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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO PROGRAMA ESPECIAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA/PROEB DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS CURSO DE GEOGRAFIA LOURIVAL DE OLIVEIRA SANTOS COMÉRCIO INFORMAL: perfil socioeconômico dos trabalhadores de rua, no centro de Buriticupu - MA Buriticupu - MA 2015

COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

PROGRAMA ESPECIAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA A

EDUCAÇÃO BÁSICA/PROEB

DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS

CURSO DE GEOGRAFIA

LOURIVAL DE OLIVEIRA SANTOS

COMÉRCIO INFORMAL: perfil socioeconômico dos trabalhadores

de rua, no centro de Buriticupu - MA

Buriticupu - MA

2015

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LOURIVAL DE OLIVEIRA SANTOS

COMÉRCIO INFORMAL: perfil socioeconômico dos trabalhadores de rua, no centro

de Buriticupu - MA

Monografia apresentada ao Curso de Geografia da Universidade Federal do Maranhão, como requisito para obtenção do grau Licenciatura em Geografia.

Orientador: Prof. Dr. Antonio José de Araújo Ferreira

Buriticupu - MA

2015

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3

LOURIVAL DE OLIVEIRA SANTOS

Santos, Lourival de Oliveira.

Comércio informal: perfil socioeconômico dos trabalhadores de rua, no

centro de Buriticupu - MA / Lourival de Oliveira Santos. — Buriticupu, 2015.

61 f.

Impresso por computador (Fotocópia).

Orientador: Antonio José de Araújo Ferreira.

Monografia (Graduação) – Universidade Federal do Maranhão, PROEB,

Curso de Geografia, 2015.

1. Comércio informal – Buriticupu. 2. Camelôs. 3. Ambulantes. 4.

Economia local. 5. Trabalhadores de rua – Perfil socioeconômico. I. Título.

CDU 339.177(812.1)

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COMÉRCIO INFORMAL: perfil socioeconômico dos trabalhadores de rua, no centro

de Buriticupu - MA

Monografia apresentada ao Curso de Geografia da Universidade Federal do Maranhão, como requisito para obtenção do grau Licenciatura em Geografia.

Aprovada em ____/____/_____

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________

Prof. Dr. Antonio José de Araújo Ferreira (Orientador)

Universidade Federal do Maranhão

__________________________________________

1º EXAMINADOR (A)

__________________________________________

2º EXAMINADOR (A)

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5

Dedico este trabalho à minha Família, que

sempre me apoiou nos estudos e foi

compreensiva nos momentos em que

estive ausente enquanto me dedicava a

este trabalho monográfico.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos, que direta ou indiretamente contribuíram com a

elaboração deste trabalho.

Em especial, agradeço ao criador do universo (Deus) pela vida, fonte

primeira de todas as realizações. Em particular agradeço aos meus familiares, minha

esposa Diceia, minhas filhas Jessica, Juliana e Jeyce, que além de colaborarem

comigo, souberam entender os momentos de ausência durante os estudos do curso

e da pesquisa.

Agradeço ao meu orientador, Professor Doutor Antonio José, pela

orientação segura, democrática e competente.

Agradeço à Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e à Coordenação

do PROEB e do Curso Licenciatura em Geografia, pela acolhida durante o período

de estudos.

Agradeço aos professores Marcelino Farias, Antônio Cordeiro, Ediléa

Pereira, Irecer Portela, Jorge Hamilton, José Carlos Pires, Juarez Mota e Juarez

Diniz, pelos ensinamentos.

Aos colegas, pelo companheirismo durante a longa jornada.

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RESUMO

Esta pesquisa consta de uma investigação sobre o comércio informal tendo como foco os trabalhadores no centro comercial da zona urbana do município de Buriticupu. A mesma tem por objetivo geral analisar a dinâmica do comércio informal a partir do nível de importância dessas atividades na dinâmica da economia local e como objetivos específicos analisar até que ponto as atividades desenvolvidas pelos camelôs e ambulantes influenciam na dinâmica da economia local, refletindo sobre a qualidade dos serviços e a origem das mercadorias, além da situação previdenciária dos camelôs e ambulantes. Como metodologia da pesquisa foi utilizada o método descritivo que para Gil (1996) tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno e o método bibliográfico que segundo FACHIN (1993) será norteado por material já publicado no que concerne ao tema. Fez-se um levantamento histórico ainda quando Buriticupu era povoado, analisando seu crescimento demográfico e econômico no decorrer dos anos; analisaram-se também as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores de rua e até que ponto tais atividades tem influenciado na dinâmica da economia local. Foi necessário ouvir os consumidores que alimentam a continuação do comércio de rua, além de propor sugestões no sentido de melhorar a vida dos que dependem desse tipo de atividade econômica. Sendo assim, com este estudo, pode-se concluir que os trabalhadores de Rua em Buriticupu tem uma baixa escolaridade, trabalham mais de dez horas por dia, tem em sua maioria uma renda de 1 salário mínimo, tendo ainda uma péssima perspectiva para o futuro já que não contribuem com nenhum tipo de previdência social; também percebeu-se que a clientela dos comerciantes de rua considera as mercadorias de pouca durabilidade, mas compram para ajudar os comerciante e por serem mais baratas que as das lojas.

. Palavras-chave: Comércio informal, camelô, ambulante e Buriticupu.

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ABSTRACT

This research consists of an investigation into the informal Trade focusing on workers in the commercial center of the urban area of Buriticupu . The same has the objective to analyze the dynamics of informal trade from the level of importance of these activities in the dynamics of the local economy and specific objectives to analyze the extent to which the activities carried out by street vendors and street influence the dynamics of the local economy , reflecting on the quality of services and the origin of goods , in addition to social security situation of street vendors and hawkers . As the research methodology was used the descriptive method to Gil (1996 ) has as its primary objective the description of the characteristics of a given population or phenomenon and the bibliographic method that according FACHIN (1993 ) will be guided by published material concerning the subject. There was a historical survey even when Buriticupu was populated by analyzing their demographic and economic growth over the years , we also analyzed the difficulties faced by street workers and to what extent such activities have influenced the dynamics of the local economy . It was necessary to hear consumers feeding the continuation of street trading , and propose suggestions to improve the lives of those who depend on this type of economic activity . Therefore, with this study , we can conclude that the street workers in Buriticupu has a low level of education , work more than ten hours a day , has mostly a 1 minimum wage , having a bad outlook for the future since they do not contribute to any kind of social security, we also realize that the clientele of street traders consider the goods of poor durability , but buy to help the dealer and they are cheaper than the shops.

.

Keywords: Informal Trade, hawker, itinerant and Buriticupu.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Croqui da área urbana de Buriticupu.......................................... 17

Figura 2 Camelôs nas principais Avenidas de Buriticupu......................... 22

Figura 3 Camelôs na Rua da Quadra........................................................ 23

Figura 4 Camelô na Av. Davi Alves Silva.................................................. 24

Figura 5 Moto lanche na Av. Gov. José Reinaldo Tavares....................... 25

Figura 6 Feirantes aos arredores do mercado municipal.......................... 25

Figura 7 Vista interna do mercado municipal............................................ 26

Figura 8 Mercado do peixe........................................................................ 27

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Atividades preponderantes do setor informal no Brasil-2003.... 20

Gráfico 2 Sexo dos trabalhadores informais de Buriticupu em porcentagem ..............................................................................

30

Gráfico 3 Faixa etária dos entrevistados.................................................... 31

Gráfico 4 Estado civil dos entrevistados .................................................... 32

Gráfico 5 Bairro onde moram os entrevistados......................................... 33

Gráfico 6 Condição de residência dos entrevistados................................. 34

Gráfico 7 Escolaridade dos entrevistados.................................................. 35

Gráfico 8 Quantidade de estudantes na família dos entrevistados............ 36

Gráfico 9 Entrevistados que possuem vínculo empregatício..................... 37

Gráfico 10 Pessoas que trabalham com os entrevistados........................... 37

Gráfico 11 Jornada de serviço dos trabalhadores entrevistados ............... 38

Gráfico 12 Ganho mensal dos entrevistados................................................ 39

Gráfico 13 Entrevistados que contribuem com o INSS como autônomo.... 40

Gráfico 14 Tributos ou taxas pagos à Prefeitura de Buriticupu ................. 40

Gráfico 15 Tempo de trabalho dos camelôs no local.................................... 41

Gráfico 16 Meio de locomoção dos entrevistados........................................ 42

Gráfico 17 Tipo de mercadoria comercializada pelos trabalhadores de rua 43

Gráfico 18 Procedência da mercadoria comercializada............................... 44

Gráfico 19 Entrevistados que pensam em procurar outra ocupação........... 45

Gráfico20 Escolaridade dos consumidores entrevistados ........................ 46

Gráfico 21 Compra de produtos pelos consumidores entrevistados .......... 47

Gráfico 22 Qualidade dos produtos na visão dos consumidores

entrevistados ...........................................................................

47

Gráfico 23 Qualidade no atendimento dos trabalhadores de rua na visão

dos consumidores entrevistados ................................................

48

Gráfico 24 Motivo da compra de produtos pelos consumidores.................. 49

Gráfico 25 Uso das calçadas pelos camelôs na visão dos consumidores... 50

Gráfico 26 Você já precisou trocar um produto adquirido nas ruas? ......... 50

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................. 13

2 METODOLOGIA ............................................................................ 16

2.1 Método da pesquisa .................................................................... 16

2.2 Procedimentos metodológicos................................................... 16

2.3 Área de estudo............................................................................. 17

3 ORIGEM DO TERMO SETOR INFORMAL................................... 18

4 CRESCIMENTO DA CIDADE E O COMÉRCIO INFORMAL........ 21

4.1 Os camelôs................................................................................... 22

4.2 Os vendedores ambulantes........................................................ 24

4.3 Os feirantes.................................................................................. 25

4.4 A estrutura do mercado municipal............................................. 26

4.5 O mercado do peixe..................................................................... 26

5 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO COMÉRCIO INFORMAL 28

6 PERFIL SOCIOECONOMICO DOS TABALHADORES

INFORMAIS DO CENTRO COMERCIAL DE BURITICUPU..........

30

6.1 Distribuição quanto ao sexo ...................................................... 31

6.2 Faixa etária .................................................................................. 31

6.3. Estado civil dos trabalhadores................................................... 32

6.4 Local de residência .................................................................... 32

6.5 Tipo de moradia.......................................................................... 33

6.6 Escolaridade................................................................................. 34

6.7 Composição das famílias e estudantes.................................... 35

6.8 Estabelecimento e vínculo empregatício................................. 36

6.9 Empregos gerados no comércio informal................................. 37

6.10 Jornada de trabalho dos trabalhadores entrevistados............ 38

6.11 Renda dos entrevistados............................................................ 38

6.12 Situação junto ao INSS............................................................... 39

6.13 Tributos à prefeitura..................................................................... 39

6.14 Tempo de trabalho no ramo e no local....................................... 41

6.15 Meio de locomoção....................................................................... 41

6.16 Mercadorias comercializadas....................................................... 42

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12

6.17 Procedência da mercadoria......................................................... 43

6.18 Outra ocupação dos trabalhadores de rua.................................. 44

7 OS CONSUMIDORES DA ECONOMIA INFORMAL DE

BURITICUPU.................................................................................

46

8 PROPOSTA DE MELHORIAS PARA OS TRABALHADORES

DE RUA...........................................................................................

51

CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................. 53

REFERÊNCIAS............................................................................... 55

APÊNDICES................................................................................... 57

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1 INTRODUÇÃO

O atual município de Buriticupu, cuja origem remonta ao início da década

de 1970, sempre apresentou uma vocação comercial forte e diversificada. Desde o

projeto de colonização observou-se este potencial econômico muito forte, embora

suas atividades econômicas na maioria dos casos não se enquadrem numa

atividade formal, mas sim informal.

Nas décadas de 1980 a 1990, o então povoado Buriticupu vivenciou um

grande crescimento populacional impulsionado pelo comércio madeireiro. Nesse

sentido, convém ressaltar que:

Na “região” de Buriticupu era época de grande prosperidade econômica decorrente do projeto de colonização e da ocupação de várias fazendas improdutivas; como a exploração agrícola do solo resultou na produção recorde de cereais que saiam do então povoado, apesar dos agricultores não receberem incentivo do governo, do mesmo modo acontecia com as numerosas indústrias madeireiras que se instalaram, empregando centenas de pessoas, distribuindo inúmeros metros cúbicos de madeira beneficiada para quase o Brasil. (FERREIRA, 2012, p. 53)

Porém, com o declínio tanto do comércio madeireiro, quanto das

atividades agropecuárias pode-se observar o crescimento de uma modalidade

comercial que foge às regras legais denominada de subsetor ou comércio informal.

Assim, o comércio informal representa proprietários e trabalhadores que participam

da produção de unidades produtivas micro ou pequenas, onde a relação capital-

trabalho não se encontra bem estabelecida, seja no âmbito da organização do

trabalho como no cumprimento das regras legais (TOKMAN; SOUZA, 1976).

Estudar o comércio informal é problematizar os fenômenos que atingem o

mundo do trabalho hoje e suas raízes; a reestruturação na produção e a redefinição

do trabalho e suas questões sociais. È também estudar a história do presente, a

crise do emprego, o desemprego estrutural, embora este crescimento ainda seja

deixado em segundo plano pelo poder público e, consequentemente pelas políticas

públicas.

Diante do exposto, esta pesquisa objetiva, dentre outros: dar voz aos

trabalhadores excluídos do comércio formal e que agora exercem atividades

informais de Buriticupu; além de analisar a estruturação desta modalidade; conhecer

o perfil dos trabalhadores; investigar as implicações da presença dos mesmos na

região central; ajudar a suprir a necessidade de dados que a pesquisa sobre a

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informalidade no Brasil apresenta; sugerir princípios, estratégias e ações que

possam fundamentar uma política duradoura de regulação da atividade do comércio

informal, um campo tão pouco explorado pelos historiadores, geógrafos e

economistas, mas tão importante para a compreensão do mundo do trabalho, em

especial, o informal.

A razão pela escolha do tema é em virtude da falta de dados sobre a

dinâmica do comércio informal no centro comercial de Buriticupu, o que me instigou

como estudante de geografia a investigar a temática abordada como também a

curiosidade e vontade de investigar como se dá a dinâmica das atividades nas quais

estão inseridos os camelôs e ambulantes.

Desta forma e no sentido de melhor organizar o conteúdo deste trabalho,

dividiu-se o mesmo em 7 capítulos, sendo que no primeiro momento o estudo revela

as primeiras manifestações no que concerne ao comércio e à dinâmica local, e

posteriormente as primeiras atividades informais desenvolvidas no campo de estudo.

No segundo momento faz-se o detalhamento do método e dos

procedimentos metodológicos utilizados na pesquisa para que os objetivos fossem

alcançados.

Entra-se no terceiro capitulo analisando a origem do termo “setor

informal”, além de dialogar com vários estudiosos que abordam em suas obras o

conceito de informalidade e comércio informal.

No quarto capitulo faz-se uma análise do crescimento espacial e

econômico da cidade de Buriticupu e das atividades informais como: camelôs,

ambulantes e feirantes muito presentes na economia local.

Adentra-se ao quinto capítulo discutindo sobre em que o consumidor

ganhará ao adquirir uma mercadoria, produto ou serviço nos comerciantes da

economia informal como também quais são as possíveis desvantagens ou

desvantagens de ser cliente desse ramo de atividade.

O sexto capitulo e considerado um dos mais importantes da pesquisa é

aonde faz-se uma análise do perfil socioeconômico dos trabalhadores de rua que

atuam no centro comercial da zona urbana de Buriticupu-MA.

No sétimo capítulo discuti-se a opinião de pessoas que compram

mercadoria e serviços na informalidade. No último capitulo propõe-se alternativas ao

poder público local no sentido de amenizar o sofrimento pelo qual os trabalhadores

de rua passam ao exercer sua profissão nas ruas do centro de Buriticupu.

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15

Nas considerações finais desta pesquisa faz-se uma análise dos demais

capítulos dando-se ênfases às dificuldades vivenciadas pelos trabalhadores de Rua

do Centro Comercial de Buriticupu – MA e retomando as propostas de melhoria

concernente às condições inadequadas de trabalho em vivem os mesmos vivem.

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2 METODOLOGIA

2. 1 Método da pesquisa

Para atingir os objetivos propostos faz-se necessário indicar o tipo de

estudo da pesquisa. Desta forma, esta pesquisa possui um enfoque descritivo, por

se tratar de uma pesquisa que busca identificar e analisar uma realidade. Para Gil

(1996, p. 46) “as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das

características de determinada população ou fenômeno ou, então, o

estabelecimento de relações entre variáveis”.

Segundo Fachin (1993, p.102) “a pesquisa bibliográfica diz respeito ao

conjunto de conhecimentos humanos reunidos nas obras”. Esta será embasada em

material já publicado pertinente ao tema, para formar uma visão conceitual, com

aspectos práticos de utilização e domínio dos elementos em questão.

Para participar da pesquisa, foi preciso exercer algum tipo de atividade na

economia informal de Buriticupu, em especial no centro comercial da zona urbana; a

amostragem foi realizada com 50 trabalhadores informais, todos que exercem algum

tipo dessa atividade nas ruas do centro comercial da referida cidade. Foi relevante

efetuar a metodologia dessa forma devido à abertura que se obteve no local de

trabalho de muitos trabalhadores de rua e a disponibilidades dos entrevistados para

contribuírem com suas participações.

2.2 Procedimentos metodológicos

Utilizou-se como procedimento técnico um questionário fechado, onde as

diretrizes do trabalho foram definidas e permitiram que o resultado fosse obtido.

Conforme Fachin (2005, p.141) o questionário “é fundamentado numa série de

questões ordenadas sucessivamente e relacionadas com o objetivo do estudo”.

Composto por 21 questões de múltipla escolha e objetiva, com a finalidade de

coletar dados sobre o perfil socioeconômico dos trabalhadores informais.

O questionário foi aplicado nas ruas no próprio local de trabalho dos

entrevistados entre os dias 08 (oito) à 12 (doze) de setembro de 2014 (Apêndice);

cada questionário durou 05 (cinco) minutos para ser respondido. Também foram

coletados depoimentos com alguns trabalhadores de rua, além de visitas aos órgãos

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municipais como Secretaria de Tributos, Secretaria das Cidades e Câmara Municipal

de Vereadores de Buriticupu.

2.3 Localização da área de estudo

Em se tratando da localização geográfica o município de Buriticupu situa-

se na microrregião de Pindaré, a Oeste do Maranhão, mais precisamente entre os

paralelos 4° S e 46° W. A sede municipal (Figura 01) está localizada nas

coordenadas Geográficas de – 04°20’45”de latitude Sul e 46°24’04” de longitude

Oeste, às margens da rodovia federal 222, sendo esse seu acesso principal (IBGE,

2014).

Figura 01 – Croqui da área urbana de Buriticupu-MA

Fonte: Buriticupu. blogspot.com/adaptação o autor.

Em relação à sede municipal referida (Figura 01) a área em destaque

contornada de vermelho refere-se ao local de aplicação dos questionários e onde se

concentra a maior parte das atividades informais de Buriticupu, principalmente na

rua da Quadra, rua do Hospital Velho, Avenida João Castelo, Avenida Castelo

Branco e avenidas Davi Alves Silva e Governador José Reinaldo Tavares, ambas

nas laterais da BR 222. .

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3 A ORIGEM DO TERMO SETOR INFORMAL

Segundo Cacciamali (1994), o termo “setor informal” originou-se por meio

de estudos da OIT (Organização Internacional do trabalho), iniciado em 1969 e é

utilizado principalmente para denominar formas heterogêneas de produção de

trabalho não usuais às empresas tipicamente capitalistas.

Para Jakobsen (2011) apud Barros (2012) a expressão setor informal foi

usada pela OIT em 1972, para designar as atividades não legalizadas existentes no

Quênia, país africano. Tais atividades podem ser compreendidas como, por

exemplo, um negócio próprio familiar, uma barraca improvisada nas calçadas ou

atividades econômicas móveis também conhecidas como ambulantes.

As atividades informais segundo Barreto (2005) surgiram principalmente

com os programas de industrialização implantados por países subdesenvolvidos que

investiram em um grande número de fábricas, porém insuficientes para empregar

toda a mão de obra existente e foi justamente o excedente dessa mão de obra que

veio favorecer o surgimento de pequenos empreendimentos autônomos com

produção em pouca escala, pois as pessoas recorreram a outras atividades para

manter a si mesmas e a sua família.

Já para Montessoro (2006)

O tema economia informal ganhou um enorme destaque na mídia e na literatura socioeconômica e pode representar fenômenos distintos, que vão desde a pura e simples evasão fiscal até meras atividades de sobrevivência de populações marginalizadas no mercado de trabalho.

Outro fator determinante para o surgimento do trabalho informal foi o já

conhecido êxodo rural, fenômeno no qual milhares de pessoas deixaram o campo

rumo à cidade em busca de uma melhor qualidade de vida; com o passar dos anos e

o fenômeno ocorrendo em ritmo mais acelerado houve o crescimento desordenado

das cidades, o que concorreu para o aumento das demandas e da concorrência por

postos de trabalho resultando, então, o desemprego e o subemprego; este termo,

assim, era muito usado no passado para designar o trabalho em condições não

formais.

Desta forma fica óbvio que o emprego nas atividades informais é

caracterizado por ser uma ocupação na qual não foi planejada nem estabelecida por

políticas públicas governamentais e sim uma consequência da falta dessas políticas

Page 19: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

19

que possibilitem manter o trabalhador em um emprego legalizado e com um mínimo

de garantias trabalhistas.

Para Caccimali, 2000; Chahad, 1998 apud Correa, 2009

O mercado de trabalho informal é difícil encontrar um conceito exato, dada a variedade de definições existentes nesse setor. Entretanto uns conjuntos de autores o definem como sendo aquele onde prevalecem o mínimo de intervenção do governo, não cumprem as leis ou regras, especialmente as legislações fiscais e trabalhistas, sem contrato social registrado junto a seguridade social.

Noronha (2003) ressalta que há registros no Brasil nas décadas de 1930

e 1940, com mais precisão no governo de Getúlio Vargas do aparecimento do termo

informalidade haja vista que estavam sendo criadas e implantadas leis reguladoras

do trabalho no Brasil, cuja referência é a Consolidação das Leis Trabalhista (CLT). A

partir daí passou a construir os conceitos do que era formal e informal no Brasil.

Ainda conforme Noronha (2003), as leis trabalhistas reconheciam como

trabalho formal aqueles nos quais o trabalhador desfrutava de salário mínimo,

jornada de trabalho fixa, férias anuais, dentre outros direitos, sendo considerado

trabalho informal todas aquelas atividades ou ocupações em que não contemplavam

tais direitos deixando o trabalhador desprotegido e vulnerável a futuros transtornos

trabalhistas.

O Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 1990) fez um

estudo em que constatou que havia uma grande desigualdade econômica entre a

População Economicamente Ativa (PEA) brasileira, no entanto ficou constatado que

uma parcela considerável dessa força de trabalho estava excluída do processo

produtivo já que em 1990 Diniz (2005), ressalta que dos 62,1 milhões de

trabalhadores da PEA apenas 26,2 milhões tinham empregos formais e outros 35,9

milhões que representavam 57,8% da PEA estavam na informalidade como

autônomos ou empregados não legalizados. .

Ainda em relação a essa temática, o Serviço de Apoio às Micro e

Pequenas Empresas (SEBRAE) publicou em 2005 um relatório no qual demonstra

os números dos trabalhadores inseridos na economia informal brasileira, sendo

revelado que em 2003 o Brasil tinha 10.335.962 (dez milhões, trezentos trinta e

cinco mil e sessenta e duas) pessoas trabalhando na informalidade, com as

seguintes subdivisões conforme gráfico 1.

Page 20: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

20

Gráfico 1. Atividades preponderantes do setor informal no Brasil-2003

Fonte: SEBRAE, 2005

Nota-se que os números da informalidade vêm caindo ao longo dos anos;

isso se configura na abordagem de Diniz (2005), que apontou um pouco mais de 62

milhões de trabalhadores informais em 1990 e em comparação com os dados do

SEBRAE que apontou um pouco mais de 10 milhões de trabalhadores informais em

2003, ou seja, apenas 16% dos 62 milhões de 1990.

Para Moura Júnior (2007) o termo comércio informal é muito usado para

designar as atividades não formais e é na verdade um enorme comércio de rua; para

esse autor, os trabalhadores informais devem ser chamados de trabalhadores de

rua.

Comércio 33%

atividade de industria

16%

Prestação de serviços

51%

0%

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4 O CRESCIMENTO DA CIDADE E O COMÉRCIO INFORMAL DE BURITICUPU

Na década de 1990, o povoado Buriticupu tinha ruas largas e

empoeiradas, em que se viviam grandes expectativas de progresso; a referência era

a abundância de terras a serem ocupadas por um projeto de colonização e a

indústria madeireira que concorreram para um crescimento demográfico e

econômico, de maneira que a localidade onde antes havia densas florestas já se

encontrava num estágio de desmatamento descontrolado, com a cobertura vegetal

sendo substituída por pastos.

Assim, o crescimento do povoado referido marcava a prosperidade

econômica decorrente do projeto de colonização, que lhe originou. A exploração

agrícola do solo resultou na produção de toneladas de cereais que saiam do mesmo,

como resultado de uma agricultura que batia recorde no estado do Maranhão. De

igual modo acontecia com as numerosas indústrias madeireiras que se instalaram

na região empregando centenas de pessoas e comercializando inúmeros metros

cúbicos de madeira com quase todo o Brasil. Por fim, outro fator que contribuiu para

o grande progresso econômico experimentado pela região foi a excepcional vocação

comercial, que atraía uma massa enorme de pessoas oriundas de vários estados do

Nordeste e de outras regiões do país.

Naquele período, o povoado citado pertencia ao município de Santa Luzia

e já tinha todos os requisitos para sua auto sustentação, apesar da desorganização

urbana. Estava estrategicamente localizado às margens da rodovia federal BR - 222,

banhado pelos rios Buriticupu e Pindaré e ainda cortado pela Estrada de Ferro

Carajás.

Em função do rápido crescimento desse povoado, a população se

articulou e juntamente com mais 80 novos municípios, passou a compor a nova

geografia política do estado do Maranhão, o que ocorreu em 10 de novembro de

1994 através da lei de estadual nº 6.162, que o criou.

A partir de então a sede de Buriticupu cresceu consideravelmente

havendo construções a princípio de forma planejada, com ruas paralelas onde se

configurou o início da cidade. Com o fluxo migratório a cidade começou a receber

pessoas oriundas de diversas partes do estado e do Brasil e seu crescimento

horizontal passou a se caracterizar pela forma desordenada, revelando a invasão ou

a ocupação por áreas cedidas, onde a falta de planejamento concorreu para o

Page 22: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

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surgimento de vários bairros, que se destacavam a partir do centro da cidade em

que se configurou o comércio formal, com muitas lojas de eletro eletrônico,

farmácias, bancos, lojas de vestuários, supermercados, hotéis, padarias, dentro

outros.

Hoje essas ruas estão tomadas por dezenas de camelôs e vendedores

ambulantes os quais por terem perdido seus empregos formais, pela falta de postos

de trabalho e até mesmo por decisão própria por considerarem mais vantajoso,

fazem uso das calçadas, ruas e avenidas para comercializarem suas mercadorias

(Figura 2).

Figura 2. Camelôs nas principais Avenidas de Buriticupu

Foto (A) Av. Castelo Branco; Foto (B) Av. Governador José Reinaldo Tavares. Fonte: acervo do autor/2013

4.1 Os camelôs

Para Bertolucci (2003) os camelôs são todos os trabalhadores de

atividades informais que atuam em barracas fixas pelas ruas da cidade, tendo em

alguns casos autorização das prefeituras para se estabelecerem em determinado

local.

Em relação à cidade em estudo, Buriticupu, os camelôs têm se instalado

pelas ruas do centro comercial, principalmente na Rua do Hospital Velho, Rua da

Quadra, Rua Principal e nas avenidas Castelo Branco, João Castelo, Governador

A B

Page 23: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

23

José Reinaldo Tavares e na Avenida Davi Alves Silva. Há uma maior presença

desses no cruzamento da Rua da Quadra com a Avenida Davi Alves Silva aonde os

trabalhadores conhecidos como camelôs usam uma armação metálica coberta com

lona para expor suas mercadorias ou produtos em frente a estabelecimentos

comerciais formais. Segundo os camelôs há uma convivência pacifica com os

comerciantes legais do local (Figura 3).

Figura 3. Camelôs na Rua da Quadra

Fonte: acervo do autor/2014

Ainda na Avenida Davi Alves Silva há a presença das banqueiras, como

são conhecidas as vendedoras de comida em barracas improvisadas em frente ao

posto Bodão; no período da manhã, servem o café e no período noturno é o jantar.

Há os camelôs que se situam em frente à Churrascaria Asa Branca, em que

comercializam produtos importados, como CDs, DVDs, e eletrônicos diversos. Tanto

as banqueiras quanto os camelôs de produtos importados pagam uma taxa mensal

aos proprietários dos estabelecimentos para poderem usar a frente dos mesmos na

comercialização de suas mercadorias e serviços (Figura 4).

Para Gonçalves (2000) tais atividades informais, principalmente a

comercialização de produtos importados ou contrabandeados tem se alastrado não

só pelos grandes centros urbanos, como também pelas pequenas e médias cidades.

Page 24: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

24

Para o autor, geralmente são utilizadas barracas fixas improvisadas pelas calçadas

e ruas para a comercialização de tais produtos.

Figura 4. Camelô na Avenida Davi Alves Silva

Fonte: acervo do autor/2013

4.2 Os ambulantes

Como o nome sugere, ambulantes são vendedores que percorrem o

centro comercial sem ter um ponto fixo vendendo sua mercadoria, o que é reforçado

por Silva (1997) apud Diniz (2005) quando diz que o comerciante ambulante é um

vendedor que anda pelas ruas negociando sua mercadoria e de certa forma

atrapalhando o direito de ir e vir das pessoas pelas ruas já que as calçadas e as

ruas estão tomadas por essa atividade. Em Buriticupu é comum a prática dessa

atividade, pois diversos trabalhadores autônomos percorrem as ruas com bicicleta

lanche, moto lanche (Figura 5), carro lanchonete ou até mesmo a pé pelas vias

publicas comercializando suas mercadoria e serviços.

Page 25: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

25

Figura 5. Moto lanche na Av. Gov. José Reinaldo Tavares

Fonte: acervo do autor/2014

4.3 Os feirantes

Os feirantes são camelôs, mas de forma mais organizada e concentrada

em um espaço da Prefeitura Municipal, ou seja, o mercado Municipal e no Mercado

do Peixe, onde expõem suas mercadorias, geralmente frutas, verduras, legumes,

carnes e peixes (Figura 6).

Figura 6. Feirantes aos arredores do mercado municipal

Fonte: acervo do autor/2014

Page 26: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

26

4.4 A estrutura mercado municipal

O mercado municipal de Buriticupu foi construído ainda quando era

distrito de Santa Luzia; o mesmo sofreu uma reforma e ampliação em 2006

passando a ter 880 m², trinta (30) boxes internos (Figura 7) destinados à

comercialização de carnes bovina, suína e de aves, tendo ainda oito bancadas para

a comercialização de frutas e verduras.

Figura 7 - Vista interna do mercado municipal

Fonte: acervo do autor/2014

No que concerne à limpeza do mercado, esta é realizada pelos

funcionários da prefeitura municipal, sendo que os trabalhadores que possuem Box

pagam uma taxa mensal à prefeitura no valor de R$ 50,00 e os que possuem

bancas pagam somente R$ 30,00 mensais, que servem para cobrir as despesas

com água, energia e limpeza do local. (DIRETORIA DO MERCADO MUNICIPAL,

2014).

4.5 O mercado do peixe

O mercado do peixe não fazia parte da antiga estrutura, ou seja, antes da

reforma do mercado municipal em 2006 para abrigar os vendedores que não tinham

Page 27: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

27

um local próprio para comercializar seus produtos. Sua estrutura é um galpão

metálico com uma área de 230 m² com bancadas (Figura 8) suficientes para atender

a um quantitativo de aproximadamente 30 peixeiros. Tais trabalhadores ainda são

obrigados a pagarem uma taxa mensal ao setor de tributos da prefeitura no valor de

trinta reais por estarem usando as instalações do galpão do peixe.

Figura 8 - Mercado do peixe

Fonte: autor/setembro de 2014

Ao todo trabalhando nas dependências do mercado municipal, segundo a

diretoria de tributos do município, existem 82 comerciantes cadastrados e

autorizados pela prefeitura a trabalharem no local. Porém, quanto aos vendedores

ambulantes e camelôs que trabalham nas ruas da cidade a prefeitura não dispõe

desses dados porque não é feito esse tipo de controle e não há conhecimento da

existência de associações que represente este tipo de atividade em

Buriticupu. (Diretoria de Tributos e Secretaria de Urbanismo, 2014).

Page 28: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

28

5 VANTAGENS E DESVANTAGENS DE COMPRAR NO COMÉRCIO INFORMAL

O comércio informal é muito procurado por milhares de pessoas todos os

dias, principalmente por aquelas de baixo poder aquisitivo, mas também é procurado

por pessoas de alto poder aquisitivo as quais procuram economizar com a compra

de determinados produtos uma vez que na informalidade se tornam mais baratos

que os vendidos no comércio formal graças a pouca despesa do comerciante

informal com impostos diversos cobrados pelo poder público (Montessoro, 2006).

No entanto, o grande problema dessa atividade econômica é que o

consumidor ao adquirir um produto danificado desse mercado ou se o mesmo

apresentar defeitos posteriormente o consumidor encontrará serias dificuldades em

realizar a troca dessa mercadoria como também em ter o valor do dinheiro de volta

caso peça o ressarcimento do dinheiro, já que no comércio informal não é fornecido

comprovante da compra, tornando difícil o consumidor comprovar que realmente

efetuou a compra em determinada banca ou ambulante.

Sobre o setor informal Filho (2005), afirma que outra desvantagem de

comprar nos camelôs e ambulantes é o fato de eles aceitarem apenas dinheiro em

espécie, dificultando a compra de outros produtos de preço mais elevado e que

poderiam ser vendidos no cartão de crédito ou cheque parcelado. Sem falar que em

pleno século XXI o número de pessoas que fazem uso do dinheiro de plástico

(cartão de crédito ou débito) vem aumentando constantemente e o comerciante

informal que apostar nessa opção sairá na frente da concorrência.

Ainda para Filho (2005) as pessoas que se alimentam em barracas

improvisadas na rua ou lanchonete móvel correm um sério risco de contrair doenças,

já que geralmente tais locais são desprovidos de higiene. Nessas barracas os

alimentos são preparados e servidos ao relento, expostos a poeiras; o local não

dispõe de lavatório adequado, pois as pessoas que preparam os alimentos não

usam tocas e/ ou luvas e ainda têm o agravante de ser a mesma que recebe o

dinheiro, prepara e servi os alimentos.

Em visita a áreas em Buriticupu nas quais se localizam essas barracas

comprovou-se que o ambiente em volta das mesmas, sobretudo as que vendem

comida caseira e lanches, geralmente está cercado por sujeiras como copo

Page 29: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

29

descartáveis e guardanapos usados, resto de comida, além de esgoto não

canalizado, nem tratado.

O comércio de Rua de Buriticupu ainda está engatinhando, mas percebe-

se que os camelos têm diversificado suas mercadorias, principalmente aqueles que

vendem produtos eletroeletrônicos importados na tentativa de atrair os

consumidores.

Filho (2005) ainda relata que uma das vantagens de se comprar no setor

informal é que suas mercadorias são mais baratas do que as das lojas do setor

formal. A redução no valor do preço das mercadorias se deve ao fato dos

comerciantes informais em sua grande maioria não ter nenhum tipo de despesa com

taxas, impostos e aluguéis e que são pagos pelos do comércio formal onerando

suas mercadorias e dificultando um preço competitivo.

Outra vantagem de comprar nos camelôs e ambulantes é o fato do

consumidor negociar na maioria das vezes com o proprietário da mercadoria

podendo então conseguir um abatimento maior no preço da mercadoria. Enquanto

que nas lojas convencionais, tal negociação é dificultada pelo fato de o cliente não

negociar diretamente com o proprietário e sim com um funcionário treinado que

segue orientações, normas e metas do patrão.

Outros afirmam comprarem nesse tipo de comércio por terem um laço de

proximidade com os comerciantes os quais já estão há muito tempo no mesmo local

e no mesmo ramo de atividade.

Page 30: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

30

6 PERFIL SOCIOECONÔMICO DOS TRABALHADORES DE RUA NO CENTRO

DE BURITICUPU

O perfil socioeconômico dos trabalhadores de rua é de extrema

importância e relevância para que se possa conhecer a proporcionalidade de

trabalhadores quanto ao sexo, local de moradia, escolaridade, origem dos

trabalhadores, atividade ocupada e ainda renda familiar.

6.1 Distribuição quanto ao sexo

Em relação à quantidade de homens e mulheres, tem-se o domínio quase

que absoluto do sexo masculino com 80%, o correspondente a 40 pessoas em

relação ao feminino, que é 20% (Gráfico 02). Este domínio pode ser explicado pelo

fato de que os homens buscam mais cedo sua independência financeira, além de se

sentirem responsáveis pelo sustento da família.

Gráfico 02: Sexo dos trabalhadores informais de Buriticupu

Fonte: Produzido pelo autor/2014.

O número de mulheres entrevistadas que exercem alguma atividade

informal fora de casa é pequeno em virtude de elas preferirem segundo Singer

(1979) ficarem em casa exercendo as atividades domésticas quando seu

companheiro ganha o suficiente permitindo que a mesma fique em casa cuidando de

sua família.

Masculino 80%

Feminino 20%

0%

0%

Page 31: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

31

6.2 Faixa etária

No que se refere à faixa etária dos entrevistados, os números mais

expressivos encontram-se nas faixas de 24 a 33 anos que é de 28%. Pode-se

observar que os trabalhadores do comércio informal de Buriticupu são bem jovens,

sendo que há entre esse grupo uma forte tendência ao empreendedorismo. Vale

ressaltar, que em segundo lugar estão os trabalhadores na faixa etária acima dos 44

anos que correspondem a 22% do total dos informais (Gráfico 03).

Gráfico 03: Faixa etária dos entrevistados

Fonte: Produzido pelo autor (2014)

6.3. Estado civil dos trabalhadores

Quanto ao estado civil dos trabalhadores informais, foi constatado que

dos 40 entrevistados, 31 se declararam casados o que representa 62%, e os que se

declararam solteiros foram 18 ou 36%, sendo que apenas 1 entrevistado se declarou

separado (Gráfico 04).

12%

8%

28%

12%

18%

22%

15 a 18 anos

19 a 23 anos

24 a 33 anos

34 a 38 anos

39 a 43 anos

Acima de 44 anos

Page 32: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

32

Gráfico 04: Estado civil dos entrevistados

Fonte: Produzido pelo autor (2014)

6.4 Local de residência

Em se tratando do local de residência dos entrevistados, 98% declararam

morar em Buriticupu e apenas 2% moram em outra cidade. Em relação aos

vendedores de rua, os camelôs residentes em Buriticupu têm a seguinte distribuição

por bairro: Terra Bela (41%), Centro (23%), Vila Davi (15%), Caeminha (9%) e Vila

Primo (12%). Fica evidente que o Bairro Terra Bela é o mais populoso da cidade,

sendo também o que mais tem pessoas trabalhando nas ruas e calçadas do centro

de Buriticupu, mais precisamente em atividades do setor informal (Gráfico 5).

36%

62%

2% 0%

Solteiro Casado outros

Page 33: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

33

Gráfico 5: Bairro onde moram os entrevistados

Fonte: Produzido pelo autor ( 2014)

6.5 Tipo de moradia

Verificou-se nas entrevistas dos trabalhadores das atividades informais de

Buriticupu que em relação ao tipo de residência, a maioria dos 40 entrevistados

(78%) declararam possuírem casa própria, 9 (18%) moram de aluguel,

principalmente em áreas periféricas da cidade onde o valor dos aluguéis são mais

acessíveis, enquanto que (2%) estão morando em casa cedidas por familiares ou

amigos (Gráfico 06).

No entanto, foi constado que (2%) dos trabalhadores informais

encontram-se financiando a sua casa através das linhas de crédito dos bancos

oficiais ou empréstimo particular em bancos privados. Esses dados revelam que os

entrevistados possuem uma situação socioeconômica razoável se levar em

consideração que a maioria é proprietária de suas residências.

41%

23%

15%

9%

12%

Terra Bela Centro Vila Davi

Caeminha Vila Primo

Page 34: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

34

Gráfico 06: Condição de residência dos entrevistados

Fonte: Produzido pelo autor (2014)

6.6 Distribuição quanto a Escolaridade

No que se refere ao grau de escolaridade dos entrevistados, observa-se

que 38% possuem o 1º grau completo, hoje Ensino Fundamental, 16% conseguiram

concluir o primário, 12% declaram-se analfabetos e 8% declararam terem concluído

o ensino médio. Não se pode facultar ao baixo nível de escolaridade a permanência

desses trabalhadores no mercado informal, pois existem inúmeros fatores que

contribuem para essa situação (Gráfico 07).

Para Santos (1979), exercer uma atividade na economia informal não é

necessariamente ter uma boa escolaridade, sendo possível até os analfabetos

conseguirem melhor desempenho do que as pessoas com estudo.

Outro fator que chamou a atenção foi que 2% dos trabalhadores na

economia informal possuem curso superior completo e estão nesta atividade por

falta de oportunidade em seu campo de trabalho.

80%

18%

2% 1

Própria Alugada Cedida Financiada

Page 35: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

35

Gráfico 07: Escolaridade dos entrevistados

Fonte: Produzido pelo autor ( 2014)

6.7 Composição das famílias e estudantes

A maioria das famílias é composta de 1 a 5 pessoas, perfazendo um total

de 58% (Gráfico 08). Por outro lado, 42% das famílias são compostas de 6 a 10

pessoas. Já em relação ao número de estudantes na família, 84% declararam terem

de 1 a 5 pessoas frequentando a escola, enquanto que 12% de 6 a 1; no entanto,

também foi constatado que uma porcentagem das famílias, ainda que pequena, mas

preocupante não possuem nenhuma pessoa na condição de estudante, o que

representa 4 % das famílias dos trabalhadores informais.

12%

16%

38%

4%

8%

8%

8%

2% 2% 2%

Grau de Escolaridade

Analfabeto

Primário Completo

PrimárioIncompleto

Ginásio Completo

Ginásio Incompleto

Page 36: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

36

Gráfico 08: Quantidade de estudantes na família dos entrevistados

Fonte: Produzido pelo autor ( 2014)

6.8 Estabelecimentos e vinculo empregatício

A pesquisa mostrou que os trabalhadores nas atividades informais do

centro comercial da zona urbana de Buriticupu, em sua grande maioria, em torno de

90% são donos do próprio negócio enquanto que os 10% restantes trabalham na

condição de empregados nas barracas fixas de camelôs ou negócios montados

sobre carros e bicicletas aonde o trabalhador se locomove pelas principais ruas da

cidade (Gráfico 09).

Durante a análise dos dados também foi comprovado que 98% desses

trabalhadores não têm nenhum tipo de vínculo empregatício com empresas formais.

Porém, 2% disseram que trabalham em empresas privadas e nas horas de folga

atuam na informalidade.

4%

84%

12%

Zero

1 a 5

6 a 10

Page 37: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

37

Gráfico 09: Entrevistados que possuem vínculo empregatício

Fonte: Produzido pelo autor ( 2014)

6.9 Empregos gerados no comércio informal

Outro fator importante a ser levado em questão é a quantidade de

pessoas que trabalham com o profissional do comércio informal, sendo que 45%

disseram ter uma pessoa trabalhando com eles, 35% trabalham sozinhos, 18% têm

dois ajudantes e 2% possuem três ajudantes (Gráfico 10).

Gráfico 10: Pessoas que trabalham com os entrevistados

Fonte: Produzido pelo autor (2014)

Sim 2%

Não 98%

0%

0%

35%

45%

18%

2%

Nenhuma

Uma

Duas

Três

Page 38: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

38

6.10 Jornada de trabalho

No que tange ao horário de serviço dos trabalhadores da economia

informal na sede do município de Buriticupu, a pesquisa constatou que 38%

permanecem mais de dez horas diárias no local de trabalho, o que pode deixá-los

esgotados fisicamente já que na maioria do tempo trabalham em pé; somente 20%

dos entrevistados permanecem por oito horas no local de serviço e uma minoria

(6%) declarou trabalhar apenas quatro horas diárias (Gráfico 11).

Gráfico 11. Jornada de serviço dos entrevistados

Fonte. Produzido pelo autor (2014). 6.11 Renda mensal dos entrevistados

Em relação ao ganho mensal dos entrevistados, fica demonstrado no

gráfico 12 que 36% dos entrevistados trabalhadores da economia informal

declararam uma renda mensal em torno de R$ 361,00 a R$ 540,00; enquanto que

26% declararam ganhos acima de R$ 721,00. É importante ressaltar que os ganhos

declarados pelos trabalhadores da economia informal são sempre especulativos, já

que os valores variam a cada mês, podendo ser bom em um mês e péssimo no mês

seguinte.

Jornada de serviço

Mais de 10 horas

Oito hotas

Quatro horas

Page 39: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

39

Gráfico 12: Ganho mensal dos entrevistados

Fonte: Produzido pelo autor (2013)

Essa disparidade no que tange à renda dos trabalhadores informais

segundo Cavalcanti (1983) se deve em virtude de uns trabalhadores estarem com

suas barracas em local mais privilegiado que outros onde ocorre mais fluxo de

pessoas ou até mesmo em razão de um melhor atendimento por parte do

comerciante informal para com seus clientes.

6.12 Situação junto ao INSS

Por se tratar de um mercado instável, 96% dos entrevistados declararam

não contribuir como autônomos para o Instituto Nacional de Seguridade Social

(INSS); somente 4% declararam ter um plano previdenciário (Gráfico 13). A

perspectiva com relação ao futuro é incerta. Não pensam em se aposentar, nem

abandonar o trabalho, para muitos permanecer trabalhando é uma questão de

necessidade. Para Francisco Alves Sousa, vendedor ambulante (ENTREVISTA) “é

só completar os 65 anos que a aposentadoria por idade é automática”, mas, na

verdade há a necessidade de uma contribuição mínima de dez anos junto ao INSS

para que seja possível se aposentar por idade.

18%

8%

36%

12%

26%

Até R$ 180,00

R$ 181,00 à R$360,00

R$ 361,00 à R$540,00

R$ 541,00 à R$720,00

Acima de R$721,00

Page 40: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

40

Gráfico 13: Entrevistados que contribuem com o INSS como autônomo

Fonte: Produzido pelo autor (2014) 6.13 Tributos pagos à prefeitura

Em se tratando de pagamento de tributos à Prefeitura Municipal de

Buriticupu, 80% declararam que não pagaram nenhum tipo de taxa ao poder público

local, enquanto que 20% afirmaram que pagara uma taxa de manutenção e limpeza

do seu local de trabalho, a qual oscilava entre trinta e cinquenta reais mensais

(Gráfico 14).

Gráfico 14: Tributos ou taxas pagos à prefeitura

Fonte: Produzido pelo autor ( 2014)

4%

96%

Sim

Não

20%

80%

Sim

Não

Page 41: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

41

6.14 Tempo de trabalho no ramo e no local

Com relação ao tempo de trabalho, se verificou que 38% estão no ramo

até um ano, 22% estão com até três anos, 13% com até cinco anos; com até dois,

quatro e mais de cinco anos representam 9% cada um. Levando em consideração

os dados, há um grau de rotatividade considerável (Gráfico 15).

Outra situação interessante em relação aos resultados das entrevistas é o

tempo que os profissionais trabalham no mesmo local, pois 40% já estão no mesmo

local há mais de cinco anos, 18% estão a menos de um ano, 16% até dois anos,

10% até quatro anos, 8% até três anos, 6% até cinco anos e 2% há mais de um ano.

Quando questionados sobre o porquê de estarem naquele local, 100% dos

entrevistados atribuíram ao grande fluxo de pessoas, a razão de estarem ali.

Gráfico 15: Tempo de trabalho dos camelôs no local

Fonte: Produzido pelo autor ( 2014)

6.15 Meio de locomoção

O meio de locomoção utilizado para chegar ao local de trabalho é um item

a ser considerado. Os trabalhadores estão distribuídos nos diversos bairros da

cidade: 74% dos entrevistados vão de suas casas para o local de trabalho a pé, o

que pode atrasar um pouco na montagem de sua barraca ou deixar o trabalhador

mais cansado em virtude de ter que acordar mais cedo para chegar na hora certa

em seu ponto de trabalho. Porém, chama a atenção o fato de que uma parcela

18%

2%

16%

8% 10%

6%

40%

Há menos de um ano

Mais de um ano

Até dois anos

Até três anos

Até quatro anos

Até cinco anos

Mais de cinco anos

Page 42: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

42

considerável desses trabalhadores declararam que vão ao trabalho de carro próprio,

o que equivale a 22% do total (Gráfico 16). Já um número menos expressivo, em

torno de 4%, declaram que vão ao local de trabalho de motocicleta e bicicleta.

Gráfico 16: Meio de locomoção dos entrevistados

Fonte: Produzido pelo autor (2013)

6.16 Mercadorias comercializadas

Em se tratando do tipo de mercadoria comercializada pelos trabalhadores

das atividades informais na sede do município em apreço, ficou claro que os

moradores de Buriticupu têm à sua disposição uma variedade de produtos

provenientes de diversas fontes.

Os produtos comercializados pelos entrevistados são os mais diversos,

sendo que 54% comercializam alimentos; os produtos eletrônicos e outros

correspondem a 10%; em segundo lugar estão os produtos variados com 22% da

demanda enquanto o setor de roupa é responsável por apenas 4% (Gráfico 17) da

comercialização no setor informal de Buriticupu. Esse dado leva à afirmação da

competitividade, pois a maioria dos entrevistados comercializa os mesmos tipos de

produtos.

48%

14%

38% A pé

De carro próprio

Outros

Page 43: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

43

Gráfico 17: Tipo de mercadoria comercializada pelos trabalhadores de rua

Fonte: Produzido pelo autor ( 2014)

Para Oliveira (2001) as barracas dos trabalhadores informais são

localizadas de maneira estratégica; quem comercializa alimentos, por exemplo, está

em uma rua onde se localizam os estabelecimentos formais do ramo alimentício e

assim por diante.

6.17 Procedência da mercadoria

Quanto à procedência da mercadoria ficou comprovado que a grande

maioria dos trabalhadores informais adquire sua mercadoria em outra cidade do

estado, o que equivale a 68% dos entrevistados, sendo que 14% vieram de outro

estado e local enquanto apenas 4% não sabem de onde vêm os produtos (Gráfico

18).

10%

54% 4%

22%

10%

Eletrônico

Alimentos

Roupas

Variados

Outros

Page 44: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

44

Gráfico 18. Procedência da mercadoria comercializada

Fonte: Produzido pelo autor ( 2014)

Em análise aos dados acima nota-se que uma parte, mesmo que

pequena de comerciantes de rua, não tem conhecimento da origem de suas

mercadorias, o que pode enquadrá-las em mercadorias importadas de forma ilegal,

roubadas ou até mesmo saqueadas já que há um grande número e acidentes na BR

222, envolvendo caminhões de cargas com produtos diversos.

6.18 Outra ocupação

Quando a pergunta se os trabalhadores informais desejam procurar outra

ocupação, 86% disseram que não, contra 14% disseram que sim (Gráfico 19). Os

profissionais com o passar do tempo encontram no trabalho ao qual foi submetida

uma situação “estável” por mais que seu rendimento não seja o suficiente para lhe

assegurar uma vida mais confortável.

4%

14%

68%

14% Não sabe

Local

Outra cidade doEstado

Outro Estado

Page 45: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

45

Gráfico 19: Entrevistados que pensam em procurar outra ocupação

Fonte: Produzido pelo autor (2014)

14%

86%

Sim

Não

Page 46: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

46

7 OS CONSUMIDORES DA ECONOMIA INFORMAL EM BURITICUPU

7.1 Escolaridade dos consumidores entrevistados

No que diz respeito ao nível escolar das pessoas que compram na economia

informal de rua percebe-se que 58% dos entrevistados (gráfico 20) estão na faixa

escolar que vai do médio ao superior enquanto que 28% estão na faixa de

escolaridade que vai do tem do fundamental incompleto ao completo, restando 14%

que se declararam analfabetos por falta de oportunidade ou por terem de ingressar

no mercado de trabalho muito cedo para ajudar nas despesas da família.

Gráfico 20. Escolaridade dos consumidores da economia informal

Fonte: autor da pesquisa/2014 7.2 Compra de produtos pelos entrevistados

Em entrevista realizada com as pessoas que circulavam pelo centro comercial

de Buriticupu onde predomina as atividades informais da cidade pode-se constatar

que dos 22 entrevistados, 59% (gráfico 21) declararam que fazem compras em

camelôs e ambulantes, já uma percentual menor de 36% afirmaram que já

efetuaram compras no setor informal, mas que deixaram de comprar em virtude da

falta de nota fiscal e da ausência de garantia contra defeito de fabricação do

produto.

14%

9%

9%

27%

23%

4% 14% Analfabetos

F. Incompleto

F. completo

M. incompleto

M. completo

S. incompleto

S. completo

Page 47: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

47

Gráfico 21. Compra de produtos pelos consumidores da economia informal

Fonte: autor da pesquisa/2014 7.3 Qualidade dos produtos na visão dos consumidores entrevistados

Quando os entrevistados foram inqueridos a respeito da qualidade dos

produtos adquiridos nos camelôs e nos ambulantes, apenas 32% (gráfico 22)

disseram que eram de boa qualidade, enquanto a grande maioria (64%) considerou

de qualidade regular e uma minoria (4%) considerou os produtos de péssima

qualidade (Gráfico 22). Uma das explicações para a maioria dos entrevistados não

considerarem o produtos de boa qualidade é explicada nas palavras de Renilson

Alves da Silva que diz: “é muito complicado comprar nos camelôs e nos ambulantes,

pois na maioria das vezes suas mercadorias são importadas, não tem durabilidade é

feito para quebra logo e agente comprar novamente.”

Gráfico 22. A qualidade dos produtos da economia informal

Fonte: autor da pesquisa/2014

59%

36%

5%

Compro

Já comprei e não compromais

Não

4%

64%

32% Péssimo

Regular

Bom

Page 48: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

48

7.4 Qualidade no atendimento dos trabalhadores de rua

A qualidade no atendimento aos clientes é um diferencial no mercado

capitalista, pois, atrai mais freguês dando mais lucro ao comerciante. Quanto a essa

questão o resulto foi surpreendente já que 63% dos entrevistados da pesquisa

consideraram que os trabalhadores de rua de Buriticupu têm um péssimo

atendimento em relação a seus consumidores (gráfico 23). Somados os que

consideram o atendimento como bom e ótimo que não ultrapassa a casa dos 16% e

é muito baixo para quem depende da satisfação dos consumidores para continuar a

vender seus produtos; a situação se agrava mais quando somam-se os percentuais

das pessoas que consideram o atendimento como péssimo e regular que chega aos

84%. Nota-se que o percentual que considera o atendimento como péssimo (63%)

se assemelha às porcentagens do gráfico anterior em que 64% opinaram que os

produtos são de péssima qualidade.

Gráfico 23. Qualidade do atendimento dos trabalhadores de rua

Fonte: autor da pesquisa/2014

7.5 Motivo da compra de produtos nas ruas na visão dos entrevistados

45% das pessoas entrevistadas (gráfico 24) declararam que adquirem

produtos nas ruas em bancas de camelôs ou em vendedores ambulantes, que

percorrem as principais vias da cidade de Buriticupu porque há uma grande

variedade produtos; já 41% disseram que fazem as compras para ajudar as pessoas

que estão batalhando pelo sustendo da família. No depoimento de Fonseca (2014)

foi comentado o seguinte: “agente não encontra as variedades, miudezas nas lojas

63%

21%

14%

2%

Pessímo

Regular

Bom

Otimo

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49

como encontramos nos comércio de rua, principalmente as sementes e raízes

medicinais”².

Gráfico 24. Motivo da compra de produtos

Fonte: autor da pesquisa/2014

7.6 Opinião sobre o uso das calçadas pelos entrevistados

Essa tem sido uma questão muito polêmica já que as calçadas são espaços

púbicos destinados ao deslocamento dos pedestres pela cidade, porém tem sido

cada vez mais utilizado pelos comerciantes informais que instalaram suas barracas,

bancas, dente outros, obrigando o pedestre a circular pelam via junto com os

veículos automotores, o que é muito perigoso. A pesquisa comprovou que 82% dos

entrevistados (gráfico 25) não concordam com a tomada das calçadas pelos

trabalhadores de rua enquanto que 18% consideram viável o uso das calçadas.

Para a moradora Souza (2014), no entanto, “os comerciantes de rua não tem

o direito de tomar as calçadas com suas mercadorias, pois se o pedestre andar

pelas rua pode sofrer um acidente”. Já para Machado (2014) “eles tem todo o

direito, pois falta emprego para todo mundo e eles não estão roubando estão

trabalhando”. A questão é muito delicada e para se compreender melhor essa

situação fez-se necessário uma visita técnica à Secretaria de Urbanismo de

Buriticupu em que se obtive a informação de que os camelôs estão trabalhando de

forma irregular sem autorização da prefeitura para ocuparem as calçadas do centro

da cidade e que a secretaria dispõe de pouco recurso humano para fazer as

fiscalizações, mas tem um projeto para o futuro de construir um local apropriado

para o comércio de rua em Buriticupu (TORRES, 2014).

41%

14%

45%

0%

É mais barato

Ajudar

Diversidade

Qualidade

Page 50: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

50

Gráfico 25. Uso das calçadas pelos camelôs

Fonte: autor da pesquisa/2014

7.7 A troca de produtos comprados na economia informal

Outro problema detectado ao longo da pesquisa é concernente à troca de

mercadorias compradas nos camelôs e ambulantes, pois 45% dos entrevistados

(gráfico 26) declararam que não conseguiram realizar a troca da mercadoria

comprada com defeitos ou que apresentam problemas poucos dias após a compra.

Acredita-se que esta seja uma razão para que as pessoas passem a ter mais

cautela ao pensarem em fazer compras na economia informal.

Gráfico 26. Você já precisou trocar um produto adquirido nas ruas?

Fonte: autor da pesquisa/2014

82%

18%

Não é correto

Sim é correto

32%

23%

45%

Não

Já e conseguir fazer a troca

Já e não conseguir fazer atroca

Page 51: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

51

8 PROPOSTA DE MELHORIA

Na sede do município de Buriticupu os trabalhadores da economia informal,

ou seja, as pessoas que trabalham vendendo suas mercadorias nas ruas, seja em

barracas ou como ambulantes. convivem com péssimas condições no que tange a

estrutura e logística tendo nos períodos chuvosos muitos prejuízos já que a chuva

impede a aproximação das pessoas por não haver nenhum tipo de abrigo para

protegê-las contra a chuva, pois no período de estiagem o comerciante de rua atém-

se com o sol forte e a falta de espaço nas ruas, além da ausência de um local

adequado para guardar as mercadorias, o que o obriga a fazer todos os dias o

transporte das mesmas até sua casa ou a um depósito locado nas proximidades da

barraca.

A falta de estrutura a que estão submetidos os trabalhadores de rua da

economia informal de Buriticupu pode ser amenizado com a construção de local

adequado para abrigá-los, a exemplo da iniciativa da construção de um

camelódromo na cidade de São Luís, capital do estado, que segundo Barros (2012)

é um local coberto com box individual, depósito para guardar as mercadorias, com

banheiros, construído em parceria com a prefeitura de São Luís, Banco do Brasil e

SEBRAE. A iniciativa não revolveu as dificuldades por completo pelas quais sofriam

os comerciantes de rua, mas contribuiu de maneira positiva no sentido de melhorar a

estrutura de trabalho do comerciante como também proporcionou um melhor

ambiente às pessoas que compram mercadorias desses comerciantes de rua.

Tal empreendimento pode ser coordenado em Buriticupu pela Prefeitura local,

buscando parceria com a iniciativa privada para a construção de um espaço, que a

exemplo do camelódromo de São Luís, os comerciantes de rua teriam um Box

individual dentro da área (camelódromo) e não precisariam mais todos dias de terem

de montar e desmontar suas barracas nem fazer o transporte de suas mercadorias.

Para fazer uso dessas instalações os comerciantes pagariam uma taxa mensal à

prefeitura municipal para cobrir despesas com a limpeza do local, fornecimento de

água e energia para todos os box, além de pequenas reformas.

Quanto à parceria com a iniciativa privada, esta poderia fazer propagandas

em locais adequados indicados pela prefeitura, em contrapartida pela participação

no financiamento do empreendimento. Por outro lado sugeri-se também que a

prefeitura dê assistência para que os comerciantes informais se adequem ao

Page 52: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

52

Programa Simples Nacional previsto na Lei Complementar nº 123/2006, em que o

trabalhador na condição de autônomo, paga uma quantia mensal à Receita Federal

abrangendo diversos impostos, inclusive a contribuição previdenciária fundamental

para uma futura aposentadoria do trabalhador (BRASIL, 2006).

.

Page 53: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

53

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho é algo que tem dignificado o ser humano, pois é por meio dele

que o individuo tem sustentado a si mesmo e a sua família; porém, em virtude de um

crescimento demográfico desordenado atrelado a falta depostos de trabalho no

chamado seguimento formal, por motivos estruturais ou tecnológicos, em que o

trabalhador tem garantido direitos fundamentais como uma jornada de trabalho de

no máximo oito horas diárias, seguro desemprego, décimo terceiro salário, férias

remuneradas e um terço de férias, dentre outros, que muitos trabalhadores viram-se

obrigados a buscarem outras alternativas para sustentar a si mesmo e a seus

dependentes.

Como discutido ao longo da pesquisa o termo informalidade surgiu pela

primeira vez em 1969 por meio de estudos feito pela Organização Internacional do

Trabalho – OIT - sendo posteriormente usado por essa mesma organização para

classificar as atividades não legalizadas no Quênia, pais africano de difícil situação

econômica, e de lá se espalhou pelos demais continentes e países.

Os autores citados ao longo da discussão deixam claro que essa

informalidade deriva do fato de que muitos trabalhadores perderam seus empregos

formais e foram obrigados em virtude da ocasião a entrarem ou exerceram um

função nas atividades da economia informal na condição de camelô, como donos ou

empregados em barracas fixas ou desmontáveis espalhadas pelas ruas da cidade,

como vendedores ambulantes circulando as ruas e avenidas da cidade em busca de

vender seu produto; seu serviço não tendo ponto fixo na condição de dono do

negocio ou como empregado.

Nossa pesquisa procurou-se também analisar a dinâmica de como se

ocorre esse tipo de trabalho tendo como área de estudo o centro comercial da zona

urbana do município de Buriticupu – MA. Desta forma, foi possível constatar que

esses trabalhadores da informalidade local não constam nas estatísticas oficiais do

governo municipal, como também não fazem em sua grande maioria nenhum tipo de

contribuição previdenciária no sentido de assegurar o seu futuro quando já não

gozarão de boas condições físicas e mesmo ritmo para esse tipo de trabalho nas

ruas.

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Outro fator que chamou a atenção foi o fato de que mais da metade

desses trabalhadores possuem uma baixa escolaridade, sendo que na maioria das

vezes possuem apenas o antigo ensino primário incompleto o que dificulta mais

ainda sua entrada numa atividade ou empresa legalizada (formal). Em razão de

dependerem de seus produtos ou da prestação de seus serviços a pesquisa também

constatou que a maioria destes trabalhadores chega a se dedicar até mais de dez

horas diárias nas atividades de rua que exercem; e o pior é que eles não têm direito

a férias, pois, os dias em que tiram para descanso, lazer com a família ou amigos e

até quando estão doentes é contabilizado como prejuízo já que não são

assalariados, dependendo unicamente de sua produção. Os trabalhadores de Rua

de Buriticupu segundo a pesquisa, em sua maioria (74%) ganha menos de um

salário mínimo. Porém, suas atividades econômicas tem se mostrado essenciais

para dinamizar a economia local, seja na comercialização de produtos alimentícios,

brinquedos, confecções, eletrônicos em geral, dentre outros de menor expressão.

Ficou claro que a maioria das pessoas que compram as mercadorias dos

trabalhadores (64%) as consideram de qualidade regular, mas compram pela sua

diversidade de produtos e para ajudar os trabalhadores de rua. Também propõe-se

melhorias com a intenção de amenizar as dificuldades pelas quais tem passado as

pessoas que trabalham nas ruas de Buriticupu, cujo exemplo é o da capital do

estado, São Luís, em que foi construído um espaço próprio para a comercialização

de mercadorias para quem trabalha nas ruas.

Considera-se também que a economia das ruas, apesar de deixar de

contribuir com vários impostos essenciais à administração pública, tem contribuído

de maneira positiva para combater o desemprego, promovendo a circulação de

capitais na economia local.

Page 55: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

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REFERÊNCIAS

AGUIAR, Isaias Neres. Buriticupu sua história e características gerais. Imperatriz: Editora Tauá. 2005.

BARROS, Denise Gonçalves. Comércio informal: uma análise da dinâmica os camelôs, ambulantes e comerciantes asiáticos no Centro Histórico de São Luís. São Luís: monografia de graduação do curso licenciatura em geografia da Universidade Federal do Maranhão, 2012.

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BERTOLUCCI, Fábio Luiz. A área central de Uberlândia: espaços preferenciais das atividades informais – os camelôs e os ambulantes. In: SIMPÓSIO REGIONAL DE GEOGRAFIA, 2003, Uberlândia, MG.

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CAVALCANTI, Crovis. A demanda de pequenos serviços na grande Recife. 2 edição. Recife: Massan Sane. Sudene, 1983.

CORREA, Rosilda Oliveira. MERCADO DE TRABALHO INFORMAL: UM COMPARATIVO ENTRE BRASIL E PARANA NUMA TRAJETORIA DE “10 ANOS”

DINIZ, Juarez Soares, O setor informal como estratégia de sobrevivência no mundo do trabalho: o caso dos trabalhadores ambulantes em São Luís (MA). São Luís. 2005.

FACHIN, Odília. Fundamentos de Metodologia. São Paulo: Atlas, 1993.

FERREIRA, Francisco Jorge. Buriticupu: de um projeto de colonização a um município que começa a se fragmentar. Bom Jesus das Selvas. 2012. 41 f. Monografia (Graduação em Geografia) Universidade Federal do Maranhão – UFMA.

FONSECA, Patrícia Gonçalves. Entrevista. Buriticupu-MA. 20/12/2014.

GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 3º ed. São Paulo: Atlas, 1996.

GONÇALVES, Marcelino Andrade. A territorialização do trabalho informal: um estudo a partir dos catadores de papel-papelão e dos camelôs em Presidente Prudente – SP. 2000. 224 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente.

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em <www.cidades.ibge.gov.br/>Acessado em 10/09/2014.

MACHADO, Wenderson da Conceição. Entrevista. Buriticupu-MA. 22/12/2014.

MELO, Hildete Pereira de; TELES, Jorge Luiz. SERVIÇOS E INFORMALIDADE: O COMÉRCIOAMBULANTE NO RIO DE JANEIRO. Rio de Janeiro: IPEA, 2000.

Page 56: COMÉRCIO INFORMAL: uma análise do perfil dos trabalhadores de rua no centro de Buriticupu-MA

56

MOURA JÚNIOR, Cosme Oliveira. Economia, cotidiano e sociabilidade no comércio de rua: o caso de São Luís, 2007. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) – Programa de Pós-Graduação, Universidade Federal do Maranhão, 2007.

MONTESSORO, Claudia Cristina Lopes. Centralidade urbana e comércio informal: os novos espaços de consumo no centro de Anápolis-GO. Presidente Prudente, 2006. Tese (Doutorado em geografia UNESP).

NORONHA, Eduardo G. “INFORMAL”, INLEGAL E INJUSTO: Percepções do mercado de trabalho no Brasil. Revista Brasileira de Ciências Sociais - RBCS. Vol. 18 nº 53 outubro/2003. p. 20.

SANTOS, Lourival de Oliveira. Buriticupu nossa cidade: aspectos históricos, geográficos e culturais. Buriticupu: Gráfica Kairós. 2013.

SANTOS, Milton. O Espaço dividido: os dois circuitos da economia urbana dos países subdesenvolvidos. Rio de Janeiro: Francisco ALVES, 1979.

SECRETARIA MUNICIPAL DE URBANISMO DE BURITICUPU. 2014.

DIRETORIA MUNICIPAL DO MERCADO MUNICIPAL DE BURITICUPU. 2014.

SILVA, Renilson Alves. Entrevista. Buriticupu 22/12/2014.

SINGER. Paul. Economia política do trabalho. 2. Ed. São Paulo: Hucitec, 1979.

182 p.

SOUSA, Francisco Alves. Entrevista. Buriticupu –MA. 21/12/2014.

TOKMAN, V. E., SOUZA, P. R. El sector informal urbano en America Latina. Revista Internacional del Trabajo, v. 94, n. 3, 1976. TORRES, Valderi. Entrevista. Buriticupu –MA. 21/12/2014.

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57

APÊNDICES

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APÊNDICE A

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MANAHÃO – UFMA

PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE DOCENTES PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA – PROEB

CURSO DE GEOGRAFIA

ENTREVISTA DE MONOGRAFIA COMTRABALHADORES INFORMAIS DE BURITICUPU - MA

QUESTIONÁRIO SOCIOECONOMICO

NOME:

1. Sexo: Feminino ( ) Masculino ( )

2. Idade:

( ) entre 15 e 18 anos ( ) entre 19 e 23 anos ( ) entre 24 e 33 anos

( ) entre 34 e 38 anos ( ) entre 39 e 43 anos ( ) acima de 44 anos

3. Estado Civil:

( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Outros

4. Local de residência:

4.1 Bairro:_________________________________________

4.2 Tempo de residência: _____________________________

5. Reside em casa?

( ) Própria ( ) Alugada ( ) Cedida ( ) Financiada

6. Grau de escolaridade:

( ) Analfabeto ( ) Fundamental Menor incompleto ( ) Fundamental Maior

completo ( ) Ensino Médio incompleto ( ) Ensino Médio completo

( ) Superior incompleto ( ) Superior completo

7. Quantos membros têm a família? ____________

8. Número de estudante na família?_____________

9. É dono do próprio negócio?

( ) Sim ( ) Não

10. Possui vínculo empregatício?

( ) Sim ( ) Não

11. Quantas pessoas trabalham com você? ______

12. Qual é o horário de trabalho?__________

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13. Até quanto ganha por mês?

( ) até R$ 180,00 ( ) R$ 181,00 a 360,00 ( ) R$ 361,00 a R$ 540,00

( ) R$ 541,00 a 720,00 ( ) acima de R$ 721,00

14. Contribui com o INSS como autônomo?

( ) Sim ( ) Não

15. Paga algum tipo de tributo a prefeitura?

( ) Sim. Qual?____________________

( ) Não.

16. Teve ocupação em outro ramo de atividade?

( ) Sim. Qual?________________________________________

( ) Não

17. Há quanto tempo trabalha nesse ramo?

( ) há menos de 1 ano ( ) mais de 1 ano ( ) até 2 anos ( ) até 3 anos

( ) até 4 anos ( ) até 5 anos

18. Por que montou seu negocio neste local?

___________________________________________________________________

19. Qual é o meio de locomoção para chegar até o local de trabalho?

( ) a pé ( ) de ônibus ( ) de carro próprio ( ) outros

20. Que tipo de mercadoria comercializa?

( ) não sabe ( ) local ( ) outra cidade do estado ( ) outro estado

( ) outro país. Qual?_________________________

20. Compra mercadorias para revender para outros camelôs?

( ) Sim ( ) Não

21. Pensa em procurar outra ocupação?

( ) Sim. Qual?_______________________________________________

( ) Não. Porque?_____________________________________________

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APÊNDICE B

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MANAHÃO – UFMA

PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE DOCENTES PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA – PROEB

CURSO DE GEOGRAFIA

ENTREVISTA DE MONOGRAFIA COM CONSUMIDORES DE PRODUTOS E SERVIÇOS DA

ECONOMIA INFORMAL DE BURITICUPU - MA

QUESTIONÁRIO

NOME:

1. Sexo: Feminino ( ) Masculino ( )

2. Idade:

( ) entre 15 e 18 anos ( ) entre 19 e 23 anos

( ) entre 24 e 33 anos ( ) entre 34 e 38 anos

( ) entre 39 e 43 anos ( ) acima de 44 anos

3. Estado Civil:

( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Outros

4. Local de residência:

4.1 Bairro:_________________________________________

4.2 Tempo de residência: _____________________________

5. Reside em casa?

( ) Própria ( ) Alugada ( ) Cedida ( ) Financiada

6. Grau de escolaridade:

( ) Analfabeto ( ) Fundamental Menor incompleto ( ) Fundamental Maior

completo ( ) Ensino Médio incompleto ( ) Ensino Médio completo

( ) Superior incompleto ( ) Superior completo

7. Você compra ou já comprou mercadoria e serviços na economia informal camelos

e ambulantes?

( ) sim sempre compro

( ) sim já comprei mas não compro mais

( ) nunca comprei:

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porquê............................................................................................................................

.......................................................................................................................................

.

8. O que você acha da qualidade dos produtos e serviços dos trabalhadores

informais de Buriticupu?

( ) boa ( ) regular ( ) péssima

9. Sobre o atendimento dos trabalhadores informais você considera:

( ) Ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) péssimo

10. Por quê você compra as mercadorias e os serviços dos trabalhadores informais?

( ) é mais barato ( ) para ajudar ( ) pela diversidade de produtos

( ) outros:............................................................................................................... ..

11. Você compra mais produtos em bancas, barracas, ambulantes ou em lojas?

( ) em bancas, barracas e ambulantes ( ) em lojas

12. Caso tenha respondido em lojas. Por quê?

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

13. Você acha certo os trabalhadores informais tomarem as causadas e passeios

públicos com suas barracas fixas ou móvel dificultando o trânsito das pessoas?

.......................................................................................................................................

.......................................................................................................................................

.......................................................................................................................................

..

14. Você já comprou algum produto em camelô com defeito e teve dificuldade para

fazer a troca?

( ) Não

( ) já mas conseguir trocar sem dificuldade

( ) já mas conseguir trocar com dificuldade

( ) já e não conseguir fazer a troca nem receber a devolução do dinheiro.

15) Como você considera as atividades dos camelôs e ambulantes para a

economia local?

( ) considero muito importante o aquecimento da economia local

( ) considero de pouca importância para o aquecimento da economia local