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AUTOR: VILSON MESSA
ORIENTADORA: VIVIANE POUEY VIDAL
� “Ao longo tempo as sociedades humanas estãoem constante transformação e os cemitériosconstituem-se vestígios a céu aberto quepropiciam aos historiadores interpretaçõeshistóricas dessas sociedades. São fontesescritas e não escritas para a reconstrução dopassado, pois viabilizam a compreensão dasrelações sociais que se desenvolvemcontinuamente dentro de determinado gruposocial (BELLOMO,2000).
A presente pesquisa visa divulgar e partilhar coma comunidade uruguaianense a importância dasatividades de Educação Patrimonial (EP), dedicadasao estudo cemiterial:
Demonstrando as infinitas possibilidadesoferecidas pelo espaço cemiterial para a construçãode diálogos interdisciplinares.Nesse trabalho, estamos dialogando com as
distintas áreas do conhecimento:
� Arqueologia, história, arquitetura, arte, história/memória,paisagem, meio ambiente, ciências da natureza, semiótica ereligião.
HISTÓRICO DO CEMITÉRIO DE
URUGUAIANA/RS
O atual cemitério de “Senhora de Sant ’Ana” tem seuhistórico nos primórdios da fundação oficial de Uruguaiana(1843), quando ainda denominada “ Vila de Santana Velha”, apopulação foi transferida da (Região do Itapitocaí, hojeinterior do município) para a sua atual localização, ficandodemarcada uma quadra destinada ao cemitério da Vila.
Em 1928 se construiu naquele local, o MoinhoUruguaianense, da firma Estafanel ,Cassaroto e Cia,pertencente atualmente ao Instituto Riograndense do Arroz,(IRGA), próximo ao Parcão.
O primeiro coveiro do cemitério foi o , o Sr.JacintoEstrella, autorizado em 28 Jan. 1861, pela Câmara Municipal.
O cemitério antigo funcionou até durante a Guerra doParaguai e devido ao alto fluxo de enfermos e mutiladosdesse conflito, foi necessário a construção de três hospitaisde sangue para atender a demanda e, principalmente osinfectados pela febre tifóide .
Devido ao alto índice das doenças contagiosas foinecessário, também procurar um local afastado da “Vila deUruguaiana” para construir um novo cemitério.
Segundo o historiador Urbano Lago Villela, o atualcemitério “Senhora de Santana “ foi construído em 19 denov. de 1865 com autorização da Câmara Municipal,representada pelo vereador Luiz Manuel de Souza, entãopresidente.
O Cemitério e a Gerra do Paraguai:
A partir de 19/11/1865 foi determinado que todos os falecidos,daquela época em diante, fossem sepultados no cemitério novo.
Em 1879, os restos mortais dos que se encontravam no cemitériovelho, foram transladados para o atual cemitério de Uruguaiana/RS.
Em 29 de junho de 2000, conforme a Lei nº 2.985, o atual cemitériofoi denominado oficialmente como “Cemitério Público Municipal NossaSenhora de Santana”. ( Publicado no Jornal “Folha Uruguaianense” em
20Jun.2010).
Diante do atual contexto devandalismo e depredação dopatrimônio histórico, artístico earquitetônico do cemitério deUruguaiana/RS, o objetivo centraldesta pesquisa é :
� Promover e incentivar um“Novo Olhar da sociedadeuruguaianense” para aimportância cultural docemitério urbano do seumunicípio, através dasatividades de EP nas escolas.Além de estimular avalorização do patrimôniopúblico e o desenvolvimentoturístico da região.
� Conhecer a história socioeconômica dos diferentesperíodos do município através da arquitetura;
� Compreender o contexto simbólico e religioso inseridona arte cemiterial;
� Identificar através do contexto espacial, da culturamaterial e das características arquitetônicas asmanifestações de Status e exclusão social;
� Realizar palestras e oficinas com discentes e docentesda educação básica;
� Promover a conscientização dos moradores /vizinhos aocemitério através da EP nas associações de bairros,
� Incentivar o turismo local com base na arte, naarquitetura e na história
� Organizar visitas guiadas das escolas ao cemitério,
Metodologia
As atividades são
representadas por:
� Revisão bibliográfica,
pesquisa de
campo(cemitério),
arquivos históricos,
Pesquisa em sites sobre
estudos cemiteriais,
registro fotográfico /
escrito e entrevistas.
Patrimônio Histórico, Artístico e Arquitetônico/Tombado no Cemitério de
Uruguaiana/RSO Decreto Nº. 224/91 e Lei Municipal Nº.1.877 de 17 de junhode 1987,realizou o tombamento do seguinte: Ala Central ;denominada rua principal do cemitério público municipal,constituída de jazigos e túmulos de valor histórico, artísticos earquitetônicos,
A Rua Central do Cemitério, contémtúmulos e mausoléus dereconhecidas famílias do município, como:Íris Ferrari Valls; Família JoãoRossi;Dr. Adir Mascia; Luiz e MariaCanaparro; Dr. José Vicente da Maia,Família Valls Repiso;FamíliaAramburu; Família Guglielmone;Bento Martins de Menezes(Barão deIjuy); Família Valente(CondeValente), entre outras..
Porém , embora exista estereconhecimento do município emtombar o patrimônio não dispomosde uma equipe de vigilânciaadequada que proteja o cemitériodos atos de saque e vandalismo,como podemos identificar naarquitetura:
Descaso Público e Impacto Ambiental:
Cruz , pomba branca, sol, arruda e trevo de 4 folhas.
Ancora com símbolo católico.
Cobras enroladas Anjo com a mão direita para o céu
Ancora Tocha invertida
Colunas e Busto
Símbolo Cristão Guardiões da morte
O espaço cemiterial é
compreendido neste trabalho,
como um lugar de história,
memória e identidade social que
deve ser pesquisado e
(re)significado através da EP e da
cultura material.
As atividades de EP tornaram-se imprescindíveis no
atual currículo da educação básica na cidade de
Uruguaiana/RS, onde frequentemente se observa a
depredação do patrimônio histórico através de ações de
vandalismo, como as que acontecem no cemitério público.
Nesse contexto, compreendemos que a
continuidade da presente pesquisa contribuíra com a
formação inicial /continuada de professores na EP e na
constituição de cidadãos conscientes e compromissados
com a preservação dos bens culturais.
BELLOMO, Harry (org). Cemitérios do Rio Grande do Sul: arte, sociedade, ideologia. Porto Alegre:EDIPUCRS, 2000.CHARÃO, Brum Egiselda. O Sagrado e o Profano nos Cemitérios de Bagé/RS. Estudios Historicos,Agosto/2009.
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