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A economia global

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A economia global

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Page 1: A economia global

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Geografia Comércio na Economia Global

Desde o final da Segunda Guerra, o processo de mundialização se

intensificou, devido aos avanços das relações comerciais. A necessidade de

reconstrução econômica levou os países europeus a desenvolver novos eixos de

exportações e importações, além de aprimorar os já existentes. A própria

guerra havia demonstrado a intensidade da interdependência mundial, e essa

mesma consciência foi a responsável

pela criação da ONU. O comércio internacional é a principal fonte de

divisas para um país, e o objetivo é manter a balança comercial favorável,

ou seja, exportar mais do que se importa. O mesmo se aplica à chamada balança

de pagamentos, um indicador mais abrangente que a balança comercial,

pois, além das trocas comerciais,

envolve a troca internacional de serviços, como empréstimos e

pagamento de royalties, que são os direitos sobre o uso de marcas. Com a

acelerada internacionalização da economia nas últimas décadas, no

entanto, as barreiras alfandegárias na maior parte das vezes representam um

obstáculo ao desenvolvimento do capitalismo. As grandes empresas,

principalmente as transnacionais, necessitam de espaços cada vez

maiores, pelos quais possam fazer circular livremente bens, serviços e

capitais.

As recentes mudanças do comércio internacional sob os moldes da

globalização têm alguns aspectos que merecem destaque:

Um deles é o fato de que os países

subdesenvolvidos, tradicionalmente exportadores de

matérias-primas, têm investido

mais nos manufaturados. Outro aspecto é a formação de

alianças entre alguns países para facilitar o trânsito de mercadorias.

Um terceiro fato é o aumento do volume de trocas resultante da

queda de barreiras políticas. Também merece análise a

constatação de que nem todas as regiões do mundo se beneficiam

igualmente do novo comércio internacional.

No atual contexto de grandes transformações - aumento do volume de

transações comerciais, aceleração tecnológica e importância do

investimento em pesquisa, desenvolvimento e educação -, o

contraste entre as economias subdesenvolvidas exportadoras

preferencialmente de matérias-primas e aquelas que exportam grande

quantidade de manufaturados se torna ainda mais visível.

A divisão internacional do trabalho tende a se modificar nos próximos anos, sob a

influência de fatores como:

abertura ao mercado internacional, com a eliminação de

barreiras protecionistas;

distribuição internacional do trabalho especializado;

capacidade de investimento em infraestrutura; e avanço das

inovações tecnológicas, com a queda dos custos de

comunicações.

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Geografia

Crise econômica mundial

Uma crise é, basicamente, um

desequilíbrio que ocorre em setores

isolados da economia, mas que pode

contaminar todo o sistema econômico.

Esses desequilíbrios sempre ocorreram,

mesmo antes do capitalismo, quando

acontecia, por exemplo, a escassez

súbita de um bem, provocada, quase

sempre, por fatores naturais (secas,

inundações, etc.) ou acontecimentos

sociais (guerras, revoluções, etc.).

À medida que o capitalismo evoluiu e

que a economia se tornou mais

complexa, as crises continuaram a

ocorrer, pois elas fazem parte de um

processo cíclico, inerente ao próprio

desenvolvimento econômico. São

flutuações periódicas e alternadas de

expansão e contração da atividade

econômica, e podem ocorrer com

diferentes intensidades.

Entenda a crise econômica mundial em

15 etapas:

A partir de 2001, o mercado

imobiliário dos Estados Unidos

passou por uma fase de expansão

acelerada.

Com a ajuda do Federal Reserve

(o Banco Central norte-

americano), que passou a reduzir

a taxa de juros, a demanda por

imóveis cresceu, atraindo

compradores.

Ao mesmo tempo, com os juros

baixos, cresceu o número de

pessoas que hipotecavam seus

imóveis, a fim de usar o dinheiro

da hipoteca para pagar dívidas ou

consumir.

Em meio à febre de comprar

imóveis ou hipotecá-los, as

companhias hipotecárias passaram

a atender clientes do segmento

subprime (de baixa renda, às

vezes com histórico de

inadimplência). Contudo, como o

risco de inadimplência desse setor

é maior, os juros cobrados

também eram maiores.

Diante da promessa de retornos

altos aos empréstimos, os bancos

compravam esses títulos subprime

das companhias hipotecárias e

liberavam novas quantias de

dinheiro, antes de o primeiro

empréstimo ser pago.

Ao mesmo tempo, esses títulos

lastreados em hipotecas eram

vendidos a outros investidores,

que, por sua vez, também

emitiam seus próprios títulos,

igualmente lastreados nos

subprime, passando-os, a seguir,

para frente.

Todos se esqueceram, no entanto,

de que se o primeiro tomador do

empréstimo não consegue pagar

sua dívida inicial, ele dá início a

um ciclo de não-recebimento, de

tal maneira que todo o mercado

passa a ter medo de continuar

emprestando dinheiro ou

Page 3: A economia global

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Geografia comprando novos títulos

subprime.

A partir de 2006, os juros, que

vinham subindo desde 2004,

encareceram o crédito e afastaram

os compradores de imóveis. Como

a oferta começou a superar a

demanda, o valor dos imóveis

passou a cair.

Com a subida dos juros, as dívidas

ficaram mais caras (e também as

prestações das hipotecas), o que

aumentou a inadimplência,

fazendo com que a oferta de

crédito também diminuísse.

Sem oferta de crédito, a economia

dos EUA se desaqueceu, pois, se

há menos dinheiro disponível,

compra-se menos, o lucro das

empresas diminui e empregos não

são gerados.

Preocupado com os pagamentos

de créditos subprime nos EUA, o

banco BNP Paribas congelou cerca

de 2 bilhões de euros de alguns

fundos.

O mercado imobiliário, então,

entrou em pânico, pois o ciclo de

empréstimos sobre empréstimos

havia sido congelado. Começaram

a surgir os pedidos de concordata.

A crise passou a afetar todo o

sistema bancário, afinal, as

instituições financeiras apostavam

nos títulos subprime. Várias

instituições se viram à beira da

falência. E se descobriu que, com

a globalização, o sistema

financeiro internacional estava

contaminado e sofreria graves

consequências.

Instalou-se, assim, uma crise de

confiança e os bancos pararam de

emprestar, congelando economia,

reduzindo o lucro das empresas e

provocando desemprego.

Muitos países entraram em

recessão, e seus respectivos

governos têm, desde então,

tomado diferentes medidas para

aquecer a economia e, ao mesmo

tempo, garantir que o sistema

financeiro volte a emprestar.