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FILOSOFIA Aula 7 Os Modernos I Prof. Ms. Elizeu N. Silva

Aula 07 filosofia os modernos i

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FILOSOFIAAula 7 – Os Modernos I

Prof. Ms. Elizeu N. Silva

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A grande questão, para os gregos antigos era: “O que é a

realidade?” Buscam a “explicação verdadeira do mundo”, em

oposição a outras formas de explicação classificadas como

“mera aparência” – condição da doxa –, ou ainda como “ilusão”

e “erro” – condição do pensamento mágico.

À pergunta “O que é real”, os detentores das explicações

racionais (filósofos) fornecem duas respostas:

• O real é a physis >> filosofia como cosmologia.

• O real é o Ser >> filosofia como ontologia.

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Os modernos não perguntam sobre o que é real. Querem saber

“Como é possível o conhecimento (do real)?” Desta

forma, colocam a filosofia na trilha da epistemologia.

Inserem na filosofia, desta forma, a figura do sujeito – iniciando

o processo de “subjetivação do mundo”. Trata-se de mudança

na percepção do existente, do apresentado (filosofia antiga

clássica) para o representado.

• Para os antigos, o existente é o que se mostra por si

mesmo.

• Para os modernos, o existente é o que é posto por outro.

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Entre o real e o conhecimento do real existe a instância da

subjetividade.

• “O existente como representação é atividade (como

descoberta ou como criação) do sujeito; a verdade como

certeza é um aval dado pelo sujeito a certos enunciados ou

pensamentos”. GHIRALDELLI JR., Paulo

Para os modernos, as ideias de mundo e de verdade passam a

ser subjetivas, pois constituem-se como objetos do

conhecimento do sujeito.

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Para os modernos, o homem é o “palco do existente”, pois as

coisas acontecem diante do homem, para o homem, ou mesmo

no homem. O homem – às vezes como ser empírico

individual, outras, como ser genérico e abstrato – é o avalista

da verdade.

A filosofia moderna se dedicará, então, à

subjetividade, investigando-a para perceber como ocorre o

conhecimento e quais critérios devem ser adotados para que

enunciados e pensamentos poderiam ser considerados

verdadeiros.

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As relações subjetivas entre sujeito e objeto tornam-se o

principal tema da filosofia moderna.

René Descartes (1596-

1650) – França

Jean-Jacques

Rousseau (1712-

1778) – Suíça

Immanuel Kant

(1724-1804) –

Alemanha

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René Descartes

A partir do questionamento sobre “como conhecer a realidade?”

realiza investigação acerca da certeza, definida por ele como

algo “claro e distinto”.

Convencido de que tudo que lhe foi ensinado carecia de

solidez, decide começar um processo de busca do

conhecimento verdadeiro. Procura as “bases sólidas do

conhecimento” por meio do processo da dúvida metódica.

• O conhecimento das ciências também pode ser falso, pois

estas não são imutáveis.

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René Descartes

Inicia suas reflexões duvidando de tudo, considerando as

seguintes premissas:

• Tudo que o ser sabe reside em seu próprio pensamento.

• Tudo que reside no pensamento ou vieram dos sentidos, ou

são conhecimentos inatos do ser.

• Não se pode depositar confiança absoluta nos sentidos. Eles

são passíveis de equívoco.

• Nesta fase das investigações, só a matemática lhe inspira

certeza.

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René Descartes

• Querendo duvidar inclusive da matemática, supõe a

existência de um Gênio Maligno, cuja finalidade fosse a de

enganá-lo sobre todas as coisas, alimentando a hipótese de

que o pensamento é um conjunto total de falsidades.

• No entanto, justamente a hipótese do Gênio Maligno o

conduz àquela que ele considera como a primeira verdade

inquestionável: “Se o Gênio existe, é necessário que

eu, enquanto estou sendo enganado, me mantenha

pensando – e disso tenho certeza”. Se penso, logo, existo.

(Ou: eu duvido, logo penso, logo existo > Dubito, ergo

cogito, ergo sum).

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René Descartes

Descartes estabelece a certeza como critério básico da

verdade.

Para Descartes, o saber e as ciências (enquanto saber

verdadeiro) têm o eu como fundamento, um sujeito dotado de

um núcleo insusceptível de mudanças: o cogito.

Cogito, ergo sum: Rubrica: filosofia.

Verdade e proposição fundamental do cartesianismo, desenlace de uma cadeia

argumentativa cujo ponto de partida é o absolutismo cético em relação a

qualquer crença ou convicção, de onde se constata que o procedimento

dubitativo implica necessariamente a atividade do pensamento, o que conduz à

irrefutável certeza do sujeito pensante a respeito de sua própria existência.

Dicionário Houaiss

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Jean-Jacques Rousseau

Rousseau encontra outro tipo de fundamento para o

conhecimento.

Começando pela dúvida, tal qual Descartes, Rousseau admite

a “sinceridade do coração” como parâmetro para identificar a

verdade.

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Jean-Jacques Rousseau

“... tendo em mim o amor à verdade como filosofia, e como método

único uma regra fácil e simples que me dispensa da vã sutileza dos

argumentos, volto com esta regra ao exame dos conhecimentos

que me interessam, resolvido a admitir como evidentes todos aos

que, na sinceridade do coração, não puder recusar meu

assentimento, como verdadeiros todos os que me parecem ter uma

ligação necessária com os primeiros, e deixar todos os outros na

incerteza, sem os rejeitar nem admitir, e sem me atormentar em os

esclarecer desde que não me levem a nada de útil na prática.

ROUSSEAU. Emílio ou Da Educação. Trad. Sérgio Milliet. São

Paulo: Difel, 1970.

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Jean-Jacques Rousseau

Em Rousseau, portanto, a verdade é alcançada por meio de

uma subjetividade mais individualizada – dependente do

indivíduo. Adotando como critério o assentimento do coração, a

verdade torna-se algo exclusivo da intimidade.

A intimidade que avalia a verdade é a da pessoa dotada de

consciência moral, organizada à base dos sentimentos e de um

coração livre da perversidade original. Ele próprio afirma que

“O homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe”.

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Jean-Jacques Rousseau

Enquanto Descartes representa uma postura Iluminista de

conhecimento, Rousseau antecipa uma antecipação do

Romantismo.

• Rousseau moraliza o sujeito epistemológico, considerando a

verdade como parte inseparável da honestidade, da pureza e

da bondade de coração.

• Um cientista (filósofo) mau, não seria um cientista. No

máximo, seria um falso cientista. Sendo mau, não saberia

jamais o que é a verdade, sendo portanto incapaz de produzir

ciência autêntica.

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Fontes bibliográficas:

ABRÃO, Bernadette Siqueira. A história da filosofia. São

Paulo, Ed. Nova Fronteira, 2004

CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo, 13ª

edição, Ed. Ática, 2005

GHIRALDELLI JR., Paulo. Introdução à filosofia. Barueri, Ed.

Manole, 2003