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Ano 4 | Edição nº 26 | Novembro de 2012 www.sinter-mg.org.br Plantas Invasoras: continuação da edição de outubro de 2012 do Agroecológico do Sinter-MG. págs. 03 e 04 DESTAQUE OUTRAS NOTÍCIAS Informativo Técnico do Sindicato dos Trabalhadores em Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais Cyperus rotundus Fotografia da internet Bio Dicas: Conheça um pouco mais sobre a Erva-de-São-João 02

Agroecológico Novembro 2012

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Page 1: Agroecológico Novembro 2012

Ano 4 | Edição nº 26 | Novembro de 2012

www.sinter-mg.org.br

Plantas Invasoras: continuação da edição de outubro de 2012 do Agroecológico do Sinter-MG.

págs. 03 e 04

DESTAQUE

OUTRAS NOTÍCIAS

Informativo Técnico do Sindicato dos Trabalhadores em Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais

Cyperus rotundusFotografia da internet

Bio Dicas: Conheça um pouco mais sobre a Erva-de-São-João02

Page 2: Agroecológico Novembro 2012

A mãe natureza, na maioria das vezes, é mal compreendida, pois além de sábia é generosa e constantemente mostra sinais indicando o “caminho” que deve-mos seguir e informando os erros que estamos cometendo. Ser observador e atento ao ambiente é necessário para poder aceitar as informações que a mãe natureza nos transmite. Esta “conversa”, quando aceita, pode nos mostrar como está a área a qual queremos trabalhar ou foi trabalhada. Chamar uma planta de “in-vasora” é denegrir a importância de uma planta que está ali indicando uma defici-ência, um manejo incorreto. Como filhos, muitas das vezes, não obedecemos as orientações de nossas mães e tomamos decisões erradas, que nos prejudicam. Será que já não passou do momento em começarmos a tentar entender o que a mãe natureza nos ensina?

Quem não conhece a erva-de-São João ou já ouviu falar sobre os seus benefícios e utilização no meio rural? Você sabia que ela tem as suas origens na Europa, em alguns países asiáticos e africanos e na zona oeste dos Estados Unidos.? O seu nome, erva-de-São João, vem do fato da sua plena floração ser em junho, perto da data da comemoração do nascimento de São João Baptista (24/06).

PCSC e PDV JÁ!!!

Antônio DominguesDiretor de Comunicação do Sinter-MG

Editorial

DIRETORIA COLEGIADA DO SINTER-MGDiretor Geral | Carlos Augusto de Carvalho Diretor Secretário | Ronaldo Vieira de Aquino Diretor de Administração e Finanças | Darci Roberti Diretor de Comunicação e Cultura | Antônio Domingues de Souza Diretor De Assuntos Jurídicos | Pascoal Pereira de Almeida Diretor de Formação Política e Sindical | Lúcio Passos Ferreira Diretor de Assuntos de Agricultura Familiar e Reforma Agrária | Leni Alves de Souza Diretor De Assuntos Dos Aposentados | Elizabete Soares de Andrade

DIRETORES DE BASE Norte | Maria de Lourdes V. Leopoldo Centro | Afrânio Otávio Nogueira Triângulo | Walter Lúcio de Brito Leste | Adilson Lopes Barros Zona Da Mata | Margareth do Carmo C. Guimarães Sul | André Martins FerreiraAlto Paranaíba e Noroeste | Paulo César Thompson

REpRESENTANTES DAS SEçõES SINDICAISJanaúba | Raimundo Mendes de Souza Júnior Januária | Renato Alves Lopes Montes Claros | Onias Guedes Batista Salinas | José dos Reis Francisco da Rocha Barbacena | Tadeu César Gomes de Azevedo Belo Horizonte | Silmara Aparecida C. Campos Curvelo | Marcelino Teixeira da Silva Divinópolis | Júlio César Maia Uberaba | Oeder Pedro Ferreira Uberlândia | Carlos Miguel Rodrigues Couto Patos De Minas | Dener Henrique de Castro Unaí | Dalila Moreira da Cunha Almenara | Ronilson Martins Nascimento Capelinha | Vilivaldo Alves da Rocha Governador Valadares | Maurílio Andrade Dornelas Teófilo Otoni | Luiz Mário Leite Júnior Cataguases | Janya Aparecida de Paula Costa

Manhuaçu | Célio Alexandre de O. Barros Juiz de Fora | Deyler Nelson Maia Souto Viçosa | Luciano Saraiva Gonçalves de Souza Alfenas | Sávio dos Reis Dutra Lavras | Júlio César Silva Pouso Alegre | Sérgio Bras Regina

CONSELhO FISCAL Ilka Alves Santana | Francisco Paiva de Rezende | Marlene da Conceição A. Pereira | Noé de Oliveira Fernandes Filho | Reinaldo Bortone

CONExãO SINTERCoordenação | Antônio Domingues Participação | Diretoria Sinter-MG | André Henriques Edição | Mauro Morais Diagramação | Somanyideas Projeto Gráfico | Somanyideas Jornalista Responsável | Dante Xavier MG-13.092 Circulação | Online

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Bio Dicas

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Edição nº 26 | Novembro de 2012 | Ano 4 02

Nome popular: Erva-de-são-joão, Mentrasto.Família: Compositae (Asteraceae)Origem: América tropical.Parte usada: Toda a parte aérea.Propriedades: Analgésica, anti-inflamatória, anti-reumática, aromática, cicatrizante, diurética, vasodilatadora, febrífuga, carminativa e tônica.

Características: Erva anual, aromática, com até 1m de altura. Comum nas áreas úmidas do nordeste brasileiro, principalmente nas serras. É cos-mopolita tropical, considerada invasora de culturas e áreas não cultivadas.

Usos: Estudos etnofarmacológicos atribuem propriedades hemostáticas (estanca sangue) e cicatrizantes a ela. Nos ensaios farmacológicos com órgãos isolados, seus extratos inibiram contrações intestinais e exerceram um efeito depressor cardíaco, bem como leve inibição de tumores do tipo Walker 256, ao nível de 43%. Experimentos clínicos ainda comprovaram sua atividade analgésica em dores crônicas de pacientes acometidos por artrose, efeitos com alguns dias de uso acompanhado de antiinflamatório. Apesar dos resultados pré-clínicos e clínicos favoráveis ao uso da planta, seus princípios ativos medicinais ainda não estão quimicamente determi-nados. Sua administração, preparação analgésica e antiinflamatória, como anti-reumática e para alívio das cólicas menstruais, pode ser feita com as fo-lhas, com a parte aérea da planta ou triturada depois de seca e estabilizada.

Forma de uso: Emprega-se o cozimento (decocto) feito com 30 a 40g da planta fresca em 0,5L de água ou 15 a 20g da planta seca, tomada em 3 doses diárias, de uma xícara de chá por vez. Pode-se usar também o pó das folhas na dose de uma colher de café, 3 vezes ao dia, misturado com mel, leite, ou água. Externamente, pode-se usar o extrato alcoólico a 20% ou unguento de uso local, em compressas e fricções, nos casos de dores articulares de origem reumática ou consequente a traumatismos.

Atenção: Considerando a ação tóxica ao fígado dos alcalóides, é reco-mendável que sejam usados para fins medicinais, somente as plantas que estejam em estado vegetativo, ou seja, sem flores.

Fonte: Lorenzi, H. et al. 2002. Plantas Medicinais no Brasil.Vieira, L. S. 1992. Fitoterapia da Amazônia.

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Conheça mais plantas invasoras03Edição nº 26 | Novembro de 2012 | Ano 4

As chamadas "plantas invasoras" não surgem acidental-mente, mas em circunstância bem definidas, como indi-cadoras de determinadas carências ou de determinados excessos de elementos do solo. Assim, conhecendo-se as razões de seu aparecimento, fica-se mais armado não apenas para combatê-las, mas, principalmente, para corrigir os desequilíbrios do solo.

Na relação que se segue, estão algumas invasoras mais comuns, suas características e as indicações que elas fornecem. Nessa relação, após o nome vulgar, vem o nome científico e o tipo de solo onde é mais freqüente o seu aparecimento. Os tipos de solo ficam designados pelas seguintes abreviaturas: A = terra agrícola; A - P = solo agrícola deixado para formação de pasto; P= pas-to; C = cerrado.

1. LEGUMINOSAS EM GERAL

(Papilonaceae, Cassia, Mimosoideae)Indicam, no solo, presença de fósforo, que elas aumentam. Faltando po-tássio no solo, são dominadas por capins. Faltando cál-cio, são atacadas pelas cochonilhas, como guandu, e suas sementes são facilmente parasitadas por brocas. Há leguminosas, como o tremoço, que enriquecem o solo em cálcio. Boas forrageiras, no mínimo até a for-mação de sementes, que às vezes são tóxicas. Seu aparecimento em maior escala indica melhoramento do terreno.

2. MESTRADO

(Agerathum conzoides) - A - Indica o melhoramento físi-

co do solo e é tomado como planta sanadora de solos decaídos. Não prejudica a cultura; às vezes, porém, difi-culta a colheita, pois suas sementes voadoras são leves e, espalhadas pelo vento, podem, por exemplo, infestar o algodão. Medicinal (bálsamo do fígado).

3. MIO-MIO

(Bacharis coridifolia) - P - Tem um agente tóxico mor-tal para o gado. Indica, sobretudo, deficiência de mo-libdênio no solo. Em campos muito infestados, o mio--mio, quando queimado, desaparece, pois suas cinzas contêm tanto molibdênio que lhe tiram a possibilidade de crescer. Em campos pouco infestados, a queimada serve para aumentá-lo, já que, pela combustão, o moli-bdênio se torna ainda mais inaproveitável para as forra-geiras. Roçando-se o mio-mio com roçadeira de ferro ou faca sem fio, aumenta a infestação.

4. NABISCO

Ou nabo-bravo (Rapahus raphanistrum) - A - Invasora temida no trigo. Pode aparecer em grande quantidade em campos de monocultura ou na rotação trigo/soja. Suas sementes não acompanham as sementes do trigo, desde que estas sejam classificadas e rigorosamente limpas. Indicadora de carência de boro e, de manganês (muito consumidos pelas culturas). A inclusão da aveia na rotação faz o nabisco-dormente nascer. Misturando--se, ao adubo convencional, 3 Kg/ha bórax e 5 Kg/ha sulfato de manganês consegue-se controlar quase que completamente o nabisco.

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Edição nº 26 | Novembro de 2012 | Ano 4 04

5. PAPOULA

(Papava spp.) - A - Embora não muito comum no Brasil, indica solos em que há excesso de cálcio. Plantando-se soja ou colza, desaparece.

6. PINHÁ

(Jatropha curcas) - Surge em grande quantidade nas pastagens do Nordeste (especialmente em Fernando de noronha). Indica solos adensados pelo uso do fogo e pela exposição ao impacto das chuvas, solos que alter-nam erosão e enchentes com secas. Nesses solos, nem árvores conseguem se manter em pé (o vento as derru-ba). Somente banindo o fogo e fornecendo muita maté-ria orgânica é que esses solos se recuperam e o pinhá desaparece. De todo modo, suas sementes são muito oleaginosas.

7. SAMAMBAIA-DE--TAPERA

(Pteridium aquilinum) - C - P -A - Existe no cerra-do e invade roças novas, bem como pastagens. Indica sempre níveis elevados de alumínio. Nem por isso esses so-los são necessariamente pobres. Com terra fértil, cresce até alturas consideráveis; com solo pobre, fica pequena e raquítica. Nunca deveria ser queimada; nes-se caso, o alumínio retorna ao solo, perpetuando o ciclo samambaia-fogo-samambaia. A calagem a faz desapare-cer, mas cabe lembrar que, se a dose de calcário for pe-quena, não surtirá efeito. Seus brotos, se ingerindos pelo gado, produzem uma intoxicação cumulativa, que só se manifesta semanas depois do gado deixar o campo. Si-nais mais evidentes dessa intoxicação: anemia profunda e tendência à hemorragia (o gado sangra a cada picada que recebe). Sinais dessa intoxicação nos eqüinos, mais sensíveis: olhos congestionados, cabeça caída, perda de equilíbrio; em casos graves, ocorre forte isterícia e morte.

8. SAPÉ-MACHO, MÃE-DE-SAPÉ OU ERVA-LANCETA

(Solidago microglosis) - A - Indica solos muito ácidos, com pH entre 4,5 e 5,2. Como possui estolões, infesta o campo. Uma calagem pode controlá-lo.

9. SAPÉ (IMPERATA EXALTADA)

A - P - Capim ácido, rico em alumínio, indica um pH en-

tre 4,0 e 4,5. Invade pastos, bem como campos agríco-las, especialmente o comem recém-brotado e quando com muita fome. Os equinos o comem recém-brotado e quando com muita fome. Os equinos o comem sempre, mantendo aparente boa forma. Porém, quando as éguas se alimentam de sapé, os potros delas nascem de tal maneira desmineralizados que, geralmente aos 3 meses, adquirem poliartrite e morrem. Assim, deve-se afastar as prenhes do sapé. Uma calagem que aumente o pH até 5,8 faz o sapé desaparecer.

10. TABOCA (BAMBUSA TRINII)

Surge no cerrado, onde se usa fogo. Enriquece o solo com alumínio e gera um terreno muito bem granulado, grumoso e permeável. Assim, os solos onde ocorre têm fama de boa fertilidade após a calagem. Porém, onde

vegetam taquaras, o enriquecimento de alu-mínio é tanto que, du-rante anos, as tabocas surgem como manchas de vegetação raquíti-ca dentro das culturas. Uma calagem não elimi-na esse efeito; apenas aplicações de grandes quantidades de matéria orgânica, como as que ocorrem quando se trilha o feijão no campo, dei-

xando, aqui e ali, a palha se decompor.

11. TIRIRICA OU CAPIM-DANDÁ

(Cyperus rotundus) - A - Invasora muito persistente em culturas. Indica solos muito ácidos, adensados e tempo-rariamente encharcados - ou anaeróbios pela perda de macroporos. Viceja, em geral, também, nos solos em que há uma deficiência de magnésio. Tem hostilidade com o feijão podem eliminá-la. A aversão da tiririca com a som-bra é tamanha que uma simples cobertura de jornal, apli-cada ao solo, faz com que suas batatinhas subam à su-perfície, podendo então ser arrancadas com a mão. Em contrapartida, é pouco sensível - e bastante resistente - à maioria dos herbicidas. Como invasora, diminui sensivel-mente a produção de cana-de-açúar.

Fonte: Site Vida e Qualidade

Disponível através do link:

http://vidadequalidade.org/o-que-e-o-alcacuz-e-pa-ra-que-serve/

As chamadas "plantas invasoras"

não surgem acidentalmente, mas em

circunstância bem definidas, como

indicadoras de determinadas carên-

cias ou de determinados excessos

de elementos do solo.