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Noções de Direito Processual Penal - PF: Agente de Polícia - 2014

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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

Caros alunos,

Iniciamos nossa preparação para o concurso de Agente de Polícia Federal. É o

momento de preparação.

Este material é complementar as aulas disponibilizadas pelo Aprova

Concursos. Nesse material, há um pequeno resumo dos assuntos mais cobrados nas

provas da Polícia Federal.

É importante que vocês assistam as aulas, leiam este material, a legislação

seca e respondam exercícios. Vocês devem, também, fazer revisões constantes das

matérias já estudas.

Nosso objetivo é obter a sua aprovação. E para isso, toda a equipe do Aprova

Concursos está sua disposição.

Bons estudos!

Um abraço,

Prof. Wisley

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PLANO DE AULAS

Aula Tema da aula

Aula 01 Inquérito Policial

Aula 02 Inquérito Policial

Aula 03 Inquérito Policial

Aula 04 Inquérito Policial

Aula 05 Inquérito Policial

Aula 06 Prova

Aula 07 Prova

Aula 08 Prova

Aula 09 Prova

Aula 10 Prova

Aula 11 Prova

Aula 12 Prisões

Aula 13 Prisões

Aula 14 Prisões

Aula 15 Prisões

Aula 16 Prisões

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INQUÉRITO POLICIAL

1. CONCEITO

É o procedimento administrativo inquisitivo e preparatório, presidido pela autoridade

policial com o objetivo de colher elementos de informação quanto à autoria e

materialidade de infração penal, a fim de se permitir que o titular da ação penal possa

ingressar em juízo.

2. NATUREZA JURÍDICA

Procedimento administrativo, pois dele não resulta a imposição direta de nenhuma

sanção.

PERSECUÇÃO CRIMINAL: Atividade desenvolvida pelo Estado para impor

uma sanção a alguém.

Contempla a 1ª fase Investigativa e a 2ª fase Judicial.

Vícios do Inquérito contaminam o Processo? Eventuais vícios constantes no

Inquérito Policial não contaminam de nulidade o processo a que der origem,

salvo se trata de provas ilícitas, em eventual ilicitude por derivação.

Súmula 444 STJ: É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais

em curso para agravar a pena base.

Súmula 397 STF: O poder de polícia da câmara dos deputados e do senado

federal, em caso de crime cometido em suas dependências, compreende,

consoante seu regimento, a prisão em flagrante do acusado e a realização do

inquérito.

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Súmula 234 STJ: A participação de membro do Ministério Público na fase

investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o

oferecimento da denúncia.

3. FINALIDADE

Colheita de elementos de informação quanto à autoria e materialidade da infração

penal. E contribui, também, para decretação de medidas cautelares, como a prisão

preventiva.

Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova

produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão

exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação,

ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

* ELEMENTOS INFORMATIVOS:

É aquele colhido na fase investigativa

Não é obrigatória a observância do contraditório e da ampla defesa

O juiz só intervém quando necessário e desde que provocado

Objetivo: são úteis para a decretação de medidas cautelares e servem para a

formação da convicção do titular da ação penal (opinio delicti)

Art. 155 – “exclusivamente”: Elementos informativos, isoladamente

considerados, não podem fundamentar uma sentença. Porém, tais elementos

não devem ser desprezados durante a fase judicial, podendo somar-se a prova

judicial produzida para auxiliar a convicção do juízo (STF, HC 83.348, Rel.

Joaquim Barbosa).

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*PROVA:

Via de regra, é produzida na fase judicial, mediante o contraditório e ampla

defesa.

A prova é produzida na presença do juiz: vigora o princípio da identifica física

do juiz (art. 399, §2º, CPP)

A finalidade é auxiliar na formação da convicção do juízo

Durante o curso do processo o juiz é dotado de iniciativa probatória exercida de

maneira residual

Provas Cautelares, Não Repetíveis e Antecipadas são provas e podem ser

produzidas no curso do inquérito policial, uma vez que o contraditório é

exercido de modo postergado/diferido ou até mesmo real (este, no caso da

prova antecipada), por meio do exame das referidas provas durante a

instrução.

COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS

1. JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PI. O membro do MP possui legitimidade para

proceder, diretamente, à colheita de elementos de convicção para subsidiar a

propositura de ação penal, incluindo-se a presidência do inquérito policial.

2. AGU – 2010/CESPE. Embora o inquérito policial tenha natureza de

procedimento informativo, e não de ato de jurisdição, os vícios nele existentes

podem contaminar a ação penal subsequente, com base na teoria norte-

americana dos frutos da árvore envenenada, ou “fruits of the poisonouss ter”.

1. Incorreta 2. Incorreta

4. PRESIDÊNCIA DO INQUÉRITO POLICIAL

O Inquérito Policial é presidido pela Autoridade Policial.

AUTORIDADE POLICIAL: Funções de Polícia Judiciária + Polícia Investigativa

Polícia Judiciária: É a que auxilia o Poder Judiciário no cumprimento de

mandados de busca a apreensão, prisão, etc.

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Polícia Investigativa: É a que atua na apuração das infrações penais e de sua

autoria.

Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território

de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações

penais e da sua autoria.

Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de

autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.

Art. 107. Não se poderá opor suspeição às autoridades policiais nos atos

do inquérito, mas deverão elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer

motivo legal.

5. LEI 12.830/2013

Essa Lei dispôs sobre a Investigação Criminal conduzida pelo Delegado de Polícia.

Disciplinou no art. 2º, §1º que o delegado de polícia é a autoridade policial e

que lhe cabe a condução da investigação criminal por meio do inquérito policial

ou outro procedimento previsto em Lei.

ADI 5043, com pedido de Liminar: - PGR – 12/09/2013

Relator Min. Luiz Fux

Segundo a PGR, o art. 2º, parágrafo §1º, da lei induz a interpretação de que a

condução de qualquer procedimento investigatório de natureza criminal será atribuição

exclusiva da autoridade policial. Essa norma e interpretação afrontam o art. 129, VI,

da CF .

- Amicus Curiae: Federação Nacional dos Policiais Federais - FENAPEF

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6. TERMO CIRCUNSTANCIADO DE CONDUTA

Procedimento investigatório de infrações de menor potencial ofensivo.

“Previsto para os crimes de menor potencial ofensivo, é uma peça despida de

rigor formar, contendo breve e sucinta narrativa que descreve sumamente os

fatos e indica os envolvidos e eventuais testemunhas, devendo ser remetido,

incontinente aos Juizados Especiais Criminais” (TÁVORA, Nestor; ALENCAR,

Rosmar Rodrigues. Curso de Direito Processual Penal. 7 ed. Salvador:

JusPodivm, 2012, p. 145).

Infração de Menor Potencial Ofensivo: são as contravenções penais e

crimes com pena máxima não superior a dois anos, apenados ou não com

multa. E sob enfoque processual penal, são submetidos (ou não) a

procedimento especial, ressalvadas às hipóteses de violência doméstica e

familiar contra a mulher.

7. ATRIBUIÇÃO PARA O INQUÉRITO POLICIAL

- Depende do Crime Praticado

Crime Militar de Competência da Justiça Militar da União: - Forças Armadas:

Oficial encarregado IPM

Crime Militar de Competência da Justiça Militar Estadual: PM-Bombeiros:

Oficial encarregado IPM

Crime Eleitoral: Polícia Federal

Observação: O TSE, nas localidades em que não há Polícia Federal, permite que os

crimes eleitorais possam ser investigados pela Polícia Civil.

Crime Federal: Polícia Federal

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- art. 109, CF

Hipóteses: SOMENTE CRIMES

a) Crimes Contra União, Autarquias Federais, Empresas Públicas Federais

(administração direta e indireta)

Ex.: Crime contra o Ministério da Justiça, INSS, Banco Central do Brasil (Bacen),

Ibama, Receita Federal (Crimes contra a ordem Tributária), Ordem Previdenciária,

Contrabando, Descaminho, CEF, ECT, BNDES, Casa da Moeda do Brasil

Observações:

I – Crime contra Sociedade de Economia Mista (Banco do Brasil, Petrobrás), a

competência é da Justiça Comum Estadual.

Ver. Súmula 42 STJ

II – SE o crime é praticado contra uma agência dos correios FRANQUEADA, a

competência é da Justiça Comum.

b) Tráfico Internacional/Exterior: STF, S. 522

c) Crime praticado CONTRA funcionário público federal; ou POR funcionário

Público Federal, todos no exercício das funções;

d) Crime à distância

e) Crime praticado a bordo de navio ou avião

f) Crime contra o sistema financeiro nacional

g) Crime de permanência de estrangeiro

h) Crime contra os Direitos Indígenas, assim considerados em sua coletividade

i) Crime contra a organização do trabalho (coletividade)

Crime Comum de Competência da Justiça Estadual: Polícia Civil

Observação:

A Polícia Federal investigará crime comum da Justiça Federal, desde que

tenha repercussão interestadual ou internacional que exija repercussão

uniforme;

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Rol Exemplificativo: Ver Lei 10.446/02

Não impede que os órgãos estaduais continuem investigando os delitos.

Uma vez que o inquérito policial é procedimento administrativo, ainda que

presidido pela autoridade desprovida de atribuições, não impede o

oferecimento da peça acusatória.

COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS

3. DELEGADO DE POLÍCIA-PR/UEL/2013. A polícia judiciária será exercida

pelas autoridades policiais em todo território nacional, independente de

circunscrição, com o fim de apurar as infrações penais e sua autoria.

4. PROCURADOR BACEN/2009. Com relação ao inquérito policial, é

presidido pela autoridade policial, da chamada polícia judiciária, pois atua

em face do fato criminoso já ocorrido.

3. Incorreta 4. Correta

8. CARACTERÍSTICAS

ESCRITO: O inquérito, por determinação legal, deve ser escrito. Os atos orais

devem ser reduzidos a termo.

Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado,

reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela

autoridade.

DISPENSÁVEL: se o titular da ação penal contar com elementos informativos

obtidos a partir de procedimento investigatório diverso do inquérito, ele poderá

ser dispensado.

O inquérito não é imprescindível para o ajuizamento da ação penal.

Caso seja ajuizada a ação penal com base no IP, este deve acompanhar a

denúncia.

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PEÇAS DE INFORMAÇÃO: Todo e qualquer procedimento que contenha

elementos informativos diversos do Inquérito Policial.

Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Ministério

Público, nos casos em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por escrito,

informações sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os

elementos de convicção.

Art. 39: § 5o O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a

representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação

penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias.

Ex. Sindicâncias administrativas

SIGILOSO

Em regra, é um procedimento sigiloso.

O sigilo e a conseqüente surpresa são indispensáveis para se assegurar a eficácia das

investigações.

Não se opõe o sigilo: Juiz

MP

Advogado

ADVOGADO:

-Art. 5º, LXIII, CF

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer

calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;

-Art. 133, CF

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Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo

inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites

da lei.

-Art. 7º, XIV, Lei 8.906/94

XIV - examinar em qualquer repartição policial, mesmo sem procuração, autos

de flagrante e de inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos à

autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos;

- Súmula Vinculante 14

É DIREITO DO DEFENSOR, NO INTERESSE DO REPRESENTADO, TER

ACESSO AMPLO AOS ELEMENTOS DE PROVA QUE, JÁ DOCUMENTADOS

EM PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO REALIZADO POR ÓRGÃO COM

COMPETÊNCIA DE POLÍCIA JUDICIÁRIA, DIGAM RESPEITO AO

EXERCÍCIO DO DIREITO DE DEFESA.

PROCURAÇÃO: não há necessidade, salvo se houver informações relativas a vida

privada/intimidade do investigado

ACESSO: - Limitado as informações já documentas

- Não tem acesso as diligências em andamento

INQUISITIVO: as atividades de investigação são concentradas unicamente nas

mãos da autoridade policial. E não há oportunidade para o contraditório e

ampla defesa.

Corrente Majoritária: não é obrigatória a presença/observância do contraditório e da

ampla defesa

DISCRICIONÁRIO: a autoridade policial conduz o IP do modo que melhor lhe

aprouver, nos limites da Lei (legalidade)

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Discricionariedade: Liberdade de atuação nos limites da lei.

Medidas Restritivas de Direitos: Somente o Juiz pode decretar

Art. 6º e 7º: rol exemplificativo de diligências que podem ser realizadas

Art. 14 + 184: essa discricionariedade não tem natureza absoluta, pois há diligências

cuja realização é obrigatória, como o exame de corpo de delito.

Leitura Rápida:

Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade

policial deverá:

I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e

conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais;

II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos

peritos criminais;

III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas

circunstâncias;

IV - ouvir o ofendido;

V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no

Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado

por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;

VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;

VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a

quaisquer outras perícias;

VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se

possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;

IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual,

familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes

e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que

contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.

Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de

determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução

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Aulas 01 a 16

simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem

pública.

Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer

qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.

Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade

policial negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao

esclarecimento da verdade.

INDISPONÍVEL: uma vez iniciado o inquérito policial, não pode a autoridade

policial dispor dele.

A autoridade policial não pode mandar arquivar autos de Inquérito Policial

Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.

TEMPORÁRIO: o Inquérito Policial tem prazo para se findar.

Em se tratando de investigado solto, o prazo para conclusão do inquérito policial pode

ser prorrogado.

Art. 10, § 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto,

a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores

diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.

Observação: A garantia da razoável duração do processo é aplicável ao

processo judicial e ao Inquérito Policial (HC 96.666, STJ)

9. FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL

Crime de Ação Penal Privada: Depende de Requerimento da Vítima

- Dano, Crimes contra a hora

Crime Ação Penal Pública Condicionada à Representação: Representação da

Vítima

Ex.: Lesão Corporal Leve e Culposa,

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Aulas 01 a 16

Crimes de Ação Penal Pública Incondicionada:

a) DE OFÍCIO: ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento do crime e

determina sua investigação;

b) APF

c) REQUISIÇÃO DO MP/JUIZ

- A Requisição do Juiz viola a garantia da imparcialidade e o próprio sistema

acusatório.

Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os juízes ou

tribunais verificarem a existência de crime de ação pública, remeterão ao

Ministério Público as cópias e os documentos necessários ao oferecimento da

denúncia.

O delegado é obrigado a atender a requisição do MP? Não há hierarquia

entre o MP e a Polícia. O delegado deve instaurar o inquérito por força do

Princípio da Obrigatoriedade, salvo requisições ilegais;

d) REQUERIMENTO DA VÍTIMA/ REPRESENTANTE LEGAL

Indeferimento pela autoridade policial:

Requerimento ao MP

Recurso Inominado ao Chefe de Polícia (Delegado Geral ou Secretário de

Segurança Pública)

e) NOTÍCIA OFERECIDA POR QUALQUER DO POVO: Delatio Criminis

Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:

I - de ofício;

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Aulas 01 a 16

II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a

requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.

§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:

a narração do fato, com todas as circunstâncias;

a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de

convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de

impossibilidade de o fazer;

a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.

§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá

recurso para o chefe de Polícia.

§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de

infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito,

comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das

informações, mandará instaurar inquérito.

§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de

representação, não poderá sem ela ser iniciado.

§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá

proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.

COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS

1. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2004. Verificando que o fato evidentemente não

constitui crime, o delegado poderá mandar arquivar o inquérito policial,

desde que o faça motivadamente.

2. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2004. A reprodução simulada dos fatos ou

reconstituição do crime pode ser determinada durante o inquérito policial,

caso em que o indiciado é obrigado a comparecer e participar da

reconstituição, em prol do princípio da verdade real.

3. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2009. No inquérito policial, o ofendido, ou seu

representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência,

que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.

4. JUIZ SUBSTITUTO – TJ/RJ/VUNESP/2012. É irrecorrível o despacho da

autoridade policial que indefere o requerimento de abertura de inquérito.

5. PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/FCC/2012. Nos crimes processados

mediante ação penal de iniciativa pública condicionada à representação,

é necessária a formulação desta para que o inquérito seja instaurado.

1. Incorreto 2. Errado 3.Correto 4.Incorreto 5.Certo

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10. NOTICIA CRIMINIS

É a ciência pela autoridade policial da ocorrência de um fato criminoso (NUCCI, 2008,

p. 152);

É o conhecimento, espontâneo ou provado, de um suposto fato criminoso.

a) De cognição imediata/espontânea: a autoridade policial toma conhecimento do

crime através de suas atividades rotineiras;

b) De cognição mediata: a autoridade policial toma conhecimento do crime

através de um expediente escrito (requisição do MP, notícia de qualquer um

do povo; requerimento da vítima)

c) De cognição coercitiva: a autoridade toma conhecimento do fato através da

apresentação do indivíduo (APF)

Noticia Criminis Inqualificada ou Denúncia Anônima: Por si só não serve

para fundamentar a instauração de um inquérito policial. Porém, a partir dela

deve a autoridade policial realizar diligência preliminares para verificar a

procedência das informações e, após, então, instaurar o inquérito policial.

STF: EMENTA: HABEAS CORPUS. “DENÚNCIA ANÔNIMA” SEGUIDA DE

INVESTIGAÇÕES EM INQUÉRITO POLICIAL. INTERCEPTAÇÕES

TELEFÔNICAS E AÇÕES PENAIS NÃO DECORRENTES DE “DENÚNCIA

ANÔNIMA”. LICITUDE DA PROVA COLHIDA E DAS AÇÕES PENAIS

INICIADAS. ORDEM DENEGADA. Segundo precedentes do Supremo

Tribunal Federal, nada impede a deflagração da persecução penal pela

chamada “denúncia anônima”, desde que esta seja seguida de diligências

realizadas para averiguar os fatos nela noticiados (86.082, rel. min. Ellen

Gracie, DJe de 22.08.2008; 90.178, rel. min. Cezar Peluso, DJe de 26.03.2010;

e HC 95.244, rel. min. Dias Toffoli, DJe de 30.04.2010). No caso, tanto as

interceptações telefônicas, quanto as ações penais que se pretende

trancar decorreram não da alegada “notícia anônima”, mas de

investigações levadas a efeito pela autoridade policial. A alegação de que

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o deferimento da interceptação telefônica teria violado o disposto no art. 2º, I e

II, da Lei 9.296/1996 não se sustenta, uma vez que a decisão da magistrada de

primeiro grau refere-se à existência de indícios razoáveis de autoria e à

imprescindibilidade do monitoramento telefônico. Ordem denegada. (HC

99490, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em

23/11/2010, DJe-020 DIVULG 31-01-2011 PUBLIC 01-02-2011 EMENT VOL-

02454-02 PP-00459)

11. IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL

Com a CF/1988, a identificação criminal passou a ser exceção, pois “o civilmente

identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas

em lei” (art. 5º, LVIII, CF).

HIPÓTESES

- Se o indivíduo não se identificar civilmente, poderá ser sujeito a identificação

criminal;

- O Civilmente Identificado não será submetido à identificação criminal, salvo

nas hipóteses previstas em lei.

Observação: A Súmula 568/STF, segundo o qual “a identificação criminal não

constitui constrangimento ilegal, ainda que identificado civilmente”, foi

superada pelo art. 5º, LVII, da CF.

IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL: abrange

- Identificação Fotográfica

- Identificação Datiloscópica

- Identificação do Perfil Genético

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LEI: - Lei 12.037/09: art. 3º1

* Quando a identificação for essencial as investigações policiais, poderá

abranger a identificação do perfil genético, mediante prévia autorização judicial.

12. INCOMUNICABILIDADE

Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho

nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a

conveniência da investigação o exigir.

Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será

decretada por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade

policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o

disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil

(Lei n. 4.215, de 27 de abril de 1963).

Previsão de incomunicabilidade por até 3 dias, por despacho fundamentado do juiz.

Este dispositivo não foi recepcionado pela CF/88, uma vez que a Constituição não

autoriza a incomunicabilidade sequer no Estado de Defesa (art. 136, §3º, IV, da CF).

13. INDICIAMENTO

É atribuir a alguém a autoria de determinada infração penal na fase do inquérito

policial;

1 Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal

quando: I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação; II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado; III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si; IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa; V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações; VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais. Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do inquérito, ou outra forma de investigação, ainda que consideradas insuficientes para identificar o indiciado.

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Indiciar é um juízo de certeza de autoria maior do que suspeito ou investigado.

Não é cabível no TCC

MOMENTO:

Realizado durante as investigações, pois é um ato próprio do IP;

STJ: após o início do processo (recebimento da denúncia) não é possível o

indiciamento;

ESPÉCIES:

Indiciamento Direto: Na presença do investigado (regra)

Indiciamento Indireto: ocorre quando se trata de investigado ausente

PRESSUPOSTOS:

Elementos informativos quanto a autoria e materialidade

O indiciamento deve ser fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do

fato, indicando autoria, materialidade e suas circunstâncias

ATRIBUIÇÃO: Ato Privativo da Autoridade Policial

Art. 2º, §6º, Lei 12.830/2013: O indiciamento, privativo do delegado de polícia,

dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que

deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias.

DESINDICIAMENTO: desconstituição de anterior indiciamento.

Realizado pela própria polícia ou pelo Poder Judiciário

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SUJEITO PASSIVO: Em regra, qualquer pessoa pode ser indiciada

* Não podem ser indiciados: Membros do MP, e Magistrados

**Os titulares de Foro por Prerrogativa de Função (Deputados, Senadores, etc) não

podem ser investigados nem indiciados sem previa autorização do Tribunal

competente (STF, Questão de ordem, Inq. 2411)

14. PRAZO

CPP IP Federal

Réu Preso 10 Dias 15 + 15 dias

Réu Solto 30 dias 30 dias

Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver

sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o

prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão,

ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.

Em se tratando de investigado solto, é possível a prorrogação do prazo: art. 10, §3º.

Economia Popular Drogas

Réu Preso 10 dias 30 + 30 dias

Réu Solto 10 Dias 90 + 90 dias

Prisão Temporária em crimes hediondos e equiparados

(T/T/T)

Réu Preso 30 dias + 30 Dias

Réu Solto Não se aplica

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COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS

1. JUIZ SUBSTITUTO – TJ/BA/CESPE/2012. Segundo entendimento dos

tribunais superiores, em hipótese nenhuma, é admitida a persecução

penal iniciada com base em denúncia anônima.

2. DEFENSOR PÚBLICO – AC/2012. Estando o investigado preso, o inquérito

policial deve ser encerrado impreterivelmente no prazo de quinze dias.

1. Incorreto 2. Incorreto

15. CONCLUSÃO: Relatório

Art. 10, §1º:

- meramente descritivo: relata as providências tomadas no IP; indicar testemunhas que

não foram inquiridas

O delegado deve se abster de realizar juízos de valores quanto o mérito do caderno

investigativo, pois o titular da ação penal é o Ministério Público.

16. DESTINATÁRIO DOS AUTOS DE IP

São encaminhados ao Poder Judiciário.

É cada vez mais comum a expedição de portarias e resoluções dos Tribunais

determinado a tramitação direta entre Polícia e Ministério Público, salvo se houver

medidas urgentes que dependem de autorização judicial (reserva de jurisdição), como

pedido de prisão preventiva.

Ação Penal Privada: Permanência dos autos em cartório para que o ofendido

tome iniciativa.

Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito

serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido

ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir,

mediante traslado.

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Ação Penal Pública: encaminha-se ao MP

17. PROVIDENCIAS DO MP

Ação Penal Pública:

Oferecer Denúncia

Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que

servir de base a uma ou outra.

Requisição de Diligências, desde que indispensáveis a formação da

opinio delicti

Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à

autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao

oferecimento da denúncia.

Promoção do Arquivamento:

18. ARQUIVAMENTO

Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.

NATUREZA JURÍDICA: Decisão Judicial que resulta do consenso entre MP e a

autoridade judiciária.

O arquivamento é um procedimento complexo, porque depende de

manifestação do MP e do Juiz.

FUNDAMENTOS:

1. Ausência dos pressupostos essências ou das condições da ação

2. Ausência de lastro probatório (justa causa) para o oferecimento da denúncia

3. Manifesta atipicidade formal/material

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4. Causa Excludente da Ilicitude: legitima defesa, estado de necessidade,

exercício regular de um direito, estrito cumprimento do dever legal,

consentimento da vítima

5. Causa Excludente da Culpabilidade, salvo inimputabilidade

6. Causa Extintiva da Punibilidade

PROCEDIMENTO:

- MPF pede o arquivamento ao Juiz: Se concorda, homologa o arquivamento.

- MPF pede o arquivamento ao Juiz: Se discorda, aplica o art. 28 CPP

Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia,

requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de

informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas,

fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este

oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para

oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o

juiz obrigado a atender.

Juiz: Exerce a função anômala de fiscal do Princípio da Obrigatoriedade

PGJ: Justiça Estadual

Câmara de Coordenação e Revisão do MPF [2ª]: Justiça Federal

- Oferecimento da Denúncia

- Designar outro membro do MP para oferecer a denúncia

- Insistir no arquivamento

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RECURSOS CABÍVEIS NO ARQUIVAMENTO

Via de regra, o arquivamento é uma decisão irrecorrível, não sendo possível

ação penal privada subsidiária da pública.

19. DESARQUIVAMENTO

O Desarquivamento do IP é a reabertura das investigações.

E para o desarquivamento é necessário a existência de PROVAS NOVAS.

PRESSUPOSTO: Notícia de Provas Novas (aquela substancialmente inovadora,

capaz de produzir uma alteração no contexto probatório)

O desarquivamento é realizado pela Autoridade Policial.

Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade

judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá

proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.

STF Súmula nº 524 - Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a

requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem

novas provas.

20. TRACAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL

O arquivamento do IP resultada do consenso entre MP e o Juiz.

Já o Trancamento é uma medida de força que acarreta a extinção prematura dos atos

de investigações quanto a mera tramitação do IP, pois configura constrangimento

ilegal.

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Obs.: O Trancamento é medida excepcional.

CASOS:

- Manifesta Atipicidade Formal ou Material da Conduta Delituosa

- Quando já estiver Extinta a Punibilidade (Prescrição ou Decadência)

COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS

1. POLÍCIA FEDERA/CESPE/2009. Depois de ordenado o arquivamento do

inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a

autoridade policial não poderá proceder a novas pesquisas se de outras provas

tiver notifica, salvo com expressão autorização judicial.

2. POLICIAL FEDERAL/CESPE/2009. O término do inquérito policial é

caracterizado pela elaboração de um relatório e por sua juntada pela autoridade

policial responsável, que não pode nesse relatório, indicar testemunhas que não

tiveram sido inquiridas.

3. AGENTE DE POLÍCIA – GO/UEG/2013. Quanto ao inquérito policial, segundo o

Código de Processo Penal: será arquivado pela autoridade policial, desde que

seja verificada a atipicidade do fato ou esteja presente causa de extinção da

punibilidade.

4. INVESTIGADOR DE POLÍCIA/SP/VUNESP/2013. Caso vislumbre notória

atipicidade da conduta investigada, a autoridade policial poderá determinar o

arquivamento dos autos de Inquérito Policial.

1. Incorreto 2. Incorreto 3. Incorreto 4. Incorreto

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PROVA

1. CONCEITO

Tudo aquilo que será utilizado para influenciar na contribuição do

convencimento do órgão julgador

“É tudo aquilo que contribui para a formação do convencimento do magistrado,

demonstrando os fatos, atos, ou até mesmo o próprio direito discutido no

litígio”. (Nestor Tavora e Rosmar Alencar. Curso de Direito Processual Penal. 7

ed. JusPodivm. Salvador, 2012, p. 376).

É o processo pelo qual se verifica a exatidão ou a verdade do fato alegado pela

parte do processo (Nucci, 2007, p. 351)

2. FINALIDADE DA PROVA

Convencimento do juiz acerca dos fatos

3. CARACTERÍSTICA DAS PROVAS

Prova é elemento de convicção produzido, em regra, durante o processo

judicial, com participação dialética das partes, sob o manto do contraditório e

da ampla defesa e mediante uma supervisão do órgão julgador.

Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova

produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão

exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação,

ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as

restrições estabelecidas na lei civil.

1. Via de regra, é produzida na fase judicial

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2. É obrigatória a observância do contraditório e da ampla defesa, com

participação da defesa técnica;

3. A prova deve ser produzida na presença do juiz (Princípio da Identidade Física)

4. A finalidade da prova é auxiliar na formação da convicção judicial

Observação: Os elementos informativos, isoladamente considerados, não podem

fundamentar uma sentença penal condenatória. Porém, tais elementos não devem ser

desprezados durante a fase judicial, podendo se somar a prova produzida em juízo

para auxiliar na formação do convencimento do magistrado.

4. PROVAS CAUTELAR, NÃO REPETÍVEL E ANTECIPADA

Não são expressões sinônimas

PROVA CAUTELAR: São aquelas em que há um risco de desaparecimento do

objeto da prova em razão do lapso temporal. Podem ser produzidas tanto na

fase investigativa como na fase judicial, e para sua produção dependem de

autorização judicial.

O contraditório é postergado (diferido)

Ex. Intercepção telefônica

PROVA NÃO REPETÍVEL: É aquela que uma vez produzida não tem como ser

novamente coletada, em virtude do desaparecimento da fonte probatória.

Podem ser produzidas na fase investigatória e na fase judicial, e não

dependem de autorização judicial.

O contraditório é postergado (diferido).

Ex.: Exame pericial em relação as infrações que cujos vestígios

possam desaparecer, como exame de corpo de delito no crime de lesão corporal.

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PROVA ANTECIPADA: É aquela produzida com observância do contraditório

e da ampla defesa real, em momento processual distinto daquele previsto

processualmente, ou até mesmo antes do início do processo, em virtude da

urgência e relevância.

Dependem de autorização judicial sendo que o contraditório será real

Art. 225 Depoimento Ad Perpetuam Rei Remorium

Art. 225. Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por enfermidade

ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo da instrução criminal já não

exista, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes,

tomar-lhe antecipadamente o depoimento.

5. CLASSIFICAÇÃO DAS PROVAS

PROVA NOMINADA x INOMINADA

NOMINADA: é aquela prova em que há previsão do nomen juris no CPP ou na

legislação extravagante. Ex: prova testemunhal, documental, reconhecimento de

pessoas

INOMINADA: é aquela prova em que o nomen juris não está previsto em lei.

PROVA TÍPICA x ATÍPICA

TÍPICA: é aquele meio cujo procedimento probatório está previsto em lei. Ex: art. 226

(reconhecimento de pessoas e coisas)

ATÍPICA: o procedimento de produção dessa prova não está disciplinado na lei. Ex:

Reconstituição de fatos (art. 7º, está previsto em lei mas não foi disciplinado)

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6. SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA PROVA

Persuasão Racional ou Convencimento Racional ou Livre Convencimento

motivado: o juiz tem ampla liberdade na valoração das provas, as quais

possuem todas o mesmo valor. Assim, o juiz deve fundamentar sua decisão.

Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova

produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão

exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação,

ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as

restrições estabelecidas na lei civil

CONSEQUÊNCIAS:

- Não há prova de valor absoluto: todas as provas têm valor relativo

- Deve o magistrado valorar todas as provas produzidas no processo

- Somente são consideradas válidas as provas produzidas no processo

PROVAS QUANTO AO ESTADO DAS PESSOAS: parágrafo único do art. 155

No processo penal vigora a ampla liberdade probatória, podendo as partes

valerem-se das provas inominadas e nominadas;

Quanto ao Estado das Pessoas, a prova está submetida as restrições

estabelecidas na lei civil.

Prova da Morte do acusado: certidão de óbito

Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da

certidão de óbito, e depois de ouvido o Ministério Público, declarará

extinta a punibilidade.

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STJ Súmula nº 74: Para efeitos penais, o reconhecimento da

menoridade do réu requer prova por documento hábil.

7. DISPOSIÇÃO FINAL

Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém,

facultado ao juiz de ofício:

I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de

provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade,

adequação e proporcionalidade da medida;

II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a

realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante;

COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS

1. DELEGADO DE POLÍCIA-PR/UEL/2013. O juiz formará sua convicção pela

apreciação da prova judicial, estando impedido de fundamentar sua

decisão nos elementos informativos colhidos na investigação.

2. DELEGADO DE POLÍCIA – RJ/FUNCAB/2012. Todos os elementos de

convicção (meios de prova) produzidos ou obtidos em sede policial

através de inquérito policial são valoráveis na sentença, sem a

necessidade de serem reproduzidos na fase de instrução criminal.

3. PROMOTOR DE JUSTIÇA/MPE/RR/CESPE. No sistema processual

brasileiro, é adotada a regra da liberdade probatória, admitindo-se todos

os meios de prova legais e moralmente legítimos, ainda que não

especificados no CPP, sendo a única restrição probatória o estado das

pessoas.

1. Incorreto 2. Incorreto 3. Correto

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8. PRINCÍPIOS RELACIONADOS À PROVA

a) PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA

Art. 5º, LVII, CF: Ninguém será considerado culpado até o transito em julgado

da sentença penal condenatória;

Três Regras:

- Regra Probatória: ônus da prova recai a acusação

- Regra de Tratamento: Excepcionalidade das Prisões

O acusado deve ser tratado como inocento, sendo

excepcional as medidas restritivas de direitos

B) PRINCÍPIO DO NEMU TENETUR SE DETEGERE

Ninguém é obrigado a produzir (fazer/comportamento ativo) provas contra si mesmo.

É o princípio da não auto-incriminação.

Art. 5º, LXIII, CF: “O preso será informado de seus direitos, entre os quais o de

permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de

advogados”.

Embora a CF fale em “preso”, a interpretação desse dispositivo é no sentido de

que esse direito pode ser exercido pelo suspeito (alguém abordado na rua),

pelo investigado (no inquérito), e pelo acusado (processo penal). Também

pode ser exercido pelos investigados em CPI’s.

DESDOBRAMENTOS:

1. Advertência quanto ao direito de não produzir provas contra si mesmo;

- O preso deve receber nota de ciência das garantias constitucionais

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2. Direito ao Silêncio ou de Ficar Calado

Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da

acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório,

do seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas que lhe

forem formuladas.

Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser

interpretado em prejuízo da defesa.

3. Direito de Não ser Constrangido a Confessar a prática de um ilícito criminal

4. Inexigibilidade do sujeito dizer a verdade

5. Direito de Não Praticar Qualquer Comportamento Ativo que possa Incriminá-lo

Ex: Participação na Reconstituição de fato delituoso, Reprodução Simulada dos Fatos,

Fornecer material para Exame Grafotécnico; Exame de sangue

Obs. I: Renato Brasileiro entende que o Reconhecimento do Acusado é obrigatório;

Obs. II: Não se enquadraria essa garantia no caso de Provas Não Invasivas, em que

não há penetração do corpo humano ou extração de parte dele, como no exame do

lixo de alguém, exame de matérias fecais, fio de cabelo.

9. PROVAS ILÍCITAS

O Direito à prova não tem natureza absoluta, motivo pelo qual estão proibidas as

provas ilícitas.

Há regras processuais para a produção da prova.

Art. 5º, LVI: “São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios

ilícitos”

FUNDAMENTOS:

- Tutela e proteção dos direitos fundamentais

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- Dissuadir as autoridades quanto às práticas probatórias ilegais

CONCEITO:

Prova ilegal: é aquela obtida por meio de violação de normas legais ou de

princípios gerais do ordenamento, de natureza material ou processual. É gênero que

contempla a Prova Ilícita e a Prova Ilegítima.

Prova Ilícita:

- É a prova obtida mediante violação as Regras de Direito Material

Ex. Confissão mediante tortura

- A prova ilícita é obtida fora do processo (extraprocessual)

- Gera o direito de exclusão do processo (desentranhamento)

Prova Ilegítima:

- É a prova obtida mediante violação as Regras de Direito Processual

Ex. Laudo assinado por apenas um perito não oficial

- A prova ilícita é obtida dentro do processo (endoprocessual)

- O tratamento da prova ilegítima sujeita-se a teoria das nulidades

Atenção para a nova redação do art. 157 CPP:

Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as

provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas

constitucionais ou legais.

LFG: diante dessa redação, qualquer violação será prova ilícita

Ada Pelegrine Grinover: continua separando as provas ilícitas das ilegítimas

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10. PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO: Teoria dos Frutos da Árvore Envenada

É o meio probatório que, não obstante produzido validamente, num momento

posterior, encontra-se afetado pelo vício da ilicitude originária que a eles se

transmite, contaminando-os por meio da repercussão causal.

§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo

quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou

quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das

primeiras.

LIMITAÇÃO DA PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO:

Quando não Evidenciado o Nexo de Causalidade

Obtidas por Fonte Indepentente

Admite-se a Prova Ilícita apenas em benefício do réu

COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS

1. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2009. Com base no direito processual penal,

julgue os itens que se seguem: Como o sistema processual penal brasileiro

assegura ao investigado o direito de não produzir provas contra si mesmo, a ele

é conferida a faculdade de não participar de alguns atos investigativos, como,

por exemplo, da reprodução simulada dos fatos e do procedimento de

identificação datiloscópica e de reconhecimento, além do direito de não fornecer

material para comparação em exame pericial.

2. INVESTIGADOR DE POLÍCIA – SP/VUNESP/2013. São admissíveis no processo

penal as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de

causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas

por uma fonte independente das primeiras.

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3. INVESTIGADOR DE POLÍCIA – SP/VUNESP/2013. Para análise da

admissibilidade das provas derivadas das ilícitas, considera-se fonte

independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe,

próprios da investigação criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da

prova.

1. Incorreto 2. Incorreto 3. Correto

PROVAS EM ESPÉCIE

21. EXAMES PERICIAIS

“É o exame procedido por pessoa que tenha conhecimento técnico, científico

ou domínio específico em determinada área do conhecimento. Afinal, não

sendo o magistrado especialista em todas as áreas do saber, vale-se dos

peritos para auxiliá-lo” (TAVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar R.Curso de

Direito Processual Penal. 7 ed. Salvador: JusPodvim, 2012, p. 402)

Em regra, a autoridade policial pode determinar a realização de qualquer

perícia no curso do inquérito policial, com exceção do exame de sanidade

mental.

a) PERITO OFICIAL E NÃO-OFICIAL

O perito é um auxiliar do juízo, dotado de conhecimento técnico científico específico,

tendo como função examinar o corpo de delito.

PERITO OFICIAL:

- Deve ser portador de diploma de curso superior

- É investido na função por lei: é um funcionário público de carreira

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- 1 único perito oficial por perícia

PERITO NÃO OFICIAL:

- Deve ser portador de diploma de curso superior, PREFERENCIALMENTE na

área específica;

- É pessoa nomeada pelo juízo ou pela autoridade policial para realizar

determinada perícia

- Deve prestar o compromisso de bem desempenhar a sua função

- 2 peritos não oficiais por perícia

Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por

perito oficial, portador de diploma de curso superior.

§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas

idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área

específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a

natureza do exame.

§ 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente

desempenhar o encargo.

Quando a PERÍCIA FOR COMPLEXA, isto é, abranja mais de uma área de

conhecimento técnico, será possível a designação de mais de um perito

oficial.

Art. 157, § 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área

de conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um

perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico.

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b) QUESITOS E ASSISTENTE TÉCNICO

QUESITOS: MP, assistente da acusação, ofendido, querelante e o réu poderão

formular quesitos ao perito.

ASSISTENTE TÉCNICO:

É um auxiliar das partes; e, por conseqüência, tem uma função evidentemente

parcial.

Não é considerado funcionário público

Não comente o crime de falsa perícia

Obs.I: O perito é um auxiliar do juízo e tem o dever de ser imparcial;

Tanto o perito oficial, como o perito não-oficial, são funcionários públicos,

mesmo que para fins penais, e podem cometer o crime falsa perícia.

MOMENTO DE INGRESSO: Será possível durante o curso do processo judicial;

após sua admissão pelo juiz; e, após, elaboração do laudo pelos peritos oficiais.

Art. 159

§ 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao

ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de

assistente técnico.

§ 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a

conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as

partes intimadas desta decisão.

§ 5o Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à

perícia:

I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para

responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos

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ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência

mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo

complementar;

II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a

ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência.

§ 6o Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de

base à perícia será disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá

sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, para exame pelos

assistentes, salvo se for impossível a sua conservação.

Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular quesitos até o ato da

diligência.

c) REALIZAÇÃO DA PERÍCIA: Laudo

Com a realização da perícia, é produzido o laudo pericial, que deve englobar tudo o

que foi analisado pelo perito. O laudo é datilografado e subscrito pela autoridade que o

produziu.

d) PRAZO

10 dias, podendo ser prorrogado.

Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão

minuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos formulados.

Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10

dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a

requerimento dos peritos.

d) SISTEMA DE APRECIÇÃO DO LAUDO PERICIAL

Adota-se o sistema liberatório, isto é, o juiz pode aceitar ou rejeitar o laudo pericial,

uma vez que o ordenamento jurídico adotou o sistema do livre convencimento

motivado.

Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no

todo ou em parte.

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Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade

policial negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao

esclarecimento da verdade.

22. EXAME DE CORPO DE DELITO

CORPO DE DELITO é o conjunto de vestígios materiais deixados pela infração,

podendo ser a própria materialidade do delito.

Ex: mancha de sangue no local do crime, lesões corporais, porta arrombada no caso

de furto.

Porém, nem toda infração deixa vestígios. Assim, a doutrina divide as infrações em:

Transeuntes: não deixam vestígios. Ex.: Injúria verbal

Não Transeuntes: deixam vestígios. Ex.: Homicídio.

Para as infrações Não-Transeuntes existem o Exame de Corpo de Delito.

EXAME DE CORPO DE DELITO: É a perícia que tem por objeto o próprio

corpo de delito.

Nas infrações que deixam vestígios, será indispensável o exame de corpo

de delito.

Pode ser determinado tanto pela autoridade policial como pelo juiz.

Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de

corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do

acusado.

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a) ESPÉCIE:

Exame de Corpo de Delito DIRETO: é aquele em que os peritos dispõem do

próprio corpo de delito (materialidade) para analisar.

Ex.: A vítima que comparece ao IML após a agressão

Exame de Corpo de Delito INDIRETO:

Corrente Majoritária: quando não for possível a realização do exame direto em

virtude do desaparecimento dos vestígios, a prova testemunhal ou documental

poderá suprir sua essência.

- não há laudo pericial, mas tão somente prova documental ou testemunhal suprindo a

ausência do exame de corpo de delito.

Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem

desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.

Obs.I: O exame de corpo de delito por ser realizado em qualquer dia e qualquer

horário.

Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a

infração, a autoridade providenciará imediatamente para que não se altere o

estado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir seus laudos

com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos.

Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado

das coisas e discutirão, no relatório, as conseqüências dessas alterações na

dinâmica dos fatos.

Obs. II: Em regra, o laudo pericial não é obrigatório para ajuizamento da ação penal,

pois pode ser juntando ao longo do processo.

Há duas exceções:

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- Laudo provisório de constatação da natureza da droga: laudo firmado por

perito ou pessoa idônea. O laudo definitivo deverá ser firmado por 2 peritos oficiais;

- Crimes contra a propriedade imaterial:

Obs.III:

- No delito previsto no art. 7, IX, da Lei 8.137/90 (crimes contra a ordem

tributária, econômica e contra as relações de consumo) – Mercadoria imprópria ao

consumo – é necessário o exame de corpo de delito.

- No caso de porte ilegal de munição ou arma de fogo, o STF entendeu por

desnecessária a realização de perícia para a configuração do crime.

COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS

1. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2012. Com base no direito processual penal, julgue os

itens que se seguem. De acordo com inovações na legislação específica, a

perícia deverá ser realizada por apenas um perito oficial, portador de diploma de

curso superior; contudo, caso não haja, na localidade, perito oficial, o exame

poderá ser realizado por duas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso

superior, preferencialmente na área específica. Nessa última hipótese, serão

facultadas a participação das partes, com a formulação de quesitos, e a

indicação de assistente técnico, que poderá apresentar pareceres, durante a

investigação policial, em prazo máximo a ser fixado pela autoridade policial.

2. DELEGADO DE POLÍCIA-PR/UEL/2013. Quando a infração deixar vestígios,

será indispensável o exame de corpo de delito, mediante a confissão do

acusado.

3. DELEGADO DE POLÍCIA-PR/UEL/2013. O laudo pericial será elaborado no

prazo máximo de dez dias, podendo ser prorrogado, em casos excepcionais, a

requerimento dos peritos.

1. Incorreto 2. Incorreto 3. Correto

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23. EXAME NECROSCÓPICO

É o exame realizado no cadáver objetivando a indicação da causa mortes (análise

interna e externa do cadáver)

Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se

os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita

antes daquele prazo, o que declararão no auto.

Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame

externo do cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando

as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver

necessidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância

relevante.

Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem

encontrados, bem como, na medida do possível, todas as lesões externas e

vestígios deixados no local do crime.

Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos,

quando possível, juntarão ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas

ou desenhos, devidamente rubricados.

24. EXUMAÇÃO

Entende-se por exumar desenterrar o cadáver.

As vezes é necessário para identificar a real causa da morte, ou, as circunstâncias que

teria ocorrido, ou identificar a pessoa que se encontra sepultada.

Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade

providenciará para que, em dia e hora previamente marcados, se realize a

diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado.

Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou particular indicará o

lugar da sepultura, sob pena de desobediência. No caso de recusa ou de falta

de quem indique a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lugar não

destinado a inumações, a autoridade procederá às pesquisas necessárias, o

que tudo constará do auto.

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Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, proceder-

se-á ao reconhecimento pelo Instituto de Identificação e Estatística ou

repartição congênere ou pela inquirição de testemunhas, lavrando-se auto de

reconhecimento e de identidade, no qual se descreverá o cadáver, com todos

os sinais e indicações.

Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e autenticados todos

os objetos encontrados, que possam ser úteis para a identificação do cadáver.

25. EXAME GRAFOTÉCNICO

“O exame caligráfico ou grafotécnico se presta a identificar a autoria de

determinado documento, reconhecendo o responsável pelo escrito, o que se faz por

comparação das letras” (TAVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar R.Curso de Direito

Processual Penal. 7 ed. Salvador: JusPodvim, 2012, p. 412)

Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de

letra, observar-se-á o seguinte:

I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada para

o ato, se for encontrada;

II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita

pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu

punho, ou sobre cuja autenticidade não houver dúvida;

III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os

documentos que existirem em arquivos ou estabelecimentos públicos, ou

nestes realizará a diligência, se daí não puderem ser retirados;

IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes os

exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se

estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência poderá ser

feita por precatória, em que se consignarão as palavras que a pessoa será

intimada a escrever.

26. EXAME DE LESÕES CORPORAIS

As lesões corporais são classificadas em leves, graves e gravíssimas.

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Se no primeiro exame pericial tiver sido incompleto ou insuficiente para precisar a real

gravidade da lesão, será realizado o exame complementar.

Ex.: Lesões corporais que resulta a incapacidade para as ocupações habituais por

mais de 30 dias.

Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido

incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da

autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério

Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.

§ 1o No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo de

delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo.

§ 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, §

1o, I, do Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias,

contado da data do crime.

§ 3o A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova

testemunhal

27. PERÍCIA EM INCÊNDIO

Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em que

houver começado, o perigo que dele tiver resultado para a vida ou para o

patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais

circunstâncias que interessarem à elucidação do fato.

28. PERICIA LABORITORIAL

- Em razão da especificidade do assunto, é necessária a realização de perícia técnica

em laboratório.

Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente

para a eventualidade de nova perícia. Sempre que conveniente, os laudos

serão ilustrados com provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos ou

esquemas.

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29. EXAME DOS INSTRUMENTOS DA INFRAÇÃO

Os instrumentos utilizados para o cometimento do crime devem ser periciados para

identificar-se sua natureza (arma de fogo, arma branca) e eficiência (aptidão para

provar o resultado lesivo).

Se o meio empregado for ineficaz, estaremos diante de um crime impossível.

Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prática

da infração, a fim de se Ihes verificar a natureza e a eficiência.

30. EXAME NA DESTRUIÇÃO ou ROMPIMENTO DE OBSTÁCULO OU

ESCALADA

Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo a

subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de descrever os

vestígios, indicarão com que instrumentos, por que meios e em que época

presumem ter sido o fato praticado.

31. AVALIAÇÃO

As coisas destruídas, deterioradas ou que constituam produto do crime devem ser

avaliadas através de perícia.

Ex: Incidência do Princípio da Insignificância

Ex. Furto de Pequeno Valor ou Estelionato de Pequeno valor

Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de coisas destruídas,

deterioradas ou que constituam produto do crime.

Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os peritos procederão à

avaliação por meio dos elementos existentes nos autos e dos que resultarem

de diligências.

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32. DEMAIS DISPOSIÇÕES NORMATIVAS

Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-se-á no juízo

deprecado. Havendo, porém, no caso de ação privada, acordo das partes, essa

nomeação poderá ser feita pelo juiz deprecante.

Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão transcritos na

precatória.

Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto

do exame as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um redigirá

separadamente o seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se este

divergir de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo exame por

outros peritos.

Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omissões,

obscuridades ou contradições, a autoridade judiciária mandará suprir a

formalidade, complementar ou esclarecer o laudo.

Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que se proceda a novo

exame, por outros peritos, se julgar conveniente.

33. CONFISSÃO

Confessar é reconhecer a autoria da imputação ou dos fatos objeto da

investigação preliminar por aquele que está no polo passivo da persecução

penal. Como o réu defende-se dos fatos, estes é que podem ser objeto da

confissão. (TAVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar R.Curso de Direito

Processual Penal. 7 ed. Salvador: JusPodvim, 2012, p. 484)

NATUREZA JURÍDICA:

Meio de Prova

VALOR DA CONFISSÃO:

Não existe hierarquia entre as provas, sendo a confissão mais um meio

probatório (deve ser confrontado com as demais provas do processo)

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Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os

outros elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la

com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe

compatibilidade ou concordância.

Art. 198. O silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá constituir

elemento para a formação do convencimento do juiz (tacitamente revogado)

CLASSIFICAÇÃO:

Confissão Simples: o acusado confessa a prática do delito sem invocar

qualquer tese de defesa.

Confissão Qualificada: o acusado confessa a prática do delito, mas alguém

algum fato modificativo, impeditivo e extintivo.

Confissão Extrajudicial: é aquela feita fora do processo e sem contraditório e

ampla defesa.

Confissão Judicial: é aquela realizada em juízo, com observância do

contraditório e ampla defesa

CARACTERÍSTICAS:

- Retratabilidade

- Divisibilidade

- Ato personalíssimo

Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre

convencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto.

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34. OFENDIDO

O ofendido é titular do direito lesado ou posto em perigo, é a vítima, sendo que

suas declarações, indicando a versão que lhe cabe dos fatos, têm natureza

probatória (TAVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar R.Curso de Direito

Processual Penal. 7 ed. Salvador: JusPodvim, 2012, p. 485)

O ofendido não é testemunha; portanto, não presta o compromisso de dizer

a verdade.

É o primeiro a ser ouvido na audiência de instrução e julgamento

NATUREZA JURÍDICA

Meio de Prova, mas deve ser analisado com cautela

REPERCUSSÃO PROCESSUAL:

1. Deve ser comunicado dos autos processuais de ingresso e saída do acusado

da prisão, designação da data para audiência e à sentença e respectivos

acórdãos. As comunicações serão feitas no endereço indicado por ele,

podendo ser utilizado o meio eletrônico;

2. Lugar separado antes da audiência e durante sua realização;

3. Encaminhamento judicial a atendimento multidisciplinar;

4. Retirada do réu da sala para que o ofendido preste declarações;

Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado sobre

as circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as

provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas declarações.

§ 1o Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo, o

ofendido poderá ser conduzido à presença da autoridade.

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§ 2o O ofendido será comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e

à saída do acusado da prisão, à designação de data para audiência e à

sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem.

§ 3o As comunicações ao ofendido deverão ser feitas no endereço por ele

indicado, admitindo-se, por opção do ofendido, o uso de meio eletrônico.

§ 4o Antes do início da audiência e durante a sua realização, será reservado

espaço separado para o ofendido.

§ 5o Se o juiz entender necessário, poderá encaminhar o ofendido para

atendimento multidisciplinar, especialmente nas áreas psicossocial, de

assistência jurídica e de saúde, a expensas do ofensor ou do Estado.

§ 6o O juiz tomará as providências necessárias à preservação da intimidade,

vida privada, honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar o

segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras informações

constantes dos autos a seu respeito para evitar sua exposição aos meios de

comunicação.

COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS

1. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2009. Com base no direito processual penal, julgue os

itens que se seguem. O sistema processual vigente prevê tratamento especial ao

ofendido, especialmente no que se refere ao direito de ser ouvido em juízo e de

ser comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e à saída do

acusado da prisão, à designação de data para audiência e à sentença e

respectivos acórdãos. Além disso, ao ofendido é conferido o direito da

preservação da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem, o que,

entretanto, não obsta a acareação entre ele e o acusado.

2. JUIZ SUBSTITUTO-TJ/GO/2012. Em relação à prova no processo penal, é

correto afirmar que a confissão é divisível e retratável;

1. Correto 2. Correto

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35. INTERROGATÓRIO

O interrogatório é o ato pelo qual o juiz ouve o acusado sobre a imputação que lhe é

feita pela acusação. Nesse ato, o acusado é ouvido sobre sua pessoa e sobre os

fatos.

“O interrogatório é a fase da persecução penal que permite ao suposto autor da

infração esboçar a sua versão dos fatos, exercendo, se desejar, a autodefesa.

Terá o imputado contato com a autoridade, o que lhe permite indicar provas,

confessar a infração, delatar outros autores, apresentar teses defensivas que

entenda pertinente, ou valer-se, se lhe for conveniente, do direito de silêncio”.

(TAVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar R.Curso de Direito Processual Penal. 7

ed. Salvador: JusPodvim, 2012, p. 417)

a) NATUREZA JURÍDICA

Meio de defesa, sendo exercício da ampla defesa (Autodefesa: direito de audiência e

direito de presença – art. 5º, LV, CF)

b) MOMENTO DE REALIZAÇÃO

Último ato da instrução processual, via de regra

Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso

do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de seu

defensor, constituído ou nomeado.

Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo interrogatório de ofício ou

a pedido fundamentado de qualquer das partes

c) CARACTERÍSTICAS

- Trata de um ato personalíssimo

- É presidido pelo juiz

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- Sujeito ao Contraditório

Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou

algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se

o entender pertinente e relevante.

- O acusado é assistido tecnicamente pelo defensor

Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso

do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de seu

defensor, constituído ou nomeado.

- O acusado, antes do interrogatório, tem direito a entrevista prévia e reservada com o

defensor

- Ato Público

- Ato Oral e Individual

Observações

- : Em relação ao menor de 21 anos não é necessário nomear curador.

- : Havendo mais de um acusado serão interrogados separadamente

d) REALIZAÇÃO DO ATO

O interrogatório é composto de duas partes: Pessoa do Acusado e Fatos

Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da

acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o

interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder

perguntas que lhe forem formuladas.

Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser

interpretado em prejuízo da defesa.

Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa do

acusado e sobre os fatos.

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§ 1o Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência,

meios de vida ou profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua

atividade, vida pregressa, notadamente se foi preso ou processado alguma vez

e, em caso afirmativo, qual o juízo do processo, se houve suspensão

condicional ou condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu e outros dados

familiares e sociais.

§ 2o Na segunda parte será perguntado sobre:

I - ser verdadeira a acusação que lhe é feita;

II - não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo particular a que

atribuí-la, se conhece a pessoa ou pessoas a quem deva ser imputada a

prática do crime, e quais sejam, e se com elas esteve antes da prática da

infração ou depois dela;

III - onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notícia

desta;

IV - as provas já apuradas;

V - se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por inquirir, e desde

quando, e se tem o que alegar contra elas;

VI - se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qualquer

objeto que com esta se relacione e tenha sido apreendido;

VII - todos os demais fatos e pormenores que conduzam à elucidação dos

antecedentes e circunstâncias da infração;

VIII - se tem algo mais a alegar em sua defesa.

Art. 189. Se o interrogando negar a acusação, no todo ou em parte, poderá

prestar esclarecimentos e indicar provas.

Art. 190. Se confessar a autoria, será perguntado sobre os motivos e

circunstâncias do fato e se outras pessoas concorreram para a infração, e

quais sejam.

d) ESPÉCIE DE INTERROGATÓRIO

Réu solto: interrogado na presença do juiz

Réu Preso:

1ª: Pessoalmente, dentro do presídio

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2ª: Pessoalmente, no fórum

3ª: Por Videoconferência (de ofício, ou requerimento das partes)

Pessoalmente, dentro do presídio:

Art. 185, §1º:

Ter sala própria

Garantir a segurança do juiz, MP e do defensor

Presença do defensor

Publicidade

Direito de entrevista prévia e reservada com o defensor

Pessoalmente, no fórum

Por videoconferência

- Tem caráter excepcional

- Decisão fundamentada

- Finalidade:

Prevenir risco a segurança pública

Para viabilizar a participação do acusado no ato processual

Impedir a influência do acuado no ânimo das testemunhas ou da vítima

Para responder a grave questão de ordem pública

- Presença do advogado no fórum e no Presídio

Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso

do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de seu

defensor, constituído ou nomeado.

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§ 1o O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no

estabelecimento em que estiver recolhido, desde que estejam garantidas a

segurança do juiz, do membro do Ministério Público e dos auxiliares bem como

a presença do defensor e a publicidade do ato.

§ 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a

requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por

sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de

sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária para

atender a uma das seguintes finalidades: I - prevenir risco à segurança pública,

quando exista fundada suspeita de que o preso integre organização criminosa

ou de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento;

II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja

relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou

outra circunstância pessoal;

III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde

que não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência, nos

termos do art. 217 deste Código;

IV - responder à gravíssima questão de ordem pública.

§ 3o Da decisão que determinar a realização de interrogatório por

videoconferência, as partes serão intimadas com 10 (dez) dias de

antecedência.

§ 4o Antes do interrogatório por videoconferência, o preso poderá acompanhar,

pelo mesmo sistema tecnológico, a realização de todos os atos da audiência

única de instrução e julgamento de que tratam os arts. 400, 411 e 531 deste

Código.

§ 5o Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garantirá ao réu o direito

de entrevista prévia e reservada com o seu defensor; se realizado por

videoconferência, fica também garantido o acesso a canais telefônicos

reservados para comunicação entre o defensor que esteja no presídio e o

advogado presente na sala de audiência do Fórum, e entre este e o preso.

§ 6o A sala reservada no estabelecimento prisional para a realização de atos

processuais por sistema de videoconferência será fiscalizada pelos

corregedores e pelo juiz de cada causa, como também pelo Ministério Público

e pela Ordem dos Advogados do Brasil.

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§ 7o Será requisitada a apresentação do réu preso em juízo nas hipóteses em

que o interrogatório não se realizar na forma prevista nos §§ 1o e 2o deste

artigo.

§ 8o Aplica-se o disposto nos §§ 2o, 3o, 4o e 5o deste artigo, no que couber, à

realização de outros atos processuais que dependam da participação de

pessoa que esteja presa, como acareação, reconhecimento de pessoas e

coisas, e inquirição de testemunha ou tomada de declarações do ofendido.

§ 9o Na hipótese do § 8o deste artigo, fica garantido o acompanhamento do ato

processual pelo acusado e seu defensor.

36. PROVA TESTEMUNHAL

Testemunha é toda pessoa estranha ao processo que declara a respeito dos fatos

percebidos por seu sentido.

“Testemunha é a pessoa desinteressada que declara em juízo o que sabe

sobre os fatos, em face das percepções colhidas sensorialmente. Ganham

relevo a visão e audição, porém, nada impede que a testemunha amealhe suas

impressões através do tato e do olfato” (TAVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar

R.Curso de Direito Processual Penal. 7 ed. Salvador: JusPodvim, 2012, p. 442)

a) QUEM PODE SER TESTEMUNHA NO PROCESSO PENAL:

Qualquer pessoa, independentemente da idade. Cabe, no entanto, ao juiz examinar a

pertinência e a idoneidade de cada testemunho.

Art. 202. Toda pessoa poderá ser testemunha.

b) CARACTERÍSTICAS

Judicialidade ou imediação judicial: prova testemunhal é colhida em juízo e na

presença das partes;

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Oralidade:

Art. 204. O depoimento será prestado oralmente, não sendo permitido à

testemunha trazê-lo por escrito.

Parágrafo único. Não será vedada à testemunha, entretanto, breve consulta a

apontamentos.

Exceção:

Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e

deputados federais, os ministros de Estado, os governadores de Estados e

Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos

Municípios, os deputados das Assembléias Legislativas Estaduais, os

membros do Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da

União, dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo

serão inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz.

§ 1o O Presidente e o Vice-Presidente da República, os presidentes do

Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal

poderão optar pela prestação de depoimento por escrito, caso em que as

perguntas, formuladas pelas partes e deferidas pelo juiz, Ihes serão

transmitidas por ofício.

Individualidade: cada testemunha é ouvida separadamente uma da outra,

devendo ter no recinto espaços reservados para manter a incomunicabilidade

das testemunhas.

Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, de modo que

umas não saibam nem ouçam os depoimentos das outras, devendo o juiz

adverti-las das penas cominadas ao falso testemunho.

Parágrafo único. Antes do início da audiência e durante a sua realização, serão

reservados espaços separados para a garantia da incomunicabilidade das

testemunhas.

Objetividade: a testemunha depõe sobre fatos e não pode emitir opiniões

pessoais.

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Art. 213. O juiz não permitirá que a testemunha manifeste suas apreciações

pessoais, salvo quando inseparáveis da narrativa do fato.

Contraditoriedade: a prova testemunhal é submetida ao contraditório

Direct Examination: a parte que arrolou a testemunha pergunta em primeiro lugar e

diretamente a ela

Cross Examination: depois a parte contrária efetuará as perguntas

Juiz: ao final, poderá complementar a inquirição sobre pontos não esclarecidos.

Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à

testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não

tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já

respondida.

Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá

complementar a inquirição.

c) CLASSIFICAÇÃO

Testemunhas Numerárias: são aquelas arroladas pela parte e são

contabilizadas no número máximo de testemunhas.

Testemunhas Extranumerárias: não são computadas no número máximo de

testemunhas. São aquelas ouvidas por iniciativa do juiz, as testemunhas que

não prestam o compromisso de dizer a verdade ou que nada sabem sobre os

fatos.

Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas,

além das indicadas pelas partes.

§ 1o Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as

testemunhas se referirem.

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§ 2o Não será computada como testemunha a pessoa que nada souber que

interesse à decisão da causa.

Informantes: são aquelas testemunhas que não prestam o compromisso legal

Testemunha referida: são aquelas mencionadas por outras testemunhas já

ouvidas, não entrando no número permitido.

d) DEVERES DA TESTEMUNHA

Dever de Depor

Exceção:

Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão,

entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha

reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo

do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou

integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.

Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função,

ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas

pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho.

Dever de comparecimento

A testemunha regularmente intimada deve comparecer, sob pena de condução

coercitiva e crime de desobediência.

Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemunha deixar de comparecer sem

motivo justificado, o juiz poderá requisitar à autoridade policial a sua

apresentação ou determinar seja conduzida por oficial de justiça, que poderá

solicitar o auxílio da força pública.

Art. 219. O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa a multa prevista no art.

453, sem prejuízo do processo penal por crime de desobediência, e condená-la

ao pagamento das custas da diligência.

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Exceções:

Art. 220. As pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou por velhice, de

comparecer para depor, serão inquiridas onde estiverem.

Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e

deputados federais, os ministros de Estado, os governadores de Estados e

Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos

Municípios, os deputados às Assembléias Legislativas Estaduais, os membros

do Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União,

dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão

inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz.

Dever de prestar o compromisso legal

Toda testemunha tem que prestar o compromisso de dizer a verdade.

Exceções:

- parentes próximos do réu

- menor de 14 anos

- deficientes mentais

Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a

verdade do que souber e Ihe for perguntado, devendo declarar seu nome, sua

idade, seu estado e sua residência, sua profissão, lugar onde exerce sua

atividade, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou quais suas

relações com qualquer delas, e relatar o que souber, explicando sempre as

razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua

credibilidade.

Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão,

entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha

reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo

do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou

integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.

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Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos doentes e

deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas a

que se refere o art. 206.

a) Dever de Dizer a verdade

b) Dever de comunicar alteração no endereço

Art. 224. As testemunhas comunicarão ao juiz, dentro de um ano, qualquer

mudança de residência, sujeitando-se, pela simples omissão, às penas do não-

comparecimento.

e) CONTRADITA

Contraditar significa impugnar a testemunha, a fim de que não seja ouvida elo juiz.

Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes poderão contraditar a

testemunha ou argüir circunstâncias ou defeitos, que a tornem suspeita de

parcialidade, ou indigna de fé. O juiz fará consignar a contradita ou argüição e

a resposta da testemunha, mas só excluirá a testemunha ou não Ihe deferirá

compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208.

e) RETIRADA DO ACUSADO DA SALA DE AUDIÊNCIA

Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação,

temor, ou sério constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que

prejudique a verdade do depoimento, fará a inquirição por videoconferência e,

somente na impossibilidade dessa forma, determinará a retirada do réu,

prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor.

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f) ETAPAS

1º Qualificação

Art. 205. Se ocorrer dúvida sobre a identidade da testemunha, o juiz procederá

à verificação pelos meios ao seu alcance, podendo, entretanto, tomar-lhe o

depoimento desde logo.

2º Advertência

3º Perguntas sobre o fato delituoso

g) DISPOSIÇÕES NORMATIVAS

Art. 211. Se o juiz, ao pronunciar sentença final, reconhecer que alguma

testemunha fez afirmação falsa, calou ou negou a verdade, remeterá cópia do

depoimento à autoridade policial para a instauração de inquérito.

Parágrafo único. Tendo o depoimento sido prestado em plenário de

julgamento, o juiz, no caso de proferir decisão na audiência (art. 538, § 2o), o

tribunal (art. 561), ou o conselho de sentença, após a votação dos quesitos,

poderão fazer apresentar imediatamente a testemunha à autoridade policial.

Art. 215. Na redação do depoimento, o juiz deverá cingir-se, tanto quanto

possível, às expressões usadas pelas testemunhas, reproduzindo fielmente as

suas frases.

Art. 216. O depoimento da testemunha será reduzido a termo, assinado por

ela, pelo juiz e pelas partes. Se a testemunha não souber assinar, ou não

puder fazê-lo, pedirá a alguém que o faça por ela, depois de lido na presença

de ambos.

Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e

deputados federais, os ministros de Estado, os governadores de Estados e

Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos

Municípios, os deputados às Assembléias Legislativas Estaduais, os membros

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do Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União,

dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão

inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz.

§ 1o O Presidente e o Vice-Presidente da República, os presidentes do Senado

Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal poderão

optar pela prestação de depoimento por escrito, caso em que as perguntas,

formuladas pelas partes e deferidas pelo juiz, Ihes serão transmitidas por

ofício.

§ 2o Os militares deverão ser requisitados à autoridade superior.

§ 3o Aos funcionários públicos aplicar-se-á o disposto no art. 218, devendo,

porém, a expedição do mandado ser imediatamente comunicada ao chefe da

repartição em que servirem, com indicação do dia e da hora marcados.

Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inquirida pelo

juiz do lugar de sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória,

com prazo razoável, intimadas as partes.

§ 1o A expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal.

§ 2o Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o julgamento, mas, a todo

tempo, a precatória, uma vez devolvida, será junta aos autos.

§ 3o Na hipótese prevista no caput deste artigo, a oitiva de testemunha poderá

ser realizada por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de

transmissão de sons e imagens em tempo real, permitida a presença do

defensor e podendo ser realizada, inclusive, durante a realização da audiência

de instrução e julgamento.

Art. 222-A. As cartas rogatórias só serão expedidas se demonstrada

previamente a sua imprescindibilidade, arcando a parte requerente com os

custos de envio.

Parágrafo único. Aplica-se às cartas rogatórias o disposto nos §§ 1o e 2o do

art. 222 deste Código.

Art. 223. Quando a testemunha não conhecer a língua nacional, será

nomeado intérprete para traduzir as perguntas e respostas.

Parágrafo único. Tratando-se de mudo, surdo ou surdo-mudo, proceder-se-á

na conformidade do art. 192.

Art. 224. As testemunhas comunicarão ao juiz, dentro de um ano, qualquer

mudança de residência, sujeitando-se, pela simples omissão, às penas do não-

comparecimento.

Art. 225. Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por enfermidade

ou por velhice, inspirar receio de que ao tempo da instrução criminal já não

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Aulas 01 a 16

exista, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes,

tomar-lhe antecipadamente o depoimento.

COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS

1. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2009. Considerando o estabelecido no Código de

Processo Penal, julgue o item abaixo, a respeito da prova. Excepcionalmente, o juiz,

por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá

realizar o interrogatório do réu preso por meio de sistema de videoconferência.

2. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2009. Ainda com base no direito processual penal,

julgue os itens a seguir. De acordo com o sistema processual penal brasileiro,

qualquer pessoa poderá ser testemunha e a ninguém que tenha conhecimento dos

fatos será dado o direito de se eximir da obrigação de depor, com exceção das

pessoas proibidas de depor porque, em razão de função, ministério, ofício ou

profissão, devam guardar segredo, salvo se desobrigadas pela parte interessada, e

dos doentes e deficientes mentais e menores de quatorze anos de idade.

1. Correto 2. Incorreto

37. RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS

“Eventualmente pode ser fundamental para o deslinde da causa que algum

objeto, ou alguém vinculado direta ou indiretamente ao evento delitivo, seja

reconhecido” (TAVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar R.Curso de Direito

Processual Penal. 7 ed. Salvador: JusPodvim, 2012, p. 489)

NATUREZA JURÍDICA: Meio de Prova

Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de

pessoa, proceder-se-á pela seguinte forma:

I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a

pessoa que deva ser reconhecida;

Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, ao

lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem

tiver de fazer o reconhecimento a apontá-la;

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III - se houver razão para recear que a pessoa chamada para o

reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não diga a

verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade

providenciará para que esta não veja aquela;

IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pela

autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e por duas

testemunhas presenciais.

Parágrafo único. O disposto no no III deste artigo não terá aplicação na fase da

instrução criminal ou em plenário de julgamento.

Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-se-á com as cautelas

estabelecidas no artigo anterior, no que for aplicável.

Art. 228. Se várias forem as pessoas chamadas a efetuar o reconhecimento

de pessoa ou de objeto, cada uma fará a prova em separado, evitando-se

qualquer comunicação entre elas.

38. RECONHECIMENTO FOTOGRÁFICO E FONOGRÁFICO

É prova inominada. Pode ser utilizado desde que corroborado por outros elementos de

prova.

EMENTA: HABEAS CORPUS. PROVA. RECONHECIMENTO

FOTOGRÁFICO. O reconhecimento fotográfico tem valor probante pleno

quando acompanhado e reforçado por outros elementos de convicção.

Habeas corpus indeferido. (HC 74267, Relator(a): Min. FRANCISCO REZEK,

Segunda Turma, julgado em 26/11/1996, DJ 28-02-1997 PP-04064 EMENT

VOL-01859-01 PP-00196)

“Já o RETRATO FALADO, que é construído pelas informações prestadas

ao expert por pessoa que tenha visto o infrator, em razão de sua evidente

fragilidade, não é meio de prova, servindo apenas para auxiliar as

investigações”. (TAVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar R.Curso de Direito

Processual Penal. 7 ed. Salvador: JusPodvim, 2012, p. 458)

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39. ACAREAÇÃO

Acarear é colocar as pessoas em presença uma da outra, uma vez que suas

declarações são divergentes.

É admitida durante a persecução criminal, podendo ser determinada de ofício.

PARTICIPANTES:

- testemunhas, acusados e ofendidos.;

OBJETIVO: esclarecer a verdade, com o objetivo de eliminar contradições

PRESSUPOSTOS:

- As pessoas já devem ter prestado depoimentos

- deve ocorrer divergência entre os depoimentos

Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, entre acusado e

testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa

ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas

declarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes.

Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, para que expliquem os

pontos de divergências, reduzindo-se a termo o ato de acareação.

Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas declarações divirjam das de

outra, que esteja presente, a esta se darão a conhecer os pontos da

divergência, consignando-se no auto o que explicar ou observar. Se subsistir a

discordância, expedir-se-á precatória à autoridade do lugar onde resida a

testemunha ausente, transcrevendo-se as declarações desta e as da

testemunha presente, nos pontos em que divergirem, bem como o texto do

referido auto, a fim de que se complete a diligência, ouvindo-se a testemunha

ausente, pela mesma forma estabelecida para a testemunha presente. Esta

diligência só se realizará quando não importe demora prejudicial ao processo e

o juiz a entenda conveniente.

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40. DOCUMENTO

A concepção restrita vem estampada no art. 232 do Código de Processo Penal,

segundo o qual “considera-se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papéis,

públicos ou particulares”.

Já na concepção ampla, documento é qualquer objeto representativo de um fato

relevante.

PRODUÇÃO: os documentos podem ser apresentados em qualquer fase do processo,

de forma espontânea ou provada.

Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar

documentos em qualquer fase do processo.

Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou

papéis, públicos ou particulares.

Parágrafo único. À fotografia do documento, devidamente autenticada, se dará

o mesmo valor do original.

Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios

criminosos, não serão admitidas em juízo.

Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em juízo pelo respectivo

destinatário, para a defesa de seu direito, ainda que não haja consentimento do

signatário.

Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a ponto

relevante da acusação ou da defesa, providenciará, independentemente de

requerimento de qualquer das partes, para sua juntada aos autos, se possível.

Art. 235. A letra e firma dos documentos particulares serão submetidas a

exame pericial, quando contestada a sua autenticidade.

Art. 236. Os documentos em língua estrangeira, sem prejuízo de sua juntada

imediata, serão, se necessário, traduzidos por tradutor público, ou, na falta, por

pessoa idônea nomeada pela autoridade.

Art. 237. As públicas-formas só terão valor quando conferidas com o original,

em presença da autoridade.

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Art. 238. Os documentos originais, juntos a processo findo, quando não exista

motivo relevante que justifique a sua conservação nos autos, poderão,

mediante requerimento, e ouvido o Ministério Público, ser entregues à parte

que os produziu, ficando traslado nos autos.

41. INDÍCIOS

É um meio de prova indireto, pois para provar determinado fato, prova-se na

verdade, a existência de outro, que com ele tenha relação de existência.

NATUREZA JURÍDICA:

Prova semi-plena, pois tem menor valor persuasivo, apto a formar um juízo de

probabilidade.

Obs.: Indícios isolados não autorizam uma condenação. Mas se forem plurais,

relacionados e coesos entre si, é possível um decreto condenatório (STF, HC 70344).

EMENTA: "HABEAS-CORPUS". Trafico de entorpecente. Indícios. Inexistência

de causa para condenação. Arts. 157 e 239 do CPP. Os indícios, dado ao livre

convencimento do Juiz, são equivalentes a qualquer outro meio de prova, pois

a certeza pode provir deles. Entretanto, seu uso requer cautela e exige que o

nexo com o fato a ser provado seja lógico e próximo. O crime de trafico ilícito

de entorpecente não exige o dolo especifico, contentando-se, entre outras, com

a conduta típica de "ter em deposito, sem autorização". O rito especial e

sumario do "habeas-corpus" não o habilita para simples reexame de provas.

"Habeas-corpus" conhecido, mas indeferido.(HC 70344, Relator(a): Min.

PAULO BROSSARD, Segunda Turma, julgado em 14/09/1993, DJ 22-10-1993

PP-22253 EMENT VOL-01722-02 PP-00300)

42. BUSCA E APREENSÃO

O Código de Processo Penal disciplina a busca e apreensão como provas. Porém, na

verdade, se trata de um meio de obtenção de prova, de natureza cautelar, que visa

impedir o desaparecimento de coisas ou pessoas.

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- Primeiro se realiza a busca domiciliar ou pessoal; uma vez encontrada, realiza-se a

apreensão.

- Realizada de ofício ou a requerimento das partes

Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício ou a requerimento de

qualquer das partes.

“A busca é a prova, a diligência que objetiva encontrar o que se deseja, ao

passo que a apreensão é medida de constrição, para acautelar, por sob

custódia determinado objeto ou pessoa. Nada impede que exista busca sem

apreensão, e vice-versa. Quanto a natureza jurídica, os institutos são tratados

pela legislação como meio de prova, embora haja entendimento no sentido de

que se trata de medida cautelar”. (TAVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar

R.Curso de Direito Processual Penal. 7 ed. Salvador: JusPodvim, 2012, p. 417)

42.1 Espécies

Busca Domiciliar ou Pessoal

Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.

43. BUSCA DOMICILIAR

- Busca na residência

- A casa é asilo inviolável do indivíduo. Protege-se a casa para proteger o direito a

intimidade (direito da personalidade)

CASA, para fins penais, é todo compartimento habitado, aposento ocupado de

habitação coletiva, ainda que se destine a permanência por poucas horas, e

compartimento não aberto ao público, onde alguém exerça profissão ou

atividade.

Ex.: Casa, quarto de motel, hotel, escritório de advocacia, trailer, iate, gabinete.

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7.1 PREVISÃO CONSTITUCIONAL

Art. 5º, XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo

penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou

desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

Casa Inviolável:

- Consentimento do Morador

- Entrar sem o consentimento:

.Flagrante Delito, Desastre ou para Prestar Socorro

. Durante dia: por determinação judicial

Dia: período compreendido entre às 06 e 18 horas

Aurora (nascer do sol) e o crepúsculo (por do sol)

7.2 HIPÓTESES

- adstrita a cláusula da reserva de jurisdição

Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.

§ 1o Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a autorizarem,

para:

a) prender criminosos;

b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;

c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados

ou contrafeitos;

d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou

destinados a fim delituoso;

f) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu;

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g) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder,

quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à

elucidação do fato;

h) apreender pessoas vítimas de crimes;

i) colher qualquer elemento de convicção.

7.3 PROCEDIMENTO

Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o

morador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os

executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente,

intimando-o, em seguida, a abrir a porta.

§ 1o Se a própria autoridade der a busca, declarará previamente sua qualidade

e o objeto da diligência.

§ 2o Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a entrada.

§ 3o Recalcitrando o morador, será permitido o emprego de força contra coisas

existentes no interior da casa, para o descobrimento do que se procura.

§ 4o Observar-se-á o disposto nos §§ 2o e 3o, quando ausentes os moradores,

devendo, neste caso, ser intimado a assistir à diligência qualquer vizinho, se

houver e estiver presente.

§ 5o Se é determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar, o morador será

intimado a mostrá-la.

§ 6o Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será imediatamente

apreendida e posta sob custódia da autoridade ou de seus agentes.

§ 7o Finda a diligência, os executores lavrarão auto circunstanciado,

assinando-o com duas testemunhas presenciais, sem prejuízo do disposto no

§ 4o.

Art. 246. Aplicar-se-á também o disposto no artigo anterior, quando se tiver de

proceder a busca em compartimento habitado ou em aposento ocupado de

habitação coletiva ou em compartimento não aberto ao público, onde alguém

exercer profissão ou atividade.

- Depende de autorização do Juiz

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- Cumprida durante o dia (06 às 18 Horas). Porém, é possível o cumprimento do

mandado de busca e apreensão em período noturno, desde que a diligência tenha se

iniciado durante o dia.

- Necessita de mandado judicial de busca e apreensão: deve ser individualizado

- Ao final, deve ser lavrado auto circunstanciado

Art.. 243. O mandado de busca deverá:

I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada a

diligência e o nome do respectivo proprietário ou morador; ou, no caso de

busca pessoal, o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que a

identifiquem;

II - mencionar o motivo e os fins da diligência;

III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fizer expedir.

§ 1o Se houver ordem de prisão, constará do próprio texto do mandado de

busca.

§ 2o Não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor do

acusado, salvo quando constituir elemento do corpo de delito.

44. BUSCA PESSOAL

- Via de regra, a busca pessoal não depende de autorização judicial.

- É a busca realizado na roupa e pertences do revistado, como mochilas, automóveis,

etc.

Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou

quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma

proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando a

medida for determinada no curso de busca domiciliar.

Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar

retardamento ou prejuízo da diligência.

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HIPÓTESE: Deve existir FUNDADA SUSPEITA.

Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.

§ 2o Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita de que

alguém oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e letra h

do parágrafo anterior.

A fundada suspeita não pode estar amparada em elementos subjetivos,

exigindo-se, para tanto, elementos concretos que indiquem a necessidade da

revista.

EMENTA: HABEAS CORPUS. TERMO CIRCUNSTANCIADO DE

OCORRÊNCIA LAVRADO CONTRA O PACIENTE. RECUSA A SER

SUBMETIDO À BUSCA PESSOAL. JUSTA CAUSA PARA A AÇÃO PENAL

RECONHECIDA POR TURMA RECURSAL DE JUIZADO ESPECIAL.

Competência do STF para o feito já reconhecida por esta Turma no HC n.º

78.317. Termo que, sob pena de excesso de formalismo, não se pode ter por

nulo por não registrar as declarações do paciente, nem conter sua assinatura,

requisitos não exigidos em lei. A "fundada suspeita", prevista no art. 244 do

CPP, não pode fundar-se em parâmetros unicamente subjetivos, exigindo

elementos concretos que indiquem a necessidade da revista, em face do

constrangimento que causa. Ausência, no caso, de elementos dessa

natureza, que não se pode ter por configurados na alegação de que

trajava, o paciente, um "blusão" suscetível de esconder uma arma, sob

risco de referendo a condutas arbitrárias ofensivas a direitos e garantias

individuais e caracterizadoras de abuso de poder. Habeas corpus deferido

para determinar-se o arquivamento do Termo. (HC 81305, Relator(a): Min.

ILMAR GALVÃO, Primeira Turma, julgado em 13/11/2001, DJ 22-02-2002 PP-

00035 EMENT VOL-02058-02 PP-00306 RTJ VOL-00182-01 PP-00284)

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45. DISPOSIÇÕES NORMATIVAS

Art. 241. Quando a própria autoridade policial ou judiciária não a realizar

pessoalmente, a busca domiciliar deverá ser precedida da expedição de

mandado.

Art. 247. Não sendo encontrada a pessoa ou coisa procurada, os motivos da

diligência serão comunicados a quem tiver sofrido a busca, se o requerer.

Art. 248. Em casa habitada, a busca será feita de modo que não moleste os

moradores mais do que o indispensável para o êxito da diligência.

COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS

1. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2009. Não se admite a acareação entre o acusado e

a pessoa ofendida, considerando que o acusado tem o direito constitucional ao

silêncio, e o ofendido não será compromissado.

2. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2004. A reprodução simulada dos fatos ou

reconstituição do crime pode ser determinada durante o inquérito policial, caso

em que o indiciado é obrigado a comparecer e participar da reconstituição, em

prol do princípio da verdade real.

1-Incorreto 2-Incorreto

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PRISÕES

1. INTRODUÇÃO

Prisão é a privação da liberdade de locomoção em virtude do recolhimento da pessoa

ao cárcere por força de flagrante delito, ordem judicial ou transgressão militar/crime

propriamente militar.

Art. 5º, LXI, CF - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem

escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos

de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;

Estamos falando de prisão penal; e não de PRISÃO CIVIL, como no caso do

devedor de alimentos.

Não se admite mais a prisão civil do depositário infiel

2. PRISÃO PENA E PRISÃO PROCESSUAL

PRISÃO PENA: é aquela que resulta de uma sentença penal condenatória com

trânsito em julgado. É a própria pena.

PRISÃO PROCESSUAL: Também chamada de Prisão Cautelar ou Prisão Provisória

É a prisão decretada antes do trânsito em julgado da sentença

penal condenatória, motivo pelo qual tem natureza excepcional. Seu objetivo é

assegurar a eficácia das investigações ou do processo criminal.

- Deverá ser PROPORCIONAL, isto é, não pode trazer para o acusado conseqüências

mais graves que o provimento final buscado na ação penal (Ex. Prisão Processual no

caso de Delito Culposo)

- O tempo da prisão cautelar será descontado da prisão penal (detração penal)

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Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que

já estiverem definitivamente condenadas, nos termos da lei de execução

penal.

Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito, após a lavratura dos

procedimentos legais, será recolhido a quartel da instituição a que

pertencer, onde ficará preso à disposição das autoridades competentes.

3. PRESSUPOSTOS DA PRISÃO CAUTELAR

a) Fummus Comissi Delicti: fumaça da prática do crime

- Prova da Materialidade (Existência do crime)

- Indícios de Autoria

b) Periculum Libertatis: é o perigo que a permanência do acusado em liberdade

representa para as investigações ou para o processo penal.

4. ESPÉCIES

Prisão TEMPORÁRIA

Prisão em FLAGRANTE

Prisão PREVENTIVA

Hoje a Prisão Decorrente da Pronúncia e a Prisão decorrente de Sentença

Condenatória recorrível foram extintas.

Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem

escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência

de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação

ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva.

§ 1o As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infração a

que não for isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena privativa

de liberdade.

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§ 2o A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora,

respeitadas as restrições relativas à inviolabilidade do domicílio.

5. MANDADO DE PRISÃO

Prisão em Flagrante Delito: dispensa o mandado de prisão

Prisão Temporária ou Preventiva: É necessário o Mandado de Prisão

MANDADO DE PRISÃO: É o título que permite a realização da prisão.

REQUISITOS DO MANDADO DE PRISÃO:

Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respectivo

mandado.

Parágrafo único. O mandado de prisão:

a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade;

b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome, alcunha ou

sinais característicos;

c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;

d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração;

e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução.

O mandado será passado em duas vias, sendo uma entregue ao preso

(informando o dia, hora e o local da prisão), ficando a outra com a autoridade.

Art. 286. O mandado será passado em duplicata, e o executor entregará ao

preso, logo depois da prisão, um dos exemplares com declaração do dia, hora

e lugar da diligência. Da entrega deverá o preso passar recibo no outro

exemplar; se recusar, não souber ou não puder escrever, o fato será

mencionado em declaração, assinada por duas testemunhas.

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Aulas 01 a 16

Considera-se realizado a prisão por mandado quando o executor,

identificando-se, apresenta o mandado e intima a pessoa a acompanhá-lo.

Art. 291. A prisão em virtude de mandado entender-se-á feita desde que o

executor, fazendo-se conhecer do réu, Ihe apresente o mandado e o intime a

acompanhá-lo.

6. MOMENTO DA PRISÃO

A prisão pode ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeitas as restrições

a inviolabilidade do domicílio.

Art. 5º, XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo

penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou

desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

Casa Inviolável:

Entrada somente com o Consentimento do Morador

Entrar sem o consentimento:

- Flagrante Delito

- As demais prisões devem ser realizadas por determinação judicial e durante o

dia.

Dia: período compreendido entre às 06 e 18 horas

Aurora (nascer do sol) e o crepúsculo (por do sol)

Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu

entrou ou se encontra em alguma casa, o morador será intimado a entregá-lo,

à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamente, o executor

convocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa,

arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação

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Aulas 01 a 16

ao morador, se não for atendido, fará guardar todas as saídas, tornando a casa

incomunicável, e, logo que amanheça, arrombará as portas e efetuará a prisão.

Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar o réu oculto em sua

casa será levado à presença da autoridade, para que se proceda contra ele

como for de direito.

COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS

1. DELEGADO DE POLÍCIA - PR/UEL/2013. A prisão poderá ser efetuada em

qualquer dia e qualquer hora, impondo-se prioritariamente sobre qualquer

restrição relativa a inviolabilidade do domicílio.

2. DELEGADO DE POLÍCIA - PR/UEL/2013. Será admissível a prisão mediante

ordem escrita da autoridade competente, com devida fundamentação, sem

exceção.

3. DELEGADO DE POLÍCIA - PR/UEL/2013. A prisão em virtude de mandado

entender-se-á feita desde que o executor fazendo-a conhecer do réu lhe

apresente o mandado e o intime a acompanha-lo.

1-Errado 2- Errado 3-Certo

7. EMPREGO DE FORÇA

- O uso da força somente em caso de RESISTÊNCIA, TENTATIVA DE FUGA do preso

ou PERIGO A INTEGRIDADE FÍSICA própria ou alheia.

Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no

caso de resistência ou de tentativa de fuga do preso.

STF Súmula Vinculante nº 11

Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de

fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou

de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de

responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de

nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da

responsabilidade civil do Estado.

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8. DEVERES CONSTITUCIONAIS

O preso tem direito a ser informado de seus direitos constitucionais;

A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão imediatamente

comunicados ao Juiz, MP e a família do preso ou a pessoa por ele indicada;

caso não indique advogado, comunica-se também a Defensoria;

O preso deve ser informado sobre os seus direitos, dentre os quais o de

permanecer calado.

O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão

Art.5º, CF

LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão

comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à

pessoa por ele indicada;

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer

calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;

LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou

por seu interrogatório policial;

9. PRISÃO TEMPORÁRIA

A prisão temporária caracteriza-se por sua natureza cautelar (necessidade e

urgência), tendo prazo certo. Ademais, só pode ser decretada na fase de inquérito

policial ou procedimento investigativo, pois visa assegurar a eficácia das

investigações.

“A temporária é a prisão de natureza cautelar, com prazo preestabelecido de

duração, cabível exclusivamente na fase do inquérito policial ou procedimento

investigativo equivalente, objetivando o encarceramento em razão das

infrações seletamente indicadas na legislação” (TAVORA, Nestor; ALENCAR,

Rosmar R.Curso de Direito Processual Penal. 7 ed. Salvador: JusPodvim,

2012, p. 618)

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Aulas 01 a 16

a. CARACTERÍSTICAS

Natureza Cautelar

Prazo Certo:

- 5 dias, prorrogáveis por mais 5 em caso de comprovada e extrema

necessidade

- 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias, em caso de comprova e

extrema necessidade ( CRIMES HEDIONDOS E EQUIPARADOS:T,T,T)

A prorrogação pressupõe requerimento fundamentado.

Possível na fase de Inquérito Policial ou Procedimento Investigativo

Equivalente

Deve ser Requerida pela Autoridade Policial ou MP: não pode ser decretada de

ofício

Quando representada pela autoridade policial, deve-se ouvir o MP

Decisão fundamentada, no prazo de 24 horas.

b. CABIMENTO

Quando imprescindíveis para as Investigações do Inquérito Policial (periculum

libertatis)

Ou

Quando o Indiciado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos ao

esclarecimento de sua identidade (periculum libertatis)

+

Quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na

legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes: (Fumus

Commissi delicti)

- homicídio doloso

- seqüestro ou cárcere privado

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- roubo

- extorsão

- extorsão mediante seqüestro

- estupro

- epidemia com resultado morte

- envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal

qualificada pela morte

- quadrilha ou bando

- genocídio

- trafico de drogas

- crimes contra o sistema financeiro.

- todos os crimes hediondos

COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS

1.Delegado de Polícia-RJ/FUNCAB/2012. Um dos efeitos da Súmula Vinculante nº.

11 do STJ é a nulidade da prisão. No entanto, esta consequência deve ser vista

com cautela. Não gera ilegalidade da prisão em flagrante o fato de o condutor

aplicar abusivamente a algema, restando ao caso as responsabilidades civil,

penal e administrativa. Não obstante, a nulidade da prisão pode advir, por

exemplo, do emprego abusivo de algema pelo Delegado de Polícia, durante o

reconhecimento.

2. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2004. Na prisão temporária, decorrido o prazo de 5

dias de detenção, o preso deverá ser posto imediatamente em liberdade, salvo

se já tiver sido decretada sua prisão preventiva.

1 – Certo 2- Certo

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PRISÃO EM FLAGRANTE

10. PRISÃO EM FLAGRANTE

Prisão em flagrante é aquela que ocorre no momento em que o crime está sendo

realizado. É uma medida restritiva de liberdade de natureza pré-cautelar, que não se

exige ordem escrita do juiz.

Flagrante, que significa queimar, arder.

FUNÇÕES DO FLAGRANTE:

a) Evitar a fuga do infrator

b) Auxiliar na colheita de elementos informativos

c) Impede a consumação ou exaurimento do crime.

FASES DA PRISÃO EM FLAGRANTE

1º: Captura do Agente

Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes

deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.

2º Condução Coercitiva à autoridade policial

3º Lavratura do APFD

4º Recolhimento a Prisão (caso não beneficiado com Fiança ou Livrar-se Solto)

5º Comunicação da Prisão ao Juiz, MP, e família do preso ou pessoa por ele indicada

6º Em até 24 horas, remessa do APFD ao Juiz e à Defensoria Pública, caso não

informe o nome do advogado + Nota de Culpa (mediante recibo, motivo da prisão,

nome do condutor e das testemunhas)

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Aulas 01 a 16

Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão

comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à

família do preso ou à pessoa por ele indicada.

§ 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será

encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o

autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a

Defensoria Pública.

§ 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de

culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e

os das testemunhas.

11. NATUREZA JURÍDICA DO FLAGRANTE

Pré-cautelar

12. ESPÉCIES DE FLAGRANTE

PRÓPRIO/Perfeito/Real: O agente é surpreendido cometendo a infração penal

ou acaba de cometê-la (art. 302, I e II)

IMPRÓPRIO/Imperfeito ou Quase Flagrante: O agente é perseguido, logo

após a infração, em situação que faça presumir ser o autor do fato (art. 302, III,

CPP)

PRESUMIDO/Fico: O agente é preso, logo depois de cometer a infração, com

instrumentos, armas, objetos ou papéis que presumam ser ele o autor da

infração penal (art. 302, IV, CPP)

Obrigatório: Os policiais civil, militar, rodoviário, ferroviário, federal, desde que

em serviço, têm o dever de efetuar a prisão em flagrante (deverão efetuar)

Facultativo: Qualquer do povo pode efetuar a prisão em flagrante (poderá

efetuar)

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Aulas 01 a 16

ESPERADO: A autoridade policial toma conhecimento de que um delito será

praticado e antecipa-se ao criminoso, montando tocaia. Realiza-se a prisão

quando se tem início os atos executórios.

PREPARADO OU PROVADO: O agente é induzido ou instigado a a cometer o

delito; e, nesse momento, acaba sendo preso em flagrante (ilícito)

Súmula 145, STF: “Não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia

torna impossível a sua consumação”

PRORROGADO: Retardamento da ação policial, consistente em aguardar o

melhor momento para efetuar a prisão em flagrante delito;

FORJADO: Conduta ilícita; trata-se de armação.

Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:

I - está cometendo a infração penal;

II - acaba de cometê-la;

III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer

pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;

IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que

façam presumir ser ele autor da infração.

13. INFRAÇÕES PERMANENTES

Infrações permanentes são aquelas que a consumação se protrai no tempo, como o

sequestro e o tráfico.

Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito

enquanto não cessar a permanência.

Diferenciam-se das crimes habituais, em que se exige a reiteração de condutas para

que a consumação venha se caracterizar, como ocorre com o curandeirismo.

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14. OBSERVAÇÕES

- Crimes de Ação Privada: A prisão é possível, mas o auto só pode ser

lavrado se o ofendido requerer.

- Crimes de Ação Penal Pública Condicionada à Representação: A prisão é

possível, mas a lavratura do auto de prisão depende de representação da vítima

- Infrações de Menor Potencial Ofensivo: TCC – Termo Circunstanciado de

Conduta

- Homicídio e Lesão Corporal Culposa na direção de veículo automotor: é

vedada a prisão em flagrante daquele que presta imediato e integral socorro a vítima.

COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS

1. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2004. Considere que, no curso da investigação

policial para apurar a prática de crime de extorsão mediante sequestro contra

um gerente do Banco X, agentes da Polícia Federal tenham perseguido os

suspeitos, que fugiram com a vítima por dois dias consecutivos. Nessa situação,

enquanto mantiverem a privação da liberdade da vítima, os suspeitos poderão

ser presos em flagrante, por se tratar de infração permanente.

2. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2009. Não há crime quando a preparação do

flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.

3. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2009.Por completa falta de amparo legal, não se

admite o flagrante forjado, que constitui, em tese, crime de abuso de poder,

podendo ser penalmente responsabilizado o agente que forjou o flagrante.

1- Certo 2-Certo 3-Certo

15. SUJEITOS DO FLAGRANTE

Sujeito Ativo: é aquele que efetua a prisão, podendo ser qualquer pessoa.

Condutor: é a pessoa que apresenta o preso à autoridade policial

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Sujeito Passivo: é aquele detido em situação de flagrância

Em regra, pode ser qualquer pessoa.

Exceções:

- Presidente da República somente poderá ser preso com advento da

sentença penal condenatória transitada em julgada

- Os diplomatas estrangeiros, conforme tratados internacionais

- Membros do Congresso Nacional só podem ser presos em flagrante

de crime inafiançável

- Magistrados só podem ser presos em flagrante de crime inafiançável,

devendo fazer a imediata comunicação e apresentação ao Presidente do

Tribunal

- Membros do MP só podem ser presos em flagrante de crime

inafiançável, devendo fazer a imediata comunicação e apresentação ao

Procurador Geral

- Advogados somente poderão ser presos em flagrante, por motivo de

exercício da profissão, em caso de crime inafiançável, sendo necessária a

presença de um representante da OAB, para a lavratura do auto, sob pena de

nulidade.

Autoridade Competente: em regra, é a autoridade policial da circunscrição onde

foi efetuada a prisão. Após a lavratura, não sendo competente, remete para a

autoridade competente.

16. PRISÃO EM FLAGRANTE: PROCEDIMENTO

1º. Apresentação do Preso

2º. Oitiva do Condutor + Recibo de entrega do preso

3º. Oitiva das testemunhas

4º. Oitiva da Vítima

5º. Interrogatório do Preso

6º Recolhimento a prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou fiança

7º. Entrega da Nota de culpa em 24 horas

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8º. Remessa de Cópia do Flagrante ao Juiz e a Defensoria Pública, caso o

preso não indique o nome do advogado (24 horas)

Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor

e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e

recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas

que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que

lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a

autoridade, afinal, o auto.

§ 1o Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a

autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de

prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se para isso for

competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que o seja.

§ 2o A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em

flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos

duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à autoridade.

§ 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo,

o auto de prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas, que

tenham ouvido sua leitura na presença deste.

17. PROVIDÊNCIAS DO JUIZ

Com o APFD, o juiz pode tomar as seguintes providências:

-Relaxamento da Prisão Preventiva

Falta de formalidade no auto de prisão em flagrante

Inexistência de situação flagrancial

Atipicidade do Fato

Excesso de Prazo

Aplica medida cautelar, concede Liberdade Provisória com ou Sem Fiança

Conversão do Flagrante em Prisão Preventiva

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Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá

fundamentadamente:

I - relaxar a prisão ilegal; ou

II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os

requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou

insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou

III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.

Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o

agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do

art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal,

poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória,

mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de

revogação.

COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS

1. AGENTE DE POLÍCIA-GO/UEG/2013. A prisão em flagrante, segundo o Código

de Processo Penal, deve ser relaxada quando o juiz, fundamentadamente,

considera-la ilegal.

2. AGENTE DE POLÍCIA-GO/UEG/2013. A prisão em flagrante, segundo o Código

de Processo Penal, terá prazo de 10 dias, quando, então, o juiz deverá convertê-

la em prisão temporária.

3. JUIZ SUBSTITUTO-TJ/SC/2013. O juiz, ao receber o auto de prisão em

flagrante, poderá, sem a ouvida do Ministério Público, conceder liberdade

provisória sem fiança ao agente preso em flagrante delito.

4. PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SC/2012. Se o juiz verificar, pelo auto de

prisão em flagrante, que o agente praticou o fato nas condições constantes dos

incisos I a III do caput do art. 23 do Código Penal, poderá, fundamentadamente,

relaxar a prisão, mediante termo de comparecimento a todos os atos

processuais, sob pena de revogação.

5. DEFENSOR PÚBLICO – DPE/MA/FCC/2013. A falta de testemunhas presenciais

da infração impedirá o auto de prisão em flagrante.

6. INVESTIGADOR DE POLÍCIA-BA/CESPE/2013. A assistência de advogado

durante a prisão é requisito de validade do flagrante; por essa razão, se o

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autuado não nomear um profissional de sua confiança, o delegado deverá

indicar um defensor dativo para acompanhar o caso.

1-Certo 2-Errado 3- Certo 4- Errado 5-Errado 6-Errado

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PRISÃO PREVENTIVA

1. PRISÃO PREVENTIVA

A prisão preventiva caracteriza-se por ser uma espécie de prisão cautelar decretada

pela autoridade judiciária, durante a realização da fase investigatória ou do processo

criminal, uma vez presentes as circunstâncias do art. 312 e 313 do CPP.

- Medida extrema e excepcional. Só é aplicada quando não for possível aplicar uma

medida alternativa diversa da prisão (art. 282, §6º)

- Ela pode ser decretada no Inquérito Policial ou no curso do Processo Penal

Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal,

caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação

penal, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente,

ou por representação da autoridade policial.

2. NATUREZA DA PRISÃO

Cautelar

3. INICIATIVA DA DECRETAÇÃO

- Decretada de ofício pelo juiz no curso do processo penal

Juiz não pode decretar a preventiva de ofício no curso do inquérito policial.

4. LEGITIMADOS A PEDIR A PRISÃO PREVENTIVA

MP/ Querelante

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Assistente da Acusação

Autoridade Policial, por meio de representação

5. PRESSUPOSTOS

Fumus Commissi Delicti: fumaça da prática do crime

- Existência do Crime

- Indícios de Autoria

Periculum libertatis:- É o perigo que a permanência do acusado em liberdade

representa para a investigação criminal ou para o processo

a) Garantia da Ordem Pública

b) Garantia da Ordem Econômica

c) Garantia da Aplicação da Lei Penal

d) Conveniência da Instrução Criminal

e) Descumprimento de Medidas Cautelares Impostas

Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem

pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para

assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do

crime e indício suficiente de autoria.

Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso

de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras

medidas cautelares (art. 282, § 4o).

GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA:

- risco concreto da reiteração criminosa

- modo de execução grave do delito praticado

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Aulas 01 a 16

Obs.: Clamor Público, Credibilidade do Judiciário, Risco de Linchamento não

autorizam a decretação da prisão preventiva.

GARANTIA DA ORDEM ECONÔMICA:

- risco de reiteração delituosa nos crimes contra a ordem econômica

GARANTIA DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL

- Dados concretos que indiquem que o acusado pretende fugir, inviabilizando

futura execução penal.

CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL

- Visa impedir que o agente perturbe a livre produção probatória.

Uma vez encerrada a instrução processual, a prisão preventiva decretada com

base nessa hipótese deve ser revogada.

DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS CAUTELARES IMPOSTAS

6. ADMISSIBILIDADE DA PRISÃO PREVENTIVA

a) Crime Dolosos punidos com Pena superior a 4 anos

b) Quando o réu é REINCIDENTE ESPECÍFICO em CRIME DOLOSO

c) Crime envolvendo VIOLÊNCIA DOMÉSTICA OU FAMILIAR CONTRA a

MULHER, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência,

d) Dúvida sobre a identidade civil da pessoa

Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da

prisão preventiva:

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Aulas 01 a 16

I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima

superior a 4 (quatro) anos;

II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em

julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no

2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal;

III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança,

adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a

execução das medidas protetivas de urgência

IV - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver

dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer

elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado

imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese

recomendar a manutenção da medida.

Não será decreta se o juiz verificar pelas provas que o agente praticou o fato

amparado por uma excludente de ilicitude.

6. DECISÃO

- Fundamentada

Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva

será sempre motivada.

7. PRAZO

Não comporta prazo definido, devendo ser revogada quando ausentes os motivos que

a determinaram.

Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo,

verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se

sobrevierem razões que a justifiquem.

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Aulas 01 a 16

COMO ESSE ASSUNTO VEM SENDO COBRADO PELOS CONCURSOS

1. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2009. Assemelham-se as prisões preventiva e

temporária porque ambas podem ser decretadas em qualquer fase da

investigação policial ou da ação penal. No entanto, a prisão preventiva

pressupõe requerimento das partes, ao passo que a prisão temporária pode ser

decretada de ofício pelo juiz.

2. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2012. A prisão preventiva, admitida nos casos de

crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a

quatro anos, pode ser decretada em qualquer ase da persecução penal, desde

que haja prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.

3. POLÍCIA FEDERAL/CESPE/2014. A prisão preventiva poderá ser decretada

como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da

instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver

prova da existência do crime e indício suficiente de autoria, em caso de crime

doloso ou culposo, punidos com detenção quando se apurar que o indiciado é

vadio ou, havendo dúvida sobre a sua identidade, não fornecer ou não indicar

elementos para esclarecê-la.

1-Incorreto 2- Certo 3-Incorreto

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ANEXOS

LEITURA OBRIGATÓRIA:

LEI Nº 10.446, DE 8 DE MAIO DE 2002.

Conversão da MPv nº 27, de 2002

Dispõe sobre infrações penais de

repercussão interestadual ou internacional

que exigem repressão uniforme, para os

fins do disposto no inciso I do § 1o do art.

144 da Constituição.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta

e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Na forma do inciso I do § 1o do art. 144 da Constituição, quando houver

repercussão interestadual ou internacional que exija repressão uniforme, poderá o

Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça, sem prejuízo da

responsabilidade dos órgãos de segurança pública arrolados no art. 144 da

Constituição Federal, em especial das Polícias Militares e Civis dos Estados, proceder

à investigação, dentre outras, das seguintes infrações penais:

I – seqüestro, cárcere privado e extorsão mediante seqüestro (arts. 148 e 159 do

Código Penal), se o agente foi impelido por motivação política ou quando praticado em

razão da função pública exercida pela vítima;

II – formação de cartel (incisos I, a, II, III e VII do art. 4º da Lei nº 8.137, de 27 de

dezembro de 1990); e

III – relativas à violação a direitos humanos, que a República Federativa do Brasil

se comprometeu a reprimir em decorrência de tratados internacionais de que seja

parte; e

IV – furto, roubo ou receptação de cargas, inclusive bens e valores, transportadas

em operação interestadual ou internacional, quando houver indícios da atuação de

quadrilha ou bando em mais de um Estado da Federação.

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Aulas 01 a 16

V - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins

terapêuticos ou medicinais e venda, inclusive pela internet, depósito ou distribuição do

produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado (art. 273 do Decreto-Lei nº

2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal).

Parágrafo único. Atendidos os pressupostos do caput, o Departamento de Polícia

Federal procederá à apuração de outros casos, desde que tal providência seja

autorizada ou determinada pelo Ministro de Estado da Justiça. (Incluído pela Lei nº

12.894, de 2013)

Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 8 de maio de 2002; 181o da Independência e 114o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Miguel Reale Júnior

LEI Nº 12.830, DE 20 DE JUNHO DE 2013.

Mensagem de veto

Dispõe sobre a investigação criminal

conduzida pelo delegado de polícia.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional

decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Esta Lei dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado

de polícia.

Art. 2o As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais

exercidas pelo delegado de polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas

de Estado.

§ 1o Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a

condução da investigação criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento

previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das circunstâncias, da

materialidade e da autoria das infrações penais.

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Aulas 01 a 16

§ 2o Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a requisição

de perícia, informações, documentos e dados que interessem à apuração dos fatos.

§ 3o (VETADO).

§ 4o O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso

somente poderá ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico, mediante

despacho fundamentado, por motivo de interesse público ou nas hipóteses de

inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que

prejudique a eficácia da investigação.

§ 5o A remoção do delegado de polícia dar-se-á somente por ato

fundamentado.

§ 6o O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato

fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria,

materialidade e suas circunstâncias.

Art. 3o O cargo de delegado de polícia é privativo de bacharel em Direito,

devendo-lhe ser dispensado o mesmo tratamento protocolar que recebem os

magistrados, os membros da Defensoria Pública e do Ministério Público e os

advogados.

Art. 4o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 20 de junho de 2013; 192o da Independência e 125o da República.