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Autoria e letramento:Análise das narrativas
orais de ficção de uma
mulher analfabeta.
Jardeane Fontenele
Luiz Sávio Figueiredo
Wanessa de Lima
LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO
“A grande Divisa”
Significa que as pessoas que são
letradas, que tem o domínio da
língua, possuem melhor domínio
discursivo.Possuem um pensamento
superior aos que não tem.
Críticas à teoria de grande
divisa.
Tannen (1987) “As duas modalidadesentrecruzam-se e se superpõem, dependendo dofoco de envolvimento intrapessoal.
Miyoshi (1988) Diz que a função ideológica dessateoria é estabelecer uma separação radical entreo “eu” e o “outro” nas sociedade ocidentais.
Langer (1987) Propõe que a dicotomia oral Xletrado seja substituída por uma suposição.
Street (1989) Existe uma versão antiga e umressurgimento moderno dessa teoria.
Autora, Escrita e Oralidade. Scholles e Kellong (1977) O discurso narrativo
composto oralmente não tem autor. Nesse tipo narrativa teríamos um “contador de história” que seria simplesmente um veículo de difusão, de presentificação do já narrado.
Bakhtin (1985) Autora é aquela que dirige a visão do leitor e sua atividade de compreensão do texto. Dentro da obra, o autor é para o leitor o conjunto de princípios estruturantes que devem ser realizados, a unidade dos momentos transgressores da visão ativamente referidos ao herói e seu mundo.
Autora, Escrita e Oralidade.
Em resumo, o autor é visto na bibliografia
como aquele que organiza o discurso
escrito, dando-lhe uma orientação por
meio de mecanismos de coerência e
coesão, mas também garantindo que
certos efeitos de sentido e não outros
serão produzidos durante a leitura.
Perfil de Dona Madalena Madalena de Paula Marques é
negra, analfabeta, pobre, de terceira idade, resideem um bairro na periferia de Ribeirão Preto – SP. Eviúva, tem filhos e netos e muitos moram com elaem sua pequena casa. Frequentou a escola duranteum curto período. Sabe contar objetos, conhece osnúmeros mais simples, não sabe ler nemescrever, sequer sabe assinar o seu próprio nome.Sempre trabalhou na lavoura, ou como domestica.
E uma pessoa extremamentecomunicativa, amável, hospitaleira e descontraída.Conversa com todos de maneira desembaraçada. Ealém disso, exerce uma liderança, tanto em nívelfamiliar, quanto comunitária.
Indícios De autora nas narrativas
orais de Dona Madalena.
Objetivo: Mostra como os efeitos de sentido sãoproduzidos por ela em algumas de suas narrativas.
Efeito de suspense: criado pela interrupção de fluxonarrativo, e pela sugestão antecipada de que algoimportante vai acontecer.
Indícios da antecipação, pelo narrador, de necessidadesdo narratário: antecipa dúvidas, questionamentos enecessidades de informação que não são reais, sãoverticais e introduz na narrativa os elementos que julgaproblema.
Ressignificação de elementos da experiência de DonaMadalena dentro do narrado: Introduz nas narrativaselementos de sua realidade, que passam a fazer parte doficcional criado por ela. E como se a autora se colocassena posição de testemunha dos fatos narrados.
Contextualizando...
Um “analfabeto” contando histórias.
“No caminho da roça tem maracujá Só não tem maduro pra meu bem chupar
As pombinha voam, eu também quero voar
Os bichinhos pelo chão, as asinhas pelo ar Dona Mariquinha rodei, Dona Mariquinha rodai, um beijinho beijei, um beijinho beijai Dona mariquinha rodei, Dona Mariquinha rodai, um beijinho beijei, um beijinho beijai”
Cantigas populares
CONCLUSÃO A competência de Madalena comprova que o seu
discurso oral é um elemento característico de
letramento.Isso significa que mesmo as pessoas que
não escrevem ou não escrevem bem, possuem
pensamento lógico por suas narrativas orais.
Portanto, a teoria da Grande Divisa é um pensamento
ultrapassado.
REFLEXÕES
Letramento não é um gancho em que se
pendura cada som enunciado.Não é um
treinamento repetitivo de uma habilidade.
Nem um martelo quebrando blocos de
gramática.
(Magda Soares)