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Semana de extensão 2014 – Faculdade Legale Aspectos fiscais pós-adoção das normas internacionais de contabilidade no Brasil TEORIA DE FINANÇAS Prof. Dr. Rubens Famá Política de dividendos Leandro Faccini Aspectos fiscais pós-adoção das normas internacionais de contabilidade no Brasil – MP 627 Prof. Leandro Esperança Faccini São Paulo, 28 de Janeiro de 2014.

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Aspectos fiscais pós-adoção das normas internacionais de contabilidade no Brasil

TEORIA DEFINANÇASProf. Dr. Rubens Famá

Política dedividendosLeandro FacciniAspectos fiscaispós-adoção dasnormas internacionais de contabilidade no Brasil – MP 627

Prof. Leandro Esperança Faccini

São Paulo, 28 de Janeiro de 2014.

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Aspectos fiscais pós-adoção das normas internacionais de contabilidade no Brasil

AGENDA

1. Introdução;

2. Linha do tempo;

3. A influência da legislação fiscal na contabilidade;

4. Sucessão dos regimes tributários;

5. Impactos esperados após convergência fiscal;

6. O papel do Contador;

7. Conclusão.

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1. Introdução

A adoção de uma linguagem contábil global facilitaria as negociaçõesentre as nações e beneficiaria não só os países investidores, mas tambémos países com maior necessidade de captação de recursos externos, comoo Brasil.

O IASB (Internacional Accounting Standards Board) reformulou osprocedimentos contábeis internacionais e trabalhou na disseminação dasnovas normas internacionais, conscientizando e incentivando osreguladores ao redor do mundo a adotarem normas padronizadas.

Esse movimento começou em 2001, quando o IASB foi criado.

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1. Introdução

No Brasil, a adoção das normas internacionais de contabilidade, mais

comumente conhecida pela sigla em inglês IFRS – International Financial

Reporting Standards, foi introduzida pela Lei 11.638/07 que alterou a Lei

6.404/76 conhecida como lei das sociedades por ações.

Até 2007: BRGAAP > Normas contábeis brasileiras

Após 2007: IFRS > Normas internacionais de contabilidade

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1. Introdução

Foi instalado no Brasil o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), com

a missão de propor soluções para as questões que se apresentarem

durante a convergência das normas contábeis brasileiras aos padrões

internacionais.

Objetivo do CPC:

"o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre

procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa

natureza ...”

Fonte: www.cpc.org.br

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2. Linha do tempo

A decisão da Comunidade Europeia em adotar o IFRS a partir de 2005 foi

um extraordinário impulso para a consolidação dessa tendência mundial.

Quando o Brasil deu o primeiro passo para adoção do IFRS, em 2007,

países com Itália, Espanha, Grécia, França, Alemanha e Inglaterra já

estavam adequados as normas internacionais de contabilidade.

O plano de adoção das normas internacionais de contabilidade no mundo

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2. Linha do tempo

No Brasil, o uso do IFRS completo é obrigatório desde 2010 para as

companhias abertas e fechadas de grande porte, que são aquelas com

faturamento bruto acima de R$300 milhões ou ativo total de mais de

R$240 milhões.

As instituições financeiras e seguradoras usam o IFRS em seus balanços

consolidados e as empresas fechadas que não são de grande porte usam

o padrão por obrigação indireta, já que os contadores são obrigados a

seguir essas regras.

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3. A influência da legislação fiscal na contabilidade

A mudança de prática contábil alteraria o resultado das empresas,

dependendo do ramo de atividade e das operações realizadas,

principalmente de investimento e endividamento.

Temendo oscilações negativas no lucro das empresas, o governo brasileiro

criou um regime através da Lei 11.941/09 que “congelou” a contabilidade

para fins fiscais na data base 31.12.2007.

RTT - Regime Tributário de Transição

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3. A influência da legislação fiscal na contabilidade

O RTT determina que, para fins tributários, as empresas devem

contabilizar suas receitas, custos e despesas de acordo com as regras

contábeis vigentes antes da conversão ao IFRS.

Em 2013 um problema:

A Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) consultou a Procuradoria

Geral da Fazenda Nacional (PGFN) sobre qual regime jurídico deve servir

de substrato para cálculo dos dividendos.

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3. A influência da legislação fiscal na contabilidade

PGFN e RFB entendem que há dois lucros:

• Lucro societário – apurado em conformidade com o IRFS; e

• Lucro fiscal – que é o societário ajustado pelo RTT.

Com esse entendimento, a RBF editou a IN 1.397/13 que determinou que

os dividendos fossem calculados sobre o “lucro fiscal” com base em um

patrimônio líquido que não existe.

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3. A influência da legislação fiscal na contabilidade

RTT = IRPJ e CSLL com base nas receitas, custos e despesas apuradas pelas

regras vigentes em 31.12.2007, ou seja, antes do IFRS, porém a RFB incluiu

através da IN 1.397 o patrimônio líquido.

A Receita Federal do Brasil foi muito criticada por profissionais do

mercado e pelos principais juristas do país.

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3. A influência da legislação fiscal na contabilidade

Como o RTT vinha sofrendo duras críticas por ter alcançado vida longa

demais para algo que foi denominado “transitório” e a RFB errou ao

publicar a IN 1.397, algumas providências foram tomadas.

O Governo publicou a Medida Provisória nº 627 em 11 de novembro de

2013, extinguindo o RTT e com uma acanhada reforma do sistema

tributário brasileiro.

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4. Sucessão dos regimes tributários

Até 31.12.2007 RTT MP 627

Lucro Líquido(Padrão 2007)

( + )Adições

( - )Exclusões

------------------Lucro Real

(Padrão IFRS)( + )

Adições RTT( - )

Exclusões RTT------------------Lucro Líquido(Padrão 2007)

( + )Adições

( - )Exclusões

------------------Lucro Real

Lucro Líquido(Padrão IFRS)

( + )Adições

( - )Exclusões

------------------Lucro Real

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5. Impactos esperados após convergência fiscal

A reforma na legislação dos tributos sobre a renda inclui:

• Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ;

• Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL; e

• Conceito de receita (contribuições para o PIS e Cofins).

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5. Impactos esperados após convergência fiscal

Fortalecimento do Lalur: mais do que manter o Livro de Apuração do

Lucro Real (Lalur), a MP 627 o fortalece, revigora a sua utilização, ao

mesmo tempo em que o transforma em eletrônico.

Unificação do conceito de receita bruta: A MP 627 unifica o conceito de

receita bruta para fins tributários, fazendo referência cruzada entre os

dispositivos legais que tratam de IRPJ/CSLL e contribuições para o

PIS/Cofins.

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6. O papel do Contador

Desde a adoção do IFRS no Brasil ouvimos falar em “essência sobre a

forma”. Alguns dizem que é um princípio outros dizem que é um

conceito.

Já ouviram falar em primazia da essência sobre a forma?

É simplesmente uma instrução do IASB, uma recomendação para uso do

bom senso na avaliação dos Contadores para que prevaleça o aspecto

econômico e não a forma jurídica, inflexível e aplicável da mesma

maneira em empresas e situações distintas.

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6. O papel do Contador

Neste contexto, as decisões devem ser mais flexíveis levando em

consideração os aspectos econômicos que serão gerados, isso tende a

aumentar a transparência das nossas demonstrações financeiras.

Exemplo:

Software adquirido por R$5 milhões.

Regra de amortização da Receita Federal 5 anos = R$1 milhão por ano.

Porém o Contador sabe que a empresa só utilizará o software por 3 anos,

logo, deve ser considerado esse tempo para amortização, resultando em

R$1,6 milhão por ano.

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7. Conclusão

Principais mudanças no cenário contábil – fiscal:

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7. Conclusão

A adoção das Normas Internacionais de Contabilidade no Brasil vem

proporcionando uma grande oportunidade aos profissionais, visto que,

para adequar as empresas às novas regras, principalmente fiscais, está

sendo necessário aplicar um conhecimento novo para todos.

Há oportunidade de largar junto com os profissionais mais experientes do

mercado, uma vez que o modelo está em fase de desenvolvimento.

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Obrigado.

Prof. Leandro Esperança [email protected]