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A avaliação da aprendizagem como processo construtivo do
aluno autor
Patrícia FonsecaJunho /2011
Campo Grande - MS
Curso: AVA no contexto da aprendizagem e avaliação
Atualmente muito se discute sobre as medidas cabíveis para melhorar a aprendizagem dos alunos, a fim
de torna - lá de fato eficaz e significativa. Para alcançar essa meta, já se mexeu no tempo de permanência desses
alunos na escola, ofereceram recursos financeiros as famílias mais carentes, reestruturaram as “grades curriculares”.
Mas os dados obtidos recentemente por meio das avaliações externas continuam indicando que a aprendizagem está
cada vez menor e conseqüentemente, a qualidade do ensino está cada vez mais baixa. Questionamos????
Será que os órgãos responsáveis
pela educação desses alunos não
estão utilizando estratégias
equivocadas?
Será que ao invés de aumentar o
quantitativo de aula, não
deveríamos investir na qualidade
dessas aulas?
Será que não seria mais eficaz
auxiliar o educador através de
capacitações a compreender que
está na hora de buscar novas
estratégias metodológicas, novas
formas de ministrar aulas e
principalmente ajudá-lo a mudar
sua concepção de avaliação?
Para que essa ruptura de
paradigmas seja possível é primordial
que o educador deixe de enxergar
a avaliação como um processo
meramente classificatório e
passe a percebê-la como um processo
contínuo em busca de soluções que
levem ao pleno desenvolvimento do
aluno autor, culminando na
aprendizagem real, que servirá não só
a sua vida acadêmica como também a
sua vida sócio-econômica-cultural.
Segundo Hoffmann (2005):
“Métodos e instrumentos de avaliação estão fundamentados em valores morais, concepções
de educação, de sociedade, de sujeito. São essas as concepções que regem o fazer
avaliativo e que lhe dão sentido. É preciso, então, pensar primeiro em como os educadores
pensam a avaliação antes de mudar metodologias, instrumentos de testagem e formas de
registro.”
Compreendemos que na visão desse educador essa mudança do processo avaliativo
classificatório para a avaliação mediadora é totalmente complexo e para alguns até
mesmo impossível. Todavia é necessário que o educador compreenda que essa mudança é gradativa
e só se iniciará através da transformação das aulas instrucionista, em aulas voltadas a
pesquisa, onde a construção do saber é realizado através do processo contínuo de questionamentos e
reconstrução do conhecimento. Pois conforme Piaget (1977 apud Hoffmann 2005) “a concepção de
aprendizagem pressupõe desequilíbrio, conflito, reflexão e resolução de problemas.”
Levando assim o processo avaliativo a tornar-se algo contínuo e gradativo, onde se faz
necessário que aprendam a interpretar e compreender através da observação de todas as atividades
realizadas em sala, como está o processo de aprendizagem do aluno, buscando através do tempo de
reflexão, que segundo Hoffmann (2005) “é referente ao conjunto de idéias, sentimentos e
possibilidades de ações futuras que afloram quando o professor para e pensa sobre como os alunos
estão se manifestando em relação às tarefas e situações de aprendizagem propostas”, analisar de que
forma o cenário educacional, as relações afetivas e as dinâmicas de aprendizagem podem estar
influenciando ou não na sua aprendizagem.
Dessa maneira obteremos ao longo desse processo formativo ao invés de um educador
instrucionista, adepto da avaliação classificatória, um novo educador/avaliador que
tem em mente a concepção de que está avaliando alunos com tempos e maneiras diferentes de
aprendizagem e por isso o processo avaliativo também deve ser pautado em tempos e maneiras
diferenciadas de avaliação. Passando a avaliação a ser um meio para averiguar está aprendizagem e
não o fim.
Pois conforme Hofmann (2005):
“A aprendizagem é muito mais ampla do que o "aprender que". O aprender envolve o
desenvolvimento, o interesse e a curiosidade do aluno, a sua autoria como pesquisador,
como escritor, como leitor. Envolve o seu desenvolvimento pleno. É preciso perceber a
aprendizagem nessas múltiplas dimensões. Não posso somar essas múltiplas dimensões -
atribuir pontos por participação, por tarefas, pelo interesse do aluno”.
Constatamos primeiramente que é mais eficaz, investir na formação de educadores/avaliadores
cuja intenção seja conforme Hofmann (2005) “conhecer, compreender, acolher, os alunos em suas
diferenças e estratégias próprias de aprendizagem para planejar e ajustar as ações pedagógicas
favorecedoras a cada um e ao grupo como um todo”. Ao invés de continuar a investir apenas em
“quantidade de aula”, que continuarão à formar alunos copistas incapazes de construir seu próprio
conhecimento, não conseguindo assim chegar a ser o “cavaleiro da sua própria história”.
Posteriormente faz-se necessário que a equipe pedagógica de cada instituição escolar, não só o educador,
conheça a sua comunidade escolar e tenham bem claro quais são os princípios que norteiam os seus
fazeres pedagógicos.
Portanto para se obter a tão almejada melhora da aprendizagem dos alunos, faz-se
necessário também realizar um processo avaliativo do sistema educacional brasileiro, a fim
de diagnosticar as reais necessidades envolvidas. Sem se esquecer que não é só o aluno que
faz parte desse processo. Existe o educador, que também necessita de incentivo, formação
entre outras necessidades para desenvolver com eficácia o seu papel nesse processo.
Referências Bibliográficas
HOFFMANN, Jussara. Práticas avaliativas e aprendizagem significativa: em diferentes áreas do currículo / Organizadores Janssen Felipe da Silva, Jussara Hoffmann, Maria Teresa Esteban – Porto Alegre: Mediação, 2003.
HOFFMANN, Jussara. O jogo do contrário em avaliação / Jussara Hoffmann. – Porto Alegre: Mediação, 2005.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem componente do ato pedagógico / Cipriano Carlos Luckesi – 1 ed. São Paulo : Cortez, 2011.