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Correcção trabalho de grupo

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Correcção do trabalho de grupo efectuado

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Page 1: Correcção trabalho de grupo

FICHA FORMATIVA DE LÍNGUA PORTUGUESA

8º ano de escolaridade Ano Letivo: 2011/2012

Correção Ficha de Leitura: Gata Borralheira de Sophia Mello Breyner Andreson

1- No texto de Sophia de Mello Breyner, que personagens se podem associar à Gata

Borralheira e à fada do conto tradicional?

No conto oral/ tradicional deparamo-nos com uma rapariga pobre e maltratada pela madrasta que a obrigava a fazer as

tarefas domésticas enquanto ela e as filhas descansavam e se divertiam. A rapariga vestia-se pobremente enquanto as

filhas da madrasta se vestiam com aprumo e algum luxo. Deparamo-nos, igualmente, com um elemento sobrenatural: a

fada. A fada encanta-a oferecendo-lhe um vestido adequado, um par de sapatos e uma carruagem para que se pudesse

deslocar sem correr perigos. Avisa-a que o encanto cessará à meia-noite.

Ao se aperceber que é quase meia-noite sai rapidamente do baile e perde um sapato.

O Príncipe que não havia esquecido os encantos da rapariga convida todas as jovens do reino a dirigirem-se ao palácio e

a experimentarem o sapato que havia sido encontrado no jardim.

A madrasta e as suas filhas gozam com ela e obrigam-na a ficar em casa enquanto elas se dirigem ao Palácio para

experimentarem o sapato.

O Príncipe desiludido por nenhuma das jovens conseguir calçar o sapato ordena que todas as raparigas venham ao

Palácio sob pena de cerem sancionadas.

Ao ver a Gata Borralheira calçar o sapato o príncipe fica hilariante por ter encontrado, finalmente, a sua amada e pede-a

em casamento de imediato.

A madrasta e as filhas ficam furiosas e não compreendem como pode ser a Gata Borralheira a donzela dos sonhos do

Príncipe.

O bem vence o mal no final da narrativa o que é aliás usual na literatura oral/ tradicional. Assistimos, assim, à heroína

sofredora pelos maus-tratos da madrasta e das filhas desta acabar por ser recompensada. Ao invés das personagens

maléficas que acabam exemplarmente castigadas.

O elemento sobrenatural, a fada, como já referimos anteriormente, surge no conto com o intuito de ajudar a rapariga

trabalhadora e mal tratada. Surge para restabelecer a justiça. Curioso é, igualmente, verificar que nos contos orais e

tradicionais o número de elementos que os entes sobrenaturais dominam é directamente proporcional ao poder que

possuem. Neste caso a fada domina o ar uma vez que surge do "vácuo" e através da varinha consegue fazer aparecer

bens materiais também do "vácuo".

Ao compararmos a construção do exemplum no conto "A Gata Borralheira" de Sophia de Mello Breyner Andresen

percepcionamos diferenças na sua construção. A autora começa por enunciar a existência de dois caminhos possíveis

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para a personagem. Aludindo, deste modo, ao livre arbítrio do ser humano. A frase: "Viver é escolher" sintetiza o que

acabámos de referir. Esta noção de que o ser humano é o responsável pelo seu destino está patente nos textos de

Sophia como é o caso do conto "Viagem" que analisaremos posteriormente.

A Gata borralheira de Sophia tem de decidir viver uma vida com o pai falido e os irmãos existência feliz mas modesta. A

jovem tem assim de optar entre uma juventude sossegada, sem vida social e viver em casa da madrinha e ter acesso a

um mundo a que sempre sonhou pertencer. O primeiro contacto que teve com esse universo foi num baile na casa da

madrinha. Foi de vestido emprestado e com uns sapatos rotos. Fizeram-lhe perceber que ela não pertencia aquele

mundo. Foi gozada e humilhada. A sua escolha havia sido feita nessa altura: Tenho de escolher outro caminho. Um dia

hei-de voltar aqui com um vestido maravilhoso e com sapatos bordados de brilhantes."

Na verdade, a sua vida mudou radicalmente a partir do momento em que decidiu ir viver com a tia. Casou com um

homem abastado, o tempo parecia não a afectar já que não envelhecia e até parecia estar cada vez mais bela.

As amizades eram cada vez mais e tinha sucesso em tudo o que fazia.

Haviam já passado vinte anos desde que havia decidido não continuar a ser humilhada. Recebeu um convite para um

baile precisamente na mesma casa e na mesma noite de Junho. Aceitou o convite e resolveu apagar com a riqueza que

possuía agora a humilhação do passado. Encomendou uns sapatos de brilhantes verdadeiros. Talvez por terem sido os

sapatos uma das principais causas da humilhação sofrida. Na noite do baile todas as atenções se viraram para ela. Voltou

à sala onde se havia refugiado 20 anos antes e do espelho saiu um homem. Também ele "ostentava inteligência, poder,

pose e domínio". Pediu-lhe de imediato o sapato do pé esquerdo à Gata Borralheira que não lho quis dar. Perante a

recusa apresentou-se como sendo "o outro caminho"48 que ela havia escolhido vinte anos atrás. Lembrou-lhe que

desde há vinte anos ela só conhecia a glória e o sucesso enquanto os outros haviam conhecido humilhações e outras

espécies de privações. Razão pela qual queria o sapato do pé esquerdo dela e concluiu com uma expressão enigmática "

é o preço do mundo".

De manhã foi encontrada morta e a causa apontada foi uma síncope cardíaca. Para o sapato de ceda azul roto e

manchado é que não havia explicação.

Ficará implícito que o preço do mundo que este ser sobrenatural lhe pede será uma alusão à expressão "vender a alma

ao Diabo?" Haveria uma espécie de pacto com as forças do mal em que se trocaria a alma em troca de uma vida de

sonho?

Encontramos semelhanças nítidas entre as personagens O príncipe deste mundo do conto "Retrato de Mónica" e o

convidado distinto que nos surge no conto "O jantar do bispo". Também o Homem que nos surge no conto"A Gata

borralheira" de Sophia tem o poder de dominar igualmente a matéria sólida como constatamos com o seu aparecimento

de dentro do espelho da sala.

O exemplum que retiramos das duas narrativas é semelhante apesar dos meios de o conseguir serem diferenciados. O

texto tradicional recompensa a personagem sacrificada pelos maus-tratos que recebeu. O que é, aliás, recorrente nos

textos da literatura oral e tradicional em que o bem vence o mal. No conto de Sophia Mello Breyner assistimos a um

percurso interior da personagem mais complexo. A menina pobre é assediada pelos requisitos de um mundo aliciante

pelo qual se sente atraída. Opta entre uma vida modesta com o pai e os irmãos e a riqueza. Deslumbra-se e escolhe a

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segunda opção. Durante vinte anos vive confortável ostentando riqueza e poder mas necessitava de olhar o vestido que

guardava da noite em que havia sido humilhada. Talvez numa tentativa de encontrar forças para se manter fiel à opção

que havia tomado.

O sucesso foi-lhe cobrado e no auge da glória pagou-o com a própria vida. Sophia finaliza o seu conto penalizando a

personagem que optou pelo materialismo em detrimento do valor da família. Sophia deu liberdade de escolha à

personagem que construiu e sugere-nos através do seu exemplum de vida o facto de não podermos escapar às

consequências de determinadas opções que fazemos.

2- Indica o nome dos três objetos que, na tua opinião são fundamentais para a compreensão

do conto em estudo.

Os três objetos fundamentais para a história são o vestido, os sapatos e os espelhos. Pelo vestido apercebemo-nos do

drama de Lúcia, materializando toda a ambição de luxo e vida fácil que esta desejava. Os sapatos funcionam também

como elemento de identificação. Note-se que no conto tradicional, é pelo sapato que o príncipe encontra a Gata

Borralheira; no conto de Sophia, o sapato identifica Lúcia como membro de um mundo das ilusões e é por ele que ela

depois paga com a sua vida.

O espelho torna-se revelador do estado de consciência de Lúcia. É por ele que ela vai analisando o seu estado de

espírito, mas também a voz da verdade no momento em que Lúcia é punida pela sua vida facilitada.

3- Descobre as palavras que faltam e ficas com uma síntese da história:

Com algumas semelhanças ao conto tradicional, este fala do primeiro baile de uma jovem rapariga chamada Lúcia. foi

com a sua tia-madrinha para o baile, numa mansão enorme, primeira noite de Junho. Mas, como se apresentou com um

feio vestido lilás e uns sapatos azuis, velhos e rotos, foi colocada de parte por todos, durante a festa, sentindo-se

ridicularizada. Então, durante a noite, ela olhou-se no espelho, sentindo-se "afogada, boiando numa água sinistra".

Encontrou uma outra rapariga misteriosa, que a faz ver que os espelhos são como as pessoas "más", que não diziam a

verdade. Mais tarde, um homem dança com ela e, também um tanto misterioso, lhe diz que, noites como aquelas

escondiam uma "angústia" por entre os brilhos, cores e perfumes... Durante a dança, um dos sapatos velhos cai-lhe do

pé! Mas ela nada disse. No final da noite, numa sala coberta de espelhos, Lúcia promete a si mesma que vai mudar a sua

vida.

Passados vinte anos, ela volta à tal sala, agora rica, bonita e poderosa. Tinha mesmo

mudado a sua vida! Para relembrar o seu passado, Lúcia volta à tal sala de espelhos, onde,

como que por magia, a imagem reflectida não é do seu novo vestido, mas sim a do antigo,

lilás. Neste momento de angústia, entrou um homem na sala, dizendo ser o "outro

caminho". O caminho que ela escolheu há vinte anos atrás. E, como pagamento, queria o

seu sapato do pé esquerdo que, agora, era forrado a brilhantes e, em troca, ele entregava-

lhe o antigo sapato roto. Como ela não se conseguiu mover, ele trocou os sapatos.

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Na manhã seguinte, Lúcia é encontrada morta na mesma sala. Nunca houve explicação para o facto de se encontrar um

sapato velho no seu pé. A história tem, assim, um final triste e estranho.

II Aprofundamento da leitura

1- Localiza, agora, a acção no tempo e no espaço.

A acção decorre entre a casa da tia de Lúcia e a grande mansão, principalmente no seu salão de baile, sala de espelhos e

varanda. O tempo da história decorre num intervalo de tempo de vinte anos entre o primeiro e o segundo baile no

primeiro dia de Junho.

2- Já no interior, Lúcia foi praticamente ignorada pelas amigas da dona da casa.

2.1- Sublinha, no texto, a passagem que melhor ilustra a afirmação apresentada.

“Lúcia tentou seguir a conversa. Fez uma pergunta, mas ninguém lhe respondeu.

E ambas poisaram nela um olhar duro como se Lúcia fosse uma intrusa e elas a quisessem pôr fora da sala, empurrando-a

com o olhar. Como se elas, afirmando não saber quem eia era, a atirassem para o mundo das coisas inexistentes. Lúcia

fingiu não ter ouvido. Surgiram dois rapazes que convidaram a rapariga branca e a rapariga azul para dançar. Lúcia

continuou sozinha, encostada à porta. Aquela sala cheia de gente, de luzes e de música pareceu-lhe um lugar belo e

desejável mas onde não havia lugar para ela. “

2.2- Que facto acontecido a seguir melhor demonstra que Lúcia não está no seu espaço?

Todas as raparigas foram convidadas para dançar e Lúcia fica sozinha a um canto.

3- Lúcia começa a aperceber-se de que algo a distingue das outras raparigas. O quê?

Lúcia toma consciência que o vestido que leva está a funcionar como um antipassaporte para o mundo das raparigas e

para o qual desejava entrar.

4- A dado momento a narração é interrompida.

4.1- Destaca as expressões que marcam o início e o fim da analepse.

“Oito dias antes, a madrinha tinha aparecido em casa de Lúcia (…) O único perigo era o facto de os sapatos estarem um

pouco largos. Tenho de caminhar com cuidado – pensou ela. “

4.2- Que ficamos nós a saber sobre a personagem?

A partir deste excerto temos noção das origens humildes de Lúcia (órfão de mãe, família pobre e com poucos

interesses), embora sobressaia a boa relação com toda a sua família. Temos também a noção da importância que este

baile tem para Lúcia, uma vez que esta deseja entrar num estilo de vida sobre o qual apenas ouviu falar ainda e deseja.

O origem do vestido fica igualmente explicado nesta analepse, servindo para realçar o desejo que Lúcia tinha de estar

naquele baile, apesar de ter um vestido que considerava feio.

5- Lúcia mira-se no grande espelho da entrada.

5.1- O que lhe pareceu a sua imagem?

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Lúcia viu-se no espelho pálida e sentia-se perdida, como que boiando dentro do espelho.

5.2- Como classificou a rapariga loira o espelho?

A rapariga comparou o espelho às pessoas más que muitas vezes não dizem a verdade. Procurou chamar a

atenção de Lúcia para os perigos que o deslumbramento pode esconder e levar-nos a cometer actos irreflectidos ou a

tomar decisões que não são as mais adequadas ou ajustadas.

6- Lúcia acaba por despertar a atenção de um rapaz.

6.1- Que pressentimento tem o rapaz?

O rapaz chama-lhe a atenção para os perigos que uma vida fácil pode esconder e acarretar a nível de

consequências. Sobretudo uma vida fácil, dominada pelo luxo e ganância. “Tanto azul, tantos brilhos, brisas,

perfumes, parecem a promessa de uma vida deslumbrada que é a nossa verdadeira vida. Mas, ao mesmo

tempo, há nessas noites uma angústia especial, há no ar o pressentimento de que nos vamos despistar, nos

vamos distrair, nos vamos enganar e não vamos nunca ser capazes de reconhecer e agarrar essa vida que é a

nossa verdadeira vida.”

Acaba por ter o pressentimento, e pretende transmiti-lo a Lúcia, de que há que ter cuidado para

conseguir saber distinguir o que é realmente importante do supérfluo.

6.2- O que aconteceu à heroína enquanto dançava?

Começando a entusiasmar-se com o momento da dança com o rapaz, acaba por se distrair e perde o seu sapato no meio

da sala de baile.

6-3- Lúcia calou-se não identificando o sapato roto como sendo seu. O que nos diz tal

comportamento em relação ao seu carácter e às suas ambições?

Para Lúcia “ a verdadeira vida seria estar naquele baile com um vestido lindíssimo”. Tendo em conta que o seu

objectivo a sua máscara não podia cair e ver a sua presença ainda mais barrada. O momento de vergonha pelo qual

passou não passou tanto a público, procurando novamente manter a imagem e a sua superficialidade.

8- A personagem toma uma decisão que altera a sua vida. Qual?

Lúcia resolve aceitar a proposta que a tia lhe fez no dia em que fez 18 anos e assim ir viver com ela. Isso implicou deixar a

sua família e todos os laços afectivos que tinha. Disso ela tem plena consciência: sabe que está a abdicar de uma vida

recheada de afectos e carinho, por uma vida tirana. Contudo, está disposta a pagar o preço em prol da entrada daquele

mundo simbolizado por um vestido novo e um sapato de brilhantes.

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PARTE II

1- Resume o que aconteceu à personagem nos vinte anos seguintes.

Durante os vinte anos seguintes, Lúcia teve uma vida fácil e deslumbrante: casou com um homem cada vez mais rico,

tinha todos em seu redor, ficava cada vez mais bonita.

2- Que significado tem o facto de o segundo baile ocorrer no mesmo dia do primeiro e na

mesma casa?

“Aquele convite para um baile, na mesma casa, na mesma noite de Junho era como um encontro marcado pelo destino”. Para Lúcia,

este baile era o encontro com o seu destino, de forma a sanar todas as humilhações e momentos de vergonha que teve vinte anos

antes.

3- Que efeito provocou Lúcia quando entrou na sala?

Todos ficaram surpreendidos com a figura de Lúcia ao entrar e deram pela sua presença, isto ao contrário do que tinha

acontecido há vinte anos atrás. Ela era conhecida agora, falada, comentada e admirada.

4- Lúcia volta a mirar-se ao espelho atrás da porta como há vinte anos.

4.1- O que vê ela no espelho?

Diante do espelho, passados vinte anos, volta a ver-se vestida com o mesmo vestido feio e lilás.

4.2- Refere-te à simbologia do espelho.

O espelho acaba por ir reflectindo a imagem que Lúcia tem de si ao longo do conto, mostrando a importância

que as aparências tinham para si. No momento final, o espelho funciona também como entrada para um mundo

fantástico que abre lugar para a justiça e nova reorganização do mundo: vieram pedir contas a tudo o que Lúcia teve

nestes anos.

4.3- Qual é a prova definitiva da verdadeira identidade de Lúcia?

A prova da identidade de Lúcia, do mundo de que era oriunda, foi a ressurgir do sapato velho. Desta forma, ela é

confrontada novamente com a realidade que durante tantos anos quis negar.

5- Este conto tem um final estranho, poderíamos mesmo dizer sobrenatural. Interpreta-o

tendo em conta os seguintes tópicos:

a) O homem misterioso ( quem / o que era? Porque pareceu a Lúcia que tinha saído do

próprio espelho?): O homem misterioso acaba por ser o confronto com tudo aquilo que Lúcia tinha escapado ilesa

nos últimos anos. Ele esteve presente vinte anos antes e está agora a cobrar. Pareceu-lhe ter saído do espelho porque a

porta por trás do espelho abriu-se e parece que abriu também a porta para o outro mundo.

b) “… a sombra da noite era inquieta e pesada.” Compara esta noite com a “jovem

noite de Junho” de há vinte anos atrás. Simbolizarão as duas noites a mesma personagem?

As duas noites de Junho marcam um ciclo de vinte anos ao longo dos quais nos podemos aperceber do amadurecimento

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da personagem. A noite de há vinte anos começa leve e lenta, terminando inquieta e pesada. É um caminho, logo a

mesma personagem, que vai crescendo e tomando rumo do seu caminho.

c) A ordem “ Dá-me o teu sapato: é o preço do mundo.” sugere que Lúcia deve pagar

por algo que “comprou”. O quê? Lúcia fez uma opção de trocar a vida que tinha por uma que ela sabia não ser

a correcta, mas que a levaria até ao mundo fácil. Este pacto com o Diabo leva-a a ter uma vida tranquila, mas o

momento de enfrentar a verdade, é hora de repor toda a justiça e ter o momento de reconciliação com todos os que

foram injustiçados e sofreram nestes anos.

d) O que simbolizam o sapato velho? E o sapato de brilhantes?

O sapato velho simboliza o retorno às suas origens e o sapato de brilhantes, o valor pelo qual se vendeu ao outro

mundo. A história termina com o sapato velhos como concluindo um ciclo.

6- Que explicação encontram as pessoas para:

a) A morte de Lúcia? O médico diagnosticou síncope cardíaca.

b)O desaparecimento do sapato? Dizem que alguém o roubou, tendo encontrado Lúcia morta

c) O aparecimento do sapato roto? Não encontram razões para este pormenor.

Partes I e II

1- Procura indícios do desfecho trágico do conto:

- na descrição inicial: “Vistas do jardim essas coisas pareciam feéricas e irreais. Delas subia,

perante a alegria serena da noite, urna alegria rápida e agitada, desgarrada e passageira, um pouco

triste e cruel. "

-nos reflexos de Lúcia nos espelhos: “O espelho era antigo e tinha um fundo embaciado, manchado e verde onde

Lúcia se via como uma afogada boiando numa água sinistra”

- nas falas do rapaz e da rapariga loira: “Sabe... é preciso não dar importância a este género de

espelhos. São como as pessoas más, não dizem a verdade.”; “Mas, ao mesmo tempo, há nessas noites uma

angústia especial, há no ar o pressentimento de que nos vamos despistar, nos vamos distrair, nos vamos

enganar e não vamos nunca ser capazes de reconhecer e agarrar essa vida que é a nossa verdadeira vida. “

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