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Agrupamento de Escolas Professor Reynaldo dos Santos Rua 28 de Março Bom Retiro 2600-053 Vila Franca de Xira Tel.: 263 276 149 - Fax: FICHA DE REVISÕES – Área de Integração 10º F 1. Formula o Problema do Mal. Será que é possível conciliar a existência do mal no mundo com a existência e Deus? 2. Explicita o Argumento do Mal. Visto existir tanto mal, como pode alguém acreditar seriamente na existência de Deus? Um Deus omnisciente saberia que o mal existe; um Deus omnipotente (todo-poderoso) poderia evitar que o mal ocorresse, e um Deus sumamente bom não quereria que o mal existisse. 2. O teísta considera possível conciliar a existência do Mal com a existência de Deus? Apresenta um argumento dos teístas. O argumento do livre-arbítrio: Se não houvesse mal no mundo então não existiria livre – arbítrio. A liberdade consiste em fazer boas e más escolhas. Das nossas más escolhas resulta o mal. Deus deu–nos a liberdade da qual muitas vezes deriva o mal para que tenhamos valor e dignidade moral quando essa liberdade opta pelo bem. Deus não quer nem causa o mal. Logo, a existência do mal é compatível com a existência de um ser omnipotente e benevolente. 3. O ateu apresentaria uma objecção a esse argumento. Qual seria? Mesmo que o mal moral não fosse incompatível com a existência de Deus e mesmo que os seres humanos escolhessem sempre fazer o bem haveria ainda o problema do mal natural. Não se consegue perceber que bem maior advém do sofrimento de quem tem cancro, de quem sofre terríveis deformações genéticas, das razias que os terramotos, os tornados e os furacões causam? 4– Resume o argumento de Paley. Primeira premissa: O universo e os organismos vivos são muito semelhantes aos relógios, isto é, também revelam complexidade e desígnio (propósito).

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Agrupamento de Escolas Professor Reynaldo dos SantosEscola Básica e Secundária Professor Reynaldo dos SantosRua 28 de Março

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FICHA DE REVISÕES – Área de Integração10º F

1. Formula o Problema do Mal.Será que é possível conciliar a existência do mal no mundo com a existência e Deus?

2. Explicita o Argumento do Mal.Visto existir tanto mal, como pode alguém acreditar seriamente na existência de Deus? Um Deus omnisciente saberia que o mal existe; um Deus omnipotente (todo-poderoso) poderia evitar que o mal ocorresse, e um Deus sumamente bom não quereria que o mal existisse.

2. O teísta considera possível conciliar a existência do Mal com a existência de Deus? Apresenta um argumento dos teístas.O argumento do livre-arbítrio: Se não houvesse mal no mundo então não existiria livre – arbítrio. A liberdade consiste em fazer boas e más escolhas. Das nossas más escolhas resulta o mal.Deus deu–nos a liberdade da qual muitas vezes deriva o mal para que tenhamos valor e dignidade moral quando essa liberdade opta pelo bem. Deus não quer nem causa o mal.Logo, a existência do mal é compatível com a existência de um ser omnipotente e benevolente.

3. O ateu apresentaria uma objecção a esse argumento. Qual seria?Mesmo que o mal moral não fosse incompatível com a existência de Deus e mesmo que os seres humanos escolhessem sempre fazer o bem haveria ainda o problema do mal natural. Não se consegue perceber que bem maior advém do sofrimento de quem tem cancro, de quem sofre terríveis deformações genéticas, das razias que os terramotos, os tornados e os furacões causam?

4– Resume o argumento de Paley.Primeira premissa: O universo e os organismos vivos são muito semelhantes aos relógios, isto é, também revelam complexidade e desígnio (propósito).Segunda premissa: O relógio tem as suas diversas partes organizadas e ajustadas de modo a atingir um dado fim ou propósito, revela, portanto, desígnio, pelo que tem de ter um criador inteligente, o relojoeiro que o fez.Conclusão: Logo, também o universo e os organismos vivos têm um criador inteligente, que é Deus.

5 – Lê atentamente o texto seguinte:Por um capricho do destino, as principais críticas ao argumento do desígnio já tinham sido publicadas vinte e três anos antes de Teologia Natural, numa obra póstuma de David Hume, os Diálogos sobre a Religião Natural, que aparentemente Paley desconhecia. Nessa obra, Hume submete o argumento do desígnio a objecções que muitos especialistas ainda hoje consideram definitivas. São algumas dessas objecções que vamos agora ver.Uma das críticas de Hume ao argumento do desígnio é dirigida à analogia entre os objetos produzidos pelos seres humanos e os objetos naturais. Segundo Hume, quanto maior for a semelhança entre os objetos que o argumento por analogia compara mais forte é a analogia. Quando a semelhança entre os objetos é total, a força do argumento é máxima e nesses casos é possível a partir daquilo que sabemos acerca de uns objetos concluir algo acerca dos outros com toda a certeza. Quando isso não acontece, a analogia é fraca e tão mais fraca quanto maiores as diferenças entre os objetos comparados. O que Hume está aqui a fazer é a enunciar as condições que um argumento por analogia tem de cumprir para ser bom: 1) as semelhanças entre os objetos comparados têm de ser fortes; 2) quanto menos diferenças relevantes entre os objetos existirem melhor; 3) as semelhanças têm de ser relevantes para aquilo que se quer concluir com o argumento. Ora, pensa Hume, o argumento do desígnio não cumpre estas condições. O universo é muito diferente de qualquer objecto produzido pelo homem, pelo que a analogia é, assim, extremamente fraca e, embora existam semelhanças, as diferenças são tão gritantes que é impossível ter a certeza da verdade da conclusão.» (Texto de Álvaro Nunes)

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a) Qual a tese central que o texto defende?O argumento do desígnio não é um bom argumento.

b) Que argumentos são apresentados em defesa dessa tese?O argumento do desígnio baseia-se numa analogia muito fraca. Há grandes diferenças entre os objetos comparados.

c) O processo de seleção natural é um processo mecânico que explica mediante mecanismos internos a evolução e o surgimento dos organismos vivos. Por que razão pode este facto ser uma objecção ao argumento do desígnio? Porque explica a complexidade dos organismos vivos sem recorrer ao propósito (desígnio) e, portanto, sem uma causa inteligente sobrenatural que seja a origem deste desígnio. Por outras palavras, a teoria da seleção natural explica os organismos vivos por uma causalidade mecânica (física) e não por uma causalidade pessoal e mental.

6- Resume o argumento de Santo Anselmo.O argumento ontológico é um argumento que pretende estabelecer a existência de Deus a partir da mera análise da ideia de Deus. A ideia é que própria ideia de Deus implica que Deus existe, pelo que falar de Deus e negar a sua existência é tão contraditório quanto falar de triângulos e recusar que a soma dos seus ângulos perfaçam 180 graus. Podemos expor o argumento deste modo: – Tenho na minha mente a ideia de Deus (como mesmo aqueles que negam a existência de Deus têm a ideia de Deus na sua mente, então todos temos no nosso entendimento a ideia de Deus). – A ideia de Deus é a ideia de «alguma coisa maior do que a qual nada se pode pensar». - Aquilo que existe na mente e na realidade é maior do que aquilo que existe apenas na mente.– Se Deus, (o maior ser concebível) existir somente na mente então podemos pensar algo maior do que Deus (Se Deus for uma simples ideia, algo que só existe na nossa mente, então tudo o que existe na realidade é maior do que Deus) – Ora é contraditório dizer que há algo maior do que o ser maior do que o qual nada se pode pensar. - Portanto, «aquilo maior do que o qual nada se pode pensar» existe tanto na mente como na realidade, ou seja, Deus não pode não existir (existe necessariamente).

7 – Indica qual é a premissa decisiva do argumento e justifica.Se está apenas no intelecto (mente) pode pensar-se que existe na realidade, o que é ser maior. O ser maior do que o qual nada se pode pensar não poderá existir só no pensamento.

8 -Para Santo Anselmo quem nega que Deus existe só pode concluir que está enganado. Por que razão o ateísmo é uma contradição nos termos?O ateísmo é logicamente incompatível com a ideia de que não podemos pensar nada maior ou mais perfeito do que Deus. Reconhecer que Deus é o ser maior do que o qual nada se pode pensar e negar que exista é, segundo Anselmo, contraditório.