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3. CONTRIBUIÇÃO DO EMPREGADOR DOMÉSTICO.

Sobre a remuneração do empregado doméstico incide dois tipos de contribuição: uma, que já estudamos, do próprio empregado doméstico, o qual se aplica a “tabela de contribuição” que varia de 7,65% a 11%; e outra conhecida como contribuição patronal que é a parte do empregador doméstico.

A contribuição do empregador doméstico é de 12% (doze por cento) do salário-de-contribuição do empregado doméstico a seu serviço.1 Nota-se que a alíquota é fixa, sem aplicação de nenhuma tabela. E nota-se, também, que a base de cálculo é o salário-de-contribuição, ou seja, diferentemente das empresas, existe um teto máximo no pagamento da quota patronal, que é, hoje, R$ 2.894,28.

O empregador doméstico é responsável pelo pagamento tanto da quota patronal, como pelo desconto e recolhimento da parte do empregado doméstico. Ambas as contribuições devem ser recolhidas na mesma guia (GPS), até o dia 15 do mês seguinte ao da competência e caso não haja expediente bancário, o prazo será prorrogado para o próximo dia útil.

Exemplo: Maria, empregada doméstica, recebeu o valor de R$ 500,00. Qual serão as contribuições sociais incidentes sobre sua remuneração?

Será descontado de Maria o valor de:

R$ 500,00 x 7,65% (% retirado da tabela) = R$ 38,25.

A quota patronal será de:

R$ 500,00 x 12% (% fixo em lei) = R$ 60,00.

Desta forma, Maria receberá um valor líquido de:

R$ 500,00 – R$ 38,25 = R$ 461,75

E o valor total recolhido à previdência social, através da Guia de Previdência Social (GPS) será de:

R$ 38,25 (desconto do empregado) + R$ 60,00 (quota patronal) = R$ 98,25.

4. CONTRIBUIÇÃO DA EMPRESA

Sobre a Folha de Pagamento, incide, basicamente, dois tipo de contribuições: a do segurado, que acabamos de estudar e a contribuição da empresa, conhecida, também, como contribuição patronal. Quando lemos notícias que falam da “desoneração da folha de pagamento”, está se falando da diminuição ou exclusão desta fonte de custeio. A própria Constituição Federal prevê esta desoneração, em seu art. 195, parágrafo 13, havendo a possibilidade de substituição gradual, total ou parcial desta contribuição pela incidente sobre a receita ou faturamento (por exemplo, o Cofins).

A contribuição da empresa está prevista no art. 195, I, “a”:

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

1

1 Lei 8.212/91, art. 24.

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício.

Em regra, a alíquota da contribuição patronal é 20% e o recolhimento deve ser feito até dia 10 do mês seguinte ao da competência. Já no caso das cooperativas de trabalho, veremos que quando seus cooperados prestam serviços a empresas, estas recolhem alíquota de 15%, até dia 15 do mês seguinte ao da competência.

Ao contrário das contribuições dos segurados, não há valor máximo (teto) a recolher por parte da empresa.

Por exemplo: Um empregado que recebe R$10.000,00, lhe será descontado sobre o teto, R$ 2.894,28 x 11%= R$ 318,37.

Já na parte da empresa não se limita a este valor, portanto esta recolherá: R$ 10.000,00 x 20% = R$ 2.000,00.

Podemos, didaticamente, dividir as contribuições das empresas em:

A- Incidentes sobre remunerações de contribuintes individuais. B- Incidentes sobre remunerações de empregados e segurados avulsos. C- Substitutivas, em relação à parte patronal da regra geral de custeio.

Vamos, pois, iniciar a explicação sobre as contribuições das empresas.

4.1. Contribuições das empresas incidentes sobre remunerações de contribuintes individuais.

A cota patronal da empresa que toma serviço de contribuinte individual, da mesma forma que dos empregados, é de 20%. Lembrando que, neste caso, a empresa é responsável pelo desconto e recolhimento de 11% do contribuinte individual (com abatimento de 9% do salário-de-contribuição).

O inciso II do art. 201 do RPS trata do recolhimento patronal incidente sobre remunerações do contribuinte individual:

Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de: III - vinte por cento sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes individuais que lhe prestem serviços.

O fato gerador ocorre quando a remuneração é paga ou creditada ao contribuinte individual, a qualquer título. O termo “a qualquer título” quer dizer que, não importa de que forma é paga ou qual a denominação utilizada para a remuneração recebida pelo contribuinte individual. Por exemplo, se o contribuinte individual recebe parte de sua remuneração através de vale-transporte, este será considerado como remuneração, pois não há previsão legal para não considera-lo como tal.

Integra a remuneração, a bolsa de estudos paga ou creditada ao médico-residente participante do programa de residência médica, que é considerado como

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contribuinte individual. Da mesma forma, a parte patronal será de 20%.

O segurado contribuinte individual empresário, recebe, em regra, uma remuneração para exercer sua função. Este pagamento é chamado de pró-labore. Entretanto, não havendo comprovação dos valores pagos ou creditados aos segurados empresários, sócios, diretores de empresas, diretores de cooperativas quando remunerados (de que tratam as alíneas "e" a "i" do inciso V do art. 9o), em face de recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente, a contribuição da empresa referente a esses segurados será de 20% (vinte por cento), sendo aferida sobre2: I - o salário-de-contribuição do segurado nessa condição; II - a maior remuneração paga a empregados da empresa; ou III - o salário mínimo, caso não ocorra nenhuma das hipóteses anteriores. Já, no caso de sociedade civil de prestação de serviços profissionais relativos ao exercício de profissões legalmente regulamentadas, (como por exemplo o dentista, advogado, médico) a contribuição da empresa referente aos segurados contribuintes individuais (que se referem as alíneas "g" a "i" do inciso V do art. 9º, observado o disposto no art. 225 do RPS e legislação específica) será de vinte por cento sobre3: I - a remuneração paga ou creditada aos sócios em decorrência de seu trabalho, de acordo com a escrituração contábil da empresa; ou II - os valores totais pagos ou creditados aos sócios, ainda que a título de antecipação de lucro da pessoa jurídica, quando não houver discriminação entre a remuneração decorrente do trabalho e a proveniente do capital social ou tratar-se de adiantamento de resultado ainda não apurado por meio de demonstração de resultado do exercício. Desta forma, evita-se a sonegação que poderia ocorrer se o empresário recebesse sua remuneração (pró-labore) “disfarçado” de antecipação de lucros, sem que haja a previsão deste. A remuneração paga ou creditada a condutor autônomo de veículo rodoviário, ou ao auxiliar de condutor autônomo de veículo rodoviário, em automóvel cedido em regime de colaboração, nos termos da Lei nº 6.094, de 30 de agosto de 1974, pelo frete, carreto ou transporte de passageiros, realizado por conta própria, corresponde a vinte por cento do rendimento bruto.4 Este é o caso, por exemplo, do caminhoneiro autônomo que faz frete para empresas. Este autônomo tem gastos com toda manutenção de seu caminhão, com combustível, etc. De modo que não seria justo aplicar a base de cálculo sobre o valor integral. Assim, se, por exemplo, o caminhoneiro recebeu R$ 1.000,00 pelo frete, a base de cálculo para efeitos de contribuição previdenciária será de: R$ 1.000,00 x 20% = R$ 200,00. E, a contribuição da empresa será de: R$ 200,00 x 20% = R$ 40,00. Da mesma forma, no nosso exemplo, esta base de cálculo (R$ 200,00) será utilizada para empresa fazer o

2 Art. 201, parágrafo 9o do RPS. 3 Art. 201, parágrafo 5o do RPS. 4 Art. 201, parágrafo 4o do RPS.

desconto e recolhimento da parte deste segurado contribuinte individual: R$ 200,00 x 11% = R$ 22,00. 4.1.1. Cooperativas de Trabalho – A Contribuição de 15% sobre o Valor Bruto da Nota Fiscal ou Fatura de Serviços. Vimos que o cooperado é considerado contribuinte individual. Agora vamos ter uma noção de o que é cooperativa. Cooperativas são sociedades de pessoas, sem fins lucrativos, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas a falência, constituídas para prestar serviços aos associados distinguindo-se das demais empresas pela sua própria característica.5 Cooperativas de trabalho são aquelas que, construídas entre trabalhadores de uma determinada profissão ou ofício, ou de ofícios variados de uma mesma classe, têm como finalidade primordial melhorar o salário e as condições de trabalho pessoal de seus associados e, dispensando a intervenção de um patrão ou empresário, se propõem a prestar serviços de cessão de mão-de-obra, através de contratos de obras, tarefas, trabalhos ou serviços públicos e particulares; coletivamente por todos ou por grupo de alguns. É uma estrutura de prestação de serviços voltada ao atendimento de seus associados sem finalidade lucrativa6. Através das cooperativas de trabalho, os trabalhadores cooperados se reúnem com a finalidade de prestarem serviços a outras empresas, coisa que dificilmente fariam se cada qual procurasse prestar serviço isoladamente. Desta forma, estas cooperativas de trabalho prestam serviços que conhecemos como “terceirizados”. A relação jurídica estabelecida entre o associado e a sociedade cooperativa é de natureza civil, portanto, não há a caracterização da relação de emprego, assim, fica evidenciada a condição de sócio. A Lei 8.949/94 acrescentou à CLT o parágrafo único ao artigo 442 que diz: “qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, não existe vínculo empregatício entre ela e seus associados, nem entre e os tomadores de serviços daquela.” Ademais, as cooperativas equiparam-se a empresa quando da relação com seus empregados para os fins da legislação trabalhista e previdenciária.7 Entretanto, caso seja verificada a subordinação jurídica do associado com a empresa contratante dos serviços, estará configurado o vínculo empregatício e será constatada fraude entre esta e a sociedade cooperativa, que, então, terá participado como mera intermediária de mão-de-obra. Após o advento do parágrafo único do art. 442 da CLT, que acabamos de ler acima, verificou-se o grande número de fraudes cometidos pelas empresas, que contratavam cooperativas para se verem livres de riscos trabalhistas e previdenciários. Porém, na esfera legal há o Enunciado 331 do TST, que regulamenta a terceirização nas atividades-meio, desde que ausentes os pressupostos de subordinação e de pessoalidade, vedando, ainda, a terceirização de atividades-fim8 na forma da prestação de serviços. Como,

5 Art 4o , Lei 5764/71 6 art. 3º da Lei nº 5.764/71. 7 Conforme art. 90 da Lei nº 5.764/71 e do art. 442, parágrafo único da CLT 8 Atividades-fim são aquelas inerentes à própria atuação da empresa. Por exemplo, numa escola, quem exerce a

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por exemplo, admite-se terceirização por meio de cooperativas de serviços de vigilância e de serviços de conservação e limpeza. A contribuição a cargo da empresa, destinada à seguridade social, é de 15% (quinze por cento) sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhes são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho.9Para simplificar, vamos a um exemplo: Imagine uma cooperativa de trabalho, (que é formada por contribuintes individuais) formada por faxineiras, que preste serviço de limpeza a uma empresa. Pelo serviço prestado, ela emite uma nota fiscal ou fatura. Vamos supor que o valor do serviço foi de R$ 1.000,00. Então, a empresa contratante da cooperativa deverá recolher como contribuição social o valor de: R$ 1.000,00 x 15% = R$ 150,00. Já a cooperativa trabalho, como vimos no item 2.2.2. letra “D”, é obrigada a descontar 11% do valor da quota distribuída ao cooperado por serviços por ele prestados, por seu intermédio, a empresas10. Vamos supor, ainda no exemplo anterior, que 10 faxineiras prestaram o serviço e dos R$ 1.000,00 cobrados, foram repassados R$ 100,00 para cada uma. A cooperativa de trabalho (e não a empresa) irá descontar e recolher o valor de: R$ 100,00 x 11% = R$ 11,00 para cada faxineira. Resumindo, no nosso exemplo: - Quem pagou a parte patronal de 15% foi a empresa tomadora dos serviços, no valor de R$ 150,00. - Quem descontou e recolheu a parte do segurado contribuinte individual (faxineira) foi a cooperativa de trabalho, no valor de R$ 11,00 para cada faxineira. Num total de R$ 110,00 (pois, no exemplo eram 10 faxineiras). Vimos no item 4.1 que a remuneração paga ou creditada a condutor autônomo de veículo rodoviário, pelo frete, carreto ou transporte de passageiros, realizado por conta própria, corresponde a vinte por cento do rendimento bruto. Da mesma forma os cooperados, que prestam serviços de transporte rodoviário de carga ou passageiro, têm seus gastos de combustível e manutenção de seus veículos, de modo que a base de cálculo é reduzida em até 20% do valor da nota fiscal ou fatura. O valor da alíquota que a empresa utilizará para os cálculos será o mesmo de 15%, a única coisa que muda é que antes de realizar este cálculo, a empresa deverá reduzir a base de cálculo para até 20% do valor da nota fiscal ou fatura.11 Por exemplo: uma empresa tomou serviços de frete de uma cooperativa de trabalho e pagou R$ 1.000,00 conforme nota fiscal. Esta empresa, então, deverá reduzir

atividade-fim é o professor. Já, o pessoal da limpeza exerce atividade-meio, que não é inerente aos objetivos sociais desta empresa. 9 Art. 22, inc IV, da Lei 8.212/91. 10 Quando o serviço é prestado a pessoas físicas esta alíquota sobe para 20%, pois não há a dedução da cota patronal. 11 Art. 201, parágrafo 20 do RPS: A contribuição da empresa, relativamente aos serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho na atividade de transporte rodoviário de carga ou passageiro, é de 15% (quinze por cento) sobre a parcela correspondente ao valor dos serviços prestados pelos cooperados, que não será inferior a 20% (vinte por cento) do valor da nota fiscal ou fatura.

a base de cálculo para até 20% (vamos supor que ela reduziu neste valor): R$ 1.000,00 – 20% = R$ 200,00 (esta é a base de cálculo). E, então, aplicará a alíquota de 15%: R$ 200,00 x 15% = R$ 30,00 (este é o valor a ser recolhido pela empresa).

O artigo 1o, parágrafo 1o da Lei 10.666/03 diz:

Será devida contribuição adicional de nove, sete ou cinco pontos percentuais, a cargo da empresa tomadora de serviços de cooperado filiado a cooperativa de trabalho, incidente sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, conforme a atividade exercida pelo cooperado permita a concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente.

Vamos supor, que a empresa a qual o cooperado está prestando serviços de limpeza, trabalha com substâncias altamente tóxicas, que em contato com o trabalhador, dá ensejo a aposentadoria especial, a qual é permitido, ao trabalhador, aposentar após 15, 20 ou 25 anos de contribuição. Nesta situação, além dos 15% a serem recolhidos, há um adicional de 9%, 7% ou 5%, respectivamente, a cargo da empresa tomadora de serviços. As alíquotas poderão, então, alcançar 24%, 22% ou 20% sobre a nota fiscal ou fatura, conforme observado na tabela abaixo: Aposentadoria especial aos:

Alíquota (normal) das empresas tomadoras de serviços de cooperativas de trabalho

Adicional TOTAL adicionado

15 anos de contribuição

15% 9% 24%

20 anos de contribuição

15% 7% 22%

25anos de contribuição

15% 5% 20%

4.2. Contribuições das empresas incidentes sobre remunerações de empregados e segurados avulsos.

Conforme o art 201 do RPS:

A contribuição a cargo da empresa, destinada à seguridade social, é de 20% (vinte por cento) sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados empregado e trabalhador avulso, além das contribuições previstas nos arts. 202 (Gilrat)e 204 (Cofins e CSLL).

A regra é esta, a empresa arrecadará 20% sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, aos segurados empregado e trabalhador avulso.

Quando a lei diz: “remunerações pagas, devidas ou creditadas”; significa que, quando as remunerações são pagas em dinheiro ou creditadas em conta corrente, há ocorrência da incidência de contribuição previdenciária, e, mesmo que a empresa não pague seus empregados, há ocorrência do fato gerador, pelo simples fato das remunerações serem devidas. Desta forma, não há como a empresa se escusar de recolher as contribuições sociais, pelo fato de estar inadimplente com seus funcionários.

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4.2.1. Adicional das Instituições Financeiras

A Lei 8.212/91, art. 22, parágrafo 1o, determina que, no caso de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização, agentes autônomos de seguros privados e de crédito e entidades de previdência privada abertas e fechadas, além das contribuições sociais básicas, é devida a contribuição adicional de 2,5% (dois vírgula cinco por cento) sobre a base de cálculo dos segurados empregados, avulsos e contribuintes individuais que prestarem serviços a estas instituições financeiras.

Segundo Ibrahim12,

tal acréscimo visa a atender ao princípio da isonomia, pois estas entidades, como regra, têm atividade altamente informatizada, reduzindo ao máximo a mão-de-obra empregada, o que traz como conseqüência a redução da arrecadação previdenciária em detrimento de outros segmentos específicos.

Desta forma, a cota patronal, para as instituições financeiras citadas, sofrerá um acréscimo de 2,5%, e como conseqüência, a alíquota aplicada será de 22,5%. É importante frisar que somente a alíquota da cota patronal é que sofre o acréscimo de 2,5%; já a parte do segurado, assim como a GILRAT13 (grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho), não há alteração.

Por exemplo, o Banco Itaú recolherá sobre os salários de seus empregados, a alíquota de 22,5% (e não 20% como as demais empresas em geral).

4.2.2. Adicional das Cooperativas de Produção

Considera-se cooperativa de produção aquela em que seus associados contribuem com serviços laborativos ou profissionais para a produção em comum de bens, quando a cooperativa detenha por qualquer forma os meios de produção14. Por exemplo, um grupo de bordadeiras pode montar uma cooperativa de produção com o objetivo de, juntas, unirem forças para produção e comercialização de seus bordados, visando incrementar a produção, as vendas e, conseqüentemente, o retorno financeiro, pelo trabalho que elas dominam.

Os cooperados (no exemplo, as bordadeiras) são considerados segurados contribuintes individuais.

12 IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário. p.192. 13 GILRAT - grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho – até 06/1997 era chamado de SAT – Seguro de Acidente do Trabalho. 14 Conceito dado pela Lei 10.666/03, art. 1o, parágrafo 3o .

Sendo assim, a cooperativa de produção equipara-se a empresa, devendo recolher os 20%, (cota patronal), sobre a remuneração paga ou creditada aos cooperados (que são contribuintes individuais), como toda empresa o faz.

Entretanto, será devida contribuição adicional de 12, 9 ou 6 pontos percentuais, a cargo da cooperativa de produção, incidente sobre a remuneração paga, devida ou creditada ao cooperado filiado, na hipótese de exercício de atividade que autorize a concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente.

O mesmo raciocínio usado no caso de adicionais incidentes sobre as cooperativas de trabalho, também serve para cooperativa de produção, porém, quem tem a obrigação de recolher a cota patronal é a própria cooperativa e os percentuais são diferentes.

Um exemplo: Vamos supor, que a cooperativa de produção trabalha com substâncias altamente tóxicas, que em contato com o cooperado, dá ensejo a aposentadoria especial, a qual é permitido, ao trabalhador, aposentar após 15, 20 ou 25 anos de contribuição. Nesta situação, além dos 20% a serem recolhidos pela cooperativa de produção, há um adicional de 12%, 9% ou 6%, respectivamente. As alíquotas poderão, então, alcançar 32%, 29% ou 26% sobre a remuneração dos cooperados, conforme demonstrado na tabela abaixo:

Aposentadoria Especial aos:

Alíquota (normal) das cooperativas de produção (assim, como das empresas).

Adicional Total Adicionado

15 anos de contribuição

20% 12% 32%

20 anos de contribuição

20% 9% 29%

25 anos de contribuição

20% 6% 26%

4.2.3. Contribuição decorrente do: Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa Decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho – GILRAT.

O Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa Decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho – GILRAT, também, é chamado por alguns autores como Seguro de Acidentes no Trabalho – SAT. Porém, o termo técnico atual que está presente na Lei 8.212/91 é o Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa Decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho – GILRAT.

O termo utilizado na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP - é RAT – Risco Ambiental do Trabalho.

Segundo o inciso II, art. 22 da Lei 8.212/91, para financiar a aposentadoria especial e os benefícios concedidos em

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razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (GILRAT), as empresas deverão recolher sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos:

a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes do trabalho seja considerado leve;

b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado médio;

c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado grave.

Considera-se preponderante a atividade que ocupa, na empresa, o maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos. A atividade econômica preponderante da empresa e os respectivos riscos de acidentes do trabalho compõem a Relação de Atividades Preponderantes e correspondentes Graus de Risco, prevista no Anexo V do RPS.

É de responsabilidade da empresa realizar o enquadramento na atividade preponderante, cabendo à Secretaria da Receita Federal do Brasil revê-lo a qualquer tempo. Verificado erro no auto-enquadramento, a Secretaria da Receita Federal do Brasil adotará as medidas necessárias à sua correção, orientará o responsável pela empresa em caso de recolhimento indevido e procederá à notificação dos valores devidos.

A empresa informará mensalmente, por meio da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social - GFIP, a alíquota correspondente ao seu grau de risco, a respectiva atividade preponderante e a atividade do estabelecimento.

Desta forma, a empresa deverá se auto-enquadrar e informar mensalmente, através de GFIP, qual o percentual a recolher (1, 2 ou 3%), levando em conta o maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos15. Por este critério, haverá, então, uma única alíquota para todos os empregados da empresa, independentemente da atividade exercida.

Por exemplo: Uma empresa metalúrgica possui 1000 empregados. Destes, 900 trabalham na linha de produção, cuja atividade enquadra-se como grave (3%), conforme a Relação de Atividades Preponderantes e correspondentes Graus de Risco, prevista no Anexo V do RPS. Outros 100 empregados trabalham no escritório da empresa, em local seguro, sem contato com a linha de produção, e cuja atividade ensejaria risco “leve” (1%). Mas, como a atividade preponderante desta empresa, levando em conta o maior número de empregados, considera-se como “risco de acidentes de trabalho grave”, esta empresa deverá recolher 3% (risco grave) sobre TODOS seus empregados, inclusive sobre aqueles que trabalham no escritório.

15 Sobre a prestação de serviços do

contribuinte individual não há esta contribuição.

Mais um exemplo:

Uma empresa, cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado médio , possui 3 empregados. João e José, trabalham operando máquina, recebem remuneração de R$500,00 cada, e Antônio, que trabalha no escritório, recebe R$ 10.000,00. Qual será o valor da cota patronal da contribuição social devida à previdência? E qual será o valor descontado de cada empregado à previdência? RESPOSTA: João e José: Cota patronal: 20% + 2% (GILRAT)=22% R$ 500 x 22% = R$ 110,00 Desconto do segurado: 7,65% (conforme tabela) R$ 500 x 7,65% = R$ 38,25 Antônio: Cota patronal: 20% + 2% (GILRAT)=22% R$10.000 x 22% = R$ 2.200,00 Desconto do segurado: 11% (conforme tabela) R$ 2.894,28 (limite máximo) x 11% = R$ 318,37

A fim de estimular investimentos destinados a diminuir os riscos ambientais no trabalho, poderá ser alterado o enquadramento de empresa que demonstre a melhoria das condições do trabalho, com redução dos agravos à saúde do trabalhador, obtida através de investimentos em prevenção e em sistemas gerenciais de risco. A alteração do enquadramento estará condicionada à inexistência de débitos em relação às contribuições previdenciárias. Assim, as alíquotas (de 1, 2 ou 3%) poderão ser reduzidas em até cinqüenta por cento ou aumentadas em até cem por cento, em razão do desempenho da empresa em relação à sua respectiva atividade, aferido pelo Fator Acidentário de Prevenção – FAP. Isto visa estimular as empresas a implementar programas preventivos e proporcionar maior segurança no ambiente de trabalho, reduzindo-se os riscos de acidentes no trabalho. O FAP consiste num multiplicador variável num intervalo contínuo de cinqüenta centésimos (0,50) a dois inteiros (2,00), desprezando-se as demais casas decimais, a ser aplicado à respectiva alíquota.

O Ministério da Previdência Social publicará anualmente, no Diário Oficial da União, sempre no mesmo mês, os índices de freqüência, gravidade e custo, por atividade econômica, e disponibilizará, na Internet, o FAP por empresa, com as informações que possibilitem a esta verificar a correção dos dados utilizados na apuração do seu desempenho. O FAP produzirá efeitos tributários a partir do primeiro dia do quarto mês subseqüente ao de sua divulgação.

Máxima redução alíquota GILRAT (50%)

Alíquota normal GILRAT

Máximo acréscimo alíquota GILRAT (100%)

0,5% 1% 2% 1% 2% 4% 1,5% 3% 6% As alíquotas constantes de 1%, 2% ou 3% serão acrescidas de 12, 9 ou 6 pontos percentuais, respectivamente, se a atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa ensejar a concessão de

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aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de contribuição. Este acréscimo incide exclusivamente sobre a remuneração do segurado sujeito às condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.

Desta forma, o mesmo raciocínio usado no caso de adicionais incidentes sobre as cooperativas de produção, também serve para o GILRAT das empresas.

Um exemplo: Vamos supor, que a empresa trabalha com substâncias altamente tóxicas, que em contato com o cooperado, dá ensejo a aposentadoria especial, a qual é permitido, ao trabalhador empregado, aposentar após 15, 20 ou 25 anos de contribuição. Nesta situação, haverá um adicional de 12%, 9% ou 6%, respectivamente, sobre o GILRAT (1%, 2% ou 3%) a cargo da empresa.

Aposentadoria Especial aos: Adicional GILRAT

15 anos de contribuição 12%

20 anos de contribuição 9%

25 anos de contribuição 6%

Detalhe importante, é que este acréscimo de 12%, 9% ou 6% incide exclusivamente sobre a remuneração do segurado sujeito às condições especiais, que enseja aposentadoria especial.

Por exemplo, imagine que numa empresa com 100 empregados, 5 trabalham em contato habitual e contínuo com substâncias tóxicas que ensejam aposentadoria especial aos 20 anos de contribuição. Vamos supor que a maioria dos trabalhadores desta empresa exercem atividades que se enquadram como risco grave (3%). Nesta situação, a empresa recolherá 3% sobre as remunerações de todos os empregados. E, SOMENTE, sobre as remunerações daqueles 5 empregados que trabalham em condição especial que enseja aposentadoria aos 20 anos de contribuição é que serão recolhidos os adicionais, neste exemplo, de 9%.

Um exemplo numérico:

José, trabalha com atividade que prejudica a saúde e enseja aposentadoria especial, após 20 anos de trabalho (contribuição), em uma empresa, cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado grave. Ele recebe remuneração mensal de R$2.000,00. Qual será o valor da cota patronal da contribuição social devida à previdência? E qual será o valor descontado de José à previdência?

Resposta: Cota patronal: 20% + 3% (GILRAT) + 9% (adicional do GILRAT) = 32% R$ 2.000 x 32% = R$ 640,00 Desconto do José: 11% (conforme tabela) R$ 2.000 x 11% = R$ 220,00.

O prazo para recolhimento das empresas, como vimos, é até o dia 10 do mês seguinte ao da competência. Caso não haja expediente bancário neste dia, o prazo é prorrogado para o próximo dia útil.

4.3. Contribuições Substitutivas das Empresas, em relação à parte patronal da regra geral de custeio.

Acabamos de ver as contribuições das empresas em geral: os 20% sobre a folha de pagamento e o GILRAT (1%, 2% ou 3%).

Estas contribuições sociais, referentes à parte patronal da regra geral de custeio, são obrigatoriamente substituídas em situações especiais previstas em lei.

A Constituição Federal autoriza alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em seu art. 195, parágrafo 9o:

As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.

Abordaremos as contribuições substitutivas, que são:

A- do Clube de Futebol Profissional;

B- do Produtor Rural.

4.3.1. Contribuição substitutiva do Clube de Futebol Profissional.

Todo mundo já ouviu dizer que o Brasil é o país do futebol. Pois é, até para pagar contribuições sociais os clubes de futebol tem maiores facilidades do que as empresas em geral. Freqüentemente temos notícias de grandes clubes com jogadores e salários milionários, mas, para estes clubes as regras previdenciárias são amenas e mesmo assim, por vezes entram em dívida para com a previdência, porém, sempre são “salvos”, como é o caso da recente loteria “time-mania”.

Esta modalidade de contribuição aplica-se somente à associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional e que se organize na forma da Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998, que ficou conhecida como Lei Pelé, caso contrário, as demais associações desportivas recolhem como qualquer outra empresa, como estudado anteriormente.

Assim, este Clube de Futebol Profissional recolhe 5% da receita bruta, decorrente dos espetáculos desportivos de que participem em todo território nacional em qualquer modalidade desportiva, inclusive jogos internacionais, e de qualquer forma de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e de transmissão de espetáculos desportivos. Veja, que a condição para esta modalidade de recolhimento é ser clube de futebol profissional, mas, o recolhimento é feito sobre a receita bruta de qualquer modalidade esportiva. E, a substituição vale para toda a folha de pagamento do clube, tanto para atletas como para os demais funcionários do clube.

Esta contribuição substitui, APENAS, a contribuição patronal sobre trabalhadores empregados e avulsos (20%) e o GILRAT (Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa Decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho – 1, 2, ou 3%)16. Porém, não substitui as demais contribuições patronais, como a incidente sobre os contribuintes individuais (20%), sobre notas fiscais ou faturas das cooperativas de trabalho (15%) e, muito

16 Conhecido como Seguro de Acidente de Trabalho.

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menos, as contribuições descontadas dos segurados empregados e avulsos.

Caberá à entidade promotora do espetáculo a responsabilidade de efetuar o desconto de cinco por cento da receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos e o respectivo recolhimento ao Instituto Nacional do Seguro Social, no prazo de até dois dias úteis após a realização do evento.

Caberá à associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional informar à entidade promotora do espetáculo desportivo todas as receitas auferidas no evento, discriminando-as detalhadamente.

No caso de a associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional receber recursos de empresa ou entidade, a título de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e transmissão de espetáculos, esta última ficará com a responsabilidade de reter e recolher o percentual de 5% da receita bruta decorrente do evento, inadmitida qualquer dedução.

Vamos supor que o “melhor time do mundo”, o glorioso Palmeiras, jogue pelo campeonato paulista, cuja entidade promotora seja a Federação Paulista de Futebol. Neste caso, ela deve descontar e recolher os 5% sobre a receita bruta do “espetáculo”. Assim como, o Palmeiras deverá informar à Federação Paulista de Futebol, todas as receitas auferidas no evento, discriminando-as detalhadamente, visando a habilitar a entidade promotora a efetuar a retenção corretamente. E se o Palmeiras receber da Rede Globo pela transmissão do espetáculo, caberá à Rede Globo a responsabilidade pela retenção e recolhimento dos 5% da receita bruta decorrente desta transmissão.

Suponha que o Palmeiras tenha os seguintes empregados: Jogador de futebol - salário R$ 100.000,00 Jogador de voleibol – salário R$ 1.000,00 Secretária – salário R$ 400,00 Neste caso, apenas descontará a parcela referente ao segurado, pois a cota patronal será paga substitutivamente, conforme estudamos (5% sobre renda do espetáculo, etc): Jogador de futebol - salário R$ 100.000,00 R$ 2.984,28 x 11% = R$ 328,27. Jogador de voleibol – salário R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 x 9% = R$ 90,00. Secretária – salário R$ 400,00 R$ 400,00 x 7,65% = R$ 30,60. Percebe-se, por este exemplo, que a cota patronal de TODA folha de pagamento, referente a empregados (e trabalhadores avulsos, se fosse o caso), do clube de futebol profissional é substituída (não somente dos jogadores de futebol)

4.3.2. Contribuição substitutiva do Produtor Rural.

Esta modalidade diferenciada de contribuição é importante para o produtor rural, pois incide sobre a comercialização de seus produtos. Isto respeita os períodos entre safra, período em que não há entrada de receitas, os quais trariam muitas dificuldades no recolhimento das contribuições previdenciárias patronais.

Produtor Rural é a pessoa física ou jurídica, proprietária ou não, que desenvolve, em área urbana ou rural, a atividade agropecuária, pesqueira ou silvicultural, bem como a extração de produtos primários, vegetais ou

animais, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos.

Estudamos o segurado especial, que é um produtor rural. Vimos que o segurado especial não tem empregados, pois caso tenha, será considerado produtor rural pessoa física. E por não ter empregados, não há que se falar de contribuição substitutiva patronal para o segurado especial. De modo que, neste capítulo, NÃO trataremos do segurado especial.

Passaremos, então a estudar a contribuição substitutiva de três espécies de produtores rurais:

A – Produtor Rural Pessoa Física;

B – Produtor Rural Pessoa Jurídica;

C – Agroindústria.

As contribuições a serem substituídas, semelhantemente aos clubes de futebol profissional, são referentes a APENAS, a contribuição patronal sobre a remuneração dos trabalhadores empregados e avulsos (20%) e o GILRAT (Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa Decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho – 1, 2, ou 3%)17. Porém, não substitui as demais contribuições patronais, como a incidente sobre os contribuintes individuais (20%), sobre notas fiscais ou faturas das cooperativas de trabalho (15%) e, muito menos, as contribuições descontadas dos segurados empregados, avulsos ou contribuintes individuais.

Integram a base de cálculo, a produção os produtos de origem animal ou vegetal, em estado natural ou submetidos a processos de beneficiamento ou industrialização rudimentar, assim compreendidos, entre outros, os processos de lavagem, limpeza, descaroçamento, pilagem, descascamento, lenhamento, pasteurização, resfriamento, secagem, fermentação, embalagem, cristalização, fundição, carvoejamento, cozimento, destilação, moagem, torrefação, bem como os subprodutos e os resíduos obtidos através desses processos.

Não integra a base de cálculo dessa contribuição a produção rural destinada ao plantio ou reflorestamento, nem sobre o produto animal destinado a reprodução ou criação pecuária ou granjeira e a utilização como cobaias para fins de pesquisas científicas, quando vendido pelo próprio produtor e quem a utilize diretamente com essas finalidades, e no caso de produto vegetal, por pessoa ou entidade que, registrada no Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária, se dedique ao comércio de sementes e mudas no País.

4.3.2.1. Produtor Rural Pessoa Física

É a pessoa física, proprietária ou não, que explora a atividade agropecuária ou pesqueira, em área urbana ou rural, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos e com auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua.

A contribuição do empregador rural pessoa física, em substituição à contribuição patronal sobre a remuneração dos trabalhadores empregados (20%) e o GILRAT (Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa Decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho – 1, 2, ou 3%), é de:

17 Conhecido como Seguro de Acidente de Trabalho.

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I - 2% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção;

II - 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção para financiamento das prestações por acidente do trabalho.

Desta forma, esta contribuição substitutiva será de 2,1% sobre a comercialização de sua produção rural.18

Equipara-se ao empregador rural pessoa física o consórcio simplificado de produtores rurais, formado pela união de produtores rurais pessoas físicas, que outorgar a um deles poderes para contratar, gerir e demitir trabalhadores para prestação de serviços, exclusivamente, aos seus integrantes, mediante documento registrado em cartório de títulos e documentos. O documento deverá conter a identificação de cada produtor, seu endereço pessoal e o de sua propriedade rural, bem como o respectivo registro no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA ou informações relativas a parceria, arrendamento ou equivalente e a matrícula no Instituto Nacional do Seguro Social – INSS de cada um dos produtores rurais. O consórcio deverá ser matriculado no INSS em nome do empregador a quem hajam sido outorgados os poderes. Os produtores rurais integrantes do consórcio serão responsáveis solidários em relação às obrigações previdenciárias.

A contribuição substitutiva do produtor rural pessoa física será recolhida19: I - pela empresa adquirente, consumidora ou consignatária ou a cooperativa, que ficam sub-rogadas20 no cumprimento das obrigações do produtor rural pessoa física, independentemente de as operações de venda ou consignação terem sido realizadas diretamente com estes ou com intermediário pessoa física, exceto nos casos do inciso III (abaixo); II - pela pessoa física não produtor rural, que fica sub-rogada no cumprimento das obrigações do produtor rural pessoa física, quando adquire produção para venda, no varejo, a consumidor pessoa física; ou III – pelo próprio produtor rural pessoa física caso comercialize sua produção com adquirente domiciliado no exterior, diretamente, no varejo, a consumidor pessoa física, a outro produtor rural pessoa física ou a outro segurado especial. O produtor rural pessoa física continua obrigado a arrecadar e recolher ao Instituto Nacional do Seguro Social a contribuição do segurado empregado e do trabalhador avulso a seu serviço, descontando-a da respectiva remuneração, nos mesmos prazos e segundo as mesmas normas aplicadas às empresas em geral. Vamos a um exemplo: Suponha que um produtor rural pessoa física tenha um empregado cujo salário é de R$ 500,00. O empregador deverá descontar do empregado e recolher o valor de R$ 500,00 x 7,65% = R$ 38,25. Já a parte patronal não será de 20% sobre o salário de seu empregado, como nas empresas em geral. Será de 2,1% sobre a comercialização de sua produção rural. Se o

18 Nota-se que a alíquota de 2,1% é semelhante ao segurado especial, mas esta contribuição nada tem a ver com este tipo de segurado. 19 Art. 200, parágrafo 7o do RPS. 20 Nota-se que o que existe é a sub-rogação e não solidariedade. Portanto, neste caso, fica por conta exclusiva do adquirente da produção rural o recolhimento desta contribuição social.

produtor rural vendeu, naquele mês, R$ 2.000,00 de sua produção ao mercado da cidade, então este mercado deverá reter do produtor rural e recolher o valor de R$ 2.000,00 x 2,1% = R$ 42,00. Vamos supor que naquele mês não houve comercialização da produção rural, então, conseqüentemente, não haverá o recolhimento dos 2,1%. Neste caso, somente a parte descontada do empregado deverá ser recolhida normalmente (pois esta não é contribuição patronal).

4.3.2.2. Produtor Rural Pessoa Jurídica.

É a empresa legalmente constituída que se dedica à atividade agropecuária, pesqueira ou silvicultural, em área urbana ou rural, bem como a extração de produtos primários, vegetais ou animais.

Conforme o art. 25 da Lei 8870/94, com redação dada pela Lei 10.256/01, a contribuição devida à seguridade social pelo empregador, pessoa jurídica, que se dedique à produção rural, em substituição à contribuição patronal sobre a remuneração dos trabalhadores empregados (20%) e o GILRAT (Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa Decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho – 1, 2, ou 3%), é de:

I - dois e meio por cento da receita bruta proveniente da comercialização de sua produção;

II - um décimo por cento da receita bruta proveniente da comercialização de sua produção, para o financiamento da complementação das prestações por acidente de trabalho.

Desta forma, esta contribuição substitutiva será de 2,6% sobre a comercialização de sua produção rural.

A responsabilidade pelo recolhimento desta contribuição social é do próprio Produtor Rural Pessoa Jurídica, não havendo, neste caso, a sub-rogação, como ocorre com o Produtor Rural Pessoa Física.

4.3.2.3. Agroindústria

É o produtor rural pessoa jurídica, cuja atividade econômica é a industrialização de produção própria ou a industrialização de produção própria e adquirida de terceiros, desenvolvendo duas atividades em um mesmo empreendimento econômico com departamentos, divisões ou setores rural e industrial distintos. Por exemplo, uma empresa que planta cana-de-açúcar e produz álcool em sua própria usina.

A contribuição devida pela agroindústria, definida, para os efeitos desta Lei, como sendo o produtor rural pessoa jurídica cuja atividade econômica seja a industrialização de produção própria ou de produção própria e adquirida de terceiros, incidente sobre o valor da receita bruta proveniente da comercialização da produção, em substituição à contribuição patronal sobre a remuneração dos trabalhadores empregados (20%) e o GILRAT (Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa Decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho – 1, 2, ou 3%), é de:

I – 2,5% destinados à Seguridade Social;

II – 0,1% para o financiamento do benefício aposentadoria especial e daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade para o trabalho decorrente dos riscos ambientais da atividade (GILRAT).

Desta forma, esta contribuição substitutiva será de 2,6% sobre a comercialização de sua produção rural.

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Esta forma de contribuição substitutiva não se aplica às operações relativas à prestação de serviços a terceiros, cujas contribuições previdenciárias continuam sendo devidas na forma estabelecida pela regra geral de recolhimento patronal21. Caso isto ocorra, a receita bruta correspondente aos serviços prestados a terceiros será excluída da base de cálculo deste tipo de contribuição substitutiva. Por exemplo, caso uma agroindústria, usina de cana-de-açúcar, preste serviço de industrialização para terceiros, transformando a cana em álcool, estará realizando uma prestação de serviços, sendo esta receita excluída da base de cálculo aqui tratada. A mão-de-obra envolvida nesta tarefa sofrerá incidência de contribuições pela regra geral.

Esta modalidade de contribuição não se aplica às sociedades cooperativas e às agroindústrias de piscicultura, carcinicultura, suinocultura e avicultura.

Não se aplica, também, este regime substitutivo à pessoa jurídica que, relativamente à atividade rural, se dedique apenas ao florestamento e reflorestamento como fonte de matéria-prima para industrialização própria mediante a utilização de processo industrial que modifique a natureza química da madeira ou a transforme em pasta celulósica.

Também, foi excluída a pessoa jurídica que comercializar resíduos vegetais ou sobras ou partes da produção, desde que a receita bruta decorrente dessa comercialização represente menos de um por cento de sua receita bruta proveniente da comercialização da produção.

5. Contribuição sobre a Receita de Concursos de Prognósticos.

A receita de concursos de prognóstico está prevista no art. 195 da Constituição Federal e não é contribuição substitutiva patronal. Até o item 4 (Contribuição da Empresa) estudamos as contribuições previdenciárias, que diz respeito ao objeto do nosso estudo (Direito Previdenciário). A partir deste item estudaremos, brevemente, as demais contribuições sociais (receitas de concursos de prognósticos, Cofins, Pis, CSLL, CPMF). Constitui receita da seguridade social a renda líquida dos concursos de prognósticos, excetuando-se os valores destinados ao Programa de Crédito Educativo22. Consideram-se concurso de prognósticos todo e qualquer concurso de sorteio de números ou quaisquer outros símbolos, loterias e apostas de qualquer natureza no âmbito federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal, promovidos por órgãos do Poder Público ou por sociedades comerciais ou civis. A contribuição de que trata este artigo constitui-se de: I - renda líquida dos concursos de prognósticos realizados pelos órgãos do Poder Público destinada à seguridade social de sua esfera de governo; II - cinco por cento sobre o movimento global de apostas em prado de corridas; e III - cinco por cento sobre o movimento global de sorteio de números ou de quaisquer modalidades de símbolos. Entende-se como: - renda líquida - o total da arrecadação, deduzidos os valores destinados ao pagamento de prêmios, de impostos e de despesas com administração;

21 Art. 22-A, parágrafo 2o da Lei 8212/91. 22 Art. 212 do RPS.

- movimento global das apostas - total das importâncias relativas às várias modalidades de jogos, inclusive o de acumulada, apregoadas para o público no prado de corrida, subsede ou outra dependência da entidade; e - movimento global de sorteio de números - o total da receita bruta, apurada com a venda de cartelas, cartões ou quaisquer outras modalidades, para sorteio realizado em qualquer condição.

6. Receitas de Outras Fontes.

O artigo 27 da Lei 8.212/91, traz outras receitas para a Seguridade Social:

I - as multas, a atualização monetária e os juros moratórios;

II - a remuneração recebida por serviços de arrecadação, fiscalização e cobrança prestados a terceiros. Este inciso está tacitamente revogado pela Lei 11.457/07, art. 3o, parágrafo 4o. Atualmente, a Receita Federal do Brasil é quem arrecada e fiscaliza as contribuições ditas de “terceiros”, são estes, aqueles participantes do sistema “S”, quais sejam: Sesi, Senac, Sesc, Senai, Senar, etc. Por este serviço prestado, é a Receita Federal do Brasil quem recebe 3,5% do montante arrecadado, que será creditado ao “Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização”;

III - as receitas provenientes de prestação de outros serviços e de fornecimento ou arrendamento de bens;

IV - as demais receitas patrimoniais, industriais e financeiras. Por exemplo, receita de aluguel de prédio pertencente ao órgão fiscal;

V - as doações, legados, subvenções e outras receitas eventuais;

VI - 50% (cinqüenta por cento) dos valores obtidos decorrentes de tráfico de entorpecentes e drogas na forma do parágrafo único do art. 243 da Constituição Federal, in verbis:

Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins será confiscado e reverterá em benefício de instituições e pessoal especializados no tratamento e recuperação de viciados e no aparelhamento e custeio de atividades de fiscalização, controle, prevenção e repressão do crime de tráfico dessas substâncias.

VII - 40% (quarenta por cento) do resultado dos leilões dos bens apreendidos pelo Departamento da Receita Federal;

VIII - outras receitas previstas em legislação específica.

As companhias seguradoras que mantêm o seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos automotores de vias terrestres, de que trata a Lei nº 6.194, de dezembro de 1974, deverão repassar à Seguridade Social 50% (cinqüenta por cento) do valor total do prêmio recolhido e destinado ao Sistema Único de Saúde-SUS, para custeio da assistência médico-hospitalar dos segurados vitimados em acidentes de trânsito.

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01. (Auditor Fiscal da Previdência Social – CESPE/UNB – 2003) A cooperativa de produção é uma sociedade cujos associados produzem em comum bens e serviços, detendo, eles mesmos, os meios de produção. A contribuição previdenciária da cooperativa é de 20% sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes individuais que lhe prestam serviço e, caso a atividade exercida pelo cooperado o exponha a agentes nocivos que permitam a concessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de contribuição, respectivamente, serão adicionadas as alíquotas de 12, 9 ou 6 pontos percentuais. 2. (Auditor Fiscal da Previdência Social – CESPE/UNB – 2003) O custeio dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho é feito mediante as contribuições sobre a remuneração paga a qualquer título no decorrer do mês ao segurado empregado, trabalhador avulso e ao contribuinte individual, incidindo um percentual de um, dois ou três pontos percentuais, a depender da atividade preponderante da empresa ter grau de risco leve, médio ou grave, cujas alíquotas podem ser acrescidas de doze, nove ou seis pontos percentuais, respectivamente, caso a atividade exercida pelo segurado, a serviço da empresa, ensejar a concessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de contribuição. 3. (Auditor Fiscal da Previdência Social – CESPE/UNB – 2003) Destina-se à previdência social 50% da receita obtida em relação a todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins que serão utilizados pelo INSS nas ações de prevenção e proteção à saúde, bem como na aplicação para tratamento e recuperação de segurados viciados. 4. (AFPS 2000 - modificado) 0 empregador doméstico não está obrigado a efetuar o desconto e subseqüente recolhimento da contribuição devida pelo empregado doméstico, que deverá ser recolhida pelo próprio trabalhador. Está obrigado, contudo, a recolher a contribuição social a seu cargo, equivalente a 12% do salário-de-contribuição do empregado doméstico, até o dia 15 do mês seguinte ao da competência. Assinale a resposta certa: a) Correta a assertiva b) Incorreta a assertiva, pois o empregador deverá recolher, a seu cargo, 20% do salário-de-contribuição do empregado doméstico c) Incorreta a assertiva, pois o empregador deve recolher, juntamente com a contribuição devida pelo empregado, também, a cota do empregador, que será de 12% do salário-de-contribuição do empregado doméstico d) Incorreta a assertiva, pois o empregador não tem responsabilidade alguma para com o recolhimento do empregado doméstico, por ser este, um contribuinte individual que presta serviços de natureza autônoma a uma família, sem objetivo de lucro

e) Incorreta a assertiva, pois, ao empregador, cabe apenas o desconto da contribuição social devida pelo empregado doméstico 5. (AFPS – 1998 - modificado) Com relação ao financiamento da seguridade social, assinale a alternativa correta: a) 0 valor da contribuição devida pelos bancos comerciais, de investimento ou desenvolvimento, cuja base de cálculo é o total das remunerações pagas ou creditadas a qualquer título aos segurados empregados, é de 22,5%, sendo reduzida a 17,5%, quando se tratarem de pagamentos feitos a empresários, avulsos, autônomos e equiparados. b) As associações desportivas que mantenham equipe de futebol profissional contribuirão com o pagamento de 5% da receita líquida resultante dos espetáculos desportivos de que participem em todo o território nacional, em qualquer modalidade desportiva, inclusive jogos internacionais, computadas as receitas provenientes de quaisquer formas de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, de publicidade, propaganda e transmissão de espetáculos desportivos, cabendo à entidade promotora do evento a responsabilidade pela retenção de tais valores e pelo respectivo recolhimento aos cofres da seguridade, no prazo de quarenta e oito horas após a sua realização. c) As contribuições devidas pelas empresas para custeio dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa proveniente de riscos ambientais do trabalho serão proporcionais ao risco presente em cada uma das atividades preponderantes por elas desenvolvidas e terão como base de cálculo os respectivos faturamentos mensais. d) Os investimentos em programas de prevenção de acidentes. cujos resultados sejam apurados em inspeções, poderão acarretar a redução do percentual das contribuições devidas pelas empresas. e) 0 empregador rural pessoa física contribui para a seguridade, como contribuinte individual, com o equivalente a 2,5% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção e com 0,1% sobre essa mesma base de cálculo para custeio das prestações por acidente de trabalho. 6. (AGU – Procurador Federal – 2004 – modificado) A contribuição a cargo da empresa é de 15% sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhes são prestados por: a) segurado especial em regime de multirão b) cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho c) cooperados por intermédio de cooperativas de produção d) cooperados por intermédio de qualquer espécie de cooperativa e) contribuinte individual por intermédio de empresa mercantil 7 - (Auditor Fiscal da Previdência Social – CESPE/UNB – 2003- modificado) Considere a seguinte situação hipotética. No mês de abril de 2003, Fábio, autônomo, exercendo por conta própria atividade econômica, prestou

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serviço apenas ao Mercado Santana Ltda, recebendo R$ 1.500,00. Nessa situação, do total recebido por Fábio, a empresa deverá descontar o equivalente a 11 %, bem como efetuar o repasse em favor da previdência social. 8. (ESAF - Técnico da Receita Federal – 2006) A Seguridade Social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Será financiada também por contribuições sociais, mas não pela contribuição a) do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício. b) sobre a receita ou o faturamento, relativo a operações de comércio interno, do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei. c) sobre o lucro do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, independentemente de ser sujeito também pelo imposto de renda. d) do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar, independentemente da incidência do imposto de importação que no caso couber. e) sobre os proventos de aposentadoria ou pensão concedidos pelo Regime Geral de Previdência Social ao trabalhador ou demais segurados submetidos a tal regime. 9. (ESAF - Técnico da Receita Federal – 2006) Leia cada um dos assertos abaixo e assinale (V) ou (F), conforme seja verdadeiro ou falso. Depois, marque a opção que contenha a exata seqüência. ( ) A contribuição da União para a Seguridade Social é constituída de recursos adicionais do Orçamento Fiscal. ( ) Os recursos adicionais do Orçamento Fiscal para a Seguridade Social serão fixados obrigatoriamente na lei orçamentária anual. ( ) A União é responsável pela cobertura de insuficiências financeiras da Seguridade Social, quando decorrentes do pagamento de benefícios de prestação continuada da Previdência Social. a) V V V b) F F F c) F V V d) V V F e) F F V

10. (ESAF - Técnico da Receita Federal – 2006) De acordo com os princípios constitucionais da Seguridade Social, é incorreta a seguinte opção: a) não incidirá contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral da Previdência Social de que trata o art. 201 da CF/88. b) poderá ser instituída contribuição social do trabalhador sobre o lucro e o faturamento. c) podem ter alíquotas diferenciadas as contribuições sociais da empresa. d) os entes federados descentralizados têm seu orçamento da Seguridade Social distinto do orçamento da União. e) a transferência de recursos para o Sistema Único de Saúde terá seus critérios definidos em lei. 11. (INSS – TÉC – CESPE – 2003) No caso de empregado doméstico, a contribuição previdenciária do empregador é de 20% sobre a remuneração paga ao empregado, da mesma forma que ocorre com as empresas em geral. 12. (INSS – TÉC – CESPE – 2003) Com exceção da opção pelo recolhimento trimestral de contribuições, o segurado facultativo não pode retroagir sua filiação, estando vedado pagamento de contribuição relativa a competências anteriores à data de sua inscrição e do seu primeiro recolhimento.

13. (AFPS/2003) Considere a seguinte situação hipotética.

Uma sociedade civil constituída de 6 sócios, todos médicos, tem como objeto social prestar serviços de anestesiologia nos centros cirúrgicos dos hospitais e pagou a seus sócios, a título de antecipação dos lucros, R$ 10.000,00 por mês, durante o exercício de 2002, não tendo sido discriminada a remuneração decorrente do trabalho e a proveniente do capital social.

Nessa situação, em relação aos valores distribuídos aos sócios, a contribuição da empresa será de 20% sobre o total das remunerações pagas mensalmente durante o exercício. ( )

14. (Procurador da Fazenda Nacional – ESAF – 2006) Quanto à diversidade da base de financiamento da Seguridade Social é incorreto afirmar que: a) toda a sociedade tem a incumbência de financiar a Seguridade Social, de forma direta ou indireta, nos termos da lei. b) os trabalhadores e demais segurados devem contribuir, não incidindo a contribuição sobre a aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social de que trata o art. 201, da Constituição Federal de 1988.

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c) o importador de bens ou serviços está excluído do custeio da Seguridade Social em razão da inexistência de risco social a ser coberto na atividade que lhe é peculiar, além de não haver base de cálculo contemplada no art. 195, incisos I a IV, da Constituição Federal. d) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados a pessoa física, a receita ou o faturamento e o lucro são bases de cálculo para as contribuições devidas pela empresa ou entidade a ela equiparada. e) a Seguridade Social receberá recursos dos orçamentos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. GABARITO 1- C 2- E 3- E 4- C 5- D 6- B 7- C 8- E 9- A 10- B 11- E 12- C 13- C 14- C

11. Salário-de-Contribuição O salário-de-contribuição representa a base de cálculo da contribuição previdenciária dos segurados empregados, avulsos, empregados domésticos e facultativos. O valor do salário-de-contribuição será utilizado para o cálculo do salário-de-benefício. O salário-de-contribuição, apesar de ser bem parecido com o salário, tem conotação diferenciada deste. O Direito Previdenciário, como ramo autônomo do Direito, considera outras espécies de pagamento como sendo salário-de-contribuição, além do próprio salário, como veremos a diante. A remuneração de natureza indenizatória, em regra, não é salário-de-contribuição. O fato gerador das contribuições previdenciárias sobre a folha de pagamento ocorre, para o segurado empregado e para a empresa, no momento em que a remuneração é paga, creditada ou devida. O salário-maternidade é considerado salário-de-contribuição. Este é o único benefício em que há desconto de contribuição previdenciária. Neste caso, não somente a parte do segurado deve ser descontada, como também, no caso de segurados que prestam serviços a empresas e empregados domésticos, deve ser paga a cota patronal. O limite mínimo do salário-de-contribuição corresponde ao piso salarial, legal ou normativo, da categoria ou, inexistindo este, ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês. O limite máximo do salário-de-contribuição, hoje, é de R$ 2.894,28. 11.1. Salário-de-Contribuição para o Contribuinte Individual. Conforme art. 28, inc. II, da Lei 8.212/91: Entende-se por salário-de-contribuição para o contribuinte individual: a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês, observado o limite máximo, que hoje, é de R$ 2894,28. O salário-de-contribuição para o segurado contribuinte individual será todo valor auferido por ele, observado o limite máximo. Não há que se falar em parcelas integrantes ou não integrantes, pois, em regra, tudo o que receber das empresas, a qualquer título, inclusive sob a forma de utilidades, será considerado salário-de-contribuição, uma vez que este segurado deve arcar com seus riscos profissionais e econômicos. Por exemplo, se um eletricista, contribuinte individual, que presta serviços a uma empresa receber R$ 200,00 pela mão-de-obra, mais R$ 20,00 pelo almoço, mais R$ 5,00 pelo transporte, o valor do salário-de-contribuição será a somatória dos valores recebidos: R$ 225,00. Como estudamos no item 4.1 deste capítulo, a remuneração paga ou creditada a condutor autônomo de veículo rodoviário, ou ao auxiliar de condutor autônomo de veículo rodoviário, em automóvel cedido em regime de colaboração, nos termos da Lei nº 6.094, de 30 de agosto de 1974, pelo frete, carreto ou transporte de passageiros, realizado por conta própria, corresponde a 20% do rendimento bruto. Da mesma forma, o salário-de-contribuição deste contribuinte individual corresponderá a 20% do rendimento bruto, observado, logicamente, o limite máximo. Já no caso do ministro de confissão religiosa, membros de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa, não se considera remuneração direta ou

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indireta os valores despendidos pelas entidades religiosas e instituições de ensino vocacional com ministro de confissão religiosa, membros de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa em face do seu mister religioso ou para sua subsistência, desde que fornecidos em condições que independam da natureza e da quantidade do trabalho executado. 23 Segundo Ibrahim24, O ministro de confissão religiosa ou pastor, como segurado obrigatório, deverá efetuar seu recolhimento mensalmente, independente da exclusão do recolhimento da instituição religiosa. Caso os valores percebidos pela entidade não sejam considerados como salário-de-contribuição, ainda caberá o recolhimento sobre o salário-mínimo, que é o limite menor do salário-de-contribuição para qualquer contribuinte individual. Em verdade, o salário-mínimo é o valor mínimo obrigatório para o recolhimento deste contribuinte individual. Entretanto, não há o que impeça este tipo de segurado recolher por valor maior, cujo limite é o teto de R$ 2.894,28. Entretanto, se os valores forem fornecidos em condições que dependam da natureza e da quantidade do trabalho executado, serão considerados salário-de-contribuição. Por exemplo, se um padre, segurado contribuinte individual, receber um valor fixo por casamento celebrado ou um percentual sobre os donativos arrecadados na missa, serão estes considerados salário-de-contribuição. 11.2. Salário-de-Contribuição para o Empregado Doméstico. Entende-se por salário-de-contribuição para o empregado doméstico: a remuneração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Social, observadas as normas a serem estabelecidas em regulamento para comprovação do vínculo empregatício e do valor da remuneração.25 O empregador doméstico é quem tem a obrigação dos recolhimentos deste segurado. Este patrão não tem a obrigatoriedade de apresentação da Guia de pagamento do FGTS e informações à Previdência Social - GFIP. Desta forma, o que fará prova do salário-de-contribuição, muitas vezes, será a Carteira de Trabalho. Sendo assim, para o segurado empregado doméstico que, tendo satisfeito as condições exigidas para a concessão do benefício requerido, não comprovar o efetivo recolhimento das contribuições devidas, será concedido o benefício de valor mínimo, devendo sua renda ser recalculada quando da apresentação da prova do recolhimento das contribuições26. 11.3. Salário-de-Contribuição para o Segurado Facultativo Entende-se por salário-de-contribuição para o segurado facultativo: o valor por ele declarado, observado o limite mínimo de um salário mínimo e o máximo, hoje de R$ 2.894,28. O segurado facultativo é quem escolhe quanto contribuir dentro da faixa dos valores mínimo e máximo. É óbvio que quanto maiores forem os salários-de-contribuição escolhidos, em tese, serão maiores os salários-de-benefício. 11.4. Salário-de-Contribuição para o Segurado Empregado e o Avulso. Conforme art. 28, inc. I, da Lei 8.212/91:

23 Art. 214, parágrafo 16o do RPS. 24 IBRAHIM, Fábio Zambitte. Op.Cit. p.298. 25 Art. 28, inc. II, da Lei 8.212/91. 26 Art. 36, da Lei 8.213/91.

Entende-se por salário-de-contribuição para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. O termo remuneração é mais amplo que salário. Salário é a parte fixa da remuneração em decorrência do contrato de trabalho. Já, remuneração constitui o salário, que é a parte fixa, mais gorjetas, gratificação pelas vendas, adicional de férias e outras rubricas que representam a parte variável da remuneração. Verifica-se que para incidência do fato gerador não é necessário o pagamento, bastando, se for o caso, que o salário-de-contribuição seja devido, para que tal ocorra. A lei prevê que será salário-de-contribuição os rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título. Assim, não importa qual a denominação dada à remuneração. Em regra, não sendo indenização e não enquadrando-se em “parcelas não-integrantes do salário-de-contribuição”, o valor pago, devido ou creditado será salário-de-contribuição. Por exemplo, se uma empresa paga a seu empregado um “auxílio-fim-de-semana” no valor de R$ 100,00 para que este possa gastar como queira em diversões e passeios com a família. Em verdade, estará caracterizado uma remuneração em que incide o salário-de-contribuição. Segundo Ibrahim: A lei também faz expressa menção à irrelevância do título do pagamento feito aos segurados empregados e avulsos, ou seja, em sendo o valor pago retribuição pelo trabalho do segurado, ter-se-á configurada a remuneração. É expediente comum algumas empresas tentarem camuflar o salário-de-contribuição e, por conseqüência, sua própria base de cálculo, com denominações criativas que induzem à conclusão de que tais valores são indenizatórios ou ressarcitórios. O que vale é a realidade dos fatos, não a denominação adotada. Considera-se salário-de-contribuição, para o segurado empregado e trabalhador avulso, na condição de dirigente sindical, a remuneração efetivamente auferida na entidade sindical ou empresa de origem27. O limite mínimo do salário-de-contribuição do menor aprendiz corresponde à sua remuneração mínima definida em lei. 11.4.1. Parcelas integrantes do Salário-de-Contribuição Não existe uma lista exaustiva das parcelas integrantes do salário-de-contribuição. Pois, em regra, os valores pagos, devidos ou creditados com natureza remuneratória integrarão o salário-de-contribuição. O § 11, art. 201 da Constituição Federal diz que: “Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e conseqüente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei.”. Assim, em regra, os ganhos habituais serão considerados salários-de-contribuição, desde que a lei não o exclua, como

27 Art. 28, parágrafo 10, da Lei 8.212/91.

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veremos a diante em “parcelas não integrantes do salário-de-contribuição”, no item 11.4.2. Algumas situações que poderiam ensejar dúvidas são expressamente expostas pela lei: A - O décimo-terceiro salário (gratificação natalina) integra o salário-de-contribuição, exceto para o cálculo de benefício. Orientação do STF, Súmula 688: - É LEGÍTIMA A INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE O 13º SALÁRIO. Hoje é assunto pacífico, incide, sim, contribuição previdenciária sobre o 13o salário. Mesmo que não seja integrante para o cálculo de benefício. Mas, pelo fato de o sistema de arrecadação obedecer ao princípio da solidariedade de repartição simples, deve haver a incidência sobre esta rubrica para que, com as contribuições sobre o 13o salário dos ativos de hoje, custeiem os benefícios dos aposentados e pensionistas de hoje. B - O total das diárias pagas, quando excedente a cinqüenta por cento da remuneração mensal28. Quando o empregado viaja a serviço da empresa, é pago diárias para indenizar os valores referentes aos gastos com alimentação, hotel, transporte, etc. Segundo Martins29, Distinguem-se as diárias das despesas de viagem. Nestas o pagamento feito pelo empregador é, na verdade, o reembolso exato das despesas gastas pelo empregado na viagem, mediante a prestação de contas. As diárias, porém, não ficam subordinadas à comprovação do valor gasto pelo empregado na viagem, recebendo o obreiro um valor estipulado pelo empregador, que tenha desembolsado mais do que o recebido, quer menos. Desta forma, como não há, necessariamente, comprovação de gastos, caso não houvesse limites, poderia ocorrer pagamento salário de fato, mas camuflado como se diárias fossem. Assim, a Lei 8.212/91 limitou as diárias em 50% da remuneração mensal. C - O salário-maternidade é considerado salário-de-contribuição. Este é o único benefício em que há desconto de contribuição previdenciária. Como explicado no item 11, acima. 11.4.2. Parcelas Não-Integrantes do Salário-de-Contribuição. Vamos, agora, estudar as parcelas não-integrantes. Segundo o autor Vieira30, a relação que está na lei é exaustiva, por estar nesta lei, somente por previsão legal, que, ao contrário das parcelas integrantes, apresenta um rol exaustivo, segundo a letra da lei, onde consta a palavra “exclusivamente”. Já, Ibrahim31 afirma ser “impossível a previsão da legislação de todas as parcelas excluídas do salário-de-contribuição, sendo a antevisão legal meramente exemplificativa”. Concordo com a visão de Ibrahim, pois, devido à possibilidade de muitos casos práticos ocorrerem, poderíamos ter situações não contempladas pela legislação.

28 Art. 28, parágrafo 8o, “a”, da Lei 8.212/91. 29 MARTINS, Sérgio Pinto. Op. Cit. p.151. 30 VIEIRA, Marco André Ramos. Manual de Direito Previdenciário. p.154. 31 IBRAHIM, Fábio Zambitte. Op.Cit. p .284

Conforme o art. 28, parágrafo 9o, da Lei 8.212/91: “Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente:” a) os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, salvo o salário-maternidade. Nenhum benefício, com exceção do salário-de-maternidade, é descontado contribuições previdenciárias. Como por exemplo aposentadorias, auxílio-doença, auxílio-reclusão. Não teria sentido descontar as parcelas dos benefícios dos segurados no momento que ele mais necessita, isto fugiria ao princípio da soidariedade. b) as ajudas de custo e o adicional mensal recebidos pelo aeronauta nos termos da Lei nº 5.929, de 30 de outubro de 1973. Para efeito de transferência, provisória ou permanente, considera-se base do aeronauta a localidade onde o mesmo está obrigado a prestar serviços e na qual deverá ter domicílio. Entende-se como: - transferência provisória, o deslocamento do aeronauta de sua base, por período inferior ou igual a cento e vinte dias para prestação de serviços temporários, sem mudança de domicílio, a qual retorna tão logo cesse a incumbência que lhe foi cometida; - transferência permanente o deslocamento, com mudança do domicílio, do aeronauta de sua base, que passa a ser outra, por período superior a cento e vinte dias. No caso de transferência provisória, o empregador é obrigado a pagar ao aeronauta, além do salário, um adicional mensal, nunca inferior a vinte e cinco por cento do salário recebido na base. Na transferência permanente, o aeronauta, além do salário, terá assegurado o pagamento de uma ajuda de custo, nunca inferior ao valor de quatro meses de salário, para indenização de despesas de mudança e instalação na nova base, bem como o seu transporte, por conta da empresa, nele compreendidas a passagem e a translação da respectiva bagagem. c) a parcela "in natura" recebida de acordo com os programas de alimentação aprovados pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, nos termos da Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976 O Decreto 05/91 é quem regulamenta o Programa de Alimentação ao Trabalhador (PAT). É imprescindível que a empresa faça parte deste programa (PAT) para que esta rubrica não integre o salário-de-contribuição. Importante, também, é que o trabalhador deverá receber a alimentação “in natura”, ou seja, por meio de refeições, cesta básica ou tickets, porém, jamais, por meio de pagamento em dinheiro ou crédito, pois isto configurará salário indireto vindo integrar o salário-de-contribuição. Nos Programas de Alimentação do Trabalhador (PAT), previamente aprovados pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, a parcela paga “in-natura” pela empresa não tem natureza salarial, não se incorpora à remuneração para quaisquer efeitos, não constitui base de incidência de contribuição previdenciária ou do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e nem se configura como rendimento tributável do trabalhador. A participação do trabalhador fica limitada a 20% (vinte por cento) do custo direto da refeição. Os trabalhadores de renda mais elevada poderão ser incluídos no programa de alimentação, desde que esteja garantido o atendimento da totalidade dos trabalhadores contratados pela pessoa jurídica beneficiária que percebam até 5 (cinco) salários-mínimos .

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d) as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor correspondente à dobra da remuneração de férias de que trata o art. 137 da Consolidação das Leis do Trabalho-CLT. É importante acentuar que somente as férias indenizadas e o adicional constitucional de 1/3 respectivo é que não integram o salário-de-contribuição. Pois, as férias gozadas pelo segurado, assim como os 1/3 constitucionais, integram a remuneração. As férias normais são concedidas nos 12 meses subseqüentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito; caso contrário o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração. Isto é chamado de “dobra da remuneração de férias”, que é uma espécie de indenização, e que, como tal, não integra o salário-de-contribuição. e) as importâncias32: 1. previstas no inciso I do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias; Esta importância é uma indenização que diz respeito à multa de rescisão do contrato de trabalho decorrente de despedida arbitrária ou sem justa causa do empregado. O valor que o empregado despedido nessas circunstâncias recebe, equivale a 40% dos depósitos efetuados na conta do FGTS do trabalhador demitido. 2. relativas à indenização por tempo de serviço, anterior a 5 de outubro de 1988, do empregado não optante pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço-FGTS; Antes da atual Constituição Federal, promulgada em 05 de outubro de 1988, havia a possibilidade do empregado optar pela estabilidade de emprego quando este contasse com mais de 10 anos de serviço na mesma empresa (sem recolhimento ao FGTS) ou optar pelo recolhimento da empresa ao FGTS. Caso este empregado, que não fez a opção pelo FGTS e tem estabilidade de emprego, for demitido sem justa causa, ele deverá receber uma indenização que não integrará o salário-de-contribuição. 3. recebidas a título da indenização de que trata o art. 479 da CLT; Nos contratos que tenham um termo (limite final) estipulado, o empregador que, sem justa, despedir o empregado, será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e por metade, a remuneração a que teria direito até o termo (final) do contrato. 4. recebidas a título da indenização de que trata o art. 14 da Lei nº 5.889, de 8 de junho de 1973; Esta indenização diz respeito ao contrato de safra feito no âmbito do trabalho rural. Considera-se contrato de safra o que tenha sua duração dependente de variações estacionais da atividade agrária. Expirado normalmente o contrato, mas se houver necessidade de continuar o trabalho por mais algum período, a empresa pagará ao safrista, a título de indenização do tempo de serviço, importância correspondente a 1/12 (um doze avos) do salário mensal,

32 As situações desta alínea “e” constituem indenizações em virtude do contrato de trabalho.

por mês de serviço ou fração superior a 14 (quatorze) dias. 5. recebidas a título de incentivo à demissão. Ocorre que em plano de demissão voluntária o empregado recebe uma parcela a título de incentivo à demissão. Estes valores não integram o salário-de-contribuição, desde que devidamente comprovados. 6. recebidas a título de abono de férias na forma dos arts. 143 e 144 da CLT. É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes. É o caso em que o empregado “vende” as férias. O abono de férias do empregado, bem como o concedido em virtude de cláusula do contrato de trabalho, do regulamento da empresa, de convenção ou acordo coletivo, desde que não excedente de vinte dias do salário, não integrarão a remuneração do empregado para os efeitos previdenciários. 7. recebidas a título de ganhos eventuais e os abonos expressamente desvinculados do salário. São valores pagos eventualmente, que não há regularidade e que devem ser expressamente desvinculados do salário. Porém a definição deste item é muito vaga, ensejando, infelizmente, fraudes no sistema securitário, pela vasta interpretação que pode causar este mandamento legal. 8. recebidas a título de licença-prêmio indenizada. A licença prêmio é muito pouco empregada na iniciativa privada. Mas, uma empresa poderia conceder um período de afastamento sem prejuízo da remuneração àqueles que alcançassem determinado período de tempo de serviço prestado à empresa. Por exemplo, uma empresa poderia conceder a seus empregados uma licença-prêmio de 3 meses (sempre remunerada) a cada 5 anos de serviço. Entretanto, o empregado poderia “vender” este período ou parte deste, recebendo, assim, a licença-prêmio indenizada. O que não integra o salário-de-contribuição. Mas, caso contrário, se o empregado gozasse, de fato, a licença-prêmio de 3 meses, neste caso, não há que se falar em indenização, e, conseqüentemente haveria incidência de contribuições previdenciárias sobre esta. 9 recebidas a título da indenização de que trata o art. 9º da Lei nº 7.238, de 29 de outubro de 1984. O empregado dispensado, sem justa causa, no período de 30 (trinta) dias que antecede a data de sua correção salarial, terá direito à indenização adicional equivalente a um salário mensal, seja ele optante ou não pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS. Por exemplo, suponha que os empregados de uma determinada empresa terão aumento de 40% sobre seus salários no dia 01/05/2008. E suponha que um empregado é dispensado sem justa causa no dia 10/04/2008. Neste caso, este fará jus a indenização

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equivalente a um salário mensal, que não integrará o salário-de-contribuição. f) a parcela recebida a título de vale-transporte, na forma da legislação própria. A “legislação própria”, de que fala esta alínea, encontra-se na Lei nr. 7.418/85, regulamentada pelo Decreto nr. 95.247/87. É importante que o pagamento seja efetuado conforme consta em lei para que seja considerado parcela não-integrante do salário-de-contribuição. É vedado ao empregador substituir o Vale-Transporte por antecipação em dinheiro ou qualquer outra forma de pagamento, salvo no caso de falta ou insuficiência de estoque de Vale-Transporte, necessário ao atendimento da demanda e ao funcionamento do sistema. Neste caso o empregado será ressarcido pelo empregador, na folha de pagamento imediata, da parcela correspondente, quando tiver efetuado, por conta própria, a despesa para seu deslocamento. g) a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de mudança de local de trabalho do empregado, na forma do art. 470 da CLT. A ajuda de custo é o valor recebido para cobrir os gastos referente ao pagamento de passagens do trabalhador e da família, transporte da mudança, etc., em virtude de mudança de local de trabalho do empregado. h) as diárias para viagens, desde que não excedam a 50% (cinqüenta por cento) da remuneração mensal. Abordamos o assunto “diárias para viagens” no item 11.4.1. acima. Desde que não excedam a 50% da remuneração mensal é que não-integrará o salário-de-contribuição. i) a importância recebida a título de bolsa de complementação educacional de estagiário, quando paga nos termos da Lei nº 6.494, de 7 de dezembro de 1977. Vimos que o bolsista e o estagiário, em acordo com a Lei 6.696/77 não é considerado segurado obrigatório do RGPS. Conseqüentemente, as importâncias recebidas em acordo com a referida Lei não integra o salário-de-contribuição. j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica; A Lei 10.101/00 é a que regula a participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa como instrumento de integração entre o capital e o trabalho e como incentivo à produtividade, nos termos do art. 7o, inciso XI, da Constituição Federal. A participação nos lucros ou resultados é objeto de negociação entre a empresa e seus empregados. Esta participação não substitui ou complementa a remuneração devida a qualquer empregado, nem constitui salário-de-contribuição. A participação nos lucros não deve ser paga com habitualidade. Portanto, para que esta parcela não integre o salário-de-contribuição, é vedado o pagamento de qualquer antecipação ou distribuição de valores a título de participação nos lucros ou resultados da empresa em periodicidade inferior a um semestre civil, ou mais de duas vezes no mesmo ano civil. Caso contrário,

se for pago, por exemplo, trimestralmente, será considerado salário-de-contribuição. l) o abono do Programa de Integração Social-PIS e do Programa de Assistência ao Servidor Público-PASEP. Estudamos no item 6.2 deste capítulo que o abono do PIS-PASEP constitui-se em um pagamento aos empregados que percebam de empregadores que contribuem para o PIS/PASEP, até dois salários mínimos de remuneração mensal, sendo assegurado o pagamento de um salário mínimo anual. Portanto, este abono do PIS-PASEP, no valor de um salário mínimo anual, não é um valor pago pelo empregador, mas, sim, pago pelo próprio sistema. Sendo assim, não integra o salário-de-contribuição. m) os valores correspondentes a transporte, alimentação e habitação fornecidos pela empresa ao empregado contratado para trabalhar em localidade distante da de sua residência, em canteiro de obras ou local que, por força da atividade, exija deslocamento e estada, observadas as normas de proteção estabelecidas pelo Ministério do Trabalho. Para que o transporte, alimentação e habitação fornecidos pela empresa não seja integrante do salário-de-contribuição, o empregado deve cumprir os seguintes requisitos: - trabalhar em canteiro de obras ou local que, por força da atividade, exija deslocamento ou estada; - ser localidade distante de sua residência; - observada as normas de proteção estabelecidas pelo Ministério do Trabalho. n) a importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio-doença, desde que este direito seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa. Quando estudarmos os benefícios previdenciários no item xxxxx, veremos que “o auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.33” O auxílio-doença consiste numa renda mensal correspondente a 91% (noventa e um por cento) do salário-de-benefício. Desta forma, dificilmente um segurado receberia um valor de auxílio-doença semelhante a seu salário atual. De modo que, algumas empresas pagam a diferença que venha ocorrer entre o salário atual e os valores recebidos a título deste benefício pela previdência. Esta complementação paga não integrará o salário-de-contribuição se este direito for extensivo a todos os empregados desta empresa. o) as parcelas destinadas à assistência ao trabalhador da agroindústria canavieira, de que trata o art. 36 da Lei nº 4.870, de 1º de dezembro de 1965. Segue abaixo, o artigo 36 da Lei 4.870/65: Ficam os produtores de cana, açúcar e álcool obrigados a aplicar, em benefício dos trabalhadores industriais e agrícolas das usinas, destilarias e fornecedores, em serviços de assistências médica, hospitalar, farmacêutica e social, importância correspondente no mínimo, às seguintes percentagens:

33 Lei 8213/91, art. 59.

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a) de 1% (um por cento) sobre preço oficial de saco de açúcar de 60 (sessenta) quilos, de qualquer tipo, revogado o disposto no art. 8º do Decreto-lei nº 9.827, de 10 de setembro de 1946; de 1% (um por cento) sobre o valor oficial da tonelada de cana entregue, a qualquer título, às usinas, destilarias anexas ou autônomas, pelos fornecedores ou lavradores da referida matéria; de 2% (dois por cento) sobre o valor oficial do litro de álcool de qualquer tipo produzido nas destilarias. Desta forma, os benefícios assistenciais médicos, hospitalares, farmacêuticos e sociais, recebidos pelos trabalhadores da agroindústria canavieira, conforme a Lei 4.870/65, não integram o salário-de-contribuição. p) o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a programa de previdência complementar, aberto ou fechado, desde que disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da CLT. As empresas podem patrocinar programa de previdência complementar a seus empregados. Mas, para que esta parcela não integra o salário-de-contribuição, deverá ser disponível a todos os empregados e dirigentes. Por exemplo, se determinada empresa oferecer o programa de previdência complementar a apenas os funcionários que trabalham na parte administrativa, deixando de fora os operários da produção, então a parcela patrocinada pela empresa será tida como salário-de-contribuição. q) o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da empresa ou por ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, despesas médico-hospitalares e outras similares, desde que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa. O mesmo raciocínio para a alínea anterior aplica-se nesta. Qualquer tipo de assistência médica ou odontológica deve abranger TODOS os empregados e dirigentes da empresa. Caso contrário será considerado salário-de-contribuição. r) o valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao empregado e utilizados no local do trabalho para prestação dos respectivos serviços. Os uniformes de trabalho, equipamentos de proteção e outros acessórios são de fornecimento obrigatório pela empresa, quando exigido por esta ou pela legislação. Desta forma, eles são exigidos para a realização do trabalho e não significa uma contraprestação pelo trabalho. Assim, esta parcela não integra o salário-de-contribuição. s) o ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado e o reembolso creche pago em conformidade com a legislação trabalhista, observado o limite máximo de seis anos de idade, quando devidamente comprovadas as despesas realizadas. Esta alínea traz duas situações: - o ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado: esta é um ressarcimento de despesas, no qual a empresa paga um valor referente ao combustível e

manutenção utilizados no veículo de propriedade do empregado. - o reembolso creche: limitado a seis anos de idade, é uma valor pago aos empregados, em empresas que não mantêm creches. Ambas situações, não integrarão o salário-de-contribuição, desde que pago em conformidade com a legislação trabalhista e devidamente comprovadas as despesas realizadas. t) o valor relativo a plano educacional que vise à educação básica, nos termos do art. 21 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e a cursos de capacitação e qualificação profissionais vinculados às atividades desenvolvidas pela empresa, desde que não seja utilizado em substituição de parcela salarial e que todos os empregados e dirigentes tenham acesso ao mesmo. A Lei 9.394/96 estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. A educação escolar compõe-se de34: I - educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio (...). Neste caso, devido à importância da educação básica em nosso país, se a empresa patrocinar plano educacional que vise à educação básica a seus empregados, não será considerado salário-de-contribuição. Percebe-se que a Lei contemplou apenas a educação básica. Assim, se o valor pago pela empresa for relativo à educação superior, este será considerado como salário-de-contribuição. Da mesma forma, podem ser pagos cursos de capacitação e qualificação profissionais. Porém, neste último caso, há algumas condições: - o curso deve ser vinculados às atividades desenvolvidas pela empresa. Por exemplo, um curso de atendimento telefônico numa empresa de tele-marketing. - o valor do curso não deve ser utilizado em substituição de parcela salarial. Sendo assim, a empresa não pode abater o valor do curso pago, no salário do empregado. - todos os empregados e dirigentes tenham acesso ao curso. Apesar de que não necessariamente todos farão o curso, a empresa deve estender o acesso a todos. u) a importância recebida a título de bolsa de aprendizagem garantida ao adolescente até quatorze anos de idade, de acordo com o disposto no art. 64 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. A Lei 8.069/90 Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente. O artigo 64 traz que: “Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa de aprendizagem.” Esta bolsa é uma espécie de incentivo a tal aprendizagem. Portanto, não é salário-de-contribuição. v) os valores recebidos em decorrência da cessão de direitos autorais. A Lei 9.610/98 é a que consolida a legislação sobre direito autoral. Os direitos autorais reputam-se, para os efeitos legais, bens móveis. A cessão total ou parcial dos direitos de autor, que se fará sempre por escrito, presume-se onerosa. Assim, os valores recebidos em decorrência da cessão de direitos autorais não corresponde a salário, mas, sim a um negócio jurídico de compra e venda. Desta forma, não integra o salário-de-contribuição.

34 Art. 21 da Lei 9.394/96.

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x) o valor da multa prevista no § 8º do art. 477 da CLT. Trata-se de multa devida ao empregado pelo atraso no

pagamento das verbas rescisórias no valor do seu salário. Por ser uma multa, penalidade, não tem natureza salarial; portanto não integra o salário-de-contribuição. 11.5. Proporcionalidade Quando a admissão, a dispensa, o afastamento ou a falta do empregado ocorrer no curso do mês, o salário-de-contribuição será proporcional ao número de dias de trabalho efetivo, na forma estabelecida em regulamento35. Assim, há de se observar a quantidade de dias efetivamente trabalhadas para calcular o salário-de-contribuição, observando-se esta proporcionalidade. Neste caso, o salário-de-contribuição será a remuneração efetivamente paga, devida ou creditada. 11.6. Reajustamento Os salários-de-contribuição sofrem reajustamento, conforme previsão legal. Segundo artigos 20 e 21, em seus parágrafos 1o da Lei 8212/91: “Os valores do salário-de-contribuição serão reajustados, a partir da data de entrada em vigor desta Lei, na mesma época e com os mesmos índices que os do reajustamento dos benefícios de prestação continuada da Previdência Social.” E, conforme RPS, Art. 40, que trata sobre o reajustamento dos benefícios: “É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real da data de sua concessão. § 1o Os valores dos benefícios em manutenção serão reajustados, anualmente, na mesma data do reajuste do salário mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do último reajustamento, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.” 11.7. Salário Base

35 Art. 214, parágrafo 1o, do RPS.

O contribuinte individual antigamente contribuía através do que era conhecido como “Salário-Base”, que funcionava como espécie de remuneração fictícia, desvinculada da verdadeira remuneração do contribuinte individual. O salário-base era considerado o salário-de-contribuição dos contribuintes individuais e segurados facultativos.

ESCALA DE SALÁRIOS — BASE

CLASSE SALÁRIO - BASE

NÚMERO MÍNIMO DE MESES DE PERMANÊNCIA EM CADA CLASSE (INTERSTÍCIOS)

1 R$ 120,00 12

2 R$ 206,37 12

3 R$ 309,56 24

4 R$ 412,74 24

5 R$ 515,93 36

6 R$ 619,12 48

7 R$ 722,30 48

8 R$ 825,50 60

9 R$ 928,68 60

10 R$ 1.031,87 -

A- Enquadramento O salário-base era considerado o salário-de-contribuição que enquadrava os contribuintes individuais e segurados facultativos. A Lei 9876/99 previu a extinção gradativa do salário-base. Os segurados contribuintes individuais (à época denominados: segurados empresário, autônomo ou a ele equiparado), facultativos e segurado especial que contribui facultativamente como contribuinte individual, filiados até 28/11/99 entraram em uma “regra de transição”; até que a Lei 10.666/03 extinguiu de vez o salário-base. B- Fracionamento Existia uma tabela que fracionava o enquadramento por classes, como a seguinte36: C- Progressão De modo geral, o segurado ingressava na classe inicial, mesmo que sua efetiva remuneração fosse superior ao salário mínimo. A progressão para as classes seguintes era voluntária, não sendo o segurado obrigado a progredir na tabela. Entretanto, a progressão não poderia ser feita a qualquer momento, mas somente para os segurados que tivessem cumprido o interstício, isto é, o número mínimo de meses de permanência em cada classe. A lei determinava que o segurado deveria permanecer certo lapso temporal em uma classe, antes de possibilitar sua progressão. O tempo de permanência era variável de uma classe a outra, indo de 12 a 60 meses. Como requisito adicional, o segurado deveria estar com suas contribuições em dia para possibilitar a progressão. Por ser totalmente desvinculado da efetiva remuneração do trabalhador, o segurado poderia progredir na tabela, ainda que sua remuneração não tivesse se alterado ou, mesmo, reduzido. A importância do interstício era evitar fraudes ao sistema previdenciário, pois caso não houvesse tal interstício, os segurados poderiam contribuir sobre o mínimo pela maior parte de vida laboral, vindo a aumentar a contribuição para o máximo nos três últimos anos, que era, em regra, o período abrangido pelo cálculo do benefício, também alterado pela Lei nº 9.876/99. D. Regressão O segurado que contribuía conforme o salário-base poderia regredir de classe. Sobre regressão, a Lei 8212/91, em seu, hoje, revogado parágrafo 12 do art. 29, previa: “O segurado em dia com as contribuições poderá regredir na escala até a classe que desejar, devendo, para progredir novamente, observar o interstício da classe para a qual regrediu e os das classes seguintes, salvo se tiver cumprido anteriormente todos os interstícios das

36 Tabela com a redação da Lei 9528/97, que alterou o art. 29 (revogado) da Lei 8212/91.

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classes compreendidas entre aquela para a qual regrediu e à qual deseja retornar.” O Salário-Base e a IN 20/2007. A seguir passamos a transcrever os artigos 49 e 50 da IN INSS/PRES 20/2007 que trata do salário base no período de transitoriedade que vai de 29 de novembro de 1999 a 31 de março de 2003. Art. 49. No período de 29 de novembro de 1999 a 31 de março de 2003, deverá ser observada a tabela de interstícios da escala de salário base, conforme a tabela constante do Anexo XVII desta Instrução Normativa. TABELA37 DE SALÁRIO BASE A PARTIR DE 29/11/1999

V – durante a vigência da tabela de transitoriedade, para o segurado que se encontra em atraso, não será permitida a progressão ou regressão na escala de salários base, dentro do período de débito; VI – durante a transitoriedade e após a extinção dela, os débitos apurados segundo a legislação vigente, a partir de abril de 1995, devem ser calculados com base na última classe recolhida, imediatamente anterior à competência em débito, sendo que, para as competências em débito a partir de dezembro de 1999, tratando-se de classe inicial, o contribuinte poderá optar por qualquer valor entre o limite mínimo e o máximo da classe vigente; e VII – após a extinção da escala de salários base, entende-se por salário-de-contribuição, para os segurados contribuinte individual, facultativo e segurado especial, com contribuição facultativa, o disposto nos incisos III e VI do art. 214 do RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/1999. § 1º Com o advento da Medida Provisória nº 083, de 13 de dezembro de 2002, publicada em 13 de dezembro de 2002, convalidada pela Lei nº 10.666, publicada em 9 de maio de 2003, a partir de 1º de abril de 2003 (efeito retroativo), fica extinta a escala transitória de salário base, utilizada para fins de enquadramento e fixação do salário-de-contribuição dos contribuintes individual e facultativo filiados ao RGPS, estabelecida pela Lei nº 9.876, de 26 de novembro de 1999. (INSS – TÉC – CESPE – 2003) Cláudio, contador de

PERÍODO 29/11/1999 a 31/5/2000 Classe Salário

base (R$)

De 12/1999 a 11/2000

De 12/2000 a 11/2001

De 12/2001 a 11/2002

De 12/2002 a 3/2003

A partir de 1º/4/2003

1 136,00 - - - - - 2 251,06 - - - - - 3 376,60 12 - - - - 4 502,13 12 - - - - 5 627,66 24 12 - - - 6 753,19 36 24 12 - - 7 878,72 36 24 12 - - 8 1.004,26 48 36 24 12 - 9 1.129,79 48 36 24 12 - 10 1.255,32 - - - - -

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Art. 50. Para os segurados filiados até 28 de novembro de 1999, véspera da publicação da Lei nº 9.876, que estavam contribuindo pela escala de salários base, na condição de segurados empresário, autônomo ou a ele equiparado, facultativo ou segurado especial que contribui facultativamente, e que voluntariamente efetuarem complementação dos recolhimentos a partir da data de publicação da Orientação Normativa nº 5, de 23 de dezembro de 2004, observar-se-á o seguinte: I – havendo extinção de uma determinada classe, a classe subseqüente será considerada inicial, cujo salário base de contribuição variará entre o valor correspondente ao limite mínimo de contribuição e o da nova classe inicial; II – aplicam-se os novos prazos de permanência nas classes, facultando-se a progressão para a classe seguinte, se o contribuinte já tiver cumprido, na classe em que se encontra, o número mínimo de meses estabelecidos na tabela transitória; III – a partir da competência dezembro de 1999, para fins de cômputo de interstícios, utilizar-se-ão as contribuições efetivamente recolhidas, mesmo que tais contribuições tenham sido recolhidas com base em valores variáveis entre o limite mínimo e o valor da nova classe inicial; IV – é facultada a progressão para a classe imediatamente superior, quando o contribuinte já tiver cumprido o novo interstício estabelecido na tabela de transitoriedade, ainda que as contribuições tenham sido realizadas com base em classes extintas;

37 Tabela do anexo XVII da IN 20/07.

uma empresa atacadista, está elaborando um manual de orientação para as pessoas que o ajudam a confeccionar a folha de pagamento da empresa. A respeito dessa situação hipotética, julgue os itens de 01 a 06, correspondentes às orientações que Cláudio está redigindo para incluir no manual. 01. (INSS – TÉC – CESPE – 2003) Sobre despesas com alimentação, habitação e transporte fornecidos pela empresa ao empregado contratado para trabalhar em localidade distante da sua residência, em canteiro de obras ou local que, por força da atividade, exija deslocamento e estada, observadas as normas de proteção estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego, não incide contribuição previdenciária. 02. (INSS – TÉC – CESPE – 2003) Sobre o abono de férias — valor correspondente à conversão em dinheiro de um terço das férias —, incide contribuição previdenciária. 03. (INSS – TÉC – CESPE – 2003) Sobre o aviso prévio trabalhado incide contribuição previdenciária. 04. (INSS – TÉC – CESPE – 2003) Incide contribuição previdenciária sobre os valores correspondentes a adicionais de insalubridade, de periculosidade, por trabalho noturno, por tempo de serviço, por transferência de local de trabalho ou função. 05. (INSS – TÉC – CESPE – 2003) Sobre férias normais usufruídas na vigência do contrato de trabalho, excetuado o terço constitucional, incide contribuição previdenciária.

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06. (INSS – TÉC – CESPE – 2003) Incide contribuição previdenciária sobre o saldo de salário recebido na rescisão de contrato de trabalho. 07. (INSS – TÉC – CESPE – 2003) As contribuições previdenciárias das empresas incidem sobre a remuneração paga, devida ou creditada aos segurados e demais pessoas físicas a seu serviço, com ou sem vínculo empregatício. 08. (INSS – TÉC – CESPE – 2003) Se uma mulher encontra-se em gozo de salário-maternidade, então o valor do benefício que ela recebe não integra a base de cálculo das contribuições previdenciárias que o seu empregador terá de recolher ao INSS. 09. (INSS – Analista – CESPE – 2003) O décimo terceiro salário integra o salário-de-contribuição para todos os fins, sendo devida a contribuição quando do pagamento ou crédito da última parcela ou na rescisão do contrato de trabalho. (Auditor Fiscal da Previdência Social – CESPE/UNB – 2003) Uma empresa celebrou acordo coletivo de trabalho em que foram estipuladas, entre outras, as seguintes cláusulas: pagamento de participação nos lucros referente ao exercício de 2002, em 4 parcelas trimestrais, no valor correspondente a R$ 300,00 cada uma, por empregado; pagamento mensal do vale-refeição no valor de R$ 120,00 para cada empregado; e complementação do valor do auxílio-doença para es empregados expostos, efetivamente, a riscos ambientais no ambiente de trabalho. Considerando essa situação hipotética, julgue os itens a seguir, relacionados ao salário- de- contribuição. (Auditor Fiscal da Previdência Social – CESPE/UNB – 2003) O pagamento a título de complementação do auxílio-doença não constitui fato gerador da obrigação previdenciária, haja vista sua evidente natureza assistencial. 11.(Auditor Fiscal da Previdência Social – CESPE/UNB – 2003) O vale-refeição não será considerado salário-de-contribuição caso tenha sido feita a necessária adesão, pela empresa, ao Programa de Alimentação do Trabalhador e os termos da Lei nº 6.321 / 1976 estejam cumpridos. 12.(Auditor Fiscal da Previdência Social – CESPE/UNB – 2003) A participação nos lucros é garantia constitucional do trabalhador e, de forma como foi concebida, atende à legislação específica, determinando a não- incidência da contribuição previdenciária sobre ela. 13. (AFPS 2000 - modificado) Considere a seguinte situação hipotética. João foi demitido pelo seu empregador em 31/8/2000, após exatos doze meses de vigência do contrato de trabalho. As verbas rescisórias que foram pagas a João foram discriminadas nos seguinte termos: 1) R$ 300,00 de salário do mês vencido; 2) R$ 300,00 de aviso-prévio indenizado; 3) R$ 200,00 de 13° salário proporcional; 4) R$ 300,00 de férias indenizadas; e 5) R$ 100,00 de adicional constitucional incidente sobre as férias indenizadas.

Nessa situação, a contribuição social de João será calculada tendo por base o salário-de-contribuição de: a) R$ 800,00 b) R$ 500,00 c) R$ 300,00 d) R$ 900,00 e) R$ 1.200,00 14. (AFPS 2000 - modificado) Considere a seguinte situação hipotética: Lúcio mora a 5 quilômetros de seu emprego e necessita de uma condução, para seu transporte. Antes de ser contratado, nesta empresa em questão, morava, também, no mesmo bairro. A remuneração de Lúcio, paga em pecúnia, foi composta, no mês de outubro de 2005, das seguintes parcelas: R$400,00 de salário e R$130,00 de gorjetas, arrecadada dos clientes e distribuídas no final do mês pelo próprio empregador. Ademais, nos termos da legislação pertinente, o empregador entregou a Lúcio o equivalente a R$80,00 em tiquetes de vale-transporte, na forma da legislação. Conforme ajustado expressamente no contrato de trabalho, integrava a remuneração mensal de Lúcio, ainda, o equivalente a R$250,00, valor estimado do aluguel do imóvel cedido pelo empregador para ocupação de Lúcio e sua família no curso da relação de emprego. Nessa situação, o salário-de-contribuição de Lúcio será de: a) R$ 400,00 b) R$ 610,00 c) R$ 860,00 d) R$ 780,00 e) R$ 530,00 15) (AGU – Procurador Federal – 2004 – modificado) Determinada empresa fornece a seus empregados bolsas de estudo destinadas ao aperfeiçoamento, à capacitação e à qualificação de trabalhadores que tenham pelo menos 10 anos de vínculo empregatício com a empresa, mediante a participação em cursos vinculados às atividades desenvolvidas pela empresa. Nessa situação, os valores custeados pela empresa: a) integram a base de cálculo da contribuição previdenciária, pois nem todos os empregados tinham acesso às bolsas de estudo b) integram a base de cálculo da contribuição previdenciária, pois educação é um direito de todos os trabalhadores c) integram a base de cálculo da contribuição previdenciária em qualquer situação que houver pagamento de bolsas de estudos a qualquer empregado d) não integram a base de cálculo da contribuição previdenciária, pois educação é um direito de todos os trabalhadores e) não integram a base de cálculo da contribuição previdenciária em qualquer situação que houver pagamento de bolsas de estudos a qualquer empregado 16) (AGU – Procurador Federal – 2004 – modificado) Uma empresa de construção civil contratou 10 pedreiros e 20 auxiliares para concluir uma obra em uma localidade muito distante da residência dos obreiros. Foi avençado que os valores correspondentes a transporte,

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alimentação e habitação seriam fornecidos pelo empregador. Nessa situação, os valores desembolsados pela empresa: a) integram a base de cálculo da contribuição previdenciária, pois qualquer espécie de pagamento em utilidades deve ser considerado como salário-de-contribuição b) integram a base de cálculo da contribuição previdenciária, pois, como os empregados trabalhavam distante de suas residências, o transporte, alimentação e habitação deviam ser descontados de seus respectivos salários c) somente a alimentação integra a base de cálculo da contribuição previdenciária se a empresa não fizer parte do Programa de Alimentação ao Trabalhador (PAT) d) não integram a base de cálculo da contribuição previdenciária, pois transporte, alimentação e habitação é direito de todos os trabalhadores da construção civil e) não integram a base de cálculo da contribuição previdenciária, pois os trabalhadores foram contratados para trabalhar em localidade distante da de sua residência, em canteiro de obras que, por força da atividade, exigiam deslocamento e estada 17- (ESAF - AFRFB 2005) Para os segurados empregados e trabalhadores avulsos, entende-se por salário de contribuição: a) a remuneração auferida, sem dependência da fonte pagadora, em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês, observados os limites mínimo e máximo do salário de contribuição. b) o valor recebido pelo cooperado, ou a ele creditado, resultante da prestação de serviços a terceiros, pessoas físicas ou jurídicas, por intermédio da cooperativa. c) o valor por eles declarado, observados os limites mínimo e máximo do salário de contribuição. d) vinte por cento do valor bruto auferido pelo frete, carreto, transporte, não se admitindo a dedução de qualquer valor relativo aos dispêndios com combustível e manutenção do veículo, ainda que parcelas a este título figurem discriminadas no documento. e) a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos que lhe são pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês. 18.(JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO 7"" REGIÃOj1999) Integram o salário de contribuição do empregado o salário-maternidade, observado o limite máximo de contribuição. ( ) 19.(JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO 7a REGIÃOj1999) Integram o salário de contribuição do empregado o valor relativo ao reembolso de despesas com creche.

20.(DELEGADO da PF – CESPE - 2000) Salário de contribuição para o empregado e o trabalhador avulso é a remuneração efetivamente percebida ou creditada a qualquer título, durante o mês, em uma ou mais empresas, inclusive os ganhos habituais sob a forma de utilidades, respeitado o limite mínimo estabelecido pela legislação e ressalvadas as parcelas desprovidas de natureza salarial, tais como salário-família, vale-transporte, ajudas de custo, etc. 21.(PROCURADORjINSSj99) Considere a seguinte situação hipotética: Ulpiano, empregado de empresa pública federal, aderiu ao programa de demissão incentivada promovido por sua empregadora, que ofertou o pagamento antecipado de um número definido de salários, conforme o tempo de serviço dos demissionários. Assim, por ocasião da rescisão do contrato de trabalho, Ulpiano recebeu remuneração total de R$85.000,OO - R$3.500,OO como remuneração regular do mês e R$81.500,OO a título de incentivo à demissão. Nessa situação, esta parcela excepcional deve integrar, naquele mês, o salário de contribuição de Ulpiano. 22. O Salário-Base é utilizado atualmente como salário-de-contribuição dos segurados facultativos, em virtude da Lei 10.666/2003. 23. Durante a vigência da tabela de transitoriedade, para o segurado que se encontra em atraso, não será permitida a progressão ou regressão na escala de salários base, dentro do período de débito. 24. Conforme regra da Instrução Normativa INSS/PRES 20/2007 que trata do salário base no período de transitoriedade que vai de 29 de novembro de 1999 a 31 de março de 2003; havendo extinção de uma determinada classe, a classe subseqüente será considerada inicial, cujo salário base de contribuição variará entre o valor correspondente ao limite mínimo de contribuição e o da nova classe inicial. GABARITO:

1- C 2- E 3- C 4- E 5- E 6- C 7- C 8- E 9- E 10- E 11- C 12- E 13- B 14- D 15- A 16- E 17- E 18- E 19- E 20- E 21- E 22- E 23- C 24- C

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1. Competência do INSS e da Secretaria da Receita Federal do Brasil. A Competência do INSS está disciplinada na: Port. INSS 95/07 – em seu Regimento Interno: Cap.I - DA NATUREZA, SEDE E COMPETÊNCIA • Art. 1° O Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, Autarquia Federal, com sede em Brasília - Distrito Federal, vinculada ao Ministério da Previdência Social, instituída com fundamento no disposto no art. 17 da Lei 8029, de 12 de abril de 1990, tem por finalidade promover o reconhecimento, pela Previdência Social, de direito ao recebimento de benefícios por ela administrados, assegurando agilidade, comodidade aos seus usuários e ampliação do controle social. A competência da Secretaria da Receita Federal do Brasil está disciplinada na Portaria SRFB 95/07 – em seu Regimento Interno: Art. 1º A Secretaria da Receita Federal do Brasil - RFB, órgão específico singular, diretamente subordinado ao Ministro da Fazenda, tem por finalidade: I - planejar, coordenar, supervisionar, executar, normatizar, controlar e avaliar as atividades de administração tributária federal, inclusive as relativas às contribuições sociais destinadas ao financiamento da previdência social e de outras entidades e fundos, na forma da legislação em vigor; II - propor medidas de aperfeiçoamento e regulamentação e a consolidação da legislação tributária federal; III - interpretar e aplicar a legislação tributária, aduaneira, de custeio previdenciário e correlata, editando os atos normativos e as instruções necessárias à sua execução; IV - estabelecer obrigações tributárias acessórias, inclusive disciplinar a entrega de declarações; V - preparar e julgar, em primeira instância, processos administrativos de determinação e exigência de créditos tributários da União, relativos aos tributos e contribuições por ela administrados; VI - acompanhar a execução das políticas tributária e aduaneira e estudar seus efeitos na economia do País; VII - dirigir, supervisionar, orientar, coordenar e executar os serviços de fiscalização, lançamento, cobrança, arrecadação, recolhimento e controle dos tributos e contribuições e demais receitas da União, sob sua administração; VIII - realizar a previsão, o acompanhamento, a análise e o controle das receitas sob sua administração, bem como coordenar e consolidar as previsões das demais receitas federais, para subsidiar a elaboração da proposta orçamentária da União; IX - propor medidas destinadas a compatibilizar os valores previstos na programação financeira federal com a receita a ser arrecadada; X - estimar e quantificar a renúncia de receitas administradas e avaliar os efeitos das reduções de alíquotas, das isenções tributárias e dos incentivos ou estímulos fiscais, ressalvada a competência de outros órgãos que também tratam desses assuntos; XI - promover atividades de integração, entre o fisco e o contribuinte, e de educação tributária, bem assim preparar, orientar e divulgar informações tributárias; XII - formular e estabelecer política de informações econômico-fiscais e implementar sistemática de coleta, tratamento e divulgação dessas informações;

XIII - celebrar convênios com os órgãos e entidades da administração federal e entidades de direito público ou privado, para permuta de informações, racionalização de atividades e realização de operações conjuntas; XIV - gerir o Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização - FUNDAF, a que se refere o Decreto-Lei no 1.437, de 1975; XV – negociar e participar de implementação de acordos, tratados e convênios internacionais pertinentes à matéria tributária e aduaneira; XVI - dirigir, supervisionar, orientar, coordenar e executar os serviços de administração, fiscalização e controle aduaneiros, inclusive no que diz respeito a alfandegamento de áreas e recintos; XVII - dirigir, supervisionar, orientar, coordenar e executar o controle do valor aduaneiro e de preços de transferência de mercadorias importadas ou exportadas, ressalvadas as competências do Comitê Brasileiro de Nomenclatura; XVIII - dirigir, supervisionar, orientar, coordenar e executar as atividades relacionadas com nomenclatura, classificação fiscal e origem de mercadorias, inclusive representando o País em reuniões internacionais sobre a matéria; XIX - participar, observada a competência específica de outros órgãos, das atividades de repressão ao contrabando, ao descaminho e ao tráfico ilícito de entorpecentes e de drogas afins, e à lavagem de dinheiro; XX - administrar, controlar, avaliar e normatizar o Sistema Integrado de Comércio Exterior - SISCOMEX, ressalvadas as competências de outros órgãos; XXI - articular-se com entidades e organismos internacionais e estrangeiros com atuação no campo econômico-tributário e econômico-previdenciário, para realização de estudos, conferências técnicas, congressos e eventos semelhantes; XXII – elaborar proposta de atualização do plano de custeio da seguridade social, em articulação com os demais órgãos envolvidos; e XXIII - orientar, supervisionar e coordenar as atividades de produção e disseminação de informações estratégicas na área de sua competência, destinadas ao gerenciamento de riscos ou à utilização por órgãos e entidades participantes de operações conjuntas, visando à prevenção e o combate às fraudes e práticas delituosas no âmbito da administração tributária federal e aduaneira. A Lei 11.457/2007 que criou a SRFB, também, prevê competências à SRFB e ao INSS: Art. 2o Além das competências atribuídas pela legislação vigente à Secretaria da Receita Federal, cabe à Secretaria da Receita Federal do Brasil planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas a tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança e recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991 (que são as contribuições previdenciárias), e das contribuições instituídas a título de substituição. (Vide Decreto nº 6.103, de 2007). Art. 3o As atribuições de que trata o art. 2o desta Lei se estendem às contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, na forma da legislação em vigor, aplicando-se em relação a essas contribuições, no que couber, as disposições desta Lei. (Vide Decreto nº 6.103, de 2007).

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§ 1o A retribuição pelos serviços referidos no caput deste artigo será de 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) do montante arrecadado, salvo percentual diverso estabelecido em lei específica. § 4o A remuneração de que trata o § 1o deste artigo será creditada ao Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização - FUNDAF, instituído pelo Decreto-Lei no 1.437, de 17 de dezembro de 1975. Art. 5o Além das demais competências estabelecidas na legislação que lhe é aplicável, cabe ao INSS: I - emitir certidão relativa a tempo de contribuição; II - gerir o Fundo do Regime Geral de Previdência Social; III - calcular o montante das contribuições referidas no art. 2o desta Lei e emitir o correspondente documento de arrecadação, com vistas no atendimento conclusivo para concessão ou revisão de benefício requerido. 2. Obrigações da Empresa e Demais Contribuintes e Prazo de Recolhimento Lei 8212/91; Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras importâncias devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas: I - a empresa é obrigada a: a) arrecadar as contribuições dos segurados empregados e trabalhadores avulsos a seu serviço, descontando-as da respectiva remuneração Presume-se que tais contribuições foram retidas e recolhidas Prazo p/ empresa: até dia 10 do mês seguinte ao da competência. b) recolher o produto arrecadado na forma da alínea anterior, a contribuição a que se refere o inciso IV do art. 22 (15% - cooperativa de trabalho), assim como as contribuições a seu cargo incidentes sobre as remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, aos segurados empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais a seu serviço (cota patronal), até o dia 10 do mês seguinte ao da competência. II - os segurados contribuinte individual (quando exercer atividade econômica por conta própria ou prestar serviço a pessoa física ou a outro contribuinte individual, produtor rural pessoa física, missão diplomática ou repartição consular de carreira estrangeiras, ou quando tratar-se de brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil seja membro efetivo) e facultativo estão obrigados a recolher sua contribuição por iniciativa própria, até o dia 15 do mês seguinte ao da competência III - a empresa adquirente, consumidora ou consignatária ou a cooperativa são obrigadas a recolher a contribuição de que trata o art. 25 (produtor rural pessoa física e segurado especial) , até o dia 10 do mês subseqüente ao da operação de venda ou consignação da produção, independentemente de estas operações terem sido realizadas diretamente com o produtor ou com intermediário pessoa física, na forma estabelecida em regulamento O empregador doméstico está obrigado a arrecadar a contribuição do segurado empregado a seu serviço e a recolhê-la, assim como a parcela a seu cargo, até dia 15 do mês seguinte ao da competência.

O produtor rural pessoa física e o segurado especial são obrigados a recolher a contribuição sobre sua produção rural até dia 10 do mês subseqüente ao da operação de venda, caso comercializem a sua produção: a) no exterior; b) diretamente, no varejo, ao consumidor pessoa física; c) ao produtor rural pessoa física; d) ao segurado especial; Se não houver expediente bancário nas datas indicadas, o recolhimento deverá ser efetuado no dia útil imediatamente posterior. Recolhimento Trimestral É facultado aos segurados contribuinte individual e facultativo, cujos salários-de-contribuição sejam iguais ao valor de um salário mínimo, optarem pelo recolhimento trimestral das contribuições previdenciárias, com vencimento no dia quinze do mês seguinte ao de cada trimestre civil, prorrogando-se o vencimento para o dia útil subseqüente quando não houver expediente bancário no dia quinze. O recolhimento trimestral com vencimento no dia quinze do mês seguinte ao de cada trimestre civil, aplica-se ao empregador doméstico relativamente aos empregados a seu serviço, cujos salários-de-contribuição sejam iguais ao valor de um salário mínimo, ou inferiores nos casos de admissão, dispensa ou fração do salário em razão de gozo de benefício. Gratificação natalina (13o salário) Deverá ser calculada e recolhida até dia 20 de dezembro (se não houver expediente bancário neste dia, antecipa-se para o dia útil imediatamente anterior) RPS; Art. 216, parágrafo 18. Não é permitida o recolhimento trimestral do empregador doméstico relativamente à contribuição correspondente à gratificação natalina - décimo terceiro salário - do empregado doméstico RPS; Art. 216, parágrafo 25. Relativamente aos que recebem salário variável, o recolhimento da contribuição decorrente de eventual diferença da gratificação natalina (13º salário) deverá ser efetuado juntamente com a competência dezembro do mesmo ano Licença Maternidade O empregador deverá recolher a parcela da contribuição a seu cargo, observando os prazos das empresas em geral e o prazo para o empregador doméstico. Dec 3048/99; art 216, § 5º O desconto da contribuição e da consignação legalmente determinado sempre se presumirá feito, oportuna e regularmente, pela empresa, pelo empregador doméstico, pelo adquirente, consignatário e cooperativa a isso obrigados, não lhes sendo lícito alegarem qualquer omissão para se eximirem do recolhimento, ficando os mesmos diretamente responsáveis pelas importâncias que deixarem de descontar ou tiverem descontado em desacordo com este Regulamento. Lei 8.212/91 – Retenção de 11%

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Art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão-de-obra, inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher a importância retida até o dia 10 (dez) do mês subseqüente ao da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura em nome da empresa cedente da mão-de-obra, observado o disposto no § 5o do art. 33 (presunção de desconto) desta Lei. A retenção é mera antecipação compensável, visando somente a garantir a arrecadação previdenciária, obrigando o tomador de serviços a reter 11% sobre o documento fiscal e recolhê-lo em nome da prestadora de serviço. (Neste sentido, já se manifestou o STJ) § 1º O valor retido de que trata o caput, que deverá ser destacado na nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, será compensado pelo respectivo estabelecimento da empresa cedente da mão-de-obra, quando do recolhimento das contribuições destinadas à Seguridade Social devidas sobre a folha de pagamento dos segurados a seu serviço. § 2º Na impossibilidade de haver compensação integral na forma do parágrafo anterior, o saldo remanescente será objeto de restituição § 3º Para os fins desta Lei, entende-se como cessão de mão-de-obra a colocação à disposição do contratante, em suas dependências ou nas de terceiros, de segurados que realizem serviços contínuos, relacionados ou não com a atividade-fim da empresa, quaisquer que sejam a natureza e a forma de contratação. A empreitada é a contratação na qual as partes visam a uma tarefa ou obra em sentido amplo. A empreitada pode ser realizada em qualquer local, inclusive nas dependências do contratado. Ex.: serviço de digitação. O Regulamento da Previdência Social (Decreto 3.048/99), art. 219, parágrafo 2o, apresenta um rol exaustivo dos serviços sujeitos à retenção. Todos sofrem retenção quando contratados mediante cessão de mão-de-obra. Somente os 5 primeiros sofrem retenção quando contratados sob empreitada. São eles: Serviços sujeitos à retenção dos 11% contratados sob empreitada e cessão de mão-de-obra: I - limpeza, conservação e zeladoria; II - vigilância e segurança; III - construção civil; IV - serviços rurais; V - digitação e preparação de dados para processamento; Serviços sujeitos à retenção dos 11% contratados somente sob regime de cessão de mão-de-obra: VI - acabamento, embalagem e acondicionamento de produtos; VII - cobrança; VIII - coleta e reciclagem de lixo e resíduos; IX - copa e hotelaria; X - corte e ligação de serviços públicos; XI - distribuição; XII - treinamento e ensino; XIII - entrega de contas e documentos; XIV - ligação e leitura de medidores; XV - manutenção de instalações, de máquinas e de equipamentos;

XXI - recepção, triagem e movimentação de materiais; XXII - promoção de vendas e eventos; XXIII - secretaria e expediente; XXIV - saúde; e XXV - telefonia, inclusive telemarketing. A retenção não ocorrerá nos serviços não relacionados na lista anterior, ainda que sejam prestados mediante cessão de mão-de-obra. Nos serviços prestados, cuja atividade permita concessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos, a alíquota de retenção (11%) será acrescida de 4, 3, ou 2 pontos percentuais, respectivamente. Lei 8.212/91 – Art. 31 - Retenção de 11% ; § 5o O cedente da mão-de-obra deverá elaborar folhas de pagamento distintas para cada contratante. Responsabilidade Solidária A responsabilidade solidária tem como objetivo garantir a arrecadação, transferindo o ônus do pagamento a terceiro vinculado ao sujeito passivo direto, aquele que realizou, com sua conduta, fato gerador de tributo. A responsabilidade solidária não comporta benefício de ordem. Lei 8.212/91 – Art.30 VI - o proprietário, o incorporador definido na Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, o dono da obra ou condômino da unidade imobiliária, qualquer que seja a forma de contratação da construção, reforma ou acréscimo, são solidários com o construtor, e estes com a subempreiteira, pelo cumprimento das obrigações para com a Seguridade Social, ressalvado o seu direito regressivo contra o executor ou contratante da obra e admitida a retenção de importância a este devida para garantia do cumprimento dessas obrigações, não se aplicando, em qualquer hipótese, o benefício de ordem; VII - exclui-se da responsabilidade solidária perante a Seguridade Social o adquirente de prédio ou unidade imobiliária que realizar a operação com empresa de comercialização ou incorporador de imóveis, ficando estes solidariamente responsáveis com o construtor; VIII - nenhuma contribuição à Seguridade Social é devida se a construção residencial unifamiliar, destinada ao uso próprio, de tipo econômico, for executada sem mão-de-obra assalariada, observadas as exigências do regulamento. RPS,Art. 278. Nenhuma contribuição é devida à seguridade social se a construção residencial for unifamiliar, com área total não superior a 70 metros quadrados, destinada a uso próprio, do tipo econômico e tiver sido executada sem a utilização de mão-de-obra assalariada. IX - as empresas que integram grupo econômico de qualquer natureza respondem entre si, solidariamente, pelas obrigações decorrentes desta Lei; 3. Recolhimento fora do prazo Dec. 3.048/99; Art. 239. As contribuições sociais e outras importâncias arrecadadas pelo Instituto Nacional do Seguro Social, incluídas ou não em notificação fiscal de lançamento, pagas com atraso, objeto ou não de parcelamento, ficam sujeitas a:

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I - atualização monetária, quando exigida pela legislação de regência II - juros de mora, III - multa I - atualização monetária, quando exigida pela legislação de regência. Tem como função a atualização da expressão monetária, ou seja, manter o poder de compra. Foi extinta a partir de janeiro de 1995 (Lei 8.981/95), porém ainda aplicável para contribuições em atraso, referentes a competências anteriores a esta data. II - juros de mora Os juros constituem verdadeira indenização a ser paga pelo sujeito passivo, em virtude da disponibilidade financeira indevida, obtida pela empresa, ao não recolher o devido em época própria. O juros não possuem caráter punitivo; nada mais são do que a remuneração do capital. Incidem para fatos geradores ocorridos a partir de 1o de janeiro de 1995, não pagos nos prazos previstos na legislação. II - juros de mora, de caráter irrelevável, incidentes sobre o valor atualizado (se for o caso), equivalentes a: a) um por cento no mês do vencimento; b) taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (SELIC) nos meses intermediários; e c) um por cento no mês do pagamento. III - multa Multa possui caráter punitivo. III - multa variável, de caráter irrelevável, nos seguintes percentuais, para fatos geradores ocorridos a partir de 28 de novembro de 1999: a) para pagamento após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento: 1. 8%, dentro do mês de vencimento da obrigação; 2. 14%, no mês seguinte; ou 3. 20%, a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da obrigação; b) para pagamento de obrigação incluída em notificação fiscal de lançamento: 1. 24%, até quinze dias do recebimento da notificação; 2. 30%, após o décimo quinto dia do recebimento da notificação; 3. 40%, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social; ou 4. 50%, após o décimo quinto dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social, enquanto não inscrita em Dívida Ativa; c) para pagamento do crédito inscrito em Dívida Ativa: 1. 60%, quando não tenha sido objeto de parcelamento; 2. 70%, se houve parcelamento; 3. 80%, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito não foi objeto de parcelamento; ou 4. 100%, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito foi objeto de parcelamento.

01. (INSS – Analista – CESPE – 2003) O INSS é o órgão competente para instituir, arrecadar e fiscalizar o recolhimento das contribuições sociais, entre outras, devidas pelas empresas e incidentes sobre a remuneração paga, devida ou creditada aos segurados e demais pessoas físicas a seu serviço, com ou sem vínculo empregatício. 02. (INSS – TÉC – CESPE – 2003) As contribuições a cargo da empresa, provenientes do faturamento e do lucro, destinadas à seguridade social, são arrecadadas, normatizadas, fiscalizadas e cobradas pelo INSS. 03. (INSS – TÉC – CESPE – 2003-modificado) As contribuições sociais e outras importâncias arrecadadas pela SRFB (Secretaria da Receita Federal do Brasil) e pagas com atraso ficam sujeitas apenas a atualização monetária e juros calculados conforme o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). 04. Compete ao INSS promover o reconhecimento, pela Previdência Social, de direito ao recebimento de benefícios por ela administrados, assegurando agilidade, comodidade aos seus usuários e ampliação do controle social. 05. (INSS – TÉC – CESPE – 2003-modificado) É de 2% o limite máximo que a Secretaria da Receita Federal do Brasil – SRFB - pode cobrar a título de multa sobre contribuições previdenciárias em atraso. 06. (INSS – TÉC – CESPE – 2003-modificado) A falta de recolhimento das contribuições urbanas e rurais devidas à Secretaria da Receita Federal do Brasil – SRFB - acarreta multa variável, que será relevada caso o pagamento seja feito no mês de vencimento. 07. (INSS – TÉC – CESPE – 2003) Cessão de mão-de-obra é o ato de pôr à disposição do contratante, em suas dependências ou nas de terceiros, segurados que realizem serviços contínuos, relacionados ou não com a atividade-fim da empresa, quaisquer que sejam a natureza e a forma de contratação. 08- .(Auditor Fiscal da Previdência Social – CESPE/UNB – 2003-modificado) Considere a seguinte situação hipotética. Um laboratório contratou uma empresa de telemarketing para auxiliar no lançamento de um produto no mercado de cremes, consistindo o serviço em contatar médicos dermatologistas das principais capitais litorâneas do país e informar as características do novo produto. Os operadores de telemarketing foram postos à disposição da contratante em suas próprias dependências. Nessa situação, a empresa contratante dos serviços de cessão de mão-de-obra está obrigada a reter 11 % do valor bruto da nota fiscal relativa à prestação de serviços e recolher essa importância retida em nome da contratada.

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09. (Auditor Fiscal da Previdência Social – CESPE/UNB – 2003) Se a atividade executada pelos segurados vinculados à empresa contratada para a prestação do serviço mediante cessão de mão-de-obra permitir a concessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de contribuição, o percentual de 11 % a ser retido pela contratante será acrescido de 4, 3 ou 2 pontos percentuais, respectivamente. 10. (ESAF - Técnico da Receita Federal – 2006) Leia cada um dos assertos abaixo e assinale (V) ou (F), conforme seja verdadeiro ou falso. Depois, marque a opção que contenha a exata seqüência. ( ) Para fatos geradores a partir de janeiro de 1995 não há atualização monetária. ( ) Para fatos geradores ocorridos a partir de janeiro de 1995 serão aplicados como juros de mora um por cento no mês de vencimento e um por cento no mês de pagamento, fora a taxa própria para os meses intermediários. ( ) A taxa de juros aplicada às contribuições sociais não recolhidas em época própria não poderá ser inferior a um por cento ao mês ou fração. a) V V V b) F F F c) F V V d) V V F e) F F V 11. No caso de recolhimento fora de prazo, assinale a alternativa correta: a) a multa constitui verdadeira indenização a ser paga pelo sujeito passivo, em virtude da disponibilidade financeira indevida, obtida pela empresa, ao não recolher o devido em época própria. b) juros de mora possui caráter punitivo. c) o juros de mora equivale à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (SELIC), nos meses intermediários . d) o juros de mora acompanhará as taxas inflacionárias, não podendo ser inferior a 1% ao mês. e) a atualização monetária não pode ser aplicada em momento algum. GABARITO: 1- E 2- E 3- E 4- C 5- E 6- E 7- C 8- C 9- C 10- D 11- C

I. DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO A decadência é a extinção do direito pelo INSS de apurar e constituir o crédito previdenciário, em decorrência do transcurso de um intervalo de tempo previsto em lei. O prazo decadencial, ao contrário do prescricional, não pode ser interrompido, nem suspenso; é contínuo até se esgotar, sem ter sido efetuada a constituição do crédito previdenciário. DECADÊNCIA - Custeio Direito do INSS de constituir seus créditos: O direito da seguridade social de apurar e constituir seus créditos extingue-se após 10 anos, contados: I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído; ou II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, a constituição de crédito anteriormente efetuado. DECADÊNCIA - Custeio Para comprovar o exercício de atividade remunerada, com vistas à concessão de benefícios, será exigido do contribuinte individual, a qualquer tempo, o recolhimento das correspondentes contribuições. PRESCRIÇÃO - CUSTEIO Prescrição é a perda do direito, pela Fazenda Nacional, de executar judicialmente o crédito previdenciário já constituído, em virtude de não tê-lo exercido dentro do prazo definido em lei. PRESCRIÇÃO - Custeio O prazo prescricional está sujeito a interrupções nas seguintes situações: Citação pessoal feita ao devedor Protesto judicial Qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor Qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor PRESCRIÇÃO - Custeio Direito do INSS de cobrar seus créditos: O direito da seguridade social de cobrar seus créditos já devidamente constituídos prescreve em 10 anos (da constituição do crédito). DECADÊNCIA - Restituição Restituição ou compensação: O direito de pleitear restituição ou de realizar compensação de contribuições ou de outras importâncias extingue-se em 5 anos, contados da data: I - do pagamento ou recolhimento indevido; ou II - em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a sentença judicial que tenha reformado, anulado ou revogado a decisão condenatória. DECADÊNCIA - Benefício Revisão do ato de concessão de benefício: Lei 8.213/91 Art. 103- É de 10 anos o prazo de decadência de todo e qualquer direito ou ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão de benefício, a contar do dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação ou, quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento da decisão indeferitória definitiva no âmbito administrativo.

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DECADÊNCIA - Benefício Revisão do ato de concessão de benefício: Lei 8.213/91- Art. 103 Parágrafo único. Prescreve em 5 anos, a contar da data em que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer ação para haver prestações vencidas ou quaisquer restituições ou diferenças devidas pela Previdência Social, salvo o direito dos menores, incapazes e ausentes, na forma do Código Civil. DECADÊNCIA - Benefício Revisão do ato de concessão de benefício: A respeito do parágrafo único, art. 103 da Lei 8.213/91, a IN 20/07 prescreve, em seu art.518: Parágrafo único. Para os relativamente incapazes ocorre prescrição de acordo com o disposto no art. 3º e no inciso I do art. 198 do Código Civil, a contar da data em que tenham completado dezesseis anos de idade. Para efeito de recebimento de parcelas de pensão por morte desde o óbito do instituidor, o requerimento do benefício deve ser protocolizado até trinta dias após ser atingida a idade mencionada, independentemente da data em que tenha ocorrido o óbito. DECADÊNCIA - Benefício Anular atos administrativos: Lei 8213/91 - Art. 103-A. O direito da Previdência Social de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os seus beneficiários decai em 10 anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. DECADÊNCIA - Benefício Anular atos administrativos. Lei 8213/91 - Art. 103-A. § 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo decadencial contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. § 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato. PRESCRIÇÃO - Benefício Ações relativas a acidente de trabalho: As ações referentes às prestações decorrentes do acidente de trabalho prescrevem em 5 anos, contados da data: I - do acidente, quando dele resultar a morte ou a incapacidade temporária, verificada esta em perícia médica a cargo da previdência social; ou II - em que for reconhecida pela previdência social a incapacidade permanente ou o agravamento das seqüelas do acidente.

II. CRIMES CONTRA A PREVIDÊNCIA SOCIAL Crimes contra a Previdência Social Com o objetivo claro de coagir as empresas a efetuarem suas contribuições corretamente, o legislador ordinário instituiu tipos penais, visando àqueles que não cumprem as obrigações previdenciárias. Naturalmente, a tipificação penal visa às pessoas físicas encarregadas pelo adimplemento das obrigações previdenciárias, e não a empresa. Até a edição da Lei 9.983/2000, a tipificação das condutas criminosas constava, na maior parte, do art. 95 da Lei 8.212/91. Após a publicação daquele diploma legal, o art. 95 restou revogado (c exceção de seu parágrafo 2o) e os ilícitos penais previdenciários passaram a constar no corpo do Código Penal Brasileiro. Crime de Apropriação indébita previdenciária C.P. art. 168-A - Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. § 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público; II - recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços; III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social. § 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. § 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: I - tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou II - o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. Crime – Sonegação de Contribuição Previdenciária C.P. art. Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: I - omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto pela legislação previdenciária segurados empregado, empresário, trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe prestem serviços; II - deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da empresa as quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviços;

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III - omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações pagas ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. § 1o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e confessa as contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. § 2o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: II - o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. § 3o Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal não ultrapassa R$ 1.510,00 (hoje: R$ 2.555,18), o juiz poderá reduzir a pena de um terço até a metade ou aplicar apenas a de multa. § 4o O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas mesmas datas e nos mesmos índices do reajuste dos benefícios da previdência social. Crime – Inserção de dados falsos em sistema de informações C.P. art. Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. Crime – Modificação ou alteração não-autorizada de sistema de informações C.P. art. Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado. Crimes contra a Seguridade Social Art. 279, RPS: A empresa que transgredir as normas previdenciárias, além de outras sanções previstas, sujeitar-se-á às seguintes restrições: I - suspensão de empréstimos e financiamentos, por instituições financeiras oficiais; II - revisão de incentivo fiscal de tratamento tributário especial; III - inabilitação para licitar e contratar com qualquer órgão ou entidade da administração pública direta ou indireta federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal; IV - interdição para o exercício do comércio, se for sociedade mercantil ou comerciante individual; (considerada inconstitucional pelo STF – súmula 70) V - desqualificação para impetrar concordata (a concordata deixou de existir, passando o Legislador a adotar a figura da recuperação judicial ou extrajudicial); e VI - cassação de autorização para funcionar no País, quando for o caso.

III. INFRAÇÕES à LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA O descumprimento de obrigações acessórias previdenciárias (por exemplo: não preparar folha de pagamento) faz surgir a multa (que é uma obrigação principal, obrigação de pagar). O auto-de-infração é que constitui o crédito correspondente à multa. As infrações estão relacionadas no art. 283 e seguintes do RPS, com seus valores atualizados pela Portaria MPS 142/2007, as quais estudaremos a seguir. Infrações Decreto 3.048/99 – RPS. Art. 283. Por infração a qualquer dispositivo das Leis nos 8.212 e 8.213, ambas de 1991, e 10.666, de 8 de maio de 2003, para a qual não haja penalidade expressamente cominada neste Regulamento, fica o responsável sujeito a multa variável de R$ 1.195,13 a R$ 119.512,33 , conforme a gravidade da infração, aplicando-se-lhe o disposto nos arts. 290 a 292 (atenuantes e agravantes), e de acordo com os seguintes valores: I - a partir de R$ 1.195,13 nas seguintes infrações: a) deixar a empresa de preparar folha de pagamento das remunerações pagas, devidas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, de acordo com este Regulamento e com os demais padrões e normas estabelecidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social; b) deixar a empresa de se matricular no Instituto Nacional do Seguro Social, dentro de trinta dias contados da data do início de suas atividades, quando não sujeita a inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica; c) deixar a empresa de descontar da remuneração paga aos segurados a seu serviço importância proveniente de dívida ou responsabilidade por eles contraída junto à seguridade social, relativa a benefícios pagos indevidamente; d) deixar a empresa de matricular no Instituto Nacional do Seguro Social obra de construção civil de sua propriedade ou executada sob sua responsabilidade no prazo de trinta dias do início das respectivas atividades; e) deixar o Titular de Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais de comunicar ao Instituto Nacional do Seguro Social, até o dia dez de cada mês, a ocorrência ou a não-ocorrência de óbitos, no mês imediatamente anterior, bem como enviar informações inexatas, conforme o disposto no art. 228; f) deixar o dirigente dos órgãos municipais competentes de prestar ao Instituto Nacional do Seguro Social as informações concernentes aos alvarás, "habite-se" ou documento equivalente, relativos a construção civil, na forma do art. 226; Obs.: § 1º Considera-se dirigente, para os fins do disposto neste Capítulo, aquele que tem a competência funcional para decidir a prática ou não do ato que constitua infração à legislação da seguridade social. g) deixar a empresa de efetuar os descontos das contribuições devidas pelos segurados a seu serviço; h) deixar a empresa de elaborar e manter atualizado perfil profissiográfico abrangendo as atividades desenvolvidas pelo trabalhador e de fornecer a este, quando da rescisão do contrato de trabalho, cópia autêntica deste documento.

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II - a partir de R$ 11.951,21 nas seguintes infrações: a) deixar a empresa de lançar mensalmente, em títulos próprios de sua contabilidade, de forma discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições, o montante das quantias descontadas, as contribuições da empresa e os totais recolhidos; b) deixar a empresa de apresentar ao Instituto Nacional do Seguro Social e à Secretaria da Receita Federal os documentos que contenham as informações cadastrais, financeiras e contábeis de interesse dos mesmos, na forma por eles estabelecida, ou os esclarecimentos necessários à fiscalização; c) deixar o servidor, o serventuário da Justiça ou o titular de serventia extrajudicial de exigir documento comprobatório de inexistência de débito, quando da contratação com o poder público ou no recebimento de benefício ou de incentivo fiscal ou creditício; d) deixar o servidor, o serventuário da Justiça ou o titular de serventia extrajudicial de exigir o documento comprobatório de inexistência de débito, quando da alienação ou oneração, a qualquer título, de bem imóvel ou direito a ele relativo; e) deixar o servidor, o serventuário da Justiça ou o titular de serventia extrajudicial de exigir a apresentação do documento comprobatório de inexistência de débito na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem móvel incorporado ao ativo permanente da empresa, de valor superior a R$ 29.877,79 (quinze mil novecentos e quatro reais e dezoito centavos); f) deixar o servidor, o serventuário da Justiça ou o titular de serventia extrajudicial de exigir documento comprobatório de inexistência de débito no registro ou arquivamento, no órgão próprio, de ato relativo a baixa ou redução de capital de firma individual, redução de capital social, cisão total ou parcial, transformação ou extinção de entidade ou sociedade comercial ou civil e transferência de controle de cotas de sociedades de responsabilidade limitada; g) deixar o servidor, o serventuário da Justiça ou o titular de serventia extrajudicial de exigir documento comprobatório de inexistência de débito do proprietário, pessoa física ou jurídica, de obra de construção civil, quando da averbação de obra no Registro de Imóveis; h) deixar o servidor, o serventuário da Justiça ou o titular de serventia extrajudicial de exigir documento comprobatório de inexistência de débito do incorporador, quando da averbação de obra no Registro de Imóveis, independentemente do documento apresentado por ocasião da inscrição do memorial de incorporação; i) deixar o dirigente da entidade da administração pública direta ou indireta de consignar as dotações necessárias ao pagamento das contribuições devidas à seguridade social, de modo a assegurar a sua regular liquidação dentro do exercício; j) deixar a empresa, o servidor de órgão público da administração direta e indireta, o segurado da previdência social, o serventuário da Justiça ou o titular de serventia extrajudicial, o síndico ou seu representante, o comissário ou o liquidante de empresa em liquidação judicial ou extrajudicial, de exibir os documentos e livros relacionados com as contribuições previstas neste Regulamento ou apresentá-los sem atender às formalidades legais exigidas ou contendo informação diversa da realidade ou, ainda, com omissão de informação verdadeira;

l) deixar a entidade promotora do espetáculo desportivo de efetuar o desconto da contribuição prevista no § 1º do art. 205 (associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional); m) deixar a empresa ou entidade de reter e recolher a contribuição prevista no § 3º do art. 205; n) deixar a empresa de manter laudo técnico atualizado com referência aos agentes nocivos existentes no ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou de emitir documento de comprovação de efetiva exposição em desacordo com o respectivo laudo. § 2º A falta de inscrição do segurado empregado, de acordo com o disposto no inciso I do art. 18, sujeita o responsável à multa de R$ 1.195,13 , por segurado não inscrito. § 3º As demais infrações a dispositivos da legislação, para as quais não haja penalidade expressamente cominada, sujeitam o infrator à multa de R$ 1.195,13. Infrações Obrigações Acessórias Elaborar GFIP GFIP = Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social. A GFIP foi criada com o objetivo principal de abastecer o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) com informações relativas aos segurados e empregadores. Infrações GFIP Decreto 3.048/99 – RPS. Art. 284. A infração ao disposto no inciso IV do caput do art. 225 sujeitará o responsável às seguintes penalidades administrativas: I - valor equivalente a um multiplicador sobre o valor mínimo previsto no caput do art. 283 (R$ 1.195,13), em função do número de segurados, pela não apresentação da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social, independentemente do recolhimento da contribuição, conforme quadro abaixo:

SEGURADOS VALOR DA MULTA

0 a 5 ½ valor mínimo

6 a 15 1 x o valor mínimo

16 a 50 2 x o valor mínimo

51 a 100 5 x o valor mínimo

101 a 500 10 x o valor mínimo

501 a 1000 20 x o valor mínimo

1001 a 5000 35 x o valor mínimo

Acima de 5000 50 x o valor mínimo

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§ 1º A multa de que trata o inciso I, a partir do mês seguinte àquele em que o documento deveria ter sido entregue, sofrerá acréscimo de cinco por cento por mês calendário ou fração. § 2º O valor mínimo a que se refere o inciso I será o vigente na data da lavratura do auto-de-infração. II - 100% do valor devido relativo à contribuição não declarada, limitada aos valores previstos no inciso I (da tabela), pela apresentação da GFIP com dados não correspondentes aos fatos geradores, seja em relação às bases de cálculo, seja em relação às informações que alterem o valor das contribuições, ou do valor que seria devido se não houvesse isenção ou substituição, quando se tratar de infração cometida por pessoa jurídica de direito privado beneficente de assistência social em gozo de isenção das contribuições previdenciárias ou por empresa cujas contribuições incidentes sobre os respectivos fatos geradores tenham sido substituídas por outras. III - cinco por cento do valor mínimo previsto no caput do art. 283, por campo com informações inexatas, incompletas ou omissas, limitada aos valores previstos no inciso I, pela apresentação da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social com erro de preenchimento nos dados não relacionados aos fatos geradores. Art. 285. A infração ao disposto no art. 280 sujeita o responsável à multa de 50% das quantias que tiverem sido pagas ou creditadas, a partir da data do evento. “Art. 280. A empresa em débito para com a seguridade social não pode: I - distribuir bonificação ou dividendo a acionista; e II - dar ou atribuir cota ou participação nos lucros a sócio cotista, diretor ou outro membro de órgão dirigente, fiscal ou consultivo, ainda que a título de adiantamento.” Art. 286. A infração ao disposto no art. 336 sujeita o responsável à multa variável entre os limites mínimo e máximo do salário-de-contribuição, por acidente que tenha deixado de comunicar nesse prazo. “Art. 336. Para fins estatísticos e epidemiológicos, a empresa deverá comunicar à previdência social o acidente de que tratam os arts. 19, 20, 21 e 23 da Lei nº 8.213, de 1991 (acidente de trabalho), ocorrido com o segurado empregado, exceto o doméstico, e o trabalhador avulso, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena da multa aplicada e cobrada na forma do art. 286.” § 1º Em caso de morte, a comunicação a que se refere este artigo deverá ser efetuada de imediato à autoridade competente. § 2º A multa será elevada em duas vezes o seu valor a cada reincidência. § 3º A multa será aplicada no seu grau mínimo na ocorrência da primeira comunicação feita fora do prazo estabelecido neste artigo, ou não comunicada, observado o disposto nos arts. 290 a 292.(agravantes e atenuantes)

Art. 287. Pelo descumprimento das obrigações contidas nos incisos V e VI do caput do art. 225, e verificado o disposto no inciso III do caput do art. 266, será aplicada multa de R$ 157,24 a R$ 15.724,15, para cada competência em que tenha havido a irregularidade. Art. 266. Os sindicatos poderão apresentar denúncia contra a empresa, junto ao Instituto Nacional do Seguro Social, nas seguintes hipóteses: III - divergência entre os valores informados pela empresa e pelo Instituto Nacional do Seguro Social sobre as contribuições recolhidas na mesma competência; Art. 225. A empresa é também obrigada a: V - encaminhar ao sindicato representativo da categoria profissional mais numerosa entre seus empregados, até o dia dez de cada mês, cópia da Guia da Previdência Social relativamente à competência anterior; e VI - afixar cópia da Guia da Previdência Social, relativamente à competência anterior, durante o período de um mês, no quadro de horário de que trata o art. 74 da Consolidação das Leis do Trabalho. Parágrafo único. O descumprimento das disposições constantes do art. 227 e dos incisos V e VI do caput do art. 257, sujeitará a instituição financeira à multa de: I - R$ 34.942,55 , no caso do art. 227; “Art. 227. As instituições financeiras mencionadas no inciso V do caput do art. 257 ficam obrigadas a verificar, por meio da internet, a autenticidade da Certidão Negativa de Débito - CND apresentadas pelas empresas com as quais tenham efetuado operações de crédito com recursos ali referidos, conforme especificação técnica a ser definida pelo Instituto Nacional do Seguro Social.” II - R$ 174.712,72 , no caso dos incisos V e VI do caput do art. 257. “Art. 257. Deverá ser exigido documento comprobatório de inexistência de débito (...) nos seguintes casos:” Art. 257. Deverá ser exigido documento comprobatório de inexistência de débito (...) nos seguintes casos: V - na contratação de operações de crédito com instituições financeiras, assim entendidas as pessoas jurídicas públicas ou privadas que tenham como atividade principal ou acessória a intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, autorizadas pelo Banco Central do Brasil ou por decreto do Poder Executivo a funcionar no Território Nacional, que envolvam: (continua) a) recursos públicos, inclusive os provenientes de fundos constitucionais e de incentivo ao desenvolvimento regional (...); b) recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, do Fundo de Amparo ao Trabalhador e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação; ou c) recursos captados através de Caderneta de Poupança. VI - na liberação de eventuais parcelas previstas nos contratos a que se refere o inciso anterior. Art. 288. O descumprimento do disposto nos §§ 19 e 20 (OGMO) do art. 225 sujeitará o infrator à multa de: I - R$ 173,00 (cento e setenta e três reais) a R$ 1.730,00 (um mil setecentos e trinta reais), no caso do § 19; e II - R$ 345,00 (trezentos e quarenta e cinco reais) a R$ 3.450,00 (três mil quatrocentos e cinqüenta reais), no caso do § 20. I - R$ 173,00 a R$ 1.730,00 , no caso do § 19

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“Art. 225, § 19. O órgão gestor de mão-de-obra deverá, quando exigido pela fiscalização do Instituto Nacional do Seguro Social, exibir as listas de escalação diária dos trabalhadores portuários avulsos, por operador portuário e por navio.” II - R$ 345,00 a R$ 3.450,00 , no caso do § 20. “Art. 225, § 20. Caberá exclusivamente ao órgão gestor de mão-de-obra a responsabilidade pela exatidão dos dados lançados nas listas diárias referidas no parágrafo anterior.” Art. 289. O dirigente de órgão ou entidade da administração federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal responde pessoalmente pela multa aplicada por infração a dispositivos deste Regulamento, sendo obrigatório o respectivo desconto em folha de pagamento, mediante requisição dos órgãos competentes e a partir do primeiro pagamento que se seguir à requisição. Parágrafo único. Ao disposto neste artigo não se aplica a multa de que trata o inciso III do art. 239 (multa de mora). Decreto 3.048/99 – RPS. DAS CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES DA PENALIDADE Art. 290. Constituem circunstâncias agravantes da infração, das quais dependerá a gradação da multa, ter o infrator: I - tentado subornar servidor dos órgãos competentes; II - agido com dolo, fraude ou má-fé; III - desacatado, no ato da ação fiscal, o agente da fiscalização; IV - obstado a ação da fiscalização; ou V - incorrido em reincidência. Parágrafo único. Caracteriza reincidência a prática de nova infração a dispositivo da legislação por uma mesma pessoa ou por seu sucessor, dentro de cinco anos da data em que se tornar irrecorrível administrativamente a decisão condenatória, da data do pagamento ou da data em que se configurou a revelia, referentes à autuação anterior. DAS CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES DA PENALIDADE Art. 291. Constitui circunstância atenuante da penalidade aplicada ter o infrator corrigido a falta até o termo final do prazo para impugnação. § 1o A multa será relevada se o infrator formular pedido e corrigir a falta, dentro do prazo de impugnação, ainda que não contestada a infração, desde que seja o infrator primário e não tenha ocorrido nenhuma circunstância agravante. § 2º O disposto no parágrafo anterior não se aplica à multa prevista no art. 286 (comunicação de acidente de trabalho) e nos casos em que a multa decorrer de falta ou insuficiência de recolhimento tempestivo de contribuições ou outras importâncias devidas nos termos deste Regulamento (multa de mora). § 3o Da decisão que atenuar ou relevar multa cabe recurso de ofício, de acordo com o disposto no art. 366. (recurso à autoridade administrativa imediatamente superior).

DA GRADAÇÃO DAS MULTAS Art. 292. As multas serão aplicadas da seguinte forma: I - na ausência de agravantes, serão aplicadas nos valores mínimos estabelecidos nos incisos I e II e no § 3º do art. 283 e nos arts. 286 e 288, conforme o caso; II - as agravantes dos incisos I e II do art. 290 elevam a multa em três vezes; (I - tentado subornar servidor dos órgãos competentes; II - agido com dolo, fraude ou má-fé) III - as agravantes dos incisos III e IV do art. 290 elevam a multa em duas vezes; (III - desacatado, no ato da ação fiscal, o agente da fiscalização; IV - obstado a ação da fiscalização). IV - a agravante do inciso V do art. 290 (incorrido em reincidência) eleva a multa em três vezes a cada reincidência no mesmo tipo de infração, e em duas vezes em caso de reincidência em infrações diferentes, observados os valores máximos estabelecidos no caput dos arts. 283 e 286, conforme o caso; V - na ocorrência da circunstância atenuante no art. 291, a multa será atenuada em cinqüenta por cento. (Art. 291. Constitui circunstância atenuante da penalidade aplicada ter o infrator corrigido a falta até o termo final do prazo para impugnação.) Parágrafo único. Na aplicação da multa a que se refere o art. 288 (OGMO), aplicar-se-á apenas as agravantes referidas nos incisos III a V do art. 290, as quais elevam a multa em duas vezes. (III - desacatado, no ato da ação fiscal, o agente da fiscalização; IV - obstado a ação da fiscalização; ou V - incorrido em reincidência.) Da gradação das Multas. Art. 293. Constatada a ocorrência de infração a dispositivo deste Regulamento, será lavrado auto-de-infração com discriminação clara e precisa da infração e das circunstâncias em que foi praticada, contendo o dispositivo legal infringido, a penalidade aplicada e os critérios de gradação, e indicando local, dia e hora de sua lavratura, observadas as normas fixadas pelos órgãos competentes. § 1o Recebido o auto-de-infração, o autuado terá o prazo de trinta dias, a contar da ciência, para efetuar o pagamento da multa de ofício com redução de cinqüenta por cento ou impugnar a autuação. § 2o Impugnada a autuação, o autuado, após a ciência da decisão de primeira instância, poderá efetuar o pagamento da multa de ofício com redução de vinte e cinco por cento, até a data limite para interposição de recurso. § 3º O recolhimento do valor da multa, com redução, implica renúncia ao direito de impugnar ou de recorrer § 4o Apresentada impugnação, o processo será submetido à autoridade competente, que decidirá sobre a autuação, cabendo recurso na forma da Subseção II da Seção II do Capítulo Único do Título I do Livro V deste Regulamento. IV. Recurso das Decisões Administrativas Prof. Eduardo Tanaka IN INSS/PRES 20/2007. Art. 482. Das decisões proferidas pelo INSS, referentes ao reconhecimento de direitos na concessão, na atualização ou na revisão, bem como na emissão de CTC (certidão de tempo de contribuição) e na correção de

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dados constantes do CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais), poderão os interessados, quando não conformados, recorrer às Juntas de Recursos-JR, ou às Câmaras de Julgamento-CaJ do CRPS (Conselho de Recursos da Previdência Social). Parágrafo único. Os titulares de direitos e interesses têm legitimidade para interpor recurso administrativo. Art. 483. Em hipótese alguma, o recebimento deve ser recusado ou o andamento do recurso sustado, de vez que é prerrogativa do órgão de controle jurisdicional - Conselho de Recursos da Previdência Social-CRPS - admitir ou não o recurso, motivo pelo qual quaisquer que tenham sido as condições de apresentação, o recurso será sempre encaminhado aos órgãos competentes, exceto quando reconhecido o direito pleiteado, antes da subida dos autos à Junta de Recursos/CRPS. Art. 484. A propositura, por iniciativa do beneficiário, de ação judicial que tenha por objeto idêntico pedido sobre o qual versa o processo administrativo importa renúncia ao direito de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso interposto. § 1º Na hipótese prevista no caput deste artigo, não caberá ao INSS deixar de receber o recurso ou sustar tramitação dele, devendo o servidor registrar nos autos a existência da ação judicial, informando o número do respectivo processo e da vara perante a qual tramita, dando prosseguimento normal ao processo, por ser de competência do CRPS admitir ou não o feito administrativo. § 2º Na hipótese de o processo estar tramitando nos órgãos do CRPS, a APS (Agência da Previdência Social) e o SRD (Serviço de Revisão de Direitos), tomando conhecimento de ação judicial, comunicarão sua existência ao órgão julgador, onde se encontra o processo de recurso. Art. 485. Havendo interposição de recurso do interessado contra decisão do INSS, o processo deverá ser reanalisado e, se reformada totalmente a decisão, será atendido o pedido reclamado. Caso contrário, o processo deverá ser encaminhado para a JR, para julgamento. Parágrafo único. No caso de reforma parcial da decisão do INSS, o processo terá curso relativamente à parte objeto da controvérsia. Art. 486. Quando se tratar de interposição de recurso, nos casos de conclusão médica contrária à concessão, ou restabelecimento de benefício por incapacidade, o processo, devidamente formalizado e instruído, deverá ser encaminhado para pronunciamento da Perícia Médica da APS, na forma estabelecida por este Instituto. § 1º Após a realização dos procedimentos pertinentes a Perícia Médica, o processo deverá retornar ao setor administrativo que: I – se verificado, técnica e administrativamente, situação favorável à pretensão do recorrente, reformará a decisão impugnada, considerando-se prejudicado o recurso, por perda do objeto; II - se mantida a decisão inicial, instruirá e encaminhará o recurso à instância julgadora.

§ 2º O disposto neste artigo aplica-se também aos casos de interposição de recurso contra o indeferimento de benefício por falta de carência, perda da qualidade de segurado ou doença anterior ao ingresso/reingresso no Regime Geral da Previdência Social - RGPS. Dos Prazos Art. 487. O beneficiário terá trinta dias de prazo para interposição de recurso à JR, a partir da ciência pessoal, ou da data de recebimento aposta no Aviso de Recebimento-AR. § 1º Na contagem do prazo, será excluído o dia do conhecimento da decisão, iniciando-se o curso do prazo no primeiro dia útil seguinte. § 2º O início ou o vencimento será prorrogado para o primeiro dia útil seguinte, quando essa data recair em dia em que não haja expediente integral no setor responsável pelo recebimento do recurso. Art. 488. O prazo para interposição de recurso ou contra-razões dos beneficiários ou dos interessados será contado a partir da data: I – da ciência pessoal, registrada no processo; II – do recebimento pessoal constante de AR ou de Registro de Entrega–RE, quando se tratar de notificação postal; III – da ciência, do recebimento pessoal ou por via postal, do representante legal do interessado. § 1º A intempestividade do recurso só poderá ser declarada se a ciência da decisão for feita pessoalmente aos beneficiários ou aos interessados, a seus representantes legais ou se ocorrer procedida de edital. § 2º Não havendo prova da ciência, por parte dos beneficiários ou do interessado, da decisão do INSS, o recurso será considerado tempestivo, devendo essa ocorrência ser registrada no processo. Art. 489. Será efetuada notificação por edital quando o interessado estiver em local incerto e não sabido ou quando ficar evidenciado o seu propósito em não receber a comunicação do que foi decidido pelo INSS. § 1º A notificação de que trata este artigo poderá ser coletiva, devendo trazer a referência sumária do assunto e ser divulgada na imprensa escrita do município ou, na hipótese de inexistência desse veículo no município, na imprensa do Estado, em jornal de maior circulação no domicílio do beneficiário, preferencialmente em fim-de-semana, dentro do prazo máximo de quinze dias. § 2º O prazo para interposição de recurso a que alude o caput do art. 487 desta Instrução Normativa será contado a partir do primeiro dia útil seguinte ao dia da última publicação do edital que notificou a decisão. § 3º Deverão ser juntadas nos autos as páginas dos jornais em que houverem sido publicados os editais de notificação. Art. 490. Se o recurso tiver sido encaminhado pela Empresa de Correios e Telégrafos–ECT, será considerada como data de apresentação, para efeito de verificação do prazo de trinta dias, a data constante no carimbo da Agência dos Correios da localidade da expedição aposto no envelope de encaminhamento, observado o disposto nos arts. 487 e 488 desta Instrução Normativa. Art. 491. Quando, por ocasião da análise das decisões das JR (Juntas de Recursos) em que a matéria não for de sua alçada, ficar constatado que seu cumprimento infringirá dispositivo legal, Enunciado do CRPS ou Parecer Ministerial na forma da Lei Complementar nº

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73/93, o SRD (Serviço de Revisão de Direitos) deverá interpor recurso às CaJ (Câmaras de Julgamento). Art. 492. É de trinta dias, contados da data do recebimento do processo pelo SRD (Serviço de Revisão de Direitos), o prazo para interposição de recurso ou a apresentação de contra-razões por parte do INSS, devendo esta ocorrência ficar registrada nos autos. Art. 493. A interposição dos recursos, a apresentação de contra-razões e os pedidos de revisão de acórdão às Caj (Câmaras de Julgamento) competem ao SRD (Serviço de Revisão de Direitos). Parágrafo único. Nos casos de interposição de recurso pelo INSS à CaJ (Câmaras de Julgamento), caberá ao SRD (Serviço de Revisão de Direitos) a comunicação ao interessado, encaminhando-lhe cópia das razões do recurso e do acórdão da JR, facultando-lhe a apresentação de contra-razões. Art. 494. É de trinta dias o prazo para o beneficiário apresentar contra-razões ao recurso do INSS à CaJ (Câmaras de Julgamento), contados na forma do art. 487 desta Instrução Normativa. Art. 495. Após o prazo previsto no artigo anterior, apresentadas ou não as contrarazões, o SRD (Serviço de Revisão de Direitos) encaminhará o processo para as Câmaras de Julgamento do CRPS. Art. 497. É vedado ao INSS, na forma do disciplinado no § 2º do art. 308 do RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, com redação dada pelo Decreto n° 5.699/2006, escusar-se de cumprir as decisões definitivas oriundas das JR ou CaJ, reduzir ou ampliar o alcance dessas decisões ou executá- Parágrafo único. É de trinta dias, contados a partir da data de recebimento do processo no SRD (Serviço de Revisão de Direitos), o prazo para cumprimento das decisões do CRPS (Conselho de Recursos da Previdência Social). Art. 498. Excepcionalmente, a decisão recursal definitiva pode deixar de ser cumprida no prazo estipulado no Parágrafo único do art. 497 desta Instrução Normativa, se violar literal disposição de lei ou decreto, ou divergir de pareceres da Consultoria Jurídica do MPS aprovados pelo Ministro de Estado, bem como do Advogado-Geral da União, na forma da Lei Complementar nº 73/1993, devendo, nesse caso, ser apresentado pedido de revisão de acórdão. RPS Art. 309. Havendo controvérsia na aplicação de lei ou de ato normativo, entre órgãos do Ministério da Previdência e Assistência Social ou entidades vinculadas, ou ocorrência de questão previdenciária ou de assistência social de relevante interesse público ou social, poderá o órgão interessado, por intermédio de seu dirigente, solicitar ao Ministro de Estado da Previdência e Assistência Social solução para a controvérsia ou questão. § 1o A controvérsia na aplicação de lei ou ato normativo será relatada in abstracto e encaminhada com manifestações fundamentadas dos órgãos interessados, podendo ser instruída com cópias dos documentos que demonstrem sua ocorrência. § 2º A Procuradoria Geral Federal Especializada/INSS deverá pronunciar-se em todos os casos previstos neste artigo.

1. (ESAF - AFRFB 2005) Segundo a letra da legislação previdenciária, a) o direito de apurar e constituir os créditos previdenciários extingue-se após 10 anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído, ou da data em que se tornar definitiva a decisão que anulou, por vício formal, a constituição de crédito anteriormente efetuado. b) o prazo decadencial a ser aplicado é aquele vigente à época do fato gerador (565 §1). c) nos casos de dolo, fraude ou simulação, o prazo decadencial será de vinte anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que for constatado o evento doloso, fraudulento ou simulado, ou, tendo havido anulação em razão desses vícios, da data da publicação desta. d) a ação para cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva. e) a prescrição se suspende pela citação pessoal feita ao devedor. 2. (ESAF - Técnico da Receita Federal – 2006) Segundo a Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991, a) o direito de cobrar os créditos da Seguridade Social, devidamente constituídos, prescreve em dez anos. b) o direito de cobrar os créditos da Seguridade Social, devidamente constituídos, decai em cinco anos. c) o direito de a Seguridade Social apurar e constituir seus créditos extingue-se após trinta anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído. d) o direito de a Seguridade Social apurar e constituir seus créditos extingue-se após três anos contados da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, a constituição de crédito anteriormente efetuada. e) o direito de cobrar os créditos da Seguridade Social, constituídos na forma da lei e devidamente notificados ao sujeito passivo, prescreve em cinco anos contados da data do fato gerador.

3. (AFPS – 2002 – ESAF-mod) - Nos termos do Regulamento da Previdência Social, assinale a assertiva correta a respeito da prescrição e da decadência. a) É de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer direito ou ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão de beneficio. b) A contagem do prazo de decadência do direito do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão de beneficio começa do segundo dia do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação. c) O direito da seguridade social de apurar e constituir

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seus créditos extingue-se após quinze anos. d) Na hipótese de ocorrência de dolo, fraude ou simulação, a seguridade social não pode, a qualquer tempo, apurar e constituir seus créditos. e) O direito de pleitear judicialmente a desconstituição de exigência fiscal fixada pela SRFB no julgamento de litígio em processo administrativo fiscal extingue-se com o decurso do prazo de trezentos e sessenta dias. 4. (DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL – 2004 – CESPE) Encerrada a polêmica acerca da licitude da constituição de crédito previdenciário contra determinada pessoa jurídica, com a declaração de nulidade do lançamento respectivo por vício formal, o órgão responsável pela seguridade social deverá realizar, no prazo máximo de dez anos, novo lançamento daquele crédito, sob pena de decadência. 5. (DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL – 2004 – CESPE) Considere a seguinte situação hipotética. Com o trânsito em julgado de uma sentença trabalhista, proferida em favor de sindicato que atuou na condição de substituto processual dos integrantes da respectiva categoria, foi liquidado o débito e fixado o valor da contribuição previdenciária correspondente. Contudo, por insuficiência de bens da empresa devedora, o crédito previdenciário não foi satisfeito. Nessa situação, uma vez que foi devidamente quitado o débito trabalhista, terá o INSS o prazo de cinco anos para ingressar em juízo, visando a satisfação de seu crédito, sob pena de prescrição da pretensão correspondente. 6. (INSS – Analista – CESPE – 2003) Uma das condutas típicas do crime de apropriação indébita previdenciária é deixar de recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público, sendo passível de aplicação de pena de reclusão e multa. Todavia, a punibilidade poderá ser extinta se o agente, espontaneamente, declarar, confessar e efetuar o pagamento de contribuições, importâncias ou valores e prestar as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, até o recebimento da denúncia pelo juiz. 7. (Auditor Fiscal da Previdência Social – CESPE/UNB – 2003) A omissão dolosa do nome de qualquer segurado, bem como de seus dados pessoais, sua remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviço é tipo penal que pretende coibir, mediante a respectiva sanção criminal, a prática de ato que acarrete prejuízo para a previdência social, bem como aos segurados. 8. (Auditor Fiscal da Previdência Social – CESPE/UNB – 2003 - modificado) O crime de sonegação de contribuição previdenciária caracteriza-se, entre outras ações, pela supressão ou redução da contribuição social e qualquer acessório mediante a conduta de não efetuar o lançamento mensal, em títulos próprios da contabilidade da empresa, das quantias descontadas dos segurados ou das devidas pelo empregador ou pelo tomador de serviços. A punibilidade será extinta caso o agente, espontaneamente, declare e confesse as contribuições, importâncias ou valores, e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou

regulamento, antes do início da ação fiscal. 9. (DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL – 2004 – CESPE) João mantinha uma pequena granja em chácara de sua propriedade e contava com o auxílio de dois empregados, que percebiam remuneração mensal equivalente a um salário mínimo. Por exercer o negócio por conta própria e informalmente, João nunca efetuou os registros devidos nas carteiras de trabalho de seus empregados, tampouco recolheu as contribuições previdenciárias correspondentes. Nessa situação, se for flagrado pela fiscalização, João responderá pelo crime de sonegação de contribuição previdenciária, podendo o juiz restringir a pena de reclusão prevista (de um terço até a metade) ou apenas aplicar a pena de multa. 10. (DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL – 2004 – CESPE) Como forma de otimizar suas atividades, um grande supermercado contratou os serviços de uma cooperativa de mão-de-obra (cooperativa de trabalho), buscando o fornecimento de trabalhadores para as funções de empacotamento e limpeza. No entanto, por deixar de consignar nos documentos contábeis adequados os valores pagos à cooperativa, o supermercado não recolheu as contribuições previdenciárias incidentes, da ordem de 15% do valor bruto das notas fiscais respectivas. Nessa situação, os responsáveis pela conduta típica indicada responderão pelo crime de sonegação de contribuição previdenciária. 11. (AFPS 2000 – CESPE - modificado) Considere a seguinte situação hipotética. Manoel, representante legal da empresa Celta, deixou de recolher as contribuições descontadas dos empregados no mês de novembro de 2007. Em sua ação fiscal, à qual não foi oposta nenhuma resistência, os agentes da autarquia previdenciária constataram a irregularidade, procedendo à notificação da empresa Celta. Ato contínuo - antes, portanto, do oferecimento da denúncia pelo Ministério Público Federal -, Manoel encaminhou expediente à Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB) por meio do qual reconhecia o aceno da ação fiscal, confessava a dívida e comprovava o efetivo pagamento do débito, acrescido de multa, juros e demais consectários previstos na legislação. Nessa situação, estará extinta a punibilidade do crime cometido por Manoel. 12. (AFPS 2000 – CESPE - modificado) Considere a seguinte situação hipotética. No exercício de sua atividade funcional, Caio inseriu alteração não-autorizada no sistema de informações do INSS, elevando substancialmente o valor dos beneficios pagos a segurados previamente contactados por ele, para efeito de divisão do produto do crime. Todavia, o procedimento de Caio acionou os mecanismos de segurança do sistema, de modo que as alterações foram bloqueadas e o servidor que as introduzira foi identificado. Nessa situação, não haverá crime, haja vista a impossibilidade de consumação do dano ao patrimônio público.

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13- (ESAF - AFRFB 2005-modificado) Ficará sujeito à seguinte conseqüência, aquele que deixar de pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social: a) a responsabilidade da empresa ou pessoa física perante a Previdência Social e a responsabilidade administrativa do servidor que tiver efetuado o pagamento, se for o caso. b) a responsabilidade criminal por sonegação de contribuição previdenciária, além da responsabilidade civil e administrativa, se for o caso. c) ser imputado de crime cuja punibilidade se extingue se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, antes do início da ação fiscal. d) ser imputado de crime cuja punibilidade se extingue se o agente houver promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios. e) ser imputado de crime de menor potencial ofensivo se o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, for igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. 14- (AFPS – 2002 – ESAF- mod) - A respeito de crime, responsabilização civil, criminal e administrativa contra a previdência assinale a opção incorreta a respeito da(s) natureza( s) da conduta "Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional": a) infração administrativa. b) crime. c) crime tipificado no Código Penal brasileiro. d) crime tipificado na Lei 8.212/91. e) infração administrativa que acarreta sanção administrativa. 15. (Auditor Fiscal da Previdência Social – CESPE/UNB – 2003 - modificado) Constitui obrigação das empresas manter perfil profissiográfico previdenciário, abrangendo as atividades desenvolvidas pelo trabalhador, bem como fornecer a este, na rescisão do contrato de trabalho, cópia autenticada deste documento, sob pena de multa por descumprimento de obrigação acessória da legislação previdenciária. 16. (Auditor Fiscal da Previdência Social – CESPE/UNB – 2003) Considere a seguinte situação hipotética. A empresa Comercial Têxtil Ltda. deixou de informar na GFlP, no campo das remunerações, a rubrica adicional por tempo de serviço, durante o todo o ano de 2002, correspondendo a um montante de R$ 10.000,00 por competência. Todos os empregados recebiam o mencionado adicional. Nessa situação, a empresa será autuada pela fiscalização pelo descumprimento de obrigação acessória, sendo o valor da multa equivalente a um multiplicador proporcional ao número de segurados da empresa sobre o valor mínimo vigente na data de

lavratura do auto-de-infração. 17. (Auditor Fiscal da Previdência Social – CESPE/UNB – 2003-modificado) As empresas obrigadas a apresentação da escrituração contábil devem lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, discriminadamente, os fatos geradores das contribuições, o montante das quantias descontadas, as contribuições da empresa e os totais recolhidos, sob pena de multa por descumprimento de obrigação acessória da legislação previdenciária. 18. Constituem circunstâncias agravantes da infração, das quais dependerá a gradação da multa, ter o infrator: tentado subornar servidor dos órgãos competentes; agido com dolo, fraude ou má-fé; desacatado, no ato da ação fiscal, o agente da fiscalização; obstado a ação da fiscalização; ou incorrido em reincidência. 19. Uma das situações que caracteriza reincidência é a prática de nova infração a dispositivo da legislação por uma mesma pessoa, dentro de cinco anos da data do pagamento. 20. Um contribuinte sob fiscalização tentou subornar um Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, para que este não multasse a empresa. Nesta situação, esta agravante eleva a multa em duas vezes. 21. (Auditor Fiscal da Previdência Social – CESPE/UNB – 2003 - modificado) Das decisões do INSS nos processos de interesse dos segurados da previdência social, quando não conformados, os segurados poderão recorrer às Juntas de Recursos-JR, ou às Câmaras de Julgamento-CaJ do CRPS (Conselho de Recursos da Previdência Social). Com relação às questões 22 e 23 , considere a seguinte situação hipotética: Caio, segurado do RGPS, inconformado contra uma decisão do INSS em que pleiteava um benefício previdenciário, recorreu ao Conselho de Recursos da Previdência Social – CRPS - , cujo recurso foi encaminhado por este a uma Agência da Previdência Social – APS – próximo de sua casa. 22. Na APS, o servidor ao ler o recurso de Caio, verificou que este não era cabido. Nesta situação, este servidor deverá recusar o recebimento ou sustar seu andamento. 23. Se Caio propor, por iniciativa própria, ação judicial que tenha por objeto idêntico pedido sobre o qual versa o processo administrativo, isto importará em renúncia ao direito de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso interposto. 24. O beneficiário terá quinze dias de prazo para interposição de recurso à JR, a partir da ciência pessoal, ou da data de recebimento aposta no Aviso de Recebimento-AR. 25. Na contagem do prazo, será excluído o dia do conhecimento da decisão, iniciando-se o curso do prazo no primeiro dia útil seguinte. Se este dia cair na quarta-feira de cinzas, em que há meio expediente no setor responsável pelo recebimento do recurso, o vencimento será prorrogado para o primeiro dia útil seguinte em que haja expediente integral deste setor.

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26. Nos processos administrativos, será efetuada notificação por edital quando o interessado estiver em local incerto e não sabido ou quando ficar evidenciado o seu propósito em não receber a comunicação do que foi decidido pelo INSS. 27. É de trinta dias, contados a partir da data de recebimento do processo no SRD (Serviço de Revisão de Direitos), o prazo para cumprimento das decisões do CRPS (Conselho de Recursos da Previdência Social). A decisão recursal definitiva jamais poderá deixar de ser cumprida no prazo citado, mesmo que viole literal disposição de lei ou decreto. 28 (ANALISTA INSS 2005 CESGRANRIO) Das decisões proferidas pelas Agências da Previdência Social, referentes ao reconhecimento de direitos na concessão, na atualização ou na revisão de benefícios, bem como na emissão de CTC (Certidão de Tempo de Contribuição), poderão os interessados, quando não conformados, recorrer às Juntas de Recursos ou às Câmaras de Julgamento do CRPS (Conselho de Recursos da Previdência Social). Quanto a esta espécie de recurso, assinale a afirmativa correta. (A) Nos casos de conclusão médica contrária, o processo será encaminhado para a Perícia Médica da Agência da Previdência Social, a fim de ser realizado exame por junta médica, a qual emitirá parecer conclusivo. (B) Na contagem do prazo para sua interposição, será incluído o dia do conhecimento da decisão, salvo se não for dia útil, ocasião em que o curso do prazo iniciar-se-á no primeiro dia útil seguinte ao dia do conhecimento. (C) O prazo para a interposição desse recurso pelo segurado ou beneficiário será de 10 (dez) dias. (D) O prazo para sua interposição não será prorrogado em hipótese alguma, antecipando-se para o último dia útil quando o seu vencimento recair em dia em que não haja expediente integral no setor responsável pelo recebimento do recurso. (E) A ciência da decisão será efetuada por notificação por edital, quando o interessado estiver em local certo.

GABARITO: 1- A 2- A 3- A 4- C 5- E 6- E 7- C 8- C 9- C 10- C 11- E 12- E 13- C 14- D 15- C 16- E 17- C 18- C 19- C 20- E 21- C 22- E 23- C 24- E 25- C 26- C 27- E 28- A V. PLANO DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL.

1. NOÇÕES BÁSICAS - INTRODUÇÃO

Passaremos a estudar o Plano de Benefícios da Previdência Social, que é administrado pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS – autarquia vinculada ao Ministério da Previdência Social38. O artigo 201 da Constituição Federal trata do Regime Geral da Previdência Social e seus incisos dispõem sobre os benefícios previdenciários: Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, (...).

Do rol apresentado acima, a proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário, apesar de ser considerado pela Constituição Federal um benefício previdenciário, este não é coberto pelo RGPS, sendo

38 Já, a responsabilidade quanto ao custeio cabe à

Secretaria da Receita Federal do Brasil, órgão subordinado ao Ministério da Fazenda.

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regulado pela Lei 7.998/90, que regula o Programa do Seguro-Desemprego. É o Ministério do Trabalho quem paga este benefício, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT, cujos recursos vêm, em sua maior parte, do produto de arrecadação das contribuições devidas ao PIS e ao PASEP. Pelo fato de não ser coberto pelo RGPS, este benefício não será objeto de nosso estudo.

1.1. Princípios da Previdência Social.

Os princípios da previdência social, muito parecidos com os princípios constitucionais da seguridade social39, estão elencados no art. 2o da Lei 8.213/91, conforme consta abaixo:

Art. 2º A Previdência Social rege-se pelos seguintes princípios e objetivos: I - universalidade de participação nos planos previdenciários; II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios; IV - cálculo dos benefícios considerando-se os salários-de-contribuição corrigidos monetariamente; V - irredutibilidade do valor dos benefícios de forma a preservar-lhes o poder aquisitivo; VI - valor da renda mensal dos benefícios substitutos do salário-de-contribuição ou do rendimento do trabalho do segurado não inferior ao do salário mínimo; VII - previdência complementar facultativa, custeada por contribuição adicional; VIII - caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com a participação do governo e da comunidade, em especial de trabalhadores em atividade, empregadores e aposentados. Parágrafo único. A participação referida no inciso VIII deste artigo será efetivada a nível federal, estadual e municipal.

1.2. Garantias Constitucionais da Previdência Social.

O art. 201 da Constituição Federal traz em seus parágrafos as garantias constitucionais cujo objetivo é resguardar a saúde financeira do sistema e os interesses dos segurados. A seguir, passaremos a listá-las: A - É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei complementar. Em regra, é vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados, mas há exceções como, por exemplo, no caso de concessão de aposentadoria especial. B - Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo.

39 Os princípios constitucionais da seguridade social já foram estudados no capítulo I e estão no art. 194, parágrafo único, incisos de I a VII da Constituição Federal.

Entretanto, veremos que o auxílio-doença (91% do salário-benefício) e o auxílio-acidente (50% do salário-benefício) não têm a natureza de substituir o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado, por isso, poderão ter valores inferiores ao salário-mínimo. C - Todos os salários-de-contribuição considerados para o cálculo de benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei. Quando for feito o cálculo de uma aposentadoria, por exemplo, os salários-de-contribuição, cujos recolhimentos foram realizados há anos atrás, deverão ser atualizados até o presente dia para se calcular o real valor do salário-de-benefício. D - É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei. Os valores dos benefícios em manutenção serão reajustados, anualmente, na mesma data do reajuste do salário mínimo, e proporcionalmente, de acordo com suas respectivas datas de início ou do último reajustamento, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE40. E - É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência. A pessoa participante de regime próprio de previdência não poderá contribuir como segurado facultativo do RGPS. Mas, deverá contribuir para o RGPS caso exerça outra atividade remunerada que a enquadre na condição de segurado obrigatório. F - A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano. Esta gratificação natalina, também é conhecida como abono anual. Seria o equivalente ao décimo terceiro salário. O valor é baseado no benefício do mês de dezembro. G - É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher. Sendo que serão reduzidos em cinco anos, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. O inciso I refere-se à aposentadoria por tempo de contribuição e o inciso II, à aposentadoria por idade. H - Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de

40 Conforme parágrafo 1o, art. 40 do RPS, com redação dada pelo Decreto 6.042/07.

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previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei. Desta forma, um empregado que foi servidor público e contribuiu para o regime próprio, poderá levar seu tempo de contribuição para o RGPS e vice-versa. I - Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelo setor privado. Estudaremos que, no caso de acidente de trabalho, e houver a necessidade de afastamento médico, o empregador (setor privado) é quem deve arcar com os primeiros 15 dias de salário, passando a ser devido o auxílio-doença a contar do 16o dia de afastamento da atividade. J - Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e conseqüente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei.

Em regra, com exceção do que consta no o art. 28, parágrafo 9o, da Lei 8.212/91, que fala sobre as parcelas que não integram o salário-de-contribuição, os ganhos habituais do empregado serão incorporados ao salário para efeitos de contribuição previdenciária.

K - Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para atender a trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário-mínimo. Este sistema especial de inclusão previdenciária terá alíquotas e carências inferiores às vigentes para os demais segurados do regime geral de previdência social. O Decreto 6.042/07, que alterou o RPS41, trouxe a possibilidade dos segurados contribuintes individuais e facultativos contribuírem com uma alíquota inferior à vigente. A partir da competência em que o segurado fizer a opção pela exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, é de onze por cento, sobre o valor correspondente ao limite mínimo mensal do salário-de-contribuição, a alíquota de contribuição: I - do segurado contribuinte individual, que trabalhe por conta própria, sem relação de trabalho com empresa ou equiparado; II - do segurado facultativo; e III - especificamente quanto às contribuições relativas à sua participação na sociedade, do sócio de sociedade empresária que tenha tido receita bruta anual, no ano-calendário anterior, de até R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais). O segurado que tenha contribuído na forma acima e pretenda contar o tempo de contribuição correspondente, para fins de obtenção da aposentadoria por tempo de contribuição ou de contagem recíproca do tempo de contribuição, deverá complementar a contribuição mensal mediante o recolhimento de mais nove por cento, acrescido de juros. 1.3. ESPÉCIES DE PRESTAÇÕES

41 Art. 199-A do RPS.

Este item está reservado a, apenas, apresentar as espécies de prestações do RGPS, fornecendo conhecimentos básicos sobre os benefícios, que serão paulatinamente aprofundados. Isto, ajudará a facilitar a compreensão sobre os assuntos que virão em seguida. O artigo 18 da Lei 8.213/91 prevê quais as espécies de prestações: O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes prestações, devidas inclusive em razão de eventos decorrentes de acidente do trabalho, expressas em benefícios e serviços: I - quanto ao segurado: a) aposentadoria por invalidez; b) aposentadoria por idade; c) aposentadoria por tempo de contribuição; d) aposentadoria especial; e) auxílio-doença; f) salário-família; g) salário-maternidade; h) auxílio-acidente; II - quanto ao dependente: a) pensão por morte; b) auxílio-reclusão; III - quanto ao segurado e dependente: a) serviço social; b) reabilitação profissional. Lei 8.213/91 – Art. 18: § 1º Somente poderão beneficiar-se do auxílio-acidente os segurados incluídos nos incisos I, VI e VII do art. 11 desta Lei (empregado, trabalhador avulso e segurado especial) § 2º O aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social–RGPS que permanecer em atividade sujeita a este Regime, ou a ele retornar, não fará jus a prestação alguma da Previdência Social em decorrência do exercício dessa atividade, exceto ao salário-família e à reabilitação profissional, quando empregado. § 3o O segurado contribuinte individual, que trabalhe por conta própria, sem relação de trabalho com empresa ou equiparado, e o segurado facultativo que contribuam na forma do § 2o do art. 21 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991 (Plano Simplificado de Inclusão à Previdência Social) , não farão jus à aposentadoria por tempo de contribuição. Verifica-se que no inciso I estão relacionados os benefícios que somente os segurados têm direito, assim como no inciso II os benefícios exclusivos dos dependentes e no inciso III, os de ambos. Passaremos, agora, a uma breve exposição sobre cada benefício: I – Quanto ao segurado: a) Aposentadoria por Invalidez A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta

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a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição42. b) Aposentadoria por Idade A aposentadoria por idade será devida ao segurado que, cumprida a carência exigida nesta Lei, completar 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta), se mulher43. Esses limites serão reduzidos para 60 e 55 anos de idade, respectivamente homens e mulheres, para os trabalhadores rurais, empregados, contribuintes individuais (que presta serviço de natureza rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego), avulsos e segurados especiais, bem como para os segurados garimpeiros que trabalhem, comprovadamente, em regime de economia familiar. c) Aposentadoria por Tempo de Contribuição A aposentadoria por tempo de contribuição será devida ao segurado após trinta e cinco anos de contribuição, se homem, ou trinta anos, se mulher44. A aposentadoria por tempo de contribuição do professor que comprove, exclusivamente, tempo de efetivo exercício em função de magistério na educação infantil, no ensino fundamental ou no ensino médio, será reduzida em 5 anos. d) Aposentadoria Especial A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei45. e) Auxílio-Doença O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos46. f) Salário-Família O salário-família será devido, mensalmente, ao segurado empregado, exceto o doméstico, e ao trabalhador avulso que tenham salário-de-contribuição inferior ou igual a R$ 676,27, na proporção do respectivo número de filhos ou equiparados, até 14 anos de idade ou inválido47. O valor do salário-família será de R$ 23,08, por filho de até 14 anos incompletos ou inválido, para quem ganhar até R$ 449,93. Para o trabalhador que receber de R$ 449,94 até 676,27, o valor do salário-família por filho de até 14 anos incompletos ou inválido, será de R$ 16,26. g) Salário-Maternidade

42 Art. 42 da Lei 8.213/91.

43 Art. 48 da Lei 8.213/91. 44 Art. 56 do RPS. 45 Art. 57 da Lei 8.213/91. 46 Art. 59 da Lei 8.213/91 47 Art. 81 do RPS.

O salário-maternidade é devido à segurada da Previdência Social, durante 120 (cento e vinte) dias, com início no período entre 28 (vinte e oito) dias antes do parto e a data de ocorrência deste, observadas as situações e condições previstas na legislação no que concerne à proteção à maternidade48. h) Auxílio-Acidente O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem seqüelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia49. II - quanto ao dependente: a) Pensão por Morte A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não50. b) Auxílio-Reclusão O auxílio-reclusão será devido, nas mesmas condições da pensão por morte, aos dependentes do segurado recolhido à prisão que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência em serviço, desde que o seu último salário-de-contribuição seja inferior ou igual a R$ 676,2751. III - quanto ao segurado e dependente: a) Serviço Social Compete ao Serviço Social esclarecer junto aos beneficiários seus direitos sociais e os meios de exercê-los e estabelecer conjuntamente com eles o processo de solução dos problemas que emergirem da sua relação com a Previdência Social, tanto no âmbito interno da instituição como na dinâmica da sociedade52. b) Reabilitação Profissional A habilitação e a reabilitação profissional e social deverão proporcionar ao beneficiário incapacitado parcial ou totalmente para o trabalho, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios para a (re)educação e de (re)adaptação profissional e social indicados para participar do mercado de trabalho e do contexto em que vive53. 2. BENEFICIÁRIOS Os beneficiários são todos aqueles que recebem ou possam vir a receber os benefícios ou serviços do RGPS. Podemos classificá-los em: segurados (obrigatórios ou facultativos) e seus dependentes.

48 Art. 71 da Lei 8.213/91 49 Art. 86 da Lei 8.213/91. 50 Art. 74 da Lei 8.213/91. 51 Art. 116 do RPS. 52 Art. 88 da Lei 8.213/91. 53 Art. 89 da Lei 8.213/91.

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Os segurados obrigatórios (empregado, empregado doméstico, avulso, segurado especial e contribuinte individual) e os facultativos já foram vistos no Capítulo III, item 4. Importante, agora, é estudar os dependentes dos segurados. 2.1. DEPENDENTES. É importante conhecer quais são os dependentes, pois eles terão direito a determinados benefícios e serviços, em virtude desta dependência para com o segurado obrigatório ou facultativo. Os dependentes fazem jus aos seguintes direitos: - Pensão por morte - Auxílio-reclusão - Reabilitação profissional - Serviço social A inscrição dos dependentes dar-se-á somente quando da solicitação do benefício ou serviço. Esta regra existe, pois a situação dos dependentes podem se alterar durante o passar do tempo. Se a inscrição do dependente fosse feita no ato da inscrição do segurado, provavelmente, o INSS teria um grande trabalho para atualiza-las durante o tempo. Assim, seguindo o princípio da eficiência na Administração Pública, optou-se a inscrever o segurado quando da solicitação do benefício ou serviço. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado54: I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido; II - os pais; III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido. Cada inciso (de I a III) representa uma Classe. O organograma abaixo ilustra a “hierarquia” entre as Classes:

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54 Art. 16 da Lei 8.213/91.

Para determinar qual ou quais dependentes terão direito ao benefício ou serviço, é necessário seguir algumas regras. Para facilitar a compreensão, partiremos de um exemplo: Suponha que João ao falecer tinha mulher, um filho menor de 21 anos, pai, mãe e um irmão menor de 21 anos. As regras são as seguintes: A - A existência de dependente(s) de hierarquia superior exclui o direito dos dependentes das classes seguintes. No nosso exemplo, pelo fato de ter dependentes da classe 1, somente a mulher e filho receberão a pensão por morte. O pai, a mãe e o irmão menor de 21 anos estarão excluídos. B – Os dependentes de uma mesma classe concorrem em igualdade de condições55. No exemplo acima, se João deixou pensão por morte no valor de R$ 1000,00. esta será rateada entre sua mulher e filho menor de 21 anos. Ficando R$ 500,00, para cada. C - Após o falecimento de dependente superior, o benefício não se transfere para os dependentes inferiores, só para os de mesma hierarquia. Seguindo nosso exemplo, quando o filho completar 21 anos, o benefício será integral da mulher (R$1.000,00) D - Tendo sido concedido um benefício aos dependentes de uma determinada classe, no caso de perda da qualidade de dependente, este benefício não é transferido para as classes subseqüentes. Finalizando nosso exemplo acima, suponha que a mulher faleça. Agora não há mais dependentes da Classe 1. Mesmo assim, o benefício não passará para a classe 2 (pais).

55 Art. 16, parágrafo 1o do RPS.

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E - Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que mantenha união estável com o segurado ou segurada56. Considera-se união estável aquela verificada entre o homem e a mulher como entidade familiar, quando forem solteiros, separados judicialmente, divorciados ou viúvos, ou tenham prole em comum, enquanto não se separarem57. F – A dependência econômica das pessoas da Classe 1 é presumida com exceção do menor enteado e do menor tutelado e das demais classe que deve ser comprovada. O menor enteado e do menor tutelado, os pais ou o irmão menor de 21 anos ou inválido para serem considerados dependentes devem comprovar a dependência com no mínimo 3 documentos previstos no RPS, conforme letra “H” a seguir. Já o cônjuge, companheiro (a) e filhos não emancipados, menores de 21 anos ou inválido, não é necessária a comprovação, pois esta é presumida. G - O menor enteado e o menor tutelado. A tutela é um meio jurídico de proteção e representação do menor cujos pais foram suspensos ou destituídos do poder paternal, ou estão mortos ou ausentes. O menor enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do segurado , desde que comprovada a dependência econômica na forma estabelecida no Regulamento58 e desde que não possua bens suficientes para o próprio sustento e educação59. O menor sob tutela somente poderá ser equiparado aos filhos do segurado mediante apresentação de termo de tutela60. No caso de equiparado a filho, a inscrição será feita mediante a comprovação da equiparação por documento escrito do segurado falecido manifestando essa intenção, da dependência econômica e da declaração de que não tenha sido emancipado61. O menor sob guarda não é considerado dependente, para fins previdenciários. H - Para comprovação do vínculo e da dependência econômica, conforme o caso, devem ser apresentados no mínimo três dos seguintes documentos I - certidão de nascimento de filho havido em comum; II - certidão de casamento religioso; III - declaração do imposto de renda do segurado, em que conste o interessado como seu dependente; IV - disposições testamentárias; V - (Revogado pelo Decreto nº 5.699, de 2006) VI - declaração especial feita perante tabelião; VII - prova de mesmo domicílio; VIII - prova de encargos domésticos evidentes e existência de sociedade ou comunhão nos atos da vida civil; IX - procuração ou fiança reciprocamente outorgada; X - conta bancária conjunta; XI - registro em associação de qualquer natureza, onde conste o interessado como dependente do segurado;

56 Art. 16, parágrafo 5o do RPS. 57 Art. 16, parágrafo 6o do RPS. 58 A dependência econômica é comprovada através de apresentação de, no mínimo 3 documentos previstos no art. 22, parágrafo 3o do RPS. 59 Art. 16, parágrafo 3o do RPS. 60 Art. 16, parágrafo 4o do RPS. 61 Art. 22, parágrafo 13 do RPS.

XII - anotação constante de ficha ou livro de registro de empregados; XIII - apólice de seguro da qual conste o segurado como instituidor do seguro e a pessoa interessada como sua beneficiária; XIV - ficha de tratamento em instituição de assistência médica, da qual conste o segurado como responsável; XV - escritura de compra e venda de imóvel pelo segurado em nome de dependente; XVI - declaração de não emancipação do dependente menor de vinte e um anos; ou XVII - quaisquer outros que possam levar à convicção do fato a comprovar.

I – Somente será exigida a certidão judicial de adoção quando esta for anterior a 14 de outubro de 1990, data da vigência da Lei n. 8.069/90.

J - No caso de dependente inválido, para fins de inscrição e concessão de benefício, a invalidez será comprovada mediante exame médico-pericial a cargo do Instituto Nacional do Seguro Social.

Neste caso, não há limite de idade. Este continuará dependente, enquanto durar sua invalidez.

Entretanto, a Instrução Normativa INSS 20/2007, art. 22, parágrafo 4o , prevê que “é assegurada a qualidade de dependente perante a Previdência Social, do filho e irmão inválido maior de 21 (vinte e um) anos, que se emanciparem em decorrência, unicamente, de colação de grau científico em curso de ensino superior, assim como para o menor de 21 (vinte e um) anos, durante o período de serviço militar, obrigatório ou não.” Desta forma, a interpretação dada pelo INSS é a de que o dependente filho ou irmão inválido maior de 21 anos, perde a qualidade de dependente ao se emancipar, salvo por colação de grau científico em curso de ensino superior.

L - No ato de inscrição, o dependente menor de vinte e um anos deverá apresentar declaração de não emancipação. É importante alertar que mesmo o Código Civil prevendo a maioridade aos 18 anos; para a legislação previdenciária, continua sendo 21 anos. Mesmo porque, como vimos, a maioridade previdenciária, de 21 anos, está prevista na Lei 8.213/91. Neste caso, aplicando-se a regra de interpretação das leis, como vimos no capítulo II, item 3.2., a norma específica, no caso a Lei 8.213/91, prevalece sobre a genérica (código civil). O código civil, art. 5o, parágrafo único, traz as regras sobre a emancipação: Cessará, para os menores, a incapacidade: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; II - pelo casamento; III - pelo exercício de emprego público efetivo; IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. Em qualquer dos casos acima (incisos I ao V), o menor de 21 anos considerar-se-á emancipado para fins

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previdenciários62. Só lembrando, o menor de 21 anos no período de serviço militar não perde a qualidade de dependente.

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M - O companheiro ou a companheira homossexual de segurado inscrito no RGPS passa a integrar o rol dos dependentes e, desde que comprovada a vida em comum, concorre, para fins de pensão por morte e de auxílio-reclusão, com os dependentes preferenciais da Classe 1, para óbito ou reclusão ocorrido a partir de 5 de abril de 199163. N - A perda da qualidade de dependente cônjuge e companheiro(a) ocorre64: - para o cônjuge, pela separação judicial ou divórcio, enquanto não lhe for assegurada a prestação de alimentos, pela anulação do casamento, pelo óbito ou por sentença judicial transitada em julgado; - para a companheira ou companheiro, pela cessação da união estável com o segurado ou segurada, enquanto não lhe for garantida a prestação de alimentos. É importante observar que no caso de no caso de separação judicial ou divórcio do cônjuge e cessação da união estável do(a) companheiro(a), estes continuarão sendo dependentes do segurado, caso seja assegurada a prestação de alimentos. Pois, desta forma, o(a) ex-cônjuge ou ex-companheiro(a) dependem financeiramente do segurado, pelo fato de receberem prestação de alimentos. Por exemplo, imagine que José tenha uma mulher e uma ex-companheira que recebe prestação de alimentos. José falece, deixando pensão por morte no valor de R$ 1.000,00. Neste caso, a pensão será rateada igualmente entre mulher e ex-companheira, no valor de R$500,00, para cada. Entretanto, a súmula do STJ n. 336, de 07/05/07 diz: “A mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito à pensão previdenciária por morte do ex-marido, comprovada a necessidade econômica superveniente.” Desta forma, comprovada a necessidade econômica superveniente, mesmo, sem ter recebido prestação de alimentos, a ex-mulher terá direito à pensão por morte. O - A perda da qualidade de dependente ocorre65: - para o filho e o irmão, de qualquer condição, ao completarem vinte e um anos de idade, salvo se inválidos, ou pela emancipação, ainda que inválido, exceto, neste caso, se a emancipação for decorrente de colação de grau científico em curso de ensino superior; e - para os dependentes em geral: a) pela cessação da invalidez; ou b) pelo falecimento. 2. MANUTENÇÃO E PERDA DA QUALIDADE DO SEGURADO. Imagine que um segurado perca seu emprego e pare de contribuir para com a previdência social. Será que ele

62 Salvo no caso do inválido, como visto na letra “J”, acima. 63 Art. 30 da Instrução Normativa INSS/PRES n. 20, de 11/10/2007. 64 Art. 17 do RPS. 65 Art. 17 do RPS.

continuará a receber a proteção previdenciária? A resposta é sim, por algum tempo. Tempo, este, que se presume suficiente para que o segurado consiga retornar ao mercado de trabalho. Este período em que ele mantém a qualidade de segurado, mesmo sem contribuição, mas continua filiado e protegido pela previdência social, é chamado de “período de graça”. Neste “período de graça” mantém-se a qualidade de segurado, conservando-se todos os direitos perante a Previdência Social, podendo solicitar benefícios, à exceção do auxílio-acidente. O período de graça não conta para carência e nem para efeitos de tempo de contribuição, pois, de fato, ele não está contribuindo, apenas mantém a cobertura protetiva securitária. 2.2. Manutenção da Qualidade de Segurado. Conforme o art. 15 da Lei 8.213/91, Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições: I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício. Suponha que o segurado esteja recebendo auxílio-doença. Durante todo este período ele mantém a qualidade de segurado, porém, sem contar o tempo para efeito de carência e tempo de contribuição. A segurada que recebe salário-maternidade é uma exceção, a qual continua contar o tempo de contribuição e carência, pois é o único benefício em que os descontos previdenciários continuam a ocorrer. II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração. Se o segurado já tiver pago mais de 120 (cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado, este prazo será prorrogado para até 24 meses. Esta regra aplica-se, também, ao segurado que se desvincular de regime próprio de previdência social66, podendo o ex-servidor público gozar da proteção da Previdência Social, no máximo, por 24 meses. Além do mais, estes prazos serão acrescidos de 12 (doze) meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social. Assim, quando o segurado deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração, a contagem do prazo ocorre conforme a seguinte estrutura:

S. 66 Art. 13, parágrafo 4o do RP

Segurado com mais de 120 contribuições. O prazo aumenta de 12 para 24 meses.

Comprovando desemprego, este prazo aumenta de 12 para 24 meses.

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De modo que, este segurado pode ter seu prazo dilatado para até 36 meses. III - até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória. Doença de segregação compulsória é aquela a qual o segurado deverá ficar obrigatoriamente isolado a fim de não haja transmissão e contágio a outras pessoas. Neste caso, após sair do “isolamento”, haverá um prazo de 12 meses de manutenção como segurado. IV - até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso. O preso, após o livramento manterá durante 12 meses a qualidade de segurado. V - até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar. VI - até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo. Após a inscrição, o segurado facultativo somente poderá recolher contribuições em atraso quando não tiver ocorrido perda da qualidade de segurado67. 2.3. Perda da Qualidade de Segurado A perda da qualidade de segurado importa em caducidade dos direitos inerentes a essa qualidade68. Porém, a perda da qualidade de segurado não prejudica o direito à aposentadoria para cuja concessão tenham sido preenchidos todos os requisitos, segundo a legislação em vigor à época em que estes requisitos foram atendidos, pois trata-se de um direito adquirido. Assim, a perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão das aposentadorias por tempo de contribuição e especial. Também, não será considerada para concessão de aposentadoria por idade, desde que o segurado conte com, no mínimo, o número de contribuições mensais exigido para efeito de carência na data do requerimento do benefício. Desta forma, no caso de aposentadoria por tempo de contribuição (cujo benefício se alcança após 35 anos de contribuição, para o homem), se um segurado com 34 anos de contribuição ficar desempregado por um longo período, vindo a perder a qualidade de segurado e, posteriormente, conseguir emprego e contribuir por mais um ano, poderá aposentar-se por tempo de contribuição. Da mesma forma, no caso de aposentadoria por idade (cujo benefício se aufere após 65 anos de idade e 180 contribuições mensais, para o homem), se um

67 Art. 11, parágrafo 4o do RPS. 68 Art. 102 da Lei 8.213/91.

Prazo inicial de 12 meses

Se o segurado tem menos de 120 contribuições, o prazo mantém-se em 12 meses

desempregado que perdeu a qualidade de segurado, mas que já recolheu as 180 contribuições mensais (preencheu o período de carência), atingir a idade de 65 anos, este terá o direito de se aposentar. Não será concedida pensão por morte aos dependentes do segurado que falecer após a perda desta qualidade69, salvo se preenchidos os requisitos para obtenção da aposentadoria, conforme visto acima. Comprovando o desemprego, este

prazo aumenta de 24 para 36 meses.

O reconhecimento da perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do vencimento da contribuição do contribuinte individual relativa ao mês imediatamente posterior ao término daqueles prazos. Assim, na prática, ocorre um acréscimo de 1 mês e quinze dias, conforme veremos no exemplo a seguir: Exemplo - Pergunta-se: Quando ocorre a perda da qualidade de segurado do facultativo que parou de contribuir a partir do mês de janeiro de 2007? Primeiramente, vimos que este segurado tem um período de graça de 6 meses. Assim, o mês do término do prazo é junho/2007 e, conseqüentemente, o mês posterior é julho/2007. O vencimento da contribuição do contribuinte individual relativa a este mês, ocorre em 15 de agosto de 2007, podendo ser prorrogado para o dia útil imediatamente posterior, caso não haja expediente bancário no dia 15. Portanto, se até o dia 15/08/2007 não houver pagamento de contribuição, no dia 16/08/2007 ocorrerá a perda da qualidade de segurado. 4. PERÍODOS DE CARÊNCIA A palavra “carência” ouvimos falar muito quando o assunto é plano de saúde. De fato, é um período de tempo mínimo que deve passar, cumprindo determinadas obrigações, para que o segurado adquira direitos a determinados benefícios ou serviços. Por exemplo, para que uma segurada facultativa tenha o direito ao salário-maternidade é necessário um período de carência correspondente ao recolhimento de 10 contribuições mensais. A Lei 8.213/91, art. 24, conceitua assim: “Período de carência é o número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências.” Assim, a carência começa a contar sempre do primeiro dia do mês, independentemente do dia em que o segurado iniciou sua atividade. Por exemplo, se um segurado começou a trabalhar no dia 01 ou no dia 30, o mês inteiro será contado para efeito de carência. Para o segurado especial, considera-se período de carência o tempo mínimo de efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, igual ao número de meses necessário à concessão do benefício requerido. Isto porque, em regra, o segurado especial não recolhe mensalmente. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social depende dos seguintes períodos de carência70: I - 12 contribuições mensais, nos casos de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez.

69 Art. 102, parágrafo 2o da Lei 8.213/91 70 Art. 29 do RPS.

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II - 180 contribuições mensais, nos casos de aposentadoria por idade, tempo de contribuição e especial. III - 10 contribuições mensais, no caso de salário-maternidade, para as seguradas contribuinte individual, especial e facultativa. Em caso de parto antecipado, o período de carência será reduzido em número de contribuições equivalente ao número de meses em que o parto foi antecipado. Independe de carência a concessão das seguintes prestações71: I - pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-família e auxílio-acidente de qualquer natureza. II - salário-maternidade, para as seguradas empregada, empregada doméstica e trabalhadora avulsa. III - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, for acometido de alguma das doenças ou afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência e Assistência Social a cada três anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado. Entende-se como acidente de qualquer natureza ou causa aquele de origem traumática e por exposição a agentes exógenos (físicos, químicos e biológicos), que acarrete lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda, ou a redução permanente ou temporária da capacidade laborativa. IV - aposentadoria por idade ou por invalidez, auxílio-doença, auxílio-reclusão ou pensão por morte aos segurados especiais, desde que comprovem o exercício de atividade rural no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, ainda que de forma descontínua, igual ao número de meses correspondente à carência do benefício requerido. V - reabilitação profissional. O período de carência é contado72: I - para o segurado empregado e trabalhador avulso - da data de filiação ao Regime Geral de Previdência Social. Para efeito de carência, considera-se presumido o recolhimento das contribuições do segurado empregado e do trabalhador avulso. II - para o segurado empregado doméstico, contribuinte individual que não seja remunerado por empresa e facultativo, inclusive o segurado especial que contribui facultativamente na condição de contribuinte individual - da data do efetivo recolhimento da primeira contribuição sem atraso, não sendo consideradas para esse fim as contribuições recolhidas com atraso referentes a competências anteriores. Para o segurado especial que não contribui facultativamente na condição de contribuinte individual, o período de carência é contado a partir do efetivo exercício da atividade rural, mediante comprovação documental. Para efeito de carência, também, considera-se presumido o recolhimento do contribuinte individual, a partir da

71 Art. 30 do RPS. 72 Art. 28 do RPS.

competência abril de 200373, referente às contribuições dele descontadas pela empresa. Para os segurados empregado doméstico , contribuinte individual e facultativo optantes pelo recolhimento trimestral, o período de carência é contado a partir do mês de inscrição do segurado, desde que efetuado o recolhimento da primeira contribuição. Será considerado, para efeito de carência, o tempo de contribuição para o Plano de Seguridade Social do Servidor Público anterior à Lei n. 8.647/93, efetuado pelo servidor público ocupante de cargo em comissão sem vínculo efetivo com a União, autarquias, ainda que em regime especial, e fundações públicas federais. No caso de segurado que se desvincular de regime próprio da previdência social, as contribuições vertidas para o regime próprio serão consideradas para todos os efeitos, inclusive para os de carência. O período de atividade dos auxiliares locais de nacionalidade brasileira no exterior, conforme Lei n. 8.745/93, anteriormente a 01/01/94, desde que sua situação previdenciária esteja regularizada junto ao INSS, será computado para fins de carência. Havendo perda da qualidade de segurado, as contribuições anteriores a essa perda somente serão computadas para efeito de carência depois que o segurado contar, a partir da nova filiação ao Regime Geral de Previdência Social, com, no mínimo, um terço do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência74. Por exemplo, o auxílio-doença, em regra, tem o período de carência de 12 contribuições mensais. Se aquele que perdeu a qualidade de segurado, e que já tinha anteriormente 12 contribuições mensais, voltar à atividade como empregado, este deverá cumprir, no mínimo, mais 4 contribuições (1/3 de 12 contribuições) para que aquelas contribuições anteriores sejam computadas para efeito de carência do auxílio-doença.

73 Nesta competência iniciou-se a obrigatoriedade da empresa no desconto e recolhimento da contribuição previdenciária do contribuinte individual. 74 Art. 27-A do RPS.

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5. SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO 5.1. Introdução e Conceito Vamos dar início ao estudo do Salário-de-Benefício (SB), que nada mais é do que a base de cálculo utilizada para chegar ao real valor da maioria dos benefícios recebidos pelos segurados, que chamamos de Renda Mensal de Benefício (RMB). Desta forma, em regra: SB x alíquota = RMB O conceito de Salário-de-Benefício é encontrado no art. 31 do RPS: Salário-de-benefício é o valor básico utilizado para cálculo da renda mensal dos benefícios de prestação continuada, inclusive os regidos por normas especiais, exceto o salário-família, a pensão por morte, o salário-maternidade e os demais benefícios de legislação especial. Não se incluem no cálculo do salário-de-benefício: o salário-família e o salário-maternidade, cujas regras são diferenciadas como veremos nos capítulos em que tratarmos destes benefícios. 5.2. Valor do Salário-de-Benefício O salário-de-benefício consiste: I - para as aposentadorias por idade e por tempo de contribuição, na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo, multiplicada pelo fator previdenciário. Sendo que, o fator previdenciário é de aplicação facultativa na aposentadoria por idade e é de aplicação obrigatória na aposentadoria por tempo de contribuição. II - para as aposentadorias por invalidez e especial, auxílio-doença e auxílio-acidente na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo. 5.3. Valor do Salário-de-Benefício para o Segurado Especial Já, no caso do segurado especial, o artigo 29, parágrafo 6o da Lei 8.213/93 prevê que o salário-de-benefício, que não será inferior ao salário mínimo, consiste: I - para aposentadoria por idade e por tempo de serviço, em um treze avos da média aritmética simples dos maiores valores sobre os quais incidiu a sua contribuição anual, correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo, multiplicada pelo fator previdenciário; II - para a aposentadoria por invalidez, especial, auxílio-doença e auxílio-acidente, em um treze avos da média aritmética simples dos maiores valores sobre os quais incidiu a sua contribuição anual, correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo. Entretanto, o artigo 39 da mesma Lei 8.213/91, contradiz este artigo 29, parágrafo 6o, coexistindo duas regras distintas para um mesmo segurado. O disposto no artigo 29 não possui efeitos práticos e é de difícil

materialização, até pela falta de documentação comprobatória75. Além do mais, as regras do artigo 29 não estão regulamentadas, aplicando-se, então, as regras do artigo 39 da Lei 8.213/91, abaixo, que encontra-se regulamentada no art. 39, parágrafo 2o do RPS. Art. 39, da Lei 8.213/91. Para os segurados especiais, referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, fica garantida a concessão: I - de aposentadoria por idade ou por invalidez, de auxílio-doença, de auxílio-reclusão ou de pensão, no valor de 1 (um) salário mínimo, desde que comprove o exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período, imediatamente anterior ao requerimento do benefício, igual ao número de meses correspondentes à carência do benefício requerido; ou II - dos benefícios especificados nesta Lei, observados os critérios e a forma de cálculo estabelecidos, desde que contribuam facultativamente para a Previdência Social, na forma estipulada no Plano de Custeio da Seguridade Social. Parágrafo único. Para a segurada especial fica garantida a concessão do salário-maternidade no valor de 1 (um) salário mínimo, desde que comprove o exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, nos 12 (doze) meses imediatamente anteriores ao do início do benefício. Sendo assim, os benefícios previdenciários para o Segurado Especial será no valor de 1 salário-mínimo, salvo se este segurado contribuir facultativamente como contribuinte individual. 5.4. Limites do Salário-de-Benefício O valor do salário-de-benefício não será inferior ao de um salário mínimo, nem superior ao limite máximo do salário-de-contribuição na data de início do benefício. Serão considerados para cálculo do salário-de-benefício os ganhos habituais do segurado empregado, a qualquer título, sob forma de moeda corrente ou de utilidades, sobre os quais tenha incidido contribuição previdenciária, conforme visto em “salário-de-contribuição”. 5.5. Fonte de informações e dever de informar. O INSS utilizará, para fins de cálculo do salário-de-benefício, as informações constantes no Cadastro Nacional de Informações Sociais - CNIS sobre as remunerações dos segurados. O segurado tem o direito de obter informações, a respeito de sua pessoa, que conste neste cadastro. Para tal, o INSS terá até 180 dias, contados a partir da solicitação do pedido, para fornecer ao segurado estas informações. 5.6. Demais informações para o cálculo do Salário-de-Benefício. - Recebimento de benefício por incapacidade, considerado como salário-de-contribuição. Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefício por incapacidade (por exemplo: auxílio-doença), considerar-se-á como salário-de-contribuição, no período, o salário-de-benefício que serviu de base para o cálculo da renda mensal, reajustado nas mesmas épocas e nas mesmas bases dos benefícios em geral, não podendo ser inferior ao salário mínimo nem superior ao limite máximo do salário-

75 Ibrahim, Fábio Zambitte. Op.Cit. p.482.

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de-contribuição. Por exemplo, determinado segurado recebeu benefício de auxílio-doença, cuja base de cálculo (salário-de-benefício) foi de R$1.000,00, durante um ano. Neste caso, posteriormente, quando ele for se aposentar, será contado como salário-de-contribuição o referido salário-de-benefício, como se ele tivesse contribuído com este. - Valor para prestações que independem de carência. Exceto para o salário-família e o auxílio-acidente, será pago o valor mínimo de benefício para as prestações que não precisam de carência, quando não houver salário-de-contribuição no período básico de cálculo. Por exemplo, caso um empregado recém contratado, sem nunca ter contribuído anteriormente para com a Previdência Social, vier a falecer logo no início do contrato de trabalho, sem que fosse feito recolhimento algum, e, conseqüentemente, sem salário-de-contribuição, o benefício da pensão-por-morte deixado aos seus dependentes será de um salário-mínimo. - Correção do salário-de-contribução passado para o cálculo do salário-de-benefício atual. Imagine que no momento em que for calcular o salário-de-benefício, o INSS terá que buscar os valores dos salários-de-contribuição de muitos anos atrás. Desta forma, deverá haver uma correção para que estes valores do passado sejam atualizados aos valores atuais. Assim, todos os salários-de-contribuição utilizados no cálculo do salário-de-benefício serão corrigidos, mês a mês, de acordo com a variação integral do Índice Nacional de Preço ao Consumidor - INPC, referente ao período decorrido a partir da primeira competência do salário-de-contribuição que compõe o período básico de cálculo até o mês anterior ao do início do benefício, de modo a preservar o seu valor real. - Aposentadoria precedida de auxílio-acidente Para fins de apuração do salário-de-benefício de qualquer aposentadoria precedida de auxílio-acidente, o valor mensal deste será somado ao salário-de-contribuição antes da aplicação da correção referida no parágrafo anterior, não podendo o total apurado ser superior ao limite máximo do salário-de-contribuição. Por exemplo: caso um segurado receba R$1.000,00 de salário, mais R$500,00 de auxílio-acidente, e pretenda se aposentar. Ao proceder ao cálculo do salário-de-benefício, seu salário-de-contribuição será considerado de R$1.500,00, aumentando, desta forma, o valor de sua aposentadoria devido à soma do auxílio-acidente. - Aposentadoria por tempo de contribuição para aqueles que optarem por permanecer em atividade Nos casos de aposentadoria por tempo de contribuição, ao segurado que optou por permanecer em atividade, se for mais vantajoso, fica assegurado o direito a esta aposentadoria nas condições legalmente previstas na data do cumprimento de todos os requisitos previstos para tal aposentadoria. Nestas condições, o valor inicial do benefício será calculado considerando-se como período básico de cálculo os meses de contribuição imediatamente anteriores ao mês em que o segurado completou o tempo de contribuição, trinta anos para a mulher e trinta e cinco anos para o homem, observado a legislação de regência e cabendo o reajuste pelos índices de reajustamento aplicados aos benefícios, até a data da entrada do requerimento. Nestes termos, o valor inicial da aposentadoria será comparado com o valor da

aposentadoria calculada na forma da regra geral do Regulamento, mantendo-se o mais vantajoso, considerando-se como data de início do benefício a data da entrada do requerimento. Caso seja mais vantajoso o cálculo considerando-se como período básico de cálculo os meses de contribuição imediatamente anteriores ao mês em que o segurado completou o tempo de contribuição, a renda mensal inicial será reajustada pelos índices de reajustamento aplicados aos benefícios, até a data da entrada do requerimento, não sendo devido qualquer pagamento relativamente a período anterior a esta data. - Contribuinte individual e facultativo optantes pelo recolhimento trimestral. Para os segurados contribuinte individual e facultativo optantes pelo recolhimento trimestral, que tenham solicitado qualquer benefício previdenciário, o salário-de-benefício consistirá na média aritmética simples de todos os salários-de-contribuição integrantes da contribuição trimestral, desde que efetivamente recolhidos. - Comprovação de regularidade das deduções do contribuinte individual Na hipótese de o contribuinte individual prestar serviço a outro contribuinte individual equiparado a empresa ou a produtor rural pessoa física ou a missão diplomática e repartição consular de carreira estrangeiras, poderá deduzir, da sua contribuição mensal, quarenta e cinco por cento da contribuição patronal do contratante, efetivamente recolhida ou declarada, incidente sobre a remuneração que este lhe tenha pago ou creditado, no respectivo mês, limitada a nove por cento do respectivo salário-de-contribuição76. Desta forma, o contribuinte individual deverá comprovar a regularidade das deduções, caso contrário, terá glosado o valor indevidamente deduzido, devendo complementar as contribuições com os acréscimos legais devidos. Sendo assim, enquanto as contribuições não forem completadas, o salário-de-contribuição será computado, para efeito de benefício, proporcionalmente à contribuição efetivamente recolhida. E, caso nesta aplicação da proporcionalidade resulte em valor de salário-de-contribuição abaixo do salário-mínimo, este, não será considerado como tempo de contribuição, para fim de concessão do benefício previdenciário. Por exemplo, o contribuinte individual tem salário-de-contribuição de R$ 1.000,00 e sua contribuição devida é de (20%) R$ 200,00. Como prestou serviços exclusivamente a contribuinte individual equiparado a empresa ou a produtor rural pessoa física ou a missão diplomática e repartição consular de carreira estrangeiras; utilizou-se da dedução prevista em lei e recolheu somente (11%) R$ 110,00. Se por algum motivo a dedução foi indevida, o INSS considerará, nesta competência, o salário-de-contribuição de R$ 550,00 até que se complemente a contribuição adicional (R$ 110,00 = 20% de 550,00).

76 Art. 216, parágrafo 20 do RPS.

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Agora, se em caso semelhante ao exemplo anterior, o salário-de-contribuição foi de R$ 400,00 e o segurado se utilizou indevidamente da dedução, teria pago somente (11%) R$ 44,00. Como este valor é recolhimento inferior ao mínimo, que seria R$ 76,00 (20% de R$ 380,00 – salário mínimo), esta competência não seria considerada como tempo de contribuição, até que ele complete com mais R$36,00 (36 + 44 = R$80,00), para que seja considerado como salário-de-contribuição, referente ao valor recebido de R$400,00. - Auxílio-doença e aposentadoria por invalidez com menos de 144 contribuições. Nos casos de auxílio-doença e de aposentadoria por invalidez, contando o segurado com menos de cento e quarenta e quatro contribuições mensais no período contributivo, o salário-de-benefício corresponderá à soma dos salários-de-contribuição dividido pelo número de contribuições apurado. Neste caso, será uma média aritmética simples sem levar em consideração “os maiores salários-de-contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo”. - Segurado oriundo de regime próprio de previdência social No cálculo do salário-de-benefício serão considerados os salário-de-contribuição vertidos para regime próprio de previdência social de segurado oriundo desse regime, após a sua filiação ao Regime Geral de Previdência Social. 5.7. Fator Previdenciário O fator previdenciário será calculado considerando-se a idade, a expectativa de sobrevida e o tempo de contribuição do segurado ao se aposentar, mediante a fórmula:

onde: f = fator previdenciário; Es = expectativa de sobrevida no momento da aposentadoria; Tc = tempo de contribuição até o momento da aposentadoria; Id = idade no momento da aposentadoria; e a = alíquota de contribuição correspondente a 0,31. A expectativa de sobrevida do segurado na idade da aposentadoria será obtida a partir da tábua completa de mortalidade construída pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, para toda a população brasileira, considerando-se a média nacional única para ambos os sexos. Publicada a tábua de mortalidade, os benefícios previdenciários requeridos a partir dessa data considerarão a nova expectativa de sobrevida. Para obter a tábua de mortalidade atualizada, basta acessar a página do IBGE na internet: www.ibge.gov.br , clicar no link “população”, entrar em “tábuas completas de mortalidade” e selecionar: tabelas – ambos os sexos.

O fator previdenciário é obrigatório no cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por tempo de contribuição e de uso facultativo para aposentadoria por idade. Analisando a fórmula do fator previdenciário, verifica-se que quanto maior o tempo de contribuição e a idade, maior será o fator previdenciário e, por outro lado, quanto maior for a expectativa de vida, menor o fator previdenciário. Desta forma, o fator previdenciário pode aumentar ou diminuir os valores a serem recebidos na aposentadoria por tempo de contribuição e idade. Sendo assim, a utilização do fator previdenciário vem a desestimular a aposentadoria precoce e por outro lado, incentivar a aposentadoria para uma idade mais avançada. Percebe-se que a cada ano, na tábua de mortalidade do IBGE, há um aumento numérico da variável “Es” (expectativa de vida), de forma que, a cada ano, considerando constante outras variáveis, o fator previdenciário estará cada vez menor. Vamos a seguir passar a um exemplo numérico: José da Silva trabalhou dos 15 aos 50 anos, tendo contribuído por 35 anos, o que lhe dá o direito de aposentar-se por tempo de contribuição. Calculemos o fator previdenciário: Tc= 35 anos Id = 50 anos Es = 28,5 (valor obtido da tábua de mortalidade – ambos os sexos) a. = 0,31 (valo fixo) F= [(35x0,31) / 28,5] x [1 + (50 + (35x0,31))/100] = 0,61235 F= 0,61235 este valor será multiplicado pelo salário-de-benefício. Suponha que o valor do salário-de-benefício de José seja de R$1.000,00. Então, o valor da renda mensal da aposentadoria por tempo de contribuição será de: R$1.000,00 x 0,61235 = R$612,35. Neste caso, por ter se aposentado cedo, sua aposentadoria será reduzida em quase 40% pela aplicação do fator previdenciário. Agora, usando o mesmo exemplo, mas, vamos supor que José da Silva trabalhou dos 15 aos 60 anos de idade, momento em que resolveu se aposentar por tempo de contribuição. Neste caso: Tc = 45 anos Id = 60 anos Es= 20,8anos a.= 0,31 F= [(45x0,31) / 20,8] x [1 + (60 + (45x0,31))/100] = 1,16663 F= 1,16663 este valor será multiplicado pelo salário-de-benefício. Suponha que o valor do salário-de-benefício de José seja de R$1.000,00. Então, desta forma, o valor da renda mensal da aposentadoria por tempo de contribuição será de: R$1.000,00 x 1,16663 = R$1.166,63. Neste caso, como se aposentou mais tarde, o fator previdenciário aumentou a aposentadoria em mais de 16%.

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Como o tempo de contribuição para a mulher e o professor é de 5 anos mais cedo e para a professora é de 10 anos mais cedo, para efeito da aplicação do fator previdenciário ao tempo de contribuição do segurado, ao realizar o cálculo, serão adicionados: I - cinco anos, quando se tratar de mulher; ou II - cinco ou dez anos, quando se tratar, respectivamente, de professor ou professora, que comprovem exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. 5.8. Atividades Concomitantes Trataremos aqui sobre o segurado que exerceu mais de uma atividade laboral ao mesmo tempo, chamada de atividades concomitantes. É o caso, por exemplo de um analista de sistemas que trabalhe de dia em um banco e a noite dá aulas como professor de informática em uma escola. O disposto abaixo não se aplica ao segurado que, em obediência ao limite máximo do salário-de-contribuição, contribuiu apenas por uma das atividades concomitantes. Também, o disposto abaixo não se aplica ao segurado que tenha sofrido redução dos salários-de-contribuição das atividades concomitantes em respeito ao limite desse salário. O salário-de-benefício do segurado que contribui em razão de atividades concomitantes será calculado com base na soma dos salários-de-contribuição das atividades exercidas até a data do requerimento ou do óbito ou no período básico de cálculo, observado as normas seguintes: I - quando o segurado satisfizer, em relação a cada atividade, as condições para obtenção do benefício requerido, o salário-de-benefício será calculado com base na soma dos respectivos salários-de-contribuição. Por exemplo, um empregado que trabalha nas empresas “A” e “B”, cujos salários-de-contribuição, em uma dada competência, são de, respectivamente, R$ 1.000,00 e R$500,00. Se ele necessitar de auxílio-doença e tiver cumprido em ambas empresas a carência necessária para este benefício (12 meses), o salário-de-benefício, na referida competência, será de R$1.000,00 + R$ 500,00 = R$ 1.500,00. II - quando não se verificar a hipótese do inciso anterior, ou seja, quando em uma das atividades não houver a carência cumprida, o salário-de-benefício corresponderá à soma das seguintes parcelas: a) o salário-de-benefício calculado com base nos salários-de-contribuição das atividades em relação às quais são atendidas as condições do benefício requerido; e b) um percentual da média do salário-de-contribuição de cada uma das demais atividades, equivalente à relação entre o número de meses completos de contribuição e os do período da carência do benefício requerido. Este percentual não pode ser superior a cem por cento do limite máximo do salário-de-contribuição. Por exemplo, um empregado que trabalha nas empresas “A” e “B”, cujos salários-de-contribuição, em uma dada competência, são de, respectivamente, R$ 1.000,00 e

R$500,00. Ele necessita de auxílio-doença mas só cumpriu carência na empresa “A” (12 meses). Na empresa “B” trabalhou por 6 meses. Neste caso o salário-de-benefício referente a empresa “B” será de 6/12 x R$500,00 = R$250,00. E, o salário-de-benefício somado, na referida competência, será de R$1.000,00 + R$250,00 = R$ 1.250,00. III - quando se tratar de benefício por tempo de contribuição, o percentual de que trata a alínea "b" do inciso anterior será o resultante da relação entre os anos completos de atividade e o número de anos de contribuição considerado para a concessão do benefício. Este percentual não pode ser superior a cem por cento do limite máximo do salário-de-contribuição. Por exemplo, no caso de aposentadoria por tempo de contribuição, um empregado que trabalha nas empresas “A” e “B”, cujos salários-de-contribuição, em uma dada competência, são de, respectivamente, R$ 1.000,00 e R$500,00. O período de carência para este período é de 15 anos (180 contribuições). Se, na empresa “B” ele cumpriu somente 3 anos completos (que equivale a 20% de 15 anos), então o salário-de-benefício, na referida competência, para esta empresa, será de 20% x R$500,00 = R$100,00. E o salário-de-benefício total, na referida competência, será de R$1.000,00 + R$100,00 = R$1.100,00. Quando o exercício de uma das atividades concomitantes se desdobrar por atividades sucessivas, o tempo a ser considerado para os efeitos deste artigo será a soma dos períodos de contribuição correspondentes. Se o segurado se afastar de uma das atividades antes da data do requerimento ou do óbito, porém em data abrangida pelo período básico de cálculo do salário-de-benefício, o respectivo salário-de-contribuição será computado, observadas, conforme o caso, as normas aqui explanadas. Constatada, durante o recebimento do auxílio-doença, a incapacidade do segurado para cada uma das demais atividades concomitantes, o valor do benefício deverá ser revisto com base nos respectivos salários-de-contribuição. Assim, o salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez deve corresponder à soma das parcelas seguintes: I - o valor do salário-de-benefício do auxílio-doença a ser transformado em aposentadoria por invalidez; e II - o valor correspondente ao percentual da média dos salários-de-contribuição de cada uma das demais atividades não consideradas no cálculo do auxílio-doença a ser transformado, percentual este equivalente à relação entre os meses completos de contribuição, até o máximo de doze, e os estipulados como período de carência para a aposentadoria por invalidez.

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6. RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO Estudamos o Salário-de-Benefício que é a base de cálculo para a Renda Mensal de Benefício. Esta, refere-se ao valor real recebido pelos segurados em virtude dos benefícios. Há situações em que o salário-de-benefício terá o mesmo valor que a renda mensal de benefícios e, outras situações em que a renda mensal de benefícios será um percentual do salário-de-benefício ou será um valor fixo, conforme a lei. A renda mensal do benefício de prestação continuada que substituir o salário-de-contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado não terá valor inferior ao do salário mínimo nem superior ao limite máximo do salário-de-contribuição, exceto o aposentado por invalidez que necessite do auxílio permanente de terceiros (acréscimo de 25% sobre a aposentadoria por invalidez) e a segurada que recebe salário-maternidade. Já, no caso do segurado que recebe parte de seu benefício pelo sistema brasileiro e outra parte pelo sistema estrangeiro, a renda mensal dos benefícios por totalização, concedidos com base em acordos internacionais de previdência social, pode ter valor inferior ao do salário mínimo. O assunto é tratado no art. 32, parágrafo 18 do RPS. Na hipótese de a média apurada para o salário-de-benefício resultar superior ao limite máximo do salário-de-contribuição vigente no mês de início do benefício, a diferença percentual entre esta média e o referido limite será incorporada ao valor do benefício juntamente com o primeiro reajuste do mesmo após a concessão, observado que nenhum benefício assim reajustado poderá superar o limite máximo do salário-de-contribuição vigente na competência em que ocorrer o reajuste. No cálculo do valor da renda mensal do benefício serão computados: I - para o segurado empregado e o trabalhador avulso, os salários-de-contribuição referentes aos meses de contribuições devidas, ainda que não recolhidas pela empresa, sem prejuízo da respectiva cobrança e da aplicação das penalidades cabíveis. No caso de segurado empregado ou de trabalhador avulso que tenham cumprido todas as condições para a concessão do benefício pleiteado, mas não possam comprovar o valor dos seus salários-de-contribuição no período básico de cálculo, considerar-se-á para o cálculo do benefício, no período sem comprovação do valor do salário-de-contribuição, o valor do salário mínimo, devendo esta renda ser recalculada quando da apresentação de prova dos salários-de-contribuição. II - para o segurado empregado, o trabalhador avulso e o segurado especial, o valor do auxílio-acidente, considerado como salário-de-contribuição para fins de concessão de qualquer aposentadoria. Para o segurado especial que não contribui facultativamente, soma-se ao valor da aposentadoria a renda mensal do auxílio-acidente vigente na data de início da referida aposentadoria, não sendo, neste caso, aplicada a limitação de um salário mínimo. III - Para os demais segurados somente serão computados os salários-de-contribuição referentes aos meses de contribuição efetivamente recolhida.

IV- Para o segurado empregado doméstico que, mesmo tendo satisfeito as condições exigidas para a concessão do benefício requerido, não possa comprovar o efetivo recolhimento das contribuições devidas, será concedido o benefício de valor mínimo, devendo sua renda ser recalculada quando da apresentação da prova do recolhimento das contribuições. A renda mensal inicial da aposentadoria por invalidez concedida por transformação de auxílio-doença será de cem por cento do salário-de-benefício que serviu de base para o cálculo da renda mensal inicial do auxílio doença, reajustado pelos mesmos índices de correção dos benefícios em geral. A renda mensal do benefício de prestação continuada será calculada aplicando-se sobre o salário-de-benefício os seguintes percentuais: I - auxílio-doença – 91% do salário-de-benefício; II - aposentadoria por invalidez – 100% do salário-de-benefício; III - aposentadoria por idade – 70% do salário-de-benefício, mais 1% deste por grupo de 12 contribuições mensais, até o máximo de 30%. Para efeito deste percentual de acréscimo, assim considerado o relativo a cada grupo de doze contribuições mensais, presumir-se-á efetivado o recolhimento correspondente, quando se tratar de segurado empregado ou trabalhador avulso. IV - aposentadoria por tempo de contribuição: a) para a mulher – 100% do salário-de-benefício aos trinta anos de contribuição; b) para o homem – 100% do salário-de-benefício aos trinta e cinco anos de contribuição; e c) 100% do salário-de-benefício, para o professor aos trinta anos, e para a professora aos vinte e cinco anos de contribuição e de efetivo exercício em função de magistério na educação infantil, no ensino fundamental ou no ensino médio; V - aposentadoria especial – 100% do salário-de-benefício; e VI - auxílio-acidente – 50% do salário-de-benefício. Para os segurados especiais é garantida a concessão, alternativamente: I - de aposentadoria por idade ou por invalidez, de auxílio-doença, de auxílio-reclusão ou de pensão por morte, no valor de um salário mínimo; ou II - dos benefícios especificados neste Regulamento, observados os critérios e a forma de cálculo estabelecidos, desde que contribuam, facultativamente, como contribuinte individual. O valor mensal da pensão por morte ou do auxílio-reclusão será de cem por cento do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento77.

77 Lembrando que, para fins de apuração do salário-de-benefício de qualquer aposentadoria precedida de auxílio-acidente, o valor mensal deste será somado ao salário-de-contribuição antes da aplicação da correção a que se refere o art. 33 do RPS, não podendo o total apurado ser superior ao limite máximo do salário-de-contribuição.

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Após a cessação do auxílio-doença decorrente de acidente de qualquer natureza ou causa, tendo o segurado retornado ou não ao trabalho, se houver agravamento ou seqüela que resulte na reabertura do benefício, a renda mensal será igual a noventa e um por cento do salário-de-benefício do auxílio-doença cessado, corrigido até o mês anterior ao da reabertura do benefício, pelos mesmos índices de correção dos benefícios em geral. 6.1. Reajustamento do Valor do Benefício Conforme art. 201, § 4º da Constituição Federal: “É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei.” O art. 40 do RPS diz: “É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real da data de sua concessão.” Os valores dos benefícios em manutenção serão reajustados, anualmente, na mesma data do reajuste do salário mínimo, pro rata (calculado proporcionalmente), de acordo com suas respectivas datas de início ou do último reajustamento, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE78. Os benefícios devem ser pagos do primeiro ao quinto dia útil do mês seguinte ao de sua competência, observando-se a distribuição proporcional do número de beneficiários por dia de pagamento. Para os benefícios majorados devido à elevação do salário mínimo, o referido aumento deverá ser descontado quando da aplicação do reajuste com base no INPC, na forma disciplinada pelo Ministério da Previdência Social. Conforme Ibrahim79, evita-se com isso o aumento indevido da prestação, a qual receberia incremento oriundo do aumento do salário mínimo e da correção anual. Em regra, nenhum benefício reajustado poderá ser superior ao limite máximo do salário-de-contribuição, nem inferior ao valor de um salário mínimo. O auxílio-acidente, o salário-família e a parcela a cargo do Regime Geral de Previdência Social dos benefícios por totalização, concedidos com base em acordos internacionais de previdência social, poderão ter valor inferior ao do salário mínimo. 1- (AFPS 2002 – Esaf) À luz da competência constitucional da Previdência Social, julgue os itens abaixo que são de competência da Previdência Social: I. cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada. II. salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda. III. pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes. IV. a promoção da integração ao mercado de trabalho. a) Todos estão corretos. b) Somente IV está incorreto. c) I e II estão incorretos. d) I e III estão incorretos. e) III e IV estão incorretos.

78 Art. 40, parágrafo 1o do RPS, com redação dada pelo Decreto 6.042, de 2007. 79 Ibrahim, Fábio Zambitte. Op.Cit. p.498.

2- (AFPS – ESAF - 2.002) A respeito dos períodos de carência, assinale qual dos beneficios abaixo necessita de período de carência: a) Pensão por morte. b) Auxilio-reclusão. c) Salário-familia. d) Auxilio-acidente. e) Auxilio-doença. 3- (AFPS – ESAF - 2.002) Com relação às espécies de prestações e aos beneficiários correspondentes, assinale a opção incorreta. a) Aposentadoria por invalidez - segurado. b) Pensão por morte - dependente. c) Salário-familia - segurado. d) Auxilio-acidente - dependente. e) Auxilio-doença - segurado. 4- (ESAF - AFRFB 2005) Indique qual dos benefícios listados abaixo, de acordo com a legislação previdenciária, é reembolsado à empresa: a) Auxílio-acidente. b) Aposentadoria por idade. c) Salário-família pago aos segurados a seu serviço. d) Aposentadoria por invalidez. e) Pensão por morte. 5 - (ESAF - Técnico da Receita Federal – 2006) A seguinte prestação (benefício) somente é concedida aos dependentes, não ao segurado: a) salário-família b) auxílio-reclusão c) salário-maternidade d) auxílio-acidente e) aposentadoria por invalidez 6- (Analista INSS – CESGRANRIO - 2005) Caio, segurado do RGPS, divorciou-se de Dora, em julho de 1999, ficando ajustado que pagaria pensão alimentícia no valor de 20% de seu salário. Em janeiro de 2003, Caio casa-se com Ana e, fruto da relação, nasce Márvio. Com o falecimento de Caio em agosto de 2004, quem tem direito ao recebimento da pensão por morte, na qualidade de seu dependente? a) Ana, somente b) Márvio, somente c) Ana e Márvio, somente d) Dora e Márvio, somente e) Dora, Ana e Márvio 7 – (Técnico INSS – 2005) - A Previdência Social é o segmento da Seguridade Social que visa a propiciar os meios indispensáveis à subsistência da pessoa humana, quando ocorrer certa contingência prevista em lei. São beneficiários das prestações previdenciárias: a) somente os segurados. b) segurados e seus dependentes. c) toda e qualquer pessoa que já tiver contribuído para a Previdência Social, pelo menos com 01 (uma) contribuição mensal, sendo indiferente o período de tal recolhimento. d) aqueles que sofrerem riscos sociais, tais como incapacidade laborativa e idade avançada, independente de contribuição à Previdência Social.

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e) todos os brasileiros, independente de contribuição à Previdência Social. 8– (Técnico INSS – 2005) São dependentes do segurado do Regime Geral da Previdência Social: a) todos aqueles que dependam economicamente do segurado, sendo irrelevante o vínculo conjugal ou consangüíneo.. b) todos aqueles indicados como dependentes, nos termos da legislação tributária do imposto de renda. c) as pessoas designadas pelo segurado para serem dependentes. d) cônjuge, companheiro(a), filho(a) não emancipado(a), de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido(a), pais, irmão(ã) não emancipado(a), de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido(a). e) cônjuge, companheiro(a), filho(a) não emancipado(a), de qualquer condição, menor de 18 (dezoito) anos ou inválido(a), pais, irmão(ã) não emancipado(a), de qualquer condição, menor de 18 (dezoito) anos ou inválido(a). 9 – (Técnico INSS – 2005) Período de Carência é o número de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício. O dia de início da contagem do período de carência é o(a): a) primeiro dia do mês de filiação ao Regime Geral de Previdência Social, para o segurado empregado doméstico. b) primeiro dia do mês de filiação ao Regime Geral da Previdência Social, para todos os segurados, obrigatórios ou facultativos. c) primeiro dia do mês em que se iniciou a execução de atividade remunerada, como segurado empregado, sendo presumida a contribuição. d) data do efetivo recolhimento da primeira contribuição sem atraso, para o trabalhador avulso. e) data do efetivo recolhimento da primeira contribuição sem atraso, para todos os segurados, obrigatórios ou facultativos. 10 – (Técnico INSS – 2005) Caio, em maio de 2000, separou-se, judicialmente, de Maria. Na referida separação, acordou-se, judicialmente, que Caio não iria pagar pensão alimentícia à ex-esposa e que só iria pagar tal encargo para Ana, filha do casal, 19 anos. Em agosto de 2002, Caio conhece Teresa, com a qual vem a morar e manter união estável. Em agosto de 2004, Caio falece. Quem tem direito à pensão por morte, na qualidade de dependente de Caio? a) Maria, Ana e Teresa. b) Maria e Ana. c) Ana e Teresa. d) Ana. e) Teresa. 11- (ESAF - AFRFB 2005) No Regime Geral da Previdência Social, é incorreto afirmar que, nas situações abaixo elencadas, mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições: a) Até 6 (seis) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso. b) Até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições,

o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração. c) Até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória. d) Até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço. e) Sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício. 12- (ESAF - Técnico da Receita Federal – 2006) Leia cada um dos assertos abaixo e assinale (V) ou (F), conforme seja verdadeiro ou falso. Depois, marque a opção que contenha a exata seqüência. ( ) O segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social, ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração, que deixar de contribuir perde automaticamente a qualidade de segurado, para fins de receber benefícios. ( ) O irmão não emancipado, menor de 21 anos, válido para o trabalho, alista-se entre os beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependente do segurado. ( ) Se o cônjuge que se divorcia abre mão dos alimentos, processa-se o cancelamento da inscrição de dependente, para fins de benefícios previdenciários. a) V V V b) F F F c) F V V d) V V F e) F F V (INSS – TÉC – CESPE – 2003) João, casado com Sônia, é beneficiário da previdência social na condição de segurado. João tem um filho, José, com dezessete anos de idade, de união anterior; um irmão inválido, chamado Mário, com 23 anos de idade; e um menor sob sua tutela, Luís, com seis anos de idade. Sônia tem um filho, Pedro, com 20 anos de idade, de pai falecido. Em comum, João e Sônia têm dois filhos: Josué, com cinco anos de idade, e Paulo, com dezenove anos de idade, que é inválido. Mário, Luís e Pedro não possuem bens suficientes para seu sustento e educação. Com base nessa situação hipotética e considerando o plano de benefícios da previdência social, julgue os itens de 13 a 16. 13- (INSS – TÉC – CESPE – 2003) João pode, a qualquer momento, inscrever Sônia, os filhos de ambos e seu irmão Mário na previdência social como dependentes. 14- (INSS – TÉC – CESPE – 2003) Em caso de falecimento de João, na distribuição de cotas de pensão, Sônia receberá 50% do valor, enquanto os outros 50% serão igualmente distribuídos entre os demais dependentes.

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15- (INSS – TÉC – CESPE – 2003) A condição de dependente de Paulo prescinde de comprovação de sua dependência econômica. 16- (INSS – TÉC – CESPE – 2003- modificado) Na hipótese de falecimento de João, caso José, após tornar-se pensionista, contraia matrimônio, sua cota de pensão reverterá em favor dos demais pensionistas. 17- (INSS – TÉC – CESPE – 2003) O RGPS concede as seguintes prestações aos segurados: aposentadoria (por invalidez, idade, tempo de contribuição e especial), auxílio-doença, salário-família, salário-maternidade, auxílio-acidente e reabilitação profissional. 18-(INSS – TÉC – CESPE – 2003) Carência é o tempo correspondente ao número mínimo de contribuições mensais exigíveis para que o beneficiário tenha direito a usufruir o benefício. 19- (INSS – TÉC – CESPE – 2003) A concessão do salário-maternidade para as seguradas contribuintes individual, empregada doméstica, especial e facultativa depende do recolhimento mínimo de dez contribuições mensais. 20- (INSS – TÉC – CESPE – 2003) Os segurados trabalhadores avulsos deverão provar o recolhimento das contribuições para que sejam contadas para efeito de carência. 21 (INSS – TÉC – CESPE – 2003- modificado) As aposentadorias por idade e por tempo de contribuição cuja concessão está sujeita à carência de 180 contribuições mensais terão o salário-de-benefício calculado pela média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo multiplicado obrigatoriamente pelo fator previdenciário. 22- (INSS – TÉC – CESPE – 2003) Serão considerados, para cálculo do salário-de-benefício, os ganhos habituais do empregado sob a forma de utilidades sobre os quais tenha incidido contribuição previdenciária. 23- (INSS – TÉC – CESPE – 2003-modificado) O salário-de-benefício é o valor básico para cálculo da renda mensal dos benefícios de aposentadoria, auxílio-doença, pensão por morte, salário-família, auxílio-acidente e auxílio-reclusão. 24_ (INSS – TÉC – CESPE – 2003) O fator previdenciário será calculado mediante fórmula que considere a idade, a expectativa de sobrevida e o tempo de contribuição do segurado ao se aposentar. 25-- (INSS – TÉC – CESPE – 2003) O filho e o irmão perdem a qualidade de dependentes ao completarem 21 anos de idade, exceto se forem inválidos, ou ao serem emancipados, ainda que sejam inválidos. 26--(INSS – TÉC – CESPE – 2003) Equiparam-se aos filhos, mediante declaração escrita do

segurado, comprovada a dependência econômica na forma estabelecida pela legislação, o enteado e o menor sob guarda, desde que não possuam bens suficientes para seu sustento e educação. 27. (INSS – Analista – CESPE – 2003) A inscrição de dependente na previdência social não pode ser feita antes do requerimento do beneficio a que este tiver direito. 28 – A respeito do cálculo do valor do benefício previdenciário, assinale a afirmativa incorreta. (a) Atualmente, o salário-de-benefício da aposentadoria por idade consiste na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo, multiplicado pelo fator previdenciário. (b) Atualmente, o salário-de-benefício da aposentadoria por tempo de contribuição consiste na média dos 36 (trinta e seis) últimos salários-de-contribuição, corrigidos monetariamente mês a mês. (c) O auxílio-doença tem como base de cálculo o salário-de-benefício do segurado. (d) Atualmente, o salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez consiste na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo. (e) O fator previdenciário será calculado considerando-se a idade, a expectativa de sobrevida e o tempo de contribuição do segurado. GABARITO: 1- B 2- E 3- D 4- C 5- B 6- E 7- B 8- D 9- C 10- E 11- A 12- C 13- E 14- E 15- C 16- C 17- C 18- C 19- E 20- E 21- E 22- C 23- E 24- C 25- E 26- E 27- C 28- B

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8. PRESTAÇÕES DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIOS E SERVIÇOS Passaremos, agora, a estudar detalhadamente os diversos benefícios e serviços do Regime Geral de Previdência Social, suas regras básicas e específicas. 8.1. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ 8.1.1. REGRAS BÁSICAS DA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. CONCEITO: A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição. Portanto, é um benefício temporário, pois o segurado pode, em certos casos, recuperar-se. EVENTO DETERMINANTE: Ser considerado incapaz permanentemente para o trabalho e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência. REQUISITOS PARA CONCESSÃO: A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação da condição de incapacidade, mediante exame médico-pericial a cargo da previdência social, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança. A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social não lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão. Isto visa evitar que ocorram fraudes contra a previdência. Pois, uma pessoa com doença incapacitante pré-existente poderia filiar-se ao sistema, com objetivo exclusivo de conseguir a aposentadoria por invalidez. A concessão de aposentadoria por invalidez, inclusive mediante transformação de auxílio-doença , está condicionada ao afastamento de todas as atividades. Desta forma, não há possibilidade de o segurado receber aposentadoria por invalidez e exercer qualquer outro tipo de atividade remunerada. Pois, o aposentado por invalidez que retornar voluntariamente à atividade terá sua aposentadoria automaticamente cessada, a partir da data do retorno. QUEM TEM DIREITO: Todos os segurados. CARÊNCIA: - 12 Contribuições Mensais; ou - Isenta de carência, nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, for acometido de alguma das doenças ou afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e Ministério da Previdência Social.

RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO: - 100% do Salário-de-Benefício. Quando o acidentado do trabalho estiver em gozo de auxílio-doença, o valor da aposentadoria por invalidez será igual ao do auxílio-doença se este, por força de reajustamento, for superior ao valor previsto no cálculo dos 100% do salário-de-benefício. É importante acentuar, como estudado em “salário-de-benefício”, que para fins de apuração do salário-de-benefício de qualquer aposentadoria precedida de auxílio-acidente, o valor mensal deste será somado ao salário-de-contribuição antes da aplicação da correção (a que se refere o art. 33 do RPS), não podendo o total apurado ser superior ao limite máximo do salário-de-contribuição. Acréscimo de 25% : O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da assistência permanente de outra pessoa será acrescido de 25%, observada a relação constante do Anexo I, do RPS, o qual segue abaixo: ANEXO I – Relação das situações em que o aposentado por invalidez terá direito à majoração de 25%.1 - Cegueira total. 2 - Perda de nove dedos das mãos ou superior a esta. 3 - Paralisia dos dois membros superiores ou inferiores. 4 - Perda dos membros inferiores, acima dos pés, quando a prótese for impossível. 5 - Perda de uma das mãos e de dois pés, ainda que a prótese seja possível. 6 - Perda de um membro superior e outro inferior, quando a prótese for impossível. 7 - Alteração das faculdades mentais com grave perturbação da vida orgânica e social. 8 - Doença que exija permanência contínua no leito. 9 - Incapacidade permanente para as atividades da vida diária. Este acréscimo será devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite máximo legal e será recalculado quando o benefício que lhe deu origem for reajustado. Esta é uma possibilidade em que o valor do benefício pode ultrapassar o limite máximo (teto de R$ 2.894,28). Este acréscimo de 25%, cessará com a morte do aposentado, não sendo incorporado ao valor da pensão por morte. Início do Benefício: Concluindo a perícia médica inicial pela existência de incapacidade total e definitiva para o trabalho, a aposentadoria por invalidez será devida: I – No caso do segurado empregado temos 2 regras: 1a) A contar do 16o dia do afastamento da atividade. Isto, porque durante os primeiros 15 dias de afastamento consecutivos da atividade por motivo de invalidez, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o salário. Verifica-se que esta situação ocorre à semelhança do auxílio-doença, em que os primeiros 15 dias de afastamento são pagos pela empresa. 2a) Se entre o afastamento e a entrada do requerimento decorrerem mais de trinta dias, o início será a partir da data da entrada do requerimento.

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II – No caso dos demais segurados (segurado empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso, especial ou facultativo), também haverá 2 regras: 1a) A contar da data do início da incapacidade. 2a) Se entre o afastamento e a entrada do requerimento decorrerem mais de trinta dias, o início será a partir da data da entrada do requerimento. Se o beneficiário estiver em gozo do auxílio-doença, a aposentadoria por invalidez será devida a contar do dia imediato ao da cessação do auxílio-doença. 8.1.2. REGRAS ESPECÍFICAS DA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ Obrigações do Aposentado por Invalidez: O segurado aposentado por invalidez está obrigado, a qualquer tempo, independentemente de sua idade e sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo da previdência social, processo de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos. O aposentado por invalidez fica obrigado, sob pena de sustação do pagamento do benefício, a submeter-se a exames médico-periciais, a realizarem-se a cada 2 anos. Isto porque, pode ocorrer a recuperação da capacidade de trabalho deste beneficiário, como veremos a seguir. Recuperação da Capacidade de Trabalho: O aposentado por invalidez que se julgar apto a retornar à atividade deverá solicitar a realização de nova avaliação médico-pericial. E, se a perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social concluir pela recuperação da capacidade laborativa, a aposentadoria será cancelada, observado o disposto abaixo. Verificada a recuperação da capacidade de trabalho do aposentado por invalidez, serão observadas basicamente 2 regras: 1a regra: Quando a recuperação for total e ocorrer dentro de cinco anos contados da data do início da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a antecedeu sem interrupção, o beneficio cessará: a) de imediato, para o segurado empregado que tiver direito a retornar à função que desempenhava na empresa ao se aposentar, na forma da legislação trabalhista, valendo como documento, para tal fim, o certificado de capacidade fornecido pela previdência social; ou b) após tantos meses quantos forem os anos de duração do auxílio-doença e da aposentadoria por invalidez, para os demais segurados. Por exemplo, se o beneficiário gozou 4 anos de aposentadoria por invalidez, ele terá mais 4 meses deste benefício, antes de cessar. 2a regra: Quando a recuperação for parcial ou ocorrer após o período previsto da 1a regra (5 anos), ou ainda quando o segurado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade: a) pelo seu valor integral, durante seis meses contados da data em que for verificada a recuperação da capacidade; b) com redução de 50%, no período seguinte de seis meses; e

c) com redução de 75%, também por igual período de seis meses, ao término do qual cessará definitivamente. Por exemplo, um aposentado por invalidez recupera-se totalmente após 5 anos do início de sua aposentadoria. Outro aposentado por invalidez recupera-se parcialmente. E um outro aposentado por invalidez é declarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual habitualmente exercia. Nestes 3 casos, a aposentadoria será mantida por 6 meses. E irá reduzindo gradativamente, sendo que nos 6 meses seguintes a redução será de 50% e nos 6 meses subseqüentes haverá redução de 75%, findo qual cessará definitivamente. O segurado que retornar à atividade poderá requerer, a qualquer tempo, novo benefício, tendo este processamento normal. Se o segurado requerer qualquer benefício durante aquele período em que ele se recuperou, mas continua recebendo a aposentadoria por invalidez, esta somente será cessada, para a concessão do novo benefício, após o cumprimento do período de que tratam os item "b" da 1a regra (após tantos meses quantos forem os anos de duração do auxílio-doença e da aposentadoria por invalidez) e o item "a" da 2a regra (durante seis meses contados da data em que for verificada a recuperação da capacidade). O art. 475 da CLT80 considera que “o empregado aposentado por invalidez terá seu contrato de trabalho suspenso durante o prazo fixado pela previdência para a efetivação do benefício. Recuperando o empregado a capacidade de trabalho e sendo a aposentadoria cancelada, ser-lhe-á assegurado o direito à função que ocupava ao tempo da aposentadoria, facultado, porém, ao empregador, o direito de indenizá-lo por rescisão do contrato de trabalho”. E, sobre este assunto, o TST se pronunciou através do Enunciado n. 160, que “cancelada a aposentadoria por invalidez, mesmo após 5 anos, o trabalhador terá direito de retornar ao emprego, facultado, porém, ao empregador, indenizá-lo na forma da lei”. 8.2. APOSENTADORIA POR IDADE 8.2.1. REGRAS BÁSICAS DA APOSENTADORIA POR IDADE. CONCEITO: A aposentadoria por idade será devida ao segurado que, cumprida a carência exigida nesta Lei, completar 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta), se mulher. A aposentadoria por idade é um benefício permanente, de modo que, para o segurado é irreversível e irrenunciável81. As idades serão reduzidas em 5 anos (vai para 60 anos homem e 55 anos mulher), no caso de trabalhadores rurais referidos na alínea "a" do inciso I, na alínea "j" do inciso V e nos incisos VI e VII do caput do art. 9º do RPS (quais sejam, aqueles trabalhadores rurais: empregados, contribuintes individuais prestadores de serviços, trabalhadores avulsos e segurados especiais) e garimpeiros que trabalhem, comprovadamente, em regime de economia familiar sem utilização de empregados.

80 Consolidação das Leis do Trabalho – Decreto-Lei 5.452/43. 81 Art. 181-B do RPS.

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EVENTO DETERMINANTE: Idade avançada – 65 anos homem, 60 anos mulher. Com redução de 5 anos para o trabalhador rural (empregado, contribuinte individual prestador de serviço, trabalhador avulso e segurado especial) e garimpeiro (em economia familiar). REQUISITOS PARA CONCESSÃO: - 65 anos o homem, com redução para 60 anos o trabalhador rural (empregado, contribuinte individual prestador de serviço, trabalhador avulso e segurado especial) e o garimpeiro (em economia familiar) - 60 anos a mulher, com redução para 55 anos a trabalhadora rural e a garimpeira (em economia familiar) A comprovação do efetivo exercício de atividade rural será feita em relação aos meses imediatamente anteriores ao requerimento do benefício, mesmo que de forma descontínua, durante período igual ao da carência exigida para a concessão do benefício. É importante lembrar que os professores não têm a redução de 5 anos na aposentadoria por idade, mas, terão somente, na aposentadoria por tempo de contribuição. QUEM TEM DIREITO: Todos os Segurados. CARÊNCIA: 180 Contribuições Mensais. RENDA MENSAL DO BENEFÍCIO: 70% do salário-de-benefício, mais 1% deste por grupo de doze contribuições mensais, até o máximo de 30% (o que totalizaria 100% = 70% + 30%). A aplicação do fator previdenciário é facultativa, devendo o INSS, quando da concessão do benefício, proceder ao cálculo da renda mensal do benefício com ou sem o fator previdenciário, para que o segurado possa optar. Por exemplo, um segurado empregado, homem, que tenha começado a trabalhar aos 40 anos poderá se aposentar por idade aos 65 anos, após 25 anos de atividade contínua. Pelo fato de ter trabalhado por 25 anos, haverá um acréscimo de 25% (1% por ano). Desta forma, ele receberá uma renda mensal de benefício de: 70% + 25% (25 anos de contribuição) = 95% do salário-de-benefício. Lembrando que o valor da renda mensal do benefício não pode ser inferior ao salário mínimo. De modo que se o salário-de-benefício já for o mínimo, a renda mensal do benefício, neste caso, obrigatoriamente será de 100% do salário-de-benefício. INÍCIO DO BENEFÍCIO: A aposentadoria por idade será devida: I - ao segurado empregado, inclusive o doméstico: a) a partir da data do desligamento do emprego, quando requerida até 90 dias depois dela; ou b) a partir da data do requerimento, quando não houver desligamento do emprego ou quando for requerida após 90 dias da data de desligamento do emprego. II - para os demais segurados, a partir da data da entrada do requerimento. Verifica-se através desta alínea “b” do item I, que não é obrigatório o desligamento do emprego para requerer e

receber o benefício. Porém, Martins entende que “o contrato de trabalho é considerado rescindido no dia anterior ao do início da aposentadoria”. Para o autor citado, mesmo não havendo o desligamento da empresa, ocorre a rescisão do contrato de trabalho quando da aposentadoria e um outro novo contrato de trabalho é formado, mesmo que tacitamente. 8.2.2. REGRAS ESPECÍFICAS DA APOSENTADORIA POR IDADE A aposentadoria por idade pode ser requerida pela empresa, desde que o segurado tenha cumprido a carência, quando este completar setenta anos de idade, se do sexo masculino, ou sessenta e cinco, se do sexo feminino, sendo compulsória, caso em que será garantida ao empregado a indenização prevista na legislação trabalhista, considerada como data da rescisão do contrato de trabalho a imediatamente anterior à do início da aposentadoria. A aposentadoria por idade poderá ser decorrente da transformação de aposentadoria por invalidez ou auxílio-doença, desde que requerida pelo segurado, observado o cumprimento da carência exigida na data de início do benefício a ser transformado. O aposentado, se estiver em atividade remunerada, será segurado obrigatório e deverá contribuir para o INSS. A renda mensal de benefício não aumentará pelas contribuições que forem feitas no decorrer do recebimento da aposentadoria. Mas há necessidade da contribuição de todos em atividade remunerada, inclusive dos aposentados ativos, pois nosso sistema é de repartição simples. 8.3. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO 8.3.1. REGRAS BÁSICAS DA APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO CONCEITO: A aposentadoria por tempo de contribuição será devida ao segurado após 35 anos de contribuição, se homem, ou 30 anos, se mulher. Aposentadoria por tempo de contribuição é um benefício permanente, de modo que, para o segurado é irreversível e irrenunciável82. EVENTO DETERMINANTE E REQUISITOS PARA CONCESSÃO: Tempo de contribuição. 35 anos para o homem e 30 anos para a mulher. Haverá redução de 5 anos, no caso do professor que comprove, exclusivamente, tempo de efetivo exercício em função de magistério na educação infantil, no ensino fundamental ou no ensino médio. É importante notar que, considera-se função de magistério a atividade docente do professor exercida exclusivamente em sala de aula.

82 Art. 181-B do RPS.

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QUEM TEM DIREITO: A princípio, todos os segurados. Com exceção de: - O segurado especial, quando não contribui facultativamente como contribuinte individual. - O contribuinte individual e o segurado facultativo que aderiram ao Plano Simplificado de Previdência Social, cuja contribuição é de 11% sobre o limite mínimo, conforme o art. 199-A do RPS. Entretanto, caso este segurado pretenda contar o tempo de contribuição correspondente, para fins de obtenção da aposentadoria por tempo de contribuição ou de contagem recíproca do tempo de contribuição, deverá complementar a contribuição mensal mediante o recolhimento de mais nove por cento, acrescido de juros. CARÊNCIA: 180 Contribuições Mensais. RENDA MENSAL DO BENEFÍCIO 100% do Salário-de-Benefício com aplicação obrigatória do fator previdenciário. INÍCIO DO BENEFÍCIO A regra é a mesma da aposentadoria por idade. A aposentadoria por idade será devida: I - ao segurado empregado, inclusive o doméstico: a) a partir da data do desligamento do emprego, quando requerida até 90 dias depois dela; ou b) a partir da data do requerimento, quando não houver desligamento do emprego ou quando for requerida após 90 dias da data de desligamento do emprego. II - para os demais segurados, a partir da data da entrada do requerimento. 8.3.2. REGRAS ESPECÍFICAS DA APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO As regras de aposentadoria por tempo de contribuição, devida ao segurado após 35 anos de contribuição, se homem, ou 30 anos, se mulher, são aplicáveis aos segurados filiados ao RGPS em período a partir de 16/12/1998 (EC n. 20/98). Anteriormente a esta data aplicam-se as regras transitórias (que não é objeto de concurso público). TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO Considera-se tempo de contribuição o tempo, contado de data a data, desde o início até a data do requerimento ou do desligamento de atividade abrangida pela previdência social, descontados os períodos legalmente estabelecidos como de suspensão de contrato de trabalho, de interrupção de exercício e de desligamento da atividade. No caso do contribuinte individual, cabe a este comprovar a interrupção ou o encerramento da atividade pela qual vinha contribuindo, sob pena de ser considerado em débito no período sem contribuição. Isto, porque o contribuinte individual pode prestar serviços a pessoas físicas que não informam, em GFIP, ao INSS esta prestação. Portanto, presume que o contribuinte individual estará em atividade e, conseqüentemente, obrigado a contribuir, se este não comprovar a interrupção ou o encerramento de seu trabalho. No caso dos segurados contribuintes individuais que prestam serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de

emprego; e pessoas físicas que exercem, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não, ou seja, os considerados autônomos, a comprovação da interrupção ou encerramento da atividade do contribuinte individual será feita, mediante declaração, ainda que extemporânea, e, para os demais, com base em distrato social, alteração contratual ou documento equivalente emitido por junta comercial, secretaria federal, estadual, distrital ou municipal ou por outros órgãos oficiais, ou outra forma admitida pelo INSS. Não será computado como tempo de contribuição o já considerado para concessão de qualquer aposentadoria prevista neste Regulamento ou por outro regime de previdência social. Por exemplo, no caso de um servidor público que se aposentou pelo regime próprio e inicia uma atividade remunerada sujeita ao RGPS, não poderá utilizar-se, novamente, do tempo de contribuição que lhe serviu para aposentadoria no regime próprio. Mas, caso um servidor de regime próprio não houvesse utilizado seu tempo de contribuição para aposentadoria neste regime, ele poderia utiliza-lo para o RGPS. Conforme art. 60 do RPS: Até que lei específica discipline a matéria, são contados como tempo de contribuição, entre outros: I - o período de exercício de atividade remunerada abrangida pela previdência social urbana e rural, ainda que anterior à sua instituição, respeitado o disposto no inciso XVII; II - o período de contribuição efetuada por segurado depois de ter deixado de exercer atividade remunerada que o enquadrava como segurado obrigatório da previdência social; III - o período em que o segurado esteve recebendo auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez, entre períodos de atividade; IV - o tempo de serviço militar, salvo se já contado para inatividade remunerada nas Forças Armadas ou auxiliares, ou para aposentadoria no serviço público federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal, ainda que anterior à filiação ao Regime Geral de Previdência Social, nas seguintes condições: a) obrigatório ou voluntário; e b) alternativo, assim considerado o atribuído pelas Forças Armadas àqueles que, após alistamento, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter militar; V - o período em que a segurada esteve recebendo salário-maternidade; VI - o período de contribuição efetuada como segurado facultativo;

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VII - o período de afastamento da atividade do segurado anistiado que, em virtude de motivação exclusivamente política, foi atingido por atos de exceção, institucional ou complementar, ou abrangido pelo Decreto Legislativo nº 18, de 15 de dezembro de 1961, pelo Decreto-Lei nº 864, de 12 de setembro de 1969, ou que, em virtude de pressões ostensivas ou expedientes oficiais sigilosos, tenha sido demitido ou compelido ao afastamento de atividade remunerada no período de 18 de setembro de 1946 a 5 de outubro de 1988. No que tange a este inciso VII é importante observar que: a- Não se aplica o disposto acima (no inciso VII) ao segurado demitido ou exonerado em razão de processos administrativos ou de aplicação de política de pessoal do governo, da empresa ou da entidade a que estavam vinculados, assim como ao segurado ex-dirigente ou ex-representante sindical que não comprove prévia existência do vínculo empregatício mantido com a empresa ou sindicato e o conseqüente afastamento da atividade remunerada em razão dos atos mencionados no referido inciso. b- Caberá a cada interessado alcançado pelas disposições do inciso VII comprovar a condição de segurado obrigatório da previdência social, mediante apresentação dos documentos contemporâneos dos fatos ensejadores da demissão ou afastamento da atividade remunerada, assim como apresentar o ato declaratório da anistia, expedido pela autoridade competente, e a conseqüente comprovação da sua publicação oficial. c- Para o cômputo do período a que se refere o inciso VII, o Instituto Nacional do Seguro Social deverá observar se no ato declaratório da anistia consta o fundamento legal no qual se fundou e o nome do órgão, da empresa ou da entidade a que estava vinculado o segurado à época dos atos que ensejaram a demissão ou o afastamento da atividade remunerada. d- É indispensável para o cômputo do período a que se refere o inciso VII a prova da relação de causa entre a demissão ou afastamento da atividade remunerada e a motivação referida no citado inciso. VIII - o tempo de serviço público federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal, inclusive o prestado a autarquia ou a sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo Poder Público, regularmente certificado na forma da Lei nº 3.841, de 15 de dezembro de 1960, desde que a respectiva certidão tenha sido requerida na entidade para a qual o serviço foi prestado até 30 de setembro de 1975, véspera do início da vigência da Lei nº 6.226, de 14 de junho de 1975; IX - o período em que o segurado esteve recebendo benefício por incapacidade por acidente do trabalho, intercalado ou não; X - o tempo de serviço do segurado trabalhador rural anterior à competência novembro de 1991; XI - o tempo de exercício de mandato classista junto a órgão de deliberação coletiva em que, nessa qualidade, tenha havido contribuição para a previdência social; XII - o tempo de serviço público prestado à administração federal direta e autarquias federais, bem como às estaduais, do Distrito Federal e municipais, quando aplicada a legislação que autorizou a contagem recíproca de tempo de contribuição; XIII - o período de licença remunerada, desde que tenha havido desconto de contribuições;

XIV - o período em que o segurado tenha sido colocado pela empresa em disponibilidade remunerada, desde que tenha havido desconto de contribuições; XV - o tempo de serviço prestado à Justiça dos Estados, às serventias extrajudiciais e às escrivanias judiciais, desde que não tenha havido remuneração pelos cofres públicos e que a atividade não estivesse à época vinculada a regime próprio de previdência social; XVI - o tempo de atividade patronal ou autônoma, exercida anteriormente à vigência da Lei nº 3.807, de 26 de agosto de 1960, desde que indenizado conforme o disposto no art. 122; XVII - o período de atividade na condição de empregador rural, desde que comprovado o recolhimento de contribuições na forma da Lei nº 6.260, de 6 de novembro de 1975, com indenização do período anterior, conforme o disposto no art. 122; XVIII - o período de atividade dos auxiliares locais de nacionalidade brasileira no exterior, amparados pela Lei nº 8.745, de 1993, anteriormente a 1º de janeiro de 1994, desde que sua situação previdenciária esteja regularizada junto ao Instituto Nacional do Seguro Social; XIX - o tempo de exercício de mandato eletivo federal, estadual, distrital ou municipal, desde que tenha havido contribuição em época própria e não tenha sido contado para efeito de aposentadoria por outro regime de previdência social; XX - o tempo de trabalho em que o segurado esteve exposto a agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, observado o disposto nos arts. 64 a 70; e XXI - o tempo de contribuição efetuado pelo servidor público de que tratam as alíneas "i", "j" e "l" do inciso I do caput do art. 9º e o § 2º do art. 26, com base nos arts. 8º e 9º da Lei nº 8.162, de 8 de janeiro de 1991, e no art. 2º da Lei nº 8.688, de 21 de julho de 1993. O tempo de contribuição de que trata este artigo 60 será considerado para cálculo do valor da renda mensal de qualquer benefício. O segurado especial que contribui facultativamente como contribuinte individual somente fará jus à aposentadoria por idade, tempo de contribuição e especial após o cumprimento da carência exigida para estes benefícios, não sendo considerado como período de carência o tempo de atividade rural não contributivo. Conforme Martins83, “se o menor começar a trabalhar antes dos 16 anos, como empregado, terá direito a contagem de tempo de serviço para a Previdência Social, porque a norma constitucional não pode ser interpretada em seu detrimento.” Para os professores, conta-se como tempo de serviço: I - o de serviço público federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal; II - o de recebimento de benefício por incapacidade, entre períodos de atividade; e III - o de benefício por incapacidade decorrente de acidente do trabalho, intercalado ou não.

83 MARTINS, Sérgio Pinto. Op.Cit. p.367.

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A comprovação da condição de professor far-se-á mediante a apresentação: I - do respectivo diploma registrado nos órgãos competentes federais e estaduais II- de qualquer outro documento que comprove a habilitação para o exercício do magistério, na forma de lei específica; III - dos registros em Carteira Profissional e/ou Carteira de Trabalho e Previdência Social complementados, quando for o caso, por declaração do estabelecimento de ensino onde foi exercida a atividade, sempre que necessária essa informação, para efeito e caracterização do efetivo exercício da função de magistério. É vedada a conversão de tempo de serviço de magistério, exercido em qualquer época, em tempo de serviço comum. Ou seja, caso o deixe de exercer a atividade docente exclusiva em sala de aula antes de completar o tempo necessário para sua aposentadoria, não será contemplada pela redução de 5 anos, nem proporcionalmente, devendo aposentar-se pela regra geral do RGPS. A prova de tempo de serviço é feita mediante documentos que comprovem o exercício de atividade nos períodos a serem contados, devendo esses documentos ser contemporâneos dos fatos a comprovar e mencionar as datas de início e término e, quando se tratar de trabalhador avulso, a duração do trabalho e a condição em que foi prestado. As anotações em Carteira Profissional e/ou Carteira de Trabalho e Previdência Social relativas a férias, alterações de salários e outras que demonstrem a seqüência do exercício da atividade podem suprir possível falha de registro de admissão ou dispensa. Servem para a prova, os documentos seguintes: I - o contrato individual de trabalho, a Carteira Profissional e/ou a Carteira de Trabalho e Previdência Social, a carteira de férias, a carteira sanitária, a caderneta de matrícula e a caderneta de contribuições dos extintos institutos de aposentadoria e pensões, a caderneta de inscrição pessoal visada pela Capitania dos Portos, pela Superintendência do Desenvolvimento da Pesca, pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas e declarações da Receita Federal; II - certidão de inscrição em órgão de fiscalização profissional, acompanhada do documento que prove o exercício da atividade; III - contrato social e respectivo distrato, quando for o caso, ata de assembléia geral e registro de firma individual; IV - contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural; V - certificado de sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra que agrupa trabalhadores avulsos; VI - comprovante de cadastro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, no caso de produtores em regime de economia familiar; VII - bloco de notas do produtor rural; ou VIII - declaração de sindicato de trabalhadores rurais ou colônia de pescadores, desde que homologada pelo Instituto Nacional do Seguro Social. Na falta de documento contemporâneo podem ser aceitos declaração do empregador ou seu preposto, atestado de empresa ainda existente, certificado ou certidão de entidade oficial dos quais constem os dados de tempo de serviço, desde que extraídos de registros

efetivamente existentes e acessíveis à fiscalização do Instituto Nacional do Seguro Social. Se o documento apresentado pelo segurado não atender ao estabelecido, a prova exigida pode ser complementada por outros documentos que levem à convicção do fato a comprovar, inclusive mediante justificação administrativa. A comprovação realizada mediante justificação administrativa ou judicial só produz efeito perante a previdência social quando baseada em início de prova material. Ou seja, não será admitida prova exclusivamente testemunhal para efeito de comprovação de tempo de serviço ou de contribuição, salvo na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito84. A prova material somente terá validade para a pessoa referida no documento, não sendo permitida sua utilização por outras pessoas. 8.4. APOSENTADORIA ESPECIAL 8.4.1. REGRAS BÁSICAS DA APOSENTADORIA ESPECIAL CONCEITO: A aposentadoria especial, uma vez cumprida a carência exigida, será devida ao segurado empregado, trabalhador avulso e contribuinte individual, este somente quando cooperado filiado a cooperativa de trabalho ou de produção, que tenha trabalhado durante 15, 20 ou 25 anos, conforme o caso, sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. A aposentadoria especial é um benefício que tem por objetivo compensar o trabalho do segurado que presta serviços em condições prejudiciais à saúde, presumindo-se uma perda acelerada da integridade física, pela exposição a agentes nocivos. EVENTO DETERMINANTE: Exposição contínua e habitual a agentes nocivos físicos, químicos ou biológicos, durante 15, 20 ou 25 anos.

84 Sobre força maior e caso fortuito, conforme o art.

143, parágrafo 2o : “caracteriza motivo de força maior ou caso fortuito a verificação de ocorrência notória, tais como incêndio, inundação ou desmoronamento, que tenha atingido a empresa na qual o segurado alegue ter trabalhado, devendo ser comprovada mediante registro da ocorrência policial feito em época própria ou apresentação de documentos contemporâneos dos fatos, e verificada a correlação entre a atividade da empresa e a profissão do segurado.”

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REQUISITOS PARA A CONCESSÃO: A concessão da aposentadoria especial dependerá de comprovação pelo segurado, perante o Instituto Nacional do Seguro Social, do tempo de trabalho permanente, não ocasional nem intermitente, exercido em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante o período mínimo de 15, 20 ou 25 anos. O segurado deverá comprovar a efetiva exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, pelo período equivalente ao exigido para a concessão do benefício. QUEM TEM DIREITO: Empregado; Trabalhador Avulso; Contribuinte Individual quando cooperado filiado a cooperativa de trabalho ou de produção. CARÊNCIA: 180 Contribuições Mensais. RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO: 100% do Salário-de-Benefício. (não há aplicação do fator previdenciário) INÍCIO DO BENEFÍCIO: A regra é a mesma da aposentadoria por idade. A aposentadoria por idade será devida: I - ao segurado empregado: a) a partir da data do desligamento do emprego, quando requerida até 90 dias depois dela; ou b) a partir da data do requerimento, quando não houver desligamento do emprego ou quando for requerida após 90 dias da data de desligamento do emprego. II - para os demais segurados (avulso e contribuinte individual cooperado de cooperativa de trabalho ou produção): a partir da data da entrada do requerimento. 8.3.2. REGRAS ESPECÍFICAS DA APOSENTADORIA ESPECIAL Tempo de Trabalho Considera-se trabalho permanente, aquele que é exercido de forma não ocasional nem intermitente, no qual a exposição do empregado, do trabalhador avulso ou do cooperado ao agente nocivo seja indissociável da produção do bem ou da prestação do serviço. Aplica-se, também, aos períodos de descanso determinados pela legislação trabalhista, inclusive férias, aos de afastamento decorrentes de gozo de benefícios de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez acidentários, bem como aos de percepção de salário-maternidade, desde que, à data do afastamento, o segurado estivesse exercendo atividade considerada especial. Assim, um empregado que trabalhe no escritório da empresa e que eventualmente se expõe a agente nocivo, não terá direito a aposentadoria especial. E, por outro lado, o empregado que trabalha permanentemente exposto aos agentes nocivos, em afastamento para gozo de benefício, em períodos de descanso e mesmo em período de férias, será contado para efeito da aposentadoria especial. Relação de Agentes Nocivos A relação dos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde

ou à integridade física, considerados para fins de concessão de aposentadoria especial, consta do Anexo IV do RPS. As dúvidas sobre o enquadramento dos agentes nocivos serão resolvidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego e pelo Ministério da Previdência Social. As avaliações ambientais deverão considerar a classificação dos agentes nocivos e os limites de tolerância estabelecidos pela legislação trabalhista, bem como a metodologia e os procedimentos de avaliação estabelecidos pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho - FUNDACENTRO. A seguir, alguns exemplos de agentes nocivos e respectivos tempos de exposição: Chumbo – 25 anos; Mercúrio – 25 anos; Ruído acima de 85 dB – 25 anos; Radiações ionizantes (ex. raio X) – 25 anos; Coleta e industrialização de lixo – 25 anos; Atividades permanentes no subsolo de minerações subterrâneas em frente de produção – 15 anos. Perfil Profissiográfico Previdenciário A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante formulário denominado perfil profissiográfico previdenciário85, na forma estabelecida pelo Instituto Nacional do Seguro Social, emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico de condições ambientais do trabalho (LTCAT) expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho. A empresa deverá elaborar e manter atualizado perfil profissiográfico previdenciário, abrangendo as atividades desenvolvidas pelo trabalhador e fornecer a este, quando da rescisão do contrato de trabalho ou do desligamento do cooperado, cópia autêntica deste documento, sob pena da multa. O INSS definirá os procedimentos para fins de concessão da aposentadoria especial, podendo, se necessário, inspecionar o local de trabalho do segurado para confirmar as informações contidas nos referidos documentos. A cooperativa de trabalho deverá elaborar e manter atualizado perfil profissiográfico previdenciário, com base nos laudos técnicos de condições ambientais de trabalho emitido pela empresa contratante, por seu intermédio, de cooperados para a prestação de serviços que os sujeitem a condições ambientais de trabalho que prejudiquem a

85 Considera-se perfil profissiográfico previdenciário

o documento histórico-laboral do trabalhador, segundo modelo instituído pelo Instituto Nacional do Seguro Social, que, entre outras informações, deve conter registros ambientais, resultados de monitoração biológica e dados administrativos. É o mapeamento das condições de trabalho e do ambiente de trabalho, descrevendo as diversas atividades do empregado no exercício de seu trabalho.

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saúde ou a integridade física, quando o serviço for prestado em estabelecimento da contratante. Também, a cooperativa de trabalho deverá fornecer, quando do desligamento do cooperado, cópia autêntica do atualizado perfil profissiográfico previdenciário. O mesmo se aplica à empresa contratada para prestar serviços mediante cessão ou empreitada de mão-de-obra.

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Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho Do laudo técnico de condições ambientais do trabalho deverá constar informação sobre a existência de tecnologia de proteção coletiva, de medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho, ou de tecnologia de proteção individual, que elimine, minimize ou controle a exposição a agentes nocivos aos limites de tolerância, respeitado o estabelecido na legislação trabalhista. A empresa que não mantiver laudo técnico atualizado com referência aos agentes nocivos existentes no ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou que emitir documento de comprovação de efetiva exposição em desacordo com o respectivo laudo estará sujeita à multa. Este laudo técnico deverá ser elaborado com observância das normas editadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego e dos atos normativos expedidos pelo INSS. Suspensão da aposentadoria O beneficiário da aposentadoria especial que retornar ao exercício de atividade ou operações que o sujeitem aos agentes nocivos, ou nele permanecer, na mesma ou em outra empresa, qualquer que seja a forma de prestação do serviço, ou categoria de segurado, terá sua aposentadoria suspensa, a partir da data do retorno à atividade. O parágrafo único do art. 69 do RPS refere-se a “cessação da aposentadoria”. Porém, na verdade trata-se de uma suspensão. Pois, se o aposentado, cuja aposentadoria foi “cessada”, se afastar da atividade ou operações que o sujeitem aos agentes nocivos, o benefício voltará a ser pago, pois trata-se de direito adquirido deste. Entretanto, caso o beneficiário de aposentadoria especial volte a trabalhar em atividade NÃO exposta a agente nocivo, não sofrerá qualquer sanção, pois a Lei não o proíbe, neste caso. Conversão de Tempo de Trabalho a- Conversão de Tempo Especial para Especial Para o segurado que houver exercido sucessivamente duas ou mais atividades sujeitas a condições especiais prejudiciais à saúde ou à integridade física, sem completar em qualquer delas o prazo mínimo exigido para a aposentadoria especial, os respectivos períodos serão somados após conversão, conforme tabela abaixo, considerada a atividade preponderante:

TEMPO A CONVERTER

MULTIPLICADORES

PARA 15 PARA 20 PARA 25

DE 15 ANOS - 1,33 1,67

DE 20 ANOS 0,75 - 1,25

DE 25 ANOS 0,60 0,80 -

Por exemplo: Suponha que um empregado que trabalhou durante 10 anos em atividade que enseja aposentadoria especial aos 15 anos de contribuição. Este empregado troca de emprego para outra atividade que enseja aposentadoria especial aos 25 anos de contribuição. Desta forma, os referidos 10 anos serão convertidos em: 10 x 1,67 (multiplicador de conversão de 15 para 25 anos) = 16,7 anos. b- Conversão de Tempo Especial para Comum A conversão de tempo de atividade sob condições especiais em tempo de atividade comum dar-se-á de acordo com a seguinte tabela:

MULTIPLICADORES TEMPO A CONVERTER MULHER (PARA

30) HOMEM (PARA 35)

DE 15 ANOS 2,00 2,33

DE 20 ANOS 1,50 1,75

DE 25 ANOS 1,20 1,40

A caracterização e a comprovação do tempo de atividade sob condições especiais obedecerá ao disposto na legislação em vigor na época da prestação do serviço. As regras de conversão de tempo de atividade sob condições especiais em tempo de atividade comum constantes deste artigo aplicam-se ao trabalho prestado em qualquer período. Por exemplo: Imagine que um empregado, homem, trabalhou durante 10 anos em atividade com exposição a agente nocivo, que, na época, ensejava aposentadoria especial em 25 anos de contribuição. Este empregado troca de emprego para outra atividade sem qualquer exposição a agente nocivo. Desta forma, os referidos 10 anos serão convertidos em: 10 x 1,4 (multiplicador de conversão de 25 anos para aposentadoria normal) = 14 anos. c- Conversão de Tempo Comum para Especial Esta de conversão de tempo comum para especial não está previsto na legislação previdenciária. Entretanto, seria injusto um trabalhador não poder levar à conta de sua aposentadoria seu tempo de contribuição comum. A solução, neste caso, é converter o tempo especial em comum, aposentando-se por idade ou tempo de contribuição. Porém, este tipo de conversão “inversa” pode trazer prejuízo para o trabalhador, pois, no caso de aposentadoria por tempo de contribuição haverá, obrigatoriamente, aplicação do fator previdenciário, que provavelmente resultará em valor inferior, haja vista a baixa idade deste tipo de segurado.

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8.5. AUXÍLIO-DOENÇA 8.5.1. REGRAS BÁSICAS DO AUXÍLIO-DOENÇA CONCEITO: O auxílio-doença será devido ao segurado que, após cumprida, quando for o caso, a carência exigida, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos. EVENTO DETERMINANTE Incapacidade temporária para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual. REQUISITOS PARA A CONCESSÃO Qualidade de Segurado. Incapacidade verificada em exame médico-pericial. Não será devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social já portador de doença ou lesão invocada como causa para a concessão do benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão. QUEM TEM DIREITO Todos os Segurados CARÊNCIA 12 contribuições mensais para auxílio-doença comum. Nenhuma carência para auxílio-doença acidentário. Será devido auxílio-doença, independentemente de carência, aos segurados obrigatório e facultativo, quando sofrerem acidente de qualquer natureza. RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO 91% do salário-de-benefício. INÍCIO DO BENEFÍCIO O auxílio-doença será devido: I - a contar do 16o dia do afastamento da atividade para o segurado empregado; II - a contar da data do início da incapacidade, para os demais segurados; ou III - a contar da data de entrada do requerimento, quando requerido após o 30o dia do afastamento da atividade, para todos os segurados. Quando o acidentado não se afastar do trabalho no dia do acidente, os quinze dias de responsabilidade da empresa pela sua remuneração integral são contados a partir da data do afastamento. 8.5.2. REGRAS ESPECÍFICAS DO AUXÍLIO-DOENÇA - Segurado que exerce mais de uma atividade. O auxílio-doença do segurado que exercer mais de uma atividade abrangida pela previdência social será devido mesmo no caso de incapacidade apenas para o exercício de uma delas, devendo a perícia médica ser conhecedora de todas as atividades que o mesmo estiver exercendo. Neste caso, o auxílio-doença será concedido em relação à atividade para a qual o segurado estiver incapacitado, considerando-se para efeito de carência somente as contribuições relativas a essa atividade e,

também, o valor do auxílio-doença poderá ser inferior ao salário mínimo desde que somado às demais remunerações recebidas resultar valor superior a este. Se nas várias atividades o segurado exercer a mesma profissão, será exigido de imediato o afastamento de todas. Constatada, durante o recebimento do auxílio-doença concedido nestes termos, a incapacidade do segurado para cada uma das demais atividades, o valor do benefício deverá ser revisto com base nos respectivos salários-de-contribuição. Quando o segurado que exercer mais de uma atividade se incapacitar definitivamente para uma delas, deverá o auxílio-doença ser mantido indefinidamente, não cabendo sua transformação em aposentadoria por invalidez, enquanto essa incapacidade não se estender às demais atividades. Nesta situação, o segurado somente poderá transferir-se das demais atividades que exerce após o conhecimento da reavaliação médico-pericial. - Os primeiros quinze dias. Durante os primeiros quinze dias consecutivos de afastamento da atividade por motivo de doença, incumbe à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário. Cabe à empresa que dispuser de serviço médico próprio ou em convênio o exame médico e o abono das faltas correspondentes aos primeiros quinze dias de afastamento. Quando a incapacidade ultrapassar quinze dias consecutivos, o segurado será encaminhado à perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social. Se concedido novo benefício decorrente da mesma doença dentro de 60 dias contados da cessação do benefício anterior, a empresa fica desobrigada do pagamento relativo aos 15 primeiros dias de afastamento, prorrogando-se o benefício anterior e descontando-se os dias trabalhados, se for o caso. Se o segurado empregado, por motivo de doença, afastar-se do trabalho durante 15 dias, retornando à atividade no 16o dia, e se dela voltar a se afastar dentro de 60 dias desse retorno, em decorrência da mesma doença, fará jus ao auxílio doença a partir da data do novo afastamento. Nesta hipótese, se o retorno à atividade tiver ocorrido antes de 15 dias do afastamento, o segurado fará jus ao auxílio-doença a partir do dia seguinte ao que completar aquele período. - Processamento do benefício de ofício. A previdência social deve processar de ofício o benefício, quando tiver ciência da incapacidade do segurado sem que este tenha requerido auxílio-doença. É facultado à empresa protocolar requerimento de auxílio-doença ou documento dele originário de seu empregado ou de contribuinte individual a ela vinculado ou a seu serviço, na forma estabelecida pelo INSS. A empresa que adotar o procedimento previsto no caput terá acesso às decisões administrativas a ele relativas. - Obrigações do segurado. O segurado em gozo de auxílio-doença está obrigado, independentemente de sua idade e sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo da previdência social, processo de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos.

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- Cessação do auxílio-doença. O auxílio-doença cessa pela recuperação da capacidade para o trabalho, pela transformação em aposentadoria por invalidez ou auxílio-acidente de qualquer natureza, neste caso se resultar seqüela que implique redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia. O INSS poderá estabelecer, mediante avaliação médico-pericial, o prazo que entender suficiente para a recuperação da capacidade para o trabalho do segurado, dispensada nessa hipótese a realização de nova perícia. Caso o prazo concedido para a recuperação se revele insuficiente, o segurado poderá solicitar a realização de nova perícia médica, na forma estabelecida pelo Ministério da Previdência Social. O documento de concessão do auxílio-doença conterá as informações necessárias para o requerimento da nova avaliação médico-pericial. - Reabilitação profissional. O segurado em gozo de auxílio-doença, insuscetível de recuperação para sua atividade habitual, deverá submeter-se a processo de reabilitação profissional para exercício de outra atividade, não cessando o benefício até que seja dado como habilitado para o desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando considerado não recuperável, seja aposentado por invalidez. - Licença O segurado empregado em gozo de auxílio-doença é considerado pela empresa como licenciado. A empresa que garantir ao segurado licença remunerada ficará obrigada a pagar-lhe durante o período de auxílio-doença a eventual diferença entre o valor deste e a importância garantida pela licença. Reclamação trabalhista. O auxílio-doença será devido durante o curso de reclamação trabalhista relacionada com a rescisão do contrato de trabalho, ou após a decisão final, desde que implementadas as condições mínimas para a concessão do benefício. 8.6. SALÁRIO-FAMÍLIA 8.6.1. REGRAS BÁSICAS DO SALÁRIO-FAMÍLIA CONCEITO: O salário-família será devido, mensalmente, ao segurado empregado e ao trabalhador avulso que tenham salário-de-contribuição inferior ou igual a R$ 360,00 (o valor atual é de R$ 676,27), na proporção do respectivo número de filhos ou equiparados. É o benefício pago aos segurados (empregados, trabalhadores avulsos e determinados aposentados) de baixa renda, para ajudar na manutenção dos dependentes. EVENTO DETERMINANTE Ser segurado (empregado, trabalhador avulso e determinados aposentados) de baixa renda (salário-de-contribuição inferior ou igual a R$ 676,27) e, ter filho ou equiparado, menor de 14 anos ou inválido. REQUISITOS PARA A CONCESSÃO

Apresentação da certidão de nascimento do filho ou da documentação relativa ao equiparado, estes, menores de 14 anos ou inválidos. Apresentação anual de atestado de vacinação obrigatória, até seis anos de idade. Apresentação de comprovação semestral de freqüência à escola do filho ou equiparado, a partir dos sete anos de idade. A invalidez do filho ou equiparado maior de quatorze anos de idade deve ser verificada em exame médico-pericial a cargo da previdência social. QUEM TEM DIREITO Segurado Empregado e Trabalhador Avulso, mesmo quando aposentados por idade ou por invalidez ou em gozo de auxílio-doença; Trabalhadores rurais aposentados por idade. CARÊNCIA Não há carência. RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO86

- R$ 23,08, para remuneração até R$ 449,93, e - R$ 16,26, para remuneração entre R$ 449,94 e R$ 676,27, por filho ou equiparado. INÍCIO DO BENEFÍCIO O pagamento do salário-família será devido a partir da data da apresentação da certidão de nascimento do filho ou da documentação relativa ao equiparado, estando condicionado à apresentação anual de atestado de vacinação obrigatória, até seis anos de idade, e de comprovação semestral de freqüência à escola do filho ou equiparado, a partir dos sete anos de idade. 8.6.2. REGRAS ESPECÍFICAS DO SALÁRIO-FAMÍLIA - Pagamento do Salário-Família O salário-família será pago mensalmente: I - ao empregado, pela empresa, com o respectivo salário, e ao trabalhador avulso, pelo sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra, mediante convênio. As cotas do salário-família, pagas pela empresa, deverão ser deduzidas quando do recolhimento das contribuições sobre a folha de salário. Quando o salário do empregado não for mensal, o salário-família será pago juntamente com o último pagamento relativo ao mês. O salário-família do trabalhador avulso independe do número de dias trabalhados no mês, devendo o seu pagamento corresponder ao valor integral da cota. II - ao empregado e trabalhador avulso aposentados por invalidez ou em gozo de auxílio-doença, pelo Instituto Nacional do Seguro Social, juntamente com o benefício; III - ao trabalhador rural aposentado por idade aos sessenta anos, se do sexo masculino, ou cinqüenta e cinco anos, se do sexo feminino, pelo Instituto Nacional do Seguro Social, juntamente com a aposentadoria; e IV - aos demais empregados e trabalhadores avulsos aposentados aos sessenta e cinco anos de idade, se do sexo masculino, ou sessenta anos, se do sexo feminino, pelo Instituto Nacional do Seguro Social, juntamente com a aposentadoria.

86 Estes valores são os atualizados e mudam anualmente, conforme é alterado o valor do salário-mínimo.

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O que ocorre quando pai e mãe são segurados Quando o pai e a mãe são segurados empregados ou trabalhadores avulsos, ambos têm direito ao salário-família. Tendo havido divórcio, separação judicial ou de fato dos pais, ou em caso de abandono legalmente caracterizado ou perda do pátrio-poder, o salário-família passará a ser pago diretamente àquele a cujo cargo ficar o sustento do menor, ou a outra pessoa, se houver determinação judicial nesse sentido. Conservação dos documentos A empresa deverá conservar, durante dez anos, os comprovantes dos pagamentos e as cópias das certidões correspondentes, para exame pela fiscalização do Instituto Nacional do Seguro Social. Obrigações da apresentação de documentos pelo segurado Se o segurado não apresentar o atestado de vacinação obrigatória e a comprovação de freqüência escolar do filho ou equiparado, nas datas definidas pelo Instituto Nacional do Seguro Social, o benefício do salário-família será suspenso, até que a documentação seja apresentada. Não é devido salário-família no período entre a suspensão do benefício motivada pela falta de comprovação da freqüência escolar e o seu reativamento, salvo se provada a freqüência escolar regular no período. A comprovação de freqüência escolar será feita mediante apresentação de documento emitido pela escola, na forma de legislação própria, em nome do aluno, onde consta o registro de freqüência regular ou de atestado do estabelecimento de ensino, comprovando a regularidade da matrícula e freqüência escolar do aluno Afastamento O salário-família correspondente ao mês de afastamento do trabalho será pago integralmente pela empresa, pelo sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra, conforme o caso, e o do mês da cessação de benefício pelo Instituto Nacional do Seguro Social. Cessação do Salário-Famíla O direito ao salário-família cessa automaticamente: I - por morte do filho ou equiparado, a contar do mês seguinte ao do óbito; II - quando o filho ou equiparado completar quatorze anos de idade, salvo se inválido, a contar do mês seguinte ao da data do aniversário; III - pela recuperação da capacidade do filho ou equiparado inválido, a contar do mês seguinte ao da cessação da incapacidade; ou IV - pelo desemprego do segurado. Termo de responsabilidade e comunicação do segurado Para efeito de concessão e manutenção do salário-família, o segurado deve firmar termo de responsabilidade, no qual se comprometa a comunicar à empresa ou ao Instituto Nacional do Seguro Social qualquer fato ou circunstância que determine a perda do direito ao benefício, ficando sujeito, em caso do não cumprimento, às sanções penais e trabalhistas. A falta de comunicação oportuna de fato que implique cessação do salário-família, bem como a prática, pelo empregado, de fraude de qualquer natureza para o seu recebimento, autoriza a empresa, o Instituto Nacional do

Seguro Social, o sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra, conforme o caso, a descontar dos pagamentos de cotas devidas com relação a outros filhos ou, na falta delas, do próprio salário do empregado ou da renda mensal do seu benefício, o valor das cotas indevidamente recebidas, sem prejuízo das sanções penais cabíveis. A restituição de importância recebida indevidamente por beneficiário da previdência social, nos casos comprovados de dolo, fraude ou má-fé, deverá ser atualizada e feita de uma só vez ou mediante acordo de parcelamento, independentemente de outras penalidades legais. Quitação à empresa O empregado deve dar quitação à empresa, sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra de cada recebimento mensal do salário-família, na própria folha de pagamento ou por outra forma admitida, de modo que a quitação fique plena e claramente caracterizada. Geralmente, esta quitação é feita quando do recebimento da remuneração e do salário-família através da assinatura do empregado no holerite (recibo de salário) Não incorporação do Salário-Família As cotas do salário-família não serão incorporadas, para qualquer efeito, ao salário ou ao benefício. Desta forma, conseqüentemente, não será parcela integrante do salário-de-contribuição. 1. (AFPS – 2.002) Com relação ao auxilio-doença e suas características, assinale a opção incorreta. a) Beneficio continuado. b) Devido ao segurado. c) Extinção do beneficio pela recuperação da capacidade para o trabalho. d) Possui prazo de carência, em regra. e) Incapacitação permanente para o trabalho. 2. (ESAF - AFRFB 2005) De acordo com a Lei n. 8.213/91, na parte relativa ao auxílio-doença, indique qual das opções está incorreta: a) é um benefício de caráter continuado. b) é devido ao segurado. c) a sua extinção ocorre diante da recuperação da capacidade para o trabalho. d) em regra, possui prazo de carência para a sua concessão. e) é concedido diante da incapacidade permanente para o trabalho. 3. (AFPS – 2.002) Com relação à aposentadoria por invalidez e suas características, assinale a opção incorreta. a) Beneficio de renda mensal. b) Exige, em regra, carência. c) Extinção do beneficio com o retorno voluntário à atividade. d) Pode ser acumulado com auxilio-doença. e) Aliquota de 100% do salário-de-beneficio. 4 . (Técnico INSS – 2005) Em novembro de 2004, Josué, segurado empregado de 60 (sessenta) anos, faz requerimento administrativo de aposentadoria em uma das Agências da Previdência Social. Em anexo ao referido pedido, apresenta cópia da Carteira de Trabalho

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e Previdência Social que comprova o vínculo empregatício com a empresa “Paes, Doces e Comidas Deliciosas Ltda.”, como balconista, durante 30 (trinta) anos completos, na data de requerimento. Você, na qualidade de servidor do INSS responsável pela análise do ato de concessão de benefícios, deve decidir corretamente pela(o): (a) concessão de aposentadoria por idade. (b) concessão de aposentadoria proporcional. (c) concessão de aposentadoria por tempo de contribuição. (d) concessão de aposentadoria especial. (e) indeferimento do pedido de aposentadoria. 5 . (Técnico INSS – CESGRANRIO - 2005) Atualmente, para a concessão de aposentadoria especial, é IMPRESCINDÍVEL que o(a): (a) segurado comprove, além do tempo de contribuição, a exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, de modo habitual, permanente e não intermitente. (b) segurado comprove que trabalhou durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos sujeito a condições especiais, independente do período de exposição a agentes agressivos durante a jornada de trabalho. (c) segurado declare que executou atividades sob condições especiais, independente de a empresa empregadora emitir ou não laudo técnico. (d) segurado tenha, no mínimo, 50 (cinqüenta) anos de idade. (e) atividade desempenhada pelo segurado se enquadre na categoria profissional presumida em lei como sujeita a condições insalubres, penosas ou perigosas. 6. (ESAF - AFRFB 2005) Com relação à aposentadoria por invalidez, prevista na Lei 8.213/91, é incorreto afirmar: a) A aposentadoria por invalidez não será concedida ao trabalhador avulso. b) A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação da condição de incapacidade mediante exame médico-pericial a cargo da Previdência. c) A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz. d) A aposentadoria por invalidez, inclusive a decorrente de acidente do trabalho, consistirá numa renda mensal correspondente a 100% (cem por cento) do salário-de- benefício. e) A aposentadoria por invalidez será concedida ao trabalhador doméstico. 7. (ESAF - AFRFB 2005) Assinale a opção correta, no tocante ao auxílio-doença. a) Será concedido ao segurado, independentemente de carência. b) Será concedido ao segurado quando fi car constatada a sua incapacidade para o seu trabalho ou para sua atividade habitual por período de até 15 (quinze) dias consecutivos. c) Será concedido ao segurado quando ficar constatada a sua incapacidade para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias

consecutivos. d) Será concedido ao segurado quando ficar constatada a sua incapacidade para o seu trabalho ou para sua atividade habitual por período inferior a 15 (quinze) dias consecutivos. e) Será concedido ao segurado quando fi car constatada a sua incapacidade parcial para o trabalho ou para sua atividade habitual por período de até 15 (quinze) dias consecutivos. 8 . (Juiz do Trabalho – TRT 7a Reg – ESAF) - Entre as assertivas abaixo, assinale a opção correta relacionada aos Planos de Benefícios da Previdência Social, definidos pela Lei nº 8.213/91. a) A aposentadoria por idade poderá ser requerida pela empresa, desde que o segurado empregado tenha cumprido o período de carência e completado 70 (setenta) anos de idade, se do sexo masculino, ou 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se do sexo feminino, tendo caráter compulsório. b) O benefício de aposentadoria por invalidez é sempre concedido independentemente de carência, nos termos do Plano de Benefícios. c) O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após a consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem seqüelas que impliquem a incapacidade total e irreversível para qualquer trabalho. d) Firmou-se o entendimento jurisprudencial no sentido de que é exigível o preenchimento simultâneo dos requisitos necessários ao recebimento do benefício de aposentadoria por idade. e) A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, que impeça o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, desde que comprovada mediante exame médico-pericial, conferirá direito à aposentadoria por invalidez. 9) (Juiz do Trabalho – TRT/MS – 2006) Quanto ao período de carência, pode-se dizer que, EXCETO: a) O serviço social independe de carência. b) A reabilitação profissional independe de carência. c) Havendo perda da qualidade de segurado, as contribuições anteriores a essa data só serão computadas para efeito de carência depois que o segurado contar, a partir da nova filiação à Previdência Social, com, no mínimo, 2/3 (dois terços) do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência definida para o benefício a ser requerido. d) Independe de carência a concessão de salário-família. e) A aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho independe de período de carência. 10. (INSS – TÉC – CESPE – 2003) Nenhum segurado poderá receber da previdência social

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benefício em valor superior ao limite máximo do salário-de-contribuição. 11. (INSS – TÉC – CESPE – 2003) Mesmo quando a perícia médica inicial concluir pela incapacidade definitiva para o trabalho, a aposentadoria por invalidez deverá ser precedida de auxílio-doença. 12. (INSS – TÉC – CESPE – 2003) O professor de ensino médio que comprovar, como tempo total para fins de aposentadoria, apenas tempo de atividade docente em sala de aula e atividades afins poderá aposentar-se com vinte e cinco anos de contribuição. 13. (INSS – TÉC – CESPE – 2003) Considere a seguinte situação hipotética. Lucas, que é segurado da previdência social e exerce duas atividades concomitantes, como contribuinte individual e como empregado, incapacitou-se definitivamente para aquela que exerce como empregado. Nessa situação, Lucas será aposentado por invalidez em relação à atividade para a qual se incapacitou, enquanto a incapacidade não se estender à outra atividade. 14. (INSS – Analista – CESPE – 2003) Considere a seguinte situação hipotética. Joana, trabalhadora rural como empregada, acabou de completar 55 anos de idade e está em gozo de auxílio-doença. Ela já conta com 185 contribuições mensais para a previdência social, anteriores ao início do auxílio-doença. Nessa situação, Joana poderá pedir a transformação do benefício em aposentadoria por idade. 15 . (INSS – Analista – CESPE – 2003) Suponha que Mariana, com 65 anos de idade, seja segurada empregada, e já conte com 190 contribuições mensais à previdência social. Nesse caso, a empresa em que ela trabalha poderá, independentemente da vontade de Mariana, requerer a sua aposentadoria compulsória. 16. (INSS – Analista – CESPE – 2003) Considere a seguinte situação hipotética. O casal Adacir e Ana, ambos segurados da previdência social como empregados, tem cinco filhos na faixa etária de dois a onze anos de idade. Adacir recebe remuneração mensal de R$ 250,00, e Ana, de R$ 350,00. Nessa situação, Adacir e Ana têm direito a receber, cada um, cinco cotas de salário-família. 17. (Auditor Fiscal da Previdência Social – CESPE/UNB – 2003) Carlos é aposentado especial do regime geral e trabalhou durante muito tempo na indústria química. Para aumentar sua renda, aceitou proposta para retomar ao trabalho em outra empresa, também da indústria química, na mesma atividade que exercia antes de se aposentar. Nessa situação, não há óbice para que Carlos retome à atividade e, por essa razão, será segurado obrigatório da previdência social, ficando sujeito às contribuições para o regime da previdência social. 18. (AUDITOR-FISCAL INSS 2000 CESPE) Caso um aposentado por invalidez retornasse voluntariamente à

atividade, teria sua aposentadoria automaticamente cancelada a partir da data do retorno. 19. (AUDITOR-FISCAL INSS 2000 CESPE) Considerando que, após 20 anos consecutivos de contribuição para o RGPS, uma segurada tivesse completado 60 anos de idade, àquela altura com salário de benefício equivalente a R$ 800,00, então, se pretendesse aposentar-se por idade, o valor do respectivo benefício corresponderá a R$ 720,00. 20. (JUIZ DA 5A REGIÃO – CESPE – 1999) A aposentadoria por tempo de contribuição é concedida ao homem com 35 anos de contribuição e 60 anos de idade. 21. (DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO – 2001 – CESPE) Moisés foi acometido por doença degenerativa, decorrente do exercício de sua atividade laboral em condições insalubres por mais de 10 anos. Moisés foi, então, afastado do trabalho, para efeito de tratamento de saúde, sendo que, na ocasião, percebia remuneração de R$ 3.500,00. Nessa situação, Moisés teria o direito a perceber o benefício do auxílio-doença, pago pela previdência social, a partir do 16o dia de afastamento do trabalho, o qual não poderá ser inferior ao valor da remuneração paga pelo empregador. GABARITO: 1- E 2- E 3- D 4- E 5- A 6- A 7- C 8- A 9- C 10- E 11- E 12- E 13- E 14- C 15- C 16- C 17- E 18- C 19- C 20- E 21- E 8.7. SALÁRIO-MATERNIDADE 8.7.1. REGRAS BÁSICAS DO SALÁRIO-MATERNIDADE CONCEITO: O salário-maternidade é devido à segurada da Previdência Social, durante 120 (cento e vinte) dias, com início no período entre 28 (vinte e oito) dias antes do parto e a data de ocorrência deste, observadas as situações e condições previstas na legislação no que concerne à proteção à maternidade. Poderá ser pago, também, à segurada da Previdência Social que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção, conforme previsto em lei. EVENTO DETERMINANTE Nascimento.

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Natimorto (nascido morto) – a partir da 23a semana (6o mês) de gestação. Aborto não criminoso – antes da 23a semana de gestação (esta gozará apenas 2 semanas de salário-maternidade). Adoção ou guarda judicial com a finalidade de adoção. REQUISITOS PARA A CONCESSÃO Qualidade de segurada (apenas do sexo feminino, mesmo no caso de adoção). Nascimento, adoção, guarda judicial com a finalidade de adoção, aborto não criminoso. QUEM TEM DIREITO Todas as seguradas. CARÊNCIA Sem carência para a segurada empregada, avulsa e a empregada doméstica. Para a segurada especial: deve comprovar o exercício de atividade rural nos últimos 10 meses imediatamente anteriores à data do parto ou do requerimento do benefício, quando requerido antes do parto, mesmo que de forma descontínua. Para contribuinte individual e facultativa: 10 contribuições. RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO Empregada: consiste numa renda mensal igual à sua remuneração integral e será pago pela empresa, efetivando-se a compensação. Nos meses de início e término do salário-maternidade da segurada empregada, o salário-maternidade será proporcional aos dias de afastamento do trabalho. No caso da segurada empregada, o valor do salário-maternidade pago pelo INSS pode chegar ao teto constitucional, que é o subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. Caso a remuneração da empregada seja superior ao subsídio mensal dos Ministros do STF, a empresa deverá pagar a diferença. Trabalhadora Avulsa: consiste numa renda mensal igual à sua remuneração integral equivalente a um mês de trabalho, pago diretamente pela previdência social. No caso da trabalhadora avulsa, também, o valor do salário-maternidade pago pelo INSS pode chegar ao teto constitucional, que é o subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. Empregada Doméstica: consiste em valor correspondente ao do seu último salário-de-contribuição, pago diretamente pela previdência social.. Segurada Especial: consiste em 1 salário-mínimo, pago diretamente pela previdência social. Seguradas Contribuinte Individual, Facultativa, e para a que Mantém a Qualidade de Segurada (período de graça): consiste em um doze avos da soma dos doze últimos salários-de-contribuição, apurados em período não superior a quinze meses, pago diretamente pela previdência social. INÍCIO DO BENEFÍCIO O Salário-Maternidade tem início no período entre 28 (vinte e oito) dias antes do parto e a data de ocorrência deste, com duração de 120 dias. É importante observar que 120 dias não são, necessariamente, 4 meses. O início do afastamento do trabalho da segurada empregada será determinado com base em atestado médico ou certidão de nascimento do filho.

8.7.2. REGRAS ESPECÍFICAS DO SALÁRIO-MATERNIDADE Períodos do Salário-Maternidade A segurada tem direito aos 120 dias, mesmo em caso de parto antecipado. Em casos excepcionais, os períodos de repouso anterior e posterior ao parto podem ser aumentados de mais duas semanas, mediante atestado médico específico. Em caso de aborto não criminoso, ocorrido antes da 23a semana de gestação (6o mês), comprovado mediante atestado médico, a segurada terá direito ao salário-maternidade correspondente a 2 semanas. Caso ocorra após a 23a semana de gestação, será o caso do natimorto, com direito a 120 dias. Adoção ou Guarda Judicial para fins de adoção. O salário-maternidade é devido à segurada da Previdência Social que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança com idade: I - até 1 ano completo, por 120 dias; II - a partir de 1 ano até 4 anos completos, por 60 dias; ou III - a partir de 4 anos até completar 8 anos, por 30 dias. Para a concessão do salário-maternidade é indispensável que conste: - da nova certidão de nascimento da criança, o nome da segurada; - do termo de guarda, o nome da guardiã, e deve conter neste documento, de que trata-se de guarda para fins de adoção. O salário-maternidade não é devido quando o termo de guarda não contiver a observação de que é para fins de adoção ou só contiver o nome do cônjuge ou companheiro. Quando houver adoção ou guarda judicial para adoção de mais de uma criança, é devido um único salário-maternidade relativo à criança de menor idade. Isto ocorre, por exemplo, quando são adotados vários irmãos. Suponha que são adotadas três crianças ao mesmo tempo: a mais velha com 7 anos, a do meio com 3 anos e a mais nova com 10 meses. Neste caso o salário-maternidade será um único, relativo à criança mais nova, de 10 meses. Ou seja, a adotante terá direito a 120 dias de salário-maternidade. Mesmo no caso de a mãe biológica já ter recebido o salário-maternidade quando do nascimento da criança, este benefício será devido, também, à segurada adotante ou guardiã, conforme a faixa etária. A renda mensal do salário-maternidade, para a segurada adotante e guardiã, é calculada de acordo com a forma de contribuição desta à Previdência Social e será pago diretamente pela previdência social, mesmo no caso da segurada empregada. Contribuição Previdenciária O Salário-Maternidade é o único benefício da previdência social que integra o salário-de-contribuição, havendo a incidência do desconto de contribuições previdenciárias sobre a renda mensal de benefício. As empresas devem recolher a cota patronal, assim como os empregadores domésticos, que, neste caso, é de 12% sobre o valor do benefício. Obrigações da empregada e da empresa. Como no caso da empregada, é a empresa quem paga o salário-maternidade (e se compensa perante a previdência social), a empregada deve dar quitação à

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empresa dos recolhimentos mensais do salário-maternidade na própria folha de pagamento ou por outra forma admitida (por exemplo, através de recibo de pagamento), de modo que a quitação fique plena e claramente caracterizada. A empresa deve conservar, durante dez anos, os comprovantes dos pagamentos e os atestados ou certidões correspondentes para exame pela fiscalização da Receita Federal do Brasil. Compete à interessada instruir o requerimento do salário-maternidade com os atestados médicos necessários. Quando o benefício for requerido após o parto, o documento comprobatório é a Certidão de Nascimento, podendo, no caso de dúvida, a segurada ser submetida à avaliação pericial junto ao Instituto Nacional do Seguro Social. Segurada desempregada em “período de graça” O salário-maternidade da segurada empregada será devido pela previdência social enquanto existir relação de emprego, observadas as regras quanto ao pagamento desse benefício pela empresa. Durante o período de graça, a segurada desempregada fará jus ao recebimento do salário-maternidade nos casos de demissão antes da gravidez, ou, durante a gestação, nas hipóteses de dispensa por justa causa ou a pedido, situações em que o benefício será pago diretamente pela previdência social. O evento gerador do benefício deve ocorrer, em qualquer hipótese, dentro do “período de graça”. Importante lembrar que, segundo o art. 10, II, “b” do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal: “fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto”. Empregos concomitantes No caso de empregos concomitantes, a segurada fará jus ao salário-maternidade relativo a cada emprego. Vedação de acumulação O salário-maternidade não pode ser acumulado com benefício por incapacidade. Quando ocorrer incapacidade em concomitância com o período de pagamento do salário-maternidade, o benefício por incapacidade, conforme o caso, deverá ser suspenso enquanto perdurar o referido pagamento, ou terá sua data de início adiada para o primeiro dia seguinte ao término do período de cento e vinte dias. Segurada aposentada A segurada aposentada que retornar à atividade fará jus ao pagamento do salário-maternidade.

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8.8. AUXÍLIO-ACIDENTE 8.8.1. REGRAS BÁSICAS DO AUXÍLIO-ACIDENTE CONCEITO: O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem seqüelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.87

EVENTO DETERMINANTE Seqüela que implique redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia, decorrente de acidente de qualquer natureza.88

REQUISITOS PARA A CONCESSÃO Quando, após a consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultar seqüela definitiva, conforme as situações discriminadas no anexo III do Regulamento da Previdência Social, que implique: I - redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exerciam; II - redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exerciam e exija maior esforço para o desempenho da mesma atividade que exerciam à época do acidente; ou III - impossibilidade de desempenho da atividade que exerciam à época do acidente, porém permita o desempenho de outra, após processo de reabilitação profissional, nos casos indicados pela perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social. QUEM TEM DIREITO Empregado Trabalhador Avulso Segurado Especial Médico residente. Este é o único contribuinte individual que tem direito a este benefício. CARÊNCIA Não há carência. Pois, ninguém pode prever quando sofrerá um acidente que resulte em seqüela. RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO 50% do salário-de-benefício. O auxílio-acidente mensal corresponderá a 50% do salário-de-benefício que deu origem ao auxílio-doença do segurado, corrigido até o mês anterior ao do início do auxílio-acidente e será devido até a véspera de início de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do segurado. INÍCIO DO BENEFÍCIO O auxílio-acidente será devido a contar do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença, independentemente de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo

87 O trabalho que habitualmente exercia na data do acidente. 88 Para fixar melhor esta matéria, sempre digo aos meus alunos que este benefício deveria chamar-se: “Indenização-Seqüela”. Por ser, este benefício, uma indenização em virtude de seqüela decorrente de acidente.

acidentado, vedada sua acumulação com qualquer aposentadoria. 8.8.2. REGRAS ESPECÍFICAS DO AUXÍLIO-ACIDENTE Vedação ao benefício Não cabe a concessão de auxílio-acidente quando o segurado estiver desempregado, podendo ser concedido o auxílio-doença previdenciário, desde que atendidas as condições inerentes à espécie. Não dará ensejo ao benefício a que se refere este artigo o caso: I - que apresente danos funcionais ou redução da capacidade funcional sem repercussão na capacidade laborativa; e II - de mudança de função, mediante readaptação profissional promovida pela empresa, como medida preventiva, em decorrência de inadequação do local de trabalho. A perda da audição, em qualquer grau, somente proporcionará a concessão do auxílio-acidente, quando, além do reconhecimento do nexo de causa entre o trabalho e a doença, resultar, comprovadamente, na redução ou perda da capacidade para o trabalho que o segurado habitualmente exercia. Acúmulo de benefício O recebimento de salário ou concessão de outro benefício, exceto de aposentadoria, não prejudicará a continuidade do recebimento do auxílio-acidente. Isto porque, quando da concessão de aposentadoria, o valor do auxílio-acidente entrará no cálculo do salário-de-benefício, como se fosse remuneração. No caso de reabertura de auxílio-doença por acidente de qualquer natureza que tenha dado origem a auxílio-acidente, este será suspenso até a cessação do auxílio-doença reaberto, quando será reativado. Porém, se o segurado voltar a se afastar por novo evento (doença), poderá acumular o novo auxílio-doença com o auxílio-acidente. Basta que sejam oriundos de eventos distintos. Existindo, porém, nova seqüela, não haverá concessão de novo auxílio-acidente.

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8.9. PENSÃO POR MORTE 8.9.1. REGRAS BÁSICAS DA PENSÃO POR MORTE CONCEITO: A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não EVENTO DETERMINANTE Morte do Segurado REQUISITOS PARA A CONCESSÃO Óbito do Segurado Qualidade de Dependente do Beneficiário. QUEM TEM DIREITO Dependentes de qualquer segurado. CARÊNCIA Não há carência. RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO O valor mensal da pensão por morte será de 100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento. O valor da pensão por morte devida aos dependentes do segurado recluso que, nessa condição, exercia atividade remunerada será obtido mediante a realização de cálculo com base no novo tempo de contribuição e salários-de-contribuição correspondentes, neles incluídas as contribuições recolhidas enquanto recluso, facultada a opção pela pensão com valor correspondente ao do auxílio-reclusão. INÍCIO DO BENEFÍCIO Será a contar da data: I - do óbito, quando requerido até 30 dias depois deste; II - do requerimento, quando requerida após 30 dias do óbito; ou III - da decisão judicial, no caso de morte presumida. 8.9.2. REGRAS ESPECÍFICAS DA PENSÃO POR MORTE. Falta de habilitação de outro possível dependente A concessão da pensão por morte não será protelada pela falta de habilitação de outro possível dependente, e qualquer habilitação posterior que importe em exclusão ou inclusão de dependente somente produzirá efeito a contar da data da habilitação. Por exemplo, um segurado falece deixando cônjuge e dois filhos, mas apenas o cônjuge e um filho se habilitam. A pensão por morte será, então, dividida por 2. Se, posteriormente, após 1 ano, outro filho menor de 21 anos não emancipado se habilitar, a pensão por morte começará a ser pago aos três, mas sem efeito retroativo. Ou seja, o filho que se habilitou por último não terá o direito sobre os valores do ano em que não estava habilitado.

Dependente Inválido A pensão por morte somente será devida ao dependente inválido se for comprovada pela perícia médica a existência de invalidez na data do óbito do segurado. Se a invalidez ocorrer após a morte, então, não será devida a pensão por morte, por este motivo. Entretanto, o dependente menor de idade que se invalidar antes de completar vinte e um anos deverá ser submetido a exame médico-pericial, não se extinguindo a respectiva cota se confirmada a invalidez. Ao dependente aposentado por invalidez poderá ser exigido exame médico-pericial, a critério do Instituto Nacional do Seguro Social. O pensionista inválido está obrigado, independentemente de sua idade e sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo da previdência social, processo de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que são facultativos. Cônjuge ausente O cônjuge ausente somente fará jus ao benefício a partir da data de sua habilitação e mediante prova de dependência econômica, não excluindo do direito a companheira ou o companheiro. Cônjuge divorciado ou separado O cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato, que recebia pensão de alimentos, receberá a pensão em igualdade de condições com os demais dependentes da primeira classe. Morte presumida A pensão poderá ser concedida, em caráter provisório, por morte presumida: I - mediante sentença declaratória de ausência, expedida por autoridade judiciária, a contar da data de sua emissão; ou II - em caso de desaparecimento do segurado por motivo de catástrofe, acidente ou desastre, a contar da data da ocorrência, mediante prova hábil. Verificado o reaparecimento do segurado, o pagamento da pensão cessa imediatamente, ficando os dependentes desobrigados da reposição dos valores recebidos, salvo má-fé. Por exemplo, um segurado desaparece e ele é declarado presumidamente morto. Então os dependentes começaram a receber a pensão por morte. Só que na verdade o segurado havia sofrido de amnésia e foi, após alguns anos, encontrado pela família em um hospital psiquiátrico. Neste caso, cessará o pagamento da pensão e os dependentes não precisarão devolver os valores recebidos, pois não houve má-fé. Rateio A pensão por morte, havendo mais de um pensionista, será rateada entre todos, em partes iguais. Reverterá em favor dos demais dependentes, da mesma classe, a parte daquele cujo direito à pensão cessar. A pensão por morte não passa da classe superior para inferior.89

89 Sobre este assunto, vide capítulo que fala sobre “Dependentes”.

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Cessação da pensão por Morte O pagamento da cota individual da pensão por morte cessa: I - pela morte do pensionista; II - para o pensionista menor de idade, ao completar vinte e um anos, salvo se for inválido, ou pela emancipação, ainda que inválido, exceto, neste caso, se a emancipação for decorrente de colação de grau científico em curso de ensino superior; ou III - para o pensionista inválido, pela cessação da invalidez, verificada em exame médico-pericial a cargo da previdência social. IV - pela adoção, para o filho adotado que receba pensão por morte dos pais biológicos, salvo quando o cônjuge ou companheiro adota o filho do outro. Com a extinção da cota do último pensionista, a pensão por morte será encerrada. Súmulas do STJ Vale a pena destacar duas súmulas recentes do STJ sobre pensão por morte: STJ – Súmula 336 (maio/07): A mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito à pensão previdenciária por morte do ex-marido, comprovada a necessidade econômica superveniente. STJ – Súmula 340 (agosto/07): A lei aplicável à concessão de pensão previdenciária por morte é aquela vigente na data do óbito do segurado. 8.10. AUXÍLIO-RECLUSÃO 8.10.1. REGRAS BÁSICAS DO AUXÍLIO-RECLUSÃO CONCEITO: O auxílio-reclusão será devido, nas mesmas condições da pensão por morte, aos dependentes do segurado recolhido à prisão que não receber remuneração da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência em serviço, desde que o seu último salário-de-contribuição seja inferior ou igual a R$ 676,2790. É importante acentuar que o auxílio-reclusão é devido ao(s) dependente(s) e não ao segurado. EVENTO DETERMINANTE Recolhimento à prisão de segurado de baixa renda91. REQUISITOS PARA A CONCESSÃO O requerimento do auxílio-reclusão deverá ser instruído com certidão do efetivo recolhimento à prisão, sendo obrigatória, para a manutenção do benefício, a apresentação de declaração de permanência na condição de presidiário. QUEM TEM DIREITO Dependentes de qualquer segurado recolhido à prisão que não receber remuneração da empresa nem estiver

90 Valor atual, conforme Portaria MPS n. 142 de 11/04/2007. 91 Último salário-de-contribuição inferior ou igual a R$ 676,27.

em gozo de auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência em serviço. CARÊNCIA Não há carência. RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO O valor mensal do auxílio-reclusão será de 100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de seu falecimento.92

INÍCIO DO BENEFÍCIO Será a contar da data: I - do efetivo recolhimento do segurado à prisão, quando requerido até 30 dias depois deste; II - do requerimento, quando requerido após 30 dias do efetivo recolhimento do segurado à prisão. 8.10.2. REGRAS ESPECÍFICAS DO AUXÍLIO-RECLUSÃO. Período de Graça É devido auxílio-reclusão aos dependentes do segurado quando não houver salário-de-contribuição na data do seu efetivo recolhimento à prisão, desde que mantida a qualidade de segurado. O pedido do benefício O pedido de auxílio-reclusão deve ser instruído com certidão do efetivo recolhimento do segurado à prisão, firmada pela autoridade competente. Preexistência de dependência econômica do segurado Aplicam-se ao auxílio-reclusão as normas referentes à pensão por morte, sendo necessária, no caso de qualificação de dependentes após a reclusão ou detenção do segurado, a preexistência da dependência econômica. Período de duração O auxílio-reclusão é devido, apenas, durante o período em que o segurado estiver recolhido à prisão sob regime fechado ou semi-aberto. O auxílio-reclusão será mantido enquanto o segurado permanecer detento (semi-aberto) ou recluso (fechado). É vedada a concessão do auxílio-reclusão após a soltura do segurado.E se houver a progressão do preso para o regime prisional aberto, o benefício cessará. O beneficiário deverá apresentar trimestralmente atestado de que o segurado continua detido ou recluso, firmado pela autoridade competente. No caso de fuga, o benefício será suspenso e, se houver recaptura do segurado, será restabelecido a contar da data em que esta ocorrer, desde que esteja ainda mantida a qualidade de segurado. Se houver exercício de atividade dentro do período de fuga, o mesmo será considerado para a verificação da perda ou não da qualidade de segurado. Só para esclarecer, uma breve distinção entre regimes prisionais fechado, semi-aberto e aberto: No regime fechado, a pena deve ser cumprida em estabelecimentos prisionais de segurança máxima ou média, com alojamentos individuais (estes, não existem

92 Semelhante à pensão por morte.

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na realidade de superlotação das penitenciárias no Brasil, salvo exceções). Isto impossibilita o segurado trabalhar para empregador. No regime semi-aberto, o condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar, em que os presos são alojados coletivamente.93 Já no caso do regime aberto, este não gera o direito à percepção do auxílio-reclusão, pois caracteriza-se pela ausência de obstáculos contra a fuga e baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado, em que este deverá, sem vigilância, fora do estabelecimento, trabalhar durante o dia e retornar para dormir na casa do albergado. Exercício de atividade remunerada Não acarretará perda do direito ao recebimento do auxílio-reclusão pelos seus dependentes, o exercício de atividade remunerada pelo segurado recluso em cumprimento de pena, que contribuir na condição de segurado contribuinte individual, recolhido à prisão sob regime fechado ou semi-aberto, que, nesta condição, preste serviço, dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais empresas, com ou sem intermediação da organização carcerária ou entidade afim, ou que exerce atividade artesanal por conta própria. O mesmo se dará com o facultativo. Falecimento do segurado Falecendo o segurado detido ou recluso, o auxílio-reclusão que estiver sendo pago será automaticamente convertido em pensão por morte. Em caso de morte do segurado, o valor da pensão por morte devida aos dependentes do segurado recluso que, nessa condição, exercia atividade remunerada será obtido mediante a realização de cálculo com base no novo tempo de contribuição e salários-de-contribuição correspondentes, neles incluídas as contribuições recolhidas enquanto recluso, facultada a opção pela pensão com valor correspondente ao do auxílio-reclusão. Não havendo concessão de auxílio-reclusão, em razão de salário-de-contribuição superior a R$ 676,27, será devida pensão por morte aos dependentes se o óbito do segurado, detido ou recluso, tiver ocorrido em até 12 meses após o livramento. Este período, nada mais é que o período de graça. Vedação de acúmulo O segurado recluso não terá direito aos benefícios de auxílio-doença e de aposentadoria durante a percepção, pelos dependentes, do auxílio-reclusão, ainda que, nessa condição, contribua como contribuinte individual ou facultativo, permitida a opção, desde que manifestada, também, pelos dependentes, ao benefício mais vantajoso. Menor infrator Para o maior de 16 e menor de 18 anos, desde que segurados, também haverá direito ao auxílio-reclusão para seus dependentes, sendo exigidos certidão do despacho de internação e atestado de seu efetivo recolhimento a órgão subordinado ao Juiz da Infância e da Juventude94.

93 Art. 35, parágrafo 1o do Código Penal. 94 Ibrahim, Fábio Zambitte. Op.Cit. p.574.

8.11. SERVIÇO SOCIAL CONCEITO O serviço social constitui atividade auxiliar do seguro social e visa prestar ao beneficiário orientação e apoio no que concerne à solução dos problemas pessoais e familiares e à melhoria da sua inter-relação com a previdência social, para a solução de questões referentes a benefícios, bem como, quando necessário, à obtenção de outros recursos sociais da comunidade. EVENTO DETERMINANTE Necessidade de esclarecimentos junto aos beneficiários a respeito de seus direitos sociais e os meios de exercê-los e estabelecer conjuntamente com eles o processo de solução dos problemas que emergirem da sua relação com a Previdência Social, tanto no âmbito interno da instituição como na dinâmica da sociedade. REQUISITOS PARA A CONCESSÃO Não há Requisitos QUEM TEM DIREITO Todos os segurados e dependentes CARÊNCIA Não há carência. RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO Não há renda mensal de benefício. INÍCIO DO BENEFÍCIO Este benefício pode ser prestado a qualquer momento. INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS Linhas gerais, este benefício, consta do que o próprio atendimento prestado pela autarquia INSS aos segurados e dependentes. Além disso, o Serviço Social, considerando a universalização da Previdência Social, prestará assessoramento técnico aos Estados e Municípios na elaboração e implantação de suas propostas de trabalho. Será dada prioridade aos segurados em benefício por incapacidade temporária e atenção especial aos aposentados e pensionistas. Para assegurar o efetivo atendimento dos usuários serão utilizadas intervenção técnica, assistência de natureza jurídica, ajuda material, recursos sociais, intercâmbio com empresas e pesquisa social, inclusive mediante celebração de convênios, acordos ou contratos. O Serviço Social terá como diretriz a participação do beneficiário na implementação e no fortalecimento da política previdenciária, em articulação com as associações e entidades de classe. Conforme IN 20/07, art. 412: “ O Serviço Social executará ações profissionais em articulação com outras áreas do INSS, com organizações da sociedade civil que favoreçam o acesso da população aos benefícios e aos serviços do RGPS, e com organizações que favoreçam a participação na implementação da política previdenciária, com base nas demandas locais e nas diretrizes estabelecidas pela Diretoria de Benefícios.”

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8.12. HABILITAÇÃO E REABILITAÇÃO PROFISSIONAL CONCEITO A assistência (re)educativa e de (re)adaptação profissional, instituída sob a denominação genérica de habilitação e reabilitação profissional, visa proporcionar aos beneficiários, incapacitados parcial ou totalmente para o trabalho, em caráter obrigatório, independentemente de carência, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios indicados para proporcionar o reingresso no mercado de trabalho e no contexto em que vivem. EVENTO DETERMINANTE Incapacidade parcial ou total, do segurado, para o trabalho. Deficiência. QUEM TEM DIREITO Todos os segurados e dependentes. Cabe ao Instituto Nacional do Seguro Social promover a habilitação e reabilitação profissional aos segurados, inclusive aposentados, e, de acordo com as possibilidades administrativas, técnicas, financeiras e as condições locais do órgão, aos seus dependentes, preferencialmente mediante a contratação de serviços especializados. As pessoas portadoras de deficiência serão atendidas mediante celebração de convênio de cooperação técnico-financeira. CARÊNCIA Não há carência. RENDA MENSAL DE BENEFÍCIO Não há renda mensal de benefício. INÍCIO DO BENEFÍCIO Este benefício pode ser prestado a qualquer momento, quando houver necessidade e prescrição para tal. INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS O processo de habilitação e de reabilitação profissional do beneficiário será desenvolvido por meio das funções básicas de: I - avaliação do potencial laborativo; II - orientação e acompanhamento da programação profissional; III - articulação com a comunidade, inclusive mediante a celebração de convênio para reabilitação física restrita a segurados que cumpriram os pressupostos de elegibilidade ao programa de reabilitação profissional, com vistas ao reingresso no mercado de trabalho; e IV - acompanhamento e pesquisa da fixação no mercado de trabalho95. O processo de habilitação e de reabilitação profissional do beneficiário dar-se-á, preferencialmente, mediante o

95 O acompanhamento e a pesquisa são

obrigatórios e têm como finalidade a comprovação da efetividade do processo de reabilitação profissional.

trabalho de equipe multiprofissional especializada em medicina, serviço social, psicologia, sociologia, fisioterapia, terapia ocupacional e outras afins ao processo, sempre que possível na localidade do domicílio do beneficiário, ressalvadas as situações excepcionais em que este terá direito à reabilitação profissional fora dela. Quando indispensáveis ao desenvolvimento do processo de reabilitação profissional, o Instituto Nacional do Seguro Social fornecerá aos segurados, inclusive aposentados, em caráter obrigatório, prótese e órtese, seu reparo ou substituição, instrumentos de auxílio para locomoção, bem como equipamentos necessários à habilitação e à reabilitação profissional, transporte urbano e alimentação e, na medida das possibilidades do Instituto, aos seus dependentes. No caso das pessoas portadoras de deficiência, a concessão dos recursos materiais referidos no parágrafo anterior ficará condicionada à celebração de convênio de cooperação técnico-financeira. O Instituto Nacional do Seguro Social não reembolsará as despesas realizadas com a aquisição de órtese ou prótese e outros recursos materiais não prescritos ou não autorizados por suas unidades de reabilitação profissional. Cabe à unidade de reabilitação profissional comunicar à perícia médica a ocorrência de agravamento do acidente. Será considerado agravamento do acidente aquele sofrido pelo acidentado quanto estiver sob a responsabilidade da reabilitação profissional. Nos casos de impossibilidade de instalação de órgão ou setor próprio competente do Instituto Nacional do Seguro Social, assim como de efetiva incapacidade física ou técnica de implementação das atividades e atendimento adequado à clientela da previdência social, as unidades executivas de reabilitação profissional poderão solicitar a celebração de convênios, contratos ou acordos com entidades públicas ou privadas de comprovada idoneidade financeira e técnica, ou seu credenciamento, para prestação de serviço, por delegação ou simples cooperação técnica, sob coordenação e supervisão dos órgãos competentes do Instituto Nacional do Seguro Social. A programação profissional será desenvolvida mediante cursos e/ou treinamentos, na comunidade, por meio de contratos, acordos e convênios com instituições e empresas públicas ou privadas, na forma descrita no parágrafo acima. O treinamento do reabilitando, quando realizado em empresa, não estabelece qualquer vínculo empregatício ou funcional entre o reabilitando e a empresa, bem como entre estes e o Instituto Nacional do Seguro Social. Compete ao reabilitando, além de acatar e cumprir as normas estabelecidas nos contratos, acordos ou convênios, pautar-se no regulamento daquelas organizações.

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Concluído o processo de reabilitação profissional, o Instituto Nacional do Seguro Social emitirá certificado individual indicando a função para a qual o reabilitando foi capacitado profissionalmente, nada impedindo que este exerça outra atividade para a qual se capacitar. Não constitui obrigação da previdência social a manutenção do segurado no mesmo emprego ou a sua colocação em outro para o qual foi reabilitado, cessando o processo de reabilitação profissional com a emissão do certificado individual indicando a função para a qual o reabilitando foi capacitado profissionalmente. Cabe à previdência social a articulação com a comunidade, com vistas ao levantamento da oferta do mercado de trabalho, ao direcionamento da programação profissional e à possibilidade de reingresso do reabilitando no mercado formal. A empresa com cem ou mais empregados está obrigada a preencher de dois por cento a cinco por cento de seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção: I - até duzentos empregados, dois por cento; II - de duzentos e um a quinhentos empregados, três por cento; III - de quinhentos e um a mil empregados, quatro por cento; ou IV - mais de mil empregados, cinco por cento. A dispensa de empregado na condição estabelecida neste artigo, quando se tratar de contrato por tempo superior a noventa dias e a imotivada, no contrato por prazo indeterminado, somente poderá ocorrer após a contratação de substituto em condições semelhantes. 8.13. ABONO ANUAL O abono anual assemelha-se com o 13o salário dos empregados. Enquanto o 13o salário se refere apenas aos empregados, o abono anual é deferido aos segurados e dependentes, mesmo aqueles que nunca foram empregados, como é o caso do dependente menor de 16 anos. Será devido abono anual ao segurado e ao dependente que, durante o ano, recebeu: auxílio-doença, auxílio-acidente, aposentadoria, salário-maternidade, pensão por morte ou auxílio-reclusão. O abono anual será calculado, no que couber, da mesma forma que a gratificação natalina dos trabalhadores, tendo por base o valor da renda mensal do benefício do mês de dezembro de cada ano. O período igual ou superior a 15 dias, dentro do correspondente mês, será considerado como mês integral para efeito de cálculo do abono anual. O valor do abono anual correspondente ao período de duração do salário-maternidade será pago, em cada exercício, juntamente com a última parcela do benefício nele devida. Caso o beneficiário tenha recebido seu benefício por período inferior a 12 meses, o abono anual será calculado de forma proporcional ao que foi recebido durante o ano. Por exemplo, a segurada, que recebeu salário-maternidade, terá direito a 4/12 de abono anual.

01- (AFPS – 2.002) Com relação ao auxilio-acidente e suas características, assinale a opção incorreta. a) Beneficio instantâneo. d) Vinculado a seqüelas consolidadas. b) Devido ao segurado. e) Extinção do beneficio pelo óbito do segurado. c) Caráter indenizatório. 02- (AFPS – 2.002) Com relação à reabilitação profissional e suas características, assinale a opção incorreta. a) Desenvolve capacidades residuais das pessoas incapacitadas. b) É um beneficio temporário. c) Busca integração no mercado de trabalho. d) Exige trabalho integrado de profissionais de diferentes áreas. e) Permite readaptação profissional. 03 – (Analista INSS – 2005) A que percentual do salário benefício correspondem, respectivamente, as rendas mensais iniciais do auxílio-doença, do auxílio-acidente e da aposentadoria por invalidez? a) 100%, 91% e 50% b) 91%, 50 e 100% c) 50%, 91% e 100% d) 91%, 100% e 70% e) 91%, 50% e 70% 04- (Analista INSS – 2005) Salário-maternidade é o benefício previdenciário pago à segurada gestante durante o período de afastamento de suas atividades. Consiste em uma renda mensal inicial igual à remuneração integral, equivalente a 01 mês de trabalho, para: a) todas as espécies de seguradas b) a segurada especial c) a trabalhadora avulsa d) empregada doméstica e) contribuinte individual 05 – (Analista INSS – 2005) A respeito das prestações previdenciárias do RGPS, assinale a afirmativa correta. a) A reabilitação profissional, serviço abrangido pelo RGPS, compreende, entre outros serviços, o reembolso das despesas realizadas para a aquisição de próteses ou de órteses e outros recursos materiais não prescritos ou não autorizadas pelas unidades de habilitação profissional do INSS. b) A cota do salário-família será incorporada, para qualquer efeito, ao salário ou ao benefício. c) O auxílio-reclusão será devido nas mesmas condições da pensão por morte aos dependentes do segurado recolhido à prisão, bastando que o detento ou o recluso seja segurado do RGPS, sendo indiferente se o mesmo estiver em gozo de qualquer benefício previdenciário. d) O salário-família será devido, mensalmente, ao segurado empregado, ao segurado doméstico e ao segurado trabalhador avulso, na proporção do respectivo número de filhos ou equiparados nos termos da legislação previdenciária. e) Os serviços de habilitação e reabilitação profissional serão prestados pelo INSS aos segurados, inclusive aposentados, e, de acordo com as possibilidades administrativas, técnicas, financeiras e condições locais do órgão, aos seus dependentes.

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06 – (Técnico INSS – 2005) 12 (doze) contribuições mensais, 180 (cento e oitenta) contribuições mensais e nenhuma contribuição são os períodos de carência, respectivamente, dos seguintes benefícios previdenciários: (a) auxílio-doença, aposentadoria por idade e pensão por morte. (b) auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e pensão por morte. (c) auxílio-acidente, pensão por morte e serviço social. (d) auxílio-acidente, aposentadoria por idade e pensão por morte. (e) aposentadoria por invalidez, aposentadoria por tempo de contribuição e aposentadoria por idade. 07- (AFPS – 2.002- mod.) Com relação às espécies de prestações e aos períodos de carência correspondentes, assinale a opção incorreta. a) Aposentadoria por invalidez oriunda de doença profissional - doze contribuições. b) Auxilio-doença- doze contribuições. c) Salário-familia - zero contribuições. d) Auxilio-reclusão - zero contribuições. e) Pensão por morte - zero contribuições. 08- (ESAF - AFRFB 2005-modificado) Conforme estabelece o art. 80, da Lei n. 8.213/91, é correto afirmar com relação ao auxílio-reclusão: a) Será concedido aos dependentes do segurado que houver fugido da prisão. b) Será concedido aos dependentes do segurado que estiver respondendo a processo criminal, independentemente de recolhimento à prisão. c) Será concedido aos dependentes do segurado recolhido à prisão, que não tiver remuneração. d) Será concedido aos dependentes do segurado recolhido à prisão, ainda que receba benefício de aposentadoria. e) Será concedido aos dependentes do segurado recolhido ou não à prisão, mas que esteja condenado e não receba qualquer remuneração. 09- (ESAF - AFRFB 2005) Leia cada um dos assertos abaixo e assinale (V) ou (F), conforme seja verdadeiro ou falso. Depois, marque a opção que contenha a exata seqüência. ( ) Não são cumulativos o benefício de auxílio-doença e o de percepção, pelos dependentes, do auxílio-reclusão, ainda que, nessa condição, o segurado recluso contribua como contribuinte individual ou facultativo. ( ) Perde o direito ao auxílio-reclusão o beneficiário, se, o contribuinte individual ou facultativo, passa a exercer atividade remunerada em cumprimento de pena em regime fechado ou semi-aberto. ( ) Na hipótese de aposentadoria por idade, a perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão desse benefício, irrelevante para o caso o tempo de contribuição. a) V,V,V b) V,F,F c) V,F,V d) V,V,F e) F,F,F

10- (ESAF - AFRFB 2005) É falso afirmar que, quanto ao segurado e ao dependente, o Regime Geral da Previdência Social compreende as seguintes prestações, devidas inclusive em razão de eventos decorrentes de acidente de trabalho, expressas em benefícios e serviços, exceto. a) a pensão por morte. b) o auxílio-doença. c) o salário-família. d) a reabilitação profissional. e) o salário-maternidade. 11. (Juiz do Trabalho – TRT – 8a Reg) Sobre os benefícios, marque a alternativa incorreta: a) O cancelamento do benefício consiste na extinção da obrigação de seu pagamento ao beneficiário pelo INSS e uma das hipóteses de cancelamento é o retorno ao trabalho do segurado aposentado por invalidez. b) Em regra, o cálculo dos benefícios previdenciários considera os salários de contribuição, corrigidos monetariamente, para apuração do chamado salário de benefício, regra que também é aplicada ao cálculo do benefício do salário-família. c) Ao segurado que ficar incapacitado para o trabalho ou para sua atividade habitual por mais de quinze dias consecutivos, cumprida a carência exigida, se for o caso, é devido o benefício previdenciário de auxílio-doença. d) O salário-maternidade é devido à segurada independentemente de a mãe biológica ter recebido o mesmo benefício quando do nascimento da criança. e) A pensão por morte do segurado, homem ou mulher, é benefício previdenciário pago ao cônjuge ou companheiro e dependentes. 12- (Procurador da Fazenda Nacional – ESAF – 2007 - modificado) À luz do previsto na Legislação Previdenciária Federal, julgue os itens abaixo referente(s) ao(s) benefício(s) devido(s) somente para os segurados de baixa renda. I. Aposentadoria por invalidez. II. Aposentadoria por idade. III. Salário-família. IV. Pensão por morte. a) Todos estão corretos. b) Somente III está correto. c) Somente IV está incorreto. d) Somente I e III estão corretos. e) Somente I e II estão corretos. 13- (INSS – TÉC – CESPE – 2003) Entre as várias situações cobertas pela previdência social, está a concessão do salário-família e do auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados que recebam remuneração até o teto de contribuição do INSS. 14- (INSS – TÉC – CESPE – 2003) Considere a seguinte situação hipotética. Marília, ensacadora de café, que presta serviços a diversas empresas, sem vínculo empregatício e com a intermediação do sindicato de sua categoria profissional, obteve a guarda judicial, para fins de adoção, de Fernando, que tem três anos de idade.

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Nessa situação, Marília terá direito ao salário-maternidade por sessenta dias. (INSS – Analista – CESPE – 2003) Juliana começou a prestar serviços a Fábio em agosto de 2002 como empregada doméstica. Em novembro de 2002, ao ser cientificado de que Juliana estava grávida e que seu parto estava previsto para abril de 2003, Fábio assinou a CTPS dela com uma remuneração de R$ 200,00 e iniciou os recolhimentos à previdência social. Em janeiro de 2003, Fábio aumentou a remuneração de Juliana para R$ 1.500,00, passando a calcular a contribuição previdenciária sobre este valor. Considerando essa situação hipotética e que Juliana não tenha efetuado, anteriormente, recolhimentos à previdência social, julgue os itens 15 e 16. 15- (INSS – Analista – CESPE – 2003) Juliana receberá o salário-maternidade da previdência social no valor mensal de R$ 1.500,00. 16- (INSS – Analista – CESPE – 2003) Caso o parto de Juliana seja antecipado para março de 2003, após 36 semanas de gravidez, e a criança nasça morta, comprovando-se tal fato via atestado médico, ainda assim o salário-maternidade será concedido por 120 dias, sem necessidade de avaliação médico-pericial do INSS. 17- (INSS – Analista – CESPE – 2003) O auxílio-acidente será devido ao segurado da previdência social em gozo de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez decorrente de acidente de qualquer natureza do qual resulte seqüela definitiva. 18- (INSS – Analista – CESPE – 2003) A renda mensal dos dependentes relativa à pensão por morte do segurado que falecer em atividade corresponderá a 100% do valor da aposentadoria a que esse segurado teria direito caso se aposentasse por invalidez. 19- (INSS – Analista – CESPE – 2003) Considere a seguinte situação hipotética. Adalgisa exerceu, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana até dezembro de 1999, quando suspendeu os recolhimentos à previdência social, após tê-los feito ao longo de 180 meses, pois deixou de exercer atividade remunerada-:Em fevereiro de 2003, aos 66 anos de idade, Adalgisa faleceu. Nessa situação, embora Adalgisa já contasse com 180 contribuições mensais à previdência social, seus dependentes não farão jus à pensão, pois ocorreu a perda da qualidade de segurada. 20- (Analista INSS – 2005 - CESGRANRIO) Tício, marido de Martha, faleceu, em julho de 2004, desempregado. Havia trabalhado como empregado, durante 20 (vinte) anos, para a empresa "Carro dos Sonhos Ltda.", tendo terminado o seu contrato de trabalho com a referida empresa em julho de 1999. Em agosto de 2004, Martha formulou requerimento administrativo de pensão por morte em uma Agência da Previdência Social e teve seu pedido indeferido. A correta justificativa para o indeferimento da pensão por morte nesse caso é:

A) perda da qualidade de segurado do instituidor da pensão. B) ausência de inscrição de Martha como dependente designada por Tício, antes de seu falecimento. C) o fato de que Martha não comprovou a sua dependência econômica de Tício, requisito este indispensável para qualificação de cônjuge como dependente. D) o fato de Martha não ser segurada do Regime Geral da Previdência Social. E) o fato de o período de carência fixado por lei para a concessão de pensão por morte não ter sido cumprido. 21. (TÉCNICO INSS 2005 CESGRANRIO) Assinale o único benefício cuja percepção NÃO enseja o pagamento do abono anual. (A) Auxílio-doença. (B) Auxílio-acidente. (C) Auxílio-reclusão. (D) Salário-maternidade. (E) Salário-família. GABARITO: 1- A 2- B 3- C 4- C 5- E 6- A 7- A 8- C 9- B 10- D 11- B 12- B 13- E 14- C 15- C 16- C 17- E 18- C 19- E 20- A 21- E