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Controladoria II Prof. Moreira 1 ORÇAMENTO EMPRESARIAL (parte 2) 2) TIPOS DE ORÇAMENTO 2.1) Orçamento de Tendências Uma prática muito comum tem sido utilizar os dados passados para projeções de situações futuras. Tal prática tem dado bons resultados, pois, de modo geral, os eventos passados são decorrentes de estruturas organizacionais já existentes e, por conseguinte, há forte tendência de tais eventos se reproduzirem, considerando a introdução dos novos elementos componentes do planejamento operacional da empresa. Seria ingênuo imaginar uma simples reprodução em tendência dos eventos passados como se fossem replicados no futuro. Na execução do orçamento de tendências sempre existirão eventos passados de conhecimento da empresa que não se repetirão e que, portanto, não serão reproduzidos no orçamento. Da mesma forma, existirão eventos futuros – que deverão ser orçados de outra maneira – que não terão um passado onde possam ser baseadas novas estimativas. 2.2) Orçamento Base Zero Esta proposta conceitual de elaboração de orçamento apareceu em contraposição ao orçamento de tendências. A filosofia do orçamento base zero está em romper com o passado, em dizer que ele nunca deve partir da observação dos dados anteriores, pois eles podem conter ineficiências que o orçamento de tendências acaba por perpetuar. A proposta do orçamento base zero está em rediscutir toda a empresa sempre que se elabora o orçamento, e em questionar cada gasto, cada estrutura, buscando verificar a real necessidade dele. A questão fundamental permanente para o orçamento base zero é a seguinte: não é porque aconteceu que deverá acontecer. Nessa linha de pensamento, cada atividade da empresa será rediscutida, não em função de valores maiores ou menores, mas em razão ou não da sua existência. Concluída a definição da existência da atividade, será feito um estudo, partindo do zero, de quanto deveria ser o gasto para a estruturação e manutenção daquela atividade e quais seriam suas metas e objetivos.

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ORÇAMENTO EMPRESARIAL (parte 2)

2) TIPOS DE ORÇAMENTO 

2.1) Orçamento de Tendências  Uma prática muito comum tem sido utilizar os dados passados para projeções de situações fu‐turas. Tal prática tem dado bons resultados, pois, de modo geral, os eventos passados são de‐correntes de estruturas organizacionais já existentes e, por conseguinte, há forte tendência de tais eventos se  reproduzirem, considerando a  introdução dos novos elementos componentes do planejamento operacional da empresa.  Seria  ingênuo  imaginar uma simples reprodução em tendência dos eventos passados como se fossem replicados no futuro. Na execução do orçamento de tendências sempre existirão even‐tos passados de conhecimento da empresa que não  se  repetirão e que, portanto, não  serão reproduzidos no orçamento. Da mesma forma, existirão eventos futuros – que deverão ser or‐çados de outra maneira – que não terão um passado onde possam ser baseadas novas estima‐tivas.  

2.2) Orçamento Base Zero  Esta proposta conceitual de elaboração de orçamento apareceu em contraposição ao orçamen‐to de tendências. A filosofia do orçamento base zero está em romper com o passado, em dizer que ele nunca deve partir da observação dos dados anteriores, pois eles podem conter inefici‐ências que o orçamento de tendências acaba por perpetuar.  A proposta do orçamento base zero está em rediscutir toda a empresa sempre que se elabora o orçamento, e em questionar cada gasto, cada estrutura, buscando verificar a real necessidade dele.  A questão  fundamental permanente para o orçamento base zero é a seguinte: não é porque aconteceu que deverá acontecer.  Nessa  linha de pensamento,  cada  atividade da empresa  será  rediscutida, não em  função de valores maiores ou menores, mas em razão ou não da sua existência. Concluída a definição da existência da atividade, será feito um estudo, partindo do zero, de quanto deveria ser o gasto para a estruturação e manutenção daquela atividade e quais seriam suas metas e objetivos.   

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2.3) Orçamento Estático  É o mais comum. Elaboram‐se todas as peças orçamentárias a partir da fixação de determinado volume de produção ou vendas. Estes volumes, por sua vez, também determinam o volume das demais atividades e setores da empresa. O orçamento é considerado estático quando a admi‐nistração do sistema não permite nenhuma alteração nas peças orçamentárias.  Apesar de conter um elemento crítico, que é a sua estaticidade e, portanto, sem flexibilidade, este  tipo  de  orçamento  é muito  utilizado,  principalmente  por  grandes  corporações,  notada‐mente as que operam em vários países.  

2.4) Orçamento Flexível  Para  solucionar o problema do orçamento estático,  surgiu o  conceito de orçamento  flexível. Neste caso, em vez de um único número determinado de volume de produção ou vendas, ou volume de atividade setorial, a empresa admite uma faixa de nível de atividades, onde tenden‐cialmente se situarão tais volumes de produção ou vendas.  Basicamente, “O Orçamento Flexível é um conjunto de orçamentos que podem ser ajustados a qualquer nível de atividades”  A base para a elaboração do orçamento flexível é a perfeita distinção entre custos fixos e variá‐veis. Estes seguirão o volume de atividade, enquanto os custos fixos terão o tratamento tradi‐cional.  

Descrição Dados 

Unitários (em R$) 

7.000  8.000  9.000 

Vendas  31,00  217.000  248.000  279.000 

Materiais e Componentes  21,00  147.000  168.000  189.000 

Outros Custos e Despesas Variáveis  0,80  5.600  6.400  7.200 

Soma – Custos e Despesas Variáveis  21,80  152.600  174.400  196.200 

Margem de Contribuição  9,20  64.000  73.600  82.800 

Custos Fixos de Manufatura    37.000  37.000  37.000 

Despesas Comerciais e Administrativas    33.000  33.000  33.000 

Soma – Custos e Despesas Fixas    70.000  70.000  70.000 

Resultado Operacional    (5.600)  3.600  12.800  Um outro  enfoque do orçamento  flexível é não  assumir nenhuma  faixa de quantidades ou nível de atividade esperado. É feito apenas o orçamento dos dados unitários, e as quantidades a serem assumidas seriam as que realmente acontecem. Apesar de ser um conceito com algu‐ma aplicação, foge ao fundamento do orçamento, que prevê o que vai acontecer. Esse conceito 

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dificulta, em muito, a  continuidade do processo orçamentário, que  são as projeções dos de‐monstrativos contábeis.  

2.5) Orçamento Ajustado  É um conceito de orçamento derivado do orçamento  flexível, é um segundo orçamento, que passa a vigorar quando se modifica o volume ou nível de atividade inicialmente planejado, para um outro nível de volume ou de atividade, decorrente de um ajuste de plano. Em outras pala‐vras, ele é o ajuste efetuado nos volumes planejados dentro do conceito de orçamento estático ou inicial.  É obvio que sempre poderão ser  feitos quantos orçamentos ajustados  forem necessários. Em suma, sempre que houver necessidade de ajustar os volumes planejados para outro nível de volume, convém  refazer o orçamento com as novas quantidades, o qual é chamado de orça‐mento ajustado, contraponde‐se ao primeiro, que seria denominado orçamento original.  

2.6) Budget e Forecast  A terminologia inglesa budget é a mais utilizada entre as empresas transnacionais e se refere ao orçamento dentro do conceito estático. A terminologia forecast é utilizada para o conceito de projeções.  É muito comum, nas empresas transnacionais, chamar também de forecast à soma dos dados reais mensais já acontecidos no período mais os dados restantes do orçamento a cumprir. Não deixa de ser também um conceito de projeção para os dados do período todo.   

3) CATEGORIAS DE PLANEJAMENTO E TÉCNICAS ORÇAMENTÁRIAS 

A elaboração do plano de orçamento pode ser dividida em três grandes grupos, com caracterís‐ticas distintas, porém interdependentes, como segue:  

• Planejamento econômico 

• Planejamento financeiro 

• Planejamento de capital  

3.1) Planejamento Econômico  Consiste na fixação de metas para os itens que compõem a demonstração de resultados (Recei‐tas e Despesas). Não há seqüência correta a ser obedecida; o que existe é a seqüência usada normalmente pelo mercado, a qual pode sofrer variações de acordo com o ramo de atividade 

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da empresa e  suas peculiaridades. A  seguir, de  forma  resumida,  serão  tratados os principais suborçamentos que compõem o planejamento econômico:  

• Orçamento de Vendas: o orçamento de vendas  consiste na elaboração das metas de vendas da empresa, divididas por produto,  região,  tipos de clientes etc. É  importante ressaltar  que  essas metas  sejam,  preferencialmente,  atingíveis,  pois  todos  os  demais suborçamentos  estarão  sendo  elaborados  partindo‐se  dessa  premissa. A mensuração das metas de vendas deve ocorrer em termos de quantidade e valores. 

 

• Orçamento de Produção: com base nas metas de vendas, políticas de estoques da em‐presa e estoques iniciais de produtos acabados, será elaborado o plano mestre de pro‐dução,  no  qual  serão  estimadas  as  quantidades  de  produção  necessárias  para  que  a empresa supra  todo o seu planejamento de vendas. Caso a empresa não possua uma política de estoques definida, pode‐se obter o valor dos estoques finais previstos, medi‐ante a análise do prazo médio do giro dos estoques de períodos passados. É de extrema importância, nesta fase, analisar‐se se a empresa possui capacidade para atender à de‐manda de produção necessária.  

• Orçamento de Matéria‐prima: com base no plano mestre de produção, será elaborado o orçamento de matéria‐prima. Para cada tipo de produto a ser produzido, deve existir uma Lista de Materiais (Estrutura do Produto), onde devem estar discriminadas todas as matérias‐primas e  suas  respectivas quantidades necessárias para  a produção de  cada unidade do produto. Informações sobre os custos da matéria‐prima podem ser obtidas por meio de dados históricos corrigidos ou por meio de novas cotações efetuadas pelo Departamento de Compras. 

 

• Orçamento de Mão‐de‐obra Direta: será elaborado com base no plano mestre de pro‐dução. Para cada  tipo de produto a ser  fabricado, deve existir uma  tabela de  tempos, analisando o tempo de mão‐de‐obra necessária para produção de cada unidade do pro‐duto. A tabela de tempos deve ser elaborada pelo departamento de Engenharia da Fá‐brica. É de extrema importância, nesta fase, analisar se a capacidade de mão‐de‐obra é suficiente para a execução do plano mestre de produção. Informações sobre o custo da mão‐de‐obra direta podem ser obtidas mediante custos históricos corrigidos ou  infor‐mações fornecidas pelo Departamento de Recursos Humanos.  

• Orçamento dos Custos  Indiretos de Fabricação: os custos  indiretos de  fabricação nor‐malmente possuem natureza fixa. Em razão dessa natureza, para sua elaboração, são u‐tilizados  custos historicamente  corrigidos ou novas  cotações efetuadas pelos diversos departamentos da fábrica. Um custo importante neste grupo é a depreciação, que deve‐rá ser obtida com base no orçamento de capital (Imobilizado). Deve ser efetuado um le‐vantamento para verificação de possíveis mudanças relacionadas a aumento de capaci‐

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dade produtiva da fábrica, o que poderá gerar mudanças na estrutura dos Custos Indire‐tos de Fabricação.  

• Orçamento  de  Despesas  Administrativas:  as  despesas  administrativas  normalmente possuem natureza fixa. Para sua elaboração podem ser utilizados custos históricos cor‐rigidos ou novas cotações. Deve ser analisado se a estrutura administrativa da empresa é suficiente para que seja possível a execução dos planos anteriores.  

• Orçamento de Despesas Comerciais: as despesas comerciais possuem natureza  fixa e variável. A parte fixa das despesas deve ser elaborada pela utilização de custos históri‐cos corrigidos ou novas cotações. Deve ser analisado se a estrutura de vendas da em‐presa é suficiente para que seja possível a execução do plano de vendas. A parte variá‐vel das despesas  (comissões,  impostos etc.) deve ser elaborada com base no plano de vendas.  

• Orçamento de Despesas Financeiras: as despesas financeiras devem ser elaboradas do Planejamento Financeiro, onde será analisada a necessidade de caixa da empresa, para a viabilização da execução dos planos anteriores.  

3.2) Planejamento Financeiro  Consiste na elaboração de suborçamentos das atividades que  influenciam o  fluxo de caixa. O planejamento financeiro possibilita à empresa obter as  informações antecipadas quanto à ne‐cessidade ou disponibilidade de recursos financeiros, o que facilita a tomada de decisões sobre os fatores que envolvem o gerenciamento do caixa.  O orçamento de capital exerce grande  influência sobre o planejamento  financeiro, pois os  in‐vestimentos em imobilizado normalmente são extremamente relevantes, e causam grande de‐sembolso de caixa para a empresa.  A  elaboração  dos  suborçamentos  acontece,  principalmente,  pela  conversão  dos  orçamentos econômicos para o regime de caixa. Ex.: o orçamento de mão‐de‐obra direta do mês A torna‐se saída no Orçamento de caixa do mês A + 1. Os principais suborçamentos que compõem o pla‐nejamento financeiro são:  

• Orçamento de Contas a Pagar: consiste na conversão de todas as despesas constantes do planejamento econômico para o  regime de  caixa, ou  seja, a data prevista de  seus respectivos pagamentos. 

• Orçamento de Contas a Receber: consiste na conversão de todas as receitas constantes do planejamento econômico para o  regime de  caixa, ou  seja, para a data prevista de seus respectivos recebimentos. 

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• Orçamento de Aplicações: consiste no planejamento das disponibilidades de caixa, ou seja, a antecipação da informação sobre as sobras de caixa e os destinos que devem ser dados às mesmas. 

• Orçamento de Empréstimos: consiste no planejamento das necessidades de caixa, ou seja, a antecipação da informação sobre as faltas de caixa e as medidas que devem ser tomadas para suas coberturas. 

• Orçamento de Caixa: consiste na elaboração do planejamento do fluxo de caixa (entra‐das e saídas), mediante informações obtidas dos orçamentos de contas a pagar, a rece‐ber, aplicações e empréstimos, nas quais podem ser visualizadas a sobre ou a  falta de caixa, que devem ser solucionadas, para que seja viável a execução dos demais planos. 

 

3.3) Planejamento do Capital  Consiste na elaboração das estimativas de  investimentos, principalmente em  imobilizado, que serão utilizadas para geração de receitas futuras, portanto, precisam ser depreciados ou amor‐tizados. O principal suborçamento do planejamento de capital é o Orçamento de  Imobilizado, que consiste na elaboração do planejamento dos investimentos em imobilizado, suas respecti‐vas apropriações e baixas.