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Capitulo 3 Sons da Paixão... Dia 14 de abril de 2012, Marco estava na sala de aula, como sempre olhando o pátio através da janela que ficava ao seu lado. Eren ainda estava com as mãos enfaixadas, pois o produto que explodira em sua mão era altamente químico, causando um dano razoável. Sarah, séria como sempre olhava fixamente para frente, porém sem atenção nenhuma à aula, e Jéssica escrevia em seu caderno rapidamente algumas palavras como se quisesse que ninguém notasse seus movimentos; Soou então o sinal da escola, era a hora do lanche matinal. Todos saíram da sala, mas Marco nem se mexeu, estava pensativo e olhando a paisagem pela janela que nem notara o sinal tocar. -Hey, Marco! Acorda, amigo. Já soou o sinal do intervalo, vamos comer alguma coisa! – Disse Eren, cutucando o amigo. -No-Nossa! E-Eu nem percebi! Vamos! – Disse Marco voltando em si. No pátio havia vários bancos, e alguns sob a sombra de uma enorme árvore no meio do local onde se sentaram os dois colegas. O dia estava ensolarado, o sol estava forte, porém a brisa que batia era demasiadamente refrescante. -Então, Marco... Por que você esta tão desligado hoje? – Perguntou Eren. -Não é nada, Eren... – respondeu o amigo tranquilamente. -Você ainda está se sentindo culpado pelo ocorrido, não é? Eu já disse que não foi nada! -N-Não é isso... Eu ainda penso no que eu fiz, mas não é isso que me incomoda... -Então, o que é, amigo? – Pergunto Eren interessado na seriedade do amigo. -É que de algum tempo para cá percebi que a Jéssica estava diferente... Comportava-se diferente... Ela esta escrevendo alguma coisa, mas não quer que alguém note... – Disse Marco pensativo. -Já sei você acha que é uma carta de amor para outra pessoa que não é você! Eu sabia! – Disse Eren, começando a rir. -N-Não é nada disso, Eren! Seu trouxa, por que você sempre pensa que eu sou tão gamado assim nela? – Disse Marco dando um pulo e levantando do banco. -Simples, Marco... É porque te conheço, meu amigo, você não me engana! – Respondeu Eren dando muita risada.

Capitulo 3 - Sons da Paixão

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3º Capitulo da obra Escolhas para uma vida.

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Page 1: Capitulo 3 - Sons da Paixão

Capitulo 3

Sons da Paixão...

Dia 14 de abril de 2012, Marco estava na sala de aula, como sempre olhando o pátio

através da janela que ficava ao seu lado. Eren ainda estava com as mãos enfaixadas, pois o

produto que explodira em sua mão era altamente químico, causando um dano razoável. Sarah,

séria como sempre olhava fixamente para frente, porém sem atenção nenhuma à aula, e Jéssica

escrevia em seu caderno rapidamente algumas palavras como se quisesse que ninguém notasse

seus movimentos; Soou então o sinal da escola, era a hora do lanche matinal. Todos saíram da

sala, mas Marco nem se mexeu, estava pensativo e olhando a paisagem pela janela que nem

notara o sinal tocar.

-Hey, Marco! Acorda, amigo. Já soou o sinal do intervalo, vamos comer alguma coisa! –

Disse Eren, cutucando o amigo.

-No-Nossa! E-Eu nem percebi! Vamos! – Disse Marco voltando em si.

No pátio havia vários bancos, e alguns sob a sombra de uma enorme árvore no meio do

local onde se sentaram os dois colegas. O dia estava ensolarado, o sol estava forte, porém a brisa

que batia era demasiadamente refrescante.

-Então, Marco... Por que você esta tão desligado hoje? – Perguntou Eren.

-Não é nada, Eren... – respondeu o amigo tranquilamente.

-Você ainda está se sentindo culpado pelo ocorrido, não é? Eu já disse que não foi nada!

-N-Não é isso... Eu ainda penso no que eu fiz, mas não é isso que me incomoda...

-Então, o que é, amigo? – Pergunto Eren interessado na seriedade do amigo.

-É que de algum tempo para cá percebi que a Jéssica estava diferente... Comportava-se

diferente... Ela esta escrevendo alguma coisa, mas não quer que alguém note... – Disse Marco

pensativo.

-Já sei você acha que é uma carta de amor para outra pessoa que não é você! Eu sabia! –

Disse Eren, começando a rir.

-N-Não é nada disso, Eren! Seu trouxa, por que você sempre pensa que eu sou tão

gamado assim nela? – Disse Marco dando um pulo e levantando do banco.

-Simples, Marco... É porque te conheço, meu amigo, você não me engana! – Respondeu

Eren dando muita risada.

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-E-Eren, você não sabe de nada, seu idio – Marco foi interrompido pelo som do sinal.

-Tudo bem... Tudo bem... Eu não sei de nada, Marco, agora vamos para a sala, anda logo.

– Disse Eren, dando ainda algumas risadas.

Terminou as aulas pela manhã, Marco ficou e almoçou no refeitório da escola, pois

deveria passar no mercado para comprar legumes para sua avó e o caminho era mais curto do

que se almoçasse em casa. Assim o fez. Terminou e foi ao mercado. Lá chegando, adentrou e foi

direto à sessão de legumes, porém no meio de suas escolhas seu celular tocou e ao atender, a voz

de Sarah saiu do aparelho dizendo:

-É você, seu imbecil?

-O-O que? Espera... Sarah? C-Como você conseguiu meu numero de celular? – perguntou

Marco assustado.

-Isso não importa! Eu tenho meus meios! Liguei para te falar que é para você passar aqui

em casa na hora que você sair do supermercado!

-Já tem um novo plano? Pensei que você iria demorar mais para bolar outro após a falha

do antigo... E-espera... Como você sabe que eu estou no supermercado?

-Somente venha aqui depois... E eu já disse que tenho meus jeitos, seu idiota... Sem mais

perguntas! – e a ligação caiu.

Vamos começar mais outra loucura. De novo, meu Deus, pensou o jovem rapaz. Pagou

pelo que comprou e assim saiu em direção à casa de Sarah, hesitante, mas continuou em frente.

Chegou à casa, respirou fundo e bateu na porta, que logo em seguida foi aberta por Sarah, que

logo se virou ordenando que Marco entrasse. Entrou e sentou-se no sofá e esperou Sarah que

havia entrado no quarto, até o momento que a garota reapareceu, e, vindo em direção a Marco

dizendo:

-Você vai ajudar a Jéssica a tocar violão...

-O QUE? O-O QUE VOCE DISSE? – Perguntou Marco saltando do sofá com um felino.

-Isso mesmo que você escutou... VOCÊ vai ajudar a Jéssica a tocar violão... – respondeu

tranquilamente, Sarah enquanto se sentava no lugar de Marco que se levantou em um pulo.

-M-Mas, por que isso, assim de repente e sem me consultar? – Perguntou Marco,

desacreditado no que ouvira.

-Bem... Se você não quiser, eu falo para ela procurar outro então...

-Não! – Gritou o rapaz – Quer dizer... Por que você fez tudo isso sem me avisar? Estou

totalmente perplexo... Espera... E COMO VOCÊ SABE QUE TOCO VIOLÃO!

-Eu já disse, seu idiota... Eu tenho meus mei - foi interrompida por Marco.

-Você está pesquisando sobre minha vida, é? Sobre mim?

Page 3: Capitulo 3 - Sons da Paixão

-O-O que? – Gritou Sarah, ficando em pé – Po-Por que eu iria pesquisar sobre alguém

palhaço como vo-você? Além do mais, você deveria estar me... Me Agradecendo pelo que fiz por

você agora...

-Ah... – suspirou Marco – Não importa mais, agora... O que eu vou ter que fazer?

-Amanhã ela vai à sua casa para que você ajude ela a tocar melhor o instrumento...

- O QUE? – gritou – AMANHÃ? De repente, assim? Você é louca? E minha avó que está

em casa, agora o que eu vou dizer para ela quando a Jessica chegar?

-Bem... Agora você que de seu jeito, eu já fiz o que podia, agora, depende de você... E

pare de me chamar de louca, seu idiota, se não, vou de dar outro soco na cara! – respondeu,

agrassiva.

-M-Mas, por que eu? – Perguntou Marco, se acalmando.

-É... Agora tive certeza que você é um idiota... Marco! Acorda! Nós fizemos um acordo,

lembra? – Sarah disse, dando uma bronca em Marco – E além do mais, ela precisa melhorar de

qualquer forma... – abaixou a cabeça logo em seguida.

-Melhorar de qualquer forma? Ela é tão ruim assim?

-Você verá amanhã... – suspirou fundo.

Passaram a tarde inteira armando o plano, discutiam quais as atitudes que deveriam ser

tomadas por Marco quando Jéssica aparecesse em sua casa até que terminaram as discussões, e

Marco foi em direção a porta para ir embora, mas antes de sair, Sarah o chamou novamente

dizendo:

-M-Marco, espere um pouco!

-O que? Por quê? – perguntou o rapaz sem entender a atitude da garota.

-E-Eu comprei filés e nuggets e... – foi interrompida por Marco.

-E você não sabe como frita-los, e quer que eu os frite para você... Estou errado? –

perguntou o rapaz dando algumas risadas.

-NÃO É ISSO! – gritou Sarah, ficando envergonhada – É que... É que... Eu quero ver se

você sabe mesmo fazer outros tipos de comida sem ser aquela sopa horrível que você fez... E

além do mais, você DEVE fritar para mim, por eu ter te arrumado um encontro com a Jéssica! –

disse exaltada.

-Sei... Sei... – resmungou Marco sorrindo.

-O-O QUE? VOCÊ ACHA QUE... QUE EU NÃO SEI MESMO FRITAR NADA?

COMO VOCÊ É IDIOTA, MARCO! – gritou Sarah, ficando com o rosto vermelho - VOCÊ

DEVE FRITAR PARA MIM, POR QUE EU FIZ UM – foi interrompida por Marco, que jogou

uma almoçada em seu rosto.

Page 4: Capitulo 3 - Sons da Paixão

-Está bom... Está bom, eu frito eles para você. Mas faça-me um favor... Fecha essa boca

um pouco e arruma a mesa, pelo menos... O resto deixe para o Chef aqui. – Disse Marco,

passando ao lado de Sarah, que estava com a almoçada no rosto, indo em direção à cozinha,

dando algumas risadas.

Sarah ficou parada logo após a atitude de Marco, não entendera ao certo o que havia

acontecido, nunca tinha visto aquela atitude por parte do rapaz. Ele esta mudando," não era mais

o garoto que bati aquele dia", pensou Sarah. Enquanto Marco fritava os filés e os nuggets, Sarah

arrumava a mesa. Estendeu a toalha, colocou os pratos e copos em cima, até que Marco trouxe as

frituras e outra panela que, quando aberta, continha arroz. Sarah não acreditava no que via, e

perguntou:

-A-Arroz? Por que você fez arroz?

-Você queria o que? Só comer frituras? Isso não faz bem, além de que fiz uma salada com

alguns legumes que achei na geladeira... – Disse Marco, colocando os alimentos sobre a mesa e

se sentando – E tem todo esse tipo de comida porque eu vou comer aqui também, como você

disse antes, os esforços devem ser recompensados! – Terminou dando um sorriso irônico.

-S-Seu APROVEITADOR! – gritou Sarah.

-Está bom, depois você me bate. Agora vamos comer, porque não comi nada desde o

almoço, e agora já são 20 horas da noite...

Sarah, enfim se acalmou, e deu algumas risadas, chamando Marco novamente de

aproveitador e idiota, mas no fim, se sentou à mesa. Jantaram e conversaram novamente sobre o

plano do dia seguinte. Marco, muitas vezes tinha crises de pânico só de pensar em ficar com a

Jéssica em sua casa, junto com sua avó. O que ela poderia falar? Pensava o rapaz, em estado de

choque. O medo de o plano falhar vinha toda hora à mente, mas Sarah dava pequenos murros na

cabeça de Marco, insistindo que o rapaz pensasse positivo, e que tudo dependeria somente dele.

Era exatamente 22 horas da noite, Marco se despediu de Sarah a qual lhe deu um soco no

ombro, como prometido para o rapaz, e foi embora. É amanhã... É amanhã que vou conquistar a

Jéssica com meus conhecimentos musicais. Vou ensinar ela tocar perfeitamente, violão! Pensava

o rapaz. Chegou a sua casa, abriu a porta, percebendo que havia um silencio, pois sua avó já fora

dormir. Passou no quarto dela, a beijou no rosto, como se desejasse boa noite, e foi em direção a

seu quarto, onde se trocou e se jogou na cama, esperando ansioso o dia clarear. Seus

pensamentos não eram relacionados a mais nada a não ser Jéssica e a música.

Eram exatamente 3 horas da manhã, e Marco não pregara os olhos, ficava rolando sobre a

cama e seu pensamento se quer relaxava por alguns minutos. A idéia de Jéssica vir aprender a

tocar violão com ele, era algo sonhado há muito tempo e que estaria se realizando, a ansiedade

Page 5: Capitulo 3 - Sons da Paixão

era tanta que não permitia a Marco, sequer o pensamento de dormir. Logo o dia começou a raiar,

as luzes começaram a entrar pela janela do quarto. "Só pode ser brincadeira! Eu não fechei os

olhos a noite toda!" Pensou o pobre e sonolento rapaz.

Marco, inconformado com a noite de sono que perdera, tentou se levantar, porém, logo

após ficar de pé se sentiu como se alguém tivesse batido em sua cara, pois uma incrível vontade

de se deitar o acertou em cheio, mas não podia se abalar porque esse era o dia do grande plano.

Mesmo sonolento, Marco foi em direção ao banheiro. Muito cansado, parecia que seu corpo se

movia sozinho, pois seus olhos se quer abriam. Escovou os dentes, lavou o rosto com a

esperança de melhorar, entretanto, nada acontecera, e por fim foi preparar seu café da manhã,

que na verdade, foi somente Café, e se trocar para ir à escola.

No caminho da escola, como de costume, encontrou Eren, que se assustou com a

aparência do amigo e perguntou logo em seguida:

-M-Marco, você esta bem, cara?

Marco somente balançou a cabeça dando um sinal positivo.

-Vo-Você não dormiu bem, não é?

Novamente Marco balançou a cabeça sem dizer uma palavra

-É de se notar mesmo... Você esta parecendo um zumbi... – Disse Eren, começando a dar

risadas – E você não dormiu bem justo hoje, que temos aula de matemática... Que azar, em!

-O QUE? – Disse Marco, assustado e incrivelmente cansado.

-É... Você esqueceu? Ah, é verdade, você não gosta muito de matemática, não é?

Marco nem sequer mexeu a cabeça, pois não acreditava que tudo isso estava acontecendo

somente em um dia; Sem dormir, aula de matemática e ensaio com Jéssica, só pode ser

brincadeira, pensou o jovem, indignado.

Enfim, começou a aula exaustiva e estressante de matemática. Marco apoiou a cabeça

sobre as mãos e tentou fixar o máximo de atenção possível na matéria, às vezes se movimentava

levemente, quando não, dava suaves tapas em seu rosto para não cair no tentador cochilo. Não

queria dormir na aula, pois nunca o fizera, mas seu esforço funcionou até determinado ponto,

caindo em um sono profundo e se debruçando na carteira.

-Marco! – gritou o professor – MARCO, VOCÊ ESTÁ DORMINDO?

Marco acordou rapidamente, ficando sentado de forma correta, e respondeu, logo em

seguida:

-N-Não, professor... – respondeu sonolento

-Não é o que parece... Você é aluno aplicado, então essa irá passar... Vá lavar o rosto... –

Disse o professor, suspirando.

Page 6: Capitulo 3 - Sons da Paixão

-S-Sim, professor... Obrigado! – Respondeu Marco, que logo se levantou e saiu da sala.

No banheiro, enquanto lavava o rosto, o jovem rapaz somente pensava que não poderia

sentir mais sono e cochilar, pois sua moral com o professor acabara de diminuir e a tarde o

encontro com Jessica seria um desastre se o infortúnio o acometesse novamente, mas agora, a

hora era de se preocupar com a aula. Terminou de lavar o rosto e voltou à sala. Após o primeiro

ocorrido, Marco se manteve firme quando voltou do banheiro. Ficou acordado até o intervalo,

porém, sem nenhuma atenção à matéria; Soou o sinal de intervalo, todos saíram, exceto Marco,

que parecia estar em outro lugar, distante, longe de tudo até que uma voz feminina surgiu no ar

chamando:

-Marco... Marco... Marco! – A voz começou a ficar mais alta na cabeça de Marco até que

voltou em si e, ao olhar para lado, eram Jéssica e Sarah.

-Ah! J-Jéssica!? – Disse Marco tomando um susto.

-Então está combinado mesmo, hoje à tarde em sua casa? – Perguntou a garota, sorrindo.

-S-Sim... – Responde envergonhado, o rapaz.

-Ótimo! A Sarah falou que você tocava violão extremamente bem, e como ela se importa

comigo, vendo que eu adoro musica e estou no grupo musical da escola, ela te indicou para me

ajudar a melhorar meus dons...

-P-Pode contar comigo, s-sempre! – Disse Marco dando algumas risadas, porém, tímido

ainda.

-Apesar de eu não saber como a Sarah tem o conhecimento tão avançado sobre seus

talentos, já que vocês não conversam tanto, aqui na escola... – Disse a garota, com um semblante

de dúvida.

-É... Eu também não consegui entender como ela tem adquirido essas informações –

Disse Marco, olhando para Sarah com um olhar irônico. Neste instante, Sarah deu um pulo, e

gritou, logo em seguida:

-E-Eu já te disse que tenho meus meios de obter informações, seu idiota!

-Que meios? Assuma Sarah, você pesquisou sobre mim na internet! – Disse Marco, dando

risadas irônicas.

-O-O que você disse? Você quer morrer, não é? – Respondeu Sarah, ficando vermelha.

-Pessoal, calma... Não vamos brigar aqui, não é? – Perguntou Jéssica, tentando apaziguar

a situação.

-M-Mas foi ele que começou, Jéssica! Você viu como ele – Sarah foi interrompida pelo

sinal do fim do recreio.

Page 7: Capitulo 3 - Sons da Paixão

-Pronto, acabou o intervalo, agora vamos nos sentar e esfriar os ânimos, não é? – Disse

Jéssica, sorrindo.

-E ai, pessoal, o que está acontecendo aqui? – Disse Eren, chegando junto ao grupo.

-Não é nada, Eren... Somente esses dois se estranhando, de novo. – Respondeu Jéssica.

-O que é isso gente, vão brigar novamente? Marco você não tem boas recordações, não é?

– Disse Eren, dando risadas.

-Hey, Eren, não estávamos brigando, e não lembre mais disso, por favor.

-Sarah, por favor, perdoe esse meu amigo, ele é meio paspalho mesmo... – Disse Eren,

colocando sua mão sobre um dos ombros de Sarah, que nesse mesmo instante, ficou totalmente

vermelha, abaixando a cabeça.

-S-Sim, Eren... – respondeu Sarah, sem olhar para o rosto do rapaz – V-Vamos, Jéssica.

Está na hora de voltar para os nossos lugares – agarrou Jéssica pela blusa, e saiu mais rápida que

um raio.

-Então, agora você esta conversando com a Sarah e a Jéssica? – Perguntou Eren

-Bem... Mais ou menos...

-Boa, rapaz! – Gritou, Eren – Você se desenvolveu muito rápido! O objetivo era a Jéssica,

mas até a Sarah está conversando com você, isso é um pequeno passo para nós, mas um grande

passo para a humanidade! – Disse Eren, em meio de contagiantes risadas

-Hey! Não é nada disso, Eren! Cara, CALE A BOCA! – Respondeu Marco, saltando da

cadeira.

-Relaxe, meu caro amigo, é só uma brincadeira! – Neste momento, o professor adentrou a

sala, e começou a aula.

Marco continuou o resto da aula com um sono imensurável, mas não cedeu, e ficou

acordado até que soou o sinal do fim do dia no colégio. A primeira fase do dia está completa, que

venha a próxima, pensava o jovem e sonolento rapaz a caminho de casa. Ao chegar a casa, não

prestou atenção em nada, e foi direto à sua cama, seu sonho de consumo no momento, porém,

logo ao deitar, escutou a voz de sua avó dizendo:

-Marco, não precisa arrumar o almoço para mim, almocei na casa de uma colega que

encontrei enquanto fazia caminhada!

-Tudo bem, vovó... Eu vou preparar somente para mim ent – Marco interrompeu sua fala

repentinamente, se levantou como um raio e balbuciou algumas palavras – Espera... Minha avó

esta em casa, isso quer dizer que ela vai ver a... – Deu um salto como se tivesse tomado um susto

– DROGA, ESQUECI DESTE DETALHE! A Jéssica irá aparecer às duas horas, então devo ter

tempo para... – olhou no relógio que marcava exatamente 13:50h, e logo gritou – MAS JÁ?!

Page 8: Capitulo 3 - Sons da Paixão

Marco saiu como uma bala de seu quarto, e foi em direção à sala, onde sua avó estava

sentada. A pegou pelo braço, e começou arrastá-la para fora, lhe entregando a bolsa e colocando

os óculos na pobre senhora, que não estava entendendo o que acontecia.

-Legumes? – Perguntou a Senhora que já estava da porta, para fora de sua casa.

-Isso, vovó, legumes! Compre mais legumes, porque sem eles, não conseguirei fazer meu

almoço! – Respondeu Marco, com um sorriso forçado.

-Mas e os que você comprou ontem no mercado, onde estão, meu neto?

-E-Eu... Na verdade, estavam estragados... Percebi agora de manhã, e você sabe como

gosto de legumes, não é?

-O-Ora então, está bom... Você está cansado demais... Vou indo, mas volto logo para te

ajudar a preparar seu almoço! – Disse a senhora, saindo da frente de sua casa, e ingressando a

caminho do mercado.

-Sem pressa, vovó! Curta o dia, está ótimo para caminhar bem vagarosamente hoje!

Marco fechou a porta e se encostou à parede, levando as mãos ao rosto. Essa foi por

pouco, pensava o rapaz, quando de repente, bateram na porta que ele acabara de fechar, e que ao

abrir, deu-se de frente com Jéssica e um violão.

-Olá, Marco! Posso entrar? – Perguntou a jovem e sorridente Jéssica.

-Po-Pois não... Fi-Fique à vontade – Respondeu timidamente o rapaz.

-Aonde você vai me ensinar? – Perguntou, enquanto adentrava a casa.

-Vamos ao meu quarto... Lá é melhor e a acústica é muito boa também.

-Tudo bem então.

Ambos se dirigiram ao quarto, e lá chegando, Jéssica foi retirando o instrumento da capa,

onde o guardava; Marco, com o rosto totalmente vermelho e tímido, pegou seu violão, sentou-se

na cama e começou a afinar suas cordas, quando inopnadamente, Jéssica sentou-se ao seu lado e

o olhou dizendo:

-Então... O que você vai me ensinar?

-É... É... Vo-Você tem alguma musica que gostaria de pegar para treinar? Acho que ficaria

mais fácil te passar dicas com uma música de base... – Respondeu Marco, completamente tímido

e da cor de um morango maduro.

-Ah... Uma música... – a garota ficou pensativa – Eu posso te mostrar uma coisa? Mas,

promete que não irá rir? – Perguntou envergonhada.

-Pro-Prometo... O que é? – Nesse instante, Jéssica tirou uma folha de dentro do bolso de

seu short; Marco reconheceu como sendo a folha que ela estava escrevendo na manhã do dia

anterior, e que queria que ninguém notasse.

Page 9: Capitulo 3 - Sons da Paixão

-A-Aqui... Isto é uma música que terminei de escrever ontem... Comecei logo que entrei

para o clube de música... – Entregou a letra para Marco.

-Realmente, é muito boa a letra... – Disse Marco, surpreso – O que você acha de tocar ela

para mim, para que eu possa ver como está a harmonia das notas musicais?

-É-É sério? – Perguntou a garota surpresa e tímida ao mesmo tempo.

-S-Sim, tenho certeza que ficou perfeita.

Jéssica, envergonhada, aceitou e começo a tocar sua música. Entretanto, Marco, logo

após o início, não acreditava que um violão poderia fazer sons tão estridentes e esquisitos como

os provenientes do violão da garota, a música até que era realmente boa, mas as habilidades de

Jéssica com o pobre instrumentos eram, digamos, um pouco abaixo da média. Por que esse

quarto tinha que ter tanta acústica? Ecoa de mais aqui dentro! Eu vou morrer! Pensava o pobre

rapaz, até o momento que Jéssica terminou de tocar.

-E então, o que achou? – Perguntou timidamente a garota

-Bem... – Respondeu o rapaz, olhando para o lado e passando a mão sobre a cabeça.

-Eu sabia ficou horrível! – gritou a menina.

-N-Não! Não ficou! – ergueu a voz – Na verdade... A letra é muito boa, só temos que

lapidar esse seu talento, e estamos aqui para isso, não é? – Disse em meio de risadas.

-É sério mesmo, Marco?

-S-Sim, confie em mim...

Logo após todo aquele sofrimento, Marco começou a dar dicas para Jéssica de como

tocar o instrumento de uma forma que melhorasse o som, as notas e todo o resto que somente

músicos entendem. No meio de um dos treinamentos, enquanto Marco lavava o rosto para

impedir que cochilasse, Jéssica parou, e começou a dizer:

-Marco... Sério mesmo que essa letra ficou boa?

-Eu já te disse, não? Ficou muito boa... – Disse Marco, entrando no quarto, e sentando ao

lado da garota.

-É que... É que eu estou com muita vergonha de que alguém saiba que eu escrevi uma

música... – Disse com a cabeça baixa e olhando para a letra que escrevera.

-Pôr que? – Perguntou Marco.

-Porque se eles descobrirem que eu escrevi uma música, todos irão ficar me infernizando

ainda mais, dizendo que minha letra é incrível e não sei o que, só para ver se conseguem alguma

chance comigo... Estou cansada de ficar sendo a garota atrativa da sala...

-Pode ficar tranqüila, não irei contar para ninguém. – Disse Marco, com uma voz

tranqüila.

Page 10: Capitulo 3 - Sons da Paixão

-É sério? – Disse a garota, erguendo a cabeça novamente.

-S-Sim. – Respondeu envergonhado.

-Sabe... Essa música tem uma historia por trás dela... Tudo começou quando...

E assim, Jéssica começou a contar d'onde tirara a inspiração de sua música, infelizmente

foi o tiro letal para o sono de Marco começar a agir novamente, após um tempo da história, o

jovem piscava firme e lutava contra o sono, que o queria derrubar, até o momento em que fechou

os olhos por alguns segundos, e Jéssica percebeu.

-B-Bem acho que vou embora, já fiquei muito tempo aqui, não é? – Disse a garota,

guardando seu violão, e se levantando.

-O que? – Disse Marco, voltando em si – Não, espera! Não é isso que você está

pensando! É que eu n – foi interrompido por uma voz de pessoa mais velha.

-Voltei, meu neto! Desculpe a demora, mas o mercadinho aqui perto estava fechado...

Acho que aconteceu alguma coisa com os familiares do dono...

Isso só pode ser um pesadelo, pensou o rapaz em estado de choque. Neste momento,

Jéssica se dirigiu a porta da casa para ir embora, e Marco foi seguindo, se desculpando pelo

ocorrido, tentando explicar que não dormira direito, até que encontraram sua avó na entrada.

-Olha, meu neto com uma linda garota em casa! Então era isso, seu danadinho! É sua

namoradinha? – Disse a senhora com um sorriso estampado no rosto.

-O que? N-Não é nada disso que a senhora es-está pensando, vovó! – Respondeu o rapaz

envergonhado, dando um salto para trás.

-Não sou namorada dele... Sou amiga da escola, ele ficou de me ensinar violão, mas acho

que ele esta cansado por hoje – respondeu a garota sorrindo para a senhora.

-Jé-Jéssica, por favor, não me entenda mal! – Pediu o rapaz, indignado com o que estava

acontecendo.

-T-Tudo bem, Marco, não tem problema... Bem, agora tenho que ir, tenho que comprar

alimentos no mercado para levar para casa. Até mais, e foi um prazer conhecer a Senhora! –

Disse Jéssica, saindo pela porta e correndo para a calçada.

-Jé-Jéssica... – Lamentou o pobre rapaz.

-Muito ousado você em – Disse a avó em meio de gargalhadas – Eu sei como estão os

hormônios na sua idade... Você está certo!

-NÃO, VOVÓ! SEM COMENTARIOS DESSE GÊNERO! – Gritou Marco, sem jeito.

-Tudo bem... Tudo bem... – Respondeu a senhora, que foi em direção a cozinha para

guardar os legumes.

Page 11: Capitulo 3 - Sons da Paixão

Marco fechou a porta, mas foi questão de segundos até baterem novamente. É hoje!

Pensou o rapaz, que ao abrir a porta, se deparou com Sarah.

-Sa-Sarah? – Disse assustado.

-Então, como foi?

-Bem... – abaixou a cabeça.

-Você fez besteira, não é?

-Mais ou menos, na verdade foi um... – foi interrompido por Sarah.

-Como você é idiota, te dei uma chance dessas e você não conseguiu nada! – Disse Sarah,

nervosa e ficando de costas para Marco.

-H-Hey, não foi minha culpa... – Disse, erguendo a cabeça novamente - Quer dizer... Eu

acho que não foi... E além do mais, porque você não me falou que ela era tão... Tão... Ah! Mais

ou menos com o instrumento?

-O-O que? – virou novamente, Sarah para Marco – Não fale assim da minha amiga! Você

vai apanhar novamente!

-Mas, não é verdade?

-Bem... – Disse Sarah, abaixando a cabeça.

-AHA! Eu sabia, você também concorda! – Disse Marco, dando um pulo.

-N-Não disse isso, idiota! Pare de colocar palavras em minha boca! – Respondeu Sarah,

nervosa.

-Oh! Então essa é sua namorada, Marco? – Perguntou a avó, que passava atrás do jovem

no momento da discussão.

-Não, vovó... Eu não tenho namorada, e essa daqui é apenas a louca da Sarah... – Disse

Marco, com tranqüilidade incrível.

-O-O que você disse sobre mim, seu idiota!? – Gritou Sarah

-Nada... É só minha avó, que acha que toda garota que vem aqui é minha namorada,

agora... – Disse Marco, balançando a cabeça indignado.

-A-A tá... – Sarah abaixou a voz, novamente.

-E você, veio aqui só para saber o que aconteceu, não é?

-Lógico! Minha amiga, com um animal como você? Fiquei preocupada com ela...

-Você quer que eu faça seu jantar de novo, não é? Essa não é a verdade?

-Lógico que não, idiota! Eu sei fazer minhas comidas! – Sarah voltou a ficar nervosa.

-Você comprou marmita... – Afirmou Marco com tranqüilidade.

-Sim... – abaixou a cabeça, Sarah.

Page 12: Capitulo 3 - Sons da Paixão

-Eu sabia... Agüenta aí, que vou preparar uma mistura nova que aprendi, e depois me fala

como ficou.

-O-O que? – Sarah deu um pulo – Não precisa, minha marmita é completa! Não quero

suas comidas horríveis!

-Você não iria vir aqui só para ver como foi com sua amiga... Tenho certeza que você

quer alguma mistura... – Disse Marco na cozinha.

-B-Bem... – Nesse instante, Marco voltou com uma sacola, e entregou para Sarah.

-Pronto, está aqui. E lembre-se de falar o que achou...

-Eu não vou comer, mas SE eu comer. eu te aviso. – Virou as costas, e foi embora, dando

passos firmes.

-Tudo bem... – Respondeu Marco, suspirando.

Já estava anoitecendo quando Sarah foi embora. Marco foi como um raio para a cozinha

preparar sua janta, já que não almoçara, devido ao “encontro” com Jéssica. Eu não acredito que

aconteceu toda essa loucura hoje. Se eu contasse para o Eren, acho que até ele não acreditaria,

pensava o jovem rapaz, enquanto fritava hambúrgueres para comer com pão e os legumes que

sua avó trouxera. Continuava se culpando do pequeno cochilo que o acometeu enquanto Jéssica

contava sua história, e ficava vermelho logo que se lembrava de sua avó, perguntando se ela era

namorada dele. Não acreditava que tudo isso ocorreu em um simples dia.

Cansado, foi para cama muito antes do horário que era acostumado, mas não hesitou nem

sequer um minuto, e se debruçou sobre a cama, apagando completamente. Até que exatamente, à

meia noite acordou com seu celular, que vibrou em sua orelha. Sem entender o que exatamente

estava acontecendo, Marco o pegou, e ao abrir, percebeu que havia recebido uma mensagem

dizendo: “Seu idiota... Não acredito que você dormiu enquanto a Jéssica te contava a história de

vida dela. Você é um inútil, mesmo. Te arrumo todo esse esquema, e você acaba com uma

facilidade incrível! Tinha que ser você mesmo... Eu sei disso tudo porque ela acabou de sair

daqui de casa... Ela me contou tudo. Fiquei com dó dela... por eu ter arrumado um imprestável

como VOCÊ, seu TROXA! Bem... Precisamos bolar outro plano para mim e Eren nos

aproximarmos mais... Bem... Eu só queria te xingar por ter jogado tudo para o ralo... Até mais.”.

Marco começou a ficar nervoso consigo mesmo, por tudo que fizera, e com Sarah, por

enchê-lo no meio da noite somente para irritá-lo. Mas, antes de começar a entrar em seu modo de

“revolta”, percebeu que tinha algo escrito mais abaixo da mensagem, o qual dizia: “PS: Sua

mistura estava horrível, como sempre. Na verdade, não sei nem como a coloquei em minha

boca...” Neste instante, Marco se acalmou novamente e deu um singelo sorriso. Tenho certeza

que terei outra chance, não posso ficar assim só por um erro, tenho que fazer o meu melhor na

Page 13: Capitulo 3 - Sons da Paixão

próxima, pensou o rapaz, que logo em seguida, colocou o celular sobre o criado-mudo ao lado de

sua cama, e caiu rapidamente no sono que o importunara o dia inteiro.