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INSTITUTO ANÍSIO TEIXEIRA SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DA BAHIA - SEC PROGRAMA PACTO ENSINO MÉDIO BAHIA DIRETORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO DIREC 02 COLÉGIO ESTADUAL YEDA BARRADAS CARNEIRO - CEYBC CONCEIÇÃO DA FEIRA BA 2015

CEYBC - PORTFÓLIO PACTO PELO ENSINO MÉDIO

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INSTITUTO ANÍSIO TEIXEIRA SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DA BAHIA - SEC

PROGRAMA PACTO ENSINO MÉDIO – BAHIA DIRETORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO – DIREC 02

COLÉGIO ESTADUAL YEDA BARRADAS CARNEIRO - CEYBC

CONCEIÇÃO DA FEIRA – BA 2015

INSTITUTO ANÍSIO TEIXEIRA SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DA BAHIA - SEC

PROGRAMA PACTO ENSINO MÉDIO – BAHIA DIRETORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO – DIREC 02

COLÉGIO ESTADUAL YEDA BARRADAS CARNEIRO - CEYBC

CONCEIÇÃO DA FEIRA – BA MARÇO / 2015

Trabalho orientado por e apresentado ao formador JOSÉ

ROBERTO DANTAS como requisito para conclusão do

Programa de Formação Continuada PACTO PELO ENSINO

MÉDIO, oferecido pelo MEC em parceria com a SECRETARIA

DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DA BAHIA.

IDENTIFICAÇÃO

Instituição de Ensino/Unidade

Colégio Estadual Yeda Barradas Carneiro

Direção do CEYBC

Diretor: Profª. Idália Benício S. Marques

Vice-Diretores: Prof. Everanildo Ferreira de Souza

Prof. Edilon de Freitas dos Santos

Profª. Minervina Costa Leal Vieira

Programa Pacto pelo Fortalecimento pelo Ensino Médio

Orientador de Estudos:

Janaína da C. S. Dias Almeida

Professores Cursistas:

Alaide Alves Carvalho

Alexandra Machado Santana Vieira

Anadelia Souza Costa Silva

Edilon de Freitas dos Santos

Esther Kayla Santos Matos

Everaldina Ferreira de Souza Fernandes

Everalice Ferreira de Souza Rocha

Everanildo Ferreira de Souza

Inara Barbosa Lima

Ione Alves de Jesus

Isabela Maria Borja Rodrigues

Jean Neilla Rocha Ferreira

Joseane dos Reis Cerqueira de Souza

Joseane Marques dos Santos Soares

Julice Maria dos Santos Pedreira

Lindinalva Pereira de Sousa

Maria Angelica Costa de Jesus

Maria da Conceição Leal Marques

Maria de Fátima de Souza Oliveira

Minervina Costa Leal Vieira

Miriam do Nascimento Alves

Olivia Leal Pereira Maia

Ozair de Jesus Santos

Tatiana Conceição de Almeida Lima Souza

Valdirene Freitas Silva

SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO .......................................................................................... 04

2. CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA E DOS EDUCANDOS ............................ 05

3. METODOLOGIA ............................................................................................ 08

4. ANÁLISE GERAL DO PROGRAMA NA U.E. ................................................ 10

5. BREVE PARECER SOBRE O PROJETO ..................................................... 14

6. CONTRIBUIÇÕES E RESULTADOS ............................................................ 15

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................ 16

8. ANEXOS ........................................................................................................ 17

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APRESENTAÇÃO

Este trabalho fez parte de um projeto maior, o Pacto Nacional pelo

Fortalecimento do Ensino Médio, que tem como objetivo promover a valorização da

formação continuada dos professores e coordenadores pedagógicos que atuam no

Ensino Médio público, nas áreas rurais e urbanas, em consonância com a Lei nº

9.394 de 20 de dezembro de 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional e as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio. O Pacto pelo

Ensino Médio, através da formação continuada de professores do Ensino Médio,

visa contribuir para a melhoria da qualidade da educação e a implantação das

Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.

Através do trabalho sugerido pelo Programa, fomos construindo,

desconstruindo e reconstruindo uma relação, um pouco mais solidificada. E, nesse

percurso, pudemos perceber que dar aula é muito mais que ensinar e transmitir o

que se sabe a quem quer saber, é também ação, reflexão, (re)ação, é dividir

sabedoria. E se queremos fazer de nossos alunos cidadãos críticos, precisamos

superar o que aprendemos em teorias transformando-as conhecimentos associados

ao cotidiano do aluno, fazendo com que ele tenha interesse em aprender e coloque

em prática o seu saber.

Este portfólio tem por objetivo reunir, expor e arquivar em suporte de papel

todos os trabalhos desenvolvidos e, como instrumento de avaliação, poderá ser útil a

futuros trabalhos, pesquisas e estudos sobre a unidade escolar. Ele apresenta,

de forma sucinta, global e circunstanciada, as atividades e discussões

que desenvolvemos ao longo do período de formação do Programa PACTO pelo

Ensino Médio. São destacados os elementos constitutivos desse trajeto que foram

fundamentais para a sua dinâmica e que acabaram servindo como

referências para o universo de possibilidades em termos de novas perspectivas de

formação e de atuação. Ele resulta de algumas reflexões, feitas tomado como base

os textos referenciais em comparações a nossas práticas e realidade escolar,

sobre o Jovem, o Ensino Médio, Currículo, Planejamento Pedagógico e Trabalho,

Cultura, Ciência e Tecnologia como dimensões que devem estar contempladas nos

currículos do Ensino Médio.

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CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA E DOS EDUCANDOS

O Colégio Estadual Yeda Barradas Carneiro, foi fundado há 29 anos. Está

situado no território de identidade portal do sertão, numa zona de transição climática

e cultural. De um lado temos a efervescência econômica e cultural de Feira de

Santana, a segunda maior cidade do Estado. Do outro lado, temos Cachoeira

considerada umas das cidades mais importante do Recôncavo da Bahia. O Colégio

localiza-se na zona urbana da cidade de Conceição da Feira- BA, num bairro de

classe média com baixa incidência de violência nos seus arredores. Inicialmente

ofertava Ensino Médio e Fundamental. Em 2014, contava com os cursos: Ensino

Fundamental II (8ª série), Ensino Médio e EJA – Tempo Formativo III - EIXO VI e VII.

Atualmente, sem o Ensino Fundamental II (8ª série), devido ao processo de

municipalização do ensino fundamental. Funciona nos três turnos sendo a única

U.E. que oferece Ensino Médio no município.

Consideramos o ambiente escolar tranquilo. As relações interpessoais entre

professores, alunos e funcionários mostram-se respeitosas e cordiais. Algumas

vezes há conflitos com alunos entre si e entre alunos e professores, mas nada

relevante. Acreditamos que isto se deve ao fato do colégio estar localizado em uma

cidade pequena, com cerca de 25 mil habitantes e onde “todos se conhecem”.

Muitos que estudam aqui hoje são filhos de ex-alunos e o corpo docente tem

baixíssima rotatividade, a maioria leciona aqui há mais de 15 anos. Estes fatores

contribuem para conhecermos o histórico familiar de parte significativa dos alunos e

isto nos fornece subsídios valiosos.

Nos últimos anos tem-se observado uma mudança no perfil socioeconômico

dos alunos da nossa unidade escolar. Este ano temos 1.105 alunos matriculados em

29 turmas. Para fazermos um levantamento desse perfil, aplicamos aos alunos, por

amostragem, um questionário (anônimo) no qual inserimos questões extraídas do

questionário do AVALIE e outras sugeridas pelo Curso de Prevenção do Uso de

Drogas da qual a escola é participante.

O alunado é formado quase na sua totalidade por afrodescendente. Porém,

não se percebe o sentimento de pertencimento deles com sua afro-descendência.

Temos ainda representação de outras minorias étnicas a exemplo da população

cigana. Este alunado é composto quase que paritariamente por sujeitos oriundos

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dos meios rurais e urbanos. Para grande parte dos alunos vindos do meio rural, a

ida ao colégio representa a única oportunidade de estar na cidade e desfrutar de

seus serviços, tais como o comércio e banco. Contamos com uma clientela cuja

faixa etária vai de 13 a 60 anos (no noturno). A predominância é de alunos do sexo

feminino na faixa etária de 18 a 23 anos. São oriundos de família de classe baixa

que tem renda média em torno de 1 a 2 salários mínimos. Os pais destes alunos, em

sua maioria, concluíram o Ensino Fundamental. Entretanto há aqueles que são

analfabetos, como outros que cursaram o ensino superior. Neste contexto

socioeconômico as opções de lazer e cultura são poucas. Nos finais de semana e

feriados jogam futebol, reúnem-se nas praças, participam de festas populares,

cavalgadas e também frequentam atividades religiosas. Alguns destes alunos não

residem com os pais. Moram com avós e tios pela necessidade dos pais trabalharem

fora. No diurno, uma pequena parcela trabalha no turno oposto em oficinas,

marcenarias, supermercados e granjas. Já grande parte dos alunos do noturno é

composta de trabalhadores. Um fato que chama atenção é que a maioria tem

acesso às redes sociais através dos computadores e aparelhos celulares.

No tocante ao uso de drogas, poucos alunos sinalizaram ter experimentado

algum tipo de droga ilícita. Entretanto em relação ao uso de álcool constatamos que

o uso é bastante elevado em todas as faixas etárias. Também foi possível observar

que o contato com o álcool tem início bem cedo, no início da adolescência. O

primeiro contato geralmente ocorre em festinhas entre amigos e daí por diante

alguns passam a fazer uso de forma recreativa.

Identificamos também que alguns alunos convivem no âmbito familiar com

usuários de drogas lícitas e ilícitas, o afrouxamento ou a rigidez excessiva das

regras, a ausência de diálogos nas relações familiares e o baixo nível de confiança

dos adolescentes em relação aos seus projetos de vida.

Atualmente diversos projetos estão sendo desenvolvidos na Unidade Escolar,

como: TAL, AVE, JERP, PROVE, EPA, Mais Educação, Atleta na Escola os quais

fazem parte dos Projetos Estruturantes da Secretaria da Educação da Bahia e

MEC/FNDE. A carência de servidores para atuar em outros espaços educativos

como Biblioteca e Laboratório de Informática, nos inquieta, pois tem impedido a

maior diversificação das práticas pedagógicas. Mesmo com os problemas cotidianos

enfrentados pela educação brasileira, os quais refletem nesta instituição, nossa

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escola vem buscando parceiros com o intuito de elevarmos o conhecimento dos

educandos e a participação ainda que pequena, já mostra alguns resultados.

Observamos que as atividades escolares que mais atraem os alunos são as

Gincanas e as que envolvem a dança. Entretanto preocupa-nos o fato de

constatarmos que nos últimos anos os alunos tem apresentado queda no

desempenho. Demonstram não ter hábitos de estudo. Recusam-se em trazer os

livros didáticos, poucos fazem as tarefas de casa e só se interessam em fazer as

atividades de classe se as mesmas forem pontuadas.

Compreendemos que todas essas ações favorecem aos nossos

educandos, mas, temos a certeza que muito ainda há por realizar nesta busca

constante de promover uma aprendizagem com sucesso.

O Colégio está inserido em uma comunidade que historicamente se envolve

nas demandas educativas e se faz presente, quando convocada a participar de

forma ativa no âmbito escolar. Faz-se necessário buscar alternativas tanto na rede

interna como na rede externa, uma vez que estas já se mostraram eficientes em

outros momentos, possibilitando maior envolvimento dos alunos nas atividades

escolares.

Desta forma, a escola precisa acompanhar as mudanças na sociedade e

enfrentar os vários desafios deste novo milênio, construindo espaços que garantam

a mediação com órgãos sociais. Também precisa refletir sobre como gerar

mudanças significativas de atitudes e trabalhar no sentido de conscientizar e buscar

formas de prevenção e investimentos na formação de hábitos mais saudáveis da

população, principalmente dos jovens.

Por isso, pensar diferente, a partir das diferenças, abrir a mente para outras

experiências, apoderar-se das novas tecnologias, trabalhar com os temas

transversais da educação e toda parte diversificada no currículo escolar, promover

encontros dialógicos, romper essa lógica e começar a transformar esta realidade,

talvez seja a grande tarefa de nós educadores.

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METODOLOGIA

Programa criando pela União e Estados federados visando a formulação e

implantação de políticas para elevar o padrão de qualidade do Ensino Médio

brasileiro. A Formação Continuada de professores para esta etapa da Educação

Básica, iniciou-se no primeiro semestre de 2014 ,de forma semipresencial.

Levantando questionamentos sobre: Sujeitos do ensino médio e formação

humana integral; Ensino médio e formação humana integral; O currículo do ensino

médio, seus sujeitos e o desafio da formação humana integral; Organização e

gestão do trabalho pedagógico; Avaliação no ensino médio; e Áreas de

conhecimento e integração curricular. As atividades do curso foram organizadas em

dois momentos distintos:

O primeiro momento composto por atividades individuais, onde cada

professor organizou seu próprio tempo institucional para a leitura dos textos básicos

do curso; apresentando registros das reflexões realizadas durante suas leituras nas

discussões com o grupo da escola e realizando (pelo menos) uma das atividades

propostas no material de estudo no contexto de sala de aula.

Devido a um número considerável de professores que começaram a se

preparar para a aposentadoria ou que não tiveram interesse em participar do Pacto

por questões particulares, decidiu-se em CONJUNTO que as reuniões seriam feitas

aos sábados quinzenais, para trabalhar, planejar, discutir e interagir

interdisciplinarmente as ações do Pacto. Além disso, foi uma forma de poder ter os

gestores colaborando ativamente das discussões.

Pensamos também que, com essa atitude, além da interação entre as áreas,

colaboraríamos com a permanência de todos – independente de partícipe ou não do

PACTO – durante a realização das ACs, visto que na proposta da formação, diz que,

a mesma deve estar de acordo com a organização do trabalho pedagógico da

escola, seus tempos e espaços institucionais, assim como as possibilidades de

rearranjos da hora-atividade, de forma a privilegiar o trabalho coletivo.

Os Encontros tinham a duração de 04 horas (das 8h às 12h) e eram

publicados/agendados previamente no mural de avisos, juntamente com a sua

temática e todo processo era orientado e acompanhado pelo Orientador de Estudo,

que promovia atividades de discussões e construções com o grupo.

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Nesses encontros realizados aos sábados, foram desenvolvidas atividades

coletivas, nas quais o grupo realizou análise do PPP, estudos das DCNEMs e dos

textos sobre os campos temáticos e dos textos sobre as áreas de conhecimento e

seus componentes curriculares.

Essa formação adquiriu relevância na medida em que propiciou uma

reflexão articulada à fundamentação teórica e à prática docente, objetivando a

melhoria do processo de ensino aprendizagem, que contemple a complexidade do

mundo contemporâneo articulando-o com a educação de nossos alunos. Uma

escola mais democrática e amorosa, que vise à autonomia e à autorrealização de

cada aluno e que, ao mesmo tempo, tenha como horizonte a justiça social, a

felicidade e a emancipação da humanidade. Para isto, a escola assume papel

fundamental. Ela necessita articular o fazer pedagógico de forma competente e

sistemática o conhecimento formal historicamente acumulado, instrumentalizando os

alunos para compreender a sociedade em que vivem e nela poder atuar de forma

crítica.

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ANÁLISE GERAL DO PROGRAMA NA U.E.

Um escritor norte-americano de nome William Zinsser certo momento disse

sabiamente: “Escrever é um trabalho duro. Uma frase clara não sai por acidente e

poucas saem na primeira, na segunda ou mesmo na terceira tentativa. Lembre-se

disso como consolo nos momentos de desespero.” Parafraseando-o, acreditamos

que ensinar não é uma situação que deva ser criada por acidente. A vontade de que

esse ato dê certo não deve passar na primeira, na segunda ou mesmo terceira

tentativa, ainda que, por vezes, delas resultem dolorosos e desestimulantes

momentos de desespero.

E é dessa vontade que deve partir a ação para superar um dos grandes

desafios da educação no ensino médio que é realizar uma reestruturação curricular,

a qual deve vir acompanhada de uma mudança de paradigma no que tange à

concepção do modelo de educação que conduzirá a prática educativa, a qual deve

ser dinâmica tal qual o é o mundo. Isso no presente momento histórico é algo

imperativo, já que se considerando que todas as instâncias da vida humana evoluem

e a educação é uma delas e, sendo esta, por excelência, elemento determinante

para o desenvolvimento pleno dos indivíduos, tendo em vista que o EM deve garantir

a formação integral do estudante.

Nesse aspecto, a prática didática nessa etapa da educação básica constitui

algo que não pode ser concebido numa visão estanque, ou seja, pautada em

concepções pedagógicas e ações educativas que não coadunam com essa

realidade que se apresenta, em que as exigências do mundo do trabalho, as

demandas do processo produtivo, da interação humana, como um todo, delineiam e

impõe um novo modelo de sujeito, devendo ser este alguém capaz de estabelecer

relações com os saberes aprendidos e as exigências do mundo tecnológico,

modernizado do qual faz parte e atua.

Com isso, dito de outro modo, é preciso que o educador não perca de vista

que é preciso mudar/adequar a sua prática pedagógica para que o EM atenda as

particularidades e a diversidades das demandas sociais, pois, caso contrário, se não

o faz assim, e o processo de ensino-aprendizagem sendo pautado em “dar conta”

do conteúdo de cada unidade, estará condenando boa parte de seus estudantes ao

alijamento da aprendizagem, tendo em vista que a escolha dos conteúdos a serem

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explorados devem ser feita a partir das necessidades de aprendizagem do

educando, cujo contexto social atual preconiza a adoção de práticas educativas

mais flexíveis e participativas.

O fato é que o atual quadro da Educação no país tem causado, cada vez

mais, demonstrações de desencantamento por parte do professorado. Na maioria

das vezes, para muitos, perdeu-se o prazer de ensinar/aprender e a resistência às

mudanças foi ganhando novos adeptos. Tornou-se fácil culpar os outros por nossas

deficiências, aceitar “limitações” como esconderijo para nada fazer. Conhecemos de

perto as falhas e, muitas vezes, não temos nem forças nem coragem para corrigi-las,

contribuindo para aumenta-las.

Foi nesse cenário que o Programa Pacto pelo Ensino Médio se instalou, em

maio de 2014, num ambiente de resistência e descrença e expôs outra fraqueza: um

considerável número de desistentes, por inúmeros motivos, em fazer adesão ao

Programa e participar da formação continuada, poucos recursos para mobilizar e

sensibilizar as discussões, uma sobrecarga da carga horária do Orientador de

Estudos e dos cursistas que mal podiam se “preparar” para as discussões, reflexões

e acompanhamento/execução dos estudos individualizados.

Mas, era preciso se “desarmar” e ir à luta. E, como sempre, o professor,

nessa luta constante, deu demonstrações de que é possível vencer as dificuldades

diárias, essas inquietações não são exclusivas nossas, mas uma tomada de decisão

é.

Superada a barreira inicial, as discussões se tornaram produtivas e nos

aproximaram ainda mais uns dos outros. Pudemos conhecer um pouco mais a

realidade da nossa U.E., do nosso alunado, expusemos nossas fraquezas e

buscamos alternativas em conjunto para nos tornarmos fortes. Vimos que a “nossa

realidade” individual não é tão diferente e que juntos podemos buscar “soluções

possíveis”. Estamos bem longe de ser uma escola ideal, mas a nossa escola é real e

bem melhor do que éramos antes das discussões.

A primeira etapa da Formação Continuada trouxe como eixo condutor “Os

Sujeitos do Ensino Médio e a Formação Humana Integral” e trouxe para a discussão

diferentes Campos Temáticos/Cadernos: Sujeitos do Ensino Médio e Formação

Humana Integral; Ensino Médio e Formação Humana Integral; O Currículo do Ensino

Médio, seus sujeitos e o desafio da Formação Humana Integral; Organização e

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Gestão do Trabalho Pedagógico; Avaliação no Ensino Médio; e Áreas de

Conhecimento e Integração Curricular.

Nessa etapa, refletimos sobre quem é esse jovem que adentra o nosso

espaço escolar, quais os seus anseios e aspirações, promovemos um diálogo com

ele, tentamos nos aproximar e trazê-lo mais próximo a nós. Foi uma oportunidade de

revisitar, rever e refletir sobre as nossas práticas em sala de aula. As discussões

foram bem relevantes e, parte delas, pela linguagem e enfoque trazidos pelos

materiais de estudo e formação.

Fizemos uma comparação entre o desempenho no IDEB da nossa escola

com a rede privada, analisamos as taxas de rendimento dos anos de 2007 a 2014 e

a proficiência no ENEM, revisamos o PPP e reconstruímos o PAIP, numa ação

coletiva e dinâmica contando com a participação da Comunidade escolar.

Dando continuidade ao eixo proposto, as temáticas dos cadernos de

formação da segunda etapa do Pacto foram: Organização do Trabalho Pedagógico

no Ensino Médio e Áreas de Conhecimento do Ensino Médio, em consonância com

as proposições das DCNEM, considerando o diálogo com o que vem sendo

praticado em nossas escolas, a diversidade de práticas e a garantia da educação

para todos.

Aqui, discutimos a organização do trabalho pedagógico como estratégia de

reflexão e consolidação das relações entre os fundamentos das temáticas,

referentes ao Ensino Médio, no tocante ao que foi trabalhado nos Cadernos da

primeira etapa. Abordamos as trajetórias docentes e o reconhecimento das

diferentes juventudes, fizemos uma reflexão a respeito das ferramentas de

planejamento participativo como mediações da organização do trabalho pedagógico

e discutimos a escola como locus da formação continuada.

Nessa etapa, os grupos foram divididos por área do conhecimento e, na

condução das discussões, os cadernos temáticos usados também seguiam por área.

Pudemos perceber uma ligeira fragmentação no grupo, visto que as ações

começaram a ser realizadas em grupos temáticos específicos. As discussões não

fluíram tão bem quanto nos cadernos anteriores, primeiro por conta da divisão e

segundo, mas não menos importante, por ser um período de encerramento do ano

letivo e férias.

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Escrever essas considerações sobre as atividades e discussões promovidas

pelo Programa fez-nos verificar nosso processo de amadurecimento ao longo das

ações propostas. De uma forma geral, os encontros de formação foram muito

dialogados, permitindo-nos fazer uma reflexão sobre esse cenário no qual a escola

sofre constantes transformações, ao mesmo tempo em que apresenta resistências a

mudanças, como estamos e nos avaliamos; percebemos pequenas mudanças, mas

significativas, rompemos fronteiras disciplinares e pessoais e começamos

compreender certos fenômenos que nos desafiam hoje no trabalho como

professores do Ensino Médio.

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BREVE PARECER SOBRE O PROGRAMA

LIMITES PONTOS FORTES PONTO FRACOS

o A quantidade de

material de

estudos para

adequação à

carga horária de

alguns docentes

de 60h

o Promoção, valorização da

formação continuada dos

professores e coordenadores

pedagógicos que atuam no

Ensino Médio público.

o Incentivo financeiro

o Tentativa de busca de práticas

mais eficientes, atuais no

processo ensino- aprendizagem.

o Análise do Currículo escolar

através de reflexões acerca do

PPP da escola e uma

reconstrução da proposta

curricular prevista para o ano de

2015.

o Trabalhos e discussões

coletivas.

o Adequação do tempo à nossa

realidades, com encontros aos

sábados.

o Maior integração entre as áreas

( interdisciplinaridade e

transversalidade).

o Qualidade do material de apoio.

o Atuação eficiente da Orientadora

de estudos e gestão de conflitos

o Ressignificação de saberes.

o Participação e frequência do

grupo (envolvendo todas as

áreas).

o Não participação de uma

minoria de colegas.

o Pequenos conflitos

(durante as

negociações).

o O não cumprimento de

algumas atividades em

classe, por motivos

diversos.

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CONTRIBUIÇÕES E RESULTADOS

O Pacto vem trazendo contribuições e resultados positivos em relação às

melhorias e orientações das práticas pedagógicas, com possibilidades de

redesenhando dos currículos do Ensino Médio para a oferta de educação de qualidade

com foco na formação humana integral e um novo olhar quanto aos sujeitos,

protagonistas, do processo de ensino-aprendizagem.

Além disso, o Pacto nos proporciona uma maior integração e diálogo entre

as disciplinas nas diversas áreas de conhecimento oferecendo também, material de

apoio relevante dando suporte para as propostas de atividades que primam pela

contextualização e interdisciplinaridade e transversalidade em situações

significativas de aprendizagem para a formação de cidadãos que possam participar

de forma ativa, criativa e crítica da sociedade.

A proposta intervém pedagogicamente para a melhoria do índice de

desenvolvimento da Educação Básica reforçando os eixos cognitivos apresentados

na matriz de referência do ENEM, para tanto, organizando os tempos e os espaços

dos saberes na construção do conhecimento.

Tendo como resultado o envolvimento dos professores, monitores, educandos

e gestores, bem como toda a comunidade escolar na troca de saberes e articulação

com o mundo e nas novas descobertas dentro de um contexto de mudanças sociais

e tecnológicas para que obtenha sucesso na nova proposta curricular integrada.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A construção deste trabalho cumpriu o seu objetivo de repassar ideias e

reflexões críticas sobre as atividades e discussões propostas pelo Programa e

desenvolvidas dentro e fora da sala de aula. Através dele, tornou-se clara a

necessidade de tornar as práticas pedagógicas uma fonte estimulante de

investigação, criatividade e, em sua característica essencial, aprendizagem.

Embora tendo muita dificuldade ao elaborá-lo, percebemos o quanto as

anotações e reflexões processuais sobre as leituras e atividades propostas foram

importantes para acompanhar o nosso crescimento pessoal e coletivo. Os receios,

erros e acertos ficaram registrados fazendo fluir a consciência do quanto o professor

precisa estar atento a seu papel de sujeito responsável pela transformação das

situações e dos valores que fundam e dignificam a condição humana. Não se deixar

ACOMODAR...

Acreditamos que as informações relatadas nesse serão sucessivamente

revistas e analisadas dentro de um espírito crítico e lógico, podendo

consequentemente, transformar todo um processo didático-pedagógico ou parte

dele, na intenção de se evoluir enquanto educadores.

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ANEXOS

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Objetivo: Resgatar a identidade da escola e dos sujeitos do ensino médio, visando o redimensionamento da prática pedagógica

Período Ações Estratégia/metodologia Recursos Resultados Esperados

1º Encontro AC Coletivo

- Dinâmica de integração -Apresentação da Proposta geral do Curso. - Cronograma e material de estudo

-Montagem de um quebra-cabeça: com palavras ligadas ao o que esperamos do Pacto? - Apresentação da proposta geral - Cronograma do Curso - Apresentação do Caderno 02 - Apresentação do questionário do Avalie

-Dinâmicas: -Quebra-cabeça - Slides da apresentação do curso. - Caderno 02. - Roteiro para elaboração do perfil do estudante.

-Motivação para trabalhar com o Pacto na Escola. - Estudo e compreensão do módulo. - Elaboração do questionário do perfil do aluno.

Estudo individual: Leitura dos Capítulos I e II do Módulo II

2º Encontro AC Coletivo

- Leitura dos capítulos I e II do módulo II. - Atividades de Reflexão – ação

- Apresentação do vídeo “O jovem nunca é levado a sério” - Discussão dos capítulos I e II do módulo II - Elaboração de estratégias para construir novos relacionamentos entre professores e seus jovens estudantes

- Data show -Vídeo “Não é sério” - Caderno 02

-Estudo e compreensão do capítulo abordado; -Atividades propostas por áreas: - Definição das questões; - Montagem do perfil do aluno. - Implantação da rádio escolar;

COLÉGIO ESTADUAL YEDA BARRADAS CARNEIRO

FORMADORA: Luciana Bulhões

ORIENTADORA DE ESTUDOS: Janaína da C. S. Dias Almeida

PACTO ENSINO MÉDIO

PLANO DE TRABALHO DO PROFESSOR ORIENTADOR

EIXO TEMÁTICO I – A ESCOLA E OS SUJEITOS DO ENSINO MÉDIO: UM OLHAR PARA O REDIMENSIONAMENTO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA

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- Inclusão no questionário de perfil do aluno - questões relacionadas ao assunto discutido ; -Montagem do perfil do aluno

- Síntese do capítulo estudado;

Estudo individual: Leitura dos Capítulos III e IV do Módulo II

3º Encontro AC Coletivo

- Leitura dos capítulos III e IV do módulo II. - Atividades de Reflexão – ação

- Discussão dos temas em grupo: Projetos de vida, escola e trabalho; A relação dos jovens com o mundo do trabalho; Os jovens, os sentidos do trabalho e a escola; A juventude no território; -Organização de uma palestra para os alunos; -A relação dos jovens com a escola e sua formação; -Os sentidos e significados da escola para os jovens; -Razões da permanência e do abandono escolar;

- Caderno 02 - Textos separados por tópicos;

- Estudo e compreensão do capítulo abordado; -Palestra sobre o tema discutido - Carta dos professores ao jovem estudante do CEYBC; - Síntese do capítulo estudado;

Estudo individual: Leitura do Capítulo I do Módulo I

4º Encontro AC Coletivo

Leitura do Caderno 1 e reflexão

Discussão em grupo sobre os desafios que permanecem para o EM na realidade brasileira e levantando possibilidades que superem estes desafios.

- Slides - Caderno 1

Montagem do quadro para definir os desafios e as possibilidades.

Estudo individual: : Leitura dos Capítulo II e III do Módulo I

5º Encontro

Conclusão das atividades: Questionário do perfil do aluno; Quadro de desafios e possibilidades;

– Tabulação dos dados -Discussão do quadro dos desafios e possibilidades para o ensino médio

- Questionários - Caderno 1

- Analise do perfil do aluno. - Quadro desafios e possibilidades na nossa escola.

6º Encontro AC coletivo

Leitura e discussão dos capítulos II e III do caderno I

-Elaboração do texto final com o perfil social, cultural e econômico dos sujeitos matriculados no Ensino Médio na escola. -Identificar os principais princípios e fundamentos que

Caderno 1

Conclusão da atividade; Síntese do capítulo estudado

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constituem a proposta de formação humana integral,

Estudo individual: Leitura do Capítulo IV do Módulo I

7º Encontro AC Coletivo

Leitura e discussão do capítulo IV do caderno I Revisitação do PPP

Propor ações para o alcance da universalização do Ensino Médio Leitura dos documentos norteadores da construção do PPP;

Caderno I Portal da SEC; Documento orientador do PPP; Plano de Curso da Unidade Escolar;

Elaboração da atividade Leituras realizadas e embasamento teórico e metodológico para Reconstrução do PPP.

8º Encontro AC Coletivo

Revisitação/Reconstrução do PPP

Assistir a Videoconferência da Profª Ilma Passos sobre PPP - IAT

Portal da SEC

Embasamento para reconstrução do PPP

9º Encontro AC Coletivo

Discussão administrativa -Entrega dos cadernos EM-AÇÃO - Discussão da Planilha do PIP para reajuste das ações propostas; Responsável: Equipe gestora

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10º Encontro AC Coletivo

- Leitura do capítulo I do módulo III. - Atividade de Reflexão – ação pág 17.

- Apresentação geral do Caderno III - Discussão do capítulo I do módulo III - Debate com os professores a relação entre os conteúdos ensinados, o mundo do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura;

- Data show Slides - Caderno 03

-Estudo e compreensão do capítulo abordado; Elaboração de um texto. - Síntese do capítulo estudado;

Estudo individual: Leitura do Capítulo II do Módulo III

11º Encontro AC Coletivo

- Leitura do capítulo II do módulo III. - Atividade de Reflexão – ação pág.34

Redigir texto sobre as contribuições do que é ensinado na escola para o desenvolvimento da autonomia intelectual dos estudantes;

- Caderno 03

- Estudo e compreensão do capítulo abordado; Elaboração de texto; - Síntese do capítulo estudado;

Estudo individual: Leitura do Capítulo III e IV do Módulo III

12º Encontro AC Coletivo

- Leitura dos capítulos III e IV do módulo III. - Atividades de Reflexão – ação Leitura do capítulo I do módulo IV

Socialização do esquema de Leitura do Cap. III Leitura e discussão do capítulo IV do caderno 03; Debater com os estudantes e professores do E.M. o currículo da Escola; Leitura e discussão da proposta de trabalho da temática “Educação Alimentar e Nutricional” em uma perspectiva integradora.

- Caderno 03 - Caderno 04

-Estudo e compreensão do capítulo abordado; Elaboração de questionário para debater com os alunos; - Síntese do capítulo estudado;

13º Encontro AC Coletivo

Atividades do Caderno III e IV para o NIAVA

Continuação da discussão Leitura e discussão dos textos de fundamentação: - Interdisciplinaridade: possibilidades na prática curricular; - A pesquisa como princípio pedagógico no Ensino Médio; Elaboração das atividades propostas no NIAVA

Caderno 03 e 04; Textos de fundamentação;

Atividades propostas pelo NIAVA concluídas;

23

14º Encontro AC Coletivo

Leitura e discussão do cap. 02 do Caderno IV Reflexão e Ação pág 26

Leitura e discussão do Cap. 02 do Caderno IV Elaborar proposta de atividade;

Caderno 04

. - Estudo e compreensão do capítulo abordado; Atividade concluída -Síntese do capitulo estudado;

Estudo individual: Currículo / Debate com os alunos

15º Encontro AC Coletivo

Atividade do caderno 03

O que é currículo? Socialização do debate com os alunos;

Caderno 03

16º Encontro AC Coletivo

Leitura e discussão dos capítulos III e IV do caderno IV

Leitura e discussão dos Cap. 03 e 04 do Caderno IV Elaborar proposta de atividade;

Caderno 04

. - Estudo e compreensão do capítulo abordado; Atividade concluída -Síntese do capitulo estudado;

Estudo individual: Caderno VI

17º Encontro AC Coletivo

Leitura e discussão dos capítulos I e II do caderno VI

Leitura e discussão do Cap. 01 e 02 do Caderno VI Elaborar proposta de atividade;

Caderno 06

. - Estudo e compreensão dos capítulos abordados; Atividades concluídas; -Síntese dos capítulos estudados;

Estudo individual: Caderno VI

18º Encontro AC Coletivo

Leitura e discussão dos capítulos III e IV do caderno VI

Leitura e discussão do Cap. 03 e 04 do Caderno VI Elaborar proposta de atividade;

Caderno 06

. - Estudo e compreensão dos capítulos abordados; Atividades concluídas; -Síntese dos capítulos estudados;