a mudanccedilas nos criteacuterios de realizaccedilatildeo
de imobilizaccedilatildeo poacutes-ciruacutergica Tambeacutem tornou possiacutevel um retorno agrave funccedilatildeo normal
mais raacutepido Esta teacutecnica utiliza placas e parafusos na regiatildeo da fractura para se obter
contenccedilatildeo estaacutevel e eficaz promovendo cicatrizaccedilatildeo oacutessea primaacuteria sem que seja
necessaacuteria a extensatildeo do uso de fixaccedilatildeo intermaxilar A eliminaccedilatildeo desta ou uso por
periacuteodo miacutenimo geralmente resulta em maior satisfaccedilatildeo para o paciente (Gomes et al
2001 Custoacutedio et al 2007) Nesta modalidade o acesso agrave aacuterea da fractura pode ser
conseguido atraveacutes de abordagem intra-oral ou extra-oral (Mehra e Murad 2008)
As fracturas com grande grau de deslocamento ou fracturas cominutivas
necessitam de uma abordagem extra-oral para correcta reduccedilatildeo e visualizaccedilatildeo ao
colocar as estruturas de fixaccedilatildeo interna Por esta razatildeo e por natildeo haver comunicaccedilatildeo
com o meio intra-oral este meacutetodo apresenta baixo iacutendice de contaminaccedilatildeo A reduccedilatildeo
aberta com abordagem intra-oral pode ser utilizada nos casos de ausecircncia ou ligeiro
deslocamento dos fragmentos pacientes pouco cooperantes ou que necessitam de
restabelecimento imediato da funccedilatildeo mastigatoacuteria (Custoacutedio et al 2007)
24
A utilizaccedilatildeo de meacutetodos de fixaccedilatildeo interna nas fracturas mandibulares parece ser
o meacutetodo de tratamento mais aceitaacutevel (Moreno et al 2000) No entanto
independentemente do meacutetodo utilizado a finalidade baacutesica do tratamento das fracturas
deve ser o restabelecimento da oclusatildeo funcional e a continuidade mandibular
promovendo a restauraccedilatildeo das funccedilotildees mastigatoacuterias do paciente com o miacutenimo de
sequelas possiacutevel (Custoacutedio et al 2007)
5 Medidas preventivas
Perante avaliaccedilatildeo cliacutenica e posterior suspeita de ser um paciente de alto risco de
desenvolvimento de fractura mandibular algumas medidas devem ser ponderadas com
especial atenccedilatildeo Chrcanovic et al apontam mesmo a inadequada avaliaccedilatildeo preacute-
operatoacuteria como um factor de risco ou factor predisponente para o desenvolvimento de
fracturas Portanto este seria o primeiro ponto a ter em conta para um adequado
procedimento ciruacutergico com medidas atenuantes do risco de complicaccedilotildees A
identificaccedilatildeo de dentes que representam elevado risco de complicaccedilotildees relacionadas
com a cirurgia eacute a chave para o desenvolvimento de medidas profilaacutecticas com o
objectivo de evitar fracturas mandibulares Todos os indicadores de risco devem ser
bem analisados
Bodner e colaboradores descreveram algumas medidas preventivas para reduzir
a possibilidade de ocorrecircncia de fracturas mandibulares iatrogeacutenicas Estas incluem os
seguintes passos informar o paciente sobre a existecircncia do risco de fractura e da
importacircncia da sua cooperaccedilatildeo (Libersa et al 2002) a remoccedilatildeo oacutessea quando
necessaacuteria deve ser miacutenima e se possiacutevel efectuar odontossecccedilatildeo reduzindo a aacuterea
oacutessea removida se o dente empactado se encontrar perto do bordo inferior da
mandiacutebula considerar a abordagem extra-oral pacientes devem realizar dieta mole nas
quatro semanas seguintes agrave cirurgia (Wagner et al 2005 Woldenberg et al 2007)
embora Iizuka et al refiram apenas duas semanas e limitar a forccedila mastigatoacuteria durante
dois meses (Libersa et al 2002) o meacutedico dentista deve dar ecircnfase agrave qualidade e
duraccedilatildeo da dieta mole (Perry e Goldberg 2000) informar o paciente sobre os sinais
cliacutenicos e sintomas de uma fractura poacutes-operatoacuteria alertar o paciente para a
possibilidade de ouvir um som tipo estalido que pode indicar a presenccedila de fractura natildeo
sendo no entanto facilmente detectaacutevel radiologicamente com necessidade de
posteriores radiografias (Iizuka et al 1997)
25
Obiechina et al citados por Al-Belasy et al referem que perante as
dificuldades inerentes a esta cirurgia eacute recomendado que esta seja efectuada antes dos
25 anos Aliaacutes de acordo com Libersa et al a remoccedilatildeo profilaacutectica de terceiros molares
antes dos 20 anos de idade pode atenuar o risco de fractura
De acordo com Chrcanovic et al em casos em que a extracccedilatildeo de terceiros
molares inclusos eacute recomendada o risco de desenvolver uma fractura mandibular intra-
operatoacuteria pode ser evitada quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando
existe uma boa visualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada (Al-Belasy et al 2009)
Estes autores referem que o risco de fracturas mandibulares tanto imediatas como
tardias pode ser evitado pelo diagnoacutestico preciso e bem elaborado nos seguintes casos
pacientes com mais de 25 anos de idade principalmente homens pacientes com
bruxismo atletas activos raiacutezes do terceiro molar sobrepostas ou adjacentes ao canal
dentaacuterio inferior visualizadas na panoracircmica pacientes com patologia local ou
sisteacutemica ou sob medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea
26
Conclusatildeo
As taxas de incidecircncia da fractura traumaacutetica mandibular satildeo elevadas
principalmente quando comparadas com as fracturas mandibulares associadas a
exodontias que rondam os 00046 Apesar de rara a possibilidade de ocorrer e os
sinais e sintomas que acarreta devem ser destacados na informaccedilatildeo e esclarecimento ao
paciente A remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos eacute a cirurgia mais associada a estas
fracturas e as indicaccedilotildees quanto agrave sua realizaccedilatildeo ainda satildeo um pouco questionadas
Cada caso deve ser bem avaliado com os meacutetodos cliacutenicos e radiograacuteficos necessaacuterios
Quando eacute decidida a realizaccedilatildeo de extracccedilatildeo a radiografia periapical eacute
considerada um exame de eleiccedilatildeo no entanto a radiografia panoracircmica eacute um bom
substituto e permite utilizar sistemas de classificaccedilatildeo que podem ajudar o dentista na
determinaccedilatildeo do grau de complexidade e dificuldade do procedimento Por outro lado a
tomografia computadorizada (TC) pode ser utilizada em casos muito especiacuteficos com
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos factores predisponentes agrave ocorrecircncia de fractura mandibular
associada agrave exodontia
As fracturas podem ocorrer durante ou apoacutes a cirurgia sendo estas uacuteltimas as
mais frequentes Pacientes com mais de 25 anos geralmente entre os 40 e 50 anos
aparentam ter maior predisposiccedilatildeo provavelmente devido agrave diminuiccedilatildeo da elasticidade
oacutessea e dificuldades na expansatildeo alveolar durante a cirurgia A osteoporose tambeacutem
pode estar relacionada com o enfraquecimento da estrutura oacutessea
As fracturas imediatas estatildeo geralmente associadas a utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos Esta forccedila aplicada numa
mandiacutebula enfraquecida por razotildees preacute-ciruacutergicas aumenta a predisposiccedilatildeo para
fractura A fragilidade mandibular pode ser fisioloacutegica mas pode tambeacutem estar
relacionada com factores locais ou sisteacutemicos como doenccedilas ou medicamentos que
afectam a resistecircncia oacutessea As infecccedilotildees e lesotildees quiacutesticas ou tumorais bem como a
terapia com corticosteroacuteides e a osteoporose satildeo exemplos destes factores Durante o
procedimento deve-se optar pela remoccedilatildeo oacutessea miacutenima e se possiacutevel realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo obtenccedilatildeo de boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e aplicaccedilatildeo de forccedila
guiada e controlada As fracturas mandibulares tardias geralmente estatildeo associadas a um
enfraquecimento da mandiacutebula que surgiu apoacutes a extracccedilatildeo sendo a remoccedilatildeo oacutessea
excessiva um factor relacionado Quanto maior a quantidade de osso removido maior o
defeito oacutesseo criado maior a fragilidade mandibular e consequentemente o risco de
fractura aumenta Deste modo dentes inclusos com grande empactaccedilatildeo e envolvimento
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
iv
Iacutendice
Agradecimentos i
Resumo ii
Abstract iii
Iacutendice iv
Introduccedilatildeo 1
1 Fracturas mandibulares 4
11 Taxas de incidecircncia 5
12 Fracturas imediatas vs Fracturas tardias 6
2 Factores predisponentes ou de risco 6
21 Idade 7
22 Geacutenero 8
23 Quantidade de dentes remanescentes 8
24 Grau de empactaccedilatildeo 9
25 Angulaccedilatildeo 10
26 Comprimento das raiacutezes e sua relaccedilatildeo com o canal dentaacuterio inferior 11
27 Volume relativo da mandiacutebula ocupado pelo dente () 11
28 Lesotildees preacute-ciruacutergicas 12
29 Experiecircncia do profissional 13
210 Teacutecnica utilizada 14
211 Tempo decorrido apoacutes a cirurgia 14
212 Parafunccedilotildees 15
213 Lado esquerdo ou direito da mandiacutebula 16
214 Actividade fiacutesica 16
215 Doenccedilas sisteacutemicas e medicaccedilatildeo 16
3 Diagnoacutestico 18
4 Tratamento 21
5 Medidas preventivas 24
Conclusatildeo 26
Bibliografia 28
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory I
Anexo 2 - Classificaccedilatildeo de Winter II
1
Introduccedilatildeo
A fractura mandibular associada a exodontias eacute uma complicaccedilatildeo rara Por outro
lado a remoccedilatildeo dos terceiros molares eacute um dos procedimentos mais comummente
realizado na praacutetica ciruacutergica de Medicina Dentaacuteria Eacute um processo que requer um
planeamento cuidado e o meacutedico dentista deve apresentar-se apto para realizar tal
cirurgia Bodner et al em 2010 analisaram vaacuterios estudos que reportavam casos de
fractura da mandiacutebula relacionada com a extracccedilatildeo dentaacuteria e de acordo com estes
autores a extracccedilatildeo de terceiros molares inferiores eacute a que estaacute mais associada a este
tipo de fractura
Embora a empactaccedilatildeo de terceiros molares possa ser assintomaacutetica a
probabilidade de estes causarem problemas eacute muito alta As complicaccedilotildees preacute-
operatoacuterias podem ser dor desenvolvimento de doenccedila periodontal ou reabsorccedilatildeo
radicular no segundo molar ou sintomas de disfunccedilatildeo da ATM Eacute de referir que as
principais satildeo a formaccedilatildeo de abcesso fractura espontacircnea da mandiacutebula e quistos ou
tumores odontogeacutenicos sendo a complicaccedilatildeo preacute-operatoacuteria mais frequente a
pericoronarite (Chiapasco et al 1993)
A necessidade de extracccedilatildeo dos terceiros molares eacute vista de forma diferente por
parte de cada profissional (Knutsson 1992 Hazelkorn e Macek 1994 Adeyemo
2006) De acordo com Adeyemo a decisatildeo sobre a extracccedilatildeo natildeo deve ser generalizada
mas individualizada e limitada aos dentes com indicaccedilotildees meacutedicas ciruacutergicas e
patoloacutegicas bem definidas (Adeyemo 2006)
Algumas indicaccedilotildees foram estabelecidas numa conferecircncia pela ldquoNational
Institutes of Healthrdquo em 1980 nos Estados Unidos da Ameacuterica e nestas incluem-se os
terceiros molares inclusos associados a pericoronarite recorrente lesatildeo quiacutestica ou de
caacuterie natildeo restauraacutevel ou que causem problemas periodontais no segundo molar No
entanto hoje em dia estas indicaccedilotildees ainda satildeo questionadas (Hazelkorn e Macek 1994
Glosser e Campbell 1999)
Actualmente de acordo com Chrcanovic et al a remoccedilatildeo profilaacutectica dos
terceiros molares eacute justificada com base na hipoacutetese de que os sisos natildeo apresentam
qualquer funccedilatildeo na cavidade oral na diminuiccedilatildeo do risco de desenvolver patologias
(quistos e tumores) associadas ao dente (Glosser e Campbell 1999 Guumlven 2000
Baykul et al 2005) na reduccedilatildeo do risco de fractura traumaacutetica do acircngulo da mandiacutebula
devido agrave presenccedila do dente incluso (Ugboko et al 2000 Hanson et al 2004 Iida et
2
al 2005 Inaoka et al 2009) e no facto da dificuldade da cirurgia aumentar com a
idade do paciente (Baykul et al 2005)
Em casos de grande empactaccedilatildeo nem sempre eacute recomendada a remoccedilatildeo do
dente excepto em casos de patologia ou infecccedilatildeo sendo suficiente um controlo
radiograacutefico (Kwon et al 2006) A maioria dos problemas patoloacutegicos sintomaacuteticos
que resultam de terceiros molares inclusos ocorre devido a dentes parcialmente
erupcionados e menos comummente a empactaccedilotildees oacutesseas completas (Werkmeister et
al 2005)
Contar et al em 2010 concluiacuteram que o risco de complicaccedilotildees na cirurgia de
terceiros molares estaacute sempre presente aumentando proporcionalmente com a
dificuldade desta e por sua vez a dificuldade da cirurgia aumenta proporcionalmente
com a idade do paciente (Baykul et al 2005) Numerosos estudos foram recentemente
realizados no sentido de identificar possiacuteveis factores de risco para as complicaccedilotildees
intra e poacutes-operatoacuterias nas quais se incluem as fracturas mandibulares As
complicaccedilotildees intra-operatoacuterias satildeo aquelas que ocorrem durante o acto ciruacutergico
propriamente dito e as poacutes-operatoacuterias satildeo as que surgem apoacutes este (Brauer 2009)
A prevalecircncia de complicaccedilotildees relacionadas com a remoccedilatildeo dos terceiros
molares situa-se entre os 26 e os 309 Estas variam desde edema e dor ateacute
situaccedilotildees de lesatildeo do nervo fracturas mandibulares ou mesmo casos de infecccedilatildeo que
podem colocar a vida do paciente em risco (Brauer 2009) As complicaccedilotildees mais
comuns associadas agrave extracccedilatildeo de terceiros molares satildeo a alveolite seca infecccedilatildeo lesatildeo
do nervo hemorragia e dor (Iizuka et al 1997 Woldenberg et al 2007) As
complicaccedilotildees raras ou pouco comuns satildeo definidas por Brauer como aquelas que
apresentam uma taxa de incidecircncia inferior a 1 e destas fazem parte as fracturas
mandibulares (Brauer 2009) De acordo com Woldenberg et al as complicaccedilotildees
menos comuns satildeo o trismus severo lesatildeo iatrogeacutenica do segundo molar adjacente e a
fractura mandibular iatrogeacutenica
Citando Bruce et al Al-Belasy e colaboradores referem que na remoccedilatildeo
convencial de terceiros molares 2 a 4 das cirurgias resulta em fractura oacutessea
iatrogeacutenica no entanto satildeo fracturas do processo alveolar ou da parede lingual Por
outro lado na remoccedilatildeo ciruacutergica de terceiros molares empactados geralmente eacute
necessaacuteria grande remoccedilatildeo oacutessea para se ter acesso ao dente (Kwon et al 2006) Nestes
casos a remoccedilatildeo oacutessea pode enfraquecer a mandiacutebula predispondo-a a fractura (Iizuka et
al 1997)
3
Um dente empactado eacute aquele que natildeo consegue erupcionar dentro do tempo
esperado ateacute agrave sua posiccedilatildeo normal na mandiacutebula A empactaccedilatildeo ocorre porque eacute
dificultada pelos dentes adjacentes por um denso revestimento oacutesseo ou por excesso de
tecido mole O termo dente incluso eacute mais abrangente pois inclui tanto os dentes
empactados como os dentes em erupccedilatildeo (Peterson et al 2000)
Embora as taxas de incidecircncia reportadas sejam baixas as fracturas
mandibulares satildeo consideradas como complicaccedilotildees major ou seja que necessitam de
um tratamento posterior e podem desenvolver consequecircncias irreversiacuteveis (Krimmel e
Reinert 2000 Brauer 2009) Por esta razatildeo o meacutedico dentista deve estar preparado
para resolver este tipo de lesatildeo e o paciente deve ser devidamente informado sobre esta
possibilidade De acordo com Perry e Goldberg a praacutetica de cirurgia oral
contemporacircnea e maxilo-facial inclui a obtenccedilatildeo de um consentimento informado Os
pacientes devem receber em termos compreensiacuteveis uma informaccedilatildeo completa a
respeito do diagnoacutestico tratamento e prognoacutestico da sua condiccedilatildeo patoloacutegica por parte
do profissional de sauacutede O paciente deve reconhecer as implicaccedilotildees em caso de recusa
ao tratamento e tambeacutem deve ter conhecimento dos custos e existecircncia de tratamentos
alternativos (Palomer L 2009) Os riscoscomplicaccedilotildees preacute e poacutes operatoacuterios mesmo
os relativamente incomuns devem estar incluiacutedos na discussatildeo riscobenefiacutecio e nas
instruccedilotildees dadas ao paciente Eacute necessaacuterio afirmar que o consentimento deve ser livre
esclarecido renovaacutevel e revogaacutevel (Maluf et al 2007)
Sendo esta uma cirurgia comum eacute importante compreender a natureza das
complicaccedilotildees e conhecer os vaacuterios factores que associados agrave extracccedilatildeo de terceiros
molares contribuem para o desenvolvimento de fracturas mandibulares O uso de forccedila
improacutepria uma empactaccedilatildeo dentaacuteria muito acentuada casos de osteoporose ou outras
desordens metaboacutelicas ou lesotildees como quistos e tumores aumentam a probabilidade
da ocorrecircncia de fractura mandibular A presenccedila de um dente empactado numa
mandiacutebula muito atroacutefica ou uma infecccedilatildeo que envolve os tecidos periodontais
nomeadamente o osso tambeacutem aumentam esta predisposiccedilatildeo
Poucos satildeo os relatos de casos de ocorrecircncia de fracturas mandibulares
associados agrave remoccedilatildeo de terceiros molares no entanto apesar da baixa taxa de
incidecircncia natildeo se deve descartar a possibilidade de surgir uma complicaccedilatildeo como esta
Quando ocorre uma fractura o meacutedico dentista tem que estar preparado saber
reconhecer a lesatildeo com recurso a meios de diagnoacutestico apropriados bem como adoptar
as medidas mais adequadas para soluccedilatildeo do problema
4
1 Fracturas mandibulares
Apesar de ser considerado o osso mais forte e riacutegido da face a mandiacutebula eacute o
osso facial mais comummente fracturado (36-70) e parece ser devido agrave sua
localizaccedilatildeo exposta e proeminente Estas fracturas traumaacuteticas afectam principalmente
pessoas do sexo masculino entre os 16 e os 30 anos de idade (Hanson et al 2004) As
fracturas mandibulares podem classificar-se quanto agrave localizaccedilatildeo anatoacutemica quanto agrave
condiccedilatildeo dos fragmentos oacutesseos (galho verde simples cominutiva e composta) e
podem ser favoraacuteveis ou desfavoraacuteveis consoante a angulaccedilatildeo da fractura e a forccedila de
tracccedilatildeo muscular proximal ou distalmente agrave fractura (Peterson et al 2000) A maior
percentagem de fracturas quanto agrave localizaccedilatildeo encontra-se ao niacutevel do acircngulo cocircndilo e
regiatildeo sinfisaacuteria sendo que estas zonas podem ser consideradas mecanicamente como
pontos fracos (Mitsukawa et al 2004)
De acordo com Ferre e colaboradores citados por Libersa et al as fracturas no
acircngulo da mandiacutebula satildeo frequentes devido a vaacuterias razotildees nomeadamente o facto de
esta ser uma aacuterea de baixa resistecircncia com uma anatomia oacutessea especiacutefica (bordo
superior fino e osso basilar estreito) a sua localizaccedilatildeo que corresponde agrave regiatildeo entre o
ramo e o corpo da mandiacutebula e nalguns casos a presenccedila de terceiros molares inclusos
(Krimmel e Reinert 2000 Libersa et al 2002 Inaoka et al 2009)
De acordo com Rudderman e colaboradores citados por Chrcanovic et al
existem alguns factores que influenciam a localizaccedilatildeo das fracturas mandibulares
incluindo a direcccedilatildeo local e severidade da forccedila e impacto bem como caracteriacutesticas
intriacutensecas do osso Krimmel e Reinert referem que as fracturas mandibulares ocorrem
quando a resistecircncia do osso e as forccedilas exercidas neste natildeo satildeo compatiacuteveis Estes
autores defendem que a diminuiccedilatildeo da resistecircncia oacutessea pode ser causada por atrofia
fisioloacutegica osteoporose processos patoloacutegicos (ie lesotildees quiacutesticas lesotildees malignas
processos inflamatoacuterios) ou pode ser secundaacuteria a uma intervenccedilatildeo ciruacutergica (De Silva
1984) O stress exercido na mandiacutebula pode ser devido a forccedilas traumaacuteticas ou forccedilas
excessivas exercidas durante a extracccedilatildeo dentaacuteria (Krimmel e Reinert 2000)
Apesar da elevada percentagem de fracturas traumaacuteticas da mandiacutebula as
fracturas mandibulares como complicaccedilatildeo associada agrave extracccedilatildeo de terceiros molares
apresentam taxas de incidecircncia baixas (Krimmel e Reinert 2000)
Iizuka et al referem que a fractura mandibular natildeo ocorre apenas devido agrave forccedila
realizada durante a cirurgia mas tambeacutem devido ao enfraquecimento da regiatildeo do
acircngulo da mandiacutebula preacute-existente ou que surgiu apoacutes remoccedilatildeo do dente O tipo de
5
fractura decorrido apoacutes as extracccedilotildees no estudo de Iizuka et al confirma tambeacutem a
existecircncia de um enfraquecimento mecacircnico na regiatildeo preacute-angular da mandiacutebula Isto
porque todas as fracturas decorridas nesta anaacutelise eram fracturas preacute-angulares
Tambeacutem no estudo de Wagner et al de 2005 foram detectadas fracturas preacute-angulares
em 15 dos 17 casos o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo
eixo do dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula Nos restantes dois
casos foram detectadas fracturas angulares com uma linha de fractura paralela agrave
bissectriz do acircngulo mandibular De acordo com estes autores as fracturas na zona preacute
angular tecircm sido descritas como as tiacutepicas da fractura mandibular patoloacutegica associada a
extracccedilatildeo de terceiros molares
11 Taxas de incidecircncia
As fracturas da mandiacutebula apoacutes remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos satildeo
consideradas complicaccedilotildees raras com percentagens entre os 00046 e os 00075
(Woldenberg et al 2007)
Libersa et al em 2002 no seu estudo que abordava 27 casos de fractura
mandibular 17 intraoperatoacuterias e 10 poacutes-operatoacuterias obtiveram 00049 de taxa de
incidecircncia Outros autores Perry e Goldberg em 2000 basearam-se em questionaacuterios
efectuados a 84 cirurgiotildees orais e maxilo-faciais obtendo uma incidecircncia de fracturas
mandibulares tardias de 00046 ou seja 28 fracturas num total de 611 000 molares
empactados removidos
No estudo de Wagner et al de 2005 14 das 17 fracturas analisadas ocorreram
poacutes-operatoriamente Em 2010 na anaacutelise de vaacuterios estudos abordando um total de 189
casos Bodner e colaboradores reportaram 22 de casos de fracturas mandibulares
iatrogeacutenicas intra-operatoacuterias e 78 poacutes-operatoacuterias Neste sentido as fracturas tardias
parecem ser as mais frequentes
Dunstan e Sugar citados por Woldenberg et al referem que a verdadeira
incidecircncia de fracturas mandibulares poacutes-operatoacuterias como resultado da extracccedilatildeo eacute
dificil de estabelecer pois existem casos reportados de fracturas traumaacuteticas poacutes-
operatoacuterias que poderiam ter ocorrido numa mandiacutebula intacta e assim a ocorrecircncia
destas duas situaccedilotildees ser apenas uma coincidecircncia
6
12 Fracturas imediatas vs Fracturas tardias
As fracturas mandibulares podem ocorrer durante ou apoacutes o acto ciruacutergico
sendo consideradas complicaccedilotildees intra-operatoacuterias ou poacutes-operatorias respectivamente
As fracturas intra-operatoacuterias (imediatas) podem ocorrer devido a vaacuterios
factores sendo muitas vezes associadas agrave utilizaccedilatildeo de forccedila excessiva aplicada no osso
ou uso improacuteprio de instrumentos (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000 Libersa
et al 2002 Woldenberg et al 2007 Brauer 2009) O autor Harnisch citado por
Iizuka et al assume que a utilizaccedilatildeo descuidada da alavanca durante a extracccedilatildeo causa
forccedilas excessivas e inapropriadas no osso podendo provocar uma fractura imediata
Este autor refere tambeacutem que a fractura poacutes-operatoacuteria eacute pouco comum na ausecircncia de
infecccedilatildeo ou historial de trauma no entanto e baseando-se no seu estudo defende que a
fractura mandibular espontacircnea tambeacutem pode ocorrer e nestes casos com mais
frequecircncia nas duas semanas apoacutes a cirurgia Estes dados referem que a fractura
mandibular natildeo ocorre apenas devido agrave forccedila realizada durante a cirurgia mas tambeacutem
devido ao enfraquecimento oacutesseo que pode ter surgido apoacutes esta
No estudo de Perry e Goldberg de 2000 a fractura mandibular tardia eacute
considerada como aquela que ocorre a qualquer altura a partir do momento em que o
paciente abandona o consultoacuterio ou sala operatoacuteria sendo consideradas como resultado
indirecto da cirurgia De acordo com Bodner et al cuja anaacutelise abordou vaacuterios estudos
as fracturas poacutes-operatoacuterias ocorrem com mais frequecircncia
2 Factores predisponentes ou de risco
Como qualquer outro acto ciruacutergico podem surgir complicaccedilotildees na extracccedilatildeo
dos terceiros molares ou complicaccedilotildees que advecircm desta algum tempo mais tarde O
tipo de complicaccedilatildeo eacute bastante variaacutevel estando relacionado com muacuteltiplos factores
Neste sentido para os meacutedicos dentistas que realizam extracccedilotildees de terceiros molares
com frequecircncia eacute importante compreender a causa destas complicaccedilotildees
Em 2010 Bodner et al analisaram diversos artigos e relacionaram dados
relativos ao paciente e agrave sua condiccedilatildeo dentaacuteria com o desenvolvimento de fracturas
mandibulares Constataram que antes da exodontia alguns destes factores por
indicarem alto risco de desenvolvimento de fracturas mandibulares devem ser
cuidadosamente avaliados
Chrcanovic et al e Woldenberg et al enumeraram alguns factores de risco ou
factores predisponentes que devem ser analisados Nestes incluem-se magnitude de
7
empactaccedilatildeo tipo de angulaccedilatildeo raiacutezes longas idade do paciente idade e experiecircncia do
cirurgiatildeo presenccedila de quisto ou tumor relacionado com o dente empactado doenccedila
sisteacutemica ou medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea infecccedilotildees preacute-operatoacuterias
no local do dente a ser extraiacutedo avaliaccedilatildeo preacute-operatoacuteria inadequada volume relativo
do dente na mandiacutebula ponto temporal apoacutes a cirurgia infecccedilotildees preacute-operatoacuterias na
regiatildeo do terceiro molar extraiacutedo sexo feminino ou masculino presenccedila de
parafunccedilotildees pacientes praticantes de desporto e teacutecnica ciruacutergica
Woldenberg et al tambeacutem enfatizam o facto de ser possiacutevel reduzir o risco desta
complicaccedilatildeo adoptando medidas preventivas e Perry e Goldberg mencionam tambeacutem a
importacircncia do cumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias nomeadamente a
manutenccedilatildeo de uma dieta mole apoacutes a cirurgia
De acordo com os autores atraacutes mencionados a ocorrecircncia de fracturas
mandibulares eacute multifactorial (Al-Belasy et al 2009 Woldenberg et al 2007 Iisuka et
al 1997 Krimmel e Reinert 2000) estando relacionada com um conjunto de possiacuteveis
factores de risco Estes aparentam ter impacto na possibilidade de desenvolver este tipo
de complicaccedilatildeo
21 Idade
A idade do paciente eacute um dado importante uma vez que as fracturas
mandibulares geralmente sucedem em pacientes mais velhos O pico de incidecircncia
ocorre em indiviacuteduos com mais de 25 anos nomeadamente pacientes que rondam os 40
e os 50 anos de idade (Krimmel e Reinert 2000 Perry e Goldberg 2000 Libersa et al
2002 Wagner et al 2005) Esta relaccedilatildeo pode justificar-se pelo facto deste tipo de
fracturas ocorrer quando o osso natildeo eacute forte o suficiente para resistir a determinadas
forccedilas que actuam sobre ele O enfraquecimento da mandiacutebula como resultado da
diminuiccedilatildeo da elasticidade oacutessea que ocorre ao longo da vida pode ser a causa da
elevada taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares em pacientes mais velhos (Iizuka
et al 1997 Woldenberg et al 2007 Bodner et al 2010)
Krimmel e Reinert com base na anaacutelise de 6 casos de fractura mandibular
obtiveram uma meacutedia de idade de 45 anos Justificaram este valor referindo que nesta
idade se inicia uma desmineralizaccedilatildeo oacutessea secundaacuteria agrave osteoporose enfraquecendo o
sistema esqueleacutetico e simultaneamente intensificando o estreitamento do ligamento
periodontal Portanto comparativamente com os pacientes mais jovens os dentes
8
empactados necessitam de ser mais libertos do osso envolvente necessitando maior
ostectomia
A anquilose de dentes empactados nestes pacientes tambeacutem pode complicar a
extracccedilatildeo e enfraquecer a mandiacutebula devido agrave necessidade de efectuar maior remoccedilatildeo
oacutessea Deste modo perante este tipo de situaccedilatildeo eacute extremamente recomendado efectuar
odontossecccedilatildeo para facilitar a extracccedilatildeo do dente anquilosado e evitar futuras
complicaccedilotildees (Krimmel e Reinert 2000 Wagner et al 2005 Bodner et al 2010)
A elevada taxa de incidecircncia de fracturas em indiviacuteduos mais velhos devido agrave
diminuiccedilatildeo da elasticidade oacutessea e presenccedila de osteoporose estaacute de acordo com os
estudos que referem percentagens elevadas de complicaccedilotildees intra e poacutes-operatoacuterias na
remoccedilatildeo de terceiros molares empactados em pacientes numa faixa etaacuteria mais
avanccedilada Perante esta evidecircncia torna-se importante avaliar cada caso cuidadosamente
ou seja ter em conta a idade avanccedilada do indiviacuteduo e ponderar sobre a necessidade de
extracccedilatildeo ou natildeo dos dentes empactados nestes pacientes (Iizuka et al 1997)
22 Geacutenero
O facto de o paciente ser do sexo masculino ou feminino tambeacutem eacute um factor a
ter em conta pois aparenta ter especial importacircncia nas fracturas mandibulares poacutes-
operatoacuterias (Libersa et al 2002) Os homens mostram niacuteveis significativamente mais
elevados de forccedila mastigatoacuteria quando comparados com as mulheres (Miyaura et al
1999) Ao mastigar a forccedila requerida para quebrar os alimentos antes de os deglutir
pode causar forccedilas de stress consideraacuteveis nos ossos que estatildeo enfraquecidos pela
cirurgia e ainda natildeo recuperaram ou calcificaram (Perry e Goldberg 2000)
Deste modo devido agrave maior forccedila exercida no osso os homens apresentam
maior probabilidade de desenvolver fracturas mandibulares poacutes-operatoacuterias (Libersa et
al 2002 Brauer 2009)
23 Quantidade de dentes remanescentes
De acordo com Bodner et al as percentagens mais elevadas de fracturas
mandibulares ocorrem em pacientes parcialmente dentados ou totalmente dentados em
oposiccedilatildeo aos desdentados independentemente do sexo Tal como acontece nos
pacientes do sexo masculino discutido anteriormente indiviacuteduos com uma denticcedilatildeo
mais completa tambeacutem vatildeo exercer maiores forccedilas mastigatoacuterias Deste modo as forccedilas
exercidas na mandiacutebula durante a mastigaccedilatildeo apoacutes remoccedilatildeo de dentes inclusos causam
9
maior stress Assim pacientes com menos ausecircncias dentaacuterias apresentam maior risco
de desenvolvimento de fracturas mandibulares posteriormente agrave extracccedilatildeo
No estudo de Krimmel e Reinert independentemenre da idade todos os
pacientes que sofreram fracturas mandibulares apresentavam denticcedilatildeo completa Este
resultado parece estar relacionado com a aplicaccedilatildeo de forccedilas oclusais maacuteximas
posteriormente ao iniacutecio da cicatrizaccedilatildeo e reduccedilatildeo da dor e edema Consequentemente
cinco dos seis pacientes reportaram ouvir um estalido enquanto mastigavam dias apoacutes a
cirurgia
24 Grau de empactaccedilatildeo
Bodner e colaboradores referem que dentes totalmente empactados em osso
apresentam maior incidecircncia de fracturas mandibulares presumivelmente devido agrave
quantidade de osso que eacute necessaacuteria remover durante o acto ciruacutergico para a sua
extracccedilatildeo pois geralmente ocupam um maior volume de osso mandibular (Perry e
Goldberg 2000 Libersa et al 2002) No estudo de Libersa et al em 27 casos de
fractura mandibular 22 estavam completamente envolvidos por osso e 5 eram casos de
empactaccedilatildeo parcial
No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo na anaacutelise de Bodner et al a
quantidade de fracturas mandibulares associadas a dentes totalmente empactados foi o
dobro das fracturas em mandiacutebulas que continham dentes parcialmente empactados O
resultado apoacutes a extracccedilatildeo eacute a criaccedilatildeo de uma estrutura oacutessea ou parede cortical fina e
fraca criando uma mandiacutebula mais fraacutegil com possibilidades de sofrer fractura poacutes-
operatoacuteria (Perry e Goldberg 2000)
Na anaacutelise dos 6 casos de fractura mandibular por Krimmel e Reinert os dentes
foram classificados de acordo com o sistema de Pell amp Gregory (Anexo 1) Assim
apenas um molar se encontrava na classe I os restantes cinco em classe II e nenhum
dente foi categorizado com classe III A empactaccedilatildeo vertical era de classe B em dois
casos e classe C nos restantes quatro casos De acordo com estes resultados os autores
concluiacuteram que a posiccedilatildeo antero-posterior do terceiro molar parece natildeo ter influecircncia na
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular No entanto quanto maior a empactaccedilatildeo em
termos verticais maior a probabilidade da fractura ocorrer
Iizuka et al em 1997 analisaram as radiografias panoracircmicas de todos os
pacientes envolvidos nas fracturas mandibulares ocorridas no estudo Determinaram o
10
grau de empactaccedilatildeo e a posiccedilatildeo do terceiro molar de acordo com o sistema Pell amp
Gregory (Anexo 1) a angulaccedilatildeo do dente e tambeacutem o grau de dificuldade
O grau de dificuldade era atribuiacutedo por pontos consoante as classes do sistema
Pell amp Gregory em que o dente se encontrava e tambeacutem a sua angulaccedilatildeo um ponto para
classificaccedilotildees A I e mesioangulaccedilatildeo dois pontos para classes B II e posiccedilatildeo horizontal
trecircs pontos para classes C III e posiccedilatildeo vertical e ainda quatro pontos para dentes
distoangulados Neste sentido a classificaccedilatildeo maacutexima que poderia ser obtida era de 10
pontos correspondendo a um grau de dificuldade maacuteximo Os resultados obtidos
variaram de 5 a 9 pontos natildeo se verificando caracteriacutesticas predispodentes relevantes
No entanto como esta classificaccedilatildeo se baseou em trecircs paracircmetros os autores justificam
este resultado com base nas variaccedilotildees de angulaccedilatildeo encontradas no estudo Excluindo
este dado todos os casos excepto um se encontravam nas classes BC e IIIII Neste
sentido a remoccedilatildeo de dentes definidos nas classes BC e IIIII eacute considerada difiacutecil e
com predisposiccedilatildeo para fractura (Iizuka et al 1997)
25 Angulaccedilatildeo
De acordo com Xavier et al e com base na classificaccedilatildeo de Winter (Anexo 2) a
posiccedilatildeo dos terceiros molares inferiores mais frequentemente observada eacute a vertical e a
mesioangular (Vasconcellos et al 2002 Inaoka et al 2009 Santos e Quesada 2009)
Os dentes inclusos distoangulados satildeo considerados normalmente como os mais
difiacuteceis de extrair e que requerem maior remoccedilatildeo oacutessea Tambeacutem jaacute foi descrito que
uma posiccedilatildeo distoangular estaacute associada a uma posiccedilatildeo mais lingual sendo assim esta
parede cortical encontra-se bastante fina Neste sentido ao realizar uma abordagem ao
niacutevel da parede cortical vestibular coloca uma maior predisposiccedilatildeo para a ocorrecircncia de
fractura mandibular nestes casos de angulaccedilatildeo devido ao defeito oacutesseo criado (Iizuka et
al 1997 Chrcanovic et al 2010)
Iizuka e colaboradores definiram quatro grupos de dentes consoante o acircngulo
formado entre o eixo vertical do dente e o plano oclusal Para determinar a angulaccedilatildeo
dos terceiros molares foram efectuados quatro grupos dentes verticais quando o acircngulo
se encontra entre 80ordm e 100ordm mesioangular quando acircngulo estaacute entre 10ordm e 80ordm
distoangular quando o acircngulo eacute maior que 100ordm e horizontal quando o acircngulo se
encontra entre 350ordm e 10ordm Nos pacientes sem dentes mesialmente ao terceiro molar foi
desenhado um plano oclusal arbitraacuterio para definir a angulaccedilatildeo deste No estudo
depararam-se com cinco dentes mesioangulados um horizontal quatro distoangulados e
11
trecircs verticais Embora estes autores concordem com o que foi citado anteriormente
baseando-se na sua anaacutelise natildeo encontraram qualquer associaccedilatildeo entre o tipo de
angulaccedilatildeo e a predisposiccedilao para fractura mandibular
26 Comprimento das raiacutezes e sua relaccedilatildeo com o canal dentaacuterio inferior
O mecanismo pelo qual os terceiros molares com raiacutezes longas foram
relacionados com o aumento de risco de ocorrecircncia de fracturas angulares deve-se ao
espaccedilo oacutesseo que este ocupa na mandiacutebula Hanson et al suportando esta hipoacutetese
referem que as fracturas mandibulares podem ocorrer apoacutes remoccedilatildeo do terceiro molar
com raiacutezes muito compridas pois o acircngulo mandibular torna-se uma regiatildeo
enfraquecida
Nos casos de fractura analisados por Iizuka et al as raiacutezes dos dentes estavam
sobrepostas ao canal dentaacuterio inferior em 10 casos ou seja 77 dos casos Nos trecircs
casos restantes as raiacutezes estavam adjacentes ao canal Em nenhuma situaccedilatildeo foi
verificado radiograficamente um afastamento das raiacutezes em relaccedilatildeo ao canal Estes
autores concluiacuteram que raiacutezes sobrepostas ou adjacentes ao canal dentaacuterio inferior numa
radiografia panoracircmica representam paracircmetros importantes para a predisposiccedilatildeo para
fractura mandibular
27 Volume relativo da mandiacutebula ocupado pelo dente ()
Woldenberg et al consideram a porccedilatildeo relativa de volume ocupada pelo dente
na mandiacutebula um factor importante a ter em conta Este raacutecio pode ser determinado
atraveacutes de exames complementares antes de efectuar a extracccedilatildeo como a tomografia
computadorizada (TC) atraveacutes da reconstruccedilatildeo e visualizaccedilatildeo do dente e osso no
sentido vestibulo-lingual
Se esta relaccedilatildeo de volume relativo ocupado pelo dente for igual ou superior a
50 o risco de fractura eacute alto e recomenda-se especial cuidado durante a cirurgia
(Woldenberg et al 2007)
Iisuka e colaboradores obtiveram na sua anaacutelise radiograacutefica dos casos de
fractura mandibular ocorridos um raacutecio que variava entre 44 a 84 E Wagner et al
em 2005 obtiveram um raacutecio meacutedio de 62plusmn4 sendo considerado um valor
desfavoraacutevel Em ambos os estudos foram utilizadas radiografias panoracircmicas para
adquirir a percentagem de aacuterea que o dente ocupa no osso Na anaacutelise de Iizuka et al o
12
espaccedilo que os terceiros molares ocupam no osso foi avaliado com base na altura
mandibular
28 Lesotildees preacute-ciruacutergicas
Para aleacutem da quantidade diminuiacuteda de osso remanescente apoacutes uma cirurgia de
terceiros molares existem tambeacutem outros factores que provocam fragilidade
mandibular como eacute o caso de alteraccedilotildees patoloacutegicas no osso secundaacuterias a um quisto
ou tumor abrangente Iizuka et al no seu estudo referem que mesmo pequenas
alteraccedilotildees como uma pericoronarite ou um foliacuteculo aumentado podem enfraquecer a
mandiacutebula (Iizuka et al 1997)
Apesar de nas indicaccedilotildees para remoccedilatildeo dos sisos estar incluiacuteda a possibilidade
de desenvolver quistos ou tumores associados a estes dentes Adeyemo refere que a
incidecircncia destas patologias em terceiros molares inclusos eacute baixa Citados no estudo de
Chrcanovic et al Bruce et al reportaram uma incidecircncia de 62 sendo esta
percentagem superior em pacientes mais velhos com uma meacutedia de idade de 465 anos
No mesmo artigo de acordo com Girod et al quanto mais tempo a empactaccedilatildeo
persistir maior o risco de desenvolver quistos ou tumores
Na anaacutelise de 2010 por Bodner et al cerca de 27 dos pacientes tinham
historial de infecccedilotildees preacute-ciruacutergicas na zona do dente a extrair Portanto pressupocircs-se
uma associaccedilatildeo entre lesotildees oacutesseas preacute-existentes associadas ao dente em questatildeo com a
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular As infecccedilotildees relatadas foram a doenccedila
periodontal quistos ou pericoronarites recorrentes capazes de criar defeitos que
enfraquecem a mandiacutebula (Woldenberg et al 2007) Estas lesotildees satildeo frequentemente
encontradas em pacientes com mais de 40 anos de idade (Lysell e Rohlin 1988)
Na anaacutelise de Perry e Goldberg de 2000 tambeacutem incluiacuteda no estudo de Bodner
et al a severidade e a duraccedilatildeo das infecccedilotildees natildeo foram obtidas no entanto referem que
uma infecccedilatildeo croacutenica e profunda provoca descalcificaccedilatildeo e destruiccedilatildeo oacutessea
contribuindo para a probabilidade de desenvolvimento de fracturas tanto imediatas
como tardias
Geralmente as infecccedilotildees nos jovens surgem quando uma pequena parte da coroa
erupciona e por isso nos pacientes mais velhos as infecccedilotildees associadas agrave empactaccedilatildeo
do terceiro molar satildeo diferentes pois o dente muitas vezes estaacute totalmente envolvido
por osso Assim a reabsorccedilatildeo oacutessea eacute geralmente a causa destas infecccedilotildees De acordo
com Osaki a periodontite presente nos segundos molares tambeacutem pode ser a causa de
13
infecccedilatildeo associada aos terceiros molares Nestes casos o osso alveolar entre o dente
empactado e o segundo molar eacute frequentemente destruiacutedo pela periodontite croacutenica
(Osaki et al 1995) Os resultados obtidos por estes autores sugerem que os dentes
inclusos em pacientes de idade avanccedilada com reabsorccedilatildeo oacutessea fisioloacutegica em torno da
coroa associada agrave irritaccedilatildeo causada pelas proacuteteses dentaacuterias e estando em relaccedilatildeo com
um ligamento periodontal bastante alargado do dente adjacente tecircm maior tendecircncia
para desenvolver infecccedilotildees
De acordo com Indresano et al e Leone et al citados por Chrcanovic et al a
formaccedilatildeo de abcessos profundos nos molares inferiores estaacute mais associada aos dentes
parcialmente empactados Isto deve-se ao facto de existir um risco aumentado de
pericoronarites agudas em dentes erupcionados verticalmente posicionados ao niacutevel ou
acima do plano oclusal e que se encontram parcialmente cobertos por tecidos moles ou
duros Werkmeister et al confirmam os dados anteriores considerando a existecircncia de
maior risco para densenvolver infecccedilotildees nos terceiros molares parcialmente
empactados As citaccedilotildees anteriores em conjunto com a presenccedila de osso remanescente
reduzida ao niacutevel do acircngulo mandibular pressupotildee um risco elevado de fractura
mandibular em cirurgias nestes casos (Fuselier et al 2002)
29 Experiecircncia do profissional
Pode pensar-se que a fractura mandibular bem como qualquer outra
complicaccedilatildeo decorrente do acto ciruacutergico possa estar relacionada com a utilizaccedilatildeo de
teacutecnicas incorrectas ou com a experiecircncia do meacutedico dentista
Woldenberg et al em 2007 referiram que as fracturas imediatas que ocorrem
principalmente por utilizaccedilatildeo improacutepria dos instrumentos ou forccedila excessiva ocorrem
com maior probabilidade quando as cirurgias satildeo realizadas por profissionais mais
novos ou menos experientes como acontece no caso reportado neste estudo
No entanto nos artigos analisados por Bodner et al as operaccedilotildees foram
realizadas por meacutedicos dentistas generalistas especialistas e cirurgiotildees maxilo-faciais e
nenhuma diferenccedila significativa foi encontrada em relaccedilatildeo agraves taxas de incidecircncia De
acordo com estes autores eacute difiacutecil estabelecer uma relaccedilatildeo entre a experiecircncia do
meacutedico e o desenvolvimento de complicaccedilotildees uma vez que eacute necessaacuterio ter em conta
outros factores que podem dificultar a extracccedilatildeo e condicionar o resultado do acto
ciruacutergico bem como o periacuteodo poacutes-operatoacuterio No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo
14
no de Bodner et al apenas 4 das 28 fracturas ocorreram em pacientes abordados por
dentistas com experiecircncia igual ou inferior a 5 anos
210 Teacutecnica utilizada
A teacutecnica ciruacutergica para extracccedilatildeo de terceiros molares poderaacute afectar o
desenrolar do procedimento ciruacutergico bem como condicionar o desenvolvimento de
futuros problemas Caso seja aconselhaacutevel a abordagem com realizaccedilatildeo de retalho
como eacute o caso de dentes inclusos com lesatildeo periapical extensa dentes isolados na
mandiacutebula de pacientes idosos dentes com alteraccedilatildeo anatoacutemica das raiacutezes ou presenccedila
de corticais oacutesseas riacutegidas existem vaacuterias teacutecnicas que podem ser utilizadas tais como a
abordagem vestibular lingual ou mesmo um acesso extra-oral em casos de empactaccedilatildeo
muito proacutexima do bordo inferior da mandiacutebula (Bodner et al 2010) No entanto a
ostectomia vestibular eacute a mais frequentemente utilizada (Juacutenior et al 2006)
As fracturas intra-operatoacuterias podem ocorrer devido agrave utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos (Iizuka et al 1997
Krimmel e Reinert 2000 Libersa et al 2002 Woldenberg et al 2007) Este risco
pode ser diminuiacutedo quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando existe uma
boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada Adicionalmente
devem adoptar-se medidas conservadoras de remoccedilatildeo oacutessea bem como a realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo quando necessaacuterio (Al-Belasy et al 2009)
A classificaccedilatildeo dos terceiros molares de acordo com a sua posiccedilatildeo tem a
finalidade de auxiliar o planeamento ciruacutergico pois de certa forma determina a
complexidade do caso Juacutenior e colaboradores referem que quanto maior o grau de
inclusatildeo dentaacuteria maior a necessidade de emprego de uma teacutecnica ciruacutergica mais
invasiva Portanto uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e radiograacutefica do caso eacute muito importante para
a determinaccedilatildeo da teacutecnica ciruacutergica mais apropriada
211 Tempo decorrido apoacutes a cirurgia
Como foi referenciado anteriormente as fracturas mandibulares podem ocorrer
durante o acto cliacutenico (imediatas) ou apoacutes a cirurgia (tardias)
Bodner et al referiram em 2010 com base nos artigos estudados que o tempo
decorrido entre a extracccedilatildeo do dente e o diagnoacutestico da fractura se encontrava entre uma
a cinco semanas reportando que 86 dos casos de fractura ocorreram entre a primeira e
a terceira semana apoacutes cirurgia com maior taxa de incidecircncia na segunda e na terceira
15
semana Brauer apoia este facto referindo que a maioria das fracturas poacutes-operatoacuterias
ocorre durante a mastigaccedilatildeo entre o 13ordm e 21ordm dia apoacutes a cirurgia (Libersa et al 2002)
Estes factos podem ser explicados com base nos processos histoloacutegicos uma vez
que este periacuteodo de tempo corresponde a processos de cicatrizaccedilatildeo nomeadamente a
substituiccedilatildeo de tecido de granulaccedilatildeo por tecido conjuntivo no alveacuteolo e dois terccedilos do
alveacuteolo ainda natildeo estatildeo formados por osteoacuteide ou osso ateacute ao 38ordm dia (Amler et al
1960 Amler et al 1977 Libersa et al 2002) Para aleacutem disso no final da segunda
semana a dor desapareceu os pacientes jaacute se sentem melhor e capazes de mastigar
normalmente podendo causar forccedilas muito elevadas numa mandiacutebula enfraquecida
(Libersa et al 2002) Bodner et al explicam a elevada percentagem de fracturas poacutes-
operatoacuterias e o periacuteodo em que ocorrem como o resultado de forccedilas mastigatoacuterias
excessivas ou pequenos traumas sofridos por uma mandiacutebula enfraquecida
No estudo de Perry e Goldberg 18 das 28 fracturas ocorridas surgiram durante a
mastigaccedilatildeo A forccedila mastigatoacuteria requerida para quebrar os alimentos pode produzir
forccedilas de stress consideraacuteveis numa mandiacutebula enfraquecida apoacutes cirurgia natildeo se
encontrando completamente reconstruiacuteda e calcificada Nos casos relatados todos os
pacientes receberam as mesmas instruccedilotildees sobre a dieta a efectuar no entanto perante
os resultados os autores defendem que talvez natildeo tenha sido dado ecircnfase suficiente em
relaccedilatildeo agrave qualidade e duraccedilatildeo da dieta mole Tambeacutem propotildeem a falta de cooperaccedilatildeo
por parte do paciente em cumprir as instruccedilotildees fornecidas pelo meacutedico como uma
possiacutevel causa
Por oposiccedilatildeo Al-Belasy e seus colaboradores concluiacuteram que em pacientes
totalmente dentados ou com uma ou duas ausecircncias com idades superiores a 25 anos e
sem atrofia oacutessea ou doenccedilas sisteacutemicas a mastigaccedilatildeo parece natildeo afectar a possibilidade
de ocorrecircncia de fracturas mandibulares tardias apoacutes remoccedilatildeo ciruacutergica de terceiros
molares empactados sem lesotildees associadas
212 Parafunccedilotildees
Eacute compreensiacutevel que pacientes com parafunccedilotildees como o bruxismo o
apertamento dentaacuterio (ldquoclenchingrdquo) e hipertrofia dos muacutesculos masseacuteteres apresentem
maior predisposiccedilatildeo para as fracturas mandibulares apoacutes cirurgia de terceiros molares
quando a mandiacutebula se encontra enfraquecida Kraszewski et al citados por
Chrcanovic et al apontam como possiacutevel justificaccedilatildeo o facto de estas patologias
afectarem a forccedila de mastigaccedilatildeo
16
No entanto no estudo de Al-Belasy et al fizeram parte sete pacientes com
hipertrofia masseteacuterica e 11 pacientes que realizavam apertamento dentaacuterio eou
bruxismo e em nenhum destes pacientes ocorreu fractura mandibular apoacutes a extracccedilatildeo
213 Lado esquerdo ou direito da mandiacutebula
Apesar de Wagner et al terem verificado uma distribuiccedilatildeo desequilibrada de
fracturas mandibulares entre o lado esquerdo e o direito da mandiacutebula pois 70 dos
casos ocorreram no lado esquerdo Bodner se seus colaboradores apoacutes anaacutelise de vaacuterios
artigos chegaram a outras conclusotildees Nos casos onde era feita referecircncia ao lado da
mandiacutebula em que foi efectuada a extracccedilatildeo verificaram que natildeo existe relaccedilatildeo
significativa entre o lado da mandiacutebula abordado e a ocorrecircncia de fractura 48 dos
casos foram afectados no lado direito e 52 no lado esquerdo Os resultados de Wagner
et al podem ser explicados pelo facto de o profissional estando na posiccedilatildeo normal de
trabalho ter melhor visualizaccedilatildeo e melhor controlo da forccedila aplicada no lado direito
comparativamente ao lado esquerdo (Woldenberg et al 2007) resultando numa
ostectomia menos extensa (Wagner et al 2005)
214 Actividade fiacutesica
As lesotildees maxilo-faciais representam um risco elevado em praticantes de
desporto e as fracturas satildeo uma sequela bastante comum No final da segunda semana
apoacutes cirurgia dos terceiros molares os pacientes normalmente jaacute se sentem bem devido
ao desaparecimento da dor poacutes-operatoacuteria (Libersa et al 2002) Esta diminuccedilatildeo do
desconforto daacute uma falsa sensaccedilatildeo de seguranccedila que pode levar os pacientes que satildeo
atletas activos a voltarem a praticar deporto intenso aumentando o risco de fractura
mandibular tardia na regiatildeo do acircngulo mandibular fragilizada pela cirurgia O risco de
fracturas maxilo-faciais relacionadas com desporto eacute consideravelmente mais elevado
em desportos de contacto por apresentarem bastante popularidade e por falta de
protecccedilatildeo facial (Chrcanovic et al 2010)
215 Doenccedilas sisteacutemicas e medicaccedilatildeo
Krimmel e Reinert defendem que as fracturas mandibulares ocorrem quando a
resistecircncia do osso e as forccedilas exercidas neste natildeo satildeo compatiacuteveis Muitos pacientes
sujeitos a procedimentos ciruacutergicos estatildeo condicionados a terapia medicamentosa e a
doenccedilas sisteacutemicas que podem afectar a resistecircncia oacutessea
17
De acordo com Kirwan citado por Chrcanovic um destes exemplos eacute a terapia
com corticosteroides utilizada no tratamento de algumas doenccedilas como a artrite
reumatoacuteide e doenccedilas relacionadas como a asma brocircnquica neurodermite e por vezes
apoacutes transplante de oacutergatildeos em dosagens mais elevadas Alguns autores como Adachi e
Weinstein referem que um dos efeitos secundaacuterios desta terapia eacute a raacutepida perda de
osso e o aumento de risco de fractura oacutessea sendo este risco duas vezes superior
comparativamente a pessoas sem qualquer terapia e eacute mais elevado apoacutes exposiccedilatildeo
prolongada a estes medicamentos
A osteoporose eacute uma condiccedilatildeo que afecta grandemente a resistecircncia do osso e
pode justificar o aumento da taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares com o
aumento da idade (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000) Eacute comum em
pacientes do sexo feminino pois a diminuiccedilatildeo de estrogeacutenios no periacuteodo poacutes-
menopausa aumenta o ritmo de perda oacutessea Poreacutem tambeacutem pode ocorrer nos homens
estando relacionada com mecanismos ligados essencialmente ao envelhecimento como
a deficiecircncia de vitamina D a absorccedilatildeo diminuiacuteda de caacutelcio e aumento dos niacuteveis de
hormona paratiroideia (PTH) (Yazbek e Neto 2008) Nos homens a testosterona
funciona da mesma forma que os estrogeacutenios na mulher sendo que pacientes com
hipogonadismo tambeacutem experienciam perdas oacutesseas aceleradas (Chrcanovic et al
2010) O osso apresenta composiccedilatildeo normal mas fica diminuiacutedo em quantidade e esta
diminuiccedilatildeo da massa oacutessea frequentemente resulta em fracturas das veacutertebras anca e
antebraccedilo (Do Lee et al 2005) De acordo com Law e Klemetti citados por Do Lee a
osteoporose pode resultar em diminuiccedilatildeo da massa oacutessea da mandiacutebula bem como
provocar alteraccedilotildees na estrutura deste osso especialmente do bordo inferior No mesmo
artigo satildeo citados alguns autores como Shrout e Kashima que referem existir uma
ligaccedilatildeo entre a osteoporose e alteraccedilotildees radiograacuteficas verificadas no padratildeo trabecular
da mandiacutebula
Existem outras patologias que tambeacutem diminuem a forccedila oacutessea como a doenccedila
gastrointestinal pois diminui a absorccedilatildeo de vitamina D De acordo com Ebeling citado
por Chrcanovic a osteoporose nos homens pode estar relacionada com algumas
condiccedilotildees como a hipercalceacutemia nefrolitiacutease terapia com anticonvulsivantes
tirotoxicose doenccedila renal e do fiacutegado mieloma muacuteltiplo ou mastocitose sisteacutemica
Bechtold e Felin citados na anaacutelise de Chrcanovic e colaboradores mencionam
a artrite idiopaacutetica juvenil como a doenccedila reumaacutetica mais comum na aacuterea da pediatria
18
Alguns estudos demonstraram a existecircncia de deficiecircncias significativas da densidade
volumeacutetrica trabecular no osso mineral e massa oacutessea cortical nestes pacientes
Os pacientes com doenccedila renal croacutenica padecem de vaacuterios distuacuterbios no
metabolismo do foacutesforo caacutelcio e ossos Estas alteraccedilotildees devem-se a factores que
contribuem para o aumento da reabsorccedilatildeo oacutessea como a diminuiccedilatildeo da absorccedilatildeo de
caacutelcio pelo intestino excessiva produccedilatildeo de PTH e alteraccedilotildees no metabolismo da
vitamina D (McPhee 2007) De acordo com Chrcanovic et al os ossos satildeo mais
gravemente afectados em casos de doenccedila renal croacutenica do que em casos saudaacuteveis
onde apenas satildeo afectados pelas consequecircncias da idade avanccedilada
A massa oacutessea eacute uma caracteriacutestica principalmente determinada geneticamente
no entanto tambeacutem eacute alterada sob a influecircncia do ambiente Indiviacuteduos com muita
massa muscular e que praticam actividade fiacutesica apresentam maior massa oacutessea do que
por exemplo pacientes fumadores ou com problemas de alcoolismo (Chrcanovic et al
2010) Estas duas uacuteltimas condiccedilotildees satildeo tambeacutem consideradas factores de risco para a
osteoporose (McPhee 2007)
3 Diagnoacutestico
31 Preacute-Ciruacutergico
Uma vez indicada a extracccedilatildeo de dentes inclusos eacute fundamental a realizaccedilatildeo de
um planeamento ciruacutergico baseado em exames cliacutenicos e radioloacutegicos Atraveacutes do
exame cliacutenico obtecircm-se dados especiacuteficos da sauacutede geral do paciente histoacuteria meacutedica e
dentaacuteria e o niacutevel de complexidade e dificuldade operatoacuteria pode ser analisado no
exame radiograacutefico Deste modo o dentista consegue prevenir possiacuteveis acidentes
durante a cirurgia ou no periacuteodo poacutes-operatoacuterio muitas vezes relacionados com a
posiccedilatildeo e localizaccedilatildeo do dente incluso (Juacutenior et al 2006)
As classificaccedilotildees dos dentes inclusos satildeo feitas a partir da anaacutelise radiograacutefica e
com cuidadosa classificaccedilatildeo o dentista pode abordar a cirurgia de forma ordenada e
prever se alguma abordagem ciruacutergica fora do comum precisaraacute ser adoptada (Juacutenior et
al 2006 Xavier et al 2010) Para a maioria dos casos a radiografia periapical eacute a
radiografia de eleiccedilatildeo pois fornece informaccedilatildeo mais detalhada Por outro lado a
ortopantomografia mostra uma imagem mais exacta da anatomia da regiatildeo e pode ser
usada como substituto apropriado (Xavier et al 2010) Aliaacutes na grande maioria satildeo
19
estas as radiografias utilizadas pois eacute possiacutevel visualizar correctamente o longo eixo do
segundo molar o ramo ascendente da mandiacutebula e o niacutevel oacutesseo que satildeo utilizados
como paracircmetros (Juacutenior et al 2006)
Os sistemas de classificaccedilatildeo permitem avaliar a dificuldade da cirurgia e nestes
incluem-se a angulaccedilatildeo (classificaccedilatildeo de Winter ndash Anexo 2) relaccedilatildeo com o bordo
anterior do ramo ascendente (Sistema de Pell amp Gregory I II e III ndash Anexo 1) e relaccedilatildeo
com o plano oclusal (Sistema de Pell amp Gregory A B e C ndash Anexo 1) Outros factores a
ter em conta na anaacutelise radiograacutefica fazem parte de alguns factores predisponentes jaacute
abordados como eacute o caso da morfologia radicular e relaccedilatildeo das raiacutezes com o canal
dentaacuterio inferior a densidade oacutessea que eacute mais elevado em pacientes com mais de 35
anos diminuindo a flexidade e capacidade de expansatildeo do osso e a natureza do tecido
envolvente pois o tipo de empactaccedilatildeo pode ser por tecido mole oacutesseo parcial ou oacutesseo
total (Peterson et al 2000)
A tomografia computadorizada (TC) tem-se tornado muito uacutetil em certas
situaccedilotildees como na avaliaccedilatildeo da proximidade dos dentes inclusos a estruturas
anatoacutemicas na avaliaccedilatildeo da profundidade de empactaccedilatildeo e espessura das paredes
corticais inclinaccedilatildeo vestibulo-lingual e morfologia da coroa e raiacutezes do dente
empactado (Bodner et al 1994)
Como as fracturas mandibulares associadas agrave cirurgia satildeo raras natildeo se justifica
usar a TC como exame complementar preacute-ciruacutergico No entanto em casos especiacuteficos
apoacutes avaliaccedilatildeo criteriosa dos factores predisponentes que aparentam ter um elevado
risco de desenvolvimento de fractura mandibular este exame torna-se vantajoso (Bodner
et al 1994) Pode tambeacutem ser utilizada para determinar o volume oacutesseo relativo da
mandiacutebula ocupado pelo dente (Woldenberg et al 2007)
32 Poacutes-ciruacutergico
Apoacutes ou durante a cirurgia o meacutedico dentista tem que estar alerta para os sinais e
sintomas presenciados pelo paciente que podem indicar a ocorrecircncia de fractura
mandibular
Nos casos que se encontram no periacuteodo poacutes-operatoacuterio natildeo muito prolongado o
principal alerta para a possibilidade de fractura mandibular eacute ouvir um estalido algumas
semanas apoacutes a cirurgia (Woldenberg et al 2007) Considera-se que a mandiacutebula
fractura no momento em que o som eacute ouvido Jaacute nos casos em que decorreu bastante
tempo apoacutes a cirurgia o diagnoacutestico eacute mais complicado O atraso da cicatrizaccedilatildeo e a
20
presenccedila de osteomielite podem ser a causa destas fracturas e quando a cicatrizaccedilatildeo se
prolonga demasiado deve-se sempre considerar o risco de fractura apresentando assim
indicaccedilatildeo para controlo radiograacutefico perioacutedico (Iizuka et al 1997)
O som de um estalido reportado pelo paciente deve ser considerado como
indicativo de uma possiacutevel fractura mesmo que esta natildeo seja detectada inicialmente na
radiografia (Woldenberg et al 2007) Se assim acontecer recomenda-se a realizaccedilatildeo de
radiografias de controlo (Wagner et al 2005) Libersa et al bem como Perry e
Goldberg confirmam este som distinto pois a maioria dos pacientes reportou um som
tipo estalido enquanto mastigavam acompanhado por dor intensa Na anaacutelise de
Krimmel e Reinert todos os pacientes reportaram o mesmo som excepto um que
apenas presenciou um novo episoacutedio de dor
Para aleacutem da dor suacutebita outros sinais cliacutenicos a ter em conta satildeo a presenccedila de
parestesia disestesia ou anestesia relacionadas com o nervo dentaacuterio inferior e as
alteraccedilotildees na oclusatildeo que satildeo um forte indicador de possiacutevel fractura mandibular (Laub
Jr 2009) Poderaacute tambeacutem surgir edema (Wagner et al 2005)
No caso reportado por Woldenberg foi realizada radiografia panoracircmica poacutes-
operatoacuteria imediata apoacutes se ter presenciado um estalido durante a extracccedilatildeo do 38 Na
radiografia verficou-se uma linha radioluacutecida desde o alveacuteolo ateacute ao bordo inferior da
mandiacutebula compatiacutevel com linha de fractura Foi notificada tambeacutem a presenccedila de
parestesia do laacutebio inferior do lado correspondente agrave fractura
No estudo realizado por Wagner et al em 2005 13 dos 17 pacientes que
sofreram fractura mandibular tambeacutem reportaram um som tipo estalido mas nem
sempre associado a sensaccedilatildeo dolorosa imediata No entanto foi reportada
frequentemente a presenccedila de inchaccedilo na zona do acircngulo mandibular respectivo A
meacutedia de dias decorridos entre a cirugia e a fractura foi de 19plusmn4 dias O tempo
decorrido ateacute diagnoacutestico radioloacutegico com conhecimento da data da fractura foi de
10plusmn4 dias
Como jaacute foi referido as fracturas mandibulares nem sempre satildeo diagnosticadas
radiologicamente (Iizuka et al 1997) principalmente se natildeo houver deslocamento
patoloacutegico dos fragmentos (Wagner et al 2007) No estudo de Iizuka et al todas as
fracturas que ocorreram num estado poacutes-operatorio relativamente cedo eram fracturas
sem deslocamento Uma vez que este tipo de fractura natildeo eacute imediatamente reconhecido
um achado radiograacutefico negativo apoacutes suspeita natildeo deve exluir de imediato a presenccedila
de fractura Nestes casos eacute recomendada uma dieta mole e a execuccedilatildeo de radiografias de
21
controlo nos dias seguintes (Iizuka et al 1997) Aliaacutes no estudo de Iizuka et al um dos
pacientes reportou um estalido ao comer no sexto dia poacutes-operatoacuterio cuja radiografia
efectuada nesse mesmo dia natildeo revelou qualquer fractura Quatro semanas depois o
paciente voltou ao consultoacuterio devido a uma dor persistente no local da extracccedilatildeo onde
se verificou atraveacutes da radiografia uma fractura evidente
De acordo com alguns autores na radiografia pode verificar-se uma fractura preacute-
angular o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo eixo do
dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula ou fracturas angulares
com uma linha de fractura paralela agrave bissectriz do acircngulo mandibular (Iizuka et al
1997 Wagner et al 2005)
Em casos de suspeita de fractura sem deslocamento e cujos achados radioloacutegicos
atraveacutes das radiografias convencionais como a ortopantomografia sejam negativos a
tomografia computadorizada (TC) e a tomografia computadorizada de feixe coacutenico
podem ser utilizadas como exames adicionais
De acordo com Roth e colaboradores a TC apresenta resultados superiores aos
da radiografia panoracircmica Este facto justifica-se pelas suas ferramentas de
melhoramento de imagem melhor qualidade de imagem sensibilidade equivalente na
identificaccedilatildeo de fracturas menor erro de interpretaccedilatildeo e opiniotildees mais concordantes
entre os meacutedicos na identificaccedilatildeo das fracturas mandibulares (Roth et al 2005) Outros
estudos suportam a contribuiccedilatildeo dos achados radiograacuteficos na TC para o manuseamento
ciruacutergico de traumas (Eggers et al 2008) No entanto existem algumas desvantagens
nomeadamente o elevado custo a disponibilidade e a elevada exposiccedilatildeo de radiaccedilatildeo
Estes factores promovem a tomografia computadorizada de feixe coacutenico como uma
aceitaacutevel alternativa na avaliaccedilatildeo de fracturas maxilofaciais (Scarfe et al 2006
Shintaku et al 2009)
4 Tratamento
As opccedilotildees de tratamento para as fracturas mandibulares associadas a extracccedilotildees
seguem os princiacutepios do tratamento das fracturas traumaacuteticas do acircngulo da mandiacutebula
As fracturas mandibulares podem ser tratadas realizando-se a reduccedilatildeo
contenccedilatildeo e imobilizaccedilatildeo dos segmentos fracturados sendo que a orientaccedilatildeo da oclusatildeo
dentaacuteria levaraacute a uma perfeita consolidaccedilatildeo dos segmentos fracturados com boa
recuperaccedilatildeo funcional e esteacutetica (Gomes et al 2001) Eacute fundamental identificar e
22
assegurar a correcta oclusatildeo antes de recorrer agrave reduccedilatildeo da fractura (Custoacutedio et al
2007)
O tratamento das fracturas mandibulares iatrogeacutenicas reportado por diversos
estudos na anaacutelise de Bodner et al baseou-se numa reduccedilatildeo fechada da fractura em
40 dos casos reduccedilatildeo aberta em 35 dos pacientes e em 25 dos casos natildeo foi
efectuado qualquer tipo de tratamento Este autor natildeo faz referecircncia ao sucesso dos
tratamentos
Os tratamentos que utilizam apenas fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo chamados reduccedilotildees
fechadas porque natildeo envolvem a abertura directa exposiccedilatildeo e a manipulaccedilatildeo da aacuterea
fracturada Uma reduccedilatildeo aberta inclui exposiccedilatildeo directa e reduccedilatildeo da fractura atraveacutes de
incisatildeo ciruacutergica (Custoacutedio et al 2007)
No estudo de Chrcanovic et al foram analisados 128 casos de fractura
mandibular sendo dois destes relatados por experiecircncia proacutepria No primeiro caso a
paciente ouviu um estalido e na avaliaccedilatildeo da ortopantomografia verificou-se uma
fractura sem deslocamento As possiacuteveis opccedilotildees de tratamento foram discutidas com a
paciente Devido a vaacuterias razotildees nomeadamente a ausecircncia de infecccedilatildeo e deslocamento
entre os segmentos a presenccedila de uma boa oclusatildeo com todos os dentes presentes e o
devido consentimento da paciente foi realizada apenas fixaccedilatildeo intermaxilar Apoacutes trecircs
meses verificou-se radiologicamente uniatildeo oacutessea
No caso reportado por Woldenberg et al durante a extracccedilatildeo do dente 38
verificou-se na panoracircmica uma linha de fractura Foi colocada fixaccedilatildeo intermaxilar e
posteriomente foram realizados novos exames uma panoracircmica e uma TC que
demonstraram bons resultados com aproximaccedilatildeo da linha de fractura Apoacutes duas
semanas a paciente recuperou a sensibilidade ao niacutevel do nervo dentaacuterio inferior
esquerdo Seis semanas apoacutes a cirurgia a fixaccedilatildeo intermaxilar foi removida e a paciente
sujeita a dieta mole por mais quatro semanas Nos dois trecircs e seis meses apoacutes a cirugia
foram realizadas radiografias panoracircmicas Estas revelaram formaccedilatildeo contiacutenua de osso
ao niacutevel do alveacuteolo e da linha de fractura
No estudo de Iizuka et al em seis casos foi realizada reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo
interna em dois efectuou-se fixaccedilatildeo intermaxilar e nos restantes trecircs apenas dieta mole
Todos os pacientes foram submetidos a terapia antibioacutetica durante pelo menos uma
semana simultaneamente com o tratamento da fractura que decorreu sem complicaccedilotildees
Todavia a obtenccedilatildeo de uma boa estabilidade parece ser a protecccedilatildeo mais segura contra
23
a infecccedilatildeo e atraso da cicatrizaccedilatildeo mais do que a terapia antibioacutetica (Mehra e Murad
2008)
De acordo com a literatura hoje em dia o tratamento mais eficaz das fracturas
mandibulares baseia-se na reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo interna no entanto os artigos
abordados cuja fractura estaacute relacionada com a extracccedilatildeo de terceiros molares parecem
ter obtido bons resultados com a utilizaccedilatildeo de fixaccedilatildeo intermaxilar e realizaccedilatildeo de dieta
mole Iizuka et al referem que nos casos de diagnoacutestico precoce e ausecircncia de
sintomatologia eacute adequado um tratamento conservador com fixaccedilatildeo intermaxilar e
nalguns casos a prescriccedilatildeo de dieta mole
No entanto evitar o uso de fixaccedilatildeo intermaxilar no transoperatoacuterio eacute mais
econoacutemico em tempo e custo e mais confortaacutevel para o paciente De acordo com Sorel
citado por Laub Jr alguns dos problemas associados agrave fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo a maacute
alimentaccedilatildeo com perda de peso dificuldades na respiraccedilatildeo e foneacutetica maacute higiene oral e
problemas sociais Em contraste a fixaccedilatildeo interna permite restauraccedilatildeo da funccedilatildeo e
mobilidade mais cedo e aumento do conforto para o paciente com melhoria dos
aspectos atraacutes mencionados Os autores Gomes et al referem que a fixaccedilatildeo intermaxilar
natildeo eacute usualmente necessaacuteria na reduccedilatildeo de fracturas confinadas agrave mandiacutebula
De acordo com Calloway et al citados por Moreno et al o desenvolvimento de
diferentes sistemas de fixaccedilatildeo interna na traumatologia facial e sua aplicaccedilatildeo no
tratamento das fracturas mandibulares conduziu a mudanccedilas nos criteacuterios de realizaccedilatildeo
de imobilizaccedilatildeo poacutes-ciruacutergica Tambeacutem tornou possiacutevel um retorno agrave funccedilatildeo normal
mais raacutepido Esta teacutecnica utiliza placas e parafusos na regiatildeo da fractura para se obter
contenccedilatildeo estaacutevel e eficaz promovendo cicatrizaccedilatildeo oacutessea primaacuteria sem que seja
necessaacuteria a extensatildeo do uso de fixaccedilatildeo intermaxilar A eliminaccedilatildeo desta ou uso por
periacuteodo miacutenimo geralmente resulta em maior satisfaccedilatildeo para o paciente (Gomes et al
2001 Custoacutedio et al 2007) Nesta modalidade o acesso agrave aacuterea da fractura pode ser
conseguido atraveacutes de abordagem intra-oral ou extra-oral (Mehra e Murad 2008)
As fracturas com grande grau de deslocamento ou fracturas cominutivas
necessitam de uma abordagem extra-oral para correcta reduccedilatildeo e visualizaccedilatildeo ao
colocar as estruturas de fixaccedilatildeo interna Por esta razatildeo e por natildeo haver comunicaccedilatildeo
com o meio intra-oral este meacutetodo apresenta baixo iacutendice de contaminaccedilatildeo A reduccedilatildeo
aberta com abordagem intra-oral pode ser utilizada nos casos de ausecircncia ou ligeiro
deslocamento dos fragmentos pacientes pouco cooperantes ou que necessitam de
restabelecimento imediato da funccedilatildeo mastigatoacuteria (Custoacutedio et al 2007)
24
A utilizaccedilatildeo de meacutetodos de fixaccedilatildeo interna nas fracturas mandibulares parece ser
o meacutetodo de tratamento mais aceitaacutevel (Moreno et al 2000) No entanto
independentemente do meacutetodo utilizado a finalidade baacutesica do tratamento das fracturas
deve ser o restabelecimento da oclusatildeo funcional e a continuidade mandibular
promovendo a restauraccedilatildeo das funccedilotildees mastigatoacuterias do paciente com o miacutenimo de
sequelas possiacutevel (Custoacutedio et al 2007)
5 Medidas preventivas
Perante avaliaccedilatildeo cliacutenica e posterior suspeita de ser um paciente de alto risco de
desenvolvimento de fractura mandibular algumas medidas devem ser ponderadas com
especial atenccedilatildeo Chrcanovic et al apontam mesmo a inadequada avaliaccedilatildeo preacute-
operatoacuteria como um factor de risco ou factor predisponente para o desenvolvimento de
fracturas Portanto este seria o primeiro ponto a ter em conta para um adequado
procedimento ciruacutergico com medidas atenuantes do risco de complicaccedilotildees A
identificaccedilatildeo de dentes que representam elevado risco de complicaccedilotildees relacionadas
com a cirurgia eacute a chave para o desenvolvimento de medidas profilaacutecticas com o
objectivo de evitar fracturas mandibulares Todos os indicadores de risco devem ser
bem analisados
Bodner e colaboradores descreveram algumas medidas preventivas para reduzir
a possibilidade de ocorrecircncia de fracturas mandibulares iatrogeacutenicas Estas incluem os
seguintes passos informar o paciente sobre a existecircncia do risco de fractura e da
importacircncia da sua cooperaccedilatildeo (Libersa et al 2002) a remoccedilatildeo oacutessea quando
necessaacuteria deve ser miacutenima e se possiacutevel efectuar odontossecccedilatildeo reduzindo a aacuterea
oacutessea removida se o dente empactado se encontrar perto do bordo inferior da
mandiacutebula considerar a abordagem extra-oral pacientes devem realizar dieta mole nas
quatro semanas seguintes agrave cirurgia (Wagner et al 2005 Woldenberg et al 2007)
embora Iizuka et al refiram apenas duas semanas e limitar a forccedila mastigatoacuteria durante
dois meses (Libersa et al 2002) o meacutedico dentista deve dar ecircnfase agrave qualidade e
duraccedilatildeo da dieta mole (Perry e Goldberg 2000) informar o paciente sobre os sinais
cliacutenicos e sintomas de uma fractura poacutes-operatoacuteria alertar o paciente para a
possibilidade de ouvir um som tipo estalido que pode indicar a presenccedila de fractura natildeo
sendo no entanto facilmente detectaacutevel radiologicamente com necessidade de
posteriores radiografias (Iizuka et al 1997)
25
Obiechina et al citados por Al-Belasy et al referem que perante as
dificuldades inerentes a esta cirurgia eacute recomendado que esta seja efectuada antes dos
25 anos Aliaacutes de acordo com Libersa et al a remoccedilatildeo profilaacutectica de terceiros molares
antes dos 20 anos de idade pode atenuar o risco de fractura
De acordo com Chrcanovic et al em casos em que a extracccedilatildeo de terceiros
molares inclusos eacute recomendada o risco de desenvolver uma fractura mandibular intra-
operatoacuteria pode ser evitada quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando
existe uma boa visualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada (Al-Belasy et al 2009)
Estes autores referem que o risco de fracturas mandibulares tanto imediatas como
tardias pode ser evitado pelo diagnoacutestico preciso e bem elaborado nos seguintes casos
pacientes com mais de 25 anos de idade principalmente homens pacientes com
bruxismo atletas activos raiacutezes do terceiro molar sobrepostas ou adjacentes ao canal
dentaacuterio inferior visualizadas na panoracircmica pacientes com patologia local ou
sisteacutemica ou sob medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea
26
Conclusatildeo
As taxas de incidecircncia da fractura traumaacutetica mandibular satildeo elevadas
principalmente quando comparadas com as fracturas mandibulares associadas a
exodontias que rondam os 00046 Apesar de rara a possibilidade de ocorrer e os
sinais e sintomas que acarreta devem ser destacados na informaccedilatildeo e esclarecimento ao
paciente A remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos eacute a cirurgia mais associada a estas
fracturas e as indicaccedilotildees quanto agrave sua realizaccedilatildeo ainda satildeo um pouco questionadas
Cada caso deve ser bem avaliado com os meacutetodos cliacutenicos e radiograacuteficos necessaacuterios
Quando eacute decidida a realizaccedilatildeo de extracccedilatildeo a radiografia periapical eacute
considerada um exame de eleiccedilatildeo no entanto a radiografia panoracircmica eacute um bom
substituto e permite utilizar sistemas de classificaccedilatildeo que podem ajudar o dentista na
determinaccedilatildeo do grau de complexidade e dificuldade do procedimento Por outro lado a
tomografia computadorizada (TC) pode ser utilizada em casos muito especiacuteficos com
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos factores predisponentes agrave ocorrecircncia de fractura mandibular
associada agrave exodontia
As fracturas podem ocorrer durante ou apoacutes a cirurgia sendo estas uacuteltimas as
mais frequentes Pacientes com mais de 25 anos geralmente entre os 40 e 50 anos
aparentam ter maior predisposiccedilatildeo provavelmente devido agrave diminuiccedilatildeo da elasticidade
oacutessea e dificuldades na expansatildeo alveolar durante a cirurgia A osteoporose tambeacutem
pode estar relacionada com o enfraquecimento da estrutura oacutessea
As fracturas imediatas estatildeo geralmente associadas a utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos Esta forccedila aplicada numa
mandiacutebula enfraquecida por razotildees preacute-ciruacutergicas aumenta a predisposiccedilatildeo para
fractura A fragilidade mandibular pode ser fisioloacutegica mas pode tambeacutem estar
relacionada com factores locais ou sisteacutemicos como doenccedilas ou medicamentos que
afectam a resistecircncia oacutessea As infecccedilotildees e lesotildees quiacutesticas ou tumorais bem como a
terapia com corticosteroacuteides e a osteoporose satildeo exemplos destes factores Durante o
procedimento deve-se optar pela remoccedilatildeo oacutessea miacutenima e se possiacutevel realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo obtenccedilatildeo de boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e aplicaccedilatildeo de forccedila
guiada e controlada As fracturas mandibulares tardias geralmente estatildeo associadas a um
enfraquecimento da mandiacutebula que surgiu apoacutes a extracccedilatildeo sendo a remoccedilatildeo oacutessea
excessiva um factor relacionado Quanto maior a quantidade de osso removido maior o
defeito oacutesseo criado maior a fragilidade mandibular e consequentemente o risco de
fractura aumenta Deste modo dentes inclusos com grande empactaccedilatildeo e envolvimento
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
1
Introduccedilatildeo
A fractura mandibular associada a exodontias eacute uma complicaccedilatildeo rara Por outro
lado a remoccedilatildeo dos terceiros molares eacute um dos procedimentos mais comummente
realizado na praacutetica ciruacutergica de Medicina Dentaacuteria Eacute um processo que requer um
planeamento cuidado e o meacutedico dentista deve apresentar-se apto para realizar tal
cirurgia Bodner et al em 2010 analisaram vaacuterios estudos que reportavam casos de
fractura da mandiacutebula relacionada com a extracccedilatildeo dentaacuteria e de acordo com estes
autores a extracccedilatildeo de terceiros molares inferiores eacute a que estaacute mais associada a este
tipo de fractura
Embora a empactaccedilatildeo de terceiros molares possa ser assintomaacutetica a
probabilidade de estes causarem problemas eacute muito alta As complicaccedilotildees preacute-
operatoacuterias podem ser dor desenvolvimento de doenccedila periodontal ou reabsorccedilatildeo
radicular no segundo molar ou sintomas de disfunccedilatildeo da ATM Eacute de referir que as
principais satildeo a formaccedilatildeo de abcesso fractura espontacircnea da mandiacutebula e quistos ou
tumores odontogeacutenicos sendo a complicaccedilatildeo preacute-operatoacuteria mais frequente a
pericoronarite (Chiapasco et al 1993)
A necessidade de extracccedilatildeo dos terceiros molares eacute vista de forma diferente por
parte de cada profissional (Knutsson 1992 Hazelkorn e Macek 1994 Adeyemo
2006) De acordo com Adeyemo a decisatildeo sobre a extracccedilatildeo natildeo deve ser generalizada
mas individualizada e limitada aos dentes com indicaccedilotildees meacutedicas ciruacutergicas e
patoloacutegicas bem definidas (Adeyemo 2006)
Algumas indicaccedilotildees foram estabelecidas numa conferecircncia pela ldquoNational
Institutes of Healthrdquo em 1980 nos Estados Unidos da Ameacuterica e nestas incluem-se os
terceiros molares inclusos associados a pericoronarite recorrente lesatildeo quiacutestica ou de
caacuterie natildeo restauraacutevel ou que causem problemas periodontais no segundo molar No
entanto hoje em dia estas indicaccedilotildees ainda satildeo questionadas (Hazelkorn e Macek 1994
Glosser e Campbell 1999)
Actualmente de acordo com Chrcanovic et al a remoccedilatildeo profilaacutectica dos
terceiros molares eacute justificada com base na hipoacutetese de que os sisos natildeo apresentam
qualquer funccedilatildeo na cavidade oral na diminuiccedilatildeo do risco de desenvolver patologias
(quistos e tumores) associadas ao dente (Glosser e Campbell 1999 Guumlven 2000
Baykul et al 2005) na reduccedilatildeo do risco de fractura traumaacutetica do acircngulo da mandiacutebula
devido agrave presenccedila do dente incluso (Ugboko et al 2000 Hanson et al 2004 Iida et
2
al 2005 Inaoka et al 2009) e no facto da dificuldade da cirurgia aumentar com a
idade do paciente (Baykul et al 2005)
Em casos de grande empactaccedilatildeo nem sempre eacute recomendada a remoccedilatildeo do
dente excepto em casos de patologia ou infecccedilatildeo sendo suficiente um controlo
radiograacutefico (Kwon et al 2006) A maioria dos problemas patoloacutegicos sintomaacuteticos
que resultam de terceiros molares inclusos ocorre devido a dentes parcialmente
erupcionados e menos comummente a empactaccedilotildees oacutesseas completas (Werkmeister et
al 2005)
Contar et al em 2010 concluiacuteram que o risco de complicaccedilotildees na cirurgia de
terceiros molares estaacute sempre presente aumentando proporcionalmente com a
dificuldade desta e por sua vez a dificuldade da cirurgia aumenta proporcionalmente
com a idade do paciente (Baykul et al 2005) Numerosos estudos foram recentemente
realizados no sentido de identificar possiacuteveis factores de risco para as complicaccedilotildees
intra e poacutes-operatoacuterias nas quais se incluem as fracturas mandibulares As
complicaccedilotildees intra-operatoacuterias satildeo aquelas que ocorrem durante o acto ciruacutergico
propriamente dito e as poacutes-operatoacuterias satildeo as que surgem apoacutes este (Brauer 2009)
A prevalecircncia de complicaccedilotildees relacionadas com a remoccedilatildeo dos terceiros
molares situa-se entre os 26 e os 309 Estas variam desde edema e dor ateacute
situaccedilotildees de lesatildeo do nervo fracturas mandibulares ou mesmo casos de infecccedilatildeo que
podem colocar a vida do paciente em risco (Brauer 2009) As complicaccedilotildees mais
comuns associadas agrave extracccedilatildeo de terceiros molares satildeo a alveolite seca infecccedilatildeo lesatildeo
do nervo hemorragia e dor (Iizuka et al 1997 Woldenberg et al 2007) As
complicaccedilotildees raras ou pouco comuns satildeo definidas por Brauer como aquelas que
apresentam uma taxa de incidecircncia inferior a 1 e destas fazem parte as fracturas
mandibulares (Brauer 2009) De acordo com Woldenberg et al as complicaccedilotildees
menos comuns satildeo o trismus severo lesatildeo iatrogeacutenica do segundo molar adjacente e a
fractura mandibular iatrogeacutenica
Citando Bruce et al Al-Belasy e colaboradores referem que na remoccedilatildeo
convencial de terceiros molares 2 a 4 das cirurgias resulta em fractura oacutessea
iatrogeacutenica no entanto satildeo fracturas do processo alveolar ou da parede lingual Por
outro lado na remoccedilatildeo ciruacutergica de terceiros molares empactados geralmente eacute
necessaacuteria grande remoccedilatildeo oacutessea para se ter acesso ao dente (Kwon et al 2006) Nestes
casos a remoccedilatildeo oacutessea pode enfraquecer a mandiacutebula predispondo-a a fractura (Iizuka et
al 1997)
3
Um dente empactado eacute aquele que natildeo consegue erupcionar dentro do tempo
esperado ateacute agrave sua posiccedilatildeo normal na mandiacutebula A empactaccedilatildeo ocorre porque eacute
dificultada pelos dentes adjacentes por um denso revestimento oacutesseo ou por excesso de
tecido mole O termo dente incluso eacute mais abrangente pois inclui tanto os dentes
empactados como os dentes em erupccedilatildeo (Peterson et al 2000)
Embora as taxas de incidecircncia reportadas sejam baixas as fracturas
mandibulares satildeo consideradas como complicaccedilotildees major ou seja que necessitam de
um tratamento posterior e podem desenvolver consequecircncias irreversiacuteveis (Krimmel e
Reinert 2000 Brauer 2009) Por esta razatildeo o meacutedico dentista deve estar preparado
para resolver este tipo de lesatildeo e o paciente deve ser devidamente informado sobre esta
possibilidade De acordo com Perry e Goldberg a praacutetica de cirurgia oral
contemporacircnea e maxilo-facial inclui a obtenccedilatildeo de um consentimento informado Os
pacientes devem receber em termos compreensiacuteveis uma informaccedilatildeo completa a
respeito do diagnoacutestico tratamento e prognoacutestico da sua condiccedilatildeo patoloacutegica por parte
do profissional de sauacutede O paciente deve reconhecer as implicaccedilotildees em caso de recusa
ao tratamento e tambeacutem deve ter conhecimento dos custos e existecircncia de tratamentos
alternativos (Palomer L 2009) Os riscoscomplicaccedilotildees preacute e poacutes operatoacuterios mesmo
os relativamente incomuns devem estar incluiacutedos na discussatildeo riscobenefiacutecio e nas
instruccedilotildees dadas ao paciente Eacute necessaacuterio afirmar que o consentimento deve ser livre
esclarecido renovaacutevel e revogaacutevel (Maluf et al 2007)
Sendo esta uma cirurgia comum eacute importante compreender a natureza das
complicaccedilotildees e conhecer os vaacuterios factores que associados agrave extracccedilatildeo de terceiros
molares contribuem para o desenvolvimento de fracturas mandibulares O uso de forccedila
improacutepria uma empactaccedilatildeo dentaacuteria muito acentuada casos de osteoporose ou outras
desordens metaboacutelicas ou lesotildees como quistos e tumores aumentam a probabilidade
da ocorrecircncia de fractura mandibular A presenccedila de um dente empactado numa
mandiacutebula muito atroacutefica ou uma infecccedilatildeo que envolve os tecidos periodontais
nomeadamente o osso tambeacutem aumentam esta predisposiccedilatildeo
Poucos satildeo os relatos de casos de ocorrecircncia de fracturas mandibulares
associados agrave remoccedilatildeo de terceiros molares no entanto apesar da baixa taxa de
incidecircncia natildeo se deve descartar a possibilidade de surgir uma complicaccedilatildeo como esta
Quando ocorre uma fractura o meacutedico dentista tem que estar preparado saber
reconhecer a lesatildeo com recurso a meios de diagnoacutestico apropriados bem como adoptar
as medidas mais adequadas para soluccedilatildeo do problema
4
1 Fracturas mandibulares
Apesar de ser considerado o osso mais forte e riacutegido da face a mandiacutebula eacute o
osso facial mais comummente fracturado (36-70) e parece ser devido agrave sua
localizaccedilatildeo exposta e proeminente Estas fracturas traumaacuteticas afectam principalmente
pessoas do sexo masculino entre os 16 e os 30 anos de idade (Hanson et al 2004) As
fracturas mandibulares podem classificar-se quanto agrave localizaccedilatildeo anatoacutemica quanto agrave
condiccedilatildeo dos fragmentos oacutesseos (galho verde simples cominutiva e composta) e
podem ser favoraacuteveis ou desfavoraacuteveis consoante a angulaccedilatildeo da fractura e a forccedila de
tracccedilatildeo muscular proximal ou distalmente agrave fractura (Peterson et al 2000) A maior
percentagem de fracturas quanto agrave localizaccedilatildeo encontra-se ao niacutevel do acircngulo cocircndilo e
regiatildeo sinfisaacuteria sendo que estas zonas podem ser consideradas mecanicamente como
pontos fracos (Mitsukawa et al 2004)
De acordo com Ferre e colaboradores citados por Libersa et al as fracturas no
acircngulo da mandiacutebula satildeo frequentes devido a vaacuterias razotildees nomeadamente o facto de
esta ser uma aacuterea de baixa resistecircncia com uma anatomia oacutessea especiacutefica (bordo
superior fino e osso basilar estreito) a sua localizaccedilatildeo que corresponde agrave regiatildeo entre o
ramo e o corpo da mandiacutebula e nalguns casos a presenccedila de terceiros molares inclusos
(Krimmel e Reinert 2000 Libersa et al 2002 Inaoka et al 2009)
De acordo com Rudderman e colaboradores citados por Chrcanovic et al
existem alguns factores que influenciam a localizaccedilatildeo das fracturas mandibulares
incluindo a direcccedilatildeo local e severidade da forccedila e impacto bem como caracteriacutesticas
intriacutensecas do osso Krimmel e Reinert referem que as fracturas mandibulares ocorrem
quando a resistecircncia do osso e as forccedilas exercidas neste natildeo satildeo compatiacuteveis Estes
autores defendem que a diminuiccedilatildeo da resistecircncia oacutessea pode ser causada por atrofia
fisioloacutegica osteoporose processos patoloacutegicos (ie lesotildees quiacutesticas lesotildees malignas
processos inflamatoacuterios) ou pode ser secundaacuteria a uma intervenccedilatildeo ciruacutergica (De Silva
1984) O stress exercido na mandiacutebula pode ser devido a forccedilas traumaacuteticas ou forccedilas
excessivas exercidas durante a extracccedilatildeo dentaacuteria (Krimmel e Reinert 2000)
Apesar da elevada percentagem de fracturas traumaacuteticas da mandiacutebula as
fracturas mandibulares como complicaccedilatildeo associada agrave extracccedilatildeo de terceiros molares
apresentam taxas de incidecircncia baixas (Krimmel e Reinert 2000)
Iizuka et al referem que a fractura mandibular natildeo ocorre apenas devido agrave forccedila
realizada durante a cirurgia mas tambeacutem devido ao enfraquecimento da regiatildeo do
acircngulo da mandiacutebula preacute-existente ou que surgiu apoacutes remoccedilatildeo do dente O tipo de
5
fractura decorrido apoacutes as extracccedilotildees no estudo de Iizuka et al confirma tambeacutem a
existecircncia de um enfraquecimento mecacircnico na regiatildeo preacute-angular da mandiacutebula Isto
porque todas as fracturas decorridas nesta anaacutelise eram fracturas preacute-angulares
Tambeacutem no estudo de Wagner et al de 2005 foram detectadas fracturas preacute-angulares
em 15 dos 17 casos o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo
eixo do dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula Nos restantes dois
casos foram detectadas fracturas angulares com uma linha de fractura paralela agrave
bissectriz do acircngulo mandibular De acordo com estes autores as fracturas na zona preacute
angular tecircm sido descritas como as tiacutepicas da fractura mandibular patoloacutegica associada a
extracccedilatildeo de terceiros molares
11 Taxas de incidecircncia
As fracturas da mandiacutebula apoacutes remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos satildeo
consideradas complicaccedilotildees raras com percentagens entre os 00046 e os 00075
(Woldenberg et al 2007)
Libersa et al em 2002 no seu estudo que abordava 27 casos de fractura
mandibular 17 intraoperatoacuterias e 10 poacutes-operatoacuterias obtiveram 00049 de taxa de
incidecircncia Outros autores Perry e Goldberg em 2000 basearam-se em questionaacuterios
efectuados a 84 cirurgiotildees orais e maxilo-faciais obtendo uma incidecircncia de fracturas
mandibulares tardias de 00046 ou seja 28 fracturas num total de 611 000 molares
empactados removidos
No estudo de Wagner et al de 2005 14 das 17 fracturas analisadas ocorreram
poacutes-operatoriamente Em 2010 na anaacutelise de vaacuterios estudos abordando um total de 189
casos Bodner e colaboradores reportaram 22 de casos de fracturas mandibulares
iatrogeacutenicas intra-operatoacuterias e 78 poacutes-operatoacuterias Neste sentido as fracturas tardias
parecem ser as mais frequentes
Dunstan e Sugar citados por Woldenberg et al referem que a verdadeira
incidecircncia de fracturas mandibulares poacutes-operatoacuterias como resultado da extracccedilatildeo eacute
dificil de estabelecer pois existem casos reportados de fracturas traumaacuteticas poacutes-
operatoacuterias que poderiam ter ocorrido numa mandiacutebula intacta e assim a ocorrecircncia
destas duas situaccedilotildees ser apenas uma coincidecircncia
6
12 Fracturas imediatas vs Fracturas tardias
As fracturas mandibulares podem ocorrer durante ou apoacutes o acto ciruacutergico
sendo consideradas complicaccedilotildees intra-operatoacuterias ou poacutes-operatorias respectivamente
As fracturas intra-operatoacuterias (imediatas) podem ocorrer devido a vaacuterios
factores sendo muitas vezes associadas agrave utilizaccedilatildeo de forccedila excessiva aplicada no osso
ou uso improacuteprio de instrumentos (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000 Libersa
et al 2002 Woldenberg et al 2007 Brauer 2009) O autor Harnisch citado por
Iizuka et al assume que a utilizaccedilatildeo descuidada da alavanca durante a extracccedilatildeo causa
forccedilas excessivas e inapropriadas no osso podendo provocar uma fractura imediata
Este autor refere tambeacutem que a fractura poacutes-operatoacuteria eacute pouco comum na ausecircncia de
infecccedilatildeo ou historial de trauma no entanto e baseando-se no seu estudo defende que a
fractura mandibular espontacircnea tambeacutem pode ocorrer e nestes casos com mais
frequecircncia nas duas semanas apoacutes a cirurgia Estes dados referem que a fractura
mandibular natildeo ocorre apenas devido agrave forccedila realizada durante a cirurgia mas tambeacutem
devido ao enfraquecimento oacutesseo que pode ter surgido apoacutes esta
No estudo de Perry e Goldberg de 2000 a fractura mandibular tardia eacute
considerada como aquela que ocorre a qualquer altura a partir do momento em que o
paciente abandona o consultoacuterio ou sala operatoacuteria sendo consideradas como resultado
indirecto da cirurgia De acordo com Bodner et al cuja anaacutelise abordou vaacuterios estudos
as fracturas poacutes-operatoacuterias ocorrem com mais frequecircncia
2 Factores predisponentes ou de risco
Como qualquer outro acto ciruacutergico podem surgir complicaccedilotildees na extracccedilatildeo
dos terceiros molares ou complicaccedilotildees que advecircm desta algum tempo mais tarde O
tipo de complicaccedilatildeo eacute bastante variaacutevel estando relacionado com muacuteltiplos factores
Neste sentido para os meacutedicos dentistas que realizam extracccedilotildees de terceiros molares
com frequecircncia eacute importante compreender a causa destas complicaccedilotildees
Em 2010 Bodner et al analisaram diversos artigos e relacionaram dados
relativos ao paciente e agrave sua condiccedilatildeo dentaacuteria com o desenvolvimento de fracturas
mandibulares Constataram que antes da exodontia alguns destes factores por
indicarem alto risco de desenvolvimento de fracturas mandibulares devem ser
cuidadosamente avaliados
Chrcanovic et al e Woldenberg et al enumeraram alguns factores de risco ou
factores predisponentes que devem ser analisados Nestes incluem-se magnitude de
7
empactaccedilatildeo tipo de angulaccedilatildeo raiacutezes longas idade do paciente idade e experiecircncia do
cirurgiatildeo presenccedila de quisto ou tumor relacionado com o dente empactado doenccedila
sisteacutemica ou medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea infecccedilotildees preacute-operatoacuterias
no local do dente a ser extraiacutedo avaliaccedilatildeo preacute-operatoacuteria inadequada volume relativo
do dente na mandiacutebula ponto temporal apoacutes a cirurgia infecccedilotildees preacute-operatoacuterias na
regiatildeo do terceiro molar extraiacutedo sexo feminino ou masculino presenccedila de
parafunccedilotildees pacientes praticantes de desporto e teacutecnica ciruacutergica
Woldenberg et al tambeacutem enfatizam o facto de ser possiacutevel reduzir o risco desta
complicaccedilatildeo adoptando medidas preventivas e Perry e Goldberg mencionam tambeacutem a
importacircncia do cumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias nomeadamente a
manutenccedilatildeo de uma dieta mole apoacutes a cirurgia
De acordo com os autores atraacutes mencionados a ocorrecircncia de fracturas
mandibulares eacute multifactorial (Al-Belasy et al 2009 Woldenberg et al 2007 Iisuka et
al 1997 Krimmel e Reinert 2000) estando relacionada com um conjunto de possiacuteveis
factores de risco Estes aparentam ter impacto na possibilidade de desenvolver este tipo
de complicaccedilatildeo
21 Idade
A idade do paciente eacute um dado importante uma vez que as fracturas
mandibulares geralmente sucedem em pacientes mais velhos O pico de incidecircncia
ocorre em indiviacuteduos com mais de 25 anos nomeadamente pacientes que rondam os 40
e os 50 anos de idade (Krimmel e Reinert 2000 Perry e Goldberg 2000 Libersa et al
2002 Wagner et al 2005) Esta relaccedilatildeo pode justificar-se pelo facto deste tipo de
fracturas ocorrer quando o osso natildeo eacute forte o suficiente para resistir a determinadas
forccedilas que actuam sobre ele O enfraquecimento da mandiacutebula como resultado da
diminuiccedilatildeo da elasticidade oacutessea que ocorre ao longo da vida pode ser a causa da
elevada taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares em pacientes mais velhos (Iizuka
et al 1997 Woldenberg et al 2007 Bodner et al 2010)
Krimmel e Reinert com base na anaacutelise de 6 casos de fractura mandibular
obtiveram uma meacutedia de idade de 45 anos Justificaram este valor referindo que nesta
idade se inicia uma desmineralizaccedilatildeo oacutessea secundaacuteria agrave osteoporose enfraquecendo o
sistema esqueleacutetico e simultaneamente intensificando o estreitamento do ligamento
periodontal Portanto comparativamente com os pacientes mais jovens os dentes
8
empactados necessitam de ser mais libertos do osso envolvente necessitando maior
ostectomia
A anquilose de dentes empactados nestes pacientes tambeacutem pode complicar a
extracccedilatildeo e enfraquecer a mandiacutebula devido agrave necessidade de efectuar maior remoccedilatildeo
oacutessea Deste modo perante este tipo de situaccedilatildeo eacute extremamente recomendado efectuar
odontossecccedilatildeo para facilitar a extracccedilatildeo do dente anquilosado e evitar futuras
complicaccedilotildees (Krimmel e Reinert 2000 Wagner et al 2005 Bodner et al 2010)
A elevada taxa de incidecircncia de fracturas em indiviacuteduos mais velhos devido agrave
diminuiccedilatildeo da elasticidade oacutessea e presenccedila de osteoporose estaacute de acordo com os
estudos que referem percentagens elevadas de complicaccedilotildees intra e poacutes-operatoacuterias na
remoccedilatildeo de terceiros molares empactados em pacientes numa faixa etaacuteria mais
avanccedilada Perante esta evidecircncia torna-se importante avaliar cada caso cuidadosamente
ou seja ter em conta a idade avanccedilada do indiviacuteduo e ponderar sobre a necessidade de
extracccedilatildeo ou natildeo dos dentes empactados nestes pacientes (Iizuka et al 1997)
22 Geacutenero
O facto de o paciente ser do sexo masculino ou feminino tambeacutem eacute um factor a
ter em conta pois aparenta ter especial importacircncia nas fracturas mandibulares poacutes-
operatoacuterias (Libersa et al 2002) Os homens mostram niacuteveis significativamente mais
elevados de forccedila mastigatoacuteria quando comparados com as mulheres (Miyaura et al
1999) Ao mastigar a forccedila requerida para quebrar os alimentos antes de os deglutir
pode causar forccedilas de stress consideraacuteveis nos ossos que estatildeo enfraquecidos pela
cirurgia e ainda natildeo recuperaram ou calcificaram (Perry e Goldberg 2000)
Deste modo devido agrave maior forccedila exercida no osso os homens apresentam
maior probabilidade de desenvolver fracturas mandibulares poacutes-operatoacuterias (Libersa et
al 2002 Brauer 2009)
23 Quantidade de dentes remanescentes
De acordo com Bodner et al as percentagens mais elevadas de fracturas
mandibulares ocorrem em pacientes parcialmente dentados ou totalmente dentados em
oposiccedilatildeo aos desdentados independentemente do sexo Tal como acontece nos
pacientes do sexo masculino discutido anteriormente indiviacuteduos com uma denticcedilatildeo
mais completa tambeacutem vatildeo exercer maiores forccedilas mastigatoacuterias Deste modo as forccedilas
exercidas na mandiacutebula durante a mastigaccedilatildeo apoacutes remoccedilatildeo de dentes inclusos causam
9
maior stress Assim pacientes com menos ausecircncias dentaacuterias apresentam maior risco
de desenvolvimento de fracturas mandibulares posteriormente agrave extracccedilatildeo
No estudo de Krimmel e Reinert independentemenre da idade todos os
pacientes que sofreram fracturas mandibulares apresentavam denticcedilatildeo completa Este
resultado parece estar relacionado com a aplicaccedilatildeo de forccedilas oclusais maacuteximas
posteriormente ao iniacutecio da cicatrizaccedilatildeo e reduccedilatildeo da dor e edema Consequentemente
cinco dos seis pacientes reportaram ouvir um estalido enquanto mastigavam dias apoacutes a
cirurgia
24 Grau de empactaccedilatildeo
Bodner e colaboradores referem que dentes totalmente empactados em osso
apresentam maior incidecircncia de fracturas mandibulares presumivelmente devido agrave
quantidade de osso que eacute necessaacuteria remover durante o acto ciruacutergico para a sua
extracccedilatildeo pois geralmente ocupam um maior volume de osso mandibular (Perry e
Goldberg 2000 Libersa et al 2002) No estudo de Libersa et al em 27 casos de
fractura mandibular 22 estavam completamente envolvidos por osso e 5 eram casos de
empactaccedilatildeo parcial
No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo na anaacutelise de Bodner et al a
quantidade de fracturas mandibulares associadas a dentes totalmente empactados foi o
dobro das fracturas em mandiacutebulas que continham dentes parcialmente empactados O
resultado apoacutes a extracccedilatildeo eacute a criaccedilatildeo de uma estrutura oacutessea ou parede cortical fina e
fraca criando uma mandiacutebula mais fraacutegil com possibilidades de sofrer fractura poacutes-
operatoacuteria (Perry e Goldberg 2000)
Na anaacutelise dos 6 casos de fractura mandibular por Krimmel e Reinert os dentes
foram classificados de acordo com o sistema de Pell amp Gregory (Anexo 1) Assim
apenas um molar se encontrava na classe I os restantes cinco em classe II e nenhum
dente foi categorizado com classe III A empactaccedilatildeo vertical era de classe B em dois
casos e classe C nos restantes quatro casos De acordo com estes resultados os autores
concluiacuteram que a posiccedilatildeo antero-posterior do terceiro molar parece natildeo ter influecircncia na
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular No entanto quanto maior a empactaccedilatildeo em
termos verticais maior a probabilidade da fractura ocorrer
Iizuka et al em 1997 analisaram as radiografias panoracircmicas de todos os
pacientes envolvidos nas fracturas mandibulares ocorridas no estudo Determinaram o
10
grau de empactaccedilatildeo e a posiccedilatildeo do terceiro molar de acordo com o sistema Pell amp
Gregory (Anexo 1) a angulaccedilatildeo do dente e tambeacutem o grau de dificuldade
O grau de dificuldade era atribuiacutedo por pontos consoante as classes do sistema
Pell amp Gregory em que o dente se encontrava e tambeacutem a sua angulaccedilatildeo um ponto para
classificaccedilotildees A I e mesioangulaccedilatildeo dois pontos para classes B II e posiccedilatildeo horizontal
trecircs pontos para classes C III e posiccedilatildeo vertical e ainda quatro pontos para dentes
distoangulados Neste sentido a classificaccedilatildeo maacutexima que poderia ser obtida era de 10
pontos correspondendo a um grau de dificuldade maacuteximo Os resultados obtidos
variaram de 5 a 9 pontos natildeo se verificando caracteriacutesticas predispodentes relevantes
No entanto como esta classificaccedilatildeo se baseou em trecircs paracircmetros os autores justificam
este resultado com base nas variaccedilotildees de angulaccedilatildeo encontradas no estudo Excluindo
este dado todos os casos excepto um se encontravam nas classes BC e IIIII Neste
sentido a remoccedilatildeo de dentes definidos nas classes BC e IIIII eacute considerada difiacutecil e
com predisposiccedilatildeo para fractura (Iizuka et al 1997)
25 Angulaccedilatildeo
De acordo com Xavier et al e com base na classificaccedilatildeo de Winter (Anexo 2) a
posiccedilatildeo dos terceiros molares inferiores mais frequentemente observada eacute a vertical e a
mesioangular (Vasconcellos et al 2002 Inaoka et al 2009 Santos e Quesada 2009)
Os dentes inclusos distoangulados satildeo considerados normalmente como os mais
difiacuteceis de extrair e que requerem maior remoccedilatildeo oacutessea Tambeacutem jaacute foi descrito que
uma posiccedilatildeo distoangular estaacute associada a uma posiccedilatildeo mais lingual sendo assim esta
parede cortical encontra-se bastante fina Neste sentido ao realizar uma abordagem ao
niacutevel da parede cortical vestibular coloca uma maior predisposiccedilatildeo para a ocorrecircncia de
fractura mandibular nestes casos de angulaccedilatildeo devido ao defeito oacutesseo criado (Iizuka et
al 1997 Chrcanovic et al 2010)
Iizuka e colaboradores definiram quatro grupos de dentes consoante o acircngulo
formado entre o eixo vertical do dente e o plano oclusal Para determinar a angulaccedilatildeo
dos terceiros molares foram efectuados quatro grupos dentes verticais quando o acircngulo
se encontra entre 80ordm e 100ordm mesioangular quando acircngulo estaacute entre 10ordm e 80ordm
distoangular quando o acircngulo eacute maior que 100ordm e horizontal quando o acircngulo se
encontra entre 350ordm e 10ordm Nos pacientes sem dentes mesialmente ao terceiro molar foi
desenhado um plano oclusal arbitraacuterio para definir a angulaccedilatildeo deste No estudo
depararam-se com cinco dentes mesioangulados um horizontal quatro distoangulados e
11
trecircs verticais Embora estes autores concordem com o que foi citado anteriormente
baseando-se na sua anaacutelise natildeo encontraram qualquer associaccedilatildeo entre o tipo de
angulaccedilatildeo e a predisposiccedilao para fractura mandibular
26 Comprimento das raiacutezes e sua relaccedilatildeo com o canal dentaacuterio inferior
O mecanismo pelo qual os terceiros molares com raiacutezes longas foram
relacionados com o aumento de risco de ocorrecircncia de fracturas angulares deve-se ao
espaccedilo oacutesseo que este ocupa na mandiacutebula Hanson et al suportando esta hipoacutetese
referem que as fracturas mandibulares podem ocorrer apoacutes remoccedilatildeo do terceiro molar
com raiacutezes muito compridas pois o acircngulo mandibular torna-se uma regiatildeo
enfraquecida
Nos casos de fractura analisados por Iizuka et al as raiacutezes dos dentes estavam
sobrepostas ao canal dentaacuterio inferior em 10 casos ou seja 77 dos casos Nos trecircs
casos restantes as raiacutezes estavam adjacentes ao canal Em nenhuma situaccedilatildeo foi
verificado radiograficamente um afastamento das raiacutezes em relaccedilatildeo ao canal Estes
autores concluiacuteram que raiacutezes sobrepostas ou adjacentes ao canal dentaacuterio inferior numa
radiografia panoracircmica representam paracircmetros importantes para a predisposiccedilatildeo para
fractura mandibular
27 Volume relativo da mandiacutebula ocupado pelo dente ()
Woldenberg et al consideram a porccedilatildeo relativa de volume ocupada pelo dente
na mandiacutebula um factor importante a ter em conta Este raacutecio pode ser determinado
atraveacutes de exames complementares antes de efectuar a extracccedilatildeo como a tomografia
computadorizada (TC) atraveacutes da reconstruccedilatildeo e visualizaccedilatildeo do dente e osso no
sentido vestibulo-lingual
Se esta relaccedilatildeo de volume relativo ocupado pelo dente for igual ou superior a
50 o risco de fractura eacute alto e recomenda-se especial cuidado durante a cirurgia
(Woldenberg et al 2007)
Iisuka e colaboradores obtiveram na sua anaacutelise radiograacutefica dos casos de
fractura mandibular ocorridos um raacutecio que variava entre 44 a 84 E Wagner et al
em 2005 obtiveram um raacutecio meacutedio de 62plusmn4 sendo considerado um valor
desfavoraacutevel Em ambos os estudos foram utilizadas radiografias panoracircmicas para
adquirir a percentagem de aacuterea que o dente ocupa no osso Na anaacutelise de Iizuka et al o
12
espaccedilo que os terceiros molares ocupam no osso foi avaliado com base na altura
mandibular
28 Lesotildees preacute-ciruacutergicas
Para aleacutem da quantidade diminuiacuteda de osso remanescente apoacutes uma cirurgia de
terceiros molares existem tambeacutem outros factores que provocam fragilidade
mandibular como eacute o caso de alteraccedilotildees patoloacutegicas no osso secundaacuterias a um quisto
ou tumor abrangente Iizuka et al no seu estudo referem que mesmo pequenas
alteraccedilotildees como uma pericoronarite ou um foliacuteculo aumentado podem enfraquecer a
mandiacutebula (Iizuka et al 1997)
Apesar de nas indicaccedilotildees para remoccedilatildeo dos sisos estar incluiacuteda a possibilidade
de desenvolver quistos ou tumores associados a estes dentes Adeyemo refere que a
incidecircncia destas patologias em terceiros molares inclusos eacute baixa Citados no estudo de
Chrcanovic et al Bruce et al reportaram uma incidecircncia de 62 sendo esta
percentagem superior em pacientes mais velhos com uma meacutedia de idade de 465 anos
No mesmo artigo de acordo com Girod et al quanto mais tempo a empactaccedilatildeo
persistir maior o risco de desenvolver quistos ou tumores
Na anaacutelise de 2010 por Bodner et al cerca de 27 dos pacientes tinham
historial de infecccedilotildees preacute-ciruacutergicas na zona do dente a extrair Portanto pressupocircs-se
uma associaccedilatildeo entre lesotildees oacutesseas preacute-existentes associadas ao dente em questatildeo com a
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular As infecccedilotildees relatadas foram a doenccedila
periodontal quistos ou pericoronarites recorrentes capazes de criar defeitos que
enfraquecem a mandiacutebula (Woldenberg et al 2007) Estas lesotildees satildeo frequentemente
encontradas em pacientes com mais de 40 anos de idade (Lysell e Rohlin 1988)
Na anaacutelise de Perry e Goldberg de 2000 tambeacutem incluiacuteda no estudo de Bodner
et al a severidade e a duraccedilatildeo das infecccedilotildees natildeo foram obtidas no entanto referem que
uma infecccedilatildeo croacutenica e profunda provoca descalcificaccedilatildeo e destruiccedilatildeo oacutessea
contribuindo para a probabilidade de desenvolvimento de fracturas tanto imediatas
como tardias
Geralmente as infecccedilotildees nos jovens surgem quando uma pequena parte da coroa
erupciona e por isso nos pacientes mais velhos as infecccedilotildees associadas agrave empactaccedilatildeo
do terceiro molar satildeo diferentes pois o dente muitas vezes estaacute totalmente envolvido
por osso Assim a reabsorccedilatildeo oacutessea eacute geralmente a causa destas infecccedilotildees De acordo
com Osaki a periodontite presente nos segundos molares tambeacutem pode ser a causa de
13
infecccedilatildeo associada aos terceiros molares Nestes casos o osso alveolar entre o dente
empactado e o segundo molar eacute frequentemente destruiacutedo pela periodontite croacutenica
(Osaki et al 1995) Os resultados obtidos por estes autores sugerem que os dentes
inclusos em pacientes de idade avanccedilada com reabsorccedilatildeo oacutessea fisioloacutegica em torno da
coroa associada agrave irritaccedilatildeo causada pelas proacuteteses dentaacuterias e estando em relaccedilatildeo com
um ligamento periodontal bastante alargado do dente adjacente tecircm maior tendecircncia
para desenvolver infecccedilotildees
De acordo com Indresano et al e Leone et al citados por Chrcanovic et al a
formaccedilatildeo de abcessos profundos nos molares inferiores estaacute mais associada aos dentes
parcialmente empactados Isto deve-se ao facto de existir um risco aumentado de
pericoronarites agudas em dentes erupcionados verticalmente posicionados ao niacutevel ou
acima do plano oclusal e que se encontram parcialmente cobertos por tecidos moles ou
duros Werkmeister et al confirmam os dados anteriores considerando a existecircncia de
maior risco para densenvolver infecccedilotildees nos terceiros molares parcialmente
empactados As citaccedilotildees anteriores em conjunto com a presenccedila de osso remanescente
reduzida ao niacutevel do acircngulo mandibular pressupotildee um risco elevado de fractura
mandibular em cirurgias nestes casos (Fuselier et al 2002)
29 Experiecircncia do profissional
Pode pensar-se que a fractura mandibular bem como qualquer outra
complicaccedilatildeo decorrente do acto ciruacutergico possa estar relacionada com a utilizaccedilatildeo de
teacutecnicas incorrectas ou com a experiecircncia do meacutedico dentista
Woldenberg et al em 2007 referiram que as fracturas imediatas que ocorrem
principalmente por utilizaccedilatildeo improacutepria dos instrumentos ou forccedila excessiva ocorrem
com maior probabilidade quando as cirurgias satildeo realizadas por profissionais mais
novos ou menos experientes como acontece no caso reportado neste estudo
No entanto nos artigos analisados por Bodner et al as operaccedilotildees foram
realizadas por meacutedicos dentistas generalistas especialistas e cirurgiotildees maxilo-faciais e
nenhuma diferenccedila significativa foi encontrada em relaccedilatildeo agraves taxas de incidecircncia De
acordo com estes autores eacute difiacutecil estabelecer uma relaccedilatildeo entre a experiecircncia do
meacutedico e o desenvolvimento de complicaccedilotildees uma vez que eacute necessaacuterio ter em conta
outros factores que podem dificultar a extracccedilatildeo e condicionar o resultado do acto
ciruacutergico bem como o periacuteodo poacutes-operatoacuterio No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo
14
no de Bodner et al apenas 4 das 28 fracturas ocorreram em pacientes abordados por
dentistas com experiecircncia igual ou inferior a 5 anos
210 Teacutecnica utilizada
A teacutecnica ciruacutergica para extracccedilatildeo de terceiros molares poderaacute afectar o
desenrolar do procedimento ciruacutergico bem como condicionar o desenvolvimento de
futuros problemas Caso seja aconselhaacutevel a abordagem com realizaccedilatildeo de retalho
como eacute o caso de dentes inclusos com lesatildeo periapical extensa dentes isolados na
mandiacutebula de pacientes idosos dentes com alteraccedilatildeo anatoacutemica das raiacutezes ou presenccedila
de corticais oacutesseas riacutegidas existem vaacuterias teacutecnicas que podem ser utilizadas tais como a
abordagem vestibular lingual ou mesmo um acesso extra-oral em casos de empactaccedilatildeo
muito proacutexima do bordo inferior da mandiacutebula (Bodner et al 2010) No entanto a
ostectomia vestibular eacute a mais frequentemente utilizada (Juacutenior et al 2006)
As fracturas intra-operatoacuterias podem ocorrer devido agrave utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos (Iizuka et al 1997
Krimmel e Reinert 2000 Libersa et al 2002 Woldenberg et al 2007) Este risco
pode ser diminuiacutedo quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando existe uma
boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada Adicionalmente
devem adoptar-se medidas conservadoras de remoccedilatildeo oacutessea bem como a realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo quando necessaacuterio (Al-Belasy et al 2009)
A classificaccedilatildeo dos terceiros molares de acordo com a sua posiccedilatildeo tem a
finalidade de auxiliar o planeamento ciruacutergico pois de certa forma determina a
complexidade do caso Juacutenior e colaboradores referem que quanto maior o grau de
inclusatildeo dentaacuteria maior a necessidade de emprego de uma teacutecnica ciruacutergica mais
invasiva Portanto uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e radiograacutefica do caso eacute muito importante para
a determinaccedilatildeo da teacutecnica ciruacutergica mais apropriada
211 Tempo decorrido apoacutes a cirurgia
Como foi referenciado anteriormente as fracturas mandibulares podem ocorrer
durante o acto cliacutenico (imediatas) ou apoacutes a cirurgia (tardias)
Bodner et al referiram em 2010 com base nos artigos estudados que o tempo
decorrido entre a extracccedilatildeo do dente e o diagnoacutestico da fractura se encontrava entre uma
a cinco semanas reportando que 86 dos casos de fractura ocorreram entre a primeira e
a terceira semana apoacutes cirurgia com maior taxa de incidecircncia na segunda e na terceira
15
semana Brauer apoia este facto referindo que a maioria das fracturas poacutes-operatoacuterias
ocorre durante a mastigaccedilatildeo entre o 13ordm e 21ordm dia apoacutes a cirurgia (Libersa et al 2002)
Estes factos podem ser explicados com base nos processos histoloacutegicos uma vez
que este periacuteodo de tempo corresponde a processos de cicatrizaccedilatildeo nomeadamente a
substituiccedilatildeo de tecido de granulaccedilatildeo por tecido conjuntivo no alveacuteolo e dois terccedilos do
alveacuteolo ainda natildeo estatildeo formados por osteoacuteide ou osso ateacute ao 38ordm dia (Amler et al
1960 Amler et al 1977 Libersa et al 2002) Para aleacutem disso no final da segunda
semana a dor desapareceu os pacientes jaacute se sentem melhor e capazes de mastigar
normalmente podendo causar forccedilas muito elevadas numa mandiacutebula enfraquecida
(Libersa et al 2002) Bodner et al explicam a elevada percentagem de fracturas poacutes-
operatoacuterias e o periacuteodo em que ocorrem como o resultado de forccedilas mastigatoacuterias
excessivas ou pequenos traumas sofridos por uma mandiacutebula enfraquecida
No estudo de Perry e Goldberg 18 das 28 fracturas ocorridas surgiram durante a
mastigaccedilatildeo A forccedila mastigatoacuteria requerida para quebrar os alimentos pode produzir
forccedilas de stress consideraacuteveis numa mandiacutebula enfraquecida apoacutes cirurgia natildeo se
encontrando completamente reconstruiacuteda e calcificada Nos casos relatados todos os
pacientes receberam as mesmas instruccedilotildees sobre a dieta a efectuar no entanto perante
os resultados os autores defendem que talvez natildeo tenha sido dado ecircnfase suficiente em
relaccedilatildeo agrave qualidade e duraccedilatildeo da dieta mole Tambeacutem propotildeem a falta de cooperaccedilatildeo
por parte do paciente em cumprir as instruccedilotildees fornecidas pelo meacutedico como uma
possiacutevel causa
Por oposiccedilatildeo Al-Belasy e seus colaboradores concluiacuteram que em pacientes
totalmente dentados ou com uma ou duas ausecircncias com idades superiores a 25 anos e
sem atrofia oacutessea ou doenccedilas sisteacutemicas a mastigaccedilatildeo parece natildeo afectar a possibilidade
de ocorrecircncia de fracturas mandibulares tardias apoacutes remoccedilatildeo ciruacutergica de terceiros
molares empactados sem lesotildees associadas
212 Parafunccedilotildees
Eacute compreensiacutevel que pacientes com parafunccedilotildees como o bruxismo o
apertamento dentaacuterio (ldquoclenchingrdquo) e hipertrofia dos muacutesculos masseacuteteres apresentem
maior predisposiccedilatildeo para as fracturas mandibulares apoacutes cirurgia de terceiros molares
quando a mandiacutebula se encontra enfraquecida Kraszewski et al citados por
Chrcanovic et al apontam como possiacutevel justificaccedilatildeo o facto de estas patologias
afectarem a forccedila de mastigaccedilatildeo
16
No entanto no estudo de Al-Belasy et al fizeram parte sete pacientes com
hipertrofia masseteacuterica e 11 pacientes que realizavam apertamento dentaacuterio eou
bruxismo e em nenhum destes pacientes ocorreu fractura mandibular apoacutes a extracccedilatildeo
213 Lado esquerdo ou direito da mandiacutebula
Apesar de Wagner et al terem verificado uma distribuiccedilatildeo desequilibrada de
fracturas mandibulares entre o lado esquerdo e o direito da mandiacutebula pois 70 dos
casos ocorreram no lado esquerdo Bodner se seus colaboradores apoacutes anaacutelise de vaacuterios
artigos chegaram a outras conclusotildees Nos casos onde era feita referecircncia ao lado da
mandiacutebula em que foi efectuada a extracccedilatildeo verificaram que natildeo existe relaccedilatildeo
significativa entre o lado da mandiacutebula abordado e a ocorrecircncia de fractura 48 dos
casos foram afectados no lado direito e 52 no lado esquerdo Os resultados de Wagner
et al podem ser explicados pelo facto de o profissional estando na posiccedilatildeo normal de
trabalho ter melhor visualizaccedilatildeo e melhor controlo da forccedila aplicada no lado direito
comparativamente ao lado esquerdo (Woldenberg et al 2007) resultando numa
ostectomia menos extensa (Wagner et al 2005)
214 Actividade fiacutesica
As lesotildees maxilo-faciais representam um risco elevado em praticantes de
desporto e as fracturas satildeo uma sequela bastante comum No final da segunda semana
apoacutes cirurgia dos terceiros molares os pacientes normalmente jaacute se sentem bem devido
ao desaparecimento da dor poacutes-operatoacuteria (Libersa et al 2002) Esta diminuccedilatildeo do
desconforto daacute uma falsa sensaccedilatildeo de seguranccedila que pode levar os pacientes que satildeo
atletas activos a voltarem a praticar deporto intenso aumentando o risco de fractura
mandibular tardia na regiatildeo do acircngulo mandibular fragilizada pela cirurgia O risco de
fracturas maxilo-faciais relacionadas com desporto eacute consideravelmente mais elevado
em desportos de contacto por apresentarem bastante popularidade e por falta de
protecccedilatildeo facial (Chrcanovic et al 2010)
215 Doenccedilas sisteacutemicas e medicaccedilatildeo
Krimmel e Reinert defendem que as fracturas mandibulares ocorrem quando a
resistecircncia do osso e as forccedilas exercidas neste natildeo satildeo compatiacuteveis Muitos pacientes
sujeitos a procedimentos ciruacutergicos estatildeo condicionados a terapia medicamentosa e a
doenccedilas sisteacutemicas que podem afectar a resistecircncia oacutessea
17
De acordo com Kirwan citado por Chrcanovic um destes exemplos eacute a terapia
com corticosteroides utilizada no tratamento de algumas doenccedilas como a artrite
reumatoacuteide e doenccedilas relacionadas como a asma brocircnquica neurodermite e por vezes
apoacutes transplante de oacutergatildeos em dosagens mais elevadas Alguns autores como Adachi e
Weinstein referem que um dos efeitos secundaacuterios desta terapia eacute a raacutepida perda de
osso e o aumento de risco de fractura oacutessea sendo este risco duas vezes superior
comparativamente a pessoas sem qualquer terapia e eacute mais elevado apoacutes exposiccedilatildeo
prolongada a estes medicamentos
A osteoporose eacute uma condiccedilatildeo que afecta grandemente a resistecircncia do osso e
pode justificar o aumento da taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares com o
aumento da idade (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000) Eacute comum em
pacientes do sexo feminino pois a diminuiccedilatildeo de estrogeacutenios no periacuteodo poacutes-
menopausa aumenta o ritmo de perda oacutessea Poreacutem tambeacutem pode ocorrer nos homens
estando relacionada com mecanismos ligados essencialmente ao envelhecimento como
a deficiecircncia de vitamina D a absorccedilatildeo diminuiacuteda de caacutelcio e aumento dos niacuteveis de
hormona paratiroideia (PTH) (Yazbek e Neto 2008) Nos homens a testosterona
funciona da mesma forma que os estrogeacutenios na mulher sendo que pacientes com
hipogonadismo tambeacutem experienciam perdas oacutesseas aceleradas (Chrcanovic et al
2010) O osso apresenta composiccedilatildeo normal mas fica diminuiacutedo em quantidade e esta
diminuiccedilatildeo da massa oacutessea frequentemente resulta em fracturas das veacutertebras anca e
antebraccedilo (Do Lee et al 2005) De acordo com Law e Klemetti citados por Do Lee a
osteoporose pode resultar em diminuiccedilatildeo da massa oacutessea da mandiacutebula bem como
provocar alteraccedilotildees na estrutura deste osso especialmente do bordo inferior No mesmo
artigo satildeo citados alguns autores como Shrout e Kashima que referem existir uma
ligaccedilatildeo entre a osteoporose e alteraccedilotildees radiograacuteficas verificadas no padratildeo trabecular
da mandiacutebula
Existem outras patologias que tambeacutem diminuem a forccedila oacutessea como a doenccedila
gastrointestinal pois diminui a absorccedilatildeo de vitamina D De acordo com Ebeling citado
por Chrcanovic a osteoporose nos homens pode estar relacionada com algumas
condiccedilotildees como a hipercalceacutemia nefrolitiacutease terapia com anticonvulsivantes
tirotoxicose doenccedila renal e do fiacutegado mieloma muacuteltiplo ou mastocitose sisteacutemica
Bechtold e Felin citados na anaacutelise de Chrcanovic e colaboradores mencionam
a artrite idiopaacutetica juvenil como a doenccedila reumaacutetica mais comum na aacuterea da pediatria
18
Alguns estudos demonstraram a existecircncia de deficiecircncias significativas da densidade
volumeacutetrica trabecular no osso mineral e massa oacutessea cortical nestes pacientes
Os pacientes com doenccedila renal croacutenica padecem de vaacuterios distuacuterbios no
metabolismo do foacutesforo caacutelcio e ossos Estas alteraccedilotildees devem-se a factores que
contribuem para o aumento da reabsorccedilatildeo oacutessea como a diminuiccedilatildeo da absorccedilatildeo de
caacutelcio pelo intestino excessiva produccedilatildeo de PTH e alteraccedilotildees no metabolismo da
vitamina D (McPhee 2007) De acordo com Chrcanovic et al os ossos satildeo mais
gravemente afectados em casos de doenccedila renal croacutenica do que em casos saudaacuteveis
onde apenas satildeo afectados pelas consequecircncias da idade avanccedilada
A massa oacutessea eacute uma caracteriacutestica principalmente determinada geneticamente
no entanto tambeacutem eacute alterada sob a influecircncia do ambiente Indiviacuteduos com muita
massa muscular e que praticam actividade fiacutesica apresentam maior massa oacutessea do que
por exemplo pacientes fumadores ou com problemas de alcoolismo (Chrcanovic et al
2010) Estas duas uacuteltimas condiccedilotildees satildeo tambeacutem consideradas factores de risco para a
osteoporose (McPhee 2007)
3 Diagnoacutestico
31 Preacute-Ciruacutergico
Uma vez indicada a extracccedilatildeo de dentes inclusos eacute fundamental a realizaccedilatildeo de
um planeamento ciruacutergico baseado em exames cliacutenicos e radioloacutegicos Atraveacutes do
exame cliacutenico obtecircm-se dados especiacuteficos da sauacutede geral do paciente histoacuteria meacutedica e
dentaacuteria e o niacutevel de complexidade e dificuldade operatoacuteria pode ser analisado no
exame radiograacutefico Deste modo o dentista consegue prevenir possiacuteveis acidentes
durante a cirurgia ou no periacuteodo poacutes-operatoacuterio muitas vezes relacionados com a
posiccedilatildeo e localizaccedilatildeo do dente incluso (Juacutenior et al 2006)
As classificaccedilotildees dos dentes inclusos satildeo feitas a partir da anaacutelise radiograacutefica e
com cuidadosa classificaccedilatildeo o dentista pode abordar a cirurgia de forma ordenada e
prever se alguma abordagem ciruacutergica fora do comum precisaraacute ser adoptada (Juacutenior et
al 2006 Xavier et al 2010) Para a maioria dos casos a radiografia periapical eacute a
radiografia de eleiccedilatildeo pois fornece informaccedilatildeo mais detalhada Por outro lado a
ortopantomografia mostra uma imagem mais exacta da anatomia da regiatildeo e pode ser
usada como substituto apropriado (Xavier et al 2010) Aliaacutes na grande maioria satildeo
19
estas as radiografias utilizadas pois eacute possiacutevel visualizar correctamente o longo eixo do
segundo molar o ramo ascendente da mandiacutebula e o niacutevel oacutesseo que satildeo utilizados
como paracircmetros (Juacutenior et al 2006)
Os sistemas de classificaccedilatildeo permitem avaliar a dificuldade da cirurgia e nestes
incluem-se a angulaccedilatildeo (classificaccedilatildeo de Winter ndash Anexo 2) relaccedilatildeo com o bordo
anterior do ramo ascendente (Sistema de Pell amp Gregory I II e III ndash Anexo 1) e relaccedilatildeo
com o plano oclusal (Sistema de Pell amp Gregory A B e C ndash Anexo 1) Outros factores a
ter em conta na anaacutelise radiograacutefica fazem parte de alguns factores predisponentes jaacute
abordados como eacute o caso da morfologia radicular e relaccedilatildeo das raiacutezes com o canal
dentaacuterio inferior a densidade oacutessea que eacute mais elevado em pacientes com mais de 35
anos diminuindo a flexidade e capacidade de expansatildeo do osso e a natureza do tecido
envolvente pois o tipo de empactaccedilatildeo pode ser por tecido mole oacutesseo parcial ou oacutesseo
total (Peterson et al 2000)
A tomografia computadorizada (TC) tem-se tornado muito uacutetil em certas
situaccedilotildees como na avaliaccedilatildeo da proximidade dos dentes inclusos a estruturas
anatoacutemicas na avaliaccedilatildeo da profundidade de empactaccedilatildeo e espessura das paredes
corticais inclinaccedilatildeo vestibulo-lingual e morfologia da coroa e raiacutezes do dente
empactado (Bodner et al 1994)
Como as fracturas mandibulares associadas agrave cirurgia satildeo raras natildeo se justifica
usar a TC como exame complementar preacute-ciruacutergico No entanto em casos especiacuteficos
apoacutes avaliaccedilatildeo criteriosa dos factores predisponentes que aparentam ter um elevado
risco de desenvolvimento de fractura mandibular este exame torna-se vantajoso (Bodner
et al 1994) Pode tambeacutem ser utilizada para determinar o volume oacutesseo relativo da
mandiacutebula ocupado pelo dente (Woldenberg et al 2007)
32 Poacutes-ciruacutergico
Apoacutes ou durante a cirurgia o meacutedico dentista tem que estar alerta para os sinais e
sintomas presenciados pelo paciente que podem indicar a ocorrecircncia de fractura
mandibular
Nos casos que se encontram no periacuteodo poacutes-operatoacuterio natildeo muito prolongado o
principal alerta para a possibilidade de fractura mandibular eacute ouvir um estalido algumas
semanas apoacutes a cirurgia (Woldenberg et al 2007) Considera-se que a mandiacutebula
fractura no momento em que o som eacute ouvido Jaacute nos casos em que decorreu bastante
tempo apoacutes a cirurgia o diagnoacutestico eacute mais complicado O atraso da cicatrizaccedilatildeo e a
20
presenccedila de osteomielite podem ser a causa destas fracturas e quando a cicatrizaccedilatildeo se
prolonga demasiado deve-se sempre considerar o risco de fractura apresentando assim
indicaccedilatildeo para controlo radiograacutefico perioacutedico (Iizuka et al 1997)
O som de um estalido reportado pelo paciente deve ser considerado como
indicativo de uma possiacutevel fractura mesmo que esta natildeo seja detectada inicialmente na
radiografia (Woldenberg et al 2007) Se assim acontecer recomenda-se a realizaccedilatildeo de
radiografias de controlo (Wagner et al 2005) Libersa et al bem como Perry e
Goldberg confirmam este som distinto pois a maioria dos pacientes reportou um som
tipo estalido enquanto mastigavam acompanhado por dor intensa Na anaacutelise de
Krimmel e Reinert todos os pacientes reportaram o mesmo som excepto um que
apenas presenciou um novo episoacutedio de dor
Para aleacutem da dor suacutebita outros sinais cliacutenicos a ter em conta satildeo a presenccedila de
parestesia disestesia ou anestesia relacionadas com o nervo dentaacuterio inferior e as
alteraccedilotildees na oclusatildeo que satildeo um forte indicador de possiacutevel fractura mandibular (Laub
Jr 2009) Poderaacute tambeacutem surgir edema (Wagner et al 2005)
No caso reportado por Woldenberg foi realizada radiografia panoracircmica poacutes-
operatoacuteria imediata apoacutes se ter presenciado um estalido durante a extracccedilatildeo do 38 Na
radiografia verficou-se uma linha radioluacutecida desde o alveacuteolo ateacute ao bordo inferior da
mandiacutebula compatiacutevel com linha de fractura Foi notificada tambeacutem a presenccedila de
parestesia do laacutebio inferior do lado correspondente agrave fractura
No estudo realizado por Wagner et al em 2005 13 dos 17 pacientes que
sofreram fractura mandibular tambeacutem reportaram um som tipo estalido mas nem
sempre associado a sensaccedilatildeo dolorosa imediata No entanto foi reportada
frequentemente a presenccedila de inchaccedilo na zona do acircngulo mandibular respectivo A
meacutedia de dias decorridos entre a cirugia e a fractura foi de 19plusmn4 dias O tempo
decorrido ateacute diagnoacutestico radioloacutegico com conhecimento da data da fractura foi de
10plusmn4 dias
Como jaacute foi referido as fracturas mandibulares nem sempre satildeo diagnosticadas
radiologicamente (Iizuka et al 1997) principalmente se natildeo houver deslocamento
patoloacutegico dos fragmentos (Wagner et al 2007) No estudo de Iizuka et al todas as
fracturas que ocorreram num estado poacutes-operatorio relativamente cedo eram fracturas
sem deslocamento Uma vez que este tipo de fractura natildeo eacute imediatamente reconhecido
um achado radiograacutefico negativo apoacutes suspeita natildeo deve exluir de imediato a presenccedila
de fractura Nestes casos eacute recomendada uma dieta mole e a execuccedilatildeo de radiografias de
21
controlo nos dias seguintes (Iizuka et al 1997) Aliaacutes no estudo de Iizuka et al um dos
pacientes reportou um estalido ao comer no sexto dia poacutes-operatoacuterio cuja radiografia
efectuada nesse mesmo dia natildeo revelou qualquer fractura Quatro semanas depois o
paciente voltou ao consultoacuterio devido a uma dor persistente no local da extracccedilatildeo onde
se verificou atraveacutes da radiografia uma fractura evidente
De acordo com alguns autores na radiografia pode verificar-se uma fractura preacute-
angular o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo eixo do
dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula ou fracturas angulares
com uma linha de fractura paralela agrave bissectriz do acircngulo mandibular (Iizuka et al
1997 Wagner et al 2005)
Em casos de suspeita de fractura sem deslocamento e cujos achados radioloacutegicos
atraveacutes das radiografias convencionais como a ortopantomografia sejam negativos a
tomografia computadorizada (TC) e a tomografia computadorizada de feixe coacutenico
podem ser utilizadas como exames adicionais
De acordo com Roth e colaboradores a TC apresenta resultados superiores aos
da radiografia panoracircmica Este facto justifica-se pelas suas ferramentas de
melhoramento de imagem melhor qualidade de imagem sensibilidade equivalente na
identificaccedilatildeo de fracturas menor erro de interpretaccedilatildeo e opiniotildees mais concordantes
entre os meacutedicos na identificaccedilatildeo das fracturas mandibulares (Roth et al 2005) Outros
estudos suportam a contribuiccedilatildeo dos achados radiograacuteficos na TC para o manuseamento
ciruacutergico de traumas (Eggers et al 2008) No entanto existem algumas desvantagens
nomeadamente o elevado custo a disponibilidade e a elevada exposiccedilatildeo de radiaccedilatildeo
Estes factores promovem a tomografia computadorizada de feixe coacutenico como uma
aceitaacutevel alternativa na avaliaccedilatildeo de fracturas maxilofaciais (Scarfe et al 2006
Shintaku et al 2009)
4 Tratamento
As opccedilotildees de tratamento para as fracturas mandibulares associadas a extracccedilotildees
seguem os princiacutepios do tratamento das fracturas traumaacuteticas do acircngulo da mandiacutebula
As fracturas mandibulares podem ser tratadas realizando-se a reduccedilatildeo
contenccedilatildeo e imobilizaccedilatildeo dos segmentos fracturados sendo que a orientaccedilatildeo da oclusatildeo
dentaacuteria levaraacute a uma perfeita consolidaccedilatildeo dos segmentos fracturados com boa
recuperaccedilatildeo funcional e esteacutetica (Gomes et al 2001) Eacute fundamental identificar e
22
assegurar a correcta oclusatildeo antes de recorrer agrave reduccedilatildeo da fractura (Custoacutedio et al
2007)
O tratamento das fracturas mandibulares iatrogeacutenicas reportado por diversos
estudos na anaacutelise de Bodner et al baseou-se numa reduccedilatildeo fechada da fractura em
40 dos casos reduccedilatildeo aberta em 35 dos pacientes e em 25 dos casos natildeo foi
efectuado qualquer tipo de tratamento Este autor natildeo faz referecircncia ao sucesso dos
tratamentos
Os tratamentos que utilizam apenas fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo chamados reduccedilotildees
fechadas porque natildeo envolvem a abertura directa exposiccedilatildeo e a manipulaccedilatildeo da aacuterea
fracturada Uma reduccedilatildeo aberta inclui exposiccedilatildeo directa e reduccedilatildeo da fractura atraveacutes de
incisatildeo ciruacutergica (Custoacutedio et al 2007)
No estudo de Chrcanovic et al foram analisados 128 casos de fractura
mandibular sendo dois destes relatados por experiecircncia proacutepria No primeiro caso a
paciente ouviu um estalido e na avaliaccedilatildeo da ortopantomografia verificou-se uma
fractura sem deslocamento As possiacuteveis opccedilotildees de tratamento foram discutidas com a
paciente Devido a vaacuterias razotildees nomeadamente a ausecircncia de infecccedilatildeo e deslocamento
entre os segmentos a presenccedila de uma boa oclusatildeo com todos os dentes presentes e o
devido consentimento da paciente foi realizada apenas fixaccedilatildeo intermaxilar Apoacutes trecircs
meses verificou-se radiologicamente uniatildeo oacutessea
No caso reportado por Woldenberg et al durante a extracccedilatildeo do dente 38
verificou-se na panoracircmica uma linha de fractura Foi colocada fixaccedilatildeo intermaxilar e
posteriomente foram realizados novos exames uma panoracircmica e uma TC que
demonstraram bons resultados com aproximaccedilatildeo da linha de fractura Apoacutes duas
semanas a paciente recuperou a sensibilidade ao niacutevel do nervo dentaacuterio inferior
esquerdo Seis semanas apoacutes a cirurgia a fixaccedilatildeo intermaxilar foi removida e a paciente
sujeita a dieta mole por mais quatro semanas Nos dois trecircs e seis meses apoacutes a cirugia
foram realizadas radiografias panoracircmicas Estas revelaram formaccedilatildeo contiacutenua de osso
ao niacutevel do alveacuteolo e da linha de fractura
No estudo de Iizuka et al em seis casos foi realizada reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo
interna em dois efectuou-se fixaccedilatildeo intermaxilar e nos restantes trecircs apenas dieta mole
Todos os pacientes foram submetidos a terapia antibioacutetica durante pelo menos uma
semana simultaneamente com o tratamento da fractura que decorreu sem complicaccedilotildees
Todavia a obtenccedilatildeo de uma boa estabilidade parece ser a protecccedilatildeo mais segura contra
23
a infecccedilatildeo e atraso da cicatrizaccedilatildeo mais do que a terapia antibioacutetica (Mehra e Murad
2008)
De acordo com a literatura hoje em dia o tratamento mais eficaz das fracturas
mandibulares baseia-se na reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo interna no entanto os artigos
abordados cuja fractura estaacute relacionada com a extracccedilatildeo de terceiros molares parecem
ter obtido bons resultados com a utilizaccedilatildeo de fixaccedilatildeo intermaxilar e realizaccedilatildeo de dieta
mole Iizuka et al referem que nos casos de diagnoacutestico precoce e ausecircncia de
sintomatologia eacute adequado um tratamento conservador com fixaccedilatildeo intermaxilar e
nalguns casos a prescriccedilatildeo de dieta mole
No entanto evitar o uso de fixaccedilatildeo intermaxilar no transoperatoacuterio eacute mais
econoacutemico em tempo e custo e mais confortaacutevel para o paciente De acordo com Sorel
citado por Laub Jr alguns dos problemas associados agrave fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo a maacute
alimentaccedilatildeo com perda de peso dificuldades na respiraccedilatildeo e foneacutetica maacute higiene oral e
problemas sociais Em contraste a fixaccedilatildeo interna permite restauraccedilatildeo da funccedilatildeo e
mobilidade mais cedo e aumento do conforto para o paciente com melhoria dos
aspectos atraacutes mencionados Os autores Gomes et al referem que a fixaccedilatildeo intermaxilar
natildeo eacute usualmente necessaacuteria na reduccedilatildeo de fracturas confinadas agrave mandiacutebula
De acordo com Calloway et al citados por Moreno et al o desenvolvimento de
diferentes sistemas de fixaccedilatildeo interna na traumatologia facial e sua aplicaccedilatildeo no
tratamento das fracturas mandibulares conduziu a mudanccedilas nos criteacuterios de realizaccedilatildeo
de imobilizaccedilatildeo poacutes-ciruacutergica Tambeacutem tornou possiacutevel um retorno agrave funccedilatildeo normal
mais raacutepido Esta teacutecnica utiliza placas e parafusos na regiatildeo da fractura para se obter
contenccedilatildeo estaacutevel e eficaz promovendo cicatrizaccedilatildeo oacutessea primaacuteria sem que seja
necessaacuteria a extensatildeo do uso de fixaccedilatildeo intermaxilar A eliminaccedilatildeo desta ou uso por
periacuteodo miacutenimo geralmente resulta em maior satisfaccedilatildeo para o paciente (Gomes et al
2001 Custoacutedio et al 2007) Nesta modalidade o acesso agrave aacuterea da fractura pode ser
conseguido atraveacutes de abordagem intra-oral ou extra-oral (Mehra e Murad 2008)
As fracturas com grande grau de deslocamento ou fracturas cominutivas
necessitam de uma abordagem extra-oral para correcta reduccedilatildeo e visualizaccedilatildeo ao
colocar as estruturas de fixaccedilatildeo interna Por esta razatildeo e por natildeo haver comunicaccedilatildeo
com o meio intra-oral este meacutetodo apresenta baixo iacutendice de contaminaccedilatildeo A reduccedilatildeo
aberta com abordagem intra-oral pode ser utilizada nos casos de ausecircncia ou ligeiro
deslocamento dos fragmentos pacientes pouco cooperantes ou que necessitam de
restabelecimento imediato da funccedilatildeo mastigatoacuteria (Custoacutedio et al 2007)
24
A utilizaccedilatildeo de meacutetodos de fixaccedilatildeo interna nas fracturas mandibulares parece ser
o meacutetodo de tratamento mais aceitaacutevel (Moreno et al 2000) No entanto
independentemente do meacutetodo utilizado a finalidade baacutesica do tratamento das fracturas
deve ser o restabelecimento da oclusatildeo funcional e a continuidade mandibular
promovendo a restauraccedilatildeo das funccedilotildees mastigatoacuterias do paciente com o miacutenimo de
sequelas possiacutevel (Custoacutedio et al 2007)
5 Medidas preventivas
Perante avaliaccedilatildeo cliacutenica e posterior suspeita de ser um paciente de alto risco de
desenvolvimento de fractura mandibular algumas medidas devem ser ponderadas com
especial atenccedilatildeo Chrcanovic et al apontam mesmo a inadequada avaliaccedilatildeo preacute-
operatoacuteria como um factor de risco ou factor predisponente para o desenvolvimento de
fracturas Portanto este seria o primeiro ponto a ter em conta para um adequado
procedimento ciruacutergico com medidas atenuantes do risco de complicaccedilotildees A
identificaccedilatildeo de dentes que representam elevado risco de complicaccedilotildees relacionadas
com a cirurgia eacute a chave para o desenvolvimento de medidas profilaacutecticas com o
objectivo de evitar fracturas mandibulares Todos os indicadores de risco devem ser
bem analisados
Bodner e colaboradores descreveram algumas medidas preventivas para reduzir
a possibilidade de ocorrecircncia de fracturas mandibulares iatrogeacutenicas Estas incluem os
seguintes passos informar o paciente sobre a existecircncia do risco de fractura e da
importacircncia da sua cooperaccedilatildeo (Libersa et al 2002) a remoccedilatildeo oacutessea quando
necessaacuteria deve ser miacutenima e se possiacutevel efectuar odontossecccedilatildeo reduzindo a aacuterea
oacutessea removida se o dente empactado se encontrar perto do bordo inferior da
mandiacutebula considerar a abordagem extra-oral pacientes devem realizar dieta mole nas
quatro semanas seguintes agrave cirurgia (Wagner et al 2005 Woldenberg et al 2007)
embora Iizuka et al refiram apenas duas semanas e limitar a forccedila mastigatoacuteria durante
dois meses (Libersa et al 2002) o meacutedico dentista deve dar ecircnfase agrave qualidade e
duraccedilatildeo da dieta mole (Perry e Goldberg 2000) informar o paciente sobre os sinais
cliacutenicos e sintomas de uma fractura poacutes-operatoacuteria alertar o paciente para a
possibilidade de ouvir um som tipo estalido que pode indicar a presenccedila de fractura natildeo
sendo no entanto facilmente detectaacutevel radiologicamente com necessidade de
posteriores radiografias (Iizuka et al 1997)
25
Obiechina et al citados por Al-Belasy et al referem que perante as
dificuldades inerentes a esta cirurgia eacute recomendado que esta seja efectuada antes dos
25 anos Aliaacutes de acordo com Libersa et al a remoccedilatildeo profilaacutectica de terceiros molares
antes dos 20 anos de idade pode atenuar o risco de fractura
De acordo com Chrcanovic et al em casos em que a extracccedilatildeo de terceiros
molares inclusos eacute recomendada o risco de desenvolver uma fractura mandibular intra-
operatoacuteria pode ser evitada quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando
existe uma boa visualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada (Al-Belasy et al 2009)
Estes autores referem que o risco de fracturas mandibulares tanto imediatas como
tardias pode ser evitado pelo diagnoacutestico preciso e bem elaborado nos seguintes casos
pacientes com mais de 25 anos de idade principalmente homens pacientes com
bruxismo atletas activos raiacutezes do terceiro molar sobrepostas ou adjacentes ao canal
dentaacuterio inferior visualizadas na panoracircmica pacientes com patologia local ou
sisteacutemica ou sob medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea
26
Conclusatildeo
As taxas de incidecircncia da fractura traumaacutetica mandibular satildeo elevadas
principalmente quando comparadas com as fracturas mandibulares associadas a
exodontias que rondam os 00046 Apesar de rara a possibilidade de ocorrer e os
sinais e sintomas que acarreta devem ser destacados na informaccedilatildeo e esclarecimento ao
paciente A remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos eacute a cirurgia mais associada a estas
fracturas e as indicaccedilotildees quanto agrave sua realizaccedilatildeo ainda satildeo um pouco questionadas
Cada caso deve ser bem avaliado com os meacutetodos cliacutenicos e radiograacuteficos necessaacuterios
Quando eacute decidida a realizaccedilatildeo de extracccedilatildeo a radiografia periapical eacute
considerada um exame de eleiccedilatildeo no entanto a radiografia panoracircmica eacute um bom
substituto e permite utilizar sistemas de classificaccedilatildeo que podem ajudar o dentista na
determinaccedilatildeo do grau de complexidade e dificuldade do procedimento Por outro lado a
tomografia computadorizada (TC) pode ser utilizada em casos muito especiacuteficos com
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos factores predisponentes agrave ocorrecircncia de fractura mandibular
associada agrave exodontia
As fracturas podem ocorrer durante ou apoacutes a cirurgia sendo estas uacuteltimas as
mais frequentes Pacientes com mais de 25 anos geralmente entre os 40 e 50 anos
aparentam ter maior predisposiccedilatildeo provavelmente devido agrave diminuiccedilatildeo da elasticidade
oacutessea e dificuldades na expansatildeo alveolar durante a cirurgia A osteoporose tambeacutem
pode estar relacionada com o enfraquecimento da estrutura oacutessea
As fracturas imediatas estatildeo geralmente associadas a utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos Esta forccedila aplicada numa
mandiacutebula enfraquecida por razotildees preacute-ciruacutergicas aumenta a predisposiccedilatildeo para
fractura A fragilidade mandibular pode ser fisioloacutegica mas pode tambeacutem estar
relacionada com factores locais ou sisteacutemicos como doenccedilas ou medicamentos que
afectam a resistecircncia oacutessea As infecccedilotildees e lesotildees quiacutesticas ou tumorais bem como a
terapia com corticosteroacuteides e a osteoporose satildeo exemplos destes factores Durante o
procedimento deve-se optar pela remoccedilatildeo oacutessea miacutenima e se possiacutevel realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo obtenccedilatildeo de boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e aplicaccedilatildeo de forccedila
guiada e controlada As fracturas mandibulares tardias geralmente estatildeo associadas a um
enfraquecimento da mandiacutebula que surgiu apoacutes a extracccedilatildeo sendo a remoccedilatildeo oacutessea
excessiva um factor relacionado Quanto maior a quantidade de osso removido maior o
defeito oacutesseo criado maior a fragilidade mandibular e consequentemente o risco de
fractura aumenta Deste modo dentes inclusos com grande empactaccedilatildeo e envolvimento
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
2
al 2005 Inaoka et al 2009) e no facto da dificuldade da cirurgia aumentar com a
idade do paciente (Baykul et al 2005)
Em casos de grande empactaccedilatildeo nem sempre eacute recomendada a remoccedilatildeo do
dente excepto em casos de patologia ou infecccedilatildeo sendo suficiente um controlo
radiograacutefico (Kwon et al 2006) A maioria dos problemas patoloacutegicos sintomaacuteticos
que resultam de terceiros molares inclusos ocorre devido a dentes parcialmente
erupcionados e menos comummente a empactaccedilotildees oacutesseas completas (Werkmeister et
al 2005)
Contar et al em 2010 concluiacuteram que o risco de complicaccedilotildees na cirurgia de
terceiros molares estaacute sempre presente aumentando proporcionalmente com a
dificuldade desta e por sua vez a dificuldade da cirurgia aumenta proporcionalmente
com a idade do paciente (Baykul et al 2005) Numerosos estudos foram recentemente
realizados no sentido de identificar possiacuteveis factores de risco para as complicaccedilotildees
intra e poacutes-operatoacuterias nas quais se incluem as fracturas mandibulares As
complicaccedilotildees intra-operatoacuterias satildeo aquelas que ocorrem durante o acto ciruacutergico
propriamente dito e as poacutes-operatoacuterias satildeo as que surgem apoacutes este (Brauer 2009)
A prevalecircncia de complicaccedilotildees relacionadas com a remoccedilatildeo dos terceiros
molares situa-se entre os 26 e os 309 Estas variam desde edema e dor ateacute
situaccedilotildees de lesatildeo do nervo fracturas mandibulares ou mesmo casos de infecccedilatildeo que
podem colocar a vida do paciente em risco (Brauer 2009) As complicaccedilotildees mais
comuns associadas agrave extracccedilatildeo de terceiros molares satildeo a alveolite seca infecccedilatildeo lesatildeo
do nervo hemorragia e dor (Iizuka et al 1997 Woldenberg et al 2007) As
complicaccedilotildees raras ou pouco comuns satildeo definidas por Brauer como aquelas que
apresentam uma taxa de incidecircncia inferior a 1 e destas fazem parte as fracturas
mandibulares (Brauer 2009) De acordo com Woldenberg et al as complicaccedilotildees
menos comuns satildeo o trismus severo lesatildeo iatrogeacutenica do segundo molar adjacente e a
fractura mandibular iatrogeacutenica
Citando Bruce et al Al-Belasy e colaboradores referem que na remoccedilatildeo
convencial de terceiros molares 2 a 4 das cirurgias resulta em fractura oacutessea
iatrogeacutenica no entanto satildeo fracturas do processo alveolar ou da parede lingual Por
outro lado na remoccedilatildeo ciruacutergica de terceiros molares empactados geralmente eacute
necessaacuteria grande remoccedilatildeo oacutessea para se ter acesso ao dente (Kwon et al 2006) Nestes
casos a remoccedilatildeo oacutessea pode enfraquecer a mandiacutebula predispondo-a a fractura (Iizuka et
al 1997)
3
Um dente empactado eacute aquele que natildeo consegue erupcionar dentro do tempo
esperado ateacute agrave sua posiccedilatildeo normal na mandiacutebula A empactaccedilatildeo ocorre porque eacute
dificultada pelos dentes adjacentes por um denso revestimento oacutesseo ou por excesso de
tecido mole O termo dente incluso eacute mais abrangente pois inclui tanto os dentes
empactados como os dentes em erupccedilatildeo (Peterson et al 2000)
Embora as taxas de incidecircncia reportadas sejam baixas as fracturas
mandibulares satildeo consideradas como complicaccedilotildees major ou seja que necessitam de
um tratamento posterior e podem desenvolver consequecircncias irreversiacuteveis (Krimmel e
Reinert 2000 Brauer 2009) Por esta razatildeo o meacutedico dentista deve estar preparado
para resolver este tipo de lesatildeo e o paciente deve ser devidamente informado sobre esta
possibilidade De acordo com Perry e Goldberg a praacutetica de cirurgia oral
contemporacircnea e maxilo-facial inclui a obtenccedilatildeo de um consentimento informado Os
pacientes devem receber em termos compreensiacuteveis uma informaccedilatildeo completa a
respeito do diagnoacutestico tratamento e prognoacutestico da sua condiccedilatildeo patoloacutegica por parte
do profissional de sauacutede O paciente deve reconhecer as implicaccedilotildees em caso de recusa
ao tratamento e tambeacutem deve ter conhecimento dos custos e existecircncia de tratamentos
alternativos (Palomer L 2009) Os riscoscomplicaccedilotildees preacute e poacutes operatoacuterios mesmo
os relativamente incomuns devem estar incluiacutedos na discussatildeo riscobenefiacutecio e nas
instruccedilotildees dadas ao paciente Eacute necessaacuterio afirmar que o consentimento deve ser livre
esclarecido renovaacutevel e revogaacutevel (Maluf et al 2007)
Sendo esta uma cirurgia comum eacute importante compreender a natureza das
complicaccedilotildees e conhecer os vaacuterios factores que associados agrave extracccedilatildeo de terceiros
molares contribuem para o desenvolvimento de fracturas mandibulares O uso de forccedila
improacutepria uma empactaccedilatildeo dentaacuteria muito acentuada casos de osteoporose ou outras
desordens metaboacutelicas ou lesotildees como quistos e tumores aumentam a probabilidade
da ocorrecircncia de fractura mandibular A presenccedila de um dente empactado numa
mandiacutebula muito atroacutefica ou uma infecccedilatildeo que envolve os tecidos periodontais
nomeadamente o osso tambeacutem aumentam esta predisposiccedilatildeo
Poucos satildeo os relatos de casos de ocorrecircncia de fracturas mandibulares
associados agrave remoccedilatildeo de terceiros molares no entanto apesar da baixa taxa de
incidecircncia natildeo se deve descartar a possibilidade de surgir uma complicaccedilatildeo como esta
Quando ocorre uma fractura o meacutedico dentista tem que estar preparado saber
reconhecer a lesatildeo com recurso a meios de diagnoacutestico apropriados bem como adoptar
as medidas mais adequadas para soluccedilatildeo do problema
4
1 Fracturas mandibulares
Apesar de ser considerado o osso mais forte e riacutegido da face a mandiacutebula eacute o
osso facial mais comummente fracturado (36-70) e parece ser devido agrave sua
localizaccedilatildeo exposta e proeminente Estas fracturas traumaacuteticas afectam principalmente
pessoas do sexo masculino entre os 16 e os 30 anos de idade (Hanson et al 2004) As
fracturas mandibulares podem classificar-se quanto agrave localizaccedilatildeo anatoacutemica quanto agrave
condiccedilatildeo dos fragmentos oacutesseos (galho verde simples cominutiva e composta) e
podem ser favoraacuteveis ou desfavoraacuteveis consoante a angulaccedilatildeo da fractura e a forccedila de
tracccedilatildeo muscular proximal ou distalmente agrave fractura (Peterson et al 2000) A maior
percentagem de fracturas quanto agrave localizaccedilatildeo encontra-se ao niacutevel do acircngulo cocircndilo e
regiatildeo sinfisaacuteria sendo que estas zonas podem ser consideradas mecanicamente como
pontos fracos (Mitsukawa et al 2004)
De acordo com Ferre e colaboradores citados por Libersa et al as fracturas no
acircngulo da mandiacutebula satildeo frequentes devido a vaacuterias razotildees nomeadamente o facto de
esta ser uma aacuterea de baixa resistecircncia com uma anatomia oacutessea especiacutefica (bordo
superior fino e osso basilar estreito) a sua localizaccedilatildeo que corresponde agrave regiatildeo entre o
ramo e o corpo da mandiacutebula e nalguns casos a presenccedila de terceiros molares inclusos
(Krimmel e Reinert 2000 Libersa et al 2002 Inaoka et al 2009)
De acordo com Rudderman e colaboradores citados por Chrcanovic et al
existem alguns factores que influenciam a localizaccedilatildeo das fracturas mandibulares
incluindo a direcccedilatildeo local e severidade da forccedila e impacto bem como caracteriacutesticas
intriacutensecas do osso Krimmel e Reinert referem que as fracturas mandibulares ocorrem
quando a resistecircncia do osso e as forccedilas exercidas neste natildeo satildeo compatiacuteveis Estes
autores defendem que a diminuiccedilatildeo da resistecircncia oacutessea pode ser causada por atrofia
fisioloacutegica osteoporose processos patoloacutegicos (ie lesotildees quiacutesticas lesotildees malignas
processos inflamatoacuterios) ou pode ser secundaacuteria a uma intervenccedilatildeo ciruacutergica (De Silva
1984) O stress exercido na mandiacutebula pode ser devido a forccedilas traumaacuteticas ou forccedilas
excessivas exercidas durante a extracccedilatildeo dentaacuteria (Krimmel e Reinert 2000)
Apesar da elevada percentagem de fracturas traumaacuteticas da mandiacutebula as
fracturas mandibulares como complicaccedilatildeo associada agrave extracccedilatildeo de terceiros molares
apresentam taxas de incidecircncia baixas (Krimmel e Reinert 2000)
Iizuka et al referem que a fractura mandibular natildeo ocorre apenas devido agrave forccedila
realizada durante a cirurgia mas tambeacutem devido ao enfraquecimento da regiatildeo do
acircngulo da mandiacutebula preacute-existente ou que surgiu apoacutes remoccedilatildeo do dente O tipo de
5
fractura decorrido apoacutes as extracccedilotildees no estudo de Iizuka et al confirma tambeacutem a
existecircncia de um enfraquecimento mecacircnico na regiatildeo preacute-angular da mandiacutebula Isto
porque todas as fracturas decorridas nesta anaacutelise eram fracturas preacute-angulares
Tambeacutem no estudo de Wagner et al de 2005 foram detectadas fracturas preacute-angulares
em 15 dos 17 casos o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo
eixo do dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula Nos restantes dois
casos foram detectadas fracturas angulares com uma linha de fractura paralela agrave
bissectriz do acircngulo mandibular De acordo com estes autores as fracturas na zona preacute
angular tecircm sido descritas como as tiacutepicas da fractura mandibular patoloacutegica associada a
extracccedilatildeo de terceiros molares
11 Taxas de incidecircncia
As fracturas da mandiacutebula apoacutes remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos satildeo
consideradas complicaccedilotildees raras com percentagens entre os 00046 e os 00075
(Woldenberg et al 2007)
Libersa et al em 2002 no seu estudo que abordava 27 casos de fractura
mandibular 17 intraoperatoacuterias e 10 poacutes-operatoacuterias obtiveram 00049 de taxa de
incidecircncia Outros autores Perry e Goldberg em 2000 basearam-se em questionaacuterios
efectuados a 84 cirurgiotildees orais e maxilo-faciais obtendo uma incidecircncia de fracturas
mandibulares tardias de 00046 ou seja 28 fracturas num total de 611 000 molares
empactados removidos
No estudo de Wagner et al de 2005 14 das 17 fracturas analisadas ocorreram
poacutes-operatoriamente Em 2010 na anaacutelise de vaacuterios estudos abordando um total de 189
casos Bodner e colaboradores reportaram 22 de casos de fracturas mandibulares
iatrogeacutenicas intra-operatoacuterias e 78 poacutes-operatoacuterias Neste sentido as fracturas tardias
parecem ser as mais frequentes
Dunstan e Sugar citados por Woldenberg et al referem que a verdadeira
incidecircncia de fracturas mandibulares poacutes-operatoacuterias como resultado da extracccedilatildeo eacute
dificil de estabelecer pois existem casos reportados de fracturas traumaacuteticas poacutes-
operatoacuterias que poderiam ter ocorrido numa mandiacutebula intacta e assim a ocorrecircncia
destas duas situaccedilotildees ser apenas uma coincidecircncia
6
12 Fracturas imediatas vs Fracturas tardias
As fracturas mandibulares podem ocorrer durante ou apoacutes o acto ciruacutergico
sendo consideradas complicaccedilotildees intra-operatoacuterias ou poacutes-operatorias respectivamente
As fracturas intra-operatoacuterias (imediatas) podem ocorrer devido a vaacuterios
factores sendo muitas vezes associadas agrave utilizaccedilatildeo de forccedila excessiva aplicada no osso
ou uso improacuteprio de instrumentos (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000 Libersa
et al 2002 Woldenberg et al 2007 Brauer 2009) O autor Harnisch citado por
Iizuka et al assume que a utilizaccedilatildeo descuidada da alavanca durante a extracccedilatildeo causa
forccedilas excessivas e inapropriadas no osso podendo provocar uma fractura imediata
Este autor refere tambeacutem que a fractura poacutes-operatoacuteria eacute pouco comum na ausecircncia de
infecccedilatildeo ou historial de trauma no entanto e baseando-se no seu estudo defende que a
fractura mandibular espontacircnea tambeacutem pode ocorrer e nestes casos com mais
frequecircncia nas duas semanas apoacutes a cirurgia Estes dados referem que a fractura
mandibular natildeo ocorre apenas devido agrave forccedila realizada durante a cirurgia mas tambeacutem
devido ao enfraquecimento oacutesseo que pode ter surgido apoacutes esta
No estudo de Perry e Goldberg de 2000 a fractura mandibular tardia eacute
considerada como aquela que ocorre a qualquer altura a partir do momento em que o
paciente abandona o consultoacuterio ou sala operatoacuteria sendo consideradas como resultado
indirecto da cirurgia De acordo com Bodner et al cuja anaacutelise abordou vaacuterios estudos
as fracturas poacutes-operatoacuterias ocorrem com mais frequecircncia
2 Factores predisponentes ou de risco
Como qualquer outro acto ciruacutergico podem surgir complicaccedilotildees na extracccedilatildeo
dos terceiros molares ou complicaccedilotildees que advecircm desta algum tempo mais tarde O
tipo de complicaccedilatildeo eacute bastante variaacutevel estando relacionado com muacuteltiplos factores
Neste sentido para os meacutedicos dentistas que realizam extracccedilotildees de terceiros molares
com frequecircncia eacute importante compreender a causa destas complicaccedilotildees
Em 2010 Bodner et al analisaram diversos artigos e relacionaram dados
relativos ao paciente e agrave sua condiccedilatildeo dentaacuteria com o desenvolvimento de fracturas
mandibulares Constataram que antes da exodontia alguns destes factores por
indicarem alto risco de desenvolvimento de fracturas mandibulares devem ser
cuidadosamente avaliados
Chrcanovic et al e Woldenberg et al enumeraram alguns factores de risco ou
factores predisponentes que devem ser analisados Nestes incluem-se magnitude de
7
empactaccedilatildeo tipo de angulaccedilatildeo raiacutezes longas idade do paciente idade e experiecircncia do
cirurgiatildeo presenccedila de quisto ou tumor relacionado com o dente empactado doenccedila
sisteacutemica ou medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea infecccedilotildees preacute-operatoacuterias
no local do dente a ser extraiacutedo avaliaccedilatildeo preacute-operatoacuteria inadequada volume relativo
do dente na mandiacutebula ponto temporal apoacutes a cirurgia infecccedilotildees preacute-operatoacuterias na
regiatildeo do terceiro molar extraiacutedo sexo feminino ou masculino presenccedila de
parafunccedilotildees pacientes praticantes de desporto e teacutecnica ciruacutergica
Woldenberg et al tambeacutem enfatizam o facto de ser possiacutevel reduzir o risco desta
complicaccedilatildeo adoptando medidas preventivas e Perry e Goldberg mencionam tambeacutem a
importacircncia do cumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias nomeadamente a
manutenccedilatildeo de uma dieta mole apoacutes a cirurgia
De acordo com os autores atraacutes mencionados a ocorrecircncia de fracturas
mandibulares eacute multifactorial (Al-Belasy et al 2009 Woldenberg et al 2007 Iisuka et
al 1997 Krimmel e Reinert 2000) estando relacionada com um conjunto de possiacuteveis
factores de risco Estes aparentam ter impacto na possibilidade de desenvolver este tipo
de complicaccedilatildeo
21 Idade
A idade do paciente eacute um dado importante uma vez que as fracturas
mandibulares geralmente sucedem em pacientes mais velhos O pico de incidecircncia
ocorre em indiviacuteduos com mais de 25 anos nomeadamente pacientes que rondam os 40
e os 50 anos de idade (Krimmel e Reinert 2000 Perry e Goldberg 2000 Libersa et al
2002 Wagner et al 2005) Esta relaccedilatildeo pode justificar-se pelo facto deste tipo de
fracturas ocorrer quando o osso natildeo eacute forte o suficiente para resistir a determinadas
forccedilas que actuam sobre ele O enfraquecimento da mandiacutebula como resultado da
diminuiccedilatildeo da elasticidade oacutessea que ocorre ao longo da vida pode ser a causa da
elevada taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares em pacientes mais velhos (Iizuka
et al 1997 Woldenberg et al 2007 Bodner et al 2010)
Krimmel e Reinert com base na anaacutelise de 6 casos de fractura mandibular
obtiveram uma meacutedia de idade de 45 anos Justificaram este valor referindo que nesta
idade se inicia uma desmineralizaccedilatildeo oacutessea secundaacuteria agrave osteoporose enfraquecendo o
sistema esqueleacutetico e simultaneamente intensificando o estreitamento do ligamento
periodontal Portanto comparativamente com os pacientes mais jovens os dentes
8
empactados necessitam de ser mais libertos do osso envolvente necessitando maior
ostectomia
A anquilose de dentes empactados nestes pacientes tambeacutem pode complicar a
extracccedilatildeo e enfraquecer a mandiacutebula devido agrave necessidade de efectuar maior remoccedilatildeo
oacutessea Deste modo perante este tipo de situaccedilatildeo eacute extremamente recomendado efectuar
odontossecccedilatildeo para facilitar a extracccedilatildeo do dente anquilosado e evitar futuras
complicaccedilotildees (Krimmel e Reinert 2000 Wagner et al 2005 Bodner et al 2010)
A elevada taxa de incidecircncia de fracturas em indiviacuteduos mais velhos devido agrave
diminuiccedilatildeo da elasticidade oacutessea e presenccedila de osteoporose estaacute de acordo com os
estudos que referem percentagens elevadas de complicaccedilotildees intra e poacutes-operatoacuterias na
remoccedilatildeo de terceiros molares empactados em pacientes numa faixa etaacuteria mais
avanccedilada Perante esta evidecircncia torna-se importante avaliar cada caso cuidadosamente
ou seja ter em conta a idade avanccedilada do indiviacuteduo e ponderar sobre a necessidade de
extracccedilatildeo ou natildeo dos dentes empactados nestes pacientes (Iizuka et al 1997)
22 Geacutenero
O facto de o paciente ser do sexo masculino ou feminino tambeacutem eacute um factor a
ter em conta pois aparenta ter especial importacircncia nas fracturas mandibulares poacutes-
operatoacuterias (Libersa et al 2002) Os homens mostram niacuteveis significativamente mais
elevados de forccedila mastigatoacuteria quando comparados com as mulheres (Miyaura et al
1999) Ao mastigar a forccedila requerida para quebrar os alimentos antes de os deglutir
pode causar forccedilas de stress consideraacuteveis nos ossos que estatildeo enfraquecidos pela
cirurgia e ainda natildeo recuperaram ou calcificaram (Perry e Goldberg 2000)
Deste modo devido agrave maior forccedila exercida no osso os homens apresentam
maior probabilidade de desenvolver fracturas mandibulares poacutes-operatoacuterias (Libersa et
al 2002 Brauer 2009)
23 Quantidade de dentes remanescentes
De acordo com Bodner et al as percentagens mais elevadas de fracturas
mandibulares ocorrem em pacientes parcialmente dentados ou totalmente dentados em
oposiccedilatildeo aos desdentados independentemente do sexo Tal como acontece nos
pacientes do sexo masculino discutido anteriormente indiviacuteduos com uma denticcedilatildeo
mais completa tambeacutem vatildeo exercer maiores forccedilas mastigatoacuterias Deste modo as forccedilas
exercidas na mandiacutebula durante a mastigaccedilatildeo apoacutes remoccedilatildeo de dentes inclusos causam
9
maior stress Assim pacientes com menos ausecircncias dentaacuterias apresentam maior risco
de desenvolvimento de fracturas mandibulares posteriormente agrave extracccedilatildeo
No estudo de Krimmel e Reinert independentemenre da idade todos os
pacientes que sofreram fracturas mandibulares apresentavam denticcedilatildeo completa Este
resultado parece estar relacionado com a aplicaccedilatildeo de forccedilas oclusais maacuteximas
posteriormente ao iniacutecio da cicatrizaccedilatildeo e reduccedilatildeo da dor e edema Consequentemente
cinco dos seis pacientes reportaram ouvir um estalido enquanto mastigavam dias apoacutes a
cirurgia
24 Grau de empactaccedilatildeo
Bodner e colaboradores referem que dentes totalmente empactados em osso
apresentam maior incidecircncia de fracturas mandibulares presumivelmente devido agrave
quantidade de osso que eacute necessaacuteria remover durante o acto ciruacutergico para a sua
extracccedilatildeo pois geralmente ocupam um maior volume de osso mandibular (Perry e
Goldberg 2000 Libersa et al 2002) No estudo de Libersa et al em 27 casos de
fractura mandibular 22 estavam completamente envolvidos por osso e 5 eram casos de
empactaccedilatildeo parcial
No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo na anaacutelise de Bodner et al a
quantidade de fracturas mandibulares associadas a dentes totalmente empactados foi o
dobro das fracturas em mandiacutebulas que continham dentes parcialmente empactados O
resultado apoacutes a extracccedilatildeo eacute a criaccedilatildeo de uma estrutura oacutessea ou parede cortical fina e
fraca criando uma mandiacutebula mais fraacutegil com possibilidades de sofrer fractura poacutes-
operatoacuteria (Perry e Goldberg 2000)
Na anaacutelise dos 6 casos de fractura mandibular por Krimmel e Reinert os dentes
foram classificados de acordo com o sistema de Pell amp Gregory (Anexo 1) Assim
apenas um molar se encontrava na classe I os restantes cinco em classe II e nenhum
dente foi categorizado com classe III A empactaccedilatildeo vertical era de classe B em dois
casos e classe C nos restantes quatro casos De acordo com estes resultados os autores
concluiacuteram que a posiccedilatildeo antero-posterior do terceiro molar parece natildeo ter influecircncia na
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular No entanto quanto maior a empactaccedilatildeo em
termos verticais maior a probabilidade da fractura ocorrer
Iizuka et al em 1997 analisaram as radiografias panoracircmicas de todos os
pacientes envolvidos nas fracturas mandibulares ocorridas no estudo Determinaram o
10
grau de empactaccedilatildeo e a posiccedilatildeo do terceiro molar de acordo com o sistema Pell amp
Gregory (Anexo 1) a angulaccedilatildeo do dente e tambeacutem o grau de dificuldade
O grau de dificuldade era atribuiacutedo por pontos consoante as classes do sistema
Pell amp Gregory em que o dente se encontrava e tambeacutem a sua angulaccedilatildeo um ponto para
classificaccedilotildees A I e mesioangulaccedilatildeo dois pontos para classes B II e posiccedilatildeo horizontal
trecircs pontos para classes C III e posiccedilatildeo vertical e ainda quatro pontos para dentes
distoangulados Neste sentido a classificaccedilatildeo maacutexima que poderia ser obtida era de 10
pontos correspondendo a um grau de dificuldade maacuteximo Os resultados obtidos
variaram de 5 a 9 pontos natildeo se verificando caracteriacutesticas predispodentes relevantes
No entanto como esta classificaccedilatildeo se baseou em trecircs paracircmetros os autores justificam
este resultado com base nas variaccedilotildees de angulaccedilatildeo encontradas no estudo Excluindo
este dado todos os casos excepto um se encontravam nas classes BC e IIIII Neste
sentido a remoccedilatildeo de dentes definidos nas classes BC e IIIII eacute considerada difiacutecil e
com predisposiccedilatildeo para fractura (Iizuka et al 1997)
25 Angulaccedilatildeo
De acordo com Xavier et al e com base na classificaccedilatildeo de Winter (Anexo 2) a
posiccedilatildeo dos terceiros molares inferiores mais frequentemente observada eacute a vertical e a
mesioangular (Vasconcellos et al 2002 Inaoka et al 2009 Santos e Quesada 2009)
Os dentes inclusos distoangulados satildeo considerados normalmente como os mais
difiacuteceis de extrair e que requerem maior remoccedilatildeo oacutessea Tambeacutem jaacute foi descrito que
uma posiccedilatildeo distoangular estaacute associada a uma posiccedilatildeo mais lingual sendo assim esta
parede cortical encontra-se bastante fina Neste sentido ao realizar uma abordagem ao
niacutevel da parede cortical vestibular coloca uma maior predisposiccedilatildeo para a ocorrecircncia de
fractura mandibular nestes casos de angulaccedilatildeo devido ao defeito oacutesseo criado (Iizuka et
al 1997 Chrcanovic et al 2010)
Iizuka e colaboradores definiram quatro grupos de dentes consoante o acircngulo
formado entre o eixo vertical do dente e o plano oclusal Para determinar a angulaccedilatildeo
dos terceiros molares foram efectuados quatro grupos dentes verticais quando o acircngulo
se encontra entre 80ordm e 100ordm mesioangular quando acircngulo estaacute entre 10ordm e 80ordm
distoangular quando o acircngulo eacute maior que 100ordm e horizontal quando o acircngulo se
encontra entre 350ordm e 10ordm Nos pacientes sem dentes mesialmente ao terceiro molar foi
desenhado um plano oclusal arbitraacuterio para definir a angulaccedilatildeo deste No estudo
depararam-se com cinco dentes mesioangulados um horizontal quatro distoangulados e
11
trecircs verticais Embora estes autores concordem com o que foi citado anteriormente
baseando-se na sua anaacutelise natildeo encontraram qualquer associaccedilatildeo entre o tipo de
angulaccedilatildeo e a predisposiccedilao para fractura mandibular
26 Comprimento das raiacutezes e sua relaccedilatildeo com o canal dentaacuterio inferior
O mecanismo pelo qual os terceiros molares com raiacutezes longas foram
relacionados com o aumento de risco de ocorrecircncia de fracturas angulares deve-se ao
espaccedilo oacutesseo que este ocupa na mandiacutebula Hanson et al suportando esta hipoacutetese
referem que as fracturas mandibulares podem ocorrer apoacutes remoccedilatildeo do terceiro molar
com raiacutezes muito compridas pois o acircngulo mandibular torna-se uma regiatildeo
enfraquecida
Nos casos de fractura analisados por Iizuka et al as raiacutezes dos dentes estavam
sobrepostas ao canal dentaacuterio inferior em 10 casos ou seja 77 dos casos Nos trecircs
casos restantes as raiacutezes estavam adjacentes ao canal Em nenhuma situaccedilatildeo foi
verificado radiograficamente um afastamento das raiacutezes em relaccedilatildeo ao canal Estes
autores concluiacuteram que raiacutezes sobrepostas ou adjacentes ao canal dentaacuterio inferior numa
radiografia panoracircmica representam paracircmetros importantes para a predisposiccedilatildeo para
fractura mandibular
27 Volume relativo da mandiacutebula ocupado pelo dente ()
Woldenberg et al consideram a porccedilatildeo relativa de volume ocupada pelo dente
na mandiacutebula um factor importante a ter em conta Este raacutecio pode ser determinado
atraveacutes de exames complementares antes de efectuar a extracccedilatildeo como a tomografia
computadorizada (TC) atraveacutes da reconstruccedilatildeo e visualizaccedilatildeo do dente e osso no
sentido vestibulo-lingual
Se esta relaccedilatildeo de volume relativo ocupado pelo dente for igual ou superior a
50 o risco de fractura eacute alto e recomenda-se especial cuidado durante a cirurgia
(Woldenberg et al 2007)
Iisuka e colaboradores obtiveram na sua anaacutelise radiograacutefica dos casos de
fractura mandibular ocorridos um raacutecio que variava entre 44 a 84 E Wagner et al
em 2005 obtiveram um raacutecio meacutedio de 62plusmn4 sendo considerado um valor
desfavoraacutevel Em ambos os estudos foram utilizadas radiografias panoracircmicas para
adquirir a percentagem de aacuterea que o dente ocupa no osso Na anaacutelise de Iizuka et al o
12
espaccedilo que os terceiros molares ocupam no osso foi avaliado com base na altura
mandibular
28 Lesotildees preacute-ciruacutergicas
Para aleacutem da quantidade diminuiacuteda de osso remanescente apoacutes uma cirurgia de
terceiros molares existem tambeacutem outros factores que provocam fragilidade
mandibular como eacute o caso de alteraccedilotildees patoloacutegicas no osso secundaacuterias a um quisto
ou tumor abrangente Iizuka et al no seu estudo referem que mesmo pequenas
alteraccedilotildees como uma pericoronarite ou um foliacuteculo aumentado podem enfraquecer a
mandiacutebula (Iizuka et al 1997)
Apesar de nas indicaccedilotildees para remoccedilatildeo dos sisos estar incluiacuteda a possibilidade
de desenvolver quistos ou tumores associados a estes dentes Adeyemo refere que a
incidecircncia destas patologias em terceiros molares inclusos eacute baixa Citados no estudo de
Chrcanovic et al Bruce et al reportaram uma incidecircncia de 62 sendo esta
percentagem superior em pacientes mais velhos com uma meacutedia de idade de 465 anos
No mesmo artigo de acordo com Girod et al quanto mais tempo a empactaccedilatildeo
persistir maior o risco de desenvolver quistos ou tumores
Na anaacutelise de 2010 por Bodner et al cerca de 27 dos pacientes tinham
historial de infecccedilotildees preacute-ciruacutergicas na zona do dente a extrair Portanto pressupocircs-se
uma associaccedilatildeo entre lesotildees oacutesseas preacute-existentes associadas ao dente em questatildeo com a
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular As infecccedilotildees relatadas foram a doenccedila
periodontal quistos ou pericoronarites recorrentes capazes de criar defeitos que
enfraquecem a mandiacutebula (Woldenberg et al 2007) Estas lesotildees satildeo frequentemente
encontradas em pacientes com mais de 40 anos de idade (Lysell e Rohlin 1988)
Na anaacutelise de Perry e Goldberg de 2000 tambeacutem incluiacuteda no estudo de Bodner
et al a severidade e a duraccedilatildeo das infecccedilotildees natildeo foram obtidas no entanto referem que
uma infecccedilatildeo croacutenica e profunda provoca descalcificaccedilatildeo e destruiccedilatildeo oacutessea
contribuindo para a probabilidade de desenvolvimento de fracturas tanto imediatas
como tardias
Geralmente as infecccedilotildees nos jovens surgem quando uma pequena parte da coroa
erupciona e por isso nos pacientes mais velhos as infecccedilotildees associadas agrave empactaccedilatildeo
do terceiro molar satildeo diferentes pois o dente muitas vezes estaacute totalmente envolvido
por osso Assim a reabsorccedilatildeo oacutessea eacute geralmente a causa destas infecccedilotildees De acordo
com Osaki a periodontite presente nos segundos molares tambeacutem pode ser a causa de
13
infecccedilatildeo associada aos terceiros molares Nestes casos o osso alveolar entre o dente
empactado e o segundo molar eacute frequentemente destruiacutedo pela periodontite croacutenica
(Osaki et al 1995) Os resultados obtidos por estes autores sugerem que os dentes
inclusos em pacientes de idade avanccedilada com reabsorccedilatildeo oacutessea fisioloacutegica em torno da
coroa associada agrave irritaccedilatildeo causada pelas proacuteteses dentaacuterias e estando em relaccedilatildeo com
um ligamento periodontal bastante alargado do dente adjacente tecircm maior tendecircncia
para desenvolver infecccedilotildees
De acordo com Indresano et al e Leone et al citados por Chrcanovic et al a
formaccedilatildeo de abcessos profundos nos molares inferiores estaacute mais associada aos dentes
parcialmente empactados Isto deve-se ao facto de existir um risco aumentado de
pericoronarites agudas em dentes erupcionados verticalmente posicionados ao niacutevel ou
acima do plano oclusal e que se encontram parcialmente cobertos por tecidos moles ou
duros Werkmeister et al confirmam os dados anteriores considerando a existecircncia de
maior risco para densenvolver infecccedilotildees nos terceiros molares parcialmente
empactados As citaccedilotildees anteriores em conjunto com a presenccedila de osso remanescente
reduzida ao niacutevel do acircngulo mandibular pressupotildee um risco elevado de fractura
mandibular em cirurgias nestes casos (Fuselier et al 2002)
29 Experiecircncia do profissional
Pode pensar-se que a fractura mandibular bem como qualquer outra
complicaccedilatildeo decorrente do acto ciruacutergico possa estar relacionada com a utilizaccedilatildeo de
teacutecnicas incorrectas ou com a experiecircncia do meacutedico dentista
Woldenberg et al em 2007 referiram que as fracturas imediatas que ocorrem
principalmente por utilizaccedilatildeo improacutepria dos instrumentos ou forccedila excessiva ocorrem
com maior probabilidade quando as cirurgias satildeo realizadas por profissionais mais
novos ou menos experientes como acontece no caso reportado neste estudo
No entanto nos artigos analisados por Bodner et al as operaccedilotildees foram
realizadas por meacutedicos dentistas generalistas especialistas e cirurgiotildees maxilo-faciais e
nenhuma diferenccedila significativa foi encontrada em relaccedilatildeo agraves taxas de incidecircncia De
acordo com estes autores eacute difiacutecil estabelecer uma relaccedilatildeo entre a experiecircncia do
meacutedico e o desenvolvimento de complicaccedilotildees uma vez que eacute necessaacuterio ter em conta
outros factores que podem dificultar a extracccedilatildeo e condicionar o resultado do acto
ciruacutergico bem como o periacuteodo poacutes-operatoacuterio No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo
14
no de Bodner et al apenas 4 das 28 fracturas ocorreram em pacientes abordados por
dentistas com experiecircncia igual ou inferior a 5 anos
210 Teacutecnica utilizada
A teacutecnica ciruacutergica para extracccedilatildeo de terceiros molares poderaacute afectar o
desenrolar do procedimento ciruacutergico bem como condicionar o desenvolvimento de
futuros problemas Caso seja aconselhaacutevel a abordagem com realizaccedilatildeo de retalho
como eacute o caso de dentes inclusos com lesatildeo periapical extensa dentes isolados na
mandiacutebula de pacientes idosos dentes com alteraccedilatildeo anatoacutemica das raiacutezes ou presenccedila
de corticais oacutesseas riacutegidas existem vaacuterias teacutecnicas que podem ser utilizadas tais como a
abordagem vestibular lingual ou mesmo um acesso extra-oral em casos de empactaccedilatildeo
muito proacutexima do bordo inferior da mandiacutebula (Bodner et al 2010) No entanto a
ostectomia vestibular eacute a mais frequentemente utilizada (Juacutenior et al 2006)
As fracturas intra-operatoacuterias podem ocorrer devido agrave utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos (Iizuka et al 1997
Krimmel e Reinert 2000 Libersa et al 2002 Woldenberg et al 2007) Este risco
pode ser diminuiacutedo quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando existe uma
boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada Adicionalmente
devem adoptar-se medidas conservadoras de remoccedilatildeo oacutessea bem como a realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo quando necessaacuterio (Al-Belasy et al 2009)
A classificaccedilatildeo dos terceiros molares de acordo com a sua posiccedilatildeo tem a
finalidade de auxiliar o planeamento ciruacutergico pois de certa forma determina a
complexidade do caso Juacutenior e colaboradores referem que quanto maior o grau de
inclusatildeo dentaacuteria maior a necessidade de emprego de uma teacutecnica ciruacutergica mais
invasiva Portanto uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e radiograacutefica do caso eacute muito importante para
a determinaccedilatildeo da teacutecnica ciruacutergica mais apropriada
211 Tempo decorrido apoacutes a cirurgia
Como foi referenciado anteriormente as fracturas mandibulares podem ocorrer
durante o acto cliacutenico (imediatas) ou apoacutes a cirurgia (tardias)
Bodner et al referiram em 2010 com base nos artigos estudados que o tempo
decorrido entre a extracccedilatildeo do dente e o diagnoacutestico da fractura se encontrava entre uma
a cinco semanas reportando que 86 dos casos de fractura ocorreram entre a primeira e
a terceira semana apoacutes cirurgia com maior taxa de incidecircncia na segunda e na terceira
15
semana Brauer apoia este facto referindo que a maioria das fracturas poacutes-operatoacuterias
ocorre durante a mastigaccedilatildeo entre o 13ordm e 21ordm dia apoacutes a cirurgia (Libersa et al 2002)
Estes factos podem ser explicados com base nos processos histoloacutegicos uma vez
que este periacuteodo de tempo corresponde a processos de cicatrizaccedilatildeo nomeadamente a
substituiccedilatildeo de tecido de granulaccedilatildeo por tecido conjuntivo no alveacuteolo e dois terccedilos do
alveacuteolo ainda natildeo estatildeo formados por osteoacuteide ou osso ateacute ao 38ordm dia (Amler et al
1960 Amler et al 1977 Libersa et al 2002) Para aleacutem disso no final da segunda
semana a dor desapareceu os pacientes jaacute se sentem melhor e capazes de mastigar
normalmente podendo causar forccedilas muito elevadas numa mandiacutebula enfraquecida
(Libersa et al 2002) Bodner et al explicam a elevada percentagem de fracturas poacutes-
operatoacuterias e o periacuteodo em que ocorrem como o resultado de forccedilas mastigatoacuterias
excessivas ou pequenos traumas sofridos por uma mandiacutebula enfraquecida
No estudo de Perry e Goldberg 18 das 28 fracturas ocorridas surgiram durante a
mastigaccedilatildeo A forccedila mastigatoacuteria requerida para quebrar os alimentos pode produzir
forccedilas de stress consideraacuteveis numa mandiacutebula enfraquecida apoacutes cirurgia natildeo se
encontrando completamente reconstruiacuteda e calcificada Nos casos relatados todos os
pacientes receberam as mesmas instruccedilotildees sobre a dieta a efectuar no entanto perante
os resultados os autores defendem que talvez natildeo tenha sido dado ecircnfase suficiente em
relaccedilatildeo agrave qualidade e duraccedilatildeo da dieta mole Tambeacutem propotildeem a falta de cooperaccedilatildeo
por parte do paciente em cumprir as instruccedilotildees fornecidas pelo meacutedico como uma
possiacutevel causa
Por oposiccedilatildeo Al-Belasy e seus colaboradores concluiacuteram que em pacientes
totalmente dentados ou com uma ou duas ausecircncias com idades superiores a 25 anos e
sem atrofia oacutessea ou doenccedilas sisteacutemicas a mastigaccedilatildeo parece natildeo afectar a possibilidade
de ocorrecircncia de fracturas mandibulares tardias apoacutes remoccedilatildeo ciruacutergica de terceiros
molares empactados sem lesotildees associadas
212 Parafunccedilotildees
Eacute compreensiacutevel que pacientes com parafunccedilotildees como o bruxismo o
apertamento dentaacuterio (ldquoclenchingrdquo) e hipertrofia dos muacutesculos masseacuteteres apresentem
maior predisposiccedilatildeo para as fracturas mandibulares apoacutes cirurgia de terceiros molares
quando a mandiacutebula se encontra enfraquecida Kraszewski et al citados por
Chrcanovic et al apontam como possiacutevel justificaccedilatildeo o facto de estas patologias
afectarem a forccedila de mastigaccedilatildeo
16
No entanto no estudo de Al-Belasy et al fizeram parte sete pacientes com
hipertrofia masseteacuterica e 11 pacientes que realizavam apertamento dentaacuterio eou
bruxismo e em nenhum destes pacientes ocorreu fractura mandibular apoacutes a extracccedilatildeo
213 Lado esquerdo ou direito da mandiacutebula
Apesar de Wagner et al terem verificado uma distribuiccedilatildeo desequilibrada de
fracturas mandibulares entre o lado esquerdo e o direito da mandiacutebula pois 70 dos
casos ocorreram no lado esquerdo Bodner se seus colaboradores apoacutes anaacutelise de vaacuterios
artigos chegaram a outras conclusotildees Nos casos onde era feita referecircncia ao lado da
mandiacutebula em que foi efectuada a extracccedilatildeo verificaram que natildeo existe relaccedilatildeo
significativa entre o lado da mandiacutebula abordado e a ocorrecircncia de fractura 48 dos
casos foram afectados no lado direito e 52 no lado esquerdo Os resultados de Wagner
et al podem ser explicados pelo facto de o profissional estando na posiccedilatildeo normal de
trabalho ter melhor visualizaccedilatildeo e melhor controlo da forccedila aplicada no lado direito
comparativamente ao lado esquerdo (Woldenberg et al 2007) resultando numa
ostectomia menos extensa (Wagner et al 2005)
214 Actividade fiacutesica
As lesotildees maxilo-faciais representam um risco elevado em praticantes de
desporto e as fracturas satildeo uma sequela bastante comum No final da segunda semana
apoacutes cirurgia dos terceiros molares os pacientes normalmente jaacute se sentem bem devido
ao desaparecimento da dor poacutes-operatoacuteria (Libersa et al 2002) Esta diminuccedilatildeo do
desconforto daacute uma falsa sensaccedilatildeo de seguranccedila que pode levar os pacientes que satildeo
atletas activos a voltarem a praticar deporto intenso aumentando o risco de fractura
mandibular tardia na regiatildeo do acircngulo mandibular fragilizada pela cirurgia O risco de
fracturas maxilo-faciais relacionadas com desporto eacute consideravelmente mais elevado
em desportos de contacto por apresentarem bastante popularidade e por falta de
protecccedilatildeo facial (Chrcanovic et al 2010)
215 Doenccedilas sisteacutemicas e medicaccedilatildeo
Krimmel e Reinert defendem que as fracturas mandibulares ocorrem quando a
resistecircncia do osso e as forccedilas exercidas neste natildeo satildeo compatiacuteveis Muitos pacientes
sujeitos a procedimentos ciruacutergicos estatildeo condicionados a terapia medicamentosa e a
doenccedilas sisteacutemicas que podem afectar a resistecircncia oacutessea
17
De acordo com Kirwan citado por Chrcanovic um destes exemplos eacute a terapia
com corticosteroides utilizada no tratamento de algumas doenccedilas como a artrite
reumatoacuteide e doenccedilas relacionadas como a asma brocircnquica neurodermite e por vezes
apoacutes transplante de oacutergatildeos em dosagens mais elevadas Alguns autores como Adachi e
Weinstein referem que um dos efeitos secundaacuterios desta terapia eacute a raacutepida perda de
osso e o aumento de risco de fractura oacutessea sendo este risco duas vezes superior
comparativamente a pessoas sem qualquer terapia e eacute mais elevado apoacutes exposiccedilatildeo
prolongada a estes medicamentos
A osteoporose eacute uma condiccedilatildeo que afecta grandemente a resistecircncia do osso e
pode justificar o aumento da taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares com o
aumento da idade (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000) Eacute comum em
pacientes do sexo feminino pois a diminuiccedilatildeo de estrogeacutenios no periacuteodo poacutes-
menopausa aumenta o ritmo de perda oacutessea Poreacutem tambeacutem pode ocorrer nos homens
estando relacionada com mecanismos ligados essencialmente ao envelhecimento como
a deficiecircncia de vitamina D a absorccedilatildeo diminuiacuteda de caacutelcio e aumento dos niacuteveis de
hormona paratiroideia (PTH) (Yazbek e Neto 2008) Nos homens a testosterona
funciona da mesma forma que os estrogeacutenios na mulher sendo que pacientes com
hipogonadismo tambeacutem experienciam perdas oacutesseas aceleradas (Chrcanovic et al
2010) O osso apresenta composiccedilatildeo normal mas fica diminuiacutedo em quantidade e esta
diminuiccedilatildeo da massa oacutessea frequentemente resulta em fracturas das veacutertebras anca e
antebraccedilo (Do Lee et al 2005) De acordo com Law e Klemetti citados por Do Lee a
osteoporose pode resultar em diminuiccedilatildeo da massa oacutessea da mandiacutebula bem como
provocar alteraccedilotildees na estrutura deste osso especialmente do bordo inferior No mesmo
artigo satildeo citados alguns autores como Shrout e Kashima que referem existir uma
ligaccedilatildeo entre a osteoporose e alteraccedilotildees radiograacuteficas verificadas no padratildeo trabecular
da mandiacutebula
Existem outras patologias que tambeacutem diminuem a forccedila oacutessea como a doenccedila
gastrointestinal pois diminui a absorccedilatildeo de vitamina D De acordo com Ebeling citado
por Chrcanovic a osteoporose nos homens pode estar relacionada com algumas
condiccedilotildees como a hipercalceacutemia nefrolitiacutease terapia com anticonvulsivantes
tirotoxicose doenccedila renal e do fiacutegado mieloma muacuteltiplo ou mastocitose sisteacutemica
Bechtold e Felin citados na anaacutelise de Chrcanovic e colaboradores mencionam
a artrite idiopaacutetica juvenil como a doenccedila reumaacutetica mais comum na aacuterea da pediatria
18
Alguns estudos demonstraram a existecircncia de deficiecircncias significativas da densidade
volumeacutetrica trabecular no osso mineral e massa oacutessea cortical nestes pacientes
Os pacientes com doenccedila renal croacutenica padecem de vaacuterios distuacuterbios no
metabolismo do foacutesforo caacutelcio e ossos Estas alteraccedilotildees devem-se a factores que
contribuem para o aumento da reabsorccedilatildeo oacutessea como a diminuiccedilatildeo da absorccedilatildeo de
caacutelcio pelo intestino excessiva produccedilatildeo de PTH e alteraccedilotildees no metabolismo da
vitamina D (McPhee 2007) De acordo com Chrcanovic et al os ossos satildeo mais
gravemente afectados em casos de doenccedila renal croacutenica do que em casos saudaacuteveis
onde apenas satildeo afectados pelas consequecircncias da idade avanccedilada
A massa oacutessea eacute uma caracteriacutestica principalmente determinada geneticamente
no entanto tambeacutem eacute alterada sob a influecircncia do ambiente Indiviacuteduos com muita
massa muscular e que praticam actividade fiacutesica apresentam maior massa oacutessea do que
por exemplo pacientes fumadores ou com problemas de alcoolismo (Chrcanovic et al
2010) Estas duas uacuteltimas condiccedilotildees satildeo tambeacutem consideradas factores de risco para a
osteoporose (McPhee 2007)
3 Diagnoacutestico
31 Preacute-Ciruacutergico
Uma vez indicada a extracccedilatildeo de dentes inclusos eacute fundamental a realizaccedilatildeo de
um planeamento ciruacutergico baseado em exames cliacutenicos e radioloacutegicos Atraveacutes do
exame cliacutenico obtecircm-se dados especiacuteficos da sauacutede geral do paciente histoacuteria meacutedica e
dentaacuteria e o niacutevel de complexidade e dificuldade operatoacuteria pode ser analisado no
exame radiograacutefico Deste modo o dentista consegue prevenir possiacuteveis acidentes
durante a cirurgia ou no periacuteodo poacutes-operatoacuterio muitas vezes relacionados com a
posiccedilatildeo e localizaccedilatildeo do dente incluso (Juacutenior et al 2006)
As classificaccedilotildees dos dentes inclusos satildeo feitas a partir da anaacutelise radiograacutefica e
com cuidadosa classificaccedilatildeo o dentista pode abordar a cirurgia de forma ordenada e
prever se alguma abordagem ciruacutergica fora do comum precisaraacute ser adoptada (Juacutenior et
al 2006 Xavier et al 2010) Para a maioria dos casos a radiografia periapical eacute a
radiografia de eleiccedilatildeo pois fornece informaccedilatildeo mais detalhada Por outro lado a
ortopantomografia mostra uma imagem mais exacta da anatomia da regiatildeo e pode ser
usada como substituto apropriado (Xavier et al 2010) Aliaacutes na grande maioria satildeo
19
estas as radiografias utilizadas pois eacute possiacutevel visualizar correctamente o longo eixo do
segundo molar o ramo ascendente da mandiacutebula e o niacutevel oacutesseo que satildeo utilizados
como paracircmetros (Juacutenior et al 2006)
Os sistemas de classificaccedilatildeo permitem avaliar a dificuldade da cirurgia e nestes
incluem-se a angulaccedilatildeo (classificaccedilatildeo de Winter ndash Anexo 2) relaccedilatildeo com o bordo
anterior do ramo ascendente (Sistema de Pell amp Gregory I II e III ndash Anexo 1) e relaccedilatildeo
com o plano oclusal (Sistema de Pell amp Gregory A B e C ndash Anexo 1) Outros factores a
ter em conta na anaacutelise radiograacutefica fazem parte de alguns factores predisponentes jaacute
abordados como eacute o caso da morfologia radicular e relaccedilatildeo das raiacutezes com o canal
dentaacuterio inferior a densidade oacutessea que eacute mais elevado em pacientes com mais de 35
anos diminuindo a flexidade e capacidade de expansatildeo do osso e a natureza do tecido
envolvente pois o tipo de empactaccedilatildeo pode ser por tecido mole oacutesseo parcial ou oacutesseo
total (Peterson et al 2000)
A tomografia computadorizada (TC) tem-se tornado muito uacutetil em certas
situaccedilotildees como na avaliaccedilatildeo da proximidade dos dentes inclusos a estruturas
anatoacutemicas na avaliaccedilatildeo da profundidade de empactaccedilatildeo e espessura das paredes
corticais inclinaccedilatildeo vestibulo-lingual e morfologia da coroa e raiacutezes do dente
empactado (Bodner et al 1994)
Como as fracturas mandibulares associadas agrave cirurgia satildeo raras natildeo se justifica
usar a TC como exame complementar preacute-ciruacutergico No entanto em casos especiacuteficos
apoacutes avaliaccedilatildeo criteriosa dos factores predisponentes que aparentam ter um elevado
risco de desenvolvimento de fractura mandibular este exame torna-se vantajoso (Bodner
et al 1994) Pode tambeacutem ser utilizada para determinar o volume oacutesseo relativo da
mandiacutebula ocupado pelo dente (Woldenberg et al 2007)
32 Poacutes-ciruacutergico
Apoacutes ou durante a cirurgia o meacutedico dentista tem que estar alerta para os sinais e
sintomas presenciados pelo paciente que podem indicar a ocorrecircncia de fractura
mandibular
Nos casos que se encontram no periacuteodo poacutes-operatoacuterio natildeo muito prolongado o
principal alerta para a possibilidade de fractura mandibular eacute ouvir um estalido algumas
semanas apoacutes a cirurgia (Woldenberg et al 2007) Considera-se que a mandiacutebula
fractura no momento em que o som eacute ouvido Jaacute nos casos em que decorreu bastante
tempo apoacutes a cirurgia o diagnoacutestico eacute mais complicado O atraso da cicatrizaccedilatildeo e a
20
presenccedila de osteomielite podem ser a causa destas fracturas e quando a cicatrizaccedilatildeo se
prolonga demasiado deve-se sempre considerar o risco de fractura apresentando assim
indicaccedilatildeo para controlo radiograacutefico perioacutedico (Iizuka et al 1997)
O som de um estalido reportado pelo paciente deve ser considerado como
indicativo de uma possiacutevel fractura mesmo que esta natildeo seja detectada inicialmente na
radiografia (Woldenberg et al 2007) Se assim acontecer recomenda-se a realizaccedilatildeo de
radiografias de controlo (Wagner et al 2005) Libersa et al bem como Perry e
Goldberg confirmam este som distinto pois a maioria dos pacientes reportou um som
tipo estalido enquanto mastigavam acompanhado por dor intensa Na anaacutelise de
Krimmel e Reinert todos os pacientes reportaram o mesmo som excepto um que
apenas presenciou um novo episoacutedio de dor
Para aleacutem da dor suacutebita outros sinais cliacutenicos a ter em conta satildeo a presenccedila de
parestesia disestesia ou anestesia relacionadas com o nervo dentaacuterio inferior e as
alteraccedilotildees na oclusatildeo que satildeo um forte indicador de possiacutevel fractura mandibular (Laub
Jr 2009) Poderaacute tambeacutem surgir edema (Wagner et al 2005)
No caso reportado por Woldenberg foi realizada radiografia panoracircmica poacutes-
operatoacuteria imediata apoacutes se ter presenciado um estalido durante a extracccedilatildeo do 38 Na
radiografia verficou-se uma linha radioluacutecida desde o alveacuteolo ateacute ao bordo inferior da
mandiacutebula compatiacutevel com linha de fractura Foi notificada tambeacutem a presenccedila de
parestesia do laacutebio inferior do lado correspondente agrave fractura
No estudo realizado por Wagner et al em 2005 13 dos 17 pacientes que
sofreram fractura mandibular tambeacutem reportaram um som tipo estalido mas nem
sempre associado a sensaccedilatildeo dolorosa imediata No entanto foi reportada
frequentemente a presenccedila de inchaccedilo na zona do acircngulo mandibular respectivo A
meacutedia de dias decorridos entre a cirugia e a fractura foi de 19plusmn4 dias O tempo
decorrido ateacute diagnoacutestico radioloacutegico com conhecimento da data da fractura foi de
10plusmn4 dias
Como jaacute foi referido as fracturas mandibulares nem sempre satildeo diagnosticadas
radiologicamente (Iizuka et al 1997) principalmente se natildeo houver deslocamento
patoloacutegico dos fragmentos (Wagner et al 2007) No estudo de Iizuka et al todas as
fracturas que ocorreram num estado poacutes-operatorio relativamente cedo eram fracturas
sem deslocamento Uma vez que este tipo de fractura natildeo eacute imediatamente reconhecido
um achado radiograacutefico negativo apoacutes suspeita natildeo deve exluir de imediato a presenccedila
de fractura Nestes casos eacute recomendada uma dieta mole e a execuccedilatildeo de radiografias de
21
controlo nos dias seguintes (Iizuka et al 1997) Aliaacutes no estudo de Iizuka et al um dos
pacientes reportou um estalido ao comer no sexto dia poacutes-operatoacuterio cuja radiografia
efectuada nesse mesmo dia natildeo revelou qualquer fractura Quatro semanas depois o
paciente voltou ao consultoacuterio devido a uma dor persistente no local da extracccedilatildeo onde
se verificou atraveacutes da radiografia uma fractura evidente
De acordo com alguns autores na radiografia pode verificar-se uma fractura preacute-
angular o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo eixo do
dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula ou fracturas angulares
com uma linha de fractura paralela agrave bissectriz do acircngulo mandibular (Iizuka et al
1997 Wagner et al 2005)
Em casos de suspeita de fractura sem deslocamento e cujos achados radioloacutegicos
atraveacutes das radiografias convencionais como a ortopantomografia sejam negativos a
tomografia computadorizada (TC) e a tomografia computadorizada de feixe coacutenico
podem ser utilizadas como exames adicionais
De acordo com Roth e colaboradores a TC apresenta resultados superiores aos
da radiografia panoracircmica Este facto justifica-se pelas suas ferramentas de
melhoramento de imagem melhor qualidade de imagem sensibilidade equivalente na
identificaccedilatildeo de fracturas menor erro de interpretaccedilatildeo e opiniotildees mais concordantes
entre os meacutedicos na identificaccedilatildeo das fracturas mandibulares (Roth et al 2005) Outros
estudos suportam a contribuiccedilatildeo dos achados radiograacuteficos na TC para o manuseamento
ciruacutergico de traumas (Eggers et al 2008) No entanto existem algumas desvantagens
nomeadamente o elevado custo a disponibilidade e a elevada exposiccedilatildeo de radiaccedilatildeo
Estes factores promovem a tomografia computadorizada de feixe coacutenico como uma
aceitaacutevel alternativa na avaliaccedilatildeo de fracturas maxilofaciais (Scarfe et al 2006
Shintaku et al 2009)
4 Tratamento
As opccedilotildees de tratamento para as fracturas mandibulares associadas a extracccedilotildees
seguem os princiacutepios do tratamento das fracturas traumaacuteticas do acircngulo da mandiacutebula
As fracturas mandibulares podem ser tratadas realizando-se a reduccedilatildeo
contenccedilatildeo e imobilizaccedilatildeo dos segmentos fracturados sendo que a orientaccedilatildeo da oclusatildeo
dentaacuteria levaraacute a uma perfeita consolidaccedilatildeo dos segmentos fracturados com boa
recuperaccedilatildeo funcional e esteacutetica (Gomes et al 2001) Eacute fundamental identificar e
22
assegurar a correcta oclusatildeo antes de recorrer agrave reduccedilatildeo da fractura (Custoacutedio et al
2007)
O tratamento das fracturas mandibulares iatrogeacutenicas reportado por diversos
estudos na anaacutelise de Bodner et al baseou-se numa reduccedilatildeo fechada da fractura em
40 dos casos reduccedilatildeo aberta em 35 dos pacientes e em 25 dos casos natildeo foi
efectuado qualquer tipo de tratamento Este autor natildeo faz referecircncia ao sucesso dos
tratamentos
Os tratamentos que utilizam apenas fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo chamados reduccedilotildees
fechadas porque natildeo envolvem a abertura directa exposiccedilatildeo e a manipulaccedilatildeo da aacuterea
fracturada Uma reduccedilatildeo aberta inclui exposiccedilatildeo directa e reduccedilatildeo da fractura atraveacutes de
incisatildeo ciruacutergica (Custoacutedio et al 2007)
No estudo de Chrcanovic et al foram analisados 128 casos de fractura
mandibular sendo dois destes relatados por experiecircncia proacutepria No primeiro caso a
paciente ouviu um estalido e na avaliaccedilatildeo da ortopantomografia verificou-se uma
fractura sem deslocamento As possiacuteveis opccedilotildees de tratamento foram discutidas com a
paciente Devido a vaacuterias razotildees nomeadamente a ausecircncia de infecccedilatildeo e deslocamento
entre os segmentos a presenccedila de uma boa oclusatildeo com todos os dentes presentes e o
devido consentimento da paciente foi realizada apenas fixaccedilatildeo intermaxilar Apoacutes trecircs
meses verificou-se radiologicamente uniatildeo oacutessea
No caso reportado por Woldenberg et al durante a extracccedilatildeo do dente 38
verificou-se na panoracircmica uma linha de fractura Foi colocada fixaccedilatildeo intermaxilar e
posteriomente foram realizados novos exames uma panoracircmica e uma TC que
demonstraram bons resultados com aproximaccedilatildeo da linha de fractura Apoacutes duas
semanas a paciente recuperou a sensibilidade ao niacutevel do nervo dentaacuterio inferior
esquerdo Seis semanas apoacutes a cirurgia a fixaccedilatildeo intermaxilar foi removida e a paciente
sujeita a dieta mole por mais quatro semanas Nos dois trecircs e seis meses apoacutes a cirugia
foram realizadas radiografias panoracircmicas Estas revelaram formaccedilatildeo contiacutenua de osso
ao niacutevel do alveacuteolo e da linha de fractura
No estudo de Iizuka et al em seis casos foi realizada reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo
interna em dois efectuou-se fixaccedilatildeo intermaxilar e nos restantes trecircs apenas dieta mole
Todos os pacientes foram submetidos a terapia antibioacutetica durante pelo menos uma
semana simultaneamente com o tratamento da fractura que decorreu sem complicaccedilotildees
Todavia a obtenccedilatildeo de uma boa estabilidade parece ser a protecccedilatildeo mais segura contra
23
a infecccedilatildeo e atraso da cicatrizaccedilatildeo mais do que a terapia antibioacutetica (Mehra e Murad
2008)
De acordo com a literatura hoje em dia o tratamento mais eficaz das fracturas
mandibulares baseia-se na reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo interna no entanto os artigos
abordados cuja fractura estaacute relacionada com a extracccedilatildeo de terceiros molares parecem
ter obtido bons resultados com a utilizaccedilatildeo de fixaccedilatildeo intermaxilar e realizaccedilatildeo de dieta
mole Iizuka et al referem que nos casos de diagnoacutestico precoce e ausecircncia de
sintomatologia eacute adequado um tratamento conservador com fixaccedilatildeo intermaxilar e
nalguns casos a prescriccedilatildeo de dieta mole
No entanto evitar o uso de fixaccedilatildeo intermaxilar no transoperatoacuterio eacute mais
econoacutemico em tempo e custo e mais confortaacutevel para o paciente De acordo com Sorel
citado por Laub Jr alguns dos problemas associados agrave fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo a maacute
alimentaccedilatildeo com perda de peso dificuldades na respiraccedilatildeo e foneacutetica maacute higiene oral e
problemas sociais Em contraste a fixaccedilatildeo interna permite restauraccedilatildeo da funccedilatildeo e
mobilidade mais cedo e aumento do conforto para o paciente com melhoria dos
aspectos atraacutes mencionados Os autores Gomes et al referem que a fixaccedilatildeo intermaxilar
natildeo eacute usualmente necessaacuteria na reduccedilatildeo de fracturas confinadas agrave mandiacutebula
De acordo com Calloway et al citados por Moreno et al o desenvolvimento de
diferentes sistemas de fixaccedilatildeo interna na traumatologia facial e sua aplicaccedilatildeo no
tratamento das fracturas mandibulares conduziu a mudanccedilas nos criteacuterios de realizaccedilatildeo
de imobilizaccedilatildeo poacutes-ciruacutergica Tambeacutem tornou possiacutevel um retorno agrave funccedilatildeo normal
mais raacutepido Esta teacutecnica utiliza placas e parafusos na regiatildeo da fractura para se obter
contenccedilatildeo estaacutevel e eficaz promovendo cicatrizaccedilatildeo oacutessea primaacuteria sem que seja
necessaacuteria a extensatildeo do uso de fixaccedilatildeo intermaxilar A eliminaccedilatildeo desta ou uso por
periacuteodo miacutenimo geralmente resulta em maior satisfaccedilatildeo para o paciente (Gomes et al
2001 Custoacutedio et al 2007) Nesta modalidade o acesso agrave aacuterea da fractura pode ser
conseguido atraveacutes de abordagem intra-oral ou extra-oral (Mehra e Murad 2008)
As fracturas com grande grau de deslocamento ou fracturas cominutivas
necessitam de uma abordagem extra-oral para correcta reduccedilatildeo e visualizaccedilatildeo ao
colocar as estruturas de fixaccedilatildeo interna Por esta razatildeo e por natildeo haver comunicaccedilatildeo
com o meio intra-oral este meacutetodo apresenta baixo iacutendice de contaminaccedilatildeo A reduccedilatildeo
aberta com abordagem intra-oral pode ser utilizada nos casos de ausecircncia ou ligeiro
deslocamento dos fragmentos pacientes pouco cooperantes ou que necessitam de
restabelecimento imediato da funccedilatildeo mastigatoacuteria (Custoacutedio et al 2007)
24
A utilizaccedilatildeo de meacutetodos de fixaccedilatildeo interna nas fracturas mandibulares parece ser
o meacutetodo de tratamento mais aceitaacutevel (Moreno et al 2000) No entanto
independentemente do meacutetodo utilizado a finalidade baacutesica do tratamento das fracturas
deve ser o restabelecimento da oclusatildeo funcional e a continuidade mandibular
promovendo a restauraccedilatildeo das funccedilotildees mastigatoacuterias do paciente com o miacutenimo de
sequelas possiacutevel (Custoacutedio et al 2007)
5 Medidas preventivas
Perante avaliaccedilatildeo cliacutenica e posterior suspeita de ser um paciente de alto risco de
desenvolvimento de fractura mandibular algumas medidas devem ser ponderadas com
especial atenccedilatildeo Chrcanovic et al apontam mesmo a inadequada avaliaccedilatildeo preacute-
operatoacuteria como um factor de risco ou factor predisponente para o desenvolvimento de
fracturas Portanto este seria o primeiro ponto a ter em conta para um adequado
procedimento ciruacutergico com medidas atenuantes do risco de complicaccedilotildees A
identificaccedilatildeo de dentes que representam elevado risco de complicaccedilotildees relacionadas
com a cirurgia eacute a chave para o desenvolvimento de medidas profilaacutecticas com o
objectivo de evitar fracturas mandibulares Todos os indicadores de risco devem ser
bem analisados
Bodner e colaboradores descreveram algumas medidas preventivas para reduzir
a possibilidade de ocorrecircncia de fracturas mandibulares iatrogeacutenicas Estas incluem os
seguintes passos informar o paciente sobre a existecircncia do risco de fractura e da
importacircncia da sua cooperaccedilatildeo (Libersa et al 2002) a remoccedilatildeo oacutessea quando
necessaacuteria deve ser miacutenima e se possiacutevel efectuar odontossecccedilatildeo reduzindo a aacuterea
oacutessea removida se o dente empactado se encontrar perto do bordo inferior da
mandiacutebula considerar a abordagem extra-oral pacientes devem realizar dieta mole nas
quatro semanas seguintes agrave cirurgia (Wagner et al 2005 Woldenberg et al 2007)
embora Iizuka et al refiram apenas duas semanas e limitar a forccedila mastigatoacuteria durante
dois meses (Libersa et al 2002) o meacutedico dentista deve dar ecircnfase agrave qualidade e
duraccedilatildeo da dieta mole (Perry e Goldberg 2000) informar o paciente sobre os sinais
cliacutenicos e sintomas de uma fractura poacutes-operatoacuteria alertar o paciente para a
possibilidade de ouvir um som tipo estalido que pode indicar a presenccedila de fractura natildeo
sendo no entanto facilmente detectaacutevel radiologicamente com necessidade de
posteriores radiografias (Iizuka et al 1997)
25
Obiechina et al citados por Al-Belasy et al referem que perante as
dificuldades inerentes a esta cirurgia eacute recomendado que esta seja efectuada antes dos
25 anos Aliaacutes de acordo com Libersa et al a remoccedilatildeo profilaacutectica de terceiros molares
antes dos 20 anos de idade pode atenuar o risco de fractura
De acordo com Chrcanovic et al em casos em que a extracccedilatildeo de terceiros
molares inclusos eacute recomendada o risco de desenvolver uma fractura mandibular intra-
operatoacuteria pode ser evitada quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando
existe uma boa visualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada (Al-Belasy et al 2009)
Estes autores referem que o risco de fracturas mandibulares tanto imediatas como
tardias pode ser evitado pelo diagnoacutestico preciso e bem elaborado nos seguintes casos
pacientes com mais de 25 anos de idade principalmente homens pacientes com
bruxismo atletas activos raiacutezes do terceiro molar sobrepostas ou adjacentes ao canal
dentaacuterio inferior visualizadas na panoracircmica pacientes com patologia local ou
sisteacutemica ou sob medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea
26
Conclusatildeo
As taxas de incidecircncia da fractura traumaacutetica mandibular satildeo elevadas
principalmente quando comparadas com as fracturas mandibulares associadas a
exodontias que rondam os 00046 Apesar de rara a possibilidade de ocorrer e os
sinais e sintomas que acarreta devem ser destacados na informaccedilatildeo e esclarecimento ao
paciente A remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos eacute a cirurgia mais associada a estas
fracturas e as indicaccedilotildees quanto agrave sua realizaccedilatildeo ainda satildeo um pouco questionadas
Cada caso deve ser bem avaliado com os meacutetodos cliacutenicos e radiograacuteficos necessaacuterios
Quando eacute decidida a realizaccedilatildeo de extracccedilatildeo a radiografia periapical eacute
considerada um exame de eleiccedilatildeo no entanto a radiografia panoracircmica eacute um bom
substituto e permite utilizar sistemas de classificaccedilatildeo que podem ajudar o dentista na
determinaccedilatildeo do grau de complexidade e dificuldade do procedimento Por outro lado a
tomografia computadorizada (TC) pode ser utilizada em casos muito especiacuteficos com
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos factores predisponentes agrave ocorrecircncia de fractura mandibular
associada agrave exodontia
As fracturas podem ocorrer durante ou apoacutes a cirurgia sendo estas uacuteltimas as
mais frequentes Pacientes com mais de 25 anos geralmente entre os 40 e 50 anos
aparentam ter maior predisposiccedilatildeo provavelmente devido agrave diminuiccedilatildeo da elasticidade
oacutessea e dificuldades na expansatildeo alveolar durante a cirurgia A osteoporose tambeacutem
pode estar relacionada com o enfraquecimento da estrutura oacutessea
As fracturas imediatas estatildeo geralmente associadas a utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos Esta forccedila aplicada numa
mandiacutebula enfraquecida por razotildees preacute-ciruacutergicas aumenta a predisposiccedilatildeo para
fractura A fragilidade mandibular pode ser fisioloacutegica mas pode tambeacutem estar
relacionada com factores locais ou sisteacutemicos como doenccedilas ou medicamentos que
afectam a resistecircncia oacutessea As infecccedilotildees e lesotildees quiacutesticas ou tumorais bem como a
terapia com corticosteroacuteides e a osteoporose satildeo exemplos destes factores Durante o
procedimento deve-se optar pela remoccedilatildeo oacutessea miacutenima e se possiacutevel realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo obtenccedilatildeo de boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e aplicaccedilatildeo de forccedila
guiada e controlada As fracturas mandibulares tardias geralmente estatildeo associadas a um
enfraquecimento da mandiacutebula que surgiu apoacutes a extracccedilatildeo sendo a remoccedilatildeo oacutessea
excessiva um factor relacionado Quanto maior a quantidade de osso removido maior o
defeito oacutesseo criado maior a fragilidade mandibular e consequentemente o risco de
fractura aumenta Deste modo dentes inclusos com grande empactaccedilatildeo e envolvimento
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
3
Um dente empactado eacute aquele que natildeo consegue erupcionar dentro do tempo
esperado ateacute agrave sua posiccedilatildeo normal na mandiacutebula A empactaccedilatildeo ocorre porque eacute
dificultada pelos dentes adjacentes por um denso revestimento oacutesseo ou por excesso de
tecido mole O termo dente incluso eacute mais abrangente pois inclui tanto os dentes
empactados como os dentes em erupccedilatildeo (Peterson et al 2000)
Embora as taxas de incidecircncia reportadas sejam baixas as fracturas
mandibulares satildeo consideradas como complicaccedilotildees major ou seja que necessitam de
um tratamento posterior e podem desenvolver consequecircncias irreversiacuteveis (Krimmel e
Reinert 2000 Brauer 2009) Por esta razatildeo o meacutedico dentista deve estar preparado
para resolver este tipo de lesatildeo e o paciente deve ser devidamente informado sobre esta
possibilidade De acordo com Perry e Goldberg a praacutetica de cirurgia oral
contemporacircnea e maxilo-facial inclui a obtenccedilatildeo de um consentimento informado Os
pacientes devem receber em termos compreensiacuteveis uma informaccedilatildeo completa a
respeito do diagnoacutestico tratamento e prognoacutestico da sua condiccedilatildeo patoloacutegica por parte
do profissional de sauacutede O paciente deve reconhecer as implicaccedilotildees em caso de recusa
ao tratamento e tambeacutem deve ter conhecimento dos custos e existecircncia de tratamentos
alternativos (Palomer L 2009) Os riscoscomplicaccedilotildees preacute e poacutes operatoacuterios mesmo
os relativamente incomuns devem estar incluiacutedos na discussatildeo riscobenefiacutecio e nas
instruccedilotildees dadas ao paciente Eacute necessaacuterio afirmar que o consentimento deve ser livre
esclarecido renovaacutevel e revogaacutevel (Maluf et al 2007)
Sendo esta uma cirurgia comum eacute importante compreender a natureza das
complicaccedilotildees e conhecer os vaacuterios factores que associados agrave extracccedilatildeo de terceiros
molares contribuem para o desenvolvimento de fracturas mandibulares O uso de forccedila
improacutepria uma empactaccedilatildeo dentaacuteria muito acentuada casos de osteoporose ou outras
desordens metaboacutelicas ou lesotildees como quistos e tumores aumentam a probabilidade
da ocorrecircncia de fractura mandibular A presenccedila de um dente empactado numa
mandiacutebula muito atroacutefica ou uma infecccedilatildeo que envolve os tecidos periodontais
nomeadamente o osso tambeacutem aumentam esta predisposiccedilatildeo
Poucos satildeo os relatos de casos de ocorrecircncia de fracturas mandibulares
associados agrave remoccedilatildeo de terceiros molares no entanto apesar da baixa taxa de
incidecircncia natildeo se deve descartar a possibilidade de surgir uma complicaccedilatildeo como esta
Quando ocorre uma fractura o meacutedico dentista tem que estar preparado saber
reconhecer a lesatildeo com recurso a meios de diagnoacutestico apropriados bem como adoptar
as medidas mais adequadas para soluccedilatildeo do problema
4
1 Fracturas mandibulares
Apesar de ser considerado o osso mais forte e riacutegido da face a mandiacutebula eacute o
osso facial mais comummente fracturado (36-70) e parece ser devido agrave sua
localizaccedilatildeo exposta e proeminente Estas fracturas traumaacuteticas afectam principalmente
pessoas do sexo masculino entre os 16 e os 30 anos de idade (Hanson et al 2004) As
fracturas mandibulares podem classificar-se quanto agrave localizaccedilatildeo anatoacutemica quanto agrave
condiccedilatildeo dos fragmentos oacutesseos (galho verde simples cominutiva e composta) e
podem ser favoraacuteveis ou desfavoraacuteveis consoante a angulaccedilatildeo da fractura e a forccedila de
tracccedilatildeo muscular proximal ou distalmente agrave fractura (Peterson et al 2000) A maior
percentagem de fracturas quanto agrave localizaccedilatildeo encontra-se ao niacutevel do acircngulo cocircndilo e
regiatildeo sinfisaacuteria sendo que estas zonas podem ser consideradas mecanicamente como
pontos fracos (Mitsukawa et al 2004)
De acordo com Ferre e colaboradores citados por Libersa et al as fracturas no
acircngulo da mandiacutebula satildeo frequentes devido a vaacuterias razotildees nomeadamente o facto de
esta ser uma aacuterea de baixa resistecircncia com uma anatomia oacutessea especiacutefica (bordo
superior fino e osso basilar estreito) a sua localizaccedilatildeo que corresponde agrave regiatildeo entre o
ramo e o corpo da mandiacutebula e nalguns casos a presenccedila de terceiros molares inclusos
(Krimmel e Reinert 2000 Libersa et al 2002 Inaoka et al 2009)
De acordo com Rudderman e colaboradores citados por Chrcanovic et al
existem alguns factores que influenciam a localizaccedilatildeo das fracturas mandibulares
incluindo a direcccedilatildeo local e severidade da forccedila e impacto bem como caracteriacutesticas
intriacutensecas do osso Krimmel e Reinert referem que as fracturas mandibulares ocorrem
quando a resistecircncia do osso e as forccedilas exercidas neste natildeo satildeo compatiacuteveis Estes
autores defendem que a diminuiccedilatildeo da resistecircncia oacutessea pode ser causada por atrofia
fisioloacutegica osteoporose processos patoloacutegicos (ie lesotildees quiacutesticas lesotildees malignas
processos inflamatoacuterios) ou pode ser secundaacuteria a uma intervenccedilatildeo ciruacutergica (De Silva
1984) O stress exercido na mandiacutebula pode ser devido a forccedilas traumaacuteticas ou forccedilas
excessivas exercidas durante a extracccedilatildeo dentaacuteria (Krimmel e Reinert 2000)
Apesar da elevada percentagem de fracturas traumaacuteticas da mandiacutebula as
fracturas mandibulares como complicaccedilatildeo associada agrave extracccedilatildeo de terceiros molares
apresentam taxas de incidecircncia baixas (Krimmel e Reinert 2000)
Iizuka et al referem que a fractura mandibular natildeo ocorre apenas devido agrave forccedila
realizada durante a cirurgia mas tambeacutem devido ao enfraquecimento da regiatildeo do
acircngulo da mandiacutebula preacute-existente ou que surgiu apoacutes remoccedilatildeo do dente O tipo de
5
fractura decorrido apoacutes as extracccedilotildees no estudo de Iizuka et al confirma tambeacutem a
existecircncia de um enfraquecimento mecacircnico na regiatildeo preacute-angular da mandiacutebula Isto
porque todas as fracturas decorridas nesta anaacutelise eram fracturas preacute-angulares
Tambeacutem no estudo de Wagner et al de 2005 foram detectadas fracturas preacute-angulares
em 15 dos 17 casos o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo
eixo do dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula Nos restantes dois
casos foram detectadas fracturas angulares com uma linha de fractura paralela agrave
bissectriz do acircngulo mandibular De acordo com estes autores as fracturas na zona preacute
angular tecircm sido descritas como as tiacutepicas da fractura mandibular patoloacutegica associada a
extracccedilatildeo de terceiros molares
11 Taxas de incidecircncia
As fracturas da mandiacutebula apoacutes remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos satildeo
consideradas complicaccedilotildees raras com percentagens entre os 00046 e os 00075
(Woldenberg et al 2007)
Libersa et al em 2002 no seu estudo que abordava 27 casos de fractura
mandibular 17 intraoperatoacuterias e 10 poacutes-operatoacuterias obtiveram 00049 de taxa de
incidecircncia Outros autores Perry e Goldberg em 2000 basearam-se em questionaacuterios
efectuados a 84 cirurgiotildees orais e maxilo-faciais obtendo uma incidecircncia de fracturas
mandibulares tardias de 00046 ou seja 28 fracturas num total de 611 000 molares
empactados removidos
No estudo de Wagner et al de 2005 14 das 17 fracturas analisadas ocorreram
poacutes-operatoriamente Em 2010 na anaacutelise de vaacuterios estudos abordando um total de 189
casos Bodner e colaboradores reportaram 22 de casos de fracturas mandibulares
iatrogeacutenicas intra-operatoacuterias e 78 poacutes-operatoacuterias Neste sentido as fracturas tardias
parecem ser as mais frequentes
Dunstan e Sugar citados por Woldenberg et al referem que a verdadeira
incidecircncia de fracturas mandibulares poacutes-operatoacuterias como resultado da extracccedilatildeo eacute
dificil de estabelecer pois existem casos reportados de fracturas traumaacuteticas poacutes-
operatoacuterias que poderiam ter ocorrido numa mandiacutebula intacta e assim a ocorrecircncia
destas duas situaccedilotildees ser apenas uma coincidecircncia
6
12 Fracturas imediatas vs Fracturas tardias
As fracturas mandibulares podem ocorrer durante ou apoacutes o acto ciruacutergico
sendo consideradas complicaccedilotildees intra-operatoacuterias ou poacutes-operatorias respectivamente
As fracturas intra-operatoacuterias (imediatas) podem ocorrer devido a vaacuterios
factores sendo muitas vezes associadas agrave utilizaccedilatildeo de forccedila excessiva aplicada no osso
ou uso improacuteprio de instrumentos (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000 Libersa
et al 2002 Woldenberg et al 2007 Brauer 2009) O autor Harnisch citado por
Iizuka et al assume que a utilizaccedilatildeo descuidada da alavanca durante a extracccedilatildeo causa
forccedilas excessivas e inapropriadas no osso podendo provocar uma fractura imediata
Este autor refere tambeacutem que a fractura poacutes-operatoacuteria eacute pouco comum na ausecircncia de
infecccedilatildeo ou historial de trauma no entanto e baseando-se no seu estudo defende que a
fractura mandibular espontacircnea tambeacutem pode ocorrer e nestes casos com mais
frequecircncia nas duas semanas apoacutes a cirurgia Estes dados referem que a fractura
mandibular natildeo ocorre apenas devido agrave forccedila realizada durante a cirurgia mas tambeacutem
devido ao enfraquecimento oacutesseo que pode ter surgido apoacutes esta
No estudo de Perry e Goldberg de 2000 a fractura mandibular tardia eacute
considerada como aquela que ocorre a qualquer altura a partir do momento em que o
paciente abandona o consultoacuterio ou sala operatoacuteria sendo consideradas como resultado
indirecto da cirurgia De acordo com Bodner et al cuja anaacutelise abordou vaacuterios estudos
as fracturas poacutes-operatoacuterias ocorrem com mais frequecircncia
2 Factores predisponentes ou de risco
Como qualquer outro acto ciruacutergico podem surgir complicaccedilotildees na extracccedilatildeo
dos terceiros molares ou complicaccedilotildees que advecircm desta algum tempo mais tarde O
tipo de complicaccedilatildeo eacute bastante variaacutevel estando relacionado com muacuteltiplos factores
Neste sentido para os meacutedicos dentistas que realizam extracccedilotildees de terceiros molares
com frequecircncia eacute importante compreender a causa destas complicaccedilotildees
Em 2010 Bodner et al analisaram diversos artigos e relacionaram dados
relativos ao paciente e agrave sua condiccedilatildeo dentaacuteria com o desenvolvimento de fracturas
mandibulares Constataram que antes da exodontia alguns destes factores por
indicarem alto risco de desenvolvimento de fracturas mandibulares devem ser
cuidadosamente avaliados
Chrcanovic et al e Woldenberg et al enumeraram alguns factores de risco ou
factores predisponentes que devem ser analisados Nestes incluem-se magnitude de
7
empactaccedilatildeo tipo de angulaccedilatildeo raiacutezes longas idade do paciente idade e experiecircncia do
cirurgiatildeo presenccedila de quisto ou tumor relacionado com o dente empactado doenccedila
sisteacutemica ou medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea infecccedilotildees preacute-operatoacuterias
no local do dente a ser extraiacutedo avaliaccedilatildeo preacute-operatoacuteria inadequada volume relativo
do dente na mandiacutebula ponto temporal apoacutes a cirurgia infecccedilotildees preacute-operatoacuterias na
regiatildeo do terceiro molar extraiacutedo sexo feminino ou masculino presenccedila de
parafunccedilotildees pacientes praticantes de desporto e teacutecnica ciruacutergica
Woldenberg et al tambeacutem enfatizam o facto de ser possiacutevel reduzir o risco desta
complicaccedilatildeo adoptando medidas preventivas e Perry e Goldberg mencionam tambeacutem a
importacircncia do cumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias nomeadamente a
manutenccedilatildeo de uma dieta mole apoacutes a cirurgia
De acordo com os autores atraacutes mencionados a ocorrecircncia de fracturas
mandibulares eacute multifactorial (Al-Belasy et al 2009 Woldenberg et al 2007 Iisuka et
al 1997 Krimmel e Reinert 2000) estando relacionada com um conjunto de possiacuteveis
factores de risco Estes aparentam ter impacto na possibilidade de desenvolver este tipo
de complicaccedilatildeo
21 Idade
A idade do paciente eacute um dado importante uma vez que as fracturas
mandibulares geralmente sucedem em pacientes mais velhos O pico de incidecircncia
ocorre em indiviacuteduos com mais de 25 anos nomeadamente pacientes que rondam os 40
e os 50 anos de idade (Krimmel e Reinert 2000 Perry e Goldberg 2000 Libersa et al
2002 Wagner et al 2005) Esta relaccedilatildeo pode justificar-se pelo facto deste tipo de
fracturas ocorrer quando o osso natildeo eacute forte o suficiente para resistir a determinadas
forccedilas que actuam sobre ele O enfraquecimento da mandiacutebula como resultado da
diminuiccedilatildeo da elasticidade oacutessea que ocorre ao longo da vida pode ser a causa da
elevada taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares em pacientes mais velhos (Iizuka
et al 1997 Woldenberg et al 2007 Bodner et al 2010)
Krimmel e Reinert com base na anaacutelise de 6 casos de fractura mandibular
obtiveram uma meacutedia de idade de 45 anos Justificaram este valor referindo que nesta
idade se inicia uma desmineralizaccedilatildeo oacutessea secundaacuteria agrave osteoporose enfraquecendo o
sistema esqueleacutetico e simultaneamente intensificando o estreitamento do ligamento
periodontal Portanto comparativamente com os pacientes mais jovens os dentes
8
empactados necessitam de ser mais libertos do osso envolvente necessitando maior
ostectomia
A anquilose de dentes empactados nestes pacientes tambeacutem pode complicar a
extracccedilatildeo e enfraquecer a mandiacutebula devido agrave necessidade de efectuar maior remoccedilatildeo
oacutessea Deste modo perante este tipo de situaccedilatildeo eacute extremamente recomendado efectuar
odontossecccedilatildeo para facilitar a extracccedilatildeo do dente anquilosado e evitar futuras
complicaccedilotildees (Krimmel e Reinert 2000 Wagner et al 2005 Bodner et al 2010)
A elevada taxa de incidecircncia de fracturas em indiviacuteduos mais velhos devido agrave
diminuiccedilatildeo da elasticidade oacutessea e presenccedila de osteoporose estaacute de acordo com os
estudos que referem percentagens elevadas de complicaccedilotildees intra e poacutes-operatoacuterias na
remoccedilatildeo de terceiros molares empactados em pacientes numa faixa etaacuteria mais
avanccedilada Perante esta evidecircncia torna-se importante avaliar cada caso cuidadosamente
ou seja ter em conta a idade avanccedilada do indiviacuteduo e ponderar sobre a necessidade de
extracccedilatildeo ou natildeo dos dentes empactados nestes pacientes (Iizuka et al 1997)
22 Geacutenero
O facto de o paciente ser do sexo masculino ou feminino tambeacutem eacute um factor a
ter em conta pois aparenta ter especial importacircncia nas fracturas mandibulares poacutes-
operatoacuterias (Libersa et al 2002) Os homens mostram niacuteveis significativamente mais
elevados de forccedila mastigatoacuteria quando comparados com as mulheres (Miyaura et al
1999) Ao mastigar a forccedila requerida para quebrar os alimentos antes de os deglutir
pode causar forccedilas de stress consideraacuteveis nos ossos que estatildeo enfraquecidos pela
cirurgia e ainda natildeo recuperaram ou calcificaram (Perry e Goldberg 2000)
Deste modo devido agrave maior forccedila exercida no osso os homens apresentam
maior probabilidade de desenvolver fracturas mandibulares poacutes-operatoacuterias (Libersa et
al 2002 Brauer 2009)
23 Quantidade de dentes remanescentes
De acordo com Bodner et al as percentagens mais elevadas de fracturas
mandibulares ocorrem em pacientes parcialmente dentados ou totalmente dentados em
oposiccedilatildeo aos desdentados independentemente do sexo Tal como acontece nos
pacientes do sexo masculino discutido anteriormente indiviacuteduos com uma denticcedilatildeo
mais completa tambeacutem vatildeo exercer maiores forccedilas mastigatoacuterias Deste modo as forccedilas
exercidas na mandiacutebula durante a mastigaccedilatildeo apoacutes remoccedilatildeo de dentes inclusos causam
9
maior stress Assim pacientes com menos ausecircncias dentaacuterias apresentam maior risco
de desenvolvimento de fracturas mandibulares posteriormente agrave extracccedilatildeo
No estudo de Krimmel e Reinert independentemenre da idade todos os
pacientes que sofreram fracturas mandibulares apresentavam denticcedilatildeo completa Este
resultado parece estar relacionado com a aplicaccedilatildeo de forccedilas oclusais maacuteximas
posteriormente ao iniacutecio da cicatrizaccedilatildeo e reduccedilatildeo da dor e edema Consequentemente
cinco dos seis pacientes reportaram ouvir um estalido enquanto mastigavam dias apoacutes a
cirurgia
24 Grau de empactaccedilatildeo
Bodner e colaboradores referem que dentes totalmente empactados em osso
apresentam maior incidecircncia de fracturas mandibulares presumivelmente devido agrave
quantidade de osso que eacute necessaacuteria remover durante o acto ciruacutergico para a sua
extracccedilatildeo pois geralmente ocupam um maior volume de osso mandibular (Perry e
Goldberg 2000 Libersa et al 2002) No estudo de Libersa et al em 27 casos de
fractura mandibular 22 estavam completamente envolvidos por osso e 5 eram casos de
empactaccedilatildeo parcial
No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo na anaacutelise de Bodner et al a
quantidade de fracturas mandibulares associadas a dentes totalmente empactados foi o
dobro das fracturas em mandiacutebulas que continham dentes parcialmente empactados O
resultado apoacutes a extracccedilatildeo eacute a criaccedilatildeo de uma estrutura oacutessea ou parede cortical fina e
fraca criando uma mandiacutebula mais fraacutegil com possibilidades de sofrer fractura poacutes-
operatoacuteria (Perry e Goldberg 2000)
Na anaacutelise dos 6 casos de fractura mandibular por Krimmel e Reinert os dentes
foram classificados de acordo com o sistema de Pell amp Gregory (Anexo 1) Assim
apenas um molar se encontrava na classe I os restantes cinco em classe II e nenhum
dente foi categorizado com classe III A empactaccedilatildeo vertical era de classe B em dois
casos e classe C nos restantes quatro casos De acordo com estes resultados os autores
concluiacuteram que a posiccedilatildeo antero-posterior do terceiro molar parece natildeo ter influecircncia na
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular No entanto quanto maior a empactaccedilatildeo em
termos verticais maior a probabilidade da fractura ocorrer
Iizuka et al em 1997 analisaram as radiografias panoracircmicas de todos os
pacientes envolvidos nas fracturas mandibulares ocorridas no estudo Determinaram o
10
grau de empactaccedilatildeo e a posiccedilatildeo do terceiro molar de acordo com o sistema Pell amp
Gregory (Anexo 1) a angulaccedilatildeo do dente e tambeacutem o grau de dificuldade
O grau de dificuldade era atribuiacutedo por pontos consoante as classes do sistema
Pell amp Gregory em que o dente se encontrava e tambeacutem a sua angulaccedilatildeo um ponto para
classificaccedilotildees A I e mesioangulaccedilatildeo dois pontos para classes B II e posiccedilatildeo horizontal
trecircs pontos para classes C III e posiccedilatildeo vertical e ainda quatro pontos para dentes
distoangulados Neste sentido a classificaccedilatildeo maacutexima que poderia ser obtida era de 10
pontos correspondendo a um grau de dificuldade maacuteximo Os resultados obtidos
variaram de 5 a 9 pontos natildeo se verificando caracteriacutesticas predispodentes relevantes
No entanto como esta classificaccedilatildeo se baseou em trecircs paracircmetros os autores justificam
este resultado com base nas variaccedilotildees de angulaccedilatildeo encontradas no estudo Excluindo
este dado todos os casos excepto um se encontravam nas classes BC e IIIII Neste
sentido a remoccedilatildeo de dentes definidos nas classes BC e IIIII eacute considerada difiacutecil e
com predisposiccedilatildeo para fractura (Iizuka et al 1997)
25 Angulaccedilatildeo
De acordo com Xavier et al e com base na classificaccedilatildeo de Winter (Anexo 2) a
posiccedilatildeo dos terceiros molares inferiores mais frequentemente observada eacute a vertical e a
mesioangular (Vasconcellos et al 2002 Inaoka et al 2009 Santos e Quesada 2009)
Os dentes inclusos distoangulados satildeo considerados normalmente como os mais
difiacuteceis de extrair e que requerem maior remoccedilatildeo oacutessea Tambeacutem jaacute foi descrito que
uma posiccedilatildeo distoangular estaacute associada a uma posiccedilatildeo mais lingual sendo assim esta
parede cortical encontra-se bastante fina Neste sentido ao realizar uma abordagem ao
niacutevel da parede cortical vestibular coloca uma maior predisposiccedilatildeo para a ocorrecircncia de
fractura mandibular nestes casos de angulaccedilatildeo devido ao defeito oacutesseo criado (Iizuka et
al 1997 Chrcanovic et al 2010)
Iizuka e colaboradores definiram quatro grupos de dentes consoante o acircngulo
formado entre o eixo vertical do dente e o plano oclusal Para determinar a angulaccedilatildeo
dos terceiros molares foram efectuados quatro grupos dentes verticais quando o acircngulo
se encontra entre 80ordm e 100ordm mesioangular quando acircngulo estaacute entre 10ordm e 80ordm
distoangular quando o acircngulo eacute maior que 100ordm e horizontal quando o acircngulo se
encontra entre 350ordm e 10ordm Nos pacientes sem dentes mesialmente ao terceiro molar foi
desenhado um plano oclusal arbitraacuterio para definir a angulaccedilatildeo deste No estudo
depararam-se com cinco dentes mesioangulados um horizontal quatro distoangulados e
11
trecircs verticais Embora estes autores concordem com o que foi citado anteriormente
baseando-se na sua anaacutelise natildeo encontraram qualquer associaccedilatildeo entre o tipo de
angulaccedilatildeo e a predisposiccedilao para fractura mandibular
26 Comprimento das raiacutezes e sua relaccedilatildeo com o canal dentaacuterio inferior
O mecanismo pelo qual os terceiros molares com raiacutezes longas foram
relacionados com o aumento de risco de ocorrecircncia de fracturas angulares deve-se ao
espaccedilo oacutesseo que este ocupa na mandiacutebula Hanson et al suportando esta hipoacutetese
referem que as fracturas mandibulares podem ocorrer apoacutes remoccedilatildeo do terceiro molar
com raiacutezes muito compridas pois o acircngulo mandibular torna-se uma regiatildeo
enfraquecida
Nos casos de fractura analisados por Iizuka et al as raiacutezes dos dentes estavam
sobrepostas ao canal dentaacuterio inferior em 10 casos ou seja 77 dos casos Nos trecircs
casos restantes as raiacutezes estavam adjacentes ao canal Em nenhuma situaccedilatildeo foi
verificado radiograficamente um afastamento das raiacutezes em relaccedilatildeo ao canal Estes
autores concluiacuteram que raiacutezes sobrepostas ou adjacentes ao canal dentaacuterio inferior numa
radiografia panoracircmica representam paracircmetros importantes para a predisposiccedilatildeo para
fractura mandibular
27 Volume relativo da mandiacutebula ocupado pelo dente ()
Woldenberg et al consideram a porccedilatildeo relativa de volume ocupada pelo dente
na mandiacutebula um factor importante a ter em conta Este raacutecio pode ser determinado
atraveacutes de exames complementares antes de efectuar a extracccedilatildeo como a tomografia
computadorizada (TC) atraveacutes da reconstruccedilatildeo e visualizaccedilatildeo do dente e osso no
sentido vestibulo-lingual
Se esta relaccedilatildeo de volume relativo ocupado pelo dente for igual ou superior a
50 o risco de fractura eacute alto e recomenda-se especial cuidado durante a cirurgia
(Woldenberg et al 2007)
Iisuka e colaboradores obtiveram na sua anaacutelise radiograacutefica dos casos de
fractura mandibular ocorridos um raacutecio que variava entre 44 a 84 E Wagner et al
em 2005 obtiveram um raacutecio meacutedio de 62plusmn4 sendo considerado um valor
desfavoraacutevel Em ambos os estudos foram utilizadas radiografias panoracircmicas para
adquirir a percentagem de aacuterea que o dente ocupa no osso Na anaacutelise de Iizuka et al o
12
espaccedilo que os terceiros molares ocupam no osso foi avaliado com base na altura
mandibular
28 Lesotildees preacute-ciruacutergicas
Para aleacutem da quantidade diminuiacuteda de osso remanescente apoacutes uma cirurgia de
terceiros molares existem tambeacutem outros factores que provocam fragilidade
mandibular como eacute o caso de alteraccedilotildees patoloacutegicas no osso secundaacuterias a um quisto
ou tumor abrangente Iizuka et al no seu estudo referem que mesmo pequenas
alteraccedilotildees como uma pericoronarite ou um foliacuteculo aumentado podem enfraquecer a
mandiacutebula (Iizuka et al 1997)
Apesar de nas indicaccedilotildees para remoccedilatildeo dos sisos estar incluiacuteda a possibilidade
de desenvolver quistos ou tumores associados a estes dentes Adeyemo refere que a
incidecircncia destas patologias em terceiros molares inclusos eacute baixa Citados no estudo de
Chrcanovic et al Bruce et al reportaram uma incidecircncia de 62 sendo esta
percentagem superior em pacientes mais velhos com uma meacutedia de idade de 465 anos
No mesmo artigo de acordo com Girod et al quanto mais tempo a empactaccedilatildeo
persistir maior o risco de desenvolver quistos ou tumores
Na anaacutelise de 2010 por Bodner et al cerca de 27 dos pacientes tinham
historial de infecccedilotildees preacute-ciruacutergicas na zona do dente a extrair Portanto pressupocircs-se
uma associaccedilatildeo entre lesotildees oacutesseas preacute-existentes associadas ao dente em questatildeo com a
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular As infecccedilotildees relatadas foram a doenccedila
periodontal quistos ou pericoronarites recorrentes capazes de criar defeitos que
enfraquecem a mandiacutebula (Woldenberg et al 2007) Estas lesotildees satildeo frequentemente
encontradas em pacientes com mais de 40 anos de idade (Lysell e Rohlin 1988)
Na anaacutelise de Perry e Goldberg de 2000 tambeacutem incluiacuteda no estudo de Bodner
et al a severidade e a duraccedilatildeo das infecccedilotildees natildeo foram obtidas no entanto referem que
uma infecccedilatildeo croacutenica e profunda provoca descalcificaccedilatildeo e destruiccedilatildeo oacutessea
contribuindo para a probabilidade de desenvolvimento de fracturas tanto imediatas
como tardias
Geralmente as infecccedilotildees nos jovens surgem quando uma pequena parte da coroa
erupciona e por isso nos pacientes mais velhos as infecccedilotildees associadas agrave empactaccedilatildeo
do terceiro molar satildeo diferentes pois o dente muitas vezes estaacute totalmente envolvido
por osso Assim a reabsorccedilatildeo oacutessea eacute geralmente a causa destas infecccedilotildees De acordo
com Osaki a periodontite presente nos segundos molares tambeacutem pode ser a causa de
13
infecccedilatildeo associada aos terceiros molares Nestes casos o osso alveolar entre o dente
empactado e o segundo molar eacute frequentemente destruiacutedo pela periodontite croacutenica
(Osaki et al 1995) Os resultados obtidos por estes autores sugerem que os dentes
inclusos em pacientes de idade avanccedilada com reabsorccedilatildeo oacutessea fisioloacutegica em torno da
coroa associada agrave irritaccedilatildeo causada pelas proacuteteses dentaacuterias e estando em relaccedilatildeo com
um ligamento periodontal bastante alargado do dente adjacente tecircm maior tendecircncia
para desenvolver infecccedilotildees
De acordo com Indresano et al e Leone et al citados por Chrcanovic et al a
formaccedilatildeo de abcessos profundos nos molares inferiores estaacute mais associada aos dentes
parcialmente empactados Isto deve-se ao facto de existir um risco aumentado de
pericoronarites agudas em dentes erupcionados verticalmente posicionados ao niacutevel ou
acima do plano oclusal e que se encontram parcialmente cobertos por tecidos moles ou
duros Werkmeister et al confirmam os dados anteriores considerando a existecircncia de
maior risco para densenvolver infecccedilotildees nos terceiros molares parcialmente
empactados As citaccedilotildees anteriores em conjunto com a presenccedila de osso remanescente
reduzida ao niacutevel do acircngulo mandibular pressupotildee um risco elevado de fractura
mandibular em cirurgias nestes casos (Fuselier et al 2002)
29 Experiecircncia do profissional
Pode pensar-se que a fractura mandibular bem como qualquer outra
complicaccedilatildeo decorrente do acto ciruacutergico possa estar relacionada com a utilizaccedilatildeo de
teacutecnicas incorrectas ou com a experiecircncia do meacutedico dentista
Woldenberg et al em 2007 referiram que as fracturas imediatas que ocorrem
principalmente por utilizaccedilatildeo improacutepria dos instrumentos ou forccedila excessiva ocorrem
com maior probabilidade quando as cirurgias satildeo realizadas por profissionais mais
novos ou menos experientes como acontece no caso reportado neste estudo
No entanto nos artigos analisados por Bodner et al as operaccedilotildees foram
realizadas por meacutedicos dentistas generalistas especialistas e cirurgiotildees maxilo-faciais e
nenhuma diferenccedila significativa foi encontrada em relaccedilatildeo agraves taxas de incidecircncia De
acordo com estes autores eacute difiacutecil estabelecer uma relaccedilatildeo entre a experiecircncia do
meacutedico e o desenvolvimento de complicaccedilotildees uma vez que eacute necessaacuterio ter em conta
outros factores que podem dificultar a extracccedilatildeo e condicionar o resultado do acto
ciruacutergico bem como o periacuteodo poacutes-operatoacuterio No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo
14
no de Bodner et al apenas 4 das 28 fracturas ocorreram em pacientes abordados por
dentistas com experiecircncia igual ou inferior a 5 anos
210 Teacutecnica utilizada
A teacutecnica ciruacutergica para extracccedilatildeo de terceiros molares poderaacute afectar o
desenrolar do procedimento ciruacutergico bem como condicionar o desenvolvimento de
futuros problemas Caso seja aconselhaacutevel a abordagem com realizaccedilatildeo de retalho
como eacute o caso de dentes inclusos com lesatildeo periapical extensa dentes isolados na
mandiacutebula de pacientes idosos dentes com alteraccedilatildeo anatoacutemica das raiacutezes ou presenccedila
de corticais oacutesseas riacutegidas existem vaacuterias teacutecnicas que podem ser utilizadas tais como a
abordagem vestibular lingual ou mesmo um acesso extra-oral em casos de empactaccedilatildeo
muito proacutexima do bordo inferior da mandiacutebula (Bodner et al 2010) No entanto a
ostectomia vestibular eacute a mais frequentemente utilizada (Juacutenior et al 2006)
As fracturas intra-operatoacuterias podem ocorrer devido agrave utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos (Iizuka et al 1997
Krimmel e Reinert 2000 Libersa et al 2002 Woldenberg et al 2007) Este risco
pode ser diminuiacutedo quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando existe uma
boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada Adicionalmente
devem adoptar-se medidas conservadoras de remoccedilatildeo oacutessea bem como a realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo quando necessaacuterio (Al-Belasy et al 2009)
A classificaccedilatildeo dos terceiros molares de acordo com a sua posiccedilatildeo tem a
finalidade de auxiliar o planeamento ciruacutergico pois de certa forma determina a
complexidade do caso Juacutenior e colaboradores referem que quanto maior o grau de
inclusatildeo dentaacuteria maior a necessidade de emprego de uma teacutecnica ciruacutergica mais
invasiva Portanto uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e radiograacutefica do caso eacute muito importante para
a determinaccedilatildeo da teacutecnica ciruacutergica mais apropriada
211 Tempo decorrido apoacutes a cirurgia
Como foi referenciado anteriormente as fracturas mandibulares podem ocorrer
durante o acto cliacutenico (imediatas) ou apoacutes a cirurgia (tardias)
Bodner et al referiram em 2010 com base nos artigos estudados que o tempo
decorrido entre a extracccedilatildeo do dente e o diagnoacutestico da fractura se encontrava entre uma
a cinco semanas reportando que 86 dos casos de fractura ocorreram entre a primeira e
a terceira semana apoacutes cirurgia com maior taxa de incidecircncia na segunda e na terceira
15
semana Brauer apoia este facto referindo que a maioria das fracturas poacutes-operatoacuterias
ocorre durante a mastigaccedilatildeo entre o 13ordm e 21ordm dia apoacutes a cirurgia (Libersa et al 2002)
Estes factos podem ser explicados com base nos processos histoloacutegicos uma vez
que este periacuteodo de tempo corresponde a processos de cicatrizaccedilatildeo nomeadamente a
substituiccedilatildeo de tecido de granulaccedilatildeo por tecido conjuntivo no alveacuteolo e dois terccedilos do
alveacuteolo ainda natildeo estatildeo formados por osteoacuteide ou osso ateacute ao 38ordm dia (Amler et al
1960 Amler et al 1977 Libersa et al 2002) Para aleacutem disso no final da segunda
semana a dor desapareceu os pacientes jaacute se sentem melhor e capazes de mastigar
normalmente podendo causar forccedilas muito elevadas numa mandiacutebula enfraquecida
(Libersa et al 2002) Bodner et al explicam a elevada percentagem de fracturas poacutes-
operatoacuterias e o periacuteodo em que ocorrem como o resultado de forccedilas mastigatoacuterias
excessivas ou pequenos traumas sofridos por uma mandiacutebula enfraquecida
No estudo de Perry e Goldberg 18 das 28 fracturas ocorridas surgiram durante a
mastigaccedilatildeo A forccedila mastigatoacuteria requerida para quebrar os alimentos pode produzir
forccedilas de stress consideraacuteveis numa mandiacutebula enfraquecida apoacutes cirurgia natildeo se
encontrando completamente reconstruiacuteda e calcificada Nos casos relatados todos os
pacientes receberam as mesmas instruccedilotildees sobre a dieta a efectuar no entanto perante
os resultados os autores defendem que talvez natildeo tenha sido dado ecircnfase suficiente em
relaccedilatildeo agrave qualidade e duraccedilatildeo da dieta mole Tambeacutem propotildeem a falta de cooperaccedilatildeo
por parte do paciente em cumprir as instruccedilotildees fornecidas pelo meacutedico como uma
possiacutevel causa
Por oposiccedilatildeo Al-Belasy e seus colaboradores concluiacuteram que em pacientes
totalmente dentados ou com uma ou duas ausecircncias com idades superiores a 25 anos e
sem atrofia oacutessea ou doenccedilas sisteacutemicas a mastigaccedilatildeo parece natildeo afectar a possibilidade
de ocorrecircncia de fracturas mandibulares tardias apoacutes remoccedilatildeo ciruacutergica de terceiros
molares empactados sem lesotildees associadas
212 Parafunccedilotildees
Eacute compreensiacutevel que pacientes com parafunccedilotildees como o bruxismo o
apertamento dentaacuterio (ldquoclenchingrdquo) e hipertrofia dos muacutesculos masseacuteteres apresentem
maior predisposiccedilatildeo para as fracturas mandibulares apoacutes cirurgia de terceiros molares
quando a mandiacutebula se encontra enfraquecida Kraszewski et al citados por
Chrcanovic et al apontam como possiacutevel justificaccedilatildeo o facto de estas patologias
afectarem a forccedila de mastigaccedilatildeo
16
No entanto no estudo de Al-Belasy et al fizeram parte sete pacientes com
hipertrofia masseteacuterica e 11 pacientes que realizavam apertamento dentaacuterio eou
bruxismo e em nenhum destes pacientes ocorreu fractura mandibular apoacutes a extracccedilatildeo
213 Lado esquerdo ou direito da mandiacutebula
Apesar de Wagner et al terem verificado uma distribuiccedilatildeo desequilibrada de
fracturas mandibulares entre o lado esquerdo e o direito da mandiacutebula pois 70 dos
casos ocorreram no lado esquerdo Bodner se seus colaboradores apoacutes anaacutelise de vaacuterios
artigos chegaram a outras conclusotildees Nos casos onde era feita referecircncia ao lado da
mandiacutebula em que foi efectuada a extracccedilatildeo verificaram que natildeo existe relaccedilatildeo
significativa entre o lado da mandiacutebula abordado e a ocorrecircncia de fractura 48 dos
casos foram afectados no lado direito e 52 no lado esquerdo Os resultados de Wagner
et al podem ser explicados pelo facto de o profissional estando na posiccedilatildeo normal de
trabalho ter melhor visualizaccedilatildeo e melhor controlo da forccedila aplicada no lado direito
comparativamente ao lado esquerdo (Woldenberg et al 2007) resultando numa
ostectomia menos extensa (Wagner et al 2005)
214 Actividade fiacutesica
As lesotildees maxilo-faciais representam um risco elevado em praticantes de
desporto e as fracturas satildeo uma sequela bastante comum No final da segunda semana
apoacutes cirurgia dos terceiros molares os pacientes normalmente jaacute se sentem bem devido
ao desaparecimento da dor poacutes-operatoacuteria (Libersa et al 2002) Esta diminuccedilatildeo do
desconforto daacute uma falsa sensaccedilatildeo de seguranccedila que pode levar os pacientes que satildeo
atletas activos a voltarem a praticar deporto intenso aumentando o risco de fractura
mandibular tardia na regiatildeo do acircngulo mandibular fragilizada pela cirurgia O risco de
fracturas maxilo-faciais relacionadas com desporto eacute consideravelmente mais elevado
em desportos de contacto por apresentarem bastante popularidade e por falta de
protecccedilatildeo facial (Chrcanovic et al 2010)
215 Doenccedilas sisteacutemicas e medicaccedilatildeo
Krimmel e Reinert defendem que as fracturas mandibulares ocorrem quando a
resistecircncia do osso e as forccedilas exercidas neste natildeo satildeo compatiacuteveis Muitos pacientes
sujeitos a procedimentos ciruacutergicos estatildeo condicionados a terapia medicamentosa e a
doenccedilas sisteacutemicas que podem afectar a resistecircncia oacutessea
17
De acordo com Kirwan citado por Chrcanovic um destes exemplos eacute a terapia
com corticosteroides utilizada no tratamento de algumas doenccedilas como a artrite
reumatoacuteide e doenccedilas relacionadas como a asma brocircnquica neurodermite e por vezes
apoacutes transplante de oacutergatildeos em dosagens mais elevadas Alguns autores como Adachi e
Weinstein referem que um dos efeitos secundaacuterios desta terapia eacute a raacutepida perda de
osso e o aumento de risco de fractura oacutessea sendo este risco duas vezes superior
comparativamente a pessoas sem qualquer terapia e eacute mais elevado apoacutes exposiccedilatildeo
prolongada a estes medicamentos
A osteoporose eacute uma condiccedilatildeo que afecta grandemente a resistecircncia do osso e
pode justificar o aumento da taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares com o
aumento da idade (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000) Eacute comum em
pacientes do sexo feminino pois a diminuiccedilatildeo de estrogeacutenios no periacuteodo poacutes-
menopausa aumenta o ritmo de perda oacutessea Poreacutem tambeacutem pode ocorrer nos homens
estando relacionada com mecanismos ligados essencialmente ao envelhecimento como
a deficiecircncia de vitamina D a absorccedilatildeo diminuiacuteda de caacutelcio e aumento dos niacuteveis de
hormona paratiroideia (PTH) (Yazbek e Neto 2008) Nos homens a testosterona
funciona da mesma forma que os estrogeacutenios na mulher sendo que pacientes com
hipogonadismo tambeacutem experienciam perdas oacutesseas aceleradas (Chrcanovic et al
2010) O osso apresenta composiccedilatildeo normal mas fica diminuiacutedo em quantidade e esta
diminuiccedilatildeo da massa oacutessea frequentemente resulta em fracturas das veacutertebras anca e
antebraccedilo (Do Lee et al 2005) De acordo com Law e Klemetti citados por Do Lee a
osteoporose pode resultar em diminuiccedilatildeo da massa oacutessea da mandiacutebula bem como
provocar alteraccedilotildees na estrutura deste osso especialmente do bordo inferior No mesmo
artigo satildeo citados alguns autores como Shrout e Kashima que referem existir uma
ligaccedilatildeo entre a osteoporose e alteraccedilotildees radiograacuteficas verificadas no padratildeo trabecular
da mandiacutebula
Existem outras patologias que tambeacutem diminuem a forccedila oacutessea como a doenccedila
gastrointestinal pois diminui a absorccedilatildeo de vitamina D De acordo com Ebeling citado
por Chrcanovic a osteoporose nos homens pode estar relacionada com algumas
condiccedilotildees como a hipercalceacutemia nefrolitiacutease terapia com anticonvulsivantes
tirotoxicose doenccedila renal e do fiacutegado mieloma muacuteltiplo ou mastocitose sisteacutemica
Bechtold e Felin citados na anaacutelise de Chrcanovic e colaboradores mencionam
a artrite idiopaacutetica juvenil como a doenccedila reumaacutetica mais comum na aacuterea da pediatria
18
Alguns estudos demonstraram a existecircncia de deficiecircncias significativas da densidade
volumeacutetrica trabecular no osso mineral e massa oacutessea cortical nestes pacientes
Os pacientes com doenccedila renal croacutenica padecem de vaacuterios distuacuterbios no
metabolismo do foacutesforo caacutelcio e ossos Estas alteraccedilotildees devem-se a factores que
contribuem para o aumento da reabsorccedilatildeo oacutessea como a diminuiccedilatildeo da absorccedilatildeo de
caacutelcio pelo intestino excessiva produccedilatildeo de PTH e alteraccedilotildees no metabolismo da
vitamina D (McPhee 2007) De acordo com Chrcanovic et al os ossos satildeo mais
gravemente afectados em casos de doenccedila renal croacutenica do que em casos saudaacuteveis
onde apenas satildeo afectados pelas consequecircncias da idade avanccedilada
A massa oacutessea eacute uma caracteriacutestica principalmente determinada geneticamente
no entanto tambeacutem eacute alterada sob a influecircncia do ambiente Indiviacuteduos com muita
massa muscular e que praticam actividade fiacutesica apresentam maior massa oacutessea do que
por exemplo pacientes fumadores ou com problemas de alcoolismo (Chrcanovic et al
2010) Estas duas uacuteltimas condiccedilotildees satildeo tambeacutem consideradas factores de risco para a
osteoporose (McPhee 2007)
3 Diagnoacutestico
31 Preacute-Ciruacutergico
Uma vez indicada a extracccedilatildeo de dentes inclusos eacute fundamental a realizaccedilatildeo de
um planeamento ciruacutergico baseado em exames cliacutenicos e radioloacutegicos Atraveacutes do
exame cliacutenico obtecircm-se dados especiacuteficos da sauacutede geral do paciente histoacuteria meacutedica e
dentaacuteria e o niacutevel de complexidade e dificuldade operatoacuteria pode ser analisado no
exame radiograacutefico Deste modo o dentista consegue prevenir possiacuteveis acidentes
durante a cirurgia ou no periacuteodo poacutes-operatoacuterio muitas vezes relacionados com a
posiccedilatildeo e localizaccedilatildeo do dente incluso (Juacutenior et al 2006)
As classificaccedilotildees dos dentes inclusos satildeo feitas a partir da anaacutelise radiograacutefica e
com cuidadosa classificaccedilatildeo o dentista pode abordar a cirurgia de forma ordenada e
prever se alguma abordagem ciruacutergica fora do comum precisaraacute ser adoptada (Juacutenior et
al 2006 Xavier et al 2010) Para a maioria dos casos a radiografia periapical eacute a
radiografia de eleiccedilatildeo pois fornece informaccedilatildeo mais detalhada Por outro lado a
ortopantomografia mostra uma imagem mais exacta da anatomia da regiatildeo e pode ser
usada como substituto apropriado (Xavier et al 2010) Aliaacutes na grande maioria satildeo
19
estas as radiografias utilizadas pois eacute possiacutevel visualizar correctamente o longo eixo do
segundo molar o ramo ascendente da mandiacutebula e o niacutevel oacutesseo que satildeo utilizados
como paracircmetros (Juacutenior et al 2006)
Os sistemas de classificaccedilatildeo permitem avaliar a dificuldade da cirurgia e nestes
incluem-se a angulaccedilatildeo (classificaccedilatildeo de Winter ndash Anexo 2) relaccedilatildeo com o bordo
anterior do ramo ascendente (Sistema de Pell amp Gregory I II e III ndash Anexo 1) e relaccedilatildeo
com o plano oclusal (Sistema de Pell amp Gregory A B e C ndash Anexo 1) Outros factores a
ter em conta na anaacutelise radiograacutefica fazem parte de alguns factores predisponentes jaacute
abordados como eacute o caso da morfologia radicular e relaccedilatildeo das raiacutezes com o canal
dentaacuterio inferior a densidade oacutessea que eacute mais elevado em pacientes com mais de 35
anos diminuindo a flexidade e capacidade de expansatildeo do osso e a natureza do tecido
envolvente pois o tipo de empactaccedilatildeo pode ser por tecido mole oacutesseo parcial ou oacutesseo
total (Peterson et al 2000)
A tomografia computadorizada (TC) tem-se tornado muito uacutetil em certas
situaccedilotildees como na avaliaccedilatildeo da proximidade dos dentes inclusos a estruturas
anatoacutemicas na avaliaccedilatildeo da profundidade de empactaccedilatildeo e espessura das paredes
corticais inclinaccedilatildeo vestibulo-lingual e morfologia da coroa e raiacutezes do dente
empactado (Bodner et al 1994)
Como as fracturas mandibulares associadas agrave cirurgia satildeo raras natildeo se justifica
usar a TC como exame complementar preacute-ciruacutergico No entanto em casos especiacuteficos
apoacutes avaliaccedilatildeo criteriosa dos factores predisponentes que aparentam ter um elevado
risco de desenvolvimento de fractura mandibular este exame torna-se vantajoso (Bodner
et al 1994) Pode tambeacutem ser utilizada para determinar o volume oacutesseo relativo da
mandiacutebula ocupado pelo dente (Woldenberg et al 2007)
32 Poacutes-ciruacutergico
Apoacutes ou durante a cirurgia o meacutedico dentista tem que estar alerta para os sinais e
sintomas presenciados pelo paciente que podem indicar a ocorrecircncia de fractura
mandibular
Nos casos que se encontram no periacuteodo poacutes-operatoacuterio natildeo muito prolongado o
principal alerta para a possibilidade de fractura mandibular eacute ouvir um estalido algumas
semanas apoacutes a cirurgia (Woldenberg et al 2007) Considera-se que a mandiacutebula
fractura no momento em que o som eacute ouvido Jaacute nos casos em que decorreu bastante
tempo apoacutes a cirurgia o diagnoacutestico eacute mais complicado O atraso da cicatrizaccedilatildeo e a
20
presenccedila de osteomielite podem ser a causa destas fracturas e quando a cicatrizaccedilatildeo se
prolonga demasiado deve-se sempre considerar o risco de fractura apresentando assim
indicaccedilatildeo para controlo radiograacutefico perioacutedico (Iizuka et al 1997)
O som de um estalido reportado pelo paciente deve ser considerado como
indicativo de uma possiacutevel fractura mesmo que esta natildeo seja detectada inicialmente na
radiografia (Woldenberg et al 2007) Se assim acontecer recomenda-se a realizaccedilatildeo de
radiografias de controlo (Wagner et al 2005) Libersa et al bem como Perry e
Goldberg confirmam este som distinto pois a maioria dos pacientes reportou um som
tipo estalido enquanto mastigavam acompanhado por dor intensa Na anaacutelise de
Krimmel e Reinert todos os pacientes reportaram o mesmo som excepto um que
apenas presenciou um novo episoacutedio de dor
Para aleacutem da dor suacutebita outros sinais cliacutenicos a ter em conta satildeo a presenccedila de
parestesia disestesia ou anestesia relacionadas com o nervo dentaacuterio inferior e as
alteraccedilotildees na oclusatildeo que satildeo um forte indicador de possiacutevel fractura mandibular (Laub
Jr 2009) Poderaacute tambeacutem surgir edema (Wagner et al 2005)
No caso reportado por Woldenberg foi realizada radiografia panoracircmica poacutes-
operatoacuteria imediata apoacutes se ter presenciado um estalido durante a extracccedilatildeo do 38 Na
radiografia verficou-se uma linha radioluacutecida desde o alveacuteolo ateacute ao bordo inferior da
mandiacutebula compatiacutevel com linha de fractura Foi notificada tambeacutem a presenccedila de
parestesia do laacutebio inferior do lado correspondente agrave fractura
No estudo realizado por Wagner et al em 2005 13 dos 17 pacientes que
sofreram fractura mandibular tambeacutem reportaram um som tipo estalido mas nem
sempre associado a sensaccedilatildeo dolorosa imediata No entanto foi reportada
frequentemente a presenccedila de inchaccedilo na zona do acircngulo mandibular respectivo A
meacutedia de dias decorridos entre a cirugia e a fractura foi de 19plusmn4 dias O tempo
decorrido ateacute diagnoacutestico radioloacutegico com conhecimento da data da fractura foi de
10plusmn4 dias
Como jaacute foi referido as fracturas mandibulares nem sempre satildeo diagnosticadas
radiologicamente (Iizuka et al 1997) principalmente se natildeo houver deslocamento
patoloacutegico dos fragmentos (Wagner et al 2007) No estudo de Iizuka et al todas as
fracturas que ocorreram num estado poacutes-operatorio relativamente cedo eram fracturas
sem deslocamento Uma vez que este tipo de fractura natildeo eacute imediatamente reconhecido
um achado radiograacutefico negativo apoacutes suspeita natildeo deve exluir de imediato a presenccedila
de fractura Nestes casos eacute recomendada uma dieta mole e a execuccedilatildeo de radiografias de
21
controlo nos dias seguintes (Iizuka et al 1997) Aliaacutes no estudo de Iizuka et al um dos
pacientes reportou um estalido ao comer no sexto dia poacutes-operatoacuterio cuja radiografia
efectuada nesse mesmo dia natildeo revelou qualquer fractura Quatro semanas depois o
paciente voltou ao consultoacuterio devido a uma dor persistente no local da extracccedilatildeo onde
se verificou atraveacutes da radiografia uma fractura evidente
De acordo com alguns autores na radiografia pode verificar-se uma fractura preacute-
angular o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo eixo do
dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula ou fracturas angulares
com uma linha de fractura paralela agrave bissectriz do acircngulo mandibular (Iizuka et al
1997 Wagner et al 2005)
Em casos de suspeita de fractura sem deslocamento e cujos achados radioloacutegicos
atraveacutes das radiografias convencionais como a ortopantomografia sejam negativos a
tomografia computadorizada (TC) e a tomografia computadorizada de feixe coacutenico
podem ser utilizadas como exames adicionais
De acordo com Roth e colaboradores a TC apresenta resultados superiores aos
da radiografia panoracircmica Este facto justifica-se pelas suas ferramentas de
melhoramento de imagem melhor qualidade de imagem sensibilidade equivalente na
identificaccedilatildeo de fracturas menor erro de interpretaccedilatildeo e opiniotildees mais concordantes
entre os meacutedicos na identificaccedilatildeo das fracturas mandibulares (Roth et al 2005) Outros
estudos suportam a contribuiccedilatildeo dos achados radiograacuteficos na TC para o manuseamento
ciruacutergico de traumas (Eggers et al 2008) No entanto existem algumas desvantagens
nomeadamente o elevado custo a disponibilidade e a elevada exposiccedilatildeo de radiaccedilatildeo
Estes factores promovem a tomografia computadorizada de feixe coacutenico como uma
aceitaacutevel alternativa na avaliaccedilatildeo de fracturas maxilofaciais (Scarfe et al 2006
Shintaku et al 2009)
4 Tratamento
As opccedilotildees de tratamento para as fracturas mandibulares associadas a extracccedilotildees
seguem os princiacutepios do tratamento das fracturas traumaacuteticas do acircngulo da mandiacutebula
As fracturas mandibulares podem ser tratadas realizando-se a reduccedilatildeo
contenccedilatildeo e imobilizaccedilatildeo dos segmentos fracturados sendo que a orientaccedilatildeo da oclusatildeo
dentaacuteria levaraacute a uma perfeita consolidaccedilatildeo dos segmentos fracturados com boa
recuperaccedilatildeo funcional e esteacutetica (Gomes et al 2001) Eacute fundamental identificar e
22
assegurar a correcta oclusatildeo antes de recorrer agrave reduccedilatildeo da fractura (Custoacutedio et al
2007)
O tratamento das fracturas mandibulares iatrogeacutenicas reportado por diversos
estudos na anaacutelise de Bodner et al baseou-se numa reduccedilatildeo fechada da fractura em
40 dos casos reduccedilatildeo aberta em 35 dos pacientes e em 25 dos casos natildeo foi
efectuado qualquer tipo de tratamento Este autor natildeo faz referecircncia ao sucesso dos
tratamentos
Os tratamentos que utilizam apenas fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo chamados reduccedilotildees
fechadas porque natildeo envolvem a abertura directa exposiccedilatildeo e a manipulaccedilatildeo da aacuterea
fracturada Uma reduccedilatildeo aberta inclui exposiccedilatildeo directa e reduccedilatildeo da fractura atraveacutes de
incisatildeo ciruacutergica (Custoacutedio et al 2007)
No estudo de Chrcanovic et al foram analisados 128 casos de fractura
mandibular sendo dois destes relatados por experiecircncia proacutepria No primeiro caso a
paciente ouviu um estalido e na avaliaccedilatildeo da ortopantomografia verificou-se uma
fractura sem deslocamento As possiacuteveis opccedilotildees de tratamento foram discutidas com a
paciente Devido a vaacuterias razotildees nomeadamente a ausecircncia de infecccedilatildeo e deslocamento
entre os segmentos a presenccedila de uma boa oclusatildeo com todos os dentes presentes e o
devido consentimento da paciente foi realizada apenas fixaccedilatildeo intermaxilar Apoacutes trecircs
meses verificou-se radiologicamente uniatildeo oacutessea
No caso reportado por Woldenberg et al durante a extracccedilatildeo do dente 38
verificou-se na panoracircmica uma linha de fractura Foi colocada fixaccedilatildeo intermaxilar e
posteriomente foram realizados novos exames uma panoracircmica e uma TC que
demonstraram bons resultados com aproximaccedilatildeo da linha de fractura Apoacutes duas
semanas a paciente recuperou a sensibilidade ao niacutevel do nervo dentaacuterio inferior
esquerdo Seis semanas apoacutes a cirurgia a fixaccedilatildeo intermaxilar foi removida e a paciente
sujeita a dieta mole por mais quatro semanas Nos dois trecircs e seis meses apoacutes a cirugia
foram realizadas radiografias panoracircmicas Estas revelaram formaccedilatildeo contiacutenua de osso
ao niacutevel do alveacuteolo e da linha de fractura
No estudo de Iizuka et al em seis casos foi realizada reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo
interna em dois efectuou-se fixaccedilatildeo intermaxilar e nos restantes trecircs apenas dieta mole
Todos os pacientes foram submetidos a terapia antibioacutetica durante pelo menos uma
semana simultaneamente com o tratamento da fractura que decorreu sem complicaccedilotildees
Todavia a obtenccedilatildeo de uma boa estabilidade parece ser a protecccedilatildeo mais segura contra
23
a infecccedilatildeo e atraso da cicatrizaccedilatildeo mais do que a terapia antibioacutetica (Mehra e Murad
2008)
De acordo com a literatura hoje em dia o tratamento mais eficaz das fracturas
mandibulares baseia-se na reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo interna no entanto os artigos
abordados cuja fractura estaacute relacionada com a extracccedilatildeo de terceiros molares parecem
ter obtido bons resultados com a utilizaccedilatildeo de fixaccedilatildeo intermaxilar e realizaccedilatildeo de dieta
mole Iizuka et al referem que nos casos de diagnoacutestico precoce e ausecircncia de
sintomatologia eacute adequado um tratamento conservador com fixaccedilatildeo intermaxilar e
nalguns casos a prescriccedilatildeo de dieta mole
No entanto evitar o uso de fixaccedilatildeo intermaxilar no transoperatoacuterio eacute mais
econoacutemico em tempo e custo e mais confortaacutevel para o paciente De acordo com Sorel
citado por Laub Jr alguns dos problemas associados agrave fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo a maacute
alimentaccedilatildeo com perda de peso dificuldades na respiraccedilatildeo e foneacutetica maacute higiene oral e
problemas sociais Em contraste a fixaccedilatildeo interna permite restauraccedilatildeo da funccedilatildeo e
mobilidade mais cedo e aumento do conforto para o paciente com melhoria dos
aspectos atraacutes mencionados Os autores Gomes et al referem que a fixaccedilatildeo intermaxilar
natildeo eacute usualmente necessaacuteria na reduccedilatildeo de fracturas confinadas agrave mandiacutebula
De acordo com Calloway et al citados por Moreno et al o desenvolvimento de
diferentes sistemas de fixaccedilatildeo interna na traumatologia facial e sua aplicaccedilatildeo no
tratamento das fracturas mandibulares conduziu a mudanccedilas nos criteacuterios de realizaccedilatildeo
de imobilizaccedilatildeo poacutes-ciruacutergica Tambeacutem tornou possiacutevel um retorno agrave funccedilatildeo normal
mais raacutepido Esta teacutecnica utiliza placas e parafusos na regiatildeo da fractura para se obter
contenccedilatildeo estaacutevel e eficaz promovendo cicatrizaccedilatildeo oacutessea primaacuteria sem que seja
necessaacuteria a extensatildeo do uso de fixaccedilatildeo intermaxilar A eliminaccedilatildeo desta ou uso por
periacuteodo miacutenimo geralmente resulta em maior satisfaccedilatildeo para o paciente (Gomes et al
2001 Custoacutedio et al 2007) Nesta modalidade o acesso agrave aacuterea da fractura pode ser
conseguido atraveacutes de abordagem intra-oral ou extra-oral (Mehra e Murad 2008)
As fracturas com grande grau de deslocamento ou fracturas cominutivas
necessitam de uma abordagem extra-oral para correcta reduccedilatildeo e visualizaccedilatildeo ao
colocar as estruturas de fixaccedilatildeo interna Por esta razatildeo e por natildeo haver comunicaccedilatildeo
com o meio intra-oral este meacutetodo apresenta baixo iacutendice de contaminaccedilatildeo A reduccedilatildeo
aberta com abordagem intra-oral pode ser utilizada nos casos de ausecircncia ou ligeiro
deslocamento dos fragmentos pacientes pouco cooperantes ou que necessitam de
restabelecimento imediato da funccedilatildeo mastigatoacuteria (Custoacutedio et al 2007)
24
A utilizaccedilatildeo de meacutetodos de fixaccedilatildeo interna nas fracturas mandibulares parece ser
o meacutetodo de tratamento mais aceitaacutevel (Moreno et al 2000) No entanto
independentemente do meacutetodo utilizado a finalidade baacutesica do tratamento das fracturas
deve ser o restabelecimento da oclusatildeo funcional e a continuidade mandibular
promovendo a restauraccedilatildeo das funccedilotildees mastigatoacuterias do paciente com o miacutenimo de
sequelas possiacutevel (Custoacutedio et al 2007)
5 Medidas preventivas
Perante avaliaccedilatildeo cliacutenica e posterior suspeita de ser um paciente de alto risco de
desenvolvimento de fractura mandibular algumas medidas devem ser ponderadas com
especial atenccedilatildeo Chrcanovic et al apontam mesmo a inadequada avaliaccedilatildeo preacute-
operatoacuteria como um factor de risco ou factor predisponente para o desenvolvimento de
fracturas Portanto este seria o primeiro ponto a ter em conta para um adequado
procedimento ciruacutergico com medidas atenuantes do risco de complicaccedilotildees A
identificaccedilatildeo de dentes que representam elevado risco de complicaccedilotildees relacionadas
com a cirurgia eacute a chave para o desenvolvimento de medidas profilaacutecticas com o
objectivo de evitar fracturas mandibulares Todos os indicadores de risco devem ser
bem analisados
Bodner e colaboradores descreveram algumas medidas preventivas para reduzir
a possibilidade de ocorrecircncia de fracturas mandibulares iatrogeacutenicas Estas incluem os
seguintes passos informar o paciente sobre a existecircncia do risco de fractura e da
importacircncia da sua cooperaccedilatildeo (Libersa et al 2002) a remoccedilatildeo oacutessea quando
necessaacuteria deve ser miacutenima e se possiacutevel efectuar odontossecccedilatildeo reduzindo a aacuterea
oacutessea removida se o dente empactado se encontrar perto do bordo inferior da
mandiacutebula considerar a abordagem extra-oral pacientes devem realizar dieta mole nas
quatro semanas seguintes agrave cirurgia (Wagner et al 2005 Woldenberg et al 2007)
embora Iizuka et al refiram apenas duas semanas e limitar a forccedila mastigatoacuteria durante
dois meses (Libersa et al 2002) o meacutedico dentista deve dar ecircnfase agrave qualidade e
duraccedilatildeo da dieta mole (Perry e Goldberg 2000) informar o paciente sobre os sinais
cliacutenicos e sintomas de uma fractura poacutes-operatoacuteria alertar o paciente para a
possibilidade de ouvir um som tipo estalido que pode indicar a presenccedila de fractura natildeo
sendo no entanto facilmente detectaacutevel radiologicamente com necessidade de
posteriores radiografias (Iizuka et al 1997)
25
Obiechina et al citados por Al-Belasy et al referem que perante as
dificuldades inerentes a esta cirurgia eacute recomendado que esta seja efectuada antes dos
25 anos Aliaacutes de acordo com Libersa et al a remoccedilatildeo profilaacutectica de terceiros molares
antes dos 20 anos de idade pode atenuar o risco de fractura
De acordo com Chrcanovic et al em casos em que a extracccedilatildeo de terceiros
molares inclusos eacute recomendada o risco de desenvolver uma fractura mandibular intra-
operatoacuteria pode ser evitada quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando
existe uma boa visualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada (Al-Belasy et al 2009)
Estes autores referem que o risco de fracturas mandibulares tanto imediatas como
tardias pode ser evitado pelo diagnoacutestico preciso e bem elaborado nos seguintes casos
pacientes com mais de 25 anos de idade principalmente homens pacientes com
bruxismo atletas activos raiacutezes do terceiro molar sobrepostas ou adjacentes ao canal
dentaacuterio inferior visualizadas na panoracircmica pacientes com patologia local ou
sisteacutemica ou sob medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea
26
Conclusatildeo
As taxas de incidecircncia da fractura traumaacutetica mandibular satildeo elevadas
principalmente quando comparadas com as fracturas mandibulares associadas a
exodontias que rondam os 00046 Apesar de rara a possibilidade de ocorrer e os
sinais e sintomas que acarreta devem ser destacados na informaccedilatildeo e esclarecimento ao
paciente A remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos eacute a cirurgia mais associada a estas
fracturas e as indicaccedilotildees quanto agrave sua realizaccedilatildeo ainda satildeo um pouco questionadas
Cada caso deve ser bem avaliado com os meacutetodos cliacutenicos e radiograacuteficos necessaacuterios
Quando eacute decidida a realizaccedilatildeo de extracccedilatildeo a radiografia periapical eacute
considerada um exame de eleiccedilatildeo no entanto a radiografia panoracircmica eacute um bom
substituto e permite utilizar sistemas de classificaccedilatildeo que podem ajudar o dentista na
determinaccedilatildeo do grau de complexidade e dificuldade do procedimento Por outro lado a
tomografia computadorizada (TC) pode ser utilizada em casos muito especiacuteficos com
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos factores predisponentes agrave ocorrecircncia de fractura mandibular
associada agrave exodontia
As fracturas podem ocorrer durante ou apoacutes a cirurgia sendo estas uacuteltimas as
mais frequentes Pacientes com mais de 25 anos geralmente entre os 40 e 50 anos
aparentam ter maior predisposiccedilatildeo provavelmente devido agrave diminuiccedilatildeo da elasticidade
oacutessea e dificuldades na expansatildeo alveolar durante a cirurgia A osteoporose tambeacutem
pode estar relacionada com o enfraquecimento da estrutura oacutessea
As fracturas imediatas estatildeo geralmente associadas a utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos Esta forccedila aplicada numa
mandiacutebula enfraquecida por razotildees preacute-ciruacutergicas aumenta a predisposiccedilatildeo para
fractura A fragilidade mandibular pode ser fisioloacutegica mas pode tambeacutem estar
relacionada com factores locais ou sisteacutemicos como doenccedilas ou medicamentos que
afectam a resistecircncia oacutessea As infecccedilotildees e lesotildees quiacutesticas ou tumorais bem como a
terapia com corticosteroacuteides e a osteoporose satildeo exemplos destes factores Durante o
procedimento deve-se optar pela remoccedilatildeo oacutessea miacutenima e se possiacutevel realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo obtenccedilatildeo de boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e aplicaccedilatildeo de forccedila
guiada e controlada As fracturas mandibulares tardias geralmente estatildeo associadas a um
enfraquecimento da mandiacutebula que surgiu apoacutes a extracccedilatildeo sendo a remoccedilatildeo oacutessea
excessiva um factor relacionado Quanto maior a quantidade de osso removido maior o
defeito oacutesseo criado maior a fragilidade mandibular e consequentemente o risco de
fractura aumenta Deste modo dentes inclusos com grande empactaccedilatildeo e envolvimento
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
4
1 Fracturas mandibulares
Apesar de ser considerado o osso mais forte e riacutegido da face a mandiacutebula eacute o
osso facial mais comummente fracturado (36-70) e parece ser devido agrave sua
localizaccedilatildeo exposta e proeminente Estas fracturas traumaacuteticas afectam principalmente
pessoas do sexo masculino entre os 16 e os 30 anos de idade (Hanson et al 2004) As
fracturas mandibulares podem classificar-se quanto agrave localizaccedilatildeo anatoacutemica quanto agrave
condiccedilatildeo dos fragmentos oacutesseos (galho verde simples cominutiva e composta) e
podem ser favoraacuteveis ou desfavoraacuteveis consoante a angulaccedilatildeo da fractura e a forccedila de
tracccedilatildeo muscular proximal ou distalmente agrave fractura (Peterson et al 2000) A maior
percentagem de fracturas quanto agrave localizaccedilatildeo encontra-se ao niacutevel do acircngulo cocircndilo e
regiatildeo sinfisaacuteria sendo que estas zonas podem ser consideradas mecanicamente como
pontos fracos (Mitsukawa et al 2004)
De acordo com Ferre e colaboradores citados por Libersa et al as fracturas no
acircngulo da mandiacutebula satildeo frequentes devido a vaacuterias razotildees nomeadamente o facto de
esta ser uma aacuterea de baixa resistecircncia com uma anatomia oacutessea especiacutefica (bordo
superior fino e osso basilar estreito) a sua localizaccedilatildeo que corresponde agrave regiatildeo entre o
ramo e o corpo da mandiacutebula e nalguns casos a presenccedila de terceiros molares inclusos
(Krimmel e Reinert 2000 Libersa et al 2002 Inaoka et al 2009)
De acordo com Rudderman e colaboradores citados por Chrcanovic et al
existem alguns factores que influenciam a localizaccedilatildeo das fracturas mandibulares
incluindo a direcccedilatildeo local e severidade da forccedila e impacto bem como caracteriacutesticas
intriacutensecas do osso Krimmel e Reinert referem que as fracturas mandibulares ocorrem
quando a resistecircncia do osso e as forccedilas exercidas neste natildeo satildeo compatiacuteveis Estes
autores defendem que a diminuiccedilatildeo da resistecircncia oacutessea pode ser causada por atrofia
fisioloacutegica osteoporose processos patoloacutegicos (ie lesotildees quiacutesticas lesotildees malignas
processos inflamatoacuterios) ou pode ser secundaacuteria a uma intervenccedilatildeo ciruacutergica (De Silva
1984) O stress exercido na mandiacutebula pode ser devido a forccedilas traumaacuteticas ou forccedilas
excessivas exercidas durante a extracccedilatildeo dentaacuteria (Krimmel e Reinert 2000)
Apesar da elevada percentagem de fracturas traumaacuteticas da mandiacutebula as
fracturas mandibulares como complicaccedilatildeo associada agrave extracccedilatildeo de terceiros molares
apresentam taxas de incidecircncia baixas (Krimmel e Reinert 2000)
Iizuka et al referem que a fractura mandibular natildeo ocorre apenas devido agrave forccedila
realizada durante a cirurgia mas tambeacutem devido ao enfraquecimento da regiatildeo do
acircngulo da mandiacutebula preacute-existente ou que surgiu apoacutes remoccedilatildeo do dente O tipo de
5
fractura decorrido apoacutes as extracccedilotildees no estudo de Iizuka et al confirma tambeacutem a
existecircncia de um enfraquecimento mecacircnico na regiatildeo preacute-angular da mandiacutebula Isto
porque todas as fracturas decorridas nesta anaacutelise eram fracturas preacute-angulares
Tambeacutem no estudo de Wagner et al de 2005 foram detectadas fracturas preacute-angulares
em 15 dos 17 casos o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo
eixo do dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula Nos restantes dois
casos foram detectadas fracturas angulares com uma linha de fractura paralela agrave
bissectriz do acircngulo mandibular De acordo com estes autores as fracturas na zona preacute
angular tecircm sido descritas como as tiacutepicas da fractura mandibular patoloacutegica associada a
extracccedilatildeo de terceiros molares
11 Taxas de incidecircncia
As fracturas da mandiacutebula apoacutes remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos satildeo
consideradas complicaccedilotildees raras com percentagens entre os 00046 e os 00075
(Woldenberg et al 2007)
Libersa et al em 2002 no seu estudo que abordava 27 casos de fractura
mandibular 17 intraoperatoacuterias e 10 poacutes-operatoacuterias obtiveram 00049 de taxa de
incidecircncia Outros autores Perry e Goldberg em 2000 basearam-se em questionaacuterios
efectuados a 84 cirurgiotildees orais e maxilo-faciais obtendo uma incidecircncia de fracturas
mandibulares tardias de 00046 ou seja 28 fracturas num total de 611 000 molares
empactados removidos
No estudo de Wagner et al de 2005 14 das 17 fracturas analisadas ocorreram
poacutes-operatoriamente Em 2010 na anaacutelise de vaacuterios estudos abordando um total de 189
casos Bodner e colaboradores reportaram 22 de casos de fracturas mandibulares
iatrogeacutenicas intra-operatoacuterias e 78 poacutes-operatoacuterias Neste sentido as fracturas tardias
parecem ser as mais frequentes
Dunstan e Sugar citados por Woldenberg et al referem que a verdadeira
incidecircncia de fracturas mandibulares poacutes-operatoacuterias como resultado da extracccedilatildeo eacute
dificil de estabelecer pois existem casos reportados de fracturas traumaacuteticas poacutes-
operatoacuterias que poderiam ter ocorrido numa mandiacutebula intacta e assim a ocorrecircncia
destas duas situaccedilotildees ser apenas uma coincidecircncia
6
12 Fracturas imediatas vs Fracturas tardias
As fracturas mandibulares podem ocorrer durante ou apoacutes o acto ciruacutergico
sendo consideradas complicaccedilotildees intra-operatoacuterias ou poacutes-operatorias respectivamente
As fracturas intra-operatoacuterias (imediatas) podem ocorrer devido a vaacuterios
factores sendo muitas vezes associadas agrave utilizaccedilatildeo de forccedila excessiva aplicada no osso
ou uso improacuteprio de instrumentos (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000 Libersa
et al 2002 Woldenberg et al 2007 Brauer 2009) O autor Harnisch citado por
Iizuka et al assume que a utilizaccedilatildeo descuidada da alavanca durante a extracccedilatildeo causa
forccedilas excessivas e inapropriadas no osso podendo provocar uma fractura imediata
Este autor refere tambeacutem que a fractura poacutes-operatoacuteria eacute pouco comum na ausecircncia de
infecccedilatildeo ou historial de trauma no entanto e baseando-se no seu estudo defende que a
fractura mandibular espontacircnea tambeacutem pode ocorrer e nestes casos com mais
frequecircncia nas duas semanas apoacutes a cirurgia Estes dados referem que a fractura
mandibular natildeo ocorre apenas devido agrave forccedila realizada durante a cirurgia mas tambeacutem
devido ao enfraquecimento oacutesseo que pode ter surgido apoacutes esta
No estudo de Perry e Goldberg de 2000 a fractura mandibular tardia eacute
considerada como aquela que ocorre a qualquer altura a partir do momento em que o
paciente abandona o consultoacuterio ou sala operatoacuteria sendo consideradas como resultado
indirecto da cirurgia De acordo com Bodner et al cuja anaacutelise abordou vaacuterios estudos
as fracturas poacutes-operatoacuterias ocorrem com mais frequecircncia
2 Factores predisponentes ou de risco
Como qualquer outro acto ciruacutergico podem surgir complicaccedilotildees na extracccedilatildeo
dos terceiros molares ou complicaccedilotildees que advecircm desta algum tempo mais tarde O
tipo de complicaccedilatildeo eacute bastante variaacutevel estando relacionado com muacuteltiplos factores
Neste sentido para os meacutedicos dentistas que realizam extracccedilotildees de terceiros molares
com frequecircncia eacute importante compreender a causa destas complicaccedilotildees
Em 2010 Bodner et al analisaram diversos artigos e relacionaram dados
relativos ao paciente e agrave sua condiccedilatildeo dentaacuteria com o desenvolvimento de fracturas
mandibulares Constataram que antes da exodontia alguns destes factores por
indicarem alto risco de desenvolvimento de fracturas mandibulares devem ser
cuidadosamente avaliados
Chrcanovic et al e Woldenberg et al enumeraram alguns factores de risco ou
factores predisponentes que devem ser analisados Nestes incluem-se magnitude de
7
empactaccedilatildeo tipo de angulaccedilatildeo raiacutezes longas idade do paciente idade e experiecircncia do
cirurgiatildeo presenccedila de quisto ou tumor relacionado com o dente empactado doenccedila
sisteacutemica ou medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea infecccedilotildees preacute-operatoacuterias
no local do dente a ser extraiacutedo avaliaccedilatildeo preacute-operatoacuteria inadequada volume relativo
do dente na mandiacutebula ponto temporal apoacutes a cirurgia infecccedilotildees preacute-operatoacuterias na
regiatildeo do terceiro molar extraiacutedo sexo feminino ou masculino presenccedila de
parafunccedilotildees pacientes praticantes de desporto e teacutecnica ciruacutergica
Woldenberg et al tambeacutem enfatizam o facto de ser possiacutevel reduzir o risco desta
complicaccedilatildeo adoptando medidas preventivas e Perry e Goldberg mencionam tambeacutem a
importacircncia do cumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias nomeadamente a
manutenccedilatildeo de uma dieta mole apoacutes a cirurgia
De acordo com os autores atraacutes mencionados a ocorrecircncia de fracturas
mandibulares eacute multifactorial (Al-Belasy et al 2009 Woldenberg et al 2007 Iisuka et
al 1997 Krimmel e Reinert 2000) estando relacionada com um conjunto de possiacuteveis
factores de risco Estes aparentam ter impacto na possibilidade de desenvolver este tipo
de complicaccedilatildeo
21 Idade
A idade do paciente eacute um dado importante uma vez que as fracturas
mandibulares geralmente sucedem em pacientes mais velhos O pico de incidecircncia
ocorre em indiviacuteduos com mais de 25 anos nomeadamente pacientes que rondam os 40
e os 50 anos de idade (Krimmel e Reinert 2000 Perry e Goldberg 2000 Libersa et al
2002 Wagner et al 2005) Esta relaccedilatildeo pode justificar-se pelo facto deste tipo de
fracturas ocorrer quando o osso natildeo eacute forte o suficiente para resistir a determinadas
forccedilas que actuam sobre ele O enfraquecimento da mandiacutebula como resultado da
diminuiccedilatildeo da elasticidade oacutessea que ocorre ao longo da vida pode ser a causa da
elevada taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares em pacientes mais velhos (Iizuka
et al 1997 Woldenberg et al 2007 Bodner et al 2010)
Krimmel e Reinert com base na anaacutelise de 6 casos de fractura mandibular
obtiveram uma meacutedia de idade de 45 anos Justificaram este valor referindo que nesta
idade se inicia uma desmineralizaccedilatildeo oacutessea secundaacuteria agrave osteoporose enfraquecendo o
sistema esqueleacutetico e simultaneamente intensificando o estreitamento do ligamento
periodontal Portanto comparativamente com os pacientes mais jovens os dentes
8
empactados necessitam de ser mais libertos do osso envolvente necessitando maior
ostectomia
A anquilose de dentes empactados nestes pacientes tambeacutem pode complicar a
extracccedilatildeo e enfraquecer a mandiacutebula devido agrave necessidade de efectuar maior remoccedilatildeo
oacutessea Deste modo perante este tipo de situaccedilatildeo eacute extremamente recomendado efectuar
odontossecccedilatildeo para facilitar a extracccedilatildeo do dente anquilosado e evitar futuras
complicaccedilotildees (Krimmel e Reinert 2000 Wagner et al 2005 Bodner et al 2010)
A elevada taxa de incidecircncia de fracturas em indiviacuteduos mais velhos devido agrave
diminuiccedilatildeo da elasticidade oacutessea e presenccedila de osteoporose estaacute de acordo com os
estudos que referem percentagens elevadas de complicaccedilotildees intra e poacutes-operatoacuterias na
remoccedilatildeo de terceiros molares empactados em pacientes numa faixa etaacuteria mais
avanccedilada Perante esta evidecircncia torna-se importante avaliar cada caso cuidadosamente
ou seja ter em conta a idade avanccedilada do indiviacuteduo e ponderar sobre a necessidade de
extracccedilatildeo ou natildeo dos dentes empactados nestes pacientes (Iizuka et al 1997)
22 Geacutenero
O facto de o paciente ser do sexo masculino ou feminino tambeacutem eacute um factor a
ter em conta pois aparenta ter especial importacircncia nas fracturas mandibulares poacutes-
operatoacuterias (Libersa et al 2002) Os homens mostram niacuteveis significativamente mais
elevados de forccedila mastigatoacuteria quando comparados com as mulheres (Miyaura et al
1999) Ao mastigar a forccedila requerida para quebrar os alimentos antes de os deglutir
pode causar forccedilas de stress consideraacuteveis nos ossos que estatildeo enfraquecidos pela
cirurgia e ainda natildeo recuperaram ou calcificaram (Perry e Goldberg 2000)
Deste modo devido agrave maior forccedila exercida no osso os homens apresentam
maior probabilidade de desenvolver fracturas mandibulares poacutes-operatoacuterias (Libersa et
al 2002 Brauer 2009)
23 Quantidade de dentes remanescentes
De acordo com Bodner et al as percentagens mais elevadas de fracturas
mandibulares ocorrem em pacientes parcialmente dentados ou totalmente dentados em
oposiccedilatildeo aos desdentados independentemente do sexo Tal como acontece nos
pacientes do sexo masculino discutido anteriormente indiviacuteduos com uma denticcedilatildeo
mais completa tambeacutem vatildeo exercer maiores forccedilas mastigatoacuterias Deste modo as forccedilas
exercidas na mandiacutebula durante a mastigaccedilatildeo apoacutes remoccedilatildeo de dentes inclusos causam
9
maior stress Assim pacientes com menos ausecircncias dentaacuterias apresentam maior risco
de desenvolvimento de fracturas mandibulares posteriormente agrave extracccedilatildeo
No estudo de Krimmel e Reinert independentemenre da idade todos os
pacientes que sofreram fracturas mandibulares apresentavam denticcedilatildeo completa Este
resultado parece estar relacionado com a aplicaccedilatildeo de forccedilas oclusais maacuteximas
posteriormente ao iniacutecio da cicatrizaccedilatildeo e reduccedilatildeo da dor e edema Consequentemente
cinco dos seis pacientes reportaram ouvir um estalido enquanto mastigavam dias apoacutes a
cirurgia
24 Grau de empactaccedilatildeo
Bodner e colaboradores referem que dentes totalmente empactados em osso
apresentam maior incidecircncia de fracturas mandibulares presumivelmente devido agrave
quantidade de osso que eacute necessaacuteria remover durante o acto ciruacutergico para a sua
extracccedilatildeo pois geralmente ocupam um maior volume de osso mandibular (Perry e
Goldberg 2000 Libersa et al 2002) No estudo de Libersa et al em 27 casos de
fractura mandibular 22 estavam completamente envolvidos por osso e 5 eram casos de
empactaccedilatildeo parcial
No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo na anaacutelise de Bodner et al a
quantidade de fracturas mandibulares associadas a dentes totalmente empactados foi o
dobro das fracturas em mandiacutebulas que continham dentes parcialmente empactados O
resultado apoacutes a extracccedilatildeo eacute a criaccedilatildeo de uma estrutura oacutessea ou parede cortical fina e
fraca criando uma mandiacutebula mais fraacutegil com possibilidades de sofrer fractura poacutes-
operatoacuteria (Perry e Goldberg 2000)
Na anaacutelise dos 6 casos de fractura mandibular por Krimmel e Reinert os dentes
foram classificados de acordo com o sistema de Pell amp Gregory (Anexo 1) Assim
apenas um molar se encontrava na classe I os restantes cinco em classe II e nenhum
dente foi categorizado com classe III A empactaccedilatildeo vertical era de classe B em dois
casos e classe C nos restantes quatro casos De acordo com estes resultados os autores
concluiacuteram que a posiccedilatildeo antero-posterior do terceiro molar parece natildeo ter influecircncia na
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular No entanto quanto maior a empactaccedilatildeo em
termos verticais maior a probabilidade da fractura ocorrer
Iizuka et al em 1997 analisaram as radiografias panoracircmicas de todos os
pacientes envolvidos nas fracturas mandibulares ocorridas no estudo Determinaram o
10
grau de empactaccedilatildeo e a posiccedilatildeo do terceiro molar de acordo com o sistema Pell amp
Gregory (Anexo 1) a angulaccedilatildeo do dente e tambeacutem o grau de dificuldade
O grau de dificuldade era atribuiacutedo por pontos consoante as classes do sistema
Pell amp Gregory em que o dente se encontrava e tambeacutem a sua angulaccedilatildeo um ponto para
classificaccedilotildees A I e mesioangulaccedilatildeo dois pontos para classes B II e posiccedilatildeo horizontal
trecircs pontos para classes C III e posiccedilatildeo vertical e ainda quatro pontos para dentes
distoangulados Neste sentido a classificaccedilatildeo maacutexima que poderia ser obtida era de 10
pontos correspondendo a um grau de dificuldade maacuteximo Os resultados obtidos
variaram de 5 a 9 pontos natildeo se verificando caracteriacutesticas predispodentes relevantes
No entanto como esta classificaccedilatildeo se baseou em trecircs paracircmetros os autores justificam
este resultado com base nas variaccedilotildees de angulaccedilatildeo encontradas no estudo Excluindo
este dado todos os casos excepto um se encontravam nas classes BC e IIIII Neste
sentido a remoccedilatildeo de dentes definidos nas classes BC e IIIII eacute considerada difiacutecil e
com predisposiccedilatildeo para fractura (Iizuka et al 1997)
25 Angulaccedilatildeo
De acordo com Xavier et al e com base na classificaccedilatildeo de Winter (Anexo 2) a
posiccedilatildeo dos terceiros molares inferiores mais frequentemente observada eacute a vertical e a
mesioangular (Vasconcellos et al 2002 Inaoka et al 2009 Santos e Quesada 2009)
Os dentes inclusos distoangulados satildeo considerados normalmente como os mais
difiacuteceis de extrair e que requerem maior remoccedilatildeo oacutessea Tambeacutem jaacute foi descrito que
uma posiccedilatildeo distoangular estaacute associada a uma posiccedilatildeo mais lingual sendo assim esta
parede cortical encontra-se bastante fina Neste sentido ao realizar uma abordagem ao
niacutevel da parede cortical vestibular coloca uma maior predisposiccedilatildeo para a ocorrecircncia de
fractura mandibular nestes casos de angulaccedilatildeo devido ao defeito oacutesseo criado (Iizuka et
al 1997 Chrcanovic et al 2010)
Iizuka e colaboradores definiram quatro grupos de dentes consoante o acircngulo
formado entre o eixo vertical do dente e o plano oclusal Para determinar a angulaccedilatildeo
dos terceiros molares foram efectuados quatro grupos dentes verticais quando o acircngulo
se encontra entre 80ordm e 100ordm mesioangular quando acircngulo estaacute entre 10ordm e 80ordm
distoangular quando o acircngulo eacute maior que 100ordm e horizontal quando o acircngulo se
encontra entre 350ordm e 10ordm Nos pacientes sem dentes mesialmente ao terceiro molar foi
desenhado um plano oclusal arbitraacuterio para definir a angulaccedilatildeo deste No estudo
depararam-se com cinco dentes mesioangulados um horizontal quatro distoangulados e
11
trecircs verticais Embora estes autores concordem com o que foi citado anteriormente
baseando-se na sua anaacutelise natildeo encontraram qualquer associaccedilatildeo entre o tipo de
angulaccedilatildeo e a predisposiccedilao para fractura mandibular
26 Comprimento das raiacutezes e sua relaccedilatildeo com o canal dentaacuterio inferior
O mecanismo pelo qual os terceiros molares com raiacutezes longas foram
relacionados com o aumento de risco de ocorrecircncia de fracturas angulares deve-se ao
espaccedilo oacutesseo que este ocupa na mandiacutebula Hanson et al suportando esta hipoacutetese
referem que as fracturas mandibulares podem ocorrer apoacutes remoccedilatildeo do terceiro molar
com raiacutezes muito compridas pois o acircngulo mandibular torna-se uma regiatildeo
enfraquecida
Nos casos de fractura analisados por Iizuka et al as raiacutezes dos dentes estavam
sobrepostas ao canal dentaacuterio inferior em 10 casos ou seja 77 dos casos Nos trecircs
casos restantes as raiacutezes estavam adjacentes ao canal Em nenhuma situaccedilatildeo foi
verificado radiograficamente um afastamento das raiacutezes em relaccedilatildeo ao canal Estes
autores concluiacuteram que raiacutezes sobrepostas ou adjacentes ao canal dentaacuterio inferior numa
radiografia panoracircmica representam paracircmetros importantes para a predisposiccedilatildeo para
fractura mandibular
27 Volume relativo da mandiacutebula ocupado pelo dente ()
Woldenberg et al consideram a porccedilatildeo relativa de volume ocupada pelo dente
na mandiacutebula um factor importante a ter em conta Este raacutecio pode ser determinado
atraveacutes de exames complementares antes de efectuar a extracccedilatildeo como a tomografia
computadorizada (TC) atraveacutes da reconstruccedilatildeo e visualizaccedilatildeo do dente e osso no
sentido vestibulo-lingual
Se esta relaccedilatildeo de volume relativo ocupado pelo dente for igual ou superior a
50 o risco de fractura eacute alto e recomenda-se especial cuidado durante a cirurgia
(Woldenberg et al 2007)
Iisuka e colaboradores obtiveram na sua anaacutelise radiograacutefica dos casos de
fractura mandibular ocorridos um raacutecio que variava entre 44 a 84 E Wagner et al
em 2005 obtiveram um raacutecio meacutedio de 62plusmn4 sendo considerado um valor
desfavoraacutevel Em ambos os estudos foram utilizadas radiografias panoracircmicas para
adquirir a percentagem de aacuterea que o dente ocupa no osso Na anaacutelise de Iizuka et al o
12
espaccedilo que os terceiros molares ocupam no osso foi avaliado com base na altura
mandibular
28 Lesotildees preacute-ciruacutergicas
Para aleacutem da quantidade diminuiacuteda de osso remanescente apoacutes uma cirurgia de
terceiros molares existem tambeacutem outros factores que provocam fragilidade
mandibular como eacute o caso de alteraccedilotildees patoloacutegicas no osso secundaacuterias a um quisto
ou tumor abrangente Iizuka et al no seu estudo referem que mesmo pequenas
alteraccedilotildees como uma pericoronarite ou um foliacuteculo aumentado podem enfraquecer a
mandiacutebula (Iizuka et al 1997)
Apesar de nas indicaccedilotildees para remoccedilatildeo dos sisos estar incluiacuteda a possibilidade
de desenvolver quistos ou tumores associados a estes dentes Adeyemo refere que a
incidecircncia destas patologias em terceiros molares inclusos eacute baixa Citados no estudo de
Chrcanovic et al Bruce et al reportaram uma incidecircncia de 62 sendo esta
percentagem superior em pacientes mais velhos com uma meacutedia de idade de 465 anos
No mesmo artigo de acordo com Girod et al quanto mais tempo a empactaccedilatildeo
persistir maior o risco de desenvolver quistos ou tumores
Na anaacutelise de 2010 por Bodner et al cerca de 27 dos pacientes tinham
historial de infecccedilotildees preacute-ciruacutergicas na zona do dente a extrair Portanto pressupocircs-se
uma associaccedilatildeo entre lesotildees oacutesseas preacute-existentes associadas ao dente em questatildeo com a
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular As infecccedilotildees relatadas foram a doenccedila
periodontal quistos ou pericoronarites recorrentes capazes de criar defeitos que
enfraquecem a mandiacutebula (Woldenberg et al 2007) Estas lesotildees satildeo frequentemente
encontradas em pacientes com mais de 40 anos de idade (Lysell e Rohlin 1988)
Na anaacutelise de Perry e Goldberg de 2000 tambeacutem incluiacuteda no estudo de Bodner
et al a severidade e a duraccedilatildeo das infecccedilotildees natildeo foram obtidas no entanto referem que
uma infecccedilatildeo croacutenica e profunda provoca descalcificaccedilatildeo e destruiccedilatildeo oacutessea
contribuindo para a probabilidade de desenvolvimento de fracturas tanto imediatas
como tardias
Geralmente as infecccedilotildees nos jovens surgem quando uma pequena parte da coroa
erupciona e por isso nos pacientes mais velhos as infecccedilotildees associadas agrave empactaccedilatildeo
do terceiro molar satildeo diferentes pois o dente muitas vezes estaacute totalmente envolvido
por osso Assim a reabsorccedilatildeo oacutessea eacute geralmente a causa destas infecccedilotildees De acordo
com Osaki a periodontite presente nos segundos molares tambeacutem pode ser a causa de
13
infecccedilatildeo associada aos terceiros molares Nestes casos o osso alveolar entre o dente
empactado e o segundo molar eacute frequentemente destruiacutedo pela periodontite croacutenica
(Osaki et al 1995) Os resultados obtidos por estes autores sugerem que os dentes
inclusos em pacientes de idade avanccedilada com reabsorccedilatildeo oacutessea fisioloacutegica em torno da
coroa associada agrave irritaccedilatildeo causada pelas proacuteteses dentaacuterias e estando em relaccedilatildeo com
um ligamento periodontal bastante alargado do dente adjacente tecircm maior tendecircncia
para desenvolver infecccedilotildees
De acordo com Indresano et al e Leone et al citados por Chrcanovic et al a
formaccedilatildeo de abcessos profundos nos molares inferiores estaacute mais associada aos dentes
parcialmente empactados Isto deve-se ao facto de existir um risco aumentado de
pericoronarites agudas em dentes erupcionados verticalmente posicionados ao niacutevel ou
acima do plano oclusal e que se encontram parcialmente cobertos por tecidos moles ou
duros Werkmeister et al confirmam os dados anteriores considerando a existecircncia de
maior risco para densenvolver infecccedilotildees nos terceiros molares parcialmente
empactados As citaccedilotildees anteriores em conjunto com a presenccedila de osso remanescente
reduzida ao niacutevel do acircngulo mandibular pressupotildee um risco elevado de fractura
mandibular em cirurgias nestes casos (Fuselier et al 2002)
29 Experiecircncia do profissional
Pode pensar-se que a fractura mandibular bem como qualquer outra
complicaccedilatildeo decorrente do acto ciruacutergico possa estar relacionada com a utilizaccedilatildeo de
teacutecnicas incorrectas ou com a experiecircncia do meacutedico dentista
Woldenberg et al em 2007 referiram que as fracturas imediatas que ocorrem
principalmente por utilizaccedilatildeo improacutepria dos instrumentos ou forccedila excessiva ocorrem
com maior probabilidade quando as cirurgias satildeo realizadas por profissionais mais
novos ou menos experientes como acontece no caso reportado neste estudo
No entanto nos artigos analisados por Bodner et al as operaccedilotildees foram
realizadas por meacutedicos dentistas generalistas especialistas e cirurgiotildees maxilo-faciais e
nenhuma diferenccedila significativa foi encontrada em relaccedilatildeo agraves taxas de incidecircncia De
acordo com estes autores eacute difiacutecil estabelecer uma relaccedilatildeo entre a experiecircncia do
meacutedico e o desenvolvimento de complicaccedilotildees uma vez que eacute necessaacuterio ter em conta
outros factores que podem dificultar a extracccedilatildeo e condicionar o resultado do acto
ciruacutergico bem como o periacuteodo poacutes-operatoacuterio No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo
14
no de Bodner et al apenas 4 das 28 fracturas ocorreram em pacientes abordados por
dentistas com experiecircncia igual ou inferior a 5 anos
210 Teacutecnica utilizada
A teacutecnica ciruacutergica para extracccedilatildeo de terceiros molares poderaacute afectar o
desenrolar do procedimento ciruacutergico bem como condicionar o desenvolvimento de
futuros problemas Caso seja aconselhaacutevel a abordagem com realizaccedilatildeo de retalho
como eacute o caso de dentes inclusos com lesatildeo periapical extensa dentes isolados na
mandiacutebula de pacientes idosos dentes com alteraccedilatildeo anatoacutemica das raiacutezes ou presenccedila
de corticais oacutesseas riacutegidas existem vaacuterias teacutecnicas que podem ser utilizadas tais como a
abordagem vestibular lingual ou mesmo um acesso extra-oral em casos de empactaccedilatildeo
muito proacutexima do bordo inferior da mandiacutebula (Bodner et al 2010) No entanto a
ostectomia vestibular eacute a mais frequentemente utilizada (Juacutenior et al 2006)
As fracturas intra-operatoacuterias podem ocorrer devido agrave utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos (Iizuka et al 1997
Krimmel e Reinert 2000 Libersa et al 2002 Woldenberg et al 2007) Este risco
pode ser diminuiacutedo quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando existe uma
boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada Adicionalmente
devem adoptar-se medidas conservadoras de remoccedilatildeo oacutessea bem como a realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo quando necessaacuterio (Al-Belasy et al 2009)
A classificaccedilatildeo dos terceiros molares de acordo com a sua posiccedilatildeo tem a
finalidade de auxiliar o planeamento ciruacutergico pois de certa forma determina a
complexidade do caso Juacutenior e colaboradores referem que quanto maior o grau de
inclusatildeo dentaacuteria maior a necessidade de emprego de uma teacutecnica ciruacutergica mais
invasiva Portanto uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e radiograacutefica do caso eacute muito importante para
a determinaccedilatildeo da teacutecnica ciruacutergica mais apropriada
211 Tempo decorrido apoacutes a cirurgia
Como foi referenciado anteriormente as fracturas mandibulares podem ocorrer
durante o acto cliacutenico (imediatas) ou apoacutes a cirurgia (tardias)
Bodner et al referiram em 2010 com base nos artigos estudados que o tempo
decorrido entre a extracccedilatildeo do dente e o diagnoacutestico da fractura se encontrava entre uma
a cinco semanas reportando que 86 dos casos de fractura ocorreram entre a primeira e
a terceira semana apoacutes cirurgia com maior taxa de incidecircncia na segunda e na terceira
15
semana Brauer apoia este facto referindo que a maioria das fracturas poacutes-operatoacuterias
ocorre durante a mastigaccedilatildeo entre o 13ordm e 21ordm dia apoacutes a cirurgia (Libersa et al 2002)
Estes factos podem ser explicados com base nos processos histoloacutegicos uma vez
que este periacuteodo de tempo corresponde a processos de cicatrizaccedilatildeo nomeadamente a
substituiccedilatildeo de tecido de granulaccedilatildeo por tecido conjuntivo no alveacuteolo e dois terccedilos do
alveacuteolo ainda natildeo estatildeo formados por osteoacuteide ou osso ateacute ao 38ordm dia (Amler et al
1960 Amler et al 1977 Libersa et al 2002) Para aleacutem disso no final da segunda
semana a dor desapareceu os pacientes jaacute se sentem melhor e capazes de mastigar
normalmente podendo causar forccedilas muito elevadas numa mandiacutebula enfraquecida
(Libersa et al 2002) Bodner et al explicam a elevada percentagem de fracturas poacutes-
operatoacuterias e o periacuteodo em que ocorrem como o resultado de forccedilas mastigatoacuterias
excessivas ou pequenos traumas sofridos por uma mandiacutebula enfraquecida
No estudo de Perry e Goldberg 18 das 28 fracturas ocorridas surgiram durante a
mastigaccedilatildeo A forccedila mastigatoacuteria requerida para quebrar os alimentos pode produzir
forccedilas de stress consideraacuteveis numa mandiacutebula enfraquecida apoacutes cirurgia natildeo se
encontrando completamente reconstruiacuteda e calcificada Nos casos relatados todos os
pacientes receberam as mesmas instruccedilotildees sobre a dieta a efectuar no entanto perante
os resultados os autores defendem que talvez natildeo tenha sido dado ecircnfase suficiente em
relaccedilatildeo agrave qualidade e duraccedilatildeo da dieta mole Tambeacutem propotildeem a falta de cooperaccedilatildeo
por parte do paciente em cumprir as instruccedilotildees fornecidas pelo meacutedico como uma
possiacutevel causa
Por oposiccedilatildeo Al-Belasy e seus colaboradores concluiacuteram que em pacientes
totalmente dentados ou com uma ou duas ausecircncias com idades superiores a 25 anos e
sem atrofia oacutessea ou doenccedilas sisteacutemicas a mastigaccedilatildeo parece natildeo afectar a possibilidade
de ocorrecircncia de fracturas mandibulares tardias apoacutes remoccedilatildeo ciruacutergica de terceiros
molares empactados sem lesotildees associadas
212 Parafunccedilotildees
Eacute compreensiacutevel que pacientes com parafunccedilotildees como o bruxismo o
apertamento dentaacuterio (ldquoclenchingrdquo) e hipertrofia dos muacutesculos masseacuteteres apresentem
maior predisposiccedilatildeo para as fracturas mandibulares apoacutes cirurgia de terceiros molares
quando a mandiacutebula se encontra enfraquecida Kraszewski et al citados por
Chrcanovic et al apontam como possiacutevel justificaccedilatildeo o facto de estas patologias
afectarem a forccedila de mastigaccedilatildeo
16
No entanto no estudo de Al-Belasy et al fizeram parte sete pacientes com
hipertrofia masseteacuterica e 11 pacientes que realizavam apertamento dentaacuterio eou
bruxismo e em nenhum destes pacientes ocorreu fractura mandibular apoacutes a extracccedilatildeo
213 Lado esquerdo ou direito da mandiacutebula
Apesar de Wagner et al terem verificado uma distribuiccedilatildeo desequilibrada de
fracturas mandibulares entre o lado esquerdo e o direito da mandiacutebula pois 70 dos
casos ocorreram no lado esquerdo Bodner se seus colaboradores apoacutes anaacutelise de vaacuterios
artigos chegaram a outras conclusotildees Nos casos onde era feita referecircncia ao lado da
mandiacutebula em que foi efectuada a extracccedilatildeo verificaram que natildeo existe relaccedilatildeo
significativa entre o lado da mandiacutebula abordado e a ocorrecircncia de fractura 48 dos
casos foram afectados no lado direito e 52 no lado esquerdo Os resultados de Wagner
et al podem ser explicados pelo facto de o profissional estando na posiccedilatildeo normal de
trabalho ter melhor visualizaccedilatildeo e melhor controlo da forccedila aplicada no lado direito
comparativamente ao lado esquerdo (Woldenberg et al 2007) resultando numa
ostectomia menos extensa (Wagner et al 2005)
214 Actividade fiacutesica
As lesotildees maxilo-faciais representam um risco elevado em praticantes de
desporto e as fracturas satildeo uma sequela bastante comum No final da segunda semana
apoacutes cirurgia dos terceiros molares os pacientes normalmente jaacute se sentem bem devido
ao desaparecimento da dor poacutes-operatoacuteria (Libersa et al 2002) Esta diminuccedilatildeo do
desconforto daacute uma falsa sensaccedilatildeo de seguranccedila que pode levar os pacientes que satildeo
atletas activos a voltarem a praticar deporto intenso aumentando o risco de fractura
mandibular tardia na regiatildeo do acircngulo mandibular fragilizada pela cirurgia O risco de
fracturas maxilo-faciais relacionadas com desporto eacute consideravelmente mais elevado
em desportos de contacto por apresentarem bastante popularidade e por falta de
protecccedilatildeo facial (Chrcanovic et al 2010)
215 Doenccedilas sisteacutemicas e medicaccedilatildeo
Krimmel e Reinert defendem que as fracturas mandibulares ocorrem quando a
resistecircncia do osso e as forccedilas exercidas neste natildeo satildeo compatiacuteveis Muitos pacientes
sujeitos a procedimentos ciruacutergicos estatildeo condicionados a terapia medicamentosa e a
doenccedilas sisteacutemicas que podem afectar a resistecircncia oacutessea
17
De acordo com Kirwan citado por Chrcanovic um destes exemplos eacute a terapia
com corticosteroides utilizada no tratamento de algumas doenccedilas como a artrite
reumatoacuteide e doenccedilas relacionadas como a asma brocircnquica neurodermite e por vezes
apoacutes transplante de oacutergatildeos em dosagens mais elevadas Alguns autores como Adachi e
Weinstein referem que um dos efeitos secundaacuterios desta terapia eacute a raacutepida perda de
osso e o aumento de risco de fractura oacutessea sendo este risco duas vezes superior
comparativamente a pessoas sem qualquer terapia e eacute mais elevado apoacutes exposiccedilatildeo
prolongada a estes medicamentos
A osteoporose eacute uma condiccedilatildeo que afecta grandemente a resistecircncia do osso e
pode justificar o aumento da taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares com o
aumento da idade (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000) Eacute comum em
pacientes do sexo feminino pois a diminuiccedilatildeo de estrogeacutenios no periacuteodo poacutes-
menopausa aumenta o ritmo de perda oacutessea Poreacutem tambeacutem pode ocorrer nos homens
estando relacionada com mecanismos ligados essencialmente ao envelhecimento como
a deficiecircncia de vitamina D a absorccedilatildeo diminuiacuteda de caacutelcio e aumento dos niacuteveis de
hormona paratiroideia (PTH) (Yazbek e Neto 2008) Nos homens a testosterona
funciona da mesma forma que os estrogeacutenios na mulher sendo que pacientes com
hipogonadismo tambeacutem experienciam perdas oacutesseas aceleradas (Chrcanovic et al
2010) O osso apresenta composiccedilatildeo normal mas fica diminuiacutedo em quantidade e esta
diminuiccedilatildeo da massa oacutessea frequentemente resulta em fracturas das veacutertebras anca e
antebraccedilo (Do Lee et al 2005) De acordo com Law e Klemetti citados por Do Lee a
osteoporose pode resultar em diminuiccedilatildeo da massa oacutessea da mandiacutebula bem como
provocar alteraccedilotildees na estrutura deste osso especialmente do bordo inferior No mesmo
artigo satildeo citados alguns autores como Shrout e Kashima que referem existir uma
ligaccedilatildeo entre a osteoporose e alteraccedilotildees radiograacuteficas verificadas no padratildeo trabecular
da mandiacutebula
Existem outras patologias que tambeacutem diminuem a forccedila oacutessea como a doenccedila
gastrointestinal pois diminui a absorccedilatildeo de vitamina D De acordo com Ebeling citado
por Chrcanovic a osteoporose nos homens pode estar relacionada com algumas
condiccedilotildees como a hipercalceacutemia nefrolitiacutease terapia com anticonvulsivantes
tirotoxicose doenccedila renal e do fiacutegado mieloma muacuteltiplo ou mastocitose sisteacutemica
Bechtold e Felin citados na anaacutelise de Chrcanovic e colaboradores mencionam
a artrite idiopaacutetica juvenil como a doenccedila reumaacutetica mais comum na aacuterea da pediatria
18
Alguns estudos demonstraram a existecircncia de deficiecircncias significativas da densidade
volumeacutetrica trabecular no osso mineral e massa oacutessea cortical nestes pacientes
Os pacientes com doenccedila renal croacutenica padecem de vaacuterios distuacuterbios no
metabolismo do foacutesforo caacutelcio e ossos Estas alteraccedilotildees devem-se a factores que
contribuem para o aumento da reabsorccedilatildeo oacutessea como a diminuiccedilatildeo da absorccedilatildeo de
caacutelcio pelo intestino excessiva produccedilatildeo de PTH e alteraccedilotildees no metabolismo da
vitamina D (McPhee 2007) De acordo com Chrcanovic et al os ossos satildeo mais
gravemente afectados em casos de doenccedila renal croacutenica do que em casos saudaacuteveis
onde apenas satildeo afectados pelas consequecircncias da idade avanccedilada
A massa oacutessea eacute uma caracteriacutestica principalmente determinada geneticamente
no entanto tambeacutem eacute alterada sob a influecircncia do ambiente Indiviacuteduos com muita
massa muscular e que praticam actividade fiacutesica apresentam maior massa oacutessea do que
por exemplo pacientes fumadores ou com problemas de alcoolismo (Chrcanovic et al
2010) Estas duas uacuteltimas condiccedilotildees satildeo tambeacutem consideradas factores de risco para a
osteoporose (McPhee 2007)
3 Diagnoacutestico
31 Preacute-Ciruacutergico
Uma vez indicada a extracccedilatildeo de dentes inclusos eacute fundamental a realizaccedilatildeo de
um planeamento ciruacutergico baseado em exames cliacutenicos e radioloacutegicos Atraveacutes do
exame cliacutenico obtecircm-se dados especiacuteficos da sauacutede geral do paciente histoacuteria meacutedica e
dentaacuteria e o niacutevel de complexidade e dificuldade operatoacuteria pode ser analisado no
exame radiograacutefico Deste modo o dentista consegue prevenir possiacuteveis acidentes
durante a cirurgia ou no periacuteodo poacutes-operatoacuterio muitas vezes relacionados com a
posiccedilatildeo e localizaccedilatildeo do dente incluso (Juacutenior et al 2006)
As classificaccedilotildees dos dentes inclusos satildeo feitas a partir da anaacutelise radiograacutefica e
com cuidadosa classificaccedilatildeo o dentista pode abordar a cirurgia de forma ordenada e
prever se alguma abordagem ciruacutergica fora do comum precisaraacute ser adoptada (Juacutenior et
al 2006 Xavier et al 2010) Para a maioria dos casos a radiografia periapical eacute a
radiografia de eleiccedilatildeo pois fornece informaccedilatildeo mais detalhada Por outro lado a
ortopantomografia mostra uma imagem mais exacta da anatomia da regiatildeo e pode ser
usada como substituto apropriado (Xavier et al 2010) Aliaacutes na grande maioria satildeo
19
estas as radiografias utilizadas pois eacute possiacutevel visualizar correctamente o longo eixo do
segundo molar o ramo ascendente da mandiacutebula e o niacutevel oacutesseo que satildeo utilizados
como paracircmetros (Juacutenior et al 2006)
Os sistemas de classificaccedilatildeo permitem avaliar a dificuldade da cirurgia e nestes
incluem-se a angulaccedilatildeo (classificaccedilatildeo de Winter ndash Anexo 2) relaccedilatildeo com o bordo
anterior do ramo ascendente (Sistema de Pell amp Gregory I II e III ndash Anexo 1) e relaccedilatildeo
com o plano oclusal (Sistema de Pell amp Gregory A B e C ndash Anexo 1) Outros factores a
ter em conta na anaacutelise radiograacutefica fazem parte de alguns factores predisponentes jaacute
abordados como eacute o caso da morfologia radicular e relaccedilatildeo das raiacutezes com o canal
dentaacuterio inferior a densidade oacutessea que eacute mais elevado em pacientes com mais de 35
anos diminuindo a flexidade e capacidade de expansatildeo do osso e a natureza do tecido
envolvente pois o tipo de empactaccedilatildeo pode ser por tecido mole oacutesseo parcial ou oacutesseo
total (Peterson et al 2000)
A tomografia computadorizada (TC) tem-se tornado muito uacutetil em certas
situaccedilotildees como na avaliaccedilatildeo da proximidade dos dentes inclusos a estruturas
anatoacutemicas na avaliaccedilatildeo da profundidade de empactaccedilatildeo e espessura das paredes
corticais inclinaccedilatildeo vestibulo-lingual e morfologia da coroa e raiacutezes do dente
empactado (Bodner et al 1994)
Como as fracturas mandibulares associadas agrave cirurgia satildeo raras natildeo se justifica
usar a TC como exame complementar preacute-ciruacutergico No entanto em casos especiacuteficos
apoacutes avaliaccedilatildeo criteriosa dos factores predisponentes que aparentam ter um elevado
risco de desenvolvimento de fractura mandibular este exame torna-se vantajoso (Bodner
et al 1994) Pode tambeacutem ser utilizada para determinar o volume oacutesseo relativo da
mandiacutebula ocupado pelo dente (Woldenberg et al 2007)
32 Poacutes-ciruacutergico
Apoacutes ou durante a cirurgia o meacutedico dentista tem que estar alerta para os sinais e
sintomas presenciados pelo paciente que podem indicar a ocorrecircncia de fractura
mandibular
Nos casos que se encontram no periacuteodo poacutes-operatoacuterio natildeo muito prolongado o
principal alerta para a possibilidade de fractura mandibular eacute ouvir um estalido algumas
semanas apoacutes a cirurgia (Woldenberg et al 2007) Considera-se que a mandiacutebula
fractura no momento em que o som eacute ouvido Jaacute nos casos em que decorreu bastante
tempo apoacutes a cirurgia o diagnoacutestico eacute mais complicado O atraso da cicatrizaccedilatildeo e a
20
presenccedila de osteomielite podem ser a causa destas fracturas e quando a cicatrizaccedilatildeo se
prolonga demasiado deve-se sempre considerar o risco de fractura apresentando assim
indicaccedilatildeo para controlo radiograacutefico perioacutedico (Iizuka et al 1997)
O som de um estalido reportado pelo paciente deve ser considerado como
indicativo de uma possiacutevel fractura mesmo que esta natildeo seja detectada inicialmente na
radiografia (Woldenberg et al 2007) Se assim acontecer recomenda-se a realizaccedilatildeo de
radiografias de controlo (Wagner et al 2005) Libersa et al bem como Perry e
Goldberg confirmam este som distinto pois a maioria dos pacientes reportou um som
tipo estalido enquanto mastigavam acompanhado por dor intensa Na anaacutelise de
Krimmel e Reinert todos os pacientes reportaram o mesmo som excepto um que
apenas presenciou um novo episoacutedio de dor
Para aleacutem da dor suacutebita outros sinais cliacutenicos a ter em conta satildeo a presenccedila de
parestesia disestesia ou anestesia relacionadas com o nervo dentaacuterio inferior e as
alteraccedilotildees na oclusatildeo que satildeo um forte indicador de possiacutevel fractura mandibular (Laub
Jr 2009) Poderaacute tambeacutem surgir edema (Wagner et al 2005)
No caso reportado por Woldenberg foi realizada radiografia panoracircmica poacutes-
operatoacuteria imediata apoacutes se ter presenciado um estalido durante a extracccedilatildeo do 38 Na
radiografia verficou-se uma linha radioluacutecida desde o alveacuteolo ateacute ao bordo inferior da
mandiacutebula compatiacutevel com linha de fractura Foi notificada tambeacutem a presenccedila de
parestesia do laacutebio inferior do lado correspondente agrave fractura
No estudo realizado por Wagner et al em 2005 13 dos 17 pacientes que
sofreram fractura mandibular tambeacutem reportaram um som tipo estalido mas nem
sempre associado a sensaccedilatildeo dolorosa imediata No entanto foi reportada
frequentemente a presenccedila de inchaccedilo na zona do acircngulo mandibular respectivo A
meacutedia de dias decorridos entre a cirugia e a fractura foi de 19plusmn4 dias O tempo
decorrido ateacute diagnoacutestico radioloacutegico com conhecimento da data da fractura foi de
10plusmn4 dias
Como jaacute foi referido as fracturas mandibulares nem sempre satildeo diagnosticadas
radiologicamente (Iizuka et al 1997) principalmente se natildeo houver deslocamento
patoloacutegico dos fragmentos (Wagner et al 2007) No estudo de Iizuka et al todas as
fracturas que ocorreram num estado poacutes-operatorio relativamente cedo eram fracturas
sem deslocamento Uma vez que este tipo de fractura natildeo eacute imediatamente reconhecido
um achado radiograacutefico negativo apoacutes suspeita natildeo deve exluir de imediato a presenccedila
de fractura Nestes casos eacute recomendada uma dieta mole e a execuccedilatildeo de radiografias de
21
controlo nos dias seguintes (Iizuka et al 1997) Aliaacutes no estudo de Iizuka et al um dos
pacientes reportou um estalido ao comer no sexto dia poacutes-operatoacuterio cuja radiografia
efectuada nesse mesmo dia natildeo revelou qualquer fractura Quatro semanas depois o
paciente voltou ao consultoacuterio devido a uma dor persistente no local da extracccedilatildeo onde
se verificou atraveacutes da radiografia uma fractura evidente
De acordo com alguns autores na radiografia pode verificar-se uma fractura preacute-
angular o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo eixo do
dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula ou fracturas angulares
com uma linha de fractura paralela agrave bissectriz do acircngulo mandibular (Iizuka et al
1997 Wagner et al 2005)
Em casos de suspeita de fractura sem deslocamento e cujos achados radioloacutegicos
atraveacutes das radiografias convencionais como a ortopantomografia sejam negativos a
tomografia computadorizada (TC) e a tomografia computadorizada de feixe coacutenico
podem ser utilizadas como exames adicionais
De acordo com Roth e colaboradores a TC apresenta resultados superiores aos
da radiografia panoracircmica Este facto justifica-se pelas suas ferramentas de
melhoramento de imagem melhor qualidade de imagem sensibilidade equivalente na
identificaccedilatildeo de fracturas menor erro de interpretaccedilatildeo e opiniotildees mais concordantes
entre os meacutedicos na identificaccedilatildeo das fracturas mandibulares (Roth et al 2005) Outros
estudos suportam a contribuiccedilatildeo dos achados radiograacuteficos na TC para o manuseamento
ciruacutergico de traumas (Eggers et al 2008) No entanto existem algumas desvantagens
nomeadamente o elevado custo a disponibilidade e a elevada exposiccedilatildeo de radiaccedilatildeo
Estes factores promovem a tomografia computadorizada de feixe coacutenico como uma
aceitaacutevel alternativa na avaliaccedilatildeo de fracturas maxilofaciais (Scarfe et al 2006
Shintaku et al 2009)
4 Tratamento
As opccedilotildees de tratamento para as fracturas mandibulares associadas a extracccedilotildees
seguem os princiacutepios do tratamento das fracturas traumaacuteticas do acircngulo da mandiacutebula
As fracturas mandibulares podem ser tratadas realizando-se a reduccedilatildeo
contenccedilatildeo e imobilizaccedilatildeo dos segmentos fracturados sendo que a orientaccedilatildeo da oclusatildeo
dentaacuteria levaraacute a uma perfeita consolidaccedilatildeo dos segmentos fracturados com boa
recuperaccedilatildeo funcional e esteacutetica (Gomes et al 2001) Eacute fundamental identificar e
22
assegurar a correcta oclusatildeo antes de recorrer agrave reduccedilatildeo da fractura (Custoacutedio et al
2007)
O tratamento das fracturas mandibulares iatrogeacutenicas reportado por diversos
estudos na anaacutelise de Bodner et al baseou-se numa reduccedilatildeo fechada da fractura em
40 dos casos reduccedilatildeo aberta em 35 dos pacientes e em 25 dos casos natildeo foi
efectuado qualquer tipo de tratamento Este autor natildeo faz referecircncia ao sucesso dos
tratamentos
Os tratamentos que utilizam apenas fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo chamados reduccedilotildees
fechadas porque natildeo envolvem a abertura directa exposiccedilatildeo e a manipulaccedilatildeo da aacuterea
fracturada Uma reduccedilatildeo aberta inclui exposiccedilatildeo directa e reduccedilatildeo da fractura atraveacutes de
incisatildeo ciruacutergica (Custoacutedio et al 2007)
No estudo de Chrcanovic et al foram analisados 128 casos de fractura
mandibular sendo dois destes relatados por experiecircncia proacutepria No primeiro caso a
paciente ouviu um estalido e na avaliaccedilatildeo da ortopantomografia verificou-se uma
fractura sem deslocamento As possiacuteveis opccedilotildees de tratamento foram discutidas com a
paciente Devido a vaacuterias razotildees nomeadamente a ausecircncia de infecccedilatildeo e deslocamento
entre os segmentos a presenccedila de uma boa oclusatildeo com todos os dentes presentes e o
devido consentimento da paciente foi realizada apenas fixaccedilatildeo intermaxilar Apoacutes trecircs
meses verificou-se radiologicamente uniatildeo oacutessea
No caso reportado por Woldenberg et al durante a extracccedilatildeo do dente 38
verificou-se na panoracircmica uma linha de fractura Foi colocada fixaccedilatildeo intermaxilar e
posteriomente foram realizados novos exames uma panoracircmica e uma TC que
demonstraram bons resultados com aproximaccedilatildeo da linha de fractura Apoacutes duas
semanas a paciente recuperou a sensibilidade ao niacutevel do nervo dentaacuterio inferior
esquerdo Seis semanas apoacutes a cirurgia a fixaccedilatildeo intermaxilar foi removida e a paciente
sujeita a dieta mole por mais quatro semanas Nos dois trecircs e seis meses apoacutes a cirugia
foram realizadas radiografias panoracircmicas Estas revelaram formaccedilatildeo contiacutenua de osso
ao niacutevel do alveacuteolo e da linha de fractura
No estudo de Iizuka et al em seis casos foi realizada reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo
interna em dois efectuou-se fixaccedilatildeo intermaxilar e nos restantes trecircs apenas dieta mole
Todos os pacientes foram submetidos a terapia antibioacutetica durante pelo menos uma
semana simultaneamente com o tratamento da fractura que decorreu sem complicaccedilotildees
Todavia a obtenccedilatildeo de uma boa estabilidade parece ser a protecccedilatildeo mais segura contra
23
a infecccedilatildeo e atraso da cicatrizaccedilatildeo mais do que a terapia antibioacutetica (Mehra e Murad
2008)
De acordo com a literatura hoje em dia o tratamento mais eficaz das fracturas
mandibulares baseia-se na reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo interna no entanto os artigos
abordados cuja fractura estaacute relacionada com a extracccedilatildeo de terceiros molares parecem
ter obtido bons resultados com a utilizaccedilatildeo de fixaccedilatildeo intermaxilar e realizaccedilatildeo de dieta
mole Iizuka et al referem que nos casos de diagnoacutestico precoce e ausecircncia de
sintomatologia eacute adequado um tratamento conservador com fixaccedilatildeo intermaxilar e
nalguns casos a prescriccedilatildeo de dieta mole
No entanto evitar o uso de fixaccedilatildeo intermaxilar no transoperatoacuterio eacute mais
econoacutemico em tempo e custo e mais confortaacutevel para o paciente De acordo com Sorel
citado por Laub Jr alguns dos problemas associados agrave fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo a maacute
alimentaccedilatildeo com perda de peso dificuldades na respiraccedilatildeo e foneacutetica maacute higiene oral e
problemas sociais Em contraste a fixaccedilatildeo interna permite restauraccedilatildeo da funccedilatildeo e
mobilidade mais cedo e aumento do conforto para o paciente com melhoria dos
aspectos atraacutes mencionados Os autores Gomes et al referem que a fixaccedilatildeo intermaxilar
natildeo eacute usualmente necessaacuteria na reduccedilatildeo de fracturas confinadas agrave mandiacutebula
De acordo com Calloway et al citados por Moreno et al o desenvolvimento de
diferentes sistemas de fixaccedilatildeo interna na traumatologia facial e sua aplicaccedilatildeo no
tratamento das fracturas mandibulares conduziu a mudanccedilas nos criteacuterios de realizaccedilatildeo
de imobilizaccedilatildeo poacutes-ciruacutergica Tambeacutem tornou possiacutevel um retorno agrave funccedilatildeo normal
mais raacutepido Esta teacutecnica utiliza placas e parafusos na regiatildeo da fractura para se obter
contenccedilatildeo estaacutevel e eficaz promovendo cicatrizaccedilatildeo oacutessea primaacuteria sem que seja
necessaacuteria a extensatildeo do uso de fixaccedilatildeo intermaxilar A eliminaccedilatildeo desta ou uso por
periacuteodo miacutenimo geralmente resulta em maior satisfaccedilatildeo para o paciente (Gomes et al
2001 Custoacutedio et al 2007) Nesta modalidade o acesso agrave aacuterea da fractura pode ser
conseguido atraveacutes de abordagem intra-oral ou extra-oral (Mehra e Murad 2008)
As fracturas com grande grau de deslocamento ou fracturas cominutivas
necessitam de uma abordagem extra-oral para correcta reduccedilatildeo e visualizaccedilatildeo ao
colocar as estruturas de fixaccedilatildeo interna Por esta razatildeo e por natildeo haver comunicaccedilatildeo
com o meio intra-oral este meacutetodo apresenta baixo iacutendice de contaminaccedilatildeo A reduccedilatildeo
aberta com abordagem intra-oral pode ser utilizada nos casos de ausecircncia ou ligeiro
deslocamento dos fragmentos pacientes pouco cooperantes ou que necessitam de
restabelecimento imediato da funccedilatildeo mastigatoacuteria (Custoacutedio et al 2007)
24
A utilizaccedilatildeo de meacutetodos de fixaccedilatildeo interna nas fracturas mandibulares parece ser
o meacutetodo de tratamento mais aceitaacutevel (Moreno et al 2000) No entanto
independentemente do meacutetodo utilizado a finalidade baacutesica do tratamento das fracturas
deve ser o restabelecimento da oclusatildeo funcional e a continuidade mandibular
promovendo a restauraccedilatildeo das funccedilotildees mastigatoacuterias do paciente com o miacutenimo de
sequelas possiacutevel (Custoacutedio et al 2007)
5 Medidas preventivas
Perante avaliaccedilatildeo cliacutenica e posterior suspeita de ser um paciente de alto risco de
desenvolvimento de fractura mandibular algumas medidas devem ser ponderadas com
especial atenccedilatildeo Chrcanovic et al apontam mesmo a inadequada avaliaccedilatildeo preacute-
operatoacuteria como um factor de risco ou factor predisponente para o desenvolvimento de
fracturas Portanto este seria o primeiro ponto a ter em conta para um adequado
procedimento ciruacutergico com medidas atenuantes do risco de complicaccedilotildees A
identificaccedilatildeo de dentes que representam elevado risco de complicaccedilotildees relacionadas
com a cirurgia eacute a chave para o desenvolvimento de medidas profilaacutecticas com o
objectivo de evitar fracturas mandibulares Todos os indicadores de risco devem ser
bem analisados
Bodner e colaboradores descreveram algumas medidas preventivas para reduzir
a possibilidade de ocorrecircncia de fracturas mandibulares iatrogeacutenicas Estas incluem os
seguintes passos informar o paciente sobre a existecircncia do risco de fractura e da
importacircncia da sua cooperaccedilatildeo (Libersa et al 2002) a remoccedilatildeo oacutessea quando
necessaacuteria deve ser miacutenima e se possiacutevel efectuar odontossecccedilatildeo reduzindo a aacuterea
oacutessea removida se o dente empactado se encontrar perto do bordo inferior da
mandiacutebula considerar a abordagem extra-oral pacientes devem realizar dieta mole nas
quatro semanas seguintes agrave cirurgia (Wagner et al 2005 Woldenberg et al 2007)
embora Iizuka et al refiram apenas duas semanas e limitar a forccedila mastigatoacuteria durante
dois meses (Libersa et al 2002) o meacutedico dentista deve dar ecircnfase agrave qualidade e
duraccedilatildeo da dieta mole (Perry e Goldberg 2000) informar o paciente sobre os sinais
cliacutenicos e sintomas de uma fractura poacutes-operatoacuteria alertar o paciente para a
possibilidade de ouvir um som tipo estalido que pode indicar a presenccedila de fractura natildeo
sendo no entanto facilmente detectaacutevel radiologicamente com necessidade de
posteriores radiografias (Iizuka et al 1997)
25
Obiechina et al citados por Al-Belasy et al referem que perante as
dificuldades inerentes a esta cirurgia eacute recomendado que esta seja efectuada antes dos
25 anos Aliaacutes de acordo com Libersa et al a remoccedilatildeo profilaacutectica de terceiros molares
antes dos 20 anos de idade pode atenuar o risco de fractura
De acordo com Chrcanovic et al em casos em que a extracccedilatildeo de terceiros
molares inclusos eacute recomendada o risco de desenvolver uma fractura mandibular intra-
operatoacuteria pode ser evitada quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando
existe uma boa visualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada (Al-Belasy et al 2009)
Estes autores referem que o risco de fracturas mandibulares tanto imediatas como
tardias pode ser evitado pelo diagnoacutestico preciso e bem elaborado nos seguintes casos
pacientes com mais de 25 anos de idade principalmente homens pacientes com
bruxismo atletas activos raiacutezes do terceiro molar sobrepostas ou adjacentes ao canal
dentaacuterio inferior visualizadas na panoracircmica pacientes com patologia local ou
sisteacutemica ou sob medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea
26
Conclusatildeo
As taxas de incidecircncia da fractura traumaacutetica mandibular satildeo elevadas
principalmente quando comparadas com as fracturas mandibulares associadas a
exodontias que rondam os 00046 Apesar de rara a possibilidade de ocorrer e os
sinais e sintomas que acarreta devem ser destacados na informaccedilatildeo e esclarecimento ao
paciente A remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos eacute a cirurgia mais associada a estas
fracturas e as indicaccedilotildees quanto agrave sua realizaccedilatildeo ainda satildeo um pouco questionadas
Cada caso deve ser bem avaliado com os meacutetodos cliacutenicos e radiograacuteficos necessaacuterios
Quando eacute decidida a realizaccedilatildeo de extracccedilatildeo a radiografia periapical eacute
considerada um exame de eleiccedilatildeo no entanto a radiografia panoracircmica eacute um bom
substituto e permite utilizar sistemas de classificaccedilatildeo que podem ajudar o dentista na
determinaccedilatildeo do grau de complexidade e dificuldade do procedimento Por outro lado a
tomografia computadorizada (TC) pode ser utilizada em casos muito especiacuteficos com
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos factores predisponentes agrave ocorrecircncia de fractura mandibular
associada agrave exodontia
As fracturas podem ocorrer durante ou apoacutes a cirurgia sendo estas uacuteltimas as
mais frequentes Pacientes com mais de 25 anos geralmente entre os 40 e 50 anos
aparentam ter maior predisposiccedilatildeo provavelmente devido agrave diminuiccedilatildeo da elasticidade
oacutessea e dificuldades na expansatildeo alveolar durante a cirurgia A osteoporose tambeacutem
pode estar relacionada com o enfraquecimento da estrutura oacutessea
As fracturas imediatas estatildeo geralmente associadas a utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos Esta forccedila aplicada numa
mandiacutebula enfraquecida por razotildees preacute-ciruacutergicas aumenta a predisposiccedilatildeo para
fractura A fragilidade mandibular pode ser fisioloacutegica mas pode tambeacutem estar
relacionada com factores locais ou sisteacutemicos como doenccedilas ou medicamentos que
afectam a resistecircncia oacutessea As infecccedilotildees e lesotildees quiacutesticas ou tumorais bem como a
terapia com corticosteroacuteides e a osteoporose satildeo exemplos destes factores Durante o
procedimento deve-se optar pela remoccedilatildeo oacutessea miacutenima e se possiacutevel realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo obtenccedilatildeo de boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e aplicaccedilatildeo de forccedila
guiada e controlada As fracturas mandibulares tardias geralmente estatildeo associadas a um
enfraquecimento da mandiacutebula que surgiu apoacutes a extracccedilatildeo sendo a remoccedilatildeo oacutessea
excessiva um factor relacionado Quanto maior a quantidade de osso removido maior o
defeito oacutesseo criado maior a fragilidade mandibular e consequentemente o risco de
fractura aumenta Deste modo dentes inclusos com grande empactaccedilatildeo e envolvimento
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
5
fractura decorrido apoacutes as extracccedilotildees no estudo de Iizuka et al confirma tambeacutem a
existecircncia de um enfraquecimento mecacircnico na regiatildeo preacute-angular da mandiacutebula Isto
porque todas as fracturas decorridas nesta anaacutelise eram fracturas preacute-angulares
Tambeacutem no estudo de Wagner et al de 2005 foram detectadas fracturas preacute-angulares
em 15 dos 17 casos o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo
eixo do dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula Nos restantes dois
casos foram detectadas fracturas angulares com uma linha de fractura paralela agrave
bissectriz do acircngulo mandibular De acordo com estes autores as fracturas na zona preacute
angular tecircm sido descritas como as tiacutepicas da fractura mandibular patoloacutegica associada a
extracccedilatildeo de terceiros molares
11 Taxas de incidecircncia
As fracturas da mandiacutebula apoacutes remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos satildeo
consideradas complicaccedilotildees raras com percentagens entre os 00046 e os 00075
(Woldenberg et al 2007)
Libersa et al em 2002 no seu estudo que abordava 27 casos de fractura
mandibular 17 intraoperatoacuterias e 10 poacutes-operatoacuterias obtiveram 00049 de taxa de
incidecircncia Outros autores Perry e Goldberg em 2000 basearam-se em questionaacuterios
efectuados a 84 cirurgiotildees orais e maxilo-faciais obtendo uma incidecircncia de fracturas
mandibulares tardias de 00046 ou seja 28 fracturas num total de 611 000 molares
empactados removidos
No estudo de Wagner et al de 2005 14 das 17 fracturas analisadas ocorreram
poacutes-operatoriamente Em 2010 na anaacutelise de vaacuterios estudos abordando um total de 189
casos Bodner e colaboradores reportaram 22 de casos de fracturas mandibulares
iatrogeacutenicas intra-operatoacuterias e 78 poacutes-operatoacuterias Neste sentido as fracturas tardias
parecem ser as mais frequentes
Dunstan e Sugar citados por Woldenberg et al referem que a verdadeira
incidecircncia de fracturas mandibulares poacutes-operatoacuterias como resultado da extracccedilatildeo eacute
dificil de estabelecer pois existem casos reportados de fracturas traumaacuteticas poacutes-
operatoacuterias que poderiam ter ocorrido numa mandiacutebula intacta e assim a ocorrecircncia
destas duas situaccedilotildees ser apenas uma coincidecircncia
6
12 Fracturas imediatas vs Fracturas tardias
As fracturas mandibulares podem ocorrer durante ou apoacutes o acto ciruacutergico
sendo consideradas complicaccedilotildees intra-operatoacuterias ou poacutes-operatorias respectivamente
As fracturas intra-operatoacuterias (imediatas) podem ocorrer devido a vaacuterios
factores sendo muitas vezes associadas agrave utilizaccedilatildeo de forccedila excessiva aplicada no osso
ou uso improacuteprio de instrumentos (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000 Libersa
et al 2002 Woldenberg et al 2007 Brauer 2009) O autor Harnisch citado por
Iizuka et al assume que a utilizaccedilatildeo descuidada da alavanca durante a extracccedilatildeo causa
forccedilas excessivas e inapropriadas no osso podendo provocar uma fractura imediata
Este autor refere tambeacutem que a fractura poacutes-operatoacuteria eacute pouco comum na ausecircncia de
infecccedilatildeo ou historial de trauma no entanto e baseando-se no seu estudo defende que a
fractura mandibular espontacircnea tambeacutem pode ocorrer e nestes casos com mais
frequecircncia nas duas semanas apoacutes a cirurgia Estes dados referem que a fractura
mandibular natildeo ocorre apenas devido agrave forccedila realizada durante a cirurgia mas tambeacutem
devido ao enfraquecimento oacutesseo que pode ter surgido apoacutes esta
No estudo de Perry e Goldberg de 2000 a fractura mandibular tardia eacute
considerada como aquela que ocorre a qualquer altura a partir do momento em que o
paciente abandona o consultoacuterio ou sala operatoacuteria sendo consideradas como resultado
indirecto da cirurgia De acordo com Bodner et al cuja anaacutelise abordou vaacuterios estudos
as fracturas poacutes-operatoacuterias ocorrem com mais frequecircncia
2 Factores predisponentes ou de risco
Como qualquer outro acto ciruacutergico podem surgir complicaccedilotildees na extracccedilatildeo
dos terceiros molares ou complicaccedilotildees que advecircm desta algum tempo mais tarde O
tipo de complicaccedilatildeo eacute bastante variaacutevel estando relacionado com muacuteltiplos factores
Neste sentido para os meacutedicos dentistas que realizam extracccedilotildees de terceiros molares
com frequecircncia eacute importante compreender a causa destas complicaccedilotildees
Em 2010 Bodner et al analisaram diversos artigos e relacionaram dados
relativos ao paciente e agrave sua condiccedilatildeo dentaacuteria com o desenvolvimento de fracturas
mandibulares Constataram que antes da exodontia alguns destes factores por
indicarem alto risco de desenvolvimento de fracturas mandibulares devem ser
cuidadosamente avaliados
Chrcanovic et al e Woldenberg et al enumeraram alguns factores de risco ou
factores predisponentes que devem ser analisados Nestes incluem-se magnitude de
7
empactaccedilatildeo tipo de angulaccedilatildeo raiacutezes longas idade do paciente idade e experiecircncia do
cirurgiatildeo presenccedila de quisto ou tumor relacionado com o dente empactado doenccedila
sisteacutemica ou medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea infecccedilotildees preacute-operatoacuterias
no local do dente a ser extraiacutedo avaliaccedilatildeo preacute-operatoacuteria inadequada volume relativo
do dente na mandiacutebula ponto temporal apoacutes a cirurgia infecccedilotildees preacute-operatoacuterias na
regiatildeo do terceiro molar extraiacutedo sexo feminino ou masculino presenccedila de
parafunccedilotildees pacientes praticantes de desporto e teacutecnica ciruacutergica
Woldenberg et al tambeacutem enfatizam o facto de ser possiacutevel reduzir o risco desta
complicaccedilatildeo adoptando medidas preventivas e Perry e Goldberg mencionam tambeacutem a
importacircncia do cumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias nomeadamente a
manutenccedilatildeo de uma dieta mole apoacutes a cirurgia
De acordo com os autores atraacutes mencionados a ocorrecircncia de fracturas
mandibulares eacute multifactorial (Al-Belasy et al 2009 Woldenberg et al 2007 Iisuka et
al 1997 Krimmel e Reinert 2000) estando relacionada com um conjunto de possiacuteveis
factores de risco Estes aparentam ter impacto na possibilidade de desenvolver este tipo
de complicaccedilatildeo
21 Idade
A idade do paciente eacute um dado importante uma vez que as fracturas
mandibulares geralmente sucedem em pacientes mais velhos O pico de incidecircncia
ocorre em indiviacuteduos com mais de 25 anos nomeadamente pacientes que rondam os 40
e os 50 anos de idade (Krimmel e Reinert 2000 Perry e Goldberg 2000 Libersa et al
2002 Wagner et al 2005) Esta relaccedilatildeo pode justificar-se pelo facto deste tipo de
fracturas ocorrer quando o osso natildeo eacute forte o suficiente para resistir a determinadas
forccedilas que actuam sobre ele O enfraquecimento da mandiacutebula como resultado da
diminuiccedilatildeo da elasticidade oacutessea que ocorre ao longo da vida pode ser a causa da
elevada taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares em pacientes mais velhos (Iizuka
et al 1997 Woldenberg et al 2007 Bodner et al 2010)
Krimmel e Reinert com base na anaacutelise de 6 casos de fractura mandibular
obtiveram uma meacutedia de idade de 45 anos Justificaram este valor referindo que nesta
idade se inicia uma desmineralizaccedilatildeo oacutessea secundaacuteria agrave osteoporose enfraquecendo o
sistema esqueleacutetico e simultaneamente intensificando o estreitamento do ligamento
periodontal Portanto comparativamente com os pacientes mais jovens os dentes
8
empactados necessitam de ser mais libertos do osso envolvente necessitando maior
ostectomia
A anquilose de dentes empactados nestes pacientes tambeacutem pode complicar a
extracccedilatildeo e enfraquecer a mandiacutebula devido agrave necessidade de efectuar maior remoccedilatildeo
oacutessea Deste modo perante este tipo de situaccedilatildeo eacute extremamente recomendado efectuar
odontossecccedilatildeo para facilitar a extracccedilatildeo do dente anquilosado e evitar futuras
complicaccedilotildees (Krimmel e Reinert 2000 Wagner et al 2005 Bodner et al 2010)
A elevada taxa de incidecircncia de fracturas em indiviacuteduos mais velhos devido agrave
diminuiccedilatildeo da elasticidade oacutessea e presenccedila de osteoporose estaacute de acordo com os
estudos que referem percentagens elevadas de complicaccedilotildees intra e poacutes-operatoacuterias na
remoccedilatildeo de terceiros molares empactados em pacientes numa faixa etaacuteria mais
avanccedilada Perante esta evidecircncia torna-se importante avaliar cada caso cuidadosamente
ou seja ter em conta a idade avanccedilada do indiviacuteduo e ponderar sobre a necessidade de
extracccedilatildeo ou natildeo dos dentes empactados nestes pacientes (Iizuka et al 1997)
22 Geacutenero
O facto de o paciente ser do sexo masculino ou feminino tambeacutem eacute um factor a
ter em conta pois aparenta ter especial importacircncia nas fracturas mandibulares poacutes-
operatoacuterias (Libersa et al 2002) Os homens mostram niacuteveis significativamente mais
elevados de forccedila mastigatoacuteria quando comparados com as mulheres (Miyaura et al
1999) Ao mastigar a forccedila requerida para quebrar os alimentos antes de os deglutir
pode causar forccedilas de stress consideraacuteveis nos ossos que estatildeo enfraquecidos pela
cirurgia e ainda natildeo recuperaram ou calcificaram (Perry e Goldberg 2000)
Deste modo devido agrave maior forccedila exercida no osso os homens apresentam
maior probabilidade de desenvolver fracturas mandibulares poacutes-operatoacuterias (Libersa et
al 2002 Brauer 2009)
23 Quantidade de dentes remanescentes
De acordo com Bodner et al as percentagens mais elevadas de fracturas
mandibulares ocorrem em pacientes parcialmente dentados ou totalmente dentados em
oposiccedilatildeo aos desdentados independentemente do sexo Tal como acontece nos
pacientes do sexo masculino discutido anteriormente indiviacuteduos com uma denticcedilatildeo
mais completa tambeacutem vatildeo exercer maiores forccedilas mastigatoacuterias Deste modo as forccedilas
exercidas na mandiacutebula durante a mastigaccedilatildeo apoacutes remoccedilatildeo de dentes inclusos causam
9
maior stress Assim pacientes com menos ausecircncias dentaacuterias apresentam maior risco
de desenvolvimento de fracturas mandibulares posteriormente agrave extracccedilatildeo
No estudo de Krimmel e Reinert independentemenre da idade todos os
pacientes que sofreram fracturas mandibulares apresentavam denticcedilatildeo completa Este
resultado parece estar relacionado com a aplicaccedilatildeo de forccedilas oclusais maacuteximas
posteriormente ao iniacutecio da cicatrizaccedilatildeo e reduccedilatildeo da dor e edema Consequentemente
cinco dos seis pacientes reportaram ouvir um estalido enquanto mastigavam dias apoacutes a
cirurgia
24 Grau de empactaccedilatildeo
Bodner e colaboradores referem que dentes totalmente empactados em osso
apresentam maior incidecircncia de fracturas mandibulares presumivelmente devido agrave
quantidade de osso que eacute necessaacuteria remover durante o acto ciruacutergico para a sua
extracccedilatildeo pois geralmente ocupam um maior volume de osso mandibular (Perry e
Goldberg 2000 Libersa et al 2002) No estudo de Libersa et al em 27 casos de
fractura mandibular 22 estavam completamente envolvidos por osso e 5 eram casos de
empactaccedilatildeo parcial
No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo na anaacutelise de Bodner et al a
quantidade de fracturas mandibulares associadas a dentes totalmente empactados foi o
dobro das fracturas em mandiacutebulas que continham dentes parcialmente empactados O
resultado apoacutes a extracccedilatildeo eacute a criaccedilatildeo de uma estrutura oacutessea ou parede cortical fina e
fraca criando uma mandiacutebula mais fraacutegil com possibilidades de sofrer fractura poacutes-
operatoacuteria (Perry e Goldberg 2000)
Na anaacutelise dos 6 casos de fractura mandibular por Krimmel e Reinert os dentes
foram classificados de acordo com o sistema de Pell amp Gregory (Anexo 1) Assim
apenas um molar se encontrava na classe I os restantes cinco em classe II e nenhum
dente foi categorizado com classe III A empactaccedilatildeo vertical era de classe B em dois
casos e classe C nos restantes quatro casos De acordo com estes resultados os autores
concluiacuteram que a posiccedilatildeo antero-posterior do terceiro molar parece natildeo ter influecircncia na
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular No entanto quanto maior a empactaccedilatildeo em
termos verticais maior a probabilidade da fractura ocorrer
Iizuka et al em 1997 analisaram as radiografias panoracircmicas de todos os
pacientes envolvidos nas fracturas mandibulares ocorridas no estudo Determinaram o
10
grau de empactaccedilatildeo e a posiccedilatildeo do terceiro molar de acordo com o sistema Pell amp
Gregory (Anexo 1) a angulaccedilatildeo do dente e tambeacutem o grau de dificuldade
O grau de dificuldade era atribuiacutedo por pontos consoante as classes do sistema
Pell amp Gregory em que o dente se encontrava e tambeacutem a sua angulaccedilatildeo um ponto para
classificaccedilotildees A I e mesioangulaccedilatildeo dois pontos para classes B II e posiccedilatildeo horizontal
trecircs pontos para classes C III e posiccedilatildeo vertical e ainda quatro pontos para dentes
distoangulados Neste sentido a classificaccedilatildeo maacutexima que poderia ser obtida era de 10
pontos correspondendo a um grau de dificuldade maacuteximo Os resultados obtidos
variaram de 5 a 9 pontos natildeo se verificando caracteriacutesticas predispodentes relevantes
No entanto como esta classificaccedilatildeo se baseou em trecircs paracircmetros os autores justificam
este resultado com base nas variaccedilotildees de angulaccedilatildeo encontradas no estudo Excluindo
este dado todos os casos excepto um se encontravam nas classes BC e IIIII Neste
sentido a remoccedilatildeo de dentes definidos nas classes BC e IIIII eacute considerada difiacutecil e
com predisposiccedilatildeo para fractura (Iizuka et al 1997)
25 Angulaccedilatildeo
De acordo com Xavier et al e com base na classificaccedilatildeo de Winter (Anexo 2) a
posiccedilatildeo dos terceiros molares inferiores mais frequentemente observada eacute a vertical e a
mesioangular (Vasconcellos et al 2002 Inaoka et al 2009 Santos e Quesada 2009)
Os dentes inclusos distoangulados satildeo considerados normalmente como os mais
difiacuteceis de extrair e que requerem maior remoccedilatildeo oacutessea Tambeacutem jaacute foi descrito que
uma posiccedilatildeo distoangular estaacute associada a uma posiccedilatildeo mais lingual sendo assim esta
parede cortical encontra-se bastante fina Neste sentido ao realizar uma abordagem ao
niacutevel da parede cortical vestibular coloca uma maior predisposiccedilatildeo para a ocorrecircncia de
fractura mandibular nestes casos de angulaccedilatildeo devido ao defeito oacutesseo criado (Iizuka et
al 1997 Chrcanovic et al 2010)
Iizuka e colaboradores definiram quatro grupos de dentes consoante o acircngulo
formado entre o eixo vertical do dente e o plano oclusal Para determinar a angulaccedilatildeo
dos terceiros molares foram efectuados quatro grupos dentes verticais quando o acircngulo
se encontra entre 80ordm e 100ordm mesioangular quando acircngulo estaacute entre 10ordm e 80ordm
distoangular quando o acircngulo eacute maior que 100ordm e horizontal quando o acircngulo se
encontra entre 350ordm e 10ordm Nos pacientes sem dentes mesialmente ao terceiro molar foi
desenhado um plano oclusal arbitraacuterio para definir a angulaccedilatildeo deste No estudo
depararam-se com cinco dentes mesioangulados um horizontal quatro distoangulados e
11
trecircs verticais Embora estes autores concordem com o que foi citado anteriormente
baseando-se na sua anaacutelise natildeo encontraram qualquer associaccedilatildeo entre o tipo de
angulaccedilatildeo e a predisposiccedilao para fractura mandibular
26 Comprimento das raiacutezes e sua relaccedilatildeo com o canal dentaacuterio inferior
O mecanismo pelo qual os terceiros molares com raiacutezes longas foram
relacionados com o aumento de risco de ocorrecircncia de fracturas angulares deve-se ao
espaccedilo oacutesseo que este ocupa na mandiacutebula Hanson et al suportando esta hipoacutetese
referem que as fracturas mandibulares podem ocorrer apoacutes remoccedilatildeo do terceiro molar
com raiacutezes muito compridas pois o acircngulo mandibular torna-se uma regiatildeo
enfraquecida
Nos casos de fractura analisados por Iizuka et al as raiacutezes dos dentes estavam
sobrepostas ao canal dentaacuterio inferior em 10 casos ou seja 77 dos casos Nos trecircs
casos restantes as raiacutezes estavam adjacentes ao canal Em nenhuma situaccedilatildeo foi
verificado radiograficamente um afastamento das raiacutezes em relaccedilatildeo ao canal Estes
autores concluiacuteram que raiacutezes sobrepostas ou adjacentes ao canal dentaacuterio inferior numa
radiografia panoracircmica representam paracircmetros importantes para a predisposiccedilatildeo para
fractura mandibular
27 Volume relativo da mandiacutebula ocupado pelo dente ()
Woldenberg et al consideram a porccedilatildeo relativa de volume ocupada pelo dente
na mandiacutebula um factor importante a ter em conta Este raacutecio pode ser determinado
atraveacutes de exames complementares antes de efectuar a extracccedilatildeo como a tomografia
computadorizada (TC) atraveacutes da reconstruccedilatildeo e visualizaccedilatildeo do dente e osso no
sentido vestibulo-lingual
Se esta relaccedilatildeo de volume relativo ocupado pelo dente for igual ou superior a
50 o risco de fractura eacute alto e recomenda-se especial cuidado durante a cirurgia
(Woldenberg et al 2007)
Iisuka e colaboradores obtiveram na sua anaacutelise radiograacutefica dos casos de
fractura mandibular ocorridos um raacutecio que variava entre 44 a 84 E Wagner et al
em 2005 obtiveram um raacutecio meacutedio de 62plusmn4 sendo considerado um valor
desfavoraacutevel Em ambos os estudos foram utilizadas radiografias panoracircmicas para
adquirir a percentagem de aacuterea que o dente ocupa no osso Na anaacutelise de Iizuka et al o
12
espaccedilo que os terceiros molares ocupam no osso foi avaliado com base na altura
mandibular
28 Lesotildees preacute-ciruacutergicas
Para aleacutem da quantidade diminuiacuteda de osso remanescente apoacutes uma cirurgia de
terceiros molares existem tambeacutem outros factores que provocam fragilidade
mandibular como eacute o caso de alteraccedilotildees patoloacutegicas no osso secundaacuterias a um quisto
ou tumor abrangente Iizuka et al no seu estudo referem que mesmo pequenas
alteraccedilotildees como uma pericoronarite ou um foliacuteculo aumentado podem enfraquecer a
mandiacutebula (Iizuka et al 1997)
Apesar de nas indicaccedilotildees para remoccedilatildeo dos sisos estar incluiacuteda a possibilidade
de desenvolver quistos ou tumores associados a estes dentes Adeyemo refere que a
incidecircncia destas patologias em terceiros molares inclusos eacute baixa Citados no estudo de
Chrcanovic et al Bruce et al reportaram uma incidecircncia de 62 sendo esta
percentagem superior em pacientes mais velhos com uma meacutedia de idade de 465 anos
No mesmo artigo de acordo com Girod et al quanto mais tempo a empactaccedilatildeo
persistir maior o risco de desenvolver quistos ou tumores
Na anaacutelise de 2010 por Bodner et al cerca de 27 dos pacientes tinham
historial de infecccedilotildees preacute-ciruacutergicas na zona do dente a extrair Portanto pressupocircs-se
uma associaccedilatildeo entre lesotildees oacutesseas preacute-existentes associadas ao dente em questatildeo com a
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular As infecccedilotildees relatadas foram a doenccedila
periodontal quistos ou pericoronarites recorrentes capazes de criar defeitos que
enfraquecem a mandiacutebula (Woldenberg et al 2007) Estas lesotildees satildeo frequentemente
encontradas em pacientes com mais de 40 anos de idade (Lysell e Rohlin 1988)
Na anaacutelise de Perry e Goldberg de 2000 tambeacutem incluiacuteda no estudo de Bodner
et al a severidade e a duraccedilatildeo das infecccedilotildees natildeo foram obtidas no entanto referem que
uma infecccedilatildeo croacutenica e profunda provoca descalcificaccedilatildeo e destruiccedilatildeo oacutessea
contribuindo para a probabilidade de desenvolvimento de fracturas tanto imediatas
como tardias
Geralmente as infecccedilotildees nos jovens surgem quando uma pequena parte da coroa
erupciona e por isso nos pacientes mais velhos as infecccedilotildees associadas agrave empactaccedilatildeo
do terceiro molar satildeo diferentes pois o dente muitas vezes estaacute totalmente envolvido
por osso Assim a reabsorccedilatildeo oacutessea eacute geralmente a causa destas infecccedilotildees De acordo
com Osaki a periodontite presente nos segundos molares tambeacutem pode ser a causa de
13
infecccedilatildeo associada aos terceiros molares Nestes casos o osso alveolar entre o dente
empactado e o segundo molar eacute frequentemente destruiacutedo pela periodontite croacutenica
(Osaki et al 1995) Os resultados obtidos por estes autores sugerem que os dentes
inclusos em pacientes de idade avanccedilada com reabsorccedilatildeo oacutessea fisioloacutegica em torno da
coroa associada agrave irritaccedilatildeo causada pelas proacuteteses dentaacuterias e estando em relaccedilatildeo com
um ligamento periodontal bastante alargado do dente adjacente tecircm maior tendecircncia
para desenvolver infecccedilotildees
De acordo com Indresano et al e Leone et al citados por Chrcanovic et al a
formaccedilatildeo de abcessos profundos nos molares inferiores estaacute mais associada aos dentes
parcialmente empactados Isto deve-se ao facto de existir um risco aumentado de
pericoronarites agudas em dentes erupcionados verticalmente posicionados ao niacutevel ou
acima do plano oclusal e que se encontram parcialmente cobertos por tecidos moles ou
duros Werkmeister et al confirmam os dados anteriores considerando a existecircncia de
maior risco para densenvolver infecccedilotildees nos terceiros molares parcialmente
empactados As citaccedilotildees anteriores em conjunto com a presenccedila de osso remanescente
reduzida ao niacutevel do acircngulo mandibular pressupotildee um risco elevado de fractura
mandibular em cirurgias nestes casos (Fuselier et al 2002)
29 Experiecircncia do profissional
Pode pensar-se que a fractura mandibular bem como qualquer outra
complicaccedilatildeo decorrente do acto ciruacutergico possa estar relacionada com a utilizaccedilatildeo de
teacutecnicas incorrectas ou com a experiecircncia do meacutedico dentista
Woldenberg et al em 2007 referiram que as fracturas imediatas que ocorrem
principalmente por utilizaccedilatildeo improacutepria dos instrumentos ou forccedila excessiva ocorrem
com maior probabilidade quando as cirurgias satildeo realizadas por profissionais mais
novos ou menos experientes como acontece no caso reportado neste estudo
No entanto nos artigos analisados por Bodner et al as operaccedilotildees foram
realizadas por meacutedicos dentistas generalistas especialistas e cirurgiotildees maxilo-faciais e
nenhuma diferenccedila significativa foi encontrada em relaccedilatildeo agraves taxas de incidecircncia De
acordo com estes autores eacute difiacutecil estabelecer uma relaccedilatildeo entre a experiecircncia do
meacutedico e o desenvolvimento de complicaccedilotildees uma vez que eacute necessaacuterio ter em conta
outros factores que podem dificultar a extracccedilatildeo e condicionar o resultado do acto
ciruacutergico bem como o periacuteodo poacutes-operatoacuterio No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo
14
no de Bodner et al apenas 4 das 28 fracturas ocorreram em pacientes abordados por
dentistas com experiecircncia igual ou inferior a 5 anos
210 Teacutecnica utilizada
A teacutecnica ciruacutergica para extracccedilatildeo de terceiros molares poderaacute afectar o
desenrolar do procedimento ciruacutergico bem como condicionar o desenvolvimento de
futuros problemas Caso seja aconselhaacutevel a abordagem com realizaccedilatildeo de retalho
como eacute o caso de dentes inclusos com lesatildeo periapical extensa dentes isolados na
mandiacutebula de pacientes idosos dentes com alteraccedilatildeo anatoacutemica das raiacutezes ou presenccedila
de corticais oacutesseas riacutegidas existem vaacuterias teacutecnicas que podem ser utilizadas tais como a
abordagem vestibular lingual ou mesmo um acesso extra-oral em casos de empactaccedilatildeo
muito proacutexima do bordo inferior da mandiacutebula (Bodner et al 2010) No entanto a
ostectomia vestibular eacute a mais frequentemente utilizada (Juacutenior et al 2006)
As fracturas intra-operatoacuterias podem ocorrer devido agrave utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos (Iizuka et al 1997
Krimmel e Reinert 2000 Libersa et al 2002 Woldenberg et al 2007) Este risco
pode ser diminuiacutedo quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando existe uma
boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada Adicionalmente
devem adoptar-se medidas conservadoras de remoccedilatildeo oacutessea bem como a realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo quando necessaacuterio (Al-Belasy et al 2009)
A classificaccedilatildeo dos terceiros molares de acordo com a sua posiccedilatildeo tem a
finalidade de auxiliar o planeamento ciruacutergico pois de certa forma determina a
complexidade do caso Juacutenior e colaboradores referem que quanto maior o grau de
inclusatildeo dentaacuteria maior a necessidade de emprego de uma teacutecnica ciruacutergica mais
invasiva Portanto uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e radiograacutefica do caso eacute muito importante para
a determinaccedilatildeo da teacutecnica ciruacutergica mais apropriada
211 Tempo decorrido apoacutes a cirurgia
Como foi referenciado anteriormente as fracturas mandibulares podem ocorrer
durante o acto cliacutenico (imediatas) ou apoacutes a cirurgia (tardias)
Bodner et al referiram em 2010 com base nos artigos estudados que o tempo
decorrido entre a extracccedilatildeo do dente e o diagnoacutestico da fractura se encontrava entre uma
a cinco semanas reportando que 86 dos casos de fractura ocorreram entre a primeira e
a terceira semana apoacutes cirurgia com maior taxa de incidecircncia na segunda e na terceira
15
semana Brauer apoia este facto referindo que a maioria das fracturas poacutes-operatoacuterias
ocorre durante a mastigaccedilatildeo entre o 13ordm e 21ordm dia apoacutes a cirurgia (Libersa et al 2002)
Estes factos podem ser explicados com base nos processos histoloacutegicos uma vez
que este periacuteodo de tempo corresponde a processos de cicatrizaccedilatildeo nomeadamente a
substituiccedilatildeo de tecido de granulaccedilatildeo por tecido conjuntivo no alveacuteolo e dois terccedilos do
alveacuteolo ainda natildeo estatildeo formados por osteoacuteide ou osso ateacute ao 38ordm dia (Amler et al
1960 Amler et al 1977 Libersa et al 2002) Para aleacutem disso no final da segunda
semana a dor desapareceu os pacientes jaacute se sentem melhor e capazes de mastigar
normalmente podendo causar forccedilas muito elevadas numa mandiacutebula enfraquecida
(Libersa et al 2002) Bodner et al explicam a elevada percentagem de fracturas poacutes-
operatoacuterias e o periacuteodo em que ocorrem como o resultado de forccedilas mastigatoacuterias
excessivas ou pequenos traumas sofridos por uma mandiacutebula enfraquecida
No estudo de Perry e Goldberg 18 das 28 fracturas ocorridas surgiram durante a
mastigaccedilatildeo A forccedila mastigatoacuteria requerida para quebrar os alimentos pode produzir
forccedilas de stress consideraacuteveis numa mandiacutebula enfraquecida apoacutes cirurgia natildeo se
encontrando completamente reconstruiacuteda e calcificada Nos casos relatados todos os
pacientes receberam as mesmas instruccedilotildees sobre a dieta a efectuar no entanto perante
os resultados os autores defendem que talvez natildeo tenha sido dado ecircnfase suficiente em
relaccedilatildeo agrave qualidade e duraccedilatildeo da dieta mole Tambeacutem propotildeem a falta de cooperaccedilatildeo
por parte do paciente em cumprir as instruccedilotildees fornecidas pelo meacutedico como uma
possiacutevel causa
Por oposiccedilatildeo Al-Belasy e seus colaboradores concluiacuteram que em pacientes
totalmente dentados ou com uma ou duas ausecircncias com idades superiores a 25 anos e
sem atrofia oacutessea ou doenccedilas sisteacutemicas a mastigaccedilatildeo parece natildeo afectar a possibilidade
de ocorrecircncia de fracturas mandibulares tardias apoacutes remoccedilatildeo ciruacutergica de terceiros
molares empactados sem lesotildees associadas
212 Parafunccedilotildees
Eacute compreensiacutevel que pacientes com parafunccedilotildees como o bruxismo o
apertamento dentaacuterio (ldquoclenchingrdquo) e hipertrofia dos muacutesculos masseacuteteres apresentem
maior predisposiccedilatildeo para as fracturas mandibulares apoacutes cirurgia de terceiros molares
quando a mandiacutebula se encontra enfraquecida Kraszewski et al citados por
Chrcanovic et al apontam como possiacutevel justificaccedilatildeo o facto de estas patologias
afectarem a forccedila de mastigaccedilatildeo
16
No entanto no estudo de Al-Belasy et al fizeram parte sete pacientes com
hipertrofia masseteacuterica e 11 pacientes que realizavam apertamento dentaacuterio eou
bruxismo e em nenhum destes pacientes ocorreu fractura mandibular apoacutes a extracccedilatildeo
213 Lado esquerdo ou direito da mandiacutebula
Apesar de Wagner et al terem verificado uma distribuiccedilatildeo desequilibrada de
fracturas mandibulares entre o lado esquerdo e o direito da mandiacutebula pois 70 dos
casos ocorreram no lado esquerdo Bodner se seus colaboradores apoacutes anaacutelise de vaacuterios
artigos chegaram a outras conclusotildees Nos casos onde era feita referecircncia ao lado da
mandiacutebula em que foi efectuada a extracccedilatildeo verificaram que natildeo existe relaccedilatildeo
significativa entre o lado da mandiacutebula abordado e a ocorrecircncia de fractura 48 dos
casos foram afectados no lado direito e 52 no lado esquerdo Os resultados de Wagner
et al podem ser explicados pelo facto de o profissional estando na posiccedilatildeo normal de
trabalho ter melhor visualizaccedilatildeo e melhor controlo da forccedila aplicada no lado direito
comparativamente ao lado esquerdo (Woldenberg et al 2007) resultando numa
ostectomia menos extensa (Wagner et al 2005)
214 Actividade fiacutesica
As lesotildees maxilo-faciais representam um risco elevado em praticantes de
desporto e as fracturas satildeo uma sequela bastante comum No final da segunda semana
apoacutes cirurgia dos terceiros molares os pacientes normalmente jaacute se sentem bem devido
ao desaparecimento da dor poacutes-operatoacuteria (Libersa et al 2002) Esta diminuccedilatildeo do
desconforto daacute uma falsa sensaccedilatildeo de seguranccedila que pode levar os pacientes que satildeo
atletas activos a voltarem a praticar deporto intenso aumentando o risco de fractura
mandibular tardia na regiatildeo do acircngulo mandibular fragilizada pela cirurgia O risco de
fracturas maxilo-faciais relacionadas com desporto eacute consideravelmente mais elevado
em desportos de contacto por apresentarem bastante popularidade e por falta de
protecccedilatildeo facial (Chrcanovic et al 2010)
215 Doenccedilas sisteacutemicas e medicaccedilatildeo
Krimmel e Reinert defendem que as fracturas mandibulares ocorrem quando a
resistecircncia do osso e as forccedilas exercidas neste natildeo satildeo compatiacuteveis Muitos pacientes
sujeitos a procedimentos ciruacutergicos estatildeo condicionados a terapia medicamentosa e a
doenccedilas sisteacutemicas que podem afectar a resistecircncia oacutessea
17
De acordo com Kirwan citado por Chrcanovic um destes exemplos eacute a terapia
com corticosteroides utilizada no tratamento de algumas doenccedilas como a artrite
reumatoacuteide e doenccedilas relacionadas como a asma brocircnquica neurodermite e por vezes
apoacutes transplante de oacutergatildeos em dosagens mais elevadas Alguns autores como Adachi e
Weinstein referem que um dos efeitos secundaacuterios desta terapia eacute a raacutepida perda de
osso e o aumento de risco de fractura oacutessea sendo este risco duas vezes superior
comparativamente a pessoas sem qualquer terapia e eacute mais elevado apoacutes exposiccedilatildeo
prolongada a estes medicamentos
A osteoporose eacute uma condiccedilatildeo que afecta grandemente a resistecircncia do osso e
pode justificar o aumento da taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares com o
aumento da idade (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000) Eacute comum em
pacientes do sexo feminino pois a diminuiccedilatildeo de estrogeacutenios no periacuteodo poacutes-
menopausa aumenta o ritmo de perda oacutessea Poreacutem tambeacutem pode ocorrer nos homens
estando relacionada com mecanismos ligados essencialmente ao envelhecimento como
a deficiecircncia de vitamina D a absorccedilatildeo diminuiacuteda de caacutelcio e aumento dos niacuteveis de
hormona paratiroideia (PTH) (Yazbek e Neto 2008) Nos homens a testosterona
funciona da mesma forma que os estrogeacutenios na mulher sendo que pacientes com
hipogonadismo tambeacutem experienciam perdas oacutesseas aceleradas (Chrcanovic et al
2010) O osso apresenta composiccedilatildeo normal mas fica diminuiacutedo em quantidade e esta
diminuiccedilatildeo da massa oacutessea frequentemente resulta em fracturas das veacutertebras anca e
antebraccedilo (Do Lee et al 2005) De acordo com Law e Klemetti citados por Do Lee a
osteoporose pode resultar em diminuiccedilatildeo da massa oacutessea da mandiacutebula bem como
provocar alteraccedilotildees na estrutura deste osso especialmente do bordo inferior No mesmo
artigo satildeo citados alguns autores como Shrout e Kashima que referem existir uma
ligaccedilatildeo entre a osteoporose e alteraccedilotildees radiograacuteficas verificadas no padratildeo trabecular
da mandiacutebula
Existem outras patologias que tambeacutem diminuem a forccedila oacutessea como a doenccedila
gastrointestinal pois diminui a absorccedilatildeo de vitamina D De acordo com Ebeling citado
por Chrcanovic a osteoporose nos homens pode estar relacionada com algumas
condiccedilotildees como a hipercalceacutemia nefrolitiacutease terapia com anticonvulsivantes
tirotoxicose doenccedila renal e do fiacutegado mieloma muacuteltiplo ou mastocitose sisteacutemica
Bechtold e Felin citados na anaacutelise de Chrcanovic e colaboradores mencionam
a artrite idiopaacutetica juvenil como a doenccedila reumaacutetica mais comum na aacuterea da pediatria
18
Alguns estudos demonstraram a existecircncia de deficiecircncias significativas da densidade
volumeacutetrica trabecular no osso mineral e massa oacutessea cortical nestes pacientes
Os pacientes com doenccedila renal croacutenica padecem de vaacuterios distuacuterbios no
metabolismo do foacutesforo caacutelcio e ossos Estas alteraccedilotildees devem-se a factores que
contribuem para o aumento da reabsorccedilatildeo oacutessea como a diminuiccedilatildeo da absorccedilatildeo de
caacutelcio pelo intestino excessiva produccedilatildeo de PTH e alteraccedilotildees no metabolismo da
vitamina D (McPhee 2007) De acordo com Chrcanovic et al os ossos satildeo mais
gravemente afectados em casos de doenccedila renal croacutenica do que em casos saudaacuteveis
onde apenas satildeo afectados pelas consequecircncias da idade avanccedilada
A massa oacutessea eacute uma caracteriacutestica principalmente determinada geneticamente
no entanto tambeacutem eacute alterada sob a influecircncia do ambiente Indiviacuteduos com muita
massa muscular e que praticam actividade fiacutesica apresentam maior massa oacutessea do que
por exemplo pacientes fumadores ou com problemas de alcoolismo (Chrcanovic et al
2010) Estas duas uacuteltimas condiccedilotildees satildeo tambeacutem consideradas factores de risco para a
osteoporose (McPhee 2007)
3 Diagnoacutestico
31 Preacute-Ciruacutergico
Uma vez indicada a extracccedilatildeo de dentes inclusos eacute fundamental a realizaccedilatildeo de
um planeamento ciruacutergico baseado em exames cliacutenicos e radioloacutegicos Atraveacutes do
exame cliacutenico obtecircm-se dados especiacuteficos da sauacutede geral do paciente histoacuteria meacutedica e
dentaacuteria e o niacutevel de complexidade e dificuldade operatoacuteria pode ser analisado no
exame radiograacutefico Deste modo o dentista consegue prevenir possiacuteveis acidentes
durante a cirurgia ou no periacuteodo poacutes-operatoacuterio muitas vezes relacionados com a
posiccedilatildeo e localizaccedilatildeo do dente incluso (Juacutenior et al 2006)
As classificaccedilotildees dos dentes inclusos satildeo feitas a partir da anaacutelise radiograacutefica e
com cuidadosa classificaccedilatildeo o dentista pode abordar a cirurgia de forma ordenada e
prever se alguma abordagem ciruacutergica fora do comum precisaraacute ser adoptada (Juacutenior et
al 2006 Xavier et al 2010) Para a maioria dos casos a radiografia periapical eacute a
radiografia de eleiccedilatildeo pois fornece informaccedilatildeo mais detalhada Por outro lado a
ortopantomografia mostra uma imagem mais exacta da anatomia da regiatildeo e pode ser
usada como substituto apropriado (Xavier et al 2010) Aliaacutes na grande maioria satildeo
19
estas as radiografias utilizadas pois eacute possiacutevel visualizar correctamente o longo eixo do
segundo molar o ramo ascendente da mandiacutebula e o niacutevel oacutesseo que satildeo utilizados
como paracircmetros (Juacutenior et al 2006)
Os sistemas de classificaccedilatildeo permitem avaliar a dificuldade da cirurgia e nestes
incluem-se a angulaccedilatildeo (classificaccedilatildeo de Winter ndash Anexo 2) relaccedilatildeo com o bordo
anterior do ramo ascendente (Sistema de Pell amp Gregory I II e III ndash Anexo 1) e relaccedilatildeo
com o plano oclusal (Sistema de Pell amp Gregory A B e C ndash Anexo 1) Outros factores a
ter em conta na anaacutelise radiograacutefica fazem parte de alguns factores predisponentes jaacute
abordados como eacute o caso da morfologia radicular e relaccedilatildeo das raiacutezes com o canal
dentaacuterio inferior a densidade oacutessea que eacute mais elevado em pacientes com mais de 35
anos diminuindo a flexidade e capacidade de expansatildeo do osso e a natureza do tecido
envolvente pois o tipo de empactaccedilatildeo pode ser por tecido mole oacutesseo parcial ou oacutesseo
total (Peterson et al 2000)
A tomografia computadorizada (TC) tem-se tornado muito uacutetil em certas
situaccedilotildees como na avaliaccedilatildeo da proximidade dos dentes inclusos a estruturas
anatoacutemicas na avaliaccedilatildeo da profundidade de empactaccedilatildeo e espessura das paredes
corticais inclinaccedilatildeo vestibulo-lingual e morfologia da coroa e raiacutezes do dente
empactado (Bodner et al 1994)
Como as fracturas mandibulares associadas agrave cirurgia satildeo raras natildeo se justifica
usar a TC como exame complementar preacute-ciruacutergico No entanto em casos especiacuteficos
apoacutes avaliaccedilatildeo criteriosa dos factores predisponentes que aparentam ter um elevado
risco de desenvolvimento de fractura mandibular este exame torna-se vantajoso (Bodner
et al 1994) Pode tambeacutem ser utilizada para determinar o volume oacutesseo relativo da
mandiacutebula ocupado pelo dente (Woldenberg et al 2007)
32 Poacutes-ciruacutergico
Apoacutes ou durante a cirurgia o meacutedico dentista tem que estar alerta para os sinais e
sintomas presenciados pelo paciente que podem indicar a ocorrecircncia de fractura
mandibular
Nos casos que se encontram no periacuteodo poacutes-operatoacuterio natildeo muito prolongado o
principal alerta para a possibilidade de fractura mandibular eacute ouvir um estalido algumas
semanas apoacutes a cirurgia (Woldenberg et al 2007) Considera-se que a mandiacutebula
fractura no momento em que o som eacute ouvido Jaacute nos casos em que decorreu bastante
tempo apoacutes a cirurgia o diagnoacutestico eacute mais complicado O atraso da cicatrizaccedilatildeo e a
20
presenccedila de osteomielite podem ser a causa destas fracturas e quando a cicatrizaccedilatildeo se
prolonga demasiado deve-se sempre considerar o risco de fractura apresentando assim
indicaccedilatildeo para controlo radiograacutefico perioacutedico (Iizuka et al 1997)
O som de um estalido reportado pelo paciente deve ser considerado como
indicativo de uma possiacutevel fractura mesmo que esta natildeo seja detectada inicialmente na
radiografia (Woldenberg et al 2007) Se assim acontecer recomenda-se a realizaccedilatildeo de
radiografias de controlo (Wagner et al 2005) Libersa et al bem como Perry e
Goldberg confirmam este som distinto pois a maioria dos pacientes reportou um som
tipo estalido enquanto mastigavam acompanhado por dor intensa Na anaacutelise de
Krimmel e Reinert todos os pacientes reportaram o mesmo som excepto um que
apenas presenciou um novo episoacutedio de dor
Para aleacutem da dor suacutebita outros sinais cliacutenicos a ter em conta satildeo a presenccedila de
parestesia disestesia ou anestesia relacionadas com o nervo dentaacuterio inferior e as
alteraccedilotildees na oclusatildeo que satildeo um forte indicador de possiacutevel fractura mandibular (Laub
Jr 2009) Poderaacute tambeacutem surgir edema (Wagner et al 2005)
No caso reportado por Woldenberg foi realizada radiografia panoracircmica poacutes-
operatoacuteria imediata apoacutes se ter presenciado um estalido durante a extracccedilatildeo do 38 Na
radiografia verficou-se uma linha radioluacutecida desde o alveacuteolo ateacute ao bordo inferior da
mandiacutebula compatiacutevel com linha de fractura Foi notificada tambeacutem a presenccedila de
parestesia do laacutebio inferior do lado correspondente agrave fractura
No estudo realizado por Wagner et al em 2005 13 dos 17 pacientes que
sofreram fractura mandibular tambeacutem reportaram um som tipo estalido mas nem
sempre associado a sensaccedilatildeo dolorosa imediata No entanto foi reportada
frequentemente a presenccedila de inchaccedilo na zona do acircngulo mandibular respectivo A
meacutedia de dias decorridos entre a cirugia e a fractura foi de 19plusmn4 dias O tempo
decorrido ateacute diagnoacutestico radioloacutegico com conhecimento da data da fractura foi de
10plusmn4 dias
Como jaacute foi referido as fracturas mandibulares nem sempre satildeo diagnosticadas
radiologicamente (Iizuka et al 1997) principalmente se natildeo houver deslocamento
patoloacutegico dos fragmentos (Wagner et al 2007) No estudo de Iizuka et al todas as
fracturas que ocorreram num estado poacutes-operatorio relativamente cedo eram fracturas
sem deslocamento Uma vez que este tipo de fractura natildeo eacute imediatamente reconhecido
um achado radiograacutefico negativo apoacutes suspeita natildeo deve exluir de imediato a presenccedila
de fractura Nestes casos eacute recomendada uma dieta mole e a execuccedilatildeo de radiografias de
21
controlo nos dias seguintes (Iizuka et al 1997) Aliaacutes no estudo de Iizuka et al um dos
pacientes reportou um estalido ao comer no sexto dia poacutes-operatoacuterio cuja radiografia
efectuada nesse mesmo dia natildeo revelou qualquer fractura Quatro semanas depois o
paciente voltou ao consultoacuterio devido a uma dor persistente no local da extracccedilatildeo onde
se verificou atraveacutes da radiografia uma fractura evidente
De acordo com alguns autores na radiografia pode verificar-se uma fractura preacute-
angular o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo eixo do
dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula ou fracturas angulares
com uma linha de fractura paralela agrave bissectriz do acircngulo mandibular (Iizuka et al
1997 Wagner et al 2005)
Em casos de suspeita de fractura sem deslocamento e cujos achados radioloacutegicos
atraveacutes das radiografias convencionais como a ortopantomografia sejam negativos a
tomografia computadorizada (TC) e a tomografia computadorizada de feixe coacutenico
podem ser utilizadas como exames adicionais
De acordo com Roth e colaboradores a TC apresenta resultados superiores aos
da radiografia panoracircmica Este facto justifica-se pelas suas ferramentas de
melhoramento de imagem melhor qualidade de imagem sensibilidade equivalente na
identificaccedilatildeo de fracturas menor erro de interpretaccedilatildeo e opiniotildees mais concordantes
entre os meacutedicos na identificaccedilatildeo das fracturas mandibulares (Roth et al 2005) Outros
estudos suportam a contribuiccedilatildeo dos achados radiograacuteficos na TC para o manuseamento
ciruacutergico de traumas (Eggers et al 2008) No entanto existem algumas desvantagens
nomeadamente o elevado custo a disponibilidade e a elevada exposiccedilatildeo de radiaccedilatildeo
Estes factores promovem a tomografia computadorizada de feixe coacutenico como uma
aceitaacutevel alternativa na avaliaccedilatildeo de fracturas maxilofaciais (Scarfe et al 2006
Shintaku et al 2009)
4 Tratamento
As opccedilotildees de tratamento para as fracturas mandibulares associadas a extracccedilotildees
seguem os princiacutepios do tratamento das fracturas traumaacuteticas do acircngulo da mandiacutebula
As fracturas mandibulares podem ser tratadas realizando-se a reduccedilatildeo
contenccedilatildeo e imobilizaccedilatildeo dos segmentos fracturados sendo que a orientaccedilatildeo da oclusatildeo
dentaacuteria levaraacute a uma perfeita consolidaccedilatildeo dos segmentos fracturados com boa
recuperaccedilatildeo funcional e esteacutetica (Gomes et al 2001) Eacute fundamental identificar e
22
assegurar a correcta oclusatildeo antes de recorrer agrave reduccedilatildeo da fractura (Custoacutedio et al
2007)
O tratamento das fracturas mandibulares iatrogeacutenicas reportado por diversos
estudos na anaacutelise de Bodner et al baseou-se numa reduccedilatildeo fechada da fractura em
40 dos casos reduccedilatildeo aberta em 35 dos pacientes e em 25 dos casos natildeo foi
efectuado qualquer tipo de tratamento Este autor natildeo faz referecircncia ao sucesso dos
tratamentos
Os tratamentos que utilizam apenas fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo chamados reduccedilotildees
fechadas porque natildeo envolvem a abertura directa exposiccedilatildeo e a manipulaccedilatildeo da aacuterea
fracturada Uma reduccedilatildeo aberta inclui exposiccedilatildeo directa e reduccedilatildeo da fractura atraveacutes de
incisatildeo ciruacutergica (Custoacutedio et al 2007)
No estudo de Chrcanovic et al foram analisados 128 casos de fractura
mandibular sendo dois destes relatados por experiecircncia proacutepria No primeiro caso a
paciente ouviu um estalido e na avaliaccedilatildeo da ortopantomografia verificou-se uma
fractura sem deslocamento As possiacuteveis opccedilotildees de tratamento foram discutidas com a
paciente Devido a vaacuterias razotildees nomeadamente a ausecircncia de infecccedilatildeo e deslocamento
entre os segmentos a presenccedila de uma boa oclusatildeo com todos os dentes presentes e o
devido consentimento da paciente foi realizada apenas fixaccedilatildeo intermaxilar Apoacutes trecircs
meses verificou-se radiologicamente uniatildeo oacutessea
No caso reportado por Woldenberg et al durante a extracccedilatildeo do dente 38
verificou-se na panoracircmica uma linha de fractura Foi colocada fixaccedilatildeo intermaxilar e
posteriomente foram realizados novos exames uma panoracircmica e uma TC que
demonstraram bons resultados com aproximaccedilatildeo da linha de fractura Apoacutes duas
semanas a paciente recuperou a sensibilidade ao niacutevel do nervo dentaacuterio inferior
esquerdo Seis semanas apoacutes a cirurgia a fixaccedilatildeo intermaxilar foi removida e a paciente
sujeita a dieta mole por mais quatro semanas Nos dois trecircs e seis meses apoacutes a cirugia
foram realizadas radiografias panoracircmicas Estas revelaram formaccedilatildeo contiacutenua de osso
ao niacutevel do alveacuteolo e da linha de fractura
No estudo de Iizuka et al em seis casos foi realizada reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo
interna em dois efectuou-se fixaccedilatildeo intermaxilar e nos restantes trecircs apenas dieta mole
Todos os pacientes foram submetidos a terapia antibioacutetica durante pelo menos uma
semana simultaneamente com o tratamento da fractura que decorreu sem complicaccedilotildees
Todavia a obtenccedilatildeo de uma boa estabilidade parece ser a protecccedilatildeo mais segura contra
23
a infecccedilatildeo e atraso da cicatrizaccedilatildeo mais do que a terapia antibioacutetica (Mehra e Murad
2008)
De acordo com a literatura hoje em dia o tratamento mais eficaz das fracturas
mandibulares baseia-se na reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo interna no entanto os artigos
abordados cuja fractura estaacute relacionada com a extracccedilatildeo de terceiros molares parecem
ter obtido bons resultados com a utilizaccedilatildeo de fixaccedilatildeo intermaxilar e realizaccedilatildeo de dieta
mole Iizuka et al referem que nos casos de diagnoacutestico precoce e ausecircncia de
sintomatologia eacute adequado um tratamento conservador com fixaccedilatildeo intermaxilar e
nalguns casos a prescriccedilatildeo de dieta mole
No entanto evitar o uso de fixaccedilatildeo intermaxilar no transoperatoacuterio eacute mais
econoacutemico em tempo e custo e mais confortaacutevel para o paciente De acordo com Sorel
citado por Laub Jr alguns dos problemas associados agrave fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo a maacute
alimentaccedilatildeo com perda de peso dificuldades na respiraccedilatildeo e foneacutetica maacute higiene oral e
problemas sociais Em contraste a fixaccedilatildeo interna permite restauraccedilatildeo da funccedilatildeo e
mobilidade mais cedo e aumento do conforto para o paciente com melhoria dos
aspectos atraacutes mencionados Os autores Gomes et al referem que a fixaccedilatildeo intermaxilar
natildeo eacute usualmente necessaacuteria na reduccedilatildeo de fracturas confinadas agrave mandiacutebula
De acordo com Calloway et al citados por Moreno et al o desenvolvimento de
diferentes sistemas de fixaccedilatildeo interna na traumatologia facial e sua aplicaccedilatildeo no
tratamento das fracturas mandibulares conduziu a mudanccedilas nos criteacuterios de realizaccedilatildeo
de imobilizaccedilatildeo poacutes-ciruacutergica Tambeacutem tornou possiacutevel um retorno agrave funccedilatildeo normal
mais raacutepido Esta teacutecnica utiliza placas e parafusos na regiatildeo da fractura para se obter
contenccedilatildeo estaacutevel e eficaz promovendo cicatrizaccedilatildeo oacutessea primaacuteria sem que seja
necessaacuteria a extensatildeo do uso de fixaccedilatildeo intermaxilar A eliminaccedilatildeo desta ou uso por
periacuteodo miacutenimo geralmente resulta em maior satisfaccedilatildeo para o paciente (Gomes et al
2001 Custoacutedio et al 2007) Nesta modalidade o acesso agrave aacuterea da fractura pode ser
conseguido atraveacutes de abordagem intra-oral ou extra-oral (Mehra e Murad 2008)
As fracturas com grande grau de deslocamento ou fracturas cominutivas
necessitam de uma abordagem extra-oral para correcta reduccedilatildeo e visualizaccedilatildeo ao
colocar as estruturas de fixaccedilatildeo interna Por esta razatildeo e por natildeo haver comunicaccedilatildeo
com o meio intra-oral este meacutetodo apresenta baixo iacutendice de contaminaccedilatildeo A reduccedilatildeo
aberta com abordagem intra-oral pode ser utilizada nos casos de ausecircncia ou ligeiro
deslocamento dos fragmentos pacientes pouco cooperantes ou que necessitam de
restabelecimento imediato da funccedilatildeo mastigatoacuteria (Custoacutedio et al 2007)
24
A utilizaccedilatildeo de meacutetodos de fixaccedilatildeo interna nas fracturas mandibulares parece ser
o meacutetodo de tratamento mais aceitaacutevel (Moreno et al 2000) No entanto
independentemente do meacutetodo utilizado a finalidade baacutesica do tratamento das fracturas
deve ser o restabelecimento da oclusatildeo funcional e a continuidade mandibular
promovendo a restauraccedilatildeo das funccedilotildees mastigatoacuterias do paciente com o miacutenimo de
sequelas possiacutevel (Custoacutedio et al 2007)
5 Medidas preventivas
Perante avaliaccedilatildeo cliacutenica e posterior suspeita de ser um paciente de alto risco de
desenvolvimento de fractura mandibular algumas medidas devem ser ponderadas com
especial atenccedilatildeo Chrcanovic et al apontam mesmo a inadequada avaliaccedilatildeo preacute-
operatoacuteria como um factor de risco ou factor predisponente para o desenvolvimento de
fracturas Portanto este seria o primeiro ponto a ter em conta para um adequado
procedimento ciruacutergico com medidas atenuantes do risco de complicaccedilotildees A
identificaccedilatildeo de dentes que representam elevado risco de complicaccedilotildees relacionadas
com a cirurgia eacute a chave para o desenvolvimento de medidas profilaacutecticas com o
objectivo de evitar fracturas mandibulares Todos os indicadores de risco devem ser
bem analisados
Bodner e colaboradores descreveram algumas medidas preventivas para reduzir
a possibilidade de ocorrecircncia de fracturas mandibulares iatrogeacutenicas Estas incluem os
seguintes passos informar o paciente sobre a existecircncia do risco de fractura e da
importacircncia da sua cooperaccedilatildeo (Libersa et al 2002) a remoccedilatildeo oacutessea quando
necessaacuteria deve ser miacutenima e se possiacutevel efectuar odontossecccedilatildeo reduzindo a aacuterea
oacutessea removida se o dente empactado se encontrar perto do bordo inferior da
mandiacutebula considerar a abordagem extra-oral pacientes devem realizar dieta mole nas
quatro semanas seguintes agrave cirurgia (Wagner et al 2005 Woldenberg et al 2007)
embora Iizuka et al refiram apenas duas semanas e limitar a forccedila mastigatoacuteria durante
dois meses (Libersa et al 2002) o meacutedico dentista deve dar ecircnfase agrave qualidade e
duraccedilatildeo da dieta mole (Perry e Goldberg 2000) informar o paciente sobre os sinais
cliacutenicos e sintomas de uma fractura poacutes-operatoacuteria alertar o paciente para a
possibilidade de ouvir um som tipo estalido que pode indicar a presenccedila de fractura natildeo
sendo no entanto facilmente detectaacutevel radiologicamente com necessidade de
posteriores radiografias (Iizuka et al 1997)
25
Obiechina et al citados por Al-Belasy et al referem que perante as
dificuldades inerentes a esta cirurgia eacute recomendado que esta seja efectuada antes dos
25 anos Aliaacutes de acordo com Libersa et al a remoccedilatildeo profilaacutectica de terceiros molares
antes dos 20 anos de idade pode atenuar o risco de fractura
De acordo com Chrcanovic et al em casos em que a extracccedilatildeo de terceiros
molares inclusos eacute recomendada o risco de desenvolver uma fractura mandibular intra-
operatoacuteria pode ser evitada quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando
existe uma boa visualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada (Al-Belasy et al 2009)
Estes autores referem que o risco de fracturas mandibulares tanto imediatas como
tardias pode ser evitado pelo diagnoacutestico preciso e bem elaborado nos seguintes casos
pacientes com mais de 25 anos de idade principalmente homens pacientes com
bruxismo atletas activos raiacutezes do terceiro molar sobrepostas ou adjacentes ao canal
dentaacuterio inferior visualizadas na panoracircmica pacientes com patologia local ou
sisteacutemica ou sob medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea
26
Conclusatildeo
As taxas de incidecircncia da fractura traumaacutetica mandibular satildeo elevadas
principalmente quando comparadas com as fracturas mandibulares associadas a
exodontias que rondam os 00046 Apesar de rara a possibilidade de ocorrer e os
sinais e sintomas que acarreta devem ser destacados na informaccedilatildeo e esclarecimento ao
paciente A remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos eacute a cirurgia mais associada a estas
fracturas e as indicaccedilotildees quanto agrave sua realizaccedilatildeo ainda satildeo um pouco questionadas
Cada caso deve ser bem avaliado com os meacutetodos cliacutenicos e radiograacuteficos necessaacuterios
Quando eacute decidida a realizaccedilatildeo de extracccedilatildeo a radiografia periapical eacute
considerada um exame de eleiccedilatildeo no entanto a radiografia panoracircmica eacute um bom
substituto e permite utilizar sistemas de classificaccedilatildeo que podem ajudar o dentista na
determinaccedilatildeo do grau de complexidade e dificuldade do procedimento Por outro lado a
tomografia computadorizada (TC) pode ser utilizada em casos muito especiacuteficos com
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos factores predisponentes agrave ocorrecircncia de fractura mandibular
associada agrave exodontia
As fracturas podem ocorrer durante ou apoacutes a cirurgia sendo estas uacuteltimas as
mais frequentes Pacientes com mais de 25 anos geralmente entre os 40 e 50 anos
aparentam ter maior predisposiccedilatildeo provavelmente devido agrave diminuiccedilatildeo da elasticidade
oacutessea e dificuldades na expansatildeo alveolar durante a cirurgia A osteoporose tambeacutem
pode estar relacionada com o enfraquecimento da estrutura oacutessea
As fracturas imediatas estatildeo geralmente associadas a utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos Esta forccedila aplicada numa
mandiacutebula enfraquecida por razotildees preacute-ciruacutergicas aumenta a predisposiccedilatildeo para
fractura A fragilidade mandibular pode ser fisioloacutegica mas pode tambeacutem estar
relacionada com factores locais ou sisteacutemicos como doenccedilas ou medicamentos que
afectam a resistecircncia oacutessea As infecccedilotildees e lesotildees quiacutesticas ou tumorais bem como a
terapia com corticosteroacuteides e a osteoporose satildeo exemplos destes factores Durante o
procedimento deve-se optar pela remoccedilatildeo oacutessea miacutenima e se possiacutevel realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo obtenccedilatildeo de boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e aplicaccedilatildeo de forccedila
guiada e controlada As fracturas mandibulares tardias geralmente estatildeo associadas a um
enfraquecimento da mandiacutebula que surgiu apoacutes a extracccedilatildeo sendo a remoccedilatildeo oacutessea
excessiva um factor relacionado Quanto maior a quantidade de osso removido maior o
defeito oacutesseo criado maior a fragilidade mandibular e consequentemente o risco de
fractura aumenta Deste modo dentes inclusos com grande empactaccedilatildeo e envolvimento
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
6
12 Fracturas imediatas vs Fracturas tardias
As fracturas mandibulares podem ocorrer durante ou apoacutes o acto ciruacutergico
sendo consideradas complicaccedilotildees intra-operatoacuterias ou poacutes-operatorias respectivamente
As fracturas intra-operatoacuterias (imediatas) podem ocorrer devido a vaacuterios
factores sendo muitas vezes associadas agrave utilizaccedilatildeo de forccedila excessiva aplicada no osso
ou uso improacuteprio de instrumentos (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000 Libersa
et al 2002 Woldenberg et al 2007 Brauer 2009) O autor Harnisch citado por
Iizuka et al assume que a utilizaccedilatildeo descuidada da alavanca durante a extracccedilatildeo causa
forccedilas excessivas e inapropriadas no osso podendo provocar uma fractura imediata
Este autor refere tambeacutem que a fractura poacutes-operatoacuteria eacute pouco comum na ausecircncia de
infecccedilatildeo ou historial de trauma no entanto e baseando-se no seu estudo defende que a
fractura mandibular espontacircnea tambeacutem pode ocorrer e nestes casos com mais
frequecircncia nas duas semanas apoacutes a cirurgia Estes dados referem que a fractura
mandibular natildeo ocorre apenas devido agrave forccedila realizada durante a cirurgia mas tambeacutem
devido ao enfraquecimento oacutesseo que pode ter surgido apoacutes esta
No estudo de Perry e Goldberg de 2000 a fractura mandibular tardia eacute
considerada como aquela que ocorre a qualquer altura a partir do momento em que o
paciente abandona o consultoacuterio ou sala operatoacuteria sendo consideradas como resultado
indirecto da cirurgia De acordo com Bodner et al cuja anaacutelise abordou vaacuterios estudos
as fracturas poacutes-operatoacuterias ocorrem com mais frequecircncia
2 Factores predisponentes ou de risco
Como qualquer outro acto ciruacutergico podem surgir complicaccedilotildees na extracccedilatildeo
dos terceiros molares ou complicaccedilotildees que advecircm desta algum tempo mais tarde O
tipo de complicaccedilatildeo eacute bastante variaacutevel estando relacionado com muacuteltiplos factores
Neste sentido para os meacutedicos dentistas que realizam extracccedilotildees de terceiros molares
com frequecircncia eacute importante compreender a causa destas complicaccedilotildees
Em 2010 Bodner et al analisaram diversos artigos e relacionaram dados
relativos ao paciente e agrave sua condiccedilatildeo dentaacuteria com o desenvolvimento de fracturas
mandibulares Constataram que antes da exodontia alguns destes factores por
indicarem alto risco de desenvolvimento de fracturas mandibulares devem ser
cuidadosamente avaliados
Chrcanovic et al e Woldenberg et al enumeraram alguns factores de risco ou
factores predisponentes que devem ser analisados Nestes incluem-se magnitude de
7
empactaccedilatildeo tipo de angulaccedilatildeo raiacutezes longas idade do paciente idade e experiecircncia do
cirurgiatildeo presenccedila de quisto ou tumor relacionado com o dente empactado doenccedila
sisteacutemica ou medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea infecccedilotildees preacute-operatoacuterias
no local do dente a ser extraiacutedo avaliaccedilatildeo preacute-operatoacuteria inadequada volume relativo
do dente na mandiacutebula ponto temporal apoacutes a cirurgia infecccedilotildees preacute-operatoacuterias na
regiatildeo do terceiro molar extraiacutedo sexo feminino ou masculino presenccedila de
parafunccedilotildees pacientes praticantes de desporto e teacutecnica ciruacutergica
Woldenberg et al tambeacutem enfatizam o facto de ser possiacutevel reduzir o risco desta
complicaccedilatildeo adoptando medidas preventivas e Perry e Goldberg mencionam tambeacutem a
importacircncia do cumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias nomeadamente a
manutenccedilatildeo de uma dieta mole apoacutes a cirurgia
De acordo com os autores atraacutes mencionados a ocorrecircncia de fracturas
mandibulares eacute multifactorial (Al-Belasy et al 2009 Woldenberg et al 2007 Iisuka et
al 1997 Krimmel e Reinert 2000) estando relacionada com um conjunto de possiacuteveis
factores de risco Estes aparentam ter impacto na possibilidade de desenvolver este tipo
de complicaccedilatildeo
21 Idade
A idade do paciente eacute um dado importante uma vez que as fracturas
mandibulares geralmente sucedem em pacientes mais velhos O pico de incidecircncia
ocorre em indiviacuteduos com mais de 25 anos nomeadamente pacientes que rondam os 40
e os 50 anos de idade (Krimmel e Reinert 2000 Perry e Goldberg 2000 Libersa et al
2002 Wagner et al 2005) Esta relaccedilatildeo pode justificar-se pelo facto deste tipo de
fracturas ocorrer quando o osso natildeo eacute forte o suficiente para resistir a determinadas
forccedilas que actuam sobre ele O enfraquecimento da mandiacutebula como resultado da
diminuiccedilatildeo da elasticidade oacutessea que ocorre ao longo da vida pode ser a causa da
elevada taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares em pacientes mais velhos (Iizuka
et al 1997 Woldenberg et al 2007 Bodner et al 2010)
Krimmel e Reinert com base na anaacutelise de 6 casos de fractura mandibular
obtiveram uma meacutedia de idade de 45 anos Justificaram este valor referindo que nesta
idade se inicia uma desmineralizaccedilatildeo oacutessea secundaacuteria agrave osteoporose enfraquecendo o
sistema esqueleacutetico e simultaneamente intensificando o estreitamento do ligamento
periodontal Portanto comparativamente com os pacientes mais jovens os dentes
8
empactados necessitam de ser mais libertos do osso envolvente necessitando maior
ostectomia
A anquilose de dentes empactados nestes pacientes tambeacutem pode complicar a
extracccedilatildeo e enfraquecer a mandiacutebula devido agrave necessidade de efectuar maior remoccedilatildeo
oacutessea Deste modo perante este tipo de situaccedilatildeo eacute extremamente recomendado efectuar
odontossecccedilatildeo para facilitar a extracccedilatildeo do dente anquilosado e evitar futuras
complicaccedilotildees (Krimmel e Reinert 2000 Wagner et al 2005 Bodner et al 2010)
A elevada taxa de incidecircncia de fracturas em indiviacuteduos mais velhos devido agrave
diminuiccedilatildeo da elasticidade oacutessea e presenccedila de osteoporose estaacute de acordo com os
estudos que referem percentagens elevadas de complicaccedilotildees intra e poacutes-operatoacuterias na
remoccedilatildeo de terceiros molares empactados em pacientes numa faixa etaacuteria mais
avanccedilada Perante esta evidecircncia torna-se importante avaliar cada caso cuidadosamente
ou seja ter em conta a idade avanccedilada do indiviacuteduo e ponderar sobre a necessidade de
extracccedilatildeo ou natildeo dos dentes empactados nestes pacientes (Iizuka et al 1997)
22 Geacutenero
O facto de o paciente ser do sexo masculino ou feminino tambeacutem eacute um factor a
ter em conta pois aparenta ter especial importacircncia nas fracturas mandibulares poacutes-
operatoacuterias (Libersa et al 2002) Os homens mostram niacuteveis significativamente mais
elevados de forccedila mastigatoacuteria quando comparados com as mulheres (Miyaura et al
1999) Ao mastigar a forccedila requerida para quebrar os alimentos antes de os deglutir
pode causar forccedilas de stress consideraacuteveis nos ossos que estatildeo enfraquecidos pela
cirurgia e ainda natildeo recuperaram ou calcificaram (Perry e Goldberg 2000)
Deste modo devido agrave maior forccedila exercida no osso os homens apresentam
maior probabilidade de desenvolver fracturas mandibulares poacutes-operatoacuterias (Libersa et
al 2002 Brauer 2009)
23 Quantidade de dentes remanescentes
De acordo com Bodner et al as percentagens mais elevadas de fracturas
mandibulares ocorrem em pacientes parcialmente dentados ou totalmente dentados em
oposiccedilatildeo aos desdentados independentemente do sexo Tal como acontece nos
pacientes do sexo masculino discutido anteriormente indiviacuteduos com uma denticcedilatildeo
mais completa tambeacutem vatildeo exercer maiores forccedilas mastigatoacuterias Deste modo as forccedilas
exercidas na mandiacutebula durante a mastigaccedilatildeo apoacutes remoccedilatildeo de dentes inclusos causam
9
maior stress Assim pacientes com menos ausecircncias dentaacuterias apresentam maior risco
de desenvolvimento de fracturas mandibulares posteriormente agrave extracccedilatildeo
No estudo de Krimmel e Reinert independentemenre da idade todos os
pacientes que sofreram fracturas mandibulares apresentavam denticcedilatildeo completa Este
resultado parece estar relacionado com a aplicaccedilatildeo de forccedilas oclusais maacuteximas
posteriormente ao iniacutecio da cicatrizaccedilatildeo e reduccedilatildeo da dor e edema Consequentemente
cinco dos seis pacientes reportaram ouvir um estalido enquanto mastigavam dias apoacutes a
cirurgia
24 Grau de empactaccedilatildeo
Bodner e colaboradores referem que dentes totalmente empactados em osso
apresentam maior incidecircncia de fracturas mandibulares presumivelmente devido agrave
quantidade de osso que eacute necessaacuteria remover durante o acto ciruacutergico para a sua
extracccedilatildeo pois geralmente ocupam um maior volume de osso mandibular (Perry e
Goldberg 2000 Libersa et al 2002) No estudo de Libersa et al em 27 casos de
fractura mandibular 22 estavam completamente envolvidos por osso e 5 eram casos de
empactaccedilatildeo parcial
No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo na anaacutelise de Bodner et al a
quantidade de fracturas mandibulares associadas a dentes totalmente empactados foi o
dobro das fracturas em mandiacutebulas que continham dentes parcialmente empactados O
resultado apoacutes a extracccedilatildeo eacute a criaccedilatildeo de uma estrutura oacutessea ou parede cortical fina e
fraca criando uma mandiacutebula mais fraacutegil com possibilidades de sofrer fractura poacutes-
operatoacuteria (Perry e Goldberg 2000)
Na anaacutelise dos 6 casos de fractura mandibular por Krimmel e Reinert os dentes
foram classificados de acordo com o sistema de Pell amp Gregory (Anexo 1) Assim
apenas um molar se encontrava na classe I os restantes cinco em classe II e nenhum
dente foi categorizado com classe III A empactaccedilatildeo vertical era de classe B em dois
casos e classe C nos restantes quatro casos De acordo com estes resultados os autores
concluiacuteram que a posiccedilatildeo antero-posterior do terceiro molar parece natildeo ter influecircncia na
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular No entanto quanto maior a empactaccedilatildeo em
termos verticais maior a probabilidade da fractura ocorrer
Iizuka et al em 1997 analisaram as radiografias panoracircmicas de todos os
pacientes envolvidos nas fracturas mandibulares ocorridas no estudo Determinaram o
10
grau de empactaccedilatildeo e a posiccedilatildeo do terceiro molar de acordo com o sistema Pell amp
Gregory (Anexo 1) a angulaccedilatildeo do dente e tambeacutem o grau de dificuldade
O grau de dificuldade era atribuiacutedo por pontos consoante as classes do sistema
Pell amp Gregory em que o dente se encontrava e tambeacutem a sua angulaccedilatildeo um ponto para
classificaccedilotildees A I e mesioangulaccedilatildeo dois pontos para classes B II e posiccedilatildeo horizontal
trecircs pontos para classes C III e posiccedilatildeo vertical e ainda quatro pontos para dentes
distoangulados Neste sentido a classificaccedilatildeo maacutexima que poderia ser obtida era de 10
pontos correspondendo a um grau de dificuldade maacuteximo Os resultados obtidos
variaram de 5 a 9 pontos natildeo se verificando caracteriacutesticas predispodentes relevantes
No entanto como esta classificaccedilatildeo se baseou em trecircs paracircmetros os autores justificam
este resultado com base nas variaccedilotildees de angulaccedilatildeo encontradas no estudo Excluindo
este dado todos os casos excepto um se encontravam nas classes BC e IIIII Neste
sentido a remoccedilatildeo de dentes definidos nas classes BC e IIIII eacute considerada difiacutecil e
com predisposiccedilatildeo para fractura (Iizuka et al 1997)
25 Angulaccedilatildeo
De acordo com Xavier et al e com base na classificaccedilatildeo de Winter (Anexo 2) a
posiccedilatildeo dos terceiros molares inferiores mais frequentemente observada eacute a vertical e a
mesioangular (Vasconcellos et al 2002 Inaoka et al 2009 Santos e Quesada 2009)
Os dentes inclusos distoangulados satildeo considerados normalmente como os mais
difiacuteceis de extrair e que requerem maior remoccedilatildeo oacutessea Tambeacutem jaacute foi descrito que
uma posiccedilatildeo distoangular estaacute associada a uma posiccedilatildeo mais lingual sendo assim esta
parede cortical encontra-se bastante fina Neste sentido ao realizar uma abordagem ao
niacutevel da parede cortical vestibular coloca uma maior predisposiccedilatildeo para a ocorrecircncia de
fractura mandibular nestes casos de angulaccedilatildeo devido ao defeito oacutesseo criado (Iizuka et
al 1997 Chrcanovic et al 2010)
Iizuka e colaboradores definiram quatro grupos de dentes consoante o acircngulo
formado entre o eixo vertical do dente e o plano oclusal Para determinar a angulaccedilatildeo
dos terceiros molares foram efectuados quatro grupos dentes verticais quando o acircngulo
se encontra entre 80ordm e 100ordm mesioangular quando acircngulo estaacute entre 10ordm e 80ordm
distoangular quando o acircngulo eacute maior que 100ordm e horizontal quando o acircngulo se
encontra entre 350ordm e 10ordm Nos pacientes sem dentes mesialmente ao terceiro molar foi
desenhado um plano oclusal arbitraacuterio para definir a angulaccedilatildeo deste No estudo
depararam-se com cinco dentes mesioangulados um horizontal quatro distoangulados e
11
trecircs verticais Embora estes autores concordem com o que foi citado anteriormente
baseando-se na sua anaacutelise natildeo encontraram qualquer associaccedilatildeo entre o tipo de
angulaccedilatildeo e a predisposiccedilao para fractura mandibular
26 Comprimento das raiacutezes e sua relaccedilatildeo com o canal dentaacuterio inferior
O mecanismo pelo qual os terceiros molares com raiacutezes longas foram
relacionados com o aumento de risco de ocorrecircncia de fracturas angulares deve-se ao
espaccedilo oacutesseo que este ocupa na mandiacutebula Hanson et al suportando esta hipoacutetese
referem que as fracturas mandibulares podem ocorrer apoacutes remoccedilatildeo do terceiro molar
com raiacutezes muito compridas pois o acircngulo mandibular torna-se uma regiatildeo
enfraquecida
Nos casos de fractura analisados por Iizuka et al as raiacutezes dos dentes estavam
sobrepostas ao canal dentaacuterio inferior em 10 casos ou seja 77 dos casos Nos trecircs
casos restantes as raiacutezes estavam adjacentes ao canal Em nenhuma situaccedilatildeo foi
verificado radiograficamente um afastamento das raiacutezes em relaccedilatildeo ao canal Estes
autores concluiacuteram que raiacutezes sobrepostas ou adjacentes ao canal dentaacuterio inferior numa
radiografia panoracircmica representam paracircmetros importantes para a predisposiccedilatildeo para
fractura mandibular
27 Volume relativo da mandiacutebula ocupado pelo dente ()
Woldenberg et al consideram a porccedilatildeo relativa de volume ocupada pelo dente
na mandiacutebula um factor importante a ter em conta Este raacutecio pode ser determinado
atraveacutes de exames complementares antes de efectuar a extracccedilatildeo como a tomografia
computadorizada (TC) atraveacutes da reconstruccedilatildeo e visualizaccedilatildeo do dente e osso no
sentido vestibulo-lingual
Se esta relaccedilatildeo de volume relativo ocupado pelo dente for igual ou superior a
50 o risco de fractura eacute alto e recomenda-se especial cuidado durante a cirurgia
(Woldenberg et al 2007)
Iisuka e colaboradores obtiveram na sua anaacutelise radiograacutefica dos casos de
fractura mandibular ocorridos um raacutecio que variava entre 44 a 84 E Wagner et al
em 2005 obtiveram um raacutecio meacutedio de 62plusmn4 sendo considerado um valor
desfavoraacutevel Em ambos os estudos foram utilizadas radiografias panoracircmicas para
adquirir a percentagem de aacuterea que o dente ocupa no osso Na anaacutelise de Iizuka et al o
12
espaccedilo que os terceiros molares ocupam no osso foi avaliado com base na altura
mandibular
28 Lesotildees preacute-ciruacutergicas
Para aleacutem da quantidade diminuiacuteda de osso remanescente apoacutes uma cirurgia de
terceiros molares existem tambeacutem outros factores que provocam fragilidade
mandibular como eacute o caso de alteraccedilotildees patoloacutegicas no osso secundaacuterias a um quisto
ou tumor abrangente Iizuka et al no seu estudo referem que mesmo pequenas
alteraccedilotildees como uma pericoronarite ou um foliacuteculo aumentado podem enfraquecer a
mandiacutebula (Iizuka et al 1997)
Apesar de nas indicaccedilotildees para remoccedilatildeo dos sisos estar incluiacuteda a possibilidade
de desenvolver quistos ou tumores associados a estes dentes Adeyemo refere que a
incidecircncia destas patologias em terceiros molares inclusos eacute baixa Citados no estudo de
Chrcanovic et al Bruce et al reportaram uma incidecircncia de 62 sendo esta
percentagem superior em pacientes mais velhos com uma meacutedia de idade de 465 anos
No mesmo artigo de acordo com Girod et al quanto mais tempo a empactaccedilatildeo
persistir maior o risco de desenvolver quistos ou tumores
Na anaacutelise de 2010 por Bodner et al cerca de 27 dos pacientes tinham
historial de infecccedilotildees preacute-ciruacutergicas na zona do dente a extrair Portanto pressupocircs-se
uma associaccedilatildeo entre lesotildees oacutesseas preacute-existentes associadas ao dente em questatildeo com a
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular As infecccedilotildees relatadas foram a doenccedila
periodontal quistos ou pericoronarites recorrentes capazes de criar defeitos que
enfraquecem a mandiacutebula (Woldenberg et al 2007) Estas lesotildees satildeo frequentemente
encontradas em pacientes com mais de 40 anos de idade (Lysell e Rohlin 1988)
Na anaacutelise de Perry e Goldberg de 2000 tambeacutem incluiacuteda no estudo de Bodner
et al a severidade e a duraccedilatildeo das infecccedilotildees natildeo foram obtidas no entanto referem que
uma infecccedilatildeo croacutenica e profunda provoca descalcificaccedilatildeo e destruiccedilatildeo oacutessea
contribuindo para a probabilidade de desenvolvimento de fracturas tanto imediatas
como tardias
Geralmente as infecccedilotildees nos jovens surgem quando uma pequena parte da coroa
erupciona e por isso nos pacientes mais velhos as infecccedilotildees associadas agrave empactaccedilatildeo
do terceiro molar satildeo diferentes pois o dente muitas vezes estaacute totalmente envolvido
por osso Assim a reabsorccedilatildeo oacutessea eacute geralmente a causa destas infecccedilotildees De acordo
com Osaki a periodontite presente nos segundos molares tambeacutem pode ser a causa de
13
infecccedilatildeo associada aos terceiros molares Nestes casos o osso alveolar entre o dente
empactado e o segundo molar eacute frequentemente destruiacutedo pela periodontite croacutenica
(Osaki et al 1995) Os resultados obtidos por estes autores sugerem que os dentes
inclusos em pacientes de idade avanccedilada com reabsorccedilatildeo oacutessea fisioloacutegica em torno da
coroa associada agrave irritaccedilatildeo causada pelas proacuteteses dentaacuterias e estando em relaccedilatildeo com
um ligamento periodontal bastante alargado do dente adjacente tecircm maior tendecircncia
para desenvolver infecccedilotildees
De acordo com Indresano et al e Leone et al citados por Chrcanovic et al a
formaccedilatildeo de abcessos profundos nos molares inferiores estaacute mais associada aos dentes
parcialmente empactados Isto deve-se ao facto de existir um risco aumentado de
pericoronarites agudas em dentes erupcionados verticalmente posicionados ao niacutevel ou
acima do plano oclusal e que se encontram parcialmente cobertos por tecidos moles ou
duros Werkmeister et al confirmam os dados anteriores considerando a existecircncia de
maior risco para densenvolver infecccedilotildees nos terceiros molares parcialmente
empactados As citaccedilotildees anteriores em conjunto com a presenccedila de osso remanescente
reduzida ao niacutevel do acircngulo mandibular pressupotildee um risco elevado de fractura
mandibular em cirurgias nestes casos (Fuselier et al 2002)
29 Experiecircncia do profissional
Pode pensar-se que a fractura mandibular bem como qualquer outra
complicaccedilatildeo decorrente do acto ciruacutergico possa estar relacionada com a utilizaccedilatildeo de
teacutecnicas incorrectas ou com a experiecircncia do meacutedico dentista
Woldenberg et al em 2007 referiram que as fracturas imediatas que ocorrem
principalmente por utilizaccedilatildeo improacutepria dos instrumentos ou forccedila excessiva ocorrem
com maior probabilidade quando as cirurgias satildeo realizadas por profissionais mais
novos ou menos experientes como acontece no caso reportado neste estudo
No entanto nos artigos analisados por Bodner et al as operaccedilotildees foram
realizadas por meacutedicos dentistas generalistas especialistas e cirurgiotildees maxilo-faciais e
nenhuma diferenccedila significativa foi encontrada em relaccedilatildeo agraves taxas de incidecircncia De
acordo com estes autores eacute difiacutecil estabelecer uma relaccedilatildeo entre a experiecircncia do
meacutedico e o desenvolvimento de complicaccedilotildees uma vez que eacute necessaacuterio ter em conta
outros factores que podem dificultar a extracccedilatildeo e condicionar o resultado do acto
ciruacutergico bem como o periacuteodo poacutes-operatoacuterio No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo
14
no de Bodner et al apenas 4 das 28 fracturas ocorreram em pacientes abordados por
dentistas com experiecircncia igual ou inferior a 5 anos
210 Teacutecnica utilizada
A teacutecnica ciruacutergica para extracccedilatildeo de terceiros molares poderaacute afectar o
desenrolar do procedimento ciruacutergico bem como condicionar o desenvolvimento de
futuros problemas Caso seja aconselhaacutevel a abordagem com realizaccedilatildeo de retalho
como eacute o caso de dentes inclusos com lesatildeo periapical extensa dentes isolados na
mandiacutebula de pacientes idosos dentes com alteraccedilatildeo anatoacutemica das raiacutezes ou presenccedila
de corticais oacutesseas riacutegidas existem vaacuterias teacutecnicas que podem ser utilizadas tais como a
abordagem vestibular lingual ou mesmo um acesso extra-oral em casos de empactaccedilatildeo
muito proacutexima do bordo inferior da mandiacutebula (Bodner et al 2010) No entanto a
ostectomia vestibular eacute a mais frequentemente utilizada (Juacutenior et al 2006)
As fracturas intra-operatoacuterias podem ocorrer devido agrave utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos (Iizuka et al 1997
Krimmel e Reinert 2000 Libersa et al 2002 Woldenberg et al 2007) Este risco
pode ser diminuiacutedo quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando existe uma
boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada Adicionalmente
devem adoptar-se medidas conservadoras de remoccedilatildeo oacutessea bem como a realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo quando necessaacuterio (Al-Belasy et al 2009)
A classificaccedilatildeo dos terceiros molares de acordo com a sua posiccedilatildeo tem a
finalidade de auxiliar o planeamento ciruacutergico pois de certa forma determina a
complexidade do caso Juacutenior e colaboradores referem que quanto maior o grau de
inclusatildeo dentaacuteria maior a necessidade de emprego de uma teacutecnica ciruacutergica mais
invasiva Portanto uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e radiograacutefica do caso eacute muito importante para
a determinaccedilatildeo da teacutecnica ciruacutergica mais apropriada
211 Tempo decorrido apoacutes a cirurgia
Como foi referenciado anteriormente as fracturas mandibulares podem ocorrer
durante o acto cliacutenico (imediatas) ou apoacutes a cirurgia (tardias)
Bodner et al referiram em 2010 com base nos artigos estudados que o tempo
decorrido entre a extracccedilatildeo do dente e o diagnoacutestico da fractura se encontrava entre uma
a cinco semanas reportando que 86 dos casos de fractura ocorreram entre a primeira e
a terceira semana apoacutes cirurgia com maior taxa de incidecircncia na segunda e na terceira
15
semana Brauer apoia este facto referindo que a maioria das fracturas poacutes-operatoacuterias
ocorre durante a mastigaccedilatildeo entre o 13ordm e 21ordm dia apoacutes a cirurgia (Libersa et al 2002)
Estes factos podem ser explicados com base nos processos histoloacutegicos uma vez
que este periacuteodo de tempo corresponde a processos de cicatrizaccedilatildeo nomeadamente a
substituiccedilatildeo de tecido de granulaccedilatildeo por tecido conjuntivo no alveacuteolo e dois terccedilos do
alveacuteolo ainda natildeo estatildeo formados por osteoacuteide ou osso ateacute ao 38ordm dia (Amler et al
1960 Amler et al 1977 Libersa et al 2002) Para aleacutem disso no final da segunda
semana a dor desapareceu os pacientes jaacute se sentem melhor e capazes de mastigar
normalmente podendo causar forccedilas muito elevadas numa mandiacutebula enfraquecida
(Libersa et al 2002) Bodner et al explicam a elevada percentagem de fracturas poacutes-
operatoacuterias e o periacuteodo em que ocorrem como o resultado de forccedilas mastigatoacuterias
excessivas ou pequenos traumas sofridos por uma mandiacutebula enfraquecida
No estudo de Perry e Goldberg 18 das 28 fracturas ocorridas surgiram durante a
mastigaccedilatildeo A forccedila mastigatoacuteria requerida para quebrar os alimentos pode produzir
forccedilas de stress consideraacuteveis numa mandiacutebula enfraquecida apoacutes cirurgia natildeo se
encontrando completamente reconstruiacuteda e calcificada Nos casos relatados todos os
pacientes receberam as mesmas instruccedilotildees sobre a dieta a efectuar no entanto perante
os resultados os autores defendem que talvez natildeo tenha sido dado ecircnfase suficiente em
relaccedilatildeo agrave qualidade e duraccedilatildeo da dieta mole Tambeacutem propotildeem a falta de cooperaccedilatildeo
por parte do paciente em cumprir as instruccedilotildees fornecidas pelo meacutedico como uma
possiacutevel causa
Por oposiccedilatildeo Al-Belasy e seus colaboradores concluiacuteram que em pacientes
totalmente dentados ou com uma ou duas ausecircncias com idades superiores a 25 anos e
sem atrofia oacutessea ou doenccedilas sisteacutemicas a mastigaccedilatildeo parece natildeo afectar a possibilidade
de ocorrecircncia de fracturas mandibulares tardias apoacutes remoccedilatildeo ciruacutergica de terceiros
molares empactados sem lesotildees associadas
212 Parafunccedilotildees
Eacute compreensiacutevel que pacientes com parafunccedilotildees como o bruxismo o
apertamento dentaacuterio (ldquoclenchingrdquo) e hipertrofia dos muacutesculos masseacuteteres apresentem
maior predisposiccedilatildeo para as fracturas mandibulares apoacutes cirurgia de terceiros molares
quando a mandiacutebula se encontra enfraquecida Kraszewski et al citados por
Chrcanovic et al apontam como possiacutevel justificaccedilatildeo o facto de estas patologias
afectarem a forccedila de mastigaccedilatildeo
16
No entanto no estudo de Al-Belasy et al fizeram parte sete pacientes com
hipertrofia masseteacuterica e 11 pacientes que realizavam apertamento dentaacuterio eou
bruxismo e em nenhum destes pacientes ocorreu fractura mandibular apoacutes a extracccedilatildeo
213 Lado esquerdo ou direito da mandiacutebula
Apesar de Wagner et al terem verificado uma distribuiccedilatildeo desequilibrada de
fracturas mandibulares entre o lado esquerdo e o direito da mandiacutebula pois 70 dos
casos ocorreram no lado esquerdo Bodner se seus colaboradores apoacutes anaacutelise de vaacuterios
artigos chegaram a outras conclusotildees Nos casos onde era feita referecircncia ao lado da
mandiacutebula em que foi efectuada a extracccedilatildeo verificaram que natildeo existe relaccedilatildeo
significativa entre o lado da mandiacutebula abordado e a ocorrecircncia de fractura 48 dos
casos foram afectados no lado direito e 52 no lado esquerdo Os resultados de Wagner
et al podem ser explicados pelo facto de o profissional estando na posiccedilatildeo normal de
trabalho ter melhor visualizaccedilatildeo e melhor controlo da forccedila aplicada no lado direito
comparativamente ao lado esquerdo (Woldenberg et al 2007) resultando numa
ostectomia menos extensa (Wagner et al 2005)
214 Actividade fiacutesica
As lesotildees maxilo-faciais representam um risco elevado em praticantes de
desporto e as fracturas satildeo uma sequela bastante comum No final da segunda semana
apoacutes cirurgia dos terceiros molares os pacientes normalmente jaacute se sentem bem devido
ao desaparecimento da dor poacutes-operatoacuteria (Libersa et al 2002) Esta diminuccedilatildeo do
desconforto daacute uma falsa sensaccedilatildeo de seguranccedila que pode levar os pacientes que satildeo
atletas activos a voltarem a praticar deporto intenso aumentando o risco de fractura
mandibular tardia na regiatildeo do acircngulo mandibular fragilizada pela cirurgia O risco de
fracturas maxilo-faciais relacionadas com desporto eacute consideravelmente mais elevado
em desportos de contacto por apresentarem bastante popularidade e por falta de
protecccedilatildeo facial (Chrcanovic et al 2010)
215 Doenccedilas sisteacutemicas e medicaccedilatildeo
Krimmel e Reinert defendem que as fracturas mandibulares ocorrem quando a
resistecircncia do osso e as forccedilas exercidas neste natildeo satildeo compatiacuteveis Muitos pacientes
sujeitos a procedimentos ciruacutergicos estatildeo condicionados a terapia medicamentosa e a
doenccedilas sisteacutemicas que podem afectar a resistecircncia oacutessea
17
De acordo com Kirwan citado por Chrcanovic um destes exemplos eacute a terapia
com corticosteroides utilizada no tratamento de algumas doenccedilas como a artrite
reumatoacuteide e doenccedilas relacionadas como a asma brocircnquica neurodermite e por vezes
apoacutes transplante de oacutergatildeos em dosagens mais elevadas Alguns autores como Adachi e
Weinstein referem que um dos efeitos secundaacuterios desta terapia eacute a raacutepida perda de
osso e o aumento de risco de fractura oacutessea sendo este risco duas vezes superior
comparativamente a pessoas sem qualquer terapia e eacute mais elevado apoacutes exposiccedilatildeo
prolongada a estes medicamentos
A osteoporose eacute uma condiccedilatildeo que afecta grandemente a resistecircncia do osso e
pode justificar o aumento da taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares com o
aumento da idade (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000) Eacute comum em
pacientes do sexo feminino pois a diminuiccedilatildeo de estrogeacutenios no periacuteodo poacutes-
menopausa aumenta o ritmo de perda oacutessea Poreacutem tambeacutem pode ocorrer nos homens
estando relacionada com mecanismos ligados essencialmente ao envelhecimento como
a deficiecircncia de vitamina D a absorccedilatildeo diminuiacuteda de caacutelcio e aumento dos niacuteveis de
hormona paratiroideia (PTH) (Yazbek e Neto 2008) Nos homens a testosterona
funciona da mesma forma que os estrogeacutenios na mulher sendo que pacientes com
hipogonadismo tambeacutem experienciam perdas oacutesseas aceleradas (Chrcanovic et al
2010) O osso apresenta composiccedilatildeo normal mas fica diminuiacutedo em quantidade e esta
diminuiccedilatildeo da massa oacutessea frequentemente resulta em fracturas das veacutertebras anca e
antebraccedilo (Do Lee et al 2005) De acordo com Law e Klemetti citados por Do Lee a
osteoporose pode resultar em diminuiccedilatildeo da massa oacutessea da mandiacutebula bem como
provocar alteraccedilotildees na estrutura deste osso especialmente do bordo inferior No mesmo
artigo satildeo citados alguns autores como Shrout e Kashima que referem existir uma
ligaccedilatildeo entre a osteoporose e alteraccedilotildees radiograacuteficas verificadas no padratildeo trabecular
da mandiacutebula
Existem outras patologias que tambeacutem diminuem a forccedila oacutessea como a doenccedila
gastrointestinal pois diminui a absorccedilatildeo de vitamina D De acordo com Ebeling citado
por Chrcanovic a osteoporose nos homens pode estar relacionada com algumas
condiccedilotildees como a hipercalceacutemia nefrolitiacutease terapia com anticonvulsivantes
tirotoxicose doenccedila renal e do fiacutegado mieloma muacuteltiplo ou mastocitose sisteacutemica
Bechtold e Felin citados na anaacutelise de Chrcanovic e colaboradores mencionam
a artrite idiopaacutetica juvenil como a doenccedila reumaacutetica mais comum na aacuterea da pediatria
18
Alguns estudos demonstraram a existecircncia de deficiecircncias significativas da densidade
volumeacutetrica trabecular no osso mineral e massa oacutessea cortical nestes pacientes
Os pacientes com doenccedila renal croacutenica padecem de vaacuterios distuacuterbios no
metabolismo do foacutesforo caacutelcio e ossos Estas alteraccedilotildees devem-se a factores que
contribuem para o aumento da reabsorccedilatildeo oacutessea como a diminuiccedilatildeo da absorccedilatildeo de
caacutelcio pelo intestino excessiva produccedilatildeo de PTH e alteraccedilotildees no metabolismo da
vitamina D (McPhee 2007) De acordo com Chrcanovic et al os ossos satildeo mais
gravemente afectados em casos de doenccedila renal croacutenica do que em casos saudaacuteveis
onde apenas satildeo afectados pelas consequecircncias da idade avanccedilada
A massa oacutessea eacute uma caracteriacutestica principalmente determinada geneticamente
no entanto tambeacutem eacute alterada sob a influecircncia do ambiente Indiviacuteduos com muita
massa muscular e que praticam actividade fiacutesica apresentam maior massa oacutessea do que
por exemplo pacientes fumadores ou com problemas de alcoolismo (Chrcanovic et al
2010) Estas duas uacuteltimas condiccedilotildees satildeo tambeacutem consideradas factores de risco para a
osteoporose (McPhee 2007)
3 Diagnoacutestico
31 Preacute-Ciruacutergico
Uma vez indicada a extracccedilatildeo de dentes inclusos eacute fundamental a realizaccedilatildeo de
um planeamento ciruacutergico baseado em exames cliacutenicos e radioloacutegicos Atraveacutes do
exame cliacutenico obtecircm-se dados especiacuteficos da sauacutede geral do paciente histoacuteria meacutedica e
dentaacuteria e o niacutevel de complexidade e dificuldade operatoacuteria pode ser analisado no
exame radiograacutefico Deste modo o dentista consegue prevenir possiacuteveis acidentes
durante a cirurgia ou no periacuteodo poacutes-operatoacuterio muitas vezes relacionados com a
posiccedilatildeo e localizaccedilatildeo do dente incluso (Juacutenior et al 2006)
As classificaccedilotildees dos dentes inclusos satildeo feitas a partir da anaacutelise radiograacutefica e
com cuidadosa classificaccedilatildeo o dentista pode abordar a cirurgia de forma ordenada e
prever se alguma abordagem ciruacutergica fora do comum precisaraacute ser adoptada (Juacutenior et
al 2006 Xavier et al 2010) Para a maioria dos casos a radiografia periapical eacute a
radiografia de eleiccedilatildeo pois fornece informaccedilatildeo mais detalhada Por outro lado a
ortopantomografia mostra uma imagem mais exacta da anatomia da regiatildeo e pode ser
usada como substituto apropriado (Xavier et al 2010) Aliaacutes na grande maioria satildeo
19
estas as radiografias utilizadas pois eacute possiacutevel visualizar correctamente o longo eixo do
segundo molar o ramo ascendente da mandiacutebula e o niacutevel oacutesseo que satildeo utilizados
como paracircmetros (Juacutenior et al 2006)
Os sistemas de classificaccedilatildeo permitem avaliar a dificuldade da cirurgia e nestes
incluem-se a angulaccedilatildeo (classificaccedilatildeo de Winter ndash Anexo 2) relaccedilatildeo com o bordo
anterior do ramo ascendente (Sistema de Pell amp Gregory I II e III ndash Anexo 1) e relaccedilatildeo
com o plano oclusal (Sistema de Pell amp Gregory A B e C ndash Anexo 1) Outros factores a
ter em conta na anaacutelise radiograacutefica fazem parte de alguns factores predisponentes jaacute
abordados como eacute o caso da morfologia radicular e relaccedilatildeo das raiacutezes com o canal
dentaacuterio inferior a densidade oacutessea que eacute mais elevado em pacientes com mais de 35
anos diminuindo a flexidade e capacidade de expansatildeo do osso e a natureza do tecido
envolvente pois o tipo de empactaccedilatildeo pode ser por tecido mole oacutesseo parcial ou oacutesseo
total (Peterson et al 2000)
A tomografia computadorizada (TC) tem-se tornado muito uacutetil em certas
situaccedilotildees como na avaliaccedilatildeo da proximidade dos dentes inclusos a estruturas
anatoacutemicas na avaliaccedilatildeo da profundidade de empactaccedilatildeo e espessura das paredes
corticais inclinaccedilatildeo vestibulo-lingual e morfologia da coroa e raiacutezes do dente
empactado (Bodner et al 1994)
Como as fracturas mandibulares associadas agrave cirurgia satildeo raras natildeo se justifica
usar a TC como exame complementar preacute-ciruacutergico No entanto em casos especiacuteficos
apoacutes avaliaccedilatildeo criteriosa dos factores predisponentes que aparentam ter um elevado
risco de desenvolvimento de fractura mandibular este exame torna-se vantajoso (Bodner
et al 1994) Pode tambeacutem ser utilizada para determinar o volume oacutesseo relativo da
mandiacutebula ocupado pelo dente (Woldenberg et al 2007)
32 Poacutes-ciruacutergico
Apoacutes ou durante a cirurgia o meacutedico dentista tem que estar alerta para os sinais e
sintomas presenciados pelo paciente que podem indicar a ocorrecircncia de fractura
mandibular
Nos casos que se encontram no periacuteodo poacutes-operatoacuterio natildeo muito prolongado o
principal alerta para a possibilidade de fractura mandibular eacute ouvir um estalido algumas
semanas apoacutes a cirurgia (Woldenberg et al 2007) Considera-se que a mandiacutebula
fractura no momento em que o som eacute ouvido Jaacute nos casos em que decorreu bastante
tempo apoacutes a cirurgia o diagnoacutestico eacute mais complicado O atraso da cicatrizaccedilatildeo e a
20
presenccedila de osteomielite podem ser a causa destas fracturas e quando a cicatrizaccedilatildeo se
prolonga demasiado deve-se sempre considerar o risco de fractura apresentando assim
indicaccedilatildeo para controlo radiograacutefico perioacutedico (Iizuka et al 1997)
O som de um estalido reportado pelo paciente deve ser considerado como
indicativo de uma possiacutevel fractura mesmo que esta natildeo seja detectada inicialmente na
radiografia (Woldenberg et al 2007) Se assim acontecer recomenda-se a realizaccedilatildeo de
radiografias de controlo (Wagner et al 2005) Libersa et al bem como Perry e
Goldberg confirmam este som distinto pois a maioria dos pacientes reportou um som
tipo estalido enquanto mastigavam acompanhado por dor intensa Na anaacutelise de
Krimmel e Reinert todos os pacientes reportaram o mesmo som excepto um que
apenas presenciou um novo episoacutedio de dor
Para aleacutem da dor suacutebita outros sinais cliacutenicos a ter em conta satildeo a presenccedila de
parestesia disestesia ou anestesia relacionadas com o nervo dentaacuterio inferior e as
alteraccedilotildees na oclusatildeo que satildeo um forte indicador de possiacutevel fractura mandibular (Laub
Jr 2009) Poderaacute tambeacutem surgir edema (Wagner et al 2005)
No caso reportado por Woldenberg foi realizada radiografia panoracircmica poacutes-
operatoacuteria imediata apoacutes se ter presenciado um estalido durante a extracccedilatildeo do 38 Na
radiografia verficou-se uma linha radioluacutecida desde o alveacuteolo ateacute ao bordo inferior da
mandiacutebula compatiacutevel com linha de fractura Foi notificada tambeacutem a presenccedila de
parestesia do laacutebio inferior do lado correspondente agrave fractura
No estudo realizado por Wagner et al em 2005 13 dos 17 pacientes que
sofreram fractura mandibular tambeacutem reportaram um som tipo estalido mas nem
sempre associado a sensaccedilatildeo dolorosa imediata No entanto foi reportada
frequentemente a presenccedila de inchaccedilo na zona do acircngulo mandibular respectivo A
meacutedia de dias decorridos entre a cirugia e a fractura foi de 19plusmn4 dias O tempo
decorrido ateacute diagnoacutestico radioloacutegico com conhecimento da data da fractura foi de
10plusmn4 dias
Como jaacute foi referido as fracturas mandibulares nem sempre satildeo diagnosticadas
radiologicamente (Iizuka et al 1997) principalmente se natildeo houver deslocamento
patoloacutegico dos fragmentos (Wagner et al 2007) No estudo de Iizuka et al todas as
fracturas que ocorreram num estado poacutes-operatorio relativamente cedo eram fracturas
sem deslocamento Uma vez que este tipo de fractura natildeo eacute imediatamente reconhecido
um achado radiograacutefico negativo apoacutes suspeita natildeo deve exluir de imediato a presenccedila
de fractura Nestes casos eacute recomendada uma dieta mole e a execuccedilatildeo de radiografias de
21
controlo nos dias seguintes (Iizuka et al 1997) Aliaacutes no estudo de Iizuka et al um dos
pacientes reportou um estalido ao comer no sexto dia poacutes-operatoacuterio cuja radiografia
efectuada nesse mesmo dia natildeo revelou qualquer fractura Quatro semanas depois o
paciente voltou ao consultoacuterio devido a uma dor persistente no local da extracccedilatildeo onde
se verificou atraveacutes da radiografia uma fractura evidente
De acordo com alguns autores na radiografia pode verificar-se uma fractura preacute-
angular o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo eixo do
dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula ou fracturas angulares
com uma linha de fractura paralela agrave bissectriz do acircngulo mandibular (Iizuka et al
1997 Wagner et al 2005)
Em casos de suspeita de fractura sem deslocamento e cujos achados radioloacutegicos
atraveacutes das radiografias convencionais como a ortopantomografia sejam negativos a
tomografia computadorizada (TC) e a tomografia computadorizada de feixe coacutenico
podem ser utilizadas como exames adicionais
De acordo com Roth e colaboradores a TC apresenta resultados superiores aos
da radiografia panoracircmica Este facto justifica-se pelas suas ferramentas de
melhoramento de imagem melhor qualidade de imagem sensibilidade equivalente na
identificaccedilatildeo de fracturas menor erro de interpretaccedilatildeo e opiniotildees mais concordantes
entre os meacutedicos na identificaccedilatildeo das fracturas mandibulares (Roth et al 2005) Outros
estudos suportam a contribuiccedilatildeo dos achados radiograacuteficos na TC para o manuseamento
ciruacutergico de traumas (Eggers et al 2008) No entanto existem algumas desvantagens
nomeadamente o elevado custo a disponibilidade e a elevada exposiccedilatildeo de radiaccedilatildeo
Estes factores promovem a tomografia computadorizada de feixe coacutenico como uma
aceitaacutevel alternativa na avaliaccedilatildeo de fracturas maxilofaciais (Scarfe et al 2006
Shintaku et al 2009)
4 Tratamento
As opccedilotildees de tratamento para as fracturas mandibulares associadas a extracccedilotildees
seguem os princiacutepios do tratamento das fracturas traumaacuteticas do acircngulo da mandiacutebula
As fracturas mandibulares podem ser tratadas realizando-se a reduccedilatildeo
contenccedilatildeo e imobilizaccedilatildeo dos segmentos fracturados sendo que a orientaccedilatildeo da oclusatildeo
dentaacuteria levaraacute a uma perfeita consolidaccedilatildeo dos segmentos fracturados com boa
recuperaccedilatildeo funcional e esteacutetica (Gomes et al 2001) Eacute fundamental identificar e
22
assegurar a correcta oclusatildeo antes de recorrer agrave reduccedilatildeo da fractura (Custoacutedio et al
2007)
O tratamento das fracturas mandibulares iatrogeacutenicas reportado por diversos
estudos na anaacutelise de Bodner et al baseou-se numa reduccedilatildeo fechada da fractura em
40 dos casos reduccedilatildeo aberta em 35 dos pacientes e em 25 dos casos natildeo foi
efectuado qualquer tipo de tratamento Este autor natildeo faz referecircncia ao sucesso dos
tratamentos
Os tratamentos que utilizam apenas fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo chamados reduccedilotildees
fechadas porque natildeo envolvem a abertura directa exposiccedilatildeo e a manipulaccedilatildeo da aacuterea
fracturada Uma reduccedilatildeo aberta inclui exposiccedilatildeo directa e reduccedilatildeo da fractura atraveacutes de
incisatildeo ciruacutergica (Custoacutedio et al 2007)
No estudo de Chrcanovic et al foram analisados 128 casos de fractura
mandibular sendo dois destes relatados por experiecircncia proacutepria No primeiro caso a
paciente ouviu um estalido e na avaliaccedilatildeo da ortopantomografia verificou-se uma
fractura sem deslocamento As possiacuteveis opccedilotildees de tratamento foram discutidas com a
paciente Devido a vaacuterias razotildees nomeadamente a ausecircncia de infecccedilatildeo e deslocamento
entre os segmentos a presenccedila de uma boa oclusatildeo com todos os dentes presentes e o
devido consentimento da paciente foi realizada apenas fixaccedilatildeo intermaxilar Apoacutes trecircs
meses verificou-se radiologicamente uniatildeo oacutessea
No caso reportado por Woldenberg et al durante a extracccedilatildeo do dente 38
verificou-se na panoracircmica uma linha de fractura Foi colocada fixaccedilatildeo intermaxilar e
posteriomente foram realizados novos exames uma panoracircmica e uma TC que
demonstraram bons resultados com aproximaccedilatildeo da linha de fractura Apoacutes duas
semanas a paciente recuperou a sensibilidade ao niacutevel do nervo dentaacuterio inferior
esquerdo Seis semanas apoacutes a cirurgia a fixaccedilatildeo intermaxilar foi removida e a paciente
sujeita a dieta mole por mais quatro semanas Nos dois trecircs e seis meses apoacutes a cirugia
foram realizadas radiografias panoracircmicas Estas revelaram formaccedilatildeo contiacutenua de osso
ao niacutevel do alveacuteolo e da linha de fractura
No estudo de Iizuka et al em seis casos foi realizada reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo
interna em dois efectuou-se fixaccedilatildeo intermaxilar e nos restantes trecircs apenas dieta mole
Todos os pacientes foram submetidos a terapia antibioacutetica durante pelo menos uma
semana simultaneamente com o tratamento da fractura que decorreu sem complicaccedilotildees
Todavia a obtenccedilatildeo de uma boa estabilidade parece ser a protecccedilatildeo mais segura contra
23
a infecccedilatildeo e atraso da cicatrizaccedilatildeo mais do que a terapia antibioacutetica (Mehra e Murad
2008)
De acordo com a literatura hoje em dia o tratamento mais eficaz das fracturas
mandibulares baseia-se na reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo interna no entanto os artigos
abordados cuja fractura estaacute relacionada com a extracccedilatildeo de terceiros molares parecem
ter obtido bons resultados com a utilizaccedilatildeo de fixaccedilatildeo intermaxilar e realizaccedilatildeo de dieta
mole Iizuka et al referem que nos casos de diagnoacutestico precoce e ausecircncia de
sintomatologia eacute adequado um tratamento conservador com fixaccedilatildeo intermaxilar e
nalguns casos a prescriccedilatildeo de dieta mole
No entanto evitar o uso de fixaccedilatildeo intermaxilar no transoperatoacuterio eacute mais
econoacutemico em tempo e custo e mais confortaacutevel para o paciente De acordo com Sorel
citado por Laub Jr alguns dos problemas associados agrave fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo a maacute
alimentaccedilatildeo com perda de peso dificuldades na respiraccedilatildeo e foneacutetica maacute higiene oral e
problemas sociais Em contraste a fixaccedilatildeo interna permite restauraccedilatildeo da funccedilatildeo e
mobilidade mais cedo e aumento do conforto para o paciente com melhoria dos
aspectos atraacutes mencionados Os autores Gomes et al referem que a fixaccedilatildeo intermaxilar
natildeo eacute usualmente necessaacuteria na reduccedilatildeo de fracturas confinadas agrave mandiacutebula
De acordo com Calloway et al citados por Moreno et al o desenvolvimento de
diferentes sistemas de fixaccedilatildeo interna na traumatologia facial e sua aplicaccedilatildeo no
tratamento das fracturas mandibulares conduziu a mudanccedilas nos criteacuterios de realizaccedilatildeo
de imobilizaccedilatildeo poacutes-ciruacutergica Tambeacutem tornou possiacutevel um retorno agrave funccedilatildeo normal
mais raacutepido Esta teacutecnica utiliza placas e parafusos na regiatildeo da fractura para se obter
contenccedilatildeo estaacutevel e eficaz promovendo cicatrizaccedilatildeo oacutessea primaacuteria sem que seja
necessaacuteria a extensatildeo do uso de fixaccedilatildeo intermaxilar A eliminaccedilatildeo desta ou uso por
periacuteodo miacutenimo geralmente resulta em maior satisfaccedilatildeo para o paciente (Gomes et al
2001 Custoacutedio et al 2007) Nesta modalidade o acesso agrave aacuterea da fractura pode ser
conseguido atraveacutes de abordagem intra-oral ou extra-oral (Mehra e Murad 2008)
As fracturas com grande grau de deslocamento ou fracturas cominutivas
necessitam de uma abordagem extra-oral para correcta reduccedilatildeo e visualizaccedilatildeo ao
colocar as estruturas de fixaccedilatildeo interna Por esta razatildeo e por natildeo haver comunicaccedilatildeo
com o meio intra-oral este meacutetodo apresenta baixo iacutendice de contaminaccedilatildeo A reduccedilatildeo
aberta com abordagem intra-oral pode ser utilizada nos casos de ausecircncia ou ligeiro
deslocamento dos fragmentos pacientes pouco cooperantes ou que necessitam de
restabelecimento imediato da funccedilatildeo mastigatoacuteria (Custoacutedio et al 2007)
24
A utilizaccedilatildeo de meacutetodos de fixaccedilatildeo interna nas fracturas mandibulares parece ser
o meacutetodo de tratamento mais aceitaacutevel (Moreno et al 2000) No entanto
independentemente do meacutetodo utilizado a finalidade baacutesica do tratamento das fracturas
deve ser o restabelecimento da oclusatildeo funcional e a continuidade mandibular
promovendo a restauraccedilatildeo das funccedilotildees mastigatoacuterias do paciente com o miacutenimo de
sequelas possiacutevel (Custoacutedio et al 2007)
5 Medidas preventivas
Perante avaliaccedilatildeo cliacutenica e posterior suspeita de ser um paciente de alto risco de
desenvolvimento de fractura mandibular algumas medidas devem ser ponderadas com
especial atenccedilatildeo Chrcanovic et al apontam mesmo a inadequada avaliaccedilatildeo preacute-
operatoacuteria como um factor de risco ou factor predisponente para o desenvolvimento de
fracturas Portanto este seria o primeiro ponto a ter em conta para um adequado
procedimento ciruacutergico com medidas atenuantes do risco de complicaccedilotildees A
identificaccedilatildeo de dentes que representam elevado risco de complicaccedilotildees relacionadas
com a cirurgia eacute a chave para o desenvolvimento de medidas profilaacutecticas com o
objectivo de evitar fracturas mandibulares Todos os indicadores de risco devem ser
bem analisados
Bodner e colaboradores descreveram algumas medidas preventivas para reduzir
a possibilidade de ocorrecircncia de fracturas mandibulares iatrogeacutenicas Estas incluem os
seguintes passos informar o paciente sobre a existecircncia do risco de fractura e da
importacircncia da sua cooperaccedilatildeo (Libersa et al 2002) a remoccedilatildeo oacutessea quando
necessaacuteria deve ser miacutenima e se possiacutevel efectuar odontossecccedilatildeo reduzindo a aacuterea
oacutessea removida se o dente empactado se encontrar perto do bordo inferior da
mandiacutebula considerar a abordagem extra-oral pacientes devem realizar dieta mole nas
quatro semanas seguintes agrave cirurgia (Wagner et al 2005 Woldenberg et al 2007)
embora Iizuka et al refiram apenas duas semanas e limitar a forccedila mastigatoacuteria durante
dois meses (Libersa et al 2002) o meacutedico dentista deve dar ecircnfase agrave qualidade e
duraccedilatildeo da dieta mole (Perry e Goldberg 2000) informar o paciente sobre os sinais
cliacutenicos e sintomas de uma fractura poacutes-operatoacuteria alertar o paciente para a
possibilidade de ouvir um som tipo estalido que pode indicar a presenccedila de fractura natildeo
sendo no entanto facilmente detectaacutevel radiologicamente com necessidade de
posteriores radiografias (Iizuka et al 1997)
25
Obiechina et al citados por Al-Belasy et al referem que perante as
dificuldades inerentes a esta cirurgia eacute recomendado que esta seja efectuada antes dos
25 anos Aliaacutes de acordo com Libersa et al a remoccedilatildeo profilaacutectica de terceiros molares
antes dos 20 anos de idade pode atenuar o risco de fractura
De acordo com Chrcanovic et al em casos em que a extracccedilatildeo de terceiros
molares inclusos eacute recomendada o risco de desenvolver uma fractura mandibular intra-
operatoacuteria pode ser evitada quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando
existe uma boa visualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada (Al-Belasy et al 2009)
Estes autores referem que o risco de fracturas mandibulares tanto imediatas como
tardias pode ser evitado pelo diagnoacutestico preciso e bem elaborado nos seguintes casos
pacientes com mais de 25 anos de idade principalmente homens pacientes com
bruxismo atletas activos raiacutezes do terceiro molar sobrepostas ou adjacentes ao canal
dentaacuterio inferior visualizadas na panoracircmica pacientes com patologia local ou
sisteacutemica ou sob medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea
26
Conclusatildeo
As taxas de incidecircncia da fractura traumaacutetica mandibular satildeo elevadas
principalmente quando comparadas com as fracturas mandibulares associadas a
exodontias que rondam os 00046 Apesar de rara a possibilidade de ocorrer e os
sinais e sintomas que acarreta devem ser destacados na informaccedilatildeo e esclarecimento ao
paciente A remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos eacute a cirurgia mais associada a estas
fracturas e as indicaccedilotildees quanto agrave sua realizaccedilatildeo ainda satildeo um pouco questionadas
Cada caso deve ser bem avaliado com os meacutetodos cliacutenicos e radiograacuteficos necessaacuterios
Quando eacute decidida a realizaccedilatildeo de extracccedilatildeo a radiografia periapical eacute
considerada um exame de eleiccedilatildeo no entanto a radiografia panoracircmica eacute um bom
substituto e permite utilizar sistemas de classificaccedilatildeo que podem ajudar o dentista na
determinaccedilatildeo do grau de complexidade e dificuldade do procedimento Por outro lado a
tomografia computadorizada (TC) pode ser utilizada em casos muito especiacuteficos com
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos factores predisponentes agrave ocorrecircncia de fractura mandibular
associada agrave exodontia
As fracturas podem ocorrer durante ou apoacutes a cirurgia sendo estas uacuteltimas as
mais frequentes Pacientes com mais de 25 anos geralmente entre os 40 e 50 anos
aparentam ter maior predisposiccedilatildeo provavelmente devido agrave diminuiccedilatildeo da elasticidade
oacutessea e dificuldades na expansatildeo alveolar durante a cirurgia A osteoporose tambeacutem
pode estar relacionada com o enfraquecimento da estrutura oacutessea
As fracturas imediatas estatildeo geralmente associadas a utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos Esta forccedila aplicada numa
mandiacutebula enfraquecida por razotildees preacute-ciruacutergicas aumenta a predisposiccedilatildeo para
fractura A fragilidade mandibular pode ser fisioloacutegica mas pode tambeacutem estar
relacionada com factores locais ou sisteacutemicos como doenccedilas ou medicamentos que
afectam a resistecircncia oacutessea As infecccedilotildees e lesotildees quiacutesticas ou tumorais bem como a
terapia com corticosteroacuteides e a osteoporose satildeo exemplos destes factores Durante o
procedimento deve-se optar pela remoccedilatildeo oacutessea miacutenima e se possiacutevel realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo obtenccedilatildeo de boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e aplicaccedilatildeo de forccedila
guiada e controlada As fracturas mandibulares tardias geralmente estatildeo associadas a um
enfraquecimento da mandiacutebula que surgiu apoacutes a extracccedilatildeo sendo a remoccedilatildeo oacutessea
excessiva um factor relacionado Quanto maior a quantidade de osso removido maior o
defeito oacutesseo criado maior a fragilidade mandibular e consequentemente o risco de
fractura aumenta Deste modo dentes inclusos com grande empactaccedilatildeo e envolvimento
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
7
empactaccedilatildeo tipo de angulaccedilatildeo raiacutezes longas idade do paciente idade e experiecircncia do
cirurgiatildeo presenccedila de quisto ou tumor relacionado com o dente empactado doenccedila
sisteacutemica ou medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea infecccedilotildees preacute-operatoacuterias
no local do dente a ser extraiacutedo avaliaccedilatildeo preacute-operatoacuteria inadequada volume relativo
do dente na mandiacutebula ponto temporal apoacutes a cirurgia infecccedilotildees preacute-operatoacuterias na
regiatildeo do terceiro molar extraiacutedo sexo feminino ou masculino presenccedila de
parafunccedilotildees pacientes praticantes de desporto e teacutecnica ciruacutergica
Woldenberg et al tambeacutem enfatizam o facto de ser possiacutevel reduzir o risco desta
complicaccedilatildeo adoptando medidas preventivas e Perry e Goldberg mencionam tambeacutem a
importacircncia do cumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias nomeadamente a
manutenccedilatildeo de uma dieta mole apoacutes a cirurgia
De acordo com os autores atraacutes mencionados a ocorrecircncia de fracturas
mandibulares eacute multifactorial (Al-Belasy et al 2009 Woldenberg et al 2007 Iisuka et
al 1997 Krimmel e Reinert 2000) estando relacionada com um conjunto de possiacuteveis
factores de risco Estes aparentam ter impacto na possibilidade de desenvolver este tipo
de complicaccedilatildeo
21 Idade
A idade do paciente eacute um dado importante uma vez que as fracturas
mandibulares geralmente sucedem em pacientes mais velhos O pico de incidecircncia
ocorre em indiviacuteduos com mais de 25 anos nomeadamente pacientes que rondam os 40
e os 50 anos de idade (Krimmel e Reinert 2000 Perry e Goldberg 2000 Libersa et al
2002 Wagner et al 2005) Esta relaccedilatildeo pode justificar-se pelo facto deste tipo de
fracturas ocorrer quando o osso natildeo eacute forte o suficiente para resistir a determinadas
forccedilas que actuam sobre ele O enfraquecimento da mandiacutebula como resultado da
diminuiccedilatildeo da elasticidade oacutessea que ocorre ao longo da vida pode ser a causa da
elevada taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares em pacientes mais velhos (Iizuka
et al 1997 Woldenberg et al 2007 Bodner et al 2010)
Krimmel e Reinert com base na anaacutelise de 6 casos de fractura mandibular
obtiveram uma meacutedia de idade de 45 anos Justificaram este valor referindo que nesta
idade se inicia uma desmineralizaccedilatildeo oacutessea secundaacuteria agrave osteoporose enfraquecendo o
sistema esqueleacutetico e simultaneamente intensificando o estreitamento do ligamento
periodontal Portanto comparativamente com os pacientes mais jovens os dentes
8
empactados necessitam de ser mais libertos do osso envolvente necessitando maior
ostectomia
A anquilose de dentes empactados nestes pacientes tambeacutem pode complicar a
extracccedilatildeo e enfraquecer a mandiacutebula devido agrave necessidade de efectuar maior remoccedilatildeo
oacutessea Deste modo perante este tipo de situaccedilatildeo eacute extremamente recomendado efectuar
odontossecccedilatildeo para facilitar a extracccedilatildeo do dente anquilosado e evitar futuras
complicaccedilotildees (Krimmel e Reinert 2000 Wagner et al 2005 Bodner et al 2010)
A elevada taxa de incidecircncia de fracturas em indiviacuteduos mais velhos devido agrave
diminuiccedilatildeo da elasticidade oacutessea e presenccedila de osteoporose estaacute de acordo com os
estudos que referem percentagens elevadas de complicaccedilotildees intra e poacutes-operatoacuterias na
remoccedilatildeo de terceiros molares empactados em pacientes numa faixa etaacuteria mais
avanccedilada Perante esta evidecircncia torna-se importante avaliar cada caso cuidadosamente
ou seja ter em conta a idade avanccedilada do indiviacuteduo e ponderar sobre a necessidade de
extracccedilatildeo ou natildeo dos dentes empactados nestes pacientes (Iizuka et al 1997)
22 Geacutenero
O facto de o paciente ser do sexo masculino ou feminino tambeacutem eacute um factor a
ter em conta pois aparenta ter especial importacircncia nas fracturas mandibulares poacutes-
operatoacuterias (Libersa et al 2002) Os homens mostram niacuteveis significativamente mais
elevados de forccedila mastigatoacuteria quando comparados com as mulheres (Miyaura et al
1999) Ao mastigar a forccedila requerida para quebrar os alimentos antes de os deglutir
pode causar forccedilas de stress consideraacuteveis nos ossos que estatildeo enfraquecidos pela
cirurgia e ainda natildeo recuperaram ou calcificaram (Perry e Goldberg 2000)
Deste modo devido agrave maior forccedila exercida no osso os homens apresentam
maior probabilidade de desenvolver fracturas mandibulares poacutes-operatoacuterias (Libersa et
al 2002 Brauer 2009)
23 Quantidade de dentes remanescentes
De acordo com Bodner et al as percentagens mais elevadas de fracturas
mandibulares ocorrem em pacientes parcialmente dentados ou totalmente dentados em
oposiccedilatildeo aos desdentados independentemente do sexo Tal como acontece nos
pacientes do sexo masculino discutido anteriormente indiviacuteduos com uma denticcedilatildeo
mais completa tambeacutem vatildeo exercer maiores forccedilas mastigatoacuterias Deste modo as forccedilas
exercidas na mandiacutebula durante a mastigaccedilatildeo apoacutes remoccedilatildeo de dentes inclusos causam
9
maior stress Assim pacientes com menos ausecircncias dentaacuterias apresentam maior risco
de desenvolvimento de fracturas mandibulares posteriormente agrave extracccedilatildeo
No estudo de Krimmel e Reinert independentemenre da idade todos os
pacientes que sofreram fracturas mandibulares apresentavam denticcedilatildeo completa Este
resultado parece estar relacionado com a aplicaccedilatildeo de forccedilas oclusais maacuteximas
posteriormente ao iniacutecio da cicatrizaccedilatildeo e reduccedilatildeo da dor e edema Consequentemente
cinco dos seis pacientes reportaram ouvir um estalido enquanto mastigavam dias apoacutes a
cirurgia
24 Grau de empactaccedilatildeo
Bodner e colaboradores referem que dentes totalmente empactados em osso
apresentam maior incidecircncia de fracturas mandibulares presumivelmente devido agrave
quantidade de osso que eacute necessaacuteria remover durante o acto ciruacutergico para a sua
extracccedilatildeo pois geralmente ocupam um maior volume de osso mandibular (Perry e
Goldberg 2000 Libersa et al 2002) No estudo de Libersa et al em 27 casos de
fractura mandibular 22 estavam completamente envolvidos por osso e 5 eram casos de
empactaccedilatildeo parcial
No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo na anaacutelise de Bodner et al a
quantidade de fracturas mandibulares associadas a dentes totalmente empactados foi o
dobro das fracturas em mandiacutebulas que continham dentes parcialmente empactados O
resultado apoacutes a extracccedilatildeo eacute a criaccedilatildeo de uma estrutura oacutessea ou parede cortical fina e
fraca criando uma mandiacutebula mais fraacutegil com possibilidades de sofrer fractura poacutes-
operatoacuteria (Perry e Goldberg 2000)
Na anaacutelise dos 6 casos de fractura mandibular por Krimmel e Reinert os dentes
foram classificados de acordo com o sistema de Pell amp Gregory (Anexo 1) Assim
apenas um molar se encontrava na classe I os restantes cinco em classe II e nenhum
dente foi categorizado com classe III A empactaccedilatildeo vertical era de classe B em dois
casos e classe C nos restantes quatro casos De acordo com estes resultados os autores
concluiacuteram que a posiccedilatildeo antero-posterior do terceiro molar parece natildeo ter influecircncia na
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular No entanto quanto maior a empactaccedilatildeo em
termos verticais maior a probabilidade da fractura ocorrer
Iizuka et al em 1997 analisaram as radiografias panoracircmicas de todos os
pacientes envolvidos nas fracturas mandibulares ocorridas no estudo Determinaram o
10
grau de empactaccedilatildeo e a posiccedilatildeo do terceiro molar de acordo com o sistema Pell amp
Gregory (Anexo 1) a angulaccedilatildeo do dente e tambeacutem o grau de dificuldade
O grau de dificuldade era atribuiacutedo por pontos consoante as classes do sistema
Pell amp Gregory em que o dente se encontrava e tambeacutem a sua angulaccedilatildeo um ponto para
classificaccedilotildees A I e mesioangulaccedilatildeo dois pontos para classes B II e posiccedilatildeo horizontal
trecircs pontos para classes C III e posiccedilatildeo vertical e ainda quatro pontos para dentes
distoangulados Neste sentido a classificaccedilatildeo maacutexima que poderia ser obtida era de 10
pontos correspondendo a um grau de dificuldade maacuteximo Os resultados obtidos
variaram de 5 a 9 pontos natildeo se verificando caracteriacutesticas predispodentes relevantes
No entanto como esta classificaccedilatildeo se baseou em trecircs paracircmetros os autores justificam
este resultado com base nas variaccedilotildees de angulaccedilatildeo encontradas no estudo Excluindo
este dado todos os casos excepto um se encontravam nas classes BC e IIIII Neste
sentido a remoccedilatildeo de dentes definidos nas classes BC e IIIII eacute considerada difiacutecil e
com predisposiccedilatildeo para fractura (Iizuka et al 1997)
25 Angulaccedilatildeo
De acordo com Xavier et al e com base na classificaccedilatildeo de Winter (Anexo 2) a
posiccedilatildeo dos terceiros molares inferiores mais frequentemente observada eacute a vertical e a
mesioangular (Vasconcellos et al 2002 Inaoka et al 2009 Santos e Quesada 2009)
Os dentes inclusos distoangulados satildeo considerados normalmente como os mais
difiacuteceis de extrair e que requerem maior remoccedilatildeo oacutessea Tambeacutem jaacute foi descrito que
uma posiccedilatildeo distoangular estaacute associada a uma posiccedilatildeo mais lingual sendo assim esta
parede cortical encontra-se bastante fina Neste sentido ao realizar uma abordagem ao
niacutevel da parede cortical vestibular coloca uma maior predisposiccedilatildeo para a ocorrecircncia de
fractura mandibular nestes casos de angulaccedilatildeo devido ao defeito oacutesseo criado (Iizuka et
al 1997 Chrcanovic et al 2010)
Iizuka e colaboradores definiram quatro grupos de dentes consoante o acircngulo
formado entre o eixo vertical do dente e o plano oclusal Para determinar a angulaccedilatildeo
dos terceiros molares foram efectuados quatro grupos dentes verticais quando o acircngulo
se encontra entre 80ordm e 100ordm mesioangular quando acircngulo estaacute entre 10ordm e 80ordm
distoangular quando o acircngulo eacute maior que 100ordm e horizontal quando o acircngulo se
encontra entre 350ordm e 10ordm Nos pacientes sem dentes mesialmente ao terceiro molar foi
desenhado um plano oclusal arbitraacuterio para definir a angulaccedilatildeo deste No estudo
depararam-se com cinco dentes mesioangulados um horizontal quatro distoangulados e
11
trecircs verticais Embora estes autores concordem com o que foi citado anteriormente
baseando-se na sua anaacutelise natildeo encontraram qualquer associaccedilatildeo entre o tipo de
angulaccedilatildeo e a predisposiccedilao para fractura mandibular
26 Comprimento das raiacutezes e sua relaccedilatildeo com o canal dentaacuterio inferior
O mecanismo pelo qual os terceiros molares com raiacutezes longas foram
relacionados com o aumento de risco de ocorrecircncia de fracturas angulares deve-se ao
espaccedilo oacutesseo que este ocupa na mandiacutebula Hanson et al suportando esta hipoacutetese
referem que as fracturas mandibulares podem ocorrer apoacutes remoccedilatildeo do terceiro molar
com raiacutezes muito compridas pois o acircngulo mandibular torna-se uma regiatildeo
enfraquecida
Nos casos de fractura analisados por Iizuka et al as raiacutezes dos dentes estavam
sobrepostas ao canal dentaacuterio inferior em 10 casos ou seja 77 dos casos Nos trecircs
casos restantes as raiacutezes estavam adjacentes ao canal Em nenhuma situaccedilatildeo foi
verificado radiograficamente um afastamento das raiacutezes em relaccedilatildeo ao canal Estes
autores concluiacuteram que raiacutezes sobrepostas ou adjacentes ao canal dentaacuterio inferior numa
radiografia panoracircmica representam paracircmetros importantes para a predisposiccedilatildeo para
fractura mandibular
27 Volume relativo da mandiacutebula ocupado pelo dente ()
Woldenberg et al consideram a porccedilatildeo relativa de volume ocupada pelo dente
na mandiacutebula um factor importante a ter em conta Este raacutecio pode ser determinado
atraveacutes de exames complementares antes de efectuar a extracccedilatildeo como a tomografia
computadorizada (TC) atraveacutes da reconstruccedilatildeo e visualizaccedilatildeo do dente e osso no
sentido vestibulo-lingual
Se esta relaccedilatildeo de volume relativo ocupado pelo dente for igual ou superior a
50 o risco de fractura eacute alto e recomenda-se especial cuidado durante a cirurgia
(Woldenberg et al 2007)
Iisuka e colaboradores obtiveram na sua anaacutelise radiograacutefica dos casos de
fractura mandibular ocorridos um raacutecio que variava entre 44 a 84 E Wagner et al
em 2005 obtiveram um raacutecio meacutedio de 62plusmn4 sendo considerado um valor
desfavoraacutevel Em ambos os estudos foram utilizadas radiografias panoracircmicas para
adquirir a percentagem de aacuterea que o dente ocupa no osso Na anaacutelise de Iizuka et al o
12
espaccedilo que os terceiros molares ocupam no osso foi avaliado com base na altura
mandibular
28 Lesotildees preacute-ciruacutergicas
Para aleacutem da quantidade diminuiacuteda de osso remanescente apoacutes uma cirurgia de
terceiros molares existem tambeacutem outros factores que provocam fragilidade
mandibular como eacute o caso de alteraccedilotildees patoloacutegicas no osso secundaacuterias a um quisto
ou tumor abrangente Iizuka et al no seu estudo referem que mesmo pequenas
alteraccedilotildees como uma pericoronarite ou um foliacuteculo aumentado podem enfraquecer a
mandiacutebula (Iizuka et al 1997)
Apesar de nas indicaccedilotildees para remoccedilatildeo dos sisos estar incluiacuteda a possibilidade
de desenvolver quistos ou tumores associados a estes dentes Adeyemo refere que a
incidecircncia destas patologias em terceiros molares inclusos eacute baixa Citados no estudo de
Chrcanovic et al Bruce et al reportaram uma incidecircncia de 62 sendo esta
percentagem superior em pacientes mais velhos com uma meacutedia de idade de 465 anos
No mesmo artigo de acordo com Girod et al quanto mais tempo a empactaccedilatildeo
persistir maior o risco de desenvolver quistos ou tumores
Na anaacutelise de 2010 por Bodner et al cerca de 27 dos pacientes tinham
historial de infecccedilotildees preacute-ciruacutergicas na zona do dente a extrair Portanto pressupocircs-se
uma associaccedilatildeo entre lesotildees oacutesseas preacute-existentes associadas ao dente em questatildeo com a
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular As infecccedilotildees relatadas foram a doenccedila
periodontal quistos ou pericoronarites recorrentes capazes de criar defeitos que
enfraquecem a mandiacutebula (Woldenberg et al 2007) Estas lesotildees satildeo frequentemente
encontradas em pacientes com mais de 40 anos de idade (Lysell e Rohlin 1988)
Na anaacutelise de Perry e Goldberg de 2000 tambeacutem incluiacuteda no estudo de Bodner
et al a severidade e a duraccedilatildeo das infecccedilotildees natildeo foram obtidas no entanto referem que
uma infecccedilatildeo croacutenica e profunda provoca descalcificaccedilatildeo e destruiccedilatildeo oacutessea
contribuindo para a probabilidade de desenvolvimento de fracturas tanto imediatas
como tardias
Geralmente as infecccedilotildees nos jovens surgem quando uma pequena parte da coroa
erupciona e por isso nos pacientes mais velhos as infecccedilotildees associadas agrave empactaccedilatildeo
do terceiro molar satildeo diferentes pois o dente muitas vezes estaacute totalmente envolvido
por osso Assim a reabsorccedilatildeo oacutessea eacute geralmente a causa destas infecccedilotildees De acordo
com Osaki a periodontite presente nos segundos molares tambeacutem pode ser a causa de
13
infecccedilatildeo associada aos terceiros molares Nestes casos o osso alveolar entre o dente
empactado e o segundo molar eacute frequentemente destruiacutedo pela periodontite croacutenica
(Osaki et al 1995) Os resultados obtidos por estes autores sugerem que os dentes
inclusos em pacientes de idade avanccedilada com reabsorccedilatildeo oacutessea fisioloacutegica em torno da
coroa associada agrave irritaccedilatildeo causada pelas proacuteteses dentaacuterias e estando em relaccedilatildeo com
um ligamento periodontal bastante alargado do dente adjacente tecircm maior tendecircncia
para desenvolver infecccedilotildees
De acordo com Indresano et al e Leone et al citados por Chrcanovic et al a
formaccedilatildeo de abcessos profundos nos molares inferiores estaacute mais associada aos dentes
parcialmente empactados Isto deve-se ao facto de existir um risco aumentado de
pericoronarites agudas em dentes erupcionados verticalmente posicionados ao niacutevel ou
acima do plano oclusal e que se encontram parcialmente cobertos por tecidos moles ou
duros Werkmeister et al confirmam os dados anteriores considerando a existecircncia de
maior risco para densenvolver infecccedilotildees nos terceiros molares parcialmente
empactados As citaccedilotildees anteriores em conjunto com a presenccedila de osso remanescente
reduzida ao niacutevel do acircngulo mandibular pressupotildee um risco elevado de fractura
mandibular em cirurgias nestes casos (Fuselier et al 2002)
29 Experiecircncia do profissional
Pode pensar-se que a fractura mandibular bem como qualquer outra
complicaccedilatildeo decorrente do acto ciruacutergico possa estar relacionada com a utilizaccedilatildeo de
teacutecnicas incorrectas ou com a experiecircncia do meacutedico dentista
Woldenberg et al em 2007 referiram que as fracturas imediatas que ocorrem
principalmente por utilizaccedilatildeo improacutepria dos instrumentos ou forccedila excessiva ocorrem
com maior probabilidade quando as cirurgias satildeo realizadas por profissionais mais
novos ou menos experientes como acontece no caso reportado neste estudo
No entanto nos artigos analisados por Bodner et al as operaccedilotildees foram
realizadas por meacutedicos dentistas generalistas especialistas e cirurgiotildees maxilo-faciais e
nenhuma diferenccedila significativa foi encontrada em relaccedilatildeo agraves taxas de incidecircncia De
acordo com estes autores eacute difiacutecil estabelecer uma relaccedilatildeo entre a experiecircncia do
meacutedico e o desenvolvimento de complicaccedilotildees uma vez que eacute necessaacuterio ter em conta
outros factores que podem dificultar a extracccedilatildeo e condicionar o resultado do acto
ciruacutergico bem como o periacuteodo poacutes-operatoacuterio No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo
14
no de Bodner et al apenas 4 das 28 fracturas ocorreram em pacientes abordados por
dentistas com experiecircncia igual ou inferior a 5 anos
210 Teacutecnica utilizada
A teacutecnica ciruacutergica para extracccedilatildeo de terceiros molares poderaacute afectar o
desenrolar do procedimento ciruacutergico bem como condicionar o desenvolvimento de
futuros problemas Caso seja aconselhaacutevel a abordagem com realizaccedilatildeo de retalho
como eacute o caso de dentes inclusos com lesatildeo periapical extensa dentes isolados na
mandiacutebula de pacientes idosos dentes com alteraccedilatildeo anatoacutemica das raiacutezes ou presenccedila
de corticais oacutesseas riacutegidas existem vaacuterias teacutecnicas que podem ser utilizadas tais como a
abordagem vestibular lingual ou mesmo um acesso extra-oral em casos de empactaccedilatildeo
muito proacutexima do bordo inferior da mandiacutebula (Bodner et al 2010) No entanto a
ostectomia vestibular eacute a mais frequentemente utilizada (Juacutenior et al 2006)
As fracturas intra-operatoacuterias podem ocorrer devido agrave utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos (Iizuka et al 1997
Krimmel e Reinert 2000 Libersa et al 2002 Woldenberg et al 2007) Este risco
pode ser diminuiacutedo quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando existe uma
boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada Adicionalmente
devem adoptar-se medidas conservadoras de remoccedilatildeo oacutessea bem como a realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo quando necessaacuterio (Al-Belasy et al 2009)
A classificaccedilatildeo dos terceiros molares de acordo com a sua posiccedilatildeo tem a
finalidade de auxiliar o planeamento ciruacutergico pois de certa forma determina a
complexidade do caso Juacutenior e colaboradores referem que quanto maior o grau de
inclusatildeo dentaacuteria maior a necessidade de emprego de uma teacutecnica ciruacutergica mais
invasiva Portanto uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e radiograacutefica do caso eacute muito importante para
a determinaccedilatildeo da teacutecnica ciruacutergica mais apropriada
211 Tempo decorrido apoacutes a cirurgia
Como foi referenciado anteriormente as fracturas mandibulares podem ocorrer
durante o acto cliacutenico (imediatas) ou apoacutes a cirurgia (tardias)
Bodner et al referiram em 2010 com base nos artigos estudados que o tempo
decorrido entre a extracccedilatildeo do dente e o diagnoacutestico da fractura se encontrava entre uma
a cinco semanas reportando que 86 dos casos de fractura ocorreram entre a primeira e
a terceira semana apoacutes cirurgia com maior taxa de incidecircncia na segunda e na terceira
15
semana Brauer apoia este facto referindo que a maioria das fracturas poacutes-operatoacuterias
ocorre durante a mastigaccedilatildeo entre o 13ordm e 21ordm dia apoacutes a cirurgia (Libersa et al 2002)
Estes factos podem ser explicados com base nos processos histoloacutegicos uma vez
que este periacuteodo de tempo corresponde a processos de cicatrizaccedilatildeo nomeadamente a
substituiccedilatildeo de tecido de granulaccedilatildeo por tecido conjuntivo no alveacuteolo e dois terccedilos do
alveacuteolo ainda natildeo estatildeo formados por osteoacuteide ou osso ateacute ao 38ordm dia (Amler et al
1960 Amler et al 1977 Libersa et al 2002) Para aleacutem disso no final da segunda
semana a dor desapareceu os pacientes jaacute se sentem melhor e capazes de mastigar
normalmente podendo causar forccedilas muito elevadas numa mandiacutebula enfraquecida
(Libersa et al 2002) Bodner et al explicam a elevada percentagem de fracturas poacutes-
operatoacuterias e o periacuteodo em que ocorrem como o resultado de forccedilas mastigatoacuterias
excessivas ou pequenos traumas sofridos por uma mandiacutebula enfraquecida
No estudo de Perry e Goldberg 18 das 28 fracturas ocorridas surgiram durante a
mastigaccedilatildeo A forccedila mastigatoacuteria requerida para quebrar os alimentos pode produzir
forccedilas de stress consideraacuteveis numa mandiacutebula enfraquecida apoacutes cirurgia natildeo se
encontrando completamente reconstruiacuteda e calcificada Nos casos relatados todos os
pacientes receberam as mesmas instruccedilotildees sobre a dieta a efectuar no entanto perante
os resultados os autores defendem que talvez natildeo tenha sido dado ecircnfase suficiente em
relaccedilatildeo agrave qualidade e duraccedilatildeo da dieta mole Tambeacutem propotildeem a falta de cooperaccedilatildeo
por parte do paciente em cumprir as instruccedilotildees fornecidas pelo meacutedico como uma
possiacutevel causa
Por oposiccedilatildeo Al-Belasy e seus colaboradores concluiacuteram que em pacientes
totalmente dentados ou com uma ou duas ausecircncias com idades superiores a 25 anos e
sem atrofia oacutessea ou doenccedilas sisteacutemicas a mastigaccedilatildeo parece natildeo afectar a possibilidade
de ocorrecircncia de fracturas mandibulares tardias apoacutes remoccedilatildeo ciruacutergica de terceiros
molares empactados sem lesotildees associadas
212 Parafunccedilotildees
Eacute compreensiacutevel que pacientes com parafunccedilotildees como o bruxismo o
apertamento dentaacuterio (ldquoclenchingrdquo) e hipertrofia dos muacutesculos masseacuteteres apresentem
maior predisposiccedilatildeo para as fracturas mandibulares apoacutes cirurgia de terceiros molares
quando a mandiacutebula se encontra enfraquecida Kraszewski et al citados por
Chrcanovic et al apontam como possiacutevel justificaccedilatildeo o facto de estas patologias
afectarem a forccedila de mastigaccedilatildeo
16
No entanto no estudo de Al-Belasy et al fizeram parte sete pacientes com
hipertrofia masseteacuterica e 11 pacientes que realizavam apertamento dentaacuterio eou
bruxismo e em nenhum destes pacientes ocorreu fractura mandibular apoacutes a extracccedilatildeo
213 Lado esquerdo ou direito da mandiacutebula
Apesar de Wagner et al terem verificado uma distribuiccedilatildeo desequilibrada de
fracturas mandibulares entre o lado esquerdo e o direito da mandiacutebula pois 70 dos
casos ocorreram no lado esquerdo Bodner se seus colaboradores apoacutes anaacutelise de vaacuterios
artigos chegaram a outras conclusotildees Nos casos onde era feita referecircncia ao lado da
mandiacutebula em que foi efectuada a extracccedilatildeo verificaram que natildeo existe relaccedilatildeo
significativa entre o lado da mandiacutebula abordado e a ocorrecircncia de fractura 48 dos
casos foram afectados no lado direito e 52 no lado esquerdo Os resultados de Wagner
et al podem ser explicados pelo facto de o profissional estando na posiccedilatildeo normal de
trabalho ter melhor visualizaccedilatildeo e melhor controlo da forccedila aplicada no lado direito
comparativamente ao lado esquerdo (Woldenberg et al 2007) resultando numa
ostectomia menos extensa (Wagner et al 2005)
214 Actividade fiacutesica
As lesotildees maxilo-faciais representam um risco elevado em praticantes de
desporto e as fracturas satildeo uma sequela bastante comum No final da segunda semana
apoacutes cirurgia dos terceiros molares os pacientes normalmente jaacute se sentem bem devido
ao desaparecimento da dor poacutes-operatoacuteria (Libersa et al 2002) Esta diminuccedilatildeo do
desconforto daacute uma falsa sensaccedilatildeo de seguranccedila que pode levar os pacientes que satildeo
atletas activos a voltarem a praticar deporto intenso aumentando o risco de fractura
mandibular tardia na regiatildeo do acircngulo mandibular fragilizada pela cirurgia O risco de
fracturas maxilo-faciais relacionadas com desporto eacute consideravelmente mais elevado
em desportos de contacto por apresentarem bastante popularidade e por falta de
protecccedilatildeo facial (Chrcanovic et al 2010)
215 Doenccedilas sisteacutemicas e medicaccedilatildeo
Krimmel e Reinert defendem que as fracturas mandibulares ocorrem quando a
resistecircncia do osso e as forccedilas exercidas neste natildeo satildeo compatiacuteveis Muitos pacientes
sujeitos a procedimentos ciruacutergicos estatildeo condicionados a terapia medicamentosa e a
doenccedilas sisteacutemicas que podem afectar a resistecircncia oacutessea
17
De acordo com Kirwan citado por Chrcanovic um destes exemplos eacute a terapia
com corticosteroides utilizada no tratamento de algumas doenccedilas como a artrite
reumatoacuteide e doenccedilas relacionadas como a asma brocircnquica neurodermite e por vezes
apoacutes transplante de oacutergatildeos em dosagens mais elevadas Alguns autores como Adachi e
Weinstein referem que um dos efeitos secundaacuterios desta terapia eacute a raacutepida perda de
osso e o aumento de risco de fractura oacutessea sendo este risco duas vezes superior
comparativamente a pessoas sem qualquer terapia e eacute mais elevado apoacutes exposiccedilatildeo
prolongada a estes medicamentos
A osteoporose eacute uma condiccedilatildeo que afecta grandemente a resistecircncia do osso e
pode justificar o aumento da taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares com o
aumento da idade (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000) Eacute comum em
pacientes do sexo feminino pois a diminuiccedilatildeo de estrogeacutenios no periacuteodo poacutes-
menopausa aumenta o ritmo de perda oacutessea Poreacutem tambeacutem pode ocorrer nos homens
estando relacionada com mecanismos ligados essencialmente ao envelhecimento como
a deficiecircncia de vitamina D a absorccedilatildeo diminuiacuteda de caacutelcio e aumento dos niacuteveis de
hormona paratiroideia (PTH) (Yazbek e Neto 2008) Nos homens a testosterona
funciona da mesma forma que os estrogeacutenios na mulher sendo que pacientes com
hipogonadismo tambeacutem experienciam perdas oacutesseas aceleradas (Chrcanovic et al
2010) O osso apresenta composiccedilatildeo normal mas fica diminuiacutedo em quantidade e esta
diminuiccedilatildeo da massa oacutessea frequentemente resulta em fracturas das veacutertebras anca e
antebraccedilo (Do Lee et al 2005) De acordo com Law e Klemetti citados por Do Lee a
osteoporose pode resultar em diminuiccedilatildeo da massa oacutessea da mandiacutebula bem como
provocar alteraccedilotildees na estrutura deste osso especialmente do bordo inferior No mesmo
artigo satildeo citados alguns autores como Shrout e Kashima que referem existir uma
ligaccedilatildeo entre a osteoporose e alteraccedilotildees radiograacuteficas verificadas no padratildeo trabecular
da mandiacutebula
Existem outras patologias que tambeacutem diminuem a forccedila oacutessea como a doenccedila
gastrointestinal pois diminui a absorccedilatildeo de vitamina D De acordo com Ebeling citado
por Chrcanovic a osteoporose nos homens pode estar relacionada com algumas
condiccedilotildees como a hipercalceacutemia nefrolitiacutease terapia com anticonvulsivantes
tirotoxicose doenccedila renal e do fiacutegado mieloma muacuteltiplo ou mastocitose sisteacutemica
Bechtold e Felin citados na anaacutelise de Chrcanovic e colaboradores mencionam
a artrite idiopaacutetica juvenil como a doenccedila reumaacutetica mais comum na aacuterea da pediatria
18
Alguns estudos demonstraram a existecircncia de deficiecircncias significativas da densidade
volumeacutetrica trabecular no osso mineral e massa oacutessea cortical nestes pacientes
Os pacientes com doenccedila renal croacutenica padecem de vaacuterios distuacuterbios no
metabolismo do foacutesforo caacutelcio e ossos Estas alteraccedilotildees devem-se a factores que
contribuem para o aumento da reabsorccedilatildeo oacutessea como a diminuiccedilatildeo da absorccedilatildeo de
caacutelcio pelo intestino excessiva produccedilatildeo de PTH e alteraccedilotildees no metabolismo da
vitamina D (McPhee 2007) De acordo com Chrcanovic et al os ossos satildeo mais
gravemente afectados em casos de doenccedila renal croacutenica do que em casos saudaacuteveis
onde apenas satildeo afectados pelas consequecircncias da idade avanccedilada
A massa oacutessea eacute uma caracteriacutestica principalmente determinada geneticamente
no entanto tambeacutem eacute alterada sob a influecircncia do ambiente Indiviacuteduos com muita
massa muscular e que praticam actividade fiacutesica apresentam maior massa oacutessea do que
por exemplo pacientes fumadores ou com problemas de alcoolismo (Chrcanovic et al
2010) Estas duas uacuteltimas condiccedilotildees satildeo tambeacutem consideradas factores de risco para a
osteoporose (McPhee 2007)
3 Diagnoacutestico
31 Preacute-Ciruacutergico
Uma vez indicada a extracccedilatildeo de dentes inclusos eacute fundamental a realizaccedilatildeo de
um planeamento ciruacutergico baseado em exames cliacutenicos e radioloacutegicos Atraveacutes do
exame cliacutenico obtecircm-se dados especiacuteficos da sauacutede geral do paciente histoacuteria meacutedica e
dentaacuteria e o niacutevel de complexidade e dificuldade operatoacuteria pode ser analisado no
exame radiograacutefico Deste modo o dentista consegue prevenir possiacuteveis acidentes
durante a cirurgia ou no periacuteodo poacutes-operatoacuterio muitas vezes relacionados com a
posiccedilatildeo e localizaccedilatildeo do dente incluso (Juacutenior et al 2006)
As classificaccedilotildees dos dentes inclusos satildeo feitas a partir da anaacutelise radiograacutefica e
com cuidadosa classificaccedilatildeo o dentista pode abordar a cirurgia de forma ordenada e
prever se alguma abordagem ciruacutergica fora do comum precisaraacute ser adoptada (Juacutenior et
al 2006 Xavier et al 2010) Para a maioria dos casos a radiografia periapical eacute a
radiografia de eleiccedilatildeo pois fornece informaccedilatildeo mais detalhada Por outro lado a
ortopantomografia mostra uma imagem mais exacta da anatomia da regiatildeo e pode ser
usada como substituto apropriado (Xavier et al 2010) Aliaacutes na grande maioria satildeo
19
estas as radiografias utilizadas pois eacute possiacutevel visualizar correctamente o longo eixo do
segundo molar o ramo ascendente da mandiacutebula e o niacutevel oacutesseo que satildeo utilizados
como paracircmetros (Juacutenior et al 2006)
Os sistemas de classificaccedilatildeo permitem avaliar a dificuldade da cirurgia e nestes
incluem-se a angulaccedilatildeo (classificaccedilatildeo de Winter ndash Anexo 2) relaccedilatildeo com o bordo
anterior do ramo ascendente (Sistema de Pell amp Gregory I II e III ndash Anexo 1) e relaccedilatildeo
com o plano oclusal (Sistema de Pell amp Gregory A B e C ndash Anexo 1) Outros factores a
ter em conta na anaacutelise radiograacutefica fazem parte de alguns factores predisponentes jaacute
abordados como eacute o caso da morfologia radicular e relaccedilatildeo das raiacutezes com o canal
dentaacuterio inferior a densidade oacutessea que eacute mais elevado em pacientes com mais de 35
anos diminuindo a flexidade e capacidade de expansatildeo do osso e a natureza do tecido
envolvente pois o tipo de empactaccedilatildeo pode ser por tecido mole oacutesseo parcial ou oacutesseo
total (Peterson et al 2000)
A tomografia computadorizada (TC) tem-se tornado muito uacutetil em certas
situaccedilotildees como na avaliaccedilatildeo da proximidade dos dentes inclusos a estruturas
anatoacutemicas na avaliaccedilatildeo da profundidade de empactaccedilatildeo e espessura das paredes
corticais inclinaccedilatildeo vestibulo-lingual e morfologia da coroa e raiacutezes do dente
empactado (Bodner et al 1994)
Como as fracturas mandibulares associadas agrave cirurgia satildeo raras natildeo se justifica
usar a TC como exame complementar preacute-ciruacutergico No entanto em casos especiacuteficos
apoacutes avaliaccedilatildeo criteriosa dos factores predisponentes que aparentam ter um elevado
risco de desenvolvimento de fractura mandibular este exame torna-se vantajoso (Bodner
et al 1994) Pode tambeacutem ser utilizada para determinar o volume oacutesseo relativo da
mandiacutebula ocupado pelo dente (Woldenberg et al 2007)
32 Poacutes-ciruacutergico
Apoacutes ou durante a cirurgia o meacutedico dentista tem que estar alerta para os sinais e
sintomas presenciados pelo paciente que podem indicar a ocorrecircncia de fractura
mandibular
Nos casos que se encontram no periacuteodo poacutes-operatoacuterio natildeo muito prolongado o
principal alerta para a possibilidade de fractura mandibular eacute ouvir um estalido algumas
semanas apoacutes a cirurgia (Woldenberg et al 2007) Considera-se que a mandiacutebula
fractura no momento em que o som eacute ouvido Jaacute nos casos em que decorreu bastante
tempo apoacutes a cirurgia o diagnoacutestico eacute mais complicado O atraso da cicatrizaccedilatildeo e a
20
presenccedila de osteomielite podem ser a causa destas fracturas e quando a cicatrizaccedilatildeo se
prolonga demasiado deve-se sempre considerar o risco de fractura apresentando assim
indicaccedilatildeo para controlo radiograacutefico perioacutedico (Iizuka et al 1997)
O som de um estalido reportado pelo paciente deve ser considerado como
indicativo de uma possiacutevel fractura mesmo que esta natildeo seja detectada inicialmente na
radiografia (Woldenberg et al 2007) Se assim acontecer recomenda-se a realizaccedilatildeo de
radiografias de controlo (Wagner et al 2005) Libersa et al bem como Perry e
Goldberg confirmam este som distinto pois a maioria dos pacientes reportou um som
tipo estalido enquanto mastigavam acompanhado por dor intensa Na anaacutelise de
Krimmel e Reinert todos os pacientes reportaram o mesmo som excepto um que
apenas presenciou um novo episoacutedio de dor
Para aleacutem da dor suacutebita outros sinais cliacutenicos a ter em conta satildeo a presenccedila de
parestesia disestesia ou anestesia relacionadas com o nervo dentaacuterio inferior e as
alteraccedilotildees na oclusatildeo que satildeo um forte indicador de possiacutevel fractura mandibular (Laub
Jr 2009) Poderaacute tambeacutem surgir edema (Wagner et al 2005)
No caso reportado por Woldenberg foi realizada radiografia panoracircmica poacutes-
operatoacuteria imediata apoacutes se ter presenciado um estalido durante a extracccedilatildeo do 38 Na
radiografia verficou-se uma linha radioluacutecida desde o alveacuteolo ateacute ao bordo inferior da
mandiacutebula compatiacutevel com linha de fractura Foi notificada tambeacutem a presenccedila de
parestesia do laacutebio inferior do lado correspondente agrave fractura
No estudo realizado por Wagner et al em 2005 13 dos 17 pacientes que
sofreram fractura mandibular tambeacutem reportaram um som tipo estalido mas nem
sempre associado a sensaccedilatildeo dolorosa imediata No entanto foi reportada
frequentemente a presenccedila de inchaccedilo na zona do acircngulo mandibular respectivo A
meacutedia de dias decorridos entre a cirugia e a fractura foi de 19plusmn4 dias O tempo
decorrido ateacute diagnoacutestico radioloacutegico com conhecimento da data da fractura foi de
10plusmn4 dias
Como jaacute foi referido as fracturas mandibulares nem sempre satildeo diagnosticadas
radiologicamente (Iizuka et al 1997) principalmente se natildeo houver deslocamento
patoloacutegico dos fragmentos (Wagner et al 2007) No estudo de Iizuka et al todas as
fracturas que ocorreram num estado poacutes-operatorio relativamente cedo eram fracturas
sem deslocamento Uma vez que este tipo de fractura natildeo eacute imediatamente reconhecido
um achado radiograacutefico negativo apoacutes suspeita natildeo deve exluir de imediato a presenccedila
de fractura Nestes casos eacute recomendada uma dieta mole e a execuccedilatildeo de radiografias de
21
controlo nos dias seguintes (Iizuka et al 1997) Aliaacutes no estudo de Iizuka et al um dos
pacientes reportou um estalido ao comer no sexto dia poacutes-operatoacuterio cuja radiografia
efectuada nesse mesmo dia natildeo revelou qualquer fractura Quatro semanas depois o
paciente voltou ao consultoacuterio devido a uma dor persistente no local da extracccedilatildeo onde
se verificou atraveacutes da radiografia uma fractura evidente
De acordo com alguns autores na radiografia pode verificar-se uma fractura preacute-
angular o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo eixo do
dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula ou fracturas angulares
com uma linha de fractura paralela agrave bissectriz do acircngulo mandibular (Iizuka et al
1997 Wagner et al 2005)
Em casos de suspeita de fractura sem deslocamento e cujos achados radioloacutegicos
atraveacutes das radiografias convencionais como a ortopantomografia sejam negativos a
tomografia computadorizada (TC) e a tomografia computadorizada de feixe coacutenico
podem ser utilizadas como exames adicionais
De acordo com Roth e colaboradores a TC apresenta resultados superiores aos
da radiografia panoracircmica Este facto justifica-se pelas suas ferramentas de
melhoramento de imagem melhor qualidade de imagem sensibilidade equivalente na
identificaccedilatildeo de fracturas menor erro de interpretaccedilatildeo e opiniotildees mais concordantes
entre os meacutedicos na identificaccedilatildeo das fracturas mandibulares (Roth et al 2005) Outros
estudos suportam a contribuiccedilatildeo dos achados radiograacuteficos na TC para o manuseamento
ciruacutergico de traumas (Eggers et al 2008) No entanto existem algumas desvantagens
nomeadamente o elevado custo a disponibilidade e a elevada exposiccedilatildeo de radiaccedilatildeo
Estes factores promovem a tomografia computadorizada de feixe coacutenico como uma
aceitaacutevel alternativa na avaliaccedilatildeo de fracturas maxilofaciais (Scarfe et al 2006
Shintaku et al 2009)
4 Tratamento
As opccedilotildees de tratamento para as fracturas mandibulares associadas a extracccedilotildees
seguem os princiacutepios do tratamento das fracturas traumaacuteticas do acircngulo da mandiacutebula
As fracturas mandibulares podem ser tratadas realizando-se a reduccedilatildeo
contenccedilatildeo e imobilizaccedilatildeo dos segmentos fracturados sendo que a orientaccedilatildeo da oclusatildeo
dentaacuteria levaraacute a uma perfeita consolidaccedilatildeo dos segmentos fracturados com boa
recuperaccedilatildeo funcional e esteacutetica (Gomes et al 2001) Eacute fundamental identificar e
22
assegurar a correcta oclusatildeo antes de recorrer agrave reduccedilatildeo da fractura (Custoacutedio et al
2007)
O tratamento das fracturas mandibulares iatrogeacutenicas reportado por diversos
estudos na anaacutelise de Bodner et al baseou-se numa reduccedilatildeo fechada da fractura em
40 dos casos reduccedilatildeo aberta em 35 dos pacientes e em 25 dos casos natildeo foi
efectuado qualquer tipo de tratamento Este autor natildeo faz referecircncia ao sucesso dos
tratamentos
Os tratamentos que utilizam apenas fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo chamados reduccedilotildees
fechadas porque natildeo envolvem a abertura directa exposiccedilatildeo e a manipulaccedilatildeo da aacuterea
fracturada Uma reduccedilatildeo aberta inclui exposiccedilatildeo directa e reduccedilatildeo da fractura atraveacutes de
incisatildeo ciruacutergica (Custoacutedio et al 2007)
No estudo de Chrcanovic et al foram analisados 128 casos de fractura
mandibular sendo dois destes relatados por experiecircncia proacutepria No primeiro caso a
paciente ouviu um estalido e na avaliaccedilatildeo da ortopantomografia verificou-se uma
fractura sem deslocamento As possiacuteveis opccedilotildees de tratamento foram discutidas com a
paciente Devido a vaacuterias razotildees nomeadamente a ausecircncia de infecccedilatildeo e deslocamento
entre os segmentos a presenccedila de uma boa oclusatildeo com todos os dentes presentes e o
devido consentimento da paciente foi realizada apenas fixaccedilatildeo intermaxilar Apoacutes trecircs
meses verificou-se radiologicamente uniatildeo oacutessea
No caso reportado por Woldenberg et al durante a extracccedilatildeo do dente 38
verificou-se na panoracircmica uma linha de fractura Foi colocada fixaccedilatildeo intermaxilar e
posteriomente foram realizados novos exames uma panoracircmica e uma TC que
demonstraram bons resultados com aproximaccedilatildeo da linha de fractura Apoacutes duas
semanas a paciente recuperou a sensibilidade ao niacutevel do nervo dentaacuterio inferior
esquerdo Seis semanas apoacutes a cirurgia a fixaccedilatildeo intermaxilar foi removida e a paciente
sujeita a dieta mole por mais quatro semanas Nos dois trecircs e seis meses apoacutes a cirugia
foram realizadas radiografias panoracircmicas Estas revelaram formaccedilatildeo contiacutenua de osso
ao niacutevel do alveacuteolo e da linha de fractura
No estudo de Iizuka et al em seis casos foi realizada reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo
interna em dois efectuou-se fixaccedilatildeo intermaxilar e nos restantes trecircs apenas dieta mole
Todos os pacientes foram submetidos a terapia antibioacutetica durante pelo menos uma
semana simultaneamente com o tratamento da fractura que decorreu sem complicaccedilotildees
Todavia a obtenccedilatildeo de uma boa estabilidade parece ser a protecccedilatildeo mais segura contra
23
a infecccedilatildeo e atraso da cicatrizaccedilatildeo mais do que a terapia antibioacutetica (Mehra e Murad
2008)
De acordo com a literatura hoje em dia o tratamento mais eficaz das fracturas
mandibulares baseia-se na reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo interna no entanto os artigos
abordados cuja fractura estaacute relacionada com a extracccedilatildeo de terceiros molares parecem
ter obtido bons resultados com a utilizaccedilatildeo de fixaccedilatildeo intermaxilar e realizaccedilatildeo de dieta
mole Iizuka et al referem que nos casos de diagnoacutestico precoce e ausecircncia de
sintomatologia eacute adequado um tratamento conservador com fixaccedilatildeo intermaxilar e
nalguns casos a prescriccedilatildeo de dieta mole
No entanto evitar o uso de fixaccedilatildeo intermaxilar no transoperatoacuterio eacute mais
econoacutemico em tempo e custo e mais confortaacutevel para o paciente De acordo com Sorel
citado por Laub Jr alguns dos problemas associados agrave fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo a maacute
alimentaccedilatildeo com perda de peso dificuldades na respiraccedilatildeo e foneacutetica maacute higiene oral e
problemas sociais Em contraste a fixaccedilatildeo interna permite restauraccedilatildeo da funccedilatildeo e
mobilidade mais cedo e aumento do conforto para o paciente com melhoria dos
aspectos atraacutes mencionados Os autores Gomes et al referem que a fixaccedilatildeo intermaxilar
natildeo eacute usualmente necessaacuteria na reduccedilatildeo de fracturas confinadas agrave mandiacutebula
De acordo com Calloway et al citados por Moreno et al o desenvolvimento de
diferentes sistemas de fixaccedilatildeo interna na traumatologia facial e sua aplicaccedilatildeo no
tratamento das fracturas mandibulares conduziu a mudanccedilas nos criteacuterios de realizaccedilatildeo
de imobilizaccedilatildeo poacutes-ciruacutergica Tambeacutem tornou possiacutevel um retorno agrave funccedilatildeo normal
mais raacutepido Esta teacutecnica utiliza placas e parafusos na regiatildeo da fractura para se obter
contenccedilatildeo estaacutevel e eficaz promovendo cicatrizaccedilatildeo oacutessea primaacuteria sem que seja
necessaacuteria a extensatildeo do uso de fixaccedilatildeo intermaxilar A eliminaccedilatildeo desta ou uso por
periacuteodo miacutenimo geralmente resulta em maior satisfaccedilatildeo para o paciente (Gomes et al
2001 Custoacutedio et al 2007) Nesta modalidade o acesso agrave aacuterea da fractura pode ser
conseguido atraveacutes de abordagem intra-oral ou extra-oral (Mehra e Murad 2008)
As fracturas com grande grau de deslocamento ou fracturas cominutivas
necessitam de uma abordagem extra-oral para correcta reduccedilatildeo e visualizaccedilatildeo ao
colocar as estruturas de fixaccedilatildeo interna Por esta razatildeo e por natildeo haver comunicaccedilatildeo
com o meio intra-oral este meacutetodo apresenta baixo iacutendice de contaminaccedilatildeo A reduccedilatildeo
aberta com abordagem intra-oral pode ser utilizada nos casos de ausecircncia ou ligeiro
deslocamento dos fragmentos pacientes pouco cooperantes ou que necessitam de
restabelecimento imediato da funccedilatildeo mastigatoacuteria (Custoacutedio et al 2007)
24
A utilizaccedilatildeo de meacutetodos de fixaccedilatildeo interna nas fracturas mandibulares parece ser
o meacutetodo de tratamento mais aceitaacutevel (Moreno et al 2000) No entanto
independentemente do meacutetodo utilizado a finalidade baacutesica do tratamento das fracturas
deve ser o restabelecimento da oclusatildeo funcional e a continuidade mandibular
promovendo a restauraccedilatildeo das funccedilotildees mastigatoacuterias do paciente com o miacutenimo de
sequelas possiacutevel (Custoacutedio et al 2007)
5 Medidas preventivas
Perante avaliaccedilatildeo cliacutenica e posterior suspeita de ser um paciente de alto risco de
desenvolvimento de fractura mandibular algumas medidas devem ser ponderadas com
especial atenccedilatildeo Chrcanovic et al apontam mesmo a inadequada avaliaccedilatildeo preacute-
operatoacuteria como um factor de risco ou factor predisponente para o desenvolvimento de
fracturas Portanto este seria o primeiro ponto a ter em conta para um adequado
procedimento ciruacutergico com medidas atenuantes do risco de complicaccedilotildees A
identificaccedilatildeo de dentes que representam elevado risco de complicaccedilotildees relacionadas
com a cirurgia eacute a chave para o desenvolvimento de medidas profilaacutecticas com o
objectivo de evitar fracturas mandibulares Todos os indicadores de risco devem ser
bem analisados
Bodner e colaboradores descreveram algumas medidas preventivas para reduzir
a possibilidade de ocorrecircncia de fracturas mandibulares iatrogeacutenicas Estas incluem os
seguintes passos informar o paciente sobre a existecircncia do risco de fractura e da
importacircncia da sua cooperaccedilatildeo (Libersa et al 2002) a remoccedilatildeo oacutessea quando
necessaacuteria deve ser miacutenima e se possiacutevel efectuar odontossecccedilatildeo reduzindo a aacuterea
oacutessea removida se o dente empactado se encontrar perto do bordo inferior da
mandiacutebula considerar a abordagem extra-oral pacientes devem realizar dieta mole nas
quatro semanas seguintes agrave cirurgia (Wagner et al 2005 Woldenberg et al 2007)
embora Iizuka et al refiram apenas duas semanas e limitar a forccedila mastigatoacuteria durante
dois meses (Libersa et al 2002) o meacutedico dentista deve dar ecircnfase agrave qualidade e
duraccedilatildeo da dieta mole (Perry e Goldberg 2000) informar o paciente sobre os sinais
cliacutenicos e sintomas de uma fractura poacutes-operatoacuteria alertar o paciente para a
possibilidade de ouvir um som tipo estalido que pode indicar a presenccedila de fractura natildeo
sendo no entanto facilmente detectaacutevel radiologicamente com necessidade de
posteriores radiografias (Iizuka et al 1997)
25
Obiechina et al citados por Al-Belasy et al referem que perante as
dificuldades inerentes a esta cirurgia eacute recomendado que esta seja efectuada antes dos
25 anos Aliaacutes de acordo com Libersa et al a remoccedilatildeo profilaacutectica de terceiros molares
antes dos 20 anos de idade pode atenuar o risco de fractura
De acordo com Chrcanovic et al em casos em que a extracccedilatildeo de terceiros
molares inclusos eacute recomendada o risco de desenvolver uma fractura mandibular intra-
operatoacuteria pode ser evitada quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando
existe uma boa visualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada (Al-Belasy et al 2009)
Estes autores referem que o risco de fracturas mandibulares tanto imediatas como
tardias pode ser evitado pelo diagnoacutestico preciso e bem elaborado nos seguintes casos
pacientes com mais de 25 anos de idade principalmente homens pacientes com
bruxismo atletas activos raiacutezes do terceiro molar sobrepostas ou adjacentes ao canal
dentaacuterio inferior visualizadas na panoracircmica pacientes com patologia local ou
sisteacutemica ou sob medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea
26
Conclusatildeo
As taxas de incidecircncia da fractura traumaacutetica mandibular satildeo elevadas
principalmente quando comparadas com as fracturas mandibulares associadas a
exodontias que rondam os 00046 Apesar de rara a possibilidade de ocorrer e os
sinais e sintomas que acarreta devem ser destacados na informaccedilatildeo e esclarecimento ao
paciente A remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos eacute a cirurgia mais associada a estas
fracturas e as indicaccedilotildees quanto agrave sua realizaccedilatildeo ainda satildeo um pouco questionadas
Cada caso deve ser bem avaliado com os meacutetodos cliacutenicos e radiograacuteficos necessaacuterios
Quando eacute decidida a realizaccedilatildeo de extracccedilatildeo a radiografia periapical eacute
considerada um exame de eleiccedilatildeo no entanto a radiografia panoracircmica eacute um bom
substituto e permite utilizar sistemas de classificaccedilatildeo que podem ajudar o dentista na
determinaccedilatildeo do grau de complexidade e dificuldade do procedimento Por outro lado a
tomografia computadorizada (TC) pode ser utilizada em casos muito especiacuteficos com
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos factores predisponentes agrave ocorrecircncia de fractura mandibular
associada agrave exodontia
As fracturas podem ocorrer durante ou apoacutes a cirurgia sendo estas uacuteltimas as
mais frequentes Pacientes com mais de 25 anos geralmente entre os 40 e 50 anos
aparentam ter maior predisposiccedilatildeo provavelmente devido agrave diminuiccedilatildeo da elasticidade
oacutessea e dificuldades na expansatildeo alveolar durante a cirurgia A osteoporose tambeacutem
pode estar relacionada com o enfraquecimento da estrutura oacutessea
As fracturas imediatas estatildeo geralmente associadas a utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos Esta forccedila aplicada numa
mandiacutebula enfraquecida por razotildees preacute-ciruacutergicas aumenta a predisposiccedilatildeo para
fractura A fragilidade mandibular pode ser fisioloacutegica mas pode tambeacutem estar
relacionada com factores locais ou sisteacutemicos como doenccedilas ou medicamentos que
afectam a resistecircncia oacutessea As infecccedilotildees e lesotildees quiacutesticas ou tumorais bem como a
terapia com corticosteroacuteides e a osteoporose satildeo exemplos destes factores Durante o
procedimento deve-se optar pela remoccedilatildeo oacutessea miacutenima e se possiacutevel realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo obtenccedilatildeo de boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e aplicaccedilatildeo de forccedila
guiada e controlada As fracturas mandibulares tardias geralmente estatildeo associadas a um
enfraquecimento da mandiacutebula que surgiu apoacutes a extracccedilatildeo sendo a remoccedilatildeo oacutessea
excessiva um factor relacionado Quanto maior a quantidade de osso removido maior o
defeito oacutesseo criado maior a fragilidade mandibular e consequentemente o risco de
fractura aumenta Deste modo dentes inclusos com grande empactaccedilatildeo e envolvimento
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
8
empactados necessitam de ser mais libertos do osso envolvente necessitando maior
ostectomia
A anquilose de dentes empactados nestes pacientes tambeacutem pode complicar a
extracccedilatildeo e enfraquecer a mandiacutebula devido agrave necessidade de efectuar maior remoccedilatildeo
oacutessea Deste modo perante este tipo de situaccedilatildeo eacute extremamente recomendado efectuar
odontossecccedilatildeo para facilitar a extracccedilatildeo do dente anquilosado e evitar futuras
complicaccedilotildees (Krimmel e Reinert 2000 Wagner et al 2005 Bodner et al 2010)
A elevada taxa de incidecircncia de fracturas em indiviacuteduos mais velhos devido agrave
diminuiccedilatildeo da elasticidade oacutessea e presenccedila de osteoporose estaacute de acordo com os
estudos que referem percentagens elevadas de complicaccedilotildees intra e poacutes-operatoacuterias na
remoccedilatildeo de terceiros molares empactados em pacientes numa faixa etaacuteria mais
avanccedilada Perante esta evidecircncia torna-se importante avaliar cada caso cuidadosamente
ou seja ter em conta a idade avanccedilada do indiviacuteduo e ponderar sobre a necessidade de
extracccedilatildeo ou natildeo dos dentes empactados nestes pacientes (Iizuka et al 1997)
22 Geacutenero
O facto de o paciente ser do sexo masculino ou feminino tambeacutem eacute um factor a
ter em conta pois aparenta ter especial importacircncia nas fracturas mandibulares poacutes-
operatoacuterias (Libersa et al 2002) Os homens mostram niacuteveis significativamente mais
elevados de forccedila mastigatoacuteria quando comparados com as mulheres (Miyaura et al
1999) Ao mastigar a forccedila requerida para quebrar os alimentos antes de os deglutir
pode causar forccedilas de stress consideraacuteveis nos ossos que estatildeo enfraquecidos pela
cirurgia e ainda natildeo recuperaram ou calcificaram (Perry e Goldberg 2000)
Deste modo devido agrave maior forccedila exercida no osso os homens apresentam
maior probabilidade de desenvolver fracturas mandibulares poacutes-operatoacuterias (Libersa et
al 2002 Brauer 2009)
23 Quantidade de dentes remanescentes
De acordo com Bodner et al as percentagens mais elevadas de fracturas
mandibulares ocorrem em pacientes parcialmente dentados ou totalmente dentados em
oposiccedilatildeo aos desdentados independentemente do sexo Tal como acontece nos
pacientes do sexo masculino discutido anteriormente indiviacuteduos com uma denticcedilatildeo
mais completa tambeacutem vatildeo exercer maiores forccedilas mastigatoacuterias Deste modo as forccedilas
exercidas na mandiacutebula durante a mastigaccedilatildeo apoacutes remoccedilatildeo de dentes inclusos causam
9
maior stress Assim pacientes com menos ausecircncias dentaacuterias apresentam maior risco
de desenvolvimento de fracturas mandibulares posteriormente agrave extracccedilatildeo
No estudo de Krimmel e Reinert independentemenre da idade todos os
pacientes que sofreram fracturas mandibulares apresentavam denticcedilatildeo completa Este
resultado parece estar relacionado com a aplicaccedilatildeo de forccedilas oclusais maacuteximas
posteriormente ao iniacutecio da cicatrizaccedilatildeo e reduccedilatildeo da dor e edema Consequentemente
cinco dos seis pacientes reportaram ouvir um estalido enquanto mastigavam dias apoacutes a
cirurgia
24 Grau de empactaccedilatildeo
Bodner e colaboradores referem que dentes totalmente empactados em osso
apresentam maior incidecircncia de fracturas mandibulares presumivelmente devido agrave
quantidade de osso que eacute necessaacuteria remover durante o acto ciruacutergico para a sua
extracccedilatildeo pois geralmente ocupam um maior volume de osso mandibular (Perry e
Goldberg 2000 Libersa et al 2002) No estudo de Libersa et al em 27 casos de
fractura mandibular 22 estavam completamente envolvidos por osso e 5 eram casos de
empactaccedilatildeo parcial
No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo na anaacutelise de Bodner et al a
quantidade de fracturas mandibulares associadas a dentes totalmente empactados foi o
dobro das fracturas em mandiacutebulas que continham dentes parcialmente empactados O
resultado apoacutes a extracccedilatildeo eacute a criaccedilatildeo de uma estrutura oacutessea ou parede cortical fina e
fraca criando uma mandiacutebula mais fraacutegil com possibilidades de sofrer fractura poacutes-
operatoacuteria (Perry e Goldberg 2000)
Na anaacutelise dos 6 casos de fractura mandibular por Krimmel e Reinert os dentes
foram classificados de acordo com o sistema de Pell amp Gregory (Anexo 1) Assim
apenas um molar se encontrava na classe I os restantes cinco em classe II e nenhum
dente foi categorizado com classe III A empactaccedilatildeo vertical era de classe B em dois
casos e classe C nos restantes quatro casos De acordo com estes resultados os autores
concluiacuteram que a posiccedilatildeo antero-posterior do terceiro molar parece natildeo ter influecircncia na
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular No entanto quanto maior a empactaccedilatildeo em
termos verticais maior a probabilidade da fractura ocorrer
Iizuka et al em 1997 analisaram as radiografias panoracircmicas de todos os
pacientes envolvidos nas fracturas mandibulares ocorridas no estudo Determinaram o
10
grau de empactaccedilatildeo e a posiccedilatildeo do terceiro molar de acordo com o sistema Pell amp
Gregory (Anexo 1) a angulaccedilatildeo do dente e tambeacutem o grau de dificuldade
O grau de dificuldade era atribuiacutedo por pontos consoante as classes do sistema
Pell amp Gregory em que o dente se encontrava e tambeacutem a sua angulaccedilatildeo um ponto para
classificaccedilotildees A I e mesioangulaccedilatildeo dois pontos para classes B II e posiccedilatildeo horizontal
trecircs pontos para classes C III e posiccedilatildeo vertical e ainda quatro pontos para dentes
distoangulados Neste sentido a classificaccedilatildeo maacutexima que poderia ser obtida era de 10
pontos correspondendo a um grau de dificuldade maacuteximo Os resultados obtidos
variaram de 5 a 9 pontos natildeo se verificando caracteriacutesticas predispodentes relevantes
No entanto como esta classificaccedilatildeo se baseou em trecircs paracircmetros os autores justificam
este resultado com base nas variaccedilotildees de angulaccedilatildeo encontradas no estudo Excluindo
este dado todos os casos excepto um se encontravam nas classes BC e IIIII Neste
sentido a remoccedilatildeo de dentes definidos nas classes BC e IIIII eacute considerada difiacutecil e
com predisposiccedilatildeo para fractura (Iizuka et al 1997)
25 Angulaccedilatildeo
De acordo com Xavier et al e com base na classificaccedilatildeo de Winter (Anexo 2) a
posiccedilatildeo dos terceiros molares inferiores mais frequentemente observada eacute a vertical e a
mesioangular (Vasconcellos et al 2002 Inaoka et al 2009 Santos e Quesada 2009)
Os dentes inclusos distoangulados satildeo considerados normalmente como os mais
difiacuteceis de extrair e que requerem maior remoccedilatildeo oacutessea Tambeacutem jaacute foi descrito que
uma posiccedilatildeo distoangular estaacute associada a uma posiccedilatildeo mais lingual sendo assim esta
parede cortical encontra-se bastante fina Neste sentido ao realizar uma abordagem ao
niacutevel da parede cortical vestibular coloca uma maior predisposiccedilatildeo para a ocorrecircncia de
fractura mandibular nestes casos de angulaccedilatildeo devido ao defeito oacutesseo criado (Iizuka et
al 1997 Chrcanovic et al 2010)
Iizuka e colaboradores definiram quatro grupos de dentes consoante o acircngulo
formado entre o eixo vertical do dente e o plano oclusal Para determinar a angulaccedilatildeo
dos terceiros molares foram efectuados quatro grupos dentes verticais quando o acircngulo
se encontra entre 80ordm e 100ordm mesioangular quando acircngulo estaacute entre 10ordm e 80ordm
distoangular quando o acircngulo eacute maior que 100ordm e horizontal quando o acircngulo se
encontra entre 350ordm e 10ordm Nos pacientes sem dentes mesialmente ao terceiro molar foi
desenhado um plano oclusal arbitraacuterio para definir a angulaccedilatildeo deste No estudo
depararam-se com cinco dentes mesioangulados um horizontal quatro distoangulados e
11
trecircs verticais Embora estes autores concordem com o que foi citado anteriormente
baseando-se na sua anaacutelise natildeo encontraram qualquer associaccedilatildeo entre o tipo de
angulaccedilatildeo e a predisposiccedilao para fractura mandibular
26 Comprimento das raiacutezes e sua relaccedilatildeo com o canal dentaacuterio inferior
O mecanismo pelo qual os terceiros molares com raiacutezes longas foram
relacionados com o aumento de risco de ocorrecircncia de fracturas angulares deve-se ao
espaccedilo oacutesseo que este ocupa na mandiacutebula Hanson et al suportando esta hipoacutetese
referem que as fracturas mandibulares podem ocorrer apoacutes remoccedilatildeo do terceiro molar
com raiacutezes muito compridas pois o acircngulo mandibular torna-se uma regiatildeo
enfraquecida
Nos casos de fractura analisados por Iizuka et al as raiacutezes dos dentes estavam
sobrepostas ao canal dentaacuterio inferior em 10 casos ou seja 77 dos casos Nos trecircs
casos restantes as raiacutezes estavam adjacentes ao canal Em nenhuma situaccedilatildeo foi
verificado radiograficamente um afastamento das raiacutezes em relaccedilatildeo ao canal Estes
autores concluiacuteram que raiacutezes sobrepostas ou adjacentes ao canal dentaacuterio inferior numa
radiografia panoracircmica representam paracircmetros importantes para a predisposiccedilatildeo para
fractura mandibular
27 Volume relativo da mandiacutebula ocupado pelo dente ()
Woldenberg et al consideram a porccedilatildeo relativa de volume ocupada pelo dente
na mandiacutebula um factor importante a ter em conta Este raacutecio pode ser determinado
atraveacutes de exames complementares antes de efectuar a extracccedilatildeo como a tomografia
computadorizada (TC) atraveacutes da reconstruccedilatildeo e visualizaccedilatildeo do dente e osso no
sentido vestibulo-lingual
Se esta relaccedilatildeo de volume relativo ocupado pelo dente for igual ou superior a
50 o risco de fractura eacute alto e recomenda-se especial cuidado durante a cirurgia
(Woldenberg et al 2007)
Iisuka e colaboradores obtiveram na sua anaacutelise radiograacutefica dos casos de
fractura mandibular ocorridos um raacutecio que variava entre 44 a 84 E Wagner et al
em 2005 obtiveram um raacutecio meacutedio de 62plusmn4 sendo considerado um valor
desfavoraacutevel Em ambos os estudos foram utilizadas radiografias panoracircmicas para
adquirir a percentagem de aacuterea que o dente ocupa no osso Na anaacutelise de Iizuka et al o
12
espaccedilo que os terceiros molares ocupam no osso foi avaliado com base na altura
mandibular
28 Lesotildees preacute-ciruacutergicas
Para aleacutem da quantidade diminuiacuteda de osso remanescente apoacutes uma cirurgia de
terceiros molares existem tambeacutem outros factores que provocam fragilidade
mandibular como eacute o caso de alteraccedilotildees patoloacutegicas no osso secundaacuterias a um quisto
ou tumor abrangente Iizuka et al no seu estudo referem que mesmo pequenas
alteraccedilotildees como uma pericoronarite ou um foliacuteculo aumentado podem enfraquecer a
mandiacutebula (Iizuka et al 1997)
Apesar de nas indicaccedilotildees para remoccedilatildeo dos sisos estar incluiacuteda a possibilidade
de desenvolver quistos ou tumores associados a estes dentes Adeyemo refere que a
incidecircncia destas patologias em terceiros molares inclusos eacute baixa Citados no estudo de
Chrcanovic et al Bruce et al reportaram uma incidecircncia de 62 sendo esta
percentagem superior em pacientes mais velhos com uma meacutedia de idade de 465 anos
No mesmo artigo de acordo com Girod et al quanto mais tempo a empactaccedilatildeo
persistir maior o risco de desenvolver quistos ou tumores
Na anaacutelise de 2010 por Bodner et al cerca de 27 dos pacientes tinham
historial de infecccedilotildees preacute-ciruacutergicas na zona do dente a extrair Portanto pressupocircs-se
uma associaccedilatildeo entre lesotildees oacutesseas preacute-existentes associadas ao dente em questatildeo com a
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular As infecccedilotildees relatadas foram a doenccedila
periodontal quistos ou pericoronarites recorrentes capazes de criar defeitos que
enfraquecem a mandiacutebula (Woldenberg et al 2007) Estas lesotildees satildeo frequentemente
encontradas em pacientes com mais de 40 anos de idade (Lysell e Rohlin 1988)
Na anaacutelise de Perry e Goldberg de 2000 tambeacutem incluiacuteda no estudo de Bodner
et al a severidade e a duraccedilatildeo das infecccedilotildees natildeo foram obtidas no entanto referem que
uma infecccedilatildeo croacutenica e profunda provoca descalcificaccedilatildeo e destruiccedilatildeo oacutessea
contribuindo para a probabilidade de desenvolvimento de fracturas tanto imediatas
como tardias
Geralmente as infecccedilotildees nos jovens surgem quando uma pequena parte da coroa
erupciona e por isso nos pacientes mais velhos as infecccedilotildees associadas agrave empactaccedilatildeo
do terceiro molar satildeo diferentes pois o dente muitas vezes estaacute totalmente envolvido
por osso Assim a reabsorccedilatildeo oacutessea eacute geralmente a causa destas infecccedilotildees De acordo
com Osaki a periodontite presente nos segundos molares tambeacutem pode ser a causa de
13
infecccedilatildeo associada aos terceiros molares Nestes casos o osso alveolar entre o dente
empactado e o segundo molar eacute frequentemente destruiacutedo pela periodontite croacutenica
(Osaki et al 1995) Os resultados obtidos por estes autores sugerem que os dentes
inclusos em pacientes de idade avanccedilada com reabsorccedilatildeo oacutessea fisioloacutegica em torno da
coroa associada agrave irritaccedilatildeo causada pelas proacuteteses dentaacuterias e estando em relaccedilatildeo com
um ligamento periodontal bastante alargado do dente adjacente tecircm maior tendecircncia
para desenvolver infecccedilotildees
De acordo com Indresano et al e Leone et al citados por Chrcanovic et al a
formaccedilatildeo de abcessos profundos nos molares inferiores estaacute mais associada aos dentes
parcialmente empactados Isto deve-se ao facto de existir um risco aumentado de
pericoronarites agudas em dentes erupcionados verticalmente posicionados ao niacutevel ou
acima do plano oclusal e que se encontram parcialmente cobertos por tecidos moles ou
duros Werkmeister et al confirmam os dados anteriores considerando a existecircncia de
maior risco para densenvolver infecccedilotildees nos terceiros molares parcialmente
empactados As citaccedilotildees anteriores em conjunto com a presenccedila de osso remanescente
reduzida ao niacutevel do acircngulo mandibular pressupotildee um risco elevado de fractura
mandibular em cirurgias nestes casos (Fuselier et al 2002)
29 Experiecircncia do profissional
Pode pensar-se que a fractura mandibular bem como qualquer outra
complicaccedilatildeo decorrente do acto ciruacutergico possa estar relacionada com a utilizaccedilatildeo de
teacutecnicas incorrectas ou com a experiecircncia do meacutedico dentista
Woldenberg et al em 2007 referiram que as fracturas imediatas que ocorrem
principalmente por utilizaccedilatildeo improacutepria dos instrumentos ou forccedila excessiva ocorrem
com maior probabilidade quando as cirurgias satildeo realizadas por profissionais mais
novos ou menos experientes como acontece no caso reportado neste estudo
No entanto nos artigos analisados por Bodner et al as operaccedilotildees foram
realizadas por meacutedicos dentistas generalistas especialistas e cirurgiotildees maxilo-faciais e
nenhuma diferenccedila significativa foi encontrada em relaccedilatildeo agraves taxas de incidecircncia De
acordo com estes autores eacute difiacutecil estabelecer uma relaccedilatildeo entre a experiecircncia do
meacutedico e o desenvolvimento de complicaccedilotildees uma vez que eacute necessaacuterio ter em conta
outros factores que podem dificultar a extracccedilatildeo e condicionar o resultado do acto
ciruacutergico bem como o periacuteodo poacutes-operatoacuterio No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo
14
no de Bodner et al apenas 4 das 28 fracturas ocorreram em pacientes abordados por
dentistas com experiecircncia igual ou inferior a 5 anos
210 Teacutecnica utilizada
A teacutecnica ciruacutergica para extracccedilatildeo de terceiros molares poderaacute afectar o
desenrolar do procedimento ciruacutergico bem como condicionar o desenvolvimento de
futuros problemas Caso seja aconselhaacutevel a abordagem com realizaccedilatildeo de retalho
como eacute o caso de dentes inclusos com lesatildeo periapical extensa dentes isolados na
mandiacutebula de pacientes idosos dentes com alteraccedilatildeo anatoacutemica das raiacutezes ou presenccedila
de corticais oacutesseas riacutegidas existem vaacuterias teacutecnicas que podem ser utilizadas tais como a
abordagem vestibular lingual ou mesmo um acesso extra-oral em casos de empactaccedilatildeo
muito proacutexima do bordo inferior da mandiacutebula (Bodner et al 2010) No entanto a
ostectomia vestibular eacute a mais frequentemente utilizada (Juacutenior et al 2006)
As fracturas intra-operatoacuterias podem ocorrer devido agrave utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos (Iizuka et al 1997
Krimmel e Reinert 2000 Libersa et al 2002 Woldenberg et al 2007) Este risco
pode ser diminuiacutedo quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando existe uma
boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada Adicionalmente
devem adoptar-se medidas conservadoras de remoccedilatildeo oacutessea bem como a realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo quando necessaacuterio (Al-Belasy et al 2009)
A classificaccedilatildeo dos terceiros molares de acordo com a sua posiccedilatildeo tem a
finalidade de auxiliar o planeamento ciruacutergico pois de certa forma determina a
complexidade do caso Juacutenior e colaboradores referem que quanto maior o grau de
inclusatildeo dentaacuteria maior a necessidade de emprego de uma teacutecnica ciruacutergica mais
invasiva Portanto uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e radiograacutefica do caso eacute muito importante para
a determinaccedilatildeo da teacutecnica ciruacutergica mais apropriada
211 Tempo decorrido apoacutes a cirurgia
Como foi referenciado anteriormente as fracturas mandibulares podem ocorrer
durante o acto cliacutenico (imediatas) ou apoacutes a cirurgia (tardias)
Bodner et al referiram em 2010 com base nos artigos estudados que o tempo
decorrido entre a extracccedilatildeo do dente e o diagnoacutestico da fractura se encontrava entre uma
a cinco semanas reportando que 86 dos casos de fractura ocorreram entre a primeira e
a terceira semana apoacutes cirurgia com maior taxa de incidecircncia na segunda e na terceira
15
semana Brauer apoia este facto referindo que a maioria das fracturas poacutes-operatoacuterias
ocorre durante a mastigaccedilatildeo entre o 13ordm e 21ordm dia apoacutes a cirurgia (Libersa et al 2002)
Estes factos podem ser explicados com base nos processos histoloacutegicos uma vez
que este periacuteodo de tempo corresponde a processos de cicatrizaccedilatildeo nomeadamente a
substituiccedilatildeo de tecido de granulaccedilatildeo por tecido conjuntivo no alveacuteolo e dois terccedilos do
alveacuteolo ainda natildeo estatildeo formados por osteoacuteide ou osso ateacute ao 38ordm dia (Amler et al
1960 Amler et al 1977 Libersa et al 2002) Para aleacutem disso no final da segunda
semana a dor desapareceu os pacientes jaacute se sentem melhor e capazes de mastigar
normalmente podendo causar forccedilas muito elevadas numa mandiacutebula enfraquecida
(Libersa et al 2002) Bodner et al explicam a elevada percentagem de fracturas poacutes-
operatoacuterias e o periacuteodo em que ocorrem como o resultado de forccedilas mastigatoacuterias
excessivas ou pequenos traumas sofridos por uma mandiacutebula enfraquecida
No estudo de Perry e Goldberg 18 das 28 fracturas ocorridas surgiram durante a
mastigaccedilatildeo A forccedila mastigatoacuteria requerida para quebrar os alimentos pode produzir
forccedilas de stress consideraacuteveis numa mandiacutebula enfraquecida apoacutes cirurgia natildeo se
encontrando completamente reconstruiacuteda e calcificada Nos casos relatados todos os
pacientes receberam as mesmas instruccedilotildees sobre a dieta a efectuar no entanto perante
os resultados os autores defendem que talvez natildeo tenha sido dado ecircnfase suficiente em
relaccedilatildeo agrave qualidade e duraccedilatildeo da dieta mole Tambeacutem propotildeem a falta de cooperaccedilatildeo
por parte do paciente em cumprir as instruccedilotildees fornecidas pelo meacutedico como uma
possiacutevel causa
Por oposiccedilatildeo Al-Belasy e seus colaboradores concluiacuteram que em pacientes
totalmente dentados ou com uma ou duas ausecircncias com idades superiores a 25 anos e
sem atrofia oacutessea ou doenccedilas sisteacutemicas a mastigaccedilatildeo parece natildeo afectar a possibilidade
de ocorrecircncia de fracturas mandibulares tardias apoacutes remoccedilatildeo ciruacutergica de terceiros
molares empactados sem lesotildees associadas
212 Parafunccedilotildees
Eacute compreensiacutevel que pacientes com parafunccedilotildees como o bruxismo o
apertamento dentaacuterio (ldquoclenchingrdquo) e hipertrofia dos muacutesculos masseacuteteres apresentem
maior predisposiccedilatildeo para as fracturas mandibulares apoacutes cirurgia de terceiros molares
quando a mandiacutebula se encontra enfraquecida Kraszewski et al citados por
Chrcanovic et al apontam como possiacutevel justificaccedilatildeo o facto de estas patologias
afectarem a forccedila de mastigaccedilatildeo
16
No entanto no estudo de Al-Belasy et al fizeram parte sete pacientes com
hipertrofia masseteacuterica e 11 pacientes que realizavam apertamento dentaacuterio eou
bruxismo e em nenhum destes pacientes ocorreu fractura mandibular apoacutes a extracccedilatildeo
213 Lado esquerdo ou direito da mandiacutebula
Apesar de Wagner et al terem verificado uma distribuiccedilatildeo desequilibrada de
fracturas mandibulares entre o lado esquerdo e o direito da mandiacutebula pois 70 dos
casos ocorreram no lado esquerdo Bodner se seus colaboradores apoacutes anaacutelise de vaacuterios
artigos chegaram a outras conclusotildees Nos casos onde era feita referecircncia ao lado da
mandiacutebula em que foi efectuada a extracccedilatildeo verificaram que natildeo existe relaccedilatildeo
significativa entre o lado da mandiacutebula abordado e a ocorrecircncia de fractura 48 dos
casos foram afectados no lado direito e 52 no lado esquerdo Os resultados de Wagner
et al podem ser explicados pelo facto de o profissional estando na posiccedilatildeo normal de
trabalho ter melhor visualizaccedilatildeo e melhor controlo da forccedila aplicada no lado direito
comparativamente ao lado esquerdo (Woldenberg et al 2007) resultando numa
ostectomia menos extensa (Wagner et al 2005)
214 Actividade fiacutesica
As lesotildees maxilo-faciais representam um risco elevado em praticantes de
desporto e as fracturas satildeo uma sequela bastante comum No final da segunda semana
apoacutes cirurgia dos terceiros molares os pacientes normalmente jaacute se sentem bem devido
ao desaparecimento da dor poacutes-operatoacuteria (Libersa et al 2002) Esta diminuccedilatildeo do
desconforto daacute uma falsa sensaccedilatildeo de seguranccedila que pode levar os pacientes que satildeo
atletas activos a voltarem a praticar deporto intenso aumentando o risco de fractura
mandibular tardia na regiatildeo do acircngulo mandibular fragilizada pela cirurgia O risco de
fracturas maxilo-faciais relacionadas com desporto eacute consideravelmente mais elevado
em desportos de contacto por apresentarem bastante popularidade e por falta de
protecccedilatildeo facial (Chrcanovic et al 2010)
215 Doenccedilas sisteacutemicas e medicaccedilatildeo
Krimmel e Reinert defendem que as fracturas mandibulares ocorrem quando a
resistecircncia do osso e as forccedilas exercidas neste natildeo satildeo compatiacuteveis Muitos pacientes
sujeitos a procedimentos ciruacutergicos estatildeo condicionados a terapia medicamentosa e a
doenccedilas sisteacutemicas que podem afectar a resistecircncia oacutessea
17
De acordo com Kirwan citado por Chrcanovic um destes exemplos eacute a terapia
com corticosteroides utilizada no tratamento de algumas doenccedilas como a artrite
reumatoacuteide e doenccedilas relacionadas como a asma brocircnquica neurodermite e por vezes
apoacutes transplante de oacutergatildeos em dosagens mais elevadas Alguns autores como Adachi e
Weinstein referem que um dos efeitos secundaacuterios desta terapia eacute a raacutepida perda de
osso e o aumento de risco de fractura oacutessea sendo este risco duas vezes superior
comparativamente a pessoas sem qualquer terapia e eacute mais elevado apoacutes exposiccedilatildeo
prolongada a estes medicamentos
A osteoporose eacute uma condiccedilatildeo que afecta grandemente a resistecircncia do osso e
pode justificar o aumento da taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares com o
aumento da idade (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000) Eacute comum em
pacientes do sexo feminino pois a diminuiccedilatildeo de estrogeacutenios no periacuteodo poacutes-
menopausa aumenta o ritmo de perda oacutessea Poreacutem tambeacutem pode ocorrer nos homens
estando relacionada com mecanismos ligados essencialmente ao envelhecimento como
a deficiecircncia de vitamina D a absorccedilatildeo diminuiacuteda de caacutelcio e aumento dos niacuteveis de
hormona paratiroideia (PTH) (Yazbek e Neto 2008) Nos homens a testosterona
funciona da mesma forma que os estrogeacutenios na mulher sendo que pacientes com
hipogonadismo tambeacutem experienciam perdas oacutesseas aceleradas (Chrcanovic et al
2010) O osso apresenta composiccedilatildeo normal mas fica diminuiacutedo em quantidade e esta
diminuiccedilatildeo da massa oacutessea frequentemente resulta em fracturas das veacutertebras anca e
antebraccedilo (Do Lee et al 2005) De acordo com Law e Klemetti citados por Do Lee a
osteoporose pode resultar em diminuiccedilatildeo da massa oacutessea da mandiacutebula bem como
provocar alteraccedilotildees na estrutura deste osso especialmente do bordo inferior No mesmo
artigo satildeo citados alguns autores como Shrout e Kashima que referem existir uma
ligaccedilatildeo entre a osteoporose e alteraccedilotildees radiograacuteficas verificadas no padratildeo trabecular
da mandiacutebula
Existem outras patologias que tambeacutem diminuem a forccedila oacutessea como a doenccedila
gastrointestinal pois diminui a absorccedilatildeo de vitamina D De acordo com Ebeling citado
por Chrcanovic a osteoporose nos homens pode estar relacionada com algumas
condiccedilotildees como a hipercalceacutemia nefrolitiacutease terapia com anticonvulsivantes
tirotoxicose doenccedila renal e do fiacutegado mieloma muacuteltiplo ou mastocitose sisteacutemica
Bechtold e Felin citados na anaacutelise de Chrcanovic e colaboradores mencionam
a artrite idiopaacutetica juvenil como a doenccedila reumaacutetica mais comum na aacuterea da pediatria
18
Alguns estudos demonstraram a existecircncia de deficiecircncias significativas da densidade
volumeacutetrica trabecular no osso mineral e massa oacutessea cortical nestes pacientes
Os pacientes com doenccedila renal croacutenica padecem de vaacuterios distuacuterbios no
metabolismo do foacutesforo caacutelcio e ossos Estas alteraccedilotildees devem-se a factores que
contribuem para o aumento da reabsorccedilatildeo oacutessea como a diminuiccedilatildeo da absorccedilatildeo de
caacutelcio pelo intestino excessiva produccedilatildeo de PTH e alteraccedilotildees no metabolismo da
vitamina D (McPhee 2007) De acordo com Chrcanovic et al os ossos satildeo mais
gravemente afectados em casos de doenccedila renal croacutenica do que em casos saudaacuteveis
onde apenas satildeo afectados pelas consequecircncias da idade avanccedilada
A massa oacutessea eacute uma caracteriacutestica principalmente determinada geneticamente
no entanto tambeacutem eacute alterada sob a influecircncia do ambiente Indiviacuteduos com muita
massa muscular e que praticam actividade fiacutesica apresentam maior massa oacutessea do que
por exemplo pacientes fumadores ou com problemas de alcoolismo (Chrcanovic et al
2010) Estas duas uacuteltimas condiccedilotildees satildeo tambeacutem consideradas factores de risco para a
osteoporose (McPhee 2007)
3 Diagnoacutestico
31 Preacute-Ciruacutergico
Uma vez indicada a extracccedilatildeo de dentes inclusos eacute fundamental a realizaccedilatildeo de
um planeamento ciruacutergico baseado em exames cliacutenicos e radioloacutegicos Atraveacutes do
exame cliacutenico obtecircm-se dados especiacuteficos da sauacutede geral do paciente histoacuteria meacutedica e
dentaacuteria e o niacutevel de complexidade e dificuldade operatoacuteria pode ser analisado no
exame radiograacutefico Deste modo o dentista consegue prevenir possiacuteveis acidentes
durante a cirurgia ou no periacuteodo poacutes-operatoacuterio muitas vezes relacionados com a
posiccedilatildeo e localizaccedilatildeo do dente incluso (Juacutenior et al 2006)
As classificaccedilotildees dos dentes inclusos satildeo feitas a partir da anaacutelise radiograacutefica e
com cuidadosa classificaccedilatildeo o dentista pode abordar a cirurgia de forma ordenada e
prever se alguma abordagem ciruacutergica fora do comum precisaraacute ser adoptada (Juacutenior et
al 2006 Xavier et al 2010) Para a maioria dos casos a radiografia periapical eacute a
radiografia de eleiccedilatildeo pois fornece informaccedilatildeo mais detalhada Por outro lado a
ortopantomografia mostra uma imagem mais exacta da anatomia da regiatildeo e pode ser
usada como substituto apropriado (Xavier et al 2010) Aliaacutes na grande maioria satildeo
19
estas as radiografias utilizadas pois eacute possiacutevel visualizar correctamente o longo eixo do
segundo molar o ramo ascendente da mandiacutebula e o niacutevel oacutesseo que satildeo utilizados
como paracircmetros (Juacutenior et al 2006)
Os sistemas de classificaccedilatildeo permitem avaliar a dificuldade da cirurgia e nestes
incluem-se a angulaccedilatildeo (classificaccedilatildeo de Winter ndash Anexo 2) relaccedilatildeo com o bordo
anterior do ramo ascendente (Sistema de Pell amp Gregory I II e III ndash Anexo 1) e relaccedilatildeo
com o plano oclusal (Sistema de Pell amp Gregory A B e C ndash Anexo 1) Outros factores a
ter em conta na anaacutelise radiograacutefica fazem parte de alguns factores predisponentes jaacute
abordados como eacute o caso da morfologia radicular e relaccedilatildeo das raiacutezes com o canal
dentaacuterio inferior a densidade oacutessea que eacute mais elevado em pacientes com mais de 35
anos diminuindo a flexidade e capacidade de expansatildeo do osso e a natureza do tecido
envolvente pois o tipo de empactaccedilatildeo pode ser por tecido mole oacutesseo parcial ou oacutesseo
total (Peterson et al 2000)
A tomografia computadorizada (TC) tem-se tornado muito uacutetil em certas
situaccedilotildees como na avaliaccedilatildeo da proximidade dos dentes inclusos a estruturas
anatoacutemicas na avaliaccedilatildeo da profundidade de empactaccedilatildeo e espessura das paredes
corticais inclinaccedilatildeo vestibulo-lingual e morfologia da coroa e raiacutezes do dente
empactado (Bodner et al 1994)
Como as fracturas mandibulares associadas agrave cirurgia satildeo raras natildeo se justifica
usar a TC como exame complementar preacute-ciruacutergico No entanto em casos especiacuteficos
apoacutes avaliaccedilatildeo criteriosa dos factores predisponentes que aparentam ter um elevado
risco de desenvolvimento de fractura mandibular este exame torna-se vantajoso (Bodner
et al 1994) Pode tambeacutem ser utilizada para determinar o volume oacutesseo relativo da
mandiacutebula ocupado pelo dente (Woldenberg et al 2007)
32 Poacutes-ciruacutergico
Apoacutes ou durante a cirurgia o meacutedico dentista tem que estar alerta para os sinais e
sintomas presenciados pelo paciente que podem indicar a ocorrecircncia de fractura
mandibular
Nos casos que se encontram no periacuteodo poacutes-operatoacuterio natildeo muito prolongado o
principal alerta para a possibilidade de fractura mandibular eacute ouvir um estalido algumas
semanas apoacutes a cirurgia (Woldenberg et al 2007) Considera-se que a mandiacutebula
fractura no momento em que o som eacute ouvido Jaacute nos casos em que decorreu bastante
tempo apoacutes a cirurgia o diagnoacutestico eacute mais complicado O atraso da cicatrizaccedilatildeo e a
20
presenccedila de osteomielite podem ser a causa destas fracturas e quando a cicatrizaccedilatildeo se
prolonga demasiado deve-se sempre considerar o risco de fractura apresentando assim
indicaccedilatildeo para controlo radiograacutefico perioacutedico (Iizuka et al 1997)
O som de um estalido reportado pelo paciente deve ser considerado como
indicativo de uma possiacutevel fractura mesmo que esta natildeo seja detectada inicialmente na
radiografia (Woldenberg et al 2007) Se assim acontecer recomenda-se a realizaccedilatildeo de
radiografias de controlo (Wagner et al 2005) Libersa et al bem como Perry e
Goldberg confirmam este som distinto pois a maioria dos pacientes reportou um som
tipo estalido enquanto mastigavam acompanhado por dor intensa Na anaacutelise de
Krimmel e Reinert todos os pacientes reportaram o mesmo som excepto um que
apenas presenciou um novo episoacutedio de dor
Para aleacutem da dor suacutebita outros sinais cliacutenicos a ter em conta satildeo a presenccedila de
parestesia disestesia ou anestesia relacionadas com o nervo dentaacuterio inferior e as
alteraccedilotildees na oclusatildeo que satildeo um forte indicador de possiacutevel fractura mandibular (Laub
Jr 2009) Poderaacute tambeacutem surgir edema (Wagner et al 2005)
No caso reportado por Woldenberg foi realizada radiografia panoracircmica poacutes-
operatoacuteria imediata apoacutes se ter presenciado um estalido durante a extracccedilatildeo do 38 Na
radiografia verficou-se uma linha radioluacutecida desde o alveacuteolo ateacute ao bordo inferior da
mandiacutebula compatiacutevel com linha de fractura Foi notificada tambeacutem a presenccedila de
parestesia do laacutebio inferior do lado correspondente agrave fractura
No estudo realizado por Wagner et al em 2005 13 dos 17 pacientes que
sofreram fractura mandibular tambeacutem reportaram um som tipo estalido mas nem
sempre associado a sensaccedilatildeo dolorosa imediata No entanto foi reportada
frequentemente a presenccedila de inchaccedilo na zona do acircngulo mandibular respectivo A
meacutedia de dias decorridos entre a cirugia e a fractura foi de 19plusmn4 dias O tempo
decorrido ateacute diagnoacutestico radioloacutegico com conhecimento da data da fractura foi de
10plusmn4 dias
Como jaacute foi referido as fracturas mandibulares nem sempre satildeo diagnosticadas
radiologicamente (Iizuka et al 1997) principalmente se natildeo houver deslocamento
patoloacutegico dos fragmentos (Wagner et al 2007) No estudo de Iizuka et al todas as
fracturas que ocorreram num estado poacutes-operatorio relativamente cedo eram fracturas
sem deslocamento Uma vez que este tipo de fractura natildeo eacute imediatamente reconhecido
um achado radiograacutefico negativo apoacutes suspeita natildeo deve exluir de imediato a presenccedila
de fractura Nestes casos eacute recomendada uma dieta mole e a execuccedilatildeo de radiografias de
21
controlo nos dias seguintes (Iizuka et al 1997) Aliaacutes no estudo de Iizuka et al um dos
pacientes reportou um estalido ao comer no sexto dia poacutes-operatoacuterio cuja radiografia
efectuada nesse mesmo dia natildeo revelou qualquer fractura Quatro semanas depois o
paciente voltou ao consultoacuterio devido a uma dor persistente no local da extracccedilatildeo onde
se verificou atraveacutes da radiografia uma fractura evidente
De acordo com alguns autores na radiografia pode verificar-se uma fractura preacute-
angular o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo eixo do
dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula ou fracturas angulares
com uma linha de fractura paralela agrave bissectriz do acircngulo mandibular (Iizuka et al
1997 Wagner et al 2005)
Em casos de suspeita de fractura sem deslocamento e cujos achados radioloacutegicos
atraveacutes das radiografias convencionais como a ortopantomografia sejam negativos a
tomografia computadorizada (TC) e a tomografia computadorizada de feixe coacutenico
podem ser utilizadas como exames adicionais
De acordo com Roth e colaboradores a TC apresenta resultados superiores aos
da radiografia panoracircmica Este facto justifica-se pelas suas ferramentas de
melhoramento de imagem melhor qualidade de imagem sensibilidade equivalente na
identificaccedilatildeo de fracturas menor erro de interpretaccedilatildeo e opiniotildees mais concordantes
entre os meacutedicos na identificaccedilatildeo das fracturas mandibulares (Roth et al 2005) Outros
estudos suportam a contribuiccedilatildeo dos achados radiograacuteficos na TC para o manuseamento
ciruacutergico de traumas (Eggers et al 2008) No entanto existem algumas desvantagens
nomeadamente o elevado custo a disponibilidade e a elevada exposiccedilatildeo de radiaccedilatildeo
Estes factores promovem a tomografia computadorizada de feixe coacutenico como uma
aceitaacutevel alternativa na avaliaccedilatildeo de fracturas maxilofaciais (Scarfe et al 2006
Shintaku et al 2009)
4 Tratamento
As opccedilotildees de tratamento para as fracturas mandibulares associadas a extracccedilotildees
seguem os princiacutepios do tratamento das fracturas traumaacuteticas do acircngulo da mandiacutebula
As fracturas mandibulares podem ser tratadas realizando-se a reduccedilatildeo
contenccedilatildeo e imobilizaccedilatildeo dos segmentos fracturados sendo que a orientaccedilatildeo da oclusatildeo
dentaacuteria levaraacute a uma perfeita consolidaccedilatildeo dos segmentos fracturados com boa
recuperaccedilatildeo funcional e esteacutetica (Gomes et al 2001) Eacute fundamental identificar e
22
assegurar a correcta oclusatildeo antes de recorrer agrave reduccedilatildeo da fractura (Custoacutedio et al
2007)
O tratamento das fracturas mandibulares iatrogeacutenicas reportado por diversos
estudos na anaacutelise de Bodner et al baseou-se numa reduccedilatildeo fechada da fractura em
40 dos casos reduccedilatildeo aberta em 35 dos pacientes e em 25 dos casos natildeo foi
efectuado qualquer tipo de tratamento Este autor natildeo faz referecircncia ao sucesso dos
tratamentos
Os tratamentos que utilizam apenas fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo chamados reduccedilotildees
fechadas porque natildeo envolvem a abertura directa exposiccedilatildeo e a manipulaccedilatildeo da aacuterea
fracturada Uma reduccedilatildeo aberta inclui exposiccedilatildeo directa e reduccedilatildeo da fractura atraveacutes de
incisatildeo ciruacutergica (Custoacutedio et al 2007)
No estudo de Chrcanovic et al foram analisados 128 casos de fractura
mandibular sendo dois destes relatados por experiecircncia proacutepria No primeiro caso a
paciente ouviu um estalido e na avaliaccedilatildeo da ortopantomografia verificou-se uma
fractura sem deslocamento As possiacuteveis opccedilotildees de tratamento foram discutidas com a
paciente Devido a vaacuterias razotildees nomeadamente a ausecircncia de infecccedilatildeo e deslocamento
entre os segmentos a presenccedila de uma boa oclusatildeo com todos os dentes presentes e o
devido consentimento da paciente foi realizada apenas fixaccedilatildeo intermaxilar Apoacutes trecircs
meses verificou-se radiologicamente uniatildeo oacutessea
No caso reportado por Woldenberg et al durante a extracccedilatildeo do dente 38
verificou-se na panoracircmica uma linha de fractura Foi colocada fixaccedilatildeo intermaxilar e
posteriomente foram realizados novos exames uma panoracircmica e uma TC que
demonstraram bons resultados com aproximaccedilatildeo da linha de fractura Apoacutes duas
semanas a paciente recuperou a sensibilidade ao niacutevel do nervo dentaacuterio inferior
esquerdo Seis semanas apoacutes a cirurgia a fixaccedilatildeo intermaxilar foi removida e a paciente
sujeita a dieta mole por mais quatro semanas Nos dois trecircs e seis meses apoacutes a cirugia
foram realizadas radiografias panoracircmicas Estas revelaram formaccedilatildeo contiacutenua de osso
ao niacutevel do alveacuteolo e da linha de fractura
No estudo de Iizuka et al em seis casos foi realizada reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo
interna em dois efectuou-se fixaccedilatildeo intermaxilar e nos restantes trecircs apenas dieta mole
Todos os pacientes foram submetidos a terapia antibioacutetica durante pelo menos uma
semana simultaneamente com o tratamento da fractura que decorreu sem complicaccedilotildees
Todavia a obtenccedilatildeo de uma boa estabilidade parece ser a protecccedilatildeo mais segura contra
23
a infecccedilatildeo e atraso da cicatrizaccedilatildeo mais do que a terapia antibioacutetica (Mehra e Murad
2008)
De acordo com a literatura hoje em dia o tratamento mais eficaz das fracturas
mandibulares baseia-se na reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo interna no entanto os artigos
abordados cuja fractura estaacute relacionada com a extracccedilatildeo de terceiros molares parecem
ter obtido bons resultados com a utilizaccedilatildeo de fixaccedilatildeo intermaxilar e realizaccedilatildeo de dieta
mole Iizuka et al referem que nos casos de diagnoacutestico precoce e ausecircncia de
sintomatologia eacute adequado um tratamento conservador com fixaccedilatildeo intermaxilar e
nalguns casos a prescriccedilatildeo de dieta mole
No entanto evitar o uso de fixaccedilatildeo intermaxilar no transoperatoacuterio eacute mais
econoacutemico em tempo e custo e mais confortaacutevel para o paciente De acordo com Sorel
citado por Laub Jr alguns dos problemas associados agrave fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo a maacute
alimentaccedilatildeo com perda de peso dificuldades na respiraccedilatildeo e foneacutetica maacute higiene oral e
problemas sociais Em contraste a fixaccedilatildeo interna permite restauraccedilatildeo da funccedilatildeo e
mobilidade mais cedo e aumento do conforto para o paciente com melhoria dos
aspectos atraacutes mencionados Os autores Gomes et al referem que a fixaccedilatildeo intermaxilar
natildeo eacute usualmente necessaacuteria na reduccedilatildeo de fracturas confinadas agrave mandiacutebula
De acordo com Calloway et al citados por Moreno et al o desenvolvimento de
diferentes sistemas de fixaccedilatildeo interna na traumatologia facial e sua aplicaccedilatildeo no
tratamento das fracturas mandibulares conduziu a mudanccedilas nos criteacuterios de realizaccedilatildeo
de imobilizaccedilatildeo poacutes-ciruacutergica Tambeacutem tornou possiacutevel um retorno agrave funccedilatildeo normal
mais raacutepido Esta teacutecnica utiliza placas e parafusos na regiatildeo da fractura para se obter
contenccedilatildeo estaacutevel e eficaz promovendo cicatrizaccedilatildeo oacutessea primaacuteria sem que seja
necessaacuteria a extensatildeo do uso de fixaccedilatildeo intermaxilar A eliminaccedilatildeo desta ou uso por
periacuteodo miacutenimo geralmente resulta em maior satisfaccedilatildeo para o paciente (Gomes et al
2001 Custoacutedio et al 2007) Nesta modalidade o acesso agrave aacuterea da fractura pode ser
conseguido atraveacutes de abordagem intra-oral ou extra-oral (Mehra e Murad 2008)
As fracturas com grande grau de deslocamento ou fracturas cominutivas
necessitam de uma abordagem extra-oral para correcta reduccedilatildeo e visualizaccedilatildeo ao
colocar as estruturas de fixaccedilatildeo interna Por esta razatildeo e por natildeo haver comunicaccedilatildeo
com o meio intra-oral este meacutetodo apresenta baixo iacutendice de contaminaccedilatildeo A reduccedilatildeo
aberta com abordagem intra-oral pode ser utilizada nos casos de ausecircncia ou ligeiro
deslocamento dos fragmentos pacientes pouco cooperantes ou que necessitam de
restabelecimento imediato da funccedilatildeo mastigatoacuteria (Custoacutedio et al 2007)
24
A utilizaccedilatildeo de meacutetodos de fixaccedilatildeo interna nas fracturas mandibulares parece ser
o meacutetodo de tratamento mais aceitaacutevel (Moreno et al 2000) No entanto
independentemente do meacutetodo utilizado a finalidade baacutesica do tratamento das fracturas
deve ser o restabelecimento da oclusatildeo funcional e a continuidade mandibular
promovendo a restauraccedilatildeo das funccedilotildees mastigatoacuterias do paciente com o miacutenimo de
sequelas possiacutevel (Custoacutedio et al 2007)
5 Medidas preventivas
Perante avaliaccedilatildeo cliacutenica e posterior suspeita de ser um paciente de alto risco de
desenvolvimento de fractura mandibular algumas medidas devem ser ponderadas com
especial atenccedilatildeo Chrcanovic et al apontam mesmo a inadequada avaliaccedilatildeo preacute-
operatoacuteria como um factor de risco ou factor predisponente para o desenvolvimento de
fracturas Portanto este seria o primeiro ponto a ter em conta para um adequado
procedimento ciruacutergico com medidas atenuantes do risco de complicaccedilotildees A
identificaccedilatildeo de dentes que representam elevado risco de complicaccedilotildees relacionadas
com a cirurgia eacute a chave para o desenvolvimento de medidas profilaacutecticas com o
objectivo de evitar fracturas mandibulares Todos os indicadores de risco devem ser
bem analisados
Bodner e colaboradores descreveram algumas medidas preventivas para reduzir
a possibilidade de ocorrecircncia de fracturas mandibulares iatrogeacutenicas Estas incluem os
seguintes passos informar o paciente sobre a existecircncia do risco de fractura e da
importacircncia da sua cooperaccedilatildeo (Libersa et al 2002) a remoccedilatildeo oacutessea quando
necessaacuteria deve ser miacutenima e se possiacutevel efectuar odontossecccedilatildeo reduzindo a aacuterea
oacutessea removida se o dente empactado se encontrar perto do bordo inferior da
mandiacutebula considerar a abordagem extra-oral pacientes devem realizar dieta mole nas
quatro semanas seguintes agrave cirurgia (Wagner et al 2005 Woldenberg et al 2007)
embora Iizuka et al refiram apenas duas semanas e limitar a forccedila mastigatoacuteria durante
dois meses (Libersa et al 2002) o meacutedico dentista deve dar ecircnfase agrave qualidade e
duraccedilatildeo da dieta mole (Perry e Goldberg 2000) informar o paciente sobre os sinais
cliacutenicos e sintomas de uma fractura poacutes-operatoacuteria alertar o paciente para a
possibilidade de ouvir um som tipo estalido que pode indicar a presenccedila de fractura natildeo
sendo no entanto facilmente detectaacutevel radiologicamente com necessidade de
posteriores radiografias (Iizuka et al 1997)
25
Obiechina et al citados por Al-Belasy et al referem que perante as
dificuldades inerentes a esta cirurgia eacute recomendado que esta seja efectuada antes dos
25 anos Aliaacutes de acordo com Libersa et al a remoccedilatildeo profilaacutectica de terceiros molares
antes dos 20 anos de idade pode atenuar o risco de fractura
De acordo com Chrcanovic et al em casos em que a extracccedilatildeo de terceiros
molares inclusos eacute recomendada o risco de desenvolver uma fractura mandibular intra-
operatoacuteria pode ser evitada quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando
existe uma boa visualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada (Al-Belasy et al 2009)
Estes autores referem que o risco de fracturas mandibulares tanto imediatas como
tardias pode ser evitado pelo diagnoacutestico preciso e bem elaborado nos seguintes casos
pacientes com mais de 25 anos de idade principalmente homens pacientes com
bruxismo atletas activos raiacutezes do terceiro molar sobrepostas ou adjacentes ao canal
dentaacuterio inferior visualizadas na panoracircmica pacientes com patologia local ou
sisteacutemica ou sob medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea
26
Conclusatildeo
As taxas de incidecircncia da fractura traumaacutetica mandibular satildeo elevadas
principalmente quando comparadas com as fracturas mandibulares associadas a
exodontias que rondam os 00046 Apesar de rara a possibilidade de ocorrer e os
sinais e sintomas que acarreta devem ser destacados na informaccedilatildeo e esclarecimento ao
paciente A remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos eacute a cirurgia mais associada a estas
fracturas e as indicaccedilotildees quanto agrave sua realizaccedilatildeo ainda satildeo um pouco questionadas
Cada caso deve ser bem avaliado com os meacutetodos cliacutenicos e radiograacuteficos necessaacuterios
Quando eacute decidida a realizaccedilatildeo de extracccedilatildeo a radiografia periapical eacute
considerada um exame de eleiccedilatildeo no entanto a radiografia panoracircmica eacute um bom
substituto e permite utilizar sistemas de classificaccedilatildeo que podem ajudar o dentista na
determinaccedilatildeo do grau de complexidade e dificuldade do procedimento Por outro lado a
tomografia computadorizada (TC) pode ser utilizada em casos muito especiacuteficos com
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos factores predisponentes agrave ocorrecircncia de fractura mandibular
associada agrave exodontia
As fracturas podem ocorrer durante ou apoacutes a cirurgia sendo estas uacuteltimas as
mais frequentes Pacientes com mais de 25 anos geralmente entre os 40 e 50 anos
aparentam ter maior predisposiccedilatildeo provavelmente devido agrave diminuiccedilatildeo da elasticidade
oacutessea e dificuldades na expansatildeo alveolar durante a cirurgia A osteoporose tambeacutem
pode estar relacionada com o enfraquecimento da estrutura oacutessea
As fracturas imediatas estatildeo geralmente associadas a utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos Esta forccedila aplicada numa
mandiacutebula enfraquecida por razotildees preacute-ciruacutergicas aumenta a predisposiccedilatildeo para
fractura A fragilidade mandibular pode ser fisioloacutegica mas pode tambeacutem estar
relacionada com factores locais ou sisteacutemicos como doenccedilas ou medicamentos que
afectam a resistecircncia oacutessea As infecccedilotildees e lesotildees quiacutesticas ou tumorais bem como a
terapia com corticosteroacuteides e a osteoporose satildeo exemplos destes factores Durante o
procedimento deve-se optar pela remoccedilatildeo oacutessea miacutenima e se possiacutevel realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo obtenccedilatildeo de boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e aplicaccedilatildeo de forccedila
guiada e controlada As fracturas mandibulares tardias geralmente estatildeo associadas a um
enfraquecimento da mandiacutebula que surgiu apoacutes a extracccedilatildeo sendo a remoccedilatildeo oacutessea
excessiva um factor relacionado Quanto maior a quantidade de osso removido maior o
defeito oacutesseo criado maior a fragilidade mandibular e consequentemente o risco de
fractura aumenta Deste modo dentes inclusos com grande empactaccedilatildeo e envolvimento
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
9
maior stress Assim pacientes com menos ausecircncias dentaacuterias apresentam maior risco
de desenvolvimento de fracturas mandibulares posteriormente agrave extracccedilatildeo
No estudo de Krimmel e Reinert independentemenre da idade todos os
pacientes que sofreram fracturas mandibulares apresentavam denticcedilatildeo completa Este
resultado parece estar relacionado com a aplicaccedilatildeo de forccedilas oclusais maacuteximas
posteriormente ao iniacutecio da cicatrizaccedilatildeo e reduccedilatildeo da dor e edema Consequentemente
cinco dos seis pacientes reportaram ouvir um estalido enquanto mastigavam dias apoacutes a
cirurgia
24 Grau de empactaccedilatildeo
Bodner e colaboradores referem que dentes totalmente empactados em osso
apresentam maior incidecircncia de fracturas mandibulares presumivelmente devido agrave
quantidade de osso que eacute necessaacuteria remover durante o acto ciruacutergico para a sua
extracccedilatildeo pois geralmente ocupam um maior volume de osso mandibular (Perry e
Goldberg 2000 Libersa et al 2002) No estudo de Libersa et al em 27 casos de
fractura mandibular 22 estavam completamente envolvidos por osso e 5 eram casos de
empactaccedilatildeo parcial
No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo na anaacutelise de Bodner et al a
quantidade de fracturas mandibulares associadas a dentes totalmente empactados foi o
dobro das fracturas em mandiacutebulas que continham dentes parcialmente empactados O
resultado apoacutes a extracccedilatildeo eacute a criaccedilatildeo de uma estrutura oacutessea ou parede cortical fina e
fraca criando uma mandiacutebula mais fraacutegil com possibilidades de sofrer fractura poacutes-
operatoacuteria (Perry e Goldberg 2000)
Na anaacutelise dos 6 casos de fractura mandibular por Krimmel e Reinert os dentes
foram classificados de acordo com o sistema de Pell amp Gregory (Anexo 1) Assim
apenas um molar se encontrava na classe I os restantes cinco em classe II e nenhum
dente foi categorizado com classe III A empactaccedilatildeo vertical era de classe B em dois
casos e classe C nos restantes quatro casos De acordo com estes resultados os autores
concluiacuteram que a posiccedilatildeo antero-posterior do terceiro molar parece natildeo ter influecircncia na
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular No entanto quanto maior a empactaccedilatildeo em
termos verticais maior a probabilidade da fractura ocorrer
Iizuka et al em 1997 analisaram as radiografias panoracircmicas de todos os
pacientes envolvidos nas fracturas mandibulares ocorridas no estudo Determinaram o
10
grau de empactaccedilatildeo e a posiccedilatildeo do terceiro molar de acordo com o sistema Pell amp
Gregory (Anexo 1) a angulaccedilatildeo do dente e tambeacutem o grau de dificuldade
O grau de dificuldade era atribuiacutedo por pontos consoante as classes do sistema
Pell amp Gregory em que o dente se encontrava e tambeacutem a sua angulaccedilatildeo um ponto para
classificaccedilotildees A I e mesioangulaccedilatildeo dois pontos para classes B II e posiccedilatildeo horizontal
trecircs pontos para classes C III e posiccedilatildeo vertical e ainda quatro pontos para dentes
distoangulados Neste sentido a classificaccedilatildeo maacutexima que poderia ser obtida era de 10
pontos correspondendo a um grau de dificuldade maacuteximo Os resultados obtidos
variaram de 5 a 9 pontos natildeo se verificando caracteriacutesticas predispodentes relevantes
No entanto como esta classificaccedilatildeo se baseou em trecircs paracircmetros os autores justificam
este resultado com base nas variaccedilotildees de angulaccedilatildeo encontradas no estudo Excluindo
este dado todos os casos excepto um se encontravam nas classes BC e IIIII Neste
sentido a remoccedilatildeo de dentes definidos nas classes BC e IIIII eacute considerada difiacutecil e
com predisposiccedilatildeo para fractura (Iizuka et al 1997)
25 Angulaccedilatildeo
De acordo com Xavier et al e com base na classificaccedilatildeo de Winter (Anexo 2) a
posiccedilatildeo dos terceiros molares inferiores mais frequentemente observada eacute a vertical e a
mesioangular (Vasconcellos et al 2002 Inaoka et al 2009 Santos e Quesada 2009)
Os dentes inclusos distoangulados satildeo considerados normalmente como os mais
difiacuteceis de extrair e que requerem maior remoccedilatildeo oacutessea Tambeacutem jaacute foi descrito que
uma posiccedilatildeo distoangular estaacute associada a uma posiccedilatildeo mais lingual sendo assim esta
parede cortical encontra-se bastante fina Neste sentido ao realizar uma abordagem ao
niacutevel da parede cortical vestibular coloca uma maior predisposiccedilatildeo para a ocorrecircncia de
fractura mandibular nestes casos de angulaccedilatildeo devido ao defeito oacutesseo criado (Iizuka et
al 1997 Chrcanovic et al 2010)
Iizuka e colaboradores definiram quatro grupos de dentes consoante o acircngulo
formado entre o eixo vertical do dente e o plano oclusal Para determinar a angulaccedilatildeo
dos terceiros molares foram efectuados quatro grupos dentes verticais quando o acircngulo
se encontra entre 80ordm e 100ordm mesioangular quando acircngulo estaacute entre 10ordm e 80ordm
distoangular quando o acircngulo eacute maior que 100ordm e horizontal quando o acircngulo se
encontra entre 350ordm e 10ordm Nos pacientes sem dentes mesialmente ao terceiro molar foi
desenhado um plano oclusal arbitraacuterio para definir a angulaccedilatildeo deste No estudo
depararam-se com cinco dentes mesioangulados um horizontal quatro distoangulados e
11
trecircs verticais Embora estes autores concordem com o que foi citado anteriormente
baseando-se na sua anaacutelise natildeo encontraram qualquer associaccedilatildeo entre o tipo de
angulaccedilatildeo e a predisposiccedilao para fractura mandibular
26 Comprimento das raiacutezes e sua relaccedilatildeo com o canal dentaacuterio inferior
O mecanismo pelo qual os terceiros molares com raiacutezes longas foram
relacionados com o aumento de risco de ocorrecircncia de fracturas angulares deve-se ao
espaccedilo oacutesseo que este ocupa na mandiacutebula Hanson et al suportando esta hipoacutetese
referem que as fracturas mandibulares podem ocorrer apoacutes remoccedilatildeo do terceiro molar
com raiacutezes muito compridas pois o acircngulo mandibular torna-se uma regiatildeo
enfraquecida
Nos casos de fractura analisados por Iizuka et al as raiacutezes dos dentes estavam
sobrepostas ao canal dentaacuterio inferior em 10 casos ou seja 77 dos casos Nos trecircs
casos restantes as raiacutezes estavam adjacentes ao canal Em nenhuma situaccedilatildeo foi
verificado radiograficamente um afastamento das raiacutezes em relaccedilatildeo ao canal Estes
autores concluiacuteram que raiacutezes sobrepostas ou adjacentes ao canal dentaacuterio inferior numa
radiografia panoracircmica representam paracircmetros importantes para a predisposiccedilatildeo para
fractura mandibular
27 Volume relativo da mandiacutebula ocupado pelo dente ()
Woldenberg et al consideram a porccedilatildeo relativa de volume ocupada pelo dente
na mandiacutebula um factor importante a ter em conta Este raacutecio pode ser determinado
atraveacutes de exames complementares antes de efectuar a extracccedilatildeo como a tomografia
computadorizada (TC) atraveacutes da reconstruccedilatildeo e visualizaccedilatildeo do dente e osso no
sentido vestibulo-lingual
Se esta relaccedilatildeo de volume relativo ocupado pelo dente for igual ou superior a
50 o risco de fractura eacute alto e recomenda-se especial cuidado durante a cirurgia
(Woldenberg et al 2007)
Iisuka e colaboradores obtiveram na sua anaacutelise radiograacutefica dos casos de
fractura mandibular ocorridos um raacutecio que variava entre 44 a 84 E Wagner et al
em 2005 obtiveram um raacutecio meacutedio de 62plusmn4 sendo considerado um valor
desfavoraacutevel Em ambos os estudos foram utilizadas radiografias panoracircmicas para
adquirir a percentagem de aacuterea que o dente ocupa no osso Na anaacutelise de Iizuka et al o
12
espaccedilo que os terceiros molares ocupam no osso foi avaliado com base na altura
mandibular
28 Lesotildees preacute-ciruacutergicas
Para aleacutem da quantidade diminuiacuteda de osso remanescente apoacutes uma cirurgia de
terceiros molares existem tambeacutem outros factores que provocam fragilidade
mandibular como eacute o caso de alteraccedilotildees patoloacutegicas no osso secundaacuterias a um quisto
ou tumor abrangente Iizuka et al no seu estudo referem que mesmo pequenas
alteraccedilotildees como uma pericoronarite ou um foliacuteculo aumentado podem enfraquecer a
mandiacutebula (Iizuka et al 1997)
Apesar de nas indicaccedilotildees para remoccedilatildeo dos sisos estar incluiacuteda a possibilidade
de desenvolver quistos ou tumores associados a estes dentes Adeyemo refere que a
incidecircncia destas patologias em terceiros molares inclusos eacute baixa Citados no estudo de
Chrcanovic et al Bruce et al reportaram uma incidecircncia de 62 sendo esta
percentagem superior em pacientes mais velhos com uma meacutedia de idade de 465 anos
No mesmo artigo de acordo com Girod et al quanto mais tempo a empactaccedilatildeo
persistir maior o risco de desenvolver quistos ou tumores
Na anaacutelise de 2010 por Bodner et al cerca de 27 dos pacientes tinham
historial de infecccedilotildees preacute-ciruacutergicas na zona do dente a extrair Portanto pressupocircs-se
uma associaccedilatildeo entre lesotildees oacutesseas preacute-existentes associadas ao dente em questatildeo com a
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular As infecccedilotildees relatadas foram a doenccedila
periodontal quistos ou pericoronarites recorrentes capazes de criar defeitos que
enfraquecem a mandiacutebula (Woldenberg et al 2007) Estas lesotildees satildeo frequentemente
encontradas em pacientes com mais de 40 anos de idade (Lysell e Rohlin 1988)
Na anaacutelise de Perry e Goldberg de 2000 tambeacutem incluiacuteda no estudo de Bodner
et al a severidade e a duraccedilatildeo das infecccedilotildees natildeo foram obtidas no entanto referem que
uma infecccedilatildeo croacutenica e profunda provoca descalcificaccedilatildeo e destruiccedilatildeo oacutessea
contribuindo para a probabilidade de desenvolvimento de fracturas tanto imediatas
como tardias
Geralmente as infecccedilotildees nos jovens surgem quando uma pequena parte da coroa
erupciona e por isso nos pacientes mais velhos as infecccedilotildees associadas agrave empactaccedilatildeo
do terceiro molar satildeo diferentes pois o dente muitas vezes estaacute totalmente envolvido
por osso Assim a reabsorccedilatildeo oacutessea eacute geralmente a causa destas infecccedilotildees De acordo
com Osaki a periodontite presente nos segundos molares tambeacutem pode ser a causa de
13
infecccedilatildeo associada aos terceiros molares Nestes casos o osso alveolar entre o dente
empactado e o segundo molar eacute frequentemente destruiacutedo pela periodontite croacutenica
(Osaki et al 1995) Os resultados obtidos por estes autores sugerem que os dentes
inclusos em pacientes de idade avanccedilada com reabsorccedilatildeo oacutessea fisioloacutegica em torno da
coroa associada agrave irritaccedilatildeo causada pelas proacuteteses dentaacuterias e estando em relaccedilatildeo com
um ligamento periodontal bastante alargado do dente adjacente tecircm maior tendecircncia
para desenvolver infecccedilotildees
De acordo com Indresano et al e Leone et al citados por Chrcanovic et al a
formaccedilatildeo de abcessos profundos nos molares inferiores estaacute mais associada aos dentes
parcialmente empactados Isto deve-se ao facto de existir um risco aumentado de
pericoronarites agudas em dentes erupcionados verticalmente posicionados ao niacutevel ou
acima do plano oclusal e que se encontram parcialmente cobertos por tecidos moles ou
duros Werkmeister et al confirmam os dados anteriores considerando a existecircncia de
maior risco para densenvolver infecccedilotildees nos terceiros molares parcialmente
empactados As citaccedilotildees anteriores em conjunto com a presenccedila de osso remanescente
reduzida ao niacutevel do acircngulo mandibular pressupotildee um risco elevado de fractura
mandibular em cirurgias nestes casos (Fuselier et al 2002)
29 Experiecircncia do profissional
Pode pensar-se que a fractura mandibular bem como qualquer outra
complicaccedilatildeo decorrente do acto ciruacutergico possa estar relacionada com a utilizaccedilatildeo de
teacutecnicas incorrectas ou com a experiecircncia do meacutedico dentista
Woldenberg et al em 2007 referiram que as fracturas imediatas que ocorrem
principalmente por utilizaccedilatildeo improacutepria dos instrumentos ou forccedila excessiva ocorrem
com maior probabilidade quando as cirurgias satildeo realizadas por profissionais mais
novos ou menos experientes como acontece no caso reportado neste estudo
No entanto nos artigos analisados por Bodner et al as operaccedilotildees foram
realizadas por meacutedicos dentistas generalistas especialistas e cirurgiotildees maxilo-faciais e
nenhuma diferenccedila significativa foi encontrada em relaccedilatildeo agraves taxas de incidecircncia De
acordo com estes autores eacute difiacutecil estabelecer uma relaccedilatildeo entre a experiecircncia do
meacutedico e o desenvolvimento de complicaccedilotildees uma vez que eacute necessaacuterio ter em conta
outros factores que podem dificultar a extracccedilatildeo e condicionar o resultado do acto
ciruacutergico bem como o periacuteodo poacutes-operatoacuterio No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo
14
no de Bodner et al apenas 4 das 28 fracturas ocorreram em pacientes abordados por
dentistas com experiecircncia igual ou inferior a 5 anos
210 Teacutecnica utilizada
A teacutecnica ciruacutergica para extracccedilatildeo de terceiros molares poderaacute afectar o
desenrolar do procedimento ciruacutergico bem como condicionar o desenvolvimento de
futuros problemas Caso seja aconselhaacutevel a abordagem com realizaccedilatildeo de retalho
como eacute o caso de dentes inclusos com lesatildeo periapical extensa dentes isolados na
mandiacutebula de pacientes idosos dentes com alteraccedilatildeo anatoacutemica das raiacutezes ou presenccedila
de corticais oacutesseas riacutegidas existem vaacuterias teacutecnicas que podem ser utilizadas tais como a
abordagem vestibular lingual ou mesmo um acesso extra-oral em casos de empactaccedilatildeo
muito proacutexima do bordo inferior da mandiacutebula (Bodner et al 2010) No entanto a
ostectomia vestibular eacute a mais frequentemente utilizada (Juacutenior et al 2006)
As fracturas intra-operatoacuterias podem ocorrer devido agrave utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos (Iizuka et al 1997
Krimmel e Reinert 2000 Libersa et al 2002 Woldenberg et al 2007) Este risco
pode ser diminuiacutedo quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando existe uma
boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada Adicionalmente
devem adoptar-se medidas conservadoras de remoccedilatildeo oacutessea bem como a realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo quando necessaacuterio (Al-Belasy et al 2009)
A classificaccedilatildeo dos terceiros molares de acordo com a sua posiccedilatildeo tem a
finalidade de auxiliar o planeamento ciruacutergico pois de certa forma determina a
complexidade do caso Juacutenior e colaboradores referem que quanto maior o grau de
inclusatildeo dentaacuteria maior a necessidade de emprego de uma teacutecnica ciruacutergica mais
invasiva Portanto uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e radiograacutefica do caso eacute muito importante para
a determinaccedilatildeo da teacutecnica ciruacutergica mais apropriada
211 Tempo decorrido apoacutes a cirurgia
Como foi referenciado anteriormente as fracturas mandibulares podem ocorrer
durante o acto cliacutenico (imediatas) ou apoacutes a cirurgia (tardias)
Bodner et al referiram em 2010 com base nos artigos estudados que o tempo
decorrido entre a extracccedilatildeo do dente e o diagnoacutestico da fractura se encontrava entre uma
a cinco semanas reportando que 86 dos casos de fractura ocorreram entre a primeira e
a terceira semana apoacutes cirurgia com maior taxa de incidecircncia na segunda e na terceira
15
semana Brauer apoia este facto referindo que a maioria das fracturas poacutes-operatoacuterias
ocorre durante a mastigaccedilatildeo entre o 13ordm e 21ordm dia apoacutes a cirurgia (Libersa et al 2002)
Estes factos podem ser explicados com base nos processos histoloacutegicos uma vez
que este periacuteodo de tempo corresponde a processos de cicatrizaccedilatildeo nomeadamente a
substituiccedilatildeo de tecido de granulaccedilatildeo por tecido conjuntivo no alveacuteolo e dois terccedilos do
alveacuteolo ainda natildeo estatildeo formados por osteoacuteide ou osso ateacute ao 38ordm dia (Amler et al
1960 Amler et al 1977 Libersa et al 2002) Para aleacutem disso no final da segunda
semana a dor desapareceu os pacientes jaacute se sentem melhor e capazes de mastigar
normalmente podendo causar forccedilas muito elevadas numa mandiacutebula enfraquecida
(Libersa et al 2002) Bodner et al explicam a elevada percentagem de fracturas poacutes-
operatoacuterias e o periacuteodo em que ocorrem como o resultado de forccedilas mastigatoacuterias
excessivas ou pequenos traumas sofridos por uma mandiacutebula enfraquecida
No estudo de Perry e Goldberg 18 das 28 fracturas ocorridas surgiram durante a
mastigaccedilatildeo A forccedila mastigatoacuteria requerida para quebrar os alimentos pode produzir
forccedilas de stress consideraacuteveis numa mandiacutebula enfraquecida apoacutes cirurgia natildeo se
encontrando completamente reconstruiacuteda e calcificada Nos casos relatados todos os
pacientes receberam as mesmas instruccedilotildees sobre a dieta a efectuar no entanto perante
os resultados os autores defendem que talvez natildeo tenha sido dado ecircnfase suficiente em
relaccedilatildeo agrave qualidade e duraccedilatildeo da dieta mole Tambeacutem propotildeem a falta de cooperaccedilatildeo
por parte do paciente em cumprir as instruccedilotildees fornecidas pelo meacutedico como uma
possiacutevel causa
Por oposiccedilatildeo Al-Belasy e seus colaboradores concluiacuteram que em pacientes
totalmente dentados ou com uma ou duas ausecircncias com idades superiores a 25 anos e
sem atrofia oacutessea ou doenccedilas sisteacutemicas a mastigaccedilatildeo parece natildeo afectar a possibilidade
de ocorrecircncia de fracturas mandibulares tardias apoacutes remoccedilatildeo ciruacutergica de terceiros
molares empactados sem lesotildees associadas
212 Parafunccedilotildees
Eacute compreensiacutevel que pacientes com parafunccedilotildees como o bruxismo o
apertamento dentaacuterio (ldquoclenchingrdquo) e hipertrofia dos muacutesculos masseacuteteres apresentem
maior predisposiccedilatildeo para as fracturas mandibulares apoacutes cirurgia de terceiros molares
quando a mandiacutebula se encontra enfraquecida Kraszewski et al citados por
Chrcanovic et al apontam como possiacutevel justificaccedilatildeo o facto de estas patologias
afectarem a forccedila de mastigaccedilatildeo
16
No entanto no estudo de Al-Belasy et al fizeram parte sete pacientes com
hipertrofia masseteacuterica e 11 pacientes que realizavam apertamento dentaacuterio eou
bruxismo e em nenhum destes pacientes ocorreu fractura mandibular apoacutes a extracccedilatildeo
213 Lado esquerdo ou direito da mandiacutebula
Apesar de Wagner et al terem verificado uma distribuiccedilatildeo desequilibrada de
fracturas mandibulares entre o lado esquerdo e o direito da mandiacutebula pois 70 dos
casos ocorreram no lado esquerdo Bodner se seus colaboradores apoacutes anaacutelise de vaacuterios
artigos chegaram a outras conclusotildees Nos casos onde era feita referecircncia ao lado da
mandiacutebula em que foi efectuada a extracccedilatildeo verificaram que natildeo existe relaccedilatildeo
significativa entre o lado da mandiacutebula abordado e a ocorrecircncia de fractura 48 dos
casos foram afectados no lado direito e 52 no lado esquerdo Os resultados de Wagner
et al podem ser explicados pelo facto de o profissional estando na posiccedilatildeo normal de
trabalho ter melhor visualizaccedilatildeo e melhor controlo da forccedila aplicada no lado direito
comparativamente ao lado esquerdo (Woldenberg et al 2007) resultando numa
ostectomia menos extensa (Wagner et al 2005)
214 Actividade fiacutesica
As lesotildees maxilo-faciais representam um risco elevado em praticantes de
desporto e as fracturas satildeo uma sequela bastante comum No final da segunda semana
apoacutes cirurgia dos terceiros molares os pacientes normalmente jaacute se sentem bem devido
ao desaparecimento da dor poacutes-operatoacuteria (Libersa et al 2002) Esta diminuccedilatildeo do
desconforto daacute uma falsa sensaccedilatildeo de seguranccedila que pode levar os pacientes que satildeo
atletas activos a voltarem a praticar deporto intenso aumentando o risco de fractura
mandibular tardia na regiatildeo do acircngulo mandibular fragilizada pela cirurgia O risco de
fracturas maxilo-faciais relacionadas com desporto eacute consideravelmente mais elevado
em desportos de contacto por apresentarem bastante popularidade e por falta de
protecccedilatildeo facial (Chrcanovic et al 2010)
215 Doenccedilas sisteacutemicas e medicaccedilatildeo
Krimmel e Reinert defendem que as fracturas mandibulares ocorrem quando a
resistecircncia do osso e as forccedilas exercidas neste natildeo satildeo compatiacuteveis Muitos pacientes
sujeitos a procedimentos ciruacutergicos estatildeo condicionados a terapia medicamentosa e a
doenccedilas sisteacutemicas que podem afectar a resistecircncia oacutessea
17
De acordo com Kirwan citado por Chrcanovic um destes exemplos eacute a terapia
com corticosteroides utilizada no tratamento de algumas doenccedilas como a artrite
reumatoacuteide e doenccedilas relacionadas como a asma brocircnquica neurodermite e por vezes
apoacutes transplante de oacutergatildeos em dosagens mais elevadas Alguns autores como Adachi e
Weinstein referem que um dos efeitos secundaacuterios desta terapia eacute a raacutepida perda de
osso e o aumento de risco de fractura oacutessea sendo este risco duas vezes superior
comparativamente a pessoas sem qualquer terapia e eacute mais elevado apoacutes exposiccedilatildeo
prolongada a estes medicamentos
A osteoporose eacute uma condiccedilatildeo que afecta grandemente a resistecircncia do osso e
pode justificar o aumento da taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares com o
aumento da idade (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000) Eacute comum em
pacientes do sexo feminino pois a diminuiccedilatildeo de estrogeacutenios no periacuteodo poacutes-
menopausa aumenta o ritmo de perda oacutessea Poreacutem tambeacutem pode ocorrer nos homens
estando relacionada com mecanismos ligados essencialmente ao envelhecimento como
a deficiecircncia de vitamina D a absorccedilatildeo diminuiacuteda de caacutelcio e aumento dos niacuteveis de
hormona paratiroideia (PTH) (Yazbek e Neto 2008) Nos homens a testosterona
funciona da mesma forma que os estrogeacutenios na mulher sendo que pacientes com
hipogonadismo tambeacutem experienciam perdas oacutesseas aceleradas (Chrcanovic et al
2010) O osso apresenta composiccedilatildeo normal mas fica diminuiacutedo em quantidade e esta
diminuiccedilatildeo da massa oacutessea frequentemente resulta em fracturas das veacutertebras anca e
antebraccedilo (Do Lee et al 2005) De acordo com Law e Klemetti citados por Do Lee a
osteoporose pode resultar em diminuiccedilatildeo da massa oacutessea da mandiacutebula bem como
provocar alteraccedilotildees na estrutura deste osso especialmente do bordo inferior No mesmo
artigo satildeo citados alguns autores como Shrout e Kashima que referem existir uma
ligaccedilatildeo entre a osteoporose e alteraccedilotildees radiograacuteficas verificadas no padratildeo trabecular
da mandiacutebula
Existem outras patologias que tambeacutem diminuem a forccedila oacutessea como a doenccedila
gastrointestinal pois diminui a absorccedilatildeo de vitamina D De acordo com Ebeling citado
por Chrcanovic a osteoporose nos homens pode estar relacionada com algumas
condiccedilotildees como a hipercalceacutemia nefrolitiacutease terapia com anticonvulsivantes
tirotoxicose doenccedila renal e do fiacutegado mieloma muacuteltiplo ou mastocitose sisteacutemica
Bechtold e Felin citados na anaacutelise de Chrcanovic e colaboradores mencionam
a artrite idiopaacutetica juvenil como a doenccedila reumaacutetica mais comum na aacuterea da pediatria
18
Alguns estudos demonstraram a existecircncia de deficiecircncias significativas da densidade
volumeacutetrica trabecular no osso mineral e massa oacutessea cortical nestes pacientes
Os pacientes com doenccedila renal croacutenica padecem de vaacuterios distuacuterbios no
metabolismo do foacutesforo caacutelcio e ossos Estas alteraccedilotildees devem-se a factores que
contribuem para o aumento da reabsorccedilatildeo oacutessea como a diminuiccedilatildeo da absorccedilatildeo de
caacutelcio pelo intestino excessiva produccedilatildeo de PTH e alteraccedilotildees no metabolismo da
vitamina D (McPhee 2007) De acordo com Chrcanovic et al os ossos satildeo mais
gravemente afectados em casos de doenccedila renal croacutenica do que em casos saudaacuteveis
onde apenas satildeo afectados pelas consequecircncias da idade avanccedilada
A massa oacutessea eacute uma caracteriacutestica principalmente determinada geneticamente
no entanto tambeacutem eacute alterada sob a influecircncia do ambiente Indiviacuteduos com muita
massa muscular e que praticam actividade fiacutesica apresentam maior massa oacutessea do que
por exemplo pacientes fumadores ou com problemas de alcoolismo (Chrcanovic et al
2010) Estas duas uacuteltimas condiccedilotildees satildeo tambeacutem consideradas factores de risco para a
osteoporose (McPhee 2007)
3 Diagnoacutestico
31 Preacute-Ciruacutergico
Uma vez indicada a extracccedilatildeo de dentes inclusos eacute fundamental a realizaccedilatildeo de
um planeamento ciruacutergico baseado em exames cliacutenicos e radioloacutegicos Atraveacutes do
exame cliacutenico obtecircm-se dados especiacuteficos da sauacutede geral do paciente histoacuteria meacutedica e
dentaacuteria e o niacutevel de complexidade e dificuldade operatoacuteria pode ser analisado no
exame radiograacutefico Deste modo o dentista consegue prevenir possiacuteveis acidentes
durante a cirurgia ou no periacuteodo poacutes-operatoacuterio muitas vezes relacionados com a
posiccedilatildeo e localizaccedilatildeo do dente incluso (Juacutenior et al 2006)
As classificaccedilotildees dos dentes inclusos satildeo feitas a partir da anaacutelise radiograacutefica e
com cuidadosa classificaccedilatildeo o dentista pode abordar a cirurgia de forma ordenada e
prever se alguma abordagem ciruacutergica fora do comum precisaraacute ser adoptada (Juacutenior et
al 2006 Xavier et al 2010) Para a maioria dos casos a radiografia periapical eacute a
radiografia de eleiccedilatildeo pois fornece informaccedilatildeo mais detalhada Por outro lado a
ortopantomografia mostra uma imagem mais exacta da anatomia da regiatildeo e pode ser
usada como substituto apropriado (Xavier et al 2010) Aliaacutes na grande maioria satildeo
19
estas as radiografias utilizadas pois eacute possiacutevel visualizar correctamente o longo eixo do
segundo molar o ramo ascendente da mandiacutebula e o niacutevel oacutesseo que satildeo utilizados
como paracircmetros (Juacutenior et al 2006)
Os sistemas de classificaccedilatildeo permitem avaliar a dificuldade da cirurgia e nestes
incluem-se a angulaccedilatildeo (classificaccedilatildeo de Winter ndash Anexo 2) relaccedilatildeo com o bordo
anterior do ramo ascendente (Sistema de Pell amp Gregory I II e III ndash Anexo 1) e relaccedilatildeo
com o plano oclusal (Sistema de Pell amp Gregory A B e C ndash Anexo 1) Outros factores a
ter em conta na anaacutelise radiograacutefica fazem parte de alguns factores predisponentes jaacute
abordados como eacute o caso da morfologia radicular e relaccedilatildeo das raiacutezes com o canal
dentaacuterio inferior a densidade oacutessea que eacute mais elevado em pacientes com mais de 35
anos diminuindo a flexidade e capacidade de expansatildeo do osso e a natureza do tecido
envolvente pois o tipo de empactaccedilatildeo pode ser por tecido mole oacutesseo parcial ou oacutesseo
total (Peterson et al 2000)
A tomografia computadorizada (TC) tem-se tornado muito uacutetil em certas
situaccedilotildees como na avaliaccedilatildeo da proximidade dos dentes inclusos a estruturas
anatoacutemicas na avaliaccedilatildeo da profundidade de empactaccedilatildeo e espessura das paredes
corticais inclinaccedilatildeo vestibulo-lingual e morfologia da coroa e raiacutezes do dente
empactado (Bodner et al 1994)
Como as fracturas mandibulares associadas agrave cirurgia satildeo raras natildeo se justifica
usar a TC como exame complementar preacute-ciruacutergico No entanto em casos especiacuteficos
apoacutes avaliaccedilatildeo criteriosa dos factores predisponentes que aparentam ter um elevado
risco de desenvolvimento de fractura mandibular este exame torna-se vantajoso (Bodner
et al 1994) Pode tambeacutem ser utilizada para determinar o volume oacutesseo relativo da
mandiacutebula ocupado pelo dente (Woldenberg et al 2007)
32 Poacutes-ciruacutergico
Apoacutes ou durante a cirurgia o meacutedico dentista tem que estar alerta para os sinais e
sintomas presenciados pelo paciente que podem indicar a ocorrecircncia de fractura
mandibular
Nos casos que se encontram no periacuteodo poacutes-operatoacuterio natildeo muito prolongado o
principal alerta para a possibilidade de fractura mandibular eacute ouvir um estalido algumas
semanas apoacutes a cirurgia (Woldenberg et al 2007) Considera-se que a mandiacutebula
fractura no momento em que o som eacute ouvido Jaacute nos casos em que decorreu bastante
tempo apoacutes a cirurgia o diagnoacutestico eacute mais complicado O atraso da cicatrizaccedilatildeo e a
20
presenccedila de osteomielite podem ser a causa destas fracturas e quando a cicatrizaccedilatildeo se
prolonga demasiado deve-se sempre considerar o risco de fractura apresentando assim
indicaccedilatildeo para controlo radiograacutefico perioacutedico (Iizuka et al 1997)
O som de um estalido reportado pelo paciente deve ser considerado como
indicativo de uma possiacutevel fractura mesmo que esta natildeo seja detectada inicialmente na
radiografia (Woldenberg et al 2007) Se assim acontecer recomenda-se a realizaccedilatildeo de
radiografias de controlo (Wagner et al 2005) Libersa et al bem como Perry e
Goldberg confirmam este som distinto pois a maioria dos pacientes reportou um som
tipo estalido enquanto mastigavam acompanhado por dor intensa Na anaacutelise de
Krimmel e Reinert todos os pacientes reportaram o mesmo som excepto um que
apenas presenciou um novo episoacutedio de dor
Para aleacutem da dor suacutebita outros sinais cliacutenicos a ter em conta satildeo a presenccedila de
parestesia disestesia ou anestesia relacionadas com o nervo dentaacuterio inferior e as
alteraccedilotildees na oclusatildeo que satildeo um forte indicador de possiacutevel fractura mandibular (Laub
Jr 2009) Poderaacute tambeacutem surgir edema (Wagner et al 2005)
No caso reportado por Woldenberg foi realizada radiografia panoracircmica poacutes-
operatoacuteria imediata apoacutes se ter presenciado um estalido durante a extracccedilatildeo do 38 Na
radiografia verficou-se uma linha radioluacutecida desde o alveacuteolo ateacute ao bordo inferior da
mandiacutebula compatiacutevel com linha de fractura Foi notificada tambeacutem a presenccedila de
parestesia do laacutebio inferior do lado correspondente agrave fractura
No estudo realizado por Wagner et al em 2005 13 dos 17 pacientes que
sofreram fractura mandibular tambeacutem reportaram um som tipo estalido mas nem
sempre associado a sensaccedilatildeo dolorosa imediata No entanto foi reportada
frequentemente a presenccedila de inchaccedilo na zona do acircngulo mandibular respectivo A
meacutedia de dias decorridos entre a cirugia e a fractura foi de 19plusmn4 dias O tempo
decorrido ateacute diagnoacutestico radioloacutegico com conhecimento da data da fractura foi de
10plusmn4 dias
Como jaacute foi referido as fracturas mandibulares nem sempre satildeo diagnosticadas
radiologicamente (Iizuka et al 1997) principalmente se natildeo houver deslocamento
patoloacutegico dos fragmentos (Wagner et al 2007) No estudo de Iizuka et al todas as
fracturas que ocorreram num estado poacutes-operatorio relativamente cedo eram fracturas
sem deslocamento Uma vez que este tipo de fractura natildeo eacute imediatamente reconhecido
um achado radiograacutefico negativo apoacutes suspeita natildeo deve exluir de imediato a presenccedila
de fractura Nestes casos eacute recomendada uma dieta mole e a execuccedilatildeo de radiografias de
21
controlo nos dias seguintes (Iizuka et al 1997) Aliaacutes no estudo de Iizuka et al um dos
pacientes reportou um estalido ao comer no sexto dia poacutes-operatoacuterio cuja radiografia
efectuada nesse mesmo dia natildeo revelou qualquer fractura Quatro semanas depois o
paciente voltou ao consultoacuterio devido a uma dor persistente no local da extracccedilatildeo onde
se verificou atraveacutes da radiografia uma fractura evidente
De acordo com alguns autores na radiografia pode verificar-se uma fractura preacute-
angular o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo eixo do
dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula ou fracturas angulares
com uma linha de fractura paralela agrave bissectriz do acircngulo mandibular (Iizuka et al
1997 Wagner et al 2005)
Em casos de suspeita de fractura sem deslocamento e cujos achados radioloacutegicos
atraveacutes das radiografias convencionais como a ortopantomografia sejam negativos a
tomografia computadorizada (TC) e a tomografia computadorizada de feixe coacutenico
podem ser utilizadas como exames adicionais
De acordo com Roth e colaboradores a TC apresenta resultados superiores aos
da radiografia panoracircmica Este facto justifica-se pelas suas ferramentas de
melhoramento de imagem melhor qualidade de imagem sensibilidade equivalente na
identificaccedilatildeo de fracturas menor erro de interpretaccedilatildeo e opiniotildees mais concordantes
entre os meacutedicos na identificaccedilatildeo das fracturas mandibulares (Roth et al 2005) Outros
estudos suportam a contribuiccedilatildeo dos achados radiograacuteficos na TC para o manuseamento
ciruacutergico de traumas (Eggers et al 2008) No entanto existem algumas desvantagens
nomeadamente o elevado custo a disponibilidade e a elevada exposiccedilatildeo de radiaccedilatildeo
Estes factores promovem a tomografia computadorizada de feixe coacutenico como uma
aceitaacutevel alternativa na avaliaccedilatildeo de fracturas maxilofaciais (Scarfe et al 2006
Shintaku et al 2009)
4 Tratamento
As opccedilotildees de tratamento para as fracturas mandibulares associadas a extracccedilotildees
seguem os princiacutepios do tratamento das fracturas traumaacuteticas do acircngulo da mandiacutebula
As fracturas mandibulares podem ser tratadas realizando-se a reduccedilatildeo
contenccedilatildeo e imobilizaccedilatildeo dos segmentos fracturados sendo que a orientaccedilatildeo da oclusatildeo
dentaacuteria levaraacute a uma perfeita consolidaccedilatildeo dos segmentos fracturados com boa
recuperaccedilatildeo funcional e esteacutetica (Gomes et al 2001) Eacute fundamental identificar e
22
assegurar a correcta oclusatildeo antes de recorrer agrave reduccedilatildeo da fractura (Custoacutedio et al
2007)
O tratamento das fracturas mandibulares iatrogeacutenicas reportado por diversos
estudos na anaacutelise de Bodner et al baseou-se numa reduccedilatildeo fechada da fractura em
40 dos casos reduccedilatildeo aberta em 35 dos pacientes e em 25 dos casos natildeo foi
efectuado qualquer tipo de tratamento Este autor natildeo faz referecircncia ao sucesso dos
tratamentos
Os tratamentos que utilizam apenas fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo chamados reduccedilotildees
fechadas porque natildeo envolvem a abertura directa exposiccedilatildeo e a manipulaccedilatildeo da aacuterea
fracturada Uma reduccedilatildeo aberta inclui exposiccedilatildeo directa e reduccedilatildeo da fractura atraveacutes de
incisatildeo ciruacutergica (Custoacutedio et al 2007)
No estudo de Chrcanovic et al foram analisados 128 casos de fractura
mandibular sendo dois destes relatados por experiecircncia proacutepria No primeiro caso a
paciente ouviu um estalido e na avaliaccedilatildeo da ortopantomografia verificou-se uma
fractura sem deslocamento As possiacuteveis opccedilotildees de tratamento foram discutidas com a
paciente Devido a vaacuterias razotildees nomeadamente a ausecircncia de infecccedilatildeo e deslocamento
entre os segmentos a presenccedila de uma boa oclusatildeo com todos os dentes presentes e o
devido consentimento da paciente foi realizada apenas fixaccedilatildeo intermaxilar Apoacutes trecircs
meses verificou-se radiologicamente uniatildeo oacutessea
No caso reportado por Woldenberg et al durante a extracccedilatildeo do dente 38
verificou-se na panoracircmica uma linha de fractura Foi colocada fixaccedilatildeo intermaxilar e
posteriomente foram realizados novos exames uma panoracircmica e uma TC que
demonstraram bons resultados com aproximaccedilatildeo da linha de fractura Apoacutes duas
semanas a paciente recuperou a sensibilidade ao niacutevel do nervo dentaacuterio inferior
esquerdo Seis semanas apoacutes a cirurgia a fixaccedilatildeo intermaxilar foi removida e a paciente
sujeita a dieta mole por mais quatro semanas Nos dois trecircs e seis meses apoacutes a cirugia
foram realizadas radiografias panoracircmicas Estas revelaram formaccedilatildeo contiacutenua de osso
ao niacutevel do alveacuteolo e da linha de fractura
No estudo de Iizuka et al em seis casos foi realizada reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo
interna em dois efectuou-se fixaccedilatildeo intermaxilar e nos restantes trecircs apenas dieta mole
Todos os pacientes foram submetidos a terapia antibioacutetica durante pelo menos uma
semana simultaneamente com o tratamento da fractura que decorreu sem complicaccedilotildees
Todavia a obtenccedilatildeo de uma boa estabilidade parece ser a protecccedilatildeo mais segura contra
23
a infecccedilatildeo e atraso da cicatrizaccedilatildeo mais do que a terapia antibioacutetica (Mehra e Murad
2008)
De acordo com a literatura hoje em dia o tratamento mais eficaz das fracturas
mandibulares baseia-se na reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo interna no entanto os artigos
abordados cuja fractura estaacute relacionada com a extracccedilatildeo de terceiros molares parecem
ter obtido bons resultados com a utilizaccedilatildeo de fixaccedilatildeo intermaxilar e realizaccedilatildeo de dieta
mole Iizuka et al referem que nos casos de diagnoacutestico precoce e ausecircncia de
sintomatologia eacute adequado um tratamento conservador com fixaccedilatildeo intermaxilar e
nalguns casos a prescriccedilatildeo de dieta mole
No entanto evitar o uso de fixaccedilatildeo intermaxilar no transoperatoacuterio eacute mais
econoacutemico em tempo e custo e mais confortaacutevel para o paciente De acordo com Sorel
citado por Laub Jr alguns dos problemas associados agrave fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo a maacute
alimentaccedilatildeo com perda de peso dificuldades na respiraccedilatildeo e foneacutetica maacute higiene oral e
problemas sociais Em contraste a fixaccedilatildeo interna permite restauraccedilatildeo da funccedilatildeo e
mobilidade mais cedo e aumento do conforto para o paciente com melhoria dos
aspectos atraacutes mencionados Os autores Gomes et al referem que a fixaccedilatildeo intermaxilar
natildeo eacute usualmente necessaacuteria na reduccedilatildeo de fracturas confinadas agrave mandiacutebula
De acordo com Calloway et al citados por Moreno et al o desenvolvimento de
diferentes sistemas de fixaccedilatildeo interna na traumatologia facial e sua aplicaccedilatildeo no
tratamento das fracturas mandibulares conduziu a mudanccedilas nos criteacuterios de realizaccedilatildeo
de imobilizaccedilatildeo poacutes-ciruacutergica Tambeacutem tornou possiacutevel um retorno agrave funccedilatildeo normal
mais raacutepido Esta teacutecnica utiliza placas e parafusos na regiatildeo da fractura para se obter
contenccedilatildeo estaacutevel e eficaz promovendo cicatrizaccedilatildeo oacutessea primaacuteria sem que seja
necessaacuteria a extensatildeo do uso de fixaccedilatildeo intermaxilar A eliminaccedilatildeo desta ou uso por
periacuteodo miacutenimo geralmente resulta em maior satisfaccedilatildeo para o paciente (Gomes et al
2001 Custoacutedio et al 2007) Nesta modalidade o acesso agrave aacuterea da fractura pode ser
conseguido atraveacutes de abordagem intra-oral ou extra-oral (Mehra e Murad 2008)
As fracturas com grande grau de deslocamento ou fracturas cominutivas
necessitam de uma abordagem extra-oral para correcta reduccedilatildeo e visualizaccedilatildeo ao
colocar as estruturas de fixaccedilatildeo interna Por esta razatildeo e por natildeo haver comunicaccedilatildeo
com o meio intra-oral este meacutetodo apresenta baixo iacutendice de contaminaccedilatildeo A reduccedilatildeo
aberta com abordagem intra-oral pode ser utilizada nos casos de ausecircncia ou ligeiro
deslocamento dos fragmentos pacientes pouco cooperantes ou que necessitam de
restabelecimento imediato da funccedilatildeo mastigatoacuteria (Custoacutedio et al 2007)
24
A utilizaccedilatildeo de meacutetodos de fixaccedilatildeo interna nas fracturas mandibulares parece ser
o meacutetodo de tratamento mais aceitaacutevel (Moreno et al 2000) No entanto
independentemente do meacutetodo utilizado a finalidade baacutesica do tratamento das fracturas
deve ser o restabelecimento da oclusatildeo funcional e a continuidade mandibular
promovendo a restauraccedilatildeo das funccedilotildees mastigatoacuterias do paciente com o miacutenimo de
sequelas possiacutevel (Custoacutedio et al 2007)
5 Medidas preventivas
Perante avaliaccedilatildeo cliacutenica e posterior suspeita de ser um paciente de alto risco de
desenvolvimento de fractura mandibular algumas medidas devem ser ponderadas com
especial atenccedilatildeo Chrcanovic et al apontam mesmo a inadequada avaliaccedilatildeo preacute-
operatoacuteria como um factor de risco ou factor predisponente para o desenvolvimento de
fracturas Portanto este seria o primeiro ponto a ter em conta para um adequado
procedimento ciruacutergico com medidas atenuantes do risco de complicaccedilotildees A
identificaccedilatildeo de dentes que representam elevado risco de complicaccedilotildees relacionadas
com a cirurgia eacute a chave para o desenvolvimento de medidas profilaacutecticas com o
objectivo de evitar fracturas mandibulares Todos os indicadores de risco devem ser
bem analisados
Bodner e colaboradores descreveram algumas medidas preventivas para reduzir
a possibilidade de ocorrecircncia de fracturas mandibulares iatrogeacutenicas Estas incluem os
seguintes passos informar o paciente sobre a existecircncia do risco de fractura e da
importacircncia da sua cooperaccedilatildeo (Libersa et al 2002) a remoccedilatildeo oacutessea quando
necessaacuteria deve ser miacutenima e se possiacutevel efectuar odontossecccedilatildeo reduzindo a aacuterea
oacutessea removida se o dente empactado se encontrar perto do bordo inferior da
mandiacutebula considerar a abordagem extra-oral pacientes devem realizar dieta mole nas
quatro semanas seguintes agrave cirurgia (Wagner et al 2005 Woldenberg et al 2007)
embora Iizuka et al refiram apenas duas semanas e limitar a forccedila mastigatoacuteria durante
dois meses (Libersa et al 2002) o meacutedico dentista deve dar ecircnfase agrave qualidade e
duraccedilatildeo da dieta mole (Perry e Goldberg 2000) informar o paciente sobre os sinais
cliacutenicos e sintomas de uma fractura poacutes-operatoacuteria alertar o paciente para a
possibilidade de ouvir um som tipo estalido que pode indicar a presenccedila de fractura natildeo
sendo no entanto facilmente detectaacutevel radiologicamente com necessidade de
posteriores radiografias (Iizuka et al 1997)
25
Obiechina et al citados por Al-Belasy et al referem que perante as
dificuldades inerentes a esta cirurgia eacute recomendado que esta seja efectuada antes dos
25 anos Aliaacutes de acordo com Libersa et al a remoccedilatildeo profilaacutectica de terceiros molares
antes dos 20 anos de idade pode atenuar o risco de fractura
De acordo com Chrcanovic et al em casos em que a extracccedilatildeo de terceiros
molares inclusos eacute recomendada o risco de desenvolver uma fractura mandibular intra-
operatoacuteria pode ser evitada quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando
existe uma boa visualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada (Al-Belasy et al 2009)
Estes autores referem que o risco de fracturas mandibulares tanto imediatas como
tardias pode ser evitado pelo diagnoacutestico preciso e bem elaborado nos seguintes casos
pacientes com mais de 25 anos de idade principalmente homens pacientes com
bruxismo atletas activos raiacutezes do terceiro molar sobrepostas ou adjacentes ao canal
dentaacuterio inferior visualizadas na panoracircmica pacientes com patologia local ou
sisteacutemica ou sob medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea
26
Conclusatildeo
As taxas de incidecircncia da fractura traumaacutetica mandibular satildeo elevadas
principalmente quando comparadas com as fracturas mandibulares associadas a
exodontias que rondam os 00046 Apesar de rara a possibilidade de ocorrer e os
sinais e sintomas que acarreta devem ser destacados na informaccedilatildeo e esclarecimento ao
paciente A remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos eacute a cirurgia mais associada a estas
fracturas e as indicaccedilotildees quanto agrave sua realizaccedilatildeo ainda satildeo um pouco questionadas
Cada caso deve ser bem avaliado com os meacutetodos cliacutenicos e radiograacuteficos necessaacuterios
Quando eacute decidida a realizaccedilatildeo de extracccedilatildeo a radiografia periapical eacute
considerada um exame de eleiccedilatildeo no entanto a radiografia panoracircmica eacute um bom
substituto e permite utilizar sistemas de classificaccedilatildeo que podem ajudar o dentista na
determinaccedilatildeo do grau de complexidade e dificuldade do procedimento Por outro lado a
tomografia computadorizada (TC) pode ser utilizada em casos muito especiacuteficos com
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos factores predisponentes agrave ocorrecircncia de fractura mandibular
associada agrave exodontia
As fracturas podem ocorrer durante ou apoacutes a cirurgia sendo estas uacuteltimas as
mais frequentes Pacientes com mais de 25 anos geralmente entre os 40 e 50 anos
aparentam ter maior predisposiccedilatildeo provavelmente devido agrave diminuiccedilatildeo da elasticidade
oacutessea e dificuldades na expansatildeo alveolar durante a cirurgia A osteoporose tambeacutem
pode estar relacionada com o enfraquecimento da estrutura oacutessea
As fracturas imediatas estatildeo geralmente associadas a utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos Esta forccedila aplicada numa
mandiacutebula enfraquecida por razotildees preacute-ciruacutergicas aumenta a predisposiccedilatildeo para
fractura A fragilidade mandibular pode ser fisioloacutegica mas pode tambeacutem estar
relacionada com factores locais ou sisteacutemicos como doenccedilas ou medicamentos que
afectam a resistecircncia oacutessea As infecccedilotildees e lesotildees quiacutesticas ou tumorais bem como a
terapia com corticosteroacuteides e a osteoporose satildeo exemplos destes factores Durante o
procedimento deve-se optar pela remoccedilatildeo oacutessea miacutenima e se possiacutevel realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo obtenccedilatildeo de boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e aplicaccedilatildeo de forccedila
guiada e controlada As fracturas mandibulares tardias geralmente estatildeo associadas a um
enfraquecimento da mandiacutebula que surgiu apoacutes a extracccedilatildeo sendo a remoccedilatildeo oacutessea
excessiva um factor relacionado Quanto maior a quantidade de osso removido maior o
defeito oacutesseo criado maior a fragilidade mandibular e consequentemente o risco de
fractura aumenta Deste modo dentes inclusos com grande empactaccedilatildeo e envolvimento
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
10
grau de empactaccedilatildeo e a posiccedilatildeo do terceiro molar de acordo com o sistema Pell amp
Gregory (Anexo 1) a angulaccedilatildeo do dente e tambeacutem o grau de dificuldade
O grau de dificuldade era atribuiacutedo por pontos consoante as classes do sistema
Pell amp Gregory em que o dente se encontrava e tambeacutem a sua angulaccedilatildeo um ponto para
classificaccedilotildees A I e mesioangulaccedilatildeo dois pontos para classes B II e posiccedilatildeo horizontal
trecircs pontos para classes C III e posiccedilatildeo vertical e ainda quatro pontos para dentes
distoangulados Neste sentido a classificaccedilatildeo maacutexima que poderia ser obtida era de 10
pontos correspondendo a um grau de dificuldade maacuteximo Os resultados obtidos
variaram de 5 a 9 pontos natildeo se verificando caracteriacutesticas predispodentes relevantes
No entanto como esta classificaccedilatildeo se baseou em trecircs paracircmetros os autores justificam
este resultado com base nas variaccedilotildees de angulaccedilatildeo encontradas no estudo Excluindo
este dado todos os casos excepto um se encontravam nas classes BC e IIIII Neste
sentido a remoccedilatildeo de dentes definidos nas classes BC e IIIII eacute considerada difiacutecil e
com predisposiccedilatildeo para fractura (Iizuka et al 1997)
25 Angulaccedilatildeo
De acordo com Xavier et al e com base na classificaccedilatildeo de Winter (Anexo 2) a
posiccedilatildeo dos terceiros molares inferiores mais frequentemente observada eacute a vertical e a
mesioangular (Vasconcellos et al 2002 Inaoka et al 2009 Santos e Quesada 2009)
Os dentes inclusos distoangulados satildeo considerados normalmente como os mais
difiacuteceis de extrair e que requerem maior remoccedilatildeo oacutessea Tambeacutem jaacute foi descrito que
uma posiccedilatildeo distoangular estaacute associada a uma posiccedilatildeo mais lingual sendo assim esta
parede cortical encontra-se bastante fina Neste sentido ao realizar uma abordagem ao
niacutevel da parede cortical vestibular coloca uma maior predisposiccedilatildeo para a ocorrecircncia de
fractura mandibular nestes casos de angulaccedilatildeo devido ao defeito oacutesseo criado (Iizuka et
al 1997 Chrcanovic et al 2010)
Iizuka e colaboradores definiram quatro grupos de dentes consoante o acircngulo
formado entre o eixo vertical do dente e o plano oclusal Para determinar a angulaccedilatildeo
dos terceiros molares foram efectuados quatro grupos dentes verticais quando o acircngulo
se encontra entre 80ordm e 100ordm mesioangular quando acircngulo estaacute entre 10ordm e 80ordm
distoangular quando o acircngulo eacute maior que 100ordm e horizontal quando o acircngulo se
encontra entre 350ordm e 10ordm Nos pacientes sem dentes mesialmente ao terceiro molar foi
desenhado um plano oclusal arbitraacuterio para definir a angulaccedilatildeo deste No estudo
depararam-se com cinco dentes mesioangulados um horizontal quatro distoangulados e
11
trecircs verticais Embora estes autores concordem com o que foi citado anteriormente
baseando-se na sua anaacutelise natildeo encontraram qualquer associaccedilatildeo entre o tipo de
angulaccedilatildeo e a predisposiccedilao para fractura mandibular
26 Comprimento das raiacutezes e sua relaccedilatildeo com o canal dentaacuterio inferior
O mecanismo pelo qual os terceiros molares com raiacutezes longas foram
relacionados com o aumento de risco de ocorrecircncia de fracturas angulares deve-se ao
espaccedilo oacutesseo que este ocupa na mandiacutebula Hanson et al suportando esta hipoacutetese
referem que as fracturas mandibulares podem ocorrer apoacutes remoccedilatildeo do terceiro molar
com raiacutezes muito compridas pois o acircngulo mandibular torna-se uma regiatildeo
enfraquecida
Nos casos de fractura analisados por Iizuka et al as raiacutezes dos dentes estavam
sobrepostas ao canal dentaacuterio inferior em 10 casos ou seja 77 dos casos Nos trecircs
casos restantes as raiacutezes estavam adjacentes ao canal Em nenhuma situaccedilatildeo foi
verificado radiograficamente um afastamento das raiacutezes em relaccedilatildeo ao canal Estes
autores concluiacuteram que raiacutezes sobrepostas ou adjacentes ao canal dentaacuterio inferior numa
radiografia panoracircmica representam paracircmetros importantes para a predisposiccedilatildeo para
fractura mandibular
27 Volume relativo da mandiacutebula ocupado pelo dente ()
Woldenberg et al consideram a porccedilatildeo relativa de volume ocupada pelo dente
na mandiacutebula um factor importante a ter em conta Este raacutecio pode ser determinado
atraveacutes de exames complementares antes de efectuar a extracccedilatildeo como a tomografia
computadorizada (TC) atraveacutes da reconstruccedilatildeo e visualizaccedilatildeo do dente e osso no
sentido vestibulo-lingual
Se esta relaccedilatildeo de volume relativo ocupado pelo dente for igual ou superior a
50 o risco de fractura eacute alto e recomenda-se especial cuidado durante a cirurgia
(Woldenberg et al 2007)
Iisuka e colaboradores obtiveram na sua anaacutelise radiograacutefica dos casos de
fractura mandibular ocorridos um raacutecio que variava entre 44 a 84 E Wagner et al
em 2005 obtiveram um raacutecio meacutedio de 62plusmn4 sendo considerado um valor
desfavoraacutevel Em ambos os estudos foram utilizadas radiografias panoracircmicas para
adquirir a percentagem de aacuterea que o dente ocupa no osso Na anaacutelise de Iizuka et al o
12
espaccedilo que os terceiros molares ocupam no osso foi avaliado com base na altura
mandibular
28 Lesotildees preacute-ciruacutergicas
Para aleacutem da quantidade diminuiacuteda de osso remanescente apoacutes uma cirurgia de
terceiros molares existem tambeacutem outros factores que provocam fragilidade
mandibular como eacute o caso de alteraccedilotildees patoloacutegicas no osso secundaacuterias a um quisto
ou tumor abrangente Iizuka et al no seu estudo referem que mesmo pequenas
alteraccedilotildees como uma pericoronarite ou um foliacuteculo aumentado podem enfraquecer a
mandiacutebula (Iizuka et al 1997)
Apesar de nas indicaccedilotildees para remoccedilatildeo dos sisos estar incluiacuteda a possibilidade
de desenvolver quistos ou tumores associados a estes dentes Adeyemo refere que a
incidecircncia destas patologias em terceiros molares inclusos eacute baixa Citados no estudo de
Chrcanovic et al Bruce et al reportaram uma incidecircncia de 62 sendo esta
percentagem superior em pacientes mais velhos com uma meacutedia de idade de 465 anos
No mesmo artigo de acordo com Girod et al quanto mais tempo a empactaccedilatildeo
persistir maior o risco de desenvolver quistos ou tumores
Na anaacutelise de 2010 por Bodner et al cerca de 27 dos pacientes tinham
historial de infecccedilotildees preacute-ciruacutergicas na zona do dente a extrair Portanto pressupocircs-se
uma associaccedilatildeo entre lesotildees oacutesseas preacute-existentes associadas ao dente em questatildeo com a
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular As infecccedilotildees relatadas foram a doenccedila
periodontal quistos ou pericoronarites recorrentes capazes de criar defeitos que
enfraquecem a mandiacutebula (Woldenberg et al 2007) Estas lesotildees satildeo frequentemente
encontradas em pacientes com mais de 40 anos de idade (Lysell e Rohlin 1988)
Na anaacutelise de Perry e Goldberg de 2000 tambeacutem incluiacuteda no estudo de Bodner
et al a severidade e a duraccedilatildeo das infecccedilotildees natildeo foram obtidas no entanto referem que
uma infecccedilatildeo croacutenica e profunda provoca descalcificaccedilatildeo e destruiccedilatildeo oacutessea
contribuindo para a probabilidade de desenvolvimento de fracturas tanto imediatas
como tardias
Geralmente as infecccedilotildees nos jovens surgem quando uma pequena parte da coroa
erupciona e por isso nos pacientes mais velhos as infecccedilotildees associadas agrave empactaccedilatildeo
do terceiro molar satildeo diferentes pois o dente muitas vezes estaacute totalmente envolvido
por osso Assim a reabsorccedilatildeo oacutessea eacute geralmente a causa destas infecccedilotildees De acordo
com Osaki a periodontite presente nos segundos molares tambeacutem pode ser a causa de
13
infecccedilatildeo associada aos terceiros molares Nestes casos o osso alveolar entre o dente
empactado e o segundo molar eacute frequentemente destruiacutedo pela periodontite croacutenica
(Osaki et al 1995) Os resultados obtidos por estes autores sugerem que os dentes
inclusos em pacientes de idade avanccedilada com reabsorccedilatildeo oacutessea fisioloacutegica em torno da
coroa associada agrave irritaccedilatildeo causada pelas proacuteteses dentaacuterias e estando em relaccedilatildeo com
um ligamento periodontal bastante alargado do dente adjacente tecircm maior tendecircncia
para desenvolver infecccedilotildees
De acordo com Indresano et al e Leone et al citados por Chrcanovic et al a
formaccedilatildeo de abcessos profundos nos molares inferiores estaacute mais associada aos dentes
parcialmente empactados Isto deve-se ao facto de existir um risco aumentado de
pericoronarites agudas em dentes erupcionados verticalmente posicionados ao niacutevel ou
acima do plano oclusal e que se encontram parcialmente cobertos por tecidos moles ou
duros Werkmeister et al confirmam os dados anteriores considerando a existecircncia de
maior risco para densenvolver infecccedilotildees nos terceiros molares parcialmente
empactados As citaccedilotildees anteriores em conjunto com a presenccedila de osso remanescente
reduzida ao niacutevel do acircngulo mandibular pressupotildee um risco elevado de fractura
mandibular em cirurgias nestes casos (Fuselier et al 2002)
29 Experiecircncia do profissional
Pode pensar-se que a fractura mandibular bem como qualquer outra
complicaccedilatildeo decorrente do acto ciruacutergico possa estar relacionada com a utilizaccedilatildeo de
teacutecnicas incorrectas ou com a experiecircncia do meacutedico dentista
Woldenberg et al em 2007 referiram que as fracturas imediatas que ocorrem
principalmente por utilizaccedilatildeo improacutepria dos instrumentos ou forccedila excessiva ocorrem
com maior probabilidade quando as cirurgias satildeo realizadas por profissionais mais
novos ou menos experientes como acontece no caso reportado neste estudo
No entanto nos artigos analisados por Bodner et al as operaccedilotildees foram
realizadas por meacutedicos dentistas generalistas especialistas e cirurgiotildees maxilo-faciais e
nenhuma diferenccedila significativa foi encontrada em relaccedilatildeo agraves taxas de incidecircncia De
acordo com estes autores eacute difiacutecil estabelecer uma relaccedilatildeo entre a experiecircncia do
meacutedico e o desenvolvimento de complicaccedilotildees uma vez que eacute necessaacuterio ter em conta
outros factores que podem dificultar a extracccedilatildeo e condicionar o resultado do acto
ciruacutergico bem como o periacuteodo poacutes-operatoacuterio No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo
14
no de Bodner et al apenas 4 das 28 fracturas ocorreram em pacientes abordados por
dentistas com experiecircncia igual ou inferior a 5 anos
210 Teacutecnica utilizada
A teacutecnica ciruacutergica para extracccedilatildeo de terceiros molares poderaacute afectar o
desenrolar do procedimento ciruacutergico bem como condicionar o desenvolvimento de
futuros problemas Caso seja aconselhaacutevel a abordagem com realizaccedilatildeo de retalho
como eacute o caso de dentes inclusos com lesatildeo periapical extensa dentes isolados na
mandiacutebula de pacientes idosos dentes com alteraccedilatildeo anatoacutemica das raiacutezes ou presenccedila
de corticais oacutesseas riacutegidas existem vaacuterias teacutecnicas que podem ser utilizadas tais como a
abordagem vestibular lingual ou mesmo um acesso extra-oral em casos de empactaccedilatildeo
muito proacutexima do bordo inferior da mandiacutebula (Bodner et al 2010) No entanto a
ostectomia vestibular eacute a mais frequentemente utilizada (Juacutenior et al 2006)
As fracturas intra-operatoacuterias podem ocorrer devido agrave utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos (Iizuka et al 1997
Krimmel e Reinert 2000 Libersa et al 2002 Woldenberg et al 2007) Este risco
pode ser diminuiacutedo quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando existe uma
boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada Adicionalmente
devem adoptar-se medidas conservadoras de remoccedilatildeo oacutessea bem como a realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo quando necessaacuterio (Al-Belasy et al 2009)
A classificaccedilatildeo dos terceiros molares de acordo com a sua posiccedilatildeo tem a
finalidade de auxiliar o planeamento ciruacutergico pois de certa forma determina a
complexidade do caso Juacutenior e colaboradores referem que quanto maior o grau de
inclusatildeo dentaacuteria maior a necessidade de emprego de uma teacutecnica ciruacutergica mais
invasiva Portanto uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e radiograacutefica do caso eacute muito importante para
a determinaccedilatildeo da teacutecnica ciruacutergica mais apropriada
211 Tempo decorrido apoacutes a cirurgia
Como foi referenciado anteriormente as fracturas mandibulares podem ocorrer
durante o acto cliacutenico (imediatas) ou apoacutes a cirurgia (tardias)
Bodner et al referiram em 2010 com base nos artigos estudados que o tempo
decorrido entre a extracccedilatildeo do dente e o diagnoacutestico da fractura se encontrava entre uma
a cinco semanas reportando que 86 dos casos de fractura ocorreram entre a primeira e
a terceira semana apoacutes cirurgia com maior taxa de incidecircncia na segunda e na terceira
15
semana Brauer apoia este facto referindo que a maioria das fracturas poacutes-operatoacuterias
ocorre durante a mastigaccedilatildeo entre o 13ordm e 21ordm dia apoacutes a cirurgia (Libersa et al 2002)
Estes factos podem ser explicados com base nos processos histoloacutegicos uma vez
que este periacuteodo de tempo corresponde a processos de cicatrizaccedilatildeo nomeadamente a
substituiccedilatildeo de tecido de granulaccedilatildeo por tecido conjuntivo no alveacuteolo e dois terccedilos do
alveacuteolo ainda natildeo estatildeo formados por osteoacuteide ou osso ateacute ao 38ordm dia (Amler et al
1960 Amler et al 1977 Libersa et al 2002) Para aleacutem disso no final da segunda
semana a dor desapareceu os pacientes jaacute se sentem melhor e capazes de mastigar
normalmente podendo causar forccedilas muito elevadas numa mandiacutebula enfraquecida
(Libersa et al 2002) Bodner et al explicam a elevada percentagem de fracturas poacutes-
operatoacuterias e o periacuteodo em que ocorrem como o resultado de forccedilas mastigatoacuterias
excessivas ou pequenos traumas sofridos por uma mandiacutebula enfraquecida
No estudo de Perry e Goldberg 18 das 28 fracturas ocorridas surgiram durante a
mastigaccedilatildeo A forccedila mastigatoacuteria requerida para quebrar os alimentos pode produzir
forccedilas de stress consideraacuteveis numa mandiacutebula enfraquecida apoacutes cirurgia natildeo se
encontrando completamente reconstruiacuteda e calcificada Nos casos relatados todos os
pacientes receberam as mesmas instruccedilotildees sobre a dieta a efectuar no entanto perante
os resultados os autores defendem que talvez natildeo tenha sido dado ecircnfase suficiente em
relaccedilatildeo agrave qualidade e duraccedilatildeo da dieta mole Tambeacutem propotildeem a falta de cooperaccedilatildeo
por parte do paciente em cumprir as instruccedilotildees fornecidas pelo meacutedico como uma
possiacutevel causa
Por oposiccedilatildeo Al-Belasy e seus colaboradores concluiacuteram que em pacientes
totalmente dentados ou com uma ou duas ausecircncias com idades superiores a 25 anos e
sem atrofia oacutessea ou doenccedilas sisteacutemicas a mastigaccedilatildeo parece natildeo afectar a possibilidade
de ocorrecircncia de fracturas mandibulares tardias apoacutes remoccedilatildeo ciruacutergica de terceiros
molares empactados sem lesotildees associadas
212 Parafunccedilotildees
Eacute compreensiacutevel que pacientes com parafunccedilotildees como o bruxismo o
apertamento dentaacuterio (ldquoclenchingrdquo) e hipertrofia dos muacutesculos masseacuteteres apresentem
maior predisposiccedilatildeo para as fracturas mandibulares apoacutes cirurgia de terceiros molares
quando a mandiacutebula se encontra enfraquecida Kraszewski et al citados por
Chrcanovic et al apontam como possiacutevel justificaccedilatildeo o facto de estas patologias
afectarem a forccedila de mastigaccedilatildeo
16
No entanto no estudo de Al-Belasy et al fizeram parte sete pacientes com
hipertrofia masseteacuterica e 11 pacientes que realizavam apertamento dentaacuterio eou
bruxismo e em nenhum destes pacientes ocorreu fractura mandibular apoacutes a extracccedilatildeo
213 Lado esquerdo ou direito da mandiacutebula
Apesar de Wagner et al terem verificado uma distribuiccedilatildeo desequilibrada de
fracturas mandibulares entre o lado esquerdo e o direito da mandiacutebula pois 70 dos
casos ocorreram no lado esquerdo Bodner se seus colaboradores apoacutes anaacutelise de vaacuterios
artigos chegaram a outras conclusotildees Nos casos onde era feita referecircncia ao lado da
mandiacutebula em que foi efectuada a extracccedilatildeo verificaram que natildeo existe relaccedilatildeo
significativa entre o lado da mandiacutebula abordado e a ocorrecircncia de fractura 48 dos
casos foram afectados no lado direito e 52 no lado esquerdo Os resultados de Wagner
et al podem ser explicados pelo facto de o profissional estando na posiccedilatildeo normal de
trabalho ter melhor visualizaccedilatildeo e melhor controlo da forccedila aplicada no lado direito
comparativamente ao lado esquerdo (Woldenberg et al 2007) resultando numa
ostectomia menos extensa (Wagner et al 2005)
214 Actividade fiacutesica
As lesotildees maxilo-faciais representam um risco elevado em praticantes de
desporto e as fracturas satildeo uma sequela bastante comum No final da segunda semana
apoacutes cirurgia dos terceiros molares os pacientes normalmente jaacute se sentem bem devido
ao desaparecimento da dor poacutes-operatoacuteria (Libersa et al 2002) Esta diminuccedilatildeo do
desconforto daacute uma falsa sensaccedilatildeo de seguranccedila que pode levar os pacientes que satildeo
atletas activos a voltarem a praticar deporto intenso aumentando o risco de fractura
mandibular tardia na regiatildeo do acircngulo mandibular fragilizada pela cirurgia O risco de
fracturas maxilo-faciais relacionadas com desporto eacute consideravelmente mais elevado
em desportos de contacto por apresentarem bastante popularidade e por falta de
protecccedilatildeo facial (Chrcanovic et al 2010)
215 Doenccedilas sisteacutemicas e medicaccedilatildeo
Krimmel e Reinert defendem que as fracturas mandibulares ocorrem quando a
resistecircncia do osso e as forccedilas exercidas neste natildeo satildeo compatiacuteveis Muitos pacientes
sujeitos a procedimentos ciruacutergicos estatildeo condicionados a terapia medicamentosa e a
doenccedilas sisteacutemicas que podem afectar a resistecircncia oacutessea
17
De acordo com Kirwan citado por Chrcanovic um destes exemplos eacute a terapia
com corticosteroides utilizada no tratamento de algumas doenccedilas como a artrite
reumatoacuteide e doenccedilas relacionadas como a asma brocircnquica neurodermite e por vezes
apoacutes transplante de oacutergatildeos em dosagens mais elevadas Alguns autores como Adachi e
Weinstein referem que um dos efeitos secundaacuterios desta terapia eacute a raacutepida perda de
osso e o aumento de risco de fractura oacutessea sendo este risco duas vezes superior
comparativamente a pessoas sem qualquer terapia e eacute mais elevado apoacutes exposiccedilatildeo
prolongada a estes medicamentos
A osteoporose eacute uma condiccedilatildeo que afecta grandemente a resistecircncia do osso e
pode justificar o aumento da taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares com o
aumento da idade (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000) Eacute comum em
pacientes do sexo feminino pois a diminuiccedilatildeo de estrogeacutenios no periacuteodo poacutes-
menopausa aumenta o ritmo de perda oacutessea Poreacutem tambeacutem pode ocorrer nos homens
estando relacionada com mecanismos ligados essencialmente ao envelhecimento como
a deficiecircncia de vitamina D a absorccedilatildeo diminuiacuteda de caacutelcio e aumento dos niacuteveis de
hormona paratiroideia (PTH) (Yazbek e Neto 2008) Nos homens a testosterona
funciona da mesma forma que os estrogeacutenios na mulher sendo que pacientes com
hipogonadismo tambeacutem experienciam perdas oacutesseas aceleradas (Chrcanovic et al
2010) O osso apresenta composiccedilatildeo normal mas fica diminuiacutedo em quantidade e esta
diminuiccedilatildeo da massa oacutessea frequentemente resulta em fracturas das veacutertebras anca e
antebraccedilo (Do Lee et al 2005) De acordo com Law e Klemetti citados por Do Lee a
osteoporose pode resultar em diminuiccedilatildeo da massa oacutessea da mandiacutebula bem como
provocar alteraccedilotildees na estrutura deste osso especialmente do bordo inferior No mesmo
artigo satildeo citados alguns autores como Shrout e Kashima que referem existir uma
ligaccedilatildeo entre a osteoporose e alteraccedilotildees radiograacuteficas verificadas no padratildeo trabecular
da mandiacutebula
Existem outras patologias que tambeacutem diminuem a forccedila oacutessea como a doenccedila
gastrointestinal pois diminui a absorccedilatildeo de vitamina D De acordo com Ebeling citado
por Chrcanovic a osteoporose nos homens pode estar relacionada com algumas
condiccedilotildees como a hipercalceacutemia nefrolitiacutease terapia com anticonvulsivantes
tirotoxicose doenccedila renal e do fiacutegado mieloma muacuteltiplo ou mastocitose sisteacutemica
Bechtold e Felin citados na anaacutelise de Chrcanovic e colaboradores mencionam
a artrite idiopaacutetica juvenil como a doenccedila reumaacutetica mais comum na aacuterea da pediatria
18
Alguns estudos demonstraram a existecircncia de deficiecircncias significativas da densidade
volumeacutetrica trabecular no osso mineral e massa oacutessea cortical nestes pacientes
Os pacientes com doenccedila renal croacutenica padecem de vaacuterios distuacuterbios no
metabolismo do foacutesforo caacutelcio e ossos Estas alteraccedilotildees devem-se a factores que
contribuem para o aumento da reabsorccedilatildeo oacutessea como a diminuiccedilatildeo da absorccedilatildeo de
caacutelcio pelo intestino excessiva produccedilatildeo de PTH e alteraccedilotildees no metabolismo da
vitamina D (McPhee 2007) De acordo com Chrcanovic et al os ossos satildeo mais
gravemente afectados em casos de doenccedila renal croacutenica do que em casos saudaacuteveis
onde apenas satildeo afectados pelas consequecircncias da idade avanccedilada
A massa oacutessea eacute uma caracteriacutestica principalmente determinada geneticamente
no entanto tambeacutem eacute alterada sob a influecircncia do ambiente Indiviacuteduos com muita
massa muscular e que praticam actividade fiacutesica apresentam maior massa oacutessea do que
por exemplo pacientes fumadores ou com problemas de alcoolismo (Chrcanovic et al
2010) Estas duas uacuteltimas condiccedilotildees satildeo tambeacutem consideradas factores de risco para a
osteoporose (McPhee 2007)
3 Diagnoacutestico
31 Preacute-Ciruacutergico
Uma vez indicada a extracccedilatildeo de dentes inclusos eacute fundamental a realizaccedilatildeo de
um planeamento ciruacutergico baseado em exames cliacutenicos e radioloacutegicos Atraveacutes do
exame cliacutenico obtecircm-se dados especiacuteficos da sauacutede geral do paciente histoacuteria meacutedica e
dentaacuteria e o niacutevel de complexidade e dificuldade operatoacuteria pode ser analisado no
exame radiograacutefico Deste modo o dentista consegue prevenir possiacuteveis acidentes
durante a cirurgia ou no periacuteodo poacutes-operatoacuterio muitas vezes relacionados com a
posiccedilatildeo e localizaccedilatildeo do dente incluso (Juacutenior et al 2006)
As classificaccedilotildees dos dentes inclusos satildeo feitas a partir da anaacutelise radiograacutefica e
com cuidadosa classificaccedilatildeo o dentista pode abordar a cirurgia de forma ordenada e
prever se alguma abordagem ciruacutergica fora do comum precisaraacute ser adoptada (Juacutenior et
al 2006 Xavier et al 2010) Para a maioria dos casos a radiografia periapical eacute a
radiografia de eleiccedilatildeo pois fornece informaccedilatildeo mais detalhada Por outro lado a
ortopantomografia mostra uma imagem mais exacta da anatomia da regiatildeo e pode ser
usada como substituto apropriado (Xavier et al 2010) Aliaacutes na grande maioria satildeo
19
estas as radiografias utilizadas pois eacute possiacutevel visualizar correctamente o longo eixo do
segundo molar o ramo ascendente da mandiacutebula e o niacutevel oacutesseo que satildeo utilizados
como paracircmetros (Juacutenior et al 2006)
Os sistemas de classificaccedilatildeo permitem avaliar a dificuldade da cirurgia e nestes
incluem-se a angulaccedilatildeo (classificaccedilatildeo de Winter ndash Anexo 2) relaccedilatildeo com o bordo
anterior do ramo ascendente (Sistema de Pell amp Gregory I II e III ndash Anexo 1) e relaccedilatildeo
com o plano oclusal (Sistema de Pell amp Gregory A B e C ndash Anexo 1) Outros factores a
ter em conta na anaacutelise radiograacutefica fazem parte de alguns factores predisponentes jaacute
abordados como eacute o caso da morfologia radicular e relaccedilatildeo das raiacutezes com o canal
dentaacuterio inferior a densidade oacutessea que eacute mais elevado em pacientes com mais de 35
anos diminuindo a flexidade e capacidade de expansatildeo do osso e a natureza do tecido
envolvente pois o tipo de empactaccedilatildeo pode ser por tecido mole oacutesseo parcial ou oacutesseo
total (Peterson et al 2000)
A tomografia computadorizada (TC) tem-se tornado muito uacutetil em certas
situaccedilotildees como na avaliaccedilatildeo da proximidade dos dentes inclusos a estruturas
anatoacutemicas na avaliaccedilatildeo da profundidade de empactaccedilatildeo e espessura das paredes
corticais inclinaccedilatildeo vestibulo-lingual e morfologia da coroa e raiacutezes do dente
empactado (Bodner et al 1994)
Como as fracturas mandibulares associadas agrave cirurgia satildeo raras natildeo se justifica
usar a TC como exame complementar preacute-ciruacutergico No entanto em casos especiacuteficos
apoacutes avaliaccedilatildeo criteriosa dos factores predisponentes que aparentam ter um elevado
risco de desenvolvimento de fractura mandibular este exame torna-se vantajoso (Bodner
et al 1994) Pode tambeacutem ser utilizada para determinar o volume oacutesseo relativo da
mandiacutebula ocupado pelo dente (Woldenberg et al 2007)
32 Poacutes-ciruacutergico
Apoacutes ou durante a cirurgia o meacutedico dentista tem que estar alerta para os sinais e
sintomas presenciados pelo paciente que podem indicar a ocorrecircncia de fractura
mandibular
Nos casos que se encontram no periacuteodo poacutes-operatoacuterio natildeo muito prolongado o
principal alerta para a possibilidade de fractura mandibular eacute ouvir um estalido algumas
semanas apoacutes a cirurgia (Woldenberg et al 2007) Considera-se que a mandiacutebula
fractura no momento em que o som eacute ouvido Jaacute nos casos em que decorreu bastante
tempo apoacutes a cirurgia o diagnoacutestico eacute mais complicado O atraso da cicatrizaccedilatildeo e a
20
presenccedila de osteomielite podem ser a causa destas fracturas e quando a cicatrizaccedilatildeo se
prolonga demasiado deve-se sempre considerar o risco de fractura apresentando assim
indicaccedilatildeo para controlo radiograacutefico perioacutedico (Iizuka et al 1997)
O som de um estalido reportado pelo paciente deve ser considerado como
indicativo de uma possiacutevel fractura mesmo que esta natildeo seja detectada inicialmente na
radiografia (Woldenberg et al 2007) Se assim acontecer recomenda-se a realizaccedilatildeo de
radiografias de controlo (Wagner et al 2005) Libersa et al bem como Perry e
Goldberg confirmam este som distinto pois a maioria dos pacientes reportou um som
tipo estalido enquanto mastigavam acompanhado por dor intensa Na anaacutelise de
Krimmel e Reinert todos os pacientes reportaram o mesmo som excepto um que
apenas presenciou um novo episoacutedio de dor
Para aleacutem da dor suacutebita outros sinais cliacutenicos a ter em conta satildeo a presenccedila de
parestesia disestesia ou anestesia relacionadas com o nervo dentaacuterio inferior e as
alteraccedilotildees na oclusatildeo que satildeo um forte indicador de possiacutevel fractura mandibular (Laub
Jr 2009) Poderaacute tambeacutem surgir edema (Wagner et al 2005)
No caso reportado por Woldenberg foi realizada radiografia panoracircmica poacutes-
operatoacuteria imediata apoacutes se ter presenciado um estalido durante a extracccedilatildeo do 38 Na
radiografia verficou-se uma linha radioluacutecida desde o alveacuteolo ateacute ao bordo inferior da
mandiacutebula compatiacutevel com linha de fractura Foi notificada tambeacutem a presenccedila de
parestesia do laacutebio inferior do lado correspondente agrave fractura
No estudo realizado por Wagner et al em 2005 13 dos 17 pacientes que
sofreram fractura mandibular tambeacutem reportaram um som tipo estalido mas nem
sempre associado a sensaccedilatildeo dolorosa imediata No entanto foi reportada
frequentemente a presenccedila de inchaccedilo na zona do acircngulo mandibular respectivo A
meacutedia de dias decorridos entre a cirugia e a fractura foi de 19plusmn4 dias O tempo
decorrido ateacute diagnoacutestico radioloacutegico com conhecimento da data da fractura foi de
10plusmn4 dias
Como jaacute foi referido as fracturas mandibulares nem sempre satildeo diagnosticadas
radiologicamente (Iizuka et al 1997) principalmente se natildeo houver deslocamento
patoloacutegico dos fragmentos (Wagner et al 2007) No estudo de Iizuka et al todas as
fracturas que ocorreram num estado poacutes-operatorio relativamente cedo eram fracturas
sem deslocamento Uma vez que este tipo de fractura natildeo eacute imediatamente reconhecido
um achado radiograacutefico negativo apoacutes suspeita natildeo deve exluir de imediato a presenccedila
de fractura Nestes casos eacute recomendada uma dieta mole e a execuccedilatildeo de radiografias de
21
controlo nos dias seguintes (Iizuka et al 1997) Aliaacutes no estudo de Iizuka et al um dos
pacientes reportou um estalido ao comer no sexto dia poacutes-operatoacuterio cuja radiografia
efectuada nesse mesmo dia natildeo revelou qualquer fractura Quatro semanas depois o
paciente voltou ao consultoacuterio devido a uma dor persistente no local da extracccedilatildeo onde
se verificou atraveacutes da radiografia uma fractura evidente
De acordo com alguns autores na radiografia pode verificar-se uma fractura preacute-
angular o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo eixo do
dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula ou fracturas angulares
com uma linha de fractura paralela agrave bissectriz do acircngulo mandibular (Iizuka et al
1997 Wagner et al 2005)
Em casos de suspeita de fractura sem deslocamento e cujos achados radioloacutegicos
atraveacutes das radiografias convencionais como a ortopantomografia sejam negativos a
tomografia computadorizada (TC) e a tomografia computadorizada de feixe coacutenico
podem ser utilizadas como exames adicionais
De acordo com Roth e colaboradores a TC apresenta resultados superiores aos
da radiografia panoracircmica Este facto justifica-se pelas suas ferramentas de
melhoramento de imagem melhor qualidade de imagem sensibilidade equivalente na
identificaccedilatildeo de fracturas menor erro de interpretaccedilatildeo e opiniotildees mais concordantes
entre os meacutedicos na identificaccedilatildeo das fracturas mandibulares (Roth et al 2005) Outros
estudos suportam a contribuiccedilatildeo dos achados radiograacuteficos na TC para o manuseamento
ciruacutergico de traumas (Eggers et al 2008) No entanto existem algumas desvantagens
nomeadamente o elevado custo a disponibilidade e a elevada exposiccedilatildeo de radiaccedilatildeo
Estes factores promovem a tomografia computadorizada de feixe coacutenico como uma
aceitaacutevel alternativa na avaliaccedilatildeo de fracturas maxilofaciais (Scarfe et al 2006
Shintaku et al 2009)
4 Tratamento
As opccedilotildees de tratamento para as fracturas mandibulares associadas a extracccedilotildees
seguem os princiacutepios do tratamento das fracturas traumaacuteticas do acircngulo da mandiacutebula
As fracturas mandibulares podem ser tratadas realizando-se a reduccedilatildeo
contenccedilatildeo e imobilizaccedilatildeo dos segmentos fracturados sendo que a orientaccedilatildeo da oclusatildeo
dentaacuteria levaraacute a uma perfeita consolidaccedilatildeo dos segmentos fracturados com boa
recuperaccedilatildeo funcional e esteacutetica (Gomes et al 2001) Eacute fundamental identificar e
22
assegurar a correcta oclusatildeo antes de recorrer agrave reduccedilatildeo da fractura (Custoacutedio et al
2007)
O tratamento das fracturas mandibulares iatrogeacutenicas reportado por diversos
estudos na anaacutelise de Bodner et al baseou-se numa reduccedilatildeo fechada da fractura em
40 dos casos reduccedilatildeo aberta em 35 dos pacientes e em 25 dos casos natildeo foi
efectuado qualquer tipo de tratamento Este autor natildeo faz referecircncia ao sucesso dos
tratamentos
Os tratamentos que utilizam apenas fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo chamados reduccedilotildees
fechadas porque natildeo envolvem a abertura directa exposiccedilatildeo e a manipulaccedilatildeo da aacuterea
fracturada Uma reduccedilatildeo aberta inclui exposiccedilatildeo directa e reduccedilatildeo da fractura atraveacutes de
incisatildeo ciruacutergica (Custoacutedio et al 2007)
No estudo de Chrcanovic et al foram analisados 128 casos de fractura
mandibular sendo dois destes relatados por experiecircncia proacutepria No primeiro caso a
paciente ouviu um estalido e na avaliaccedilatildeo da ortopantomografia verificou-se uma
fractura sem deslocamento As possiacuteveis opccedilotildees de tratamento foram discutidas com a
paciente Devido a vaacuterias razotildees nomeadamente a ausecircncia de infecccedilatildeo e deslocamento
entre os segmentos a presenccedila de uma boa oclusatildeo com todos os dentes presentes e o
devido consentimento da paciente foi realizada apenas fixaccedilatildeo intermaxilar Apoacutes trecircs
meses verificou-se radiologicamente uniatildeo oacutessea
No caso reportado por Woldenberg et al durante a extracccedilatildeo do dente 38
verificou-se na panoracircmica uma linha de fractura Foi colocada fixaccedilatildeo intermaxilar e
posteriomente foram realizados novos exames uma panoracircmica e uma TC que
demonstraram bons resultados com aproximaccedilatildeo da linha de fractura Apoacutes duas
semanas a paciente recuperou a sensibilidade ao niacutevel do nervo dentaacuterio inferior
esquerdo Seis semanas apoacutes a cirurgia a fixaccedilatildeo intermaxilar foi removida e a paciente
sujeita a dieta mole por mais quatro semanas Nos dois trecircs e seis meses apoacutes a cirugia
foram realizadas radiografias panoracircmicas Estas revelaram formaccedilatildeo contiacutenua de osso
ao niacutevel do alveacuteolo e da linha de fractura
No estudo de Iizuka et al em seis casos foi realizada reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo
interna em dois efectuou-se fixaccedilatildeo intermaxilar e nos restantes trecircs apenas dieta mole
Todos os pacientes foram submetidos a terapia antibioacutetica durante pelo menos uma
semana simultaneamente com o tratamento da fractura que decorreu sem complicaccedilotildees
Todavia a obtenccedilatildeo de uma boa estabilidade parece ser a protecccedilatildeo mais segura contra
23
a infecccedilatildeo e atraso da cicatrizaccedilatildeo mais do que a terapia antibioacutetica (Mehra e Murad
2008)
De acordo com a literatura hoje em dia o tratamento mais eficaz das fracturas
mandibulares baseia-se na reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo interna no entanto os artigos
abordados cuja fractura estaacute relacionada com a extracccedilatildeo de terceiros molares parecem
ter obtido bons resultados com a utilizaccedilatildeo de fixaccedilatildeo intermaxilar e realizaccedilatildeo de dieta
mole Iizuka et al referem que nos casos de diagnoacutestico precoce e ausecircncia de
sintomatologia eacute adequado um tratamento conservador com fixaccedilatildeo intermaxilar e
nalguns casos a prescriccedilatildeo de dieta mole
No entanto evitar o uso de fixaccedilatildeo intermaxilar no transoperatoacuterio eacute mais
econoacutemico em tempo e custo e mais confortaacutevel para o paciente De acordo com Sorel
citado por Laub Jr alguns dos problemas associados agrave fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo a maacute
alimentaccedilatildeo com perda de peso dificuldades na respiraccedilatildeo e foneacutetica maacute higiene oral e
problemas sociais Em contraste a fixaccedilatildeo interna permite restauraccedilatildeo da funccedilatildeo e
mobilidade mais cedo e aumento do conforto para o paciente com melhoria dos
aspectos atraacutes mencionados Os autores Gomes et al referem que a fixaccedilatildeo intermaxilar
natildeo eacute usualmente necessaacuteria na reduccedilatildeo de fracturas confinadas agrave mandiacutebula
De acordo com Calloway et al citados por Moreno et al o desenvolvimento de
diferentes sistemas de fixaccedilatildeo interna na traumatologia facial e sua aplicaccedilatildeo no
tratamento das fracturas mandibulares conduziu a mudanccedilas nos criteacuterios de realizaccedilatildeo
de imobilizaccedilatildeo poacutes-ciruacutergica Tambeacutem tornou possiacutevel um retorno agrave funccedilatildeo normal
mais raacutepido Esta teacutecnica utiliza placas e parafusos na regiatildeo da fractura para se obter
contenccedilatildeo estaacutevel e eficaz promovendo cicatrizaccedilatildeo oacutessea primaacuteria sem que seja
necessaacuteria a extensatildeo do uso de fixaccedilatildeo intermaxilar A eliminaccedilatildeo desta ou uso por
periacuteodo miacutenimo geralmente resulta em maior satisfaccedilatildeo para o paciente (Gomes et al
2001 Custoacutedio et al 2007) Nesta modalidade o acesso agrave aacuterea da fractura pode ser
conseguido atraveacutes de abordagem intra-oral ou extra-oral (Mehra e Murad 2008)
As fracturas com grande grau de deslocamento ou fracturas cominutivas
necessitam de uma abordagem extra-oral para correcta reduccedilatildeo e visualizaccedilatildeo ao
colocar as estruturas de fixaccedilatildeo interna Por esta razatildeo e por natildeo haver comunicaccedilatildeo
com o meio intra-oral este meacutetodo apresenta baixo iacutendice de contaminaccedilatildeo A reduccedilatildeo
aberta com abordagem intra-oral pode ser utilizada nos casos de ausecircncia ou ligeiro
deslocamento dos fragmentos pacientes pouco cooperantes ou que necessitam de
restabelecimento imediato da funccedilatildeo mastigatoacuteria (Custoacutedio et al 2007)
24
A utilizaccedilatildeo de meacutetodos de fixaccedilatildeo interna nas fracturas mandibulares parece ser
o meacutetodo de tratamento mais aceitaacutevel (Moreno et al 2000) No entanto
independentemente do meacutetodo utilizado a finalidade baacutesica do tratamento das fracturas
deve ser o restabelecimento da oclusatildeo funcional e a continuidade mandibular
promovendo a restauraccedilatildeo das funccedilotildees mastigatoacuterias do paciente com o miacutenimo de
sequelas possiacutevel (Custoacutedio et al 2007)
5 Medidas preventivas
Perante avaliaccedilatildeo cliacutenica e posterior suspeita de ser um paciente de alto risco de
desenvolvimento de fractura mandibular algumas medidas devem ser ponderadas com
especial atenccedilatildeo Chrcanovic et al apontam mesmo a inadequada avaliaccedilatildeo preacute-
operatoacuteria como um factor de risco ou factor predisponente para o desenvolvimento de
fracturas Portanto este seria o primeiro ponto a ter em conta para um adequado
procedimento ciruacutergico com medidas atenuantes do risco de complicaccedilotildees A
identificaccedilatildeo de dentes que representam elevado risco de complicaccedilotildees relacionadas
com a cirurgia eacute a chave para o desenvolvimento de medidas profilaacutecticas com o
objectivo de evitar fracturas mandibulares Todos os indicadores de risco devem ser
bem analisados
Bodner e colaboradores descreveram algumas medidas preventivas para reduzir
a possibilidade de ocorrecircncia de fracturas mandibulares iatrogeacutenicas Estas incluem os
seguintes passos informar o paciente sobre a existecircncia do risco de fractura e da
importacircncia da sua cooperaccedilatildeo (Libersa et al 2002) a remoccedilatildeo oacutessea quando
necessaacuteria deve ser miacutenima e se possiacutevel efectuar odontossecccedilatildeo reduzindo a aacuterea
oacutessea removida se o dente empactado se encontrar perto do bordo inferior da
mandiacutebula considerar a abordagem extra-oral pacientes devem realizar dieta mole nas
quatro semanas seguintes agrave cirurgia (Wagner et al 2005 Woldenberg et al 2007)
embora Iizuka et al refiram apenas duas semanas e limitar a forccedila mastigatoacuteria durante
dois meses (Libersa et al 2002) o meacutedico dentista deve dar ecircnfase agrave qualidade e
duraccedilatildeo da dieta mole (Perry e Goldberg 2000) informar o paciente sobre os sinais
cliacutenicos e sintomas de uma fractura poacutes-operatoacuteria alertar o paciente para a
possibilidade de ouvir um som tipo estalido que pode indicar a presenccedila de fractura natildeo
sendo no entanto facilmente detectaacutevel radiologicamente com necessidade de
posteriores radiografias (Iizuka et al 1997)
25
Obiechina et al citados por Al-Belasy et al referem que perante as
dificuldades inerentes a esta cirurgia eacute recomendado que esta seja efectuada antes dos
25 anos Aliaacutes de acordo com Libersa et al a remoccedilatildeo profilaacutectica de terceiros molares
antes dos 20 anos de idade pode atenuar o risco de fractura
De acordo com Chrcanovic et al em casos em que a extracccedilatildeo de terceiros
molares inclusos eacute recomendada o risco de desenvolver uma fractura mandibular intra-
operatoacuteria pode ser evitada quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando
existe uma boa visualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada (Al-Belasy et al 2009)
Estes autores referem que o risco de fracturas mandibulares tanto imediatas como
tardias pode ser evitado pelo diagnoacutestico preciso e bem elaborado nos seguintes casos
pacientes com mais de 25 anos de idade principalmente homens pacientes com
bruxismo atletas activos raiacutezes do terceiro molar sobrepostas ou adjacentes ao canal
dentaacuterio inferior visualizadas na panoracircmica pacientes com patologia local ou
sisteacutemica ou sob medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea
26
Conclusatildeo
As taxas de incidecircncia da fractura traumaacutetica mandibular satildeo elevadas
principalmente quando comparadas com as fracturas mandibulares associadas a
exodontias que rondam os 00046 Apesar de rara a possibilidade de ocorrer e os
sinais e sintomas que acarreta devem ser destacados na informaccedilatildeo e esclarecimento ao
paciente A remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos eacute a cirurgia mais associada a estas
fracturas e as indicaccedilotildees quanto agrave sua realizaccedilatildeo ainda satildeo um pouco questionadas
Cada caso deve ser bem avaliado com os meacutetodos cliacutenicos e radiograacuteficos necessaacuterios
Quando eacute decidida a realizaccedilatildeo de extracccedilatildeo a radiografia periapical eacute
considerada um exame de eleiccedilatildeo no entanto a radiografia panoracircmica eacute um bom
substituto e permite utilizar sistemas de classificaccedilatildeo que podem ajudar o dentista na
determinaccedilatildeo do grau de complexidade e dificuldade do procedimento Por outro lado a
tomografia computadorizada (TC) pode ser utilizada em casos muito especiacuteficos com
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos factores predisponentes agrave ocorrecircncia de fractura mandibular
associada agrave exodontia
As fracturas podem ocorrer durante ou apoacutes a cirurgia sendo estas uacuteltimas as
mais frequentes Pacientes com mais de 25 anos geralmente entre os 40 e 50 anos
aparentam ter maior predisposiccedilatildeo provavelmente devido agrave diminuiccedilatildeo da elasticidade
oacutessea e dificuldades na expansatildeo alveolar durante a cirurgia A osteoporose tambeacutem
pode estar relacionada com o enfraquecimento da estrutura oacutessea
As fracturas imediatas estatildeo geralmente associadas a utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos Esta forccedila aplicada numa
mandiacutebula enfraquecida por razotildees preacute-ciruacutergicas aumenta a predisposiccedilatildeo para
fractura A fragilidade mandibular pode ser fisioloacutegica mas pode tambeacutem estar
relacionada com factores locais ou sisteacutemicos como doenccedilas ou medicamentos que
afectam a resistecircncia oacutessea As infecccedilotildees e lesotildees quiacutesticas ou tumorais bem como a
terapia com corticosteroacuteides e a osteoporose satildeo exemplos destes factores Durante o
procedimento deve-se optar pela remoccedilatildeo oacutessea miacutenima e se possiacutevel realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo obtenccedilatildeo de boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e aplicaccedilatildeo de forccedila
guiada e controlada As fracturas mandibulares tardias geralmente estatildeo associadas a um
enfraquecimento da mandiacutebula que surgiu apoacutes a extracccedilatildeo sendo a remoccedilatildeo oacutessea
excessiva um factor relacionado Quanto maior a quantidade de osso removido maior o
defeito oacutesseo criado maior a fragilidade mandibular e consequentemente o risco de
fractura aumenta Deste modo dentes inclusos com grande empactaccedilatildeo e envolvimento
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
11
trecircs verticais Embora estes autores concordem com o que foi citado anteriormente
baseando-se na sua anaacutelise natildeo encontraram qualquer associaccedilatildeo entre o tipo de
angulaccedilatildeo e a predisposiccedilao para fractura mandibular
26 Comprimento das raiacutezes e sua relaccedilatildeo com o canal dentaacuterio inferior
O mecanismo pelo qual os terceiros molares com raiacutezes longas foram
relacionados com o aumento de risco de ocorrecircncia de fracturas angulares deve-se ao
espaccedilo oacutesseo que este ocupa na mandiacutebula Hanson et al suportando esta hipoacutetese
referem que as fracturas mandibulares podem ocorrer apoacutes remoccedilatildeo do terceiro molar
com raiacutezes muito compridas pois o acircngulo mandibular torna-se uma regiatildeo
enfraquecida
Nos casos de fractura analisados por Iizuka et al as raiacutezes dos dentes estavam
sobrepostas ao canal dentaacuterio inferior em 10 casos ou seja 77 dos casos Nos trecircs
casos restantes as raiacutezes estavam adjacentes ao canal Em nenhuma situaccedilatildeo foi
verificado radiograficamente um afastamento das raiacutezes em relaccedilatildeo ao canal Estes
autores concluiacuteram que raiacutezes sobrepostas ou adjacentes ao canal dentaacuterio inferior numa
radiografia panoracircmica representam paracircmetros importantes para a predisposiccedilatildeo para
fractura mandibular
27 Volume relativo da mandiacutebula ocupado pelo dente ()
Woldenberg et al consideram a porccedilatildeo relativa de volume ocupada pelo dente
na mandiacutebula um factor importante a ter em conta Este raacutecio pode ser determinado
atraveacutes de exames complementares antes de efectuar a extracccedilatildeo como a tomografia
computadorizada (TC) atraveacutes da reconstruccedilatildeo e visualizaccedilatildeo do dente e osso no
sentido vestibulo-lingual
Se esta relaccedilatildeo de volume relativo ocupado pelo dente for igual ou superior a
50 o risco de fractura eacute alto e recomenda-se especial cuidado durante a cirurgia
(Woldenberg et al 2007)
Iisuka e colaboradores obtiveram na sua anaacutelise radiograacutefica dos casos de
fractura mandibular ocorridos um raacutecio que variava entre 44 a 84 E Wagner et al
em 2005 obtiveram um raacutecio meacutedio de 62plusmn4 sendo considerado um valor
desfavoraacutevel Em ambos os estudos foram utilizadas radiografias panoracircmicas para
adquirir a percentagem de aacuterea que o dente ocupa no osso Na anaacutelise de Iizuka et al o
12
espaccedilo que os terceiros molares ocupam no osso foi avaliado com base na altura
mandibular
28 Lesotildees preacute-ciruacutergicas
Para aleacutem da quantidade diminuiacuteda de osso remanescente apoacutes uma cirurgia de
terceiros molares existem tambeacutem outros factores que provocam fragilidade
mandibular como eacute o caso de alteraccedilotildees patoloacutegicas no osso secundaacuterias a um quisto
ou tumor abrangente Iizuka et al no seu estudo referem que mesmo pequenas
alteraccedilotildees como uma pericoronarite ou um foliacuteculo aumentado podem enfraquecer a
mandiacutebula (Iizuka et al 1997)
Apesar de nas indicaccedilotildees para remoccedilatildeo dos sisos estar incluiacuteda a possibilidade
de desenvolver quistos ou tumores associados a estes dentes Adeyemo refere que a
incidecircncia destas patologias em terceiros molares inclusos eacute baixa Citados no estudo de
Chrcanovic et al Bruce et al reportaram uma incidecircncia de 62 sendo esta
percentagem superior em pacientes mais velhos com uma meacutedia de idade de 465 anos
No mesmo artigo de acordo com Girod et al quanto mais tempo a empactaccedilatildeo
persistir maior o risco de desenvolver quistos ou tumores
Na anaacutelise de 2010 por Bodner et al cerca de 27 dos pacientes tinham
historial de infecccedilotildees preacute-ciruacutergicas na zona do dente a extrair Portanto pressupocircs-se
uma associaccedilatildeo entre lesotildees oacutesseas preacute-existentes associadas ao dente em questatildeo com a
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular As infecccedilotildees relatadas foram a doenccedila
periodontal quistos ou pericoronarites recorrentes capazes de criar defeitos que
enfraquecem a mandiacutebula (Woldenberg et al 2007) Estas lesotildees satildeo frequentemente
encontradas em pacientes com mais de 40 anos de idade (Lysell e Rohlin 1988)
Na anaacutelise de Perry e Goldberg de 2000 tambeacutem incluiacuteda no estudo de Bodner
et al a severidade e a duraccedilatildeo das infecccedilotildees natildeo foram obtidas no entanto referem que
uma infecccedilatildeo croacutenica e profunda provoca descalcificaccedilatildeo e destruiccedilatildeo oacutessea
contribuindo para a probabilidade de desenvolvimento de fracturas tanto imediatas
como tardias
Geralmente as infecccedilotildees nos jovens surgem quando uma pequena parte da coroa
erupciona e por isso nos pacientes mais velhos as infecccedilotildees associadas agrave empactaccedilatildeo
do terceiro molar satildeo diferentes pois o dente muitas vezes estaacute totalmente envolvido
por osso Assim a reabsorccedilatildeo oacutessea eacute geralmente a causa destas infecccedilotildees De acordo
com Osaki a periodontite presente nos segundos molares tambeacutem pode ser a causa de
13
infecccedilatildeo associada aos terceiros molares Nestes casos o osso alveolar entre o dente
empactado e o segundo molar eacute frequentemente destruiacutedo pela periodontite croacutenica
(Osaki et al 1995) Os resultados obtidos por estes autores sugerem que os dentes
inclusos em pacientes de idade avanccedilada com reabsorccedilatildeo oacutessea fisioloacutegica em torno da
coroa associada agrave irritaccedilatildeo causada pelas proacuteteses dentaacuterias e estando em relaccedilatildeo com
um ligamento periodontal bastante alargado do dente adjacente tecircm maior tendecircncia
para desenvolver infecccedilotildees
De acordo com Indresano et al e Leone et al citados por Chrcanovic et al a
formaccedilatildeo de abcessos profundos nos molares inferiores estaacute mais associada aos dentes
parcialmente empactados Isto deve-se ao facto de existir um risco aumentado de
pericoronarites agudas em dentes erupcionados verticalmente posicionados ao niacutevel ou
acima do plano oclusal e que se encontram parcialmente cobertos por tecidos moles ou
duros Werkmeister et al confirmam os dados anteriores considerando a existecircncia de
maior risco para densenvolver infecccedilotildees nos terceiros molares parcialmente
empactados As citaccedilotildees anteriores em conjunto com a presenccedila de osso remanescente
reduzida ao niacutevel do acircngulo mandibular pressupotildee um risco elevado de fractura
mandibular em cirurgias nestes casos (Fuselier et al 2002)
29 Experiecircncia do profissional
Pode pensar-se que a fractura mandibular bem como qualquer outra
complicaccedilatildeo decorrente do acto ciruacutergico possa estar relacionada com a utilizaccedilatildeo de
teacutecnicas incorrectas ou com a experiecircncia do meacutedico dentista
Woldenberg et al em 2007 referiram que as fracturas imediatas que ocorrem
principalmente por utilizaccedilatildeo improacutepria dos instrumentos ou forccedila excessiva ocorrem
com maior probabilidade quando as cirurgias satildeo realizadas por profissionais mais
novos ou menos experientes como acontece no caso reportado neste estudo
No entanto nos artigos analisados por Bodner et al as operaccedilotildees foram
realizadas por meacutedicos dentistas generalistas especialistas e cirurgiotildees maxilo-faciais e
nenhuma diferenccedila significativa foi encontrada em relaccedilatildeo agraves taxas de incidecircncia De
acordo com estes autores eacute difiacutecil estabelecer uma relaccedilatildeo entre a experiecircncia do
meacutedico e o desenvolvimento de complicaccedilotildees uma vez que eacute necessaacuterio ter em conta
outros factores que podem dificultar a extracccedilatildeo e condicionar o resultado do acto
ciruacutergico bem como o periacuteodo poacutes-operatoacuterio No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo
14
no de Bodner et al apenas 4 das 28 fracturas ocorreram em pacientes abordados por
dentistas com experiecircncia igual ou inferior a 5 anos
210 Teacutecnica utilizada
A teacutecnica ciruacutergica para extracccedilatildeo de terceiros molares poderaacute afectar o
desenrolar do procedimento ciruacutergico bem como condicionar o desenvolvimento de
futuros problemas Caso seja aconselhaacutevel a abordagem com realizaccedilatildeo de retalho
como eacute o caso de dentes inclusos com lesatildeo periapical extensa dentes isolados na
mandiacutebula de pacientes idosos dentes com alteraccedilatildeo anatoacutemica das raiacutezes ou presenccedila
de corticais oacutesseas riacutegidas existem vaacuterias teacutecnicas que podem ser utilizadas tais como a
abordagem vestibular lingual ou mesmo um acesso extra-oral em casos de empactaccedilatildeo
muito proacutexima do bordo inferior da mandiacutebula (Bodner et al 2010) No entanto a
ostectomia vestibular eacute a mais frequentemente utilizada (Juacutenior et al 2006)
As fracturas intra-operatoacuterias podem ocorrer devido agrave utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos (Iizuka et al 1997
Krimmel e Reinert 2000 Libersa et al 2002 Woldenberg et al 2007) Este risco
pode ser diminuiacutedo quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando existe uma
boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada Adicionalmente
devem adoptar-se medidas conservadoras de remoccedilatildeo oacutessea bem como a realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo quando necessaacuterio (Al-Belasy et al 2009)
A classificaccedilatildeo dos terceiros molares de acordo com a sua posiccedilatildeo tem a
finalidade de auxiliar o planeamento ciruacutergico pois de certa forma determina a
complexidade do caso Juacutenior e colaboradores referem que quanto maior o grau de
inclusatildeo dentaacuteria maior a necessidade de emprego de uma teacutecnica ciruacutergica mais
invasiva Portanto uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e radiograacutefica do caso eacute muito importante para
a determinaccedilatildeo da teacutecnica ciruacutergica mais apropriada
211 Tempo decorrido apoacutes a cirurgia
Como foi referenciado anteriormente as fracturas mandibulares podem ocorrer
durante o acto cliacutenico (imediatas) ou apoacutes a cirurgia (tardias)
Bodner et al referiram em 2010 com base nos artigos estudados que o tempo
decorrido entre a extracccedilatildeo do dente e o diagnoacutestico da fractura se encontrava entre uma
a cinco semanas reportando que 86 dos casos de fractura ocorreram entre a primeira e
a terceira semana apoacutes cirurgia com maior taxa de incidecircncia na segunda e na terceira
15
semana Brauer apoia este facto referindo que a maioria das fracturas poacutes-operatoacuterias
ocorre durante a mastigaccedilatildeo entre o 13ordm e 21ordm dia apoacutes a cirurgia (Libersa et al 2002)
Estes factos podem ser explicados com base nos processos histoloacutegicos uma vez
que este periacuteodo de tempo corresponde a processos de cicatrizaccedilatildeo nomeadamente a
substituiccedilatildeo de tecido de granulaccedilatildeo por tecido conjuntivo no alveacuteolo e dois terccedilos do
alveacuteolo ainda natildeo estatildeo formados por osteoacuteide ou osso ateacute ao 38ordm dia (Amler et al
1960 Amler et al 1977 Libersa et al 2002) Para aleacutem disso no final da segunda
semana a dor desapareceu os pacientes jaacute se sentem melhor e capazes de mastigar
normalmente podendo causar forccedilas muito elevadas numa mandiacutebula enfraquecida
(Libersa et al 2002) Bodner et al explicam a elevada percentagem de fracturas poacutes-
operatoacuterias e o periacuteodo em que ocorrem como o resultado de forccedilas mastigatoacuterias
excessivas ou pequenos traumas sofridos por uma mandiacutebula enfraquecida
No estudo de Perry e Goldberg 18 das 28 fracturas ocorridas surgiram durante a
mastigaccedilatildeo A forccedila mastigatoacuteria requerida para quebrar os alimentos pode produzir
forccedilas de stress consideraacuteveis numa mandiacutebula enfraquecida apoacutes cirurgia natildeo se
encontrando completamente reconstruiacuteda e calcificada Nos casos relatados todos os
pacientes receberam as mesmas instruccedilotildees sobre a dieta a efectuar no entanto perante
os resultados os autores defendem que talvez natildeo tenha sido dado ecircnfase suficiente em
relaccedilatildeo agrave qualidade e duraccedilatildeo da dieta mole Tambeacutem propotildeem a falta de cooperaccedilatildeo
por parte do paciente em cumprir as instruccedilotildees fornecidas pelo meacutedico como uma
possiacutevel causa
Por oposiccedilatildeo Al-Belasy e seus colaboradores concluiacuteram que em pacientes
totalmente dentados ou com uma ou duas ausecircncias com idades superiores a 25 anos e
sem atrofia oacutessea ou doenccedilas sisteacutemicas a mastigaccedilatildeo parece natildeo afectar a possibilidade
de ocorrecircncia de fracturas mandibulares tardias apoacutes remoccedilatildeo ciruacutergica de terceiros
molares empactados sem lesotildees associadas
212 Parafunccedilotildees
Eacute compreensiacutevel que pacientes com parafunccedilotildees como o bruxismo o
apertamento dentaacuterio (ldquoclenchingrdquo) e hipertrofia dos muacutesculos masseacuteteres apresentem
maior predisposiccedilatildeo para as fracturas mandibulares apoacutes cirurgia de terceiros molares
quando a mandiacutebula se encontra enfraquecida Kraszewski et al citados por
Chrcanovic et al apontam como possiacutevel justificaccedilatildeo o facto de estas patologias
afectarem a forccedila de mastigaccedilatildeo
16
No entanto no estudo de Al-Belasy et al fizeram parte sete pacientes com
hipertrofia masseteacuterica e 11 pacientes que realizavam apertamento dentaacuterio eou
bruxismo e em nenhum destes pacientes ocorreu fractura mandibular apoacutes a extracccedilatildeo
213 Lado esquerdo ou direito da mandiacutebula
Apesar de Wagner et al terem verificado uma distribuiccedilatildeo desequilibrada de
fracturas mandibulares entre o lado esquerdo e o direito da mandiacutebula pois 70 dos
casos ocorreram no lado esquerdo Bodner se seus colaboradores apoacutes anaacutelise de vaacuterios
artigos chegaram a outras conclusotildees Nos casos onde era feita referecircncia ao lado da
mandiacutebula em que foi efectuada a extracccedilatildeo verificaram que natildeo existe relaccedilatildeo
significativa entre o lado da mandiacutebula abordado e a ocorrecircncia de fractura 48 dos
casos foram afectados no lado direito e 52 no lado esquerdo Os resultados de Wagner
et al podem ser explicados pelo facto de o profissional estando na posiccedilatildeo normal de
trabalho ter melhor visualizaccedilatildeo e melhor controlo da forccedila aplicada no lado direito
comparativamente ao lado esquerdo (Woldenberg et al 2007) resultando numa
ostectomia menos extensa (Wagner et al 2005)
214 Actividade fiacutesica
As lesotildees maxilo-faciais representam um risco elevado em praticantes de
desporto e as fracturas satildeo uma sequela bastante comum No final da segunda semana
apoacutes cirurgia dos terceiros molares os pacientes normalmente jaacute se sentem bem devido
ao desaparecimento da dor poacutes-operatoacuteria (Libersa et al 2002) Esta diminuccedilatildeo do
desconforto daacute uma falsa sensaccedilatildeo de seguranccedila que pode levar os pacientes que satildeo
atletas activos a voltarem a praticar deporto intenso aumentando o risco de fractura
mandibular tardia na regiatildeo do acircngulo mandibular fragilizada pela cirurgia O risco de
fracturas maxilo-faciais relacionadas com desporto eacute consideravelmente mais elevado
em desportos de contacto por apresentarem bastante popularidade e por falta de
protecccedilatildeo facial (Chrcanovic et al 2010)
215 Doenccedilas sisteacutemicas e medicaccedilatildeo
Krimmel e Reinert defendem que as fracturas mandibulares ocorrem quando a
resistecircncia do osso e as forccedilas exercidas neste natildeo satildeo compatiacuteveis Muitos pacientes
sujeitos a procedimentos ciruacutergicos estatildeo condicionados a terapia medicamentosa e a
doenccedilas sisteacutemicas que podem afectar a resistecircncia oacutessea
17
De acordo com Kirwan citado por Chrcanovic um destes exemplos eacute a terapia
com corticosteroides utilizada no tratamento de algumas doenccedilas como a artrite
reumatoacuteide e doenccedilas relacionadas como a asma brocircnquica neurodermite e por vezes
apoacutes transplante de oacutergatildeos em dosagens mais elevadas Alguns autores como Adachi e
Weinstein referem que um dos efeitos secundaacuterios desta terapia eacute a raacutepida perda de
osso e o aumento de risco de fractura oacutessea sendo este risco duas vezes superior
comparativamente a pessoas sem qualquer terapia e eacute mais elevado apoacutes exposiccedilatildeo
prolongada a estes medicamentos
A osteoporose eacute uma condiccedilatildeo que afecta grandemente a resistecircncia do osso e
pode justificar o aumento da taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares com o
aumento da idade (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000) Eacute comum em
pacientes do sexo feminino pois a diminuiccedilatildeo de estrogeacutenios no periacuteodo poacutes-
menopausa aumenta o ritmo de perda oacutessea Poreacutem tambeacutem pode ocorrer nos homens
estando relacionada com mecanismos ligados essencialmente ao envelhecimento como
a deficiecircncia de vitamina D a absorccedilatildeo diminuiacuteda de caacutelcio e aumento dos niacuteveis de
hormona paratiroideia (PTH) (Yazbek e Neto 2008) Nos homens a testosterona
funciona da mesma forma que os estrogeacutenios na mulher sendo que pacientes com
hipogonadismo tambeacutem experienciam perdas oacutesseas aceleradas (Chrcanovic et al
2010) O osso apresenta composiccedilatildeo normal mas fica diminuiacutedo em quantidade e esta
diminuiccedilatildeo da massa oacutessea frequentemente resulta em fracturas das veacutertebras anca e
antebraccedilo (Do Lee et al 2005) De acordo com Law e Klemetti citados por Do Lee a
osteoporose pode resultar em diminuiccedilatildeo da massa oacutessea da mandiacutebula bem como
provocar alteraccedilotildees na estrutura deste osso especialmente do bordo inferior No mesmo
artigo satildeo citados alguns autores como Shrout e Kashima que referem existir uma
ligaccedilatildeo entre a osteoporose e alteraccedilotildees radiograacuteficas verificadas no padratildeo trabecular
da mandiacutebula
Existem outras patologias que tambeacutem diminuem a forccedila oacutessea como a doenccedila
gastrointestinal pois diminui a absorccedilatildeo de vitamina D De acordo com Ebeling citado
por Chrcanovic a osteoporose nos homens pode estar relacionada com algumas
condiccedilotildees como a hipercalceacutemia nefrolitiacutease terapia com anticonvulsivantes
tirotoxicose doenccedila renal e do fiacutegado mieloma muacuteltiplo ou mastocitose sisteacutemica
Bechtold e Felin citados na anaacutelise de Chrcanovic e colaboradores mencionam
a artrite idiopaacutetica juvenil como a doenccedila reumaacutetica mais comum na aacuterea da pediatria
18
Alguns estudos demonstraram a existecircncia de deficiecircncias significativas da densidade
volumeacutetrica trabecular no osso mineral e massa oacutessea cortical nestes pacientes
Os pacientes com doenccedila renal croacutenica padecem de vaacuterios distuacuterbios no
metabolismo do foacutesforo caacutelcio e ossos Estas alteraccedilotildees devem-se a factores que
contribuem para o aumento da reabsorccedilatildeo oacutessea como a diminuiccedilatildeo da absorccedilatildeo de
caacutelcio pelo intestino excessiva produccedilatildeo de PTH e alteraccedilotildees no metabolismo da
vitamina D (McPhee 2007) De acordo com Chrcanovic et al os ossos satildeo mais
gravemente afectados em casos de doenccedila renal croacutenica do que em casos saudaacuteveis
onde apenas satildeo afectados pelas consequecircncias da idade avanccedilada
A massa oacutessea eacute uma caracteriacutestica principalmente determinada geneticamente
no entanto tambeacutem eacute alterada sob a influecircncia do ambiente Indiviacuteduos com muita
massa muscular e que praticam actividade fiacutesica apresentam maior massa oacutessea do que
por exemplo pacientes fumadores ou com problemas de alcoolismo (Chrcanovic et al
2010) Estas duas uacuteltimas condiccedilotildees satildeo tambeacutem consideradas factores de risco para a
osteoporose (McPhee 2007)
3 Diagnoacutestico
31 Preacute-Ciruacutergico
Uma vez indicada a extracccedilatildeo de dentes inclusos eacute fundamental a realizaccedilatildeo de
um planeamento ciruacutergico baseado em exames cliacutenicos e radioloacutegicos Atraveacutes do
exame cliacutenico obtecircm-se dados especiacuteficos da sauacutede geral do paciente histoacuteria meacutedica e
dentaacuteria e o niacutevel de complexidade e dificuldade operatoacuteria pode ser analisado no
exame radiograacutefico Deste modo o dentista consegue prevenir possiacuteveis acidentes
durante a cirurgia ou no periacuteodo poacutes-operatoacuterio muitas vezes relacionados com a
posiccedilatildeo e localizaccedilatildeo do dente incluso (Juacutenior et al 2006)
As classificaccedilotildees dos dentes inclusos satildeo feitas a partir da anaacutelise radiograacutefica e
com cuidadosa classificaccedilatildeo o dentista pode abordar a cirurgia de forma ordenada e
prever se alguma abordagem ciruacutergica fora do comum precisaraacute ser adoptada (Juacutenior et
al 2006 Xavier et al 2010) Para a maioria dos casos a radiografia periapical eacute a
radiografia de eleiccedilatildeo pois fornece informaccedilatildeo mais detalhada Por outro lado a
ortopantomografia mostra uma imagem mais exacta da anatomia da regiatildeo e pode ser
usada como substituto apropriado (Xavier et al 2010) Aliaacutes na grande maioria satildeo
19
estas as radiografias utilizadas pois eacute possiacutevel visualizar correctamente o longo eixo do
segundo molar o ramo ascendente da mandiacutebula e o niacutevel oacutesseo que satildeo utilizados
como paracircmetros (Juacutenior et al 2006)
Os sistemas de classificaccedilatildeo permitem avaliar a dificuldade da cirurgia e nestes
incluem-se a angulaccedilatildeo (classificaccedilatildeo de Winter ndash Anexo 2) relaccedilatildeo com o bordo
anterior do ramo ascendente (Sistema de Pell amp Gregory I II e III ndash Anexo 1) e relaccedilatildeo
com o plano oclusal (Sistema de Pell amp Gregory A B e C ndash Anexo 1) Outros factores a
ter em conta na anaacutelise radiograacutefica fazem parte de alguns factores predisponentes jaacute
abordados como eacute o caso da morfologia radicular e relaccedilatildeo das raiacutezes com o canal
dentaacuterio inferior a densidade oacutessea que eacute mais elevado em pacientes com mais de 35
anos diminuindo a flexidade e capacidade de expansatildeo do osso e a natureza do tecido
envolvente pois o tipo de empactaccedilatildeo pode ser por tecido mole oacutesseo parcial ou oacutesseo
total (Peterson et al 2000)
A tomografia computadorizada (TC) tem-se tornado muito uacutetil em certas
situaccedilotildees como na avaliaccedilatildeo da proximidade dos dentes inclusos a estruturas
anatoacutemicas na avaliaccedilatildeo da profundidade de empactaccedilatildeo e espessura das paredes
corticais inclinaccedilatildeo vestibulo-lingual e morfologia da coroa e raiacutezes do dente
empactado (Bodner et al 1994)
Como as fracturas mandibulares associadas agrave cirurgia satildeo raras natildeo se justifica
usar a TC como exame complementar preacute-ciruacutergico No entanto em casos especiacuteficos
apoacutes avaliaccedilatildeo criteriosa dos factores predisponentes que aparentam ter um elevado
risco de desenvolvimento de fractura mandibular este exame torna-se vantajoso (Bodner
et al 1994) Pode tambeacutem ser utilizada para determinar o volume oacutesseo relativo da
mandiacutebula ocupado pelo dente (Woldenberg et al 2007)
32 Poacutes-ciruacutergico
Apoacutes ou durante a cirurgia o meacutedico dentista tem que estar alerta para os sinais e
sintomas presenciados pelo paciente que podem indicar a ocorrecircncia de fractura
mandibular
Nos casos que se encontram no periacuteodo poacutes-operatoacuterio natildeo muito prolongado o
principal alerta para a possibilidade de fractura mandibular eacute ouvir um estalido algumas
semanas apoacutes a cirurgia (Woldenberg et al 2007) Considera-se que a mandiacutebula
fractura no momento em que o som eacute ouvido Jaacute nos casos em que decorreu bastante
tempo apoacutes a cirurgia o diagnoacutestico eacute mais complicado O atraso da cicatrizaccedilatildeo e a
20
presenccedila de osteomielite podem ser a causa destas fracturas e quando a cicatrizaccedilatildeo se
prolonga demasiado deve-se sempre considerar o risco de fractura apresentando assim
indicaccedilatildeo para controlo radiograacutefico perioacutedico (Iizuka et al 1997)
O som de um estalido reportado pelo paciente deve ser considerado como
indicativo de uma possiacutevel fractura mesmo que esta natildeo seja detectada inicialmente na
radiografia (Woldenberg et al 2007) Se assim acontecer recomenda-se a realizaccedilatildeo de
radiografias de controlo (Wagner et al 2005) Libersa et al bem como Perry e
Goldberg confirmam este som distinto pois a maioria dos pacientes reportou um som
tipo estalido enquanto mastigavam acompanhado por dor intensa Na anaacutelise de
Krimmel e Reinert todos os pacientes reportaram o mesmo som excepto um que
apenas presenciou um novo episoacutedio de dor
Para aleacutem da dor suacutebita outros sinais cliacutenicos a ter em conta satildeo a presenccedila de
parestesia disestesia ou anestesia relacionadas com o nervo dentaacuterio inferior e as
alteraccedilotildees na oclusatildeo que satildeo um forte indicador de possiacutevel fractura mandibular (Laub
Jr 2009) Poderaacute tambeacutem surgir edema (Wagner et al 2005)
No caso reportado por Woldenberg foi realizada radiografia panoracircmica poacutes-
operatoacuteria imediata apoacutes se ter presenciado um estalido durante a extracccedilatildeo do 38 Na
radiografia verficou-se uma linha radioluacutecida desde o alveacuteolo ateacute ao bordo inferior da
mandiacutebula compatiacutevel com linha de fractura Foi notificada tambeacutem a presenccedila de
parestesia do laacutebio inferior do lado correspondente agrave fractura
No estudo realizado por Wagner et al em 2005 13 dos 17 pacientes que
sofreram fractura mandibular tambeacutem reportaram um som tipo estalido mas nem
sempre associado a sensaccedilatildeo dolorosa imediata No entanto foi reportada
frequentemente a presenccedila de inchaccedilo na zona do acircngulo mandibular respectivo A
meacutedia de dias decorridos entre a cirugia e a fractura foi de 19plusmn4 dias O tempo
decorrido ateacute diagnoacutestico radioloacutegico com conhecimento da data da fractura foi de
10plusmn4 dias
Como jaacute foi referido as fracturas mandibulares nem sempre satildeo diagnosticadas
radiologicamente (Iizuka et al 1997) principalmente se natildeo houver deslocamento
patoloacutegico dos fragmentos (Wagner et al 2007) No estudo de Iizuka et al todas as
fracturas que ocorreram num estado poacutes-operatorio relativamente cedo eram fracturas
sem deslocamento Uma vez que este tipo de fractura natildeo eacute imediatamente reconhecido
um achado radiograacutefico negativo apoacutes suspeita natildeo deve exluir de imediato a presenccedila
de fractura Nestes casos eacute recomendada uma dieta mole e a execuccedilatildeo de radiografias de
21
controlo nos dias seguintes (Iizuka et al 1997) Aliaacutes no estudo de Iizuka et al um dos
pacientes reportou um estalido ao comer no sexto dia poacutes-operatoacuterio cuja radiografia
efectuada nesse mesmo dia natildeo revelou qualquer fractura Quatro semanas depois o
paciente voltou ao consultoacuterio devido a uma dor persistente no local da extracccedilatildeo onde
se verificou atraveacutes da radiografia uma fractura evidente
De acordo com alguns autores na radiografia pode verificar-se uma fractura preacute-
angular o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo eixo do
dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula ou fracturas angulares
com uma linha de fractura paralela agrave bissectriz do acircngulo mandibular (Iizuka et al
1997 Wagner et al 2005)
Em casos de suspeita de fractura sem deslocamento e cujos achados radioloacutegicos
atraveacutes das radiografias convencionais como a ortopantomografia sejam negativos a
tomografia computadorizada (TC) e a tomografia computadorizada de feixe coacutenico
podem ser utilizadas como exames adicionais
De acordo com Roth e colaboradores a TC apresenta resultados superiores aos
da radiografia panoracircmica Este facto justifica-se pelas suas ferramentas de
melhoramento de imagem melhor qualidade de imagem sensibilidade equivalente na
identificaccedilatildeo de fracturas menor erro de interpretaccedilatildeo e opiniotildees mais concordantes
entre os meacutedicos na identificaccedilatildeo das fracturas mandibulares (Roth et al 2005) Outros
estudos suportam a contribuiccedilatildeo dos achados radiograacuteficos na TC para o manuseamento
ciruacutergico de traumas (Eggers et al 2008) No entanto existem algumas desvantagens
nomeadamente o elevado custo a disponibilidade e a elevada exposiccedilatildeo de radiaccedilatildeo
Estes factores promovem a tomografia computadorizada de feixe coacutenico como uma
aceitaacutevel alternativa na avaliaccedilatildeo de fracturas maxilofaciais (Scarfe et al 2006
Shintaku et al 2009)
4 Tratamento
As opccedilotildees de tratamento para as fracturas mandibulares associadas a extracccedilotildees
seguem os princiacutepios do tratamento das fracturas traumaacuteticas do acircngulo da mandiacutebula
As fracturas mandibulares podem ser tratadas realizando-se a reduccedilatildeo
contenccedilatildeo e imobilizaccedilatildeo dos segmentos fracturados sendo que a orientaccedilatildeo da oclusatildeo
dentaacuteria levaraacute a uma perfeita consolidaccedilatildeo dos segmentos fracturados com boa
recuperaccedilatildeo funcional e esteacutetica (Gomes et al 2001) Eacute fundamental identificar e
22
assegurar a correcta oclusatildeo antes de recorrer agrave reduccedilatildeo da fractura (Custoacutedio et al
2007)
O tratamento das fracturas mandibulares iatrogeacutenicas reportado por diversos
estudos na anaacutelise de Bodner et al baseou-se numa reduccedilatildeo fechada da fractura em
40 dos casos reduccedilatildeo aberta em 35 dos pacientes e em 25 dos casos natildeo foi
efectuado qualquer tipo de tratamento Este autor natildeo faz referecircncia ao sucesso dos
tratamentos
Os tratamentos que utilizam apenas fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo chamados reduccedilotildees
fechadas porque natildeo envolvem a abertura directa exposiccedilatildeo e a manipulaccedilatildeo da aacuterea
fracturada Uma reduccedilatildeo aberta inclui exposiccedilatildeo directa e reduccedilatildeo da fractura atraveacutes de
incisatildeo ciruacutergica (Custoacutedio et al 2007)
No estudo de Chrcanovic et al foram analisados 128 casos de fractura
mandibular sendo dois destes relatados por experiecircncia proacutepria No primeiro caso a
paciente ouviu um estalido e na avaliaccedilatildeo da ortopantomografia verificou-se uma
fractura sem deslocamento As possiacuteveis opccedilotildees de tratamento foram discutidas com a
paciente Devido a vaacuterias razotildees nomeadamente a ausecircncia de infecccedilatildeo e deslocamento
entre os segmentos a presenccedila de uma boa oclusatildeo com todos os dentes presentes e o
devido consentimento da paciente foi realizada apenas fixaccedilatildeo intermaxilar Apoacutes trecircs
meses verificou-se radiologicamente uniatildeo oacutessea
No caso reportado por Woldenberg et al durante a extracccedilatildeo do dente 38
verificou-se na panoracircmica uma linha de fractura Foi colocada fixaccedilatildeo intermaxilar e
posteriomente foram realizados novos exames uma panoracircmica e uma TC que
demonstraram bons resultados com aproximaccedilatildeo da linha de fractura Apoacutes duas
semanas a paciente recuperou a sensibilidade ao niacutevel do nervo dentaacuterio inferior
esquerdo Seis semanas apoacutes a cirurgia a fixaccedilatildeo intermaxilar foi removida e a paciente
sujeita a dieta mole por mais quatro semanas Nos dois trecircs e seis meses apoacutes a cirugia
foram realizadas radiografias panoracircmicas Estas revelaram formaccedilatildeo contiacutenua de osso
ao niacutevel do alveacuteolo e da linha de fractura
No estudo de Iizuka et al em seis casos foi realizada reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo
interna em dois efectuou-se fixaccedilatildeo intermaxilar e nos restantes trecircs apenas dieta mole
Todos os pacientes foram submetidos a terapia antibioacutetica durante pelo menos uma
semana simultaneamente com o tratamento da fractura que decorreu sem complicaccedilotildees
Todavia a obtenccedilatildeo de uma boa estabilidade parece ser a protecccedilatildeo mais segura contra
23
a infecccedilatildeo e atraso da cicatrizaccedilatildeo mais do que a terapia antibioacutetica (Mehra e Murad
2008)
De acordo com a literatura hoje em dia o tratamento mais eficaz das fracturas
mandibulares baseia-se na reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo interna no entanto os artigos
abordados cuja fractura estaacute relacionada com a extracccedilatildeo de terceiros molares parecem
ter obtido bons resultados com a utilizaccedilatildeo de fixaccedilatildeo intermaxilar e realizaccedilatildeo de dieta
mole Iizuka et al referem que nos casos de diagnoacutestico precoce e ausecircncia de
sintomatologia eacute adequado um tratamento conservador com fixaccedilatildeo intermaxilar e
nalguns casos a prescriccedilatildeo de dieta mole
No entanto evitar o uso de fixaccedilatildeo intermaxilar no transoperatoacuterio eacute mais
econoacutemico em tempo e custo e mais confortaacutevel para o paciente De acordo com Sorel
citado por Laub Jr alguns dos problemas associados agrave fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo a maacute
alimentaccedilatildeo com perda de peso dificuldades na respiraccedilatildeo e foneacutetica maacute higiene oral e
problemas sociais Em contraste a fixaccedilatildeo interna permite restauraccedilatildeo da funccedilatildeo e
mobilidade mais cedo e aumento do conforto para o paciente com melhoria dos
aspectos atraacutes mencionados Os autores Gomes et al referem que a fixaccedilatildeo intermaxilar
natildeo eacute usualmente necessaacuteria na reduccedilatildeo de fracturas confinadas agrave mandiacutebula
De acordo com Calloway et al citados por Moreno et al o desenvolvimento de
diferentes sistemas de fixaccedilatildeo interna na traumatologia facial e sua aplicaccedilatildeo no
tratamento das fracturas mandibulares conduziu a mudanccedilas nos criteacuterios de realizaccedilatildeo
de imobilizaccedilatildeo poacutes-ciruacutergica Tambeacutem tornou possiacutevel um retorno agrave funccedilatildeo normal
mais raacutepido Esta teacutecnica utiliza placas e parafusos na regiatildeo da fractura para se obter
contenccedilatildeo estaacutevel e eficaz promovendo cicatrizaccedilatildeo oacutessea primaacuteria sem que seja
necessaacuteria a extensatildeo do uso de fixaccedilatildeo intermaxilar A eliminaccedilatildeo desta ou uso por
periacuteodo miacutenimo geralmente resulta em maior satisfaccedilatildeo para o paciente (Gomes et al
2001 Custoacutedio et al 2007) Nesta modalidade o acesso agrave aacuterea da fractura pode ser
conseguido atraveacutes de abordagem intra-oral ou extra-oral (Mehra e Murad 2008)
As fracturas com grande grau de deslocamento ou fracturas cominutivas
necessitam de uma abordagem extra-oral para correcta reduccedilatildeo e visualizaccedilatildeo ao
colocar as estruturas de fixaccedilatildeo interna Por esta razatildeo e por natildeo haver comunicaccedilatildeo
com o meio intra-oral este meacutetodo apresenta baixo iacutendice de contaminaccedilatildeo A reduccedilatildeo
aberta com abordagem intra-oral pode ser utilizada nos casos de ausecircncia ou ligeiro
deslocamento dos fragmentos pacientes pouco cooperantes ou que necessitam de
restabelecimento imediato da funccedilatildeo mastigatoacuteria (Custoacutedio et al 2007)
24
A utilizaccedilatildeo de meacutetodos de fixaccedilatildeo interna nas fracturas mandibulares parece ser
o meacutetodo de tratamento mais aceitaacutevel (Moreno et al 2000) No entanto
independentemente do meacutetodo utilizado a finalidade baacutesica do tratamento das fracturas
deve ser o restabelecimento da oclusatildeo funcional e a continuidade mandibular
promovendo a restauraccedilatildeo das funccedilotildees mastigatoacuterias do paciente com o miacutenimo de
sequelas possiacutevel (Custoacutedio et al 2007)
5 Medidas preventivas
Perante avaliaccedilatildeo cliacutenica e posterior suspeita de ser um paciente de alto risco de
desenvolvimento de fractura mandibular algumas medidas devem ser ponderadas com
especial atenccedilatildeo Chrcanovic et al apontam mesmo a inadequada avaliaccedilatildeo preacute-
operatoacuteria como um factor de risco ou factor predisponente para o desenvolvimento de
fracturas Portanto este seria o primeiro ponto a ter em conta para um adequado
procedimento ciruacutergico com medidas atenuantes do risco de complicaccedilotildees A
identificaccedilatildeo de dentes que representam elevado risco de complicaccedilotildees relacionadas
com a cirurgia eacute a chave para o desenvolvimento de medidas profilaacutecticas com o
objectivo de evitar fracturas mandibulares Todos os indicadores de risco devem ser
bem analisados
Bodner e colaboradores descreveram algumas medidas preventivas para reduzir
a possibilidade de ocorrecircncia de fracturas mandibulares iatrogeacutenicas Estas incluem os
seguintes passos informar o paciente sobre a existecircncia do risco de fractura e da
importacircncia da sua cooperaccedilatildeo (Libersa et al 2002) a remoccedilatildeo oacutessea quando
necessaacuteria deve ser miacutenima e se possiacutevel efectuar odontossecccedilatildeo reduzindo a aacuterea
oacutessea removida se o dente empactado se encontrar perto do bordo inferior da
mandiacutebula considerar a abordagem extra-oral pacientes devem realizar dieta mole nas
quatro semanas seguintes agrave cirurgia (Wagner et al 2005 Woldenberg et al 2007)
embora Iizuka et al refiram apenas duas semanas e limitar a forccedila mastigatoacuteria durante
dois meses (Libersa et al 2002) o meacutedico dentista deve dar ecircnfase agrave qualidade e
duraccedilatildeo da dieta mole (Perry e Goldberg 2000) informar o paciente sobre os sinais
cliacutenicos e sintomas de uma fractura poacutes-operatoacuteria alertar o paciente para a
possibilidade de ouvir um som tipo estalido que pode indicar a presenccedila de fractura natildeo
sendo no entanto facilmente detectaacutevel radiologicamente com necessidade de
posteriores radiografias (Iizuka et al 1997)
25
Obiechina et al citados por Al-Belasy et al referem que perante as
dificuldades inerentes a esta cirurgia eacute recomendado que esta seja efectuada antes dos
25 anos Aliaacutes de acordo com Libersa et al a remoccedilatildeo profilaacutectica de terceiros molares
antes dos 20 anos de idade pode atenuar o risco de fractura
De acordo com Chrcanovic et al em casos em que a extracccedilatildeo de terceiros
molares inclusos eacute recomendada o risco de desenvolver uma fractura mandibular intra-
operatoacuteria pode ser evitada quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando
existe uma boa visualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada (Al-Belasy et al 2009)
Estes autores referem que o risco de fracturas mandibulares tanto imediatas como
tardias pode ser evitado pelo diagnoacutestico preciso e bem elaborado nos seguintes casos
pacientes com mais de 25 anos de idade principalmente homens pacientes com
bruxismo atletas activos raiacutezes do terceiro molar sobrepostas ou adjacentes ao canal
dentaacuterio inferior visualizadas na panoracircmica pacientes com patologia local ou
sisteacutemica ou sob medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea
26
Conclusatildeo
As taxas de incidecircncia da fractura traumaacutetica mandibular satildeo elevadas
principalmente quando comparadas com as fracturas mandibulares associadas a
exodontias que rondam os 00046 Apesar de rara a possibilidade de ocorrer e os
sinais e sintomas que acarreta devem ser destacados na informaccedilatildeo e esclarecimento ao
paciente A remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos eacute a cirurgia mais associada a estas
fracturas e as indicaccedilotildees quanto agrave sua realizaccedilatildeo ainda satildeo um pouco questionadas
Cada caso deve ser bem avaliado com os meacutetodos cliacutenicos e radiograacuteficos necessaacuterios
Quando eacute decidida a realizaccedilatildeo de extracccedilatildeo a radiografia periapical eacute
considerada um exame de eleiccedilatildeo no entanto a radiografia panoracircmica eacute um bom
substituto e permite utilizar sistemas de classificaccedilatildeo que podem ajudar o dentista na
determinaccedilatildeo do grau de complexidade e dificuldade do procedimento Por outro lado a
tomografia computadorizada (TC) pode ser utilizada em casos muito especiacuteficos com
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos factores predisponentes agrave ocorrecircncia de fractura mandibular
associada agrave exodontia
As fracturas podem ocorrer durante ou apoacutes a cirurgia sendo estas uacuteltimas as
mais frequentes Pacientes com mais de 25 anos geralmente entre os 40 e 50 anos
aparentam ter maior predisposiccedilatildeo provavelmente devido agrave diminuiccedilatildeo da elasticidade
oacutessea e dificuldades na expansatildeo alveolar durante a cirurgia A osteoporose tambeacutem
pode estar relacionada com o enfraquecimento da estrutura oacutessea
As fracturas imediatas estatildeo geralmente associadas a utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos Esta forccedila aplicada numa
mandiacutebula enfraquecida por razotildees preacute-ciruacutergicas aumenta a predisposiccedilatildeo para
fractura A fragilidade mandibular pode ser fisioloacutegica mas pode tambeacutem estar
relacionada com factores locais ou sisteacutemicos como doenccedilas ou medicamentos que
afectam a resistecircncia oacutessea As infecccedilotildees e lesotildees quiacutesticas ou tumorais bem como a
terapia com corticosteroacuteides e a osteoporose satildeo exemplos destes factores Durante o
procedimento deve-se optar pela remoccedilatildeo oacutessea miacutenima e se possiacutevel realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo obtenccedilatildeo de boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e aplicaccedilatildeo de forccedila
guiada e controlada As fracturas mandibulares tardias geralmente estatildeo associadas a um
enfraquecimento da mandiacutebula que surgiu apoacutes a extracccedilatildeo sendo a remoccedilatildeo oacutessea
excessiva um factor relacionado Quanto maior a quantidade de osso removido maior o
defeito oacutesseo criado maior a fragilidade mandibular e consequentemente o risco de
fractura aumenta Deste modo dentes inclusos com grande empactaccedilatildeo e envolvimento
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
12
espaccedilo que os terceiros molares ocupam no osso foi avaliado com base na altura
mandibular
28 Lesotildees preacute-ciruacutergicas
Para aleacutem da quantidade diminuiacuteda de osso remanescente apoacutes uma cirurgia de
terceiros molares existem tambeacutem outros factores que provocam fragilidade
mandibular como eacute o caso de alteraccedilotildees patoloacutegicas no osso secundaacuterias a um quisto
ou tumor abrangente Iizuka et al no seu estudo referem que mesmo pequenas
alteraccedilotildees como uma pericoronarite ou um foliacuteculo aumentado podem enfraquecer a
mandiacutebula (Iizuka et al 1997)
Apesar de nas indicaccedilotildees para remoccedilatildeo dos sisos estar incluiacuteda a possibilidade
de desenvolver quistos ou tumores associados a estes dentes Adeyemo refere que a
incidecircncia destas patologias em terceiros molares inclusos eacute baixa Citados no estudo de
Chrcanovic et al Bruce et al reportaram uma incidecircncia de 62 sendo esta
percentagem superior em pacientes mais velhos com uma meacutedia de idade de 465 anos
No mesmo artigo de acordo com Girod et al quanto mais tempo a empactaccedilatildeo
persistir maior o risco de desenvolver quistos ou tumores
Na anaacutelise de 2010 por Bodner et al cerca de 27 dos pacientes tinham
historial de infecccedilotildees preacute-ciruacutergicas na zona do dente a extrair Portanto pressupocircs-se
uma associaccedilatildeo entre lesotildees oacutesseas preacute-existentes associadas ao dente em questatildeo com a
predisposiccedilatildeo para fractura mandibular As infecccedilotildees relatadas foram a doenccedila
periodontal quistos ou pericoronarites recorrentes capazes de criar defeitos que
enfraquecem a mandiacutebula (Woldenberg et al 2007) Estas lesotildees satildeo frequentemente
encontradas em pacientes com mais de 40 anos de idade (Lysell e Rohlin 1988)
Na anaacutelise de Perry e Goldberg de 2000 tambeacutem incluiacuteda no estudo de Bodner
et al a severidade e a duraccedilatildeo das infecccedilotildees natildeo foram obtidas no entanto referem que
uma infecccedilatildeo croacutenica e profunda provoca descalcificaccedilatildeo e destruiccedilatildeo oacutessea
contribuindo para a probabilidade de desenvolvimento de fracturas tanto imediatas
como tardias
Geralmente as infecccedilotildees nos jovens surgem quando uma pequena parte da coroa
erupciona e por isso nos pacientes mais velhos as infecccedilotildees associadas agrave empactaccedilatildeo
do terceiro molar satildeo diferentes pois o dente muitas vezes estaacute totalmente envolvido
por osso Assim a reabsorccedilatildeo oacutessea eacute geralmente a causa destas infecccedilotildees De acordo
com Osaki a periodontite presente nos segundos molares tambeacutem pode ser a causa de
13
infecccedilatildeo associada aos terceiros molares Nestes casos o osso alveolar entre o dente
empactado e o segundo molar eacute frequentemente destruiacutedo pela periodontite croacutenica
(Osaki et al 1995) Os resultados obtidos por estes autores sugerem que os dentes
inclusos em pacientes de idade avanccedilada com reabsorccedilatildeo oacutessea fisioloacutegica em torno da
coroa associada agrave irritaccedilatildeo causada pelas proacuteteses dentaacuterias e estando em relaccedilatildeo com
um ligamento periodontal bastante alargado do dente adjacente tecircm maior tendecircncia
para desenvolver infecccedilotildees
De acordo com Indresano et al e Leone et al citados por Chrcanovic et al a
formaccedilatildeo de abcessos profundos nos molares inferiores estaacute mais associada aos dentes
parcialmente empactados Isto deve-se ao facto de existir um risco aumentado de
pericoronarites agudas em dentes erupcionados verticalmente posicionados ao niacutevel ou
acima do plano oclusal e que se encontram parcialmente cobertos por tecidos moles ou
duros Werkmeister et al confirmam os dados anteriores considerando a existecircncia de
maior risco para densenvolver infecccedilotildees nos terceiros molares parcialmente
empactados As citaccedilotildees anteriores em conjunto com a presenccedila de osso remanescente
reduzida ao niacutevel do acircngulo mandibular pressupotildee um risco elevado de fractura
mandibular em cirurgias nestes casos (Fuselier et al 2002)
29 Experiecircncia do profissional
Pode pensar-se que a fractura mandibular bem como qualquer outra
complicaccedilatildeo decorrente do acto ciruacutergico possa estar relacionada com a utilizaccedilatildeo de
teacutecnicas incorrectas ou com a experiecircncia do meacutedico dentista
Woldenberg et al em 2007 referiram que as fracturas imediatas que ocorrem
principalmente por utilizaccedilatildeo improacutepria dos instrumentos ou forccedila excessiva ocorrem
com maior probabilidade quando as cirurgias satildeo realizadas por profissionais mais
novos ou menos experientes como acontece no caso reportado neste estudo
No entanto nos artigos analisados por Bodner et al as operaccedilotildees foram
realizadas por meacutedicos dentistas generalistas especialistas e cirurgiotildees maxilo-faciais e
nenhuma diferenccedila significativa foi encontrada em relaccedilatildeo agraves taxas de incidecircncia De
acordo com estes autores eacute difiacutecil estabelecer uma relaccedilatildeo entre a experiecircncia do
meacutedico e o desenvolvimento de complicaccedilotildees uma vez que eacute necessaacuterio ter em conta
outros factores que podem dificultar a extracccedilatildeo e condicionar o resultado do acto
ciruacutergico bem como o periacuteodo poacutes-operatoacuterio No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo
14
no de Bodner et al apenas 4 das 28 fracturas ocorreram em pacientes abordados por
dentistas com experiecircncia igual ou inferior a 5 anos
210 Teacutecnica utilizada
A teacutecnica ciruacutergica para extracccedilatildeo de terceiros molares poderaacute afectar o
desenrolar do procedimento ciruacutergico bem como condicionar o desenvolvimento de
futuros problemas Caso seja aconselhaacutevel a abordagem com realizaccedilatildeo de retalho
como eacute o caso de dentes inclusos com lesatildeo periapical extensa dentes isolados na
mandiacutebula de pacientes idosos dentes com alteraccedilatildeo anatoacutemica das raiacutezes ou presenccedila
de corticais oacutesseas riacutegidas existem vaacuterias teacutecnicas que podem ser utilizadas tais como a
abordagem vestibular lingual ou mesmo um acesso extra-oral em casos de empactaccedilatildeo
muito proacutexima do bordo inferior da mandiacutebula (Bodner et al 2010) No entanto a
ostectomia vestibular eacute a mais frequentemente utilizada (Juacutenior et al 2006)
As fracturas intra-operatoacuterias podem ocorrer devido agrave utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos (Iizuka et al 1997
Krimmel e Reinert 2000 Libersa et al 2002 Woldenberg et al 2007) Este risco
pode ser diminuiacutedo quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando existe uma
boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada Adicionalmente
devem adoptar-se medidas conservadoras de remoccedilatildeo oacutessea bem como a realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo quando necessaacuterio (Al-Belasy et al 2009)
A classificaccedilatildeo dos terceiros molares de acordo com a sua posiccedilatildeo tem a
finalidade de auxiliar o planeamento ciruacutergico pois de certa forma determina a
complexidade do caso Juacutenior e colaboradores referem que quanto maior o grau de
inclusatildeo dentaacuteria maior a necessidade de emprego de uma teacutecnica ciruacutergica mais
invasiva Portanto uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e radiograacutefica do caso eacute muito importante para
a determinaccedilatildeo da teacutecnica ciruacutergica mais apropriada
211 Tempo decorrido apoacutes a cirurgia
Como foi referenciado anteriormente as fracturas mandibulares podem ocorrer
durante o acto cliacutenico (imediatas) ou apoacutes a cirurgia (tardias)
Bodner et al referiram em 2010 com base nos artigos estudados que o tempo
decorrido entre a extracccedilatildeo do dente e o diagnoacutestico da fractura se encontrava entre uma
a cinco semanas reportando que 86 dos casos de fractura ocorreram entre a primeira e
a terceira semana apoacutes cirurgia com maior taxa de incidecircncia na segunda e na terceira
15
semana Brauer apoia este facto referindo que a maioria das fracturas poacutes-operatoacuterias
ocorre durante a mastigaccedilatildeo entre o 13ordm e 21ordm dia apoacutes a cirurgia (Libersa et al 2002)
Estes factos podem ser explicados com base nos processos histoloacutegicos uma vez
que este periacuteodo de tempo corresponde a processos de cicatrizaccedilatildeo nomeadamente a
substituiccedilatildeo de tecido de granulaccedilatildeo por tecido conjuntivo no alveacuteolo e dois terccedilos do
alveacuteolo ainda natildeo estatildeo formados por osteoacuteide ou osso ateacute ao 38ordm dia (Amler et al
1960 Amler et al 1977 Libersa et al 2002) Para aleacutem disso no final da segunda
semana a dor desapareceu os pacientes jaacute se sentem melhor e capazes de mastigar
normalmente podendo causar forccedilas muito elevadas numa mandiacutebula enfraquecida
(Libersa et al 2002) Bodner et al explicam a elevada percentagem de fracturas poacutes-
operatoacuterias e o periacuteodo em que ocorrem como o resultado de forccedilas mastigatoacuterias
excessivas ou pequenos traumas sofridos por uma mandiacutebula enfraquecida
No estudo de Perry e Goldberg 18 das 28 fracturas ocorridas surgiram durante a
mastigaccedilatildeo A forccedila mastigatoacuteria requerida para quebrar os alimentos pode produzir
forccedilas de stress consideraacuteveis numa mandiacutebula enfraquecida apoacutes cirurgia natildeo se
encontrando completamente reconstruiacuteda e calcificada Nos casos relatados todos os
pacientes receberam as mesmas instruccedilotildees sobre a dieta a efectuar no entanto perante
os resultados os autores defendem que talvez natildeo tenha sido dado ecircnfase suficiente em
relaccedilatildeo agrave qualidade e duraccedilatildeo da dieta mole Tambeacutem propotildeem a falta de cooperaccedilatildeo
por parte do paciente em cumprir as instruccedilotildees fornecidas pelo meacutedico como uma
possiacutevel causa
Por oposiccedilatildeo Al-Belasy e seus colaboradores concluiacuteram que em pacientes
totalmente dentados ou com uma ou duas ausecircncias com idades superiores a 25 anos e
sem atrofia oacutessea ou doenccedilas sisteacutemicas a mastigaccedilatildeo parece natildeo afectar a possibilidade
de ocorrecircncia de fracturas mandibulares tardias apoacutes remoccedilatildeo ciruacutergica de terceiros
molares empactados sem lesotildees associadas
212 Parafunccedilotildees
Eacute compreensiacutevel que pacientes com parafunccedilotildees como o bruxismo o
apertamento dentaacuterio (ldquoclenchingrdquo) e hipertrofia dos muacutesculos masseacuteteres apresentem
maior predisposiccedilatildeo para as fracturas mandibulares apoacutes cirurgia de terceiros molares
quando a mandiacutebula se encontra enfraquecida Kraszewski et al citados por
Chrcanovic et al apontam como possiacutevel justificaccedilatildeo o facto de estas patologias
afectarem a forccedila de mastigaccedilatildeo
16
No entanto no estudo de Al-Belasy et al fizeram parte sete pacientes com
hipertrofia masseteacuterica e 11 pacientes que realizavam apertamento dentaacuterio eou
bruxismo e em nenhum destes pacientes ocorreu fractura mandibular apoacutes a extracccedilatildeo
213 Lado esquerdo ou direito da mandiacutebula
Apesar de Wagner et al terem verificado uma distribuiccedilatildeo desequilibrada de
fracturas mandibulares entre o lado esquerdo e o direito da mandiacutebula pois 70 dos
casos ocorreram no lado esquerdo Bodner se seus colaboradores apoacutes anaacutelise de vaacuterios
artigos chegaram a outras conclusotildees Nos casos onde era feita referecircncia ao lado da
mandiacutebula em que foi efectuada a extracccedilatildeo verificaram que natildeo existe relaccedilatildeo
significativa entre o lado da mandiacutebula abordado e a ocorrecircncia de fractura 48 dos
casos foram afectados no lado direito e 52 no lado esquerdo Os resultados de Wagner
et al podem ser explicados pelo facto de o profissional estando na posiccedilatildeo normal de
trabalho ter melhor visualizaccedilatildeo e melhor controlo da forccedila aplicada no lado direito
comparativamente ao lado esquerdo (Woldenberg et al 2007) resultando numa
ostectomia menos extensa (Wagner et al 2005)
214 Actividade fiacutesica
As lesotildees maxilo-faciais representam um risco elevado em praticantes de
desporto e as fracturas satildeo uma sequela bastante comum No final da segunda semana
apoacutes cirurgia dos terceiros molares os pacientes normalmente jaacute se sentem bem devido
ao desaparecimento da dor poacutes-operatoacuteria (Libersa et al 2002) Esta diminuccedilatildeo do
desconforto daacute uma falsa sensaccedilatildeo de seguranccedila que pode levar os pacientes que satildeo
atletas activos a voltarem a praticar deporto intenso aumentando o risco de fractura
mandibular tardia na regiatildeo do acircngulo mandibular fragilizada pela cirurgia O risco de
fracturas maxilo-faciais relacionadas com desporto eacute consideravelmente mais elevado
em desportos de contacto por apresentarem bastante popularidade e por falta de
protecccedilatildeo facial (Chrcanovic et al 2010)
215 Doenccedilas sisteacutemicas e medicaccedilatildeo
Krimmel e Reinert defendem que as fracturas mandibulares ocorrem quando a
resistecircncia do osso e as forccedilas exercidas neste natildeo satildeo compatiacuteveis Muitos pacientes
sujeitos a procedimentos ciruacutergicos estatildeo condicionados a terapia medicamentosa e a
doenccedilas sisteacutemicas que podem afectar a resistecircncia oacutessea
17
De acordo com Kirwan citado por Chrcanovic um destes exemplos eacute a terapia
com corticosteroides utilizada no tratamento de algumas doenccedilas como a artrite
reumatoacuteide e doenccedilas relacionadas como a asma brocircnquica neurodermite e por vezes
apoacutes transplante de oacutergatildeos em dosagens mais elevadas Alguns autores como Adachi e
Weinstein referem que um dos efeitos secundaacuterios desta terapia eacute a raacutepida perda de
osso e o aumento de risco de fractura oacutessea sendo este risco duas vezes superior
comparativamente a pessoas sem qualquer terapia e eacute mais elevado apoacutes exposiccedilatildeo
prolongada a estes medicamentos
A osteoporose eacute uma condiccedilatildeo que afecta grandemente a resistecircncia do osso e
pode justificar o aumento da taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares com o
aumento da idade (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000) Eacute comum em
pacientes do sexo feminino pois a diminuiccedilatildeo de estrogeacutenios no periacuteodo poacutes-
menopausa aumenta o ritmo de perda oacutessea Poreacutem tambeacutem pode ocorrer nos homens
estando relacionada com mecanismos ligados essencialmente ao envelhecimento como
a deficiecircncia de vitamina D a absorccedilatildeo diminuiacuteda de caacutelcio e aumento dos niacuteveis de
hormona paratiroideia (PTH) (Yazbek e Neto 2008) Nos homens a testosterona
funciona da mesma forma que os estrogeacutenios na mulher sendo que pacientes com
hipogonadismo tambeacutem experienciam perdas oacutesseas aceleradas (Chrcanovic et al
2010) O osso apresenta composiccedilatildeo normal mas fica diminuiacutedo em quantidade e esta
diminuiccedilatildeo da massa oacutessea frequentemente resulta em fracturas das veacutertebras anca e
antebraccedilo (Do Lee et al 2005) De acordo com Law e Klemetti citados por Do Lee a
osteoporose pode resultar em diminuiccedilatildeo da massa oacutessea da mandiacutebula bem como
provocar alteraccedilotildees na estrutura deste osso especialmente do bordo inferior No mesmo
artigo satildeo citados alguns autores como Shrout e Kashima que referem existir uma
ligaccedilatildeo entre a osteoporose e alteraccedilotildees radiograacuteficas verificadas no padratildeo trabecular
da mandiacutebula
Existem outras patologias que tambeacutem diminuem a forccedila oacutessea como a doenccedila
gastrointestinal pois diminui a absorccedilatildeo de vitamina D De acordo com Ebeling citado
por Chrcanovic a osteoporose nos homens pode estar relacionada com algumas
condiccedilotildees como a hipercalceacutemia nefrolitiacutease terapia com anticonvulsivantes
tirotoxicose doenccedila renal e do fiacutegado mieloma muacuteltiplo ou mastocitose sisteacutemica
Bechtold e Felin citados na anaacutelise de Chrcanovic e colaboradores mencionam
a artrite idiopaacutetica juvenil como a doenccedila reumaacutetica mais comum na aacuterea da pediatria
18
Alguns estudos demonstraram a existecircncia de deficiecircncias significativas da densidade
volumeacutetrica trabecular no osso mineral e massa oacutessea cortical nestes pacientes
Os pacientes com doenccedila renal croacutenica padecem de vaacuterios distuacuterbios no
metabolismo do foacutesforo caacutelcio e ossos Estas alteraccedilotildees devem-se a factores que
contribuem para o aumento da reabsorccedilatildeo oacutessea como a diminuiccedilatildeo da absorccedilatildeo de
caacutelcio pelo intestino excessiva produccedilatildeo de PTH e alteraccedilotildees no metabolismo da
vitamina D (McPhee 2007) De acordo com Chrcanovic et al os ossos satildeo mais
gravemente afectados em casos de doenccedila renal croacutenica do que em casos saudaacuteveis
onde apenas satildeo afectados pelas consequecircncias da idade avanccedilada
A massa oacutessea eacute uma caracteriacutestica principalmente determinada geneticamente
no entanto tambeacutem eacute alterada sob a influecircncia do ambiente Indiviacuteduos com muita
massa muscular e que praticam actividade fiacutesica apresentam maior massa oacutessea do que
por exemplo pacientes fumadores ou com problemas de alcoolismo (Chrcanovic et al
2010) Estas duas uacuteltimas condiccedilotildees satildeo tambeacutem consideradas factores de risco para a
osteoporose (McPhee 2007)
3 Diagnoacutestico
31 Preacute-Ciruacutergico
Uma vez indicada a extracccedilatildeo de dentes inclusos eacute fundamental a realizaccedilatildeo de
um planeamento ciruacutergico baseado em exames cliacutenicos e radioloacutegicos Atraveacutes do
exame cliacutenico obtecircm-se dados especiacuteficos da sauacutede geral do paciente histoacuteria meacutedica e
dentaacuteria e o niacutevel de complexidade e dificuldade operatoacuteria pode ser analisado no
exame radiograacutefico Deste modo o dentista consegue prevenir possiacuteveis acidentes
durante a cirurgia ou no periacuteodo poacutes-operatoacuterio muitas vezes relacionados com a
posiccedilatildeo e localizaccedilatildeo do dente incluso (Juacutenior et al 2006)
As classificaccedilotildees dos dentes inclusos satildeo feitas a partir da anaacutelise radiograacutefica e
com cuidadosa classificaccedilatildeo o dentista pode abordar a cirurgia de forma ordenada e
prever se alguma abordagem ciruacutergica fora do comum precisaraacute ser adoptada (Juacutenior et
al 2006 Xavier et al 2010) Para a maioria dos casos a radiografia periapical eacute a
radiografia de eleiccedilatildeo pois fornece informaccedilatildeo mais detalhada Por outro lado a
ortopantomografia mostra uma imagem mais exacta da anatomia da regiatildeo e pode ser
usada como substituto apropriado (Xavier et al 2010) Aliaacutes na grande maioria satildeo
19
estas as radiografias utilizadas pois eacute possiacutevel visualizar correctamente o longo eixo do
segundo molar o ramo ascendente da mandiacutebula e o niacutevel oacutesseo que satildeo utilizados
como paracircmetros (Juacutenior et al 2006)
Os sistemas de classificaccedilatildeo permitem avaliar a dificuldade da cirurgia e nestes
incluem-se a angulaccedilatildeo (classificaccedilatildeo de Winter ndash Anexo 2) relaccedilatildeo com o bordo
anterior do ramo ascendente (Sistema de Pell amp Gregory I II e III ndash Anexo 1) e relaccedilatildeo
com o plano oclusal (Sistema de Pell amp Gregory A B e C ndash Anexo 1) Outros factores a
ter em conta na anaacutelise radiograacutefica fazem parte de alguns factores predisponentes jaacute
abordados como eacute o caso da morfologia radicular e relaccedilatildeo das raiacutezes com o canal
dentaacuterio inferior a densidade oacutessea que eacute mais elevado em pacientes com mais de 35
anos diminuindo a flexidade e capacidade de expansatildeo do osso e a natureza do tecido
envolvente pois o tipo de empactaccedilatildeo pode ser por tecido mole oacutesseo parcial ou oacutesseo
total (Peterson et al 2000)
A tomografia computadorizada (TC) tem-se tornado muito uacutetil em certas
situaccedilotildees como na avaliaccedilatildeo da proximidade dos dentes inclusos a estruturas
anatoacutemicas na avaliaccedilatildeo da profundidade de empactaccedilatildeo e espessura das paredes
corticais inclinaccedilatildeo vestibulo-lingual e morfologia da coroa e raiacutezes do dente
empactado (Bodner et al 1994)
Como as fracturas mandibulares associadas agrave cirurgia satildeo raras natildeo se justifica
usar a TC como exame complementar preacute-ciruacutergico No entanto em casos especiacuteficos
apoacutes avaliaccedilatildeo criteriosa dos factores predisponentes que aparentam ter um elevado
risco de desenvolvimento de fractura mandibular este exame torna-se vantajoso (Bodner
et al 1994) Pode tambeacutem ser utilizada para determinar o volume oacutesseo relativo da
mandiacutebula ocupado pelo dente (Woldenberg et al 2007)
32 Poacutes-ciruacutergico
Apoacutes ou durante a cirurgia o meacutedico dentista tem que estar alerta para os sinais e
sintomas presenciados pelo paciente que podem indicar a ocorrecircncia de fractura
mandibular
Nos casos que se encontram no periacuteodo poacutes-operatoacuterio natildeo muito prolongado o
principal alerta para a possibilidade de fractura mandibular eacute ouvir um estalido algumas
semanas apoacutes a cirurgia (Woldenberg et al 2007) Considera-se que a mandiacutebula
fractura no momento em que o som eacute ouvido Jaacute nos casos em que decorreu bastante
tempo apoacutes a cirurgia o diagnoacutestico eacute mais complicado O atraso da cicatrizaccedilatildeo e a
20
presenccedila de osteomielite podem ser a causa destas fracturas e quando a cicatrizaccedilatildeo se
prolonga demasiado deve-se sempre considerar o risco de fractura apresentando assim
indicaccedilatildeo para controlo radiograacutefico perioacutedico (Iizuka et al 1997)
O som de um estalido reportado pelo paciente deve ser considerado como
indicativo de uma possiacutevel fractura mesmo que esta natildeo seja detectada inicialmente na
radiografia (Woldenberg et al 2007) Se assim acontecer recomenda-se a realizaccedilatildeo de
radiografias de controlo (Wagner et al 2005) Libersa et al bem como Perry e
Goldberg confirmam este som distinto pois a maioria dos pacientes reportou um som
tipo estalido enquanto mastigavam acompanhado por dor intensa Na anaacutelise de
Krimmel e Reinert todos os pacientes reportaram o mesmo som excepto um que
apenas presenciou um novo episoacutedio de dor
Para aleacutem da dor suacutebita outros sinais cliacutenicos a ter em conta satildeo a presenccedila de
parestesia disestesia ou anestesia relacionadas com o nervo dentaacuterio inferior e as
alteraccedilotildees na oclusatildeo que satildeo um forte indicador de possiacutevel fractura mandibular (Laub
Jr 2009) Poderaacute tambeacutem surgir edema (Wagner et al 2005)
No caso reportado por Woldenberg foi realizada radiografia panoracircmica poacutes-
operatoacuteria imediata apoacutes se ter presenciado um estalido durante a extracccedilatildeo do 38 Na
radiografia verficou-se uma linha radioluacutecida desde o alveacuteolo ateacute ao bordo inferior da
mandiacutebula compatiacutevel com linha de fractura Foi notificada tambeacutem a presenccedila de
parestesia do laacutebio inferior do lado correspondente agrave fractura
No estudo realizado por Wagner et al em 2005 13 dos 17 pacientes que
sofreram fractura mandibular tambeacutem reportaram um som tipo estalido mas nem
sempre associado a sensaccedilatildeo dolorosa imediata No entanto foi reportada
frequentemente a presenccedila de inchaccedilo na zona do acircngulo mandibular respectivo A
meacutedia de dias decorridos entre a cirugia e a fractura foi de 19plusmn4 dias O tempo
decorrido ateacute diagnoacutestico radioloacutegico com conhecimento da data da fractura foi de
10plusmn4 dias
Como jaacute foi referido as fracturas mandibulares nem sempre satildeo diagnosticadas
radiologicamente (Iizuka et al 1997) principalmente se natildeo houver deslocamento
patoloacutegico dos fragmentos (Wagner et al 2007) No estudo de Iizuka et al todas as
fracturas que ocorreram num estado poacutes-operatorio relativamente cedo eram fracturas
sem deslocamento Uma vez que este tipo de fractura natildeo eacute imediatamente reconhecido
um achado radiograacutefico negativo apoacutes suspeita natildeo deve exluir de imediato a presenccedila
de fractura Nestes casos eacute recomendada uma dieta mole e a execuccedilatildeo de radiografias de
21
controlo nos dias seguintes (Iizuka et al 1997) Aliaacutes no estudo de Iizuka et al um dos
pacientes reportou um estalido ao comer no sexto dia poacutes-operatoacuterio cuja radiografia
efectuada nesse mesmo dia natildeo revelou qualquer fractura Quatro semanas depois o
paciente voltou ao consultoacuterio devido a uma dor persistente no local da extracccedilatildeo onde
se verificou atraveacutes da radiografia uma fractura evidente
De acordo com alguns autores na radiografia pode verificar-se uma fractura preacute-
angular o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo eixo do
dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula ou fracturas angulares
com uma linha de fractura paralela agrave bissectriz do acircngulo mandibular (Iizuka et al
1997 Wagner et al 2005)
Em casos de suspeita de fractura sem deslocamento e cujos achados radioloacutegicos
atraveacutes das radiografias convencionais como a ortopantomografia sejam negativos a
tomografia computadorizada (TC) e a tomografia computadorizada de feixe coacutenico
podem ser utilizadas como exames adicionais
De acordo com Roth e colaboradores a TC apresenta resultados superiores aos
da radiografia panoracircmica Este facto justifica-se pelas suas ferramentas de
melhoramento de imagem melhor qualidade de imagem sensibilidade equivalente na
identificaccedilatildeo de fracturas menor erro de interpretaccedilatildeo e opiniotildees mais concordantes
entre os meacutedicos na identificaccedilatildeo das fracturas mandibulares (Roth et al 2005) Outros
estudos suportam a contribuiccedilatildeo dos achados radiograacuteficos na TC para o manuseamento
ciruacutergico de traumas (Eggers et al 2008) No entanto existem algumas desvantagens
nomeadamente o elevado custo a disponibilidade e a elevada exposiccedilatildeo de radiaccedilatildeo
Estes factores promovem a tomografia computadorizada de feixe coacutenico como uma
aceitaacutevel alternativa na avaliaccedilatildeo de fracturas maxilofaciais (Scarfe et al 2006
Shintaku et al 2009)
4 Tratamento
As opccedilotildees de tratamento para as fracturas mandibulares associadas a extracccedilotildees
seguem os princiacutepios do tratamento das fracturas traumaacuteticas do acircngulo da mandiacutebula
As fracturas mandibulares podem ser tratadas realizando-se a reduccedilatildeo
contenccedilatildeo e imobilizaccedilatildeo dos segmentos fracturados sendo que a orientaccedilatildeo da oclusatildeo
dentaacuteria levaraacute a uma perfeita consolidaccedilatildeo dos segmentos fracturados com boa
recuperaccedilatildeo funcional e esteacutetica (Gomes et al 2001) Eacute fundamental identificar e
22
assegurar a correcta oclusatildeo antes de recorrer agrave reduccedilatildeo da fractura (Custoacutedio et al
2007)
O tratamento das fracturas mandibulares iatrogeacutenicas reportado por diversos
estudos na anaacutelise de Bodner et al baseou-se numa reduccedilatildeo fechada da fractura em
40 dos casos reduccedilatildeo aberta em 35 dos pacientes e em 25 dos casos natildeo foi
efectuado qualquer tipo de tratamento Este autor natildeo faz referecircncia ao sucesso dos
tratamentos
Os tratamentos que utilizam apenas fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo chamados reduccedilotildees
fechadas porque natildeo envolvem a abertura directa exposiccedilatildeo e a manipulaccedilatildeo da aacuterea
fracturada Uma reduccedilatildeo aberta inclui exposiccedilatildeo directa e reduccedilatildeo da fractura atraveacutes de
incisatildeo ciruacutergica (Custoacutedio et al 2007)
No estudo de Chrcanovic et al foram analisados 128 casos de fractura
mandibular sendo dois destes relatados por experiecircncia proacutepria No primeiro caso a
paciente ouviu um estalido e na avaliaccedilatildeo da ortopantomografia verificou-se uma
fractura sem deslocamento As possiacuteveis opccedilotildees de tratamento foram discutidas com a
paciente Devido a vaacuterias razotildees nomeadamente a ausecircncia de infecccedilatildeo e deslocamento
entre os segmentos a presenccedila de uma boa oclusatildeo com todos os dentes presentes e o
devido consentimento da paciente foi realizada apenas fixaccedilatildeo intermaxilar Apoacutes trecircs
meses verificou-se radiologicamente uniatildeo oacutessea
No caso reportado por Woldenberg et al durante a extracccedilatildeo do dente 38
verificou-se na panoracircmica uma linha de fractura Foi colocada fixaccedilatildeo intermaxilar e
posteriomente foram realizados novos exames uma panoracircmica e uma TC que
demonstraram bons resultados com aproximaccedilatildeo da linha de fractura Apoacutes duas
semanas a paciente recuperou a sensibilidade ao niacutevel do nervo dentaacuterio inferior
esquerdo Seis semanas apoacutes a cirurgia a fixaccedilatildeo intermaxilar foi removida e a paciente
sujeita a dieta mole por mais quatro semanas Nos dois trecircs e seis meses apoacutes a cirugia
foram realizadas radiografias panoracircmicas Estas revelaram formaccedilatildeo contiacutenua de osso
ao niacutevel do alveacuteolo e da linha de fractura
No estudo de Iizuka et al em seis casos foi realizada reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo
interna em dois efectuou-se fixaccedilatildeo intermaxilar e nos restantes trecircs apenas dieta mole
Todos os pacientes foram submetidos a terapia antibioacutetica durante pelo menos uma
semana simultaneamente com o tratamento da fractura que decorreu sem complicaccedilotildees
Todavia a obtenccedilatildeo de uma boa estabilidade parece ser a protecccedilatildeo mais segura contra
23
a infecccedilatildeo e atraso da cicatrizaccedilatildeo mais do que a terapia antibioacutetica (Mehra e Murad
2008)
De acordo com a literatura hoje em dia o tratamento mais eficaz das fracturas
mandibulares baseia-se na reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo interna no entanto os artigos
abordados cuja fractura estaacute relacionada com a extracccedilatildeo de terceiros molares parecem
ter obtido bons resultados com a utilizaccedilatildeo de fixaccedilatildeo intermaxilar e realizaccedilatildeo de dieta
mole Iizuka et al referem que nos casos de diagnoacutestico precoce e ausecircncia de
sintomatologia eacute adequado um tratamento conservador com fixaccedilatildeo intermaxilar e
nalguns casos a prescriccedilatildeo de dieta mole
No entanto evitar o uso de fixaccedilatildeo intermaxilar no transoperatoacuterio eacute mais
econoacutemico em tempo e custo e mais confortaacutevel para o paciente De acordo com Sorel
citado por Laub Jr alguns dos problemas associados agrave fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo a maacute
alimentaccedilatildeo com perda de peso dificuldades na respiraccedilatildeo e foneacutetica maacute higiene oral e
problemas sociais Em contraste a fixaccedilatildeo interna permite restauraccedilatildeo da funccedilatildeo e
mobilidade mais cedo e aumento do conforto para o paciente com melhoria dos
aspectos atraacutes mencionados Os autores Gomes et al referem que a fixaccedilatildeo intermaxilar
natildeo eacute usualmente necessaacuteria na reduccedilatildeo de fracturas confinadas agrave mandiacutebula
De acordo com Calloway et al citados por Moreno et al o desenvolvimento de
diferentes sistemas de fixaccedilatildeo interna na traumatologia facial e sua aplicaccedilatildeo no
tratamento das fracturas mandibulares conduziu a mudanccedilas nos criteacuterios de realizaccedilatildeo
de imobilizaccedilatildeo poacutes-ciruacutergica Tambeacutem tornou possiacutevel um retorno agrave funccedilatildeo normal
mais raacutepido Esta teacutecnica utiliza placas e parafusos na regiatildeo da fractura para se obter
contenccedilatildeo estaacutevel e eficaz promovendo cicatrizaccedilatildeo oacutessea primaacuteria sem que seja
necessaacuteria a extensatildeo do uso de fixaccedilatildeo intermaxilar A eliminaccedilatildeo desta ou uso por
periacuteodo miacutenimo geralmente resulta em maior satisfaccedilatildeo para o paciente (Gomes et al
2001 Custoacutedio et al 2007) Nesta modalidade o acesso agrave aacuterea da fractura pode ser
conseguido atraveacutes de abordagem intra-oral ou extra-oral (Mehra e Murad 2008)
As fracturas com grande grau de deslocamento ou fracturas cominutivas
necessitam de uma abordagem extra-oral para correcta reduccedilatildeo e visualizaccedilatildeo ao
colocar as estruturas de fixaccedilatildeo interna Por esta razatildeo e por natildeo haver comunicaccedilatildeo
com o meio intra-oral este meacutetodo apresenta baixo iacutendice de contaminaccedilatildeo A reduccedilatildeo
aberta com abordagem intra-oral pode ser utilizada nos casos de ausecircncia ou ligeiro
deslocamento dos fragmentos pacientes pouco cooperantes ou que necessitam de
restabelecimento imediato da funccedilatildeo mastigatoacuteria (Custoacutedio et al 2007)
24
A utilizaccedilatildeo de meacutetodos de fixaccedilatildeo interna nas fracturas mandibulares parece ser
o meacutetodo de tratamento mais aceitaacutevel (Moreno et al 2000) No entanto
independentemente do meacutetodo utilizado a finalidade baacutesica do tratamento das fracturas
deve ser o restabelecimento da oclusatildeo funcional e a continuidade mandibular
promovendo a restauraccedilatildeo das funccedilotildees mastigatoacuterias do paciente com o miacutenimo de
sequelas possiacutevel (Custoacutedio et al 2007)
5 Medidas preventivas
Perante avaliaccedilatildeo cliacutenica e posterior suspeita de ser um paciente de alto risco de
desenvolvimento de fractura mandibular algumas medidas devem ser ponderadas com
especial atenccedilatildeo Chrcanovic et al apontam mesmo a inadequada avaliaccedilatildeo preacute-
operatoacuteria como um factor de risco ou factor predisponente para o desenvolvimento de
fracturas Portanto este seria o primeiro ponto a ter em conta para um adequado
procedimento ciruacutergico com medidas atenuantes do risco de complicaccedilotildees A
identificaccedilatildeo de dentes que representam elevado risco de complicaccedilotildees relacionadas
com a cirurgia eacute a chave para o desenvolvimento de medidas profilaacutecticas com o
objectivo de evitar fracturas mandibulares Todos os indicadores de risco devem ser
bem analisados
Bodner e colaboradores descreveram algumas medidas preventivas para reduzir
a possibilidade de ocorrecircncia de fracturas mandibulares iatrogeacutenicas Estas incluem os
seguintes passos informar o paciente sobre a existecircncia do risco de fractura e da
importacircncia da sua cooperaccedilatildeo (Libersa et al 2002) a remoccedilatildeo oacutessea quando
necessaacuteria deve ser miacutenima e se possiacutevel efectuar odontossecccedilatildeo reduzindo a aacuterea
oacutessea removida se o dente empactado se encontrar perto do bordo inferior da
mandiacutebula considerar a abordagem extra-oral pacientes devem realizar dieta mole nas
quatro semanas seguintes agrave cirurgia (Wagner et al 2005 Woldenberg et al 2007)
embora Iizuka et al refiram apenas duas semanas e limitar a forccedila mastigatoacuteria durante
dois meses (Libersa et al 2002) o meacutedico dentista deve dar ecircnfase agrave qualidade e
duraccedilatildeo da dieta mole (Perry e Goldberg 2000) informar o paciente sobre os sinais
cliacutenicos e sintomas de uma fractura poacutes-operatoacuteria alertar o paciente para a
possibilidade de ouvir um som tipo estalido que pode indicar a presenccedila de fractura natildeo
sendo no entanto facilmente detectaacutevel radiologicamente com necessidade de
posteriores radiografias (Iizuka et al 1997)
25
Obiechina et al citados por Al-Belasy et al referem que perante as
dificuldades inerentes a esta cirurgia eacute recomendado que esta seja efectuada antes dos
25 anos Aliaacutes de acordo com Libersa et al a remoccedilatildeo profilaacutectica de terceiros molares
antes dos 20 anos de idade pode atenuar o risco de fractura
De acordo com Chrcanovic et al em casos em que a extracccedilatildeo de terceiros
molares inclusos eacute recomendada o risco de desenvolver uma fractura mandibular intra-
operatoacuteria pode ser evitada quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando
existe uma boa visualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada (Al-Belasy et al 2009)
Estes autores referem que o risco de fracturas mandibulares tanto imediatas como
tardias pode ser evitado pelo diagnoacutestico preciso e bem elaborado nos seguintes casos
pacientes com mais de 25 anos de idade principalmente homens pacientes com
bruxismo atletas activos raiacutezes do terceiro molar sobrepostas ou adjacentes ao canal
dentaacuterio inferior visualizadas na panoracircmica pacientes com patologia local ou
sisteacutemica ou sob medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea
26
Conclusatildeo
As taxas de incidecircncia da fractura traumaacutetica mandibular satildeo elevadas
principalmente quando comparadas com as fracturas mandibulares associadas a
exodontias que rondam os 00046 Apesar de rara a possibilidade de ocorrer e os
sinais e sintomas que acarreta devem ser destacados na informaccedilatildeo e esclarecimento ao
paciente A remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos eacute a cirurgia mais associada a estas
fracturas e as indicaccedilotildees quanto agrave sua realizaccedilatildeo ainda satildeo um pouco questionadas
Cada caso deve ser bem avaliado com os meacutetodos cliacutenicos e radiograacuteficos necessaacuterios
Quando eacute decidida a realizaccedilatildeo de extracccedilatildeo a radiografia periapical eacute
considerada um exame de eleiccedilatildeo no entanto a radiografia panoracircmica eacute um bom
substituto e permite utilizar sistemas de classificaccedilatildeo que podem ajudar o dentista na
determinaccedilatildeo do grau de complexidade e dificuldade do procedimento Por outro lado a
tomografia computadorizada (TC) pode ser utilizada em casos muito especiacuteficos com
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos factores predisponentes agrave ocorrecircncia de fractura mandibular
associada agrave exodontia
As fracturas podem ocorrer durante ou apoacutes a cirurgia sendo estas uacuteltimas as
mais frequentes Pacientes com mais de 25 anos geralmente entre os 40 e 50 anos
aparentam ter maior predisposiccedilatildeo provavelmente devido agrave diminuiccedilatildeo da elasticidade
oacutessea e dificuldades na expansatildeo alveolar durante a cirurgia A osteoporose tambeacutem
pode estar relacionada com o enfraquecimento da estrutura oacutessea
As fracturas imediatas estatildeo geralmente associadas a utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos Esta forccedila aplicada numa
mandiacutebula enfraquecida por razotildees preacute-ciruacutergicas aumenta a predisposiccedilatildeo para
fractura A fragilidade mandibular pode ser fisioloacutegica mas pode tambeacutem estar
relacionada com factores locais ou sisteacutemicos como doenccedilas ou medicamentos que
afectam a resistecircncia oacutessea As infecccedilotildees e lesotildees quiacutesticas ou tumorais bem como a
terapia com corticosteroacuteides e a osteoporose satildeo exemplos destes factores Durante o
procedimento deve-se optar pela remoccedilatildeo oacutessea miacutenima e se possiacutevel realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo obtenccedilatildeo de boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e aplicaccedilatildeo de forccedila
guiada e controlada As fracturas mandibulares tardias geralmente estatildeo associadas a um
enfraquecimento da mandiacutebula que surgiu apoacutes a extracccedilatildeo sendo a remoccedilatildeo oacutessea
excessiva um factor relacionado Quanto maior a quantidade de osso removido maior o
defeito oacutesseo criado maior a fragilidade mandibular e consequentemente o risco de
fractura aumenta Deste modo dentes inclusos com grande empactaccedilatildeo e envolvimento
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
13
infecccedilatildeo associada aos terceiros molares Nestes casos o osso alveolar entre o dente
empactado e o segundo molar eacute frequentemente destruiacutedo pela periodontite croacutenica
(Osaki et al 1995) Os resultados obtidos por estes autores sugerem que os dentes
inclusos em pacientes de idade avanccedilada com reabsorccedilatildeo oacutessea fisioloacutegica em torno da
coroa associada agrave irritaccedilatildeo causada pelas proacuteteses dentaacuterias e estando em relaccedilatildeo com
um ligamento periodontal bastante alargado do dente adjacente tecircm maior tendecircncia
para desenvolver infecccedilotildees
De acordo com Indresano et al e Leone et al citados por Chrcanovic et al a
formaccedilatildeo de abcessos profundos nos molares inferiores estaacute mais associada aos dentes
parcialmente empactados Isto deve-se ao facto de existir um risco aumentado de
pericoronarites agudas em dentes erupcionados verticalmente posicionados ao niacutevel ou
acima do plano oclusal e que se encontram parcialmente cobertos por tecidos moles ou
duros Werkmeister et al confirmam os dados anteriores considerando a existecircncia de
maior risco para densenvolver infecccedilotildees nos terceiros molares parcialmente
empactados As citaccedilotildees anteriores em conjunto com a presenccedila de osso remanescente
reduzida ao niacutevel do acircngulo mandibular pressupotildee um risco elevado de fractura
mandibular em cirurgias nestes casos (Fuselier et al 2002)
29 Experiecircncia do profissional
Pode pensar-se que a fractura mandibular bem como qualquer outra
complicaccedilatildeo decorrente do acto ciruacutergico possa estar relacionada com a utilizaccedilatildeo de
teacutecnicas incorrectas ou com a experiecircncia do meacutedico dentista
Woldenberg et al em 2007 referiram que as fracturas imediatas que ocorrem
principalmente por utilizaccedilatildeo improacutepria dos instrumentos ou forccedila excessiva ocorrem
com maior probabilidade quando as cirurgias satildeo realizadas por profissionais mais
novos ou menos experientes como acontece no caso reportado neste estudo
No entanto nos artigos analisados por Bodner et al as operaccedilotildees foram
realizadas por meacutedicos dentistas generalistas especialistas e cirurgiotildees maxilo-faciais e
nenhuma diferenccedila significativa foi encontrada em relaccedilatildeo agraves taxas de incidecircncia De
acordo com estes autores eacute difiacutecil estabelecer uma relaccedilatildeo entre a experiecircncia do
meacutedico e o desenvolvimento de complicaccedilotildees uma vez que eacute necessaacuterio ter em conta
outros factores que podem dificultar a extracccedilatildeo e condicionar o resultado do acto
ciruacutergico bem como o periacuteodo poacutes-operatoacuterio No estudo de Perry e Goldberg incluiacutedo
14
no de Bodner et al apenas 4 das 28 fracturas ocorreram em pacientes abordados por
dentistas com experiecircncia igual ou inferior a 5 anos
210 Teacutecnica utilizada
A teacutecnica ciruacutergica para extracccedilatildeo de terceiros molares poderaacute afectar o
desenrolar do procedimento ciruacutergico bem como condicionar o desenvolvimento de
futuros problemas Caso seja aconselhaacutevel a abordagem com realizaccedilatildeo de retalho
como eacute o caso de dentes inclusos com lesatildeo periapical extensa dentes isolados na
mandiacutebula de pacientes idosos dentes com alteraccedilatildeo anatoacutemica das raiacutezes ou presenccedila
de corticais oacutesseas riacutegidas existem vaacuterias teacutecnicas que podem ser utilizadas tais como a
abordagem vestibular lingual ou mesmo um acesso extra-oral em casos de empactaccedilatildeo
muito proacutexima do bordo inferior da mandiacutebula (Bodner et al 2010) No entanto a
ostectomia vestibular eacute a mais frequentemente utilizada (Juacutenior et al 2006)
As fracturas intra-operatoacuterias podem ocorrer devido agrave utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos (Iizuka et al 1997
Krimmel e Reinert 2000 Libersa et al 2002 Woldenberg et al 2007) Este risco
pode ser diminuiacutedo quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando existe uma
boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada Adicionalmente
devem adoptar-se medidas conservadoras de remoccedilatildeo oacutessea bem como a realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo quando necessaacuterio (Al-Belasy et al 2009)
A classificaccedilatildeo dos terceiros molares de acordo com a sua posiccedilatildeo tem a
finalidade de auxiliar o planeamento ciruacutergico pois de certa forma determina a
complexidade do caso Juacutenior e colaboradores referem que quanto maior o grau de
inclusatildeo dentaacuteria maior a necessidade de emprego de uma teacutecnica ciruacutergica mais
invasiva Portanto uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e radiograacutefica do caso eacute muito importante para
a determinaccedilatildeo da teacutecnica ciruacutergica mais apropriada
211 Tempo decorrido apoacutes a cirurgia
Como foi referenciado anteriormente as fracturas mandibulares podem ocorrer
durante o acto cliacutenico (imediatas) ou apoacutes a cirurgia (tardias)
Bodner et al referiram em 2010 com base nos artigos estudados que o tempo
decorrido entre a extracccedilatildeo do dente e o diagnoacutestico da fractura se encontrava entre uma
a cinco semanas reportando que 86 dos casos de fractura ocorreram entre a primeira e
a terceira semana apoacutes cirurgia com maior taxa de incidecircncia na segunda e na terceira
15
semana Brauer apoia este facto referindo que a maioria das fracturas poacutes-operatoacuterias
ocorre durante a mastigaccedilatildeo entre o 13ordm e 21ordm dia apoacutes a cirurgia (Libersa et al 2002)
Estes factos podem ser explicados com base nos processos histoloacutegicos uma vez
que este periacuteodo de tempo corresponde a processos de cicatrizaccedilatildeo nomeadamente a
substituiccedilatildeo de tecido de granulaccedilatildeo por tecido conjuntivo no alveacuteolo e dois terccedilos do
alveacuteolo ainda natildeo estatildeo formados por osteoacuteide ou osso ateacute ao 38ordm dia (Amler et al
1960 Amler et al 1977 Libersa et al 2002) Para aleacutem disso no final da segunda
semana a dor desapareceu os pacientes jaacute se sentem melhor e capazes de mastigar
normalmente podendo causar forccedilas muito elevadas numa mandiacutebula enfraquecida
(Libersa et al 2002) Bodner et al explicam a elevada percentagem de fracturas poacutes-
operatoacuterias e o periacuteodo em que ocorrem como o resultado de forccedilas mastigatoacuterias
excessivas ou pequenos traumas sofridos por uma mandiacutebula enfraquecida
No estudo de Perry e Goldberg 18 das 28 fracturas ocorridas surgiram durante a
mastigaccedilatildeo A forccedila mastigatoacuteria requerida para quebrar os alimentos pode produzir
forccedilas de stress consideraacuteveis numa mandiacutebula enfraquecida apoacutes cirurgia natildeo se
encontrando completamente reconstruiacuteda e calcificada Nos casos relatados todos os
pacientes receberam as mesmas instruccedilotildees sobre a dieta a efectuar no entanto perante
os resultados os autores defendem que talvez natildeo tenha sido dado ecircnfase suficiente em
relaccedilatildeo agrave qualidade e duraccedilatildeo da dieta mole Tambeacutem propotildeem a falta de cooperaccedilatildeo
por parte do paciente em cumprir as instruccedilotildees fornecidas pelo meacutedico como uma
possiacutevel causa
Por oposiccedilatildeo Al-Belasy e seus colaboradores concluiacuteram que em pacientes
totalmente dentados ou com uma ou duas ausecircncias com idades superiores a 25 anos e
sem atrofia oacutessea ou doenccedilas sisteacutemicas a mastigaccedilatildeo parece natildeo afectar a possibilidade
de ocorrecircncia de fracturas mandibulares tardias apoacutes remoccedilatildeo ciruacutergica de terceiros
molares empactados sem lesotildees associadas
212 Parafunccedilotildees
Eacute compreensiacutevel que pacientes com parafunccedilotildees como o bruxismo o
apertamento dentaacuterio (ldquoclenchingrdquo) e hipertrofia dos muacutesculos masseacuteteres apresentem
maior predisposiccedilatildeo para as fracturas mandibulares apoacutes cirurgia de terceiros molares
quando a mandiacutebula se encontra enfraquecida Kraszewski et al citados por
Chrcanovic et al apontam como possiacutevel justificaccedilatildeo o facto de estas patologias
afectarem a forccedila de mastigaccedilatildeo
16
No entanto no estudo de Al-Belasy et al fizeram parte sete pacientes com
hipertrofia masseteacuterica e 11 pacientes que realizavam apertamento dentaacuterio eou
bruxismo e em nenhum destes pacientes ocorreu fractura mandibular apoacutes a extracccedilatildeo
213 Lado esquerdo ou direito da mandiacutebula
Apesar de Wagner et al terem verificado uma distribuiccedilatildeo desequilibrada de
fracturas mandibulares entre o lado esquerdo e o direito da mandiacutebula pois 70 dos
casos ocorreram no lado esquerdo Bodner se seus colaboradores apoacutes anaacutelise de vaacuterios
artigos chegaram a outras conclusotildees Nos casos onde era feita referecircncia ao lado da
mandiacutebula em que foi efectuada a extracccedilatildeo verificaram que natildeo existe relaccedilatildeo
significativa entre o lado da mandiacutebula abordado e a ocorrecircncia de fractura 48 dos
casos foram afectados no lado direito e 52 no lado esquerdo Os resultados de Wagner
et al podem ser explicados pelo facto de o profissional estando na posiccedilatildeo normal de
trabalho ter melhor visualizaccedilatildeo e melhor controlo da forccedila aplicada no lado direito
comparativamente ao lado esquerdo (Woldenberg et al 2007) resultando numa
ostectomia menos extensa (Wagner et al 2005)
214 Actividade fiacutesica
As lesotildees maxilo-faciais representam um risco elevado em praticantes de
desporto e as fracturas satildeo uma sequela bastante comum No final da segunda semana
apoacutes cirurgia dos terceiros molares os pacientes normalmente jaacute se sentem bem devido
ao desaparecimento da dor poacutes-operatoacuteria (Libersa et al 2002) Esta diminuccedilatildeo do
desconforto daacute uma falsa sensaccedilatildeo de seguranccedila que pode levar os pacientes que satildeo
atletas activos a voltarem a praticar deporto intenso aumentando o risco de fractura
mandibular tardia na regiatildeo do acircngulo mandibular fragilizada pela cirurgia O risco de
fracturas maxilo-faciais relacionadas com desporto eacute consideravelmente mais elevado
em desportos de contacto por apresentarem bastante popularidade e por falta de
protecccedilatildeo facial (Chrcanovic et al 2010)
215 Doenccedilas sisteacutemicas e medicaccedilatildeo
Krimmel e Reinert defendem que as fracturas mandibulares ocorrem quando a
resistecircncia do osso e as forccedilas exercidas neste natildeo satildeo compatiacuteveis Muitos pacientes
sujeitos a procedimentos ciruacutergicos estatildeo condicionados a terapia medicamentosa e a
doenccedilas sisteacutemicas que podem afectar a resistecircncia oacutessea
17
De acordo com Kirwan citado por Chrcanovic um destes exemplos eacute a terapia
com corticosteroides utilizada no tratamento de algumas doenccedilas como a artrite
reumatoacuteide e doenccedilas relacionadas como a asma brocircnquica neurodermite e por vezes
apoacutes transplante de oacutergatildeos em dosagens mais elevadas Alguns autores como Adachi e
Weinstein referem que um dos efeitos secundaacuterios desta terapia eacute a raacutepida perda de
osso e o aumento de risco de fractura oacutessea sendo este risco duas vezes superior
comparativamente a pessoas sem qualquer terapia e eacute mais elevado apoacutes exposiccedilatildeo
prolongada a estes medicamentos
A osteoporose eacute uma condiccedilatildeo que afecta grandemente a resistecircncia do osso e
pode justificar o aumento da taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares com o
aumento da idade (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000) Eacute comum em
pacientes do sexo feminino pois a diminuiccedilatildeo de estrogeacutenios no periacuteodo poacutes-
menopausa aumenta o ritmo de perda oacutessea Poreacutem tambeacutem pode ocorrer nos homens
estando relacionada com mecanismos ligados essencialmente ao envelhecimento como
a deficiecircncia de vitamina D a absorccedilatildeo diminuiacuteda de caacutelcio e aumento dos niacuteveis de
hormona paratiroideia (PTH) (Yazbek e Neto 2008) Nos homens a testosterona
funciona da mesma forma que os estrogeacutenios na mulher sendo que pacientes com
hipogonadismo tambeacutem experienciam perdas oacutesseas aceleradas (Chrcanovic et al
2010) O osso apresenta composiccedilatildeo normal mas fica diminuiacutedo em quantidade e esta
diminuiccedilatildeo da massa oacutessea frequentemente resulta em fracturas das veacutertebras anca e
antebraccedilo (Do Lee et al 2005) De acordo com Law e Klemetti citados por Do Lee a
osteoporose pode resultar em diminuiccedilatildeo da massa oacutessea da mandiacutebula bem como
provocar alteraccedilotildees na estrutura deste osso especialmente do bordo inferior No mesmo
artigo satildeo citados alguns autores como Shrout e Kashima que referem existir uma
ligaccedilatildeo entre a osteoporose e alteraccedilotildees radiograacuteficas verificadas no padratildeo trabecular
da mandiacutebula
Existem outras patologias que tambeacutem diminuem a forccedila oacutessea como a doenccedila
gastrointestinal pois diminui a absorccedilatildeo de vitamina D De acordo com Ebeling citado
por Chrcanovic a osteoporose nos homens pode estar relacionada com algumas
condiccedilotildees como a hipercalceacutemia nefrolitiacutease terapia com anticonvulsivantes
tirotoxicose doenccedila renal e do fiacutegado mieloma muacuteltiplo ou mastocitose sisteacutemica
Bechtold e Felin citados na anaacutelise de Chrcanovic e colaboradores mencionam
a artrite idiopaacutetica juvenil como a doenccedila reumaacutetica mais comum na aacuterea da pediatria
18
Alguns estudos demonstraram a existecircncia de deficiecircncias significativas da densidade
volumeacutetrica trabecular no osso mineral e massa oacutessea cortical nestes pacientes
Os pacientes com doenccedila renal croacutenica padecem de vaacuterios distuacuterbios no
metabolismo do foacutesforo caacutelcio e ossos Estas alteraccedilotildees devem-se a factores que
contribuem para o aumento da reabsorccedilatildeo oacutessea como a diminuiccedilatildeo da absorccedilatildeo de
caacutelcio pelo intestino excessiva produccedilatildeo de PTH e alteraccedilotildees no metabolismo da
vitamina D (McPhee 2007) De acordo com Chrcanovic et al os ossos satildeo mais
gravemente afectados em casos de doenccedila renal croacutenica do que em casos saudaacuteveis
onde apenas satildeo afectados pelas consequecircncias da idade avanccedilada
A massa oacutessea eacute uma caracteriacutestica principalmente determinada geneticamente
no entanto tambeacutem eacute alterada sob a influecircncia do ambiente Indiviacuteduos com muita
massa muscular e que praticam actividade fiacutesica apresentam maior massa oacutessea do que
por exemplo pacientes fumadores ou com problemas de alcoolismo (Chrcanovic et al
2010) Estas duas uacuteltimas condiccedilotildees satildeo tambeacutem consideradas factores de risco para a
osteoporose (McPhee 2007)
3 Diagnoacutestico
31 Preacute-Ciruacutergico
Uma vez indicada a extracccedilatildeo de dentes inclusos eacute fundamental a realizaccedilatildeo de
um planeamento ciruacutergico baseado em exames cliacutenicos e radioloacutegicos Atraveacutes do
exame cliacutenico obtecircm-se dados especiacuteficos da sauacutede geral do paciente histoacuteria meacutedica e
dentaacuteria e o niacutevel de complexidade e dificuldade operatoacuteria pode ser analisado no
exame radiograacutefico Deste modo o dentista consegue prevenir possiacuteveis acidentes
durante a cirurgia ou no periacuteodo poacutes-operatoacuterio muitas vezes relacionados com a
posiccedilatildeo e localizaccedilatildeo do dente incluso (Juacutenior et al 2006)
As classificaccedilotildees dos dentes inclusos satildeo feitas a partir da anaacutelise radiograacutefica e
com cuidadosa classificaccedilatildeo o dentista pode abordar a cirurgia de forma ordenada e
prever se alguma abordagem ciruacutergica fora do comum precisaraacute ser adoptada (Juacutenior et
al 2006 Xavier et al 2010) Para a maioria dos casos a radiografia periapical eacute a
radiografia de eleiccedilatildeo pois fornece informaccedilatildeo mais detalhada Por outro lado a
ortopantomografia mostra uma imagem mais exacta da anatomia da regiatildeo e pode ser
usada como substituto apropriado (Xavier et al 2010) Aliaacutes na grande maioria satildeo
19
estas as radiografias utilizadas pois eacute possiacutevel visualizar correctamente o longo eixo do
segundo molar o ramo ascendente da mandiacutebula e o niacutevel oacutesseo que satildeo utilizados
como paracircmetros (Juacutenior et al 2006)
Os sistemas de classificaccedilatildeo permitem avaliar a dificuldade da cirurgia e nestes
incluem-se a angulaccedilatildeo (classificaccedilatildeo de Winter ndash Anexo 2) relaccedilatildeo com o bordo
anterior do ramo ascendente (Sistema de Pell amp Gregory I II e III ndash Anexo 1) e relaccedilatildeo
com o plano oclusal (Sistema de Pell amp Gregory A B e C ndash Anexo 1) Outros factores a
ter em conta na anaacutelise radiograacutefica fazem parte de alguns factores predisponentes jaacute
abordados como eacute o caso da morfologia radicular e relaccedilatildeo das raiacutezes com o canal
dentaacuterio inferior a densidade oacutessea que eacute mais elevado em pacientes com mais de 35
anos diminuindo a flexidade e capacidade de expansatildeo do osso e a natureza do tecido
envolvente pois o tipo de empactaccedilatildeo pode ser por tecido mole oacutesseo parcial ou oacutesseo
total (Peterson et al 2000)
A tomografia computadorizada (TC) tem-se tornado muito uacutetil em certas
situaccedilotildees como na avaliaccedilatildeo da proximidade dos dentes inclusos a estruturas
anatoacutemicas na avaliaccedilatildeo da profundidade de empactaccedilatildeo e espessura das paredes
corticais inclinaccedilatildeo vestibulo-lingual e morfologia da coroa e raiacutezes do dente
empactado (Bodner et al 1994)
Como as fracturas mandibulares associadas agrave cirurgia satildeo raras natildeo se justifica
usar a TC como exame complementar preacute-ciruacutergico No entanto em casos especiacuteficos
apoacutes avaliaccedilatildeo criteriosa dos factores predisponentes que aparentam ter um elevado
risco de desenvolvimento de fractura mandibular este exame torna-se vantajoso (Bodner
et al 1994) Pode tambeacutem ser utilizada para determinar o volume oacutesseo relativo da
mandiacutebula ocupado pelo dente (Woldenberg et al 2007)
32 Poacutes-ciruacutergico
Apoacutes ou durante a cirurgia o meacutedico dentista tem que estar alerta para os sinais e
sintomas presenciados pelo paciente que podem indicar a ocorrecircncia de fractura
mandibular
Nos casos que se encontram no periacuteodo poacutes-operatoacuterio natildeo muito prolongado o
principal alerta para a possibilidade de fractura mandibular eacute ouvir um estalido algumas
semanas apoacutes a cirurgia (Woldenberg et al 2007) Considera-se que a mandiacutebula
fractura no momento em que o som eacute ouvido Jaacute nos casos em que decorreu bastante
tempo apoacutes a cirurgia o diagnoacutestico eacute mais complicado O atraso da cicatrizaccedilatildeo e a
20
presenccedila de osteomielite podem ser a causa destas fracturas e quando a cicatrizaccedilatildeo se
prolonga demasiado deve-se sempre considerar o risco de fractura apresentando assim
indicaccedilatildeo para controlo radiograacutefico perioacutedico (Iizuka et al 1997)
O som de um estalido reportado pelo paciente deve ser considerado como
indicativo de uma possiacutevel fractura mesmo que esta natildeo seja detectada inicialmente na
radiografia (Woldenberg et al 2007) Se assim acontecer recomenda-se a realizaccedilatildeo de
radiografias de controlo (Wagner et al 2005) Libersa et al bem como Perry e
Goldberg confirmam este som distinto pois a maioria dos pacientes reportou um som
tipo estalido enquanto mastigavam acompanhado por dor intensa Na anaacutelise de
Krimmel e Reinert todos os pacientes reportaram o mesmo som excepto um que
apenas presenciou um novo episoacutedio de dor
Para aleacutem da dor suacutebita outros sinais cliacutenicos a ter em conta satildeo a presenccedila de
parestesia disestesia ou anestesia relacionadas com o nervo dentaacuterio inferior e as
alteraccedilotildees na oclusatildeo que satildeo um forte indicador de possiacutevel fractura mandibular (Laub
Jr 2009) Poderaacute tambeacutem surgir edema (Wagner et al 2005)
No caso reportado por Woldenberg foi realizada radiografia panoracircmica poacutes-
operatoacuteria imediata apoacutes se ter presenciado um estalido durante a extracccedilatildeo do 38 Na
radiografia verficou-se uma linha radioluacutecida desde o alveacuteolo ateacute ao bordo inferior da
mandiacutebula compatiacutevel com linha de fractura Foi notificada tambeacutem a presenccedila de
parestesia do laacutebio inferior do lado correspondente agrave fractura
No estudo realizado por Wagner et al em 2005 13 dos 17 pacientes que
sofreram fractura mandibular tambeacutem reportaram um som tipo estalido mas nem
sempre associado a sensaccedilatildeo dolorosa imediata No entanto foi reportada
frequentemente a presenccedila de inchaccedilo na zona do acircngulo mandibular respectivo A
meacutedia de dias decorridos entre a cirugia e a fractura foi de 19plusmn4 dias O tempo
decorrido ateacute diagnoacutestico radioloacutegico com conhecimento da data da fractura foi de
10plusmn4 dias
Como jaacute foi referido as fracturas mandibulares nem sempre satildeo diagnosticadas
radiologicamente (Iizuka et al 1997) principalmente se natildeo houver deslocamento
patoloacutegico dos fragmentos (Wagner et al 2007) No estudo de Iizuka et al todas as
fracturas que ocorreram num estado poacutes-operatorio relativamente cedo eram fracturas
sem deslocamento Uma vez que este tipo de fractura natildeo eacute imediatamente reconhecido
um achado radiograacutefico negativo apoacutes suspeita natildeo deve exluir de imediato a presenccedila
de fractura Nestes casos eacute recomendada uma dieta mole e a execuccedilatildeo de radiografias de
21
controlo nos dias seguintes (Iizuka et al 1997) Aliaacutes no estudo de Iizuka et al um dos
pacientes reportou um estalido ao comer no sexto dia poacutes-operatoacuterio cuja radiografia
efectuada nesse mesmo dia natildeo revelou qualquer fractura Quatro semanas depois o
paciente voltou ao consultoacuterio devido a uma dor persistente no local da extracccedilatildeo onde
se verificou atraveacutes da radiografia uma fractura evidente
De acordo com alguns autores na radiografia pode verificar-se uma fractura preacute-
angular o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo eixo do
dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula ou fracturas angulares
com uma linha de fractura paralela agrave bissectriz do acircngulo mandibular (Iizuka et al
1997 Wagner et al 2005)
Em casos de suspeita de fractura sem deslocamento e cujos achados radioloacutegicos
atraveacutes das radiografias convencionais como a ortopantomografia sejam negativos a
tomografia computadorizada (TC) e a tomografia computadorizada de feixe coacutenico
podem ser utilizadas como exames adicionais
De acordo com Roth e colaboradores a TC apresenta resultados superiores aos
da radiografia panoracircmica Este facto justifica-se pelas suas ferramentas de
melhoramento de imagem melhor qualidade de imagem sensibilidade equivalente na
identificaccedilatildeo de fracturas menor erro de interpretaccedilatildeo e opiniotildees mais concordantes
entre os meacutedicos na identificaccedilatildeo das fracturas mandibulares (Roth et al 2005) Outros
estudos suportam a contribuiccedilatildeo dos achados radiograacuteficos na TC para o manuseamento
ciruacutergico de traumas (Eggers et al 2008) No entanto existem algumas desvantagens
nomeadamente o elevado custo a disponibilidade e a elevada exposiccedilatildeo de radiaccedilatildeo
Estes factores promovem a tomografia computadorizada de feixe coacutenico como uma
aceitaacutevel alternativa na avaliaccedilatildeo de fracturas maxilofaciais (Scarfe et al 2006
Shintaku et al 2009)
4 Tratamento
As opccedilotildees de tratamento para as fracturas mandibulares associadas a extracccedilotildees
seguem os princiacutepios do tratamento das fracturas traumaacuteticas do acircngulo da mandiacutebula
As fracturas mandibulares podem ser tratadas realizando-se a reduccedilatildeo
contenccedilatildeo e imobilizaccedilatildeo dos segmentos fracturados sendo que a orientaccedilatildeo da oclusatildeo
dentaacuteria levaraacute a uma perfeita consolidaccedilatildeo dos segmentos fracturados com boa
recuperaccedilatildeo funcional e esteacutetica (Gomes et al 2001) Eacute fundamental identificar e
22
assegurar a correcta oclusatildeo antes de recorrer agrave reduccedilatildeo da fractura (Custoacutedio et al
2007)
O tratamento das fracturas mandibulares iatrogeacutenicas reportado por diversos
estudos na anaacutelise de Bodner et al baseou-se numa reduccedilatildeo fechada da fractura em
40 dos casos reduccedilatildeo aberta em 35 dos pacientes e em 25 dos casos natildeo foi
efectuado qualquer tipo de tratamento Este autor natildeo faz referecircncia ao sucesso dos
tratamentos
Os tratamentos que utilizam apenas fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo chamados reduccedilotildees
fechadas porque natildeo envolvem a abertura directa exposiccedilatildeo e a manipulaccedilatildeo da aacuterea
fracturada Uma reduccedilatildeo aberta inclui exposiccedilatildeo directa e reduccedilatildeo da fractura atraveacutes de
incisatildeo ciruacutergica (Custoacutedio et al 2007)
No estudo de Chrcanovic et al foram analisados 128 casos de fractura
mandibular sendo dois destes relatados por experiecircncia proacutepria No primeiro caso a
paciente ouviu um estalido e na avaliaccedilatildeo da ortopantomografia verificou-se uma
fractura sem deslocamento As possiacuteveis opccedilotildees de tratamento foram discutidas com a
paciente Devido a vaacuterias razotildees nomeadamente a ausecircncia de infecccedilatildeo e deslocamento
entre os segmentos a presenccedila de uma boa oclusatildeo com todos os dentes presentes e o
devido consentimento da paciente foi realizada apenas fixaccedilatildeo intermaxilar Apoacutes trecircs
meses verificou-se radiologicamente uniatildeo oacutessea
No caso reportado por Woldenberg et al durante a extracccedilatildeo do dente 38
verificou-se na panoracircmica uma linha de fractura Foi colocada fixaccedilatildeo intermaxilar e
posteriomente foram realizados novos exames uma panoracircmica e uma TC que
demonstraram bons resultados com aproximaccedilatildeo da linha de fractura Apoacutes duas
semanas a paciente recuperou a sensibilidade ao niacutevel do nervo dentaacuterio inferior
esquerdo Seis semanas apoacutes a cirurgia a fixaccedilatildeo intermaxilar foi removida e a paciente
sujeita a dieta mole por mais quatro semanas Nos dois trecircs e seis meses apoacutes a cirugia
foram realizadas radiografias panoracircmicas Estas revelaram formaccedilatildeo contiacutenua de osso
ao niacutevel do alveacuteolo e da linha de fractura
No estudo de Iizuka et al em seis casos foi realizada reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo
interna em dois efectuou-se fixaccedilatildeo intermaxilar e nos restantes trecircs apenas dieta mole
Todos os pacientes foram submetidos a terapia antibioacutetica durante pelo menos uma
semana simultaneamente com o tratamento da fractura que decorreu sem complicaccedilotildees
Todavia a obtenccedilatildeo de uma boa estabilidade parece ser a protecccedilatildeo mais segura contra
23
a infecccedilatildeo e atraso da cicatrizaccedilatildeo mais do que a terapia antibioacutetica (Mehra e Murad
2008)
De acordo com a literatura hoje em dia o tratamento mais eficaz das fracturas
mandibulares baseia-se na reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo interna no entanto os artigos
abordados cuja fractura estaacute relacionada com a extracccedilatildeo de terceiros molares parecem
ter obtido bons resultados com a utilizaccedilatildeo de fixaccedilatildeo intermaxilar e realizaccedilatildeo de dieta
mole Iizuka et al referem que nos casos de diagnoacutestico precoce e ausecircncia de
sintomatologia eacute adequado um tratamento conservador com fixaccedilatildeo intermaxilar e
nalguns casos a prescriccedilatildeo de dieta mole
No entanto evitar o uso de fixaccedilatildeo intermaxilar no transoperatoacuterio eacute mais
econoacutemico em tempo e custo e mais confortaacutevel para o paciente De acordo com Sorel
citado por Laub Jr alguns dos problemas associados agrave fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo a maacute
alimentaccedilatildeo com perda de peso dificuldades na respiraccedilatildeo e foneacutetica maacute higiene oral e
problemas sociais Em contraste a fixaccedilatildeo interna permite restauraccedilatildeo da funccedilatildeo e
mobilidade mais cedo e aumento do conforto para o paciente com melhoria dos
aspectos atraacutes mencionados Os autores Gomes et al referem que a fixaccedilatildeo intermaxilar
natildeo eacute usualmente necessaacuteria na reduccedilatildeo de fracturas confinadas agrave mandiacutebula
De acordo com Calloway et al citados por Moreno et al o desenvolvimento de
diferentes sistemas de fixaccedilatildeo interna na traumatologia facial e sua aplicaccedilatildeo no
tratamento das fracturas mandibulares conduziu a mudanccedilas nos criteacuterios de realizaccedilatildeo
de imobilizaccedilatildeo poacutes-ciruacutergica Tambeacutem tornou possiacutevel um retorno agrave funccedilatildeo normal
mais raacutepido Esta teacutecnica utiliza placas e parafusos na regiatildeo da fractura para se obter
contenccedilatildeo estaacutevel e eficaz promovendo cicatrizaccedilatildeo oacutessea primaacuteria sem que seja
necessaacuteria a extensatildeo do uso de fixaccedilatildeo intermaxilar A eliminaccedilatildeo desta ou uso por
periacuteodo miacutenimo geralmente resulta em maior satisfaccedilatildeo para o paciente (Gomes et al
2001 Custoacutedio et al 2007) Nesta modalidade o acesso agrave aacuterea da fractura pode ser
conseguido atraveacutes de abordagem intra-oral ou extra-oral (Mehra e Murad 2008)
As fracturas com grande grau de deslocamento ou fracturas cominutivas
necessitam de uma abordagem extra-oral para correcta reduccedilatildeo e visualizaccedilatildeo ao
colocar as estruturas de fixaccedilatildeo interna Por esta razatildeo e por natildeo haver comunicaccedilatildeo
com o meio intra-oral este meacutetodo apresenta baixo iacutendice de contaminaccedilatildeo A reduccedilatildeo
aberta com abordagem intra-oral pode ser utilizada nos casos de ausecircncia ou ligeiro
deslocamento dos fragmentos pacientes pouco cooperantes ou que necessitam de
restabelecimento imediato da funccedilatildeo mastigatoacuteria (Custoacutedio et al 2007)
24
A utilizaccedilatildeo de meacutetodos de fixaccedilatildeo interna nas fracturas mandibulares parece ser
o meacutetodo de tratamento mais aceitaacutevel (Moreno et al 2000) No entanto
independentemente do meacutetodo utilizado a finalidade baacutesica do tratamento das fracturas
deve ser o restabelecimento da oclusatildeo funcional e a continuidade mandibular
promovendo a restauraccedilatildeo das funccedilotildees mastigatoacuterias do paciente com o miacutenimo de
sequelas possiacutevel (Custoacutedio et al 2007)
5 Medidas preventivas
Perante avaliaccedilatildeo cliacutenica e posterior suspeita de ser um paciente de alto risco de
desenvolvimento de fractura mandibular algumas medidas devem ser ponderadas com
especial atenccedilatildeo Chrcanovic et al apontam mesmo a inadequada avaliaccedilatildeo preacute-
operatoacuteria como um factor de risco ou factor predisponente para o desenvolvimento de
fracturas Portanto este seria o primeiro ponto a ter em conta para um adequado
procedimento ciruacutergico com medidas atenuantes do risco de complicaccedilotildees A
identificaccedilatildeo de dentes que representam elevado risco de complicaccedilotildees relacionadas
com a cirurgia eacute a chave para o desenvolvimento de medidas profilaacutecticas com o
objectivo de evitar fracturas mandibulares Todos os indicadores de risco devem ser
bem analisados
Bodner e colaboradores descreveram algumas medidas preventivas para reduzir
a possibilidade de ocorrecircncia de fracturas mandibulares iatrogeacutenicas Estas incluem os
seguintes passos informar o paciente sobre a existecircncia do risco de fractura e da
importacircncia da sua cooperaccedilatildeo (Libersa et al 2002) a remoccedilatildeo oacutessea quando
necessaacuteria deve ser miacutenima e se possiacutevel efectuar odontossecccedilatildeo reduzindo a aacuterea
oacutessea removida se o dente empactado se encontrar perto do bordo inferior da
mandiacutebula considerar a abordagem extra-oral pacientes devem realizar dieta mole nas
quatro semanas seguintes agrave cirurgia (Wagner et al 2005 Woldenberg et al 2007)
embora Iizuka et al refiram apenas duas semanas e limitar a forccedila mastigatoacuteria durante
dois meses (Libersa et al 2002) o meacutedico dentista deve dar ecircnfase agrave qualidade e
duraccedilatildeo da dieta mole (Perry e Goldberg 2000) informar o paciente sobre os sinais
cliacutenicos e sintomas de uma fractura poacutes-operatoacuteria alertar o paciente para a
possibilidade de ouvir um som tipo estalido que pode indicar a presenccedila de fractura natildeo
sendo no entanto facilmente detectaacutevel radiologicamente com necessidade de
posteriores radiografias (Iizuka et al 1997)
25
Obiechina et al citados por Al-Belasy et al referem que perante as
dificuldades inerentes a esta cirurgia eacute recomendado que esta seja efectuada antes dos
25 anos Aliaacutes de acordo com Libersa et al a remoccedilatildeo profilaacutectica de terceiros molares
antes dos 20 anos de idade pode atenuar o risco de fractura
De acordo com Chrcanovic et al em casos em que a extracccedilatildeo de terceiros
molares inclusos eacute recomendada o risco de desenvolver uma fractura mandibular intra-
operatoacuteria pode ser evitada quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando
existe uma boa visualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada (Al-Belasy et al 2009)
Estes autores referem que o risco de fracturas mandibulares tanto imediatas como
tardias pode ser evitado pelo diagnoacutestico preciso e bem elaborado nos seguintes casos
pacientes com mais de 25 anos de idade principalmente homens pacientes com
bruxismo atletas activos raiacutezes do terceiro molar sobrepostas ou adjacentes ao canal
dentaacuterio inferior visualizadas na panoracircmica pacientes com patologia local ou
sisteacutemica ou sob medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea
26
Conclusatildeo
As taxas de incidecircncia da fractura traumaacutetica mandibular satildeo elevadas
principalmente quando comparadas com as fracturas mandibulares associadas a
exodontias que rondam os 00046 Apesar de rara a possibilidade de ocorrer e os
sinais e sintomas que acarreta devem ser destacados na informaccedilatildeo e esclarecimento ao
paciente A remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos eacute a cirurgia mais associada a estas
fracturas e as indicaccedilotildees quanto agrave sua realizaccedilatildeo ainda satildeo um pouco questionadas
Cada caso deve ser bem avaliado com os meacutetodos cliacutenicos e radiograacuteficos necessaacuterios
Quando eacute decidida a realizaccedilatildeo de extracccedilatildeo a radiografia periapical eacute
considerada um exame de eleiccedilatildeo no entanto a radiografia panoracircmica eacute um bom
substituto e permite utilizar sistemas de classificaccedilatildeo que podem ajudar o dentista na
determinaccedilatildeo do grau de complexidade e dificuldade do procedimento Por outro lado a
tomografia computadorizada (TC) pode ser utilizada em casos muito especiacuteficos com
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos factores predisponentes agrave ocorrecircncia de fractura mandibular
associada agrave exodontia
As fracturas podem ocorrer durante ou apoacutes a cirurgia sendo estas uacuteltimas as
mais frequentes Pacientes com mais de 25 anos geralmente entre os 40 e 50 anos
aparentam ter maior predisposiccedilatildeo provavelmente devido agrave diminuiccedilatildeo da elasticidade
oacutessea e dificuldades na expansatildeo alveolar durante a cirurgia A osteoporose tambeacutem
pode estar relacionada com o enfraquecimento da estrutura oacutessea
As fracturas imediatas estatildeo geralmente associadas a utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos Esta forccedila aplicada numa
mandiacutebula enfraquecida por razotildees preacute-ciruacutergicas aumenta a predisposiccedilatildeo para
fractura A fragilidade mandibular pode ser fisioloacutegica mas pode tambeacutem estar
relacionada com factores locais ou sisteacutemicos como doenccedilas ou medicamentos que
afectam a resistecircncia oacutessea As infecccedilotildees e lesotildees quiacutesticas ou tumorais bem como a
terapia com corticosteroacuteides e a osteoporose satildeo exemplos destes factores Durante o
procedimento deve-se optar pela remoccedilatildeo oacutessea miacutenima e se possiacutevel realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo obtenccedilatildeo de boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e aplicaccedilatildeo de forccedila
guiada e controlada As fracturas mandibulares tardias geralmente estatildeo associadas a um
enfraquecimento da mandiacutebula que surgiu apoacutes a extracccedilatildeo sendo a remoccedilatildeo oacutessea
excessiva um factor relacionado Quanto maior a quantidade de osso removido maior o
defeito oacutesseo criado maior a fragilidade mandibular e consequentemente o risco de
fractura aumenta Deste modo dentes inclusos com grande empactaccedilatildeo e envolvimento
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
14
no de Bodner et al apenas 4 das 28 fracturas ocorreram em pacientes abordados por
dentistas com experiecircncia igual ou inferior a 5 anos
210 Teacutecnica utilizada
A teacutecnica ciruacutergica para extracccedilatildeo de terceiros molares poderaacute afectar o
desenrolar do procedimento ciruacutergico bem como condicionar o desenvolvimento de
futuros problemas Caso seja aconselhaacutevel a abordagem com realizaccedilatildeo de retalho
como eacute o caso de dentes inclusos com lesatildeo periapical extensa dentes isolados na
mandiacutebula de pacientes idosos dentes com alteraccedilatildeo anatoacutemica das raiacutezes ou presenccedila
de corticais oacutesseas riacutegidas existem vaacuterias teacutecnicas que podem ser utilizadas tais como a
abordagem vestibular lingual ou mesmo um acesso extra-oral em casos de empactaccedilatildeo
muito proacutexima do bordo inferior da mandiacutebula (Bodner et al 2010) No entanto a
ostectomia vestibular eacute a mais frequentemente utilizada (Juacutenior et al 2006)
As fracturas intra-operatoacuterias podem ocorrer devido agrave utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos (Iizuka et al 1997
Krimmel e Reinert 2000 Libersa et al 2002 Woldenberg et al 2007) Este risco
pode ser diminuiacutedo quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando existe uma
boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada Adicionalmente
devem adoptar-se medidas conservadoras de remoccedilatildeo oacutessea bem como a realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo quando necessaacuterio (Al-Belasy et al 2009)
A classificaccedilatildeo dos terceiros molares de acordo com a sua posiccedilatildeo tem a
finalidade de auxiliar o planeamento ciruacutergico pois de certa forma determina a
complexidade do caso Juacutenior e colaboradores referem que quanto maior o grau de
inclusatildeo dentaacuteria maior a necessidade de emprego de uma teacutecnica ciruacutergica mais
invasiva Portanto uma avaliaccedilatildeo cliacutenica e radiograacutefica do caso eacute muito importante para
a determinaccedilatildeo da teacutecnica ciruacutergica mais apropriada
211 Tempo decorrido apoacutes a cirurgia
Como foi referenciado anteriormente as fracturas mandibulares podem ocorrer
durante o acto cliacutenico (imediatas) ou apoacutes a cirurgia (tardias)
Bodner et al referiram em 2010 com base nos artigos estudados que o tempo
decorrido entre a extracccedilatildeo do dente e o diagnoacutestico da fractura se encontrava entre uma
a cinco semanas reportando que 86 dos casos de fractura ocorreram entre a primeira e
a terceira semana apoacutes cirurgia com maior taxa de incidecircncia na segunda e na terceira
15
semana Brauer apoia este facto referindo que a maioria das fracturas poacutes-operatoacuterias
ocorre durante a mastigaccedilatildeo entre o 13ordm e 21ordm dia apoacutes a cirurgia (Libersa et al 2002)
Estes factos podem ser explicados com base nos processos histoloacutegicos uma vez
que este periacuteodo de tempo corresponde a processos de cicatrizaccedilatildeo nomeadamente a
substituiccedilatildeo de tecido de granulaccedilatildeo por tecido conjuntivo no alveacuteolo e dois terccedilos do
alveacuteolo ainda natildeo estatildeo formados por osteoacuteide ou osso ateacute ao 38ordm dia (Amler et al
1960 Amler et al 1977 Libersa et al 2002) Para aleacutem disso no final da segunda
semana a dor desapareceu os pacientes jaacute se sentem melhor e capazes de mastigar
normalmente podendo causar forccedilas muito elevadas numa mandiacutebula enfraquecida
(Libersa et al 2002) Bodner et al explicam a elevada percentagem de fracturas poacutes-
operatoacuterias e o periacuteodo em que ocorrem como o resultado de forccedilas mastigatoacuterias
excessivas ou pequenos traumas sofridos por uma mandiacutebula enfraquecida
No estudo de Perry e Goldberg 18 das 28 fracturas ocorridas surgiram durante a
mastigaccedilatildeo A forccedila mastigatoacuteria requerida para quebrar os alimentos pode produzir
forccedilas de stress consideraacuteveis numa mandiacutebula enfraquecida apoacutes cirurgia natildeo se
encontrando completamente reconstruiacuteda e calcificada Nos casos relatados todos os
pacientes receberam as mesmas instruccedilotildees sobre a dieta a efectuar no entanto perante
os resultados os autores defendem que talvez natildeo tenha sido dado ecircnfase suficiente em
relaccedilatildeo agrave qualidade e duraccedilatildeo da dieta mole Tambeacutem propotildeem a falta de cooperaccedilatildeo
por parte do paciente em cumprir as instruccedilotildees fornecidas pelo meacutedico como uma
possiacutevel causa
Por oposiccedilatildeo Al-Belasy e seus colaboradores concluiacuteram que em pacientes
totalmente dentados ou com uma ou duas ausecircncias com idades superiores a 25 anos e
sem atrofia oacutessea ou doenccedilas sisteacutemicas a mastigaccedilatildeo parece natildeo afectar a possibilidade
de ocorrecircncia de fracturas mandibulares tardias apoacutes remoccedilatildeo ciruacutergica de terceiros
molares empactados sem lesotildees associadas
212 Parafunccedilotildees
Eacute compreensiacutevel que pacientes com parafunccedilotildees como o bruxismo o
apertamento dentaacuterio (ldquoclenchingrdquo) e hipertrofia dos muacutesculos masseacuteteres apresentem
maior predisposiccedilatildeo para as fracturas mandibulares apoacutes cirurgia de terceiros molares
quando a mandiacutebula se encontra enfraquecida Kraszewski et al citados por
Chrcanovic et al apontam como possiacutevel justificaccedilatildeo o facto de estas patologias
afectarem a forccedila de mastigaccedilatildeo
16
No entanto no estudo de Al-Belasy et al fizeram parte sete pacientes com
hipertrofia masseteacuterica e 11 pacientes que realizavam apertamento dentaacuterio eou
bruxismo e em nenhum destes pacientes ocorreu fractura mandibular apoacutes a extracccedilatildeo
213 Lado esquerdo ou direito da mandiacutebula
Apesar de Wagner et al terem verificado uma distribuiccedilatildeo desequilibrada de
fracturas mandibulares entre o lado esquerdo e o direito da mandiacutebula pois 70 dos
casos ocorreram no lado esquerdo Bodner se seus colaboradores apoacutes anaacutelise de vaacuterios
artigos chegaram a outras conclusotildees Nos casos onde era feita referecircncia ao lado da
mandiacutebula em que foi efectuada a extracccedilatildeo verificaram que natildeo existe relaccedilatildeo
significativa entre o lado da mandiacutebula abordado e a ocorrecircncia de fractura 48 dos
casos foram afectados no lado direito e 52 no lado esquerdo Os resultados de Wagner
et al podem ser explicados pelo facto de o profissional estando na posiccedilatildeo normal de
trabalho ter melhor visualizaccedilatildeo e melhor controlo da forccedila aplicada no lado direito
comparativamente ao lado esquerdo (Woldenberg et al 2007) resultando numa
ostectomia menos extensa (Wagner et al 2005)
214 Actividade fiacutesica
As lesotildees maxilo-faciais representam um risco elevado em praticantes de
desporto e as fracturas satildeo uma sequela bastante comum No final da segunda semana
apoacutes cirurgia dos terceiros molares os pacientes normalmente jaacute se sentem bem devido
ao desaparecimento da dor poacutes-operatoacuteria (Libersa et al 2002) Esta diminuccedilatildeo do
desconforto daacute uma falsa sensaccedilatildeo de seguranccedila que pode levar os pacientes que satildeo
atletas activos a voltarem a praticar deporto intenso aumentando o risco de fractura
mandibular tardia na regiatildeo do acircngulo mandibular fragilizada pela cirurgia O risco de
fracturas maxilo-faciais relacionadas com desporto eacute consideravelmente mais elevado
em desportos de contacto por apresentarem bastante popularidade e por falta de
protecccedilatildeo facial (Chrcanovic et al 2010)
215 Doenccedilas sisteacutemicas e medicaccedilatildeo
Krimmel e Reinert defendem que as fracturas mandibulares ocorrem quando a
resistecircncia do osso e as forccedilas exercidas neste natildeo satildeo compatiacuteveis Muitos pacientes
sujeitos a procedimentos ciruacutergicos estatildeo condicionados a terapia medicamentosa e a
doenccedilas sisteacutemicas que podem afectar a resistecircncia oacutessea
17
De acordo com Kirwan citado por Chrcanovic um destes exemplos eacute a terapia
com corticosteroides utilizada no tratamento de algumas doenccedilas como a artrite
reumatoacuteide e doenccedilas relacionadas como a asma brocircnquica neurodermite e por vezes
apoacutes transplante de oacutergatildeos em dosagens mais elevadas Alguns autores como Adachi e
Weinstein referem que um dos efeitos secundaacuterios desta terapia eacute a raacutepida perda de
osso e o aumento de risco de fractura oacutessea sendo este risco duas vezes superior
comparativamente a pessoas sem qualquer terapia e eacute mais elevado apoacutes exposiccedilatildeo
prolongada a estes medicamentos
A osteoporose eacute uma condiccedilatildeo que afecta grandemente a resistecircncia do osso e
pode justificar o aumento da taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares com o
aumento da idade (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000) Eacute comum em
pacientes do sexo feminino pois a diminuiccedilatildeo de estrogeacutenios no periacuteodo poacutes-
menopausa aumenta o ritmo de perda oacutessea Poreacutem tambeacutem pode ocorrer nos homens
estando relacionada com mecanismos ligados essencialmente ao envelhecimento como
a deficiecircncia de vitamina D a absorccedilatildeo diminuiacuteda de caacutelcio e aumento dos niacuteveis de
hormona paratiroideia (PTH) (Yazbek e Neto 2008) Nos homens a testosterona
funciona da mesma forma que os estrogeacutenios na mulher sendo que pacientes com
hipogonadismo tambeacutem experienciam perdas oacutesseas aceleradas (Chrcanovic et al
2010) O osso apresenta composiccedilatildeo normal mas fica diminuiacutedo em quantidade e esta
diminuiccedilatildeo da massa oacutessea frequentemente resulta em fracturas das veacutertebras anca e
antebraccedilo (Do Lee et al 2005) De acordo com Law e Klemetti citados por Do Lee a
osteoporose pode resultar em diminuiccedilatildeo da massa oacutessea da mandiacutebula bem como
provocar alteraccedilotildees na estrutura deste osso especialmente do bordo inferior No mesmo
artigo satildeo citados alguns autores como Shrout e Kashima que referem existir uma
ligaccedilatildeo entre a osteoporose e alteraccedilotildees radiograacuteficas verificadas no padratildeo trabecular
da mandiacutebula
Existem outras patologias que tambeacutem diminuem a forccedila oacutessea como a doenccedila
gastrointestinal pois diminui a absorccedilatildeo de vitamina D De acordo com Ebeling citado
por Chrcanovic a osteoporose nos homens pode estar relacionada com algumas
condiccedilotildees como a hipercalceacutemia nefrolitiacutease terapia com anticonvulsivantes
tirotoxicose doenccedila renal e do fiacutegado mieloma muacuteltiplo ou mastocitose sisteacutemica
Bechtold e Felin citados na anaacutelise de Chrcanovic e colaboradores mencionam
a artrite idiopaacutetica juvenil como a doenccedila reumaacutetica mais comum na aacuterea da pediatria
18
Alguns estudos demonstraram a existecircncia de deficiecircncias significativas da densidade
volumeacutetrica trabecular no osso mineral e massa oacutessea cortical nestes pacientes
Os pacientes com doenccedila renal croacutenica padecem de vaacuterios distuacuterbios no
metabolismo do foacutesforo caacutelcio e ossos Estas alteraccedilotildees devem-se a factores que
contribuem para o aumento da reabsorccedilatildeo oacutessea como a diminuiccedilatildeo da absorccedilatildeo de
caacutelcio pelo intestino excessiva produccedilatildeo de PTH e alteraccedilotildees no metabolismo da
vitamina D (McPhee 2007) De acordo com Chrcanovic et al os ossos satildeo mais
gravemente afectados em casos de doenccedila renal croacutenica do que em casos saudaacuteveis
onde apenas satildeo afectados pelas consequecircncias da idade avanccedilada
A massa oacutessea eacute uma caracteriacutestica principalmente determinada geneticamente
no entanto tambeacutem eacute alterada sob a influecircncia do ambiente Indiviacuteduos com muita
massa muscular e que praticam actividade fiacutesica apresentam maior massa oacutessea do que
por exemplo pacientes fumadores ou com problemas de alcoolismo (Chrcanovic et al
2010) Estas duas uacuteltimas condiccedilotildees satildeo tambeacutem consideradas factores de risco para a
osteoporose (McPhee 2007)
3 Diagnoacutestico
31 Preacute-Ciruacutergico
Uma vez indicada a extracccedilatildeo de dentes inclusos eacute fundamental a realizaccedilatildeo de
um planeamento ciruacutergico baseado em exames cliacutenicos e radioloacutegicos Atraveacutes do
exame cliacutenico obtecircm-se dados especiacuteficos da sauacutede geral do paciente histoacuteria meacutedica e
dentaacuteria e o niacutevel de complexidade e dificuldade operatoacuteria pode ser analisado no
exame radiograacutefico Deste modo o dentista consegue prevenir possiacuteveis acidentes
durante a cirurgia ou no periacuteodo poacutes-operatoacuterio muitas vezes relacionados com a
posiccedilatildeo e localizaccedilatildeo do dente incluso (Juacutenior et al 2006)
As classificaccedilotildees dos dentes inclusos satildeo feitas a partir da anaacutelise radiograacutefica e
com cuidadosa classificaccedilatildeo o dentista pode abordar a cirurgia de forma ordenada e
prever se alguma abordagem ciruacutergica fora do comum precisaraacute ser adoptada (Juacutenior et
al 2006 Xavier et al 2010) Para a maioria dos casos a radiografia periapical eacute a
radiografia de eleiccedilatildeo pois fornece informaccedilatildeo mais detalhada Por outro lado a
ortopantomografia mostra uma imagem mais exacta da anatomia da regiatildeo e pode ser
usada como substituto apropriado (Xavier et al 2010) Aliaacutes na grande maioria satildeo
19
estas as radiografias utilizadas pois eacute possiacutevel visualizar correctamente o longo eixo do
segundo molar o ramo ascendente da mandiacutebula e o niacutevel oacutesseo que satildeo utilizados
como paracircmetros (Juacutenior et al 2006)
Os sistemas de classificaccedilatildeo permitem avaliar a dificuldade da cirurgia e nestes
incluem-se a angulaccedilatildeo (classificaccedilatildeo de Winter ndash Anexo 2) relaccedilatildeo com o bordo
anterior do ramo ascendente (Sistema de Pell amp Gregory I II e III ndash Anexo 1) e relaccedilatildeo
com o plano oclusal (Sistema de Pell amp Gregory A B e C ndash Anexo 1) Outros factores a
ter em conta na anaacutelise radiograacutefica fazem parte de alguns factores predisponentes jaacute
abordados como eacute o caso da morfologia radicular e relaccedilatildeo das raiacutezes com o canal
dentaacuterio inferior a densidade oacutessea que eacute mais elevado em pacientes com mais de 35
anos diminuindo a flexidade e capacidade de expansatildeo do osso e a natureza do tecido
envolvente pois o tipo de empactaccedilatildeo pode ser por tecido mole oacutesseo parcial ou oacutesseo
total (Peterson et al 2000)
A tomografia computadorizada (TC) tem-se tornado muito uacutetil em certas
situaccedilotildees como na avaliaccedilatildeo da proximidade dos dentes inclusos a estruturas
anatoacutemicas na avaliaccedilatildeo da profundidade de empactaccedilatildeo e espessura das paredes
corticais inclinaccedilatildeo vestibulo-lingual e morfologia da coroa e raiacutezes do dente
empactado (Bodner et al 1994)
Como as fracturas mandibulares associadas agrave cirurgia satildeo raras natildeo se justifica
usar a TC como exame complementar preacute-ciruacutergico No entanto em casos especiacuteficos
apoacutes avaliaccedilatildeo criteriosa dos factores predisponentes que aparentam ter um elevado
risco de desenvolvimento de fractura mandibular este exame torna-se vantajoso (Bodner
et al 1994) Pode tambeacutem ser utilizada para determinar o volume oacutesseo relativo da
mandiacutebula ocupado pelo dente (Woldenberg et al 2007)
32 Poacutes-ciruacutergico
Apoacutes ou durante a cirurgia o meacutedico dentista tem que estar alerta para os sinais e
sintomas presenciados pelo paciente que podem indicar a ocorrecircncia de fractura
mandibular
Nos casos que se encontram no periacuteodo poacutes-operatoacuterio natildeo muito prolongado o
principal alerta para a possibilidade de fractura mandibular eacute ouvir um estalido algumas
semanas apoacutes a cirurgia (Woldenberg et al 2007) Considera-se que a mandiacutebula
fractura no momento em que o som eacute ouvido Jaacute nos casos em que decorreu bastante
tempo apoacutes a cirurgia o diagnoacutestico eacute mais complicado O atraso da cicatrizaccedilatildeo e a
20
presenccedila de osteomielite podem ser a causa destas fracturas e quando a cicatrizaccedilatildeo se
prolonga demasiado deve-se sempre considerar o risco de fractura apresentando assim
indicaccedilatildeo para controlo radiograacutefico perioacutedico (Iizuka et al 1997)
O som de um estalido reportado pelo paciente deve ser considerado como
indicativo de uma possiacutevel fractura mesmo que esta natildeo seja detectada inicialmente na
radiografia (Woldenberg et al 2007) Se assim acontecer recomenda-se a realizaccedilatildeo de
radiografias de controlo (Wagner et al 2005) Libersa et al bem como Perry e
Goldberg confirmam este som distinto pois a maioria dos pacientes reportou um som
tipo estalido enquanto mastigavam acompanhado por dor intensa Na anaacutelise de
Krimmel e Reinert todos os pacientes reportaram o mesmo som excepto um que
apenas presenciou um novo episoacutedio de dor
Para aleacutem da dor suacutebita outros sinais cliacutenicos a ter em conta satildeo a presenccedila de
parestesia disestesia ou anestesia relacionadas com o nervo dentaacuterio inferior e as
alteraccedilotildees na oclusatildeo que satildeo um forte indicador de possiacutevel fractura mandibular (Laub
Jr 2009) Poderaacute tambeacutem surgir edema (Wagner et al 2005)
No caso reportado por Woldenberg foi realizada radiografia panoracircmica poacutes-
operatoacuteria imediata apoacutes se ter presenciado um estalido durante a extracccedilatildeo do 38 Na
radiografia verficou-se uma linha radioluacutecida desde o alveacuteolo ateacute ao bordo inferior da
mandiacutebula compatiacutevel com linha de fractura Foi notificada tambeacutem a presenccedila de
parestesia do laacutebio inferior do lado correspondente agrave fractura
No estudo realizado por Wagner et al em 2005 13 dos 17 pacientes que
sofreram fractura mandibular tambeacutem reportaram um som tipo estalido mas nem
sempre associado a sensaccedilatildeo dolorosa imediata No entanto foi reportada
frequentemente a presenccedila de inchaccedilo na zona do acircngulo mandibular respectivo A
meacutedia de dias decorridos entre a cirugia e a fractura foi de 19plusmn4 dias O tempo
decorrido ateacute diagnoacutestico radioloacutegico com conhecimento da data da fractura foi de
10plusmn4 dias
Como jaacute foi referido as fracturas mandibulares nem sempre satildeo diagnosticadas
radiologicamente (Iizuka et al 1997) principalmente se natildeo houver deslocamento
patoloacutegico dos fragmentos (Wagner et al 2007) No estudo de Iizuka et al todas as
fracturas que ocorreram num estado poacutes-operatorio relativamente cedo eram fracturas
sem deslocamento Uma vez que este tipo de fractura natildeo eacute imediatamente reconhecido
um achado radiograacutefico negativo apoacutes suspeita natildeo deve exluir de imediato a presenccedila
de fractura Nestes casos eacute recomendada uma dieta mole e a execuccedilatildeo de radiografias de
21
controlo nos dias seguintes (Iizuka et al 1997) Aliaacutes no estudo de Iizuka et al um dos
pacientes reportou um estalido ao comer no sexto dia poacutes-operatoacuterio cuja radiografia
efectuada nesse mesmo dia natildeo revelou qualquer fractura Quatro semanas depois o
paciente voltou ao consultoacuterio devido a uma dor persistente no local da extracccedilatildeo onde
se verificou atraveacutes da radiografia uma fractura evidente
De acordo com alguns autores na radiografia pode verificar-se uma fractura preacute-
angular o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo eixo do
dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula ou fracturas angulares
com uma linha de fractura paralela agrave bissectriz do acircngulo mandibular (Iizuka et al
1997 Wagner et al 2005)
Em casos de suspeita de fractura sem deslocamento e cujos achados radioloacutegicos
atraveacutes das radiografias convencionais como a ortopantomografia sejam negativos a
tomografia computadorizada (TC) e a tomografia computadorizada de feixe coacutenico
podem ser utilizadas como exames adicionais
De acordo com Roth e colaboradores a TC apresenta resultados superiores aos
da radiografia panoracircmica Este facto justifica-se pelas suas ferramentas de
melhoramento de imagem melhor qualidade de imagem sensibilidade equivalente na
identificaccedilatildeo de fracturas menor erro de interpretaccedilatildeo e opiniotildees mais concordantes
entre os meacutedicos na identificaccedilatildeo das fracturas mandibulares (Roth et al 2005) Outros
estudos suportam a contribuiccedilatildeo dos achados radiograacuteficos na TC para o manuseamento
ciruacutergico de traumas (Eggers et al 2008) No entanto existem algumas desvantagens
nomeadamente o elevado custo a disponibilidade e a elevada exposiccedilatildeo de radiaccedilatildeo
Estes factores promovem a tomografia computadorizada de feixe coacutenico como uma
aceitaacutevel alternativa na avaliaccedilatildeo de fracturas maxilofaciais (Scarfe et al 2006
Shintaku et al 2009)
4 Tratamento
As opccedilotildees de tratamento para as fracturas mandibulares associadas a extracccedilotildees
seguem os princiacutepios do tratamento das fracturas traumaacuteticas do acircngulo da mandiacutebula
As fracturas mandibulares podem ser tratadas realizando-se a reduccedilatildeo
contenccedilatildeo e imobilizaccedilatildeo dos segmentos fracturados sendo que a orientaccedilatildeo da oclusatildeo
dentaacuteria levaraacute a uma perfeita consolidaccedilatildeo dos segmentos fracturados com boa
recuperaccedilatildeo funcional e esteacutetica (Gomes et al 2001) Eacute fundamental identificar e
22
assegurar a correcta oclusatildeo antes de recorrer agrave reduccedilatildeo da fractura (Custoacutedio et al
2007)
O tratamento das fracturas mandibulares iatrogeacutenicas reportado por diversos
estudos na anaacutelise de Bodner et al baseou-se numa reduccedilatildeo fechada da fractura em
40 dos casos reduccedilatildeo aberta em 35 dos pacientes e em 25 dos casos natildeo foi
efectuado qualquer tipo de tratamento Este autor natildeo faz referecircncia ao sucesso dos
tratamentos
Os tratamentos que utilizam apenas fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo chamados reduccedilotildees
fechadas porque natildeo envolvem a abertura directa exposiccedilatildeo e a manipulaccedilatildeo da aacuterea
fracturada Uma reduccedilatildeo aberta inclui exposiccedilatildeo directa e reduccedilatildeo da fractura atraveacutes de
incisatildeo ciruacutergica (Custoacutedio et al 2007)
No estudo de Chrcanovic et al foram analisados 128 casos de fractura
mandibular sendo dois destes relatados por experiecircncia proacutepria No primeiro caso a
paciente ouviu um estalido e na avaliaccedilatildeo da ortopantomografia verificou-se uma
fractura sem deslocamento As possiacuteveis opccedilotildees de tratamento foram discutidas com a
paciente Devido a vaacuterias razotildees nomeadamente a ausecircncia de infecccedilatildeo e deslocamento
entre os segmentos a presenccedila de uma boa oclusatildeo com todos os dentes presentes e o
devido consentimento da paciente foi realizada apenas fixaccedilatildeo intermaxilar Apoacutes trecircs
meses verificou-se radiologicamente uniatildeo oacutessea
No caso reportado por Woldenberg et al durante a extracccedilatildeo do dente 38
verificou-se na panoracircmica uma linha de fractura Foi colocada fixaccedilatildeo intermaxilar e
posteriomente foram realizados novos exames uma panoracircmica e uma TC que
demonstraram bons resultados com aproximaccedilatildeo da linha de fractura Apoacutes duas
semanas a paciente recuperou a sensibilidade ao niacutevel do nervo dentaacuterio inferior
esquerdo Seis semanas apoacutes a cirurgia a fixaccedilatildeo intermaxilar foi removida e a paciente
sujeita a dieta mole por mais quatro semanas Nos dois trecircs e seis meses apoacutes a cirugia
foram realizadas radiografias panoracircmicas Estas revelaram formaccedilatildeo contiacutenua de osso
ao niacutevel do alveacuteolo e da linha de fractura
No estudo de Iizuka et al em seis casos foi realizada reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo
interna em dois efectuou-se fixaccedilatildeo intermaxilar e nos restantes trecircs apenas dieta mole
Todos os pacientes foram submetidos a terapia antibioacutetica durante pelo menos uma
semana simultaneamente com o tratamento da fractura que decorreu sem complicaccedilotildees
Todavia a obtenccedilatildeo de uma boa estabilidade parece ser a protecccedilatildeo mais segura contra
23
a infecccedilatildeo e atraso da cicatrizaccedilatildeo mais do que a terapia antibioacutetica (Mehra e Murad
2008)
De acordo com a literatura hoje em dia o tratamento mais eficaz das fracturas
mandibulares baseia-se na reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo interna no entanto os artigos
abordados cuja fractura estaacute relacionada com a extracccedilatildeo de terceiros molares parecem
ter obtido bons resultados com a utilizaccedilatildeo de fixaccedilatildeo intermaxilar e realizaccedilatildeo de dieta
mole Iizuka et al referem que nos casos de diagnoacutestico precoce e ausecircncia de
sintomatologia eacute adequado um tratamento conservador com fixaccedilatildeo intermaxilar e
nalguns casos a prescriccedilatildeo de dieta mole
No entanto evitar o uso de fixaccedilatildeo intermaxilar no transoperatoacuterio eacute mais
econoacutemico em tempo e custo e mais confortaacutevel para o paciente De acordo com Sorel
citado por Laub Jr alguns dos problemas associados agrave fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo a maacute
alimentaccedilatildeo com perda de peso dificuldades na respiraccedilatildeo e foneacutetica maacute higiene oral e
problemas sociais Em contraste a fixaccedilatildeo interna permite restauraccedilatildeo da funccedilatildeo e
mobilidade mais cedo e aumento do conforto para o paciente com melhoria dos
aspectos atraacutes mencionados Os autores Gomes et al referem que a fixaccedilatildeo intermaxilar
natildeo eacute usualmente necessaacuteria na reduccedilatildeo de fracturas confinadas agrave mandiacutebula
De acordo com Calloway et al citados por Moreno et al o desenvolvimento de
diferentes sistemas de fixaccedilatildeo interna na traumatologia facial e sua aplicaccedilatildeo no
tratamento das fracturas mandibulares conduziu a mudanccedilas nos criteacuterios de realizaccedilatildeo
de imobilizaccedilatildeo poacutes-ciruacutergica Tambeacutem tornou possiacutevel um retorno agrave funccedilatildeo normal
mais raacutepido Esta teacutecnica utiliza placas e parafusos na regiatildeo da fractura para se obter
contenccedilatildeo estaacutevel e eficaz promovendo cicatrizaccedilatildeo oacutessea primaacuteria sem que seja
necessaacuteria a extensatildeo do uso de fixaccedilatildeo intermaxilar A eliminaccedilatildeo desta ou uso por
periacuteodo miacutenimo geralmente resulta em maior satisfaccedilatildeo para o paciente (Gomes et al
2001 Custoacutedio et al 2007) Nesta modalidade o acesso agrave aacuterea da fractura pode ser
conseguido atraveacutes de abordagem intra-oral ou extra-oral (Mehra e Murad 2008)
As fracturas com grande grau de deslocamento ou fracturas cominutivas
necessitam de uma abordagem extra-oral para correcta reduccedilatildeo e visualizaccedilatildeo ao
colocar as estruturas de fixaccedilatildeo interna Por esta razatildeo e por natildeo haver comunicaccedilatildeo
com o meio intra-oral este meacutetodo apresenta baixo iacutendice de contaminaccedilatildeo A reduccedilatildeo
aberta com abordagem intra-oral pode ser utilizada nos casos de ausecircncia ou ligeiro
deslocamento dos fragmentos pacientes pouco cooperantes ou que necessitam de
restabelecimento imediato da funccedilatildeo mastigatoacuteria (Custoacutedio et al 2007)
24
A utilizaccedilatildeo de meacutetodos de fixaccedilatildeo interna nas fracturas mandibulares parece ser
o meacutetodo de tratamento mais aceitaacutevel (Moreno et al 2000) No entanto
independentemente do meacutetodo utilizado a finalidade baacutesica do tratamento das fracturas
deve ser o restabelecimento da oclusatildeo funcional e a continuidade mandibular
promovendo a restauraccedilatildeo das funccedilotildees mastigatoacuterias do paciente com o miacutenimo de
sequelas possiacutevel (Custoacutedio et al 2007)
5 Medidas preventivas
Perante avaliaccedilatildeo cliacutenica e posterior suspeita de ser um paciente de alto risco de
desenvolvimento de fractura mandibular algumas medidas devem ser ponderadas com
especial atenccedilatildeo Chrcanovic et al apontam mesmo a inadequada avaliaccedilatildeo preacute-
operatoacuteria como um factor de risco ou factor predisponente para o desenvolvimento de
fracturas Portanto este seria o primeiro ponto a ter em conta para um adequado
procedimento ciruacutergico com medidas atenuantes do risco de complicaccedilotildees A
identificaccedilatildeo de dentes que representam elevado risco de complicaccedilotildees relacionadas
com a cirurgia eacute a chave para o desenvolvimento de medidas profilaacutecticas com o
objectivo de evitar fracturas mandibulares Todos os indicadores de risco devem ser
bem analisados
Bodner e colaboradores descreveram algumas medidas preventivas para reduzir
a possibilidade de ocorrecircncia de fracturas mandibulares iatrogeacutenicas Estas incluem os
seguintes passos informar o paciente sobre a existecircncia do risco de fractura e da
importacircncia da sua cooperaccedilatildeo (Libersa et al 2002) a remoccedilatildeo oacutessea quando
necessaacuteria deve ser miacutenima e se possiacutevel efectuar odontossecccedilatildeo reduzindo a aacuterea
oacutessea removida se o dente empactado se encontrar perto do bordo inferior da
mandiacutebula considerar a abordagem extra-oral pacientes devem realizar dieta mole nas
quatro semanas seguintes agrave cirurgia (Wagner et al 2005 Woldenberg et al 2007)
embora Iizuka et al refiram apenas duas semanas e limitar a forccedila mastigatoacuteria durante
dois meses (Libersa et al 2002) o meacutedico dentista deve dar ecircnfase agrave qualidade e
duraccedilatildeo da dieta mole (Perry e Goldberg 2000) informar o paciente sobre os sinais
cliacutenicos e sintomas de uma fractura poacutes-operatoacuteria alertar o paciente para a
possibilidade de ouvir um som tipo estalido que pode indicar a presenccedila de fractura natildeo
sendo no entanto facilmente detectaacutevel radiologicamente com necessidade de
posteriores radiografias (Iizuka et al 1997)
25
Obiechina et al citados por Al-Belasy et al referem que perante as
dificuldades inerentes a esta cirurgia eacute recomendado que esta seja efectuada antes dos
25 anos Aliaacutes de acordo com Libersa et al a remoccedilatildeo profilaacutectica de terceiros molares
antes dos 20 anos de idade pode atenuar o risco de fractura
De acordo com Chrcanovic et al em casos em que a extracccedilatildeo de terceiros
molares inclusos eacute recomendada o risco de desenvolver uma fractura mandibular intra-
operatoacuteria pode ser evitada quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando
existe uma boa visualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada (Al-Belasy et al 2009)
Estes autores referem que o risco de fracturas mandibulares tanto imediatas como
tardias pode ser evitado pelo diagnoacutestico preciso e bem elaborado nos seguintes casos
pacientes com mais de 25 anos de idade principalmente homens pacientes com
bruxismo atletas activos raiacutezes do terceiro molar sobrepostas ou adjacentes ao canal
dentaacuterio inferior visualizadas na panoracircmica pacientes com patologia local ou
sisteacutemica ou sob medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea
26
Conclusatildeo
As taxas de incidecircncia da fractura traumaacutetica mandibular satildeo elevadas
principalmente quando comparadas com as fracturas mandibulares associadas a
exodontias que rondam os 00046 Apesar de rara a possibilidade de ocorrer e os
sinais e sintomas que acarreta devem ser destacados na informaccedilatildeo e esclarecimento ao
paciente A remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos eacute a cirurgia mais associada a estas
fracturas e as indicaccedilotildees quanto agrave sua realizaccedilatildeo ainda satildeo um pouco questionadas
Cada caso deve ser bem avaliado com os meacutetodos cliacutenicos e radiograacuteficos necessaacuterios
Quando eacute decidida a realizaccedilatildeo de extracccedilatildeo a radiografia periapical eacute
considerada um exame de eleiccedilatildeo no entanto a radiografia panoracircmica eacute um bom
substituto e permite utilizar sistemas de classificaccedilatildeo que podem ajudar o dentista na
determinaccedilatildeo do grau de complexidade e dificuldade do procedimento Por outro lado a
tomografia computadorizada (TC) pode ser utilizada em casos muito especiacuteficos com
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos factores predisponentes agrave ocorrecircncia de fractura mandibular
associada agrave exodontia
As fracturas podem ocorrer durante ou apoacutes a cirurgia sendo estas uacuteltimas as
mais frequentes Pacientes com mais de 25 anos geralmente entre os 40 e 50 anos
aparentam ter maior predisposiccedilatildeo provavelmente devido agrave diminuiccedilatildeo da elasticidade
oacutessea e dificuldades na expansatildeo alveolar durante a cirurgia A osteoporose tambeacutem
pode estar relacionada com o enfraquecimento da estrutura oacutessea
As fracturas imediatas estatildeo geralmente associadas a utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos Esta forccedila aplicada numa
mandiacutebula enfraquecida por razotildees preacute-ciruacutergicas aumenta a predisposiccedilatildeo para
fractura A fragilidade mandibular pode ser fisioloacutegica mas pode tambeacutem estar
relacionada com factores locais ou sisteacutemicos como doenccedilas ou medicamentos que
afectam a resistecircncia oacutessea As infecccedilotildees e lesotildees quiacutesticas ou tumorais bem como a
terapia com corticosteroacuteides e a osteoporose satildeo exemplos destes factores Durante o
procedimento deve-se optar pela remoccedilatildeo oacutessea miacutenima e se possiacutevel realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo obtenccedilatildeo de boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e aplicaccedilatildeo de forccedila
guiada e controlada As fracturas mandibulares tardias geralmente estatildeo associadas a um
enfraquecimento da mandiacutebula que surgiu apoacutes a extracccedilatildeo sendo a remoccedilatildeo oacutessea
excessiva um factor relacionado Quanto maior a quantidade de osso removido maior o
defeito oacutesseo criado maior a fragilidade mandibular e consequentemente o risco de
fractura aumenta Deste modo dentes inclusos com grande empactaccedilatildeo e envolvimento
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
15
semana Brauer apoia este facto referindo que a maioria das fracturas poacutes-operatoacuterias
ocorre durante a mastigaccedilatildeo entre o 13ordm e 21ordm dia apoacutes a cirurgia (Libersa et al 2002)
Estes factos podem ser explicados com base nos processos histoloacutegicos uma vez
que este periacuteodo de tempo corresponde a processos de cicatrizaccedilatildeo nomeadamente a
substituiccedilatildeo de tecido de granulaccedilatildeo por tecido conjuntivo no alveacuteolo e dois terccedilos do
alveacuteolo ainda natildeo estatildeo formados por osteoacuteide ou osso ateacute ao 38ordm dia (Amler et al
1960 Amler et al 1977 Libersa et al 2002) Para aleacutem disso no final da segunda
semana a dor desapareceu os pacientes jaacute se sentem melhor e capazes de mastigar
normalmente podendo causar forccedilas muito elevadas numa mandiacutebula enfraquecida
(Libersa et al 2002) Bodner et al explicam a elevada percentagem de fracturas poacutes-
operatoacuterias e o periacuteodo em que ocorrem como o resultado de forccedilas mastigatoacuterias
excessivas ou pequenos traumas sofridos por uma mandiacutebula enfraquecida
No estudo de Perry e Goldberg 18 das 28 fracturas ocorridas surgiram durante a
mastigaccedilatildeo A forccedila mastigatoacuteria requerida para quebrar os alimentos pode produzir
forccedilas de stress consideraacuteveis numa mandiacutebula enfraquecida apoacutes cirurgia natildeo se
encontrando completamente reconstruiacuteda e calcificada Nos casos relatados todos os
pacientes receberam as mesmas instruccedilotildees sobre a dieta a efectuar no entanto perante
os resultados os autores defendem que talvez natildeo tenha sido dado ecircnfase suficiente em
relaccedilatildeo agrave qualidade e duraccedilatildeo da dieta mole Tambeacutem propotildeem a falta de cooperaccedilatildeo
por parte do paciente em cumprir as instruccedilotildees fornecidas pelo meacutedico como uma
possiacutevel causa
Por oposiccedilatildeo Al-Belasy e seus colaboradores concluiacuteram que em pacientes
totalmente dentados ou com uma ou duas ausecircncias com idades superiores a 25 anos e
sem atrofia oacutessea ou doenccedilas sisteacutemicas a mastigaccedilatildeo parece natildeo afectar a possibilidade
de ocorrecircncia de fracturas mandibulares tardias apoacutes remoccedilatildeo ciruacutergica de terceiros
molares empactados sem lesotildees associadas
212 Parafunccedilotildees
Eacute compreensiacutevel que pacientes com parafunccedilotildees como o bruxismo o
apertamento dentaacuterio (ldquoclenchingrdquo) e hipertrofia dos muacutesculos masseacuteteres apresentem
maior predisposiccedilatildeo para as fracturas mandibulares apoacutes cirurgia de terceiros molares
quando a mandiacutebula se encontra enfraquecida Kraszewski et al citados por
Chrcanovic et al apontam como possiacutevel justificaccedilatildeo o facto de estas patologias
afectarem a forccedila de mastigaccedilatildeo
16
No entanto no estudo de Al-Belasy et al fizeram parte sete pacientes com
hipertrofia masseteacuterica e 11 pacientes que realizavam apertamento dentaacuterio eou
bruxismo e em nenhum destes pacientes ocorreu fractura mandibular apoacutes a extracccedilatildeo
213 Lado esquerdo ou direito da mandiacutebula
Apesar de Wagner et al terem verificado uma distribuiccedilatildeo desequilibrada de
fracturas mandibulares entre o lado esquerdo e o direito da mandiacutebula pois 70 dos
casos ocorreram no lado esquerdo Bodner se seus colaboradores apoacutes anaacutelise de vaacuterios
artigos chegaram a outras conclusotildees Nos casos onde era feita referecircncia ao lado da
mandiacutebula em que foi efectuada a extracccedilatildeo verificaram que natildeo existe relaccedilatildeo
significativa entre o lado da mandiacutebula abordado e a ocorrecircncia de fractura 48 dos
casos foram afectados no lado direito e 52 no lado esquerdo Os resultados de Wagner
et al podem ser explicados pelo facto de o profissional estando na posiccedilatildeo normal de
trabalho ter melhor visualizaccedilatildeo e melhor controlo da forccedila aplicada no lado direito
comparativamente ao lado esquerdo (Woldenberg et al 2007) resultando numa
ostectomia menos extensa (Wagner et al 2005)
214 Actividade fiacutesica
As lesotildees maxilo-faciais representam um risco elevado em praticantes de
desporto e as fracturas satildeo uma sequela bastante comum No final da segunda semana
apoacutes cirurgia dos terceiros molares os pacientes normalmente jaacute se sentem bem devido
ao desaparecimento da dor poacutes-operatoacuteria (Libersa et al 2002) Esta diminuccedilatildeo do
desconforto daacute uma falsa sensaccedilatildeo de seguranccedila que pode levar os pacientes que satildeo
atletas activos a voltarem a praticar deporto intenso aumentando o risco de fractura
mandibular tardia na regiatildeo do acircngulo mandibular fragilizada pela cirurgia O risco de
fracturas maxilo-faciais relacionadas com desporto eacute consideravelmente mais elevado
em desportos de contacto por apresentarem bastante popularidade e por falta de
protecccedilatildeo facial (Chrcanovic et al 2010)
215 Doenccedilas sisteacutemicas e medicaccedilatildeo
Krimmel e Reinert defendem que as fracturas mandibulares ocorrem quando a
resistecircncia do osso e as forccedilas exercidas neste natildeo satildeo compatiacuteveis Muitos pacientes
sujeitos a procedimentos ciruacutergicos estatildeo condicionados a terapia medicamentosa e a
doenccedilas sisteacutemicas que podem afectar a resistecircncia oacutessea
17
De acordo com Kirwan citado por Chrcanovic um destes exemplos eacute a terapia
com corticosteroides utilizada no tratamento de algumas doenccedilas como a artrite
reumatoacuteide e doenccedilas relacionadas como a asma brocircnquica neurodermite e por vezes
apoacutes transplante de oacutergatildeos em dosagens mais elevadas Alguns autores como Adachi e
Weinstein referem que um dos efeitos secundaacuterios desta terapia eacute a raacutepida perda de
osso e o aumento de risco de fractura oacutessea sendo este risco duas vezes superior
comparativamente a pessoas sem qualquer terapia e eacute mais elevado apoacutes exposiccedilatildeo
prolongada a estes medicamentos
A osteoporose eacute uma condiccedilatildeo que afecta grandemente a resistecircncia do osso e
pode justificar o aumento da taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares com o
aumento da idade (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000) Eacute comum em
pacientes do sexo feminino pois a diminuiccedilatildeo de estrogeacutenios no periacuteodo poacutes-
menopausa aumenta o ritmo de perda oacutessea Poreacutem tambeacutem pode ocorrer nos homens
estando relacionada com mecanismos ligados essencialmente ao envelhecimento como
a deficiecircncia de vitamina D a absorccedilatildeo diminuiacuteda de caacutelcio e aumento dos niacuteveis de
hormona paratiroideia (PTH) (Yazbek e Neto 2008) Nos homens a testosterona
funciona da mesma forma que os estrogeacutenios na mulher sendo que pacientes com
hipogonadismo tambeacutem experienciam perdas oacutesseas aceleradas (Chrcanovic et al
2010) O osso apresenta composiccedilatildeo normal mas fica diminuiacutedo em quantidade e esta
diminuiccedilatildeo da massa oacutessea frequentemente resulta em fracturas das veacutertebras anca e
antebraccedilo (Do Lee et al 2005) De acordo com Law e Klemetti citados por Do Lee a
osteoporose pode resultar em diminuiccedilatildeo da massa oacutessea da mandiacutebula bem como
provocar alteraccedilotildees na estrutura deste osso especialmente do bordo inferior No mesmo
artigo satildeo citados alguns autores como Shrout e Kashima que referem existir uma
ligaccedilatildeo entre a osteoporose e alteraccedilotildees radiograacuteficas verificadas no padratildeo trabecular
da mandiacutebula
Existem outras patologias que tambeacutem diminuem a forccedila oacutessea como a doenccedila
gastrointestinal pois diminui a absorccedilatildeo de vitamina D De acordo com Ebeling citado
por Chrcanovic a osteoporose nos homens pode estar relacionada com algumas
condiccedilotildees como a hipercalceacutemia nefrolitiacutease terapia com anticonvulsivantes
tirotoxicose doenccedila renal e do fiacutegado mieloma muacuteltiplo ou mastocitose sisteacutemica
Bechtold e Felin citados na anaacutelise de Chrcanovic e colaboradores mencionam
a artrite idiopaacutetica juvenil como a doenccedila reumaacutetica mais comum na aacuterea da pediatria
18
Alguns estudos demonstraram a existecircncia de deficiecircncias significativas da densidade
volumeacutetrica trabecular no osso mineral e massa oacutessea cortical nestes pacientes
Os pacientes com doenccedila renal croacutenica padecem de vaacuterios distuacuterbios no
metabolismo do foacutesforo caacutelcio e ossos Estas alteraccedilotildees devem-se a factores que
contribuem para o aumento da reabsorccedilatildeo oacutessea como a diminuiccedilatildeo da absorccedilatildeo de
caacutelcio pelo intestino excessiva produccedilatildeo de PTH e alteraccedilotildees no metabolismo da
vitamina D (McPhee 2007) De acordo com Chrcanovic et al os ossos satildeo mais
gravemente afectados em casos de doenccedila renal croacutenica do que em casos saudaacuteveis
onde apenas satildeo afectados pelas consequecircncias da idade avanccedilada
A massa oacutessea eacute uma caracteriacutestica principalmente determinada geneticamente
no entanto tambeacutem eacute alterada sob a influecircncia do ambiente Indiviacuteduos com muita
massa muscular e que praticam actividade fiacutesica apresentam maior massa oacutessea do que
por exemplo pacientes fumadores ou com problemas de alcoolismo (Chrcanovic et al
2010) Estas duas uacuteltimas condiccedilotildees satildeo tambeacutem consideradas factores de risco para a
osteoporose (McPhee 2007)
3 Diagnoacutestico
31 Preacute-Ciruacutergico
Uma vez indicada a extracccedilatildeo de dentes inclusos eacute fundamental a realizaccedilatildeo de
um planeamento ciruacutergico baseado em exames cliacutenicos e radioloacutegicos Atraveacutes do
exame cliacutenico obtecircm-se dados especiacuteficos da sauacutede geral do paciente histoacuteria meacutedica e
dentaacuteria e o niacutevel de complexidade e dificuldade operatoacuteria pode ser analisado no
exame radiograacutefico Deste modo o dentista consegue prevenir possiacuteveis acidentes
durante a cirurgia ou no periacuteodo poacutes-operatoacuterio muitas vezes relacionados com a
posiccedilatildeo e localizaccedilatildeo do dente incluso (Juacutenior et al 2006)
As classificaccedilotildees dos dentes inclusos satildeo feitas a partir da anaacutelise radiograacutefica e
com cuidadosa classificaccedilatildeo o dentista pode abordar a cirurgia de forma ordenada e
prever se alguma abordagem ciruacutergica fora do comum precisaraacute ser adoptada (Juacutenior et
al 2006 Xavier et al 2010) Para a maioria dos casos a radiografia periapical eacute a
radiografia de eleiccedilatildeo pois fornece informaccedilatildeo mais detalhada Por outro lado a
ortopantomografia mostra uma imagem mais exacta da anatomia da regiatildeo e pode ser
usada como substituto apropriado (Xavier et al 2010) Aliaacutes na grande maioria satildeo
19
estas as radiografias utilizadas pois eacute possiacutevel visualizar correctamente o longo eixo do
segundo molar o ramo ascendente da mandiacutebula e o niacutevel oacutesseo que satildeo utilizados
como paracircmetros (Juacutenior et al 2006)
Os sistemas de classificaccedilatildeo permitem avaliar a dificuldade da cirurgia e nestes
incluem-se a angulaccedilatildeo (classificaccedilatildeo de Winter ndash Anexo 2) relaccedilatildeo com o bordo
anterior do ramo ascendente (Sistema de Pell amp Gregory I II e III ndash Anexo 1) e relaccedilatildeo
com o plano oclusal (Sistema de Pell amp Gregory A B e C ndash Anexo 1) Outros factores a
ter em conta na anaacutelise radiograacutefica fazem parte de alguns factores predisponentes jaacute
abordados como eacute o caso da morfologia radicular e relaccedilatildeo das raiacutezes com o canal
dentaacuterio inferior a densidade oacutessea que eacute mais elevado em pacientes com mais de 35
anos diminuindo a flexidade e capacidade de expansatildeo do osso e a natureza do tecido
envolvente pois o tipo de empactaccedilatildeo pode ser por tecido mole oacutesseo parcial ou oacutesseo
total (Peterson et al 2000)
A tomografia computadorizada (TC) tem-se tornado muito uacutetil em certas
situaccedilotildees como na avaliaccedilatildeo da proximidade dos dentes inclusos a estruturas
anatoacutemicas na avaliaccedilatildeo da profundidade de empactaccedilatildeo e espessura das paredes
corticais inclinaccedilatildeo vestibulo-lingual e morfologia da coroa e raiacutezes do dente
empactado (Bodner et al 1994)
Como as fracturas mandibulares associadas agrave cirurgia satildeo raras natildeo se justifica
usar a TC como exame complementar preacute-ciruacutergico No entanto em casos especiacuteficos
apoacutes avaliaccedilatildeo criteriosa dos factores predisponentes que aparentam ter um elevado
risco de desenvolvimento de fractura mandibular este exame torna-se vantajoso (Bodner
et al 1994) Pode tambeacutem ser utilizada para determinar o volume oacutesseo relativo da
mandiacutebula ocupado pelo dente (Woldenberg et al 2007)
32 Poacutes-ciruacutergico
Apoacutes ou durante a cirurgia o meacutedico dentista tem que estar alerta para os sinais e
sintomas presenciados pelo paciente que podem indicar a ocorrecircncia de fractura
mandibular
Nos casos que se encontram no periacuteodo poacutes-operatoacuterio natildeo muito prolongado o
principal alerta para a possibilidade de fractura mandibular eacute ouvir um estalido algumas
semanas apoacutes a cirurgia (Woldenberg et al 2007) Considera-se que a mandiacutebula
fractura no momento em que o som eacute ouvido Jaacute nos casos em que decorreu bastante
tempo apoacutes a cirurgia o diagnoacutestico eacute mais complicado O atraso da cicatrizaccedilatildeo e a
20
presenccedila de osteomielite podem ser a causa destas fracturas e quando a cicatrizaccedilatildeo se
prolonga demasiado deve-se sempre considerar o risco de fractura apresentando assim
indicaccedilatildeo para controlo radiograacutefico perioacutedico (Iizuka et al 1997)
O som de um estalido reportado pelo paciente deve ser considerado como
indicativo de uma possiacutevel fractura mesmo que esta natildeo seja detectada inicialmente na
radiografia (Woldenberg et al 2007) Se assim acontecer recomenda-se a realizaccedilatildeo de
radiografias de controlo (Wagner et al 2005) Libersa et al bem como Perry e
Goldberg confirmam este som distinto pois a maioria dos pacientes reportou um som
tipo estalido enquanto mastigavam acompanhado por dor intensa Na anaacutelise de
Krimmel e Reinert todos os pacientes reportaram o mesmo som excepto um que
apenas presenciou um novo episoacutedio de dor
Para aleacutem da dor suacutebita outros sinais cliacutenicos a ter em conta satildeo a presenccedila de
parestesia disestesia ou anestesia relacionadas com o nervo dentaacuterio inferior e as
alteraccedilotildees na oclusatildeo que satildeo um forte indicador de possiacutevel fractura mandibular (Laub
Jr 2009) Poderaacute tambeacutem surgir edema (Wagner et al 2005)
No caso reportado por Woldenberg foi realizada radiografia panoracircmica poacutes-
operatoacuteria imediata apoacutes se ter presenciado um estalido durante a extracccedilatildeo do 38 Na
radiografia verficou-se uma linha radioluacutecida desde o alveacuteolo ateacute ao bordo inferior da
mandiacutebula compatiacutevel com linha de fractura Foi notificada tambeacutem a presenccedila de
parestesia do laacutebio inferior do lado correspondente agrave fractura
No estudo realizado por Wagner et al em 2005 13 dos 17 pacientes que
sofreram fractura mandibular tambeacutem reportaram um som tipo estalido mas nem
sempre associado a sensaccedilatildeo dolorosa imediata No entanto foi reportada
frequentemente a presenccedila de inchaccedilo na zona do acircngulo mandibular respectivo A
meacutedia de dias decorridos entre a cirugia e a fractura foi de 19plusmn4 dias O tempo
decorrido ateacute diagnoacutestico radioloacutegico com conhecimento da data da fractura foi de
10plusmn4 dias
Como jaacute foi referido as fracturas mandibulares nem sempre satildeo diagnosticadas
radiologicamente (Iizuka et al 1997) principalmente se natildeo houver deslocamento
patoloacutegico dos fragmentos (Wagner et al 2007) No estudo de Iizuka et al todas as
fracturas que ocorreram num estado poacutes-operatorio relativamente cedo eram fracturas
sem deslocamento Uma vez que este tipo de fractura natildeo eacute imediatamente reconhecido
um achado radiograacutefico negativo apoacutes suspeita natildeo deve exluir de imediato a presenccedila
de fractura Nestes casos eacute recomendada uma dieta mole e a execuccedilatildeo de radiografias de
21
controlo nos dias seguintes (Iizuka et al 1997) Aliaacutes no estudo de Iizuka et al um dos
pacientes reportou um estalido ao comer no sexto dia poacutes-operatoacuterio cuja radiografia
efectuada nesse mesmo dia natildeo revelou qualquer fractura Quatro semanas depois o
paciente voltou ao consultoacuterio devido a uma dor persistente no local da extracccedilatildeo onde
se verificou atraveacutes da radiografia uma fractura evidente
De acordo com alguns autores na radiografia pode verificar-se uma fractura preacute-
angular o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo eixo do
dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula ou fracturas angulares
com uma linha de fractura paralela agrave bissectriz do acircngulo mandibular (Iizuka et al
1997 Wagner et al 2005)
Em casos de suspeita de fractura sem deslocamento e cujos achados radioloacutegicos
atraveacutes das radiografias convencionais como a ortopantomografia sejam negativos a
tomografia computadorizada (TC) e a tomografia computadorizada de feixe coacutenico
podem ser utilizadas como exames adicionais
De acordo com Roth e colaboradores a TC apresenta resultados superiores aos
da radiografia panoracircmica Este facto justifica-se pelas suas ferramentas de
melhoramento de imagem melhor qualidade de imagem sensibilidade equivalente na
identificaccedilatildeo de fracturas menor erro de interpretaccedilatildeo e opiniotildees mais concordantes
entre os meacutedicos na identificaccedilatildeo das fracturas mandibulares (Roth et al 2005) Outros
estudos suportam a contribuiccedilatildeo dos achados radiograacuteficos na TC para o manuseamento
ciruacutergico de traumas (Eggers et al 2008) No entanto existem algumas desvantagens
nomeadamente o elevado custo a disponibilidade e a elevada exposiccedilatildeo de radiaccedilatildeo
Estes factores promovem a tomografia computadorizada de feixe coacutenico como uma
aceitaacutevel alternativa na avaliaccedilatildeo de fracturas maxilofaciais (Scarfe et al 2006
Shintaku et al 2009)
4 Tratamento
As opccedilotildees de tratamento para as fracturas mandibulares associadas a extracccedilotildees
seguem os princiacutepios do tratamento das fracturas traumaacuteticas do acircngulo da mandiacutebula
As fracturas mandibulares podem ser tratadas realizando-se a reduccedilatildeo
contenccedilatildeo e imobilizaccedilatildeo dos segmentos fracturados sendo que a orientaccedilatildeo da oclusatildeo
dentaacuteria levaraacute a uma perfeita consolidaccedilatildeo dos segmentos fracturados com boa
recuperaccedilatildeo funcional e esteacutetica (Gomes et al 2001) Eacute fundamental identificar e
22
assegurar a correcta oclusatildeo antes de recorrer agrave reduccedilatildeo da fractura (Custoacutedio et al
2007)
O tratamento das fracturas mandibulares iatrogeacutenicas reportado por diversos
estudos na anaacutelise de Bodner et al baseou-se numa reduccedilatildeo fechada da fractura em
40 dos casos reduccedilatildeo aberta em 35 dos pacientes e em 25 dos casos natildeo foi
efectuado qualquer tipo de tratamento Este autor natildeo faz referecircncia ao sucesso dos
tratamentos
Os tratamentos que utilizam apenas fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo chamados reduccedilotildees
fechadas porque natildeo envolvem a abertura directa exposiccedilatildeo e a manipulaccedilatildeo da aacuterea
fracturada Uma reduccedilatildeo aberta inclui exposiccedilatildeo directa e reduccedilatildeo da fractura atraveacutes de
incisatildeo ciruacutergica (Custoacutedio et al 2007)
No estudo de Chrcanovic et al foram analisados 128 casos de fractura
mandibular sendo dois destes relatados por experiecircncia proacutepria No primeiro caso a
paciente ouviu um estalido e na avaliaccedilatildeo da ortopantomografia verificou-se uma
fractura sem deslocamento As possiacuteveis opccedilotildees de tratamento foram discutidas com a
paciente Devido a vaacuterias razotildees nomeadamente a ausecircncia de infecccedilatildeo e deslocamento
entre os segmentos a presenccedila de uma boa oclusatildeo com todos os dentes presentes e o
devido consentimento da paciente foi realizada apenas fixaccedilatildeo intermaxilar Apoacutes trecircs
meses verificou-se radiologicamente uniatildeo oacutessea
No caso reportado por Woldenberg et al durante a extracccedilatildeo do dente 38
verificou-se na panoracircmica uma linha de fractura Foi colocada fixaccedilatildeo intermaxilar e
posteriomente foram realizados novos exames uma panoracircmica e uma TC que
demonstraram bons resultados com aproximaccedilatildeo da linha de fractura Apoacutes duas
semanas a paciente recuperou a sensibilidade ao niacutevel do nervo dentaacuterio inferior
esquerdo Seis semanas apoacutes a cirurgia a fixaccedilatildeo intermaxilar foi removida e a paciente
sujeita a dieta mole por mais quatro semanas Nos dois trecircs e seis meses apoacutes a cirugia
foram realizadas radiografias panoracircmicas Estas revelaram formaccedilatildeo contiacutenua de osso
ao niacutevel do alveacuteolo e da linha de fractura
No estudo de Iizuka et al em seis casos foi realizada reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo
interna em dois efectuou-se fixaccedilatildeo intermaxilar e nos restantes trecircs apenas dieta mole
Todos os pacientes foram submetidos a terapia antibioacutetica durante pelo menos uma
semana simultaneamente com o tratamento da fractura que decorreu sem complicaccedilotildees
Todavia a obtenccedilatildeo de uma boa estabilidade parece ser a protecccedilatildeo mais segura contra
23
a infecccedilatildeo e atraso da cicatrizaccedilatildeo mais do que a terapia antibioacutetica (Mehra e Murad
2008)
De acordo com a literatura hoje em dia o tratamento mais eficaz das fracturas
mandibulares baseia-se na reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo interna no entanto os artigos
abordados cuja fractura estaacute relacionada com a extracccedilatildeo de terceiros molares parecem
ter obtido bons resultados com a utilizaccedilatildeo de fixaccedilatildeo intermaxilar e realizaccedilatildeo de dieta
mole Iizuka et al referem que nos casos de diagnoacutestico precoce e ausecircncia de
sintomatologia eacute adequado um tratamento conservador com fixaccedilatildeo intermaxilar e
nalguns casos a prescriccedilatildeo de dieta mole
No entanto evitar o uso de fixaccedilatildeo intermaxilar no transoperatoacuterio eacute mais
econoacutemico em tempo e custo e mais confortaacutevel para o paciente De acordo com Sorel
citado por Laub Jr alguns dos problemas associados agrave fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo a maacute
alimentaccedilatildeo com perda de peso dificuldades na respiraccedilatildeo e foneacutetica maacute higiene oral e
problemas sociais Em contraste a fixaccedilatildeo interna permite restauraccedilatildeo da funccedilatildeo e
mobilidade mais cedo e aumento do conforto para o paciente com melhoria dos
aspectos atraacutes mencionados Os autores Gomes et al referem que a fixaccedilatildeo intermaxilar
natildeo eacute usualmente necessaacuteria na reduccedilatildeo de fracturas confinadas agrave mandiacutebula
De acordo com Calloway et al citados por Moreno et al o desenvolvimento de
diferentes sistemas de fixaccedilatildeo interna na traumatologia facial e sua aplicaccedilatildeo no
tratamento das fracturas mandibulares conduziu a mudanccedilas nos criteacuterios de realizaccedilatildeo
de imobilizaccedilatildeo poacutes-ciruacutergica Tambeacutem tornou possiacutevel um retorno agrave funccedilatildeo normal
mais raacutepido Esta teacutecnica utiliza placas e parafusos na regiatildeo da fractura para se obter
contenccedilatildeo estaacutevel e eficaz promovendo cicatrizaccedilatildeo oacutessea primaacuteria sem que seja
necessaacuteria a extensatildeo do uso de fixaccedilatildeo intermaxilar A eliminaccedilatildeo desta ou uso por
periacuteodo miacutenimo geralmente resulta em maior satisfaccedilatildeo para o paciente (Gomes et al
2001 Custoacutedio et al 2007) Nesta modalidade o acesso agrave aacuterea da fractura pode ser
conseguido atraveacutes de abordagem intra-oral ou extra-oral (Mehra e Murad 2008)
As fracturas com grande grau de deslocamento ou fracturas cominutivas
necessitam de uma abordagem extra-oral para correcta reduccedilatildeo e visualizaccedilatildeo ao
colocar as estruturas de fixaccedilatildeo interna Por esta razatildeo e por natildeo haver comunicaccedilatildeo
com o meio intra-oral este meacutetodo apresenta baixo iacutendice de contaminaccedilatildeo A reduccedilatildeo
aberta com abordagem intra-oral pode ser utilizada nos casos de ausecircncia ou ligeiro
deslocamento dos fragmentos pacientes pouco cooperantes ou que necessitam de
restabelecimento imediato da funccedilatildeo mastigatoacuteria (Custoacutedio et al 2007)
24
A utilizaccedilatildeo de meacutetodos de fixaccedilatildeo interna nas fracturas mandibulares parece ser
o meacutetodo de tratamento mais aceitaacutevel (Moreno et al 2000) No entanto
independentemente do meacutetodo utilizado a finalidade baacutesica do tratamento das fracturas
deve ser o restabelecimento da oclusatildeo funcional e a continuidade mandibular
promovendo a restauraccedilatildeo das funccedilotildees mastigatoacuterias do paciente com o miacutenimo de
sequelas possiacutevel (Custoacutedio et al 2007)
5 Medidas preventivas
Perante avaliaccedilatildeo cliacutenica e posterior suspeita de ser um paciente de alto risco de
desenvolvimento de fractura mandibular algumas medidas devem ser ponderadas com
especial atenccedilatildeo Chrcanovic et al apontam mesmo a inadequada avaliaccedilatildeo preacute-
operatoacuteria como um factor de risco ou factor predisponente para o desenvolvimento de
fracturas Portanto este seria o primeiro ponto a ter em conta para um adequado
procedimento ciruacutergico com medidas atenuantes do risco de complicaccedilotildees A
identificaccedilatildeo de dentes que representam elevado risco de complicaccedilotildees relacionadas
com a cirurgia eacute a chave para o desenvolvimento de medidas profilaacutecticas com o
objectivo de evitar fracturas mandibulares Todos os indicadores de risco devem ser
bem analisados
Bodner e colaboradores descreveram algumas medidas preventivas para reduzir
a possibilidade de ocorrecircncia de fracturas mandibulares iatrogeacutenicas Estas incluem os
seguintes passos informar o paciente sobre a existecircncia do risco de fractura e da
importacircncia da sua cooperaccedilatildeo (Libersa et al 2002) a remoccedilatildeo oacutessea quando
necessaacuteria deve ser miacutenima e se possiacutevel efectuar odontossecccedilatildeo reduzindo a aacuterea
oacutessea removida se o dente empactado se encontrar perto do bordo inferior da
mandiacutebula considerar a abordagem extra-oral pacientes devem realizar dieta mole nas
quatro semanas seguintes agrave cirurgia (Wagner et al 2005 Woldenberg et al 2007)
embora Iizuka et al refiram apenas duas semanas e limitar a forccedila mastigatoacuteria durante
dois meses (Libersa et al 2002) o meacutedico dentista deve dar ecircnfase agrave qualidade e
duraccedilatildeo da dieta mole (Perry e Goldberg 2000) informar o paciente sobre os sinais
cliacutenicos e sintomas de uma fractura poacutes-operatoacuteria alertar o paciente para a
possibilidade de ouvir um som tipo estalido que pode indicar a presenccedila de fractura natildeo
sendo no entanto facilmente detectaacutevel radiologicamente com necessidade de
posteriores radiografias (Iizuka et al 1997)
25
Obiechina et al citados por Al-Belasy et al referem que perante as
dificuldades inerentes a esta cirurgia eacute recomendado que esta seja efectuada antes dos
25 anos Aliaacutes de acordo com Libersa et al a remoccedilatildeo profilaacutectica de terceiros molares
antes dos 20 anos de idade pode atenuar o risco de fractura
De acordo com Chrcanovic et al em casos em que a extracccedilatildeo de terceiros
molares inclusos eacute recomendada o risco de desenvolver uma fractura mandibular intra-
operatoacuteria pode ser evitada quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando
existe uma boa visualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada (Al-Belasy et al 2009)
Estes autores referem que o risco de fracturas mandibulares tanto imediatas como
tardias pode ser evitado pelo diagnoacutestico preciso e bem elaborado nos seguintes casos
pacientes com mais de 25 anos de idade principalmente homens pacientes com
bruxismo atletas activos raiacutezes do terceiro molar sobrepostas ou adjacentes ao canal
dentaacuterio inferior visualizadas na panoracircmica pacientes com patologia local ou
sisteacutemica ou sob medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea
26
Conclusatildeo
As taxas de incidecircncia da fractura traumaacutetica mandibular satildeo elevadas
principalmente quando comparadas com as fracturas mandibulares associadas a
exodontias que rondam os 00046 Apesar de rara a possibilidade de ocorrer e os
sinais e sintomas que acarreta devem ser destacados na informaccedilatildeo e esclarecimento ao
paciente A remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos eacute a cirurgia mais associada a estas
fracturas e as indicaccedilotildees quanto agrave sua realizaccedilatildeo ainda satildeo um pouco questionadas
Cada caso deve ser bem avaliado com os meacutetodos cliacutenicos e radiograacuteficos necessaacuterios
Quando eacute decidida a realizaccedilatildeo de extracccedilatildeo a radiografia periapical eacute
considerada um exame de eleiccedilatildeo no entanto a radiografia panoracircmica eacute um bom
substituto e permite utilizar sistemas de classificaccedilatildeo que podem ajudar o dentista na
determinaccedilatildeo do grau de complexidade e dificuldade do procedimento Por outro lado a
tomografia computadorizada (TC) pode ser utilizada em casos muito especiacuteficos com
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos factores predisponentes agrave ocorrecircncia de fractura mandibular
associada agrave exodontia
As fracturas podem ocorrer durante ou apoacutes a cirurgia sendo estas uacuteltimas as
mais frequentes Pacientes com mais de 25 anos geralmente entre os 40 e 50 anos
aparentam ter maior predisposiccedilatildeo provavelmente devido agrave diminuiccedilatildeo da elasticidade
oacutessea e dificuldades na expansatildeo alveolar durante a cirurgia A osteoporose tambeacutem
pode estar relacionada com o enfraquecimento da estrutura oacutessea
As fracturas imediatas estatildeo geralmente associadas a utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos Esta forccedila aplicada numa
mandiacutebula enfraquecida por razotildees preacute-ciruacutergicas aumenta a predisposiccedilatildeo para
fractura A fragilidade mandibular pode ser fisioloacutegica mas pode tambeacutem estar
relacionada com factores locais ou sisteacutemicos como doenccedilas ou medicamentos que
afectam a resistecircncia oacutessea As infecccedilotildees e lesotildees quiacutesticas ou tumorais bem como a
terapia com corticosteroacuteides e a osteoporose satildeo exemplos destes factores Durante o
procedimento deve-se optar pela remoccedilatildeo oacutessea miacutenima e se possiacutevel realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo obtenccedilatildeo de boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e aplicaccedilatildeo de forccedila
guiada e controlada As fracturas mandibulares tardias geralmente estatildeo associadas a um
enfraquecimento da mandiacutebula que surgiu apoacutes a extracccedilatildeo sendo a remoccedilatildeo oacutessea
excessiva um factor relacionado Quanto maior a quantidade de osso removido maior o
defeito oacutesseo criado maior a fragilidade mandibular e consequentemente o risco de
fractura aumenta Deste modo dentes inclusos com grande empactaccedilatildeo e envolvimento
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
16
No entanto no estudo de Al-Belasy et al fizeram parte sete pacientes com
hipertrofia masseteacuterica e 11 pacientes que realizavam apertamento dentaacuterio eou
bruxismo e em nenhum destes pacientes ocorreu fractura mandibular apoacutes a extracccedilatildeo
213 Lado esquerdo ou direito da mandiacutebula
Apesar de Wagner et al terem verificado uma distribuiccedilatildeo desequilibrada de
fracturas mandibulares entre o lado esquerdo e o direito da mandiacutebula pois 70 dos
casos ocorreram no lado esquerdo Bodner se seus colaboradores apoacutes anaacutelise de vaacuterios
artigos chegaram a outras conclusotildees Nos casos onde era feita referecircncia ao lado da
mandiacutebula em que foi efectuada a extracccedilatildeo verificaram que natildeo existe relaccedilatildeo
significativa entre o lado da mandiacutebula abordado e a ocorrecircncia de fractura 48 dos
casos foram afectados no lado direito e 52 no lado esquerdo Os resultados de Wagner
et al podem ser explicados pelo facto de o profissional estando na posiccedilatildeo normal de
trabalho ter melhor visualizaccedilatildeo e melhor controlo da forccedila aplicada no lado direito
comparativamente ao lado esquerdo (Woldenberg et al 2007) resultando numa
ostectomia menos extensa (Wagner et al 2005)
214 Actividade fiacutesica
As lesotildees maxilo-faciais representam um risco elevado em praticantes de
desporto e as fracturas satildeo uma sequela bastante comum No final da segunda semana
apoacutes cirurgia dos terceiros molares os pacientes normalmente jaacute se sentem bem devido
ao desaparecimento da dor poacutes-operatoacuteria (Libersa et al 2002) Esta diminuccedilatildeo do
desconforto daacute uma falsa sensaccedilatildeo de seguranccedila que pode levar os pacientes que satildeo
atletas activos a voltarem a praticar deporto intenso aumentando o risco de fractura
mandibular tardia na regiatildeo do acircngulo mandibular fragilizada pela cirurgia O risco de
fracturas maxilo-faciais relacionadas com desporto eacute consideravelmente mais elevado
em desportos de contacto por apresentarem bastante popularidade e por falta de
protecccedilatildeo facial (Chrcanovic et al 2010)
215 Doenccedilas sisteacutemicas e medicaccedilatildeo
Krimmel e Reinert defendem que as fracturas mandibulares ocorrem quando a
resistecircncia do osso e as forccedilas exercidas neste natildeo satildeo compatiacuteveis Muitos pacientes
sujeitos a procedimentos ciruacutergicos estatildeo condicionados a terapia medicamentosa e a
doenccedilas sisteacutemicas que podem afectar a resistecircncia oacutessea
17
De acordo com Kirwan citado por Chrcanovic um destes exemplos eacute a terapia
com corticosteroides utilizada no tratamento de algumas doenccedilas como a artrite
reumatoacuteide e doenccedilas relacionadas como a asma brocircnquica neurodermite e por vezes
apoacutes transplante de oacutergatildeos em dosagens mais elevadas Alguns autores como Adachi e
Weinstein referem que um dos efeitos secundaacuterios desta terapia eacute a raacutepida perda de
osso e o aumento de risco de fractura oacutessea sendo este risco duas vezes superior
comparativamente a pessoas sem qualquer terapia e eacute mais elevado apoacutes exposiccedilatildeo
prolongada a estes medicamentos
A osteoporose eacute uma condiccedilatildeo que afecta grandemente a resistecircncia do osso e
pode justificar o aumento da taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares com o
aumento da idade (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000) Eacute comum em
pacientes do sexo feminino pois a diminuiccedilatildeo de estrogeacutenios no periacuteodo poacutes-
menopausa aumenta o ritmo de perda oacutessea Poreacutem tambeacutem pode ocorrer nos homens
estando relacionada com mecanismos ligados essencialmente ao envelhecimento como
a deficiecircncia de vitamina D a absorccedilatildeo diminuiacuteda de caacutelcio e aumento dos niacuteveis de
hormona paratiroideia (PTH) (Yazbek e Neto 2008) Nos homens a testosterona
funciona da mesma forma que os estrogeacutenios na mulher sendo que pacientes com
hipogonadismo tambeacutem experienciam perdas oacutesseas aceleradas (Chrcanovic et al
2010) O osso apresenta composiccedilatildeo normal mas fica diminuiacutedo em quantidade e esta
diminuiccedilatildeo da massa oacutessea frequentemente resulta em fracturas das veacutertebras anca e
antebraccedilo (Do Lee et al 2005) De acordo com Law e Klemetti citados por Do Lee a
osteoporose pode resultar em diminuiccedilatildeo da massa oacutessea da mandiacutebula bem como
provocar alteraccedilotildees na estrutura deste osso especialmente do bordo inferior No mesmo
artigo satildeo citados alguns autores como Shrout e Kashima que referem existir uma
ligaccedilatildeo entre a osteoporose e alteraccedilotildees radiograacuteficas verificadas no padratildeo trabecular
da mandiacutebula
Existem outras patologias que tambeacutem diminuem a forccedila oacutessea como a doenccedila
gastrointestinal pois diminui a absorccedilatildeo de vitamina D De acordo com Ebeling citado
por Chrcanovic a osteoporose nos homens pode estar relacionada com algumas
condiccedilotildees como a hipercalceacutemia nefrolitiacutease terapia com anticonvulsivantes
tirotoxicose doenccedila renal e do fiacutegado mieloma muacuteltiplo ou mastocitose sisteacutemica
Bechtold e Felin citados na anaacutelise de Chrcanovic e colaboradores mencionam
a artrite idiopaacutetica juvenil como a doenccedila reumaacutetica mais comum na aacuterea da pediatria
18
Alguns estudos demonstraram a existecircncia de deficiecircncias significativas da densidade
volumeacutetrica trabecular no osso mineral e massa oacutessea cortical nestes pacientes
Os pacientes com doenccedila renal croacutenica padecem de vaacuterios distuacuterbios no
metabolismo do foacutesforo caacutelcio e ossos Estas alteraccedilotildees devem-se a factores que
contribuem para o aumento da reabsorccedilatildeo oacutessea como a diminuiccedilatildeo da absorccedilatildeo de
caacutelcio pelo intestino excessiva produccedilatildeo de PTH e alteraccedilotildees no metabolismo da
vitamina D (McPhee 2007) De acordo com Chrcanovic et al os ossos satildeo mais
gravemente afectados em casos de doenccedila renal croacutenica do que em casos saudaacuteveis
onde apenas satildeo afectados pelas consequecircncias da idade avanccedilada
A massa oacutessea eacute uma caracteriacutestica principalmente determinada geneticamente
no entanto tambeacutem eacute alterada sob a influecircncia do ambiente Indiviacuteduos com muita
massa muscular e que praticam actividade fiacutesica apresentam maior massa oacutessea do que
por exemplo pacientes fumadores ou com problemas de alcoolismo (Chrcanovic et al
2010) Estas duas uacuteltimas condiccedilotildees satildeo tambeacutem consideradas factores de risco para a
osteoporose (McPhee 2007)
3 Diagnoacutestico
31 Preacute-Ciruacutergico
Uma vez indicada a extracccedilatildeo de dentes inclusos eacute fundamental a realizaccedilatildeo de
um planeamento ciruacutergico baseado em exames cliacutenicos e radioloacutegicos Atraveacutes do
exame cliacutenico obtecircm-se dados especiacuteficos da sauacutede geral do paciente histoacuteria meacutedica e
dentaacuteria e o niacutevel de complexidade e dificuldade operatoacuteria pode ser analisado no
exame radiograacutefico Deste modo o dentista consegue prevenir possiacuteveis acidentes
durante a cirurgia ou no periacuteodo poacutes-operatoacuterio muitas vezes relacionados com a
posiccedilatildeo e localizaccedilatildeo do dente incluso (Juacutenior et al 2006)
As classificaccedilotildees dos dentes inclusos satildeo feitas a partir da anaacutelise radiograacutefica e
com cuidadosa classificaccedilatildeo o dentista pode abordar a cirurgia de forma ordenada e
prever se alguma abordagem ciruacutergica fora do comum precisaraacute ser adoptada (Juacutenior et
al 2006 Xavier et al 2010) Para a maioria dos casos a radiografia periapical eacute a
radiografia de eleiccedilatildeo pois fornece informaccedilatildeo mais detalhada Por outro lado a
ortopantomografia mostra uma imagem mais exacta da anatomia da regiatildeo e pode ser
usada como substituto apropriado (Xavier et al 2010) Aliaacutes na grande maioria satildeo
19
estas as radiografias utilizadas pois eacute possiacutevel visualizar correctamente o longo eixo do
segundo molar o ramo ascendente da mandiacutebula e o niacutevel oacutesseo que satildeo utilizados
como paracircmetros (Juacutenior et al 2006)
Os sistemas de classificaccedilatildeo permitem avaliar a dificuldade da cirurgia e nestes
incluem-se a angulaccedilatildeo (classificaccedilatildeo de Winter ndash Anexo 2) relaccedilatildeo com o bordo
anterior do ramo ascendente (Sistema de Pell amp Gregory I II e III ndash Anexo 1) e relaccedilatildeo
com o plano oclusal (Sistema de Pell amp Gregory A B e C ndash Anexo 1) Outros factores a
ter em conta na anaacutelise radiograacutefica fazem parte de alguns factores predisponentes jaacute
abordados como eacute o caso da morfologia radicular e relaccedilatildeo das raiacutezes com o canal
dentaacuterio inferior a densidade oacutessea que eacute mais elevado em pacientes com mais de 35
anos diminuindo a flexidade e capacidade de expansatildeo do osso e a natureza do tecido
envolvente pois o tipo de empactaccedilatildeo pode ser por tecido mole oacutesseo parcial ou oacutesseo
total (Peterson et al 2000)
A tomografia computadorizada (TC) tem-se tornado muito uacutetil em certas
situaccedilotildees como na avaliaccedilatildeo da proximidade dos dentes inclusos a estruturas
anatoacutemicas na avaliaccedilatildeo da profundidade de empactaccedilatildeo e espessura das paredes
corticais inclinaccedilatildeo vestibulo-lingual e morfologia da coroa e raiacutezes do dente
empactado (Bodner et al 1994)
Como as fracturas mandibulares associadas agrave cirurgia satildeo raras natildeo se justifica
usar a TC como exame complementar preacute-ciruacutergico No entanto em casos especiacuteficos
apoacutes avaliaccedilatildeo criteriosa dos factores predisponentes que aparentam ter um elevado
risco de desenvolvimento de fractura mandibular este exame torna-se vantajoso (Bodner
et al 1994) Pode tambeacutem ser utilizada para determinar o volume oacutesseo relativo da
mandiacutebula ocupado pelo dente (Woldenberg et al 2007)
32 Poacutes-ciruacutergico
Apoacutes ou durante a cirurgia o meacutedico dentista tem que estar alerta para os sinais e
sintomas presenciados pelo paciente que podem indicar a ocorrecircncia de fractura
mandibular
Nos casos que se encontram no periacuteodo poacutes-operatoacuterio natildeo muito prolongado o
principal alerta para a possibilidade de fractura mandibular eacute ouvir um estalido algumas
semanas apoacutes a cirurgia (Woldenberg et al 2007) Considera-se que a mandiacutebula
fractura no momento em que o som eacute ouvido Jaacute nos casos em que decorreu bastante
tempo apoacutes a cirurgia o diagnoacutestico eacute mais complicado O atraso da cicatrizaccedilatildeo e a
20
presenccedila de osteomielite podem ser a causa destas fracturas e quando a cicatrizaccedilatildeo se
prolonga demasiado deve-se sempre considerar o risco de fractura apresentando assim
indicaccedilatildeo para controlo radiograacutefico perioacutedico (Iizuka et al 1997)
O som de um estalido reportado pelo paciente deve ser considerado como
indicativo de uma possiacutevel fractura mesmo que esta natildeo seja detectada inicialmente na
radiografia (Woldenberg et al 2007) Se assim acontecer recomenda-se a realizaccedilatildeo de
radiografias de controlo (Wagner et al 2005) Libersa et al bem como Perry e
Goldberg confirmam este som distinto pois a maioria dos pacientes reportou um som
tipo estalido enquanto mastigavam acompanhado por dor intensa Na anaacutelise de
Krimmel e Reinert todos os pacientes reportaram o mesmo som excepto um que
apenas presenciou um novo episoacutedio de dor
Para aleacutem da dor suacutebita outros sinais cliacutenicos a ter em conta satildeo a presenccedila de
parestesia disestesia ou anestesia relacionadas com o nervo dentaacuterio inferior e as
alteraccedilotildees na oclusatildeo que satildeo um forte indicador de possiacutevel fractura mandibular (Laub
Jr 2009) Poderaacute tambeacutem surgir edema (Wagner et al 2005)
No caso reportado por Woldenberg foi realizada radiografia panoracircmica poacutes-
operatoacuteria imediata apoacutes se ter presenciado um estalido durante a extracccedilatildeo do 38 Na
radiografia verficou-se uma linha radioluacutecida desde o alveacuteolo ateacute ao bordo inferior da
mandiacutebula compatiacutevel com linha de fractura Foi notificada tambeacutem a presenccedila de
parestesia do laacutebio inferior do lado correspondente agrave fractura
No estudo realizado por Wagner et al em 2005 13 dos 17 pacientes que
sofreram fractura mandibular tambeacutem reportaram um som tipo estalido mas nem
sempre associado a sensaccedilatildeo dolorosa imediata No entanto foi reportada
frequentemente a presenccedila de inchaccedilo na zona do acircngulo mandibular respectivo A
meacutedia de dias decorridos entre a cirugia e a fractura foi de 19plusmn4 dias O tempo
decorrido ateacute diagnoacutestico radioloacutegico com conhecimento da data da fractura foi de
10plusmn4 dias
Como jaacute foi referido as fracturas mandibulares nem sempre satildeo diagnosticadas
radiologicamente (Iizuka et al 1997) principalmente se natildeo houver deslocamento
patoloacutegico dos fragmentos (Wagner et al 2007) No estudo de Iizuka et al todas as
fracturas que ocorreram num estado poacutes-operatorio relativamente cedo eram fracturas
sem deslocamento Uma vez que este tipo de fractura natildeo eacute imediatamente reconhecido
um achado radiograacutefico negativo apoacutes suspeita natildeo deve exluir de imediato a presenccedila
de fractura Nestes casos eacute recomendada uma dieta mole e a execuccedilatildeo de radiografias de
21
controlo nos dias seguintes (Iizuka et al 1997) Aliaacutes no estudo de Iizuka et al um dos
pacientes reportou um estalido ao comer no sexto dia poacutes-operatoacuterio cuja radiografia
efectuada nesse mesmo dia natildeo revelou qualquer fractura Quatro semanas depois o
paciente voltou ao consultoacuterio devido a uma dor persistente no local da extracccedilatildeo onde
se verificou atraveacutes da radiografia uma fractura evidente
De acordo com alguns autores na radiografia pode verificar-se uma fractura preacute-
angular o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo eixo do
dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula ou fracturas angulares
com uma linha de fractura paralela agrave bissectriz do acircngulo mandibular (Iizuka et al
1997 Wagner et al 2005)
Em casos de suspeita de fractura sem deslocamento e cujos achados radioloacutegicos
atraveacutes das radiografias convencionais como a ortopantomografia sejam negativos a
tomografia computadorizada (TC) e a tomografia computadorizada de feixe coacutenico
podem ser utilizadas como exames adicionais
De acordo com Roth e colaboradores a TC apresenta resultados superiores aos
da radiografia panoracircmica Este facto justifica-se pelas suas ferramentas de
melhoramento de imagem melhor qualidade de imagem sensibilidade equivalente na
identificaccedilatildeo de fracturas menor erro de interpretaccedilatildeo e opiniotildees mais concordantes
entre os meacutedicos na identificaccedilatildeo das fracturas mandibulares (Roth et al 2005) Outros
estudos suportam a contribuiccedilatildeo dos achados radiograacuteficos na TC para o manuseamento
ciruacutergico de traumas (Eggers et al 2008) No entanto existem algumas desvantagens
nomeadamente o elevado custo a disponibilidade e a elevada exposiccedilatildeo de radiaccedilatildeo
Estes factores promovem a tomografia computadorizada de feixe coacutenico como uma
aceitaacutevel alternativa na avaliaccedilatildeo de fracturas maxilofaciais (Scarfe et al 2006
Shintaku et al 2009)
4 Tratamento
As opccedilotildees de tratamento para as fracturas mandibulares associadas a extracccedilotildees
seguem os princiacutepios do tratamento das fracturas traumaacuteticas do acircngulo da mandiacutebula
As fracturas mandibulares podem ser tratadas realizando-se a reduccedilatildeo
contenccedilatildeo e imobilizaccedilatildeo dos segmentos fracturados sendo que a orientaccedilatildeo da oclusatildeo
dentaacuteria levaraacute a uma perfeita consolidaccedilatildeo dos segmentos fracturados com boa
recuperaccedilatildeo funcional e esteacutetica (Gomes et al 2001) Eacute fundamental identificar e
22
assegurar a correcta oclusatildeo antes de recorrer agrave reduccedilatildeo da fractura (Custoacutedio et al
2007)
O tratamento das fracturas mandibulares iatrogeacutenicas reportado por diversos
estudos na anaacutelise de Bodner et al baseou-se numa reduccedilatildeo fechada da fractura em
40 dos casos reduccedilatildeo aberta em 35 dos pacientes e em 25 dos casos natildeo foi
efectuado qualquer tipo de tratamento Este autor natildeo faz referecircncia ao sucesso dos
tratamentos
Os tratamentos que utilizam apenas fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo chamados reduccedilotildees
fechadas porque natildeo envolvem a abertura directa exposiccedilatildeo e a manipulaccedilatildeo da aacuterea
fracturada Uma reduccedilatildeo aberta inclui exposiccedilatildeo directa e reduccedilatildeo da fractura atraveacutes de
incisatildeo ciruacutergica (Custoacutedio et al 2007)
No estudo de Chrcanovic et al foram analisados 128 casos de fractura
mandibular sendo dois destes relatados por experiecircncia proacutepria No primeiro caso a
paciente ouviu um estalido e na avaliaccedilatildeo da ortopantomografia verificou-se uma
fractura sem deslocamento As possiacuteveis opccedilotildees de tratamento foram discutidas com a
paciente Devido a vaacuterias razotildees nomeadamente a ausecircncia de infecccedilatildeo e deslocamento
entre os segmentos a presenccedila de uma boa oclusatildeo com todos os dentes presentes e o
devido consentimento da paciente foi realizada apenas fixaccedilatildeo intermaxilar Apoacutes trecircs
meses verificou-se radiologicamente uniatildeo oacutessea
No caso reportado por Woldenberg et al durante a extracccedilatildeo do dente 38
verificou-se na panoracircmica uma linha de fractura Foi colocada fixaccedilatildeo intermaxilar e
posteriomente foram realizados novos exames uma panoracircmica e uma TC que
demonstraram bons resultados com aproximaccedilatildeo da linha de fractura Apoacutes duas
semanas a paciente recuperou a sensibilidade ao niacutevel do nervo dentaacuterio inferior
esquerdo Seis semanas apoacutes a cirurgia a fixaccedilatildeo intermaxilar foi removida e a paciente
sujeita a dieta mole por mais quatro semanas Nos dois trecircs e seis meses apoacutes a cirugia
foram realizadas radiografias panoracircmicas Estas revelaram formaccedilatildeo contiacutenua de osso
ao niacutevel do alveacuteolo e da linha de fractura
No estudo de Iizuka et al em seis casos foi realizada reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo
interna em dois efectuou-se fixaccedilatildeo intermaxilar e nos restantes trecircs apenas dieta mole
Todos os pacientes foram submetidos a terapia antibioacutetica durante pelo menos uma
semana simultaneamente com o tratamento da fractura que decorreu sem complicaccedilotildees
Todavia a obtenccedilatildeo de uma boa estabilidade parece ser a protecccedilatildeo mais segura contra
23
a infecccedilatildeo e atraso da cicatrizaccedilatildeo mais do que a terapia antibioacutetica (Mehra e Murad
2008)
De acordo com a literatura hoje em dia o tratamento mais eficaz das fracturas
mandibulares baseia-se na reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo interna no entanto os artigos
abordados cuja fractura estaacute relacionada com a extracccedilatildeo de terceiros molares parecem
ter obtido bons resultados com a utilizaccedilatildeo de fixaccedilatildeo intermaxilar e realizaccedilatildeo de dieta
mole Iizuka et al referem que nos casos de diagnoacutestico precoce e ausecircncia de
sintomatologia eacute adequado um tratamento conservador com fixaccedilatildeo intermaxilar e
nalguns casos a prescriccedilatildeo de dieta mole
No entanto evitar o uso de fixaccedilatildeo intermaxilar no transoperatoacuterio eacute mais
econoacutemico em tempo e custo e mais confortaacutevel para o paciente De acordo com Sorel
citado por Laub Jr alguns dos problemas associados agrave fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo a maacute
alimentaccedilatildeo com perda de peso dificuldades na respiraccedilatildeo e foneacutetica maacute higiene oral e
problemas sociais Em contraste a fixaccedilatildeo interna permite restauraccedilatildeo da funccedilatildeo e
mobilidade mais cedo e aumento do conforto para o paciente com melhoria dos
aspectos atraacutes mencionados Os autores Gomes et al referem que a fixaccedilatildeo intermaxilar
natildeo eacute usualmente necessaacuteria na reduccedilatildeo de fracturas confinadas agrave mandiacutebula
De acordo com Calloway et al citados por Moreno et al o desenvolvimento de
diferentes sistemas de fixaccedilatildeo interna na traumatologia facial e sua aplicaccedilatildeo no
tratamento das fracturas mandibulares conduziu a mudanccedilas nos criteacuterios de realizaccedilatildeo
de imobilizaccedilatildeo poacutes-ciruacutergica Tambeacutem tornou possiacutevel um retorno agrave funccedilatildeo normal
mais raacutepido Esta teacutecnica utiliza placas e parafusos na regiatildeo da fractura para se obter
contenccedilatildeo estaacutevel e eficaz promovendo cicatrizaccedilatildeo oacutessea primaacuteria sem que seja
necessaacuteria a extensatildeo do uso de fixaccedilatildeo intermaxilar A eliminaccedilatildeo desta ou uso por
periacuteodo miacutenimo geralmente resulta em maior satisfaccedilatildeo para o paciente (Gomes et al
2001 Custoacutedio et al 2007) Nesta modalidade o acesso agrave aacuterea da fractura pode ser
conseguido atraveacutes de abordagem intra-oral ou extra-oral (Mehra e Murad 2008)
As fracturas com grande grau de deslocamento ou fracturas cominutivas
necessitam de uma abordagem extra-oral para correcta reduccedilatildeo e visualizaccedilatildeo ao
colocar as estruturas de fixaccedilatildeo interna Por esta razatildeo e por natildeo haver comunicaccedilatildeo
com o meio intra-oral este meacutetodo apresenta baixo iacutendice de contaminaccedilatildeo A reduccedilatildeo
aberta com abordagem intra-oral pode ser utilizada nos casos de ausecircncia ou ligeiro
deslocamento dos fragmentos pacientes pouco cooperantes ou que necessitam de
restabelecimento imediato da funccedilatildeo mastigatoacuteria (Custoacutedio et al 2007)
24
A utilizaccedilatildeo de meacutetodos de fixaccedilatildeo interna nas fracturas mandibulares parece ser
o meacutetodo de tratamento mais aceitaacutevel (Moreno et al 2000) No entanto
independentemente do meacutetodo utilizado a finalidade baacutesica do tratamento das fracturas
deve ser o restabelecimento da oclusatildeo funcional e a continuidade mandibular
promovendo a restauraccedilatildeo das funccedilotildees mastigatoacuterias do paciente com o miacutenimo de
sequelas possiacutevel (Custoacutedio et al 2007)
5 Medidas preventivas
Perante avaliaccedilatildeo cliacutenica e posterior suspeita de ser um paciente de alto risco de
desenvolvimento de fractura mandibular algumas medidas devem ser ponderadas com
especial atenccedilatildeo Chrcanovic et al apontam mesmo a inadequada avaliaccedilatildeo preacute-
operatoacuteria como um factor de risco ou factor predisponente para o desenvolvimento de
fracturas Portanto este seria o primeiro ponto a ter em conta para um adequado
procedimento ciruacutergico com medidas atenuantes do risco de complicaccedilotildees A
identificaccedilatildeo de dentes que representam elevado risco de complicaccedilotildees relacionadas
com a cirurgia eacute a chave para o desenvolvimento de medidas profilaacutecticas com o
objectivo de evitar fracturas mandibulares Todos os indicadores de risco devem ser
bem analisados
Bodner e colaboradores descreveram algumas medidas preventivas para reduzir
a possibilidade de ocorrecircncia de fracturas mandibulares iatrogeacutenicas Estas incluem os
seguintes passos informar o paciente sobre a existecircncia do risco de fractura e da
importacircncia da sua cooperaccedilatildeo (Libersa et al 2002) a remoccedilatildeo oacutessea quando
necessaacuteria deve ser miacutenima e se possiacutevel efectuar odontossecccedilatildeo reduzindo a aacuterea
oacutessea removida se o dente empactado se encontrar perto do bordo inferior da
mandiacutebula considerar a abordagem extra-oral pacientes devem realizar dieta mole nas
quatro semanas seguintes agrave cirurgia (Wagner et al 2005 Woldenberg et al 2007)
embora Iizuka et al refiram apenas duas semanas e limitar a forccedila mastigatoacuteria durante
dois meses (Libersa et al 2002) o meacutedico dentista deve dar ecircnfase agrave qualidade e
duraccedilatildeo da dieta mole (Perry e Goldberg 2000) informar o paciente sobre os sinais
cliacutenicos e sintomas de uma fractura poacutes-operatoacuteria alertar o paciente para a
possibilidade de ouvir um som tipo estalido que pode indicar a presenccedila de fractura natildeo
sendo no entanto facilmente detectaacutevel radiologicamente com necessidade de
posteriores radiografias (Iizuka et al 1997)
25
Obiechina et al citados por Al-Belasy et al referem que perante as
dificuldades inerentes a esta cirurgia eacute recomendado que esta seja efectuada antes dos
25 anos Aliaacutes de acordo com Libersa et al a remoccedilatildeo profilaacutectica de terceiros molares
antes dos 20 anos de idade pode atenuar o risco de fractura
De acordo com Chrcanovic et al em casos em que a extracccedilatildeo de terceiros
molares inclusos eacute recomendada o risco de desenvolver uma fractura mandibular intra-
operatoacuteria pode ser evitada quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando
existe uma boa visualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada (Al-Belasy et al 2009)
Estes autores referem que o risco de fracturas mandibulares tanto imediatas como
tardias pode ser evitado pelo diagnoacutestico preciso e bem elaborado nos seguintes casos
pacientes com mais de 25 anos de idade principalmente homens pacientes com
bruxismo atletas activos raiacutezes do terceiro molar sobrepostas ou adjacentes ao canal
dentaacuterio inferior visualizadas na panoracircmica pacientes com patologia local ou
sisteacutemica ou sob medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea
26
Conclusatildeo
As taxas de incidecircncia da fractura traumaacutetica mandibular satildeo elevadas
principalmente quando comparadas com as fracturas mandibulares associadas a
exodontias que rondam os 00046 Apesar de rara a possibilidade de ocorrer e os
sinais e sintomas que acarreta devem ser destacados na informaccedilatildeo e esclarecimento ao
paciente A remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos eacute a cirurgia mais associada a estas
fracturas e as indicaccedilotildees quanto agrave sua realizaccedilatildeo ainda satildeo um pouco questionadas
Cada caso deve ser bem avaliado com os meacutetodos cliacutenicos e radiograacuteficos necessaacuterios
Quando eacute decidida a realizaccedilatildeo de extracccedilatildeo a radiografia periapical eacute
considerada um exame de eleiccedilatildeo no entanto a radiografia panoracircmica eacute um bom
substituto e permite utilizar sistemas de classificaccedilatildeo que podem ajudar o dentista na
determinaccedilatildeo do grau de complexidade e dificuldade do procedimento Por outro lado a
tomografia computadorizada (TC) pode ser utilizada em casos muito especiacuteficos com
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos factores predisponentes agrave ocorrecircncia de fractura mandibular
associada agrave exodontia
As fracturas podem ocorrer durante ou apoacutes a cirurgia sendo estas uacuteltimas as
mais frequentes Pacientes com mais de 25 anos geralmente entre os 40 e 50 anos
aparentam ter maior predisposiccedilatildeo provavelmente devido agrave diminuiccedilatildeo da elasticidade
oacutessea e dificuldades na expansatildeo alveolar durante a cirurgia A osteoporose tambeacutem
pode estar relacionada com o enfraquecimento da estrutura oacutessea
As fracturas imediatas estatildeo geralmente associadas a utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos Esta forccedila aplicada numa
mandiacutebula enfraquecida por razotildees preacute-ciruacutergicas aumenta a predisposiccedilatildeo para
fractura A fragilidade mandibular pode ser fisioloacutegica mas pode tambeacutem estar
relacionada com factores locais ou sisteacutemicos como doenccedilas ou medicamentos que
afectam a resistecircncia oacutessea As infecccedilotildees e lesotildees quiacutesticas ou tumorais bem como a
terapia com corticosteroacuteides e a osteoporose satildeo exemplos destes factores Durante o
procedimento deve-se optar pela remoccedilatildeo oacutessea miacutenima e se possiacutevel realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo obtenccedilatildeo de boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e aplicaccedilatildeo de forccedila
guiada e controlada As fracturas mandibulares tardias geralmente estatildeo associadas a um
enfraquecimento da mandiacutebula que surgiu apoacutes a extracccedilatildeo sendo a remoccedilatildeo oacutessea
excessiva um factor relacionado Quanto maior a quantidade de osso removido maior o
defeito oacutesseo criado maior a fragilidade mandibular e consequentemente o risco de
fractura aumenta Deste modo dentes inclusos com grande empactaccedilatildeo e envolvimento
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
17
De acordo com Kirwan citado por Chrcanovic um destes exemplos eacute a terapia
com corticosteroides utilizada no tratamento de algumas doenccedilas como a artrite
reumatoacuteide e doenccedilas relacionadas como a asma brocircnquica neurodermite e por vezes
apoacutes transplante de oacutergatildeos em dosagens mais elevadas Alguns autores como Adachi e
Weinstein referem que um dos efeitos secundaacuterios desta terapia eacute a raacutepida perda de
osso e o aumento de risco de fractura oacutessea sendo este risco duas vezes superior
comparativamente a pessoas sem qualquer terapia e eacute mais elevado apoacutes exposiccedilatildeo
prolongada a estes medicamentos
A osteoporose eacute uma condiccedilatildeo que afecta grandemente a resistecircncia do osso e
pode justificar o aumento da taxa de incidecircncia de fracturas mandibulares com o
aumento da idade (Iizuka et al 1997 Krimmel e Reinert 2000) Eacute comum em
pacientes do sexo feminino pois a diminuiccedilatildeo de estrogeacutenios no periacuteodo poacutes-
menopausa aumenta o ritmo de perda oacutessea Poreacutem tambeacutem pode ocorrer nos homens
estando relacionada com mecanismos ligados essencialmente ao envelhecimento como
a deficiecircncia de vitamina D a absorccedilatildeo diminuiacuteda de caacutelcio e aumento dos niacuteveis de
hormona paratiroideia (PTH) (Yazbek e Neto 2008) Nos homens a testosterona
funciona da mesma forma que os estrogeacutenios na mulher sendo que pacientes com
hipogonadismo tambeacutem experienciam perdas oacutesseas aceleradas (Chrcanovic et al
2010) O osso apresenta composiccedilatildeo normal mas fica diminuiacutedo em quantidade e esta
diminuiccedilatildeo da massa oacutessea frequentemente resulta em fracturas das veacutertebras anca e
antebraccedilo (Do Lee et al 2005) De acordo com Law e Klemetti citados por Do Lee a
osteoporose pode resultar em diminuiccedilatildeo da massa oacutessea da mandiacutebula bem como
provocar alteraccedilotildees na estrutura deste osso especialmente do bordo inferior No mesmo
artigo satildeo citados alguns autores como Shrout e Kashima que referem existir uma
ligaccedilatildeo entre a osteoporose e alteraccedilotildees radiograacuteficas verificadas no padratildeo trabecular
da mandiacutebula
Existem outras patologias que tambeacutem diminuem a forccedila oacutessea como a doenccedila
gastrointestinal pois diminui a absorccedilatildeo de vitamina D De acordo com Ebeling citado
por Chrcanovic a osteoporose nos homens pode estar relacionada com algumas
condiccedilotildees como a hipercalceacutemia nefrolitiacutease terapia com anticonvulsivantes
tirotoxicose doenccedila renal e do fiacutegado mieloma muacuteltiplo ou mastocitose sisteacutemica
Bechtold e Felin citados na anaacutelise de Chrcanovic e colaboradores mencionam
a artrite idiopaacutetica juvenil como a doenccedila reumaacutetica mais comum na aacuterea da pediatria
18
Alguns estudos demonstraram a existecircncia de deficiecircncias significativas da densidade
volumeacutetrica trabecular no osso mineral e massa oacutessea cortical nestes pacientes
Os pacientes com doenccedila renal croacutenica padecem de vaacuterios distuacuterbios no
metabolismo do foacutesforo caacutelcio e ossos Estas alteraccedilotildees devem-se a factores que
contribuem para o aumento da reabsorccedilatildeo oacutessea como a diminuiccedilatildeo da absorccedilatildeo de
caacutelcio pelo intestino excessiva produccedilatildeo de PTH e alteraccedilotildees no metabolismo da
vitamina D (McPhee 2007) De acordo com Chrcanovic et al os ossos satildeo mais
gravemente afectados em casos de doenccedila renal croacutenica do que em casos saudaacuteveis
onde apenas satildeo afectados pelas consequecircncias da idade avanccedilada
A massa oacutessea eacute uma caracteriacutestica principalmente determinada geneticamente
no entanto tambeacutem eacute alterada sob a influecircncia do ambiente Indiviacuteduos com muita
massa muscular e que praticam actividade fiacutesica apresentam maior massa oacutessea do que
por exemplo pacientes fumadores ou com problemas de alcoolismo (Chrcanovic et al
2010) Estas duas uacuteltimas condiccedilotildees satildeo tambeacutem consideradas factores de risco para a
osteoporose (McPhee 2007)
3 Diagnoacutestico
31 Preacute-Ciruacutergico
Uma vez indicada a extracccedilatildeo de dentes inclusos eacute fundamental a realizaccedilatildeo de
um planeamento ciruacutergico baseado em exames cliacutenicos e radioloacutegicos Atraveacutes do
exame cliacutenico obtecircm-se dados especiacuteficos da sauacutede geral do paciente histoacuteria meacutedica e
dentaacuteria e o niacutevel de complexidade e dificuldade operatoacuteria pode ser analisado no
exame radiograacutefico Deste modo o dentista consegue prevenir possiacuteveis acidentes
durante a cirurgia ou no periacuteodo poacutes-operatoacuterio muitas vezes relacionados com a
posiccedilatildeo e localizaccedilatildeo do dente incluso (Juacutenior et al 2006)
As classificaccedilotildees dos dentes inclusos satildeo feitas a partir da anaacutelise radiograacutefica e
com cuidadosa classificaccedilatildeo o dentista pode abordar a cirurgia de forma ordenada e
prever se alguma abordagem ciruacutergica fora do comum precisaraacute ser adoptada (Juacutenior et
al 2006 Xavier et al 2010) Para a maioria dos casos a radiografia periapical eacute a
radiografia de eleiccedilatildeo pois fornece informaccedilatildeo mais detalhada Por outro lado a
ortopantomografia mostra uma imagem mais exacta da anatomia da regiatildeo e pode ser
usada como substituto apropriado (Xavier et al 2010) Aliaacutes na grande maioria satildeo
19
estas as radiografias utilizadas pois eacute possiacutevel visualizar correctamente o longo eixo do
segundo molar o ramo ascendente da mandiacutebula e o niacutevel oacutesseo que satildeo utilizados
como paracircmetros (Juacutenior et al 2006)
Os sistemas de classificaccedilatildeo permitem avaliar a dificuldade da cirurgia e nestes
incluem-se a angulaccedilatildeo (classificaccedilatildeo de Winter ndash Anexo 2) relaccedilatildeo com o bordo
anterior do ramo ascendente (Sistema de Pell amp Gregory I II e III ndash Anexo 1) e relaccedilatildeo
com o plano oclusal (Sistema de Pell amp Gregory A B e C ndash Anexo 1) Outros factores a
ter em conta na anaacutelise radiograacutefica fazem parte de alguns factores predisponentes jaacute
abordados como eacute o caso da morfologia radicular e relaccedilatildeo das raiacutezes com o canal
dentaacuterio inferior a densidade oacutessea que eacute mais elevado em pacientes com mais de 35
anos diminuindo a flexidade e capacidade de expansatildeo do osso e a natureza do tecido
envolvente pois o tipo de empactaccedilatildeo pode ser por tecido mole oacutesseo parcial ou oacutesseo
total (Peterson et al 2000)
A tomografia computadorizada (TC) tem-se tornado muito uacutetil em certas
situaccedilotildees como na avaliaccedilatildeo da proximidade dos dentes inclusos a estruturas
anatoacutemicas na avaliaccedilatildeo da profundidade de empactaccedilatildeo e espessura das paredes
corticais inclinaccedilatildeo vestibulo-lingual e morfologia da coroa e raiacutezes do dente
empactado (Bodner et al 1994)
Como as fracturas mandibulares associadas agrave cirurgia satildeo raras natildeo se justifica
usar a TC como exame complementar preacute-ciruacutergico No entanto em casos especiacuteficos
apoacutes avaliaccedilatildeo criteriosa dos factores predisponentes que aparentam ter um elevado
risco de desenvolvimento de fractura mandibular este exame torna-se vantajoso (Bodner
et al 1994) Pode tambeacutem ser utilizada para determinar o volume oacutesseo relativo da
mandiacutebula ocupado pelo dente (Woldenberg et al 2007)
32 Poacutes-ciruacutergico
Apoacutes ou durante a cirurgia o meacutedico dentista tem que estar alerta para os sinais e
sintomas presenciados pelo paciente que podem indicar a ocorrecircncia de fractura
mandibular
Nos casos que se encontram no periacuteodo poacutes-operatoacuterio natildeo muito prolongado o
principal alerta para a possibilidade de fractura mandibular eacute ouvir um estalido algumas
semanas apoacutes a cirurgia (Woldenberg et al 2007) Considera-se que a mandiacutebula
fractura no momento em que o som eacute ouvido Jaacute nos casos em que decorreu bastante
tempo apoacutes a cirurgia o diagnoacutestico eacute mais complicado O atraso da cicatrizaccedilatildeo e a
20
presenccedila de osteomielite podem ser a causa destas fracturas e quando a cicatrizaccedilatildeo se
prolonga demasiado deve-se sempre considerar o risco de fractura apresentando assim
indicaccedilatildeo para controlo radiograacutefico perioacutedico (Iizuka et al 1997)
O som de um estalido reportado pelo paciente deve ser considerado como
indicativo de uma possiacutevel fractura mesmo que esta natildeo seja detectada inicialmente na
radiografia (Woldenberg et al 2007) Se assim acontecer recomenda-se a realizaccedilatildeo de
radiografias de controlo (Wagner et al 2005) Libersa et al bem como Perry e
Goldberg confirmam este som distinto pois a maioria dos pacientes reportou um som
tipo estalido enquanto mastigavam acompanhado por dor intensa Na anaacutelise de
Krimmel e Reinert todos os pacientes reportaram o mesmo som excepto um que
apenas presenciou um novo episoacutedio de dor
Para aleacutem da dor suacutebita outros sinais cliacutenicos a ter em conta satildeo a presenccedila de
parestesia disestesia ou anestesia relacionadas com o nervo dentaacuterio inferior e as
alteraccedilotildees na oclusatildeo que satildeo um forte indicador de possiacutevel fractura mandibular (Laub
Jr 2009) Poderaacute tambeacutem surgir edema (Wagner et al 2005)
No caso reportado por Woldenberg foi realizada radiografia panoracircmica poacutes-
operatoacuteria imediata apoacutes se ter presenciado um estalido durante a extracccedilatildeo do 38 Na
radiografia verficou-se uma linha radioluacutecida desde o alveacuteolo ateacute ao bordo inferior da
mandiacutebula compatiacutevel com linha de fractura Foi notificada tambeacutem a presenccedila de
parestesia do laacutebio inferior do lado correspondente agrave fractura
No estudo realizado por Wagner et al em 2005 13 dos 17 pacientes que
sofreram fractura mandibular tambeacutem reportaram um som tipo estalido mas nem
sempre associado a sensaccedilatildeo dolorosa imediata No entanto foi reportada
frequentemente a presenccedila de inchaccedilo na zona do acircngulo mandibular respectivo A
meacutedia de dias decorridos entre a cirugia e a fractura foi de 19plusmn4 dias O tempo
decorrido ateacute diagnoacutestico radioloacutegico com conhecimento da data da fractura foi de
10plusmn4 dias
Como jaacute foi referido as fracturas mandibulares nem sempre satildeo diagnosticadas
radiologicamente (Iizuka et al 1997) principalmente se natildeo houver deslocamento
patoloacutegico dos fragmentos (Wagner et al 2007) No estudo de Iizuka et al todas as
fracturas que ocorreram num estado poacutes-operatorio relativamente cedo eram fracturas
sem deslocamento Uma vez que este tipo de fractura natildeo eacute imediatamente reconhecido
um achado radiograacutefico negativo apoacutes suspeita natildeo deve exluir de imediato a presenccedila
de fractura Nestes casos eacute recomendada uma dieta mole e a execuccedilatildeo de radiografias de
21
controlo nos dias seguintes (Iizuka et al 1997) Aliaacutes no estudo de Iizuka et al um dos
pacientes reportou um estalido ao comer no sexto dia poacutes-operatoacuterio cuja radiografia
efectuada nesse mesmo dia natildeo revelou qualquer fractura Quatro semanas depois o
paciente voltou ao consultoacuterio devido a uma dor persistente no local da extracccedilatildeo onde
se verificou atraveacutes da radiografia uma fractura evidente
De acordo com alguns autores na radiografia pode verificar-se uma fractura preacute-
angular o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo eixo do
dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula ou fracturas angulares
com uma linha de fractura paralela agrave bissectriz do acircngulo mandibular (Iizuka et al
1997 Wagner et al 2005)
Em casos de suspeita de fractura sem deslocamento e cujos achados radioloacutegicos
atraveacutes das radiografias convencionais como a ortopantomografia sejam negativos a
tomografia computadorizada (TC) e a tomografia computadorizada de feixe coacutenico
podem ser utilizadas como exames adicionais
De acordo com Roth e colaboradores a TC apresenta resultados superiores aos
da radiografia panoracircmica Este facto justifica-se pelas suas ferramentas de
melhoramento de imagem melhor qualidade de imagem sensibilidade equivalente na
identificaccedilatildeo de fracturas menor erro de interpretaccedilatildeo e opiniotildees mais concordantes
entre os meacutedicos na identificaccedilatildeo das fracturas mandibulares (Roth et al 2005) Outros
estudos suportam a contribuiccedilatildeo dos achados radiograacuteficos na TC para o manuseamento
ciruacutergico de traumas (Eggers et al 2008) No entanto existem algumas desvantagens
nomeadamente o elevado custo a disponibilidade e a elevada exposiccedilatildeo de radiaccedilatildeo
Estes factores promovem a tomografia computadorizada de feixe coacutenico como uma
aceitaacutevel alternativa na avaliaccedilatildeo de fracturas maxilofaciais (Scarfe et al 2006
Shintaku et al 2009)
4 Tratamento
As opccedilotildees de tratamento para as fracturas mandibulares associadas a extracccedilotildees
seguem os princiacutepios do tratamento das fracturas traumaacuteticas do acircngulo da mandiacutebula
As fracturas mandibulares podem ser tratadas realizando-se a reduccedilatildeo
contenccedilatildeo e imobilizaccedilatildeo dos segmentos fracturados sendo que a orientaccedilatildeo da oclusatildeo
dentaacuteria levaraacute a uma perfeita consolidaccedilatildeo dos segmentos fracturados com boa
recuperaccedilatildeo funcional e esteacutetica (Gomes et al 2001) Eacute fundamental identificar e
22
assegurar a correcta oclusatildeo antes de recorrer agrave reduccedilatildeo da fractura (Custoacutedio et al
2007)
O tratamento das fracturas mandibulares iatrogeacutenicas reportado por diversos
estudos na anaacutelise de Bodner et al baseou-se numa reduccedilatildeo fechada da fractura em
40 dos casos reduccedilatildeo aberta em 35 dos pacientes e em 25 dos casos natildeo foi
efectuado qualquer tipo de tratamento Este autor natildeo faz referecircncia ao sucesso dos
tratamentos
Os tratamentos que utilizam apenas fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo chamados reduccedilotildees
fechadas porque natildeo envolvem a abertura directa exposiccedilatildeo e a manipulaccedilatildeo da aacuterea
fracturada Uma reduccedilatildeo aberta inclui exposiccedilatildeo directa e reduccedilatildeo da fractura atraveacutes de
incisatildeo ciruacutergica (Custoacutedio et al 2007)
No estudo de Chrcanovic et al foram analisados 128 casos de fractura
mandibular sendo dois destes relatados por experiecircncia proacutepria No primeiro caso a
paciente ouviu um estalido e na avaliaccedilatildeo da ortopantomografia verificou-se uma
fractura sem deslocamento As possiacuteveis opccedilotildees de tratamento foram discutidas com a
paciente Devido a vaacuterias razotildees nomeadamente a ausecircncia de infecccedilatildeo e deslocamento
entre os segmentos a presenccedila de uma boa oclusatildeo com todos os dentes presentes e o
devido consentimento da paciente foi realizada apenas fixaccedilatildeo intermaxilar Apoacutes trecircs
meses verificou-se radiologicamente uniatildeo oacutessea
No caso reportado por Woldenberg et al durante a extracccedilatildeo do dente 38
verificou-se na panoracircmica uma linha de fractura Foi colocada fixaccedilatildeo intermaxilar e
posteriomente foram realizados novos exames uma panoracircmica e uma TC que
demonstraram bons resultados com aproximaccedilatildeo da linha de fractura Apoacutes duas
semanas a paciente recuperou a sensibilidade ao niacutevel do nervo dentaacuterio inferior
esquerdo Seis semanas apoacutes a cirurgia a fixaccedilatildeo intermaxilar foi removida e a paciente
sujeita a dieta mole por mais quatro semanas Nos dois trecircs e seis meses apoacutes a cirugia
foram realizadas radiografias panoracircmicas Estas revelaram formaccedilatildeo contiacutenua de osso
ao niacutevel do alveacuteolo e da linha de fractura
No estudo de Iizuka et al em seis casos foi realizada reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo
interna em dois efectuou-se fixaccedilatildeo intermaxilar e nos restantes trecircs apenas dieta mole
Todos os pacientes foram submetidos a terapia antibioacutetica durante pelo menos uma
semana simultaneamente com o tratamento da fractura que decorreu sem complicaccedilotildees
Todavia a obtenccedilatildeo de uma boa estabilidade parece ser a protecccedilatildeo mais segura contra
23
a infecccedilatildeo e atraso da cicatrizaccedilatildeo mais do que a terapia antibioacutetica (Mehra e Murad
2008)
De acordo com a literatura hoje em dia o tratamento mais eficaz das fracturas
mandibulares baseia-se na reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo interna no entanto os artigos
abordados cuja fractura estaacute relacionada com a extracccedilatildeo de terceiros molares parecem
ter obtido bons resultados com a utilizaccedilatildeo de fixaccedilatildeo intermaxilar e realizaccedilatildeo de dieta
mole Iizuka et al referem que nos casos de diagnoacutestico precoce e ausecircncia de
sintomatologia eacute adequado um tratamento conservador com fixaccedilatildeo intermaxilar e
nalguns casos a prescriccedilatildeo de dieta mole
No entanto evitar o uso de fixaccedilatildeo intermaxilar no transoperatoacuterio eacute mais
econoacutemico em tempo e custo e mais confortaacutevel para o paciente De acordo com Sorel
citado por Laub Jr alguns dos problemas associados agrave fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo a maacute
alimentaccedilatildeo com perda de peso dificuldades na respiraccedilatildeo e foneacutetica maacute higiene oral e
problemas sociais Em contraste a fixaccedilatildeo interna permite restauraccedilatildeo da funccedilatildeo e
mobilidade mais cedo e aumento do conforto para o paciente com melhoria dos
aspectos atraacutes mencionados Os autores Gomes et al referem que a fixaccedilatildeo intermaxilar
natildeo eacute usualmente necessaacuteria na reduccedilatildeo de fracturas confinadas agrave mandiacutebula
De acordo com Calloway et al citados por Moreno et al o desenvolvimento de
diferentes sistemas de fixaccedilatildeo interna na traumatologia facial e sua aplicaccedilatildeo no
tratamento das fracturas mandibulares conduziu a mudanccedilas nos criteacuterios de realizaccedilatildeo
de imobilizaccedilatildeo poacutes-ciruacutergica Tambeacutem tornou possiacutevel um retorno agrave funccedilatildeo normal
mais raacutepido Esta teacutecnica utiliza placas e parafusos na regiatildeo da fractura para se obter
contenccedilatildeo estaacutevel e eficaz promovendo cicatrizaccedilatildeo oacutessea primaacuteria sem que seja
necessaacuteria a extensatildeo do uso de fixaccedilatildeo intermaxilar A eliminaccedilatildeo desta ou uso por
periacuteodo miacutenimo geralmente resulta em maior satisfaccedilatildeo para o paciente (Gomes et al
2001 Custoacutedio et al 2007) Nesta modalidade o acesso agrave aacuterea da fractura pode ser
conseguido atraveacutes de abordagem intra-oral ou extra-oral (Mehra e Murad 2008)
As fracturas com grande grau de deslocamento ou fracturas cominutivas
necessitam de uma abordagem extra-oral para correcta reduccedilatildeo e visualizaccedilatildeo ao
colocar as estruturas de fixaccedilatildeo interna Por esta razatildeo e por natildeo haver comunicaccedilatildeo
com o meio intra-oral este meacutetodo apresenta baixo iacutendice de contaminaccedilatildeo A reduccedilatildeo
aberta com abordagem intra-oral pode ser utilizada nos casos de ausecircncia ou ligeiro
deslocamento dos fragmentos pacientes pouco cooperantes ou que necessitam de
restabelecimento imediato da funccedilatildeo mastigatoacuteria (Custoacutedio et al 2007)
24
A utilizaccedilatildeo de meacutetodos de fixaccedilatildeo interna nas fracturas mandibulares parece ser
o meacutetodo de tratamento mais aceitaacutevel (Moreno et al 2000) No entanto
independentemente do meacutetodo utilizado a finalidade baacutesica do tratamento das fracturas
deve ser o restabelecimento da oclusatildeo funcional e a continuidade mandibular
promovendo a restauraccedilatildeo das funccedilotildees mastigatoacuterias do paciente com o miacutenimo de
sequelas possiacutevel (Custoacutedio et al 2007)
5 Medidas preventivas
Perante avaliaccedilatildeo cliacutenica e posterior suspeita de ser um paciente de alto risco de
desenvolvimento de fractura mandibular algumas medidas devem ser ponderadas com
especial atenccedilatildeo Chrcanovic et al apontam mesmo a inadequada avaliaccedilatildeo preacute-
operatoacuteria como um factor de risco ou factor predisponente para o desenvolvimento de
fracturas Portanto este seria o primeiro ponto a ter em conta para um adequado
procedimento ciruacutergico com medidas atenuantes do risco de complicaccedilotildees A
identificaccedilatildeo de dentes que representam elevado risco de complicaccedilotildees relacionadas
com a cirurgia eacute a chave para o desenvolvimento de medidas profilaacutecticas com o
objectivo de evitar fracturas mandibulares Todos os indicadores de risco devem ser
bem analisados
Bodner e colaboradores descreveram algumas medidas preventivas para reduzir
a possibilidade de ocorrecircncia de fracturas mandibulares iatrogeacutenicas Estas incluem os
seguintes passos informar o paciente sobre a existecircncia do risco de fractura e da
importacircncia da sua cooperaccedilatildeo (Libersa et al 2002) a remoccedilatildeo oacutessea quando
necessaacuteria deve ser miacutenima e se possiacutevel efectuar odontossecccedilatildeo reduzindo a aacuterea
oacutessea removida se o dente empactado se encontrar perto do bordo inferior da
mandiacutebula considerar a abordagem extra-oral pacientes devem realizar dieta mole nas
quatro semanas seguintes agrave cirurgia (Wagner et al 2005 Woldenberg et al 2007)
embora Iizuka et al refiram apenas duas semanas e limitar a forccedila mastigatoacuteria durante
dois meses (Libersa et al 2002) o meacutedico dentista deve dar ecircnfase agrave qualidade e
duraccedilatildeo da dieta mole (Perry e Goldberg 2000) informar o paciente sobre os sinais
cliacutenicos e sintomas de uma fractura poacutes-operatoacuteria alertar o paciente para a
possibilidade de ouvir um som tipo estalido que pode indicar a presenccedila de fractura natildeo
sendo no entanto facilmente detectaacutevel radiologicamente com necessidade de
posteriores radiografias (Iizuka et al 1997)
25
Obiechina et al citados por Al-Belasy et al referem que perante as
dificuldades inerentes a esta cirurgia eacute recomendado que esta seja efectuada antes dos
25 anos Aliaacutes de acordo com Libersa et al a remoccedilatildeo profilaacutectica de terceiros molares
antes dos 20 anos de idade pode atenuar o risco de fractura
De acordo com Chrcanovic et al em casos em que a extracccedilatildeo de terceiros
molares inclusos eacute recomendada o risco de desenvolver uma fractura mandibular intra-
operatoacuteria pode ser evitada quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando
existe uma boa visualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada (Al-Belasy et al 2009)
Estes autores referem que o risco de fracturas mandibulares tanto imediatas como
tardias pode ser evitado pelo diagnoacutestico preciso e bem elaborado nos seguintes casos
pacientes com mais de 25 anos de idade principalmente homens pacientes com
bruxismo atletas activos raiacutezes do terceiro molar sobrepostas ou adjacentes ao canal
dentaacuterio inferior visualizadas na panoracircmica pacientes com patologia local ou
sisteacutemica ou sob medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea
26
Conclusatildeo
As taxas de incidecircncia da fractura traumaacutetica mandibular satildeo elevadas
principalmente quando comparadas com as fracturas mandibulares associadas a
exodontias que rondam os 00046 Apesar de rara a possibilidade de ocorrer e os
sinais e sintomas que acarreta devem ser destacados na informaccedilatildeo e esclarecimento ao
paciente A remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos eacute a cirurgia mais associada a estas
fracturas e as indicaccedilotildees quanto agrave sua realizaccedilatildeo ainda satildeo um pouco questionadas
Cada caso deve ser bem avaliado com os meacutetodos cliacutenicos e radiograacuteficos necessaacuterios
Quando eacute decidida a realizaccedilatildeo de extracccedilatildeo a radiografia periapical eacute
considerada um exame de eleiccedilatildeo no entanto a radiografia panoracircmica eacute um bom
substituto e permite utilizar sistemas de classificaccedilatildeo que podem ajudar o dentista na
determinaccedilatildeo do grau de complexidade e dificuldade do procedimento Por outro lado a
tomografia computadorizada (TC) pode ser utilizada em casos muito especiacuteficos com
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos factores predisponentes agrave ocorrecircncia de fractura mandibular
associada agrave exodontia
As fracturas podem ocorrer durante ou apoacutes a cirurgia sendo estas uacuteltimas as
mais frequentes Pacientes com mais de 25 anos geralmente entre os 40 e 50 anos
aparentam ter maior predisposiccedilatildeo provavelmente devido agrave diminuiccedilatildeo da elasticidade
oacutessea e dificuldades na expansatildeo alveolar durante a cirurgia A osteoporose tambeacutem
pode estar relacionada com o enfraquecimento da estrutura oacutessea
As fracturas imediatas estatildeo geralmente associadas a utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos Esta forccedila aplicada numa
mandiacutebula enfraquecida por razotildees preacute-ciruacutergicas aumenta a predisposiccedilatildeo para
fractura A fragilidade mandibular pode ser fisioloacutegica mas pode tambeacutem estar
relacionada com factores locais ou sisteacutemicos como doenccedilas ou medicamentos que
afectam a resistecircncia oacutessea As infecccedilotildees e lesotildees quiacutesticas ou tumorais bem como a
terapia com corticosteroacuteides e a osteoporose satildeo exemplos destes factores Durante o
procedimento deve-se optar pela remoccedilatildeo oacutessea miacutenima e se possiacutevel realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo obtenccedilatildeo de boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e aplicaccedilatildeo de forccedila
guiada e controlada As fracturas mandibulares tardias geralmente estatildeo associadas a um
enfraquecimento da mandiacutebula que surgiu apoacutes a extracccedilatildeo sendo a remoccedilatildeo oacutessea
excessiva um factor relacionado Quanto maior a quantidade de osso removido maior o
defeito oacutesseo criado maior a fragilidade mandibular e consequentemente o risco de
fractura aumenta Deste modo dentes inclusos com grande empactaccedilatildeo e envolvimento
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
18
Alguns estudos demonstraram a existecircncia de deficiecircncias significativas da densidade
volumeacutetrica trabecular no osso mineral e massa oacutessea cortical nestes pacientes
Os pacientes com doenccedila renal croacutenica padecem de vaacuterios distuacuterbios no
metabolismo do foacutesforo caacutelcio e ossos Estas alteraccedilotildees devem-se a factores que
contribuem para o aumento da reabsorccedilatildeo oacutessea como a diminuiccedilatildeo da absorccedilatildeo de
caacutelcio pelo intestino excessiva produccedilatildeo de PTH e alteraccedilotildees no metabolismo da
vitamina D (McPhee 2007) De acordo com Chrcanovic et al os ossos satildeo mais
gravemente afectados em casos de doenccedila renal croacutenica do que em casos saudaacuteveis
onde apenas satildeo afectados pelas consequecircncias da idade avanccedilada
A massa oacutessea eacute uma caracteriacutestica principalmente determinada geneticamente
no entanto tambeacutem eacute alterada sob a influecircncia do ambiente Indiviacuteduos com muita
massa muscular e que praticam actividade fiacutesica apresentam maior massa oacutessea do que
por exemplo pacientes fumadores ou com problemas de alcoolismo (Chrcanovic et al
2010) Estas duas uacuteltimas condiccedilotildees satildeo tambeacutem consideradas factores de risco para a
osteoporose (McPhee 2007)
3 Diagnoacutestico
31 Preacute-Ciruacutergico
Uma vez indicada a extracccedilatildeo de dentes inclusos eacute fundamental a realizaccedilatildeo de
um planeamento ciruacutergico baseado em exames cliacutenicos e radioloacutegicos Atraveacutes do
exame cliacutenico obtecircm-se dados especiacuteficos da sauacutede geral do paciente histoacuteria meacutedica e
dentaacuteria e o niacutevel de complexidade e dificuldade operatoacuteria pode ser analisado no
exame radiograacutefico Deste modo o dentista consegue prevenir possiacuteveis acidentes
durante a cirurgia ou no periacuteodo poacutes-operatoacuterio muitas vezes relacionados com a
posiccedilatildeo e localizaccedilatildeo do dente incluso (Juacutenior et al 2006)
As classificaccedilotildees dos dentes inclusos satildeo feitas a partir da anaacutelise radiograacutefica e
com cuidadosa classificaccedilatildeo o dentista pode abordar a cirurgia de forma ordenada e
prever se alguma abordagem ciruacutergica fora do comum precisaraacute ser adoptada (Juacutenior et
al 2006 Xavier et al 2010) Para a maioria dos casos a radiografia periapical eacute a
radiografia de eleiccedilatildeo pois fornece informaccedilatildeo mais detalhada Por outro lado a
ortopantomografia mostra uma imagem mais exacta da anatomia da regiatildeo e pode ser
usada como substituto apropriado (Xavier et al 2010) Aliaacutes na grande maioria satildeo
19
estas as radiografias utilizadas pois eacute possiacutevel visualizar correctamente o longo eixo do
segundo molar o ramo ascendente da mandiacutebula e o niacutevel oacutesseo que satildeo utilizados
como paracircmetros (Juacutenior et al 2006)
Os sistemas de classificaccedilatildeo permitem avaliar a dificuldade da cirurgia e nestes
incluem-se a angulaccedilatildeo (classificaccedilatildeo de Winter ndash Anexo 2) relaccedilatildeo com o bordo
anterior do ramo ascendente (Sistema de Pell amp Gregory I II e III ndash Anexo 1) e relaccedilatildeo
com o plano oclusal (Sistema de Pell amp Gregory A B e C ndash Anexo 1) Outros factores a
ter em conta na anaacutelise radiograacutefica fazem parte de alguns factores predisponentes jaacute
abordados como eacute o caso da morfologia radicular e relaccedilatildeo das raiacutezes com o canal
dentaacuterio inferior a densidade oacutessea que eacute mais elevado em pacientes com mais de 35
anos diminuindo a flexidade e capacidade de expansatildeo do osso e a natureza do tecido
envolvente pois o tipo de empactaccedilatildeo pode ser por tecido mole oacutesseo parcial ou oacutesseo
total (Peterson et al 2000)
A tomografia computadorizada (TC) tem-se tornado muito uacutetil em certas
situaccedilotildees como na avaliaccedilatildeo da proximidade dos dentes inclusos a estruturas
anatoacutemicas na avaliaccedilatildeo da profundidade de empactaccedilatildeo e espessura das paredes
corticais inclinaccedilatildeo vestibulo-lingual e morfologia da coroa e raiacutezes do dente
empactado (Bodner et al 1994)
Como as fracturas mandibulares associadas agrave cirurgia satildeo raras natildeo se justifica
usar a TC como exame complementar preacute-ciruacutergico No entanto em casos especiacuteficos
apoacutes avaliaccedilatildeo criteriosa dos factores predisponentes que aparentam ter um elevado
risco de desenvolvimento de fractura mandibular este exame torna-se vantajoso (Bodner
et al 1994) Pode tambeacutem ser utilizada para determinar o volume oacutesseo relativo da
mandiacutebula ocupado pelo dente (Woldenberg et al 2007)
32 Poacutes-ciruacutergico
Apoacutes ou durante a cirurgia o meacutedico dentista tem que estar alerta para os sinais e
sintomas presenciados pelo paciente que podem indicar a ocorrecircncia de fractura
mandibular
Nos casos que se encontram no periacuteodo poacutes-operatoacuterio natildeo muito prolongado o
principal alerta para a possibilidade de fractura mandibular eacute ouvir um estalido algumas
semanas apoacutes a cirurgia (Woldenberg et al 2007) Considera-se que a mandiacutebula
fractura no momento em que o som eacute ouvido Jaacute nos casos em que decorreu bastante
tempo apoacutes a cirurgia o diagnoacutestico eacute mais complicado O atraso da cicatrizaccedilatildeo e a
20
presenccedila de osteomielite podem ser a causa destas fracturas e quando a cicatrizaccedilatildeo se
prolonga demasiado deve-se sempre considerar o risco de fractura apresentando assim
indicaccedilatildeo para controlo radiograacutefico perioacutedico (Iizuka et al 1997)
O som de um estalido reportado pelo paciente deve ser considerado como
indicativo de uma possiacutevel fractura mesmo que esta natildeo seja detectada inicialmente na
radiografia (Woldenberg et al 2007) Se assim acontecer recomenda-se a realizaccedilatildeo de
radiografias de controlo (Wagner et al 2005) Libersa et al bem como Perry e
Goldberg confirmam este som distinto pois a maioria dos pacientes reportou um som
tipo estalido enquanto mastigavam acompanhado por dor intensa Na anaacutelise de
Krimmel e Reinert todos os pacientes reportaram o mesmo som excepto um que
apenas presenciou um novo episoacutedio de dor
Para aleacutem da dor suacutebita outros sinais cliacutenicos a ter em conta satildeo a presenccedila de
parestesia disestesia ou anestesia relacionadas com o nervo dentaacuterio inferior e as
alteraccedilotildees na oclusatildeo que satildeo um forte indicador de possiacutevel fractura mandibular (Laub
Jr 2009) Poderaacute tambeacutem surgir edema (Wagner et al 2005)
No caso reportado por Woldenberg foi realizada radiografia panoracircmica poacutes-
operatoacuteria imediata apoacutes se ter presenciado um estalido durante a extracccedilatildeo do 38 Na
radiografia verficou-se uma linha radioluacutecida desde o alveacuteolo ateacute ao bordo inferior da
mandiacutebula compatiacutevel com linha de fractura Foi notificada tambeacutem a presenccedila de
parestesia do laacutebio inferior do lado correspondente agrave fractura
No estudo realizado por Wagner et al em 2005 13 dos 17 pacientes que
sofreram fractura mandibular tambeacutem reportaram um som tipo estalido mas nem
sempre associado a sensaccedilatildeo dolorosa imediata No entanto foi reportada
frequentemente a presenccedila de inchaccedilo na zona do acircngulo mandibular respectivo A
meacutedia de dias decorridos entre a cirugia e a fractura foi de 19plusmn4 dias O tempo
decorrido ateacute diagnoacutestico radioloacutegico com conhecimento da data da fractura foi de
10plusmn4 dias
Como jaacute foi referido as fracturas mandibulares nem sempre satildeo diagnosticadas
radiologicamente (Iizuka et al 1997) principalmente se natildeo houver deslocamento
patoloacutegico dos fragmentos (Wagner et al 2007) No estudo de Iizuka et al todas as
fracturas que ocorreram num estado poacutes-operatorio relativamente cedo eram fracturas
sem deslocamento Uma vez que este tipo de fractura natildeo eacute imediatamente reconhecido
um achado radiograacutefico negativo apoacutes suspeita natildeo deve exluir de imediato a presenccedila
de fractura Nestes casos eacute recomendada uma dieta mole e a execuccedilatildeo de radiografias de
21
controlo nos dias seguintes (Iizuka et al 1997) Aliaacutes no estudo de Iizuka et al um dos
pacientes reportou um estalido ao comer no sexto dia poacutes-operatoacuterio cuja radiografia
efectuada nesse mesmo dia natildeo revelou qualquer fractura Quatro semanas depois o
paciente voltou ao consultoacuterio devido a uma dor persistente no local da extracccedilatildeo onde
se verificou atraveacutes da radiografia uma fractura evidente
De acordo com alguns autores na radiografia pode verificar-se uma fractura preacute-
angular o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo eixo do
dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula ou fracturas angulares
com uma linha de fractura paralela agrave bissectriz do acircngulo mandibular (Iizuka et al
1997 Wagner et al 2005)
Em casos de suspeita de fractura sem deslocamento e cujos achados radioloacutegicos
atraveacutes das radiografias convencionais como a ortopantomografia sejam negativos a
tomografia computadorizada (TC) e a tomografia computadorizada de feixe coacutenico
podem ser utilizadas como exames adicionais
De acordo com Roth e colaboradores a TC apresenta resultados superiores aos
da radiografia panoracircmica Este facto justifica-se pelas suas ferramentas de
melhoramento de imagem melhor qualidade de imagem sensibilidade equivalente na
identificaccedilatildeo de fracturas menor erro de interpretaccedilatildeo e opiniotildees mais concordantes
entre os meacutedicos na identificaccedilatildeo das fracturas mandibulares (Roth et al 2005) Outros
estudos suportam a contribuiccedilatildeo dos achados radiograacuteficos na TC para o manuseamento
ciruacutergico de traumas (Eggers et al 2008) No entanto existem algumas desvantagens
nomeadamente o elevado custo a disponibilidade e a elevada exposiccedilatildeo de radiaccedilatildeo
Estes factores promovem a tomografia computadorizada de feixe coacutenico como uma
aceitaacutevel alternativa na avaliaccedilatildeo de fracturas maxilofaciais (Scarfe et al 2006
Shintaku et al 2009)
4 Tratamento
As opccedilotildees de tratamento para as fracturas mandibulares associadas a extracccedilotildees
seguem os princiacutepios do tratamento das fracturas traumaacuteticas do acircngulo da mandiacutebula
As fracturas mandibulares podem ser tratadas realizando-se a reduccedilatildeo
contenccedilatildeo e imobilizaccedilatildeo dos segmentos fracturados sendo que a orientaccedilatildeo da oclusatildeo
dentaacuteria levaraacute a uma perfeita consolidaccedilatildeo dos segmentos fracturados com boa
recuperaccedilatildeo funcional e esteacutetica (Gomes et al 2001) Eacute fundamental identificar e
22
assegurar a correcta oclusatildeo antes de recorrer agrave reduccedilatildeo da fractura (Custoacutedio et al
2007)
O tratamento das fracturas mandibulares iatrogeacutenicas reportado por diversos
estudos na anaacutelise de Bodner et al baseou-se numa reduccedilatildeo fechada da fractura em
40 dos casos reduccedilatildeo aberta em 35 dos pacientes e em 25 dos casos natildeo foi
efectuado qualquer tipo de tratamento Este autor natildeo faz referecircncia ao sucesso dos
tratamentos
Os tratamentos que utilizam apenas fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo chamados reduccedilotildees
fechadas porque natildeo envolvem a abertura directa exposiccedilatildeo e a manipulaccedilatildeo da aacuterea
fracturada Uma reduccedilatildeo aberta inclui exposiccedilatildeo directa e reduccedilatildeo da fractura atraveacutes de
incisatildeo ciruacutergica (Custoacutedio et al 2007)
No estudo de Chrcanovic et al foram analisados 128 casos de fractura
mandibular sendo dois destes relatados por experiecircncia proacutepria No primeiro caso a
paciente ouviu um estalido e na avaliaccedilatildeo da ortopantomografia verificou-se uma
fractura sem deslocamento As possiacuteveis opccedilotildees de tratamento foram discutidas com a
paciente Devido a vaacuterias razotildees nomeadamente a ausecircncia de infecccedilatildeo e deslocamento
entre os segmentos a presenccedila de uma boa oclusatildeo com todos os dentes presentes e o
devido consentimento da paciente foi realizada apenas fixaccedilatildeo intermaxilar Apoacutes trecircs
meses verificou-se radiologicamente uniatildeo oacutessea
No caso reportado por Woldenberg et al durante a extracccedilatildeo do dente 38
verificou-se na panoracircmica uma linha de fractura Foi colocada fixaccedilatildeo intermaxilar e
posteriomente foram realizados novos exames uma panoracircmica e uma TC que
demonstraram bons resultados com aproximaccedilatildeo da linha de fractura Apoacutes duas
semanas a paciente recuperou a sensibilidade ao niacutevel do nervo dentaacuterio inferior
esquerdo Seis semanas apoacutes a cirurgia a fixaccedilatildeo intermaxilar foi removida e a paciente
sujeita a dieta mole por mais quatro semanas Nos dois trecircs e seis meses apoacutes a cirugia
foram realizadas radiografias panoracircmicas Estas revelaram formaccedilatildeo contiacutenua de osso
ao niacutevel do alveacuteolo e da linha de fractura
No estudo de Iizuka et al em seis casos foi realizada reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo
interna em dois efectuou-se fixaccedilatildeo intermaxilar e nos restantes trecircs apenas dieta mole
Todos os pacientes foram submetidos a terapia antibioacutetica durante pelo menos uma
semana simultaneamente com o tratamento da fractura que decorreu sem complicaccedilotildees
Todavia a obtenccedilatildeo de uma boa estabilidade parece ser a protecccedilatildeo mais segura contra
23
a infecccedilatildeo e atraso da cicatrizaccedilatildeo mais do que a terapia antibioacutetica (Mehra e Murad
2008)
De acordo com a literatura hoje em dia o tratamento mais eficaz das fracturas
mandibulares baseia-se na reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo interna no entanto os artigos
abordados cuja fractura estaacute relacionada com a extracccedilatildeo de terceiros molares parecem
ter obtido bons resultados com a utilizaccedilatildeo de fixaccedilatildeo intermaxilar e realizaccedilatildeo de dieta
mole Iizuka et al referem que nos casos de diagnoacutestico precoce e ausecircncia de
sintomatologia eacute adequado um tratamento conservador com fixaccedilatildeo intermaxilar e
nalguns casos a prescriccedilatildeo de dieta mole
No entanto evitar o uso de fixaccedilatildeo intermaxilar no transoperatoacuterio eacute mais
econoacutemico em tempo e custo e mais confortaacutevel para o paciente De acordo com Sorel
citado por Laub Jr alguns dos problemas associados agrave fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo a maacute
alimentaccedilatildeo com perda de peso dificuldades na respiraccedilatildeo e foneacutetica maacute higiene oral e
problemas sociais Em contraste a fixaccedilatildeo interna permite restauraccedilatildeo da funccedilatildeo e
mobilidade mais cedo e aumento do conforto para o paciente com melhoria dos
aspectos atraacutes mencionados Os autores Gomes et al referem que a fixaccedilatildeo intermaxilar
natildeo eacute usualmente necessaacuteria na reduccedilatildeo de fracturas confinadas agrave mandiacutebula
De acordo com Calloway et al citados por Moreno et al o desenvolvimento de
diferentes sistemas de fixaccedilatildeo interna na traumatologia facial e sua aplicaccedilatildeo no
tratamento das fracturas mandibulares conduziu a mudanccedilas nos criteacuterios de realizaccedilatildeo
de imobilizaccedilatildeo poacutes-ciruacutergica Tambeacutem tornou possiacutevel um retorno agrave funccedilatildeo normal
mais raacutepido Esta teacutecnica utiliza placas e parafusos na regiatildeo da fractura para se obter
contenccedilatildeo estaacutevel e eficaz promovendo cicatrizaccedilatildeo oacutessea primaacuteria sem que seja
necessaacuteria a extensatildeo do uso de fixaccedilatildeo intermaxilar A eliminaccedilatildeo desta ou uso por
periacuteodo miacutenimo geralmente resulta em maior satisfaccedilatildeo para o paciente (Gomes et al
2001 Custoacutedio et al 2007) Nesta modalidade o acesso agrave aacuterea da fractura pode ser
conseguido atraveacutes de abordagem intra-oral ou extra-oral (Mehra e Murad 2008)
As fracturas com grande grau de deslocamento ou fracturas cominutivas
necessitam de uma abordagem extra-oral para correcta reduccedilatildeo e visualizaccedilatildeo ao
colocar as estruturas de fixaccedilatildeo interna Por esta razatildeo e por natildeo haver comunicaccedilatildeo
com o meio intra-oral este meacutetodo apresenta baixo iacutendice de contaminaccedilatildeo A reduccedilatildeo
aberta com abordagem intra-oral pode ser utilizada nos casos de ausecircncia ou ligeiro
deslocamento dos fragmentos pacientes pouco cooperantes ou que necessitam de
restabelecimento imediato da funccedilatildeo mastigatoacuteria (Custoacutedio et al 2007)
24
A utilizaccedilatildeo de meacutetodos de fixaccedilatildeo interna nas fracturas mandibulares parece ser
o meacutetodo de tratamento mais aceitaacutevel (Moreno et al 2000) No entanto
independentemente do meacutetodo utilizado a finalidade baacutesica do tratamento das fracturas
deve ser o restabelecimento da oclusatildeo funcional e a continuidade mandibular
promovendo a restauraccedilatildeo das funccedilotildees mastigatoacuterias do paciente com o miacutenimo de
sequelas possiacutevel (Custoacutedio et al 2007)
5 Medidas preventivas
Perante avaliaccedilatildeo cliacutenica e posterior suspeita de ser um paciente de alto risco de
desenvolvimento de fractura mandibular algumas medidas devem ser ponderadas com
especial atenccedilatildeo Chrcanovic et al apontam mesmo a inadequada avaliaccedilatildeo preacute-
operatoacuteria como um factor de risco ou factor predisponente para o desenvolvimento de
fracturas Portanto este seria o primeiro ponto a ter em conta para um adequado
procedimento ciruacutergico com medidas atenuantes do risco de complicaccedilotildees A
identificaccedilatildeo de dentes que representam elevado risco de complicaccedilotildees relacionadas
com a cirurgia eacute a chave para o desenvolvimento de medidas profilaacutecticas com o
objectivo de evitar fracturas mandibulares Todos os indicadores de risco devem ser
bem analisados
Bodner e colaboradores descreveram algumas medidas preventivas para reduzir
a possibilidade de ocorrecircncia de fracturas mandibulares iatrogeacutenicas Estas incluem os
seguintes passos informar o paciente sobre a existecircncia do risco de fractura e da
importacircncia da sua cooperaccedilatildeo (Libersa et al 2002) a remoccedilatildeo oacutessea quando
necessaacuteria deve ser miacutenima e se possiacutevel efectuar odontossecccedilatildeo reduzindo a aacuterea
oacutessea removida se o dente empactado se encontrar perto do bordo inferior da
mandiacutebula considerar a abordagem extra-oral pacientes devem realizar dieta mole nas
quatro semanas seguintes agrave cirurgia (Wagner et al 2005 Woldenberg et al 2007)
embora Iizuka et al refiram apenas duas semanas e limitar a forccedila mastigatoacuteria durante
dois meses (Libersa et al 2002) o meacutedico dentista deve dar ecircnfase agrave qualidade e
duraccedilatildeo da dieta mole (Perry e Goldberg 2000) informar o paciente sobre os sinais
cliacutenicos e sintomas de uma fractura poacutes-operatoacuteria alertar o paciente para a
possibilidade de ouvir um som tipo estalido que pode indicar a presenccedila de fractura natildeo
sendo no entanto facilmente detectaacutevel radiologicamente com necessidade de
posteriores radiografias (Iizuka et al 1997)
25
Obiechina et al citados por Al-Belasy et al referem que perante as
dificuldades inerentes a esta cirurgia eacute recomendado que esta seja efectuada antes dos
25 anos Aliaacutes de acordo com Libersa et al a remoccedilatildeo profilaacutectica de terceiros molares
antes dos 20 anos de idade pode atenuar o risco de fractura
De acordo com Chrcanovic et al em casos em que a extracccedilatildeo de terceiros
molares inclusos eacute recomendada o risco de desenvolver uma fractura mandibular intra-
operatoacuteria pode ser evitada quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando
existe uma boa visualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada (Al-Belasy et al 2009)
Estes autores referem que o risco de fracturas mandibulares tanto imediatas como
tardias pode ser evitado pelo diagnoacutestico preciso e bem elaborado nos seguintes casos
pacientes com mais de 25 anos de idade principalmente homens pacientes com
bruxismo atletas activos raiacutezes do terceiro molar sobrepostas ou adjacentes ao canal
dentaacuterio inferior visualizadas na panoracircmica pacientes com patologia local ou
sisteacutemica ou sob medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea
26
Conclusatildeo
As taxas de incidecircncia da fractura traumaacutetica mandibular satildeo elevadas
principalmente quando comparadas com as fracturas mandibulares associadas a
exodontias que rondam os 00046 Apesar de rara a possibilidade de ocorrer e os
sinais e sintomas que acarreta devem ser destacados na informaccedilatildeo e esclarecimento ao
paciente A remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos eacute a cirurgia mais associada a estas
fracturas e as indicaccedilotildees quanto agrave sua realizaccedilatildeo ainda satildeo um pouco questionadas
Cada caso deve ser bem avaliado com os meacutetodos cliacutenicos e radiograacuteficos necessaacuterios
Quando eacute decidida a realizaccedilatildeo de extracccedilatildeo a radiografia periapical eacute
considerada um exame de eleiccedilatildeo no entanto a radiografia panoracircmica eacute um bom
substituto e permite utilizar sistemas de classificaccedilatildeo que podem ajudar o dentista na
determinaccedilatildeo do grau de complexidade e dificuldade do procedimento Por outro lado a
tomografia computadorizada (TC) pode ser utilizada em casos muito especiacuteficos com
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos factores predisponentes agrave ocorrecircncia de fractura mandibular
associada agrave exodontia
As fracturas podem ocorrer durante ou apoacutes a cirurgia sendo estas uacuteltimas as
mais frequentes Pacientes com mais de 25 anos geralmente entre os 40 e 50 anos
aparentam ter maior predisposiccedilatildeo provavelmente devido agrave diminuiccedilatildeo da elasticidade
oacutessea e dificuldades na expansatildeo alveolar durante a cirurgia A osteoporose tambeacutem
pode estar relacionada com o enfraquecimento da estrutura oacutessea
As fracturas imediatas estatildeo geralmente associadas a utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos Esta forccedila aplicada numa
mandiacutebula enfraquecida por razotildees preacute-ciruacutergicas aumenta a predisposiccedilatildeo para
fractura A fragilidade mandibular pode ser fisioloacutegica mas pode tambeacutem estar
relacionada com factores locais ou sisteacutemicos como doenccedilas ou medicamentos que
afectam a resistecircncia oacutessea As infecccedilotildees e lesotildees quiacutesticas ou tumorais bem como a
terapia com corticosteroacuteides e a osteoporose satildeo exemplos destes factores Durante o
procedimento deve-se optar pela remoccedilatildeo oacutessea miacutenima e se possiacutevel realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo obtenccedilatildeo de boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e aplicaccedilatildeo de forccedila
guiada e controlada As fracturas mandibulares tardias geralmente estatildeo associadas a um
enfraquecimento da mandiacutebula que surgiu apoacutes a extracccedilatildeo sendo a remoccedilatildeo oacutessea
excessiva um factor relacionado Quanto maior a quantidade de osso removido maior o
defeito oacutesseo criado maior a fragilidade mandibular e consequentemente o risco de
fractura aumenta Deste modo dentes inclusos com grande empactaccedilatildeo e envolvimento
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
19
estas as radiografias utilizadas pois eacute possiacutevel visualizar correctamente o longo eixo do
segundo molar o ramo ascendente da mandiacutebula e o niacutevel oacutesseo que satildeo utilizados
como paracircmetros (Juacutenior et al 2006)
Os sistemas de classificaccedilatildeo permitem avaliar a dificuldade da cirurgia e nestes
incluem-se a angulaccedilatildeo (classificaccedilatildeo de Winter ndash Anexo 2) relaccedilatildeo com o bordo
anterior do ramo ascendente (Sistema de Pell amp Gregory I II e III ndash Anexo 1) e relaccedilatildeo
com o plano oclusal (Sistema de Pell amp Gregory A B e C ndash Anexo 1) Outros factores a
ter em conta na anaacutelise radiograacutefica fazem parte de alguns factores predisponentes jaacute
abordados como eacute o caso da morfologia radicular e relaccedilatildeo das raiacutezes com o canal
dentaacuterio inferior a densidade oacutessea que eacute mais elevado em pacientes com mais de 35
anos diminuindo a flexidade e capacidade de expansatildeo do osso e a natureza do tecido
envolvente pois o tipo de empactaccedilatildeo pode ser por tecido mole oacutesseo parcial ou oacutesseo
total (Peterson et al 2000)
A tomografia computadorizada (TC) tem-se tornado muito uacutetil em certas
situaccedilotildees como na avaliaccedilatildeo da proximidade dos dentes inclusos a estruturas
anatoacutemicas na avaliaccedilatildeo da profundidade de empactaccedilatildeo e espessura das paredes
corticais inclinaccedilatildeo vestibulo-lingual e morfologia da coroa e raiacutezes do dente
empactado (Bodner et al 1994)
Como as fracturas mandibulares associadas agrave cirurgia satildeo raras natildeo se justifica
usar a TC como exame complementar preacute-ciruacutergico No entanto em casos especiacuteficos
apoacutes avaliaccedilatildeo criteriosa dos factores predisponentes que aparentam ter um elevado
risco de desenvolvimento de fractura mandibular este exame torna-se vantajoso (Bodner
et al 1994) Pode tambeacutem ser utilizada para determinar o volume oacutesseo relativo da
mandiacutebula ocupado pelo dente (Woldenberg et al 2007)
32 Poacutes-ciruacutergico
Apoacutes ou durante a cirurgia o meacutedico dentista tem que estar alerta para os sinais e
sintomas presenciados pelo paciente que podem indicar a ocorrecircncia de fractura
mandibular
Nos casos que se encontram no periacuteodo poacutes-operatoacuterio natildeo muito prolongado o
principal alerta para a possibilidade de fractura mandibular eacute ouvir um estalido algumas
semanas apoacutes a cirurgia (Woldenberg et al 2007) Considera-se que a mandiacutebula
fractura no momento em que o som eacute ouvido Jaacute nos casos em que decorreu bastante
tempo apoacutes a cirurgia o diagnoacutestico eacute mais complicado O atraso da cicatrizaccedilatildeo e a
20
presenccedila de osteomielite podem ser a causa destas fracturas e quando a cicatrizaccedilatildeo se
prolonga demasiado deve-se sempre considerar o risco de fractura apresentando assim
indicaccedilatildeo para controlo radiograacutefico perioacutedico (Iizuka et al 1997)
O som de um estalido reportado pelo paciente deve ser considerado como
indicativo de uma possiacutevel fractura mesmo que esta natildeo seja detectada inicialmente na
radiografia (Woldenberg et al 2007) Se assim acontecer recomenda-se a realizaccedilatildeo de
radiografias de controlo (Wagner et al 2005) Libersa et al bem como Perry e
Goldberg confirmam este som distinto pois a maioria dos pacientes reportou um som
tipo estalido enquanto mastigavam acompanhado por dor intensa Na anaacutelise de
Krimmel e Reinert todos os pacientes reportaram o mesmo som excepto um que
apenas presenciou um novo episoacutedio de dor
Para aleacutem da dor suacutebita outros sinais cliacutenicos a ter em conta satildeo a presenccedila de
parestesia disestesia ou anestesia relacionadas com o nervo dentaacuterio inferior e as
alteraccedilotildees na oclusatildeo que satildeo um forte indicador de possiacutevel fractura mandibular (Laub
Jr 2009) Poderaacute tambeacutem surgir edema (Wagner et al 2005)
No caso reportado por Woldenberg foi realizada radiografia panoracircmica poacutes-
operatoacuteria imediata apoacutes se ter presenciado um estalido durante a extracccedilatildeo do 38 Na
radiografia verficou-se uma linha radioluacutecida desde o alveacuteolo ateacute ao bordo inferior da
mandiacutebula compatiacutevel com linha de fractura Foi notificada tambeacutem a presenccedila de
parestesia do laacutebio inferior do lado correspondente agrave fractura
No estudo realizado por Wagner et al em 2005 13 dos 17 pacientes que
sofreram fractura mandibular tambeacutem reportaram um som tipo estalido mas nem
sempre associado a sensaccedilatildeo dolorosa imediata No entanto foi reportada
frequentemente a presenccedila de inchaccedilo na zona do acircngulo mandibular respectivo A
meacutedia de dias decorridos entre a cirugia e a fractura foi de 19plusmn4 dias O tempo
decorrido ateacute diagnoacutestico radioloacutegico com conhecimento da data da fractura foi de
10plusmn4 dias
Como jaacute foi referido as fracturas mandibulares nem sempre satildeo diagnosticadas
radiologicamente (Iizuka et al 1997) principalmente se natildeo houver deslocamento
patoloacutegico dos fragmentos (Wagner et al 2007) No estudo de Iizuka et al todas as
fracturas que ocorreram num estado poacutes-operatorio relativamente cedo eram fracturas
sem deslocamento Uma vez que este tipo de fractura natildeo eacute imediatamente reconhecido
um achado radiograacutefico negativo apoacutes suspeita natildeo deve exluir de imediato a presenccedila
de fractura Nestes casos eacute recomendada uma dieta mole e a execuccedilatildeo de radiografias de
21
controlo nos dias seguintes (Iizuka et al 1997) Aliaacutes no estudo de Iizuka et al um dos
pacientes reportou um estalido ao comer no sexto dia poacutes-operatoacuterio cuja radiografia
efectuada nesse mesmo dia natildeo revelou qualquer fractura Quatro semanas depois o
paciente voltou ao consultoacuterio devido a uma dor persistente no local da extracccedilatildeo onde
se verificou atraveacutes da radiografia uma fractura evidente
De acordo com alguns autores na radiografia pode verificar-se uma fractura preacute-
angular o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo eixo do
dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula ou fracturas angulares
com uma linha de fractura paralela agrave bissectriz do acircngulo mandibular (Iizuka et al
1997 Wagner et al 2005)
Em casos de suspeita de fractura sem deslocamento e cujos achados radioloacutegicos
atraveacutes das radiografias convencionais como a ortopantomografia sejam negativos a
tomografia computadorizada (TC) e a tomografia computadorizada de feixe coacutenico
podem ser utilizadas como exames adicionais
De acordo com Roth e colaboradores a TC apresenta resultados superiores aos
da radiografia panoracircmica Este facto justifica-se pelas suas ferramentas de
melhoramento de imagem melhor qualidade de imagem sensibilidade equivalente na
identificaccedilatildeo de fracturas menor erro de interpretaccedilatildeo e opiniotildees mais concordantes
entre os meacutedicos na identificaccedilatildeo das fracturas mandibulares (Roth et al 2005) Outros
estudos suportam a contribuiccedilatildeo dos achados radiograacuteficos na TC para o manuseamento
ciruacutergico de traumas (Eggers et al 2008) No entanto existem algumas desvantagens
nomeadamente o elevado custo a disponibilidade e a elevada exposiccedilatildeo de radiaccedilatildeo
Estes factores promovem a tomografia computadorizada de feixe coacutenico como uma
aceitaacutevel alternativa na avaliaccedilatildeo de fracturas maxilofaciais (Scarfe et al 2006
Shintaku et al 2009)
4 Tratamento
As opccedilotildees de tratamento para as fracturas mandibulares associadas a extracccedilotildees
seguem os princiacutepios do tratamento das fracturas traumaacuteticas do acircngulo da mandiacutebula
As fracturas mandibulares podem ser tratadas realizando-se a reduccedilatildeo
contenccedilatildeo e imobilizaccedilatildeo dos segmentos fracturados sendo que a orientaccedilatildeo da oclusatildeo
dentaacuteria levaraacute a uma perfeita consolidaccedilatildeo dos segmentos fracturados com boa
recuperaccedilatildeo funcional e esteacutetica (Gomes et al 2001) Eacute fundamental identificar e
22
assegurar a correcta oclusatildeo antes de recorrer agrave reduccedilatildeo da fractura (Custoacutedio et al
2007)
O tratamento das fracturas mandibulares iatrogeacutenicas reportado por diversos
estudos na anaacutelise de Bodner et al baseou-se numa reduccedilatildeo fechada da fractura em
40 dos casos reduccedilatildeo aberta em 35 dos pacientes e em 25 dos casos natildeo foi
efectuado qualquer tipo de tratamento Este autor natildeo faz referecircncia ao sucesso dos
tratamentos
Os tratamentos que utilizam apenas fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo chamados reduccedilotildees
fechadas porque natildeo envolvem a abertura directa exposiccedilatildeo e a manipulaccedilatildeo da aacuterea
fracturada Uma reduccedilatildeo aberta inclui exposiccedilatildeo directa e reduccedilatildeo da fractura atraveacutes de
incisatildeo ciruacutergica (Custoacutedio et al 2007)
No estudo de Chrcanovic et al foram analisados 128 casos de fractura
mandibular sendo dois destes relatados por experiecircncia proacutepria No primeiro caso a
paciente ouviu um estalido e na avaliaccedilatildeo da ortopantomografia verificou-se uma
fractura sem deslocamento As possiacuteveis opccedilotildees de tratamento foram discutidas com a
paciente Devido a vaacuterias razotildees nomeadamente a ausecircncia de infecccedilatildeo e deslocamento
entre os segmentos a presenccedila de uma boa oclusatildeo com todos os dentes presentes e o
devido consentimento da paciente foi realizada apenas fixaccedilatildeo intermaxilar Apoacutes trecircs
meses verificou-se radiologicamente uniatildeo oacutessea
No caso reportado por Woldenberg et al durante a extracccedilatildeo do dente 38
verificou-se na panoracircmica uma linha de fractura Foi colocada fixaccedilatildeo intermaxilar e
posteriomente foram realizados novos exames uma panoracircmica e uma TC que
demonstraram bons resultados com aproximaccedilatildeo da linha de fractura Apoacutes duas
semanas a paciente recuperou a sensibilidade ao niacutevel do nervo dentaacuterio inferior
esquerdo Seis semanas apoacutes a cirurgia a fixaccedilatildeo intermaxilar foi removida e a paciente
sujeita a dieta mole por mais quatro semanas Nos dois trecircs e seis meses apoacutes a cirugia
foram realizadas radiografias panoracircmicas Estas revelaram formaccedilatildeo contiacutenua de osso
ao niacutevel do alveacuteolo e da linha de fractura
No estudo de Iizuka et al em seis casos foi realizada reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo
interna em dois efectuou-se fixaccedilatildeo intermaxilar e nos restantes trecircs apenas dieta mole
Todos os pacientes foram submetidos a terapia antibioacutetica durante pelo menos uma
semana simultaneamente com o tratamento da fractura que decorreu sem complicaccedilotildees
Todavia a obtenccedilatildeo de uma boa estabilidade parece ser a protecccedilatildeo mais segura contra
23
a infecccedilatildeo e atraso da cicatrizaccedilatildeo mais do que a terapia antibioacutetica (Mehra e Murad
2008)
De acordo com a literatura hoje em dia o tratamento mais eficaz das fracturas
mandibulares baseia-se na reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo interna no entanto os artigos
abordados cuja fractura estaacute relacionada com a extracccedilatildeo de terceiros molares parecem
ter obtido bons resultados com a utilizaccedilatildeo de fixaccedilatildeo intermaxilar e realizaccedilatildeo de dieta
mole Iizuka et al referem que nos casos de diagnoacutestico precoce e ausecircncia de
sintomatologia eacute adequado um tratamento conservador com fixaccedilatildeo intermaxilar e
nalguns casos a prescriccedilatildeo de dieta mole
No entanto evitar o uso de fixaccedilatildeo intermaxilar no transoperatoacuterio eacute mais
econoacutemico em tempo e custo e mais confortaacutevel para o paciente De acordo com Sorel
citado por Laub Jr alguns dos problemas associados agrave fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo a maacute
alimentaccedilatildeo com perda de peso dificuldades na respiraccedilatildeo e foneacutetica maacute higiene oral e
problemas sociais Em contraste a fixaccedilatildeo interna permite restauraccedilatildeo da funccedilatildeo e
mobilidade mais cedo e aumento do conforto para o paciente com melhoria dos
aspectos atraacutes mencionados Os autores Gomes et al referem que a fixaccedilatildeo intermaxilar
natildeo eacute usualmente necessaacuteria na reduccedilatildeo de fracturas confinadas agrave mandiacutebula
De acordo com Calloway et al citados por Moreno et al o desenvolvimento de
diferentes sistemas de fixaccedilatildeo interna na traumatologia facial e sua aplicaccedilatildeo no
tratamento das fracturas mandibulares conduziu a mudanccedilas nos criteacuterios de realizaccedilatildeo
de imobilizaccedilatildeo poacutes-ciruacutergica Tambeacutem tornou possiacutevel um retorno agrave funccedilatildeo normal
mais raacutepido Esta teacutecnica utiliza placas e parafusos na regiatildeo da fractura para se obter
contenccedilatildeo estaacutevel e eficaz promovendo cicatrizaccedilatildeo oacutessea primaacuteria sem que seja
necessaacuteria a extensatildeo do uso de fixaccedilatildeo intermaxilar A eliminaccedilatildeo desta ou uso por
periacuteodo miacutenimo geralmente resulta em maior satisfaccedilatildeo para o paciente (Gomes et al
2001 Custoacutedio et al 2007) Nesta modalidade o acesso agrave aacuterea da fractura pode ser
conseguido atraveacutes de abordagem intra-oral ou extra-oral (Mehra e Murad 2008)
As fracturas com grande grau de deslocamento ou fracturas cominutivas
necessitam de uma abordagem extra-oral para correcta reduccedilatildeo e visualizaccedilatildeo ao
colocar as estruturas de fixaccedilatildeo interna Por esta razatildeo e por natildeo haver comunicaccedilatildeo
com o meio intra-oral este meacutetodo apresenta baixo iacutendice de contaminaccedilatildeo A reduccedilatildeo
aberta com abordagem intra-oral pode ser utilizada nos casos de ausecircncia ou ligeiro
deslocamento dos fragmentos pacientes pouco cooperantes ou que necessitam de
restabelecimento imediato da funccedilatildeo mastigatoacuteria (Custoacutedio et al 2007)
24
A utilizaccedilatildeo de meacutetodos de fixaccedilatildeo interna nas fracturas mandibulares parece ser
o meacutetodo de tratamento mais aceitaacutevel (Moreno et al 2000) No entanto
independentemente do meacutetodo utilizado a finalidade baacutesica do tratamento das fracturas
deve ser o restabelecimento da oclusatildeo funcional e a continuidade mandibular
promovendo a restauraccedilatildeo das funccedilotildees mastigatoacuterias do paciente com o miacutenimo de
sequelas possiacutevel (Custoacutedio et al 2007)
5 Medidas preventivas
Perante avaliaccedilatildeo cliacutenica e posterior suspeita de ser um paciente de alto risco de
desenvolvimento de fractura mandibular algumas medidas devem ser ponderadas com
especial atenccedilatildeo Chrcanovic et al apontam mesmo a inadequada avaliaccedilatildeo preacute-
operatoacuteria como um factor de risco ou factor predisponente para o desenvolvimento de
fracturas Portanto este seria o primeiro ponto a ter em conta para um adequado
procedimento ciruacutergico com medidas atenuantes do risco de complicaccedilotildees A
identificaccedilatildeo de dentes que representam elevado risco de complicaccedilotildees relacionadas
com a cirurgia eacute a chave para o desenvolvimento de medidas profilaacutecticas com o
objectivo de evitar fracturas mandibulares Todos os indicadores de risco devem ser
bem analisados
Bodner e colaboradores descreveram algumas medidas preventivas para reduzir
a possibilidade de ocorrecircncia de fracturas mandibulares iatrogeacutenicas Estas incluem os
seguintes passos informar o paciente sobre a existecircncia do risco de fractura e da
importacircncia da sua cooperaccedilatildeo (Libersa et al 2002) a remoccedilatildeo oacutessea quando
necessaacuteria deve ser miacutenima e se possiacutevel efectuar odontossecccedilatildeo reduzindo a aacuterea
oacutessea removida se o dente empactado se encontrar perto do bordo inferior da
mandiacutebula considerar a abordagem extra-oral pacientes devem realizar dieta mole nas
quatro semanas seguintes agrave cirurgia (Wagner et al 2005 Woldenberg et al 2007)
embora Iizuka et al refiram apenas duas semanas e limitar a forccedila mastigatoacuteria durante
dois meses (Libersa et al 2002) o meacutedico dentista deve dar ecircnfase agrave qualidade e
duraccedilatildeo da dieta mole (Perry e Goldberg 2000) informar o paciente sobre os sinais
cliacutenicos e sintomas de uma fractura poacutes-operatoacuteria alertar o paciente para a
possibilidade de ouvir um som tipo estalido que pode indicar a presenccedila de fractura natildeo
sendo no entanto facilmente detectaacutevel radiologicamente com necessidade de
posteriores radiografias (Iizuka et al 1997)
25
Obiechina et al citados por Al-Belasy et al referem que perante as
dificuldades inerentes a esta cirurgia eacute recomendado que esta seja efectuada antes dos
25 anos Aliaacutes de acordo com Libersa et al a remoccedilatildeo profilaacutectica de terceiros molares
antes dos 20 anos de idade pode atenuar o risco de fractura
De acordo com Chrcanovic et al em casos em que a extracccedilatildeo de terceiros
molares inclusos eacute recomendada o risco de desenvolver uma fractura mandibular intra-
operatoacuteria pode ser evitada quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando
existe uma boa visualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada (Al-Belasy et al 2009)
Estes autores referem que o risco de fracturas mandibulares tanto imediatas como
tardias pode ser evitado pelo diagnoacutestico preciso e bem elaborado nos seguintes casos
pacientes com mais de 25 anos de idade principalmente homens pacientes com
bruxismo atletas activos raiacutezes do terceiro molar sobrepostas ou adjacentes ao canal
dentaacuterio inferior visualizadas na panoracircmica pacientes com patologia local ou
sisteacutemica ou sob medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea
26
Conclusatildeo
As taxas de incidecircncia da fractura traumaacutetica mandibular satildeo elevadas
principalmente quando comparadas com as fracturas mandibulares associadas a
exodontias que rondam os 00046 Apesar de rara a possibilidade de ocorrer e os
sinais e sintomas que acarreta devem ser destacados na informaccedilatildeo e esclarecimento ao
paciente A remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos eacute a cirurgia mais associada a estas
fracturas e as indicaccedilotildees quanto agrave sua realizaccedilatildeo ainda satildeo um pouco questionadas
Cada caso deve ser bem avaliado com os meacutetodos cliacutenicos e radiograacuteficos necessaacuterios
Quando eacute decidida a realizaccedilatildeo de extracccedilatildeo a radiografia periapical eacute
considerada um exame de eleiccedilatildeo no entanto a radiografia panoracircmica eacute um bom
substituto e permite utilizar sistemas de classificaccedilatildeo que podem ajudar o dentista na
determinaccedilatildeo do grau de complexidade e dificuldade do procedimento Por outro lado a
tomografia computadorizada (TC) pode ser utilizada em casos muito especiacuteficos com
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos factores predisponentes agrave ocorrecircncia de fractura mandibular
associada agrave exodontia
As fracturas podem ocorrer durante ou apoacutes a cirurgia sendo estas uacuteltimas as
mais frequentes Pacientes com mais de 25 anos geralmente entre os 40 e 50 anos
aparentam ter maior predisposiccedilatildeo provavelmente devido agrave diminuiccedilatildeo da elasticidade
oacutessea e dificuldades na expansatildeo alveolar durante a cirurgia A osteoporose tambeacutem
pode estar relacionada com o enfraquecimento da estrutura oacutessea
As fracturas imediatas estatildeo geralmente associadas a utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos Esta forccedila aplicada numa
mandiacutebula enfraquecida por razotildees preacute-ciruacutergicas aumenta a predisposiccedilatildeo para
fractura A fragilidade mandibular pode ser fisioloacutegica mas pode tambeacutem estar
relacionada com factores locais ou sisteacutemicos como doenccedilas ou medicamentos que
afectam a resistecircncia oacutessea As infecccedilotildees e lesotildees quiacutesticas ou tumorais bem como a
terapia com corticosteroacuteides e a osteoporose satildeo exemplos destes factores Durante o
procedimento deve-se optar pela remoccedilatildeo oacutessea miacutenima e se possiacutevel realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo obtenccedilatildeo de boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e aplicaccedilatildeo de forccedila
guiada e controlada As fracturas mandibulares tardias geralmente estatildeo associadas a um
enfraquecimento da mandiacutebula que surgiu apoacutes a extracccedilatildeo sendo a remoccedilatildeo oacutessea
excessiva um factor relacionado Quanto maior a quantidade de osso removido maior o
defeito oacutesseo criado maior a fragilidade mandibular e consequentemente o risco de
fractura aumenta Deste modo dentes inclusos com grande empactaccedilatildeo e envolvimento
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
20
presenccedila de osteomielite podem ser a causa destas fracturas e quando a cicatrizaccedilatildeo se
prolonga demasiado deve-se sempre considerar o risco de fractura apresentando assim
indicaccedilatildeo para controlo radiograacutefico perioacutedico (Iizuka et al 1997)
O som de um estalido reportado pelo paciente deve ser considerado como
indicativo de uma possiacutevel fractura mesmo que esta natildeo seja detectada inicialmente na
radiografia (Woldenberg et al 2007) Se assim acontecer recomenda-se a realizaccedilatildeo de
radiografias de controlo (Wagner et al 2005) Libersa et al bem como Perry e
Goldberg confirmam este som distinto pois a maioria dos pacientes reportou um som
tipo estalido enquanto mastigavam acompanhado por dor intensa Na anaacutelise de
Krimmel e Reinert todos os pacientes reportaram o mesmo som excepto um que
apenas presenciou um novo episoacutedio de dor
Para aleacutem da dor suacutebita outros sinais cliacutenicos a ter em conta satildeo a presenccedila de
parestesia disestesia ou anestesia relacionadas com o nervo dentaacuterio inferior e as
alteraccedilotildees na oclusatildeo que satildeo um forte indicador de possiacutevel fractura mandibular (Laub
Jr 2009) Poderaacute tambeacutem surgir edema (Wagner et al 2005)
No caso reportado por Woldenberg foi realizada radiografia panoracircmica poacutes-
operatoacuteria imediata apoacutes se ter presenciado um estalido durante a extracccedilatildeo do 38 Na
radiografia verficou-se uma linha radioluacutecida desde o alveacuteolo ateacute ao bordo inferior da
mandiacutebula compatiacutevel com linha de fractura Foi notificada tambeacutem a presenccedila de
parestesia do laacutebio inferior do lado correspondente agrave fractura
No estudo realizado por Wagner et al em 2005 13 dos 17 pacientes que
sofreram fractura mandibular tambeacutem reportaram um som tipo estalido mas nem
sempre associado a sensaccedilatildeo dolorosa imediata No entanto foi reportada
frequentemente a presenccedila de inchaccedilo na zona do acircngulo mandibular respectivo A
meacutedia de dias decorridos entre a cirugia e a fractura foi de 19plusmn4 dias O tempo
decorrido ateacute diagnoacutestico radioloacutegico com conhecimento da data da fractura foi de
10plusmn4 dias
Como jaacute foi referido as fracturas mandibulares nem sempre satildeo diagnosticadas
radiologicamente (Iizuka et al 1997) principalmente se natildeo houver deslocamento
patoloacutegico dos fragmentos (Wagner et al 2007) No estudo de Iizuka et al todas as
fracturas que ocorreram num estado poacutes-operatorio relativamente cedo eram fracturas
sem deslocamento Uma vez que este tipo de fractura natildeo eacute imediatamente reconhecido
um achado radiograacutefico negativo apoacutes suspeita natildeo deve exluir de imediato a presenccedila
de fractura Nestes casos eacute recomendada uma dieta mole e a execuccedilatildeo de radiografias de
21
controlo nos dias seguintes (Iizuka et al 1997) Aliaacutes no estudo de Iizuka et al um dos
pacientes reportou um estalido ao comer no sexto dia poacutes-operatoacuterio cuja radiografia
efectuada nesse mesmo dia natildeo revelou qualquer fractura Quatro semanas depois o
paciente voltou ao consultoacuterio devido a uma dor persistente no local da extracccedilatildeo onde
se verificou atraveacutes da radiografia uma fractura evidente
De acordo com alguns autores na radiografia pode verificar-se uma fractura preacute-
angular o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo eixo do
dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula ou fracturas angulares
com uma linha de fractura paralela agrave bissectriz do acircngulo mandibular (Iizuka et al
1997 Wagner et al 2005)
Em casos de suspeita de fractura sem deslocamento e cujos achados radioloacutegicos
atraveacutes das radiografias convencionais como a ortopantomografia sejam negativos a
tomografia computadorizada (TC) e a tomografia computadorizada de feixe coacutenico
podem ser utilizadas como exames adicionais
De acordo com Roth e colaboradores a TC apresenta resultados superiores aos
da radiografia panoracircmica Este facto justifica-se pelas suas ferramentas de
melhoramento de imagem melhor qualidade de imagem sensibilidade equivalente na
identificaccedilatildeo de fracturas menor erro de interpretaccedilatildeo e opiniotildees mais concordantes
entre os meacutedicos na identificaccedilatildeo das fracturas mandibulares (Roth et al 2005) Outros
estudos suportam a contribuiccedilatildeo dos achados radiograacuteficos na TC para o manuseamento
ciruacutergico de traumas (Eggers et al 2008) No entanto existem algumas desvantagens
nomeadamente o elevado custo a disponibilidade e a elevada exposiccedilatildeo de radiaccedilatildeo
Estes factores promovem a tomografia computadorizada de feixe coacutenico como uma
aceitaacutevel alternativa na avaliaccedilatildeo de fracturas maxilofaciais (Scarfe et al 2006
Shintaku et al 2009)
4 Tratamento
As opccedilotildees de tratamento para as fracturas mandibulares associadas a extracccedilotildees
seguem os princiacutepios do tratamento das fracturas traumaacuteticas do acircngulo da mandiacutebula
As fracturas mandibulares podem ser tratadas realizando-se a reduccedilatildeo
contenccedilatildeo e imobilizaccedilatildeo dos segmentos fracturados sendo que a orientaccedilatildeo da oclusatildeo
dentaacuteria levaraacute a uma perfeita consolidaccedilatildeo dos segmentos fracturados com boa
recuperaccedilatildeo funcional e esteacutetica (Gomes et al 2001) Eacute fundamental identificar e
22
assegurar a correcta oclusatildeo antes de recorrer agrave reduccedilatildeo da fractura (Custoacutedio et al
2007)
O tratamento das fracturas mandibulares iatrogeacutenicas reportado por diversos
estudos na anaacutelise de Bodner et al baseou-se numa reduccedilatildeo fechada da fractura em
40 dos casos reduccedilatildeo aberta em 35 dos pacientes e em 25 dos casos natildeo foi
efectuado qualquer tipo de tratamento Este autor natildeo faz referecircncia ao sucesso dos
tratamentos
Os tratamentos que utilizam apenas fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo chamados reduccedilotildees
fechadas porque natildeo envolvem a abertura directa exposiccedilatildeo e a manipulaccedilatildeo da aacuterea
fracturada Uma reduccedilatildeo aberta inclui exposiccedilatildeo directa e reduccedilatildeo da fractura atraveacutes de
incisatildeo ciruacutergica (Custoacutedio et al 2007)
No estudo de Chrcanovic et al foram analisados 128 casos de fractura
mandibular sendo dois destes relatados por experiecircncia proacutepria No primeiro caso a
paciente ouviu um estalido e na avaliaccedilatildeo da ortopantomografia verificou-se uma
fractura sem deslocamento As possiacuteveis opccedilotildees de tratamento foram discutidas com a
paciente Devido a vaacuterias razotildees nomeadamente a ausecircncia de infecccedilatildeo e deslocamento
entre os segmentos a presenccedila de uma boa oclusatildeo com todos os dentes presentes e o
devido consentimento da paciente foi realizada apenas fixaccedilatildeo intermaxilar Apoacutes trecircs
meses verificou-se radiologicamente uniatildeo oacutessea
No caso reportado por Woldenberg et al durante a extracccedilatildeo do dente 38
verificou-se na panoracircmica uma linha de fractura Foi colocada fixaccedilatildeo intermaxilar e
posteriomente foram realizados novos exames uma panoracircmica e uma TC que
demonstraram bons resultados com aproximaccedilatildeo da linha de fractura Apoacutes duas
semanas a paciente recuperou a sensibilidade ao niacutevel do nervo dentaacuterio inferior
esquerdo Seis semanas apoacutes a cirurgia a fixaccedilatildeo intermaxilar foi removida e a paciente
sujeita a dieta mole por mais quatro semanas Nos dois trecircs e seis meses apoacutes a cirugia
foram realizadas radiografias panoracircmicas Estas revelaram formaccedilatildeo contiacutenua de osso
ao niacutevel do alveacuteolo e da linha de fractura
No estudo de Iizuka et al em seis casos foi realizada reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo
interna em dois efectuou-se fixaccedilatildeo intermaxilar e nos restantes trecircs apenas dieta mole
Todos os pacientes foram submetidos a terapia antibioacutetica durante pelo menos uma
semana simultaneamente com o tratamento da fractura que decorreu sem complicaccedilotildees
Todavia a obtenccedilatildeo de uma boa estabilidade parece ser a protecccedilatildeo mais segura contra
23
a infecccedilatildeo e atraso da cicatrizaccedilatildeo mais do que a terapia antibioacutetica (Mehra e Murad
2008)
De acordo com a literatura hoje em dia o tratamento mais eficaz das fracturas
mandibulares baseia-se na reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo interna no entanto os artigos
abordados cuja fractura estaacute relacionada com a extracccedilatildeo de terceiros molares parecem
ter obtido bons resultados com a utilizaccedilatildeo de fixaccedilatildeo intermaxilar e realizaccedilatildeo de dieta
mole Iizuka et al referem que nos casos de diagnoacutestico precoce e ausecircncia de
sintomatologia eacute adequado um tratamento conservador com fixaccedilatildeo intermaxilar e
nalguns casos a prescriccedilatildeo de dieta mole
No entanto evitar o uso de fixaccedilatildeo intermaxilar no transoperatoacuterio eacute mais
econoacutemico em tempo e custo e mais confortaacutevel para o paciente De acordo com Sorel
citado por Laub Jr alguns dos problemas associados agrave fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo a maacute
alimentaccedilatildeo com perda de peso dificuldades na respiraccedilatildeo e foneacutetica maacute higiene oral e
problemas sociais Em contraste a fixaccedilatildeo interna permite restauraccedilatildeo da funccedilatildeo e
mobilidade mais cedo e aumento do conforto para o paciente com melhoria dos
aspectos atraacutes mencionados Os autores Gomes et al referem que a fixaccedilatildeo intermaxilar
natildeo eacute usualmente necessaacuteria na reduccedilatildeo de fracturas confinadas agrave mandiacutebula
De acordo com Calloway et al citados por Moreno et al o desenvolvimento de
diferentes sistemas de fixaccedilatildeo interna na traumatologia facial e sua aplicaccedilatildeo no
tratamento das fracturas mandibulares conduziu a mudanccedilas nos criteacuterios de realizaccedilatildeo
de imobilizaccedilatildeo poacutes-ciruacutergica Tambeacutem tornou possiacutevel um retorno agrave funccedilatildeo normal
mais raacutepido Esta teacutecnica utiliza placas e parafusos na regiatildeo da fractura para se obter
contenccedilatildeo estaacutevel e eficaz promovendo cicatrizaccedilatildeo oacutessea primaacuteria sem que seja
necessaacuteria a extensatildeo do uso de fixaccedilatildeo intermaxilar A eliminaccedilatildeo desta ou uso por
periacuteodo miacutenimo geralmente resulta em maior satisfaccedilatildeo para o paciente (Gomes et al
2001 Custoacutedio et al 2007) Nesta modalidade o acesso agrave aacuterea da fractura pode ser
conseguido atraveacutes de abordagem intra-oral ou extra-oral (Mehra e Murad 2008)
As fracturas com grande grau de deslocamento ou fracturas cominutivas
necessitam de uma abordagem extra-oral para correcta reduccedilatildeo e visualizaccedilatildeo ao
colocar as estruturas de fixaccedilatildeo interna Por esta razatildeo e por natildeo haver comunicaccedilatildeo
com o meio intra-oral este meacutetodo apresenta baixo iacutendice de contaminaccedilatildeo A reduccedilatildeo
aberta com abordagem intra-oral pode ser utilizada nos casos de ausecircncia ou ligeiro
deslocamento dos fragmentos pacientes pouco cooperantes ou que necessitam de
restabelecimento imediato da funccedilatildeo mastigatoacuteria (Custoacutedio et al 2007)
24
A utilizaccedilatildeo de meacutetodos de fixaccedilatildeo interna nas fracturas mandibulares parece ser
o meacutetodo de tratamento mais aceitaacutevel (Moreno et al 2000) No entanto
independentemente do meacutetodo utilizado a finalidade baacutesica do tratamento das fracturas
deve ser o restabelecimento da oclusatildeo funcional e a continuidade mandibular
promovendo a restauraccedilatildeo das funccedilotildees mastigatoacuterias do paciente com o miacutenimo de
sequelas possiacutevel (Custoacutedio et al 2007)
5 Medidas preventivas
Perante avaliaccedilatildeo cliacutenica e posterior suspeita de ser um paciente de alto risco de
desenvolvimento de fractura mandibular algumas medidas devem ser ponderadas com
especial atenccedilatildeo Chrcanovic et al apontam mesmo a inadequada avaliaccedilatildeo preacute-
operatoacuteria como um factor de risco ou factor predisponente para o desenvolvimento de
fracturas Portanto este seria o primeiro ponto a ter em conta para um adequado
procedimento ciruacutergico com medidas atenuantes do risco de complicaccedilotildees A
identificaccedilatildeo de dentes que representam elevado risco de complicaccedilotildees relacionadas
com a cirurgia eacute a chave para o desenvolvimento de medidas profilaacutecticas com o
objectivo de evitar fracturas mandibulares Todos os indicadores de risco devem ser
bem analisados
Bodner e colaboradores descreveram algumas medidas preventivas para reduzir
a possibilidade de ocorrecircncia de fracturas mandibulares iatrogeacutenicas Estas incluem os
seguintes passos informar o paciente sobre a existecircncia do risco de fractura e da
importacircncia da sua cooperaccedilatildeo (Libersa et al 2002) a remoccedilatildeo oacutessea quando
necessaacuteria deve ser miacutenima e se possiacutevel efectuar odontossecccedilatildeo reduzindo a aacuterea
oacutessea removida se o dente empactado se encontrar perto do bordo inferior da
mandiacutebula considerar a abordagem extra-oral pacientes devem realizar dieta mole nas
quatro semanas seguintes agrave cirurgia (Wagner et al 2005 Woldenberg et al 2007)
embora Iizuka et al refiram apenas duas semanas e limitar a forccedila mastigatoacuteria durante
dois meses (Libersa et al 2002) o meacutedico dentista deve dar ecircnfase agrave qualidade e
duraccedilatildeo da dieta mole (Perry e Goldberg 2000) informar o paciente sobre os sinais
cliacutenicos e sintomas de uma fractura poacutes-operatoacuteria alertar o paciente para a
possibilidade de ouvir um som tipo estalido que pode indicar a presenccedila de fractura natildeo
sendo no entanto facilmente detectaacutevel radiologicamente com necessidade de
posteriores radiografias (Iizuka et al 1997)
25
Obiechina et al citados por Al-Belasy et al referem que perante as
dificuldades inerentes a esta cirurgia eacute recomendado que esta seja efectuada antes dos
25 anos Aliaacutes de acordo com Libersa et al a remoccedilatildeo profilaacutectica de terceiros molares
antes dos 20 anos de idade pode atenuar o risco de fractura
De acordo com Chrcanovic et al em casos em que a extracccedilatildeo de terceiros
molares inclusos eacute recomendada o risco de desenvolver uma fractura mandibular intra-
operatoacuteria pode ser evitada quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando
existe uma boa visualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada (Al-Belasy et al 2009)
Estes autores referem que o risco de fracturas mandibulares tanto imediatas como
tardias pode ser evitado pelo diagnoacutestico preciso e bem elaborado nos seguintes casos
pacientes com mais de 25 anos de idade principalmente homens pacientes com
bruxismo atletas activos raiacutezes do terceiro molar sobrepostas ou adjacentes ao canal
dentaacuterio inferior visualizadas na panoracircmica pacientes com patologia local ou
sisteacutemica ou sob medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea
26
Conclusatildeo
As taxas de incidecircncia da fractura traumaacutetica mandibular satildeo elevadas
principalmente quando comparadas com as fracturas mandibulares associadas a
exodontias que rondam os 00046 Apesar de rara a possibilidade de ocorrer e os
sinais e sintomas que acarreta devem ser destacados na informaccedilatildeo e esclarecimento ao
paciente A remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos eacute a cirurgia mais associada a estas
fracturas e as indicaccedilotildees quanto agrave sua realizaccedilatildeo ainda satildeo um pouco questionadas
Cada caso deve ser bem avaliado com os meacutetodos cliacutenicos e radiograacuteficos necessaacuterios
Quando eacute decidida a realizaccedilatildeo de extracccedilatildeo a radiografia periapical eacute
considerada um exame de eleiccedilatildeo no entanto a radiografia panoracircmica eacute um bom
substituto e permite utilizar sistemas de classificaccedilatildeo que podem ajudar o dentista na
determinaccedilatildeo do grau de complexidade e dificuldade do procedimento Por outro lado a
tomografia computadorizada (TC) pode ser utilizada em casos muito especiacuteficos com
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos factores predisponentes agrave ocorrecircncia de fractura mandibular
associada agrave exodontia
As fracturas podem ocorrer durante ou apoacutes a cirurgia sendo estas uacuteltimas as
mais frequentes Pacientes com mais de 25 anos geralmente entre os 40 e 50 anos
aparentam ter maior predisposiccedilatildeo provavelmente devido agrave diminuiccedilatildeo da elasticidade
oacutessea e dificuldades na expansatildeo alveolar durante a cirurgia A osteoporose tambeacutem
pode estar relacionada com o enfraquecimento da estrutura oacutessea
As fracturas imediatas estatildeo geralmente associadas a utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos Esta forccedila aplicada numa
mandiacutebula enfraquecida por razotildees preacute-ciruacutergicas aumenta a predisposiccedilatildeo para
fractura A fragilidade mandibular pode ser fisioloacutegica mas pode tambeacutem estar
relacionada com factores locais ou sisteacutemicos como doenccedilas ou medicamentos que
afectam a resistecircncia oacutessea As infecccedilotildees e lesotildees quiacutesticas ou tumorais bem como a
terapia com corticosteroacuteides e a osteoporose satildeo exemplos destes factores Durante o
procedimento deve-se optar pela remoccedilatildeo oacutessea miacutenima e se possiacutevel realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo obtenccedilatildeo de boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e aplicaccedilatildeo de forccedila
guiada e controlada As fracturas mandibulares tardias geralmente estatildeo associadas a um
enfraquecimento da mandiacutebula que surgiu apoacutes a extracccedilatildeo sendo a remoccedilatildeo oacutessea
excessiva um factor relacionado Quanto maior a quantidade de osso removido maior o
defeito oacutesseo criado maior a fragilidade mandibular e consequentemente o risco de
fractura aumenta Deste modo dentes inclusos com grande empactaccedilatildeo e envolvimento
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
21
controlo nos dias seguintes (Iizuka et al 1997) Aliaacutes no estudo de Iizuka et al um dos
pacientes reportou um estalido ao comer no sexto dia poacutes-operatoacuterio cuja radiografia
efectuada nesse mesmo dia natildeo revelou qualquer fractura Quatro semanas depois o
paciente voltou ao consultoacuterio devido a uma dor persistente no local da extracccedilatildeo onde
se verificou atraveacutes da radiografia uma fractura evidente
De acordo com alguns autores na radiografia pode verificar-se uma fractura preacute-
angular o que significa a criaccedilatildeo de uma linha de fractura paralela ao longo eixo do
dente localizando-se anteriormente ao acircngulo da mandiacutebula ou fracturas angulares
com uma linha de fractura paralela agrave bissectriz do acircngulo mandibular (Iizuka et al
1997 Wagner et al 2005)
Em casos de suspeita de fractura sem deslocamento e cujos achados radioloacutegicos
atraveacutes das radiografias convencionais como a ortopantomografia sejam negativos a
tomografia computadorizada (TC) e a tomografia computadorizada de feixe coacutenico
podem ser utilizadas como exames adicionais
De acordo com Roth e colaboradores a TC apresenta resultados superiores aos
da radiografia panoracircmica Este facto justifica-se pelas suas ferramentas de
melhoramento de imagem melhor qualidade de imagem sensibilidade equivalente na
identificaccedilatildeo de fracturas menor erro de interpretaccedilatildeo e opiniotildees mais concordantes
entre os meacutedicos na identificaccedilatildeo das fracturas mandibulares (Roth et al 2005) Outros
estudos suportam a contribuiccedilatildeo dos achados radiograacuteficos na TC para o manuseamento
ciruacutergico de traumas (Eggers et al 2008) No entanto existem algumas desvantagens
nomeadamente o elevado custo a disponibilidade e a elevada exposiccedilatildeo de radiaccedilatildeo
Estes factores promovem a tomografia computadorizada de feixe coacutenico como uma
aceitaacutevel alternativa na avaliaccedilatildeo de fracturas maxilofaciais (Scarfe et al 2006
Shintaku et al 2009)
4 Tratamento
As opccedilotildees de tratamento para as fracturas mandibulares associadas a extracccedilotildees
seguem os princiacutepios do tratamento das fracturas traumaacuteticas do acircngulo da mandiacutebula
As fracturas mandibulares podem ser tratadas realizando-se a reduccedilatildeo
contenccedilatildeo e imobilizaccedilatildeo dos segmentos fracturados sendo que a orientaccedilatildeo da oclusatildeo
dentaacuteria levaraacute a uma perfeita consolidaccedilatildeo dos segmentos fracturados com boa
recuperaccedilatildeo funcional e esteacutetica (Gomes et al 2001) Eacute fundamental identificar e
22
assegurar a correcta oclusatildeo antes de recorrer agrave reduccedilatildeo da fractura (Custoacutedio et al
2007)
O tratamento das fracturas mandibulares iatrogeacutenicas reportado por diversos
estudos na anaacutelise de Bodner et al baseou-se numa reduccedilatildeo fechada da fractura em
40 dos casos reduccedilatildeo aberta em 35 dos pacientes e em 25 dos casos natildeo foi
efectuado qualquer tipo de tratamento Este autor natildeo faz referecircncia ao sucesso dos
tratamentos
Os tratamentos que utilizam apenas fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo chamados reduccedilotildees
fechadas porque natildeo envolvem a abertura directa exposiccedilatildeo e a manipulaccedilatildeo da aacuterea
fracturada Uma reduccedilatildeo aberta inclui exposiccedilatildeo directa e reduccedilatildeo da fractura atraveacutes de
incisatildeo ciruacutergica (Custoacutedio et al 2007)
No estudo de Chrcanovic et al foram analisados 128 casos de fractura
mandibular sendo dois destes relatados por experiecircncia proacutepria No primeiro caso a
paciente ouviu um estalido e na avaliaccedilatildeo da ortopantomografia verificou-se uma
fractura sem deslocamento As possiacuteveis opccedilotildees de tratamento foram discutidas com a
paciente Devido a vaacuterias razotildees nomeadamente a ausecircncia de infecccedilatildeo e deslocamento
entre os segmentos a presenccedila de uma boa oclusatildeo com todos os dentes presentes e o
devido consentimento da paciente foi realizada apenas fixaccedilatildeo intermaxilar Apoacutes trecircs
meses verificou-se radiologicamente uniatildeo oacutessea
No caso reportado por Woldenberg et al durante a extracccedilatildeo do dente 38
verificou-se na panoracircmica uma linha de fractura Foi colocada fixaccedilatildeo intermaxilar e
posteriomente foram realizados novos exames uma panoracircmica e uma TC que
demonstraram bons resultados com aproximaccedilatildeo da linha de fractura Apoacutes duas
semanas a paciente recuperou a sensibilidade ao niacutevel do nervo dentaacuterio inferior
esquerdo Seis semanas apoacutes a cirurgia a fixaccedilatildeo intermaxilar foi removida e a paciente
sujeita a dieta mole por mais quatro semanas Nos dois trecircs e seis meses apoacutes a cirugia
foram realizadas radiografias panoracircmicas Estas revelaram formaccedilatildeo contiacutenua de osso
ao niacutevel do alveacuteolo e da linha de fractura
No estudo de Iizuka et al em seis casos foi realizada reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo
interna em dois efectuou-se fixaccedilatildeo intermaxilar e nos restantes trecircs apenas dieta mole
Todos os pacientes foram submetidos a terapia antibioacutetica durante pelo menos uma
semana simultaneamente com o tratamento da fractura que decorreu sem complicaccedilotildees
Todavia a obtenccedilatildeo de uma boa estabilidade parece ser a protecccedilatildeo mais segura contra
23
a infecccedilatildeo e atraso da cicatrizaccedilatildeo mais do que a terapia antibioacutetica (Mehra e Murad
2008)
De acordo com a literatura hoje em dia o tratamento mais eficaz das fracturas
mandibulares baseia-se na reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo interna no entanto os artigos
abordados cuja fractura estaacute relacionada com a extracccedilatildeo de terceiros molares parecem
ter obtido bons resultados com a utilizaccedilatildeo de fixaccedilatildeo intermaxilar e realizaccedilatildeo de dieta
mole Iizuka et al referem que nos casos de diagnoacutestico precoce e ausecircncia de
sintomatologia eacute adequado um tratamento conservador com fixaccedilatildeo intermaxilar e
nalguns casos a prescriccedilatildeo de dieta mole
No entanto evitar o uso de fixaccedilatildeo intermaxilar no transoperatoacuterio eacute mais
econoacutemico em tempo e custo e mais confortaacutevel para o paciente De acordo com Sorel
citado por Laub Jr alguns dos problemas associados agrave fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo a maacute
alimentaccedilatildeo com perda de peso dificuldades na respiraccedilatildeo e foneacutetica maacute higiene oral e
problemas sociais Em contraste a fixaccedilatildeo interna permite restauraccedilatildeo da funccedilatildeo e
mobilidade mais cedo e aumento do conforto para o paciente com melhoria dos
aspectos atraacutes mencionados Os autores Gomes et al referem que a fixaccedilatildeo intermaxilar
natildeo eacute usualmente necessaacuteria na reduccedilatildeo de fracturas confinadas agrave mandiacutebula
De acordo com Calloway et al citados por Moreno et al o desenvolvimento de
diferentes sistemas de fixaccedilatildeo interna na traumatologia facial e sua aplicaccedilatildeo no
tratamento das fracturas mandibulares conduziu a mudanccedilas nos criteacuterios de realizaccedilatildeo
de imobilizaccedilatildeo poacutes-ciruacutergica Tambeacutem tornou possiacutevel um retorno agrave funccedilatildeo normal
mais raacutepido Esta teacutecnica utiliza placas e parafusos na regiatildeo da fractura para se obter
contenccedilatildeo estaacutevel e eficaz promovendo cicatrizaccedilatildeo oacutessea primaacuteria sem que seja
necessaacuteria a extensatildeo do uso de fixaccedilatildeo intermaxilar A eliminaccedilatildeo desta ou uso por
periacuteodo miacutenimo geralmente resulta em maior satisfaccedilatildeo para o paciente (Gomes et al
2001 Custoacutedio et al 2007) Nesta modalidade o acesso agrave aacuterea da fractura pode ser
conseguido atraveacutes de abordagem intra-oral ou extra-oral (Mehra e Murad 2008)
As fracturas com grande grau de deslocamento ou fracturas cominutivas
necessitam de uma abordagem extra-oral para correcta reduccedilatildeo e visualizaccedilatildeo ao
colocar as estruturas de fixaccedilatildeo interna Por esta razatildeo e por natildeo haver comunicaccedilatildeo
com o meio intra-oral este meacutetodo apresenta baixo iacutendice de contaminaccedilatildeo A reduccedilatildeo
aberta com abordagem intra-oral pode ser utilizada nos casos de ausecircncia ou ligeiro
deslocamento dos fragmentos pacientes pouco cooperantes ou que necessitam de
restabelecimento imediato da funccedilatildeo mastigatoacuteria (Custoacutedio et al 2007)
24
A utilizaccedilatildeo de meacutetodos de fixaccedilatildeo interna nas fracturas mandibulares parece ser
o meacutetodo de tratamento mais aceitaacutevel (Moreno et al 2000) No entanto
independentemente do meacutetodo utilizado a finalidade baacutesica do tratamento das fracturas
deve ser o restabelecimento da oclusatildeo funcional e a continuidade mandibular
promovendo a restauraccedilatildeo das funccedilotildees mastigatoacuterias do paciente com o miacutenimo de
sequelas possiacutevel (Custoacutedio et al 2007)
5 Medidas preventivas
Perante avaliaccedilatildeo cliacutenica e posterior suspeita de ser um paciente de alto risco de
desenvolvimento de fractura mandibular algumas medidas devem ser ponderadas com
especial atenccedilatildeo Chrcanovic et al apontam mesmo a inadequada avaliaccedilatildeo preacute-
operatoacuteria como um factor de risco ou factor predisponente para o desenvolvimento de
fracturas Portanto este seria o primeiro ponto a ter em conta para um adequado
procedimento ciruacutergico com medidas atenuantes do risco de complicaccedilotildees A
identificaccedilatildeo de dentes que representam elevado risco de complicaccedilotildees relacionadas
com a cirurgia eacute a chave para o desenvolvimento de medidas profilaacutecticas com o
objectivo de evitar fracturas mandibulares Todos os indicadores de risco devem ser
bem analisados
Bodner e colaboradores descreveram algumas medidas preventivas para reduzir
a possibilidade de ocorrecircncia de fracturas mandibulares iatrogeacutenicas Estas incluem os
seguintes passos informar o paciente sobre a existecircncia do risco de fractura e da
importacircncia da sua cooperaccedilatildeo (Libersa et al 2002) a remoccedilatildeo oacutessea quando
necessaacuteria deve ser miacutenima e se possiacutevel efectuar odontossecccedilatildeo reduzindo a aacuterea
oacutessea removida se o dente empactado se encontrar perto do bordo inferior da
mandiacutebula considerar a abordagem extra-oral pacientes devem realizar dieta mole nas
quatro semanas seguintes agrave cirurgia (Wagner et al 2005 Woldenberg et al 2007)
embora Iizuka et al refiram apenas duas semanas e limitar a forccedila mastigatoacuteria durante
dois meses (Libersa et al 2002) o meacutedico dentista deve dar ecircnfase agrave qualidade e
duraccedilatildeo da dieta mole (Perry e Goldberg 2000) informar o paciente sobre os sinais
cliacutenicos e sintomas de uma fractura poacutes-operatoacuteria alertar o paciente para a
possibilidade de ouvir um som tipo estalido que pode indicar a presenccedila de fractura natildeo
sendo no entanto facilmente detectaacutevel radiologicamente com necessidade de
posteriores radiografias (Iizuka et al 1997)
25
Obiechina et al citados por Al-Belasy et al referem que perante as
dificuldades inerentes a esta cirurgia eacute recomendado que esta seja efectuada antes dos
25 anos Aliaacutes de acordo com Libersa et al a remoccedilatildeo profilaacutectica de terceiros molares
antes dos 20 anos de idade pode atenuar o risco de fractura
De acordo com Chrcanovic et al em casos em que a extracccedilatildeo de terceiros
molares inclusos eacute recomendada o risco de desenvolver uma fractura mandibular intra-
operatoacuteria pode ser evitada quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando
existe uma boa visualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada (Al-Belasy et al 2009)
Estes autores referem que o risco de fracturas mandibulares tanto imediatas como
tardias pode ser evitado pelo diagnoacutestico preciso e bem elaborado nos seguintes casos
pacientes com mais de 25 anos de idade principalmente homens pacientes com
bruxismo atletas activos raiacutezes do terceiro molar sobrepostas ou adjacentes ao canal
dentaacuterio inferior visualizadas na panoracircmica pacientes com patologia local ou
sisteacutemica ou sob medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea
26
Conclusatildeo
As taxas de incidecircncia da fractura traumaacutetica mandibular satildeo elevadas
principalmente quando comparadas com as fracturas mandibulares associadas a
exodontias que rondam os 00046 Apesar de rara a possibilidade de ocorrer e os
sinais e sintomas que acarreta devem ser destacados na informaccedilatildeo e esclarecimento ao
paciente A remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos eacute a cirurgia mais associada a estas
fracturas e as indicaccedilotildees quanto agrave sua realizaccedilatildeo ainda satildeo um pouco questionadas
Cada caso deve ser bem avaliado com os meacutetodos cliacutenicos e radiograacuteficos necessaacuterios
Quando eacute decidida a realizaccedilatildeo de extracccedilatildeo a radiografia periapical eacute
considerada um exame de eleiccedilatildeo no entanto a radiografia panoracircmica eacute um bom
substituto e permite utilizar sistemas de classificaccedilatildeo que podem ajudar o dentista na
determinaccedilatildeo do grau de complexidade e dificuldade do procedimento Por outro lado a
tomografia computadorizada (TC) pode ser utilizada em casos muito especiacuteficos com
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos factores predisponentes agrave ocorrecircncia de fractura mandibular
associada agrave exodontia
As fracturas podem ocorrer durante ou apoacutes a cirurgia sendo estas uacuteltimas as
mais frequentes Pacientes com mais de 25 anos geralmente entre os 40 e 50 anos
aparentam ter maior predisposiccedilatildeo provavelmente devido agrave diminuiccedilatildeo da elasticidade
oacutessea e dificuldades na expansatildeo alveolar durante a cirurgia A osteoporose tambeacutem
pode estar relacionada com o enfraquecimento da estrutura oacutessea
As fracturas imediatas estatildeo geralmente associadas a utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos Esta forccedila aplicada numa
mandiacutebula enfraquecida por razotildees preacute-ciruacutergicas aumenta a predisposiccedilatildeo para
fractura A fragilidade mandibular pode ser fisioloacutegica mas pode tambeacutem estar
relacionada com factores locais ou sisteacutemicos como doenccedilas ou medicamentos que
afectam a resistecircncia oacutessea As infecccedilotildees e lesotildees quiacutesticas ou tumorais bem como a
terapia com corticosteroacuteides e a osteoporose satildeo exemplos destes factores Durante o
procedimento deve-se optar pela remoccedilatildeo oacutessea miacutenima e se possiacutevel realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo obtenccedilatildeo de boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e aplicaccedilatildeo de forccedila
guiada e controlada As fracturas mandibulares tardias geralmente estatildeo associadas a um
enfraquecimento da mandiacutebula que surgiu apoacutes a extracccedilatildeo sendo a remoccedilatildeo oacutessea
excessiva um factor relacionado Quanto maior a quantidade de osso removido maior o
defeito oacutesseo criado maior a fragilidade mandibular e consequentemente o risco de
fractura aumenta Deste modo dentes inclusos com grande empactaccedilatildeo e envolvimento
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
22
assegurar a correcta oclusatildeo antes de recorrer agrave reduccedilatildeo da fractura (Custoacutedio et al
2007)
O tratamento das fracturas mandibulares iatrogeacutenicas reportado por diversos
estudos na anaacutelise de Bodner et al baseou-se numa reduccedilatildeo fechada da fractura em
40 dos casos reduccedilatildeo aberta em 35 dos pacientes e em 25 dos casos natildeo foi
efectuado qualquer tipo de tratamento Este autor natildeo faz referecircncia ao sucesso dos
tratamentos
Os tratamentos que utilizam apenas fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo chamados reduccedilotildees
fechadas porque natildeo envolvem a abertura directa exposiccedilatildeo e a manipulaccedilatildeo da aacuterea
fracturada Uma reduccedilatildeo aberta inclui exposiccedilatildeo directa e reduccedilatildeo da fractura atraveacutes de
incisatildeo ciruacutergica (Custoacutedio et al 2007)
No estudo de Chrcanovic et al foram analisados 128 casos de fractura
mandibular sendo dois destes relatados por experiecircncia proacutepria No primeiro caso a
paciente ouviu um estalido e na avaliaccedilatildeo da ortopantomografia verificou-se uma
fractura sem deslocamento As possiacuteveis opccedilotildees de tratamento foram discutidas com a
paciente Devido a vaacuterias razotildees nomeadamente a ausecircncia de infecccedilatildeo e deslocamento
entre os segmentos a presenccedila de uma boa oclusatildeo com todos os dentes presentes e o
devido consentimento da paciente foi realizada apenas fixaccedilatildeo intermaxilar Apoacutes trecircs
meses verificou-se radiologicamente uniatildeo oacutessea
No caso reportado por Woldenberg et al durante a extracccedilatildeo do dente 38
verificou-se na panoracircmica uma linha de fractura Foi colocada fixaccedilatildeo intermaxilar e
posteriomente foram realizados novos exames uma panoracircmica e uma TC que
demonstraram bons resultados com aproximaccedilatildeo da linha de fractura Apoacutes duas
semanas a paciente recuperou a sensibilidade ao niacutevel do nervo dentaacuterio inferior
esquerdo Seis semanas apoacutes a cirurgia a fixaccedilatildeo intermaxilar foi removida e a paciente
sujeita a dieta mole por mais quatro semanas Nos dois trecircs e seis meses apoacutes a cirugia
foram realizadas radiografias panoracircmicas Estas revelaram formaccedilatildeo contiacutenua de osso
ao niacutevel do alveacuteolo e da linha de fractura
No estudo de Iizuka et al em seis casos foi realizada reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo
interna em dois efectuou-se fixaccedilatildeo intermaxilar e nos restantes trecircs apenas dieta mole
Todos os pacientes foram submetidos a terapia antibioacutetica durante pelo menos uma
semana simultaneamente com o tratamento da fractura que decorreu sem complicaccedilotildees
Todavia a obtenccedilatildeo de uma boa estabilidade parece ser a protecccedilatildeo mais segura contra
23
a infecccedilatildeo e atraso da cicatrizaccedilatildeo mais do que a terapia antibioacutetica (Mehra e Murad
2008)
De acordo com a literatura hoje em dia o tratamento mais eficaz das fracturas
mandibulares baseia-se na reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo interna no entanto os artigos
abordados cuja fractura estaacute relacionada com a extracccedilatildeo de terceiros molares parecem
ter obtido bons resultados com a utilizaccedilatildeo de fixaccedilatildeo intermaxilar e realizaccedilatildeo de dieta
mole Iizuka et al referem que nos casos de diagnoacutestico precoce e ausecircncia de
sintomatologia eacute adequado um tratamento conservador com fixaccedilatildeo intermaxilar e
nalguns casos a prescriccedilatildeo de dieta mole
No entanto evitar o uso de fixaccedilatildeo intermaxilar no transoperatoacuterio eacute mais
econoacutemico em tempo e custo e mais confortaacutevel para o paciente De acordo com Sorel
citado por Laub Jr alguns dos problemas associados agrave fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo a maacute
alimentaccedilatildeo com perda de peso dificuldades na respiraccedilatildeo e foneacutetica maacute higiene oral e
problemas sociais Em contraste a fixaccedilatildeo interna permite restauraccedilatildeo da funccedilatildeo e
mobilidade mais cedo e aumento do conforto para o paciente com melhoria dos
aspectos atraacutes mencionados Os autores Gomes et al referem que a fixaccedilatildeo intermaxilar
natildeo eacute usualmente necessaacuteria na reduccedilatildeo de fracturas confinadas agrave mandiacutebula
De acordo com Calloway et al citados por Moreno et al o desenvolvimento de
diferentes sistemas de fixaccedilatildeo interna na traumatologia facial e sua aplicaccedilatildeo no
tratamento das fracturas mandibulares conduziu a mudanccedilas nos criteacuterios de realizaccedilatildeo
de imobilizaccedilatildeo poacutes-ciruacutergica Tambeacutem tornou possiacutevel um retorno agrave funccedilatildeo normal
mais raacutepido Esta teacutecnica utiliza placas e parafusos na regiatildeo da fractura para se obter
contenccedilatildeo estaacutevel e eficaz promovendo cicatrizaccedilatildeo oacutessea primaacuteria sem que seja
necessaacuteria a extensatildeo do uso de fixaccedilatildeo intermaxilar A eliminaccedilatildeo desta ou uso por
periacuteodo miacutenimo geralmente resulta em maior satisfaccedilatildeo para o paciente (Gomes et al
2001 Custoacutedio et al 2007) Nesta modalidade o acesso agrave aacuterea da fractura pode ser
conseguido atraveacutes de abordagem intra-oral ou extra-oral (Mehra e Murad 2008)
As fracturas com grande grau de deslocamento ou fracturas cominutivas
necessitam de uma abordagem extra-oral para correcta reduccedilatildeo e visualizaccedilatildeo ao
colocar as estruturas de fixaccedilatildeo interna Por esta razatildeo e por natildeo haver comunicaccedilatildeo
com o meio intra-oral este meacutetodo apresenta baixo iacutendice de contaminaccedilatildeo A reduccedilatildeo
aberta com abordagem intra-oral pode ser utilizada nos casos de ausecircncia ou ligeiro
deslocamento dos fragmentos pacientes pouco cooperantes ou que necessitam de
restabelecimento imediato da funccedilatildeo mastigatoacuteria (Custoacutedio et al 2007)
24
A utilizaccedilatildeo de meacutetodos de fixaccedilatildeo interna nas fracturas mandibulares parece ser
o meacutetodo de tratamento mais aceitaacutevel (Moreno et al 2000) No entanto
independentemente do meacutetodo utilizado a finalidade baacutesica do tratamento das fracturas
deve ser o restabelecimento da oclusatildeo funcional e a continuidade mandibular
promovendo a restauraccedilatildeo das funccedilotildees mastigatoacuterias do paciente com o miacutenimo de
sequelas possiacutevel (Custoacutedio et al 2007)
5 Medidas preventivas
Perante avaliaccedilatildeo cliacutenica e posterior suspeita de ser um paciente de alto risco de
desenvolvimento de fractura mandibular algumas medidas devem ser ponderadas com
especial atenccedilatildeo Chrcanovic et al apontam mesmo a inadequada avaliaccedilatildeo preacute-
operatoacuteria como um factor de risco ou factor predisponente para o desenvolvimento de
fracturas Portanto este seria o primeiro ponto a ter em conta para um adequado
procedimento ciruacutergico com medidas atenuantes do risco de complicaccedilotildees A
identificaccedilatildeo de dentes que representam elevado risco de complicaccedilotildees relacionadas
com a cirurgia eacute a chave para o desenvolvimento de medidas profilaacutecticas com o
objectivo de evitar fracturas mandibulares Todos os indicadores de risco devem ser
bem analisados
Bodner e colaboradores descreveram algumas medidas preventivas para reduzir
a possibilidade de ocorrecircncia de fracturas mandibulares iatrogeacutenicas Estas incluem os
seguintes passos informar o paciente sobre a existecircncia do risco de fractura e da
importacircncia da sua cooperaccedilatildeo (Libersa et al 2002) a remoccedilatildeo oacutessea quando
necessaacuteria deve ser miacutenima e se possiacutevel efectuar odontossecccedilatildeo reduzindo a aacuterea
oacutessea removida se o dente empactado se encontrar perto do bordo inferior da
mandiacutebula considerar a abordagem extra-oral pacientes devem realizar dieta mole nas
quatro semanas seguintes agrave cirurgia (Wagner et al 2005 Woldenberg et al 2007)
embora Iizuka et al refiram apenas duas semanas e limitar a forccedila mastigatoacuteria durante
dois meses (Libersa et al 2002) o meacutedico dentista deve dar ecircnfase agrave qualidade e
duraccedilatildeo da dieta mole (Perry e Goldberg 2000) informar o paciente sobre os sinais
cliacutenicos e sintomas de uma fractura poacutes-operatoacuteria alertar o paciente para a
possibilidade de ouvir um som tipo estalido que pode indicar a presenccedila de fractura natildeo
sendo no entanto facilmente detectaacutevel radiologicamente com necessidade de
posteriores radiografias (Iizuka et al 1997)
25
Obiechina et al citados por Al-Belasy et al referem que perante as
dificuldades inerentes a esta cirurgia eacute recomendado que esta seja efectuada antes dos
25 anos Aliaacutes de acordo com Libersa et al a remoccedilatildeo profilaacutectica de terceiros molares
antes dos 20 anos de idade pode atenuar o risco de fractura
De acordo com Chrcanovic et al em casos em que a extracccedilatildeo de terceiros
molares inclusos eacute recomendada o risco de desenvolver uma fractura mandibular intra-
operatoacuteria pode ser evitada quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando
existe uma boa visualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada (Al-Belasy et al 2009)
Estes autores referem que o risco de fracturas mandibulares tanto imediatas como
tardias pode ser evitado pelo diagnoacutestico preciso e bem elaborado nos seguintes casos
pacientes com mais de 25 anos de idade principalmente homens pacientes com
bruxismo atletas activos raiacutezes do terceiro molar sobrepostas ou adjacentes ao canal
dentaacuterio inferior visualizadas na panoracircmica pacientes com patologia local ou
sisteacutemica ou sob medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea
26
Conclusatildeo
As taxas de incidecircncia da fractura traumaacutetica mandibular satildeo elevadas
principalmente quando comparadas com as fracturas mandibulares associadas a
exodontias que rondam os 00046 Apesar de rara a possibilidade de ocorrer e os
sinais e sintomas que acarreta devem ser destacados na informaccedilatildeo e esclarecimento ao
paciente A remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos eacute a cirurgia mais associada a estas
fracturas e as indicaccedilotildees quanto agrave sua realizaccedilatildeo ainda satildeo um pouco questionadas
Cada caso deve ser bem avaliado com os meacutetodos cliacutenicos e radiograacuteficos necessaacuterios
Quando eacute decidida a realizaccedilatildeo de extracccedilatildeo a radiografia periapical eacute
considerada um exame de eleiccedilatildeo no entanto a radiografia panoracircmica eacute um bom
substituto e permite utilizar sistemas de classificaccedilatildeo que podem ajudar o dentista na
determinaccedilatildeo do grau de complexidade e dificuldade do procedimento Por outro lado a
tomografia computadorizada (TC) pode ser utilizada em casos muito especiacuteficos com
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos factores predisponentes agrave ocorrecircncia de fractura mandibular
associada agrave exodontia
As fracturas podem ocorrer durante ou apoacutes a cirurgia sendo estas uacuteltimas as
mais frequentes Pacientes com mais de 25 anos geralmente entre os 40 e 50 anos
aparentam ter maior predisposiccedilatildeo provavelmente devido agrave diminuiccedilatildeo da elasticidade
oacutessea e dificuldades na expansatildeo alveolar durante a cirurgia A osteoporose tambeacutem
pode estar relacionada com o enfraquecimento da estrutura oacutessea
As fracturas imediatas estatildeo geralmente associadas a utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos Esta forccedila aplicada numa
mandiacutebula enfraquecida por razotildees preacute-ciruacutergicas aumenta a predisposiccedilatildeo para
fractura A fragilidade mandibular pode ser fisioloacutegica mas pode tambeacutem estar
relacionada com factores locais ou sisteacutemicos como doenccedilas ou medicamentos que
afectam a resistecircncia oacutessea As infecccedilotildees e lesotildees quiacutesticas ou tumorais bem como a
terapia com corticosteroacuteides e a osteoporose satildeo exemplos destes factores Durante o
procedimento deve-se optar pela remoccedilatildeo oacutessea miacutenima e se possiacutevel realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo obtenccedilatildeo de boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e aplicaccedilatildeo de forccedila
guiada e controlada As fracturas mandibulares tardias geralmente estatildeo associadas a um
enfraquecimento da mandiacutebula que surgiu apoacutes a extracccedilatildeo sendo a remoccedilatildeo oacutessea
excessiva um factor relacionado Quanto maior a quantidade de osso removido maior o
defeito oacutesseo criado maior a fragilidade mandibular e consequentemente o risco de
fractura aumenta Deste modo dentes inclusos com grande empactaccedilatildeo e envolvimento
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
23
a infecccedilatildeo e atraso da cicatrizaccedilatildeo mais do que a terapia antibioacutetica (Mehra e Murad
2008)
De acordo com a literatura hoje em dia o tratamento mais eficaz das fracturas
mandibulares baseia-se na reduccedilatildeo aberta e fixaccedilatildeo interna no entanto os artigos
abordados cuja fractura estaacute relacionada com a extracccedilatildeo de terceiros molares parecem
ter obtido bons resultados com a utilizaccedilatildeo de fixaccedilatildeo intermaxilar e realizaccedilatildeo de dieta
mole Iizuka et al referem que nos casos de diagnoacutestico precoce e ausecircncia de
sintomatologia eacute adequado um tratamento conservador com fixaccedilatildeo intermaxilar e
nalguns casos a prescriccedilatildeo de dieta mole
No entanto evitar o uso de fixaccedilatildeo intermaxilar no transoperatoacuterio eacute mais
econoacutemico em tempo e custo e mais confortaacutevel para o paciente De acordo com Sorel
citado por Laub Jr alguns dos problemas associados agrave fixaccedilatildeo intermaxilar satildeo a maacute
alimentaccedilatildeo com perda de peso dificuldades na respiraccedilatildeo e foneacutetica maacute higiene oral e
problemas sociais Em contraste a fixaccedilatildeo interna permite restauraccedilatildeo da funccedilatildeo e
mobilidade mais cedo e aumento do conforto para o paciente com melhoria dos
aspectos atraacutes mencionados Os autores Gomes et al referem que a fixaccedilatildeo intermaxilar
natildeo eacute usualmente necessaacuteria na reduccedilatildeo de fracturas confinadas agrave mandiacutebula
De acordo com Calloway et al citados por Moreno et al o desenvolvimento de
diferentes sistemas de fixaccedilatildeo interna na traumatologia facial e sua aplicaccedilatildeo no
tratamento das fracturas mandibulares conduziu a mudanccedilas nos criteacuterios de realizaccedilatildeo
de imobilizaccedilatildeo poacutes-ciruacutergica Tambeacutem tornou possiacutevel um retorno agrave funccedilatildeo normal
mais raacutepido Esta teacutecnica utiliza placas e parafusos na regiatildeo da fractura para se obter
contenccedilatildeo estaacutevel e eficaz promovendo cicatrizaccedilatildeo oacutessea primaacuteria sem que seja
necessaacuteria a extensatildeo do uso de fixaccedilatildeo intermaxilar A eliminaccedilatildeo desta ou uso por
periacuteodo miacutenimo geralmente resulta em maior satisfaccedilatildeo para o paciente (Gomes et al
2001 Custoacutedio et al 2007) Nesta modalidade o acesso agrave aacuterea da fractura pode ser
conseguido atraveacutes de abordagem intra-oral ou extra-oral (Mehra e Murad 2008)
As fracturas com grande grau de deslocamento ou fracturas cominutivas
necessitam de uma abordagem extra-oral para correcta reduccedilatildeo e visualizaccedilatildeo ao
colocar as estruturas de fixaccedilatildeo interna Por esta razatildeo e por natildeo haver comunicaccedilatildeo
com o meio intra-oral este meacutetodo apresenta baixo iacutendice de contaminaccedilatildeo A reduccedilatildeo
aberta com abordagem intra-oral pode ser utilizada nos casos de ausecircncia ou ligeiro
deslocamento dos fragmentos pacientes pouco cooperantes ou que necessitam de
restabelecimento imediato da funccedilatildeo mastigatoacuteria (Custoacutedio et al 2007)
24
A utilizaccedilatildeo de meacutetodos de fixaccedilatildeo interna nas fracturas mandibulares parece ser
o meacutetodo de tratamento mais aceitaacutevel (Moreno et al 2000) No entanto
independentemente do meacutetodo utilizado a finalidade baacutesica do tratamento das fracturas
deve ser o restabelecimento da oclusatildeo funcional e a continuidade mandibular
promovendo a restauraccedilatildeo das funccedilotildees mastigatoacuterias do paciente com o miacutenimo de
sequelas possiacutevel (Custoacutedio et al 2007)
5 Medidas preventivas
Perante avaliaccedilatildeo cliacutenica e posterior suspeita de ser um paciente de alto risco de
desenvolvimento de fractura mandibular algumas medidas devem ser ponderadas com
especial atenccedilatildeo Chrcanovic et al apontam mesmo a inadequada avaliaccedilatildeo preacute-
operatoacuteria como um factor de risco ou factor predisponente para o desenvolvimento de
fracturas Portanto este seria o primeiro ponto a ter em conta para um adequado
procedimento ciruacutergico com medidas atenuantes do risco de complicaccedilotildees A
identificaccedilatildeo de dentes que representam elevado risco de complicaccedilotildees relacionadas
com a cirurgia eacute a chave para o desenvolvimento de medidas profilaacutecticas com o
objectivo de evitar fracturas mandibulares Todos os indicadores de risco devem ser
bem analisados
Bodner e colaboradores descreveram algumas medidas preventivas para reduzir
a possibilidade de ocorrecircncia de fracturas mandibulares iatrogeacutenicas Estas incluem os
seguintes passos informar o paciente sobre a existecircncia do risco de fractura e da
importacircncia da sua cooperaccedilatildeo (Libersa et al 2002) a remoccedilatildeo oacutessea quando
necessaacuteria deve ser miacutenima e se possiacutevel efectuar odontossecccedilatildeo reduzindo a aacuterea
oacutessea removida se o dente empactado se encontrar perto do bordo inferior da
mandiacutebula considerar a abordagem extra-oral pacientes devem realizar dieta mole nas
quatro semanas seguintes agrave cirurgia (Wagner et al 2005 Woldenberg et al 2007)
embora Iizuka et al refiram apenas duas semanas e limitar a forccedila mastigatoacuteria durante
dois meses (Libersa et al 2002) o meacutedico dentista deve dar ecircnfase agrave qualidade e
duraccedilatildeo da dieta mole (Perry e Goldberg 2000) informar o paciente sobre os sinais
cliacutenicos e sintomas de uma fractura poacutes-operatoacuteria alertar o paciente para a
possibilidade de ouvir um som tipo estalido que pode indicar a presenccedila de fractura natildeo
sendo no entanto facilmente detectaacutevel radiologicamente com necessidade de
posteriores radiografias (Iizuka et al 1997)
25
Obiechina et al citados por Al-Belasy et al referem que perante as
dificuldades inerentes a esta cirurgia eacute recomendado que esta seja efectuada antes dos
25 anos Aliaacutes de acordo com Libersa et al a remoccedilatildeo profilaacutectica de terceiros molares
antes dos 20 anos de idade pode atenuar o risco de fractura
De acordo com Chrcanovic et al em casos em que a extracccedilatildeo de terceiros
molares inclusos eacute recomendada o risco de desenvolver uma fractura mandibular intra-
operatoacuteria pode ser evitada quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando
existe uma boa visualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada (Al-Belasy et al 2009)
Estes autores referem que o risco de fracturas mandibulares tanto imediatas como
tardias pode ser evitado pelo diagnoacutestico preciso e bem elaborado nos seguintes casos
pacientes com mais de 25 anos de idade principalmente homens pacientes com
bruxismo atletas activos raiacutezes do terceiro molar sobrepostas ou adjacentes ao canal
dentaacuterio inferior visualizadas na panoracircmica pacientes com patologia local ou
sisteacutemica ou sob medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea
26
Conclusatildeo
As taxas de incidecircncia da fractura traumaacutetica mandibular satildeo elevadas
principalmente quando comparadas com as fracturas mandibulares associadas a
exodontias que rondam os 00046 Apesar de rara a possibilidade de ocorrer e os
sinais e sintomas que acarreta devem ser destacados na informaccedilatildeo e esclarecimento ao
paciente A remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos eacute a cirurgia mais associada a estas
fracturas e as indicaccedilotildees quanto agrave sua realizaccedilatildeo ainda satildeo um pouco questionadas
Cada caso deve ser bem avaliado com os meacutetodos cliacutenicos e radiograacuteficos necessaacuterios
Quando eacute decidida a realizaccedilatildeo de extracccedilatildeo a radiografia periapical eacute
considerada um exame de eleiccedilatildeo no entanto a radiografia panoracircmica eacute um bom
substituto e permite utilizar sistemas de classificaccedilatildeo que podem ajudar o dentista na
determinaccedilatildeo do grau de complexidade e dificuldade do procedimento Por outro lado a
tomografia computadorizada (TC) pode ser utilizada em casos muito especiacuteficos com
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos factores predisponentes agrave ocorrecircncia de fractura mandibular
associada agrave exodontia
As fracturas podem ocorrer durante ou apoacutes a cirurgia sendo estas uacuteltimas as
mais frequentes Pacientes com mais de 25 anos geralmente entre os 40 e 50 anos
aparentam ter maior predisposiccedilatildeo provavelmente devido agrave diminuiccedilatildeo da elasticidade
oacutessea e dificuldades na expansatildeo alveolar durante a cirurgia A osteoporose tambeacutem
pode estar relacionada com o enfraquecimento da estrutura oacutessea
As fracturas imediatas estatildeo geralmente associadas a utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos Esta forccedila aplicada numa
mandiacutebula enfraquecida por razotildees preacute-ciruacutergicas aumenta a predisposiccedilatildeo para
fractura A fragilidade mandibular pode ser fisioloacutegica mas pode tambeacutem estar
relacionada com factores locais ou sisteacutemicos como doenccedilas ou medicamentos que
afectam a resistecircncia oacutessea As infecccedilotildees e lesotildees quiacutesticas ou tumorais bem como a
terapia com corticosteroacuteides e a osteoporose satildeo exemplos destes factores Durante o
procedimento deve-se optar pela remoccedilatildeo oacutessea miacutenima e se possiacutevel realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo obtenccedilatildeo de boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e aplicaccedilatildeo de forccedila
guiada e controlada As fracturas mandibulares tardias geralmente estatildeo associadas a um
enfraquecimento da mandiacutebula que surgiu apoacutes a extracccedilatildeo sendo a remoccedilatildeo oacutessea
excessiva um factor relacionado Quanto maior a quantidade de osso removido maior o
defeito oacutesseo criado maior a fragilidade mandibular e consequentemente o risco de
fractura aumenta Deste modo dentes inclusos com grande empactaccedilatildeo e envolvimento
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
24
A utilizaccedilatildeo de meacutetodos de fixaccedilatildeo interna nas fracturas mandibulares parece ser
o meacutetodo de tratamento mais aceitaacutevel (Moreno et al 2000) No entanto
independentemente do meacutetodo utilizado a finalidade baacutesica do tratamento das fracturas
deve ser o restabelecimento da oclusatildeo funcional e a continuidade mandibular
promovendo a restauraccedilatildeo das funccedilotildees mastigatoacuterias do paciente com o miacutenimo de
sequelas possiacutevel (Custoacutedio et al 2007)
5 Medidas preventivas
Perante avaliaccedilatildeo cliacutenica e posterior suspeita de ser um paciente de alto risco de
desenvolvimento de fractura mandibular algumas medidas devem ser ponderadas com
especial atenccedilatildeo Chrcanovic et al apontam mesmo a inadequada avaliaccedilatildeo preacute-
operatoacuteria como um factor de risco ou factor predisponente para o desenvolvimento de
fracturas Portanto este seria o primeiro ponto a ter em conta para um adequado
procedimento ciruacutergico com medidas atenuantes do risco de complicaccedilotildees A
identificaccedilatildeo de dentes que representam elevado risco de complicaccedilotildees relacionadas
com a cirurgia eacute a chave para o desenvolvimento de medidas profilaacutecticas com o
objectivo de evitar fracturas mandibulares Todos os indicadores de risco devem ser
bem analisados
Bodner e colaboradores descreveram algumas medidas preventivas para reduzir
a possibilidade de ocorrecircncia de fracturas mandibulares iatrogeacutenicas Estas incluem os
seguintes passos informar o paciente sobre a existecircncia do risco de fractura e da
importacircncia da sua cooperaccedilatildeo (Libersa et al 2002) a remoccedilatildeo oacutessea quando
necessaacuteria deve ser miacutenima e se possiacutevel efectuar odontossecccedilatildeo reduzindo a aacuterea
oacutessea removida se o dente empactado se encontrar perto do bordo inferior da
mandiacutebula considerar a abordagem extra-oral pacientes devem realizar dieta mole nas
quatro semanas seguintes agrave cirurgia (Wagner et al 2005 Woldenberg et al 2007)
embora Iizuka et al refiram apenas duas semanas e limitar a forccedila mastigatoacuteria durante
dois meses (Libersa et al 2002) o meacutedico dentista deve dar ecircnfase agrave qualidade e
duraccedilatildeo da dieta mole (Perry e Goldberg 2000) informar o paciente sobre os sinais
cliacutenicos e sintomas de uma fractura poacutes-operatoacuteria alertar o paciente para a
possibilidade de ouvir um som tipo estalido que pode indicar a presenccedila de fractura natildeo
sendo no entanto facilmente detectaacutevel radiologicamente com necessidade de
posteriores radiografias (Iizuka et al 1997)
25
Obiechina et al citados por Al-Belasy et al referem que perante as
dificuldades inerentes a esta cirurgia eacute recomendado que esta seja efectuada antes dos
25 anos Aliaacutes de acordo com Libersa et al a remoccedilatildeo profilaacutectica de terceiros molares
antes dos 20 anos de idade pode atenuar o risco de fractura
De acordo com Chrcanovic et al em casos em que a extracccedilatildeo de terceiros
molares inclusos eacute recomendada o risco de desenvolver uma fractura mandibular intra-
operatoacuteria pode ser evitada quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando
existe uma boa visualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada (Al-Belasy et al 2009)
Estes autores referem que o risco de fracturas mandibulares tanto imediatas como
tardias pode ser evitado pelo diagnoacutestico preciso e bem elaborado nos seguintes casos
pacientes com mais de 25 anos de idade principalmente homens pacientes com
bruxismo atletas activos raiacutezes do terceiro molar sobrepostas ou adjacentes ao canal
dentaacuterio inferior visualizadas na panoracircmica pacientes com patologia local ou
sisteacutemica ou sob medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea
26
Conclusatildeo
As taxas de incidecircncia da fractura traumaacutetica mandibular satildeo elevadas
principalmente quando comparadas com as fracturas mandibulares associadas a
exodontias que rondam os 00046 Apesar de rara a possibilidade de ocorrer e os
sinais e sintomas que acarreta devem ser destacados na informaccedilatildeo e esclarecimento ao
paciente A remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos eacute a cirurgia mais associada a estas
fracturas e as indicaccedilotildees quanto agrave sua realizaccedilatildeo ainda satildeo um pouco questionadas
Cada caso deve ser bem avaliado com os meacutetodos cliacutenicos e radiograacuteficos necessaacuterios
Quando eacute decidida a realizaccedilatildeo de extracccedilatildeo a radiografia periapical eacute
considerada um exame de eleiccedilatildeo no entanto a radiografia panoracircmica eacute um bom
substituto e permite utilizar sistemas de classificaccedilatildeo que podem ajudar o dentista na
determinaccedilatildeo do grau de complexidade e dificuldade do procedimento Por outro lado a
tomografia computadorizada (TC) pode ser utilizada em casos muito especiacuteficos com
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos factores predisponentes agrave ocorrecircncia de fractura mandibular
associada agrave exodontia
As fracturas podem ocorrer durante ou apoacutes a cirurgia sendo estas uacuteltimas as
mais frequentes Pacientes com mais de 25 anos geralmente entre os 40 e 50 anos
aparentam ter maior predisposiccedilatildeo provavelmente devido agrave diminuiccedilatildeo da elasticidade
oacutessea e dificuldades na expansatildeo alveolar durante a cirurgia A osteoporose tambeacutem
pode estar relacionada com o enfraquecimento da estrutura oacutessea
As fracturas imediatas estatildeo geralmente associadas a utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos Esta forccedila aplicada numa
mandiacutebula enfraquecida por razotildees preacute-ciruacutergicas aumenta a predisposiccedilatildeo para
fractura A fragilidade mandibular pode ser fisioloacutegica mas pode tambeacutem estar
relacionada com factores locais ou sisteacutemicos como doenccedilas ou medicamentos que
afectam a resistecircncia oacutessea As infecccedilotildees e lesotildees quiacutesticas ou tumorais bem como a
terapia com corticosteroacuteides e a osteoporose satildeo exemplos destes factores Durante o
procedimento deve-se optar pela remoccedilatildeo oacutessea miacutenima e se possiacutevel realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo obtenccedilatildeo de boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e aplicaccedilatildeo de forccedila
guiada e controlada As fracturas mandibulares tardias geralmente estatildeo associadas a um
enfraquecimento da mandiacutebula que surgiu apoacutes a extracccedilatildeo sendo a remoccedilatildeo oacutessea
excessiva um factor relacionado Quanto maior a quantidade de osso removido maior o
defeito oacutesseo criado maior a fragilidade mandibular e consequentemente o risco de
fractura aumenta Deste modo dentes inclusos com grande empactaccedilatildeo e envolvimento
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
25
Obiechina et al citados por Al-Belasy et al referem que perante as
dificuldades inerentes a esta cirurgia eacute recomendado que esta seja efectuada antes dos
25 anos Aliaacutes de acordo com Libersa et al a remoccedilatildeo profilaacutectica de terceiros molares
antes dos 20 anos de idade pode atenuar o risco de fractura
De acordo com Chrcanovic et al em casos em que a extracccedilatildeo de terceiros
molares inclusos eacute recomendada o risco de desenvolver uma fractura mandibular intra-
operatoacuteria pode ser evitada quando as capacidades ciruacutergicas satildeo adequadas quando
existe uma boa visualizaccedilatildeo e a aplicaccedilatildeo de forccedila eacute guiada (Al-Belasy et al 2009)
Estes autores referem que o risco de fracturas mandibulares tanto imediatas como
tardias pode ser evitado pelo diagnoacutestico preciso e bem elaborado nos seguintes casos
pacientes com mais de 25 anos de idade principalmente homens pacientes com
bruxismo atletas activos raiacutezes do terceiro molar sobrepostas ou adjacentes ao canal
dentaacuterio inferior visualizadas na panoracircmica pacientes com patologia local ou
sisteacutemica ou sob medicaccedilatildeo que possa afectar a resistecircncia oacutessea
26
Conclusatildeo
As taxas de incidecircncia da fractura traumaacutetica mandibular satildeo elevadas
principalmente quando comparadas com as fracturas mandibulares associadas a
exodontias que rondam os 00046 Apesar de rara a possibilidade de ocorrer e os
sinais e sintomas que acarreta devem ser destacados na informaccedilatildeo e esclarecimento ao
paciente A remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos eacute a cirurgia mais associada a estas
fracturas e as indicaccedilotildees quanto agrave sua realizaccedilatildeo ainda satildeo um pouco questionadas
Cada caso deve ser bem avaliado com os meacutetodos cliacutenicos e radiograacuteficos necessaacuterios
Quando eacute decidida a realizaccedilatildeo de extracccedilatildeo a radiografia periapical eacute
considerada um exame de eleiccedilatildeo no entanto a radiografia panoracircmica eacute um bom
substituto e permite utilizar sistemas de classificaccedilatildeo que podem ajudar o dentista na
determinaccedilatildeo do grau de complexidade e dificuldade do procedimento Por outro lado a
tomografia computadorizada (TC) pode ser utilizada em casos muito especiacuteficos com
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos factores predisponentes agrave ocorrecircncia de fractura mandibular
associada agrave exodontia
As fracturas podem ocorrer durante ou apoacutes a cirurgia sendo estas uacuteltimas as
mais frequentes Pacientes com mais de 25 anos geralmente entre os 40 e 50 anos
aparentam ter maior predisposiccedilatildeo provavelmente devido agrave diminuiccedilatildeo da elasticidade
oacutessea e dificuldades na expansatildeo alveolar durante a cirurgia A osteoporose tambeacutem
pode estar relacionada com o enfraquecimento da estrutura oacutessea
As fracturas imediatas estatildeo geralmente associadas a utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos Esta forccedila aplicada numa
mandiacutebula enfraquecida por razotildees preacute-ciruacutergicas aumenta a predisposiccedilatildeo para
fractura A fragilidade mandibular pode ser fisioloacutegica mas pode tambeacutem estar
relacionada com factores locais ou sisteacutemicos como doenccedilas ou medicamentos que
afectam a resistecircncia oacutessea As infecccedilotildees e lesotildees quiacutesticas ou tumorais bem como a
terapia com corticosteroacuteides e a osteoporose satildeo exemplos destes factores Durante o
procedimento deve-se optar pela remoccedilatildeo oacutessea miacutenima e se possiacutevel realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo obtenccedilatildeo de boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e aplicaccedilatildeo de forccedila
guiada e controlada As fracturas mandibulares tardias geralmente estatildeo associadas a um
enfraquecimento da mandiacutebula que surgiu apoacutes a extracccedilatildeo sendo a remoccedilatildeo oacutessea
excessiva um factor relacionado Quanto maior a quantidade de osso removido maior o
defeito oacutesseo criado maior a fragilidade mandibular e consequentemente o risco de
fractura aumenta Deste modo dentes inclusos com grande empactaccedilatildeo e envolvimento
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
26
Conclusatildeo
As taxas de incidecircncia da fractura traumaacutetica mandibular satildeo elevadas
principalmente quando comparadas com as fracturas mandibulares associadas a
exodontias que rondam os 00046 Apesar de rara a possibilidade de ocorrer e os
sinais e sintomas que acarreta devem ser destacados na informaccedilatildeo e esclarecimento ao
paciente A remoccedilatildeo de terceiros molares inclusos eacute a cirurgia mais associada a estas
fracturas e as indicaccedilotildees quanto agrave sua realizaccedilatildeo ainda satildeo um pouco questionadas
Cada caso deve ser bem avaliado com os meacutetodos cliacutenicos e radiograacuteficos necessaacuterios
Quando eacute decidida a realizaccedilatildeo de extracccedilatildeo a radiografia periapical eacute
considerada um exame de eleiccedilatildeo no entanto a radiografia panoracircmica eacute um bom
substituto e permite utilizar sistemas de classificaccedilatildeo que podem ajudar o dentista na
determinaccedilatildeo do grau de complexidade e dificuldade do procedimento Por outro lado a
tomografia computadorizada (TC) pode ser utilizada em casos muito especiacuteficos com
uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos factores predisponentes agrave ocorrecircncia de fractura mandibular
associada agrave exodontia
As fracturas podem ocorrer durante ou apoacutes a cirurgia sendo estas uacuteltimas as
mais frequentes Pacientes com mais de 25 anos geralmente entre os 40 e 50 anos
aparentam ter maior predisposiccedilatildeo provavelmente devido agrave diminuiccedilatildeo da elasticidade
oacutessea e dificuldades na expansatildeo alveolar durante a cirurgia A osteoporose tambeacutem
pode estar relacionada com o enfraquecimento da estrutura oacutessea
As fracturas imediatas estatildeo geralmente associadas a utilizaccedilatildeo de forccedila
excessiva aplicada no osso ou uso improacuteprio de instrumentos Esta forccedila aplicada numa
mandiacutebula enfraquecida por razotildees preacute-ciruacutergicas aumenta a predisposiccedilatildeo para
fractura A fragilidade mandibular pode ser fisioloacutegica mas pode tambeacutem estar
relacionada com factores locais ou sisteacutemicos como doenccedilas ou medicamentos que
afectam a resistecircncia oacutessea As infecccedilotildees e lesotildees quiacutesticas ou tumorais bem como a
terapia com corticosteroacuteides e a osteoporose satildeo exemplos destes factores Durante o
procedimento deve-se optar pela remoccedilatildeo oacutessea miacutenima e se possiacutevel realizaccedilatildeo de
odontossecccedilatildeo obtenccedilatildeo de boa visualizaccedilatildeo do campo operatoacuterio e aplicaccedilatildeo de forccedila
guiada e controlada As fracturas mandibulares tardias geralmente estatildeo associadas a um
enfraquecimento da mandiacutebula que surgiu apoacutes a extracccedilatildeo sendo a remoccedilatildeo oacutessea
excessiva um factor relacionado Quanto maior a quantidade de osso removido maior o
defeito oacutesseo criado maior a fragilidade mandibular e consequentemente o risco de
fractura aumenta Deste modo dentes inclusos com grande empactaccedilatildeo e envolvimento
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
27
oacutesseo associados a lesotildees quiacutesticas ou tumorais ou com posiccedilatildeo e morfologia que
requer grande ostectomia apresentam-se como factores predisponentes para a fractura
mandibular associada agrave cirurgia Esta fractura ocorre com mais frequecircncia nas duas
semanas apoacutes o acto ciruacutergico encontrando-se este facto possivelmente relacionado
com processos de cicatrizaccedilatildeo forccedila mastigatoacuteria e falta de cooperaccedilatildeo por parte do
paciente nomeadamente no incumprimento das instruccedilotildees poacutes-operatoacuterias Assim
pacientes que aparentemente apresentam maior forccedila mastigatoacuteria como os indiviacuteduos
do sexo masculino totalmente dentados ou com parafunccedilotildees causam maior stress na
mandiacutebula Estes casos devem ser aconselhados a cooperar devidamente com o
tratamento pois para aleacutem das instruccedilotildees convencionais os pacientes com
predisposiccedilatildeo para fractura devem realizar dieta mole nas quatro semanas seguintes e
limitar a forccedila mastigatoacuteria durante dois meses posteriores agrave cirurgia Pacientes pouco
cooperantes ou atletas activos tambeacutem devem ser alertados pois ao fim de duas
semanas o desconforto poacutes-operatoacuterio diminui e o paciente sente-se capaz de mastigar
normalmente ou de realizar desporto intenso o que propiciacutea a ocorrecircncia de fractura
Um dos principais indicadores de fractura tardia eacute o paciente reportar um som
tipo estalido algumas semanas apoacutes a cirurgia Neste sentido os sinais e sintomas
associados a uma possiacutevel fractura devem ser abordados preacute-operatoriamente de modo
a que o paciente saiba reconhecer o problema e comunicar com o seu dentista Este deve
realizar um cuidadoso exame cliacutenico baseado na verificaccedilatildeo da oclusatildeo que pode estar
alterada bem como nas alteraccedilotildees de sensibilidade ou edema no lado afectado Como
meios radiograacuteficos a ortopantomografia eacute um meacutetodo a ser utilizado Caso a fractura
natildeo seja detectada na primeira suspeita o que eacute muito frequente deve ser recomendada
a realizaccedilatildeo de dieta mole e radiografias de controlo Hoje em dia pode-se optar
tambeacutem pela tomografia computadorizada de feixe coacutenico sendo considerado um
meacutetodo eficaz com menos exposiccedilatildeo a radiaccedilatildeo que a TC acessiacutevel e com boa
visualizaccedilatildeo oacutessea
Apoacutes o diagnoacutestico a fractura deve ser reduzida sendo fundamental o
estabelecimento preacutevio da correcta oclusatildeo Os meacutetodos de tratamento satildeo os mesmos
das fracturas mandibulares traumaacuteticas sendo que hoje em dia o mais utilizado eacute a
reduccedilatildeo aberta com fixaccedilatildeo interna com utilizaccedilatildeo de parafusos e placas Pode ser
necessaacuterio enviar o paciente para um cirurgiatildeo maxilo-facial
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
28
Bibliografia
1 Adachi JD Corticosteroid-induced osteoporosis Int J Fertil Womens Med
2001 46(4)190-205
2 Adeyemo WL Do pathologies associated with impacted lower third molars
justify prophylactic removal A critical review of the literature Oral Surg Oral
Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2006102448-452
3 Al-Belasy FA Tozoglu S Ertas UMastication and late mandibular fracture after
surgery of impacted third molars associated with no gross pathology J Oral
Maxillofac Surg 2009 Apr67(4)856-61
4 Amler MH Johnson PL Salman I Histological and histochemical investigation
of human alveolar socket healing in undisturbed extraction wounds J Am Dent
Assoc 1960 Jul6132-44
5 Amler MH The age factor in human extraction and wound healing J Oral Surg
197735193
6 Assael LA Klotch DW Manson PN Prein J Rahn BA Schilli W Manual of
internal fixation in the cranio-facial skeleton Prein J editor Germany
Springer 1998
7 Baykul T Saglam AA Aydin U Basak K Incidence of cysts changes in
radiologically normal impacted lower third molar follicles Oral Surg Oral Med
Oral pathol Oral Radiol Endod 200599542-545
8 Bechtold S Ripperger P Dalla Pozza R Schmidt H Haumlfner R Schwarz HP
Musculoskeletal and functional muscle-bone analysis in children with rheumatic
disease using peripheral quantitative computed tomography Osteoporos Int
2005 Jul16(7)757-63 Epub 2004 Oct 12
9 Brauer HU Unusual complications associated with third molar surgery a
systematic review Quintessence Int 2009 Jul-Aug40(7)565-72
10 Bodner L Sarnat H Bar-Ziv J Kaffe I Computed tomography in the
management of impacted teeth in children J Dent Child 1994 Sep-Dec61(5-
6)370-7
11 Bodner L Brennan PA McLeod NMBr J Oral Maxillofac Surg Characteristics
of iatrogenic mandibular fractures associated with tooth removal review and
analysis of 189 cases 2010 Oct 12 [Epub ahead of print]
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
29
12 Bruce RA Frederickson GC Age of patients and morbidity associated with
mandibular third molar surgery J Am Dent Assoc 1980 Aug101(2)240-5
13 Calloway DM Anton MA Jacobs JS Changing concepts and controversies in
the management of mandibular fractures Clin Plast Surg 1992 Jan19(1)59-69
14 Chiapasco M De Cicco L Marrone G Side effects and complications
associated with third molar surgery Oral Surgery Oral Medicine Oral
Pathology 199376(4)412-420
15 Chrcanovic BR Custoacutedio AL Considerations of mandibular angle fractures
during and after surgery for removal of third molars a review of the literature
Oral Maxillofac Surg 2010 Jun14(2)71-80
16 Canalis E Giustina A Glucocorticoid-induced osteoporosis summary of a
workshop J Clin Endocrinol Metab 2001 Dec86(12)5681-5
17 Contar CM de Oliveira P Kanegusuku K Berticelli RD Azevedo-Alanis LR
Machado MAComplications in third molar removal a retrospective study of
588 patients Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2010 Jan 115(1)e74-8
18 Custoacutedio AL Juacutenior D Cavalcanti F Serpa M Cosso M Faria J Consideraccedilotildees
sobre o tratamento de fratura mandibular apoacutes remoccedilatildeo de terceiro molar Arq
bras odontol 2007 3(2)106-113
19 De Silva BG Spontaneous fracture of the mandible following third molar
removal Br Dent J 1984 Jan 7156(1)19-20
20 Do Lee B White S Age and Trabecular Features of Alveolar Bone Associated
With Osteoporosis Oral Surg Oral Med Pathol oral Radiol Endod 200510092-
8
21 Dunstan SP Sugar AW Fractures after removal of wisdom teeth Br J Oral
Maxillofac Surg 1997 Dec35(6)396-7
22 Ebeling PR Osteoporosis in men New insights into aetiology pathogenesis
prevention and management Drugs Aging 1998 Dec13(6)421-34
23 Eggers G Klein J Welzel T Muumlhling J Geometric accuracy of digital volume
tomography and conventional computed tomography Br J Oral Maxillofac Surg
2008 Dec46(8)639-44
24 Felin EM Prahalad S Askew EW Moyer-Mileur LJ Musculoskeletal
abnormalities of the tibia in juvenile rheumatoid arthritis Arthritis Rheum 2007
Mar56(3)984-94
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
30
25 Ferre JC Etude mecaacutenique de la mandibule agrave lrsquoaide des meacutethodes modernes
utiliseacutees en reacutesistance des mateacuteriaux Rev Stomatol Chir Maxillo
Fac198182258
26 Fuselier JC Ellis EE 3rd Dodson TB Do mandibular third molars alter the risk
of angle fracture J Oral Maxillofac Surg 2002 May60(5)514-8
27 Girod SC Gerlach KL Krueger G Cysts associated with long-standing
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 1993 Apr22(2)110-2
28 Glosser JW Campbell JH Pathologic change in soft tissues associated with
radiologically normal third molar impactions Br J Oral Maxillofac
199937259-260
29 Gomes ACA Silva EDO Carvalho R Gomes DO Feitosa DS Maia
SMHTratamento das fraturas mandibulares Relatos de caso cliacutenico Rev Cir
Traumat Buco - Maxilo-Facial 20011(2)31-38
30 Guumlven O Keskin A Akal UK The incidence of cysts and tumors around
impacted third molars Int J Oral Maxillofac Surg 200029131-135
31 Halmos DR Ellis E 3rd Dodson TB Mandibular third molars and angle
fractures American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons J Oral
Maxillofac Surg 2004 Sep62(9)1076-81
32 Hanson B Cummings P Rivara F John M The association of third molars with
mandibular angle fractures a meta-analysis J Can Dent Assoc 2004
Jan70(1)39-43
33 Harnisch H Iatrogenic fractures of the jaw Quintessence Int (Berl) 1971
Jul2(7)11-3
34 Hazelkorn HM Macek MD Perception of the need for removal of impacted
third molars by general dentists and oral and maxillofacial surgeons J Oral
Maxillofac Surg 1994 Jul52(7)681-6
35 Iida S Hassfeld S Reuther T Nomura K Muumlhling J Relationship between the
risk of mandibular angle fractures and the status of incompletely erupted
mandibular third molars J Craniomaxillofac Surg 2005 Jun33(3)158-63
36 Iizuka T Tanner S Berthold H Mandibular fractures following third molar
extraction A retrospective clinical and radiological study Int J Oral Maxillofac
Surg 1997 Oct26(5)338-43
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
31
37 Inaoka SD Carneiro S Vasconcelos BC Leal J Porto GG Relationship
between mandibular fracture and impacted lower third molar Med Oral 2009
14E349
38 Indresano AT Haug RH Hoffman MJ The third molar as a cause of deep space
infections J Oral Maxillofac Surg 19925033-35
39 Juacutenior A Pereira A Fronza B Ramos de Oliveira H Juacutenior O Silva T Teacutecnica
ciruacutergica para remoccedilatildeo dos terceiros molares inferiores a a classificaccedilatildeo de Pell-
Gregory um estudo relacional Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac
Camaragibe 2006 outdez 6(4) 65-72
40 Junior WP Neto L Leporace A Rapoporat A Complicaccedilotildees associadas agrave
cirurgia de terceiros molares Revisatildeo de literatura Revista de Odontologia da
Universidade Cidade de Satildeo Paulo 2008 maio-ago 20(2) 181-5
41 Kashima I Computed radiography with photostimulable phosphor in oral and
maxillofacial radiology Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod
1995 Nov80(5)577-98
42 Kirwan JR The effect of glucocorticoids on joint destruction in rheumatoid
arthritis The Arthritis and Rheumatism Council Low-Dose Glucocorticoid
Study Group N Engl J Med 1995 Jul 20333(3)142-6
43 Klemetti E Vainio P Lassila V Alhava E Cortical bone mineral density in the
mandible and osteoporosis status in postmenopausal women Scand J Dent Res
1993 Aug101(4)219-23
44 Knutsson K Brehmer B Lysell L Rohlin M Asymptomatic mandibular third
molars oral surgeons judgment of the need for extraction J Oral Maxillofac
Surg 1992 Apr50(4)329-33
45 Kraszewski J Swider M Nowicki Z Bruxism as a complicating factor in
mandibular fractures Czas Stomatol 1978311147-1149
46 Krimmel M and Reinert S Mandibular fracture after third molar removal J Oral
Maxillofac Surg 2000581110-1112
47 Kwon YD Ryu DM Lee B Kim YG Oh JH Separation of the buccal cortical
plate for removal of the deeply impacted mandibular molars Int J Oral
Maxillofac Surg 2006 Feb35(2)180-2
48 Laub Jr D Facial Trauma Mandibular Fractures [monografia na internet]
Updated Jun 25 2009 Disponiacutevel em
httpemedicinemedscapecomarticle1283150-overview
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
32
49 Law AN Bollen AM Chen SK Detecting osteoporosis using dental
radiographs a comparison of four methods J Am Dent Assoc 1996
Dec127(12)1734-42
50 Leone SA Edenfield MJ Cohen ME Correlation of acute pericoronitis and the
position of the mandibular third molar Oral Surg Oral Med Oral Pathol
198662245-250
51 Libersa P Roze D Cachart T Libersa JC Immediate and late mandibular
fractures after third molar removal J Oral Maxillofac Surg 2002 Feb60(2)163-
5
52 Lysell L Rohlin MA study of indications used for removal of the mandibular
third molar Int J Oral Maxillofac Surg 1988 Jun17(3)161-4
53 Maluf F Carvalho GP Junior JGD Junior JGB Garrafa V Consentimento livre
e esclarecido em odontologia nos hospitais puacuteblicos do distrito federal Ciecircncia
amp Sauacutede Coletiva 200712(6)1737-1746
54 Martins M Garcia M Fernandes M Reis E Vilela R Azevedo T et al
Principais complicaccedilotildees cliacutenicas odontoloacutegicas poacutes-operatoacuterias da cirurgia de
terceiro molar inclusoimpactado ConScientiae Sauacutede 20109(2)278-284
55 McPhee SJ Ganong WF Fisiopatologia da doenccedila ndash Uma introduccedilatildeo agrave
Medicina Cliacutenica 5ordf ed Mc Graw Hill 2007
56 Mehra P Murad H Internal fixation of mandibular angle fractures a
comparison of 2 techniques J Oral Maxillofac Surg 2008 Nov66(11)2254-60
57 Mitsukawa N Satoh K Uemura T Hosaka Y An unusual traumatic fracture of
the mandibular symphysis resembling horizontal osteotomy for genioplasty J
Craniofac Surg 2004 Mar15(2)229-31
58 Miyaura K Matsuka Y Morita M Yamashita A Watanabe T Comparison of
biting forces in different age and sex groups a study of biting efficiency with
mobile and non-mobile teeth J Oral Rehabil 1999 Mar26(3)223-7
59 Moreno JC Fernaacutendez A Ortiz JA Montalvo JJ Complication rates associated
with different treatments for mandibular fractures J Oral Maxillofac Surg 2000
Mar58(3)273-80 discussion 280-1
60 Obiechina AE Oji C Fasola AO Odontostomatol Trop Impacted mandibular
third molars depth of impaction and surgical methods of extraction among
Nigerians 2001 Jun24(94)33-6
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
33
61 Oliveira L Schmidt D Assis A Gabrielli M Hochuli-Vieira E Filho V
Avaliaccedilatildeo dos acidentes e complicaccedilotildees associados agrave exodontia dos terceiros
molares Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac abr-jun 20066(2)51-56
62 Osaki T Nomura Y Hirota J Yoneda K Infections in elderly patients
associated with impacted third molars Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral
Radiol Endod 1995 Feb79(2)137-41
63 Palomer R Consentimiento informado en odontologiacutea Un anaacutelisis teoacuterico-
praacutectico Acta bioeth 2009 15(1) 100-105
64 Pell GJ Gregory GT Report on a ten-year study of tooth division technique for
removal of impacted teeth Am J Orthod 1942 28660-660
65 Perry PA Goldberg MH Late mandibular fracture after third molar surgery a
survey of Connecticut oral and maxillofacial surgeons J Oral Maxillofac Surg
2000 Aug58(8)858-61
66 Peterson LJ Ellis E 3rd Hupp JR Tucker MR Cirurgia oral e maxilo-facial
contemporacircnea 3ordf ed Guanabara Koogan 2000
67 Pitekova L Satko I Novotnakova D Complications after third molar surgery
Bratisl Lek Listy 2010111(5)296-8
68 Renton T Smeeton N McGurk M Factors predictive of difficulty of mandibular
third molar surgery Br Dent J 2001 Jun 9190(11)607-10
69 Roth FS Kokoska MS Awwad EE Martin DS Olson GT Hollier LH et al
The identification of mandible fractures by helical computed tomography and
panorex tomography J Craniofac Surg 2005 May16(3)394-9
70 Rudderman RH Mullen RLBiomechanics of the facial skeleton Clin Plast
Surg 1992 Jan19(1)11-29
71 Santos D e Quesada G Prevalecircncia de terceiros molares e suas respectivas
posiccedilotildees segundo as classificaccedilotildees de Winter e de Pell amp Gregory Rev Cir
Traumatol Buco-Maxilo-fac Camaragibe janmar 20099(1)83 ndash 92
72 Scarfe WC Farman AG Sukovic P Clinical applications of cone-beam
computed tomography in dental practice J Can Dent Assoc 2006 Feb72(1)75-
80
73 Sherperd J Brickley M Surgical removal of third molars Each case needs
careful thought BMJ 1994 309620-1
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
34
74 Shintaku WH Venturin JS Azevedo B Noujeim M Applications of cone-beam
computed tomography in fractures of the maxillofacial complex Dent
Traumatol 2009 Aug25(4)358-66
75 Shrout MK Hildebolt CF Potter BJ Brunsden TK Pilgram TK Dotson M
Yokoyama-Crothers N Hauser J Cohen S Kardaris E Civitelli R Hanes P
Comparison of morphological measurements extracted from digitized dental
radiographs with lumbar and femoral bone mineral density measurements in
postmenopausal women Periodontol 2000 Mar71(3)335-40
76 Sorel B Open versus closed reduction of mandible fractures Oral and
Maxillofacial Surgery Clinics of North America 199810553
77 Ugboko VI Oginni FO Owotade FJ An investigation into the relationship
between mandibular third molars and angle fractures in Nigerians Br J Oral
Maxillofac 200038427-429
78 Valiatti R Ibrahim D Poli V Heitz C Pagnoncelli R Silva D Mandibular
fracture during mandibular third molar extraction The Internet Journal of Dental
Science 20096(2)
79 Vasconcellos RJH Oliveira DM Moreira MD Fulco MHM Incidecircncia dos
terceiros molares retidos em relaccedilatildeo agrave classificaccedilatildeo de Winter Rev Cir
Traumat Buco Maxilo-Facial janjun 2002 1(2)43-47
80 Wagner KW Otten JE Schoen R Schmelzeisen R Pathological mandibular
fractures following third molar removal Int J Oral Maxillofac Surg 2005
Oct34(7)722-6
81 Wagner KW Schoen R Wongchuensoontorn C Schmelzeisen R Complicated
late mandibular fracture following third molar removal Quintessence Int
20073863-65
82 Weinstein RS Glucocorticoid-induced osteoporosis Rev Endocr Metab Disord
2001 Jan2(1)65-73
83 Werkmeister R Fillies T Joos U Smolka K Relationship between lower
wisdom tooth position and cyst development deep abscess formation and
mandibular angle fracture Journal of Cranio-Maxillofacial Surgery Jun 2005
33(3)164-168
84 Woldenberg Y Gatot I Bodner L Iatrogenic mandibular fracture associated
with third molar removal Can it be prevented Med Oral Patol Oral Cir Bucal
2007 Jan 112(1)E70-2
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
35
85 Xavier C Dias-Ribeiro E Ferreira-Rocha J Duarte BG Ferreira-Juacutenior O
Santrsquoana E et al Avaliaccedilatildeo das posiccedilotildees dos terceiros molares impactados de
acordo com as classificaccedilotildees de Winter e Pell amp Gregory em radiografias
panoracircmicas Rev Cir Traumatol Buco-Maxilo-Fac Camaragibe abrjun 2010
10(2) 83-90
86 Yazbek MA Neto JF Osteoporose e outras doenccedilas osteometaboacutelicas no idoso
Einstein 20086(1)S74-S8
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
ANEXOS
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
I
Anexo 1 - Sistema de Pell amp Gregory
Esta classificaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo dos terceiros molares em relaccedilatildeo ao bordo
anterior do ramo ascendente (I II e III) e ao plano oclusal (A B e C) classe I quando o
diacircmetro mesio-distal da coroa do terceiro molar se encontra totalmente para anterior do
bordo anterior do ramo ascendente da mandiacutebula classe II quando o espaccedilo entre o
bordo anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior eacute menor que o diacircmetro
mesiodistal do terceiro molar e classe III quando natildeo existe espaccedilo entre o bordo
anterior do ramo e a face distal do segundo molar inferior encontrando-se o terceiro
molar totalmente dentro do ramo ascendente mandibular classe A quando a face oclusal
do terceiro molar estaacute ao niacutevel do plano oclusal do segundo molar classe B quando a
face oclusal do terceiro molar estaacute entre o plano oclusal e a linha cervical do segundo
molar e classe C quando a face oclusal do terceiro molar estaacute abaixo da linha cervical do
segundo molar (Juacutenior et al 2006)
Figura 1 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao bordo anterior do ramo ascendente I II e III respectivamente (imagem
adaptada de Peterson et al 2000)
Figura 2 - Classificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo Pell amp Gregory em
relaccedilatildeo ao plano oclusal A B e C respectivamente (imagem adaptada de Peterson et al
2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)
II
Anexo 2 ndash Classificaccedilatildeo de Winter
Esta classificaccedilatildeo para determinaccedilatildeo da angulaccedilatildeo baseia-se na posiccedilatildeo do longo eixo
do 3ordm molar inferior incluso relativamente ao longo eixo do 2ordm molar inferior
erupcionado Winter em 1926 estabeleceu que quando o longo eixo do terceiro molar
estiver paralelo ao segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo vertical quando a coroa estiver
mais proacutexima da raiacutez do segundo molar estaraacute em posiccedilatildeo mesio-angular quando
estiver distalmente angulado seraacute disto-angular e caso a angulaccedilatildeo seja tatildeo acentuada
que o terceiro molar fique perpendicular ao longo eixo do segundo molar eacute classificado
como posiccedilatildeo horizontal Jaacute nos casos em que o dente incluso em questatildeo estiver
inclinado para vestibular ou lingual seratildeo classificados respectivamente como em
vestibuloversatildeo e linguoversatildeo (Santos et al 2009)
Figura 3 - Posiccedilatildeo dos terceiros molares segundo a angulaccedilatildeo vertical mesio-angular
disto-angular e horizontal (imagem adaptada de Peterson et al 2000)