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Aula 03 Direito Penal p/ PF - Agente - 2014 - Com videoaulas Professor: Renan Araujo

Aula 03 direito penal p pf agente - 2014

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    Direito Penal p/ PF - Agente - 2014 - Com videoaulasProfessor: Renan Araujo

  • Direito Penal POLCIA FEDERAL (2014) AGENTE DE POLCIA FEDERAL

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    AULA 03: CRIME: ELEMENTOS (PARTE II):

    CULPABILIDADE (IMPUTABILIDADE); ERRO;

    PUNIBILIDADE E SUA EXTINO.

    SUMRIO PGINA Apresentao da aula e sumrio 01 I Culpabilidade 02 II Punibilidade e sua extino 22 Lista das Questes 33 Questes Comentadas 43 Gabarito 70

    Ol, meus caros amigos concurseiros!

    Na ltima aula ns iniciamos o estudo do crime, seu conceito e

    elementos, estudando os dois primeiros deles: O fato tpico e a

    ilicitude.

    Hoje, a matria hard. Vamos finalizar o estudo dos elementos do

    Crime (Parte II - Culpabilidade), bem como a Imputabilidade

    (para a maioria, integrante da Culpabilidade) e a Punibilidade.

    Hoje temos 40 questes exclusivamente do CESPE/UnB, para

    reforar nossa preparao!

    Bons estudos!

    Prof. Renan Araujo

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    I CULPABILIDADE

    A culpabilidade nada mais que o juzo de reprovabilidade acerca

    da conduta do agente, considerando-se suas circunstncias

    pessoais.

    Diferentemente do que ocorre nos dois primeiros elementos (fato

    tpico e ilicitude), onde se analisa o fato, na culpabilidade o objeto de

    estudo no o fato, mas o agente. Da alguns doutrinadores

    entenderem que a culpabilidade no integra o crime (por no estar

    relacionada ao fato criminoso, mas ao agente). Entretanto, vamos

    trabalh-la como elemento do crime.

    Quatro teorias existem acerca da culpabilidade:

    A) Teoria psicolgica Para essa teoria a culpabilidade era analisada sob o prisma da imputabilidade e da vontade (dolo e

    culpa). Esta teoria entende que o agente seria culpvel se era

    imputvel no momento do crime e se havia agido com dolo ou

    culpa. Vejam que essa teoria s pode ser utilizada por quem adota

    a teoria naturalstica da conduta (pois o dolo e culpa esto na

    culpabilidade). Para os que adotam a teoria finalista (nosso Cdigo

    penal), essa teoria acerca da culpabilidade impossvel, pois a

    teoria finalista aloca o dolo e a culpa na conduta, e, portanto, no

    fato tpico;

    B) Teoria normativa ou psicolgico-normativa Possui os mesmos elementos da primeira, mas agrega a eles a

    inexigibilidaGHGHFRQGXWDGLYHUVDTXHpDSRVVLELOLGDGHGHDJLUFRQIRUPHR'LUHLWR3DUDHVVDWHRULDPDLVHYROXtGDDLQGDTXHRagente fosse imputvel e tivesse agido com dolo ou culpa, s seria

    culpvel se no caso concreto lhe pudesse ser exigido um outro

    comportamento que no o comportamento criminoso;

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    C) Teoria normativa pura Essa j muda de ares. J no mais considera o dolo e culpa como elementos da culpabilidade, mas do

    fato tpico (seguindo a teoria finalista da conduta). Para esta

    teoria, os elementos da culpabilidade so: a) imputabilidade; b)

    potencial conscincia da ilicitude; c) inexigibilidade de conduta

    diversa. A potencial conscincia da ilicitude seria a anlise

    concreta acerca das possibilidades que o agente tinha de conhecer

    o carter ilcito de sua conduta. Vamos estudar cada um desses

    elementos mais frente;

    D) Teoria limitada A ADOTADA PELO CDIGO PENAL. Possui os mesmos elementos da teoria normativa pura, mas difere dela

    ao tratar as descriminantes putativas.

    CUIDADO: Para parte da Doutrina, a teoria normativa pura se divide

    em:

    x Teoria extremada x Teoria limitada

    Para essa parcela da Doutrina, a teoria limitada faz parte da teoria

    normativa pura, sendo uma espcie dela. Mas o que diz a teoria

    extremada? Para a corrente que defende esta diviso a teoria extremada

    seria aquela que defende que todo erro erro de proibio (exatamente o

    teor do entendimento da teoria normativa pura, segundo a outra diviso).

    Percebam, portanto, que a teoria limitada (seja qual for a corrente

    adotada) defende que o erro sobre circunstncia ftica erro de tipo e o

    erro sobre circunstncia normativa (ilicitude do fato) erro de proibio.

    J a teoria normativa pura (ou teoria extremada, de acordo com a

    segunda corrente) defende que toda e qualquer situao de erro

    hiptese de erro de proibio.

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    Vamos estudar cada um dos elementos da culpabilidade e, ao final,

    estudaremos com mais detalhes o tratamento conferido pelas teorias s

    descriminantes putativas.

    1) IMPUTABILIDADE PENAL

    O Cdigo Penal no define o que seria imputabilidade penal, apenas

    descreve as hipteses em que ela no est presente.

    A imputabilidade penal pode ser conceituada como a capacidade

    mental de entender o carter ilcito da conduta e de comportar-se

    conforme o Direito.

    Existem trs sistemas acerca da imputabilidade:

    Biolgico Basta a existncia de uma doena mental ou determinada idade para que o agente seja inimputvel.

    adotado no Brasil com relao aos menores de 18 anos. Trata-

    se de critrio meramente biolgico: Se o agente tem menos de

    18 anos, inimputvel;

    Psicolgico S se pode aferir a imputabilidade (ou no), na anlise do caso concreto;

    Biopsicolgico Deve haver uma doena mental (critrio biolgico, legal, objetivo), mas o Juiz deve analisar no caso

    concreto se o agente era ou no capaz de entender o carter

    ilcito da conduta e de se comportar conforme o Direito (critrio

    psicolgico). Essa foi a teoria adotada como REGRA pelo nosso

    Cdigo Penal.

    CUIDADO! A imputabilidade penal deve ser aferida quando do fato.

    Assim, se A (menor com 17 anos e 11 meses de idade) sequestra B e o

    sequestro s termina quando A j era maior de 18 anos, este responde

    pelo crime, pois nos crimes permanentes, entende-se que o tempo do

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    crime o momento em que cessa a atividade criminosa.

    Entretanto, imaginemos que Alfredo (com 17 anos) efetua disparos

    de arma de fogo contra Poliana, que entra em coma e vem a falecer seis

    meses depois, quando Alfredo j era maior de 18 anos. Nesse caso,

    Alfredo no responde pelo crime de homicdio, mas por ato infracional,

    nos termos do ECA, pois o crime se considera praticado quando da

    conduta, ainda que outro seja o momento do resultado.

    As causas de inimputabilidade esto previstas nos arts. 26, 27 e 28

    do CP:

    Art. 26 - isento de pena o agente que, por doena mental ou

    desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao

    tempo da ao ou da omisso, inteiramente incapaz de

    entender o carter ilcito do fato ou de determinar-se de acordo

    com esse entendimento. (Redao dada pela Lei n 7.209, de

    11.7.1984)

    Reduo de pena

    Pargrafo nico - A pena pode ser reduzida de um a dois teros, se o

    agente, em virtude de perturbao de sade mental ou por

    desenvolvimento mental incompleto ou retardado no era

    inteiramente capaz de entender o carter ilcito do fato ou de

    determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redao dada

    pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    Menores de dezoito anos

    Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos so penalmente

    inimputveis, ficando sujeitos s normas estabelecidas na

    legislao especial. (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    Emoo e paixo

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    Art. 28 - No excluem a imputabilidade penal: (Redao dada pela Lei

    n 7.209, de 11.7.1984)

    I - a emoo ou a paixo; (Redao dada pela Lei n 7.209, de

    11.7.1984)

    Embriaguez

    II - a embriaguez, voluntria ou culposa, pelo lcool ou substncia de

    efeitos anlogos.(Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    1 - isento de pena o agente que, por embriaguez completa,

    proveniente de caso fortuito ou fora maior, era, ao tempo da

    ao ou da omisso, inteiramente incapaz de entender o

    carter ilcito do fato ou de determinar-se de acordo com esse

    entendimento.(Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    2 - A pena pode ser reduzida de um a dois teros, se o agente, por

    embriaguez, proveniente de caso fortuito ou fora maior, no

    possua, ao tempo da ao ou da omisso, a plena capacidade

    de entender o carter ilcito do fato ou de determinar-se de

    acordo com esse entendimento. (Redao dada pela Lei n 7.209,

    de 11.7.1984)

    Percebam que os critrios biolgicos (circunstncias que

    presumidamente retiram a capacidade de discernimento) esto

    grifados em preto, e os critrios psicolgicos (anlise efetiva da

    ausncia de discernimento quanto ilicitude do fato e

    possibilidade de agir conforme o Direito) esto grifados em

    vermelho.

    Para facilitar, ainda, o estudo de vocs, grifei em azul as hipteses

    de semi-imputabilidade.

    Vamos explicar as hipteses de inimputabilidade:

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    A) Menor de 18 anos

    Esse um critrio meramente biolgico e taxativo: Se o agente

    menor de 18 anos, responde perante o ECA no se aplicando a ele o CP,

    nos termos do art. 27 do CP.

    B) Doena mental e Desenvolvimento mental incompleto ou

    retardado

    No caso dos doentes mentais, deve-se analisar se o agente era

    inteiramente incapaz de entender o carter ilcito da conduta ou se era

    parcialmente incapaz disso. No primeiro caso, ser inimputvel, ou seja,

    isento de pena. No segundo caso, ser semi-imputvel, e ser aplicada

    pena, porm, reduzida de um a dois teros.

    Alm dos doentes mentais, nesse grupo encontram-se ainda os

    silvcolas (ndios), que so imputveis (caso integrados sociedade),

    semi-imputveis (caso parcialmente integrados sociedade), ou

    inimputveis (caso no tenham se integrado de maneira nenhuma

    sociedade, ou muito pouco).

    Nos dois casos acima, se o agente for inimputvel, exclui-se a

    culpabilidade e ele isento de pena. Se for semi-imputvel, ser

    considerado culpvel (no se exclui a culpabilidade), mas sua pena ser

    reduzida de um a dois teros.

    No caso de o agente ser inimputvel, por ser menor de 18 anos, no

    h processo penal, respondendo perante o ECA. No caso de ser

    inimputvel em razo de doena mental ou desenvolvimento incompleto,

    ser isento de pena (absolvido), mas o Juiz aplicar uma medida de

    segurana (internao ou tratamento ambulatorial). Isso o que se

    chama de sentena absolutria imprpria (Pois, apesar de conter

    uma absolvio, contm uma espcie de sano penal).

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    No caso de o agente ser semi-imputvel, ele no ser isento

    de pena! Ser condenado a uma pena, que ser reduzida. Entretanto, a

    lei permite que o Juiz, diante do caso, substitua a pena privativa de

    liberdade por uma medida de segurana (internao ou tratamento

    ambulatorial).

    CUIDADO! O semi-imputvel no pode cumprir a pena e depois a

    PHGLGDGHVHJXUDQoDDQWLJRVLVWHPDGRGXSORELQiULR$WXDOPente, a medida de segurana s poder substitutiva da pena privativa de liberdade

    (sistema vicariante).

    C) Embriaguez

    Segundo o CP, a embriaguez no uma hiptese de

    inimputabilidade, salvo se decorrente de caso fortuito ou fora

    maior (E mesmo assim, deve ser completa e retirar totalmente a

    capacidade de discernimento do agente).

    Assim, imaginem que Poliana embriagada por Carlos (que coloca

    lcool em seus drinks). Sem saber, Poliana ingere as bebidas alcolicas e

    comete crime. Nesse caso, Poliana poder ser inimputvel ou semi-

    imputvel, a depender de seu nvel de discernimento quando da prtica

    da conduta.

    Vejamos o seguinte esquema:

    Embriaguez:

    Voluntria

    Culposa

    Acidental (caso fortuito ou fora maior)

    No excluem a imputabilidade

    COMPLETA agente inimputvel

    PARCIAL agente semi-imputvel

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    Em qualquer dos dois casos de embriaguez acidental, no ser

    possvel aplicao de medida de segurana, pois essa visa ao

    tratamento do agente considerado doente, e que oferece risco

    sociedade. No caso da embriaguez acidental, o agente sadio, tendo

    ingerido lcool por caso fortuito ou fora maior.

    2) POTENCIAL CONSCINCIA DA ILICITUDE

    A potencial conscincia da ilicitude a possibilidade de o agente, de

    acordo com suas caractersticas, conhecer o carter ilcito do fato. No se

    trata do parmetro do homem mdio, mas de uma anlise da pessoa do

    agente. Assim, aquele que formado em Direito, em tese, tem

    maior potencial conscincia da ilicitude que aquele que nunca saiu

    de uma aldeia de pescadores e tem pouca instruo. claro que

    isso varia de pessoa para pessoa e, principalmente, de crime para crime,

    pois alguns so do conhecimento geral (homicdio, roubo), e outros nem

    todos conhecem (bigamia, por exemplo).

    Quando o agente age acreditando que sua conduta no ilcita,

    comete erro de proibio (art. 21 do CP).

    O erro de proibio pode ser:

    Escusvel Nesse caso, era impossvel quele agente, naquele caso concreto, saber que sua conduta era contrria ao

    Direito. Nesse caso, exclui-se a culpabilidade e o agente

    isento de pena;

    Inescusvel Nesse caso, o erro do agente quanto proibio da conduta no to perdovel, pois era possvel,

    mediante algum esforo, entender que se tratava de conduta

    ilcita. Assim, permanece a culpabilidade, respondendo pelo

    crime, com pena diminuda de um sexto a um tero (conforme

    o grau de possibilidade de conhecimento da ilicitude).

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    3) EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA

    No basta que o agente seja imputvel, que tenha potencial

    conhecimento da ilicitude do fato, necessrio, ainda, que o agente

    pudesse agir de outro modo.

    EXEMPLO: imagine a situao de uma me que v seu filho clamar

    por comida e, diante disso, rouba um cesto de pes. Nesse caso, a me

    era maior de idade, sabia que a conduta era ilcita, mas no se podia

    exigir que, naquelas circunstncias, agisse de outro modo. Dessa forma,

    nesse caso, sua culpabilidade estaria excluda (isso sem comentar o

    princpio da bagatela, que excluiria a prpria tipicidade, por ausncia de

    leso tutelvel).

    Esse elemento da culpabilidade fundamenta duas causas de excluso

    da culpabilidade:

    Coao MORAL irresistvel o ato no qual uma pessoa coage outra a praticar determinado crime, sob a ameaa de lhe

    fazer algum mal grave. Ex.: Alberto coloca uma arma na

    cabea de Poliana e diz que se ela no atirar em Romeu,

    matar seu filho, que est seqestrado por seus comparsas.

    Nesse caso, no se pode exigir de Poliana que deixe de atirar

    em Romeu, pois est sob ameaa de um mal gravssimo

    (morte do filho). Cuidado! O STF entende que se a coao

    resistvel (o mal no to grave assim), o coagido responde

    juntamente com o coator. Ex.: No mesmo caso anterior,

    imagine que ao invs de ameaar matar o filho de Poliana,

    Alberto ameaasse dar um tapa em Poliana caso ela no

    atirasse. Ora, nesse caso, o mal no to grave, e Poliana

    deveria t-lo suportado ao invs de atirar. Se atirar e matar

    Romeu, responder juntamente com Alberto por homicdio.

    Esse o entendimento do STF!

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    Obedincia hierrquica o ato cometido por algum em cumprimento a uma ordem ilegal proferida por um superior

    hierrquico. Cuidado! A ordem no pode ser

    MANIFESTAMENTE ILEGAL. Se aquele que cumpre a ordem

    sabe que est cometendo uma ordem ilegal, responde pelo

    crime juntamente com aquele que deu a ordem. Se a ordem

    no manifestamente ilegal aquele que apenas a cumpriu

    estar acobertado pela excludente de culpabilidade da

    inexigibilidade de conduta diversa. Ex.: Um Delegado

    experiente determina a dois policiais novatos que entre na casa

    de Marcelo e realizem sua priso. Entretanto, o Delegado no

    possua um mandado judicial para isso. Nesse caso, os policias

    no tinha como contrariar a ordem do Delegado, nem saber

    que ela era ilegal.

    Cuidado! Nesse caso, s se aplica aos funcionrios pblicos,

    no aos particulares!

    Com relao coao mora irresistvel, vocs podem perceber que

    HX FRORTXHL D H[SUHVVmR 025$/ HPFaixa alta. Foi para deixar BEM CLARO que somente a coao MORAL irresistvel que exclui a

    culpabilidade (por inexigibilidade de conduta diversa). A coao

    FSICA irresistvel NO EXCLUI A CULPABILIDADE. A coao FSICA

    irresistvel EXCLUI A TIPICIDADE, pois o fato no ser tpico por

    ausncia de CONDUTA, j que no h vontade.

    4) ERRO

    A) ERRO DE TIPO

    Sabemos que o crime, em seu conceito analtico, formado

    basicamente por trs elementos: Fato tpico (para alguns, tipicidade, mas

    a nomenclatura aqui irrelevante), ilicitude e culpabilidade.

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    Quando o agente comete um fato que se amolda perfeitamente

    conduta descrita no tipo penal (direta ou indiretamente), temos um fato

    tpico e, como disse, estar presente, portanto, a tipicidade.

    Pode ocorrer, entretanto, que o agente pratique um fato tpico por

    equvoco! Isso mesmo! O agente pratica um fato considerado tpico, mas

    o faz por ter incidido em erro sobre algum de seus elementos.

    O erro de tipo a representao errnea da realidade, na qual

    o agente acredita no se verificar a presena de um dos elementos

    essenciais que compem o tipo penal.

    EXEMPLO: Imaginemos o crime de desacato:

    Art. 331 - Desacatar funcionrio pblico no exerccio da funo ou em

    razo dela:

    Pena - deteno, de seis meses a dois anos, ou multa.

    Imaginemos que o agente desconhecesse a condio de funcionrio

    pblico da vtima. Nesse caso, houve erro de tipo, pois o agente incidiu

    em erro sobre elemento essencial do tipo penal.

    O erro de tipo pode ocorrer, tambm, nos crimes omissivos

    imprprios (comissivos por omisso), pois o agente pode

    desconhecer sua condio de garantidor (aquele que tem o dever de

    impedir o resultado). Por exemplo: Imagine que uma me presencie o

    estupro da prpria filha, mas nada faa, por no verificar tratar-se de sua

    filha. Nesse caso, a me incidiu em erro de tipo, pois errou na

    representao da realidade ftica acerca de elemento que constitua o tipo

    penal.

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    PRESTEM ATENO, GALERA! Quando o erro

    incidir sobre elemento normativo do tipo, h

    divergncia na Doutrina! Parte entende que

    continua se tratando de erro de tipo. Outra

    parte da Doutrina entende que no se trata de

    erro de tipo, mas de erro de proibio, pois o

    agente estaria errando acerca da licitude do

    fato. Exemplo: O art. 154 do CP diz o seguinte:

    Art. 154 - Revelar algum, sem justa causa,

    segredo, de que tem cincia em razo de

    funo, ministrio, ofcio ou profisso, e cuja

    revelao possa produzir dano a outrem: Pena -

    deteno, de trs meses a um ano, ou multa.

    1HVVH FDVR R HOHPHQWR VHP MXVWD FDXVD pelemento normativo do tipo. Se o mdico revela

    um segredo do paciente para um parente,

    acreditando que este poder ajud-lo, e faz isso

    apenas para o bem do paciente, acreditando

    haver justa causa, quando na verdade o

    parente um tremendo fofoqueiro que s quer

    difamar o paciente, o mdico incorreu em erro

    de tipo, pois acreditava estar agindo com justa

    causa, que no havia. Porm, como disse a

    vocs, parte da doutrina entende que aqui se

    trata de erro de proibio. Mas a teoria que

    prevalece a de que se trata mesmo de erro de

    tipo.

    O erro de tipo pode ser:

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    x Escusvel Quando o agente no poderia conhecer, de fato, D SUHVHQoD GR HOHPHQWR GR WLSR ([HPSOR $ HQWUD QXPDloja e ao sair, verifica que esqueceu sua bolsa. Ao voltar, A

    encontra uma bolsa idntica sua, e a leva embora.

    (QWUHWDQWR $ QmR VDELD TXH HVVD EROVD HUD GH % TXHestava olhando revistas distrado, tendo sua bolsa sido levada

    por outra pessoa no momento em que saiu da loja pela

    SULPHLUD YH] 1HVVH FDVR $ QmR WLQKa como imaginar que algum, em to pouco tempo, haveria roubado sua bolsa e

    que outra pessoa deixaria no mesmo lugar uma bolsa

    idntica. Nesse caso, a incorreu em erro de tipo escusvel,

    pois no poderia, com um exerccio mental razovel, saber

    que aquela no era sua bolsa;

    x Inescusvel Ocorre quando o agente incorre em erro sobre elemento essencial do tipo, mas poderia, mediante um esforo

    mental razovel, no ter agido desta forma. Exemplo:

    Imaginemos que Marcelo esteja numa repartio pblica e

    acabe por desacatar funcionrio pblico que l estava.

    Marcelo no sabia que se tratava de funcionrio pblico, mas

    mediante esforo mental mnimo poderia ter chegado a esta

    concluso, analisando a postura da pessoa com quem falava e

    o que a pessoa fazia no local. Assim, Marcelo incorreu em erro

    de tipo inescusvel, e responderia por crime culposo, caso

    houvesse previso de desacato culposo (no h);

    Assim, lembrem-se:

    Agente comete o fato tpico por incidir em erro sobre um dos

    elementos que compem o tipo penal

    ERRO DE TIPO

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    Pode ser que a banca utilize o termo (UUR VREUH HOHPento FRQVWLWXWLYRGRWLSRSHQDO. Eu prefiro essa nomenclatura, mas ela no muito utilizada, principalmente em concursos que no so de nvel

    muito elevado ( mais utilizada em concursos para Juiz, Defensor,

    Promotor).

    A.1) ERRO DE TIPO ACIDENTAL

    O erro de tipo acidental aquele que recai sobre circunstncias

    diversas dos elementos que constituem a infrao penal. Recaem sobre

    circunstncias irrelevantes da figura tpica, que permanece ntegra. O erro

    de tipo acidental pode ser:

    9 ERRO SOBRE A PESSOA (ERROR IN PERSONA) Aqui o agente pratica o ato contra pessoa diversa da pessoa visada,

    por confundi-la com a pessoa que deveria ser o alvo do delito.

    Neste caso, o erro irrelevante, pois o agente responde como

    se tivesse praticado o crime CONTRA A PESSOA VISADA.

    Essa previso est no art. 20, 3 do CP;

    9 ERRO SOBRE O NEXO CAUSAL (ABERRATIO CAUSAE) Aqui temos o que se chama de DOLO GERAL OU

    SUCESSIVO. o engano no que se refere ao meio de

    execuo do delito. Ocorre quando o agente, acreditando j ter

    ocorrido o resultado pretendido, pratica outra conduta, mas ao

    final verifica que esta ltima foi a que provocou o resultado.

    Ex.: O agente atira contra a vtima, visando sua morte.

    Acreditando que a vtima morreu, a atira num rio, visando

    esconder o corpo. Mais tarde, descobre-se que esta ltima

    conduta foi a que causou a morte da vtima, por afogamento,

    pois ainda estava viva. A Doutrina majoritria entende que o

    agente responde pelo crime originalmente previsto (homicdio

    doloso consumado, e no homicdio tentado c/c homicdio

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    culposo), embora, na verdade, tivssemos um homicdio

    tentado (a primeira conduta) e um homicdio culposo

    consumado (a segunda conduta);

    9 ERRO NA EXECUO (ABERRATIO ICTUS) Aqui o agente atinge pessoa diversa daquela que fora visada, mas no por

    confundi-la, mas por ERRAR NA HORA DE PRATICAR O

    DELITO ,PDJLQHTXHR DJHQWH WHQWDQGRDFHUWDU $ HUUR RWLUR H DFDED DFHUWDQGR %1R HUUR VREUH D SHVVRD R DJHQWHQmR HUUD R DOYR HOH DFHUWD R DOYR PDV R DOYR IRLconfundido. SO COISAS DIFERENTES! Nesse caso, assim

    como no erro sobre a pessoa, o agente responde pelo crime

    originalmente pretendido. Esta a previso do art. 73 do CP. O

    erro na execuo pode ser: a) Com unidade simples O agente atinge somente a pessoa diversa daquela visada; b)

    Com unidade complexa O agente atinge a vtima no visada, mas atinge tambm a vtima originalmente pretendida.

    Nesse caso, responde pelos dois crimes, em CONCURSO

    FORMAL;

    9 ERRO NO CRIME (ABERRATIO DELICTI) Aqui o agente pretendia cometer um crime, mas acaba cometendo outro.

    Imagine que algum atire uma pedra num veculo parado, com

    o dolo de danific-lo (art. 163 do CP). Entretanto, o agente

    erra o alvo e atinge o dono, que estava perto (cometendo

    leses corporais, art. 129 do CP). Nesse caso, o agente acaba

    por cometer CRIME DIVERSO DO PRETENDIDO. Responder

    apenas pelo crime praticado efetivamente (leso corporal

    culposa). Aplica-se a mesma regra do erro na execuo: Se o

    agente atingir ambos os bens jurdicos (o pretendido e o no

    pretendido) responder por AMBOS OS CRIMES, em

    CONCURSO FORMAL (art. 70 do CP).

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    B) ERRO DE PROIBIO

    A culpabilidade (terceiro elemento do conceito analtico de crime)

    formada por alguns elementos, dentre eles, a POTENCIAL

    CONSCINCIA DA ILICITUDE.

    A POTENCIAL CONSCINCIA DA ILICITUDE a possibilidade de

    o agente, de acordo com suas caractersticas, conhecer o carter ilcito do

    fato. No se trata do parmetro do homem mdio, MAS DE UMA

    ANLISE DA PESSOA DO AGENTE.

    Quando o agente age acreditando que sua conduta no ilcita,

    comete ERRO DE PROIBIO (art. 21 do CP).

    O erro de proibio pode ser:

    Escusvel Nesse caso, era impossvel quele agente, naquele caso concreto, saber que sua conduta era contrria ao

    Direito. Nesse caso, exclui-se a culpabilidade e o agente

    isento de pena;

    Inescusvel Nesse caso, o erro do agente quanto proibio da conduta no to perdovel, pois era possvel,

    mediante algum esforo, entender que se tratava de conduta

    ilcita. Assim, permanece a culpabilidade, respondendo pelo

    crime, com pena diminuda de um sexto a um tero (conforme

    o grau de possibilidade de conhecimento da ilicitude).

    Assim, imaginem a seguinte hiptese: Um cidado, l do interior,

    encontra um bem (relgio de ouro, por exemplo) e fica com ele para si.

    Entretanto, mal sabe ele que essa conduta crime, previsto no CP

    (apropriao de coisa achada). Vejamos:

    Art. 169 - Apropriar-se algum de coisa alheia vinda ao seu poder por

    erro, caso fortuito ou fora da natureza:

    Pena - deteno, de um ms a um ano, ou multa.

    Pargrafo nico - Na mesma pena incorre:

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    (...)

    Apropriao de coisa achada

    II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou

    parcialmente, deixando de restitu-la ao dono ou legtimo possuidor ou

    de entreg-la autoridade competente, dentro no prazo de 15

    (quinze) dias.

    Percebam que at mesmo uma pessoa de razovel intelecto capaz

    de no conhecer a ilicitude desta conduta. Assim, o agente,

    diferentemente do que ocorre no erro de tipo, REPRESENTA

    PERFEITAMENTE A REALIDADE (Sabe que a coisa no sua, uma

    coisa que foi perdida por algum), mas ACREDITA QUE A CONDUTA

    LCITA.

    Imaginem, no mesmo exemplo, que o camarada que achou o relgio,

    na verdade, soubesse que no podia ficar com as coisas dos outros, mas

    acreditasse que o relgio era um relgio que ele tinha perdido horas antes

    (quando, na verdade, era o relgio de outra pessoa). Nesse caso, o

    DJHQWHVDELDTXHQmRSRGLDSUDWLFDUDFRQGXWDGHVHDSURSULDUGHFRLVDDOKHLDSHUGLGDNo h, portanto, erro de proibio), mas acreditou que DFRLVDQmRHUDDOKHLDDFKDQGRTXHIRVVHVXDHUURGHWLSRFicou clara a diferena?

    C) AS TEORIAS DA CULPABILIADE E O TRATAMENTO DADO AO

    ERRO DE TIPO E AO ERRO DE PROIBIO

    A teoria limitada, que a adotada pelo CP, difere da teoria normativa

    pura com relao ao tratamento dado s descriminantes putativas.

    Agente comete o fato no por incidir em erro sobre

    a realidade, mas POR ACHAR QUE A CONDUTA

    NO PROIBIDA

    ERRO DE PROIBIO

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    As descriminantes putativas so tratadas nos arts. 20, 1 e 21 do

    CP:

    1 - isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas

    circunstncias, supe situao de fato que, se existisse, tornaria a

    ao legtima. No h iseno de pena quando o erro deriva de culpa e

    o fato punvel como crime culposo

    (...)

    Art. 21 - O desconhecimento da lei inescusvel. O erro sobre a

    ilicitude do fato, se inevitvel, isenta de pena; se evitvel, poder

    diminu-la de um sexto a um tero.

    Para a teoria normativa pura (ou teoria extremada, segundo parte

    da Doutrina), as descriminantes putativas sero sempre erro de

    proibio. Ou seja, sempre que um agente supor que existe uma

    situao ftica que legitima sua ao, e esta no existir, estar errando

    com relao licitude do fato, logo, comete erro de proibio, o que pode

    afastar a culpabilidade.

    J a teoria limitada (adotada pelo CP), divide as

    descriminantes em dois blocos:

    De fato O agente supe que existe um fato que legitima sua ao. Exemplo: O agente pega um relgio que est sobre a

    mesa, acreditando que seu. Na verdade, o relgio era de

    outra pessoa. Nesse caso, o agente cometeu um erro de fato,

    no de Direito, pois sabe que furtar errado, apenas acreditou

    se tratar de bem a ele pertencente. Nesse caso, h erro de

    tipo, logo, no se chega nem a ter fato tpico, desde que se

    trate de erro escusvel. Se o erro for inescusvel, o agente

    responde pelo crime na modalidade culposa, se houver. No

    exemplo, no responderia, pois no h o crime de furto

    culposo;

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    De Direito So tratadas como erro de proibio. Aqui, o agente representa fielmente a realidade (no se engana quanto

    aos fatos), mas acredita que mesmo assim sua ao legtima.

    No exemplo acima, imaginem que o agente pega o relgio

    sabendo que no seu, mas acredita que furtar no crime.

    Assim, nesse caso, o erro no de fato, mas de direito. Se o

    erro for escusvel (O agente no tinha condies de saber que

    era ilcito), est excluda a culpabilidade. Se for erro

    inescusvel (o agente tinha como saber que era ilcito),

    responder pelo crime, com pena diminuda de um sexto a um

    tero.

    Vejam que h implicaes prticas, principalmente se o erro for

    inescusvel, pois no erro de tipo inescusvel o agente responde por

    crime culposo, se houver (se no houver, o fato atpico). J no erro de

    proibio inescusvel o agente responde pelo crime doloso, s que com

    pena diminuda (no caso acima, responderia por furto, com pena

    diminuda).

    Assim, o fato de ter-se adotado a teoria limitada tem reflexos

    prticos na configurao da conduta criminosa, no apenas doutrinrios.

    CUIDADO!! No confundam Descriminantes Putativas com delito

    putativo.

    As descriminantes putativas so QUAISQUER SITUAES NAS

    QUAIS O AGENTE INCIDA EM ERRO POR ACREDITAR QUE EST

    PRESENTE UMA SITUAO QUE TORNE A SUA CONDUTA

    LEGTIMA (SEJA UMA SITUAO FTICA OU UMA SITUAO

    JURDICA). As descriminantes putativas podem ser relativas suposta

    existncia de uma causa de excluso da tipicidade, da ilicitude ou da

    culpabilidade.

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    Assim, se o agente furta uma mala de terceira pessoa, acreditando

    que sua, age com erro, pois vislumbra uma situao que, se existisse

    (se a mala fosse sua, como imaginou), tornaria sua ao legtima

    (Descriminante putativa por erro de tipo).

    Imagine, agora, que o agente est numa casa de festas e oua gritos

    GH IRJR 6XSRQGR KDYHU XP LQFrQGLR FRUUH DWURSHODQGR SHVVRDVagredindo quem est na frente, para poder se salvar. Na verdade, tudo

    no passava de um trote. Nesse caso, o agente agrediu pessoas

    (moderadamente, claro), para se salvar, supondo haver uma situao

    que, se existisse (incndio) justificaria a sua conduta (estado de

    necessidade). Dessa forma, h uma descriminante putativa por estado de

    necessidade putativo (causa de excluso da ilicitude putativa).

    Por fim, imagine que o Harold Van Dame, holands, est no Brasil e

    GHFLGH SX[DU XP EDVHDGR +DUROG HQWUHWDQWR LPDJLQD TXH LVVR ppermitido no Brasil. No entanto, ele no sabe que no Brasil isto crime

    (art. 28 da Lei 11.343/06). Nesse caso, Harold incidiu em erro, pois

    acreditou estar presente uma situao (legalidade da conduta) que, se

    existisse, tornaria sua conduta legtima (Logo, h uma descriminante

    putativa por erro sobre a ilicitude do fato, portanto, ERRO DE

    PROIBIO). Essa descriminante putativa exclui a culpabilidade.

    NO DELITO PUTATIVO acontece EXATAMENTE O OPOSTO. O

    agente acredita que est cometendo o crime, quando, na verdade, est

    cometendo um INDIFERENTE PENAL.

    EXEMPLO: Um cidado, sem querer, esbarra no carro de um terceiro,

    causando danos no veculo. Com medo de ser preso, foge. Na verdade,

    ele acredita que est cometendo crime de DANO CULPOSO, mas no

    sabe que o CRIME DE DANO CULPOSO NO EXISTE. Portanto, h,

    aqui, DELITO PUTATIVO POR ERRO DE PROIBIO.

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    II PUNIBILIDADE E SUA EXTINO

    Quando algum comete um fato definido como crime, surge para o

    Estado o poder-dever de punir. Esse direito de punir chama-se ius

    puniendi.

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    Em regra, todo fato tpico, ilcito e praticado por agente culpvel,

    punvel. No entanto, o exerccio do ius puniendi encontra limitaes de

    diversas ordens, sendo a principal delas a limitao temporal (prescrio).

    Desta forma, o Estado deve exercer o ius puniendi da maneira

    prevista na lei (atravs do manejo da Ao Penal no processo penal), bem

    como deve faz-lo no prazo legal.

    Para o nosso estudo interessam mais as hipteses de extino da

    punibilidade. Vamos analis-las ento!

    O art. 107 do CP prev que:

    Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    I - pela morte do agente;

    II - pela anistia, graa ou indulto;

    III - pela retroatividade de lei que no mais considera o fato como criminoso;

    IV - pela prescrio, decadncia ou perempo;

    V - pela renncia do direito de queixa ou pelo perdo aceito, nos crimes de ao privada;

    VI - pela retratao do agente, nos casos em que a lei a admite;

    IX - pelo perdo judicial, nos casos previstos em lei.

    O primeiro caso bem simples. Falecendo o agente, extingue-se a

    punibilidade do crime, pois, como vimos, no Direito Penal vigora o

    princpio da intranscendncia da pena, ou seja, a pena no pode passar

    da pessoa do criminoso. Assim, com a morte deste, cessa o direito de

    punir do Estado.

    A anistia, a graa e o indulto so modalidades muito parecidas de

    extino da punibilidade. Entretanto, no se confundem.

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    A anistia exclui o prprio crime, ou seja, o Estado determina que

    as condutas praticadas (j praticadas, ou seja, fatos consumados) pelos

    agentes no sejam consideradas crimes. A anistia pode ser concedida

    pelo Poder Legislativo, e pode ser conferida a qualquer momento

    (inclusive aps a sentena penal condenatria transitada em julgado).

    J a Graa e o indulto so bem mais semelhantes, pois no

    excluem o crime em si, mas apenas extinguem a punibilidade em

    relao queles casos especficos, e s podem ser concedidos pelo

    Presidente da Repblica.

    A Graa conferida de maneira individual, e o indulto conferido

    coletivamente (a um grupo que se encontre na mesma situao).

    A anistia s pode ser causa de extino total da punibilidade (pois,

    como disse, exclui o prprio crime). J a Graa e o indulto podem ser

    parciais.

    Pode ser extinta a punibilidade, tambm, pelo fenmeno da abolitio

    criminis, nos termos do art. 107, III do CP. Como vimos, a abolitio

    criminis ocorre quando surge lei nova que deixa de considerar o fato

    como crime.

    Pode ocorrer, ainda, de o ofendido, nos crimes de ao penal

    privada, renunciar ao direito de oferecer queixa, ou conceder o

    perdo ao acusado. Nesses casos, tambm estar extinta a

    punibilidade.

    A renncia ao direito de queixa ocorre quando, dentro do prazo de

    seis meses de que dispe o ofendido para oferec-la, este renuncia a este

    direito, de maneira expressa ou tcita. A renncia tcita ocorre quando o

    ofendido pratica algum ato incompatvel com a inteno de processar o

    agente (quando, por exemplo, se casa com ele).

    O perdo, por sua vez, muito semelhante renncia, com a

    ressalva de que o perdo s pode ser concedido quando j ajuizada a

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    ao penal privada, e que o simples oferecimento do perdo, por si s,

    no gera a extino da punibilidade, devendo o agente aceitar o perdo.

    Ocorrendo a renncia ao direito de queixa, ou o perdo do

    ofendido, e sendo este ltimo aceito pelo querelado (autor do fato),

    estar extinta a punibilidade.

    Em determinados crimes o Estado confere o perdo ao infrator, por

    entender que a aplicao da pena no necessria. o chamado SHUGmRMXGLFLDOeRTXHRFRUUHSRUH[HPSORQRFDVRGHKRPLFtGLRFXOSRVRQRqual o infrator tenha perdido algum querido (Lembram-se do caso

    Herbert Viana?). Essa hiptese est prevista no art. 121, 5 do CP:

    5 - Na hiptese de homicdio culposo, o juiz poder deixar de

    aplicar a pena, se as conseqncias da infrao atingirem o prprio

    agente de forma to grave que a sano penal se torne desnecessria.

    (Includo pela Lei n 6.416, de 24.5.1977)

    Ento, nesse caso, ocorrendo o perdo judicial, tambm estar

    extinta a punibilidade. Alm disso, o art. 120 do CP diz que se houver o

    perdo judicial, esta sentena que concede o perdo judicial no

    considerada para fins de reincidncia (apesar de ser uma sentena

    condenatria).

    Nos termos do inciso VI do art. 107, a retratao do agente

    tambm hiptese de extino da punibilidade, nos casos em que

    a lei a admite. Acontece isto, por exemplo, nos crimes de calnia ou

    difamao, nos quais a lei admite a retratao como causa de extino da

    punibilidade, se realizada antes da sentena. Nos termos do art. 143 do

    CP:

    Art. 143 - O querelado que, antes da sentena, se retrata

    cabalmente da calnia ou da difamao, fica isento de pena.

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    Por fim, temos a clssica e mais comum hiptese de extino da

    punibilidade: a PRESCRIO. A prescrio a perda do poder de exercer

    um direito em razo da inrcia do seu titular. Ou seja, o famoso

    FDPDUmRTXHGRUPHDRQGDOHYD A prescrio pode ser dividida basicamente em duas espcies:

    Prescrio da pretenso punitiva e prescrio da pretenso

    executria.

    A primeira pode ocorrer quando ainda no h sentena penal

    condenatria transitada em julgado, e a segunda pode ocorrer

    somente depois de j haver sentena penal condenatria

    transitada em julgado. Vamos estud-las em tpicos separados.

    A) Prescrio da pretenso punitiva

    Aqui o Estado ainda no aplicou (em carter definitivo) uma sano

    penal ao agente que praticou a conduta criminosa.

    Mas qual o prazo de prescrio? O prazo prescricional varia de

    crime para crime, e definido tendo por base a pena mxima

    estabelecida, em abstrato, para a conduta criminosa. Nos termos do art.

    109 do CP:

    Art. 109. A prescrio, antes de transitar em julgado a sentena final,

    salvo o disposto no 1o do art. 110 deste Cdigo, regula-se pelo

    mximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime,

    verificando-se: (Redao dada pela Lei n 12.234, de 2010).

    I - em vinte anos, se o mximo da pena superior a doze;

    II - em dezesseis anos, se o mximo da pena superior a oito anos e

    no excede a doze;

    III - em doze anos, se o mximo da pena superior a quatro anos e

    no excede a oito;

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    IV - em oito anos, se o mximo da pena superior a dois anos e no

    excede a quatro;

    V - em quatro anos, se o mximo da pena igual a um ano ou, sendo

    superior, no excede a dois;

    VI - em 3 (trs) anos, se o mximo da pena inferior a 1 (um) ano.

    (Redao dada pela Lei n 12.234, de 2010).

    Prescrio das penas restritivas de direito

    Pargrafo nico - Aplicam-se s penas restritivas de direito os

    mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade.

    (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    Assim, no crime de homicdio simples, por exemplo, para o qual a lei

    estabelece pena mxima de 20 anos (art. 121 do CP), o prazo

    prescricional de 20 anos, pois a pena mxima superior a 12 anos. O

    crime de furto simples, por exemplo, (art. 155 do CP) prescreve em oito

    anos, pois a pena mxima prevista quatro anos.

    Portanto, no confundam: O prazo de prescrio do crime no igual

    pena mxima a ele estabelecida, mas calculado atravs de uma

    tabela que leva em considerao a pena mxima!

    Mas professor, quando comea a correr o prazo prescricional?

    Simples, meus caros. A resposta para esta pergunta est no art. 111 do

    CP:

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    Art. 111 - A prescrio, antes de transitar em julgado a sentena final,

    comea a correr: (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    I - do dia em que o crime se consumou; (Redao dada pela Lei n

    7.209, de 11.7.1984)

    II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa;

    (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanncia;

    (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    IV - nos de bigamia e nos de falsificao ou alterao de

    assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou

    conhecido. (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    Apenas um comentrio em relao a este artigo: A regra, aqui, de

    que o prazo prescricional comece a fluir no dia em que o crime se

    consuma.

    CUIDADO! Lembrem-se de que o crime se considera praticado (tempo

    do crime) quando ocorre a conduta, e no a consumao. Assim:

    Tempo do crime Momento da conduta Incio do prazo prescricional Momento da consumao

    Prestem ateno para no errarem isso, pois esta uma pegadinha que

    pode derrubar vocs no concurso.

    Como nos crimes tentados no h propriamente consumao (pois

    no h resultado naturalstico esperado), o prazo prescricional comea a

    fluir da data em que cessa a atividade criminosa, mesmo critrio

    utilizado para os crimes permanentes.

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    Vejam que no que se refere aos crimes permanentes, o incio do

    prazo prescricional coincide com o tempo do crime. Lembram-se do

    verbete n 711 da smula de jurisprudncia do STF? Ento, esse

    verbete diz que se considera praticado o crime quando da cessao da

    atividade criminosa. Assim, nesses crimes, o tempo do crime e o

    incio do prazo prescricional ocorrem simultaneamente!

    Na hiptese de pena de multa, como calcular o prazo

    prescricional? Se a multa for prevista ou aplicada isoladamente, o

    prazo ser de dois anos. Porm, se a multa for aplicada ou prevista

    cumulativamente com a pena de priso (privativa de liberdade), o prazo

    de prescrio ser o mesmo estabelecido para a pena privativa de

    liberdade. Isto que se extrai do art. 114 do CP:

    Art. 114 - A prescrio da pena de multa ocorrer: (Redao dada

    pela Lei n 9.268, de 1.4.1996)

    I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a nica cominada ou

    aplicada; (Includo pela Lei n 9.268, de 1.4.1996)

    II - no mesmo prazo estabelecido para prescrio da pena privativa de

    liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente

    cominada ou cumulativamente aplicada. (Includo pela Lei n 9.268,

    de 1.4.1996)

    B) Prescrio da pretenso executria

    Como disse a vocs, a prescrio pode ocorrer antes do trnsito

    em julgado (prescrio da pretenso punitiva) ou depois do

    trnsito em julgado (quando teremos a prescrio da pretenso

    executria). Esta ltima ocorre quando o Estado condena o indivduo, de

    maneira irrecorrvel, mas no consegue fazer cumprir a deciso.

    Nos termos do art. 110 do CP:

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    Art. 110 - A prescrio depois de transitar em julgado a sentena

    condenatria regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos

    fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um tero, se o

    condenado reincidente. (Redao dada pela Lei n 7.209, de

    11.7.1984)

    Assim, na hiptese do crime de homicdio, conforme o exemplo dado

    acima, antes de transitar em julgado a sentena condenatria, o prazo

    prescricional regulado pela pena mxima cominada ao crime em

    abstrato, de acordo com a tabelinha do art. 109 do CP. Aps o trnsito

    em julgado, o parmetro utilizado pela lei para o clculo do prazo

    prescricional deixa de ser a pena mxima prevista e passa a ser a

    pena efetivamente aplicada.

    Assim, se no crime de homicdio simples, que tem pena prevista de

    06 a 20 anos, o agente for condenado a apenas 06 (seis) anos de

    recluso, o prazo prescricional passa a ser de apenas 12 (doze) anos, nos

    termos do art. 109, III do CP.

    O art. 112 do CP estabelece o marco inicial (termo a quo) do prazo

    prescricional da pretenso executria:

    Art. 112 - No caso do art. 110 deste Cdigo, a prescrio comea a

    correr: (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    I - do dia em que transita em julgado a sentena condenatria, para a

    acusao, ou a que revoga a suspenso condicional da pena ou o

    livramento condicional; (Redao dada pela Lei n 7.209, de

    11.7.1984)

    II - do dia em que se interrompe a execuo, salvo quando o tempo

    da interrupo deva computar-se na pena. (Redao dada pela Lei n

    7.209, de 11.7.1984)

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    C) Disposies gerais sobre a prescrio

    O CP prev, ainda, hipteses nas quais a prescrio no corre, tanto

    no que se refere prescrio da pretenso punitiva quanto prescrio

    da pretenso executria, embora as circunstncias sejam diferentes para

    cada uma delas. Nos termos do art. 116 e seu nico, do CP:

    Art. 112 - No caso do art. 110 deste Cdigo, a prescrio comea a

    correr: (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    I - do dia em que transita em julgado a sentena condenatria, para a

    acusao, ou a que revoga a suspenso condicional da pena ou o

    livramento condicional; (Redao dada pela Lei n 7.209, de

    11.7.1984)

    II - do dia em que se interrompe a execuo, salvo quando o tempo

    da interrupo deva computar-se na pena. (Redao dada pela Lei n

    7.209, de 11.7.1984)

    Pargrafo nico - Depois de passada em julgado a sentena

    condenatria, a prescrio no corre durante o tempo em que o

    condenado est preso por outro motivo. (Redao dada pela Lei n

    7.209, de 11.7.1984)

    Assim, nestes casos, o prazo prescricional no se inicia. Pode

    ocorrer, ainda, de o prazo prescricional se iniciar, mas ser interrompido,

    em razo da ocorrncia de alguns fatos. o que prev o art. 117 do CP:

    Art. 117 - O curso da prescrio interrompe-se: (Redao dada pela

    Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    I - pelo recebimento da denncia ou da queixa; (Redao dada pela

    Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    II - pela pronncia; (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

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    III - pela deciso confirmatria da pronncia; (Redao dada pela Lei

    n 7.209, de 11.7.1984)

    IV - pela publicao da sentena ou acrdo condenatrios recorrveis;

    (Redao dada pela Lei n 11.596, de 2007).

    V - pelo incio ou continuao do cumprimento da pena; (Redao

    dada pela Lei n 9.268, de 1.4.1996)

    VI - pela reincidncia. (Redao dada pela Lei n 9.268, de 1.4.1996)

    1 - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a

    interrupo da prescrio produz efeitos relativamente a todos os

    autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo

    processo, estende-se aos demais a interrupo relativa a qualquer

    deles. (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    2 - Interrompida a prescrio, salvo a hiptese do inciso V deste

    artigo, todo o prazo comea a correr, novamente, do dia da

    interrupo. (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984)

    A interrupo uma causa de paralisao do prazo

    prescricional, assim como a suspenso. Entretanto, na interrupo o

    prazo prescricional, cessado o motivo que levou interrupo, volta a

    correr desde o incio, e no de onde havia parado.

    Exemplo: Imagine que Poliana esteja sendo acusada pelo crime de

    homicdio simples (prescrio em 20 anos). O prazo prescricional vem

    IOXLQGRQRUPDOPHQWHDWpTXHR-XL]SURQXQFLD3ROLDQDGHFLVmRQDTXDOo Juiz diz que o caso deve ser levado Jri popular). Nesse caso, se o

    prazo prescricional estava j com 04 anos, por exemplo, ele ser

    interrompido e voltar a ser contado do zero (mais 20 anos), e no

    apenas os 16 (dezesseis) anos que faltavam.

    Bons estudos!

    Prof. Renan Araujo

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    LISTA DAS QUESTES

    01 - (CESPE 2009 PC/RN AGENTE DE POLCIA) Exclui-se a culpabilidade do agente

    A) que falece aps a ocorrncia do fato.

    B) inteiramente incapaz ao tempo do fato.

    C) que age em estrito cumprimento do dever legal.

    D) portador de perturbao mental aps o fato.

    E) maior de 70 anos de idade na data da sentena.

    02 - (CESPE 2010 DETRAN/ES ADVOGADO) Tratando-se de culpabilidade, a teoria estrita ou extremada e a teoria

    limitada so derivaes da teoria normativa pura e divergem apenas a

    respeito do tratamento das descriminantes putativas.

    03 - (CESPE 2011 PC/ES ESCRIVO DE POLCIA) A falta de conscincia da ilicitude, se inevitvel, exclui a culpabilidade.

    04 - (CESPE 2011 STM ANALISTA JUDICIRIO REA JUDICIRIA)

    As causas legais de excluso da culpabilidade por inexigibilidade de

    conduta diversa incluem a estrita obedincia a ordem no

    manifestamente ilegal de superior hierrquico. Caso o agente cumpra

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    ordem ilegal ou extrapole os limites que lhe foram determinados, a

    conduta culpvel.

    05 - (CESPE 2009 DPE/AL DEFENSOR PBLICO) Para a teoria limitada da culpabilidade, adotada pelo CP brasileiro, toda

    espcie de descriminante putativa, seja sobre os limites autorizadores da

    norma, seja incidente sobre situao ftica pressuposto de uma causa de

    justificao, sempre considerada erro de proibio.

    06 - (CESPE 2004 AGENTE DA POLCIA FEDERAL) A coao fsica e a coao moral irresistveis afastam a prpria ao, no

    respondendo o agente pelo crime. Em tais casos, responder pelo crime o

    coator.

    07 - (CESPE 2011 TER/ES ANALISTA JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA)

    Abel, em completo estado de embriaguez proveniente de caso fortuito,

    cometeu delito de roubo, tendo sido comprovado que, ao tempo do crime,

    ele era inteiramente incapaz de entender o carter ilcito do fato. Nessa

    situao, embora tenha praticado fato penalmente tpico e ilcito, Abel

    ficar isento de pena.

    08 - (CESPE 2008 STJ ANALISTA JUDICIRIO REA JUDICIRIA)

    Na obedincia hierrquica, para que se configure a causa de excluso de

    culpabilidade, necessrio que exista dependncia funcional do executor

    da ordem dentro do servio pblico, de forma que no h que se falar,

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    para fins de excluso da culpabilidade, em relao hierrquica entre

    particulares.

    09 - (CESPE 2011 TJ/ES ANALISTA JUDICIRIO REA JUDICIRIA)

    O perdo judicial, uma das possveis causas extintivas da punibilidade,

    consiste na manifestao de vontade, expressa ou tcita, do ofendido ou

    de seu representante legal, acerca de sua desistncia da ao penal

    privada j iniciada.

    10 - (CESPE 2011 STM ANALISTA JUDICIRIO REA JUDICIRIA)

    Alm de conduzir extino da punibilidade, a abolitio criminis faz cessar

    todos os efeitos penais e cveis da sentena condenatria.

    11 - (CESPE 2009 SEJUS /ES AGENTE PENITENCIRIO) A anistia exclui o crime, rescinde a condenao e extingue totalmente a

    punibilidade, tendo, de regra, ao contrrio da graa, o carter da

    generalidade, ao abranger fatos e no pessoas.

    12 - (CESPE 2009 AGU ADVOGADO DA UNIO) Caso a pena de multa seja alternativa ou cumulativamente cominada ou

    cumulativamente aplicada, aplicam-se a ela os mesmos prazos previstos

    para as respectivas penas privativas de liberdade.

    13 - (CESPE 2011 TCU - AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO)

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    Acerca da tipicidade, da culpabilidade e da punibilidade, julgue o item a

    seguir.

    Na doutrina e jurisprudncia contemporneas, predomina o entendimento

    de que a punibilidade no integra o conceito analtico de delito, que ficaria

    definido como conduta tpica, ilcita e culpvel.

    14 - (CESPE 2010 ABIN OFICIAL TCNICO DE INTELIGNCIA)

    Julgue o item a seguir, referente a institutos de direito penal.

    O erro de proibio escusvel exclui o dolo e a culpa; o inescusvel exclui

    o dolo, permanecendo, contudo, a modalidade culposa.

    15 - (CESPE 2011 TCU AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO)

    Acerca da tipicidade, da culpabilidade e da punibilidade, julgue o item a

    seguir.

    O menor de dezoito anos de idade isento de pena por inimputabilidade,

    mas capaz de agir com dolo, ou seja, capaz de praticar uma ao

    tpica.

    16 - (CESPE 2011 TCU AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO)

    Acerca da tipicidade, da culpabilidade e da punibilidade, julgue o item a

    seguir.

    As escusas absolutrias tambm so consideradas causas de excluso da

    culpabilidade.

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    17 - (CESPE 2011 TCU AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO)

    Acerca da tipicidade, da culpabilidade e da punibilidade, julgue o item a

    seguir.

    So causas de excluso da culpabilidade, expressamente previstas no

    Cdigo Penal brasileiro, a coao moral irresistvel e a ordem no

    manifestamente ilegal de superior hierrquico.

    18 - (CESPE 2011 TCU AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO)

    A respeito dos crimes contra a f pblica, dos crimes previstos na Lei de

    Licitaes, bem como dos princpios e conceitos gerais de direito penal,

    julgue o item a seguir.

    No quadro geral das teorias do delito, a conscincia da ilicitude ora

    pertence estrutura do dolo, ora, estrutura da culpabilidade; no

    entanto, sua eventual ausncia, desde que inevitvel, conduz iseno

    de pena.

    19 - (CESPE 2011 TRE/ES ANALISTA JUDICIRIO) No prximo item, apresentada uma situao hipottica seguida de uma

    assertiva a ser julgada no que se refere aos institutos de direito penal.

    Abel, em completo estado de embriaguez proveniente de caso fortuito,

    cometeu delito de roubo, tendo sido comprovado que, ao tempo do crime,

    ele era inteiramente incapaz de entender o carter ilcito do fato. Nessa

    situao, embora tenha praticado fato penalmente tpico e ilcito, Abel

    ficar isento de pena.

    20 - (CESPE - 2012 PC/AL DELEGADO)

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    A imputabilidade, a exigibilidade de conduta diversa e a potencial

    conscincia da ilicitude so elementos da culpabilidade.

    21 - (CESPE - 2012 TJ/AL AJAJ) A coao moral irresistvel e a obedincia ordem no manifestamente

    ilegal de superior hierrquico so causas de excluso da

    a) imputabilidade.

    b) tipicidade subjetiva.

    c) ilicitude.

    d) culpabilidade.

    e) tipicidade objetiva.

    22 - (CESPE - 2012 TC/DF AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO) A respeito dos crimes contra a f pblica, dos crimes previstos na Lei de

    Licitaes, bem como dos princpios e conceitos gerais de direito penal,

    julgue o item a seguir.

    No quadro geral das teorias do delito, a conscincia da ilicitude ora

    pertence estrutura do dolo, ora, estrutura da culpabilidade; no

    entanto, sua eventual ausncia, desde que inevitvel, conduz iseno

    de pena.

    23 - (CESPE - 2013 - MPU - ANALISTA - DIREITO)

    Acerca dos institutos do direito penal brasileiro, julgue os prximos itens.

    Por caracterizar inexigibilidade de conduta diversa, a coao moral ou

    fsica exclui a culpabilidade do crime.

    24 - (CESPE - 2013 - PRF - POLICIAL RODOVIRIO FEDERAL)

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    Considere que um indivduo penalmente capaz, em total estado de

    embriaguez, decorrente de caso fortuito, atropele um pedestre,

    causando-lhe a morte. Nessa situao, a embriaguez no exclua

    imputabilidade penal do agente.

    25 - (CESPE - 2013 - PRF - POLICIAL RODOVIRIO FEDERAL)

    O ordenamento jurdico brasileiro prev a possibilidade de ocorrncia de

    tipicidade sem antijuridicidade, assim como de antijuridicidade sem

    culpabilidade.

    26 - (CESPE - 2013 - POLCIA FEDERAL - ESCRIVO DA POLCIA

    FEDERAL)

    No que concerne a infrao penal, fato tpico e seus elementos, formas

    consumadas e tentadas do crime, culpabilidade, ilicitude e imputabilidade

    penal, julgue os itens que se seguem.

    Considere que Bartolomeu, penalmente capaz e mentalmente so, tenha

    praticado ato tpico e antijurdico, em estado de absoluta inconscincia,

    em razo de estar voluntariamente sob a influncia de lcool. Nessa

    situao, Bartolomeu ser apenado normalmente, por fora da teoria

    da actio libera in causa.

    27 - (CESPE - 2013 - POLCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLCIA)

    De acordo com a teoria extremada da culpabilidade, o erro sobre os

    pressupostos fticos das causas descriminantes consiste em erro de tipo

    permissivo.

    28 - (CESPE - 2013 - PC-BA - DELEGADO DE POLCIA)

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    Tanto a conduta do agente que age imprudentemente, por

    desconhecimento invencvel de algum elemento do tipo quanto a conduta

    do agente que age acreditando estar autorizado a faz-lo ensejam como

    consequncia a excluso do dolo e, por conseguinte, a do prprio crime.

    29 - (CESPE - 2013 - TJ-DF - TCNICO JUDICIRIO - REA

    ADMINISTRATIVA)

    Em relao menoridade penal, o Cdigo Penal adotou o critrio

    puramente biolgico, considerando penalmente inimputveis os menores

    de dezoito anos de idade, ainda que cabalmente demonstrado que

    entendam o carter ilcito de seus atos.

    30 - (CESPE - 2013 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIRIO - OFICIAL DE

    JUSTIA AVALIADOR)

    De acordo com o Cdigo Penal, a incidncia da excluso de culpabilidade

    na coao irresistvel ocorre apenas nos casos de coao fsica ou vis

    absoluta, uma vez que, na coao moral, h apenas reduo do poder de

    escolha da vtima entre praticar ou omitir a conduta ou sofrer as

    consequncias da coao.

    31 - (CESPE - 2013 - TC-DF - PROCURADOR)

    A coao moral irresistvel uma hiptese de autoria mediata, em que o

    autor da coao detm o domnio do fato e comete o fato punvel por

    meio de outra pessoa.

    32 - (CESPE - 2013 - TJ-DF - TCNICO JUDICIRIO - REA

    ADMINISTRATIVA)

    Aquele que se utiliza de menor de dezoito anos de idade para a prtica de

    crime considerado seu autor mediato.

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    33 - (CESPE - 2013 - POLCIA FEDERAL - ESCRIVO DA POLCIA

    FEDERAL)

    Julgue os itens subsequentes, relativos aplicao da lei penal e seus

    princpios.

    A contagem do prazo para efeito da decadncia, causa extintiva da

    punibilidade, obedece aos critrios processuais penais, computando-se o

    dia do comeo. Todavia, se este recair em domingos ou feriados, o incio

    do prazo ser o dia til imediatamente subsequente

    34 - (CESPE - 2013 - POLCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLCIA)

    Suponha que determinada sentena condenatria, com pena de dez anos

    de recluso, imposta ao ru, tenha sido recebida em termo prprio, em

    cartrio, pelo escrivo, em 13/8/2011 e publicada no rgo oficial em

    17/8/2011, e que tenha sido o ru intimado, pessoalmente, em

    20/8/2011, e a defensoria pblica e o MP intimados, pessoalmente, em

    19/8/2011. Nessa situao hipottica, a interrupo do curso da

    prescrio ocorreu em 17/8/2011.

    35 - (CESPE - 2013 - POLCIA FEDERAL - DELEGADO DE POLCIA)

    Considere que Jorge, Carlos e Antnio sejam condenados,

    definitivamente, a uma mesma pena, por terem praticado, em coautoria,

    o crime de roubo. Nessa situao, incidindo a interrupo da prescrio da

    pretenso executria da referida pena em relao a Jorge, essa

    interrupo no produzir efeitos em relao aos demais coautores.

    36 - (CESPE - 2013 - TJ-DF - ANALISTA JUDICIRIO - REA

    JUDICIRIA)

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    Em 15/10/2005, nas dependncias do banco Y, Carlos, com o objetivo de

    prejudicar direitos da instituio financeira, preencheu e assinou

    declarao falsa na qual se autodenominava Maurcio. No mesmo dia, foi

    at outra agncia do mesmo banco e, agindo da mesma forma, declarou

    falsamente chamar-se Alexandre.

    Em 1/5/2010, Carlos foi denunciado, tendo a denncia sido

    recebida em 24/5/2010. Aps o devido processo legal, em sentena

    proferida em 23/8/2012, o acusado foi condenado a um ano e dois

    meses de recluso, em regime inicialmente aberto, e ao pagamento

    de doze dias-multa, no valor unitrio mnimo legal. A pena

    privativa de liberdade foi substituda por uma pena restritiva de

    direitos e multa. O MP no apelou da sentena condenatria.

    Com relao situao hipottica acima, julgue os itens seguintes.

    Como, entre a data da prtica do delito e a do recebimento da denncia,

    passaram-se mais de quatro anos, deve ser reconhecida a extino da

    punibilidade de Carlos, pela prescrio da pretenso punitiva retroativa.

    37 - (CESPE - 2013 - TJ-DF - TCNICO JUDICIRIO - REA

    ADMINISTRATIVA)

    A anistia representa o esquecimento do crime, afastando a punio por

    fatos considerados delituosos, e constitui ato privativo do presidente da

    Repblica.

    38 - (CESPE - 2013 - CNJ - ANALISTA JUDICIRIO - REA

    JUDICIRIA)

    A extino da punibilidade de um crime que seja pressuposto, elemento

    constitutivo ou circunstncia agravante de outro no se estende a este.

    Nos crimes conexos, a extino da punibilidade de um deles no impede,

    quanto aos outros, a agravao da pena resultante da conexo.

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    39 - (CESPE - 2013 - TC-DF - PROCURADOR)

    No sistema penal brasileiro, h causas pessoais que excluem e extinguem

    totalmente a punibilidade e, igualmente, causas pessoais de excluso e

    extino parcial da punibilidade.

    40 - (CESPE - 2013 - STF - AJAJ)

    Considerando o disposto no Cdigo Penal brasileiro, quanto matria do

    erro, correto afirmar que, em regra, o erro de proibio recai sobre a

    conscincia da ilicitude do fato, ao passo que o erro de tipo incide sobre

    os elementos constitutivos do tipo legal do crime.

    01 - (CESPE 2009 PC/RN AGENTE DE POLCIA) Exclui-se a culpabilidade do agente

    A) que falece aps a ocorrncia do fato.

    B) inteiramente incapaz ao tempo do fato.

    C) que age em estrito cumprimento do dever legal.

    D) portador de perturbao mental aps o fato.

    E) maior de 70 anos de idade na data da sentena.

    COMENTRIOS: O falecimento aps a ocorrncia do fato gera, apenas, a

    extino da punibilidade, mas o crime considera-se praticado, nos termos

    do art. 107, I do CP. A supervenincia de doena mental tambm no

    causa de excluso da culpabilidade, que aferida no momento da

    conduta. A circunstncia de ser o agente maior de 70 anos na data da

    sentena mera causa de diminuio de pena. Aquele que age em estrito

    cumprimento do dever legal no chega, sequer, a praticar fato ilcito, pois

    essa circunstncia uma causa de excluso da ilicitude. Por fim, se o

    QUESTES COMENTADAS

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    agente era inteiramente incapaz de entender o carter ilcito do fato

    poca da conduta, ou ser considerado inimputvel (se se enquadrar nas

    hipteses de inimputabilidade), ou no ter culpabilidade em razo da

    ausncia de potencial conscincia da ilicitude.

    Assim, a alternativa correta a letra B.

    02 - (CESPE 2010 DETRAN/ES ADVOGADO) Tratando-se de culpabilidade, a teoria estrita ou extremada e a

    teoria limitada so derivaes da teoria normativa pura e

    divergem apenas a respeito do tratamento das descriminantes

    putativas.

    CORRETA: Como disse a vocs antes, a teoria limitada, que a

    adotada pelo CP, difere da teoria normativa pura com relao ao

    tratamento dado s descriminantes putativas. As descriminantes

    putativas so tratadas nos arts. 20, 1 e 21 do CP: 1 - isento de

    pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstncias, supe

    situao de fato que, se existisse, tornaria a ao legtima. No h

    iseno de pena quando o erro deriva de culpa e o fato punvel como

    crime culposo. (...) Art. 21 - O desconhecimento da lei inescusvel. O

    erro sobre a ilicitude do fato, se inevitvel, isenta de pena; se evitvel,

    poder diminu-la de um sexto a um tero.

    Para a teoria normativa pura, as descriminantes putativas

    sero sempre erro de proibio. Ou seja, sempre que um agente

    supor que existe uma situao ftica que legitima sua ao, e esta no

    existir, estar errando com relao licitude do fato, logo, comete erro de

    proibio, o que pode afastar a culpabilidade.

    J a teoria limitada (adotada pelo CP), divide as descriminantes em

    de fato e de direito. Na primeira hiptese, o agente age supondo haver

    uma situao ftica que legitime sua funo. No segundo caso, o agente

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    visualiza corretamente a situao ftica, mas acredita que a conduta, no

    entanto, no proibida.

    Assim, a afirmativa est correta.

    03 - (CESPE 2011 PC/ES ESCRIVO DE POLCIA) A falta de conscincia da ilicitude, se inevitvel, exclui a

    culpabilidade.

    CORRETA: A potencial conscincia da ilicitude um dos elementos da

    culpabilidade. Assim, se o agente pratica a conduta mas no possua, ao

    tempo da ao ou omisso, capacidade de entender que a conduta

    praticada era ilcita, no considerado culpvel, pois ausente um dos

    elementos da culpabilidade.

    Desta maneira, a afirmativa est correta.

    04 - (CESPE 2011 STM ANALISTA JUDICIRIO REA JUDICIRIA)

    As causas legais de excluso da culpabilidade por inexigibilidade

    de conduta diversa incluem a estrita obedincia a ordem no

    manifestamente ilegal de superior hierrquico. Caso o agente

    cumpra ordem ilegal ou extrapole os limites que lhe foram

    determinados, a conduta culpvel.

    CORRETA: De fato, o art. 22 do CP diz: Art. 22 - Se o fato cometido

    sob coao irresistvel ou em estrita obedincia a ordem, no

    manifestamente ilegal, de superior hierrquico, s punvel o autor da

    coao ou da ordem. (Redao dada pela Lei n 7.209, de 11.7.1984).

    Assim, se a ordem emanada no manifestamente ilegal, e o agente a

    cumpre, no comete crime, pois no culpvel. No entanto, se a ordem

    for manifestamente ilegal, ou se o agente extrapolar os limites da ordem

    recebida, responder pelo crime. A questo deveria, apenas, ter colocado

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    RWHUPRPDQLIHVWDPHQWHQRHQXQFLDGRSRLVDVXDDXVrQFLDSRGHJHUDUno concursando a dvida acerca de ser ou no uma pegadinha.

    Entretanto, a banca considerou a questo como correta.

    Portanto, a AFIRMATIVA EST CORRETA.

    05 - (CESPE 2009 DPE/AL DEFENSOR PBLICO) Para a teoria limitada da culpabilidade, adotada pelo CP brasileiro,

    toda espcie de descriminante putativa, seja sobre os limites

    autorizadores da norma, seja incidente sobre situao ftica

    pressuposto de uma causa de justificao, sempre considerada

    erro de proibio.

    ERRADA: A teoria limitada da culpabilidade, embora adota pelo nosso

    CP, ao contrrio da teoria normativa pura, diferencia as hipteses de

    descriminantes putativas, dividindo-as em de fato e de direito.

    Assim, a AFIRMATIVA EST ERRADA.

    06 - (CESPE 2004 AGENTE DA POLCIA FEDERAL) A coao fsica e a coao moral irresistveis afastam a prpria

    ao, no respondendo o agente pelo crime. Em tais casos,

    responder pelo crime o coator.

    ERRADA: Apenas a coao fsica irresistvel (vis absoluta) exclui a

    prpria conduta, pois, nesse caso, o agente mero objeto na mo de um

    terceiro, que quem, de fato, comete o crime. Na coao moral

    irresistvel, h conduta, embora seja uma conduta viciada (pois o agente

    no inteiramente livre para realizar a escolha de praticar ou no o

    crime, pois se encontra sob coao).

    Assim, a AFIRMATIVA EST ERRADA.

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    07 - (CESPE 2011 TER/ES ANALISTA JUDICIRIO REA ADMINISTRATIVA)

    Abel, em completo estado de embriaguez proveniente de caso

    fortuito, cometeu delito de roubo, tendo sido comprovado que, ao

    tempo do crime, ele era inteiramente incapaz de entender o

    carter ilcito do fato. Nessa situao, embora tenha praticado

    fato penalmente tpico e ilcito, Abel ficar isento de pena.

    CORRETA: A embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou fora

    maior, exclui a imputabilidade do agente, se ele era, ao tempo do fato,

    inteiramente incapaz de entender o carter ilcito de sua conduta, nos

    termos do art. 28, 1 do CP.

    Assim, a AFIRMATIVA EST CORRETA.

    08 - (CESPE 2008 STJ ANALISTA JUDICIRIO REA JUDICIRIA)

    Na obedincia hierrquica, para que se configure a causa de

    excluso de culpabilidade, necessrio que exista dependncia

    funcional do executor da ordem dentro do servio pblico, de

    forma que no h que se falar, para fins de excluso da

    culpabilidade, em relao hierrquica entre particulares.

    CORRETA: A Doutrina pacfica em afirmar que para que seja

    caracterizada a excludente de culpabilidade em questo, necessrio que

    haja uma relao de hierarquia funcional entre o autor do fato e o

    mandante.

    Assim, a AFIRMATIVA EST CORRETA.

    09 - (CESPE 2011 TJ/ES ANALISTA JUDICIRIO REA JUDICIRIA)

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    O perdo judicial, uma das possveis causas extintivas da

    punibilidade, consiste na manifestao de vontade, expressa ou

    tcita, do ofendido ou de seu representante legal, acerca de sua

    desistncia da ao penal privada j iniciada.

    ERRADA: O enunciado da questo descreve a figura do perdo do

    ofendido, no do perdo judicial. Em determinados crimes o Estado

    confere o perdo ao infrator, por entender que a aplicao da pena no

    QHFHVViULDeRFKDPDGRSHUGmRMXGLFLDOeRTXHRFRUUHSRUH[HPSORno caso de homicdio culposo no qual o infrator tenha perdido algum

    querido (Lembram-se do caso Herbert Viana?). Essa hiptese est

    prevista no art. 121, 5 do CP: 5 - Na hiptese de homicdio culposo,

    o juiz poder deixar de aplicar a pena, se as conseqncias da infrao

    atingirem o prprio agente de forma to grave que a sano penal se

    torne desnecessria. (Includo pela Lei n 6.416, de 24.5.1977). Este sim

    o chamado perdo judicial.

    Assim, a AFIRMATIVA EST ERRADA.

    10 - (CESPE 2011 STM ANALISTA JUDICIRIO REA JUDICIRIA)

    Alm de conduzir extino da punibilidade, a abolitio criminis faz

    cessar todos os efeitos penais e cveis da sentena condenatria.

    ERRADA: A abolitio criminis, de fato, conduz extino da punibilidade

    (art. 107, III do CP). Entretanto, apenas faz desaparecer os efeitos penais

    de eventual condenao, no possuindo reflexos na seara cvel, nos

    termos do art. 2 do CP.

    Assim, a AFIRMATIVA EST ERRADA.

    11 - (CESPE 200P SEJUS /ES AGENTE PENITENCIRIO)

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    A anistia exclui o crime, rescinde a condenao e extingue

    totalmente a punibilidade, tendo, de regra, ao contrrio da graa,

    o carter da generalidade, ao abranger fatos e no pessoas.

    CORRETA: A anistia uma forma de extino da punibilidade mais

    abrangente que a graa e o indulto, pois a anistia um instituto mediante

    o qual o Estado passa a considerar que as condutas praticadas pelos

    agentes no so mais crimes. No se trata de abolitio criminis, pois as

    condutas j foram realizadas. J a graa e o indulto so de carter

    pessoal, ou seja, o Estado concede quela(s) pessoas a extino da

    punibilidade, por razes de poltica criminal, embora permanea a

    considerao de que o fato praticado foi um crime.

    Assim, a AFIRMATIVA EST CORRETA.

    12 - (CESPE 2009 AGU ADVOGADO DA UNIO) Caso a pena de multa seja alternativa ou cumulativamente

    cominada ou cumulativamente aplicada, aplicam-se a ela os

    mesmos prazos previstos para as respectivas penas privativas de

    liberdade.

    CORRETA: Esta a previso legal, contida no art. 114, II do CP: Art. 114

    - A prescrio da pena de multa ocorrer: (...) II - no mesmo prazo

    estabelecido para prescrio da pena privativa de liberdade, quando a

    multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente

    aplicada. (Includo pela Lei n 9.268, de 1.4.1996)

    Assim, a AFIRMATIVA EST CORRETA.

    13 - (CESPE 2011 TCU - AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO)

    Acerca da tipicidade, da culpabilidade e da punibilidade, julgue o

    item a seguir.

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    Na doutrina e jurisprudncia contemporneas, predomina o

    entendimento de que a punibilidade no integra o conceito

    analtico de delito, que ficaria definido como conduta tpica, ilcita

    e culpvel.

    COMENTRIO: O crime pode ser conceituado a partir de diversos

    aspectos. Sob o aspecto analtico, o crime analisado em sua

    composio, que, para a maioria da Doutrina, TRIPARTIDA, sendo o

    crime composto por trs elementos:

    x FATO TPICO;

    x ILICITUDE (ANTIJURIDICIDADE);

    x CULPABILIDADE

    A teoria bipartida, menor, mas no menos influente, defende que o crime

    composto por apenas DOIS elementos:

    x FATO TPICO;

    x ILICITUDE (ANTIJURIDICIDADE);

    Para esta teoria, a culpabilidade mero pressuposto de aplicao da

    pena, eis que no se refere ao fato em si, mas s condies pessoais do

    agente, motivo pelo qual um fato tpico e ilcito j seria um crime.

    Ambas as teorias so aceitas, embora a primeira predomine. Porm,

    certo que a teoria quadripartida (que inclui no conceito de crime

    tambm a punibilidade) no encontra um nmero significativo de

    defensores na Doutrina e rechaada pela Jurisprudncia.

    Portanto, a afirmativa est CORRETA.

    14 - (CESPE 2010 ABIN OFICIAL TCNICO DE INTELIGNCIA)

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    Julgue o item a seguir, referente a institutos de direito penal.

    O erro de proibio escusvel exclui o dolo e a culpa; o

    inescusvel exclui o dolo, permanecendo, contudo, a modalidade

    culposa.

    COMENTRIO: A afirmativa est errada, pois d a definio das

    consequncias do erro de tipo, no do erro de proibio. O erro de

    proibio, ou erro sobre a ilicitude do fato, quando escusvel, isenta de

    pena (exclui a culpabilidade do agente, por ausncia de potencial

    conscincia da ilicitude); Quando inescusvel, reduz a pena de um sexto a

    um tero. Vejamos o art. 21 do CP:

    Art. 21 - O desconhecimento da lei inescusvel. O erro sobre a

    ilicitude do fato, se inevitvel, isenta de pena; se evitvel,