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Professor Wisley Santos Noes de Direito Processual Penal p/ PF: Agente de Polcia 2014
Aulas 01 a 16
Noes de Direito Processual Penal - PF: Agente de Polcia - 2014
Professor: Wisley Santos
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NOES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
Caros alunos,
Iniciamos nossa preparao para o concurso de Agente de Polcia Federal. o
momento de preparao.
Este material complementar as aulas disponibilizadas pelo Aprova
Concursos. Nesse material, h um pequeno resumo dos assuntos mais cobrados nas
provas da Polcia Federal.
importante que vocs assistam as aulas, leiam este material, a legislao
seca e respondam exerccios. Vocs devem, tambm, fazer revises constantes das
matrias j estudas.
Nosso objetivo obter a sua aprovao. E para isso, toda a equipe do Aprova
Concursos est sua disposio.
Bons estudos!
Um abrao,
Prof. Wisley
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PLANO DE AULAS
Aula Tema da aula
Aula 01 Inqurito Policial
Aula 02 Inqurito Policial
Aula 03 Inqurito Policial
Aula 04 Inqurito Policial
Aula 05 Inqurito Policial
Aula 06 Prova
Aula 07 Prova
Aula 08 Prova
Aula 09 Prova
Aula 10 Prova
Aula 11 Prova
Aula 12 Prises
Aula 13 Prises
Aula 14 Prises
Aula 15 Prises
Aula 16 Prises
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INQURITO POLICIAL
1. CONCEITO
o procedimento administrativo inquisitivo e preparatrio, presidido pela autoridade
policial com o objetivo de colher elementos de informao quanto autoria e
materialidade de infrao penal, a fim de se permitir que o titular da ao penal possa
ingressar em juzo.
2. NATUREZA JURDICA
Procedimento administrativo, pois dele no resulta a imposio direta de nenhuma
sano.
PERSECUO CRIMINAL: Atividade desenvolvida pelo Estado para impor
uma sano a algum.
Contempla a 1 fase Investigativa e a 2 fase Judicial.
Vcios do Inqurito contaminam o Processo? Eventuais vcios constantes no
Inqurito Policial no contaminam de nulidade o processo a que der origem,
salvo se trata de provas ilcitas, em eventual ilicitude por derivao.
Smula 444 STJ: vedada a utilizao de inquritos policiais e aes penais
em curso para agravar a pena base.
Smula 397 STF: O poder de polcia da cmara dos deputados e do senado
federal, em caso de crime cometido em suas dependncias, compreende,
consoante seu regimento, a priso em flagrante do acusado e a realizao do
inqurito.
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Smula 234 STJ: A participao de membro do Ministrio Pblico na fase
investigatria criminal no acarreta o seu impedimento ou suspeio para o
oferecimento da denncia.
3. FINALIDADE
Colheita de elementos de informao quanto autoria e materialidade da infrao
penal. E contribui, tambm, para decretao de medidas cautelares, como a priso
preventiva.
Art. 155. O juiz formar sua convico pela livre apreciao da prova
produzida em contraditrio judicial, no podendo fundamentar sua deciso
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigao,
ressalvadas as provas cautelares, no repetveis e antecipadas.
* ELEMENTOS INFORMATIVOS:
aquele colhido na fase investigativa
No obrigatria a observncia do contraditrio e da ampla defesa
O juiz s intervm quando necessrio e desde que provocado
Objetivo: so teis para a decretao de medidas cautelares e servem para a
formao da convico do titular da ao penal (opinio delicti)
Art. 155 exclusivamente: Elementos informativos, isoladamente
considerados, no podem fundamentar uma sentena. Porm, tais elementos
no devem ser desprezados durante a fase judicial, podendo somar-se a prova
judicial produzida para auxiliar a convico do juzo (STF, HC 83.348, Rel.
Joaquim Barbosa).
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*PROVA:
Via de regra, produzida na fase judicial, mediante o contraditrio e ampla
defesa.
A prova produzida na presena do juiz: vigora o princpio da identifica fsica
do juiz (art. 399, 2, CPP)
A finalidade auxiliar na formao da convico do juzo
Durante o curso do processo o juiz dotado de iniciativa probatria exercida de
maneira residual
Provas Cautelares, No Repetveis e Antecipadas so provas e podem ser
produzidas no curso do inqurito policial, uma vez que o contraditrio
exercido de modo postergado/diferido ou at mesmo real (este, no caso da
prova antecipada), por meio do exame das referidas provas durante a
instruo.
COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS
1. JUIZ SUBSTITUTO TJ/PI. O membro do MP possui legitimidade para
proceder, diretamente, colheita de elementos de convico para subsidiar a
propositura de ao penal, incluindo-se a presidncia do inqurito policial.
2. AGU 2010/CESPE. Embora o inqurito policial tenha natureza de
procedimento informativo, e no de ato de jurisdio, os vcios nele existentes
podem contaminar a ao penal subsequente, com base na teoria norte-
americana dos frutos da rvore envenenada, ou fruits of the poisonouss ter.
1. Incorreta 2. Incorreta
4. PRESIDNCIA DO INQURITO POLICIAL
O Inqurito Policial presidido pela Autoridade Policial.
AUTORIDADE POLICIAL: Funes de Polcia Judiciria + Polcia Investigativa
Polcia Judiciria: a que auxilia o Poder Judicirio no cumprimento de
mandados de busca a apreenso, priso, etc.
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Polcia Investigativa: a que atua na apurao das infraes penais e de sua
autoria.
Art. 4 A polcia judiciria ser exercida pelas autoridades policiais no territrio
de suas respectivas circunscries e ter por fim a apurao das infraes
penais e da sua autoria.
Pargrafo nico. A competncia definida neste artigo no excluir a de
autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma funo.
Art. 107. No se poder opor suspeio s autoridades policiais nos atos
do inqurito, mas devero elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer
motivo legal.
5. LEI 12.830/2013
Essa Lei disps sobre a Investigao Criminal conduzida pelo Delegado de Polcia.
Disciplinou no art. 2, 1 que o delegado de polcia a autoridade policial e
que lhe cabe a conduo da investigao criminal por meio do inqurito policial
ou outro procedimento previsto em Lei.
ADI 5043, com pedido de Liminar: - PGR 12/09/2013
Relator Min. Luiz Fux
Segundo a PGR, o art. 2, pargrafo 1, da lei induz a interpretao de que a
conduo de qualquer procedimento investigatrio de natureza criminal ser atribuio
exclusiva da autoridade policial. Essa norma e interpretao afrontam o art. 129, VI,
da CF .
- Amicus Curiae: Federao Nacional dos Policiais Federais - FENAPEF
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6. TERMO CIRCUNSTANCIADO DE CONDUTA
Procedimento investigatrio de infraes de menor potencial ofensivo.
Previsto para os crimes de menor potencial ofensivo, uma pea despida de
rigor formar, contendo breve e sucinta narrativa que descreve sumamente os
fatos e indica os envolvidos e eventuais testemunhas, devendo ser remetido,
incontinente aos Juizados Especiais Criminais (TVORA, Nestor; ALENCAR,
Rosmar Rodrigues. Curso de Direito Processual Penal. 7 ed. Salvador:
JusPodivm, 2012, p. 145).
Infrao de Menor Potencial Ofensivo: so as contravenes penais e
crimes com pena mxima no superior a dois anos, apenados ou no com
multa. E sob enfoque processual penal, so submetidos (ou no) a
procedimento especial, ressalvadas s hipteses de violncia domstica e
familiar contra a mulher.
7. ATRIBUIO PARA O INQURITO POLICIAL
- Depende do Crime Praticado
Crime Militar de Competncia da Justia Militar da Unio: - Foras Armadas:
Oficial encarregado IPM
Crime Militar de Competncia da Justia Militar Estadual: PM-Bombeiros:
Oficial encarregado IPM
Crime Eleitoral: Polcia Federal
Observao: O TSE, nas localidades em que no h Polcia Federal, permite que os
crimes eleitorais possam ser investigados pela Polcia Civil.
Crime Federal: Polcia Federal
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- art. 109, CF
Hipteses: SOMENTE CRIMES
a) Crimes Contra Unio, Autarquias Federais, Empresas Pblicas Federais
(administrao direta e indireta)
Ex.: Crime contra o Ministrio da Justia, INSS, Banco Central do Brasil (Bacen),
Ibama, Receita Federal (Crimes contra a ordem Tributria), Ordem Previdenciria,
Contrabando, Descaminho, CEF, ECT, BNDES, Casa da Moeda do Brasil
Observaes:
I Crime contra Sociedade de Economia Mista (Banco do Brasil, Petrobrs), a
competncia da Justia Comum Estadual.
Ver. Smula 42 STJ
II SE o crime praticado contra uma agncia dos correios FRANQUEADA, a
competncia da Justia Comum.
b) Trfico Internacional/Exterior: STF, S. 522
c) Crime praticado CONTRA funcionrio pblico federal; ou POR funcionrio
Pblico Federal, todos no exerccio das funes;
d) Crime distncia
e) Crime praticado a bordo de navio ou avio
f) Crime contra o sistema financeiro nacional
g) Crime de permanncia de estrangeiro
h) Crime contra os Direitos Indgenas, assim considerados em sua coletividade
i) Crime contra a organizao do trabalho (coletividade)
Crime Comum de Competncia da Justia Estadual: Polcia Civil
Observao:
A Polcia Federal investigar crime comum da Justia Federal, desde que
tenha repercusso interestadual ou internacional que exija repercusso
uniforme;
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Rol Exemplificativo: Ver Lei 10.446/02
No impede que os rgos estaduais continuem investigando os delitos.
Uma vez que o inqurito policial procedimento administrativo, ainda que
presidido pela autoridade desprovida de atribuies, no impede o
oferecimento da pea acusatria.
COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS
3. DELEGADO DE POLCIA-PR/UEL/2013. A polcia judiciria ser exercida
pelas autoridades policiais em todo territrio nacional, independente de
circunscrio, com o fim de apurar as infraes penais e sua autoria.
4. PROCURADOR BACEN/2009. Com relao ao inqurito policial,
presidido pela autoridade policial, da chamada polcia judiciria, pois atua
em face do fato criminoso j ocorrido.
3. Incorreta 4. Correta
8. CARACTERSTICAS
ESCRITO: O inqurito, por determinao legal, deve ser escrito. Os atos orais
devem ser reduzidos a termo.
Art. 9o Todas as peas do inqurito policial sero, num s processado,
reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela
autoridade.
DISPENSVEL: se o titular da ao penal contar com elementos informativos
obtidos a partir de procedimento investigatrio diverso do inqurito, ele poder
ser dispensado.
O inqurito no imprescindvel para o ajuizamento da ao penal.
Caso seja ajuizada a ao penal com base no IP, este deve acompanhar a
denncia.
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PEAS DE INFORMAO: Todo e qualquer procedimento que contenha
elementos informativos diversos do Inqurito Policial.
Art. 27. Qualquer pessoa do povo poder provocar a iniciativa do Ministrio
Pblico, nos casos em que caiba a ao pblica, fornecendo-lhe, por escrito,
informaes sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os
elementos de convico.
Art. 39: 5o O rgo do Ministrio Pblico dispensar o inqurito, se com a
representao forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ao
penal, e, neste caso, oferecer a denncia no prazo de quinze dias.
Ex. Sindicncias administrativas
SIGILOSO
Em regra, um procedimento sigiloso.
O sigilo e a conseqente surpresa so indispensveis para se assegurar a eficcia das
investigaes.
No se ope o sigilo: Juiz
MP
Advogado
ADVOGADO:
-Art. 5, LXIII, CF
LXIII - o preso ser informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer
calado, sendo-lhe assegurada a assistncia da famlia e de advogado;
-Art. 133, CF
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Art. 133. O advogado indispensvel administrao da justia, sendo
inviolvel por seus atos e manifestaes no exerccio da profisso, nos limites
da lei.
-Art. 7, XIV, Lei 8.906/94
XIV - examinar em qualquer repartio policial, mesmo sem procurao, autos
de flagrante e de inqurito, findos ou em andamento, ainda que conclusos
autoridade, podendo copiar peas e tomar apontamentos;
- Smula Vinculante 14
DIREITO DO DEFENSOR, NO INTERESSE DO REPRESENTADO, TER
ACESSO AMPLO AOS ELEMENTOS DE PROVA QUE, J DOCUMENTADOS
EM PROCEDIMENTO INVESTIGATRIO REALIZADO POR RGO COM
COMPETNCIA DE POLCIA JUDICIRIA, DIGAM RESPEITO AO
EXERCCIO DO DIREITO DE DEFESA.
PROCURAO: no h necessidade, salvo se houver informaes relativas a vida
privada/intimidade do investigado
ACESSO: - Limitado as informaes j documentas
- No tem acesso as diligncias em andamento
INQUISITIVO: as atividades de investigao so concentradas unicamente nas
mos da autoridade policial. E no h oportunidade para o contraditrio e
ampla defesa.
Corrente Majoritria: no obrigatria a presena/observncia do contraditrio e da
ampla defesa
DISCRICIONRIO: a autoridade policial conduz o IP do modo que melhor lhe
aprouver, nos limites da Lei (legalidade)
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Discricionariedade: Liberdade de atuao nos limites da lei.
Medidas Restritivas de Direitos: Somente o Juiz pode decretar
Art. 6 e 7: rol exemplificativo de diligncias que podem ser realizadas
Art. 14 + 184: essa discricionariedade no tem natureza absoluta, pois h diligncias
cuja realizao obrigatria, como o exame de corpo de delito.
Leitura Rpida:
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prtica da infrao penal, a autoridade
policial dever:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que no se alterem o estado e
conservao das coisas, at a chegada dos peritos criminais;
II - apreender os objetos que tiverem relao com o fato, aps liberados pelos
peritos criminais;
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas
circunstncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observncia, no que for aplicvel, do disposto no
Captulo III do Ttulo Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado
por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareaes;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a
quaisquer outras percias;
VIII - ordenar a identificao do indiciado pelo processo datiloscpico, se
possvel, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual,
familiar e social, sua condio econmica, sua atitude e estado de nimo antes
e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que
contriburem para a apreciao do seu temperamento e carter.
Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infrao sido praticada de
determinado modo, a autoridade policial poder proceder reproduo
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simulada dos fatos, desde que esta no contrarie a moralidade ou a ordem
pblica.
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado podero requerer
qualquer diligncia, que ser realizada, ou no, a juzo da autoridade.
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade
policial negar a percia requerida pelas partes, quando no for necessria ao
esclarecimento da verdade.
INDISPONVEL: uma vez iniciado o inqurito policial, no pode a autoridade
policial dispor dele.
A autoridade policial no pode mandar arquivar autos de Inqurito Policial
Art. 17. A autoridade policial no poder mandar arquivar autos de inqurito.
TEMPORRIO: o Inqurito Policial tem prazo para se findar.
Em se tratando de investigado solto, o prazo para concluso do inqurito policial pode
ser prorrogado.
Art. 10, 3o Quando o fato for de difcil elucidao, e o indiciado estiver solto,
a autoridade poder requerer ao juiz a devoluo dos autos, para ulteriores
diligncias, que sero realizadas no prazo marcado pelo juiz.
Observao: A garantia da razovel durao do processo aplicvel ao
processo judicial e ao Inqurito Policial (HC 96.666, STJ)
9. FORMAS DE INSTAURAO DO INQURITO POLICIAL
Crime de Ao Penal Privada: Depende de Requerimento da Vtima
- Dano, Crimes contra a hora
Crime Ao Penal Pblica Condicionada Representao: Representao da
Vtima
Ex.: Leso Corporal Leve e Culposa,
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Crimes de Ao Penal Pblica Incondicionada:
a) DE OFCIO: ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento do crime e
determina sua investigao;
b) APF
c) REQUISIO DO MP/JUIZ
- A Requisio do Juiz viola a garantia da imparcialidade e o prprio sistema
acusatrio.
Art. 40. Quando, em autos ou papis de que conhecerem, os juzes ou
tribunais verificarem a existncia de crime de ao pblica, remetero ao
Ministrio Pblico as cpias e os documentos necessrios ao oferecimento da
denncia.
O delegado obrigado a atender a requisio do MP? No h hierarquia
entre o MP e a Polcia. O delegado deve instaurar o inqurito por fora do
Princpio da Obrigatoriedade, salvo requisies ilegais;
d) REQUERIMENTO DA VTIMA/ REPRESENTANTE LEGAL
Indeferimento pela autoridade policial:
Requerimento ao MP
Recurso Inominado ao Chefe de Polcia (Delegado Geral ou Secretrio de
Segurana Pblica)
e) NOTCIA OFERECIDA POR QUALQUER DO POVO: Delatio Criminis
Art. 5o Nos crimes de ao pblica o inqurito policial ser iniciado:
I - de ofcio;
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II - mediante requisio da autoridade judiciria ou do Ministrio Pblico, ou a
requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para represent-lo.
1o O requerimento a que se refere o no II conter sempre que possvel:
a narrao do fato, com todas as circunstncias;
a individualizao do indiciado ou seus sinais caractersticos e as razes de
convico ou de presuno de ser ele o autor da infrao, ou os motivos de
impossibilidade de o fazer;
a nomeao das testemunhas, com indicao de sua profisso e residncia.
2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inqurito caber
recurso para o chefe de Polcia.
3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existncia de
infrao penal em que caiba ao pblica poder, verbalmente ou por escrito,
comunic-la autoridade policial, e esta, verificada a procedncia das
informaes, mandar instaurar inqurito.
4o O inqurito, nos crimes em que a ao pblica depender de
representao, no poder sem ela ser iniciado.
5o Nos crimes de ao privada, a autoridade policial somente poder
proceder a inqurito a requerimento de quem tenha qualidade para intent-la.
COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS
1. POLCIA FEDERAL/CESPE/2004. Verificando que o fato evidentemente no
constitui crime, o delegado poder mandar arquivar o inqurito policial,
desde que o faa motivadamente.
2. POLCIA FEDERAL/CESPE/2004. A reproduo simulada dos fatos ou
reconstituio do crime pode ser determinada durante o inqurito policial,
caso em que o indiciado obrigado a comparecer e participar da
reconstituio, em prol do princpio da verdade real.
3. POLCIA FEDERAL/CESPE/2009. No inqurito policial, o ofendido, ou seu
representante legal, e o indiciado podero requerer qualquer diligncia,
que ser realizada, ou no, a juzo da autoridade.
4. JUIZ SUBSTITUTO TJ/RJ/VUNESP/2012. irrecorrvel o despacho da
autoridade policial que indefere o requerimento de abertura de inqurito.
5. PROMOTOR DE JUSTIA MPE/FCC/2012. Nos crimes processados
mediante ao penal de iniciativa pblica condicionada representao,
necessria a formulao desta para que o inqurito seja instaurado.
1. Incorreto 2. Errado 3.Correto 4.Incorreto 5.Certo
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10. NOTICIA CRIMINIS
a cincia pela autoridade policial da ocorrncia de um fato criminoso (NUCCI, 2008,
p. 152);
o conhecimento, espontneo ou provado, de um suposto fato criminoso.
a) De cognio imediata/espontnea: a autoridade policial toma conhecimento do
crime atravs de suas atividades rotineiras;
b) De cognio mediata: a autoridade policial toma conhecimento do crime
atravs de um expediente escrito (requisio do MP, notcia de qualquer um
do povo; requerimento da vtima)
c) De cognio coercitiva: a autoridade toma conhecimento do fato atravs da
apresentao do indivduo (APF)
Noticia Criminis Inqualificada ou Denncia Annima: Por si s no serve
para fundamentar a instaurao de um inqurito policial. Porm, a partir dela
deve a autoridade policial realizar diligncia preliminares para verificar a
procedncia das informaes e, aps, ento, instaurar o inqurito policial.
STF: EMENTA: HABEAS CORPUS. DENNCIA ANNIMA SEGUIDA DE
INVESTIGAES EM INQURITO POLICIAL. INTERCEPTAES
TELEFNICAS E AES PENAIS NO DECORRENTES DE DENNCIA
ANNIMA. LICITUDE DA PROVA COLHIDA E DAS AES PENAIS
INICIADAS. ORDEM DENEGADA. Segundo precedentes do Supremo
Tribunal Federal, nada impede a deflagrao da persecuo penal pela
chamada denncia annima, desde que esta seja seguida de diligncias
realizadas para averiguar os fatos nela noticiados (86.082, rel. min. Ellen
Gracie, DJe de 22.08.2008; 90.178, rel. min. Cezar Peluso, DJe de 26.03.2010;
e HC 95.244, rel. min. Dias Toffoli, DJe de 30.04.2010). No caso, tanto as
interceptaes telefnicas, quanto as aes penais que se pretende
trancar decorreram no da alegada notcia annima, mas de
investigaes levadas a efeito pela autoridade policial. A alegao de que
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o deferimento da interceptao telefnica teria violado o disposto no art. 2, I e
II, da Lei 9.296/1996 no se sustenta, uma vez que a deciso da magistrada de
primeiro grau refere-se existncia de indcios razoveis de autoria e
imprescindibilidade do monitoramento telefnico. Ordem denegada. (HC
99490, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em
23/11/2010, DJe-020 DIVULG 31-01-2011 PUBLIC 01-02-2011 EMENT VOL-
02454-02 PP-00459)
11. IDENTIFICAO CRIMINAL
Com a CF/1988, a identificao criminal passou a ser exceo, pois o civilmente
identificado no ser submetido a identificao criminal, salvo nas hipteses previstas
em lei (art. 5, LVIII, CF).
HIPTESES
- Se o indivduo no se identificar civilmente, poder ser sujeito a identificao
criminal;
- O Civilmente Identificado no ser submetido identificao criminal, salvo
nas hipteses previstas em lei.
Observao: A Smula 568/STF, segundo o qual a identificao criminal no
constitui constrangimento ilegal, ainda que identificado civilmente, foi
superada pelo art. 5, LVII, da CF.
IDENTIFICAO CRIMINAL: abrange
- Identificao Fotogrfica
- Identificao Datiloscpica
- Identificao do Perfil Gentico
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LEI: - Lei 12.037/09: art. 31
* Quando a identificao for essencial as investigaes policiais, poder
abranger a identificao do perfil gentico, mediante prvia autorizao judicial.
12. INCOMUNICABILIDADE
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado depender sempre de despacho
nos autos e somente ser permitida quando o interesse da sociedade ou a
convenincia da investigao o exigir.
Pargrafo nico. A incomunicabilidade, que no exceder de trs dias, ser
decretada por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade
policial, ou do rgo do Ministrio Pblico, respeitado, em qualquer hiptese, o
disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil
(Lei n. 4.215, de 27 de abril de 1963).
Previso de incomunicabilidade por at 3 dias, por despacho fundamentado do juiz.
Este dispositivo no foi recepcionado pela CF/88, uma vez que a Constituio no
autoriza a incomunicabilidade sequer no Estado de Defesa (art. 136, 3, IV, da CF).
13. INDICIAMENTO
atribuir a algum a autoria de determinada infrao penal na fase do inqurito
policial;
1 Art. 3 Embora apresentado documento de identificao, poder ocorrer identificao criminal
quando: I o documento apresentar rasura ou tiver indcio de falsificao; II o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado; III o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informaes conflitantes entre si; IV a identificao criminal for essencial s investigaes policiais, segundo despacho da autoridade judiciria competente, que decidir de ofcio ou mediante representao da autoridade policial, do Ministrio Pblico ou da defesa; V constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificaes; VI o estado de conservao ou a distncia temporal ou da localidade da expedio do documento apresentado impossibilite a completa identificao dos caracteres essenciais. Pargrafo nico. As cpias dos documentos apresentados devero ser juntadas aos autos do inqurito, ou outra forma de investigao, ainda que consideradas insuficientes para identificar o indiciado.
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Indiciar um juzo de certeza de autoria maior do que suspeito ou investigado.
No cabvel no TCC
MOMENTO:
Realizado durante as investigaes, pois um ato prprio do IP;
STJ: aps o incio do processo (recebimento da denncia) no possvel o
indiciamento;
ESPCIES:
Indiciamento Direto: Na presena do investigado (regra)
Indiciamento Indireto: ocorre quando se trata de investigado ausente
PRESSUPOSTOS:
Elementos informativos quanto a autoria e materialidade
O indiciamento deve ser fundamentado, mediante anlise tcnico-jurdica do
fato, indicando autoria, materialidade e suas circunstncias
ATRIBUIO: Ato Privativo da Autoridade Policial
Art. 2, 6, Lei 12.830/2013: O indiciamento, privativo do delegado de polcia,
dar-se- por ato fundamentado, mediante anlise tcnico-jurdica do fato, que
dever indicar a autoria, materialidade e suas circunstncias.
DESINDICIAMENTO: desconstituio de anterior indiciamento.
Realizado pela prpria polcia ou pelo Poder Judicirio
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SUJEITO PASSIVO: Em regra, qualquer pessoa pode ser indiciada
* No podem ser indiciados: Membros do MP, e Magistrados
**Os titulares de Foro por Prerrogativa de Funo (Deputados, Senadores, etc) no
podem ser investigados nem indiciados sem previa autorizao do Tribunal
competente (STF, Questo de ordem, Inq. 2411)
14. PRAZO
CPP IP Federal
Ru Preso 10 Dias 15 + 15 dias
Ru Solto 30 dias 30 dias
Art. 10. O inqurito dever terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver
sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o
prazo, nesta hiptese, a partir do dia em que se executar a ordem de priso,
ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiana ou sem ela.
Em se tratando de investigado solto, possvel a prorrogao do prazo: art. 10, 3.
Economia Popular Drogas
Ru Preso 10 dias 30 + 30 dias
Ru Solto 10 Dias 90 + 90 dias
Priso Temporria em crimes hediondos e equiparados
(T/T/T)
Ru Preso 30 dias + 30 Dias
Ru Solto No se aplica
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COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS
1. JUIZ SUBSTITUTO TJ/BA/CESPE/2012. Segundo entendimento dos
tribunais superiores, em hiptese nenhuma, admitida a persecuo
penal iniciada com base em denncia annima.
2. DEFENSOR PBLICO AC/2012. Estando o investigado preso, o inqurito
policial deve ser encerrado impreterivelmente no prazo de quinze dias.
1. Incorreto 2. Incorreto
15. CONCLUSO: Relatrio
Art. 10, 1:
- meramente descritivo: relata as providncias tomadas no IP; indicar testemunhas que
no foram inquiridas
O delegado deve se abster de realizar juzos de valores quanto o mrito do caderno
investigativo, pois o titular da ao penal o Ministrio Pblico.
16. DESTINATRIO DOS AUTOS DE IP
So encaminhados ao Poder Judicirio.
cada vez mais comum a expedio de portarias e resolues dos Tribunais
determinado a tramitao direta entre Polcia e Ministrio Pblico, salvo se houver
medidas urgentes que dependem de autorizao judicial (reserva de jurisdio), como
pedido de priso preventiva.
Ao Penal Privada: Permanncia dos autos em cartrio para que o ofendido
tome iniciativa.
Art. 19. Nos crimes em que no couber ao pblica, os autos do inqurito
sero remetidos ao juzo competente, onde aguardaro a iniciativa do ofendido
ou de seu representante legal, ou sero entregues ao requerente, se o pedir,
mediante traslado.
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Ao Penal Pblica: encaminha-se ao MP
17. PROVIDENCIAS DO MP
Ao Penal Pblica:
Oferecer Denncia
Art. 12. O inqurito policial acompanhar a denncia ou queixa, sempre que
servir de base a uma ou outra.
Requisio de Diligncias, desde que indispensveis a formao da
opinio delicti
Art. 16. O Ministrio Pblico no poder requerer a devoluo do inqurito
autoridade policial, seno para novas diligncias, imprescindveis ao
oferecimento da denncia.
Promoo do Arquivamento:
18. ARQUIVAMENTO
Art. 17. A autoridade policial no poder mandar arquivar autos de inqurito.
NATUREZA JURDICA: Deciso Judicial que resulta do consenso entre MP e a
autoridade judiciria.
O arquivamento um procedimento complexo, porque depende de
manifestao do MP e do Juiz.
FUNDAMENTOS:
1. Ausncia dos pressupostos essncias ou das condies da ao
2. Ausncia de lastro probatrio (justa causa) para o oferecimento da denncia
3. Manifesta atipicidade formal/material
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4. Causa Excludente da Ilicitude: legitima defesa, estado de necessidade,
exerccio regular de um direito, estrito cumprimento do dever legal,
consentimento da vtima
5. Causa Excludente da Culpabilidade, salvo inimputabilidade
6. Causa Extintiva da Punibilidade
PROCEDIMENTO:
- MPF pede o arquivamento ao Juiz: Se concorda, homologa o arquivamento.
- MPF pede o arquivamento ao Juiz: Se discorda, aplica o art. 28 CPP
Art. 28. Se o rgo do Ministrio Pblico, ao invs de apresentar a denncia,
requerer o arquivamento do inqurito policial ou de quaisquer peas de
informao, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razes invocadas,
far remessa do inqurito ou peas de informao ao procurador-geral, e este
oferecer a denncia, designar outro rgo do Ministrio Pblico para
oferec-la, ou insistir no pedido de arquivamento, ao qual s ento estar o
juiz obrigado a atender.
Juiz: Exerce a funo anmala de fiscal do Princpio da Obrigatoriedade
PGJ: Justia Estadual
Cmara de Coordenao e Reviso do MPF [2]: Justia Federal
- Oferecimento da Denncia
- Designar outro membro do MP para oferecer a denncia
- Insistir no arquivamento
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RECURSOS CABVEIS NO ARQUIVAMENTO
Via de regra, o arquivamento uma deciso irrecorrvel, no sendo possvel
ao penal privada subsidiria da pblica.
19. DESARQUIVAMENTO
O Desarquivamento do IP a reabertura das investigaes.
E para o desarquivamento necessrio a existncia de PROVAS NOVAS.
PRESSUPOSTO: Notcia de Provas Novas (aquela substancialmente inovadora,
capaz de produzir uma alterao no contexto probatrio)
O desarquivamento realizado pela Autoridade Policial.
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inqurito pela autoridade
judiciria, por falta de base para a denncia, a autoridade policial poder
proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notcia.
STF Smula n 524 - Arquivado o inqurito policial, por despacho do juiz, a
requerimento do Promotor de Justia, no pode a ao penal ser iniciada, sem
novas provas.
20. TRACAMENTO DO INQURITO POLICIAL
O arquivamento do IP resultada do consenso entre MP e o Juiz.
J o Trancamento uma medida de fora que acarreta a extino prematura dos atos
de investigaes quanto a mera tramitao do IP, pois configura constrangimento
ilegal.
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Obs.: O Trancamento medida excepcional.
CASOS:
- Manifesta Atipicidade Formal ou Material da Conduta Delituosa
- Quando j estiver Extinta a Punibilidade (Prescrio ou Decadncia)
COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS
1. POLCIA FEDERA/CESPE/2009. Depois de ordenado o arquivamento do
inqurito pela autoridade judiciria, por falta de base para a denncia, a
autoridade policial no poder proceder a novas pesquisas se de outras provas
tiver notifica, salvo com expresso autorizao judicial.
2. POLICIAL FEDERAL/CESPE/2009. O trmino do inqurito policial
caracterizado pela elaborao de um relatrio e por sua juntada pela autoridade
policial responsvel, que no pode nesse relatrio, indicar testemunhas que no
tiveram sido inquiridas.
3. AGENTE DE POLCIA GO/UEG/2013. Quanto ao inqurito policial, segundo o
Cdigo de Processo Penal: ser arquivado pela autoridade policial, desde que
seja verificada a atipicidade do fato ou esteja presente causa de extino da
punibilidade.
4. INVESTIGADOR DE POLCIA/SP/VUNESP/2013. Caso vislumbre notria
atipicidade da conduta investigada, a autoridade policial poder determinar o
arquivamento dos autos de Inqurito Policial.
1. Incorreto 2. Incorreto 3. Incorreto 4. Incorreto
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PROVA
1. CONCEITO
Tudo aquilo que ser utilizado para influenciar na contribuio do
convencimento do rgo julgador
tudo aquilo que contribui para a formao do convencimento do magistrado,
demonstrando os fatos, atos, ou at mesmo o prprio direito discutido no
litgio. (Nestor Tavora e Rosmar Alencar. Curso de Direito Processual Penal. 7
ed. JusPodivm. Salvador, 2012, p. 376).
o processo pelo qual se verifica a exatido ou a verdade do fato alegado pela
parte do processo (Nucci, 2007, p. 351)
2. FINALIDADE DA PROVA
Convencimento do juiz acerca dos fatos
3. CARACTERSTICA DAS PROVAS
Prova elemento de convico produzido, em regra, durante o processo
judicial, com participao dialtica das partes, sob o manto do contraditrio e
da ampla defesa e mediante uma superviso do rgo julgador.
Art. 155. O juiz formar sua convico pela livre apreciao da prova
produzida em contraditrio judicial, no podendo fundamentar sua deciso
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigao,
ressalvadas as provas cautelares, no repetveis e antecipadas.
Pargrafo nico. Somente quanto ao estado das pessoas sero observadas as
restries estabelecidas na lei civil.
1. Via de regra, produzida na fase judicial
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2. obrigatria a observncia do contraditrio e da ampla defesa, com
participao da defesa tcnica;
3. A prova deve ser produzida na presena do juiz (Princpio da Identidade Fsica)
4. A finalidade da prova auxiliar na formao da convico judicial
Observao: Os elementos informativos, isoladamente considerados, no podem
fundamentar uma sentena penal condenatria. Porm, tais elementos no devem ser
desprezados durante a fase judicial, podendo se somar a prova produzida em juzo
para auxiliar na formao do convencimento do magistrado.
4. PROVAS CAUTELAR, NO REPETVEL E ANTECIPADA
No so expresses sinnimas
PROVA CAUTELAR: So aquelas em que h um risco de desaparecimento do
objeto da prova em razo do lapso temporal. Podem ser produzidas tanto na
fase investigativa como na fase judicial, e para sua produo dependem de
autorizao judicial.
O contraditrio postergado (diferido)
Ex. Intercepo telefnica
PROVA NO REPETVEL: aquela que uma vez produzida no tem como ser
novamente coletada, em virtude do desaparecimento da fonte probatria.
Podem ser produzidas na fase investigatria e na fase judicial, e no
dependem de autorizao judicial.
O contraditrio postergado (diferido).
Ex.: Exame pericial em relao as infraes que cujos vestgios
possam desaparecer, como exame de corpo de delito no crime de leso corporal.
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PROVA ANTECIPADA: aquela produzida com observncia do contraditrio
e da ampla defesa real, em momento processual distinto daquele previsto
processualmente, ou at mesmo antes do incio do processo, em virtude da
urgncia e relevncia.
Dependem de autorizao judicial sendo que o contraditrio ser real
Art. 225 Depoimento Ad Perpetuam Rei Remorium
Art. 225. Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por enfermidade
ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo da instruo criminal j no
exista, o juiz poder, de ofcio ou a requerimento de qualquer das partes,
tomar-lhe antecipadamente o depoimento.
5. CLASSIFICAO DAS PROVAS
PROVA NOMINADA x INOMINADA
NOMINADA: aquela prova em que h previso do nomen juris no CPP ou na
legislao extravagante. Ex: prova testemunhal, documental, reconhecimento de
pessoas
INOMINADA: aquela prova em que o nomen juris no est previsto em lei.
PROVA TPICA x ATPICA
TPICA: aquele meio cujo procedimento probatrio est previsto em lei. Ex: art. 226
(reconhecimento de pessoas e coisas)
ATPICA: o procedimento de produo dessa prova no est disciplinado na lei. Ex:
Reconstituio de fatos (art. 7, est previsto em lei mas no foi disciplinado)
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6. SISTEMA DE AVALIAO DA PROVA
Persuaso Racional ou Convencimento Racional ou Livre Convencimento
motivado: o juiz tem ampla liberdade na valorao das provas, as quais
possuem todas o mesmo valor. Assim, o juiz deve fundamentar sua deciso.
Art. 155. O juiz formar sua convico pela livre apreciao da prova
produzida em contraditrio judicial, no podendo fundamentar sua deciso
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigao,
ressalvadas as provas cautelares, no repetveis e antecipadas.
Pargrafo nico. Somente quanto ao estado das pessoas sero observadas as
restries estabelecidas na lei civil
CONSEQUNCIAS:
- No h prova de valor absoluto: todas as provas tm valor relativo
- Deve o magistrado valorar todas as provas produzidas no processo
- Somente so consideradas vlidas as provas produzidas no processo
PROVAS QUANTO AO ESTADO DAS PESSOAS: pargrafo nico do art. 155
No processo penal vigora a ampla liberdade probatria, podendo as partes
valerem-se das provas inominadas e nominadas;
Quanto ao Estado das Pessoas, a prova est submetida as restries
estabelecidas na lei civil.
Prova da Morte do acusado: certido de bito
Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente vista da
certido de bito, e depois de ouvido o Ministrio Pblico, declarar
extinta a punibilidade.
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STJ Smula n 74: Para efeitos penais, o reconhecimento da
menoridade do ru requer prova por documento hbil.
7. DISPOSIO FINAL
Art. 156. A prova da alegao incumbir a quem a fizer, sendo, porm,
facultado ao juiz de ofcio:
I ordenar, mesmo antes de iniciada a ao penal, a produo antecipada de
provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade,
adequao e proporcionalidade da medida;
II determinar, no curso da instruo, ou antes de proferir sentena, a
realizao de diligncias para dirimir dvida sobre ponto relevante;
COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS
1. DELEGADO DE POLCIA-PR/UEL/2013. O juiz formar sua convico pela
apreciao da prova judicial, estando impedido de fundamentar sua
deciso nos elementos informativos colhidos na investigao.
2. DELEGADO DE POLCIA RJ/FUNCAB/2012. Todos os elementos de
convico (meios de prova) produzidos ou obtidos em sede policial
atravs de inqurito policial so valorveis na sentena, sem a
necessidade de serem reproduzidos na fase de instruo criminal.
3. PROMOTOR DE JUSTIA/MPE/RR/CESPE. No sistema processual
brasileiro, adotada a regra da liberdade probatria, admitindo-se todos
os meios de prova legais e moralmente legtimos, ainda que no
especificados no CPP, sendo a nica restrio probatria o estado das
pessoas.
1. Incorreto 2. Incorreto 3. Correto
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8. PRINCPIOS RELACIONADOS PROVA
a) PRINCPIO DA PRESUNO DE INOCNCIA
Art. 5, LVII, CF: Ningum ser considerado culpado at o transito em julgado
da sentena penal condenatria;
Trs Regras:
- Regra Probatria: nus da prova recai a acusao
- Regra de Tratamento: Excepcionalidade das Prises
O acusado deve ser tratado como inocento, sendo
excepcional as medidas restritivas de direitos
B) PRINCPIO DO NEMU TENETUR SE DETEGERE
Ningum obrigado a produzir (fazer/comportamento ativo) provas contra si mesmo.
o princpio da no auto-incriminao.
Art. 5, LXIII, CF: O preso ser informado de seus direitos, entre os quais o de
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistncia da famlia e de
advogados.
Embora a CF fale em preso, a interpretao desse dispositivo no sentido de
que esse direito pode ser exercido pelo suspeito (algum abordado na rua),
pelo investigado (no inqurito), e pelo acusado (processo penal). Tambm
pode ser exercido pelos investigados em CPIs.
DESDOBRAMENTOS:
1. Advertncia quanto ao direito de no produzir provas contra si mesmo;
- O preso deve receber nota de cincia das garantias constitucionais
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2. Direito ao Silncio ou de Ficar Calado
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da
acusao, o acusado ser informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatrio,
do seu direito de permanecer calado e de no responder perguntas que lhe
forem formuladas.
Pargrafo nico. O silncio, que no importar em confisso, no poder ser
interpretado em prejuzo da defesa.
3. Direito de No ser Constrangido a Confessar a prtica de um ilcito criminal
4. Inexigibilidade do sujeito dizer a verdade
5. Direito de No Praticar Qualquer Comportamento Ativo que possa Incrimin-lo
Ex: Participao na Reconstituio de fato delituoso, Reproduo Simulada dos Fatos,
Fornecer material para Exame Grafotcnico; Exame de sangue
Obs. I: Renato Brasileiro entende que o Reconhecimento do Acusado obrigatrio;
Obs. II: No se enquadraria essa garantia no caso de Provas No Invasivas, em que
no h penetrao do corpo humano ou extrao de parte dele, como no exame do
lixo de algum, exame de matrias fecais, fio de cabelo.
9. PROVAS ILCITAS
O Direito prova no tem natureza absoluta, motivo pelo qual esto proibidas as
provas ilcitas.
H regras processuais para a produo da prova.
Art. 5, LVI: So inadmissveis, no processo, as provas obtidas por meios
ilcitos
FUNDAMENTOS:
- Tutela e proteo dos direitos fundamentais
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- Dissuadir as autoridades quanto s prticas probatrias ilegais
CONCEITO:
Prova ilegal: aquela obtida por meio de violao de normas legais ou de
princpios gerais do ordenamento, de natureza material ou processual. gnero que
contempla a Prova Ilcita e a Prova Ilegtima.
Prova Ilcita:
- a prova obtida mediante violao as Regras de Direito Material
Ex. Confisso mediante tortura
- A prova ilcita obtida fora do processo (extraprocessual)
- Gera o direito de excluso do processo (desentranhamento)
Prova Ilegtima:
- a prova obtida mediante violao as Regras de Direito Processual
Ex. Laudo assinado por apenas um perito no oficial
- A prova ilcita obtida dentro do processo (endoprocessual)
- O tratamento da prova ilegtima sujeita-se a teoria das nulidades
Ateno para a nova redao do art. 157 CPP:
Art. 157. So inadmissveis, devendo ser desentranhadas do processo, as
provas ilcitas, assim entendidas as obtidas em violao a normas
constitucionais ou legais.
LFG: diante dessa redao, qualquer violao ser prova ilcita
Ada Pelegrine Grinover: continua separando as provas ilcitas das ilegtimas
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10. PROVA ILCITA POR DERIVAO: Teoria dos Frutos da rvore Envenada
o meio probatrio que, no obstante produzido validamente, num momento
posterior, encontra-se afetado pelo vcio da ilicitude originria que a eles se
transmite, contaminando-os por meio da repercusso causal.
1o So tambm inadmissveis as provas derivadas das ilcitas, salvo
quando no evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou
quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das
primeiras.
LIMITAO DA PROVA ILCITA POR DERIVAO:
Quando no Evidenciado o Nexo de Causalidade
Obtidas por Fonte Indepentente
Admite-se a Prova Ilcita apenas em benefcio do ru
COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS
1. POLCIA FEDERAL/CESPE/2009. Com base no direito processual penal,
julgue os itens que se seguem: Como o sistema processual penal brasileiro
assegura ao investigado o direito de no produzir provas contra si mesmo, a ele
conferida a faculdade de no participar de alguns atos investigativos, como,
por exemplo, da reproduo simulada dos fatos e do procedimento de
identificao datiloscpica e de reconhecimento, alm do direito de no fornecer
material para comparao em exame pericial.
2. INVESTIGADOR DE POLCIA SP/VUNESP/2013. So admissveis no processo
penal as provas derivadas das ilcitas, salvo quando no evidenciado o nexo de
causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas
por uma fonte independente das primeiras.
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3. INVESTIGADOR DE POLCIA SP/VUNESP/2013. Para anlise da
admissibilidade das provas derivadas das ilcitas, considera-se fonte
independente aquela que por si s, seguindo os trmites tpicos e de praxe,
prprios da investigao criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da
prova.
1. Incorreto 2. Incorreto 3. Correto
PROVAS EM ESPCIE
21. EXAMES PERICIAIS
o exame procedido por pessoa que tenha conhecimento tcnico, cientfico
ou domnio especfico em determinada rea do conhecimento. Afinal, no
sendo o magistrado especialista em todas as reas do saber, vale-se dos
peritos para auxili-lo (TAVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar R.Curso de
Direito Processual Penal. 7 ed. Salvador: JusPodvim, 2012, p. 402)
Em regra, a autoridade policial pode determinar a realizao de qualquer
percia no curso do inqurito policial, com exceo do exame de sanidade
mental.
a) PERITO OFICIAL E NO-OFICIAL
O perito um auxiliar do juzo, dotado de conhecimento tcnico cientfico especfico,
tendo como funo examinar o corpo de delito.
PERITO OFICIAL:
- Deve ser portador de diploma de curso superior
- investido na funo por lei: um funcionrio pblico de carreira
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- 1 nico perito oficial por percia
PERITO NO OFICIAL:
- Deve ser portador de diploma de curso superior, PREFERENCIALMENTE na
rea especfica;
- pessoa nomeada pelo juzo ou pela autoridade policial para realizar
determinada percia
- Deve prestar o compromisso de bem desempenhar a sua funo
- 2 peritos no oficiais por percia
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras percias sero realizados por
perito oficial, portador de diploma de curso superior.
1o Na falta de perito oficial, o exame ser realizado por 2 (duas) pessoas
idneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na rea
especfica, dentre as que tiverem habilitao tcnica relacionada com a
natureza do exame.
2o Os peritos no oficiais prestaro o compromisso de bem e fielmente
desempenhar o encargo.
Quando a PERCIA FOR COMPLEXA, isto , abranja mais de uma rea de
conhecimento tcnico, ser possvel a designao de mais de um perito
oficial.
Art. 157, 7o Tratando-se de percia complexa que abranja mais de uma rea
de conhecimento especializado, poder-se- designar a atuao de mais de um
perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente tcnico.
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b) QUESITOS E ASSISTENTE TCNICO
QUESITOS: MP, assistente da acusao, ofendido, querelante e o ru podero
formular quesitos ao perito.
ASSISTENTE TCNICO:
um auxiliar das partes; e, por conseqncia, tem uma funo evidentemente
parcial.
No considerado funcionrio pblico
No comente o crime de falsa percia
Obs.I: O perito um auxiliar do juzo e tem o dever de ser imparcial;
Tanto o perito oficial, como o perito no-oficial, so funcionrios pblicos,
mesmo que para fins penais, e podem cometer o crime falsa percia.
MOMENTO DE INGRESSO: Ser possvel durante o curso do processo judicial;
aps sua admisso pelo juiz; e, aps, elaborao do laudo pelos peritos oficiais.
Art. 159
3o Sero facultadas ao Ministrio Pblico, ao assistente de acusao, ao
ofendido, ao querelante e ao acusado a formulao de quesitos e indicao de
assistente tcnico.
4o O assistente tcnico atuar a partir de sua admisso pelo juiz e aps a
concluso dos exames e elaborao do laudo pelos peritos oficiais, sendo as
partes intimadas desta deciso.
5o Durante o curso do processo judicial, permitido s partes, quanto
percia:
I requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para
responderem a quesitos, desde que o mandado de intimao e os quesitos
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ou questes a serem esclarecidas sejam encaminhados com antecedncia
mnima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo
complementar;
II indicar assistentes tcnicos que podero apresentar pareceres em prazo a
ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audincia.
6o Havendo requerimento das partes, o material probatrio que serviu de
base percia ser disponibilizado no ambiente do rgo oficial, que manter
sempre sua guarda, e na presena de perito oficial, para exame pelos
assistentes, salvo se for impossvel a sua conservao.
Art. 176. A autoridade e as partes podero formular quesitos at o ato da
diligncia.
c) REALIZAO DA PERCIA: Laudo
Com a realizao da percia, produzido o laudo pericial, que deve englobar tudo o
que foi analisado pelo perito. O laudo datilografado e subscrito pela autoridade que o
produziu.
d) PRAZO
10 dias, podendo ser prorrogado.
Art. 160. Os peritos elaboraro o laudo pericial, onde descrevero
minuciosamente o que examinarem, e respondero aos quesitos formulados.
Pargrafo nico. O laudo pericial ser elaborado no prazo mximo de 10
dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a
requerimento dos peritos.
d) SISTEMA DE APRECIO DO LAUDO PERICIAL
Adota-se o sistema liberatrio, isto , o juiz pode aceitar ou rejeitar o laudo pericial,
uma vez que o ordenamento jurdico adotou o sistema do livre convencimento
motivado.
Art. 182. O juiz no ficar adstrito ao laudo, podendo aceit-lo ou rejeit-lo, no
todo ou em parte.
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Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade
policial negar a percia requerida pelas partes, quando no for necessria ao
esclarecimento da verdade.
22. EXAME DE CORPO DE DELITO
CORPO DE DELITO o conjunto de vestgios materiais deixados pela infrao,
podendo ser a prpria materialidade do delito.
Ex: mancha de sangue no local do crime, leses corporais, porta arrombada no caso
de furto.
Porm, nem toda infrao deixa vestgios. Assim, a doutrina divide as infraes em:
Transeuntes: no deixam vestgios. Ex.: Injria verbal
No Transeuntes: deixam vestgios. Ex.: Homicdio.
Para as infraes No-Transeuntes existem o Exame de Corpo de Delito.
EXAME DE CORPO DE DELITO: a percia que tem por objeto o prprio
corpo de delito.
Nas infraes que deixam vestgios, ser indispensvel o exame de corpo
de delito.
Pode ser determinado tanto pela autoridade policial como pelo juiz.
Art. 158. Quando a infrao deixar vestgios, ser indispensvel o exame de
corpo de delito, direto ou indireto, no podendo supri-lo a confisso do
acusado.
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a) ESPCIE:
Exame de Corpo de Delito DIRETO: aquele em que os peritos dispem do
prprio corpo de delito (materialidade) para analisar.
Ex.: A vtima que comparece ao IML aps a agresso
Exame de Corpo de Delito INDIRETO:
Corrente Majoritria: quando no for possvel a realizao do exame direto em
virtude do desaparecimento dos vestgios, a prova testemunhal ou documental
poder suprir sua essncia.
- no h laudo pericial, mas to somente prova documental ou testemunhal suprindo a
ausncia do exame de corpo de delito.
Art. 167. No sendo possvel o exame de corpo de delito, por haverem
desaparecido os vestgios, a prova testemunhal poder suprir-lhe a falta.
Obs.I: O exame de corpo de delito por ser realizado em qualquer dia e qualquer
horrio.
Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a
infrao, a autoridade providenciar imediatamente para que no se altere o
estado das coisas at a chegada dos peritos, que podero instruir seus laudos
com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos.
Pargrafo nico. Os peritos registraro, no laudo, as alteraes do estado
das coisas e discutiro, no relatrio, as conseqncias dessas alteraes na
dinmica dos fatos.
Obs. II: Em regra, o laudo pericial no obrigatrio para ajuizamento da ao penal,
pois pode ser juntando ao longo do processo.
H duas excees:
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- Laudo provisrio de constatao da natureza da droga: laudo firmado por
perito ou pessoa idnea. O laudo definitivo dever ser firmado por 2 peritos oficiais;
- Crimes contra a propriedade imaterial:
Obs.III:
- No delito previsto no art. 7, IX, da Lei 8.137/90 (crimes contra a ordem
tributria, econmica e contra as relaes de consumo) Mercadoria imprpria ao
consumo necessrio o exame de corpo de delito.
- No caso de porte ilegal de munio ou arma de fogo, o STF entendeu por
desnecessria a realizao de percia para a configurao do crime.
COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS
1. POLCIA FEDERAL/CESPE/2012. Com base no direito processual penal, julgue os
itens que se seguem. De acordo com inovaes na legislao especfica, a
percia dever ser realizada por apenas um perito oficial, portador de diploma de
curso superior; contudo, caso no haja, na localidade, perito oficial, o exame
poder ser realizado por duas pessoas idneas, portadoras de diploma de curso
superior, preferencialmente na rea especfica. Nessa ltima hiptese, sero
facultadas a participao das partes, com a formulao de quesitos, e a
indicao de assistente tcnico, que poder apresentar pareceres, durante a
investigao policial, em prazo mximo a ser fixado pela autoridade policial.
2. DELEGADO DE POLCIA-PR/UEL/2013. Quando a infrao deixar vestgios,
ser indispensvel o exame de corpo de delito, mediante a confisso do
acusado.
3. DELEGADO DE POLCIA-PR/UEL/2013. O laudo pericial ser elaborado no
prazo mximo de dez dias, podendo ser prorrogado, em casos excepcionais, a
requerimento dos peritos.
1. Incorreto 2. Incorreto 3. Correto
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23. EXAME NECROSCPICO
o exame realizado no cadver objetivando a indicao da causa mortes (anlise
interna e externa do cadver)
Art. 162. A autpsia ser feita pelo menos seis horas depois do bito, salvo se
os peritos, pela evidncia dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita
antes daquele prazo, o que declararo no auto.
Pargrafo nico. Nos casos de morte violenta, bastar o simples exame
externo do cadver, quando no houver infrao penal que apurar, ou quando
as leses externas permitirem precisar a causa da morte e no houver
necessidade de exame interno para a verificao de alguma circunstncia
relevante.
Art. 164. Os cadveres sero sempre fotografados na posio em que forem
encontrados, bem como, na medida do possvel, todas as leses externas e
vestgios deixados no local do crime.
Art. 165. Para representar as leses encontradas no cadver, os peritos,
quando possvel, juntaro ao laudo do exame provas fotogrficas, esquemas
ou desenhos, devidamente rubricados.
24. EXUMAO
Entende-se por exumar desenterrar o cadver.
As vezes necessrio para identificar a real causa da morte, ou, as circunstncias que
teria ocorrido, ou identificar a pessoa que se encontra sepultada.
Art. 163. Em caso de exumao para exame cadavrico, a autoridade
providenciar para que, em dia e hora previamente marcados, se realize a
diligncia, da qual se lavrar auto circunstanciado.
Pargrafo nico. O administrador de cemitrio pblico ou particular indicar o
lugar da sepultura, sob pena de desobedincia. No caso de recusa ou de falta
de quem indique a sepultura, ou de encontrar-se o cadver em lugar no
destinado a inumaes, a autoridade proceder s pesquisas necessrias, o
que tudo constar do auto.
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Art. 166. Havendo dvida sobre a identidade do cadver exumado, proceder-
se- ao reconhecimento pelo Instituto de Identificao e Estatstica ou
repartio congnere ou pela inquirio de testemunhas, lavrando-se auto de
reconhecimento e de identidade, no qual se descrever o cadver, com todos
os sinais e indicaes.
Pargrafo nico. Em qualquer caso, sero arrecadados e autenticados todos
os objetos encontrados, que possam ser teis para a identificao do cadver.
25. EXAME GRAFOTCNICO
O exame caligrfico ou grafotcnico se presta a identificar a autoria de
determinado documento, reconhecendo o responsvel pelo escrito, o que se faz por
comparao das letras (TAVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar R.Curso de Direito
Processual Penal. 7 ed. Salvador: JusPodvim, 2012, p. 412)
Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por comparao de
letra, observar-se- o seguinte:
I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito ser intimada para
o ato, se for encontrada;
II - para a comparao, podero servir quaisquer documentos que a dita
pessoa reconhecer ou j tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu
punho, ou sobre cuja autenticidade no houver dvida;
III - a autoridade, quando necessrio, requisitar, para o exame, os
documentos que existirem em arquivos ou estabelecimentos pblicos, ou
nestes realizar a diligncia, se da no puderem ser retirados;
IV - quando no houver escritos para a comparao ou forem insuficientes os
exibidos, a autoridade mandar que a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se
estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta ltima diligncia poder ser
feita por precatria, em que se consignaro as palavras que a pessoa ser
intimada a escrever.
26. EXAME DE LESES CORPORAIS
As leses corporais so classificadas em leves, graves e gravssimas.
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Se no primeiro exame pericial tiver sido incompleto ou insuficiente para precisar a real
gravidade da leso, ser realizado o exame complementar.
Ex.: Leses corporais que resulta a incapacidade para as ocupaes habituais por
mais de 30 dias.
Art. 168. Em caso de leses corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido
incompleto, proceder-se- a exame complementar por determinao da
autoridade policial ou judiciria, de ofcio, ou a requerimento do Ministrio
Pblico, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.
1o No exame complementar, os peritos tero presente o auto de corpo de
delito, a fim de suprir-lhe a deficincia ou retific-lo.
2o Se o exame tiver por fim precisar a classificao do delito no art. 129,
1o, I, do Cdigo Penal, dever ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias,
contado da data do crime.
3o A falta de exame complementar poder ser suprida pela prova
testemunhal
27. PERCIA EM INCNDIO
Art. 173. No caso de incndio, os peritos verificaro a causa e o lugar em que
houver comeado, o perigo que dele tiver resultado para a vida ou para o
patrimnio alheio, a extenso do dano e o seu valor e as demais
circunstncias que interessarem elucidao do fato.
28. PERICIA LABORITORIAL
- Em razo da especificidade do assunto, necessria a realizao de percia tcnica
em laboratrio.
Art. 170. Nas percias de laboratrio, os peritos guardaro material suficiente
para a eventualidade de nova percia. Sempre que conveniente, os laudos
sero ilustrados com provas fotogrficas, ou microfotogrficas, desenhos ou
esquemas.
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29. EXAME DOS INSTRUMENTOS DA INFRAO
Os instrumentos utilizados para o cometimento do crime devem ser periciados para
identificar-se sua natureza (arma de fogo, arma branca) e eficincia (aptido para
provar o resultado lesivo).
Se o meio empregado for ineficaz, estaremos diante de um crime impossvel.
Art. 175. Sero sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prtica
da infrao, a fim de se Ihes verificar a natureza e a eficincia.
30. EXAME NA DESTRUIO ou ROMPIMENTO DE OBSTCULO OU
ESCALADA
Art. 171. Nos crimes cometidos com destruio ou rompimento de obstculo a
subtrao da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, alm de descrever os
vestgios, indicaro com que instrumentos, por que meios e em que poca
presumem ter sido o fato praticado.
31. AVALIAO
As coisas destrudas, deterioradas ou que constituam produto do crime devem ser
avaliadas atravs de percia.
Ex: Incidncia do Princpio da Insignificncia
Ex. Furto de Pequeno Valor ou Estelionato de Pequeno valor
Art. 172. Proceder-se-, quando necessrio, avaliao de coisas destrudas,
deterioradas ou que constituam produto do crime.
Pargrafo nico. Se impossvel a avaliao direta, os peritos procedero
avaliao por meio dos elementos existentes nos autos e dos que resultarem
de diligncias.
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32. DEMAIS DISPOSIES NORMATIVAS
Art. 177. No exame por precatria, a nomeao dos peritos far-se- no juzo
deprecado. Havendo, porm, no caso de ao privada, acordo das partes, essa
nomeao poder ser feita pelo juiz deprecante.
Pargrafo nico. Os quesitos do juiz e das partes sero transcritos na
precatria.
Art. 180. Se houver divergncia entre os peritos, sero consignadas no auto
do exame as declaraes e respostas de um e de outro, ou cada um redigir
separadamente o seu laudo, e a autoridade nomear um terceiro; se este
divergir de ambos, a autoridade poder mandar proceder a novo exame por
outros peritos.
Art. 181. No caso de inobservncia de formalidades, ou no caso de omisses,
obscuridades ou contradies, a autoridade judiciria mandar suprir a
formalidade, complementar ou esclarecer o laudo.
Pargrafo nico. A autoridade poder tambm ordenar que se proceda a novo
exame, por outros peritos, se julgar conveniente.
33. CONFISSO
Confessar reconhecer a autoria da imputao ou dos fatos objeto da
investigao preliminar por aquele que est no polo passivo da persecuo
penal. Como o ru defende-se dos fatos, estes que podem ser objeto da
confisso. (TAVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar R.Curso de Direito
Processual Penal. 7 ed. Salvador: JusPodvim, 2012, p. 484)
NATUREZA JURDICA:
Meio de Prova
VALOR DA CONFISSO:
No existe hierarquia entre as provas, sendo a confisso mais um meio
probatrio (deve ser confrontado com as demais provas do processo)
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Art. 197. O valor da confisso se aferir pelos critrios adotados para os
outros elementos de prova, e para a sua apreciao o juiz dever confront-la
com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe
compatibilidade ou concordncia.
Art. 198. O silncio do acusado no importar confisso, mas poder constituir
elemento para a formao do convencimento do juiz (tacitamente revogado)
CLASSIFICAO:
Confisso Simples: o acusado confessa a prtica do delito sem invocar
qualquer tese de defesa.
Confisso Qualificada: o acusado confessa a prtica do delito, mas algum
algum fato modificativo, impeditivo e extintivo.
Confisso Extrajudicial: aquela feita fora do processo e sem contraditrio e
ampla defesa.
Confisso Judicial: aquela realizada em juzo, com observncia do
contraditrio e ampla defesa
CARACTERSTICAS:
- Retratabilidade
- Divisibilidade
- Ato personalssimo
Art. 200. A confisso ser divisvel e retratvel, sem prejuzo do livre
convencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto.
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34. OFENDIDO
O ofendido titular do direito lesado ou posto em perigo, a vtima, sendo que
suas declaraes, indicando a verso que lhe cabe dos fatos, tm natureza
probatria (TAVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar R.Curso de Direito
Processual Penal. 7 ed. Salvador: JusPodvim, 2012, p. 485)
O ofendido no testemunha; portanto, no presta o compromisso de dizer
a verdade.
o primeiro a ser ouvido na audincia de instruo e julgamento
NATUREZA JURDICA
Meio de Prova, mas deve ser analisado com cautela
REPERCUSSO PROCESSUAL:
1. Deve ser comunicado dos autos processuais de ingresso e sada do acusado
da priso, designao da data para audincia e sentena e respectivos
acrdos. As comunicaes sero feitas no endereo indicado por ele,
podendo ser utilizado o meio eletrnico;
2. Lugar separado antes da audincia e durante sua realizao;
3. Encaminhamento judicial a atendimento multidisciplinar;
4. Retirada do ru da sala para que o ofendido preste declaraes;
Art. 201. Sempre que possvel, o ofendido ser qualificado e perguntado sobre
as circunstncias da infrao, quem seja ou presuma ser o seu autor, as
provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas declaraes.
1o Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo, o
ofendido poder ser conduzido presena da autoridade.
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2o O ofendido ser comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e
sada do acusado da priso, designao de data para audincia e
sentena e respectivos acrdos que a mantenham ou modifiquem.
3o As comunicaes ao ofendido devero ser feitas no endereo por ele
indicado, admitindo-se, por opo do ofendido, o uso de meio eletrnico.
4o Antes do incio da audincia e durante a sua realizao, ser reservado
espao separado para o ofendido.
5o Se o juiz entender necessrio, poder encaminhar o ofendido para
atendimento multidisciplinar, especialmente nas reas psicossocial, de
assistncia jurdica e de sade, a expensas do ofensor ou do Estado.
6o O juiz tomar as providncias necessrias preservao da intimidade,
vida privada, honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar o
segredo de justia em relao aos dados, depoimentos e outras informaes
constantes dos autos a seu respeito para evitar sua exposio aos meios de
comunicao.
COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS
1. POLCIA FEDERAL/CESPE/2009. Com base no direito processual penal, julgue os
itens que se seguem. O sistema processual vigente prev tratamento especial ao
ofendido, especialmente no que se refere ao direito de ser ouvido em juzo e de
ser comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e sada do
acusado da priso, designao de data para audincia e sentena e
respectivos acrdos. Alm disso, ao ofendido conferido o direito da
preservao da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem, o que,
entretanto, no obsta a acareao entre ele e o acusado.
2. JUIZ SUBSTITUTO-TJ/GO/2012. Em relao prova no processo penal,
correto afirmar que a confisso divisvel e retratvel;
1. Correto 2. Correto
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35. INTERROGATRIO
O interrogatrio o ato pelo qual o juiz ouve o acusado sobre a imputao que lhe
feita pela acusao. Nesse ato, o acusado ouvido sobre sua pessoa e sobre os
fatos.
O interrogatrio a fase da persecuo penal que permite ao suposto autor da
infrao esboar a sua verso dos fatos, exercendo, se desejar, a autodefesa.
Ter o imputado contato com a autoridade, o que lhe permite indicar provas,
confessar a infrao, delatar outros autores, apresentar teses defensivas que
entenda pertinente, ou valer-se, se lhe for conveniente, do direito de silncio.
(TAVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar R.Curso de Direito Processual Penal. 7
ed. Salvador: JusPodvim, 2012, p. 417)
a) NATUREZA JURDICA
Meio de defesa, sendo exerccio da ampla defesa (Autodefesa: direito de audincia e
direito de presena art. 5, LV, CF)
b) MOMENTO DE REALIZAO
ltimo ato da instruo processual, via de regra
Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciria, no curso
do processo penal, ser qualificado e interrogado na presena de seu
defensor, constitudo ou nomeado.
Art. 196. A todo tempo o juiz poder proceder a novo interrogatrio de ofcio ou
a pedido fundamentado de qualquer das partes
c) CARACTERSTICAS
- Trata de um ato personalssimo
- presidido pelo juiz
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- Sujeito ao Contraditrio
Art. 188. Aps proceder ao interrogatrio, o juiz indagar das partes se restou
algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se
o entender pertinente e relevante.
- O acusado assistido tecnicamente pelo defensor
Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciria, no curso
do processo penal, ser qualificado e interrogado na presena de seu
defensor, constitudo ou nomeado.
- O acusado, antes do interrogatrio, tem direito a entrevista prvia e reservada com o
defensor
- Ato Pblico
- Ato Oral e Individual
Observaes
- : Em relao ao menor de 21 anos no necessrio nomear curador.
- : Havendo mais de um acusado sero interrogados separadamente
d) REALIZAO DO ATO
O interrogatrio composto de duas partes: Pessoa do Acusado e Fatos
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da
acusao, o acusado ser informado pelo juiz, antes de iniciar o
interrogatrio, do seu direito de permanecer calado e de no responder
perguntas que lhe forem formuladas.
Pargrafo nico. O silncio, que no importar em confisso, no poder ser
interpretado em prejuzo da defesa.
Art. 187. O interrogatrio ser constitudo de duas partes: sobre a pessoa do
acusado e sobre os fatos.
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