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LINGUAGEM JURÍDICA
PROFª MSc. ZILDA M. FANTIN
UNIDADE I
REFLEXÕES SOBRE A
LÍNGUA E A LINGUAGEM
1.1 LÍNGUA, LINGUAGEM E FALA
Na origem de toda atividade comunicativa do ser humano
está a linguagem, que é a capacidade de se comunicar
por meio de uma língua.
Em sentido amplo, Linguagem é a competência humana para a produção de
sentidos por meio dos mais diversos códigos: cores, sons, imagens, gestos, expressões faciais, desenhos, letras, palavras etc. e é atividade humana, histórica e social constituída pelos
recursos expressivos da língua de uma comunidade; pelo sistema cultural de
representação da realidade e pelos meios linguísticos que permitem situar essas
expressões no contexto real em que são produzidas. Em sentido restrito, é a
linguagem verbal.
As diversas linguagens que o ser humano utiliza para comunicar-se
podem ser divididas em dois grupos: linguagem verbal – aquela que utiliza palavras (a língua escrita ou falada) e
linguagem não-verbal – aquela que utiliza outros signos (desenhos, gestos
etc.). As características inerentes à linguagem verbal são o dialogismo: a linguagem sempre se dirige a alguém e a argumentatividade: por meio da
linguagem, o enunciador tenta sempre persuadir o outro.
O homem utiliza a linguagem para comunicar-se. Ela, além de propiciar o progresso (já que o ser humano, por meio da linguagem, pode codificar e
armazenar suas experiências e descobertas para transmiti-las a
outras gerações), é um fator de coesão social. A finalidade da linguagem não é
somente possibilitar ao homem sua relação e interação com o mundo que o cerca, ou com os seus semelhantes,
mas criar sua própria história.
Pela posse da linguagem, segundo
Azeredo (2001, p. 16), o homem liberta-se das circunstâncias imediatas:
pode, com o auxílio da memória ou da
imaginação, nomear seres não-presentes na situação de fala;
pode reportar-se a experiências passadas, pode projetar experiências
futuras, criar seres que compõem cenários imaginários.
Isso é possível graças à capacidade humana de criar símbolos e servir-se deles na comunicação. A linguagem
possibilita ao homem a capacidade de acumular e
transmitir conhecimento a partir de experiências estruturadas e
adquiridas no mundo.
Língua é um sistema de signos convencionais usados
pelos membros de uma mesma comunidade. Em
outras palavras: um grupo social convenciona e utiliza um conjunto organizado de elementos representativos.
Individualmente, cada pessoa pode utilizar a língua de seu grupo social de uma maneira
particular, personalizada, desenvolvendo assim a fala. Por mais original e criativa que seja,
no entanto, a fala deve estar contida no conjunto mais amplo
que é a língua.
Fala é o uso individual da língua, aberto à criatividade
e ao desenvolvimento da liberdade de compreensão e
expressão.
A fala é a realização concreta de uma língua, feita por um indivíduo de
uma comunidade num determinado ato de
comunicação.” Portanto a fala é individual e a língua é
coletiva.
Objetivo da Língua Materna: desenvolver a competência
comunicativa que compreende:
Competência linguística ou gramatical: gerar sequências linguísticas (frases) gramaticalmente aceitáveis.
Competência textual: produzir, compreender, transformar, avaliar e classificar os mais diversos gêneros de texto.
1.2 O SIGNO LINGUÍSTICO
Uma língua, portanto, pode ser conceituada como um código, um conjunto de signos (linguísticos)
convencionais e arbitrários (significantes + significados) que,
atendendo a leis combinatórias específicas, se une em frases e textos
– orais e escritos – para atender às necessidades comunicativas dos
membros de uma mesma comunidade.
Código é um conjunto de sinais convencionados socialmente
para a transmissão de mensagens. Código é um
sistema de signos.
O signo linguístico é formado por dois elementos: o material,
concreto (significante) e o conceptual, abstrato
(significado).
Natureza do Signo:
Significado conceito.Significante imagem acústica
(representação natural da palavra enquanto fato da língua virtual, fora de
toda realização pela fala).
Princípio do Signo:
Linearidade desenvolve-se no tempo.Arbitrariedade o laço que une o
significante ao significado é arbitrário, convencional.
AtividadesI, II
“Jus non succurrit dormientibus”
(O direito não acode aos que dormem).