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1900
23 de Fevereiro - É fundada a Associação de Classes dos Empregados do Comércio.
1901
17 de Agosto - Começa a publicação do semanário Jornal de Guimarães.
24 de Setembro - A Câmara entrega à United Electric Light and Power Supply, Cº Ltde, a concessão
da exploração da iluminação pública pelo sistema termoelétrico, em Guimarães.
1 de Outubro - Grande dia de festa para esta terra, já que vêm a Guimarães trabalhadores do Porto
e de Braga, em excursões numerosas, a fim de confraternizarem com os locais, seguindo a frase
célebre de Karl Marx: operários de todo o mundo uni-vos.
3 de Novembro - Começa a publicar-se o semanário Independente, afeto ao Partido Franquista.
1902
10 de Novembro - Efetua-se, em Guimarães, o primeiro registo civil de nascimento.
5 de Dezembro - O Governo aprova a criação da Polícia e, dez dias depois, começava a funcionar.
1903
25 de Julho - Publicação da revista quinzenal de literatura e crítica Ala-Moderna, dirigida por Alfredo
Guimarães e Francisco Costa.
15 de Agosto - Inaugura-se um gabinete de jornalistas, que teve curta existência.
16 de Agosto - É inaugurada a luz elétrica da cidade, efetuando-se uma cerimónia em que o
presidente da Câmara abriu o circuito.
19 de Setembro - Morre o Dr. José Joaquim da Silva Pereira Caldas. Cidadão exemplaríssimo,
verdadeiro patriota, amante do seu país e um republicano sincero como poucos.
22 de Outubro - No Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Guimarães é trabalhado o 1º parto
com intervenção cesariana, sendo operador o médico vimaranense, Dr. Joaquim José de Meira.
30 de Setembro - A Associação dos operários dos curtumes vai à reunião da Câmara com o
objetivo de pedir a intervenção municipal junto do Governo para baixar a contribuição industrial,
para se manterem os postos de trabalho.
8 de Novembro - Finda a publicação do semanário O Progresso afecto ao Partido Progressista.
1904
16 de Janeiro - João Franco visita Guimarães, em campanha para a formação do Partido
Regenerador Liberal.
28 de Janeiro - As operárias da fábrica de Manuel Bernardo Alves, situada em Vila Flor, à Avenida
do Comércio (hoje Avenida D. Afonso Henriques), entram em greve, recusando-se a trabalhar,
indignadas com a aplicação do novo regulamento que “as obrigava, para lavarem as mãos, terem
de pedir licença ao encarregado, e se lhes encontrassem defeitos na obra fabricada, eram
sujeitas a 400 réis de multa”.
31 de Março - Um grupo de operários Vimaranenses funda o Centro Socialista de Guimarães, tendo
por fim a propaganda do seu ideal. Numa reunião presidida por João Ferreira Guimarães, ficou
decidido que a nova agremiação se filiasse na Junta Federal do Norte, bem como se fizesse
Avenida do Comércio
representar na excursão dos trabalhadores vimaranenses ao Porto, no dia 1 de Maio, levando
bandeira e distintivos.
22 de Maio - No Centro Socialista de Guimarães, à Rua D. João I, António Augusto da Silva,
secretário da Junta Federal do Norte do partido Socialista, realiza uma conferência versando a
temática ideológica dos princípios marxistas.
5 de Junho - Reúnem-se, em assembleia-geral, os associados do Grémio Liberal Artístico, para
tratarem da reorganização do mesmo.
28 de Agosto - Promovida pelo Grémio recreativo Karl Marx vem a Guimarães, de comboio, do
Porto, uma excursão composta por mais de 300 pessoas.
Várias instituições e a classe operária recebem-na com as suas bandeiras e dísticos, acenos de
lenços, vivas e hinos do 1º de Maio, tocado pela filarmónica de Pevidém.
Em cortejo, desfilou pela cidade, sendo recebida no Clube Comercial, onde lhe foram dadas as
boas-vindas.
Depois, participou na Associação de Classe dos Operários Fabricantes de Calçado, realizando-se,
para o efeito, uma sessão solene que teve a presença do Administrador do concelho, Dr. António
Mota Prego e em que se fizeram diversos discursos com afirmações e promessas de grande
interesse para a classe e operários em geral.
2 de Outubro - O Povo de Guimarães, semanário democrata e social, anuncia a suspensão da sua
publicação, apresentando como explicação o facto de as “donas do prédio onde se acha a tipografia,
impusessem ao proprietário do estabelecimento para deixar de imprimir este jornal”.
1905
1 de Janeiro - O Abade de Tagilde é eleito Presidente da Câmara.
1 de Abril - Acaba a publicação de O Baluarte, periódico quinzenal, órgão do Círculo Católico dos
Operários de Guimarães.
27 de Outubro - Com o título Ao Presidente Loubet é publicado um número único, por iniciativa de
um grupo de republicanos de Guimarães, sendo impresso na Tipografia Minerva Vimaranense.
31 de Dezembro - Acaba a publicação, com o nº 24, A Pérola, revista quinzenal, literária, dedicada
às Damas Vimaranenses, com saída aos domingos.
1906
29 de Março - O Dr. António Coelho da Mota Prego toma posse do cargo de Administrador do
Concelho, sendo a posse conferida pelo abade de Tagilde, na qualidade de Presidente da Câmara,
havendo festa pública com foguetes e banda de música.
17 de Julho - Visita do Rei D. Carlos a Guimarães. Joaquim de Meira é administrador do Concelho.
14 de Setembro - Morre José Martins Queiroz Montenegro Minotes. Participou no grupo “Os
Entusiastas” que predominou na política local num período de apoio constante a João Franco.
1907
1 de Junho de 1907 - Começa a publicar-se (para acabar com o seu nº4) o semanário de feição
republicana Alvorada, que teve como diretor e proprietário A. L. de Carvalho.
21 de Julho - É inaugurado o caminho de ferro de Guimarães a Fafe.
24 de Agosto - A Associação de Classe dos Empregados do Comércio realiza, na sua sede, ao
campo do Toural, uma sessão solene comemorativa do 1º dia de descanso semanal.
21 de Outubro - O Governo aprova o Regulamento Municipal de fornecimento e consumo de água
e o Regulamento de Salubridade nas edificações urbanas.
1908
29 de Novembro - Deslocando-se à cidade de Guimarães, na sua qualidade de Infante, o depois
Rei D. Manuel II faz várias visitas, sendo de destacar a realizada ao quartel do Regimento de
Infantaria 20.
17 de Dezembro - Inicia a publicação o semanário afeto ao Partido Progressista, Notícias de
Guimarães. Veio a acabar com o nº 91 - um dia depois da proclamação da República.
1909
8 de Julho – Termina, com o nº28, o semanário Comércio do Norte. Teve a valiosa colaboração do
Doutor Eduardo de Almeida, entre outros.
31 de Outubro - Bernardino Jordão inaugura o funcionamento da instalação termoelétrica para a
distribuição da luz pública.
1910
24 de Março - Um decreto do Governo da República cedeu à Câmara o edifício do extinto
Recolhimento do Anjo.
17 de Abril - Inicia a sua publicação, como órgão da Comissão Municipal Republicana e dirigido
por António Lopes de Carvalho, o “Jornal de Guimarães” que findou logo após a saída do seu nº3.
20 de Maio - Começam a funcionar todas as instalações do novo estabelecimento termal das
Caldas das Taipas.
31 de Maio - É inaugurada a Capela de S. João de Ponte, para apoio dos operários têxteis católicos
da Companhia de Fiação e Tecidos de Guimarães.
16 de Junho - A Igreja de Nossa senhora da Oliveira é classificada de Monumento Nacional.
16 de Junho - A Citânia de Briteiros é, por decreto, considerada Monumento Nacional.
6 de Agosto - É inaugurada a Exposição agrícola e Industrial de Guimarães, promovida, entre
outros, pelo negociante João Gualdino Pereira, que fora presidente da Associação Comercial, com
influência decisiva no acordo estabelecido com a Associação dos Caixeiros que levou ao
encerramento dos estabelecimentos comerciais aos domingos.
6 de Setembro - Segundo O Comércio de Guimarães da época, é grande a agitação operária em
Pevidém, que acusavam os seus patrões de não lhes pagarem os seus salários em dinheiro, mas
unicamente em géneros alimentícios, os quais muitas vezes estavam deteriorados.
5 de Outubro - Dia de reunião da Câmara Municipal de Guimarães instalados no Largo da Oliveira,
sob a presidência de João Gomes de Oliveira Guimarães (Abade de Tagilde). Em Lisboa, naquele
dia, a revolução republicana estava na rua, mas a Guimarães não tinha chegado a informação.
5 de Outubro - O “Notícias de Guimarães” apenas publicava: “Lisboa em revolução pelas parcas
informações até nós chegadas”.
5 de Outubro - Inicia a publicação o jornal Correio de Guimarães, semanário do Partido
Progressista. Saiu o seu 1º nº, mas não se sabe se continuou a publicar-se…
8 de Outubro - Na sequência da vitória republicana na revolução do dia 5, a República é implantada
em Guimarães, sendo empossada pelo abade de Tagilde, último presidente monárquico do
município, uma comissão administrativa para a câmara presidida por José Pinto Teixeira de Abreu
e como administrador do conselho o Dr. Eduardo de Almeida. Este relativo atraso motivou Alfredo
Pimenta a ajuizar, na oportunidade, que “a 1ª cidade da Monarquia foi a última cidade da República”
12 de Outubro - A Câmara Municipal de Guimarães reúne e toma conhecimento de um ofício do
novo Administrador do Concelho, Eduardo de Almeida, que informa ter sido nomeado pelo Governo
provisório da República, e que no dia seguinte, 13 de Outubro, “será proclamada a República na
Casa da Câmara”, convidando os membros da Câmara a assistirem.
20 de Outubro - É empossada a 1ª Comissão Municipal Republicana em Guimarães, nomeada
Comissão Administrativa da Câmara pelo Governador Civil de Braga. Perante o presidente
cessante, o Abade de Tagilde, e o Administrador do Concelho, Eduardo de Almeida, tomou posse:
José Pinto Teixeira de Abreu (Presidente), Mariano Felgueiras, Manuel Ferreira Guimarães, Júlio
António Cardoso, Manuel Caetano Martins, José Ribeiro Freitas, José Rodrigues Leite da Silva,
como vereadores efetivos. Foram ainda empossados como substitutos: Avelino Guimarães, António
Barbosa Abreu Guimarães, Florêncio Leite Lage, José Mendes Ribeiro Guimarães, Joaquim
Salgado, Vitorino Simões Sampaio, Clemente Dias Pereira.
José Pinto Teixeira Abreu, Presidente; Mariano Felgueiras, Manuel Ferreira Guimarães, Júlio
António Cardoso; José Leite Rodrigues da Silva; Manuel Caetano Martins; José Ribeiro de
Freitas.
9 de Novembro - Chega à estação do caminho-de-ferro o coronel Xavier Barreto, Ministro da
Guerra do governo provisório da República Portuguesa. Vai cumprimentar a Câmara na pessoa de
José Pinto Teixeira de Abreu, presidente da sua Comissão administrativa e dirige-se depois para o
aquartelamento daquele regimento, instalado nos Paços Ducais. À noite, realiza-se um banquete
no Hotel do Toural, no qual o Dr. Mariano Felgueiras o saúda em nome do município, enquanto, no
coreto do Jardim Público, a Banda Militar dá um concerto perante numerosa gente que, com
entusiasmo, ovacionou o novo regime republicano.
18 de Novembro - Termina a publicação, com o nº104, do semanário intitulado O Regenerador
cuja redação era no Centro Regenerador de Guimarães, vendo-se daqui a sua índole política.
7 de Dezembro - Mariano Felgueiras funda o jornal republicano A Velha Guarda.
1911
21 de Abril – O Governo provisório da República promulga a Lei da Separação da Igreja do Estado,
com a qual fica consumada a extinção definitiva da Insigne e Real Colegiada da Nossa Senhora da
Oliveira.
9 de Maio - Com o nº 311 do 6º ano acaba a publicação do semanário A Restauração, que iniciara
a 1 de Dezembro de 1903, intitulando-se semanário católico.
3 de Junho - Termina, com concessões mútuas, a greve da classe dos oficiais sapateiros desta
cidade, a qual durou 4 dias e teve como motivo não terem sido atendidos pelos patrões os pedidos
de aumentos de salários.
17 de Setembro - Com o nº35 parece ter terminado a publicação um outro semanário democrático,
que se intitulava O Povo de Guimarães.
6 de Julho - É apeada a estátua de D. Afonso Henriques existente no Largo de S. Francisco para
ser colocada no largo do Toural, onde esteve até 1940.
9 de Setembro - Acaba a 1ª fase da sua publicação, com o nº40, o semanário republicano A Velha
Guarda, que a iniciara a 7 de Dezembro de 1910, sendo diretor Mariano Felgueiras e editor A.
Barbosa de A. Guimarães. Voltou a aparecer, em 2ª fase, com o nº41, em 16 de Março de 1919, a
qual veio a findar no nº 145, em 12 de Agosto de 1921. Nesta fase aparece como órgão do Partido
Republicano Português, sendo seu redator Joaquim de Almeida Guimarães e editor Agostinho
Rocha.
28 de Novembro - Termina a publicação, com o seu nº 11, A Justiça, semanário democrático
vimaranense.
1912
5 de Janeiro de 1912 - A Associação de Classe das Quatro Artes da Construção Civil lança as
bases para a criação de uma cooperativa, em Guimarães.
6 de Janeiro - Realiza-se um desfile operário pelas ruas de Guimarães com grande participação.
6 de Janeiro - Começa a sua divulgação o semanário independente, O Patriota.
21 de Janeiro - A Associação de Classe dos Empregados do Comércio, resolve que o seu sócio
efetivo nº 117, Mariano da Rocha Felgueiras seja nomeado Sócio Benemérito.
20 de Abril - Faleceu o Abade de Tagilde, notável figura vimaranense, historiador e diplomata
ilustre. Desempenhou as funções de Presidente da Câmara Municipal de Guimarães nos últimos
anos da Monarquia
21 de Abril - A Federação das associações operárias promoveu a realização de uma Assembleia
contra “a carestia da alimentação e de habitação”.
23 de Abril - Começa uma greve dos operários marceneiros da Fábrica de Móveis de João de
Sousa Neves por despedimento de um trabalhador.
9 de Maio - Foi demolido o albergue de Nossa Senhora do Serviço, no Terreiro das Beatas do Anjo,
lateral à igreja de S. Paio, mais tarde também demolida.
4 de Julho - Mariano Felgueiras assume a presidência da Comissão Administrativa da Câmara
Municipal de Guimarães.
27 de Julho - Em consequência dos protestos, vindos já de dias atrás, contra a carestia de vida,
provenientes de movimentos da classe de trabalhadores, nomeadamente dos alfaiates e
costureiras, dos fabricantes de calçado, marceneiros e artes correlativas e da indústria têxtil, “a
autoridade administrativa obrigou os açambarcadores a encolherem as garras que
sorrateiramente queriam lançar sobre o milho, sustento da pobreza. Também obrigou
aqueles que queriam vender este cereal por preços caros a baixarem de preço”.
1913
22 de Julho - Desde a véspera estão em greve geral em Guimarães, as 4 artes da construção civil,
reivindicando um horário de 10 horas diárias. O horário que pretendiam era de entrada às 6h.,
almoço às 8h., retorno ao trabalho às 8:30h., jantar do meio-dia às 14h. e saída às 18:30h.
25 de Julho - Termina a greve geral das 4 artes de construção civil, pois é acordado que de Abril a
Setembro, a entrada seria às 6h. e a saída às 19h., com meia hora para almoço e duas horas para
jantar; nos restantes meses, a entrada seria ao amanhecer e as saídas ao anoitecer; aos sábados,
as saídas seriam às 5h. da tarde. Era meia-noite quando se chegou a este acordo, altura em que
troaram alguns foguetes.
2 de Agosto - É promulgada mais legislação por parte do Governo, a completar a já publicada em
Setembro de 1911, que permite à Câmara Municipal de Guimarães recolher vário espólio artístico
das igrejas do Concelho e ficar da posse do Tesouro da Colegiada, valores que ficam,
temporariamente, à guarda da SMS.
1914
15 de Abril - A Irmandade das Almas instalada na antiga igreja paroquial de S. Paio, muda-se para
a Basílica de S. Pedro, ao Largo do Toural.
17 a 27 de Agosto - Realização de um curso de formação de Professores. Foi frequentado por 46
professores.
13 de Setembro - A Associação Fúnebre Familiar Vimaranense entende que “de forma alguma
convém a esta instituição estar junta com as Associações de Classe porque quase sempre, dentro
delas, os seus membros fazem política, o que prejudica as associações desta natureza, aonde se
encontram sócios de todas as classes.
1915
4 de Janeiro - Termina a publicação O Despertar, quinzenário defensor dos interesses dos
empregados de comércio e indústria.
10 de Janeiro - Aparece o quinzenário humorístico e literário O Espião. A impressão era na Rua
da República, 120.
21 de Março - Publica-se o 1º número do quinzenário humorístico e literário Aurora Académica (que
só publicou um segundo número).
28 de Março de 1915 - Inicia a sua publicação O Melro, quinzenário humorístico e literário.
12 de Abril de 1915 - Foram aprovados os estatutos das Oficinas de S. José.
25 de Abril de 1915 - Acaba, com a saída do seu nº 2, a publicação do periódico humorístico
quinzenal O Bando.
15 de Maio - Dia da queda de Pimenta de Castro, há graves incidentes à porta do Centro
Republicano. É afixado num placard um telegrama da nova Junta Revolucionária a anunciar a
queda do Governo. Há quem grite vitória e quem acuse a notícia de invenção. Rebentaram bombas
e morreram duas pessoas.
29 de Outubro - É evidente a escassez de géneros para consumo e o seu elevado custo no meio
vimaranense, sendo alarmante a questão das subsistências.
5 de Novembro - Nota-se grande agitação no operariado, o mais atingido pela carestia de géneros,
estando em greve os trabalhadores dos têxteis do Pevidém.
1916
14 de Março - Termina a 1ª série da sua publicação, com o nº 275, do semanário republicano
Alvorada.
26 de Março - Sai o 1º número de O Republicano, jornal da propriedade do Centro Democrático
local, que teve como redator Eduardo de Almeida.
2 de Abril - Começa a divulgação do jornal humorístico e literário O Pardal.
8 de Abril - Termina a publicação do semanário independente Castelo de Guimarães.
23 de Outubro - São publicados, no “Diário do Governo” os estatutos da Cooperativa Económica
Vimaranense.
6 de Novembro - São inauguradas, numa casa do terreiro de S. Francisco, as primeiras instalações
da Cooperativa “A Económica Vimaranense” com a finalidade de solver o problema do
abastecimento de géneros alimentícios ao tempo existente.
1917
6 de Julho - Um decreto do Governo permite que a Câmara de Guimarães tome posse de vários
objetos de valor artístico e histórico das igrejas do concelho podendo, assim, incorporar o Arquivo
da Colegiada na Biblioteca Municipal e ainda ficar depositária do Tesouro de Nossa Senhora da
Oliveira, valores que se mantiveram, durante muito tempo, à guarda da SMS.
11 de Setembro - Decorre uma greve do pessoal dos telégrafos e correios, sendo detidos alguns
grevistas.
1918
23 de Janeiro - A Comissão fundadora das Oficinas de S. José consegue o arrendamento do
Convento das Religiosas Capuchinhas, que estava desocupado, para ali alojar os seus rapazes.
5 de Março - Continuando a subir os géneros de 1ª necessidade reúne, o povo trabalhador das
fábricas e oficinas a fim de resolver a melhor forma de protestar contra o preço a que tem chegado,
não só o petróleo, mas, o milho, o azeite e o feijão.
23 de Julho - Depois da Irmandade de Nª Sª da Conceição, da Igreja de S. Francisco, ter percorrido
as artérias citadinas em procissão de penitência, com a imagem da mesma Senhora,
acompanhada pela Irmandade e muito povo, por causa do tifo exantemático, volta a sair
procissão novamente, neste mesmo dia, implorando o termo da guerra.
2 de Setembro - O Banco Ultramarino inaugurou a sua filial em Guimarães.
16 de Dezembro - A Câmara manifesta o seu repúdio pelo assassinato de Sua Excelência o Senhor
Presidente da República, bondoso, ilustrado, justo e querido.
1919
1 de Janeiro - Manifestação patriótica de repúdio pelo assassinato de Sidónio Pais.
7 de Janeiro - Por decreto governamental, são distinguidos com designações próprias os vários
estabelecimentos do ensino secundário do país, ficando o de Guimarães a denominar-se como
Liceu Central de Martins Sarmento.
12 de Janeiro - Termina a publicação do quinzenário defensor da Causa Sidonista, 5 de Dezembro.
No nº5, dá a redação como mudada para ao Largo Sidónio Pais, 99 e 100.
16 de Janeiro - Acaba com o número 164, o Vimaranense, semanário independente, defensor dos
interesses locais; a partir do nº 106, passou a ser órgão local do Partido Evolucionista.
19 de Janeiro - Um levantamento militar de unidades sediadas no Porto proclamou a restauração
da Monarquia nomeadamente em algumas cidades como Braga e Guimarães. Nessa noite
verificaram-se assaltos às sedes dos centros republicanos e socialistas, a destruição da Bandeira
da República, sendo colocadas em vários pontos da cidade a Bandeira da Monarquia.
22 de Janeiro - Na reunião da Câmara o Presidente da Comissão Administrativa Rocha dos Santos
abria a sessão da Câmara com uma intervenção onde afirmava a sua adesão e reconhecimento do
regime monárquico. Comunicou também à Câmara que no mesmo dia fez a proclamação da
Monarquia nos Paços do Concelho.
23 de Janeiro - É nomeada uma Comissão Administrativa monárquica.
1 de Fevereiro - Aparece o 1º número, que é o único publicado de O Realista, quinzenário
monárquico, que teve como diretor e editor Francisco Alves de Oliveira.
8 de Fevereiro - Acaba, com o nº 250 do 5º ano, a 1ª fase do Echos de Guimarães, que a principiara
em 1 de Fevereiro de 1914. Era um semanário monárquico.
13 de Fevereiro - As forças fiéis à República restauram o poder republicano em todo o país pondo
termo à efémera “Monarquia do Norte”. A Praça de S. Tiago passou a denominar-se “Largo 13 de
Fevereiro”.
1 de Março - Nova Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Guimarães; Presidente,
Mariano Felgueiras.
14 de Julho - 1º Aniversário do fim da Guerra. Em Guimarães teve lugar uma grande manifestação
que percorreu a cidade com inflamados discursos de Paz.
12 de Setembro - Entrara em vigor, dias antes, o horário das 8 horas. Em Guimarães,
desenvolveram-se discussões a favor e contra.
11 de Novembro - Começa, uma greve dos operários que trabalhavam na secção de tecelagem
da cidade, à Avenida Miguel Bombarda (hoje Avenida D. João IV), da Companhia de Fiação e
Tecidos de Guimarães, exigindo aumento dos seus salários.
1920
5 de Julho - A agitação operária multiplica-se e trocam-se ofícios entre a Federação operária de
Guimarães e a Direção da chamada Fábrica da Avenida. Exigiam-se aumentos salariais de 100%
com ameaças de que seria votada uma greve geral.
17 de Outubro - Sai o 1º número do semanário defensor do operariado O Baluarte.
9 de Novembro - As classes trabalhadoras agitam-se e, depois de reunidas, encarregam a União
dos Sindicatos Operários de Guimarães de remeter à Câmara um ofício, dizendo, “a fim de por
termo à saída do milho e outros géneros de 1ª necessidade para fora do concelho, evitando assim
que estes géneros continuem a subir de preço, visto tornar-se insuportável a vida do operário (…)
é de grande necessidade fazer já um arrolamento a todos os cereais existentes, oferecendo esta
União uma comissão para tal fim, se tanto for preciso”.
19 de Novembro - Existe grande agitação nas camadas operárias, as quais, reunidas nas sedes
das suas associações e depois de concentradas, se dirigem todas à Câmara a reclamar medidas
imediatas quanto à carestia de vida, embora esta tenha, dias antes, afixado um edital, assinado por
A. L. de Carvalho, proibindo a saída de milho para fora do concelho. Nele ameaçava também que
as alterações de ordem pública seriam reprimidas com total energia. Jornal local do tempo, referindo
tanta agitação, regista que “ao entrar nas máquinas, enormes grupos de operários atravessam
a cidade para realizarem um comício e, pela 2ª vez, se estavam verificando assaltos aos
estabelecimentos”.
2 de Dezembro - Por iniciativa da União dos Sindicatos locais há greve geral em Guimarães, vindo
já de vários dias atrás, deslocando-se, a Braga, uma comissão a fim de pedir ao governador civil a
sua intervenção no conflito existente, de modo a permitir que o alqueire do milho fosse estipulado
para 4$000 réis e que não se fizessem prisões devido às pilhagens verificadas, posto que teria sido
a fome que as havia provocado.
1921
13 de Fevereiro - 2º Aniversário do “13 de Fevereiro”, um importante movimento de unidade dos
republicanos vimaranenses.
11 de Setembro - Sai um “número-espécime” do seminário regionalista Voz de Guimarães.
1922
22 de Setembro - Um grupo de vimaranenses que fazia “tertúlia” na Chapelaria Macedo,
estabelecimento comercial no Largo do Toural promove a formação oficial do Vitória Sport Clube,
fazendo aprovar, em Assembleia Geral, os seus primeiros estatutos.
1923
21 de Janeiro - Começa a sua 2ª série do semanário Gil Vicente, afeto ao movimento Monárquico-
Integralista.
4 de Agosto - É inaugurada a 3ª Exposição Industrial de Guimarães.
1924
11 de Abril - Dada a situação grevista na classe tipográfica de Guimarães, são quebrados
violentamente os vidros das bandeiras da casa de António Dantas, proprietário da Tipografia
Minerva Vimaranense, dado que alguns dos seus artistas, (em número reduzido) retomaram o seu
trabalho, encontrando-se os outros ainda em greve.
2 de Maio - A Viação Vimaranense adere à greve que eclodiu nas principais cidades portuguesas,
provocada pelas multas impostas pelo Governo para o excesso de velocidade, não tendo circulado
os camiões que diariamente asseguravam a ligação Braga-Guimarães.
25 de Junho - Por toda a parte se notam paralisações nas atividades fabris, estando a acontecer o
mesmo ao concelho de Guimarães.
23 de Novembro - O Trabalhão, quinzenário humorístico e literário, termina a publicação com o
seu nº 7.
5 de Dezembro - Inicia a publicação, saindo 3 vezes por mês, o jornal dos humildes e protetor dos
infelizes, O Espectro.
1925
9 de Março - A Vereação presidida pelo Dr. Mariano da Rocha Felgueiras resolve construir um novo
edifício para instalar os serviços camarários e demais repartições públicas e elaborar um plano de
alargamento da cidade, encarregando o arquiteto Marques da Silva do projeto daquele e o Capitão
Luiz de Pina da elaboração do 2º trabalho.
26 de Abril - Os Bombeiros Voluntários de Guimarães apresentam publicamente, num edifício do
Largo do Prior do Crato (hoje Largo 25 de Abril) a sua 1ª motobomba.
21 de Outubro - Contando que os salários iam ser reduzidos em 20%, é distribuído um manifesto
convidando o operariado vimaranense a reunir-se para agir contra essa prejudicial decisão.
15 de Novembro - Sai, pela 1ª vez, uma publicação quinzenal, intitulada A Urtiga, propondo-se
fazer crítica e humorismo.
19 de Dezembro - Abre ao público, pela 1ª vez, o Café Oriental.
1926
2 de Janeiro - Tomou posse o novo Senado da Câmara eleito em Novembro de 1925.
13 de Julho - Quase dois meses depois do “28 de Maio” é publicado o decreto dissolvendo os
órgãos administrativos eleitos.
23 de Julho - Perante o Administrador do Concelho, Tenente Ferreira da Silva, tomou posse a
Comissão Administrativa nomeada pelo novo poder. É presidente o Capitão Duarte Fraga,
conhecido militar do Regimento de Infantaria 20.
Fonte: FARIA J.L., ROCHA Hélder, ROCHA, Raúl