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SELEÇÃO MATERIAL ELABORADO PELAS PROFAS. JUNE MAGDA ROSA SCHARNBERG E LETÍCIA STREHL Disciplina - Pesquisa e Desenvolvimento de Coleções –Letícia Strehl

4 Desenvolvimento de coleções: seleção. 1

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SELEÇÃOMATERIAL ELABORADO PELAS PROFAS. JUNE MAGDA ROSA SCHARNBERG E LETÍCIA STREHL

Disciplina - Pesquisa e Desenvolvimento de Coleções –Letícia Strehl

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Sumário

Tópicos complementares e contextuais sobre seleção Seleção, funções sociais do bibliotecário e

setores de atividade da biblioteca Marcos teóricos da seleção

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Seleção, funções sociais do bibliotecário e setores de atividade da biblioteca

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SELEÇÃO

Processo de decidir que materiais devem ser adquiridos para a coleção da biblioteca. Pode envolver decisão sobre itens que fornecem informação sobre o mesmo assunto; ou decidir se um item é de interesse para uso se for recebido. Em essência, é a determinação sistemática de qualidade e valor dos materiais em aquisição.

EVANS, 1979

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Critérios para a alocação de recursos

Estabelecer uma proporção para coleção de referência e geral

Materiais correntes versus retrospectivos Reposição de obras perdidas Duplicação de exemplares Obras esgotadas Edições mais recentes Novas assinaturas de títulos de periódicos

(compromissos anuais) Outros materiais impressos ou em outros

suportes

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Perfil profissional do bibliotecário e a atividade de seleção

Conjunto de conhecimentos, qualidades e competências para o cumprimento das funções sociais de uma profissão

Adaptado de: MUELLER, S. Perfil do bibliotecário, serviços e responsabilidades na área de informação e formação profissionalMACIEL, A. C.; MENDONÇA, M. A. R. Bibliotecas como organizações. Rio de Janeiro: Interciência, 2000.

Formação, desenvolvimento e organização de coleções----Dinamização do uso das coleções

Gerenciais

- Preservação da cultura: guarda dos registros gravados do conhecimento humano- Provimento do acesso

-Educação: orientação para que os indivíduos desenvolvam competências de busca e uso da informação-Suporte ao estudo e à pesquisa: fornecimento de fontes de informação ao usuário, respondendo às suas indagações

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Qualidades do selecionador

Cultura geral ampla Tecnicamente preparado Ampla visão das características

comunidade, do acervo existente e dos serviços prestados pela biblioteca

Imparcialidade

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Cumprimento da missão da biblioteca

Referência

Desenvolvimento de coleções

Processamento técnico

Administração

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Atribuições do bibliotecário encarregado da seleção:

Determinar as necessidades informativas e culturais do ambiente a que a biblioteca vai servir

Elaborar o plano de seleção Preparar o plano de aquisição Determinar a forma de aquisição Controlar, mediante investigação e

estatística, se as coleções satisfazem as necessidades dos leitores

Examinar as doações

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Marcos teóricos da seleção

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S.R. Ranganathan

Obra: Seleção de livros para bibliotecas (1952)

Cinco leis da Biblioteconomia que ressaltam sua visão de como a biblioteca deve ser constituída: livros existem para serem usados; todo leitor tem seu livro; todo livro tem seu leitor; poupe o tempo do leitor; a biblioteca é um organismo em crescimento.

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1ª lei de RanganathanLivros existem para serem usados

Oposição à sua antecessora: “Os livros existem para serem conservados”

Ninguém será contratado como vendedor se não conhecer o produto a ser vendido

Ninguém será contratado como professor se não conhecer o assunto a ser ensinado

Mas foi preciso muito tempo para se perceber que o bibliotecário precisa: Dedicar-se ao ensino Encontrar para cada pessoa o livro que lhe seja adequado Persuadir as pessoas a se beneficiarem do conhecimento

entesourado nos livros

RANGANATHAN, S. As cinco leis da biblioteconomia. Brasília: B. de Lemos, 2009.

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2ª lei de RanganathanPara cada pessoa o seu livro (1)

As bibliotecas são coleções de livros, formadas para atender a uma finalidade especial. Que finalidade é essa?

Uso é a resposta dada pela Primeira Lei. Qual a utilidade dos livros?

Os livros fornecem informação, eles educam. Podem também oferecer alívio Podem proporcionar uma forma de recreação inofensiva.

A lei para cada pessoa o seu livro pressupõe o conceito EDUCAÇÃO PARA TODOS.

RANGANATHAN, S. As cinco leis da biblioteconomia. Brasília: B. de Lemos, 2009.

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2ª lei de RanganathanPara cada pessoa o seu livro (2)

Implicações do cada: Estado: financiamento, legislação e coordenação Pessoal da biblioteca

Seleção conhecer os leitores entender e antecipar suas necessidades

Atendimento Necessidade de um quadro de pessoal adequado e

competente para mostrar a cada leitor como usar os livros como instrumentos e bibliotecas como oficinas

Leitores TODO LEITOR somente terá seus livros se todo leitor

lembrar que não é o único que usa a biblioteca

RANGANATHAN, S. As cinco leis da biblioteconomia. Brasília: B. de Lemos, 2009.

Manutenção de um contato real com os leitores

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3ª lei de RanganathanPara cada livro seu leitor

Movimento de encontrar um leitor apropriado para cada livro

Adota o ponto de vista do livro para completar, em certo sentido, a 2ª lei (o livro apropriado para cada leitor

Seleção conhecer amplamente livros e acervos

RANGANATHAN, S. As cinco leis da biblioteconomia. Brasília: B. de Lemos, 2009.

Missão da biblioteca:Somente atender às necessidades de informação do usuário?

Ou, ainda, promover e estimular novas necessidades informacionais???

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4ª lei de RanganathanPoupe o tempo do leitor (1)

3 primeiras leis: os livros da biblioteca deve ser usados intensamente pelo maior número possível de pessoas

Admitindo a importância das leis antecessoras, a 4ª lei determina que a administração da biblioteca deve ser feita de forma compatível a agilizar o oferecimento de produtos e serviços para o leitor.

RANGANATHAN, S. As cinco leis da biblioteconomia. Brasília: B. de Lemos, 2009.

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4ª lei de RanganathanPoupe o tempo do leitor (2)

Os catálogos devem ser facilmente acessíveis O arranjo e sinalização do material nas

estantes devem maximizar o acesso do leitor Obras de referência relevantes devem fazer

parte do acervo para auxiliar na pesquisa bibliográfica

As rotinas de desenvolvimento e organização de coleções devem ser adequadas aos objetivos e aos recursos disponíveis

Os serviços de atendimento ao leitor devem funcionar de forma ágil

RANGANATHAN, S. As cinco leis da biblioteconomia. Brasília: B. de Lemos, 2009.

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5ª lei de RanganathanA biblioteca é um organismo em crescimento

Fato biológico: somente o organismo que se desenvolve é o que sobrevive

Um organismo em crescimento absorve matéria nova, elimina matéria antiga, muda de tamanho e assume novas aparências e formas

RANGANATHAN, S. As cinco leis da biblioteconomia. Brasília: B. de Lemos, 2009.

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Lionel McColvin

Obra: A teoria da seleção de livros para bibliotecas públicas (1925)

 Premissas: As Bibliotecas públicas devem ser

estabelecidas em resposta e em antecipação da demanda.

O processo de seleção envolve procura e oferta: a função da biblioteca é descobrir e acessar a demanda para então satisfazê-la.

O autor prioriza a análise da comunidade para determinar as mudanças da demanda.

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Lionel McColvin: tópicos mais importantes

É importante compreender a demanda como um todo, não apenas em seus próprios méritos. Os livros devem ter sua representação não pelo assunto contido, mas pela demanda e em proporção a mesma.

 O que é melhor: ter várias cópias de uma mesma obra, ou vários títulos sobre um mesmo assunto com pequenas variações?

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Lionel McColvin: critérios básicos para seleção A informação deve ser tão precisa quanto possível O autor deve distinguir entre fato e opinião A escrita e o tratamento do assunto devem ser apropriados ao

tipo de demanda a ser encontrado Os títulos refletindo valores culturais de um país devem ser

preferidos, isto é, quando a importância do assunto é tratada diferentemente em vários países, o tratamento do país de origem deve ser preferido

As características físicas do livro são de menor importância, a não ser que existam dois livros de conteúdos similares e aí se considere fatores como encadernação, papel, ilustrações, etc. para auxiliar na decisão final

O tamanho da coleção em um assunto específico deveria ser proporcional à demanda, para que a importância que o bibliotecário dá ao assunto seja indiferente

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Arthur Bostwick (1)

Obra: A biblioteca pública americana (1929)

“Deixe o público ter o que ele quer e corra o risco de ter coleções de baixo nível ou colecione apenas o melhor e arrisque-se a ter bibliotecas sem leitores.”

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Arthur Bostwick (1)

Obra: A biblioteca pública americana (1929)

“Deixe o público ter o que ele quer e corra o risco de ter coleções de baixo nível ou colecione apenas o melhor e arrisque-se a ter bibliotecas sem leitores.”

Observação:A seleção e aquisição de obras de qualidade não é suficiente para

o cumprimento da missão educativa de uma biblioteca. A formação de acervos e a realização de atividades de ação cultural

devem estar intimamente relacionadas.

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Arthur Bostwick (2)

Características requeridas para qualquer bibliotecário: ser maduro, confiante e sociável.

O bibliotecário de seleção deve, em parte , depender da opinião de outras pessoas e fazer uma média do gosto dos usuários.

Falha de sua teoria: exclui a comunidade NÃO USUÁRIA.

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Francis Druy

Obra: Seleção de livros (1930) O melhor de qualquer tipo de leitura é

caracterizado por quatro qualidades: Verdadeiro Claro Bom gosto Qualidade do texto

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Helen Haines (1)

Obra: Vivendo com Livros (1950)  Dois Grandes Princípios:

Seleção de livros para atender ao desenvolvimento e enriquecimento da vida (qualidade e pertinência);

dispor os livros para utilização, não para enfeite.

Para isso deve-se ter critérios: Conhecer os interesses gerais e específicos da comunidade a que serve Familiarizar-se com os interesses (assuntos) correntes, gerais e nacionais Apresentar no conjunto os objetos aplicados a estas condições Acessar e tornar disponível informações sobre a história local Prover grupos com interesses relacionados com os livros Satisfazer as demandas existentes e antecipar as que possam surgir Não selecionar, para aquisição, livros sem utilização Selecionar livros de valor permanente Ser imparcial na seleção Suprir as necessidades de usuários especialistas

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Mary D. Carter, Walled J. Bonk & Rose Mary Magrill

Obra: Construindo Coleções de Bibliotecas (1974) Cada tipo de biblioteca determina a atitude pessoal mais propícia

e a aplicação de vários princípios. Não existe fórmula mágica para a seleção.

O processo de seleção sofre impacto direto do tipo de biblioteca. Relaciona os seguintes tipos: Grande biblioteca pública: com uma comunidade heterogênea

necessitando de razoável orçamento livreiro; Bibliotecas públicas médias: posição similar; Pequenas bibliotecas públicas: mais limitadas e aguardam a demanda

mais significativa das coleções. Há falta de profissional e dinheiro para fazer mais que isso;

Biblioteca escolar: população e serviços mais homogêneos; Bibliotecas universitárias: maior diversidade populacional, mas com

população mais homogênea que da biblioteca pública; Bibliotecas especiais/especializadas: muito homogêneas e

desenvolvidas em suas coleções.

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David Spiller

Obra: Seleção de Livros (1974) Conflito entre duas proposições: educação e

demanda. No meio educacional há dois fatores

presentes: Pode haver uma mínima cobertura de todo o

assunto; A maioria das pequenas bibliotecas podem

testar, inicialmente, seus padrões de trabalho e campo de cobertura de assunto na literatura.

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Robert Broadus

Obra: Selecionando Materiais para Bibliotecas (1973) O processo de desenvolvimento de coleções deve focalizar

primeiro o tipo de biblioteca, concentrando-se nos fatores de qualidade e demanda.

Sugere alguns fatores sobre demanda: o impacto que a publicação causa estimulando a demanda; considerar o fluxo da demanda (muitas cópias de um título popular:

demanda de um título decresce após um período de tempo); comparar possíveis oposições dos títulos (controvérsias tendem a

estimular a demanda); manter a percentagem certa entre atualidade e clássicos; considerar as necessidades atuais e futuras; reconhecer os potenciais usuários na comunidade; reconhecer as diferenças entre verdadeira demanda e demanda

artificial (reflexos individuais e consultas organizadas/direcionadas).

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G. Edward Evans (1)

Obra: Desenvolvendo Coleções de Bibliotecas (1979)

O processo de seleção é influenciado pela perspectiva pessoal do bibliotecário, mas deve ter em conta o tipo da biblioteca, suas políticas e a comunidade a que serve.

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G. Edward Evans (1)

Sugestões para que trabalha na seleção: O desenvolvimento da coleção é um processo dinâmico; é importante dispensar tempo para aprender os princípios básicos de

comércio de livros e produção de audiovisuais; mantenha contato com editores de livros e produtores de materiais

audiovisuais; conheça os catálogos de fornecedores de materiais que interessam a sua

biblioteca; leia revistas de várias fontes, faça uma seleção de editores que voc6e aprecia

ou não e compare-os com a necessidade da biblioteca; examine bibliografias comerciais nacionais com atenção; faça estudos de usuários de sua comunidade, envolva-se com a comunidade e

sua organização para saber de suas necessidades de informação; leia o máximo possível sobre processos de seleção de livros, resenhas e

atividades de aquisição; faça um julgamento pessoal independente sobre títulos específicos e compare

esses julgamentos com aqueles encontrados em revistas nacionais; interesse-se pelo que acontece no mundo e LEIA, LEIA, LEIA!

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Arthur Curley & Dorothy Broderick

Obra: Construindo Coleções de Bibliotecas (1985)

Impossível o uso de apenas um tipo de instrumento para auxílio na seleção, pois dificilmente ele abrange todos os tipos de assuntos.